INTRODUÇÃO
DIREITO REAL
Conceito:
Objeto:
a) seqüela
b) preferência
- objeto
- violação:
- duração:
DR: permanentes*
DO: temporários
- usucapião:
DR: usucapíveis
- sujeito passivo:
DR: absoluto (toda a sociedade) ERGA OMNES* pois toda a sociedade precisa
respeitar minha propriedade sobre meus bens
- tipicidade:
Vimos na aula passada que só existe direito real se criado pela lei, pois as
partes não podem criar direitos reais. Sabemos que as partes podem criar
direitos obrigacionais, podem criar contratos (art. 425 do CC), mas não podem
criar direitos reais porque os direitos reais são mais poderosos, são
juridicamente mais fortes, mais seguros, por isso só a lei pode criá-los.
O art. 1225 tipifica os direitos reais em dez incisos. Além destes dez, incluam
mais dois: o direito de preferência do inquilino, previsto no art. 33 da lei
8245/91, e a alienação fiduciária, prevista no DL 911/69 e no art.1361 do
próprio CC. Mas tudo isso será visto no próximo semestre. Para este semestre
vamos estudar apenas o inciso I que é a propriedade, o mais amplo, complexo
e importante direito real.
Se a posse não é um direito por que precisa ser estudada? Porque a posse é
muito importante pelos seguintes motivos:
DA DETENÇÃO
TEORIAS DA POSSE:
Dois juristas alemães fizeram estudos profundos sobre a posse que merecem
nosso conhecimento:
Pode ser toda coisa material, corpórea, que ocupa lugar no espaço. Como
diziam os romanos, “res qui tangit possum”, ou coisa que pode ser tocada.
Assim, todas as coisas móveis e imóveis que ocupam lugar no espaço podem
ser possuídas e protegidas. Essa é a regra geral, embora admita-se com
controvérsias a possibilidade de posse de coisas imateriais como linha
telefônica, energia elétrica, sinal de TV por assinatura, marcas e patentes
protegidas pela propriedade intelectual, etc. Não há posse nos direitos autorais,
nos direitos de crédito, nas obrigações de fazer e de não-fazer, entre outros.
Mas alguns contratos exigem a transferência da posse para sua formação
como locação, depósito e comodato. Outros contratos não transferem só a
posse, mas também a propriedade da coisa como compra e venda, doação e
mútuo.
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
Para adquirir a posse de um bem, basta usar, fruir ou dispor desse bem.
Pode ter apenas um, dois ou os três poderes inerentes à propriedade que será
possuidor da coisa (1204: “em nome próprio” para diferenciar a posse da
detenção do 1198). É por isso que pode haver dois possuidores (o direto e o
indireto) pois a posse pertence a quem tem o exercício de algum dos três
poderes inerentes ao domínio.
O incapaz pode adquirir posse? Uns dizem que não face ao art. 104, I.
Outros dizem que sim pois posse não é direito, mas apenas fato (vide 542 e
543 – aceitação ficta).
PERDA DA POSSE
Mas tais direitos de indenização e de retenção não são permitidos pela lei
em todos os casos.
Primeiro por uma questão de justiça afinal, como já vimos, são diferentes
as benfeitorias úteis e necessárias, e estas são mais importantes do que
aquelas. Não se pode comparar a necessidade de reparar uma parede rachada
(que ameaçava derrubar o imóvel) com a simples utilidade de uma garagem
coberta (é bom, evita que o carro fique quente, facilita o embarque das pessoas
sob chuva, mas não é imprescindível).
Vocês sabem que, de regra, res perit domino, ou seja, a coisa perece
para o dono. Assim, se eu empresto meu carro a José (posse de boa-fé) e o
carro é furtado ou atingida por um raio, o prejuízo é meu e não do possuidor
(1217). O possuidor de boa-fé tem responsabilidade subjetiva, só indeniza o
proprietário se agiu com culpa para a deterioração da coisa (ex: deixou a chave
na ignição e facilitou o furto).