WERA KRIJANOWSKI
WERA KRIJANOWSKI
Pelo Espírito
VOLUME I
Tradução de
Almerindo Martins de Castro
Capa de Cecconi
BN/CTD
Copyright 1944 by
Federação Espírita Brasileira
(Casa-Máter do Espiritismo)
Av. Passos, 30 – ZC-58
20000 – Rio, GB – Brasil
- VENDA PROIBIDA -
Impresso no Brasil
Presita em Brazilo
ÍNDICE
do
Volume Primeiro
DEIR-EL-BAHARI
I
A FESTA DO NILO
Qual um raio de sol, o homem
surge na Terra para espalhar luz
momentânea na sua enganosa
superfície e desaparece, qual raio de
sol, sem deixar vestígio.
ROCHESTER
— Vamos!
3 TUTMÉS II — era irmão e esposo de Hatasu. Na família dos reis era muito
comum tal costume de casar irmãos, a fim de melhor conservar o “sangue divino” do
soberano; e nas famílias também se admitia essa instituição, quase consuetudinária.
Na Civilisation Égyptienne, de Erman — Ranke, pode ler-se: “O casamento
entre irmão e irmã era, por assim dizer, a regra no Egito dos Ptolomeus e dos romanos...
e sob o imperador Commodus, dois terços dos cidadãos da cidade de Arsínoe estavam
nesse caso.” (Ed. Payot, 1952, pág. 209.)
ROMANCE DE UMA RAINHA 15
7 LEITO DE REPOUSO —Pequena cama, estreita, muito baixa, não servindo para
dormir.
ROMANCE DE UMA RAINHA 23
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NOTA DO ORIGINAL FRANCÊS — Deir-El-Bahari deve ser considerado na
classe daqueles que, fora de Tebas, não se encontra em parte alguma e em qualquer época.
Se Hatasu nele não perpetuou tudo quanto fez durante o seu reinado, esse templo está para
ela quanto Ramesseum está para Ramsés II (que erigiu notabilíssimos templos). Tal
monumento apresenta um conjunto único, sem similar exemplo no Egito, construído que
foi em forma de terraços superpostos, com uma aleia de esfinges precedendo-o. Força é
convir em que Deir-El-Bahari constitui bem estranho monumento e em nada se assemelha
a um templo egípcio: todas as hipóteses concordando em que a construção em terraços foi
adotada para utilizar a disposição natural do terreno e para economizar enormes trabalhos
ficam comprovadamente anuladas, tendo-se em vista que outros templos, maiores ainda,
foram erguidos em terrenos mais escarpados, e a rocha resolutamente aplainada para
converter-se em plano horizontal. O extraordinário conjunto de Deir-El-Bahari permanece
um enigma. Houve nele influência estrangeira? A qual dos países, então conhecidos do
Egito, se tomou a ideia aplicada nele exclusivamente? A época a que remontamos, com os
Tutmés, torna quase impossível a resposta a tais perguntas, e só nos resta, aguardando a
solução do problema, olhar o monumento no grau de exceção e acidente único em toda a
vida arquitetônica do Egito. (Extraído de Deir-El-Bahari, por Mariette.)
II
9 “Uma lei, de que fala Heródoto, autorizava o egípcio a obter empréstimos, dando em
penhor a múmia do genitor. O credor ficava dono do túmulo sem direito de remoção. Se
o devedor não satisfazia a dívida, ficava privado de sepultura, e os filhos, herdeiros do
débito, incidiam na mesma penalidade, caso não saldassem o penhor. A importância e
honra que os egípcios davam à sepultura levavam os devedores aos maiores sacrifícios
para não Incorrerem nessa espécie de maldição eterna.” (Martin, Les Civilisations
Primitives en Orient, ed. Didier, Paris, 1861, pág. 505.)
10 TALENTOS DA BABILÔNIA — Os “talentos” de que fala a bíblia, desde o seu livro
inicial, “Gênese”, com escalas por Crônicas, Juízes, Zacarias, Esdras, Ester até o Novo
Testamento, Evangelho de Mateus, e bem assim os do Egito, Babilônia e Grécia, maís
ou menos contemporâneos, variavam na sua expressão quantitativa, pois, não tendo valor
monetário específico, oscilavam no peso do respectivo metal. O Dicionário da Bíblia,
de W. W. Rand, vocáb. — Talento, menciona que o ático comum equivalia a 82
esterlinos; o judeu correspondendo a 3.000 siclos e estes a 50 centavos cada, orçava por
1.500 pesos americanos (?). Heródoto, nos Nove Livros da História, indicando as
subdivisões equivalentes, dá, no livro I, ao talento-de-ouro, ático, o peso aproximado de
26 quilos, e no livro III, ao talento babilônico, o valor aproximado de 1.200 cruzeiros
cada um. Essa cifra (12.000 cruzeiros), para a época, devia ser enorme.
ROMANCE DE UMA RAINHA 55
11 JOGO DA MORA — Por incrível que pareça, esse jogo é o mesmo de nossos dias,
típico, por assim dizer, dos italianos. Os parceiros estiram um determinado número de
dedos, e ganha o que tiver acertado com o total exato dos dedos enristados.
ROMANCE DE UMA RAINHA 57
NA PESQUISA DA VERDADE
O PRÍNCIPE HITENO
Foi nesta campanha que Hatasu conheceu Naromath, de cujos secretos amores nasceu
12
Neith.
ROMANCE DE UMA RAINHA 105
ABRACRO
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— Ele não pode mais ser teu esposo, ainda que não
estivesse desaparecido. Escuta o que se passou.
ROMANCE DE UMA RAINHA 155
— Ergue-te e senta-te.
O sacerdote sorriu.
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......................................................................................................
— Sim.
RAINHA E MÃE
A rainha sorriu.
E calou, sufocado.
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EM BOUTO
Antef riu.
O BRUXO DE MÊNFIS
I
A ROSA VERMELHA
A alma é uma luz velada.
Quando a descuidam, esmaece e se
extingue; mas, alimentada com o
santo óleo do amor, ilumina qual
lâmpada imortal.
HERMES
— Neith!
O PALÁCIO DO ENFEITIÇADOR
— Eu te saúdo, mestre!
O BEIJO MORTAL
17 42 JUÍZES — Após a morte, o Espírito seguia para o mundo inferior, para submeter-
se, no Amenti, a julgamento, sob a presidência de Osíris, o Espírito do Bem, rodeado de
quarenta e dois Espíritos dessa “outra Terra”, um para cada pecado capital, ornados com
penas de avestruz, emblemas da Verdade e da Justiça. A sombra, duplo (Ka) ou Espírito
começava por dar as razões pelas quais rogava ser acolhido por Osíris, mencionando
todos os pecados não cometidos por ele, suplicante, no decurso da vida corporal. O
julgamento se fazia, pesando a sinceridade das declarações e preces do Espírito. Num
dos pratos da balança era colocado o coração do Ka, e no outro, servindo de peso
compensador de equilíbrio uma pena de avestruz. Se o resultado fosse favorável, o
Espírito seguia para as campinas de Ra, o deus-sol; se desfavorável, o condenado era
expedido para o Inferno, região dividida em 75 distritos, guardados por demônios
providos de gládios, onde sofria torturas inauditas (Letourneau, La Evolution
Religieuse, ed. Vigot, Paris, 1898, páginas 313 e seguintes, narrando o curioso júri e suas
consequentes penalidades.
410 J. W. ROCHESTER
OS PROJETOS DE NEFTIS
18 NÃO TENHO HERDEIROS — Apesar do muito que nos merece o rutilante Espírito de
Rochester (de fato um vigarista), esta particularidade esbarra em afirmativa contrária, feita por Arthur
Weigall, “antigo inspetor das antiguidades do governo egípcio”, na página 108 da sua História do
Egito Antigo, afirma que, pouco depois do matrimônio com Tutmés II, houve Hatasu uma primeira
filha, a quem deu o nome de Nefrourê, e mais tarde, depois de animosidade surgida no casal,
reconciliado, uma segunda filha, que recebeu o nome de Hatshepsut-Meritrê. Do próprio Tutmés II,
segundo dito autor, ficou um filho bastardo, havido com uma criatura sem qualquer hierarquia social.
454 J. W. ROCHESTER
O ENFEITIÇADOR EM TEBAS
— Quais os outros?
Roma empalideceu.