NÃO CUMULATIVIDADE
Por Pedro Canário
A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça definiu nesta quinta-feira (22/2) que, para
fins de crédito de PIS e Cofins, as empresas podem considerar insumo tudo o que for
essencial para o “exercício estatutário da atividade econômica”. Com isso, declarou
ilegais as duas instruções normativas da Receita Federal sobre o assunto, por
entender que, ao restringir o conceito de insumo, o Fisco acabou violando o
princípio da não cumulatividade.
O recurso julgado nesta quinta estava afetado como repetitivo, o que significa que a
tese deve ser aplicada a todos os processos em trâmite sobre a matéria. De acordo
com o relatório de "riscos fiscais" enviado pela Receita ao Ministério do
Planejamento para elaborar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017, a decisão
terá impacto de R$ 50 bilhões sobre os cofres da União — clique aqui para ler mais
sobre isso.
duas vezes: uma na compra dos agora considerados insumos e outra, na venda do
produto final ou na prestação do serviço.
Ela seguiu tese defendida na 1ª Turma pelo ministro Mauro Campbell Marques, que
a acompanhou nesta quinta. Quando saiu vencedor em discussão sobre a matéria,
ele propôs que fossem considerados insumos gastos com produtos que tenham
“essencialidade ou pertinência”. No julgamento concluído nesta quinta, Campbell
aderiu ao voto da ministra Regina Helena, para dizer que deve ser avaliada a
“essencialidade ou relevância” do gasto para a prestação do serviço pela empresa.
Leis administrativas
Com a decisão, o STJ declarou ilegais as instruções normativas da Receita 247/2002 e
404/2004. Segundo o advogado Breno Dias de Paula, presidente da comissão de
Direito Tributário do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, as
instruções copiaram o entendimento fiscal sobre os insumos para créditos de IPI e o
trouxeram para o PIS e Cofins.
REsp 1.221.170
https://www.conjur.com.br/2018-fev-22/insumo-credito-piscofins-tudo-for-essencial-stj?imprimir=1 3/3