HUMAITÁ - AM
2016
UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PERICLES VALE ALVES
HUMAITÁ - AM
2016
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Péricles Vale Alves
RESUMO
Introdução
O presente texto tem como tema circuitos elétricos de corrente contínua: teoria e
prática experimental aliadas para um ensino de física efetivo e eficaz no ensino médio, visto
que, diante de inúmeras mudanças que vem sendo realizadas em educação, se torna evidente a
necessidade da contextualização dos conceitos de física de modo que nossos estudantes
venham a ter maior proveito do que se ensina na escola. Deste modo, cabe ao professor de
Física uma reflexão mais apurada acerca de sua prática de ensino, apoiando-se em novas
metodologias para que o ensino de Física esteja o mais próximo possível da realidade do
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Licenciado em Ciências: Física e Matemática pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Atualmente
trabalha na UFAM, campus de Humaitá-AM, como Técnico de Laboratório/Física.
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aluno de modo que o próprio aluno comece a perceber a importância da Física, dos métodos e
das metodologias e suas aplicações práticas, visto que em nossa vida diária estamos cercados
por uma gama de aparelhos eletroeletrônicos, dentre outros que se utilizam da física, e
obviamente torna-se fundamental ao estudante ter conhecimento básico acerca dessas novas
tecnologias. Desta forma, a escola atual deve estar antenada para dar, sobretudo, aos jovens do
ensino médio uma formação que independa de sua escolaridade futura.
Cabe à escola não apenas ser o lugar onde cada professor atua, mas transformar-se
em espaço e agente de definição e articulação do que aprender e ensinar. Cada
escola passa a ter autonomia para pensar no perfil de seus alunos e em suas
necessidades mais significativas, organizando-se para atendê-las, refletindo e
definindo metas, estabelecendo um projeto que possa organizar sua ação
pedagógica. (KAWAMURA, et. al, p. 5)
Desenvolvimento
O ensino de física está inserido na educação básica e sem dúvida faz parte da
formação do cidadão e deve abranger não somente os estudantes que darão seguimento aos
seus estudos, mas também aqueles que terminado o ensino médio não manterão mais contato
escolar com a física. De acordo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN + Ensino Médio):
visto que, o programa curricular aborda eletricidade nesta etapa escolar. Adotou-se como livro
texto o próprio livro didático escolhido pela escola. Além disso, um levantamento realizado,
antes de iniciar a pesquisa, junto a secretaria da escola referente aos anos anteriores e ao
bimestre já realizado, apontava um baixo rendimento dos alunos relativo à disciplina de física
das duas turmas.
O professor da disciplina participou ativamente conosco na realização da pesquisa.
Realizaram-se cinco encontros com as turmas, duas vezes por semana, cada encontro com
duração de cinquenta minutos. Durante a primeira semana, buscamos trabalhar os conceitos
básicos de eletricidade de maneira mais simples possível apresentando exemplos que são
corriqueiramente observados nos equipamentos eletroeletrônicos por eles usados, como: TVs,
carregadores de celulares, ventiladores, liquidificador, geladeira, dentre outros que trazem
especificações elétricas como: tensão, corrente, potência elétrica, etc. Lançamos o desafio aos
alunos a trazerem para próxima aula, anotações referentes as especificações elétricas (tensão,
corrente e potência elétrica) dos equipamentos existentes em suas residências. Na segunda
semana, terceira aula, levamos para sala de aula um circuito elétrico com apenas uma lâmpada
incandescente. E então, ao ligarmos o circuito na rede elétrica notamos que em poucos
segundos a lâmpada aquecia de tal maneira que ao manter o contato físico com a mesma, o
risco de sofrer ferimentos devido a temperatura um tanto elevada comparada à do nosso corpo
era perceptível. Surgiu então a pergunta e lançada em seguida como desafio aos alunos: qual o
motivo ou o porquê do aquecimento da lâmpada? Depois de ouvi-los, apresentou-se então a
explicação científica de tal fenômeno e com isso apresentamos a primeira Lei de Ohm e
falamos acerca do efeito Joule. Na aula seguinte, quarta aula, na turma 1 levamos dois
circuitos elétricos, cada um composto por três lâmpadas de potências distintas, um em
associação em série outro em paralelo, além disso, levamos uma fonte de corrente contínua
com tensão máxima de 30V e um multímetro digital.
No circuito S Fig. 1, qual das lâmpadas irá brilhar mais? Explique sua resposta.
No circuito P Fig. 2, o que podemos afirmar a respeito do brilho das lâmpadas?
Explique sua resposta.
Em seguida, realizou-se então a experiência pondo os circuitos para funcionar e, então,
observou-se a surpresa de muitos alunos, uma vez que a grande maioria esperava o oposto do
observado na prática experimental, principalmente, a respeito do circuito em série.
A partir desta atividade experimental, com o auxílio do multímetro digital, coletou-se
medidas de corrente e tensão elétrica e a partir desses dados, pode-se mostrar aos alunos o que
de fato ocorre nesses dois circuitos elétricos e suas respectivas aplicações, além disso, foi
possível estimar também a potência elétrica útil que cada lâmpada utilizou. Buscou-se ainda,
tratar tais circuitos sob a ação de corrente contínua com baixas corrente e voltagem elétrica de
modo a evitar possíveis choques elétricos. Na quinta e última aula, levamos um teste de
conhecimentos mínimos (TCM) para verificar em quanto fora o rendimento da turma frente a
metodologia aplicada. Por outro lado, na turma 2, na quarta aula, procedeu-se de forma
diferente. Apresentou-se a teoria acerca dos circuitos em associação em série e em paralelo e
pediu-se que os próprios alunos construíssem os circuitos e trouxessem na próxima aula. E
então, deu-se prosseguimento como na turma 1. As respostas dos alunos, acerca do
funcionamento das lâmpadas, não foram muito distintas entre as turmas.
Com isto, oportunizamos aos alunos uma experiência nova em estudar física, além
disso, conduzimos de certa maneira o professor da disciplina a refletir sobre sua prática de
ensino, no sentido de buscar novas metodologias que viabilizem um ensino de Física
diferenciado tal que torne a Física mais próxima da realidade do aluno. Ou seja, desta forma
concorda-se excelentemente bem com o que recomendam as Orientações Educacionais
Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCN +), que
dizem ser necessário:
[...] considerar o mundo em que o jovem está inserido, não somente através do
reconhecimento de seu cotidiano enquanto objeto de estudo, mas também de todas
as dimensões culturais, sociais e tecnológicas que podem ser por ele vivenciadas na
cidade ou região em que vive (BRASIL, 2002, p.83).
participando e transmitindo conhecimento a partir das atividades. Com isto, confirma-se que o
uso do laboratório é de fato uma alternativa efetiva para um ensino de Física eficaz, muito
embora, a maior parte das escolas não estejam equipadas com laboratórios. Contudo já se
elucidou aqui que se pode improvisar com materiais de baixo custo.
De acordo Alves Filho (2000): “dificilmente encontraremos um professor de Física
que negue a necessidade do laboratório”, porém, escolas equipadas com laboratórios ainda é,
infelizmente, uma realidade longe de acontecer e, pelo menos, as que já possuem espaço e
materiais para o mesmo, enfrentam a dificuldade de casar tempo para as aulas teóricas e
práticas experimentais, isto é, os professores não dispõem de carga horaria disponível para se
preocuparem com essas práticas.
Conclusão
ARAUJO, Mauro Sérgio Texeira de; ABIB, Maria Lucia Vital dos Santos. Atividades
Experimentais no Ensino de Física: Diferentes Enfoques, Diferentes Finalidades. Revista
Brasileira de Ensino de Física, vol. 25, n. 2, junho, 2003. Artigo disponível em:
<www.sbfisica.org.br> [14 abril 2016].
NETO, Genésio Correia Freitas. Diretrizes para uma metodologia do ensino de física.
Caderno (Catarinense) Brasileiro de Ensino de Física. Florianópolis, 4(3): 127-139, dez. 1987.