Anda di halaman 1dari 7

UEFS- UNIVESIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DCHF- DEPARTAMENTO DE CIENCIAS HUMANAS E FILOSOFIA


DISCIPLINA: Ontologia
DOCENTE: Tatiane B.
DISCENTE: Janiel de Oliveira Santos

Ontologia (O conceito de Cura em Martin Heidegger)

FEIRA DE SANTANA-BA
2017
Heidegger na sua obra Ser e Tempo, dedica uma parte do sexto capítulo para
abordar o conceito de (Sorge) cura /cuidado. Antes da minha tentativa de uma análise
sobre este conceito, veremos a visão heideggeriana a respeito da relação mundo/Dasein,
na qual o conceito de Sorge acontece. Sorge acontece em um de seus modos
possivelmente como fundamental nesta relação mundo/Dasein. É que Cura 1 se dá no
modo primário de existir do Dasein que é ser-no-mundo, Cura é um modo de ser essencial
do Dasein. Desse modo, na visão heideggeriana, ser-no-mundo é uma relação de
coexistência ontológica de Dasein e mundo de forma homogênea, ou seja, o Dasein só
“é” em um mundo. Como o próprio Heidegger nos diz: essa relação existe uma unidade
(procurar citação). Proposição esta que evidencia sua oposição à convenção de um
homem “isolado do mundo”, como propunha a modernidade. Heidegger entende que se
essa unidade (mundo/Dasein) é uma característica fundamental e necessária para a pensar
o Ser, pois, na visão Heideggeriana esse ser-no-mundo se dá em uma de suas
possibilidades mais fundamentais e se comporta de uma maneira, na qual o Dasein se
percebe projetado em uma relação cotidiana. Ainda dentro desta compreensão de modos
fundamentais do Dasein com o mundo, o conteúdo deste modo primário de existir em
suas derivações cotidianas, desencadeia outros modos de relações: Besorgen que é
próximo do cuidar de alguma coisa no sentido de estar em ocupação e Fusorgen cuidar
de alguém no sentido de preocupar-se, constituindo a cura como elemento primário de
ser-no-mundo. Portanto é a cura (Sorge) a totalidade estrutural ontológica do Dasein, que
antecipa e reúne as possibilidades do Dasein. Pois, ao caracterizarmos o Bersorgen e o
Fusorgen não estamos montando elementos de um fenômeno que em sua essência já é
unitário, como afirma Heidegger:

“ A totalidade do todo estrutural não pode ser alcançada


fenomenalmente mediante uma montagem de elementos.[..] O ser
do Dasein que sustenta ontologicamente o todo estrutural torna-
se num olhar completo que perpassa esse todo num sentido
unitário, que já se dá no todo de modo a fundar ontologicamente
cada momento estrutural em sua possibilidade. (ST p. 244)
Portanto, a cura é a condição de possibilidade de todo agir no mundo. Esta condição de
possibilidade se perfaz pelo fato do Dasein já ser em um mundo, no qual o seu ser está
em jogo, isto é, é o Dasein lançado no mundo antecipando a si mesmo, podendo ele
exercer seu poder ser mais próprio. No entanto, esse lançar-se no mundo é caracterizado

1
Tradução Latina da Palavra Alemã Sorge, preferida usualmente devido ao conto comentado por
Heidegger Mito de Higino
pela facticidade, no qual o Dasein encontra-se sempre num mundo que é sempre seu e
junto aos entes (como aquele que compreende o ser dos entes). O Dasein que em seu ser
junto-aos-entes é compreendendo em uma série de acontecimentos que abarca o Ser-no-
mundo, está disposto a condição de angustiar-se, no sentido que já é decadente, no
impessoal, nesse mundo das ocupações, e se angustia desviando da decadência, não da
forma de temor de algo, mas como um angustia capaz de angustiar de si própria. É como
se nesse mundo das ocupações, o fenômeno da angustia estremecesse o Dasein
despertando a angustia no meio ao qual se vê familiarizado no cotidiano e o remete ao
questionamento originário da existência e sua facticidade, é a angustia que desperta o
Dasein frente a sua Existencialidade e o coloca novamente no todo, com mundo, em
relação ao mundo. Também devemos entender que a angustia deve ser entendida como
momento de suspensão do Dasein, como exemplo trabalhado em sala: “que é quando
passa esse momento da angustia, logo, costuma se dizer, não foi nada” no sentido que o
Dasein retorna ao impessoal no processo de fuga-de-si demostrando a relação da angustia
com o “nada” qual existe embaralho desses sentidos criados no cotidiano, porém a
angustia não pressupõe que seja causado por algo, ou por entes. Talvez seja um alerta no
sentido de que a abertura do fenômeno da angustia remete o Dasein ao lugar de perceber
lançado no mundo, e essa abertura no mundo também pode levar o Dasein ao seu projetar
mais próprio, autentico, de realizar-se em suas possibilidades do poder ser, que é ser
sendo, sem determinações previas que moldam o ser do Dasein cito Heidegger

[...] o angustiar-se é um modo de Ser-no-Mundo; a


angústia se angustia com o Ser-no-Mundo lançado; a angústia se
angustia pelo ser-no-mundo. Em sua completude, o fenômeno da
angústia mostra, portanto, O Dasein como ser-no-mundo que de
fato existe. Os caracteres ontológicos fundamentais desse ente são
Existencialidade, facticidade e decadência. Essas determinações
existenciais, no entanto, não são partes integrantes de um
composto, em que se pudesse ou não prescindir de alguma. Ao
contrário, nelas se tece um nexo originário que constitui a
totalidade procurada do todo estrutural. (HEIDEGGER, 2002, p.
255)
No ponto de vista ontológico uma possível relação na qual Cura, angustia e mundo estão
intrinsecamente ligados, é que algo nos surge relevando fenômenos que possibilitam o
Dasein retorno ao projeto existencial posto que ser-mundo também requer um realizar.

Heidegger diz em Ser e Tempo que o Dasein, no seu lidar cotidianamente com
os outros entes e com o mundo, dentro de uma cadeia de relações, já é uma abertura para
De-cadência, posto muitas vezes em seu comportamento próprio/improprio ou como
Heidegger descreve como em um modo “impessoal”. Mas primeiro entenderemos o que
é significa esse fenômeno de Decadência?

Na análise de Martin Heidegger, este fenômeno é compreendido dentro do limite


do “estar-lançado” no mundo, daí que a investigação da decadência é possível, por que
estar lançado é um modo de Ser dos entes que é sempre suas possibilidades.

O Dasein estando lançado no mundo cotidiano se constituí próprio/improprio,


impessoal, esse próprio/improprio tem no cerne do seu fundamento a condição de velar
esse seu“ mais próprio” e aparecer no improprio por estar-em-jogo seu Ser, deste modo
se justifica como próprio/improprio, por que o Ser está ali coberto. Seguindo o
pensamento de Heidegger o fenômeno da De-cadência é analisada a partir do Ser dos
entes primeiramente, para que possamos entender o processo de inautenticidade. E nessa
compreensão o ser do Dasein se revela improprio e nessa impropriedade se assim
podemos dizer, o fenômeno da Decadência releva aspectos inautênticos que encobrem o
Ser próprio, que é a unidade citada acima, na impropriedade, na inautenticidade
disposições como falatório, curiosidade e ambiguidade se revelam, mas o traço
fundamental desse trabalho que é desvelar o conceito de cura, então o que a De-cadência
tem haver com a cura?

Em Ser e Tempo Heidegger apresenta os modos de como a cura é uma


característica que faz uma síntese de uma tríade que se desdobra em um todo estrutural é
que não se pode pensar em aspectos isolados em Heidegger, um conceito carrega uma
série de elementos estruturantes que mostram as possíveis formas de pergunta por esse
ser.
Segundo o Dicionário Heidegger, no verbete decadência, revela se que:

[...] Decadência se estabelece como um aspecto da cura


(XVIII, 84), em Ser e Tempo os três aspectos inseparáveis da
cura são: Existência, Facticidade e decadência.

Nesses três aspectos, a existência é o fundamento do ser do cuidado e aparece


ontologicamente apresentando assim: Cura como uma essência da existência, a
facticidade é o já Ser-no-mundo disposto a suas possibilidades qual evidenciamos as
derivações de ocupar e preocupar-se, e a decadência é o modo próprio/improprio qual o
ser se encontra encoberto. E é a partir da decadência que Heidegger nos mostra que o
cuidado pode ser pensado como uma forma do Ser anteceder a si, possibilidade, todavia
não se trata de um voltar-se para si no sentido cuidar-se ou cuidar-se a si mesmo, de um
conservar-se, este cuidar de si mesmo, já lhe é ontológico cito Heidegger:

[…] o ser-no-mundo é cura, pode-se compreender, nas


análises precedentes, o ser junto ao manual como ocupação e o
ser como co-pre-sença dos outros nos encontros dentro do mundo
como preocupação. O ser-junto a é ocupação porque, enquanto
modo de ser-em, determina-se por sua estrutura fundamental que
é a cura. A cura caracteriza não somente a existencialidade
separada da facticidade e de-cadência, como também abrande a
unidade dessas determinações ontológicas. A cura não indica,
portanto, primordial ou exclusivamente, uma atitude isolada do
eu consigo mesmo (HEIDEGGER, 2005, p. 257).

O Filosofia presente em Heidegger pode levar a reflexão do cuidado a vários


aspectos no qual o homem já se vê em relação cotidiana afim de significar no sentido
positivo o lidar, desse modo a não objetificação por exemplo de outro Dasein e se
olharmos o sentido originário do conceito de Cura, apresentado por Heidegger e também
não só refletirmos a relação com o Dasein, mas a relação de usualidade dos entes, a
exemplo da natureza, é uma questão bastante poética do lidar do Homem. Um Ser
privilegiado, capaz de dar sentido, deverá compreender que o movimento de voltar se
para si é um traço do poder de transformar-se ser a possiblidade numa totalidade. Tarefa
tão rara na contemporaneidade.
O conceito de Cura é um conceito que deve ser analisado, aberto. Merece ser
entendido e esclarecido, primeiro afim de não ser desviado da intenção ontológica de
Heidegger que coloca fundamentalmente a cura como processo de existência continuo,
cotidiano até a decadência completa. A partir do pensamento heideggeriano é que
percebemos que é a relação do cuidado que liga Dasein e Mundo. A cura por ser um modo
essencial do Dasein Significa o sentido do Ser-no-mundo. Conforme o mito de Higino,
qual Heidegger é inspirado a pensar o Ser do Dasein, que também é o Ser mundo.
Verificamos a importância da Cura nesse processo ontológico qual Dasein/mundo
Coexistem. O cuidado para Heidegger passa a ser considerado o Ser do Dasein.

[...]Cura, foi quem, por primeiro, moldou a criatura,


ficará sob seus cuidados enquanto ela viver. E uma vez que entre
vocês há acalorada discussão acerca do nome, decido eu: esta
criatura será chamada Homem[...] (Fabula de Higino)

Tamanha compreensão poética contida nessa fabula, bem relacionada com a


filosofia de Martin Heidegger é que a estrutura de Ser-no-Mundo, De ser Dasein é que
vemos que não existe “fundo” no Ser, é que esse acontecer se abre em uma gama de
possibilidades da existência.
Bibliografia

HEIDEGGER, M. Ser e Tempo. Parte I. 11ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2006.

NUNES, Benedito. Passagem para o poético. São Paulo: Ática, 1986.

Dicionário Heidegger, Tradução Luiza Buarque de Holanda, revisão de Marcia Sá


Cavalcante, Ed.Rio de Janeiro Jorge Zahar, 2002

Anda mungkin juga menyukai