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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO

(MPU)

TÉCNICO DO MPU
ÁREA DE ATIVIDADE: APOIO TÉCNICO ADMINISTRATIVO
ESPECIALIDADE: SEGURANÇA INSTITUCIONAL E TRANSPORTE

VOLUME 1

CONHECIMENTOS BÁSICOS
LÍNGUA PORTUGUESA:
1 Compreensão e interpretação de textos. ....................................................................................................... 1
2 Tipologia textual. ...........................................................................................................................................19
3 Ortografia oficial. ...........................................................................................................................................45
4 Acentuação gráfica. ......................................................................................................................................43
5 Emprego das classes de palavras. ...............................................................................................................59
6 Emprego/correlação de tempos e modos verbais. ........................................................................................66
7 Emprego do sinal indicativo de crase. ..........................................................................................................49
8 Sintaxe da oração e do período. ..................................................................................................................81
9 Pontuação. ....................................................................................................................................................48
10 Concordância nominal e verbal. .................................................................................................................81
11 Regência nominal e verbal. ........................................................................................................................83
12 Significação das palavras. ...........................................................................................................................56

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO:


1 Noções de organização administrativa.
1.1 Centralização, descentralização, concentração e desconcentração. ......................................................... 1
1.2 Administração direta e indireta.
1.3 Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.
2 Ato administrativo. 2.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. ........................................24
3 Agentes públicos. 3.1 Legislação pertinente. 3.1.1 Lei nº 8.112/1990. 3.1.2 Disposições constitucionais
aplicáveis. 3.2 Disposições doutrinárias. 3.2.1 Conceito. 3.2.2 Espécies. 3.2.3 Cargo, emprego e função
pública. .............................................................................................................................................................34
4 Poderes administrativos. 4.1 Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. 4.2 Uso e abuso do poder.
5 Controle da Administração Pública. 5.1 Controle exercido pela Administração Pública. 5.2 Controle judicial.
5.3 Controle legislativo. ...................................................................................................................................92
6 Responsabilidade civil do Estado. ..............................................................................................................100
6.1 Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro.
6.1.1 Responsabilidade por ato comissivo do Estado.
6.1.2 Responsabilidade por omissão do Estado.
6.2 Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado.
6.3 Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado.
7 Regime jurídico-administrativo. ..................................................................................................................120
7.1 Conceito.
7.2 Princípios expressos e implícitos da Administração Pública.

1 Técnico do MPU – VOL.1

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU:
1 Ministério Público da União. ............................................................................................................. PP 1 a 58
1.1 Lei Orgânica do Ministério Público da União (Lei Complementar nº 75/1993).
1.2 Perfil constitucional do Ministério Público e suas funções institucionais.
1.3 Conceito. 1.4 Princípios institucionais.
1.5 A autonomia funcional e administrativa.
1.6 A iniciativa legislativa.
1.7 A elaboração da proposta orçamentária.
1.8 Os vários Ministérios Públicos.
1.9 O Procurador-Geral da República: requisitos para a investidura e procedimento de destituição.
1.10 Os demais Procuradores-Gerais.
1.11 Funções exclusivas e concorrentes.
1.12 Membros: ingresso na carreira, promoção, aposentadoria, garantias, prerrogativas e vedação.

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO:


1 Ética e moral. .................................................................................................................................................. 1
2 Ética, princípios e valores. .............................................................................................................................. 1
3 Ética e democracia: exercício da cidadania. .................................................................................................. 4
4 Ética e função pública. .................................................................................................................................... 6
5 Ética no Setor Público. 5.1 Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
do Poder Executivo Federal). 5.2 Lei nº 8.112/1990 e alterações: regime disciplinar (deveres e proibições,
acumulação, responsabilidades, penalidades). 5.3 Lei nº 8.429/1992: disposições gerais, atos de improbida-
de administrativa. 5.4 Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. ......... 9

2 Técnico do MPU – VOL.1

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LÍNGUA PORTUGUESA
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas
em êem e ôo(s).
Como era: abençôo, crêem (verbo crer), dêem (verbo dar),
dôo (verbo doar), enjôo, lêem (verbo ler),magôo (verbo mago-
ar), perdôo (verbo perdoar), povôo (verbo povoar), vêem
(verbo ver), vôos, zôo.
Como fica: abençoo creem (verbo crer), deem (verbo dar),
doo (verbo doar), enjoo, leem (verbo ler), magoo (verbo ma-
goar), perdoo (verbo perdoar), povoo (verbo povoar), veem
(verbo ver), voos, zoo.
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pa-
res pára/para, péla(s)/ pe-
la(s),pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Como era: Ele pára o carro. Ele foi ao póloNorte. Ele gosta
de jogar pólo. Esse gato tem pêlos brancos. Comi uma pêra.
Como fica: Ele para o carro. Ele foi ao polo Norte. Ele gosta
GUIA PRÁTICO DA NOVA ORTOGRAFIA de jogar polo. Esse gato tem pelos brancos. Comi uma pera.
Mudanças no alfabeto Atenção: Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito
letras k, w e y. do indicativo), na 3ª pessoa do singular.
O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do
N O P Q R S T U V WX Y Z singular.
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele
da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em pode.
várias situações. Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por
Por exemplo: é preposição.
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilô- Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
metro), kg (quilograma), W (watt);
Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus deri-
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter,
vados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin,
deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. Ele
Trema
vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u palavra. / Eles mantêm a palavra. Ele convém aos estudantes.
para indicar que ela deve ser pronunciada nos gru- / Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. / Eles
pos gue, gui, que, qui. detêm o poder. Ele intervém em todas as aulas. / Eles inter-
Como era: agüentar, argüir, bilíngüe, cinqüenta, delinqüen- vêm em todas as aulas.
te, eloqüente,ensangüentado, eqüestre, freqüente, lingüeta, É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
lingüiça, qüinqüênio, sagüi,seqüência, seqüestro, tranqüilo, palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso do acento
Como fica: aguentar, arguir, bilíngue, cinquenta, delinquente, deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma
eloquente, ensanguentado, equestre, frequente, lingueta, da fôrma do bolo?
linguiça, quinquênio, sagui, sequência, sequestro, tranquilo. 5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas
Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangei- (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicati-
ras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano. vo dos verbos arguir e redarguir.
Mudanças nas regras de acentuação 6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar,
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir, etc. Esses verbos
penúltima sílaba). admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do
Como era: alcalóide, alcatéia, andróide, apóia, apóio(verbo indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.
apoiar), asteróide, bóia,celulóide, clarabóia, colméia, Coréia, Veja: a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas
debilóide, epopéia, estóico, estréia, estréio (verbo estrear), formas devem ser acentuadas.
geléia, heróico, ideia, jibóia, jóia, odisséia, paranóia, paranói- Exemplos:
co, platéia, tramóia. verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam;
Como fica: alcaloide, alcateia, androide apoia, apoio (verbo enxágue, enxágues, enxáguem.
apoiar), asteroide, boia, celuloide, claraboia, colmeia, Coreia, verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem;
debiloide, epopeia, estoico, estreia, estreio(verbo estrear), delínqua, delínquas, delínquam.
geleia, heroico, ideia, jiboia joia, odisseia, paranoia, paranoi- b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam
co, plateia tramoia. de ser acentuadas.
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxí- Exemplos: (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pro-
tonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxíto- nunciada mais fortemente que as outras): verbo enxaguar:
nas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxa-
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. gues, enxaguem. verbo delinquir: delinquo, delinques, delin-
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e que, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
no u tônicos quando vierem depois de um ditongo. Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira,
Como era: baiúca, bocaiúva, cauíla, feiúra. aquela com a e i tônicos.
Como fica: baiuca, bocaiuva, cauila, feiura. Uso do hífen
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí. muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores,

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do 8. Com os prefi-
hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas xos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se
orientações estabelecidas pelo Acordo. As observações a sempre o hífen.
seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por Exemplos: além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex-
prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefi- diretor, ex-hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente, pós-
xos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, graduação, pré-história, pré-vestibular, pró-europeu, recém-
circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, in- casado, recém-nascido, sem-terra.
fra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, 9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-
pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, guarani: açu, guaçu e mirim.
tele, ultra, vice, etc.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra
iniciada por h. 10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que
ocasionalmente se combinam, formando não propriamente
Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro, macro- vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
história, mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-
homem, ultra-humano. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde 11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perde-
o h). ram a noção de composição.
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal Exemplos: girassol, madressilva, mandachuva, paraquedas,
diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. paraquedista, pontapé.
Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, 12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma
antieducativo, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele
autoinstrução, coautor, coedição, extraescolar, infraestrutura, deve ser repetido na linha seguinte.
plurianual, semiaberto, semianalfabeto, semiesférico, semio- Exemplos: Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
paco. O diretor recebeu os ex-alunos.
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo Resumo
elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, Emprego do hífen com prefixos.
coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coo- Regra básica - Sempre se usa o hífen diante de h: anti-
cupante etc. higiênico, super-homem.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o Outros casos:
segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. 1. Prefixo terminado em vogal: Sem hífen diante de vogal
Exemplos: anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoprote- diferente: autoescola, antiaéreo.
ção, coprodução, geopolítica, microcomputador, pseudopro- Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
fessor, semicírculo, semideus, seminovo, ultramoderno. semicírculo.
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Sem hífen diante de r e s.
Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o ondas.
segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-
se essas letras. 2. Prefixo terminado em consoante:
Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
Exemplos: antirrábico, antirracismo, antirreligioso, antirrugas, bibliotecário.
antissocial, biorritmo, contrarregra, contrassenso, cosseno, Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
infrassom, microssistema, minissaia, multissecular, neorrea- persônico.
lismo, neossimbolista, semirreta, ultrarresistente, Ultrassom. Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o Observações:
segundo elemento começar pela mesma vogal. 1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de pala-
Exemplos: anti-ibérico, anti-imperialista, anti-inflacionário, anti- vra iniciada por r sub-região, sub-raça etc.
inflamatório, auto-observação, contra-almirante, contra-atacar, Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem
contra-ataque micro-ondas micro-ônibus semi-internato, semi- hífen: subumano, subumanidade.
interno. 2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-
o segundo elemento começar pela mesma consoante. americano etc.
Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub- 3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento,
bibliotecário, super-racista, super-reacionário, super- mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar,
resistente, super-romântico. cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
Atenção: Nos demais casos não se usa o hífen. 4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, almirante etc.
superproteção. 5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra a noção de composição, como girassol, madressilva, manda-
iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. chuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala- 6. Com os prefi-
vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan- xos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se
americano etc. sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
hífen se o segundo elemento começar por vogal. ¨
Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, Fonte: Guia Prático da Nova Ortografia - Douglas Tufano
interestelar, interestudantil, superamigo, superaquecimento, Editora Melhoramentos - Agosto de 2008
supereconômico, superexigente, superinteressante, superoti-
mismo.

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Novo Acordo Ortográfico é adiado para 2016 Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
O objetivo de adiar a vigência do novo Acordo Ortográfi- texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
co visa a alinhar o cronograma brasileiro com o de outros
países e dar um maior prazo de adaptação às pessoas. 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Prorrogação visa a alinhar cronograma brasileiro com o de outros países, 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
como Portugal. até o fim, ininterruptamente;
A vigência obrigatória do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos
adiada pelo governo brasileiro por mais três anos. A implementação inte- umas três vezes ou mais;
gral da nova ortografia estava prevista para 1º de janeiro de 2013, contudo, 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
o Governo Federal adiou para 1º de janeiro de 2016, prazo estabelecido 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
também por Portugal. 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
Assinado em 1990 por sete nações da Comunidade de Países de Língua 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
Portuguesa (CPLP) e adotado em 2008 pelos setores público e privado, o ensão;
Acordo tem como objetivo unificar as regras do português escrito em todos 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
os países que têm a língua portuguesa como idioma oficial. A reforma respondente;
ortográfica também visa a melhorar o intercâmbio cultural, reduzir o custo 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
econômico de produção e tradução de livros e facilitar a difusão bibliográfi- 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
ca nesses países. incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
Nesse sentido, a grafia de aproximadamente 0,5 das palavras em portu- aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
guês teve alterações propostas, a exemplo de ideia, crêem e bilíngue, que, perguntou e o que se pediu;
com a obrigatoriedade do uso do novo Acordo Ortográfico, passaram a ser 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
escritas sem o acento agudo, circunflexo e trema, respectivamente. Com o exata ou a mais completa;
adiamento, tanto a ortografia atual quanto a prevista são aceitas, ou seja, a 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
utilização das novas regras continua sendo opcional até que a reforma lógica objetiva;
ortográfica entre em vigor. 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
Dicas para uma boa interpretação de texto 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
resposta;
Uma boa interpretação de texto é importante para o desenvolvimento 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
pessoal e profissional, por isso elaboramos algumas dicas preciosas para definindo o tema e a mensagem;
auxiliar você nos seus estudos. 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
Você tem dificuldades para interpretar um texto? Se a sua resposta for 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
sim, não se desespere, você não é o único a sofrer com esse problema que simos na interpretação do texto.
afeta muitos leitores. Ex.: Ele morreu de fome.
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros pro- do fato (= morte de "ele").
blemas, afetando não só o desenvolvimento profissional, mas também o Ex.: Ele morreu faminto.
desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de nós inúmeras com- faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
petências, uma delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas quando morreu.;
a uma boa comunicação verbal, mas também à capacidade de entender 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional está relacionado com as estão coordenadas entre si;
a dificuldade de decifrar as entrelinhas do código, pois a leitura mecânica é 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
bem diferente da leitura interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
analogias e criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise Cunegundes
de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar suas dúvidas.
Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores, ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
mas nem por isso deixaremos de contemplar alguns que se fazem essenci- TEXTO NARRATIVO
ais para esse exercício. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos das • As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for-
minúcias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar
suficiente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, dos fatos.
sempre releia, pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos surpre-
endentes que não foram observados anteriormente. Para auxiliar na busca Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou
de sentidos do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais heroína, personagem principal da história.
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do
conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota-
pelo menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal
estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação contracena em primeiro plano.
hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou
apresentando novos conceitos. As personagens secundárias, que são chamadas também de compar-
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra-
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas ção.
pelo autor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos O narrador que está a contar a história também é uma personagem,
nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do tância, ou ainda uma pessoa estranha à história.
autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com cuidado certamente
incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler com Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-
atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
uma técnica, que fará de nós leitores proficientes e sagazes. Agora que alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e
você já conhece nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen-
estudos! Luana Castro Alves Perez

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações Exemplo:
perante os acontecimentos. “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o clÍmax, o dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
desenlace ou desfecho. travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
os verbos de locução podem ser omitidos.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens.
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou Exemplo:
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
resses entre as personagens. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- nos sombrios por vir”.
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- Exemplo:
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
cionados ao principal. hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter (José Lins do Rego)
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
narrativo. terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- unificada.
to que aconteceu depois.
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela pouco.
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
espírito. • Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje-
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
zado por : vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às • Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon- personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen-
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra- to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
tiva que é feito em 1a pessoa. cial e econômico .
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, • Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per- observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. partes mais típicas desse todo.
• Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de • Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos
apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma
qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e
feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. típicos.
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
Formas de apresentação da fala das personagens que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
três maneiras de comunicar as falas das personagens. • Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu-
• Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra- lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É
vés do diálogo. predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer
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convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um parágrafo argumenta-
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. tivo:

TEXTO DISSERTATIVO • Declaração inicial: É uma forma de apresentar com assertivi-


Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- dade e segurança a tese.
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- ‘ A aprovação das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-
com clareza, coerência e objetividade. or ao negro por meio de políticas afirmativas é uma forma de admitir a
diferença social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir de trabalho.’
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. • Interrogação: Cria-se com a interrogação uma relação próxima
com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- introdução.
do o contexto.
‘ Por que nos orgulhamos da nossa falta de consciência coletiva? Por
que ainda insistimos em agir como ‘espertos’ individualistas?’
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- • Citação ou alusão: Esse recurso garante à defesa da tese cará-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois
jetiva da definição do ponto de vista do autor. se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- ‘ As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num as costas e irem embora’. O comentário do fotógrafo Sebastião Salgado
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- sobre o que presenciou na Ruanda é um chamado à consciência públi-
sencadeia a conclusão. ca.’’
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia • Exemplificação: O processo narrativo ou descritivo da exempli-
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- ficação pode conferir à argumentação leveza a cumplicidade. Porém,
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e não interfira
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer no processo persuasivo.
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese
e opinião. ‘ Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe média.
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-
a obra ou ação que realmente se praticou. gundo ‘arrastão’ do mês. Clientes e funcionários são assaltados e amea-
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou çados de morte. O cotidiano violento de São Paulo se faz presente.’’
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so-
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. • Roteiro: A antecipação do que se pretende dizer pode funcionar
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou como encaminhamento de leitura da tese.
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- ‘ Busca-se com essa exposição analisar o descaso da sociedade em
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a relação às coletas seletivas de lixo e a incompetência das prefeituras.’’
respeito de algo.
• Enumeração: Contribui para que o redator analise os dados e
O TEXTO ARGUMENTATIVO exponha seus pontos de vista com mais exatidão.

Um texto argumentativo tem como objetivo convencer alguém das ‘ Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Pau-
nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer lo aponta que as maiores vítimas do abuso sexual são as crianças meno-
tema ou assunto. res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violência se-
xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Pérola Bying-
É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar, ton.’’
depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve,
com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve • Causa e consequência: Garantem a coesão e a concatenação
também conter contra-argumentos, de forma a não permitir a meio da das ideias ao longo do parágrafo, além de conferir caráter lógico ao pro-
leitura que o leitor os faça. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo cesso argumentativo.
que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da ‘ No final de março, o Estado divulgou índices vergonhosos do Idesp
opinião. – indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação para ava-
Geralmente apresenta uma estrutura organizada em três partes: liar a qualidade do ensino (…). O péssimo resultado é apenas conse-
a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese; quência de como está baixa a qualidade do ensino público. As causas
o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e são várias, mas certamente entre elas está a falta de respeito do Estado
a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser que, próximo do fim do 1º bimestre, ainda não enviou apostilas para al-
de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados estatís- gumas escolas estaduais de Rio Preto.
tico, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos - enfim
• Síntese: Reforça a tese defendida, uma vez que fecha o texto
tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor tem
com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentação.
consistência. A conclusão pode apresentar uma possível solução/proposta
Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo.
ou uma síntese. Deve utilizar título que chame a atenção do leitor e utilizar
variedade padrão de língua. ‘ Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que não é o ideal,
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento.
A linguagem normalmente é impessoal e objetiva.
O aspecto mais polêmico era a venda de bebidas alcoólicas nos es-
O roteiro da persuasão para o texto argumentativo:
tádios. A lei eliminou o veto federal, mas não exclui que os organizadores
Na introdução, no desenvolvimento e na conclusão do texto argumen- precisem negociar a permissão em alguns Estados, como São Paulo.’’
tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-
sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluída com suces-

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• Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga- existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se
rante mais credibilidade ao processo argumentativo. transformar na salvação do mundo.
‘ Recolher de forma digna e justa os usuários de crack que buscam Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci-
ajuda, oferecer tratamento humano é dever do Estado. Não faz sentido sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a
isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to- combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada
dos.’’ Mundograduado.org melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.” Profª Francinete
Modelo de Dissertação-Argumentativa
Dissertação expositiva e argumentativa
Meio-ambiente e tecnologia: não há contraste, há solução
A dissertação pode ser feita de maneira expositiva ou argumentativa.
Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre- Expositiva
vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan- A dissertação é expositiva quando há a abordagem de uma verdade indis-
do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia. cutível. O texto oferece um conhecimento ou informação sobre o assunto
através da exposição de ideias, não tomando uma posição sobre elas.
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço a
se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas ao Argumentativa
progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), responsá-
A dissertação argumentativa é aquela que aborda o assunto com uma visão
veis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte, pro-
crítica, onde o autor defende o seu ponto de vista, buscando sempre con-
blemas ambientais que afetam a população.
vencer o leitor através de evidências, juízos, provas e opiniões relevantes.
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar Como interpretar textos
os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de
continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação
nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informa-
podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti- ções específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas
ca. a concursos públicos.

O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló- responder as questões relacionadas a textos.
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si,
existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNI-
transformar na salvação do mundo. CATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).
Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci-
sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma
combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul. transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que
o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retira-
Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual da de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um
dissertativa assim organizada: significado diferente daquele inicial.
1º parágrafo: Introdução com apresentação da tese a ser defendi-
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou
da;
indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso deno-
“Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi- mina-se INTERTEXTO.
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan- INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação
do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.” de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-
se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou
2º parágrafo: Há o desenvolvimento da tese com fundamentos ar- explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na
gumentativos; prova.
“O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço
a se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-
sáveis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte, 1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argu-
problemas ambientais que afetam a população. mentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os
verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos 2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar entre as situações do texto.
os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de 3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade,
continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente opinando a respeito.
nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, 4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só
podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti- parágrafo.
ca.” 5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.
3º parágrafo: A conclusão é desenvolvida com uma proposta de
EXEMPLO
intervenção relacionada à tese.
“O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os TÍTULO DO TEXTO
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló-
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais "O HOMEM UNIDO ”
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não

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PARÁFRASES depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode
A INTEGRAÇÃO DO MUNDO esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor se-
A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE mântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.
A UNIÃO DO HOMEM Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto,
HOMEM + HOMEM = MUNDO pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sedo, deve-se levar em
A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA) consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstân-
cia, a saber:
CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR
QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER ANTECEDENTE.
Fazem-se necessários: MAS DEPENDE DAS CONDIÇÕES DA FRASE.
QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR.
a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura QUEM (PESSOA)
do texto), leitura e prática; CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O POSSUIDOR E DEPOIS, O
OBJETO POSSUÍDO.
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; COMO (MODO)
OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: ONDE (LUGAR)
homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonimia, QUANDO (TEMPO)
polissemia, figuras de linguagem, entre outros. QUANTO (MONTANTE)

c) Capacidade de observação e de síntese e EXEMPLO:

d) Capacidade de raciocínio. Falou tudo QUANTO queria (correto)


Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o de-
INTERPRETAR x COMPREENDER monstrativo O ).

INTERPRETAR SIGNIFICA • VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BARBA-


- EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR. RISMO, SOLECISMO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem
- TIPOS DE ENUNCIADOS expressões que são mal empregadas, e, por força desse hábito cometem-
• Através do texto, INFERE-SE que... se erros graves como:
• É possível DEDUZIR que...
• O autor permite CONCLUIR que... - “ Ele correu risco de vida “, quando a verdade o risco era de morte.
• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que... - “ Senhor professor, eu lhe vi ontem “. Neste caso, o pronome correto
oblíquo átono
COMPREENDER SIGNIFICA
- INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO QUE REALMENTE Dicionário de Interpretação de textos
ESTÁ ESCRITO. A - Atenção ao ler o texto é fundamental.
- TIPOS DE ENUNCIADOS:
• O texto DIZ que... B - Busque a resposta no texto. Não tente adivinhá-la. “Chute” só em
• É SUGERIDO pelo autor que... último caso.
• De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação...
• O narrador AFIRMA... C - Coesão: uma frase com erro de coesão pode tornar um contexto indeci-
frável. Contexto: é o conjunto de ideias que formam um texto ® o conteú-
ERROS DE INTERPRETAÇÃO do.

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpre- D - Deduzir: deduz- se somente através do que o texto informa.
tação. Os mais frequentes são:
E - Erros de Interpretação:
a) Extrapolação (viagem) • Extrapolação ( viagem ): é proibido viajar. Não se pode permitir que o
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no pensamento voe.
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. • Redução: síntese serve apenas para facilitar o entendimento do contexto
e para fixar a ideia principal. Na hora de responder lê-se o texto novamente.
b) Redução • Contradição: é proibido contradizer o autor. Só se contradiz se solicitado.
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esque-
cendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente F – Figuras de linguagem: conhecê-las bem ajudam a compreender o
para o total do entendimento do tema desenvolvido. texto e, até, as questões.

c) Contradição G – Gramática: é a “alma” do texto. Sem ela, não haverá texto interpretá-
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o vel. Portanto, estude-a bastante.
tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão.
H - História da Literatura: reconhecer as escolas e os gêneros literários é
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do fundamental. Revise seus apontamentos de literatura.
leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso qualquer, o que
deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais. I – Interpretação: o ato de interpretar tem primeiro e principal objetivo a
identificação da ideia principal. • Intertexto: são as citações que comple-
COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam pala- mentam, ou reforçam, o enfoque do autor .
vras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coe-
são dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NE- J – Jamais responda “de cabeça”. Volte sempre ao texto.
XOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que
se vai dizer e o que já foi dito. L – Localizar-se no contexto permite que o candidato DESCUBRA a
resposta.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles,
está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este M – Mensagem: às vezes, a mensagem não é explícita, mas o contexto

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informa qual a intenção do autor. isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas, demons-
trando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as mãos,
N – Nexos: são importantíssimos na coesão. Estude os pronomes relativos um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
e as conjunções.
Como você deve ter observado, nesse parágrafo, o narrador conta-nos
O – Observação: se você não é bom observador, comece a praticar HOJE, um fato acontecido com seu primo. É, pois, um parágrafo narrativo. Anali-
pois essa capacidade está intimamente ligada à atenção. OBSERVAÇÃO semos, agora, o parágrafo quanto à estrutura.
= ATENÇÃO = BOA INTERPRETAÇÃO. As ideias foram organizadas da seguinte maneira:

P – Parafrasear: é dizer o mesmo que está no texto com outras palavras. É Ideia principal:
o mais conhecido “pega – ratão“ das provas. Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.
Q – Questões de alternativas ( de “a” a “e” ): devem ser todas lidas.
Nunca se convença de que a resposta é a letra “a” . Duvide e leia até a letra Ideias secundárias:
“e”, pois a resposta correta pode estar aqui.
Com isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas,
demonstrando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as
R – Roteiro de Interpretação
mãos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Na hora de interpretar um texto, alguns cuidados são necessários: A ideia principal, como você pode observar, refere-se a uma ação peri-
gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundárias
a) ler atentamente todo o texto, procurando focalizar sua ideia central; complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador
b) interpretar as palavras desconhecidas através do contexto; conseguiu sair-se da perigosa situação em que se encontrava.
c) reconhecer os argumentos que dão sustentação a ideia central;
d) identificar as objeções à ideia central; Os parágrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado
e) sublinhar os exemplos que foram empregados como ilustração da ideia de ideias secundárias. Entretanto, é muito comum encontrarmos, em pará-
central; grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:
f) antes de responder as questões, ler mais de uma vez todo o texto, fazen- O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.
do o mesmo com as questões e as alternativas;
g) a cada questão, voltar ao texto, não responder “de cabeça”; Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram
h) se preferir, faça anotações à margem ou esquematize o texto; aproveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram con-
i) se o enunciado pedir a ideia principal, ou tema, estará situada na introdu- tentes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela mãe.
ção, na conclusão, ou no título; Nesse trecho, há dois parágrafos.
j) se o enunciado pedir a argumentação, esta estará localizada, normalmen-
te, no corpo do texto. No primeiro, só há uma ideia desenvolvida, que corresponde à ideia
principal do parágrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.
S – Semântica: é a parte da gramática que estuda o significado das pala-
No segundo, já podemos perceber a relação ideia principal + ideias
vras. É bom estudar: homônimos e parônimos, denotação e conotação,
secundárias. Observe:
polissemia, sinônimos e antônimos. Não esqueça que a mudança de um “i “
para “e” pode mudar o significado da palavra e do contexto. Ideia principal:

IMINENTE - EMINENTE Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram


aproveitar o bom tempo.
T – Texto: basicamente, é um conjunto de IDEIAS (Assun- Ideia secundárias:
to) ORGANIZADAS (Estrutura). (INTRODUÇÃO-ARGUMENTAÇÃO-
CONCLUSÃO) Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos,
levando um farto lanche, preparado pela mãe.
U – Uma vez, contaram a você que existem a ótica do escritor e a ótica do
Agora que já vimos alguns exemplos, você deve estar se perguntando:
leitor. É MENTIRA! Você deve responder às questões de acordo com o
“Afinal, de que tamanho é o parágrafo?”
escritor.
Bem, o que podemos responder é que não há como apontar um pa-
V – Vícios: esses “errinhos” do cotidiano atrapalham muito na interpreta- drão, no que se refere ao tamanho ou extensão do parágrafo.
ção. Não deixe que eles interfiram no seu conhecimento.
Há exemplos em que se veem parágrafos muito pequenos; outros, em
X – Xerocar os conteúdos, isto é, decorá-los não é o suficiente: é necessá- que são maiores e outros, ainda, muito extensos.
rio raciocinar. Também não há como dizer o que é certo ou errado em termos da ex-
tensão do parágrafo, pois o que é importante mesmo, é a organização das
Z – Zebra não existe: o que existe é a falta de informação. Portanto, infor- ideias. No entanto, é sempre útil observar o que diz o dito popular – “nem
me-se! oito, nem oitenta…”.
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/como- Assim como não é aconselhável escrevermos um texto, usando apenas
interpretar-textos parágrafos muito curtos, também não é aconselhável empregarmos os
muito longos.
Essas observações são muito úteis para quem está iniciando os traba-
A ideia principal e as secundárias lhos de redação. Com o tempo, a prática dirá quando e como usar parágra-
Para treinarmos a redação de pequenos parágrafos narrativos, vamos fos – pequenos, grandes ou muito grandes.
nos colocar no papel de narradores, isto é, vamos contar fatos com base na Até aqui, vimos que o parágrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia
organização das ideias. principal e outras secundárias. Isso não significa, no entanto, que sempre a
Leia o trecho abaixo: ideia principal apareça no início do parágrafo. Há casos em que a ideia
secundária inicia o parágrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o
Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro exemplo:
quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com

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As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo situações formais, modalidades diferentes das usadas em situações infor-
estremeceu violentamente sob meus pés. Logo percebi que se tratava de mais, com o objetivo de adequar o nível vocabular e sintático ao ambiente
um terremoto. linguístico em que se está.
Observe que a ideia mais importante está contida na frase: “Logo per- 3. Geográfica: há variações entre as formas que a língua portuguesa
cebi que se tratava de um terremoto”, que aparece no final do parágrafo. assume nas diferentes regiões em que é falada. Basta prestar atenção na
As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmação: expressão de um gaúcho em contraste com a de um amazonense. Essas
“as estacas tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu variações regionais constituem os falares e os dialetos. Não há motivo
violentamente sob meus pés” e estas estão localizadas no início do pará- linguístico algum para que se considere qualquer uma dessas formas
grafo. superior ou inferior às outras.
Então, a respeito da estrutura do parágrafo, concluímos que as ideias 4. Social: o português empregado pelas pessoas que têm acesso à
podem organizar-se da seguinte maneira: escola e aos meios de instrução difere do português empregado pelas
pessoas privadas de escolaridade.
Ideia principal + ideias secundárias
Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que
ou goza prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por emprega-
Ideias secundárias + ideia principal rem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade
de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e
É importante frisar, também, que a ideia principal e as ideias se- cujo domínio é solicitado como modo de ascensão profissional e social.
cundárias não são ideias diferentes e, por isso, não podem ser separadas Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que
em parágrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundárias deve- alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por aqueles que
mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia não fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de língua proporciona
principal e mantê-las juntas no mesmo parágrafo. Com isso, estaremos o reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim
evitando e repetição de palavras e assegurando a sua clareza. É importan- se formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar ainda
te, ao termos várias ideias secundárias, que sejam identificadas aquelas a variante de acordo com a faixa etária e o sexo.
que realmente se relacionam à ideia principal. Esse cuidado é de grande
valia ao se redigir parágrafos sobre qualquer assunto. Língua padrão e não padrão

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA A língua padrão está ligada à variedade escrita, culta da língua portu-
guesa. Ela é considerada formal, "correta", e deve ser usada em ocasiões
FALA E ESCRITA mais formais, tanto na escrita , quanto na fala.
Registros, variantes ou níveis de língua(gem) A língua não-padrão está ligada à variedade falada, coloquial da nossa
língua. Ela é considerada informal, mais flexível e permite alguns usos que
A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode devem ser evitados quando escrevemos : gírias, abreviações, falta dos
transformar-se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com plurais nas palavras, etc.Porém, às vezes, encontramos essa variedade
atuais, perceberemos grandes mudanças no estilo e nas expressões. Por não-padrão também na variedade escrita : em textos como poesias,
que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que conside- propagandas , jornal,etc. christina luisa
rar múltiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e status cultural
dos falantes.
AS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA
Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência
dos parâmetros utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma Enquanto a língua falada é espontânea e natural, a língua escrita precisa
pessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situação sociocultural seguir algumas regras. Embora sejam expressões de um mesmo idio-
dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis diferentes de língua. ma, cada uma tem a sua especificidade. A língua falada é a mais natu-
Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois ral, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua escrita, por
tipos de língua: a falada e a escrita. seu lado, só é aprendida depois que dominamos a língua falada. E ela
não é uma simples transcrição do que falamos; está mais subordinada
A língua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional, às normas gramaticais. Portanto requer mais atenção e conhecimento
grupal (gíria ou técnica). Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de de quem fala. Além disso, a língua escrita é um registro, permanece ao
calão. longo do tempo, não tem o caráter efêmero da língua falada.
Língua falada:
Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser
· Palavra sonora
que o estilo permita, ou seja, se estamos dissertando – e, nesse tipo de
· Requer a presença dos interlocutores
redação, usa-se, geralmente, a língua-padrão – não podemos passar desse
· Ganha em vivacidade
nível para um como a gíria, por exemplo.
· É espontânea e imediata
Variação linguística: como falantes da língua portuguesa, percebe- · Uso de frases feitas
mos que existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma · É repetitiva e redundante
bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos · O contexto extralinguístico é importante
meios de comunicação. Essa diferença pode manifestarse tanto pelo voca- · A expressividade permite prescindir de certas regras
bulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase. · A informação é permeada de subjetividade e influenciada pela pre-
sença do
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma interlocutor
forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e · Recursos: signos acústicos e extralinguísticos, gestos, entorno físico e
extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica, psíquico
o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do Língua escrita:
contexto. Essas diferenças constituem as variações linguísticas. · Palavra gráfica
Observe abaixo as especificidades de algumas variações: · É possível esquecer o interlocutor
· É mais sintética e objetiva
1. Profissional: no exercício de algumas atividades profissionais, o · A redundância é apenas um recurso estilístico
domínio de certas formas de línguas técnicas é essencial. As variações · Ganha em permanência
profissionais são abundantes em termos específicos e têm seu uso restrito · Mais correção na elaboração das frases
ao intercâmbio técnico. · Evita a improvisação
2. Situacional: as diferentes situações comunicativas exigem de um · Pobreza de recursos não-linguísticos; uso de letras, sinais de pontua-
mesmo indivíduo diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em ção

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· É mais precisa e elaborada Numa primeira leitura, temos sempre uma noção muito vaga do que o
· Ausência de cacoetes linguísticos e vulgarismos autor quis dizer. Uma leitura bem feita é aquela capaz de depreender de um
texto ou de um livro a informação essencial. Tudo deve ajustar-se a elas de
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL forma precisa. A tarefa do leitor é detectá-las, a fim de realizar uma leitura
capaz de dar conta da totalidade do texto.
Linguagem Verbal - Existem várias formas de comunicação. Quando o
homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemos Por adquirir tal importância na arquitetura textual, as palavras-chave
que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas:
palavra. Tal código está presente, quando falamos com alguém, quando repetidas, modificadas, retomadas por sinônimos. Elas pavimentam o
lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicação caminho da leitura, levando-nos a compreender melhor o texto. Além disso,
mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita, fornecer a pista para uma leitura reconstrutiva porque nos levam à essência
expomos aos outros as nossas ideias e pensamentos, comunicando-nos da informação. Após encontrar as palavras-chave de um texto, devemos
por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. Ela está tentar reescrevê-lo, tomando-as como base. Elas constituem seu esqueleto.
presente em textos em propagandas;
AS IDEIAS-CHAVE
em reportagens (jornais, revistas, etc.);
Muitas vezes temos dificuldades para chegar à síntese de um texto só
em obras literárias e científicas; pelas palavras-chave. Quando isso acontece, a melhor solução é buscar
suas ideias-chave. Para tanto é necessário sintetizar a ideia de cada pará-
na comunicação entre as pessoas;
grafo.
em discursos (Presidente da República, representantes de classe, can-
didatos a cargos públicos, etc.); TÓPICO FRASAL

e em várias outras situações. Um parágrafo padrão inicia-se por uma introdução em que se encontra
a ideia principal desenvolvida em mais períodos. Segundo a lição de Othon
Linguagem Não Verbal M. Garcia em sua Comunicação em prosa moderna (p. 192), denomina-
se tópico frasal essa introdução. Depois dela, vem o desenvolvimento e
pode haver a conclusão. Um texto de parágrafo:
“Em todos os níveis de sua manifestação, a vida requer certas condi-
ções dinâmicas, que atestam a dependência mútua dos seres vivos. Ne-
cessidades associadas à alimentação, ao crescimento, à reprodução ou a
outros processos biológicos criam, com frequência, relações que fazem do
bem-estar, da segurança e da sobrevivência dos indivíduos matérias de
interesse coletivo”. FERNANDES, Florestan. Elementos de sociologia
teórica 2. ed. São Paulo: Nacional, 1974, p. 35.
Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que é proibido fumar em
Neste parágrafo, o tópico frasal é o primeiro período (Em .... vivos). Se-
um determinado local. A linguagem utilizada é a não-verbal pois não utiliza
gue-se o desenvolvimento especificando o que é dito na introdução. Se o
do código "língua portuguesa" para transmitir que é proibido fumar. Na
tópico frasal é uma generalização, e o desenvolvimento constitui-se de
figura abaixo, percebemos que o semáforo, nos transmite a ideia de aten-
especificações, o parágrafo é, então, a expressão de um raciocínio deduti-
ção, de acordo com a cor apresentada no semáforo, podemos saber se é
vo. Vai do geral para o particular: Todos devem colaborar no combate às
permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção (amarelo) ou se é
drogas. Você não pode se omitir.
proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.
Se não há tópico frasal no início do parágrafo e a síntese está na con-
clusão, então o método é indutivo, ou seja, vai do particular para o geral,
dos exemplos para a regra: João pesquisou, o grupo discutiu, Lea redigiu.
Todos colaborando, o trabalho é bem feito.
PARAGRAFAÇÃO
A PARAGRAFAÇÃO
NO/DO TEXTO DISSERTATIVO
(Partes deste capítulo foram adaptados/tirados de PACHECO, Agnelo
Como você percebeu, todas as imagens podem ser facilmente decodi- C. A dissertação. São Paulo: Atual, 1993 e de SOBRAL, João Jonas Veiga.
ficadas. Você notou que em nenhuma delas existe a presença da palavra? Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997)
O que está presente é outro tipo de código. Apesar de haver ausência da
O texto dissertativo é o tipo de texto que expõe uma tese (ideias gerais
palavra, nós temos uma linguagem, pois podemos decifrar mensagens a
sobre um assunto/tema) seguida de um ponto de vista, apoiada em argu-
partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo código não é a palavra,
mentos, dados e fatos que a comprovem.
denomina-se linguagem não-verbal, isto é, usam-se outros códigos (o
desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica, as cores) “A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois, lendo, o indivíduo
Fonte: www.graudez.com.br tem contato com modelos de textos bem redigidos que, ao longo do tempo,
farão parte de sua bagagem linguística; e também porque entrará em
AS PALAVRAS-CHAVE contato com vários pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando,
Ninguém chega à escrita sem antes ter passado pela leitura. Mas leitu- dessa forma, sua própria visão em relação aos assuntos. Como a produção
ra aqui não significa somente a capacidade de juntar letras, palavras, escrita se baseia praticamente na exposição de ideias por meio de pala-
frases. Ler é muito mais que isso. É compreender a forma como está tecido vras, certamente aquele que lê desenvolverá sua habilidade devido ao
o texto. Ultrapassar sua superfície e aferir da leitura seu sentido maior, que enriquecimento linguístico adquirido através da leitura de bons autores.”
muitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de leitores. Só No texto acima temos uma ideia defendida pelo autor:
uma relação mais estreita do leitor com o texto lhe dará esse sentido. Ler
bem exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita comple- TESE/TÓPICO FRASAL: “A leitura auxilia o desenvolvimento da escri-
mentam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos apreender os proce- ta.”
dimentos linguísticos necessários a uma boa redação.
Em seguida o autor defende seu ponto de vista com os seguintes ar-
gumentos:

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ARGUMENTOS: A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fa-
zer uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor.
(1)“...lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bem redigi-
dos que ao longo do tempo farão parte de sua bagagem linguística e, Definição
também, (2) porque entrará em contato com vários pontos de vista de
intelectuais diversos, (3) ampliando, dessa forma, a sua própria visão em O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo,
relação aos assuntos.” E por fim, comprovada a sua tese, veja que a ideia isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um
desta é recuperada: modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabe-
lecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais
CONCLUSÃO: “Como a produção escrita se baseia praticamente na ou mesmo a construção cultural, mas que dão também, as formas de ação
exposição de ideias por meio de palavras, certamente aquele que lê desen- humana.
volverá sua habilidade devido ao enriquecimento linguístico adquirido
através da leitura de bons autores.” ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Te-
mas de Filosofia.São Paulo, Moderna, 1992. p.62.
Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um de-
terminado ponto de vista em relação a um assunto qualquer e convencer o A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafo-chave,
leitor de que este ponto de vista está correto. Poderíamos afirmar que o sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo
texto dissertativo é um exercício de cidadania, pois nele o indivíduo exerce o primeiro parágrafo.
seu papel de cidadão, questionando valores, reivindicando algo, expondo Divisão
pontos de vista, etc.
Predominam ainda no Brasil convicções errôneas sobre o problema da
Pode-se dizer que: exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder públi-
A paragrafação com tópico frasal seguido pelo desenvolvimento é uma co e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordi-
forma de organizar o raciocínio e a exposição das ideias de maneira clara e nários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que combate à margi-
facilmente compreensível. Quando se tem um plano em que os tópicos nalidade social em Nova York vem contando co intensivos esforços do
principais foram selecionados e poder público e ampla participação da iniciativa privada. Folha de S. Paulo,
17 dez.1996.
dispostos de modo a haver transição harmoniosa de um para outro, é
fácil redigir. Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção
que o parágrafo vai tomar. O autor terá de explicitá-las na frase seguinte.
O TÓPICO FRASAL DO PARÁGRAFO: geralmente vem no começo
do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a ideia Oposição
central e podem ou não concluir a ideia deste parágrafo. De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo
O DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO: é a explanação da ideia governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabó-
exposta no tópico frasal. Devemos desenvolver nossas ideias de maneira licas, aparelhos de videocassete. É este o paradoxo que vive a educação
clara e convincente, utilizando argumentos e/ou ideias sempre tendo em no Brasil.
vista a forma como iniciamos o parágrafo. As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado/ de outro)
A CONCLUSÃO DO PARÁGRAFO encerra o desenvolvimento, com- que estabelecerá o rumo da argumentação.
pleta a discussão do assunto (opcional) Também se pode criar uma oposição dentro da frase, como neste
FORMAS DISCURSIVAS DO PARÁGRAFO exemplo:

A) DESCRITIVO: a matéria da descrição é o objeto. Não há persona- “Vários motivos me levaram a este livro. Dois se destacaram pelo grau
gens em movimento (atemporal). O autor/produtor deve apresentar o de envolvimento: raiva e esperança. Explico-me: raiva por ver o quanto à
objeto, pessoa, paisagem etc, de tal forma que o leitor consiga distinguir o cultura ainda é vista como artigo supérfluo em nossa terra, esperança por
ser descrito. observar quantos movimentos culturais têm acontecido em nossa história, e
quase sempre como forma de resistência e/ou transformação (...)” FEIJÓ,
B) NARRATIVO: a matéria da narração é o fato. Uma maneira eficiente Martin César. O que é política cultural. São Paulo, Brasiliense, 1985.p.7.
de organizá-lo é respondendo à seis perguntas: O quê? Quem? Quando?
Onde? Como? Por quê? O autor estabelece a oposição e logo depois explica os termos que a
compõem.
C) DISSERTATIVO: a matéria da dissertação é a análise (discussão).
Alusão histórica
ELABORAÇÃO/ PLANEJAMENTO DE PARÁGRAFOS
Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-
Ter um assunto oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As
fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de
Delimitá-lo, traçando um objetivo: o que pretende transmitir? competição.
Elaborar o tópico frasal; desenvolvê-lo e concluí-lo O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto.
PARÁGRAFO-CHAVE: FORMAS PARA COMEÇAR UM TEXTO O leitor é situado no tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema.
Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de forma criati- Pergunta
va. Ele deve atrair a atenção do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os
como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo hoje, a contribuintes já estão cansados de tirar do bolso para tapar um buraco que
cada dia que passa, no mundo em vivemos, na atualidade. parece não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para
Listamos aqui algumas formas de começar um texto. Elas vão das mais alimentar um sistema que só parece piorar. A pergunta não é respondida de
simples às mais complexas. imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o tema e será
respondida ao longo da argumentação.
Declaração
Citação
É um grande erro a liberação da maconha. Provocará de imediato vio-
lenta elevação do consumo. O Estado perderá o controle que ainda exerce “As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não
sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de chorarem mais, trazem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as
viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda. Alberto costas e irem embora.” O comentário, do fotógrafo Sebastião Salgado,
Corazza, Isto é, 20 dez. 1995. falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de letargia

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ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo. DI FRANCO, Carlos 2. Coesão sequencial – é feita por conectores ou operadores discursi-
Alberto. Jornalismo, ética e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p. 73. vos, isto é, palavras ou expressões responsáveis pela criação de relações
semânticas ( causa, condição, finalidade, etc.). São exemplos de conecto-
A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pe- res: mas, dessa forma, portanto, então, etc..
la palavra comentário da segunda frase.
Exemplo:
Comparação
a. Ele é rico, mas não paga suas dívidas.
O tema de reforma agrária está a bastante tempo nas discussões sobre
os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o Observe que o vocábulo “mas” não faz referência a outro vocábulo;
movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passa- apenas conecta (liga) uma ideia a outra, transmitindo a ideia de compensa-
do e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber ção.
algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam
elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor 3. Coesão recorrencial – é realizada pela repetição de vocábulos ou
e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. OLIVEIRA, de estruturas frasais.
Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. São Paulo, Ática, 1991. p.101. semelhantes.
Para introduzir o tema da reforma agrária, o autor comparou a socieda- Exemplos;
de de hoje com a do final do século XIX, mostrando a semelhança de
comportamento entre elas. a. Os carros corriam, corriam, corriam.

Afirmação b. O aluno finge que lê, finge que ouve, finge que estuda.

A profissionalização de uma equipe começa com a procura e aquisição Coerência textual é a relação que se estabelece entre as diversas
das pessoas que tenham experiência e as aptidões adequadas para o partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao en-
desempenho da tarefa, especialmente quando esta é imediata. (Desenvol- tendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou
vimento ) As pessoas já virão integrar a equipe sem precisar de treinamen- lê.
to profissionalizante, podendo entrar em ação logo após seu ingresso. OBS: pode haver texto com a presença de elementos coesivos, e não
Alternativamente, ou quando se dispõe de tempo, pode-se recrutar apresentar coerência.
pessoas inexperientes, mas que demonstrem o potencial para desenvolver Exemplo:
as aptidões e o interesse em fazer parte da equipe ou dedicar-se a sua
missão. Sempre que possível, uma equipe deve procurar combinar pessoas O presidente George W.Bush está descontente com o grupo Talibã.
experientes e aprendizes em sua composição, de modo que os segundos Estes eram estudantes da escola fundamentalista. Eles, hoje, governam o
aprendam com os primeiros. (conclusão) A falta de um banco de reservas, afeganistão. Os afegãos apóiam o líder Osama Bin Laden. Este foi aliado
muitas vezes, pode ser um obstáculo à própria evolução da equipe.” (Ma- dos Estados Unidos quando da invasão da União Soviética ao Afeganistão.
ximiniano, 1986:50 )
Comentário:
ARTICULAÇÃO ENTRE PARÁGRAFOS
Ninguém pode dizer que falta coesão a este parágrafo. Mas de que se
COESÃO E COERÊNCIA trata mesmo? Do descontentamento do presidente dos Estados Unidos? Do
grupo Talibã? Do povo Afegão?
Articulação entre os parágrafos
Do Osama Bin Laden? Embora o parágrafo tenha coesão, não apre-
A articulação dos/entre parágrafos depende da coesão e coerência. senta coerência, entendimento.
Sem um deles, ainda assim, é possível haver entendimento textual, entre-
tanto, há necessidade de ter domínio da língua e do contexto para escrever Pode ainda um texto apresentar coerência, e não apresentar elementos
um texto de tal forma. Dependendo da tipologia textual, a articulação textual coesivos. Veja o texto seguinte:
se dá de forma diferente. Na narração, por exemplo, não há necessidade
Como se conjuga um empresário
de ter um parágrafo com mais de um período. Um parágrafo narrativo pode
ser apenas “Oi”. Já a dissertação necessita ter ao menos um parágrafo com Mino
introdução e desenvolvimento (conclusão; opcional). Assim também varia a
necessidade de números de parágrafos para cada texto. Para se obter um “Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-
bom texto, são necessários também: concisão, clareza, correção, adequa- se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraçou. Saiu. Entrou. Cumprimen-
ção de linguagem, expressividade. tou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cum-
primentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu.
Coerência e Coesão Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Vendeu. Vendeu. Ganhou.
Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu.
Para não ser ludibriado pela articulação do contexto, é necessário que
Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Deposi-
se esteja atento à coesão e à coerência textuais.
tou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou.
Coesão textual é o que permite a ligação entre as diversas partes de Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou.
um texto. Pode-se dividir em três segmentos: Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou.
Lesou. Demitiu. Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou. Convidou.
1. Coesão referencial – é a que se refere a outro(s) elemento(s) do Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraçou. Deitou-se. Mexeu. Gemeu. Fungou.
mundo textual. Babou. Antecipou. Frustrou. Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se. Pre-
Exemplos: senteou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou.
Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocu-
a) O presidente George W.Bush ficou indignado com o ataque no pou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se. Te-
World Trade Center. Ele afirmou que “castigará” os culpados. (retomada de meu. Levantou. Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dor-
uma palavra gramatical – referente “Ele” + “ Presidente George W.Bush”) miu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se... Comentário:
b) De você só quero isto: a sua amizade (antecipação de uma palavra O texto nos mostra o dia-a-dia de um empresário qualquer. A estrutura
gramatical – “isto” = “a sua amizade” textual – somente verbos – não apresenta elementos coesivos; o que se
c) O homem acordou feliz naquele dia. O felizardo ganhou um bom di- encontra são relações de sentido, isto é, o texto retrata a visão do seu
nheiro na loteria. ( retomada por palavra lexical – “o felizardo” = “o homem”) autor, no caso, a de que todo empresário é calculista e desonesto.

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Há palavras e expressões que garantem transições bem feitas e que Nesta relação de substituição por sinônimos, devemos ter cautela
estabelecem relações lógicas entre as diferentes ideias apresentadas no quando formos usar os “hiperônimos” (p.32), ou até mesmo a “hiponímia”
texto. Fonte: UNINOVE (p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-
tituições pode-se causar desajustes e o resultado final não fazer com que a
ESTRUTURAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO TEXTO imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-
lação, errônea, pode ser utilizada.
Resenha Critica de Articulação do Texto
Amanda Alves Martins Seguindo ainda neste linear das substituições, existem ainda as “nomi-
Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, da autora Elisa Guima- nações” e a “elipse”, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por
rães um verbo é substituído por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto
na segunda, ou seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado pela flexão
No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do Texto, a autora procura verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de
esclarecer as dúvidas referentes à formação e à compreensão de um texto Elisa Guimarães:
e do seu contexto. “Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presença suave. Mil
deles não causam o incômodo de dez cearenses.
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de __Não grita, ___ não empurram< ___ não seguram o braço da gente,
uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensáveis para a ___ não impõem suas opiniões. Para os importunos inventaram eles uma
sua construção, como “as intenções do falante (emissor), o jogo de ima- palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para
gens conceituais, mentais que o emissor e destinatário executam.”(Manuel essa casta de gente (...)” (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas
P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode existir de forma escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, p.82).
única e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto
semanticamente para que haja um entendimento e uma compreensão Porém é preciso especificar que para que haja a elipse o termo elíptico
deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli- deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais já
cam de forma recíproca. ditos anteriormente são primordiais para a compreensão e produção textu-
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande
Completando o processo de formação de um texto, a autora nos escla- valor para tais feitos.
rece que a economia de linguagem facilita a compreensão dele, sendo
indispensável uma ligação entre as partes, mesmo havendo um corte de Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, a autora procura pri-
trechos considerados não essenciais. meiramente retomar a noção de que a construção do texto é feita através
de “referentes linguísticos” (p.38) que geram um conjunto de frases que irão
Quando o tema é a “situação comunicativa” (p.7), a autora nos esclare- constituir uma “microestrutura do texto” (p.38) que se articula com a estrutu-
ce a relação texto X contexto, onde um é essencial para esclarecermos o ra semântica geral. Porém, a dificuldade de se separar a coesão da coe-
outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con- rência está no fato daquela está inserida nesta, formando uma linha de
forme são inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi- raciocínio de fácil compreensão, no entanto, quando ocorre uma incoerên-
mento de que não podemos considerar isoladamente os seus conceitos e cia textual, decorrente da incompatibilidade e não exatidão do que foi
sim analisá-los de acordo com o contexto semântico ao qual está inserida. escrito, o leitor também é capaz de entender devido a sua fácil compreen-
são apesar da má articulação do texto.
Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra texto estende-se a
uma enorme vastidão, podendo designar “um enunciado qualquer, oral ou A coerência de um texto não é dada apenas pela boa interligação entre
escrito, longo ou breve, antigo ou moderno” (p.14) e ao contrário do que as suas frases, mas também porque entre estas existe a influência da
muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen- coerência textual, o que nos ajuda a concluir que a coesão, na verdade, é
to, uma frase, um verbo ect e não apenas na reunião destes com mais efeito da coerência. Como observamos em Nova Gramática Aplicada da
algumas outras formas de enunciação; procurando sempre uma objetivida- Língua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):
de para que a sua compreensão seja feita de forma fácil e clara.
A coesão e a coerência trazem a característica de promover a inter-
Esta economia textual facilita no caminho de transmissão entre o enun- relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que
ciador e o receptor do texto que procura condensar as informações recebi- chamamos de conectividade textual. “A coerência diz respeito ao nexo
das a fim de se deter ao “núcleo informativo” (p.17), este sim, primordial a entre os conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguísti-
qualquer informação. co” (VAL, Maria das Graças Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7)

A autora também apresenta diversas formas de classificação do discur- No capítulo que diz respeito às noções de estrutura, Elisa Guimarães,
so e do texto, porém, detenhamo-nos na divisão de texto informativo e de busca ressaltar o nível sintático representado pelas coordenações e subor-
um texto literário ou ficcional. dinações que fixam relações de “equivalência” ou “hierarquia” respectiva-
mente.
Analisando um texto, é possível percebermos que a repetição de um Um fato importante dentro do livro A Articulação do Texto, é o valor atribuí-
nome/lexema, nos induz à lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa do às estruturas integrantes do texto, como o título, o parágrafo, as inter e
biblioteca mental e a informa da importância de tal nome, que dentro de um intrapartes, o início e o fim e também, as superestruturas.
contexto qualquer, ou seja que não fosse de um texto informacional, seria
apenas caracterizado como uma redundância desnecessária. Essa repeti- O título funciona como estratégica de articulação do texto podendo de-
ção é normalmente dada através de sinônimos ou “sinônimos perfeitos” sempenhar papéis que resumam os seus pontos primordiais, como tam-
(p.30) que permitem a permutação destes nomes durante o texto sem que o bém, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.
sentido original e desejado seja modificado.
Os parágrafos esquematizam o raciocínio do escritos, como enuncia
Esta relação semântica presente nos textos ocorre devido às interpre- Othon Moacir Garcia:
tações feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada “semânti- “O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
ca referencial” (p.31) para causar esta busca mental no receptor através de venientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor
palavras semanticamente semelhantes à que fora enunciada, porém, existe acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios”.
ainda o que a autora denominou de “inexistência de sinônimo perfeito”
(p.30) que são sinônimos porém quando posto em substituição um ao outro É bom relembrar, que dentro do parágrafo encontraremos o chamado
não geram uma coerência adequada ao entendimento. tópico frasal, que resumirá a principal ideia do parágrafo no qual esta
inserido; e também encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos

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de parágrafo, cada qual com um ponto de vista específico. consertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se en-
tre nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal)
No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa Guimarães preferiu e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
abordá-los de forma mútua já que um é consequência ou decorrência do • substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço.
outro; ficando a organização da narrativa com uma forma de estrutura O verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar);
clássica e seguindo uma linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o • enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global.
início alimenta a esperança de como virá a ser o texto, enquanto que o fim Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também
exercer uma função de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono
que também, alimenta a imaginação tanto do leito, quanto do próprio autor. (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora con-
ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere
No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação do Texto de Elisa são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta.
Guimarães, ele nos trás um grande número de informações e novos concei- Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso
tos em relação à produção e compreensão textual, no entanto, essa grande avançar, mantendo-se sua unidade.
leva de informações muitas vezes se tornam confusas e acabam por des- 2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de:
prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e
• certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-
dificultando o entendimento teórico.
se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados
como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto,
A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / COERÊNCIA E COESÃO
diferentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à
pessoa que fala e com quem esta fala.
A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa se-
quência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas • certos advérbios e expressões adverbiais;
forma uma cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um • artigos;
entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto • conjunções;
falado ou escrito. Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conectivi- • numerais;
dade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada • elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado
uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem
com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru- recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for-
indo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade ao ças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que
procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio
esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elemen- enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver-
tos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares pú-
as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma
orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os contatos situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e
e conexões e estabelecem sentido ao todo.) contexto (extratextual);
• as concordâncias;
Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto
• a correlação entre os tempos verbais.
coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâ-
mica articuladora e garantem a progressão textual.
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textu-
A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas al, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas
relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os com-
em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos; ponentes concentram em si a significação. Referem os participantes do ato
tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.), de comunicação, o momento e o lugar da enunciação.
na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como
formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos:
um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participan-
gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto. tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções
1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o
dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação. momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou
É garantida com o emprego de: posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti-
mamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de
• enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensa- agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).
gem-tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos su-
cessivos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam rela-
caso, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resul- ções não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também
tado da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como entre frases e sequências de frases dentro de um texto”.
recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As contas do
patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui-
Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá- tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoia-
lo.Enganava.” Vidas secas, p. 143); da no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo
• substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos comunicativo têm da língua.
como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além
das palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológi- A ligação lógica das ideias
cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar, Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele-
voar; mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se
• hipônimos (relações de um termo específico com um termo de estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
sentido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específi- dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse
co, ex.: felino, gato); encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca-
• nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em bular e a elipse.
forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:

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ARTICULAÇÃO
Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são conjun- finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para
ções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos fatos se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais
denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependên- são: para, afim de, para que.
cia de sentido das frases no processo de sequencialização textual. As
ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, consequência, Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida.
finalidade, etc.
conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposi-
Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. ções, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em
Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo. relação a algo afirmado na outra.
Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara.
É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos di- segundo
ferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que consoante
estabelecem. como
de acordo com a solicitação...
Relações de:
adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteúdos temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo
se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de
só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem. duas proposições.
Quando
Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é, Mal
a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.
Assim que
Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se. Depois que
alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por No momento em que
conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres- Nem bem
sar inclusão ou exclusão.
a) concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu-
Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade. dava com afinco.
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada
oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con- uma das proposições.
teúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia, b) um tempo progressivo:
entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.
que, se bem que, mesmo que, etc. • bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía.

O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula. Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portan-
condicionalidade: essa relação é expressa pela combinação de duas to, logo, pois, então, por conseguinte, estabelece uma conclusão em
proposições: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por então relação a algo dito no enunciado anterior:
(consequente), que pode vir implícito. Estabelece-se uma relação entre o
antecedente e o consequente, isto é, sendo o antecedente verdadeiro ou Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito todos os exercícios. Por-
possível, o consequente também o será. tanto tem condições de se sair bem na prova.

Na relação de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma É importante salientar que os articuladores conclusivos não se limitam
condição hipotética, isto é,, cria-se na proposição introduzida pelo articula- a articular frases. Eles podem articular parágrafos, capítulos.
dor se/caso uma hipótese que condicionará o que será dito na proposição
seguinte. Em geral, a proposição situa-se num tempo futuro. Comparação: é estabelecida por articuladores : tanto (tão)...como,
tanto (tal)...como, tão ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que,
Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos Aires. assim como.
Ele é tão competente quanto Alberto.
causalidade: é expressa pela combinação de duas proposições, uma
das quais encerra a causa que acarreta a consequência expressa na outra. Explicação ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por-
Tal relação pode ser veiculada de diferentes formas: que introduzem uma justificativa ou explicação a algo já anteriormente
referido.
Passei no vestibular porque estudei muito
visto que Não se preocupe que eu voltarei
já que pois
uma vez que porque
_________________ _____________________
consequência causa As pausas
Os articuladores são, muitas vezes, substituídos por “pausas” (marca-
das por dois pontos, vírgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar
Estudei tanto que passei no vestibular. tipos de relações diferentes.
Estudei muito por isso passei no vestibular
_________________ ____________________ Compramos tudo pela manhã: à tarde pretendemos viajar. (causalida-
causa consequência de)
Não fique triste. As coisas se resolverão. (justificativa)
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos à flor da pele. ( oposi-
Como estudei passei no vestibular ção)
Por ter estudado muito passei no vestibular Não estive presente à cerimônia. Não posso descrevê-la. (conclusão)
___________________ ___________________ http://www.seaac.com.br/
causa consequência

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A análise de expressões referenciais é fundamental na interpretação do la a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra
discurso. A identificação de expressões correferentes é importante em favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele,
diversas aplicações de Processamento da Linguagem Natural. Expressões o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez
referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo-
podem fazer referência a entidades já mencionadas,podendo fazer uso de ra possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se con-
redução lexical. cretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças especí-
ficas.
Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importantes
na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essencial Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG)
saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os
discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas quan- textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferen-
do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas tes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os
escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou respei- diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe-
tadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem ligações tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é
(espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso. apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a
apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco
Autor e Narrador: Diferenças capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de
Equipe Aprovação Vest levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para,
a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários.
Qual é, afinal, a diferença entre Autor e Narrador? Existe uma diferença
enorme entre ambos. Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca-
Autor da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de
texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a
É um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer- carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele
cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infância e, mais atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual.
eventualmente ainda, pode até tocar trombone, piano, flauta transversal.
Paga imposto. O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo,
muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos.
Narrador Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode
É um ser intradiegético, ou seja, um ser que pertence à história que apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu-
está sendo narrada. Está claro que é um preposto do autor, mas isso não mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero
significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma- de heterogeneidade tipológica.
chado de Assis seria um crápula como Bentinho ou um bígamo, porque,
casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se também com Capitu, foi Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente
amante de Virgília e de um sem-número de mulheres que permeiam seus são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto
contos e romances. como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é
um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri-
O narrador passa a existir a partir do instante que se abre o livro e ele, ção, a injunção e a predição. Travaglia afirma que um texto se define como
em primeira ou terceira pessoa, nos conta a história que o livro guarda. de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de interlocu-
Confundir narrador e autor é fazer a loucura de imaginar que, morto o autor, ção que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função do
todos os seus narradores morreriam junto com ele e que, portanto, não espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto.
disporíamos mais de nenhuma narrativa dele.
Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero
GÊNEROS TEXTUAIS mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextuali-
dade intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu
Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, no texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamen-
literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as te híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro.
funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e
exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um
forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios, intercâmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado
convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias, no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis,
contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis- na opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de
tas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos descrições e comentários dissertativos feitos por meio da narração.

A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu en- Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teórica:
tender, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na • intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
leitura, compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste
pequeno ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Tex-
• heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários
tual e Tipologia Textual, usando, para isso, as considerações feitas por tipos
Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis Travaglia mostra o seguinte:
para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações • conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
a respeito de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia. • intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro

Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen- Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gê-
são e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordial neros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos
o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma
capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para
produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o
de interação humana. autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo
carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes .Ele diz, ainda,
Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco- que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista de

Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação de alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a promessa de
produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários daquele votar que pode ter sido feita a um candidato.
produto.
Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colo-
Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado pa- carei todos. É bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que
ra designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele não
linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as apresenta exemplos de gêneros que tenham uma função social menos
categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swa- rígida, como o bilhete.
les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia
Textual é usado para designar uma espécie de sequência teoricamente Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcusch é a
definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, de Espécie. Para ele, Espécie se define e se caracteriza por aspectos
sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22). formais de estrutura e de superfície linguística e/ou aspectos de conteúdo.
Ele exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo
Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os narrativo: a história e a não-história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta
textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte- as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele
rísticas sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades mostra as Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e
funcionais, estilo e composição característica. comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele apresenta a corres-
pondência com as Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero
Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um romance, ele mostra as Espécies romance histórico, regionalista, fantásti-
modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas co, de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que ponto a Espé-
que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar cie daria conta de todos os Gêneros Textuais existentes. Será que é
ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fa- possível especificar todas elas? Talvez seja difícil até mesmo porque não é
zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo fácil dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes.
e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada
pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em Mar-
não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando cuschi, o oposto também acontece. Este autor discute o conceito de Domí-
o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o nio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes esfe-
produtor vir o receptor como alguém que concorda com ele, surge o discur- ras da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo infor-
so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma perspecti- ma, esses domínios não seriam nem textos nem discursos, mas dariam
va em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma origem a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas
forma, é possível encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de dentro das quais seria possível a identificação de um conjunto de gêneros
comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas apre- que às vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas comunicativas
sentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discur-
faz surgir os tipos descrição, dissertação, injunção e narração. A segun- so jurídico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística,
da perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 e jurídica e religiosa, não abrange gêneros em particular, mas origina vários
não argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação faz surgir deles.
o tipo preditivo. A do comprometimento dá origem a textos do mundo
comentado (comprometimento) e do mundo narrado (não comprometi- Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Mar-
mento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que é para ele tipologia
de maneira geral, no tipo narração. Já os do mundo comentado ficariam no de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo-
tipo dissertação. gias de discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos
discursos e às diversas formações discursivas em que podem estar inseri-
Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma dos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que
função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e uma tipologia de discurso usaria critérios ligados à referência (institucional
vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabe- (discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso petista, de direita,
mos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, linguísti-
com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que co, filosófico, etc), à inter-relação entre elementos da exterioridade (discur-
ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de so autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma tipologia
maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o do discurso.
mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informa-
ções sobre um concurso público, por exemplo. Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando fa-
lam que texto e discurso não devem ser encarados como iguais. Marcus-
Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece chi considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente
que ele diferencia Tipologia Textual de Gênero Textual a partir dessa e corporificada em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso
“qualidade” que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu para ele é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instân-
gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer? cia discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera
o discurso como a própria atividade comunicativa, a própria atividade
Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta produtora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma
sua função social. Os exemplos que ele traz são telefonema, sermão, exterioridade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa
romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc. atividade comunicativa. O texto, para ele, é visto como
uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da lín-
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o
gua em uma situação de interação comunicativa específica, como uma
que, na sua opinião, seria a função social básica comum a cada um: aviso,
unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reco-
comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função social
nhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03).
de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o e-mail
entrariam nessa lista, levando em consideração que o aviso pode ser dado
sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplificando Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que
apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado sua preocupação é com a tipologia de textos, e não de discursos. Marcus-
(com a função social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e- chi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais opera-
mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e voto são cional do que formal.
exemplos com a função de prometer. Para mim o voto não teria essa fun- Travaglia faz uma “tipologização” dos termos Gênero Textual, Tipolo-
ção de prometer. Mas a função de confirmar a promessa de dar o voto a gia Textual e Espécie. Ele chama esses elementos de Tipelementos.

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Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais
(Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie) são básicos na construção e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado
das tipologias e talvez dos textos, numa espécie de analogia com os ele- numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e
mentos químicos que compõem as substâncias encontradas na natureza. concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta
para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar
Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entre-
feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêneros vista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores
Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permi-
com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus tem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de
mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação
apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funcionamento dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literá-
dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a compreen- rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é
são de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas à questão aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas
do ensino no seu tratamento à Tipologia Textual. aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzi-
do, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o
O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipo- nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalida-
logia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem de do texto.
parece ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que
entram na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a
dos elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais
merece maiores discussões. socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação
humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua
Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o
ideais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de exercício da interação humana, da participação social dentro de uma socie-
gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais dade letrada.
formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros 1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gêne-
devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem ro ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara pa-
Schneuwly & Dolz (2004). ra selecionar os textos com os quais trabalhará.
2 - Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pou-
Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a co a diferença entre Gênero Textual e Gênero Discursivo.
Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia 3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des-
teria que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa.
deve-se trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracteriza-
será feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja do como carta, apenas com descrições, ou apenas com injunções.
considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fatores, Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar,
porém dois são mais pertinentes: ele diz desconhecer um gênero necessariamente descritivo.
a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi- 4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre-
ção de quaisquer outros textos (não sei ao certo se isso é possível. visão, como o boletim meteorológico e o horóscopo.
Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao alu- 5 - Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma
no o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa. carta.
Um aluno que pára de estudar na 5ª série e não volta mais à escola 6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o
teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais que faz argumentação explícita.
trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado para produ- 7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso.
zir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com Sílvio Ribeiro da Silva.
o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa de
trabalhar com os outros tipos?); Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é
b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida. transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um ro-
mance, um conto, uma poesia...
Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gêne- Texto não-literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da
ro Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessaria- forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de jornal, uma bula
mente uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se de medicamento.
em algum gênero textual.
Diferenças entre Língua Padrão, Linguagem Formal e
Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era Linguagem informal.
feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto Língua Padrão: A gramática é um conjunto de regras que estabelecem
fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão.
não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de redação, Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem
ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste funda- sempre são obedecidas pelo falante.
mentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por base
uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação Os conceitos linguagem formal e linguagem informal estão, sobretu-
de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras moda- do associados ao contexto social em que a fala é produzida.
lidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade)
Informal: Num contexto em que o falante está rodeado pela família ou
(Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si uma visão
pelos amigos, normalmente emprega uma linguagem informal, podendo
equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fáceis” do que
usar expressões normalmente não usadas em discursos públicos (pala-
dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última
vrões ou palavras com um sentido figurado que apenas os elementos do
tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino fundamental
grupo conhecem). Um exemplo de uma palavra que tipicamente só é usada
quanto no ensino médio.
na linguagem informal, em português europeu, é o adjetivo “chato”.
O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto Formal: A linguagem formal, pelo contrário, é aquela que os falantes
pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor usam quando não existe essa familiaridade, quando se dirigem aos superio-
de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em res hierárquicos ou quando têm de falar para um público mais alargado ou
textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do

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desconhecido. É a linguagem que normalmente podemos observar nos Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um
discursos públicos, nas reuniões de trabalho, nas salas de aula, etc. linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos,
advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.
Portanto, podemos usar a língua padrão, ou seja, conversar, ou escre-
ver de acordo com as regras gramaticais, mas o vocabulário (linguagem) Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor
que escolhemos pode ser mais formal ou mais informal de acordo com a sobre o assunto:
nossa necessidade. Ptofª Eliane
Vício na fala
Variações Linguísticas Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permi- Para pior pió
tindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimen- Para telha dizem teia
tos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso Para telhado dizem teiado
cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da
fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de infor-
malidade. CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, res- E chamei pra passear.
tringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela A gente fomos no shopping
qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator Pra “mode” a gente lanchar.
foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total sobera- Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
nia sobre as demais. Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro
aipim.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo consi- Quanta gente,
derado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre Quanta alegria,
os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa A minha felicidade é um crediário nas
que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, Casas Bahia.
tornando-se desta forma um estigma. Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chama- “rolezinho”,
das variedades linguísticas, as quais representam as variações de Quando eu estou no trabalho,
acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas Não vejo a hora de descer dos andaime.
em que é utilizada. Dentre elas destacam-se: Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme.
Variações históricas: (Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
Por Vânia Duarte
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transforma-
ções ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a ques-
tão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma TIPOLOGIA TEXTUAL
vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem
dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos. Tipologia Textual
Tino Lopez
Analisemos, pois, o fragmento exposto:
1. Narração
Antigamente Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a
mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam prima- objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O
veras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, fazi- tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações
am-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o
debaixo do balaio." Carlos Drummond de Andrade tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela,
depoimento, piada, relato, etc.
Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
2. Descrição
Variações regionais: Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa,
um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produ-
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes ção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais
a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação
em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:macaxeira e de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem
aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da perso-
às características orais da linguagem. nagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega facilmente
aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em
Variações sociais ou culturais: gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.

Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e 3. Dissertação
também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exem- Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer
plo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou
argumentativo.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como
os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros. 3.1 Dissertação-Exposição
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apre-
senta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de

Língua Portuguesa 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determi- Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que expressa o
nado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos posicionamento da empresa sobre determinado assunto, sem a obrigação
científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc. da presença da objetividade.

3.1 Dissertação-Argumentação Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato


Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado
vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do lugar,
objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica de bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamen-
ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em: te descritos.
sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica,
editorial de jornais e revistas. Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-
4. Injunção/Instrucional expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.
verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-
se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indica- Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado
tivo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para mon- pela conversação de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevis-
tagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de compor- tado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou de algum
tamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-
cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.). expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou
entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectos narrativos,
OBS: Os tipos listados acima são um consenso entre os gramáticos. Muitos como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevis-
consideram também que o tipo Predição possui características suficientes ta médica.
para ser definido como tipo textual, e alguns outros possuem o mesmo
entendimento para o tipo Dialogal. História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos
contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus
5. Predição personagens, gerando uma espécie de conversação.
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma
coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustra-
previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões escatológi- ção cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira,
cas/apocalípticas. crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande
maioria.
6. Dialogal / Conversacional
Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos,
nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat, etc. pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer
parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua
Gêneros textuais estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto,
epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspec-
Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, tos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero.
sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconheci-
das, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, Poesia: é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma lin-
procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em guagem , ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como
situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de poético (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados).
linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou infor- Um subgênero é a prosa poética, marcada pela tipologia dialogal.
mais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser
identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Gêneros literários:
Exemplos:
 Gênero Narrativo:
Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o
tipo dissertativo-argumentativo com uma linguagem formal, em que se épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico pas-
escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a sou a ser considerado apenas uma variante do gênero literário narrativo,
presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferen-
mais comum. tes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente
todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em
Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o que?
de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:
o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as
emoções e a sensibilidade do mesmo. Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram
histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras,
Bula de remédio: é um gênero textual descritivo, dissertativo- viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações ne- ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos
cessárias para o correto uso do medicamento. são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.

Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem
informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e definidos e de caráter mais verossímil. Também conta as façanhas de um
o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma mu-
ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções. lher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o sepa-
ram, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por
Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalida- isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na
de explicar ao leitor, passo a passo e de maneira simplificada, como fazer Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.
algo.
Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade
do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de novelas, podem

Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é
de Kafka. elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza,
saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um
Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare.
conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte
da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites
com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a
surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve perso- peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
nagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem persona-
gens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à
popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém
contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de misté- ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acompanhamento
rio, que envolvem o suspense e a solução de um mistério. musical;

Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma home-
personagens principais são não humanos e a finalidade é transmitir alguma nagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o
lição de moral. poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais bele-
zas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a
Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos
linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica (muito rara);
indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal,
revistas e programas da TV. Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a
algo, em tom sério ou irônico.
Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos
narrativos e manifestos descritivos. Acalanto: ou canção de ninar;

Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual
expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase;
tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na
defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanísti- Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de
co, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à
se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedu- dança;
tivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a cegueira, de José
Saramago e Ensaio sobre a tolerância, de John Locke. Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical;

 Gênero Dramático: Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, médio;
não há um narrador contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é
representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o
cenas. poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas assim distri-
buídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso 5 sílabas;
Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma represen- Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e
tação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem dois tercetos, com rima geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.
figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror".
Ex: Romeu e Julieta, de Shakespeare. Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
nio e de maldizer); satíricas, portanto.
Farsa: é uma pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que
critica a sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino ridendo
castigat mores (rindo, castigam-se os costumes). A farsa consiste no exa-
COESÃO E COERÊNCIA
gero do cômico, graças ao emprego de processos grosseiros, como o
absurdo, as incongruências, os equívocos, os enganos, a caricatura, o
humor primário, as situações ridículas. Diogo Maria De Matos Polônio

Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento Introdução


comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas populares. Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre
Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob
Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decor-
cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre a
apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais de
realidade vivida por este povo. Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre deter-
minados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais válido e,
simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem necessaria-
 Gênero Lírico: mente presente a aplicação destes conhecimentos na situação real da sala
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que de aula.
nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emoções, ideias e
impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplica-
verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da lingua- ção na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no
gem. campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no
referido seminário.

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Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos
apresentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente
vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e entre sequências textuais:
que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cum-
prido honestamente o seu papel. Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
Coesão e Coerência Textual textuais:
Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen- Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe.
te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de
constitui forçosamente uma frase. sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna- propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se
se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é transforme num texto: a conetividade.
preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da
língua. Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, tam- difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que
bém um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto. orientam a formação do discurso.

Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materia- Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência
lizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente,
pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras
através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor, de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
numa determinada situação, a um determinado alocutário.
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações
Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có- de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual,
digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência
sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre- existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo:
dientes indispensáveis ao objeto texto. • Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas.
Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas • Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami-
por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia
regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência de teatro.
essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan-
Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura.
regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar
certos julgamentos de coerência textual. Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3:
1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, torna-se
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as recorrência restrita.
intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da
frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio- Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos:
nais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção, - pronominalizações,
conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre- - expressões definidas,
ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa- - substituições lexicais,
das. - retomas de inferências.

Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre- Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a
ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre- uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, reto-
ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na mando num elemento de uma sequência um elemento presente numa
maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível; sequência anterior:
não quer dizer nada).
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re-
Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer; petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira.
reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recupe-
ração. O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o
pronome.
Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a lada no seu quarto.
fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.
Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain-
de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto- da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me.
mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a
dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural. Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa-
ra nos precavermos de enunciados como este:
Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António.
entre coerência textual e coesão textual.

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Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fron-
ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação: teira entre a semântica e a pragmática.
ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas
que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor. Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar
por
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado: - Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com ele. parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nun-
ca mais aprende a cair!
As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos - Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
alunos. parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio. cheira-me a mentira!
Um homem estava também a banhar-se. - Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma re-
Como ele sabia nadar, ensinou-o. lação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta,
adoro!
Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se- - Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re-
quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto: lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
ele sabia nadar(quem?), um felino?
ele ensinou-o (quem?; a quem?)
d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres- conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava
sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um com os processos de recorrência anteriormente tratados.
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência
textual. Vejamos:
Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim. P - A Maria comeu a bolacha?
Os gatos vão sempre conosco. R1 - Não, ela deixou-a cair no chão.
R2 - Não, ela comeu um morango.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas R3 - Não, ela despenteou-se.
aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele
que o precede. As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do
Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito ele- que a sequência P+R3.
gante.
No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do
Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex- pronome na 3ª pessoa.
tuais.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante. Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual.
Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi-
ainda: póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e
A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante. R2 retomarem inferências presentes em P:
- aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria,
c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos - a Maria comeu qualquer coisa.
contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este
processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do ele- Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P.
mento linguístico.
Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições
senhora. Este assassinato é odioso. garante uma fortificação da coerência textual.

Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
representante mais específico. levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores.
Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha.
Schumacher festejou euforicamente junto da sua equipe. Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles
Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguís- fazer?
ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schuma-
cher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão. A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real-
mente fazer qualquer coisa.
No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita. Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en-
Atentemos no seguinte exemplo: quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada.
Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona. No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do
A presença do determinante definido não é suficiente para considerar mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos.
que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí-
peça. cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno
Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico- recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império
enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti- industrial, que vive numa luxuosa vila.

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Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per-
2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se feitamente fiel.
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
mação semântica constantemente renovada. Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio,
enquanto a primeira pressupõe o inverso.
Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre-
constante da própria matéria. sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi-
Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro ção, assume-a, anula-a e toma partido dela.
estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença.
os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em 4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne-
baixo e batia com o martelo na bigorna. cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados.
Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais. Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida
como coerente, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam
No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex- congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto.
to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica. Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar.
Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin- 2 - A Silvia vai fazer um exame.
cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação 3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1.
não se pode processar de qualquer maneira.
A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3.
acompanhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei). Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su- camente.
as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil-
coisas descritos. via vai fazer um exame portanto foi estudar.
Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho- A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui
veu). um bom teste para descobrir uma incongruência.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta- de Fórmula 1.
dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
textuais. O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes-
Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos,
canteiros com flores. garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particu- dinamização de estratégias de correção.
lar.
3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor- Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele- trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado
mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto técnico sobre centrais termo-nucleares.
por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes.
Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi-
uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira. tindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela maneira.

Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con- Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen-
tradições inferenciais e pressuposicionais. samento que conduza a uma estrutura coerente.

Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po- Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa-
demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta- mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
do ou dedutível. parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual
Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso. for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria,
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si
As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se- mesmo.
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os
O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro- textos dos nossos alunos.
fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o 1. Coerência:
pretérito para suprimir as contradições. Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con-
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado
As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe- produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não
renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte- é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples
údo pressuposto que se encontra contradito. sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato

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com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.
um texto em que há coerência.
O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor-
A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen- to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às
tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara,
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu- uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará,
posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda
eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa
concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico
anterior, perde-se a coerência textual. demora no mínimo 60 dias para ser concluído.

A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con- Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa cair em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas
ser conhecido pelo receptor. casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram
ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi,
Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi- de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto Pronto Socorro de Santa Cecília.
que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no
com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!). clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro
Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza
poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto da matéria fosse comprometida.
seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns
No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali- mecanismos:
dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre-
sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali- a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o
dade. texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente
por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamen-
Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do te dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto
décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por
frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida- parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a
de do fato narrado. mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibu-
lares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um núme-
2. Coesão: ro elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão.
A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe-
ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga- tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico.
dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da rela- Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da
ção com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última
se comunicam, como dependem uma das outras. linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente
o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebrida-
SÃO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO des (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar
Das Agências a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos:
Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o
Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes
e uma mulher que viu o avião cair morreram femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos
casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevan-
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e tes e as identifiquem com mais propriedade.
dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido
cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião
sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a
São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de
mais três residências. 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba
que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras
Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obvia-
que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reporta- mente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse
gem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro
(1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas
Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes
João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na
verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas
Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores escoriações e queimaduras.
compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um
Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a
691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os

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principais elementos de substituição: Conexão:
Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na
Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que
acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A
ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido
nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados
(4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação
Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela em Prosa Moderna).
(6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus
retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi-
Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).
elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião:
Elas (10) não sofreram ferimentos graves. Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio-
ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princí-
Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste-
que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje,
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes,
de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado. ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simulta-
neamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan-
Exemplos: do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre- todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi-
cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo); forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente,
b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de
Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do
mundo, etc. Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.

Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda
muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também,
demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem
conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos). como, com, ou (quando não for excludente).

Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expres- Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é
sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados. provável, não é certo, se é que.
Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida
Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de parali- questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
sar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da
Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito,
nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria- subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
exemplo)
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para
Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um ele- exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber,
mento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de ou seja, aliás.
uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de cente-
nas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propó-
a maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisa- sito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
ção -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados
ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de,
animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa,
que se podem atribuir a eles). isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.

Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclu-
de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderi- são, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
ram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.
que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como
elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc. Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguin-
te, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez
texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte
refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade que, de tal forma que, haja vista.
(7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabe-
ças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste
Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto,
serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se
do país), que só é citada na linha seguinte. bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.

Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.

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Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir
Níveis De Significado Dos Textos: as falas dos personagens. No caso do discurso direto (em geral antecedido
Significado Implícito E Explícito por dois-pontos e introduzido por travessão), cada fala de um personagem
deve corresponder a um parágrafo para que essa fala não se confunda com
Informações explícitas e implícitas
a do narrador ou com a de outro personagem.
Faz parte da coerência, trata-se da inferência, que ocorre porque tudo Parágrafo Descritivo:
que você produz como mensagem é maior do que está escrito, é a soma
do implícito mais o explícito e que existem em todos os textos. A ideia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um frag-
mento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um
Em um texto existem dois tipos de informações implícitas, o pressu- ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num determinado
posto e o subentendido. momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo.
O pressuposto é a informação que pode ser compreendida por uma O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da
palavra ou frase dentro do próprio texto, faz o receptor aceitar várias ideias descrição: predomínio de verbos de ligação, emprego de adjetivos que
do emissor. caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações justapostas
O subentendido gera confusão, pois se trata de uma insinuação, não ou coordenadas.
sendo possível afirmar com convicção. A estruturação do parágrafo:
A diferença entre ambos é que o pressuposto é responsável pelo emissor e O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um
a informação já está no enunciado, já no subentendido o receptor tira suas ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central,
próprias conclusões. Profª Gracielle ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relaciona-
das pelo sentido e logicamente decorrentes dela.
Parágrafo: O parágrafo é indicado por um afastamento da margem esquerda da
Os textos são estruturados geralmente em unidades menores, os pa- folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar conveniente-
rágrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em mente as ideias principais de sua composição, permitindo ao leitor acom-
relação à margem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há pará- panhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios.
grafos longos e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a O tamanho do parágrafo:
unidade temática, já que cada ideia exposta no texto deve corresponder a
um parágrafo. Os parágrafos são moldáveis conforme o tipo de redação, o leitor e o
veículo de comunicação onde o texto vai ser divulgado. Em princípio, o
É muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com parágrafo é mais longo que o período e menor que uma página impressa no
ideias e exigem maior rigor e objetividade na composição, que o parágrafo- livro, e a regra geral para determinar o tamanho é o bom senso.
padrão apresente a seguinte estrutura:
Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para lei-
a) introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de tores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em
uma ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a ideia colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais
principal do parágrafo, definindo seu objetivo; longos. Revistas populares, livros didáticos destinados a alunos iniciantes,
b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, geralmente, apresentam parágrafos curtos.
com apresentação de ideias secundárias que o fundamentam ou esclare- Quando o parágrafo é muito longo, o escritor deve dividi-lo em parágra-
cem; fos menores, seguindo critério claro e definido. O parágrafo curto também é
c) conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos empregado para movimentar o texto, no meio de longos parágrafos, ou
mais curtos e simples, a conclusão retoma a ideia central, levando em para enfatizar uma ideia.
consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento. Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos destinados
Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma ideia a um leitor de nível médio (2º grau). Cada parágrafo médio construído com
que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e refor- três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada página de livro
çada por uma conclusão. cabem cerca de três parágrafos médios.

Os Parágrafos na Dissertação Escolar: Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas pos-
suem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e conso-
As dissertações escolares, normalmente, costumam ser estruturadas mem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem várias ideias
em quatro ou cinco parágrafos (um parágrafo para a introdução, dois ou e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade
três para o desenvolvimento e um para a conclusão). e fôlego para acompanhá-los.
É claro que essa divisão não é absoluta. Dependendo do tema propos- A ordenação no desenvolvimento do parágrafo pode acontecer:
to e da abordagem que se dê a ele, ela poderá sofrer variações. Mas é
fundamental que você perceba o seguinte: a divisão de um texto em pará- a) por indicações de espaço: "... não muito longe do lito-
grafos (cada um correspondendo a uma determinada ideia que nele se ral...".Utilizam-se advérbios e locuções adverbiais de lugar e certas locu-
desenvolve) tem a função de facilitar, para quem escreve, a estruturação ções prepositivas, e adjuntos adverbiais de lugar;
coerente do texto e de possibilitar, a quem lê, uma melhor compreensão do b) por tempo e espaço: advérbios e locuções adverbiais de tempo,
texto em sua totalidade. certas preposições e locuções prepositivas, conjunções e locuções conjun-
Parágrafo Narrativo: tivas e adjuntos adverbiais de tempo;

Nas narrações, a ideia central do parágrafo é um incidente, isto é, um c) por enumeração: citação de características que vem normalmente
episódio curto. depois de dois pontos;

Nos parágrafos narrativos, há o predomínio dos verbos de ação que se d) por contrastes: estabelece comparações, apresenta paralelos e
referem as personagens, além de indicações de circunstâncias relativas ao evidencia diferenças; Conjunções adversativas, proporcionais e comparati-
fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu, etc. vas podem ser utilizadas nesta ordenação;

O que falamos acima se aplica ao parágrafo narrativo propriamente di- e) por causa-consequência: conjunções e locuções conjuntivas con-
to, ou seja, aquele que relata um fato. clusivas, explicativas, causais e consecutivas;

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f) por explicitação: esclarece o assunto com conceitos esclarecedo- (B) Dilui-se.
res, elucidativos e justificativos dentro da ideia que construída. Pciconcur-
sos (C) Encontra-se.
(D) Esconde-se.
Equivalência e transformação de estruturas.
(E) Extingue-se.
Refere-se ao estudo das relações das palavras nas orações e nos pe-
ríodos. A palavra equivalência corresponde a valor, natureza, ou função; http://www.professorvitorbarbosa.com/
relação de paridade. Já o termo transformação pode ser entendido como
uma função que, aplicada sobre um termo (abstrato ou concreto), resulta
um novo termo, modificado (em sentido amplo) relativamente ao estado Discurso Direto.
original. Nessa compreensão ampla, o novo estado pode eventualmente Discurso Indireto.
coincidir com o estado original. Normalmente, em concursos públicos, as Discurso Indireto Livre
relações de transformação e equivalência aparecem nas questões dotadas Celso Cunha
dos seguintes comandos:
ENUNCIAÇÃO E REPRODUÇÃO DE ENUNCIAÇÕES
Exemplo: CONCURSO PÚBLICO 1/2008 – CARGO DE AGENTE DE
Comparando as seguintes frases:
POLÍCIA FUNDAÇÃO UNIVERSA
“A vida é luta constante”
Questão 8 - Assinale a alternativa em que a reescritura de parte do tex- “Dizem os homens experientes que a vida é luta constante”
to I mantém a correção gramatical, levando em conta as alterações gráficas
necessárias para adaptá-la ao texto. Notamos que, em ambas, é emitido um mesmo conceito sobre a vida..
Exemplo 2: FUNDAÇÃO UNIVERSA SESI – TÉCNICO EM EDUCA- Mas, enquanto o autor da primeira frase enuncia tal conceito como ten-
ÇÃO – ORIENTADOR PEDAGÓGICO 2010 do sido por ele próprio formulado, o autor da segunda o reproduz como
(CÓDIGO 101) Questão 1 - A seguir, são apresentadas possibilidades tendo sido formulado por outrem.
de reescritura de trechos do texto I. Assinale a alternativa em que a reescri-
tura apresenta mudança de sentido com relação ao texto original. Estruturas de reprodução de enunciações
Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de persona-
Nota-se que as relações de equivalência e transformação estão assen- gens reais ou fictícias, os locutores e os escritores dispõem de três moldes
tadas nas possibilidades de reescrituras, ou seja, na modificação de vocá- linguísticos diversos, conhecidos pelos nomes de: discurso direto, discurso
bulos ou de estruturas sintáticas. indireto e discurso indireto livre.
Vejamos alguns exemplos de transformações e equivalências:
Discurso direto
1 Os bombeiros desejam / o sucesso profissional (não há verbo na se- Examinando este passo do conto Guaxinim do banhado, de Mário de
gunda parte). Andrade:
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá
Sujeito VDT OBJETO DIRETO na língua dele - “Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...”
Os bombeiros desejam / ganhar várias medalhas (há verbo na segunda
parte = oração). Verificamos que o narrado, após introduzir o personagem, o guaxinim,
deixou-o expressar-se “Lá na língua dele”, reproduzindo-lhe a fala tal como
Oração principal oração subordinada substantiva objetiva direta ele a teria organizado e emitido.
No exemplo anterior, o objeto direto “o sucesso profissional” foi substi-
tuído por uma oração objetiva direta. Sintaticamente, o valor do termo A essa forma de expressão, em que o personagem é chamado a apre-
(complemento do verbo) é o mesmo. Ocorreu uma transformação de natu- sentar as suas próprias palavras, denominamos discurso direto.
reza nominal para uma de natureza oracional, mas a função sintática de
objeto direto permaneceu preservada. Observação
No exemplo anterior, distinguimos claramente o narrador, do locutor, o
2 Os professores de cursinhos ficam muito felizes / quando os alunos guaxinim.
são aprovados.
Mas o narrador e locutor podem confundir-se em casos como o das
ORAÇÃO PRINCIPAL ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL TEM-
narrativas memorialistas feitas na primeira pessoa. Assim, na fala de Rio-
PORAL
baldo, o personagem-narrador do romance de Grande Sertão: Veredas, de
Os professores de cursinhos ficam muito felizes / nos dias das provas. Guimarães Rosa.
“Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa;
SUJ VERBO PREDICATIVO ADJUNTO ADVERBIAL DE TEMPO mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso
Apesar de classificados de formas diferentes, os termos indicados con- do que em primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?”
tinuam exercendo o papel de elementos adverbiais temporais.
Ou, também, nestes versos de Augusto Meyer, em que o autor, lirica-
Exemplo da prova! mente identificado com a natureza de sua terra, ouve na voz do Minuano o
FUNDAÇÃO UNIVERSA SESI – SECRETÁRIO ESCOLAR (CÓDIGO convite que, na verdade, quem lhe faz é a sua própria alma:
203) Página 3 “Ouço o meu grito gritar na voz do vento:
- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
Grassa nessas escolas uma praga de pedagogos de gabinete, que
usam o legalismo no lugar da lei e que reinterpretam a lei de modo obtuso, Características do discurso direto
no intuito de que tudo fique igual ao que era antes. E, para que continue a 1. No plano formal, um enunciado em discurso direto é marcado, ge-
parecer necessário o desempenho do cargo que ocupam, para que pare- ralmente, pela presença de verbos do tipo dizer, afirmar, ponderar,
çam úteis as suas circulares e relatórios, perseguem e caluniam todo e sugerir, perguntar, indagar ou expressões sinônimas, que podem
qualquer professor que ouse interpelar o instituído, questionar os burocra- introduzi-lo, arrematá-lo ou nele se inserir:
tas, ou — pior ainda! — manifestar ideias diferentes das de quem manda na “E Alexandre abriu a torneira:
escola, pondo em causa feudos e mandarinatos. - Meu pai, homem de boa família, possuía fortuna grossa, como não
ignoram.” (Graciliano Ramos)
O vocábulo “Grassa” poderia ser substituído, sem perda de sentido, por
“Felizmente, ninguém tinha morrido - diziam em redor.” (Cecília
(A) Propaga-se. Meirelles)

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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“Os que não têm filhos são órfãos às avessas”, escreveu Machado elementos do enunciado se modificam, por acomodação ao novo molde
de Assis, creio que no Memorial de Aires. (A.F. Schmidt) sintático.
Quando falta um desses verbos dicendi, cabe ao contexto e a re- a) Discurso direto enunciado 1ª ou 2ª pessoa.
cursos gráficos - tais como os dois pontos, as aspas, o travessão e Exemplo: “-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir
a mudança de linha - a função de indicar a fala do personagem. É mais.”(M. de Assis)
o que observamos neste passo: Discurso indireto: enunciado em 3ª pessoa:
“Ao aviso da criada, a família tinha chegado à janela. Não avista- “Ela disse que deveria bastar, que ela não se atrevia a pedir mais”
ram o menino: b) Discurso direto: verbo enunciado no presente:
- Joãozinho! “- O major é um filósofo, disse ele com malícia.” (Lima Barreto)
Nada. Será que ele voou mesmo?” Discurso indireto: verbo enunciado no imperfeito:
2. No plano expressivo, a força da narração em discurso direto pro- “Disse ele com malícia que o major era um filósofo.”
vém essencialmente de sua capacidade de atualizar o episódio, fa- c) Discurso direto: verbo enunciado no pretérito perfeito:
zendo emergir da situação o personagem, tornando-o vivo para o “- Caubi voltou, disse o guerreiro Tabajara.”(José de Alencar)
ouvinte, à maneira de uma cena teatral, em que o narrador desem- Discurso indireto: verbo enunciado no pretérito mais-que-perfeito:
penha a mera função de indicador das falas. “O guerreiro Tabajara disse que Caubi tinha voltado.”
d) Discurso direto: verbo enunciado no futuro do presente:
Daí ser esta forma de relatar preferencialmente adotada nos atos diá- “- Virão buscar V muito cedo? - perguntei.”(A.F. Schmidt)
rios de comunicação e nos estilos literários narrativos em que os autores Discurso indireto: verbo enunciado no futuro do pretérito:
pretendem representar diante dos que os lêem “a comédia humana, com a “Perguntei se viriam buscar V. muito cedo”
maior naturalidade possível”. (E. Zola) e) Discurso direto: verbo no modo imperativo:
“- Segue a dança! , gritaram em volta. (A. Azevedo)
Discurso indireto Discurso indireto: verbo no modo subjuntivo:
1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis: “Gritaram em volta que seguisse a dança.”
“Elisiário confessou que estava com sono.” f) Discurso direto: enunciado justaposto:
Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso dire- “O dia vai ficar triste, disse Caubi.”
to, o narrador incorpora aqui, ao seu próprio falar, uma informação Discurso indireto: enunciado subordinado, geralmente introduzido
do personagem (Elisiário), contentando-se em transmitir ao leitor o pela integrante que:
seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma linguística que teria “Disse Caubi que o dia ia ficar triste.”
sido realmente empregada. g) Discurso direto:: enunciado em forma interrogativa direta:
Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indire- “Pergunto - É verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en-
to. cantadora?” (Guimarães Rosa)
2. Também, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se Discurso indireto: enunciado em forma interrogativa indireta:
num só: “Pergunto se é verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en-
“Engrosso a voz e afirmo que sou estudante.” (Graciliano Ramos) cantadora.”
h) Discurso direto: pronome demonstrativo de 1ª pessoa (este, esta,
Características do discurso indireto isto) ou de 2ª pessoa (esse, essa, isso).
1. No plano formal verifica-se que, introduzidas também por um verbo “Isto vai depressa, disse Lopo Alves.”(Machado de Assis)
declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), as Discurso indireto: pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele,
falas dos personagens se contêm, no entanto, numa oração subor- aquela, aquilo).
dinada substantiva, de regra desenvolvida: “Lopo Alves disse que aquilo ia depressa.”
“O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tan- i) Discurso direto: advérbio de lugar aqui:
tos doudos no mundo e menos ainda o inexplicável de alguns ca- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
sos.” concluindo:
Nestas orações, como vimos, pode ocorrer a elipse da conjunção - Aqui, não está o que procuro.”(Afonso Arinos)
integrante: Discurso indireto: advérbio de lugar ali:
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálcu- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
lo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o ti- concluindo que ali não estava o que procurava.”
vesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava
podiam ser onze horas.”(Lima Barreto) Discurso indireto livre
A conjunçào integrante falta, naturalmente, quando, numa constru- Na moderna literatura narrativa, tem sido amplamente utilizado um ter-
ção em discurso indireto, a subordinada substantiva assume a for- ceiro processo de reprodução de enunciados, resultante da conciliação dos
ma reduzida.: dois anteriormente descritos. É o chamado discurso indireto livre, forma de
“Um dos vizinhos disse-lhe serem as autoridades do Cachoei- expressão que, ao invés de apresentar o personagem em sua voz própria
ro.”(Graça Aranha) (discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria
2. No plano expressivo assinala-se, em primeiro lugar, que o empre- dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, dando-nos a
go do discurso indireto pressupõe um tipo de relato de caráter pre- impressão de que passam a falar em uníssono.
dominantemente informativo e intelectivo, sem a feição teatral e
atualizadora do discurso direto. O narrador passa a subordinar a si Comparem-se estes exemplos:
o personagem, com retirar-lhe a forma própria da expressão. Mas “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respira-
não se conclua daí que o discurso indireto seja uma construção es- ção presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um
tilística pobre. É, na verdade, do emprego sabiamente dosado de momento em que esteve quase... quase!
um e de outro tipo de discurso que os bons escritores extraem da Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qual-
narrativa os mais variados efeitos artísticos, em consonância com quer urubu... que raiva... “ (Ana Maria Machado)
intenções expressivas que só a análise em profundidade de uma “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que es-
dada obra pode revelar. tar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano
Ramos)
Transposição do discurso direto para o indireto “O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da
Do confronto destas duas frases: espinha.
“- Guardo tudo o que meu neto escreve - dizia ela.” (A.F. Schmidt) Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha domés-
“Ela dizia que guardava tudo o que o seu neto escrevia.” tica nem a dos campos possuíam salvação.
Perdido... completamente perdido...”
Verifica-se que, ao passar-se de um tipo de relato para outro, certos ( H. de C. Ramos)

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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mente o perfil do leitor a quem o texto se dirige, quanto a faixa etária, nível
Características do discurso indireto livre cultural e escolar e interesse específico pelo assunto. Assim, um mesmo
Do exame dos enunciados em itálico comprova-se que o discurso indi- tema deverá ser apresentado diferentemente ao público infantil, juvenil ou
reto livre conserva toda a afetividade e a expressividade próprios do discur- adulto; com formação universitária ou de nível técnico; leigo ou especializa-
so direto, ao mesmo tempo que mantém as transposições de pronomes, do. As diferenças hão de determinar o vocabulário empregado, a extensão
verbos e advérbios típicos do discurso indireto. É, por conseguinte, um do texto, o nível de complexidade das informações, o enfoque e a condução
processo de reprodução de enunciados que combina as características dos do tema principal a assuntos correlatos.
dois anteriormente descritos.
1. No plano formal, verifica-se que o emprego do discurso indireto li- Organização das ideias. O texto artístico é em geral construído a partir
vre “pressupõe duas condições: a absoluta liberdade sintática do de regras e técnicas particulares, definidas de acordo com o gosto e a
escritor (fator gramatical) e a sua completa adesão à vida do per- habilidade do autor. Já o texto objetivo, que pretende antes de mais nada
sonagem (fator estético) “ (Nicola Vita In: Cultura Neolatina). transmitir informação, deve fazê-lo o mais claramente possível, evitando
Observe-se que essa absoluta liberdade sintática do escritor pode palavras e construções de sentido ambíguo.
levar o leitor desatento a confundir as palavras ou manifestações Para escrever bem, é preciso ter ideias e saber concatená-las. Entre-
dos locutores com a simples narração. Daí que, para a apreensão vistas com especialistas ou a leitura de textos a respeito do tema abordado
da fala do personagem nos trechos em discurso indireto livre, ga- são bons recursos para obter informações e formar juízos a respeito do
nhe em importância o papel do contexto, pois que a passagem do assunto sobre o qual se pretende escrever. A observação dos fatos, a
que seja relato por parte do narrador a enunciado real do locutor é, experiência e a reflexão sobre seu conteúdo podem produzir conhecimento
muitas vezes, extremamente sutil, tal como nos mostra o seguinte suficiente para a formação de ideias e valores a respeito do mundo circun-
passo de Machado de Assis: dante.
“Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubião
acudiu, levando-lhe água e pedindo que se deitasse para descan- É importante evitar, no entanto, que a massa de informações se dis-
sar; mas o enfermo após alguns minutos, respondeu que não era perse, o que esvaziaria de conteúdo a redação. Para solucionar esse
nada. Perdera o costume de fazer discursos é o que era.” problema, pode-se fazer um roteiro de itens com o que se pretende escre-
2. No plano expressivo, devem ser realçados alguns valores desta ver sobre o tema, tomando nota livremente das ideias que ele suscita. O
construção híbrida: passo seguinte consiste em organizar essas ideias e encadeá-las segundo
a) Evitando, por um lado, o acúmulo de quês, ocorrente no discurso a relação que se estabelece entre elas.
indireto, e, por outro lado, os cortes das oposições dialogadas pe- Vocabulário e estilo. Embora quase todas as palavras tenham sinôni-
culiares ao discurso direto, o discurso indireto livre permite uma mos, dois termos quase nunca têm exatamente o mesmo significado. Há
narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais artisticamente elabora- sutilezas que recomendam o emprego de uma ou outra palavra, de acordo
dos; com o que se pretende comunicar. Quanto maior o vocabulário que o
b) O elo psíquico que se estabelece entre o narrador e personagem indivíduo domina para redigir um texto, mais fácil será a tarefa de comuni-
neste molde frásico torna-o o preferido dos escritores memorialis- car a vasta gama de sentimentos e percepções que determinado tema ou
tas, em suas páginas de monólogo interior; objeto lhe sugere.
c) Finalmente, cumpre ressaltar que o discurso indireto livre nem
sempre aparece isolado em meio da narração. Sua “riqueza ex- Como regras gerais, consagradas pelo uso, deve-se evitar arcaísmos e
pressiva aumenta quando ele se relaciona, dentro do mesmo pará- neologismos e dar preferência ao vocabulário corrente, além de evitar
grafo, com os discursos direto e indireto puro”, pois o emprego cacofonias (junção de vocábulos que produz sentido estranho à ideia
conjunto faz que para o enunciado confluam, “numa soma total, as original, como em "boca dela") e rimas involuntárias (como na frase, "a
características de três estilos diferentes entre si”. audição e a compreensão são fatores indissociáveis na educação infantil").
(Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC- O uso repetitivo de palavras e expressões empobrece a escrita e, para
FENAME.) evitá-lo, devem ser escolhidos termos equivalentes.
A obediência ao padrão culto da língua, regido por normas gramaticais,
Redação linguísticas e de grafia, garante a eficácia da comunicação. Uma frase
gramaticalmente incorreta, sintaticamente mal estruturada e grafada com
A linguagem escrita tem identidade própria e não pretende ser mera erros é, antes de tudo, uma mensagem ininteligível, que não atinge o
reprodução da linguagem oral. Ao redigir, o indivíduo conta unicamente objetivo de transmitir as opiniões e ideias de seu autor.
com o significado e a sonoridade das palavras para transmitir conteúdos
complexos, estimular a imaginação do leitor, promover associação de ideias Tipos de redação. Todas as formas de expressão escrita podem ser
e ativar registros lógicos, sensoriais e emocionais da memória. classificadas em formas literárias -- como as descrições e narrações, e
nelas o poema, a fábula, o conto e o romance, entre outros -- e não-
Redação é o ato de exprimir ideias, por escrito, de forma clara e orga- literárias, como as dissertações e redações técnicas.
nizada. O ponto de partida para redigir bem é o conhecimento da gramática
do idioma e do tema sobre o qual se escreve. Um bom roteiro de redação Descrição. Descrever é representar um objeto (cena, animal, pessoa,
deve contemplar os seguintes passos: escolha da forma que se pretende lugar, coisa etc.) por meio de palavras. Para ser eficaz, a apresentação das
dar à composição, organização das ideias sobre o tema, escolha do voca- características do objeto descrito deve explorar os cinco sentidos humanos
bulário adequado e concatenação das ideias segundo as regras linguísticas -- visão, audição, tato, olfato e paladar --, já que é por intermédio deles que
e gramaticais. o ser humano toma contato com o ambiente.

Para adquirir um estilo próprio e eficaz é conveniente ler e estudar os A descrição resulta, portanto, da capacidade que o indivíduo tem de
grandes mestres do idioma, clássicos e contemporâneos; redigir frequen- perceber o mundo que o cerca. Quanto maior for sua sensibilidade, mais
temente, para familiarizar-se com o processo e adquirir facilidade de ex- rica será a descrição. Por meio da percepção sensorial, o autor registra
pressão; e ser escrupuloso na correção da composição, retificando o que suas impressões sobre os objetos, quanto ao aroma, cor, sabor, textura ou
não saiu bem na primeira tentativa. É importante também realizar um sonoridade, e as transmite para o leitor.
exame atento da realidade a ser retratada e dos eventos a que o texto se Narração. O relato de um fato, real ou imaginário, é denominado narra-
refere, sejam eles concretos, emocionais ou filosóficos. O romancista, o ção. Pode seguir o tempo cronológico, de acordo com a ordem de sucessão
cientista, o burocrata, o legislador, o educador, o jornalista, o biógrafo, dos acontecimentos, ou o tempo psicológico, em que se privilegiam alguns
todos pretendem comunicar por escrito, a um público real, um conteúdo que eventos para atrair a atenção do leitor. A escolha do narrador, ou ponto de
quase sempre demanda pesquisa, leitura e observação minuciosa de fatos vista, pode recair sobre o protagonista da história, um observador neutro,
empíricos. A capacidade de observar os dados e apresentá-los de maneira alguém que participou do acontecimento de forma secundária ou ainda um
própria e individual determina o grau de criatividade do escritor. espectador onisciente, que supostamente esteve presente em todos os
Para que haja eficácia na transmissão da mensagem, é preciso ter em lugares, conhece todos os personagens, suas ideias e sentimentos.

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A apresentação dos personagens pode ser feita pelo narrador, quando Qual é a diferença entre um fato e uma opinião? O fato é aquilo que
é chamada de direta, ou pelas próprias ações e comportamentos deste, aconteceu, enquanto que a opinião é o que alguém pensa que ocorreu,
quando é dita indireta. As falas também podem ser apresentadas de três uma interpretação dos fatos. Digamos: houve um roubo na portaria da
formas: (1) discurso direto, em que o narrador transcreve de forma exata a empresa e alguém vai investigá-lo. Se essa pessoa for absolutamente
fala do personagem; (2) discurso indireto, no qual o narrador conta o que o honesta, faz um relatório claro relatando os fatos com absoluta fidelidade e
personagem disse, lançando mão dos verbos chamados dicendi ou de após esse relato objetivo, apresenta sua opinião sobre os acontecimentos.
elocução, que indicam quem está com a palavra, como por exemplo "dis- É usualmente desejável que ela dê sua opinião porque, se foi escalada
se", "perguntou", "afirmou" etc.; e (3) discurso indireto livre, em que se para investigar o crime é porque tem qualificação para isso; além disso, o
misturam os dois tipos anteriores. próprio fato de ela ter investigado já lhe dá autoridade para opinar.
O conjunto dos acontecimentos em que os personagens se envolvem É importante considerar:
chama-se enredo. Pode ser linear, segundo a sucessão cronológica dos
fatos, ou não-linear, quando há cortes na sequência dos acontecimentos. É · Vivemos num mundo em que tomamos decisões a partir de informações;
comumente dividido em exposição, complicação, clímax e desfecho. · Estas nos chegam por meio de relatos de fatos e expressões de opiniões;
Dissertação. A exposição de ideias a respeito de um tema, com base · Fatos usualmente podem ser submetidos à prova: por números, documen-
em raciocínios e argumentações, é chamada dissertação. Nela, o objetivo tos, registros;
do autor é discutir um tema e defender sua posição a respeito dele. Por · Opiniões, por outro lado, refletem juízos, valores, interpretações;
essa razão, a coerência entre as ideias e a clareza na forma de expressão · Muitas pessoas confundem fatos e opiniões, e quando isso ocorre temos
são elementos fundamentais. de ter cuidado com as informações que vêm delas;
· Igualmente temos de estar atentos às nossas próprias opiniões, pois elas
A organização lógica da dissertação determina sua divisão em introdu- podem ser tomadas como fatos por outros;
ção, parte em que se apresenta o tema a ser discutido; desenvolvimento, · Nossas decisões devem ser baseadas em fatos, mas podem levar em
em que se expõem os argumentos e ideias sobre o assunto, fundamentan- conta as opiniões de gente qualificada sobre tais fatos.
do-se com fatos, exemplos, testemunhos e provas o que se quer demons-
trar; e conclusão, na qual se faz o desfecho da redação, com a finalidade Ronald H. Coase, Prêmio Nobel de economia, observa que se torturarmos
de reforçar a ideia inicial. os fatos adequadamente, eles acabam confessando. O jeito então é ouvir
Texto jornalístico e publicitário. O texto jornalístico apresenta a peculia- com ouvidos críticos e pesquisar o suficiente, antes de tomar uma decisão.
ridade de poder transitar por todos os tipos de linguagem, da mais formal, Ironia
empregada, por exemplo, nos periódicos especializados sobre ciência e
política, até aquela extremamente coloquial, utilizada em publicações A ironia é um instrumento de literatura ou de retórica que consiste em
voltadas para o público juvenil. Apesar dessa aparente liberdade de estilo, o dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância
redator deve obedecer ao propósito específico da publicação para a qual intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na
escreve e seguir regras que costumam ser bastante rígidas e definidas, Literatura, a ironia é a arte de zombar de alguém ou de alguma coisa, com
tanto quanto à extensão do texto como em relação à escolha do assunto, vista a obter uma reação do leitor, ouvinte ou interlocutor.
ao tratamento que lhe é dado e ao vocabulário empregado.
Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o objetivo de denunci-
O texto publicitário é produzido em condições análogas a essas e ainda ar, de criticar ou de censurar algo. Para tal, o locutor descreve a realidade
mais estritas, pois sua intenção, mais do que informar, é convencer o com termos aparentemente valorizantes, mas com a finalidade de desvalo-
público a consumir determinado produto ou apoiar determinada ideia. Para rizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo durante a leitura,
isso, a resposta desse mesmo público é periodicamente analisada, com o para refletir sobre o tema e escolher uma determinada posição. O termo
intuito de avaliar a eficácia do texto. Ironia Socrática, levantado por Aristóteles, refere-se ao método socrático.
Neste caso, não se trata de ironia no sentido moderno da palavra.
Redação técnica. Há diversos tipos de redação não-literária, como os
textos de manuais, relatórios administrativos, de experiências, artigos Tipos de ironia
científicos, teses, monografias, cartas comerciais e muitos outros exemplos
de redação técnica e científica. A maior parte das teorias de retórica distingue três tipos de ironia: oral,
dramática e de situação.
Embora se deva reger pelos mesmos princípios de objetividade, coe-
rência e clareza que pautam qualquer outro tipo de composição, a redação • A ironia oral é a disparidade entre a expressão e a in-
técnica apresenta estrutura e estilo próprios, com forte predominância da tenção: quando um locutor diz uma coisa mas pretende expres-
linguagem denotativa. Essa distinção é basicamente produzida pelo objeti- sar outra, ou então quando um significado literal é contrário para
vo que a redação técnica persegue: o de esclarecer e não o de impressio- atingir o efeito desejado.
nar.
• A ironia dramática (ou sátira) é a disparidade entre a
As dissertações científicas, elaboradas segundo métodos rigorosos e expressão e a compreensão/cognição: quando uma palavra ou
fundamentadas geralmente em extensa bibliografia, obedecem a padrões uma ação põe uma questão em jogo e a plateia entende o signi-
de estruturação do texto criados e divulgados pela Associação Brasileira de ficado da situação, mas a personagem não.
Normas Técnicas (ABNT). A apresentação dos trabalhos científicos deve
incluir, nessa ordem: capa; folha de rosto; agradecimentos, se houver; • A ironia de situação é a disparidade existente entre a
sumário; sinopse ou resumo; listas (de ilustrações, tabelas, gráficos etc.); o intenção e o resultado: quando o resultado de uma ação é con-
texto do trabalho propriamente dito, dividido em introdução, método, resul- trário ao desejo ou efeito esperado. Da mesma maneira, a ironia
tados, discussão e conclusão; apêndices e anexos; bibliografia; e índice. infinita (cosmic irony) é a disparidade entre o desejo humano e
as duras realidades do mundo externo. Certas doutrinas afirmam
A preparação dos originais também obedece a algumas normas defini- que a ironia de situação e a ironia infinita, não são ironias de to-
das pela ABNT e pelo Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação do
(IBBD) para garantia de uniformidade. Essas normas dizem respeito às
dimensões do papel, ao tamanho das margens, ao número de linhas por Exemplos:
página e de caracteres ou espaços por linha, à entrelinha e à numeração “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crian-
das páginas, entre outras características. ©Encyclopaedia Britannica do ças”. (Monteiro Lobato)
Brasil Publicações Ltda.
"-Meu marido é um santo. Só me traiu três vezes!"
A diferença entre fatos e opiniões
por José Antônio Rosa

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É também um estilo de linguagem caracterizado por subverter o símbo- O menino que estava sentado na varanda avistou o mendigo. Por Marina
lo que, a princípio, representa. A ironia utiliza-se como uma forma de lin- Cabral
guagem pré-estabelecida para, a partir e de dentro dela, contestá-la.
Paráfrase
O humor é um estado de ânimo cuja intensidade representa o grau
de disposição e de bem-estar psicológico e emocionante um indivíduo. Uma paráfrase é uma reafirmação das ideias de um texto ou uma passa-
gem usando outras palavras. O ato de paráfrase é também chamado de
A palavra humor surgiu na medicina humoral dos antigos Gregos. Na- parafrasear.
queles tempos, o termo humor representava qualquer um dos quatro fluidos
corporais (ou humores) que se considerava serem responsáveis por regular Uma paráfrase tipicamente explica ou clarifica o texto que está sendo
a saúde física e emocional humana. citado. Por exemplo, "O sinal estava vermelho" pode ser parafraseada
como "O carro não estava autorizado a prosseguir". Quando acompanha a
O humor é uma das chaves para a compreensão declaração original, uma paráfrase normalmente é introduzido com uma
de culturas, religiões e costumes das sociedades num sentido amplo, sendo dicendi verbum - uma expressão declaratória para sinalizar a transição para
elemento vital da condição humana. O homem é o único animal que ri, e a paráfrase. Por exemplo, em "O sinal estava vermelho, isto é, o trem não
através dos tempos a maneira humana de sorrir modifica-se acompanhan- estava autorizado a proceder". Que é sinal a paráfrase que se segue.
do os costumes e correntes de pensamento.
Uma paráfrase não precisa acompanhar uma citação direta, mas quando é
Em cada época da história humana a forma de pensar cria e derru- assim, a paráfrase normalmente serve para colocar a declaração da fonte
ba paradigmas, e o humor acompanha essa tendência sociocultural. Ex- em perspectiva ou para esclarecer o contexto em que apareceu. Uma
pressões culturais do humor podem representar retratos fiéis de uma épo- paráfrase é tipicamente mais detalhada do que um resumo. Deve-se adici-
ca, como é o caso, por exemplo, das comédias gregas de Plauto e das onar a fonte no final da frase, por exemplo: A calçada da rua estava suja
comédias de costumes do brasileiro Martins Pena. ontem (Wikipedia).
Ambiguidade A paráfrase pode tentar preservar o significado essencial do material a ser
A duplicidade de sentido, seja de uma palavra ou de uma expressão, dá-se parafraseado. Assim, a reinterpretação (intencional ou não) de uma fonte
o nome de ambiguidade. Ocorre geralmente, nos seguintes casos: para inferir um significado que não é explicitamente evidente na própria
fonte é qualificada como "pesquisa inédita", e não como paráfrase.
Má colocação do Adjunto Adverbial O termo é aplicado ao gênero das paráfrases bíblicas, que eram as versões
de maior circulação da Bíblia disponíveis na Europa medieval. O objetivo
Exemplos: Crianças que recebem leite materno frequentemente são mais não era o de tornar uma interpretação exata do significado ou o texto com-
sadias. pleto, mas para material presente na Bíblia em uma versão que era teologi-
camente ortodoxo e não está sujeita a interpretação herética, ou, na maioria
As crianças são mais sadias porque recebem leite frequentemente ou são dos casos, para tomar a Bíblia e presente a um material de grande público
frequentemente mais sadias porque recebem leite? que foi interessante, divertida e espiritualmente significativa, ou, simples-
mente para encurtar o texto.
Eliminando a ambiguidade: Crianças que recebem frequentemente leite
materno são mais sadias. A frase "em suas próprias palavras" é frequentemente utilizado neste con-
Crianças que recebem leite materno são frequentemente mais sadias. texto para sugerir que o autor reescreveu o texto em seu próprio estilo de
escrita - como teria escrito se eles tivessem criado a ideia.
Uso Incorreto do Pronome Relativo
O que se denomina paralelismo sintático é um encadeamento de
funções sintáticas idênticas ou encadeamento de orações de valores sintá-
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a
ticos iguais. Orações que se apresentam com a mesma estrutura sintática
cama.
externa, ao ligarem-se umas às outras em processo no qual não se permite
estabelecer maior relevância de uma sobre a outra, criam um processo de
O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliança de diamantes?
ligação por coordenação. Diz-se que estão formando um paralelismo sintá-
tico.
Eliminando a ambiguidade: Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de
diamantes a qual estava sobre a cama. Texto literário e não literário - marcas linguísticas
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes o qual estava sobre
a cama.
Antes de partirmos, de modo enfático, para as características que delineiam
Observação: Neste exemplo, pelo fato de os substantivos estojo e aliança ambas as modalidades, faremos uma breve consideração no tocante aos
pertencerem a gêneros diferentes, resolveu-se o problema substituindo os aspectos primordiais que perfazem o texto, vistos de maneira abrangente.
substantivos por o qual/a qual. Se pertencessem ao mesmo gênero, haveria
necessidade de uma reestruturação diferente. Toda e qualquer produção escrita é fruto de um conjunto de fatores, os
quais se encontram interligados e se tornam indissociáveis, de modo a
Má Colocação de Pronomes, Termos, Orações ou Frases permitir que o discurso se materialize de forma plausível. Portanto, infere-se
que tais fatores se ligam aos conhecimentos de quem o produz, sejam
Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto. esses de ordem linguística ou aqueles adquiridos ao longo da trajetória
cotidiana.
O garotinho estava no quarto dele ou da senhora? Aliada a essa prerrogativa existe aquela que inegavelmente norteia a
concepção de linguagem, ou seja, a de possuir um caráter dinâmico e
Eliminando a ambiguidade: Aquela velha senhora encontrou o garotinho no estritamente social. Isso nos leva a crer que sempre estamos dialogando
quarto dela. como o “outro”, e que, sobretudo, compartilhamos nossas ideias e opiniões
Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dele. com os diferentes interlocutores envolvidos no discurso.

Ex.: Sentado na varanda, o menino avistou um mendigo. Essa noção, uma vez proferida, tende a subsidiar os nossos propósitos no
que se refere ao assunto em questão. E, para tal, analisemos:
Quem estava sentado na varanda: o menino ou o mendigo?

Eliminando a ambiguidade: O menino avistou um mendigo que estava


sentado na varanda.

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Os poemas
A língua faz parte de nossa vida diária. Por isso, é importante conhecer,
através da reflexão linguística, seu funcionamento nas diversas situações
do cotidiano.
A ausência dessa reflexão na dinâmica da produção escrita compromete
sobretudo a superfície textual. Exemplos:

TEXTO 1 - Ambiguidade na propaganda de produto:

“Nunca use a almofadinha HAPPY BABY quando aquecida diretamente


sobre a pele do bebê, fraldas descartáveis e calças plásticas”.
REESCRITA:
(Quando aquecida, a almofadinha HAPPY BABY não deverá ser usada
diretamente sobre a pele do bebê, fraldas descartáveis e calças plásticas).

Os poemas são pássaros que chegam TEXTO 2 - Redundância no texto informal:


não se sabe de onde e pousam
no livro que lês. “Me desespera saber que algo pode ocorrer comigo quando eu entro num
Quando fechas o livro, eles alçam voo prédio e se isso acontecer, tenho a convicção de que algo grave ocorrerá
como de um alçapão. comigo”.
Eles não têm pouso
nem porto REESCRITA:
alimentam-se um instante em cada par de mãos (Quando entro num prédio, desespera-me pensar que algo grave poderá
e partem. ocorrer comigo).
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes TEXTO 3 – Problemas gramaticais e ineficiência da mensagem:
que o alimento deles já estava em ti...
“Necessitei ausentar-se do serviço, por que encontrava-me com dificulda-
QUINTANA, Mário. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM, 1980. des de enxergar, porque minha profissão requer uma boa visão”.

O exemplo em voga trata-se de uma criação poética pertencente a um OBS.: Não basta, neste caso, propor apenas a correção gramatical, numa
renomado autor da era modernista. Atendo-nos às suas peculiaridades no situação escolar envolvendo a escrita. É preciso, na reescritura do texto,
tange à linguagem, notamos a presença de uma linguagem metafórica que eliminar o supérfluo, buscando a clareza e a eficácia da mensagem.
simboliza a capacidade imaginativa do artista comparando-a com a liberda-
de conferida aos pássaros, uma vez que são livres e voam rumo ao hori- REESCRITA:
zonte. (Ausentei-me do serviço para consultar um oculista.)

Por meio dos seguintes excertos poéticos, assim representados, voltamos à TEXTO 4 – Redação escolar: "lugar-comum"
ideia anteriormente mencionada de que a competência linguística vai
paulatinamente sendo “adornada”, de acordo com a troca de experiências “O que fiz ontem de mais importante, sem dúvida, foi assistir um jogo de
entre o emissor e o mundo que o rodeia: futebol pelo rádio. O confronto entre Corinthians e Palmeiras é um clássico
imperdível.
Eles não têm pouso Durante a partida, sofri, sofri muito como todo corinthiano que se preza.
nem porto Mas, Graças a Deus, o empate teve gosto de vitória”.
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. OBS: Nessa produção, a não ser pela regência incorreta do verbo “assis-
E olhas, então, essas tuas mãos vazias, tir” (empregado equivocadamente em lugar do verbo “ouvir”), não há restri-
no maravilhoso espanto de saberes [...] ções quanto ao uso da língua padrão, sequer pelo emprego do termo
“imperdível”, já consagrado nas modalidades oral e escrita, menos formais.
Desta feita, a intencionalidade discursiva, característica textual marcante, Note-se, ainda, a utilização adequada do relator adversativo (mas) e a
pauta-se por despertar no interlocutor sentimentos e emoções, com vistas a coesão por sequenciação temporal (durante a partida/ ontem).
oferecer uma multiplicidade de interpretações, uma vez conferida pelo O que pode, então, poluir esse “oásis”? Nada menos que a predomi-
caráter subjetivo. Eis assim a característica que nutre um texto literário. nância do “LUGAR-COMUM”, em prejuízo da originalidade de expressão:

Pensemos agora em um outro tipo de texto, no qual não identificamos ... é um (jogo) imperdível,0
nenhum envolvimento por parte do emissor, pois suas marcas linguísticas ... como todo (corinthiano) que se preza
primam-se pela objetividade. A conclusão a que podemos chegar é que, ... o empate teve gosto de vitória
nesse caso, a finalidade é apenas informar algo, tal qual se encontra no
discurso apresentado, isento de marcas pessoais, opiniões, juízos de valor Todo A INTENÇÃO COMUNICATIVA
e, sobretudo, de traços ligados à subjetividade. Todo aquele que se comunica -falando, pintando, escrevendo, dan-
çando etc. - tem uma intenção comunicativa. Ele, locutor, não está apenas
Uma notícia, reportagem, artigo científico? Seriam esses os casos querendo transmitir uma mensagem, passar uma informação, mas interagir
representativos? A reposta para tal indagação é reafirmá-la, uma vez que com outra pessoa que se vai tornar o locutário. Ou seja, o locutor tem um
tais modalidades tem uma finalidade em comum: a informação. Essa, por objetivo em mente ao construir o seu texto e, normalmente, esse objetivo se
sua vez, precisa retratar uma certa credibilidade conferida por meio do relaciona com alguma ação. Toda palavra faz parte de um movimento maior
discurso. Daí o caráter objetivo, razão pela qual o autor, em momento em torno de uma ação social.
algum, não deixa que suas opiniões se fruam em meio ao ato discursivo a
que se propõe. Tal particularidade revela a natureza linguística do chamado Por exemplo, uma bula de remédios. Ela pode ser lida a qualquer mo-
texto não literário. Vânia Maria do Nascimento Duarte mento e pelos mais variados motivos. Ainda que a maioria considerasse
absurdo, eu poderia ler uma bula de remédios antes de dormir, para relaxar
REESCRITURA DE TEXTOS um pouco. Mas, a intenção comunicativa de uma bula de remédios é outra.
Dorival Coutinho da Silva Ela existe na sociedade para que o leitor conheça adequadamente o remé-

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dio e saiba como usá-lo. O conhecimento e a aplicação das informações da semelhança entre frases ou orações) e semântica (quando há correspon-
bula de remédios pode significar o restabelecimento da saúde. dência de sentido entre os termos).
Assim, uma pessoa pode até ler uma bula de remédio para se distrair Casos recorrentes se manifestam no momento da escrita indicando que
porque não tem o que outra coisa que fazer, contudo passar o tempo não é houve a quebra destes recursos, tornando-se imperceptíveis aos olhos de
a intenção comunicativa da bula de remédios. É um uso para a bula, mas quem a produz, interferindo de forma negativa na textualidade como um
não atende à intenção comunicativa desse gênero discursivo. Quem escre- todo. Como podemos conferir por meio dos seguintes casos:
ve esse texto não o faz para que os outros passem um momento agradável
de diversão. Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a Holanda.
É justamente o caso contrário do que ocorre com o filme de aventuras
que alguém se assiste no cinema, domingo à tarde, com os seus amigos. Constatamos a falta de paralelismo semântico, ao analisarmos que o time
Voltados para essa necessidade, existem muitos filmes de aventuras cuja brasileiro não enfrentará o país, e sim a seleção que o representa. Reestru-
intenção comunicativa é apenas fazer os locutários se distraírem e passar turando a oração, obteríamos:
um bom momento. Mas não existem apenas filmes de aventuras em circu-
lação na sociedade. Outros filmes ultrapassam esse objetivo e procuram, Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a seleção da
também, discutir valores ou criticar aspectos da identidade humana, por Holanda.
exemplo.
Se eles comparecessem à reunião, ficaremos muito agradecidos.
O primeiro e, sem dúvidas, um dos maiores desafios de quem produz
um texto é fazer o locutário cooperar com a intenção comunicativa do texto Eis que estamos diante de um corriqueiro procedimento linguístico, embora
produzido. Em outras palavras, fazer com que o locutário esteja disposto a considerado incorreto, sobretudo, pela incoerência conferida pelos tempos
interpretar o texto de acordo com a intenção comunicativa do locutor. verbais (comparecessem/ficaremos). O contrário acontece se dissésse-
Ou seja, de má vontade, sem querer participar, sem se envolver, o lo- mos:
cutário não vai fazer o seu papel no processo de interação comunicativa. O
locutário poderá então não compreender o texto ou fazer uma interpretação Se eles comparecessem à reunião, ficaríamos muito agradecidos.
que foge aos objetivos desse texto. Ele vai ler, mas não vai interpretar Ambos relacionados à mesma ideia, denotando uma incerteza quanto à
adequadamente, nem agir de acordo. ação.

Mas por que o locutário não atenderia à intenção comunicativa do texto Ampliando a noção sobre a correta utilização destes recursos, analisemos
que lê? Isso pode acontecer porque aquele que assume o papel de locutá- alguns casos em que eles se aplicam:
rio não sabe (ou não deseja) realizar o trabalho de envolvimento com o
texto necessário para interpretá-lo. Assim, é muito importante ao interpre- não só... mas (como) também:
tarmos um texto, identificarmos a intenção comunicativa.
A violência não só aumentou nos grandes centros urbanos, mas
Algumas perguntas podem nos ajudar: também no interior.
Ø Para que serve esse texto na sociedade?
Ø O que esse texto revela sobre o locutor? Percebemos que tal construção confere-nos a ideia de adição em comparar
Ø O que se espera que eu faça depois de ler esse texto? ambas as situações em que a violência se manifesta.
Compreendendo a intenção comunicativa do texto, podemos também
Quanto mais... (tanto) mais:
escolher até que ponto desejamos participar no processo comunicativo. Isto
é, podemos envolvermo-nos mais ou menos, de acordo com nossas neces-
Atualmente, quanto mais se aperfeiçoa o profissionalismo, mais chan-
sidades, possibilidades, desejos etc.
ces tem de se progredir.
A escola, como instituição, no entanto, tem sido muito eficiente em 'ma-
tar' as intenções comunicativas dos textos. Em todas os componentes Ao nos atermos à noção de progressão, podemos identificar a construção
curriculares. Seja por reduzir os textos a intenções distorcidas daquelas paralelística.
para as que foram produzidos; seja por simplesmente ignorar o processo
social que deu origem a tais textos. José Luís Landeira Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora:
Paralelismo Sintático e Paralelismo Semântico - recursos A cordialidade é uma virtude aplicável em quaisquer circunstâncias,
que compõem o estilo textual seja no ambiente familiar, seja no trabalho.

Notadamente, a construção textual é concebida como um procedimento Confere-se a aplicabilidade do recurso mediante a ideia de alternância.
dotado de grande complexidade, haja vista que o fato de as ideias emergi-
rem com uma certa facilidade não significa transpô-las para o papel sem a Tanto... Quanto:
devida ordenação. Tal complexidade nos remete à noção das competências
inerentes ao emissor diante da elaboração do discurso, dada a necessidade As exigências burocráticas são as mesmas, tanto para os veteranos,
de este se perfazer pela clareza e precisão. quanto para os calouros.

Infere-se, portanto, que as competências estão relacionadas aos conheci- Mediante a ideia de adição, acrescida àquela de equivalência, constata-se
mentos que o usuário tem dos fatos linguísticos, aplicando-os de acordo a estrutura paralelística.
com o objetivo pretendido pela enunciação. De modo mais claro, ressalta-
mos a importância da estrutura discursiva se pautar pela pontuação, con- Não... E não/nem:
cordância, coerência, coesão e demais requisitos necessários à objetivida-
de retratada pela mensagem. Não poderemos contar com o auxílio de ninguém, nem dos alunos,
nem dos funcionários da secretaria.
Atendo-nos de forma específica aos inúmeros aspectos que norteiam os já
citados fatos linguísticos, ressaltamos determinados recursos cuja função Recurso este empregado quando se quer atribuir uma sequência negativa.
se atribui por conferirem estilo à construção textual – o paralelismo sintático
e semântico. Caracterizam-se pelas relações de semelhança existente Por um lado... Por outro:
entre palavras e expressões que se efetivam tanto de ordem morfológica
(quando pertencem à mesma classe gramatical), sintática (quando há Se por um lado, a desistência da viagem implicou economia, por

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outro, desagradou aos filhos que estavam no período de férias. - o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso,
glutão).
O paralelismo efetivou-se em virtude da referência a aspectos negativos e Sinédoque:
positivos relacionados a um determinado fato. Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo
ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitati-
Tempos verbais: va. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:
Se a maioria colaborasse, haveria mais organização. - o todo pela parte e vice-versa: “A cidade inteira (o povo) viu assombrada,
de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (parte das
Como dito anteriormente, houve a concordância de sentido proferida pelos patas) de seu cavalo.” (J. Cândido de Carvalho)
verbos e seus respectivos tempos. - o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é tímido;
: Vânia Maria do Nascimento Duarte o carioca (todos os cariocas), atrevido.
- o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os
Reescritura de frases e parágrafos do texto artistas ele foi um mecenas (protetor).
Reescritura de frases e parágrafos do texto. Catacrese:
Substituição de palavras ou de trechos de texto. A catacrese é um tipo de especial de metáfora, “é uma espécie de metáfora
Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade. desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de
criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito linguístico, já
Este item será abordado como um tema só, pois a separação deles está
fora do âmbito estilístico.” (Othon M. Garcia).
meio complicada, pois a substituição de palavras ou de trechos tem tudo a
ver com a retextualização São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de alho
/ montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção /
Reescrituração de textos
ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco.
Figuras de estilo, figuras ou Desvios de linguagem são nomes dados a
Sinestesia:
alguns processos que priorizam a palavra ou o todo para tornar o texto mais
rico e expressivo ou buscar um novo significado, possibilitando uma reescri- A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma
tura correta de textos. expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão,
olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).
Podem ser:
Exemplo: “A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de
Figuras de palavras
uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo.
As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensa-
diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um ções táteis], quase irreal.” (Augusto Meyer)
efeito mais expressivo na comunicação.
Antonomásia:
São figuras de palavras:
Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade,
Comparação: característica ou fato que a distingue.
Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elemen- Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou
tos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos – cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome
feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns próprio.
verbos – parecer, assemelhar-se e outros.
Exemplos: “E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e
Exemplos: “Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes
como se fosse lógico.” (Chico Buarque); do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (=
“As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão)
xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas…” (Jorge Amado). Alegoria:
Metáfora: A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto;
Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por
de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria,
também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum
conectivo não está expresso, mas subentendido. e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e outro
Exemplo: “Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. metafórico.
Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.” (Machado de Assis). Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono
Metonímia: lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não
Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, ha- são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo
vendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados,
sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação e a orquestra é excelente…” (Machado de Assis).
objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos: Figuras de sintaxe ou de construção:
- o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação
cálice (o conteúdo de um cálice) de licor. à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições
- a causa pelo efeito e vice-versa: “E assim o operário ia / Com suor e com ou omissões.
cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamen- Elas podem ser construídas por:
to.” (Vinicius de Moraes). a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
- o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
legítimo porto (o vinho da cidade do Porto). c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
- o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado). d) ruptura: anacoluto;
- o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu e) concordância ideológica: silepse.
coração (sentimento, sensibilidade).
Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:
- o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pelos
Assíndeto:
revolucionários.
Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por
- a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa.
conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgu-
- o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo. las.
- a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura).
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Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade
pausas rítmicas (vírgulas). que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase.
Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.” (as lojas dos barbeiros
pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se.” (Machado de loquazes.) (Eça de Queiros).
Assis). Anacoluto:
Elipse: Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se
Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente pode- inicia a frase, alterando-lhe a sequência lógica. A construção do período
mos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de deixa um ou mais termos – que não apresentam função sintática definida –
pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.
concisão e dinamismo. Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.” (Alcânta-
Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.” (elipse ra Machado).
do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias…). Silepse:
Zeugma: Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas
Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando com a ideia a elas associada.
subentendida sua repetição. a) Silepse de gênero:
Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes.” Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou
(Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”) (Camilo Castelo Branco). masculino).
Anáfora: Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” (Guimarães
Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um Rosa).
período, frase ou verso. b) Silepse de número:
Exemplo: “Depois o areal extenso… / Depois o oceano de pó… / Depois no Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular
horizonte imenso / Desertos… desertos só…” (Castro Alves). ou plural).
Pleonasmo: Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário Barreto).
Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma ideia, isto é, redundân- c) Silepse de pessoa:
cia de significado. Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal:
a) Pleonasmo literário: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.
É o uso de palavras redundantes para reforçar uma ideia, tanto do ponto de Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas.” (Ma-
vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso chado de Assis).
estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem. Figuras de pensamento:
Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao
ver de perto / Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto de Olivei- significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
ra).
São figuras de pensamento:
“Morrerás morte vil na mão de um forte.” (Gonçalves Dias)
Antítese:
“Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal” (Fernando
Pessoa). Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de
sentidos opostos.
b) Pleonasmo vicioso:
Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns
É o desdobramento de ideias que já estavam implícitas em palavras anteri- nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos
ormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm trazem o mal.” (Rui Barbosa).
valor de reforço de uma ideia, sendo apenas fruto do descobrimento do
sentido real das palavras. Apóstrofe:
Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou
os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução / imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo
principal protagonista. na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão.
Polissíndeto: Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” (Castro Alves).
Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coor- Paradoxo:
denativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a con- Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido
junção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertigino- oposto, mas também na de ideias que se contradizem referindo-se ao
sos. mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxí-
moro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo.
Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das bur-
guesinhas ricas / e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se
(Manuel Bandeira). sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;”
Anástrofe: (Camões)
Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas Eufemismo:
(determinante/determinado). Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para
Exemplo: “Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho.” (Mário atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.
Quintana). Exemplo: “E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe
Hipérbato: pague”. (Chico Buarque).
Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase. Gradação:
Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ” (As belas passeiam na Ocorre gradação quando há uma sequência de palavras que intensificam
Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade). uma mesma ideia.
Sínquise: Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu movo o passo.” (Castro
Alves).
Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da
frase. É um hipérbato exagerado. Hipérbole:
Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente. ” (A grita da gente se Ocorre hipérbole quando há exagero de uma ideia, a fim de proporcionar
alevanta ao Céu ) (Camões). uma imagem emocionante e de impacto.
Hipálage: Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac).

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Ironia: • Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits.
Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja)
termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem • Convocamos para a Reunião do Conselho de DA’s (plural da sigla
exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica. de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se
Exemplo: “Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como usa apóstrofo ‘s’ para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.)
uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade). Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, grafia,
Prosopopéia: morfologia, etc., tais como “adevogado” ou “eu sabo“, pois seriam atitudes
Ocorre prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência no
movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres dialeto padrão da língua.
animados a seres inanimados ou imaginários. Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque os
Também a atribuição de características humanas a seres animados consti- receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em questão
tui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre conhe-
exemplo de Mário de Quintana: “O peixinho (…) silencioso e levemente cem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à comunidade
melancólico…” com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barbarismo também
Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.” (Raul Bopp) pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns receptores que
se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos tipos de influên-
Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice Lispector)
cia sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o conceito de barba-
Perífrase: rismo é relativo ao receptor da mensagem.
Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do receptor
algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear. poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um cultismo
Exemplo: “Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilho- (ex: “abdômen”) quando presente em uma mensagem a um receptor que
sa / Coração do meu Brasil.” (André Filho). não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado, que poderia
Até este ponto retirei informações do site PCI cursos compreender melhor os sinônimos “barriga”, “pança” ou “bucho”).
Vícios de Linguagem Cacofonia
Ambiguidade A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união das
Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos. Ela sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando falamos
geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exemplos desse
ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma fato:
palavra apresentar vários sentidos em um contexto. • “Ele beijou a boca dela.”
Ex: • “Bata com um mamão para mim, por favor.”
• “Onde está a vaca da sua avó?” (Que vaca? A avó ou a vaca criada • “Deixe ir-me já, pois estou atrasado.”
pela avó?)
• “Não tem nada de errado a cerca dela“
• “Onde está a cachorra da sua mãe?” (Que cachorra? A mãe ou a
cadela criada pela mãe?) • “Vou-me já que está pingando. Vai chover!”
• “Este líder dirigiu bem sua nação”(“Sua”? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o • “Instrumento para socar alho.”
líder)?). • “Daqui vai, se for dai.”
Obs 1: O pronome possessivo “seu(ua)(s)” gera muita confusão por ser Não são cacofonia:
geralmente associado ao receptor da mensagem. • “Eu amo ela demais !!!”
Obs 2: A preposição “como” também gera confusão com o verbo “comer”
• “Eu vi ela.”
na 1ª pessoa do singular.
A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecional, • “você veja”
em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes
mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e “pegadinhas”.
assim obter a interpretação correta da mensagem. Plebeísmo
Barbarismo O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos
Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos considerados informais.
qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou cons- Exemplos:
trução estrangeira no lugar de equivalente vernácula. • “Ele era um tremendo mané!”
De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes
• “Tô ferrado!”
nomes:
• “Tá ligado nas quebradas, meu chapa?”
• galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de
Gália, antigo nome da França); • “Esse bagulho é ‘radicaaaal’!!! Tá ligado mano?”
• anglicismo, quando do inglês; • ‘Vô piálá’mais tarde ‘ !!! Se ligou maluko ?
• castelhanismo, quando vindos do espanhol; Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em contextos
sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo.
Ex:
Prolixidade
• Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria
“quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente”); É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua supera-
bundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas ideias. Ao texto
• Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria “comeu prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e
um rosbife“); cansa o leitor.
• Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e preci-
“Havia ligações(ou vínculos) para sua página”. são da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com
• Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa
“Eles têm serviço de entrega”). para dizer exatamente o que se quer.
• Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o
mais adequado seria Primeiro-ministro)

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Pleonasmo vicioso Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da frase
O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redun- que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões por
dância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considera- outras similares ou sinônimas.
do um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chama- Central de favoritos
mos pleonasmo vicioso. Esta matéria eu retirei da Wikipédia
Ex:
NORMA CULTA E POPULAR
• “Ele vai ser o protagonista principal da peça”. (Um protagonista é,
necessariamente, a personagem principal) A linguagem humana pode ser compreendida em dois termos específicos
mais conhecidos como NORMA CULTA E NORMA POPULAR. Como o
• “Meninos, entrem já para dentro!” (O verbo “entrar” já exprime ideia
próprio nome já define, no primeiro caso, bem entendida como NORMA
de ir para dentro)
CULTA, entende-se o modo correto, bonito, certo de uma pessoa se ex-
• “Estou subindo para cima.” (O verbo “subir” já exprime ideia de ir pressar, usando os termos mais sofisticados e quase chegando à perfeição,
para cima) omitindo, consequentemente o uso de gírias e termos chulos da língua
• “Não deixe de comparecer pessoalmente.” (É impossível compare- mãe, pátria, ou no caso do Brasil, língua portuguesa. Por outro lado, tam-
cer a algum lugar de outra forma que não pessoalmente) bém como o próprio termo já expressa, a NORMA POPULAR (a linguagem
do povo) não se esmera e muito menos se preocupa em falar, exibir como a
• “Meio-ambiente” – o meio em que vivemos = o ambiente em que anterior, isto é, a considerada CULTA, e sim fala conforme o sentimento do
vivemos. povo, o uso comum, de maneira simples, inclusive apresentando diversos
Não é pleonasmo: tipos de erros de concordância gramatical, o que, sem dúvida, passa total-
• “As palavras são de baixo calão“. Palavras podem ser de baixo ou de mente despercebido pela pessoa que a ouve, sendo consequentemente da
alto calão. mesma estirpe e condição social, diga-se de passagem. Tudo isto sem falar
O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exem- nas apelações, gírias e termos chulos proferidos pela a grande maioria das
plos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um pessoas.
recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da Em ambos os casos, como são ambientes distintos, tanto a NORMA CUL-
mensagem. TA quanto a NORMA POPULAR são entendidas, respectivamente, cada
uma dentro dos seus parâmetros, do seu contexto. As palavras CERTO e
Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo
ERRADO, sendo assim, ficam em segundo plano. Pois se for colocar na
bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a
berlinda ou na balança, numa análise mais abrangente, estes dois tipos de
geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria
linguagem, constatar-se-á um grande paradoxo: como um povo pode se
no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor
expressar de duas maneiras distintas, falando o mesmo idiomas? Pergunta-
depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de interpretação
rá o turista incauto que tanto se esforçou para aprender os termos básicos
textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se
da língua portuguesa e chegando aqui, dependendo do lugar que for,
incorrer acidentalmente em um uso vicioso.
ficarará, desculpe a comparação popular, mais perdido do que cachorro em
Solecismo dia de mudança!... E a celeuma pode perdurar ao longo da convivência
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação diária, indagando com perguntas do tipo: quem está certo ou errado? Ora,
à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo: turista das Arábias, você não sabia: Ambas categorias estão certas ou
De concordância: erradas, conforme o lugar ou a hora em que estiverem se confabulando.
Talvez você desconheça totalmente que papo de botequim, de bar é uma
• “Fazem três anos que não vou ao médico.” (Faz três anos que não
coisa e diálogo, conversa numa Academia Brasileira de Letras é outro bem
vou ao médico.)
diferente. Só que,não se esqueça: é a mesma e única Língua Portuguesa
• “Aluga-se salas nesse edifício.” (Alugam-se salas nesse edifício.) que estão falando. O imprescidível mesmo é que cada um entenda bem o
De regência: que o ouro está querendo dizer. Se fingir que entende será problema exclu-
• “Ontem eu assisti um filme de época.” (Ontem eu assisti a um filme de sivo de quem agir assim. Neste momento sempre é bom ser sincero. Qual-
época.) quer dúvida, não tenha vergonha de dizer: "desculpe-me, não entendi o que
você está querendo dizer!". Ou se preferir pode até dizer mesmo : "Excuse-
De colocação:
me ou I'm sorry. I don't understand" ou algo parecido. Pois sempre se
• “Me empresta um lápis, por favor.” (Empresta-me um lápis, por favor.) encontra aqui no Brasil alguma pessoa que aprecia o inglês, agora se fala
• “Me parece que ela ficou contente.” (Parece-me que ela ficou conten- fluentemente, aí são outros quinhentos...Olha a NORMA POPULAR finali-
te.) zando...
João Bosco de Andrade Araújo
• “Eu não respondi-lhe nada do que perguntou.” (Eu não lhe respondi
nada do que perguntou.)
Eco
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES:
O Eco vem a ser a própria rima que ocorre quando há na frase termina-
ções iguais ou semelhantes, provocando dissonância. exercícios de Interpretação de texto
• “Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educa-
Leia o texto para responder às próximas 3 questões.
ção.”
• “O aluno repetente mente alegremente.” Sobre os perigos da leitura
• O presidente tinha dor de dente constantemente. Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente
Colisão da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o
que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabili-
O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é denomina-
dade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20
do aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando usados
minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada?
com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção do
Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam-
receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando
se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja
causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração
leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os
torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome
meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a
de colisão. Exemplos:
mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esfor-
• “Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos.” çando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de
• “O papa Paulo VI pediu a paz.” todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...]

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A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o
oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 6 - A expressão chá de cadeira, no texto, tem o
de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear significado de
os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treina- (A) bebida feita com derivado de pinho.
dos durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre (B) ausência de convite para dançar.
os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado! (C) longa espera para conseguir assento.
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse (D) ficar sentado esperando o chá.
se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado (E) longa espera em diferentes situações.
pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes.
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado) Leia o texto para responder às próximas 4 questões.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 1 - De acordo com o texto, os candidatos


(A) não tinham assimilado suas leituras.
(B) só conheciam o pensamento alheio.
(C) tinham projetos de pesquisa deficientes.
(D) tinham perfeito autocontrole.
(E) ficavam em fila, esperando a vez.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 2 - O autor entende que os candidatos deveriam


(A) ter opiniões próprias.
(B) ler os textos requeridos.
(C) não ter treinamento escolar.
(D) refletir sobre o vazio.
(E) ter mais equilíbrio.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 3 - A expressão “um vazio imenso” (3.º parágra-


fo) refere-se a
(A) candidatos.
(B) pânico.
(C) eles.
(D) reação.
(E) esse campo.

Leia o texto para responder às próximas 3 questões.


No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou Zelosa com sua imagem, a empresa multinacional Gillette retirou a bola da
no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes cidades de mão, em uma das suas publicidades, do atacante francês Thierry Henry,
31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do garoto-propaganda da marca com quem tem um contrato de 8,4 milhões de
tempo. A conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasa- dólares anuais. A jogada previne os efeitos desastrosos para vendas de
dos – do ponto de vista temporal, bem entendido – do mundo. Foram seus produtos, depois que o jogador trapaceou, tocando e controlando a
analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada bola com a mão, para ajudar no gol que classificou a França para a Copa
distância a pé no centro da cidade, o número de relógios corretamente do Mundo de 2010. (...)
ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram muito mal Na França, onde 8 em cada dez franceses reprovam o gesto irregular,
nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro Thierry aparece com a mão no bolso. Os publicitários franceses acham que
lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as o gato subiu no telhado. A Gillette prepara o rompimento do contrato. O
oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres. serviço de comunicação da gigante Procter & Gamble, proprietária da
O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços Gillette, diz que não.
culturais de um país. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que Em todo caso, a empresa gostaria que o jogo fosse refeito, que a trapaça
tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, em comparação, não tivesse acontecido. Na impossibilidade, refez o que está ao seu alcan-
dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar ce, sua publicidade.
atrasos”, diz o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por Segundo lista da revista Forbes, Thierry Henry é o terceiro jogador de
exemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um convidado futebol que mais lucra com a publicidade – seus contratos somam 28
chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversá- milhões de dólares anuais. (...)
rio. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexí- (Veja, 02.11.2009. Adaptado)
veis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual
se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte público? (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 7 - A palavra jogada, em – A jogada previne os
(Veja, 02.12.2009) efeitos desastrosos para venda de seus produtos... – refere-se ao fato de

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 4 - De acordo com o texto, os brasileiros são (A) Thierry Henry ter dado um passe com a mão para o gol da França.
piores do que outros povos em (B) a Gillette ter modificado a publicidade do futebolista francês.
(A) eficiência de correios e andar a pé. (C) a Gillete não concordar com que a França dispute a Copa do Mundo.
(B) ajuste de relógios e andar a pé. (D) Thierry Henry ganhar 8,4 milhões de dólares anuais com a propaganda.
(C) marcar compromissos fora de hora. (E) a FIFA não ter cancelado o jogo em que a França se classificou.
(D) criar desculpas para atrasos.
(E) dar satisfações por atrasos. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 8 - A expressão o gato subiu no telhado é parte
de uma conhecida anedota em que uma mulher, depois de contar abrupta-
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 5 - Pondo foco no processo de coesão textual mente ao marido que seu gato tinha morrido, é advertida de que deveria ter
do 2.º parágrafo, pode-se concluir que Levine é um dito isso aos poucos: primeiramente, que o gato tinha subido no telhado,
(A) jornalista. depois, que tinha caído e, depois, que tinha morrido. No texto em questão,
(B) economista. a expressão pode ser interpretada da seguinte maneira:
(C) cronometrista.
(D) ensaísta. (A) foi com a “mão do gato” que Thierry assegurou a classificação da Fran-
(E) psicólogo. ça.

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(B) Thierry era um bom jogador antes de ter agido com má fé. textos, que permitem uma leitura dinâmica e de acordo com o interesse do
(C) a Gillette já cortou, de fato, o contrato com o jogador francês. usuário.
(D) a Fifa reprovou amplamente a atitude antiesportiva de Thierry Henry. (E) O novo livro de Nicholas Carr, a ser publicado, desperta a curiosidade
(E) a situação de Thierry, como garoto-propaganda da Gillette, ficou instá- do leitor pelo tratamento ficcional que seu autor aplica a situações concre-
vel. tas do funcionamento do cérebro, trazidas pelo uso disseminado da inter-
net.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 9 - A expressão diz que não, no final do 2.º
parágrafo, significa que (MP/RS – 2010 – FCC) 12 - Curiosamente, no caso da internet, os verda-
deiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito
(A) a Procter & Gamble nega o rompimento do contrato. estridentes. O autor, para embasar a opinião exposta no 2o parágrafo,
(B) o jogo em que a França se classificou deve ser refeito. (A) se vale da enorme projeção conferida ao pesquisador antes citado,
(C) a repercussão na França foi bastante negativa. ironicamente oferecida pela própria internet, em seu website.
(D) a Procter & Gamble é proprietária da Gillette. (B) apoia-se nas conclusões de Nicholas Carr, baseadas em dezenas de
(E) os publicitários franceses se opõem a Thierry. estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano.
(C) condena, desde o início, as novas tecnologias, cujo uso indiscriminado
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 10 - Segundo a revista Forbes, vemprovocando danos em partes do cérebro.
(A) Thierry deverá perder muito dinheiro daqui para frente. (D) considera, como base inicial de constatação a respeito do uso da inter-
(B) há três jogadores que faturam mais que Thierry em publicidade. net, que ela nos torna menos sensíveis a sentimentos como compaixão e
(C) o jogador francês possui contratos publicitários milionários. piedade.
(D) o ganho de Thierry, somado à publicidade, ultrapassa 28 milhões. (E) questiona a ausência de fundamentos científicos que, no caso da inter-
(E) é um absurdo o que o jogador ganha com o futebol e a publicidade. net, [...]deveriam, sim, provocar reações muito estridentes.

As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo. As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo.
Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic, o polêmico artigo
"Estará o Google nos tornando estúpidos?" O texto ganhou a capa da Também nas cidades de porte médio, localizadas nas vizinhanças das
revista e, desde sua publicação, encontra-se entre os mais lidos de seu regiões metropolitanas do Sudeste e do Sul do país, as pessoas tendem
website. O autor nos brinda agora com The Shallows: What the internet is cada vez mais a optar pelo carro para seus deslocamentos diários, como
doing with our brains, um livro instrutivo e provocativo, que dosa lingua- mostram dados do Departamento Nacional de Trânsito. Em consequência,
gem fluida com a melhor tradição dos livros de disseminação científica. congestionamentos, acidentes, poluição e altos custos de manutenção da
Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo. As reações mais malha viária passaram a fazer parte da lista dos principais problemas
estridentes nem sempre têm fundamentos científicos. Curiosamente, no desses municípios.
caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim, Cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das capitais,
provocar reações muito estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas
científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a inter- frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos. A facilida-
net está provocando danos em partes do cérebro que constituem a base do de de crédito e a isenção de impostos são alguns dos elementos que têm
que entendemos como inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a colaborado para a realização do sonho de ter um carro. E os brasileiros
sentimentos como compaixão e piedade. desses municípios passaram a utilizar seus carros até para percorrer curtas
O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e incessantes estímu- distâncias, mesmo perdendo tempo em congestionamentos e apesar dos
los, adestra nossa habilidade de tomar pequenas decisões. Saltamos textos alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo
e imagens, traçando um caminho errático pelas páginas eletrônicas. No aumento da frota.
entanto, esse ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar Além disso, carro continua a ser sinônimo de status para milhões de brasi-
nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais sofistica- leiros de todas as regiões. A sua necessidade vem muitas vezes em se-
dos. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós, depois de anos de gundo lugar. Há 35,3 milhões de veículos em todo o país, um crescimento
exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e de 66% nos últimos nove anos. Não por acaso oito Estados já registram
elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência, com base em mais mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios.
estudos científicos sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segun- (O Estado de S. Paulo, Notas e Informações, A3, 11 de setembro de 2010,
do o autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente que com adaptações)
promove uma leitura apressada, rasa e distraída, e um aprendizado super-
ficial." (MP/RS – 2010 – FCC) 13 - Não por acaso oito Estados já registram mais
A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa para a transformação mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios. A afirmativa final do
do nosso cérebro e, quanto mais a utilizamos, estimulados pela carga texto surge como
gigantesca de informações, imersos no mundo virtual, mais nossas mentes (A) constatação baseada no fato de que os brasileiros desejam possuir um
são afetadas. E não se trata apenas de pequenas alterações, mas de carro, mas perdem muito tempo em congestionamentos.
mudanças substanciais físicas e funcionais. Essa dispersão da atenção (B) observação irônica quanto aos problemas decorrentes do aumento na
vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão.(Thomaz Wood utilização de carros, com danos provocados ao meio ambiente.
Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72, com adaptações) (C) comprovação de que a compra de um carro é sinônimo de status e, por
isso, constitui o maior sonho de consumo do brasileiro.
(MP/RS – 2010 – FCC) 11 - O assunto do texto está corretamente resumi- (D) hipótese de que a vida nas cidades menores tem perdido qualidade,
do em: pois os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus carros até
(A) O uso da internet deveria motivar reações contrárias de inúmeros para percorrer curtas distâncias.
especialistas, a exemplo de Nicholas Carr, que procura descobrir as cone- (E) conclusão coerente com todo o desenvolvimento, a partir de um título
xões entre raciocínio lógico e estudos científicos sobre o funcionamento do que poderia ser: Carro, problema que se agrava.
cérebro.
(B) O mundo virtual oferecido pela internet propicia o desenvolvimento de (MP/RS – 2010 – FCC) 14 - As ideias mais importantes contidas no 2o
diversas capacidades cerebrais em todos aqueles que se dedicam a essa parágrafo constam, com lógica e correção, de:
navegação, ainda pouco estudadas e explicitadas em termos científicos. (A) A facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns elementos
(C) Segundo Nicholas Carr, o uso frequente da internet produz alterações que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro nas cida-
no funcionamento do cérebro, pois estimula leituras superficiais e distraí- des menores, e os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus
das, comprometendo a formulação de raciocínios mais sofisticados. carros para percorrer curtas distâncias, além dos congestionamentos e dos
(D) Usar a internet estimula funções cerebrais, pelas facilidades de percep- alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo
ção e de domínio de assuntos diversificados e de formatos diferenciados de aumento da frota.

Língua Portuguesa 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(B) Cidades menores tiveram suas frotas aumentadas em progressão (C) o aumento na venda de celulares feitos com CarbonFree, depois que as
geométrica nos últimos anos em razão da facilidade de crédito e da isenção empresas nacionais se uniram à fabricante taiwanesa.
de impostos, elementos que têm colaborado para a aquisição de carros que (D) o compromisso firmado entre a empresa Apple e consultoria Gartner
passaram a ser utilizados até mesmo para percorrer curtas distâncias, Group para criar celulares sem o uso de carbono.
apesar dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os (E) a preocupação de algumas empresas em criarem aparelhos eletrônicos
danos provocados ao meio ambiente. que não agridam o meio ambiente.
(C) O menor custo de vida em cidades menores, com baixo índice de
desemprego e poder aquisitivo mais alto, aumentaram suas frotas em (CREMESP – 2011 - VUNESP) 16 - Em – Computadores “limpos” fazem
progressão geométrica nos últimos anos, com a facilidade de crédito e a uma importante diferença no efeito estufa... – a expressão entre aspas
isenção de impostos, que são alguns dos elementos que têm colaborado pode ser substituída, sem alterar o sentido no texto, por:
para a realização do sonho dos brasileiros de ter um carro. (A) com material reciclado.
(D) É nas cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das (B) feitos com garrafas plásticas.
capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, que (C) com arquivos de bambu.
tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos (D) feitos com materiais retirados da natureza.
anos pela facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns dos (E) com teclado feito de alumínio.
elementos que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro.
(E) Os brasileiros de cidades menores passaram até a percorrer curtas (CREMESP – 2011 - VUNESP) 17 - A partir da leitura do texto, pode-se
distâncias com seus carros, pela facilidade de crédito e a isenção de impos- concluir que
tos, que são elementos que têm colaborado para a realização do sonho de (A) as pesquisas na área de TI ainda estão em fase inicial.
tê-los, e com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice (B) os consumidores de eletrônicos não se preocupam com o material com
de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas frotas aumenta- que são feitos.
das em progressão geométrica nos últimos anos. (C) atualmente, a indústria de eletrônicos leva em conta o efeito estufa.
(D) os laptops feitos com fibra de bambu têm maior durabilidade.
(E) equipamentos ecologicamente corretos não têm um mercado de vendas
Leia o texto para responder às próximas 4 questões. assegurado.

Os eletrônicos “verdes” (CREMESP – 2011 - VUNESP) 18 - O presidente da Apple, Steve Jobs,


(A) preocupa-se com o carbono emitido na fabricação de produtos eletrôni-
Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politi- cos.
camente correto na área ambiental. É seguindo essa trilha “verde” que a (B) pesquisa acerca do uso de bambu em teclados de laptops.
Motorola anunciou o primeiro celular do mundo feito de garrafas plásticas (C) descobriu que impressoras cujos cartuchos são de borra de chá não
recicladas. Ele se chama W233 Eco e é também o primeiro telefone com duram muito.
certificado CarbonFree, que prevê a compensação do carbono emitido na (D) responsabiliza a fabricação de celulares pelas emissões de dióxido de
fabricação e distribuição de um produto. Se um celular pode ser feito de carbono no meio ambiente.
garrafas, por que não se produz um laptop a partir do bambu? Essa ideia (E) está de acordo com outras empresas a favor do uso de materiais reci-
ganhou corpo com a fabricante taiwanesa Asus: tratase do Eco Book que cláveis em eletrônicos.
exibe revestimento de tiras dessa planta. Computadores “limpos” fazem
uma importante diferença no efeito estufa e para se ter uma noção do (CREMESP – 2011 - VUNESP) 19 - No texto, o estudo realizado pela
impacto de sua produção e utilização basta olhar o resultado de uma pes- Comunidade do Vale do Silício
quisa da empresa americana de consultoria Gartner Group. Ela revela que (A) é o primeiro passo para a implantação de laptops feitos com tiras de
a área de TI (tecnologia da informação) já é responsável por 2% de todas bambu.
as emissões de dióxido de carbono na atmosfera. (B) contribuirá para que haja mais lucro nas empresas, com redução de
Além da pesquisa da Gartner, há um estudo realizado nos EUA pela Co- custos.
munidade do Vale do Silício. Ele aponta que a inovação “verde” permitirá (C) ainda está pesquisando acerca do uso de mercúrio em eletrônicos.
adotar mais máquinas com o mesmo consumo de energia elétrica e reduzir (D) será decisivo para evitar o efeito estufa na atmosfera.
os custos de orçamento. Russel Hancock, executivo-chefe da Fundação da (E) permite a criação de uma impressora que funciona com energia mecâ-
Comunidade do Vale do Silício, acredita que as tecnologias “verdes” tam- nica.
bém conquistarão espaço pelo fato de que, atualmente, conta pontos junto
ao consumidor ter-se uma imagem de empresa sustentável. Leia o texto para responder à questão a seguir.
O estudo da Comunidade chegou às mãos do presidente da Apple, Steve
Jobs, e o fez render-se às propostas do “ecologicamente correto” – ele era Quanto veneno tem nossa comida?
duramente criticado porque dava aval à utilização de mercúrio, altamente Desde que os pesticidas sintéticos começaram a ser produzidos em larga
prejudicial ao meio ambiente, na produção de seus iPods e laptops. Preo- escala, na década de 1940, há dúvidas sobre o perigo para a saúde huma-
cupado em não perder espaço, Jobs lançou a nova linha do Macbook Pro na. No campo, em contato direto com agrotóxicos, alguns trabalhadores
com estrutura de vidro e alumínio, tudo reciclável. E a RITI Coffee Printer rurais apresentaram intoxicações sérias. Para avaliar o risco de gente que
chegou à sofisticação de criar uma impressora que, em vez de tinta, se vale apenas consome os alimentos, cientistas costumam fazer testes com ratos
de borra de café ou de chá no processo de impressão. Basta que se colo- e cães, alimentados com doses altas desses venenos. A partir do resultado
que a folha de papel no local indicado e se despeje a borra de café no desses testes e da análise de alimentos in natura (para determinar o grau
cartucho – o equipamento não é ligado em tomada e sua energia provém de resíduos do pesticida na comida), a Agência Nacional de Vigilância
de ação mecânica transformada em energia elétrica a partir de um gerador. Sanitária (Anvisa) estabelece os valores máximos de uso dos agrotóxicos
Se pensarmos em quantos cafezinhos são tomados diariamente em gran- para cada cultura. Esses valores têm sido desrespeitados, segundo as
des empresas, dá para satisfazer perfeitamente a demanda da impressora. amostras da Anvisa. Alguns alimentos têm excesso de resíduos, outros têm
(Luciana Sgarbi, Revista Época, 22.09.2009. Adaptado) resíduos de agrotóxicos que nem deveriam estar lá. Esses excessos,
isoladamente, não são tão prejudiciais, porque em geral não ultrapassam
(CREMESP – 2011 - VUNESP) 15 - Leia o trecho: Vai bem a convivência os limites que o corpo humano aguenta. O maior problema é que eles se
entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área somam – ninguém come apenas um tipo de alimento.(Francine Lima,
ambiental. É correto afirmar que a frase inicial do texto pode ser interpreta- Revista Época, 09.08.2010)
da como
(A) a união das empresas Motorola e RITI Coffee Printer para criar um (CREMESP – 2011 - VUNESP) 20 - Com a leitura do texto, pode-se afir-
novo celular com fibra de bambu. mar que
(B) a criação de um equipamento eletrônico com estrutura de vidro que (A) segundo testes feitos em animais, os agrotóxicos causam intoxicações.
evita a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.

Língua Portuguesa 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(B) a produção em larga escala de pesticidas sintéticos tem ocasionado
doenças incuráveis. B Cb,
D c,
F Gd,Hf,J g,K h,
L j,
M l,N m,
K Pn,Rp,Sq,T r,
V s,
X t,
Z v,
Y Wx, z
(C) as pessoas que ingerem resíduos de agrotóxicos são mais propensas a
terem doenças de estômago. ENCONTROS VOCÁLICOS
(D) os resíduos de agrotóxicos nos alimentos podem causar danos ao A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
organismo. encontro vocálico.
(E) os cientistas descobriram que os alimentos in natura têm menos resí- Ex.: cooperativa
duos de agrotóxicos.
http://www.gramatiquice.com.br/2011/02/exercicios-interpretacao-de-texto- Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
ii_02.html
DITONGO
RESPOSTAS É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
01. B 11. C Dividem-se em:
02. A 12. B - orais: pai, fui
03. E 13. E - nasais: mãe, bem, pão
04. B 14. B - decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
05. E 15. E - crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo
06. E 16. A
07. B 17. C TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
08. E 18. E Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam
09. A 19. B
10. C 20. D HIATO
Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
as diferentes emissões de voz.
FONÉTICA E FONOLOGIA Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í-
zo
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo-
nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os SÍLABA
quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados
numa só emissão de voz.
Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre
si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA. Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e • Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo.
seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais • Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
fonemas. • Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo- li-da-de.
nemas.
TONICIDADE
É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se
sinal gráfico que representa o som. pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica.
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá,
Vejamos alguns exemplos: pá.
Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras
Corre – letras: 5: fonemas: 4 em:
Hora – letras: 4: fonemas: 3 • Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-
Aquela – letras: 6: fonemas: 5 mi-nó.
Guerra – letras: 6: fonemas: 4 • Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-
Fixo – letras: 4: fonemas: 5 ter, a-má-vel, qua-dro.
Hoje – 4 letras e 3 fonemas • Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do,
Canto – 5 letras e 4 fonemas cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma.
Tempo – 5 letras e 4 fonemas
Campo – 5 letras e 4 fonemas ENCONTROS CONSONANTAIS
Chuva – 5 letras e 4 fonemas É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo.
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.
LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
determinado som. DÍGRAFOS
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com-
posta para um som simples.
CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
Há os seguintes dígrafos:
VOGAIS 1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh.
a, e, i, o, u Exs.: chave, malha, ninho.
A E I O U 2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e
ss.
SEMIVOGAIS Exs. : carro, pássaro.
Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa 3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te- Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir.
sou-ro, Pa-ra-guai. 4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer-
rando a sílaba em uma palavra.
CONSOANTES Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.

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3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
NOTAÇÕES LÉXICAS Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo,
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes
público, pároco, proparoxítona.
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.

São os seguintes: QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS


1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas; 4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco-
ra;
• Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade;
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã;
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude; Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho; IMPORTANTE
o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno. Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se
Acentuação Gráfica todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de
“ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente.
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.
5. Trema
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou não
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira,
de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas
como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)
em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
6. Acento Diferencial
O acento diferencial permanece nas palavras:
Ex. pôde (passado), pode (presente)
pôr (verbo), por (preposição)
Chá Mês nós Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo
Gás Sapé cipó está no singular ou plural:
Dará Café avós SINGULAR PLURAL
Pará Vocês compôs
Ele tem Eles têm
vatapá pontapés só
Aliás português robô Ele vem Eles vêm
dá-lo vê-lo avó Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:
recuperá-los Conhecê-los pô-los conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
guardá-la Fé compô-los
réis (moeda) Véu dói Novo Acordo Ortográfico Descomplicado
méis céu mói
pastéis Chapéus anzóis Trema
ninguém parabéns Jerusalém Não se usa mais o trema, salvo em nomes próprios e seus derivados.
Acento diferencial
Resumindo:
Não é preciso usar o acento diferencial para distinguir:

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja
1. Para (verbo) de para (preposição)
um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo”
são acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.
“Esse carro velho para em toda esquina”.
“Estarei voltando para casa daqui a uma hora”.
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:

1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposição + artigo) e pelo


• L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
(substantivo)
• N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
2. Polo (substantivo) de polo (combinação antiga e popular de por
• R – câncer, caráter, néctar, repórter.
e lo).
• X – tórax, látex, ônix, fênix.
3. pera (fruta) de pera (preposição arcaica).
• PS – fórceps, Quéops, bíceps.
• Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
• ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão. A pronúncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se-á mediante o
• I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis. contexto.
• ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon. Acento agudo
• UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns. Ditongos abertos “ei”, “oi”
• US – ânus, bônus, vírus, Vênus. Não se usa mais acento nos ditongos ABERTOS “ei”, “oi” quando estiverem
na penúltima sílaba.
He-roi-co ji-boi-a
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes
As-sem-blei-a i-dei-a
(semivogal+vogal):
Pa-ra-noi-co joi-a
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.

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OBS. Só vamos acentuar essas letras quando vierem na última sílaba e se Não precisa mais quebrar a cabeça: “uso hífen ou não”?
o som delas estiverem aberto. Regra Geral
Céu véu
Dói herói A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não
Chapéu beleléu tem som; em “Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não deve aparecer
Rei, dei, comeu, foi (som fechado – sem acento) encostado em prefixos:
Não se recebem mais acento agudo as vogais tônicas “I” e “U” quando
forem paroxítonas (penúltima sílaba forte) e precedidas de ditongo. • pré-história
feiura baiuca • anti-higiênico
cheiinho saiinha • sub-hepático
boiuno • super-homem
Não devemos mais acentuar o “U” tônico os verbos dos grupos “GUE/GUI”
e “QUE/QUI”. Por isso, esses verbos serão grafados da seguinte maneira: Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.
Averiguo (leia-se a-ve-ri-gu-o, pois o “U” tem som forte) Anti-inflamatório neoliberalismo
Arguo apazigue Supra-auricular extraoficial
Enxague arguem Arqui-inimigo semicírculo
Delinguo sub-bibliotecário superintendente
Acento Circunflexo Quanto ao “R” e o “S”, se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá
Não se acentuam mais as vogais dobradas “EE” e “OO”. ser dobrada:
Creem veem suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia)
Deem releem minissaia antisséptico
Leem descreem contrarregra megassaia
Voo perdoo Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito
enjoo nenhum.
Outras dicas
Há muito tempo a palavra “coco” – fruto do coqueiro – deixou de ser acen- • Sub-reino
tuada. Entretanto, muitos alunos insistem em colocar o acento: “Quero • ab-rogar
beber água de côco”. • sob-roda
Quem recebe acento é “cocô” – palavra popularmente usada para se referir
a excremento. ATENÇÃO!
Então, a menos se que queira beber água de fezes, é melhor parar de Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras
colocar acento em coco. iguais, SEPARA.
Para verificar praticamente a necessidade de acentuação gráfica, utilize o super-requintado super-realista
critério das oposições: inter-resistente
Imagem armazém
CONTINUAMOS A USAR O HÍFEN
Paroxítonas terminadas em “M” não levam acento, mas as oxítonas SIM.
Jovens provéns Diante dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“:
Paroxítonas terminadas em “ENS” não levam acento, mas as oxítonas Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente ,
levam. Vizo-rei
Útil sutil Diante de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.
Paroxítonas terminadas em “L” têm acento, mas as oxítonas não levam pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore
porque o “L”, o “R” e o “Z” deixam a sílaba em que se encontram natural- pró-africano, pró-europeu, pós-graduação
mente forte, não é preciso um acento para reforçar isso. Diante de “pan-, circum-, quando juntos de vogais.
É por isso que: as palavras “rapaz, coração, Nobel, capataz, pastel, bom- Pan-americano, circum-escola
bom; verbos no infinitivo (terminam em –ar, -er, -ir) doar, prover, consu- OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”.
mir são oxítonas e não precisam de acento. Quando terminarem do mesmo NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:
jeito e forem paroxítonas, então vão precisar de acento. Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola.
ATENÇÃO!
Uso do Hífen Não se usa o hífen diante de “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO)
Coordenar reedição preestabelecer
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado (Parte V) – Uso do Hífen
Coordenação refazer preexistir
Tem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortográfico e a grande Coordenador reescrever prever
queixa entre os que usam a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita Coobrigar relembrar
tem gerado em torno do seguinte questionamento: “por que mudar uma Cooperação reutilização
coisa que a gente demorou um tempão para aprender?” Bom, para quem já Cooperativa reelaborar
dominava a antiga ortografia, realmente essa mudança foi uma chateação. O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo
Quem saiu se beneficiando foram os que estão começando agora a adquirir menos uma palavra de cada prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra,
o código escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I. compare-a à palavra que você já sabe e escreva-a duas vezes: numa você
Se você tem dificuldades em memorizar regras, é inútil estudar o Novo usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua memória! Uma delas
Acordo comparando “o antes e o depois”, feito revista de propaganda de vai te parecer mais familiar.
cosméticos. O ideal é que as mudanças sejam compreendidas e gravadas
na memória: para isso, é preciso colocá-las em prática.

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REGRA GERAL (Resumindo) 5) as seguintes palavras:
azar, azeite, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, vizinho
Letras iguais, separa com hífen(-).
Letras diferentes, junta. S ou Z ?
O “H” não tem personalidade. Separa (-). Sufixos –ês e ez
O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se 1) O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) deri-
juntam com consoantes. vados de substantivos concretos:
http://www.infoescola.com/portugues/novo-acordo-ortografico- montês (de monte) montanhês (de montanha) cortês (de corte)
descomplicado-parte-i/ 2) O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjeti-
T vos:
aridez (de árido) acidez (de ácido) rapidez (de rápido)
Sufixos –esa e –eza
Escreve-se –esa (com s):
ORTOGRAFIA OFICIAL 1) nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em –ender:
defesa (defender), presa (prender)...
Quando utilizar: S, C, Ç, X, CH, SS, SC... 2) nos substantivos femininos designativos de nobreza:
baronesa, marquesa, princesa
Representação do fonema /s/. 3) nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês:
O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por: burguesa (de burguês)...
1) C,Ç: 4) nas seguintes palavras femininas:
acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimento, dança, contorção, framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, turquesa
exceção, endereço, Iguaçu, maçarico, maçaroca, maço, maciço, miçanga, etc
muçulmano, paçoca, pança, pinça, Suíça etc.
2) S: à Escreve-se –eza nos substantivos femininos abstratos derivados de
ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descansar, descanso, adjetivos e denotando qualidade, estado, condição:
diversão, excursão, farsa, ganso, hortênsia, pretensão, pretensioso, pro- beleza (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de
pensão, remorso, sebo, tenso, utensílio etc. leve)
3) SS:
acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, carrossel, cassino, Verbos em –isar e –izar
concessão, discussão, escassez, escasso, essencial, expressão, fracasso, Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes
impressão, massa, massagista, missão, necessário, obsessão, opressão, termina em –s. Se o radical não terminar em –s, grafa-se –izar (com z):
pêssego, procissão, profissão, ressurreição, sessenta, sossegar, sossego, avisar (aviso+ar) anarquizar (anarquia+izar)
submissão, sucessivo etc.
4) SC,SÇ Emprego do x
acréscimo, adolescente, ascensão, consciência, consciente, crescer, cres- 1) Esta letra representa os seguintes fonemas:
ço, cresça, descer, desço, desça, disciplina, discípulo, discernir, fascinar, /ch/ xarope, enxofre, vexame etc;
fascinante, florescer, imprescindível, néscio, oscilar, piscina, ressuscitar, /cs/ sexo, látex, léxico, tóxico etc;
seiscentos, suscetível, suscetibilidade, suscitar, víscera /z/ exame, exílio, êxodo etc;
5) X: /ss/ auxílio, máximo, próximo etc;
aproximar, auxiliar, auxílio, máximo próximo, proximidade, trouxe, /s/ sexto, texto, expectativa, extensão etc;
trouxer, trouxeram etc 2) Não soa nos grupos internos –xce e –xci:
6) XC: exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar etc
exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, excelso, excêntrico, 3) Grafam-se com x e não s:
excepcional, excesso, excessivo, exceto,excitar etc. expectativa, experiente, expiar (remir, pagar), expirar (morrer), expoente,
êxtase, extrair, fênix, têxtil, texto etc
Emprego de s com valor de z 4) Escreve-se x e não ch:
1) adjetivos com os sufixos –oso, -osa: a) em geral, depois de ditongo:
teimoso, teimosa caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo etc
2) adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: Excetuam-se: recauchutar e recauchutagem
português, portuguesa b) geralmente, depois da sílaba inicial em:
3) substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: enxada, enxame...
burguês, burguesa Excetuam-se: encharcar (de charco), encher e seus derivados (enchente,
4) substantivos com os sufixos gregos –esse, -isa, -ose: enchimento, preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda
diocese, poetisa, metamorfose vez que se trata do prefixo en+palavra iniciada por ch.
5) verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: c) em vocábulos de origem indígena ou africana:
analisar (de análise) abacaxi, xavante, caxambu (dança negra), orixá, xará, maxixe etc
6) formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: d) nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, praxe xarope,
pus, pôs, pusemos, puseram, puser, compôs, compusesse, impuser etc xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.
quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos etc
7) os seguintes nomes próprios personativos: Emprego do dígrafo ch
Inês, Isabel, Isaura, Luís, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha. Escrevem-se com ch, entre outros, os seguintes vocábulos:
bucha, charque, chimarrão, chuchu, cochilo, fachada, ficha, flecha, mecha,
Emprego da letra z mochila, pechincha, tocha.
1) os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita etc Consoantes dobradas
2) os derivados de palavras cujo radical termina em –z: 1) Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes c, r, s.
cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar, vazar, vazão (de vazio) etc 2) Escreve-se cc ou cç quando as duas consoantes soam distintamente:
3) os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: convicção, cocção, fricção facção, sucção etc
fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização etc 3) Duplicam-se o r e o s em dois casos:
4) substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando a) Quando, intervocálicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante,
qualidade física ou moral: respectivamente:
pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio) etc carro, ferro, pêssego, missão etc

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b) Quando a um elemento de composição terminado em vogal seguir, sem PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES
interposição do hífen, palavra começada por r ou s:
arroxeado, correlação, pressupor, bissemanal, girassol, minissaia etc. Mas ou mais: dúvidas de ortografia
http://www.tudosobreconcursos.com/
Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte
O fonema j:
Mais ou mais? Onde ou aonde? Essas e outras expressões geralmente são
Escreve-se com G e não com J: alvo de questionamentos por parte dos usuários da língua.
• as palavras de origem grega ou árabe
Falar e escrever bem, de modo que se atenda ao padrão formal da lingua-
Exemplos: tigela, girafa, gesso. estrangeirismo, cuja letra G é originária. gem: eis um pressuposto do qual devemos nos valer mediante nossa
Exemplos: sargento, gim. postura enquanto usuários do sistema linguístico. Contudo, tal situação não
parece assim tão simples, haja vista que alguns contratempos sempre
• as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções) tendem a surgir. Um deles diz respeito a questões ortográficas no mo-
mento de empregar esta ou aquela palavra.
Exemplos: imagem, vertigem, penugem, bege, foge. Nesse sentido nunca é demais mencionar que o emprego correto de um
Observação determinado vocábulo está intimamente ligado a pressupostos semânticos,
Exceção: pajem as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio. visto que cada vocábulo carrega consigo uma marca significativa de senti-
Exemplos: sufrágio, sortilégio, litígio, relógio, refúgio. do. Assim, mesmo que palavras se apresentem semelhantes em temos
sonoros, bem como nos aspectos gráficos, traduzem significados distintos,
• os verbos terminados em ger e gir. aos quais devemos nos manter sempre vigilantes, no intuito de fazermos
bom uso da nossa língua sempre que a situação assim o exigir.
Exemplos: eleger, mugir. Pois bem, partindo dessa premissa, ocupemo-nos em conhecer as caracte-
rísticas que nutrem algumas expressões que rotineiramente utilizamos.
• depois da letra "r" com poucas exceções. Entre elas, destacamos:

Mas e mais
Exemplos: emergir, surgir. depois da letra a, desde que não seja radical A palavra “mas” atua como uma conjunção coordenada adversativa, de-
terminado com j. vendo ser utilizada em situações que indicam oposição, sentido contrário.
Exemplos: ágil, agente. Vejamos, pois:
Escreve-se com J e não com G: Esforcei-me bastante, mas não obtive o resultado necessário.
Já o vocábulo “mais” se classifica como pronome indefinido ou advérbio de
• as palavras de origem latinas intensidade, opondo-se, geralmente, a “menos”. Observemos:
Ele escolheu a camiseta mais cara da loja.
Exemplos: jeito, majestade, hoje.
• as palavras de origem árabe, africana ou exótica. Onde e aonde
“Aonde” resulta da combinação entre “a + onde”, indicando movimento para
algum lugar. É usada com verbos que também expressem tal aspecto (o de
Exemplos: alforje, jibóia, manjerona. movimento). Assim, vejamos:
Aonde você vai com tanta pressa?
• as palavras terminada com aje. “Onde” indica permanência, lugar em que se passa algo ou que se está.
Portanto, torna-se aplicável a verbos que também denotem essa caracterís-
Exemplos: laje, ultraje tica (estado ou permanência). Vejamos o exemplo:
Onde mesmo você mora?
O fonema ch:
Que e quê
O “que” pode assumir distintas funções sintáticas e morfológicas, entre elas
Escreve-se com X e não com CH: a de pronome, conjunção e partícula expletiva de realce:
Convém que você chegue logo. Nesse caso, o vocábulo em questão atua
• as palavras de origem tupi, africana ou exótica. como uma conjunção integrante.
Já o “quê”, monossílabo tônico, atua como interjeição e como substantivo,
Exemplo: abacaxi, muxoxo, xucro. em se tratando de funções morfossintáticas:
Ela tem um quê de mistério.
• as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J).
Mal e mau
“Mal” pode atuar com substantivo, relativo a alguma doença; advérbio,
Exemplos: xampu, lagartixa. denotando erradamente, irregularmente; e como conjunção, indicando
• depois de ditongo. Exemplos: frouxo, feixe. depois de en. tempo. De acordo com o sentido, tal expressão sempre se opõe a bem:
Como ela se comportou mal durante a palestra. (Ela poderia ter se compor-
tado bem)
Exemplos: enxurrada, enxoval “Mau” opõe-se a bom, ocupando a função de adjetivo:
Observação: Pedro é um mau aluno. (Assim como ele poderia ser um bom aluno)
Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch -
Cheio - (enchente) Ao encontro de / de encontro a
“Ao encontro de” significa ser favorável, aproximar-se de algo:
Escreve-se com CH e não com X: Suas ideias vão ao encontro das minhas. (São favoráveis)
• as palavras de origem estrangeira “De encontro a” denota oposição a algo, choque, colisão:
O carro foi de encontro ao poste.
Exemplos: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche,
salsicha. Afim e a fim
“Afim” indica semelhança, relacionando-se com a ideia relativa à afinidade:
http://www.comoescreve.com/2013/02
Na faculdade estudamos disciplinas afins.

Língua Portuguesa 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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“A fim” indica ideia de finalidade: O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas.
Estudo a fim de que possa obter boas notas. Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês
para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto.
A par e ao par
“A par” indica o sentido voltado para “ciente, estar informado acerca de Por que
algo”: O por que tem dois empregos diferenciados:
Ele não estava a par de todos os acontecimentos. Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefini-
“Ao par” representa uma expressão que indica igualdade, equivalência ente do que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:
valores financeiros: Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Algumas moedas estrangeiras estão ao par. Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)
Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o
Demais e de mais significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais,
“Demais” pode atuar como advérbio de intensidade, denotando o sentido de pelas quais.
“muito”: Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)
A vítima gritava demais após o acidente.
Tal palavra pode também representar um pronome indefinido, equivalendo- Por quê
se “aos outros, aos restantes”: Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por
Não se importe com o que falam os demais. quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual
“De mais” se opõe a de menos, fazendo referência a um substantivo ou a motivo”, “por qual razão”.
um pronome: Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?
Ele não falou nada de mais. Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Senão e se não Porque


“Senão” tem sentido equivalente a “caso contrário” ou a “não ser”: É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma
É bom que se apresse, senão poderá chegar atrasado. vez que”, “para que”.
“Se não” se emprega a orações subordinadas condicionais, equivalendo-se Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
a “caso não”: Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)
Se não chover iremos ao passeio. Porquê
É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanha-
Na medida em que e à medida que do de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.
“Na medida em que” expressa uma relação de causa, equivalendo-se a Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar con-
“porque”, “uma vez que” e “já que”: centrada. (motivo)
Na medida em que passava o tempo, a saudade ia ficando cada vez mais Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
apertada. Por Sabrina Vilarinho
“À medida que” indica a ideia relativa à proporção, desenvolvimento grada-
tivo: FORMAS VARIANTES
À medida que iam aumentando os gritos, as pessoas se aglomeravam Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer
ainda mais. uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
aluguel ou aluguer hem? ou hein?
Nenhum e nem um alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia
“Nenhum” representa o oposto de algum: amídala ou amígdala infarto ou enfarte
Nenhum aluno fez a pesquisa. assobiar ou assoviar laje ou lajem
“Nem um” equivale a nem sequer um: assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
Nem uma garota ganhará o prêmio, quem dirá todas as competidoras. azaléa ou azaleia nenê ou nenen
bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
Dia a dia e dia-a-dia (antes da nova reforma ortográfica grafado com bílis ou bile quatorze ou catorze
hífen): cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
Antes do novo acordo ortográfico, a expressão “dia-a-dia”, cujo sentido carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
fazia referência ao cotidiano, era grafada com hífen. Porém, depois de chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
instaurado, passou a ser utilizada sem dele, ou seja: debulhar ou desbulhar ou relampar
O dia a dia dos estudantes tem sido bastante conturbado. fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
Já “dia a dia”, sem hífen mesmo antes da nova reforma, atua como uma
locução adverbial referente a “todos os dias” e permaneceu sem nenhuma
alteração, ou seja:
EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
Ela vem se mostrando mais competente dia a dia.
Escrevem-se com letra inicial maiúscula:
Fim-de-semana e fim de semana
1) a primeira palavra de período ou citação.
A expressão “fim-de-semana”, grafada com hífen antes do novo acordo, faz
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
referência a “descanso”, diversão, lazer. Com o advento da nova reforma
No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
ortográfica, alguns compostos que apresentam elementos de ligação, como
letra maiúscula.
é o caso de “fim de semana”, não são mais escritos com hífen. Portanto, o
2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
correto é:
sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
Como foi seu fim de semana?
Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
“Fim de semana” também possui outra acepção semântica (significado),
Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
relativa ao final da semana propriamente dito, aquele que começou no
O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
domingo e agora termina no sábado. Assim, mesmo com a nova reforma
3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
ortográfica, nada mudou no tocante à ortografia:
religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
Viajo todo fim de semana.
do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
Vânia Maria do Nascimento Duarte
4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
O uso dos porquês etc.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
Estado, Pátria, União, República, etc.

Língua Portuguesa 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


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6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, 7- torna: tor-na núpcias: núp-cias
órgãos públicos, etc.: técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter
Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz
do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba
científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os que a segue
Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da 8- pneumático: pneu-má-ti-co
Manhã, Manchete, etc. gnomo: gno-mo
8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Exce- psicologia: psi-co-lo-gia
lentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
Oriente, o falar do Norte. mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. sílabas separadas.
10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o 9- sublingual: sub-lin-gual
Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. sublinhar: sub-li-nhar
sublocar: sub-lo-car
Escrevem-se com letra inicial minúscula:
1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, Preste atenção nas seguintes palavras:
nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, trei-no so-cie-da-de
ingleses, ave-maria, um havana, etc. gai-o-la ba-lei-a
2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando des-mai-a-do im-bui-a
empregados em sentido geral: ra-diou-vin-te ca-o-lho
São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria. te-a-tro co-e-lho
3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio du-e-lo ví-a-mos
Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. a-mné-sia gno-mo
4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: co-lhei-ta quei-jo
"Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis) pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, dig-no e-nig-ma
mirra." (Manuel Bandeira) e-clip-se Is-ra-el
mag-nó-lia
DIVISÃO SILÁBICA
SINAIS DE PONTUAÇÃO
Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU,
GU. Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as
1- chave: cha-ve pausas da linguagem oral.
aquele: a-que-le
palha: pa-lha
manhã: ma-nhã PONTO
guizo: gui-zo O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-
rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam comuns ele é chamado de simples.
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma
globo: glo-bo fraco: fra-co PONTO DE INTERROGAÇÃO
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do É usado para indicar pergunta direta.
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so Onde está seu irmão?
prato: pra-to
Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. A mim ?! Que ideia!
3- correr: cor-rer desçam: des-çam
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to PONTO DE EXCLAMAÇÃO
fascinar: fas-ci-nar É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
Não se separam as letras que representam um ditongo. Ó jovens! Lutemos!
4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro
cárie: cá-rie
VÍRGULA
Separam-se as letras que representam um hiato. A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el sa na fala. Emprega-se a vírgula:
rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o • Nas datas e nos endereços:
São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Não se separam as letras que representam um tritongo. Largo do Paissandu, 128.
6- Paraguai: Pa-ra-guai • No vocativo e no aposto:
saguão: sa-guão Meninos, prestem atenção!
Termópilas, o meu amigo, é escritor.
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba • Nos termos independentes entre si:
que a antecede. O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
caso é usado o duplo emprego da vírgula:
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-

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droeira. • Para enfatizar palavras ou expressões:
• Após alguns adjuntos adverbiais: Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite.
No dia seguinte, viajamos para o litoral. • Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.
da vírgula: • Em casos de ironia:
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor. A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente.
• Após a primeira parte de um provérbio. Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.
O que os olhos não veem, o coração não sente.
• Em alguns casos de termos oclusos: PARÊNTESES
Eu gostava de maçã, de pera e de abacate.
Empregamos os parênteses:
• Nas indicações bibliográficas.
RETICÊNCIAS "Sede assim qualquer coisa.
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. serena, isenta, fiel".
Não me disseste que era teu pai que ... (Meireles, Cecília, "Flor de Poemas").
• Para realçar uma palavra ou expressão. • Nas indicações cênicas dos textos teatrais:
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome... "Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento. fora das órbitas. Amália se volta)".
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também... (G. Figueiredo)
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória:
PONTO E VÍRGULA "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de
fome."
• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
(C. Lispector)
alguma simetria entre si.
• Para isolar orações intercaladas:
"Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
"Estou certo que eu (se lhe ponho
cido, guardando consigo a ponta farpada. "
Minha mão na testa alçada)
• Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
Sou eu para ela."
interior.
(M. Bandeira)
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
calmo, resolveu o problema sozinho.
COLCHETES [ ]
DOIS PONTOS Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
• Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas? ASTERISCO
• Para indicar uma citação alheia: O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de alguma nota (observação).
passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que". BARRA
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
or:
abreviaturas.
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
• Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido. CRASE

TRAVESSÃO Crase é a fusão da preposição A com outro A.


Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
palavras ou frases
– "Quais são os símbolos da pátria? EMPREGO DA CRASE
– Que pátria? • em locuções adverbiais:
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). à vezes, às pressas, à toa...
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra • em locuções prepositivas:
vez. em frente à, à procura de...
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma • em locuções conjuntivas:
coisa". (M. Palmério). à medida que, à proporção que...
• Usa-se para separar orações do tipo: • pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,
– Avante!- Gritou o general. as
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. Fui ontem àquele restaurante.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam Refiro-me àquilo e não a isto.
uma cadeia de frase:
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
• A ponte Rio – Niterói. A CRASE É FACULTATIVA
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. • diante de pronomes possessivos femininos:
Entreguei o livro a(à) sua secretária .
• diante de substantivos próprios femininos:
ASPAS Dei o livro à(a) Sônia.
São usadas para:
• Indicar citações textuais de outra autoria. CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) • Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se A:
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: Viajaremos à Colômbia.
Há quem goste de “jazz-band”. (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,

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Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve- sílaba "cró", ou acrobata, com força na sílaba "ba". Também é indiferente
neza, etc. dizer Oceânia ou Oceania, transístor ou transistor (com força na sílaba
Viajaremos a Curitiba. "tor", com o "ô" fechado).
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o ALGOZ: (carrasco): palavra oxítona, cuja pronúncia do "o" deve ser fechada
modifique. (algôz, = arroz).
Ela se referiu à saudosa Lisboa. AUTÓPSIA / NECROPSIA: apesar de autópsia ter como vogal tônica o "ó",
Vou à Curitiba dos meus sonhos. a forma necropsia, que possui o mesmo significado, deve ser pronunciada
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: com ênfase no "i".
Às 8 e 15 o despertador soou.
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo- AZÁLEA / AZALÉIA: segundo os melhores dicionários, estas duas formas
da” ou "maneira": são aceitáveis;
Aos domingos, trajava-se à inglesa. AVARO: (indivíduo muito apegado ao dinheiro): deve ser pronunciada como
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. paroxítona (acento tônico na sílaba va), e por terminar em "o", não deve ser
• Antes da palavra casa, se estiver determinada: acentuada.
Referia-se à Casa Gebara.
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. BOÊMIA: de origem francesa, relativa à cidade de Boéme, esta palavra tem
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). sua sílaba forte no "ê", e não no "mi".
• Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
CARÁTER: paroxítona que apresenta o plural caracteres, tendo o acrésci-
Voltou à terra onde nascera.
mo da letra "c", e o deslocamento do acento tônico da sílaba "ra" para a
Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
sílaba "te", sem o emprego de acento gráfico.
Mas:
Os marinheiros vieram a terra. CATETER, MISTER e URETER: Todas possuindo sua acentuação tônica
O comandante desceu a terra. na última sílaba (tér), sendo assim oxítonas.
• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: CHICLETE / CHOPE / CLIPE / DROPE: quando se referindo a uma só
Vou até a (á ) chácara. unidade de cada um destes produtos, deve-se falar "um chiclete, um chope,
Cheguei até a(à) muralha um clipe, um drope", e não "um chicletes, um chopes, um clipes, um dro-
• A QUE - À QUE pes". Existe, ainda, a variante "chiclé" (um chiclé, dois chiclés).
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino CUPIDO e CÚPIDO: a primeira forma (paroxítona e sem acento) significa o
ocorrerá crase: deus alado do amor; a segunda (proparoxítona) tem o sentido de ávido de
Houve um palpite anterior ao que você deu. dinheiro, ambicioso, também pode ser usada como possuído de desejos
Houve uma sugestão anterior à que você deu. amorosos.
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
ocorrerá crase. EXTINGUIR: a sílaba "guir" desta palavra deve ser pronunciada como nas
Não gostei do filme a que você se referia. palavras "perseguir", "seguir", "conseguir". Isso também vale para "distin-
Não gostei da peça a que você se referia. guir".
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo FLUIDO: pronuncia-se como a forma verbal "cuido", verbo cuidar (com
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do força no u). Assim também GRATUITO, CIRCUITO, INTUITO, fortuito. No
de: entanto, o particípio do verbo fluir é "fluído", acontecendo aqui um hiato,
Meu palpite é igual ao de todos onde a vogal tônica agora passa a ser o "í".
Minha opinião é igual à de todos.
IBERO: Pronuncia-se como paroxítona (ênfase na sílaba BE, IBÉRO).
NÃO OCORRE CRASE INEXORÁVEL: (= austero, rígido, inabalável...): esse "x" lê-se como os de
• antes de nomes masculinos: exemplo, exame, exato, exercício, isto é, com o som de "z".
Andei a pé.
Andamos a cavalo. LÁTEX: tendo seu acento tônico na penúltima sílaba e terminando com a
• antes de verbos: letra x, é uma palavra paroxítona, e como tal deve ser pronunciada e acen-
Ela começa a chorar. tuada.
Cheguei a escrever um poema. MAQUINARIA: o acento tônico deve recair na sílaba "ri", e não sobre a
• em expressões formadas por palavras repetidas: sílaba "na".
Estamos cara a cara.
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: NÉON: muitos dicionários apresentam esta palavra como paroxítona, sendo
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. acentuada por terminar em "n"; no entanto, o dicionário Michaelis Melhora-
Escrevi a Vossa Excelência. mentos, recentemente editado, traz as duas grafias: néon (paroxítona) e
Dirigiu-se gentilmente à senhora. neon (oxítona).
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: NOVEL e NOBEL: palavras oxítonas que não devem ser acentuadas.
Não falo a pessoas estranhas.
Jamais vamos a festas. OBESO: palavra paroxítona que deve ser pronunciada com o "e" aberto
(obéso). Também são abertos o "e" de outras paroxítonas como "coeso"
(coéso), "obsoleto" (obsoléto), o "o" de "dolo" (dólo), o "e" de "extra" (éxtra)
ORTOÉPIA E PROSÓDIA e o "e" de "blefe" (bléfe). Apresentam-se, porém, fechados o "e" de "nesga"
Ortoepia trata da correta pronúncia das palavras. (nêsga), o de "destro" (dêstro), e o "o" "torpe" (tôrpe).
Exemplo: "advogado", e não "adevogado" (o d é mudo). OPTAR: ao se conjugar este verbo na 1 pessoa do singular do presente do
Prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras. indicativo, deve-se pronunciar "ópto", e não "opito". Assim também em
Exemplo: "rubrica" (palavra paroxítona), e não "rúbrica" (palavra proparoxí- relação às formas verbais "capto, adapto, rapto" - todas com força na sílaba
tona). que vem antes do "p".

Dessa forma, segue abaixo uma lista das principais palavras que normal PROJÉTIL / PROJETIL: ambas as formas têm o mesmo significado, apesar
de a primeira ser paroxítona e a segunda oxítona. Plurais: PROJÉTEIS /
ACRÓBATA / ACROBATA: esta palavra, COMO MUITAS OUTRAS DE PROJETIS.
NOSSA lÍNGUA, admite as duas pronúncias: acróbata, com ênfase na
Língua Portuguesa 50 A Opção Certa Para a Sua Realização
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PUDICO: (aquele que tem pudor, envergonhado): palavra paroxítona (ênfa- 100 erros de português de A a Z.
se na sílaba "di").
RECORDE: deve ser pronunciada como paroxítona (recórde). A lista não é pequena e é bem provável que você já tenha cometido alguns
deles. Por isso, todo cuidado é pouco, os especialistas advertem que
RÉPTIL / REPTIL: mesmo caso da palavra PROJÉTIL. Plurais. RÉPTEIS / tropeçar no português pode prejudicar sua carreira. É uma lista grande,
REPTIS. mas vale a pena ficar atento e conferir as dicas para nunca mais errar:
RUBRICA: palavra paroxítona, e não proparoxítona como se costuma
pensar (ênfase na sílaba "bri"). 1 A / há
Erro: Atuo no setor de controladoria a 15 anos.
RUIM: palavra oxítona (ruím). Forma correta: Atuo no setor de controladoria há 15 anos.
Explicação: Para indicar tempo passado usa-se o verbo haver.
RUPIA / RÚPIA: a primeira forma se refere à moeda utilizada na Indonésia
(força no "i") e a segunda é relativa a uma planta aquática (com ênfase no 2 A champanhe / o champanhe
"ú"). Erro: Pegue a champanhe e vamos comemorar.
SUBSÍDIOS: a pronúncia correta é com som de "ss", e não "z" (subssídios). Forma correta: Pegue o champanhe e vamos comemorar.
Explicação: De acordo com o Dicionário Aurélio, a palavra “champanhe”
SUTIL e SÚTIL: a primeira forma, sendo oxítona, significa "tênue, delicado, provém do francês “champagne” e é um substantivo masculino.
hábil"; a segunda, paroxítona, significa "tudo aquilo que é composto de
pedaços costurados". 3 A cores / em cores
TÓXICO: pronuncia-se com o som de "cs" = tócsico. Erro: O material da apresentação será a cores
Forma correta: O material da apresentação será em cores
Nota Explicação: Se o correto é material em preto em branco, o certo é dizer
Existe alguma discordância quanto ao som do "x" de "hexa-". O Dicionário material em cores.
Aurélio - Século XXI, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - da
Academia Brasileira de Letras, e o dicionário de Caldas Aulete dizem que 4 A domicílio/ em domicílio
esse "x" deve ter o som de "cs", e deve ser pronunciado como o "x" de Erro: O serviço engloba a entrega a domicílio
"fixo", "táxi", "tóxico", etc. Já o "Houaiss" diz que esse "x" corresponde a "z", Forma correta: O serviço engloba a entrega em domicílio.
portanto deve ser lido como o "x" de "exame", "exercício", "êxodo", etc.. Na Explicação: No caso de entrega usa-se a forma em domicílio. A forma a
língua falada do Brasil, nota-se interessante ambiguidade: o "x" de "hexá- domicílio é usada para verbos de movimento. Exemplo: Foram levá-lo a
gono" normalmente é lido como "z", mas o de "hexacampeão" costuma ser domicílio.
lido como "cs". Por: Eduardo Fernandes Paes
5 A prazo/ em longo prazo
Casos mais frequentes de pronúncias diferentes da Erro: A longo prazo, serão necessárias mudanças.
língua padrão: Forma correta: Em longo prazo, serão necessárias mudanças.
Explicação: Usa-se a preposição em nos seguintes casos: em longo prazo,
em curto prazo e em médio prazo.

6 A nível de/ em nível de


Erro: A nível de reconhecimento de nossos clientes atingimos nosso objeti-
vo.
Forma correta: Em relação ao reconhecimento de nossos clientes atingi-
mos nosso objetivo.
Explicação: O uso de “a nível de” está correto quando a preposição “a”
está aliada ao artigo “o” e significa “à mesma altura”. Exemplo: Hoje, o Rio
de Janeiro acordou ao nível do mar. A expressão "em nível de" está utiliza-
da corretamente quando equivale a "de âmbito" ou "com status de". Exem-
plo: O plebiscito será realizado em nível nacional.

7 À partir de/ a partir de


Erro: À partir de novembro, estarei de férias
Forma correta: A partir de novembro, estarei de férias.
Explicação: Não se usa crase antes de verbos

8 A pouco/ há pouco
Erro: O diretor chegará daqui há pouco.
Forma correta: O diretor chegará daqui a pouco.
Explicação: Nesse caso, há pouco indica ação que já passou, pode ser
substituído por faz pouco tempo. A pouco indica ação que ainda vai ocorrer,
a ideia é de futuro.

9 Vender à prazo/ vender a prazo


Erro: Vamos vender à prazo
Forma correta: Vamos vender a prazo.
Explicação: Não se usa crase antes de palavra masculina.

10 À rua/ Na rua
Erro: José, residente à rua Estados Unidos, era um cliente fiel.
Forma correta: José, residente na rua Estados Unidos, era um cliente fiel.
http://www.portugues.com.br/gramatica/ortoepia-prosodia.html Explicação: Os vocábulos residir, morador, residente, situado e sito pedem
o uso da preposição em.

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11 A vista/ à vista Explicação: Para muitos gramáticos, através se refere ao que atravessa.
Erro: O pagamento foi feito a vista. Prefira “pelo e-mail”, “por e-mail”.
Forma correta: O pagamento foi feito à vista.
Explicação: Ocorre crase nas expressões formadas por palavras femini- 21 Auferir/ aferir
nas. Exemplos: à noite, à tarde, à venda, às escondidas e à vista. Erro: No fim do expediente, o gestor deve auferir se os valores pagos
conferem com os números do sistema.
12 Adequa/ adequada Forma correta: No fim do expediente, o gestor deve aferir se os valores
Erro: O móvel não se adequa à sala pagos conferem com os números do sistema.
Forma correta: O móvel não é adequado à sala. Explicação: Os verbos aferir e auferir têm sentidos distintos. Aferir: conferir
Explicação: Adequar é um verbo defectivo, ou seja, não se conjuga em de acordo com o estabelecido, avaliar, calcular. Auferir: colher, obter, ter.
todas as pessoas e tempos. No presente do indicativo são conjugadas Exemplo: O projeto auferiu bons resultados.
apenas primeira e a segunda pessoa do plural (nós adequamos, vós ade-
quais). 22 Aumentar ainda mais/ aumentar muito
Erro: Precisamos aumentar ainda mais os lucros.
13 Agradecer pela/ agradecer a Forma correta: Precisamos aumentar muito os lucros.
Erro: Agradecemos pela preferência Explicação: Aumentar é sempre mais, não existe aumentar menos, con-
Forma correta: Agradecemos a preferência forme explica Laurinda Grion, no livro “Erros que um executivo comete ao
Explicação: O certo é agradecer a alguém alguma coisa. Exemplo: Agra- redigir (mas não deveria cometer)”, da editora Saraiva. Portanto são formas
deço a Deus a graça recebida. redundantes: aumentar mais, aumentar muito mais e aumentar ainda mais.

14 Aluga-se/ alugam-se 23 Bastante/ bastantes


Erro: Aluga-se apartamentos Erro: Eles leram o relatório bastante vezes.
Forma correta: Alugam-se apartamentos Forma correta: Eles leram o relatório bastantes vezes.
Explicação: O sujeito da oração (apartamentos) concorda com o verbo. Explicação: Para saber se bastante deve variar conforme o número é
preciso saber qual a classificação dele na frase. Quando é adjetivo (como
15 Anexo/ anexa/ em anexo no caso acima) deve variar. Exemplo: Já há provas bastantes para incrimi-
Erro: Segue anexo a carta de apresentação. ná-lo (= provas suficientes). Se for advérbio é invariável. Exemplo: Compra-
Formas corretas: Segue anexa a carta de apresentação. Segue em anexo ram coisas bastante bonitas (= muito bonitas). Se for pronome indefinido é
a carta de apresentação. variável. Exemplo: Vimos bastantes coisas (= muitas coisas). Se for subs-
Explicação: Anexo é adjetivo e deve concordar com o substantivo a que se tantivo, não varia, mas pede artigo definido masculino: Os animais já come-
refere, em gênero e número. A expressão em anexo é invariável. É bom ram o bastante (= o suficiente).
lembra que alguns estudiosos condenam o uso da expressão em anexo.
Portanto, dê preferência à forma sem a preposição. 24 Bi-campeão /bicampeão
Erro: Em 1993, o São Paulo Futebol Clube foi bi-campeão mundial, sob o
16 Ao invés de/ em vez de comando de Telê Santana.
Erro: Ao invés de comprar carros, compraremos caminhões para aumentar Forma correta: Em 1993, o São Paulo Futebol Clube foi bicampeão mun-
nossa frota. dial, sob o comando de Telê Santana.
Forma correta: Em vez de comprar carros, compraremos caminhões para Explicação: A forma correta de usar os prefixos numéricos “bi”, “tri”, “tetra”,
aumentar nossa frota. “penta”, “hexa”, “hepta” (etc) é sem hífen. “O Novo Acordo Ortográfico
Explicação: “Ao invés de” representa contrariedade, oposição, o inverso. nunca exigiu nem exige alteração gráfica”.
“Em vez de” quer dizer no lugar de. É uma locução prepositiva, sendo
terminada em de normalmente. 25 Caiu em/ caiu
Erro: O lucro caiu em 10%.
17 Aonde/onde Forma correta: O lucro caiu 10%.
Erro: Não sei aonde fica a sala do diretor Explicação: O verbo cair, assim como aumentar e diminuir, não admite a
Forma correta: Não sei onde fica a sala do diretor preposição “em”. E no sentido de descer, ir ao chão, ser demitido, o verbo
Explicação: O advérbio onde indica lugar em que algo ou alguém está. cair é intransitivo.
Deve ser utilizado somente para substituir vocábulo que expressa a ideia de
lugar. Exemplo: Não sei onde fica a cidade de Araguari. O advérbio aonde 26 Chegar em/ chegar a
indica também lugar em que algo ou alguém está, porém quando o verbo Erro: Chegamos em São Paulo, ontem.
que se relacionar com "onde" exigir a preposição “a”, deve-se agregar esta Forma correta: Chegamos a São Paulo, ontem.
preposição, formando assim, o vocábulo "aonde". Expressa a ideia de Explicação: o verbo exige a preposição a. Quem chega, chega a algum
destino, movimento, conforme exemplo a seguir: aonde você irá depois das lugar, ou a alguma coisa.
visitas?
27 Chove/ chovem
18 Ao meu ver/ a meu ver Erro: Chove emails com reclamações de clientes.
Erro: Ao meu ver, a reunião foi um sucesso Forma correta: Chovem emails com reclamações de clientes.
Forma correta: A meu ver, a reunião foi um sucesso. Explicação: Quando indica um fenômeno natural, o verbo chover é impes-
Explicação: Não existe a expressão ao meu ver. As formas corretas são: a soal e fica sempre o singular. Mas no sentido figurado, como acontece
meu ver, a nosso ver, a vosso ver. acima, flexiona-se normalmente.

19 Às micro/ às micros 28 Comprimento/cumprimento


Erro: O pacote de tributos refere-se às micro e pequenas empresas Erro: Entrou e não me comprimentou.
Forma correta: O pacote de tributos refere-se às micros e pequenas Forma correta: Entrou e não me cumprimentou.
empresas Explicação: Comprimento está relacionado ao tamanho, à extensão de
Explicação: Por se tratar de adjetivo, micro é variável e por isso deve ser algo ou alguém. Exemplo: Não sei o comprimento da sala. Cumprimento
grafada no plural quando for o caso. relaciona-se a dois verbos diferentes: cumprimentar uma pessoa (saudar) e
cumprir uma tarefa (realizar). Exemplos: Cada pessoa tem um jeito de
20 Através/ por cumprimentar. O cumprimento dos prazos contará pontos na competição.
Erro: Fui avisada através de um e-mail de que a reunião está cancelada.
Forma correta: Fui avisada por e-mail de que a reunião está cancelada. 29 Consiste de/ consiste em
Erro: A seleção consiste de cinco etapas.

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Forma correta: A seleção consiste em cinco etapas. Explicação: Trata-se de um vício de linguagem. O adjetivo (devidas) é
Explicação: Consistir é verbo transitivo indireto e requer complemento desnecessário e redundante. “Quem pediria providências indevidas”.
regido da preposição em.
40 Dispor/dispuser
30 Continuidade/ continuação Erro: Se ele dispor de tempo, poderá atende-lo em breve.
Erro: O sindicato optou pela continuidade da greve. Forma correta: Se ele dispuser de tempo, poderá atende-lo em breve.
Forma correta: O sindicato optou pela continuação da greve. Explicação: A conjugação correta do verbo dispor na terceira pessoa do
Explicação: Continuidade refere-se à extensão de um acontecimento. singular no futuro do pretérito é se ele dispuser. A conjugação acompanha
Exemplo: dar continuidade ao governo. Continuação refere-se à duração de a do verbo pôr.
algo. Exemplo continuação da sessão.
41 Dois por cento/ dois pontos percentuais
31 Correr atrás do prejuízo/ correr atrás do lucro Erro: No ano passado, o crescimento foi de 10%. Neste ano, de 8%, tendo
Erro: É hora de correr atrás do prejuízo. havido queda de 2%.
Forma correta: É hora de correr atrás do lucro. Forma correta: No ano passado, o crescimento foi de 10%. Neste ano, de
Explicação: Pode-se correr do prejuízo, mas nunca deve-se correr atrás 8%, tendo havido queda de 2 pontos percentuais.
dele. A forma correr atrás do prejuízo não faz o menor sentido. Explicação: A queda de 10% para 8% não é de 2% e, sim, de 2 pontos
percentuais.
32 Da onde/ de onde
Erro: Fortaleza é a cidade da onde vieram nossos colaboradores. 42 E nem/ nem
Forma correta: Fortaleza é a cidade de onde vieram nossos colaborado- Erro: O funcionário não sabe escrever e nem ler.
res. Forma correta: O funcionário não sabe escrever nem ler.
Explicação: A forma de onde indica origem. Não existe a forma “da onde”. Explicação: A conjunção nem significa “e não”.

33 Daqui/ daqui a 43 Em confirmação à/ em confirmação da


Erro: Farei o pagamento daqui 5 dias. Erro: Em confirmação à minha proposta, envio os valores para execução
Forma correta: Farei o pagamento daqui a 5 dias. do serviço.
Explicação: o advérbio daqui é usado para indicar lugar ou tempo e pede a Forma correta: Em confirmação da minha proposta, envio os valores para
preposição a. execução do serviço.
Explicação: Confirmação é um substantivo feminino que pede a preposi-
34 De encontro aos/ ao encontro dos ção “de”.
Erro: A sua ideia vem de encontro ao que a empresa precisa neste mo-
mento. 44 Em mãos/ em mão
Forma correta: A sua ideia vem ao encontro do que a empresa precisa Erro: O envelope deve ser entregue em mãos.
neste momento. Forma correta: O envelope deve ser entregue em mão.
Explicação: De encontro a é estar em sentido contrário, em oposição a. Ao Explicação: Ninguém escreve a mãos, nem fica em pés. O correto é em
encontro de é estar de acordo, ideia de conformidade. mão, cuja abreviatura é E. M.

35 Debitou na/ debitou à 45 Em vias/ em via


Erro: O banco debitou na minha conta a taxa. Erro: Estou em vias de finalizar o projeto.
Forma correta: O banco debitou à minha conta a taxa. Forma correta: Estou em via de finalizar o projeto.
Explicação: quem debita, debita a. Explicação: A locução é “em via de” e significa “a caminho de”, “prestes a”.

36 Desapercebidas/ despercebidas 46 Eminente/ iminente


Erro: As mudanças passaram desapercebidas pelos nossos executivos Erro: A falência é eminente.
Forma correta: As mudanças passaram despercebidas. Forma correta: A falência é iminente.
Explicação: Desapercebido significa desprovido de, desprevenido. Exem- Explicação: Eminente é um adjetivo que significa alto, grande, elevado,
plo: Não parei para cumprimenta-lo porque estava desapercebido. Desper- saliente, pessoa importante, notável.
cebido significa não notado, não percebido. Exemplo: O erro passou des-
percebido pela equipe da redação do jornal. Exemplos: Era um eminente orador. A montanha eminente surge na paisa-
gem. Iminente também é um adjetivo e indica que algo está prestes a
37 Descrição/ discrição acontecer. Exemplo: A sua morte é iminente.
Erro: Ela age com descrição.
Forma correta: Ela age com discrição. 47 Ensinar a executarem/ ensinar a executar
Explicação: Descrição refere-se ao ato de descrever. Exemplo: Ela fez a Erro: O bom líder deve ensinar seus colaboradores a executarem as tare-
descrição do objeto. (ela descreveu). Discrição significa ser discreto. fas.
Forma correta: O bom líder deve ensinar seus colaboradores a executar
38 Descriminar/ discriminar as tarefas.
Erro: Descrimine os produtos na nota fiscal e coloque todos os códigos Explicação: Não se flexiona infinitivo com preposição que funcione como
necessários. complemento de substantivo, adjetivo ou do próprio verbo principal. Exem-
Forma correta: Discrimine os produtos na nota fiscal e coloque todos os plo: As mulheres conquistaram o direito de trabalhar fora de casa.
códigos necessários.
Explicação: Descriminar significa absolver, inocentar. É o que o prefixo 48 Entre eu e ele/ entre mim e ele
“des” faz – indica uma ação no sentido contrário – e, nesse caso, quer dizer Erro: Entre eu e ele não há conversa nem acordo.
tirar o crime. Exemplo: Ele falou em descriminar o uso de algumas drogas Forma correta: Entre mim e ele não já conversa nem acordo.
Discriminar significa distinguir, separar, diferenciar, especificar. Isso pode Explicação: Os pronomes pessoais do caso reto exercem função de sujeito
ser feito com ou sem preconceito. Quando há preconceito, o sentido é de (ou predicativo do sujeito) e não de complemento.
segregação. Exemplo: A discriminação racial deve ser combatida sempre.
49 Falta/faltam
39 Devidas providências Erro: Falta 30 dias para minhas férias começarem
Erro: Peço as devidas providências. Forma correta: Faltam 30 dias para minhas férias começarem.
Forma correta: Peço providências Explicação: O verbo deve concordar com o sujeito da frase.

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50 Fazem /faz Explicação: Haver no sentido de existir não é usado no plural.
Erro: Fazem oito semanas que fui promovida.
Forma correta: Faz oito semanas que fui promovida. 61 Implicará em/implicará
Explicação: Verbo fazer quando sinaliza tempo que passou fica na 3ª Erro: A sua atitude implicará em demissão por justa causa.
pessoa do singular. Forma correta: A sua atitude implicará demissão por justa causa.
Explicação: o verbo implicar, quando é transitivo direto, significa “dar a
51 Fazer uma colocação/ emitir uma opinião entender”, “pressupor” ou “trazer como consequência”, “acarretar”, “provo-
Erro: Deixe-me fazer uma colocação a respeito do tema da reunião. car”. E se a transitividade é direta, isso quer dizer que não pede preposição.
Forma correta: Deixe-me emitir uma opinião a respeito do tema da reuni-
ão. 62 Independente/ independentemente
Explicação: o padrão formal é emitir uma opinião e não fazer uma coloca- Erro: Independente da proposta, minha resposta é não.
ção, embora esta Forma correta: Independentemente da proposta, minha resposta é não.
seja uma forma bastante usada. Explicação: Independente é adjetivo e independentemente é advérbio. O
enunciado acima pede o advérbio.
52 Ficou claro/ ficou clara
Erro: Ficou claro, após a reunião, a necessidade de corte de gastos. 63 Insisto que/ insisto em que
Forma correta: Ficou clara, após a reunião, a necessidade de corte de Erro: Insisto que é preciso cortar custos na cadeia produtiva.
gastos. Forma correta: Insisto em que é preciso cortar custos na cadeia produtiva.
Explicação: A necessidade de corte de gastos é o que ficou clara, durante Explicação: O verbo insistir é transito indireto, quando objeto for uma coisa
a reunião. usa-se a preposição em e a preposição com aparece quando há referência
a uma pessoa. Exemplo: Insisto nisso com o diretor.
53 Foi assistida/ assistiu à
Erro: A palestra foi assistida por muita gente 64 Junto a/ no/ ao
Forma correta: Muita gente assistiu à palestra. Erro: Solicite junto ao departamento de recursos humanos o informe de
Explicação: Verbo assistir no sentido de ver, presenciar, é transitivo indire- rendimentos para a Receita Federal.
to e a voz passiva só admite verbos transitivos diretos. Forma correta: Solicite ao departamento de recursos humanos o informe
de rendimentos para a Receita Federal.
54 Fosse... comprava/ fosse...compraria Explicação: As locuções “junto a, junto de” são sinônimas e significam
Erro: Se eu fosse você eu comprava aquela gravata. "perto de", "ao lado de". Não cabem na frase acima. Para você lembrar, não
Forma correta: Se eu fosse você eu compraria aquela gravata. desconte cheques junto ao banco e sim com o banco. Não renegocie uma
Explicação: Atente à correlação verbal. Imperfeito do subjuntivo (se eu dívida junto aos credores e sim com os credores Evite empregar a expres-
fosse) é usado com o futuro do pretérito (compraria). são “junto a” em lugar de com, de, em e para. Assim, em lugar de “conse-
guimos apoio junto à equipe” escreva “conseguimos apoio da equipe”.
55 A grosso modo/ grosso modo
Erro: O que quero dizer, a grosso modo, é que há mais chances de dar 65 Maiores informações/ mais informações
errado do que de dar certo. Erro: Caso precise de maiores informações, entre em contato conosco.
Forma correta: O que quero dizer, grosso modo, é que há mais chances Forma correta: Caso precise de mais informações, entre em contato
de dar errado do que de dar certo. conosco.
Explicação: A expressão é “grosso modo”, sem a preposição a. Explicação: O termo “maior” é comparativo, não deve ser utilizado nesse
caso.
56 Guincho/guinchamento
Erro: Sujeito a guincho. 66 Mal/ mau
Forma correta: Sujeito a guinchamento Erro: Era um mal funcionário e foi demitido.
Explicação: Guincho é o veículo que faz a ação, isto é, o guinchamento. Forma correta: Era um mau funcionário e foi demitido
Explicação: Mau e bom são adjetivos, ou seja, conferem qualidade aos
57 Há 10 anos atrás/ há 10 anos substantivos, palavras que nomeiam seres e coisas. Exemplos: “Ele é bom
Erro: Há 10 anos atrás, eu decidi comprar um imóvel. médico” e “Ele é mau aluno”. Por outro lado, mal e bem podem exercer três
Formas corretas: Há 10 anos, eu decidi comprar um imóvel. Dez anos funções distintas. Exercem a função de advérbios, modificam o estado do
atrás, eu decidi comprar um imóvel. verbo, por exemplo: “Seu filho se comportou mal na escola” e “ele foi bem
Explicação: É redundante usar “há” e “atrás” na mesma frase. O verbo aceito no novo trabalho”. Como conjunção, servindo para conectar orações,
haver impede a palavra atrás em seguida sempre que estiver relacionado a como em “Mal chegou e já se foi”. Essas palavras também têm a função de
tempo, à ação que já se passou. Há, portanto, duas formas corretas para a substantivos, por exemplo: “Você é o meu bem” e “o mal dele é não saber
frase: “há dez anos” ou “dez anos atrás”. ouvir”.

58 Hora/ora 67 Mal humorado/ mal-humorado


Erro: Você pediu minha decisão, por hora ainda não a tenho. Erro: Estava mal humorado e isso afetou a todos da equipe.
Forma correta: Você pediu minha decisão, por ora ainda não a tenho. Forma correta: Estava mal-humorado e isso afetou a todos da equipe.
Explicação: A expressão “por hora”, quando escrita com a letra “h”, refere- Explicação: As formações vocabulares com MAL- exigem hífen caso a
se ao tempo, a marcação em minutos. Exemplo: O carro estava a cento e palavra principal inicie-se por vogal, h ou l: mal-estar, mal-empregado, mal-
vinte quilômetros por hora. A expressão “por ora”, quando escrita sem o “h”, humorado, mal-limpo.
dá a ideia de no momento ou agora. É um advérbio de tempo, expressa
sentido de por enquanto, no momento, atualmente. Exemplo: “Por ora estou Leia mais --> Quando usar e não usar o hífen
muito ocupado”. 68 Mão-de-obra/ mão de obra
Erro: A falta de mão-de-obra qualificada é um dos gargalos da economia
59 Horas extra/ horas extras brasileira.
Erro: Você deverá fazer horas extra para terminar o relatório. Forma correta: A falta de mão de obra qualificada é um dos gargalos da
Forma correta: Você deverá fazer horas extras para terminar o relatório. economia.
Explicação: Neste caso, extra é um adjetivo e, portanto, é variável. Explicação: Com palavras justapostas (uma após a outra) em que haja um
termo de ligação (geralmente uma preposição ou conjunção) não se usa
60 Houveram/houve hífen.
Erro: Houveram rumores sobre um anúncio de demissão em massa.
Forma correta: Houve rumores sobre um anúncio de demissão em massa.

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69 Meio-dia e meio/ meio-dia e meia autores dizem que isso vale também quando houver uma pausa, uma
Erro: Entregarei o relatório ao meio-dia e meio. vírgula, não importa que seja pergunta ou não.
Forma correta: Entregarei o relatório ao meio-dia e meia.
Explicação: O termo meio pode ter duas funções: adjetivo e advérbio. Exemplos: Não aprovaram a proposta e não sabemos por quê. Não temos
Quando advérbio, meio quer dizer “um pouco” e é invariável. Quando o resultado da concorrência. Por quê? Não sabemos por quê, onde e
adjetivo, meio quer dizer “metade de” e é variável, ou seja, concorda com o quando tudo aconteceu.
termo a que se refere.
78 Penalizado/ punido
70 No aguardo/ ao aguardo Erro: Quem desrespeitar o código de conduta será penalizado.
Erro: Fico no aguardo da sua resposta. Forma correta: Quem desrespeitar o código de conduta será punido.
Forma correta: Fico ao aguardo da sua resposta. Explicação: Penalizar significa “causar pena”, “magoar”. No sentido de
Explicação: O certo é “ao aguardo de”, “à espera de”. castigar, o certo é usar o verbo punir.
Calendario pis 2014
71 No ponto de/ a ponto de 79 Por causa que/ porque/ por causa de
Erro: A demanda da chefia é tão alta, que estou no ponto de mandar tudo Erro: Não fui à aula por causa que está chovendo muito.
às favas. Formas corretas: Não fui à aula porque está chovendo muito. Não fui à
Forma correta: A demanda da chefia é tão alta, que estou a ponto de aula por causa da chuva.
mandar tudo às favas. Explicação: O certo é usar “porque” ou “por causa de”.
Explicação: Para dar a ideia de estar “prestes a”, “na iminência de”, use a
expressão “a ponto de”. 80 Por cento veio/ por cento vieram
Erro: Entre os funcionários, 15% é contra a mudança de sede.
72 O mesmo/ ele Forma correta: Entre os funcionários 15% são contra a mudança de sede.
Erro: Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se para- Explicação: Números percentuais exigem concordância.
do neste andar.
Forma correta: Antes de entrar no elevador, verifique se ele se encontra 81 Precaver/ prevenir
parado neste andar. Erro: É importante que a empresa se precavenha contra invasões.
Explicação: O termo “o mesmo” não serve para substituir uma palavra Forma correta: É importante que a empresa se previna contra invasões.
anteriormente dita. Quem está nas empresas, portanto, deve preferir os Explicação: O verbo precaver é defectivo, não tem todas as conjugações.
pronomes ele(s) ou ela(s), cuidando para adequar a partícula “se” à nova No presente do indicativo só existem a 1ª e 2ª pessoa do plural (precave-
sentença. mos e precaveis) e não existe presente do subjuntivo.
73 Onde/ em que
82 Precisam-se/ precisa-se
Erro: Vamos à reunião onde decidiremos os rumos da companhia.
Erro: Precisam-se de bons vendedores.
Forma correta: Vamos à reunião em que decidiremos os rumos da compa-
Forma correta: Precisa-se de bons vendedores.
nhia.
Explicação: Sempre que houver uma preposição depois do pronome “se”
Explicação: Reunião não é lugar e as palavras onde e aonde se
(de, por, para, com, em, etc.) não haverá plural, apenas singular. Exemplo:
referem apenas a lugares. Prefira “a reunião em que” ou “na qual
Trata-se de ideias inovadoras.
decidiremos sobre”.
83 Prefiro ... do que/ prefiro... a
Erro: Prefiro sair mais tarde do trabalho do que ficar parado no trânsito.
74 O quanto antes/ quanto antes
Forma correta: Prefiro sair mais tarde do trabalho a ficar parado no trânsi-
to.
Erro: Voltarei ao escritório o quanto antes. Explicação: Não há necessidade do comparativo “do que”.
Forma correta: Voltarei ao escritório quanto antes.
Explicação: Antes da locução adverbial “quanto antes” não se usa artigo
84 Preveram/ previram
definido “o”.
Erro: Os analistas preveram tempos de crise.
Forma correta: Os analistas previram tempos de crise.
75 Parcela única/ de uma só vez
Explicação: A conjugação do verbo prever segue a do verbo ver. Logo, se
Erro: O pagamento será feito em parcela única.v
o certo é dizer eles viram, é certo dizer eles previram.
Forma correta: O pagamento será feito de uma só vez.
Explicação: Parcela significa parte de um todo. Logo se não há parcela-
mento, o certo é dizer “de uma só vez”. 85 Quadriplicar/ quadruplicar
Erro: O número de funcionários quadriplicou no ano passado.
76 Por que / porque Forma correta: O número de funcionários quadruplicou no ano passado.
Forma correta: Não a vi ontem porque eu estava fora da cidade. Explicação: Quádruplo é o numeral e significa multiplicativo de quatro,
Explicação: Porque é uma conjunção e serve para ligar duas ideias, duas quantidade quatro vezes maior que outra. Quadruplicação, quadruplicar e
orações. É usado ando a segunda parte apresenta uma explicação ou quádruplo são as formas corretas.
causa em relação à primeira. A forma “por que” é um advérbio interrogativo
de causa e é usada quando pedimos por uma causa ou motivo. Caso mais 86 Qualquer/ nenhum
incomum para o uso da forma “por que” é quando ela pode ser substituída Erro: Informo-lhes que não mantenho qualquer tipo de vínculo com a
por “para que”, “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, pelas quais. Exem- Construtora XYZ Ltda.
plos: Lutamos por que (para que) a obra terminasse antes da inauguração. Forma correta: Informo-lhes que não mantenho nenhum tipo de vínculo
Este é o caminho por que (pelo qual) passamos. com a Construtora XYZ Ltda.
Explicação: Qualquer é pronome de sentido afirmativo. Logo, em constru-
77 Porquê/ por quê ções negativas, deve-se empregar nenhum.
Erro: A diretriz mudou, não sei porquê
Formas corretas: A diretriz mudou, não sei por quê. A diretriz mudou, não 87 Quantia/ quantidade
sei o porquê. Erro: Informe a quantia exata de itens no estoque.
Explicação: “Porquê” substitui as palavras razão, causa ou motivo. É um Forma correta: Informe a quantidade de itens no estoque.
substantivo e, como tal, tem plural e pode vir acompanhado por artigos, Explicação: Usa-se quantia para dinheiro e quantidade para coisas.
pronomes e adjetivos. A palavra geralmente é antecedida de artigo “o” ou
“um”. Use a expressão “por quê” quando ela estiver no fim da frase. Alguns

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88 Que preciso/ de que preciso vêm (com acento). Ele não vem sempre aqui. Eles vêm a São Paulo uma
Erro: Os documentos que preciso estão na gaveta. vez por ano.
Forma correta: Os documentos de que preciso estão na gaveta.
Explicação: O verbo precisar pede a preposição “de”. 98 Vir/ vier
Erro: Se ele não vir amanhã, vai perder mais uma reunião importante.
89 Reaveu/reouve Forma correta: Se ele não vier amanhã, vai perder mais uma reunião
Erro: A homenagem reaveu nossa motivação. importante.
Forma correta: A homenagem reouve nossa motivação. Explicação: No caso do verbo vir, temos as seguintes formas no futuro do
Explicação: O pretérito perfeito de reaver é reouve. Gramaticalmente, o subjuntivo: quando eu vier, ele vier, nós viermos, eles vierem.
verbo REAVER é defectivo, só se conjuga nas formas em que o verbo
HAVER possui a letra V. Presente do indicativo: reavemos, reaveis. Pretéri- 99 Visar/ visar a
to perfeito do indicativo: reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, Erro: Augusto visa o cargo de diretor comercial da empresa.
reouveram. Forma correta: Augusto visa ao de diretor comercial da empresa.
Explicação: Visar com o sentido de pretender é transitivo indireto, isto é,
90 Responder o/ responder ao exige a preposição “a”.
Erro: Vou responder o e-mail daqui a pouco.
Forma correta: Vou responder ao e-mail daqui a pouco. 100 Zero horas/ zero hora
Explicação: A regência do verbo responder, no sentido de dar a resposta, Erro: O novo modelo entra em vigor a partir das zero horas de amanhã.
é sempre indireta, ou seja, pede a preposição “a”. Forma correta: O novo modelo entra em vigor a partir da zero hora de
amanhã.
91 Retificar/ ratificar Explicação: O adjetivo composto zero-quilômetro é invariável.
Erro: O homem retificou as informações perante o juiz. Bem explicativo, espero que tenha gostado desta lista com os erros mais
Forma correta: O homem ratificou as informações perante o juiz. comuns.
Explicação: “Ratificar, do latim medieval, possui os seguintes significados: Provavelmente você já cometeu vários destes erros, não?
confirmar, reafirmar, validar, comprovar, autenticar. Retificar, também do Mas saiba que não é só você que tem dificuldades com o português, pois
latim com base na palavra rectus, se refere ao ato de corrigir, emendar, aprendemos de forma errada, modo arcaico, assim tornado o aprendizado
alinhar ou endireitar qualquer coisa”. bem lento e complicado, mas conheço uma forma de aprender português
de forma prática e eficiente.
http://www.comoescreve.com/2013/12/100-erros-de-portugues-de-a-z-
mais.html
92 Rúbrica/ rubrica SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO
Erro: Ponha a sua rúbrica em todas as páginas do relatório, por favor. E FIGURADO DAS PALAVRAS.
Forma correta: Ponha a sua rubrica em todas as páginas do relatório, por
favor.
Explicação: Rubrica é paroxítona, sem acento. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

93 Senão/ se não Artigo sobre significação das palavras: sinônimos, antônimos, parônimos e
Erro: Senão fizer o relatório, não cumprirá a meta. homônimos com exemplos e questões extraídos dos principais vestibulares
Forma correta: Se não fizer o relatório, não cumprirá a meta. e concursos do país.
Explicação: Para dar a ideia de “caso não faça o relatório”, como no
exemplo acima, o certo é utilizar a forma separada. Senão (em uma só Significação das palavras
palavra) tem vários significados, do contrário, de outra forma, aliás, a não
ser, mais do que, menos, com exceção de, mas, mas sim, mas também, Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias:
defeito, erro, de repente, subitamente.
Sinônimos
São palavras diferentes na forma, mas iguais ou semelhantes na significa-
ção. Os sinônimos podem ser:
94 Seríssimo/ seriíssimo
Erro: O problema é seríssimo. a) perfeitos
Forma correta: O problema é seriíssimo. b) imperfeitos
Explicação: Os adjetivos terminados em io antecedido de consoante
possuem o superlativo com ii. Sinônimos Perfeitos
95 Somos em/ somos Se a significação é igual, o que é raro.
Erro: No escritório, somos em cinco analistas.
Forma correta: No escritório, somos cinco analistas. Exemplos:
Explicação: Não há necessidade de empregar a preposição “em”.
cara – rosto
96 Tão pouco/ tampouco léxico – vocabulário
Erro: Não fala inglês, tão pouco espanhol. falecer – morrer
Forma correta: Não fala inglês, tampouco espanhol escarradeira – cuspideira
Explicação: Tão pouco equivale a muito pouco. Já tampouco pode signifi- língua – idioma
car: também não, nem sequer e nem ao menos.
Sinônimos Imperfeitos

97 Vem/ veem Se semelhantes é o mais comum.


Erro: Eles vem problemas em todas as inovações propostas.
Forma correta: Eles veem problemas em todas as inovações propostas. Exemplos:
Explicação: As conjugações no presente do verbo ver: ele vê (com acen-
to), eles veem (sem acento, segundo o Acordo Ortográfico da Língua esperar – aguardar
Portuguesa). Exemplos: Ele vê os filhos aos sábados. Eles veem o pai uma córrego – riacho
vez por semana. O verbo vir, no presente, é conjugado assim: ele vem, eles belo – formoso

Língua Portuguesa 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


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bucho (estômago) buxo (arbusto)
Antônimos
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
É quando duas ou mais palavras têm significados contrários.
cela (pequeno quarto) sela (arreio)
Exemplos:
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
aberto – fechado
sim – não Homônimos Homógrafos
abaixar – levantar
nascer – morrer São palavras que têm grafia igual e significação diferente; devemos notar
correr – parar que as vogais podem ter som diferente, bem como pode ser diferente o
sair – chegar acento da palavra. Sendo que se escrevam com as mesmas letras e te-
belo – feio nham significação diferente.

Polissemia Exemplos:

Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar colher (substantivo) – colher (verbo)
mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece. Veja selo (substantivo) – selo (verbo)
alguns exemplos de palavras polissêmicas: sede(residência) – sede (vontade de beber água)
cará (planta) – cara (rosto)
cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da vassoura, da faca) sabia (verbo saber) – sabiá (pássaro) – sábia (feminino de sábio)
banco (instituição comercial financeira, assento)
Observação: As palavras podem ser ao mesmo tempo homônimos
manga (parte da roupa, fruta) homófonos e homônimos homógrafos

Homônimos Exemplos:
mato (bosque) – mato (verbo)
Vem do grego “homós” que quer dizer: “igual”, “ónymon” que significa livre (solto) – livre (verbo livrar)
“nome”. Apresentam identidade de sons ou de forma, mas de significados rio (verbo rir) – rio (curso de água natural)
diferentes. amo (verbo amar) – amo (servo)
As palavras Homônimas podem ser: canto (ângulo) – canto (verbo cantar)
fui (verbo ser) – fui (verbo ir)
a) Homônimos homófonos
b) Homônimos homógrafos Parônimos

Homônimos Homófonos São quando duas ou mais palavras apresentam grafia e pronúncia pareci-
das, mas significados diferentes.
São os que têm som igual e significação diferente.
Exemplos:
Exemplos:
recrear (divertir, alegrar) recriar (criar novamente)
cerrar (fechar) serrar (cortar)
sortir (abastecer) surtir (produzir efeito)
chá (bebida) xá (soberano do Irã)
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)
cheque (ordem de pagamento) xeque (lance do jogo de xadrez)
vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)
concertar (ajustar, combinar) consertar (corrigir, reparar)
vultoso (volumoso) vultuoso (atacado de congestão na face)
coser (costurar) cozer (preparar alimentos)
imergir (afundar) emergir (vir à tona)
esperto (inteligente, perspicaz) experto (experiente, perito)
inflação (alta dos preços) infração (violação)
espiar (observar, espionar) expiar (reparar falta mediante cumpri-
mento de pena) infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)

estrato (camada) extrato (o que se extrai de) mandado (ordem judicial) mandato (procuração)

flagrante (evidente) fragrante (perfumado) ratificar (confirmar) retificar (corrigir)

incerto (não certo, impreciso) inserto (introduzido, inserido) emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)

incipiente (principiante) insipiente (ignorante) eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)

ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia) esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)

tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa) estada (permanência de pessoas) estadia (permanência de veículos)

acender (pôr fogo) ascender (subir) fusível (o que funde) fuzil (arma)

acento (símbolo gráfico) assento (lugar em que se senta) absolver (perdoar, inocentar) absorver (sorver, aspirar)

apreçar (ajustar o preço) apressar (formar rápido) arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair)

Língua Portuguesa 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


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cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem cortês)
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da
mensagem, através da expressividade e afetividade que transmite. É utili-
comprimento (extensão) cumprimento (saudação) zada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também
ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publici-
descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência) tários, entre outros.
Exemplos:
descriminar (tirar a culpa, inocen- discriminar (distinguir)
tar)
• Você é o meu sol!
• Minha vida é um mar de tristezas.
despensa (onde se guardam dispensa (ato de dispensar) • Você tem um coração de pedra!
mantimentos) http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao/

Formas Variantes SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO

Há palavras que podem ser grafadas de duas maneiras, sendo ambas As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
aceitas em Português pela norma de língua culta. figurado:
Construí um muro de pedra - sentido próprio
Exemplos: Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
A água pingava lentamente – sentido próprio.
contacto contato
caracter caráter ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.
óptica ótica
secção seção
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários
cota quota
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das
catorze quatorze
palavras.
cociente quociente
cotidiano quociente
Exs.:
cinzeiro = cinza + eiro
Fonte:: www.algosobre.com.br/
endoidecer = en + doido + ecer
www.exerciciosdeportugues.com.br
predizer = pre + dizer
www.mundovestibular.com.br
Postado por cleiton silva
Os principais elementos móficos são :

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO RADICAL


É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra.
A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil, se encontrando Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
em constante evolução. As palavras não apresentam apenas um significado enterrar = en + terra + ar
objetivo e literal, mas sim uma variedade de significados, mediante o con- pronome = pro + nome
texto em que ocorrem e as vivências e conhecimentos das pessoas que as
utilizam.
PREFIXO
É o elemento mórfico que vem antes do radical.
Exemplos de variação no significado das palavras:
Exs.: anti - herói in - feliz
• Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido literal)
• Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido figurado) SUFIXO
• Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) É o elemento mórfico que vem depois do radical.
As variações nos significados das palavras ocasionam o sentido denotati- Exs.: med - onho cear – ense
vo (denotação) e o sentido conotativo (conotação) das palavras.

Denotação FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


Uma palavra é usada no sentido denotativo quando apresenta seu signifi-
cado original, independentemente do contexto frásico em que aparece.
Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imedia- As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a
tamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado que língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra. bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis-
A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.
forma clara e objetiva, assumindo assim um caráter prático e utilitário. É Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala-
utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de vras encontramos a seguinte divisão:
instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros.
Exemplos: • palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor)
• O elefante é um mamífero.
• Já li esta página do livro. • palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha)
• A empregada limpou a casa. • palavras simples - só possuem um radical (couve, flor)
Conotação • palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor,
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando apresenta diferentes aguardente)
significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci-
frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e ideias
mento dos seguintes processos de formação:
que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significação
mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi-
sentido figurado e simbólico. cais. São dois tipos de composição.

Língua Portuguesa 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol, fada, bruxa, saci.
sexta-feira); d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,
• aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão,
elementos (pernalta, de perna + alta). portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje-
acréscimo de afixos. São cinco tipos de derivação.
tivos
• prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil); trabalhar - trabalho
correr - corrida
• sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente); alto - altura
belo - beleza
• parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo
e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua
• regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal.
substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda / b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:
de ajudar); florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro.
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio,
• imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva tempo, sol.
("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de-
a comum). colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
processos para formação de palavras, como: COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo
• Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas de seres da mesma espécie.
por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo,
grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, al- Veja alguns coletivos que merecem destaque:
coômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e alavão - de ovelhas leiteiras
latino / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego); alcateia - de lobos
álbum - de fotografias, de selos
• Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun- antologia - de trechos literários escolhidos
zum, miau);
armada - de navios de guerra
• Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.) arquipélago - de ilhas
assembleia - de parlamentares, de membros de associações
• Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se- atilho - de espigas de milho
quência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de atlas - de cartas geográficas, de mapas
siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista) banca - de examinadores
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
• Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala- bando - de aves, de pessoal em geral
vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas
cáfila - de camelos
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE- cancioneiro - de poemas, de canções
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE caravana - de viajantes
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES). cardume - de peixes
clero - de sacerdotes
colmeia - de abelhas
SUBSTANTIVOS concílio - de bispos
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no- congregação - de professores, de religiosos
me aos seres em geral. congresso - de parlamentares, de cientistas
conselho - de ministros
São, portanto, substantivos. consistório - de cardeais sob a presidência do papa
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra, constelação - de estrelas
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado. corja - de vadios
b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba- elenco - de artistas
lho, corrida, tristeza beleza altura. enxame - de abelhas
enxoval - de roupas
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS esquadra - de navios de guerra
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie: esquadrilha - de aviões
rio, cidade, pais, menino, aluno falange - de soldados, de anjos
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento. farândola - de maltrapilhos
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To- fato - de cabras
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. fauna - de animais de uma região
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro- feixe - de lenha, de raios luminosos
priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi- flora - de vegetais de uma região
que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con- frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, girândola - de fogos de artifício

Língua Portuguesa 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros o fibroma o guaraná a aguardente
o estratagema o plasma
junta - de bois, médicos, de examinadores o proclama o clã
júri - de jurados
legião - de anjos, de soldados, de demônios
Mudança de Gênero com mudança de sentido
malta - de desordeiros
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
manada - de bois, de elefantes
matilha - de cães de caça
Veja alguns exemplos:
ninhada - de pintos
o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo)
nuvem - de gafanhotos, de fumaça o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
panapaná - de borboletas o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
pelotão - de soldados o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão)
penca - de bananas, de chaves o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
pinacoteca - de pinturas o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
plantel - de animais de raça, de atletas
quadrilha - de ladrões, de bandidos Plural dos Nomes Simples
ramalhete - de flores 1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
réstia - de alhos, de cebolas casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
récua - de animais de carga 2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em:
romanceiro - de poesias populares a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração,
resma - de papel corações; grandalhão, grandalhões.
revoada - de pássaros b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião,
súcia - de pessoas desonestas guardiães.
vara - de porcos c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão,
vocabulário - de palavras cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.

FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães;
grau. ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc.

3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém,


Gênero
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns.
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar,
no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí-
fens (ou hífenes).
Podemos classificar os substantivos em:
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani-
para o masculino, outra para o feminino:
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
aluno/aluna homem/mulher
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
menino /menina carneiro/ovelha
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas
fósseis; réptil, répteis.
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo:
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
padrinho/madrinha bode/cabra
ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
cavaleiro/amazona pai/mãe
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se
burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
em:
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam
substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca.
os ônix.
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve-
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê-
tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri-
mea
mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi-
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
tos.
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
estudante, este dentista. Substantivos só usados no plural
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam afazeres anais
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar- arredores belas-artes
tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn- cãs condolências
juge, a pessoa, a criatura. confins exéquias
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: férias fezes
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino. núpcias óculos
olheiras pêsames
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero: viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)

Plural dos Nomes Compostos


São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata 1. Somente o último elemento varia:
o teorema o ágape a análise a usucapião a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
o trema o caudal a cal a bacanal
o edema o champanha a cataplasma a líbido boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;

Língua Portuguesa 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda- pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem- homúncula, apícula, velhusco.
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques) Observações:
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc.
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc.
pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe-
rabo, burros-sem-rabo;
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for-
ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
banana-maçã, bananas-maçã.
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
zinho, pequenito.
3. Ambos os elementos são flexionados:
Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu-
a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
diferentes para designar o sexo:
compromissos.
bode - cabra genro - nora
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
burro - besta padre - madre
perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
carneiro - ovelha padrasto - madrasta
caras-pálidas.
cão - cadela padrinho - madrinha
cavalheiro - dama pai - mãe
São invariáveis:
compadre - comadre veado - cerva
a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
frade - freira zangão - abelha
sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
frei – soror etc.
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
desocupa-o-copo; ADJETIVOS
c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
perde-ganha, os perde-ganha. FLEXÃO DOS ADJETIVOS
Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda- Gênero
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa- Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
Adjetivos Compostos b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
americanos; cívico-militar, cívico-militares.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos melhante a dos substantivos.
amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-
Número
dos-mudos > surdas-mudas.
a) Adjetivo simples
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho.
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples:
Graus do substantivo pessoa honesta pessoas honestas
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais regra fácil regras fáceis
podem ser: sintéticos ou analíticos. homem feliz homens felizes
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-
Analítico variáveis:
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- blusa vinho blusas vinho
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. camisa rosa camisas rosa
b) Adjetivos compostos
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
Sintético mento varia, tanto em gênero quanto em número:
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordos sócio-político-econômico
acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica
Principais sufixos aumentativos causas sócio-político-econômicas
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, acordo luso-franco-brasileiro
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, acordo luso-franco-brasileiros
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- lente côncavo-convexa
ça. lentes côncavo-convexas
camisa verde-clara
camisas verde-claras
Principais Sufixos Diminutivos sapato marrom-escuro
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, sapatos marrom-escuros
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, Observações:

Língua Portuguesa 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


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1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável: célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo
camisa verde-abacate camisas verde-abacate cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo
sapato marrom-café sapatos marrom-café eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
blusa azul-marinho blusas azul-marinho frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
camisa azul-celeste camisas azul-celeste incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
variam: livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
menina surda-muda meninas surdas-mudas manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
Graus do Adjetivo pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex- possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
pressas em dois graus: próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
- o comparativo público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
- o superlativo sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
Comparativo simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
- Comparativo de igualdade:
Adjetivos Gentílicos e Pátrios
O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
Argélia – argelino Bagdá - bagdali
Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
- Comparativo de superioridade:
Bóston - bostoniano Braga - bracarense
O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
- Comparativo de inferioridade:
bucarestense Campos - campista
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
- Superlativo absoluto
bricense Cuiabá - cuiabano
Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Esta cidade é poluidíssima.
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Esta cidade é muito poluída.
Egito - egípcio capixaba
- Superlativo relativo
Equador - equatoriano Évora - eborense
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a
Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
outros seres:
Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
Este rio é o mais poluído de todos.
Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Este rio é o menos poluído de todos.
Gabão - gabonês Galiza - galego
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:
Goiânia - goianense Granada - granadino
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -
Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc.
Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-
Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.
Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO
Macapá - macapaense Macau - macaense
ABSOLUTO
Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
RELATIVO
Madri - madrileno Manaus - manauense
bom melhor ótimo
Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor
Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
mau pior péssimo
Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior
Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo
Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior
Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo
Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor
Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-

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tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem Vossa Santidade V.S. papas
ser substituídas por um adjetivo correspondente. Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores

PRONOMES São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo-


cês.
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso. EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
substantivo. ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
• Ele chegou. (ele) Considera-se errado seu emprego como complemento:
• Convidei-o. (o) Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- EU cheguei atrasado (certo)
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. ELE compareceu à festa (certo)
• Esta casa é antiga. (esta) 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
• Meu livro é antigo. (meu) pronomes retos:
Convidei ELE (errado)
Classificação dos Pronomes Chamaram NÓS (errado)
Há, em Português, seis espécies de pronomes: Convidei-o. (certo)
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas Chamaram-NOS. (certo)
de tratamento: 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; reto seu emprego como complemento:
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; Informaram a ELE os reais motivos.
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá- Emprestaram a NÓS os livros.
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou- Eles gostam muito de NÓS.
trem, nada, cada, algo. 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in- errado seu emprego como complemento:
terrogativas. Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
PRONOMES PESSOAIS
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis- Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
curso: preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
1ª pessoa: quem fala, o emissor. MIM e TI:
Eu sai (eu) Ninguém irá sem EU. (errado)
Nós saímos (nós) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Convidaram-me (me) Ninguém irá sem MIM. (certo)
Convidaram-nos (nós) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Tu saíste (tu) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Vós saístes (vós) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Convidaram-te (te) como sujeito de um verbo no infinitivo.
Convidaram-vos (vós) Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Ele saiu (ele)
Eles sairam (eles) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidei-o (o) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
Convidei-os (os) sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
Os pronomes pessoais são os seguintes: somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO Querida, gosto muito de SI. (errado)
singular 1ª eu me, mim, comigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Querida, gosto muito de você. (certo)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Preciso muito falar com você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
Magnificência V. Mag a reitores de universidades binações possíveis são as seguintes:
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral me+o=mo me + os = mos

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te+o=to te + os = tos Você trouxe seus documentos?
lhe+o=lho lhe + os = lhos Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los COLOCAÇÃO DE PRONOMES
lhes + o = lho lhes + os = lhos Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições:
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos 1. Antes do verbo - próclise
a, as. Eu te observo há dias.
me+a=ma me + as = mas 2. Depois do verbo - ênclise
te+a=ta te + as = tas Observo-te há dias.
- Você pagou o livro ao livreiro? 3. No interior do verbo - mesóclise
- Sim, paguei-LHO. Observar-te-ei sempre.

Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que Ênclise
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
direto ou indireto.
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
O pai esperava-o na estação agitada.
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Expliquei-lhe o motivo das férias.
indiretos:
O menino convidou-a. (V.T.D )
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a
O filho obedece-lhe. (V.T. l )
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração:
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
verbos transitivos diretos:
3. Com o imperativo afirmativo:
Eu lhe vi ontem. (errado)
Companheiros, escutai-me.
Nunca o obedeci. (errado)
4. Com o infinitivo impessoal:
Eu o vi ontem. (certo)
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Nunca lhe obedeci. (certo)
destino na mesa.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
finitivo:
franco.
Deixei-o sair.
Vi-o chegar.
Próclise
Sofia deixou-se estar à janela.
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
interrogativos e conjunções.
vendo as orações reduzidas de infinitivo:
As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
Quem lhe ensinou esses modos?
A mim, ninguém me engana.
Quem os ouvia, não os amou.
A ti tocou-te a máquina mercante.
Que lhes importa a eles a recompensa?
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-
2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
mo vicioso e sim ênfase.
Papai do céu o abençoe.
A terra lhes seja leve.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo,
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
exercendo função sintática de adjunto adnominal:
Em se animando, começa a contagiar-nos.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
pausa entre eles.
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
déstia:
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes.
Mesóclise
Vós sois minha salvação, meu Deus!
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
precedidos de palavras que reclamem a próclise.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
falamos dessa pessoa:
Dir-se-ia vir do oco da terra.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Vossa Excelência já aprovou os projetos?
Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.
Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE,
Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª
Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como
Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:

Língua Portuguesa 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus?
O Pronome Átono nas Locuções Verbais Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida-
de.
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
não sabia o que dizer.
Podemos contar-lhe o ocorrido.
Podemos-lhe contar o ocorrido.
Não lhes podemos contar o ocorrido. PRONOMES DEMONSTRATIVOS
O menino foi-se descontraindo. São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
O menino foi descontraindo-se. coisa designada em relação à pessoa gramatical.
O menino não se foi descontraindo.
2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des- longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
cartes ." livro está longe de ambas as pessoas.
Tenho-me levantado cedo.
Não me tenho levantado cedo. Os pronomes demonstrativos são estes:
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa
O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa
auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
AQUELE (e variações), próprio (e variações)
Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da
MESMO (e variações), próprio (e variações)
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua-
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação)
gem escrita.
Emprego dos Demonstrativos
PRONOMES POSSESSIVOS 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu- a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que
indo-lhes a posse de alguma coisa. fala).
Este documento que tenho nas mãos não é meu.
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o Isto que carregamos pesa 5 kg.
livro pertence a 1ª pessoa (eu) b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente:
Este coração não pode me trair.
Eis as formas dos pronomes possessivos: Esta alma não traz pecados.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. Tudo se fez por este país..
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. c) Para indicar o momento em que falamos:
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Neste instante estou tranquilo.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. Deste minuto em diante vou modificar-me.
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. momento em que falamos:
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de Um dia destes estive em Porto Alegre.
você). e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
qual se inclui o momento em que falamos:
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui- Nesta semana não choveu.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Neste mês a inflação foi maior.
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. Este ano será bom para nós.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Este século terminará breve.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro- Tudo isto que estou dizendo já é velho.
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as Só posso lhe dizer isto: nada somos.
suas mãos). Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
Não me respeitava a adolescência. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. quem se fala):
Esse documento que tens na mão é teu?
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Isso que carregas pesa 5 kg.
1. Cálculo aproximado, estimativa: b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Esse teu coração me traiu.
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história Essa alma traz inúmeros pecados.
O nosso homem não se deu por vencido. Quantos vivem nesse pais?
Chama-se Falcão o meu homem c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum jamos distância:
Eu cá tenho minhas dúvidas O povo já não confia nesses políticos.
Cornélio teve suas horas amargas Não quero mais pensar nisso.
4. Afetividade, cortesia d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Como vai, meu menino? Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo O que você quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- falamos:
tes de família. Um dia desses estive em Porto Alegre.

Língua Portuguesa 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Comi naquele restaurante dia desses. Leve tantos ingressos quantos quiser.
f) Para indicar aquilo que já mencionamos: Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso?
Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan- Eis o quadro dos pronomes relativos:
te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se: VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á Masculino Feminino
3ª. o qual a qual quem
Aquele documento que lá está é teu? os quais as quais
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg. cujo cujos cuja cujas que
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante. quanto quanta quantas onde
Naquele instante estava preocupado. quantos
Daquele instante em diante modifiquei-me.
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele Observações:
século, para exprimir que o tempo já decorreu. 1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente,
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL.
usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou O médico de quem falo é meu conterrâneo.
variações) para a primeira: 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem
Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso sempre um substantivo sem artigo.
e aquela tranquila. Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar?
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos
pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural: de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose? Tenho tudo quanto quero.
Com um frio destes não se pode sair de casa. Leve tantos quantos precisar.
Nunca vi uma coisa daquelas. Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter 4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
reforçativo: EM QUE.
Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
ISSO ou AQUELE (e variações). PRONOMES INDEFINIDOS
Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro. Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de
O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. modo vago, impreciso, indeterminado.
Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO,
A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO
homens superiores. Exemplos:
8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: Algo o incomoda?
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, Não faças a outrem o que não queres que te façam.
ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Quem avisa amigo é.
Tal era a situação do país. Encontrei quem me pode ajudar.
Não disse tal. Ele gosta de quem o elogia.
Tal não pôde comparecer. 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA
CERTAS.
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu- Cada povo tem seus costumes.
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha Certas pessoas exercem várias profissões.
QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
ou OUTRO TAL: PRONOMES INTERROGATIVOS
Suas manias eram tais quais as minhas. Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de
A mãe era tal quais as filhas. modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Os filhos são tais qual o pai. Exemplos:
Tal pai, tal filho. Que há?
É pronome substantivo em frases como: Que dia é hoje?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Reagir contra quê?
Não creio em tal (= tal coisa) Por que motivo não veio?
Quem foi?
PRONOMES RELATIVOS Qual será?
Veja este exemplo: Quantos vêm?
Armando comprou a casa QUE lhe convinha. Quantas irmãs tens?

A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo


casa é um pronome relativo.
VERBO

PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re- CONCEITO


feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. as no tempo.
No exemplo dado, o antecedente é casa. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
Outros exemplos de pronomes relativos: ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
O lugar onde paramos era deserto. Assim fiz. Morreram.”
Traga tudo quanto lhe pertence. (Clarice Lispector)

Língua Portuguesa 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


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SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir: Futuro (falar)
a) Estado:
Não sou alegre nem sou triste. Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que
Sou poeta. se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema
b) Mudança de estado: dos tempos simples.
Meu avô foi buscar ouro. Infinitivo impessoal (falar)
Mas o ouro virou terra. Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
c) Fenômeno: FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)
Chove. O céu dorme. Particípio (falado)
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de a) agente do fato expresso.
estado e fenômeno, situando-se no tempo. O carroceiro disse um palavrão.
(sujeito agente)
FLEXÕES O verbo está na voz ativa.
O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle- b) paciente do fato expresso:
xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica: (sujeito paciente)
• a ação de cantar. O verbo está na voz passiva.
• a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós). c) agente e paciente do fato expresso:
• o número gramatical (plural). O carroceiro machucou-se.
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). (sujeito agente e paciente)
• o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no O verbo está na voz reflexiva.
passado (indicativo). 6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de
• que o sujeito pratica a ação (voz ativa). rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical.
Falo - Estudam.
Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz. Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural: fora do radical.
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular). Falamos - Estudarei.
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural). 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em:
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais: a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua
1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto -
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. cantei - cantarei – cantava - cantasse.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme- b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
cemos. nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa,
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o
a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
adormece. tado - morto - enxugado - enxuto.
b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
adormecem. gação.
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante verbo ser: sou - fui
em relação ao fato que comunica. Há três modos em português. verbo ir: vou - ia
a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente. QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato. 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
Talvez a cachorra Baleia corra na frente . explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um O Nino apareceu na porta.
pedido 2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
Corra na frente, Baleia. to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são: etc.
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala: Garoava na madrugada roxa.
Fecho os olhos, agito a cabeça. b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele Houve um espetáculo ontem.
em que se fala: Há alunos na sala.
Fechei os olhos, agitei a cabeça. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala: claros.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o Fazia dois anos que eu estava casado.
presente. Faz muito frio nesta região?

Veja o esquema dos tempos simples em português:


Presente (falo) O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
Imperfeito (falava) 3ª pessoa do singular - quando significa:
Mais- que-perfeito (falara) 1) EXISTIR
Futuro do presente (falarei) Há pessoas que nos querem bem.
do pretérito (falaria) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Presente (fale) Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.

Língua Portuguesa 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores. EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
2) ACONTECER, SUCEDER a) Presente
Houve casos difíceis na minha profissão de médico. Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
Não haja desavenças entre vós. - um fato que ocorre no momento em que se fala.
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos. Eles estudam silenciosamente.
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado: Eles estão estudando silenciosamente.
Há meses que não o vejo. - uma ação habitual.
Haverá nove dias que ele nos visitou. Corra todas as manhãs.
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava. - uma verdade universal (ou tida como tal):
O fato aconteceu há cerca de oito meses. O homem é mortal.
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.
pretérito imperfeito, e não no presente: - fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada. maior realce à narrativa.
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos. Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis".
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo. É o chamado presente histórico ou narrativo.
Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava. - fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos:
4) REALIZAR-SE Amanhã vou à escola.
Houve festas e jogos. Qualquer dia eu te telefono.
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos. b) Pretérito Imperfeito
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba. Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar:
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e - um fato passado contínuo, habitual, permanente:
seguido de infinitivo): Ele andava à toa.
Em pontos de ciência não há transigir. Nós vendíamos sempre fiado.
Não há contê-lo, então, no ímpeto. - um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre
Não havia descrer na sinceridade de ambos. por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis.
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. Era uma vez...
E não houve convencê-lo do contrário. - um fato presente em relação a outro fato passado.
Não havia por que ficar ali a recriminar-se. Eu lia quando ele chegou.
c) Pretérito Perfeito
Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já
há muito (= desde muito tempo, há muito tempo): ocorrido, concluído.
De há muito que esta árvore não dá frutos. Estudei a noite inteira.
De há muito não o vejo. Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o
momento presente.
O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com Tenho estudado todas as noites.
ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª d) Pretérito mais-que-perfeito
pessoa do singular: Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em
Vai haver eleições em outubro. relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado):
Começou a haver reclamações. A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou.
Não pode haver umas sem as outras. e) Futuro do Presente
Parecia haver mais curiosos do que interessados. Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. futuro em relação ao momento em que se fala.
Irei à escola.
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser f) Futuro do Pretérito
construída de três modos: Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar:
Hajam vista os livros desse autor. - um fato futuro, em relação a outro fato passado.
Haja vista os livros desse autor. - Eu jogaria se não tivesse chovido.
Haja vista aos livros desse autor. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
- Seria realmente agradável ter de sair?
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
vezes, ironia.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
- Daria para fazer silêncio?!
sentido da frase.
Exemplo:
Modo Subjuntivo
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
a) Presente
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
- um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Talvez eles estudem... não sei.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
- um desejo, uma vontade:
vando o mesmo tempo.
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
b) Pretérito Imperfeito
Outros exemplos:
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
Os calores intensos provocam as chuvas.
hipótese, uma condição.
As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Se eu estudasse, a história seria outra.
Eu o acompanharei.
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Ele será acompanhado por mim.
e) Pretérito Perfeito
Todos te louvariam.
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Serias louvado por todos.
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Prejudicaram-me.
características do modo subjuntivo).
Fui prejudicado.
Que tenha estudado bastante é o que espero.
Condenar-te-iam.
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
Serias condenado.
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato

Língua Portuguesa 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


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passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo: seja esteja tenha haja
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui- sejamos estejamos tenhamos hajamos
lamente. sejais estejais tenhais hajais
e) Futuro sejam estejam tenham hajam
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu- PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES
ído em relação a outro fato futuro. fosse estivesse tivesse houvesse
fosses estivesses tivesses houvesses
Quando eu voltar, saberei o que fazer.
fosse estivesse tivesse houvesse
fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos
VERBOS AUXILIARES fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis
INDICATIVO fossem estivessem tivessem houvessem
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
SER ESTAR TER HAVER tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, esta-
PRESENTE do, tido, havido)
sou estou tenho hei PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
és estás tens hás tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( +
é está tem há sido, estado, tido, havido)
FUTURO SIM-
somos estamos temos havemos
PLES
sois estais tendes haveis
se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver
são estão têm hão
se tu fores se tu estive- se tu tiveres se tu houve-
PRETÉRITO PERFEITO
res res
era estava tinha havia
se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver
eras estavas tinhas havias
se nós formos se nós esti- se nós tiver- se nós hou-
era estava tinha havia
vermos mos vermos
éramos estávamos tínhamos havíamos
se vós fordes se vós esti- se vós tiver- se vós hou-
éreis estáveis tínheis havíes verdes des verdes
eram estavam tinham haviam se eles forem se eles esti- se eles tive- se eles hou-
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES verem rem verem
fui estive tive houve FUTURO COMPOSTO
foste estiveste tiveste houveste tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado,
foi esteve teve houve tido, havido)
fomos estivemos tivemos houvemos AFIRMATIVO IMPERATIVO
fostes estivestes tivestes houvestes sê tu está tu tem tu há tu
foram estiveram tiveram houveram seja você esteja você tenha você haja você
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO sejamos nós estejamos tenhamos hajamos nós
tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido nós nós
tens sido tens estado tens tido tens havido sede vós estai vós tende vós havei vós
tem sido tem estado tem tido tem havido sejam vocês estejam tenham hajam vocês
temos sido temos estado temos tido temos havido vocês vocês
tendes sido tendes esta- tendes tido tendes havi- NEGATIVO
do do não sejas tu não estejas não tenhas tu não hajas tu
têm sido têm estado têm tido têm havido tu
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES não seja você não esteja não tenha não haja
fora estivera tivera houvera você você você
foras estiveras tiveras houveras não sejamos não esteja- não tenha- não hajamos
fora estivera tivera houvera nós mos nós mos nós nós
fôramos estivéramos tivéramos houvéramos não sejais vós não estejais não tenhais não hajais
fôreis estivéreis tivéreis houvéreis vós vós vós
foram estiveram tiveram houveram não sejam vocês não estejam não tenham não hajam
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO vocês vocês vocês
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido IMPESSOAL INFINITIVO
, havido) ser estar ter haver
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES IMPESSOAL COMPOSTO
serei estarei terei haverei Ter sido ter estado ter tido ter havido
serás estarás terás haverá PESSOAL
será estará terá haverá ser estar ter haver
seremos estaremos teremos haveremos seres estares teres haveres
sereis estareis tereis havereis ser estar ter haver
serão estarão terão haverão sermos estarmos termos havermos
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO serdes estardes terdes haverdes
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, serem estarem terem haverem
havido) SIMPLES GERÚNDIO
FUTURO DO sendo estando tendo havendo
PRETÉRITO COMPOSTO
SIMPLES tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido
seria estaria teria haveria PARTICÍPIO
serias estarias terias haverias sido estado tido havido
seria estaria teria haveria
seríamos estaríamos teríamos haveríamos CONJUGAÇÕES VERBAIS
serieis estaríeis teríeis haveríeis
seriam estariam teriam haveriam
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO INDICATIVO
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, PRESENTE
havido) canto vendo parto
PRESENTE SUBJUNTIVO cantas vendes partes
seja esteja tenha haja canta vende parte
sejas estejas tenhas hajas cantamos vendemos partimos

Língua Portuguesa 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cantais vendeis partis cantar vender partir
cantam vendem partem cantarmos vendermos partimos
PRETÉRITO IMPERFEITO cantardes venderdes partirdes
cantava vendia partia cantarem venderem partirem
cantavas vendias partias FUTURO COMPOSTO
cantava vendia partia tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, ven-
cantávamos vendíamos partíamos dido, partido)
cantáveis vendíeis partíeis AFIRMATIVO IMPERATIVO
cantavam vendiam partiam canta vende parte
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES cante venda parta
cantei vendi parti cantemos vendamos partamos
cantaste vendeste partiste cantai vendei parti
cantou vendeu partiu cantem vendam partam
cantamos vendemos partimos NEGATIVO
cantastes vendestes partistes não cantes não vendas não partas
cantaram venderam partiram não cante não venda não parta
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO não cantemos não vendamos não partamos
tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, par- não canteis não vendais não partais
tido) não cantem não vendam não partam
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
cantara vendera partira
cantaras venderas partiras INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES
cantara vendera partira
cantáramos vendêramos partíramos PRESENTE
cantáreis vendêreis partíreis cantar vender partir
cantaram venderam partiram INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONA-
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO DO
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, cantar vender partir
vendido, partido) cantares venderes partires
Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver. cantar vender partir
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES cantarmos vendermos partirmos
cantarei venderei partirei cantardes venderdes partirdes
cantarás venderás partirás cantarem venderem partirem
cantará venderá partirá INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IM-
cantaremos venderemos partiremos PESSOAL
cantareis vendereis partireis ter (ou haver), cantado, vendido, partido
cantarão venderão partirão INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSO-
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO AL
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, parti-
partido) do)
Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver. GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE
FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES cantando vendendo partindo
cantaria venderia partiria GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO
cantarias venderias partirias tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido
cantaria venderia partiria PARTICÍPIO
cantaríamos venderíamos partiríamos cantado vendido partido
cantaríeis venderíeis partiríeis
cantariam venderiam partiriam
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO Formação dos tempos compostos
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido,
partido) Com os verbos ter ou haver
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendi- Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce particular aque-
do, partido) les que são constituídos de formas do verbo ter (ou, mais raramente, haver)
Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver. com o particípio do verbo que se quer conjugar, porque é costume incluí-los
PRESENTE SUBJUNTIVO nos próprios paradigmas de conjugação:
cante venda parta
cantes vendas partas
cante venda parta MODO INDICATIVO
cantemos vendamos partamos
1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO
canteis vendais partais
INDICATIVO do verbo ter com o PARTICÍPIO do verbo principal:
cantem vendam partam
PRETÉRITO IMPER- tenho cantado tenho vendido tenho partido
FEITO tens cantado tens vendido tens partido
cantasse vendesse partisse tem cantado tem vendido tem partido
cantasses vendesses partisses temos cantado temos vendido temos partido
cantasse vendesse partisse tendes cantado tendes vendido tendes partido
cantássemos vendêssemos partíssemos têm cantado têm vendido têm partido
cantásseis vendêsseis partísseis
cantassem vendessem partissem 2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPER-
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO FEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICÍPIO do
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, verbo principal:
vendido, partido) tinha cantado tinha vendido tinha partido
Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver. tinhas cantado tinhas vendido tinhas .partido
FUTURO SIMPLES tinha cantado tinha vendido tinha partido
cantar vender partir tínhamos cantado tínhamos vendido tínhamos partido
cantares venderes partires tínheis cantado tínheis vendido tínheis partido

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tinham cantado tinham vendido tinham partido

3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO


VERBOS IRREGULARES
PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do DAR
verbo principal: Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
terei cantado terei vendido terei partido Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
terás cantado terás vendido terás, partido Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
terá cantado terá vendido terá partido Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
teremos cantado teremos vendido teremos partido Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
tereis cantado tereis vendido tereis , partido Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
terão cantado terão vendido terão partido
MOBILIAR
4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
PRETÉRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
verbo principal: Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem

teria cantado teria vendido teria partido AGUAR


terias cantado terias vendido terias partido Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
teria cantado teria vendido teria partido Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
teríamos cantado teríamos vendido teríamos partido Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
teríeis cantado teríeis vendido teríeis partido
teriam cantado teriam vendido teriam partido MAGOAR
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
MODO SUBJUNTIVO Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
ram
1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
tenha cantado tenha vendido tenha
APIEDAR-SE
tenhas cantado tenhas vendido tenhas partido
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-
tenha cantado tenha vendido tenha partido
vos, apiadam-se
tenhamos cantado tenhamos vendido tenhamos partido
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-
tenhais cantado tenhais vendido tenhais partido
vos, apiedem-se
tenham cantado vendido tenham partido
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do IMPERFEITO DO
SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo MOSCAR
principal: Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-
tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido quem
tivesses cantado tivesses vendido tivesses partido Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
tivéssemos cantado tivéssemos vendido tivéssemos partido RESFOLEGAR
tivésseis cantado tivésseis vendido tivésseis partido Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,
tivessem cantado tivessem vendido tivessem partido resfolgam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis,
3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUN- resfolguem
TIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece

tiver cantado tiver vendido tiver partido NOMEAR


tiveres cantado tiveres vendido tiveres partido Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam
tiver cantado tiver vendido tiver partido Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis,
tivermos cantado tivermos vendido tivermos partido nomeavam
tiverdes cantado tiverdes vendido tiverdes partido Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea-
tiverem cantado tiverem vendido tiverem partido ram
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
FORMAS NOMINAIS Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem
1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO IMPESSOAL). Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear
Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo ter (ou haver) com o
PARTICÍPIO do verbo principal: COPIAR
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
ter cantado ter vendido ter partido Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá-
2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO PESSOAL). reis, copiaram
Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter (ou haver) com o Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem
PARTICÍPIO do verbo principal: Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem

ter cantado ter vendido ter partido ODIAR


teres cantado teres vendido teres partido Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
ter cantado ter vendido ter partido Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam
termos cantado termos vendido termos partido Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
terdes cantado terdes vendido terdes partido Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis,
terem cantado terem vendido terem partido odiaram
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem
3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
CABER
tendo cantado tendo vendido tendo partido
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam
Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão. Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos,
coubéreis, couberam
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam

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Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, reis, quiseram
coubessem Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no quisessem
imperativo negativo Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem

CRER REQUERER
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
DIZER Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem requererão
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, ríeis, requereriam
disseram Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam requeiram
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, requerêsseis, requeressem,
dissesse Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem requerem
Particípio dito Gerúndio requerendo
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer Particípio requerido
O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem REAVER
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão ram
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis,
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam reouveram
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou-
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, vésseis, reouvessem
fizessem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem reouverem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen-
ta a letra v
PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem SABER
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,
PODER soubéreis, souberam
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam soubessem
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem
puderam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam VALER
Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
pudessem Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Gerúndio podendo TRAZER
Particípio podido Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
imperativo negativo Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos,
PROVER trouxéreis, trouxeram
Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê- Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
reis, proveram Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão trouxessem
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove- Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe-
riam rem
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Gerúndio trazendo
Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, Particípio trazido
provessem
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem VER
Gerúndio provendo Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem
Particípio provido Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
QUERER Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês
Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem
Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé- Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem

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Particípio visto Particípio ido

ABOLIR OUVIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, Particípio ouvido
aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão PEDIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente do subjuntivo não há Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
abolissem Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Imperativo afirmativo abole, aboli
Imperativo negativo não há POLIR
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Infinitivo impessoal abolir Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Gerúndio abolindo Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Particípio abolido
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
AGREDIR Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam RIR
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
COBRIR Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Particípio coberto Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
FALIR Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo falimos, falis Gerúndio rindo
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Particípio rido
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Conjuga-se como rir: sorrir
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão VIR
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Imperativo afirmativo fali (vós) Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Imperativo negativo não há Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Gerúndio falindo Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Particípio falido Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
FERIR Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Gerúndio vindo
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Particípio vindo
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir

MENTIR SUMIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir

FUGIR Verbo ''haver'' e suas diferentes construções


Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Por Thaís Nicoleti
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
“Haverão mudanças, mas creio que serão pequenas.”
IR O verbo “haver”, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é impessoal. Isso quer
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão dizer que permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem sujeito.
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam A confusão é frequente não só na hora de escrever mas também na hora
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram de falar. Muita gente faz a flexão do verbo, como se seu objeto direto fosse
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram seu sujeito. É possível que a origem do erro esteja na analogia com os
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
verbos “existir” e “ocorrer”. Estes têm sujeito – e, portanto, as flexões de
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão número e pessoa – e costumam antepor-se a ele. Assim:
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão Ocorrerão mudanças.
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão Existirão mudanças.
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem Com o verbo “haver”, a história é outra:
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem Haverá mudanças.
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem É importante observar que os verbos auxiliares assumem o comportamento
Gerúndio indo dos verbos principais. Assim, temos o seguinte:

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Deverão ocorrer mudanças. 2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
Deverão existir mudanças. 3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
Deverá haver mudanças. 4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
Não se pode, no entanto, dizer que o verbo “haver” nunca vai para o plural, 5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
pois isso não é verdade. Ele pode, por exemplo, ser um verbo auxiliar 6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
(sinônimo de “ter” nos tempos compostos), situação em que pode ir para o Você lá sabe o que está dizendo, homem...
plural. Assim: Mas que olhos lindos!
Eles haviam chegado cedo. Veja só que maravilha!
Eles tinham chegado cedo.
Como verbo pessoal (com sujeito), pode assumir o sentido de “obter”: NUMERAL
Houveram do juiz a comutação da pena.
Como sinônimo de “considerar”, também tem sujeito:
Nós o havemos por honesto. Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
O mesmo comportamento se observa quando empregado na acepção de
“comportar-se”: O numeral classifica-se em:
Eles se houveram com elegância diante das críticas. - cardinal - quando indica quantidade.
O plural também pode aparecer quando usado com o sentido de “lidar”. - ordinal - quando indica ordem.
Assim: - multiplicativo - quando indica multiplicação.
Os alunos houveram-se muito bem nos exames. - fracionário - quando indica fracionamento.
Fique claro, portanto, que é no sentido de “existir” e de “ocorrer”, bem como
na indicação de tempo decorrido (Há dois anos...), que o verbo “haver” Exemplos:
permanece invariável. Assim: Silvia comprou dois livros.
Haverá mudanças, mas creio que serão pequenas. Antônio marcou o primeiro gol.
Educaçãouol Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
ADVÉRBIO

Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-


vérbio, exprimindo uma circunstância. QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS

Os advérbios dividem-se em: Algarismos Numerais


1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan- nos cos tivos
te, através, defronte, aonde, etc. I 1 um primeiro simples -
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, II 2 dois segundo duplo meio
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, dobro
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc. III 3 três terceiro tríplice terço
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
mal, quase, apenas, etc.
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
6) NEGAÇÃO: não. IX 9 nove nono nônuplo nono
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, X 10 dez décimo décuplo décimo
provavelmente, etc. XI 11 onze décimo onze avos
primeiro
Há Muitas Locuções Adverbiais XII 12 doze décimo doze avos
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra- segundo
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. XIII 13 treze décimo treze avos
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, terceiro
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de XIV 14 quatorze décimo quatorze
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. quarto avos
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom XV 15 quinze décimo quinze avos
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge- quinto
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis- XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. sexto avos
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui- XVII 17 dezessete décimo dezessete
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. sétimo avos
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, oitavo
etc. XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. avos
XX 20 vinte vigésimo vinte avos
Advérbios Interrogativos XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? XL 40 quarenta quadragé- quarenta
simo avos
Palavras Denotativas L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te- simo avos
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, LX 60 sessenta sexagésimo sessenta
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. avos
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.

Língua Portuguesa 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


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LXX 70 setenta septuagési- setenta avos lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
mo
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
XC 90 noventa nonagésimo noventa
CONJUNÇÃO
avos
C 100 cem centésimo centésimo Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
Coniunções Coordenativas
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc.
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen-
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
tos tésimo tésimo
senão, no entanto, etc.
D 500 quinhen- quingenté- quingenté-
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer,
tos simo simo
etc.
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési- 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por
mo mo consequência.
DCC 700 setecen- septingenté- septingenté- 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque,
tos simo simo pois, etc.
DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
simo simo Conjunções Subordinativas
CM 900 novecen- nongentési- nongentési- 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
tos mo mo 2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
M 1000 mil milésimo milésimo 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
Emprego do Numeral 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais. 6) INTEGRANTES: que, se, etc.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
Luis X (décimo) ano I (primeiro) 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
Pio lX (nono) século lV (quarto) forma que, de modo que, etc.
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais,
De 11 em diante, empregam-se os cardinais: etc.
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) 10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
XX Salão do Automóvel (vigésimo) Examinemos estes exemplos:
VI Festival da Canção (sexto) 1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
lV Bienal do Livro (quarta) 2º) Os livros ensinam e divertem.
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) 3º) Saímos de casa quando amanhecia.

Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
emprego do ordinal. uma conjunção.
Hoje é primeiro de setembro
Não é aconselhável iniciar período com algarismos No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia orações: são também conjunções.

A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois mesma oração.
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o conjunção E é coordenativa.
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
ARTIGO QUANDO é subordinativa.

Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná- As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em As conjunções coordenativas podem ser:
• definidos: O, A, OS, AS 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Os livros não só instruem mas também divertem.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
geral. as flores.
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde- 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
terminado). pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape-

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sar disso, em todo caso. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. afirmações.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite.
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. (= se não), a não ser que, a menos que, dado que.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. Ficaremos sentidos, se você não vier.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.
Hoje não atendo, em todo caso, entre. "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou, que os mosquitos se opusessem."
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. (Ferreira de Castro)
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não
Ou você estuda ou arruma um emprego. são como (ou conforme) dizem.
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. (Machado de Assis)
"Já chora, já se ri, já se enfurece." 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
(Luís de Camões) tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con- forma que, de maneira que, sem que, que (não).
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
As árvores balançam, logo está ventando. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por- Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo). 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Afastou-se depressa para que não o víssemos.
causar incêndios. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa- mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
tivo: to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. À medida que se vive, mais se aprende.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
(Jorge Amado) Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à Observação:
outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
Abrangem as seguintes classes: (Maria José de Queirós)
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
que, uma vez que, desde que. 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
efeito). etc.
Como estivesse de luto, não nos recebeu. Venha quando você quiser.
Desde que é impossível, não insistirei. Não fale enquanto come.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
(= como). "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. cânti)
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. 10) Integrantes: que, se.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Sabemos que a vida é breve.
(Paulo Mendes Campos) Veja se falta alguma coisa.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
(Antônio Olavo Pereira) Observação:
"E pia tal a qual a caça procurada." Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
(Amadeu de Queirós) chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" porém, não consigna esta espécie de conjunção.
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
Os governantes realizam menos do que prometem.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que to. Assim, a conjunção que pode ser:
(= embora não). 1) Aditiva (= e):
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Beba, nem que seja um pouco. 2) Explicativa (= pois, porque):
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Apressemo-nos, que chove.

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3) Integrante: SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Diga-lhe que não irei.
4) Consecutiva:
FRASE
Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
Não vão a uma festa que não voltem cansados.
O tempo está nublado.
Onde estavas, que não te vi?
Socorro!
5) Comparativa (= do que, como):
Que calor!
A luz é mais veloz que o som.
Ficou vermelho que nem brasa.
6) Concessiva (= embora, ainda que): ORAÇÃO
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo. Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
Beba, um pouco que seja. A fanfarra desfilou na avenida.
7) Temporal (= depois que, logo que): As festas juninas estão chegando.
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
8) Final (= pare que): PERÍODO
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. Período é a frase estruturada em oração ou orações.
9) Causal (= porque, visto que): O período pode ser:
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Coaraci) Fui à livraria ontem.
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: • composto - quando constituído por mais de uma oração.
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe- Fui à livraria ontem e comprei um livro.
disse. (sem que = embora não)
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
(sem que = se não,caso não) São dois os termos essenciais da oração:
3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
(sem que = que não) SUJEITO
4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes)

PREPOSIÇÃO O sujeito pode ser :


- simples: quando tem um só núcleo
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas;
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
núcleo: rosas)
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
- composto: quando tem mais de um núcleo
segundo, um subordinado ou consequente.
O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
Exemplos:
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal
Chegaram a Porto Alegre.
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)
Discorda de você.
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal
Fui até a esquina.
Come-se bem naquele restaurante.
Casa de Paulo.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito
Choveu ontem.
Preposições Essenciais e Acidentais
Há plantas venenosas.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
PREDICADO
ATRÁS.
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito.
O predicado classifica-se em:
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
do sujeito.
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
Nosso colega está doente.
segundo, senão, tirante, visto, etc.
Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,
PERMANECER, etc.
INTERJEIÇÃO Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem Nosso colega está doente.
ser: A moça permaneceu sentada.
- alegria: ahl oh! oba! eh! 2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
- animação: coragem! avante! eia! transitivo.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! O avião sobrevoou a praia.
- aplauso: bravo! viva! bis! Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- desejo: tomara! oxalá! O sabiá voou alto.
- dor: aí! ui! Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- silêncio: psiu! silêncio! • Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- suspensão: alto! basta! de proposição.
Minha equipe venceu a partida.
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo • Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
valor de uma interjeição. auxílio de preposição.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! Ele precisa de um esparadrapo.
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! • Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao
mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de com-
plemento com auxilio de preposição.

Língua Portuguesa 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Damos uma simples colaboração a vocês. 4. VOCATIVO
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais interpelar alguém ou alguma coisa.
predicativo do sujeito. Tem compaixão de nós, ó Cristo.
Os rapazes voltaram vitoriosos. Professor, o sinal tocou.
• Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal, Rapazes, a prova é na próxima semana.
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico. PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
direto ou indireto. Fui ao cinema.
Elegemos o nosso candidato vereador. O pássaro voou.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Chama-se termos integrantes da oração os que completam a PERÍODO COMPOSTO
significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à No período composto há mais de uma oração.
compreensão do enunciado. (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens
folgam.)
1. OBJETO DIRETO
Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Período composto por coordenação
transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE. Apresenta orações independentes.
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.)
2. OBJETO INDIRETO
Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Período composto por subordinação
transitivo indireto. Apresenta orações dependentes.
As crianças precisam de CARINHO. (É bom) (que você estude.)

3. COMPLEMENTO NOMINAL Período composto por coordenação e subordinação


Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este
um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por período é também conhecido como misto.
um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio. (Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.)
Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo) ORAÇÃO COORDENADA
Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE Oração coordenada é aquela que é independente.
(advérbio).
As orações coordenadas podem ser:
4. AGENTE DA PASSIVA - Sindética:
Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção
voz passiva. coordenativa.
A mãe é amada PELO FILHO. Viajo amanhã, mas volto logo.
O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO. - Assindética:
Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO. Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou
ponto e vírgula.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO Chegou, olhou, partiu.
TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma A oração coordenada sindética pode ser:
função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
alguma circunstância. 1. ADITIVA:
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
São termos acessórios da oração: também:
1. ADJUNTO ADNOMINAL Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
substantivos. Pode ser expresso: A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
• pelos adjetivos: água fresca,
• pelos artigos: o mundo, as ruas 2. ADVERSATIVA:
• pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste
• pelos numerais : três garotos; sexto ano (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc).
• pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
2. ADJUNTO ADVERBIAL Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo,
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. 3. ALTERNATIVAS:
Cheguei cedo. Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra
José reside em São Paulo. (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
Mudou o natal OU MUDEI EU?
3. APOSTO “OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
desenvolve ou resume outro termo da oração. (C. Meireles)
Dr. João, cirurgião-dentista,
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. 4. CONCLUSIVAS:
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,

Língua Portuguesa 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
etc).
Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de
um adjetivo.
5. EXPLICATIVAS: Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas:
Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.) 1) EXPLICATIVAS:
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR. Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente,
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS. atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma
informação.
ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará.
É aquela que vem entre os termos de uma outra oração. Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
2) RESTRITIVAS:
A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos: Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc. indispensáveis ao sentido da frase:
Pedra QUE ROLA não cria limo.
ORAÇÃO PRINCIPAL As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui.
por um conectivo.
ELES DISSERAM que voltarão logo. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
ELE AFIRMOU que não virá. Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma) um advérbio.

ORAÇÃO SUBORDINADA As orações subordinadas adverbiais classificam-se em:


Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão:
introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.
nem sempre é a primeira do período. O tambor soa PORQUE É OCO.
Quando ele voltar, eu saio de férias.
Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS 2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR comparação.
O som é menos veloz QUE A LUZ.
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA.
Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite:
de um substantivo.
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram.
Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado.
substantivas classificam-se em:
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava.
1) SUBJETIVA (sujeito) 4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese:
Convém que você estude mais. SE O CONHECESSES, não o condenarias.
Importa que saibas isso bem. . Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato
2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) com outro:
Desejo QUE VENHAM TODOS. Fiz tudo COMO ME DISSERAM.
Pergunto QUEM ESTÁ AI. Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI.

3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) 6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado:


Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS.
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA!
Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. Tenho medo disso QUE ME PÉLO!
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
4) COMPLETIVA NOMINAL Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
Complemento nominal. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
Ser grato A QUEM TE ENSINA.
Sou favorável A QUE O PRENDAM. 8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade:
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
5) PREDICATIVA (predicativo) QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo.
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
oração principal:
Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) 10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.
7) AGENTE DA PASSIVA
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR) ORAÇÕES REDUZIDAS
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM. Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais:

Língua Portuguesa 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


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gerúndio, infinitivo e particípio. Camara Jr. (1981: 87) assevera que a correlação “é uma constru-
ção sintática de duas partes relacionadas entre si, de tal sorte que a enun-
Exemplos: ciação de uma, dita prótase, prepara a enunciação de outra, dita apódose”.
• Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO. A explicitação teórica do autor admite que a correlação apresenta um
• Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ. arranjamento sintático particular, mas assume posição dissonante da de
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM, Chediak (1960) ao defender que a correlação não deve ser considerada
conseguirás. como um processo de estruturação sintático distinto, pois ela se estabelece
• É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS tanto por meio da coordenação como por meio da subordinação. Concor-
ATENTOS. dam com Camara Jr. (1981) vários teóricos como Bechara (1999), Luft
• AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, (2000) e Kury (2003).
entristeceu-se.
• É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES Carone (2003: 62), à maneira de Camara Jr. (1981), também prefe-
MAIS. re considerar as correlativas, bem como as justapostas, como variantes dos
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure- processos de subordinação e coordenação, entretanto, não presta maiores
me. esclarecimentos que sustentem a opção teórica tomada. Vejamos:
As relações estabelecidas entre orações podem apresen-
TEORIA DA CORRELAÇÃO REVISITADA tar, por vezes, características de realização que as distinguem
do usual, o que tem levado alguns gramáticos a ver nisso ou-
tros tantos procedimentos sintáticos. Trata-se da correlação e
Ivo da Costa do Rosário (UERJ, UFF e UFRJ) da justaposição, variantes formais dos (...) processos (de su-
bordinação e de coordenação).

Azeredo (1979), em concordância com Luft (2000), tam-


RESUMO bém opta por defender a correlação como um subtipo ora da
subordinação ora da coordenação, funcionando como um verda-
deiro recurso expressivo de ênfase.
Pelo menos desde o século passado, verificamos que alguns
Poucos gramáticos brasileiros, entre os quais José Oiticica, têm
autores propõem a existência de não apenas dois processos de estru- identificado na correlação e na justaposição processos de estrutu-
turação sintática, mas três. Entre eles, podemos destacar Oiticica ração sintática distintos da subordinação e da coordenação. A
(1952), que desenvolveu a clássica teoria da correlação. Outros auto- maioria entende que aqueles processos servem apenas para
res filiaram-se à proposta do autor, tais como Melo (1978) e mais materializar certas relações fundamentalmente coordenativas ou
recentemente Rodrigues (2007). Por outro lado, buscando um viés subordinativas. (grifos do autor)
diverso, alguns teóricos admitem a existência da correlação, desde
que associada aos clássicos processos de subordinação e coordena- Oiticica (1952), citado por Azeredo (1979), defende a
ção, funcionando apenas como uma característica secundária. Entre ideia de que as orações consecutivas e comparativas devem ser
esses autores estão Camara Jr. (1981), Bechara (1999), Luft (2000) e consideradas correlatas, diferentemente do que preceitua a tradi-
Kury (2003). Nossa proposta visa, portanto, a investigar essas postu- ção gramatical brasileira que as considera como subordinadas
ras divergentes e traçar uma proposta de tratamento mais uniforme adverbiais.
para o assunto.
O estudo do autor, contido na célebre Teoria da Correla-
ção (1952), advoga a existência da correlação como um meca-
nismo de estruturação sintática ou procedimento sintático em
(Quanto ao estudo da correlação), faço-o agora o mais completo que que uma sentença estabelece uma relação de interdependência
com a outra no nível estrutural. Assim, a distinção entre a corre-
posso. Outros, futuramente, com mais lazer, alargarão as pesquisas, lação e os outros processos de estruturação poderia ser atestada
pois, neste assunto, deparam-nos os autores, floresta inexplorada. por meio do critério da dependência sintática. Teríamos, então,
(Oiticica, 1952:02) três processos:

CONSIDERAÇÕES INICIAIS a) Subordinação

É marcante, em nossos compêndios, a polêmica quanto à existên- – processo de hierarquização de estruturas em que as orações
cia e à caracterização da correlação, entendida como processo sintático são sintaticamente dependentes. (cf. Rodrigues, 2007: 227);
distinto da coordenação e da subordinação. A maioria dos gramáticos
tradicionais, por influência da Nomenclatura Gramatical Brasileira, não b) Coordenação
incluiu em suas obras a correlação, apesar de esta apresentar especificida-
des bem particulares em relação aos processos mais canônicos de estrutu- – processo em que as orações são sintaticamen-
ração sintática. te independentes uma das outras, caracterizando-se pelo fato
de implicarem paralelismo de funções ou valores sintáticos idên-
ticos. (cf. Rodrigues, 2007: 227);
A despeito de a NGB preconizar apenas a existência dos proces-
sos sintáticos de subordinação e coordenação, no âmbito do chamado
período composto, houve vozes e opiniões dissonantes ao longo do percur- c) Correlação
so de sua normatização. Chediak (1960: 74), consultado acerca do assun-
to, na época da elaboração da NGB, afirmou: “É lamentável que o Antepro- – processo em que “duas orações são formalmen-
jeto tenha excluído a correlação e a justaposição como processos de com- te interdependentes, relação materializada por meio de ex-
posição de período”. pressões correlatas”. (cf. Rodrigues, 2007: 231)

Ainda durante o período de consultas para a elaboração da NGB, Melo (1978: 152) também considera a correlação como
um terceiro processo de estruturação sintática, distinto da subor-
Chediak (1960: 213) nos informa que o Departamento de Letras da Univer-
dinação e da coordenação. Vejamos:
sidade do Rio Grande do Sul, em 1958, também requereu a inclusão deste
processo de estruturação sintática como distinto da subordinação e da (A correlação) é um processo sintático irredutível a qualquer dos
coordenação. outros dois (subordinação ou coordenação), um processo mais

Língua Portuguesa 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


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complexo, em que há, de certo modo, interdependência. Nele, ESTUDOS ATUAIS ACERCA DO ASSUNTO
dá-se a intensificação de um dos membros da frase, ou de toda a
frase, intensificação que pede um termo.
A defesa da existência da correlação como um processo
distinto dos demais parece estar novamente recuperando espaço
O autor (1978: 152) amplia o escopo da correlação que, nos debates acadêmicos, haja vista as contribuições de pesquisa-
segundo ele, abarca além das consecutivas e comparativas, dores como Módolo (1999), Castilho (2004) e Rodrigues (2007).
também as equiparativas[1] e alternativas. O autor acrescenta
que, na linguagem oral, a intensificação normalmente expressa
Entretanto, a questão ainda está por ser pesquisada com
por um advérbio de intensidade (primeira parte da correlação)
maior profundidade, haja vista os estudos já realizados à nossa
seria foneticamente realizada por um esforço e alongamento
disposição terem sido publicados na forma de artigos, o que
acentuadamente maiores no produzir a tônica, como em: Chovia,
irremediavelmente conduz o pesquisador à necessidade de uma
que era um desespero!
abordagem bastante sintética para o assunto.

Castilho (2004: 143) também filia-se às ideias de Oiticica


Segundo Módolo (1999: 06), Oiticica (1952) propôs uma
(1952). Na correlação, segundo o autor, a cada elemento gra-
perspectiva funcional da teoria da correlação. Por ter sido publi-
matical na primeira oração corresponde outro elemento gramati-
cado na década de 50 do século passado, Módolo (1999) advoga
cal na segunda, sem o quê o arranjo sintático seria inaceitável.
o título de funcionalista avant la lettre para Oiticica, por ter sido
Segundo o autor, há quatro tipos de correlação: aditiva, alterna-
ele o precursor dos estudos funcionalistas nessa área da sintaxe,
tiva, consecutiva e comparativa. As duas primeiras, nas obras
antes mesmo de tais estudos terem florescido no campo da in-
tradicionais, geralmente são diluídas na coordenação e as duas
vestigação linguística.
últimas, na subordinação, o que não seria adequado devido às
suas particularidades.
De fato, um dos pilares do funcionalismo linguístico é a
preponderância da função sobre a forma, ou seja, esta estaria a
Com o autor concorda Módolo (1999), para quem a corre-
serviço daquela. Assim, diante da necessidade de maior expressi-
lação é um
vidade ou de um tipo de argumentação mais formal ou enfática,
...tipo de conexão sintática de uso relativamente nos termos de Luft (2000), houve a necessidade de criação de
frequente, particularmente útil para emprestar vigor a um arranjo sintático formal diferente dos já tradicionais esque-
um raciocínio, aparecendo principalmente nos textos mas subordinativos ou coordenativos. Vejamos:
apologéticos e enfáticos, que se destacam mais por
(06) João é rico e feliz.
expressarem opiniões, defenderem posições, angaria-
rem apoio, do que por informarem com objetividade (07) João não só é rico como também é feliz.
os acontecimentos.

Os exemplos (06) e (07), semanticamente similares,


Segundo análise de Módolo (1999), a tendência a negar a apresentam arranjos sintáticos diferentes e atendem a necessi-
existência da correlação em um nível paralelo à subordinação e à dades comunicacionais e pragmáticas distintas. No exemplo (06),
coordenação advém da herança do paradigma estruturalista, a conjunção coordenativa aditiva e simplesmente reúne dois
fundado nas dicotomias saussurianas. Filiado ao estruturalismo termos coordenados entre si, que funcionam como predicativos
linguístico, Camara Jr. (1981) teria optado por defender opinião do sujeito. Por outro lado, no exemplo (07), não podemos afir-
diversa da de Oiticica (1952) por ser fiel à disposição binária dos mar que há uma simples união de predicativos referentes ao
conceitos de Saussure, para quem a existência de um terceiro sujeito. De certa forma, há uma ideia de gradação enfática cres-
conceito na esfera da descrição linguística aniquilaria a opção cente do primeiro termo predicativo ao segundo, enunciados na
teórica pelas dicotomias. superfície da sentença.

Rodrigues (2007: 232-233) também advoga a existência Percebemos que os argumentos em defesa da correlação
da correlação como um processo que se distingue dos demais, como um terceiro processo de estruturação sintática são bastante
por conta das seguintes características: contundentes. Entretanto, a maioria dos gramáticos prefere não
considerá-la como um processo distinto dos demais, provavel-
1º - a correlação apresenta conjunções que vêm aos pa-
mente por influência da tradição normativista. Assim, a investi-
res, cada elemento do par em uma oração;
gação da questão apresenta-se como altamente relevante para
2º - no período composto por correlação, as orações não nossos estudos vernáculos.
podem ter sua ordem invertida, isto é, não apresentam a
mobilidade posicional típica das subordinadas adverbiais;
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
3º - as correlatas não podem ser consideradas parte
constituinte de outra, como ocorre com as substantivas,
as adverbiais e as adjetivas. CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante
Vejamos um pequeno exemplário oferecido por Rodri- se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
gues, seguido de uma proposta de classificação, oferecida pela
autora (2007):
Principais Casos de Concordância Nominal
(01) Hoje eu trabalho mais do que trabalhava. (Rodri- 1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
gues, 2001:57) → Correlação comparativa. gênero e número com o substantivo.
(02) Quanto mais o conheço, tanto mais o admiro. (Cu- As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
nha & Cintra, 2001:593) → Correlação proporcional. 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
normalmente para o plural.
(03) Trabalhou tanto que adoeceu. (Luft, 2000:61) Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
→ Correlação consecutiva.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
(04) Não só trabalha de dia, senão que estuda à noite. para o masculino plural.
(Rocha Lima, 1999:261) → Correlação aditiva. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
(05) Você ou estuda ou trabalha, as duas coisas serão 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
muito difíceis. (Castilho, 2004:143) → Correlação alter- próximo:
nativa. Trouxe livros e revista especializada.
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi-
mo.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.

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6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
sujeito. 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
Meus amigos estão atrapalhados. sujeito paciente.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica- Vende-se um apartamento.
tivo no gênero da pessoa a quem se refere. Vendem-se alguns apartamentos.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo verbo para a 3ª pessoa do singular.
vão para o singular ou para o plural. Precisa-se de funcionários.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier singular e o verbo no singular ou no plural.
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
Já estudei o primeiro e segundo livros. 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a Mais de um jurado fez justiça à minha música.
que se referem. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Ela mesma veio até aqui. empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
Eles chegaram sós. no singular.
Eles próprios escreveram. As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Muito obrigado. (masculino singular) sujeito.
Muito obrigada. (feminino singular). Deu uma hora.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica Deram três horas.
invariável quando é advérbio. Bateram cinco horas.
Quero meio quilo de café. Naquele relógio já soaram duas horas.
Minha mãe está meio exausta. 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
É meio-dia e meia. (hora) frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan- Ela é que faz as bolas.
tivo a que se referem. Eu é que escrevo os programas.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
A expressão em anexo é invariável. um pronome relativo.
Trouxe em anexo estas fotos. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu- Fui eu que fiz a lição
em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
Vocês falaram alto demais. veis.
O combustível custava barato. • que: Fui eu que fiz a lição.
Você leu confuso. • quem: Fui eu quem fez a lição.
Ela jura falso. • o que: Fui eu o que fez a lição.

16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
sofrem variação normalmente. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Esses pneus custam caro. este sua impessoalidade.
Conversei bastante com eles. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Conversei com bastantes pessoas. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Estas crianças moram longe.
Conheci longes terras. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
CONCORDÂNCIA VERBAL 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
CASOS GERAIS RECER concordam com o predicativo.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Aquilo é ilusão.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
O pessoal ainda não chegou. corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
A turma não gostou disso. Que são florestas equatoriais?
Um bando de pássaros pousou na árvore. Quem eram aqueles homens?
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
Os Estados Unidos são um grande país. a expressão numérica.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. São oito horas.
Os Alpes vivem cobertos de neve. Hoje são 19 de setembro.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. fica no singular.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome Três batalhões é muito pouco.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen- Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
temente.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
Maria era as flores da casa.
Língua Portuguesa 82 A Opção Certa Para a Sua Realização
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O homem é cinzas. • APONTAR, MIRAR - objeto direto
O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER • pör o sinal de visto - objeto direto
concorda com o predicativo. O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
Dançar e cantar é a sua atividade.
Estudar e trabalhar são as minhas atividades. 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto
Devemos obedecer aos superiores.
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER Desobedeceram às leis do trânsito.
concorda com o pronome.
A ciência, mestres, sois vós. 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
Em minha turma, o líder sou eu. • exigem na sua regência a preposição EM
O armazém está situado na Farrapos.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
apenas um deles deve ser flexionado.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. Essas tuas justificativas não procedem.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL com a preposição DE.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati- O secretário procedeu à leitura da carta.
calmente do outro.
14. ESQUECER E LEMBRAR
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
adjetivos). Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi.
Exemplos: • quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
Esqueceram-se da reunião de hoje.
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Lembrei-me da sua fisionomia.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
PARA = passagem 15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. • pagar - Pago o 13° aos professores.
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• agradecer - Agradeço as graças a Deus.
• pretender (transitivo indireto)
• pedir - Pedi um favor ao colega.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
2. OBEDECER - transitivo indireto
O amor implica renúncia.
Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
3. PAGAR - transitivo direto e indireto
COM:
Já paguei um jantar a você.
O professor implicava com os alunos
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
ção EM:
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Implicou-se na briga e saiu ferido
Prefiro Comunicação à Matemática.
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
Informei-lhe o problema.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
7. ASSISTIR - morar, residir:
Assisto em Porto Alegre.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
• amparar, socorrer, objeto direto
como sujeito:
O médico assistiu o doente.
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
Assistimos a um belo espetáculo.
ficuldade, será objeto indireto.
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Custou-me confiar nele novamente.
Assiste-lhe o direito.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno. Funções da Linguagem
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto Função referencial ou denotativa: transmite uma informação objetiva,
Atenderam o freguês com simpatia. expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem
avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja,
A moça queria um vestido novo. não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta.
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos,
O professor queria muito a seus alunos. jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais.

10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto Por exemplo: “Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O
Todos visamos a um futuro melhor. Popular, 16 out. 2008.

Língua Portuguesa 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é transmitir suas Substantivo: equivale a alguma coisa.
emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do
emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro determinante, e
apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, receberá acento por ser monossílabo tônico terminado em e. Como subs-
interrogação e reticências) é uma característica da função emotiva, pois tantivo, designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra
transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. que for substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe
Essa função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, etc.)
romântico.
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de núcleo do objeto
Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do direto)
bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros
amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.” (Poema de sete faces, Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o
Carlos Drummond de Andrade) verbo ter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não exerce função
Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, convencer o sintática.
receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos),
sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam Tenho que sair agora.
estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa Ele tem que dar o dinheiro hoje.
(Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de
função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo
autoridade. algum para o sentido.
Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos!
Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática; como o próprio
Função metalinguística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva,
quando o emissor explica um código usando o próprio código. Quando um aparece também na expressão é que.
poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja:
Quase que não consigo chegar a tempo.
“Pegue um jornal Elas é que conseguiram chegar.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando
Recorte o artigo.” funciona como advérbio, a palavra que exerce a função sintática de adjunto
adverbial; no caso, de intensidade.
Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o
código (poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema. Que lindas flores!
Que barato!
Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o
emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida Pronome: como pronome, a palavra que pode ser:
ou para dilatar a conversa.
Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso recep- • pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o
tor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou quando na oração consequente. Equivale a o qual e flexões.
atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”. Não encontramos as pessoas que saíram.

Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos • pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substanti-
através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das vo ou pronome adjetivo.
palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de
combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publi-
citários e em letras de música. • pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substan-
tivo, a palavra que exercerá as funções próprias do substantivo (sujeito,
Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0 objeto direto, objeto indireto, etc.)
Que aconteceu com você?
Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma
combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, • pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função
de acordo com o poeta. sintática de adjunto adnominal.
Por Sabrina Vilarinho
Que vida é essa?

Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce


EMPREGO DO QUE E DO SE função sintática. Como conjunção, a palavra que pode relacionar tanto
orações coordenadas quanto subordinadas, daí classificar-se como conjun-
A palavra que em português pode ser: ção coordenativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que recebe o nome da
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. oração que introduz. Por exemplo:

Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de exclamação. Usa-se Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa explicativa)
também a variação o quê! A palavra que não exerce função sintática Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa consecutiva)
quando funciona como interjeição.
Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a palavra que recebe o
Quê! Você ainda não está pronto? nome de conjunção subordinativa integrante.
O quê! Quem sumiu?
Desejo que você venha logo.

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- concordância
- regência
A palavra se - plural e singular de substantivos e adjetivos
- verbos
A palavra se, em português, pode ser: - etc.

Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce Daremos a seguir alguns exemplos:
função sintática. Como conjunção, a palavra se pode ser:
Encontre o termo em destaque que está erradamente empregado:
A) Senão chover, irei às compras.
* conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada subs- B) Olharam-se de alto a baixo.
tantiva. C) Saiu a fim de divertir-se
Perguntei se ele estava feliz. D) Não suportava o dia-a-dia no convento.
E) Quando está cansado, briga à toa.
* conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial condici- Alternativa A
onal (equivale a caso).
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas. Ache a palavra com erro de grafia:
A) cabeleireiro ; manteigueira
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo B) caranguejo ; beneficência
algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se não exerce função sintáti- C) prazeirosamente ; adivinhar
ca. Como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce. D) perturbar ; concupiscência
Passavam-se os dias e nada acontecia. E) berinjela ; meritíssimo
Alternativa C
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais.
Nesse caso, o se não exerce função sintática. Identifique o termo que está inadequadamente empregado:
Ele arrependeu-se do que fez. A) O juiz infligiu-lhe dura punição.
B) Assustou-se ao receber o mandato de prisão.
Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza C) Rui Barbosa foi escritor preeminente de nossas letras.
as orações que estão na voz passiva sintética. É também chamada de D) Com ela, pude fruir os melhores momentos de minha vida.
pronome apassivador. Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel E) A polícia pegou o ladrão em flagrante.
é apenas apassivar o verbo. Alternativa B

Vendem-se casas. O acento grave, indicador de crase, está empregado CORRETAMENTE


Aluga-se carro. em:
Compram-se joias. A) Encaminhamos os pareceres à Vossa Senhoria e não tivemos respos-
ta.
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a um verbo que não é B) A nossa reação foi deixá-los admirar à belíssima paisagem.
transitivo direto, tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamente C) Rapidamente, encaminhamos o produto à firma especializada.
uma função sintática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de D) Todos estávamos dispostos à aceitar o seu convite.
que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa do singular. Alternativa C

Trabalha-se de dia. Assinale a alternativa cuja concordância nominal não está de acordo com o
Precisa-se de vendedores. padrão culto:
A) Anexa à carta vão os documentos.
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, ela deverá B) Anexos à carta vão os documentos.
estar sempre na mesma pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por C) Anexo à carta vai o documento.
isso o pronome oblíquo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mes- D) Em anexo, vão os documentos.
mo), podendo assumir as seguintes funções sintáticas: Alternativa A

* objeto direto Identifique a única frase onde o verbo está conjugado corretamente:
Ele cortou-se com o facão. A) Os professores revêm as provas.
B) Quando puder, vem à minha casa.
C) Não digas nada e voltes para sua sala.
* objeto indireto D) Se pretendeis destruir a cidade, atacais à noite.
Ele se atribui muito valor. E) Ela se precaveu do perigo.
Alternativa E
* sujeito de um infinitivo
“Sofia deixou-se estar à janela.” Encontre a alternativa onde não há erro no emprego do pronome:
A) A criança é tal quais os pais.
Por Marina Cabral B) Esta tarefa é para mim fazer até domingo.
C) O diretor conversou com nós.
D) Vou consigo ao teatro hoje à noite.
E) Nada de sério houve entre você e eu.
CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES Alternativa A
CORRETAS E INCORRETAS
Que frase apresenta uso inadequado do pronome demonstrativo?
A) Esta aliança não sai do meu dedo.
O reconhecimento de frases corretas e incorretas abrange praticamente
B) Foi preso em 1964 e só saiu neste ano.
toda a gramática.
C) Casaram-se Tânia e José; essa contente, este apreensivo.
Os principais tópicos que podem aparecer numa frase correta ou incorreta
D) Romário foi o maior artilheiro daquele jogo.
são:
- ortografia E) Vencer depende destes fatores: rapidez e segurança.
- acentuação gráfica Alternativa C

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Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por
que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.)
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas
de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo
correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força
orações no período e os períodos no discurso. atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun-
ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando.
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da or-
dem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre-
oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito + cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo
verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando
inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter-
posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral
pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se, (Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem-
apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais. brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus).
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos: Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes
(1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas, adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro-
não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas blemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é... em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi
Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me."
que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão
da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina- Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo, um
ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas
(No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o
Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí- verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou
das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o
depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas: adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava
é claro que ele se arrependeu. rente ao mar."

Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca- Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salien-
sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um
exclamativas (Que bonito é esse lugar!). termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudalo-
so" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad- normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gela-
junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado da areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi-
lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: ção, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa
(Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo
mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise --
relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo, alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre-
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande ensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho de
homem, um pobre rapaz). Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava a
rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do
verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise, Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)
pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com
formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia). Por Cristiana Gomes
Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a,
palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
(Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de
advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise),
(Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes); no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
(4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las
(Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa PRÓCLISE
(Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou Usamos a próclise nos seguintes casos:
de pronomes indefinidos (Todos a estimam).
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada,
Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver- ninguém, nem, de modo algum.
bo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta-
ram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no - Nada me perturba.
infinitivo (Não quis incomodar-se). - Ninguém se mexeu.
- De modo algum me afastarei daqui.
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a me-
- Ela nem se importou com meus problemas.
sóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o
verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome, (2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,
haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua embora, logo, que.
moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal.
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”.
Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanha- - É necessário que a deixe na escola.
do de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma - Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...).
(3) Advérbios

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- Aqui se tem paz. Gerúndio
- Sempre me dediquei aos estudos. - Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Talvez o veja na escola. - Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar
atrair o pronome. ou depois do verbo principal.
- Aqui, trabalha-se. Infinitivo
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. - Não lhe quero dizer o que aconteceu.
- Alguém me ligou? (indefinido) - Não quero dizer-lhe o que aconteceu.
- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
- Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo) Gerúndio
(5) Em frases interrogativas. - Não lhe ia dizendo a verdade.
- Quanto me cobrará pela tradução? - Não ia dizendo-lhe a verdade.
(6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
- Deus o abençoe!
- Macacos me mordam! Figuras de Linguagem
- Deus te abençoe, meu filho!
(7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM. As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as
- Em se plantando tudo dá. mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção,
- Em se tratando de beleza, ele é campeão. figuras de pensamento e figuras de palavras.
(8) Com formas verbais proparoxítonas
- Nós o censurávamos. Figuras de som
MESÓCLISE
a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons conso-
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – ama- nantais.
rei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”
amaria, amarias, …)
b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênti-
- Convidar-me-ão para a festa. cos.
- Convidar-me-iam para a festa. “Sou um mulato nato no sentido lato
Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória. mulato democrático do litoral.”
- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa. c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons pareci-
ÊNCLISE dos, mas de significados distintos.
“Eu que passo, penso e peço.”
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada.
Figuras de construção
- Tornarei-me……. (errada)
- Tinha entregado-nos……….(errada)
a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo
Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa. contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)
- Entregar-lhe (correta)
- Não posso recebê-lo. (correta) b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Outros casos: Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)
- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se. c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes. oração ou elementos do período.
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo. “ E sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, e sob as pontes e sob o sarcasmo
ocorrerá a próclise: e sob a gosma e sob o vômito (...)”
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos. d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase.
“De tudo ficou um pouco.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS Do meu medo. Do teu asco.”
Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio
e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas
ou particípio.
com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser:
AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar. • De gênero
Vossa Excelência está preocupado.
- Havia-lhe contado a verdade.
- Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade. • De número
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o Os Lusíadas glorificou nossa literatura.
pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
• De pessoa
Infinitivo “O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em
- Quero-lhe dizer o que aconteceu. comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.”
- Quero dizer-lhe o que aconteceu.
f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente,
isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e
depois se opta por outra.

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A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa. das por diferentes órgãos do sentido.
A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a
mensagem. Vícios de linguagem
“E rir meu riso e derramar meu pranto.”
A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determinado
h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que
versos ou frases. as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são
“ Amor é um fogo que arde sem se ver; obedecidas, em se tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se
É ferida que dói e não se sente; da norma padrão no intuito de alcançar uma maior expressividade,
É um contentamento descontente; refere-se às figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não
É dor que desatina sem doer” conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem.

Figuras de pensamento a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desa-


cordo com a norma culta.
a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras pesquiza (em vez de pesquisa)
que se opõem pelo sentido. prototipo (em vez de protótipo)
“Os jardins têm vida e morte.”
b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção
b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, sintática.
obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” sintaxe de concordância)

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo
brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradá- tal que ela apresente mais de um sentido.
vel. O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou) ou do suspeito?)

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras.
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) Paguei cinco mil reais por cada.

e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanima- e) pleonasmo vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma
dos predicativos que são próprios de seres animados. ideia.
O jardim olhava as crianças sem dizer nada. O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.
Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático, este
f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão as- não é considerado vicioso.
cendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
“Um coração chagado de desejos f) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som.
Latejando, batendo, restrugindo.” O menino repetente mente alegremente.
Por Marina Cabral
g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
coisa personificada).
“Senhor Deus dos desgraçados! PREFIXOS E SUFIXOS MAIS COMUNS
Dizei-me vós, Senhor Deus!” (faculdades, funções, estados, doenças, etc)
algos = dor nevralgia, mialgia
Figuras de palavras bios = vida biologia, biopsia
crásis = temperamento compleição, idiossincrasia
a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente átron = articulação disartria, artralgia
do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido afé = tato disafia, anafilaxia
próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação bulé-vontade abúlico, abulia
em que o conectivo comparativo fica subentendido. cáris = graça eucaristia, carisma
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” crátos = poder, força democracia, plutocracia
dipsa = sede dipsomania, dipsético
b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de signifi- doxa = opinião, glória paradoxo, doxomania
cado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a edema = inchação edematoso, edemaciar
ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados éstesis = sensação sensibilidade, estética, anestesia
não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. éros, érotos = amor erótico, erotofobia
A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. étos, éteos = costume tradição, ética, cacoete
Observe: foné = voz áfono, fonógrafo
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa) fobos = medo, horror,
aversão fobia, acrofobia
c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para frén, frenós = mente esquizofrenia, frenologia
designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido genos = nascimento eugenia, genética
ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado horama = visão panorama, cosmorama
em sentido figurado. hedoné = prazer hedonismo, hedonista
O pé da mesa estava quebrado. hipnos = sono hipnotismo, hipnose
icon = imagem iconoteca, iconoclasta
d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma gnósis = conhecimento diagnóstico, agnóstico
expressão que o identifique com facilidade: lalia = fala eulalia, dislalia
...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles) logos = palavra, discurso logomaquia, logorréia
lépsis = convulsão epilepsia, catalepsia
e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebi- léxis, léxeos = dicção dislexia léxico

Língua Portuguesa 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


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lete = esquecimento letargia, letargiar JUSTA- Proximidade Justapor, justalinear
mania = loucura megalomania, manicômio
manteia (mancia) = posição posterior; pós-escrito, pospor, pos-
POS-
adivinhação quiromancia, oniromancia ulterioridade tônico
mísos - aversão, ódio misógino, misantropia anterioridade; supe- prefixo, previsão, pré-
PRE-
mneme = menória amnésia, mnemônico rioridade; intensidade história, prefácio
nárce = entorpecimento narcótico, narcotizar posição em frente;
nósos = doença nosocômio, nosofobia Proclamar, progresso,
PRO- movimento para
óneiros (oniros) = sonho onírico, oniromancia pronome, prosseguir
frente; em favor de
oréxis = fome anorexia, cinorexia
repetição; intensida- realçar, rebolar, refrescar,
paideia (pedia) = instrução, correção ortopedia, enciclopédia RE-
de; reciprocidade reverter, refluir
pépsis = digestão dispepsia, péptico
peretós = febre antipirético, piretoterapia Retroativo, retroceder,
RETRO- para trás
plegé = paralisação paraplégico, hemiplegia retrospectivo
pneuma, pneumatos = respiração pneumática, pneumoplegia semicírculo, semiconsoan-
SEMI- Metade
pseudos = mentira te, semi-analfabeto
falsidade pseudônimo, pseudófobo
posição abaixo de;
psiqué = alma psicologia, psiquiatria SUB-, SOB- subconjunto, subcutâneo,
inferioridade; insufi-
ragé = corrimento hemorragia, blenorragia , SO- subsolo, sobpor, soterrar
ciência
spasmós = convulsão espasmo, espasmofilia
sfignós = pulsação esfigmômetro, esfigmógrafo SUPER-, Superpopulação, sobrelo-
posição superior;
terapéia(terapia) = SOBRE-, ja, supra-sumo, sobrecar-
excesso
tratamento, cura terapeuta, hidroterapia SUPRA ga, superfície
timós = mente ciclotimia, lipotimia TRANS-, Transbordar, transcrever,
TRAS-, através de; posição tradição, traduzir, traspas-
PREFIXOS GREGOS E LATINOS – Microsofword TRA-, além de; mudança sar, tresloucado, tresma-
Tópico retirado da internet TRES- lhar
Prefixos Latinos ULTRA- além de; excesso Ultrapassar, ultra-sensível
Prefixos posição abaixo de; vice-reitor, visconde, vice-
Sentido Exemplos VICE-, VIS-
Latinos substituição cônsul
Afastamento; sepa-
AB-, ABS- abuso, abster-se, abdicar
ração Prefixos Gregos
Aproximação; ten- adjacente, adjunto, admi-
AD-, A-
dência; direção rar, agregar
Ateu, analfabeto, aneste-
AMBI- Duplicidade Ambivalência, ambidestro A-, NA Privação; negação
sia
Antebraço, anteontem, Repetição; separa-
ANTE- posição anterior Análise, anatomia, anáfo-
antepor ANA- ção; inversão; para
ra, anagrama
BENE-, Benevolência, benfeitor, cima
Bem; muito bom
BEN-, BEM- bem-vindo, bem-estar Duplicidade; ao
Anfíbio, anfiteatro, anfibo-
bisavô, biconvexo, bienal, ANFI- redor; de ambos os
BIS-, BI duas vezes logia
bípede, biscoito lados
CIRCUM-, ao redor; movimento Circunferência, circum- Antibiótico, anti-higiênico,
Oposição, ação
CIRCUN- em torno adjacente ANTI- antitérmico, antítese, antí-
contrária
Oposição; ação con- poda, anticristo
CONTRA- contra-ataque, contradizer
trária Separação; afasta- Apogeu, apóstolo, apósta-
APO-
COM-, Companhia; combi- Compartilhar, consoante, mento; longe de ta
CON-, CO- nação contemporâneo, co-autor ARQUI-, Posição superior; Arquitetura, arquipélago,
movimento para ARCE- excesso; primazia arcebispo, arcanjo
decair, desacordo, desfa-
DE-, DES-, baixo; afastamento; Movimento para
zer, discordar, dissociar, Catálise, catálogo, cata-
DIS- ação contrária; nega- CATA- baixo; a partir de;
decrescer plasma, catadupa
ção ordem
movimento para fora; exonerar, exportar, exu- Através de; ao longo Diafragma, diagrama,
DIA-
EX-, ES-, E- mudança de estado; mar, espreguiçar, emigrar, de diálogo, diagnóstico
separação emitir, escorrer, estender DI- Duas vezes Dipolo, dígrafo
posição exterior; extra-oficial, extraordiná-
EXTRA- Mau funcionamento; Dispnéia, discromia, di-
superioridade rio, extraviar DIS-
dificuldade senteria
posição interna;
incisão, inalar, injetar, EN-, EM-, Posição interna; Encéfalo, emblema, elip-
IN-, IM-, I-, passagem para um
impor, imigrar, enlatar, E-, ENDO- direção para dentro se, endotérmico
EN-, EM-, estado; movimento
enterrar, embalsamar, EX-, EC-,
INTRA-, para dentro; tendên- Movimento para
intravenoso, intrometer, EXO-, Êxodo, eclipse
INTRO- cia; direção para um fora; posição exterior
intramuscular ECTO-
ponto
intocável, impermeável, Posição superior;
IN-, IM-, I- negação; falta EPI- acima de; posteriori- Epiderme, epílogo
ilegal
dade
INTER-, posição intermediá- Intercâmbio, internacional,
ENTRE- ria; reciprocidade entrelaçar, entreabrir Excelência; perfei-
EU-, EV- Euforia, evangelho
ção; verdade

Língua Portuguesa 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


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HEMI- metade Hemisfério Semi- metade Semimorto
Posição superior; Tri- Três Tricolor
HIPER- intensidade; exces- Hipérbole, hipertensão
so
Radicais Latinos
Posição inferior; Hipotrofia, hipotensão, 2º Elemento da Composição
HIPO-
insuficiência hipodérmico
Posteridade; através Metamorfose, metabolis-
META- Forma Sentido Exemplos
de; mudança mo, metáfora, metacarpo
Proximidade; ao Paradoxo, paralelo, paró- -cida Que mata Suicida, homicida
PARA- Que culti-
lado; oposto a dia, parasita
-cola va, ou Arborícola, vinícola, silvícola
Pericárdio, período, perí-
PERI- Em torno de; habita
metro, perífrase
- Ato de
PRO- Posição anterior Prólogo, prognóstico Piscicultura, apicultura
cultura cultivar
Multiplicidade; plura- Que con-
POLI- Polinômio, poliedro
lidade -fero tém, ou Aurífero, carbonífero
Simultaneidade; Sinfonia, simbiose, simpa- produz
SIN-, SIM-
reunião; resumo tia, sílaba Que faz,
-fico Benefício, frigorífico
posição abaixo de; ou produz
SUB-, subconjunto, subcutâneo, Que tem
inferioridade; insufi- -forme Uniforme, cuneiforme
SOB-, SO- subsolo, sobpor, soterrar forma de
ciência
SUPER-, Superpopulação, sobrelo- Que foge,
posição superior; -fugo ou faz Centrífugo, febrífugo
SOBRE-, ja, supra-sumo, sobrecar-
excesso fugir
SUPRA ga, superfície
Que con-
TRANS-, Transbordar, transcrever,
-gero tém, ou Belígero, armígero
TRAS-, através de; posição tradição, traduzir, traspas-
produz
TRA-, além de; mudança sar, tresloucado, tresma-
TRES- lhar Que pro-
-paro Ovíparo, multíparo
duz
ULTRA- além de; excesso Ultrapassar, ultra-sensível
-pede Pé Velocípede, palmípede
posição abaixo de; vice-reitor, visconde, vice-
VICE-, VIS- -sono Que soa Uníssono, horríssono
substituição cônsul
Que expe-
-vomo Ignívomo, fumívomo
le
-voro Que come Carnívoro, herbívoro
Radicais Latinos
1º elemento da composição
Radicais Gregos
1º Elemento da Composição
Forma Sentido Exemplo
Agri Campo Agricultura
Forma Sentido Exemplos
Ambi Ambos Ambidestro
Aero- ar Aeronave
Arbori- Árvore Arborícola
Antropo- homem Antropologia
Duas
Bis-, bi- Bípede, bisavô Arqueo- antigo Arqueologia
vezes
Calori- Calor Calorífero Auto de si mesmo Autobiografia
Cruci- cruz Crucifixo Biblio- livro Biblioteca
Curvi- curvo Curvilíneo Bio- vida Biologia
Equi- igual Equilátero, eqüidistante Cali- belo Caligrafia
Ferri-, Cosmo- mundo Cosmologia
ferro Ferrífero, ferrovia
ferro- Cromo- cor Cromossomo
Loco- lugar Locomotiva Crono- tempo Cronologia
Morti- morte Mortífero Dactilo- dedo Dactilografia
Multi- muito Multiforme Deca- dez Decaedro
Olei-, Azeite, Demo- povo Democracia
Oleígeno, oleoduto
oleo- óleo
di- dois Dissílabo
Oni- todo Onipotente
Ele( c (âmbar)
Pedi- pé Pedilúvio Eletroímã
)tro- eletricidade
Pisci- peixe Piscicultor Enea- nove Eneágono
Muitos, Etno- raça Etnologia
Pluri- Pluriforme
vários
Farmaco- medicamento Farmacologia
Quadri-
, qua- quatro Quadrúpede Filo- amigo Filologia
dru- Fisio- natureza Fisionomia
Reti- reto Retilíneo Fono- voz, som Fonologia

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Foto- fogo, luz Fotosfera Que coman-
-arca Monarca
Geo- terra Geografia da
Comando,
Hemo- sangue Hemorragia -arquia Monarquia
governo
Hepta- sete Heptágono -céfalo Cabeça Microcéfalo
Hetero- outro Heterogêneo -cracia Poder Democracia
Hexa- seis Hexágono -doxo Que opina Ortodoxo
Hidro- água Hidrogênio Lugar para
-dromo Hipódromo
Hipo- cavalo Hipopótamo correr
Ictio- peixe Ictiologia -edro Base, fase Poliedro
Iso igual Isósceles Ato de co-
-fagia Antropofagia
mer
Lito- pedra Litografia
-fago Que come Antropófago
grande,
Macro- Macróbio -filia Amizade Bibliofilia
longo
Mega- grande Megalomaníaco Inimizade,
-fobia Fotofobia
ódio, temor
Melo- canto Melodia
Que odeia,
Meso- meio Mesóclise -fobo Xenófobo
inimigo
Micro- pequeno Micróbio Que leva ou
-foro Fósforo
Mito- fábula Mitologia conduz
Mono- um só Monarca -gamia Casamento Poligamia
Necro- morto Necrotério -gamo Casa Bígamo
Neo- novo Neolatino -gêneo Que gera Heterogêneo
Octo- oito Octaedro -glota; -
Língua Poliglota, isoglossa
glossa
Odonto- dente Odontologia
-gono Ângulo Pentágono
Oftalmo- olho Oftalmologia
Escrita,
Onomato- nome Onomatopéia -grafia Ortografia
descrição
Orto- reto, justo Ortodoxo -grafo Que escreve Calígrafo
agudo, pene- Escrito,
Oxi- Oxítono -grama Telegrama, quilograma
trante peso
Paleo- antigo Paleontologia -logia Discurso Arqueologia
Pan- todos, tudo Pan-americano Que fala ou
-logo Diálogo
Pato- doença Patologia trata
Penta- cinco Pentágono -mancia Adivinhação Quiromancia
Piro- fogo Pirotecnia -metria Medida Biometria
Poli- muito Poliglota -metro Que mede Pentâmetro
Potamo- rio Potamografia Que tem a
-morfo Polimorfo
forma
Proto- primeiro Protozoário
-nomia Lei, regra Astronomia
Pseudo- falso Pseudônimo
-nomo Que regula Autônomo
Psico- alma, espírito Psicologia
-péia Ato de fazer Onomatopéia
Quilo- mil Quilograma
-pólis; -
Quiro- mão Quiromancia Cidade Petrópolis, metrópole
pole
Rino- nariz Rinoceronte -ptero Asa Helicóptero
Rizo- raiz Rizotônico -scopia Ato de ver Macroscopia
Tecno- arte Tecnografia Instrumento
-scópio Microscópio
Termo- quente Termômetro para ver
Tetra- quatro Tetraedro -sofia Sabedoria Logosofia
Tipo- figura, marca Tipografia Lugar onde
-teca Biblioteca
se guarda
Topo- lugar Topografia
-terapia Cura Fisioterapia
Tri- três Trissílabo Corte, divi-
Zoo- animal Zoologia -tomia Dicotomia
são
-tono Tensão, tom Monótono
Radicais Gregos
2º Elemento da Composição

Forma Sentido Exemplos Principais Sufixos


-agogo Que conduz Pedagogo
-algia Dor Nevralgia Tipos de
Principais sufixos Exemplos
sufixos

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 Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria
aumentativo: -alhão, -ão, - copázio, bocarra, corpanzil, "Havia ligações (ou vínculos) para sua página".
anzil, -arra, -orra, -ázio... casarão  Vou estar disponibilizando o material (anglicismo; o mais ade-
quado seria "Deixarei o material à disposição").
diminutivo: -acho, -eto, -  Eu love Jesus! (anglicismo; o mais adequado seria "Eu amo Je-
riacho, filhote, livrinho
inho, -inha, -ote... sus").
OBS: Há quem considere barbarismo também erros de pronúncia, gra-
superlativo: -íssimo, érri-
belíssimo, paupérrimo, facílimo fia, morfologia etc, tais como "adevogado" ou "eu fazi", pois seriam atitu-
mo, -limo...
Nomi- des típicas de estrangeiros, por não conhecerem a língua.
nais lugar: -aria, -ato, -douro, - Cacofonia
papelaria, internato, bebedouro
ia... A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união
formam das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando
substan- profissão: -ão, -dor, -ista... diarista, dentista, vendedor falamos sobre algo para não estarmos ofendendo a pessoa que ouve. São
tivos e exemplos desse fato:
adjetivos  "A boca dela é linda!"
origem: -ano, -eiro, ês... francês, alagoano, mineiro  "Dê-me uma mão, por favor."
 "Ela se disputa para ele."
coleção, aglomeração,  "Vou-me já, pois estou atrasado."
conjunto: -al, -eira, -ada, - folhagem, cabeleira, capinzal Plebeísmo
agem... O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e ou-
tras deste mesmo tipo. É tido[?] pela norma culta como sendo o mais odiado
excesso, abundância:
gostoso, ciumento, barbudo e repulsivo de todos os vícios de linguagem existentes.
-oso, -ento, -udo...
Ex:
 "Ele era um tremendo mané!"
 "Tô ferrado!"
folhear, velejar, envelhecer,
-ear, ejar, -ecer, -escer,  "Tá ligado nas quebradas, meu chapa?"
florescer, afugentar, liquefazer,
-entar, -fazer, -ficar, -icar, - Pleonasmo
Verbais petrificar, adocicar, chuviscar,
iscar, -ilhar, -inhar, -itar,- O pleonasmo geralmente é considerado uma figura de linguagem.
dedilhar, escrevinhar, saltitar,
izar... Existe, porém, um tipo de pleonasmo que consiste numa repetição inútil e
organizar
desnecessária de termos em uma frase, e por isso considerado um vício
de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos "Pleonasmo Vicioso ".
Diferentemente do pleonasmo tradicional, esse deve ser sempre evita-
Adverbi- do.
somente o sufixo -mente amavelmente, distraidamente
ais Ex:
 "Ele vai ser o protagonista principal da peça".
 "Meninos, entrem já para dentro!"
Prolixidade
VÍCIOS DE LLINGUAGEM Prolixidade é a comunicação com excesso de palavras, antônimo da
concisão.
VÍCIOS DE LLINGUAGEM Solecismo
Vícios de linguagem são, segundo Napoleão Mendes de Almeida, pa- Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com re-
lavras ou construções que deturpam, desvirtuam ou dificultam a manifesta- lação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo:
ção do pensamento. De concordância:
Lista de vícios de linguagem  "Fazem três anos que não vou ao médico." (Faz três anos que
Ambiguidade não vou ao médico.)
Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem admitir mais de um  "Aluga-se salas nesse edifício." (Alugam-se salas nesse edifício.)
sentido. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na De regência:
frase.  "Ontem eu assisti um filme de época." (Ontem eu assisti a um
Ex: filme de época.)
 "A mãe encontrou o filho em seu quarto." (No quarto da mãe ou  "Eu namoro com Fernanda." (Eu namoro Fernanda.)
do filho?) De colocação:
 "Como vai a cachorra da sua mãe?" (Que cachorra? a mãe ou a  "Me parece que ela ficou contente." (Parece-me que ela ficou
cadela criada pela mãe?) contente.)
Barbarismo  "Eu não respondi-lhe nada do que perguntou." (Eu não lhe res-
Barbarismo, peregrinismo ou estrangeirismo (para os latinos qual- pondi nada do que perguntou.)
quer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou construção N.B: as regras de colocação do português falado em Portugal diferem
estrangeira no lugar de equivalente vernácula. em alguns casos daquelas do português falado no Brasil.
De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem dife-
rentes nomes: CONECTIVOS
 galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de
Gália, antigo nome da França); Por Sandra Macedo
 anglicismo, quando do inglês;
 castelhanismo, quando vindos do espanhol; Conectivos são conjunções que ligam as orações, estabelecem
 etc. a conexão entre as orações nos períodos compostos e também as preposi-
Ex: ções, que ligam um vocábulo a outro.
 Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado O período composto é formado de duas ou mais orações. Quando essas
seria "quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente"); orações são independentes umas das outras, chamamos de período com-
 Todos os dois estavam errados (galicismo; o mais adequado posto por coordenação. Essas orações podem estar justapostas (sem
seria "ambos estavam errados"); conectivos) ou ligadas por conjunções (= conectivos).
 Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria "co- CONECTIVOS coordenativos são as seguintes conjunções coordenadas:
meu um rosbife"); ADITIVAS (adicionam, acrescentam): e, nem (e não),também, que; e as

Língua Portuguesa 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


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locuções: mas também, senão também, como também...
Ela estuda e trabalha. PROVA SIMULADA I
ADVERSATIVAS (oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo,
entretanto, senão, que. Também as locuções: no entanto, não obstante, 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
ainda assim, apesar disso. (A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
Ela estuda, no entanto não trabalha. (B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
ALTERNATIVAS (alternância): ou. Também as locuções ou...ou, ora...ora, (C) O processo foi julgado em segunda estância.
já...já, quer...quer... (D) O problema passou despercebido na votação.
Ou ela estuda ou trabalha. (E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
CONCLUSIVAS (sentido de conclusão em relação à oração anterior): logo,
portanto, pois (posposto ao verbo).Também as locuções: por isso, por 02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é:
conseguinte, pelo que... (A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
Ela estudou com dedicação, logo deverá ser aprovada. (B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
EXPLICATIVAS (justificam a proposição da oração anterior): que, porque, (C) A colega não se contera diante da situação.
porquanto... (D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
Vamos estudar, que as provas começam amanhã. (E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
Quando as orações dependem sintaticamente umas das outras, chamamos
período composto por subordinação. Esses períodos compõem-se de uma 03. O particípio verbal está corretamente empregado em:
ou mais orações principais e uma ou mais orações subordinadas. (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos.
CONECTIVOS subordinativos são as seguintes conjunções e locuções (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas.
subordinadas: (C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime.
CAUSAIS (iniciam a oração subordinada denotando causa.): que, como, (D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos.
pois, porque, porquanto. Também as locuções: por isso que, pois que, já (E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.
que, visto que...
Ela deverá ser aprovada, pois estudou com dedicação. 04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em
COMPARATIVAS (estabelecem comparação): que, do que (depois de mais, conformidade com a norma culta.
maior, melhor ou menos, menor, pior), como...Também as locuções: Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
tão...como, tanto...como, mais...do que, menos...do que, assim como, bem interior da concha de moluscos reúne outras características interes-
como, que nem... santes, como resistência e flexibilidade.
Ela é mais estudiosa do que a maioria dos alunos. (A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
CONCESSIVAS (iniciam oração que contraria a oração principal, sem componentes para a indústria.
impedir a ação declarada): que, embora, conquanto. Também as locuções: (B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de
ainda que, mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que, por componentes para a indústria.
mais que, por menos que... (C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com-
Ela não foi aprovada, embora tenha estudado com dedicação. ponentes para a indústria.
CONDICIONAIS (indicam condição): se, caso. Também as locuções: con- (D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de
tanto que, desde que, dado que, a menos que, a não ser que, exceto se... componentes para a indústria.
Ela pode ser aprovada, se estudar com dedicação. (E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
Finais (indicam finalidade): As locuções para que, a fim de que, por que... componentes para a indústria.
É necessário estudar com dedicação,para que se obtenha aprovação.
TEMPORAIS (indicam circunstância de tempo): quando, apenas, enquan- 05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema
to...Também as locuções: antes que, depois que, logo que, assim que, para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que
desde que, sempre que... ele está empregado conforme o padrão culto.
Ela deixou de estudar com dedicação,quando foi aprovada. (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
CONSECUTIVAS (indicam consequência): que (precedido de tão, tanto, tal) (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
e também as locuções: de modo que, de forma que, de sorte que, de ma- (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
neira que... (D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.
Ela estudava tanto, que pouco tempo tinha para dedicar-se à família. (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.

BIBLIOGRAFIA/PORTUGUÊS 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. correta em:
ALMANAQUE ABRIL CULTURAL – Editora Abril/São Paulo (A) As características do solo são as mais variadas possível.
CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, Editora
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
..Scipione, 1994 - 6ª edição.
J. João Campagnaro - (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
http://www.gramaticaportuguesa.com/GLPshop/pt-br/pg_18.html (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
Vários artigos foram extraídos da Internet: Provedores: uol, ig, bol, (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
terra, google
NOVÍSSIMA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA – Domingos 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
Paschoal Cegalla flexão de grau.
PORTUGUÊS, teoria e prática – Walter Rossignoli – Editora Ática/SP (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
BIBLIOTECA INTEGRADA – Claudinei Flores – Editora Lisa S.A. (B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-
Celso Cunha - Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC-
FENAME.
te as férias.
http://www.portugues.com.br/sintaxe/regenomi.asp (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
Pciconcursos.com.br (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
Luiz Antonio Sacconi - Nossa Gramática – Teoria e Prática. Editora (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade.
Atual, 1994.
http://www.portugues.com.br/morfologia/classes/verbos/verbos.asp Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
Português - GUIA INTENSIVO DE ENSINO GLOBALIZADO - 1º E 2º vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
GRAU E VESTIBULARES – INDÚSTRIA GRÁFICA E EDITORA
LTDA - ERECHIM – RS
http://www.portugues.com.br/morfologia/classes/verbos/conjugacoes.
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
asp estatal ciência e tecnologia.
(A) à ... sobre o ... do ... para

Língua Portuguesa 93 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(B) a ... ao ... do ... para respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é:
(C) à ... do ... sobre o ... a (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
(D) à ... ao ... sobre o ... à (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(E) a ... do ... sobre o ... à (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção.
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção.
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
eles devem estar aptos comercializar seus produtos. 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação
(A) ao ... a ... à do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração
(B) àquele ... à ... à de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo
(C) àquele...à ... a Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima
(D) ao ... à ... à urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex-
(E) àquele ... a ... a celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve-
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se
norma culta. programar e participar do referido evento.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso Atenciosamente,
trarão grandes benefícios às pesquisas. ZZZ
(B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando Assistente de Gabinete.
com o meio ambiente. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas
(C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol- são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por
vendo projetos na área médica. (A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre- (B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos
sentadas pelos economistas. (C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no (D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos
litoral ou aproveitam férias ali. (E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos

11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
mações. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
cultura. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da Policial, confessou sua participação no referido furto.
culpa. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(E) seus ... lhes ... eles ... neles sobre o balcão.

13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.

14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.

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(D) I, II e IV. (E) apesar do preço muito elevado.
(E) I, III e IV.
27. É importante que todos participem da reunião.
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do O segmento que todos participem da reunião, em relação a
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: É importante, é uma oração subordinada
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; (A) adjetiva com valor restritivo.
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura (B) substantiva com a função de sujeito.
pelo Juiz; (C) substantiva com a função de objeto direto.
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen- (D) adverbial com valor condicional.
te ao da palavra mas; (E) substantiva com a função de predicativo.
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-
Está correto o contido apenas em lecida pelo termo como é de
(A) II e IV. (A) comparatividade.
(B) III e IV. (B) adição.
(C) I, II e III. (C) conformidade.
(D) I, III e IV. (D) explicação.
(E) II, III e IV. (E) consequência.

22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de
Ao transformar os dois períodos simples num único período compos- franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão
to, a alternativa correta é: contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. possíveis franqueados.
(C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
(D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. (A) digo ... portanto ... mas
(B) como ... pois ... mas
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci- (C) ou seja ... embora ... pois
dos galhos da velha árvore. (D) ou seja ... mas ... portanto
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre (E) isto é ... mas ... como
o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(A) Quem podou? e Quando podou? 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
(C) Que jardineiro? e Podou o quê? A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-
(D) Que vizinho? e Que galhos? rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-
(E) Quando podou? e Podou o quê? da, sem alterar o sentido da frase, é:
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
ção em:
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama-
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro
25. Felizmente, ninguém se machucou. período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil
Lentamente, o navio foi se afastando da costa. também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen-
Considere: te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo.
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo
modo; tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.
fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos. Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural,
Está correto o contido apenas em esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem
(A) I, II e III. posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida-
(B) I, II e IV. des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e
(C) I, III e IV. se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações
(D) II, III e IV. é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
(E) III, IV e V. em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim-
26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro..., ples.
indicando concessão, é: Veja, ed. 1735
(A) para poder trabalhar fora.
(B) como havia programado. 31. O título dado ao texto se justifica porque:
(C) assim que recebeu o prêmio. A) a miséria abrange grande parte de nossa população;
(D) porque conseguiu um desconto. B) a miséria é culpa da classe dominante;

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C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós; 39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse
E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria:
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria;
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no E) mantenha.
Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
ção?'': 40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos
A) tem sua resposta dada no último parágrafo; abaixo é:
B) representa o tema central de todo o texto; A) ''Como entender a resistência da miséria...'';
C) é só uma motivação para a leitura do texto; B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta; C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta. D) ''...começa a exercitar seus músculos.'';
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.
33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
que ela: PROTESTO TÍMIDO
A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam
outras áreas; dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o
B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma
cidades; trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era
C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam um menino.
para a classe dominante;
D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra-
de outros indicadores sociais; ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os
E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura-
décadas. cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de
34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é: sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo
A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando-
indicadores sociais melhoraram; nado.
B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
mantém onipresente; Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns
incompetentes; mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru-
D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas, lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém
a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo; tomava conhecimento da existência do menino.
E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
miséria que leva à criminalidade. Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor-
35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu
quantidade, exceto: problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?
A) frequência escolar; (....)
B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil; Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina-
D) analfabetismo; ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem
E) desempenho econômico. onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil: ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e
A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos
na América Latina; desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos
B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos; disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para
C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que
cenário exterior; sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta-
D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien- mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con-
temente forte para tornar-se líder; quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior. abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores.
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo
37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora: terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte.
A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
B) se manifeste de formas distintas; Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua,
C) esteja escondida dos olhos de alguns; exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi
D) seja combatida pelas autoridades; com um monte de lixo.
E) se torne mais disseminada e cruel. Fernando Sabino
38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em- 41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor
preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma definição:
INCORRETA é: A) registro de fatos históricos em ordem cronológica;
A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial; B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica; C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado;
C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante; D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas-
D) não é um problema universal = é um problema particular; tante variados;
E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida. E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais.

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dormindo ou morto;
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito - E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem: 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos
A) do passado para o presente; históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é:
B) da descrição para a narração; A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
C) do impessoal para o pessoal; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
D) do geral para o específico; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
E) do positivo para o negativo. D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
deve a que: do texto é uma:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; A) metonímia;
B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste B) comparação ou símile;
inútil; C) metáfora;
C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino; D) prosopopeia;
D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo; E) personificação.
E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
as. RESPOSTAS – PROVA I
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D
44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a 02. A 12. A 22. A 32. B 42. B
seguir: 03. C 13. C 23. C 33. A 43. C
I- Daqui há pouco vou sair. 04. E 14. E 24. E 34. A 44. E
I- Está no Rio há duas semanas. 05. A 15. C 25. D 35. B 45. A
III - Não almoço há cerca de três dias. 06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino. 07. D 17. B 27. B 37. C 47. D
As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver 08. E 18. E 28. C 38. A 48. C
são: 09. C 19. D 29. D 39. A 49. B
A) I - II 10. D 20. A 30. B 40. B 50. C
B) I - III
C) II - IV
D) I - IV
E) II - III
10 PEGADINHAS PEDAGÓGICAS
1) Para uma boa comunicação escrita, qual destas frases você consi-
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
dera a mais apropriada?
texto é:
A - Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado
A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados
neste andar.
na crônica;
B - Antes de entrar, verifique se o elevador está parado neste andar.
B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
C - Antes de entrar no elevador, verifique se ele não está mesmo parado
C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
neste andar.
a sujeira;
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o
2) Como você descreveria sua atitude para exprimir adequadamente a
texto;
felicidade que sente?
E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica.
A - Fui ao encontro do amor.
B - Fui de encontro ao amor.
C - Fui para encontro do amor.
46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma
forma que:
3) Somente um entre estes três exemplos tem o verbo empregado
A) salvo-conduto;
apropriadamente. Qual é?
B) abaixo-assinado;
A - Estou assistindo o doente.
C) salário-família;
B - Estou assistindo o filme de aventura.
D) banana-prata;
C - Estou assistindo a um espetáculo circense.
E) alto-falante.
4) Apenas uma destas frases está em linguagem opinativa. Qual?
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do
A - Esta Bienal apresenta muitas novidades; umas interessantes, outras
texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é
não.
que o autor:
B - Esta Bienal é uma feira cultural, literária e comercial.
A) se utiliza de comparações depreciativas;
C - Esta Bienal concentra no MASP muitos escritores e editores
B) lança mão de vocábulo animalizador;
C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino;
5) Em duas destas sentenças se percebem vícios de linguagem. Quais
D) mostra precisão em todos os dados fornecidos;
são elas?
E) usa grande número de termos adjetivadores.
A - Assisto essa estagiária desde que ela chegou aqui.
B - No debate, vou encarar de frente o meu oponente.
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
C - É preciso manter o mesmo goleiro contra os EUA.
significa que:
A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava
6) Quais destas alternativas constituem exemplo de ambiguidade?
morto;
A - O professor falou com o estudante parado na sala.
B) a posição do menino era idêntica à de um morto;
B - Aquele, no fim da escada, era o último degrau.
C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou
C - Os policiais prenderam o ladrão do banco na rua XV.
morto;
D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava

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7) Indique a oração com emprego correto do pronome demonstrativo.
A - Apanhe este caderno da minha mão. 5. Quanto ao emprego de iniciais maiúsculas, assinale a alternativa em que
B - Levarei o livro até essa cidade em que você está. não há erro de grafia:
C - O prefácio anuncia e a abertura mostra; esta convence, aquele seduz. a) A Baía de Guanabara é uma grande obra de arte da Natureza.
b) Na idade média, os povos da América do Sul não tinham laços de ami-
8) Nestes quatro exemplos, onde há erro quanto ao emprego de por zade com a Europa.
que, por quê, porque, porquê? c) Diz um provérbio árabe: "a agulha veste os outros e vive nua."
A - Por que profissão ela optou? d) "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incensos e
B - Você está infeliz por quê? mirra " (Manuel Bandeira).
C - Quero entender o porquê desse gesto. e) A Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, foi ornamentada na época
D - Ele parou porque ficou muito cansado. de natal.

9) Mais vícios de linguagem podem ser notados nos exemplos a se- 6. Marque a opção cm que todas as palavras estão grafadas corretamente:
guir. Identifique-os. a) enxotar - trouxa - chícara.
A - Dividi a maçã em duas metades iguais. b) berinjela - jiló - gipe.
B - Nesse caso, você tem outra alternativa? c) passos - discussão - arremesso.
C - Esse é o elo de ligação entre os crimes. d) certeza - empresa - defeza.
D - A prefeitura municipal pode cuidar disso. e) nervoso - desafio - atravez.

10) Indique as frases com grafia correta, baseada na reforma ortográ- 7. A alternativa que apresenta erro(s) de ortografia é:
fica em vigor desde 1º de janeiro de 2009, a qual tem prazo de implan- a) O experto disse que fora óleo em excesso.
tação no Brasil até 31 de dezembro de 2012. b) O assessor chegou à exaustão.
A - Gosto de geléia de amora. c) A fartura e a escassez são problemáticas.
B - O pântano está cheio de jibóias enormes. d) Assintosamente apareceu enxarcado na sala.
C - Creio num modelo de gestão autossustentável. e) Aceso o fogo, uma labareda ascendeu ao céu.
D - Vocês não veem diferença? Não leem jornais?
E - Averigue: não há feiura nos polos. 8. Assinale a opção cm que a palavra está incorretamente grafada:
a) duquesa.
GABARITO b) magestade.
1-B c) gorjeta.
2-A d) francês.
3-C e) estupidez.
4-A
5-BeC 9. Dos pares de palavras abaixo, aquele em que a segunda não se escreve
6-AeC com a mesma letra sublinhada na primeira é:
7 - A, B e C a) vez / reve___ar.
8 - Não há erro b) propôs / pu__ eram.
9 - A, B, C e D c) atrás / retra __ ado.
10 - Todas estão corretas d) cafezinho/ blu __ inha.
Folhauol e) esvaziar / e___ tender.

Ortografia 10. Indique o item em que todas as palavras devem ser preenchidas com x:
a) pran__a / en__er / __adrez.
1. Estão corretamente empregadas as palavras na frase: b) fei__e / pi__ar / bre__a.
a) Receba meus cumprimentos pelo seu aniversário. c) __utar / frou__o / mo__ila.
b) Ele agiu com muita descrição. d) fle__a / en__arcar / li__ar.
c) O pião conseguiu o primeiro lugar na competição. e) me__erico / en__ame / bru__a.
d) Ele cantou uma área belíssima.
e) Utilizamos as salas com exatidão. 11. Todas as palavras estão com a grafia correta, exceto:
a) dejeto.
2. Todas as alternativas são verdadeiras quanto ao emprego da inicial b) ogeriza.
maiúscula, exceto: c) vadear.
a) Nos nomes dos meses quando estiverem nas datas. d) iminente.
b) No começo de período, verso ou alguma citação direta. e) vadiar.
c) Nos substantivos próprios de qualquer espécie
d) Nos nomes de fatos históricos dos povos em geral. 12. A alternativa que apresenta palavra grafada incorretamente é:
e) Nos nomes de escolas de qualquer natureza. a) fixação - rendição - paralisação.
b) exceção - discussão - concessão.
3. Indique a única sequência em que todas as palavras estão grafadas c) seção - admissão - distensão.
corretamente: d) presunção - compreensão - submissão.
a) fanatizar - analizar - frizar. e) cessão - cassação - excurção.
b) fanatisar - paralizar - frisar.
c) banalizar - analisar - paralisar. 13. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corre-
d) realisar - analisar - paralizar. tamente:
e) utilizar - canalisar - vasamento. a) analizar - economizar - civilizar.
b) receoso - prazeirosamente - silvícola.
4. A forma dual que apresenta o verbo grafado incorretamente é: c) tábua - previlégio - marquês.
a) hidrólise - hidrolisar. d) pretencioso - hérnia - majestade.
b) comércio - comercializar. e) flecha - jeito - ojeriza.
c) ironia - ironizar.
d) catequese - catequisar.
e) análise - analisar.

Língua Portuguesa 98 A Opção Certa Para a Sua Realização


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14. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corre- 24. (CESD/97) Assinalar a alternativa que completa as lacunas da frase
tamente: abaixo, na ordem em que aparecem. "O Brasil de hoje é diferente, _____ os
a) atrasado - princesa - paralisia. ideais de uma sociedade _____ justa ainda permanecem".
b) poleiro - pagem - descrição. a) mas - mas
c) criação - disenteria - impecilho. b) mais - mas
d) enxergar - passeiar - pesquisar. c) mas - mais
e) batizar - sintetizar - sintonisar. d) mais - mais

15. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corre- 25. (CESD/98) Cauda/rabo, calda/açúcar derretido para doce. São, portan-
tamente: to, palavras homônimas. Associe as duas colunas e assinale a alternativa
a) tijela - oscilação - ascenção. com a sequência correta.
b) richa - bruxa - bucha. 1 - conserto ( ) valor pago
c) berinjela - lage - majestade. 2 - concerto ( ) juízo claro
d) enxada - mixto - bexiga. 3 - censo ( ) reparo
e) gasolina - vaso - esplêndido. 4 - senso ( ) estatística
5 - taxa ( ) pequeno prego
16. Marque a única palavra que se escreve sem o h: 6 - tacha ( ) apresentação musical
a) omeopatia. a) 5-4-1-3-6-2
b) umidade. b) 5-3-2-1-6-4
c) umor. c) 4-2-6-1-3-5
d) erdeiro. d) 1-4-6-5-2-3
e) iena.
26. (CFC/98) Assinalar o par de palavras antônimas:
17. (CFS/95) Assinalar o par de palavras parônimas: a) pavor - pânico
a) céu - seu b) pânico - susto
b) paço - passo c) dignidade - indecoro
c) eminente - evidente d) dignidade - integridade
d) descrição - discrição
27. (CFS/97) O antônimo para a expressão "época de estiagem" é:
18. (CFS/95) Assinalar a alternativa em que todas as palavras devem ser a) tempo quente
escritas com "j". b) tempo de ventania
a) __irau, __ibóia, __egue c) estação chuvosa
b) gor__eio, privilé__io, pa__em d) estação florida
c) ma__estoso, __esto, __enipapo
d) here__e, tre__eito, berin__ela 28. (CFS/96) Quanto à sinonímia, associar a coluna da esquerda com a da
direita e indicar a sequência correta.
19. (CFC/95) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas 1 - insigne ( ) ignorante
do seguinte período: "Em _____ plenária, estudou-se a _____ de terras a 2 - extático ( ) saliente
_____ japoneses." 3 - insipiente ( ) absorto
a) seção - cessão - emigrantes 4 - proeminente ( ) notável
b) cessão - sessão - imigrantes a) 2-4-3-1
c) sessão - secção - emigrantes b) 3-4-2-1
d) sessão - cessão - imigrantes c) 4-3-1-2
d) 3-2-4-1
20. (CFC/95) Assinalar a alternativa que apresenta um erro de ortografia:
a) enxofre, exceção, ascensão 29. (ITA/SP) Em que caso todos os vocábulos são grafados com "x" ?
b) abóbada, asterisco, assunção a) __ícara, __ávena, pi__e, be__iga
c) despender, previlégio, economizar b) __enófobo, en__erido, en__erto, __epa
d) adivinhar, prazerosamente, beneficente c) li__ar, ta__ativo, sinta__e, bro__e
d) ê__tase, e__torquir, __u__u, __ilrear
21. (CFC/95) Assinalar a alternativa que contém um erro de ortografia:
a) beleza, duquesa, francesa 1 A / 2 A / 3 C / 4 D / 5 D / 6 C / 7 D / 8 B / 9 D / 10 E / 11 B / 12 E / 13 E /
b) estrupar, pretensioso, deslizar 14 A / 15 E / 16 B / 17 D / 18 A / 19 D / 20 C / 21 B / 22 B / 23 C / 24 C / 25
c) esplêndido, meteorologia, hesitar A / 26 C / 27 C / 28 B / 29 B pciconcursos
d) cabeleireiro, consciencioso, manteigueira
___________________________________
22. (CFC/96) Assinalar a alternativa correta quanto à grafia das palavras:
a) atraz - ele trás ___________________________________
b) atrás - ele traz
c) atrás - ele trás
___________________________________
d) atraz - ele traz ___________________________________

23. (CFS/96) Assinalar a palavra graficamente correta: ___________________________________


a) bandeija _______________________________________________________
b) mendingo
c) irrequieto _______________________________________________________
d) carangueijo
_______________________________________________________
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Língua Portuguesa 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Língua Portuguesa 100 A Opção Certa Para a Sua Realização


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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: manutenção da ordem jurídica vigente." No que se refere à
1 Noções de organização administrativa. Administração Pública, os autores têm várias formas de con-
ceituá-la. Novamente, aqui, utilizaremos a definição de Hely
1.1 Centralização, descentralização, concentração e Lopes, "a Administração é o instrumental de que dispõe o
desconcentração. Estado para pôr em prática as opções políticas de governo."
1.2 Administração direta e indireta. (Direito Administrativo Brasileiro, 1993, Malheiros, págs. 56-
1.3 Autarquias, fundações, empresas públicas e socie- 61)
dades de economia mista.
2 Ato administrativo. 2.1 Conceito, requisitos, atributos, A Administração Pública pode classificar-se em: Adminis-
classificação e espécies. tração Pública em sentido objetivo, que "refere-se às ativida-
3 Agentes públicos. 3.1 Legislação pertinente. 3.1.1 Lei des exercidas pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes
nº 8.112/1990. 3.1.2 Disposições constitucionais aplicá- incumbidos de atender concretamente às necessidades cole-
tivas", e Administração Pública em sentido subjetivo, que
veis. 3.2 Disposições doutrinárias. 3.2.1 Conceito. 3.2.2 "refere-se aos órgãos integrantes das pessoas jurídicas políti-
Espécies. 3.2.3 Cargo, emprego e função pública. cas (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), aos quais
4 Poderes administrativos. 4.1 Hierárquico, disciplinar, a lei confere o exercício de funções administrativas." (Direito
regulamentar e de polícia. 4.2 Uso e abuso do poder. Administrativo, Maria Sylvia Zanella Di Pietro, 1997, Atlas,
5 Controle da Administração Pública. 5.1 Controle exer- págs. 55-56)
cido pela Administração Pública. 5.2 Controle judicial.
5.3 Controle legislativo. Cada um desses entes políticos possui sua organização
6 Responsabilidade civil do Estado. administrativa. Será objeto do nosso estudo, a estrutura ad-
6.1 Responsabilidade civil do Estado no direito brasilei- ministrativa federal, ou seja da União. O Decreto-Lei n.º 200,
de 25 de fevereiro de 1967, dispõe sobre a organização da
ro. Administração Federal, e em seu art. 4º estabelece a divisão
6.1.1 Responsabilidade por ato comissivo do Estado. entre administração direta e indireta. A Administração Direta
6.1.2 Responsabilidade por omissão do Estado. constitui-se dos serviços integrados na estrutura administrati-
6.2 Requisitos para a demonstração da responsabilida- va da Presidência da República e dos ministérios, enquanto
de do Estado. que a Administração Indireta constitui-se nas autarquias,
6.3 Causas excludentes e atenuantes da responsabili- empresas públicas, sociedades de economia mista e funda-
dade do Estado. ções públicas. As autarquias e as fundações públicas têm
7 Regime jurídico-administrativo. natureza jurídica de direito público, enquanto que as empre-
7.1 Conceito. sas públicas e sociedades de economia mista têm natureza
jurídica de direito privado. Cabe frisar ao leitor a grande im-
7.2 Princípios expressos e implícitos da Administração portância deste texto legal, objeto de várias questões de pro-
Pública. va. O leitor deve ter em mente que esses entes citados per-
tencem à Administração Pública federal e estão no ordena-
1 Noções de organização administrativa. mento jurídico legal, ou seja, estão positivados (na lei). Exis-
1.1 Centralização, descentralização, concentração e tem vários outros entes, que pertencem à Administração Pú-
desconcentração. blica Indireta segundo a doutrina (ou seja, o sistema teórico
de princípios aplicáveis ao direito positivo, consubstanciado
1.2 Administração direta e indireta. pelo consenso dos escritores) e não estão positivados, tais
1.3 Autarquias, fundações, empresas públicas e como os entes cooperativos (ou entes de cooperação).
sociedades de economia mista.
A atividade administrativa - Em sentido lato, administrar
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a finalidade dos
Antes de falar sobre a estrutura da Administração Pública bens entregues à guarda e conservação alheias; a Adminis-
brasileira, é importante que sejam dados conceitos de alguns tração Pública, portanto, é a gestão de bens e interesses
importantes institutos, quais sejam: Estado, Governo e Admi- qualificados da comunidade no âmbito federal, estadual ou
nistração Pública. O Estado, sinteticamente, é o ente que municipal, segundo preceitos de Direito e da Moral, visando o
necessariamente é composto por três elementos essenciais: bem comum. No trato jurídico, a palavra administração traz
povo, território e governo soberano. Para que o Estado exerça em si conceito oposto ao de propriedade, isto é, indica a ativi-
suas funções, este manifesta-se por meio dos Poderes do dade daquele que gere interesses alheios, muito embora o
Estado (ou Funções do Estado), que são o Legislativo, o proprietário seja, na maioria dos casos, o próprio gestor de
Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre seus bens e interesses; por aí se vê que os poderes normais
si, conforme assevera a nossa Constituição Federal (art. 2º). do administrador são simplesmente de conservação e utiliza-
A função principal do Poder Legislativo é a elaboração de leis ção dos bens confiados à sua gestão, necessitando sempre
(função legislativa), a função principal do Poder Executivo é a de consentimento especial do titular de tais bens e interesses
execução das leis (função administrativa), enquanto que a para os atos de alienação, oneração, destruição e renúncia
função principal do Poder Judiciário é a aplicação das leis aos (na Administração Pública, deve vir expresso em lei).
casos concretos (função judicial). Aqui, cabe um primeiro
alerta aos leitores, pois em várias questões de prova, tenho Para Hely Lopes MEIRELLES o conceito de administra-
visto que os examinadores tentam confundir os concursandos ção pública não oferece contornos bem definidos, quer pela
ao tentar vincular a função administrativa exclusivamente ao diversidade de sentidos da própria expressão, quer pelos
Poder Executivo, o que é um erro, pois conforme expliquei, diferentes campos em que se desenvolve a atividade adminis-
cada um dos três Poderes desempenham cada uma dessas trativa.
funções de maneira precípua, mas todos eles desempenham
todas as funções. Ou seja o Poder Executivo, também legisla Administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a
e julga; o Poder Legislativo, também executa e julga e o Po- finalidade dos bens entregues à guarda e conservação alhei-
der Judiciário, também executa e legisla, mas em todos esses as. Se os bens e interesses geridos são individuais, realiza-se
casos de forma secundária. Governo, conforme nos ensina o administração particular; se são da coletividade, realiza-se
eminente autor Hely Lopes, "é a expressão política de co- administração pública. Administração pública, portanto, é a
mando, de iniciativa, de fixação de objetivos, do Estado e da gestão de bens e interesses qualificados da comunidade, no

Direito Administrativo 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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âmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos tributar, ou o poder-dever de coibir a prática de um delito, ou
do direito e da moral, visando ao bem comum. Há de distin- mesmo de punir; ora praticando sua atividade em concorrên-
guir ainda, na Administração Pública: cia com a iniciativa privada, no mesmo pé de igualdade e
I) - os atos de império (é todo aquele que contém uma condições, produzindo e vendendo, bens e serviços. Para
ordem ou decisão coativa da Administração para o adminis- atuar devidamente, a Administração Pública divide-se em
trado); entidades de administração, ou seja, em Administração Direta
II) - os atos de gestão (é todo aquele que ordena a con- e Administração Indireta, como definido em lei (Decreto-lei
duta interna da Administração e de seus servidores, ou cria 200/67), especificando os órgãos que compõe o Poder Execu-
direitos e obrigações entre ela e os administrados, tais como tivo, não obstante as manifestações do poder estatal serem
os despachos que determinam a execução de serviços públi- exercidas igualmente também por órgãos do Poder Legislati-
cos, os atos de provimento de cargo e movimentação de vo e do Poder Judiciário, sendo o primeiro na função de fazer
funcionários, as autorizações e permissões, os contratos em leis e o segundo de aplicá-las.
geral);
III) - os atos de expediente (é todo aquele de preparo e Princípios da Administração Pública
movimentação de processos, recebimento e expedição de
papéis e de despachos rotineiros, sem decisão de mérito O princípio da legalidade
administrativo). Significa que os atos dos servidores públicos, no exercício
das suas funções, devem ser realizados em conformidade
Natureza e fins da administração – A Natureza da Ad- com a lei.
ministração Pública é a de um munus público para quem a
exerce, isto é, a de um encargo de defesa, conservação e O princípio da Publicidade
aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletivida- é o caráter do que é feito em público e em nome do públi-
de, impondo ao administrador público a obrigação de cumprir co: implica a visibilidade e transparência das decisões e
fielmente os preceitos do Direito e da Moral administrativa que ações e a responsabilidade pública pelos atos praticados.
regem sua atuação, pois tais preceitos é que expressam a
vontade do titular dos interesses administrativos - o povo - e O princípio da impessoalidade
condicionam os atos a serem praticados no desempenho do A impessoalidade é a característica que tona as ações dos
munus público que lhe é confiado. Os Fins da Administração servidores públicos independentes de qualquer Particularida-
Pública resumem-se num único objetivo: o bem comum da de.
coletividade administrativa; toda atividade deve ser orientada
para esse objetivo; sendo que todo ato administrativo que não O princípio da Moralidade
for praticado no interesse da coletividade será ilícito e imo-
ral.No desempenho dos encargos administrativos o agente do está relacionada aos princípios ético-filosóficos que regem
Poder Público não tem a liberdade de procurar outro objetivo, as democracias modernas e que se aplicam seja de modo
ou de dar fim diverso do prescrito em lei para a atividade; absoluto para qualquer tempo ou lugar, seja em referência às
descumpri-los ou renunciá-los equivalerá a desconsiderar a ações de grupos ou pessoas determinadas: a justiça, a equi-
incumbência que aceitou ao empossar-se no cargo ou função dade e a probidade.
pública.Em última análise, os fins da Administração consubs- O princípio da eficiência
tanciam-se em defesa do interesse público, assim entendidas Significa que os atos da administração pública devem ser
aquelas aspirações ou vantagens licitamente almejadas por desempenhados visando a melhor relação custo/benefício na
toda a comunidade administrativa, ou por parte expressiva de gestão dos recursos públicos.
seus membros; o ato ou contrato administrativo realizado sem
interesse público configura desvio de finalidade. REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Formas e características – a) As pessoas que exercem Princípios que regem o regime jurídico da Administra-
as atividades de administração pública são agentes de Direito ção Pública:
Público, especialmente designados, podendo também serem Princípio da supremacia do interesse público.
designados por delegação. b) Os objetivos perseguidos pela Princípio da indisponibilidade do interesse público.
Administração Pública são sempre estabelecidos por lei, ou
seja, são sempre vinculados e não discricionários. c) Os inte- Princípio da supremacia do interesse público + Princí-
resses são sempre públicos, isto é, visando a coletividade pio da indisponibilidade do interesse público = binômio
como um todo, segundo o princípio da isonomia. d) As ativi- prerrogativas + limites na lei
dades administrativas e seus atos em geral gozam de execu-
toriedade prática, ou possibilidade imediata de serem realiza- Princípio da supremacia do interesse público:
dos. e) A natureza da Administração é munus público (encar- Este princípio confere ao administrador um conjunto de
go que alguém de exercer), ou seja, o que procede de natu- privilégios jurídicos que o particular não tem, em razão dos
reza pública ou da lei, obrigando o agente ao exercício de interesses que ele representa, ou seja, interesses da coletivi-
certos encargos visando o benefício da coletividade ou da dade.
ordem social.
A Administração está numa posição de superioridade (su-
Modo de atuação - A Administração, visando o interesse premacia jurídica), numa relação vertical (desigual) para com
social, desempenha suas atividades diretamente através de o particular, pois enquanto busca a satisfação dos interesses
seus agentes técnicos e administrativos, devidamente seleci- públicos, o particular busca a satisfação dos próprios interes-
onados, ou então o faz indiretamente, delegando para outra ses. Já no mundo privado, parte-se da ideia que, formalmen-
personalidade jurídica de direito público, ou mesmo para uma te, as pessoas estão no mesmo plano, isto é, que as relações
instituição de direito privado que possas agir em nome da são horizontais.
referida Administração Pública, o que significa, neste caso.
outorga de competência, como ocorre nas concessões, per- Há um dogma em direito administrativo que diz que o inte-
missões, etc. Da mesma forma, a Administração diversifica resse público prevalece sobre o particular. Ex: No mundo
no regime jurídico de sua atuação, ora manifestando-se com privado, uma pessoa não pode criar obrigações ao outro sem
maior poder de império ou de comando, segundo as normas a concordância dele. Já o administrador, por uma manifesta-
de direito público, como, v. g.. quando exerce o poder de ção de vontade, pode criar uma obrigação unilateral, inde-

Direito Administrativo 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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pendentemente da concordância; Administração pode rescin- valor que quiser. A Administração não tem essa liberdade,
dir o contrato administrativo e o particular não pode fazer precisa fazer licitação.
nada contra isso; Poderá existir intervenção na propriedade http://www.webjur.com.br/doutrina
para preservar o interesse público.
AS ESPÉCIES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASI-
Princípio da indisponibilidade do interesse público: LEIRA
Este princípio afirma que o administrador não pode dispor No nosso sistema governamental, há quatro espécies de
livremente do interesse público, pois não representa seus Administração Pública:
próprios interesses quando atua, devendo assim agir segundo Administração Pública Federal - representada pela União,
os estritos limites impostos pela lei. O princípio da indisponibi- tem por finalidade o dever de administrar os interesses.
lidade do interesse público aparece como um freio ao princí- Administração Pública do Distrito Federal - representada
pio da supremacia do interesse público. pelo Distrito Federal,tem por finalidade atender aos interesses
da população ali residente, e de ser responsável pelo recebi-
O princípio da legalidade surge como um desdobramento mento de representações diplomáticas ao Brasil quando em
do princípio da indisponibilidade do interesse público. Segun- visita.
do tal princípio, o administrador não pode fazer o que bem Administração Pública Estadual - promove todas as inicia-
entender na busca do interesse público, isto é, deve agir se- tivas para satisfazer os interesses da população de seu limite
gundo a lei, só podendo fazer aquilo que a lei expressamente territorial geográfico como estado - membro.
autoriza e no silêncio da lei, está proibido de agir. Há uma - Administração Pública Municipal - zelar pelos interesses
relação de subordinação à lei. Já o particular pode fazer tudo da população local dentro dos imites territoriais do município.
aquilo que a lei não proíbe e o que silencia a respeito. Portan-
to, tem uma maior liberdade do que o administrador. Há uma A ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
relação de não contrariedade à lei. O estudo da Administração Pública em geral, compreen-
dendo a sua estrutura e as suas atividades, deve partir do
Regime jurídico da Administração Pública: conceito de Estado, sobre o qual repousa toda a concepção
É o conjunto de direitos (prerrogativas) e deveres (limita- moderna de organização e funcionamento dos serviços públi-
ção) que o ordenamento jurídico confere ao Poder Público e cos a serem prestados aos administrados.
que não se estende aos particulares, por força dos interesses
que ela representa quando atua. CONCEITO, ELEMENTOS E PODERES DE ESTADO
Conceito de Estado — O conceito de Estado varia se-
O particular só será submetido a este regime quando lhe gundo o ângulo em que é considerado. Do ponto de vista
for delegado o exercício da função administrativa, isto é, sociológico, é corporação territorial dotada de um poder de
quando executar um serviço público. Ex: Concessionário ou mando originário (Jellinek); sob o aspecto político, é comuni-
Permissionário; Cartórios extrajudiciais. dade de homens, fixada sobre um território, com potestade
superior de ação, de mando e de coerção (Malberg): sob o
Direitos ou Prerrogativas: Os direitos surgem em decor- prisma constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana
rência dos interesses que a Administração representa quando (Biscaretti di Ruffia); na conceituação do nosso Código Civil, é
atua. Exemplo de direitos que a Administração Pública tem e pessoa jurídica de Direito Público Interno (art. 14. I). Como
o particular não tem: ente personalizado, o Estado tanto pode atuar no campo do
Direito Público como no do Direito Privado, mantendo sempre
Os atos administrativos são dotados de auto- sua única personalidade de Direito Público, pois a teoria da
executoriedade, isto é, a Administração pode executar sozi- dupla personalidade do Estado acha-se definitivamente supe-
nha seus próprio atos, sem autorização prévia do Poder Judi- rada.
ciário. Ex: O oficial da prefeitura, quando constata um barulho
numa danceteria além dos limites legais, pode lavrar um auto Esse é o Estado de Direito, ou seja, o Estado juridica-
de infração unilateralmente, por força dos interesses que ele mente organizado e obediente às suas próprias leis.
representa. Diferentemente, um particular, na mesma situa-
ção, teria que procurar o Poder Judiciário. Elementos do Estado — O Estado é constituído de três
elementos originários e indissociáveis: Povo, Território e Go-
A Administração elabora sozinha os contratos administra- verno soberano. Povo é o componente humano do Estado;
tivos, tendo o particular que aderir ao mesmo. Se o particular Território, a sua base física; Governo soberano, o elemento
não cumpre as suas obrigações, a Administração pode sozi- condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de
nha invocar a exceção do contrato não cumprido. Nos contra- autodeterminação e auto - organização emanado do Povo.
tos particulares, as partes participam da sua elaboração e Não há nem pode haver Estado independente sem Sobera-
podem invocar a exceção do contrato não cumprido através nia, isto é, sem esse poder absoluto, indivisível e incontrastá-
do Poder Judiciário. vel de organizar-se e de conduzir-se segundo a vontade livre
de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões inclusive
O Poder Público tem uma série de vantagens que o coloca pela força, se necessário. A vontade estatal apresenta-se e se
num grau de superioridade em relação aos particulares. O manifesta através dos denominados Poderes de Estado.
nome que se dá a esse conjunto de vantagens é "cláusulas
exorbitantes", pois exorbitam o padrão dos contratos particu- Poderes de Estado — Os Poderes de Estado, na clássica
lares, conferindo vantagens à Administração. tripartição de Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de
Direito, são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, indepen-
Deveres: Os deveres também surgem em razão dos inte- dentes e harmônicos entre si e com suas funções reciproca-
resses que a Administração representa quando atua. Exemplo mente indelegáveis (CF, art. 2º). Esses Poderes são imanen-
de deveres que a Administração tem e o particular não tem: tes e estruturais do Estado (diversamente dos poderes admi-
nistrativos, que são incidentais e instrumentais da Administra-
O particular tem autonomia de vontade, pode contratar ção), a cada um deles correspondendo uma função que lhe é
quem quiser para a sua empresa. Já a Administração deve atribuído com precipuidade. Assim, a função precípua do
contratar através de concurso público. Poder Legislativo é a elaboração da lei (função normativa); a
função precípua do Poder Executivo é a conversão da lei em
O empresário pode contratar os serviços que quiser e pelo ato individual e concreto (função administrativa); a função

Direito Administrativo 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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precípua do Poder Judiciário é a aplicação coativa da lei aos A nossa atual Constituição da República, do ponto de vista
litigantes (função judicial). Referimo-nos à função precípua de formal, é mal redigida, assistemática e detalhista; a redação é
cada Poder de Estado porque, embora o ideal fosse a privati- confusa, a matéria é distribuída sem sistema, e desce a deta-
vidade de cada função para cada Poder, na realidade isso lhes impróprios de texto constitucional.
não ocorre, uma vez que todos os Poderes têm necessidade
de praticar atos administrativos, ainda que restritos à sua Organização da Administração — Após a organização
organização e ao seu funcionamento, e. em caráter excepcio- soberana do Estado, com a instituição constitucional dos três
nal admitido pela Constituição, desempenham funções e Poderes que compõem o Governo, e a divisão política do
praticam atos que, a rigor, seriam de outro Poder. O que há, território nacional, segue-se a organização da Administração,
portanto, não é separação de Poderes com divisão absoluta ou seja, a estruturação legal das entidades e órgãos que irão
de funções, mas, sim, distribuição das três funções estatais desempenhar as funções, através de agentes públicos (pes-
precípuas entre órgãos independentes, mas harmônicos e soas físicas). Essa organização faz-se normalmente por lei, e
coordenados no seu funcionamento, mesmo porque o poder excepcionalmente por decreto e normas inferiores, quando
estatal é uno e indivisível. não exige a criação de cargos nem aumenta a despesa públi-
ca.
Aliás, já se observou que Montesquieu nunca empregou
em sua obra política as expressões “separação de Poderes” Nesse campo estrutural e funcional do Estado atua o mo-
ou “divisão de Poderes”, referindo-se unicamente à necessi- derno Direito Administrativo organizatório, auxiliado pelas
dade do “equilíbrio entre os Poderes”, do que resultou entre contemporâneas técnicas de administração, aquele estabele-
os ingleses e norte-americanos o sistema de checks and cendo o ordenamento jurídico dos órgãos das funções e dos
balances, que é o nosso método de freios e contrapesos, em agentes que irão desempenhá-las, e estas informando sobre
que um Poder limita o outro, como sugerira o próprio autor no o modo mais eficiente e econômico de realizá-las em benefí-
original: “le pouvoir arrête le pouvoir”. Seus apressados se- cio da coletividade. O Direito Administrativo impõe as regras
guidores é que lhe deturparam o pensamento e passaram a jurídicas de organização e funcionamento do complexo esta-
falar em “divisão” e “separação de Poderes”, como se estes tal; as técnicas de administração indicam os instrumentos e a
fossem estanques e incomunicáveis em todas as suas mani- conduta mais adequada ao pleno desempenho das atribui-
festações, quando, na verdade, isto não ocorre, porque o ções da Administração. Assim, embora sendo disciplinas
Governo é a resultante da interação dos três Poderes de diferentes, ambas devem coexistir em toda organização esta-
Estado — Legislativo, Executivo e Judiciário —, como a Ad- tal, autárquica, fundacional e paraestatal, a fim de bem orde-
ministração o é de todos os órgãos desses Poderes. nar os órgãos, distribuir as funções, fixar as competências e
capacitar os agentes para a satisfatória prestação dos servi-
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO ços públicos ou de interesse coletivo, objetivo final e supremo
Organização do Estado — A organização do Estado é do Estado em todos os setores do Governo e da Administra-
matéria constitucional no que concerne à divisão política do ção.
território nacional, à estruturação dos Poderes, à forma de
Governo, ao modo de investidura dos governantes, aos direi- Impõe-se, pois, estabelecermos o confronto entre Governo
tos e garantias dos governados. Após as disposições consti- e Administração e, a seguir, examinarmos seus órgãos e
tucionais que moldam a organização política do Estado sobe- agentes para, após, estudarmos a atividade administrativa em
rano, surge, através da legislação complementar e ordinária, toda a sua extensão e efeitos.
a organização administrativa das entidades estatais, de suas
autarquias e entidades paraestatais instituídas para a execu- GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO
ção desconcentrada e descentralizada de serviços públicos e Governo e Administração são termos que andam juntos
outras atividades de interesse coletivo, objeto do Direito Ad- e muitas vezes confundidos, embora expressem conceitos
ministrativo e das modernas técnicas de administração. diversos nos vários aspectos em que se apresentam.

No Estado Federal, que é o que nos interessa, a organi- Governo — Em sentido formal, é o conjunto de Poderes e
zação política era dual, abrangendo unicamente a União (de- órgãos constitucionais; em sentido material, é o complexo de
tentora da Soberania) e os Estados-membros ou Províncias funções estatais básicas; em sentido operacional, é a condu-
(com autonomia política, além da administrativa e financeira). ção política dos negócios públicos. Na verdade, o Governo
Agora, a nossa Federação compreende a União, os Estados- ora se identifica com os Poderes e órgãos supremos do Esta-
membros, o Distrito Federal e os Municípios, que também são do, ora se apresenta nas funções originárias desses Poderes
entidades estatais, com autonomia política reconhecida pela e órgãos como manifestação da Soberania. A constante,
Constituição da República (art. 18), embora em menor grau porém, do Governo é a sua expressão política de comando,
que a dos Estados-membros (art. 25). Essa outorga constitu- de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manuten-
cional de autonomia política aos Municípios é uma peculiari- ção da ordem jurídica vigente. O Governo atua mediante atos
dade da Federação brasileira.. Assim, integra a organização de Soberania ou, pelos menos, de autonomia política na con-
política da nossa Federação um Estado-membro anômalo, dução dos negócios públicos.
que é o Distrito Federal, onde se localiza a Capital da União:
Brasília (art. 18 e § 1º). Administração Pública — Em sentido formal, é o conjun-
to de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do
Na nossa Federação, portanto, as entidades estatais, ou Governo; em sentido material, do conjunto das funções ne-
seja, entidades com autonomia política (além da administrati- cessárias aos serviços públicos em geral; em acepção opera-
va e financeira), são unicamente a União, os Estados- cional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico,
membros, os Municípios e o Distrito Federal. . As demais dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em
pessoas jurídicas instituídas ou autorizadas a se constituírem benefício da coletividade. Numa visão global, a Administração
por lei ou são autarquias, ou são fundações, ou são entidades é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à reali-
paraestatais, como veremos ao cuidar dos serviços públicos. zação de serviços, visando à satisfação das necessidades
Esse conjunto de entidades estatais, autárquicas, fundacio- coletivas. A Administração não pratica atos de governo; prati-
nais e paraestatais constitui a Administração Pública em sen- ca, tão somente, atos de execução, com maior ou menor
tido instrumental amplo, ou seja, a Administração centralizada autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de
e a descentralizada, atualmente denominada direta e indireta. seus agentes.

Direito Administrativo 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Comparativamente, podemos dizer que governo é ativida- ção.
de política e discricionária; administração é atividade neutra,
normalmente vinculada à lei ou à norma técnica. Governo é PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO
conduta independente; administração é conduta hierarquiza- PÚBLICA
da. O Governo comanda com responsabilidade constitucional Os princípios referidos no programa são aqueles constan-
e política, mas sem responsabilidade profissional pela execu- tes da reforma administrativa de 1967 (Decreto-Lei n. 200, de
ção; a Administração executa sem responsabilidade constitu- 25.02.67), mantidos tacitamente pela reforma de 1990 (Lei n.
cional ou política, mas com responsabilidade técnica e legal 8028, de 12.04.90 e Decreto 99.180, de 15.03.90). São eles o
pela execução. A Administração é o instrumental de que dis- do “planejamento”, o da .coordenação”, o da “descentraliza-
põe o Estado para pôr em prática as opções políticas do Go- ção”, o da “delegação de competência” e o do “controle”, que
verno. Isto não quer dizer que a Administração não tenha serão sucintamente analisados a seguir:
poder de decisão. Tem. Mas o tem somente na área de suas
atribuições e nos limites legais de sua competência executiva, Planejamento – É o estudo e estabelecimento das diretri-
só podendo opinar e decidir sobre assuntos jurídicos, técni- zes e metas que deverão orientar a ação governamental,
cos, financeiros ou de conveniência e oportunidade adminis- através de um piano geral de governo, de programas globais,
trativas, sem qualquer faculdade de opção política sobre a setoriais e regionais de duração plurianual, do orçamento-
matéria. programa anual e da programação financeira de desembolso.
Desta forma, as atividades da Administração Pública deverão
O Governo e a Administração, como criações abstratas adaptar-se aos programas aprovados pela Presidência da
da Constituição e das leis, atuam por intermédio de suas República, isto é, não são permitidos desvios que comprome-
entidades (pessoas jurídicas), de seus órgãos (centros de tam os limites financeiros de desembolso ou afrontem a res-
decisão) e de seus agentes (pessoas físicas investidas em pectiva programação.
cargos e funções). É o que veremos a seguir.
Coordenação – É o que visa entrosar as atividades da
ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS Administração, de modo a evitar a duplicidade de atuação, a
Entidade é pessoa jurídica, pública ou privada; órgão é disperso de recursos, a divergência de soluções e outros
elemento despersonalizado incumbido da realização das males característicos da burocracia.
atividades da entidade a que pertence, através de seus agen- Através da coordenação pretende-se a harmonização de
tes. Na organização política e administrativa brasileira as todas as atividades da Administração Pública, evitando-se
entidades classificam-se em estatais, autárquicas, fundacio- desperdícios. Economiza-se, portanto, recursos materiais e
nais e paraestatais. humanos.

Entidades estatais — São pessoas jurídicas de Direito Descentralização - É o que tem por objeto o desconges-
Público que integram a estrutura constitucional do Estado e tionamento administrativo, afastando do centro (o Estado) e
têm poderes políticos e administrativos, tais como a União, os atribuindo a uma pessoa distinta, poderes de administração,
Estados-membros, os Municípios e o Distrito Federal. A União constituídos do exercício de atividades públicas ou de utilida-
é soberana; as demais entidades estatais têm apenas auto- de pública. Desta forma, em seu próprio nome, o ente des-
nomia política, administrativa e financeira, mas não dispõem centralizado age por outorga do serviço ou atividade pública,
de Soberania, que é privativa da Nação e própria da Federa- bem como por delegação de sua execução. A descentraliza-
ção. ção distingue-se da “desconcentração”, que vem a se consti-
tuir na distribuição ou repartição de funções entre vários ór-
Entidades autárquicas — São pessoas jurídicas de Direi- gãos da mesma entidade estatal (União, Estados, DF, Muni-
to Público, de natureza meramente administrativa, criadas por cípios).
lei específica, para a realização de atividades, obras ou servi-
ços descentralizados da entidade estatal que as criou. Funci- Delegação de competência - Pode ser encarada como
onam e operam na forma estabelecida na lei instituidora e nos uma forma de aplicação do “princípio da descentralização”,
termos de seu regulamento. As autarquias podem desempe- mas o Decreto-Lei n. 200/67 coloca-o como princípio autôno-
nhar atividades econômicas, educacionais, previdenciárias e mo e diferenciado daquele. Constitui-se na transferência,
quaisquer outras outorgadas pela entidade estatal-matriz, pelas autoridades administrativas, de atribuições decisórias a
mas sem subordinação hierárquica, sujeitas apenas ao con- seus subordinados, mediante ato específico e que indique,
trole finalístico de sua administração e da conduta de seus com clareza e precisão, a autoridade delegante (a que trans-
dirigentes. fere), a delegada (que recebe) e o objeto da delegação (a
própria atribuição). Através desse princípio visa, a Administra-
Entidades fundacionais — São, pela nova orientação da ção Pública, maior objetividade e precisão às suas decisões.
Constituição da República de 1988, pessoas jurídicas de com vistas a situá-las o mais próximo possível dos fatos, das
Direito Público, assemelhadas às autarquias, como já decidiu pessoas e dos problemas que pretende atender.
o Supremo Tribunal Federal. São criadas por lei específica
com as atribuições que lhes forem conferidas no ato de sua Controle - Em sentido amplo, caracteriza-se numa das
instituição. formas de exercício do poder hierárquico, com o objetivo de
fiscalização, pelo órgão superior, do cumprimento da lei, das
Entidades paraestatais — São pessoas jurídicas de Di- instruções e da execução das atribuições específicas, dos
reito Privado cuja criação é autorizada por lei específica para órgãos inferiores, bem como dos atos e rendimento de cada
a realização de obras, serviços ou atividades de interesse servidor. Pelo enfoque da reforma administrativa e que mais
coletivo. São espécies de entidades paraestatais as empresas diretamente interessa ao nosso estudo, constitui-se em ins-
públicas, as sociedades de economia mista e os serviços trumento da supervisão ministerial, a que sujeitam-se todos
sociais autônomos (SESI, SESC, SENAI e outros). As entida- os órgãos da Administração federal, inclusive os entes des-
des paraestatais são autônomas, administrativa e financeira- centralizados (autarquias, paraestatais), normalmente não
mente, têm patrimônio próprio e operam em regime da inicia- sujeitos ao poder hierárquico das autoridades da Administra-
tiva particular, na forma de seus estatutos, ficando vinculadas ção direta. Visa, especificamente, à consecução de seus
(não subordinadas) a determinado órgão da entidade estatal a objetivos e à eficiência de sua gestão, sendo exercido de
que pertencem, o qual supervisiona e controla seu desempe- diversos modos e que poderão chegar, se for o caso, à inter-
nho estatutário, sem interferir diretamente na sua administra- venção, mediante controle total.

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vo da função administrativa.
2 Administração direta e indireta, centralizada e
Feitas breves considerações preliminares, quanto à ori-
descentralizada. gem, ao conceito, à titularidade, e aos princípios informativos,
passamos à análise da questão central que é a forma de
Centralização e descentralização da administração execução dos serviços públicos.
pública Sendo o titular dos serviços públicos, o Estado deve pres-
tá-los da melhor forma possível. Assim, pode, em casos es-
pecíficos, dividir a tarefa da execução, não podendo, em ne-
O Estado tem como função primordial o oferecimento de nhuma hipótese, transferir a titularidade do serviço.
utilidades aos administrados, não se justificando sua atuação
senão no interesse público. Assim, entende-se que todas as O certo é que, possível a parceria, podem os serviços pú-
vezes que o Estado atua, o faz porque à coletividade deve blicos serem executados direta ou indiretamente.
atender.
O Estado, por seus diversos órgãos e nos diversos níveis
No início dos estudos sobre o Direito Administrativo havia da federação, estará prestando serviço por EXECUÇÃO DI-
o entendimento de que os serviços público eram poderes RETA quando, dentro de sua estrutura administrativa -
estatais (e não deveres), que independiam da vontade ou da ministérios, secretarias, departamentos, delegacias -, for o
necessidade do cidadão ou do residente de um determinado titular do serviço e o seu executor. Assim, o ente federativo,
local. será tanto o titular do serviço, quando o prestador do mesmo.
Esses órgãos formam o que a doutrina chama de ADMINIS-
Esta ideia inicial foi superada com o surgimento da Escola TRAÇÃO CENTRALIZADA, porque é o próprio Estado que,
Francesa do Serviço Público, capitaneada por Léon Duguit, nesses casos, centraliza a atividade.
quando se passou a entender serviço público como serviços
prestados aos administrados. O professor CARVALHO DOS SANTOS, em sua obra já
citada (pg. 229), conclui:
HELY LOPES MEIRELLES nos deixou o seguinte conceito "O Decr.-lei n° 200/67, que implantou a reforma adminis-
de serviço público: trativa federal, denominou esse grupamento de órgãos de
"Serviço Público é todo aquela prestado pela Administra- administração direta (art. 4°, I), isso porque o Estado, na
ção ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, função de administrar, assumirá diretamente seus encargos."
para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da (GN)
coletividade ou simples conveniência do Estado."
(HELY LOPES MEIRELLES, Direito Administrativo Brasi- Por outro lado, identifica-se a EXECUÇÃO INDIRETA
leiro, São Paulo, Ed. Malheiros, 1997, 22ª Ed., pg. 297) quando os serviços são prestados por pessoas diversas das
entidades formadoras da federação.
Nesse sentido, prendendo-se aos critérios relativos à ati-
vidade pública, ensina o Professor JOSÉ DOS SANTOS Ainda que prestados por terceiros, insisto, o Estado não
CARVALHO FILHO: poderá nunca abdicar do controle sobre os serviços públicos,
"..., conceituamos serviço público como toda atividade afinal, quem teve o poder jurídico de transferir atividades deve
prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente suportar, de algum modo, as consequências do fato.
sob o regime de direito público, com vistas a satisfação de
necessidades essenciais e secundárias da coletividade." Essa execução indireta, quando os serviços públicos são
(JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, Manual de Di- prestados por terceiros sob o controle e a fiscalização do ente
reito Administrativo, Rio de Janeiro, Ed. Lumen Juris, 3ª ed., titular, é conhecido na doutrina como DESCENTRALIZAÇÃO.
1999, pg. 217)
Leciona o Professor CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE
Apresentado dois dos diversos conceitos oferecidos pela MELLO que:
doutrina, deve-se buscar qual a entidade federativa (União, "Diz-se que a atividade é descentralizada quando é exer-
Estados-Membros, Distrito Federal ou Municípios) competen- cida, ..., por pessoas distintas do Estado.
te para instituir, regulamentar e controlar os diversos serviços
públicos. Na descentralização o Estado atua indiretamente, pois o
faz através de outras pessoas, seres juridicamente distintos
Para tanto, há que se buscar o fundamento de validade da dele, ainda quando sejam criaturas suas e por isso mesmo se
atuação estatal na Constituição Federal que apresenta, quan- constituam, ..., em parcelas personalizadas da totalidade do
to ao ente federativo titular do serviço, a classificação de aparelho administrativo estatal."
serviços privativos e serviços comuns. Os primeiros são aque- (CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, Curso de Di-
les atribuídos a somente uma das esferas da federação, como reto Administrativo, São Paulo, Ed. Malheiros, 10 ed., 1998,
por exemplo, a emissão de moeda, de competência privativa pg. 96)
da União (CF, art. 21, VII). Já os serviços comuns, podem ser
prestados por mais de uma esfera federativa, como por Visualizado o conceito de descentralização da prestação
exemplo, os serviços de saúde pública (CF, art. 23, II). dos serviços públicos, há que destacar os modelos de des-
centralização adotados pela doutrina pátria.
Analisados o conceito e a atribuição para a prestação dos
serviços públicos, deve-se ter em mente que estes são regi- Não há, pelos doutrinadores, uniformidade na classifica-
dos por princípios que levam em consideração o prestador ção das subespécies de descentralização.
(ente público ou delegado), os destinatários e o regime a que
se sujeitam. Como exemplo dos princípios que regem os Entretanto, tenho por mais didática a apresentação feita
serviços públicos temos o princípio da generalidade - o servi- pela Professora MARIA SYLVIA ZANELA DI PIETRO, em seu
ço deve beneficiar o maior número possível de indivíduos; Direito Administrativo, São Paulo, Ed. Atlas, 1997, 8° ed. Pg.
princípio da continuidade – os serviços não devem sofrer 296 e ss.
interrupção; princípio da eficiência; princípio da modicidade –
o lucro, meta da atividade econômica capitalista, não é objeti- Em seu curso, a professora MARIA SYLVIA divide a des-

Direito Administrativo 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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centralização inicialmente em política e administrativa. dois ou mais com o objetivo de acelerar a prestação do servi-
ço. Na desconcentração o serviço era centralizado e continu-
A descentralização política ocorre quando o ente descen- ou centralizado, pois que a substituição se processou apenas
tralizado exerce atribuições próprias que não decorrem do internamente.
ente central. Tema que já foi abordado supra, a descentrali-
zação política decorre diretamente da constituição (o funda- Na desconcentração, as atribuições administrativas são
mento de validade é o texto constitucional) e independe da outorgadas aos vários órgãos que compões a hierarquia,
manifestação do ente central (União). criando-se uma relação de coordenação e subordinação entre
um e outros. Isso é feito com o intuito de desafogar, ou seja,
Já a descentralização administrativa ocorre quando o ente desconcentrar, tirar do centro um grande volume de atribui-
descentralizado exerce atribuições que decorrem do ente ções para permitir o seu mais adequado e racional desempe-
central, que empresta sua competência administrativa consti- nho.
tucional a um dos entes da federação tais como os Estados- SANCHES, Salvador Infante. Jus Navigandi, Teresina,
Membros, os municípios e o Distrito Federal, para a consecu- ano 3, n. 35, out. 1999.
ção dos serviços públicos.
ÓRGÃOS PÚBLICOS
Assim, entende-se que na descentralização administrativa,
os entes descentralizados têm capacidade para gerir os seus
Órgãos públicos — São centros de competência instituí-
próprios "negócios", mas com subordinação a leis postas pelo
dos para o desempenho de funções estatais, através de seus
ente central
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que
pertencem. São unidades de ação com atribuições específi-
A descentralização administrativa se apresenta de três
cas na organização estatal. Cada órgão, como centro de
formas. Pode ser territorial ou geográfica, por serviços, funci-
competência governamental ou administrativa, tem necessa-
onal ou técnica e por colaboração.
riamente funções, cargos e agentes, mas é distinto desses
elementos, que podem ser modificados, substituídos ou reti-
A descentralização territorial ou geográfica é a que se veri-
rados sem supressão da unidade orgânica. Isto explica por
fica quando uma entidade local, geograficamente delimitada,
que a alteração de funções, ou a vacância dos cargos, ou a
é dotada de personalidade jurídica própria, de direito público,
mudança de seus titulares, não acarreta a extinção do órgão.
com capacidade jurídica própria e com a capacidade legislati-
va (quando existente) subordinada a normas emanadas do
Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais
poder central.
pessoas jurídicas como partes desses corpos vivos, dotados
de vontade e capazes de exercer direitos e contrair obriga-
No Brasil, podem ser incluídos nessa modalidade de des-
ções para a consecução de seus fins institucionais. Por isso
centralização os territórios federais, embora na atualidade não
mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica nem vonta-
existam.
de própria, que são atributos do corpo e não das partes, mas
na área de suas atribuições e nos limites de sua competência
A descentralização por serviços, funcional ou técnica é a
funcional expressam a vontade da entidade a que pertencem
que se verifica quando o poder público (União, Estados, Dis-
e a vinculam por seus atos, manifestados através de seus
trito Federal ou Município) por meio de uma lei cria uma pes-
agentes (pessoas físicas). Como partes das entidades que
soa jurídica de direito público – autarquia e a ela atribui a
integram, os órgãos são meros instrumentos de ação dessas
titularidade (não a plena, mas a decorrente de lei) e a execu-
pessoas jurídicas, preordenados ao desempenho das funções
ção de serviço público descentralizado.
que lhes forem atribuídas pelas normas de sua constituição e
funcionamento. Para a eficiente realização de suas funções
Doutrina minoritária permite, ignorando o DL 200/67, a
cada órgão é investido de determinada competência, redistri-
transferência da titularidade legal e da execução de serviço
buída entre seus cargos, com a correspondente parcela de
público a pessoa jurídica de direito privado. Essa classificação
poder necessária ao exercício funcional de seus agentes.
permitiria no Brasil a transferência da titularidade legal e da
execução dos serviços às sociedades de economia mista e às
Embora despersonalizados, os órgãos mantêm relações
empresas públicas.
funcionais entre si e com terceiros, das quais resultam efeitos
jurídicos internos e externos, na forma legal ou regulamentar.
Na descentralização por serviços, o ente descentralizado
E, a despeito de não terem personalidade Jurídica, os órgãos
passa a deter a "titularidade" e a execução do serviço nos
podem ter prerrogativas funcionais próprias que, quando
termos da lei não devendo e não podendo sofrer interferên-
infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo por
cias indevidas por parte do ente que lhe deu vida. Deve pois,
mandado de segurança.
desempenhar o seu mister da melhor forma e de acordo com
a estrita demarcação legal.
A atuação dos órgãos é imputada à pessoa jurídica que
eles integram, mas nenhum órgão a representa juridicamente.
A descentralização por colaboração é a que se verifica
A representação legal da entidade é atribuição de determina-
quando por meio de contrato (concessão de serviço público)
dos agentes (pessoas físicas), tais como os Procuradores
ou de ato administrativo unilateral (permissão de serviço
judiciais e administrativos e, em alguns casos, o próprio Chefe
público), se transfere a execução de determinado serviço
do Executivo (CPC, art. 12, I, II e VI). Não se confunda, por-
público a pessoa jurídica de direito privado, previamente exis-
tanto, a imputação da atividade funcional do órgão à pessoa
tente, conservando o poder público, in totum, a titularidade do
jurídica com a representação desta perante a Justiça ou ter-
serviço, o que permite ao ente público dispor do serviço de
ceiros: a imputação é da atuação do órgão à entidade a que
acordo com o interesse público.
ele pertence; a representação é perante terceiros ou em juízo,
por certos agentes.
Feitas as distinções concernentes ao tema, vale recordar
que a descentralização não se confunde com a desconcen-
Não há entre a entidade e seus órgãos relação de repre-
tração.
sentação ou de mandato, mas sim de imputação, porque a
atividade dos órgãos identifica-se e confunde-se com a da
A desconcentração é procedimento eminentemente inter-
pessoa jurídica. Daí por que os atos dos Órgãos são havidos
no, significando, tão somente, a substituição de um órgão por

Direito Administrativo 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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como da própria entidade que eles compõem. Assim, os ór- gram a categoria dos agentes políticos, inconfundíveis com os
gãos do Estado são o próprio Estado compartimentado em servidores das respectivas instituições.
centros de competência, destinados ao melhor desempenho
das funções estatais. Por sua vez, a vontade psíquica do Órgãos autônomos são os localizados na cúpula da Ad-
agente (pessoa física) expressa a vontade do órgão, que é a ministração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes
vontade do Estado, do Governo e da Administração. e diretamente subordinados a seus chefes. Têm ampla auto-
nomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se
Quando o agente ultrapassa a competência do órgão sur- como órgãos diretivos, com funções precípuas de planeja-
ge a sua responsabilidade pessoal perante a entidade; como mento, supervisão, coordenação e controle das atividades
também, quando esta desconsidera direitos do titular do ór- que constituem sua área de competência. Participam das
gão, pode ser compelida judicialmente a respeitá-los. Há, decisões governamentais e executam com autonomia as suas
pois, que distinguir a atuação funcional do agente, sempre funções específicas, mas segundo diretrizes dos órgãos inde-
imputável à Administração, da atuação pessoal do agente pendentes, que expressam as opções políticas do Governo.
além da sua competência funcional ou contra a Administra-
ção, na defesa de direitos individuais de servidor público: São órgãos autônomos os Ministérios, as Secretarias de
aquela deflui de relações orgânicas; esta resulta de relações Estado e de Município, a Advocacia-Geral da União e todos
de serviço. os demais órgãos subordinados diretamente aos Chefes de
Poderes, aos quais prestam assistência e auxílio imediatos.
Classificação dos órgãos públicos — Como as ativida- Seus dirigentes, em regra, não são funcionários, mas sim
des governamentais e administrativas são múltiplas e varia- agentes políticos nomeados em comissão.
das, os órgãos que irão realizá-las se apresentam diferença-
dos na escala estatal, multiformes na sua estrutura e diversifi- Órgãos superiores são os que detêm poder de direção,
cados nas suas atribuições e funcionamento, procurando controle, decisão e comando dos assuntos de sua competên-
adaptar-se às especializadas funções que lhes são atribuídas. cia específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao
Daí a presença de Órgãos legislativos, executivos e judiciá- controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não gozam de
rios; de órgãos de direção, deliberação, planejamento, asses- autonomia administrativa nem financeira, que são atributos
soramento e execução; de órgãos superiores e inferiores; de dos órgãos independentes e dos autônomos a que perten-
órgãos centrais, regionais e locais; de órgãos administrativos, cem. Sua liberdade funcional restringe-se ao planejamento e
jurídicos e técnicos; de órgãos normativos e fiscalizadores; de soluções técnicas, dentro da sua área de competência, com
órgãos simples e compostos; de órgãos singulares e colegia- responsabilidade pela execução, geralmente a cargo de seus
dos, e tantos outros. órgãos subalternos.

Muitas classificações têm sido elaboradas para os órgãos Nessa categoria estão as primeiras repartições dos órgãos
públicos, na sua maioria sem interesse prático, pelo que nos independentes e dos autônomos, com variadas denomina-
permitimos omiti-las, para grupá-los apenas quanto à sua ções, tais como Gabinetes, Secretarias - Gerais, Inspetorias -
posição estatal, estrutura e atuação funcional, porque essas Gerais, Procuradorias Administrativas e Judiciais, Coordena-
divisões revelam as características próprias de cada categoria dorias, Departamentos e Divisões. O nome dado ao órgão é
e facilitam a compreensão de seu funcionamento, suas prer- irrelevante; o que importa para caracterizá-lo superior é a
rogativas e seu relacionamento interno e externo. preeminência hierárquica na área de suas atribuições. Assim,
num Ministério ou numa Secretaria de Estado poderão existir
Órgãos independentes, autônomos, superiores e su- tantos órgãos superiores quantas forem as áreas em que o
balternos: quanto à posição estatal, ou seja, relativamente à órgão autônomo se repartir para o melhor desempenho de
posição ocupada pelos órgãos na escala governamental ou suas atribuições.
administrativa, eles se classificam em: independentes, autô-
nomos, superiores e subalternos, como veremos a seguir. Órgãos subalternos são todos aqueles que se acham hi-
erarquizados a órgãos mais elevados, com reduzido poder
Órgãos independentes são os originários da Constituição decisório e predominância de atribuições de execução. Desti-
e representativos dos Poderes de Estado — Legislativo, Exe- nam-se à realização de serviços de rotina, tarefas de formali-
cutivo e Judiciário—, colocados no ápice da pirâmide gover- zação de atos administrativos, cumprimento de decisões
namental, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcio- superiores e primeiras soluções em casos individuais, tais
nal, e só sujeitos aos controles constitucionais de um Poder como os que, nas repartições públicas, executam as ativida-
pelo outro. Por isso, são também chamados órgãos primários des-meios e atendem ao público, prestando-lhe informações e
do Estado. Esses órgãos detêm e exercem precipuamente as encaminhando seus requerimentos, como são as portarias e
funções políticas judiciais e quase-judiciais outorgadas dire- seções de expediente.
tamente pela Constituição, para serem desempenhadas pes-
soalmente por seus membros (agentes políticos, distintos de Órgãos simples ou compostos: quanto à estrutura, os ór-
seus servidores, que são agentes administrativos), segundo gãos podem ser simples ou compostos.
normas especiais e regimentais.
Órgãos simples ou unitários são os constituídos por um
Nessa categoria encontram-se as Corporações Legislati- só centro de competência. Essa unitariedade tem levado
vas (Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado alguns autores a identificar o órgão simples com o cargo de
Federal, Assembleias Legislativas, Câmaras de Vereadores), seu agente e com o próprio agente, o que é um erro; o órgão
as Chefias de Executivo (Presidência da República, Governa- é a unidade de ação; o cargo é o lugar reservado ao agente; e
dorias dos Estados e do Distrito Federal, Prefeituras Munici- o agente é a pessoa física que exercita as funções do órgão.
pais), os Tribunais Judiciários e os Juízos singulares (Supre-
mo Tribunal Federal, Tribunais Superiores Federais, Tribunais O que tipifica o órgão como simples ou unitário é a inexis-
Regionais Federais, Tribunais de Justiça e de Alçada dos tência de outro órgão incrustado na sua estrutura, para reali-
Estados-membros, Tribunais do Júri e Varas das Justiças zar desconcentradamente sua função principal ou para auxili-
Comum e Especial). De se incluir, ainda, nesta classe o Minis- ar seu desempenho. O número de seus cargos e agentes não
tério Público federal e estadual e os Tribunais de Contas da influi na unidade orgânica se esta é mantida num único centro
União, dos Estados-membros e Municípios, os quais são de competência, como ocorre numa portaria, que é órgão
órgãos funcionalmente independentes e seus membros inte- simples ou unitário, com diversos cargos e agentes.

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a convocação da sessão até a proclamação do resultado da
Órgãos compostos são os que reúnem na sua estrutura votação. Observe-se, neste ponto, que a nulidade de um ou
outros órgãos menores, com função principal idêntica (ativi- de alguns votos não invalida a manifestação do Órgão se,
dade-fim realizada de maneira desconcentrada) ou com fun- excluídos aqueles, ainda remanescer a maioria necessária a
ções auxiliares diversificadas (atividades-meios atribuídas a favor da decisão impugnada.
vários órgãos menores). Assim, uma Secretaria de Educação
órgão composto tem na sua estrutura muitas unidades escola- Nas relações com a própria Administração e com terceiros
res, órgãos menores com atividade-fim idêntica e órgãos de os órgãos colegiados são representados por seus dirigentes,
pessoal, de material, de transporte etc. —órgãos menores e não por seus membros, conjunta ou isoladamente. O ato
com atividades-meios diversificadas que auxiliam a realização colegial só é necessário para a manifestação da vontade do
do ensino, mas todos eles integrados e hierarquizados ao órgão no desempenho específico de suas funções. Assim, as
órgão maior. Corporações Legislativas, os Tribunais e as Comissões deli-
beram e decidem por seus plenários e câmaras, mas se fa-
No órgão composto, o maior e de mais alta hierarquia en- zem representar juridicamente e se administram por seus
volve os menores e inferiores, formando com eles um sistema Presidentes, Chefes ou Procuradores.
orgânico, onde as funções são desconcentradas (e não des-
centralizadas), isto é, distribuídas a vários centros de compe- Apreciados os órgãos públicos como centros de compe-
tência, que passam a realizá-las com mais presteza e especi- tência, aptos à realização das funções do Estado, vejamos,
alização, mas sempre sob a supervisão do órgão mais alto e agora, as pessoas físicas que atuam como seus agentes, com
fiscalização das chefias imediatas, que têm o poder de avo- parcelas de seu poder.
cação e de revisão dos atos das unidades menores, salvo nos
órgãos independentes. AGENTES PÚBLICOS
Órgãos singulares ou colegiados: quanto à atuação São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou
funcional, os órgãos podem ser singulares ou colegiados. transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Os
agentes normalmente desempenham funções do órgão, dis-
Órgãos singulares ou unipessoais são os que atuam e tribuídas entre os cargos de que são titulares, mas excepcio-
decidem através de um único agente, que é seu chefe e re- nalmente podem exercer funções sem cargo. A regra é a
presentante. Esses órgãos podem ter muitos outros agentes atribuição de funções múltiplas e genéricas ao órgão, as quais
auxiliares, como normalmente os têm, mas o que caracteriza são repartidas especificamente entre os cargos, ou individu-
sua singularidade ou unipessoalidade é o desempenho de almente entre os agentes de função sem cargo. Em qualquer
sua função precípua por um só agente investido como seu hipótese, porém, o cargo ou a função pertence ao Estado, e
titular. São exemplos desses órgãos a Presidência da Repú- não ao agente que o exerce, razão pela qual o Estado pode
blica, as Governadorias dos Estados, as Prefeituras Munici- suprimir ou alterar cargos e funções sem nenhuma ofensa
pais, que concentram as funções executivas das respectivas aos direitos de seus titulares, como podem desaparecer os
entidades estatais, enfeixam-nas num só cargo de chefia titulares sem extinção dos cargos e funções.
suprema e atribuem seu exercício a um único titular.
Os cargos, como já vimos, são apenas os lugares criados
A formação e manifestação de vontade desses órgãos, ou no órgão para serem providos por agentes que exercerão as
seja, sua atuação funcional, não exigem formalidades nem suas funções na forma legal. O cargo é lotado no órgão e o
procedimentos especiais, bastando a autenticação do Chefe agente é investido no cargo. Por aí se vê que o cargo integra
para que se tornem eficazes nos limites de sua competência o órgão, ao passo que o agente, como ser humano, unica-
legal. mente titulariza o cargo para servir ao órgão. Órgão,função e
cargo são criações abstratas da lei; agente é a pessoa huma-
Órgãos colegiados ou pluripessoais são todos aqueles na, real, que infunde vida, vontade e ação a essas abstrações
que atuam e decidem pela manifestação conjunta e majoritá- legais.
ria da vontade de seus membros. Nos órgãos colegiados não
prevalece a vontade individual de seu Chefe ou Presidente, As funções são os encargos atribuídos aos órgãos, cargos
nem a de seus integrantes isoladamente: o que se impõe e e agentes. O órgão normalmente recebe a função in genere e
vale juridicamente é a decisão da maioria, expressa na forma a repassa aos seus cargos in specie, ou a transfere direta-
legal, regimental ou estatutária. mente a agentes sem cargo, com a necessária parcela de
poder público para o seu exercício. Toda função é atribuída e
A atuação desses órgãos tem procedimento próprio, que delimitada por norma legal. Essas atribuição e delimitação
se desenvolve nesta ordem: convocação, sessão, verificação funcional configuram a competência do órgão, do cargo e do
de quorum e de impedimentos, discussão, votação e procla- agente, ou seja, a natureza da função e o limite de poder para
mação do resultado. Com a proclamação do resultado torna- o seu desempenho. Daí por que, quando o agente ultrapassa
se inalterável a deliberação colegial, só admitindo modificação esse limite, atua com abuso ou excesso de poder.
ou correção através de novo pronunciamento do órgão, se
cabível, (por via recursal ou de ofício) Portanto, na estrutura e organização do Estado e da Ad-
ministração distingue-se nitidamente poder, órgão, função,
Após a votação, os votos vencedores da maioria fundem- competência, cargo e agente. Neste tópico interessam-nos os
se unitariamente num ato simples (e não complexo, como agentes públicos, para conceituá-los, classificá-los e situá-los
erroneamente pensam alguns) e os votos vencidos da minoria no quadro geral do Governo e da Administração.
ficam sem efeito jurídico na constituição do resultado, só
servindo para ensejar recurso (embargos), quando legalmente Os agentes públicos, gênero que acima conceituamos, re-
admitido. partem-se inicialmente em quatro espécies ou categorias bem
diferençadas, a saber: agentes políticos, agentes administrati-
Como as deliberações e decisões dos Órgãos colegiados vos, agentes honoríficos e agentes delegados, que, por sua
estão sempre formalmente vinculadas a um procedimento vez, se subdividem em subespécies ou subcategorias, como
legal para sua emissão e validade, o desrespeito a esse pro- veremos a seu tempo. Essa classificação não corresponde
cedimento, tal seja a sua relevância, pode conduzir à nulidade exatamente à dos demais autores pátrios, mas se nos afigura
do ato final. Essa ilegalidade é possível apresentar-se desde a mais lógica e condizente com a realidade nacional, como
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procuraremos demonstrar a seguir. cas ou governamentais; são unicamente servidores públicos,
com maior ou menor hierarquia, encargos e responsabilida-
Agentes políticos: são os componentes do Governo nos des profissionais dentro do órgão ou da entidade a que ser-
seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções, vem, conforme o cargo ou a função em que estejam investi-
mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação dos. De acordo com a posição hierárquica que ocupam e as
ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais. funções que lhes são cometidas, recebem a correspondente
Esses agentes atuam com plena liberdade funcional, desem- parcela de autoridade pública para o seu desempenho no
penhando suas atribuições com prerrogativas e responsabili- plano administrativo, sem qualquer poder político. Suas atri-
dades próprias, estabelecidas na Constituição e em leis espe- buições, de chefia, planejamento, assessoramento ou execu-
ciais. Não são servidores públicos, nem se sujeitam ao regime ção permanece no âmbito das habilitações profissionais pos-
jurídico único estabelecido pela Constituição de 1988. Têm tas remuneradamente a serviço da Administração. Daí por
normas específicas para sua escolha, investidura, conduta e que tais agentes respondem sempre por simples culpa pelas
processo por crimes funcionais e de responsabilidade, que lesões que causem à Administração ou a terceiros no exercí-
lhes são privativos. cio de suas funções ou a pretexto de exercê-las, visto que os
atos profissionais exigem perícia técnica e perfeição de ofício.
Os agentes políticos exercem funções governamentais,
judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais, condu- Esses agentes administrativos ficam em tudo e por tudo
zindo os negócios públicos, decidindo e atuando com inde- sujeitos ao regime da entidade a que servem e às normas
pendência nos assuntos de sua competência. São as autori- específicas do órgão em que trabalham, e, para efeitos crimi-
dades públicas supremas do Governo e da Administração na nais, são considerados funcionários públicos, nos expressos
área de sua atuação, pois não estão hierarquizadas, sujeitan- termos do art. 327 do CP.
do-se apenas aos graus e limites constitucionais e legais de
jurisdição. Em doutrina, os agentes políticos têm plena liber- A categoria dos agentes administrativos — espécie do gê-
dade funcional, equiparável à independência dos juízes nos nero agente público — constitui a imensa massa dos presta-
seus julgamentos, e, para tanto, ficam a salvo de responsabi- dores de serviços à Administração direta e indireta do Estado
lização civil por seus eventuais erros de atuação, a menos nas seguintes modalidades admitidas pela Constituição da
que tenham agido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de República de 1988: a) servidores públicos concursados (art.
poder. 37,II); b) servidores públicos exercentes de cargos em comis-
são ou função de confiança, sem concurso, escolhidos, prefe-
Realmente, a situação dos que governam e decidem é rencialmente, entre “servidores ocupantes de cargo de carrei-
bem diversa da dos que simplesmente administram e execu- ra técnica ou profissional” (art. 37, V); c) servidores temporá-
tam encargos técnicos e profissionais, sem responsabilidade rios, contratados “por tempo determinado para atender a
de decisão e de opções políticas. Daí por que os agentes necessidade temporária de excepcional interesse público”
políticos precisam de ampla liberdade funcional e maior res- (art. 37, IX).
guardo para o desempenho de suas funções. As prerrogativas
que se concedem aos agentes políticos não são privilégios Esses servidores públicos sujeitam-se ao disposto no art.
pessoais; são garantias necessárias ao pleno exercício de 37 e incisos; todavia, somente os servidores da Administração
suas altas e complexas funções governamentais e decisórias. direta, das autarquias e das fundações públicas é que estão
Sem essas prerrogativas funcionais os agentes políticos fica- adstritos ao regime jurídico único imposto pela atual Carta,
riam tolhidos na sua liberdade de opção e de decisão, ante o nos termos do art. 39.
temor de responsabilização pelos padrões comuns da culpa
civil e do erro técnico a que ficam sujeitos os funcionários Agentes honoríficos: são cidadãos convocados, desig-
profissionalizados. nados ou nomeados para prestar, transitoriamente, determi-
nados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica,
Nesta categoria encontram-se os Chefes de Executivo de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade profissi-
(Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus onal, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário e,
auxiliares imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de normalmente, sem remuneração. Tais serviços constituem o
Município); os membros das Corporações Legislativas (Sena- chamado múnus público, ou serviços públicos relevantes, de
dores, Deputados e Vereadores); os membros do Poder Judi- que são exemplos a função de jurado, de mesário eleitoral,
ciário (Magistrados em geral); os membros do Ministério Pú- de presidente ou membro de comissão de estudo ou de jul-
blico (Procuradores da República e da Justiça, Promotores e gamento e outros dessa natureza.
Curadores Públicos); os membros dos Tribunais de Contas
(Ministros e Conselheiros); os representantes diplomáticos e Os agentes honoríficos não são funcionários públicos,
demais autoridades que atuem com independência funcional mas momentaneamente exercem uma função pública e, en-
no desempenho de atribuições governamentais, judiciais ou quanto a desempenham, sujeitam-se à hierarquia e disciplina
quase judiciais, estranhas ao quadro do serviço público. do órgão a que estão servindo, podendo perceber um pro
labore e contar o período de trabalho como de serviço públi-
Agentes administrativos: são todos aqueles que se vin- co. Sobre estes agentes eventuais do Poder Público não
culam ao Estado ou às suas entidades autárquicas e fundaci- incidem as proibições constitucionais de acumulação de car-
onais por relações profissionais, sujeitos à hierarquia funcio- gos, funções ou empregos (art. 37, XVI e XVII), porque sua
nal e ao regime jurídico único da entidade estatal a que ser- vinculação com o Estado é sempre transitória e a título de
vem. São investidos a título de emprego e com retribuição colaboração cívica, sem caráter empregatício. Somente para
pecuniária, em regra por nomeação, e excepcionalmente por fins penais é que esses agentes são equiparados a funcioná-
contrato de trabalho ou credenciamento. Nessa categoria rios públicos quanto aos crimes relacionados com o exercício
incluem-se, também, os dirigentes de entidades paraestatais da função, nos expressos termos do art. 327 do CP.
(não os seus empregados), como representantes da Adminis-
tração indireta do Estado, os quais, nomeados ou eleitos, Agentes delegados: são particulares que recebem a in-
passam a ter vinculação funcional com órgãos públicos da cumbência da execução de determinada atividade, obra ou
Administração direta, controladores da entidade. serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e
risco, mas segundo as normas do Estado e sob a permanente
Os agentes administrativos não são membros de Poder de fiscalização do delegante. Esses agentes não são servidores
Estado, nem o representam, nem exercem atribuições políti- públicos, nem honoríficos, nem representantes do Estado;

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todavia, constituem uma categoria à parte de colaboradores ca (arts. 2º e 14), para mandatos nas Corporações Legislati-
do Poder Público. Nessa categoria encontram-se os conces- vas (Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembleias
sionários e permissionários de obras e serviços públicos, os Legislativas e Câmaras Municipais) ou nas Chefias dos Exe-
serventuários de ofícios ou cartórios não estatizados, os leilo- cutivos (Presidente da República, Governadores de Estados-
eiros, os tradutores e intérpretes públicos, as demais pessoas membros, Governadores do Distrito Federal e Prefeitos Muni-
que recebem delegação para a prática de alguma atividade cipais). O fundamento dessa investidura é a condição cívica
estatal ou serviço de interesse coletivo. do cidadão, razão pela qual não se exigem do candidato re-
quisitos profissionais, mas apenas a plenitude de seus direitos
Embora nossa legislação seja omissa a respeito, esses políticos, nos termos da legislação eleitoral. Considera-se,
agentes, quando atuam no exercício da delegação ou a pre- também, investidura política a dos altos cargos do Governo,
texto de exercê-la e lesam direitos alheios, devem responder como os de Ministros e Secretários de Estado, Ministros dos
civil e criminalmente sob as mesmas normas da Administra- Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República e Go-
ção Pública de que são delegados, ou seja, com responsabili- vernadores de Territórios, com a diferença de que os eleitos
dade objetiva pelo dano (CF, art. 37, § 6º), e por crime funcio- exercem mandato por tempo certo, só cassável, em princípio,
nal, se for o caso (CP, art. 327); pois não é justo e jurídico pelo Plenário da respectiva corporação, e os nomeados, car-
que a só transferência da execução de uma obra ou de um go em comissão (de confiança), sendo, por isso mesmo, exo-
serviço originariamente público a particular descaracterize sua neráveis ad nutum, a qualquer tempo.
intrínseca natureza estatal e libere o executor privado das
responsabilidades que teria o Poder Público se o executasse É de se distinguir, todavia, a eleição política da eleição
diretamente. Por essa mesma razão é que a lei de mandado administrativa, visto que aquela é feita diretamente pelo povo,
de segurança considera “autoridade”, para fins de impetração, ou indiretamente, por seus representantes, para uma investi-
“as pessoas naturais ou jurídicas com funções delegadas do dura cívica, e esta é realizada internamente pelos próprios
Poder Público, somente no que entende com essas funções” pares do eleito, no seio do colegiado, ou por votantes (não
(Lei 1.533/51, art. 1º, § 1º). Não se confunda, entretan- eleitores) da categoria profissional a que pertence o candidato
to,funções delegadas com atividades meramente fiscalizadas ao mandato. Merece, ainda, distinção entre o eleito para inte-
pelo Estado: aquelas têm origem e natureza públicas; estas grar um colegiado ou para dirigi-lo e o que é nomeado para o
são e continuam sendo particulares, sem equiparação aos mesmo órgão pelo Executivo: aquele exerce um mandato
atos estatais. administrativo; este, uma delegação administrativa da própria
Administração, e por isso mesmo pode ser destituído da fun-
Ainda sobre a conduta desses agentes, entendemos que o ção sumariamente e a qualquer tempo pelo delegante, embo-
Estado tem responsabilidade subsidiária pelos seus atos ra a renovação do colegiado tenha prazo certo. O mesmo
funcionais lesivos aos usuários ou terceiros, desde que a ocorre com algumas investiduras políticas por nomeação,
vítima comprove a insolvência do delegado, devedor principal. dependentes de aprovação pelo Legislativo, mas que podem
Note-se bem que a responsabilidade do delegante não é ser desconstituídas a qualquer tempo e sem mais formalida-
conjunta nem solidária com a do delegado; é subsidiária, ou des pelo Executivo, como podem prosseguir além do mandato
seja, supletiva da do causador do dano na execução da dele- do nomeante, independentemente de nova aprovação e no-
gação, se este se revelar incapaz de satisfazer a indenização meação.
devida. Nenhuma responsabilidade, porém, suporta o dele-
gante pelos atos negociais do delegado para a execução da Investidura originária e derivada: investidura originária é
obra ou do serviço, pois quem com ele contrata o faz em a que vincula inicialmente o agente ao Estado, tal como a
termos particulares, sem qualquer vinculação com o Poder primeira nomeação para cargo público a que se refere a
Público delegante. Constituição (art. 37, II); investidura derivada é aquela que se
baseia em anterior vinculação do agente com a Administra-
Agentes credenciados: são os que recebem a incum- ção, como a promoção, a transferência, a remoção, a reinte-
bência da Administração para representá-la em determinado gração etc. Para o funcionalismo em geral, a investidura origi-
ato ou praticar certa atividade específica, mediante remunera- nária depende de concurso público de provas, ou de provas e
ção do Poder Público credenciante. títulos, salvo as dispensas indicadas em lei; a investidura
derivada normalmente se faz por seleção interna pelo sistema
Investidura dos agentes públicos Todo agente público de mérito e tempo de serviço, na forma estatutária.
vincula-se ao Estado por meio de ato ou procedimento legal a
que se denomina investidura, variável na forma e nos efeitos, Investidura vitalícia, efetiva e em comissão: investidura
segundo a natureza do cargo, do emprego, da função ou do vitalícia é a que tem caráter perpétuo, como a dos Magistra-
mandato que se atribui ao investido. dos, e cuja destituição exige processo judicial; investidura
efetiva é a que tem presunção de definitividade, para tornar o
A investidura pode ser administrativa ou política; originária agente estável no serviço após o estágio probatório, pelo que
ou derivada; vitalícia, efetiva ou em comissão, e outras formas a sua destituição depende de processo administrativo; inves-
temporárias. tidura em comissão é a de natureza transitória, para cargos
ou funções de confiança, sendo o agente exonerável ad nu-
Investidura administrativa: é toda aquela que vincula o tum, a qualquer tempo, e independentemente de justificativa.
agente a cargo, função ou mandato administrativo, atendidos Nesta modalidade de investidura o agente não adquire estabi-
os requisitos de capacidade e idoneidade que a lei estabele- lidade no serviço público, nem as vantagens da função inte-
cer. Destina-se, em geral, à composição dos quadros do ser- gram seu patrimônio, dada a precariedade de seu exercício.
viço público, em sentido amplo, abrangendo o pessoal dos
três Poderes e dos serviços autárquicos e fundacionais. A A investidura efetiva é própria dos cargos do quadro per-
forma usual dessa investidura é a nomeação, por decreto ou manente da Administração, ocupados pela grande massa do
portaria, mas admite, também, a admissão, a designação, a funcionalismo, com provimento inicial por concurso, para o
contratação e a eleição administrativa, nos termos regulamen- desempenho de atividades técnicas e administrativas do Es-
tares, regimentais ou estatutários. tado, com caráter de exercício profissional. Diversamente, a
investidura em comissão é adequada para os agentes públi-
Investidura política: realiza-se, em regra, por eleição di- cos de alta categoria, chamados a prestar serviços ao Estado,
reta ou indireta, mediante sufrágio universal, ou restrito a sem caráter profissional, e até mesmo de natureza honorífica
determinados eleitores, na forma da Constituição da Repúbli- e transitória. Tais agentes, em sua maioria, são delegados ou

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representantes do Governo, pessoas de sua confiança, provi- pessoal, de material).
dos nos altos postos do Estado, para o desempenho de fun-
ções diretivas ou missões transitórias características de mú- 3.3.2 Quanto à estrutura
nus público. Os órgãos podem ser:
simples ou unitários, constituídos por um único centro de
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO: AD- atribuições, sem subdivisões internas, como ocorre
MINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA. com as seções integradas em órgãos maiores; e
compostos, constituídos por vários outros órgãos, como
acontece com os Ministérios e as Secretarias de Esta-
do.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
Administração Direta é aquela composta por órgãos li- 3.3.3 Quanto à composição
gados diretamente ao poder central, federal, estadual ou Classificam-se em:
municipal. São os próprios organismos dirigentes, seus minis- singulares, quando integrados por um único agente, como
térios e secretarias. a Presidência da República e a Diretoria de uma esco-
la;
Administração Indireta é aquela composta por entidades b) coletivos, quando integrados por vários agentes, como
com personalidade jurídica própria, que foram criadas para o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Naci-
realizar atividades de Governo de forma descentralizada. São onal.
exemplos as Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista. 4. Desconcentração
É uma distribuição interna de competências, ou seja, uma
ADMINISTRAÇÃO DIRETA divisão de competências dentro da mesma pessoa jurídica.
1. Conceito
Constituída dos órgãos e serviços integrados na estrutura Fonte:
administrativa da Presidência da República, Governo dos http://www.alexandremagno.com/novo/administracao-direta
Estados e do DF, Prefeituras e dos Ministérios e Secretarias
(DL 200/67). ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Carlos Eduardo Guerra
2. Centralização administrativa
A atividade administrativa é centralizada quando é exerci- 1 Administração Indireta
da diretamente pelas entidades políticas estatais (União, 1.1 Noção
Estados, Municípios e Distrito Federal), ou seja, pelo conjunto A base da ideia da Administração Indireta encontra-se no
de órgãos que as compõem. instituto da descentralização, que vem a ser a distribuição de
competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica.
3. Órgãos públicos
3.1 Conceito Nos próximos capítulos iremos desenvolver melhor o te-
Órgão público é a unidade de atuação integrante da estru- ma. Agora, só afirmamos que a descentralização pode ser
tura da Administração direta e da estrutura da Administração feita de várias formas, com destaque a descentralização por
indireta (Lei 9.784/99). Tem estrutura, competência própria, serviços, que se verifica quando o poder público (União, Es-
quadro de servidores, poderes funcionais, mas não personali- tados, Municípios ou Distrito Federal) cria uma pessoa jurídica
dade jurídica. de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a
Exemplos: Ministério da Justiça, Secretaria de Administra- execução de determinado serviço público, surgindo as entida-
ção, Receita Federal etc. des da Administração Indireta.
3.2 Relação do Estado com os agentes públicos A Administração Indireta, na análise de Hely Lopes Mei-
Considerando que o Estado é pessoa jurídica e que, como relles, é o conjunto dos entes (entidades com personalidade
tal não dispõe de vontade própria, ele atua sempre por meio jurídica) que vinculados a um órgão da Administração Direta,
de pessoas físicas, os agentes públicos. Assim, de acordo prestam serviço público ou de interesse público.
com a teoria do órgão ou da imputação, a pessoa jurídica
manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de tal modo 1.2 Divisão
que quando os agentes que os compõem manifestam sua São as seguintes as entidades da Administração Indireta:
vontade, é como se o próprio Estado o fizesse. Autarquia
Empresa Pública
3.3 Classificação Sociedade de Economia Mista
3.3.1 Quanto à posição estatal Fundação Pública
a) Independentes, originários da CF e representativos
dos três Poderes de Estado, sem qualquer subordina- 1.3 Características
ção hierárquica (Casas Legislativas, Chefia do Execu- As entidades da Administração Indireta possuem, neces-
tivo, Tribunais e o Ministério Público); sária e cumulativamente, as seguintes características:
b) autônomos, se localizam na cúpula da Administração, personalidade jurídica;
subordinados diretamente à chefia dos órgãos inde- patrimônio próprio;
pendentes (Ministérios, Secretarias de Estado e de vinculação a órgãos da Administração Direta.
Município);
c) superiores, órgãos de direção, controle e comando, 1.4 Personalidade Jurídica Própria
mas sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico Para que possam desenvolver suas atividades, as entida-
de uma chefia, não gozam de autonomia administrati- des da administração indireta são dotadas de personalidade;
va ou financeira (departamentos, coordenadorias, divi- consequentemente, podem adquirir direitos e assumir obriga-
sões); ções por conta própria, não necessitando, para tanto, das
d) subalternos, se acham subordinados hierarquicamente pessoas políticas.
a órgãos superiores de decisão, exercendo principal-
mente funções de execução (seções de expediente, de 1.5 Patrimônio Próprio

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Em função da característica anterior, as entidades possu- 2.3 Personalidade Jurídica de Direito Público
em patrimônio próprio, distinto das pessoas políticas. Tendo personalidade jurídica, as autarquias são sujeitos
de direito, ou seja, são de titulares de direitos e obrigações
1.6 Vinculação aos Órgãos da Administração Direta próprios, distintos dos pertencentes ao ente político (União,
As entidades da Administração Indireta são vinculadas Estado, Município ou Distrito Federal) que as institui.
aos órgãos da Administração Direta, com o objetivo principal
de possibilitar a verificação de seus resultados, a harmoniza- Submetem-se a regime jurídico de direito público quanto à
ção de suas atividades políticas com a programação do Go- criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios e sujei-
verno, a eficiência de sua gestão e a manutenção de sua ções, ou melhor, apresentam as características das pessoas
autonomia financeira, operacional e financeira, através dos públicas, como por exemplo as prerrogativas tributárias, o
meios de controle estabelecido em lei. regime jurídico dos bens e as normas aplicadas aos servido-
res.
Alguns denominam este controle de tutela, definida por
Maria Sylvia Zanella Di Pietro como a fiscalização que os Por tais razões, são classificadas como pessoas jurídicas
órgãos centrais das pessoas públicas políticas (União, Esta- de direito público.
dos, Distrito Federal e Municípios) exercem sobre as pessoas
administrativas descentralizadas, nos limites definidos em lei, 2.4 Capacidade Específica
para garantir a observância da legalidade e o cumprimento de Outra característica destas entidades é capacidade espe-
suas finalidades institucionais. cífica, significando que as autarquias só podem desempenhar
as atividades para as quais foram instituídas, ficando, por
Não significa a tutela que os entes da Administração Indi- conseguinte, impedidas de exercer quaisquer outras ativida-
reta estejam hierarquicamente subordinados à Administração des.
Direta ocorrendo apenas uma descentralização. A subordina-
ção ocorre entre os órgãos da Administração, denominando- Como exceção a esta regra temos as autarquias territori-
se de hierarquia ou autotutela. ais (os territórios), que são dotadas de capacidade genérica.

A autora estabelece diferenças sensíveis entre tutela (vin- O atributo da capacidade específica é o denominado co-
culação) e hierarquia, conforme o quadro a seguir. mumente de princípio da especialidade ou especialização.

Tutela (Vinculação) Hierarquia (Autotutela) 2.5 Descentralização Administrativa Financeira


As autarquias desempenham atividades tipicamente públi-
A tutela supõe a existência cas. O ente político "abre mão" do desempenho de determi-
de duas pessoas jurídicas, A hierarquia existe dentro nado serviço, criando entidades com personalidade jurídica
uma das quais exercendo de uma mesma pessoa (autarquias) apenas com o objetivo de realizar tal serviço.
controle sobre a outra (a jurídica, quando, por exem-
pessoa política controla as plo, um Ministério controla Por força de tal característica, as autarquias são denomi-
entidades da Administração seus próprios órgãos. nadas de serviços públicos descentralizados, serviços públi-
Indireta). cos personalizados ou serviços estatais descentralizados.
A hierarquia existe inde-
A tutela não se presume, 2.6 Criação por Lei Específica
pendentemente de previsão
só existindo quando a lei a De acordo com a nova redação dada pela emenda consti-
legal, pois é inerente à
estabelece. tucional nº 19 ao art. 37, XIX, da Constituição da República,
organização administrativa.
as autarquias são criadas por lei específica. Para extingui-las
entretanto, faz-se é necessária somente uma lei ordinária,
2 AUTARQUIA não necessitando ser específica.
2.1 Noção
A origem do vocábulo autarquia é grega, significando qua- Se a União desejar criar dez autarquias, será necessária a
lidade do que se basta a si mesmo, autonomia, entidade au- promulgação de dez leis ordinárias distintas. Caso pretenda
tônoma. extingui-las, bastará uma única lei.
A ideia da autarquia reside na necessidade da pessoa po- 3 EMPRESA PÚBLICA
lítica criar uma entidade autônoma (com capacidade de admi- 3.1 Noção
nistrar-se com relativa independência e não de maneira abso- A exploração da atividade econômica deve ser realizada,
luta, visto que há a fiscalização do ente criador) para a reali- em regra geral, pelo setor privado, mas, excepcionalmente, tal
zação de atividade tipicamente pública, sendo uma das for- atividade pode ser realizada diretamente pelo setor público,
mas de materialização da descentralização administrativa. respeitado o disposto no art. 173 da Constituição da Repúbli-
ca.
Nesta linha de pensamento, autarquias são entes adminis- Por várias vezes o Poder Público institui entidades para a
trativos autônomos, criados por lei específica, com personali- realização de atividades típicas do setor privado, como a
dade jurídica de direito público interno, para a consecução de indústria, o comércio e a bancária, regidas pelas mesmas
atividades típicas do poder público, que requeiram, para uma normas da iniciativa privada.
melhor execução, gestão financeira e administrativa descen- Esses entes podem ser a empresa pública ou a sociedade
tralizada. de economia mista. Neste tópico dedicaremos ao estudo da
primeira.
2.2 Características As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito pri-
As autarquias possuem as seguintes características: vado criadas por autorização legislativa específica, com capi-
personalidade jurídica de direito público; tal exclusivamente público, para realizar atividades econômi-
realização de atividades especializadas (capacidade cas ou serviços públicos de interesse da Administração insti-
específica), em regra; tuidora nos moldes da iniciativa particular, podendo revestir
descentralização administrativa e financeira; de qualquer forma admitida em direito.
criação por lei específica.
3.2 Características

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As empresas públicas possuem as seguintes característi-
cas: São semelhantes à empresa pública, tendo como diferen-
personalidade jurídica de direito privado; ças básicas o fato do capital ser diversificado (capital público
capital exclusivamente público; e privado) e só podendo ter a forma de sociedade anônima.
realização, em regra, de atividades econômicas;
revestimento de qualquer forma admitida no Direito; Sociedade de Economia
derrogações (alterações parciais) do regime de direito Aspectos Empresa Pública
Mista
privado
por normas de direito público; Parte do capital pertencen-
criação por autorização legislativa específica. te ao Poder Público e
Capital exclusiva-
Capital outra parte ao setor priva-
mente público
3.3 Personalidade Jurídica de Direito Privado do, tendo, sempre, o con-
Por realizarem, em regra, atividades econômicas, o art. trole público.
173 da Constituição da República estabelece que devem as Qualquer forma
empresas ter o mesmo tratamento jurídico da iniciativa priva- Somente a forma de Soci-
Forma admitida em Direi-
da, inclusive no que tange às obrigações tributárias e traba- edade Anônima.
to.
lhistas.
De acordo com o
3.4 Capital Exclusivamente Público art. 109 da CF, as
A grande distinção entre a empresa pública e a sociedade causas de interes- As causas de interesse
de economia mista está na distribuição do capital, pois na se das empresas das sociedades de eco-
primeira (empresa pública) só há capital público, ou seja, todo públicas federais nomia mista federais serão
Competência
o capital pertence ao poder público, inexistindo capital priva- serão julgadas na julgadas na Justiça Esta-
do. Justiça Federal, dual, com exceção das
com exceção das causas trabalhistas.
3.5 Atividades Econômicas causas trabalhis-
As empresas públicas não realizam atividades típicas do tas.
poder público, mas sim atividades econômicas em que o
Poder Público tenha interesse próprio ou considere conveni- 4.2 Características
entes à coletividade. As sociedades de economia mista possuem as seguintes
características:
Atualmente, admitem a doutrina e a jurisprudência que as personalidade jurídica de direito privado;
empresas públicas podem exercer serviços públicos, sendo capital público e privado;
tratadas, neste caso, como concessionárias de serviço públi- realização de atividades econômicas;
co, continuando a ser aplicado o direito privado. revestimento da forma de Sociedade Anônima;
detenção por parte do Poder Público de no mínimo a
3.6 Qualquer Forma Admitida no Direito maioria das ações com direito a voto;
As empresas públicas, de acordo com o Decreto-Lei derrogações (alterações parciais) do regime de direito
200/67, podem revestir-se de qualquer forma admitida no privado
Direito, inclusive a forma de Sociedade Anônima. por normas de direito público;
criação por autorização legislativa específica.
3.7 Derrogações do Regime de Direito Privado Por
Normas de Direito Público 4.3 Personalidade Jurídica de Direito Privado
Apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado, não Como as empresas públicas, as sociedades de economia
se aplica o Direito Privado integralmente às Empresas Públi- mista também possuem personalidade jurídica de direito pri-
cas, pois são entidades da Administração Pública algumas vado.
normas públicas são aplicadas a estes entes, com destaque a
obrigatoriedade de realizarem licitações e concursos públicos, 4.4 Capital Público e Privado
e a vedação de seus servidores acumularem cargos públicos Diferente da empresa pública, cujo capital pertence exclu-
de forma remunerada. sivamente ao Poder Público, na sociedade de economia mista
é possível que haja capital privado. Apenas deve ser desta-
3.8 Criação por Autorização Legislativa Específica cado que o controle será público, tendo o Estado a maioria
De acordo com a nova redação dada pela emenda consti- absoluta das ações com direito a voto.
tucional nº 19 ao art. 37, XIX, da Constituição da República, a
criação das empresas públicas necessita de autorização le- 4.5 Atividades Econômicas
gislativa específica. Para extingui-las precisa-se apenas de Da mesma forma que as empresas públicas, as socieda-
uma autorização legislativa, não necessitando ser específica des de economia mista também realizam atividades econômi-
cas ou serviços públicos.
3.9- Divisão das Empresas Públicas
As empresas públicas dividem-se em: 4.6 Forma de Sociedade Anônima
empresas públicas unipessoais - são as que o capital As sociedades de economia mista, por força de lei, são
pertence a uma só pessoa pública. regidas pela forma de sociedade anônima, diferente da em-
empresas públicas pluripessoais - são as que o capital presa pública que pode ter qualquer forma admitida em direi-
pertence a várias pessoas públicas. to.

4 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 4.7 Derrogações do Regime de Direito Privado


4.1 Noção Como às empresas públicas, não se aplica o regime de di-
As sociedades de economia mista são as pessoas jurídi- reito privado na íntegra.
cas de direito privado, com a participação do Poder Público e
de particulares no seu capital, criadas para a realização de 4.8 Criação por Autorização Legislativa Específica
atividade econômica de interesse coletivo, podendo, também, De acordo com a nova redação dada pela emenda consti-
exercer serviços públicos. tucional nº 19 ao art. 37, XIX, da Constituição da República, a

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criação das sociedades de economia mista será igual a das entidades paraestatais, por meio de alguns doutrinadores e
empresas públicas, necessitando de autorização legislativa conclusões próprias sobre o assunto, buscar o verdadeiro
específica. significado da sua definição conceitual, seu objeto, sua com-
petência, suas relações com a Administração Pública Direta
A extinção também será igual a da empresa pública, ou (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), seu regime
seja, é preciso a autorização legislativa, não necessitando ser administrativo interno e com terceiros.
específica.
1 BREVE HISTÓRICO
5 FUNDAÇÃO PÚBLICA Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello o termo Enti-
5.1 Noção dades Paraestatais foi empregado pela primeira vez na Itália,
Existem dois tipos de fundação, uma regida pelo Direito em 1924. O objetivo era alcançar um meio termo entre as
Público e outra por normas privadas. pessoas públicas e privadas, por não se tratar de nenhuma
das duas especificadamente. Posteriormente, ainda, na Itália,
Em primeiro lugar, devemos definir fundação como sendo essa designação, tratava de autarquias de base fundacional.
a atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio, que a
vontade humana destina a uma finalidade social. Trata-se de No Brasil o vocábulo era utilizado para indicar de uma
um patrimônio com personalidade. forma geral toda a Administração Pública Indireta. Após o
decreto-lei n.200 de 25 de fevereiro de 1967, tornou-se uma
As fundações públicas são instituídas pelo poder público, conceituação imprecisa que muda de doutrinador para doutri-
com, é claro, patrimônio público afetado a um fim público. nador.

5.2 Características 2 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE CELSO ANTONIO


As fundações públicas possuem as seguintes característi- BANDEIRA DE MELLO
cas: A expressão abrange pessoas privadas que colaboram
são criadas por dotação patrimonial; com o Estado desempenhando atividade não lucrativa e à
desempenham atividade atribuída ao Estado no âmbi- qual o Poder Público dispensa especial proteção, colocando a
to social; serviço delas manifestações de seu poder de império, como o
sujeitam ao controle ou tutela por parte da Adminis- tributário, por exemplo. Não Abrange as sociedades de eco-
tração Direta; nomia mista e as empresas públicas; trata-se de pessoas
possuem personalidade jurídica de direito público, em privadas que exercem função típica (embora não exclusiva do
regra; Estado).
criação por autorização legislativa específica.
3 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE MARÇAL JUSTEN FI-
5.3 Dotação Patrimonial LHO
Como ensina a doutrina, a fundação pública vem a ser um Entidade paraestatal ou serviço social autônomo é uma
patrimônio dotado de personalidade jurídica, assim, para ser pessoa jurídica de direito privado criada por lei, atuando sem
criada, é necessária a dotação de um de conjunto de bens submissão à Administração Pública, promover o atendimento
(patrimônio). de necessidades assistenciais e educacionais de certas ativi-
dades ou categorias profissionais que arcam com sua manu-
5.4 Atividade Social tenção mediante contribuições compulsórias.
O objetivo da fundação é a realização de atividade social,
educacional ou cultural, como saúde, educação, cultura, 4 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE HELY LOPES MEI-
meio-ambiente e assistência social. RELLES
São pessoas jurídicas de direito público, cuja criação é au-
5.5 Personalidade Jurídica de Direito Público torizada por lei específica (CF, art. 37, XIX e XX), com patri-
Com o advento da nova Constituição, como ensina Celso mônio público ou misto, para realização de atividades, obras
Antônio Bandeira de Mello as fundações públicas passaram ou serviços de interesse coletivo, sob normas e controle do
a ter o mesmo tratamento jurídico das autarquias, sendo as- estado. Não se confundem com as autarquias nem com as
sim, classificadas como pessoas jurídicas de direito público. fundações públicas, e também não se identificam com as
entidades estatais. Responde por seus débitos, exercem
Entretanto, essa visão não é unânime, Maria Sylvia Zan- direitos e contraem obrigações, são autônomas.
ella Di Pietro e Hely Lopes Meirelles entende que a Funda-
ção Pública pode ser de Direito Público ou Privado conforme Hely Lopes Meirelles acredita que o paraestatal é gênero,
a lei instituidora. e, diferente de Celso Antonio Bandeira de Mello, do qual são
espécies distintas as empresas públicas, sociedades de eco-
No nosso entender a emenda nº 19 tendeu a dar razão a nomia mista e os serviços sociais autônomos, as duas primei-
esta última corrente, pois estabeleceu a criação da fundação ras compondo a administração indireta e a última, a categoria
pública de forma semelhante a das empresas públicas. dos entes da cooperação.

5.6 Criação por Autorização Legislativa Específica 5 CARACTERÍSTICAS


De acordo com a nova redação dada pela emenda consti- É mais fácil visualizar as diferenças entre os doutrinadores
tucional nº 19 ao art. 37, XIX, da Constituição da República, do que as semelhanças, porém vê-se em todos, por obvio,
as fundações públicas, como as empresas públicas e as soci- tratar-se de uma pessoa jurídica de direito privado e criada
edades de economia mista, são criadas por autorização legis- por lei.
lativa específica, entretanto para extingui-las é necessária
apenas uma autorização legislativa, não necessitando ser Sua etimologia indica que as entidades paraestatais são
específica. entes paralelos ao estado, encontrando-se ao lado da Admi-
nistração Pública para exercer atividades de interesse daque-
AS ENTIDADES PARAESTATAIS le. Não são submissas à administração pública, seu patrimô-
nio pode ser público ou misto e se de interesse coletivo po-
INTRODUÇÃO dem ser fomentadas pelo Estado.
Pretende-se com essa breve exposição sobre o tema: as

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Segundo Hely Lopes Meirelles: capital privado.”
“As entidades estatais prestam-se a executar atividades
impróprias do poder público, mas de utilidade pública, de 6 RELAÇÕES COM TERCEIROS
interesse da coletividade e, por isso, fomentadas pelo estado, As Entidades Paraestatais estão sujeitas a licitação, se-
assim, sendo seus dirigentes sujeitos ao mandado de segu- guindo a lei 8.666/83, para compras, obras, alienações e
rança e ação popular.” serviços no geral, segundo o artigo 17 da referida lei. Quando
imóveis dependerão de avaliação prévia e de licitação na
Elas voltam-se às necessidades Coletivas normalmente modalidade de concorrência. Sendo apenas dispensada a
relacionadas, segundo Marçal Justen Filho com questões licitação nos seguintes casos:
assistenciais, educacionais ou categorias profissionais. Não “a) dação em pagamento; “
se confundem com as autarquias nem com as fundações b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou
públicas. entidade da Administração Pública, de qualquer esfera de
governo;
Apesar de se tratar de pessoa jurídica de direito privado, c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos
devem ser impostas algumas regras de direito público. “Gra- constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
ças à natureza supra-individual dos interesses atendidos e o d) investidura;
cunho tributário dos recursos envolvidos, estão sujeitas à e) venda a outro órgão ou entidade da administração pú-
fiscalização do Estado nos termos e condições estabelecidas blica, de qualquer esfera de governo (Incluída pela Lei n.
na legislação de cada uma”. 8.883, de 1994);
f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou
As entidades paraestatais estão localizadas no terceiro se- permissão de uso de bens imóveis construídos e destinados
tor porque não se tratam do estado e nem de atividade priva- ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacio-
da lucrativa, tratam-se de atividades de interesse coletivo nais de interesse social, por órgãos ou entidades da adminis-
protegendo os valores da ordem pública. tração pública especificamente criados para esse fim (Incluída
pela Lei n. 8.883, de 1994);
Quanto às espécies de entidades paraestatais, elas vari- g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o
am de doutrinador para doutrinador. Hely Lopes Meirelles art. 29 da Lei n. 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante
acredita que elas se dividem em empresas públicas, socieda- iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública
des de economia mista e os serviços sociais autônomos, em cuja competência legal inclua-se tal atribuição (Incluído
diferente de Celso Antônio Bandeira de Mello que diz serem pela Lei n. 11.196, de 2005).”
as pessoas privadas que exercem função típica (não exclusi-
va do Estado), como as de amparo aos hiposuficientes, de Também dependerão de avaliação prévia e de licitação os
assistência social, de formação profissional. moveis, sendo esta dispensada segundo os termos da lei nos
seguintes casos:
Para Marçal Justen Filho elas são sinônimos de serviço “a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de
social autônomo voltada à satisfação de necessidades coleti- interesse social, após avaliação de sua oportunidade e con-
vas e supra-individuais, relacionadas com questões assisten- veniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra
ciais e educacionais. forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou en-
Ana Patrícia Aguilar insere as organizações sociais na ca- tidades da Administração Pública;
tegoria de entidades paraestatais, por serem pessoas priva- c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa,
das que atuam em colaboração com o Estado, "desempe- observada a legislação específica;
nhando atividade não lucrativa e às quais o Poder Público d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
dispensa especial proteção", recebendo, para isso, dotação e) venda de bens produzidos ou comercializados por ór-
orçamentária por parte do Estado. gãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de
suas finalidades;
Possui como objeto a formação de instituições empresari- f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos
ais tendo na maioria das vezes em seu bojo a contribuição ou entidades da Administração Pública, sem utilização previ-
com o interesse coletivo, sendo a sua atuação materialmente sível por quem deles dispõe.“
administrativa não governamental. Hely Lopes Meirelles diz
ser normalmente seu objeto: Podendo também ter regulamentos próprios para licitar,
mas com observância da lei. Devendo ser aprovados pela
“A execução de uma atividade econômica empresarial, autoridade superior e obedecer ao princípio da publicidade.
podendo ser também uma atividade não econômica de inte-
resse coletivo ou, mesmo, um serviço público ou de utilidade 7 REGIME INTERNO
pública delegado pelo Estado. Seus empregados estão sujeitos ao regime Celetista, CLT.
Têm que ser contratados através de “concurso público de
No primeiro caso a entidade paraestatal há que revestir a acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou empre-
forma de empresa pública ou sociedade de economia mista, go, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão”.
devendo operar sob as mesmas normas e condições das
empresas particulares congêneres, para não lhes fazer con- A administração varia segundo a modalidade, civil ou co-
corrência, como dispõe expressamente a CF; nos outros mercial, que a lei determinar. Seus dirigentes são estabeleci-
casos o estado é livre para escolher a forma e estrutura da dos na forma da lei ou do estatuto. Podendo ser unipessoal
entidade e operá-la como lhe convier, porque em tais hipóte- ou colegiada. Eles estão sujeitos a mandado de segurança e
ses não está intervindo no domínio econômico reservado à ação popular.
iniciativa privada.
8 RELAÇÕES COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DI-
O patrimônio dessas entidades pode ser constituído com RETA
recursos particulares ou contribuição pública, ou por ambas Criadas por lei e de Competência comum das pessoas po-
as formas conjugadas. Tais empreendimentos, quando de líticas. (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
natureza empresarial, admitem lucros e devem mesmo pro-
duzi-los, para desenvolvimento da instrução e atrativo do Possuem autonomia administrativa e financeira não de-

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pendendo do Estado e nem tendo submissão a ele, tendo Com relação aos serviços de Engenharia, o gerenciamen-
fiscalização do controle/tutela por ter valor relevante social. to encontra respaldo jurídico na Lei 5.194/66 que teve seu art.
83 revogado pela nova Lei 8.666/93.
São Fomentadas, se de Interesse Coletivo pelo Estado,
Agência reguladora é uma pessoa jurídica de Direito
mediante contrato gestão. Pode ter seu capital público ou
misto. O fomento pode ser em forma de subvenção, financia- público interno, geralmente constituída sob a forma de
mento, favor fiscais objetivando uma repercussão coletiva e autarquia especial ou outro ente da administração indireta,
desapropriação. cuja finalidade é regular e/ou fiscalizar a atividade de
determinado setor da economia de um país, a exemplo dos
Extintas por lei porque ninguém pode gerir os destinos de setores de energia elétrica, telecomunicações, produção e
uma entidade criada em função do interesse coletivo. comercialização de petróleo, recursos hídricos, mercado
audiovisual, planos e seguros de saúde suplementar,
CONCLUSÃO mercado de fármacos e vigilância sanitária, aviação civil,
As Entidades Paraestatais possuem uma conceituação transportes terrestres ou aquaviários etc.
bastante confusa em que seus doutrinadores entram, em As Agências Reguladoras são criadas através de Leis e
diversas matérias, em contradição uns com os outros. tem natureza de Autarquia com regime jurídico especial.
Consistem em autarquias com poderes especiais, integrantes
Celso Antonio Bandeira de Mello acredita que não se tra- da administração pública indireta, que se dispõe a fiscalizar e
tam as sociedades de economia mista e as empresas públi- regular as atividades de serviços públicos executados por
cas de paraestatais, Sendo acompanhado por Marçal Justen empresas privadas, mediante prévia concessão, permissão
Filho que acredita serem apenas entidades paraestatais os ou autorização.
serviços sociais autônomos.
Estas devem exercer a fiscalização, controle e, sobretudo,
Diferentemente do que eles acreditam, Hely Lopes Meirel- poder regulador incidente sobre serviços delegado a terceiros.
les acredita que as empresas públicas e as sociedades de Correspondem, assim, a autarquias sujeitas a regime especial
economia mista se tratam sim de paraestatais junto com os criadas por lei para aquela finalidade especifica. Diz-se que
serviços sociais autônomos. seu regime é especial, ante a maior ou menor autonomia que
detém e a forma de provimento de seus cargos diretivos (por
Hely Lopes Meirelles diz que as entidades paraestatais mandato certo e afastada a possibilidade de exoneração
podem ser lucrativas por serem empresariais. Já Ana Patrícia ad nutum, ou seja, a qualquer momento). Não são, porém,
Aguiar, Celso Antonio Bandeira de Mello e Marçal Justen independentes. Estão sujeitas ao mesmo tratamento das
Filho discordam dizendo que elas devem ser não lucrativas. autarquias, e passiveis de idênticos mecanismos de controle.

São Fomentados pelo Estado, através de contrato social,


quando são de interesse coletivo. Não se submetem ao Esta- PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO
do porque são autônomos financeiramente e administrativa- PÚBLICA
mente, porém por terem relevância social e se tratar de capi- Nívea Carolina de Holanda Seresuela
tal público, integral ou misto, sofrem fiscalização do contro-
le/tutela, para não fugirem dos seus fins. INTRODUÇÃO
A denominada função administrativa do Estado submete-
Tem como objetivo a formação de instituições que contri- se a um especial regime jurídico. Trata-se do denominado
buam com os interesses sociais através da realização de regime de direito público ou regime jurídico-administrativo.
atividades, obras ou serviços. Sua característica essencial reside, de um lado, na admissibi-
lidade da ideia de que a execução da lei por agentes públicos
NOTAS: exige o deferimento de necessárias prerrogativas de autori-
dade, que façam com que o interesse público juridicamente
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, predomine sobre o interesse privado; e de outro, na formula-
22ª edição, São Paulo, 1997. ção de que o interesse público não pode ser livremente dis-
1 - JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrati- posto por aqueles que, em nome da coletividade, recebem o
vo. São Paulo:Saraiva, 2005. dever-poder de realizá-los. Consiste, na verdade, no regime
2 - Artigo 37, II da Constituição Federal. jurídico decorrente da conjugação de dois princípios básicos:
Fonte - http://advbr.info/doutrinas/doutadm16.htm o princípio da supremacia dos interesses públicos e o da
indisponibilidade dos interesses públicos.
Organizações Sociais
Organização Social é uma qualificação dada às entidades Neste sentido, temos o ilustre posicionamento de CAR-
privadas sem fins lucrativos (associações, fundações ou soci- DOZO:
edades civis), que exercem atividades de interesse público. "Estes, são princípios gerais, necessariamente não positi-
Esse título permite que a organização receba recursos orça- vados de forma expressa pelas normas constitucionais, mas
mentários e administre serviços, instalações e equipamentos que consistem nos alicerces jurídicos do exercício da função
do Poder Público, após ser firmado um Contrato de Gestão administrativa dos Estados. Todo o exercício da função admi-
com o Governo Federal. nistrativa, direta ou indiretamente, será sempre por eles influ-
enciados e governado"
Contrato De Gestão
É aquele em que o Governo atribui ao gerenciador a con- Tomando o conceito de Administração Pública em seu
dução de um empreendimento, reservando para si a compe- sentido orgânico, isto é, no sentido de conjunto de órgãos e
tência decisória final e responsabilizando-se pelos encargos pessoas destinados ao exercício da totalidade da ação execu-
financeiros da execução das obras e serviços projetados, com tiva do Estado, a nossa Constituição Federal positivou os
os respectivos equipamentos para sua implantação e opera- princípios gerais norteadores da totalidade de suas funções,
ção. considerando todos os entes que integram a Federação brasi-
leira (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Destarte, os princípios inerentes à Administração Pública

Direito Administrativo 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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são aqueles expostos no art. 37 de nossa vigente Constitui- o princípio da legalidade,
ção. Alguns, diga-se de pronto, foram positivados de forma o princípio da impessoalidade,
expressa. Outros, de forma implícita ou tácita. o princípio da moralidade,
o princípio da publicidade
Antes de procedermos à analise de cada um dos princí- e o princípio da eficiência.
pios que regem o Direito Administrativo, cabe novamente
acentuar, que estes princípios se constituem mutuamente e Passemos, então, a estudá-los uniformemente.
não se excluem, não são jamais eliminados do ordenamento
jurídico. Destaca-se ainda a sua função programática, forne- PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
cendo as diretrizes situadas no ápice do sistema, a serem Referido como um dos sustentáculos da concepção de Es-
seguidas por todos os aplicadores do direito. tado de Direito e do próprio regime jurídico-administrativo, o
princípio da legalidade vem definido no inciso II do art. 5.º da
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO Constituição Federal quando nele se faz declarar que:
PÚBLICA (De Acordo Com A Emenda Constitucional n.º "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
19/98) coisa senão em virtude de lei".
Primeiramente, cumpre distinguir o que é Administração
Pública. Assim, MEIRELLES elabora o seu conceito: Desses dizeres decorre a ideia de que apenas a lei, em
"Em sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto regra, pode introduzir inovações primárias, criando novos
de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Go- direitos e novos deveres na ordem jurídica como um todo
verno; em sentido material, é o conjunto das funções neces- considerada
sárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacio-
nal, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, No campo da administração Pública, como unanimemente
dos serviços do próprio Estado ou por ele assumidos em reconhecem os constitucionalistas e os administrativistas,
benefício da coletividade. Numa visão global, a Administração afirma-se de modo radicalmente diferente a incidência do
Pública é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado princípio da legalidade. Aqui, na dimensão dada pela própria
à realização de seus serviços, visando à satisfação das ne- indisponibilidade dos interesses públicos, diz-se que o admi-
cessidades coletivas ". nistrador, em cumprimento ao princípio da legalidade, "só
pode atuar nos termos estabelecidos pela lei". Não pode este
A Administração Pública, ainda, pode ser classificada co- por atos administrativos de qualquer espécie (decreto, porta-
mo: direta e indireta. A Direta é aquela exercida pela adminis- ria, resolução, instrução, circular etc.) proibir ou impor com-
tração por meio dos seus órgãos internos (presidência e mi- portamento a terceiro, se ato legislativo não fornecer, em boa
nistros). A Indireta é a atividade estatal entregue a outra pes- dimensão jurídica, ampara a essa pretensão (6). A lei é seu
soa jurídica (autarquia, empresa pública, sociedade de eco- único e definitivo parâmetro.
nomia mista, fundações), que foram surgindo através do au-
mento da atuação do Estado. Temos, pois, que, enquanto no mundo privado se coloca
como apropriada a afirmação de que o que não é proibido é
A Constituição Federal, no art. 37, caput, trata dos princí- permitido, no mundo público assume-se como verdadeira a
pios inerentes à Administração Pública: ideia de que a Administração só pode fazer o que a lei anteci-
"Administração Pública direta e indireta de qualquer dos padamente autoriza.
Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoa- Deste modo, a afirmação de que a Administração Pública
lidade, moralidade, publicidade e eficiência" deve atender à legalidade em suas atividades implica a noção
de que a atividade administrativa é a desenvolvida em nível
Trata-se, portanto, de princípios incidentes não apenas imediatamente infralegal, dando cumprimento às disposições
sobre os órgãos que integram a estrutura central do Estado, da lei. Em outras palavras, a função dos atos da Administra-
incluindo-se aqui os pertencentes aos três Poderes (Poder ção é a realização das disposições legais, não lhe sendo
Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário), nas também possível, portanto, a inovação do ordenamento jurídico, mas
de preceitos genéricos igualmente dirigidos aos entes que em tão-só a concretização de presságios genéricos e abstratos
nosso país integram a denominada Administração Indireta, ou anteriormente firmados pelo exercente da função legislativa.
seja, autarquias, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e as fundações governamentais ou estatais Sobre o tema, vale trazer a ponto a seguinte preleção de
(4). MELLO:
"Para avaliar corretamente o princípio da legalidade e cap-
Destarte, os princípios explicitados no caput do art. 37 tar-lhe o sentido profundo cumpre atentar para o fato de que
são, portanto, os da legalidade, da impessoalidade, da mora- ele é a tradução jurídica de um propósito político: o de subme-
lidade, da publicidade e da eficiência. Outros se extraem dos ter os exercentes do poder em concreto – administrativo – a
incisos e parágrafos do mesmo artigo, como o da licitação, o um quadro normativo que embargue favoritismos, persegui-
da prescritibilidade dos ilícitos administrativos e o da respon- ções ou desmandos. Pretende-se através da norma geral,
sabilidade das pessoas jurídicas (inc. XXI e §§ 1.º a 6.º). To- abstrata e impessoal, a lei, editada pelo Poder Legislativo –
davia, há ainda outros princípios que estão no mesmo artigo que é o colégio representativo de todas as tendências (inclu-
só que de maneira implícita, como é o caso do princípio da sive minoritárias) do corpo social – garantir que a atuação do
supremacia do interesse público sobre o privado, o da finali- Executivo nada mais seja senão a concretização da vontade
dade, o da razoabilidade e proporcionalidade. geral"

Vejamos, agora, o significado de cada um dos precitados De tudo isso podemos extrair uma importante conclusão.
princípios constitucionais da Administração Pública. Contrariamente ao que ocorre em outros ordenamentos jurídi-
cos, inexiste qualquer possibilidade de ser juridicamente acei-
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS ta, entre nós, a edição dos denominados decretos ou regula-
Caput Do Art. 37 mentos "autônomos ou independentes". Como se sabe, tais
Conforme mencionado anteriormente, os princípios consti- decretos ou regulamentos não passam de atos administrati-
tucionais explícitos são aqueles presentes no art. 37, da vos gerais e normativos baixados pelo chefe do Executivo,
Constituição Federal, de maneira expressa. Assim, são eles: com o assumido objetivo de disciplinar situações anteriormen-

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te não reguladas em lei. E, sendo assim, sua prática encontra ensejar predileções ou discriminações de qualquer natureza.
óbice intransponível no modus constitucional pelo qual se fez
consagrar o princípio da legalidade em nossa Lei Maior. Será, portanto, tida como manifestadamente violadora
desse princípio, nessa dimensão, por exemplo, o favoreci-
Regulamento, em nosso país, portanto, haverá de ser mento de parentes e amigos (nepotismo), a tomada de deci-
sempre o regulamento de uma lei, ou de dispositivos legais sões administrativas voltadas à satisfação da agremiação
objetivamente existentes. Qualquer tentativa em contrário partidária ou facção política a que se liga o administrador
haverá de ser tida como manifestamente inconstitucional. (partidarismo), ou ainda de atos restritivos ou sancionatórios
que tenham por objetivo a vingança pessoas ou a persegui-
Princípio Da Impessoalidade ção política pura e simples (desvio de poder).
O princípio ou regra da impessoalidade da Administração
Pública pode ser definido como aquele que determina que os Dessa perspectiva, o princípio da impessoalidade insere-
atos realizados pela Administração Pública, ou por ela dele- se por inteiro no âmbito do conteúdo jurídico do princípio da
gados, devam ser sempre imputados ao ente ou órgão em isonomia, bem como no do próprio princípio da finalidade.
nome do qual se realiza, e ainda destinados genericamente à
coletividade, sem consideração, para fins de privilegiamento Perfilhando este entendimento, sustenta MELLO:
ou da imposição de situações restritivas, das características "No princípio da impessoalidade se traduz a ideia de que a
pessoais daqueles a quem porventura se dirija. Em síntese, Administração tem que tratar a todos os administrados sem
os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismo
funcionário que os pratica mas ao órgão ou entidade adminis- nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades
trativa em nome do qual age o funcionário. pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na
atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de
A mera leitura dessa definição bem nos revela que esse facções ou grupos de qualquer espécie. O princípio em causa
princípio pode ser decomposto em duas perspectivas diferen- é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia".
tes: a impessoalidade do administrador quando da prática do
ato e a impessoalidade do próprio administrado como destina- Princípio Da Moralidade
tário desse mesmo ato. Já na Antiguidade se formulava a ideia de que as condi-
ções morais devem ser tidas como uma exigência imposter-
Com efeito, de um lado, o princípio da impessoalidade gável para o exercício das atividades de governo. Segundo
busca assegurar que, diante dos administrados, as realiza- informam os estudiosos, seria de Sólon a afirmação de que
ções administrativo-governamentais não sejam propriamente um "homem desmoralizado não poderá governar".
do funcionário ou da autoridade, mas exclusivamente da enti-
dade pública que a efetiva. Custeada com dinheiro público, a Todavia, foi neste século, pelos escritos de Hauriou, que o
atividade da Administração Pública jamais poderá ser apro- princípio da moralidade, de forma pioneira, se fez formular no
priada, para quaisquer fins, por aquele que, em decorrência campo da ciência jurídica, capaz de fornecer, ao lado da no-
do exercício funcional, se viu na condição de executá-la. É, ção de legalidade, o fundamento para a invalidação de seus
por excelência, impessoal, unicamente imputável à estrutura atos pelo vício denominado desvio de poder (15). Essa mora-
administrativa ou governamental incumbida de sua prática, lidade jurídica, a seu ver, deveria ser entendida como um
para todos os fins que se fizerem de direito. conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da
própria Administração, uma vez que ao agente público cabe-
Assim, como exemplos de violação a esse princípio, den- ria também distinguir o honesto do desonesto, a exemplo do
tro dessa particular acepção examinada, podemos mencionar que faz entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveni-
a realização de publicidade ou propaganda pessoa do admi- ente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno. Afinal,
nistrador com verbas públicas ou ainda, a edição de atos pondera, como já proclamavam os romanos "nem tudo que é
normativos com o objetivo de conseguir benefícios pessoais. legal é honesto" (nort omne quod licet honestum est).

No âmbito dessa particular dimensão do princípio da im- Hoje, por força da expressa inclusão do princípio da mora-
pessoalidade, é que está o elemento diferenciador básico lidade no caput do art. 37, a ninguém será dado sustentar, em
entre esse princípio e o da isonomia. Ao vedar o tratamento boa razão, sua não incidência vinculante sobre todos os atos
desigual entre iguais, a regra isonômica não abarca, em seus da Administração Pública. Ao administrador público brasileiro,
direitos termos, a ideia da imputabilidade dos atos da Admi- por conseguinte, não bastará cumprir os estritos termos da lei.
nistração ao ente ou órgão que a realiza, vedando, como Tem-se por necessário que seus tos estejam verdadeiramen-
decorrência direta de seus próprios termos, e em toda a sua te adequados à moralidade administrativa, ou seja, a padrões
extensão, a possibilidade de apropriação indevida desta por éticos de conduta que orientem e balizem sua realização. Se
agentes públicos. Nisso, reside a diferença jurídica entre assim não for, inexoravelmente, haverão de ser considerados
ambos. não apenas como imorais, mas também como inválidos para
todos os fins de direito.
Já, por outro ângulo de visão, o princípio da impessoalida-
de deve ter sua ênfase não mais colocada na pessoa do ad- Isto posto, CARDOSO fornece uma definição desse prin-
ministrador, mas na própria pessoa do administrado. Passa a cípio, hoje agasalhado na órbita jurídico-constitucional:
afirmar-se como uma garantia de que este não pode e não "Entende-se por princípio da moralidade, a nosso ver,
deve ser favorecido ou prejudicado, no exercício da atividade aquele que determina que os atos da Administração Pública
da Administração Pública, por suas exclusivas condições e devam estar inteiramente conformados aos padrões éticos
características. dominantes na sociedade para a gestão dos bens e interes-
ses públicos, sob pena de invalidade jurídica".
Jamais poderá, por conseguinte, um ato do Poder Público,
ao menos de modo adequado a esse princípio, vir a beneficiar Admite o art. 5.º, LXXIII, da Constituição Federal que
ou a impor sanção a alguém em decorrência de favoritismos qualquer cidadão possa ser considerado parte legítima para a
ou de perseguição pessoal. Todo e qualquer administrado propositura de ação popular que tenha por objetivo anular
deve sempre relacionar-se de forma impessoal com a Admi- atos entendidos como lesivos, entre outros, à própria morali-
nistração, ou com quem sem seu nome atue, sem que suas dade administrativa.
características pessoais, sejam elas quais forem, possam

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Por outra via, como forma de também fazer respeitar esse É relevante observar, todavia, que também a publicação
princípio, a nossa Lei Maior trata também da improbidade como a comunicação não implicam que o dever de publicida-
administrativa. de apenas possa vir a ser satisfeito pelo comprovado e efetivo
conhecimento de fato do ato administrativo por seus respecti-
A probidade administrativa é uma forma de moralidade vos destinatários. Deveras, basta que os requisitos exigidos
administrativa que mereceu consideração especial pela Cons- para a publicidade se tenham dado, nos termos previstos na
tituição, que pune o ímprobo com a suspensão de direitos ordem jurídica; e para o mundo do Direito não interessará se
políticos (art. 37, §4.º). na realidade fática o conhecimento da existência do ato e de
seu conteúdo tenha ou não chegado à pessoa atingida por
Deste modo, conceitua CAETANO: seus efeitos. Feita a publicação ou a comunicação dentro das
"A probidade administrativa consiste no dever de o "funci- formalidades devidas, haverá sempre uma presunção absolu-
onário servir a Administração com honestidade, procedendo ta da ciência do destinatário, dando-se por satisfeita a exigên-
no exercício das suas funções, sem aproveitar os poderes ou cia de publicidade. Salvo, naturalmente, se as normas vigen-
facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de ou- tes assim não determinarem.
trem a quem queira favorecer".
A moralidade administrativa e assim também a probidade Assim, se a publicação feita no Diário Oficial foi lida ou
são tuteladas pela ação popular, de modo a elevar a imorali- não, se a comunicação protocolada na repartição competente
dade a causa de invalidade do ato administrativo. A improbi- chegou ou não às mãos de quem de direito, se o telegrama
dade é tratada ainda com mais rigor, porque entra no orde- regularmente recebido na residência do destinatário chegou
namento constitucional como causa de suspensão dos direi- faticamente a suas mãos ou se eventualmente foi extraviado
tos políticos do ímprobo (art. 15, V), conforme estatui o art. por algum familiar, isto pouco ou nada importa se as formali-
37, § 4.º, in verbis: "Os atos de improbidade administrativa dades legais exigidas foram inteiramente cumpridas no caso.
importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimen- Nesse sentido, afirma MELLO:
to ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem preju- "O conhecimento do ato é um plus em relação à publici-
ízo de outras sanções cabíveis, podendo vir a configurar a dade, sendo juridicamente desnecessário para que este se
prática de crime de responsabilidade (art. 85, V). repute como existente (...). Quando prevista a publicação do
ato (em Diário Oficial), na porta das repartições (por afixação
Dessa forma, o desrespeito à moralidade, entre nós, não no local de costume), pode ocorrer que o destinatário não o
se limita apenas a exigir a invalidação – por via administrativa leia, não o veja ou, por qualquer razão, dele não tome efetiva
ou judicial – do ato administrativo violador, mas também a ciência. Não importa. Ter-se-á cumprido o que de direito se
imposição de outras consequências sancionatórias rigorosas exigia para a publicidade, ou seja, para a revelação do ato".
ao agente público responsável por sua prática.
Caberá à lei indicar, pois, em cada caso, a forma adequa-
Princípio Da Publicidade da de se dar a publicidade aos atos da Administração Pública.
A publicidade sempre foi tida como um princípio adminis- Normalmente, esse dever é satisfeito por meio da publicação
trativo, porque se entende que o Poder Público, por seu públi- em órgão de imprensa oficial da Administração, entendendo-
co, deve agir com a maior transparência possível, a fim de se com isso não apenas os Diários ou Boletins Oficiais das
que os administrados tenham, a toda hora, conhecimento do entidades públicas, mas também – para aquelas unidades da
que os administradores estão fazendo. Federação que não possuírem tais periódicos – os jornais
particulares especificamente contratados para o desempenho
Além do mais, seria absurdo que um Estado como o brasi- dessa função, ou outras excepcionais formas substitutivas,
leiro, que, por disposição expressa de sua Constituição, afir- nos termos das normas legais e administrativas locais.
ma que todo poder nele constituído "emana do povo" (art. 1.º,
parágrafo único, da CF), viesse a ocultar daqueles em nome Observe-se, porém, ser descabido, para fins do atendi-
do qual esse mesmo poder é exercido informações e atos mento de tal dever jurídico, como bem registrou Hely Lopes
relativos à gestão da res publica e as próprias linhas de dire- Meirelles, sua divulgação por meio de outros órgãos de im-
cionamento governamental. É por isso que se estabelece, prensa não escritos, como a televisão e o rádio, ainda que em
como imposição jurídica para os agentes administrativos em horário oficial, em decorrência da própria falta de segurança
geral, o dever de publicidade para todos os seus atos. jurídica que tal forma de divulgação propiciaria, seja em rela-
ção à existência, seja em relação ao próprio conteúdo de tais
Perfilhando esse entendimento, CARDOZO define este atos.
princípio:
"Entende-se princípio da publicidade, assim, aquele que Observe-se ainda que, inexistindo disposição normativa
exige, nas formas admitidas em Direito, e dentro dos limites em sentido oposto, tem-se entendido que os atos administra-
constitucionalmente estabelecidos, a obrigatória divulgação tivos de efeitos internos à Administração não necessitam ser
dos atos da Administração Pública, com o objetivo de permitir publicados para que tenham por atendido seu dever de publi-
seu conhecimento e controle pelos órgãos estatais competen- cidade. Nesses casos, seria admissível, em regra, a comuni-
tes e por toda a sociedade". cação aos destinatários. O dever de publicação recairia, as-
sim, exclusivamente sobre os atos administrativos que atin-
A publicidade, contudo, não é um requisito de forma do gem a terceiros, ou seja, aos atos externos.
ato administrativo, "não é elemento formativo do ato; é requi-
sito de eficácia e moralidade. Por isso mesmo os atos irregu- Temos, pois, que as formas pelas quais se pode dar publi-
lares não se convalidam com a publicação, nem os regulares cidade aos atos administrativos, nos termos do princípio cons-
a dispensam para sua exequibilidade, quando a lei ou o regu- titucional em exame, serão diferenciadas de acordo com o
lamento a exige". que reste expressamente estabelecido no Direito Positivo, e
em sendo omisso este, conforme os parâmetros estabeleci-
No que tange à forma de se dar publicidade aos atos da dos na teoria geral dos atos administrativos.
Administração, tem-se afirmado que ela poderá dar-se tanto
por meio da publicação do ato, como por sua simples comu- No que tange ao direito à publicidade dos atos administra-
nicação a seus destinatários. tivos, ou mais especificamente, quanto ao direito de ter-se
ciência da existência e do conteúdo desses atos, é de todo

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importante observar-se que ele não se limita aos atos já pu- tação social, ou vindo dela constar nomes, símbolos ou ima-
blicados, ou que estejam em fase de imediato aperfeiçoamen- gens que caracterizem promoção de agentes públicos, sua
to pela sua publicação. Ele se estende, indistintamente, a veiculação se dará em manifesta ruptura com a ordem jurídica
todo o processo de formação do ato administrativo, inclusive vigente, dando ensejo à responsabilização daqueles que a
quando a atos preparatórios de efeitos internos, como despa- propiciaram.
chos administrativos intermediários, manifestações e parece-
res. Princípio Da Eficiência
O princípio da eficiência, outrora implícito em nosso siste-
É, assim que se costuma dizer que constituem desdobra- ma constitucional, tornou-se expresso no caput do art. 37, em
mentos do princípio da publicidade o direito de receber dos virtude de alteração introduzida pela Emenda Constitucional
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou n. 19.
de interesse coletivo ou geral (art. 5.º, XXXIII, da CF) (29), o
direito à obtenção de certidões em repartições públicas, para É evidente que um sistema balizado pelos princípios da
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse moralidade de um lado, e da finalidade, de outro, não poderia
pessoal (art. 5.º, XXXIV, da CF), e, naturalmente, o direito de admitir a ineficiência administrativa. Bem por isso, a Emenda
acesso dos usuários a registros administrativos e atos de n. 19, no ponto, não trouxe alterações no regime constitucio-
governo (art. 37, § 3.º, II) (30). Evidentemente, uma vez viola- nal da Administração Pública, mas, como dito, só explicitou
dos esses direitos pelo Poder Público, poderão os prejudica- um comando até então implícito.
dos, desde que atendidos os pressupostos constitucionais e
legais exigidos para cada caso, valerem-se do habeas data Eficiência não é um conceito jurídico, mas econômico.
(art. 5.º, LXXII, da CF) (31), do mandado de segurança (art. Não qualifica normas, qualifica atividades. Numa ideia muito
5.º, LXX, da CF), ou mesmo das vias ordinárias. geral, eficiência significa fazer acontecer com racionalidade, o
que implica medir os custos que a satisfação das necessida-
É de ponderar, contudo, que os pareceres só se tornam des públicas importam em relação ao grau de utilidade alcan-
públicos após sua aprovação final pela autoridade competen- çado. Assim, o princípio da eficiência, orienta a atividade
te; enquanto em poder do parecerista ainda é uma simples administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados
opinião que pode não se tornar definitiva. As certidões, contu- com os meios escassos de que se dispõe e a menor custo.
do, não são elementos da publicidade administrativa, porque Rege-se, pois, pela regra de consecução do maior benefício
se destinam a interesse particular do requerente; por isso a com o menor custo possível.
Constituição só reco0nhece esse direito quando são requeri-
das para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de Discorrendo sobre o tema, sumaria MEIRELLES:
interesse pessoal (art. 5.º, XXXIV, b). "Dever de eficiência é o que se impõe a todo agente públi-
co de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e
É forçoso reconhecer, todavia, a existência de limites rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função
constitucionais ao princípio da publicidade. De acordo com administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada
nossa Lei Maior, ele jamais poderá vir a ser compreendido de apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o
modo a que propicie a violação da intimidade, da vida privada, serviço público e satisfatório atendimento das necessidades
da honra e da imagem das pessoas (art. 5.º, X, c/c. art. 37, § da comunidade e de seus membros" .
3.º, II (32), da CF), do sigilo da fonte quando necessário ao
exercício profissional (art. 5.º, XIV, da CF), ou com violação De início, parece de todo natural reconhecer que a ideia
de sigilo tido como imprescindível à segurança da sociedade de eficiência jamais poderá ser atendida, na busca do bem
e do Estado (art. 5.º, XXXIII, c/c. art. 37, § 3.º, II, da CF). comum imposto por nossa Lei Maior, se o poder Público não
vier, em padrões de razoabilidade, a aproveitar da melhor
Para finalizar, faz-se de extrema importância, perceber-se forma possível todos os recursos humanos, materiais, técni-
que o problema da publicidade dos atos administrativos, nos cos e financeiros existentes e colocados a seu alcance, no
termos do caput do art. 37 da Constituição da República, em exercício regular de suas competências.
nada se confunde com o problema da divulgação ou propa-
ganda dos atos e atividades do Poder Público pelos meios de Neste sentido, observa CARDOZO:
comunicação de massa, também chamadas – em má técnica "Ser eficiente, portanto, exige primeiro da Administração
– de "publicidade" pelo § 1.º desse mesmo artigo. Uma coisa Pública o aproveitamento máximo de tudo aquilo que a coleti-
é a publicidade jurídica necessária para o aperfeiçoamento vidade possui, em todos os níveis, ao longo da realização de
dos atos, a se dar nos termos definidos anteriormente. Outra suas atividades. Significa racionalidade e aproveitamento
bem diferente é a "publicidade" como propaganda dos atos de máximo das potencialidades existentes. Mas não só. Em seu
gestão administrativa e governamental. A primeira, como sentido jurídico, a expressão, que consideramos correta,
visto, é um dever constitucional sem o qual, em regra, os atos também deve abarcar a ideia de eficácia da prestação, ou de
não serão dotados de existência jurídica. A segunda é mera resultados da atividade realizada. Uma atuação estatal só
faculdade da Administração Pública, a ser exercida apenas será juridicamente eficiente quando seu resultado quantitativo
nos casos previstos na Constituição e dentro das expressas e qualitativo for satisfatório, levando-se em conta o universo
limitações constitucionais existentes. possível de atendimento das necessidades existentes e os
meios disponíveis".
Assim, afirma o § 1.º do art. 37:
"a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e Tem-se, pois, que a ideia de eficiência administrativa não
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, deve ser apenas limitada ao razoável aproveitamento dos
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar meios e recursos colocados à disposição dos agentes públi-
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção cos. Deve ser construída também pela adequação lógica
pessoal de autoridades ou servidores públicos" desses meios razoavelmente utilizados aos resultados efeti-
vamente obtidos, e pela relação apropriada desses resultados
Com isso, pretende esse dispositivo restringir de maneira com as necessidades públicas existentes.
clara a ação da Administração Pública, direta e indireta, quan-
to à divulgação de seus atos de gestão pelos meios de comu- Estará, portanto, uma Administração buscando agir de
nicação de massa. Inexistindo, na propaganda governamen- modo eficiente sempre que, exercendo as funções que lhe
tal, o caráter estritamente educativo, informativo ou de orien- são próprias, vier a aproveitar da forma mais adequada o que

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se encontra disponível (ação instrumental eficiente), visando das e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de
chegar ao melhor resultado possível em relação aos fins que governo, e empresas sob seu controle (art. 22, XXVII). Por-
almeja alcançar (resultado final eficiente). tanto, aos Estados, Distrito Federal e Municípios compete
legislar suplementarmente sobre a matéria no que tange ao
Desse teor, o escólio de CARDOZO: interesse peculiar de suas administrações.
"Desse modo, pode-se definir esse princípio como sendo
aquele que determina aos órgãos e pessoas da Administra- Princípio Da Prescritibilidade Dos Ilícitos Administra-
ção Direta e Indireta que, na busca das finalidades estabele- tivos
cidas pela ordem jurídica, tenham uma ação instrumental A prescritibilidade, como forma de perda da exigibilidade
adequada, constituída pelo aproveitamento maximizado e de direito, pela inércia de seu titular, é um princípio geral do
racional dos recursos humanos, materiais, técnicos e financei- direito. Logo, não é de se estranhar que ocorram prescrições
ros disponíveis, de modo que possa alcançar o melhor resul- administrativas sob vários aspectos, quer quanto às preten-
tado quantitativo e qualitativo possível, em face das necessi- sões de interessados em face da Administração, quer tanto às
dades públicas existentes" . desta em face de administrados. Assim é especialmente em
relação aos ilícitos administrativos. Se a Administração não
Seguindo essa linha de orientação, temos que, como des- toma providência à sua apuração e à responsabilização do
dobramento do princípio em estudo, a Constituição procurou agente, a sua inércia gera a perda do seu ius persequendi.
igualmente reforçar o sentido valorativo do princípio da eco-
nomicidade, que, incorporado literalmente pelo art. 70, caput, Desta maneira, o art. 37, § 5.º dispõe sobre este princípio:
da Carta Federal, nada mais traduz do que o dever de efici- "A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
ência do administrado na gestão do dinheiro público. praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
Outros Princípios Constitucionais Explícitos ressarcimento".
Princípio Da Licitação
Licitação é um procedimento administrativo destinado a Nota-se, portanto, que a lei estabelece uma ressalva ao
provocar propostas e a escolher proponentes de contratos de princípio. Nem tudo prescreverá. Apenas a apuração e puni-
execução de obras, serviços, compras ou de alienações do ção do ilícito, não, porém, o direito da Administração ao res-
Poder Público. sarcimento, à indenização, do prejuízo causado ao erário.

A Administração Pública tem o dever de sempre buscar, Afinado com esse mesmo entendimento, sumaria SILVA:
entre os interessados em com ela contratar, a melhor alterna- "É uma ressalva constitucional e, pois, inafastável, mas,
tiva disponível no mercado para satisfazer os interesses pú- por certo, destoante dos princípios jurídicos, que não socor-
blicos, para que possa agir de forma honesta, ou adequada rem quem fica inerte (dormientibus non sucurrit ius)".
ao próprio dever de atuar de acordo com padrões exigidos
pela probidade administrativa. De outro lado, tem o dever de Princípio Da Responsabilidade Da Administração
assegurar verdadeira igualdade de oportunidades, sem privi- O princípio em estudo encontra amparo no art. 37, § 6.º,
legiamentos ou desfavorecimentos injustificados, a todos os da Constituição Federal, cuja compostura verifica-se que:
administrados que tencionem com ela celebrar ajustes nego- "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
ciais. vado prestadores de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-
É dessa conjugação de imposições que nasce o denomi- ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nado princípio da licitação. Consoante, CARDOZO define este nos casos de dolo ou culpa".
princípio;
"De forma sintética, podemos defini-lo como sendo aquele Assim, de imediata leitura desse texto resulta claro que
que determina como regra o dever jurídico da Administração todo agente público que vier a causar um dano a alguém trará
de celebrar ajustes negociais ou certos atos unilaterais medi- para o Estado o dever jurídico de ressarcir esse dano. Não
ante prévio procedimento administrativo que, por meios de importará se tenha agido com culpa ou dolo. O dever de inde-
critérios preestabelecidos, públicos e isonômicos, possibilite a nizar se configurará pela mera demonstração do nexo causal
escolha objetiva da melhor alternativa existente entre as pro- existente entre o fato ocorrido e o dano verificado.
postas ofertadas pelos interessados" .
Temos, pois, que em nosso Direito a responsabilidade civil
O art. 37, XXI, alberga o princípio nos termos seguintes: do Estado é objetiva, ou seja, independe da conduta dolosa,
"ressalvados os casos especificados na legislação, as negligente, imperita ou imprudente daquele que causa o da-
obras, serviços, compras e alienações serão contratados no. Qualificar-se-á sempre que o agente estiver, nos termos
mediante processo de licitação pública que assegure igualda- do precitado dispositivo constitucional, no exercício da função
de de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que pública, não importando se age em nome de uma pessoa de
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condi- direito público ou de direito privado prestadora de serviços
ções efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual permitirá públicos.
as exigências de qualificação técnica e econômica indispen-
sáveis à garantia do cumprimento das obrigações". Destare, a obrigação de indenizar é a da pessoa jurídica a
que pertence o agente. O prejudicado terá que mover a ação
Temos, assim, o dever de licitar afirmado como um impe- de indenização contra a Fazenda Pública respectiva ou contra
rativo constitucional imposto a todos os entes da Administra- a pessoa jurídica privada prestadora de serviço público, não
ção Pública (40), na conformidade do que vier estabelecido contra o agente causador do dano. O princípio da impessoali-
em lei. A ressalva inicial possibilita à lei definir hipóteses es- dade vale aqui também.
pecíficas de inexigibilidade e de dispensa de licitação.
Impede ressalvar, todavia, que nem sempre as pessoas
Porém, cumpre ressaltar, finalmente, que a licitação é um que integram a Administração Pública encontram-se a exercer
procedimento vinculado, ou seja, formalmente regulado em propriamente função pública. Por vezes, no âmbito do que
lei, cabendo à União legislar sobre normas gerais de licitação admite nossa Constituição, será possível encontrarmos pes-
e contratação, em todas as modalidades, para a Administra- soas da Administração Indireta que não estejam exercendo
ção Pública, direta e indireta, incluídas as fundações instituí- tais tipos de atividades, como é o caso, por exemplo, das

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empresas públicas e das sociedades de economia mista para público com o próprio poder público. Quando ao contrato das
o exercício de atividade econômica (art. 173, da CF). Nesses entidades não há maiores problemas porque entidades são
casos, naturalmente, eventuais danos por essas empresas órgãos públicos ou parapúblicos (paraestatais) com persona-
causados a terceiros haverão de ser regrados pela responsa- lidade jurídica de modo que têm a possibilidade de celebrar
bilidade subjetiva, nos termos estabelecidos pela legislação contratos e outros ajustes com o poder público, entendido
civil. Exigirão, em princípio, a configuração da ação dolosa ou poder da administração centralizada. Mas, os demais órgãos
culposa (negligente, imprudente ou imperita), para que tenha não dispõem de personalidade jurídica para que seus admi-
nascimento o dever de indenizar. nistradores possam, em seu nome, celebrar contrato com o
poder público, no qual se inserem.
O mesmo se poderá dizer, ainda, do agente que vier a
causar dano a alguém fora do exercício da função pública. Consoante, SILVA discorre a respeito:
Nesse caso, por óbvio, não haverá de ser configurada a res- "Tudo isso vai ter que ser definido pela lei referida no tex-
ponsabilidade objetiva predefinida no art. 37, § 6.º, de nossa to. A lei poderá outorgar aos administradores de tais órgãos
Lei Maior. uma competência especial que lhes permita celebrar o contra-
to, que talvez não passe de uma espécie de acordo-
Entretanto, como pontifica MELLO, a responsabilidade ob- programa. Veremos como o legislador ordinário vai imaginar
jetiva "só está consagrada constitucionalmente para atos isso"
comissivos do Estado, ou seja, para comportamentos positi-
vos dele. Isto porque o texto menciona ‘danos que seus agen- PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS
tes causarem""; Assim sendo, condutas omissivas só podem Além dos quatro citados princípios explicitamente abriga-
gerar responsabilidade ao Poder Público quando demonstra- dos pelo texto constitucional, existem outros implicitamente
da a culpa do serviço. agregados ao regramento constitucional da Administração
Pública. Vejamos.
No mais, é importante ressalvar que, embora a responsa-
bilidade civil do Estado para com os administradores seja Princípio Da Supremacia Do Interesse Público Sobre O
objetiva, a responsabilidade dos agentes públicos perante a Privado E Princípio Da Autotutela
Administração Pública é induvidosamente subjetiva. Como A Administração Pública na prática de seus atos deve
observa-se pelos próprios termos do citado art. 37, § 6.º, o sempre respeitar a lei e zelar para que o interesse público
direito de regresso que pode ser exercido contra aquele que seja alcançado. Natural, assim, que sempre que constate que
causou o dano apenas se configurará "nos casos de dolo ou um ato administrativo foi expedido em desconformidade com
culpa". a lei, ou que se encontra em rota de colisão com os interes-
ses públicos, tenham os agentes públicos a prerrogativa ad-
Princípio Da Participação ministrativa de revê-los, como uma natural decorrência do
O princípio da participação do usuário na Administração próprio princípio da legalidade.
Pública foi introduzido pela EC-19/98, com o novo enunciado
do § 3.º do art. 37, que será apenas reproduzido devido à sua Desta maneira, discorre ARAUJO:
efetivação ser dependente de lei. "O princípio da supremacia do interesse público sobre o
privado, coloca os interesses da Administração Pública em
Diz o texto: sobreposição aos interesses particulares que com os dela
Art. 37, § 3.ºA lei disciplinará as formas de participação do venham eventualmente colidir. Com fundamento nesse prin-
usuário na administração pública direta e indireta, regulando cípio é que estabelece, por exemplo, a autotutela administra-
especialmente: tiva, vale dizer, o poder da administração de anular os atos
I. – as reclamações relativas à prestação dos serviços praticados em desrespeito à lei, bem como a prerrogativa
públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser- administrativa de revogação de atos administrativos com base
viços de atendimento ao usuário e a avaliação periódi- em juízo discricionário de conveniência e oportunidade"
ca, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a A respeito, deve ser lembrada a Súmula 473 do Supremo
informações sobre atos de governo, observando o dis- Tribunal Federal, quando afirma que:
posto no art. 5.º, X (respeito à privacidade) e XXXIII "a administração pode anular os seus próprios atos, quando
(direito de receber dos órgãos públicos informações de eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se
seu interesse ou de interesse coletivo em geral); originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e
III – a disciplina da representação contra o exercício ne- oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na em todos os casos, a apreciação judicial".
administração pública.
Princípio Da Finalidade
Princípio Da Autonomia Gerencial Foi visto no exame do princípio da legalidade que a Admi-
O princípio da autonomia gerencial é regido pelo § 8.º do nistração Pública só pode agir de acordo e em consonância
art. 37, da Constituição Federal, introduzido pela EC-19/98. com aquilo que, expressa ou tacitamente, se encontra estabe-
Assim estabelece este dispositivo: lecido em lei. Inegável, portanto, que sempre tenha dever
Art. 37, § 8.º. A Autonomia gerencial, orçamentária e fi- decorrente e implícito dessa realidade jurídica o cumprimento
nanceira dos órgãos e entidades da administração direta e das finalidades legalmente estabelecidas para sua conduta.
indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por Disto deduz-se o denominado princípio da finalidade. Co-
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou mo bem observa MELLO:
entidade, cabendo à lei dispor sobre: "Esse princípio impõe que o administrador, ao manejar as
I – o prazo de duração do contrato; competências postas a seu encargo, atue com rigorosa obe-
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, diência à finalidade de cada qual. Isto é, cumpre-lhe cingir-se
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; não apenas à finalidade própria de todas as leis, que é o
III – a remuneração do pessoal. interesse público, mas também à finalidade específica obriga-
da na lei a que esteja dando execução".
Desta maneira, cria-se aqui uma forma de contrato admi-
nistrativo inusitado entre administradores de órgãos do poder Enfim, o princípio da finalidade é aquele que imprime à au-

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toridade administrativa o dever de praticar o ato administrativo Segundo STUMM , esse princípio reclama a cerificação
com vistas à realização da finalidade perseguida pela lei. dos seguintes pressupostos:
Conformidade ou adequação dos meios, ou seja, o ato
Evidentemente, nessa medida, que a prática de um ato administrativo deve ser adequado aos fins que preten-
administrativo in concreto com finalidade desviada do interes- de realizar;
se público, ou fora da finalidade específica da categoria tipo- Necessidade, vale dizer, possuindo o agente público mais
lógica a que pertence, implica vício ensejador de sua nulida- de um meio para atingir a mesma finalidade, deve op-
de. A esse vício, como se sabe, denomina a doutrina: desvio tar pelo menos gravoso à esfera individual;
de poder, ou desvio de finalidade. Proporcionalidade estrita entre o resultado obtido e a car-
ga empregada para a consecução desse resultado.
Concluindo, essas considerações querem apenas mostrar
que o princípio da finalidade não foi desconsiderado pelo Por conseguinte, o administrador público não pode utilizar
legislador constituinte, que o teve como manifestação do instrumentos que fiquem aquém ou se coloquem além do que
princípio da legalidade, sem que mereça censura por isso. seja estritamente necessário para o fiel cumprimento da lei.

Princípio Da Razoabilidade E Da Proporcionalidade Assim sendo, sempre que um agente público assumir
Na medida em que o administrador público deva estrita conduta desproporcional ao que lhe é devido para o exercício
obediência à lei (princípio da legalidade) e tem como dever regular de sua competência, tendo em vista as finalidades
absoluto a busca da satisfação dos interesses públicos (prin- legais que tem por incumbência cumprir, poderá provocar
cípio da finalidade), há que se pressupor que a prática de atos situação ilícita passível de originar futura responsabilidade
administrativos discricionários se processe dentro de padrões administrativa, civil e, sendo o caso, até criminal.
estritos de razoabilidade, ou seja, com base em parâmetros
objetivamente racionais de atuação e sensatez. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo nossa carta constitucional, o "bem de todos" é
Deveras, ao regular o agir da Administração Pública, não objetivo fundamental da República Federativa do Brasil (art.
se pode supor que o desejo do legislador seria o de alcançar 3.º, IV) e, por conseguinte, uma finalidade axiológico-jurídica
a satisfação do interesse público pela imposição de condutas que se impõe como pólo de iluminação para a conduta de
bizarras, descabidas, despropositadas ou incongruentes den- todos os órgãos e pessoas que integram a estrutura básica do
tro dos padrões dominantes na sociedade e no momento Estado brasileiro.
histórico em que a atividade normativa se consuma. Ao revés,
é de se supor que a lei tenha a coerência e a racionalidade de Sendo assim, a noção do bem comum, historicamente
condutas como instrumentos próprios para a obtenção de condicionada e posta no âmbito das concepções dominantes
seus objetivos maiores. em nossa sociedade e época, deve ser considerada obrigató-
rio parâmetro para a definição do sentido jurídico-
Dessa noção indiscutível,extrai-se o princípio da razoabili- constitucional de quaisquer dos princípios que governam as
dade: Em boa definição, é o princípio que determina à Admi- atividades da Administração Pública.
nistração Pública, no exercício de faculdades, o dever de
atuar em plena conformidade com critérios racionais, sensa- A maior parte dos princípios da Administração Pública en-
tos e coerentes, fundamentados nas concepções sociais contra-se positivado, implícita ou explicitamente, na Constitui-
dominantes. ção. Possuem eficácia jurídica direta e imediata. Exercem a
função de diretrizes superiores do sistema, vinculando a atua-
Perfilhando este entendimento, sustenta MELLO: ção dos operadores jurídicos na aplicação das normas a res-
"Enuncia-se com este princípio que a administração, ao peito dos mesmos e, objetivando a correção das graves dis-
atuar no exercício de discrição, terá de obedecer a critérios torções ocorridas no âmbito da Administração Pública que
aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o sen- acabam por impedir o efetivo exercício da cidadania.
so normal de pessoas equilibradas e respeitosas das finalida-
des que presidam a outorga da competência exercida". O sistema constitucional da Administração pública funcio-
na como uma rede hierarquizada de princípios, regras e valo-
A nosso ver, dentro do campo desse princípio, deve ser res, que exige não mais o mero respeito à legalidade estrita,
colocada, de que diante do exercício das atividades estatais, mas vincula a interpretação de todos atos administrativos ao
o "cidadão tem o direito à menor desvantagem possível". Com respeito destes princípios.
efeito, havendo a possibilidade de ação discricionária entre
diferentes alternativas administrativas, a opção por aquela Desta maneira, conclui-se que a função administrativa en-
que venha a trazer consequências mais onerosas aos admi- contra-se subordinada às finalidades constitucionais e deve
nistrados é algo inteiramente irrazoável e descabido. pautar as suas tarefas administrativas no sentido de conferir
uma maior concretude aos princípios e regras constitucionais,
Como desdobramento dessa ideia, afirma-se também o uma vez que estão não configuram como enunciados mera-
princípio da proporcionalidade, por alguns autores denomina- mente retóricos e distantes da realidade, mas possuem plena
do princípio da vedação de excessos. Assim, pondera MEL- juridicidade.
LO:
"Trata-se da ideia de que as consequências administrati- Informações bibliográficas:
vas só podem ser validamente exercidas na extensão e inten-
sidades proporcionais ao que realmente seja demandado SERESUELA, Nívea Carolina de Holanda. Princípios
para cumprimento da finalidade de interesse público a que constitucionais da Administração Pública . Jus Navigandi,
estão atreladas". Teresina, a. 7, n. 60, nov. 2002. Disponível em:
<http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3489>. Acesso
Em outras palavras: os meios utilizados ao longo do exer- em: 25 mar. 2005.
cício da atividade administrativa devem ser logicamente ade-
quados aos fins que se pretendem alcançar, com base em
padrões aceitos pela sociedade e no que determina o caso 2 Ato administrativo. 2.1 Conceito, requisitos, atri-
concreto (53). butos, classificação e espécies.

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CA - No exercício da função legislativa o legislativo edita
ATOS ADMINISTRATIVOS leis, o Judiciário, decisões judiciais, e o executivo, atos
Noções introdutórias acerca do ato administrativo administrativos. Temos, assim, na atividade pública geral,
Texto extraído do Jus Navigandi três categorias de atos inconfundíveis entre si: atos legisla-
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6722 tivos, atos judiciais e atos administrativos.

Roberto Wagner Lima Nogueira ATOS DA ADMINISTRAÇÃO QUE NÃO SÃO TÍPICOS
mestre em Direito Tributário, professor do Departamento ATOS ADMINISTRATIVOS – Podem ser atos privados da
de Direito Público das Universidades Católica de Petrópolis administração, contratos regidos pelo direito privado, compra
(UCP), procurador do Município de Areal (RJ), membro do e venda e locação. Atos materiais, os chamados fatos ad-
Conselho Científico da Associação Paulista de Direito Tribu- ministrativos já estudados.
tário (APET)
3- ATO ADMINISTRATIVO.
1. CONSIDERAÇÕES PREAMBULARES. Conceito de Diógenes Gasparini, toda prescrição, juízo
Trata-se de apontamentos, anotações básicas para aque- ou conhecimento, predisposta à produção de efeitos jurídi-
les operadores do direito administrativo que queiram iniciar cos, expedida pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes,
estudos concernentes ao ato administrativo, por conseguinte, no exercício de suas prerrogativas e como parte interessada
carecem de uma maior aprofundamento teórico, senão que numa relação, estabelecida na conformidade ou compatibili-
servem como um guia para estudos a serem feitos com mais dade da lei, sob o fundamento de cumprir finalidades assina-
rigor e detida análise. ladas no sistema normativo, sindicável pelo Judiciário.

É material de reciclagem para os já formados, e instru- Do conceito de Gasparini ressalta a presença do atos
mental útil para os bacharelandos que vivenciam o estudo de concretos e abstratos (chamados regulamentos do Executi-
direito administrativo ainda na universidade. O texto aponta vo, art. 84, IV da CF). A prescrição destina-se a produzir
caminhos que devem necessariamente ser percorridos. efeitos jurídicos: certificar, criar, extinguir, transferir,
declarar ou modificar direitos e obrigações. Excluem-se do
2 - FATOS ADMINISTRATIVOS. conceito, os atos materiais, os atos de particulares, os de
É conceito mais amplo do que o de ato administrativo. É origem constitucional (sanção e veto), atos legislativos e as
uma atividade material no exercício da função administrativa sentenças judiciais.
que visa efeitos práticos para a Administração. É o ato mate-
rial de pura execução, i,e, em satisfação de um dever jurí- Conceito de José dos Santos Carvalho Filho – é a exte-
dico e traduz o exercício da função administrativa na dicção riorização da vontade de agentes da Administração Públi-
de Marçal Justen Filho. ca ou de seus delegatários, nessa condição, que, sob re-
gime de direito público, vise à produção de efeitos jurídi-
Segundo Hely Lopes Meirelles o fato administrativo re- cos, com o fim de atender ao interesse público.
sulta do ato administrativo que o determina. Entretanto,
pode ocorrer o contrário, no caso da apreensão de merca- Para Marçal Justen Filho ato administrativo é uma mani-
doria (atividade material de apreender), primeiro se apre- festação de vontade funcional apta a gerar efeitos jurídi-
ende e depois se lavra o auto de infração, este sim o ato cos, produzida no exercício de função administrativa.
administrativo. Pode ocorrer também independente de um
ato administrativo, quando se consuma através de uma 4. REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.
simples conduta administrativa, alteração de local de um Para fins didáticos adotamos os requisitos constantes do
departamento público se perfaz sem a necessidade de um art. 2º da Lei nº 4.717/65, ação popular, cuja ausência pro-
ato administrativo, porém, não deixa de ser um atividade voca a invalidação do atos. São eles, competência, objeto,
material. Até fenômenos naturais, quando repercutem na forma, motivo e finalidade.
esfera administrativa, constituem fatos administrativos, um
raio que destrói um bem público, chuvas que deterioram Art. 2º. São nulos os atos lesivos ao patrimônio das en-
um equipamento do serviço público. Ex de fato administrati- tidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
vos: Construção de uma ponte, varredura de ruas, dispersão a) incompetência;
de manifestantes, reforma de escolas públicas. b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
Para Diógenes Gasparini os fatos administrativos não d) inexistência dos motivos;
se preordenam à produção de qualquer efeito jurídico, tradu- e) desvio de finalidade.
zem mero trabalho ou operação técnica do agente público.
Ex: de atos materiais: dar aula. Ainda que não seja a regra, COMPETÊNCIA – Di Pietro prefere fazer alusão ao SU-
deles, atos materiais, podem advir efeitos jurídicos, ex: o JEITO ao revés de falar da COMPETÊNCIA. É o poder que a
direito a indenização do paciente que foi negligentemente lei outorga ao agente público para desempenho de suas
operado por um cirurgião-médico do serviço público. Já os funções. Competência lembra a capacidade do direito priva-
atos administrativos, ao contrário, predestinam-se a pro- do, com um plus, além das condições normas necessárias à
dução de efeitos jurídicos, são os típicos atos administrati- capacidade, o sujeito deve atuar dentro da esfera que a lei
vos, sejam concretos ou abstratos, atos de governo (decla- traçou. A competência pode vir primariamente fundada na
ração de guerra, declaração de estado de emergência, decla- lei (Art. 61, § 1º, II e 84, VI da CF), ou de forma secundária,
ração de estado de sítio, atos administrativos dos Tribunais através de atos administrativos organizacionais. A CF
de Contas, do Poder Legislativo, Judiciário, pelas Concessio- também pode ser fonte de competência, consoante arts. 84
nárias de serviço público). Celso Antonio não concorda em a 87 (competência do Presidente da República e dos Minis-
colocar os atos de governo ou atos políticos sob a rubrica tros de Estado no Executivo); arts. 48, 49, 51 inciso IV e 52
atos administrativos por traduzirem exercício de função (competência do Congresso Nacional, Câmara dos Deputa-
política e não administrativa, porém, Gasparini diz que hoje dos e Senado Federal).
em dia a sua sindicabilidade é ampla pelo judiciário, logo,
perfeitamente enquadráveis na noção de ato administrativo. Para Di Pietro, competência é o conjunto de atribuições
das pessoas jurídicas, órgãos e agentes, fixadas pelo direito
ESPÉCIES ATOS PERTINENTES A ATIVIDADE PÚBLI- positivo.

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A forma é uma garantia jurídica para o administrado e
A competência é inderrogável, isto é, não se transfere a para a administração, é pelo respeito à forma que se possibi-
outro órgão por acordo entre as partes, fixada por lei deve ser lita o controle do ato administrativo, quer pelos seus desti-
rigidamente observada. A competência é improrrogável, natários, que pela própria administração, que pelos demais
diferentemente da esfera jurisdicional onde se admite a poderes do Estado. Em regra a forma é escrita, porém a Lei
prorrogação da competência, na esfera administrativa a in- 9.784/99, consagra em seu art. 22 praticamente o informa-
competência não se transmuda em competência, a não ser lismo do ato administrativo. Excpecionalmente, admitem-se
por alteração legal. A competência pode ser objeto de dele- ordens verbais, gestos, apitos (policial dirigindo o trânsito),
gação (transferência de funções de um sujeito, normalmente sinais luminosos. Há ainda, casos excepcionais de cartazes e
para outro de plano hierarquicamente inferior, funções origina- placas expressarem a vontade da administração, como os
riamente conferidas ao primeiro – ver art. 84 parágrafo único que proíbem estacionar em ruas, vedam acesso de pessoas a
da CF) ou avocação (órgão superior atrai para si a compe- determinados locais, proíbem fumar etc. Até mesmo o silên-
tência para cumprir determinado ato atribuído a outro inferior) cio pode significar forma de manifestação de vontade,
consoante art. 11 da Lei 9.784/99 (Lei do procedimento quando a lei fixa um prazo, findo o qual o silêncio da admi-
administrativo federal), "a competência é irrenunciável e se nistração significa concordância ou discordância.
exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente MOTIVO – É o pressuposto de fato e de direito que ser-
admitidos". ve de fundamento ao ato administrativo. Pressuposto de
direito é o dispositivo legal em que se baseia o ato e o pres-
Para Di Pietro a regra é a possibilidade de delegação e suposto de fato corresponde ao conjunto de circunstâncias,
avocação e a exceção é a impossibilidade de delegação e de acontecimentos, de situações que levam a administração a
avocação que só ocorre quando a competência é outorgada praticar o ato. A ausência de motivo ou a indicação de motivo
com exclusividade a um determinado órgão. Ver artigos 12 e falso invalidam o ato administrativo. Ex. de motivos: no ato
13 e 15 da mesma lei. Para José dos Santos Carvalho Filho de punição de servidor, o motivo é a infração prevista em lei
tanto a delegação quanto a avocação devem ser considera- que ele praticou; no tombamento, é o valor cultural do bem;
das como figuras excepcionais, só justificáveis ante os pres- na licença para construir, é o conjunto de requisitos compro-
supostos que a lei estabelecer. vados pelo proprietário.

OBJETO – Também chamado de conteúdo, é a altera- Motivação – Motivação é a demonstração por escrito de
ção no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe que os pressupostos de fato realmente existiram. A motivação
realizar, é identificado pela análise do que o ato enuncia, diz respeito às formalidades do ato, que integram o pró-
prescreve ou dispõe. O objeto é uma resposta a seguinte prio ato, vindo sob a forma de "considerandos". A lei
pergunta: para que serve o ato? Consiste na aquisição, na 9.784/99 em seu art. 50 indica as hipóteses em que a motiva-
modificação, na extinção ou na declaração de direito confor- ção é obrigatória. Segundo José dos Santos Carvalho Fi-
me o fim que a vontade se preordenar. Ex: uma licença lho, pela própria leitura do art. 50 da Lei 9.784/99 pode-se
para construção tem como objeto permitir que o interessado inferir que não se pode mesmo considerar a motivação
possa edificar de forma legítima; o objeto de uma multa é a como indiscriminadamente obrigatória para toda e qual-
punição do transgressor da norma jurídica administrativo; o quer manifestação volitiva da Administração. Ainda segundo
objeto da nomeação, é admitir o indivíduo como servidor ele, o art. 93, X, não pode ser estendido como regra a
público; na desapropriação o objeto do ato é o comportamen- todos os atos administrativos, ademais a CF fala em "mo-
to de desapropriar cujo conteúdo é o imóvel sobre a qual ela tivadas", termo mais próximo de motivo do que de motiva-
recai. ção. Já para Maria Sylvia Zanella Di Pietro a motivação é
regra, necessária, tantos para os atos vinculados quanto
Para ser válido o ato administrativo, o objeto há que ser para os discricionários já que constitui garantia da legali-
lícito, determinado ou determinável, possível. dade administrativa prevista no art. 37, caput, da CF.

FORMA - É o meio pelo qual se exterioza a vontade TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES – Segundo a
administrativa. Para ser válida a forma do ato deve compa- qual o motivo do ato administrativo deve sempre guardar
tibilizar-se com o que expressamente dispõe a lei ou ato compatibilidade com a situação de fato que gerou a mani-
equivalente com jurídica. O aspecto relativo à forma válida festação de vontade. Se o interessado comprovar que
tem estreita conexão com os procedimentos administrati- inexiste a realidade fática mencionada no ato como deter-
vos. O ato administrativo é o ponto em que culmina a minante da vontade, estará ele irremediavelmente inquinado
sequência de atos prévios (é um produto do procedimento), de vício de legalidade. (25) Ex: administração revoga per-
há que ser observado um iter (procedimento), até mesmo missão de uso sob a alegação de que a mesma tornou-se
em homenagem ao princípio do devido processo legal. incompatível com a destinação do bem público objeto da
Torna-se viciado o ato (produto) se o procedimento não foi permissão, e logo a seguir permite o uso do mesmo bem a
rigorosamente observado. Ex: licitação. Outros exemplos: terceira pessoa, restará demonstrado que o ato de revoga-
Se a lei exige a forma escrita e o ato é praticado verbalmente, ção foi ilegal por vício quanto ao motivo; servidor tem seu
ele será nulo; se a lei exige processo disciplinar para demis- pedido de férias indeferido sob a alegação de que há falta
são de um funcionário, a falta ou vício naquele procedimento de pessoal na repartição, poderia o agente público não ter
invalida a demissão. declinado o motivo, já que o fez e em caso do servidor provar
o contrário, o ato estará viciado uma vez que presente a in-
Como anotado por José dos Santos Carvalho Filho, a compatibilidade entre o motivo expresso no ato (motivo
forma e procedimento se distinguem, a forma indica apenas determinante) e a realidade fática.
a exteriorização da vontade e o procedimento uma sequên-
cia ordenada de atos e vontades, porém, a doutrina costuma FINALIDADE – É o resultado que a Administração quer
caracterizar o defeito em ambos como vício de forma. Ex: alcançar com a prática do ato. Enquanto o objeto é o efeito
portaria de demissão de servidor estável sem a observância jurídico imediato (aquisição, transformação ou extinção de
do processo administrativo prévio (art. 41, § 1º, II, da CF); ou, direitos) a finalidade é o efeito mediato, ou seja, o interesse
contratação direta de empresa para realização de obra públi- coletivo que deve o administrador perseguir. Ex: numa per-
ca em hipótese na qual a lei exija o procedimento licitatório. missão de transporte urbano o objeto é permitir a alguém o
exercício de tal atividade e a finalidade é o interesse coletivo

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a ser atendido através deste serviço público. ta de sindicabilidade pelo Judiciário é o conceito de notável
saber jurídico que permite certa margem de discricionarie-
Abaixo jurisprudência do STJ, sobre vício de finalidade, dade, exceto, nos casos em que fica patente, sem sombra de
ou seja, desvio de finalidade de ato administrativo, verbis: dúvida, de que o requisito constitucional não foi atendido.

DESAPROPRIAÇÃO. UTILIDADE PÚBLICA. Contra a tese de ampliação do controle de apreciação


Cuida-se de mandado de segurança no qual o impetrante do mérito administrativo pelo Judiciário, José dos Santos
pretende invalidar ato de autoridade judicial que imitiu o Es- Carvalho Filho cita o STJ – É defeso ao Poder Judiciário
tado do Rio de Janeiro na posse de imóvel objeto de pro- apreciar o mérito do ato administrativo, cabendo-lhe uni-
cesso expropriatório. Visa, ainda, à anulação do Dec. Ex- camente examiná-lo sob o aspecto da sua legalidade, isto é,
propriatório n. 9.742/1987. A segurança foi concedida pelo se foi praticado conforme ou contrariamente à lei. Esta solu-
TJ-RJ ao entendimento de que haveria ocorrido manifesto ção se funda no princípio da separação dos poderes, de
desvio de finalidade no ato expropriatório, pois, além de o sorte que a verificação das razões de conveniência ou opor-
Decreto omitir qual a utilidade pública na forma do DL n. tunidade dos atos admistrativos escapa ao controle jurisdicio-
3.365/1941, os imóveis desapropriados destinavam-se a nal do Estado (ROMS nº 1288-91-SP, Min. Cesar Asfor Ro-
repasse e cessão a terceiros, entre eles, os inquilinos. O cha, DJ-2-5-1994). Cita também o STF – que em hipótese
Min. Relator entendeu que se submete ao conhecimento do onde se discutia a expulsão de estrangeiro, disse a Corte
Poder Judiciário a verificação da validade da utilidade pública, que se trata de ato discricionário de defesa do Estado,
da desapropriação e seu enquadramento nas hipóteses pre- sendo de competência do Presidência da República a
vistas no citado DL. A vedação que encontra está no juízo quem incumbe julgar a conveniência ou oportunidade da
valorativo da utilidade pública, e a mera verificação de legali- decretação da medida, e que ao Judiciário compete tão-
dade é atinente ao controle jurisdicional dos atos administrati- somente a apreciação formal e a constatação da existência
vos, cuja discricionariedade, nos casos de desapropria- ou não de vícios de nulidade do ato expulsório, não o méri-
ção, não ultrapassa as hipóteses legais regulamentado- to da decisão presidencial.
ras do ato. Com esse entendimento, a Turma não conheceu
do recurso. REsp 97.748-RJ, Rel. Min. João Otávio de No- Fluxograma dos requisitos do ato administrativo:
ronha, julgado em 5/4/2005. Competência
Forma
5. MÉRITO ADMINISTRATIVO. Objeto
Como bem leciona Hely Lopes Meirelles, o mérito ad- Motivo
ministrativo conquanto não se possa considerar requisito Finalidade
de sua formação, deve ser apreciado neste tópico dadas as
suas implicações com o motivo e o objeto (conteúdo) para 6. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.
que serve o ato? do ato, e consequentemente, com as suas IMPERATIVIDADE ou COERCIBILIDADE – Os atos ad-
condições de validade e eficácia. Portanto, considera-se méri- ministrativos são cogentes, obrigando a todos que se en-
to administrativo a avaliação (valoração) da conveniência e contrem em seu círculo de incidência, ainda que contrarie
oportunidade relativas ao objeto e ao motivo, na prática do interesses privados, porquanto o seu único alvo é o atendi-
ato discricionário, ou seja, aquele em que a lei permite ao mento do interesse coletivo. É certo que em determinados
agente público proceder a uma avaliação de conduta (motivo atos administrativos de consentimento (permissões e
e objeto), ponderando os aspectos relativos à conveniência e autorizações) o seu cunho coercitivo não se revela crista-
à oportunidade da prática do ato. lino, uma vez que ao lado do interesse coletivo há também o
interesse privado, porém, ainda nestes casos a imperativi-
Os atos discricionários possuem requisitos sempre dade se manifesta no que diz respeito à obrigação do bene-
vinculados (competência, finalidade e forma), e outros ficiário de se conduzir exatamente dentro dos limites que lhe
dois (motivo e objeto) em relação aos quais a Administração foram traçados.
decide como valorá-los, desde que observados os princí-
pios constitucionais, e submetendo-se nos casos de desvio PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE – Trata-se de presun-
de poder a sindicabilidade do Judiciário. ção relativa de que o ato administrativo nasceu em conformi-
dade com as devidas normas legais, tal presunção iuris tan-
Os atos administrativos vinculados possuem todos os tum pode ceder à prova de que o ato não se conformou às
seus requisitos (elementos) definidos em lei, logo, não há regras legais. O ônus da prova de provar que o ato é ilegí-
falar-se em MÉRITO ADMINISTRATIVO (ex: licença para timo é do administrado que pode inclusive opor resistência
exercer profissão regulamentada em lei), logo, caberá ao ao seu cumprimento mediante dedução de pleito no Judiciá-
Judiciário examinar todos os seus requisitos, a conformi- rio. O judiciário poderá rever o ato administrativo (respei-
dade do ato com a lei, para decretar a sua nulidade ou não; já tado o seu mérito) e a interpretação dada pela administração,
nos atos administrativos discricionários, o controle judicial até porque a presunção de legitimidade não é instrumento
também é possível, porém, terá que respeitar a discriciona- de bloqueio da atuação jurisdicional.
riedade administrativa nos limites em que ela é assegurada
à Administração Pública pela lei (legalidade administrativa – AUTO-EXECUTORIEDADE – É admissão da execução
37, caput, CF). de ofício das decisões administrativas sem intervenção
do Poder Judiciário. Desse ponto de vista, o ato administra-
Os autores que afirmam uma tendência de ampliar o al- tivo vale como própria "sentença" do juiz, ainda que possa
cance da apreciação do Poder Judiciário, falam em aplicar ser revista por este como bem anota García de Enterría.
o princípio da razoabilidade para aferir a valoração subje-
tiva da administração pública. Aplica-se também o princí- Para Marçal Justen Filho só deve ser aplicada em situa-
pio da moralidade dos atos administrativos (art. 37, caput, ções excepcionais e observados os princípios da legalida-
CF), todavia, não cabe ao magistrado substituir os valores de e da proporcionalidade. Não há auto-executoriedade
morais do administrador público pelos seus próprios sem lei que a preveja, e mesmo assim a auto-
valores, desde que uns e outros sejam admitidos como executoriedade só deverá ser aplicada quando não existir
válidos dentro da sociedade; o que ele pode e deve invali- outra alternativa menos lesiva.
dar são os atos que, pelos padrões do homem comum,
atentar manifestamente contra a moralidade. Ex: zona cinzen- José dos Santos Carvalho Filho cita como exemplo do

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exercício da auto-executoriedade, a destruição de bens im- confundem com resolução legislativa (art. 59, VII da CF;
próprios para o consumo público, a demolição de obra que 155, § 2º, IV e 68, § 2º, ambos da CF), que é ato do Senado
apresenta risco iminente de desabamento. A vigente Consti- Federal ou do Congresso Nacional que independem de san-
tuição traça limites à executoriedade em seu art. 5º, LV, ção e têm as regras jurídicas de elaboração conforme o Re-
contudo mencionada restrição constitucional não suprime o gimento interno ou o Regimento Comum destas Casas.
atributo da auto-executoriedade do ato administrativo, até
porque, sem ele, dificilmente poderia a Administração em Deliberação – São atos normativos ou decisórios emana-
certos momentos concluir seus projetos administrativos. dos de órgãos colegiados, como conselhos, comissões,
tribunais administrativos etc. Segundo Hely Lopes Meirelles
7. ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE. as deliberações devem obediência ao regulamento e ao
Podemos agrupar os atos administrativos em 5 cinco tipos regimento que houver para a organização e funcionamento do
como querem Hely Lopes Meirelles seguido por Diogo de colegiado.
Figueiredo Moreira Neto.
ATOS ORDINATÓRIOS – São os que visam a disciplinar
ATOS NORMATIVOS – São aqueles que contém um co- o funcionamento da Administração e a conduta funcional
mando geral do Executivo visando o cumprimento (aplicação) de seus agentes. Emanam do poder hierárquico, isto é,
de uma lei. Podem apresentar-se com a característica de podem ser expedidos por chefes de serviços aos seus subor-
generalidade e abstração (decreto geral que regulamenta dinados. Só atuam no âmbito interno das repartições e só
uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de nomea- alcançam os servidores hierarquizados à chefia que os expe-
ção de um servidor). Os atos normativos podem ser: diu. Não obrigam aos particulares. Não criam, normalmen-
te, direitos ou obrigações para os administrados, mas geram
Regulamentos – Hely Lopes Meirelles e Diogo Figuei- deveres e prerrogativas para os agentes administrativos a
redo classificam os regulamentos como espécie autônoma que se dirigem.
dentro do tipo normativo, entretanto, José dos Santos Car-
valho Filho entende que os regulamentos, muito embora Instruções, Circulares, Portarias, Ordens de Serviço,
citados pelo art. 84, IV da CF, não constituem espécie au- Provimentos e Avisos. Todos estes atos servem para que a
tônoma, mas sim um apêndice de decreto, tanto que o pró- Administração organize suas atividades e seus órgãos. O
prio Hely Lopes Meirelles apesar de classificá-lo em separa- sistema legislativo pátrio não adotou o processo de codi-
do assim afirma: "Os regulamentos são atos administrativos ficação administrativo, de maneira que cada pessoa federa-
postos em vigência por decreto, para especificar os man- tiva dispõe sobre quem vai expedir esses atos e qual será o
damentos da lei ou prover situações ainda não disciplinadas conteúdo.
por lei." (38) Logo, verifica-se que Hely Lopes Meirelles de-
fende a tese de que existe o regulamento autônomo junta- ATOS NEGOCIAIS ou DE CONSENTIMENTO ESTATAL
mente com o regulamento de execução. O primeiro seria – Segundo Hely Lopes Meirelles são todos aqueles que
destinado a prover situações não contempladas em lei, contêm uma declaração de vontade da Administração apta a
porém, atendo-se sempre aos limites da competência do concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir
Executivo (reserva do Executivo) não podendo invadir assim certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou
a competência de lei (reserva de lei). A partir da Emenda consentidas pelo Poder Público.
32/01 que modificou a redação do art. 84, VI da CF, a corren-
te que defende a existência dos regulamentos autônomos Consoante escol de Diogo Figueiredo Moreira Neto os
ganhou nova força, pugnando pela ideia de que os regula- atos administrativos negociais contêm uma declaração de
mentos autônomos estão inseridos no campo da compe- vontade da administração coincidente com uma pretensão
tência constitucional conferida diretamente pela CF ao do administrado. A manifestação de vontade do administra-
executivo, chamando tal fenômeno de reserva administrati- do não é requisito para a formação do ato, contudo, é ne-
va. cessária como provocação do Poder Público para sua expe-
dição, bem como uma vez expedido, para que se dê a acei-
Decretos – São atos que provêm da manifestação de von- tação da vontade pública nele expressada. São unilaterais
tade dos Chefes do Executivo, o que os torna resultante de por conceito, embora já contenham um embrião de bilatera-
competência administrativa específica. A CF trata deles no lidade, já que de algum modo pressupõem a aceitação do
art. 84, IV, como forma do Presidente da República dá curso à administrado via provocação ao Poder Público, daí porque a
fiel execução da lei. Podem se manifestar na forma de de- nomenclatura atos negociais. Tipos:
cretos gerais, com caráter normativo abstrato, ou como de-
cretos individuais, com destinatários específicos e individua- Autorização – ato administrativo unilateral, discricioná-
lizados. Hely Lopes Meirelles fala em decretos autônomos rio e precário pelo qual a Administração faculta ao particular
e decretos regulamentar ou de execução, e representa um o uso do bem público no seu próprio interesse mediante
importante pensamento dentro desta corrente doutrinária. (autorização de uso – fechamento de rua para realização
de festa), ou exerça atividade (autorização de serviços de
Regimentos – São atos de atuação interna da adminis- vans-peruas, táxi), ou a prática de ato, sem esse consenti-
tração destinados a reger o funcionamento de órgãos co- mento, seriam legalmente proibidos (autorização como ato
legiados e de corporações legislativas, como ato regulamen- de polícia – porte de arma). Ex: art. 176, parágrafo primeiro,
tar interno, o regimento só se dirige aos que devem executar art. 21, VI, XI, XII, todos da Constituição Federal.
o serviço ou realizar a atividade funcional regimentada,
sem obrigar os particulares em geral. As relações entre o Permissão – É ato administrativo discricionário e pre-
Poder Público e os cidadãos refogem ao âmbito regimental, cário pelo qual a Administração consente que ao particular
devendo constar de lei ou de decreto regulamentar. utilize privativamente bem público. Com o advento da Lei
8.987/95 (art. 40), o instituto da permissão como ato adminis-
Resoluções – São atos normativos gerais ou individuais, trativo está restringido ao uso de bens públicos, porquanto
emanados de autoridades de elevado escalão administrativo. a permissão de serviços públicos passou a ter natureza
Ex: Ministros e Secretários de Estado ou Município, art. 87 e jurídica de contrato administrativo bilateral, de adesão, e
incisos da CF. Constituem matéria das resoluções todas as resultante de atividade vinculada do administrador em virtu-
que se inserem na competência específica dos agentes ou de da exigência normal de licitação para a escolha do contra-
pessoas jurídicas responsáveis por sua expedição. Não se tado.

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constitucional essencial à justiça na órbita dos entes da fede-
Licença – Ato vinculado e definitivo pelo qual o Poder ração, obrigam, em princípio, a Administração, não obstante
Público, verificando que o interessado atendeu a todas as se optar por desconsiderá-los, deverá motivar suficiente-
exigências legais, faculta-lhe o desempenho de atividade mente porque o fazem. O parecer embora contenha um
ou a realização de fatos materiais antes vedados ao particu- enunciado opinativo (opinar é diferente de decidir), pode
lar, exemplo, o exercício de uma profissão, a construção de ser de existência obrigatória no procedimento administrativo
um edifício em terreno próprio. Se o interessado preenche os (caso em que integra o processo de formação do ato) e dar
requisitos legais para a concessão de licença, e por ser ensejo à nulidade do ato final se não contar do respectivo
um ato administrativo vinculado, se for negada, caberá a processo (por ausência de requisito FORMAL), exemplo,
impetração de mandado de segurança ex vi do art. 5º, inciso casos em que a lei exige prévia audiência de um órgão jurídi-
LXIX da CF. co-consultivo, processo licitatório. Neste caso, o parecer é
obrigatório, muito embora seu conteúdo não seja vinculan-
Em regra a licença por ser ato vinculado não pode ser te. Quando o ato decisório se limita a aprovar o parecer, fica
revogada por conferir direito adquirido. Contudo, o STF este integrado ao ato como razões de decidir (motivação),
em 1999 (RE nº 212.780-RJ, Rel. Min. Ilmar Galvão) reafir- agora, se ao revés, o ato decisório decide de maneira con-
mou decisão anterior no sentido de que não fere direito ad- trária ao parecer, deve expressar formalmente as razões
quirido decisão que, no curso do processo de pedido de que o levaram a não acolher o parecer, sob pena de abuso
licença de construção, em projeto de licenciamento, estabe- de poder e ilegalidade.
lece novas regras de ocupação de solo, ressalvando-se ao
prejudicado o direito à indenização nos casos em que haja Pareceres normativos – É aquele que quando aprovado
ocorridos prejuízos. pela autoridade competente, é convertido em norma de
procedimento interno, aos quais se confere uma eficácia
Aprovação, Homologação ou Visto ou atos de confir- geral e abstrata para a Administração, dispensando seus
mação – Pressupõem sempre a existência de outro ato entes, órgãos e agentes de reproduzirem as motivações, se
administrativo. forem as mesmas nele examinadas.

A aprovação pode ser prévia (art. 52, III da CF), ou pos- Apostila – São atos enunciativos ou declaratórios de uma
terior (art. 49, IV da CF), é uma manifestação discricionária situação anterior criada por lei. Ao apostilar um título a
do administrador a respeito de outro ato. Administração não cria um direito, porquanto apenas declara
o reconhecimento da existência de um direito criado por
A homologação constitui manifestação vinculada, isto norma legal. Segundo Hely Lopes Meirelles equivale a uma
é, ou bem procede à homologação se tiver havido legalidade averbação.
ou não o faz em caso contrário, é sempre produzida a poste-
rior. Ex: licitação. ATOS PUNITIVOS – São aqueles que contêm uma san-
ção imposta pela lei e aplicada pela Administração, visando
O visto é ato que se limita à verificação da legitimidade punir as infrações administrativas ou conduta irregulares
formal de outro ato. É condição de eficácia do ato que o exi- de servidores ou de particulares perante a Administração.
ge. É ato vinculado, todavia, na prática tem sido desvirtu-
ado para o exame discricionário, como ocorre com o visto Multa – imposição pecuniária por descumprimento de
em passaporte, que é dado ou negado ao alvedrio das autori- preceito administrativo, geralmente, é de natureza objetiva,
dades consulares. independente da ocorrência de dolo ou culpa.

ATOS ENUNCIATIVOS – Segundo Diogo Figueiredo Mo- Interdição de atividades – Ato pelo qual a Administração
reira Neto, são todos aqueles em a Administração se limita a veda a prática de atividades sujeitas ao seu controle ou que
certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre incidam sobre seus bens. Funda-se na lei e no poder de
determinado assunto, constantes de registros, processos e polícia administrativa, e pressupõe a existência de um pré-
arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quan- vio e devido processo administrativo (Art. 5º, LV da CF),
to ao motivo e ao conteúdo (objeto). sob pena de nulidade.

Certidões – são atos que reproduzem registros das re- Destruição de coisas – Ato sumário da Administração
partições, contendo uma afirmação quanto à existência e ao pelo qual se inutilizam alimentos, substâncias, objetos ou
conteúdo de atos administrativos praticados. É mera trasla- instrumentos imprestáveis ou nocivos ao consumo ou de
dação para o documento fornecido ao interessado do que uso proibido por lei. Típico ato de polícia administrativa,
consta de seus arquivos. Podem ser de inteiro teor ou re- de caráter urgente que dispensa prévio processo, contudo,
sumidas. A CF em seu art. 5º, XXXIV, b, dispõe sobre o exige sempre auto de apreensão e de destruição em for-
fornecimento de certidões independentemente do pagamento ma regular (descritivo e circunstanciado), nos quais se fixam
de taxas. os motivos da medida drástica, se identifiquem as coisas
destruídas, para oportuna avaliação da legalidade do ato. (
Atestados – São atos pelos quais a Administração com-
prova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento Demolição administrativa – Ato executório, praticado
por seus órgãos competentes. Diferentemente da certidão, para remover perigo público iminente, exigindo, também,
os atestados comprovam uma situação existente mas não auto descritivo e circunstanciado sobre o estado da edifi-
constante em livros, papéis ou documentos em poder da cação a ser destruída, e quando possível, prévio e devido
administração, destinam-se a comprovação de situações processo legal (art. 5º, LV, CF).
transeuntes, passíveis de modificações frequentes. Ex: ates-
tado médico. 8. EXISTÊNCIA E EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATI-
VO.
Pareceres – São atos que contém opiniões de órgãos Noções iniciais – Antes de falarmos da extinção do ato
técnicos a respeito de problemas e dúvidas que lhe são administrativo, vamos falar de sua formação. Sob a perspecti-
submetidos, orientando a Administração sobre a matéria téc- va de sua existência (perfeição) no mundo jurídico o ato
nica neles contida. Muito embora sejam opinativos, os pare- administrativo pode ser visto sob três planos de investigação
ceres da consultoria jurídica, órgãos exercentes de função científica quais sejam: vigência, validade e eficácia.

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adjudicação na licitação quando já celebrado o respectivo
Um ato administrativo quando editado e publicado passa a contrato; g)- não podem ser revogados os atos que geram
ter vigência, logo, possui existência jurídica (perfeição). direitos adquiridos, conforme Súmula nº 473 do STF - (A
Um ato administrativo existe quando contiver: motivo, conteú- administração pode anular seus próprios atos, quando eiva-
do, finalidade, forma, e assinatura de autoridade competente. dos de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
O ato administrativo que entrou no plano da existência "é". originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
Existindo, pode ser válido se obedecidas as condições for- ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressal-
mais (órgão competente) e materiais (está de acordo com a vada, em todos os casos, a apreciação judicial); g)- só quem
lei e a Constituição) de sua produção e consequente integra- pratica o ato ou quem tenha poderes explícitos ou implícitos
ção no sistema ou inválido (nulo ou anulável) em caso con- para dele conhecer de ofício ou por via de recurso, pode re-
trário. Contudo, o ato administrativo inválido é existe e vogá-lo, trata-se de competência intransferível a não ser por
produz eficácia; ou seja, é qualidade do ato administrativo força de lei; h)- pressupõe o contraditório no caso de desfa-
(que existe é válido ou inválido) e que está apto a produzir zimento de processo licitatório, art. 49, § 3º da Lei de Licita-
efeitos jurídicos, isto é, incidir/juridicizar o fato ocorrido no ções (8.666/93)
mundo real.
Invalidade ou anulação – É o desfazimento do ato por
O Ato existe, é válido e eficaz. Ex: nomeação de posse razões de ilegalidade. a)- atinge o ato em sua origem, produ-
do Prefeito municipal eleito democraticamente. zindo efeitos retroativos à data em que foi emitido (ex tunc);
b)- pode ser feita pela própria administração ou pelo judiciá-
O ato existe, é válido e ineficaz. Ex: ato que permite a rio; c)- deve observar o princípio do contraditório quando
contratação depois que o vencedor da licitação tenha promo- afetar interesses de terceiros; d)- A doutrina não é unânime
vida a competente garantia. quanto ao caráter vinculado ou discricionário da invalida-
ção, os que defendem o dever de anular apegam-se ao prin-
O ato existe, é inválido e como tal pode ser eficaz ou cípio da legalidade e da autotutela e os que defendem a
ineficaz. Ex: ato de declaração de utilidade pública para fins faculdade de anular se apoiam na predominância do inte-
de utilidade pública, para fins expropriatórios, editados por resse público sobre o particular. Ex: loteamento irregular
vingança política. realizado em área municipal, valendo-se o interessado de
documentos falsos que fizeram com que conseguisse aprovar
O ato existe, é inválido e ineficaz. Ex: o ato que permite o projeto na municipalidade e obter alvará, inúmeras famílias
a nomeação de servidor para cargo de provimento efetivo no adquiriram os lotes, construíram casas, foram cobrados tribu-
serviço público (Câmara Municipal), sem o prévio concurso, tos etc. Após foi descoberta a falsidade. A doutrina neste caso
depois do recesso parlamentar. entende que a Administração terá liberdade discricionária
para avaliar qual será o prejuízo menor, manter (convalidar)
EXTINÇÃO – MODALIDADES ou anular o ato ilegal.
Extinção natural – por cumprimento de seus efeitos. Ex:
a destruição de mercadoria nociva ao consumo público, neste Vícios que geram a possibilidade de invalidação –
caso, o ato cumpriu seus objetivos, extinguindo-se natural- previstos no art. 2º da Lei 4.717/65 –
mente. Vícios relativos ao sujeito – Diz a Lei 4.717/65 em seu
art. 2º, parágrafo único,
Extinção subjetiva ou objetiva – Ocorre quando do de- Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nuli-
saparecimento do sujeito ou do objeto. Ex: a morte do per- dade observar-se-ão as seguintes normas:
missionário extingue o ato de permissão por ausência do a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não
elemento subjetivo. Vejamos agora, outro exemplo, agora se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
de extinção objetiva. Sendo o objeto um dos seus elementos
essenciais do ato administrativo, se depois de praticado o ato O vício relativo ao sujeito pode se dar através de usur-
desaparece o objeto ocorre a chamada extinção objetiva, pação de poder (crime previsto no art. 328 do CP – a pessoa
ex: interdição de estabelecimento, e após o estabelecimento que pratica o ato não foi investida no cargo); excesso de
é definitivamente desativado pelo proprietário. poder (excede os limites de sua competência) e função de
fato (pessoa que pratica o ato está irregularmente investida
Retirada – Que pode se realizar mediante REVOGAÇÃO no cargo.
quando se dá por razões de conveniência e oportunidade
ou por razões de INVALIDAÇÃO (ANULAÇÃO), que com- Vícios relativos ao objeto – Diz a lei já citada,
preende as ideias de vícios dos atos administrativos, con- c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do
validação e as modalidades de cassação e caducidade. ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato nor-
mativo;
Revogação – É ato administrativo discricionário (não se Ex: município que desaproprie bem imóvel da União; no-
aplica ao ato vinculado, porque nestes não há conveniência e meação para cargo inexistente; desapropriação de bem não
oportunidade) pelo qual a Administração extingue um ato definido com precisão; intervenção federal disfarçada por ato
válido, por razões de conveniência e oportunidade. a)- Não de requisição, caso da intervenção na área de saúde no Rio
retroage pois pressupõe um ato editado em conformidade de Janeiro pelo Governo Federal etc.
com a lei; b)- seus efeitos se produzem a partir da própria
revogação (ex nunc); c)- é ato privativo da administração; d)- Vícios relativos à forma – Diz a Lei 4.717/65,
não podem ser revogados os atos que já exauriram os seus b) o vício de forma consiste na omissão ou na observân-
efeitos, uma vez que a revogação não retroagem mais ape- cia incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
nas impede que o ato continue a produzir efeitos, ex: a admi- existência ou seriedade do ato;
nistração concede dois meses de afastamento ao servidor e Ex: o decreto é a forma normal que deve revestir o ato do
após este prazo os efeitos já estarão exauridos; e)- pressupõe Chefe do Executivo e o Edital é a única forma possível para
ato que ainda esteja produzindo efeitos, ex: autorização para convocar os interessados em participar de concorrência públi-
porte de arma ou de qualquer atividade sem prazo estabele- ca (modalidade de licitação).
cido; f)- não podem ser revogados atos que integram um
procedimento, pois a cada novo ato ocorre a preclusão em Vícios quanto ao motivo – Diz a Lei 4.717/65, em seu
relação ao ato anterior, ex: não pode ser revogado o ato de art. 2º,

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d) a inexistência dos motivos se verifica quando a maté- Vinculação e Discricionariedade do Ato Administrativo
ria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é mate- O ordenamento jurídico confere determinados poderes
rialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resulta- instrumentais à Administração Pública para que essa possa
do obtido; tutelar os interesses que foram colocados sob sua guarda. A
Ex: A Administração pune um funcionário, mas este não atividade administrativa não pode ser exercida fora dos trilhos
praticou qualquer infração, o motivo é inexistente. Se ele demarcados pela lei.
praticou infração diversa da qual foi enquadrado o motivo é
falso. Quando a lei estabelece que, perante determinadas cir-
cunstâncias, a Administração só pode dar uma específica
Vícios relativos à finalidade. Diz o art. 2º da Lei solução, toda a atuação do administrador público se encontra
4.717/65, vinculada ao determinado pelo legislador, como no exemplo
e) o desvio da finalidade se verifica quando o agente de cobrança de um tributo pelo agente fazendário. Nesse
pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita sentido, Diogo de Figueiredo Moreira Neto afirma que ato
ou implicitamente, na regra de competência. vinculado “é aquele em que o agente tem competência para
Ex: desapropriação feita para prejudicar determinada pes- praticá-lo em estrita conformidade às prescrições legais, ma-
soa; remoção ex officio do servidor com o objetivo de puni-lo. nifestando a vontade da Administração na oportunidade e
A grande dificuldade é provar o desvio de poder. Segundo para os efeitos integralmente previstos em lei, sem qualquer
Cretella Júnior o desvio de poder pode ser comprovado por margem de escolha de atuação, seja de tempo ou de conteú-
indícios, exemplos, motivação insuficiente; motivação contra- do”.
ditória, irracionalidade do procedimento, camuflagem dos
fatos, inadequação entre motivos e efeitos e excesso de moti- Se o legislador entender que, diante do caso concreto, ca-
vação. berá ao agente público decidir qual será a melhor solução
dentre aquelas permitidas pela lei, existe discricionariedade
Convalidação – Também denominada por alguns de sa- administrativa. A escolha dessa decisão realiza-se por meio
natória, é o processo de que se vale a Administração para de critérios de oportunidade, conveniência e justiça. Como
aproveitar atos administrativos com vícios superáveis, de exemplo de discricionariedade administrativa, tem-se o defe-
modo a confirmá-los no todo ou em parte. O instituto da rimento ou não de licença para capacitação ao servidor públi-
convalidação é aceito pela doutrina dualista bem como pela co federal (art. 87 da Lei nº 8.112/90). O servidor pode, após
Lei 9.784/99 em seu art. 55, que admitem possam os atos cada quinquênio de efetivo exercício, afastar-se das suas
administrativos serem nulos ou anuláveis. Convalida-se atribuições, com a respectiva remuneração, por até três me-
por ratificação, reforma ou conversão. Na ratificação, a auto- ses, para participar de curso de capacitação profissional, no
ridade que praticou o ato ou superior hierárquico decide sanar interesse da Administração. Caberá à autoridade competente
o ato inválido anteriormente praticado, suprindo a ilegalidade decidir se é conveniente ou oportuno, permitir que o servidor
que o vicia, ex: um ato com vício de forma pode ser posteri- usufrua dessa licença.
ormente ratificado com a adoção de forma legal. Na reforma
ou conversão, o novo ato suprime a parte inválida do anteri- Não se deve confundir, entretanto, discricionariedade com
or, mantendo sua parte válida, ex: ato anterior concede férias arbitrariedade. Na discricionariedade, o agente público age
e licença a um servidor, após se verifica que ele não tinha com liberdade dentro da lei, enquanto, na arbitrariedade, a
direito a licença, pratica-se novo ato retirando a parte relativa atuação do administrador ultrapassa os limites legais. Todo
à licença e ratifica-se a parte atinente às férias. Já na conver- ato arbitrário é nulo, pois extrapola o permitido pelo ordena-
são. mento jurídico, acarretando a responsabilidade do agente que
o emitiu.
Cassação – forma extintiva que se aplica quando o bene-
ficiário de determinado ato descumpre condições que permi- Como certos aspectos do ato sempre são vinculados, não
tem a manutenção do ato e seus efeitos. Características: a)- há ato administrativo inteiramente discricionário. No ato vincu-
trata-se de ato vinculado, já que o agente só pode cassar o lado, todos os elementos estão estabelecidos em lei. Já no
ato anterior nas hipóteses previamente fixadas em lei; b)- é ato discricionário, alguns elementos vêm definidos minucio-
natureza jurídica sancionatória, porquanto pune aquele que samente em lei (competência, finalidade e forma), enquanto
deixou de cumprir as condições para a subsistência do ato. outros são deixados para a análise do agente público (motivo
Ex: cassação de licença para exercício de profissão; cassa- e objeto), com maior ou menor liberdade de apreciação da
ção do porte de arma se o portador for detido ou abordado em oportunidade e conveniência.
estado de embriaguez, art. 10, § 2º da Lei 10.826/03.
Em consequência disso, o ato vinculado só é examinado
Caducidade – Diz Diógenes Gasparini, há caducidade sob o aspecto da legalidade, isto é, apenas é contrastado
quando a retirada funda-se no advento de nova legislação com a previsão legal. O ato discricionário, por sua vez, pode
que impede a permanência da situação anteriormente con- ser analisado sob aspecto da legalidade e do mérito (oportu-
sentida. Noutro dizer, significa a perda de efeitos jurídicos nidade e conveniência diante do interesse público a atingir). O
em virtude de norma jurídica superveniente contrária mérito do ato administrativo representa a escolha feita pelo
àquela que respaldava a prática do ato. Ex: permissão de uso administrador público quanto à conveniência e oportunidade
de bem público, supervenientemente, é editada lei que proíbe na expedição de um ato discricionário. Não há mérito nos atos
o uso privativo do referido bem por particulares, o ato anterior vinculados, pois não há decisão a ser tomada pelo agente
(permissão de uso) de natureza precária, sofre caducidade, público. O legislador já decidiu previamente qual é a solução
extinguindo-se. adotada para determinada hipótese nos atos vinculados.

Discricionariedade é a opção, a escolha entre duas ou Como bem observa Gustavo Binenbojm, a constitucionali-
mais alternativas válidas perante o direito (e não somente zação do direito administrativo permitiu uma incidência direta
perante a lei), entre várias hipóteses legais e constitucional- dos princípios constitucionais sobre os atos administrativos.
mente possíveis ao caso concreto. Essa escolha se faz se- Dessa forma, não há decisão administrativa que seja imune
gundo critérios próprios como oportunidade, conveniência, ao direito ou aos princípios constitucionais, pois haverá dife-
justiça, equidade, razoabilidade, interesse público, sintetiza- rentes “graus de vinculação à juridicidade”. Segundo Gustavo
dos no chamado mérito do ato administrativo. Binenbojm, “conforme a densidade administrativa incidente ao
caso, pode-se dizer, assim, que os atos administrativos serão:

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(i) vinculados por regras (constitucionais, legais ou regula- 7. Quanto à esfera jurídica de seus destinatários:
mentares), exibindo alto grau de vinculação à juridicidade; (ii)
vinculados por conceitos jurídicos indeterminados (constituci- • Atos ampliativos: São aqueles que trazem prerro-
onais, legais ou regulamentares), exibindo grau intermediário gativas ao destinatário, alargam sua esfera jurídica. Ex: No-
de vinculação à juridicidade; e (iii) vinculados diretamente por meação de um funcionário; Outorga de permissão.
princípios (constitucionais, legais ou regulamentares) , exibin-
do baixo grau de vinculação à juridicidade”. • Atos restritivos: São aqueles que restringem a es-
fera jurídica do destinatário, retiram direitos seus. Ex: Demis-
Classificação dos atos administrativos são; Revogação da permissão.
1. Classificação: 8. Quanto às prerrogativas da Administração para
Os autores divergem na classificação em razão dos con- praticá-los:
ceitos diferentes. Um ato administrativo pode estar enquadra-
do em várias classificações ao mesmo tempo. Ex: Ato de
• Atos de império: São aqueles praticados sob o re-
permissão de uso é ato individual, externo, de império, discri-
gime de prerrogativas públicas. A administração de forma
cionário e simples.
unilateral impõe sua vontade sobre os administrados (princí-
pio da supremacia dos interesses públicos). Ex: Interdição de
2. Quanto ao alcance ou efeitos sob terceiros:
estabelecimento comercial por irregularidades.
• Atos internos: São aqueles que geram efeitos den-
• Atos de expediente: São aqueles destinados a dar
tro da Administração Pública. Ex: Edição de pareceres.
andamento aos processos e papéis que tramitam no interior
das repartições.
• Atos externos: São aqueles que geram efeitos fora
da Administração Pública, atingindo terceiros. Ex: Permissão Os atos de gestão (praticados sob o regime de direito pri-
de uso; Desapropriação. vado. Ex: contratos de locação em que a Administração é
locatária) não são atos administrativos, mas são atos da Ad-
3. Quanto à composição interna: ministração. Para os autores que consideram o ato adminis-
trativo de forma ampla, os atos de gestão são atos administra-
• Atos simples: São aqueles que decorrem da mani- tivos.
festação de vontade de um único órgão (singular, impessoal
ou colegiado). Ex: Demissão de um funcionário. 9. Quanto ao grau de liberdade conferido ao admi-
nistrador:
• Atos compostos: São aqueles que decorrem da
manifestação de vontade de um único órgão em situação • Atos vinculados: São aqueles praticados sem liber-
sequencial. Ex: Nomeação do Procurador-Geral de Justiça. dade subjetiva, isto é, sem espaço para a realização de um
juízo de conveniência e oportunidade. O administrador fica
• Atos complexos: São aqueles que decorrem da inteiramente preso ao enunciado da lei, que estabelece previ-
conjugação de vontades de mais de um órgão no interior de amente um único comportamento possível a ser adotado em
uma mesmo pessoa jurídica. Ex: Ato de investidura; portaria situações concretas. Ex: Pedido de aposentadoria por idade
intersecretarial. em que o servidor demonstra ter atingido o limite exigido pela
Constituição Federal.
4. Quanto à sua formação:
• Atos Discricionários: São aqueles praticados com
• Atos unilaterais: São aqueles formados pela mani- liberdade de opção, mas dentro dos limites da lei. O adminis-
festação de vontade de uma única pessoa. Ex: Demissão - trador também fica preso ao enunciado da lei, mas ela não
Para Hely Lopes Meirelles, só existem os atos administrativos estabelece um único comportamento possível a ser adotado
unilaterais. em situações concretas, existindo assim espaço para a reali-
zação de um juízo de conveniência e oportunidade. Ex: A
• Atos bilaterais: São aqueles formados pela mani- concessão de uso de bem público depende das característi-
festação de vontade de mais de uma pessoa. Ex: Contrato cas de cada caso concreto; Pedido de moradores exigindo o
administrativo. fechamento de uma rua para festas Juninas.

5. Quanto à sua estrutura: A discricionariedade é a escolha de alternativas dentro da


lei. Já a arbitrariedade é a escolha de alternativas fora do
• Atos concretos: São aqueles que se exaurem em campo de opções, levando à invalidade do ato.
uma aplicação. Ex: Apreensão.
O Poder Judiciário pode rever o ato discricionário sob o
aspecto da legalidade, mas não pode analisar o mérito do ato
• Atos abstratos: São aqueles que comportam reite-
administrativo (conjunto de alternativas válidas), salvo quando
radas aplicações, sempre que se renove a hipótese nele pre-
inválido. Assim, pode analisar o ato sob a ótica da eficiência,
vista. Ex: Punição.
da moralidade, da razoabilidade, pois o ato administrativo que
contrariar estes princípios não se encontra dentro das opções
6. Quanto aos destinatários:
válidas.
• Atos gerais: São aqueles editados sem um destina- Alguns autores alemães afirmam que não há discricionari-
tário específico. Ex: Concurso público. edade, pois o administrador tem sempre que escolher a me-
lhor alternativa ao interesse público, assim toda atividade
• Atos individuais: São aqueles editados com um seria vinculada.
destinatário específico. Ex: Permissão para uso de bem públi-
co. Aspectos do ato administrativo que são vinculados: Para
Hely Lopes Meirelles, são vinculados a competência, a finali-

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dade e a forma (vem definida na lei). Para maior parte dos  Concessão comum de uso ou Concessão admi-
autores, apenas a competência e a finalidade, pois a forma nistrativa de uso: É o contrato administrativo por meio do
pode ser um aspecto discricionário (Ex: Lei que disciplina qual delega-se o uso de um bem público ao concessionário,
contrato administrativo, diz que tem que ser na forma de ter- por prazo certo e determinado. Por ser direito pessoal não
mo administrativo, mas quando o valor for baixo pode ser por pode ser transferida, “inter vivos” ou “causa mortis”, à tercei-
papéis simplificados); Celso Antonio diz que apenas a compe- ros. Ex: Área para parque de diversão; Área para restaurantes
tência, pois a lei nem sempre diz o que é finalidade pública, em Aeroportos.
cabendo ao administrados escolher.
 Concessão de direito real de uso: É o contrato
Classificação dos atos administrativos quanto ao con- administrativo por meio do qual delega-se o uso em imóvel
teúdo não edificado para fins de edificação; urbanização; industriali-
zação; cultivo da terra (Decreto-lei 271/67). Delega-se o direi-
1. Admissão: to real de uso do bem.
Admissão é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo
qual a Administração faculta à alguém o ingresso em um  Cessão de uso: É o contrato administrativo através
estabelecimento governamental para o recebimento de um do qual transfere-se o uso de bem público de um órgão da
serviço público. Ex: Matrícula em escola. Administração para outro na mesma esfera de governo ou em
outra.
É preciso não confundir com a admissão que se refere à
contratação de servidores por prazo determinado sem con- • Concessão para realização de uma obra pública:
curso público.
 Contrato de obra pública: É o contrato por meio do
2. Licença: qual delega-se a realização da obra pública. A obra será paga
Licença é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo pelos cofres públicos.
qual a Administração faculta à alguém o exercício de uma
atividade material. Ex: Licença para edificar ou construir.  Concessão de obra pública ou Concessão de
Diferente da autorização, que é discricionária. serviço público precedida da execução de obra pública: É
o contrato por meio do qual delega-se a realização da obra
3. Homologação:
pública e o direito de explorá-la. A obra pública será paga por
Homologação é o ato administrativo unilateral vinculado, meio de tarifas.
pelo qual a Administração manifesta a sua concordância com
a legalidade de ato jurídico já praticado.
• Concessão para delegação de serviço público: É
4. Aprovação: o contrato por meio do qual delega-se a prestação de um
Aprovação é o ato administrativo unilateral discricionário, serviço público, sem lhe conferir a titularidade, atuando assim
pelo qual a Administração manifesta sua concordância com em nome do Estado (Lei 8987/95 e Lei 9074/95).
ato jurídico já praticado ou que ainda deva ser praticado. É
um ato jurídico que controla outro ato jurídico. “Incumbe ao Poder Público na forma da lei, diretamente
ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através
de licitação, a prestação de serviços públicos” (art. 175 da
• Aprovação prévia ou “a priori”: Ocorre antes da
CF).
prática do ato e é um requisito necessário à validade do ato.
“A lei disporá sobre o regime das empresas concessioná-
• Aprovação posterior ou “a posteriore”: Ocorre rias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial
após a pratica do ato e é uma condição indispensável para de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condi-
sua eficácia. Ex: Ato que depende de aprovação do governa- ções de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou
dor. permissão; os direitos dos usuários, política tarifária, a obriga-
ção de manter serviço adequado” (art. 175, parágrafo único
Na aprovação, o ato é discricionário e pode ser prévia ou da CF).
posterior. Na homologação, o ato é vinculado e só pode ser
posterior à prática do ato. Para outros autores a homologação 6. Permissão:
é o ato administrativo unilateral pelo qual o Poder Público Permissão é o ato administrativo unilateral discricionário
manifesta a sua concordância com legalidade ou a conveni- pelo qual o Poder Público (Permitente), em caráter precário,
ência de ato jurídico já praticado, diferindo da aprovação faculta a alguém (Permissionário) o uso de um bem público
apenas pelo fato de ser posterior. ou a responsabilidade pela prestação de um serviço público.
Há autores que afirmam que permissão é contrato e não ato
5. Concessão: unilateral (art. 175, parágrafo único da CF).
Concessão é o contrato administrativo pelo qual a Admi-
nistração (Poder Concedente), em caráter não precário, facul- Tendo em vista que a permissão tem prazo indeterminado,
ta a alguém (Concessionário) o uso de um bem público, a o Promitente pode revogá-lo a qualquer momento, por moti-
responsabilidade pela prestação de um serviço público ou a vos de conveniência e oportunidade, sem que haja qualquer
realização de uma obra pública, mediante o deferimento da direito à indenização.
sua exploração econômica. – Este contrato está submetido ao
regime de direito público. Quando excepcionalmente confere-se prazo certo às per-
missões são denominadas pela doutrina de permissões quali-
Tendo em vista que o contrato tem prazo determinado, se ficadas (aquelas que trazem cláusulas limitadoras da discrici-
o Poder Concedente extingui-lo antes do término por ques- onariedade). Segundo Hely Lopes Meirelles, a Administração
tões de conveniência e oportunidade, deverá indenizar, pois o pode fixar prazo se a lei não vedar, e cláusula para indeniza,r
particular tem direito à manutenção do vínculo. no caso de revogar a permissão. Já para a maioria da doutri-
na não é possível, pois a permissão tem caráter precário,
• Concessão para uso de bem público: sendo esta uma concessão simulada.

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• Permissão de uso: É o ato administrativo unilateral, Atos ordinatórios: Visam a disciplinar o funcionamento
discricionário e precário através do qual transfere-se o uso do da Administração Pública e a conduta funcional de seus agen-
bem público para particulares por um período maior que o tes.
previsto para a autorização. Ex: Instalação de barracas em Exemplos: avisos
feiras livres; instalação de Bancas de jornal; Box em merca-
dos públicos; Colocação de mesas e cadeiras em calçadas.

• Permissão de serviço público: É o ato administra- 3 Agentes públicos. 3.1 Legislação pertinente. 3.1.1
tivo unilateral, discricionário e precário pelo qual transfere-se Lei nº 8.112/1990. 3.1.2 Disposições constitucionais
a prestação do serviço público à particulares. aplicáveis. 3.2 Disposições doutrinárias. 3.2.1 Con-
ceito. 3.2.2 Espécies. 3.2.3 Cargo, emprego e função
7. Autorização: pública.
Autorização é o ato administrativo unilateral discricionário
pelo qual o Poder Público faculta a alguém, em caráter precá-
rio, o exercício de uma dada atividade material (não jurídica). SERVIDORES PÚBLICOS

• Autorização de uso: É o ato administrativo unilate- Considerações gerais


ral, discricionário e precaríssimo através do qual transfere-se Servidores públicos
o uso do bem público para particulares por um período de
curtíssima duração. Libera-se o exercício de uma atividade Os servidores públicos constituem subespécies dos
material sobre um bem público. Ex: Empreiteira que está agentes públicos administrativos, categoria que abrange a
construindo uma obra pede para usar uma área pública, em grande massa de prestadores de serviços à Administração e
que irá instalar provisoriamente o seu canteiro de obra; Fe- a ela vinculados por relações profissionais, em razão de in-
chamento de ruas por um final de semana; Fechamento de vestidura em cargos e funções, a título de emprego e com
ruas do Município para transportar determinada carga. retribuição pecuniária.
A Constituição de 1988, corrigindo a anterior, abriu a seç.
Difere-se da permissão de uso de bem público, pois nesta II do seu cap. VII com a epígrafe “Dos servidores públicos
o uso é permanente (Ex: Banca de Jornal) e na autorização o civis”, no que andou bem, porque seus dispositivos englobam
prazo máximo estabelecido na Lei Orgânica do Município é de todos os que prestam serviços à Administração em geral.
90 dias (Ex: Circo, Feira do livro). Nesta seção a Constituição reformulou o tratamento do pes-
soal do serviço público civil, separando-o dos militares (seç.
• Autorização de serviço público: É o ato adminis- III). Estas seçs. II e III e outras normas da Constituição de
trativo através do qual autoriza-se que particulares prestem 1988 concernentes aos servidores públicos civis e militares
serviço público. foram profundamente modificadas pelas EC 18, 19 e 20,
Os atos administrativos oficiais, pelos predicativos e pecu- publicadas, respectivamente, em 6.2.98, 5.6.98 e 16.12.98, e,
liaridades, intrínsecos ou finalísticos, podem ser classificados agora, pela EC 41, de 19.12.2003, publicada em 3 1.12.2003.
em seis categorias, que abrangem a totalidade dos documen- Assim, pela EC 18, a seç. II passou a denominar-se
tos de redação oficial, pelas quais os atos administrativos são “Dos servidores públicos”, e a seç. III, “Dos militares dos
expressos e formalizados. Estados, do Distrito Federal e dos Territórios”, passando os
Atos deliberativo-normativos: São aqueles que contém militares das Forças Armadas a ser disciplinados
um comando geral do Executivo, visando à correta aplicação exclusivamente no cap. II, “Das Forças Armadas”, do tít. V,
da lei, e explicitando a norma legal observada pela adminis- mediante o acréscimo do § 3º ao art. 142 da CF. O regime
tração e pelos administrados. jurídico único previsto pela

Exemplos: decretos, despachos, instruções, resoluções, Carta de 1988, que tanta polemica causou, também foi
portarias, acórdãos, manuais. abolido pela EC 19.

Atos de correspondência: Estes atos podem ser de cor- A Carta de 1988 estendeu diversos direitos dos
respondência individual ou pública. Sua característica é ter trabalhadores urbanos e rurais aos servidores públicos civis
destinatário declarado. (art. 39, § 3º). Como o Autor havia advertido, essa extensão,
pelas dificuldades impostas aos Estados e Municípios,
Exemplos: ofícios, circulares. provocou reações que culminaram com as modificações
determinadas pela EC 19, que suprimiu as vantagens
Atos enunciativos: São todos aqueles em que a adminis-
previstas nos incs. VI e XXIII do art. 70, além de estabelecer
tração limita-se a atestar ou certificar um fato, ou emitir uma
que a lei poderá estabelecer requisitos diferenciados de
opinião sobre determinado assunto, sem vincular-se a seu
admissão, de acordo com a natureza ou a complexidade do
enunciado.
cargo ou emprego.
Exemplos: parecer.
A EC 20 também modificou profundamente a
Atos de assentamento: São aqueles que se destinam a previdência social concernente aos servidores, efetuando
registro. São documentos que contém assentamentos sobre nítida distinção entre o servidor titular de cargo vitalício e
fatos ou ocorrências. efetivo e os demais servidores, titulares de outros cargos ou
de empregos públicos. Na sequência, a EC 41/2003 trouxe
Exemplos: atas. novas e significativas alterações na parte relativa ao teto
Atos negociais: São declarações de vontade da autori- remuneratório e ao sistema de previdência social. Por sua
dade administrativa, destinadas a produzir efeitos específicos vez, a EC 47, que entrou em vigor em 6.7.2005, data da sua
e individuais para o particular interessado. publicação, mas com efeitos retroativos à data de vigência da
EC 4 1/2003, modificou esses dois pontos.
Exemplos: licença, autorização, permissão, homologação,
dispensa, renúncia. Por fim, ante tantas e profundas alterações, a
inevitável questão pertinente ao direito adquirido será tratada
no fim deste capítulo.

Direito Administrativo 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Classificação na Constituição casos de contratação temporária de forma especifica, não se
admitindo hipóteses abrangentes ou genéricas. O inc. IX não
Servidores públicos em sentido amplo, no nosso se refere exclusivamente às atividades de natureza eventual,
entender, são todos os agentes públicos que se vinculam à temporária ou excepcional. Assim, não veda a contratação
Administração Pública, direta e indireta, do Estado, sob para atividades de natureza regular e permanentes. O que
regime jurídico (a) estatutário regular, geral ou peculiar, ou (b) importa é o atendimento da finalidade prevista pela Norma.
administrativo especial, ou (c) celetista (regido pela Assim, “desde que indispensáveis ao atendimento de
Consolidação das Leis do Trabalho — CLT), de natureza necessidade temporária de excepcional interesse público,
profissional e empregatícia. quer para o desempenho das atividades de caráter eventual,
A classificação dos servidores públicos em sentido temporário ou excepcional, quer para o desempenho das
amplo é campo propício para divergências doutrinárias. De atividades de caráter regular ou permanente”, a contratação é
acordo com a Constituição Federal, na redação resultante da permitida. Desta forma, embora não possa envolver cargos
EC 19, chamada de “Emenda da Reforma Administrativa”, típicos de carreira, a contratação pode envolver o
bem como da EC 20, classificam-se em quatro espécies: desempenho da atividade ou função da carreira, desde que
agentes políticos, servidores públicos em sentido es frito ou atendidos os requisitos acima. Fora daí, tal contratação tende
estatutários, empregados públicos e os contratados por tempo a contornar a exigência de concurso público, caracterizando
determinado. fraude à Constituição.
Reitere-se que a classificação ora proposta procura Regime jurídico
espelhar a sistemática da Carta Política, com a ressalva de O regime jurídico dos servidores civis consubstancia
que esta, nas seçs. I e II do cap. VII (“Da Administração os preceitos legais sobre a acessibilidade aos cargos
Pública”), embora trate de forma preponderante dos públicos, a investidura em cargo efetivo (por concurso
servidores públicos em sentido estrito, também contém vários público) e em comissão, as nomeações para funções de
dispositivos aplicáveis às demais espécies. confiança; os deveres e direitos dos servidores; a promoção e
Os agentes políticos constituem, na realidade, respectivos critérios; o sistema remuneratório (subsídios ou
categoria própria de agente público. Porém, sem dúvida, no remuneração, envolvendo os vencimentos, com as
título e seções referidas, a Carta Magna, para fins de especificações das vantagens de ordem pecuniária, os
tratamento jurídico, coloca-os como se fossem servidores salários e as reposições pecuniárias); as penalidades e sua
públicos, sem embargo de os ter como agentes políticos, aplicação; o processo administrativo; e a aposentadoria.
como se verá mais adiante. Todos os cargos vitalícios são Como vimos, a EC 19, ao dar conteúdo totalmente
ocupados por agentes políticos, porém estes também ocupam diverso ao art. 39, caput, e ao alterar a redação do art. 206, V,
cargos em comissão, como os Ministros de Estado. suprimiu a obrigatoriedade de um regime jurídico Único para
Normalmente deverão ser regidos pelo regime estatutário, todos os servidores públicos.
contudo alguns estão obrigatoriamente submetidos a um
regime estatutário de natureza peculiar, a exemplo da Assim, o regime jurídico pode ser estatutário, celetista
Magistratura e do Ministério Público. (o da CLT) e administrativo especial.
Os servidores públicos em sentido estrito ou Em consequência, em razão de suas autonomias
estatutários são os titulares de cargo público efetivo e em políticas, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
comissão, com regime jurídico estatutário geral ou peculiar e Municípios podem estabelecer regime jurídico não contratual
integrantes da Administração direta, das autarquias e das para os titulares de cargo público, sempre através de lei geral
fundações públicas com personalidade de Direito Público. ou de leis específicas para determinadas categorias
Tratando-se de cargo efetivo, seus titulares podem adquirir profissionais, as quais consubstanciam o chamado regime
estabilidade e estarão sujeitos a regime peculiar de estatutário regular, geral ou peculiar. Podem, ainda, adotar
previdência social. para parte de seus servidores o regime da CLT. Por fim,
devem adotar um de natureza administrativa especial, na
Os empregados públicos são todos os titulares de forma da lei de cada pessoa política, prevista pelo art. 37, IX,
emprego público (não de cargo público) da Administração da CF, para a contratação por tempo determinado para
direta e indireta, sujeitos ao regime jurídico da CLT; daí serem atender a necessidade temporária de excepcional interesse
chamados também de “celetistas”. Não ocupando cargo público.
público e sendo celetistas, não têm condição de adquirir a
estabilidade constitucional (CF, art. 41), nem podem ser Mister, no entretanto, ter presente que alguns
submetidos ao regime de previdência peculiar, como os servidores públicos, por exercerem atribuições exclusivas de
titulares de cargo efetivo e os agentes políticos, sendo Estado, submetem-se, obrigatoriamente, a regime jurídico
obrigatoriamente enquadrados no regime geral de previdência estatutário, pois, como se depreende do art. 247 da CF, com
social, a exemplo dos titulares de cargo em comissão ou a redação da EC 19, devem ter cargo efetivo, sendo certo que
temporário. Salvo para as funções de confiança e de direção, alguns, como os membros da Magistratura e do Ministério
a serem previstas à luz dos princípios de eficiência e Público e os Conselheiros dos Tribunais de Contas, têm,
razoabilidade nos respectivos quadros de pessoal das também por força da própria Carta Magna, cargo vitalício.
pessoas jurídicas da Administração indireta (na Administração Depreende-se, também, do exposto, que certas categorias de
direta, autárquica e fundacional as funções de confiança só servidores públicos têm necessariamente regimes jurídicos
podem ser exercidas por ocupantes de cargo efetivo — art. peculiares, de natureza estatutária.
37, V), os empregados públicos devem ser admitidos
mediante concurso ou processo seletivo público, de modo a O legislador deverá adotar cautela extrema na
assegurar a todos a possibilidade de participação. elaboração desses regimes jurídicos diferenciados, uma vez
que no passado tal aspecto gerou e ainda gera inúmeras
Os contratados por tempo determinado são os disputas judiciais, que, além da insegurança jurídica para a
servidores públicos submetidos ao regime jurídico própria pessoa política, acabam causando vantagens muitas
administrativo especial da lei prevista no art. 37, IX, da Carta vezes por ela não pretendidas.
Magna, bem como ao regime geral de previdência social. A
contratação só pode ser por tempo determinado e com a Querendo atender ao princípio da publicidade e
finalidade de atender a necessidade temporária de assegurar um controle sobre os valores percebidos pelos
excepcional interesse público. Ademais, a lei deve prever os servidores públicos em geral, o art. 39, § 6º, da CF, na

Direito Administrativo 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
redação da EC 19, determina que os Poderes Executivo, e manter escolas de governo para a formação e o
Legislativo e Judiciário publiquem “anualmente os valores do aperfeiçoamento dos servidores públicos, facultada a
subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos” celebração de convênios ou contratos entre os entes
— obrigação que, obviamente, se estende ao Ministério federados. Tal ressalva era desnecessária, pois, de regra, os
Público e aos Tribunais de Contas, órgãos constitucionais entes federados podem celebrar convênios e contratos.
autônomos e independentes. É importante esclarecer que a Parece-nos que a ressalva objetiva estimular a celebração de
norma não obriga à publicação de quanto percebe cada convênios e contratos, como meio de racionalização desse
servidor, mas dos valores dos cargos e dos empregos encargo para aquelas pessoas políticas, que, dessa forma,
públicos. poderão manter suas escolas de governo sem que, para
tanto, tenham que construí-las ou admitir servidores. É,
Organização do serviço público portanto, instrumento de eficiência e economia, mesmo
As entidades estatais são livres para organizar seu porque o objetivo maior da reforma é propiciar redução de
pessoal para o melhor atendimento dos serviços a seu cargo, gastos. Os Municípios, embora não obrigados, poderão
mas há três regras fundamentais que não podem postergar: a instituir suas escolas; contudo, pelo que se expôs, é-lhes
que exige que a organização se faça por lei; a que prevê a muito mais conveniente a celebração de convênios e contra-
competência exclusiva da entidade ou Poder interessado; e a tos para esse fim. Convém observar que alguns órgãos
que impõe a observância das normas constitucionais federais constitucionais, em razão de suas atribuições, poderão ter
pertinentes aos servidores públicos e das leis federais, de escolas próprias, como, a título de exemplo, ocorre com a
caráter nacional. Vejamos separadamente cada uma dessas Magistratura, o Ministério Público, a Advocacia Pública e os
regras. órgãos de fiscalização tributária.
Organização legal Cargos e funções

A organização legal do serviço público é exigida pela Cargo público é o lugar instituído na organização do
Constituição ao permitir a acessibilidade dos “cargos, serviço público, com denominação própria, atribuições e
empregos e funções públicas” a todos os brasileiros “que responsabilidades específicas e estipêndio correspondente,
preencham os requisitos estabelecidos em lei”, assim como para ser provido e exercido por um titular, na forma
aos estrangeiros, na forma da lei (art. 37, I). A parte final do estabelecida em lei. Função é a atribuição ou o conjunto de
dispositivo refere-se expressamente à lei. Isto significa que atribuições que a Administração confere a cada categoria
todo cargo público só pode ser criado e modificado por norma profissional ou comete individualmente a determinados
legal aprovada pelo Legislativo. Todavia, o Executivo pode, servidores para a execução de serviços eventuais, sendo
por ato próprio, extinguir cargos públicos, na forma da lei (CF, comumente remunerada através de pro labore. Diferenciase,
art. 84, XXV), competindo-lhe, ainda, provê-los e basicamente, do cargo em comissão pelo fato de não
regulamentar seu exercício, bem como praticar todos os atos titularizar cargo público.
relativos aos servidores (nomeação, demissão, remoção, Em face da EC 19, as funções de confiança, que só
promoção, punição, lotação, concessão de férias, assistência podem ser exercidas por servidores ocupantes de cargo
à saúde, licença médica, aposentadoria etc.). efetivo, destinam-se, obrigatoriamente, apenas às atribuições
Na organização do serviço público a Administração de direção, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V), que são
cria cargos e funções, institui classes e carreiras, faz de natureza permanente. Tal comando independe de lei, uma
provimentos e lotações, estabelece vencimentos e vantagens vez que o exame desse art. 37, V, revela que para as funções
e delimita os deveres e direitos de seus servidores. de confiança ele é de eficácia plena, ao reverso do que ocorre
em relação aos cargos em comissão, a serem preenchidos
Conselhos de política de administração e remuneração de por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
pessoal. Escolas de governo mínimos previstos em lei, como ali está dito. Essas funções,
Como acentuado, a EC 19 deu ao art. 39, caput, da CF por serem de confiança, a exemplo dos cargos em comissão,
conteúdo totalmente diverso, afastando, de um lado, a são de livre nomeação e exoneração.
exigência de um regime jurídico único para os servidores e Todo cargo tem função, mas pode haver função sem
acrescentando, de outro, a obrigatoriedade de a União, os cargo. As funções do cargo são definitivas; as funções
Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituírem, no autônomas são, por índole, provisórias, dada a
âmbito de suas Administrações, conselho de política de transitoriedade do serviço que visam a atender, como ocorre
administração e remuneração de pessoal, integrado por nos casos de contratação por prazo determinado (CF, art. 37,
servidores designados pelos respectivos Poderes. IX). Daí por que as funções permanentes da Administração só
A composição entre os Poderes deverá ser paritária e podem ser desempenhadas pelos titulares de cargos efetivos,
é recomendável que seus integrantes tenham investidura a e as transitórias, por servidores designados, admitidos ou
termo certo, para terem maior independência na formulação contratados precariamente. Os servidores podem estabilizar-
da política pretendida pela norma constitucional. Desse se nos cargos, mas não nas funções. Como visto, a EC 19
conselho também deverão participar integrantes do Tribunal restringe o exercício das funções de confiança apenas para o
de Contas e do Ministério Público, uma vez que estes órgãos titular de cargo efetivo, vale dizer, o concursado. Dessa
constitucionais autônomos e independentes têm competência forma, o fator confiança fica restrito ao âmbito interno da
para a iniciativa de leis a respeito de sua Administração e da Administração.
remuneração de seus membros e pessoal. Aliás, quanto ao Os cargos distribuem-se em classes e carreiras, e
último, a redação do § 2º do art. 127 da CF assegura-lhe excepcionalmente criam-se isolados.
autonomia na formulação de sua política remuneratória e
planos de carreira. Assim, se, de um lado, estes órgãos têm Classe — É o agrupamento de cargos da mesma
competência para a formulação de suas políticas, não podem, profissão, e com idênticas atribuições, responsabilidades e
de outro, estar divorciados da política geral pretendida pela vencimentos. As classes constituem os degraus de acesso na
EC 19, e que deve decorrer justamente das diretrizes desse carreira.
conselho. Não podem também deixar de considerar os Carreira — E o agrupamento de classes da mesma
comandos do art. 169 e da CF. profissão ou atividade, escalonadas segundo a hierarquia do
Obrigou, ainda, pelo § 2º do art. 39, a União, os serviço, para acesso privativo dos titulares dos cargos que a
Estados e o Distrito Federal — não os Municípios — a instituir integram, mediante provimento originário. O conjunto de

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carreiras e de cargos isolados constitui o quadro permanente ato do Executivo, no interesse do serviço, dentro do quadro a
do serviço dos diversos Poderes e órgãos da Administração que pertencem.
Pública. As carreiras iniciam-se e terminam nos respectivos
quadros. Criação, transformação e extinção de cargos, funções ou
empregos públicos
Quadro — É o conjunto de carreiras, cargos isolados e
funções gratificadas de um mesmo serviço, órgão ou Poder. A criação, transformação e extinção de cargos,
O quadro pode ser permanente ou provisório, mas sempre empregos e funções públicas do Poder Executivo exige lei de
estanque, não admitindo promoção ou acesso de um para iniciativa privativa do Presidente da República, dos
outro. Governadores dos Estados e do Distrito Federal e dos
Prefeitos Municipais, conforme seja federal, estadual ou
Cargo de carreira — E o que se escalona em classes, municipal a Administração interessada, abrangendo a
para acesso privativo de seus titulares, até o da mais alta Administração direta, autárquica e fundacional (CF, art. 48, X,
hierarquia profissional. c/c o art. 61, § 1º, II, “d”). Com a EC 32/2001, ao Chefe do
Executivo compete privativamente dispor sobre a “extinção de
Cargo isolado — É o que não se escalona em
funções ou cargos quando vagos” (CF, art. 84, VI, “b”). Assim,
classes, por ser o único na sua categoria. Os cargos isolados não estando vago, a extinção depende de lei, também de sua
constituem exceção no funcionalismo, porque a hierarquia iniciativa privativa.
administrativa exige escalonamento das funções para
aprimoramento do serviço e estímulo aos servidores, através A privatividade de iniciativa do Executivo toma
da promoção vertical. Não é o arbítrio do legislador que deve inconstitucional o projeto oriundo do Legislativo, ainda que
predominar na criação de cargos isolados, mas sim a sancionado e promulgado pelo Chefe do Executivo, porque as
natureza da função e as exigências do serviço. prerrogativas constitucionais são irrenunciáveis por seus
titulares. Trata-se do princípio constitucional da reserva de
Cargo técnico — É o que exige conhecimentos
administração, que impede a ingerência do Poder Legislativo
profissionais especializados para seu desempenho, dada a em matéria administrativa de competência exclusiva do Poder
natureza científica ou artística das funções que encerra. Executivo ou, mesmo, do Judiciário.
Nesta acepção é que o art. 37, XVI, “b”, da CF o emprega,
sinonimizando-o com cargo científico, para efeito de A transformação de cargos, funções ou empregos do
acumulação. Executivo é admissível desde que realizada por lei de sua
iniciativa. Pela transformação extinguem-se os cargos
Cargo em comissão — E o que só admite provimento
anteriores e se criam os novos, que serão providos por
em caráter provisório. São declarados em lei de livre concurso ou por simples enquadramento dos servidores já
nomeação (sem concurso público) e exoneração (art. 37, II), integrantes da Administração, mediante apostila de seus
destinando-se apenas às atribuições de direção, chefia e títulos de nomeação. Assim, a investidura nos novos cargos
assessoramento (CF, art. 37, V). Todavia, pela EC 19, o poderá ser originária (para os estranhos ao serviço público)
preenchimento de uma parcela dos cargos em comissão dar- ou derivada (para os servidores que forem enquadrados),
se-á unicamente por servidores de carreira, nos casos, desde que preencham os requisitos da lei. Também podem
condições e percentuais mínimos previstos em lei (art. 37, V). ser transformadas funções em cargos, observados o
Portanto, nestas hipóteses o provimento não será totalmente procedimento legal e a investidura originária ou derivada, na
livre, como ocorre com os não servidores, isto é, os sem forma da lei. Todavia, se a transformação “implicar em
vínculo efetivo anterior à nomeação. A lei ali referida será de alteração do título e das atribuições do cargo, configura novo
cada entidade política, mas, especialmente na fixação dos provimento”, que exige o concurso público.
percentuais mínimos, deverá observar o princípio da
razoabilidade, sob pena de fraudar a determinação No Poder Executivo a extinção de cargos, funções ou
constitucional, no sentido de uma parte dos cargos em empregos só pode ser feita por lei de sua iniciativa ou por ato
comissão ser provida de forma totalmente livre e outra, próprio (CF, art. 84, XXV), removendo-se seus titulares para
parcialmente, diante das limitações e condições previstas cargos, funções ou empregos equivalentes. Se se tratar de
nessa lei. A instituição de tais cargos é permanente, mas seu servidor estável, extinto o cargo, será ele colocado em dispo-
desempenho é sempre precário, pois quem os exerce não nibilidade com remuneração proporcional ao tempo de servi-
adquire direito à continuidade na função, mesmo porque a ço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (CF,
exerce por confiança do superior hierárquico; daí a livre art. 41, § 3º). Antes da EC 19 a remuneração era integral.
nomeação e exoneração.
As leis de criação, transformação e extinção de
Cargo de chefia — É o que se destina à direção de cargos, funções ou empregos, ainda que dependam de
serviços. Pode ser de carreira ou isolado, de provimento iniciativa do Poder competente, podem sofrer emendas do
efetivo ou em comissão, tudo dependendo da lei que o Legislativo, desde que não ultrapassem os limites qualitativos
instituir. (natureza ou espécie, ou seja, estreita pertinência com o
objeto do projeto) e quantitativos da proposta, nem
Lotação — É o número de servidores que devem ter
desfigurem o projeto original. Negar totalmente o poder de
exercício em cada repartição ou serviço. A lotação pode ser emenda é suprimir uma prerrogativa institucional do
numérica ou básica e nominal ou supletiva: a primeira Legislativo, mas permiti-lo sem limites é invalidar o controle
corresponde aos cargos e funções atribuídos às várias de um Poder sobre seus serviços e seu orçamento, cuja
unidades administrativas; a segunda importa a distribuição competência lhe é dada pela própria Constituição da
nominal dos servidores para cada repartição, a fim de República. Daí por que a Carta Magna veda expressamente
preencher os claros do quadro numérico. Ambas são atos emendas que aumentem a despesa prevista na proposta de
administrativos típicos e, como tais, da competência privativa iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo (art. 63, I) e do
do Executivo, no que concerne aos serviços. Por lei se Legislativo ou do Judiciário (art. 63, II). Essas colocações são
instituem os cargos e funções; por decreto se movimentam os também aplicáveis à Constituição Estadual e suas Emendas,
servidores, segundo as necessidades do serviço. A lotação e bem como à Lei Orgânica Municipal, como tem proclamado o
a relotação constituem prerrogativas do Executivo, contra as STF.
quais não se podem opor os servidores, desde que feitas na
forma estatutária. Na omissão da lei, entende-se amplo e Em que pese à Constituição proibir somente emendas
discricionário o poder de movimentação dos servidores, por que aumentem a despesa prevista, entendemos também
inadmissíveis as que alterem, em qualidade (natureza ou

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espécie) ou quantidade, o cargo, função ou emprego proposto Em qualquer hipótese, porém, o provimento de cargos
pelo Poder competente. do Executivo é da competência exclusiva do Chefe deste
Poder (CF, art. 84, XXV), uma vez que a investidura é ato
No Poder Legislativo a criação, transformação ou tipicamente administrativo. Por idêntica razão, a
extinção de cargos, empregos ou funções cabe à Câmara dos desinvestidura dos cargos e os exercícios dos poderes
Deputados e ao Senado Federal, às Assembleias Legislativas hierárquico e disciplinar são da alçada privativa do Executivo
e às Câmaras de Vereadores, respectiva-mente, que podem, no que concerne a seus servidores. A lei só poderá
no âmbito de sua competência privativa, “dispor sobre sua estabelecer a forma e as condições de provimento e
organização, funcionamento, polícia, criação, transformação desprovimento; não poderá, entretanto, concretizar
ou extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços, investiduras ou indicar pessoas a serem nomeadas, porque
e a iniciativa de lei para a fixação da respectiva remuneração, isto é missão do Executivo, indelegável ao Legislativo. O
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes provimento feito por lei é nulo, como nula é a criação ou
orçamentárias” (CF, arts. 51, IV, e 52, XIII). Esses atos de modificação de cargo por decreto ou qualquer outro ato
criação, transformação ou extinção de cargos, funções ou administrativo.
empregos devem ser efetuados por resolução, como se infere
da interpretação do art. 48, c/c os arts. 51 e 52, da CF. No âmbito do Legislativo, do Judiciário, do Tribunal de
Todavia, a fixação ou a alteração de vencimentos só pode ser Contas e do Ministério Público o provimento e demais atos
efetuada mediante lei específica, sujeita, evidentemente, a atinentes aos cargos e seus servidores devem ser da
sanção (CF, art. 37, X). Não, porém, a fixação dos subsídios competência do respectivo Presidente ou do Procurador-
dos Deputados Federais e Senadores, do Presidente e do Geral, conforme o caso.
Vice-Presidente e dos Ministros de Estado, uma vez que tal
matéria, por força do art. 49, VII e VIII, está entre aquelas de Direitos do titular do cargo
“competência exclusiva do Congresso Nacional”, para as Os direitos do titular do cargo restringem-se ao seu
quais não se exige sanção, o que constitui exceção à regra exercício, às prerrogativas da função e ao subsídio ou aos
introduzida pela Reforma Administrativa, de que a fixação ou vencimentos e vantagens decorrentes da investidura, sem
maj oração de subsidio e vencimentos está sujeita ao que o servidor tenha propriedade do lugar que ocupa, visto
princípio da reserva legal especifica. que o cargo é inapropriável pelo servidor. Daí por que a
No Poder Judiciário a criação e a extinção de cargos e Administração pode suprimir, transformar e alterar os cargos
a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que públicos ou serviços independentemente da aquiescência de
lhes forem vinculados, bem como afixação do subsídio de seu titular, uma vez que o servidor não tem direito adquirido à
seus membros e dos juizes, inclusive dos tribunais inferiores, imutabilidade de suas atribuições, nem à continuidade de
observado o disposto no art. 169 da CF, dependem de lei de suas funções originárias. A lei posterior pode extinguir e
iniciativa privativa do STF, dos Tribunais Superiores e dos alterar cargos e funções de quaisquer titulares — vitalícios,
Tribunais de Justiça (CF, art. 96, II, “b”), salvo no tocante aos estáveis e instáveis.
subsídios dos Ministros do STF, cuja fixação deve observar o O servidor poderá adquirir direito à permanência no
disposto no art. 48, XV, da Carta. serviço público, mas não adquirirá nunca direito ao exercício
Os Tribunais de Contas, embora órgãos auxiliares do da mesma função, no mesmo lugar e nas mesmas condições,
Poder Legislativo, por serem órgãos constitucionais salvo os vitalícios, que constituem uma exceção constitucional
autônomos e independentes, têm quadro próprio de pessoal e à regra estatutária. O poder de organizar e reorganizar os
exercem, “no que couber, as atribuições previstas no art. 96” serviços públicos, de lotar e relotar servidores, de criar e
(CF, art. 73), acima examinadas. extinguir cargos, é indespojável da Administração, por
inerente à soberania interna do próprio Estado.
Quanto ao Ministério Público, a Constituição de 1988 es-
tendeu-lhe a faculdade de propor a criação e extinção de Enquanto subsistir o cargo, como foi provido, seu
seus cargos e serviços auxiliares. Agora, com a EC 19 tam- titular terá direito ao exercício nas condições estabelecidas
bém ficou assente sua competência para propor ao Poder pelo estatuto; mas, se se modificarem a estrutura, as
Legislativo a sua política remuneratória (CF, art. 127, § 2º), o atribuições, os requisitos para seu desempenho, lícitas são a
que o STF já havia proclamado. exoneração, a disponibilidade, a remoção ou a transferência
de seu ocupante, para que outro o desempenhe na forma da
Provimento de cargos lei. O que não se admite é o afastamento arbitrário ou abusivo
do titular, por ato do Executivo, sem lei que o autorize.
Provimento é o ato pelo qual se efetua o
preenchimento do cargo público, com a designação de seu Acesso a informações privilegiadas
titular. O provimento pode ser originário ou inicial e derivado.
Provimento inicial é o que se faz através de nomeação, que O acesso a informações privilegiadas em razão do
pressupõe a inexistência de vinculação entre a situação de exercício de cargo ou emprego público é questão que sempre
serviço anterior do nomeado e o preenchimento do cargo. preocupou o Governo e os estudiosos, por envolver, inclusive,
Assim, tanto é provimento inicial a nomeação de pessoa a moralidade administrativa. Agora, segundo o art. 37, § 7º,
estranha aos quadros do serviço público quanto a de outra da CF, com a redação da EC 19, “a lei disporá sobre os
que já exercia função pública como ocupante de cargo não requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego
vinculado àquele para o qual foi nomeada. Já, o provimento da Administração direta e indireta que possibilite” aquele
derivado, que se faz por transferência, promoção, remoção, acesso. Essa lei será de caráter nacional.
acesso, reintegração, readmissão, enquadramento, O objetivo é estatuir um verdadeiro código de conduta
aproveitamento ou reversão, é sempre uma alteração na para aqueles agentes públicos que pelo só exercício de suas
situação de serviço do provido. funções tenham acesso a informações privilegiadas sobre
Em razão do art. 37, II, da CF, qualquer investidura em programas e atividades do Governo relativas a qualquer
carreira diversa daquela em que o servidor ingressou por campo, como o tecnológico, o industrial, o das finanças
concurso é, hoje, vedada. Acrescente-se que a única públicas, inclusive câmbio, o comercial e societário, o da
reinvestidura permitida sem concurso é a reintegração, segurança nacional ou qualquer outro que o possibilite.
decorrente da ilegalidade do ato de demissão. As restrições devem ocorrer quer durante, quer após o
exercício da função, durante o tempo a ser fixado de acordo
com as nuanças de cada cargo ou emprego público. A

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restrição ao exercício de determinadas atividades ou porque tais leis nacionais são hierarquicamente superiores,
empregos após os da atividade pública deverá ser por força da própria Carta Magna. Aliás, o mesmo ocorre, por
estabelecida com razoabilidade, para que não se contrariem exemplo, com a lei nacional sobre normas gerais de licitação
outros dispositivos constitucionais, como o que assegura o e contratos administrativos (Lei 8.666/93).
livre exercício de “qualquer trabalho, oficio ou profissão” (CF,
Competência do Estado-membro — A competência do
art. 5º, XIII).
Estado-membro é ampla, mas fica adstrita não só às normas
Competência para organizar o serviço público pertinentes da Constituição da República e aos preceitos das
leis de caráter nacional, bem como aos ditames especiais da
A competência para organizar o serviço público é da Constituição Estadual, no que concerne ao seu pessoal. O
entidade estatal a que pertence o respectivo serviço. Sobre estatuto dos servidores federais e demais normas
esta matéria as competências são estanques e complementares e regulamentares não se aplicam aos
incomunicáveis. As normas estatutárias federais não se servidores estaduais pela óbvia razão de que o Estado-
aplicam aos servidores estaduais ou municipais, nem as do membro é autônomo para organizar seus serviços e compor
Estado-membro se estendem aos servidores dos Municípios. seu pessoal.
Cada entidade estatal é autônoma para organizar seus Competência do Município — A competência do
serviços e compor seu pessoal. Atendidos os princípios Município para organizar seu funcionalismo é consectário da
constitucionais e os preceitos das leis nacionais de caráter autonomia administrativa de que dispõe (CF, art. 30, I).
complementar, a União, os Estados-membros, o Distrito Assim, a exemplo dos Estados, atendidas as normas
Federal e os Municípios instituirão seus regimes jurídicos, constitucionais aplicáveis ao servidor público, os preceitos
segundo suas conveniências administrativas e as forças de das leis de caráter nacional e de sua Lei Orgânica, pode o
seus erários (CF, arts. 39 e 169). Município elaborar o regime jurídico de seus servidores,
Competência da União — A competência da União segundo as conveniências locais. Nesse campo é
para organizar seu serviço público só encontra limites na inadmissível a extensão das normas estatutárias federais ou
Constituição da República e não enseja conflito de normas, estaduais aos servidores municipais. Só será possível a
porque suas leis ordinárias jamais poderão colidir, nesse aplicação do estatuto da União ou do Estado-membro se a lei
campo, com a legislação dos Estados-membros, do Distrito municipal assim o determinar expressamente.
Federal e dos Municípios. A questão, porém, complica-se no Nem mesmo a Constituição Estadual poderá
âmbito estadual e municipal, em face da superposição de estabelecer direitos, encargos ou vantagens para o servidor
normas de entidades diferentes e das diversas áreas de municipal, porque isto atenta contra a autonomia local. Desde
competência, nem sempre bem delimitadas e muitas vezes que o Município é livre para aplicar suas rendas e organizar
confundidas pelo administrador e pelo legislador das três seus serviços (CF, art. 30, III e V), nenhuma interferência
entidades estatais. pode ter o Estado-membro nesse campo da privativa
A legislação federal, fora os casos expressamente competência local.
previstos no texto constitucional, só atinge os servidores Só o Município poderá estabelecer o regime de
estaduais — do Distrito Federal e municipais — quando tem trabalho e de pagamento de seus servidores, tendo em vista
natureza jurídica de lei nacional. São dessa natureza, as peculiaridades locais e as possibilidades de seu
exemplificativamente, as que dispõem sobre crimes orçamento. Nenhuma vantagem ou encargo do funcionalismo
funcionais (CP, arts. 312 a 327; CPP, arts. 513 a 518); federal ou estadual se estende automaticamente aos
inviolabilidade no exercício da função pública (CP, art. 142, servidores municipais, porque isto importaria hierarquização
III); perda da função pública e interdição de direitos (CP, arts. do Município à União e ao Estado-membro. As Constituições
92, I, e 47, I); facilitação culposa de conhecimento de segredo Estaduais e leis ordinárias que estabelecem essa extensão de
concernente à segurança nacional, revelação de segredo vantagens do servidor público estadual ao municipal tiveram
funcional relacionado com operações anti-subversivas (Lei as respectivas disposições invalidadas, por inconstitucionais.
6.620/78, arts. 29 e 37); sanções específicas, sequestro e
perdimento de bens, pela prática de atos de improbidade Competência do Distrito Federal — A competência do
administrativa (Lei 8.429/92); coação eleitoral (Código Distrito Federal corresponde à prevista para os Estados e
Eleitoral, art. 300); requisição para o serviço eleitoral (Código para os Municípios, por força do art. 32, § 1º, da CF. Assim, o
Eleitoral, arts. 30, XIV, e 344); retardamento ou recusa de que foi dito para essas duas entidades vale para o Distrito
publicação em órgão oficial de atos da Justiça Eleitoral Federal.
(Código Eleitoral, art. 341); proibição de uso de serviços ou
dependências públicas em beneficio de partido político Observância das normas constitucionais
(Código Eleitoral, arts. 346 e 377); proibição de nomeação e Como já vimos, em razão de sua autonomia
de remoção no período pré e pós-eleitoral (Lei 6.091, de constitucional, as entidades estatais são competentes para
15.8.74, art. 13); requisições e afastamentos de servidores organizar e manter seus servidores, criando e extinguindo
públicos pela Justiça Eleitoral (Lei 6.999, de 7.6.82); cargos, funções e empregos públicos, instituindo carreiras e
impedimentos e prazos de desincompatibilização (Lei classes, fazendo provimentos e lotações, estabelecendo a
Complementar 64, de 18.5.90 — Lei das Inelegibilidades); remuneração, delimitando os seus deveres e direitos e
requisição de veículos e embarcações oficiais para o fixando regras disciplinares. Os preceitos reguladores das
transporte gratuito de eleitores (Lei 6.091/74, art. 1º); acidente relações jurídicas entre a Administração e o servidor
do trabalho (Lei 6.367, de 19.10.76); seguridade social (Lei constituem o regime jurídico, explicitados nos decretos e
8.212, de 24.7.91); Programa de Formação do Patrimônio do regulamentos expedidos para sua fiel execução pelo Poder
Servidor Público — PASEP (Lei Complementar 8, de 3.12.70); Executivo ou pelos demais Poderes, pelo Tribunal de Contas
obrigatoriedade de declaração de bens (Leis 8.429/92 e e pelo Ministério Público, no exercício das suas respectivas
8.730/93); conduta do servidor nas eleições (Lei 9.424/97). administrações.
Essa legislação federal bem como outras que tenham As disposições estatutárias ou de outra natureza, se
a mesma natureza de leis nacionais são aplicáveis às outro for o regime jurídico, todavia, não podem contrariar o
entidades estatais — União, Estados, Distrito Federal e estabelecido na Constituição da República como normas
Municípios —, obrigatoriamente, sem que se possa falar em gerais de observância obrigatória pela Administração direta e
quebra das suas respectivas autonomias administrativas, indireta, conforme o caso, na organização do seu pessoal e

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dos respectivos regimes jurídicos. Sempre entendemos, com vantagens e prerrogativas que vão dificultar substancialmente
a melhor doutrina, que essas normas, mesmo no período o manejo e a execução do serviço público. Ora, o servidor é
anterior à Constituição de 1988, eram impositivas para toda a apenas meio e não fim da Administração, e toda vez que esta
Administração, em face do seu duplo objetivo. Realmente, ao lhe confere uma vantagem deve fazê-lo na exata medida do
instituí-las, a Constituição não visa unicamente ao resguardo interesse público. Vale dizer, as prerrogativas, garantias e
dos interesses dos servidores, como erroneamente se pensa. demais vantagens do servidor só se legitimam quando
Não é assim. Juntamente com as garantias outorgadas aos reclamadas pelo serviço público e não anulem seus requisitos
servidores, o texto constitucional assegura ao Estado os de eficiência, moralidade e aperfeiçoamento. Na concessão
meios para realizar uma boa administração, dentre os quais o desses benefícios por via constitucional existe uma presunção
poder-dever de zelar pela eficiência, moralidade e de imprescindibilidade, diante da qual devem curvar-se as
aprimoramento do pessoal administrativo. É o que ocorre, p. entidades estatais; mas, ao concedê-los, a Constituição
ex., com o instituto da estabilidade, que, a par de um direito, subtrai de cada uma delas o poder de disposição sobre a
para o servidor titular de cargo efetivo, de permanência no mesma matéria, de modo que lhes é defeso postergá-los,
serviço público enquanto bem servir, representa para a restringi-los ou ampliá-los, salvo quando expressamente
Administração a garantia de que nenhum servidor nomeado autorizadas, e nos estritos limites da autorização. Assim, se o
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso constituinte entendeu que somente os servidores públicos
poderá subtrair-se ao estágio probatório de três anos e a de nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
que nenhum outro servidor titular de cargo em comissão concurso têm direito à permanência no serviço após três anos
poderá adquirir igual direito. Assim, não pode a Administração de exercício — o que, em principio, constitui um entrave para
— federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal — a Administração —, não é licito ao Estado abdicar da sua
ampliar o prazo do art. 41 da CF, pois estaria restringindo prerrogativa de livre disposição do seu pessoal para estender
direito do servidor público; mas também não pode diminuí-lo a estabilidade a outros servidores, nem para reduzir o lapso
ou estendê-lo a outros servidores que não os efetivos do estágio probatório. Pelas mesmas razões, não pode
nomeados por concurso, porque estaria renunciando a conceder a outras as prerrogativas de vitaliciedade, de
prerrogativas constitucionais consideradas essenciais na inamovibilidade ou de irredutibilidade de vencimentos que a
relação Estado-agente administrativo. Não sendo lícito ao Carta Magna outorgou a determinadas categorias de agentes
Estado renunciar a essas prerrogativas, seria nula e de públicos e que não são exigidas pelos interesses
nenhum efeito, portanto, a disposição estatutária em administrativos.
desacordo com o preceito constitucional.
Não quer isso dizer que a Administração esteja
O exame dessas normas constitucionais deu ensejo a impedida de conceder outros direitos e vantagens a seus
que o TJSP, em sessão plenária, nos legasse esta magnífica servidores, através de normas legais. Absolutamente, não.
lição de Direito Público: “Tais dispositivos não contêm Além de o texto constitucional não exaurir a matéria,
somente garantia, benefícios aos funcionários; têm uma deixando, portanto, muita coisa à discrição das entidades
acepção mais ampla, pois são as normas primordiais que estatais, estas se vêem, comumente, obrigadas a assegurar
regem as relações entre o Poder Público e seus agentes. outros benefícios a seus servidores, pois os recrutam em
Nessas relações há sempre duas pessoas: uma de Direito competição com o mercado empresarial. Daí por que os
Público — o Estado —, outra, a individual do funcionário. Não regimes jurídicos, além de encampar as garantias outorgadas
se pode considerar que os princípios preceituados na constitucionalmente aos servidores (art. 39, § 3º), costumam
Constituição visaram apenas a favorecer uma dessas dispor sobre outros direitos e vantagens de que esses muitas
pessoas, o funcionário. Ao contrário, dizem respeito também vezes não desfrutam (licença para tratamento de interesses
ao Estado, para garantia de sua boa administração”. E por particulares, licença-prêmio, adicional por tempo de serviço
esse raciocínio, de inegável lógica, a E. Corte Estadual etc.). Todas essas concessões são legítimas desde que,
concluiu que “os Estados (e, por extensão, os Municípios) como já salientamos, se conformem aos interesses do serviço
podem dar aos funcionários outras garantias, outros público, pois, no que concerne aos direitos e vantagens de
benefícios além dos conferidos pela Constituição Federal. É seus servidores, cada entidade estatal pode estabelecê-los
certo, mas, se essas garantias, esses benefícios estão livremente, com observância das normas constitucionais e
previstos na Constituição, não é possível ampliá-los e nem das leis de caráter nacional. O que não se permite é
estendê-los a outros funcionários que não os por ela dispensar ou alterar o que a Constituição já estabeleceu como
favorecidos”. condições de eficiência, moralidade e aprimoramento do
serviço (requisitos de investidura, estágio probatório, limite
Se até a Constituição de 1967 os dispositivos para a aposentadoria, processo demissório,
constitucionais pertinentes ao servidor público eram vistos inacumulabilidade de cargos, responsabilização funcional) e
apenas como mínimos de garantia dos servidores públicos e como garantias dos servidores públicos (estabilidade,
só se impunham integralmente por recomendação da boa aposentadoria remunerada, contagem do tempo de serviço
doutrina e pela moralizadora orientação jurisprudencial, a prestado às três esferas administrativas, disponibilidade).
partir de então passaram a ser normas de observância
obrigatória em todas as esferas administrativas, situação Feitas estas considerações de ordem geral, vejamos, a
mantida pela atual Constituição da República (arts. 37 a 41). seguir, em espécie, as normas constitucionais pertinentes ao
Com isso, fica prejudicada qualquer discussão sobre a servidor público para, ao depois, examinarmos os deveres e
possibilidade de sua restrição ou ampliação, uma vez que, direitos dos servidores que poderão constar de disposições
atualmente, constituem, mesmo, “um código de direitos e estatutárias ou de outro regime jurídico.
obrigações fundamentais que devem ser respeitados pelo
Deveres e direitos dos servidores
Distrito Federal, pelos Estados e Municípios (e, também, pela
União, acrescentamos) em suas leis ordinárias”, como ensina Os deveres e direitos dos servidores estão
Themístocles Cavalcanti. detalhadamente estabelecidos na Constituição da República,
Sobejam razões justificadoras desse entendimento, a serem observados pelos respectivos regimes jurídicos
mas a principal delas é que a organização legal dos ditados segundo as regras de iniciativa de lei previstas
servidores públicos é tarefa do Legislativo, e este, muitas naquela Carta. Na imposição desses deveres e na concessão
desses direitos a Administração deverá ter sempre presente o
vezes, desconhecendo particularidades administrativas e
peculiaridades dos serviços afetos ao Executivo e para interesse coletivo na obtenção dos serviços públicos,
atender a pretensões classistas, confere aos servidores lembrando-se de que — como o nome está indicando — são
serviços para o público e de que seus agentes são servidores

Direito Administrativo 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


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públicos, vale dizer, servidores do público: public servants, na Muitas vezes o dever não resulta diretamente das
expressão inglesa consagrada por Brandeis. normas estatutárias, mas de outras, hierarquicamente
superiores, que exigem dos servidores em geral determinada
Neste item estudaremos esses direitos e deveres e, conduta, positiva ou negativa, decorrente das chamadas
separadamente, o sistema remuneratório ou a remuneração restrições funcionais, a seguir examinadas.
em sentido amplo, que destacamos do tópico Direitos, pela
importância e complexidade do seu estudo. A Lei de Improbidade Administrativa, ao tratar dos atos
que atentam contra os princípios da administração pública, diz
Deveres
constituir ato dessa natureza “qualquer ação ou omissão que
Os regimes jurídicos modernos impõem uma série de viole os deveres de honestidade, legalidade e lealdade às
deveres aos servidores públicos como requisitos para o bom instituições” (art. 11, caput, da Lei 8.429/92).
desempenho de seus encargos e regular funcionamento dos Restrições funcionais
serviços públicos. A Lei de Improbidade Administrativa, de
natureza nacional, diz que constitui ato de improbidade Dentre as restrições que a função pública impõe aos
administrativa que atenta contra os princípios da seus exercentes destacam-se a de se sujeitarem aos
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os impedimentos estabelecidos para o desempenho do cargo.
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade
às instituições (cf. Lei 8.429/92, art. 10, caput), as quais, para Os impedimentos ou incompatibilidades para o
serem punidas, pressupõem que o agente as pratique com a desempenho de função pública constituem restrições
consciência da ilicitude, isto é, dolosamente. perfeitamente admissíveis ao direito dos servidores estatais,
autárquicos e paraestatais, porque é lícito à Administração
Dentre esses deveres salientam-se, por sua estabelecer condições para a realização de seus serviços.
constância na legislação dos povos cultos, o de lealdade à Assim sendo, permitido é ao Poder Público impedir contratos
Administração, o de obediência às ordens superiores e, de seus servidores com a Administração, estabelecer
agora, o de conduta ética. incompatibilidades entre o exercício do cargo ou da função e
certas atividades públicas ou particulares, impor exigências
Dever de lealdade — O dever de lealdade, também de residência no local do trabalho e quaisquer outros
denominado dever de fidelidade, exige de todo servidor a requisitos de eficiência e moralidade do serviço público,
maior dedicação ao serviço e o integral respeito às leis e às desde que não afronte os direitos fundamentais do servidor,
instituições constitucionais, identificando-o com os superiores resguardados pela Constituição da República. Nessa linha
interesses do Estado. Tal dever impede que o servidor atue serão os requisitos e restrições da lei prevista pela Carta
contra os fins e os objetivos legítimos da Administração, pois Magna em seu art. 37, §7º, comentado em outra passagem.
que, se assim agisse, incorreria em infidelidade funcional,
ensejadora da mais grave penalidade, que é a demissão, vale A Lei nacional 9.504, de 30.9.97, que dispõe sobre
dizer, o desligamento compulsório do serviço público. normas gerais de eleições para cargos no Executivo e no
Legislativo, estabelece as condutas de agentes públicos que
Dever de obediência — O dever de obediência impõe podem afetar a igualdade de oportunidades entre os
ao servidor o acatamento às ordens legais de seus superiores candidatos, vedando-as, sob as penas ali previstas e sem
e sua fiel execução.. Tal dever resulta da subordinação prejuízo da aplicação da Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade
hierárquica e assenta no princípio disciplinar que informa toda Administrativa).
organização administrativa.
Direitos
Por esse dever não está o servidor obrigado a cumprir
mecanicamente toda e qualquer ordem superior, mas, A Constituição da República, ao cuidar do servidor
unicamente, as ordens legais. E por ordens legais entendem- público (arts. 37 a 41), detalhou seus direitos, indicando
se aquelas emanadas de autoridade competente, em forma especificamente os que lhe são extensivos dentre os
adequada e com objetivos lícitos. Tanto o cumprimento de reconhecidos aos trabalhadores urbanos e rurais (CF, art. 7º).
ordem manifestamente ilegal como o descumprimento de
ordem legal acarretam para o servidor responsabilidade De um modo geral, pode dizer-se que os servidores
disciplinar e criminal (CP, art. 22), conforme seja a lesão públicos têm os mesmos direitos reconhecidos aos cidadãos,
causada à Administração ou a terceiros. porque cidadãos também o são, apenas com certas restrições
exigidas para o desempenho da função publica. Com a
Dever de conduta ética — O dever de conduta ética Constituição de 1988 gozam dos seguintes direitos
decorre do princípio constitucional da moralidade assegurados aos trabalhadores do setor privado: salário
administrativa e impõe ao servidor público a obrigação de mínimo; garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os
jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. De acordo que percebem remuneração variável; décimo-terceiro salário;
com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
Federal (Dec. 1.171, de 22.6.94), “a dignidade, o decoro, o salário-família para os seus dependentes; jornada de trabalho
zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
primados maiores que devem nortear o servidor público”. O semanais; repouso semanal remunerado; remuneração do
dever de honestidade está incluído na conduta ética. serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por
cento à do normal; gozo de férias anuais remuneradas com,
Dever de eficiência — O dever de eficiência do
pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; licença
servidor público decorre do inc. LXXVIII do art. 5º da CF, à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
acrescentado pela EC 45/2004 duração de cento e vinte dias; licença-paternidade, nos
Outros deveres — Outros deveres são comumente termos fixados em lei; proteção do mercado de trabalho da
especificados nos estatutos, procurando adequar a conduta mulher; redução dos riscos inerentes ao trabalho; proibição de
do servidor ao serviço que lhe é cometido; mas, como bem diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
observa Masagão, já se acham compreendidos nos deveres admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. A
de fidelidade e obediência. Realmente, os deveres de lealda- Constituição admitiu, agora, o direito de greve ao servidor
de e obediência constituem a matriz dos demais, porque público, que será exercido nos termos e nos limites definidos
neles se contêm as imposições e proibições exigidas para o em lei agora especifica, e não mais em lei complementar (art.
exato desempenho da função pública, sendo redundantes e 37, VII, com a redação da EC 19), e garantiu seu direito à
ociosas quaisquer outras especificações. sindicalização (art. 37, VI).

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Os direitos decorrentes da função pública vencimentos, sempre na mesma data e sem distinção de
consubstanciam-se no exercício do cargo, na remuneração, índices (CF, art. 37, X).Parece-nos que essa rega, a par de
nas férias, na aposentadoria e demais vantagens concedidas consagrar o princípio da periodicidade da reposição da
expressamente pela Constituição e respectivas leis da União, remuneração do servidor, culminou por assegurar a
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. São irredutibilidade real, e não apenas nominal, do subsídio e dos
direitos dos servidores públicos que vicejam ao lado dos vencimentos, mas não obriga a que a revisão seja feita numa
direitos gerais e fundamentais do cidadão, e, por isso mesmo, data-base. Essa revisão não se equipara à chamada
sua extensão e seus limites só podem ser apreciados em face reestruturação, significando, na realidade, um aumento geral,
das normas legais que os concedem, segundo as por nós denominado de impróprio, como veremos mais
conveniências do serviço. Dentre os direitos dos servidores adiante.
veremos especifica-mente, a seguir, o sistema remuneratório,
o subsídio e a remuneração, envolvendo os vencimentos, O art. 37, XI, na redação da EC 41, institui tetos para a
com as vantagens pecuniárias, e os salários. União, para os Estados, para o Distrito Federal e para os
Municípios, no âmbito de seus Poderes e das suas
Sistema remuneratório. Remuneração. Subsídio. Administrações diretas, autárquicas e fundacionais. Alguns
Vencimentos. Vantagens pecuniárias. Indenizações falam em subtetos — o que, a nosso ver, não é adequado,
pois o que se tem é um teto para a União e tetos para os
No campo funcional a matéria de maior interesse, entes federados. Assim, a remuneração, o subsídio dos
pelos constantes atritos entre o servidor e a Administração, é ocupantes de cargos, funções e empregos públicos, dos
a concernente ao sistema remuneratório ou á remuneração
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
em sentido amplo. Esses atritos decorrem das posições políticos, bem como os proventos, pensões ou outra espécie
diametralmente opostas em que se colocam o servidor e o remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas
Poder Público na interpretação das leis pertinentes, as vantagens pessoais ou de qualquer natureza, não poderão
pressionado aquele pelas exigências financeiras do seu exceder: a) na União, o subsídio mensal, em espécie, dos
status; interessado este em realizar o máximo de serviço com Ministros do STF; b) nos Estados e no Distrito Federal: b1) no
o mínimo de despesas de custeio, dentre as quais se incluem poder Executivo, o subsidio mensal do Governador; b2) no
as de pessoal. Daí a nossa preocupação em destacar o Poder Legislativo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
assunto do tópico relativo aos direitos dos servidores, para Distritais; b3) no Poder Judiciário, o subsídio dos
esta apreciação mais detida e aprofundada. Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa
Sistema remuneratório — O exame da Constituição inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
Federal, com as alterações das ECs 19/98 e 41/2003, mensal, em espécie, dos Ministros do STF; b4) o teto previsto
demonstra que há um sistema remuneratório para os em “b3” aplica-se também aos membros do Ministério
ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; e c)
Administração direta, autárquica e fundacional, para os nos Municípios, o subsídio do Prefeito. Registre-se, todavia,
membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do que em nenhuma hipótese os Estados, o Distrito Federal e os
Distrito Federal e dos Municípios, para os detentores de Municípios poderão fixar seus tetos acima daquele previsto
mandato eletivo e para os demais agentes políticos, bem para a União. Nas ADIs 112, 120-5 e 1.434, considerando que
como para os empregados públicos das chamadas pessoas o art. 132 da Carta só abrangeu os procuradores do Estado
governamentais, com personalidade de Direito Privado. (este como pessoa jurídica distinta da autarquia), o STF
entendeu que ela não se refere aos procuradores autárquicos.
Assim, o sistema remuneratório ou a remuneração em Dai por que o teto acima referido para os procuradores só
sentido amplo da Administração direta e indireta para os abarca os procuradores dos Estados ou do Distrito Federal.
servidores da ativa compreende as seguintes modalidades: a)
subsídio, constituído de parcela única e pertinente, como Para os fins do disposto nesse referido inciso XI, a EC
regra geral, aos agentes políticos; b) remuneração, dividida 47 acrescentou o § 12 ao art. 37 da CF, facultando aos
em (b1) vencimentos, que corresponde ao vencimento (no Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante
singular, como está claro no art. 39, § 1º, da CF, quando fala emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
em” fixação dos padrões de vencimento”) e às vantagens limite único, o subsidio mensal dos Desembargadores do
pessoais (que, como diz o mesmo art. 39, § 1º, são os demais respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
componentes do sistema remuneratório do servidor público vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
titular de cargo público na Administração direta, autárquica e Ministros do Supremo Tribunal Federal. O disposto nesse §
fundacional), e em (b2) salário, pago aos empregados 12 não se aplica aos subsídios dos Deputados Estaduais e
públicos da Administração direta e indireta regidos pela CLT, dos Vereadores.
titulares de empregos públicos, e não de cargos públicos. Nas edições anteriores, quando tratamos do subsídio,
Nesse sentido, dentre outros, o conteúdo dos arts. 37, como parcela única, com base na própria Constituição,
XI (com a redação da EC 41), 61, § 1º, II, “a” e “f’, e 96, “b”, da dissemos que as indenizações não integram tal parcela.
CF. No entanto, a Constituição e as Emendas referidas em Agora, explicitando a questão a EC 47 inseriu o § 11 ao art.
alguns pontos empregam terminologia equivocada e não 37, da CF, dispondo que não serão computados, para efeito
sistematizada. Assim, a titulo de exemplo, no art. 37, o inc. dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI desse
XV, quando fala em vencimentos, quer se referir a artigo, as parcelas de caráter indenizatório “previstas em lei “.
remuneração, e no inc. X desse artigo remuneração significa Segundo o art. 40 da EC 47, enquanto não editada essa lei,
vencimentos. não será computada, para efeito dos limites remuneratórios
de que trata o inciso XI do art. 37, qualquer parcela de caráter
Outra inovação é que o subsídio (salvo o dos indenizatório, assim definida pela legislação em vigor na data
Deputados Federais, dos Senadores, do Presidente e Vice- da publicação da EC 41, de 2003.
Presidente e dos Ministros, por força do art. 49, VII e VIII, da
CF) e os vencimentos, por expresso mandamento O inc. XV do art. 48, caput, na redação da EC 19/98,
constitucional, estão sujeitos ao princípio da reserva legal determinava que a fixação do subsídio dos Ministros do STF,
especifica, pelo quê somente poderão ser fixados e alterados previstos no inc. XI do art. 37, fosse feita por lei de iniciativa
por lei especifica, isto é, para cada hipótese de fixação ou conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos
modificação, observada a iniciativa privativa em cada caso. Deputados, do Senado Federal e do STF. Como o STF
entendeu que esse inc. XI não era auto-aplicável, para
É assegurada revisão geral anual dos subsídios e contornar esse entendimento e assegurar a auto-

Direito Administrativo 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


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aplicabilidade do teto previsto pelo art. 37, XI, na redação membros da Magistratura e do Ministério Público e os
dada pela EC 41, o art. 8º dessa Emenda 41, em regra de Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas (CF, arts.
transição, estatui que, até que o valor desse subsídio seja 39, § 4º, 49, VII e VIII , e 73, § 3º, c/c os arts. 75, 95, III, e
fixado, será considerado como limite para a aplicação do art. 128, § 5º, I, “c”).
37, XI, na sua nova redação: a) no âmbito da União, o valor
da maior remuneração atribuída por lei a Ministro do STF, a Dessa forma, para os que a Carta Magna considera
titulo de vencimento, de representação mensal e da parcela agentes políticos —os membros de Poder, os detentores de
recebida em razão de tempo de serviço; b) nos Estados e no mandato eletivo, os Ministros de Estado, os Secretários
Distrito Federal: b1) no Poder Executivo, o subsídio mensal Estaduais e Municipais, os Ministros dos Tribunais de Contas
e os membros do Ministério Público — o subsídio é a única
do Governador; b2) no Poder Legislativo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais; b3) no Poder Judiciário, o modalidade de remuneração cabível.
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, Os servidores integrantes das carreiras relativas à
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por Advocacia-Geral da União, da Procuradoria-Geral da Fazenda
cento da maior remuneração mensal de Ministro do STF, Nacional, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal
prevista pela letra “a”, acima; b4) o teto previsto em “b3” e da Defensoria Pública, bem como os servidores policiais
aplica-se também aos membros do Ministério Público, aos das Polícias Federal, Ferroviária Federal, Civil, Militares (não
Procuradores e aos Defensores Públicos; e c) nos Municípios, os das Forças Armadas) e Corpos de Bombeiros Militares, por
o subsidio do Prefeito. força dos arts. 135 e 144, § 9º, da CF, embora não sejam
Ao lado dessa rega, especificamente quanto aos agentes políticos, também serão obrigatoriamente
vencimentos, temos a do inc. XII do mesmo art. 37, remunerados “na forma do art. 39, § 4º”. Outrossim, como
estabelecendo que os dos cargos do Legislativo e do prevê o art. 39, § 8º, da CF, outros servidores públicos, desde
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder que organizados em carreira, também poderão, por lei
Executivo. Portanto, temos os tetos acima referidos e há um federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, ter
teto entre os vencimentos dos cargos pertencentes aos remuneração “fixada nos termos do § 4º”, acima referido.
Poderes, que corresponde àqueles pagos pelo Executivo. Como se vê, na sistemática constitucional os agentes
Registre-se, por relevante, que os salários dos políticos só podem perceber subsídio, enquanto que os
demais agentes públicos poderão ter remuneração fixada
empregados públicos das empresas públicas e das
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, só “nos termos” ou “na forma” do §4º do art. 39, porém para
estarão submetidos ao teto geral se essas pessoas jurídicas alguns servidores a própria Cada Política já se antecipou,
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito determinando que seria fixada na forma desse dispositivo, ou
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de seja, exclusiva-mente em parcela única (arts. 135 e 144, § 9º,
pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, § 9º) Assim, se c/c o art. 39, §§ 8º e 4º).
tiverem vida financeira própria no que diz respeito às Em razão da natureza jurídica que lhe foi imposta
despesas de custeio em geral e de pessoal, excluídos, pois, constitucionalmente, o subsídio é constituído de parcela
os investimentos, não estarão submetidas ao comando do art. única. Por isso, o art. 39, § 4º, veda expressamente que tal
37, XI. A exceção é altamente salutar e moralizadora, parcela seja acrescida de “qualquer gratificação, adicional,
servindo de estimulo à eficiência. A lei nacional prevista no abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
art. 173, § 1º, da CF, por ela chamada de “estatuto jurídico”, remuneratória”. Obviamente, como a Cada Política deve ser
deverá dispor a respeito da aplicação dessa matéria. interpretada de forma sistematizada, deve-se concluir que os
Vale ainda observar que o art. 37, XI, da CF, ao falar valores correspondentes aos direitos por ela assegurados no
em “outras espécies remuneratórias” após cuidar de § 3º do art. 39 — como, para ilustrar, do décimo-terceiro
proventos e pensões por morte, deixa patente que aqueles e salário e do terço de férias — não são atingidos pela proibição
estas constituem espécies remuneratórias, pelo quê também de qualquer acréscimo. Aliás, como visto, o mesmo ocorre em
se enquadram no conceito geral de remuneração, para fins de relação ao teto geral.
observância dos tetos gerais. Como vimos antes, o § 11 do art. 37, da Constituição,
Faculta-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal e acrescentado pela EC 47, dispõe que não serão computadas,
aos Municípios estabelecer por lei a relação entre a maior e a para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI,
menor remuneração dos servidores públicos (art. 39, § 5º, da as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
CF, na redação da EC 19), observando-se, como diz a parte Os aspectos acima apontados deverão, por cedo, servir
final desse § 5º, “em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI”. de norte para a estipulação, pela lei ali referida, das parcelas
Vale dizer, a “relação” terá de respeitar os tetos remuneratórias que não serão computadas nos limites do
constitucionais aí previstos. inciso XI do art. 37, da CF, e, também no subsídio — como as
Embora evidente, por força da sistematização, convém relativas a gastos de transporte, diárias, ajuda de custo, pre-
consignar que os direitos assegurados pelo § 3º do art. 39 — sença em sessão extraordinária. O mesmo aplica-se às férias
como, por exemplo, o décimo-terceiro salário e o terço de e licenças-prêmios não gozadas e indenizadas. Todas deve-
férias — não estão incluídos nos tetos remuneratórios. rão, obviamente, observar os princípios constitucionais, espe-
cialmente os da legalidade, razoabilidade e moralidade, sob
Cada uma dessas modalidades ou formas de pena de caracterizarem inaceitável fraude aos limites remu-
remuneração, como contraprestação devida pelo exercício de neratórios e ao conceito constitucional de subsídio, a ser
função pública, será objeto de exame a seguir. repelida pelo Poder Judiciário no exame de constitucionalida-
de, direto (concentrado) ou incidental (difuso), da lei que as
Subsídio — É outra grande novidade da chamada instituírem.
“Emenda da Reforma Administrativa” (EC 19). Como visto,
subsídio é uma modalidade de remuneração, fixada em Vencimentos — Vencimentos (no plural) é espécie
parcela única, paga obrigatoriamente aos detentores de de remuneração e corresponde à soma do vencimento e das
mandato eletivo (Senadores, Deputados Federais e vantagens pecuniárias, constituindo a retribuição pecuniária
Estaduais, Vereadores, Presidente e Vice-Presidente, devida ao servidor pelo exercício do cargo público. Assim, o
Governador e Vice-Governador e Prefeito e Vice-Prefeito) e vencimento (no singular) correspondente ao padrão do cargo
aos demais agentes políticos, assim compreendidos os público fixado em lei, e os vencimentos são representados
Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais, os pelo padrão do cargo (vencimento) acrescido dos demais

Direito Administrativo 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


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componentes do sistema remuneratório do servidor público da sob a epigrafe Competência para organizar o serviço público,
Administração direta, autárquica e fundacional. Esses já analisamos a privatividade da iniciativa do Executivo para
conceitos resultam, hoje, da própria Cada Magna, como se os seus servidores e os limites do poder de emenda do
depreende do art. 39, § 1º, I, c/c o art. 37, X, XI, XII e XV. Legislativo nessa matéria.
Quando o legislador pretender restringir o conceito ao O princípio da isonomia, mesmo antes da Carta de
padrão do cargo do servidor, deverá empregar o vocábulo no 1988 — que, pelo § 10 do art. 39, modificado inteiramente
singular — vencimento; quando quiser abranger também as pela EC 19, o havia determinado especificamente para os
vantagens conferidas ao servidor, deverá usar o termo no servidores civis —,já vinha sendo frequentemente invocado
plural — vencimentos. para a equiparação de servidores não contemplados nas leis
majoradoras de vencimentos ou concessivas de vantagens.
Os vencimentos — padrão e vantagens — só por lei Hoje, com a redação do §1ºdo art. 39 dada pela EC 19,
específica (reserva legal específica) podem ser fixados ou suprimindo o princípio da isonomia da seç. II— “Dos
alterados (art. 37, X), segundo as conveniências e servidores civis” —, a questão é regulada pelo principio geral
possibilidades da Administração. A EC 19 manteve a da igualdade previsto no art. 5º da Carta. Dessa forma,
irredutibilidade assegurada pela Constituição de 1988 e mesmo com a EC 19 sua aplicação não pode ser afastada.
esclareceu que ela só se aplica ao subsídio e aos Mas há de ser entendido e aplicado nos justos limites do
vencimentos (aqui empregado com o significado de mandamento igualitário.
remuneração) dos ocupantes de cargos públicos e empregos
públicos. Todavia, restringindo a Constituição Federal de Oque a Constituição assegura é a igualdade jurídica,
1988, ressalvou que ela não se aplica nos casos previstos ou seja, tratamento igual, aos especificamente iguais perante
nos incs. XI e XIV do art. 37 e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, a lei. A igualdade genérica dos servidores públicos não os
III, e 153, § 2º, I (art. 37, XV), o que também é previsto para equipara em direitos e deveres e, por isso mesmo, não os
os magistrados, conselheiros dos Tribunais de Contas e iguala em vencimentos e vantagens. Genericamente, todos os
membros do Ministério Público. servidores são iguais, mas pode haver diferenças especificas
de função, de tempo de serviço, de condições de trabalho, de
Vantagens irretiráveis do servidor só são as que já habilitação profissional e outras mais, que desigualem os
foram adquiridas pelo desempenho efetivo da função (pro genericamente iguais. Se assim não fosse, ficaria a
labore facto) ou pelo transcurso do tempo de serviço (ex facto
Administração obrigada a dar os mesmos vencimentos e
temporis); nunca, porém, as que dependem de um trabalho a vantagens aos portadores de iguais títulos de habilitação, aos
ser feito (pro labore faciendo), ou de um serviço a ser que desempenham o mesmo oficio, aos que realizam o
prestado em determinadas condições (ex facto officii), ou em mesmo serviço embora em cargos diferentes ou em
razão da anormalidade do serviço (proper laborem), ou,
circunstâncias diversas. Todavia, não é assim, porque cada
finalmente, em razão de condições individuais do servidor servidor ou classe de servidor pode exercer as mesmas
(propterpersonam). funções (v.g., de médico, engenheiro, escriturário, porteiro
Desde que sob o regime estatutário o Estado não firma etc.) em condições funcionais ou pessoais distintas, fazendo
contrato com seus servidores, mas para eles estabelece jus a retribuições diferentes, sem ofensa ao princípio
unilateralmente um regime de trabalho e de retribuição por via isonômico. Até mesmo a organização da carreira, com
estatutária, lícito lhe é, a todo tempo, alterar esse regime escalonamento de classes para acesso sucessivo, com
jurídico e, assim, as condições de serviço e de pagamento, gradação crescente dos vencimentos, importa diferençar os
desde que o faça por lei, sem discriminações pessoais, servidores sem os desigualar perante a lei. É uma
visando às conveniências da Administração. Todavia, da contingência da hierarquia e da seleção de valores humanos
alteração do regime jurídico não pode advir redução de na escala dos servidores públicos.
remuneração, pois a garantia da irredutibilidade, acima O que o princípio da isonomia impõe é tratamento
referida, protege o montante dos ganhos. igual aos realmente iguais. A igualdade nominal não se
A percepção de vencimentos pelo exercício do cargo é confunde com a igualdade real. Cargos de igual denominação
a regra da Administração Brasileira, que desconhece cargo podem ser funcionalmente desiguais, em razão das condições
sem retribuição pecuniária. Pode haver função gratuita, como de trabalho de um e de outro; funções equivalentes podem
são as honorificas e as de suplência, mas cargo gratuito é diversificar-se pela qualidade ou pela intensidade do serviço
inadmissível na nossa organização administrativa. Diante ou, ainda, pela habilitação profissional dos que as realizam. A
deste princípio, resulta que todo aquele que for investido num situação de fato é que dirá da identidade ou não entre cargos
cargo e o exercer como titular ou substituto tem direito ao e funções nominalmente iguais.
vencimento respectivo, salvo, obviamente, quando a função Há duas espécies de aumento de vencimentos: uma
do cargo for a de substituição. Daí por que a jurisprudência é genérica, provocada pela alteração do poder aquisitivo da
uniforme e pacífica no reconhecer ao suplente que substitui o moeda, à qual poderíamos denominar aumento impróprio, por
titular a retribuição correspondente ao exercício do cargo.’34 se tratar, na verdade, de um reajustamento destinado a
A mesma razão de direito impõe o pagamento da diferença’35 manter o equilíbrio da situação financeira dos servidores
de vencimento entre a do cargo do substituído e a do públicos; e outra específica, geralmente feita à margem da lei
substituto, mas a lei pode condicionar este pagamento a um que concede o aumento geral, abrangendo determinados
período mínimo de substituição e a outros requisitos de cargos ou classes funcionais e representando realmente uma
eficiência. elevação de vencimentos, por se fazer em índices não
proporcionais ao do decréscimo do poder aquisitivo.
O aumento de subsídio e de vencimentos — padrão e
vantagens — dos servidores públicos depende de lei No tocante à primeira espécie, a parte final do inc. X
específica, observada a competência. constitucional para a do art. 37, na redação da EC 19, assegura “revisão geral
iniciativa privativa em cada caso (CF, art. 37, X). Assim, para anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices”,
os do Executivo a iniciativa é exclusiva de seu Chefe (CF, art. dos vencimentos e dos subsídios. A revisão já era prevista
61, § 1º, II, “a”). É uma restrição fundada na harmonia dos pela mesma norma na sua antiga redação, que, todavia, não
Poderes e no reconhecimento de que só o Executivo está em a assegurava. Agora, no entanto, na medida em que o
condições de saber quando e em que limites pode majorar a dispositivo diz que a revisão é “assegurada”, trata-se de
retribuição de seus servidores. Para não repetir a matéria, verdadeiro direito subjetivo do servidor e do agente político, a
remetemos o leitor ao item 2.8 deste mesmo capítulo, onde, ser anualmente respeitado e atendido pelo emprego do índice

Direito Administrativo 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


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que for adotado, o qual, à evidência, sob pena de fraude á vencimentos e vantagens anteriores ao quinquênio. Observe-
Constituição e imoralidade, não pode deixar de assegurar a se que a irredutibilidade dos vencimentos dos servidores
revisão. Tais considerações é que nos levaram a entender públicos não tem o condão de torná-los imprescritíveis, uma
que, agora, a Constituição assegura a irredutibilidade real, e vez que a perda da ação pela inércia do seu titular não se
não apenas nominal, da remuneração. Este aumento não confunde com a garantia constitucional que os tomou
obsta, como se verá a seguir, ao aumento impróprio. irredutíveis.
A segunda espécie ocorre através das chamadas Vantagens pecuniárias — Já vimos que os servidores
reestruturações, pelas quais se corrigem as distorções públicos, quando não remunerados por subsídio, podem ser
existentes no serviço público, tendo em vista a valorização estipendiados por meio de vencimento. Além dessa
profissional observada no setor empresarial, para que a retribuição estipendiária podem, ainda, receber outras
Administração não fique impossibilitada de satisfazer suas parcelas em dinheiro, constituídas pelas vantagens
necessidades de pessoal. A fim de facilitar a ação do Poder pecuniárias a que fizerem jus, na conformidade das leis que
Público e evitar a descaracterização das reestruturações, as estabelecem. Neste tópico veremos a natureza e efeitos
anteriormente transformadas em verdadeiros aumentos das vantagens pecuniárias, bem como as espécies e
gerais, pela reação em cadeia que provocavam relativamente modalidades em que geralmente se repartem.
aos vencimentos de cargos não abrangidos diretamente pela
lei reestruturadora, foi que as Constituições, desde 1967, Vantagens pecuniárias são acréscimos ao
passaram a proibir a “vinculação ou equiparação de vencimento do servidor, concedidas a titulo definitivo ou
transitório, pela decorrência do tempo de serviço (ex facto
vencimentos, para o efeito de remuneração de pessoal do
serviço público” (CF, art. 37, XIII). temporis), ou pelo desempenho de funções especiais (ex
facto officii), ou em razão das condições anormais em que se
Em qualquer das hipóteses — aumento impróprio e realiza o serviço (propter laborem), ou, finalmente, em razão
reestruturação —podem ocorrer injustiças, pela inobservância de condições pessoais do servidor (propter personam). As
do princípio da isonomia, tal como explicado acima. Nesse duas primeiras espécies constituem os adicionais (adicionais
caso, porém, somente a lei poderá corrigi-las, pois qualquer de vencimento e adicionais de função), as duas últimas
interferência do Judiciário nesta matéria constituiria formam a categoria das gratificações (gratificações de serviço
usurpação de atribuições do Legislativo, consoante vêm e gratificações pessoais). Todas elas são espécies do gênero
decidindo reiterada-mente nossos Tribunais e, finalmente, retribuição pecuniária, mas se apresentam com
sumulou o STF, nestes termos: “Não cabe ao Poder características próprias e efeitos peculiares em relação ao
Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar venci- beneficiário e à Administração, constituindo os “demais
mentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia” componentes do sistema remuneratório” referidos pelo art. 39,
(Súmula 339). § 1º, da CF. Somadas ao vencimento (padrão do cargo),
resultam nos vencimentos, modalidade de remuneração.
A natureza alimentar dos vencimentos não permite
sejam eles retidos pela Administração, nem admite arresto, Certas vantagens pecuniárias incorporam-se
sequestro ou penhora, consoante dispõe o art. 649, IV, do automaticamente ao vencimento (v.g., por tempo de serviço)
CPC, a que fazem remissão os arts. 821 e 833 do mesmo e o acompanham em todas as suas mutações, inclusive
diploma legal, relativamente ao arresto e ao sequestro. quando se converte em proventos da inatividade (vantagens
Todavia, as prestações alimentícias devidas pelo servidor pessoais subjetivas); outras apenas são pagas com o
público são descontáveis em folha (CPC, art. 734). vencimento, mas dele se desprendem quando cessa a
atividade do servidor (vantagens de função ou de serviço);
O desconto em folha de pagamento é forma outras independem do exercício do cargo ou da função,
administrativa usual para a retenção de contribuições de bastando a existência da relação funcional entre o servidor e
previdência, de imposto de renda, de quantias pagas a Administração (v.g., salário-família), e, por isso, podem ser
indevidamente aos servidores, de empréstimos contraídos no auferidas mesmo na disponibilidade e na aposentadoria,
serviço, de aquisições ou consumações feitas na própria desde que subsista o fato ou a situação que as gera
repartição ou por seu intermédio. Essa modalidade de (vantagens pessoais objetivas).
desconto é legítima quando realizada na forma e limites
previstos no estatuto respectivo e não houver dúvida sobre a Em razão do art. 37, XIV, da CF, com a redação da EC
quantia a ser reposta. Se, porém, ocorrer divergência sobre o 19, os acréscimos pecuniários percebidos pelo servidor não
quantum a descontar ou sobre a legalidade do ato que serão computados nem acumulados para fim de concessão
determinou a restituição, já não poderá a Administração de acréscimos posteriores. Não podem, pois, incidir um sobre
efetivar os descontos a que se opõe o servidor. Em tal o outro. Não há confundir acumulação de cargos com
hipótese, somente após a solução definitiva da controvérsia é acumulação de vantagens de um mesmo cargo, ou de cargos
que se iniciará o desconto em folha, nas condições diversos constitucionalmente acumuláveis. Desde que ocorra
constantes do estatuto ou de leis especiais, assegurado o o motivo gerador da vantagem, nada impede sua
direito de defesa. Os vencimentos ou vantagens percebidos acumulação, se duplicadas forem as situações que a
em virtude de medida liminar obtida em mandado de ensejam. Outra observação que se impõe é a de que a
segurança ficam sujeitos a reposição, mediante desconto em concessão das vantagens pecuniárias só por lei pode ser
folha, caso a liminar seja cassada ou a segurança denegada.’ feita, e por lei cuja iniciativa deve observar os preceitos
constitucionais dos arts. 61, § 1º , II, “a”, e 63, I.
Em julgado exemplar, o TSE entendeu que o desconto
em folha de contribuição para partido político discrepa do As vantagens pecuniárias podem ser concedidas
arcabouço normativo em vigor. tendo-se em vista unicamente o tempo de serviço, como
podem ficar condicionadas a determinados requisitos de
A prescrição de vencimentos e vantagens
duração, modo e forma da prestação de serviço (vantagens
consuma-se em cinco anos (Dec. federal 20.910, de 6.1.32) e modais ou condicionais). As primeiras tomam-se devidas
sua interrupção só poderá ser feita uma vez, recomeçando o desde logo e para sempre com o só exercício do cargo pelo
prazo a correr pela metade (Dec.-lei 4.597, de 19.8.42). tempo fixado em lei; as últimas (modais ou condicionais)
Suspende-se, entretanto, a prescrição durante o tempo em exigem, além do exercício do cargo, a ocorrência de certas
que a Administração permanecer estudando o recurso ou a situações, ou o preenchimento de determinadas condições ou
reclamação do servidor (Lei 5.761, de 25.6.30). Como se trata
encargos estabelecidos pela Administração. Exemplo típico
de débito vencível mês a mês, a prescrição só atinge os de vantagens dependentes apenas do tempo de serviço são

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os adicionais por biênio, triênio, quinquênio etc.; exemplos de funções especiais que refogem da rotina burocrática, e esta,
vantagens condicionais ou modais temo-los nos adicionais de uma compensação por serviços comuns executados em
tempo integral, de dedicação plena e de nível universitário, condições anormais para o servidor, ou uma ajuda pessoal
como, também, nas gratificações por risco de vida e saúde, em face de cenas situações que agravam o orçamento do
no salário-família, na licença-prêmio conversível em pecúnia e servidor. O adicional relaciona-se com o tempo ou com a
outras dessa espécie. função; a gratificação relaciona-se com o serviço ou com o
servidor. O adicional, em princípio, adere ao vencimento e,
O que convém fixar é que as vantagens por tempo de por isso, tem caráter permanente; a gratificação é autônoma e
serviço integram-se automaticamente no padrão de contingente. Ambos, porém, podem ser suprimidos para o
vencimento, desde que consumado o tempo estabelecido em futuro.
lei, ao passo que as vantagens condicionais ou modais,
mesmo que auferidas por longo tempo em razão do Fixada a distinção conceitual entre adicional e
preenchimento dos requisitos exigidos para sua percepção, gratificação, vejamos as modalidades ou subespécies de
não se incorporam ao vencimento, a não ser quando essa adicionais (de tempo de serviço e de função) para, após,
integração for determinada por lei. E a razão dessa diferença examinarmos as gratificações e suas variantes, encontradiças
de tratamento está em que as primeiras (por tempo de na prática administrativa.
serviço) são vantagens pelo trabalho já feito (pro labore
facto), ao passo que as outras (condicionais ou modais) são Adicional por tempo de serviço é o acréscimo
vantagens pelo trabalho que está sendo feito (pro labore pecuniário que se adita definitivamente ao padrão do cargo
faciendo), ou, por outras palavras, são adicionais de função em razão exclusiva do tempo de exercício estabelecido em lei
(ex facto officii), ou são gratificações de serviço (propter para o auferimento da vantagem. É um adicional ex facto
laborem), ou, finalmente, são gratificações em razão de temporis, resultante de serviço já prestado — pro labore facto.
condições pessoais do servidor (propter personam). Daí por Dai por que se incorpora automaticamente ao vencimento e o
que quando cessa o trabalho, ou quando desaparece o fato acompanha na disponibilidade e na aposentadoria.
ou a situação que lhes dá causa, deve cessar o pagamento Este adicional adere ao vencimento para todos os
de tais vantagens, sejam elas adicionais de função, efeitos legais, salvo “para fins de concessão de acréscimos
gratificações de serviço ou gratificações em razão das ulteriores” (CF, art. 37, XIV), pois a regra é sua vinculação ao
condições pessoais do servidor. padrão de vencimento do beneficiário. E é irretirável do
Além dessas vantagens, que encontram justificativa funcionário precisamente porque representa uma
em fatos ou situações de interesse administrativo, por contraprestação de serviço já feito. É uma vantagem pessoal,
relacionadas direta ou indiretamente com a prestação do um direito adquirido para o futuro. Sua conditio juris é apenas
serviço ou com a situação do servidor, as Administrações têm e tão-somente o tempo de serviço já prestado, sem se exigir
concedido vantagens anômalas, que refogem completamente qualquer outro requisito da função ou do servidor.
dos princípios jurídicos e da orientação técnica que devem O adicional por tempo de serviço tem origem remota
nortear a retribuição do servidor. Estas vantagens anômalas em nossa Administração, pois vem da Lei de 14.10.1827,
não se enquadram quer como adicionais, quer como interpretada pelo Aviso Imperial 35, de 10.2.1854, onde se lê
gratificações, pois não têm a natureza administrativa de que tal vantagem “tem em vista remunerar serviços já
nenhum destes acréscimos estipendiários, apresentando-se prestados; sendo de natureza mui diversa das gratificações
como liberalidades ilegítimas que o legislador faz à custa do que se concedem em vista de serviços prestados na
erário, com o só propósito de cortejar o servidor público. atualidade”. De lá para cá esse adicional generalizou-se nas
A legislação federal, estadual e municipal apresenta-se Administrações e se estendeu a quase todas as categorias de
com lamentável falta de técnica e sistematização na servidores das repartições centralizadas e das entidades
denominação das vantagens pecuniárias de seus servidores, autárquicas. E é louvável sua adoção, pelo sentido de justiça
confundindo e baralhando adicionais com gratificações, o que que tal acréscimo apresenta para aqueles que há mais tempo
vem dificultando ao Executivo e ao Judiciário o se dedicam ao serviço público, e nos quais se presume maior
reconhecimento dos direitos de seus beneficiários. Essa experiência e mais eficiência no desempenho de suas
imprecisão conceitual é que responde pela hesitação da funções, o que justifica o acréscimo estipendiário, sem correr
jurisprudência, pois que em cada estatuto, em cada lei, em os azares de uma eventual promoção.
cada decreto, a nomenclatura é diversa e, não raro, errônea, O adicional em exame tanto pode ser calculado
designando uma vantagem com o nomenjuris da outra. Urge, percentualmente sobre o padrão de vencimento atual do
portanto, a adoção da terminologia certa e própria do Direito servidor como pode a lei indicar outro índice ou, mesmo,
Administrativo, para unidade de doutrina e exata instituí-lo em quantia fixa, igual para todos, ou progressiva em
compreensão da natureza, extensão e efeitos das diferentes relação aos estipêndios. Sua adoção fica inteiramente a
vantagens pecuniárias que a Administração concede aos critério e escolha da Administração, que poderá concedê-lo,
seus servidores. modificá-lo ou extingui-lo a qualquer tempo, desde que o faça
Feitas essas considerações de ordem geral sobre o por lei e respeite as situações jurídicas anteriores,
gênero vantagens pecuniárias, vejamos as suas espécies, definitivamente constituídas em favor dos servidores que já
isto é, os adicionais e as gratificações e suas várias completaram o tempo necessário para a obtenção da
modalidades. vantagem.

Adicionais: são vantagens pecuniárias que a O adicional de função apresenta-se como vantagem
pecuniária ex facto officii, ligada a determinados cargos ou
Administração concede aos servidores em razão do tempo de
exercício (adicional de tempo de serviço) ou em face da funções que, para serem bem desempenhados, exigem um
natureza peculiar da função, que exige conhecimentos regime especial de trabalho, uma particular dedicação ou uma
especializados ou um regime próprio de trabalho (adicionais especial habilitação de seus titulares. Ocorrendo qualquer
de função). Os adicionais destinam-se a melhor retribuir os dessas hipóteses, em que o serviço refoge da rotina
exercentes de funções técnicas, científicas e didáticas, ou a burocrática, por seu caráter técnico, didático ou científico,
recompensar os que se mantiveram por longo tempo no passando a exigir maior jornada de trabalho, maior atenção
exercício do cargo. O que caracteriza o adicional e o distingue do servidor ou maior especialização profissional, a
da gratificação é o ser aquele uma recompensa ao tempo de Administração recompensa pecuniariamente os funcionários
serviço do servidor, ou uma retribuição pelo desempenho de que o realizam, pagando-lhes um adicional de função

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enquanto desempenham o cargo nas condições no regime de dedicação plena, em que o servidor pode ter
estabelecidas pelo Poder Público. mais de um emprego e mais de um empregador, desde que
diversos da função pública a que se dedica precipuamente.
Nesta categoria entram os adicionais de tempo
integral, de dedicação plena e nível universitário. Como adicional de função, o acréscimo de tempo
integral não deve ser estendido, indiscriminadamente, a
Todo adicional de função é, por natureza, vantagem
cargos e funções de atividades meramente burocráticas,
pecuniária pro labore faciendo, de auferimento condicionado à porque isto importa desvirtuar o regime e anular sua
efetiva prestação do serviço nas condições estabelecidas pela finalidade, convertendo-o num simples meio de majoração de
Administração. Dai por que não se incorpora vencimento, quando seu objetivo institucional é o de
automaticamente ao vencimento, mas deve integrá-lo para aprimorar o trabalho técnico e incrementar a investigação
efeitos de disponibilidade ou aposentadoria se no momento científica e a formação de pesquisadores, necessários ao
da passagem para a inatividade remunerada o funcionário desenvolvimento do País. Por idêntica razão, este adicional
estava exercendo o cargo ou a função com o período de não deve ser instituído como vantagem pessoal pura, sem
carência consumado. Nem seria justo e jurídico que a condições de melhoria do serviço e sem prazo de carência
Administração se beneficiasse durante todo o tempo de para se incorporar ao vencimento.
atividade do servidor com as vantagens da exclusividade de
seu trabalho e de sua profissão e ao pólo em disponibilidade, O adicional de dedicação plena tem natureza similar à
ou ao conceder-lhe a aposentadoria, passasse a desconhecer do de tempo integral, visto que ambos resultam de regimes
o regime especial em que trabalhou e o diploma universitário especiais de trabalho, exigidos por determinadas atividades
que apresentou para ter acesso ao cargo ou à função. do Magistério e Pesquisa, próprias das Universidades e
Institutos científicos.
Comumente, o estatuto estabelece um período de
carência para que o adicional de função se incorpore ao A diferença entre o regime de tempo integral e o de
vencimento, cautela muito conveniente, a fim de que a dedicação plena está em que naquele o servidor só pode
Administração obtenha uma relativa continuidade nos trabalhar no cargo ou na função que exerce para a
trabalhos empreendidos por seus técnicos, professores e Administração, sendo-lhe vedado o desempenho de qualquer
pesquisadores e, por outro lado, para que o acréscimo outra atividade profissional pública ou particular, ao passo que
estipendiário não venha a integrar o vencimento dos neste (regime de dedicação plena) o servidor trabalhará na
inconstantes no serviço, nem se preste à maj oração de pro- atividade profissional de seu cargo ou de sua função
ventos daqueles que às vésperas da aposentadoria exclusivamente para a Administração, mas poderá
ingressem no regime de tempo integral ou no de dedicação desempenhar atividade diversa da de seu cargo ou de sua
plena ou passem a exercer cargos ou funções de nível função em qualquer outro emprego particular ou público,
universitário. desde que compatível com o da dedicação plena. No regime
de tempo integral o servidor só poderá ter um emprego; no de
O adicional de tempo integral advém do regime de full- dedicação plena poderá ter mais de um, desde que não
time norte-americano e só recentemente foi adotado pela desempenhe a atividade correspondente à sua função pública
Administração Brasileira. O estatuto federal facultava o exercida neste regime. Exemplificando: o professor em
estabelecimento deste regime de trabalho “para os cargos ou regime de tempo integral só poderá exercer as atividades do
funções indicados em lei” (Lei 1.711/52, art. 244). A cargo e nenhuma outra atividade profissional pública ou
subsequente Lei 3.780, de 12.7.60, permitia sua adoção pelo particular; o advogado em regime de dedicação plena só
servidor que exercesse atividades técnico-científicas, de poderá exercer a Advocacia para a Administração da qual é
magistério ou pesquisa, satisfeitas as exigências servidor, mas poderá desempenhar a atividade de Magistério
regulamentares, declarando-o incompatível com o exercício ou qualquer outra para a Administração (acumulação de
cumulativo de cargos, empregos ou funções, bem como de cargos) ou para particulares.
qualquer outra atividade pública ou privada (art. 49 e §1º).
Trabalhando em regime de dedicação plena o servidor
Posteriormente, as Leis 4.345, de 26.6.64, e 3.863, de fará jus ao adicional de função estabelecido em lei, como
29.11.65, estabeleceram novas regras para esse adicional, compensação pelas restrições do cargo. Este regime só se
especificando os casos em que poderia ser adotado. justifica para aqueles serviços que exigem demorados
Atualmente, o regime jurídico dos servidores públicos civis da estudos e pacientes trabalhos técnicos que nem sempre
União’57 não prevê esse adicional. podem ser feitos nas repartições, requerendo do funcionário a
preparação ou a complementação em casa ou, mesmo, em
As esferas públicas estaduais e municipais podem ou
biblioteca e locais diversos do da sede do serviço. O adicional
não adotar esse regime, variando na percentagem do
de dedicação plena não se incorpora imediatamente ao
adicional e em minúcias para sua concessão. O adicional de
tempo integral é, assim, uma vantagem pecuniária ex facto vencimento, dependendo do transcurso de período de
carência que a Administração estabelecer.
officii, privativo de certas atividades (comumente de
Magistério e Pesquisa) e condicionado a determinados O adicional de nível universitário é um típico adicional
requisitos regulamentares. Não é um acréscimo por tempo de de função (ex facto officii), decorrente do caráter técnico de
serviço, como à primeira vista pode parecer; é um típico certas atividades da Administração, que exigem
adicional de função, auferível em razão do serviço técnico ou conhecimentos especializadas para serem bem realizadas.
científico a ser prestado (pro labore faciendo) nas condições Por sua natureza, deve incorporar-se ao vencimento, mas
estabelecidas pela Administração. A ampliação da jornada de essa integração tem sido evitada pela legislação pertinente
trabalho entra, tão-somente, como pressuposto do regime, e das três esferas administrativas, que o classificam,
não como causa da vantagem pecuniária, a qual assenta, equivocadamente, como “gratificação”.
precipuamente, na realização de certas atividades que
exigem maior assistência do funcionário, que há de ficar Desde que a finalidade institucional deste adicional é
integralmente à disposição da Administração, e somente dela. propiciar melhor remuneração aos profissionais diplomados
O que caracteriza o regime de tempo integral é o fato de o em curso superior, de cuja habilitação se presume a maior
servidor só poder exercer uma função ou um cargo público, perfeição técnica de seu trabalho, não se justifica sua
sendo-lhe vedado realizar qualquer outra atividade extensão a servidores leigos, embora exercendo funções
profissional particular ou pública. Nesse regime a regra é um especializadas ou ocupando cargos reservados a titulares de
emprego e um só empregador, diversamente do que ocorre nível universitário. A ampliação dessa vantagem aos não

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diplomados, sobre ser um contra-senso, prejudicaria os situação normal do serviço mas que acarreta despesas
objetivos que a Administração teve em vista quando a extraordinárias para o servidor. Nessa categoria de
destinou unicamente aos diplomados em curso superior, gratificações entram, dentre outras, as que a Administração
excluindo de seus benefícios até mesmo os habilitados em paga pelos trabalhos realizados com risco de vida e saúde;
cursos de grau médio. pelos serviços extraordinários; pelo exercício do Magistério;
pela representação de gabinete; pelo exercício em
Finalmente, é de se observar que não basta seja o determinadas zonas ou locais; pela execução de trabalho
servidor titular de diploma de curso superior para o técnico ou científico não decorrente do cargo; pela
auferimento da vantagem de nível universitário; é necessário participação em banca examinadora ou comissão de estudo
que esteja desempenhando função ou exercendo cargo para
o qual se exige o diploma de que é portador. O que a ou de concurso; pela transferência de sede’6’ (ajuda de
Administração remunera não é a habilitação universitária em custo); pela prestação de serviço fora da sede (diárias).
si mesma; é o trabalho profissional realizado em decorrência Essas gratificações só devem ser percebidas enquanto o
dessa habilitação, e da qual se presume maior perfeição servidor está prestando o serviço que as enseja, porque são
técnica e melhor rendimento administrativo. retribuições pecuniárias pro labore faciendo e propter
Gratificações: são vantagens pecuniárias atribuídas laborem. Cessado o trabalho que lhes dá causa ou
precariamente aos servidores que estão prestando serviços desaparecidos os motivos excepcionais e transitórios que as
comuns da função em condições anormais de segurança, justificam, extingue-se a razão de seu pagamento. Daí por
salubridade ou onerosidade (gratificações de serviço), ou que não se incorporam automaticamente ao vencimento, nem
concedidas como ajuda aos servidores que reúnam as são auferidas na disponibilidade e na aposentadoria, salvo
condições pessoais que a lei especifica (gratificações quando a lei expressamente o determina, por liberalidade do
especiais). As gratificações — de serviço ou pessoais — não legislador.
são liberalidades puras da Administração; são vantagens Dentre as gratificações de serviço merece algumas
pecuniárias concedidas por recíproco interesse do serviço e considerações, por sua novidade e generalidade no serviço
do servidor, mas sempre vantagens transitórias, que não se público, a que se paga aos servidores que executam trabalho
incorporam automaticamente ao vencimento, nem geram com risco de vida ou saúde.
direito subjetivo à continuidade de sua percepção. Na feliz
expressão de Mendes de Almeida, “são partes contingentes, A gratificação por risco de vida ou saúde é uma
isto é, partes que jamais se incorporam aos proventos, porque vantagem pecuniária vinculada diretamente às condições
pagas episodicamente ou em razão de circunstâncias especiais de execução do serviço. Não é uma retribuição
momentâneas”. genérica pela função desempenhada pelo servidor; é uma
compensação específica pelo trabalho realizado em
Como já vimos precedentemente, as gratificações condições potencial-mente nocivas para o servidor. O que se
distinguem-se dos adicionais porque estes se destinam a compensa com esta gratificação é o risco, ou seja, a
compensar encargos decorrentes de funções especiais, que possibilidade de dano à vida ou à saúde daqueles que
se apartam da atividade administrativa ordinária, e aquelas — executam determinados trabalhos classificados pela
as gratificações — visam a compensar riscos ou ônus de Administração como perigosos. Daí por que tal gratificação só
serviços comuns realizados em condições extraordinárias, é auferível enquanto o servidor estiver executando o trabalho
tais como os trabalhos executados em perigo de vida e beneficiado com essa vantagem.
saúde, ou no período noturno, ou além do expediente normal
da repartição, ou fora da sede etc. As gratificações são Essa gratificação só pode ser instituída por lei, mas
concedidas em razão das condições excepcionais em que cabe ao Executivo especificar, por decreto, quais os serviços
está sendo prestado um serviço comum (propter laborem) ou e os servidores que irão auferi-la. Não será o servidor, nem o
em face de situações individuais do servidor (propter Judiciário, que dirá se ocorre o risco gratificável, porque o
personam), diversamente dos adicionais, que são atribuídos conceito de risco, para fins de vantagem pecuniária, não é
em face do tempo de serviço (ex facto officii). Não há técnico, nem jurídico: é meramente administrativo. O risco só
confundir, portanto, gratificação com adicional, pois são existe, para efeito de gratificação, onde a Administração o
vantagens pecuniárias distintas, com finalidades diversas, admitir, e cessará quando ela o considerar inexistente. Por
concedidas por motivos diferentes. A gratificação é retribuição esse motivo, a gratificação por risco de vida ou saúde pode
de um serviço comum prestado em condições especiais; o ser suprimida, ampliada ou restringida a todo tempo, sem
adicional é retribuição de uma função especial exercida em ofensa a direito dos que a estavam percebendo.
condições comuns. Daí por que a gratificação é, por índole,
Por outro lado, o Executivo não pode estender essa
vantagem transitória e contingente e o adicional é, por
vantagem a serviços e servidores que não satisfaçam os
natureza, permanente e perene.
pressupostos legais para seu auferimento, porque, como bem
Em última análise, a gratificação não é vantagem decidiu o STF, isto importaria majoração de vencimentos por
inerente ao cargo ou à função, sendo concedida em face das decreto, o que é inadmissível para o serviço público de
condições excepcionais do serviço. ou do servidor. qualquer das entidades estatais.
Feitas essas considerações preliminares sobre as Observe-se, finalmente, que a gratificação por risco de
gratificações, vejamos as duas modalidades em que se vida ou saúde não cobre o dano efetivo que o servidor venha
apresentam na Administração Pública: gratificação de serviço a suportar no serviço. Esta gratificação visa a compensar,
e gratificação pessoal. apenas, a possibilidade de dano, vale dizer, o risco em si
mesmo, e não a morte, a doença ou a lesão ocasionada pelo
Gratificação de serviço (propter laborem) é aquela que trabalho. Se nada ocorrer ao servidor durante o serviço,
a Administração institui para recompensar riscos ou ônus cessado este, deve cessar a gratificação, por afastada a
decorrentes de trabalhos normais executados em condições potencialidade do dano, que é o risco. Assim, todavia, não
anormais de perigo ou de encargos para o servidor, tais como tem sido entendido pela jurisprudência, que vem
os serviços realizados com risco de vida e saúde ou considerando a gratificação incorporada ao vencimento e
prestados fora do expediente, da sede ou das atribuições integrante dos proventos da aposentadoria. Não podemos
ordinárias do cargo. O que caracteriza essa modalidade de abonar esse entender, contrário à natureza e à finalidade da
gratificação é sua vinculação a um serviço comum, executado vantagem em exame, que é uma gratificação de serviço, e
em condições excepcionais para o funcionário, ou a uma não um componente do padrão de vencimento, que deva

Direito Administrativo 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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acompanhá-lo na inatividade. Responsabilidades dos servidores
Gratificação pessoal, ou, mais precisamente, Os servidores públicos, no desempenho de suas
gratificação em razão de condições pessoais do servidor funções ou a pretexto de exercê-las, podem cometer
(propter personam), é toda aquela que se concede em face infrações de quatro ordens: administrativa, civil, criminal e
de fatos ou situações individuais do servidor, tais como a improbidade administrativa. Por essas infrações deverão ser
existência de filhos menores ou dependentes incapacitados responsabilizados no âmbito interno da Administração e/ou
para o trabalho (salário-família) e outras circunstâncias judicialmente.
peculiares do beneficio. Tais gratificações não decorrem de
tempo de serviço, nem do desempenho de determinada A responsabilização dos servidores públicos é dever
função, nem da execução de trabalhos especiais, mas, sim, genérico da Administração e específico de todo chefe, em
da ocorrência de fatos ou situações individuais ou familiares relação a seus subordinados.
previstas em lei. Daí por que podem ser auferidas No campo do Direito Administrativo esse dever de
independentemente do exercício do cargo, bastando que responsabilização foi erigido em obrigação legal, e, mais que
persista a relação de emprego entre o beneficiário e a isso, em crime funcional, quando relegado pelo superior
Administração, como ocorre com os que se encontram em hierárquico, assumindo a forma de condescendência
disponibilidade ou na aposentadoria. criminosa (CP, art. 320). E sobejam razões para esse rigor,
O salário-família é uma típica gratificação pessoal, pois uma vez que tanto lesa a Administração a infração do
é concedido aos servidores em exercício ou em inatividade, subordinado como a tolerância do chefe pela falta cometida, o
desde que apresentem as condições familiares estabelecidas que é um estímulo para o cometimento de novas infrações.
na lei respectiva. Essa gratificação não deflui do serviço Responsabilidade administrativa
público, nem lhe é privativa, mas encontra justificativa no
interesse do Estado em amparar os servidores que tenham Responsabilidade administrativa é a que resulta da
maiores encargos pessoais para a manutenção de filhos violação de normas internas da Administração pelo servidor
menores ou de dependentes incapacitados para o trabalho. É sujeito ao estatuto e disposições complementares
assegurado aos servidores de baixa renda nos termos da lei estabelecidas em lei, decreto ou qualquer outro provimento
(arts. 7º, 39, § 3º, e 142, § 3º, VIII, da CF, com as redações regulamentar da função pública. A falta funcional gera o ilícito
das EC 18, 19 e 20). Essa lei é de caráter nacional. Enquanto administrativo e dá ensejo à aplicação de pena disciplinar,
não editada, o salário-família assim como o auxílio-reclusão pelo superior hierárquico, no devido processo legal.
somente serão concedidos àqueles que tenham renda bruta A punição administrativa ou disciplinar não depende de
mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (art. 13 da EC 20). processo civil ou criminal a que se sujeite também o servidor
Com essas vantagens pecuniárias a Administração pela mesma falta, nem obriga a Administração a aguardar o
atende à recomendação constitucional para que se dê à desfecho dos demais processos, bem mesmo em face da
família especial proteção do Estado (CF, art. 226). Não se presunção constitucional de não culpabilidade. Apurada a
incorporam à remuneração, mas devem ser auferidas também falta funcional, pelos meios adequados (processo
na disponibilidade, na aposentadoria e na pensão enquanto administrativo, sindicância ou meio sumário), o servidor fica
subsistirem as condições legais para sua percepção. sujeito, desde logo, à penalidade administrativa
correspondente.
Desde que o salário-família não integra o vencimento,
sobre esta gratificação não devem incidir os adicionais de A punição interna, autônoma que é, pode ser aplicada
tempo de serviço ou de função, nem as gratificações de ao servidor antes do julgamento judicial do mesmo fato. E
serviço, os quais terão para base de cálculo o padrão do assim é porque, como já vimos, o ilícito administrativo
cargo, se de outra forma não dispuser a lei. independe do ilícito penal. A absolvição criminal só afastará o
ato punitivo se ficar provada, na ação penal, a inexistência do
A Constituição de 1988 acrescentou dentre os direitos
fato ou que o acusado não foi seu autor.’7’ Mas, se a punição
dos servidores públicos e aos militares, a licença-gestante e a
estiver fundamentada na “prática de crime contra a
licença-paternidade (arts. 39, § 3º, e 142, § 3º, VIII), as quais,
Administração Pública, este há que estar afirmado em
embora não sejam tipicamente vantagens pecuniárias,
sentença transitada em julgado”.
assumem esse caráter, por serem remunerados os períodos
de afastamento do trabalho. O que a Administração não pode é aplicar punições
arbitrárias, isto é, que não estejam legalmente previstas.
Indenizações — São previstas em lei e destinam-se a
Desde já deixamos esclarecido que tais atos exigem fiel
indenizar o servidor por gastos em razão da função. Seus
observância da lei para sua prática e impõem à Administração
valores podem ser fixados em lei ou em decreto, se aquela
o dever de motivá-los, isto é, de demonstrar sua
permitir. Tendo natureza jurídica indenizatória, não se
conformidade com os dispositivos em que se baseiam. Aliás,
incorporam à remuneração,’ não repercutem no cálculo dos
a tendência moderna, como observa mui agudamente Jèze, é
benefícios previdenciários e não estão sujeitas ao imposto de
a da motivação de todo ato administrativo que não decorra do
renda. Normalmente, recebem as seguintes denominações:
poder discricionário da Administração e da sua vinculação aos
ajuda de custo — destina-se a compensar as despesas de
motivos determinantes do seu cometimento. Na motivação da
instalação em nova sede de serviço, pressupondo mudança
penalidade, a autoridade administrativa competente para sua
de domicílio em caráter permanente; diárias — indenizam as
aplicação deve justificar a punição imposta, alinhando os atos
despesas com passagem e/ou estadia em razão de prestação
irregulares praticados pelo servidor, analisando sua
de serviço em outra sede e em caráter eventual; auxílio-
repercussão danosa para o Poder Público, apontando os
transporte — destina-se ao custeio total ou parcial das
dispositivos legais ou regulamentares violados e a cominação
despesas realizadas pelo servidor com transporte coletivo nos
prevista. O necessário é que a Administração Pública, ao
deslocamentos de sua residência para o trabalho e vice-
punir seu servidor, demonstre a legalidade da punição. Feito
versa.
isso, ficará justificado o ato, e resguardado de revisão judicial,
Outras podem ser previstas pela lei, desde que tenham visto que ao Judiciário só é permitido examinar o aspecto da
natureza indenizatória. Seus valores não podem ultrapassar legalidade do ato administrativo, não podendo adentrar os
os limites ditados por essa finalidade, não podem se conver- motivos de conveniência, oportunidade ou justiça das
ter em remuneração indireta. Há de imperar, como sempre, a medidas da competência específica do Executivo.
razoabilidade.

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A extinção da pena administrativa dá-se normalmente subjetiva: varia segundo a conduta do agente. Assim, se o
pelo seu cumprimento, e excepcionalmente pela prescrição e servidor causar prejuízo à Administração por negligência,
pelo perdão por parte da Administração. O cumprimento da imperícia ou imprudência na sua conduta, ficará sujeito à
pena exaure a sanção; a prescrição extingue a punibilidade, responsabilização civil e administrativa, mas pode não ficar
com a fluência do prazo fixado em lei, ou, na sua omissão, sujeito à responsabilização penal, se não cometeu nenhum
pelo da norma criminal correspondente; o perdão da pena é ilícito criminal. A culpa é menos que o dolo, como os ilícitos
ato de demência da Administração e só por ela pode ser administrativo e civil são menos que o ilícito penal, e, por isso,
concedido em caráter geral (a que se denomina, pode haver responsabilidade civil e administrativa sem haver
impropriamente, “anistia administrativa”), ou em cada caso, responsabilidade criminal, mas não pode haver
sempre por atuação do Executivo que aplicou a sanção. Não responsabilidade penal sem responsabilidade administrativa e
pode o Legislativo conceder “anistia administrativa” por lei de civil.
sua iniciativa, porque isto importaria cancelamento de ato do
Executivo por norma legislativa, o que é vedado pelo nosso Essencial para existência da responsabilidade civil é
sistema constitucional (art. 2º) (STF, RDA 86/142). que o ato culposo do servidor cause dano patrimonial à
Observamos que a pena expulsiva (demissão) é insuscetível Administração. Sem a ocorrência de dano patrimonial não há
de extinção, porque todos os seus efeitos se consumam no fundamento para a responsabilização civil, que visa,
ato de sua imposição, fazendo cessar o vinculo funcional com unicamente, à reparação material, pecuniária, da
a Administração. Administração.

Responsabilidade civil A comprovação do dano e da culpa do servidor é


comumente feita através do processo administrativo, findo o
A responsabilidade civil é a obrigação que se impõe ao qual a autoridade competente lhe impõe a obrigação de
servidor de reparar o dano causado à Administração por culpa repará-lo, através de indenização em dinheiro, indicando a
ou dolo no desempenho de suas funções. Não há, para o forma de pagamento. Os estatutos costumam exigir a
servidor, responsabilidade objetiva ou sem culpa. A sua reposição de uma só vez quando o prejuízo decorrer de
responsabilidade nasce com o ato culposo e lesivo e se alcance, desfalque, remissão ou omissão de recolhimento ou
exaure com a indenização. Essa responsabilidade (civil) é entrada no prazo devido, admitindo para os demais casos o
independente das demais (administrativa e criminal) e se desconto em folha, em bases módicas, geralmente não mais
apura na forma do Direito Privado, perante a Justiça Comum. de dez por cento do vencimento do responsável.
A Administração não pode isentar de responsabilidade Esse procedimento é válido inclusive na hipótese
civil seus servidores, porque não possui disponibilidade sobre prevista no § 6º do art. 37 da CF, mas, em qualquer caso, é
o patrimônio público. Muito ao contrário, é seu dever zelar necessária a concordância do responsável, porque a
pela integridade desse patrimônio, adotando todas as Administração não pode lançar mão dos bens de seus
providências legais cabíveis para a reparação dos danos a ele servidores, nem gravar unilateralmente seus vencimentos,
causados, qualquer que seja o autor. Dai por que a parte final para ressarcir-se de eventuais prejuízos. Faltando-lhe esta
do § 6º do art. 37 da CF impõe a responsabilização do agente aquiescência, deverá recorrer às vias judiciais, quer propondo
causador do dano somente quando agir com culpa ou dolo, ação de indenização contra o servidor, quer executando a
excluindo, portanto, a responsabilidade objetiva, que é sentença condenatória do juízo criminal ou a certidão da
unicamente da Administração perante a vitima. divida ativa (no caso de alcances e reposições de
recebimentos indevidos).
A responsabilização de que cuida a Constituição é a
civil, visto que a administrativa decorre da situação estatutária A responsabilização civil de servidor por danos
e a penal está prevista no respectivo Código, em capítulo causados a terceiros no exercício de suas atividades
dedicado aos crimes funcionais (arts. 312 a 327). Essas três funcionais depende da comprovação de sua culpa em ação
responsabilidades são independentes e podem ser apuradas regressiva proposta pela pessoa jurídica de Direito Público
conjunta ou separadamente. A condenação criminal implica, depois de condenada à reparação (CF, art. 37, § 6º). É óbvio
entretanto, o reconhecimento automático das duas outras, que o servidor pode ter interesse em intervir na ação,
porque o ilícito penal é mais que o ilícito administrativo e o principalmente para assegurar o justo valor da indenização,
ilícito civil. Assim sendo, a condenação criminal por um delito devendo fazê-lo na qualidade de assistente voluntário, e
funcional importa o reconhecimento, também, de culpa nunca como litis-consorte necessário (CPC, art. 75, I),
administrativa e civil, mas a absolvição no crime nem sempre situação que lhe permite, entre outras coisas, confessar os
isenta o servidor destas responsabilidades, porque pode não fatos alegados pelo autor (art. 75, III), prejudicando a defesa
haver ilícito penal e existir ilícitos administrativo e civil. da Administração e obrigando-a a uma indenização nem
sempre devida, sem possibilidade, na maioria das vezes, de
A absolvição criminal só afasta a responsabilidade ressarcir-se.
administrativa e civil quando ficar decidida a inexistência do
fato ou a não autoria imputada ao servidor, dada a Responsabilidade criminal
independência das três jurisdições. A absolvição na ação
penal, por falta de provas ou ausência de dolo, não exclui a A responsabilidade criminal é a que resulta do
cometimento de crimes funcionais. O ilícito penal sujeita o
culpa administrativa e civil do servidor público, que pode,
assim, ser punido administrativamente e responsabilizado servidor a responder a processo crime e a suportar os efeitos
civilmente. legais da condenação (CP, arts. 91 e 92). O Estado-membro
e o Município não podem legislar sobre crimes funcionais,
Culpa e dolo são conceitos diversos. A culpa verifica- porque tal matéria é de Direito Penal e constitui reserva
se na ação ou omissão lesiva, resultante de imprudência, constitucional da União (CF, art. 22, I).
negligência ou imperícia do agente; o dolo ocorre quando o
agente deseja a ação ou omissão lesiva ou assume o risco de A maioria dos crimes contra a Administração Pública
produzi-la. Um exemplo distinguirá bem as duas situações: se está definida no tít. XI, caps. 1 (arts. 312 a 326) e II (arts. 359-
um motorista propositadamente atropelar um transeunte, A a 359-H), do Código Penal; este último com o nome de
desejando matar ou ferir, cometerá um crime doloso; se o “Crimes Contra as Finanças Públicas”, foi acrescentado pela
mesmo motorista atropelar um mesmo transeunte sem o Lei 10.028, de 19.10.2000, que instituiu novos crimes em
querer, mas com imprudência, imperícia ou negligência, terá decorrência da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas nada
cometido um crime culposo. A diferença entre os dois ilícitos é impede que lei especial federal estabeleça outras infrações,
visando a proteger determinados interesses administrativos.

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Considera-se servidor público, para efeitos penais, pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce desproporcional à evolução do patrimônio ou renda do agente
cargo, emprego ou função pública (art. 327 do CP). O público” (art. 9º, VII) merece destaque, dado seu notável
parágrafo único desse art. 327, na redação dada pela Lei alcance, pois inverte o ônus da prova, sempre difícil para o
9.983, de 14.7.2000, equipara a “funcionário público quem autor da ação em casos como o descrito pela norma. Nessa
exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal e hipótese, quando desproporcional, o enriquecimento é
quem trabalha para empresa prestadora de serviço presumido como ilícito, cabendo ao agente público a prova de
contratada ou conveniada para a execução de atividade típica que ele foi lícito, apontando a origem dos recursos
da Administração Pública”. Convém observar que a legislação necessários à aquisição.
penal continua a empregar a terminologia “funcionário
público” mesmo diante da Constituição Federal de 1988, que Para os fins previstos na Lei 8.429/92, reputa-se
só utiliza o nomen juris “servidor público”. agente público todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
O processo dos crimes funcionais previstos no Código nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
Penal e em leis esparsas obedece ao rito estabelecido nos de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
arts. 513 a 518 do CPP, ficando o réu, desde o indiciamento, função em entidades da Administração direta, indireta ou
sujeito ao sequestro de bens, a requerimento do Ministério fundacional ou de empresa incorporada ao patrimônio público
Público, quando houver prejuízo para a Fazenda Pública ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
(Dec.-lei 3.240/41). Para os crimes de abuso de autoridade o concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do
processo é o previsto nos arts. 12 a 28 da Lei 4.898/65. patrimônio ou da receita anual (art. 2º, c/c O art. 1º).
Além dos crimes funcionais comuns, nos quais pode Os responsáveis por atos de improbidade praticados
incidir qualquer servidor público, há, ainda, os crimes de contra o patrimônio de entidade que receba subvenção ou
responsabilidade dos agentes políticos (Chefes do Executivo qualquer beneficio do Poder Público ou para cuja criação ou
federal, estadual e municipal, Ministros do Estado e do STF, custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
Procurador-Geral da República e Secretários de Estado), cinquenta por cento também estão sujeitos às penalidades
capitulados na Lei 1.079, de 10.4.50, que regula o dessa lei (art. 1º, parágrafo único). O art. 52 da Lei
impeachment a ser aplicado como penalidade político- 10.527/2001 (Estatuto da Cidade) diz que, pelas condutas ali
administrativa, sem prejuízo da ação penal, e no Dec.-lei 201, relacionadas, o “Prefeito” pode incorrer em improbidade
de 27.2.67 (para os Prefeitos). administrativa, nos termos da Lei 8.429/92. Embora essa
norma mencione apenas o “Prefeito”, é claro que outros
Todos os crimes funcionais e os de responsabilidade agentes públicos que também participarem ou concorrerem
são delitos de ação pública, o que permite a instauração do
para aquelas condutas poderão cometer improbidade
processo respectivo mediante comunicação de qualquer administrativa, só que esta deverá se enquadrar nas espécies
pessoa à autoridade competente e denúncia do Ministério previstas pela Lei 8.429/92.
Público. Para os crimes de abuso de autoridade a Lei
4.898/65 condicionava a denúncia do Ministério Público a O § 2º do art. 84 do CPP, na redação que lhe dava a
representação do ofendido (art. 12), mas a Lei 5.249, de Lei 10.268/2003, foi julgado inconstitucional pelo STF na ADI
9.2.67, praticamente dispensou este requisito ao dispor que a 2.797-DF. Assim, quer se cuide de ocupante de cargo público,
falta de representação “não obsta a iniciativa ou o curso da quer se cuide de titular de mandato eletivo, a ação de
ação” (art. 1º). improbidade de que trata a Lei 8.429/92 será proposta em
primeiro grau.
Responsabilidade por improbidade administrativa
Meios de punição
O art. 12, caput, da Lei 8.429/92 diz que,
independentemente das sanções penais, civis e A responsabilização e a punição dos servidores
administrativas, o responsável pelo ato de improbidade públicos fazem-se por meios internos e externos. Aqueles
administrativa fica sujeito às punições previstas nos seus incs. abrangem o processo administrativo disciplinar e os meios
I, II e III. Logo, ex vi legis, a punição por improbidade sumários, com a garantia do contraditório e da ampla defesa;
administrativa decorre de responsabilidade distinta e estes compreendem os processos judiciais, civis e criminais.
independente das responsabilidades penal, civil e Os meios internos, como o nome está indicando,
administrativa previstas na legislação específica, analisadas desenvolvem-se e se exaurem no âmbito da própria
acima. Por essa razão, “a aplicação das penalidades Administração; os meios externos ficam a cargo exclusivo do
previstas na Lei 8.429/92 não incumbe à Administração”, Poder Judiciário e se realizam como prestações jurisdicionais
sendo “privativa do Poder Judiciário” (STF, RTJ 195/73). comuns, quando requeridas pela própria Administração
(ações civis) ou pelo Ministério Público (ações criminais e
A Lei 8.429/92 classifica e define os atos de ação civil pública). Ao Direito Administrativo só interessam os
improbidade administrativa em três espécies: a) os que meios internos como formas especificas de proteção ao
importam enriquecimento ilícito (art. 90); b) os que causam serviço público e de repressão às infrações funcionais dos
prejuízo ao erário (art. 10); e c) os que atentam contra os servidores.
princípios da Administração Pública (art. 11). Para cada
espécie há uma previsão de punições, descritas nos incs. I a Conforme a gravidade da infração a apurar e da pena
III do art. 12. Conforme o caso, as cominações podem ser: a aplicar, a Administração disporá do meio de
perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente; responsabilização adequado, que vai desde o processo
ressarcimento integral do dano; perda da função pública; administrativo disciplinar até a apuração sumária da falta,
suspensão dos direitos políticos; multa civil; proibição de através de simples sindicância, ou mesmo pela verdade
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou sabida, mas, em qualquer hipótese, com a garantia de ampla
incentivos fiscais ou creditícios — cabendo ao Judiciário defesa (CF, art. 5º, LV).
aplicá-las, levando em conta a extensão do dano e o proveito
Para a demissão dos vitalícios, entretanto, o meio
patrimonial obtido pelo agente, dentre outros fatores inerentes
e inafastáveis na aplicação da lei (art. 12, parágrafo único). único é o processo judicial (CF, arts. 95, I, e 128, § 5º, I, “a”);
para os estáveis poderá ser utilizado o processo
Dentre os diversos atos de improbidade administrativa, administrativo disciplinar (CF, art. 41, § 1º) e para os instáveis
exemplificados nessa lei, o de “adquirir, para si ou para bastará a sindicância, despida de maiores formalidades,
outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função desde que por ela se demonstre a falta ensejadora da pena

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demissória. Em qualquer caso, porém, é necessário que se Abuso de autoridade
faculte ao processado ou ao sindicado a possibilidade de
ampla defesa. O abuso de autoridade, definido na Lei 4.898, de
9.12.65, alterada pela Lei 6.657, de 5.6.79, sujeita o agente
Por ampla defesa deve-se entender a vista do público federal, estadual ou municipal à tríplice
processo ou da sindicância ao servidor acusado, com a responsabilidade civil, administrativa e penal.
faculdade de resposta e de produção de provas contrárias à
acusação. Essa defesa poderá ser feita pessoalmente pelo A apuração da responsabilidade civil faz-se por ação
servidor ou por advogado regularmente constituído, sem que ordinária, perante a Justiça Comum federal ou estadual,
os autos saiam da repartição em que tramitam. Não se conforme seja a autoridade. A responsabilidade administrativa
e a penal apuram-se através dos processos especiais
exigem para a punição disciplinar os rigores do processo
criminal, nem do contraditório da ação penal, mas é estabelecidos pela própria lei, mediante representação da
necessário que se conceda ao acusado oportunidade de ilidir vítima à autoridade superior ou ao Ministério Público
a acusação. Sem esta possibilidade de defesa a punição competente para a ação criminal.
administrativa é nula, por afrontar uma garantia constitucional Os abusos de autoridade puníveis nos termos dessa
(CF, art. 5º, LV). lei são somente os indicados em seus arts. 3º e 4º, relativos à
Dada sua importância como meio de punição interno, o liberdade individual, à inviolabilidade do domicílio e da
processo administrativo disciplinar, espécie do gênero correspondência e aos direitos de locomoção, de culto, de
processo administrativo, está examinado exaustivamente no crença, de consciência, de voto e de reunião, bem como os
item 3.3.6 do cap. XI, a que remetemos o leitor, para evitar concernentes à incolumidade física do indivíduo.
repetições. Para os efeitos dessa lei, considera-se autoridade todo
Sequestro e perdimento de bens aquele que exerce cargo, emprego ou função pública, de
natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente ou sem
O sequestro e o perdimento de bens são cabíveis remuneração.
contra os servidores que enriqueceram ilicitamente com o
produto de crime contra a Administração, ou por influência ou As penas por abuso de autoridade vão desde a advertên-
com abuso de cargo, função ou emprego público. O sequestro cia administrativa até a demissão, e no processo penal esca-
é providência cautelar, enquanto o perdimento é medida lonam-se em multa, detenção, perda do cargo e inabilitação
definitiva, respaldada no art. 5º, XLV, da CF, que resulta do para função pública, aplicadas isolada ou cumulativamente.
reconhecimento da ilicitude do enriquecimento do servidor. O Os procedimentos decorrentes dessa lei são
perdimento, quando não decorre de sentença criminal autônomos em relação à responsabilização civil e
condenatória (CP, art. 74, II), pode ser declarado administrativa da própria Administração, visto que o legislador
judicialmente, através de procedimento próprio. deu legitimidade às vitimas para chamarem a juízo
Osequestro dos bens adquiridos pelo indiciado com o diretamente seus ofensores. Isto não impede, entretanto, que
produto da infração penal está genericamente disciplinado no a Administração tome a iniciativa da ação regressiva prevista
CPP, arts. 125 a 144. Todavia, quando a vítima é a Fazenda no art. 37, § 6º, da CF, independentemente de qualquer
Pública, o procedimento é o previsto no Dec.-lei 3.240, de representação do ofendido (Lei 4.619, de 28.4.65).
8.5.4 1, expressamente revigorado pelo Dec.-lei 359/68 (art. Militares
11). Nesse caso, é requerido pelo Ministério Público, por
representação da autoridade policial ou da administrativa, Como acentuado, a EC 18 alterou a denominação da
dependendo sua subsistência da instauração da ação penal seç. III do cap. VII do tít. III da Constituição para “Dos
no prazo de noventa dias (arts. 6º, I, e 20, §1º). militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios” e
deslocou o tratamento dos militares das Forças Armadas para
Osequestro é cabível, também, como medida o cap. II do tít. V. De servidores públicos, passaram a ser
preliminar, nos processos de perdimento, a requerimento do denominados exclusivamente de militares, quando membros
Ministério Público ou da pessoa jurídica interessada (art. 16 das Forças Armadas; e de servidores policiais ou, ainda, de
da Lei 8.429/92). O pedido pode incluir, ainda, a investigação, militares, quando integrantes das Polícias Militares e Corpos
o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações de Bombeiros (cf. art. 42, do art. 144, § 9º, e art. 142, § 3º)
financeiras mantidas pelo indiciado no Exterior, nos termos da
lei e dos tratados internacionais (art. 16, § 2º). É evidente que Os não integrantes das Forças Armadas estão
tais medidas podem envolver contas e aplicações existentes tratados no tít. III, cap. VII, que cuida “Da Administração
no território nacional. Pública”, apenas separados dos servidores civis, em seção
diversa. Já os membros das Forças Armadas estão tratados
Operdimento dos bens que constituem produto de no cap. II (“Das Forças Armadas”) do tít. V, que cuida “Da
crime ou proveito auferido pelo agente com a prática do fato defesa do Estado e das instituições democráticas”.
criminoso, em favor da União, é um dos efeitos da
condenação, nos termos do art. 91, II, “b”, do CP. Por isso O ingresso no serviço público militar dá-se,
mesmo, na hipótese de crime comum, a Administração normalmente, por recrutamento e, excepcionalmente, por
interessada deverá promover o sequestro, na forma do Dec.- concurso, na forma regulamentar da respectiva Arma ou
lei 3.240/41, a fim de garantir o ressarcimento com os serviço. Os militares têm por base a hierarquia e a disciplina,
referidos bens. no que diferem dos servidores civis. A estrutura do serviço
militar consiste em patentes (para os oficiais) e graduação
Em qualquer hipótese, porém, é cabível ação (para os praças).
autônoma visando à decretação da perda dos bens, a qual,
caso tenha havido medida cautelar, deve ser proposta dentro Os direitos e deveres dos militares constam dos
de trinta dias, contados da efetivação da medida (Lei respectivos regulamentos, atendidos os preceitos
8.429/92, art. 17). constitucionais pertinentes (art. 42, §§1º e 2º, para os
Estados; e art. 142, § 3º, para as Forças Armadas),
Enriquecimento ilícito ressaltando-se que “ao militar são proibidas a sindicalização e
Enriquecimento ilícito, no que tange a servidores a greve”, aplicando-se-lhes o disposto no art. 7º, VIII, XII,
públicos, é o que decorre da prática de crime contra a XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, XI, XIII, XIV e XV, bem
Administração definido no CP, arts. 312 a 327. como no art. 40, §§ 4º, 5º e 6º, da CF (art. 142, § 3º, IV e VIII).
Vale destacar que para as punições disciplinares militares não
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é cabível habeas corpus (CF, art. 142, § 2º). princípio da segurança jurídica. Isso sem falar que somente
dessa forma é que se assegura a preservação da dignidade
Os militares em atividade, como ocorre com os dos servidores, aposentados ou pensionistas. Aqui, desde
servidores civis, podem passar para a inatividade logo, deve-se frisar que a garantia da irredutibilidade refere-se
remunerada, mediante reforma, nos termos da Constituição ao montante global de remuneração, obstando à diminuição
Federal e da legislação ordinária correspondente, ou, ainda, do quanto já percebido. Assim sendo, desde que não haja
manter-se na reserva não remunerada, como ocorre com os redução, não é vedada a alteração de critérios legais de
oficiais provenientes do Centro e Núcleos de Preparação de fixação do valor da remuneração ou do regime legal de
Oficiais da Reserva —CPOR e NPOR, os quais, em tempo de cálculo ou reajuste de vencimentos ou vantagens funcionais.
guerra, podem ser convocados para a ativa de sua patente.
Na aplicação de norma constitucional que tem por
O art. 42, § 1º, da CF, na redação dada pela EC 20/98, objetivo fixar um valor máximo e ideal para a remuneração e
manda aplicar aos militares dos Estados, do Distrito Federal e os proventos dos servidores públicos, do naipe, por exemplo,
dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as do art. 37, XI, haverá sempre uma postura voltada para o
disposições do art. 14, § 8º (militar alistável e elegível), do art. ideal e outra para o cumprimento dos mandamentos
40, § 9º (contagem de tempo de contribuição), e do art. 142, constitucionais, ainda que isto não corresponda ao ideal.
§§ 2º e 3º, cabendo à lei estadual específica dispor sobre as Preferimos, como se verá, flcar com a segunda hipótese,
matérias do art. 142, § 3º, X, sendo as patentes dos oficiais única cabível no Estado de Direito, mesmo porque,
conferidas pelos respectivos Governadores. Esse inc. X do § acreditamos, o sistema constitucional instituído pela Carta de
3º do art. 142, na redação dada pela EC 18, prevê um regime 1988 contém mecanismos que podem levar àquele ideal,
jurídico peculiar para os militares, inclusive sobre a como, a título de exemplo, a correta aplicação dos princípios
remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais, da razoabilidade e da moralidade administrativo, mesmo
“consideradas as peculiaridades de suas atividades”. Quanto porque, no mesmo precedente acima referido, o STF
aos pensionistas, o § 2º do art. 42, na redação da EC 41, consignou que a incidência da garantia da irredutibilidade,
determina a aplicação do que for fixado em lei específica de como direito adquirido, pressupõe a licitude da aquisição do
cada Estado, do Distrito Federal e dos Territórios. Registre-se direito a determinada remuneração.
que a aplicação do disposto no art. 40, § § 7º e 8º, da CF,
prevista pelo inc. IX do § 3º do art. 142 da CF, foi excluída, Perfilhando o entendimento dominante entre os
por força de sua revogação pelo art. 10 da EC 4 1/2003. publicistas, o STF assentou a possibilidade de emenda
constitucional ser submetida ao controle concentrado ou
Direito adquirido
difuso de constitucionalidade. Assim, qualquer emenda
A EC 19 determina, pelo seu art. 29, que os constitucional pode ser objeto de controle de
“subsídios, vencimentos, remuneração, proventos de constitucionalidade no pertinente às limitações decorrentes da
aposentadoria e pensões e quaisquer outras espécies própria Carta Magna. Segundo Michel Temer, essas
remuneratórias adequar-se-ão”, a partir da sua publicação, limitações são de três espécies: procedimentais, materiais
“aos limites decorrentes da Constituição Federal, não se (explícitas e implícitas) e circunstanciais. No caso, o exame
admitindo a percepção de excesso a qualquer título”. Já a EC do direito adquirido à irredutibilidade envolve limitação de
20, no art. 30, caput e seus §§ 2º, 3º e 4º, após assegurar o natureza material explícita, uma vez que advém do art. 60, §
direito adquirido quanto ao regime jurídico anterior para os já 4º, da CF.
aposentados ou os pensionistas dos já falecidos ou para os Com efeito, ali está consignado que não será objeto de
que já tenham cumprido os requisitos para a aposentadoria deliberação a proposta de emenda tendente a abolir, dentre
e/ou para a concessão da pensão com base na legislação outros, os direitos e garantias individuais. Como ensina o
então vigente, determina que seja observado o disposto no acatado constitucionalista José Afonso da Silva, é “claro que
art. 37, XI (cf parte final do referido § 4º). Por seu turno, o art. o texto não proíbe apenas emendas que expressamente
90 da EC 41 determina a aplicação do disposto no art. 17 do declarem: ‘fica abolida a Federação ou a forma federativa de
ADCT da CF/88, aos vencimentos, remunerações e Estado’, ‘fica abolido o voto direto (...)‘, ‘passa a vigorar a
subsídios, bem como aos proventos, pensões e outra espécie concentração de Poderes’, ou ainda ‘fica extinta a liberdade
remuneratória percebidos cumulativamente ou não, incluídas religiosa, ou de comunicação (...), ou o habeas corpus, o
as vantagens pessoais ou de qualquer natureza. mandado de segurança (...)‘. A vedação atinge a pretensão
Em razão dessas normas, pode-se pensar que a EC de modificar qualquer elemento conceitual (...) ou
41 teria imposto uma redução do valor percebido quando este indiretamente restringir a liberdade religiosa, ou de
for superior ao resultante da aplicação do art. 37, XI, na comunicação ou outro direito e garantia individual; basta que
redação por ela dada, mesmo nos casos em que esse a proposta de emenda se encamINhe, ainda que
quantum decorra de ato legítimo, ou seja, conforme aos remotamente, ‘tenda’ (emendas tendentes, diz o texto) para
princípios constitucionais e à lei. Assim seria porque, como sua abolição”.
aquele valor estaria sendo percebido em desacordo com a
Constituição, haveria a incidência do disposto no art. 17 do Nessa linha, por força dessa cláusula pétrea, a
ADCT da Carta de 1988. Como veremos, esse raciocínio não garantia do direito adquirido há de ser respeitada e
é admitido pela ordem jurídica, mesmo porque recentemente preservada mesmo pelo chamado poder constituinte derivado.
o colendo STF voltou a proclamar que a garantia Vale dizer, nenhum pessoa — e, portanto, nenhum servidor
constitucional de irredutibilidade de vencimentos ou do valor — poderá ter seu direito adquirido desrespeitado ou
dos benefícios (arts. 37, XV, e 194, parágrafo único, IV, da afrontado, ainda que remotamente, por qualquer emenda
CF) é “modalidade qualificada da proteção ao direito constitucional. Nas palavras do STF — nosso maior guardião
adquirido”. e intérprete da Constituição —, as “limitações constitucionais
explícitas, definidas no § 4º do art. 60 da Constituição da
Por isso, a exemplo do que dissemos nas edições República, incidem diretamente sobre o poder de reforma
anteriores a respeito das EC 19 e 20, para evitar numerosos conferido ao Poder Legislativo da União, inibindo-lhe o
conflitos entre servidores e a Administração Pública, cremos exercício quanto às categorias temáticas ali referidas”.
que o art. 90 da EC 41, na sua parte final, deveria ter o
acréscimo da locução “salvo os direitos adquiridos”, em Não se afirma, aqui, que há direito adquirido ao regime
especial o da garantia da irredutibilidade do quantum jurídico; o que se sustenta é o direito adquirido de ordem
percebido. Note-se que essa proteção decorre também do individual, isto é, os efeitos jurídicos produzidos no passado

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(facta praeterita) e já incorporados ao patrimônio jurídico do Todavia, o que nos propomos examinar neste tópico são
servidor, ativo e inativo, e de seus pensionistas. Portanto, os as normas constantes dos referidos arts. 37 a 41 da CF.
limites remuneratórios decorrentes da EC 19 da EC 20 e, Destas, pelo menos uma tem um caráter nitidamente
agora, da EC 41 aplicam-se a partir da entrada em vigor de organizatório (art. 37, I, do qual deriva o princípio da
cada uma, e, quanto à última, para o futuro, não podendo organização legal do serviço público). As demais, como
retroagir para colher efeitos que ocorreram em momento advertimos precedentemente, exercem uma dupla função —
anterior ao da respectiva publicação. Registre-se: os efeitos de proteção ao serviço e de proteção ao servidor —, pois
jurídicos já produzidos, não as meras expectativas de direito, visam a estabelecer o equilíbrio entre o Poder Público e seu
na medida em que estas não caracterizam direito adquirido, pessoal, para que este não se arme de vantagens prejudiciais
justamente porque, por serem expectativas, ainda não se ao serviço público, nem o Estado amesquinhe os que o
concretizaram e, por não terem se concretizado, não servem.
produziram efeitos anteriormente à norma nova.
Essas normas dispõem sobre: acessibilidade aos cargos
Comensurando o exposto, temos que o servidor, o públicos, funções e empregos públicos (art. 37, I);
inativo ou o pensionista que percebia quando da publicação obrigatoriedade de concurso público (art. 37, II); contratação
da EC 41 remuneração, proventos ou pensão superior ao teto por prazo determinado (art. 37, IX); paridade de vencimentos
geral previsto no art. 37, XI, da CF, na sua nova redação, não (arts. 37, XII, e 39, § 1º); vedações de equiparações e
poderá ter redução desse valor. A diferença entre esse valor e vinculações (art. 37, XIII); tetos de remuneração, subsídio,
o do teto geral deverá ser absorvida por alterações futuras do proventos e pensões (art. 37, XI); inacumulabilidade de
subsídio, da remuneração ou do beneficio. cargos, empregos e funções (art. 37, XVI e XVII); estabilidade
(art. 41, caput); aposentadoria (art. 40); cômputo do tempo de
É manifesto que somente o que foi adquirido de serviço prestado a todas as entidades da Administração
conformidade com a ordem jurídica constitucional e legal direta, autárquica e fundacional (art. 40, § 3º); exercício de
então vigente é que tem a garantia do direito adquirido. Nessa funções eletivas por servidor (art. 38); demissão de estáveis
linha, no nosso entender, remunerações que estejam em (art. 41, § 1º); reintegração (art. 41, § 2º); responsabilização
valores notoriamente desproporcionais aos limites máximos civil dos servidores (art. 37, § 6º); sujeição às normas
estabelecidos pelo art. 37, Xl, da CF, inclusive com as constitucionais quanto à forma e às condições de provimento
vantagens pessoais incorporadas, não guardam razoabilidade dos cargos públicos (art. 37, I e II); greve (art. 37, VII).
e moralidade. Vale dizer, revelam-se destituídas do Analisemos, sumariamente, a razão de ser e a extensão
necessário coeficiente de razoabilidade e, assim, lesivas à dessas imposições.
cláusula do substantive due process of law, objeto de
expressa proclamação pelo art. 50, LIV, da CF (cf Ministro Acessibilidade aos cargos, funções e empregos
Celso de Melo, RTJ 160/ 143, STF, Pleno). Portanto — e públicos
considerando que, como visto, o douto Plenário do STF
proclamou que a incidência da garantia da irredutibilidade Ao estabelecer a acessibilidade aos cargos, empregos e
pressupõe a licitude da aquisição da remuneração —‘ as funções públicas a todos os brasileiros (art. 37, I) a
remunerações ilegítimas, ou seja, não conformes com a lei e Constituição assegura aos brasileiros natos e naturalizados,
os princípios constitucionais, podem e devem ser revistas. salvo as exceções constitucionais previstas no seu art. 12, §
Dessa forma, o caminho está no exame da razoabilidade e da 3º, o direito de acesso aos cargos, empregos e funções
moralidade entre as vantagens pessoais, antes não sujeitas públicas. Pela EC 11, de 30.4.96, que acrescentou parágrafos
ao cálculo do teto, e os valores computados nesse cálculo. E, ao art. 207 da CF de 1988, as universidades e as instituições
pois, possível alcançar a aplicação da ordem jurídica sem de pesquisa científica e tecnológica podem admitir
ofensa às garantias individuais e, portanto, aos mandamentos estrangeiros como professores, técnicos e cientistas, na
constitucionais e ao real e legítimo direito adquirido. forma da lei federal e de caráter nacional. Agora, pela
redação dada pela EC 19, os cargos, empregos e funções
Obviamente, cada situação individual ou cada carreira públicas são também acessíveis aos estrangeiros, na forma
poderão ser objeto dessa revisão. Porém, quando o exame do da lei, também federal e de natureza nacional. Por outro lado,
caso indicar a ilicitude da remuneração, a Administração o mesmo art. 37, I, condiciona a acessibilidade aos cargos
Pública deverá instaurar processo administrativo e observar o públicos, funções e empregos públicos ao preenchimento dos
devido processo legal, com o direito de defesa e contraditório, requisitos estabelecidos em lei.
devendo a decisão pela redução ou pela manutenção ser
amplamente motivada e comunicada ao respectivo Tribunal Com isso, ficam as Administrações autorizadas a
de Contas. prescrever em lei exigências quanto à capacidade física,
moral, técnica, científica e profissional que entenderem
Fonte: DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO – convenientes, como condições de eficiência, moralidade e
Hely Lopes Meirelles – 33ª edição, Malheiros Editores Ltda., aperfeiçoamento do serviço público. Mas à lei específica, de
2007, SP caráter local, é vedado dispensar condições estabelecidas em
lei nacional para a investidura em cargos públicos, como, p.
Normas constitucionais pertinentes aos servi- ex., as exigidas pelas leis eleitoral e do serviço militar, ou para
dores o exercício de determinadas profissões (CF, art. 22, XVI). E
tanto uma como outra deverão respeitar as garantias
As normas constitucionais pertinentes aos servidores são, asseguradas no art. 5º da CF, que veda distinções baseadas
principalmente, as dos arts. 37 a 41. Dizemos principalmente em sexo, idade, raça, trabalho, credo religioso e convicções
porque outras existem, esparsas no texto constitucional, que, políticas. E, tratando-se de concurso público, este será
embora não reunidas na seção própria (CF, tít. III, cap. VII, realizado de acordo com a natureza e a complexidade do
seçs. I e II — “Dos servidores públicos”), são também de cargo ou emprego, na forma da lei (CF, art. 37, II).
observância obrigatória, dentre outras as que estabelecem a
privatividade da iniciativa das leis que criam cargos públicos Assim sendo, desde que a lei genérica, de cunho nacional,
(arts. 51, IV, 52, XIII, 61, § 1º, II, “a”, 96, II, “b”, e 127, § 3º) e a condicione o exercício de determinada atividade à habilitação
competência para seu provimento (arts. 96, I, “c” e “e”, 84, profissional na forma que prescrever, como ocorre com a
XXV, e 127, § 2º). Como se verá, algumas são pertinentes a Medicina e a Engenharia, não é permitido à lei específica
todos os servidores públicos enquanto que outras, não, dispensar ou inexigir a mesma habilitação para a investidura
dependendo do regime jurídico adotado. em cargo cuja função precípua se confunda com aquela
atividade.

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Quanto ao princípio da isonomia (CF, art. 5º), é preciso por ela previstas (art. 73, V). A respeito, ver Consulta 1.065,
ver que, além das distinções acima referidas, a igualdade de TSE, Pleno, DJU 12.7.2004. Tratando-se de pessoa jurídica
todos os brasileiros perante a lei veda as exigências de Direito Privado integrante da Administração indireta
meramente discriminatórias, como as relativas ao lugar de admite-se que o certame seja feito sem essa complexidade,
nascimento, condições pessoais de fortuna, família, privilégios porém é essencial que assegure o atendimento do princípio
de classe ou qualquer outra qualificação social. E assim é da isonomia, possibilitando àquele que queira participar uma
porque os requisitos a que se refere a CF (art. 37) hão de ser efetiva participação.
apenas os que, objetivamente considerados, se mostrem
necessários e razoáveis ao cabal desempenho da função Os concursos não têm forma ou procedimento
pública. Se determinado cargo de datilógrafo, por ex., pode estabelecido na Constituição, mas é de toda conveniência
ser exercido indiferentemente por pessoas do sexo feminino que sejam precedidos de uma regulamentação legal ou
ou masculino, a discriminação fundada nesse atributo pessoal administrativa, amplamente divulgada, para que os
do candidato será indevida; entretanto, se o que a candidatos se inteirem de suas bases e matérias exigidas.
Administração deseja é uma pessoa do sexo feminino para Suas normas, desde que conformes com a CF e a lei,
ocupar o cargo de datilógrafo numa penitenciária de obrigam tanto os candidatos quanto a Administração. Como
mulheres, o estabelecimento desse requisito não constituirá atos administrativos, devem ser realizados através de bancas
discriminação ilegal, uma vez que visa a atender a uma ou comissões examinadoras, regularmente constituídas com
legítima conduta administrativa. Daí por que a jurisprudência elementos capazes e idôneos dos quadros do funcionalismo
tem admitido como válidas, com base no princípio da ou não, e com recurso para órgãos superiores, visto que o
razoabilidade, exigências que, à primeira vista, pareceriam regime democrático é contrário a decisões únicas, soberanas
atentatórias ao princípio da isonomia, tais como as que e irrecorríveis. De qualquer forma, caberá sempre
limitam a acessibilidade a certos cargos em razão da idade, reapreciação judicial do resultado dos concursos, limitada ao
sexo, categoria profissional, condições mínimas de aspecto da legalidade da constituição das bancas ou
capacidade física e mental e outros requisitos de adequação comissões examinadoras, dos critérios adotados para o
ao cargo. julgamento e classificação dos candidatos. Isso porque
nenhuma lesão ou ameaça a direito individual poderá ser
Apreciando a matéria, o TFR (hoje, substituído pelo STJ) excluída da apreciação do Poder Judiciário (CF, art. 5º,
assentou lição antiga, mas de conteúdo atual: “A XXXV).
desigualdade física, moral e intelectual é um fato que a lei
reconhece e por vezes aprecia e apura, como sucede na É conveniente, ainda, que as bancas ou comissões
seleção do pessoal para as funções públicas, acessíveis a examinadoras, se constituídas por servidores, o sejam
qualquer que dê prova da capacidade exigida”. O STF, em somente com os efetivos, para se assegurar a independência
suas decisões, tem deixado claro que as limitações impostas no julgamento e afastar as influências estranhas. Outra
por lei só podem ser admitidas quando forem razoáveis, ou cautela recomendável é a de não se colocar examinadores de
seja, a razoabilidade deverá ser aferida em razão da natureza hierarquia inferior à do cargo em concurso ou que tenham
das atribuições do cargo a preencher. menos títulos científicos ou técnicos que os eventuais
candidatos, sem o quê ficará prejudicada a eficiência das
Dessa forma, a EC 19, ao inserir dispositivo permitindo provas, além de constituir uma capitis deminutio para os
que a lei estabeleça requisitos diferenciados de admissão concorrentes mais categorizados que os integrantes da
quando a natureza ou a complexidade do cargo os exigirem banca.
(CF, art. 37, II), nada mais fez do que consagrar o que o
Judiciário já vinha entendendo. Portanto, esses requisitos só Desde que o concurso visa a selecionar os candidatos
serão constitucionais se forem razoáveis. mais capazes, é inadmissível e tem sido julgada
inconstitucional a concessão inicial de vantagens ou
Concurso privilégios a determinadas pessoas ou categorias de
servidores, porque isto cria desigualdade entre os
A obrigatoriedade de concurso público, ressalvados os concorrentes. Os concursados remanescentes, enquanto não
cargos em comissão e empregos com essa natureza, refere- esgotado o prazo de validade do concurso realizado, têm
se à investidura em cargo ou emprego público, isto é, ao prioridade sobre os novos concursados (CF, art. 37, IV). A
ingresso em cargo ou emprego isolado ou em cargo ou reserva de percentual de cargos para as pessoas portadoras
emprego público inicial da carreira na Administração direta e de deficiência, prevista no art. 37, VIII, da CF, não afasta a
indireta. O concurso é o meio técnico posto à disposição da exigência de caráter geral relativa ao concurso público.
Administração Pública para obter-se moralidade, eficiência e
aperfeiçoamento do serviço público e, ao mesmo tempo, A Administração é livre para estabelecer as bases do
propiciar igual oportunidade a todos os interessados que concurso e os critérios de julgamento, desde que o faça com
atendam aos requisitos da lei, fixados de acordo com a igualdade para todos os candidatos, tendo, ainda, o poder de,
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, consoante a todo tempo, alterar as condições e requisitos de admissão
determina o art. 37, II, da CF. Pelo concurso afastam-se, pois, dos concorrentes, para melhor atendimento do interesse
os ineptos e os apaniguados que costumam abarrotar as público. Não obstante, é ilegal a exclusão ou reprovação com
repartições, num espetáculo degradante de protecionismo e base em critério subjetivo, como a realização de exame
falta de escrúpulos de políticos que se alçam e se mantêm no psicotécnico sem critérios objetivos ou a avaliação sigilosa de
poder leiloando cargos e empregos públicos. conduta do candidato, sem motivação. Ante a presunção de
não culpabilidade, é também ilegal reprovar ou excluir do
Desde a Constituição de 1967 para os cargos públicos concurso candidato com ação penal em curso ou cumprindo
efetivos e a quase-totalidade dos vitalícios os concursos pena em regime semi-aberto, sob a alegação de falta de
públicos só podem ser de provas ou de provas e títulos, capacitação moral”.
ficando, assim, afastada a possibilidade de seleção com base
unicamente em títulos, como ocorria na vigência da Os candidatos, mesmo que inscritos, não adquirem direito
Constituição de 1946, que fazia igual exigência para a à realização do concurso na época e condições inicialmente
primeira investidura em cargos de carreira, silenciando, estabelecidas pela Administração; esses elementos podem
entretanto, quanto à modalidade do concurso (art. 186; cf art. ser modificados pelo Poder Público, como pode ser cancelado
37, II, da atual CF). Com o objetivo de evitar interferências ou invalidado o concurso, antes, durante ou após sua
eleitorais, a Lei 9.507/97 proíbe a realização de concurso realização. E assim é porque os concorrentes têm apenas
público no período por ela especificado, salvo as exceções uma expectativa de direito, que não obriga a Administração a

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realizar as provas prometidas. Ainda mesmo a aprovação no (CF, art. 37, II), e destinados apenas às atribuições de dire-
concurso não gera direito absoluto à nomeação ou à ção, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V). Como vimos,
admissão, pois que continua o aprovado com simples um parcela desses cargos em comissão será preenchida por
expectativa de direito à investidura no cargo ou emprego servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
disputado; mas a Administração deve demonstrar, de forma mínimos previstos em lei (CF, art. 37, V). Nestas hipóteses, a
consistente, o motivo da conveniência administrativa da não- nomeação, embora livre, fica condicionada à observância dos
nomeação daquele que está dentro do número de vagas requisitos previstos na lei federal, estadual, distrital ou muni-
previsto no concurso. cipal.
Vencido o concurso, o primeiro colocado adquire direito Neste campo, o legislador deve ter presente, sempre,
subjetivo à nomeação com preferência sobre qualquer outro, advertência e alerta do STF no sentido de que “a criação de
desde que a Administração se disponha a prover o cargo ou o cargo em comissão, em moldes artificiais e não condizentes
emprego público, mas a conveniência e oportunidade do com as praxes de nosso ordenamento jurídico e
provimento ficam à inteira discrição do Poder Público. O que administrativo, só pode ser encarada como inaceitável
não se admite é a nomeação de outro candidato que não o esvaziamento da exigência constitucional do concurso”, ou,
vencedor do concurso, pois, nesse caso, haverá preterição do por extensão, agora, da exigência de um percentual mínimo
seu direito, salvo a exceção do art. 37, IV. para os servidores de carreira, isto é, concursados.
O concurso tem validade de até dois anos, contados da Contratação por tempo determinado
homologação, prorrogável uma vez, por igual período,
conforme dispõe o art. 37, III, da CF. Tratando-se de cargo Além dos servidores públicos concursados ou nomeados
público, após o concurso segue-se o provimento do cargo, em comissão, a Constituição Federal permite que a União, os
através da nomeação do candidato aprovado. A nomeação é Estados e os Municípios editem leis que estabeleçam “os
o ato de provimento de cargo, que se completa com a posse e casos de contratação por tempo determinado para atender a
o exercício. necessidade temporária de excepcional interesse público”
(art. 37, IX). Obviamente, essas leis deverão atender aos
A investidura do servidor no cargo ocorre com a posse. A princípios da razoabilidade e da moralidade. Não podem
posse é a conditio juris da função pública. Por ela se prever hipóteses abrangentes e genéricas, nem deixar sem
conferem ao servidor ou ao agente político as prerrogativas, definição, ou em aberto, os casos de contratação. Dessa
os direitos e os deveres do cargo ou do mandato. Sem a forma, só podem prever casos que efetivamente justifiquem a
posse o provimento não se completa, nem pode haver contratação. Esta, à evidência, somente poderá ser feita sem
exercício da função pública. É a posse que marca o inicio dos processo seletivo quando o interesse público assim o permitir.
direitos e deveres funcionais, como, também, gera as
restrições, impedimentos e incompatibilidades para o No âmbito federal essa contratação encontra-se regulada
desempenho de outros cargos, funções ou mandatos. Por pela Lei 8.745, de 9.12.93, alterada pelas Leis 9.849, de
isso mesmo, a nomeação regular só pode ser desfeita pela 26.10.99, 10.973/2004 e 11.204/2005. Esta lei federal deve
Administração antes da posse do nomeado. No entanto, a servir de norte para Estados e Municípios disporem sobre a
anulação do concurso, com a exoneração do nomeado, após matéria. Os casos relacionados pela aludida lei,
a posse, só pode ser feita com observância do devido exemplificativamente, são: a) assistência a situações de
processo legal e a garantia de ampla defesa. calamidade pública; b) combate a surtos endêmicos; c)
admissão de professor substituto e professor visitante; d)
O exercício do cargo é decorrência natural da posse. admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro; e
Normalmente, a posse e o exercício são dados em momentos e) atividades especiais nas organizações das Forças
sucessivos e por autoridades diversas, mas casos há em que Armadas para atender à área industrial ou a encargos
se reúnem num só ato, perante a mesma autoridade. E o temporários de obras e serviços de Engenharia. O seu art. 3º
exercício que marca o momento em que o funcionário passa a estabelece como regra geral o recrutamento mediante
desempenhar legalmente suas funções e adquire direito às processo seletivo simplificado, prescindindo, portanto, de
vantagens do cargo e à contraprestação pecuniária devida concurso público. Todavia, a contratação para atender a
pelo Poder Público. Sem exercício, já decidiu o TJSP, não há situação de calamidade pública dispensa o processo seletivo
direito ao recebimento de vencimentos. e a prevista nas letras “e” e “f’, acima, poderá ser efetivada à
Com a posse o cargo fica provido e não poderá ser vista de notória capacidade técnica ou científica do
ocupado por outrem, mas o provimento só se completa com a profissional, mediante análise do curriculum vitae (cf. §§ 1º e
entrada em exercício do nomeado. Se este não o faz na data 2º do art. 3º). Com a finalidade de evitar fraude à regra do
prevista, a nomeação e, consequentemente, a posse tomam- tempo determinado, a lei veda a prorrogação dos contratos,
se ineficazes, o que, juntamente com a vacância do cargo, só a admitindo nos casos e nos prazos ali estabelecidos (art.
deve ser declarado pela autoridade competente. 4º e §§ 1º e 2º). A extinção do contrato dar-se-á pelo término
do prazo contratual, por iniciativa do contratado ou por
Em face do art. 13 da Lei 8.429/92, que trata do iniciativa do contratante, decorrente de conveniência
enriquecimento ilícito, a posse e o exercício de agente público administrativa. Nas duas primeiras hipóteses a extinção opera
ficam condicionados à apresentação de declaração de bens e sem direito a indenização, e na última o contratado será
valores, a fim de ser arquivada no Serviço de Pessoal. O indenizado por valor correspondente à metade do que lhe
conteúdo da declaração, sua atualização e as consequências caberia até o restante do contrato (art. 12 e § 2º).
da não apresentação estão prescritos nos §§ 1º a 3º do art.
13. No âmbito federal, o Dec. 5.483, de 30.6.2005, Desinvestidura de cargo ou emprego público
regulamentou esse art. 13 e instituiu a sindicância patrimonial. A desinvestidura de cargo pode ocorrer por demissão,
Observe-se, por fim, que a exigência de prévia aprovação exoneração ou dispensa. Demissão é punição por falta grave.
em concurso é para os cargos de provimento efetivo, ou seja, Exoneração é desinvestidura:
não temporário, não condicionado a uma relação de confian- a) a pedido do interessado — neste caso, desde que não
ça entre o nomeado e seus superiores hierárquicos. Daí por esteja sendo processado judicial ou administrativamente; b)
que é dispensada para o preenchimento dos cargos declara- de oficio, livremente (ad nutum), nos cargos em comissão; e
dos em lei de provimento em comissão, cuja principal carac- c) motivada, nas seguintes hipóteses: c1) do servidor não
terística é a confiabilidade que devem merecer seus ocupan- estável no conceito do art. 33 da EC 19, para os fins previstos
tes, por isso mesmo nomeáveis e exoneráveis livremente pelo art. 169, § 3º, II, da CF; c2) durante o estágio probatório

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(CF, art. 41, § 4º); c3) do servidor estável, por insuficiência de A própria Constituição em alguns casos prevê a
desempenho (CF, art. 41, § lº, III) ou para observar o limite equiparação ou a vinculação, como ocorre com os Ministros
máximo de despesa com pessoal ativo e inativo (CF, art. 169, dos Tribunais de Contas sendo equiparados aos Ministros do
§ 4º). A dispensa ocorre em relação ao admitido pelo regime STJ (CF, art. 73, § 3º), com a vinculação entre os subsídios
da CLT quando não há a justa causa por esta prevista. dos Ministros do STF com os do STJ e demais magistrados,
Embora a CLT fale em demissão sem justa causa, preferimos prevista pelo art. 93, V, da CF, e com o direito à percepção de
o termo dispensa, porque não tem natureza punitiva. O ato de salário-base em valor não inferior ao salário mínimo.
dispensa, no nosso entender, deve ser motivado, expondo-se
por escrito o seu motivo ou a sua causa. A motivação decorre Acumulação de cargos, empregos e fun-
dos princípios da legalidade, da eficiência, da moralidade e da ções públicas
razoabilidade, pois só com ela é que poderão ser afastados
os desligamentos de celetistas motivados por perseguição A proibição de acumulação remunerada de cargos,
política ou por outro desvio de finalidade. Se o particular empregos e funções, tanto na Administração direta como nas
pode, em tese, desligar o empregado que queira, o mesmo autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
raciocínio não cabe tratando-se de empregado público. De economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas
fato, em razão dos princípios citados e como acentuado em direta ou indiretamente pelo Poder Público (CF, art. 37, XVI e
outro tópico, a relação de administração é distinta da relação XVII), visa a impedir que um mesmo cidadão passe a ocupar
de propriedade. Nesta, a propriedade e a vontade vários lugares ou a exercer várias funções sem que as possa
prevalecem; naquela, o dever ao influxo de uma finalidade desempenhar proficientemente, embora percebendo
cogente. Assim, sem motivação que demonstre finalidade integralmente os respectivos vencimentos. As origens dessa
pública a dispensa é ilegal. vedação vêm de longe, ou seja, do Decreto da Regência, de
18.6.1822, da lavra de José Bonifácio, cuja justificativa tem
Paridade de vencimentos ainda plena atualidade quando esclarece que por ele “se
No atual sistema os vencimentos pagos pelo Poder proíbe que seja reunido em uma só pessoa mais de um oficio
Executivo constituem o limite máximo para a remuneração ou emprego, e vença mais de um ordenado, resultando
dos servidores que exerçam funções iguais ou assemelhadas manifesto dano e prejuízo à Administração Pública e às
no Legislativo e no Judiciário (CF, art. 37, XII). Sendo assim, partes interessadas, por não poder de modo ordinário um tal
estes Poderes, tendo em vista suas disponibilidades empregado público ou funcionário cumprir as funções e as
orçamentárias, podem estabelecer a retribuição a seus incumbências de que duplicadamente encarregado, muito
servidores em bases idênticas às do Executivo, ou lhes principalmente sendo incompatíveis esses ofícios e
atribuir menor remuneração, mas nunca pagar-lhes mais, de empregos; e, acontecendo, ao mesmo tempo, que alguns
modo a criar uma injusta disparidade, dai resultando um teto desses empregados e funcionários públicos, ocupando os
para esse Poderes. A liberdade dos Poderes Legislativo e ditos empregos e ofícios, recebam ordenados por aqueles
Judiciário reduz-se, quanto a esse aspecto, à possibilidade de mesmo que não exercitam, ou por serem incompatíveis, ou
criar ou não seus cargos e à de fixar-lhes um estipêndio igual por concorrer o seu expediente nas mesmas horas em que se
ou inferior ao estabelecido em lei para os mesmos servidores, acham ocupados em outras repartições”.
isto é, os que tenham atribuições iguais ou assemelhadas, no A própria Constituição, entretanto, reconhecendo a
âmbito do Executivo. Todavia, por lei, os demais Poderes conveniência de melhor aproveitamento da capacidade
podem instituir limites diversos do Executivo, desde que os técnica e científica de determinados profissionais, abriu
cargos e suas funções sejam diferenciados. Esse limite não algumas exceções à regra da não acumulação, para permiti-la
corresponde aos tetos remuneratórios para todos os expressamente quanto a cargo da Magistratura e do
servidores ativos e inativos, previstos pelo art. 37, XI, da CF. Magistério (art. 95, parágrafo único, I), a dois cargos de
Vedação de equiparações e vinculações Magistério (art. 37, XVI, “a”), a de um destes com outro,
técnico ou científico (art. 37, XVI, “b”), e a de dois cargos ou
A vedação de equiparações e vinculações de quaisquer empregos privativos de profissionais de saúde, com
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração do profissões regulamentadas (art. 37, XVI, “c”, red. da EC
pessoal do serviço público (CF, art. 37, XIII) é outra norma 34/01), contanto que haja compatibilidade de horários (art. 37,
moralizadora que figura no texto constitucional desde 1967 XVI). Todavia, mesmo nesses casos aplica-se o teto
(art. 96). A Constituição proíbe o tratamento jurídico paralelo remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF. A vedação é
de cargos com funções desiguais (equiparação) e a genérica e, ressalvadas as mencionadas exceções, prevalece
subordinação de um cargo a outro, dentro ou fora do mesmo entre quaisquer cargos — de nomeação ou eletivos —,
Poder, ou a qualquer fator que funcione como índice de ocupados a qualquer título, de quaisquer entidades estatais,
reajustamento automático, que retire a iniciativa do Poder autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
competente para a fixação da remuneração, como o salário sociedades de economia mista, bem como, por força da EC
mínimo, inclusive o profissional, ou a arrecadação 19, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta ou
orçamentária (vinculação), para fins de remuneração do indiretamente, pelo Poder Público (CF, art. 37, XVII).
pessoal administrativo. Equiparar significa a previsão, em lei,
de remuneração igual à de determinada carreira ou cargo. O entendimento exposto em edições anteriores a respeito
da acumulação por parte do aposentado está superado pelo
Assim, não significa equiparação a existência de duas ou
STF. Este entende, mesmo em relação aos aposentados, que
mais leis estabelecendo, cada uma, valores iguais para os
servidores por elas abrangidos. Vincular não significa a acumulação de proventos e vencimentos só é cabível
quando tais cargos, empregos ou funções são acumuláveis
remuneração igual, mas atrelada a outra, de sorte que a
na atividade. Quanto ao servidor aposentado
alteração da remuneração do cargo vinculante provoca,
compulsoriamente (setenta anos de idade), entendemos que,
automaticamente, a alteração da prevista para o cargo
salvo quanto aos eletivos, não poderá ocupar qualquer outro
vinculado.
cargo, emprego ou função pública, porque a própria
Como norma de eficácia plena, o dispositivo em exame é Constituição da República estabelece uma presunção de
de incidência direta, dispensando outras normas reguladoras incapacidade absoluta para o desempenho de serviço público.
e revogando desde logo as que disponham diversamente, de
A proibição de acumular, sendo uma restrição de direito,
modo que “os beneficiários de equiparação de vencimentos
não pode ser interpretada ampliativamente. Assim, como
ou proventos estabelecidos antes da Constituição não podem
veda a acumulação remunerada, inexistem óbices
reivindicá-la após a vigência desta” (STF, RDA 98/133).

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constitucionais à acumulação de cargos, funções ou estabilidade, é o período de exercício do servidor durante o
empregos do serviço público desde que o servidor seja qual é observado e apurada pela Administração a
remunerado apenas pelo exercício de uma das atividades conveniência ou não de sua permanência no serviço público,
acumuladas. Trata-se, todavia, de uma exceção, e não de mediante a verificação dos requisitos estabelecidos em lei
uma regra, que as Administrações devem usar com cautela, para a aquisição da estabilidade (idoneidade moral, aptidão,
pois, como observa Castro Aguiar, cujo pensamento, neste disciplina, assiduidade, dedicação ao serviço, eficiência etc.).
ponto, coincide com o nosso, “em geral, as acumulações são O prazo era de dois anos antes da EC 19. Por isso, esta, em
nocivas, inclusive porque cargos acumulados são cargos mal- norma transitória (art. 28), assegura tal prazo aos servidores
desempenhados”. em estágio probatório na data da sua promulgação, sem
prejuízo da avaliação especial de desempenho, examinada a
Estabilidade seguir. Para esse estágio só se conta o tempo de nomeação
Estabilidade é a garantia constitucional de permanência efetiva na mesma Administração, não sendo computável o
no serviço público outorgada ao servidor que, nomeado para tempo de serviço prestado em outra entidade estatal, nem o
cargo de provimento efetivo, em virtude de concurso público, período de exercício de função pública a título provisório.
tenha transposto o estágio probatório de três anos, após ser A quarta condição para a aquisição da estabilidade,
submetido a avaliação especial de desempenho por comissão durante o estágio probatório, é obrigatoriedade de avaliação
instituída para essa finalidade (CF, art. 41). especial de desempenho por comissão instituída para essa
O instituto da estabilidade sofreu profundas alterações finalidade (CF, art. 41, § 4º). É novidade da EC 19. O
com a EC 19, ditadas por dois objetivos básicos: atender ao acompanhamento do desempenho do servidor durante o
princípio da eficiência e reduzir os gastos com os servidores estágio probatório, ínsito na exigência deste, como em grande
públicos. Essas alterações não podem e não devem gerar parte não era realizado, passou a ser condição para a
uma volta ao passado. Com efeito, vale lembrar que, criada aquisição da estabilidade. É decorrência do principio da
pela Carta de 1938, a estabilidade tinha por fim garantir o eficiência. Ficou clara, assim, a importância do desempenho
servidor público contra exonerações, de sorte a assegurar a na apuração da estabilidade. Se aquele for insuficiente, a
continuidade do serviço, a propiciar um melhor exercício de estabilidade não deve ser declarada. O ideal é que cada
suas funções e, também, a obstar aos efeitos decorrentes da categoria profissional tenha sua comissão de avaliação
mudança do Governo. De fato, quase como regra, a cada especial do servidor em estágio probatório e que haja um
alternância do poder partidário o partido que assumia o relatório circunstanciado para o servidor em estágio. Essa
Governo dispensava os servidores do outro, quer para admitir direção foi apontada pela EC 19 ao prever que para os
outros do respectivo partido, quer por perseguição política . Procuradores do Estado e do Distrito Federal em estágio
Por isso — e felizmente —, a EC 19 exige a motivação e probatório essa avaliação especial seja feita perante os
assegura a ampla defesa em cada caso de exoneração por respectivos órgãos próprios após relatório circunstanciado
avaliação de desempenho (art. 41, § 1º), ou só a motivação, das Corregedorias (parágrafo único do art. 132 da CF).
tratando-se de atendimento aos limites das despesas com Fatalmente haverá caso envolvendo o decurso do prazo
pessoal (art. 169), permitindo, assim, que haja um melhor de três anos sem que essa avaliação especial tenha sido feita
controle sobre elas. nos moldes determinados pelo dispositivo constitucional.
A nomeação para cargo de provimento efetivo é a Como esse dever cabe à Administração Pública, o servidor
condição primeira para a aquisição da estabilidade. A não poderá ser prejudicado e adquirirá a estabilidade caso
efetividade, embora se refira ao servidor, é apenas um preencha as demais condições, apurando-se e
atributo do cargo, concernente à sua forma de provimento, responsabilizando-se o servidor que tinha o dever funcional
que deve ser por concurso público, e, como tal, deve ser de instituir a comissão especial ou o da própria comissão que,
declarada no decreto de nomeação e no título respectivo, embora instituída, não exerceu sua atribuição.
porque um servidor pode ocupar transitoriamente um cargo Comprovado durante o estágio probatório que o servidor
de provimento efetivo (casos de substituição, p. ex.), sem que público não satisfaz as exigências legais da Administração ou
essa qualidade se transmita ao seu ocupante eventual. Esta que seu desempenho é ineficaz, pode ser exonerado
condição — cargo efetivo — afasta a aquisição da justificadamente pelos dados colhidos no serviço, na forma
estabilidade por parte do servidor empregado público regido legal, independentemente de inquérito administrativo, isto é,
pela CLT. de processo administrativo disciplinar, mesmo porque não se
É importante frisar que essa nomeação deve ocorrer em trata de punição.
virtude de concurso público, sendo esta a segunda condição Por isso, essa exoneração não é penalidade, não é
para a aquisição da estabilidade. Note-se que agora ficou demissão; é simples dispensa do servidor, por não convir à
claro que o provimento originário do cargo efetivo deve ter Administração sua permanência, uma vez que seu
como causa a aprovação em concurso público prestado desempenho funcional não foi satisfatório nessa fase
especificamente para tal fim, não para qualquer outro cargo. experimental, sabiamente instituída pela Constituição para os
É por isso que os nomeados em comissão e os admitidos que almejam a estabilidade no serviço público.
na forma do art. 37, IX, da CF, cujos vínculos empregatícios O que os tribunais têm sustentado — e com inteira razão
têm sempre um caráter provisório, jamais adquirem — é que a exoneração na fase probatória não é arbitrária,
estabilidade. Não podem pretender a permanência no serviço nem imotivada. Deve basear-se em motivos e fatos reais que
público, porque essa garantia, repetimos, é exclusiva dos revelem insuficiência de desempenho, inaptidão ou desídia do
servidores regularmente investidos em cargos públicos de servidor em observação, defeitos, esses, apuráveis e
provimento efetivo em virtude de concurso público. comprováveis pelos meios administrativos consentâneos
Não há confundir efetividade com estabilidade, porque (ficha de ponto, anotações na folha de serviço, investigações
aquela é uma característica da nomeação e esta é um regulares sobre a conduta e o desempenho no trabalho etc.),
atributo pessoal do ocupante do cargo, adquirido após a sem o formalismo de um processo disciplinar. O necessário é
satisfação de certas condições de seu exercício. A efetividade que a Administração justifique, com base em fatos reais, a
é um pressuposto necessário da estabilidade. Sem exoneração, como, a final, sumulou o STF, nestes termos:
efetividade não pode ser adquirida a estabilidade. “Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado
nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de
Estágio probatório de três anos, terceira condição para a apuração de sua capacidade” (Súmula 21). Entre essas

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formalidades estão, sem dúvida, a observância do ainda, o não-preenchimento do cargo para que outro, sem ter
contraditório e a oportunidade de defesa. prestado concurso para tal cargo, venha a exercê-lo,
conquanto aparentemente legais, se nos afiguram
Se a Administração não pudesse exonerar o servidor em substancialmente ilegítimos e imorais, por encobrirem um
fase de observação nenhuma utilidade teria o estágio abuso de poder e caracterizarem o chamado desvio de
probatório, criado precisamente para se verificar, na prática, função, na primeira hipótese, além de lesivo aos cofres
se o candidato à estabilidade confirma aquelas condições públicos, pela dupla retribuição a dois ocupantes de um
teóricas de capacidade que demonstrou no concurso. mesmo cargo: o titular e o substituto; e, na segunda hipótese,
Somente quando se conjugam os requisitos teóricos de por prejudicar a eficiência administrativa e burla à
eficiência com as condições concretas de aptidão prática para obrigatoriedade do concurso público. Além disso, o
o serviço público, nesta incluída o desempenho no estágio afastamento do servidor estável sem finalidade administrativa
experimental, é que “se titulariza o funcionário para o cargo”, é um desvio de poder tão ilegal quanto os demais atos
na feliz expressão de Waline. Daí por que, em razão do administrativos praticados arbitrariamente, por favoritismo ou
estágio probatório, a exoneração do servidor fica sujeita à perseguição, sem qualquer interesse público. Tais
comprovação administrativa da sua incapacidade ou
afastamentos podem ser invalidados por via judicial pelo
inadequação para o serviço público ou de insuficiência de seu titular do cargo, prejudicado no direito subjetivo ao seu
desempenho, e, superada essa fase, consolida-se sua exercício, na forma da nomeação, desde que se comprove a
posição no serviço público, tomando-se estável. ausência de finalidade pública do comissionamento,
O regime jurídico dos servidores públicos da União caracterizadora do abuso de poder administrativo. Ademais,
assegura ao estável nomeado para novo cargo efetivo o caracterizando improbidade administrativa, esses
direito de ser reconduzido ao cargo anterior se exonerado por afastamentos podem ser impugnados via ação civil pública.
não lograr aprovação no estágio probatório desse novo cargo Sendo ilegal, esse desvio de função não pode dar ensejo a
(Lei federal 8.112/90, art. 20, § 2º). Tal garantia merece reenquadramento. Não se nega à Administração o poder de
elogios, mas só pode ser reconhecida se prevista em lei, movimentar seus servidores, ainda que estáveis; nega-se,
como ocorre na área federal. sim, o abuso desse poder quando exercido arbitrariamente,
sem justificativa e sem interesse público, sabido que todo ato
A estabilidade é um atributo pessoal do servidor, enquanto administrativo está sujeito aos princípios da legalidade
a efetividade é uma característica do provimento de certos (conformidade com a lei) e da finalidade (objetivo público).
cargos. Daí decorre que a estabilidade não é no cargo, mas
no serviço público, em qualquer cargo equivalente ao da O servidor estável — melhor diríamos, estabilizado —, por
nomeação efetiva. O servidor estável pode ser removido ou ter satisfeito as quatro condições constitucionais para a
transferido pela Administração, segundo as conveniências do aquisição dessa situação funcional — nomeação para cargo
serviço, sem qualquer ofensa à sua efetividade e estabilidade. efetivo, em virtude de concurso publico, estágio probatório e
O estável não é inamovível. E conservado no cargo enquanto avaliação especial de desempenho por comissão específica
bem servir e convier à Administração. Nisso se distingue do —, não pode ser exonerado “ad nutum “, nem demitido sem
vitalício, que tem direito ao exercício do cargo, enquanto se apurar a infração em processo administrativo ou judicial,
existir, conservando as vantagens respectivas, no caso de que sirva de base à aplicação da pena demissória (CF, art.
extinção. 41, § lº). Observe-se, desde logo, que demissão e exoneração
constituem institutos diversos no Direito Administrativo:
Extinguindo-se o cargo em que se encontrava o servidor demissão é dispensa a titulo de penalidade funcional;
estável ou declarada sua desnecessidade, ficará ele em exoneração é dispensa a pedido ou por motivo previsto em lei
disponibilidade remunerada proporcional ao tempo de serviço, ou, ainda, por conveniência da Administração (ad nutum), nos
até seu adequado aproveitamento em outro de natureza e casos em que o servidor assim pode ser dispensado.
vencimentos compatíveis com o que ocupava (CF, art. 41, § Lamentavelmente, os administradores e o próprio Judiciário
3º), diversamente do que ocorre com o vitalício inamovível, vêm confundindo demissão com exoneração, ambos
que não é obrigado a aceitar outro cargo, embora idêntico ao considerando, erroneamente, em alguns casos, que no
seu que fora extinto. Se a extinção do cargo ou a declaração estágio probatório não cabe demissão sumária do servidor.
de desnecessidade se der no estágio probatório, poderá o Ora, demissão sumária não cabe em caso algum, para
estagiário ser exonerado de oficio, uma vez que ainda não nenhum servidor, quer estável, quer em estágio probatório,
tem estabilidade e, portanto, não desfruta da prerrogativa porque nenhum servidor pode ser punido com a pena máxima
constitucional da disponibilidade, consoante reiterada de dispensa do serviço sem comprovação da falta que deu
jurisprudência, ora cristalizada na Súmula 22 do STF, in causa à punição e sem ampla defesa. O que pode ocorrer no
verbis: “O estágio probatório não protege o funcionário contra estágio probatório é a exoneração (não demissão) do
a extinção do cargo”. servidor, por inadaptação para o serviço ou por insuficiência
Note-se que a declaração de desnecessidade decorre de de desempenho, como já vimos precedentemente. Só poderá
juízo de conveniência e oportunidade da Administração haver demissão quando houver infração disciplinar punida
Pública, descabendo, assim, cuidar de lei que discipline a com essa pena.
matéria, na medida em que o dispositivo constitucional acima Ao servidor estável garante, ainda, a Constituição o direito
é auto-aplicável. de se reintegrar no mesmo cargo quando invalidada por
A alteração da denominação do cargo ou de suas sentença judicial a demissão, e o eventual ocupante da vaga,
atribuições não afeta seu ocupante estável, que tem direito à se estável, será reconduzido ao cargo de origem, sem direito
continuação de seu exercício, salvo se a remoção se der por a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
interesse do serviço público. O que não se admite é a disponibilidade, com remuneração proporcional (CF, art. 41, §
transferência do servidor estável para cargo inferior ou 2º). Nesse caso, verifica-se que a estabilidade do servidor
incompatível com suas aptidões reveladas em concurso ou nomeado para ocupar o lugar do demitido não mais depende
decorrentes de títulos profissionais que serviram de base para da decisão judicial favorável à Administração. Realmente,
o ingresso no serviço público, ou com atribuições não decorrido o prazo do estágio probatório, mesmo na pendência
coincidentes com o cargo extinto.” de ação anulatória da demissão, esse funcionário será estável
para todos os efeitos. Se o ocupante da vaga não for estável
O afastamento de servidor estável para dar lugar a ele não tem as garantias acima, ficando a critério da
apadrinhado, ficando aquele em disfarçada disponibilidade Administração a definição de sua situação.
remunerada, sob o eufemismo de “comissionamento”, ou,

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Hoje, por força da EC 19, o estável pode perder o cargo da lei ou convênio.
por demissão ou por exoneração (CF, arts. 41, § 1º e incisos,
e 169, § 4º). A segunda hipótese excepcional de perda de cargo pelo
estável, também de natureza não punitiva, ocorre, como
Como vimos, a demissão do estável é motivada por falta prevê o § 4º do art. 169 da CF, quando a União, os Estados, o
funcional e pode ocorrer em virtude de sentença judicial Distrito Federal e os Municípios — mesmo após adotarem as
transitada em julgado ou em virtude de ato punitivo resultante medidas de contenção de despesas com pessoal ativo e
de processo administrativo em que ao servidor tenha sido inativo consistentes na (a) redução em pelo menos 20% das
assegurada ampla defesa (art. 41, §1º, I e II). despesas com cargos em comissão e funções de confiança e
(b) exoneração dos não estáveis (cf § 3º do mesmo artigo) —
A demissão, entretanto, como pena administrativa que é,
não assegurarem o cumprimento dos limites de despesa com
pode ser aplicada em qualquer fase — ao estável e ao pessoal ativo e inativo estabelecidos pela lei complementar
instável — desde que o servidor cometa infração disciplinar prevista pelo caput desse art. 169. Essa lei é de caráter
ou crime funcional regularmente apurado em processo nacional.
administrativo ou judicial. Não há demissão ad nutum, como
não há exoneração disciplinar. Somente após a adoção dessas medidas, e se elas não
forem suficientes para assegurar a observância do limite legal
A exoneração do estável pode ser por iniciativa do próprio de despesa com pessoal, é que a exoneração poderá ser
servidor (a pedido) ou por iniciativa da Administração Pública efetuada, “desde que ato normativo motivado de cada um dos
motivada por insuficiência de desempenho do servidor ou Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade
para observância do limite de despesa com pessoal previsto administrativa objeto da redução de pessoal” (CF, art. 169, §
no art. 169 da CF. Estas duas foram instituídas pela EC 19. 4º). Note-se que tal ato é ato administrativo normativo, sendo
A por insuficiência ocorre mediante procedimento de lei apenas em sentido material; dai por que não deve ser
avaliação periódica de desempenho, na forma de lei individual, mas geral e abstrato. Tanto não é lei em sentido
complementar, assegurada ampla defesa (CF, art. 41, § 1º, formal que será expedido no âmbito da competência de cada
III). Não tem natureza punitiva e busca atender ao princípio da Poder.
eficiência. Essa exoneração quebra uma longa tradição do Ao exigir que esse ato normativo seja motivado a norma
Direito Constitucional Brasileiro, que previa a perda da constitucional deixa claro que somente a causa ali prevista é
estabilidade, por iniciativa da Administração, apenas como que poderá ensejar a prática de cada ato individual de
medida punitiva (demissão). De qualquer forma, só poderá exoneração, a qual só poderá ocorrer na exata necessidade
ocorrer com base no desempenho funcional do servidor, da observância dos limites fixados pela lei complementar e
apurado em procedimento de avaliação, no qual se assegure, dos motivos constantes daquele ato normativo. Dessa forma,
previamente, a ampla defesa, sob pena de nulidade do ato de
e dada a relevância do controle de tais exonerações, inclusive
exoneração. pelas razões já apontadas, cada uma deve ser motivada, de
A lei complementar aí prevista é de natureza nacional e, sorte a ensejar efetiva averiguação da finalidade, moralidade
assim, obrigatória para União, Estados, Distrito Federal e e razoabilidade desses atos.
Municípios. Essa mesma lei estabelecerá critérios e garantias A título de indenização, o servidor estável exonerado em
especiais para a perda do cargo por insuficiência de razão da redução de despesa fará jus a indenização
desempenho pelo servidor público estável que, em correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço
decorrência das atribuições de seu cargo efetivo, desenvolva (art. 169, § 5º). Essa indenização deve se equiparar à da
atividades exclusivas de Estado, sendo que a perda somente
Justiça do Trabalho, pelo quê a remuneração aí referida
ocorrerá mediante processo administrativo em que sejam compreende também o décimo-terceiro salário, férias
assegurados o contraditório e a ampla defesa (cf. art. 247 e proporcionais e não gozadas e outras parcelas consectárias.
seu parágrafo único, acrescentado pela EC 19). Nitidamente, Ademais, o cargo do servidor estável e exonerado será
ao exigir processo administrativo, com contraditório e ampla considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou
defesa, a Constituição assegura a estes servidores uma função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
garantia de estabilidade de natureza especial, pois para os quatro anos (cf. art. 169, § 6º). Este dispositivo é de cunho
demais não exige processo administrativo e só menciona a moralizador. Com efeito, ao prever a vedação acima pelo
ampla defesa. Na prática, o efeito é praticamente o mesmo. A prazo de quatro anos — idêntico ao dos mandatos dos
diferença reside na forma. Para o exercente de atividade
Chefes dos Executivos —, quer evitar que o mesmo Governo
exclusiva de Estado exige-se-o processo administrativo; e que exonerou possa, em seguida, ainda na sua gestão,
para os outros, simples procedimento de avaliação. nomear outro servidor para aquela função, com desvio de
Algumas dessas atividades exclusivas são finalidade e quebra da moralidade administrativa. Bem por
desempenhadas por servidores vitalícios, como os membros isso, os órgãos participantes do controle externo da
da Magistratura, do Ministério Público e do Tribunal de Administração Pública não devem interpretar a expressão
Contas. Portanto, somente outras atividades exclusivas de “com atribuições assemelhadas” de forma restritiva.
Estado é que deverão ser indicadas pela lei; dentre elas, por Para evitar lides e insegurança jurídica, a EC 19, em seu
certo, as dos policiais, dos advogados públicos, dos art. 33, diz que, para os fins do aludido art. 169, § 3º, da CF,
diplomatas, dos pesquisadores científicos, dos agentes de consideram-se servidores não estáveis aqueles admitidos na
saneamento básico, dos agentes fiscais de tributos, de Administração direta, autárquica e fundacional sem concurso
previdência, do sistema bancário e financeiro, de normas de provas ou de provas e títulos após o dia 5 de outubro de
sanitárias e de outras funções peculiares ao exercício do 1983. Tal data decorre do art. 19 do ADCT da Carta de 1988,
poder de polícia. Portanto, as atividades exclusivas de Estado que declarou estáveis os servidores em exercício na data da
são aquelas inerentes ao chamado poder extroverso do promulgação da Constituição há pelo menos cinco anos
Estado, consistentes em regulamentar, fiscalizar e fomentar. continuados, mas que só serão efetivados mediante concurso
Nessa linha, o inc. XXII do art. 37, na redação dada pela EC público.
42, de 19.12.2003, diz que as administrações tributárias são
atividades essenciais ao funcionamento do Estado e terão O art. 169, § 7º, da CF estabelece que lei federal disporá
recursos prioritários para a realização de suas atividades, sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação
atuando de forma integrada, inclusive com o das exonerações de servidor estável. Essa lei é de caráter
compartilhamento de seus cadastros e informações, na forma nacional.

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A exigência foi atendida com a edição da Lei 9.801, de cargo, venha a ocupar cargo em comissão, cargo temporário
14.6.99. O seu art. 2º determina que a exoneração deverá ser ou emprego público. Ele continuará enquadrado no regime
precedida de “ato normativo motivado dos Chefes de cada um peculiar (RE 154.945, DJU 7.6.1996).
dos Poderes da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal”. Esse ato deverá especificar, Como observado nas edições anteriores, trata-se de
obrigatoriamente, o que determina o § 1º desse art. 1º. Dentre alteração profunda e significativa da política administrativa
essas especificações, avulta “o critério geral impessoal adotada até a EC 20, em termos de previdência social, na
escolhido para a identificação dos servidores estáveis a medida em que o servidor titular, exclusivamente, de cargo
serem desligados”, a ser fixado, necessariamente, entre o em comissão ou de outro cargo temporário ou de emprego
público só poderá estar sujeito ao regime geral, não se
menor tempo de serviço público, maior remuneração e menor
idade, podendo qualquer um deles “ser combinado com permitindo ao Estado adotar o outro, chamado de regime
critério complementar do menor número de dependentes” (cf. peculiar, ou mesmo um regime especial ou misto.
§§ 2º e 3º). Os dois regimes — o peculiar e o geral — são de caráter
Essa lei determina que “os critérios e garantias especiais contributivo e solidário, e devem observar critérios que
para a identificação dos servidores estáveis que, em preservem o equilíbrio financeiro e atuarial dos benefícios
decorrência das atribuições do cargo efetivo, desenvolvam (CF, arts. 40 e 201). Como a EC 20 adotou o tempo de
atividades exclusivas de Estado”, para os fins do art. 247 da contribuição e aboliu o tempo de serviço para obtenção de
CF, sejam também especificados no referido “ato normativo aposentadoria ou cálculo da pensão, em qualquer esfera, a lei
motivado” (cf art. 2º, § 1º, IV). Só que, por força do art. 3º não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de
dessa Lei 9.801/ 99, a atividade exclusiva de Estado será tempo de contribuição fictício (art. 40, §10). Veda-se,
definida em lei e sua exoneração observará as condições outrossim, a percepção simultânea de proventos de
estabelecidas pelos incisos I e II dessa norma legal. aposentadoria concedidos aos titulares de cargo vitalício ou
efetivo e também aos militares com a remuneração de outro
Tudo isso confirma o que dissemos na edição anterior, no cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
sentido de acreditarmos que uma nova fase está surgindo na acumuláveis na forma da Constituição, os cargos eletivos e os
organização administrativa brasileira em relação aos cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
servidores públicos, com forte tendência para as funções exoneração (art. 37, § 10).
correspondentes às atividades exclusivas de Estado serem
exercidas por titulares de cargos públicos vitalícios ou efetivos Veda-se, ademais, a adoção de requisitos e critérios
e as demais atividades, não compreendidas naquelas, pelo diferenciados para a concessão de aposentadoria e pensão
menos em grande parte, desempenhadas por titulares de aos abrangidos pelo regime peculiar, ressalvados, nos termos
emprego público. Aqueles estarão sujeitos a vínculo definidos em leis complementares, os casos de servidores
estatutário e a regime de previdência peculiar, enquanto que portadores de deficiência ou que exerçam atividades de risco
os últimos, como os trabalhadores do setor privado, ou cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
submetidos ao regime da CLT e ao regime geral de que prejudiquem a saúde ou a integridade física (art. 40, § 4º,
previdência social, como se verá melhor nos itens seguintes. redação da EC 47). A mesma vedação alcança os servidores
submetidos ao regime geral, mas as ressalvas são para os
Previdência social casos de atividades exercidas sob condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se
Como acentuado nas edições anteriores, a EC 20 tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos
modificou profundamente o sistema de previdência social do definidos em lei complementar (art. 201, § 1º, redação da EC
servidor advindo com a Constituição Federal de 1988, 47). Portanto, a proibição de tratamento desigual a
estabelecendo regras de transição. Por sua vez, a EC 41, integrantes de um mesmo regime de previdência é expressa e
publicada em 31.12.2003, introduziu novas e significativas de ordem geral.
alterações nesse sistema, bem como novas regras de
transição. Agora, a EC 47, de 2005 — reitere-se, com efeitos Os tetos para qualquer dos Poderes da União, Estados,
retroativos à data de vigência da EC 41, de 2003 —, trouxe Distrito Federal e Municípios são os estabelecidos pelo § 11
novas mudanças, inclusive nas normas de transição. Diante do art. 40, que determina a aplicação dos limites fixados no
desse quadro, como plano geral desta obra, faremos um art. 37, XI, ou na forma do § 12 desse art. 37, na redação da
estudo do regime jurídico aplicável aos servidores públicos EC 47, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
que ingressaram após a publicação da EC 41 para, em quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
seguida, examinarmos, de forma destacada e com títulos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
próprios, as normas de transição para aqueles que contribuição para o regime geral de previdência social e ao
ingressaram antes dela, ou mesmo antes da EC 20, e que montante resultante da adição de proventos de inatividade
tenham ou não direito adquirido. com remuneração de cargo acumulável, cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração e cargo
Sistema de previdência social do servidor eletivo.
Nos passos da EC 20/98, a EC 41/2003 manteve regras Regime jurídico peculiar
de previdência social diferenciadas para os servidores
titulares de cargo vitalício, de cargo efetivo, cargo em Regras específicas — Além das regras gerais comuns
comissão ou de outro cargo temporário e de emprego público aos dois regimes, acima especificadas, a EC 41 e a EC 47, ao
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, darem nova redação a artigos da Constituição Federal,
incluídas suas autarquias e fundações públicas de Direito determinaram regras específicas para o regime peculiar,
Público. Para os dois primeiros — servidor vitalício e servidor examinadas a seguir.
efetivo — assegura regime de previdência peculiar (arts. 40,
Assim, foi estabelecido um limite ou teto individual para os
caput, 73, § 3º, 93, VI, e 129, § 4º), enquanto que para os três
proventos e a pensão. Estes benefícios, por ocasião de sua
últimos — servidor em comissão ou em outro cargo
concessão, não poderão exceder a remuneração do
temporário e servidor empregado público — determina a
respectivo servidor no cargo efetivo ou vitalício em que se deu
aplicação do regime geral (art. 40, § 13) de previdência social
a aposentadoria ou que serviu de referência para a
previsto pelo art. 201 da CF, que é o regime dos
concessão da pensão (art. 40, § 2º, da CF). Não é permitida a
trabalhadores regidos pela CLT. Assim, a norma não atinge o
dupla percepção de aposentadoria e de pensão à conta do
servidor vitalício ou efetivo que, sem perder a titularidade do
regime peculiar previsto pelo art. 40 da CF, salvo aquelas

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decorrentes dos cargos acumuláveis (art. 40, § 6º). Vale dizer, contribuições do servidor aos regimes de previdência peculiar
se a Carta permitir a acumulação remunerada será possível a e geral, tratados pelos arts. 40 e 201 da CF, na forma da lei.
dupla percepção de beneficio; caso contrário, não. Essas remunerações serão atualizadas, também na forma da
lei.
O regime de previdência peculiar, além, é claro, das
normas que lhe são pertinentes, observará, no que couber, os Dessa forma, a EC 41/2003 extinguiu a integralidade dos
requisitos e critérios fixados para o regime geral (art. 40, § proventos para os servidores que ingressarem no serviço
12). após sua publicação, pois para os que já haviam ingressado,
antes da EC 20/98 e depois dela, prevêem-se regras de
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios transição, a serem examinadas mais adiante.
desde que instituam regime de previdência complementar
para os servidores submetidos ao regime peculiar, poderão A aposentadoria voluntária do servidor com mais de dez
fixar o valor dos proventos e da pensão no limite máximo anos de serviço e que não tenha tempo mínimo de cinco anos
previsto pelo regime geral de previdência (art. 40, § 14, c/c o em determinado cargo efetivo ou vitalício dar-se-á com base
art. 201, da CF), fixado em R$ 2.400,00 pelo art. 5º da EC no cargo anterior, desde que nele tenha aquele tempo
41/2003, que também determina que ele seja reajustado de mínimo; caso contrário, o cargo inicial servirá de cálculo para
forma a preservar, em caráter permanente, seu valor real, e o beneficio. Só dessa forma é que não se chegará ao absurdo
atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios de se impedir a aposentadoria do servidor que, mesmo tendo
desse regime geral. Esse regime complementar será instituí- mais de dez anos de efetivo serviço, não tenha mais de cinco
do por lei de iniciativa do Poder Executivo de cada entidade no seu último cargo, embora o tenha em outro ou na soma
política e deverá observar o disposto no art. 202 e seus §§ da dos efetivos exercícios em outros cargos. A promoção do
CF, no que couber (art. 40, § 15). Todavia, o sistema de servidor não pode obstar à sua aposentadoria. Daí a única
previdência complementar que vier a ser instituído somente solução cabível: se no cargo anterior o tempo mínimo de
poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no cinco anos foi atingido, com base nele serão calculados os
serviço público até a data da publicação da lei que o instituir, proventos; e se não tiver em nenhum deles mais de cinco
mediante sua prévia e expressa opção (art. 40, § 16). anos, muito embora tenha mais de dez na soma total, o
cálculo deve ser feito com base no cargo inicial.
O § 20 do art. 40, acrescentado pelo art. 1º da EC 41,
veda a existência de mais de um regime próprio de Para a aposentadoria voluntária do professor que
previdência social para os servidores titulares de cargos comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das
efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo funções de Magistério na educação infantil e no ensino
regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. fundamental e médio os requisitos de idade e de tempo de
142, § 3º, X, da CF. E o § 21 do art. 40, na redação da EC 47, contribuição acima especificados serão reduzidos em cinco
determina que, quando o beneficiário, na forma da lei, for anos (art. 40, § 5º).
portador de doença incapacitante, a contribuição prevista no
seu § 18 incidirá apenas sobre as parcelas de proventos e de Cabe aos Tribunais de Contas apreciar a legalidade dos
pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido atos de aposentadoria e determinar ao órgão concedente a
para os benefícios do regime geral de que trata o art. 201. exclusão ou redução das vantagens que reputar indevidas.
Na esfera administrativa essa determinação deve ser
Aposentadoria — A aposentadoria é a garantia de acatada, restando ao interessado a via judicial.
inatividade remunerada reconhecida aos servidores que já
prestaram longos anos de serviço, ou se tomaram Reajustamento dos proventos e da pensão — O
reajustamento desses benefícios é assegurado pelo § 8º do
incapacitados para suas funções. Pode dar-se pelo regime
peculiar, a ser examinado a seguir, ou pelo geral, regido pelo art. 40, na redação da EC 41/ 2003, para preservar-lhes, em
regime geral da Previdência. Sendo um ato complexo, ela só caráter permanente, o valor real, conforme critérios
se aperfeiçoa com o ato de seu registro pelo Tribunal de estabelecidos em lei. A EC 41, assim, deu, para os servidores
Contas; daí estar o ato inicial que a concede submetido a que ingressarem após sua publicação, tratamento diverso do
essa condição resolutiva. constante do sistema anterior, que previa, na antiga redação
desse mesmo § 8º, uma revisão na mesma proporção e na
Aposentadoria pelo regime peculiar — A Constituição mesma data em que se modificasse a remuneração dos
Federal, com as redações das EC 20/98 e 41/2003, servidores em atividade, sendo estendidos aos aposentados e
estabelece para os servidores de cargos efetivos da pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens, de natureza
Administração direta, autárquica e fundacional (fundação geral. A nova regra, ao dizer “em caráter permanente” e “valor
pública de Direito Público) três espécies de aposentadoria: a) real”, no nosso entender, impõe o dever do reajustamento,
por invalidez permanente, com proventos proporcionais ao pelo menos anualmente, e, assim, dá ao beneficiário um
tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em direito subjetivo de buscá-lo judicialmente. Portanto, para
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou observar a Constituição Federal e até mesmo o princípio da
incurável, na forma da lei (art. 40, § 1º, I); b) compulsória, aos razoabilidade, os critérios da lei aí prevista não podem deixar
setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de atender àquelas duas balizas. De qualquer forma, é certo
de contribuição (art. 40, § 1º, II); c) voluntária, quando que a isonomia entre os inativos e pensionistas em face dos
requerida pelo servidor que tenha cumprido tempo mínimo de servidores da ativa não mais é garantida pela Carta. Todavia,
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos insistindo com o princípio da razoabilidade, não se pode
no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, nas aceitar que Governos insensíveis, aproveitando-se da nova
seguintes condições: c1) com proventos integrais — sessenta norma, venham a descaracterizar o valor real dos benefícios
anos de idade e trinta e cinco anos de contribuição, se ou deixar de revê-los por período superior a um ano, pois, aí,
homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta anos de não terão o caráter permanente, acima referido.
contribuição, se mulher; e c2) com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição — sessenta e cinco anos de idade, se Requisitos e critérios para a aposentadoria — Os
requisitos e critérios para a aposentadoria e para a pensão,
homem, e sessenta anos de idade, se mulher (art. 40, § 1º, III,
“a” e “b”). tais como estabelecidos na Constituição, não podem ser
alterados pela legislação ordinária, sendo também vedada a
Esses proventos serão calculados a partir de valores adoção de outros por ela não previstos, ressalvados os casos
fixados na forma dos §§ 3º e 17 do art. 40. Vale dizer: serão de atividades exercidas exclusivamente sob condições
consideradas as remunerações utilizadas como base as especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física,

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definidos em lei complementar (art. 40, § 4º). Esta lei Assim, o tempo de serviço gratuito só será computável se
complementar é de natureza nacional, tendo, assim, caráter houver a correspondente contribuição. A Constituição
impositivo para todas as esferas administrativas, federal, Federal, no entanto, ainda assegura, para efeito de
estadual, distrital e municipal. aposentadoria e cálculo da pensão, a contagem recíproca do
tempo de contribuição na Administração Pública e na
Direito à aposentadoria — O direito à aposentadoria,
atividade privada, rural e urbana, segundo critérios
consoante vem decidindo reiteradamente o STF, adquire-se estabelecidos em lei (art. 201, § 9º, e arts. 94 a 99 da Lei
com o preenchimento dos requisitos exigidos pela lei da 8.213/93). A norma do art. 201, § 9º, da CF, na redação da
época, de modo que, se o servidor não a requereu na EC 20/98, não permite que a legislação infraconstitucional
vigência desta, sua situação não se alterará pela edição de lei preveja qualquer limite quanto ao número de anos de
modificadora. A EC 20, no art. 3º e seus §§, consagrou tal contribuição na esfera pública e na atividade privada, para os
entendimento, e a EC 41 também o fez, no art. 3º, como se efeitos de compensação financeira entre os sistemas.
verá mais adiante.
No caso de acumulação é inadmissível a contagem do
Reversão, cassação e anulação da aposentadoria — A tempo de serviço para a aposentadoria em cargo de uma
aposentadoria admite reversão e cassação. Reversão é o
entidade estatal quando já computado em outra para o
retorno do inativo ao serviço, em face da cessação dos mesmo fim, como vem entendendo o STF.
motivos que autorizaram a aposentadoria por invalidez.
Cassação da aposentadoria é penalidade assemelhada à de- Regras previdenciárias de transição
missão, por acarretar a exclusão do infrator do quadro dos
inativos e, consequentemente, a cessação do pagamento de A EC 20 contém regras de transição para o servidor que
seus proventos. Sendo penalidade, deve observar a garantia tenha ingressado em cargo vitalício ou efetivo da
da ampla defesa e do contraditório; porém, por ter natureza Administração Pública, direta, autárquica e fundacional, até a
punitiva e por ser ato privativo do Poder que a concedeu, não data de sua publicação e ainda não tinha cumprido os
depende de prévio assentimento do Tribunal de Contas, requisitos para a obtenção dos benefícios com base nos
mesmo que este tenha registrado o ato de aposentadoria critérios da legislação então vigente (EC 20, art. 80). A EC 41
(STF, RDA 108/226, MS 23.299, DJU 12.4.2002, e RTJ também contém tais regras, inclusive em face da EC 20 (arts
195/40). A anulação da aposentadoria é o desfazimento do 2º e seus §§ 6º e 8º). O mesmo ocorre com a EC 47, em seus
ato administrativo que a concedeu, por motivo de ilegalidade arts. 2º a 5º.
(na contagem do tempo de serviço, p. ex.); mas, em face das Assim, o art. 2º da EC 4 1/2003, mandando observar o
atribuições outorgadas constitucionalmente ao Tribunal de disposto no art. 4º da EC 20/98, acima referido, assegura ao
Contas (art. 71, III), somente com a aprovação deste a servidor que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo
anulação produzirá efeitos, ressalvado o controle judicial na Administração Pública direta, autárquica e fundacional
(STF, Súmula 6 e RDA 77/192). (fundação pública de Direito Público) até a data de publicação
Pensão por morte — A Constituição Federal estabelece da EC 20, o direito de opção pela aposentadoria voluntária
que a lei disporá sobre a concessão do beneficio da pensão com proventos calculados de acordo com o art. 40, §§ 3º e
ao cônjuge ou companheiro e dependentes, por morte do 17, na redação anterior a essa EC 41, se, cumulativamente:
segurado, homem ou mulher (art. 201, V), que será igual ao I— tiver cinquenta e três anos de idade, se homem, e
valor da totalidade dos proventos do servidor falecido e quarenta e oito anos de idade, se mulher; II — tiver cinco
aposentado à data do óbito, ou ao valor da totalidade da anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a
remuneração do cargo efetivo em que se deu o falecimento — aposentadoria; III — contar tempo de contribuição igual, no
nas duas hipótese, até o limite máximo estabelecido para os mínimo, à soma de: a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta
benefícios do regime geral da previdência social de que trata anos, se mulher; b) e um período adicional de contribuição
o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela equivalente a vinte por cento do tempo que, na data da
excedente a este limite (art. 40, § 7º, na redação da EC publicação da EC 20, faltaria para atingir o limite de tempo
41/2003). Dessa forma, a paridade da pensão com a constante da letra anterior. O § 1º desse art. 20 da EC 41
remuneração do falecido ou com seus proventos foi estatui que o servidor que cumprir as exigências previstas no
suprimida, salvo, é bom destacar, em relação às pensões caput terá seus proventos de inatividade reduzidos para cada
concedidas antes da publicação da EC 41. ano antecipado em relação aos limites de idade estabelecidos
pelo art. 40, §1º, III, “a”, e 5º, da CF, na seguinte proporção: I
Cômputo do tempo de contribuição — O tempo de — três inteiros e cinco décimos por cento, para aquele que
contribuição federal, estadual ou municipal será contado completar as exigências para aposentadoria na forma do
apenas para efeito de aposentadoria e tempo de serviço para caput até 31.12.2005; II — cinco por cento, para aquele que
efeito de disponibilidade (art. 40, § 9º). Dessa forma, em completar as exigências para aposentadoria na forma do
termos de previdência social o tempo de contribuição havido caput até 3 1.12.2006.
em uma esfera será contado na outra para fins de
aposentadoria. Mas, em termos administrativos, esse tempo Tais regras são aplicáveis ao magistrado e ao membro do
de contribuição será computado para o cálculo da Ministério Público e do Tribunal de Contas, mas o tempo de
remuneração proporcional do servidor titular de cargo vitalício serviço anterior será contado com o acréscimo de dezessete
ou efetivo posto em disponibilidade. por cento, até a data da publicação da EC 20. O mesmo
ocorre com o professor titular de cargo efetivo de Magistério
Como ressalvado, na sistemática atual não há mais tempo que opte por se aposentar com proventos integrais e conte
de serviço, porém de contribuição, sendo vedada qualquer exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
forma de contagem de tempo de contribuição fictício (art. 40, Magistério, só que para a mulher aquele acréscimo passa a
§ 10). Disso resulta que nenhum outro tempo que não seja o ser de vinte por cento (EC 41, §§ 2º e 3º do art. 2º e art. 4º).
de contribuição poderá ser contado para fins de Com mencionado nas edições anteriores, não se cuida de
aposentadoria. Segundo o art. 40 da EC 20, c/c o art. 40, § tratamento privilegiado. É que no sistema anterior à EC 20 os
10, da CF, o tempo de serviço considerado cumprido pela integrantes dessas categorias aposentavam-se com trinta
legislação vigente para efeito de aposentadoria será contado anos de serviço, daí o acréscimo para que ficassem, como
como tempo de contribuição até que a lei nacional discipline a ficaram, na mesma situação de tempo que os demais
matéria. A partir da vigência dessa lei, a legislação que prevê servidores.
contagem de tempo fictício deixa de ser recepcionada, posto
que revogada. E importante atentar a que as aposentadorias concedidas

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de acordo com esse art. 2º da EC 41 serão reajustadas na aposentadoria ao servidor, bem como pensão aos seus
forma do art. 40, § 8º, da CF, por força do § 6º desse mesmo dependentes, que, até a data de sua publicação, tenha
art. 2º. cumprido todos os requisitos para obtenção desses
benefícios, com base nos critérios da legislação então
Como estimulo à permanência na atividade, qualquer vigente. Este servidor que opte por permanecer em atividade
desses servidores que, após completar as exigências para a e que conte com, no mínimo, vinte e cinco anos de
aposentadoria estabelecidas nesse art. 20 da EC 41, optar contribuição, se mulher, ou trinta anos, se homem, fará jus a
por permanecer em atividade fará jus a um abono de um abono de permanência equivalente ao valor da
permanência equivalente ao valor da sua contribuição até contribuição previdenciária, até completar as exigências para
completar as exigências para aposentadoria compulsória. (art. aposentadoria compulsória.
2º, § 5º, da EC 41).
Quanto aos benefícios (a1) em fruição na data de
A vedação contida no art. 37, § 10, da CF, na redação publicação da EC 41 e aos (a2) que forem pagos aos
dada pela EC 20, já mencionada como regra geral ao sistema dependentes dos servidores abrangidos pelo seu art. 3º, o art.
de previdência, não se aplica aos membros de poder e aos 7º da mesma EC 41, determina que, obedecido o disposto no
inativos, servidores e militares, que até a publicação dessa art. 37, XI, da CF, serão revistos na mesma proporção e na
emenda tenham ingressado novamente no serviço público por mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos
concurso público de provas ou de provas e títulos e pelas servidores em atividade, sendo também estendidos aos
demais formas previstas na Constituição, sendo-lhes, no aposentados e pensionistas quaisquer benefícios ou
entanto, proibida a percepção de mais de uma aposentadoria vantagens, de natureza geral, posteriormente concedidos aos
pelo regime peculiar, aplicando-se-lhes, em qualquer servidores em atividade, inclusive decorrentes da
hipótese, o teto geral previsto pelo art. 40, § 11 (cf. art. 11 da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que
EC 20). se deu a aposentaria ou serviu de referência para concessão
O servidor que tenha ingressado no serviço público até a da pensão, na forma da lei (deixou de ter aplicação a Súmula
data de publicação da EC 41 poderá aposentar-se optando 38 do STF, por contrariar o atual texto constitucional). O
pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da CF ou optando mesmo art. 7º, nos termos acima, aplica-se aos proventos de
pelas regras estabelecidas pelo art. 2º dessa EC 41. Caso aposentadoria dos servidores que se aposentarem na forma
não haja a opção, para que tenha proventos integrais, que do caput do art. 6º da EC 41 (cf. art. 2º, da EC 47). Assegura-
corresponderão à totalidade da remuneração no cargo efetivo se aí o que a Carta e a EC 20 já estabeleciam em termos de
em que se der a aposentadoria, na forma da lei e desde que revisão de proventos e pensão. A locução “na forma da lei”,
observadas as reduções de idade e tempo de contribuição inserida na parte final desse art. 7º, apenas submete a
contidas no § 5º do art. 40 da CF, o servidor deverá situação dos inativos às balizas impostas na outorga do
preencher, cumulativamente, as seguintes condições: I— direito aos servidores da ativa, como consignou o Min. Marco
sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos Aurélio, do STF. No mesmo julgado ficou assente que a
de idade, se mulher; II— trinta e cinco anos de contribuição, norma do art. 40, § 8º, da CF, na sua redação original, e,
se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; III — portanto, na atual, porque de igual teor, é de eficácia imediata
vinte anos de efetivo exercício no serviço público; e IV — dez e não depende de lei específica para sua aplicação.
anos de carreira e cinco anos de efetivo exercício no cargo Note-se que esse art. 7º da EC 41 reafirma o direito
em que se dará a aposentadoria (art. 6º da EC 41). O art. 2º adquirido, ao estender tal direito à revisão dos proventos de
da EC 47 manda aplicar aos proventos de aposentadoria dos aposentadoria e às pensões dos dependentes dos servidores
servidores públicos que se aposentarem na forma do caput do abrangidos pelo seu art. 3º, e agora, também, pelo seu art. 6º.
art. 6º da EC 41, de 2003, o disposto no art. 7º da mesma EC
41, examinado abaixo; e para evitar dúvidas, a EC 47 revogou O dispositivo constitucional em tela apenas esclarece o
o parágrafo único do art. 6º da EC 41 (art. 5º). que já é consequência do princípio da isonomia. Sua mens é
a de evitar que Governos insensíveis venham a estabelecer
Em outra norma de transição, o art. 3º, dessa EC 47, sem tratamento desigual e injusto entre os inativos e pensionistas
prejuízo do direito de opção pelas normas estabelecidas pelo em face dos servidores da ativa. Cabe lembrar antiga lição do
art. 40 da CF ou pelas regras estabelecidas pelos arts. 2º e 6º TJSP, nestes termos: “A majoração de vencimentos
da EC 41, permite ao servidor da União, dos Estados, do decorrente das modificações ou alterações do poder
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e aquisitivo da moeda há de aproveitar, nas mesmas bases,
fundações (que devem ser as de direito público), que tenha aos inativos, sob pena de não se cumprir o preceito
ingressado no serviço público até 16.12.1998 (EC 20/1998), constitucional atinente”.
aposentar-se com proventos integrais, desde que preencha,
cumulativamente, as seguintes condições: I — trinta e cinco Exercício de mandatos eletivos
anos de contribuição, se homem, e trinta anos de
contribuição, se mulher; II — vinte e cinco anos de efetivo O exercício de mandatos eletivos por servidor público não
exercício no serviço público, quinze anos de carreira e cinco é vedado na Constituição Federal, cujo art. 38 regula a
anos no cargo em que se der a aposentadoria; III — idade situação dos servidores da Administração direta, autárquica e
mínima resultante da redução, relativamente aos limites do fundacional investidos em mandatos eletivos.
art. 40, § 1º, inciso III, “a”, da CF, de um ano de idade para As duas principais regras que defluem da norma
cada ano de contribuição que exceder a condição prevista no constitucional são: 1ª) o servidor público pode exercer
inciso I do caput desse artigo (redução de um ano na idade mandato eletivo federal, estadual ou municipal sem perder o
mínima de 60 anos, se homem, e de 55, se mulher). cargo, emprego ou função, devendo apenas afastar-se, com
Assegurando a paridade e a integralidade, o parágrafo único prejuízo da remuneração; 2ª) o tempo de serviço do servidor
desse art. 3º, manda aplicar ao valor dos proventos de afastado para exercer mandato eletivo será contado para
aposentadorias concedidas com base nesse art. 3º, o todos os efeitos legais, exceto para promoção por
disposto no art. 7º da EC 41/2003, e observar-se igual critério merecimento.
de revisão às pensões derivadas dos proventos de servidores
falecidos que tenham se aposentado em conformidade com o O afastamento do cargo, emprego ou função com prejuízo
mesmo art. 3º. da correspondente remuneração é decorrência do principio
geral da inacumulabilidade de cargos, empregos e funções
Como ocorreu com a EC 20 (art. 3º e §§), o art. 3º da EC públicas, constante do art. 37, XVI e XVII, da CF. A essa
41 assegura a concessão, a qualquer tempo, de regra, entretanto, o texto constitucional admite duas

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exceções, relativamente aos mandatos de Prefeito e demissória, reconhecendo a materialidade e a autoria do fato.
Vereador. Com efeito, o servidor que se afastar do cargo,
emprego ou função para exercer o mandato de Prefeito Para a demissão do estável a Administração não precisa
poderá optar entre a remuneração e os subsídios (art. 38, II); recorrer à Justiça, ainda que o fato sujeito a punição configure
se o mandato for de Vereador e houver compatibilidade de crime, nem aguardar a solução do processo penal pelo
horários, não se afastará, passando a perceber mesmo fato, uma vez que a Constituição lhe permite fazê-lo
cumulativamente a remuneração e os subsídios (art. 38, III), mediante processo administrativo ou, mais precisamente,
podendo ser promovido até por merecimento, pois a vedação processo administrativo disciplinar, em que assegure ampla
constitucional atinge apenas os servidores afastados (art. 38, defesa ao infrator. Por ampla defesa, no caso, deve-se
IV). A fim de evitar quaisquer dúvidas, o texto constitucional entender a vista do processo, com a faculdade de resposta e
esclarece que para o exercício de mandato de Vereador, se de produção de provas contrárias à acusação. O processo
não houver compatibilidade de horários, aplicar-se-á a regra administrativo disciplinar não é tão formal quanto o judicial,
geral do art. 38, IV, isto é, o servidor deverá afastar-se, penal ou não, nem tão rigoroso no contraditório. O essencial é
podendo optar pela sua remuneração ou a do cargo eletivo. que se conceda ao acusado a oportunidade de ilidir a
acusação, com observância do devido processo legal, sem o
Por outro lado, é expressamente vedado ao Vereador o quê a punição administrativa é nula, por afrontar a garantia
exercício de cargo em comissão ou exonerável ad nutum nos constitucional da ampla defesa (art. 41, § 1º).
casos já previstos na Constituição da República para os
Deputados Federais e Senadores (art. 54, I, e II, “b,”), Tanto para o vitalício como para o estável pode ocorrer,
conforme o disposto no art. 29, IX, da mesma CF. ainda, a perda da função pública como pena resultante de
condenação judicial civil por improbidade administrativa, nos
De acordo com o STF, ao servidor público investido no termos do art. 12, I, II e II, da Lei 8.429/ 92, que só será
mandato de Vice-Prefeito é aplicável, por analogia, o disposto efetivada com o trânsito em julgado da sentença
no inc. II do art. 38 da CF/88, enquanto que ao suplente de condenatória, como determina o seu art. 20.
Vereador não se pode validamente estabelecer restrição
alguma, por não ser titular de mandato eletivo, sendo-lhe, Apenas para registro, o regime jurídico dos servidores
assim, inaplicável o inc. III do mesmo artigo (ADI 199-PE, federais relaciona entre as penalidades disciplinares a
DJU 7.8.98). destituição de cargo em comissão e a destituição de função
comissionada (art. 127, V e VI). Assim, para o cargo em
Demissão de vitalícios e estáveis comissão e para a função comissionada a Lei 8.112/90
emprega terminologia diversa da utilizada para cargo efetivo.
A demissão de vitalícios — servidores investidos em Este é punido com demissão; aqueles, com destituição. Nas
caráter perpétuo no cargo — e dos estáveis — servidores que duas penas é obrigatório o devido processo administrativo.
adquiriram o direito de permanência no serviço público —
depende, em qualquer caso, de sentença judicial ou, tratando- Reintegração, recondução, reversão, re-
se de estável, de processo administrativo em que se lhe admissão e aproveitamento
assegure ampla defesa (CF, arts. 41, § 1º, 95, I, e 128, § 5º,
I). A reintegração é a recondução do servidor ao mesmo
cargo de que fora demitido, com o pagamento integral dos
Os vitalícios não podem ser exonerados ex officio e vencimentos e vantagens do tempo em que esteve afastado,
somente perdem os respectivos cargos quando se uma vez reconhecida a ilegalidade da demissão em decisão
exonerarem a pedido ou forem punidos com a pena de judicial ou administrativa. Como a reabilitação funcional, a
demissão, ficando em disponibilidade com remuneração reintegração acarreta, necessariamente, a restauração de
proporcional na hipótese de extinção. Como vimos acima, ao todos os direitos de que foi privado o servidor com a ilegal
tratar da estabilidade, o estável, com a EC 19, além da demissão. Nessa reparação, entretanto, só entram as
demissão judicial ou administrativa, pode ser exonerado em vantagens decorrentes do cargo, auferidas no âmbito
razão de seu desempenho funcional, mediante procedimento administrativo. Com a volta do reintegrando ao cargo, quem o
de avaliação periódica, na forma a ser regulamentada por lei ocupava perde o lugar, sem direito a qualquer indenização.
complementar nacional, assegurada sempre a ampla defesa. Todavia, se for estável, será reconduzido ao cargo de origem,
Excepcionalmente, pode, ainda, ser exonerado com base no aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
art. 169, § 4º, da CF, com a redação da EC 19. Vale acentuar, remuneração proporcional ao tempo de serviço. Não sendo
como fizemos no momento adequado, que demissão é ato estável, como vimos, a solução de sua situação funcional fica
punitivo, e exoneração, não. a critério da Administração. De qualquer forma, dará sempre o
Para a demissão do vitalício o único meio é o processo lugar ao reintegrado (CF, art. 41, § 2º, com a redação da EC
judicial, geralmente o penal, pois “a perda de cargo, função 19).
pública ou mandato eletivo” é efeito da condenação, devendo Não se confunda a reintegração com a recondução ou
“ser motivadamente declarado na sentença” em que incorre o com a reversão. Na reintegração reconhece-se que a pena de
infrator, “condenado a pena privativa de liberdade por crime demissão foi ilegal e, em razão desse reconhecimento,
cometido com abuso de poder ou violação de dever para com restauram-se todos os direitos do demitido, com seu retorno
a Administração Pública”, quando a pena aplicada for igual ou ao cargo e pagamento das indenizações devidas; na
superior a um ano, ou quando for superior a quatro anos nos recondução o servidor estável retorna ao cargo anteriormente
demais casos (CP, art. 92, I, “a” e “b”; Lei 9.455, de 7.4.97 — ocupado em decorrência de inabilitação em estágio probatório
lei penal especial —, art. 1º, § 5º). No processo, administrativo relativo a outro cargo ou de reintegração do anterior ocupante
ou judicial, a Constituição assegura o contraditório e a ampla (cf. art. 29 da Lei 8.112/90); na reversão ocorre o retorno à
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5º, LV). atividade do aposentado por invalidez quando junta médica
Nada impede, porém, que, através de processo judicial oficial declarar insubsistentes os seus motivos, ou no
diverso do penal, mas, como este, com contraditório e defesa interesse da Administração, no caso de aposentadoria
ampla, se peça o reconhecimento da culpa do vitalício por voluntária, desde que atendidas as seguintes condições:
fatos que, embora não consubstanciando crime definido em solicitação do inativo (estável quando na atividade), haja
lei, constituam falta grave, ensejadora da penalidade máxima. cargo vago e a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
Na primeira hipótese a perda do cargo é efeito da aplicação anteriores à solicitação. Nas duas espécies o retorno dar-se-á
da pena principal pelo Judiciário, enquanto na segunda a no mesmo cargo ou ao cargo resultante de sua
Justiça faculta à Administração a aplicação da pena transformação, ou simplesmente ao serviço, como excedente

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(na terminologia da lei), se o antigo cargo estiver provido. Em de competência da Justiça Comum, Federal ou Estadual.
ambas as hipóteses perceberá, em substituição aos Assim, toda e qualquer reivindicação de empregado público
proventos de aposentadoria, a remuneração do cargo que regido pela CLT deve ser julgada pela Justiça do Trabalho,
voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza inclusive a contratação ilegal, ainda que sob o regime
pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria (cf. art. estatutário. Os que não tiverem cargos criados por lei e
25 da Lei 8.112/90, na redação dada pela MP 2.225-45, de mantiverem, por qualquer motivo, relação de trabalho com
4.9.2001). “Administração Pública direta e indireta”, referida pelo texto,
terão seus conflitos julgados pela Justiça do Trabalho. Em
Aproveitamento é o retorno obrigatório à atividade do decorrência dos demais incisos do referido art. 114, como
servidor em disponibilidade, em cargo de atribuições e novas competência da Justiça do Trabalho temos as que
remuneração compatíveis com o anteriormente ocupado (cf. tratam dos litígios sindicais, dos atos decorrentes da greve, do
art. 30 da Lei 8.112/90). habeas corpus, do habeas data, da ação de indenização por
Alguns Estados e Municípios denominam de readmissão a dano moral ou patrimonial, e as relativas às penalidades
reintegração decorrente de ato administrativo. Nessa administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
hipótese, a readmissão seria o retorno do funcionário ao fiscalização das relações de trabalho.
serviço público quando anulada administrativamente sua Fonte: DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO – Hely
desinvestidura. Como visto, em face da sistemática Lopes Meirelles – 33ª edição, Malheiros Editores Ltda., 2007,
constitucional, fora dessas hipóteses a readmissão e a SP
reversão não são mais permitidas.
Responsabilização civil de servidores
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
A responsabilização civil de servidores por danos
causados a terceiros no exercício de suas atividades Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis
funcionais depende da comprovação da existência de dolo ou da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
culpa de sua parte em ação regressiva proposta pela pessoa
PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11 DE
jurídica de Direito Público obrigada, objetivamente, à
DEZEMBRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA
reparação do dano, nos termos do art. 37, § 6º, da CF.
LEI Nº 9.527, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997.
De fato, o § 6º do art. 37 estabelece a responsabilidade
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
sem culpa, por isso denominada objetiva, das entidades de
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Direito Público (União, Estados, Distrito Federal, Municípios,
suas autarquias e fundações públicas de Direito Público) e de Título I
Direito Privado prestadoras de serviços públicos pelos
prejuízos causados por seus agentes a terceiros em Capítulo Único
decorrência da atividade administrativa. Todavia, o dispositivo Das Disposições Preliminares
constitucional veda a transferência dessa responsabilidade ao
servidor imputável, impondo seu chamamento a juízo não Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores
pelo lesado, mas pela entidade interessada em ressarcir-se, a Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em re-
qual, para tanto, deverá demonstrar a culpa do referido gime especial, e das fundações públicas federais.
servidor, em ação autônoma. Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa
A responsabilidade civil do servidor por danos que, nessa legalmente investida em cargo público.
qualidade, causar a terceiros constitui, portanto, apenas um Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e res-
aspecto da responsabilidade por danos à Administração, ponsabilidades previstas na estrutura organizacional que
consignando desde já que a expressão agente, no texto em devem ser cometidas a um servidor.
exame (art. 37, § 6º), está empregada em sentido amplo,
abrangendo toda gama dos servidores públicos. Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos
os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e
Abrangência das normas constitucionais vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em
As normas constitucionais sobre os servidores, por caráter efetivo ou em comissão.
expressa disposição do art. 37, caput, aplicam-se à Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos,
Administração direta e indireta dos três Poderes da União, salvo os casos previstos em lei.
dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios.
Título II
Competência da Justiça Comum
Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e
De acordo com o art. 114, I, da CF, na redação dada pela Substituição
EC 45/2004, compete à Justiça do Trabalho processar e
julgar “as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos Capítulo I
os entes de Direito externo e da Administração Pública direta Do Provimento
e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, exceto os servidores ocupantes de cargos criados Seção I
por lei, de provimento efetivo ou em comissão, incluídas as
Disposições Gerais
autarquias e fundações públicas dos referidos entes da
Federação”. A leitura do referido dispositivo revela a Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo
ocorrência de uma ampliação da competência da Justiça do público:
Trabalho, a qual passa a julgar todos os conflitos oriundos da
relação de trabalho, seja de emprego ou não, em sentido I - a nacionalidade brasileira;
amplo. Em face da exceção contida na norma quanto aos II - o gozo dos direitos políticos;
cargos criados por lei, de provimento efetivo ou em comissão,
tratando-se de servidor público titular desses cargos, sob III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
regime jurídico estatutário regular ou administrativo especial,
não submetido à CLT, entendemos que as reivindicações são

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IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do serem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira,
cargo; condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor
fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e res-
V - a idade mínima de dezoito anos; salvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previs-
VI - aptidão física e mental. tas.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Regu-
lamento)
§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência
de outros requisitos estabelecidos em lei. Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois )
anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual perío-
§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado do.
o direito de se inscrever em concurso público para provimento
de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiên- § 1o O prazo de validade do concurso e as condições de
cia de que são portadoras; para tais pessoas serão reserva- sua realização serão fixados em edital, que será publicado no
das até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no con- Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circula-
curso. ção.

§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científi- § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver
ca e tecnológica federais poderão prover seus cargos com candidato aprovado em concurso anterior com prazo de vali-
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com dade não expirado.
as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº Seção IV
9.515, de 20.11.97)
Da Posse e do Exercício
Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á medi-
ante ato da autoridade competente de cada Poder. Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as
Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado,
posse. que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer
Art. 8o São formas de provimento de cargo público: das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.

I - nomeação; § 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados


da publicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei
II - promoção; nº 9.527, de 10.12.97)
V - readaptação; § 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de
VI - reversão; publicação do ato de provimento, em licença prevista nos
incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos
VII - aproveitamento; incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do
art. 102, o prazo será contado do término do impedimento.
VIII - reintegração;
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IX - recondução.
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração espe-
Seção II cífica.
Da Nomeação § 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo
por nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 9o A nomeação far-se-á: 10.12.97)
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado § 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração
de provimento efetivo ou de carreira; de bens e valores que constituem seu patrimônio e declara-
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para ção quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou
cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, função pública.
de 10.12.97) § 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em co- posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.
missão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem inspeção médica oficial.
prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese
em que deverá optar pela remuneração de um deles durante Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que
o período da interinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, for julgado apto física e mentalmente para o exercício do
de 10.12.97) cargo.
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribui-
isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação ções do cargo público ou da função de confiança. (Redação
em concurso público de provas ou de provas e títulos, obede- dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossa-
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e do em cargo público entrar em exercício, contados da data da
o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promo- posse. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será torna-
sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus
do sem efeito o ato de sua designação para função de confi-
regulamentos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste
Seção III artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Do Concurso Público
§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títu- para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-
los, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispu- lhe exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
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§ 4o O início do exercício de função de confiança coinci- dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste
dirá com a data de publicação do ato de designação, salvo artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008
quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer
outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil § 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será
após o término do impedimento, que não poderá exceder a exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormen-
trinta dias da publicação. (Incluído pela Lei nº 9.527, de te ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art.
10.12.97) 29.

Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício § 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer
do exercício serão registrados no assentamento individual do quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de
servidor. direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de
lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou enti-
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor dade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de
apresentará ao órgão competente os elementos necessários provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramen-
ao seu assentamento individual. to Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (In-
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercí-
cio, que é contado no novo posicionamento na carreira a § 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão
partir da data de publicação do ato que promover o servidor. ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento
para participar de curso de formação decorrente de aprova-
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro mu- ção em concurso para outro cargo na Administração Pública
nicípio em razão de ter sido removido, redistribuído, requisita- Federal. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
do, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo,
dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publica- § 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as
ção do ato, para a retomada do efetivo desempenho das licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessá- e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de
rio para o deslocamento para a nova sede. (Redação dada formação, e será retomado a partir do término do impedimen-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) to. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença Seção V
ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo
Da Estabilidade
será contado a partir do término do impedimento. (Parágrafo
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e
o
§ 2 É facultado ao servidor declinar dos prazos estabe- empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabili-
lecidos no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) dade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo
exercício. (prazo 3 anos - vide EMC nº 19)
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho
fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude
cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de de sentença judicial transitada em julgado ou de processo
quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla
seis horas e oito horas diárias, respectivamente. (Redação defesa.
dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) Seção VI
o
§ 1 O ocupante de cargo em comissão ou função de Da Transferência
confiança submete-se a regime de integral dedicação ao
serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser con- Seção VII
vocado sempre que houver interesse da Administração. (Re- Da Readaptação
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em
§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
trabalho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei nº limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou men-
8.270, de 17.12.91) tal verificada em inspeção médica.
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado § 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o rea-
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio pro- daptando será aposentado.
batório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o
qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação § 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribui-
para o desempenho do cargo, observados os seguinte fato- ções afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolari-
res: (Vide EMC nº 19) dade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexis-
tência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições
I - assiduidade; como excedente, até a ocorrência de vaga.(Redação dada
II - disciplina; pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

III - capacidade de iniciativa; Seção VIII

IV - produtividade; Da Reversão
(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000)
V- responsabilidade.
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor
§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do está- aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-
gio probatório, será submetida à homologação da autoridade 45, de 4.9.2001)
competente a avaliação do desempenho do servidor, realiza-
da por comissão constituída para essa finalidade, de acordo I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar
com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela
carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

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II - no interesse da administração, desde que: (Incluído Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de
pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o
disposto no art. 30.
a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Seção XI
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Da Disponibilidade e do Aproveitamento
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibili-
c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida dade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormen-
te ocupado.
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteri-
ores à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225- Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
45, de 4.9.2001) determinará o imediato aproveitamento de servidor em dispo-
nibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº da Administração Pública Federal.
2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37,
§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob
resultante de sua transformação. (Incluído pela Medida Provi- responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal
sória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício aproveitamento em outro órgão ou entidade. (Parágrafo inclu-
será considerado para concessão da aposentadoria. (Incluído ído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o car- cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercí-
go, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até cio no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médi-
a ocorrência de vaga. (Incluído pela Medida Provisória nº ca oficial.
2.225-45, de 4.9.2001) Capítulo II
§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da Da Vacância
administração perceberá, em substituição aos proventos da
aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia
anteriormente à aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisó- I - exoneração;
ria nº 2.225-45, de 4.9.2001) II - demissão;
o
§ 5 O servidor de que trata o inciso II somente terá os III - promoção;
proventos calculados com base nas regras atuais se perma-
necer pelo menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida VI - readaptação;
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) VII - aposentadoria;
§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste VIII - posse em outro cargo inacumulável;
artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001) IX - falecimento.
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido
completado 70 (setenta) anos de idade. do servidor, ou de ofício.
Seção IX Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
Da Reintegração I - quando não satisfeitas as condições do estágio proba-
tório;
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resul- II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar
tante de sua transformação, quando invalidada a sua demis- em exercício no prazo estabelecido.
são por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dis-
de todas as vantagens.
pensa de função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e
I - a juízo da autoridade competente;
31.
II - a pedido do próprio servidor.
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual
ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à Capítulo III
indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto
em disponibilidade. Da Remoção e da Redistribuição

Seção X Seção I

Da Recondução Da Remoção

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedi-
cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: do ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem
mudança de sede.
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro
cargo; Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, en-
tende-se por modalidades de remoção: (Redação dada pela
II - reintegração do anterior ocupante. Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. (Incluí-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Capítulo IV
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Da Substituição
III - a pedido, para outra localidade, independentemente
do interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de
10.12.97) direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Espe-
cial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também caso de omissão, previamente designados pelo dirigente
servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da máximo do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que 9.527, de 10.12.97)
foi deslocado no interesse da Administração; (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1o O substituto assumirá automática e cumulativamen-
te, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companhei- função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos
ro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do
assentamento funcional, condicionada à comprovação por titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar
junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pela remuneração de um deles durante o respectivo período.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipóte-
se em que o número de interessados for superior ao número § 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do
de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Nature-
ou entidade em que aqueles estejam lotados.(Incluído pela za Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos
Lei nº 9.527, de 10.12.97) legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na
proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o
Seção II
referido período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Da Redistribuição 10.12.97)
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titula-
provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro res de unidades administrativas organizadas em nível de
geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo assessoria.
Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, Título III
observados os seguintes preceitos: (Redação dada pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97) Dos Direitos e Vantagens
I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº Capítulo I
9.527, de 10.12.97)
Do Vencimento e da Remuneração
II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97) Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer-
cício de cargo público, com valor fixado em lei.
III - manutenção da essência das atribuições do cargo;
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabele-
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e cidas em lei.
complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) § 1o A remuneração do servidor investido em função ou
cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habi-
litação profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2o O servidor investido em cargo em comissão de
órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a re-
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as muneração de acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93.
finalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-
tagens de caráter permanente, é irredutível.
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento
de lotação e da força de trabalho às necessidades dos servi- § 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para
ços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou cria- cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo
ção de órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as
10.12.97) vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou
ao local de trabalho.
§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os § 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvi- salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
dos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmen-
o
§ 3 Nos casos de reorganização ou extinção de órgão te, a título de remuneração, importância superior à soma dos
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessida- valores percebidos como remuneração, em espécie, a qual-
de no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redis- quer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Minis-
tribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveita- tros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Minis-
mento na forma dos arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e tros do Supremo Tribunal Federal.
alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as
o
§ 4 O servidor que não for redistribuído ou colocado em vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do Art. 44. O servidor perderá:
órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro

Direito Administrativo 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


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I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem § 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
motivo justificado; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em
10.12.97) lei.
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computa-
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões das, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer
de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título
de compensação de horário, até o mês subseqüente ao da ou idêntico fundamento.
ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata. (Redação
Seção I
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Das Indenizações
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de
caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como
efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - ajuda de custo;

Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, II - diárias;


nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou proven- III - transporte.
to. (Vide Decreto nº 1.502, de 1995) (Vide Decreto nº
1.903, de 1996) (Vide Decreto nº 2.065, de 1996) (Re- IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de
gulamento) (Regulamento) 2006)
Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos
poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua
terceiros, a critério da administração e com reposição de concessão, serão estabelecidos em regulamento. (Redação
custos, na forma definida em regulamento. dada pela Lei nº 11.355, de 2006)
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atuali- Subseção I
zadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunica-
Da Ajuda de Custo
das ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para
pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as
parceladas, a pedido do interessado. (Redação dada pela despesas de instalação do servidor que, no interesse do ser-
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) viço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de
domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao
de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou
correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou
companheiro que detenha também a condição de servidor,
pensão. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
vier a ter exercício na mesma sede. (Redação dada pela Lei
de 4.9.2001)
nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no
§ 1o Correm por conta da administração as despesas de
mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será
transporte do servidor e de sua família, compreendendo pas-
feita imediatamente, em uma única parcela. (Redação dada
sagem, bagagem e bens pessoais.
pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede são
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência
assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de
de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a
origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles
atualizados até a data da reposição. (Redação dada pela § 3o Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do
art. 36. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demi-
tido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibili- Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remunera-
dade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o ção do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não
débito. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de podendo exceder a importância correspondente a 3
4.9.2001) (três) meses.
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor
previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de man-
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) dato eletivo.
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não
serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comis-
casos de prestação de alimentos resultante de decisão judici- são, com mudança de domicílio.
al.
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do
Capítulo II art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário,
quando cabível.
Das Vantagens
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao
custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova
servidor as seguintes vantagens:
sede no prazo de 30 (trinta) dias.
I - indenizações;
Subseção II
II - gratificações;
Das Diárias
III - adicionais.
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em
§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento caráter eventual ou transitório para outro ponto do território
ou provento para qualquer efeito. nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias

Direito Administrativo 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


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destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordiná- IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor
ria com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme receba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
dispuser em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) V - o servidor tenha se mudado do local de residência
para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do
§ 1o A diária será concedida por dia de afastamento, Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4,
sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equiva-
pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio lentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diá-
rias.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou
função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art.
§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede consti- 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do
tuir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
diárias.
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha resi-
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se dido no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer
deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração o cargo em comissão ou função de confiança, desconside-
urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes rando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período;
e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado e (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência
dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se VIII - o deslocamento não tenha sido por força de altera-
estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses ção de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela
em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os Lei nº 11.355, de 2006)
afastamentos dentro do território nacional. (Incluído pela Lei IX - (Vide Medida Provisória nº 341, de 2006).
nº 9.527, de 10.12.97)
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar 2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007)
da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las inte-
gralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será consi-
derado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à cargo em comissão relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei
sede em prazo menor do que o previsto para o seu afasta- nº 11.355, de 2006)
mento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo
previsto no caput. Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é
limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em
Subseção III comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Es-
Da Indenização de Transporte tado ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao § 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25%
servidor que realizar despesas com a utilização de meio pró- (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Esta-
prio de locomoção para a execução de serviços externos, por do. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser § 2o Independentemente do valor do cargo em comissão
em regulamento. ou função comissionada, fica garantido a todos os que preen-
Subseção IV cherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$
1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído pela Lei nº 11.784,
Do Auxílio-Moradia de 2008
(Vide Medida Provisória nº 301 de 2006)
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, coloca-
Subseção IV ção de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição
de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um
Do Auxílio-Moradia mês. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Seção II
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento
das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor Das Gratificações e Adicionais
com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem admi-
nistrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas
comprovação da despesa pelo servidor. (Incluído pela Lei nº nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retri-
11.355, de 2006) buições, gratificações e adicionais: (Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se
atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia
11.355, de 2006) e assessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo
servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) II - gratificação natalina;

II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
imóvel funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) perigosas ou penosas;

III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário VI - adicional noturno;
ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for
exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem VII - adicional de férias;
averbação de construção, nos doze meses que antecederem VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
a sua nomeação; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

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IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (In- Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será
cluído pela Lei nº 11.314 de 2006) afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das opera-
ções e locais previstos neste artigo, exercendo suas ativida-
Subseção I
des em local salubre e em serviço não penoso e não perigo-
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Che- so.
fia e Assessoramento
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão obser-
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido vadas as situações estabelecidas em legislação específica.
em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos
provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida servidores em exercício em zonas de fronteira ou em locali-
retribuição pelo seu exercício.(Redação dada pela Lei nº dades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos,
9.527, de 10.12.97) condições e limites fixados em regulamento.
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remune- Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que ope-
ração dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. ram com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos
9o. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) sob controle permanente, de modo que as doses de radiação
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legisla-
Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribui- ção própria.
ção pelo exercício de função de direção, chefia ou assesso- Parágrafo único. Os servidores a que se refere este
ramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis)
Especial a que se referem os arts. 3º e 10 da Lei no 8.911, de meses.
11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei no 9.624, de 2 de abril
de 1998. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de Subseção V
4.9.2001)
Do Adicional por Serviço Extraordinário
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste
artigo somente estará sujeita às revisões gerais de remunera- Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com
ção dos servidores públicos federais. (Incluído pela Medida acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) normal de trabalho.

Subseção II Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário


para atender a situações excepcionais e temporárias, respei-
Da Gratificação Natalina tado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um Subseção VI
doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês
Do Adicional Noturno
de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quin- Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compre-
ze) dias será considerada como mês integral. endido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco)
horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25%
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como
mês de dezembro de cada ano. cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.
Parágrafo único. (VETADO). Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordiná-
rio, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a re-
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação muneração prevista no art. 73.
natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calcula-
da sobre a remuneração do mês da exoneração. Subseção VII
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada Do Adicional de Férias
para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao
Subseção III servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente
a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias.
Do Adicional por Tempo de Serviço
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função
Subseção IV
de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Ativi- comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo
dades Penosas do adicional de que trata este artigo.
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualida- Subseção VIII
de em locais insalubres ou em contato permanente com subs- Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
tâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Con-
§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri- curso é devida ao servidor que, em caráter eventual: (Incluído
dade e de periculosidade deverá optar por um deles. pela Lei nº 11.314 de 2006) (Regulamento)
§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculo- I - atuar como instrutor em curso de formação, de de-
sidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos senvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no
que deram causa a sua concessão. âmbito da administração pública federal; (Incluído pela Lei nº
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de 11.314 de 2006)
servidores em operações ou locais considerados penosos, II - participar de banca examinadora ou de comissão pa-
insalubres ou perigosos. ra exames orais, para análise curricular, para correção de
provas discursivas, para elaboração de questões de provas

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ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; da administração pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) 10.12.97)
III - participar da logística de preparação e de realização Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será
de concurso público envolvendo atividades de planejamento, efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo perío-
coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, do, observando-se o disposto no § 1o deste artigo. (Férias de
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas Ministro - Vide)
atribuições permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de
2006) § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em co-
missão, perceberá indenização relativa ao período das férias
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um doze
de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior a qua-
essas atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) torze dias. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13.8.91)
§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratifica- § 4o A indenização será calculada com base na remune-
ção de que trata este artigo serão fixados em regulamento, ração do mês em que for publicado o ato exonerató-
observados os seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº rio. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13.8.91)
11.314 de 2006)
§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o
I - o valor da gratificação será calculado em horas, ob- valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constitui-
servadas a natureza e a complexidade da atividade exercida; ção Federal quando da utilização do primeiro período. (Incluí-
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) do pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente
a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias
situação de excepcionalidade, devidamente justificada e pre- consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional,
viamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou enti- proibida em qualquer hipótese a acumulação.
dade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e
vinte) horas de trabalho anuais; (Incluído pela Lei nº 11.314 Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por
de 2006) motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação
para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou enti-
aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior venci- dade.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Férias
mento básico da administração pública federal: (Incluído pela de Ministro - Vide)
Lei nº 11.314 de 2006)
Parágrafo único. O restante do período interrompido
será gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se
tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput Capítulo IV
deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
Das Licenças
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
Seção I
tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) Disposições Gerais
§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
somente será paga se as atividades referidas nos incisos do
caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribui- I - por motivo de doença em pessoa da família;
ções do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companhei-
de compensação de carga horária quando desempenhadas ro;
durante a jornada de trabalho, na forma do § 4o do art. 98
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) III - para o serviço militar;
§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso IV - para atividade política;
não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para
V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527,
qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cál-
de 10.12.97)
culo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de
cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões. (In- VI - para tratar de interesses particulares;
cluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
VII - para desempenho de mandato classista.
Capítulo III
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
Das Férias bem como cada uma de suas prorrogações serão precedidas
de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que
art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de
podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no
2009)
caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em
que haja legislação específica. (Redação dada pela Lei nº § 3o É vedado o exercício de atividade remunerada
9.525, de 10.12.97) (Férias de Ministro - Vide) durante o período da licença prevista no inciso I deste artigo.
§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta)
exigidos 12 (doze) meses de exercício. dias do término de outra da mesma espécie será considerada
como prorrogação.
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
serviço. Seção II
§ 3oAs férias poderão ser parceladas em até três eta- Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
pas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse

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Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por § 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos onde desempenha suas funções e que exerça cargo de dire-
filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente ção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização,
que viva a suas expensas e conste do seu assentamento dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de
funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) seguinte ao do pleito. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência
direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada § 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo
simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante com- dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, asse-
pensação de horário, na forma do disposto no inciso II do art. gurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo perí-
44. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) odo de três meses. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as pror-
rogações, poderá ser concedida a cada período de doze me- Seção VI
ses nas seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº
Da Licença para Capacitação
12.269, de 2010)
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não,
mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o
12.269, de 2010) servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do
exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, até três meses, para participar de curso de capacitação pro-
sem remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) fissional. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o
contado a partir da data do deferimento da primeira licença caput não são acumuláveis.(Redação dada pela Lei nº 9.527,
concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) de 10.12.97)
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças Art. 90. (VETADO).
não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações,
Seção VII
concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, ob-
servado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
estabelecidos nos incisos I e II do § 2o. (Incluído pela Lei nº
12.269, de 2010) Art. 91. A critério da Administração, poderão ser conce-
didas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não
Seção III esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assun-
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge tos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem
remuneração. (Redação dada pela Medida Provisória nº
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para 2.225-45, de 4.9.2001)
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para
outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a
exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legis- qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do ser-
lativo. viço. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001)
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem re-
Seção VIII
muneração.
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista
§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou
companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito remuneração para o desempenho de mandato em confedera-
Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório ção, federação, associação de classe de âmbito nacional,
em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autár- sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora
quica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou admi-
compatível com o seu cargo. (Redação dada pela Lei nº nistração em sociedade cooperativa constituída por servido-
9.527, de 10.12.97) res públicos para prestar serviços a seus membros, observa-
Seção IV do o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei,
conforme disposto em regulamento e observados os seguin-
Da Licença para o Serviço Militar tes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados,
será concedida licença, na forma e condições previstas na 2 (dois) servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de
legislação específica. 2014)
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000
terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada
exercício do cargo. pela Lei nº 12.998, de 2014)
Seção V III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) as-
sociados, 8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei nº
Da Licença para Atividade Política
12.998, de 2014)
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remunera- § 1o Somente poderão ser licenciados os servidores
ção, durante o período que mediar entre a sua escolha em eleitos para cargos de direção ou de representação nas refe-
convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a ridas entidades, desde que cadastradas no órgão competen-
véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça te. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
Eleitoral.

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§ 2o A licença terá duração igual à do mandato, po- I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital,
dendo ser renovada, no caso de reeleição. (Redação dada ficará afastado do cargo;
pela Lei nº 12.998, de 2014)
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
Capítulo V cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
Dos Afastamentos III - investido no mandato de vereador:
Seção I a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade
cargo eletivo;
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício b) não havendo compatibilidade de horário, será afasta-
em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Esta- do do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
dos, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes
hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) § 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor con-
(Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de 3.12.2002) (Re- tribuirá para a seguridade social como se em exercício esti-
gulamento) vesse.
I - para exercício de cargo em comissão ou função de § 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classis-
confiança; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) ta não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para
localidade diversa daquela onde exerce o mandato.
II - em casos previstos em leis específicas.(Redação
dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) Seção III
§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para ór- Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
gãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entida- Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para
de cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da
casos. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
Presidente do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública
ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas § 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda
normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será
remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da permitida nova ausência.
retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária § 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo
efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou não será concedida exoneração ou licença para tratar de
entidade de origem. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de interesse particular antes de decorrido período igual ao do
2006) afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no despesa havida com seu afastamento.
Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servido-
17.12.91) res da carreira diplomática.
§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da § 4o As hipóteses, condições e formas para a autoriza-
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício ção de que trata este artigo, inclusive no que se refere à re-
em outro órgão da Administração Federal direta que não muneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.
tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
prazo certo. (Incluído pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em orga-
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou nismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual
servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º coopere dar-se-á com perda total da remuneração. (Vide
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) Decreto nº 3.456, de 2000)
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou Seção IV
de sociedade de economia mista, que receba recursos de (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha
de pagamento de pessoal, independem das disposições con- Do Afastamento para Participação em Programa de
tidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o Pós-Graduação Stricto Sensu no País
exercício do empregado cedido condicionado a autorização Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Adminis-
específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges- tração, e desde que a participação não possa ocorrer simulta-
tão, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou neamente com o exercício do cargo ou mediante compensa-
função gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) ção de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a respectiva remuneração, para participar em programa de
com a finalidade de promover a composição da força de tra- pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior
balho dos órgãos e entidades da Administração Pública Fede- no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
ral, poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado § 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade de-
ou servidor, independentemente da observância do constante finirá, em conformidade com a legislação vigente, os progra-
no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº mas de capacitação e os critérios para participação em pro-
10.470, de 25.6.2002) (Vide Decreto nº 5.375, de 2005) gramas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento
Seção II do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído
para este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
§ 2o Os afastamentos para realização de programas
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo apli- de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
cam-se as seguintes disposições: servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou
entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (qua-

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tro) anos para doutorado, incluído o período de estágio proba- § 3o As disposições do parágrafo anterior são extensi-
tório, que não tenham se afastado por licença para tratar de vas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente por-
assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou tador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso,
com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à compensação de horário na forma do inciso II do art. 44. (In-
data da solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei nº cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
11.907, de 2009)
§ 4o Será igualmente concedido horário especial, vincu-
§ 3o Os afastamentos para realização de programas lado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de
de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade previs-
titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há ta nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei. (Redação
pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio proba- dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
tório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de
assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no
quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento. interesse da administração é assegurada, na localidade da
(Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010) nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição
de ensino congênere, em qualquer época, independentemen-
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos te de vaga.
previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer
no exercício de suas funções após o seu retorno por um perí- Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao
odo igual ao do afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor
11.907, de 2009) que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob
sua guarda, com autorização judicial.
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do
Capítulo VII
cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de
permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o Do Tempo de Serviço
órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11
de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Arma-
das.
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que
justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em
disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano
de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente má- como de trezentos e sessenta e cinco dias.
ximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no
2009) art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afas-
§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós- tamentos em virtude de:
graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta I - férias;
Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela Lei
nº 11.907, de 2009) II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em
órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Muni-
Capítulo VI cípios e Distrito Federal;
Das Concessões III - exercício de cargo ou função de governo ou adminis-
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor au- tração, em qualquer parte do território nacional, por nomea-
sentar-se do serviço: (Redação dada pela Medida provisória ção do Presidente da República;
nº 632, de 2013) IV - participação em programa de treinamento regular-
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; mente instituído ou em programa de pós-graduação stricto
sensu no País, conforme dispuser o regulamento; (Redação
II - pelo período comprovadamente necessário para dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qual-
quer caso, a 2 (dois) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.998, V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
de 2014) municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por
merecimento;
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
a) casamento;
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Redação
ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
irmãos.
VIII - licença:
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor
estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o a) à gestante, à adotante e à paternidade;
horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte
do cargo. e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;
compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exer- (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cício, respeitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo c) para o desempenho de mandato classista ou partici-
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pação de gerência ou administração em sociedade cooperati-
§ 2o Também será concedido horário especial ao servi- va constituída por servidores para prestar serviços a seus
dor portador de deficiência, quando comprovada a necessida- membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;
de por junta médica oficial, independentemente de compen- (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
sação de horário. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Direito Administrativo 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


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d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissi- I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
onal;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; interpostos.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente
f) por convocação para o serviço militar; superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e,
sucessivamente, em escala ascendente, às demais autorida-
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. des.
18;
§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da
X - participação em competição desportiva nacional ou autoridade a que estiver imediatamente subordinado o reque-
convocação para integrar representação desportiva nacional, rente.
no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de recon-
XI - afastamento para servir em organismo internacional sideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da
de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recor-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) rida. (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentado- Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito sus-
ria e disponibilidade: pensivo, a juízo da autoridade competente.
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de
Municípios e Distrito Federal; reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagi-
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da rão à data do ato impugnado.
família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trin- Art. 110. O direito de requerer prescreve:
ta) dias em período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela
Lei nº 12.269, de 2010) I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de
§ 2 o; trabalho;
IV - o tempo correspondente ao desempenho de manda- II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
to eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao quando outro prazo for fixado em lei.
ingresso no serviço público federal;
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência
Previdência Social; pelo interessado, quando o ato não for publicado.
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saú- quando cabíveis, interrompem a prescrição.
de que exceder o prazo a que se refere a alínea "b" do inciso Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo
VIII do art. 102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ser relevada pela administração.
§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é asse-
contado apenas para nova aposentadoria. gurada vista do processo ou documento, na repartição, ao
§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço presta- servidor ou a procurador por ele constituído.
do às Forças Armadas em operações de guerra. Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabe-
função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, lecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública,
sociedade de economia mista e empresa pública. Título IV
Capítulo VIII Do Regime Disciplinar
Do Direito de Petição Capítulo I
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer Dos Deveres
aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legí-
timo. Art. 116. São deveres do servidor:

Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio II - ser leal às instituições a que servir;
daquela a que estiver imediatamente subordinado o requeren-
te. III - observar as normas legais e regulamentares;

Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando mani-
que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, festamente ilegais;
não podendo ser renovado. (Vide Lei nº 12.300, de 2010) V - atender com presteza:
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsi- a) ao público em geral, prestando as informações reque-
deração de que tratam os artigos anteriores deverão ser des- ridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
pachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30
(trinta) dias. b) à expedição de certidões requeridas para defesa de
direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

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VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as XV - proceder de forma desidiosa;
irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em ra- em serviços ou atividades particulares;
zão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou,
quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conheci- XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
mento de outra autoridade competente para apuração; (Re- cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e tran-
dação dada pela Lei nº 12.527, de 2011) sitórias;

VII - zelar pela economia do material e a conservação do XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompa-
patrimônio público; tíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de
trabalho;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan-
IX - manter conduta compatível com a moralidade admi- do solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
nistrativa;
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do
X - ser assíduo e pontual ao serviço; caput deste artigo não se aplica nos seguintes ca-
sos: (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
I - participação nos conselhos de administração e fiscal
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou
poder. indiretamente, participação no capital social ou em sociedade
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso cooperativa constituída para prestar serviços a seus mem-
XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela bros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegu- II - gozo de licença para o trato de interesses particula-
rando-se ao representando ampla defesa. res, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação
Capítulo II sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de
2008
Das Proibições
Capítulo III
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória
nº 2.225-45, de 4.9.2001) Da Acumulação

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constitui-
prévia autorização do chefe imediato; ção, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competen- § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, em-
te, qualquer documento ou objeto da repartição; pregos e funções em autarquias, fundações públicas, empre-
sas públicas, sociedades de economia mista da União, do
III - recusar fé a documentos públicos; Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municí-
IV - opor resistência injustificada ao andamento de do- pios.
cumento e processo ou execução de serviço; § 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica con-
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no dicionada à comprovação da compatibilidade de horários.
recinto da repartição; § 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proven-
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja tos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram
de sua responsabilidade ou de seu subordinado; essas remunerações forem acumuláveis na atividade. (Incluí-
do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia-
rem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um
político; cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo
único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun- órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pela Lei nº
ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o 9.527, de 10.12.97)
segundo grau civil;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de remuneração devida pela participação em conselhos de ad-
outrem, em detrimento da dignidade da função pública; ministração e fiscal das empresas públicas e sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como
X - participar de gerência ou administração de sociedade
quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou
privada, personificada ou não personificada, exercer o comér-
indiretamente, detenha participação no capital social, obser-
cio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
vado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
(Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a 4.9.2001)
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo
acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido
grau, e de cônjuge ou companheiro;
em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; compatibilidade de horário e local com o exercício de um
deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado entidades envolvidos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
estrangeiro; 10.12.97)
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; Capítulo IV

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Das Responsabilidades lidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noven-
ta) dias.
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrati-
vamente pelo exercício irregular de suas atribuições. § 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias
o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissi- a inspeção médica determinada pela autoridade competente,
vo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a de-
ao erário ou a terceiros. terminação.
§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a
erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na
falta de outros bens que assegurem a execução do débito base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou
pela via judicial. remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, respon- serviço.
derá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressi- Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão
va. terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o
sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor servidor não houver, nesse período, praticado nova infração
da herança recebida. disciplinar.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. surtirá efeitos retroativos.

Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do I - crime contra a administração pública;
cargo ou função.
II - abandono de cargo;
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas
poderão cumular-se, sendo independentes entre si. III - inassiduidade habitual;
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor IV - improbidade administrativa;
será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria. V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
repartição;
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabili-
zado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à VI - insubordinação grave em serviço;
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvi- VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular,
mento desta, a outra autoridade competente para apuração salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
de informação concernente à prática de crimes ou improbida-
de de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
exercício de cargo, emprego ou função pública. (Incluído IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão
pela Lei nº 12.527, de 2011) do cargo;
Capítulo V X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
Das Penalidades nacional;

Art. 127. São penalidades disciplinares: XI - corrupção;

I - advertência; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções


públicas;
II - suspensão;
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
III - demissão;
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade
V - destituição de cargo em comissão; a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio
de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo im-
VI - destituição de função comissionada. prorrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na
hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão conside- sua apuração e regularização imediata, cujo processo admi-
radas a natureza e a gravidade da infração cometida, os da- nistrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
nos que dela provierem para o serviço público, as circunstân- (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da trans-
disciplinar. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) gressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos 10.12.97)
casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I II - instrução sumária, que compreende indiciação, defe-
a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto sa e relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique
imposição de penalidade mais grave. (Redação dada pela III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
Lei nº 9.527, de 10.12.97) 10.12.97)
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reinci- § 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-
dência das faltas punidas com advertência e de violação das se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade
demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a pena- pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em

Direito Administrativo 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


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situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público
vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em
correspondente regime jurídico. (Redação dada pela Lei nº comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
9.527, de 10.12.97)
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência in-
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação tencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias conse-
do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão cutivos.
transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior,
bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta
ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpo-
cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe ladamente, durante o período de doze meses.
vista do processo na repartição, observado o disposto nos Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassi-
arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de duidade habitual, também será adotado o procedimento su-
10.12.97) mário a que se refere o art. 133, observando-se especialmen-
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relató- te que: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
rio conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído
servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o
respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autorida- a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação
de instauradora, para julgamento. (Incluído pela Lei nº precisa do período de ausência intencional do servidor ao
9.527, de 10.12.97) serviço superior a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento
do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos
aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período
167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o
período de doze meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo 10.12.97)
para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se con-
verterá automaticamente em pedido de exoneração do outro II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará
cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade
do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos,
§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má- indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de
fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autori-
empregos ou funções públicas em regime de acumulação dade instauradora para julgamento. (Incluído pela Lei nº
ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação 9.527, de 10.12.97)
serão comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:

§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrati- I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das
vo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo
dias, contados da data de publicação do ato que constituir a Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão
comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor
quando as circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei nº vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
9.527, de 10.12.97) II - pelas autoridades administrativas de hierarquia ime-
§8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições diatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior
deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidi- quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
ariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos ca-
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibili- sos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
dade do inativo que houver praticado, na atividade, falta puní- IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quan-
vel com a demissão. do se tratar de destituição de cargo em comissão.
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de
infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata destituição de cargo em comissão;
este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será
convertida em destituição de cargo em comissão. II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em co- III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
missão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132,
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em
implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
que o fato se tornou conhecido.
erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli-
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em co-
cam-se às infrações disciplinares capituladas também como
missão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompa-
crime.
tibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público
federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de pro-
cesso disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final
proferida por autoridade competente.

Direito Administrativo 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo come- pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o do
çará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que de-
verá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo
Título V
nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do
Do Processo Administrativo Disciplinar indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Capítulo I § 1o A Comissão terá como secretário servidor designa-
do pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de
Disposições Gerais seus membros.
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade § 2o Não poderá participar de comissão de sindicância
no serviço público é obrigada a promover a sua apuração ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusa-
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo do, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. terceiro grau.
§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com
autoridade a que se refere, poderá ser promovida por autori- independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessá-
dade de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha rio à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da adminis-
ocorrido a irregularidade, mediante competência específica tração.
para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou tem-
porário pelo Presidente da República, pelos presidentes das Parágrafo único. As reuniões e as audiências das co-
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo missões terão caráter reservado.
Procurador-Geral da República, no âmbito do respectivo Po- Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas se-
der, órgão ou entidade, preservadas as competências para o guintes fases:
julgamento que se seguir à apuração. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97) I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
comissão;
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão obje-
to de apuração, desde que contenham a identificação e o II - inquérito administrativo, que compreende instrução,
endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, defesa e relatório;
confirmada a autenticidade.
III - julgamento.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar
evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será Art. 152. O prazo para a conclusão do processo discipli-
arquivada, por falta de objeto. nar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de
publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua
Art. 145. Da sindicância poderá resultar: prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigi-
rem.
I - arquivamento do processo;
§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tem-
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspen- po integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispen-
são de até 30 (trinta) dias; sados do ponto, até a entrega do relatório final.
III - instauração de processo disciplinar. § 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância que deverão detalhar as deliberações adotadas.
não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por Seção I
igual período, a critério da autoridade superior.
Do Inquérito
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princí-
30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou pio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa,
disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.
obrigatória a instauração de processo disciplinar.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo
Capítulo II disciplinar, como peça informativa da instrução.
Do Afastamento Preventivo Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicân-
cia concluir que a infração está capitulada como ilícito penal,
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servi- a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao
dor não venha a influir na apuração da irregularidade, a Ministério Público, independentemente da imediata instaura-
autoridade instauradora do processo disciplinar poderá de- ção do processo disciplinar.
terminar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo
de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a
tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligên-
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado cias cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo,
por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a
que não concluído o processo. completa elucidação dos fatos.
Capítulo III
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompa-
Do Processo Disciplinar nhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procura-
dor, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e con-
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destina- traprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova peri-
do a apurar responsabilidade de servidor por infração pratica- cial.
da no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação
com as atribuições do cargo em que se encontre investido. § 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos
considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
comissão composta de três servidores estáveis designados

Direito Administrativo 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regular-
a comprovação do fato independer de conhecimento especial mente citado, não apresentar defesa no prazo legal.
de perito.
§ 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor me- processo e devolverá o prazo para a defesa.
diante mandado expedido pelo presidente da comissão, de-
vendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser ane- § 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade ins-
xado aos autos. tauradora do processo designará um servidor como defensor
dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior
expedição do mandado será imediatamente comunicada ao ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora 10.12.97)
marcados para inquirição.
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e redu- relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos
zido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por es- autos e mencionará as provas em que se baseou para formar
crito. a sua convicção.
§ 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente. § 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à ino-
cência ou à responsabilidade do servidor.
§ 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que
se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes. § 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a
comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar trans-
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a gredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuan-
comissão promoverá o interrogatório do acusado, observados tes.
os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da co-
§ 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles missão, será remetido à autoridade que determinou a sua
será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em instauração, para julgamento.
suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promo-
vida a acareação entre eles. Seção II
o
§ 2 O procurador do acusado poderá assistir ao inter- Do Julgamento
rogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe
vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-
lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da § 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da
comissão. autoridade instauradora do processo, este será encaminhado
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade men- à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
tal do acusado, a comissão proporá à autoridade competente § 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de
que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para
qual participe pelo menos um médico psiquiatra. a imposição da pena mais grave.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será § 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassa-
processado em auto apartado e apenso ao processo principal, ção de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá
após a expedição do laudo pericial. às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada § 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servi-
a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele dor, a autoridade instauradora do processo determinará o seu
imputados e das respectivas provas. arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos
autos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo
presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão,
prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo salvo quando contrário às provas dos autos.
na repartição.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contra-
§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será riar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, moti-
comum e de 20 (vinte) dias. vadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou
§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo isentar o servidor de responsabilidade.
dobro, para diligências reputadas indispensáveis. Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a
§ 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na autoridade que determinou a instauração do processo ou
cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou
declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra
fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas. comissão para instauração de novo processo. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obri-
gado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encon- § 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nuli-
trado. dade do processo.

Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não § 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição
sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma
União e em jornal de grande circulação na localidade do últi- do Capítulo IV do Título IV.
mo domicílio conhecido, para apresentar defesa. Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autori-
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para dade julgadora determinará o registro do fato nos assenta-
defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação mentos individuais do servidor.
do edital.

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Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Pú- resultar agravamento de penalidade.
blico para instauração da ação penal, ficando trasladado na
Título VI
repartição.
Da Seguridade Social do Servidor
Art. 172. O servidor que responder a processo discipli-
nar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado volun- Capítulo I
tariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento
da penalidade, acaso aplicada. Disposições Gerais

Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social
parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em para o servidor e sua família.
demissão, se for o caso. § 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo
na administração pública direta, autárquica e fundacional não
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social,
da sede de sua repartição, na condição de testemunha, de- com exceção da assistência à saúde. (Redação dada pela
nunciado ou indiciado; Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando § 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo,
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a sem direito à remuneração, inclusive para servir em organis-
realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos. mo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo
Seção III ou com o qual coopere, ainda que contribua para regime de
previdência social no exterior, terá suspenso o seu vínculo
Da Revisão do Processo com o regime do Plano de Seguridade Social do Servidor
Público enquanto durar o afastamento ou a licença, não lhes
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a assistindo, neste período, os benefícios do mencionado regi-
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem me de previdência. (Incluído pela Lei nº 10.667, de
fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a ino- 14.5.2003)
cência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado
§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou desapareci- sem remuneração a manutenção da vinculação ao regime do
mento do servidor, qualquer pessoa da família poderá reque- Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o
rer a revisão do processo. recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo
§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a percentual devido pelos servidores em atividade, incidente
revisão será requerida pelo respectivo curador. sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício
de suas atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusi-
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ve, as vantagens pessoais. (Incluído pela Lei nº 10.667, de
ao requerente. 14.5.2003)
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade § 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetua-
não constitui fundamento para a revisão, que requer elemen- do até o segundo dia útil após a data do pagamento das re-
tos novos, ainda não apreciados no processo originário. munerações dos servidores públicos, aplicando-se os proce-
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dimentos de cobrança e execução dos tributos federais quan-
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, do não recolhidas na data de vencimento. (Incluído pela
se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar. Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cober-
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade com- tura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e
petente providenciará a constituição de comissão, na forma compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam
do art. 149. às seguintes finalidades:

Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo I - garantir meios de subsistência nos eventos de doen-
originário. ça, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, faleci-
mento e reclusão;
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá
dia e hora para a produção de provas e inquirição das teste- II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
munhas que arrolar. III - assistência à saúde.
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos
para a conclusão dos trabalhos. termos e condições definidos em regulamento, observadas as
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão reviso- disposições desta Lei.
ra, no que couber, as normas e procedimentos próprios da Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social
comissão do processo disciplinar. do servidor compreendem:
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou I - quanto ao servidor:
a penalidade, nos termos do art. 141.
a) aposentadoria;
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20
(vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso b) auxílio-natalidade;
do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências. c) salário-família;
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada d) licença para tratamento de saúde;
sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os
direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
em comissão, que será convertida em exoneração.

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f) licença por acidente em serviço; Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática,
e declarada por ato, com vigência a partir do dia imediato
g) assistência à saúde; àquele em que o servidor atingir a idade-limite de permanên-
h) garantia de condições individuais e ambientais de cia no serviço ativo.
trabalho satisfatórias; Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez
II - quanto ao dependente: vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato.
a) pensão vitalícia e temporária; § 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de
licença para tratamento de saúde, por período não excedente
b) auxílio-funeral; a 24 (vinte e quatro) meses.
c) auxílio-reclusão; § 2o Expirado o período de licença e não estando em
d) assistência à saúde. condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o ser-
vidor será aposentado.
§ 1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e
mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram § 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da
vinculados os servidores, observado o disposto nos arts. 189 licença e a publicação do ato da aposentadoria será conside-
e 224. rado como de prorrogação da licença.

§ 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por § 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão
fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total consideradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade
auferido, sem prejuízo da ação penal cabível. ensejadora da invalidez ou doenças correlacionadas. (In-
cluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Capítulo II
§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença
Dos Benefícios para tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá
ser convocado a qualquer momento, para avaliação das con-
Seção I
dições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria.
Da Aposentadoria (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado
Constituição) com observância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na
mesma data e proporção, sempre que se modificar a remune-
I - por invalidez permanente, sendo os proventos inte- ração dos servidores em atividade.
grais quando decorrente de acidente em serviço, moléstia
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especi- Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer
ficada em lei, e proporcionais nos demais casos; benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos ser-
vidores em atividade, inclusive quando decorrentes de trans-
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com formação ou reclassificação do cargo ou função em que se
proventos proporcionais ao tempo de serviço; deu a aposentadoria.
III - voluntariamente: Art. 190. O servidor aposentado com provento proporci-
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e onal ao tempo de serviço se acometido de qualquer das mo-
aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; léstias especificadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, por esse
motivo, for considerado inválido por junta médica oficial pas-
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções sará a perceber provento integral, calculado com base no
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, fundamento legal de concessão da aposentadoria. (Reda-
com proventos integrais; ção dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o
(vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse provento não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da
tempo; atividade.
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratifica-
aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao ção natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor
tempo de serviço. equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento
§ 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou recebido.
incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente
ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, participado de operações bélicas, durante a Segunda Guerra
cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hansenía- Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de
se, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irrever- 1967, será concedida aposentadoria com provento integral,
sível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropa- aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.
tia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte defor-
mante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e Seção II
outras que a lei indicar, com base na medicina especializada. Do Auxílio-Natalidade
§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por
insalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao
no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, "a" e "c", menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de
observará o disposto em lei específica. natimorto.
§ 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à § 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acresci-
junta médica oficial, que atestará a invalidez quando caracte- do de 50% (cinqüenta por cento), por nascituro.
rizada a incapacidade para o desempenho das atribuições do
cargo ou a impossibilidade de se aplicar o disposto no art. § 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro
24. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) servidor público, quando a parturiente não for servidora.

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Seção III perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgi-
ões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de
Do Salário-Família
atuação da odontologia. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou 2009)
ao inativo, por dependente econômico. Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômi- 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensa-
cos para efeito de percepção do salário-família: da de perícia oficial, na forma definida em regulamento.
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se
até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer ida- referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se
de; tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença
profissional ou qualquer das doenças especificadas no art.
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante auto- 186, § 1o.
rização judicial, viver na companhia e às expensas do servi-
dor, ou do inativo; Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões
orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica.
III - a mãe e o pai sem economia própria.
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médi-
Art. 198. Não se configura a dependência econômica cos periódicos, nos termos e condições definidos em regula-
quando o beneficiário do salário-família perceber rendimento mento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamen-
do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou to).
provento da aposentadoria, em valor igual ou superior ao
salário-mínimo. Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a
União e suas entidades autárquicas e fundacionais poderão:
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
e viverem em comum, o salário-família será pago a um deles;
quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a I - prestar os exames médicos periódicos diretamente
distribuição dos dependentes. pelo órgão ou entidade à qual se encontra vinculado o servi-
dor; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o pa-
drasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes legais II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou
dos incapazes. parceria com os órgãos e entidades da administração direta,
suas autarquias e fundações; (Incluído pela Lei nº 12.998, de
Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer 2014)
tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição,
inclusive para a Previdência Social. III - celebrar convênios com operadoras de plano de
assistência à saúde, organizadas na modalidade de autoges-
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remune- tão, que possuam autorização de funcionamento do órgão
ração, não acarreta a suspensão do pagamento do salário- regulador, na forma do art. 230; ou (Incluído pela Lei nº
família. 12.998, de 2014)
Seção IV IV - prestar os exames médicos periódicos mediante
Da Licença para Tratamento de Saúde contrato administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666,
de 21 de junho de 1993, e demais normas pertinentes. (Inclu-
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para trata- ído pela Lei nº 12.998, de 2014)
mento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia
médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Seção V

Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-
concedida com base em perícia oficial. (Redação dada pela Paternidade
Lei nº 11.907, de 2009) Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante
§ 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da
realizada na residência do servidor ou no estabelecimento remuneração. (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)
hospitalar onde se encontrar internado. § 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono
o
§ 2 Inexistindo médico no órgão ou entidade no local mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o § 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá
servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos início a partir do parto.
parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por
médico particular. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de § 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do
10.12.97) evento, a servidora será submetida a exame médico, e se
julgada apta, reassumirá o exercício.
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente
produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de § 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a
recursos humanos do órgão ou entidade. (Redação dada servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunera-
pela Lei nº 11.907, de 2009) do.
§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servi-
vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do primei- dor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias conse-
ro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por cutivos.
junta médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de
2009) seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parce-
trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos de lada em dois períodos de meia hora.

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Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judi- II - temporária:
cial de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90
(noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto nº a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de
6.691, de 2008) idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez;

Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos
de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que de idade;
trata este artigo será de 30 (trinta) dias. c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido,
Seção VI enquanto durar a invalidez, que comprovem dependência
econômica do servidor;
Da Licença por Acidente em Serviço
d) a pessoa designada que viva na dependência econô-
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o mica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida,
servidor acidentado em serviço. enquanto durar a invalidez.
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou § 1o A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários
mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou de que tratam as alíneas "a" e "c" do inciso I deste artigo
imediatamente, com as atribuições do cargo exercido. exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas
alíneas "d" e "e".
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o
dano: § 2o A concessão da pensão temporária aos beneficiá-
rios de que tratam as alíneas "a" e "b" do inciso II deste artigo
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas
servidor no exercício do cargo; alíneas "c" e "d".
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e § 3o (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014)
vice-versa. (Vigência)
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessi- § 4o (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014)
te de tratamento especializado poderá ser tratado em institui- (Vigência)
ção privada, à conta de recursos públicos.
§ 5o (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014)
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta (Vigência)
médica oficial constitui medida de exceção e somente será
admissível quando inexistirem meios e recursos adequados Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao
em instituição pública. titular da pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários da
pensão temporária. (Vide Medida Provisória nº 664, de
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 2014) (Vigência)
(dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
§ 1o Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão
Seção VII
vitalícia, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os
Da Pensão beneficiários habilitados. (Vide Medida Provisória nº 664,
de 2014) (Vigência)
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem
jus a uma pensão mensal de valor correspondente ao da § 2o Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e tempo-
respectiva remuneração ou provento, a partir da data do óbito, rária, metade do valor caberá ao titular ou titulares da pensão
observado o limite estabelecido no art. 42. (Vide Medida vitalícia, sendo a outra metade rateada em partes iguais,
Provisória nº 664, de 2014) (Vigência) entre os titulares da pensão temporária.

Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, § 3o Ocorrendo habilitação somente à pensão temporá-
em vitalícias e temporárias. (Vide Medida Provisória nº ria, o valor integral da pensão será rateado, em partes iguais,
664, de 2014) (Vigência) entre os que se habilitarem. (Vide Medida Provisória nº
664, de 2014) (Vigência)
§ 1o A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas
permanentes, que somente se extinguem ou revertem com a Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer
morte de seus beneficiários. tempo, prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis há
mais de 5 (cinco) anos.
§ 2o A pensão temporária é composta de cota ou cotas
que podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, ces- Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova
sação de invalidez ou maioridade do beneficiário. posterior ou habilitação tardia que implique exclusão de bene-
ficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir da
Art. 217. São beneficiários das pensões: data em que for oferecida.
I - vitalícia: (Vide Medida Provisória nº 664, de Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado
2014) (Vigência) pela prática de crime doloso de que tenha resultado a morte
a) o cônjuge; do servidor.

b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou di- Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte
vorciada, com percepção de pensão alimentícia; presumida do servidor, nos seguintes casos:

c) o companheiro ou companheira designado que com- I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária
prove união estável como entidade familiar; competente;

d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômi- II - desaparecimento em desabamento, inundação, in-
ca do servidor; cêndio ou acidente não caracterizado como em serviço;

e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a III - desaparecimento no desempenho das atribuições do
pessoa portadora de deficiência, que vivam sob a dependên- cargo ou em missão de segurança.
cia econômica do servidor;

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Parágrafo único. A pensão provisória será transformada transporte do corpo correrão à conta de recursos da União,
em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 autarquia ou fundação pública.
(cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reapare-
Seção IX
cimento do servidor, hipótese em que o benefício será auto-
maticamente cancelado. Do Auxílio-Reclusão
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiá- Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-
rio: (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014) (Vigên- reclusão, nos seguintes valores:
cia)
I - dois terços da remuneração, quando afastado por
I - o seu falecimento; motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;
após a concessão da pensão ao cônjuge; II - metade da remuneração, durante o afastamento, em
III - a cessação de invalidez, em se tratando de benefici- virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena que
ário inválido; não determine a perda de cargo.

IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa desig- § 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o ser-
nada, aos 21 (vinte e um) anos de idade; (Vide Medida vidor terá direito à integralização da remuneração, desde que
Provisória nº 664, de 2014) (Vigência) absolvido.

V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; § 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir


do dia imediato àquele em que o servidor for posto em liber-
VI - a renúncia expressa. (Vide Medida Provisória nº dade, ainda que condicional.
664, de 2014) (Vigência)
Capítulo III
VII - (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014)
Da Assistência à Saúde
(Vigência)
Parágrafo único. A critério da Administração, o benefici- Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
ário de pensão temporária motivada por invalidez poderá ser inativo, e de sua família compreende assistência médica,
convocado a qualquer momento para avaliação das condi- hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá
ções que ensejaram a concessão do benefício. (Incluído pela como diretriz básica o implemento de ações preventivas vol-
Lei nº 11.907, de 2009) (Vide Medida Provisória nº 664, tadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Siste-
de 2014) (Vigência) ma Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou enti-
dade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante con-
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiá- vênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante
rio, a respectiva cota reverterá: (Vide Medida Provisória nº ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo
664, de 2014) (Vigência) ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos
ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabe-
I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta lecida em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de
pensão ou para os titulares da pensão temporária, se não 2006)
houver pensionista remanescente da pensão vitalícia;
§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja
II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência
falta destes, para o beneficiário da pensão vitalícia. de médico ou junta médica oficial, para a sua realização o
Art. 224. As pensões serão automaticamente atualiza- órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio
das na mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos com unidades de atendimento do sistema público de saúde,
vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no pará- entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública,
grafo único do art. 189. ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. (Inclu-
ído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a
percepção cumulativa de mais de duas pensões. (Vide § 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da
Medida Provisória nº 664, de 2014) (Vigência) aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou enti-
dade promoverá a contratação da prestação de serviços por
Seção VIII pessoa jurídica, que constituirá junta médica especificamente
Do Auxílio-Funeral para esses fins, indicando os nomes e especialidades dos
seus integrantes, com a comprovação de suas habilitações e
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor de que não estejam respondendo a processo disciplinar junto
falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a à entidade fiscalizadora da profissão. (Incluído pela Lei nº
um mês da remuneração ou provento. 9.527, de 10.12.97)
§ 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio § 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo,
será pago somente em razão do cargo de maior remunera- ficam a União e suas entidades autárquicas e fundacionais
ção. autorizadas a: (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
§ 2o (VETADO). I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação
de serviços de assistência à saúde para os seus servidores
§3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e
ou empregados ativos, aposentados, pensionistas, bem como
oito) horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa
para seus respectivos grupos familiares definidos, com enti-
da família que houver custeado o funeral.
dades de autogestão por elas patrocinadas por meio de ins-
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este trumentos jurídicos efetivamente celebrados e publicados até
será indenizado, observado o disposto no artigo anterior. 12 de fevereiro de 2006 e que possuam autorização de funci-
onamento do órgão regulador, sendo certo que os convênios
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço celebrados depois dessa data somente poderão sê-lo na
fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de forma da regulamentação específica sobre patrocínio de au-
togestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no

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prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o
normas essas também aplicáveis aos convênios existentes município onde a repartição estiver instalada e onde o servi-
até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei nº 11.302 dor tiver exercício, em caráter permanente.
de 2006)
Título IX
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no
Capítulo Único
8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e segu-
ros privados de assistência à saúde que possuam autorização Das Disposições Transitórias e Finais
de funcionamento do órgão regulador; (Incluído pela Lei nº
11.302 de 2006) Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído
por esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servido-
III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) res dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias,
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) inclusive as em regime especial, e das fundações públicas,
regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto
§ 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total des- dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolida-
pendido pelo servidor ou pensionista civil com plano ou segu- ção das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº
ro privado de assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os contratados por
11.302 de 2006) prazo determinado, cujos contratos não poderão ser prorro-
gados após o vencimento do prazo de prorrogação.
Capítulo IV
§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos
Do Custeio
no regime instituído por esta Lei ficam transformados em
Título VIII cargos, na data de sua publicação.
Capítulo Único § 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não
integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde
Das Disposições Gerais têm exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e
Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a mantidas enquanto não for implantado o plano de cargos dos
vinte e oito de outubro. órgãos ou entidades na forma da lei.

Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes § 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS,
Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos exercidas por servidor integrante de quadro ou tabela de
funcionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos pessoal, ficam extintas na data da vigência desta Lei.
de carreira: § 4o (VETADO).
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou § 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serven-
trabalhos que favoreçam o aumento de produtividade e a tuários da Justiça, remunerados com recursos da União, no
redução dos custos operacionais; que couber.
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao méri- § 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com
to, condecoração e elogio. estabilidade no serviço público, enquanto não adquirirem a
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela em extin-
em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se ção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo dos direi-
o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil tos inerentes aos planos de carreira aos quais se encontrem
seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expedien- vinculados os empregos.
te. § 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições
filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de Constitucionais Transitórias, poderão, no interesse da Admi-
quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida nistração e conforme critérios estabelecidos em regulamento,
funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres. ser exonerados mediante indenização de um mês de remune-
ração por ano de efetivo exercício no serviço público fede-
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos ral. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
termos da Constituição Federal, o direito à livre associação
sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorren- § 8o Para fins de incidência do imposto de renda na
tes: fonte e na declaração de rendimentos, serão considerados
como indenizações isentas os pagamentos efetuados a título
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como de indenização prevista no parágrafo anterior. (Incluído pela
substituto processual; Lei nº 9.527, de 10.12.97)
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano § 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do
após o final do mandato, exceto se a pedido; disposto no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executivo
quando considerados desnecessários. (Incluído pela Lei
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade
nº 9.527, de 10.12.97)
sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e contri-
buições definidas em assembléia geral da categoria. Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já conce-
didos aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transfor-
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do
mados em anuênio.
cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas ex-
pensas e constem do seu assentamento individual. Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da
Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira
transformada em licença-prêmio por assiduidade, na forma
ou companheiro, que comprove união estável como entidade
prevista nos arts. 87 a 90.
familiar.
Art. 246. (VETADO).

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Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, emprego arbitrário da força ou mesmo a violência contra o
haverá ajuste de contas com a Previdência Social, correspon- administrado, o que é vedado por lei.
dente ao período de contribuição por parte dos servidores
celetistas abrangidos pelo art. 243. (Redação dada pela Lei Já os poderes administrativos nascem com a Administra-
nº 8.162, de 8.1.91) ção e apresentam-se diferenciados segundo as exigências do
serviço público, o interesse da coletividade ou os objetivos
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a das tarefas.
vigência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou
entidade de origem do servidor. 3) Os Poderes Administrativos: Classificação
Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231, Dentro da diversidade de atividade que a Administração
os servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e Pública tem que operacionalizar para atingir seus fins, os
nos percentuais atualmente estabelecidos para o servidor civil poderes administrativos são classificados em poder vinculado
da União conforme regulamento próprio. e poder discricionário, segundo a liberdade da Administração
para praticar seus atos.
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satis-
fazer, dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a São classificados também, em poder hierárquico e poder
aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo disciplinar, quanto ao ordenamento da Administração ou à
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° punição dos que a ela se vinculam; em poder regulamentar,
1.711, de 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a van- quanto à sua finalidade normativa; e poder de polícia, quanto
tagem prevista naquele dispositivo. (Mantido pelo Con- aos objetivos de contenção dos direitos individuais de que
gresso Nacional) utiliza.
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
ção, com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês 4) Poder Vinculado
subseqüente. Também chamado poder regrado é aquele que a lei (nor-
ma jurídica - Direito positivo) confere à Administração Pública
Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de para a prática de ato de sua competência, determinando os
outubro de 1952, e respectiva legislação complementar, bem elementos e requisitos necessários à sua formalização. É a lei
como as demais disposições em contrário. que condiciona e expedição desses atos, aos dados constan-
tes de seu texto e, por isto, se dizem vinculados, significando,
Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Independên-
na prática, que o agente público fica inteiramente presos ao
cia e 102o da República.
enunciado da lei, em todas as suas especificações, tornando
FERNANDO COLLOR a liberdade do agente, mínima, pois este somente poderá
Jarbas Passarinho ficar vinculado ao restrito enunciado da lei.

4 Poderes administrativos. 4.1 Hierárquico, discipli- Também não basta ao agente público apenas praticar o
nar, regulamentar e de polícia. 4.2 Uso e abuso do ato administrativo, mas o de praticá-lo com todas as minúcias
poder. especificadas na lei. Qualquer omissão ou diversificação na
sua substância, nos motivos, na forma, na finalidade ou no
tempo tornará o ato inválido, nulo ou anulável, consoante o
PODERES ADMINISTRATIVOS caso, reconhecido pela própria Administração ou pelo Poder
Prof. Soares Judiciário, quando requerido pela parte interessada.

1) Introdução Na verdade, o que caracteriza o ato vinculado é a predo-


A Administração Pública, visando atender ao interesse minância de especificações da lei sobre os elementos deixa-
público, ou seja, objetivando tornar possível o seu funciona- dos livres para a Administração, uma vez que dificilmente
mento, é dotada de poderes administrativos proporcionais aos haverá um ato inteiramente vinculado sem uma mínima opção
encargos que lhes são atribuídos e que se constituem em para a Administração flexibilizar sua prática. Tais elementos
seus verdadeiros instrumentos de trabalho para realização de vinculados serão sempre a competência, a finalidade e a
suas tarefas. Por isto mesmo podem ser chamados de pode- forma. Entre outros que a lei indicar. Quer dizer, o agente terá
res do tipo instrumental. que ter competência legal para exercer o ato, haverá um
objeto público especificado em lei, e terá um procedimento
Mas estes poderes da administração pública, no Estado definido legalmente ou por portaria ou edital, sem o qual o ato
de Direito, são limitados pela lei, isto é, sofrem um freio legal, é nulo.
impeditivo do excesso ou da exorbitância, quer dizer, repele a
arbitrariedade e o despotismo. Podemos a título ilustrativo, compará-lo a uma recita de
bolo, onde todas as instruções acerca dos ingredientes e
2) Distinção Entre Poderes Políticos e Poderes Adminis- modo de preparar são fornecidas, sob pena do resultado ser
trativos desastroso.
Existe uma distinção entre Poderes Políticos e Poderes
Administrativos. Por poder político devemos entender como 5) Poder Discricionário
aquele expresso em lei, imposto pela moral administrativa e É aquele que o direito concede à Administração, de modo
exigido pelo interesse da coletividade e do qual cada agente explícito ou implícito, para a prática de certos atos administra-
administrativo é investido para o desempenho de suas atribui- tivos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportu-
ções. Os poderes políticos, são atributos do cargo ou função nidade e conteúdo.
e não um privilégio da pessoa que o exerce; é o poder que
empresta autoridade ao agente público o qual é investido por Segundo Régis Fernandes de Oliveira:
lei de competência decisória e com força suficiente para impor Discricionariedade é a integração da vontade legal feita
suas decisões aos administrados. Trata-se, pois, do poder- pelo administrador, que escolhe um comportamento previa-
dever de agir da autoridade, do poder ou da capacidade de mente validado pela norma, dentro dos limites de liberdade
exigir. Como o uso do poder é prerrogativa da autoridade, resultantes da imprecisão da lei, para atingir a finalidade pú-
esta deve usá-lo normalmente, evitando o abuso de poder blica. (in Ato Administrativo, 2ª Ed., SP, RT, 1980, pág. 67)
que se constitui na utilização desproporcional de poder ou no

Direito Administrativo 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Esclareça-se, de antemão, que poder discricionário não se atividades da Administração, repartindo e escalonando as
confunde com poder arbitrário. Discricionariedade é a liberda- funções entre os agentes do poder, de modo a viabilizar o
de de ação administrativa, dentro dos limites permitidos em desempenho de seus encargos; coordena, entrosando as
lei; já o arbitrário é a ação contrária à lei ou que exceda à lei. funções no sentido de obter o funcionamento harmônico de
Todo o ato discricionário, quando autorizado em lei, é, natu- todos os serviços a cargo do mesmo órgão; controla, velando
ralmente, válido, legal; o ato arbitrário é sempre ilegítimo, pelo cumprimento da lei e das instituições, acompanhando o
ilegal. desempenho de cada servidor; corrige os erros administrati-
vos, pela ação revisora dos superiores sobre os atos dos
A faculdade discricionária distingue-se da vinculada pela inferiores, e assim a hierarquia atua como instrumento de
maior liberdade, mobilidade de ação que é conferida ao agen- organização e aperfeiçoamento do serviço.
te público, uma vez que para sua prática (do ato administrati-
vo) ele não precisa ficar estritamente vinculado à lei e a seus Do poder hierárquico decorrem certas faculdades implíci-
elementos formadores. tas ao agente superior, como a de dar ordens (determinar a
prática de certos atos ao subordinado), fiscalizar (vigiar per-
Ainda assim, o administrador deverá ter, mesmo para pra- manentemente os atos praticados pelos subordinados visan-
ticar o ato discricionário, competência legal e ainda obedecer do mantê-los nos padrões legais e regulamentares), delegar
a forma legal para realizá-lo, bem como à sua finalidade legal (conferir a outrem atribuições que originariamente competem
inerente a todo o ato administrativo. Ato administrativo prati- ao delegante), avocar (chamar a si atribuições ou funções
cado através de autoridade incompetente e de forma diversa originariamente destinadas ao subordinado) e rever atos de
a descrita ou definida em lei, além de estranho ao interesse inferiores hierárquicos (apreciar os atos em todos os seus
público, é nulo ou inválido, não legítimo, tornando-se arbitrá- aspectos de competência, objeto, oportunidade, etc.).
rio.
Finalmente, é de se esclarecer que subordinação não po-
A atividade discricionária encontra plena justificativa em de ser confundida com vinculação administrativa, pois se
virtude da impossibilidade de o legislador catalogar na lei aquela decorre do poder hierárquico esta resulta do poder de
todos os atos que a prática administrativa exige, pois o ideal é supervisão sobre a entidade vinculada.
que a lei pudesse ditar todos os atos possíveis, tornando-os
vinculados. Seabra Fagundes, analisou com grande proficiência um
interessante desdobramento do Poder Hierárquico:
Convém observar que não há possibilidade do Poder Ju- "O constrangimento à liberdade física, resultante de ato
diciário substituir a discricionariedade do Administrador, pela disciplinar militar, escapa ao controle jurisdicional por meio de
do Magistrado. Por isso que, de modo equívoco, afirma-se na habeas corpus. A restrição se explica pelo propósito de forta-
doutrina que o Poder Judiciário não pode apreciar atos discri- lecer a disciplina nas Forças Armadas. Excluindo-se o recurso
cionários. O Judiciário sempre poderá agir, só que na apreci- à Justiça contra as medidas tomadas pelos chefes militares,
ação do ato discricionário, limitar-se-á a verificar a legalidade no resguardo da fidelidade aos regulamentos de serviço e ao
do ato, se foram observados os limites da discricionariedade respeito hierárquico, se exclui o debate sobre o cabimento
pelo Administrador, sem adentrar em juízos de valor. das penas impostas, o que desprestigiaria, de certo modo, a
atuação dos superiores hierárquicos, e se alcança, pela rapi-
Assim, a título exemplificativo, cobrar impostor é ato vincu- dez, a desejada eficiência no sistema de punições internas do
lado, exercido pelo poder vinculado; construir uma estrada, no serviço." (O Controle dos Atos Administrativos do Brasil, pág.
entanto, a despeito da necessidade, é ato exercido poder 257, 5ª ed., Forense).
discricionário, onde prevalece a oportunidade e a liberdade do
agente. 7) Poder Disciplinar
Consiste na faculdade de punir internamente as infrações
6) Poder Hierárquico funcionais dos servidores e demais agentes sujeitos à disci-
Na definição de Hely, é o que dispõe o Executivo para dis- plina dos órgãos administrativos. É uma supremacia especial
tribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à
a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de su- Administração por relações de qualquer natureza, subordi-
bordinação entre os servidores de seu quadro de pessoal. nando-se às normas de funcionamento do serviço.

Não se confundem poder hierárquico com poder discipli- Lembre-se que a punição com estribo no Poder Discipli-
nar, adiante apresentado, embora ambos os poderes andem nar, não abrange só as faltas relacionadas com o serviço,
juntos na sustentação da organização administrativa. A hie- mas também aquelas previstas em lei, que atentam contra a
rarquia, considerando a existência de uma organização, como dignidade do serviço. Porém não se trata de um Poder abso-
no caso da Administração, exprime a união de poderes disci- luto. Neste particular temos:
plinadores, de cuja ordem nasce um sistema de subordina-
ção, no qual cada elemento representativo de determinado A autonomia do poder disciplinar só se entende com os fa-
poder, de ordem inferior, deve obediência e respeito ao repre- tos que constituem, exclusivamente, faltas disciplinares. As-
sentante do poder que está colocado acima do seu. sim, faz-se mister que a discricionariedade não venha a ser
usada abusivamente, sob pretexto de pena disciplinar, parti-
No Poder Executivo, a partir da Presidência da República cularmente onde inexiste o ilícito, ou seja ele de existência
e Vice-Presidência, e logo abaixo dos Ministros de Estados, havida por duvidosa. (RT. 417/361)
nota-se perfeitamente a relação de subordinação entre os
vários órgãos e, obviamente, entre os agentes públicos, pela O mestre Português Marcelo Caetano observa:
distribuição das funções e cargos graduando a autoridade de O Poder Disciplinar tem sua origem e razão de ser no inte-
cada um deles. O mesmo ocorre no Poder Legislativo e Judi- resse e na necessidade de aperfeiçoamento progressivo do
ciário, naturalmente, na ordenação de seus respectivos servi- serviço público. (in Do Poder Disciplinar, 1932, Lisboa, pág.
ços administrativos. 25)

O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, Destarte, o poder disciplinar é correlato com o poder hie-
controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito rárquico, embora com ele não se confunda, pois enquanto
interno da Administração Pública. Efetivamente, ordena as neste a Administração escalona as funções executivas, na-

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quela ela controla o desempenho dessas mesmas funções. de explicitar a lei para sua correta execução, ou de expe-
dir decretos autônomos, sobre matéria de sua competência
Também o poder disciplinar não pode ser confundido com ainda não disciplinada por lei.(Hely Lopes Meirelles, Op. Cit.,
o poder punitivo do Estado, realizado através da justiça Penal. pág. 89)
O poder disciplinar é exercido como faculdade punitiva interna
da Administração, abrangendo apenas as infrações relacio- Desta forma, o Chefe do Executivo, nas omissões Legisla-
nadas com o serviço; já a punição criminal é aplicada com tivas, nos vazios da lei ou no surgimento imprevisto de certos
finalidade social, visando reprimir os crimes ou contravenções fatos, tem o poder de regulamentar, através de decreto (não
penais definidas em lei. confundir com Medida Provisória), as normas legislativas
incompletas ou que carecem de melhor interpretação. Pois, a
Além disso, o superior hierárquico tem o poder-dever de faculdade normativa, embora caiba predominantemente ao
aplicar a pena disciplinar quando devida, pois a condescen- Legislativo, função típica deste Poder, nele não se exaure,
dência na punição constitui crime contra a administração remanescendo boa parte para o Executivo, função atípica do
Pública. Ao subordinado faltoso cabem-lhe as penas previstas Executivo, uma vez que regulamento é um complemento da
no Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União (Lei n° lei e não lei em si, muito embora a ela se assemelhe na forma
8.112, de 11 de dezembro de 1990): advertência, suspensão, ou conteúdo.
destituição de função;
demissão, cassação da aposentadoria ou disponibilidade, 9) Poder de Polícia
conforme o art. 127 daquela norma legal.
9.1) Noções e Conceito
Hely observa: Além dos poderes políticos exercidos pelo Legislativo, Ju-
A alteração da finalidade expressa na norma legal, ou im- diciário e Executivo, no desempenho de suas funções consti-
plícita no ordenamento da Administração, caracteriza o desvio tucionais, e dos poderes administrativos, o Estado é dotado
de poder (détournement de pouvoir - sviamento di potere), ainda do poder de polícia administrativa que é uma figura
que rende ensejo à invalidação do ato, por lhe faltar um ele- dentre os poderes administrativos, exercido sobre todas as
mento principal em sua formação: o fim público desejado pelo atividades e bens os quais afetam ou possam afetar a coleti-
legislador. (Op. Cit., pág. 129) vidade. Para tal poder há competências exclusivas e concor-
rentes entre as três esferas estatais (U, E, DF e M), dada a
Egberto Maia Luz, por sua vez preleciona verbis: descentralização político-administrativa que decorre do nosso
No tocante ao exercício do jus puniendi, que é intrinseca- sistema constitucional. Contudo, como certas atividades inte-
mente elemento fundamental do Direito Administrativo Disci- ressam simultaneamente às três entidades estatais, em todo
plinar, deve-se constatar que o seu exercício não é ilimitado e o território nacional, como saúde, trânsito, transportes, etc., o
quando extravasa da previsão legal e da admissibilidade poder de regular e de policiar se difunde entre as Administra-
moral, fica perfeitamente configurada a arbitrariedade, a vio- ções interessadas.
lência ou o abuso de poder.
O estudo relativo ao Poder de Polícia antes de tudo, impli-
O agente do poder público que, na suposição, embora ca, necessariamente, numa análise do regime político do
bem intencionada, queria preservar o interesse do Estado, Estado e, de sua estrutura constitucional, no que se refere
agindo em nome deste com rigor excessivo, deve ser por isto aos direitos e garantias individuais e ao interesse público
responsabilizado convenientemente, porque então estaria consubstanciado nas normas reguladoras de ordem econômi-
concorrendo não só para desnaturar a legítima pretensão ca e social.
punitiva do Estado, como exceder o jus puniendi que lhe é
inerente. (in Direito Administrativo Disciplinar (Teoria e Práti- O conceito e a natureza do Poder de Polícia tem sofrido
ca). São Paulo, Bushatsky, 1977, pág. 68) evolução no tempo.

A apuração da falta deverá ser por meio de processo ad- Desse modo do Estado absolutista ao Estado Social atual
ministrativo onde se garanta o direito de defesa do agente tivemos uma grande caminhada. Sendo assim, o Poder de
faltoso, e o aplicador deverá motivar a sanção imposta. Sendo Polícia moderno tem por destinação institucional a proteção
que a: do interesse coletivo, do bem-estar geral.

A infração disciplinar será punida conforme os anteceden- O poder de polícia se apresenta acima de tudo, como ins-
tes, o grau de culpa do agente, bem assim os motivos, as tituto de natureza basicamente administrativa. É o Poder de
circunstâncias e as consequências do ilícito. (Lei 6.745, de 28 Polícia que gera a denominada Polícia Administrativa, que,
de dezembro de 1985, artigo 135, parágrafo único) juntamente com a Polícia Judiciária, procuram zelar pela
ordem pública, tranquilidade das pessoas e garantia do exer-
8) Poder Regulamentar cício dos direitos quer individuais, quer sociais.
É a faculdade atribuída ao Chefes do Poder Executivo
(Presidente da República, Governadores de Estados e Prefei- Devemos ressaltar, que o Poder de Polícia apenas pode
tos Municipais) de esclarecer ou explicitar a lei para sua cor- atuar onde a lei autoriza, mesmo que o faça de forma discrici-
reta execução, ou seja, competência para expedir decretos onária, porém é um discricionário legítimo, porque da essên-
regulamentares. Tais decretos são autônomos e da exclusiva cia desta qualidade de ato administrativo.
e privativa competência do Chefe do Executivo (CF/88, art.
84, IV). Segundo Henrique de Carvalho Simas, o Poder de Polícia:
Consiste na faculdade deferida a Administração Pública
Seu exercício tem cabimento: de condicionar ou restringir o uso e gozo de direitos individu-
quando a lei a ser cumprida reclama a interferência da ais, notadamente o direito de propriedade, em benefício da
Administração, como requisito de sua aplicação. (Celso Antô- coletividade.
nio Bandeira de Mello, Ato Administrativo e Direitos dos Ad-
ministrados, SP, RT, 1981, pág. 91) Para o jurista lusitano Marcello Caetano, Poder de Polícia
pode ser definido como:
Tal poder, em suma, nada mais é do que a possibilidade a interdição administrativa da autoridade pública no exer-
dos Chefes do Executivo: cício das atividades individuais susceptíveis de fazer perigar

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interesses gerais, tendo por objetivo evitar que se produzam, direitos fundamentais do indivíduo e assegurados na Consti-
ampliem ou generalizem os danos sociais que as leis procu- tuição e na Legislação Brasileira.
ram prevenir.
Impondo regra geral, o Poder de Polícia em restrição a di-
Para Caio Tácito: reitos individuais, a sua utilização não pode ser excessiva ou
É o conjunto de atribuições concedidas à Administração desnecessária, de modo a não figurar o abuso de poder.
para disciplinar e restringir, em favor do interesse público
adequado, direitos e liberdades individuais. (Poder de Polícia No mesmo sentido, leciona o Prof. Caio Tácito:
e seus limites - RDA 27/1) O exercício do Poder de Polícia pressupõe, inicialmente,
uma autorização legal explícita ou implícita atribuindo a um
Digno de nota, por elucidativo o conceito de Cretella Jú- determinado órgão ou agente administrativo a faculdade de
nior: agir.
É o conjunto de poderes coercitivos, exercidos por agen-
tes do Estado sobre as atividades do cidadão, mediante a A competência é sempre condição vinculada dos atos ad-
imposição de restrições a tais atividades, a fim de assegurar a ministrativos, decorrentes necessariamente de prévia enunci-
ordem pública. (in Direito Administrativo, Forense, RJ, 1986, ação legal. A sua verificação constitui, portanto, outro limite à
pág. 113) latitude da ação da polícia que somente poderá emanar auto-
ridade legalmente habilitada.
Devemos entender o Poder de Polícia como a faculdade
de que dispõe a Administração Pública para condicionar e Logo, o Poder de Polícia atua somente através de órgãos
restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individu- e agentes devidamente capacitados e munidos de autoridade
ais em benefício da coletividade ou do próprio Estado. emanada de texto legal.

Ou ainda, segundo Hely: Os limites do Poder de Polícia administrativa são demar-


é o mecanismo de freagem de que dispõe a Administração cados pelo interesse social em conciliação com os direitos
Pública, para conter os abusos do direito individual. fundamentais do indivíduo assegurados na Constituição Fe-
deral no seu art. 5°.
Em outras palavras, é a faculdade que se reconhece à
Administração Pública para condicionar e restringir o uso e O ato de polícia assim como todo ato administrativo su-
gozo dos direitos individuais, inclusive os de propriedade, em bordina-se ao ordenamento jurídico que rege as demais ativi-
benefício do bem estar da coletividade. A razão do poder de dades da Administração, sujeitando-se inclusive ao controle
polícia é o interesse social e o seu fundamento está na su- de legalidade pelo Poder Judiciário, como ensina o Prof. Hely.
premacia geral que o Estado pode exercer em seu território
sobre todas as pessoas, bens e atividades. O abuso do Poder de Polícia pode ser entendido como a
extrapolação, por parte da autoridade, dos limites legais que
Tendo em vista os elementos fornecidos pelas definições lhes são traçados para o exercício de sua atividade.
de Poder de Polícia antes arroladas, apresenta ele os seguin-
tes traços: O abuso do poder significa, ainda, ultrapassar os limites
a) É Poder exercido pela Administração Pública; de sua própria competência. Assim pode ser entendido como
b) É limitador dos direitos individuais (objeto); ato por qualquer circunstância praticado com infração da lei.
c) Objetiva assegurar o bem-estar coletivo (finalidade);
d) Está balizado pela lei sob controle do Poder Judiciário; Ensina-nos Armando de O. Marinho:
e) Estende seu campo de ação sobre todas as atividades O desvio de poder corresponde outra maneira de má utili-
sociais. zação de sua competência no âmbito de sua própria esfera
discricionária.
Limitações
A extensão do Poder de Polícia é atualmente muito Em matéria de abuso de poder e desvio de poder a gran-
abrangente, alcançando desde a proteção à moral e, aos de incidência recai sobre o Poder de Polícia, fato explicável
bons costumes, a preservação da saúde pública, a censura pelas próprias características deste poder.
de filmes e espetáculos públicos, o controle de publicações, a
segurança das construções e dos transportes, até à seguran- Os instrumentos corretivos são os mesmos para o controle
ça nacional em particular. da legalidade dos atos administrativos, acrescidos dos ins-
trumentos de natureza constitucional destinados a garantir e
A faculdade de reprimir na lição de Cretella Júnior não é, assegurar o livre exercício dos direitos e das garantias indivi-
entretanto, absoluta, limitada, estando sujeita a limites jurídi- duais.
cos: direitos do cidadão, prerrogativas individuais e liberdades
públicas asseguradas na Constituição em seu artigo 5°, tais No mesmo sentido, informa o Prof. Caio Tácito:
como: liberdade de consciência e de crença (inciso VI e VIII); Controle jurisdicional dos atos de polícia. A legalidade da
direito de propriedade (inciso XXIII e XXIV); exercício das ação de polícia é fiscalizada mediante o controle jurisdicional
profissões (inciso XIII); direito de reunião (inciso XVI), etc.; da Administração, cabendo ao Poder Judiciário declarar a
como também liberdade de comércio e livre concorrência (art. nulidade dos atos administrativos viciados de excesso ou
170), etc., assim como na legislação infra Constitucional, tais abuso de poder. Por meio de Habeas Corpus ou mandado de
como o CCB (direito de construir, direito dos vizinhos, etc.), segurança, nos casos de certeza e liquidez do direito violado
Código de Águas, Código de Caça e Pesca, etc. ou ameaçado e, nos demais casos, por meio de ação comina-
tória ou anulatória ou, ainda, pelos remédios possessórios,
Do mesmo modo que os direitos individuais são relativos, possibilita-se a garantia jurisdicional contra a legalidade ad-
o mesmo acontece com o Poder de Polícia, que, longe de ser ministrativa.
onipotente, incontrolável, é circunscrito, jamais podendo por
em perigo a liberdade, a propriedade. Atributos
O Poder de Polícia tem atributos específicos. São eles:
Os limites do Poder de Polícia administrativa são portanto - auto-executoriedade: não precisa do Poder Judiciário
demarcados pelo interesse social em conciliação com os para ser implementado;

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- Coercitividade: obrigatoriedade de. Portanto, providência dessa ordem constitui medida de
- Discricionário (em princípio): livre escolha de usá-lo ou vigilância ou forma de acautelamento ou preservação, que o
não, visando sempre sua perfeita aplicação e o aten- atual Estatuto Fundamental confere ao Poder Público, com a
dimento dos fins colimados. colaboração da comunidade, com o precípuo objetivo de
proteger o patrimônio cultural brasileiro, se aí se incluem
Modos (Meios) de Atuação sítios de valor científico, como grutas e cavernas. A proteção
Preferencialmente, a polícia administrativa atuará de for- que a lei confere ao direito de propriedade não dá ao proprie-
ma preventiva, através de ordens, proibições e normas limita- tário a faculdade de destruir patrimônio valioso como área
doras e sancionadoras do comportamento dos indivíduos que espeleológica, que pertence à União, é certo, ex vi do art. 20,
convivem na sociedade. Geralmente, no uso dos bens e no X, da CF, mas que o Município tem especial interesse de
exercício das atividades, o controle do Poder de Polícia é proteger, por integrar o patrimônio estético e paisagístico da
materializado por alvarás. comunidade local e por estar autorizado por dispositivo consti-
tucional expresso. (TJMG - AC 78.597/4 - 4ª C. - Rel. Des.
Alvará: Caetano Carelos - J. 03.08.89) (JM 108/167).
é o instrumento da licença ou da autorização para a práti-
ca de ato, realização de atividade ou exercício de direito de- Espécies
pendente de policiamento administrativo. (Hely Lopes Meirel- A cada restrição de direito individual, expressa ou implícita
les, Op. Cit., pág. 99) na lei, corresponde equivalentemente o poder de polícia ad-
ministrativa para a Administração Pública que deve fazer
O alvará, se definitivo, chama-se licença; o alvará precá- cumpri-la. A extensão desse poder é hoje muito ampla,
rio, é a autorização. abrangendo, como já vimos, desde à proteção da saúde
pública, a censura de filmes e espetáculos públicos, o contro-
O Poder de Polícia vem revestido de sanções, que são le de publicações, segurança das construções e transportes,
elementos de coação e intimidação. Manifestando-se através até à segurança nacional em particular. Daí a razão da forma-
de: ção de polícia sanitária, polícia de costumes, polícia florestal,
- Multas de trânsito, ambiental, e tantas outras, e da cobrança de ta-
- interdição xas, tributos específicos vinculados ao exercício da fiscaliza-
- fechamento, etc. ção de tais atividades.

Outro meio de atuação do poder de polícia é a fiscalização Vejamos:


das atividades sujeitas ao controle da Administração. a) Polícia de Costumes: entre os instrumentos moralizan-
tes de que dispõem a Administração Pública, estão a
Lembre-se da impossibilidade de delegação destes ins- interdição de locais, a cassação de alvarás e a vigilân-
trumentos aos particulares. Vejamos: cia. A competência para a realização da polícia de cos-
MULTA - INFRAÇÃO DE TRÂNSITO - IMPOSIÇÃO E tumes é dos três graus federativos.
COBRANÇA POR PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVA- b) Polícia da Comunicação: mesmo extinta a censura
DO (CET) - INADMISSIBILIDADE - ATIVIDADE TÍPICA DO (art. 220, § 2° da CF/88), subsiste a polícia de comuni-
ESTADO - RENOVAÇÃO DE LICENÇA DO VEÍCULO DE- cação, controlando as diversões e espetáculos públi-
TERMINADA, BEM COMO A RESTITUIÇÃO DOS VALORES cos.
COBRADOS - Sendo a polícia geral ou polícia de ordem pú- c) Política Sanitária: visa a defesa da saúde humana, co-
blica, onde inclusive o policiamento de trânsito ou fiscalização letivamente considerada.
de trânsito, atividade jurídica típica do Estado, torna-se abso- d) Polícia de Viação: os meios de transporte trazem con-
lutamente impossível a delegação do correspondente poder siderável perigo ao homem. A polícia de viação esta-
de polícia a particular ou paraestatal. (TJSP - Ap. 228.863-1/ belece os limites ao direito individual à utilização dos
4 - 7ª C. - Rel. Des. Rebouças de Carvalho - J. 02.08.95) (RT meios de transporte.
721/103) e) Polícia de Comércio e Indústria: compreende as várias
atuações administrativas limitadoras do comércio am-
Condições de Validade bulante, feiras livres e mercados, sendo maciçamente
Para ser válido o Poder de Polícia deve ser: municipal.
- proporcional as infrações f) Polícia das Profissões: as profissões liberais e técnico-
- respeito a lei (forma, ...) científicas estão submetidas a condições legais para
seu exercício cujo cumprimento tem que ser fiscaliza-
Neste sentido tem sentenciado as cortes do País: do.
MULTA ADMINISTRATIVA - Sanção sumariamente im- g) Polícia Ecológica: fiscaliza o cumprimento da legisla-
posta pela autoridade no exercício do poder de polícia. Pri- ção de proteção ao meio ambiente.
meira defesa do autuado (art. 101 do Dec. Estadual nº h) Polícia Edilícia: estabelece limitações de toda espécie
8.468/76). Caracterização como recurso hierárquico próprio. nas cidades a fim de tornar mais segura e digna a vida
Necessidade de garantia da instância recursal mediante pré- em áreas urbanizadas.
vio recolhimento do valor da penalidade, conforme previsto no
art. 10, parágrafo único, da Lei Estadual nº 997/86. Exigência USO E ABUSO DO PODER
que não ofende o art. 5º, LV (ampla defesa) e LXXIV (Assis- A Administração Pública deve obediência à lei em todas
tência Judiciária), da CF. (TJSP - Ap. 155.864-2 (reexame) - as suas manifestações, mesmo às chamadas atividades dis-
12ª C. - Rel. Des. Carlos Ortiz - J. 29.05.90) (RT 657/94) cricionárias, vez que o administrador público está sempre
sujeito às prescrições legais quanto à competência, a forma e
EXPLORAÇÃO MINERAL - AMEAÇA A ÁREA ESPELE- finalidade dos atos que pratica, limitado pois a uma estreita
OLÓGICA - SUSPENSÃO DA ATIVIDADE - PATRIMÔNIO faixa de liberdade.
CULTURAL - DIREITO DE PROPRIEDADE - DISPOSITIVO
CONSTITUCIONAL - A suspensão de atividade exploratória O Uso do Poder constitui uma prerrogativa da autoridade.
em área espeleológica, em caráter temporário, até parecer do Todavia, o poder há que ser usado normalmente, sem abuso,
DNPM, é medida cautelar administrativa, que se inclui no ou seja, usá-lo segundo as normas legais, bem como a moral
âmbito do Poder de Polícia, com a finalidade de conter os da instituição, a finalidade do ato e as exigências do interesse
excessos contrários aos superiores interesses da coletivida- público.

Direito Administrativo 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O poder é confiado ao administrador público para ser usa-
do em benefício da coletividade administrada, mas usado nos Professor Alessandro Dantas Coutinho
justos limites que o bem-estar social exigir. A utilização des- 1 – Introdução
proporcional do poder, o emprego arbitrário da força, a violên-
cia contra o administrado constituem formas abusivas do uso A Administração Pública atua por meio de seus órgãos e
do poder estatal, não tolerados pelo Direito e nulificadoras seus agentes, os quais são incumbidos do exercício das
dos atos que as encerram. Destarte, o uso do poder é lícito; o funções públicas, ou seja, da atividade administrativa.
abuso é sempre ilícito e por isto mesmo nulo.
A função administrativa existe nos três poderes, sendo
que é exercida tipicamente pelo Poder Executivo e atipica-
ABUSO DE PODER
mente pelos demais poderes (Poder Legislativo e Poder Judi-
O abuso do poder ocorre quando a autoridade, embora
ciário).
competente para praticar o ato, ultrapassa os limites de suas
atribuições ou se desvia das finalidades administrativas. Cabe ao Poder Executivo, como função típica, administrar
o Estado, cuja forma de governo é uma República (art. 1º da
Abuso do poder, como todo ato ilícito, reveste as formas CF). República quer dizer coisa pública, ou seja, a “adminis-
mais diversas, apresentando-se ora ostensivo, como a trucu- tração pública – sentido operacional” feita pelo Poder Executi-
lência, ora dissimulado, como o estelionato, não raro encober- vo nada mais é do que administrar algo alheio, de toda a
to na aparência ilusória dos atos legais. Em qualquer desses sociedade, por isso a Constituição Federal expressamente
aspectos – flagrante ou disfarçado – o abuso do poder é enunciar que “todo poder emana do povo”.
sempre uma ilegalidade invalidadora do ato que o contém.
Todavia, em nosso sistema não é o povo que diretamente
O abuso do poder tanto pode revestir a forma comissiva administra o Estado, razão pela qual escolhe seus represen-
como a omissiva, porque ambas são capazes de afrontar a lei tantes, que irão representá-lo no parlamento e editar as nor-
e causar lesão a direito individual do administrado. “A inércia mas que os agentes públicos, como administradores, deverão
da autoridade administrativa – diz Caio Tácito, citado por aplicar para alcançar o pretendido e inafastável interesse da
Meirelles – deixando de executar determinada prestação de coletividade, interesse público.
serviço a que por lei está obrigada, lesa o patrimônio jurídico Todavia, no manejo dos instrumentos à busca do interes-
individual. É forma omissiva de abuso de poder, quer o ato se público, no gozo e uso dos poderes que são atribuídos aos
seja doloso ou culposo.” agentes públicos para alcançar esses fins, podem os mesmos
ultrapassar os limites legais e se acometer em abusos e ilega-
Entre nós, o abuso de poder tem merecido repúdio siste- lidades. Por tal razão, tornam-se necessários fiscalização
mático da doutrina e da jurisprudência e, para seu combate, o (preventiva) e controle dos atos da Administração Pública.
constituinte armou-nos com o remédio heróico do mandado
de segurança, cabível contra ato de qualquer autoridade (art. Neste passo, podemos conceituar controle como o con-
5.º, inc. LXIX, e Lei n.º 1.533/51 que rege o MS), e assegurou junto de mecanismos jurídicos para a correção e fiscali-
a toda pessoa o direito de representação contra abuso de zação das atividades da Administração Pública.
autoridade (art. 5.º, XXXIV, “a”), complementando o sistema 2 - Classificação do controle
de proteção contra esses excessos de poder.
2.1 - Quanto aos órgãos incumbidos do controle: (é
O gênero abuso de poder ou abuso de autoridade, uma tripartição de controle)
compreende duas espécies bem caracterizadas: o excesso
a) Controle Legislativo – Feito pelo Poder Legislativo
de poder e o desvio de finalidade.
com o auxílio do Tribunal de Contas.
Excesso de Poder ocorre quando a autoridade, ainda que b) Controle Administrativo – Feito no próprio âmbito
competente para praticar o ato, vai além do permitido, exorbi- administrativo, pode ser tutelar ou hierárquico.
tando o uso de suas faculdades administrativas e, assim,
excedendo sua competência legal, invalida o ato pois nin- c) Controle Judicial - Feito pelo Poder Judiciário, o qual
guém pode agir em nome da Administração fora do que a lei deve ser necessariamente invocado (Princípio da Inércia –
lhe permite. art. 2º do Código de Processo Civil; Princípio do Amplo Aces-
so à Justiça – artigo 5º, inciso XXXV, da CF).
O Desvio de Finalidade ou de poder verifica-se quando a 2.2 – Quanto ao âmbito:
autoridade, embora atuando nos limites de sua competência,
pratica o ato por motivos ou com fins diversos dos objetivados a) Controle interno - É aquele feito por órgãos da própria
pela lei ou exigidos pelo interesse público, tornando assim, Administração Pública, podendo ser hierárquico ou tutelar.
uma violação ideológica ou uma violação moral da lei. Ocorre,
a.1) O controle hierárquico é feito dentro de uma estrutu-
p. ex., quando a autoridade pública decreta uma desapropria-
ra administrativa hierarquizada, portanto, pressupõe, via de
ção alegando utilidade pública mas visando apenas favorecer
regra, desconcentração administrativa. Ex.: controle de ato de
um particular ou interesse pessoal; ou ainda, quando outorga
um departamento por uma secretaria.
uma permissão sem interesse coletivo. O ato praticado com
desvio de finalidade, como todo ato imoral ou ilícito, é consu- a.2) O controle tutelar, também chamado de Supervisão
mado ou às escondidas ou se apresenta disfarçado como ato Ministerial, é feito também em âmbito administrativo, todavia,
legal e de interesse público. por outra pessoa jurídica distinta daquela donde precede o
ato. Em verdade, não é um controle hierárquico, pois não há
hierarquia entre as pessoas jurídicas distintas (União Federal
5 Controle da Administração Pública. 5.1 Controle e Autarquia Federal, por exemplo), mas apenas um controle
exercido pela Administração Pública. 5.2 Controle finalístico da controlada. Por isso, quando cabível recurso da
judicial. 5.3 Controle legislativo. pessoa controlada para a controladora, o mesmo é chamado
de recurso hierárquico impróprio.

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b) Controle externo - É aquele feito por estrutura diversi- lidade ou falta de razoabilidade, suas análises ficam restri-
ficada, como, por exemplo, Poder Legislativo e Poder Judiciá- tas à Administração Pública.
rio.
Somente nos casos em que esses elementos que perfa-
2.3 - Controle de legalidade e de mérito: zem o mérito do ato administrativo forem ilegais ou des-
proporcionais ou não pautados em critérios razoáveis, é que
a) Controle de legalidade - É aquele em que se verifica poderão ser objeto de análise pelo Poder Judiciário.
se a conduta do agente público se deu conforme a Lei (fun-
damento no artigo 37, caput, da Constituição Federal). A Todavia, é importante assinalar que nem todos os elemen-
Administração Pública se manifesta por diversos atos (atos da tos do denominado “ato discricionário” são realmente discrici-
Administração), dos quais uma das espécies é o ato adminis- onários. Mesmo nos atos discricionários os elementos: a)
trativo. sujeito, b) forma e c) finalidade são vinculados e, portanto,
sujeitos ao controle de legalidade pelo Poder Judiciário.
O ato administrativo possui 5 (cinco) elementos, quais se-
jam: 2.4 – Quanto ao momento:
- sujeito competente a) Prévio ou preventivo - É aquele que ocorre antes de a
atividade ser desenvolvida.
- forma
b) Concomitante - É aquele que ocorre no momento em
- objeto que a atividade se desenvolve.
- finalidade c) A posteriori - Ocorre depois de praticado o ato.
- motivo 2.5 – Controle de ofício e provocado em âmbito Admi-
Fundamento legal – artigo 2º da Lei de Ação Popular. nistrativo:

Quando o ato for vinculado, não há qualquer margem de a) De ofício - É uma prerrogativa da Administração de re-
discricionariedade para o agente administrativo praticar o ato, parar seus próprios enganos, erros. Tem base no Princípio da
sendo que as razões, a forma, a finalidade a ser alcançada e Legalidade, donde se extrai o Princípio da Auto Tutela Admi-
o agente incumbido de praticar o ato já estão devidamente nistrativa, princípio este inclusive reconhecido pelo Supremo
descritos na lei, sendo vedada qualquer alteração por parte Tribunal Federal (Súmula nº 473). Provocado - Um terceiro
do agente. se dirige à Administração para a correção de um ato.
Registre-se por oportuno as inolvidáveis lições de CELSO O CONTROLE DO TRIBUNAL DE CONTAS
ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, que, com penas de ouro,
1. INTRODUÇÃO
assinala que “A lei, todavia, em certos casos, regula certa
situação em termos tais que não resta para o administrador Ao discorrer sobre o papel do Tribunal de Contas, importa
margem alguma de liberdade, posto que a norma a ser im- lembrar, embora desnecessário para muitos, que o Tribunal é
plementada prefigura antecipadamente com rigor e objetivi- o órgão, autônomo e independente, ao qual a Constituição
dade absolutos os pressupostos requeridos para a prática do atribui competência para exercer o controle externo da Admi-
ato e o conteúdo que este obrigatoriamente deverá ter uma nistração Pública, no exame dos atos de índole financeira e
vez ocorrida a hipótese legalmente prevista. Nestes lanços orçamentária.
diz-se que há vinculação e, de conseguinte, que o ato a ser
expedido é vinculado”. Como já tive oportunidade de afirmar, a existência de um
órgão de controle dos atos de índole financeira da Adminis-
Nestes termos, basta fazer uma fácil análise de compa- tração Pública é uma das características do Estado contem-
ração entre a lei e o ato administrativo, de sorte que, se al- porâneo. Embora apresentando diferenças de forma, de com-
gum de seus elementos estiver em desacordo com a Lei, tem- posição e, até de competências, a existência de um órgão de
se que o ato é ilegal e, por isso, sujeito à correção, seja pela controle tem sido a marca presente nos Estados atuais.
Administração Pública, que poderá fazê-lo de ofício (Súmu-
la nº 473 do STF – Princípio da Auto Tutela Administrativa) ou Entende-se como Estado Democrático a organização do
a requerimento, através da interposição de recursos cabíveis, país com poderes limitados, com dirigentes eleitos periodica-
seja pelo Poder Judiciário, sempre por requerimento da mente, em eleições livres, por sufrágio universal e voto direto
parte interessada, dado o fato que uma das qualidades da e secreto e que garanta as liberdades fundamentais da pes-
jurisdição é a inércia. soa humana, tornando-se imprescindível que os atos de índo-
le financeira da Administração sejam controlados por um
b) Controle de mérito - Aquele que examina os aspectos órgão externo à própria Administração e dotado de autonomia
da conduta da Administração Pública sob os prismas de con- e de garantias, para o desempenho de suas funções.
veniência e oportunidade.
Não existe, nos dias atuais, país democrático sem um ór-
Neste contexto, somente haverá controle de mérito nos gão de controle com a missão de fiscalizar a boa gestão do
atos administrativos discricionários, visto que, nos ditos atos dinheiro público. Excetuam-se apenas os regimes ditatoriais -
vinculados, a oportunidade e conveniência inexistem em ra- nos quais o que os dirigentes menos querem e menos acei-
zão da estrita observância da lei em todos os aspectos do ato tam é o controle de seus atos -, e os Estados de forte atraso
administrativo. na organização política e econômica. Afora estas duas situa-
ções, todos os demais possuem instituições de controle.
É sabido de todos que o mérito do ato administrativo nada
mais é que a opção tomada pelo administrador em um caso Os órgãos de controle das contas públicas, quer apare-
concreto na incessante busca de um interesse público, opção çam como órgão colegiado (Tribunais de Contas), quer de
esta lastreada em critérios de conveniência e oportunidade. forma unipessoal (Controladorias), detêm, nos dias atuais, a
Em verdade, perfazem o mérito do ato administrativo o motivo importante e indispensável tarefa de fiscalizar as receitas e
e o objeto do ato administrativo. despesas dos Estados. Os Tribunais e Controladorias são
hoje presenças relevantes nos Estados modernos, sendo
Estes elementos (motivo e objeto) é que, nos chamados
tanto maior seu destaque quanto maior for o avanço de suas
atos discricionários, são efetivamente discricionários, sendo
instituições democráticas.
que, no que toca respeito aos mesmos, e não havendo ilega-

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A título de informação, muitos outros países, além do Bra- O registro de uma admissão, ou de uma aposentadoria
sil, adotam o Sistema de Tribunais de Contas, podendo-se implica em ter o Tribunal apreciado a legalidade do ato prati-
citar, dentre outros, os seguintes: Argélia, Alemanha, Áustria, cado pelo órgão.
Bélgica, República da China, Comunidade Econômica Euro-
peia, Coreia do Sul, Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal d. Julgar aplicação de Auxílios, Subvenções, Contribui-
e Uruguai. ções e outros recursos.

No final dos anos 90, quando houve a derrocada do Esta- Ao proferir julgamento sobre a aplicação de uma verba -
do centralizado, os países do Leste Europeu, ao reestrutura- via de regra concedida para uma entidade privada por um
rem o aparelho do Estado reorganizaram suas instituições de órgão público - se houver decisão de irregularidade, o órgão
controle externo, alguns sob a forma de Controladoria, outros recebedor ficará impedido de receber novas verbas do Poder
sob a forma de Tribunais. Público, e o responsável poderá vir a ser responsabilizado.

Ficou assim demonstrada a inegável necessidade de im- e. Julgar as Licitações e Contratos


plantação, no Estado Democrático, de instituições de controle Este item das Licitações e Contratos - por constituir o te-
dos atos da administração, cabendo destacar, por oportuno - ma principal desta palestra - merece um pouco mais de deta-
já que aponta para o futuro -, o exemplo da Comunidade lhe para se esclarecer como ocorre o trâmite processual no
Econômica Europeia - seguido por outras organizações as- Tribunal de Contas.
semelhadas, como o Mercosul - criando um Tribunal de Con-
tas. 3. A FISCALIZAÇÃO E JULGAMENTO DAS LICITAÇÕES
E DOS CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
À toda evidência, a ideia da globalização da economia,
com blocos de países se agrupando como parceiros em ne- Todos os contratos da Administração Pública - da Admi-
gócios, indicará claramente a importância que virá a ser dada nistração direta, indireta e fundacional - no caso do Estado de
ao controle externo, implicando, assim, na futura criação de São Paulo, são julgados pelo Tribunal de Contas do Estado.
um órgão no âmbito daquelas organizações. Não há, no entanto, o mesmo critério em todos os demais
Tribunais de Contas Estaduais.
2. O TRIBUNAL DE CONTAS E SUA AMPLA FISCALI-
ZAÇÃO a. Contratos de maior valor - fiscalização e julgamento

A jurisdição do Tribunal de Contas se estende a todos os A fiscalização tem características diferentes, exigidas em
órgãos da administração direta, indireta, autárquica e fundaci- função do grande número de contratos celebrados pela Admi-
onal, compreendendo os três níveis de Governo: federal, nistração, razão pela qual, levando-se em conta a impossibili-
estadual e municipal. O Tribunal de Contas da União (TCU) dade de se fiscalizar todos os contratos individualizadamente,
fiscaliza os órgãos e entidades federais, e aos Tribunais Es- o Tribunal decidiu que os órgãos fiscalizados devem enviar ao
taduais (TCE) compete fiscalizar todos os organismos esta- Tribunal todos os contratos precedidos de Tomada de Preços
duais e municipais, exceção feita apenas aos Municípios que - hoje em valor acima de R$ 650.000,00 - e os celebrados por
em 1988, possuíam Tribunal próprio, uma vez que a Consti- dispensa ou inexigibilidade de licitação.
tuição de 1988, garantiu a existência dos que haviam sido Ao serem recebidos no Tribunal, tais contratos são autua-
criados anteriormente, proibindo os demais Municípios de os dos em processo próprio e têm instrução processual pelos
instituírem. órgãos de fiscalização, iniciando-se por um Agente da Fiscali-
Possui o Tribunal de Contas amplo leque de atribuições, zação, sua Chefia e Diretoria, - cargos de nível superior, pre-
mas, com o intuito de ser didático, procurarei transmitir ape- enchidos, no nível inicial, por concurso público.
nas uma síntese das informações que considero básicas e A razão de o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo
que pode ser assim resumida: fiscalizar individualmente os contratos, deve-se ao fato de
a. Parecer anual sobre as contas do Governo estadual e representarem o maior volume de recursos orçamentários
Prefeituras consumido da Administração, o que é muito relevante, princi-
palmente considerados em relação aos valores destinados
Para que as contas gerais do exercício - tanto a nível de aos auxílios e subvenções.
Prefeituras, como de Governo do Estado - possam ser julga-
das pelo Legislativo (Câmara e Assembleia), exige a Consti- Tais órgãos de instrução apresentam relatório circunstan-
tuição prévio Parecer emitido pelo Tribunal de Contas. ciado, apontando, com toda a liberdade, se os atos da licita-
ção e da contratação foram praticados pela Administração
Trata-se, portanto, de um importante papel exercido pelo com o cumprimento ou não da legislação. As falhas devem
Tribunal de Contas, cabendo ressaltar que, só poderá ser ser sempre registradas, indicando o dispositivo legal descum-
contrariado pelo Legislativo, com a votação de 2/3 dos parla- prido, havendo casos de o relatório ser enriquecido com a
mentares. posição doutrinária e jurisprudencial sobre o assunto. Abor-
b. Julgar contas de cada Unidade Gestora, Empresas e dam, também, se foram obedecidos os princípios que regem
Sociedades de Economia Mista, Fundações, e responsáveis a licitação - impessoalidade, moralidade, publicidade, econo-
por bens e valores (a nível estadual e municipal) micidade, vinculação ao instrumento convocatório, e demais
que sejam correlatos.
Trata-se, neste caso, de julgamento, não de parecer. Um
julgamento de irregularidade implicará em consequências É, portanto, o Relatório de Auditoria, a primeira manifesta-
para o responsável, entre as quais, se tem a previsão de ção técnica existente no processo sobre a licitação e o contra-
inelegibilidade prevista na Lei Complementar nº 64, de 16 de to.
maio de 1990, que em seu artigo 1º (alínea g, do inciso I) Há casos que pela complexidade ou especialidade do ob-
passou a prever a inelegibilidade para o período de 5 (cinco) jeto, exigem manifestações de outros órgãos técnicos, como a
anos contados a partir da decisão, no caso de rejeição das Assessoria Jurídica, a de Engenharia, de Economia para o
contas. perfeito esclarecimento dos fatos.
c. Registro dos atos de admissão, aposentadorias e re- Importante lembrar que, em se tratando de órgãos da ad-
formas ministração estadual, direta ou indireta, sempre se pronuncia-
rá a Procuradoria da Fazenda, que é o órgão do Governo
estadual com assento junto ao Tribunal, cabendo-lhe opinar

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pela regularidade ou não dos atos praticados pela Administra- contratos e encontrando irregularidades, os auditores os re-
ção. quisitam para formar processo a ser instruído no Tribunal, nos
moldes descritos para os de valores superiores.
Nesta fase da instrução, os autos irão conclusos ao Con-
selheiro que tenha sido designado Relator do processo - por 4. SUSTAÇÃO DE CONTRATOS
distribuição aleatória e equitativa - a quem caberá o julgamen-
to, nos casos em que o Regimento Interno lhe atribua compe- Tem o Tribunal de Contas competência para determinar a
tência singular ou quando for competência de Câmara relatar sustação de contratos, nos casos em que, detectada a prática
o processo, submetendo seu voto de julgamento aos demais de ilegalidade, tenha sido fixado prazo ao órgão e este não
Conselheiros da Câmara à qual pertença. tenha adotado providências para a regularização (artigo 2º,
inciso XIV da LC nº 709/93).
Antes, porém, do julgamento, o Conselheiro Relator publi-
ca no Diário Oficial o prazo que concede para a direção do Decidida a sustação, o Tribunal comunica à Assembleia
órgão fiscalizado apresentar suas justificativas ou regularizar Legislativa ou à Câmara Municipal competente, conforme se
os atos impugnados, abrindo-se, também, a oportunidade trate de órgão, entidade ou empresa pertencente ao Estado
para todos os envolvidos, - ordenador da despesa, membros ou a Município. A Constituição prevê que se a Assembleia
da comissão de licitação e as empresas privadas contratadas Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias
- tomarem conhecimento da instrução processual e, eventu- não efetivar as medidas apropriadas, o Tribunal decidirá a
almente, apresentarem também suas justificativas. respeito, ou seja, retorna a competência para o Tribunal de
Contas.
Oportuno ressaltar que o Tribunal de Contas, por decisão
adotada em sede de agravo interposto por uma empresa Esta comunicação ao Poder Legislativo o Tribunal também
privada, (TC 47596/90) decidiu assegurar o direito constituci- faz, nos casos de julgamento de ilegalidade de contratos e
onal de ampla defesa aos terceiros interessados, uma vez quando verifica qualquer irregularidade nas contas ou na
que, as decisões proferidas podem alcançar-lhes, tanto juridi- gestão pública, encaminhando cópia dos documentos.
camente, como também, no aspecto econômico. De interesse lembrar que cabe ao Ministério Público, nos
Cabe, ainda, lembrar que por disposição contida no artigo termos do artigo 103, inciso XII da Lei Complementar nº
108 da Lei Complementar nº 709/93, o Tribunal poderá decla- 734/93 (LOMP), o ingresso em Juízo, de ofício, para a res-
rar inidôneo pelo prazo de até 5 anos, impedindo de contratar ponsabilização dos que tiverem sido condenados pelo Tribu-
com a Administração Pública, licitante que tenha fraudado nal de Contas. Para possibilitar o exercício desta atribuição o
licitação ou contratação, utilizando-se de meios ardilosos e Tribunal de Contas sempre remete àquele órgão cópia dos
com intuito de alcançar vantagem ilícita para si ou para ou- processos em que apura irregularidades.
trem. 5. EXECUÇÃO CONTRATUAL - Demonstração das Des-
Findo o prazo fixado, os autos retornam à instrução para a pesas
apreciação das justificativas e documentos apresentados O julgamento final de ilegalidade de uma licitação ou da
pelas partes interessadas, podendo haver novas diligências, contratação importa na irregularidade da despesa, que não
sendo possível a fixação de novo prazo, para a completa pode, portanto, ser suportada pelo Poder Público, cabendo à
elucidação dos fatos contidos na instrução, e, em casos es- Administração obter dos responsáveis o ressarcimento aos
peciais, até vistoria ou exame "in loco", pela área de Enge- cofres do erário.
nharia ou pela auditoria.
Por força da atual Lei de Licitações (a Lei nº 8.666/93,
Concluída, assim, finalmente, a instrução, com todas as com as alterações das Leis nº 8.883.94 e 9.648/98), os ór-
respostas aos questionamentos levantados pela auditoria e gãos fiscalizados devem demonstrar ao Tribunal de Contas a
assessorias técnicas, o processo estará pronto para o julga- regularidade da execução contratual. Disto decorre a possibi-
mento, que, como afirmado, será de competência do Conse- lidade de existir uma licitação e contratação julgadas regula-
lheiro ou da Câmara à qual pertença o Relator. res, e posteriormente decretar o Tribunal a ilegalidade de toda
Oportuno salientar que se o julgamento for de ilegalidade, ou parte da despesa decorrente, se, no exame da documen-
poderá haver, ainda, aplicação de multa pecuniária ao res- tação comprobatória da execução, detectar-se irregularida-
ponsável, além de remessa de cópia à Assembleia Legislativa des. Inadmissível, por exemplo, que uma obra, com paga-
ou Câmara Municipal (conforme se trate de órgão estadual ou mentos previstos em função das medições, seja paga sem
municipal), e ao Ministério Público, se entender o julgador ou guardar estreito vínculo com o cronograma de realização. A
o Tribunal ter ocorrido indícios de práticas criminosas. licitação e a contratação podem ter sido regulares, mas a
despesa, nestas condições não o será.
Em casos de maior gravidade, pode também o Tribunal
decretar a inabilitação do responsável para o exercício de 6. EXAME PRÉVIO DE EDITAL
cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Há um outro ponto de importância a ser esclarecido e que
Administração Pública, por período de até 8 anos, havendo, é fruto da lei de licitações em vigor, quando de forma inovado-
também, a previsão legal de medidas para o arresto dos bens ra e com vistas a assegurar o amplo direito de petição, corre-
dos responsáveis julgados em débito (artigos 106 e 107 da tamente admitiu a possibilidade de todo licitante, ou pessoa
Lei Orgânica, LC 709/93). física ou jurídica, que observe irregularidade em algum item
Do julgamento - singular ou colegiado - podem os interes- do edital possa representar ao Tribunal de Contas, contra o
sados apresentar recursos - Pedido de Reconsideração, Re- que entender de ilegal ou irregular, podendo até pleitear a
curso Ordinário, e até Ação de Rescisão - de acordo com as suspensão do procedimento licitatório. Desde que formule sua
normas e critérios prescritos na legislação e no Regimento petição apresentando indícios de irregularidades no edital o
Interno. Tribunal poderá, até o dia anterior à data prevista para a aber-
tura dos envelopes, requisitá-lo, com outros elementos com-
b. Contratos de menor valor - fiscalização por amostragem pletos, para proceder ao seu exame prévio. Nesta hipótese, o
Tribunal, à vista dos elementos processuais poderá determi-
Os contratos de valores inferiores (hoje abaixo de R$ nar a suspensão do procedimento licitatório, até que decida o
650.000,00), sofrem a fiscalização no momento em que a processo, concluindo por determinar retificação nos itens em
equipe de auditores (Agentes da Fiscalização), comparecem que houver irregularidade ou, em não havendo, cancelar a
no órgão para fazer a auditoria anual de todos os atos de
gestão. Pelo método da amostragem são escolhidos alguns
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suspensão, podendo o Órgão continuar o normal procedimen- exigência está excluída, não constando, portanto, nem como
to. obrigatória, nem como faculdade do administrador.
Esta inovação legal implicou numa mudança do modelo de Outro ponto é o desatendimento ao princípio da publicida-
julgamento do Tribunal, que, via de regra, só julga posterior- de. Muitos foram, e ainda hoje ocorrem. Não dando o órgão
mente, neste caso, como o próprio nome indica, o exame é licitante, a publicidade mínima que a lei exige, o Tribunal tem
prévio. sido rigoroso e não aceita a licitação e o contrato, decretando-
lhe a ilegalidade.
7. OBEDIÊNCIA À ORDEM CRONOLÓGICA DE PAGA-
MENTOS Projeto básico inexistente é, por sua vez, uma das graves
irregularidades, principalmente quando se trata de grandes
A atual Lei de Licitações - nº 8.666/93 - trouxe uma norma obras. A lei é rígida nesta exigência e com muita razão, por-
obrigando que os pagamentos sejam feitos obedecendo à que não tendo o administrador o projeto básico do que vai
ordem cronológica de exigibilidade das obrigações. A norma contratar, implica dizer até que não sabe o que necessita,
legal não é tão clara, trazendo aos administradores públicos portanto, não sabe o que contratar. É necessário que saiba o
muitas dúvidas para seu efetivo cumprimento. Diz o artigo 5º administrador com muita clareza o que seu órgão/unidade
que cada Unidade da Administração deverá "no pagamento necessita e possa demonstrar isto aos licitantes, para que
das obrigações ..., obedecer, para cada fonte diferenciada de todos, de igual modo, possam, se o quiserem, formular suas
recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exi- propostas.
gibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de
interesse público e mediante prévia justificativa da autoridade Negociação de preço com os licitantes é outro ponto inte-
competente, devidamente publicada." ressante. Admite a lei (parágrafo único do art. 48), que se
todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas
Ainda assim, de grande alcance se mostra a previsão le- forem desclassificadas, a Administração poderá fixar o prazo
gal, por permitir aos credores de menor porte uma segurança de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação
quanto ao seu direito, uma vez que em tese podem acompa- ou novas propostas. Na hipótese de a Administração chamar
nhar as ações da administração, questionando eventual situa- apenas um licitante para a adequação do preço aos níveis
ção de descumprimento da ordem cronológica, que só pode compatíveis, estará cometendo uma ilegalidade, porque todos
ocorrer havendo interesse público. Nessa hipótese, exige a lei têm direito à oportunidade de reformularem seus preços.
que o Administrador publique as razões que o levaram a que-
brar a ordem de vencimento, o que é instrumento que objetiva Exigências de atestados de execução de serviços, como
dar ciência a todos os credores das razões de interesse públi- condição para participar da licitação é também um ponto até
co que estão sendo atendidas pelo Poder Público. controverso. Alguns órgãos querem que os licitantes compro-
vem ter executado contratos com a mesma quantidade da
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, desde ou- que pretendem licitar. O Tribunal não aceita esta exigência,
tubro de 1995 disciplinou o assunto, exigindo que os órgãos porque afronta o inciso I do § 1º do artigo 30 que veda as
fiscalizados apresentem, mensalmente, a relação dos paga- exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos,
mentos efetuados, indicando os feitos fora da ordem e com as ferindo, claramente a competitividade e a livre concorrência. É
justificativas publicadas. justificável a preocupação do administrador em só contratar
8. JURISPRUDÊNCIA DAS IRREGULARIDADES MAIS empresas que tenham condições para bem executar o traba-
COMUNS lho, porém, não pode com isto excluir da concorrência as
empresas que, embora de menor porte, reunam condições
É possível que muitos se perguntem quais seriam as irre- técnico-operacional que lhes possibilite de igual modo execu-
gularidades mais comuns cometidas pelos órgãos da Admi- tar o trabalho, ainda que não detentoras de contratos com
nistração Pública, em nosso Estado, tanto a nível estadual, iguais quantitativos. Aceitar-se esta situação seria impedir o
como municipal. crescimento das empresas.
É bem verdade que uma pesquisa nos julgados de nosso A falta de previsão de recursos orçamentários que asse-
Tribunal, permitirá encontrar irregularidades de toda ordem. gurem o pagamento das obrigações a serem assumidas no
Importante ressaltar, contudo, que à medida em que as licita- exercício financeiro em curso, é também outro ponto que
ções e contratos vão recebendo a instrução processual, o contraria o inciso III do artigo 7º da Lei de licitações, e sua
Tribunal fixa, em cada processo irregular, o prazo para a ocorrência implica na inaceitação da licitação como regular
regularização, e isto o faz, por meio de publicação no Diário pelo Tribunal.
Oficial, tornando público a todos os gestores, as irregularida-
des detectadas. Sem dúvida que isto, de forma automática se Em síntese, importante é deixar configurado que em todo
torna um sinal de alerta, assumindo um caráter pedagógico procedimento é inaceitável a infringência à garantia da melhor
por permitir aos administradores atentos, a adoção de provi- proposta, e a afronta aos princípios básicos da licitação, como
dências para corrigirem seus procedimentos em andamento o da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da morali-
ou futuros, eliminando aquele determinado ponto de afronta à dade, da igualdade, da publicidade, da probidade administra-
lei. tiva, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamen-
to objetivo, e ainda de outros que lhe são correlatos.
Tal situação é interessante porque implica em que se te-
nham irregularidades "do momento". Assim é que, à época da 9. CONCLUSÃO
vigência do Decreto-Lei nº 2.300, muitos foram os casos de Assim é, sinteticamente, o modo como funciona o Tribunal
exigência de garantia na habilitação, por ele proibidos, portan- de Contas, notadamente com relação ao tema específico
to, inaceitáveis pelo Tribunal. Como hoje a lei federal vigente desta palestra, que é o Controle exercido pelo Tribunal de
permite, então cabe ao Administrador decidir, não sendo Contas nas Licitações e Contratos realizados pelos órgãos da
ilegal a exigência, desde que dentro do limite percentual fixa- Administração Pública.
do, quer sua dispensa.
As competências, como exposto, estão disciplinadas na
Defendo ponto de vista contrário à exigência. Entendo que Constituição Federal (art. 70), Constituição Estadual (art. 32),
é restritiva à competição, e fiquei até satisfeito em observar e no caso específico de São Paulo, na Lei Complementar nº
que no anteprojeto da nova Lei, dado à público pelo Ministério 709, de 14 de janeiro de 1993, que é a Lei Orgânica do Tribu-
da Administração para colher sugestões da sociedade, tal nal.

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No entender de Celso Antonio Bandeira de Mello, as fun- responsabilidade estatal. O apêndice visa a sanar qualquer
ções constitucionais reservadas pela Constituição ao Tribunal dúvida ainda existente quanto à responsabilidade do agente
de Contas, podem ser assim classificadas: função de consul- por atos danosos ao particular.
ta; função de informação; função de fiscalização; função de
1. A Responsabilidade Civil do Estado.
julgamento; função de ouvidoria; função corretiva e função
sancionadora. A consagração da responsabilidade civil do Estado cons-
Sem sombra de dúvida que o papel institucional do Tribu- titui-se em imprescindível mecanismo de defesa do indivíduo
nal de Contas é de muita importância para a defesa dos inte- face ao Poder Público. Mediante a possibilidade de responsa-
resses da sociedade. Órgão autônomo e independente, com bilização, o cidadão tem assegurada a certeza de que todo
seus membros, no caso dos Estados, dotados de garantias dano a direito seu ocasionado pela ação de qualquer funcio-
constitucionais atribuídas a desembargadores do Tribunal de nário público no desempenho de suas atividades será pron-
Justiça, o que lhes assegura condições para desempenhar a tamente ressarcido pelo Estado. Funda-se nos pilares da
missão de julgar, fazendo-o com isenção e imparcialidade. equidade e da igualdade, como salientou em doutas palavras
Antonio Roque Citadini PONTES DE MIRANDA:
"O Estado - portanto, qualquer entidade estatal - é res-
6 Responsabilidade civil do Estado. ponsável pelos fatos ilícitos absolutos, como o são as pesso-
6.1 Responsabilidade civil do Estado no direito as físicas e jurídicas. O princípio de igualdade perante a lei há
brasileiro. de ser respeitado pelos legisladores, porque, para se abrir
6.1.1 Responsabilidade por ato comissivo do Es- exceção à incidência de alguma regra jurídica sobre respon-
tado. sabilidade extranegocial, é preciso que, diante dos elementos
6.1.2 Responsabilidade por omissão do Estado. fácticos e das circunstâncias, haja razão para o desigual tra-
6.2 Requisitos para a demonstração da respon- tamento"
sabilidade do Estado. Define com acurácia Celso Antônio BANDEIRA DE MELO
6.3 Causas excludentes e atenuantes da respon- a responsabilidade civil do Estado:
sabilidade do Estado.
"Entende-se por responsabilidade patrimonial extracontra-
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO tual do Estado a obrigação que lhe incumbe de reparar eco-
nomicamente os danos lesivos à esfera juridicamente garanti-
Marcos Araújo - Professor e Advogado. da de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de
Introdução. comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou
omissivos, materiais ou jurídicos".
Este trabalho almeja apresentar os principais aspectos
concernentes à responsabilidade civil do Estado no evolver de Esta responsabilidade pode ser estudada sob três diferen-
suas funções sociais: legislativa, judicial e administrativa. A tes prismas, conforme o aspecto de funcionamento enfocado:
potencialidade danosa do agente público no exercício de uma administrativo, legislativo e judiciário.
função estatal despertou nosso interesse, por correlacionar Cremos importante frisar que a responsabilidade estatal
questões de direito público e privado, permitindo-nos mais não se confunde com a de seu funcionário, uma vez que este
uma vez a constatação de que não se pode pretender anali- último, no exercício de suas funções, pode causar dano tanto
sar qualquer questão jurídica atendo-se a somente um ramo a bens estatais quanto a de particulares. Em ambos os casos,
do direito; ao contrário, cada vez mais a complexidade das comprovada sua culpa, deverá ressarcir os prejuízos causa-
relações sociais exige uma visão holística do fenômeno jurídi- dos. Entretanto, o cidadão lesionado em seu direito por ato
co, enfatizando que o ordenamento é uno e indivisível, e ten- decorrente do agir estatal não depende desta prova para
de à completude. requerer sua indenização, pois pode acionar diretamente o
Doutrinadores há que propugnam não pertencer o estudo Estado, que responderá sempre que demonstrado o nexo de
da responsabilidade do Estado ao ramo civil, mas ao adminis- causalidade entre o ato do seu funcionário e o dano injusta-
trativo. A responsabilidade estatal, entretanto, está melhor mente sofrido pelo indivíduo. A culpa do agente apenas será
inserida no campo da civilística, o qual é capaz de abarcar em discutida em um segundo momento, caso o Estado impetre
seu seio ambas as teorias da responsabilidade subjetiva e ação de regresso. Assim:
objetiva, motivo por que não cabe reduzir esta última à seara "(...) diz-se que a responsabilidade deste [o Estado] é ob-
pública. jetiva, porque não se impõe ao particular, lesado por uma
Existe, nada obstante, uma responsabilidade administrati- atividade de caráter público (ou alguma omissão), que de-
va, mas esta em nada se confunde com a civil. monstre a culpa do Estado ou de seus agentes. Sintetica-
mente, a responsabilidade do Estado se caracteriza pelo
A respeito da responsabilidade administrativa, ensina Ra- preenchimento dos seguintes pressupostos: 1) que se trate de
fael CUESTA: "la responsabilidad disciplinaria [administrativa] pessoa jurídica de direito público ou de direito privado presta-
tiene su fundamento en el hecho de que los funcionarios se dora de serviços públicos; 2)que estas entidades estejam
encuentran respecto a la Administración no sólo en un estado prestando serviço público; 3) que haja um dano causado a
de sujeción general, sino también en un estado de sujeción particular; 4) que o dano seja causado por agente (a qualquer
especial." Não se misturam, portanto, a situação do servidor- título) destas pessoas jurídicas e; 5) que estes agentes, ao
agente com a do cidadão em suas relações com o Estado. causarem dano, estejam agindo nesta qualidade".
Mister é salientar que a responsabilidade civil por atos le- Pelo acima visto, percebe-se que não se confunde a res-
gislativos, judiciais e administrativos corresponde a apenas ponsabilidade civil, "que traduz-se na obrigação de reparar
uma das facetas da responsabilidade civil do Estado, que no danos patrimoniais e se exaure com a indenização, com as
plano da Responsabilidade Objetiva conhece outras sanções responsabilidades penal e administrativa, que não serão
ainda sujeitas a controvérsias. abordadas no presente estudo.
O escopo deste trabalho é apresentar a evolução histórica 1.1. A Teoria da Irresponsabilidade e o Direito Brasilei-
da responsabilidade civil do Estado, o problema dos danos ro.
decorrentes de omissão dos Poderes Públicos, a questão da
responsabilidade estatal por atos lícitos e as excludentes da

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O Brasil, desde seu alvorecer enquanto Estado soberano, Somava-se a esses impedimentos o advento do liberalis-
jamais esposou a tese da irresponsabilidade do Estado no mo pós-revolucionário do final do século XVIII, que acrescen-
que concerne a atos decorrentes da Administração Pública. tou novas questões à responsabilidade administrativa. Com
efeito, algumas legislações europeias, a reboque da francesa,
Já a Constituição de 1824, outorgada dois anos após a instituíram durante o século XIX a necessidade de uma prévia
declaração de independência, proclamava em seu artigo 178, autorização do órgão a que pertence o funcionário ou a seu
n. 29: superior hierárquico para a instauração de processo contra
"Os empregados públicos são estritamente responsáveis agente administrativo. Esta exigência fundamentava-se em
pelos abusos e omissões praticados no exercício de suas uma interpretação extremamente radical do princípio da sepa-
funções, e por não fazerem efetivamente responsáveis aos ração dos poderes, que não admitia qualquer interferência do
seus subalternos". Poder Judiciário sobre o Executivo. O ápice desta concepção
dar-se-á com a instalação de tribunais administrativos, sepa-
Ao contrário do que uma primeira leitura possa sugerir, rados dos judiciários.
doutrina e jurisprudência jamais interpretaram este dispositivo
como consagrando apenas a responsabilidade pessoal do No entanto, essa dificuldade para se acionar o Poder Pú-
funcionário, ao mesmo tempo em que declarava a irrespon- blico não de coadunava com os ideais do racionalismo ilumi-
sabilidade estatal. Na verdade, desde sempre se entendeu nista, que pregavam a limitação dos poderes do Estado, prin-
que a norma traduzia uma responsabilidade solidária entre o cipalmente através da doutrina dos direitos naturais. A solu-
Estado e seus agentes. Esta, todavia, baseava-se ainda na ção acima exposta, ademais, não preenchia os anseios dos
concepção de responsabilidade aquiliana, posto exigisse a cidadãos, que desejavam ver seus direitos protegidos contra
prova da culpa do funcionário para a sua caracterização. a indevida ingerência estatal da forma mais ampla possível.
No mesmo sentido, seguiram-se as Constituições de 1891 Além disso, a evolução do princípio da legalidade permitira
e 1934, que, com redações símiles no que se refere ao objeto deduzir a noção de que se o particular está limitado no seu
do atual trabalho, consagraram a responsabilidade do Estado agir pelas leis emanadas do poder legislativo, não era razoá-
por ato do administrador nos mesmos moldes. Abordaremos, vel que o próprio Estado, ao executá-las, não estivesse sub-
pois, a seguir, a teoria da responsabilidade subjetiva do Esta- sumido às mesmas. Desta forma, paulatinamente a doutrina
do, com vistas a dar prosseguimento à análise histórica do constrói a tese de que o Estado é responsável pelos atos
instituto. ilegais praticados pelos agentes administrativos que causem
danos ao cidadão, salvo nos casos em que provasse a sua
1.2. A Teoria da Responsabilidade Subjetiva do Esta- não culpa.. A jurisprudência construía, desta forma, a teoria
do. da culpa presumida da Administração, que invertia o ônus da
Foi lenta a evolução da teoria da responsabilidade do Es- prova, em benefício da vítima.
tado, tendo tardado muito a permissão para o indivíduo pro- Brilhante é a síntese desta passagem fornecida por CA-
ceder contra o Estado de forma semelhante a que se aciona- NOTILHO:
va um particular.
"O princípio da legalidade que no Estado de Polícia foi in-
O período de responsabilidade civilística, em que o Estado terpretado no sentido de só atos lícitos serem imputados ao
se encontrava em posição de igualdade face ao particular, Estado, evolui no sentido contrário, entendendo-se ser o pró-
pode ser dividido em dois principais momentos: o da culpa prio princípio da legalidade que impele o Estado a garantir a
provada e o da culpa presumida. Em um primeiro momento, a regularidade da atuação administrativa."
responsabilidade estatal assemelhou-se à do preponente pelo
ato do preposto, sendo indispensável a demonstração da A responsabilização do Estado pelo ato do agente foi pos-
culpabilidade do funcionário público para deduzir-se a res- sível, desta forma, a partir da evolução do entendimento da
ponsabilidade da entidade pública. Os danos causados por natureza da relação existente entre eles. Quando se passou a
agente administrativo enquadravam-se, portanto, dentro da admitir que o funcionário público não é um mero particular,
teoria clássica do delito civil, donde a imperiosidade de se mas sim um órgão do Estado, foi elaborada a teoria da res-
restar comprovado "o dolo ou a negligência grave". ponsabilidade do Estado pelo ato culposo de seu agente.
Consoante a teoria do órgão, "a atividade do funcionário con-
Necessário se faz observar que os alicerces da responsa- figura-se como atividade da própria pessoa jurídica, e, por
bilidade civil do Estado são lançados ao final do século XIX, conseguinte, devem ser atribuídas a esta todas as conse-
fruto da Revolução Industrial, que fizera surgir a figura do quências danosas ou não dessa atividade"
Estado empresário. Separou-se, então, a atividade do Estado
em atos de império e atos de gestão, para obrigá-lo a reparar Conforme se pode observar, aos poucos a teoria da res-
os danos causados no desempenho destes últimos em rela- ponsabilidade civil do Estado evoluiu de uma concepção indi-
ção aos serviços públicos, por se entender que nestes casos vidual para a da culpa anônima ou impessoal. Desta forma,
a sua atuação assemelhava-se a dos cidadãos comuns. pouco a pouco, foi-se dando prevalência à constatação do
dano sobre a prova da culpa, sendo os primeiros passos
A formulação da responsabilidade civil do Estado como neste sentido mérito da jurisprudência francesa, através do
autônoma face à responsabilidade civil comum das pessoas Conseil d’État. A esta coube a elaboração da noção de "falta
privadas foi obra da jurisprudência francesa. A doutrina con- de serviço", que mostrar-se-ia o alvorecer da responsabilida-
temporânea contempla o aresto Blanco, proferido pelo Tribu- de objetiva do Estado, calcada nos princípios da igualdade e
nal de Conflitos em 1 de fevereiro de 1873, como o marco do risco. Consoante a ideia de "falta do serviço", o Estado
inicial da admissão da responsabilidade estatal por atos de seria responsável, independentemente de culpa de seu agen-
gestão. te, pelo prejuízo sofrido por um particular devido à inexistên-
Todavia, esta situação ainda se apresentava muito des- cia do serviço público, a seu mau funcionamento ou retarda-
vantajosa para o indivíduo, que muitas vezes ficava irressar- mento. Passou-se, portanto, a serem utilizados os termos
cido ante a impossibilidade de se distinguir entre as duas "culpa do serviço" ou "falha do serviço", e a ser necessário
espécies de atos em seu caso concreto, uma vez que fre- apenas comprovar a ausência do serviço devido ou que seu
quentemente se entrelaçavam ambos os tipos em uma mes- funcionamento deu-se de forma inadequada, ou, ainda, que
ma situação. Além disso, ainda que fosse possível separá-los, tardou mais do que deveria (morosidade), para configurar a
restava comprovar a culpa do agente administrativo, o que responsabilidade do Estado pelos danos daí decorrentes aos
não raro resultava inviável. administrados. Consoante explanação dos irmãos MAZEAUD

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sobre a teoria da culpa do serviço, então em voga na jurispru- embora a Inglaterra ainda a adote em relação ao Rei e a
dência francesa: alguns de seus funcionários, conforme nos explica Aguiar
DIAS:
"Certes fautes de service ne signifie pas, dans la pensée
de la jurisprudence, ‘faute de fonction’, faute comise dans "[Na Inglaterra], vigora a regra ‘The King can do no wrong’,
léxécution de la fonction, pas plus que ‘faute personelle’ ne em face da qual não há possibilidade de acionar o rei ou fun-
signifie faute comise em dehors de la fonction (...) cionários diretamente dependentes dele com base na respon-
sabilidade civil. Há leis que excluem certos funcionários (juí-
"La ‘faute de service’ n’est pas non plus l’acte régu- zes, autoridades policiais, sanitárias e alfandegárias) de toda
lièrement accompli, la ‘faute personelle’ étant l’acte irrégulier. e qualquer responsabilidade, a menos que incorram em culpa
La ‘faute de service’, comme la ‘faute personelle’, par là grave. O sistema inglês estabelece, ainda, uma série de difi-
même qu’elle est une faute, s’analyse en un acte irrégulier" culdades às ações contra os funcionários: prescrição breve,
Desta citação dos irmãos MAZEAUD, depreende-se que direito, outorgado ao funcionário acionado, de oferecer ao
estes esposavam a teoria subjetiva da responsabilidade civil autor determinada composição pecuniária".
do Estado, pois faziam depender o seu nascimento de um ato Entretanto, mesmo sendo irresponsável o Estado no perí-
irregular da Administração, ou seja, a culpa do serviço mos- odo Absolutista, já se admitia, consoante CAIO MÁRIO, "a
trava-se indispensável à sua caracterização. responsabilidade pecuniária pessoal dos agentes da Adminis-
Esclarece-nos, a respeito, Hely Lopes MEIRELLES: tração". Isto se devia a que, consoante Sérgio CAVALIERI
FILHO, "sustentava-se que o Estado e o funcionário eram
"A teoria da culpa administrativa representa o primeiro es- pessoas diferentes, pelo quê este último, mesmo agindo fora
tágio da transição entre a doutrina subjetiva da culpa civil e a de seus poderes, ou abusando deles, não obrigava, com seu
tese objetiva do risco administrativo, pois leva fato, a Administração". Esta solução, todavia, deixava muito a
em conta a falta do serviço para dela inferir a culpa da desejar, dado que constantemente a incapacidade econômica
Administração. É o estabelecimento do binômio falta do servi- do funcionário frustrava a ação de indenização. Mister era,
ço - culpa da Administração. Já aqui não se perquire da culpa pois, buscar um mecanismo mais eficiente ao ressarcimento
subjetiva do agente administrativo, mas perquire-se a falta do da vítima.
serviço em si mesmo, como gerador da obrigação de indeni- Cumpre ressaltar que o advento das revoluções burgue-
zar o dano causado a terceiro. Exige-se, também, uma culpa, sas e do Estado de Direito não foi, como em princípio se po-
mas uma culpa especial da Administração, a que se conven- deria supor, razão da imediata aceitação da responsabiliza-
cionou chamar culpa administrativa." ção civil do Estado. A aplicação prática da teoria da separa-
Desta forma, liga a doutrina o reconhecimento da respon- ção dos poderes obstaculizava sua efetivação, sob a excusa-
sabilidade estatal como sendo direta à elaboração da teoria tiva de que a condenação da Administração por parte do
organicista do Estado.[39] Esta mostrou-se passo decisivo na Poder Judiciário significaria uma intromissão indevida deste
elaboração posterior da teoria da responsabilidade objetiva do na órbita de autonomia do Executivo, o que era inadmissível.
Estado, conforme teremos oportunidade de observar adiante. O início da responsabilidade do Estado somente foi possí-
2. Evolução Histórica da Responsabilidade Civil do Es- vel a partir do desenvolvimento de uma teoria que propugna-
tado va agir o Estado em duas diferentes roupagens, ora como
pessoa pública, ora como pessoa civil. A partir da distinção
2.1 A Teoria da Irresponsabilidade. destes dois tipos de atuação foi possível ao Estado adentrar a
seara civil, enquanto empresário, e passou a ser viável a sua
A responsabilidade civil é matéria jurídica antiga, tendo si-
responsabilização quanto a atitudes empreendidas dentro
do prevista no Código do Imperador Hamurabi da Babilônia,
desta segunda acepção. Em relação às demais, permanecia a
em sua máxima "olho por olho, dente por dente". Aquele que
sua imunidade, fruto de sua soberania e de seu poder de
sofria um dano tinha direito a repará-lo mediante a provoca-
império.
ção de um dano semelhante ao seu responsável. O direito
romano, posteriormente, através da Lex Poeteria Papiria, Consoante CANOTILHO, nem mesmo o advento do direito
proibiu as penas corporais em sede de responsabilidade civil, natural foi capaz de reconhecer limites ao poder de polícia do
instituindo que apenas o patrimônio do agente deveria res- Estado soberano, pois havia uma presunção absoluta de
ponder pelo dano por ele causado. conformidade das medidas soberanas com o direito. Entretan-
to, a partir da teoria jusnaturalista, desenvolveu-se o raciocí-
A amplitude do tema ora em pauta não nos permite tecer
nio de que "os direitos subjetivos dos súditos, autênticos flu-
maiores considerações acerca da evolução do instituto da
xos da liberdade pessoal, ficavam[...] fora do jus politiae, por
responsabilidade civil. Desta forma, iniciaremos nosso estudo
anteriores ao Estado".
evolutivo desde a formação dos Estados Modernos, a partir
de quando nos parece ser possível arguir sua responsabilida- 2.2. A Responsabilidade Objetiva da Administração: as
de. teorias do risco administrativo e do risco integral.
O nascimento do Estado moderno não trouxe de pronto, Elaborada por Leon DUGUIT, a teoria do risco represen-
como se poderia ter imaginado, a responsabilidade estatal por tou passo decisivo na doutrina da responsabilidade estatal.
atos decorrentes das suas funções. Ao contrário, a teoria do Cogitou o insigne jurista da existência de um seguro social,
direito divino dos reis, elaborada por Bossuet para justificar o mediante o qual a sociedade deveria suportar o prejuízo cau-
poder absoluto dos monarcas, impossibilitava qualquer tenta- sado pelo funcionamento do serviço público, não mais sendo
tiva de responsabilizá-lo, pois o rei, designado por Deus, era necessário questionar-se da falta de um seu agente ou do
infalível. próprio serviço. A adoção desta teoria, ora a mais em voga,
entende que basta se prove que o dano sofrido decorreu da
Nos dois principais Estados que adotam o sistema de
atividade pública, ainda que esta não tenha exorbitado sua
Common Law, a teoria da irresponsabilidade foi abraçada até
esfera de ingerência. O particular tem apenas de demonstrar
a década de 1940, tenso sido abandonada nos Estados Uni-
o nexo de causalidade entre o ato da Administração e o dano,
dos através do Claims Act de 1946 e na Inglaterra por meio
e que para este não contribuiu com atitude culposa.
do Crown Proceeding Act de 1947.
Defende MOREIRA NETO a superioridade desta teoria
Por conseguinte, tem-se que a teoria da irresponsabilida-
sobre as demais, afirmando que:
de não mais vige em sua integralidade em nenhum país,

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"(...) a teoria do risco administrativo não vai ao ponto de como se dá com os atos de jurisdição voluntária, e têm os
ignorar a culpa concorrente ou exclusiva do prejudicado na mesmos pressupostos e elementos que os da espécie, de-
causação do evento; na verdade, seria iníquo que o Estado, pendendo de requisitos para sua validade, sendo passíveis,
ou seja, a comunidade, respondesse pela composição de um outrossim, dos vícios de vontade que atacam os atos jurídicos
dano para o qual concorreu com culpa a vítima." em geral."
Explica Marcelo CAETANO que a justificativa ético-jurídica O desacerto do provimento jurisdicional deve ter como
da adoção desta teoria está em que "os riscos acarretados causa a finalidade objetiva e determinante do resultado, dire-
pelas coisas ou atividades perigosas devem ser corridos por tamente vinculada ao elemento psíquico motivador da deci-
quem aproveite os benefícios da existência dessas coisas ou são. Num paralelo com o que diz Caio Mario da Silva Pereira
do desenrolar de tais atividades (...) A Administração deve em relação à formação da vontade no negócio jurídico, carac-
responder pelos riscos resultantes de atividades perigosas ou teriza-se como a intenção dirigida no sentido de realizar a
da existência de coisas perigosas, quando não tenha havido consequência jurídica - que seria, aqui, o erro judiciário.
força maior estranha ao funcionamento dos serviços (...)na
origem dos danos e não consiga provar que estes foram cau- Tido como o mais elementar dos vícios do consentimento,
sados por culpa de quem os sofreu". o erro implica o desconhecimento ou falso conhecimento das
circunstâncias de modo que se comporta o agente de uma
Consoante CAIO MÁRIO, a responsabilidade objetiva do forma que não seria a ia vontade se conhecesse a verdadeira
Estado significa proclamar uma presunção iuris et de iure de situação.
culpa, isto é, uma vez que, constatados a existência de um
dano e o nexo de causalidade entre este e o funcionamento Citando Saleilles, lembra Caio Mario que o erro é a falta
da Administração, o Estado não pode provar a sua "não- de concordância entre a vontade real e a vontade declarada.
culpa". Opera com erro o juiz sempre que declara o direito a um caso
concreto sob falsa percepção dos fatos; a decisão ou senten-
Todavia, se a adoção da teoria objetiva se fez pacífica, ça divergente da realidade conflitante com os pressupostos
não se tem notícia de nenhum Estado que tenha adotado em da justiça, entre os quais se insere o conhecimento concreto
todas as suas consequências a teoria do risco integral em dos fatos sobre os quais incidirá a norma jurídica.
sede de responsabilidade civil estatal. Propugna esta teoria
ser o Estado responsável pela reparação do dano causado Na culpa, logicamente, por ser normativa, não se fala em
pela Administração a um terceiro, desde que reste comprova- vontade consciente dirigida a um fim, mas em inobservância
do o nexo de causalidade entre este e o agir da Administra- de dever de cautela (imprudência), agir desidioso (negligên-
ção, mesmo que para o evento danoso tenha o indivíduo cia) e descumprimento de dever profissional em determinada
contribuído mediante atitude dolosa ou culposa. Ou seja, a circunstância (imperícia). Comumente a culpa é atribuída ao
culpa concorrente ou mesmo exclusiva da vítima não seriam serviço judiciário, anomalamente considerado, e não identifi-
suficientes a afastar o dever de indenizar do Estado. cado com o ato jurisdicional causador do dano.

São, portanto, requisitos para o nascimento do dever res- Em princípio deve-se procurar situar a culpa como causa
sarcitório do Estado, consoante a teoria do risco administrati- do erro judiciário, identificando-a na conduta do juiz, para que
só incida o fundamento da faute du service nos casos em
vo, hoje a mais difundida:
que o agente causador do dano não for o juiz ou não se pu-
a) a existência de um dano correspondente a "lesão a um der, nas circunstâncias, imputar a ele a prática de ato danoso
direito da vítima"[, certo e injusto. para os adeptos da teoria por qualquer das modalidades atinentes à culpa.
subjetiva em caso de omissão do poder público, estes casos
exigem, ainda, o comportamento culposo da administração Tratando objetivamente sobre a responsabilidade civil do
(ver capítulo 3,infra); causador do ato ilícito, bem escreve o juscivilista CARLOS
ALBERTO BITTAR:
b) o responsável pelo ato deve se revestir da qualidade de
funcionário da Administração Pública; "Impõe-se-lhe, no plano jurídico, que responda (do latim
"spondeo" = "responder a", "comprometer-se"; "corresponder
c) é preciso que haja nexo de causalidade entre o ato co- a compromisso ou a obrigação anterior") pelos impulsos (ou
missivo ou omissivo da Administração e o dano causado. ausência de impulsos) dados no mundo exterior, sempre que
Ressalte-se que, na apuração da causalidade, o STF abraça estes atinjam a esfera jurídica de outrem. Isso significa que,
a teoria da interrupção do nexo causal, ou do dano direto e em suas interações na sociedade, ao alcançar direito de ter-
imediato, que proclama existir nexo causal apenas quando o ceiro, ou ferir valores básicos da coletividade, o agente deve
dano é o efeito direto e necessário de uma causa. arcar com as consequências, sem o que impossível seria a
própria vida em sociedade."
Hely Lopes MEIRELLES entende que a adoção da teoria
do risco integral atenta contra a equidade social, e se justifica, Referida responsabilidade, no dizer de uns, plasma-se no
argumentado que "por essa fórmula radical, a Administração artigo 37, parág. 6.º da CF, que subjetivamente já era contida
ficaria obrigada a indenizar qualquer dano suportado por no artigo 159 do extinto Código Civil Brasileiro, verbis:
terceiros, ainda que resultante de culpa ou dolo da vítima".
Ter-se-ia um aumento injustificado das despesas do Estado, ARTIGO 159. "Aquele que, por ação ou omissão voluntá-
erigido a segurador universal, o que poderia mesmo compro- ria, negligência, ou imprudência, violar direito ou causar preju-
ízo a outrem. fica obrigado a reparar o dano."
meter a qualidade dos serviços prestados à população.
3. A Responsabilidade Civil do Estado por suas fun- No caso do Estado a sua responsabilidade é objetiva face
ções a Justiça ser considerado um serviço público. Por isso na
França utiliza-se a expressão service public de la justice
3.1. A Responsabilidade Civil do Estado por Ato Judi- ("serviço público da justiça"). Não há razão que justifique
cial excluir, como exceção, a espécie "serviço público judiciário"
do gênero "serviço público geral" (Cretella Júnior, Direito
O Estado é responsável face ao erro judiciário. Em livro Administrativo p. 15). "O serviço judiciário é, sem contestação
específico sobre o tema "INDENIZAÇÃO DO ERRO JUDICI- possível, serviço público do Estado, em função da integração
ÁRIO", escreve LUIZ ANTONIO SOARES LENTZ que "o ato
do Judiciário à esfera estatal" (Souza, 1990, p. 48).
jurisdicional, como espécie do ato jurídico de direito adminis-
trativo, comporta os que se destinam a solução coercitiva Certa vez ao proferir voto em recurso extraordinário, o
conflitos e a atividade destinada a prover interesses em geral, Min. Aliomar Baleeiro acentuou: "Acho que o Estado tem o

Direito Administrativo 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


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dever de manter uma Justiça que funcione tão bem como que, na qualidade de cidadão, elege os representantes in-
o serviço de luz, de polícia, de limpeza ou qualquer outro. cumbidos de elaborar o diploma legal.
O serviço da Justiça é, para mim, um serviço público
como qualquer outro" (RTJ 64/714 e RDA 114/325). Tais argumentos sabe-se facilmente superáveis. O primei-
ro, a respeito da soberania, aduz o emérito professor que
Conforme deduz José Cretella Júnior (1980; p. 275 e apesar da lei ser abstrata e se impor de forma igual para
1970a, p. 248 e 1970b, p. 31), "a responsabilidade do Esta- todos, é justamente no princípio da isonomia que se atribui,
do por atos judiciais é espécie do gênero responsabilida- em casos concretos, a responsabilidade do Estado. Isto
de do Estado por atos decorrentes do serviço público, quando o Estado, na manifestação de sua atividade legiferan-
porque o ato judicial é, antes de tudo, ato jurídico públi- te, venha a praticar o exercício da atividade lícita pelo particu-
co, ato de pessoa que exerce serviço público judiciário." lar, causando-lhe prejuízos.
Acrescenta José Cretella Júnior (1980, p. 275 e 1970a, p.
248) que "equipara-se o magistrado, representante do É totalmente desproposital também a alusão de que parti-
Estado, ao funcionário público para efeitos de responsa- cular participa da feitura das leis, mediante a escolha dos
bilização e o serviço de administração de justiça ao ser- seus representantes, e aqui a responsabilidade estaria exclu-
viço público, em relação de gênero público) e espécie ída.
(judicial)." Portanto, do reconhecimento da função jurisdicio- Ora, também nas democracias se escolhe os dirigentes
nal como um serviço público decorre que o Estado deve res- máximos da Administração, através da eleição dos chefes do
ponder pelos atos emanados no seu exercício, quando lesi- Poder Executivo, e nem por isso se chega a cogitar da exclu-
vos. Nesse sentido bem escreve Juary C. Silva (1985, p. 119): são de responsabilidade pela atividade dos funcionários pú-
"Efetivamente, aceito que o Estado, no desempenho da blicos, os quais, quase sempre, atuam com obediência a
função jurisdicional, desenvolve um serviço público - o que determinação hierárquica daqueles.
temos por irrecusável e óbvio - depreende-se que o Estado- Forte em Amaro Cavalcanti, em suas lições sobre o con-
jurisdição é tão responsável pelos seus ates lesivos, quanto o trole da constitucionalidade das leis, a doutrina brasileira
é, no respeitante aos seus, o Estado-Administração. Real- evoluiu para responsabilizar o Estado quando leis inconstitu-
mente, todo o serviço público implica a ideia de responsabili- cionais ou desproporcionais prejudicarem a atividade do parti-
dade de quem o executa, em qualquer modalidade, em face cular.
da jurisdicização da atividade estatal e da submissão do Es-
tado ao Direito, nos moldes do constitucionalismo subsequen- Quando alguém venha a sofrer prejuízo, quer em decor-
te à Revolução Francesa." rência de lei inconstitucional, quer em virtude de sua aplica-
ção, induvidoso se torna, na sábia lição do Prof. Edílson No-
Georges Vedei e Pierre Delvolvé (1984, p. 573) assinalam bre, o dever do Estado em efetuar a devida reparação.
que a expressão "serviço judiciário" abrange também a ativi-
dade dos juízes: "On entend le terme 'service judiciaire' das le 3.3. A Responsabilidade Civil do Estado por Ato do
sens le plus large, comme l'ensemble des activités juridiction- Administrador.
nels ou non imputables ou non à des magistrats ow à des Dentro da responsabilidade civil do Estado, a da Adminis-
juges." . tração é a de mais simples constatação e que menos contro-
Edmir Netto de Araújo (1981, p, 181) reitera que "os atos vérsia doutrinária suscita, daí porque, muitas vezes, alguns
do Poder Judiciário, jurisdicionais ou administrativos, doutrinadores tendem a reduzir toda a responsabilidade esta-
são atos das pessoas físicas que exercem o serviço pú- tal ao seu aspecto supracitado, conforme as palavras de Or-
blico judiciário, em nome do Estado: portanto, empe- lando SOARES:
nham, se danosos, a responsabilidade da pessoa jurídica "A concepção genérica acerca da responsabilidade do Es-
(Estado) que representam." Aduz que "também ocasiona tado decorre da prática de atos administrativos emanados do
essa responsabilidade a omissão ou demora do serviço poder público, quer dizer, no caso do Brasil, os atos baixados
judiciário, não individualizado o responsável pelo dano" pelo governo republicano, sob a forma federativa, em suas
(Araújo, E. N., 1981, p. 181). três esferas: federal, estadual e municipal."
A responsabilidade do Estado por atos judiciais é então, Embora revista-se ainda dos aspectos legislativo e judicial,
uma responsabilidade por atos decorrentes do serviço públi- a responsabilidade civil do Estado por ato administrativo é
co. Dizia o Min. Aliomar Baleeiro: "Não posso distinguir aquela que logrou maior efetivação, o que se pode inferir do
onde o texto não distingue. Para mim, o juiz é um funcio- grande número de julgados condenando o Estado a ressarcir
nário público" (RTJ 61/714 e RDA 111/325). danos causados pela administração pública.
3.2. A Responsabilidade Civil do Estado por Atos Le- O tema ora em voga requer, antes de maiores considera-
gislativos ções, que definamos uma conceituação para ato administrati-
Aqui peço vênia para me reportar sempre, quase em sua vo. Assim:
integralidade, dado ao seu inolvidável conteúdo, ao trabalho "Pode-se [...] definir ato administrativo como todo ato lícito
do Professor EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR, ilustre da Administração Pública, que, agindo com supremacia de
magistrado federal na Seção Judiciária do Estado do Rio poder, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,
Grande do Norte. Estado é responsável face ao erro judiciá- modificar ou extinguir direito".
rio.
Desta forma, podemos elencar seus requisitos: competên-
Lembra o magistrado, em sua dissertação específica, que cia, forma, finalidade, motivo e objeto.
existem óbices quanto ao reconhecimento da responsabilida-
de do Estado por atos legislativos. Estão elencados assim: a) Recorremos, ainda, aos ensinamentos de Orlando SOA-
a lei ser um ato de soberania; b) consistir a lei em norma RES, por sua clareza na definição do ato administrativo:
geral, impessoal e abstrata, do que decorre ser incapaz de
"(...) sob a ótica do Direito Público, esses atos [administra-
acarretar lesões a terceiros; c) a lei não viola direitos anterio-
tivos] derivam dum desses órgãos do poder público - que
res, porquanto a contar de sua vigência, modifica a disciplina
integram os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário -, no
da lei revogada; d) a responsabilidade estatal pela edição de
exercício de suas funções administrativas próprias, segundo a
normas legais entrava a evolução administrativa; e, e) o parti-
sua competência constitucional."
cular atingido é de ser tido como autor da lei, tendo em vista

Direito Administrativo 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A seguir, realiza a distinção entre os sentidos material e desempenhado papel imprescindível, conforme restará com-
formal do ato administrativo: provado da análise da evolução histórica empreendida no
próximo capítulo.
"O sentido material diz respeito à multiplicidade de manei-
ras pelas quais se pode manifestar a vontade do Estado, isto 3.3.1 A Responsabilidade Objetiva da Administração
é, a lei, o regulamento, a portaria, a sentença, e assim por no Direito Brasileiro.
diante; o sentido formal se relaciona ao aspecto administrativo
do ato, sem ter em conta, propriamente, a autoridade da qual A responsabilidade objetiva, basilada na teoria do risco
ele emanou, como, por exemplo, quando uma autoridade administrativo ou risco criado, tem suporte no ordenamento
judicial nomeia e destitui, funcionários, o que em princípio é jurídico pátrio, no artigo 37, §6o, da Constituição Federal de
atribuição própria do Estado Administração (Poder Executivo), 1988.
(...)". Art. 37, § 6o: "As pessoas jurídicas de direito público e as
Destas concepções extrai, finalmente, sua concepção de de direito privado prestadoras de serviço público responderão
responsabilidade administrativa: pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso nos casos de
(...) a expressão responsabilidade administrativa, em culpa ou dolo."
sentido amplo, corresponde à obrigação, que se atribui ao
administrador, de assumir ou de ser o responsável por todos Portanto, o Estado brasileiro, em qualquer das suas três
os atos que execute ou ordene, caso exceda os poderes esferas - federal, estadual ou municipal - , é responsável
administrativos que lhe foram conferidos ou outorgados, independentemente comprovação de culpa, pelos danos
quer na esfera da administração pública, quer na particular, causados por seus agentes administrativos a particulares, aí
no âmbito do direito privado." incluídos os funcionários de qualquer entidade estatal e seus
desmembramentos. Resta apenas observar que para o preju-
Conforme se infere, a responsabilidade administrativa é do ízo não tenha contribuído de forma culposa a vítima, quando
administrador, ao passo que a civil reputa-se ao Estado, à será a responsabilidade mitigada (culpa concorrente), ou
Administração, não se perquirindo de excesso ou abuso de afastada (culpa exclusiva da vítima).
poder. Observe-se, assim, a diferença entre a supracitada
definição e a que se segue, em que o eminente constituciona- A teoria objetiva é esposada pelo ordenamento jurídico
lista CANOTILHO define a responsabilidade civil do Estado brasileiro desde a Constituição de 1946. Entretanto, a Consti-
por ato da Administração. tuição de 1988 trouxe-lhe maior amplitude, ao estendê-la às
pessoas jurídicas privadas prestadoras de serviço público,
"Os particulares lesados nos seus direitos, designadamen- sanando, deste modo, antiga controvérsia doutrinária. Entre-
te nos seus direitos, liberdades e garantias, por ações ou tanto, esta inovação não trouxe a univocidade de entendimen-
omissões de titulares de órgãos, funcionários ou agentes do to pretendida, uma vez que a definição de "serviço público" e,
Estado e demais entidades públicas, praticados no exercício por conseguinte, de "empresa privada prestadora de serviço
das suas funções e por causa desse exercício, podem de- público" não se fez ainda pacífica. Não nos ateremos a esta
mandar do Estado - ‘responsabilidade do Estado’ -, exigindo discussão, dada a sua amplitude e complexidade.
uma reparação dos danos emergentes desses atos (CRP,
artigos 22o, 27o; ETAF, artigo 51o/1/h). Ainda em relação às empresas privadas prestadoras de
serviço público, discute-se o caráter solidário ou subsidiário
"No âmbito de proteção desta norma incluem-se ações de da responsabilidade estatal. Propugna Celso Antônio BAN-
responsabilidade contra a administração por atos lícitos e DEIRA DE MELO ser subsidiária, baseando-se em que estas
ilícitos (ações ou omissões) dos titulares de órgãos, funcio- se apresentam dotadas de uma "intimidade estrutural": ape-
nários ou agentes, sejam eles atos jurídicos (atos adminstra- nas o Estado, porque lhe confiou a prestação do serviço, será
tivos), sejam atos materiais (erro de diagnóstico de um mé- chamado a responder caso esta frustre o ressarcimento do
dico, uso de armas de fogo, buracos e valas na via pública particular. Por outro lado, salienta Gustavo TEPEDINO que
sem sinalização)". admitir a subsidiariedade seria tornar a inserir a responsabili-
dade in vigilando na seara do dever estatal de indenizar. Con-
O ordenamento jurídico brasileiro abraçou a tese da res- sidera, pois, tratar-se de responsabilidade solidária, e funda-
ponsabilidade civil do Estado na Constituição Federal, artigo menta seu argumento, dentre outras razões, no fato de que a
37, § 6o. Segundo a Magna Carta, "o Estado responderá pe- maior parte dos serviços públicos prestados configuram rela-
los danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a ções de consumo, e o Código de Defesa do Consumidor (lei
terceiros", independentemente de dolo ou culpa, uma vez que
n. 8078/90) consagra a solidariedade entre todos os fornece-
esta só terá importância para estabelecer o direito de regres- dores do serviço, entendendo-se ambos a empresa privada e
so do Estado contra o seu agente. o Estado como fornecedores de serviço público.
Conforme frisa Gustavo TEPEDINO, a adoção da respon- Assim, imprescindível se faz, neste momento, frisar que o
sabilidade objetiva se coaduna com os princípios constitucio- ordenamento jurídico pátrio consagra a responsabilidade
nais da República: objetiva do Estado pelo ato do administrador, com base na
"Com efeito, os princípios da solidariedade social e da jus- teoria do risco administrativo. Por esta razão, magistrados há
tiça distributiva, capitulados no art. 3o., incisos I e III, da Cons- que, em sua prestação jurisdicional, expressamente se preo-
tituição, segundo os quais se constituem em objetivos funda- cuparam em afastar a teoria do risco integral. Assim, ao julgar
mentais da República a construção de uma sociedade livre, caso de acidente de trânsito em curva entre particular e carro
justa e solidária, bem como a erradicação da pobreza e da da Fazenda Pública, entendeu-se ser objetiva a responsabili-
marginalização e a redução das desigualdades sociais e regi- dade do Estado pelo dano causado por um seu funcionário,
onais, não podem deixar de moldar os novos contornos da uma vez que ficou configurado que para a colisão haviam
responsabilidade civil. (...) Impõem, como linha de tendência, concorrido ambos os motoristas, configurando-se, pois, nexo
o caminho da intensificação dos critérios objetivos de repara- de causalidade em relação a atuação dos dois. A aplicação
ção do dano e do desenvolvimento de novos mecanismos de da teoria objetiva verifica-se em se ter considerado o Estado
seguro social". parte legítima na ação; caso fosse esposada a tese subjetiva,
o dever indenizatório caberia tão somente em caso de culpa
O caminho até a admissão da responsabilidade objetiva do funcionário, e sobre esta não se cogitou. A teoria do risco
foi árduo, tendo doutrina e jurisprudência, através de homens integral ficou afastada por se ter levado em conta a concor-
que honraram a profissão com sua sabedoria e perspicácia, rência da vítima para o evento danoso, o que acarretou dimi-

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nuição da indenização devida pelo Estado; caso esta teoria Os primeiros defensores do alargamento do dever de in-
tivesse sido a adotada, o Estado ter-se-ia visto na obrigação denizar do Estado recorreram a princípios gerais de direito,
de responder pela totalidade do dano sofrido pelo particular. como o direito à igualdade e à equidade. Dada a mentalidade
Observe-se a ementa do venerando acórdão: legalista do século XIX, não lograram grande sucesso. Pouco
depois, surgiram doutrinadores advogando a tese de que esta
"Responsabilidade civil do Estado - Acidente de trânsito
responsabilidade havia sido legalmente prevista, e se utiliza-
em curva - Caráter objetivo da responsabilidade do Estado, vam para corroborar sua tese de interpretações extensivas e
mesmo em tais casos - Motorista da autora também contribuiu analógicas. Assim, defendeu o jurista português Afonso
para o acidente - Adoção da teoria do risco administrativo, QUEIRÓ a tese de que:
mas não integral - Condenação pela metade - CF/88, art. 37,
par 6o." "Em princípio, e salvo disposição contrária da lei, o patri-
mônio de uma pessoa não pode ser especialmente sacrifica-
Critica, neste sentido, Yussef CAHALI, uma antiga decisão do por um ato ou fato administrativo sem que a administração
do Tribunal de Justiça de São Paulo, na qual o Egrégio Tribu- satisfaça oportunamente a correspondente indemnização."
nal esposou posição isolada, por inaceitável. Concluiu, em
episódio único, o Ilustre Tribunal, que "pouco importa a exis- Desta forma, cabe ao Estado indenizar sempre que o pre-
tência de concausas quando os danos provêm de faltas anô- juízo injusto tenha como causa exclusiva a atividade, ainda
nimas nos serviços públicos de várias entidades públicas, que regular, da Administração. Cumpre, portanto, não tenha
ainda que uma daquelas provenha de um suposto fato fortui- sido ocasionado por força maior, fato de terceiro ou do próprio
to, qual uma chuva anormal". prejudicado. Ressaltamos que para que o Estado indenizar
prejuízo decorrente de ato lícito, deve o dano revestir-se,
Admitir a total responsabilidade do Estado, não obstante como nas demais hipóteses, das características de atualida-
restar comprovada a concorrência de fato maior para o dano, de, certeza e permanência.
é adotar a teoria da responsabilidade integral, a qual trans-
forma o Estado em segurador universal, dando-lhe mais en- Veja-se, acerca dos prejuízos decorrentes de ato lícito,
cargos do que pode suportar, e atentando contra os princípios trecho de decisão emanada do Tribunal de Justiça do Rio
da equidade entre todos os cidadãos. Ao Estado cumpre Grande do Sul:
indenizar danos ocasionados pelo seu funcionamento, mas
não aqueles provenientes de fatos imprevisíveis e inevitáveis, "Ao Município é lícito, com vistas ao bem comum, alterar o
nível das vias públicas, mas deve ressarcir ao particular pelos
de origem externa. Donde a pertinência da crítica contra o
citado julgado, cuja decisão não prosperou na jurisprudência. danos que a obra pública ocasionar em prédios já existentes,
construídos sob licenciamento e regular aprovação da Prefei-
4. Excludentes da Responsabilidade Civil do Estado tura."
Consagrada inequivocamente a tese da responsabilidade Desta feita, a alteração da via pública insere-se dentro dos
civil do Estado, cumpre-nos agora analisar as hipóteses em poderes legalmente concedidos ao administrador público.
que se exclui o seu dever de indenizar. A responsabilidade Nada obstante, a existência de permissão legal não é sufici-
estatal independe de culpa, ficando desde logo afastadas as ente a elidir a responsabilidade estatal, conforme restou com-
excludentes de responsabilidade civil que se baseiam neste provado pelo supracitado acórdão.
elemento.
4.2 O Abuso de Direito.
4.1 A Questão da Responsabilidade do Estado por
Atos Lícitos. A responsabilidade do Estado baseia-se na concepção de
que o agente administrativo atua como órgão da pessoa jurí-
Ao iniciarmos o estudo das hipóteses em que o Estado se dica da qual é funcionário. Por isso, o Estado responde por
vê liberto da obrigação de indenizar, cremos oportuna uma danos que seus funcionários, nesta qualidade, causem a
breve notícia acerca da responsabilidade estatal por atos terceiros.
lícitos. Com efeito, dado tratar-se de responsabilidade objeti-
va, a análise deve partir do pólo passivo da relação, isto é, o Assim, discute a doutrina a hipótese de o agente público
que deve ser analisado é o teor de injustiça do dano sofrido agir extrapolando suas funções, quando desta sua atuação
pelo particular, não se devendo enfatizar o caráter ilícito ou advenha dano ao cidadão.
não da atuação do agente administrativo estatal. Portanto, Explica-nos Marcelo CAETANO a necessidade de se se-
cumpre desde logo esclarecer que a licitude do ato estatal parar os atos funcionais dos agentes administrativos daqueles
não constitui excludente de sua responsabilidade, pois retira o praticados fora da qualidade funcional, chamados pessoais. O
teor de culpabilidade da ação, mas não tem o condão de Estado, como pode depreender-se sem maiores delongas, é
interromper a cadeia causal. responsável apenas quanto aos primeiros atos.
A responsabilidade civil do Estado por ato lícito tem sua Do acima exposto poder-se-ia concluir, em uma primeira
origem na segunda metade do século XIX. Surge a partir da leitura, que o Estado não responderia pelo abuso de poder
ideia que não obstante gozar o Poder Público de discriciona- praticado pelo agente administrativo.
riedade, podendo por isso realizar certas ingerências na vida
do cidadão sem que se caracterize a figura do abuso de po- "(...) se os titulares dos órgãos abusam dos seus poderes
der, todo dano injustamente sofrido pelo particular em decor- ou resolvem sem se investirem das cautelas exigidas na lei
rência do agir do Estado deveria ser ressarcido. Portanto, é a para as deliberações ou se os agentes procedem ilegalmente
partir do desenvolvimento da teoria do risco administrativo em termos tais que não se possa admitir que ao produzir o
que irá se desenvolver a tese da responsabilidade estatal por dano se achassem no exercício da função de que foram in-
atos lícitos. vestidos, então, estamos perante atos pessoais, pelos quais a
pessoa jurídica não tem que responder, devendo os indiví-
Esta posição não se impôs desde logo, tendo tido como duos, seus autores, ser responsabilizados pelo que fizeram".
principal adversária a corrente positivista, que defendia ser a
indenização devida pelo Estado apenas nos casos expressa- Entretanto, nem sempre será o Estado dispensado do de-
mente previstos em lei, e nenhuma norma até então elabora- ver de indenizar, pois a dissimulação do funcionário estatal
da previa a responsabilidade do Estado dissociada da noção frequentemente poderia levá-lo a enganar o particular, que,
de ato ilícito. de boa-fé, acreditaria estar diante de agente público. Portan-
to:

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"(...) se o público, na sua boa-fé foi iludido pelo procedi- Com estas palavras, o eminente jurista português CANO-
mento dos titulares dos órgãos ou dos agentes da Administra- TILHO nos dá ciência da responsabilidade do Estado por ato
ção que excederam os seus poderes, mas por forma a ser praticado pela Administração em caso de estado de necessi-
difícil aos prejudicados distinguir se havia abuso ou não, pode dade. Cumpre ressaltar que, para não se subverter a ordem
a lei admitir o direito destes pedirem indenização à pessoa legal, mister é que a situação fática ensejadora do ato se
jurídica. E esta terá de indenizar, embora se lhe reconheça o revista de todas as características do estado de necessidade,
direito de se ressarcir pelos bens do titular ou agente culpado quais sejam, perigo atual ou eminente de dano grave a bem
( direito de regresso ou ação regressiva)". jurídico de valor superior àquele que ora se sacrifica. Segun-
do o jurista, imprescindível se faz, ainda, que o dano sofrido
Desta forma, caso o particular tenha tido motivos para pelo particular em tais casos se revista das características de
acreditar que o agente encontrava-se no desempenho de sua especialidade e anormalidade, pois, caso contrário, se de
função pública, ou que tenha a entidade para a qual trabalha pequena monta, resta abrangido pelos sacrifícios normais que
se beneficiado do resultado de sua conduta abusiva, deverá o todo indivíduo deve enfrentar por viver em coletividade.
Estado responder pelo dano. Conforme salienta Hely Lopes
MEIRELLES: Imprescindível faz-se, por conseguinte, salientar que os
danos causados em situação de estado de necessidade so-
"(...) o essencial [para gerar o dever de o Estado reparar o mente devem ser indenizados ao particular naquilo em que
dano] é que o agente da Administração haja praticado o ato excedem a justa contribuição de cada cidadão para a vida em
ou a omissão administrativa no exercício de suas atribuições sociedade, e as vantagens colhidas pelos mesmos na ação
ou a pretexto de exercê-las. Para a vítima (...) o necessário é
administrativa oriunda da necessidade.
que se encontre a serviço do Poder Público, embora atue fora
ou além de sua competência administrativa". A necessidade é subprincípio da proporcionalidade[81],
donde ser essencial que haja uma proporção entre a restrição
Neste sentido, decidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo, a direito individual e o benefício adquirido pela coletividade
em antigo mas elucidador acórdão: com a ação do Poder Público. O agir da Administração em
"Se o policial fardado, mesmo não estando em serviço, estado de necessidade deve ater-se aos limites permitidos em
atuou na qualidade de agente do Poder Público, matando lei, sendo passível de controle pelo Poder Judiciário.
alguém, o Estado responde pela respectiva indenização. O 4.4. O Fato da Vítima: exclusivo e concorrente.
fato de ter havido, por parte do policial, abuso no exercício da
função pública não afasta a responsabilidade objetiva da A inexistência do dever de reparação no caso de culpa
Administração. Pelo contrário, revela até mesmo a existência exclusiva da vítima, ou sua mitigação, no caso de concorrên-
de culpa in eligendo, o que é mais grave". cia, deve-se não ao fato de que se inocenta o Estado pela
ausência de culpa, posto que esta não é requisito da respon-
A decisão acima proferida baseia-se em importante distin- sabilidade objetiva, mas porque a participação da vítima para
ção feita por Yussef CAHALI. Explica o eminente doutrinador o dano opera excluindo ou atenuando o nexo causal.
que, conforme jurisprudência consolidada no Supremo Tribu-
nal Federal, não de confundem o agir na qualidade de servi- Ensina-nos José COSTA:
dor público com a atuação no exercício da função pública.
"Lastreando-se a responsabilidade do Estado na teoria do
Basta a primeira para que se delineie o pressuposto exigido
para que nasça o dever de indenizar por parte do Estado. risco administrativo, a culpa exclusiva da vítima na causação
Assim, embora o policial não estivesse em seu expediente de do dano descaracteriza o dever de ressarcimento por parte
trabalho, agira invocando a sua qualidade de agente adminis- das pessoas jurídicas de direito público."
trativo estatal, fato suficiente a gerar a responsabilidade esta- Caso haja concorrência de culpas, dividem-se doutrina e
tal. jurisprudência quanto à divisão da indenização pelos danos
Conclui-se, portanto, que o fato de o agente da Adminis- sofridos, uma parcela entendendo dever cada parte responder
tração utilizar-se abusivamente de sua qualidade ao causar na proporção de sua participação para a ocorrência do prejuí-
dano a terceiro não é suficiente a afastar a responsabilidade zo, enquanto outra defende deva ser a indenização dada pela
estatal. Com efeito, dada a dificuldade para a vítima em reco- metade.
nhecer o agir abusivo, contrariaria os princípios de justiça que Assim, vejamos acórdão do 1o Tribunal de Alçada Cível de
a ela restasse tão somente ação contra o agente administrati- São Paulo.
vo.
"Responsabilidade civil do Estado - Acidente de trânsito
4.3 Estado de Necessidade Administrativa. causado por obras na via pública - Sinalização deficiente e
Ao Estado, pela sua natureza, são conferidas certas prer- desatenção do motorista - Condenação do Município réu na
rogativas de ingerência na vida particular de seus cidadãos, metade dos prejuízos".
inclusive a de os privar do exercício de alguns de seus direi- O Tribunal de Justiça de São Paulo, por sua vez, proferiu
tos individuais, desde que haja razões relevantes a motivar decisão em que esposou a tese da repartição proporcional da
sua ação, e que esta não ultrapasse os limites de discriciona- indenização em caso de culpa concorrente.
riedade estabelecidos em lei. Assim:
"Responsabilidade civil do Estado - Acidente de trânsito
"Perante calamidades, catástrofes, convulsões, a admi- com morte de motociclista em via pública municipal mal con-
nistração poderá ter necessidade de requisitar bens particu- servada - Ocorrência de outros acidentes no mesmo local -
lares, destruí-los ou danificá-los, invadir o domicílio privado, Força maior não configurada - Culpa concorrente da vítima,
requerer compulsivamente serviços pessoais, sem obede- por não usar capacete - Redução, em 25%, da pensão devida
cer às regras de forma e competência ordinariamente exigi- à viúva e filhos - Procedência".
das para a adoção de tais medidas. Estas medidas são
susceptíveis de onerar especial e anormalmente alguns ci- Ambos os acórdãos mitigam a responsabilidade estatal
dadãos aos quais não deve razoàvelmente ser exigido que mediante a adoção da teoria do rico administrativo, que exige
suportem sozinhos os danos emergentes de atos ou opera- a comprovação do liame de causalidade para a imputação do
ções materiais adotadas pela administração em circunstân- dever de indenizar ao Estado.
cias excepcionais". 4.5 O Fato de Terceiro.

Direito Administrativo 107 A Opção Certa Para a Sua Realização


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De forma análoga ao fato exclusivo da vítima, o fato de tra-se controversa, tendo havido neste caso voto vencido,
terceiro, que por si só provoca o evento danoso, não é de pela responsabilização estatal.
responsabilidade do Estado, pois a adoção pela doutrina
4.6 Caso Fortuito e Força Maior.
pátria da teoria do risco administrativo exige a relação de
causalidade entre a atuação do agente público e o resultado A doutrina e jurisprudência majoritárias entendem, con-
danoso. Assim, entende Hely Lopes MEIRELLES que "o legis- forme reiteradamente temos afirmado, que o Estado responde
lador constituinte (...) não responsabilizou objetivamente a pelos danos causados pela Administração de acordo com a
Administração por atos predatórios de terceiros". E enfatiza teoria do risco administrativo. Esta teoria permite acatar o
seu argumento empiricamente: "Daí porque a jurisprudência, caso fortuito e a força maior como excludentes da responsabi-
mui acertadamente, tem exigido a prova de culpa da Adminis- lidade do Estado, por romperem o nexo de causalidade entre
tração nos casos de depredação por multidões" Cumpre-se a ação do agente administrativo e a produção do resultado.
ressaltar que, nestes casos, o fato do terceiro, em relação ao
Estado, assemelha-se ao caso fortuito e à força maior, daí PONTES DE MIRANDA, ao tratar do assunto, lembrava
porque se deva provar, consoante doutrina mais moderna, que o Estado, em princípio, responderia objetivamente pela
não a culpa, mas a existência de um nexo de causalidade hipótese prevista nos artigo 1529 do Código Civil, exceção ao
entre a omissão do poder público e o sofrimento de dano princípio da responsabilidade subjetiva, que rege a interpreta-
injusto. Facilita-se o ressarcimento da vítima, que não tem de ção das demais normas do Código, conforme o artigo 159 da
demonstrar a negligência do poder público. Parte Geral. Nada obstante, seu parecer nestas hipóteses
salientava que "não há responsabilidade se a queda resultou
A este respeito, destacamos interessante acórdão proferi- de força maior, que foi a causa única, como terremoto ou o
do pelo Primeiro Tribunal de Alçada Cível de São Paulo.[88] bombardeio aéreo".
Tratava-se da morte de menor que subiu em entulho que
obstruía passagem pela calçada, deixado por particular que Ainda que a distinção entre caso fortuito e força maior
fazia obras em sua casa. A criança desequilibrou-se e caiu na apresente-se plena de controvérsias e incertezas, e que não
pista de rolamento, onde veio a ser atropelada e morta por poucas vezes os termos sejam utilizados como sinônimos,
ônibus. Pleiteava o autor responsabilidade da Prefeitura Mu- deve-se ressalvar que parte da doutrina vislumbra profunda
nicipal de Capivari, por haver se omitido na dever de fiscaliza- diferenças ademais da terminologia, levando inclusive a con-
ção. Entendeu, todavia, a Terceira Turma do Egrégio Tribu- sequências díspares. Delineamos, a seguir, o argumento
nal, em seu acórdão, que: daqueles a quem a distinção apresenta-se relevante:

"Todavia, não pode a Municipalidade ser responsabilizada "(...) se a força maior decorre de um fato externo, estranho
pela indenização porque os promotores da reforma em imóvel ao serviço, o caso fortuito provém do seu mau funcionamento,
particular descumpriram dispositivo do Código de Obras, que de uma causa interna, inerente ao próprio serviço; admite-se,
proíbe a ocupação de qualquer parte da via pública com ma- por conseguinte, a exclusão da responsabilidade no caso de
teriais de construção." força maior, subsistindo, entretanto, no caso fortuito, por estar
incluído este último no risco do serviço; na força maior, ne-
E evoca a ideia de que ainda que restasse comprovada a nhuma interferência tem a vontade humana, nem próxima
omissão da Administração em seu dever de fiscalização, nem remotamente, enquanto que, no caso fortuito, a vontade
mesmo nesta hipótese não caberia responsabilizar a Prefeitu- apareceria na organização e no funcionamento do serviço".
ra, pois a omissão não seria causa eficiente à produção do
dano, faltando, por isso, o elemento indispensável da causali- Entendeu certa feita o Tribunal de Justiça de São Paulo
dade. Assim, vejamos: que enchente provocada por chuvas fortes e bueiros entupi-
dos não caracteriza caso fortuito, por ser previsível a ocorrên-
"No caso, o acidente ocorreu não porque a Prefeitura dei- cia de chuvas àquela época do ano, sendo dever da Adminis-
xou de fiscalizar o local, ou não puniu o responsável, mas sim tração manter os bueiros da cidade desobstruídos. Seguindo
porque este obstruiu o passeio com materiais de construção, a orientação supramencionada, não libertou o poder público
que dificultavam, senão impediam a passagem de pedestres". do dever de indenizar, por ausência de causa excludente da
Desta forma, entendeu-se não ser dever do Estado, mas responsabilidade.
sim do particular, indenizar os autores da ação. Foi então a "Responsabilidade civil do Estado - Morte de filho menor e
empresa dona da propriedade em que se realizava a obra danos em imóvel decorrentes de inundação - Evento ocorrido,
condenada a pagar a metade da indenização fixada, por ter não pelo excesso de chuvas, mas pela má conservação de
entendido o Egrégio Tribunal haver existido culpa concorrente bueiros e do leito do rio, por parte do Município - Inexistência
da vítima, a qual fora imprudente ao tentar transpor o obstá- de caso fortuito - Indenização de um terço do salário mínimo
culo correndo. até quando a vítima completasse vinte e cinco anos - Proce-
Observe-se outro julgado interessante, em que o Estado dência".
não foi condenado a ressarcir os danos, por haverem enten- Portanto, observa-se que para o Estado eximir-se de seu
dido os magistrados faltar nexo de causalidade, por ter o dever de indenizar, mister é que a ausência de nexo causal
evento danoso decorrido de fato de terceiro. impossibilite qualquer atribuição de responsabilidade a ele. A
"Responsabilidade civil do Estado - Acidente de trânsito - jurisprudência concede especial atenção à característica de
Capotamento de veículo em via pública urbana quando moto- imprevisibilidade do dano, sem o que não se há como falar
rista desviou de animais bovinos - demonstração de que a em caso fortuito ou força maior. Caso não restem comprova-
Prefeitura cumpre seu papel de retirar animais das vias públi- dos, deverá o Estado responder, em benefício da vítima, que
cas - Responsabilidade, a rigor, do proprietário do animal - não deve ver o prejuízo que sofreu restar irressarcido.
Improcedência - CF/88, art. 37, §6o." Admite-se, outrossim, que a ocorrência de um fenômeno
Entendeu, portanto, o 1o Tribunal de Alçada Cível de São da natureza, não obstante seja insuficiente para excluir o
Paulo, que fora a negligência do dono do proprietário que dever indenizatório por parte do Estado, possa influenciar na
causara o acidente, pois a este cabia zelar para que seu ani- determinação da quantia devida, ao ser admitido como uma
mal não invadisse a via pública (art. 1527 do Código Civil). O das causas eficientes para o dano. Nestas hipóteses, o liame
Estado não se apresenta onisciente, capaz de vigiar a todos a de causalidade a conectar o evento danoso à atuação da
cada minuto, daí porque na hipótese não lhe possa ser impu- Administração é mitigado pela concorrência de causas. Ob-
tada responsabilidade por omissão. A matéria, contudo, mos- serve-se, como exemplo, a seguinte ementa:

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"Responsabilidade civil do Estado - Danos causados a es- comissiva ou omissiva de agente público); dano; e nexo de
tabelecimento comercial pelo transbordamento das águas do causalidade entre o fato administrativo e o dano[1].
rio Tamanduateí - Coexistência de fatores na provocação do
evento: interveniência de fenômenos naturais e mau funcio- O Código Civil de 1916 consagrou a responsabilidade civil
namento no serviço público - Redução do quantum indeniza- subjetiva, que tem sua fonte na conduta voluntária causadora
tório. A coexistência de tantos fatores no evento impõe a de um dano[2], expressa no art. 159: “Aquele que, por ação
redução do quantum indenizatório. É o que a doutrina mais ou omissão voluntária, negligência ou imperícia, violar direito,
recente vem recomendando". ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”.
A redação é clara no sentido de se exigir a comprovação de
Conclusão. culpa para a responsabilidade civil do Estado. Dessa forma,
além dos três pressupostos acima, havia, no Código revoga-
A responsabilidade civil do Estado é um instituto essencial do, necessidade do elemento culpa.
à construção do Estado Democrático de Direito, pois assegu-
ra os direitos do cidadão face a um injusto dano causado pelo Em se tratando de responsabilidade civil do Estado, a re-
poder público a seu patrimônio. Sua objetivação coaduna-se gra é a responsabilidade civil objetiva, assim considerada a
com a doutrina mais moderna, que almeja facilitar o ressarci- que não necessita de comprovação de culpa. A Constituição
mento do lesionado pelo agir dos agentes públicos, mediante de 1988 seguiu a orientação das Constituições anteriores,
a dispensa da prova de culpa. Insere-se dentro do respeito desde a Constituição de 1946, com a adoção da responsabili-
que os agentes de um governo que se pretende representan- dade civil objetiva, na modalidade de risco administrativo,
te da soberania popular (art. 1o , p. único, da CRFB/88) estão conforme determina o art. 37, § 6º, da CF, com a seguinte
obrigados a dispensar a seus cidadãos, garantia de que man- redação:
ter-se-ão dentro dos limites da legalidade no desempenho de
suas funções, e de que, ainda nessas hipóteses, caso seja “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
imprescindível o sacrifício de um direito particular em prol do vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
bem comum, aquele será prontamente ressarcido, pois aten- danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-
taria contra a liberdade e a igualdade entre os cidadãos que ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
um indivíduo pudesse ser privado de uma parcela de seu nos casos de dolo ou culpa”.
patrimônio sem uma respectiva compensação. O código Civil de 2002, com a tendência em aumentar as
Não se confunde o acima exposto com a adoção de uma hipóteses de responsabilidade civil objetiva, seguiu a mesma
teoria do Estado de Direito individualista, nos moldes dos linha, no art. 43:
criados ao final do século XVIII. Ao contrário, os Estados “As pessoas jurídicas de direito público interno são civil-
Democráticos contemporâneos preveem a limitação de direi- mente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa
tos individuais em prol de interesses sociais, desde que aten- qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito re-
didos os critérios da proporcionalidade e da razoabilidade, e gressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte
que os indivíduos que venham a sofrer um dano pelo agir da destes, culpa ou dolo”.
Administração possam ser ressarcidos na justa medida de
seus prejuízos. No entanto, isso não significa que esteja abolida do direito
brasileiro a responsabilidade civil da Administração Pública na
Desta forma, perece-nos irretocável o sentido que têm da- vertente subjetiva. Há situações que ensejam a verificação da
do doutrina e jurisprudência ao disposto no §6o do artigo 37 culpa para se configurar a responsabilidade civil.
da Carta Constitucional vigente. A adoção da teoria do risco
administrativo, sem os extremos a que levaria a adoção do A responsabilidade civil por omissão de atos da Adminis-
risco integral, tem se mostrado suficiente a manter o respeito tração Pública é subjetiva, situação na qual se erige a culpa
pela cidadania, pelos valores sociais do trabalho e da livre como pressuposto da responsabilidade. Nesse caso, não se
iniciativa, e pela dignidade da pessoa humana, princípios aplica a regra do art. 37, § 6º, da CF. Nas palavras de CELSO
fundamentais do Estado brasileiro (art. 1o da CRFB/88). São, ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO:
outrossim, preservados da ingerência estatal os direitos fun- “(...) É que, em princípio, cumpre ao Estado prover a todos
damentais de todos, invioláveis consoante o artigo 5o da Car- os interesses da coletividade. Ante qualquer evento lesivo
ta Magna. causado por terceiro, como um assalto em via pública, uma
Ação regressiva enchente qualquer, uma agressão sofrida em local público, o
lesado poderia sempre argüir que o ‘serviço não funcionou”. A
Não raro, pessoas são obrigadas a suportar ônus resultan- admitir-se responsabilidade objetiva nestas hipóteses, o Esta-
tes de situações que foram causadas, total ou parcialmente, do estaria erigido em segurador universal! Razoável que res-
por terceiros. Estes ônus lhes cabem, a princípio, pela res- ponda pela lesão patrimonial da vítima de um assalto se
ponsabilidade objetiva a que estão sujeito ou simplesmente agentes policiais relapsos assistiram à ocorrência inertes e
pela situação de fato que se impõe. desinteressados ou se, alertados a tempo de evitá-lo, omiti-
Apesar de, num primeiro momento, arcarem com os ônus ram-se na adoção de providências cautelares. Razoável que
de tal fato, a lei lhes dá o direito de, regressivamente, receber o Estado responda por danos oriundos de uma enchente se
do verdadeiro culpado aquilo que despenderam. as galerias pluviais e os bueiros de escoamento das águas
estavam entupidos ou sujos, propiciando o acúmulo de água.
Esta regressividade se dá através da chamada ação re- Nestas situações, sim, terá havido descumprimento do dever
gressiva. legal na adoção de providências obrigatórias. Faltando, entre-
tanto, este cunho de injuridicidade, que advém do dolo, ou
A responsabilidade civil do Estado por culpa tipificada na negligência, na imprudência ou na imperí-
omissão cia, não há cogitar de responsabilidade pública[3]”.
Simone de Sá Portella Quando se fala em danos da Administração Pública por
omissão é imperioso se distinguir a omissão específica da
A responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano omissão genérica. A omissão é específica quando o Estado
causado a outrem na esfera patrimonial ou moral. tem a obrigação de evitar o dano. Isso ocorre nos caos de
Para se configurar a responsabilidade civil há necessidade bueiros destampados que ensejam a queda de uma pessoa,
de três pressupostos: Fato Administrativo (qualquer conduta causando-lhe danos. No entanto, há situações que não há
possibilidade de o Estado impedir, através de seus agentes,

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danos eventuais aos seus administrados. O exemplo típico é de agente público, nessa qualidade, e o dano suportado pelo
o de lesões sofridas por atos de vandalismo de terceiros, em particular. Os danos sofridos por particular em razão de ato
estádios de futebol. de delinqüência só responsabilizam a Administração caso
comprovada sua culpa, consistente em não agir conforme
Assim sendo, quando há responsabilidade civil por omis- determina a lei, diante de determinado fato – a chamada teo-
são específica, o Estado responde objetivamente, conforme o ria do faute du service publique, que diferencia o ato omissivo
art. 37, § 6º, da CF. Entretanto, em se tratando de omissões do ato comissivo estatal. 4. a falta do dever genérico de ga-
genéricas, a responsabilidade do Poder Público é subjetiva, rantir a segurança dos cidadãos não configura o ato omissivo
com necessidade de se aferir a culpa. do estado, sob pena de se lhe exigir que seja um segurador
Ademais, quando não se puder identificar o agente que universal ou um Ser Onipotente, capaz de evitar a ocorrência
causou o dano, há exigência de que a vítima comprove que de qualquer ação criminosa, em todo tempo e espaço[5]”.
não houve serviço, o serviço funcionou mal ou foi ineficiente. “ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. SU-
É o que se denomina responsabilidade civil por culpa anôni- POSTO DESCUMPRIMENTO DO DEVER DE AGIR DA AD-
ma do serviço, modalidade de responsabilidade subjetiva da MINISTRAÇÃO PÚBLICA, DECORRENTE DA ALEGADA
Administração Pública. OMISSÃO EM NÃO REALIZAR A MANUTENÇÃO DE CAM-
Assim sendo, em se tratando de omissão genérica do ser- PO DE FUTEBOL. A RESPONSABILIDADE CIVIL, SE EXIS-
viço, ou, quando não for possível identificar um agente público TENTE, DECORRE DA OMISSÃO GENÉRICA DO DEVER
responsável, a responsabilidade civil do Estado é subjetiva, LEGAL DE MANTER ÁREAS DE LAZER EM CONDIÇÕES
sendo equivocado se invocar a teoria objetiva do risco admi- SEGURAS PARA O USUÁRIO. CULPA ANÔNIMA OU FAL-
nistrativo. TA DO SERVIÇO, DE NATUREZA SUBJETIVA, VERIFICA-
DA ONDE HÁ AUSÊNCIA DO SERVIÇO DEVIDO OU
Nesse sentido, as palavras do ilustre Desembargador do QUANDO SEU FUNCIONAMENTO É DEFEITUOSO, O QUE
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, SÉRGIO DEPENDE DE DILARGADA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA.
CAVALIERI FILHO: NÃO INCIDÊNCIA DO CDC. IMPROVIMENTO DO RECUR-
“Já ficou registrado que a Constituição responsabiliza o SO[6]”.
Estado objetivamente apenas pelos danos que os seus agen-
tes, nessa qualidade, causem a terceiros. Logo, não o res- Notas:
ponsabiliza por atos predatórios de terceiros, como saques
em estabelecimentos comerciais, assaltos em via pública etc., [1] Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito
nem por danos decorrentes de fenômenos da Natureza, como Administrativo. Rio de Janeiro: Lúmen Juris. 2008. P.P.
enchentes ocasionadas por chuvas torrenciais, inundações, 502/503.
deslizamento de encostas, deslizamentos de encostas, desa-
[2] Tepedino, Gustavo. A Evolução da Responsabilidade
bamentos etc., simplesmente porque tais eventos não são
Civil no Direito Brasileiro e suas Controvérsias na Atividade
causados por agentes do Estado. A chuva, o vento, a tempes-
Estatal in Temas de Direito Civil. Rio de Janeiro: Renovar. 4ª
tade, não são agentes do Estado; nem o assaltante e o sa-
edição, 2008. P.P.206/207.
queador o são. Trata-se de fatos estranhos à atividade admi-
nistrativa, em relação aos quais não guarda nenhum nexo de [3] Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros
causalidade, razão pela qual não lhes é aplicável o princípio Editores. 2007. P.979.
constitucional que consagra a responsabilidade objetiva do
Estado. Lembre-se que a nossa Constituição não adotou a [4] Programa de Responsabilidade Civil. São Paulo: Ma-
teoria do risco integral. lheiros Editores. 2006. P. 275.

A Administração Pública só poderá vir a ser responsabili- [5] Desembargador Relator Marcos Alcino A Torres, Jul-
zada por esses danos se ficar provado que, por sua omissão gado em 26/02/2008, Décima Sexta Câmara. Decisão extraí-
ou atuação deficiente, concorreu decisivamente para o even- da do site www.tj.rj.gov.br; acesso em 24/10/2008.
to, deixando de realizar obras que razoavelmente lhe seriam [6] Desembargador Relator Antônio Saldanha Palheiro,
exigíveis. Nesse caso, todavia, a responsabilidade estatal julgado em 01/04/2008, Quinta Câmara. Decisão extraída do
será determinada pela teoria da culpa anônima ou falta do site www.tj.rj.gov.br; acesso em 24/10/2008.
serviço, e não pela objetiva, como corretamente assentado
pela maioria da doutrina e da jurisprudência. Essa é a precisa A omissão e a responsabilidade subjetiva do
lição de Hely Lopes Meirelles: “Daí por que a jurisprudência, Estado: Quando cabe indenização?
mui acertadamente tem exigido a prova da culpa da Adminis-
tração nos casos de depredação por multidões e de enchen- Patrícia Antunes Sisti
tes e vendavais que, superando os serviços existentes, cau- Quando o Poder Público se omite o cidadão pode reivin-
sam danos aos particulares. Nessas hipóteses, a indenização dicar seus direitos.
pela Fazenda Pública só é devida se se comprovar a culpa da
Administração” (ob. cit., 28ª ed., p.p. 628-629)[4]”. A teoria da responsabilidade subjetiva do Estado, base-
ada no art. 37, §6º da CF/88, e art. 43 do CC/22, prevê que
A jurisprudência do Colendo Tribunal de Justiça do Rio de os agentes da Administração Pública devem responder
Janeiro segue o mesmo entendimento. Nesse sentido, as pelos danos que causarem à população. Todavia, a fim de
seguintes ementas de julgados recentes: que isso ocorra, é imperioso comprovar que o mal sofrido
“ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO seja decorrente - tenha nexo de causalidade - de um com-
ESTADO. ATO OMISSIVO. RESPONSABILIDADE SUBJETI- portamento omissivo por parte do Estado.
VA. DANO CAUSADO POR ATO DE DELINQÜÊNCIA. FATO Nesse mesmo norte, e dando enfoque na obrigação de
DE TERCEIRO. 1. O § 6º do art. 37 da CF adotou a teoria do fazer do Estado, serão examinadas aqui as situações em
risco administrativo, que não se confunde com o risco integral, que o cidadão poderia reivindicar seus direitos, buscando
não podendo o Estado ser responsabilizado por todo e qual- indenização quando o Poder Público se omite em termos de
quer dano causado aos particulares por ato que lhe incumbia, atender o bem-estar da população.
genericamente, evitar. 2. A responsabilidade objetiva da Ad-
ministração Pública, nos termos do dispositivo constitucional Segundo o doutrinador Silvio Rodrigues, aquele que cria
mencionado, tem por pressuposto o nexo causal entre um ato risco de dano para terceiros, deve ser obrigado a repará-lo,

Direito Administrativo 110 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ainda que sua atividade ou comportamento sejam isentos de Para a elaboração deste estudo utilizou-se da pesquisa
culpa. Após ser examinada a situação, e for verificada, obje- bibliográfica em livros de direito voltados ao campo do Direito
tivamente, a relação de causa e efeito entre o comportamen- Administrativo, Constitucional e Processual Civil.
to do agente e o dano experimentado pela vítima, esta tem o
direito de ser indenizada por aquele. Ademais, a necessidade de atualização recente dos posi-
cionamentos doutrinários foi satisfeita com a pesquisa juris-
Visando esclarecer a teoria apurada, temos uma deci- prudencial, nos sites do Supremo Tribunal Federal e Superior
são: Tribunal de Justiça, cortes máximas do Judiciário brasileiro e
que balizam todas as decisões dos órgãos inferiores.
"(...) teoria na qual se faz necessária comprovação da
culpa do Estado, isto é, em que há apenas a sua responsa- Também serviram de bases artigos jurídicos encontrados
bilidade subjetiva, que ocorre quando a sua ação ou omis- na ferramenta internet, onde os autores expressam a sua
são é condição do dano, e não sua causa". (APL visão subjetiva do tema abordado e que contribui em parte
9100367642009826 SP 9100367-64.2009.8.26.0000/TJSP para a fundamentação deste trabalho, especialmente o pré-
de 25/10/11) projeto de elaboração do mesmo. Esta é essencialmente uma
pesquisa explicativa, de cunho qualitativo.
Vale salientar que os prejuízos provenientes de casos
fortuitos ou força maior não serão indenizados pelo Estado, A autora Maria Sylvia Zanella di Pietro (2007) explica o
devendo-se observar dois fatores imprescindíveis para o que é a responsabilidade do Estado:
enquadramento nesta classificação: a imprevisibilidade e a
inevitabilidade do acontecimento, como por exemplo, as “Quando se fala em responsabilidade do Estado, está-se
casas que foram destruídas por uma enchente. Contudo, se cogitando dos três tipos de funções pelas quais se reparte o
for comprovado que a enchente decorreu de entupimento poder estatal: a administrativa, a jurisdicional e a legislativa.
dos bueiros, ou seja, por omissão estatal, visto que deveria Fala-se, no entanto, com mais frequência, de responsabilida-
prestar o serviço de forma eficiente e não o fez, caracterizar- de resultante de comportamentos da Administração Pública,
se-á a responsabilidade estatal. já que, com relação aos Poderes Legislativo e Judiciário, essa
responsabilidade incide em casos excepcionais.”
Ademais, em situações em que é configurada a culpa
exclusiva da vítima ou de terceiro, obviamente não há de se Além de delinear que o tema aprofundado nesse trabalho
falar em indenização por parte do Estado. Entretanto, se é a responsabilidade civil do Estado, ou seja, dos atos da
houver culpa concorrente, ou seja, se o acontecimento for Administração Pública, devemos especificar que o objeto de
provocado por ambos – vítima/terceiro e Estado, este res- estudo é a responsabilidade extracontratual do ente estatal,
ponderá pelo dano causado proporcionalmente. excluindo-se qualquer responsabilidade advinda dos contratos
administrativos.
Destarte, nas situações cabíveis, o cidadão deve certa-
mente buscar indenização por meio do judiciário – seja por Conforme asseverou Francisco Bruno Neto (2009), a res-
danos morais ou materiais – quando claramente verificada ponsabilidade civil é a que se traduz na obrigação de reparar
que a omissão do Estado, caracterizando a "faute de servi- danos patrimoniais e se exaure com a indenização. Como
ce", como dizem os franceses – falta de serviço, é parcial ou obrigação meramente patrimonial, a responsabilidade civil
totalmente responsável pelo prejuízo sofrido. independe da criminal e da administrativa, com as quais pode
coexistir sem, todavia, se confundir. A responsabilidade civil
Responsabilidade civil do estado do Estado é, pois, a que impõe à Fazenda Pública a obriga-
ção de compor o dano causado a terceiros por agentes públi-
Galdiana dos Santos Silva cos, no desempenho de suas atribuições ou a pretexto de
INTRODUÇÃO exercê-las. Difere, portanto, de responsabilidade contratual ou
legal.
O presente estudo objetiva identificar em que situações o
Estado deve assumir a responsabilidade perante o particular Para Kiyoshi Harada (2000), a responsabilidade civil do
que utiliza bens, serviços e políticas públicas. Almeja também Estado, por atos comissivos ou omissivos de seus agentes, é
esclarecer as hipóteses que excluem a responsabilidade do de natureza objetiva, isto é, prescinde da comprovação de
Estado e quem são as pessoas que podem ser responsabili- culpa. Neste particular, houve uma evolução da responsabili-
zadas além do ente estatal. dade civilística, que não prescinde da culpa subjetiva do
agente, para a responsabilidade pública, isto é, responsabili-
A finalidade perseguida é apresentar, com uma visão mo- dade objetiva. Esta teoria é a única compatível com a posição
derna, o tema responsabilidade civil extracontratual do Esta- do Poder Público ante os seus súditos, pois, o Estado dispõe
do. Este assunto já foi tão bem explorado por diversos auto- de uma força infinitamente maior que o particular. Aquele,
res administrativistas, mas a evolução jurisprudencial muda além de privilégios e prerrogativas que o cidadão não possui,
os seus contornos vez ou outra, com tamanha rapidez que a dispõe de toda uma infra-estrutura material e pessoal para a
doutrina mais completa não consegue acompanhar. movimentação da máquina judiciária e de órgãos que devam
atuar na apuração da verdade processual. Se colocasse o
Compreender o que realmente significa a responsabiliza-
cidadão em posição de igualdade com o Estado, em uma
ção do Estado garante aos particulares a defesa de seus
relação jurídica processual, evidentemente, haveria um dese-
direitos e, principalmente, o ressarcimento dos prejuízos que
quilíbrio de tal ordem que comprometeria a correta distribui-
lhes são ocasionados.
ção da justiça.
Identificar as principais situações em que o ente público é
O renomado administrativista Hely Lopes Meirelles (2003)
chamado a integrar as demandas indenizatórias e ressarcitó-
classifica a responsabilidade civil do Estado deve ser vista
ria foi necessário para a demonstração das situações reais e
sob o enfoque de três teorias: a teoria da culpa administrativa,
a aplicabilidade do direito a elas.
a teoria do risco administrativo e a teoria do risco integral.
Como todos sabemos, o direito tem uma amplitude de
Em conclusão, o trabalho exposto tem como objetivo cla-
fontes, ocorrendo uma verdadeira união de conhecimentos.
rear que a prestação dos serviços públicos é um modo impor-
São exemplos de fontes do direito, a norma legal, os costu-
tante de atuação administrativa, pois estabelece ao Poder
mes, a jurisprudência, a equidade e a analogia.
Público uma exigência de atendimento das necessidades
básicas da vida social, ligadas, inclusive, a direitos sociais
assegurados na Constituição. O ente estatal deve dirigir a

Direito Administrativo 111 A Opção Certa Para a Sua Realização


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prestação dos serviços públicos efetivamente, quando não for A ação ou omissão resultante da conduta humana podem
possível, deve fomentar ou financiar diretamente a execução vir a gerar prejuízos a outrem. A conduta positiva representa o
de serviços sociais necessários à coletividade. O Estado agir, o fazer de um indivíduo (dolo), já a conduta negativa,
contemporâneo continua executor, regulador, fiscalizador e comumente chamada de omissão, advém de um ato voluntá-
financiador de serviços sociais, por essa razão lhe cabe a rio, o agente simplesmente deixou de fazer, ou por negligên-
responsabilidade civil por todos os atos danosos que tenham cia, imprudência e imperícia (culpa).
sido executados por seus agentes.
Atente-se para o fato de que a omissão só constitui uma
1. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO obrigação de reparar quando a ação era imprescindível para
impedir o dano, o agente tinha o dever jurídico de praticar
A palavra responsabilidade traz em seu significado a obri- determinado ato ou quando o agente público realizou o ato de
gação de responder pelas ações próprias ou dos outros, o forma negligente, imprudente ou com imperícia trazendo
caráter ou estado do que é responsável, a obrigação de res- transtornos ao particular.
ponder por certos atos ou factos.
Para haver dano, tem que haver correspondência entre a
O poder emana do povo e é outorgado ao Estado para causa e o evento danoso, o que chamamos de nexo de cau-
que busque o bem comum, isso é o que se sustenta há anos salidade. Tartuce (2011) explica que “nexo de causalidade é o
no regime democrático adotado pelo Brasil. elemento imaterial ou virtual da responsabilidade civil, consti-
Quando o Estado, pessoa jurídica de direito público, des- tuindo a relação de causa e efeito entre a conduta culposa ou
virtua a lei com a sua conduta, a penalidade é aplicada nas o risco criado e o dano suportado por alguém”.
três esferas do Poder Estatal: a administrativa, a jurisdicional Carlos Roberto Gonçalves (2010) aduz que nexo de cau-
e a legislativa. Esta responsabilidade é sempre civil, de ordem salidade é “uma relação necessária entre o fato incriminado e
pecuniária. o prejuízo. É necessário que se torne absolutamente certo
Cabe ressaltar que o dano a que o Estado responde é que, sem esse fato, o prejuízo não poderia ter lugar”.
causado por meio dos seus agentes, palavra que tem seu A responsabilidade civil, para existir, depende da existên-
significado independente de servidor. O Estado sozinho não cia do nexo de causalidade entre a conduta do agente e o
causa danos a ninguém. Agente é aquela pessoa que está a dano, além disso, é indispensável a prova dessa relação de
serviço do ente estatal, independente do pagamento de con- causalidade.
traprestação por este.
Conforme elenca a autora Maria Sylvia Zanella de Pietro
Ademais, convém diferenciar os tipos de responsabiliza- (2007), podemos assentar que a responsabilidade extracon-
ção estatal que se subdivide em contratual e extracontratual. tratual do Estado corresponde à obrigação de reparar danos
A primeira trata das relações negociais, de direito privado, causados a terceiros em decorrência de comportamentos
regida por princípios dos contratos administrativos e fundada comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou
nos casos de inadimplemento de uma obrigação em que ilícitos, imputáveis aos agentes públicos.
viram a responder por ele todos os bens do devedor. A res-
ponsabilidade civil é um conceito vindouro do direito privado, Ficou claro que a responsabilidade civil advém de um da-
elencado no direito civil e se manifesta com a ocorrência do no ou prejuízo suportado pelo terceiro lesado. Sem dano, não
descumprimento da obrigação, pelo não atendimento a uma existirá responsabilidade. Não necessariamente este dano
regra contratual ou legal. terá fundo patrimonial. Atualmente, a doutrina majoritária
apresenta duas formas de dano, a saber: Dano material ou
Flávio Tartuce (2011) aduz: patrimonial, aquele que surge a partir de fato causador de
“Neste sentido, fala-se, respectivamente, em responsabili- efetiva lesão ao indivíduo e o dano moral, que adentra a sea-
dade civil contratual ou negocial e em responsabilidade civil ra íntima do terceiro, causando-lhe malefícios de ordem física
extracontratual, também denominada responsabilidade civil e psíquica, com profundo sentimento de dor.
aquiliana, diante da Lex Aquilia de Damno, aprovada no final 1.1. Histórico
do século III a.C., e que fixou os parâmetros da responsabili-
dade civil extracontratual.” A primeira ideia de responsabilidade do Estado passou
pelo conceito da irresponsabilidade. Em meados do século
Vale lembrar, conforme dispõe José dos Santos de Carva- XIX, o mundo ocidental acreditava que o Estado não deveria
lho Filho (2012), que as normas jurídicas são autônomas ser responsabilizado de nenhuma maneira pelos atos pratica-
entre si, tendo como consequência que as responsabilidades dos por seus agentes. Era a típica noção do Estado Liberal,
também serão, pelo menos inicialmente, independentes, ou que se consubstanciava em um ente público distante dos
seja, a responsabilidade civil não necessariamente gera a particulares, pouco atuante e por essa razão, irresponsável no
responsabilidade penal ou administrativa. Entretanto, a de- sentido literal da palavra, intangível.
pender do caso concreto, os tipos de responsabilidade podem
vir a cumular-se, como no caso do crime de peculato, figura Os Estados Unidos e a Inglaterra abandonaram a teoria
elencado no art. 312 do CP, conduta na qual um servidor se da irresponsabilidade, o primeiro através do Federal Tort
apropria indevidamente de bem público sob sua custódia, o Claim Act, de 1946 e o segundo por meio do Crown Procee-
que vem a ensejar a responsabilização administrativa, penal e ding Act, de 1947.
civil.
Logo após, surgiu o Estado de Direito, em que a ultrapas-
A responsabilidade extracontratual surge de qualquer ati- sada teoria da intangibilidade do soberano, que o isentava de
vidade exercida pelo Estado, independente da preexistência qualquer responsabilidade foi deixada para trás e uma nova
de um contrato. Estamos tratando de uma responsabilidade concepção surgiu: o Estado deveria ser equiparado às pesso-
que pode decorrer de atos ou comportamentos, lícitos ou as jurídicas, em todos os seus direitos e deveres. Aqui se
ilícitos, que causem a pessoas danos ou ônus maior do que trata da responsabilidade subjetiva, dependente da demons-
os suportados pelo resto dos administrados. tração de culpa, ainda aplicada em alguns países.
Os elementos estruturais da responsabilidade aquiliana ou A visão atual determina a responsabilização do Estado pe-
os pressupostos do dever de indenizar são quatro: ação ou los danos que seus agentes possam vir a causar a terceiros,
omissão, culpa ou dolo do agente, relação de causalidade e a conhecida responsabilidade civil objetiva, posição adotada
dano. pelo direito pátrio.

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Várias teorias foram delineadas para explicar a responsa- teoria do acidente administrativo, foi consagrada pela clássica
bilidade atribuída ao Estado, tendo havido uma evolução doutrina de PAUL DUEZ, segundo a qual o lesado não preci-
entre elas, conforme veremos a seguir. sa identificar o agente estatal que lhe causou o dano, é sufici-
ente que prove o mau funcionamento do aparelho público,
1.1.1 Teoria da Irresponsabilidade:
mesmo sendo impossível apontar o agente responsável. A
A teoria da irresponsabilidade é um reflexo dos Estados doutrina atribuiu a esse fato, o nome de culpa anônima ou
Absolutistas, surgiu na metade do Século XIX, em meio ao falta do serviço.
ideal de soberania do administrador máximo. Segundo esta, A falta do serviço se dá quando o serviço público é omis-
o Estado tem uma autoridade irrefutável perante o súdito, ele so, não funciona, funciona com retardo ou com falhas. Em
é responsável pela tutela do direito pessoal. Na explicação de qualquer dos casos, o Estado responde independentemente
Di Pietro (2007), “qualquer responsabilidade atribuída ao de qualquer comprovação de culpa do agente público. O ônus
Estado significaria colocá-lo no mesmo nível que o súdito, em do lesado era apenas comprovar o elemento culpa do Estado.
desrespeito a sua soberania.”
Essa evolução doutrinária e prática se mostrou ainda ine-
Os primeiros países a abandonar essa concepção foram ficiente para a proteção do indivíduo perante o Estado, tendo
os Estados Unidos da América, em 1946, com a publicação em vista estar em uma situação de desvantagem. Isto posto,
do Federal Tort Claim Act e a Inglaterra pelo Crown Procee- como forma de conferir maior benefício ao lesado, surgiu a
ding Act de 1947. Esses Estados começaram a perceber a Teoria da Responsabilidade Objetiva.
injustiça da teoria, visto que se o Estado tem o poder de tute-
lar o direito, também tem o dever de responder perante suas Esta teoria dispensa a demonstração por parte do admi-
ações e omissões no exercício de tal direito. nistrado da culpa ou dolo (elementos subjetivos), além da
identificação do agente ou da falta do serviço. O único ônus
A partir do Século XIX, a tese da irresponsabilidade estatal incidente sobre o terceiro é a comprovação do dano. Di Pietro
foi superada, passando a serem adotadas as teorias civilistas, (2007) afirma que, na teoria da responsabilidade objetiva, a
também conhecidas como teoria da responsabilidade com ideia de culpa é substituída pelo de nexo de causalidade entre
culpa. o funcionamento do serviço público e o prejuízo sofrido pelo
1.1.2. Teoria da Responsabilidade com Culpa terceiro. Torna-se irrelevante o fato de o serviço estatal ter
funcionado bem, mal ou de forma ineficaz.
Para melhor entendimento desta teoria, iremos subdividi-la
em teoria dos atos de império e de gestão e teoria da culpa Devemos compreender que o Estado tem maiores pode-
civil ou da responsabilidade subjetiva. res e vantagens em relação ao administrado, sendo estas
jurídicas, econômicas e políticas. O indivíduo está em posição
Na teoria dos atos de império e de gestão, é essencial a de subordinação perante ele, por esta razão merece maior
distinção entre os dois conceitos. Atos de império seriam os proteção e um ônus menor comparado ao do ente estatal.
praticados pela Administração Público em gozo de todas as
suas prerrogativas e privilégios de autoridade, vindo a ser Na lição de Carvalho Filho (2012), por ser o Estado mais
impostos unilateralmente e coercitivamente aos particulares, poderoso, teria que arcar com um risco natural advindo de
decorrentes de um poder soberano, tinham características sua atividade, ou seja, uma maior quantidade de poderes leva
muitos próximas dos atos de direito privado. Já os atos de à assunção de um risco maior, o risco administrativo.
gestão eram praticados pela Administração em situação igual Apesar de não ser unanimidade na doutrina, Hely Lopes
a dos administrados, objetivando a conservação e desenvol- Meirelles (2003), autor administrativista, aduz que a teoria do
vimento do patrimônio público, além da gestão dos serviços risco compreende duas modalidades: risco administrativo, que
que oferecia. Pelos atos de gestão, o Estado poderia ser admite as causas excludentes da responsabilidade do Estado
civilmente responsabilizado, mas pelos atos de império não. e a teoria do risco integral, que não as admite, sendo a pes-
Em decorrência dessa diferenciação, a citada teoria foi soa jurídica de direito público sempre responsável pelos da-
abandonada por gerar um grande inconformismo por parte nos causados por seus agentes.
dos particulares, pois na prática era difícil, senão impossível No risco administrativo, haverá uma avaliação do grau de
distinguir os tipos de ato e assim responsabilizar o ente públi- participação do lesado no dano. Se este participou totalmente,
co. o Estado será isento de qualquer responsabilidade; ao contrá-
A teoria da culpa civil ou da responsabilidade subjetiva de- rio, se o lesado contribui de forma parcial, o ente estatal terá
termina que o Estado pode ser responsabilizado por seus uma verdadeira atenuação na sua obrigação de reparar.
atos danosos, desde que reste comprovada a sua culpa. Em Noutra baila, o risco integral dispensa qualquer responsa-
uma visão simplista, por essa teoria, procurou-se equiparar a bilidade que o terceiro pode ter tido na causa do dano, inde-
responsabilidade estatal à responsabilidade de direito privado pende do nexo causal e há responsabilização do Estado
(civilista), já que o Estado assumiria os atos e fatos ocasiona- mesmo que a culpa tenha sido da vítima. Sobre a aplicação
dos por seus agentes. da teoria do risco integral no Brasil, o autor Alexandre Mazza
A teoria da responsabilidade subjetiva do Estado é a ado- (2011) aponta algumas situações excepcionais em é aplicada,
tado pelo Código Civil Brasileiro de 1916. tais como acidentes de trabalho nas relações de emprego
público, indenização coberta pelo seguro obrigatório para
1.1.3 Teorias Publicistas automóveis (DPVAT), atentados terroristas em aeronaves,
As teorias publicistas da responsabilidade estatal se divi- dano ambiental e dano nuclear.
dem entre teoria da culpa do serviço ou da culpa administrati- Carvalho Filho (2012) apresenta ainda a moderna teoria
va e teoria da responsabilidade objetiva. do risco social, em que o foco da responsabilidade civil é a
O reconhecimento da culpa administrativa deu uma nova vítima e não o autor do fato danoso, logo a reparação seria
orientação aos particulares de como agir, já que não se mos- tarefa de toda a coletividade, havendo uma verdadeira socia-
trava necessário demonstrar o tipo de ato e se isentava ou lização dos riscos, com aplicação da justiça social. Aqui, o
não o Estado da responsabilidade. A partir de agora só se objetivo é não deixar o lesado sem a justa reparação pelo
demonstra a culpa do Estado. dano sofrido. Podemos visualizar melhor a sua aplicação no
princípio da responsabilidade do Estado pela atividade legisla-
Relata Carvalho Filho (2012) que, a teoria da culpa admi- tiva.
nistrativa, também conhecida como culpa do serviço ou ainda

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1.2. Legislação brasileira pelo dano. É justamente aqui que reside a teoria da respon-
sabilidade subjetiva do agente, visto que só é possível a de-
A Constituição Brasileira de 1824 informava, no artigo 178: manda regressiva para que o agente indenize o Estado pelos
“Os empregados públicos são estritamente responsáveis danos que suportou em seu nome, quando houver comprova-
pelos abusos e omissões praticados no exercício de suas ção de sua culpa na efetivação do dano. Sem uma dilação
funções e, por não fazerem efetivamente responsáveis aos probatória que demonstre a participação do agente no prejuí-
seus subalternos”. A Carta Maior de 1891 repetia o mesmo zo suportado por terceiro, o Estado deverá assumir sozinho
texto, atribuindo responsabilidade exclusiva ao agente públi- toda a responsabilidade.
co.
1.3. Causas excludentes e atenuantes da responsabi-
A responsabilidade civil do Estado tomou maior importân- lidade
cia a partir do Código Civil de 1916, em seu artigo 15, que
ditava: “Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligên- Para que seja configurada a responsabilidade do Estado,
cia ou imprudência violar direito, ou causar prejuízo a outrem, deve-se de antemão verificar a conduta do lesado na ocor-
fica obrigado a reparar o dano.” Esta codificação adotou cla- rência do dano. Se este em nada participou, sendo apenas
ramente a teoria civilista da responsabilidade subjetiva. O uma mera vítima, o ente estatal virá a assumir toda a respon-
Brasil nunca adotou a teoria da irresponsabilidade estatal. sabilidade. No entanto, se da causa do dano participou não é
justo que o Poder Público assuma esse encargo sozinho,
A Constituição Federal de 1934, em seu art. 171, assumiu portanto a indenização devida pelo Estado deve ser reduzida
o princípio da responsabilidade solidária entre o Estado e o conforme o grau de sua participação, em real aplicação do
agente público, decorrente de casos de negligência, omissão sistema de compensação das culpas originário do direito
ou abuso de poder no exercício de seus cargos. privado, a culpa concorrente é uma causa atenuante de res-
Apenas em 1946, a Carta Magna mudou esse posiciona- ponsabilidade. Se o particular foi o único causador do dano
mento, vindo a acolher a teoria da responsabilidade objetiva, (culpa exclusiva), estamos diante de um caso de autolesão, o
com a seguinte redação (art. 194): “as pessoas jurídicas de que isenta totalmente o Estado da obrigação de reparar, cau-
direito público interno são civilmente responsáveis pelos da- sa excludente de responsabilidade.
nos que seus funcionários, nessa qualidade, causarem a É de suma importância observar o nexo de causalidade
terceiros.” Modernamente, ainda trouxe a possibilidade de entre a conduta do agente no exercício de suas funções e o
ação regressiva contra os agentes causadores do dano, se dano ou prejuízo ocasionado à vítima. Quando não existente
tivessem culpa destes. o liame subjetivo ou este é interrompido nascem as causas
A Constituição Federal editada em 1988, atualmente vi- excludentes da responsabilidade, enumeradas pela doutrina e
gente, trata da matéria da responsabilidade civil do Estado no construídas firmemente na jurisprudência: força maior, culpa
art. 37, §6: da vítima e culpa de terceiro.
“Art. 36 – A Administração pública direta e indireta de Di Pietro (2007) conceitua força maior como o aconteci-
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito mento imprevisível, inevitável e estranho à vontade das par-
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legali- tes, por exemplo, uma tempestade ou um raio. Este tipo de
dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, evento não pode ser imputado ao Estado, pois independe de
também, ao seguinte: sua vontade. Ademais, não há nexo de causalidade entre as
ocorrências.
§6 - As pessoas jurídicas de direito público e as de di-
reito privado prestadoras de serviços públicos, responde- Entretanto, essa regra comporta exceção no caso de
rão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, cau- omissão do Estado. Se ocorrer um motivo de força maior, o
sarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra Estado poderá ser responsabilizado nos casos em que se
o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Grifou-se omitir em realizar um serviço. Exemplifiquemos: uma enchen-
te destrói a cidade de São Paulo – SP, caso reste comprova-
No mesmo dispositivo constitucional, foram elencadas du- do que o Poder Público foi omisso em realizar obras de hidro-
as teorias: a da responsabilidade objetiva do Estado e a da via e limpeza de bueiros, o que ampliou os efeitos da enchen-
responsabilidade subjetiva do agente. te, este deverá reparar.
No que toca a responsabilidade objetiva, responde o Es- Também haverá de se responsabilizar o Estado nos casos
tado independente da prova de sua culpa ou dolo, necessária de ato de terceiros (culpa de terceiro), popularmente conheci-
apenas a comprovação do dano causado à vítima. Analisando dos como ato de multidões, quando houver omissão de sua
o dispositivo, em sua primeira parte, vemos duas categorias parte em resguardar o patrimônio das pessoas e evitar os
de pessoas a ser consideradas responsáveis: as pessoas danos ocasionados pela multidão. Um exemplo claro dessa
jurídicas de direito público (União, Estados, Municípios, Distri- situação é o tráfico de drogas, situação amplamente conheci-
to Federal, Territórios e suas autarquias) e as pessoas jurídi- da pelo Poder Público, que quando não combatida gera assal-
cas de direito privado prestadoras de serviços públicos. Na tos, assassinatos e outros ilícitos suportados pelo particular
última categoria estão inseridas as fundações públicas de quando desprotegidos. Para Carvalho Filho (2012), tal como
direito privado, empresas públicas, sociedades de economia na hipótese dos fatos imprevisíveis, contudo, a indenização
mista, empresas permissionárias e concessionárias de servi- deverá ser proporcional à participação omissiva do Estado no
ços públicos. resultado danoso.
A saber que o dano suportado pelo particular deve ser ori- O STJ, no julgamento do AgRg no AREsp 65343 / SE,
ginado pela prestação do serviço público (nexo causal) e demonstra um caso em que a conduta omissiva do Estado
causado por agentes que estejam a serviço pessoas jurídicas lhe confere o dever de reparar:
acima citadas, podendo ser agentes políticos, administrativos
ou particulares em colaboração com a Administração, inde- “Hipótese em que o Tribunal a quo consignou não evi-
pendente do recebimento de contraprestação pela Fazenda denciadas nos autos causas excludentes da responsabi-
Pública. lidade estatal; ao contrário, anotou que a omissão do
Estado foi significativa, sendo certo que uma ação de
Na segunda parte da norma referenciada, está presente o vigilância e cuidado poderia ter evitado a morte da vítima.
instituto do direito de regresso. É uma faculdade do Estado de A revisão desse entendimento demanda nova análise dos
reaver os valores que teve que indenizar ao terceiro atingido e
esta deverá ser exercida em face do funcionário responsável
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elementos fático-probatórios, o que esbarra no óbice da Sú- Quando não há esta composição, tem a vítima o direito
mula 7/STJ.” (Grifou-se) constitucionalmente assegurado de amplo acesso à Justiça,
de modo que deve propor uma ação de indenização em face
No caso concreto acima, é perfeitamente possível visuali- da pessoa jurídica causadora do dano. Esta, por sua vez, tem
zar uma relação de sujeição especial. De acordo com a Corte, o direito de regresso contra o seu agente assegurado, caso
houve omissão do Estado, que ao deixar de agir, pois tinha o tenha esse agido com dolo ou culpa.
dever in vigilando (dever de garantir a integridade da pessoa),
teve responsabilidade na morte da vítima que estava sob sua Viceja grande discussão o prazo prescricional para a pro-
custódia. positura da ação de indenização da vítima em face do Estado.
À luz do artigo 1º-C da Lei nº 9.494/1997, “prescreverá em
Por seu turno, o caso fortuito é uma circunstância provo- cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados
cada por fatos humanos que interfere na conduta de outros por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pes-
indivíduos. Venosa (2012) aduz que "é a situação que decorre soas jurídicas de direito privado.” Este é o prazo defendido
de fato alheio à vontade da parte, mas proveniente de fatos por Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2007).
humanos." Um belo exemplo a ser visualizado é o rompimen-
to de uma adutora (DI PIETRO, 2011), fato imprevisível, mas No entendimento de Carvalho Filho (2012), o prazo pres-
causado por uma falha humana. Esta circunstância não é cricional da ação de reparação civil contra a Fazenda Pública
considerada, pela maioria da doutrina, causa excludente de é trienal com base no art. 206, §3, V do Código Civil, que
responsabilidade estatal, visto que decorre de ato humano ou fixou o prazo de três anos para a prescrição da pretensão de
de falha da Administração. reparação civil. O autor concluir pelo prazo menor demons-
trando que a ordem jurídica sempre privilegiou o Estado,
1.4. Responsabilidade civil das pessoas jurídicas de
portanto o prazo de cinco anos apontado pelo Decreto nº
direito privado prestadores de serviços públicos
20.910/1932 foi derrogado pela lei civil, que estabelece a
A responsabilidade objetiva consagrada ao Estado pelo prescrição trienal. O prazo menor, de três anos, é o atualmen-
art. 37, §6 da Constituição Federal envolve tanto as pessoas te utilizado, sendo adotado em algumas decisões do STJ
jurídicas de direito público, quanto às de direito privado, como (REsp nº 698.195-DF e REsp nº 1.137.354-RJ) e esposado
já explanado acima. pelos autores Flávio de Araújo Willeman (2011) e Carlos Ro-
berto Gonçalves (2010).
Por muito tempo, o Supremo Tribunal Federal limitou a
responsabilização objetiva das concessionárias, permissioná- Toma relevância a discussão sobre o sujeito passivo da
rias e autorizatárias de serviços públicos ao terceiro que fosse demanda indenizatória. Resta claro na Carta Maior que as
usuário dos seus serviços, não abarcando os particulares não pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
usuários. É o que se pode notar em parte do julgamento do prestadoras de serviços públicos podem perfeitamente inte-
RE 262.651/SP: grar o polo passivo desse tipo de ação. Contudo, o grande
interesse estar em saber se há possibilidade de ajuizamento
“A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito da ação reparatória per saltum, diretamente em face do agen-
privado prestadoras de serviços públicos é objetiva relativa- te, dispensando a participação da pessoa jurídica. Há autores
mente aos usuários do serviço, não se estendendo a pessoas que entendem viável, outros não.
outras que não ostentem a condição de usuário.”
A lição de Carvalho Filho (2012) advoga pela possibilidade
No entanto, esse entendimento encontra-se ultrapassado, de ajuizamento da ação indenizatória em face unicamente do
pois desde 2009, a Corte Máxima vem decidindo pela respon- agente público. Assenta o autor que o fato de o art. 37, §6 da
sabilização objetiva das prestadoras de serviço público peran- CF atribuir responsabilidade objetiva ao Estado não exclui o
te os terceiros usuários ou não usuários. É de grande utilida- direito de agir diretamente contra aquele que causou o dano.
de transcrever a ementa da decisão exarada no RE 591.874: No REsp nº 1.162.598/SP, julgado em 02.08.2011, o STJ
“I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de admitiu a legitimidade do agente público para estar no polo
direito privado prestadoras de serviço público é objetiva passivo de ação de responsabilidade por danos morais. Ade-
relativamente a terceiros usuários e não-usuários do mais, defende ainda a possibilidade de o autor escolher con-
serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da Constituição tra quem quer propor a demanda indenizatória ou até formar
Federal. II - A inequívoca presença do nexo de causalidade um litisconsórcio facultativo entre Estado e agente público.
entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não- Em posicionamento contrário, o STF, no julgamento do RE
usuário do serviço público, é condição suficiente para estabe- nº 327.904/SP, refutou a possibilidade de propositura de ação
lecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito indenizatória per saltum diretamente contra o agente público.
privado. III - Recurso extraordinário desprovido”. (Grifou-se) O Informativo STF nº 436 (2006) explica bem a hipótese:
Ocorre que, em aplicação ao princípio da isonomia, deve- “Considerou-se que, na espécie, o decreto de intervenção
se dar interpretação extensiva ao art. 37, §6, CF, de modo a em instituição privada seria ato típico da Administração Públi-
proteger também os não usuários de serviços públicos que ca e, por isso, caberia ao Município responder objetivamente
sejam atingidos pela prestação do mesmo. Toda atividade perante terceiros. Aduziu-se que somente as pessoas jurí-
comporta um risco e a empresa prestadora de serviços deve dicas de direito público ou as pessoas jurídicas de direito
assumi-lo de forma integral. privado que prestem serviços públicos podem responder,
1.5 Reparação do dano objetivamente, pela reparação de danos ocasionados por
ato ou por omissão dos seus agentes, enquanto estes
Em conformidade com o art. 37, §6 da Constituição Fede- atuarem como agentes públicos. No tocante à ação regres-
ral Brasileira, os danos causados pelas pessoas jurídicas de siva, asseverou-se a distinção entre a possibilidade de
direito público e pelas de direito privado prestadoras de servi- imputação da responsabilidade civil, de forma direta e
ços públicos deverão ser reparados. imediata, à pessoa física do agente estatal, pelo suposto
prejuízo a terceiro, e entre o direito concedido ao ente públi-
A reparação do ato danoso pode ser feito na esfera admi-
co, ou a quem lhe faça as vezes, de ressarcir-se perante o
nistrativa, quando o Poder Público reconhece antecipadamen-
servidor praticante de ato lesivo a outrem, nos casos de dolo
te a sua responsabilidade e há composição com o lesado
ou de culpa. Em face disso, entendeu-se que, se eventual
sobre o ressarcimento dos danos.
prejuízo ocorresse por força de agir tipicamente funcio-
nal, não haveria como se extrair do citado dispositivo

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constitucional a responsabilidade per saltum da pessoa do por uma perda pecuniária, e abrange todo atentado à repu-
natural do agente. Essa, se cabível, abrangeria apenas o tação da vítima, à sua autoridade legitima, ao seu pudor, à
ressarcimento ao erário, em sede de ação regressiva, sua segurança e tranqüilidade, ao seu amor próprio estético,
depois de provada a culpa ou o dolo do servidor público. As- à integridade de sua inteligência, a suas afeições, etc". (Traité
sim, concluiu-se que o mencionado art. 37, § 6º, da CF, con- de La Responsabilité Civile, vol.II, nº 525, in Caio Mario da
sagra dupla garantia: uma em favor do particular, possibilitan- Silva Pereira, Responsabilidade Civil, Editora Forense, RJ,
do-lhe ação indenizatória contra a pessoa jurídica de direito 1989).
público ou de direito privado que preste serviço público; ou-
tra, em prol do servidor estatal, que somente responde No ponto de vista do autor Yussef Said Cahali (2002), da-
administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a no moral "é a privação ou diminuição daqueles bens que têm
cujo quadro funcional pertencer. A Min. Cármen Lúcia um valor precípuo na vida do homem e que são a paz, a tran-
acompanhou com reservas a fundamentação. RE 327904/SP, qüilidade de espírito, a liberdade individual, a integridade
rel. Min. Carlos Britto, 15.8.2006.” (RE-327904). individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados
afetos, classificando-se desse modo, em dano que afeta a
Desta feita, conclui-se que restou eliminada a opção de a parte social do patrimônio moral (honra, reputação, etc.) e
vítima escolher se propunha a ação indenizatória contra o dano que molesta a parte afetiva do patrimônio moral (dor,
agente público, contra o Estado ou em face de ambos, em tristeza, saudade, etc.), dano moral que provoca direta ou
litisconsórcio passivo. indiretamente dano patrimonial (cicatriz deformante, etc.) e
dano moral puro (dor, tristeza, etc.)"
1.5.1 Tipos de danos indenizáveis pelo Estado
Em resumo, danos morais constituem a lesão aos direitos
A figura da obrigação de reparar o prejuízo causado a ou- da personalidade, segundo a maioria da doutrina (Carlos
trem é construída a partir da lei civil, elencada nos artigos 186 Roberto Gonçalves, Maria Helena Diniz, Caio Mário da Silva
e 927 do Código Civil disciplina: Pereira), que vem a ocasionar-lhe dor, tristeza, vexame, humi-
“Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntá- lhação, sofrimento, angústia ou depressão – dano moral em
ria, negligência ou imprudência, violar direito e causar sentido próprio ou qualquer lesão aos direitos da personalida-
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete de – dano moral em sentido impróprio.
ato ilícito. (Grifou-se)
Os danos estéticos podem ser compreendidos como as al-
Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito, causar dano a ou- terações físicas ocorridas em uma pessoa, em virtude de ato
trem, fica obrigado a repará-lo.” ou fato. A professora Teresa Ancona Lopez, citada por Flávio
Tartuce (2011) em sua obra, apresenta conceito interessante:
O dano pode ser de ordem patrimonial ou extrapatrimoni-
al, sendo o primeiro aquele que atinge os bens, o patrimônio “Na concepção clássica, que de Aristóteles, é a estética
corpóreo da pessoa e o segundo, aquele que atingem os uma ciência prática ou normativa que dá regas de fazer hu-
direitos da personalidade. mano sob o aspecto do belo. Portanto, é a ciência que tem
como objeto material a atividade humana (fazer) e como obje-
O Código Civil foi o primeiro diploma também a constituir a to formal (aspecto sob o qual é encarado esse fazer) o belo. É
obrigação do Estado em reparar, como vista no art. 43 da claro que quando falamos em dano estético estamos queren-
referida lei: do significar a lesão à beleza física, ou seja, à harmonia das
“As pessoas jurídicas de direito público interno são civil- formas externas de alguém. Por outro lado, o conceito de belo
mente responsáveis por atos de seus agentes que nessa é relativo. Ao apreciar-se um prejuízo estético, deve-se ter
qualidade causem danos a terceiros, ressalvado o direito em mira a modificação sofrida pela pessoa em relação ao
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por que ela era”. (Grifou-se)
parte destes, culpa ou dolo.” Alguns autores avaliam ser o dano estético uma espécie
Desses três dispositivos legais, pode-se aferir a responsa- de dano extrapatrimonial, no entanto, o Superior Tribunal de
bilidade civil do Estado em face dos danos causados a tercei- Justiça já se manifestou ao dizer que o estético distingue-se
ros, não obstante se tratar de uma responsabilização subjeti- de moral (REsp 65.393/RJ e REsp 84.752/RJ). Em simplória
va. comparação, dano estético é aquele que pode ser notado
fisicamente, uma deformação, algo visto a olho nu, já o dano
Faz-se necessária a comprovação do dano para que haja moral atinge o âmago íntimo do indivíduo, muitas vezes não
pagamento de indenização, um ônus a ser suportado pelo pode ser apresentado, divido sem a vontade daquele que o
autor da demanda (o particular). suporta.
Em termos de responsabilidade civil do Estado, o enten- Muito recentemente o STJ, ao julgar o REsp 1236412/ES,
dimento dominante nas Cortes Máximas é que os danos in- em 02/02/2012, se manifestou sobre a responsabilidade civil
denizáveis são o material (patrimonial), o moral e o estético. do Estado por dano estético e entendeu ser possível:
Os danos patrimoniais são aqueles prejuízos ocasionados “1. Cuida-se, na origem, de ação de indenização pro-
ao patrimônio corpóreo de um indivíduo que para ensejar posta pela ora recorrida em face do Estado do Espírito
reparação necessitam de prova. Os danos matérias se subdi- Santo, em decorrência de evento ocorrido em 15 de abril de
videm, segundo classificação do art. 402 do CC: Danos 1982, que a deixou gravemente ferida após confronto entre
emergentes ou danos positivos, representam o que realmente policiais civis daquele Estado e um fugitivo.
se perdeu, o prejuízo momentâneo, como em um acidente
entre um carro particular e um carro da Administração, em 2. Os recursos de apelação interpostos pelas partes de-
que o primeiro fica danificado. A segunda classe de dano volveram ao Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo o
patrimonial é conhecida popularmente como lucros cessantes conhecimento de toda a matéria discutida nos autos. Com
(danos negativos), que diz respeito ao que o indivíduo deixou isso, essa Corte pôde reexaminar o ponto atinente à indeni-
de lucrar com o evento danoso. Voltando ao exemplo do aci- zação por danos estéticos, de modo que não há que se cogi-
dente automobilístico, haveria lucros cessantes caso fosse tar de julgamento extra petita no caso concreto.
um taxista o envolvido. 3. Ao efetuar incontáveis disparos em via pública, ainda
Dano moral, nas palavras de Savatier, citado por Caio Má- que em virtude de perseguição policial, os agentes estatais
rio da Silva, "é qualquer sofrimento humano que não é causa- colocaram em risco a segurança dos transeuntes, e, por

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isso, em casos assim, devem responder objetivamente 1.5.2 Aplicabilidade do Art. 70, III do CPC – Denuncia-
pelos danos causados. ção da lide em ações indenizatórias em face do Estado
4. O Estado, competente para a conclusão do inquérito Embora haja grande dissenso sobre o assunto, se apre-
policial, alega que, diante da inexistência de exame de balísti- senta de interessante discussão a possibilidade de denuncia-
ca do projétil que atingiu a autora, há mais de 29 anos, não há ção da lide do Estado ao funcionário público quando o primei-
meios de lhe imputar a responsabilidade pelo fato, todavia, ro é demandado por danos causados pelo segundo.
inadmissível na espécie venire contra factum proprium.
Ocorre que, a responsabilidade do Estado é objetiva, sen-
5. Esta Corte já se pronunciou acerca do dever da par- do o elemento culpa absolutamente irrelevante para caracteri-
te autora em demonstrar o nexo de causalidade e do Es- zar a sua responsabilização, quando nas demandas partici-
tado em provar a sua inexistência (REsp 944.884/RS, rela- pam apenas a vítima do dano e a pessoa jurídica de direito
tor para o acórdão Ministro Luiz Fux, DJe 17/04/2008). Sendo público.
assim, é justamente pela falta da referida perícia, que o recor-
rente não possui meios de comprovar a ausência de tal requi- Para o processualista Daniel Assumpção Neves Amorim:
sito, sendo assim, bastante para tanto as provas trazidas pela “a questão da possibilidade de denunciação da lide do Es-
recorrida. tado ao funcionário público não será discutida, mesmo que o
6. Sendo que a Corte de origem realizou acurada análise autor indevidamente alegue em sua causa de pedir a culpa do
das circunstâncias em que o fato ocorreu, valendo-se, para funcionário público, porque nesse caso aplica-se o brocardo
tanto, de robusta prova testemunhal, suficientes para a carac- iura novit curia, devendo o juiz afastar o elemento culpa do
terização do nexo de causalidade ensejador da reparação objeto da demanda, porque inútil a formação de seu conven-
pelos danos suportados pela vítima, a revisão do julgado cimento a esse respeito.“
esbarra no óbice da Súmula 07/STJ. Precedentes. Entretanto, a responsabilização do agente público depen-
7. A indenização por danos morais e estéticos deve de de culpa, sendo tipo como subjetiva, ou seja, é necessária
ser proporcional ao dano causado, fixada com razoabilida- a prova cabal de sua culpa, a demonstração da mesma para
de de forma que não se torne fonte indevida de lucro e, por que possa vir a integrar o polo passivo da ação por meio de
outro lado, não desampare a vítima. denunciação da lide pelo Estado.

8. In casu, a autora, com apenas 14 anos à época dos fa- No REsp 313.886/RN, a primeira seção do STJ entendeu
tos, teve interrompido prematuramente o curso natural da que o Estado, quando demandado, pode vir a denunciar, com
vida. Dura realidade, não só para a vítima, mas para toda a fundamento no art. 70, III do CPC, seu agente que, nessa
família que foi privada da convivência, dos momentos de qualidade, causou prejuízo ao terceiro demandante. Vale
alegria e realizações da adolescente. ressaltar que, nessa hipótese, a pessoa jurídica de direito
público não está obrigada a denunciar, nem o órgão julgador
9. Segundo o acórdão recorrido, a recorrida "precisa de a processar a denunciação se entender que “a tramitação de
tratamentos permanentes de neurologia, neurocirurgia, duas ações em uma só onerará em demasia uma das partes,
psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, oftalmologia, ferindo os princípios da economia e da celeridade na presta-
endocrinologia, cirurgias plásticas e cirurgias diversas", ção jurisdicional.”
e, ainda, que "possui fragmentos metálicos de projétil de
arma de fogo no cérebro". Não obstante, apresentam-se como exceções, as exclu-
dentes de responsabilidade do Estado: culpa exclusiva da
10. Razoável o montante arbitrado pelo Tribunal de Justi- vítima e a culpa concorrente. Nesses casos, apresentada a
ça do Estado do Espírito Santo, em 400 (quatrocentos) e 100 defesa consubstanciada na exceção, o juiz deverá analisar a
(cem) salários mínimos a título de danos morais e de danos questão na demanda principal, o que não acarreta ampliação
estéticos, respectivamente. Precedentes. objetiva indevida do processo.
11. Recurso especial conhecido em parte e não provido.” Esta é uma questão controversa na doutrina e a jurispru-
dência majoritária não tem aceitado o fenômeno da denuncia-
Do acórdão podemos extrair que a alteração morfológica ção da lide nesses casos, em aplicação da teoria restritiva. O
do corpo humano e todo o sofrimento mental a que uma me- argumento principal, segundo Alexandre Mazza, é que a in-
nina de 14 anos tem sido submetida por conta da ação de clusão do debate sobre culpa ou dolo na ação indenizatória
policiais a serviço do Estado, deve sim ensejar a reparação representa um retrocesso histórico à fase subjetiva da res-
do dano moral e estético que suporta até hoje. ponsabilidade estatal.
Também é possível compreender que a indenização pelos O STF já assentou não admitir a denunciação da lide em
danos morais e estéticos deve ser balizada pela proporciona- demandas indenizatórias, nos julgamentos dos RE 327.904,
lidade e razoabilidade, não vindo a ensejar enriquecimento em 18/08/2006 e RE 344.133, em 09/09/2008. Convém des-
sem causa, pois a reparação tem apenas o condão de reparar tacar o julgamento exarado na ACO 305 QO:
ou minorar o estrago feito.
“Competência. Ação ordinária de indenização contra a
Ao arremate, a Corte Infraconstitucional pacificou o enten- União Federal e a FUNAI. 2. Parque Nacional do Xingu. 3.
dimento que estas espécies de dano podem cumular-se em Desapropriação indireta. 4. Denunciação da lide ao Estado-
uma única ação judicial, é o que diz a Súmula 37, “ São cu- membro que vendeu o imóvel. Código de Processo Civil, art.
muláveis as indenizações por dano material e moral oriundos 70. Hipótese em que os autores adquiriram o imóvel do Esta-
do mesmo fato” e a Súmula 387, “é lícita a cumulação de do-membro. 5. A denunciação da lide não se faz per sal-
indenizações de dano estético e dano moral”. Cabe apenas tum. O STF, em casos semelhantes, não tem admitido a
observar que a acumulação depende de que seja possível denunciação da lide ao Estado-membro e, conseqüentemen-
visualizar os danos separadamente. Um dos exemplos que te, afirma sua incompetência para processar e julgar, origina-
deram ensejo à súmula, noticiado pelo próprio STJ em riamente, a ação proposta. Precedentes. 6. Na desapropria-
31/08/2009, é o de “um pedido de indenização decorrente de ção indireta, ocorre, tão-só, súplica de indenização pela perda
acidente de carro em transporte coletivo. Um passageiro do imóvel, cuja reivindicação se faz inviável. Não há, aí, es-
perdeu uma das orelhas na colisão e, em consequência das paço à invocação da regra do art. 70, I, do CPC. 7. Na
lesões sofridas, ficou afastado das atividades profissionais. presente hipótese, a FUNAI e a União Federal ajuizaram, à
Segundo o STJ, presente no caso o dano moral e estético, sua vez, ação declaratória incidental de nulidade dos títulos
deve o passageiro ser indenizado de forma ampla.
Direito Administrativo 117 A Opção Certa Para a Sua Realização
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dos autores. Essa ação não é cabível, pela impossibilidade, presas permissionárias e concessionárias de serviços públi-
no caso, do simultaneus processus. 8. Inviável, destarte, a cos, que devem manter respeito à regra da prescrição trienal,
denunciação à lide do Estado de Mato Grosso e incabível prazo a ser contado do trânsito em julgado da decisão conde-
a ação declaratória incidental, exclui-se o Estado de Mato natória. A razão disso é que, segundo Carvalho Filho, “só se
Grosso da relação processual, afirmando-se, em conse- pode falar em ‘agentes públicos’ – expressão cunhada no art.
qüência, a incompetência do STF para processar e julgar, 37, §6, CF – quando se trata de pessoas de direito público”.
originariamente, a ação, determinando a remessa dos autos
ao Juízo Federal no Estado de Mato Grosso”. (Grifou-se) 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, a orientação jurisprudencial dominante é Inicialmente, o direito civil brasileiro veio a prever que para
de não ser cabível, em casos de reparação de dano, a de- todo dano há uma reparação, depois esta reparação passou a
nunciação da lide pelo Estado a seus agentes. Em âmbito ser obrigatória para a pessoa jurídica de direito público. Entre-
federal, também é esta a determinação a ser seguida, con- tanto, não estava bem definido em quais casos deveria se
forme assevera o art. 122, §2 da Lei nº 8.112/90 que diz “tra- reparar.
tando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor Várias teorias passaram pela evolução do tema, a primei-
perante a Fazenda Pública, em ação regressiva”, o que afasta ra, conhecida como Teoria da Irresponsabilidade, ditava um
de vez as possibilidades de denunciação da lide e de litiscon- Estado isento de culpa ou dolo, não deveria reparar nada. As
sórcio. teorias que se seguiram trouxeram a inicial responsabilização
1.5.3 O Direito de Regresso do Estado, sendo ela subjetiva, dependente de culpa ou dolo
e posteriormente, objetiva.
O art. 37, §6 da CF estabelece a ação regressiva que tem
direito o Estado em face do agente público que tenha agido Com a evolução da doutrina e da jurisprudência, a Consti-
com dolo ou culpa e tenha chegado a causar dano a terceiros. tuição Federal Brasileira de 1988 veio a confirmar a respon-
sabilidade civil objetiva do Estado, em seu art. 37, §5, pelos
O ditame constitucional cria duas espécies de relação jurí- atos de seus agentes que causem danos a terceiros.
dica, a primeira entre o Estado e a vítima, a ser oportunizada
por meio da ação de indenização e a segunda estabelecida Com a crescente demanda de prestação dos serviços pú-
entre a Fazenda Pública e seu agente, no exercício do seu blicos, o Estado resolveu atribuir a prestação a pessoas jurí-
direito de regresso. dicas de direito privado (prestação indireta), por meio de con-
cessão, permissão e autorização. Por estar representando o
O problema do ressarcimento de prejuízos causados ao ente estatal, esse tipo de empresa delegatária de serviços
ente público pode ser resolvido na via administrativa, se as públicos, começou a ser questionada quanto a sua responsa-
partes (agente-Estado) entrarem em acordo. Assevera-se que bilização perante os terceiros. Mais uma vez, os estudiosos
não pode o Estado tomar a iniciativa e descontar os valores do direito se debruçaram sobre a questão e a Corte Máxima
devidos pelo agente de sua remuneração, sem que antes seja da Justiça Brasileira optou por responsabilizá-las pelo dano
autorizado pelo mesmo, haja previsão legal autorizando o ato causado aos terceiros usuários. Recentemente, a jurispru-
e lhe seja assegurado o contraditório e a ampla defesa. Nem dência consignou pela responsabilização objetiva dos delega-
a Fazenda Pública detém esse privilégio. Não sendo viável o tários de serviços públicos também perante os não usuários.
acordo, o Estado pode promover a demanda ressarcitória.
A questão da responsabilidade civil do Estado é aplicada
O primeiro pressuposto para o ajuizamento da ação re- no Direito Brasileiro de forma objetiva, no entanto há algumas
gressiva pelo Estado é este já ter sido condenado judicial- causas que a excluem, exonerando o ente público do cum-
mente pelos danos que seu agente causou. Ademais, deve primento da obrigação para com o particular. Tal assunto é de
também ser comprovada a culpa ou o dolo do agente, pois, extrema relevância por participar do cotidiano dos cidadãos,
nesse caso, a responsabilidade civil do agente é tida como que sofrem prejuízos materiais, morais e até estéticos pela
subjetiva. É oportuno lembrar que, o ônus da prova da condu- atuação estatal, o que restou demonstrado pela evolução
ta danosa do agente é do Estado ao propor a ação de regres- doutrinária e jurisprudencial, levando ao esclarecimento do
so. tema.

Referências
Outra questão de especial importância é o prazo prescrici-
onal dessa ação. Afirma o art. 37, §5 da CF:
CARVALHO FILHO, José dos Santos, Manual de Direito
“A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos Administrativo, 25ª Edição, São Paulo: Atlas, 2012.
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem CAHALI, Yussef Said. Dano Moral. 2ª Edição, São Paulo:
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
Editora Revista dos Tribunais, 1998.
ressarcimento.” (Grifou-se)
CUNHA JÚNIOR, Dirley da e NOVELINO, Marcelo. Cons-
Por ser a ação regressiva, uma verdadeira ação de res- tituição Federal para concursos. 2ª Edição, Salvador: Jus-
sarcimento ao Estado que também foi lesado ao ter que pagar podivm, 2011.
a conta de seu agente, é uníssono na doutrina e jurisprudên- DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro,
cia que não existe prazo de vencimento para ela, ou seja, é 21ª Edição, São Paulo: Saraiva, 2007.
uma ação imprescritível. GABRIEL, Sérgio. Dano moral e indenização. Jus Navi-
gandi, Teresina, ano 7, n. 56, 1 abr. 2002. Disponível
Portanto, cabe ressaltar que a responsabilidade vítima- em <http://jus.com.br/revista/texto/2821>. Acesso
Estado é objetiva, enquanto o agente responde perante o em: 11/05/2012.
ente estatal de forma subjetiva, se provada sua culpa ou dolo. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro.
No entanto, toda regra comporta exceções. Nos casos em Responsabilidade civil, 5ª Edição: Saraiva, 2010.
que o dano é causado por terceiro, sem vínculo com o Esta- HARADA, Kiyoshi. Responsabilidade civil do Esta-
do, a incidência do art. 37, §5 da CF está descartada, a ação do. Jus Navigandi, Teresina, ano 5, n. 41, 01 de maio de
terá prazo prescricional e este será de três anos, conforme 2000. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/491>.
assenta o art. 206, §3, V do CC, já que a responsabilidade Acesso em: 29 de março 2012.
civil aqui é genérica. Importa dizer ainda que a imprescritibili- MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo,
dade somente se aplica às pessoas jurídicas de direito públi- São Paulo: Saraiva, 2011.
co, logo não atinge as de direito privado, tais como as empre- MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasi-
sas públicas e sociedades de economia mista, além das em- leiro. São Paulo: Malheiros, 2003.

Direito Administrativo 118 A Opção Certa Para a Sua Realização


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NETO, Francisco Bruno. A responsabilidade civil do Es- objetiva relativamente aos usuários do serviço, não se esten-
tado (Princípios Constitucionais). Publicação em site pró- dendo a pessoas outras que não ostentem a condição de
prio em 15 de março de 2009. Disponível em usuário. Exegese do art. 37, § 6º, da C.F. II. - R.E. Conhecido
http://www.profbruno.com.br/publicacoes/PUB%2008%20%20 e provido. 2ª Turma, Recurso Extraordinário nº 262.651/SP.
RESPONSABILIDADE%20CIVIL%20DO%20ESTADO.pdf. Relator: Min. Carlos Velloso. Brasília, DF, julgado em 06 de
Acesso em: 29 de março de 2012. maio de 2005.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativo nº 557.
Processual Civil, 3ª Edição, São Paulo: Método, 2011. Recurso Extraordinário. Constitucional. Responsabilidade do
NEVES, Daniel Amorim Assumpção e FREIRE, Rodrigo Estado. Art. 37, § 6º, da Constituição. Pessoas jurídicas de
da Cunha Lima. Código de Processo Civil para concursos, direito privado prestadoras de serviço público. Concessionário
2ª Edição, Salvador: Juspodivm, 2011. ou permissionário do serviço de transporte coletivo. Respon-
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Responsabilidade civil, sabilidade objetiva em relação a terceiros não-usuários do
Rio de Janeiro: Forense, 1994. serviço. Recurso desprovido. Plenário, Recurso Extraordinário
PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito administrativo, nº 591.874/MS. Relator: Min. Ricardo Lewandowski. Brasília,
20ª Edição, São Paulo: Atlas, 2007. DF, julgado em 26 de agosto de 2009.
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume úni- BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativo nº 436.
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WILLEMAN, Flávio de Araújo. Responsabilidade civil <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informati
das agências reguladoras, 2ª Edição, Rio de Janeiro: Lu- vo436.htm>. Acesso em: 10 de maio de 2012.
men Juris, 2011. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil Processual Civil. 4ª Turma, Recurso Especial nº
de 1988. Brasília, 5 de outubro de 1988. 1.162.598/SP. Relator: Min. João Otávio de Noronha. Brasília,
BRASIL. Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Código DF, julgado em 02 de agosto de 2011;
Civil dos Estados Unidos do Brasil. Diário Oficial da União. BRASIL, Superior Tribunal de Justiça, Recurso Especial.
Brasília, 5 de janeiro de 1916. Revogada pela Lei nº 10.406, Responsabilidade Civil do Estado. Denunciação da Lide.
de 2002. Dispensabilidade. 1ª Turma, Recurso Especial nº 903.949/PI.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Relator: Min. Teori Albino Zavascki. Brasília, DF, julgado em
Código Civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 15 de maio de 2007;
Brasília, Brasília, 11 de janeiro de 2002. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial.
BRASIL. Lei nº 9.494, de 10 de setembro de 1997. Disci- Responsabilidade Civil do Estado. Atuação do Magistrado.
plina a aplicação da tutela antecipada contra a Fazenda Pú- Reparação de Danos. Indenização. 2ª Turma, Recurso Espe-
blica, altera a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, e dá ou- cial nº 299.833/RJ. Relator: Min. Castro Meira. Brasília, DF,
tras providências. Diário Oficial da República Federativa do julgado em 14 de novembro de 2006.
Brasil. Brasília, 24 de dezembro de 1997. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial.
BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dis- Processual Civil e Administrativo. Responsabilidade Civil do
põe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da Estado. Denunciação da lide. Direito de regresso. Art. 70, III,
União, das autarquias e das fundações públicas federais. do CPC. 1ª Seção, Recurso Especial nº 313.886/RN. Relato-
Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 19 ra: Min. Eliana Calmon. Brasília, DF, julgado em 26 de junho
de março de 1991. de 2004.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Questão de Ordem BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental
na Ação Civil Originária. Competência. Ação ordinária de no Agravo em Recurso Especial. Processual Civil. Responsa-
indenização contra a União Federal e a FUNAI. 2. Parque bilidade por morte em penitenciária. Danos morais. Compro-
Nacional do Xingu. 3. Desapropriação indireta. 4. Denuncia- vação de culpa da vítima. Reexame de elementos. Fático-
ção da lide ao Estado-membro que vendeu o imóvel. Código probatórios. Impossibilidade. Súmula 7/STJ. 2ª Turma, Agravo
de Processo Civil, art. 70. Hipótese em que os autores adqui- Regimental no Agravo em Recurso Especial nº 65343/SE.
riram o imóvel do Estado-membro. 5. A denunciação da lide Relator: Min. Herman Benjaminj. Brasília, DF, julgado em 16
não se faz per saltum. O STF, em casos semelhantes, não de fevereiro de 2012.
tem admitido a denunciação da lide ao Estado-membro e, BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Notícia de 31 de
conseqüentemente, afirma sua incompetência para processar agosto de 2009: Segunda Seção edita súmula sobre acú-
e julgar, originariamente, a ação proposta. Precedentes. 6. Na mulo de danos estéticos e morais. Disponível
desapropriação indireta, ocorre, tão-só, súplica de indeniza- em<http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tm
ção pela perda do imóvel, cuja reivindicação se faz inviável. p.area=398&tmp.texto=93425>. Acesso em 11 de maio de
Não há, aí, espaço à invocação da regra do art. 70, I, do CPC. 2012.
7. Na presente hipótese, a FUNAI e a União Federal ajuiza- BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial.
ram, à sua vez, ação declaratória incidental de nulidade dos Administrativo e Processual Civil. Responsabilidade Civil do
títulos dos autores. Essa ação não é cabível, pela impossibili- Estado. Disparos em via pública efetuados em perseguição
dade, no caso, do simultaneus processus. 8. Inviável, destar- policial. "Bala perdida" que atingiu adolescente. Danos estéti-
te, a denunciação à lide do Estado de Mato Grosso e incabí- cos. Julgamento extra petita. Não ocorrência. Nexo de causa-
vel a ação declaratória incidental, exclui-se o Estado de Mato lidade. Prova testemunhal e circunstâncias do caso concreto.
Grosso da relação processual, afirmando-se, em conseqüên- Perícia técnica inexistente. Venire contra factum próprio.
cia, a incompetência do STF para processar e julgar, origina- Inadmissível. Alteração do acórdão. Impossibilidade. Reexa-
riamente, a ação, determinando a remessa dos autos ao Juí- me fático-probatório. Súmula 07/STJ. Valor da indenização
zo Federal no Estado de Mato Grosso. Tribunal Pleno. ACO por danos morais e estéticos. Razoabilidade. 2ª Turma, Re-
305 QO. Relator: Min. Néri da Silveira. Brasília, DF, julgado curso Especial nº 1236412/ES. Relator: Min. Castro Meira.
em 07 de outubro de 1999. Brasília. Brasília, DF, julgado em 02 de fevereiro de 2012.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordiná- BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial.
rio. Constitucional. Administrativo. Civil. Responsabilidade Responsabilidade Civil. Dano à pessoa. Dano estético. Dano
Civil do Estado: responsabilidade objetiva. Pessoas jurídicas moral. Cumulação. A amputação traumática das duas pernas
de direito privado prestadoras de serviço público. Concessio- causa dano estético que deve ser indenizado cumulativamen-
nário ou permissionário do serviço de transporte coletivo. te com o dano moral, neste considerados os demais danos a
C.F., art. 37, § 6º. I. A responsabilidade civil das pessoas pessoa, resultantes do mesmo fato ilícito. Art. 21 do dec.
jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é 2.681/1912. Recurso conhecido e provido em parte. 4ª Turma,

Direito Administrativo 119 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Recurso Especial nº 65.393/RJ. Relator: Min. Ruy Rosado de cional, mais adequadamente denominada “administração
Aguiar. Brasília, DF, julgado em 30 de outubro de 2005. pública” (com iniciais minúsculas), é a atividade estatal con-
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial. sistente em defender concretamente o interesse público[3].
Civil. Dano moral. Indenização. O dano moral, decorrente de
Portanto, “Administração Pública” considera-se o conjunto
lesão corporal grave, deve ser indenizado, independentemen-
te do ressarcimento do dano estético. Recurso especial co- de órgãos e de pessoas jurídicas as quais a lei atribui o exer-
cício da função administrativa do Estado; e a “administração
nhecido e provido. 3ª Turma, Recurso Especial nº 84.752/RJ.
pública” tem-se a ótica de que é um complexo de atividades
Relator: Min. Ari Pargendler. Brasília, CF, julgado em 21 de
fevereiro de 2000. concretas e imediatas desempenhadas pelo Estado sob os
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula nº 37. In- termos e condições da lei visando o atendimento das neces-
denizações - Danos - Material e Moral - Mesmo Fato – Cumu- sidades coletivas.
lação. São cumuláveis as indenizações por dano material e Helly Lopes Meirelles nos lembra que, se grafada com ini-
dano moral oriundos do mesmo fato. Disponível em: < ciais maiúsculas, a expressão “Administração Pública” terá a
http://www.dji.com.br/normas_inferiores/regimento_interno_e_ conotação de subjetiva. De outra forma (com iniciais minúscu-
sumula_stj/stj__0037.htm>. Acesso em: 10 de maio de 2012. las) sua conotação será objetiva, referindo-se à atividade
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula nº 387. Li- administrativa exercida sob o pálio do regime jurídico adminis-
citude - Cumulação - Indenizações de Dano Estético e Dano trativo.
Moral. É lícita a cumulação das indenizações de dano estético
e dano moral. Disponível em: < 2. Regime jurídico administrativo
http://www.dji.com.br/normas_inferiores/regimento_interno_e_ A professora Di Pietro nos oferece o seguinte conceito: “A
sumula_stj/stj__0387.htm>. Acesso em: 10 de maio de 2012. expressão regime jurídico administrativo é reservada tão-
somente para abranger o conjunto de traços, de conotações,
Nota: que tipificam o direito administrativo colocando a Administra-
[1] Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação ção Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação
Lato Sensu TeleVirtual como requisito parcial à obtenção do jurídico-administrativa”[4], por isso a apresentação de concei-
grau de especialista em Direito Público. Orientadora: Prof. to da Administração Pública e da administração pública aci-
Roberta dos Anjos Moreira ma.

7 Regime jurídico-administrativo. Maria Sylvia Zanella Di Pietro sustenta que o regime jurí-
7.1 Conceito. dico administrativo pode ser resumido a duas únicas realida-
des, ou seja, por prerrogativas e sujeições à Administração
7.2 Princípios expressos e implícitos da Adminis- Pública.
tração Pública.
O Direito Administrativo versus regime jurídico administra-
Regime-Jurídico Administrativo e seus Princípios Nortea- tivo se baseia em 02 (duas) idéias opostas: de um lado, a
dores proteção aos direitos individuais frente ao Estado, que serve
Mária Paula Gomes Marçal Belo de fundamento ao princípio da legalidade, um dos esteios do
Estado de Direito, a liberdade do indivíduo; e de outro lado, a
1. O direito administrativo idéia da necessidade de satisfação dos interesses coletivos,
que conduz a outorga de prerrogativas e sujeições para a
Primeiramente o que vem a ser o Direito Administrativo? Administração Pública, quer para limitar o exercício dos direi-
Sucintamente, diz-se de um ramo do direito público que ocu- tos individuais em benefício do bem-estar coletivo (poder de
pa uma das funções do Estado: a função administrativa. O polícia), quer para a prestação de serviços públicos, ou seja,
Direito Administrativo Brasileiro pode ser considerado um a autoridade da Administração.
direito codificado, pois o mesmo é regido por princípios, re-
gras e normas. A liberdade do indivíduo dispõe do seguinte dispositivo le-
gal, artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal de 1988: “nin-
Leciona-se: “o conceito de Direito Administrativo Brasilei- guém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
ro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios senão em virtude de lei”[5], presente aqui o princípio da lega-
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades lidade.
públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente
os fins desejados pelo Estado”[1]. Helly Lopes Meirelles, por A Administração Pública possui prerrogativas e privilégios,
sua vez destaca o elemento finalístico na conceituação: os não utilizados e até desconhecidos na esfera do direito priva-
órgãos, agentes e atividades administrativas como instrumen- do, tais como a autoexecutoriedade, a autotutela, o poder de
tos para realização dos fins desejados pelo Estado. expropriar, o de requisitar bens e serviços, o de ocupar tem-
porariamente o imóvel alheio, o de instituir servidão, o de
1.1. A Administração Pública e a administração públi- aplicar sanções administrativas, o de alterar e rescindir unila-
ca
teralmente os contratos, o de impor medidas de polícia.
A Administração Pública representa o conjunto de órgãos A força maior da supremacia do interesse público nos atos
e agentes estatais no exercício da função administrativa, administrativo entre a Administração e o particular para anular
independentemente se pertencentes ao Poder Executivo, ao e revogar seus próprios atos sem necessidade de autorização
Legislativo, ao Judiciário, ou a qualquer outro organismo esta- judicial é justamente em função da condição da imperativida-
tal (como Ministério Público, Defensorias Públicas e etc). de da autotutela e da autoexecutoriedade, que reveste o cita-
A administração pública designa a atividade consistente do supraprincípio.
na defesa concreta do interesse público, “exemplo: os con- Por mais que as prerrogativas colocam a Administração
cessionários e permissionários de serviços públicos exercem em posição de superioridade perante o particular, sempre
administração pública, mas não fazem parte da Administra-
com o objetivo de atingir o benefício da coletividade, as restri-
ção Pública”[2]. A expressão “Administração Pública” pode
ções a que está sujeita limitam a sua atividade a determina-
ser empregada com diferentes sentidos. Alude a professora dos fins e princípios, que se não observados, implicam desvio
Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “Administração Pública” em de poder e consequentemente nulidade dos atos da Adminis-
sentido subjetivo ou orgânico é o conjunto de agentes, órgãos tração.
e entidades públicas que exercem a função administrativa; e
“Administração Pública” em sentido objetivo, material ou fun-
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As prerrogativas e restrições a que está sujeita a Adminis- O regime funciona como se houvesse 02 (duas) colunas
tração e que não se encontram nas relações entre particula- verticais uma ao lado da outra, uma a complementar a outra.
res dá origem ao regime jurídico administrativo, posiciona- De um lado os poderes outorgados a Administração para que
mento da administrativista Maria Sylvia Zanella Di Pietro. a mesma haja em benefício e para o bem-estar coletivo, e, de
outro lado agentes competentes para agirem de forma finalís-
2.1. A Supremacia do interesse público e a Indisponi-
tica em busca da segurança do direito do administrado.
bilidade do interesse público
3. Princípios norteadores do regime-jurídico adminis-
Todo o arcabouço legal que dá origem e curso regular ao trativo
Direito Administrativo Brasileiro é construído com base nos
supraprincípios: supremacia do interesse público sob o priva- A Constituição Federal de 1988, ao tratar da Administra-
do e indisponibilidade do interesse público. ção Pública, não traz expressos os princípios da Supremacia
do interesse público e da Indisponibilidade do interesse públi-
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que o co. Apesar que é possível considerar que os princípios do
regime jurídico administrativo é amparado por dois princípios Direito Administrativo são desdobramento da supremacia do
basilares, a Supremacia do interesse público e a Indisponibili- interesse público e da indisponibilidade do interesse público.
dade do interesse público, que são os princípios centrais dos
quais derivam todos os demais princípios e normas do Direito Entretanto, no caput de seu artigo 37, enumera os mais
Administrativo. importantes princípios administrativos: legalidade, impessoali-
dade, moralidade, publicidade e eficiência, são estes ainda os
A supremacia do interesse público sobre o privado, tam- princípios que norteiam a Administração Pública.
bém chamada simplesmente de princípio do interesse público
ou da finalidade pública, significa que os interesses da coleti- Tanto a Administração Pública direta ou indireta de qual-
vidade são mais importantes que os interesses individuais, quer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
razão pela qual a Administração, como defensora dos interes- dos Municípios obedecerá aos princípios expressos no artigo
ses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos 37, caput, da Constituição Federal de 1988.
aos particulares.
Importante citar que: “violar um princípio é muito mais gra-
A outorga dos citados poderes projeta a Administração ve que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio
Pública a uma posição de superioridade diante do particular, implica ofensa não apenas a um específico mandamento
onde os interesses do grupo devem prevalecer sobre os do obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais
individuo que o compõem. grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade conforme
o escalão do princípio violado, porque representa insurgência
Sendo assim, a supremacia do interesse público designa contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamen-
que os interesses da coletividade, os interesses públicos são tais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corro-
mais importantes que os interesses individuais. Exemplo: a são de sua estrutura mestra.”[8]
desapropriação é a prevalência do interesse público sob o
privado, como vários outros exemplos citados acima. Helly L. Meirelles ensina que, “na Administração Pública,
não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na adminis-
Alude ainda Celso Antônio Bandeira de Mello, sobre a Su- tração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na
premacia do interesse publico sobre o privado: “Trata-se de Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autori-
verdadeiro axioma reconhecível no moderno Direito Público. za. A lei para o particular significa ‘pode fazer assim’, para o
Proclama a superioridade do interesse da coletividade, fir- administrador público significa ‘deve fazer assim’9.
mando a prevalência dele sobre o particular, como condição,
até mesmo, da sobrevivência e asseguramento deste último. Importante observar que não há uma hierarquia entre os
É pressuposto de uma ordem social estável, em que todos e princípios, cada um tem sua importância e não se diz que um
cada um possam sentir-se garantidos e resguardados.”[6] prevalece sobre o outro. Cada caso é que acaba dando mais
valor a um ou a outro, mas isso não quer dizer que exista
Já a indisponibilidade do interesse público enuncia que os hierarquia, um princípio que não seja usado num determinado
agentes públicos não são donos do interesse por eles defen- caso pode ser o mais importante em outro.
dido. Assim, no exercício da função administrativa os agentes
públicos estão obrigados a atuar, não segundo sua própria Imperioso relembrar a interpretação, bem como, a valida-
vontade, mas do modo determinado pela legislação. de do princípio da legalidade para o particular, sendo, que
este pode fazer tudo o que a lei não proíbe e já para o direito
Portanto a indisponibilidade do interesse público significa público, este só pode realizar o que estiver previsto em lei,
que o agente público não é dono dos interesses que defende, fazer somente o que a lei permite / determina, sob pena de ter
por isso que o agente só pode atuar da forma como a lei de- seus atos anulados. O princípio da legalidade explicita a su-
termina, interpretação dada ainda à validade do princípio da bordinação da atividade administrativa à lei.
legalidade para o direito público.
A relação que o particular tem com a lei é de liberdade e
A indisponibilidade dos interesses públicos significa que, autonomia da vontade, de modo que os ditames legais ope-
sendo interesses qualificados como próprios da coletividade – ram fixando limites negativos à atuação privada. Assim, o
internos ao setor público – não se encontram à livre disposi- silêncio da lei quanto ao regramento de determinada conduta
ção de quem quer que seja por inapropriáveis. O próprio ór- é recebido na esfera particular como permissão para agir.
gão administrativo que os representa não tem disponibilidade
sobre eles, no sentido de que lhe incumbe apenas curá-los – No Direito Público a relação do agente público com a lei é
o que é também um dever – na estrita conformidade do que de subordinação, razão pela qual os regramentos estabeleci-
predispuser a intentio legis.”[7] dos pelo legislador desenham limites positivos para as ativi-
dades públicas. Por isso, a ausência de disciplina legal sobre
A existência desses dois supraprincípios é o reflexo de certo comportamento significa no âmbito da Administração
uma dualidade permanente no exercício da função adminis- Pública uma proibição de agir.
trativa, sendo, a dicotomia entre os poderes da Administração
Pública, ou seja, a Supremacia do interesse público o qual Portanto a atividade administrativa, somente será legítima
reflete os poderes da Administração Pública, e de outro lado a se estiver em consonância com os comandos veiculados em
indisponibilidade do interesse público o qual reflete os direitos lei, com capacidade de disciplinar o comportamento da Admi-
dos administrados. nistração Pública.

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4. Conclusão
03- Assinale a opção que contemple uma forma de vacância
O presente artigo cumpriu o que veio a apresentar. Ao fa- comum aos cargos efetivos e em comissão.
lar do Regime Jurídico Administrativo, a obra demonstrou a) Promoção.
mesmo que sucintamente o direito de onde o instituto foi ex- b) Demissão.
traído, sendo o Direito Administrativo. c) Exoneração.
No que tange, a montar o quebra-cabeça para melhor elu- d) Readaptação.
cidar o regime jurídico, importante foi ainda apresentar e de- e) Redistribuição.
monstrar a diferença entre Administração Pública e adminis-
tração pública, para melhor entender a influencia, bem como, 04- Assinale a opção que contemple um exemplo de licença
notar a harmonia entre todos os assuntos brevemente cita- não remunerada do servidor público.
dos. Sem deixar de dar uma noção, da origem do Direito a) Licença para capacitação.
Administrativo, da Administração Pública, do Regime-Jurídico b) Licença para tratamento da própria saúde, por seis meses.
Administrativo, bem como, dos princípios, sejam eles expres- c) Licença para o desempenho de mandato classista.
sos ou implícitos não na Constituição Federal. d) Licença à adotante.
e) Licença por motivo de acidente em serviço.
Portanto tudo se encaixa ao notar que regime jurídico ad-
ministrativo nada mais é do que um nome técnico dado ao 05- São penalidades disciplinares, exceto:
conjunto de normas, regras e princípios a um determinado a) A destituição de cargo em comissão.
instituto, nota-se ainda, que são as normas, as regras e os b) A cassação de aposentadoria.
princípios que norteiam o Direito Administrativo, e, tudo basi- c) A suspensão.
camente para montar o conjunto harmônico da Administração d) O afastamento preventivo.
Pública sendo ela interpretada de forma objetiva ou subjetiva. e) A advertência.
Ademais a atividade administrativa somente será legítima se
em consonância com os comandos veiculados em lei. 06- Correlacione as infrações disciplinares com as penalida-
Notas: des a ela aplicáveis e assinale a opção correta, considerando
[1] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. os artigos 117 e 132 da Lei n. 8.112/90.
27ª edição. São Paulo: Malheiros,2.002, p. 38 (1) Demissão com incompatibilidade para nova investidura
[2] MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo / Ale- pelo prazo de cinco anos.
xandre Mazza – São Paulo: Saraiva, 2.011, p. 41 (2) Demissão com proibição de retorno ao serviço público
[3] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. federal.
24ª edição. São Paulo: Atlas, 2011, p. 39 ( ) Crime contra a Administração Pública.
[4] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. ( ) Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detri-
24ª edição. São Paulo: Atlas, 2011, p. 42. mento da dignidade da função pública.
[5] Vade Mecum / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva ( ) Improbidade administrativa.
com a colaboração de Antônio Luiz de Toledo Pinto, Márcia ( ) Corrupção.
Cristina Vaz dos Santos Windt e Livia Céspedes. – 7ª ed. ( ) Atuar junto às repartições públicas como procurador de
atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2009 terceiros sem qualquer grau de parentesco.
[6] MELLO. Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Ad- a) 2/2/1/1/2
ministrativo.27ª edição. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 69. b) 1/2/1/2/1
[7] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Ad- c) 2/1/1/2/2
ministrativo, 27ª edição. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 74. d) 1/1/2/2/2
[8] “Criação de Secretarias Municipais”, Revista de Direito e) 2/1/2/2/1
Públcio, 1971, vol.15, PP. 284-286.
07- Assinale a opção que elenque dois princípios norteadores
da Administração Pública que se encontram implícitos na
PROVA SIMULADA
Constituição da República Federativa do Brasil e explícitos na
DIREITO ADMINISTRATIVO Lei n. 9.784/99.
a) Legalidade / moralidade.
01- São formas de extinção do ato administrativo, exceto: b) Motivação / razoabilidade.
a) A revogação. c) Eficiência / ampla defesa.
b) A rescisão. d) Contraditório / segurança jurídica.
c) A contraposição. e) Finalidade / eficiência.
d) A cassação.
e) A anulação. 08. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de
competição, em especial
02- Relativamente à vinculação e discricionariedade dos atos (A) na contratação de fornecimento ou suprimento de energia
administrativos, correlacione as colunas apontando como elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou
vinculado ou discricionário cada um dos elementos do ato autorizado, segundo as normas da legislação específica.
administrativo e assinale a opção correta. (B) quando não acudirem interessados à licitação anterior e
(1) Vinculado esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo
(2) Discricionário para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condi-
( ) Competência. ções preestabelecidas.
( ) Forma. (C) quando a União tiver que intervir no domínio econômico
( ) Motivo. para regular preços ou normalizar o abastecimento.
( ) Finalidade. (D) nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros
( ) Objeto. perecíveis, no tempo necessário para a realização dos pro-
a) 1 / 1 / 2 / 1 / 2 cessos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente
b) 2 / 2 / 1 / 1 / 2 com base no preço do dia.
c) 1 / 1 / 1 / 2 / 2 (E)) para contratação de profissional de qualquer setor artísti-
d) 2 / 2 / 2 / 1 / 1 co, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde
e) 1 / 2 / 2 / 1 / 2

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que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião 13. Com relação aos poderes administrativos, é INCORRETO
pública. afirmar que o poder
(A) disciplinar é o que cabe à Administração Pública para
09. Considere as assertivas a respeito dos atributos do ato apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos
administrativo: e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.
I. Os atos administrativos, qualquer que seja sua categoria ou (B) regulamentar é inerente ao chefe do Executivo para, me-
espécie, nascem com a presunção de legitimidade, indepen- diante decreto, expedir atos normativos compatíveis com a lei
dentemente de norma legal que a estabeleça. e visando desenvolvê-la.
II. A imperatividade existe em todos os atos administrativos, (C)) discricionário vincula o administrador público à compe-
sendo o atributo que impõe a coercibilidade para seu cumpri- tência, forma e objeto do ato, deixando livre a opção quanto
mento ou execução. ao juízo de mérito.
III. A possibilidade que certos atos administrativos ensejam de (D) hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar
imediata e direta execução pela própria Administração, inde- e corrigir as atividades administrativas, no âmbito da Adminis-
pendentemente de ordem judicial, consiste na auto- tração Pública.
executoriedade. (E) Legislativo, no exercício do poder de polícia que compete
Está correto o que se afirma APENAS em ao Estado, cria, por lei, as chamadas limitações administrati-
(A) I e II. vas ao exercício das liberdades públicas.
(B)) I e III.
(C) II. 14. O leilão é uma modalidade de licitação
(D) II e III. (A) adequada para a venda de bens móveis inservíveis para a
(E) III. administração ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, a quem oferecer o maior lance, independente-
10. Observe as seguintes proposições: mente do valor da avaliação.
I. A faculdade de que dispõe a Administração Pública de or- (B) adequada somente para a alienação de bens imóveis, a
denar, coordenar, controlar e corrigir suas atividades decorre quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da
do poder disciplinar. avaliação.
II. Dentre os atributos do poder de polícia, a autoexecutorie- (C) que a Administração Pública pode utilizar para a alienação
dade permite à Administração, com os próprios meios, decidir de qualquer bem imóvel, a quem oferecer o maior lance, igual
e executar diretamente suas decisões, sem intervenção do ou superior ao valor da avaliação.
Judiciário. (D) que a Administração Pública pode utilizar para a alienação
III. O poder normativo da Administração Pública se expressa de bem imóvel, a quem oferecer o maior lance, independen-
por meio das resoluções, portarias, deliberações, instruções e temente do valor da avaliação.
dos decretos. (E) adequada para a venda de bens móveis inservíveis para a
IV. O poder discricionário permite ao administrador editar atos administração ou de produtos legalmente apreendidos ou
que exorbitem os ditames legais, desde que convenientes e penhorados, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior
oportunos. ao valor da avaliação.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II. Nas questões que se seguem, assinale:
(B) I e IV. C – se a proposição estiver correta
(C) I, II e III. E – se a mesma estiver incorreta
(D)) II e III.
(E) III e IV. 15. Pregão é uma das 6 modalidades de licitação utilizadas
no Brasil, considerada como um aperfeiçoamento do regime
11. Com o objetivo de punir determinado servidor público, o de licitações para a Administração Pública Federal. Esta
superior hierárquico, ao invés de instaurar regular processo modalidade possibilita o incremento da competitividade e
disciplinar, já que possuía competência para tanto, valeu-se ampliação das oportunidades de participação nas licitações,
do instituto legal da remoção ex officio que, contudo, somente por parte dos licitantes que são Pessoas Jurídicas ou
poderia ser utilizado para atender a necessidade do serviço Pessoas Físicas interessadas em vender bens e/ou serviços
público. Em virtude deste fato, a remoção, que culminou com comuns conforme os editais e contratos que visam o interesse
a transferência do servidor para outra unidade da federação, público.
será nula em virtude da inobservância do requisito do ato 16. Também chamado de Leilão Reverso ou Holandês, o
administrativo denominado Pregão é realizado em lances sucessivos e decrescentes, no
(A) objeto. chamado "quem dá menos" (NBS). Desta forma, a
(B) forma. Administração Publica que está comprando, gera economia
(C) imperatividade. significa o bom uso do dinheiro público.
(D) auto-executoriedade.
(E)) finalidade. 17. O pregão pode ser Presencial (onde os licitantes se
encontram e participam da disputa) ou Eletrônico (onde os
12. No que tange à licitação, é correto afirmar: licitantes se encontram em sala virtual pela internet, usando
(A) Para a compra e alienação de bens imóveis, a Administra- sistemas de governo ou particulares). O designado
ção Pública pode se valer do tipo de licitação denominado responsável pelo pregão tem o nome de Pregoeiro.
pregão. 18. O pregão é caracterizado por inverter as fases de um
(B)) A concorrência é a modalidade de licitação obrigatória processo licitatório comum regido pela lei 8.666/93. Ou seja,
nas concessões de direito real de uso. primeiro ocorre a abertura das propostas das licitantes e
(C) Havendo interesse público, a autoridade competente pode depois é procedido o julgamento da habilitação dos mesmos.
substituir a tomada de preços pelo convite. O Pregão é regido pela Lei Federal Brasileira nº10.520/200
(D) O concurso destina-se à escolha de trabalho técnico,
científico, artístico ou contratação de serviço ou fornecimento 19. Outro grande diferencial do Pregão em relação as demais
de bens. modalidades de licitação é a sua economicidade, pois, como
(E) O leilão é o tipo de licitação entre quaisquer interessados os licitantes podem baixar suas ofertas e disputar a venda do
para a venda de bens sem utilidade para a Administração. objeto em questão, os preços costumam chegar a patamares
bem mais baixos do que os conseguidos com as demais

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modalidades. Também a redução do tempo em que se Nele o superior tem a prerrogativa de ordenar, fiscalizar,
transcorre a licitação é menor, e isto viabiliza contratações rever, delegar e avocar as tarefas de seus subordinados.
mais rápidas e eficientes. Essa subordinação é de caráter interno e não se
confunde com vinculação que é de caráter externo.
20. Atualmente, a modalidade Pregão eletrônico é a que mais A administração pública é toda organizada, em
cresce, e as suas inovações e benefícios estão sendo observância ao princípio constitucional da legalidade, em
estendidos para as outras modalidades, como o uso de uma estrutura hierárquica que lhe possibilita executar
internet para registro de ata, e afins. O projeto de lei que pode suas finalidades. Não existe hierarquia entre agentes que
vir a mudar a Lei 8.666/93 traz estas inovações. exercem funções estritamente jurisdicional (o juiz é livre
para decidir) e legislativa ( sua competência é delineada
Quanto aos poderes da Administração, podemos afirmar pela Constituição).
que:

25. Poder Disciplinar - O poder disciplinar é uma


21. Poder Discricionário - No poder discricionário a lei especialização do poder hierárquico. A administração tem
deixa uma certa margem para que o agente público possa o poder de fiscalizar as atividades exercidas por seus
agir. Nele o agente visando o interesse público, aplica a servidores e demais pessoas a ela ligadas, exigindo-lhes
conveniência e oportunidade na execução do ato uma conduta adequada aos preceitos legais. O não-
administrativo. O agente público escolhe a melhor cumprimento sujeita esses agentes a sanções
possibilidade que se aplica ao caso concreto. Como esse disciplinares. Essas sanções devem obedecer ao
poder segue os ditames da lei, ele poderá ser revisado no princípio da proporcionalidade, devendo a sanção ser
âmbito da própria administração ou mesmo na via adequada a conduta ilícita praticada pelo agente. Sua
judicial. O Judiciário não avalia o mérito (conveniência e aplicação está sujeita ao processo administrativo
oportunidade), mas apenas os aspectos de legalidade. disciplinar, em observância ao princípio constitucional do
Entretanto, há na doutrina e jurisprudência entendimento devido processo legal (art. 5º, LIV, CF/88) e aos princípios
(não consolidado) de que o Poder Judiciário pode, sim, constitucionais do contraditório e da ampla defesa (art.
examinar os motivos do ato, e declarar sua nulidade. 5º, LV, da CF/88).
Outros entendem que o juiz não pode substituir o
administrador público. Não se pode confundir
discricionariedade com arbitrariedade. Na arbitrariedade 26. Poder de Polícia - O poder de polícia é a faculdade de
o agente atua fora dos limites da lei (ato ilegal) e na dispõe a administração pública para condicionar e
discricionariedade sua conduta é legal, ele utiliza apenas restringir a liberdade e propriedade individual em prol do
os critérios da conveniência e oportunidade. interesse público. Nesse sentido, ela é denominada de
polícia administrativa. Infere-se do conceito acima, que
princípio norteador da aplicação do poder de polícia
22. Poder Vinculado - No poder vinculado a lei ao conferir administrativa é o princípio da predominância do
determinada atribuição ao administrador público, faz de interesse público sobre o interesse privado. São atributos
forma que não lhe deixa margem para escolha. Não deixa do poder de polícia a discricionariedade, a auto-
espaço para liberdade de atuação da administração. Não executoriedade e a coercibilidade. Importante distinguir
há interpretação subjetiva do agente público. Importante polícia administrativa de polícia judiciária (polícia federal
lembrar que todos os atos administrativos são vinculados e polícia civil) e polícia de manutenção da ordem pública
quanto à competência, forma e objeto. Esses elementos, (polícia militar). Na polícia administrativa o poder incide
no momento de sua aplicação, não podem ser valorados. sobre bens, direitos e atividades; ela fiscaliza e pune o
Cabe ao agente apenas a sua aplicação. ilícito administrativo. Já na polícia judiciária e de
manutenção da ordem pública incide diretamente sobre
23. Poder Regulamentar - No poder regulamentar o Estado pessoas, preocupando-se com a ocorrência de delitos
tem a prerrogativa de editar atos gerais para completar e penais. A doutrina entende que o poder de polícia é
dar aplicabilidade às leis. Ele não tem o poder de alterar discricionário, mas como expresso anteriormente deve
ou revogar a lei que é uma função legislativa. Caso seguir o princípio constitucional da legalidade. Como
cometa esse abuso o Congresso Nacional poderá sustar todo ato administrativo o poder de polícia deve observar
o ato regulamentar (art. 49, V, CF/88). Na doutrina há dois os requisitos de validade que são: competência, forma,
entendimentos sobre o poder regulamentar – um amplo e finalidade, motivo e objeto. A princípio não pode se
outro restrito. No restrito, entende que é a prerrogativa do delegado e não poderiam ser praticados por particulares.
chefe do Poder Executivo, prevista no artigo 84, V, da Pode o particular, excepcionalmente, praticar ato material
Constituição Federal. Poder de editar regulamentos e preparatório ou sucessivo de poder de polícia. Entendo,
decretos. Já no sentido amplo, são os atos expedidos que o particular nunca pode aplicar sanção
pelas autoridades administrativas de editar atos administrativa.
normativos que explicam e auxiliam na aplicação de
normas gerais e abstratas. Dentre esses atos destaca-se:
as instruções normativas, resoluções e portarias. Quanto ao Decreto nº 1.171/94:
Importante destacar que o poder regulamentar não pode 27. Das Regras Deontológicas
existir sem lei e, além disso, ato normativo não pode I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência
contrariar a lei. Dessa forma, pode haver controle judicial dos princípios morais são primados maiores que devem nor-
de legalidade, mas no entendimento do Supremo Tribunal tear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função,
Federal (STF) não haverá controle de controle de ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio
constitucionalidade desses atos pela via da Adin (ação poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direta de inconstitucionalidade). direcionados para a preservação da honra e da tradição dos
serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemen-
24. Poder Hierárquico - O poder hierárquico é to ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente
caracterizado pelo poder de comando de agentes entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
administrativos superiores sobre seus subordinados. inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente

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entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendi-
no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. mento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos servi-
de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a ços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é evitar dano moral ao usuário;
que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri-
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o
próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a mora- bem comum;
lidade administrativa se integre no Direito, como elemento d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição
indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo- essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletivi-
se, como consequência, em fator de legalidade. dade a seu cargo;
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfei-
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu pró- çoando o processo de comunicação e contato com o público;
prio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da socieda- f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princí-
de, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu pios éticos que se materializam na adequada prestação dos
maior patrimônio. serviços públicos;
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissio- g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção,
nal e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos
público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia- os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de
a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor,
bom conceito na vida funcional. idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se,
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações dessa forma, de causar-lhes dano moral;
policiais ou interesse superior do Estado e da Administração h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de
Pública, a serem preservados em processo previamente de- representar contra qualquer comprometimento indevido da
clarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer estrutura em que se funda o Poder Estatal;
ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos,
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem de contratantes, interessados e outros que visem obter quais-
comum, imputável a quem a negar. quer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrên-
VIII -Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode cia de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
própria pessoa interessada ou da Administração Pública. específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que
corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto negativamente em todo o sistema;
mais a de uma Nação. m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual-
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedica- quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as
dos ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. providências cabíveis;
Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indi- n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,
retamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e
causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio públi- distribuição;
co, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem
apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por es-
Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedica- copo a realização do bem comum;
ram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas
esforços para construí-los. ao exercício da função;
X -Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de
solução que compete ao setor em que exerça suas funções, serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas
permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra es- funções;
pécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instru-
apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas ções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo
públicos. tudo sempre em boa ordem.
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem
legais de seus superiores, velando atentamente por seu cum- de direito;
primento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repeti- t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcio-
dos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às nais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contra-
vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo impru- riamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço
dência no desempenho da função pública. público e dos jurisdicionados administrativos;
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função,
trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse
quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. público, mesmo que observando as formalidades legais e não
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura cometendo qualquer violação expressa à lei;
organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe
colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua ativi- sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu
dade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o integral cumprimento.
engrandecimento da Nação.
29. E vedado ao servidor público;
28. São deveres fundamentais do servidor público: a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo,
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para
ou emprego público de que seja titular; si ou para outrem;

Direito Administrativo 125 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido- b) A revogação do ato administrativo é prerrogativa
res ou de cidadãos que deles dependam; exclusiva do Poder Judiciário, uma vez que a Administração
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente Pública não pode revogá-lo "ex officio";
com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de c) A revogação do ato administrativo pode ser levada a
Ética de sua profissão; efeito tanto pela própria Administração Pública como pelo
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício Poder Judiciário;
regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano d) A Administração pode anular seus próprios atos,
moral ou material; quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu não se originam direitos; ou revogá-los, por motivos de con-
alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
mister; e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato 32) Sobre a noção de Administração Pública, analise as
com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com afirmativas a seguir:
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; I. A função administrativa do Estado será desempenhada por
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo órgãos e agentes de todos os poderes, ainda que predomi-
de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação nantemente pelo Poder Executivo.
ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qual- II. No sentido material, considera-se Administração Pública o
quer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para desempenho da função administrativa, como por exemplo, a
influenciar outro servidor para o mesmo fim; gestão de bens e de serviços públicos.
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva enca- III. Através da desconcentração administrativa é possível
minhar para providências; atribuir a particulares, por ato administrativo, ou por contrato,
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do a execução de serviços públicos.
atendimento em serviços públicos; São verdadeiras somente as afirmativas:
j) desviar servidor público para atendimento a interesse parti- a) I e II
cular; b) I E III
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza- c) II e III
do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patri- d) I, II e III
mônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito 33) Analise as frases abaixo:
interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de A- o poder disciplinar é considerado discricionário, uma vez
amigos ou de terceiros; que caberá ao superior hierárquico decidir pela punição ou
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitu- não do servidor público, bem como pela instauração ou não
almente; da sindicância/processo administrativo. Todavia, decidindo
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra pela aplicação da pena não lhe será facultado eleger a san-
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; ção cabível, uma vez que as leis estatutárias, em geral, são
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a taxativas e inflexíveis a este respeito.
empreendimentos de cunho duvidoso. B- as agências reguladoras detêm poder de inovar a ordem
jurídica, criando obrigações para as pessoas físicas e jurídi-
30. Das Comissões De Ética cas submetidas à sua fiscalização, independente da existên-
- Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública cia de lei anterior que fixe o referido dever. É o que se chama
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qual- poder normativo.
quer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas C- os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade são
pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, fundamentais para o correto exercício do poder de polícia e
encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissio- do poder disciplinar.
nal do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patri- D-o princípio da motivação, assim como da segurança jurídi-
mônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de ca, assumem importância no processo administrativo.
imputação ou de procedimento susceptível de censura. a) apenas a alternativa A é falsa
- À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos b) apenas a alternativa B é falsa
encarregados da execução do quadro de carreira dos servido- c) apenas as alternativas A e B são falsas
res, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de d) apenas as alternativas C e D são falsas
instruir e fundamentar promoções e para todos os demais
procedimentos próprios da carreira do servidor público. 34) Assinale a alternativa incorreta:
- A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética a) O poder discricionário confere ao administrador certa
é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo liberdade para a prática de atos administrativos, no que se
parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência refere á escolha se sua oportunidade e conveniência.
do faltoso. b) Os chefes do Executivo pode regulamentar a lei por
- Para fins de apuração do comprometimento ético, entende- decreto.
se por servidor público todo aquele que, por força de lei, con- c) Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a admi-
trato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza nistração pública para condicionar e restringir o uso e gozo de
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retri- bens, atividade e direitos individuais, em benefício da socie-
buição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a dade ou do Estado.
qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fun- d) Considerando a natureza e os efeitos da atuação da
dações públicas, as entidades paraestatais, as empresas polícia administrativa, os atos administrativos praticados nes-
públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer se esfera são estritamente vinculados.
setor onde prevaleça o interesse do Estado.
35) O servidor público Theobaldo morreu, sendo certo que
31) Quanto à anulação ou invalidação dos atos administrati- estava investido em cargo de direção. Sabendo-se que o
vos, é correto afirmar, à vista da jurisprudência sumulada do regimento interno não dispõe a respeito, ele será substituído
Supremo Tribunal Federal: pelo servidor
a) Revoga-se ato administrativo ilegal e anula-se ato a) mais idoso da repartição onde trabalhava, conforme
administrativo válido; preceitua a jurisprudência majoritária.

Direito Administrativo 126 A Opção Certa Para a Sua Realização


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b) mais antigo do órgão ou entidade, por expressa previ- 42. Assinale a alternativa incorreta:
são legal. a) Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de
c) previamente designado pelo dirigente máximo do doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do
órgão ou entidade. padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva às
d) que vier a ser designado, escolhido sempre entre os suas expensas e conste do seu assentamento funcional,
três mais antigos do órgão ou entidade. mediante comprovação por perícia médica oficial.
b) A licença será concedida, sem prejuízo da remuneração do
36) Acerca do ato administrativo, assinale V para o VERDA- cargo efetivo, por até trinta dias, podendo ser prorrogada por
DEIRO e F para o FALSO. até trinta dias e, excedendo estes prazos, sem remuneração,
( ) ato jurídico, editado pelo Estado, em matéria administrati- por até noventa dias.
va, é denominado ato institucional; c) Não será concedida nova licença em período inferior a
( ) ato que o Estado edita como senhor e como detentor de dezoito meses do término da última licença concedida.
potestade pública, é denominado ato de império e gestão; d) Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar
( ) a motivação do ato administrativo, no estado de Direito, em cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto
regra é obrigatória; do território nacional, para o exterior ou para o exercício de
( ) todo ato administrativo é espécie do gênero ato jurídico; mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
( ) auto-executoriedade do ato administrativo é o traço peculi- e) O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante
ar ao ato, pelo qual a Administração concretiza imediatamente o período que mediar entre a sua escolha em convenção
as decisões tomadas, sem recorrer, para isso, ao Judiciário. partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
a) V - V - V - V - F;
b) V - F - V - V - V. 43. Assinale a alternativa incorreta: Sem qualquer prejuízo,
c) F - V - V - V - V; poderá o servidor ausentar-se do serviço:
d) F - F - V - V - V; a) por 1 (um) dia, para doação de sangue;
b) por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;
37) Ato administrativo inexistente é: c) por 10 (dez) dias consecutivos em razão de casamento
a) Ato administrativo que não foi praticado; d) por oito dias consecutivos em razão de falecimento do
b) Ato administrativo que não chega a entrar no mundo cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos,
jurídico por falta de um elemento essencial e que, em conse- enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
quência, não é passível de convalidação;
c) Ato administrativo que embora padeça de graves 44. A respeito dos princípios básicos da Administração Públi-
vícios na sua formação é passível de ser objeto de convalida- ca, considere:
ção; I. Conjunto de princípios ou padrões morais que norteiam a
d) Ato praticado com defeito de forma; conduta dos agentes públicos no exercício de suas funções e
a prática dos atos administrativos.
38) A espécie de ato administrativo compatível com a licença II. Adequação entre meios e fins, vedada imposição de
é: obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
a) Ato enunciativo; estritamente necessárias ao atendimento do interesse públi-
b) Ato negocial; co.
c) Ato ordinatório; Os itens I e II referem-se, respectivamente, aos princípios
d) Ato discricionário; da
(A) finalidade e adequabilidade.
39) A revogação de um ato administrativo, quando parcial, (B) legalidade e finalidade.
chama-se: (C) continuidade e moralidade.
a) Repristimação; (D) moralidade e proporcionalidade.
b) Cassação; (E) eficiência e proporcionalidade.
c) Retificação;
d) Derrogação; 45. Sendo um dos requisitos do ato administrativo, o objeto
consiste
40) A atividade negativa que sempre impõe uma abstenção (A) na criação, modificação ou comprovação de situações
ao administrado, constituindo-se em obrigação de não fazer, jurídicas concernentes a pessoas, coisas e atividades sujeitas
caracteriza o poder: à ação do Poder Público.
a) Hierárquico; (B) na situação de direito ou de fato que determina ou autori-
b) Normativo; za a realização do ato administrativo.
c) Discricionário; (C) no revestimento exteriorizador do ato administrativo.
d) De polícia; (D) no resultado específico que cada ato deve produzir, con-
forme definido na lei.
41. Assinale a alternativa incorreta (E) no poder conferido pela lei ao administrador para que
a) Nenhum servidor receberá remuneração inferior a 2 salá- ele, nos atos discricionários, decida sobre a oportunidade
rios mínimos. e conveniência de sua prática.
b) O auxílio-moradia não será concedido por prazo superior a
8 (oito) anos dentro de cada período de 12 (doze) anos.
c) O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e 46. Nas hipóteses de danos causados a terceiros, o servidor
cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função co- que o causou responderá perante
missionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. (A) ao Poder Legislativo.
d) O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte (B) à Fazenda Pública, em ação direta e progressiva.
e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. (C) ao órgão em que atuava, em ação administrativa.
e) Independentemente do valor do cargo em comissão ou (D) ao Tribunal de Contas.
função comissionada, fica garantido a todos os que preenche- (E) à Fazenda Pública, em ação regressiva.
rem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00
(mil e oitocentos reais). 47. Na prática de ato de improbidade administrativa que im-
porte enriquecimento ilícito, o agente público está sujeito à

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pena de suspensão dos direitos políticos com duração de, no (D) é permitida, desde que os classificados no concurso pos-
mínimo, terior não sejam nomeados antes dos concursados
(A) cinco anos e, no máximo, dez anos. anteriores com direito à nomeação.
(B) dois anos e, no máximo, quatro anos. (E) atende ao interesse público e possibilita que os aprovados
(C) três anos e, no máximo, seis anos. em ambos os certames integrem uma única lista classificató-
(D) oito anos e, no máximo, dez anos. ria que será considerada para efeito de ordem de aproveita-
(E) oito anos e, no máximo, doze anos. mento.

48. Sobre dispensa e inexigibilidade de licitação, considere as 52. No que concerne à posse e ao exercício, é correto afirmar
hipóteses abaixo, previstas na Lei de Licitações: que:
I. Casos de guerra ou grave perturbação da ordem. (A)) O prazo para o servidor empossado em cargo público
II. Quando não acudirem interessados à licitação anterior e entrar em exercício é de quinze dias, contados da data da
esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo posse.
para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condi- (B) A posse ocorrerá no prazo de quinze dias contados da
ções preestabelecidas. publicação do ato de provimento.
III. Contratação de profissional de qualquer setor artístico, (C) O servidor será demitido do cargo se não entrar em exer-
diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que cício dentro do prazo de trinta dias, contados do ato de provi-
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. mento.
Estas hipóteses correspondem, respectivamente, a casos de (D) Ao entrar em exercício, o servidor estável nomeado para
(A) inexigibilidade, dispensa e dispensa. cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório
(B) dispensa, inexigibilidade e dispensa. por período de doze meses.
(C) dispensa, dispensa e dispensa. (E) A promoção interrompe o tempo de exercício, que passa a
(D) inexigibilidade, inexigibilidade e dispensa. ser contado novamente para efeitos do estágio probatório.
(E) dispensa, dispensa e inexigibilidade.
53. A investidura do servidor em cargo de atribuições e res-
49. Na sessão pública para recebimento das propostas do ponsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido
pregão eletrônico, o autor da oferta de valor mais baixo e os em sua capacidade física e mental verificada em inspeção
das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores médica, decorre da forma de provimento derivado denomina-
àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até da
a proclamação do vencedor. Não havendo pelo menos três (A) reintegração.
ofertas nestas condições, (B) recondução.
(A) poderão os autores das melhores propostas, até o máxi- (C) aproveitamento.
mo de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos, (D)) readaptação.
quaisquer que sejam os preços oferecidos. (E) reversão.
(B) todos os proponentes presentes, independentemente do
número, poderão oferecer novos lances verbais e sucessivos. 54. A vacância do cargo público decorrerá, dentre outras
(C) o pregoeiro reabrirá prazo para que novos concorrentes hipóteses, de
apresentem propostas. (A) reversão.
(D) a sessão será suspensa e o processo encaminhado à (B)) posse em outro cargo inacumulável.
autoridade competente para decidir sobre o prosseguimento (C) nomeação.
ou não do pregão. (D) aproveitamento.
(E) o pregoeiro declarará encerrada a sessão e prejudi- (E) recondução.
cado o pregão.
55. Com relação ao disposto sobre as férias observe as se-
50. De acordo com a Lei no 9.784/99, que regula o processo guintes proposições:
administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, a I. Dentre outras hipóteses, as férias poderão ser interrompi-
competência das por motivo de convocação para serviço eleitoral.
(A) é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a II. As faltas ao serviço poderão ser levadas à conta de férias
que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e até o máximo de dez dias.
avocação legalmente admitidos. III. O servidor poderá acumular suas férias, até o máximo de
(B) para decisão de recursos administrativos é delegável. três períodos, no caso de necessidade do serviço.
(C) não pode ser delegada para órgão que não seja hierarqui- IV. As férias poderão ser parceladas em até três etapas, des-
camente subordinado ao órgão delegante. de que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da
(D) para edição de atos normativos pode ser delegada. administração pública.
(E) pode ser feita por ato interno, desnecessária a sua publi- Estão corretas APENAS
cação. (A) I e II.
(B) I e III.
51. Os candidatos aprovados em concurso público na esfera (C)) I e IV.
federal, cujo prazo de validade não expirou, aguardam a res- (D) II e III.
pectiva nomeação. Contudo, foram surpreendidos com a (E) III e IV.
abertura de novo concurso para o preenchimento dos mes-
mos cargos. Esta decisão do órgão responsável pelo certame 56. É certo que, o servidor poderá, diante de novos argumen-
(A) somente é válida se todos os aprovados no concurso tos, interpor pedido de reconsideração perante a autoridade
posterior alcançarem notas superiores às dos concursados (A) que houver expedido o ato, que deverá decidir o pleito
anteriores. dentro do prazo improrrogável de 60 dias.
(B)) é vedada, uma vez que não se admite a abertura de novo (B) competente, dentro do prazo de 15 dias, a contar da pu-
concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso blicação ou da ciência do ato impugnado.
anterior, com prazo de validade não expirado. (C) imediatamente superior àquela que tiver expedido o ato,
(C) é válida, desde que os cargos postos em disputa sejam de que decidirá em até 15 dias.
livre nomeação e o interesse público justifique a necessidade (D) imediatamente superior à que tiver expedido a decisão,
de novo concurso. que decidirá dentro do prazo legal de 10 dias,
podendo ser renovado uma única vez.

Direito Administrativo 128 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(E)) que houver expedido o ato ou proferido a primeira deci- (D)) o servidor terá direito a 30 dias de férias, que podem ser
são, que deverá decidir dentro do prazo de 30 (trinta) dias, cumuladas por até 3 períodos, no caso de necessidade do
não podendo ser renovado. serviço.
(E) é vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
57. Sobre o vencimento e a remuneração, é INCORRETO
afirmar: 62. O servidor que NÃO entrar em exercício dentro do prazo
(A)) As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito poderão legal de
ser compensadas a critério da chefia imediata, mas não serão (A)) 15 dias, contados da data da posse, será exonerado do
consideradas como efetivo exercício. cargo.
(B) O servidor que for demitido em débito com o erário terá o (B) 30 dias, contados do ato de provimento, será afastado
prazo de sessenta dias para quitar seu débito. provisoriamente do cargo.
(C) Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido (C) 60 dias, contados da publicação do ato de provimento,
das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. poderá ser posto em disponibilidade.
(D) O servidor perderá a remuneração do dia em que faltar ao (D) 15 dias, contados da data da nomeação, poderá ser afas-
serviço, sem motivo justificado. tado do cargo.
(E) O vencimento não será objeto de arresto, sequestro ou (E) 30 dias, contados da data da posse, será posto em dispo-
penhora, salvo nos casos de prestação de alimentos resultan- nibilidade.
tes de decisão judicial.
63. No que tange às penalidades disciplinares, considere:
58. No que tange à acumulação remunerada de cargos públi- I. Configura abandono de cargo punível com suspensão, a
cos, é correto afirmar que ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30
(A) é totalmente vedada a percepção de vencimento de cargo dias consecutivos.
efetivo com proventos de inatividade. II. Ao servidor que faltar ao serviço, sem causa justificada, por
(B) a proibição de acumular não se aplica às empresas públi- 60 dias, intercaladamente, durante o período de 12 meses,
cas nem às sociedades de economia mista. será aplicada a pena de demissão.
(C) o médico pode acumular a remuneração de dois cargos III. Quanto às infrações puníveis com destituição de cargo em
junto ao mesmo hospital municipal, independentemente da comissão, a ação disciplinar prescreverá em até 10 anos.
compatibilidade de horários. IV. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do
(D)) é permitida a acumulação remunerada de dois cargos de inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a
professor, havendo compatibilidade de horários. demissão.
(E) não se admite, em nenhuma hipótese, a acumulação Está correto APENAS o que se afirma em:
remunerada de cargos públicos. (A) I, II e III.
(B) I e III.
59. Em virtude de um mesmo ato comissivo praticado no (C) I e IV.
desempenho de suas funções, constatou-se a responsabili- (D) II, III e IV.
dade administrativa, civil e penal do servidor público, que (E)) II e IV.
poderá
(A) ser processado apenas na esfera penal, uma vez que 64) O servidor público, nomeado para cargo de provimento
esta, pela sua natureza, absorve as demais. efetivo, será submetido a estágio probatório, oportunidade em
(B)) responder cumulativamente pelas sanções oriundas das que será avaliado pela Administração Pública. Quando cons-
três esferas, já que independentes entre si. tatar que o servidor não preenche os requisitos exigidos para
(C) sofrer somente a penalidade administrativa, visto ser in- o cargo, a Administração Pública deverá adotar a seguinte
fração tipicamente administrativa. providência:
(D) ser passível apenas das penalidades decorrentes das a) demitir o servidor após instaurar processo disciplinar
esferas administrativa e penal, por ser falta disciplinar. b) demitir o servidor de forma sumária
(E) responder cumulativamente somente pelas sanções ad- c) exonerar o servidor após instaurar processo disciplinar
ministrativa e civil, restando a penal absorvida pela primeira. d) exonerar o servidor após assegurar o direito de defesa, não
havendo necessidade de instauração de processo administra-
60. Nos termos do disposto na Lei no 8.112/90, a reversão tivo disciplinar
(A) constitui forma de provimento derivado que culmina com o
retorno à atividade do servidor posto em disponibilidade. 65) Segundo a Lei 8.429/92, pode-se afirmar que:
(B)) é o retorno à atividade do servidor aposentado por invali- a) somente o servidor público pode enquadrar-se como sujei-
dez, quando, por junta médica oficial, forem declarados in- to ativo da improbidade administrativa
subsistentes os motivos da aposentadoria. b) os membros da Magistratura, do Ministério Público e do
(C) é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no Tribunal de Contas não podem ser incluídos como sujeitos
âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. ativos, por desfrutarem da prerrogativa da vitaliciedade
(D) resulta da investidura do servidor estável em cargo de c) mesmo um particular que induza ou concorra para a prática
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação do ato de improbidade ou dele de beneficie direta ou indire-
que tenha sofrido em sua capacidade física. tamente sofre a incidência da lei
(E) constitui ato administrativo discricionário pelo qual o agen- d) os mesários em eleição e os jurados não podem figurar no
te exonerado reingressa no serviço público. rol dos sujeitos ativos da conduta tida por atentatória da pro-
bidade
61. Tendo em vista a Lei no 8.112/90, e em relação às férias
dos servidores públicos civis da União, é INCORRETO afir- 66) Um servidor público já ocupa, remuneradamente, um
mar que cargo público de professor em universidade federal constituí-
(A) para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos da sob forma de autarquia e outro cargo público de médico
12 meses de exercício. junto à Administração direta de um Estado. Considerando que
(B) as férias, dentre outras hipóteses, poderão ser interrompi- haja compatibilidade de horários, esse servidor:
das por motivo de calamidade pública ou comoção interna. a) Poderá ainda ocupar remuneradamente um emprego públi-
(C) é permitido o parcelamento das férias em até três etapas, co qualquer em uma sociedade de economia mista municipal;
desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da b) Poderá ainda ocupar remuneradamente um cargo público
administração pública. de médico junto à Administração direta de um Município;

Direito Administrativo 129 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) Poderá ainda ocupar remuneradamente um emprego públi- V. As fundações públicas são, exclusivamente, pessoas jurí-
co qualquer em uma empresa subsidiária de uma empresa dicas de direito público.
pública federal; A quantidade de itens certos é igual a
d) Não poderá ocupar remuneradamente nenhum outro cargo A) 1.
ou emprego público, seja junto à Administração direta, seja B) 2.
junto às entidades da administração indireta, suas subsidiá- C) 3.
rias ou sociedades controladas pelo Poder Público, de qual- D) 4.
quer nível da Federação. E) 5.
__________
67) Ao servidor público civil é assegurado o direito à livre 72. Com relação aos órgãos e agentes públicos, assinale a
associação sindical e aos seguintes direitos, dela decorrentes: opção correta.
a) Ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto A) A CF admite a investidura derivada de cargo público para
processual; servidores civis, mediante a realização de concurso interno.
b) Inamovibilidade do dirigente sindical até o final do mandato, B) Os órgãos administrativos não têm personalidade jurídica.
exceto se a pedido; C) Como decorrência do poder hierárquico, o agente público
c) Desconto em folha, sem ônus para a entidade sindical a pode editar atos regulamentares.
que for filiado, do valor das mensalidades e contribuições D) Os tribunais de contas estaduais são órgãos independen-
definidas pela diretoria do sindicato; tes, mas só podem ir a juízo por meio da procuradoria geral
d) Ser nomeado para cargo em comissão após o mandato da assembleia legislativa, por não possuírem personalidade
sindical, preterindo servidor não sindicalizado; judiciária.
E) Os agentes públicos só podem prover seus cargos por
68) Com referência ao concurso público: concurso público.
a) Somente pode ser de provas e títulos;
b) É obrigatório somente para os órgãos da administração 73. No que se refere ao servidor público civil, segundo a CF,
direta, autárquica e fundacional; assinale a opção correta.
c) Obriga a nomeação do aprovado, observado o número de A) Somente após regular sindicância, o servidor público está-
vagas declaradas no edital de concurso; vel que participa de greve da categoria e, portanto, comete
d) É dispensado para ingresso de ex-combatentes no serviço falta grave, fica sujeito à aplicação da pena de demissão.
público, para contratação temporária de excepcional interesse B) É permitida a acumulação do cargo de médico com o de
público e outras hipóteses previstas na Constituição Federal; professor de música da rede municipal de ensino.
C) É permitido ao servidor afastado para o exercício de cargo
69) Assinale a alternativa CORRETA: eletivo contar o tempo de mandato para fins de tempo de
a) A prática de atos de improbidade administrativa pelo servi- serviço.
dor público poderá acarretar a suspensão de seus direitos D) O servidor público que é eleito prefeito, em caso de haver
políticos; compatibilidade de horário, perceberá as vantagens do cargo
b) O sequestro dos bens do servidor público, devido a danos efetivo, sem prejuízo da percepção do cargo eletivo.
por ele causados ao patrimônio público, somente poderá ser E) Todo concurso público deve conter, em seu edital, reserva
decretado após o trânsito em julgado da sentença prolatada de vagas para pessoas portadoras de necessidades especi-
no processo respectivo; ais.
c) A ação principal, no tocante à improbidade administrativa,
terá rito ordinário e poderá ser proposta exclusivamente pelo 74. Assinale a opção correta acerca dos atos administrativos.
Ministério Público; A) Quando o agente público explicita a motivação do ato ad-
d) O ressarcimento ao erário, em caso de improbidade admi- ministrativo discricionário, os motivos implicam vinculação
nistrativa, poderá vir a ser dispensado quando ocorrer o reco- apenas quanto aos fundamentos de direito.
nhecimento, pelo servidor público, dos atos praticados indevi- B) O ato administrativo pode ser revogado por ter perdido sua
damente, caracterizando-se em tal hipótese a transação; utilidade.
C) A competência para a prática do ato administrativo, seja
70) Com relação à lei nº8.112/90, pode-se afirmar que: vinculado, seja discricionário, é condição para a sua validade,
a) de acordo com as regras constitucionais em vigor, em que mas admite-se a delegação do seu exercício por vontade do
a obrigatoriedade do regime jurídico único foi abolida, a lei nº delegante.
8.112/90 aplica-se às empresas públicas e sociedades de D) O ato administrativo discricionário pode ser motivado após
economia mista da União; sua edição.
b) trata-se de legislação que pode ser aplicada também para E) A presunção de legitimidade do ato administrativo transfere
os Estados e para os Municípios, pois a União tem competên- à administração o ônus de provar que o ato administrativo é
cia para estabelecer, por lei, normas gerais sobre as questões legítimo.
relativas aos servidores públicos; __
c) a lei nº 8.112/90 somente se aplica para a Administração 75) Afirmando que "as competências administrativas só po-
Direta, autárquica e fundacional da União. dem ser validamente exercidas na extensão e intensidade
d) a lei estabelece o regime contratual para disciplinar as proporcionais ao que seja realmente demandado para cum-
relações jurídicas entre a União e seus servidores, não ado- primento da finalidade de interesse público a que são atrela-
tando o regime estatutário. das", referimo-nos ao princípio do(a):
__________ a) Proporcionalidade;
71. Julgue os itens abaixo, relativos à administração indireta. b) Interesse público;
I. As empresas públicas e as sociedades de economia mista c) Finalidade;
não se sujeitam a procedimentos licitatórios por terem o d) Razoabilidade;
mesmo tratamento jurídico das empresas privadas.
II. As sociedades de economia mista só podem adotar a for- 76) Na administração pública, aos atos praticados devem
ma de sociedade anônima. atender à finalidade legal, atendendo ao princípio da:
III. O capital de empresa pública é todo estatal. a) Abrangência;
IV. Não é permitido às autarquias desempenhar atividades b) Disponibilidade;
econômicas. c) Impessoalidade;
d) Hierarquia administrativa.

Direito Administrativo 130 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) A concorrência;
77) São consideradas pessoas jurídicas de direito público que b) O leilão;
executam atividades típicas da Administração Pública: c) O convite;
a) Autarquias e empresas públicas; d) A tomada de preço;
b) Autarquias e fundações públicas;
c) Empresas públicas e sociedades de economia mista; 85) Celso Antônio Bandeira de Mello distingue as empresas
d) Autarquia, empresas públicas e fundações públicas. públicas e as sociedades de economia mista em duas catego-
rias: as prestadoras de serviços públicos e as exploradoras de
78) As pessoas jurídicas que integram a Administração Públi- atividade econômica. Com relação aos regimes jurídicos des-
ca Federal indireta têm em comum: sas empresas, marque a alternativa correta:
a) somente a criação por lei específica; a) Os bens das empresas públicas e sociedades de eco-
b) sua natureza jurídica; nomia mista exploradoras de atividade econômica são penho-
c) apenas o fato de possuírem personalidade e patrimô- ráveis e prescritíveis.
nio próprios; b) De acordo com preceito constitucional, é livre a acu-
d) criação por lei específica, personalidade e patrimônio mulação de emprego nestas entidades com um outro em
próprios; empresa controlada direta ou indiretamente pelo poder públi-
co.
79) Sobre os poderes da Administração Pública, é INCOR- c) A responsabilidade da Empresa Pública por atos de
RETO afirmar que: seus prepostos é sempre de natureza objetiva, conforme
a) os atos administrativos relativos ao poder de polícia têm determinada a Constituição da República.
como característica a auto-executoriedade d) As empresas públicas e sociedades de economia
b) o poder regulamentar será exercido pelo chefe do Poder mista, que desempenham atividades de instituição financeira,
Executivo ao expedir decretos explicando o conteúdo das leis não sujeitas à liquidação extrajudicial determinada pelo Banco
c) o poder disciplinar permite que o chefe do Poder Executi- Central.
vo, se houver previsão na lei, aplique punições aos servidores
de todos os poderes 86) Quando, em licitação sujeita à Lei nº 8.666/93, duas ou
d) o poder hierárquico permite a uma autoridade rever os mais empresas participam reunidas em consórcio, é:
atos praticados por seus subordinados tanto no aspecto de a) obrigatória a adoção da modalidade de concorrência.
mérito quanto no aspecto de legalidade b) permitido o somatório de quantitativos e/ou valores
das empresas participantes, para efeito de qualificação, ob-
80) O Processo Administrativo é o conjunto de procedimentos servados condicionamentos legais.
utilizados pela Administração para o adequado registro de c) necessária a constituição do consórcio por meio de
seus atos, controle de seus agentes e solução de controvér- instrumento público, arquivado na Junta Comercial.
sias com os administrados. d) permitida a liderança de empresa brasileira ou de
No âmbito do Processo Administrativo, é correto afirmar: empresa estrangeira, se o consórcio for formado pelas duas.
a) É formal, obedecendo a uma processualística deter-
minada; 87) É regra própria do regime jurídico do pregão, nos termos
b) Obedece ao princípio inquisitorial; da legislação federal pertinente:
c) Não admite dilação probatória; a) o prazo fixado para a apresentação das propostas,
d) Está vinculado ao princípio da ampla defesa; contado a partir da publicação do aviso, não será superior a
oito dias úteis.
81) O ingresso no serviço público depende: b) no curso da sessão pública para recebimento das
a) Do preenchimento da condição de brasileiro nato; propostas, todos os interessados ou seus representantes
b) Da prestação de concurso público de provas, ou de presentes poderão fazer novos lances verbais e sucessivos,
provas e títulos, para quaisquer cargos; até a proclamação do vencedor.
c) Da prestação de concurso público de provas, ou de c) para julgamento e classificação das propostas, será
provas e títulos, salvo para os cargos ou empregos regidos adotado o critério de menor preço, ou técnica e preço, obser-
pela C.L.T.; vados os prazos máximos para fornecimento, as especifica-
d) Da prestação de concurso público de provas, ou de ções técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e quali-
provas e títulos, salvo para os cargos cujos titulares sejam dade definidos no edital.
demissíveis "ad nutum" e outros indicados em lei; d) encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofer-
tas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo
82) A Administração Pública pode anular seus próprios atos os documentos de habilitação do licitante que apresentou a
quando eivados de ilegalidade, bem como revogá-los por melhor proposta, para verificação do atendimento das condi-
motivo de conveniência ou oportunidade, no exercício do ções fixadas no edital.
princípio da:
a) Autotutela; 88) Administração Pública é um conjunto de órgãos:
b) Discricionariedade; a) Em que se dividem os poderes do Estado;
c) Razoabilidade; b) Instituídos para a consecução dos objetivos do Go-
d) Auto-executoriedade; verno;
c) Que demonstram a soberania posta em ação;
83) A rescisão do contrato administrativo ocorre: d) Que praticam atos de governo;
a) Por exigência do contratado;
b) Somente quando houver acordo entre a Administração 89) A Constituição Federal estabelece o princípio da ampla
Pública e o contratado; acessibilidade aos cargos, funções e empregos públicos.
c) Por ato próprio e unilateral da Administração em razão Pode-se afirmar corretamente que:
de inadimplência do contratado ou por interesse do serviço a) Nas regras do concurso público não podem ser feitas
público; discriminações entre brasileiros natos ou naturalizados, exce-
d) Exclusivamente em decorrência de decisão judicial; tuando-se alguns cargos que são privativos de brasileiros
natos previstos na Carta Magna;
b) Via de regra, as normas para a acessibilidade e con-
84) A modalidade de licitação necessária para o contrato de
curso público são impositivas para todo o universo da Admi-
concessão de direito real de uso é:

Direito Administrativo 131 A Opção Certa Para a Sua Realização


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nistração, salvo as sociedades de economia mista e empre- 2. Os Fins da Administração Pública resumem-se num único
sas públicas; objetivo: o bem comum da coletividade administrativa; toda
c) A contratação excepcional sem concurso público está atividade deve ser orientada para esse objetivo; sendo que
terminantemente proibida pela Constituição Federal atual; todo ato administrativo que não for praticado no interesse da
d) Faz-se mister novo concurso público para elevação coletividade será ilícito e imoral.
nos níveis de uma determinada carreira pública ou nas linhas 3. No desempenho dos encargos administrativos o agente do
de ascensão funcional preestabelecidas para esta carreira; Poder Público não tem a liberdade de procurar outro objetivo,
ou de dar fim diverso do prescrito em lei para a atividade;
90) Empresa concessionária, prestadora de serviço público descumpri-los ou renunciá-los equivalerá a desconsiderar a
causa danos a particulares. Configura-se sua responsabilida- incumbência que aceitou ao empossar-se no cargo ou função
de objetiva desde que: pública.Em última análise, os fins da Administração consubs-
a) A prestação do serviço seja a causa única do dano; tanciam-se em defesa do interesse público, assim entendidas
b) O dano tenha ocorrido por omissão na prestação do aquelas aspirações ou vantagens licitamente almejadas por
serviço e a vítima não tenha culpa concorrente; toda a comunidade administrativa, ou por parte expressiva de
c) O agente do concessionário, causador do dano, tenha seus membros; o ato ou contrato administrativo realizado sem
agido com culpa; interesse público configura desvio de finalidade.
d) O Poder Público concedente não seja responsabiliza- É/Estão correta(s):
do solidariamente; a) somente a 1
b) somente 1 e 2
91. “Administração Pública, em sentido formal, é o conjunto c) somente 1e 3
de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Go- d) todas estão corretas e se complementam
verno; em sentido material, é o conjunto das funções neces-
sárias ao serviços públicos em geral: em acepção operacio- 94 - Sobre as entidades da Administração Pública Indireta,
nal, é desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos analise as afirmativas:
serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefí- I. A empresa pública será criada, mediante autorização do
cio da coletividade. Numa visão global, a Administração é, Poder Legislativo, para desempenhar atividade considerada
pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à realiza- típica do Estado.
ção de seus serviços, visando à satisfação das necessidades II. As entidades da Administração Indireta estão sujeitas ao
coletivas. A Administração não pratica atos do governo; controle hierárquico próprio do ente estatal a que estão vincu-
pratica, tão-somente, atos de execução, com maior ou menor ladas.
autonomia funcional, segundo a competência do órgão de III. A empresa pública integra a Administração Indireta e tem
seus agentes. São os chamados atos administrativos.” personalidade jurídica de Direito Privado.
Quanto à definição de “Administração Pública” acima enunci- É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s):
ada, podemos afirmar que: a) I;
a) está totalmente correta b) II;
b) está parcialmente correta c) III;
c) está inorreta d) I e III;
d) nada podemos afirmar com tais dados e) nenhuma.

92. São características da Administração Pública: 95 - Sobre a noção de Administração Pública, analise as
1) As pessoas que exercem as atividades de administração afirmativas a seguir:
pública são agentes de Direito Público, especialmente desig- I. A função administrativa do Estado será desempenhada por
nados, podendo também serem designados por delegação. órgãos e agentes de todos os poderes, ainda
2) Os objetivos perseguidos pela Administração Pública são que predominantemente pelo Poder Executivo.
sempre estabelecidos por lei, ou seja, são sempre vinculados II. No sentido material, considera-se Administração Pública o
e não discricionários. desempenho da função administrativa, como
3) Os interesses são sempre públicos, isto é, visando a cole- por exemplo, a gestão de bens e de serviços públicos.
tividade como um todo, segundo o princípio da isonomia. III. Através da desconcentração administrativa é possível
4) As atividades administrativas e seus atos em geral gozam atribuir a particulares, por ato administrativo, ou por
de executoriedade prática, ou possibilidade imediata de se- contrato, a execução de serviços públicos.
rem realizados. São verdadeiras somente as afirmativas:
5) A natureza da Administração é munus público (encargo a) I e II;
que alguém de exercer), ou seja, o que procede de natureza b) I e III;
pública ou da lei, obrigando o agente ao exercício de certos c) II e III;
encargos visando o benefício da coletividade ou da ordem d) I, II e III;
social. e) nenhuma.
Estão corretas:
a) todas as proposições estão corrretas 96 - Sobre o poder de polícia, analise as afirmativas a seguir:
b) estão corretas somente 1, 2 e 5 I. O poder de polícia não se confunde com a polícia judiciária.
c) estão corretas somente 1, 3, 4 5 A polícia administrativa tem finalidade preventiva e a policia
d) estão corretas 1, 2, 4 e 5 judiciária atua de forma repressiva.
II. Todos os entes estatais são competentes para exercer o
93. Quanto aos enuncioados a seguir: poder de polícia sobre as atividades submetidas ao
1. A Natureza da Administração Pública é a de um munus seu controle.
público para quem a exerce, isto é, a de um encargo de defe- III. A licença é exemplo de ato administrativo que pode refletir
sa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e inte- o exercício do poder de polícia.
resses da coletividade, impondo ao administrador público a São verdadeiras somente as afirmativas:
obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direito e da a) I e II;
Moral administrativa que regem sua atuação, pois tais precei- b) I e III;
tos é que expressam a vontade do titular dos interesses ad- c) II e III;
ministrativos - o povo - e condicionam os atos a serem prati- d) I, II e III;
cados no desempenho do munus público que lhe é confiado. e) nenhuma.

Direito Administrativo 132 A Opção Certa Para a Sua Realização


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97 - De acordo com a classificação que divide os órgãos pú- 55. C 65. C 75. A 85. A 95. A
blicos conforme a sua posição estatal, as Secretarias de Es- 56. E 66. D 76. C 86. B 96. D
tado são consideradas órgãos: 57. A 67. A 77. B 87. D 97. C
a) independentes; 58. D 68. D 78. D 88. B 98. E
b) colegiados; 59. B 69. A 79. C 89. A 99. B
c) autônomos; 60. B 70. C 80. D 90. A 100. C
d) superiores;
e) coletivos.
___________________________________
98) Sobre as normas constitucionais relativas à Administração ___________________________________
Pública, é INCORRETO afirmar que:
a) de acordo com a Constituição, as autarquias serão criadas ___________________________________
por lei e estão sujeitas às mesmas regras de responsabilidade ___________________________________
civil aplicáveis à Administração Direta;
b) uma das sanções aplicadas ao agente público que praticar ___________________________________
atos de improbidade administrativa é a suspensão de direitos _______________________________________________________
políticos;
c) de acordo com as normas constitucionais em vigor, os _______________________________________________________
concessionários de serviços públicos responderão objetiva-
_______________________________________________________
mente pelos danos resultantes de atos praticados por seus
agentes nessa qualidade; _______________________________________________________
d) a responsabilidade civil do agente público é subjetiva, con-
dicionada à demonstração de culpa ou dolo; _______________________________________________________
e) a fixação da remuneração dos servidores públicos dos _______________________________________________________
Estados e do Distrito Federal é feita por ato do Governador,
sendo obrigatório o reajuste geral anual. _______________________________________________________
_______________________________________________________
99. A Administração Pública, por meio do regular uso do po-
der disciplinar, _______________________________________________________
(A) distribui, ordena, escalona e revê a atuação de seus agen-
tes, de modo que as atividades por eles desempenhadas _______________________________________________________
obedeçam ao princípio da eficiência. _______________________________________________________
(B) apura infrações e aplica penalidades aos servidores públi-
cos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. _______________________________________________________
(C) edita normas complementares à lei, que disponham sobre _______________________________________________________
organização administrativa ou relações entre os particulares
que estejam em situação de submissão especial ao Estado. _______________________________________________________
(D) condiciona e restringe o uso e gozo de bens, atividades e
_______________________________________________________
direitos individuais em benefício da coletividade ou do próprio
Estado. _______________________________________________________
(E) pratica atos administrativos de sua competência, com
liberdade de escolha quanto à sua conveniência, oportunida- _______________________________________________________
de, forma e conteúdo. _______________________________________________________
100 - De acordo com as normas constitucionais em vigor, se _______________________________________________________
for extinto o cargo ocupado pelo servidor estável, a Adminis- _______________________________________________________
tração deverá adotar a seguinte providência:
a) exonerar o servidor em razão da extinção do cargo; _______________________________________________________
b) demitir o servidor, sem justa causa;
c) colocá-lo em disponibilidade remunerada;
_______________________________________________________
d) reintegrá-lo em outro cargo semelhante; _______________________________________________________
e) promover a sua aposentadoria com proventos proporcio-
nais ao tempo de serviço. _______________________________________________________
_______________________________________________________
RESPOSTAS
_______________________________________________________
01. B 11. E 21. C 31. D 41. A _______________________________________________________
02. A 12. B 22. C 32. A 42. C
03. C 13. C 23. C 33. C 43. C _______________________________________________________
04. C 14. E 24. C 34. D 44. D _______________________________________________________
05. D 15. C 25. C 35. C 45. A
06. E 16. C 26. C 36. D 46. E ______________________________________________________
07. B 17. C 27. C 37. B 47. D
_______________________________________________________
08. E 18. C 28. C 38. B 48. E
09. B 19. C 29. C 39. D 49. A _______________________________________________________
10. D 20. C 30. C 40. D 50. A
_______________________________________________________
51. B 61. D 71. B 81. D 91. A _______________________________________________________
52. A 62. A 72. B 82. A 92. A
53. D 63. E 73. C 83. C 93. D _______________________________________________________
54. B 64. D 74. B 84. A 94. C _______________________________________________________

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU: um mero órgão do Executivo, passando a ser considerado
1 Ministério Público da União. uma função essencial à justiça (GUIMARÃES, 2002).
1.1 Lei Orgânica do Ministério Público da União Nesse sentido, o ilustre constitucionalista Alexandre de Mora-
(Lei Complementar nº 75/1993). es (2006 p. 1675) destaca:
1.2 Perfil constitucional do Ministério Público e “A Constituição atual situa o Ministério Público em capítulo
suas funções institucionais. especial, fora da estrutura dos demais poderes da República,
1.3 Conceito. consagrando sua total autonomia e independência e amplian-
do-lhe as funções, sempre em defesa dos direitos, garantias e
1.4 Princípios institucionais. prerrogativas da sociedade. (...) O Ministério Público, atual-
1.5 A autonomia funcional e administrativa. mente, não se encontra no âmbito de qualquer dos Poderes
1.6 A iniciativa legislativa. do Estado, constituindo-se, nos temos da própria definição
1.7 A elaboração da proposta orçamentária. constitucional, instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado (princípio da essencialidade), incum-
1.8 Os vários Ministérios Públicos.
bindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
1.9 O Procurador-Geral da República: requisitos e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.
para a investidura e procedimento de destituição.
A Constituição Federal também definiu os princípios instituci-
1.10 Os demais Procuradores-Gerais. onais do MP: unidade, indivisibilidade e independência funci-
1.11 Funções exclusivas e concorrentes. onal dos seus órgãos, além de atribuir sua autonomia funcio-
1.12 Membros: ingresso na carreira, promoção, nal e administrativa, podendo propor ao Poder Legislativo a
aposentadoria, garantias, prerrogativas e vedação. criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares.
Ao Ministério Público foi reservado um capítulo próprio pela
1 Ministério Público da União. atual Carta Magna, devido à importância da instituição para
um Estado Democrático de Direito. A Promotora Marlusse
1.1 Lei Orgânica do Ministério Público da União
Daher sintetiza bem as principais funções do MP:
(Lei Complementar nº 75/1993).
1.2 Perfil constitucional do Ministério Público e “As respectivas funções institucionais estão relacionadas no
art. 129 da Constituição Federal, consistem na titularidade da
suas funções institucionais. ação penal, da ação civil pública para a tutela dos interesses
1.3 Conceito. públicos, coletivos, sociais e difusos e da ação direta da in-
1.4 Princípios institucionais. constitucionalidade genérica e interventiva, nos termos da
1.5 A autonomia funcional e administrativa. Constituição; é o garantidor do respeito aos Poderes Públicos
1.6 A iniciativa legislativa. e aos serviços de relevância pública; defensor dos direitos e
interesses das populações indígenas; intervém em procedi-
1.7 A elaboração da proposta orçamentária. mentos administrativos; é controlador externo da atividade
1.8 Os vários Ministérios Públicos. policial, na forma da lei complementar, podendo para tanto,
1.9 O Procurador-Geral da República: requisitos inclusive, instaurar respectivo procedimento administrativo,
para a investidura e procedimento de destituição. quando necessário”.
1.10 Os demais Procuradores-Gerais. A atual Carta Magna, em seu art. 129, definiu as principais
1.11 Funções exclusivas e concorrentes. funções institucionais do Ministério Público:
1.12 Membros: ingresso na carreira, promoção, “I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
aposentadoria, garantias, prerrogativas e vedação. da lei;

O Ministério Público no Brasil II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos
serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta
Rafael de Carvalho Missiunas Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua
1. Introdução garantia;

O presente artigo tratará da instituição do Ministério Público, a III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
qual é incumbida da defesa da ordem jurídica, do regime proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponí- de outros interesses difusos e coletivos;
veis. Sendo analisadas suas duas grandes divisões: Ministé- IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representa-
rio Público da União (MPU) e Ministério Público dos Estados ção para fins de intervenção da União e dos Estados, nos
(MPEs). casos previstos nesta Constituição;
Também apresentaremos a forma da estrutura organizacional V - defender judicialmente os direitos e interesses das popu-
do Ministério Público Brasileiro, assim como suas funções lações indígenas;
institucionais. Veremos o Ministério Público da União (MPU),
o qual é dividido em: Ministério Público Federal (MPF), Minis- VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos
tério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Militar de sua competência, requisitando informações e documentos
(MPM) e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
(MPDFT); e o Ministério Público dos Estados (MPEs), onde VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma
será dando ênfase ao Ministério Público do Rio Grande do da lei complementar mencionada no artigo anterior;
Sul.
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de
2. Do Ministério Público inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas
Com o advento da Constituição Federal de 1988, o Ministério manifestações processuais;
Público deixou de fazer parte do Poder Executivo, como esta- IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde
va disposto na Constituição de 1969, e atualmente, não per- que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a
tence a nenhum dos três poderes do Estado, pois recebeu um
tratamento constitucional destacado, pelo qual deixou de ser

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representação judicial e a consultoria jurídica de entidades e) os direitos e interesses coletivos, especialmente das co-
públicas”. munidades indígenas, da família, da criança, do adolescente
e do idoso;
Dentre as funções institucionais do Ministério Público, temos
o Controle Externo da atividade policial, o qual abrange as IV - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da Uni-
investigações de crimes, as requisições de instauração de ão, dos serviços de relevância pública e dos meios de comu-
inquéritos policiais, as promoções pela responsabilização dos nicação social aos princípios, garantias, condições, direitos,
culpados, o combate à tortura e aos meios ilícitos de provas, deveres e vedações previstos na Constituição Federal e na
e outras possibilidades de atuação. lei, relativos à comunicação social;
Tanto os membros do Ministério Público da União como os V - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União
dos Ministérios Públicos dos Estados são responsáveis pelo e dos serviços de relevância pública quanto:
controle externo da atividade policial, observadas as suas
áreas de atuação, no âmbito federal caberá ao MPU e nos a) aos direitos assegurados na Constituição Federal relativos
âmbitos estadual e municipal aos MPEs. às ações e aos serviços de saúde e à educação;

3. Do Ministério Público da União b) aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da morali-


dade e da publicidade;
O Ministério Público da União (MPU) foi dividido pela Consti-
tuição Federal de 1988, em seu art. 128, nos seguintes ra- VI - exercer outras funções previstas na Constituição Federal
mos: Ministério Público Federal (MPF); Ministério Público do e na lei”.
Trabalho (MPT); Ministério Público Militar (MPM); e Ministério O Procurador-Geral da República é o chefe do MPU e res-
Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). ponsável pelo MPF, e ainda, Procurador-Geral Eleitoral. Con-
A Lei Complementar Nº 75, de 20 de maio de 1993, estabele- forme o art. 128, § 1º da C.F, sendo nomeado pelo Presidente
ceu a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério da República, depois de aprovado pela maioria absoluta dos
Público da União. Em seu art. 5°, definiu as funções instituci- membros do Senado Federal. O Procurador-Geral da Repú-
onais do MPU: blica nomeia o Procurador-Geral do Trabalho (chefe do MPT),
o Procurador-Geral da Justiça Militar (chefe do MPM) e dá
“I - a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos posse ao Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e
interesses sociais e dos interesses individuais indisponíveis, Territórios (chefe do MPDFT).
considerados, dentre outros, os seguintes fundamentos e
princípios: Fazem parte do Ministério Público da União: a Secretaria do
MPU, o Conselho de Assessoramento Superior, a Escola
a) a soberania e a representatividade popular; Superior do Ministério Público da União e a Auditoria Interna.
Porém, o MPU não possui uma existência concreta fora de
b) os direitos políticos; seus ramos, isto é, não há uma sede em determinado local.
c) os objetivos fundamentais da República Federativa do Os integrantes do MPU possuem carreiras distintas, depen-
Brasil; dendo do ramo em que atuam, serão procuradores da Repú-
d) a indissolubilidade da União; blica se forem do MPF; procuradores do Trabalho se do MPT;
promotores da Justiça Militar se do MPM; e promotores de
e) a independência e a harmonia dos Poderes da União; Justiça se do MPDFT.
f) a autonomia dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- 3.1 Do Ministério Público Federal
pios;
Dentre os órgãos do Ministério Público da União, elencados
g) as vedações impostas à União, aos Estados, ao Distrito no art. 128 da Constituição Federal de 1988, está o Ministério
Federal e aos Municípios; Público Federal (MPF), o qual é o ramo responsável por atuar
h) a legalidade, a impessoalidade, a moralidade e a publicida- nas causas de competência do Supremo Tribunal Federal, do
de, relativas à administração pública direta, indireta ou funda- Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Fede-
cional, de qualquer dos Poderes da União; rais e dos Juízes Federais, e dos Tribunais e Juízes Eleito-
rais.
II - zelar pela observância dos princípios constitucionais relati-
vos: O MPF, também, atuará nas causas que tratarem da defesa
de direitos e interesses dos índios e das populações indíge-
a) ao sistema tributário, às limitações do poder de tributar, à nas, do meio ambiente, de bens de valor artístico, estético,
repartição do poder impositivo e das receitas tributárias e aos histórico, turístico e paisagístico, integrantes do patrimônio
direitos do contribuinte; nacional; conforme o inc. II da Lei Complementar 75/1993.
b) às finanças públicas; A Lei Complementar Nº 75, de 20 de maio de 1993, em seu
art. 38, definiu as funções institucionais do MPF:
c) à atividade econômica, à política urbana, agrícola, fundiária
e de reforma agrária e ao sistema financeiro nacional; “I - instaurar inquérito civil e outros procedimentos administra-
tivos correlatos;
d) à seguridade social, à educação, à cultura e ao desporto, à
ciência e à tecnologia, à comunicação social e ao meio ambi- II - requisitar diligências investigatórias e instauração de in-
ente; quérito policial, podendo acompanhá-los e apresentar provas;
e) à segurança pública; III - requisitar à autoridade competente a instauração de pro-
cedimentos administrativos, ressalvados os de natureza disci-
III - a defesa dos seguintes bens e interesses:
plinar, podendo acompanhá-los e produzir provas;
a) o patrimônio nacional;
IV - exercer o controle externo da atividade das polícias fede-
b) o patrimônio público e social; rais, na forma do art. 9º;
c) o patrimônio cultural brasileiro; V - participar dos Conselhos Penitenciários;
d) o meio ambiente; VI - integrar os órgãos colegiados previstos no § 2º do art. 6º,
quando componentes da estrutura administrativa da União;
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VII - fiscalizar a execução da pena, nos processos de compe- pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência
tência da Justiça Federal e da Justiça Eleitoral.” do Tribunal Superior do Trabalho;
O Ministério Público Federal atuará sempre nas causas de VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, mani-
competência da Justiça Federal, do STF e do STJ, geralmen- festando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre
te, versando sobre bens, serviços ou interesses da União, de que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de
suas entidades autárquicas e empresas públicas federais. O vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as re-
MPF também exercerá a função eleitoral, na qual atuará no quisições e diligências que julgar convenientes;
Tribunal Regional Eleitoral e no Tribunal Superior Eleitoral,
conforme o art. 72 da LC 75/1993. VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a defesa
da ordem jurídica ou o interesse público assim o exigir;
Através da Portaria 358, de 02 de Junho de 1998, da Procu-
radoria-Geral da República, foi republicado o Regimento In- IX - promover ou participar da instrução e conciliação em
terno do Ministério Público Federal, o qual em seu art. 2º, dissídios decorrentes da paralisação de serviços de qualquer
definiu a atual estrutura do MPF, sendo composta da Procu- natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifes-
radoria-Geral da República; Procuradoria-Geral Eleitoral; tando sua concordância ou discordância, em eventuais acor-
Colégio de Procuradores da República; Conselho Superior do dos firmados antes da homologação, resguardado o direito de
MPF; Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF; Correge- recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal;
doria do Ministério Público Federal; Gabinete do Procurador- X - promover mandado de injunção, quando a competência
Geral da República; Assessoria Especial; Assessoria de Co- for da Justiça do Trabalho;
municação Social; Assessoria de Articulação Parlamentar;
Gabinetes dos Subprocuradores-Gerais da República; Procu- XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes,
radorias Regionais da República; Procuradorias da República nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho;
nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios e Secreta- XII - requerer as diligências que julgar convenientes para o
ria-Geral do Ministério Público Federal. correto andamento dos processos e para a melhor solução
Os membros do Ministério Público Federal atuarão juntamen- das lides trabalhistas;
te à Justiça Federal, ou seja, os Procuradores da República XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo
com juízes federais de 1° grau e na segunda instância os e terceiro graus de jurisdição da Justiça do Trabalho, quando
Procuradores Regionais da República juntamente ao Tribunal a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado estran-
Regional Federal. geiro ou organismo internacional.”
Então, o campo de atuação do MPF está ligado à competên- As funções do Ministério Público do Trabalho visam a defesa
cia da Justiça Federal, a qual está prevista no art. 109 da dos direitos individuais e coletivos na área trabalhista, isto é,
Constituição Federal, atuando em crimes contra a ordem geralmente tratando das relações de trabalho, nas quais fisca-
política e social ou em detrimento de bens, serviços e interes- lizam o cumprimento da legislação; atuando como árbitros em
ses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas dissídios coletivos; fiscalizando o direito de greve; propondo
públicas, crimes políticos, crimes contra a organização do ações solicitando a nulidade de cláusulas ilegais em contra-
trabalho, o sistema financeiro e a ordem econômico- tos, acordos coletivos ou convenções coletivas etc.
financeira, e etc.
O Ministério Público do Trabalho atuará sempre nas causas
3.2 Do Ministério Público do Trabalho de competência da Justiça do Trabalho, ou seja, nas causa
O Ministério Público do Trabalho (MPT) faz parte do Ministério do Tribunal Superior do Trabalho (TST), dos Tribunais Regio-
Público da União, tendo como chefe o Procurador-Geral do nais do Trabalho (TRT’s) e dos Juízes do Trabalho.
Trabalho, o qual é eleito em lista tríplice e nomeado pelo O MPT não exercerá o controle externo da atividade policial,
Procurador-Geral da República, conforme o art. 88 da LC tendo em vista que esse atua juntamente à Justiça do Traba-
75/1993. lho, e esta não possui competência para matéria criminal. Até
A Lei Complementar 75/1993, em seu art. 83, definiu as atri- os crimes contra a organização do trabalho são julgados pela
buições do Ministério Público do Trabalho: Justiça Federal, conforme o inc. VI do art. 109 da Constituição
Federal.
“I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Consti-
tuição Federal e pelas leis trabalhistas; A estrutura do Ministério Público do Trabalho, conforme o art.
85 da LC 75/1993 é constituída de: Procuradoria-Geral do
II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, Trabalho; Colégio de Procuradores do Trabalho; Conselho
acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando Superior do Ministério Público do Trabalho; a Câmara de
entender existente interesse público que justifique a interven- Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;
ção; Corregedoria do Ministério Público do Trabalho; Subprocura-
III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do dores-Gerais do Trabalho; Procuradores Regionais do Traba-
Trabalho, para defesa de interesses coletivos, quando des- lho; e Procuradores do Trabalho.
respeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos; 3.3 Do Ministério Público Militar
IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de O Ministério Público Militar (MPM) também faz parte do Minis-
cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva tério Público da União, tendo como chefe o Procurador-Geral
que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos da Justiça Militar, o qual é eleito em lista tríplice e nomeado
individuais indisponíveis dos trabalhadores; pelo Procurador-Geral da República, conforme o art. 121 da
V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e inte- LC 75/1993.
resses dos menores, incapazes e índios, decorrentes das O MPM atuará nas causas de competência da Justiça Militar,
relações de trabalho; tendo suas atribuições definidas pela Lei Complementar
VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando 75/1993:
entender necessário, tanto nos processos em que for parte, “Art. 116. Compete ao Ministério Público Militar o exercício
como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça Militar:
I - promover, privativamente, a ação penal pública;

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II - promover a declaração de indignidade ou de incompatibili- pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requi-
dade para o oficialato; sitado para aquele fim, ou em obediência a determinação
legal superior.
III - manifestar-se em qualquer fase do processo, acolhendo
solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender exis- Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando
tente interesse público que justifique a intervenção.” dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da com-
petência da justiça comum.”
“Art. 117. Incumbe ao Ministério Público Militar:
“Art. 10 - Consideram-se crimes militares, em tempo de guer-
I - requisitar diligências investigatórias e a instauração de ra:
inquérito policial-militar, podendo acompanhá-los e apresentar
provas; I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de
guerra;
II - exercer o controle externo da atividade da polícia judiciária
militar.” II - os crimes, militares previstos para o tempo de paz;
Então, o Ministério Público Militar é o órgão responsável pela III - os crimes previstos neste Código, embora também o
ação penal militar no âmbito da União, atuando somente em sejam com igual definição na lei penal comum ou especial,
matéria criminal militar. Também será o responsável pelo quando praticados, quaisquer que seja o agente:
controle externo da atividade policial militar, o qual já está
regulado pela Resolução nº 55 do Conselho Superior do a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupa-
MPM, de 9 de abril de 2008. do;

O Código Penal Militar, Decreto-Lei Nº 1.001, de 21 de outu- b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprome-
bro de 1969, define os crimes militares: ter a preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de
qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do
“Art. 9º - Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: País ou podem expô-la a perigo;
I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, em-
modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, bora não previstos neste Código, quando praticados em zona
qualquer que seja o agente, salvo disposição especial; de efetivas operações militares ou em território estrangeiro,
militarmente ocupado.”
II - os crimes previstos neste Código, embora também o se-
jam com igual definição na lei penal comum, quando pratica- O Ministério Público Militar atua nas causas de competência
dos: da Justiça Militar, ou seja, nas causas do Superior Tribunal
Militar (STM), dos Tribunais Militares (TM’s) e dos Juízes
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, con- Militares. Sendo a competência da Justiça Militar limitada a
tra militar na mesma situação ou assemelhado; somente crimes militares definidos em lei pela Constituição
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em Federal, em seu art. 124.
lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, A estrutura do Ministério Público Militar, conforme o art. 118
ou reformado, ou assemelhado, ou civil; da LC 75/1993 é constituída de: Procuradoria-Geral da Justi-
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em ça Militar; Colégio de Procuradores da Justiça Militar; Conse-
comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora lho Superior do Ministério Público Militar; Câmara de Coorde-
do lugar sujeito à administração militar contra militar da reser- nação e Revisão do Ministério Público Militar; Corregedoria do
va, ou reformado, ou civil; Ministério Público Militar; Subprocuradores-Gerais da Justiça
Militar; Procuradores da Justiça Militar; Promotores da Justiça
d) por militar durante o período de manobras, ou exercício, Militar.
contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou
civil; 3.4 Do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

e) Por militar em situação de atividade, ou assemelhado, O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem pertence ao Ministério Público da União, conforme o art. 128
administrativa militar; da Constituição Federal de 1988, sendo o ramo responsável
por atuar nas causas do Tribunal de Justiça e dos Juízes do
f) por militar em situação de atividade ou assemelhado que, Distrito Federal e Territórios.
embora não estando em serviço, use armamento de proprie-
dade militar ou qualquer material bélico, sob guarda, fiscaliza- As atribuições do Ministério Público do Distrito Federal e Ter-
ção ou administração militar, para a prática de ato ilegal; III - ritórios estão previstas no art. 150 da Lei Complementar
os crimes, praticados por militar da reserva ou reformado, ou 75/1993:
por civil, contra as instituições militares, considerando-se “I - instaurar inquérito civil e outros procedimentos administra-
como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do tivos correlatos;
inciso II, nos seguintes casos:
II - requisitar diligências investigatórias e a instauração de
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a inquérito policial, podendo acompanhá-los e apresentar pro-
ordem administrativa militar; vas;
b) em lugar sujeito a administração militar contra militar em III - requisitar à autoridade competente a instauração de pro-
situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário cedimentos administrativos, ressalvados os de natureza disci-
de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de fun- plinar, podendo acompanhá-los e produzir provas;
ção inerente ao seu cargo;
IV - exercer o controle externo da atividade da polícia do Dis-
c) contra militar em formatura, ou durante o período de pronti- trito Federal e da dos Territórios;
dão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampa-
mento, acantonamento ou manobras; V - participar dos Conselhos Penitenciários;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, VI - participar, como instituição observadora, na forma e nas
contra militar em função da natureza militar, ou no desempe- condições estabelecidas em ato do Procurador-Geral da Re-
nho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, de qualquer órgão da administração pública direta,

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indireta ou fundacional do Distrito Federal, que tenha atribui- Dispõe sobre a organização, as atribuições e o estatuto
ções correlatas às funções da Instituição; do Ministério Público da União.
VII - fiscalizar a execução da pena, nos processos de compe- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
tência da Justiça do Distrito Federal e Territórios.” Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei
O MPDFT atua nas causas correspondentes às que oficiam complementar:
os Ministérios Públicos Estaduais. Apesar de fazer parte da O CONGRESSO NACIONAL decreta:
estrutura do MPU, o MPDFT não trata de matérias de compe-
tência federal. Seus integrantes são Procuradores de Justiça, TÍTULO I
Promotores de Justiça e Promotores de Justiça Adjuntos, e Das Disposições Gerais
atuam perante o Poder Judiciário do Distrito Federal.
CAPÍTULO I
A estrutura do Ministério Público do Distrito Federal e Territó- Da Definição, dos Princípios e das Funções Institucionais
rios, conforme o art. 153 da LC 75/1993 é constituída de:
Art. 1º O Ministério Público da União, organizado por
Procuradoria-Geral de Justiça; Colégio de Procuradores e
esta lei Complementar, é instituição permanente, essencial à
Promotores de Justiça; Conselho Superior do Ministério Pú-
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
blico do Distrito Federal e Territórios; Corregedoria do Ministé-
ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais
rio Público do Distrito Federal e Territórios; Câmaras de Co-
e dos interesses individuais indisponíveis.
ordenação e Revisão do Ministério Público do Distrito Federal
e Territórios; Procuradores de Justiça; Promotores de Justiça; Art. 2º Incumbem ao Ministério Público as medidas ne-
Promotores de Justiça Adjuntos. cessárias para garantir o respeito dos Poderes Públicos e dos
serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela
4. Do Ministério Público dos Estados
Constituição Federal.
O Ministério Público foi dividido pela Constituição Federal de
Art. 3º O Ministério Público da União exercerá o controle
1988, em duas grandes partes, conforme seu art. 128, em:
externo da atividade policial tendo em vista:
Ministério Público da União (MPU), para atuar no âmbito fede-
ral; e Ministério Público dos Estados (MPEs), para o âmbito a) o respeito aos fundamentos do Estado Democrático
estadual. Então, cada Estado da Federação possui o seu de Direito, aos objetivos fundamentais da República Federati-
Ministério Público Estadual. va do Brasil, aos princípios informadores das relações inter-
nacionais, bem como aos direitos assegurados na Constitui-
A Lei nº 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, instituiu a Lei
ção Federal e na lei;
Orgânica Nacional do Ministério Público, e estabeleceu nor-
mas gerais para a organização do Ministério Público dos b) a preservação da ordem pública, da incolumidade das
Estados. Também, foi assegurada a autonomia funcional, pessoas e do patrimônio público;
administrativa e financeira dos MPEs, conforme o art. 3° da
referida lei: c) a prevenção e a correção de ilegalidade ou de abuso
de poder;
“I - praticar atos próprios de gestão;
d) a indisponibilidade da persecução penal;
II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional e admi-
nistrativa do pessoal, ativo e inativo, da carreira e dos servi- e) a competência dos órgãos incumbidos da segurança
ços auxiliares, organizados em quadros próprios; pública.

III - elaborar suas folhas de pagamento e expedir os compe- Art. 4º São princípios institucionais do Ministério Público
tentes demonstrativos; da União a unidade, a indivisibilidade e a independência fun-
cional.
IV - adquirir bens e contratar serviços, efetuando a respectiva
contabilização; Art. 5º São funções institucionais do Ministério Público da
União:
V - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de
cargos, bem como a fixação e o reajuste dos vencimentos de I - a defesa da ordem jurídica, do regime democrático,
seus membros; dos interesses sociais e dos interesses individuais indisponí-
veis, considerados, dentre outros, os seguintes fundamentos
VI - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção dos e princípios:
cargos de seus serviços auxiliares, bem como a fixação e o
reajuste dos vencimentos de seus servidores; a) a soberania e a representatividade popular;

VII - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxili- b) os direitos políticos;
ares, bem como nos casos de remoção, promoção e demais c) os objetivos fundamentais da República Federativa do
formas de provimento derivado; Brasil;
VIII - editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que d) a indissolubilidade da União;
importem em vacância de cargos e carreira e dos serviços
auxiliares, bem como os de disponibilidade de membros do e) a independência e a harmonia dos Poderes da União;
Ministério Público e de seus servidores; f) a autonomia dos Estados, do Distrito Federal e dos
IX - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Municípios;
Procuradorias e Promotorias de Justiça; g) as vedações impostas à União, aos Estados, ao Distri-
X - compor os seus órgãos de administração; to Federal e aos Municípios;

XI - elaborar seus regimentos internos; h) a legalidade, a impessoalidade, a moralidade e a


publicidade, relativas à administração pública direta, indireta
XII - exercer outras competências dela decorrentes.” ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União;
LEI COMPLEMENTAR Nº 75, DE 20 DE MAIO DE II - zelar pela observância dos princípios constitucionais
1993 relativos:

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a) ao sistema tributário, às limitações do poder de tribu- b) a proteção do patrimônio público e social, do meio
tar, à repartição do poder impositivo e das receitas tributárias ambiente, dos bens e direitos de valor artístico, estético, histó-
e aos direitos do contribuinte; rico, turístico e paisagístico;
b) às finanças públicas; c) a proteção dos interesses individuais indisponíveis,
difusos e coletivos, relativos às comunidades indígenas, à
c) à atividade econômica, à política urbana, agrícola, família, à criança, ao adolescente, ao idoso, às minorias étni-
fundiária e de reforma agrária e ao sistema financeiro nacio- cas e ao consumidor;
nal;
d) outros interesses individuais indisponíveis, homogê-
d) à seguridade social, à educação, à cultura e ao des- neos, sociais, difusos e coletivos;
porto, à ciência e à tecnologia, à comunicação social e ao
meio ambiente; VIII - promover outras ações, nelas incluído o mandado
de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
e) à segurança pública; torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucio-
III - a defesa dos seguintes bens e interesses: nais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobera-
nia e à cidadania, quando difusos os interesses a serem pro-
a) o patrimônio nacional; tegidos;
b) o patrimônio público e social; IX - promover ação visando ao cancelamento de natura-
c) o patrimônio cultural brasileiro; lização, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

d) o meio ambiente; X - promover a responsabilidade dos executores ou


agentes do estado de defesa ou do estado de sítio, pelos
e) os direitos e interesses coletivos, especialmente das ilícitos cometidos no período de sua duração;
comunidades indígenas, da família, da criança, do adolescen-
te e do idoso; XI - defender judicialmente os direitos e interesses das
populações indígenas, incluídos os relativos às terras por elas
IV - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da tradicionalmente habitadas, propondo as ações cabíveis;
União, dos serviços de relevância pública e dos meios de
comunicação social aos princípios, garantias, condições, XII - propor ação civil coletiva para defesa de interesses
direitos, deveres e vedações previstos na Constituição Fede- individuais homogêneos;
ral e na lei, relativos à comunicação social; XIII - propor ações de responsabilidade do fornecedor de
V - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da produtos e serviços;
União e dos serviços de relevância pública quanto: XIV - promover outras ações necessárias ao exercício de
a) aos direitos assegurados na Constituição Federal suas funções institucionais, em defesa da ordem jurídica, do
relativos às ações e aos serviços de saúde e à educação; regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis, especialmente quanto:
b) aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade e da publicidade; a) ao Estado de Direito e às instituições democráticas;

VI - exercer outras funções previstas na Constituição b) à ordem econômica e financeira;


Federal e na lei. c) à ordem social;
§ 1º Os órgãos do Ministério Público da União devem d) ao patrimônio cultural brasileiro;
zelar pela observância dos princípios e competências da
Instituição, bem como pelo livre exercício de suas funções. e) à manifestação de pensamento, de criação, de ex-
pressão ou de informação;
§ 2º Somente a lei poderá especificar as funções atribuí-
das pela Constituição Federal e por esta Lei Complementar f) à probidade administrativa;
ao Ministério Público da União, observados os princípios e g) ao meio ambiente;
normas nelas estabelecidos.
XV - manifestar-se em qualquer fase dos processos,
CAPÍTULO II acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando
Dos Instrumentos de Atuação entender existente interesse em causa que justifique a inter-
Art. 6º Compete ao Ministério Público da União: venção;
I - promover a ação direta de inconstitucionalidade e o XVI - (Vetado);
respectivo pedido de medida cautelar; XVII - propor as ações cabíveis para:
II - promover a ação direta de inconstitucionalidade por a) perda ou suspensão de direitos políticos, nos casos
omissão; previstos na Constituição Federal;
III - promover a arguição de descumprimento de preceito b) declaração de nulidade de atos ou contratos gerado-
fundamental decorrente da Constituição Federal; res do endividamento externo da União, de suas autarquias,
IV - promover a representação para intervenção federal fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público
nos Estados e no Distrito Federal; Federal, ou com repercussão direta ou indireta em suas fi-
nanças;
V - promover, privativamente, a ação penal pública, na
forma da lei; c) dissolução compulsória de associações, inclusive de
partidos políticos, nos casos previstos na Constituição Fede-
VI - impetrar habeas corpus e mandado de segurança; ral;
VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para: d) cancelamento de concessão ou de permissão, nos
a) a proteção dos direitos constitucionais; casos previstos na Constituição Federal;

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e) declaração de nulidade de cláusula contratual que IV - requisitar informações e documentos a entidades
contrarie direito do consumidor; privadas;
XVIII - representar; V - realizar inspeções e diligências investigatórias;
a) ao órgão judicial competente para quebra de sigilo da VI - ter livre acesso a qualquer local público ou privado,
correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e respeitadas as normas constitucionais pertinentes à inviolabi-
das comunicações telefônicas, para fins de investigação cri- lidade do domicílio;
minal ou instrução processual penal, bem como manifestar-se
sobre representação a ele dirigida para os mesmos fins; VII - expedir notificações e intimações necessárias aos
procedimentos e inquéritos que instaurar;
b) ao Congresso Nacional, visando ao exercício das
competências deste ou de qualquer de suas Casas ou comis- VIII - ter acesso incondicional a qualquer banco de dados
sões; de caráter público ou relativo a serviço de relevância pública;

c) ao Tribunal de Contas da União, visando ao exercício IX - requisitar o auxílio de força policial.


das competências deste; § 1º O membro do Ministério Público será civil e crimi-
d) ao órgão judicial competente, visando à aplicação de nalmente responsável pelo uso indevido das informações e
penalidade por infrações cometidas contra as normas de documentos que requisitar; a ação penal, na hipótese, poderá
proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção ser proposta também pelo ofendido, subsidiariamente, na
da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível; forma da lei processual penal.

XIX - promover a responsabilidade: § 2º Nenhuma autoridade poderá opor ao Ministério


Público, sob qualquer pretexto, a exceção de sigilo, sem pre-
a) da autoridade competente, pelo não exercício das juízo da subsistência do caráter sigiloso da informação, do
incumbências, constitucional e legalmente impostas ao Poder registro, do dado ou do documento que lhe seja fornecido.
Público da União, em defesa do meio ambiente, de sua pre-
servação e de sua recuperação; § 3º A falta injustificada e o retardamento indevido do
cumprimento das requisições do Ministério Público implicarão
b) de pessoas físicas ou jurídicas, em razão da prática a responsabilidade de quem lhe der causa.
de atividade lesiva ao meio ambiente, tendo em vista a apli-
cação de sanções penais e a reparação dos danos causados; § 4º As correspondências, notificações, requisições e
intimações do Ministério Público quando tiverem como desti-
XX - expedir recomendações, visando à melhoria dos natário o Presidente da República, o Vice-Presidente da Re-
serviços públicos e de relevância pública, bem como ao res- pública, membro do Congresso Nacional, Ministro do Supre-
peito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe mo Tribunal Federal, Ministro de Estado, Ministro de Tribunal
promover, fixando prazo razoável para a adoção das provi- Superior, Ministro do Tribunal de Contas da União ou chefe
dências cabíveis. de missão diplomática de caráter permanente serão encami-
nhadas e levadas a efeito pelo Procurador-Geral da República
§ 1º Será assegurada a participação do Ministério Públi- ou outro órgão do Ministério Público a quem essa atribuição
co da União, como instituição observadora, na forma e nas seja delegada, cabendo às autoridades mencionadas fixar
condições estabelecidas em ato do Procurador-Geral da Re- data, hora e local em que puderem ser ouvidas, se for o caso.
pública, em qualquer órgão da administração pública direta,
indireta ou fundacional da União, que tenha atribuições corre- § 5º As requisições do Ministério Público serão feitas
latas às funções da Instituição. fixando-se prazo razoável de até dez dias úteis para atendi-
mento, prorrogável mediante solicitação justificada.
§ 2º A lei assegurará a participação do Ministério Público
da União nos órgãos colegiados estatais, federais ou do Dis- CAPÍTULO III
trito Federal, constituídos para defesa de direitos e interesses Do Controle Externo da Atividade Policial
relacionados com as funções da Instituição.
Art. 9º O Ministério Público da União exercerá o controle
Art. 7º Incumbe ao Ministério Público da União, sempre externo da atividade policial por meio de medidas judiciais e
que necessário ao exercício de suas funções institucionais: extrajudiciais podendo:
I - instaurar inquérito civil e outros procedimentos admi- I - ter livre ingresso em estabelecimentos policiais ou
nistrativos correlatos; prisionais;
II - requisitar diligências investigatórias e a instauração II - ter acesso a quaisquer documentos relativos à ativi-
de inquérito policial e de inquérito policial militar, podendo dade-fim policial;
acompanhá-los e apresentar provas;
III - representar à autoridade competente pela adoção de
III - requisitar à autoridade competente a instauração de providências para sanar a omissão indevida, ou para prevenir
procedimentos administrativos, ressalvados os de natureza ou corrigir ilegalidade ou abuso de poder;
disciplinar, podendo acompanhá-los e produzir provas.
IV - requisitar à autoridade competente para instauração
Art. 8º Para o exercício de suas atribuições, o Ministério de inquérito policial sobre a omissão ou fato ilícito ocorrido no
Público da União poderá, nos procedimentos de sua compe- exercício da atividade policial;
tência:
V - promover a ação penal por abuso de poder.
I - notificar testemunhas e requisitar sua condução coer-
citiva, no caso de ausência injustificada; Art. 10. A prisão de qualquer pessoa, por parte de auto-
ridade federal ou do Distrito Federal e Territórios, deverá ser
II - requisitar informações, exames, perícias e documen- comunicada imediatamente ao Ministério Público competente,
tos de autoridades da Administração Pública direta ou indire- com indicação do lugar onde se encontra o preso e cópia dos
ta; documentos comprobatórios da legalidade da prisão.
III - requisitar da Administração Pública serviços tempo- CAPÍTULO IV
rários de seus servidores e meios materiais necessários para Da Defesa dos Direitos Constitucionais
a realização de atividades específicas;

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Art. 11. A defesa dos direitos constitucionais do cidadão inciso I, alíneas c, d e e do inciso II, alíneas d, e e f, deste
visa à garantia do seu efetivo respeito pelos Poderes Públicos artigo;
e pelos prestadores de serviços de relevância pública.
II - processuais:
Art. 12. O Procurador dos Direitos do Cidadão agirá de
ofício ou mediante representação, notificando a autoridade a) do Procurador-Geral da República, ser processado e
questionada para que preste informação, no prazo que assi- julgado, nos crimes comuns, pelo Supremo Tribunal Federal e
nar. pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade;

Art. 13. Recebidas ou não as informações e instruído o b) do membro do Ministério Público da União que oficie
caso, se o Procurador dos Direitos do Cidadão concluir que perante tribunais, ser processado e julgado, nos crimes co-
direitos constitucionais foram ou estão sendo desrespeitados, muns e de responsabilidade, pelo Superior Tribunal de Justi-
deverá notificar o responsável para que tome as providências ça;
necessárias a prevenir a repetição ou que determine a cessa- c) do membro do Ministério Público da União que oficie
ção do desrespeito verificado. perante juízos de primeira instância, ser processado e julga-
Art. 14. Não atendida, no prazo devido, a notificação do, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelos Tribunais
prevista no artigo anterior, a Procuradoria dos Direitos do Regionais Federais, ressalvada a competência da Justiça
Cidadão representará ao poder ou autoridade competente Eleitoral;
para promover a responsabilidade pela ação ou omissão d) ser preso ou detido somente por ordem escrita do
inconstitucionais. tribunal competente ou em razão de flagrante de crime inafi-
Art. 15. É vedado aos órgãos de defesa dos direitos ançável, caso em que a autoridade fará imediata comunica-
constitucionais do cidadão promover em juízo a defesa de ção àquele tribunal e ao Procurador-Geral da República, sob
direitos individuais lesados. pena de responsabilidade;

§ 1º Quando a legitimidade para a ação decorrente da e) ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de
inobservância da Constituição Federal, verificada pela Procu- Estado-Maior, com direito a privacidade e à disposição do
radoria, couber a outro órgão do Ministério Público, os ele- tribunal competente para o julgamento, quando sujeito a pri-
mentos de informação ser-lhe-ão remetidos. são antes da decisão final; e a dependência separada no
estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena;
§ 2º Sempre que o titular do direito lesado não puder
constituir advogado e a ação cabível não incumbir ao Ministé- f) não ser indiciado em inquérito policial, observado o
rio Público, o caso, com os elementos colhidos, será encami- disposto no parágrafo único deste artigo;
nhado à Defensoria Pública competente. g) ser ouvido, como testemunhas, em dia, hora e local
Art. 16. A lei regulará os procedimentos da atuação do previamente ajustados com o magistrado ou a autoridade
Ministério Público na defesa dos direitos constitucionais do competente;
cidadão. h) receber intimação pessoalmente nos autos em qual-
CAPÍTULO V quer processo e grau de jurisdição nos feitos em que tiver que
Das Garantias e das Prerrogativas oficiar.

Art. 17. Os membros do Ministério Público da União Parágrafo único. Quando, no curso de investigação,
gozam das seguintes garantias: houver indício da prática de infração penal por membro do
Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou
I - vitaliciedade, após dois anos de efetivo exercício, não militar, remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral
podendo perder o cargo senão por sentença judicial transita- da República, que designará membro do Ministério Público
da em julgado; para prosseguimento da apuração do fato.
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse públi- Art. 19. O Procurador-Geral da República terá as mes-
co, mediante decisão do Conselho Superior, por voto de dois mas honras e tratamento dos Ministros do Supremo Tribunal
terços de seus membros, assegurada ampla defesa; Federal; e os demais membros da instituição, as que forem
reservadas aos magistrados perante os quais oficiem.
III - (Vetado)
Art. 20. Os órgãos do Ministério Público da União terão
Art. 18. São prerrogativas dos membros do Ministério presença e palavra asseguradas em todas as sessões dos
Público da União: colegiados em que oficiem.
I - institucionais: Art. 21. As garantias e prerrogativas dos membros do
a) sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita Ministério Público da União são inerentes ao exercício de
dos juízes singulares ou presidentes dos órgãos judiciários suas funções e irrenunciáveis.
perante os quais oficiem; Parágrafo único. As garantias e prerrogativas previstas
b) usar vestes talares; nesta Lei Complementar não excluem as que sejam estabele-
cidas em outras leis.
c) ter ingresso e trânsito livres, em razão de serviço, em
qualquer recinto público ou privado, respeitada a garantia CAPÍTULO VI
constitucional da inviolabilidade do domicílio; Da Autonomia do Ministério Público
d) a prioridade em qualquer serviço de transporte ou Art. 22. Ao Ministério Público da União é assegurada
comunicação, público ou privado, no território nacional, quan- autonomia funcional, administrativa e financeira, cabendo-lhe:
do em serviço de caráter urgente; I - propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de
e) o porte de arma, independentemente de autorização; seus cargos e serviços auxiliares, bem como a fixação dos
vencimentos de seus membros e servidores;
f) carteira de identidade especial, de acordo com modelo
aprovado pelo Procurador-Geral da República e por ele expe- II - prover os cargos de suas carreiras e dos serviços
dida, nela se consignando as prerrogativas constantes do auxiliares;

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III - organizar os serviços auxiliares; VII - dirimir conflitos de atribuição entre integrantes de
ramos diferentes do Ministério Público da União;
IV - praticar atos próprios de gestão.
VIII - praticar atos de gestão administrativa, financeira e
Art. 23. O Ministério Público da União elaborará sua de pessoal;
proposta orçamentária dentro dos limites da lei de diretrizes
orçamentárias. IX - prover e desprover os cargos das carreiras do Minis-
tério Público da União e de seus serviços auxiliares;
§ 1º Os recursos correspondentes às suas dotações
orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e X - arbitrar o valor das vantagens devidas aos membros
especiais, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada mês. do Ministério Público da União, nos casos previstos nesta Lei
Complementar;
§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial do Ministério Público da União será XI - fixar o valor das bolsas devidas aos estagiários;
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo,
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, segundo o XII - exercer outras atribuições previstas em lei;
disposto no Título IV, Capítulo I, Seção IX, da Constituição XIII - exercer o poder regulamentar, no âmbito do Minis-
Federal, e por sistema próprio de controle interno. tério Público da União, ressalvadas as competências estabe-
§ 3º As contas referentes ao exercício anterior serão lecidas nesta Lei Complementar para outros órgãos nela
prestadas, anualmente, dentro de sessenta dias da abertura instituídos.
da sessão legislativa do Congresso Nacional. § 1º O Procurador-Geral da República poderá delegar
CAPÍTULO VII aos Procuradores-Gerais as atribuições previstas nos incisos
Da Estrutura VII e VIII deste artigo.

Art. 24. O Ministério Público da União compreende: § 2º A delegação também poderá ser feita ao Diretor-
Geral da Secretaria do Ministério Público da União para a
I - O Ministério Público Federal; prática de atos de gestão administrativa, financeira e de pes-
soal, estes apenas em relação aos servidores e serviços
II - o Ministério Público do Trabalho; auxiliares.
III - o Ministério Público Militar; Art. 27. O Procurador-Geral da República designará,
IV - o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. dentre os integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco
anos, o Vice-Procurador-Geral da República, que o substituirá
Parágrafo único. A estrutura básica do Ministério Público em seus impedimentos. No caso de vacância, exercerá o
da União será organizada por regulamento, nos termos da lei. cargo o Vice-Presidente do Conselho Superior do Ministério
CAPÍTULO VIII Público Federal, até o provimento definitivo do cargo.
Do Procurador-Geral da República CAPÍTULO IX
Art. 25. O Procurador-Geral da República é o chefe do Do Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Pú-
Ministério Público da União, nomeado pelo Presidente da blico da União
República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e Art. 28. O Conselho de Assessoramento Superior do
cinco anos, permitida a recondução precedida de nova deci- Ministério Público da União, sob a presidência do Procurador-
são do Senado Federal. Geral da República será integrado pelo Vice-Procurador-Geral
Parágrafo único. A exoneração, de ofício, do Procurador- da República, pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo Procu-
Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, rador-Geral da Justiça Militar e pelo Procurador-Geral de
deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Senado Federal, em votação secreta. Art. 29. As reuniões do Conselho de Assessoramento
Art. 26. São atribuições do Procurador-Geral da Repúbli- Superior do Ministério Público da União serão convocadas
ca, como Chefe do Ministério Público da União: pelo Procurador-Geral da República, podendo solicitá-las
qualquer de seus membros.
I - representar a instituição;
Art. 30. O Conselho de Assessoramento Superior do
II - propor ao Poder Legislativo os projetos de lei sobre o Ministério Público da União deverá opinar sobre as matérias
Ministério Público da União; de interesse geral da Instituição, e em especial sobre:
III - apresentar a proposta de orçamento do Ministério I - projetos de lei de interesse comum do Ministério Pú-
Público da União, compatibilizando os anteprojetos dos dife- blico da União, neles incluídos:
rentes ramos da Instituição, na forma da lei de diretrizes or-
çamentárias; a) os que visem a alterar normas gerais da Lei Orgânica
do Ministério Público da União;
IV - nomear e dar posse ao Vice-Procurador-Geral da
República, ao Procurador-Geral do Trabalho, ao Procurador- b) a proposta de orçamento do Ministério Público da
Geral da Justiça Militar, bem como dar posse ao Procurador- União;
Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios; c) os que proponham a fixação dos vencimentos nas
V - encaminhar ao Presidente da República a lista tríplice carreiras e nos serviços auxiliares;
para nomeação do Procurador-Geral de Justiça do Distrito II - a organização e o funcionamento da Diretoria-Geral e
Federal e Territórios; dos Serviços da Secretaria do Ministério Público da União.
VI - encaminhar aos respectivos Presidentes as listas Art. 31. O Conselho de Assessoramento Superior poderá
sêxtuplas para composição dos Tribunais Regionais Federais, propor aos Conselhos Superiores dos diferentes ramos do
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, do Ministério Público da União medidas para uniformizar os atos
Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior do Trabalho decorrentes de seu poder normativo.
e dos Tribunais Regionais do Trabalho;

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CAPÍTULO X VI - integrar os órgãos colegiados previstos no § 2º do
Das Carreiras art. 6º, quando componentes da estrutura administrativa da
União;
Art. 32. As carreiras dos diferentes ramos do Ministério
Público da União são independentes entre si, tendo cada uma VII - fiscalizar a execução da pena, nos processos de
delas organização própria, na forma desta lei complementar. competência da Justiça Federal e da Justiça Eleitoral.
Art. 33. As funções do Ministério Público da União só Art. 39. Cabe ao Ministério Público Federal exercer a
podem ser exercidas por integrantes da respectiva carreira, defesa dos direitos constitucionais do cidadão, sempre que se
que deverão residir onde estiverem lotados. cuidar de garantir-lhes o respeito:
Art. 34. A lei estabelecerá o número de cargos das car- I - pelos Poderes Públicos Federais;
reiras do Ministério Público da União e os ofícios em que
serão exercidas suas funções. II - pelos órgãos da administração pública federal direta
ou indireta;
CAPÍTULO XI
Dos Serviços Auxiliares III - pelos concessionários e permissionários de serviço
público federal;
Art. 35. A Secretaria do Ministério Público da União é
dirigida pelo seu Diretor-Geral de livre escolha do Procurador- IV - por entidades que exerçam outra função delegada
Geral da República e demissível ad nutum, incumbindo-lhe os da União.
serviços auxiliares de apoio técnico e administrativo à Institui- Art. 40. O Procurador-Geral da República designará,
ção. dentre os Subprocuradores-Gerais da República e mediante
Art. 36. O pessoal dos serviços auxiliares será organiza- prévia aprovação do nome pelo Conselho Superior, o Procu-
do em quadro próprio de carreira, sob regime estatutário, para rador Federal dos Direitos do Cidadão, para exercer as fun-
apoio técnico-administrativo adequado às atividades específi- ções do ofício pelo prazo de dois anos, permitida uma recon-
cas da Instituição. dução, precedida de nova decisão do Conselho Superior.

TÍTULO II § 1º Sempre que possível, o Procurador não acumulará o


Dos Ramos do Ministério Público da União exercício de suas funções com outras do Ministério Público
Federal.
CAPÍTULO I
Do Ministério Público Federal § 2º O Procurador somente será dispensado, antes do
termo de sua investidura, por iniciativa do Procurador-Geral
SEÇÃO I da República, anuindo a maioria absoluta do Conselho Supe-
Da Competência, dos Órgãos e da Carreira rior.
Art. 37. O Ministério Público Federal exercerá as suas Art. 41. Em cada Estado e no Distrito Federal será de-
funções: signado, na forma do art. 49, III, órgão do Ministério Público
Federal para exercer as funções do ofício de Procurador Re-
I - nas causas de competência do Supremo Tribunal gional dos Direitos do Cidadão.
Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regi-
onais Federais e dos Juízes Federais, e dos Tribunais e Juí- Parágrafo único. O Procurador Federal dos Direitos do
zes Eleitorais; Cidadão expedirá instruções para o exercício das funções dos
ofícios de Procurador dos Direitos do Cidadão, respeitado o
II - nas causas de competência de quaisquer juízes e princípio da independência funcional.
tribunais, para defesa de direitos e interesses dos índios e
das populações indígenas, do meio ambiente, de bens e direi- Art. 42. A execução da medida prevista no art. 14 incum-
tos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagísti- be ao Procurador Federal dos Direitos do Cidadão.
co, integrantes do patrimônio nacional;
Art. 43. São órgãos do Ministério Público Federal:
III - (Vetado).
I - o Procurador-Geral da República;
Parágrafo único. O Ministério Público Federal será parte
legítima para interpor recurso extraordinário das decisões da II - o Colégio de Procuradores da República;
Justiça dos Estados nas representações de inconstitucionali- III - o Conselho Superior do Ministério Público Federal;
dade.
IV - as Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministé-
Art. 38. São funções institucionais do Ministério Público rio Público Federal;
Federal as previstas nos Capítulos I, II, III e IV do Título I,
incumbindo-lhe, especialmente: V - a Corregedoria do Ministério Público Federal;

I - instaurar inquérito civil e outros procedimentos admi- VI - os Subprocuradores-Gerais da República;


nistrativos correlatos; VII - os Procuradores Regionais da República;
II - requisitar diligências investigatórias e instauração de VIII - os Procuradores da República.
inquérito policial, podendo acompanhá-los e apresentar pro-
vas; Parágrafo único. As Câmaras de Coordenação e Revi-
são poderão funcionar isoladas ou reunidas, integrando Con-
III - requisitar à autoridade competente a instauração de selho Institucional, conforme dispuser o seu regimento.
procedimentos administrativos, ressalvados os de natureza
disciplinar, podendo acompanhá-los e produzir provas; Art. 44. A carreira do Ministério Público Federal é consti-
tuída pelos cargos de Subprocurador-Geral da República,
IV - exercer o controle externo da atividade das polícias Procurador Regional da República e Procurador da Repúbli-
federais, na forma do art. 9º; ca.
V - participar dos Conselhos Penitenciários; Parágrafo único. O cargo inicial da carreira é o de Procu-
rador da República e o do último nível o de Subprocurador-
Geral da República.

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SEÇÃO II VII - designar:
Da Chefia do Ministério Público Federal
a) o Chefe da Procuradoria Regional da República, den-
Art. 45. O Procurador-Geral da República é o Chefe do tre os Procuradores Regionais da República lotados na res-
Ministério Público Federal. pectiva Procuradoria Regional;
Art. 46. Incumbe ao Procurador-Geral da República b) o Chefe da Procuradoria da República nos Estados e
exercer as funções do Ministério Público junto ao Supremo no Distrito Federal, dentre os Procuradores da República
Tribunal Federal, manifestando-se previamente em todos os lotados na respectiva unidade;
processos de sua competência.
VIII - decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribui-
Parágrafo único. O Procurador-Geral da República pro- ções entre órgãos do Ministério Público Federal;
porá perante o Supremo Tribunal Federal:
IX - determinar a abertura de correção, sindicância ou
I - a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato inquérito administrativo;
normativo federal ou estadual e o respectivo pedido de medi-
da cautelar; X - determinar instauração de inquérito ou processo
administrativo contra servidores dos serviços auxiliares;
II - a representação para intervenção federal nos Esta-
dos e no Distrito Federal, nas hipóteses do art. 34, VII, da XI - decidir processo disciplinar contra membro da carrei-
Constituição Federal; ra ou servidor dos serviços auxiliares, aplicando as sanções
cabíveis;
III - as ações cíveis e penais cabíveis.
XII - decidir, atendendo à necessidade do serviço, sobre:
Art. 47. O Procurador-Geral da República designará os
Subprocuradores-Gerais da República que exercerão, por a) remoção a pedido ou por permuta;
delegação, suas funções junto aos diferentes órgãos jurisdici- b) alteração parcial da lista bienal de designações;
onais do Supremo Tribunal Federal.
XIII - autorizar o afastamento de membros do Ministério
§ 1º As funções do Ministério Público Federal junto aos Público Federal, depois de ouvido o Conselho Superior, nas
Tribunais Superiores da União, perante os quais lhe compete hipóteses previstas em lei;
atuar, somente poderão ser exercidas por titular do cargo de
Subprocurador-Geral da República. XIV - dar posse aos membros do Ministério Público Fe-
deral;
§ 2º Em caso de vaga ou afastamento de Subprocura-
dor-Geral da República, por prazo superior a trinta dias, pode- XV - designar membro do Ministério Público Federal
rá ser convocado Procurador Regional da República para para:
substituição, pelo voto da maioria do Conselho Superior. a) funcionar nos órgãos em que a participação da Insti-
§ 3º O Procurador Regional da República convocado tuição seja legalmente prevista, ouvido o Conselho Superior;
receberá a diferença de vencimento correspondente ao cargo b) integrar comissões técnicas ou científicas, relaciona-
de Subprocurador-Geral da República, inclusive diárias e das às funções da Instituição, ouvido o Conselho Superior;
transporte, se for o caso.
c) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de
Art. 48. Incumbe ao Procurador-Geral da República pro- vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento ou
por perante o Superior Tribunal de Justiça: suspensão do titular, na inexistência ou falta do substituto
I - a representação para intervenção federal nos Estados designado;
e no Distrito Federal, no caso de recusa à execução de lei d) funcionar perante juízos que não os previstos no inci-
federal; so I, do art. 37, desta lei complementar;
II - a ação penal, nos casos previstos no art. 105, I, "a", e) acompanhar procedimentos administrativos e inquéri-
da Constituição Federal. tos policiais instaurados em áreas estranhas à sua competên-
Parágrafo único. A competência prevista neste artigo cia específica, desde que relacionados a fatos de interesse da
poderá ser delegada a Subprocurador-Geral da República. Instituição.

Art. 49. São atribuições do Procurador-Geral da Repúbli- XVI - homologar, ouvido o Conselho Superior, o resulta-
ca, como Chefe do Ministério Público Federal: do do concurso para ingresso na carreira;

I - representar o Ministério Público Federal; XVII - fazer publicar aviso de existência de vaga na lota-
ção e na relação bienal de designações;
II - integrar, como membro nato, e presidir o Colégio de
Procuradores da República, o Conselho Superior do Ministé- XVIII - elaborar a proposta orçamentária do Ministério
rio Federal e a Comissão de Concurso; Público Federal, submetendo-a, para aprovação, ao Conselho
Superior;
III - designar o Procurador Federal dos Direitos do Cida-
dão e os titulares da Procuradoria nos Estados e no Distrito XIX - organizar a prestação de contas do exercício ante-
Federal; rior;

IV - designar um dos membros e o Coordenador de cada XX - praticar atos de gestão administrativa, financeira e
uma das Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério de pessoal;
Público Federal; XXI - elaborar o relatório das atividades do Ministério
V - nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público Público Federal;
Federal, segundo lista formada pelo Conselho Superior; XXII - coordenar as atividades do Ministério Público
VI - designar, observados os critérios da lei e os estabe- Federal;
lecidos pelo Conselho Superior, os ofícios em que exercerão XXIII - exercer outras atividades previstas em lei.
suas funções os membros do Ministério Público Federal;

Legislação 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 50. As atribuições do Procurador-Geral da Repúbli- § 1º Serão suplentes dos membros de que tratam os
ca, previstas no artigo anterior, poderão ser delegadas: incisos II e III, os demais votados, em ordem decrescente,
observados os critérios gerais de desempate.
I - a Coordenador de Câmara de Coordenação e Revi-
são, as dos incisos XV, alínea c e XXII; § 2º O Conselho Superior elegerá o seu Vice-Presidente,
que substituirá o Presidente em seus impedimentos e em
II - aos Chefes das Procuradorias Regionais da Repúbli- caso de vacância.
ca e aos Chefes das Procuradorias da República nos Estados
e no Distrito Federal, as dos incisos I, XV, alínea c, XX e XXII. Art. 55. O Conselho Superior do Ministério Público Fede-
ral reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, em dia
Art. 51. A ação penal pública contra o Procurador-Geral previamente fixado, e, extraordinariamente, quando convoca-
da República, quando no exercício do cargo, caberá ao Sub- do pelo Procurador-Geral da República, ou por proposta da
procurador-Geral da República que for designado pelo Conse- maioria de seus membros.
lho Superior do Ministério Público Federal.
Art. 56. Salvo disposição em contrário, as deliberações
SEÇÃO III do Conselho Superior serão tomadas por maioria de votos,
Do Colégio de Procuradores da República presente a maioria absoluta dos seus membros.
Art. 52. O Colégio de Procuradores da República, presi- § 1º Em caso de empate, prevalecerá o voto do Presi-
dido pelo Procurador-Geral da República, é integrado por dente, exceto em matéria de sanções, caso em que prevale-
todos os membros da carreira em atividade no Ministério cerá a solução mais favorável ao acusado.
Público Federal.
§ 2º As deliberações do Conselho Superior serão publi-
Art. 53. Compete ao Colégio de Procuradores da Repú- cadas no Diário da Justiça, exceto quando o Regimento Inter-
blica: no determinar sigilo.
I - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e Art. 57. Compete ao Conselho Superior do Ministério
secreto, a lista sêxtupla para a composição do Superior Tri- Público Federal:
bunal de Justiça, sendo elegíveis os membros do Ministério
Público Federal, com mais de dez anos na carreira, tendo I - exercer o poder normativo no âmbito do Ministério
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de Público Federal, observados os princípios desta Lei Comple-
idade; mentar, especialmente para elaborar e aprovar:
II - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e a) o seu regimento interno, o do Colégio de Procurado-
secreto, a lista sêxtupla para a composição dos Tribunais res da República e os das Câmaras de Coordenação e Revi-
Regionais Federais, sendo elegíveis os membros do Ministé- são do Ministério Público Federal;
rio Público Federal, com mais de dez anos de carreira, que
contém mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos de b) as normas e as instruções para o concurso de ingres-
idade, sempre que possível lotados na respectiva região; so na carreira;

III - eleger, dentre os Subprocuradores-Gerais da Repú- c) as normas sobre as designações para os diferentes
blica e mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, qua- ofícios do Ministério Público Federal;
tro membros do Conselho Superior do Ministério Público Fe- d) os critérios para distribuição de inquéritos, procedi-
deral; mentos administrativos e quaisquer outros feitos, no Ministério
IV - opinar sobre assuntos gerais de interesse da institui- Público Federal;
ção. e) os critérios de promoção por merecimento, na carrei-
§ 1º Para os fins previstos nos incisos I, II e III, deste ra;
artigo, prescindir-se-á de reunião do Colégio de Procuradores, f) o procedimento para avaliar o cumprimento das condi-
procedendo-se segundo dispuser o seu regimento interno e ções do estágio probatório;
exigindo-se o voto da maioria absoluta dos eleitores.
II - aprovar o nome do Procurador Federal dos Direitos
§ 2º Excepcionalmente, em caso de interesse relevante do Cidadão;
da Instituição, o Colégio de Procuradores reunir-se-á em local
designado pelo Procurador-Geral da República, desde que III - indicar integrantes das Câmaras de Coordenação e
convocado por ele ou pela maioria de seus membros. Revisão;

§ 3º O Regimento Interno do Colégio de Procuradores da IV - aprovar a destituição do Procurador Regional Eleito-


República disporá sobre seu funcionamento. ral;

SEÇÃO IV V - destituir, por iniciativa do Procurador-Geral da Repú-


Do Conselho Superior do Ministério Público Federal blica e pelo voto de dois terços de seus membros, antes do
término do mandato, o Corregedor-Geral;
Art. 54. O Conselho Superior do Ministério Público Fede-
ral, presidido pelo Procurador-Geral da República, tem a se- VI - elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do
guinte composição: Ministério Público Federal;

I - o Procurador-Geral da República e o Vice-Procurador- VII - elaborar a lista tríplice destinada à promoção por
Geral da República, que o integram como membros natos; merecimento;

II - quatro Subprocuradores-Gerais da República eleitos, VIII - aprovar a lista de antiguidade dos membros do
para mandato de dois anos, na forma do art. 53, III, permitida Ministério Público Federal e decidir sobre as reclamações a
uma reeleição; ela concernentes;

III - quatro Subprocuradores-Gerais da República eleitos, IX - indicar o membro do Ministério Público Federal para
para mandato de dois anos, por seus pares, mediante voto promoção por antiguidade, observado o disposto no art. 93, II,
plurinominal, facultativo e secreto, permitida uma reeleição. alínea d, da Constituição Federal;

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X - designar o Subprocurador-Geral da República para Art. 58. As Câmaras de Coordenação e Revisão do Mi-
conhecer de inquérito, peças de informação ou representação nistério Público Federal são os órgãos setoriais de coordena-
sobre crime comum atribuível ao Procurador-Geral da Repú- ção, de integração e de revisão do exercício funcional na
blica e, sendo o caso, promover a ação penal; instituição.
XI - opinar sobre a designação de membro do Ministério Art. 59. As Câmaras de Coordenação e Revisão serão
Público Federal para: organizadas por função ou por matéria, através de ato norma-
tivo.
a) funcionar nos órgãos em que a participação da insti-
tuição seja legalmente prevista; Parágrafo único. O Regimento Interno, que disporá sobre
o funcionamento das Câmaras de Coordenação e Revisão,
b) integrar comissões técnicas ou científicas relaciona- será elaborado pelo Conselho Superior.
das às funções da instituição ;
Art. 60. As Câmaras de Coordenação e Revisão serão
XII - opinar sobre o afastamento temporário de membro compostas por três membros do Ministério Público Federal,
do Ministério Público Federal; sendo um indicado pelo Procurador-Geral da República e dois
XIII - autorizar a designação, em caráter excepcional, de pelo Conselho Superior, juntamente com seus suplentes, para
membros do Ministério Público Federal, para exercício de um mandato de dois anos, dentre integrantes do último grau
atribuições processuais perante juízos, tribunais ou ofícios da carreira, sempre que possível.
diferentes dos estabelecidos para cada categoria; Art. 61. Dentre os integrantes da Câmara de Coordena-
XIV - determinar a realização de correições e sindicân- ção e Revisão, um deles será designado pelo Procurador-
cias e apreciar os relatórios correspondentes; Geral para a função executiva de Coordenador.
XV - determinar a instauração de processos administrati- Art. 62. Compete às Câmaras de Coordenação e Revi-
vos em que o acusado seja membro do Ministério Público são:
Federal, apreciar seus relatórios e propor as medidas cabí- I - promover a integração e a coordenação dos órgãos
veis; institucionais que atuem em ofícios ligados ao setor de sua
XVI - determinar o afastamento preventivo do exercício competência, observado o princípio da independência funcio-
de suas funções, do membro do Ministério Público Federal, nal;
indiciado ou acusado em processo disciplinar, e o seu retorno; II - manter intercâmbio com órgãos ou entidades que
XVII - designar a comissão de processo administrativo atuem em áreas afins;
em que o acusado seja membro do Ministério Público Fede- III - encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos
ral; institucionais que atuem em seu setor;
XVIII - decidir sobre o cumprimento do estágio probatório IV - manifestar-se sobre o arquivamento de inquérito
por membro do Ministério Público Federal, encaminhando policial, inquérito parlamentar ou peças de informação, exceto
cópia da decisão ao Procurador-Geral da República, quando nos casos de competência originária do Procurador-Geral;
for o caso, para ser efetivada sua exoneração;
V - resolver sobre a distribuição especial de feitos que,
XIX - decidir sobre remoção e disponibilidade de membro por sua contínua reiteração, devam receber tratamento uni-
do Ministério Público Federal, por motivo de interesse público; forme;
XX - autorizar, pela maioria absoluta de seus membros, VI - resolver sobre a distribuição especial de inquéritos,
que o Procurador-Geral da República ajuíze a ação de perda feitos e procedimentos, quando a matéria, por sua natureza
de cargo contra membro vitalício do Ministério Público Fede- ou relevância, assim o exigir;
ral, nos casos previstos nesta lei;
VII - decidir os conflitos de atribuições entre os órgãos do
XXI - opinar sobre os pedidos de reversão de membro da Ministério Público Federal.
carreira;
Parágrafo único. A competência fixada nos incisos V e VI
XXII - opinar sobre o encaminhamento de proposta de lei será exercida segundo critérios objetivos previamente estabe-
de aumento do número de cargos da carreira; lecidos pelo Conselho Superior.
XXIII - deliberar sobre a realização de concurso para o SEÇÃO VI
ingresso na carreira, designar os membros da Comissão de Da Corregedoria do Ministério Público Federal
Concurso e opinar sobre a homologação dos resultados;
Art. 63. A Corregedoria do Ministério Público Federal,
XXIV - aprovar a proposta orçamentária que integrará o dirigida pelo Corregedor-Geral, é o órgão fiscalizador das
projeto de orçamento do Ministério Público da União; atividades funcionais e da conduta dos membros do Ministério
XXV - exercer outras funções estabelecidas em lei. Público.
§ 1º O Procurador-Geral e qualquer membro do Conse- Art. 64. O Corregedor-Geral será nomeado pelo Procu-
lho Superior estão impedidos de participar das decisões deste rador-Geral da República dentre os Subprocuradores-Gerais
nos casos previstos nas leis processuais para o impedimento da República, integrantes de lista tríplice elaborada pelo Con-
e a suspeição de membro do Ministério Público. selho Superior, para mandato de dois anos, renovável uma
vez.
§ 2º As deliberações relativas aos incisos I, alíneas a e e,
IV, XIII, XV, XVI, XVII, XIX e XXI somente poderão ser toma- § 1º Não poderão integrar a lista tríplice os membros do
das com o voto favorável de dois terços dos membros do Conselho Superior.
Conselho Superior. § 2º Serão suplentes do Corregedor-Geral os demais
SEÇÃO V integrantes da lista tríplice, na ordem em que os designar o
Das Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Públi- Procurador-Geral.
co Federal § 3º O Corregedor-Geral poderá ser destituído por inicia-
tiva do Procurador-Geral, antes do término do mandato, pelo

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Conselho Superior, observado o disposto no inciso V do art. Art. 71. Os Procuradores da República serão lotados nos
57. ofícios nas Procuradorias da República nos Estados e no
Distrito Federal.
Art. 65. Compete ao Corregedor-Geral do Ministério
Público Federal: SEÇÃO X
Das Funções Eleitorais do Ministério Público Federal
I - participar, sem direito a voto, das reuniões do Conse-
lho Superior; Art. 72. Compete ao Ministério Público Federal exercer,
no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Minis-
II - realizar, de ofício, ou por determinação do Procura- tério Público, atuando em todas as fases e instâncias do pro-
dor-Geral ou do Conselho Superior, correições e sindicâncias, cesso eleitoral.
apresentando os respectivos relatórios;
Parágrafo único. O Ministério Público Federal tem legiti-
III - instaurar inquérito contra integrante da carreira e mação para propor, perante o juízo competente, as ações
propor ao Conselho Superior a instauração do processo ad- para declarar ou decretar a nulidade de negócios jurídicos ou
ministrativo consequente; atos da administração pública, infringentes de vedações le-
IV - acompanhar o estágio probatório dos membros do gais destinadas a proteger a normalidade e a legitimidade das
Ministério Público Federal; eleições, contra a influência do poder econômico ou o abuso
do poder político ou administrativo.
V - propor ao Conselho Superior a exoneração de mem-
bro do Ministério Público Federal que não cumprir as condi- Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-
ções do estágio probatório. Geral da República.
SEÇÃO VII Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral designará,
Dos Subprocuradores-Gerais da República dentre os Subprocuradores-Gerais da República, o Vice-
Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedi-
Art. 66. Os Subprocuradores-Gerais da República serão mentos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provi-
designados para oficiar junto ao Supremo Tribunal Federal, mento definitivo.
ao Superior Tribunal de Justiça, ao Tribunal Superior Eleitoral
e nas Câmaras de Coordenação e Revisão. Art. 74. Compete ao Procurador-Geral Eleitoral exercer
as funções do Ministério Público nas causas de competência
§ 1º No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior do Tribunal Superior Eleitoral.
Eleitoral, os Subprocuradores-Gerais da República atuarão
por delegação do Procurador-Geral da República. Parágrafo único. Além do Vice-Procurador-Geral Eleito-
ral, o Procurador-Geral poderá designar, por necessidade de
§ 2º A designação de Subprocurador-Geral da República serviço, membros do Ministério Público Federal para oficia-
para oficiar em órgãos jurisdicionais diferentes dos previstos rem, com sua aprovação, perante o Tribunal Superior Eleito-
para a categoria dependerá de autorização do Conselho Su- ral.
perior.
Art. 75. Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral:
Art. 67. Cabe aos Subprocuradores-Gerais da República,
privativamente, o exercício das funções de: I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada
Estado e no Distrito Federal;
I - Vice-Procurador-Geral da República;
II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral
II - Vice-Procurador-Geral Eleitoral; Eleitoral;
III - Corregedor-Geral do Ministério Público Federal; III - dirimir conflitos de atribuições;
IV - Procurador Federal dos Direitos do Cidadão; IV - requisitar servidores da União e de suas autarquias,
V - Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão. quando o exigir a necessidade do serviço, sem prejuízo dos
direitos e vantagens inerentes ao exercício de seus cargos ou
SEÇÃO VIII empregos.
Dos Procuradores Regionais da República
Art. 76. O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com
Art. 68. Os Procuradores Regionais da República serão o seu substituto, será designado pelo Procurador-Geral Eleito-
designados para oficiar junto aos Tribunais Regionais Fede- ral, dentre os Procuradores Regionais da República no Esta-
rais. do e no Distrito Federal, ou, onde não houver, dentre os Pro-
curadores da República vitalícios, para um mandato de dois
Parágrafo único. A designação de Procurador Regional
anos.
da República para oficiar em órgãos jurisdicionais diferentes
dos previstos para a categoria dependerá de autorização do § 1º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser recon-
Conselho Superior. duzido uma vez.
Art. 69. Os Procuradores Regionais da República serão § 2º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser destituí-
lotados nos ofícios nas Procuradorias Regionais da Repúbli- do, antes do término do mandato, por iniciativa do Procura-
ca. dor-Geral Eleitoral, anuindo a maioria absoluta do Conselho
Superior do Ministério Público Federal.
SEÇÃO IX
Dos Procuradores da República Art. 77. Compete ao Procurador Regional Eleitoral exer-
cer as funções do Ministério Público nas causas de compe-
Art. 70. Os Procuradores da República serão designados
tência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de diri-
para oficiar junto aos Juízes Federais e junto aos Tribunais
gir, no Estado, as atividades do setor.
Regionais Eleitorais, onde não tiver sede a Procuradoria Re-
gional da República. Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral poderá
designar, por necessidade de serviço, outros membros do
Parágrafo único. A designação de Procurador da Repú-
Ministério Público Federal para oficiar, sob a coordenação do
blica para oficiar em órgãos jurisdicionais diferentes dos pre-
Procurador Regional, perante os Tribunais Regionais Eleito-
vistos para a categoria dependerá de autorização do Conse-
rais.
lho Superior.

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Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público Fede- IX - promover ou participar da instrução e conciliação em
ral perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelo dissídios decorrentes da paralisação de serviços de qualquer
Promotor Eleitoral. natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifes-
tando sua concordância ou discordância, em eventuais acor-
Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do Ministé- dos firmados antes da homologação, resguardado o direito de
rio Público local que oficie junto ao Juízo incumbido do servi- recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal;
ço eleitoral de cada Zona.
X - promover mandado de injunção, quando a compe-
Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que oficie tência for da Justiça do Trabalho;
perante a Zona Eleitoral, ou havendo impedimento ou recusa
justificada, o Chefe do Ministério Público local indicará ao XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas
Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser designado. partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho;
Art. 80. A filiação a partido político impede o exercício de XII - requerer as diligências que julgar convenientes para
funções eleitorais por membro do Ministério Público até dois o correto andamento dos processos e para a melhor solução
anos do seu cancelamento. das lides trabalhistas;
SEÇÃO XI XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos
Das Unidades de Lotação e de Administração segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do Trabalho,
quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado
Art. 81. Os ofícios na Procuradoria-Geral da República, estrangeiro ou organismo internacional.
nas Procuradorias Regionais da República e nas Procuradori-
as da República nos Estados e no Distrito Federal são unida- Art. 84. Incumbe ao Ministério Público do Trabalho, no
des de lotação e de administração do Ministério Público Fede- âmbito das suas atribuições, exercer as funções institucionais
ral. previstas nos Capítulos I, II, III e IV do Título I, especialmente:
Parágrafo único. Nos municípios do interior onde tiverem I - integrar os órgãos colegiados previstos no § 1º do art.
sede juízos federais, a lei criará unidades da Procuradoria da 6º, que lhes sejam pertinentes;
República no respectivo Estado.
II - instaurar inquérito civil e outros procedimentos admi-
Art. 82. A estrutura básica das unidades de lotação e de nistrativos, sempre que cabíveis, para assegurar a observân-
administração será organizada por regulamento, nos termos cia dos direitos sociais dos trabalhadores;
da lei.
III - requisitar à autoridade administrativa federal compe-
CAPÍTULO II tente, dos órgãos de proteção ao trabalho, a instauração de
Do Ministério Público do Trabalho procedimentos administrativos, podendo acompanhá-los e
produzir provas;
SEÇÃO I
Da Competência, dos Órgãos e da Carreira IV - ser cientificado pessoalmente das decisões proferi-
das pela Justiça do Trabalho, nas causas em que o órgão
Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o tenha intervido ou emitido parecer escrito;
exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justi-
ça do Trabalho: V - exercer outras atribuições que lhe forem conferidas
por lei, desde que compatíveis com sua finalidade.
I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela
Constituição Federal e pelas leis trabalhistas; Art. 85. São órgãos do Ministério Público do Trabalho:
II - manifestar-se em qualquer fase do processo traba- I - o Procurador-Geral do Trabalho;
lhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa,
quando entender existente interesse público que justifique a II - o Colégio de Procuradores do Trabalho;
intervenção; III - o Conselho Superior do Ministério Público do Traba-
III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do lho;
Trabalho, para defesa de interesses coletivos, quando des- IV - a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério
respeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos; Público do Trabalho;
IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulida- V - a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho;
de de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção
coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os VI - os Subprocuradores-Gerais do Trabalho;
direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores; VII - os Procuradores Regionais do Trabalho;
V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e VIII - os Procuradores do Trabalho.
interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes das
relações de trabalho; Art. 86. A carreira do Ministério Público do Trabalho será
constituída pelos cargos de Subprocurador-Geral do Traba-
VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quan- lho, Procurador Regional do Trabalho e Procurador do Traba-
do entender necessário, tanto nos processos em que for par- lho.
te, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem
como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurispru- Parágrafo único. O cargo inicial da carreira é o de Procu-
dência do Tribunal Superior do Trabalho; rador do Trabalho e o do último nível o de Subprocurador-
Geral do Trabalho.
VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas,
manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, SEÇÃO II
sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o Do Procurador-Geral do Trabalho
direito de vista dos processos em julgamento, podendo solici-
Art. 87. O Procurador-Geral do Trabalho é o Chefe do
tar as requisições e diligências que julgar convenientes;
Ministério Público do Trabalho.
VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a
Art. 88. O Procurador-Geral do Trabalho será nomeado
defesa da ordem jurídica ou o interesse público assim o exigir;
pelo Procurador-Geral da República, dentre integrantes da

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instituição, com mais de trinta e cinco anos de idade e de XIV - designar membro do Ministério Público do Trabalho
cinco anos na carreira, integrante de lista tríplice escolhida para:
mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio
de Procuradores para um mandato de dois anos, permitida a) funcionar nos órgãos em que a participação da Insti-
uma recondução, observado o mesmo processo. Caso não tuição seja legalmente prevista, ouvido o Conselho Superior;
haja número suficiente de candidatos com mais de cinco anos b) integrar comissões técnicas ou científicas, relaciona-
na carreira, poderá concorrer à lista tríplice quem contar mais das às funções da Instituição, ouvido o Conselho Superior;
de dois anos na carreira.
c) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de
Parágrafo único. A exoneração do Procurador-Geral do vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento ou
Trabalho, antes do término do mandato, será proposta ao suspeição do titular, na inexistência ou falta do substituto
Procurador-Geral da República pelo Conselho Superior, me- designado;
diante deliberação obtida com base em voto secreto de dois
terços de seus integrantes. XV - homologar, ouvido o Conselho Superior, o resultado
do concurso para ingresso na carreira;
Art. 89. O Procurador-Geral do Trabalho designará, den-
tre os Subprocuradores-Gerais do Trabalho, o Vice- XVI - fazer publicar aviso de existência de vaga, na lota-
Procurador-Geral do Trabalho, que o substituirá em seus ção e na relação bienal de designações;
impedimentos. Em caso de vacância, exercerá o cargo o XVII - propor ao Procurador-Geral da República, ouvido
Vice-Presidente do Conselho Superior, até o seu provimento o Conselho Superior, a criação e extinção de cargos da car-
definitivo. reira e dos ofícios em que devam ser exercidas suas funções;
Art. 90. Compete ao Procurador-Geral do Trabalho exer- XVIII - elaborar a proposta orçamentária do Ministério
cer as funções atribuídas ao Ministério Público do Trabalho Público do Trabalho, submetendo-a, para aprovação, ao Con-
junto ao Plenário do Tribunal Superior do Trabalho, propondo selho Superior;
as ações cabíveis e manifestando-se nos processos de sua
competência. XIX - encaminhar ao Procurador-Geral da República a
proposta orçamentária do Ministério Público do Trabalho,
Art. 91. São atribuições do Procurador-Geral do Traba- após sua aprovação pelo Conselho Superior;
lho:
XX - organizar a prestação de contas do exercício ante-
I - representar o Ministério Público do Trabalho; rior, encaminhando-a ao Procurador-Geral da República;
II - integrar, como membro nato, e presidir o Colégio de XXI - praticar atos de gestão administrativa, financeira e
Procuradores do Trabalho, o Conselho Superior do Ministério de pessoal;
Público do Trabalho e a Comissão de Concurso;
XXII - elaborar o relatório de atividades do Ministério
III - nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público do Público do Trabalho;
Trabalho, segundo lista tríplice formada pelo Conselho Supe-
rior; XXIII - coordenar as atividades do Ministério Público do
Trabalho;
IV - designar um dos membros e o Coordenador da Câ-
mara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do XXIV - exercer outras atribuições previstas em lei.
Trabalho;
Art. 92. As atribuições do Procurador-Geral do Trabalho,
V - designar, observados os critérios da lei e os estabe- previstas no artigo anterior, poderão ser delegadas:
lecidos pelo Conselho Superior, os ofícios em que exercerão
I - ao Coordenador da Câmara de Coordenação e Revi-
suas funções os membros do Ministério Público do Trabalho;
são, as dos incisos XIV, alínea c, e XXIII;
VI - designar o Chefe da Procuradoria Regional do Tra-
II - aos Chefes das Procuradorias Regionais do Trabalho
balho dentre os Procuradores Regionais do Trabalho lotados
nos Estados e no Distrito Federal, as dos incisos I, XIV, alínea
na respectiva Procuradoria Regional;
c, XXI e XXIII.
VII - decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribui-
SEÇÃO III
ção entre os órgãos do Ministério Público do Trabalho;
Do Colégio de Procuradores do Trabalho
VIII - determinar a abertura de correição, sindicância ou
Art. 93. O Colégio de Procuradores do Trabalho, presidi-
inquérito administrativo;
do pelo Procurador-Geral do Trabalho, é integrado por todos
IX - determinar a instauração de inquérito ou processo os membros da carreira em atividade no Ministério Público do
administrativo contra servidores dos serviços auxiliares; Trabalho.
X - decidir processo disciplinar contra membro da carrei- Art. 94. São atribuições do Colégio de Procuradores do
ra ou servidor dos serviços auxiliares, aplicando as sanções Trabalho:
que sejam de sua competência;
I - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e
XI - decidir, atendendo a necessidade do serviço, sobre: secreto, a lista tríplice para a escolha do Procurador-Geral do
Trabalho;
a) remoção a pedido ou por permuta;
II - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e
b) alteração parcial da lista bienal de designações; secreto, a lista sêxtupla para a composição do Tribunal Supe-
XII - autorizar o afastamento de membros do Ministério rior do Trabalho, sendo elegíveis os membros do Ministério
Público do Trabalho, ouvido o Conselho Superior, nos casos Público do Trabalho com mais de dez anos na carreira, tendo
previstos em lei; mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
idade;
XIII - dar posse aos membros do Ministério Público do
Trabalho; III - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e
secreto, a lista sêxtupla para os Tribunais Regionais do Tra-

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balho, dentre os Procuradores com mais de dez anos de c) as normas sobre as designações para os diferentes
carreira; ofícios do Ministério Público do Trabalho;
IV - eleger, dentre os Subprocuradores-Gerais do Traba- d) os critérios para distribuição de procedimentos admi-
lho e mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, quatro nistrativos e quaisquer outros feitos, no Ministério Público do
membros do Conselho Superior do Ministério Público do Tra- Trabalho;
balho.
e) os critérios de promoção por merecimento na carreira;
§ 1º Para os fins previstos nos incisos deste artigo, pres-
cindir-se-á de reunião do Colégio de Procuradores, proceden- f) o procedimento para avaliar o cumprimento das condi-
do-se segundo dispuser o seu Regimento Interno, exigido o ções do estágio probatório;
voto da maioria absoluta dos eleitores. II - indicar os integrantes da Câmara de Coordenação e
§ 2º Excepcionalmente, em caso de interesse relevante Revisão do Ministério Público do Trabalho;
da Instituição, o Colégio de Procuradores reunir-se-á em local III - propor a exoneração do Procurador-Geral do Traba-
designado pelo Procurador-Geral do Trabalho, desde que lho;
convocado por ele ou pela maioria de seus membros.
IV - destituir, por iniciativa do Procurador-Geral do Traba-
§ 3º O Regimento Interno do Colégio de Procuradores do lho e pelo voto de dois terços de seus membros, antes do
Trabalho disporá sobre seu funcionamento. término do mandato, o Corregedor-Geral;
SEÇÃO IV V - elaborar a lista tríplice destinada à promoção por
Do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho merecimento;
Art. 95. O Conselho Superior do Ministério Público do VI - elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do
Trabalho, presidido pelo Procurador-Geral do Trabalho, tem a Ministério Público do Trabalho;
seguinte composição:
VII - aprovar a lista de antiguidade do Ministério Público
I - o Procurador-Geral do Trabalho e o Vice-Procurador- do Trabalho e decidir sobre as reclamações a ela concernen-
Geral do Trabalho, que o integram como membros natos; tes;
II - quatro Subprocuradores-Gerais do Trabalho, eleitos VIII - indicar o membro do Ministério Público do Trabalho
para um mandato de dois anos, pelo Colégio de Procuradores para promoção por antiguidade, observado o disposto no art.
do Trabalho, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, 93, II, alínea d, da Constituição Federal;
permitida uma reeleição;
IX - opinar sobre a designação de membro do Ministério
III - quatro Subprocuradores-Gerais do Trabalho, eleitos Público do Trabalho para:
para um mandato de dois anos, por seus pares, mediante
voto plurinominal, facultativo e secreto, permitida uma reelei- a) funcionar nos órgãos em que a participação da Insti-
ção. tuição seja legalmente prevista;

§ 1º Serão suplentes dos membros de que tratam os b) integrar comissões técnicas ou científicas relaciona-
incisos II e III os demais votados, em ordem decrescente, das às funções da Instituição;
observados os critérios gerais de desempate. X - opinar sobre o afastamento temporário de membro
§ 2º O Conselho Superior elegerá o seu Vice-Presidente, do Ministério Público do Trabalho;
que substituirá o Presidente em seus impedimentos e em XI - autorizar a designação, em caráter excepcional, de
caso de vacância. membros do Ministério Público do Trabalho, para exercício de
Art. 96. O Conselho Superior do Ministério Público do atribuições processuais perante juízos, tribunais ou ofícios
Trabalho reunir-se-á ordinariamente, uma vez por mês, em diferentes dos estabelecidos para cada categoria;
dia previamente fixado, e, extraordinariamente, quando con- XII - determinar a realização de correições e sindicâncias
vocado pelo Procurador-Geral do Trabalho ou por proposta da e apreciar os relatórios correspondentes;
maioria absoluta de seus membros.
XIII - determinar a instauração de processos administra-
Art. 97. Salvo disposição em contrário, as deliberações tivos em que o acusado seja membro do Ministério Público do
do Conselho Superior serão tomadas por maioria de votos, Trabalho, apreciar seus relatórios e propor as medidas cabí-
presente a maioria absoluta de seus membros. veis;
§ 1º Em caso de empate, prevalecerá o voto do Presi- XIV - determinar o afastamento do exercício de suas
dente, exceto em matéria de sanções, caso em que prevale- funções, de membro do Ministério Público do Trabalho, indici-
cerá a solução mais favorável ao acusado. ado ou acusado em processo disciplinar, e o seu retorno;
§ 2º As deliberações do Conselho Superior serão publi- XV - designar a comissão de processo administrativo em
cadas no Diário da Justiça, exceto quando o Regimento Inter- que o acusado seja membro do Ministério Público do Traba-
no determinar sigilo. lho;
Art. 98. Compete ao Conselho Superior do Ministério XVI - decidir sobre o cumprimento do estágio probatório
Público do Trabalho: por membro do Ministério Público do Trabalho, encaminhando
I - exercer o poder normativo no âmbito do Ministério cópia da decisão ao Procurador-Geral da República, quando
Público do Trabalho, observados os princípios desta lei com- for o caso, para ser efetivada sua exoneração;
plementar, especialmente para elaborar e aprovar: XVII - decidir sobre remoção e disponibilidade de mem-
a) o seu Regimento Interno, o do Colégio de Procurado- bro do Ministério Público do Trabalho, por motivo de interesse
res do Trabalho e o da Câmara de Coordenação e Revisão do público;
Ministério Público do Trabalho; XVIII - autorizar, pela maioria absoluta de seus mem-
b) as normas e as instruções para o concurso de ingres- bros, que o Procurador-Geral da República ajuíze a ação de
so na carreira;

Legislação 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
perda de cargo contra membro vitalício do Ministério Público SEÇÃO VI
do Trabalho, nos casos previstos em lei; Da Corregedoria do Ministério Público do Trabalho
XIX - opinar sobre os pedidos de reversão de membro da Art. 104. A Corregedoria do Ministério Público do Traba-
carreira; lho, dirigida pelo Corregedor-Geral, é o órgão fiscalizador das
atividades funcionais e da conduta dos membros do Ministério
XX - aprovar a proposta de lei para o aumento do núme- Público.
ro de cargos da carreira e dos ofícios;
Art. 105. O Corregedor-Geral será nomeado pelo Procu-
XXI - deliberar sobre a realização de concurso para o rador-Geral do Trabalho dentre os Subprocuradores-Gerais
ingresso na carreira, designar os membros da Comissão de do Trabalho, integrantes de lista tríplice elaborada pelo Con-
Concurso e opinar sobre a homologação dos resultados; selho Superior, para mandato de dois anos, renovável uma
XXII - aprovar a proposta orçamentária que integrará o vez.
projeto de orçamento do Ministério Público da União; § 1º Não poderão integrar a lista tríplice os membros do
XXIII - exercer outras funções atribuídas em lei. Conselho Superior.
§ 1º Aplicam-se ao Procurador-Geral e aos demais § 2º Serão suplentes do Corregedor-Geral os demais
membros do Conselho Superior as normas processuais em integrantes da lista tríplice, na ordem em que os designar o
geral, pertinentes aos impedimentos e suspeição dos mem- Procurador-Geral.
bros do Ministério Público. § 3º O Corregedor-Geral poderá ser destituído, por inicia-
§ 2º As deliberações relativas aos incisos I, alíneas a e e, tiva do Procurador-Geral, antes do término do mandato, pelo
XI, XIII, XIV, XV e XVII somente poderão ser tomadas com o voto de dois terços dos membros do Conselho Superior.
voto favorável de dois terços dos membros do Conselho Su- Art. 106. Incumbe ao Corregedor-Geral do Ministério
perior. Público:
SEÇÃO V I - participar, sem direito a voto, das reuniões do Conse-
Da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público lho Superior;
do Trabalho
II - realizar, de ofício ou por determinação do Procurador-
Art. 99. A Câmara de Coordenação e Revisão do Minis- Geral ou do Conselho Superior, correições e sindicâncias,
tério Público do Trabalho é um órgão de coordenação, de apresentando os respectivos relatórios;
integração e de revisão do exercício funcional na Instituição.
III - instaurar inquérito contra integrante da carreira e
Art. 100. A Câmara de Coordenação e Revisão do Minis- propor ao Conselho Superior a instauração do processo ad-
tério Público do Trabalho será organizada por ato normativo, ministrativo consequente;
e o Regimento Interno, que disporá sobre seu funcionamento,
será elaborado pelo Conselho Superior. IV - acompanhar o estágio probatório dos membros do
Ministério Público do Trabalho;
Art. 101. A Câmara de Coordenação e Revisão do Minis-
tério Público do Trabalho será composta por três membros do V - propor ao Conselho Superior a exoneração de mem-
Ministério Público do Trabalho, sendo um indicado pelo Pro- bro do Ministério Público do Trabalho que não cumprir as
curador-Geral do Trabalho e dois pelo Conselho Superior do condições do estágio probatório.
Ministério Público do Trabalho, juntamente com seus suplen-
tes, para um mandato de dois anos, sempre que possível, SEÇÃO VII
dentre integrantes do último grau da carreira. Dos Subprocuradores-Gerais do Trabalho

Art. 102. Dentre os integrantes da Câmara de Coordena- Art. 107. Os Subprocuradores-Gerais do Trabalho serão
ção e Revisão, um deles será designado pelo Procurador- designados para oficiar junto ao Tribunal Superior do Traba-
Geral para a função executiva de Coordenador. lho e nos ofícios na Câmara de Coordenação e Revisão.

Art. 103. Compete à Câmara de Coordenação e Revisão Parágrafo único. A designação de Subprocurador-Geral
do Ministério Público do Trabalho: do Trabalho para oficiar em órgãos jurisdicionais diferentes do
previsto para a categoria dependerá de autorização do Con-
I - promover a integração e a coordenação dos órgãos selho Superior.
institucionais do Ministério Público do Trabalho, observado o
princípio da independência funcional; Art. 108. Cabe aos Subprocuradores-Gerais do Trabalho,
privativamente, o exercício das funções de:
II - manter intercâmbio com órgãos ou entidades que
atuem em áreas afins; I - Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho;

III - encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos II - Coordenador da Câmara de Coordenação e Revisão
institucionais do Ministério Público do Trabalho; do Ministério Público do Trabalho.

IV - resolver sobre a distribuição especial de feitos e Art. 109. Os Subprocuradores-Gerais do Trabalho serão
procedimentos, quando a matéria, por sua natureza ou rele- lotados nos ofícios na Procuradoria-Geral do Trabalho.
vância, assim o exigir; SEÇÃO VIII
V - resolver sobre a distribuição especial de feitos, que Dos Procuradores Regionais do Trabalho
por sua contínua reiteração, devam receber tratamento uni- Art. 110. Os Procuradores Regionais do Trabalho serão
forme; designados para oficiar junto aos Tribunais Regionais do
VI - decidir os conflitos de atribuição entre os órgãos do Trabalho.
Ministério Público do Trabalho. Parágrafo único. Em caso de vaga ou de afastamento de
Parágrafo único. A competência fixada nos incisos IV e V Subprocurador-Geral do Trabalho por prazo superior a trinta
será exercida segundo critérios objetivos previamente estabe- dias, poderá ser convocado pelo Procurador-Geral, mediante
lecidos pelo Conselho Superior. aprovação do Conselho Superior, Procurador Regional do
Trabalho para substituição.

Legislação 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 111. Os Procuradores Regionais do Trabalho serão Art. 119. A carreira do Ministério Público Militar é consti-
lotados nos ofícios nas Procuradorias Regionais do Trabalho tuída pelos cargos de Subprocurador-Geral da Justiça Militar,
nos Estados e no Distrito Federal. Procurador da Justiça Militar e Promotor da Justiça Militar.
SEÇÃO IX Parágrafo único. O cargo inicial da carreira é o de Pro-
Dos Procuradores do Trabalho motor da Justiça Militar e o do último nível é o de Subprocu-
rador-Geral da Justiça Militar.
Art. 112. Os Procuradores do Trabalho serão designados
para funcionar junto aos Tribunais Regionais do Trabalho e, SEÇÃO II
na forma das leis processuais, nos litígios trabalhistas que Do Procurador-Geral da Justiça Militar
envolvam, especialmente, interesses de menores e incapa-
zes. Art. 120. O Procurador-Geral da Justiça Militar é o Chefe
do Ministério Público Militar.
Parágrafo único. A designação de Procurador do Traba-
lho para oficiar em órgãos jurisdicionais diferentes dos previs- Art. 121. O Procurador-Geral da Justiça Militar será no-
tos para a categoria dependerá de autorização do Conselho meado pelo Procurador-Geral da República, dentre integran-
Superior. tes da Instituição, com mais de trinta e cinco anos de idade e
de cinco anos na carreira, escolhidos em lista tríplice median-
Art. 113. Os Procuradores do Trabalho serão lotados nos te voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de
ofícios nas Procuradorias Regionais do Trabalho nos Estados Procuradores, para um mandato de dois anos, permitida uma
e no Distrito Federal. recondução, observado o mesmo processo. Caso não haja
número suficiente de candidatos com mais de cinco anos na
SEÇÃO X carreira, poderá concorrer à lista tríplice quem contar mais de
Das Unidades de Lotação e de Administração dois anos na carreira.
Art. 114. Os ofícios na Procuradoria-Geral do Trabalho e Parágrafo único. A exoneração do Procurador-Geral da
nas Procuradorias Regionais do Trabalho nos Estados e no Justiça Militar, antes do término do mandato, será proposta
Distrito Federal são unidades de lotação e de administração pelo Conselho Superior ao Procurador-Geral da República,
do Ministério Público do Trabalho. mediante deliberação obtida com base em voto secreto de
Art. 115. A estrutura básica das unidades de lotação e de dois terços de seus integrantes.
administração será organizada por regulamento, nos termos Art. 122. O Procurador-Geral da Justiça Militar designa-
da lei. rá, dentre os Subprocuradores-Gerais, o Vice-Procurador-
CAPÍTULO III Geral da Justiça Militar, que o substituirá em seus impedimen-
Do Ministério Público Militar tos. Em caso de vacância, exercerá o cargo o Vice-Presidente
do Conselho Superior, até o seu provimento definitivo.
SEÇÃO I
Da Competência, dos Órgãos e da Carreira Art. 123. Compete ao Procurador-Geral da Justiça Militar
exercer as funções atribuídas ao Ministério Público Militar
Art. 116. Compete ao Ministério Público Militar o exercí- junto ao Superior Tribunal Militar, propondo as ações cabíveis
cio das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça e manifestando-se nos processos de sua competência.
Militar:
Art. 124. São atribuições do Procurador-Geral da Justiça
I - promover, privativamente, a ação penal pública; Militar:
II - promover a declaração de indignidade ou de incom- I - representar o Ministério Público Militar;
patibilidade para o oficialato;
II - integrar, como membro nato, e presidir o Colégio de
III - manifestar-se em qualquer fase do processo, aco- Procuradores da Justiça Militar, o Conselho Superior do Mi-
lhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando enten- nistério Público da Justiça Militar e a Comissão de Concurso;
der existente interesse público que justifique a intervenção.
III - nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público
Art. 117. Incumbe ao Ministério Público Militar: Militar, segundo lista tríplice elaborada pelo Conselho Superi-
I - requisitar diligências investigatórias e a instauração de or;
inquérito policial-militar, podendo acompanhá-los e apresentar IV - designar um dos membros e o Coordenador da Câ-
provas; mara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Militar;
II - exercer o controle externo da atividade da polícia V - designar, observados os critérios da lei e os estabe-
judiciária militar. lecidos pelo Conselho Superior, os ofícios em que exercerão
Art. 118. São órgãos do Ministério Público Militar: suas funções os membros do Ministério Público Militar;

I - o Procurador-Geral da Justiça Militar; VI - decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribui-


ções entre os órgãos do Ministério Público Militar;
II - o Colégio de Procuradores da Justiça Militar;
VII - determinar a abertura de correição, sindicância ou
III - o Conselho Superior do Ministério Público Militar; inquérito administrativo;
IV - a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério VIII - determinar a instauração de inquérito ou processo
Público Militar; administrativo contra servidores dos serviços auxiliares;
V - a Corregedoria do Ministério Público Militar; IX - decidir processo disciplinar contra membro da carrei-
ra ou servidor dos serviços auxiliares, aplicando as sanções
VI - os Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar;
que sejam de sua competência;
VII - os Procuradores da Justiça Militar;
X - decidir, atendida a necessidade do serviço, sobre:
VIII - os Promotores da Justiça Militar.
a) remoção a pedido ou por permuta;
b) alteração parcial da lista bienal de designações;

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XI - autorizar o afastamento de membros do Ministério § 2º Excepcionalmente, em caso de interesse relevante
Público Militar, ouvido o Conselho Superior, nas hipóteses da da Instituição, o Colégio de Procuradores reunir-se-á em local
lei; designado pelo Procurador-Geral da Justiça Militar, desde
que convocado por ele ou pela maioria de seus membros.
XII - dar posse aos membros do Ministério Público Mili-
tar; § 3º O Regimento Interno do Colégio de Procuradores
Militares disporá sobre seu funcionamento.
XIII - designar membro do Ministério Público Militar para:
SEÇÃO IV
a) funcionar nos órgãos em que a participação da insti- Do Conselho Superior do Ministério Público Militar
tuição seja legalmente prevista, ouvido o Conselho Superior;
Art. 128. O Conselho Superior do Ministério Público
b) integrar comissões técnicas ou científicas, relaciona- Militar, presidido pelo Procurador-Geral da Justiça Militar, tem
das às funções da Instituição, ouvido o Conselho Superior; a seguinte composição:
c) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de I - o Procurador-Geral da Justiça Militar e o Vice-
vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento ou Procurador-Geral da Justiça Militar;
suspeição do titular, na inexistência ou falta do substituto
designado; II - os Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar.
XIV - homologar, ouvido o Conselho Superior, o resulta- Parágrafo único. O Conselho Superior elegerá o seu
do do concurso para ingresso na carreira; Vice-Presidente, que substituirá o Presidente em seus impe-
dimentos e em caso de vacância.
XV - fazer publicar o aviso de existência de vaga, na
lotação e na relação bienal de designações; Art. 129. O Conselho Superior do Ministério Público
Militar reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, em dia
XVI - propor ao Procurador-Geral da República, ouvido o previamente fixado, e, extraordinariamente, quando convoca-
Conselho Superior, a criação e extinção de cargos da carreira do pelo Procurador-Geral da Justiça Militar ou por proposta da
e dos ofícios em que devam ser exercidas suas funções; maioria absoluta de seus membros.
XVII - elaborar a proposta orçamentária do Ministério Art. 130. Salvo disposição em contrário, as deliberações
Público Militar, submetendo-a ao Conselho Superior; do Conselho Superior serão tomadas por maioria de votos,
XVIII - encaminhar ao Procurador-Geral da República a presente a maioria absoluta dos seus membros.
proposta orçamentária do Ministério Público Militar, após sua § 1º Em caso de empate, prevalecerá o voto do Presi-
aprovação pelo Conselho Superior; dente, exceto em matéria de sanções, caso em que prevale-
XIX - organizar a prestação de contas do exercício ante- cerá a solução mais favorável ao acusado.
rior, encaminhando-a ao Procurador-Geral da República; § 2º As deliberações do Conselho Superior serão publi-
XX - praticar atos de gestão administrativa, financeira e cadas no Diário da Justiça, exceto quando o regimento inter-
de pessoal; no determine sigilo.
XXI - elaborar o relatório de atividades do Ministério Art. 131. Compete ao Conselho Superior do Ministério
Público Militar; Público Militar:
XXII - coordenar as atividades do Ministério Público I - exercer o poder normativo no âmbito do Ministério
Militar; Público Militar, observados os princípios desta lei complemen-
tar, especialmente para elaborar e aprovar:
XXIII - exercer outras atribuições previstas em lei.
a) o seu regimento interno, o do Colégio de Procurado-
Art. 125. As atribuições do Procurador-Geral da Justiça res da Justiça Militar e o da Câmara de Coordenação e Revi-
Militar, previstas no artigo anterior poderão ser delegadas: são do Ministério Público Militar;
I - ao Coordenador da Câmara de Coordenação e Revi- b) as normas e as instruções para o concurso de ingres-
são, as dos incisos XIII, alínea c, e XXII; so na carreira;
II - a Procurador da Justiça Militar, as dos incisos I e XX. c) as normas sobre as designações para os diferentes
SEÇÃO III ofícios do Ministério Público Militar;
Do Colégio de Procuradores da Justiça Militar d) os critérios para distribuição de inquéritos e quaisquer
Art. 126. O Colégio de Procuradores da Justiça Militar, outros feitos, no Ministério Público Militar;
presidido pelo Procurador-Geral da Justiça Militar, é integrado e) os critérios de promoção por merecimento na carreira;
por todos os membros da carreira em atividade no Ministério
Público da Justiça Militar. f) o procedimento para avaliar o cumprimento das condi-
ções do estágio probatório;
Art. 127. Compete ao Colégio de Procuradores da Justi-
ça Militar: II - indicar os integrantes da Câmara de Coordenação e
Revisão do Ministério Público Militar;
I - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e
secreto, lista tríplice para a escolha do Procurador-Geral da III - propor a exoneração do Procurador-Geral da Justiça
Justiça Militar; Militar;
II - opinar sobre assuntos gerais de interesse da Institui- IV - destituir, por iniciativa do Procurador-Geral do Minis-
ção. tério Público Militar e pelo voto de dois terços de seus mem-
bros, antes do término do mandato, o Corregedor-Geral;
§ 1º Para os fins previstos no inciso I, prescindir-se-á de
reunião do Colégio de Procuradores, procedendo-se segundo V - elaborar a lista tríplice, destinada à promoção por
dispuser o seu regimento interno, exigido o voto da maioria merecimento;
absoluta dos eleitores. VI - elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do
Ministério Público Militar;

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VII - aprovar a lista de antiguidade do Ministério Público Art. 133. A Câmara de Coordenação e Revisão do Minis-
Militar e decidir sobre as reclamações a ela concernentes; tério Público Militar será organizada por ato normativo e o
Regimento Interno, que disporá sobre seu funcionamento,
VIII - indicar o membro do Ministério Público Militar para será elaborado e aprovado pelo Conselho Superior.
promoção por antiguidade, observado o disposto no art. 93, II,
alínea d, da Constituição Federal; Art. 134. A Câmara de Coordenação e Revisão do Minis-
tério Público Militar será composta por três membros do Mi-
IX - opinar sobre a designação de membro do Ministério nistério Público Militar, sendo um indicado pelo Procurador-
Público Militar para: Geral da Justiça Militar e dois pelo Conselho Superior do
a) funcionar nos órgãos em que a participação da Insti- Ministério Público Militar, juntamente com seus suplentes,
tuição seja legalmente prevista; para um mandato de dois anos, sempre que possível, dentre
integrantes do último grau da carreira.
b) integrar comissões técnicas ou científicas relaciona-
das às funções da Instituição; Art. 135. Dentre os integrantes da Câmara de Coordena-
ção e Revisão, um deles será designado pelo Procurador-
X - opinar sobre o afastamento temporário de membro Geral para a função executiva de Coordenador.
do Ministério Público Militar;
Art. 136. Compete à Câmara de Coordenação e Revisão
XI - autorizar a designação, em caráter excepcional, de do Ministério Público Militar:
membro do Ministério Público Militar, para exercício de atri-
buições processuais perante juízos, tribunais ou ofícios dife- I - promover a integração e a coordenação dos órgãos
rentes dos estabelecidos para cada categoria; institucionais do Ministério Público Militar, observado o princí-
pio da independência funcional;
XII - determinar a realização de correições e sindicâncias
e apreciar os relatórios correspondentes; II - manter intercâmbio com órgãos ou entidades que
atuem em áreas afins;
XIII - determinar a instauração de processos administra-
tivos em que o acusado seja membro do Ministério Público III - encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos
Militar, apreciar seus relatórios e propor as medidas cabíveis; institucionais do Ministério Público Militar;
XIV - determinar o afastamento preventivo do exercício IV - manifestar-se sobre o arquivamento de inquérito
de suas funções, de membro do Ministério Público Militar, policial militar, exceto nos casos de competência originária do
indiciado ou acusado em processo disciplinar, e seu retorno; Procurador-Geral;
XV - designar a comissão de processo administrativo em V - resolver sobre a distribuição especial de inquéritos e
que o acusado seja membro do Ministério Público Militar; quaisquer outros feitos, quando a matéria, por sua natureza
ou relevância, assim o exigir;
XVI - decidir sobre o cumprimento do estágio probatório
por membro do Ministério Público Militar, encaminhando cópia VI - decidir os conflitos de atribuição entre os órgãos do
da decisão ao Procurador-Geral da República, quando for o Ministério Público Militar.
caso, para ser efetivada sua exoneração; Parágrafo único. A competência fixada no inciso V será
XVII - decidir sobre remoção e disponibilidade de mem- exercida segundo critérios objetivos previamente estabeleci-
bro do Ministério Público Militar, por motivo de interesse pú- dos pelo Conselho Superior.
blico; SEÇÃO VI
XVIII - autorizar, pela maioria absoluta de seus mem- Da Corregedoria do Ministério Público Militar
bros, que o Procurador-Geral da República ajuíze ação de Art. 137. A Corregedoria do Ministério Público Militar,
perda de cargo contra membro vitalício do Ministério Público dirigida pelo Corregedor-Geral, é o órgão fiscalizador das
Militar, nos casos previstos nesta lei complementar; atividades funcionais e da conduta dos membros do Ministério
XIX - opinar sobre os pedidos de reversão de membro da Público.
carreira; Art. 138. O Corregedor-Geral do Ministério Público Militar
XX - aprovar a proposta de lei para o aumento do núme- será nomeado pelo Procurador- Geral da Justiça Militar dentre
ro de cargos da carreira e dos ofícios; os Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar, integrantes de
lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior, para mandato
XXI - deliberar sobre a realização de concurso para in- de dois anos, renovável uma vez.
gresso na carreira, designar os membros da Comissão de
Concurso e opinar sobre a homologação dos resultados; § 1º Serão suplentes do Corregedor-Geral os demais
integrantes da lista tríplice, na ordem em que os designar o
XXII - exercer outras funções atribuídas em lei. Procurador-Geral.
§ 1º Aplicam-se ao Procurador-Geral e aos demais § 2º O Corregedor-Geral poderá ser destituído, por inicia-
membros do Conselho Superior as normas processuais em tiva do Procurador-Geral, antes do término do mandato, pelo
geral, pertinentes aos impedimentos e suspeição dos mem- voto de dois terços dos membros do Conselho Superior.
bros do Ministério Público.
Art. 139. Incumbe ao Corregedor-Geral do Ministério
§ 2º As deliberações relativas aos incisos I, alíneas a e e, Público:
XI, XIII, XIV, XV e XVII somente poderão ser tomadas com o
voto favorável de dois terços dos membros do Conselho Su- I - realizar, de ofício, ou por determinação do Procurador-
perior. Geral ou do Conselho Superior, correições e sindicâncias,
apresentando os respectivos relatórios;
SEÇÃO V
Da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público II - instaurar inquérito contra integrante da carreira e
Militar propor ao Conselho a instauração do processo administrativo
consequente;
Art. 132. A Câmara de Coordenação e Revisão do Minis-
tério Público Militar é o órgão de coordenação, de integração III - acompanhar o estágio probatório dos membros do
e de revisão do exercício funcional na Instituição. Ministério Público Militar;

Legislação 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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IV - propor ao Conselho Superior a exoneração de mem- Art. 149. O Ministério Público do Distrito Federal e Terri-
bro do Ministério Público Militar que não cumprir as condições tórios exercerá as suas funções nas causas de competência
do estágio probatório. do Tribunal de Justiça e dos Juízes do Distrito Federal e Terri-
tórios.
SEÇÃO VII
Dos Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar Art. 150. Incumbe ao Ministério Público do Distrito Fede-
ral e Territórios:
Art. 140. Os Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar
serão designados para oficiar junto ao Superior Tribunal Mili- I - instaurar inquérito civil e outros procedimentos admi-
tar e à Câmara de Coordenação e Revisão. nistrativos correlatos;
Parágrafo único. A designação de Subprocurador-Geral II - requisitar diligências investigatórias e a instauração
Militar para oficiar em órgãos jurisdicionais diferentes do pre- de inquérito policial, podendo acompanhá-los e apresentar
visto para a categoria dependerá de autorização do Conselho provas;
Superior.
III - requisitar à autoridade competente a instauração de
Art. 141. Cabe aos Subprocuradores-Gerais da Justiça procedimentos administrativos, ressalvados os de natureza
Militar, privativamente, o exercício das funções de: disciplinar, podendo acompanhá-los e produzir provas;
I - Corregedor-Geral do Ministério Público Militar; IV - exercer o controle externo da atividade da polícia do
Distrito Federal e da dos Territórios;
II - Coordenador da Câmara de Coordenação e Revisão
do Ministério Público Militar. V - participar dos Conselhos Penitenciários;
Art. 142. Os Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar VI - participar, como instituição observadora, na forma e
serão lotados nos ofícios na Procuradoria-Geral da Justiça nas condições estabelecidas em ato do Procurador-Geral da
Militar. República, de qualquer órgão da administração pública direta,
indireta ou fundacional do Distrito Federal, que tenha atribui-
SEÇÃO VIII ções correlatas às funções da Instituição;
Dos Procuradores da Justiça Militar
VII - fiscalizar a execução da pena, nos processos de
Art. 143. Os Procuradores da Justiça Militar serão desig- competência da Justiça do Distrito Federal e Territórios.
nados para oficiar junto às Auditorias Militares.
Art. 151. Cabe ao Ministério Público do Distrito Federal e
§ 1º Em caso de vaga ou afastamento do Subprocura- Territórios exercer a defesa dos direitos constitucionais do
dor-Geral da Justiça Militar por prazo superior a trinta dias, cidadão, sempre que se cuide de garantir-lhes o respeito:
poderá ser convocado pelo Procurador-Geral, mediante apro-
vação pelo Conselho Superior, Procurador da Justiça Militar I - pelos Poderes Públicos do Distrito Federal e dos Terri-
e, nenhum desses aceitando, poderá ser convocado Promotor tórios;
da Justiça Militar, para substituição.
II - pelos órgãos da administração pública, direta ou
§ 2º O Procurador da Justiça Militar convocado, ou o indireta, do Distrito Federal e dos Territórios;
Promotor da Justiça Militar, receberá a diferença de venci-
mentos, correspondente ao cargo de Subprocurador-Geral da III - pelos concessionários e permissionários do serviço
Justiça Militar, inclusive diárias e transporte se for o caso. público do Distrito Federal e dos Territórios;

Art. 144. Os Procuradores da Justiça Militar serão lota- IV - por entidades que exerçam outra função delegada
dos nos ofícios nas Procuradorias da Justiça Militar. do Distrito Federal e dos Territórios.

SEÇÃO IX Art. 152. O Procurador-Geral de Justiça designará, den-


Dos Promotores da Justiça Militar tre os Procuradores de Justiça e mediante prévia aprovação
do nome pelo Conselho Superior, o Procurador Distrital dos
Art. 145. Os Promotores da Justiça Militar serão desig- Direitos do Cidadão, para servir pelo prazo de dois anos,
nados para oficiar junto às Auditorias Militares. permitida a recondução, precedida de nova decisão do Con-
selho Superior.
Parágrafo único. Em caso de vaga ou afastamento de
Procurador da Justiça Militar por prazo superior a trinta dias, § 1º Sempre que possível, o Procurador Distrital não
poderá ser convocado pelo Procurador-Geral, mediante apro- acumulará o exercício de suas funções com outras do Minis-
vação do Conselho Superior, Promotor da Justiça Militar, para tério Público.
a substituição.
§ 2º O Procurador Distrital somente será dispensado,
Art. 146. Os Promotores da Justiça Militar serão lotados antes do termo de sua investidura, por iniciativa do Procura-
nos ofícios nas Procuradorias da Justiça Militar. dor-Geral de Justiça, anuindo a maioria absoluta do Conselho
Superior.
SEÇÃO X
Das Unidades de Lotação e de Administração Art. 153. São órgãos do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios:
Art. 147. Os ofícios na Procuradoria-Geral da Justiça
Militar e nas Procuradorias da Justiça Militar são unidades de I - o Procurador-Geral de Justiça;
lotação e de administração do Ministério Público Militar.
II - o Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça;
Art. 148. A estrutura das unidades de lotação e de admi-
nistração será organizada por regulamento, nos termos da lei. III - o Conselho Superior do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios;
CAPÍTULO IV
Do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios IV - a Corregedoria do Ministério Público do Distrito Fe-
deral e Territórios;
SEÇÃO I
Da Competência, dos Órgãos e da Carreira V - as Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios;
VI - os Procuradores de Justiça;

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VII - os Promotores de Justiça; IX - decidir processo disciplinar contra membro da carrei-
ra ou servidor dos serviços auxiliares, aplicando as sanções
VIII - os Promotores de Justiça Adjuntos. que sejam de sua competência;
Art. 154. A carreira do Ministério Público do Distrito Fe- X - decidir, atendendo a necessidade do serviço, sobre:
deral e Territórios é constituída pelos cargos de Procurador
de Justiça, Promotor de Justiça e Promotor de Justiça Adjun- a) remoção a pedido ou por permuta;
to.
b) alteração parcial da lista bienal de designações;
Parágrafo único. O cargo inicial da carreira é o de Pro-
motor de Justiça Adjunto e o último o de Procurador de Justi- XI - autorizar o afastamento de membros do Ministério
ça. Público do Distrito Federal e Territórios, ouvido o Conselho
Superior, nos casos previstos em lei;
SEÇÃO II
Do Procurador-Geral de Justiça XII - dar posse aos membros do Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios;
Art. 155. O Procurador-Geral de Justiça é o Chefe do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. XIII - designar membro do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios para:
Art. 156. O Procurador-Geral de Justiça será nomeado
pelo Presidente da República dentre integrantes de lista trípli- a) funcionar nos órgãos em que a participação da Insti-
ce elaborada pelo Colégio de Procuradores e Promotores de tuição seja legalmente prevista, ouvido o Conselho Superior;
Justiça, para mandato de dois anos, permitida uma recondu- b) integrar comissões técnicas ou científicas, relaciona-
ção, precedida de nova lista tríplice. das às funções da Instituição, ouvido o Conselho Superior;
§ 1º Concorrerão à lista tríplice os membros do Ministério c) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de
Público do Distrito Federal com mais de cinco anos de exercí- vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento ou
cio nas funções da carreira e que não tenham sofrido, nos suspeição do titular, na inexistência ou falta do substituto
últimos quatro anos, qualquer condenação definitiva ou não designado;
estejam respondendo a processo penal ou administrativo.
d) acompanhar procedimentos administrativos e inquéri-
§ 2º O Procurador-Geral poderá ser destituído, antes do tos policiais, instaurados em áreas estranhas à sua compe-
término do mandato, por deliberação da maioria absoluta do tência específica, desde que relacionados a fatos de interesse
Senado Federal, mediante representação do Presidente da da Instituição;
República.
XIV - homologar, ouvido o Conselho Superior, o resulta-
Art. 157. O Procurador-Geral designará, dentre os Procu- do de concurso para ingresso na carreira;
radores de Justiça, o Vice-Procurador-Geral de Justiça, que o
substituirá em seus impedimentos. Em caso de vacância, XV - fazer publicar o aviso de existência de vaga, na
exercerá o cargo o Vice-Presidente do Conselho Superior, até lotação e na relação bienal de designações;
o seu provimento definitivo. XVI - propor ao Procurador-Geral da República, ouvido o
Art. 158. Compete ao Procurador-Geral de Justiça exer- Conselho Superior, a criação e a extinção de cargos da car-
cer as funções atribuídas ao Ministério Público no Plenário do reira e dos ofícios em que devam ser exercidas suas funções;
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, propondo XVII - elaborar a proposta orçamentária do Ministério
as ações cabíveis e manifestando-se nos processos de sua Público do Distrito Federal e Territórios, submetendo-a ao
competência. Conselho Superior;
Art. 159. Incumbe ao Procurador-Geral de Justiça, como XVIII - encaminhar ao Procurador-Geral da República a
Chefe do Ministério Público: proposta orçamentária do Ministério Público do Distrito Fede-
I - representar o Ministério Público do Distrito Federal e ral e Territórios, após sua aprovação pelo Conselho Superior;
Territórios; XIX - organizar a prestação de contas do exercício ante-
II - integrar, como membro nato, o Colégio de Procurado- rior, encaminhando-a ao Procurador-Geral da República;
res e Promotores de Justiça, o Conselho Superior e a Comis- XX - praticar atos de gestão administrativa, financeira e
são de Concurso; de pessoal;
III - designar o Procurador Distrital dos Direitos do Cida- XXI - elaborar o relatório de atividades do Ministério
dão; Público do Distrito Federal e Territórios;
IV - designar um dos membros e o Coordenador de cada XXII - coordenar as atividades do Ministério Público do
uma das Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Distrito Federal e Territórios;
Público do Distrito Federal e Territórios;
XXIII - exercer outras atribuições previstas em lei.
V - nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios; Art. 160. As atribuições do Procurador-Geral de Justiça,
previstas nos incisos XIII, alíneas c, d, XXII e XXIII, do artigo
VI - decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribui- anterior, poderão ser delegadas a Coordenador de Câmara
ções entre órgãos do Ministério Público do Distrito Federal e de Coordenação e Revisão.
Territórios;
SEÇÃO III
VII - determinar a abertura de correição, sindicância ou Do Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça
inquérito administrativo;
Art. 161. O Colégio de Procuradores e Promotores de
VIII - determinar a instauração de inquérito ou processo Justiça, presidido pelo Procurador-Geral de Justiça, é integra-
administrativo contra servidores dos serviços auxiliares; do por todos os membros da carreira em atividade no Ministé-
rio Público do Distrito Federal e Territórios.

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Art. 162. Compete ao Colégio de Procuradores e Promo- Art. 166. Compete ao Conselho Superior do Ministério
tores de Justiça: Público do Distrito Federal e Territórios:
I - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e I - exercer o poder normativo no âmbito do Ministério
secreto, a lista tríplice para o cargo de Procurador-Geral de Público do Distrito Federal e Territórios, observados os princí-
Justiça; pios desta lei complementar, especialmente para elaborar e
aprovar:
II - opinar sobre assuntos gerais de interesse da Institui-
ção; a) o seu regimento interno, o do Colégio de Procurado-
res e Promotores de Justiça do Distrito Federal e Territórios e
III - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e os das Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério
secreto, lista sêxtupla para a composição do Tribunal de Jus- Público do Distrito Federal e Territórios;
tiça do Distrito Federal e Territórios, sendo elegíveis os mem-
bros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios com b) as normas e as instruções para o concurso de ingres-
mais de dez anos de carreira; so na carreira;
IV - eleger, dentre os Procuradores de Justiça e median- c) as normas sobre as designações para os diferentes
te voto plurinominal, facultativo e secreto, quatro membros do ofícios do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
Conselho Superior do Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios; d) os critérios para distribuição de inquéritos, procedi-
mentos administrativos e quaisquer outros feitos no Ministério
V - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e Público do Distrito Federal e Territórios;
secreto, lista sêxtupla para a composição do Superior Tribunal
de Justiça, sendo elegíveis os membros do Ministério Público e) os critérios de promoção por merecimento, na carrei-
do Distrito Federal e Territórios, com mais de trinta e cinco e ra;
menos de sessenta e cinco anos de idade. f) o procedimento para avaliar o cumprimento das condi-
§ 1º Para os fins previstos nos incisos I, II, III, IV e V, ções do estágio probatório;
prescindir-se-á de reunião do Colégio de Procuradores e II - aprovar o nome do Procurador Distrital dos Direitos
Promotores de Justiça, procedendo-se segundo dispuser o do Cidadão;
seu Regimento Interno, exigido o voto da maioria absoluta
dos eleitores. III - indicar os integrantes das Câmaras de Coordenação
e Revisão;
§ 2º Excepcionalmente, em caso de interesse relevante
da Instituição, o Colégio de Procuradores e Promotores de IV - destituir, por iniciativa do Procurador-Geral e pelo
Justiça reunir-se-á em local designado pelo Procurador-Geral voto de dois terços de seus membros, o Corregedor-Geral;
de Justiça, desde que convocado por ele ou pela maioria de V - elaborar a lista tríplice destinada à promoção por
seus membros. merecimento;
§ 3º O Regimento Interno do Colégio de Procuradores e VI - elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do
Promotores de Justiça disporá sobre seu funcionamento. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
SEÇÃO IV VII - aprovar a lista de antiguidade do Ministério Público
Do Conselho Superior do Ministério Público do Distrito Fede- do Distrito Federal e Territórios e decidir sobre as reclama-
ral e Territórios ções a ela concernentes;
Art. 163. O Conselho Superior do Ministério Público do VIII - indicar o membro do Ministério Público do Distrito
Distrito Federal e Territórios, presidido pelo Procurador-Geral Federal e Territórios para promoção por antiguidade, obser-
de Justiça, tem a seguinte composição: vado o disposto no art. 93, II, alínea d, da Constituição Fede-
I - o Procurador-Geral de Justiça e o Vice-Procurador- ral;
Geral de Justiça, que o integram como membros natos; IX - opinar sobre a designação de membro do Ministério
II - quatro Procuradores de Justiça, eleitos, para manda- Público do Distrito Federal e Territórios para:
to de dois anos, na forma do inciso IV do artigo anterior, per- a) funcionar nos órgãos em que a participação da Insti-
mitida uma reeleição; tuição seja legalmente prevista;
III - quatro Procuradores de Justiça, eleitos para um b) integrar comissões técnicas ou científicas relaciona-
mandato de dois anos, por seus pares, mediante voto pluri- das às funções da Instituição;
nominal, facultativo e secreto, permitida uma reeleição.
X - opinar sobre o afastamento temporário de membro
§ 1º Serão suplentes dos membros de que tratam os do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
incisos II e III os demais votados, em ordem decrescente,
observados os critérios gerais de desempate. XI - determinar a realização de correições e sindicâncias
e apreciar os relatórios correspondentes;
§ 2º O Conselho Superior elegerá o seu Vice-Presidente,
que substituirá o Presidente em seus impedimentos e em XII - determinar a instauração de processos administrati-
caso de vacância. vos em que o acusado seja membro do Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios, apreciar seus relatórios e propor
Art. 164. O Conselho Superior do Ministério Público do as medidas cabíveis;
Distrito Federal e Territórios reunir-se-á, ordinariamente, uma
vez por mês, em dia previamente fixado, e, extraordinaria- XIII - determinar o afastamento preventivo do exercício
mente, quando convocado pelo Procurador-Geral de Justiça de suas funções, de membro do Ministério Público do Distrito
ou por proposta da maioria absoluta de seus membros. Federal e Territórios, indiciado ou acusado em processo dis-
ciplinar, e seu retorno;
Art. 165. Salvo disposição em contrário, as deliberações
do Conselho Superior serão tomadas por maioria de votos, XIV - autorizar a designação, em caráter excepcional, de
presente a maioria absoluta de seus membros. membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territó-
rios, para exercício de atribuições processuais perante juízos,

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tribunais ou ofícios diferentes dos estabelecidos para cada II - manter intercâmbio com órgãos ou entidades que
categoria; atuem em áreas afins;
XV - designar a comissão de processo administrativo em III - encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos
que o acusado seja membro do Ministério Público do Distrito institucionais que atuem em seu setor;
Federal e Territórios;
IV - homologar a promoção de arquivamento de inquérito
XVI - decidir sobre o cumprimento do estágio probatório civil ou peças de informação ou designar outro órgão do Mi-
por membro do Ministério Público do Distrito Federal e Territó- nistério Público para fazê-lo;
rios, propondo ao Procurador-Geral da República, quando for
o caso, a sua exoneração; V - manifestar-se sobre o arquivamento de inquérito
policial, inquérito parlamentar ou peças de informação, exceto
XVII - decidir sobre remoção e disponibilidade de mem- nos casos de competência originária do Procurador-Geral;
bro do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, por
motivo de interesse público; VI - resolver sobre a distribuição especial de inquéritos,
feitos e procedimentos, quando a matéria, por sua natureza
XVIII - autorizar, pela maioria absoluta de seus mem- ou relevância, assim o exigir;
bros, que o Procurador-Geral da República ajuíze ação de
perda de cargo contra membro vitalício do Ministério Público VII - resolver sobre a distribuição especial de feitos, que,
do Distrito Federal e Territórios, nos casos previstos em lei; por sua contínua reiteração, devam receber tratamento uni-
forme;
XIX - opinar sobre os pedidos de reversão de membro da
carreira; VIII - decidir os conflitos de atribuição entre os órgãos do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
XX - aprovar proposta de lei para o aumento do número
de cargos da carreira e dos ofícios; Parágrafo único. A competência fixada nos incisos VI e
VII será exercida segundo critérios objetivos previamente
XXI - deliberar sobre a realização de concurso para in- estabelecidos pelo Conselho Superior.
gresso na carreira, designar os membros da Comissão de
Concurso e opinar sobre a homologação dos resultados; SEÇÃO VI
Da Corregedoria do Ministério Público do Distrito Federal e
XXII - aprovar a proposta orçamentária que integrará o Territórios
projeto de orçamento do Ministério Público da União;
Art. 172. A Corregedoria do Ministério Público do Distrito
XXIII - exercer outras funções atribuídas em lei. Federal e Territórios, dirigida pelo Corregedor-Geral, é o ór-
gão fiscalizador das atividades funcionais e da conduta dos
Parágrafo único. O Procurador-Geral de Justiça e os membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territó-
membros do Conselho Superior estarão impedidos de partici- rios.
par das decisões deste nos casos previstos nas leis proces-
suais para o impedimento e a suspeição de membros do Art. 173. O Corregedor-Geral do Ministério Público do
Ministério Público. Distrito Federal e Territórios será nomeado pelo Procurador-
Geral dentre os Procuradores de Justiça integrantes de lista
SEÇÃO V tríplice elaborada pelo Conselho Superior, para mandato de
Das Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Públi- dois anos, renovável uma vez.
co do Distrito Federal e Territórios
§ 1º Não poderão integrar a lista tríplice os membros do
Art. 167. As Câmaras de Coordenação e Revisão do Conselho Superior.
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios são órgãos
setoriais de coordenação, de integração e de revisão do exer- § 2º Serão suplentes do Corregedor-Geral os demais
cício funcional na instituição. integrantes da lista tríplice, na ordem em que os designar o
Procurador-Geral.
Art. 168. As Câmaras de Coordenação e Revisão serão
organizadas por função ou por matéria, através de ato norma- § 3º O Corregedor-Geral poderá ser destituído por inicia-
tivo. tiva do Procurador-Geral, antes do término do mandato, pelo
Conselho Superior, observado o disposto no inciso IV do art.
Parágrafo único. O Regimento Interno, que disporá sobre 166.
o funcionamento das Câmaras de Coordenação e Revisão,
será elaborado e aprovado pelo Conselho Superior. Art. 174. Compete ao Corregedor-Geral do Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios:
Art. 169. As Câmaras de Coordenação e Revisão do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios serão com- I - participar, sem direito a voto, das reuniões do Conse-
postas por três membros do Ministério Público do Distrito lho Superior;
Federal e Territórios, sendo um indicado pelo Procurador-
Geral de Justiça e dois pelo Conselho Superior do Ministério II - realizar, de ofício ou por determinação do Procurador-
Público do Distrito Federal e Territórios, juntamente com seus Geral ou do Conselho Superior, correições e sindicâncias,
suplentes, para um mandato de dois anos, sempre que possí- apresentando os respectivos relatórios;
vel, dentre integrantes do último grau da carreira. III - instaurar inquérito contra integrante da carreira e
Art. 170. Dentre os integrantes da respectiva Câmara de propor ao Conselho Superior a instauração do processo ad-
Coordenação e Revisão, um será designado pelo Procurador- ministrativo consequente;
Geral para a função executiva de Coordenador. IV - acompanhar o estágio probatório dos membros do
Art. 171. Compete às Câmaras de Coordenação e Revi- Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
são: V - propor ao Conselho Superior a exoneração de mem-
I - promover a integração e a coordenação dos órgãos bro do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios que
institucionais que atuem em ofícios ligados à sua atividade não cumprir as condições do estágio probatório.
setorial, observado o princípio da independência funcional; SEÇÃO VII
Dos Procuradores de Justiça

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Art. 175. Os Procuradores de Justiça serão designados SEÇÃO II
para oficiar junto ao Tribunal de Justiça e nas Câmaras de Do Concurso
Coordenação e Revisão.
Art. 186. O concurso público de provas e títulos para
Parágrafo único. A designação de Procurador de Justiça ingresso em cada carreira do Ministério Público da União terá
para oficiar em órgãos jurisdicionais diferentes do previsto âmbito nacional, destinando-se ao preenchimento de todas as
para a categoria dependerá de autorização do Conselho Su- vagas existentes e das que ocorrerem no prazo de eficácia.
perior.
Parágrafo único. O concurso será realizado, obrigatoria-
Art. 176. Cabe aos Procuradores de Justiça, privativa- mente, quando o número de vagas exceder a dez por cento
mente, o exercício das funções de: do quadro respectivo e, facultativamente, a juízo do Conselho
Superior competente.
I - Corregedor-Geral do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios; Art. 187. Poderão inscrever-se no concurso bacharéis
em Direito há pelo menos dois anos, de comprovada idonei-
II - Procurador Distrital dos Direitos do Cidadão; dade moral.
III - Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão. Art. 188. O concurso obedecerá ao regulamento elabo-
Art. 177. Os Procuradores de Justiça serão lotados nos rado pelo Conselho Superior competente, observado o dis-
ofícios na Procuradoria-Geral da Justiça do Distrito Federal e posto no art. 31.
Territórios. Art. 189. A Comissão de Concurso será integrada pelo
SEÇÃO VIII Procurador-Geral, seu Presidente, por dois membros do res-
Dos Promotores de Justiça pectivo ramo do Ministério Público e por um jurista de reputa-
ção ilibada, indicados pelo Conselho Superior e por um advo-
Art. 178. Os Promotores de Justiça serão designados gado indicado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advoga-
para oficiar junto às Varas da Justiça do Distrito Federal e dos do Brasil.
Territórios.
Art. 190. O edital de abertura do concurso conterá a
Parágrafo único. Os Promotores de Justiça serão lotados relação dos cargos vagos, com a respectiva lotação, e fixará,
nos ofícios previstos para as Promotorias de Justiça. para as inscrições, prazo não inferior a trinta dias, contado de
SEÇÃO IX sua publicação no Diário Oficial.
Dos Promotores de Justiça Adjuntos Art. 191. Não serão nomeados os candidatos aprovados
Art. 179. Os Promotores de Justiça Adjuntos serão de- no concurso, que tenham completado sessenta e cinco anos
signados para oficiar junto às Varas da Justiça do Distrito ou que venham a ser considerados inaptos para o exercício
Federal e Territórios. do cargo, em exame de higidez física e mental.

Parágrafo único. Os Promotores de Justiça Adjuntos Art. 192. O Procurador-Geral competente, ouvido o Con-
serão lotados nos ofícios previstos para as Promotorias de selho Superior, decidirá sobre a homologação do concurso,
Justiça. dentro de trinta dias, contados da publicação do resultado
final.
SEÇÃO X
Das Unidades de Lotação e de Administração Art. 193. O prazo de eficácia do concurso, para efeito de
nomeação, será de dois anos contados da publicação do ato
Art. 180. Os ofícios na Procuradoria-Geral da Justiça do homologatório, prorrogável uma vez pelo mesmo período.
Distrito Federal e Territórios e nas Promotorias de Justiça
serão unidades de lotação e de administração do Ministério Art. 194. A nomeação dos candidatos habilitados no
Público do Distrito Federal e Territórios. concurso obedecerá à ordem de classificação.

Art. 181. A estrutura básica da Procuradoria-Geral de § 1º Os candidatos aprovados, na ordem de classifica-


Justiça será organizada por regulamento, nos termos da lei. ção, escolherão a lotação de sua preferência, na relação das
vagas que, após o resultado do concurso, o Conselho Superi-
TÍTULO III or decidir que devam ser providas inicialmente.
Das Disposições Estatutárias Especiais
§ 2º O candidato aprovado poderá renunciar à nomeação
CAPÍTULO I correspondente à sua classificação, antecipadamente ou até
Da Carreira o termo final do prazo de posse, caso em que o renunciante
será deslocado para o último lugar na lista dos classificados.
SEÇÃO I
Do Provimento SEÇÃO III
Da Posse e do Exercício
Art. 182. Os cargos do Ministério Público da União, salvo
os de Procurador-Geral da República, Procurador-Geral do Art. 195. O prazo para a posse nos cargos do Ministério
Trabalho, Procurador-Geral da Justiça Militar e Procurador- Público da União é de trinta dias, contado da publicação do
Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios, são de pro- ato de nomeação, prorrogável por mais sessenta dias, medi-
vimento vitalício e constituem as carreiras independentes de ante comunicação do nomeado, antes de findo o primeiro
cada ramo. prazo.
Art. 183. Os cargos das classes iniciais serão providos Parágrafo único. O empossado prestará compromisso de
por nomeação, em caráter vitalício, mediante concurso públi- bem cumprir os deveres do cargo, em ato solene, presidido
co específico para cada ramo. pelo Procurador-Geral.
Art. 184. A vitaliciedade somente será alcançada após Art. 196. Para entrar no exercício do cargo, o empossado
dois anos de efetivo exercício. terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período, me-
diante comunicação, antes de findo o prazo inicial.
Art. 185. É vedada a transferência ou aproveitamento
nos cargos do Ministério Público da União, mesmo de um SEÇÃO IV
para outro de seus ramos. Do Estágio Probatório

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Art. 197. Estágio probatório é o período dos dois primei- § 4º Na indicação à promoção por antiguidade, o Conse-
ros anos de efetivo exercício do cargo pelo membro do Minis- lho Superior somente poderá recusar o mais antigo pelo voto
tério Público da União. de dois terços de seus integrantes, repetindo-se a votação até
fixar-se a indicação.
Art. 198. Os membros do Ministério Público da União,
durante o estágio probatório, somente poderão perder o cargo SEÇÃO VI
mediante decisão da maioria absoluta do respectivo Conselho Dos Afastamentos
Superior.
Art. 203. Sem prejuízo dos vencimentos, vantagens, ou
SEÇÃO V qualquer direito, o membro do Ministério Público da União
Das Promoções poderá afastar-se de suas funções:
Art. 199. As promoções far-se-ão, alternadamente, por I - até oito dias consecutivos, por motivo de casamento;
antiguidade e merecimento.
II - até oito dias consecutivos, por motivo de falecimento
§ 1º A promoção deverá ser realizada até trinta dias da de cônjuge ou companheiro, ascendente ou descendente,
ocorrência da vaga; não decretada no prazo legal, a promo- irmão ou pessoa que viva sob sua dependência econômica;
ção produzirá efeitos a partir do termo final dele.
III - até cinco dias úteis, para comparecimento a encon-
§ 2º Para todos os efeitos, será considerado promovido o tros ou congressos, no âmbito da instituição ou promovidos
membro do Ministério Público da União que vier a falecer ou pela entidade de classe a que pertença, atendida a necessi-
se aposentar sem que tenha sido efetivada, no prazo legal, a dade do serviço.
promoção que cabia por antiguidade, ou por força do § 3º do
artigo subsequente. Art. 204. O membro do Ministério Público da União pode-
rá afastar-se do exercício de suas funções para:
§ 3º É facultada a recusa de promoção, sem prejuízo do
critério de preenchimento da vaga recusada. I - frequentar cursos de aperfeiçoamento e estudos, no
País ou no exterior, por prazo não superior a dois anos, pror-
§ 4º É facultada a renúncia à promoção, em qualquer rogável, no máximo, por igual período;
tempo, desde que haja vaga na categoria imediatamente
anterior. II - comparecer a seminários ou congressos, no País ou
no exterior;
Art. 200. O merecimento, para efeito de promoção, será
apurado mediante critérios de ordem objetiva, fixados em III - ministrar cursos e seminários destinados ao aperfei-
regulamento elaborado pelo Conselho Superior do respectivo çoamento dos membros da instituição;
ramo, observado o disposto no art. 31 desta lei complemen- IV - exercer cargo eletivo nos casos previstos em lei ou a
tar. ele concorrer, observadas as seguintes condições:
§ 1º À promoção por merecimento só poderão concorrer a) o afastamento será facultativo e sem remuneração,
os membros do Ministério Público da União com pelo menos durante o período entre a escolha como candidato a cargo
dois anos de exercício na categoria e integrantes da primeira eletivo em convenção partidária e a véspera do registro da
quinta parte da lista de antiguidade, salvo se não houver com candidatura na Justiça Eleitoral;
tais requisitos quem aceite o lugar vago; em caso de recusa,
completar-se-á a fração incluindo-se outros integrantes da b) o afastamento será obrigatório a partir do dia do regis-
categoria, na sequência da ordem de antiguidade. tro da candidatura pela Justiça;

§ 2º Não poderá concorrer à promoção por merecimento V - ausentar-se do País em missão oficial.
quem tenha sofrido penalidade de censura ou suspensão, no § 1º O afastamento, salvo na hipótese do inciso IV, só se
período de um ano imediatamente anterior à ocorrência da dará mediante autorização do Procurador-Geral, depois de
vaga, em caso de censura; ou de dois anos, em caso de sus- ouvido o Conselho Superior e atendida a necessidade de
pensão. serviço.
§ 3º Será obrigatoriamente promovido quem houver § 2º Os casos de afastamento previstos neste artigo dar-
figurado por três vezes consecutivas, ou cinco alternadas, na se-ão sem prejuízo dos vencimentos, vantagens ou qualquer
lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior. direito inerente ao cargo, assegurada, no caso do inciso IV, a
Art. 201. Não poderá concorrer à promoção por mereci- escolha da remuneração preferida, sendo o tempo de afasta-
mento, até um dia após o regresso, o membro do Ministério mento considerado de efetivo exercício para todos os fins e
Público da União afastado da carreira para: efeitos de direito.

I - exercer cargo eletivo ou a ele concorrer; § 3º Não se considera de efetivo exercício, para fins de
estágio probatório, o período de afastamento do membro do
II - exercer outro cargo público permitido por lei. Ministério Público da União.
Art. 202. (Vetado). § 4º Ao membro do Ministério Público da União que haja
§ 1º A lista de antiguidade será organizada no primeiro se afastado de suas funções para o fim previsto no inciso I
trimestre de cada ano, aprovada pelo Conselho Superior e não será concedida exoneração ou licença para tratar de
publicada no Diário Oficial até o último dia do mês seguinte. interesses particulares antes de decorrido período igual ao de
afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento do que
§ 2º O prazo para reclamação contra a lista de antigui- houver recebido a título de vencimentos e vantagens em
dade será de trinta dias, contado da publicação. virtude do afastamento.
§ 3º O desempate na classificação por antiguidade será SEÇÃO VII
determinado, sucessivamente, pelo tempo de serviço na res- Da Reintegração
pectiva carreira do Ministério Público da União, pelo tempo de
serviço público federal, pelo tempo de serviço público em Art. 205. A reintegração, que decorrerá de decisão judi-
geral e pela idade dos candidatos, em favor do mais idoso; na cial passada em julgado, é o reingresso do membro do Minis-
classificação inicial, o primeiro desempate será determinado tério Público da União na carreira, com ressarcimento dos
pela classificação no concurso. vencimentos e vantagens deixados de perceber em razão da

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demissão, contando-se o tempo de serviço correspondente ao Art. 213. A remoção por permuta será concedida medi-
afastamento. ante requerimento dos interessados.
§ 1º O titular do cargo no qual se deva dar a reintegração SEÇÃO II
será reconduzido àquele que anteriormente ocupava, o mes- Das Designações
mo acontecendo com o titular do cargo para o qual deva ocor-
rer a recondução; sendo da classe inicial o cargo objeto da Art. 214. A designação é o ato que discrimina as funções
reintegração ou da recondução, seu titular ficará em disponibi- que sejam compatíveis com as previstas nesta lei comple-
lidade, com proventos idênticos à remuneração que venceria, mentar, para cada classe das diferentes carreiras.
se em atividade estivesse. Parágrafo único. A designação para o exercício de fun-
§ 2º A disponibilidade prevista no parágrafo anterior ções diferentes das previstas para cada classe, nas respecti-
cessará com o aproveitamento obrigatório na primeira vaga vas carreiras, somente será admitida por interesse do serviço,
que venha a ocorrer na classe inicial. exigidas a anuência do designado e a autorização do Conse-
lho Superior.
§ 3º O reconduzido, caso tenha sido promovido por me-
recimento, fará jus à promoção na primeira vaga a ser provida Art. 215. As designações serão feitas observados os
por idêntico critério, atribuindo-se-lhe, quanto à antiguidade critérios da lei e os estabelecidos pelo Conselho Superior:
na classe, os efeitos de sua promoção anterior. I - para o exercício de função definida por esta lei com-
§ 4º O reintegrado será submetido ao exame médico plementar;
exigido para o ingresso na carreira, e, verificando-se sua II - para o exercício de função nos ofícios definidos em
inaptidão para exercício do cargo, será aposentado, com as lei.
vantagens a que teria direito, se efetivada a reintegração.
Art. 216. As designações, salvo quando estabelecido
SEÇÃO VIII outro critério por esta lei complementar, serão feitas por lista,
Da Reversão e da Readmissão no último mês do ano, para vigorar por um biênio, facultada a
Art. 206. (Vetado). renovação.

Art. 207. (Vetado). Art. 217. A alteração da lista poderá ser feita, antes do
termo do prazo, por interesse do serviço, havendo:
CAPÍTULO II
Dos Direitos I - provimento de cargo;

SEÇÃO I II - desprovimento de cargo;


Da Vitaliciedade e da Inamovibilidade III - criação de ofício;
Art. 208. Os membros do Ministério Público da União, IV - extinção de ofício;
após dois anos de efetivo exercício, só poderão ser demitidos
por decisão judicial transitada em julgado. V - pedido do designado;

Parágrafo único. A propositura de ação para perda de VI - pedido de permuta.


cargo, quando decorrente de proposta do Conselho Superior Art. 218. A alteração parcial da lista, antes do termo do
depois de apreciado o processo administrativo, acarretará o prazo, quando modifique a função do designado, sem a sua
afastamento do membro do Ministério Público da União do anuência, somente será admitida nas seguintes hipóteses:
exercício de suas funções, com a perda dos vencimentos e
das vantagens pecuniárias do respectivo cargo. I - extinção, por lei, da função ou ofício para o qual esta-
va designado;
Art. 209. Os membros do Ministério Público da União são
inamovíveis, salvo motivo de interesse público, na forma des- II - nova lotação, em decorrência de:
ta lei complementar.
a) promoção; e
Art. 210. A remoção, para efeito desta lei complementar,
b) remoção;
é qualquer alteração de lotação.
III - afastamento ou disponibilidade;
Parágrafo único. A remoção será feita de ofício, a pedido
singular ou por permuta. IV - aprovação pelo Conselho Superior, de proposta do
Procurador-Geral, pelo voto secreto de dois terços de seus
Art. 211. A remoção de ofício, por iniciativa do Procura-
membros.
dor-Geral, ocorrerá somente por motivo de interesse público,
mediante decisão do Conselho Superior, pelo voto de dois Parágrafo único. A garantia estabelecida neste artigo
terços de seus membros, assegurada ampla defesa. não impede a acumulação eventual de ofícios ou que sejam
ampliadas as funções do designado.
Art. 212. A remoção a pedido singular atenderá à conve-
niência do serviço, mediante requerimento apresentado nos Art. 219. (Vetado).
quinze dias seguintes à publicação de aviso da existência de
vaga; ou, decorrido este prazo, até quinze dias após a publi- SEÇÃO III
cação da deliberação do Conselho Superior sobre a realiza- Das Férias e Licenças
ção de concurso para ingresso na carreira. Art. 220. Os membros do Ministério Público terão direito
§ 1º O aviso será publicado no Diário Oficial, dentro de a férias de sessenta dias por ano, contínuos ou divididos em
quinze dias da vacância. dois períodos iguais, salvo acúmulo por necessidade de ser-
viço e pelo máximo de dois anos.
§ 2º Havendo mais de um candidato à remoção, ao fim
do primeiro prazo previsto no caput deste artigo, será removi- § 1º Os períodos de gozo de férias dos membros do
do o de maior antiguidade; após o decurso deste prazo, pre- Ministério Público da União, que oficiem perante Tribunais,
valecerá a ordem cronológica de entrega dos pedidos. deverão ser simultâneos com os das férias coletivas destes,
salvo motivo relevante ou o interesse do serviço.

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§ 2º Independentemente de solicitação, será paga ao d) para efeito de aposentadoria, será contado em dobro
membro do Ministério Público da União, por ocasião das fé- o período não gozado.
rias, importância correspondente a um terço da remuneração
do período em que as mesmas devam ser gozadas. § 4º A licença prevista no inciso IV poderá ser concedida
ao membro do Ministério Público da União vitalício, pelo prazo
§ 3º O pagamento da remuneração das férias será efe- de até dois anos consecutivos, sem remuneração, observa-
tuado até dois dias antes do início de gozo do respectivo das as seguintes condições:
período, facultada a conversão de um terço das mesmas em
abono pecuniário, requerido com pelo menos sessenta dias a) poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido
de antecedência, nele considerado o valor do acréscimo pre- do interessado ou no interesse do serviço;
visto no parágrafo anterior. b) não será concedida nova licença antes de decorrido
§ 4º Em caso de exoneração, será devida ao membro do dois anos do término da anterior.
Ministério Público da União indenização relativa ao período de § 5º A licença prevista no inciso V será devida ao mem-
férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um bro do Ministério Público da União investido em mandato em
doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior a confederação, federação, associação de classe de âmbito
quatorze dias, calculada com base na remuneração do mês nacional ou sindicato representativo da categoria, observadas
em que for publicado o ato exoneratório. as seguintes condições:
Art. 221. O direito a férias será adquirido após o primeiro a) somente farão jus à licença os eleitos para cargos de
ano de exercício. direção ou representantes nas referidas entidades, até o má-
Art. 222. Conceder-se-á aos membros do Ministério ximo de três por entidade;
Público da União licença: b) a licença terá duração igual à do mandato, podendo
I - por motivo de doença em pessoa da família; ser prorrogada no caso de reeleição, e por uma única vez;

II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companhei- c) será concedida sem prejuízo dos vencimentos, vanta-
ro; gens ou qualquer direito inerente ao cargo.

III - prêmio por tempo de serviço; § 6º É vedado o exercício de atividade remunerada du-
rante o período da licença prevista no inciso I.
IV - para tratar de interesses particulares;
§ 7º A licença concedida dentro de sessenta dias do
V - para desempenho de mandato classista. término de outra da mesma espécie será considerada como
prorrogação.
§ 1º A licença prevista no inciso I será precedida de
exame por médico ou junta médica oficial, considerando-se Art. 223. Conceder-se-á aos membros do Ministério
pessoas da família o cônjuge ou companheiro, o padrasto, a Público da União, além das previstas no artigo anterior, as
madrasta, o ascendente, o descendente, o enteado, o colate- seguintes licenças:
ral consanguíneo ou afim até o segundo grau civil. A licença
estará submetida, ainda, às seguinte condições: I - para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com
base em perícia médica, observadas as seguintes condições:
a) somente será deferida se a assistência direta do
membro do Ministério Público da União for indispensável e a) a licença será concedida sem prejuízo dos vencimen-
não puder ser dada simultaneamente com o exercício do tos e vantagens do cargo;
cargo; b) a perícia será feita por médico ou junta médica oficial,
b) será concedida sem prejuízo dos vencimentos, vanta- se necessário, na residência do examinado ou no estabeleci-
gens ou qualquer direito inerente ao cargo, salvo para conta- mento hospitalar em que estiver internado;
gem de tempo de serviço em estágio probatório, até noventa c) inexistindo médico oficial, será aceito atestado passa-
dias, podendo ser prorrogada por igual prazo nas mesmas do por médico particular;
condições. Excedida a prorrogação, a licença será considera-
da como para tratar de interesses particulares. d) findo o prazo da licença, o licenciado será submetido
a inspeção médica oficial, que concluirá pela volta ao serviço,
§ 2º A licença prevista no inciso II poderá ser concedida pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria;
quando o cônjuge ou companheiro for deslocado para outro
ponto do território nacional, para o exterior ou para exercício e) a existência de indícios de lesões orgânicas ou funci-
de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo; será onais é motivo de inspeção médica;
por prazo indeterminado e sem remuneração, salvo se o II - por acidente em serviço, observadas as seguintes
membro do Ministério Público da União puder ser lotado, condições:
provisoriamente, em ofício vago no local para onde tenha se
deslocado e compatível com o seu cargo, caso em que a a) configura acidente em serviço o dano físico ou mental
licença será convertida em remoção provisória. que se relacione, mediata ou imediatamente, com as funções
exercidas;
§ 3º A licença prevista no inciso III será devida após
cada quinquênio ininterrupto de exercício, pelo prazo de três b) equipara-se ao acidente em serviço o dano decorrente
meses, observadas as seguintes condições: de agressão não provocada e sofrida no exercício funcional,
bem como o dano sofrido em trânsito a ele pertinente;
a) será convertida em pecúnia em favor dos beneficiários
do membro do Ministério Público da União falecido, que não a c) a licença será concedida sem prejuízo dos vencimen-
tiver gozado; tos e vantagens inerentes ao exercício do cargo;
b) não será devida a quem houver sofrido penalidade de d) o acidentado em serviço, que necessite de tratamento
suspensão durante o período aquisitivo ou tiver gozado as especializado, não disponível em instituição pública, poderá
licenças previstas nos incisos II e IV; ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públi-
cos, desde que o tratamento seja recomendado por junta
c) será concedida sem prejuízo dos vencimentos, vanta- médica oficial;
gens ou qualquer direito inerente ao cargo;

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e) a prova do acidente deverá ser feita no prazo de dez a) pessoal e dos dependentes, bem como de mobiliário,
dias, contado de sua ocorrência, prorrogável quando as cir- em caso de remoção, promoção ou nomeação, previstas na
cunstâncias o exigirem; alínea a do inciso I;
III - à gestante, por cento e vinte dias, observadas as b) pessoal, no caso de qualquer outro deslocamento a
seguintes condições: serviço, fora da sede de exercício;
a) poderá ter início no primeiro dia no nono mês de ges- IV - auxílio-doença, no valor de um mês de vencimento,
tação, salvo antecipação por prescrição médica; quando ocorrer licença para tratamento de saúde por mais de
doze meses, ou invalidez declarada no curso deste prazo;
b) no caso de nascimento prematuro, a licença terá início
a partir do parto; V - salário-família;
c) no caso de natimorto, decorridos trinta dias do evento VI - pro labore pela atividade de magistério, por hora-
a mãe será submetida a exame médico e, se julgada apta, aula proferida em cursos, seminários ou outros eventos desti-
reassumirá as suas funções; nados ao aperfeiçoamento dos membros da instituição;
d) em caso de aborto atestado por médico oficial, a li- VII - assistência médico-hospitalar, extensiva aos inati-
cença dar-se-á por trinta dias, a partir da sua ocorrência; vos, pensionistas e dependentes, assim entendida como o
conjunto de atividades relacionadas com a prevenção, con-
IV - pelo nascimento ou a adoção de filho, o pai ou ado- servação ou recuperação da saúde, abrangendo serviços
tante, até cinco dias consecutivos; profissionais médicos, paramédicos, farmacêuticos e odonto-
V - pela adoção ou a obtenção de guarda judicial de lógicos, bem como o fornecimento e a aplicação dos meios e
criança até um ano de idade, o prazo da licença do adotante dos cuidados essenciais à saúde;
ou detentor da guarda será de trinta dias. VIII - auxílio-moradia, em caso de lotação em local cujas
SEÇÃO IV condições de moradia sejam particularmente difíceis ou one-
Dos Vencimentos e Vantagens rosas, assim definido em ato do Procurador-Geral da Repúbli-
ca;
Art. 224. Os membros do Ministério Público da União
receberão o vencimento, a representação e as gratificações IX - gratificação natalina, correspondente a um doze
previstas em lei. avos da remuneração a que fizer jus no mês de dezembro,
por mês de exercício no respectivo ano, considerando-se
§ 1º Sobre os vencimentos incidirá a gratificação adicio- como mês integral a fração igual ou superior a quinze dias.
nal por tempo de serviço, à razão de um por cento por ano de
serviço público efetivo, sendo computado o tempo de advoca- § 1º A gratificação natalina será paga até o dia vinte do
cia, até o máximo de quinze anos, desde que não cumulativo mês de dezembro de cada ano.
com tempo de serviço público. § 2º Em caso de exoneração antes do mês de dezembro,
§ 2º (Vetado) a gratificação natalina será proporcional aos meses de exer-
cício e calculada com base na remuneração do mês em que
§ 3º Os vencimentos serão fixados com diferença não ocorrer a exoneração.
superior a dez por cento de uma para outra das classes de
cada carreira. § 3º A gratificação natalina não será considerada para
cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
§ 4º Os Subprocuradores-Gerais do Ministério Público da
União terão os mesmos vencimentos e vantagens. § 4º Em caso de nomeação, as vantagens previstas nos
incisos I, alínea a, e III, alínea a, são extensivas ao membro
Art. 225. Os vencimentos do Procurador-Geral da Repú- do Ministério Público da União sem vínculo estatutário imedia-
blica são os de Subprocurador- Geral da República, acresci- tamente precedente, desde que seu último domicílio voluntá-
dos de vinte por cento, não podendo exceder os valores per- rio date de mais de doze meses.
cebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título,
por Ministros do Supremo Tribunal Federal. § 5º (Vetado).
Parágrafo único. O acréscimo previsto neste artigo não § 6º A assistência médico-hospitalar de que trata o inciso
se incorpora aos vencimentos do cargo de Procurador-Geral VII será proporcionada pela União, de preferência através de
da República. seus serviços, de acordo com normas e condições reguladas
por ato do Procurador-Geral da República, sem prejuízo da
Art. 226. (Vetado). assistência devida pela previdência social.
Art. 227. Os membros do Ministério Público da União § 7º (Vetado).
farão jus, ainda, às seguintes vantagens:
§ 8º À família do membro do Ministério Público da União
I - ajuda-de-custo em caso de: que falecer no prazo de um ano a partir de remoção de ofício,
a) remoção de ofício, promoção ou nomeação que im- promoção ou nomeação de que tenha resultado mudança de
porte em alteração do domicílio legal, para atender às despe- domicílio legal serão devidos a ajuda de custo e o transporte
sas de instalação na nova sede de exercício em valor corres- para a localidade de origem, no prazo de um ano, contado do
pondente a até três meses de vencimentos; óbito.

b) serviço fora da sede de exercício, por período superior Art. 228. Salvo por imposição legal, ou ordem judicial,
a trinta dias, em valor correspondente a um trinta avos dos nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento e
vencimentos, pelos dias em que perdurar o serviço, sem pre- a pensão devida aos membros do Ministério Público da União
juízo da percepção de diárias; ou a seus beneficiários.

II - diárias, por serviço eventual fora da sede, de valor § 1º Mediante autorização do devedor, poderá haver
mínimo equivalente a um trinta avos dos vencimentos para consignação em folha de pagamento a favor de terceiro.
atender às despesas de locomoção, alimentação e pousada; § 2º As reposições e indenizações em favor do erário
III - transporte: serão descontadas em parcelas mensais de valor não exce-

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dente à décima parte da remuneração ou provento, em valo- proventos do falecido, assegurada a revisão do benefício, na
res atualizados. forma do art. 233.
Art. 229. O membro do Ministério Público da União que, CAPÍTULO III
estando em débito com o erário, for demitido, exonerado ou Da Disciplina
que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá
o prazo de sessenta dias para quitar o débito. SEÇÃO I
Dos Deveres e Vedações
Parágrafo único. Não ocorrendo a quitação do débito no
prazo estabelecido neste artigo, deverá ele ser inscrito em Art. 236. O membro do Ministério Público da União, em
dívida ativa. respeito à dignidade de suas funções e à da Justiça, deve
observar as normas que regem o seu exercício e especial-
Art. 230. A remuneração, o provento e a pensão dos mente:
membros do Ministério Público da União e de seus beneficiá-
rios não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo I - cumprir os prazos processuais;
em caso de dívida de alimentos, resultante de decisão judici- II - guardar segredo sobre assunto de caráter sigiloso
al. que conheça em razão do cargo ou função;
SEÇÃO V III - velar por suas prerrogativas institucionais e proces-
Da Aposentadoria e da Pensão suais;
Art. 231. O membro do Ministério Público da União será IV - prestar informações aos órgãos da administração
aposentado, compulsoriamente, por invalidez ou aos setenta superior do Ministério Público, quando requisitadas;
anos de idade, e facultativamente aos trinta anos de serviço,
após cinco anos de exercício efetivo na carreira. V - atender ao expediente forense e participar dos atos
judiciais, quando for obrigatória a sua presença; ou assistir a
§ 1º Será contado como tempo de serviço para aposen- outros, quando conveniente ao interesse do serviço;
tadoria, não cumulativamente, até o limite de quinze anos, o
tempo de exercício da advocacia. VI - declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;

§ 2º O membro do Ministério Público da União poderá VII - adotar as providências cabíveis em face das irregu-
ainda ser aposentado, voluntariamente, aos sessenta e cinco laridades de que tiver conhecimento ou que ocorrerem nos
anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com serviços a seu cargo;
proventos proporcionais ao tempo de serviço. VIII - tratar com urbanidade as pessoas com as quais se
§ 3º Ao membro do Ministério Público da União, do sexo relacione em razão do serviço;
feminino, é facultada a aposentadoria, com proventos propor- IX - desempenhar com zelo e probidade as suas fun-
cionais, aos vinte e cinco anos de serviço. (Vide ADIN 994- ções;
0)
X - guardar decoro pessoal.
§ 4º A aposentadoria por invalidez será precedida de
licença para tratamento de saúde por período não excedente Art. 237. É vedado ao membro do Ministério Público da
a vinte e quatro meses, salvo quando o laudo médico concluir União:
pela incapacidade definitiva para o exercício de suas funções.
I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto;
§ 5º Será aposentado o membro do Ministério Público honorários, percentagens ou custas processuais;
que, após vinte e quatro meses contínuos de licença para
II - exercer a advocacia;
tratamento de saúde, for considerado inválido para o exercício
de suas funções, não terá efeito interruptivo desse prazo III - exercer o comércio ou participar de sociedade co-
qualquer período de exercício das funções inferiores a trinta mercial, exceto como cotista ou acionista;
dias.
IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer
Art. 232. Os proventos da aposentadoria serão integrais. outra função pública, salvo uma de magistério;
Parágrafo único. Para o cálculo dos proventos da apo- V - exercer atividade político-partidária, ressalvada a
sentadoria serão considerados os vencimentos do cargo ime- filiação e o direito de afastar-se para exercer cargo eletivo ou
diatamente superior ao último exercício pelo aposentado; a ele concorrer.
caso a aposentadoria se dê no último nível da carreira, os
vencimentos deste serão acrescidos do percentual de vinte SEÇÃO II
por cento. Dos Impedimentos e Suspeições

Art. 233. Os proventos da aposentadoria serão revistos Art. 238. Os impedimentos e as suspeições dos mem-
na mesma proporção e data em que se modificar a remunera- bros do Ministério Público são os previstos em lei.
ção dos membros do Ministério Público em atividade, sendo SEÇÃO III
também estendidos aos inativos quaisquer benefícios e van- Das Sanções
tagens novas asseguradas à carreira, ainda que por força de
transformação ou reclassificação do cargo. Art. 239. Os membros do Ministério Público são passí-
veis das seguintes sanções disciplinares:
Art. 234. O aposentado conservará as prerrogativas
previstas no art. 18, inciso I, alínea e e inciso II, alínea e, bem I - advertência;
como carteira de identidade especial, de acordo com o mode- II - censura;
lo aprovado pelo Procurador-Geral da República e por ele
expedida, contendo expressamente tais prerrogativas e o III - suspensão;
registro da situação de aposentado.
IV - demissão; e
Art. 235. A pensão por morte, devida pelo órgão previ-
V - cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
denciário aos dependentes de membros do Ministério Público
da União, corresponderá à totalidade dos vencimentos ou

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Art. 240. As sanções previstas no artigo anterior serão Art. 243. Compete ao Procurador-Geral de cada ramo do
aplicadas: Ministério Público da União aplicar a seus membros as penas
de advertência, censura e suspensão.
I - a de advertência, reservadamente e por escrito, em
caso de negligência no exercício das funções; SEÇÃO IV
Da Prescrição
II - a de censura, reservadamente e por escrito, em caso
de reincidência em falta anteriormente punida com advertên- Art. 244. Prescreverá:
cia ou de descumprimento de dever legal;
I - em um ano, a falta punível com advertência ou censu-
III - a de suspensão, até quarenta e cinco dias, em caso ra;
de reincidência em falta anteriormente punida com censura;
II - em dois anos, a falta punível com suspensão;
IV - a de suspensão, de quarenta e cinco a noventa dias,
em caso de inobservância das vedações impostas por esta lei III - em quatro anos, a falta punível com demissão e
complementar ou de reincidência em falta anteriormente pu- cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
nida com suspensão até quarenta e cinco dias; Parágrafo único. A falta, prevista na lei penal como cri-
V - as de demissão, nos casos de: me, prescreverá juntamente com este.

a) lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio Art. 245. A prescrição começa a correr:
nacional ou de bens confiados à sua guarda; I - do dia em que a falta for cometida; ou
b) improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § II - do dia em que tenha cessado a continuação ou per-
4º, da Constituição Federal; manência, nas faltas continuadas ou permanentes.
c) condenação por crime praticado com abuso de poder Parágrafo único. Interrompem a prescrição a instauração
ou violação de dever para com a Administração Pública, de processo administrativo e a citação para a ação de perda
quando a pena aplicada for igual ou superior a dois anos; do cargo.
d) incontinência pública e escandalosa que comprometa SEÇÃO V
gravemente, por sua habitualidade, a dignidade da Instituição; Da Sindicância
e) abandono de cargo; Art. 246. A sindicância é o procedimento que tem por
f) revelação de assunto de caráter sigiloso, que conheça objeto a coleta sumária de dados para instauração, se neces-
em razão do cargo ou função, comprometendo a dignidade de sário, de inquérito administrativo.
suas funções ou da justiça; SEÇÃO VI
g) aceitação ilegal de cargo ou função pública; Do Inquérito Administrativo

h) reincidência no descumprimento do dever legal, ante- Art. 247. O inquérito administrativo, de caráter sigiloso,
riormente punido com a suspensão prevista no inciso anterior; será instaurado pelo Corregedor-Geral, mediante portaria, em
que designará comissão de três membros para realizá-lo,
VI - cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, sempre que tomar conhecimento de infração disciplinar.
nos casos de falta punível com demissão, praticada quando
no exercício do cargo ou função. § 1º A comissão, que poderá ser presidida pelo Correge-
dor-Geral, será composta de integrantes da carreira, vitalícios
§ 1º A suspensão importa, enquanto durar, na perda dos e de classe igual ou superior à do indicado.
vencimentos e das vantagens pecuniárias inerentes ao exer-
cício do cargo, vedada a sua conversão em multa. § 2º As publicações relativas a inquérito administrativo
conterão o respectivo número, omitido o nome do indiciado,
§ 2º Considera-se reincidência, para os efeitos desta lei que será cientificado pessoalmente.
complementar, a prática de nova infração, dentro de quatro
anos após cientificado o infrator do ato que lhe tenha imposto Art. 248. O prazo para a conclusão do inquérito e apre-
sanção disciplinar. sentação do relatório final é de trinta dias, prorrogável, no
máximo, por igual período.
§ 3º Considera-se abandono do cargo a ausência do
membro do Ministério Público ao exercício de suas funções, Art. 249. A comissão procederá à instrução do inquérito,
sem causa justificada, por mais de trinta dias consecutivos. podendo ouvir o indiciado e testemunhas, requisitar perícias e
documentos e promover diligências, sendo-lhe facultado o
§ 4º Equipara-se ao abandono de cargo a falta injustifi- exercício das prerrogativas outorgadas ao Ministério Público
cada por mais de sessenta dias intercalados, no período de da União, por esta lei complementar, para instruir procedi-
doze meses. mentos administrativos.
§ 5º A demissão poderá ser convertida, uma única vez, Art. 250. Concluída a instrução do inquérito, abrir-se-á
em suspensão, nas hipóteses previstas nas alíneas a e h do vista dos autos ao indiciado, para se manifestar, no prazo de
inciso V, quando de pequena gravidade o fato ou irrelevantes quinze dias.
os danos causados, atendido o disposto no art. 244.
Art. 251. A comissão encaminhará o inquérito ao Conse-
Art. 241. Na aplicação das penas disciplinares, conside- lho Superior, acompanhado de seu parecer conclusivo, pelo
rar-se-ão os antecedentes do infrator, a natureza e a gravida- arquivamento ou pela instauração de processo administrativo.
de da infração, as circunstâncias em que foi praticada e os
danos que dela resultaram ao serviço ou à dignidade da Insti- § 1º O parecer que concluir pela instauração do processo
tuição ou da Justiça. administrativo formulará a súmula de acusação, que conterá a
exposição do fato imputado, com todas as suas circunstân-
Art. 242. As infrações disciplinares serão apuradas em cias e a capitulação legal da infração.
processo administrativo; quando lhes forem cominadas penas
de demissão, de cassação de aposentadoria ou de disponibi- § 2º O inquérito será submetido à deliberação do Conse-
lidade, a imposição destas dependerá, também, de decisão lho Superior, que poderá:
judicial com trânsito em julgado.

Legislação 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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I - determinar novas diligências, se o considerar insufici- Art. 259. O Conselho do Ministério Público, apreciando o
entemente instruído; processo administrativo, poderá:
II - determinar o seu arquivamento; I - determinar novas diligências, se o considerar insufici-
entemente instruído, caso em que, efetivadas estas, proce-
III - instaurar processo administrativo, caso acolha a der-se-á de acordo com os arts. 264 e 265;
súmula de acusação;
II - propor o seu arquivamento ao Procurador-Geral;
IV - encaminhá-lo ao Corregedor-Geral, para formular a
súmula da acusação, caso não acolha a proposta de arqui- III - propor ao Procurador-Geral a aplicação de sanções
vamento. que sejam de sua competência;
SEÇÃO VII IV - propor ao Procurador-Geral da República o ajuiza-
Do Processo Administrativo mento de ação civil para:
Art. 252. O processo administrativo, instaurado por deci- a) demissão de membro do Ministério Público da União
são do Conselho Superior, será contraditório, assegurada com garantia de vitaliciedade;
ampla defesa ao acusado.
b) cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
§ 1º A decisão que instaurar processo administrativo
designará comissão composta de três membros escolhidos Parágrafo único. Não poderá participar da deliberação do
dentre os integrantes da carreira, vitalícios, e de classe igual Conselho Superior quem haja oficiado na sindicância, ou
ou superior à do acusado, indicará o presidente e mencionará integrado as comissões do inquérito ou do processo adminis-
os motivos de sua constituição. trativo.

§ 2º Da comissão de processo administrativo não poderá Art. 260. Havendo prova da infração e indícios suficien-
participar quem haja integrado a precedente comissão de tes de sua autoria, o Conselho Superior poderá determinar,
inquérito. fundamentadamente, o afastamento preventivo do indiciado,
enquanto sua permanência for inconveniente ao serviço ou
§ 3º As publicações relativas a processo administrativo prejudicial à apuração dos fatos.
conterão o respectivo número, omitido o nome do acusado,
que será cientificado pessoalmente. § 1º O afastamento do indiciado não poderá ocorrer
quando ao fato imputado corresponderem somente as penas
Art. 253. O prazo para a conclusão do processo adminis- de advertência ou de censura.
trativo e apresentação do relatório final é de noventa dias,
prorrogável, no máximo, por trinta dias, contados da publica- § 2º O afastamento não ultrapassará o prazo de cento e
ção da decisão que o instaurar. vinte dias, salvo em caso de alcance.

Art. 254. A citação será pessoal, com entrega de cópia § 3º O período de afastamento será considerado como
da portaria, do relatório final do inquérito e da súmula da acu- de serviço efetivo, para todos os efeitos.
sação, cientificado o acusado do dia, da hora e do local do Art. 261. Aplicam-se, subsidiariamente, ao processo
interrogatório. disciplinar, as normas do Código de Processo Penal.
§ 1º Não sendo encontrado o acusado em seu domicílio, SEÇÃO VIII
proceder-se-á à citação por edital, publicado no Diário Oficial, Da Revisão do Processo Administrativo
com o prazo de quinze dias.
Art. 262. Cabe, em qualquer tempo, a revisão do proces-
§ 2º O acusado, por si ou através de defensor que no- so de que houver resultado a imposição de penalidade admi-
mear, poderá oferecer defesa prévia, no prazo de quinze dias, nistrativa:
contado do interrogatório, assegurando-se-lhe vista dos autos
no local em que funcione a comissão. I - quando se aduzam fatos ou circunstâncias suscetíveis
de provar inocência ou de justificar a imposição de sanção
§ 3º Se o acusado não tiver apresentado defesa, a co- mais branda; ou
missão nomeará defensor, dentre os integrantes da carreira e
de classe igual ou superior à sua, reabrindo-se-lhe o prazo II - quando a sanção se tenha fundado em prova falsa.
fixado no parágrafo anterior. Art. 263. A instauração do processo de revisão poderá
§ 4º Em defesa prévia, poderá o acusado requerer a ser determinada de ofício, a requerimento do próprio interes-
produção de provas orais, documentais e periciais, inclusive sado, ou, se falecido, do seu cônjuge ou companheiro, as-
pedir a repetição daquelas já produzidas no inquérito. cendente, descendente ou irmão.

§ 5º A comissão poderá indeferir, fundamentadamente, Art. 264. O processo de revisão terá o rito do processo
as provas desnecessárias ou requeridas com intuito manifes- administrativo.
tamente protelatório. Parágrafo único. Não poderá integrar a comissão reviso-
Art. 255. Encerrada a produção de provas, a comissão ra quem haja atuado em qualquer fase do processo revisan-
abrirá vista dos autos ao acusado, para oferecer razões finais, do.
no prazo de quinze dias. Art. 265. Julgada procedente a revisão, será tornada
Art. 256. Havendo mais de um acusado, os prazos para sem efeito a sanção aplicada, com o restabelecimento, em
defesa serão comuns e em dobro. sua plenitude, dos direitos por ela atingidos, exceto se for o
caso de aplicar-se penalidade menor.
Art. 257. Em qualquer fase do processo, será assegura-
da à defesa a extração de cópia das peças dos autos. TÍTULO IV
Das Disposições Finais e Transitórias
Art. 258. Decorrido o prazo para razões finais, a comis-
são remeterá o processo, dentro de quinze dias, ao Conselho Art. 266. (Vetado).
Superior, instruído com relatório dos seus trabalhos. Art. 267. (Vetado).

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Art. 268. Ficam criados seis cargos de Subprocurador- cidadão observará, além das disposições desta lei comple-
Geral da República. mentar, as normas baixadas pelo Procurador-Geral da Repú-
blica.
Art. 269. Ficam criados setenta e quatro cargos de Pro-
curador Regional da República. Art. 277. As promoções nas carreiras do Ministério Públi-
co da União, na vigência desta lei complementar, serão pre-
§ 1º O primeiro provimento de todos os cargos de Procu- cedidas da adequação das listas de antiguidade aos critérios
rador Regional da República será considerado simultâneo, de desempate nela estabelecidos.
independentemente da data dos atos de promoção.
Art. 278. Não se farão promoções nas carreiras do Minis-
§ 2º Os vencimentos iniciais do cargo de Procurador tério Público da União antes da instalação do Conselho Supe-
Regional da República serão iguais aos do cargo de Procura- rior do ramo respectivo.
dor de Justiça do Distrito Federal.
Art. 279. As primeiras eleições, para composição do
Art. 270. Os atuais Procuradores da República de 1ª Conselho Superior de cada ramo do Ministério Público da
Categoria, que ingressaram na carreira até a data da promul- União e para elaboração das listas tríplices para Procurador-
gação da Constituição Federal, terão seus cargos transforma- Geral do Trabalho, Procurador-Geral da Justiça Militar e Pro-
dos em cargos de Procurador Regional da República, manti- curador-Geral de Justiça, serão convocadas pelo Procurador-
dos seus titulares e lotações. Geral da República, para se realizarem no prazo de noventa
§ 1º Os cargos transformados na forma deste artigo, dias da promulgação desta lei complementar.
excedentes do limite previsto no artigo anterior, serão extintos § 1º O Procurador-Geral da República disporá, em ato
à medida que vagarem. normativo, sobre as eleições previstas neste artigo, devendo
§ 2º Os Procuradores da República ocupantes dos car- a convocação anteceder de trinta dias à data de sua realiza-
gos transformados na forma deste artigo poderão ser desig- ção.
nados para oficiar perante os Juízes Federais e os Tribunais § 2º Os Conselhos Superiores serão instalados no prazo
Regionais Eleitorais. de quinze dias, contado do encerramento da apuração.
Art. 271. Os cargos de Procurador da República de 1ª Art. 280. Entre os eleitos para a primeira composição do
Categoria não alcançados pelo artigo anterior e os atuais Conselho Superior de cada ramo do Ministério Público da
cargos de Procurador da República de 2ª Categoria são trans- União, os dois mais votados, em cada eleição, terão mandato
formados em cargos de Procurador da República. de dois anos; os menos votados, de um ano.
§ 1º Na nova classe, para efeito de antiguidade, os atu- Art. 281. Os membros do Ministério Público da União,
ais Procuradores da República de 1ª Categoria precederão os nomeados antes de 5 de outubro de 1988, poderão optar
de 2ª Categoria; estes manterão na nova classe a atual or- entre o novo regime jurídico e o anterior à promulgação da
dem de antiguidade. Constituição Federal, quanto às garantias, vantagens e veda-
§ 2º Os vencimentos iniciais do cargo de Procurador da ções do cargo.
República serão iguais aos do atual cargo de Procurador da Parágrafo único. A opção poderá ser exercida dentro de
República de 1ª Categoria. dois anos, contados da promulgação desta lei complementar,
Art. 272. São transformados em cargos de Procurador do podendo a retratação ser feita no prazo de dez anos.
Trabalho de 1ª Categoria cem cargos de Procurador do Tra- Art. 282. Os Procuradores da República nomeados antes
balho de 2ª Categoria. de 5 de outubro de 1988 deverão optar, de forma irretratável,
Art. 273. Os cargos de Procurador do Trabalho de 1ª e entre as carreiras do Ministério Público Federal e da Advoca-
de 2ª Categoria passam a denominar-se, respectivamente, cia-Geral da União.
Procurador Regional do Trabalho e Procurador do Trabalho. § 1º (Vetado).
§ 1º Até que sejam criados novos cargos de Subprocu- § 2º Não manifestada a opção, no prazo estabelecido no
rador-Geral do Trabalho, os atuais Procuradores do Trabalho parágrafo anterior, o silêncio valerá como opção tácita pela
de 1ª Categoria, cujo cargo passa a denominar-se Procurador carreira do Ministério Público Federal.
Regional do Trabalho e que estejam atuando junto ao Tribu-
nal Superior do Trabalho, ali permanecerão exercendo suas Art. 283. Será criada por lei a Escola Superior do Minis-
atribuições. tério Público da União, como órgão auxiliar da Instituição.
§ 2º Os vencimentos iniciais dos cargos de Procurador Art. 284. Poderão ser admitidos como estagiários no
Regional do Trabalho e de Procurador do Trabalho serão Ministério Público da União estudantes de Direito inscritos na
iguais aos dos cargos de Procurador Regional da República e Ordem dos Advogados do Brasil.
de Procurador da República, respectivamente.
Parágrafo único. As condições de admissão e o valor da
Art. 274. Os cargos de Procurador Militar de 1ª e 2ª Ca- bolsa serão fixados pelo Procurador-Geral da República,
tegoria passam a denominar-se, respectivamente, Procurador sendo a atividade dos estagiários regulada pelo Conselho
da Justiça Militar e Promotor da Justiça Militar. Superior de cada ramo.
Parágrafo único. Até que sejam criados novos cargos de Art. 285. (Vetado).
Subprocurador-Geral da Justiça Militar, os atuais Procurado-
res Militares da 1ª Categoria, cujos cargos passam a denomi- Art. 286. As despesas decorrentes desta lei complemen-
nar-se Procuradores da Justiça Militar e que estejam atuando tar correrão à conta das dotações constantes do Orçamento
junto ao Superior Tribunal Militar, ali permanecerão exercendo da União.
suas atribuições. Art. 287. Aplicam-se subsidiariamente aos membros do
Art. 275. O cargo de Promotor de Justiça Substituto Ministério Público da União as disposições gerais referentes
passa a denominar-se Promotor de Justiça Adjunto. aos servidores públicos, respeitadas, quando for o caso, as
normas especiais contidas nesta lei complementar.
Art. 276. Na falta da lei prevista no art. 16, a atuação do
Ministério Público na defesa dos direitos constitucionais do § 1º O regime de remuneração estabelecido nesta lei
complementar não prejudica a percepção de vantagens con-
Legislação 34 A Opção Certa Para a Sua Realização
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cedidas, em caráter geral, aos servidores públicos civis da § 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo
União. for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na
forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes ne-
§ 2º O disposto neste artigo não poderá importar em cessários para fins de consolidação da proposta orçamentária
restrições ao regime jurídico instituído nesta lei complementar anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
ou na imposição de condições com ele incompatíveis.
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não
Art. 288. Os membros do Ministério Público Federal, cuja poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
promoção para o cargo final de carreira tenha acarretado a obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
sua remoção para o Distrito Federal, poderão, no prazo de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas,
trinta dias da promulgação desta lei complementar, renunciar mediante a abertura de créditos suplementares ou especi-
à referida promoção e retornar ao Estado de origem, ocupan- ais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
do o cargo de Procurador Regional da República.
Art. 128. O Ministério Público abrange:
Art. 289. Sempre que ocorrer a criação simultânea de
mais de um cargo de mesmo nível nas carreiras do Ministério I - o Ministério Público da União, que compreende:
Público da União, o provimento dos mesmos, mediante pro-
moção, presumir-se-á simultâneo, independentemente da a) o Ministério Público Federal;
data dos atos de promoção. b) o Ministério Público do Trabalho;
Art. 290. Os membros do Ministério Público da União c) o Ministério Público Militar;
terão mantida em caráter provisório a sua lotação, enquanto
não entrarem em vigor a lei e o ato a que se referem os arts. d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
34 e 214. II - os Ministérios Públicos dos Estados.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não obsta as § 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Pro-
alterações de lotação decorrentes de remoção, promoção ou curador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da
designação previstas nesta lei complementar. República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e
Art. 291. (Vetado). cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria
absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de
Art. 292. (Vetado). dois anos, permitida a recondução.
Art. 293. Ao membro ou servidor do Ministério Público da § 2º - A destituição do Procurador-Geral da República,
União é vedado manter, sob sua chefia imediata, em cargo ou por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedi-
função de confiança, cônjuge, companheiro, ou parente até o da de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
segundo grau civil.
§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito
Art. 294. Esta lei complementar entra em vigor na data Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes
de sua publicação. da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu
Art. 295. Revogam-se as disposições em contrário. Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder
Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recon-
Brasília, 20 de maio de 1993; 172º da Independência e dução.
105º da República.
§ 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
SEÇÃO I complementar respectiva.
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais,
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos inte- cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus
resses sociais e individuais indisponíveis. membros:

§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a I - as seguintes garantias:


unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não poden-
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funci- do perder o cargo senão por sentença judicial transitada em
onal e administrativa, podendo, observado o disposto no art. julgado;
169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso públi- mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministé-
co de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e rio Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros,
os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional Constitucional nº 45, de 2004)
nº 19, de 1998)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39,
§ 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orça- § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153,
mentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
orçamentárias. 19, de 1998)
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva II - as seguintes vedações:
proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de
diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, ho-
fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os norários, percentagens ou custas processuais;
valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
b) exercer a advocacia;
acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

Legislação 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos
função pública, salvo uma de magistério; Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção
pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público
compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou con- da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
tribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos,
ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o dis- I o Procurador-Geral da República, que o preside;
posto no art. 95, parágrafo único, V. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) II quatro membros do Ministério Público da União, asse-
gurada a representação de cada uma de suas carreiras;
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
III três membros do Ministério Público dos Estados;
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
forma da lei; IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Fe-
deral e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos
serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua Ordem dos Advogados do Brasil;
garantia;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ili-
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para bada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo
a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e Senado Federal.
de outros interesses difusos e coletivos;
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou repre- Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públi-
sentação para fins de intervenção da União e dos Estados, cos, na forma da lei.
nos casos previstos nesta Constituição;
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Públi-
V - defender judicialmente os direitos e interesses das co o controle da atuação administrativa e financeira do Minis-
populações indígenas; tério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de
seus membros, cabendo lhe:
VI - expedir notificações nos procedimentos administrati-
vos de sua competência, requisitando informações e docu- I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Mi-
mentos para instruí-los, na forma da lei complementar respec- nistério Público, podendo expedir atos regulamentares, no
tiva; âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício
forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrati-
vos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los
de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de ou fixar prazo para que se adotem as providências necessá-
suas manifestações processuais; rias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competên-
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, cia dos Tribunais de Contas;
desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada III receber e conhecer das reclamações contra membros
a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados,
públicas. inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações competência disciplinar e correicional da instituição, podendo
civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas avocar processos disciplinares em curso, determinar a remo-
mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e ção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
na lei. proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras
sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exer-
cidas por integrantes da carreira, que deverão residir na co- IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
marca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da disciplinares de membros do Ministério Público da União ou
instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, dos Estados julgados há menos de um ano;
de 2004) V elaborar relatório anual, propondo as providências que
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no
mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua mensagem prevista no art. 84, XI.
realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, § 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Cor-
três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomea- regedor nacional, dentre os membros do Ministério Público
ções, a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além
Constitucional nº 45, de 2004) das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguin-
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o tes:
disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda Constitucio- I receber reclamações e denúncias, de qualquer interes-
nal nº 45, de 2004) sado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público se- serviços auxiliares;
rá imediata. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção
2004) e correição geral;

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III requisitar e designar membros do Ministério Público, de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso
delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a
do Ministério Público. garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advoca-
cia fora das atribuições institucionais. (Renumerado pela
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua
Ministério Público, competentes para receber reclamações e proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei
denúncias de qualquer interessado contra membros ou ór- de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no
gãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços art. 99, § 2º . (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de 2004)
do Ministério Público.
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas
SEÇÃO II
da União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
DA ADVOCACIA PÚBLICA
titucional nº 74, de 2013)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, apli-
diretamente ou através de órgão vinculado, representa a cando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no
União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído
da lei complementar que dispuser sobre sua organização e pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramen-
to jurídico do Poder Executivo. Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas
nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na for-
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advo- ma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda Consti-
gado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da
República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de tucional nº 19, de 1998)
notável saber jurídico e reputação ilibada.
Sobre o Ministério Público da União
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da ins-
tituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso O Ministério Público abrange:
público de provas e títulos. 1 - O Ministério Público da União (MPU) compreende os se-
§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, guintes ramos: a) O Ministério Público Federal (MPF); b) O
a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fa- Ministério Público do Trabalho (MPT); c) O Ministério Público
zenda Nacional, observado o disposto em lei. Militar (MPM); d) O Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios (MPDFT).
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Fe-
deral, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá 2 - Os Ministérios Públicos dos Estados (MPE).
de concurso público de provas e títulos, com a participação A organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Públi-
da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, co da União divergem do Ministério Público dos Estados.
exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das Enquanto o MPU é regido pela Lei Complementar nº 75/1993,
respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emen- o MPE rege-se pela Lei nº 8.625/1993.
da Constitucional nº 19, de 1998)
Ao MPU é assegurada autonomia funcional, administrativa e
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo financeira. Sendo as carreiras dos membros dos diferentes
é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercí- ramos independentes entre si. Dessa forma, para ser membro
cio, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos do MPF, deve-se prestar concurso público para o MPF. Para
próprios, após relatório circunstanciado das corregedori- ser membro do MPT, deve-se prestar concurso para o MPT, e
as. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de assim por diante. Quanto a carreira técnico-administrativa,
1998) esta é única para todo o MPU. O candidato presta concurso
SEÇÃO III público para o MPU e pode ser lotado em qualquer um dos
DA ADVOCACIA ramos.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) O QUE O MPU FAZ?
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da a) defesa da ordem jurídica, ou seja, o Ministério Público deve
justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no zelar pela observância e pelo cumprimento da lei. FISCAL DA
exercício da profissão, nos limites da lei. LEI, atividade interveniente.

SEÇÃO IV b) defesa do patrimônio nacional, do patrimônio público e


DA DEFENSORIA PÚBLICA social, do patrimônio cultural, do meio ambiente, dos direitos e
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) interesses da coletividade, especialmente das comunidades
indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, DEFENSOR DO POVO
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe,
como expressão e instrumento do regime democrático, fun- c) defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
damentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direi- d) controle externo da atividade policial. Trata-se da investi-
tos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extra- gação de crimes, da requisição de instauração de inquéritos
judicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e policiais, da promoção pela responsabilização dos culpados,
gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. do combate à tortura e aos meios ilícitos de provas, entre
5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela outras possibilidades de atuação. Os membros do MPU têm
Emenda Constitucional nº 80, de 2014) liberdade de ação tanto para pedir a absolvição do réu quanto
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública para acusá-lo.
da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá INSTRUMENTOS DE ATUAÇÃO DO MPU (alguns exemplos)
normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos

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a) promover ação direta de inconstitucionalidade e ação de- demais poderes, diga-se o Executivo, Legislativo e Judiciário,
claratória de constitucionalidade; possui em si autonomia, atendendo aos requisitos de se auto-
b) promover representação para intervenção federal nos Es- organizar, auto-administrar e auto-governar, de acordo com a
tados e Distrito Federal; lei.
c) impetrar habeas corpus e mandado de segurança;
I. Definição
d) promover mandado de injunção;
e) promover inquérito civil e ação civil pública para proteger: De acordo com o art. 127, caput, da CF/88, o Ministério Públi-
co é instituição permanente, essencial à função jurisdicional
• direitos constitucionais, do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
• patrimônio público e social, regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis[1]. O Ministério Público subdivide-se em:
• meio ambiente,
1. Ministério Público Da União;
• patrimônio cultural, 1.1. Ministério Público Federal;
• interesses individuais indisponíveis, homogêneos e 1.2. Ministério Público do Trabalho;
sociais, difusos e coletivos.
1.3. Ministério Público Militar;
f) promover ação penal pública;
g) expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços 1.4. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
públicos e de relevância pública; 2. Ministério Público Estadual;
h) expedir notificações ou requisições (de informações, de
documentos, de diligências investigatórias, de instauração de Esta definição existe, pois, da mesma forma que age o Judi-
inquérito policial à autoridade policial). ciário, dividindo-se em Justiça Comum, como a Federal para
casos que envolvam a União ou seus entes Públicos, e as
GARANTIAS DOS MEMBROS DO MPU Justiças Especializadas, diga-se à Militar, Trabalho e a Eleito-
- Vitaliciedade ral, também se observa no Ministério Público que atua tanto
- Inamovibilidade (impossibilidade de remover compulsoria- na Justiça Comum, bem como na Estadual e nas especializa-
mente o titular de seu cargo, exceto por motivo de interesse das.
público)
- Independência funcional (liberdade no exercício das fun- O ingresso ao Ministério Público se faz perante concurso
ções) público de provas ou de provas e títulos.
- Foro especial
II. Função
- Irredutibilidade de vencimentos
VEDAÇÕES AOS MEMBROS DO MPU São funções do Ministério Público da União:
a) Defesa da ordem jurídica, ou seja, o Ministério Público
- Recebimento de honorários ou custas deve zelar pela observância e pelo cumprimento da lei. FIS-
- Exercício da advocacia CAL DA LEI, atividade interveniente.
- Participação em sociedade comercial
- Atividade político-partidária b) Defesa do patrimônio nacional, do patrimônio público e
social, do patrimônio cultural, do meio ambiente, dos direitos e
PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA interesses da coletividade, especialmente das comunidades
indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso.
O procurador-geral da República é o chefe do Ministério Pú-
DEFENSOR DO POVO
blico da União e do Ministério Público Federal. Ele é, também,
o procurador-geral Eleitoral. Nomeado pelo presidente da c) Defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
República, após aprovação do Senado Federal, cabe a ele,
dentre outras atribuições nomear o procurador-geral do Tra- d) Controle externo da atividade policial. Trata-se da investi-
balho (chefe do MPT), o procurador-geral da Justiça Militar gação de crimes, da requisição de instauração de inquéritos
(chefe do MPM) e dar posse ao procurador-geral de Justiça policiais, da promoção pela responsabilização dos culpados,
do Distrito Federal e Territórios (chefe do MPDFT). do combate à tortura e aos meios ilícitos de provas, entre
outras possibilidades de atuação. Os membros do MPU têm
Ministério Público da União: considerações liberdade de ação tanto para pedir a absolvição do réu quanto
para acusá-lo.[2]
O Ministério Publico, além de ser uma instituição permanente,
essencial à função jurisdicional do Estado, tem como papel a Com isso denota-se a grande e essencial função deste órgão,
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos inte- que não somente é denominado 4º poder, como também
resses sociais e individuais indisponíveis de acordo com o Art. essencial ao funcionamento do Estado.
127/CF.
III. Princípios
Por Rodrigo Siqueira Ponciano Luiz
O art. 127, § 1.º, da CF/88 prevê como princípios institucio-
É sabido que na Constituição Federal de 1988, o Ministério nais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
Público está elencado nos artigos 127 ao 130-A, no capítulo independência funcional.
denominado Funções essenciais à Justiça. Donde são regi-
· Unidade: sob a égide de um só Chefe, o Ministério Público
das as funções, competências, prerrogativas e as subdivisões
deve ser visto como uma instituição única, sendo a divisão
desta instituição.
existente meramente funcional. Importante notar, porém, que
O Ministério Publico, além de ser uma instituição permanente, a unidade se encontra dentro de cada órgão, não se falando
essencial à função jurisdicional do Estado, tem como papel a em unidade entre o Ministério Público da União (qualquer
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos inte- deles) e o dos Estados, nem entre os ramos daquele;
resses sociais e individuais indisponíveis de acordo com o Art.
· Indivisibilidade: corolário do princípio da unidade, em verda-
127/CF.
deira relação de logicidade, é possível que um membro do
Assim este órgão estatal, considerado por alguns doutrinado- Ministério Público substitua outro, dentro da mesma função,
res e juristas, o 4º poder independente e harmônico, com os sem que, com isso, exista qualquer implicação prática. Isso

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porque quem exerce os atos, em essência, é a instituição · Irredutibilidade de subsídios: De acordo com o art. 128, §
“Ministério Público”, e não a pessoa do Promotor de Justiça 5.º, I, “c”, da CF/88, é assegurada ao membro do Ministério
ou Procurador; Público a garantia da irredutibilidade de subsídio, fixado na
forma do art. 39, § 4.º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X
· Independência funcional: trata-se de autonomia de convic- e XI; 150, II; 153, III; 153, § 2.º, I. Como vimos ao comentar a
ção, na medida em que os membros do Ministério Público não irredutibilidade dos magistrados, o subsídio dos membros do
se submetem a qualquer poder hierárquico no exercício de Ministério Público não poderá ser reduzido, lembrando que
seu mister, podendo agir, no processo, da maneira que me- está assegurada a irredutibilidade nominal, não se garantindo
lhor entenderem. A hierarquia existente restringe-se às ques- a corrosão inflacionária.[4]
tões de caráter administrativo, materializada pelo Chefe da
Instituição, mas nunca, como dito, de caráter funcional. Tanto Entretanto, do mesmo modo que existe garantia, existe tam-
é que o art. 85, II, da CF/88 considera crime de responsabili- bém proibições. De acordo com os arts. 128, § 5.º, II, § 6.º; e
dade qualquer ato do Presidente da República que atentar 129, IX, os membros do Ministério
contra o livre-exercício do Ministério Público.[3]
Público não poderão:
IV. Instrumentos de Atuação do Ministério Publico da
União · receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorá-
rios, percentagens ou custas processuais;
Os instrumentos são as formas que o Ministério Público tem
de fazer cumprir a lei, não somente interpondo ao Judiciário, · exercer a advocacia;
para que as julgue, como também aos demais poderes da · participação em sociedade comercial;
Republica.
· atividade político-partidária;[5]
São as seguintes:
VI. Procurador Geral da Republica
a) Promover ação direta de inconstitucionalidade e ação de-
claratória de constitucionalidade; Sabe-se que o procurador-geral da República é o chefe do
Ministério Público da União e do Ministério Público Federal.
b) Promover representação para intervenção federal nos Ele é, também, o procurador-geral Eleitoral. Nomeado pelo
Estados e Distrito Federal; presidente da República, após aprovação do Senado Federal,
c) Impetrar habeas corpus e mandado de segurança; cabe a ele, dentre outras atribuições nomear o procurador-
geral do Trabalho (chefe do MPT), o procurador-geral da
d) Promover mandado de injunção; Justiça Militar (chefe do MPM) e dar posse ao procurador-
geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios (chefe do
e) Promover inquérito civil e ação civil pública para proteger: MPDFT).[6]
· direitos constitucionais; O procurador geral da república, é nomeado pelo Presidente
· patrimônio público e social; da República dentre os integrantes da carreira, maiores de 35
anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta
· meio ambiente; dos membros do Senado Federal (Sabatina), para mandato
· patrimônio cultural; de 2 anos, permitida mais de uma recondução, sem qualquer
limite. No entanto para cada nova recondução o procedimento
· interesses individuais indisponíveis, homogêneos e sociais; e os requisitos deverão ser observados, já que a recondução
é uma nova nomeação.
· difusos ou coletivos;
Vimos recentemente, casos ao qual o procurador geral da
f) Promover ação penal pública;
republica oferece a denuncia ao Judiciário, casos esses que
g) Expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços são de competência do Supremo Tribunal Federal, onde gera
públicos e de relevância pública; grande repercussão nacional.
h) Expedir notificações ou requisições (de informações, de Conclusão
documentos, de diligências investigatórias, de instauração de
Aprendemos que o Ministério Público é um órgão de suma
inquérito policial à autoridade policial).
importância para o bom funcionamento do Estado. Vimos que
V. Garantias dos membros do Ministério Público os membros são dotados de garantias, para que assim pos-
sam exercer suas funções com todo afinco e destemor.
Assim como os Magistrados, os membros do Ministério Públi-
co possuem garantias constitucionais, para que possam exer- A função do Ministério Público, como vimos, seria ser o fiscal
cer suas funções com todo afinco e destemor. São 3 as ga- da lei, intervindo quando esta estiver sendo ameaçada, para
rantias: isso existem os instrumentos de autuação do Ministério Públi-
co.
· Vitaliciedade: Adquire-se a vitaliciedade após a transcorrên-
cia do período probatório, ou seja, 2 anos de efetivo exercício O Procurador Geral da Republica, depois de nomeado pelo
do cargo, tendo sido admitido na carreira, mediante aprova- Presidente da Republica e aprovado pelo Senado Federal,
ção em concurso de provas e títulos (art. 128, § 5.º, I, “a”). A será o chefe do Ministério Público, cabendo a ele a criação de
garantia da vitaliciedade assegura ao membro do Ministério novos cargos e a governança deste órgão público.
Público a perda do cargo somente por sentença judicial transi-
Por fim, vale ressaltar que os direitos dos cidadãos, por diver-
tada em julgado.
sas vezes colocados a mercê, deixados de lado pelo Estado,
· Inamovibilidade: O membro do Ministério Público não poderá e já que o Judiciário, não é capaz de resolver a desigualdade,
ser removido ou promovido, unilateralmente, sem a sua auto- fazendo a devida “justiça”, esta justiça que nada tem a ver
rização ou solicitação. Excepcionalmente, contudo, por motivo com o Direito. Portanto, nós enquanto cidadãos devemos
de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado recorrer ao Ministério Público, este que deve ser fortalecido,
competente do Ministério Público por voto da maioria absoluta cada vez mais.
de seus membros, desde que lhe seja assegurada ampla
Referências:
defesa, poderá vir a ser removido do cargo ou função.

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LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado – 16. ed.
rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2012.
Ministério Público do Estado de Minas Gerais, em Belo
Ministério Público da União. Disponível em: Horizonte.
<http://www.mpu.gov.br/navegacao/institucional/sobre%20o%
20MPU> Acesso em 01 abr. 2013. O Ministério Público brasileiro é composto:

[1] LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado – 16. • a) o Ministério Público da União, subdivido em:
ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo : Saraiva, 2012. Pag. 601 o Ministério Público Federal;
[2] Ministério Público da União . Disponível em: o Ministério Público do Trabalho;
<http://www.mpu.gov.br/navegacao/institucional/sobre%20o%
20MPU> Acesso em 01 abr. 2013. o Ministério Público Militar;
[3] LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado – 16. o Ministério Público do Distrito Federal e
ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo : Saraiva, 2012. Pag. 606 Territórios;
[4] LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado – 16. • b) os Ministérios Públicos dos Estados;
ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo : Saraiva, 2012. Pag.
608/609
No plano infraconstitucional, a Instituição se encontra
[5] Ministério Público da União . Disponível em: regulamentada pelas Leis Ordinária nº 8.625/1993 (Lei
<http://www.mpu.gov.br/navegacao/institucional/sobre%20o% Orgânica Nacional do Ministério Público), Lei Complementar
20MPU> Acesso em 01 abr. 2013. nº 75/1993 (Lei Orgânica do Ministério Público da União) e, no
âmbito estadual, por suas respectivas Leis Orgânicas, em
[6]Ministério Público da União . Disponível em:
face da repartição de competências legislativas definida pela
<http://www.mpu.gov.br/navegacao/institucional/sobre%20o%
Constituição da República (artigos 24, §3º, e 128, § 5º).
20MPU> Acesso em 01 abr. 2013.
São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a
Ministério Público do Brasil indivisibilidade e a independência funcional.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Segundo o art. 129 da Constituição Federal são funções
O Ministério Público (MP) é uma instituição permanente, institucionais do Ministério Público:
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a • promover, privativamente, a ação penal pública;
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis (art.127, CF/88). • zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e
dos serviços de relevância pública aos direitos
Com relação à atuação do Ministério Público no Controle
assegurados na Constituição, promovendo as
Externo da Administração Pública, consulte o verbete
medidas necessárias a sua garantia;
Ministério Público Especial (também conhecido como
Ministério Público de Contas). • promover o inquérito civil e a ação civil pública, para
Antecedentes históricos a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
Há controvérsias ao se determinar o exato surgimento da
instituição Ministério Público na história humana. Alguns • promover a ação de inconstitucionalidade ou
autores remontam ao Egito Antigo, na figura do Magiaí, que representação para fins de intervenção da União e
era um funcionário do rei e dentre suas várias funções estava dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
a de aplicar castigos a rebeldes, proteger cidadãos pacíficos,
dar assistência a órfãos e viúvas entre outras. Outros • defender judicialmente os direitos e interesses das
estudiosos citam diversos tipos de funcionários da Roma populações indígenas;
antiga. No entanto, a teoria mais aceita é a do surgimento na • expedir notificações nos procedimentos
França, no século XIV, na ordenação de 25 de março de administrativos de sua competência, requisitando
1302, do reinado de Felipe IV (Felipe, o Belo), na qual os informações e documentos para instruí-los;
chamados procuradores do rei “deveriam prestar o mesmo
juramento do juízo com fim de patrocinarem as causas do rei”. • exercer o controle externo da atividade policial.
Todavia foi durante o governo de Napoleão que o Ministério
tomou cunho de Instituição. • requisitar diligências investigatórias e a instauração
de inquérito policial, indicados os fundamentos
Instituição jurídicos de suas manifestações processuais;
• exercer outras funções que lhe forem conferidas,
desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-
lhe vedada a representação judicial e a consultoria
jurídica de entidades públicas.
Constitucionalmente, o Ministério Público tem assegurada
autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o
disposto no art. 169, propor, ao Poder Legislativo, a criação e
a extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os
por concurso público de provas ou de provas e títulos, a
política remuneratória, os planos de carreira, bem como a sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei
de diretrizes orçamentárias.
A chefia dos Ministérios Públicos dos Estados é exercida pelo
Procurador-Geral de Justiça. Os integrantes da carreira

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elaboram uma lista tríplice, na forma da Lei Orgânica • b) Colégio de Procuradores de Justiça;
respectiva, a qual é submetida ao Governador do Estado. O
escolhido assume um mandato de dois anos, permitida uma • c) Conselho Superior do Ministério Público;
recondução.
• d) Corregedoria-Geral do Ministério Público.
Os seus membros gozam das seguintes garantias:
Conta, ainda, com os seguintes órgãos de Execução:
• a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não
podendo perder o cargo senão por sentença judicial • a) Procurador-Geral de Justiça;
transitada em julgado; • b) Conselho Superior do Ministério Público;
• b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse • c) Procuradores de Justiça;
público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da • d) Promotores de Justiça.
maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa; Ministério Público da União

• c) irredutibilidade de subsídio, salvo os casos


previstos em Lei.
E estão sujeitos as seguintes vedações:

• a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,


honorários, percentagens ou custas processuais;
• b) exercer a advocacia;
• c) participar de sociedade comercial;

• d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer


outra função pública, salvo uma de magistério;

• e) exercer atividade político-partidária;


Ed. Sede do Ministério Público da União (Procuradoria-Geral
• f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou da República) em Brasília-DF
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas O Ministério Público da União - formado pelo Ministério
ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério
lei. Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e
O ingresso na carreira do Ministério Público se dá mediante Territórios - é chefiado pelo Procurador-Geral da República,
concurso público de provas e títulos, assegurada a escolhido e nomeado pelo Presidente da República, após a
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros
realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, do Senado Federal.
três anos de atividade jurídica e observando-se, nas Conselho Nacional do Ministério Público
nomeações, a ordem de classificação.
A partir da Emenda Constitucional nº 45, foi constituído o
As Promotorias de Justiça são órgãos de administração do Conselho Nacional do Ministério Público, formado pelo
MP, com pelo menos um cargo de promotor de justiça. Elas Procurador-geral da República; quatro membros do Ministério
podem ser judiciais ou extrajudiciais, gerais, cumulativas ou Público da União; três membros do Ministério Público dos
especiais, que tratam exclusivamente de assuntos Estados; dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal
específicos, como os direitos da defesa da criança e do Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; dois
adolescente, do meio ambiente, patrimônio público e outros. advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos
Os promotores e procuradores devem ser bacharéis em Advogados do Brasil; dois cidadãos de notável saber jurídico
direito, com no mínimo 3 anos de prática jurídica. O ingresso e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
no MP é feito por concurso público de provas e títulos. O Deputados e outro pelo Senado Federal.
promotor atua no primeiro grau de jurisdição (varas cíveis, Atuação no processo civil
criminais e outras), enquanto o procurador age no segundo
grau (tribunais e câmaras cíveis e criminais). O atual Código de Processo Civil de 1973 concentrou em
duas, ao contrário do Código de 1939 que identificava cinco,
No Ministério Público Federal e no Ministério Público do as funções típicas do Ministério Público, quais sejam, de
Trabalho os membros que atuam no primeiro grau de acordo com os arts. 81 e 82: órgão agente e órgão
jurisdição são também denominados Procuradores: interveniente.
Procuradores da República e Procuradores do Trabalho,
respectivamente. Ao atuarem no segundo grau de jurisdição, O artigo 127 da Constituição Federal de 1988 estabelece os
os membros passam a chamar-se Procuradores Regionais. parâmetros da atuação do Parquet, tanto no âmbito judicial
Depois de Procurador Regional, os membros ainda podem como extrajudicial, sempre balizada em virtude dos interesses
ser promovidos ao cargo de Subprocurador-Geral, caso em sociais ou individuais indisponíveis.
que são designados para atuar junto aos Tribunais
Como órgão agente, o Parquet atua propondo a ação,
Superiores.
cabendo-lhe os mesmos poderes e ônus que às partes, ainda
Ministério Público Estadual que, por sua especial condição e pela relevância dos
interesses que apresenta, sejam-lhe conferidas algumas
O Ministério Público dos Estados tem os seguintes órgãos de prerrogativas, tais como a intimação pessoal em qualquer
Administração Superior: caso (art. 236, §2º, CPC) e a ampliação de certos prazos (art.
• a) Procuradoria Geral de Justiça; 188, CPC).

Legislação 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Já como órgão interveniente, preconizam os arts. 82 e 83 do Ministério Público, a Constituição promulgada em 1988
CPC que o Ministério Público intervirá, como fiscal da lei, nas delegou as funções de defensor do povo ao Ministério
causas em que se manifestar o interesse público, aquilo, que, Público.
nas palavras de Alessi, “transcendendo o caráter individual e
não se confundindo tampouco com os interesses da Conselho Nacional do Ministério Público
Administração Pública em si mesma, assume dimensão
coletiva, geral em sua repercussão, envolvendo sociedade e No Brasil, o Conselho Nacional do Ministério Público é um
Estado a um só tempo”. Atuará de tal maneira em decorrência órgão externo encarregado de controlar e fiscalizar a atuação
da qualidade especial assumida por uma das partes, ou em administrativa e financeira dos órgãos integrantes do
decorrência da natureza da lide. Para tanto, o MP emite Ministério Público nacional, bem como de supervisionar o
pareceres em processos judiciais e participa de sessões de cumprimento dos deveres funcionais dos seus membros.
julgamento no âmbito da Justiça. Por isso, múltiplos são os
casos de intervenção previstos tanto no CPC – causas em O Conselho foi criado pela emenda constitucional nº 45, de 8
que há interesses de incapazes; causas concernentes ao de dezembro de 2004, que incluiu o artigo 130-A na
estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, Constituição Federal brasileira.
casamento, declaração de ausência e disposições de última
vontade; ações que envolvam litígios coletivos pela posse da
terra rural e nas demais causas em que há interesse público A composição do Conselho, tal como definida pelo artigo 130-
evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte – A da Constituição Federal do Brasil, compreende quatorze
quanto na legislação esparsa, como nos casos de mandado membros nomeados pelo Presidente da República, depois de
de segurança, acidente do trabalho, registros públicos, ação aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal,
popular, etc. para um mandato de dois anos, admitida uma recondução,
sendo:
Sua posição é apenas a de verificar, com base na legislação,
se o pedido feito ao juiz merece ou não ser atendido. A
relação processual é tríade: juiz numa ponta, autor e réu nas • o Procurador-Geral da República, que o preside;
outras duas. Na função de custos , o MP funciona como o • quatro membros do Ministério Público da União,
olhar da sociedade sobre essa relação, para garantia, assegurada a representação de cada uma de suas
inclusive, da imparcialidade do julgador. O que caracteriza a carreiras;
figura do custos legis é uma circunstância completamente • três membros do Ministério Público dos Estados;
alheia ao direito processual: ele não é vinculado a nenhum • dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal
dos interesses da causa. Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
Enquanto autores como Dinamarco sustentam que conserva • dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
o Ministério Público a qualidade de parte em qualquer das Ordem dos Advogados do Brasil;
modalidades de sua atuação processual, não faltam, por outro • dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação
lado, aqueles que negam dita condição quando órgão ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e
interveniente. Toda essa controvérsia é compreensível à outro pelo Senado Federal.
medida que a própria noção de parte é objeto de acerbas
disputas em torno de seu preciso significado. Admitindo-se Ministério Público - O princípio do promotor
como parte aquele que recorre a todos os meios previstos em
lei para fazer valer o interesse de que é titular, o Ministério natural
Público é sim parte no processo, qualquer que seja a O princípio do promotor natural relata-se sobre uma garantia
modalidade de sua intervenção, pois vinculado à defesa de constitucional, a cada membro do parquet, garantindo a or-
interesse específico e não coincidente, de modo imediato, dem jurídica, bem como a proteção a sociedade, por meio de
com os interesses particulares em litígio. suas atribuições institucionais.
Atuação na defesa dos direitos humanos e do http://monografias.brasilescola.com/direito/ministerio-
cidadão publico-principio-promotor-natural.htm
A Constituição de 1988, conferiu ao Ministério Público, em 1. RESUMO
seu art. 129 II, a função de "zelar pelo efetivo respeito dos
poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos Disserta-se sobre o intuito e finalidade do princípio do promo-
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as tor natural, a luz da Constituição da República Federativa do
medidas necessárias a sua garantia". Brasil de 1988, como fundamento, seguir uma hierarquia
institucional, no sentido de cada membro do Ministério Públi-
No âmbito Federal esta função é exercida no Ministério co, poder-se-á agir de ofício diante de determinado processo,
Público Federal pela Procuradoria Federal dos Direitos do como parte ou fiscal da lei, sem que seja interferido por outro
Cidadão (PFDC), a qual exerce função similar a de membro, se não conforme disposto em Lei Organizacional do
Ombudsman em outros países. E nos estados às Ministério Público. Este princípio relata-se sobre uma garantia
Procuradorias Regionais dos Direitos do Cidadão. constitucional, a cada membro do parquet, garantindo a or-
À Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão cabe dialogar dem jurídica, bem como a proteção a sociedade, por meio de
e interagir com órgãos de Estado, organismos nacionais e suas atribuições institucionais.
internacionais e representantes da sociedade civil, O estudo do princípio do promotor natural remonta-se desde o
persuadindo os poderes públicos para a proteção e defesa seu surgimento até os dias de hoje, sendo uma referência
dos direitos individuais indisponíveis, coletivos e difusos – tais institucional ao órgão ministerial, tanto nas atribuições de
como dignidade, liberdade, igualdade, saúde, educação, promotores de justiça quanto às atribuições de procuradores
assistência social, acessibilidade, acesso à justiça, direito à de justiça. Antes este princípio já existia na Constituição de
informação e livre expressão, reforma agrária, moradia 1966, como sinônimo do princípio da independência funcional,
adequada, não discriminação, alimentação adequada, dentre não sendo praticamente respeitado ao promotor de justiça.
outros. Com a criação deste princípio em 1985, no VI Congresso
A despeito do anteprojeto de Constituição da Comissão Nacional, fora determinadamente incluído aos princípios or-
Affonso Arinos, que previu um Defensor do Povo apartado do ganizacionais do Ministério Público, sendo uma grande con-

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quista a luz da Constituição da República Federativa do Bra- órgão ministerial, um fiscal da lei e atuador perante a determi-
sil, bem como, para o órgão ministerial e seus membros. Este nado processo instaurado.
estudo tem como metodologia fundamental a Constituição da
República do Brasil de 1988, bem como a Lei Orgânica Naci- Portanto, segundo à Lei Complementar 8.625 de 12 de feve-
onal do Ministério Público diante de atribuições e funções do reiro de 1993 em seu artigo 1º, tem o mesmo contexto do
órgão do parquet em busca de disciplinar a relação entre artigo 127 da Constituição da República Federativa do Brasil
membros baseando-se no princípio do promotor natural. onde fica evidenciado o que vem a ser um órgão ministerial
protegido pela carta magna, vejamos:
2. INTRODUÇÃO
Art. 1º O Ministério Público é instituição permanente, essenci-
A finalidade do presente trabalho é demonstrar de forma su- al a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa
cinta que o órgão ministerial está presente em toda ação da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
jurisdicionaria sendo este protegido pelo princípio do promotor sociais e individuais indisponíveis.
natural, com a finalidade de proceder administrativamente e
judicialmente de ofício, diante de suas atribuições e indepen- Neste diapasão, o Ministério Público, para os leigos, seria
dência funcional. apenas um órgão de acusação do Estado. No descrever da
seguinte frase, não fica ilustrada a verdade, pois o próprio
Uma vez suscitada a questão do Ministério Público, em face órgão ministerial preceituando-se dentro da lei, pode mera-
de atuação dos membros do parquet, diante do Poder Judiciá- mente pedir a absolvição do acusado. (MAZZILLI, 2001, p.
rio, é notório saber sobre a sua capacidade e competência em 40)
delimitar certos atos da justiça e trazer o real entendimento
em busca da ordem jurídica, sob os interesses coletivos e Nesta referência, denota-se que o Ministério Público, todos
individuais indisponíveis. podem conhecer, mas somente aquelas pessoas que tenha o
interesse de estudar sobre matéria jurídica ou até mesmo
O Ministério Público é um órgão que atua em todas as áreas estudar sobre o parquet, terá um conhecimento do que vem a
do direito brasileiro tendo o seu notável destaque e atuação ser este órgão ministerial.
tanto na área cível como na área penal.
O Ministério Público é uma instituição que aproxima-se da
O objeto deste trabalho é a exposição do princípio do promo- sociedade civil em busca de uma proteção estatal exercendo
tor natural que busca almejar a segurança jurídica e atuação o seu poder seja nas relações políticas, jurídicas, econômicas
do membro do Ministério Público, diante dos promotores de e sociais, com estes aspectos entende-se ser um órgão buro-
justiça e procuradores de justiça, na divisão de suas tarefas crático, afim de proteger a coletividade social, bem como as
com a finalidade de proteger a sociedade diante de seus garantias fundamentais. (MACHADO, 2000, p. 141).
interesses coletivos, individuais e indisponíveis.
Menciona-se no perfil constitucional que o Ministério Público
No primeiro capítulo, esboça-se sobre o entendimento do busca a tutela dos interesses sociais sendo suas atribuições e
princípio do promotor natural a luz da Constituição da Repú- funções institucionais inseridas ao contexto constitucional.
blica Federativa do Brasil de 1967 até a Constituição da Re- (MACEDO JÚNIOR, 1999, P. 107)
pública Federativa do Brasil de 1988, bem como, sob suas
atribuições a serem elucidadas de acordo com o princípio do A própria Constituição da República Federativa do Brasil
promotor natural. diferenciou cada tarefa do Ministério Público, como também
cada órgão agente atuando em uma área. Segundo o artigo
No segundo capítulo, aprofunda-se no princípio do promotor 128, inciso I e II da Constituição, vejamos:
natural, tema este do presente trabalho de conclusão do cur-
so que busca o estudo sistemático deste princípio, com a Art. 128 – O Ministério Público abrange:
finalidade de proteção ao membro do parquet, bem como a I – o Ministério Público da União, que compreende:
proteção da sociedade em busca da garantia da ordem jurídi-
ca. a) o Ministério Público Federal;

O terceiro capítulo finaliza-se com o estudo do princípio do b) o Ministério Público do Trabalho;


promotor natural suscitando e demonstrando a verdadeira c) o Ministério Público Militar;
garantia constitucional, face ao membro do Ministério Público.
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
Este estudo terá como base fundamental a Constituição da
República Federativa do Brasil, a Lei Orgânica Nacional do Neste contexto a Constituição da República Federativa do
Ministério Público nº 8.625/1993 e a Lei Complementar Fede- Brasil, faz uma referência ao órgão ministerial, sobre as suas
ral nº 75/1993, sendo esta referência ao princípio do promotor funções, atribuições e principalmente sua independência
natural e aos preceitos legais relacionados ao Ministério Pú- funcional para o membro do Ministério público atuar de ofí-
blico. cio.
O método utilizado é dedutivo já que a partir do geral, com o 3.2 Promotoria Pública no Império
texto constitucional e as leis complementares, será o estudo
Neste histórico o promotor público para proceder com sua
direcionado ao princípio do promotor natural de maneira es-
função ministerial tinha que prestar juramento em mãos da
pecífica, a pesquisa se dedicará ao estudo de um princípio
autoridade competente, e que cada promotor público em sua
dentro do órgão ministerial com a finalidade de distinguir de-
atuação deveria residir dentro da vila ou cidade principal da
terminadas atribuições entre membros do parquet.
comarca onde exercia a sua função. Nos moldes do império,
A pesquisa bibliográfica e os sites especializados, principal- se o promotor de justiça fosse substituído por outro membro
mente os oficiais serão utilizados. do parquet do qual este estava ausente, o próprio juiz nomea-
ria qualquer pessoa do povo sendo configurada como Promo-
3. ORIGENS DO MINISTÉRIO PÚBLICO tor ad hoc, ou seja, sem especialidade nenhuma, qualquer um
3.1 Perfil Constitucional poderia atuar como promotor de justiça. (SALLES, 1999, p.
23)
O Ministério Público é um órgão constitucional baseado no
artigo 127 da Constituição da República Federativa do Brasil Portanto, neste diálogo, entende-se que o promotor de justiça
onde busca atingir a clareza e o bem estar social perante seria anexado dentro da própria cidade ou vila, com a finali-
todos os seres humanos diante de um conflito, sendo este dade de proceder com suas atribuições diante da sociedade,

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desde que prestado juramento a autoridade competente, em promotor de justiça através de concursos públicos até a pro-
busca de garantir o bem estar social entre aqueles que ne- dução de seus trabalhos de ofício.
cessitavam-se da justiça.
Cabe ressaltar-se que o Ministério Público divide-se em dois
3.3 O princípio do promotor natural na Constituição cargos para o exercício da função jurisdicional com a garantia
de 1967 da ordem jurídica. Estes significam, promotores de justiça e
procuradores de justiça.
O princípio do promotor natural é um princípio norteador do
princípio da independência funcional e que significa uma Entende-se que o princípio do promotor natural fica garantido
garantia pública para o promotor de justiça atuar dignamente a todo membro do órgão ministerial, seja ele promotor de
a determinado processo diante do Poder Judiciário. justiça ou procurador de justiça, garantindo o respeito entre os
cargos, cargos de chefia, com a finalidade da ordem jurídica.
A Constituição de 1967, aperfeiçoando o poder estatal, tratou-
se do princípio do promotor natural no sentido de ser uma Segundo o artigo 19 e 23 da Lei Complementar nº 8.625/1993
garantia constitucional com a finalidade de servir a todo povo menciona algumas características de atuação entre procura-
brasileiro. Entende-se que a Constituição de 1967, determina dores de justiça e promotores de justiça, vejamos;
que a atuação do promotor de justiça em seu parquet seja de
forma clara, em busca da celeridade jurídica e como fiscal da Art. 19 As Procuradorias de Justiça são órgãos de Adminis-
lei para resolver problemas resultantes da sociedade. Com a tração do Ministério Público, com cargos de Procurador de
falta deste princípio, geraria uma impossibilidade em excluir a Justiça e serviços auxiliares necessários ao desempenho das
apreciação do pode judiciário em razão do princípio do juiz funções que lhe forem cometidas pela Lei Orgânica.
natural que não poderia proceder de ofício, ou seja, lesão § 1º É obrigatória a presença de Procurador de Justiça nas
esta a um direito individual. (CARNEIRO, 2001, p. 49) sessões de julgamento dos processos da respectiva Procura-
Pelo exposto, a finalidade do princípio do promotor natural é a doria de Justiça.
segurança jurídica, ou seja, apenas membros do Ministério § 2º Os Procuradores de Justiça exercerão inspeção perma-
Público poderão atuar como fiscais da lei, em busca da deci- nente dos serviços dos Promotores de Justiça nos autos em
são real. O promotor de justiça neste caso, esta apto a atuar que oficiem, remetendo seus relatórios à Corregedoria-Geral
nos processos sem que seja suspeito, para garantir a ordem do Ministério Público.
constitucional, seja na acusação ou na defesa de um direito
atingido por terceiro. [...]

3.4 O princípio na Constituição de 1988 Art. 23 As Promotorias de Justiça são órgãos de administra-
ção do Ministério Público com pelo menos um cargo de Pro-
Já na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, motor de Justiça e serviços auxiliares necessários ao desem-
alude-se a forma absoluta do princípio do promotor natural penho das funções que lhe forem cometidas pela Lei Orgâni-
por ampliar as garantias fundamentais individuais e coletivas, ca.
abrangida em seu artigo 5 da Constituição. O Ministério Públi-
co significa perante a carta magna, como uma instituição § 1º As Promotorias de Justiça poderão ser judiciais ou extra-
permanente e essencial à função jurisdicional do Estado, judiciais, especializadas, gerais ou cumulativas.
procedendo com a ordem jurídica a defesa dos interesses § 2º As atribuições das Promotorias de Justiça e dos cargos
sociais e individuais indisponíveis. (CARNEIRO, 2001, p. 52) dos Promotores de Justiça que a integram serão fixadas me-
Com o princípio do promotor natural a nova Constituição da diante proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada
República Federativa do Brasil declarou que o Ministério Pú- pelo Colégio de Procuradores de Justiça.
blico poderá exercer apenas sua atividade típica, sendo ve- § 3º A exclusão, inclusão ou outra modificação nas atribuições
dada qualquer outra função não compatível com a de promo- das Promotorias de Justiça ou dos cargos dos Promotores de
tor de justiça. Proteção esta, resguardada pelo princípio do Justiça que a integram serão efetuadas mediante proposta do
promotor natural. (CARNEIRO, 2001, p. 53) Procurador-Geral de Justiça, aprovada por maioria absoluta
Diante disto, a atribuição do promotor de justiça seria exercida do Colégio de Procuradores.
por qualquer pessoa da sociedade, desde que, preenchidos Baseado nos artigos acima fica claro a distinção entre as
os requisitos legais para a investidura do cargo, e que jamais atribuições dos promotores de justiça e procuradores de justi-
um procurador de justiça poderia exercer-se atribuições de ça pautados pelo princípio do promotor natural, onde a cada
um promotor de justiça, salvo-se previstos em lei. membro terá a sua dedicação própria para agir de ofício, sem
3.5 Da Delegação, Avocação e Remoção a interferência de outro membro do órgão ministerial, desde
que respeitada à lei, com a finalidade de garantir a ordem
O Ministério Público baseado em seu princípio do promotor jurídica.
natural, traz uma verdadeira história do membro do parquet
sobre as suas atribuições e aptidões a serem exercidas ao No sistema do órgão ministerial a Constituição da República
órgão com a finalidade da ordem jurídica sobre os interesses Federativa do Brasil, permite que o membro do Ministério
difusos e coletivos. Público seja removido pelo órgão colegiado, tendo o voto de
dois terços dos membros do parquet para atuar em outra
O direito de delegação significa a distribuição de competência comarca diversa, com a finalidade de chegar cada vez mais,
entre os membros do órgão ministerial, onde a autoridade perto da capital do Estado. (CARNEIRO, 2001, p. 69)
transfere atribuições próprias a um de seus subordinados,
desde que, para atos de natureza administrativa. Alude-se No que tange o princípio do promotor natural, é que o mem-
ressaltar que o promotor de justiça sendo ele designado para bro do Ministério Público terá a sua garantia justamente na
respectivo ato, será ele obrigado nos limites de suas atribui- impossibilidade de remoção do Ministério Público do órgão de
ções, promoverem a ação ainda que convencido da inexistên- atuação arguida, ou seja, a quebra deste princípio, sendo
cia de direito prejudicado ou a ser adquirido. (CARNEIRO, impossibilitada a remoção só seria basicamente por compro-
2001, p. 66) vação de interesse público, caso ao contrário, seria a quebra
de uma garantia constitucional, sobrepondo-se sobre o inte-
Diante destas premissas, o princípio do promotor natural é resse da coletividade. (CARNEIRO, 2001, p. 69).
uma garantia institucional desde a investidura no cargo de

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No estudo referenciado, cabe mencionar sobre o direito de cer atribuições concorrentes com o Titular, com a concordân-
avocação que é o fato de uma autoridade chamar a si deter- cia e sem o afastamento deste.
minadas atribuições, sendo estas originárias a membros su-
bordinados. Neste diapasão o princípio do promotor natural Confirma-se então que o princípio do promotor natural diante
molda-se da distinção entre as hierarquias e suas atribuições, de todas as atribuições direcionadas, tanto para o procurador
pois a exemplo deste estudo o Procurador-Geral jamais pode- de justiça quanto para o promotor de justiça será sempre o
ria avocar suas atribuições processuais a demais órgãos do alvo de qualquer decisão a ser tomada. Refere-se dizer que a
parquet, em razão do princípio do promotor natural e a cada citação acima, caso fosse de outra forma no sentido de de-
membro lotado no órgão ministerial terá a sua função com signar membro do Ministério Público para exercer as respecti-
caráter de exclusividade. (CARNEIRO, 2001, p. 67). vas atribuições sem concordância e com o afastamento deste
geraria uma quebra da garantia constitucional.
Sendo exclusivo esta função, apenas o que poderia ser feito,
era a substituição de um promotor de justiça por outro, desde O Procurador-Geral diante do Conselho Superior do Ministério
que aquele que venha a ser substituído tenha o breve conhe- Público ou qualquer órgão da administração superior da insti-
cimento e as alegações referentes à substituição para exercer tuição ministerial, só poderá decorrer diante de taxatividade
tal ato processual. legal, pois se não, diante da portaria de designação seria uma
mera burla à inamovibilidade atingindo também o princípio do
3.6 A Nova Lei Orgânica Nacional e o Princípio do promotor natural. (MAZZILLI, 2001, p. 167)
Promotor Natural
Diante da citação de (MAZZILLI, 2001, p. 169) entende-se:
Neste discurso o princípio do promotor natural fora ampla-
mente adicionado e prestigiado pela Lei Orgânica Nacional do Por força da lei, a divisão interna de serviços das Procurado-
Ministério Público, pelo fato de analisar as atribuições tanto rias de Justiça passa a depender de critérios prévios e objeti-
dos procuradores de justiça como a dos promotores de justi- vos definidos pelo Colégio de Procuradores, especialmente
ça. Contudo, referente à nova lei orgânica ministerial no que para distribuição equitativa dos processos por sorteio. As
diz respeito as atribuições processuais, ficaria evidente a atribuições das Promotorias de Justiça, bem como dos cargos
ofensa ao princípio se um Procurador-Geral promovesse a dos promotores de justiça que a integram, serão efetuadas
ação civil pública, tendo em vista que geraria uma quebra da mediante proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada
garantia constitucional, pois esta seria a atribuição de um por maioria absoluta do Colégio de Procuradores, o qual tam-
membro de 1º Grau, membro este chamado de promotor de bém deverá previamente aprovar quaisquer alterações.
justiça. (CARNEIRO, 2001, p. 74) É notório saber os pressupostos do princípio do promotor
Enfim, não adianta apenas a lei fixar as determinadas atribui- natural, que significa dizer que toda decisão do órgão seja no
ções, pois é preciso que sua finalidade seja atingida, sendo sentido de diferenciar suas atribuições seja no sentido de
cada membro do parquet responsável por tal função sendo nomear membros do Ministério Público, o princípio do promo-
assim respeitado o princípio do promotor natural. (CARNEI- tor natural ficará sempre determinado nas opiniões, pois se
RO, 2001, p. 75) trata de uma garantia constitucional trazendo em consequên-
cia a ordem jurídica, face aos membros do parquet, como
É notório mencionar que este trabalho referente ao princípio também com a finalidade de atender a sociedade sobre seus
do promotor natural destaca-se sobre a verdadeira importân- interesses difusos e coletivos, sem obscuridade e omissão ao
cia em relação ao órgão ministerial perante dos membros do caso concreto.
parquet.
3.7 A Lei Complementar Federal Nº 75/93 e o Prin-
Destaca-se ainda perante a proteção do princípio do promotor cípio do Promotor Natural
natural na Carta Magna, é um sinônimo referencial ao princí-
pio da independência funcional. Diante deste nexo referencial A Lei Complementar Federal Nº75 de 20 de maio de 1993 faz
pode-se dizer que a quebra deste princípio ficaria evidenciado uma referência ao princípio do promotor natural no sentido de
em jogos de super importância, ou seja, a quebra deste prin- que o Procurador-Geral da República exercendo a chefia do
cípio só poderia ocorrer por outro princípio de natureza supe- Ministério Público da União, sendo este escolhido pelo Presi-
rior, evidenciando a finalidade de garantir o próprio princípio, dente da República, com idade superior a 35 anos, sendo
ou se não a exemplo no caso de remoção de promotores de integrantes de carreira, deveria ter o seu nome aprovado pela
justiça perante o interesse coletivo que ocasionaria a quebra. maioria absoluta do Senado Federal, sendo permitido um
(CARNEIRO, 2001, p.75) mandato de dois anos com apenas uma única recondução.
Neste caso o princípio do promotor natural e da independên-
Portanto há que mencionar-se segundo artigo 24 da Lei Com- cia funcional seriam assegurados de forma relativa. (CAR-
plementar Nº 8.625 passa dizer: NEIRO, 2001, p. 81)
Art. 24 O Procurador-Geral de Justiça poderá, com concor- Entende-se então que o Procurador-Geral da República, sen-
dância do Promotor de Justiça titular, designar outro Promotor do ele chefe do Ministério Público e diante da proteção do
para funcionar em feito determinado, de atribuição daquele. princípio do promotor natural, os promotores de justiça seriam
subordinados a ele, para desenvolver determinadas tarefas
Baseado no artigo acima, o princípio do promotor natural perante o órgão desde que respeitados as suas garantias e
alude-se que o promotor de justiça terá finalidade de exercer atribuições constitucionais, sob a proteção de seu princípio.
as suas próprias atribuições, constituindo-se a verdadeira
garantia constitucional perante membros da sociedade sendo 4. A TEORIA DO PROMOTOR NATURAL
indisponíveis e irrenunciáveis, afirma-se então, que o promo-
4.1 2.1Princípios Institucionais do Ministério Públi-
tor de justiça poderá ser substituído por outro membro do
co
Ministério Público em primeiro grau, mas apenas em caráter
do promotor substituto conhecer mais da matéria processual Os princípios institucionais do Ministério Público são aqueles
que se discute, e não ser uma renúncia. (CARNEIRO, 2001, elencados na Constituição da República Federativa do Brasil
p. 78-79) em seu artigo 127, § 1, que menciona:
Segundo a citação de (CARNEIRO, 2001, p. 79) diz: Art. 127 O Ministério Público é instituição permanente, essen-
Pela redação do art. 24, c/c art. 10, IX, letra f, fine, mantendo- cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa
se o princípio do Promotor Natural, só será possível ao Procu- da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
rador-Geral designar membro do Ministério Público para exer- sociais e individuais indisponíveis.§ 1º São princípios instituci-

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onais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a 4.2 Do promotor natural
independência funcional.
O princípio do promotor natural tem grande aparência com o
No que tange ao artigo acima mencionado, fica claro que o princípio do juiz natural, princípio este decorrente a atribui-
próprio órgão ministerial, na Carta Magna, já deixa claro sob ções dos juízes perante o Poder Judiciário, tais como a sua
as suas atribuições, objetivos e finalidades, pautados nos competência e atuação.
princípios mencionados.
Segundo (THEODORO JÚNIOR, 2009, p. 40), o princípio do
O princípio da unidade entende-se no sentido de ser apenas juiz natural alude-se:
uma instituição, ou seja, um só órgão com sua legislação
elaborada pela carta magna. É notório mencionar que sempre Princípio do juiz natural: Só pode exercer a jurisdição aquele
quando um membro do parquet atua, seja ele promotor ou órgão a que a Constituição atribui o poder jurisdicional. Toda
procurador, e de forma responsável, é evidente que é o pró- origem, expressa ou implícita, do poder jurisdicional só pode
prio órgão ministerial agindo no sistema jurisdicional. (CAR- emanar da Constituição, de modo que não é dado ao legisla-
NEIRO, 2001, p. 41) dor ordinário criar juízes ou tribunais de exceção, para julga-
mento de certas causas, nem tampouco dar aos organismos
Na citação acima, o que fica evidenciado, é que os promoto- judiciários estruturação diversa daquela prevista na Lei Mag-
res de justiça e os procuradores de justiça são meramente na.
semelhantes, no sentido de funções arguidas entre seus en-
tes. No que diz a respeito da informação, é que cada promo- Por base a este princípio norteador do juiz natural, fica clara a
tor de justiça e procurador de justiça fica atribuído a uma só existência do princípio do promotor natural consagrado na
tarefa, seja na área penal ou cível, por exemplo, não interfe- Constituição de 1988. O princípio do promotor natural decorre
rindo na atribuição de outro membro. De acordo com o enten- primordialmente do princípio da independência funcional, que
dimento de (MAZZILLI, 2001, p. 155), o princípio da unidade é o próprio órgão ministerial. Denota-se no sentido do promo-
significa dizer que o Ministério Público integra a um só órgão tor de justiça poder agir de ofício como fiscal da lei ou parte
bem como a ordem de um só chefe. no processo, ou desde que seja solicitada a sua intervenção
ministerial por parte da sociedade. (CARNEIRO, 2001, p. 47)
Já o princípio da indivisibilidade, já deixa evidenciado que, o
órgão ministerial jamais será divisível, ou seja, repartido entre Esta própria garantia esta elencada em seu artigo 127 da
os outros órgãos. O único preceito que pode ser alterado é a Constituição da República Federativa do Brasil, que argumen-
substituição de um promotor de justiça por outro promotor de ta sobre a sua independência funcional, suas atribuições e
justiça naquela atribuição desde que contemplados na lei, no seus métodos de elaborar suas propostas orçamentárias.
qual haja permissão legal para a substituição e que o ato Com este princípio a sociedade brasileira está com uma dádi-
decorra de autoridade com atribuição para este fim e que a va proteção ministerial, ou seja, terá a intervenção do membro
substituição do promotor de justiça, se dê para a prática de do parquet nos diversos processos, e que nenhuma autorida-
atos compreendidos no âmbito da atribuição do membro a de julgadora poderá escolher promotor ou procurador para
substituído. (CARNEIRO, 2001, p.43) determinada função, pois graças a esta garantia, o pronunci-
Preenchidos estes requisitos supra-mencionados, pode ser amento e nomeação a respectivo processo dar-se-á livremen-
feita alteração para a substituição de tal promotor ou procura- te. (CARNEIRO, 2001, p. 47)
dor para dar continuidade aos procedimentos prepostos se- O princípio do promotor natural fora criado em junho de 1985,
guindo também o princípio da celeridade processual. Ressal- no VI Congresso Nacional do Ministério Público onde esta
ta-se que essa substituição ocorrerá pelo ente do parquet na tese foi apresentada por PENTEADO e UZEDA, para uma
mesma atribuição, sendo promotor substituído por outro pro- garantia institucional e funcional com funções determinadas
motor e não por procurador. (CARNEIRO, 2001, p. 43) ao parquet ministerial. (PENTEADO, UZEDA, apud MAZZILLI,
Interpretado o princípio da independência funcional, de acor- 2001, p. 161).
do com a palavra independência deste princípio, tem-se por Para a criação do princípio do promotor natural, houve uma
base que o Ministério Público, possui suas atribuições de acirrada discussão referente ao tema até chegar ao Supremo
atuar como fiscal da lei, ou, hora parte do processo e poderá Tribunal Federal, e sob a decisão de 5 votos a 4, a favor do
oficiar livremente de acordo com sua consciência desde que princípio, fora declarada constitucionalmente, tendo a sua
pautados na lei. Expressa-se (CARNEIRO, 2001, p. 44) na aplicação imediata, pois a própria Constituição assegura sua
seguinte citação: independência, autonomia funcional, unidade, inamovibilida-
É preciso esclarecer que apesar de haver um chefe da insti- de, vitaliciedade e irredutibilidade dos vencimentos. (MAZ-
tuição – Procurador –Geral – tal situação não implica, por ZILLI, 2001, p.163)
força do princípio da independência, existir qualquer tipo de O resumo deste princípio é afirmado notadamente, que todo o
subordinação do ponto de vista do exercício da função, e devido processo legal, precisa-se de uma ampla defesa, seja
ainda que este chefe possa, arbitrariamente, fixar as atribui- ela de um membro do parquet, um advogado, sendo o próprio
ções dos demais membros do parquet. Ministério Público representante da sociedade tanto para
O Ministério Público diante destas informações entende-se proteger, quanto para acusar, desde que pautados na lei.
que ele é um órgão com legitimidade própria, independente Segundo a citação de (CARNEIRO, 2001, p. 48), comenta
do poder legislativo, judiciário e executivo. Classifica-se os que:
membros do Ministério Público, como agentes políticos sendo
investido em atribuições definidas constitucionalmente e sen- Todo e qualquer ato do Procurador-Geral que contrarie tal
do responsáveis pelo exercício de suas funções e atribuições princípio, ainda que editado com aparência de legalidade
a eles arguidas. (MAZZILLI, 2001, p. 197) como designações, avocação, delegação e formação de gru-
pos especiais, é absolutamente nulo, incapaz de produzir
Ressalta-se dizer então que o Ministério Público será nortea- qualquer tipo de efeito e sujeito a medidas legais que visem o
do como fiscal da lei, e parte processual em ações públicas, restabelecimento da observância do princípio do promotor.
com a finalidade de garantir o bem estar social, a segurança
jurídica e a celeridade processual. A citação acima, já denota a claridade da criação do princípio
do promotor natural, pois com a criação deste, o Procurador-
Geral poderá agir somente através da lei mesmo que chefe
do promotor de justiça. O princípio do promotor natural, é um

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realce que traz as distinções entre as atribuições de promoto- justiça sob a sua respectivas funções e atribuições. Diante da
res e procuradores, é o respeito a lei em busca da celeridade criação da lei complementar nº 8.625/1993 teve a grande
jurisdicional, ou seja em busca da proteção da sociedade. definição entre os poderes, atribuições e designações pauta-
das em lei.
Existem duas premissas básicas referente ao princípio do
promotor natural, sendo ela, a fixação de promotor de justiça Isto significa dizer que jamais um Procurador-Geral, poderá
em um órgão dentro do Ministério Público específico e a ou- avocar atribuições de natureza processual dos órgãos do
tra, dos promotores de justiça ser impossibilitados de serem parquet, pois cada atribuição cometida existe a exclusividade
removidos, salvo remoções expressas na lei. A primeira pre- do membro lotado ao respectivo órgão ministerial. (CARNEI-
missa comenta sobre a fixação de um promotor de justiça, ou RO, 2001, p. 67)
seja, a lotação de um membro do parquet desde que aprova-
do em concurso público e legalmente investido no cargo, Nos termos do artigo 24 da lei 8.625/1993, torna-se evidente
sendo este legalmente legitimado para a suas atribuições. a atribuição, avocação e procedimentos do Procurador-Geral,
Segundo o artigo 128, inciso I, alínea b, a própria adequação in verbis:
ao órgão, ou seja titular da respectiva promotoria, gera a Art. 24 O Procurador-Geral de Justiça poderá, com a concor-
impossibilidade de remoção, salvo expresso na lei e por moti- dância do Promotor de Justiça titular, designar outro Promotor
vo de interesse público. (CARNEIRO, 2001, p. 55-56). para funcionar em feito determinado de atribuição daquele.
No entanto, o promotor de justiça poderá ser removido de Segundo o artigo acima referenciado, entende-se que o prin-
uma comarca para outra seguindo os critérios expressos em cípio do promotor natural, de forma veio para beneficiar a
lei, e por merecimento e antiguidade, de acordo com a sua sociedade como também ter uma união entre promotores e
carreira e desempenho exercida a determinada lotação. procuradores desde que descrito em lei. Sem este princípio
A Limitação dos Poderes do Procurador-Geral em face do não chegava a existir a união e entendimento entre os órgãos
Princípio do Promotor Natural do parquet, para discutir sobre determinadas questões pro-
cessuais.
No que tange o estudo do Procurador-Geral referente ao
4.3 Atribuições e o Princípio do Promotor Natural
princípio do promotor natural, têm-se clara o entendimento
segundo o artigo 19 e 21 da lei nº 8.625/1993 que menciona Nos termos da lei complementar Nº 8.625 de 12 de fevereiro
os seguintes caracteres: de 1993, em seu artigo 32 destaca-se as atribuições do pro-
Art. 19 As Procuradorias de Justiça são órgãos de Adminis- motor de justiça baseados no princípio do promotor natural e
tração do Ministério Público, com cargos de Procurador de da independência funcional que relata:
Justiça e serviços auxiliares necessários ao desempenho das Art. 32º Além de outras funções cometidas nas Constituições
funções que lhe forem cometidas pela Lei Orgânica. Federal e Estadual, na lei Orgânica e demais leis, compete
§ 1º É obrigatória a presença de Procurador de Justiça as aos Promotores de Justiça, dentro de suas esferas de atribui-
sessões de julgamento dos processos da respectiva Procura- ções:
doria de Justiça. I – impetrar habeas corpus e mandado de segurança e reque-
§ 2º Os Procuradores de Justiça exercerão inspeção perma- rer correição parcial, inclusive perante os Tribunais locais
nente dos serviços dos Promotores de Justiça nos autos em competentes;
que oficiem, remetendo seus relatórios à Corregedoria-Geral II – atender a qualquer do povo, tomando as providências
do Ministério Público. cabíveis;
[...] III – oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira instância,
Art. 21 A divisão interna dos serviços das Procuradorias de com as atribuições do Ministério Público Eleitoral previstas na
Justiça sujeitar-se-á a critérios objetivos definidos pelo Colé- Lei Orgânica do Ministério Público da União que forem perti-
gio de Procuradores, que visem à distribuição equitativa dos nentes, além de outras estabelecidas na legislação eleitoral e
processos por sorteio, observadas, para esse efeito, as regras partidária.
de proporcionalidade, especialmente a alternância fixada em Este artigo vincula-se ao princípio do promotor natural devido
função da natureza, volume e espécie dos feitos. a relação de sua legitimidade, tendo em vista que o membro
Parágrafo único. A norma deste artigo só não incidirá nas do parquet esta livre para propor qualquer medida, baseado a
hipóteses em que os Procuradores de Justiça definam, con- lei a fim de atingir o bem estar social, tanto como fiscal da lei,
sensualmente, conforme critérios próprios, a divisão interna como parte processual.
dos serviços. Ressalta-se sobre a referência em que faz o artigo 32 em seu
Segundo o disposto nos artigos acima, a visão do princípio do inciso III da Lei Complementar Nº 8.625 de 12 de fevereiro de
promotor natural, é sobre as respectivas atribuições dos pro- 1993, do Ministério Público da União do qual o mesmo possui
curadores da justiça, bem como a fiscalização dos promotores as suas próprias atribuições pautadas na lei complementar Nº
de justiça, em busca da celeridade processual. 75 de 20 de maio de 1993 no seu artigo 8º, seguindo primor-
dialmente o princípio do promotor natural no contexto dos
Neste contexto entende-se sobre a hierarquia existente entre procuradores-gerais, in verbis:
o promotor e o procurador de justiça que de fato é apenas sob
aspecto administrativo e não funcional, contudo, o poder de Art. 8º Para o exercício de suas atribuições o Ministério Públi-
designação existe entre os entes do parquet estes descritos co da União poderá, nos procedimentos de sua competência:
por lei. (MAZZILLI, 2001, p. 165) I – notificar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva,
O Procurador-Geral ele é o chefe do Ministério Público e no caso de ausência injustificada;
possui a capacidade de indicar órgão do Ministério Público II – requisitar informações, exames, perícias e documentos de
para oficiar em respectivo processo, respeitando-se assim o autoridades da Administração Pública direta ou indireta;
princípio do promotor natural. (CARNEIRO, 2001, p. 60)
III – requisitar da Administração Pública serviços temporários
Ao entender os fatos narrados acima, é que antes do princípio de seus servidores e meios materiais necessários para a
do promotor natural, o Procurador-Geral era o dono de todo realização de atividades específicas;
poder, ou seja, mandava e desmandava nos promotores de

Legislação 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


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IV – requisitar informações e documentos a entidades priva- entre um membro do Ministério Público de primeiro grau e o
das; membro de segundo grau.
V – realizar inspeções e diligências investigatórias; 4.4 Princípio do Promotor Natural e Autonomia
Funcional
VI – ter livre acesso a qualquer local público ou privado, res-
peitadas as normas constitucionais pertinentes à inviolabilida- A autonomia funcional do Ministério Público tem o seu texto
de do domicílio; constitucional nos artigos 127 ao 129 sobre suas atribuições,
um órgão indivisível e com independência funcional. No par-
VII – expedir notificações e intimações necessárias aos pro- quet ministerial, fica caracterizado em seu artigo 3º da Lei
cedimentos e inquéritos que instaurar; Complementar Nº 8.625 de fevereiro de 1993, a sua autono-
VIII – ter acesso incondicional a qualquer banco de dados de mia funcional mencionando o seguinte contexto:
caráter público ou relativo a serviço de relevância pública; Art. 3º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcio-
IX – requisitar o auxílio de força policial. nal, administrativa e financeira, cabendo-lhe, especialmente:
§ 1º O membro do Ministério Público será civil e criminalmen- I – praticar atos próprios de gestão;
te responsável pelo uso indevido das informações e docu- II – praticar atos e decidir sobre a situação funcional e admi-
mentos que requisitar; a ação penal, na hipótese, poderá ser nistrativa do pessoal, ativo e inativo, da carreira e dos servi-
proposta também pelo ofendido, subsidiariamente, na forma ços auxiliares, organizadas em quadros próprios;
da lei processual penal.
III – elaborar suas folhas de pagamento e expedir os compo-
§ 2º Nenhuma autoridade poderá opor ao Ministério Público, nentes demonstrativos;
sob qualquer pretexto, a exceção de sigilo, sem prejuízo da
subsistência do caráter sigiloso da informação, do registro, do IV – adquirir bens e contratar serviços, efetuando a respectiva
dado ou documento que lhe seja fornecido. contabilização;
§ 3º A falta injustificada e o retardamento indevido do cum- V – propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de
primento das requisições do Ministério Público implicarão a seus cargos, bem como a fixação e o reajuste dos vencimen-
responsabilidade de quem lhe der causa. tos de seus membros;
§ 4º As correspondências, notificações, requisições e intima- VI – propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção dos
ções do Ministério Público quando tiverem como destinatário cargos de seus serviços auxiliares, bem como a fixação e o
o Presidente da República, o Vice-Presidente da República, reajuste dos vencimentos de seus servidores;
membro do Congresso Nacional, Ministro do Supremo Tribu-
nal Federal, Ministro de Estado, Ministro de Tribunal Superior, VII – prover cargos iniciais da carreira e dos serviços auxilia-
Ministro do Tribunal de Contas da União ou chefe de missão res, bem como nos casos de remoção, promoção e demais
diplomática de caráter permanente serão encaminhadas e formas de provimento derivado;
levadas a efeito pelo Procurador-Geral da República ou outro VIII – editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que
órgão do Ministério Público a quem essa atribuição seja dele- importem em vacância de cargos de carreira e dos serviços
gada, cabendo às autoridades mencionadas fixar data, hora e auxiliares, bem como os de disponibilidade de membros do
local em que puderem ser ouvidas, se for o caso. Ministério Público e de seus servidores;
§ 5º As requisições do Ministério Público serão feitas fixando- IX – organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das
se prazo razoável de até dez dias úteis para atendimento, Procuradorias e Promotorias de Justiça;
prorrogável mediante solicitação justificada.
X – compor seus órgãos de administração;
O promotor de justiça será resguardado pelo princípio do
promotor natural desde que seja cumprida as suas exigên- XI – elaborar seus regimentos internos;
cias, bem como a investidura no cargo para promotor de justi- XII – exercer outras competências dela decorrentes.
ça, a existência do parquet de execução, que seja lotado por
titularidade e inamovibilidade desde que respeitada a sua Parágrafo Único: As decisões do Ministério Público fundadas
garantia ao órgão de execução. (CARNEIRO, 2001, p. 95) em sua autonomia funcional, administrativa e financeira, obe-
decidas as formalidades legais, têm eficácia plena e executo-
Entende-se que o promotor de justiça está protegido pela riedade imediata, ressalvada a competência constitucional do
Carta Magna e pela Lei Complementar Nº 8.625 de 12 de Poder Judiciário e do Tribunal de Contas.
fevereiro de 1993, para proceder com suas atribuições apre-
sentadas em lei, bem como a proteção do princípio do promo- O princípio do promotor natural e sua autonomia funcional
tor natural. Denota-se que sem as suas atribuições determi- estão ligados no sentido informador, ou seja, sentido proces-
nadas e sem o princípio do promotor natural, o Procurador- sual que se materializa no texto constitucional, como também
Geral iria escolher o promotor de justiça de seu intuito para em razão das pessoas na respectiva definição da ocupação
atuar em determinado processo. Devido a existência do prin- dos cargos e funções do órgão ministerial. (FRISCHEISEN,
cípio e de suas atribuições consagradas em lei, isto seria 1999, p. 142)
impossível por parte do Procurador-Geral, pois estaria indo
Segundo a citação do prof. Celso Antônio de Mello, diz a
contra a norma maior. O princípio do promotor natural, só tem
respeito;
validade caso seja determinado as suas atribuições dos di-
versos órgãos do Ministério Público. (CARNEIRO, 2001, p. “Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um siste-
96) ma, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se
irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e
Tanto as atribuições dos promotores de justiça quanto à dos
servindo de critério para sua exata compreensão e inteligên-
procuradores-gerais são determinadas em lei, para não ocor-
cia, exatamente para definir a lógica e a racionalidade do
rer à discriminação entre membros do parquet em relação a
sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá senti-
qualquer órgão do tribunal em evidência ao respeito do prin-
do harmônico.” MELLO apud FRISCHEISEN (1999, p. 142)
cípio do promotor natural. (CARNEIRO, 2001, p. 97).
No que diz a respeito a citação acima, entende-se que o prin-
Entretanto, não há que se falar em exercício irregular da fun-
cípio do promotor natural e a atuação funcional consagra-se
ção jurisdicional, pois a própria lei já determina as atribuições

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como uma garantia constitucional para proteger o membro do 5.3 A jurisprudência e o princípio do promotor na-
Ministério Público, como também tutelar em face da coletivi- tural
dade, sob aspectos abstratos e determinados em lei. (FRIS-
CHEISEN, 1999, p. 143) No que tange discernir referente a jurisprudência, fora o jul-
gado habeas corpus 67.759/RJ por composição plena que o
Neste diapasão o princípio do promotor natural encontra-se Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência do princí-
na cláusula de independência funcional e na inamovibilidade pio do promotor natural. Diante deste julgado ocorreu por
dos membros da instituição sendo estas resguardadas pela diferença mínimas de votos (cinco a quatro) dividindo-se por
garantia constitucional. (FRISCHEISEN, 1999, p. 143) duas opiniões que foram sustentadas.
O membro do Ministério Público é assegurado pela Constitui- A primeira sendo a aplicação do princípio de forma imediata
ção da República Federativa do Brasil e de suas Legislações do dispositivo, sendo garantida pela Constituição da Repúbli-
Complementares, para o exercício de suas determinadas ca Federativa do Brasil.
funções e atribuições, protegidos pelo princípio do promotor
natural. A segunda sustentação seria dizer que para o princípio ter
validade, deveria ocorrer por necessidade de prevendo este
5. ABORDAGEM FINALISTA AO PRINCÍPIO DO PROMO- princípio. (SOUZA, 2007, p. 176)
TOR NATURAL
Portanto o princípio do promotor natural demonstra-se a
5.1 Conceituação do Princípio do Promotor Natural segurança jurídica que tem este princípio, pois está elencado
na própria Carta Magna, como também reconhecido pelo
O Ministério Público alude-se ao princípio do promotor natu- Supremo Tribunal Federal.
ral, como sendo a existência de um órgão independente com
a finalidade de exercer suas atribuições conforme previstas 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
em lei. O princípio do promotor natural é uma relação aos
direitos e garantias constitucionais sendo este correlacionado Conclui-se que graças ao VI Congresso Nacional do Ministé-
com o princípio da inamovibilidade e com o princípio da inde- rio Público realizado em junho de 1985, fora criado o princípio
pendência funcional. (SOUZA, 2007, p. 174-175) do promotor natural. Denota-se então que o princípio do pro-
motor natural é uma garantia perante o Ministério Público, no
Entende-se que o princípio do promotor natural é um princípio âmbito de suas funções e atribuições a cada membro do
norteador a luz da Constituição da República Federativa do parquet, tendo a finalidade da ordem jurídica, bem como ser
Brasil, pois este princípio assegura as atribuições, funções representante da sociedade.
ministeriais, bem como a diferença estipulada de cada mem-
bro do parquet. Neste sentido, o princípio do promotor natural é uma referên-
cia constitucional, com a proporção de proteger todos os
5.2 Garantias Decorrentes do Princípio do Promo- promotores de justiça bem como os procuradores de justiça
tor Natural nas suas respectivas atribuições sendo assegurados também
por lei.
Garantias estas decorrentes do princípio do promotor natural
significam que qualquer cidadão não será acusado por um O que entende-se do princípio do promotor natural é uma
órgão independente do Estado de acordo com preceitos le- garantia em suas atribuições ministeriais, ou seja, um promo-
gais, ou seja, vale dizer que com o princípio do promotor tor de justiça poderá atuar no respectivo processo nomeado
natural o membro do Ministério Público de primeiro grau, terá não sendo impedido por determinados procuradores sob
legitimidade para proceder com a legítima defesa contra o determinação de que outro membro iria atuar, para haver a
acusado, bem como, ser fiscal da lei. (SOUZA, 2007, p. 175) complexidade em prejudicar a outra parte. O princípio do
promotor natural é uma segurança jurídica, onde os membros
A finalidade deste princípio é a guarnição do interesse públi- do Ministério Público, no caso o promotor de justiça quanto o
co, sendo o Ministério público assegurado pelo princípio do procurador de justiça, poderá atuar de ofício em suas atribui-
promotor natural em decorrência de suas políticas internas ou ções.
externas. Nestas palavras, entende-se que o Ministério Públi-
co poderá expor tanto internas quanto externas a sua convic- Já no ordenamento de primeiro grau, ou seja, o promotor de
ção, e diante destas, o membro do parquet não poderá ser justiça, poderá atuar como fiscal da lei, ou também como
leso ou retirado de análise de um caso concreto. (SOUZA, parte processual, garantido a ordem jurídica desde que pau-
2007, p. 176) tados na lei
Portanto, diz-se que o princípio do promotor natural é uma Desta forma, resumi-se dizer que o princípio do promotor
garantia constitucional, com a finalidade de propiciar ao inte- natural, é uma garantia constitucional, vindo a ser preceituada
resse público, uma atuação ou atribuição de forma rígida, apartir da Constituição de 1967, com o intuito de proteger a
severa de acordo com a lei. sociedade bem como os entes de atuação ao parquet ministe-
rial. Neste entendimento cabe ressaltar que o princípio do
Para adquirir-se a segurança jurídica do princípio do promotor promotor natural protegerá tanta a sociedade como o membro
natural é necessário a investidura de cargo de promotor de do Ministério Público, para as suas atribuições a determinado
justiça através de concurso público por provas e títulos, que processo, seguindo a Lei Brasileira em sua atuação, e a lei
exista um órgão de execução onde será atribuído as suas orgânica do Ministério público, sobre suas atribuições e pode-
funções, seja aberto o provimento do cargo, e garantia da res processuais.
inamovibilidade de seu titular, baseados em definições pré-
vias na lei e de normas e atos administrativos decorrentes a Vale dizer também, que graças ao princípio do promotor natu-
atribuição exercida do determinado cargo. (SOUZA, 2007, ral, o procurador de justiça jamais poderá atribuir determinada
p.176) função a um promotor de justiça, sem antes ter o consenti-
mento do próprio. Esclarece-se então que diante do procura-
Fica explícito dizer sobre investidura do cargo para promotor dor de justiça, o promotor de justiça titular poderá ser substitu-
de justiça, membro do Ministério Público, sendo protegido ído por outro promotor de justiça no sentido de elucidar-se o
pelo princípio do promotor natural com suas garantias, atribui- caso, ou seja, atribuir a certo promotor de justiça tal processo
ções e funções definidas em lei. cuja, o promotor substituto tenha um conhecimento técnico,
jurídico e científico sobre determinado tema, melhor do que o
promotor titular, contudo, isto é aceito desde que seja autori-

Legislação 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


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zada a sua atribuição pelo promotor de justiça titular, garan-
tindo assim o princípio do promotor natural perante a lei.
Conclui-se então sobre a verdadeira importância deste princí-
pio, que é uma garantia constitucional em proteção ao exercí-
cio do promotor de justiça, delimitando suas atribuições, for-
mas de agir, funções e garantias constitucionais para que
outro membro não exerça suas atividades ou torne nulas os
atos processuais, exercidos por um douto promotor de justiça,
sendo estas atividades restritas. a titular, garantindo assim o
princ sentido de elucida o caso, desde que seja autorizado a
sua atribuiçtribuiç
Frente do edifício sede do Ministério Público do Estado de
7. REFERÊNCIAS São Paulo (Procuradoria-Geral de Justiça)
BRASIL. Constituição Federal 1988. Disponível em: O ingresso na carreira do Ministério Público é feito median-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao. te concurso público de provas e títulos, assegurada a partici-
htm. Acesso em: 15 de novembro de 2011. pação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização,
______. Lei 8.625 de 12 de fevereiro de 1993. Institui a Lei exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de
Orgânica Nacional do Ministério Público, dispõe sobre atividade jurídica. As funções do Ministério Público só podem
normas gerais para a organização do Ministério Público ser exercidas por integrantes da carreira.
dos Estados e dá outras providências. Disponível em Ministério Público: o Fiscal da Lei
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8625.htm. Acesso
04 de outubro de 2011. É comum a referência ao Ministério Público como órgão do
Estado incumbido de fiscalizar o exato cumprimento da lei.
______. Lei 75 de 20 de maio de 1993. Dispõe sobre a Doutrina e jurisprudência normalmente atribuem a expres-
organização, as atribuições e o estatuto do Ministério são custos legis (fiscal da lei) ao representante ministerial
Público da União. Disponível em: quando este atua no processo como órgão interveniente, e tal
http://www4.planalto.gov.br/Legi ocorre nas queixas-crime, nas ações de separação judicial,
slacao/legislacao-1/leis-complementares1/leis Complementa- nas ações civis públicas propostas por outras entidades legi-
res-1/1993#content. Acesso 04 de abril de 2012. timadas, dentre muitas outras.

MAZZILLI, Hugo Nigro. Regime Jurídico do Ministério Pú- Na verdade, pouco importa sua posição no processo, seja
blico. São Paulo: Saraiva, 2001. como parte, nas ações que propõe (órgão agente), seja como
órgão interveniente, o Ministério Público será, sempre,
SOUZA, Motauri Ciocchetti de. Ministério Público e o Prin- o fiscal da lei, incumbido constitucionalmente de zelar pelo
cípio da Obrigatoriedade: Ação Civil Pública, Ação Penal exato e rigoroso cumprimento da lei, desempenhar a defesa
Pública. São Paulo: Método, 2007. da ordem jurídica e do regime democrático.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Proces- Princípios institucionais
sual Civil – Teoria Geraldo do Direito Processual Civil e
Processo de Conhecimento. Rio de Janeiro: Forense, 2009. São princípios institucionais do Ministério Público:
CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro. O Ministério Público no 1. unidade, significando que seus membros (de cada
Processo Civil e Penal: Promotor Natural, Atribuição e Ministério Público) integram um só órgão, sob dire-
Conflito. Rio de Janeiro: Forense, 2001. ção de um só Procurador Geral;
MACEDO JÚNIOR, Ronaldo Porto. Ministério Público Brasilei- 2. indivisibilidade, pois seus membros não ficam vin-
ro: Um Novo Ator Político. In: MACEDO JÚNIOR, R. P.; VI- culados aos processos nos quais atuam. Desta for-
GLIAR, José Macedo Menezes (org). Ministério Público II: ma, podem ser substituídos uns pelos outros; e
Democracia. São Paulo: Atlas, 1999.
3. independência ou autonomia funcional: no exer-
SALLES, Carlos Alberto de. Entre a Razão e a Utopia: A For- cício de suas funções, os membros do Ministério
mação Histórica do Ministério Público. In: MACEDO JÚNIOR, Público não estão subordinados a quem quer que
R. P.; VIGLIAR, José Macedo Menezes (org). Ministério seja. Não estão sujeitos a ordens, sendo livres para
Público II: Democracia. São Paulo: Atlas, 1999. atuar segundo sua consciência e suas convicções,
sempre com base na lei.
FRISCHEISEN, Luiza Cristina Fonseca. Princípio do Promotor
Natural. In: MACEDO JÚNIOR, R. P.; VIGLIAR, José Macedo O Ministério Público não integra e nem está subordinado aos
Menezes (org). Ministério Público II: Democracia. São Pau- demais Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - sendo-
lo: Atlas, 1999. lhe assegurado autonomia funcional e administrativa.
Por carlos ernesto nunes filho Garantias constitucionais

Ministério Público (leitura) Os membros do Ministério Público possuem as seguintes


garantias:
http://www.wikilegal.wiki.br/index.php?title=Minist%C3%A9rio_
P%C3%BAblico&printable=yes 1. vitaliciedade, após dois anos de exercício, não po-
dendo perder o cargo senão por sentença judicial
Noções preliminares transitada em julgado;

O Ministério Público é definido pela Constituição Federal, 2. inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú-
em seu artigo 127, como instituição permanente, essencial à blico, mediante decisão do órgão colegiado compe-
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da tente do Ministério Público, pelo voto da maioria ab-
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses soci- soluta de seus membros, assegurada ampla defe-
ais e individuais indisponíveis. sa(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004); e

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3. irredutibilidade de subsídio.
Funções institucionais

Dentre outras funções institucionais, previstas no artigo 129


da Constituição Federal, incumbe ao Ministério Público pro-
mover, privativamente, a ação penal pública, zelar pelo efetivo
respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância
pública aos direitos assegurados na Constituição, promoven-
do as medidas necessárias a sua garantia, promover
o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do pa-
trimônio público e social, do meio ambiente e de ou-
tros interesses difusos e coletivos, exercer o controle externo
da atividade policial, e requisitar diligências investigatórias e a
instauração de inquérito policial.

Brasão do Ministério Público do Estado de São Paulo, no


edifício sede (Procuradoria-Geral de Justiça)
Ministério Público Estadual
Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal
têm por chefe, cada um deles, um Procurador-Geral de
Justiça. São escolhidos por integrantes da carreira para
compôr uma lista tríplice, na forma da lei respectiva. À vista
dos nomes apresentados nessa lista, o Chefe do Poder Exe-
cutivo pode escolher e nomear qualquer um deles, para man-
dato de dois anos, permitida uma recondução.
Os membros do Ministério Público dos Estados e do Distrito
Federal são denominados Promotores de Justiça (atuam em
primeira instância) e Procuradores de Justiça (atuam em
segunda instância, junto aos tribunais estaduais).

Brasília - Edifício Sede do Ministério Público da União (Procu- A Lei n. 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, institui a Lei Orgâ-
radoria-Geral da República) nica Nacional do Ministério Público, dispõe sobre normas
gerais para a organização do Ministério Público dos Estados e
Organização dá outras providências.
O Ministério Público abrange: Cada unidade da Federação também possui sua própria lei
orgânica.
1. o Ministério Público da União, que compreende:
O Ministério Público do Estado de São Paulo
1. o Ministério Público Federal;
2. o Ministério Público do Trabalho; No Estado de São Paulo, a Lei Complementar n. 734, de 26
de novembro de 1993, instituiu a Lei Orgânica do Ministério
3. o Ministério Público Militar; Público.
4. o Ministério Público do Distrito Federal e A Instituição, a exemplo de todos os Ministérios Públicos
Territórios; e estaduais, é composta pelos seguintes órgãos da Administra-
ção Superior:
2. os Ministérios Públicos dos Estados.
Ministério Público da União
O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-
Geral da República, nomeado pelo Presidente da República
dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos,
após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos
membros do Senado Federal, para mandato de dois anos,
permitida a recondução.
Os membros do Ministério Público da União são denomina-
dos Procuradores da República e Procuradores Regionais
da República.
A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa
do Presidente da República, deve ser precedida de autoriza-
ção da maioria absoluta do Senado Federal.
A Lei Complementar Federal n. 75, de 20 de maio de 1993,
dispõe sobre a organização, as atribuições e o estatuto do
Ministério Público da União.

Márcio Fernando Elias Rosa, Procurador-Geral de Justiça do


Estado de São Paulo (2014/2016)

Legislação 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


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 Procuradoria-Geral de Justiça; § 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito
Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes
 Colégio de Procuradores de Justiça; da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu
 Conselho Superior do Ministério Público; Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder
Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recon-
 Corregedoria-Geral do Ministério Público. dução.
São também órgãos de Administração
do Ministério Público: No mesmo sentido, a Lei Orgânica Nacional do Ministério
Público (Lei 8.625, de 12 de fevereiro de 1993):
 Procuradorias de Justiça;
Art. 9º Os Ministérios Públicos dos Estados formarão lista
 Promotorias de Justiça. tríplice, dentre integrantes da carreira, na forma da lei res-
Dentre as diversas atribuições do Procurador-Geral de Justi- pectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será
ça, compete a ele o importante papel de exercer a chefia do nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de
Ministério Público, representando-o judicial e extrajudicial- dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo
mente. procedimento.

O Procurador-Geral de Justiça é nomeado pelo Chefe do


Poder Executivo, dentre os Procuradores de Justiça integran- Note-se que ambos os dispositivos são claros, não deixam
tes de lista tríplice elaborada na forma da Lei complementar margem a qualquer dúvida, ao dispor que qualquer integrante
734/92 (artigo 10 e seguintes), para mandato de dois anos, da carreira - composta por Promotores de Justiça e Procura-
permitida uma recondução. dores de Justiça - pode integrar a lista tríplice. Sendo assim,
fácil concluir: Promotores de Justiça e Procuradores de Justi-
O atual Procurador-Geral de Justiça é Márcio Fernando ça, e não apenas estes últimos, podem concorrer às eleições
Elias Rosa, que está no segundo mandato consecutivo, per- para o cargo de Procurador Geral.
manecendo no cargo até março de 2016.
No entanto, a Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de
A sede do Ministério Público de São Paulo está localizada na São Paulo (Lei Complementar n. 734, de 26 de novembro de
Rua Riachuelo n. 115, Centro, São Paulo, Capital. 1993), contrariando a Constituição Federal e a Lei Orgânica
Uma instituição ainda em busca de democracia in- Nacional, optou, de forma pouco democrática, por restringir o
terna universo de participantes do pleito ao cargo máximo da insti-
tuição, assim dispondo - repare:
É bastante lógico supor que uma entidade ou instituição que
tem por missão constitucional a defesa do regime democráti- Art. 10. O Procurador-Geral de Justiça será nomeado pelo
co esteja, ela própria, no pleno exercício dessa prática. Chefe do Poder Executivo, dentre os Procuradores de Jus-
tiça integrantes de lista tríplice elaborada na forma desta lei
Como é sabido, democracia pressupõe certos atributos ou complementar, para mandato de dois anos, permitida uma
princípios, dentre os quais ressalta a igualdade política. Não é recondução, observado o mesmo procedimento.
bem isso o que ocorre no Ministério Público de São Paulo,
cujo sistema representativo mais se assemelha a uma espé-
cie de oligarquia. Pois, de fato, todos os cargos de direção A expressão dentre integrantes da carreira, presente na CF e
são reservados e estão concentrados numa pequena parcela na Lei Orgânica Nacional, foi capciosamente substituída, na
de membros da Instituição, ocupantes dos cargos de Procu- lei estadual, pela expressão dentre os Procuradores de Justi-
rador de Justiça. ça.

De fato, somente os Procuradores de Justiça - que represen- Por esse motivo, a ascensão para o cargo máximo segue
tam pouco mais de 20% dos integrantes da carreira - podem como exclusividade dos Procuradores de Justiça de São
concorrer e ocupar o cargo de Procurador-Geral de Justiça e Paulo, que, bem se diga, constituem pouco mais de vinte por
os demais cargos da Administração Superior do Ministério cento dos integrantes da carreira.
Público: Sub-Procurador-Geral, Corregedor-Geral, Ouvidor, E assim permanece a situação ainda hoje, apesar das cons-
membro do Conselho Superior, do Órgão Especial ou da tantes reivindicações de membros do Ministério Público de
Comissão Processante Permanente. Abordaremos em mais São Paulo.
detalhes nos tópicos seguintes.
E apesar, também, das constantes e recorrentes promessas e
Desconhece-se qualquer motivo plausível ou sensato para compromissos de campanha de candidatos (Procuradores de
essa estranha e constrangedora situação. Talvez um estudo Justiça) às eleições para Procurador-Geral de Justiça. Que
mais aprofundado da mesquinhez humana, do apetite insaci- nunca são cumpridas.
ável pelo poder - estudo que não cabe fazer aqui neste traba-
lho -, possa trazer alguma luz. De fato, tome-se como exemplo a carta enviada em 03 de
outubro de 2007, pelo Procurador de Justiça Fernando Grella
A vedação aos Promotores de Justiça de concorrer ao Vieira, enquanto candidato ao cargo de Procurador-Geral de
cargo de Procurador-Geral de Justiça Justiça de São Paulo, a centenas de membros do Ministério
São Paulo é ainda um dos poucos Estados, se não o único, a Público que se reuniam, nessa mesma data, no auditório
não permitir que Promotores de Justiça concorram à eleição "Antonio Alvarenga Neto", no Fórum Ministro Mário Guima-
ao cargo de Procurador-Geral de Justiça, o que revela certo rães, no bairro da Barra Funda, na Capital de São Paulo.
paradoxo e dissonância com o relevante papel que expres- Atenção para esse trecho da "carta aberta", com a enfática
samente lhe atribuiu o Constituinte de 1988: o de órgão in- promessa de de campanha [1]:
cumbido de defender o regime democrático (artigo 127). Assumo, formalmente, diante de toda a classe, o compromis-
De fato, soa estranho saber que tão relevante missão não é so de encaminhar ao Poder Legislativo, nos primeiros dias de
exercida internamente, em toda sua plenitude. minha administração, caso tenha a honra de chegar à Chefia
da Instituição, os projetos de lei necessários a implementar a
Vejamos então o motivo da inusitada e injustificada discre- democratização na vida política do Ministério Público, esten-
pância. A Constituição Federal assim estabelece em seu dendo a legitimação eleitoral ativa aos promotores de justiça
artigo 128, § 3º:

Legislação 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
para os cargos da Administração Superior do Ministério Públi- Ordinárias dos dias 3, 10 e 17 do corrente ano); colegiado,
co de São Paulo. —Fernando Grella Vieira frize-se aqui, no qual Vossa Excelência conta com ampla
maioria. De tal modo é o embaraço do Órgão Especial, nesta
Vencidas as eleições, tal promessa, tão retumbante, jamais matéria, artificial e inócuo.
foi cumprida. Simplesmente desmanchou-se e desapareceu
como desmancham-se as folhas áridas e sem vida de outono. A ser assim, reforça-se, no meu íntimo, o sentimento de
que tudo não passou mesmo de mais uma ‘mentirinha
A bem da verdade, proposta de mudança legislativa com este política’. É necessário, de uma vez por todas, que, à retórica
objetivo foi enviada pelo Procurador-Geral Fernando Grella inconsequente, se refunde a atividade política na base da
Vieira, não "nos primeiros dias do mandato", como prometido, credibilidade e da verdade.
mas cerca de 1 anos depois, e não "ao Poder Legislativo",
como também prometido, mas ao Órgão Especial do Colégio A Carta de 18 de outubro de 2007
de Procuradores de Justiça, onde recebeu parecer contrário.
Sob o argumento de que o parecer Órgão Especial é "vincula- Tópico em desenvolvimento: dissertar sobre as manifestações
tivo", o Procurador-Geral deu-se por "vencido" e satisfeito, internas, especialmente a Carta de 18 de outubro de
arquivando e enterrando definitivamente a proposta. 2007resultado do manifesto aprovado por Promotores de
Justiça presentes à reunião realizada, na mesma data, no
auditório "Antonio Alvarenga Neto", no Fórum Ministro Mário
Guimarães, no bairro da Barra Funda, na Capital de São
Paulo
A Ação proposta pela APMP
Sobre a ação proposta pela APMP. Tópico a desenvolver...
A vedação aos Promotores de Justiça de exercer fun-
ções de Subprocurador-Geral de Justiça
Lei Complementar nº 734/1993, de 26 de novembro de 1993,
Artigo 20 — O Procurador-Geral de Justiça designará os
Subprocuradores-Gerais de Justiça com funções de substitui-
ção e auxílio, a serem definidas em ato específico, dentre os
Procuradores de Justiça.
A vedação aos Promotores de Justiça de votar e con-
correr ao cargo de Corregedor-Geral do Ministério Público
Lei 8.625/93 - Art. 16. O Corregedor-Geral do Ministério Pú-
blico será eleito pelo Colégio de Procuradores, dentre os
Procuradores de Justiça, para mandato de dois anos, permiti-
da uma recondução, observado o mesmo procedimento.
A vedação aos Promotores de Justiça de concorrer ao
Conselho Superior do Ministério Público
A vedação aos Promotores de Justiça de votar e con-
correr ao Órgão Especial
Trecho da "carta aberta" enviada a Promotores de Justiça,
durante a campanha do Procurador de Justiça Fernando A vedação aos Promotores de Justiça de votar e con-
Grella Vieira, enquanto candidato ao cargo de Procurador- correr à função de Ouvidor do Ministério Público
Geral de Justiça de São Paulo.
Em 9 de setembro de 2010, a Assembléia Legislativa de São
"Mentirinha política". A escandalosa situação não passou Paulo aprovou, em sessão extraordinária, o Projeto de Lei
despercebida no Conselho Superior do Ministério Público. Na Complementar n. 19/2005, que criou a Ouvidoria no âmbito do
reunião realizada em 28 de abril de 2009, o eminente Procu- Ministério Público de São Paulo. E dois meses depois, em 30
rador de Justiça e Conselheiro João Francisco Moreira Vie- de novembro de 2010, foi publicada no Diário Oficial a Lei
gas, manifestou-se a respeito, lembrando a promessa feita Complementar n. 1.127, de 29 de novembro de 2010, restan-
em "carta aberta" endereçada aos Promotores de Justiça, do assim instituída a Ouvidoria do Ministério Público de São
quando em campanha eleitoral . Destacamos os seguintes Paulo, "com o objetivo de fortalecer a cidadania e elevar,
trechos [2]: continuamente, os padrões de transparência, presteza e se-
gurança das atividades desenvolvidas pela instituição", ca-
Senhor Procurador Geral: Os argumentos lançados na ata
bendo-lhe, entre outras atribuições, encaminhar reclamações,
anterior como justificativa de sua decisão de não mais enca-
denúncias, críticas, apreciações, comentários, elogios, pedi-
minhar à Assembléia Legislativa o projeto que asseguraria a
dos de informação e sugestões de qualquer interessado sobre
nossos promotores o direito de concorrer a cargos da Admi-
as atividades desenvolvidas pelos órgãos do Ministério Públi-
nistração Superior (procurador-geral e conselheiro), data
co.
vênia, não convencem. Na carta aberta que Vossa Excelência
endereçou aos promotores da Barra Funda, e a todos se A instituição de Ouvidorias no âmbito do Ministério Público
encarregou de divulgar, não consta nenhum condicionamento obedece ao disposto na Emenda Constitucional 45/2004, que
à remessa do projeto. Ao contrário, contém enfática afirmação incluiu o artigo 130-A, assim estabelecendo seu § 5º: "Leis da
de que a remessa se daria, logo nos primeiros dias do man- União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público,
dato. (...) competentes para receber reclamações e denúncias de qual-
quer interessado contra membros ou órgãos do Ministério
Indiferente o fato de outros Procuradores Gerais terem sub-
Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, represen-
metido ao Órgão Especial projetos de alteração da Lei Orgâ-
tando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Públi-
nica, pois não detêm esse colegiado o aventado poder de co." Frise-se que a Ouvidoria do não se insere no rol dos
veto (confira-se no Diário Oficial do Estado ou na página ele-
órgãos da administração superior da instituição e, portanto,
trônica do Conselho, o que registrei nas Atas das Reuniões

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não dispõe de poderes correcionais nem substitui as atribui- va n. 12, ao Projeto de lei Complementar 19, de 2005. E foi
ções da Corregedoria-Geral do Ministério Público. assim que nasceu a Lei Complementar n. 1.127, de 29 de
novembro de 2010.
O artigo 3º da referida lei estabelece que a função de Ouvidor
do Ministério Público somente poderá ser exercida por Procu- O mais incrível, o mais inusitado, e é imperioso aqui regis-
rador de Justiça. E só Procurador de Justiça poderá exercer o trar, é que o então Procurador-Geral de Justiça Fernando
voto: Grella Vieira, enquanto candidato ao cargo, assumira ex-
pressamente o compromisso, em carta assinada, perante
Artigo 3º - A função de Ouvidor do Ministério Público será aqueles que compunham a grande maioria do eleitorado - os
exercida por Procurador de Justiça eleito pelo Colégio de Promotores de Justiça -, de "abertura da vida política instituci-
Procuradores de Justiça, por voto obrigatório e secreto, para onal para que o Promotor de Justiça possa participar da con-
mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, obser- dução dos destinos do Ministério Público", especialmente
vado o mesmo procedimento. a "ampliação da legitimação passiva à primeira instância
Importante relembrar que o projeto original, enviado em 2005 para provimento do cargo de Ouvidor do Ministério Públi-
à Assembléia Legislativa pelo então Procurador-Geral de co".
Justiça Rodrigo César Rebello Pinho, estabelecia
A vedação aos Promotores de Justiça de votar e con-
que apenas Procuradores de Justiça poderiam ocupar o car-
correr à Comissão Processante Permanente
go de Ouvidor.
Art. 96-B da Lei Complementar Estadual nº 734, de 26 de
Diante do inconformismo dos Promotores de Justiça, novembro de 1993
o Deputado Romeu Tuma apresentou a Emenda 10 ao Pro-
jeto de lei Complementar 19, de 2005, pois nada justifica- Uma instituição em busca de independência plena
va "que o ouvidor seja escolhida apenas por diminuta parcela
da carreira, e sim por toda a classe", não sendo razoá- Sobre a nomeação para o cargo de PGJ pelo Governador do
vel, "ademais, que somente procuradores de Justiça possam Estado. Projeto de Lei e PEC em andamento. Tópico a ser
concorrer à função: dentre os promotores de Justiça haverá, desenvolvido...
sem dúvida, inúmeros membros do Ministério Público que Quadro com os 5 últimos Procuradores-Gerais de
poderão desempenhar tão importante mister." Justiça de São Paulo
Questões de interesse

Princípio do promotor natural


A Constituição Federal alberga o chamado Princípio do juiz
natural - uma garantia deferida aos brasileiros e estrangeiros
residentes no país - ao proibir Tribunais "ad hoc" ou de exce-
ção, determinando ainda que "ninguém se-
rá processado nem sentenciado senão pela autoridade com-
petente" (artigo 5o., incisos XXXVII e LIII).
Note-se que ao determinar que ninguém poderá
ser processado senão pela autoridade competente, parte da
doutrina entende que a Constituição teria erigido também à
categoria de garantia constitucional oPrincípio do promotor
natural.
Esse princípio também decorreria de outros princípios e ga-
Trecho da promessa de campanha do Procurador de Justiça rantias institucionais, como a independência funcional e a
Fernando Grella Vieira, enquanto candidato ao cargo de Pro- garantia da inamoviblidade.
curador-Geral de Justiça de São Paulo.
Segundo Paulo Cezar Pinheiro Carneiro[3]:
No mesmo sentido e com o mesmo espírito democrático,
o Deputado João Caramez apresentou a Emenda 11 ao "A teoria do promotor natural ou legal, como anteriormente
Projeto de lei Complementar 19, de 2005, também estabele- afirmado, decorre do princípio da independência, que é ima-
cendo que a função de Ouvidor do Ministério Público pudesse nente à própria instituição. Ela resulta, de um lado, da garan-
ser exercida "por membro do Ministério Público com mais de tia de toda e qualquer pessoa física, jurídica ou formal que
10 (dez) anos de carreira" (portanto Promotores e Procurado- figure em determinado processo que reclame a intervenção
res de Justiça), eleito por todos os membros do Ministério do Ministério Público, em ter um órgão específico do parquet
Público. atuando livremente com atribuição predeterminada em lei, é,
portanto, o direito subjetivo do cidadão ao Promotor (aqui no
No entanto, cerca de um mês antes da discussão da matéria sentido lato), legalmente legitimado para o processo. Por
pela Assembléia Legislativa, o então Procurador-Geral de outro lado, ela se constitui também como garantia constitucio-
Justiça Fernando Grella Vieira encaminhou àquela Casa de nal do princípio da independência funcional, compreendendo
Leis uma proposta de modificação de alguns dispositivos do o direito do Promotor de oficiar nos processos afetos ao âmbi-
projeto de lei, aproveitando o ensejo para, sem qualquer justi- to de suas atribuições.
ficativa ou debate com a classe, excluir os Promotores de
Justiça de concorrer ao exercício da função ou, mesmo, de Este princípio, na realidade, é verdadeira garantia constitucio-
participar do processo como meros eleitores. Tal proposta foi nal, menos dos membros do 'parquet' [4] e mais da própria
previamente submetida ao Órgão Especial do Colégio de sociedade, do próprio cidadão, que tem assegurado, nos
Procuradores de Justiça, que a aprovou emreunião realizada diversos processos em que o MP atua, que nenhuma autori-
em 4 de agosto de 2010. dade ou poder poderá escolher Promotor ou Procurador es-
pecífico para determinada causa, bem como que o pronunci-
Essa proposta modificativa do então Procurador-Geral de amento deste membro do MP dar-se-á livremente, sem qual-
Justiça Fernando Grella Vieira, contrária às democráticas quer tipo de interferência de terceiros.
emendas dos deputados Romeu Tuma e João Caramez, foi
recebida na Assembléia Legislativa como Emenda Aglutinati-

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Esta garantia social e individual permite ao Ministério Público  "AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE -
cumprir, livre de pressões e influências, a sua missão consti- LEGITIMIDADE - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MEM-
tucional de defesa da ordem jurídica, do regime democrático e BROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO - CONAMP. A Associação
dos interesses sociais e individuais indisponíveis". Nacional dos Membros do Ministério Público - CONAMP,
entidade de classe de âmbito nacional, é parte legítima para
De fato, parece óbvio supor que a Constituição Federal tam-
ajuizar ação direta de inconstitucionalidade que vise a atender
bém veda o acusador "ad hoc" ou o acusador de exceção.
a qualquer dos objetivos sociais previstos no artigo 2º, inciso
Mas a posição do Supremo Tribunal Federal não é tranquila
III, do Estatuto - defesa dos princípios e garantias institucio-
sobre o assunto:
nais do Ministério Público, independência e autonomia funcio-
Jurisprudência: nal, administrativa, financeira e orçamentária e parâmetros do
exercício das funções. LEGITIMIDADE - AÇÃO DIRETA DE
 "HABEAS CORPUS" - MINISTÉRIO PÚBLICO - SUA INCONSTITUCIONALIDADE - ASSOCIAÇÃO NACIONAL
DESTINAÇÃO CONSTITUCIONAL - PRINCÍPIOS INSTITU- DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO - CONAMP -
CIONAIS - A QUESTÃO DO PROMOTOR NATURAL EM ATO POR MEIO DO QUAL FOI CRIADA A FIGURA DO
FACE DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 - ALEGADO EXCESSO PROMOTOR AD HOC. A Associação Nacional dos Membros
NO EXERCÍCIO DO PODER DE DENUNCIAR - INOCOR- do Ministério Público - CONAMP tem legitimidade para atacar
RENCIA - CONSTRANGIMENTO INJUSTO NÃO CARAC- ato mediante o qual criada, por Corregedoria-Geral de Justi-
TERIZADO - PEDIDO INDEFERIDO. - O postulado do Pro- ça, a figura do promotor ad hoc. MINISTÉRIO PÚBLICO -
motor Natural, que se revela imanente ao sistema constitucio- PROMOTOR AD HOC - IMPROPRIEDADE CONSTITUCIO-
nal brasileiro, repele, a partir da vedação de designações NAL. A criação, por Corregedoria-Geral da Justiça, da figura
casuísticas efetuadas pela Chefia da Instituição, a figura do do promotor ad hoc conflita com o disposto nos artigos 127, §
acusador de exceção. Esse princípio consagra uma garantia 2º, 128, cabeça, parágrafos e inciso I, e 129, §§ 2º e 3º, da
de ordem jurídica, destinada tanto a proteger o membro do Constituição da República. Inconstitucionalidade da alínea "e"
Ministério Público, na medida em que lhe assegura o exercí- do artigo 196 da Consolidação dos Atos Normativos da Cor-
cio pleno e independente do seu oficio, quanto a tutelar a regedoria Geral da Justiça do Estado de Goiás." [8]
própria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver
atuando, em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja inter-
venção se justifique a partir de critérios abstratos e pré-
determinados, estabelecidos em lei. A matriz constitucional
desse princípio assenta-se nas clausulas da independência
funcional e da inamovibilidade dos membros da Instituição. O
postulado do Promotor Natural limita, por isso mesmo, o po-
der do Procurador-Geral que, embora expressão visível da
unidade institucional, não deve exercer a Chefia do Ministério
Público de modo hegemônico e incontrastável. Posição dos
Ministros CELSO DE MELLO (Relator), SEPÚLVEDA PER-
TENCE, MARCO AURÉLIO e CARLOS VELLOSO. Divergên-
cia, apenas, quanto a aplicabilidade imediata do princípio do
Promotor Natural: necessidade da "interpositio legislatoris"
para efeito de atuação do princípio (Ministro CELSO DE
MELLO); incidência do postulado, independentemente de
intermediação legislativa (Ministros SEPÚLVEDA PERTEN-
CE, MARCO AURÉLIO e CARLOS VELLOSO). - Reconheci-
mento da possibilidade de instituição do princípio do Promotor
Natural mediante lei (Ministro SYDNEY SANCHES). - Posição
de expressa rejeição a existência desse princípio consignada
nos votos dos Ministros PAULO BROSSARD, OCTAVIO
GALLOTTI, NÉRI DA SILVEIRA e MOREIRA ALVES." [5]
 "EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL.
Folder da campanha nacional contra a PEC 37, conhecida
HABEAS CORPUS. CORRUPÇÃO ATIVA. COMPETÊNCIA.
como "PEC da Impunidade".
CONEXÃO. PREVENÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO. INVES-
TIGAÇÕES. NULIDADE. FALTA DE JUSTA CAUSA: ATIPI- Ministério Público e investigações criminais
CIDADE. DENÚNCIA: OFENSA AO PRINCÍPIO DO PRO-
MOTOR NATURAL. (...) VI. - No julgamento do HC Outra questão bastante controvertida consiste em saber se o
67.759/RJ, pelo Plenário, os Ministros Paulo Brossard, Octa- Ministério Público pode ou não conduzir investigações crimi-
vio Gallotti, Néri da Silveira e Moreira Alves adotaram posição nais.
de rejeição à existência do princípio do promotor natural. Os
O assunto provocou intenso e acalorado debate nacional,
Ministros Celso de Mello e Sydney Sanches admitiram a pos-
sobretudo diante da Proposta de Emenda Constitucional n. 37
sibilidade de instituição do princípio mediante lei. Assim, ficou
(PEC 37), que tinha por objetivo retirar do Ministério Público
rejeitado, no citado julgamento, o princípio do promotor natu-
qualquer possibilidade de realizar investigações criminais.
ral. HC 67.759/RJ, Ministro Celso de Mello, RTJ 150/123. VII.
- HC indeferido." [6] E os argumentos a favor da proposta, que conferia a tarefa de
apurar infrações penais exclusivamente às polícias Federal e
 "COMPETÊNCIA - AÇÃO PENAL - DEPUTADO
Civil, eram bastante variados, alguns um tanto esdrúxulos. O
FEDERAL. A condição de um dos réus de deputado federal argumento mais comum se concentrava na alegação de que
desloca para o Procurador-Geral da República a atribuição
a Constituição Federal, em seu artigo 144, estabeleceria ex-
para oferta da denúncia, afigurando-se o Supremo como
pressamente essa atribuição às polícias judiciárias. Sem
competente para processar e julgar originariamente a ação dúvida, leitura desatenta e isolada desse dispositivo levava
penal. COMPETÊNCIA - AÇÃO PENAL - RÉU DETENTOR graves equívocos.
DE MANDATO DE DEPUTADO FEDERAL - AUSÊNCIA DE
PRECLUSÃO. Descabe cogitar de preclusão quando em jogo Basta lembrar que a PEC 37 visava a acrescentar um novo
os princípios do promotor e do juiz natural." [7] parágrafo ao artigo 144 da Constituição exatamente para

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
modificar a atual ordem constitucional – que justamente con-
fere aos promotores e procuradores da República poderes de
investigação criminal.
Não se perca nunca de vista que dispositivos legais e consti-
tucionais merecem muito mais que uma simples interpretação
gramatical, isolada, não sistemática. Segundo o eminen-
te Eros Roberto Grau, ex-ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), “não se interpreta o direito em tiras, aos peda-
ços. A interpretação de qualquer texto de direito impõe ao
intérprete, sempre, em qualquer circunstância, o caminhar
pelo percurso que se projeta a partir dele – do texto – até a
Constituição. Um texto de direito isolado, destacado, des-
prendido do sistema jurídico, não expressa significado norma-
tivo algum” [9] (sim, já faz muito tempo foi defenestrada do
Direito a máxima interpretativa “in claris cessat interpretatio”).
A Polícia não tem e nunca teve o monopólio da investigação
criminal. E são vários os precedentes do STF que sustentam Em junho de 2013, o povo brasileiro mobilizou-se e ganhou as
a assertiva em favor do poder de investigação criminal do ruas, em passeatas e palavras de ordem, contra a PEC 37,
Ministério Público. O mais antigo, talvez, foi o caso retratado contra a impunidade e interesses puramente corporativistas e
no RHC 48.728, que envolvia o falecido delegado de Polícia em defesa do Ministério Público.
de São Paulo, Sérgio Fernando Paranhos Fleury, considerado
uma das principais personagens do famigerado “Esquadrão E assim deve ser, pois ao contrário do que argumentavam os
da Morte”. defensores da PEC 37, justamente por sua imparcialidade e
vocação para a “defesa da ordem jurídica, do regime demo-
O STF, sob a relatoria do ministro Luiz Gallotti, rejeitou o crático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”
argumento de que o processo seria nulo porque o Ministério (Constituição Federal, artigo 127, “caput”), legitima-se o MP
Público “ele mesmo, fez a sindicância ou investigação e ofe- para a realização de atos investigatórios também e principal-
receu a denúncia com base no que investigou”. Como se mente na esfera criminal, podendo promover o arquivamento
sabe, as investigações sobre as atividades do “Esquadrão da dos procedimentos investigatórios criminais e também pedir a
Morte” e do delegado Fleury foram realizadas pelo procurador absolvição quando convencido da inocência do réu ou mos-
de Justiça Hélio Pereira Bicudo, que honrosamente integrou o trarem-se frágeis ou duvidosas as provas acusatórias.
Ministério Público paulista.
Não é por outro motivo que a Constituição confiou ao Ministé-
O entendimento do Supremo Tribunal Federal rio Público relevantíssimas atribuições, destacando-se a de
promover, privativamente, a ação penal pública (CF, artigo
Mais recentemente, o STF decidiu que a cláusula de exclusi-
129, I). Cuida-se de função institucional, um poder-dever
vidade inscrita no art. 144, § 1º, inciso IV, da Constituição da
conferido ao Ministério Público para atuar com exclusividade
República – “que não inibe a atividade de investigação crimi-
em face de autores de crimes de extrema gravidade, co-
nal do Ministério Público” – tem por única finalidade conferir à
mo corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas.
Polícia Federal, primazia investigatória na apuração dos cri-
mes previstos no próprio texto da Lei Fundamental ou, ainda, É inimaginável que a Constituição possa conferir tão impor-
em tratados ou convenções internacionais. Na mesma deci- tantes e intrépidas tarefas ao Ministério Público e, não obstan-
são, concluiu-se pela constitucionalidade do poder investiga- te, vede-lhe instrumentos e meios necessários, dentre os
tório de que dispõe, como atividade subsidiária, o Ministério quais a própria possibilidade de realizar investigações, para a
Público (HC 89837). consecução de sucesso em seu trabalho.
Sobre o tema, assim manifestou-se o ex-ministro Carlos Não se nega a necessidade de rigoroso controle – já existen-
Ayres Brito: te, registre-se – dos procedimentos investigatórios instaura-
dos pelo Ministério Público. E parece-nos que outros tantos
A PEC 37 quer enforcar quem nunca roeu a corda, o mecanismos de controle possam igualmente ser somados,
Ministério Público. Acho um equívoco de quem propôs e de visando a resguardar com mais vigor o sistema de direitos e
quem está aderindo. O Ministério Público, pela Constituição, garantias individuais. Isto sim deveria ser objeto de amplo e
está habilitado, sim, a desencadear investigações no campo aprofundado debate.
mais genérico do direito, já que ele é defensor da ordem jurí-
dica, e no campo específico do direito penal. O Ministério Beira a irresponsabilidade a pretensão de, simplesmente,
Público tem um papel totalmente independente, e não apenas solapar do Ministério Público a atividade investigatória no
com atuação subsidiária [à polícia]. O MP é independente até âmbito criminal, em prejuízo não da Instituição, está claro,
dos três poderes. mas da sociedade – e tudo para o agrado de interesses me-
ramente corporativistas ou simplesmente inconfessáveis.
O povo nas ruas - a "Primavera Brasileira"
Carlos Ayres Britto
Especialmente guindado pela Constituição da República co-
mo o defensor da sociedade, o Ministério Público atua, sem-
pre, em defesa dos interesses da coletividade. Cabe, então,
indagar: interessa à sociedade impedir que promotores de
Justiça e procuradores da República sejam impedidos de
investigar autores de crimes graves como corrupção, pecula-
to, lavagem de dinheiro, violação de direitos humanos, abusos
de autoridade? A quem interessa enfraquecer o Ministério
Público – o defensor da sociedade?

Legislação 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Felizmente o povo brasileiro, heroicamente, ganhou praças e 07 As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante
avenidas brandindo bandeiras e cartazes, exigindo respeito os juízes e juntas eleitorais serão exercidas pelo promotor
aos direitos e garantias consagrados na Constituição Federal. eleitoral.
Esses protestos que ocorreram no Brasil em 2013 ficaram 08. O princípio do promotor natural decorre da independência
conhecidos como Manifestações dos 20 centa-
funcional e da garantia da inamovibilidade dos membros da
vos, Manifestações de Junho ou Jornadas de junho. De início, instituição.
as manifestações surgiram para contestar os aumentos nas
tarifas de ônibus. Mas não demorou muito, e logo milhões de Com relação aos procuradores-gerais, julgue os próximos
brasileiros aderiram aos protestos nas ruas, não apenas pela itens.
redução das tarifas, mas também por diversos outros motivos,
como a corrupção generalizada, os péssimos serviços presta- 09. A destituição do procurador-geral de justiça do Distrito
dos nas áreas de saúde, educação e dos serviços públicos Federal e territórios exige a deliberação da maioria absoluta
em geral. Houve grande repercussão nacional e internacional. dos membros da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Logo a população se deu conta também das movimentações
de deputados e senadores que pretendiam, através da PEC 10. Cabe ao procurador-geral da República, como chefe do
37, subtrair do Ministério Público as atribuições para realizar Ministério Público Federal, decidir, em grau de recurso, confli-
investigações criminais. E foi assim que milhares de manifes- tos de atribuições entre órgãos componentes da estrutura do
tantes passaram também a brandir cartazes e bandeiras con- Ministério Público Federal.
tra a PEC 37. Foi algo realmente surpreendente.
Seguem gabaritos e cometários das questões sobre
Nestes últimos dias, tivemos a honra e o privilégio de teste-
munhar uma fantástica, inimaginável e histórica inversão de
Legislação Aplicada ao MPU:
papéis: foi a vez do povo fazer a defesa do Ministério Público,
uma instituição que tem por missão constitucional fazer a 11. Para entrar no exercício do cargo, o empossado em cargo
defesa da sociedade. do MPU terá o prazo de dez dias, prorrogável por igual perío-
— Saad Mazloum do, mediante comunicação, antes de findo o prazo inicial.

Apenas alguns poucos dias de protesto popular contra a fa- 12. Estágio probatório é o período dos três primeiros anos de
migerada PEC da Impunidade, foram suficientes para fazer efetivo exercício do cargo pelo membro do Ministério Público
desmoronar e enterrar de vez essa proposta vergonhosa. da União.
PROVA SIMULADA
Assinale: 13. Poderá concorrer à promoção por merecimento, sem
C = correto ressalvas, o membro do Ministério Público da União afastado
E = incorreto da carreira para: exercer cargo eletivo ou a ele concorrer;
exercer outro cargo público permitido por lei.
1 – (CESPE/ANALISTA/ÁREA ADMINISTRATIVA/MPU/2010)
O princípio do promotor natural decorre da independência 14. O membro do Ministério Público da União (MPU) poderá
funcional e da garantia da inamovibilidade dos membros da afastar-se do exercício de suas funções para frequentar cur-
instituição. sos de aperfeiçoamento e estudos, no País ou no exterior, por
prazo superior a 3 anos, improrrogável.
2 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT-17ª REGIÃO/2009)
No tocante à organização do Estado brasileiro, a CF, estabe- 15. Os membros do Ministério Público da União, após dez
leceu que o Ministério Público é instituição permanente, es- anos de efetivo exercício, só poderão ser demitidos por deci-
sencial à justiça, à qual compete representar a União, judicial são judicial. A propositura de ação para perda de cargo,
e extrajudicialmente. quando decorrente de proposta do Conselho Superior depois
de apreciado o processo judicial, acarretará o afastamento do
A respeito do direito constitucional, julgue os itens. membro do Ministério Público da União (MPU) do exercício de
suas funções, sem a perda dos vencimentos e das vantagens
3 - (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/SGA-AC/2008- pecuniárias do respectivo cargo. Professora Lílian Bessa
ADAPTADA) A Constituição Federal estabelece o Ministério
Público como um dos poderes da União. 16. As atribuições e os instrumentos de atuação do Ministério
Público estão previstos no artigo 129 da Constituição Federal,
4 - (CESPE/AGENTE TÉCNICO-JURÍDICO/MPE-AM/2008) A dentro do capítulo "Das funções essenciais à Justiça". As
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional são funções e atribuições do MPU estão na Lei Complementar nº
princípios institucionais do Ministério Público. 75/93.

A respeito das funções do MPU e das garantias de seus 17. Segundo o art. 129 da Constituição Federal são funções
membros, julgue os itens que se seguem. institucionais do Ministério Público:
• promover, privativamente, a ação penal pública;
05 A promoção de membros do MPU ocorre por antiguidade • zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos ser-
ou merecimento,independentemente de solicitação, interesse viços de relevância pública aos direitos assegurados na
público ou autorização do órgão colegiado. E Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua
garantia;
06. Aos membros do MPU é vedado o exercício da advocacia, • promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a pro-
proibição que não se estende aos ministérios públicos esta- teção do patrimônio público e social, do meio ambiente e
duais. de outros interesses difusos e coletivos;
Considerando a organização, a estrutura e os princípios que
• promover a ação de inconstitucionalidade ou representação
para fins de intervenção da União e dos Estados, nos ca-
orientam as atribuições do Ministério Público da União
sos previstos nesta Constituição;
(MPU),julgue os itens a seguir.

Legislação 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• defender judicialmente os direitos e interesses das popula- O promotor atua no primeiro grau de jurisdição (varas cíveis,
ções indígenas; criminais e outras), enquanto o procurador age no segundo
• expedir notificações nos procedimentos administrativos de grau (tribunais e câmaras cíveis e criminais).
sua competência, requisitando informações e documen-
tos para instruí-los; 25. No Ministério Público Federal e no Ministério Público do
Trabalho os membros que atuam no primeiro grau de jurisdi-
• exercer o controle externo da atividade policial.
ção são também denominados Procuradores: Procuradores
• requisitar diligências investigatórias e a instauração de da República e Procuradores do Trabalho, respectivamente.
inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de Ao atuarem no segundo grau de jurisdição, os membros pas-
suas manifestações processuais; sam a chamar-se Procuradores Regionais. Depois
• exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que deProcurador Regional, os membros ainda podem ser promo-
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a re- vidos ao cargo de Subprocurador-Geral, caso em que são
presentação judicial e a consultoria jurídica de entidades designados para atuar junto aos Tribunais Superiores.
públicas.
26. O Ministério Público dos Estados tem os seguintes órgãos
18. Constitucionalmente, o Ministério Público tem assegurada de Administração Superior:
autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o • a) Procuradoria Geral de Justiça;
disposto no art. 169, propor, ao Poder Legislativo, a criação e
a extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os
• b) Colégio de Procuradores de Justiça;
por concurso público de provas ou de provas e títulos, a polí- • c) Conselho Superior do Ministério Público;
tica remuneratória, os planos de carreira, bem como a sua • d) Corregedoria-Geral do Ministério Público.
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei
de diretrizes orçamentárias. 27. Conta, ainda, com os seguintes órgãos de Execução:
• a) Procurador-Geral de Justiça;
19. A chefia dos Ministérios Públicos dos Estados é exercida • b) Conselho Superior do Ministério Público;
pelo Procurador-Geral de Justiça. Os integrantes da carreira • c) Procuradores de Justiça;
elaboram uma lista tríplice, na forma da Lei Orgânica respec-
• d) Promotores de Justiça.
tiva, a qual é submetida ao Governador do Estado. O escolhi-
do assume um mandato de dois anos, permitida uma recon-
28. O Ministério Público da União - formado pelo Ministério
dução.
Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério
Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e Terri-
20. Os seus membros gozam das seguintes garantias:
tórios - é chefiado pelo Procurador-Geral da República, esco-
• a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo lhido e nomeado peloPresidente da República, após a apro-
perder o cargo senão por sentença judicial transitada em vação de seu nome pela maioria absoluta dos membros
julgado; do Senado Federal.
• b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
mediante decisão do órgão colegiado competente do Mi- 29. No Brasil, o Conselho Nacional do Ministério Público é
nistério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus um órgão externo encarregado de controlar e fiscalizar a
membros, assegurada ampla defesa; atuação administrativa e financeira dos órgãos integrantes
• c) irredutibilidade de subsídio, salvo os casos previstos em do Ministério Público nacional, bem como de supervisionar o
Lei. cumprimento dos deveres funcionais dos seus membros.
30. A composição do Conselho, tal como definida pelo artigo
21. E estão sujeitos as seguintes vedações: 130-A da Constituição Federal do Brasil, compreende quator-
• a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, hono- ze membros nomeados pelo Presidente da República, depois
rários, percentagens ou custas processuais; de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Fe-
• b) exercer a advocacia; deral, para um mandato de dois anos, admitida uma recondu-
• c) participar de sociedade comercial; ção, sendo:
• d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra • o Procurador-Geral da República, que o preside;
função pública, salvo uma de magistério; • quatro membros do Ministério Público da União, assegu-
• e) exercer atividade político-partidária; rada a representação de cada uma de suas carreiras;
• f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contri- • três membros do Ministério Público dos Estados;
buições de pessoas físicas, entidades públicas ou priva- • dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Fede-
das, ressalvadas as exceções previstas em lei. ral e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
• dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
22. O ingresso na carreira do Ministério Público se dá median- Ordem dos Advogados do Brasil;
te concurso público de provas e títulos, assegurada a partici- • dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação iliba-
pação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, da, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de pelo Senado Federal.
atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem RESPOSTAS
de classificação. 01. C 11. E 21. C
02. E 12. E 22. C
23. As Promotorias de Justiça são órgãos de administração 03. E 13. E 23. C
do MP, com pelo menos um cargo de promotor de justiça. 04. C 14. E 24. C
Elas podem ser judiciais ou extrajudiciais, gerais, cumulativas 05. E 15. E 25. C
ou especiais, que tratam exclusivamente de assuntos especí- 06. E 16. C 26. C
ficos, como os direitos da defesa da criança e do adolescente, 07. C 17. C 27. C
do meio ambiente, patrimônio público e outros. 08. C 18. C 28. C
09. E 19. C 29. C
24. Os promotores e procuradores devem ser bacharéis 10. C 20. C 30. C
em direito, com no mínimo 3 anos de prática jurídica. O in-
gresso no MP é feito por concurso público de provas e títulos.

Legislação 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO: *5.* Chama-se "metaética" ou "ética analítica" a um tipo de investiga-
ção ou teoria filosófica que se distingue da ética normativa. A metaética tem
como objecto de investigação filosófica os conceitos, proposições e siste-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO: mas de crenças éticos. Analisa os conceitos de correto e incorreto, bom e
1 Ética e moral. mau, com respeito ao caráter e à conduta, assim como conceitos relacio-
2 Ética, princípios e valores. nados com estes, como, por exemplo, a responsabilidade moral, a virtude,
3 Ética e democracia: exercício da cidadania. os direitos. Inclui também a epistemologia moral: o modo como a verdade
4 Ética e função pública. ética pode ser conhecida (se é que o pode); e a ontologia moral: a questão
5 Ética no Setor Público. de saber se há uma realidade moral que corresponde às nossas crenças e
5.1 Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissio- outras atitudes morais. As questões de saber se a moral é subjetiva ou
objetiva, relativa ou absoluta, e em que sentido o é, pertencem à metaéti-
nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fede- ca.
ral).
5.2 Lei nº 8.112/1990 e alterações: regime disciplinar A palavra "moral" e as suas cognatas refere-se ao que é bom ou mau,
(deveres e proibições, acumulação, responsabilidades, correto ou incorreto, no caráter ou conduta humana. Mas o bem moral (ou a
penalidades). correção) não é o único tipo de bem; assim, a questão é saber como distin-
guir entre o moral e o não moral. Esta questão é objeto de discussão.
5.3 Lei nº 8.429/1992: disposições gerais, atos de im- Algumas respostas são em termos de "conteúdo". Uma opinião é que as
probidade administrativa. preocupações morais são unicamente as que se relacionam com o sexo.
5.4 Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Mais plausível é a sugestão de que as questões morais são unicamente as
Presidência da República. que afetam outras pessoas. Mas há teorias (Aristóteles, Hume) que consi-
derariam que mesmo esta demarcação é excessivamente redutora. Outras
respostas fornecem um critério "formal": por exemplo, que as exigências
1 Ética e moral morais são as que têm origem em Deus, ou que as exigências morais são
as que derrotam quaisquer outros tipos de exigências ou, ainda, que os
*Thomas Mautner* juízos morais são universalizáveis.
Universidade Nacional da Austrália A palavra latina "moralis", que é a raíz da palavra portuguesa, foi criada
A palavra "ética" relaciona-se com "ethos", que em grego significa hábi- por Cícero a partir de "mos" (plural "mores"), que significa costumes, para
to ou costume. A palavra é usada corresponder ao termo grego "ethos" (costumes). É por isso que em muitos
em vários sentidos relacionados, que é necessário distinguir para evitar contextos, mas nem sempre, os termos "moral/ético", "moralidade/ética",
confusões. "filosofia moral/ética" são sinônimos. Mas as duas palavras têm também
sido usadas para fazer várias distinções:
*1.* É a investigação racional, ou uma teoria, sobre os padrões do cor-
reto e incorreto, do bom e do mau, com respeito ao caráter e à conduta, 1. Hegel contrasta a "Moralität" (moralidade) com a "Sittlichkeit" ("etica-
que uma classe de indivíduos tem o dever de aceitar. Esta classe pode ser lidade" ou vida ética). Segundo Hegel, a moralidade tem origem em Sócra-
a humanidade em geral, mas podemos também considerar que a ética tes e foi reforçada com o nascimento do cristianismo, a reforma e Kant, e é
médica, a ética empresarial, etc., são corpos de padrões que os profissio- o que é do interesse do indivíduo autônomo. Apesar de a moralidade en-
nais em questão devem aceitar e observar. Este tipo de investigação e a volver um cuidado com o bem-estar não apenas de si mas também dos
teoria que daí resulta (a ética kantiana e a utilitarista são exemplos ampla- outros, deixa muito a desejar por causa da sua incompatibilidade potencial
mente conhecidos) não descrevem o modo como as pessoas pensam ou com valores sociais estabelecidos e comuns, assim como com os costumes
se comportam; antes prescrevem o modo como as pessoas devem pensar e instituições que dão corpo e permitem a manutenção desse valores. Viver
e comportar-se. Por isso se chama "ética normativa": o seu objetivo princi- numa harmonia não forçada com estes valores e instituições é a "Sittlich-
pal é formular normas válidas de conduta e de avaliação do caráter. O keit", na qual a autonomia do indivíduo, os direitos da consciência individu-
estudo sobre que normas e padrões gerais são de aplicar em situações- al, são reconhecidos mas devidamente restringidos;
problema efetivos chama-se também "ética aplicada". Recentemente, a 2. De modo análogo, alguns autores mais recentes usam a palavra
expressão "teoria ética" é muitas vezes usada neste sentido. Muito do que "moralidade" para designar um tipo especial de ética. Bernard Williams
se chama filosofia moral é ética normativa ou aplicada. (Ethics and the Limits of Philosophy, 1985), por exemplo, argumenta que "a
*2.* A ética social ou religiosa é um corpo de doutrina que diz respeito instituição da moralidade" encara os padrões e normas éticas como se
o que é correto e incorreto, bom e mau, relativamente ao caráter e à condu- fossem semelhantes a regras legais, tornando-se por isso a obediência ao
ta. Afirma implicitamente que lhe é devida obediência geral. Neste sentido, dever a única virtude genuína. Esta é uma perspectiva que, na sua opinião,
há, por exemplo, uma ética confucionista, cristã, etc. É semelhante à ética deve ser abandonada a favor de uma abordagem da vida ética menos
normativa filosófica ao afirmar a sua validade geral, mas difere dela porque moralista e mais humana e sem restrições;
não pretende ser estabelecida unicamente com base na investigação 3. Habermas, por outro lado, faz uma distinção que está também implí-
racional. cita na "Teoria da Justiça" de Rawls entre ética, que tem a ver com a vida
*3. * A moralidade positiva é um corpo de doutrinas, a que um conjunto boa (que não é o mesmo para todas as pessoas), e a moralidade, que tem
de indivíduos adere geralmente, que dizem respeito ao que é correto e a ver com a dimensão social da vida humana e portanto com princípios de
incorreto, bom e mau, com respeito ao caráter e à conduta. Os indivíduos conduta que podem ter aplicação universal. A ética ocupa-se da vida boa, a
podem ser os membros de uma comunidade (por exemplo, a ética dos moralidade da conduta correcta.
índios Hopi), de uma profissão (certos códigos de honra) ou qualquer outro Tradução e adaptação de Desidério Murcho Retirado de "Dictionary of
tipo de grupo social. Pode-se contrastar a moralidade positiva com a mora- Philosophy", org. por Thomas Mautner (Penguin, 2005) Copyright © 1997-
lidade crítica ou ideal. A moralidade positiva de uma sociedade pode tolerar 2005 criticanarede.com, ISSN 1749-8457,
a escravatura, mas a escravatura pode ser considerada intolerável à luz de
uma teoria que supostamente terá a autoridade da razão (ética normativa) 2 Ética, princípios e valores.
ou à luz de uma doutrina que tem o apoio da tradição ou da religião (ética
social ou religiosa).
Difundindo princípios e conceitos éticos
*4. *Ao estudo a partir do exterior, por assim dizer, de um sistema de Milton Emílio Vivan
crenças e práticas de um grupo social também se chama ética, mais espe-
cificamente "ética descritiva", dado que um dos seus objetivos principais é
Rotary Club de São Paulo-Pacaembu, D.4610, desenvolveu no ano rotário
descrever a ética do grupo. Também se lhe chama por vezes étnoética, e é
2003-04 um projeto de difusão de princípios e conceitos éticos. O projeto
parte das ciências sociais.
procura responder a uma das frases mais relevantes de Paul Harris: “O

Ética no serviço público 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Rotary continuará a ser caridoso, mas pode fazer mais do que isso: faça- Uma ação egoísta, porém ética
mos com que o Rotary extermine a causa que faz necessária a caridade”. A Imagine a criação de um empreendimento de sucesso, com ótimos resul-
que se referia Paul Harris? Após profunda reflexão, por vários caminhos, tados aos investidores, mas que também permita empregar centenas de
surgiu a resposta: a maior vivência dos preceitos éticos. Assim nasceu a trabalhadores, inserindo-os socialmente e permitindo-lhes que exerçam
ideia do projeto. O primeiro passo foi a escolha de conceitos simples, de plenamente a cidadania. Esta ação, por ser benéfica à sociedade, é consi-
fácil mas ampla aplicação, e profundos em sua essência. Resultou na derada uma ação ética. Imagine um local onde ocorra seca periodicamente
escolha dos princípios da universalidade e do respeito enunciados por no Nordeste brasileiro. Um empreendedor investe num projeto de irrigação
Emmanuel Kant. e cria um pólo produtor de frutas que emprega centenas de famílias. Supo-
nha que esse empreendimento tenha enorme sucesso, com produtos de
Princípios da universalidade e do respeito de Kant ótima qualidade e preços competitivos.
Princípio da Universalidade: quando você quiser saber se uma ação é Admita que as condições de trabalho sejam adequadas, e que os traba-
ética ou não, suponha que essa ação se tornará um padrão universal de lhadores possam educar seus filhos e contar com assistência médica, ter à
comportamento, ou seja, a partir de agora, esse será o modelo de compor- disposição transportes, lazer e segurança, enfim, que tenham o necessário
tamento. Imagine, então, todos agindo dessa forma. para que possam exercer com plenitude a cidadania. A ação desse empre-
Se não gostar de viver numa sociedade com todas as pessoas agindo endedor será uma ação ética, pois resultará em benefício para toda a
dessa forma, pode-se concluir que a ação em questão não é ética. sociedade. Fatos como esse podem ocorrer no campo, em qualquer cidade
Em resumo, a pergunta é: e se todos agissem assim? Princípio do Res- e em qualquer metrópole.
peito: todo ser humano deve ser considerado como um fim em si mesmo.
Os aspectos que mais caracterizam o Princípio do Respeito são: Ações legais porém não-éticas
• Não negar informações pertinentes e Toda lei que não beneficie a sociedade será uma ação não-ética. Leis
• Permitir-lhe liberdade de escolha. incompetentes ou leis que venham a beneficiar grupos em prejuízo de toda
Em todos os boletins semanais do clube esses princípios foram citados. uma sociedade gerarão ações legais, mas não-éticas. Esse tipo de ação é
Durante o ano, em todos eles foram incluídas perguntas e respostas sobre bastante comum quando grupos julgam legítimo defender seus interesses
a aplicação prática desses dois princípios. Ao final, foram enunciadas e corporativos, mesmo quando em detrimento do interesse da sociedade.
respondidas 100 perguntas, as quais foram englobadas em um livro que foi Não são raras as ações desse tipo em todas as casas onde se legisla, seja
distribuído na Conferência Distrital do D.4610. A comunidade foi atingida nas Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas, Câmara de Depu-
pela inserção em jornais de bairro. Para que o projeto alcançasse o âmbito tados, Senado Federal e até em Associações de Normas Técnicas. Nestas
mundial, foi criado o boletim Stadium International, que foi enviado para últimas, interesses corporativos podem pugnar por maiores tolerâncias,
mais de 600 clubes no mundo e que veiculou os dois princípios de Kant incompatíveis com requisitos de qualidade etc. Esses interesses corporati-
enunciados em português, inglês, francês, italiano, espanhol, alemão, vos procuram se cercar de garantias que diminuam os riscos de prejuízo,
japonês e hindi. Algumas dessas versões foram feitas por clubes do exteri- não pela competência e maior qualidade dos produtos, mas pela mudança
or, por solicitação do RCSP-Pacaembu, como sinal de engajamento no nos parâmetros de controle. Ações legais e não-éticas também podem ter
projeto. origem na corrupção, na omissão de pessoas ou instituições, mas também
A acolhida tem sido excepcional. Governadores incluíram em suas cartas simplesmente em ações não-competentes. Um exemplo é o caso de situa-
mensais os dois princípios e incentivaram seus presidentes a se envolve- ções geradas por governos que endividam seus países em níveis incompa-
rem no projeto. tíveis com a capacidade de pagamento, obrigando ao envolvimento em
dívidas monstruosas, quase que impagáveis, e que obrigam esses gover-
Influência do “estado da arte” sobre a ética nos a empenharem vultosas quantias que, em princípio, deveriam ser
Para sabermos se uma ação é benéfica a toda sociedade, é necessário investidas em benefício da população. Outro exemplo é o caso da cobrança
que se conheçam adequadamente as consequências dessa ação sobre a exagerada de impostos que, apesar de legal, pode se tornar não-ética
sociedade. Nos casos onde o estado da arte do assunto em questão não quando sufocar os meios de produção de uma sociedade.
atingiu um grau de maturidade suficiente para conclusões seguras e corre-
tas, não se pode concluir se a ação é ou não ética. Leonardo da Vinci era Comportamentos éticos aplicáveis universalmente
criticado por ter iniciado a dissecação de cadáveres, mas sem essa prática • A compaixão, relacionada com a ajuda ao próximo;
a medicina jamais conseguiria atingir o grau de evolução atual. Hoje vemos • A não-maleficência, que trata de evitar a imposição de sofrimento ou
que sua atitude era ética, apesar de que, naquela época, alguns o critica- privação ao próximo;
vam injustamente, principalmente por ignorância de origem religiosa ou • A beneficência, que procura prevenir e combater o sofrimento do próxi-
simplesmente técnica. mo, promover a felicidade do próximo, e com natural e maior intensidade à
nossa família e amigos;
Quando uma ação é ou não é ética • A imparcialidade: tratar as pessoas da forma como merecem ser trata-
Não é difícil diferenciar o que é e o que não é benéfico para uma socie- das, tendo direitos iguais até que o mérito ou necessidades justifiquem
dade. Mas em alguns casos, onde o conhecimento humano do estado da tratamento especial;
arte não atingiu um nível adequado, a decisão sobre se uma ação é ou não • A coragem para se opor a injustiças, mesmo que em prejuízo próprio;
ética ficará prejudicada. Estão claramente nesse rol a clonagem de seres • O respeito à autonomia individual: não manipular ou induzir o pensa-
humanos, o plantio de alimentos transgênicos etc. Outras ações como a mento das pessoas, mesmo que para o próprio bem delas;
eutanásia, em certas circunstâncias, o aborto em determinadas situações, a • A honestidade: não enganar as pessoas. A mentira é um vício, especi-
prisão perpétua ou a pena de morte de alguns crimes também podem almente quanto à supervalorização das próprias capacidades. Acostume-se
carecer de maior conhecimento humano se desconsiderarmos os preceitos a saber que as pessoas merecem saber a verdade;
religiosos, pois ainda não sabemos cientificamente a partir de que momento • Não fazer promessas que não pretende ou que sabe que dificilmente
existe ou deixa de existir a vida, a alma, o espírito ou a capacidade de conseguirá cumprir;
regeneração de um ser humano. • Integridade: cumprir com as obrigações, mesmo que a despeito de
inconveniência pessoal.
• Consistência. Pode-se medir o valor moral de um ser humano pela
Meio ambiente e a ética consistência de suas ações. Essa medida tem maior qualidade quando
Como a ética está umbilicalmente ligada à obtenção de melhores condi- princípios conflitam com interesses.
ções da vida em sociedade, a preservação e melhoria das condições do
meio ambiente são itens dos mais importantes para as gerações futuras.
Portanto, uma indústria que solta poluentes em um rio, o carro que emite Como a televisão poderia servir como difusor desses princípios e
gases que poluem o ar por estar desregulado, empresas que produzem conceitos?
materiais não-biodegradáveis ou que ataquem a camada de ozônio etc não A televisão é claramente subutilizada socialmente nesse aspecto. As
estão agindo de forma ética, pois estarão comprometendo a qualidade de telenovelas poderiam conter episódios que didaticamente mostrassem as
vida das gerações e sociedades futuras. consequências benéficas de atitudes éticas à sociedade. Nos esportes

Ética no serviço público 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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poderiam ser ressaltados, valorizados e premiados os comportamentos mais humilde o essencial para que possa ter acesso à cidadania: saúde,
mais adequados. Reconhecimentos profissionais em âmbito nacional a educação, transporte e segurança. A justiça deve agir no sentido de asse-
entidades e pessoas que se destacaram em suas funções e objetivos, gurar que cada indivíduo da sociedade tenha o que realmente merece,
observando os princípios éticos. Programas dominicais poderiam apresen- principalmente do ponto de vista distributivo, em função do mérito, mas
tar quadros específicos a esse respeito. Pequenas histórias e séries pode- também do ponto de vista corretivo, em função do dano causado. Uma
riam conter temas que focalizassem um determinado assunto sob o ponto justiça eficiente permite que a sociedade viva de forma mais estável, har-
de vista ético. Programas de entrevista poderiam dar ênfase a comporta- moniosa, com paz e, portanto, mais feliz, atingindo assim os objetivos de
mentos a serem imitados. Prêmios poderiam ser oferecidos a comporta- uma sociedade ética. Numa sociedade justa, até o mérito do sucesso tem
mentos exemplares, programas de perguntas e respostas poderiam dar maior valor. O mérito, quando legítimo, não pode ter limites. Isso induz e
ênfase aos princípios e conceitos éticos, enfim, em quase todos os tipos de incentiva a prática do bem, das boas ações, facilitando o alcance da felici-
programas há uma forma de incluir conceitos éticos. dade comum.
A corrupção, os conluios e acertos visando aos privilégios que sabotam a
A ética na formação moral de uma nação ação da justiça e que visam à certeza da impunidade devem ser encarados
Pode-se constatar que há pessoas bastante cultas, educadas, formadas como vícios e imperfeições da sociedade, que não podem ser tolerados.
pelas melhores escolas do Brasil ou até do exterior que não se preocupam
com a vida em comunidade, ou seja, não têm a necessária sensibilidade Relação entre a ética e a malandragem e o otário
ética. Por outro lado, um analfabeto pode ser tão ou mais ético que um Em nosso país, inclusive na TV, é comum a valorização e a banalização
doutor se suas ações forem pautadas pelo respeito ao que é de todos. Não do termo “malandro”. Malandro assume então o significado de esperto, o
é necessário ser alfabetizado para se compreender e viver os valores que leva vantagem. Mas é impossível dissociar que malandro também
éticos. Basta que a cabeça seja aberta e não fechada em seus próprios significa trapaceiro, velhaco.
interesses. Otário é o que se deixa enganar pela esperteza, pela trapaça do velhaco.
Assim é comum ver-se a figura do malandro, do que procura levar vanta-
A ética no Rotary gem em tudo, ser valorizada em detrimento de um comportamento condi-
A difusão de princípios e conceitos éticos é, sem dúvida, um dos objetivos zente com a vida em sociedade, que sequer é lembrado – e muitas vezes
do Rotary. O comportamento ético está diagnosticado como remédio ade- até rejeitado – pelos mais insuspeitos cidadãos. É lamentável a falta de
quado para quaisquer países de todos os continentes: grandes potências, sensibilidade de quem de fato ou de direito deveria corrigir essas atitudes
países ricos, emergentes, carentes e pobres. Uma instituição como o que deformam o caráter dos indivíduos, mas principalmente de nossa
Rotary, de âmbito internacional, tem vocação inerente para ser a portadora mocidade.
da bandeira da difusão dos princípios éticos. Esse projeto custa muito A existência de um malandro sempre supõe a existência de um otário que
pouco comparado com os existentes, e os frutos serão colhidos em todas foi enganado. A malandragem que visa a obtenção de alguma vantagem
as áreas, com benefício incomensurável para todos os seres humanos. para si ou para outrem, mesmo que independente dos meios, e com o
mínimo esforço possível, é evidentemente incompatível com a vida em
sociedade. Esse conceito deve ser rejeitado com veemência e não tolera-
Relação entre a ética e a religião do. O mérito e o valor da conquista com disciplina e talento devem ser
Não importa de que religião somos, no que, em que e como cremos: valorizados. Não se pode pretender uma sociedade ética ou justa quando
podemos sempre nos empenhar na prática do bem. Isso não contradiz se valoriza o comportamento do malandro.
qualquer religião. Se nossas ações visam ao empenho pela prática do bem
da sociedade, nossas ações cumprem a meta de cada religião. É pela
prática verdadeira em sua vida diária que o homem cumpre de fato a meta Ética e Valores
de toda religião, qualquer que seja ela, qualquer nome que tenha. Se
acreditamos na prática do bem independente de quaisquer recompensas, Fala-se muito a respeito de ética, mas poucos conhecem até mesma a sua
imediatas ou futuras, cumprimos ainda melhor essa missão. correta definição. O que seria a ética?

Segundo os dicionários, ética é a parte da filosofia que estuda os valores


Relação entre ética e política morais e os princípios ideais da conduta humana. Conjunto de princípios
Ética e política se entrelaçam e se confundem em seu significado mais morais que se deve observar no exercício de uma profissão.
profundo. A ética está profundamente ligada com a vida em sociedade.
Ações éticas implicam em ações que beneficiam a comunidade. Hoje em dia pode-se perceber a luta inglória travada pelos valores éticos
Na política deve prevalecer o interesse da sociedade como um todo, e contra os interesses egoístas dos cidadãos. Infelizmente esse problema só
não o de uma minoria privilegiada com acesso ao poder. Um bom político é se resolverá quando a educação tomar para si essa responsabilidade.
aquele que consegue melhorar as condições de vida de seu povo. Assim
ele será ético. Um deputado que cria leis que não beneficiam seu povo ou Talvez sem refletir muito a esse respeito, os pais são os primeiros a dar
que beneficiam a poucos criará uma ação que, apesar de legal, será não- exemplos de violação dos princípios éticos que deveriam nortear as ações
ética. A criação de novos impostos que venham a sufocar a economia são do homem de bem.
ações tipicamente não-éticas. A outorga de benefícios imerecidos e injustos
também são ações não-éticas. Não basta aos políticos terem boas inten- Um ponto bastante crítico é a questão dos direitos autorais: A pirataria de
ções ou boa vontade. Também é necessário ter competência. Para os CDs, vídeos, ideias e outros produtos é assustadora. A aquisição de peças
políticos, a prática da ética está intimamente relacionada com a sua compe- em oficinas de “desmanche” de automóveis roubados, mesmo sabendo
tência profissional. disso, por custar mais barato, ou de outra mercadoria produzida por meios
O problema é que, para os políticos, mesmo que queiram, não é fácil ilícitos, também são formas de alimentar a agressão aos princípios da ética.
praticar a ética. Soluções simples e surradas muitas vezes não bastam. É
necessário criatividade, inteligência, arrojo e coragem para encontrar solu- Geralmente o indivíduo que comete essas faltas alega que não pode ser
ções competentes e, portanto, éticas, que vão realmente beneficiar a soci- responsabilizado por isso, pois não foi ele que roubou o carro, nem fez as
edade. Uma casa legislativa onde se criam leis ineficazes será uma fonte cópias ilegais.
de ações não-éticas, mas legais.
Por isso eu pergunto: Aquele que não pratica o mal, mas se aproveita do
Relação entre ética e justiça mal praticado por outrem, é tão culpado como este?
Numa sociedade ética é fundamental que todos tenham, apesar das
diferenças individuais, no mínimo, as mesmas oportunidades para viver É como se o tivessem praticado. Aproveitar o mal é participar dele. Talvez
com plenitude a cidadania. O desenvolvimento de suas capacidades será não fosse capaz de praticá-lo, mas, desde que, achando o feito, dele tira
função de suas habilidades e vocações, de sua disciplina e talento. A partido, é que o aprova, é o que teria praticado, se pudesse, ou fosse mais
desigualdade social deve ser a mínima aceitável de modo a garantir ao ousado, ou quem sabe menos covarde.

Ética no serviço público 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Todo ato realizado pelo homem está sujeito a aprovação ou sanção dos
Da mesma forma, quando levamos o carro, ou um eletrodoméstico para demais.
conserto, por exemplo, quase sempre ficamos na dúvida se não estamos
sendo vítimas de comportamentos não éticos, como a substituição de peças Amoral - Sem moral
desnecessárias, defeitos “fabricados” etc. Quando somos atendidos por um Imoral - Que vai conta a moral
vendedor falante que nos oferece vantagens, fica sempre a dúvida. Seria
possível o milagre? Os Valores

Se um internauta é desonesto e gosta de uma mensagem que encontra Os valores são características morais que todas as pessoas possuem, tais
divulgada em um site, e passa a divulgá-la como se fosse sua. Mas se for como a humildade, a piedade e o respeito.
honesto repassará a mensagem preservando os créditos a quem de direito.
Como podemos perceber o problema não é do meio de comunicação, mas Conceito de Valor
do indivíduo.
Se considera "valor" aquelas qualidades ou características dos objetos, das
Ambos os indivíduos são filhos de alguém, foram alunos de alguém, convi- ações ou das instituições, selecionadas ou eleitas de maneira livre e cons-
veram com alguém que foi o responsável pela sua educação. Quando a ciente. Servem ao indivíduo para orientar seus comportamentos e ações,
criança respira os valores éticos em seu lar, dificilmente os desprezará na satisfação de determinadas necessidades.
quando jovem ou adulto, mas se não percebe essas noções de honradez na
infância, raramente as respeitará mais tarde. Importância

Se quisermos ter os direitos respeitados, respeitemos os alheios. Façamos Os valores são o que orientam a nossa conduta, com base neles decidimos
aos outros somente o que gostaríamos que nos fizessem, e para garantir como agir diante das diferentes situações que a vida nos impõe.
novas gerações, éticas, passemos exemplos de honestidade, honradez, Se relacionam principalmente com os efeitos que tem sobre o que fazemos
sempre lembrando que a vida não acaba no túmulo, e que nossas ações para as pessoas, para a sociedade ou em nosso ambiente geral.
seguirão conosco, como testemunhas silenciosas, aplaudindo-nos ou repro-
vando-nos. Suas principais funções são:
Robert Gonçalves Monteiro
* Motivam, impulsam a ação, dizem o quê fazer.
Ética, moral e valores * Dão significado aos comportamentos e os legitimam.
Objetivo: Gerar a reflexão e consciênciaprática sobre o importante papel * Servem como guia e orientação.
da ética, da moral e dos valores.
A questão dos valores, da ética e da moral, está muito vinculada com a dos
Ética - O que é? direitos e obrigações do cidadão e do ser humano em geral, por esta razão,
ensinar os valores preparará as pessoas para que suas decisões, atitudes
É uma ciência prática e normativa que estuda o comportamento dos ho- e ações sejam respeitosas e responsáveis, para si e para os demais.
mens, que convivem socialmente sob uma série de normas que lhes permi-
tem ordenar suas ações, as quais o mesmo grupo social estabeleceu. Cultura

Estudo da Ética A cultura é o conjunto de todas as formas e expressões de uma determina-


da sociedade. Como tal, inclui costumes, práticas, códigos, normas e regras
Ética, do latim ethica, provém do grego "Ethikos", cujo significado é "cará- da maneira de ser, vestimenta, religião, rituais, comportamento e crenças.
ter". A ética tem como objeto de estudo a moral e a ação humana. De outro ponto de vista, pode-se dizer que a cultura é toda a informação e
A ética estuda a moral, e determina o que é bom, e a partir deste ponto de habilidade que possui o ser humano.
vista, como se deve agir. Ou seja, é a teoria ou a ciência do comportamento
moral. Mudança Social

A Moral Uma mudança social é uma alteração da estrutura do sistema estabelecido,


e as consequências e manifestações, dessas estruturas ligadas as normas,
"Esse político é corrupto", "Esse homem é pouco apresentável", "Sua aos valores e as mudanças internas e/ou externas, produto das mesmas.
presença é louvável". Nestas declarações aparecem os termos "corrupto", Identidade
"pouco apresentável" e "louvável" envolvendo avaliações de moral.
Conjunto de características próprias de um indivíduo ou de uma coletivida-
Conceito de Moral de que os caracterizam frente aos demais. Consciência individual ou coleti-
va que tem de ser ela mesma e distinta das demais.
A palavra Moral tem sua origem no termo do latim "mos, moris", cujo signifi-
cado é "costume". Costume
Conjunto de costumes, crenças, valores e normas de uma pessoa ou grupo
social, que funciona como um guia para o trabalho, ou seja, que orienta Um costume é uma prática social enraizada. Geralmente se distingue entre
sobre o bem ou mal - certo ou errado - de uma ação. bons costumes, aqueles que contam com a aprovação social, e os maus
costumes, que são relativamente comuns, porém não possuem a aprova-
Conjunto de regras e normas de ações, destinada a regular as relações dos ção social, e as vezes, leis são promulgadas para tratar de modificar a
indivíduos em uma comunidade. conduta.

Diferenças entre Ética e Moral Hábitos

Ética e moral são discutidos com igual significado. No entanto, em um nível O hábito é qualquer comportamento repetido regularmente, que requer um
intelectual, enquanto que "a moral tende a ser particular, pela concretude pequeno ou nenhum raciocínio e é aprendido, ao invés de congênito.
de seus objetos, a ética tende a ser universal, pela abstração de seus http://oratoriaelideranca.blogspot.com.br/2010/05/etica-moral-e-valores.html
princípios.
3 Ética e democracia: exercício da cidadania.
Ato Moral

Ética no serviço público 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Ética e democracia no topo dos valores nacionais, como foi recentemente retratado no livro
“Shadow” de Bob Woodward.
Márcio C. Coimbra
De qualquer forma, o caminho que o Brasil tem que trilhar ainda é lon-
O Brasil ainda vive em uma democracia em consolidação, ainda incipi- go e depende principalmente da consolidação do regime democrático e do
ente. Infelizmente, em grande parte de nossa história, vivemos à sombra de respeito ao Estado de Direito, que são os pilares básicos de sustentação de
golpes de estado e revoluções, como a de 1930 e mais recentemente em uma sociedade estável e ética.
1964. A cada ruptura institucional, o regime democrático sofria um duro
golpe, atingindo-o no seu ponto fundamental: o respeito ao Estado Demo- Democracia e ética no Brasil
crático de Direito. A democracia é definitivamente a melhor forma com que a sociedade
pode conviver harmonicamente, sem que as benesses sejam direcionadas
Nosso período mais recente de democracia começou em 1985, com a totalmente para os mais fortes. Nos outros regimes alternativos à democra-
eleição indireta de Tancredo Neves para a Presidência da República, cia, somente quem é mais forte tem a possibilidade de almejar os ganhos
colocando um fim em 21 anos de regime militar. Logo, chegamos a 2001 na própria vida e em qualquer disputa. Somente por meio da política é que
com 16 anos de democracia recente. Neste período conhecemos cinco se pode realizar a democracia. A política é o veículo que transporta e
Presidentes da República: Tancredo Neves, que não assumiu devido ao viabiliza todos os processos que dão sustentáculo ao regime democrático.
seu falecimento, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Por que, mesmo com toda essa importância a política é contestada por boa
Henrique Cardoso. Durante o termo de José Sarney, produziu-se uma parte da sociedade? O que torna pessoas que são aparentemente hones-
nova Constituição Federal, a de 1988. Logo, percebe-se que o Brasil ainda tas em políticos corruptos? O que fazer para melhorar a percepção da
está se acostumando com um regime democrático sem rupturas abruptas, política como uma atividade ética?
ou seja, a democracia brasileira, assim como suas instituições, ainda está
em fase de amadurecimento. É bastante recorrente notícias na mídia referentes a escândalos, falca-
A consolidação de um regime democrático somente ocorre com o tem- truas e corrupção no meio político em nosso país, que deixam as pessoas
po e com o amadurecimento da sociedade e de suas instituições. A base acostumadas com tantas baixarias e falta de respeito com a coisa pública.
de sustentação desta forma de governo é o povo e a sua soberania, que é É com tristeza que a sociedade brasileira assiste à desmoralização de
exercida através do voto, como bem coloca Bobbio: “democracia é o gover- pessoas em quem foram depositadas esperanças e confianças na condu-
no do povo, para o povo”. Além disto, é baseada fortemente no exercício da ção de órgãos públicos relevantes. No passado recente tivemos um caso,
cidadania, no respeito às leis e no exercício da ética como ponto fundamen- dentre muitos outros de menor monta, o chamado caso de mensalão no
tal das relações interpessoais. Portanto, percebe-se um andar quase que qual políticos de diversos partidos recebiam dinheiro para votar conforme
em conjunto entre a democracia e a ética. os interesses do governo. Apesar da grande repercussão, o grau de puni-
ção até o momento está muito abaixo do que se espera para casos dessa
Ainda sobre ética, vale ressaltar as palavras do Prof. Alberto Oliva na magnitude. A grande maioria dos processos vem se arrastando nos tribu-
apresentação do livro do Doutor em Filosofia Mário A. L. Guerreiro: “Aplica nais, com protelações e todos os tipos de artifícios das defesas em favor
à ética o enfoque negativista segundo o qual ao prescritivo não incumbe dos réus.
especificar o que alguém deve fazer, e sim o que deve ser impedido de
fazer por ser danoso ao outro”. Logo, a ética apresenta-se como ponto de Outro caso mais recente é o descoberto recentemente envolvendo políticos
convergência e harmonização entre norma e liberdade, assim como já do primeiro escalão do governo do Distrito Federal, onde o governador é
assegurava John Locke. um dos principais envolvidos. O nível de detalhes é muito grande, ficando
Como consequência de uma série de rupturas institucionais que marca- muito difícil da contestação por parte dos envolvidos. Onde as pessoas que
ram fortemente a formação do Estado brasileiro e seu desenvolvimento, escolheram esses políticos erraram? O grau de preocupação dos eleitores
vemos que o respeito às regras e ao exercício ético de convivência não tem com o destino dos entes da federação não é suficiente para levá-los a
sido uma constante recentemente no que tange às práticas políticas. Claro realizar uma pesquisa criteriosa dos políticos que irão votar? A verdade é
que esta tese comporta algumas grandes exceções, pois não podemos que sempre existe a possibilidade dos eleitores não se preocuparem muito
generalizar os fatos. Mas de qualquer forma, faz-se extremamente impor- em quem irão votar, se importando mais com os discursos, enfeites e
tante traçar uma linha paralela entre estes conceitos. outros adereços do candidato do que propriamente com o provável compor-
tamento dele no governo. Ao mesmo tempo, existe a possibilidade de
A capa de uma das mais importantes revistas semanais do Brasil, no pessoas que se dizem certinhas, que possuem um passado honroso, sem
dia 2 de maio de 2001 traduz com clareza os últimos acontecimentos nenhum tipo de comportamento que o desabone, mas quando chegam ao
políticos envolvendo o Senado Federal com a seguinte manchete: “Eles poder se transformam e passam a se comportar de forma totalmente sem
encolheram o Congresso: Como o Senado se transformou na Casa da ética.
Mentira com Jader, Arruda e ACM”. Não há dúvidas: é uma manchete de
impacto. Mas será que o problema reside apenas neste fato? Acredito que Em economia, existe uma máxima que diz que os piores expulsam os
não. Os escândalos envolvendo os maiores escalões do Estado estão melhores. Não se pode dizer categoricamente que isso seja verdade na
sendo uma constante. Muitos deles lidam com a falta de ética daqueles que política, mas é verdade que em razão da descrença da política por parte da
exercem uma função pública. Infelizmente, está se criando uma sensação sociedade, muitas pessoas que poderiam contribuir brilhantemente com
de descrédito da população perante os seus governantes, o que é muito municípios, estados ou a nação não o fazem. Isso deixa aberta a possibili-
grave. A mesma revista, na edição de 23 de maio de 2001, mostra como dade de pessoas sem nenhum ou muito pouco compromisso com as pes-
um ex-presidente do Banco Central, supostamente, vendia informações soas em geral assumam cargos de grande importância, contaminando de
privilegiadas para o mercado financeiro e como, supostamente, o governo forma irreparável o processo de escolha democrático dos dirigentes públi-
acobertou o fato. Além destes casos, podem ser citados outros vários que o cos. Desta forma, muita gente encontra na política a possibilidade de enri-
governo já tem sobrevivido, como os supostos casos relativos a compra de quecerem por meios de atos ilícitos. Além disso, a ganância, a falta de
votos para reeleição, implantação do projeto Sivam, BNDES e teles, CPI da princípios éticos, a falta de punição severa dos atos de corrupção, o incen-
Corrupção, e por fim as denúncias envolvendo suposta corrupção no tivo de pessoas corruptas podem levar pessoas que a princípio poderiam
DNER, Sudam e Sudene. ser consideradas sérias a cometerem atos ilícitos.
O Brasil está pagando um preço alto pela falta da prática democrática
Quem é eleito diretamente pelo público deve ter por este um respeito
através dos anos e como consequência, a falta de ética e transparência em
muito grande, agindo sempre objetivando o bem estar de todos e tendo
suas instituições. O amadurecimento está acontecendo do modo mais
como guia o programa e a plataforma pelos quais foi eleito. Para aqueles
difícil. É necessário que o Brasil passe por estes acontecimentos, pois eles
que desviam de conduta, a punição deve ser sistemática, rápida, forte e
fazem parte da maturação pela qual o Estado brasileiro tem que, necessa-
impiedosa. Isso levaria á diminuição da corrupção na política, os políticos
riamente, passar. Ainda hoje, em grau infinitamente menor, ainda existem
trabalhariam com mais seriedade e respeito aos princípios éticos e mais
denúncias de corrupção em um regime amadurecido e estável, de mais de
pessoas realmente de bem entrariam na política. Desta forma, as pessoas
200 anos, como é o caso da democracia norte-americana, onde a ética está
em geral passariam a perceber que a atividade política é uma atividade

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ética, séria e muito importante para todos e que todos deveriam participar nomicus – a psicologia egoística utilizada pela teoria econômica convencio-
efetivamente seja direta ou indiretamente. A sociedade brasileira deve ficar nal para dar conta das interações sociais no mercado. “Seu campo de
muito atenta nas eleições que ocorrerão no ano de 2010. A responsabilida- investigação”, isto é, o comportamento de atores coletivos como os parti-
de será de todos os eleitores, todos já devem começar a pesquisar sobre dos, os sindicatos, os gabinetes governamentais, ou de atores individuais
os pretensos candidatos aos diversos cargos para que erros do passado como as lideranças partidárias, os parlamentares, os eleitores etc. Para o
não sejam cometidos. assunto que nos interessa aqui, teve grande impacto no debate posterior o
http://mais.uol.com.br/view/e8q9e7rfb3bz/democracia-e-etica-no-brasil- transporte do paradigma econômico para entender certos problemas da
0402376AD0C97386?types=A# administração pública e da ação coletiva de um modo gera l.
Cito de cabeça duas linhas de trabalho que, ainda na década de 1960 e
Democracia, política e ética início de 1970, tiveram forte influência na compreensão contemporânea das
burocracias estatais, das dificuldades do cidadão comum para mantê-las
“O Brasil não pode mergulhar num mar de desesperança e apatia em sob controle e fazê-las prestar os serviços a que foram destinadas. Começo
relação à sua democracia” mencionando os estudos de James Buchanan e associados2, cujas conclu-
MARCUS PESTANA sões apontam, primeiro, para a tendência, especialmente nas democracias,
de proliferação de serviços à custa dos contribuintes, como forma de garan-
Winston Churchill disse certa vez que “a democracia é o pior sistema tir a reprodução das próprias burocracias encarregadas de fornecer tais
de governo existente, excluídos todos os demais experimentados”. Fora da serviços; e, segundo, para a tendência de “busca da renda particular” (rent
liberdade não há salvação. A democracia reflete as contradições, as virtu- seeking): como que tentando desmistificar a auréola do funcionário como
des e os pecados presentes na sociedade. Para o campo das decisões um promotor imparcial do bem comum, esses estudos mostram os servido-
políticas convergem todos os interesses, legítimos ou não. A democracia é res estatais como um grupo de interesse à parte – não apenas um grupo de
processo, é experimentação e aprendizado, tentativa e erro, crise e corre- interesse dentre outros, mas um grupo colocado numa posição especial, já
ção de rumos. que detentor de certos monopólios legais, exatamente por fazer parte do
Democracia é liberdade individual, de organização, de opinião e de im- Estado – sempre disposto a transformar em exclusivo benefício próprio pelo
prensa. Democracia é cidadania. Democracia é o império da Constituição e menos parte dos recursos extraídos dos cidadãos, em princípio destinados
das leis democráticas. Democracia é participação, controle social. Demo- ao benefício comum.
cracia é equilíbrio entre os Poderes. Democracia é transparência, impesso- O outro estudo que vale mencionar, realizado por Mancur Olson, esten-
alidade, espírito republicano. dese para os problemas de articulação de qualquer ação coletiva que
A substância, consistência e efetividade da vida democrática depen- requeira o engajamento de um grande número de pessoas.3 Suponha que
dem fundamentalmente da força e da credibilidade de suas instituições. uma comunidade precisa providenciar um determinado bem coletivo, diga-
mos, uma rua pavimentada: se o grupo de pessoas que conjugar seus
Não há democracia sem partidos, eleições, voto, casas parlamentares,
esforços para prover esse bem for muito pequeno, a ausência de uma
representação. Embora experiências de democracia participativa sejam
delas pode prejudicar toda a empreitada; como prover o bem é do interesse
importantes, é impossível substituir a democracia representativa.
de cada membro do grupo, há um forte incentivo para que todos realmente
No Brasil, as pesquisas indicam uma imagem institucional muito nega- se esforcem para gerar o benefício.
tiva dos partidos políticos e do Congresso Nacional. O sistema eleitoral não
Contudo, se o grupo for muito grande, de tal forma que a contribuição
cria vínculos sólidos, enfraquece os partidos como polos organizadores,
individual de cada participante seja proporcionalmente muito pequena ou
gera campanhas milionárias e cria um ambiente propício para a corrupção.
insignificante, haverá fortes incentivos para que não haja amplo comparti-
Em 2011, tivemos sete ministros afastados por denúncias de corrup- lhamento dos esforços, e para jogar nos ombros dos demais o peso do
ção. Novos escândalos como o da Casa da Moeda e das lanchas do Minis- empreendimento. Se houver, dentro do grupo maior, um grupo bem menor
tério da Pesca foram denunciados. Há enorme expectativa da sociedade altamente interessado em fornecer esse benefício de qualquer forma, a
em relação ao julgamento do mensalão, ainda em 2012, por parte do Su- despeito do comportamento parasitário do restante, a ação coletiva fatal-
premo Tribunal Federal. A impunidade alimenta o ceticismo. mente resultará capenga, para não dizer totalmente frustrada em seus
propósitos. Esse é o famoso problema do “carona” (free rider), que coloca
Nas últimas semanas, fomos afogados por uma torrencial cachoeira de em evidência o por quê das organizações sociais se estruturarem em
denúncias envolvendo um contraventor, empresas e o mundo político. O hierarquias, às quais se apendam incentivos especiais às diferentes cama-
Congresso instalará uma CPI que esperamos trazer um esclarecimento das, de modo a aumentar sua eficácia ou produtividade, ou então de modo
amplo, isento, firme, sereno e não seletivo de suas implicações. a evitar que os efeitos corrosivos do “carona” simplesmente não destruam a
A maioria da população tem repulsa à corrupção. Mas desenvolvemos ação coletiva à qual foram encarregadas de organizar. Aliás, qualquer
uma postura um tanto leniente. A maioria está preocupada com questões executivo de uma grande organização social, seja ela privada ou pública,
concretas como salário, emprego, custo de vida, crédito, saúde, violência, sabe muito bem, ainda que apenas de forma intuitiva, o que significa o
educação. Tentamos até obscurecer os fatos, criando novas palavras. A “carona” e de seus efeitos nefastos na vida da organização que ajuda a
própria presidente Dilma cunhou o termo malfeito. Ora, malfeito é antônimo administrar. O feito de Olson foi isolar o fenômeno, estabelecer uma hipóte-
de bem-feito. A contraposição à ética e à honestidade é corrupção. Às se para explicar suas razões e dar-lhe grande relevância para a compreen-
palavras, seu significado. O resto é neologismo eufemístico. são da ação coletiva nas suas mais variadas formas.

Se quisermos fortalecer nossa democracia, urge uma profunda trans- Não vou me deter no detalhe dos argumentos que esses autores lan-
formação ética no comportamento de nossas elites. As lideranças da socie- çam mão para demonstrar essas conclusões, mesmo porque estamos
dade devem servir de exemplo, espelho, devem gerar confiança e credibili- falando de estudos bastante complexos, envolvendo também entendiantes
dade. A impunidade tem que ser extirpada. O sistema, reformado. formalizações matemáticas. A menção a eles visa apenas destacar as
premissas psicológicas de todo o encadeamento do raciocínio, raramente
O combustível da vida é a esperança. O Brasil não pode mergulhar problematizadas e discutidas, mas geralmente justificadas por seu aparente
num mar de desesperança e apatia em relação à sua democracia. realismo: a base elementar das interações sociais são indivíduos egoístas,
exclusivamente “auto-interessados”, que ingressam em ações cooperativas
4 Ética e função pública. apenas porque não há outra maneira de obter certos bens (justamente os
“bens coletivos”) para si mesmos. Mas que são também indivíduos “racio-
A RELEVÂNCIA DA ÉTICA NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚBLICA nais”, isto é, capazes de escolher, dentro de um leque de diferentes opções
Cicero Araujo de ação, aquela alternativa que otimize a relação entre o benefício espera-
do da opção e o custo para viabilizá-la – ou que “maximize a utilidade”,
I.
para empregar a terminologia dos economistas.
Já faz algumas décadas que a Ciência Política contemporânea procu-
rou transpor para seu campo de investigação o paradigma do homo oeco-

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Há que reconhecer a enorme força atrativa que essas premissas são duos compulsivamente egoístas requer a figura do Soberano e seu Estado?
capazes de exercer sobre o investigador social, tanto por sua simplicidade Dito de outra maneira: para cooperar precisamos de um Soberano, mas
(elas são aptas a fornecer modelos explicativos enxutos e elegantes, senão para ter um Soberano precisamos já cooperar de alguma forma. Como sair
do ponto de vista moral, ao menos do ponto de vista cognitivo) quanto por dessa enrascada? De certo modo, a obra de Hobbes antecipa alguns dos
sua plausibilidade e realismo – quem não seria tentado a admitir a hipótese problemas de autores como Buchanan e Olson, já citados, quando puxa-
de que, em média, as pessoas são auto-interessadas, pelo menos quando mos suas premissas até seus extremos.
se trata das interações anônimas do mercado ou das grandes organizações
estatais? (2) O dilema prático é o seguinte. Se por Soberano entendemos de fato
um superior incontrastável, a autoridade acima da qual não há recurso,
No entanto, um leitor mais atento desses estudos não deixa de suspei- somos tentados a imaginar uma figura que, eventualmente, de posse dos
tar de um certo sabor de paradoxo em suas conclusões, derivadas do recursos de poder para tanto, venha a agir de forma sistematicamente
aparência mesma de realismo das premissas. Pois se é verdade que as arbitrária e tirânica,
organizações sociais e as
No capítulo 18 do Leviathan, sua obra-prima, Hobbes faz o seguinte
ações coletivas são focos permanentes de rent seekers e free riders, trocadilho, que indica claramente essa intenção: “Covenants without the
como não deixar de pensar que, levadas às últimas consequências, a sword are bu t words” (“Os pactos sem a espada não passam de palavras”).
compulsão egoísta e a “maximização da utilidade” deveriam liquidar com- desrespeitando suas próprias leis, perseguindo, prendendo e arrebentando
pletamente a vida social e toda a possibilidade de cooperação? Porém: (1) seus súditos. O que fazer? Hobbes havia dito que a vida sob o pior Sobe-
as organizações sociais persistem, assim como o fato da cooperação – e rano seria ainda assim bem melhor que a sob o estado de natureza, a vida
as premissas só nos deixam perplexos a respeito de por quê elas persis- em perpétua guerra civil. Para um observador atento do século XXI, porém,
tem; e (2) os próprios estudos assumem que, sem a vida social e, portanto, que conheceu as misérias dos regimes tirânicos, autoritários ou totalitários
sem a cooperação, interesses cruciais dos agentes egoístas seriam afeta- do século XX (e que ainda persistem em muitos lugares), isso deve soar
dos. Em outras palavras, o auto-interesse mesmo deveria ser impulso mais como uma profissão de fé do que um argumento sólido. Para tal
suficiente à cooperação e, no entanto, é o autointeresse que a corrói, observador, soaria mais razoável pensar que toda a autoridade política
quando não a elimina pura e simplesmente. Eis o sabor de paradoxo. deve ser limitada por outras autoridades. Algo como um regime constitucio-
nal de “freios e contrapesos” (checks and balances), como gostam de dizer
II. os americanos.
Na verdade, a longa tradição da filosofia moral e política já havia esbo- Mas o próprio Hobbes se antecipara a essa aparentemente agradável
çado paradoxos como os mencionados acima, os quais apareciam com solução (evidentemente falsa, a seu ver). Controlar o Soberano – digamos,
frequência na forma de dilemas práticos. (Por exemplo, como aparece no através da intervenção periódica do “Povo” (o conjunto dos cidadãos co-
episódio da condenação de Sócrates, mencionado nos diálogos de Platão: muns participando diretamente do controle), ou, para ser mais realista, dos
é preferível, se tivéssemos apenas essas duas opções, sofrer a injustiça ou “Representantes do Povo” reunidos numa Câmara especial de fiscalização
cometê - la?) Poderíamos recuar a esses debates dos antigos filósofos – controlar o Soberano, dizia ele, significa simplesmente fazer com que o
gregos – estamos falando de uma longa tradição mesmo! – mas vamos nos Soberano deixe de ser Soberano, e transferir essa função para a figura do
contentar com certos pais fundadores do pensamento político moderno, e controlador.
com a brevidade que esta palestra requer. Em primeiro lugar, no pensa-
mento de Thomas Hobbes, um filósofo inglês do século XVII, pois ele é Quem, porém, controlará o controlador? Um novo controlador, e o con-
também o primeiro moderno a explorar rigorosamente as premissas do trolador desse controlador, etc etc etc?
homo oeconomicus antes mesmo da teoria econômica ter se estabelecido
como disciplina autônoma. E usou-a não para elucidar o mercado, mas Enfim, o dilema ou conduz a uma regressão ao infinito – e aqui se ante-
para mostrar por que a organização política das comunidades, isto é, o vê o problema da hipertrofia do aparato estatal indicado por Buchanan, na
Estado, e a estrita obediência a ela por parte de seus súditos era necessá- forma de uma sobreposição indefinida de mecanismos burocráticos de
ria para promover interesses vitais de cada indivíduo. Para tanto, Hobbes fiscalização –, ou então somos obrigados a parar em algum ponto nessa
postulou uma situação inteiramente hipotética, na qual pessoas compulsi- escalada, sem que a questão inicial que deveria ser respondida (como
vamente egoístas se viam expostas umas às outras sem a mediação dessa estabelecer o controle da autoridade política por outras autoridades) fique
organização política comum, situação a que chamou de “estado de nature- claramente equacionada.
za” (em oposição ao “estado civil ou político”). Sua análise dessa situação III.
hipotética era a demonstração da completa impossibilidade da vida social
no estado de natureza. Este, se existisse de fato, não poderia ser outra Vejamos agora um outro pensador político que se debruçou sobre os
coisa senão um “estado de guerra de todos contra todos”: para Hobbes, a mesmos problemas, mas de uma outra perspectiva. David Hume, esse
anarquia, a ausência de organização política comum, correspondia à ano- pensador, um filósofo escocês do século XVIII, tinha genuínas preocupa-
mia, a completa ausência de regras de convivência e, logo, de cooperação ções de ordem moral em suas elaborações. Hume é muito citado como um
social. Invertendo o raciocínio, Hobbes queria dizer que a condição neces- dos autores iluministas que via a moralidade não como um artifício das
sária da cooperação social é a firme e voluntária disposição de cada indiví- organizações políticas para conter nossos instintos egoístas, mas como
duo para obedecer a um superior comum, o “Soberano”, a autoridade uma espécie de sentimento primário, natural, que estimulava certas ações
política incontrastável (leia-se: uma autoridade acima da qual não poderia espontâneas de solidariedade e cooperação, isto é, sem o recurso ao
haver recurso), cabeça de uma organização social maior que inclui a Lei e Soberano hobbesiano. Contudo, quando se tratava de pensar a organiza-
a Espada da Lei (o Estado). Reparem onde recai a ênfase do argumento: ção política de uma sociedade grande e complexa, seu argumento e suas
não se trata apenas de estabelecer a nomia do est ado civil em oposição à conclusões parecem não escapar de dilemas análogos aos de Hobbes,
anomia do estado de natureza, pois os indivíduos nessa condição bem Buchanan e Olson, conforme veremos daqui a pouco.
poderiam ter experimentado estabelecer regras comuns de ação, e então Hume partia, sem dúvida, de premissas mais variadas que as de
chamá-las de “Lei”. Mas é precisamente isso que Hobbes pensava ser Hobbes. Ao lado dos impulsos psicológicos do auto-interesse, ele suponha
impossível sem o Soberano: este no fundo representa o instrumento co- também impulsos benevolentes e altruístas: além da busca pelo próprio
mum capaz de coagir os recalcitrantes a respeitar as regras, quaisquer que bem, o que é natural e até certo ponto desejável, as pessoas também se
fossem. Sem a devida constituição de tal instrumento, o desrespeito à Lei interessam pelo bem alheio. Detalhe, porém: não se trata de uma benevo-
seria generalizado. Em essência, é isso o que significa Estado. lência indefinida e ilimitada, mas de uma benevolência parcial. Gostamos e
Mas essa breve apresentação já nos faz pressentir, no raciocínio de desejamos sinceramente o bem de
Hobbes, pelo menos um paradoxo (do qual ele não tinha plena ciência) e certas pessoas, mais do que de outras: o de nossos pais, filhos, irmãos
um dilema prático (sobre o qual estava perfeitamente atento): e amigos, mais do que uma pessoa que mal conhecemos, ou de um con-
(1) O paradoxo é que a decisão voluntária de instituir e obedecer um junto anônimo de pessoas. Sim, amamos o próximo muitas vezes até mais
Soberano significa, em si mesma, um ato cooperativo. Porém, não havia o do que a nós mesmos, porém o próximo é o próximo de fato, que não raro
argumento estabelecido que qualquer ação cooperativa da parte de indiví- concorre com o distante, quando não está em briga com ele.

Ética no serviço público 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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É verdade que somos capazes de ressoar espontaneamente os sofri- apostar que um número suficiente de parceiros cumprirão a sua parte em
mentos e as alegrias alheias, como que reproduzindo esses sentimentos meu lugar, e então obter resultado idêntico ao que obteria se eu tivesse
em nós mesmos, ainda que de forma esmaecida, um fenômeno que Hume participado. Mas o dia da votação, um domingo, está ensolarado: por que
chamava de “simpatia”, não desfrutar esse sol na praia, e deixar que os outros enfrentem a fila da
urna por mim? Estamos outra vez diante da mesmíssima questão identifi-
da qual derivou os sentimentos morais. Mas a simpatia apenas transmi- cada por Olson: o problema do “carona”. Mas é óbvio que se todos pensas-
te e reproduz sentimentos, ela não implica automat icamente desejar e sem como o carona, o bem coletivo almejado não se consumaria. Mas por
efetivamente fazer o bem a qualquer pessoa ou a qualquer necessitado que que não pensariam, se os estranhos cooperam apenas graças à reciproci-
esbarremos no caminho, como faria o Bom Samaritano dos Evangelhos. dade e o auto-interesse?
Antes, a benevolência parcial, um desejo natural de fazer o bem, explica
nossas propensões tribais primárias, ou seja, nossa disposição para convi- (2) Hume imagina duas saídas para esse aparente labirinto. A primeira
ver num círculo restrito, próximo, de amigos e familiares: nossa propensão volta a recorrer à psicologia: o hábito explicaria, pelo menos em parte,
espontânea ao clã ou à tribo. Mas o clã ou a tribo, ao mesmo tempo que porque continuamos a cooperar mesmo quando deixamos de perceber
desenvolve impulsos de altíssima atração para dentro, não raro cria tam- claramente em que medida nossa participação num empreendimento
bém impulsos igualmente fortes de repulsão ao estranho, os círculos soci- cooperativo é decisiva ou não para produzir o resultado almejado. Se em
ais distantes. Como membros de um grupo, pensava Hume, somos até situações mais simples e visíveis julgamos que nossa participação é sim
estimulados, em certas circunstâncias, a praticar maldades ao estranho – e decisiva, tendemos a estender esse juízo, sem conferir se tal é mesmo o
isso não em prol de nós mesmos, mas do grupo a que pertencemos – mais caso, para os casos mais complexos e menos visíveis.
terríveis do que praticaríamos se vivêssemos a sós.
Mas o hábito, admite Hume, está longe de uma explicação suficiente, e
A história das sociedades humanas, contudo, sugere uma contínua ex- então ele recorre a uma segunda saída, mais fundamental. Trata-se da
pansão rumo a comunidades mais amplas e complexas do que tribos e constituição do governo, ou seja, de uma espécie de divisão de trabalho
clãs. Como explicá-la? Aqui Hume é obrigado a apelar, não para o senti- entre governantes e governados, o primeiro formado por um grupo relati-
mento natural, mas para a convenção, para o artifício institucional, cujo vamente pequeno e o segundo reunindo a grande maioria da comunidade;
primeiro fruto é a virtude da Justiça, a base das regras do Direito. A Justiça o primeiro altamente motivado a garantir, como administradores da coisa
é a virtude da macro - sociabilidade, geradora de regras estritas e in flexí- pública, o provimento dos bens coletivos, o segundo liberado para perse-
veis (“convenções”), porém impessoais (pois não importa quem elas benefi- guir seus bens privados e os de seu círculo restrito de amigos e familiares,
ciam ou prejudicam em cada caso de sua aplicação) e expansivas, que contanto que paguem os impostos que sustentarão as atividades do primei-
contrasta com as virtudes da micro - sociabilidade, maleáveis e personali- ro grupo. Vejam que esse esquema não implica que os governantes sejam
zadas (isto é, onde importa o “quem”), mas exatamente por isso de curto altruístas: eles são motivados a produzir os bens coletivos porque essa é,
alcance. Mas qual a base do respeito às convenções sociais, as regras da na repartição social das tarefas, a meta auto-interessada mais próxima e
Justiça? Tem de haver um princípio geral que sustente as convenções. visível, enquanto é a mais distante para o restante da comunidade, isto é,
Esse princípio é a reciprocidade. Daí que o contrato e a promessa sejam os os governados. A instalação do governo significa simplesmente uma opera-
modelos exemplares da Justiça em ação: os dois primeiros contratantes ção de transformar, pelo menos para alguns (os governantes), o auto-
devem ter sido sujeitos estranhos um ao outro, mas que por um motivo interesse distante e embaçado – que ameaça desintegrar a cooperação em
qualquer – digamos, comercial – precisaram produzir um bem coletivo. Qual sociedade anônimas – num auto-interesse próximo e nítido. É como se o
a estrutura geral do contrato? Eu faço a minha parte e, no momento apra- artifício do governo simbolizasse a arte da construção de uma lente social
zado, você faz a sua. Sou indiferente à sua felicidade, e, contudo, para para corrigir a miopia congênita dos grandes conglemerados humanos.
produzir certo bem para mim ou para meus entes queridos, preciso estabe- Outra vez, a um observador atento do sinuoso raciocínio humeano não
lecer uma relação cooperativa com o estranho, sem o qual aquele bem não escapará novas dificuldades nessa segunda saída. Porque se o grupo dos
vinga. Logo, só tem sentido cooperar nessas condições se cada um faz a governantes, encarregado da administração dos negócios públicos, for
sua parte, e na medida em que cada um faz a sua parte (daí a reciprocida- suficientemente coeso, compacto e bem articulado como nas burocracias
de). Essa é a natureza da convenção, tão bem caracterizada pela imagem estatais modernas, eles acabarão por constituir um conjunto de interesses
humeana dos dois remadores de um barco que se controlam mutuamente apartado, talvez mesmo divergente, do restante da sociedade. O auto-
na alternância de seus respectivos lances de remo. interesse para os seus membros pode significar algo substancialmente – e
não apenas ilusoriamente (por causa apenas de uma distorção de óptica) –
Um faz seu lance na medida em que o outro faça o seu, e só nessa diferente dos governados. E como a promoção daquele interesse depende
medida o bem coletivo (a navegação rumo a um porto comum desejado) da extração, via impostos, dos recursos dos governados, eles serão tenta-
será produzido. dos a desviar esses recursos para benefício próprio e não para o benefício
Notem como nesse argumento a percepção do auto-interesse embasa a comum. E aqui estamos de novo, e por caminhos transversos, perante o
reciprocidade. E é desse ponto em diante que os problemas do argumento rent seeking de James Buchanan.
vão aparecendo: IV.
(1) A sociedade grande e complexa, reconhece Hume, supera as difi- Para onde afinal nos leva todo essa apresentação de argumentos?
culdades e deficiências do círculo restrito da tribo, e porém gera suas Penso que nos leva a constatar o contra-senso das premissas psicológicas
próprias dificuldades e deficiências. Quanto mais cresce a sociedade, mais do homo oeconomicus quando estendidas ao mundo da cooperação social
anônima e impessoal ela se torna, de modo que sua sustentação depende- de um modo geral, e da administração da coisa pública em particular. Se
rá menos das paixões altruístas do que da reciprocidade e, logo, da per- levamos até a sua raiz a hipótese de que todos os que promovem serviços
cepção do auto –interesse na própria atividade cooperativa. Uma coisa, a outrem, privadamente ou em nome do público, são exclusivamente moti-
porém, é cooperar com uns poucos estranhos, onde é possível controlar os vados pelo interesse egoísta, então a minha sugestão é que o fato do
laços recíprocos de cada parte e onde está claro que a defecção de um dos provimento sistemático desses serviços deve aparecer como um mistério
cooperantes põe a perder todo o empreendimento. Outra é a situação em da investigação social. O próprio fato da organização social se torna um
que o número de estranhos é enorme, em que a contribuição de cada um é mistério. Se alguém contestar dizendo que esse fato em que estou me
proporcionalmente ínfima. arvorando é transitório e só ilusoriamente sólido, então é preciso admitir, na
Pensem, para ficar num exemplo bem simples, na diferença da partici- ausência de outras premissas plausíveis, que os Estados modernos, os
pação eleitoral de um grupo de cinco eleitores e a participação num grupo quais procuram enlaçar sociedades grandes e complexas, caminham de
de um milhão de eleitores. A importância da participação de cada indivíduo modo inexorável para o seu colapso, provavelmente de forma lenta, porém
para a determinação de um certo resultado no primeiro caso é visivelmente constante, gradualmente introduzindo aquela anomia que Hobbes tanto
maior do que no segundo caso. No primeiro, relutaria muito em deixar de temia.
participar, se estou de fato interessado nesse resultado determinado. No Minha própria contra-resposta a essas duas sugestões é pura e sim-
segundo, tendo a estimar, com razão, que minha ausência será muito plesmente destacar aquilo que dá título a esta palestra: a relevância da
menos decisiva (e também muito menos sentida) para esse ou aquele ética no exercício da função pública. Ao que agora posso acrescentar: a
resultado final, ainda que seja do meu interesse obtê-lo, a ponto de eu

Ética no serviço público 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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relevâ ncia da ética na preservação da organização social, genericamente vem ocorrendo as regra de conduta e da ética que requer o trabalho que os
falando, e não apenas da administração da coisa pública. Mas até aqui a serviços públicos visam prestar.
ética ou a moral se apresentou negativamente, como um vago oposto da
compulsão egoísta. Porém, o que ela é positivamente? O Direito que os cidadãos vêm adquirindo aos poucos, e que levou mui-
to tempo para ser construído e respeitado vem, como sabemos, sofrendo
Devo dizer de partida que a longa tradição da filosofia moral a que me com a grande dificuldade que a população enfrenta no dia a dia para fazer
referi no começo desta palestra jamais logrou construir um consenso a valer seus direitos que às vezes desaparecem porque não são postos em
respeito dessa pergunta. A esmagadora maioria dos filósofos, é verdade, prática. A princípio, achamos que isto ocorra por falta de consciência dos
descartou ser possível reduzir a moralidade ao egoísmo. O que isso signifi- próprios cidadãos seja por normas e desculpas de resolução posta por
ca, porém? O altruísmo? A deferência aos mandamentos de Deus? O nossos governantes trazendo um efeito de omissão do papel de um cida-
respeito incondicional a certas regras ou leis que consigamos formular de dão e seus direitos. Estes efeitos citados são objetivados pelos governan-
modo universal, que podem até coincidir com aqueles mandamentos, tes que enriquecem justamente através da ignorância em relação aos
porém sem necessariamente assumir suanatureza divina? O respeito direitos conquistados pela população o que gera um grande desrespeito
incondicional a uma certa interpretação da igualdade entre os seres huma- para com os cidadãos e uma cultura que se perpetua.
nos?
Milton Santos, em seu trabalho: O espaço do cidadão mostra-nos que
Todas elas, creio, são alternativas plausíveis para fundar a ética, e aju- estes atos de desrespeito aos direitos e à representação que alguns dos
dam a explicar, em parte, o sustento da organização social, da cooperação funcionários públicos em relação à população, viola a moral, os direitos e
e da solidariedade. Não digo que para ajudar a explicar seja preciso assu- principalmente, ataca a cultura dos cidadãos, dando a impressão de que os
mir que elas são praticadas por todos e em todos os momentos. Fosse serviços públicos podem ser algo negociável, quando o mesmo é inaliená-
assim, incorreríamos no mesmo exagero a que incorre a psicologia egoísti- vel.
ca. Basta afirmar que quando detectamos alguma forma de cooperação e
solidariedade, haveríamos de pelo menos suspeitar de que alguma dessas Para que possamos esclarecer melhor nossas ideias, chegamos à
alternativas da vida ética esteja em operação. questão da ética no serviço público. Mas, o que é "ética"?

Contudo, todas elas deveriam apontar para uma visão mais sintética, Contemporaneamente e de forma bastante usual, a palavra ética é mais
reconciliadora. Estamos, como disse, longe de obter consenso sobre uma compreendida como disciplina da área de filosofia e que tem por objetivo a
visão concreta. Mas penso que, seja qual for, ela deveria ser marcada pelo moral ou moralidade, os bons costumes, o bom comportamento e a boa fé,
esforço de aproximar a natureza da ética ou da moralidade – vejam que, inclusive. Por sua vez, a moral deveria estar intrinsecamente ligada ao
para meus propósitos, não me interessei pela distinção desses termos, mas comportamento humano, na mesma medida, em que está o seu caráter,
espero que outros colegas aqui presentes tenham a chance de sugerir uma personalidade, etc; presumindo portanto, que também a ética pode ser
para a discussão – com a ponderação sobre o que torna a vida digna de avaliada de maneira boa ou ruim, justa ou injusta, correta ou incorreta.
ser vivida, uma ponderação sobre os valores e princípios que expressem o Num sentido menos filosófico e mais prático podemos entender esse
que significa essa vida digna, essa vida que valha a pena ser vivida, como conceito analisando certos comportamentos do nosso dia a dia, quando nos
indivíduos e como membros de uma comunidade. E que valha a pena não referimos por exemplo, ao comportamento de determinados profissionais
porque garante meu próprio bem ou o bem alheio, ou porque garante a podendo ser desde um médico, jornalista, advogado, administrador, um
cega obediência às leis estabelecidas, mas porque promove uma gama de político e até mesmo um professor; expressões como: ética médica, ética
ideais sobre o que deve ser uma vida humana, ideais por definição não jornalística, ética administrativa e ética pública, são muito comuns.
realizados, e talvez jamais plenamente realizáveis, mas que promovidos
graças à nossa capacidade de realizar ações conscientes e inteligentes. Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão
de comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político,
Penso também, para concluir, que nada poderia representar melhor o como falamos anteriormente. O ser humano elaborou as leis para orientar
excelente exercício das funções públicas do que a consciência dessa seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações)
questão. Seria ótimo, por certo, que tal ponderação estivesse no horizonte e em relação ao meio social, entretanto, não é possível para a lei ditar
de cada funcionário público, ainda que suas diferentes conclusões geras- nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro ponto importante
sem conflito – pois o predomínio da ponderação ética não significa a elimi- que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de
nação do conflito social, apenas o desloca para um outro patamar: não o conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode
conflito por interesses mesquinhos, mas o conflito para o qual vale a pena ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz
lutar, porque feito em prol de coisas dignas. Crucial, porém, é que tal pon- respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto fundamental, a
deração contamine suas principais artérias e envolva especialmente os que essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão ética na
exercem suas altas responsabilidades, porque, afinal, como diz a velha vida pública, á qual iremos nos aprofundar um pouco mais, por se tratar do
sabedoria, esses são os exemplos para os demais. Insisto: são exemplos tema central dessa pesquisa.
para os demais não tanto porque indiscutivelmente corretos, mas porque
são suficientemente ousados e ambiciosos para pensar, querer, buscar A questão da ética no serviço Público.
ideais nobres e elevados. Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em corrupção, ex-
5. Ética no Setor Público. torsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos ter como ponto
de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública em geral, é
Ética no Serviço Público que seja fixado um padrão a partir do qual possamos, em seguida julgar a
atuação dos servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na
Jorge Teixeira da Silva; Letícia Clara Ribeiro; Antonio Carlos Menegon; vida pública, entretanto não basta que haja padrão, tão somente, é neces-
Joyce de Castro Nunes; Vanderlei Dandrea; Ana Paula Rodrigues; Francis- sário que esse padrão seja ético, acima de tudo .
ca Dantas; Polliane Tenório Neto; Márcia de Jesus silva; Rogério Chagas
Pozo. Alunos do Curso de Direito da UMESP. O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões éticos
dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou seja, de caráter
Este artigo, fruto de uma intensa atividade de reflexão escrita de todos público, e sua relação com o público. A questão da ética pública está dire-
nós, alunos do Curso de Direito da UMESP, surgiu da discussão que esteve tamente relacionada aos princípios fundamentais, sendo estes comparados
presente no decorrer do semestre na disciplina: Cidadania, ética pública e ao que chamamos no Direito, de "Norma Fundamental", uma norma hipoté-
ação cultural. Resolvemos escrever sobre os Serviços prestados ao públi- tica com premissas ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver
co, devido aos abusos relatados pelos meios de comunicação presentes relacionado ao comportamento do ser humano em seu meio social, aliás,
em nosso cotidiano pelo que Milton Santos chama de funcionários sem podemos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da
mandato, é sabido que muitas pessoas que confiaram no trabalho se de- boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e essenciais
cepcionaram. O presente texto pretende trabalhar estas ideias, de modo a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembrando inclusive o tão
que possamos olhar através da perspectiva do direito, o desrespeito que citado, pelos gregos antigos, "bem viver".

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Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoalidade. Ao Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de ética que nascem nas
contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público e seus servidores máquinas administrativas devido ao terreno fértil encontrado devido à
devem primar pela questão da "impessoalidade", deixando claro que o existência de governos autoritários, governos regidos por políticos sem
termo é sinônimo de "igualdade", esta sim é a questão chave e que eleva o ética, sem critérios de justiça social e que, mesmo após o advento de
serviço público a níveis tão ineficazes, não se preza pela igualdade. No regimes democrático, continuam contaminados pelo "vírus" dos interesses
ordenamento jurídico está claro e expresso, "todos são iguais perante a lei". escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por situações de
pobreza e injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a
E também a ideia de impessoalidade, supõe uma distinção entre aquilo eficácia das organizações, aumenta os custos, compromete o bom uso dos
que é público e aquilo que é privada (no sentido do interesse pessoal), que recursos públicos e os resultados dos contratos firmados pela Administra-
gera portanto o grande conflito entre os interesses privados acima dos ção Pública e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com a
interesses públicos. Podemos verificar abertamente nos meios de comuni- pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, habitação,
cação, seja pelo rádio, televisão, jornais e revistas, que este é um dos ocasionados pela falta de investimentos financeiros do Governo, porque os
principais problemas que cercam o setor público, afetando assim, a ética funcionários públicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dos
que deveria estar acima de seus interesses. interesses sociais.
Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de igualdade), Essa situação vergonhosa só terá um fim no dia em que a sociedade
sem falar de moralidade. Esta também é um dos principais valores que resolver lutar para exercer os seus direitos respondendo positivamente o
define a conduta ética, não só dos servidores públicos, mas de qualquer questionamento feito por Milton Santos "HÁ CIDADÃOS NESTE PAÍS?" e
indivíduo. Invocando novamente o ordenamento jurídico podemos identifi- poderemos responder em alto e bom som que " SIM. Há cidadão neste
car que a falta de respeito ao padrão moral, implica portanto, numa violação pais. E somos todos brasileiros.".
dos direitos do cidadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores
dos bons costumes em uma sociedade. Finalizando, gostaríamos de destacar alguns pontos básicos, que base-
ado neste estudo, julgamos essenciais para a boa conduta, um padrão
A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil para se ético, impessoal e moralístico:
reproduzir , pois o comportamento de autoridades públicas estão longe de
se basearem em princípios éticos e isto ocorre devido a falta de preparo 1 - Podemos conceituar ética, também como sendo um padrão de com-
dos funcionários, cultura equivocada e especialmente, por falta de meca- portamento orientado pelos valores e princípio morais e da dignidade
nismos de controle e responsabilização adequada dos atos anti-éticos. humana.
A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade nesta si- 2 - O ser humano possui diferentes valores e princípios e a "quantidade"
tuação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos e impedir estes de valores e princípios atribuídos, determinam a "qualidade" de um padrão
casos vergonhosos de abuso de poder por parte do Pode Público. Um dos de comportamento ético:
motivos para esta falta de mobilização social se dá, devido á falta de uma Maior valor atribuído (bem), maior ética.
cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce sua cidadania. A cidadania Menor valor atribuído (bem), menor ética.
Segundo Milton Santos " é como uma lei", isto é, ela existe mas precisa ser
descoberta , aprendida, utilizada e reclamada e só evolui através de pro- 3 - A cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos referimos
cessos de luta. Essa evolução surge quando o cidadão adquire esse status, a palavra cultura como sendo a quantidade de conhecimento adquirido,
ou seja, quando passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitos garan- mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da
te um padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refrear os função social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do
impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações a cidadania ser humano .
deve se valer contra ele, e imperar através de cada pessoa. Porém Milton 4 - A falta de ética induz ao descumprimento das leis do ordenamento
Santos questiona, se "há cidadão neste pais"? Pois para ele desde o nas- jurídico.
cimento as pessoas herdam de seus pais e ao longa da vida e também da
sociedade, conceitos morais que vão sendo contestados posteriormente 5 - Em princípio as leis se baseiam nos princípios da dignidade humana,
com a formação de ideias de cada um, porém a maioria das pessoas não dos bons costumes e da boa fé.
sabem se são ou não cidadãos. 6 - Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade = melhor pa-
A educação seria o mais forte instrumento na formação de cidadão drão de ética.
consciente para a construção de um futuro melhor.
5.1 Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do
No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e sem princípios Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal).
éticos que convivem todos os dias com mandos e desmandos, atos deso-
nestos, corrupção e falta de ética tendem a assimilar por este rol "cultural"
de aproveitamento em beneficio próprio.
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994
Se o Estado, que a principio deve impor a ordem e o respeito como re-
gra de conduta para uma sociedade civilizada, é o primeiro a evidenciar o Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
ato imoral, vêem esta realidade como uma razão, desculpa ou oportunidade Executivo Federal.
para salvar-se, e , assim sendo, através dos usos de sua atribuição publica.
A consciência ética, como a educação e a cultura são aprendidas pelo O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe
ser humano, assim, a ética na administração publica, pode e deve ser confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art.
desenvolvida junto aos agentes públicos ocasionando assim, uma mudança 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11
na administração publica que deve ser sentida pelo contribuinte que dela se de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de
utiliza diariamente, seja por meio da simplificação de procedimentos, isto é, junho de 1992,
a rapidez de respostas e qualidade dos serviços prestados, seja pela forma DECRETA:
de agir e de contato entre o cidadão e os funcionários públicos. Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor
A mudança que se deseja na Administração pública implica numa gra- Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.
dativa, mas necessária "transformação cultura" dentro da estrutura organi- Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal di-
zacional da Administração Pública, isto é, uma reavaliação e valorização reta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessá-
das tradições, valores, hábitos, normas, etc, que nascem e se forma ao rias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição
longo do tempo e que criam um determinado estilo de atuação no seio da da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empre-
organização. gados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.

Ética no serviço público 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comuni- XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de traba-
cada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, lho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre
com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes. conduz à desordem nas relações humanas.
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organi-
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da zacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos
República. pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportuni-
ANEXO dade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Exe- Seção II
cutivo Federal Dos Principais Deveres do Servidor Público
CAPÍTULO I XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
Seção I a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou em-
Das Regras Deontológicas prego público de que seja titular;
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento,
princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinató-
público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o rias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso
exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com
e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição o fim de evitar dano moral ao usuário;
dos serviços públicos. c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento éti- seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a
co de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essenci-
inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante al da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção processo de comunicação e contato com o público;
entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos
o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrati- g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando
vo. a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,
pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, absten-
exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no do-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;
Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de represen-
erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade. tar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comu- funda o Poder Estatal;
nidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contra-
que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode tantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses
ser considerado como seu maior patrimônio. ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, e denunciá-las;
portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específi-
fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada pode- cas da defesa da vida e da segurança coletiva;
rão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausên-
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais cia provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo
ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem o sistema;
preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato
lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficá- ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;
cia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo
bem comum, imputável a quem a negar. os métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti- o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a
la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa inte- melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do
ressada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou bem comum;
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exer-
mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto cício da função;
mais a de uma Nação. q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções su-
pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe periores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com
dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não cons- s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de di-
titui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, reito;
mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que
seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administra-
que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação tivos;
de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do servi- u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou
ço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que ob-
mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. servando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação ex-
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de pressa à lei;
seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a
evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.
de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até Seção III
mesmo imprudência no desempenho da função pública. Das Vedações ao Servidor Público
XV - E vedado ao servidor público;

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a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição ridades submetidas ao Código de Conduta da Alta Admi-
e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; nistração Federal.
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou
de cidadãos que deles dependam; Autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta Admi-
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com nistração Federal
erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua • Ministros e Secretários de Estado;
profissão; • titulares de cargos de natureza especial, secretários-
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular executivos, secretários ou autoridades equivalentes ocupan-
de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; tes de cargo do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcan- – DAS, nível seis;
ce ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
• presidentes e diretores de agências nacionais, autarquias,
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, pai-
inclusive as especiais, fundações mantidas pelo Poder Públi-
xões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com
co, empresas públicas e sociedades de economia mista.
os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superi-
ores ou inferiores;
Informações patrimoniais destas autoridades
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de
As seguintes informações sobre estas autoridades devem ser
ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de
enviadas à Comissão de Ética Pública (CEP):
qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumpri-
mento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; • lista dos bens, com identificação dos respectivos valores
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar estimados ou de aquisição, que poderá ser substituída pela
para providências; remessa de cópia da última declaração de bens apresentada
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendi- à Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda;
mento em serviços públicos; • informação sobre situação patrimonial específica que, a
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; juízo da autoridade, suscite ou possa eventualmente suscitar
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, conflito com o interesse público e, se for o caso, o modo pelo
qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; qual pretende evitá-lo.
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno As informações prestadas são de caráter sigiloso e, uma vez
de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de tercei- conferidas por pessoa designada pela CEP, serão encerradas
ros; em envelope lacrado.
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; A autoridade deverá também comunicar à CEP as participa-
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a ções das quais for titular em sociedades de economia mista,
moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; de instituição financeira ou de empresa que negocie com o
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a em- Poder Público.
preendimentos de cunho duvidoso. O prazo de apresentação de informações será de dez dias,
CAPÍTULO II contados da data da posse, para as autoridades que forem
DAS COMISSÕES DE ÉTICA nomeadas.
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou Resolução 2 da Comissão de Ética Pública da
entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser Presidência da República
criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre
a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o A Resolução 2/2000 da Comissão de Ética Pública da Presi-
patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação dência da República regula a participação de autoridade pú-
ou de procedimento susceptível de censura. blica em seminários e outros eventos.
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos en-
carregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros Tipos de participação
sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções A participação de autoridade pública em atividades externas,
e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor tais como seminários, congressos, palestras e eventos
público. semelhantes, no Brasil ou no exterior, pode ser
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética de interesse institucional ou pessoal.
é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer,
assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. Eventos de interesse institucional
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende- Quando se tratar de participação em evento de interesse
se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de institucional, as despesas de transporte e estada, bem
qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária como as taxas de inscrição, se devidas, correrão por conta
ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado do órgão a que pertença a autoridade, observado o seguin-
direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autar- te:
quias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas
• as despesas de transporte e estada, bem como as taxas
públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde
de inscrição, poderão ser custeadas pelo patrocinador do
prevaleça o interesse do Estado.
evento, se este for:
o organismo internacional do qual o Brasil faça parte;
Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Pre- o governo estrangeiro e suas instituições;
sidência da República o instituição acadêmica, científica e cultural;
o empresa, entidade ou associação de classe que não esteja
Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Presi- sob a jurisdição regulatória do órgão a que pertença a autori-
dência da República dade, nem que possa ser beneficiária de decisão da qual
participe a referida autoridade, seja individualmente, seja em
caráter coletivo.
Resolução 1 da Comissão de Ética Pública da • a autoridade poderá aceitar descontos de transporte, hos-
Presidência da República pedagem e refeição, bem como de taxas de inscrição, desde
A Resolução 1/2000 da Comissão de Ética Pública da Presi- que não se refira a benefício pessoal.
dência da República trata dos procedimentos para apresenta-
ção de informações, sobre situação patrimonial, pelas auto-

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Eventos de interesse pessoal uma das seguintes providências (atualizada de acordo com a
Quando se tratar de evento de interesse pessoal da autori- Resolução 6/2001):
dade, as despesas de remuneração, transporte e estada • tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico,
poderão ser custeadas pelo patrocinador, desde que: destiná-lo ao acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e
• a autoridade torne públicas as condições aplicáveis à sua Artístico Nacional-IPHAN para que este lhe dê o destino legal
participação, inclusive o valor da remuneração, se for o caso; adequado;
• o promotor do evento não tenha interesse em decisão que • promover a sua doação a entidade de caráter assistencial
possa ser tomada pela autoridade, seja individualmente, seja ou filantrópico reconhecida como de utilidade pública, desde
de caráter coletivo. que, tratando-se de bem não perecível, se comprometa a
As atividades externas de interesse pessoal não poderão ser aplicar o bem ou o produto da sua alienação em suas ativida-
exercidas em prejuízo das atividades normais inerentes ao des fim;
cargo. • determinar a incorporação ao patrimônio da entidade ou do
A publicidade da remuneração e das despesas de transporte órgão público onde exerce a função.
e estada será assegurada mediante registro do compromisso
na respectiva agenda de trabalho da autoridade, com explici- Brindes
tação das condições de sua participação, a qual ficará dispo- É permitida a aceitação de brindes:
nível para consulta pelos interessados. • que não tenham valor comercial ou sejam distribuídos por
A autoridade não poderá aceitar o pagamento ou reembolso entidade de qualquer natureza a título de cortesia, propagan-
de despesa de transporte e estada, referentes à sua partici- da, divulgação habitual ou por ocasião de eventos ou datas
pação em evento de interesse institucional ou pessoal, por comemorativas de caráter histórico ou cultural, desde que não
pessoa física ou jurídica com a qual o órgão a que pertença ultrapassem o valor unitário de R$ 100,00 (cem reais);
mantenha relação de negócio, salvo se o pagamento ou re-
• cuja periodicidade de distribuição não seja inferior a 12
embolso decorrer de obrigação contratual previamente assu-
(doze) meses; e
mida perante aquele órgão.
• que sejam de caráter geral e, portanto, não se destinem a
agraciar exclusivamente uma determinada autoridade.
Resolução 3 da Comissão de Ética Pública da
Presidência da República Resolução 4 da Comissão de Ética Pública da
A Resolução 3/2000 da Comissão de Ética Pública da Presi- Presidência da República
dência da República define as regras sobre o tratamento de
presentes e brindes aplicáveis às autoridades públicas. A Resolução 4/2001 da Comissão de Ética Pública da Presi-
dência da República define a aprovação do Regimento
Presentes proibidos às autoridades Interno da Comissão de Ética Pública (CEP). Esta resolu-
Considera-se, preliminarmente, que é proibido a aceitação ção, assim, especifica as funções e como está estruturada a
de presentes de qualquer valor por autoridades públicas Comissão.
quando o ofertante for pessoa, empresa ou entidade que:
Comissão de Ética Pública (CEP)
• esteja sujeita à jurisdição regulatória do órgão a que per- São responsabilidades da CEP:
tença a autoridade;
• assegurar a observância do Código de Conduta da Alta
• tenha interesse pessoal, profissional ou empresarial em Administração Federal;
decisão que possa ser tomada pela autoridade, individual-
mente ou de caráter coletivo, em razão do cargo; • submeter ao Presidente da República sugestões de aprimo-
ramento do Código de Conduta e resoluções de caráter inter-
• mantenha relação comercial com o órgão a que pertença a pretativo de suas normas;
autoridade; ou
• dar subsídios ao Presidente da República e aos Ministros
• represente interesse de terceiros, como procurador ou de Estado na tomada de decisão concernente a atos de auto-
preposto, de pessoas, empresas ou entidades compreendidas
ridade que possam implicar descumprimento das normas do
nos quesitos anteriores.
Código de Conduta;
Não caracteriza presente:
• apurar, de ofício ou em razão de denúncia, condutas que
• prêmio em dinheiro ou bens concedido à autoridade por possam configurar violação do Código de Conduta, e, se for o
entidade acadêmica, científica ou cultural, em reconhecimento
caso, adotar as providências nele previstas;
por sua contribuição de caráter intelectual;
• resolver dúvidas a respeito da aplicação do Código de
• prêmio concedido em razão de concurso de acesso público Conduta e deliberar sobre os casos omissos;
a trabalho de natureza acadêmica, científica, tecnológica ou
cultural; • colaborar, quando solicitado, com órgãos e entidades da
administração federal, estadual e municipal, ou dos Poderes
• bolsa de estudos vinculada ao aperfeiçoamento profissional Legislativo e Judiciário; e
ou técnico da autoridade, desde que o patrocinador não tenha
interesse em decisão que possa ser tomada pela autoridade, • dar ampla divulgação ao Código de Conduta.
em razão do cargo que ocupa.
Composição da CEP
Presentes permitidos às autoridades A CEP é composta por seis membros designados pelo Presi-
É permitida a aceitação de presentes: dente da República, com mandato de três anos, podendo ser
reconduzidos. Os membros da CEP não terão remuneração e
• em razão de laços de parentesco ou amizade, desde que o os trabalhos por eles desenvolvidos são considerados presta-
seu custo seja arcado pelo próprio ofertante, e não por pes-
ção de relevante serviço público. As despesas com viagens e
soa, empresa ou entidade que se enquadre nas restrições
estada dos membros da CEP serão custeadas pela Presidên-
anteriores.
cia da República, quando relacionadas com suas atividades.
• quando ofertados por autoridades estrangeiras, nos casos Os membros da CEP devem escolher o seu presidente, que
protocolares em que houver reciprocidade ou em razão do terá mandato de um ano, permitida a recondução. As delibe-
exercício de funções diplomáticas. rações da CEP serão tomadas por voto da maioria de seus
Devolução de presentes proibidos membros, cabendo ao presidente o voto de qualidade.
Não sendo viável a recusa ou a devolução imediata de pre-
sente cuja aceitação é vedada, a autoridade deverá adotar

Ética no serviço público 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A CEP terá um Secretário-Executivo, vinculado à Casa Civil • solicitar às autoridades submetidas ao Código de Conduta
da Presidência da República, que lhe prestará apoio técnico e informações e subsídios para instruir assunto sob apreciação
administrativo. O Secretário-Executivo submeterá anualmente da CEP.
à CEP plano de trabalho que contemple suas principais ativi-
dades e proponha metas, indicadores e dimensione os recur- Deliberações da CEP
sos necessários.Nas reuniões ordinárias da CEP, o Secretá- As deliberações da CEP relativas ao Código de Conduta
rio-Executivo prestará informações sobre o estágio de execu- compreenderão:
ção das atividades contempladas no plano de trabalho e seus • homologação das informações prestadas em cumprimento
resultados, ainda que parciais. às obrigações nele previstas;
As reuniões da CEP ocorrerão, em caráter ordinário, mensal-
• adoção de orientações complementares: a) mediante res-
mente, e, extraordinariamente, sempre que necessário, por
posta a consultas formuladas por autoridade a ele submeti-
iniciativa de qualquer de seus membros.
das; b) de ofício, em caráter geral ou particular, mediante
A pauta das reuniões da CEP será composta a partir de su-
comunicação às autoridades abrangidas, por meio de resolu-
gestões de qualquer de seus membros ou por iniciativa do
ção, ou, ainda, pela divulgação periódica de relação de per-
Secretário-Executivo, admitindo-se no início de cada reunião
guntas e respostas aprovada pela CEP;
a inclusão de novos assuntos na pauta.
Assuntos específicos e urgentes poderão ser objeto de delibe- • elaboração de sugestões ao Presidente da República de
ração mediante comunicação entre os membros da CEP. atos normativos complementares ao Código de Conduta,
além de propostas para sua eventual alteração;
Atribuições do Presidente da CEP • instauração de procedimento para apuração de ato que
Ao Presidente da CEP compete: possa configurar descumprimento ao Código de Conduta; e
• convocar e presidir as reuniões; • adoção de uma das seguintes providências em caso de
• orientar os trabalhos da Comissão, ordenar os debates, infração:
iniciar e concluir as deliberações; o a) advertência, quando se tratar de autoridade no exercício
do cargo;
• orientar e supervisionar os trabalhos da Secretaria- o b) censura ética, na hipótese de autoridade que já tiver
Executiva;
deixado o cargo; e
• tomar os votos e proclamar os resultados; o c) encaminhamento de sugestão de exoneração à autorida-
• autorizar a presença nas reuniões de pessoas que, por si de hierarquicamente superior, quando se tratar de infração
ou por entidades que representem, possam contribuir para os grave ou de reincidência.
trabalhos da CEP;
• proferir voto de qualidade; Procedimentos de apuração de infração ao Código de Condu-
• determinar o registro de seus atos enquanto membro da ta
Comissão, inclusive reuniões com autoridades submetidas ao O procedimento de apuração de infração ao Código de Con-
Código de Conduta; duta será instaurado pela CEP, de ofício ou em razão de
• determinar ao Secretário-Executivo, ouvida a CEP, a ins- denúncia fundamentada, desde que haja indícios suficientes,
tauração de processos de apuração de prática de ato em observado o seguinte:
desrespeito ao preceituado no Código de Conduta da Alta • a autoridade será oficiada para manifestar-se por escrito no
Administração Federal, a execução de diligências e a expedi- prazo de cinco dias;
ção de comunicados à autoridade pública; e • o eventual denunciante, a própria autoridade pública, bem
• decidir os casos de urgência, ad referendum da CEP. assim a CEP, de ofício, poderão produzir prova documental;
O Presidente da CEP, em suas ausências, será substituído • a CEP poderá promover as diligências que considerar ne-
pelo membro mais antigo da Comissão. cessárias, assim como solicitar parecer de especialista quan-
do julgar imprescindível;
Atribuições dos membros da CEP • concluídas as diligências mencionadas no inciso anterior, a
Aos membros da CEP compete: CEP oficiará à autoridade para nova manifestação, no prazo
• examinar as matérias que lhes forem submetidas, emitindo de três dias;
pareceres; • se a CEP concluir pela procedência da denúncia, adotará
• pedir vista de matéria em deliberação pela CEP; providências, com comunicação ao denunciado e ao seu
• solicitar informações a respeito de matérias sob exame da superior hierárquico.
Comissão; e
• representar a CEP em atos públicos, por delegação de seu Deveres e Responsabilidades dos Membros da Comis-
Presidente. são
Eventuais conflitos de interesse, efetivos ou potenciais, que
Atribuições do Secretário-Executivo da CEP possam surgir em função do exercício das atividades profissi-
Ao Secretário-Executivo compete: onais de membro da Comissão, deverão ser informados aos
demais membros.
• organizar a agenda das reuniões e assegurar o apoio logís-
O membro da CEP que, em razão de sua atividade profissio-
tico à CEP;
nal, tiver relacionamento específico em matéria que envolva
• secretariar as reuniões; autoridade submetida ao Código de Conduta da Alta Adminis-
• proceder ao registro das reuniões e à elaboração de suas tração, deverá abster-se de participar de deliberação que, de
atas; qualquer modo, a afete.
• dar apoio à CEP e aos seus integrantes no cumprimento As matérias examinadas nas reuniões da CEP são conside-
das atividades que lhes sejam próprias; radas de caráter sigiloso até sua deliberação final, quando a
• instruir as matérias submetidas à deliberação; Comissão deverá decidir sua forma de encaminhamento.
• providenciar, previamente à instrução de matéria para deli- Os membros da CEP não poderão se manifestar publicamen-
beração pela CEP, nos casos em que houver necessidade, te sobre situação específica que possa vir a ser objeto de
parecer sobre a legalidade de ato a ser por ela baixado; deliberação formal do Colegiado.
• desenvolver ou supervisionar a elaboração de estudos e Os membros da CEP deverão justificar eventual impossibili-
pareceres como subsídios ao processo de tomada de decisão dade de comparecer às reuniões.
da CEP;

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• se valer de viagens de trabalho para participar de eventos
Resolução 5 da Comissão de Ética Pública da político-eleitorais (esta norma não impede que a autoridade
Presidência da República que viajou por seus próprios meios para participar de evento
A Resolução 5/2001 da Comissão de Ética Pública da Presi- político-eleitoral cumpra outros compromissos inerentes ao
dência da República aprova o modelo de Declaração Confi- seu cargo ou função);
dencial de Informações a ser apresentada por autoridade • expor publicamente divergências com outra autoridade
submetida ao Código de Conduta da Alta Administração Fe- administrativa federal ou criticar-lhe a honorabilidade e o
deral, e dispõe sobre a atualização de informações patrimoni- desempenho funcional;
ais. O modelo foi posteriormente alterado pela resolução • exercer, formal ou informalmente, função de administrador
9/2008. de campanha eleitoral (não haverá restrição se a autoridade
Considerações iniciais se licenciar do cargo, sem vencimentos).
A autoridade pública nomeada para cargo abrangido pelo Nos eventos político-eleitorais de que participar, a autoridade
Código de Conduta da Alta Administração Federal deve não poderá fazer promessa, ainda que de forma implícita,
encaminhar à Comissão de Ética Pública (CEP), no prazo cujo cumprimento dependa do cargo público que esteja exer-
de dez dias da data de nomeação, Declaração Confiden- cendo, tais como realização de obras, liberação de recursos e
cial de Informações (DCI). nomeação para cargos ou empregos.
Estão obrigados à apresentação da DCI ministros, secretários A autoridade, a partir do momento em que manifestar de
de estado, titulares de cargos de natureza especial, secretá- forma pública a intenção de candidatar-se a cargo eletivo, não
rios executivos, secretários ou autoridade equivalentes ocu- poderá praticar ato de gestão do qual resulte privilégio para
pantes de cargos do Grupo-Direção e Assessoramento Supe- pessoa física ou entidade, pública ou privada, situada em sua
riores – DAS, nível seis, presidentes e diretores de agências base eleitoral ou de seus familiares.
Para prevenir-se de situação que possa suscitar dúvidas
nacionais, autarquias, inclusive as especiais, fundações man-
quanto à sua conduta ética e ao cumprimento das normas
tidas pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de
estabelecidas pelo CCAAF, a autoridade deverá apresentar
economia mista.
em agenda de trabalho de acesso público:
A autoridade pública comunicará à CEP, no mesmo prazo,
quaisquer alterações relevantes nas informações prestadas, • audiências concedidas, com informações sobre seus objeti-
podendo, para esse fim, apresentar nova DCI. vos, participantes e resultados, as quais deverão ser registra-
Dúvidas específicas relativas ao preenchimento da DCI, as- das por servidor do órgão ou entidade por ela designado para
sim como sobre situação patrimonial que, real ou potencial- acompanhar a reunião;
mente, possa suscitar conflito com o interesse público, serão • eventos político-eleitorais de que participe, informando as
submetidas à CEP e esclarecidas por sua Secretaria Executi- condições de logística e financeiras da sua participação.
va. Havendo possibilidade de conflito de interesse entre a ativi-
dade político-eleitoral e a função pública, a autoridade deverá
Resolução 6 da Comissão de Ética Pública da abster-se de participar daquela atividade ou requerer seu
afastamento do cargo.
Presidência da República
A Resolução 6/2001 da Comissão de Ética Pública da Presi-
dência da República altera parte do texto da Resolução 3.
Resolução 8 da Comissão de Ética Pública da
Assim considera-se que, não sendo viável a recusa ou a de- Presidência da República
volução imediata de presente cuja aceitação é vedada, a
autoridade deverá adotar uma das seguintes providências: A Resolução 8/2003 da Comissão de Ética Pública da Presi-
• tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico, dência da República identifica situações que suscitam conflito
destiná-lo ao acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e de interesses da autoridade pública submetida ao Código de
Artístico Nacional- IPHAN para que este lhe dê o destino legal Conduta da Alta Administração Federal.
adequado; Conceitos iniciais
Suscita conflito de interesses o exercício de atividade que:
• promover a sua doação a entidade de caráter assistencial
ou filantrópico reconhecida como de utilidade pública, desde • em razão da sua natureza, seja incompatível com as atri-
que, tratando-se de bem não perecível, se comprometa a buições do cargo ou função pública da autoridade, como tal
aplicar o bem ou o produto da sua alienação em suas ativida- considerada, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou
des fim; ou matérias afins à competência funcional;
• determinar a incorporação ao patrimônio da entidade ou do • viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de
órgão público onde exerce a função. cargo em comissão ou função de confiança, que exige a pre-
cedência das atribuições do cargo ou função pública sobre
quaisquer outras atividades;
Resolução 7 da Comissão de Ética Pública da
• implique a prestação de serviços a pessoa física ou jurídica
Presidência da República ou a manutenção de vínculo de negócio com pessoa física ou
A Resolução 7/2002 da Comissão de Ética Pública da Presi- jurídica que tenha interesse em decisão individual ou coletiva
dência da República regula a participação de autoridade pú- da autoridade;
blica submetida ao Código de Conduta da Alta Administração
Federal em atividades de natureza político-eleitoral.
• possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação à
qual a autoridade tenha acesso em razão do cargo e não seja
Conceitos iniciais
de conhecimento público;
A autoridade pública vinculada ao Código de Conduta da Alta
Administração Federal (CCAAF) possui o direito de participar • possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito da
de de eventos de natureza político-eleitoral, tais como con- integridade, moralidade, clareza de posições e decoro da
venções e reuniões de partidos políticos, comícios e manifes- autoridade.
tações públicas autorizadas em lei. A ocorrência de conflito de interesses independe do recebi-
A atividade político-eleitoral da autoridade não poderá resultar mento de qualquer ganho ou retribuição pela autoridade.
em prejuízo do exercício da função pública, nem implicar o Prevenção do conflito de interesses
uso de recursos, bens públicos de qualquer espécie ou de A autoridade poderá prevenir a ocorrência de conflito de inte-
servidores a ela subordinados. Desta forma a autoridade deve resses ao adotar, conforme o caso, uma ou mais das seguin-
abster-se de: tes providências:

Ética no serviço público 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo, enquanto • apurar, de ofício ou mediante denúncia, fato ou conduta em
perdurar a situação passível de suscitar conflito de interesses; desacordo com as normas éticas pertinentes;
• alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio e cuja • recomendar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento de
manutenção possa suscitar conflito de interesses; ações objetivando a disseminação, capacitação e treinamento
• transferir a administração dos bens e direitos que possam sobre as normas de ética e disciplina;
suscitar conflito de interesses a instituição financeira ou a • representar o órgão ou a entidade na Rede de Ética do
administradora de carteira de valores mobiliários autorizada a Poder Executivo Federal;
funcionar pelo Banco Central ou pela Comissão de Valores • supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta
Mobiliários, conforme o caso, mediante instrumento contratual Administração Federal e comunicar à CEP situações que
que contenha cláusula que vede a participação da autoridade possam configurar descumprimento de suas normas;
em qualquer decisão de investimento assim como o seu pré- • aplicar o código de ética ou de conduta próprio, se couber;
vio conhecimento de decisões da instituição administradora
• orientar e aconselhar sobre a conduta ética do servidor,
quanto à gestão dos bens e direitos;
inclusive no relacionamento com o cidadão e no resguardo do
• na hipótese de conflito de interesses específico e transitó- patrimônio público;
rio, comunicar sua ocorrência ao superior hierárquico ou aos
• responder consultas que lhes forem dirigidas;
demais membros de órgão colegiado de que faça parte a
autoridade, em se tratando de decisão coletiva, abstendo-se • receber denúncias e representações contra servidores por
de votar ou participar da discussão do assunto; suposto descumprimento às normas éticas, procedendo à
apuração;
• divulgar publicamente sua agenda de compromissos, com
identificação das atividades que não sejam decorrência do • instaurar processo para apuração de fato ou conduta que
cargo ou função pública. possa configurar descumprimento ao padrão ético recomen-
A Comissão de Ética Pública deverá ser informada pela auto- dado aos agentes públicos;
ridade e opinará, em cada caso concreto, sobre a suficiência • convocar servidor e convidar outras pessoas a prestar in-
da medida adotada para prevenir situação que possa suscitar formação;
conflito de interesses. • requisitar às partes, aos agentes públicos e aos órgãos e
A participação de autoridade em conselhos de administração entidades federais informações e documentos necessários à
e fiscal de empresa privada, da qual a União seja acionista, instrução de expedientes;
somente será permitida quando resultar de indicação institu- • requerer informações e documentos necessários à instru-
cional da autoridade pública competente. Nestes casos, é-lhe ção de expedientes a agentes públicos e a órgãos e entida-
vedado participar de deliberação que possa suscitar conflito des de outros entes da federação ou de outros Poderes da
de interesses com o Poder Público. República;
No trabalho voluntário em organizações do terceiro setor, sem • realizar diligências e solicitar pareceres de especialistas;
finalidade de lucro, também deverá ser observado o disposto • esclarecer e julgar comportamentos com indícios de desvi-
nesta Resolução. os éticos;
As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública deverão
estar acompanhadas dos elementos pertinentes à legalidade
• aplicar a penalidade de censura ética ao servidor e encami-
nhar cópia do ato à unidade de gestão de pessoal, podendo
da situação exposta.
também:
Resolução 9 da Comissão de Ética Pública da Presidência da
República • sugerir ao dirigente máximo a exoneração de ocupante de
cargo ou função de confiança;
A Resolução 9/2005 da Comissão de Ética Pú- • sugerir ao dirigente máximo o retorno do servidor ao órgão
ou entidade de origem;
blica da Presidência da República aprova o
• sugerir ao dirigente máximo a remessa de expediente ao
modelo de Declaração Confidencial de Infor- setor competente para exame de eventuais transgressões de
mações de que trata a Resolução 5/2001. naturezas diversas;
• adotar outras medidas para evitar ou sanar desvios éticos,
A autoridade ocupante de cargo público vinculado ao Código lavrando, se for o caso, o Acordo de Conduta Pessoal e Pro-
de Conduta da Alta Administração Federal deverá apresentar fissional – ACPP;
a Declaração Confidencial de Informações, devidamente
• arquivar os processos ou remetê-los ao órgão competente
preenchida pela primeira vez, até dez dias após a posse; e
quando, respectivamente, não seja comprovado o desvio
sempre que ocorrer alteração relevante nas informações
ético ou configurada infração cuja apuração seja da compe-
prestadas, até trinta dias da ocorrência.
tência de órgão distinto;
Resolução 10 da Comissão de Ética Pública da • notificar as partes sobre suas decisões;
Presidência da República • submeter ao dirigente máximo do órgão ou entidade suges-
tões de aprimoramento ao código de conduta ética da institui-
A Resolução 10/2008 da Comissão de Ética Pública da Presi- ção;
dência da República ajusta e determina as normas de funcio-
• dirimir dúvidas a respeito da interpretação das normas de
namento e de rito processual, delimitando competências,
conduta ética e deliberar sobre os casos omissos, observando
atribuições, procedimentos e outras providências no âmbito
as normas e orientações da CEP;
das Comissões de Ética de cada organismo da administração
pública. • elaborar e propor alterações ao código de ética ou de con-
Competências e Atribuições das Comissões de Éticas duta próprio e ao regimento interno da respectiva Comissão
Compete às Comissões de Ética: de Ética;
• atuar como instância consultiva do dirigente máximo e dos • dar ampla divulgação ao regramento ético;
respectivos servidores de órgão ou de entidade federal; • dar publicidade de seus atos;
• aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público • requisitar agente público para prestar serviços transitórios
Civil do Poder Executivo Federal, devendo: técnicos ou administrativos à Comissão de Ética, mediante
• submeter à Comissão de Ética Pública – CEP propostas de prévia autorização do dirigente máximo do órgão ou entidade;
aperfeiçoamento do Código de Ética Profissional; • elaborar e executar o plano de trabalho de gestão da ética;
e

Ética no serviço público 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• indicar por meio de ato interno, representantes locais da • examinar matérias, emitindo parecer e voto;
Comissão de Ética, que serão designados pelos dirigentes • pedir vista de matéria em deliberação;
máximos dos órgãos ou entidades, para contribuir nos traba- • fazer relatórios; e
lhos de educação e de comunicação.
• solicitar informações a respeito de matérias sob exame da
Composição das Comissões de Éticas
Comissão de Ética.
A Comissão de Ética do órgão ou entidade será composta por
Compete ao Secretário-Executivo:
três membros titulares e respectivos suplentes, servidores
públicos ocupantes de cargo efetivo ou emprego do seu qua- • organizar a agenda e a pauta das reuniões;
dro permanente, designados por ato do dirigente máximo do • proceder ao registro das reuniões e à elaboração de suas
correspondente órgão ou entidade. atas;
Não havendo servidores públicos no órgão ou na entidade em • instruir as matérias submetidas à deliberação da Comissão
número suficiente para instituir a Comissão de Ética, poderão de Ética;
ser escolhidos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo • desenvolver ou supervisionar a elaboração de estudos e
ou emprego do quadro permanente da Administração Pública. subsídios ao processo de tomada de decisão da Comissão de
A atuação na Comissão de Ética é considerada prestação de Ética;
relevante serviço público e não enseja qualquer remuneração, • coordenar o trabalho da Secretaria-Executiva, bem como
devendo ser registrada nos assentamentos funcionais do dos representantes locais;
servidor. • fornecer apoio técnico e administrativo à Comissão de Éti-
O dirigente máximo de órgão ou entidade não poderá ser ca;
membro da Comissão de Ética.
O Presidente da Comissão será substituído pelo membro
• executar e dar publicidade aos atos de competência da
Secretaria-Executiva;
mais antigo, em caso de impedimento ou vacância.
No caso de vacância, o cargo de Presidente da Comissão • coordenar o desenvolvimento de ações objetivando a dis-
será preenchido mediante nova escolha efetuada pelos seus seminação, capacitação e treinamento sobre ética no órgão
membros. ou entidade; e
Na ausência de membro titular, o respectivo suplente deve • executar outras atividades determinadas pela Comissão de
imediatamente assumir suas atribuições. Ética.
Cessará a investidura de membros das Comissões de Ética Compete aos demais integrantes da Secretaria-Executiva
com a extinção do mandato, a renúncia ou por desvio discipli- fornecer o suporte administrativo necessário ao desenvolvi-
nar ou ético reconhecido pela Comissão de Ética Pública. mento ou exercício de suas funções.Aos representantes lo-
A Comissão de Ética contará com uma Secretaria-Executiva, cais compete contribuir com as atividades de educação e de
que terá como finalidade contribuir para a elaboração e o comunicação.
cumprimento do plano de trabalho da gestão da ética e prover Mandatos dos Membros das Comissões de Ética
apoio técnico e material necessário ao cumprimento das atri- Os membros da Comissão de Ética cumprirão mandatos, não
buições. coincidentes, de três anos, permitida uma única recondu-
O encargo de secretário-executivo recairá em detentor de ção.Os mandatos dos primeiros membros e dos respectivos
cargo efetivo ou emprego permanente na administração pú- suplentes serão de um, dois e três anos, estabelecidos em
blica, indicado pelos membros da Comissão de Ética e desig- portaria designatória.
nado pelo dirigente máximo do órgão ou da entidade. Poderá ser reconduzido uma única vez ao cargo de membro
Fica vedado ao Secretário-Executivo ser membro da Comis- da Comissão de ética o servidor público que for designado
são de Ética. para cumprir o mandato complementar, caso o mesmo tenha
A Comissão de Ética poderá designar representantes locais se iniciado antes do transcurso da metade do período estabe-
que auxiliarão nos trabalhos de educação e de comunicação. lecido no mandato originário.
Outros servidores do órgão ou da entidade poderão ser requi- Na hipótese de o mandato complementar ser exercido após o
sitados, em caráter transitório, para realização de atividades transcurso da metade do período estabelecido no mandato
administrativas junto à Secretaria-Executiva. originário, o membro da Comissão de Ética que o exercer
Funcionamento das Comissões de Ética poderá ser conduzido imediatamente ao posterior mandato
As deliberações da Comissão de Ética serão tomadas por regular de 3 (três) anos, permitindo-lhe uma única recondução
votos da maioria de seus membros. ao mandado regular.
As Comissões de Ética se reunirão ordinariamente pelo me- Fases Processuais dos Procedimentos das Comissões
nos uma vez por mês e, em caráter extraordinário por iniciati- de Ética
va do Presidente, dos seus membros ou do Secretário- As fases processuais no âmbito das Comissões de Ética
Executivo. serão as seguintes:
A pauta das reuniões da Comissão de Ética será composta a • Procedimento Preliminar: compreendendo:
partir de sugestões do presidente, dos membros ou do Secre- o juízo de admissibilidade;
tário-Executivo, sendo admitida a inclusão de novos assuntos o instauração;
no início da reunião. o provas documentais e, excepcionalmente, manifestação do
Atribuições específicas dentro das Comissões de Ética investigado e realização de diligências urgentes e necessá-
Compete ao presidente da Comissão de Ética: rias;
• convocar e presidir as reuniões; o relatório;
• determinar a instauração de processos para a apuração de o proposta de ACPP;
prática contrária ao código de ética ou de conduta do órgão o decisão preliminar determinando o arquivamento ou a con-
ou entidade, bem como as diligências e convocações; versão em Processo de Apuração Ética;
• designar relator para os processos; • Processo de Apuração Ética: subdividindo-se em:
• orientar os trabalhos da Comissão de Ética, ordenar os o instauração;
debates e concluir as deliberações;
o instrução complementar, compreendendo:
 a realização de diligências;
• tomar os votos, proferindo voto de qualidade (apenas
 a manifestação do investigado; e
quando necessário desempate), e proclamar os resultados; e
 a produção de provas;
• delegar competências para tarefas específicas aos demais o relatório; e
integrantes da Comissão de Ética.
Compete aos membros da Comissão de Ética:

Ética no serviço público 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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o deliberação e decisão, que declarará improcedência, conte- vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em
rá sanção, recomendação a ser aplicada ou proposta de caráter efetivo ou em comissão.
ACPP.
A apuração de infração ética será formalizada por procedi- Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos,
mento preliminar, que deverá observar as regras de autuação, salvo os casos previstos em lei.
compreendendo numeração, rubrica da paginação, juntada de Título II
documentos em ordem cronológica e demais atos de expedi-
ente administrativo. Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e
Até a conclusão final, todos os expedientes de apuração de Substituição
infração ética terão a chancela de “reservado”. Capítulo I
Ao denunciado é assegurado o direito de conhecer o teor da Do Provimento
acusação e ter vista dos autos no recinto da Comissão de
Ética, bem como de obter cópias de documentos. Seção I
As cópias deverão ser solicitadas formalmente à Comissão de
Disposições Gerais
Ética.
As Comissões de Ética, sempre que constatarem a possível Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo
ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade administra- público:
tiva ou de infração disciplinar, encaminhará cópia dos autos
às autoridades competentes para apuração de tais fatos, sem I - a nacionalidade brasileira;
prejuízo da adoção das demais medidas de sua competência. II - o gozo dos direitos políticos;
A decisão final sobre investigação de conduta ética que resul-
tar em sanção, em recomendação ou em Acordo de Conduta III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
Pessoal e Profissional será resumida e publicada em ementa,
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do
com a omissão dos nomes dos envolvidos e de quaisquer
cargo;
outros dados que permitam a identificação.
A decisão final contendo nome e identificação do agente pú- V - a idade mínima de dezoito anos;
blico deverá ser remetida à Comissão de Ética Pública para
formação de banco de dados de sanções, para fins de consul- VI - aptidão física e mental.
ta pelos órgãos ou entidades da administração pública fede- § 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência
ral, em casos de nomeação para cargo em comissão ou de de outros requisitos estabelecidos em lei.
alta relevância pública.
Os setores competentes do órgão ou entidade darão trata- § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado
mento prioritário às solicitações de documentos e informações o direito de se inscrever em concurso público para provimento
necessárias à instrução dos procedimentos de investigação de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiên-
instaurados pela Comissão de Ética. cia de que são portadoras; para tais pessoas serão reserva-
A inobservância da prioridade determinada neste artigo impli- das até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no con-
cará a responsabilidade de quem lhe der causa. curso.
No âmbito do órgão ou da entidade e em relação aos respec- § 3o As universidades e instituições de pesquisa científi-
tivos agentes públicos a Comissão de Ética terá acesso a ca e tecnológica federais poderão prover seus cargos com
todos os documentos necessários aos trabalhos, dando tra- professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com
tamento específico àqueles protegidos por sigilo legal. as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº
9.515, de 20.11.97)

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á medi-
ante ato da autoridade competente de cada Poder.
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a
Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis posse.
da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
Art. 8o São formas de provimento de cargo público:
PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11 DE
I - nomeação;
DEZEMBRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA
LEI Nº 9.527, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997. II - promoção;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o V - readaptação;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
VI - reversão;
Título I
VII - aproveitamento;
Capítulo Único
VIII - reintegração;
Das Disposições Preliminares
IX - recondução.
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores
Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em re- Seção II
gime especial, e das fundações públicas federais. Da Nomeação
Art.2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa Art. 9o A nomeação far-se-á:
legalmente investida em cargo público.
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado
Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e res- de provimento efetivo ou de carreira;
ponsabilidades previstas na estrutura organizacional que
devem ser cometidas a um servidor. II - em comissão, inclusive na condição de interino, para
cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos de 10.12.97)
os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e

Ética no serviço público 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em co- § 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a
missão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem
prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia
em que deverá optar pela remuneração de um deles durante inspeção médica oficial.
o período da interinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que
de 10.12.97) for julgado apto física e mentalmente para o exercício do
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo cargo.
isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribui-
em concurso público de provas ou de provas e títulos, obede- ções do cargo público ou da função de confiança. (Redação
cidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e § 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossa-
o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promo- do em cargo público entrar em exercício, contados da data da
ção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do posse. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus
regulamentos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2o O servidor será exonerado do cargo ou será torna-
do sem efeito o ato de sua designação para função de confi-
Seção III ança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste
Do Concurso Público artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títu-
los, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispu- § 3o À autoridade competente do órgão ou entidade
serem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-
condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor lhe exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e res- § 4o O início do exercício de função de confiança coinci-
salvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previs- dirá com a data de publicação do ato de designação, salvo
tas.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Regu- quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer
lamento) outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) após o término do impedimento, que não poderá exceder a
anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual perío- trinta dias da publicação. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
do. 10.12.97)

§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício
sua realização serão fixados em edital, que será publicado no do exercício serão registrados no assentamento individual do
Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circula- servidor.
ção. Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver apresentará ao órgão competente os elementos necessários
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de vali- ao seu assentamento individual.
dade não expirado. Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercí-
Seção IV cio, que é contado no novo posicionamento na carreira a
partir da data de publicação do ato que promover o servidor.
Da Posse e do Exercício (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro mu-
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as nicípio em razão de ter sido removido, redistribuído, requisita-
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, do, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo,
que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publica-
das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. ção do ato, para a retomada do efetivo desempenho das
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessá-
§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados rio para o deslocamento para a nova sede. (Redação dada
da publicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo
publicação do ato de provimento, em licença prevista nos será contado a partir do término do impedimento. (Parágrafo
incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do
art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. § 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabe-
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) lecidos no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração espe- Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho
cífica. fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos
cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de
por nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de seis horas e oito horas diárias, respectivamente. (Redação
10.12.97) dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de
de bens e valores que constituem seu patrimônio e declara- confiança submete-se a regime de integral dedicação ao
ção quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser con-
função pública. vocado sempre que houver interesse da Administração. (Re-
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Ética no serviço público 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em
trabalho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei nº cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
8.270, de 17.12.91) limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou men-
tal verificada em inspeção médica.
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio pro- § 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o rea-
batório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o daptando será aposentado.
qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação
para o desempenho do cargo, observados os seguinte fato- § 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribui-
res: (Vide EMC nº 19) ções afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolari-
dade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexis-
I - assiduidade; tência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições
como excedente, até a ocorrência de vaga.(Redação dada
II - disciplina; pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III - capacidade de iniciativa; Seção VIII
IV - produtividade; Da Reversão
V- responsabilidade. (Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000)

§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do está- Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor
gio probatório, será submetida à homologação da autoridade aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-
competente a avaliação do desempenho do servidor, realiza- 45, de 4.9.2001)
da por comissão constituída para essa finalidade, de acordo I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar
com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela
carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 II - no interesse da administração, desde que: (Incluído
pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 2oO servidor não aprovado no estágio probatório será
exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormen- a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida
te ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
29.
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela
§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de
direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida
lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou enti- Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
dade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteri-
provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramen- ores à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
to Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (In- 45, de 4.9.2001)
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº
§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão 2.225-45, de 4.9.2001)
ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos
arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
para participar de curso de formação decorrente de aprova- resultante de sua transformação. (Incluído pela Medida Provi-
ção em concurso para outro cargo na Administração Pública sória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Federal. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício
§5o O estágio probatório ficará suspenso durante as será considerado para concessão da aposentadoria. (Incluído
licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de § 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o car-
formação, e será retomado a partir do término do impedimen- go, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até
to. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) a ocorrência de vaga. (Incluído pela Medida Provisória nº
Seção V 2.225-45, de 4.9.2001)

Da Estabilidade § 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da


administração perceberá, em substituição aos proventos da
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer,
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabili- inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia
dade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo anteriormente à aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisó-
exercício. (prazo 3 anos - vide EMC nº 19) ria nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude § 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os
de sentença judicial transitada em julgado ou de processo proventos calculados com base nas regras atuais se perma-
administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla necer pelo menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida
defesa. Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Seção VI § 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste
Da Transferência artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001)
Seção VII
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver
Da Readaptação completado 70 (setenta) anos de idade.
Seção IX

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Da Reintegração I - quando não satisfeitas as condições do estágio proba-
tório;
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resul- II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar
tante de sua transformação, quando invalidada a sua demis- em exercício no prazo estabelecido.
são por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento
de todas as vantagens. Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dis-
pensa de função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e
31. I - a juízo da autoridade competente;

§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual II - a pedido do próprio servidor.


ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à Capítulo III
indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto
em disponibilidade. Da Remoção e da Redistribuição

Seção X Seção I

Da Recondução Da Remoção

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedi-
cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: do ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem
mudança de sede.
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro
cargo; Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, en-
tende-se por modalidades de remoção: (Redação dada pela
II - reintegração do anterior ocupante. Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído
origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
disposto no art. 30.
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela
Seção XI Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Da Disponibilidade e do Aproveitamento III - a pedido, para outra localidade, independentemente
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibili- do interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de
dade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo 10.12.97)
de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormen- a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também
te ocupado. servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que
determinará o imediato aproveitamento de servidor em dispo- foi deslocado no interesse da Administração; (Incluído pela
nibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades Lei nº 9.527, de 10.12.97)
da Administração Pública Federal. b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companhei-
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, ro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu
o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob assentamento funcional, condicionada à comprovação por
responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipóte-
aproveitamento em outro órgão ou entidade. (Parágrafo inclu- se em que o número de interessados for superior ao número
ído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e ou entidade em que aqueles estejam lotados.(Incluído pela
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercí- Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cio no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médi- Seção II
ca oficial.
Da Redistribuição
Capítulo II
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
Da Vacância provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo
Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC,
I - exoneração; observados os seguintes preceitos: (Redação dada pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)
II - demissão;
I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº
III - promoção; 9.527, de 10.12.97)
VI - readaptação; II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº
VII - aposentadoria; 9.527, de 10.12.97)
VIII - posse em outro cargo inacumulável; III - manutenção da essência das atribuições do cargo;
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IX - falecimento.
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
do servidor, ou de ofício. 10.12.97)
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:

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V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habi- § 2o O servidor investido em cargo em comissão de
litação profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a re-
muneração de acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93.
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as
finalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluído pela § 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-
Lei nº 9.527, de 10.12.97) tagens de caráter permanente, é irredutível.
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento § 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para
de lotação e da força de trabalho às necessidades dos servi- cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo
ços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou cria- Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as
ção de órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou
10.12.97) ao local de trabalho.
§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará § 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvi-
dos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmen-
te, a título de remuneração, importância superior à soma dos
§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão valores percebidos como remuneração, em espécie, a qual-
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessida- quer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Minis-
de no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redis- tros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Minis-
tribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveita- tros do Supremo Tribunal Federal.
mento na forma dos arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e
alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as
vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
§ 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do Art. 44. O servidor perderá:
órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem
órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. (Incluí- motivo justificado; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 10.12.97)
Capítulo IV II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos
Da Substituição atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões
de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de de compensação de horário, até o mês subseqüente ao da
direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Espe- ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata. (Redação
cial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
caso de omissão, previamente designados pelo dirigente
máximo do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de
9.527, de 10.12.97) caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a
critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como
§ 1o O substituto assumirá automática e cumulativamen- efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
te, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou
função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,
afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou proven-
titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar to. (Vide Decreto nº 1.502, de 1995) (Vide Decreto nº
pela remuneração de um deles durante o respectivo período. 1.903, de 1996) (Vide Decreto nº 2.065, de 1996) (Re-
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) gulamento) (Regulamento)

§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do Parágrafo único. Mediante autorização do servidor,
cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Nature- poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de
za Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos terceiros, a critério da administração e com reposição de
legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na custos, na forma definida em regulamento.
proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atuali-
referido período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de zadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunica-
10.12.97) das ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titula- pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser
res de unidades administrativas organizadas em nível de parceladas, a pedido do interessado. (Redação dada pela
assessoria. Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Título III § 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao


correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou
Dos Direitos e Vantagens pensão. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de 4.9.2001)
Capítulo I
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no
Do Vencimento e da Remuneração
mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer- feita imediatamente, em uma única parcela. (Redação dada
cício de cargo público, com valor fixado em lei. pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, § 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabele- de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a
cidas em lei. sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles
atualizados até a data da reposição. (Redação dada pela
§ 1o A remuneração do servidor investido em função ou Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.

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Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demi- § 3o Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses
tido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibili- de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do
dade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o art. 36. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
débito. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001) Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remunera-
ção do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo podendo exceder a importância correspondente a 3
previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação (três) meses.
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de man-
serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos dato eletivo.
casos de prestação de alimentos resultante de decisão judici-
al. Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comis-
Capítulo II são, com mudança de domicílio.
Das Vantagens Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do
art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário,
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao quando cabível.
servidor as seguintes vantagens:
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de
I - indenizações; custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova
II - gratificações; sede no prazo de 30 (trinta) dias.
III - adicionais. Subseção II

§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento Das Diárias


ou provento para qualquer efeito. Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao caráter eventual ou transitório para outro ponto do território
vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias
lei. destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordiná-
ria com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computa- dispuser em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
das, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer de 10.12.97)
outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título
ou idêntico fundamento. § 1o A diária será concedida por dia de afastamento,
sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir
Seção I pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio
Das Indenizações diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diá-
rias.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede consti-
I - ajuda de custo; tuir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a
diárias.
II - diárias;
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se
III - transporte.
deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração
IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes
2006) e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado
mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se
incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses
concessão, serão estabelecidos em regulamento. (Redação em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os
dada pela Lei nº 11.355, de 2006) afastamentos dentro do território nacional. (Incluído pela Lei
Subseção I nº 9.527, de 10.12.97)

Da Ajuda de Custo Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar
da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las inte-
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as gralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
despesas de instalação do servidor que, no interesse do ser-
viço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à
domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento sede em prazo menor do que o previsto para o seu afasta-
de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou mento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo
companheiro que detenha também a condição de servidor, previsto no caput.
vier a ter exercício na mesma sede. (Redação dada pela Lei Subseção III
nº 9.527, de 10.12.97)
Da Indenização de Transporte
§ 1o Correm por conta da administração as despesas de
transporte do servidor e de sua família, compreendendo pas- Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao
sagem, bagagem e bens pessoais. servidor que realizar despesas com a utilização de meio pró-
prio de locomoção para a execução de serviços externos, por
§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede são força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser
assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de em regulamento.
origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
Subseção IV

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Do Auxílio-Moradia Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, coloca-
(Vide Medida Provisória nº 301 de 2006) ção de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição
de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um
Subseção IV mês. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Do Auxílio-Moradia Seção II
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Das Gratificações e Adicionais
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento
das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas
com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem admi- nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retri-
nistrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a buições, gratificações e adicionais: (Redação dada pela Lei nº
comprovação da despesa pelo servidor. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
11.355, de 2006)
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se e assessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 10.12.97)
11.355, de 2006)
II - gratificação natalina;
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo
servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
perigosas ou penosas;
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe
imóvel funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;

III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja VI - adicional noturno;


ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário VII - adicional de férias;
ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for
exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
averbação de construção, nos doze meses que antecederem IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (In-
a sua nomeação; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) cluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor Subseção I
receba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Che-
V - o servidor tenha se mudado do local de residência fia e Assessoramento
para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4,
5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equiva- Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido
lentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de
provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou retribuição pelo seu exercício.(Redação dada pela Lei nº
função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 9.527, de 10.12.97)
58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do
servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remune-
ração dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art.
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha resi- 9o. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dido no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer
o cargo em comissão ou função de confiança, desconside- Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
rando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribui-
e (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) ção pelo exercício de função de direção, chefia ou assesso-
ramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de altera- Especial a que se referem os arts. 3º e 10 da Lei no 8.911, de
ção de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei no 9.624, de 2 de abril
Lei nº 11.355, de 2006) de 1998. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
IX - (Vide Medida Provisória nº 341, de 2006). 4.9.2001)

IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste
2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007) artigo somente estará sujeita às revisões gerais de remunera-
ção dos servidores públicos federais. (Incluído pela Medida
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será consi- Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
derado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro
cargo em comissão relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei Subseção II
nº 11.355, de 2006) Da Gratificação Natalina
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um
limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês
comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Es- de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
tado ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quin-
§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% ze) dias será considerada como mês integral.
(vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Esta-
do. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do
mês de dezembro de cada ano.
§ 2o Independentemente do valor do cargo em comissão
ou função comissionada, fica garantido a todos os que preen- Parágrafo único. (VETADO).
cherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$
1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído pela Lei nº 11.784,
de 2008
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Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordiná-
natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calcula- rio, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a re-
da sobre a remuneração do mês da exoneração. muneração prevista no art. 73.
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada Subseção VII
para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
Do Adicional de Férias
Subseção III
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao
Do Adicional por Tempo de Serviço servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente
a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias.
Subseção IV
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Ativi-
de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em
dades Penosas
comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualida- do adicional de que trata este artigo.
de em locais insalubres ou em contato permanente com subs- Subseção VIII
tâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a
um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo. Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
o
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
§ 1 O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri-
dade e de periculosidade deverá optar por um deles. Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Con-
curso é devida ao servidor que, em caráter eventual: (Incluído
§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculo- pela Lei nº 11.314 de 2006) (Regulamento)
sidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos
que deram causa a sua concessão. I - atuar como instrutor em curso de formação, de de-
senvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de âmbito da administração pública federal; (Incluído pela Lei nº
servidores em operações ou locais considerados penosos, 11.314 de 2006)
insalubres ou perigosos.
II - participar de banca examinadora ou de comissão pa-
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será ra exames orais, para análise curricular, para correção de
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das opera- provas discursivas, para elaboração de questões de provas
ções e locais previstos neste artigo, exercendo suas ativida- ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;
des em local salubre e em serviço não penoso e não perigo- (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
so.
III - participar da logística de preparação e de realização
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades de concurso público envolvendo atividades de planejamento,
penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão obser- coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado,
vadas as situações estabelecidas em legislação específica. quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos atribuições permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de
servidores em exercício em zonas de fronteira ou em locali- 2006)
dades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas
condições e limites fixados em regulamento. de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que ope- essas atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
ram com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos § 1o Os critérios de concessão e os limites da gratifica-
sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ção de que trata este artigo serão fixados em regulamento,
ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legisla- observados os seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº
ção própria. 11.314 de 2006)
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este I - o valor da gratificação será calculado em horas, ob-
artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) servadas a natureza e a complexidade da atividade exercida;
meses. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Subseção V
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente
Do Adicional por Serviço Extraordinário a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada
situação de excepcionalidade, devidamente justificada e pre-
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com viamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou enti-
acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora dade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e
normal de trabalho. vinte) horas de trabalho anuais; (Incluído pela Lei nº 11.314
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário de 2006)
para atender a situações excepcionais e temporárias, respei- III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá
tado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada. aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior venci-
Subseção VI mento básico da administração pública federal: (Incluído pela
Lei nº 11.314 de 2006)
Do Adicional Noturno
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compre-
endido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se
horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput
(vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
cinqüenta e dois minutos e trinta segundos. b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)

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§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
somente será paga se as atividades referidas nos incisos do
caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribui- I - por motivo de doença em pessoa da família;
ções do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companhei-
de compensação de carga horária quando desempenhadas ro;
durante a jornada de trabalho, na forma do § 4o do art. 98
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) III - para o serviço militar;

§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso IV - para atividade política;


não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527,
qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cál- de 10.12.97)
culo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de
cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões. (In- VI - para tratar de interesses particulares;
cluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
VII - para desempenho de mandato classista.
Capítulo III
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
Das Férias bem como cada uma de suas prorrogações serão precedidas
de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de
podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no 2009)
caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em
que haja legislação específica. (Redação dada pela Lei nº § 3o É vedado o exercício de atividade remunerada
9.525, de 10.12.97) (Férias de Ministro - Vide) durante o período da licença prevista no inciso I deste artigo.
§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta)
exigidos 12 (doze) meses de exercício. dias do término de outra da mesma espécie será considerada
como prorrogação.
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
serviço. Seção II
§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três eta- Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
pas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por
da administração pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos
10.12.97)
filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será que viva a suas expensas e conste do seu assentamento
efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo perío- funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.
do, observando-se o disposto no § 1o deste artigo. (Férias de (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Ministro - Vide)
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência
§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em co- direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada
missão, perceberá indenização relativa ao período das férias simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante com-
a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um doze pensação de horário, na forma do disposto no inciso II do art.
avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior a qua- 44. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
torze dias. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13.8.91)
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as pror-
o
§ 4 A indenização será calculada com base na remune- rogações, poderá ser concedida a cada período de doze me-
ração do mês em que for publicado o ato exonerató- ses nas seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº
rio. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13.8.91) 12.269, de 2010)
§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não,
valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constitui- mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº
ção Federal quando da utilização do primeiro período. (Incluí- 12.269, de 2010)
do pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não,
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente sem remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será
consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional,
contado a partir da data do deferimento da primeira licença
proibida em qualquer hipótese a acumulação.
concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças
motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação
não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações,
para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do
concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, ob-
serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou enti-
servado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites
dade.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Férias
estabelecidos nos incisos I e II do § 2o. (Incluído pela Lei nº
de Ministro - Vide)
12.269, de 2010)
Parágrafo único. O restante do período interrompido
Seção III
será gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
Capítulo IV Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para
Das Licenças
outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o
Seção I exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legis-
lativo.
Disposições Gerais

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§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem re- Seção VIII
muneração.
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista
§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou
companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito remuneração para o desempenho de mandato em confedera-
Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório ção, federação, associação de classe de âmbito nacional,
em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autár- sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora
quica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou admi-
compatível com o seu cargo. (Redação dada pela Lei nº nistração em sociedade cooperativa constituída por servido-
9.527, de 10.12.97) res públicos para prestar serviços a seus membros, observa-
do o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei,
Seção IV conforme disposto em regulamento e observados os seguin-
tes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
Da Licença para o Serviço Militar
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados,
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar 2 (dois) servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de
será concedida licença, na forma e condições previstas na 2014)
legislação específica.
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada
terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o pela Lei nº 12.998, de 2014)
exercício do cargo.
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) as-
Seção V
sociados, 8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei nº
Da Licença para Atividade Política 12.998, de 2014)
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remunera- § 1o Somente poderão ser licenciados os servidores
ção, durante o período que mediar entre a sua escolha em eleitos para cargos de direção ou de representação nas refe-
convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a ridas entidades, desde que cadastradas no órgão competen-
véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça te. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
Eleitoral. § 2o A licença terá duração igual à do mandato, po-
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade dendo ser renovada, no caso de reeleição. (Redação dada
onde desempenha suas funções e que exerça cargo de dire- pela Lei nº 12.998, de 2014)
ção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, Capítulo V
dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de
sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia Dos Afastamentos
seguinte ao do pleito. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Seção I
10.12.97)
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade
§ 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo
dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, asse- Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício
gurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo perí- em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Esta-
odo de três meses. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de dos, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes
10.12.97) hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
Seção VI (Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de 3.12.2002) (Re-
gulamento)
Da Licença para Capacitação
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - para exercício de cargo em comissão ou função de
confiança; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o
servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do II - em casos previstos em leis específicas.(Redação
exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
até três meses, para participar de curso de capacitação pro- § 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para ór-
fissional. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) gãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entida-
caput não são acumuláveis.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais
de 10.12.97) casos. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

Art. 90. (VETADO). § 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública


ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas
Seção VII normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela
remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser conce- efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou
didas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não entidade de origem. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de
esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assun- 2006)
tos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem § 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no
remuneração. (Redação dada pela Medida Provisória nº Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de
2.225-45, de 4.9.2001) 17.12.91)
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a § 4o Mediante autorização expressa do Presidente da
qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do ser- República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício
viço. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de em outro órgão da Administração Federal direta que não
4.9.2001)

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tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a muneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.
prazo certo. (Incluído pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou Art. 96. O afastamento de servidor para servir em orga-
servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º nismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) coopere dar-se-á com perda total da remuneração. (Vide
Decreto nº 3.456, de 2000)
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou
de sociedade de economia mista, que receba recursos de Seção IV
Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
de pagamento de pessoal, independem das disposições con-
tidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o Do Afastamento para Participação em Programa de
exercício do empregado cedido condicionado a autorização Pós-Graduação Stricto Sensu no País
específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges- Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Adminis-
tão, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou tração, e desde que a participação não possa ocorrer simulta-
função gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) neamente com o exercício do cargo ou mediante compensa-
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, ção de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com
com a finalidade de promover a composição da força de tra- a respectiva remuneração, para participar em programa de
balho dos órgãos e entidades da Administração Pública Fede- pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior
ral, poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
ou servidor, independentemente da observância do constante § 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade de-
no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº finirá, em conformidade com a legislação vigente, os progra-
10.470, de 25.6.2002) (Vide Decreto nº 5.375, de 2005) mas de capacitação e os critérios para participação em pro-
Seção II gramas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento
do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo para este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo apli- § 2o Os afastamentos para realização de programas
cam-se as seguintes disposições: de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (qua-
ficará afastado do cargo; tro) anos para doutorado, incluído o período de estágio proba-
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do tório, que não tenham se afastado por licença para tratar de
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou
com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à
III - investido no mandato de vereador: data da solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei nº
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as 11.907, de 2009)
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do § 3o Os afastamentos para realização de programas
cargo eletivo; de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores
b) não havendo compatibilidade de horário, será afasta- titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há
do do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio proba-
tório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor con- assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos
tribuirá para a seguridade social como se em exercício esti- quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento.
vesse. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classis- § 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos
ta não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer
localidade diversa daquela onde exerce o mandato. no exercício de suas funções após o seu retorno por um perí-
odo igual ao do afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº
Seção III
11.907, de 2009)
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de
estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o
República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11
Presidente do Supremo Tribunal Federal. de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento.
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda
a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será § 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que
permitida nova ausência. justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o
disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada
§ 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente má-
não será concedida exoneração ou licença para tratar de ximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
interesse particular antes de decorrido período igual ao do 2009)
afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da
despesa havida com seu afastamento. § 7o Aplica-se à participação em programa de pós-
graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servido- Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela Lei
res da carreira diplomática. nº 11.907, de 2009)
§ 4o As hipóteses, condições e formas para a autoriza- Capítulo VI
ção de que trata este artigo, inclusive no que se refere à re-
Das Concessões

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Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor au- III - exercício de cargo ou função de governo ou adminis-
sentar-se do serviço: (Redação dada pela Medida provisória tração, em qualquer parte do território nacional, por nomea-
nº 632, de 2013) ção do Presidente da República;
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; IV - participação em programa de treinamento regular-
mente instituído ou em programa de pós-graduação stricto
II - pelo período comprovadamente necessário para sensu no País, conforme dispuser o regulamento; (Redação
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qual- dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
quer caso, a 2 (dois) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.998,
de 2014) V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : merecimento;
a) casamento; VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o
ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Redação
irmãos. dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor VIII - licença:
estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o
horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício a) à gestante, à adotante e à paternidade;
do cargo.
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço
compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exer- público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;
cício, respeitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
c) para o desempenho de mandato classista ou partici-
§ 2o Também será concedido horário especial ao servi- pação de gerência ou administração em sociedade cooperati-
dor portador de deficiência, quando comprovada a necessida- va constituída por servidores para prestar serviços a seus
de por junta médica oficial, independentemente de compen- membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;
sação de horário. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
§ 3o As disposições do parágrafo anterior são extensi- d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissi-
vas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente por- onal;
tador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso,
compensação de horário na forma do inciso II do art. 44. (In- e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 4o Será igualmente concedido horário especial, vincu- f) por convocação para o serviço militar;
lado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art.
até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade previs- 18;
ta nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 11.501, de 2007) X - participação em competição desportiva nacional ou
convocação para integrar representação desportiva nacional,
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;
interesse da administração é assegurada, na localidade da
nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição XI - afastamento para servir em organismo internacional
de ensino congênere, em qualquer época, independentemen- de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído
te de vaga. pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentado-
cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor ria e disponibilidade:
que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,
sua guarda, com autorização judicial. Municípios e Distrito Federal;
Capítulo VII II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da
Do Tempo de Serviço família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trin-
ta) dias em período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de Lei nº 12.269, de 2010)
serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Arma-
das. III - a licença para atividade política, no caso do art. 86,
§ 2 o;
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em
dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano IV - o tempo correspondente ao desempenho de manda-
como de trezentos e sessenta e cinco dias. to eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao
ingresso no serviço público federal;
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no
art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afas- V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à
tamentos em virtude de: Previdência Social;

I - férias; VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;

II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em VII - o tempo de licença para tratamento da própria saú-
órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Muni- de que exceder o prazo a que se refere a alínea "b" do inciso
cípios e Distrito Federal; VIII do art. 102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será
contado apenas para nova aposentadoria.

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§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço presta- Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é asse-
do às Forças Armadas em operações de guerra. gurada vista do processo ou documento, na repartição, ao
servidor ou a procurador por ele constituído.
§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de
serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública,
sociedade de economia mista e empresa pública. Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabe-
lecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
Capítulo VIII
Título IV
Do Direito de Petição
Do Regime Disciplinar
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer
Capítulo I
aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legí-
timo. Dos Deveres
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade Art. 116. São deveres do servidor:
competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio
daquela a que estiver imediatamente subordinado o requeren- I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
te. II - ser leal às instituições a que servir;
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade III - observar as normas legais e regulamentares;
que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão,
não podendo ser renovado. (Vide Lei nº 12.300, de 2010) IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando mani-
festamente ilegais;
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsi-
deração de que tratam os artigos anteriores deverão ser des- V - atender com presteza:
pachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30
a) ao público em geral, prestando as informações reque-
(trinta) dias.
ridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
interpostos.
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo;
superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e,
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em ra-
sucessivamente, em escala ascendente, às demais autorida-
zão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou,
des.
quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conheci-
§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da mento de outra autoridade competente para apuração; (Re-
autoridade a que estiver imediatamente subordinado o reque- dação dada pela Lei nº 12.527, de 2011)
rente.
VII - zelar pela economia do material e a conservação do
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de recon- patrimônio público;
sideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recor-
rida. (Vide Lei nº 12.300, de 2010) IX - manter conduta compatível com a moralidade admi-
nistrativa;
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito sus-
pensivo, a juízo da autoridade competente. X - ser assíduo e pontual ao serviço;
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de XI - tratar com urbanidade as pessoas;
reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagi-
rão à data do ato impugnado. XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de
poder.
Art. 110. O direito de requerer prescreve:
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegu-
interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de rando-se ao representando ampla defesa.
trabalho;
Capítulo II
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
quando outro prazo for fixado em lei. Das Proibições

Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória
data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência nº 2.225-45, de 4.9.2001)
pelo interessado, quando o ato não for publicado. I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, prévia autorização do chefe imediato;
quando cabíveis, interrompem a prescrição. II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competen-
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo te, qualquer documento ou objeto da repartição;
ser relevada pela administração. III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de do-
cumento e processo ou execução de serviço;

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V - promover manifestação de apreço ou desapreço no § 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica con-
recinto da repartição; dicionada à comprovação da compatibilidade de horários.
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos § 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proven-
de sua responsabilidade ou de seu subordinado; tos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram
essas remunerações forem acumuláveis na atividade. (Incluí-
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia- do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
rem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido
político; Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um
cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun- único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em
ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pela Lei nº
segundo grau civil; 9.527, de 10.12.97)
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à
outrem, em detrimento da dignidade da função pública; remuneração devida pela participação em conselhos de ad-
X - participar de gerência ou administração de sociedade ministração e fiscal das empresas públicas e sociedades de
privada, personificada ou não personificada, exercer o comér- economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como
cio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou
(Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 indiretamente, detenha participação no capital social, obser-
vado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios 4.9.2001)
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo
grau, e de cônjuge ou companheiro; Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que
acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado compatibilidade de horário e local com o exercício de um
estrangeiro; deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou
entidades envolvidos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 10.12.97)
XV - proceder de forma desidiosa; Capítulo IV
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição Das Responsabilidades
em serviços ou atividades particulares;
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrati-
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao vamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e tran-
sitórias; Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissi-
vo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompa- ao erário ou a terceiros.
tíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de
trabalho; § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao
erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan- falta de outros bens que assegurem a execução do débito
do solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pela via judicial.
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, respon-
caput deste artigo não se aplica nos seguintes ca- derá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressi-
sos: (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 va.
I - participação nos conselhos de administração e fiscal § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos
de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor
indiretamente, participação no capital social ou em sociedade da herança recebida.
cooperativa constituída para prestar serviços a seus mem-
bros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
II - gozo de licença para o trato de interesses particula-
res, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta
sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do
2008 cargo ou função.

Capítulo III Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas


poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Da Acumulação
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constitui- será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
ção, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. existência do fato ou sua autoria.
§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, em- Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabili-
pregos e funções em autarquias, fundações públicas, empre- zado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à
sas públicas, sociedades de economia mista da União, do autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvi-
Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municí- mento desta, a outra autoridade competente para apuração
pios. de informação concernente à prática de crimes ou improbida-
de de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do

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exercício de cargo, emprego ou função pública. (Incluído IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão
pela Lei nº 12.527, de 2011) do cargo;
Capítulo V X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
nacional;
Das Penalidades
XI - corrupção;
Art. 127. São penalidades disciplinares:
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
I - advertência; públicas;
II - suspensão; XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
III - demissão; Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade
a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio
V - destituição de cargo em comissão; de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo im-
VI - destituição de função comissionada. prorrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na
hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão conside- sua apuração e regularização imediata, cujo processo admi-
radas a natureza e a gravidade da infração cometida, os da- nistrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
nos que dela provierem para o serviço público, as circunstân- (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da trans-
disciplinar. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) gressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos
casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I II - instrução sumária, que compreende indiciação, defe-
a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto sa e relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique
imposição de penalidade mais grave. (Redação dada pela III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
Lei nº 9.527, de 10.12.97) 10.12.97)

Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reinci- § 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-
dência das faltas punidas com advertência e de violação das se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade
demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a pena- pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em
lidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noven- situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de
ta) dias. vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do
correspondente regime jurídico. (Redação dada pela Lei nº
§ 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias 9.527, de 10.12.97)
o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido
a inspeção médica determinada pela autoridade competente, § 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação
cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a de- do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão
terminação. transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior,
bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado,
§ 2o Quando houver conveniência para o serviço, a ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de
penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe
base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou vista do processo na repartição, observado o disposto nos
remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
serviço. 10.12.97)
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão § 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relató-
terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e rio conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor, em que resumirá as peças principais dos autos,
servidor não houver, nesse período, praticado nova infração opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o
disciplinar. respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autorida-
de instauradora, para julgamento. (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não
9.527, de 10.12.97)
surtirá efeitos retroativos.
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão,
I - crime contra a administração pública; aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art.
167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - abandono de cargo;
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo
III - inassiduidade habitual; para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se con-
IV - improbidade administrativa; verterá automaticamente em pedido de exoneração do outro
cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
repartição; § 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-
fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação
VI - insubordinação grave em serviço; de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos,
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, empregos ou funções públicas em regime de acumulação
salvo em legítima defesa própria ou de outrem; ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação
serão comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 10.12.97)

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§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrati- e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor
vo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
dias, contados da data de publicação do ato que constituir a
comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, II - pelas autoridades administrativas de hierarquia ime-
quando as circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei nº diatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior
9.527, de 10.12.97) quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;

§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na
deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidi- forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos ca-
ariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. sos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quan-
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibili- do se tratar de destituição de cargo em comissão.
dade do inativo que houver praticado, na atividade, falta puní- Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
vel com a demissão.
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de destituição de cargo em comissão;
infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata
este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
convertida em destituição de cargo em comissão. § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em co- que o fato se tornou conhecido.
missão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli-
implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao cam-se às infrações disciplinares capituladas também como
erário, sem prejuízo da ação penal cabível. crime.
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em co- § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de pro-
missão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompa- cesso disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final
tibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público proferida por autoridade competente.
federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo come-
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público çará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em
comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. Título V
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência in- Do Processo Administrativo Disciplinar
tencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias conse-
Capítulo I
cutivos.
Disposições Gerais
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta
ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpo- Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade
ladamente, durante o período de doze meses. no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassi-
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
duidade habitual, também será adotado o procedimento su-
mário a que se refere o art. 133, observando-se especialmen- § 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da
te que: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) autoridade a que se refere, poderá ser promovida por autori-
dade de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha
I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído
ocorrido a irregularidade, mediante competência específica
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou tem-
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação porário pelo Presidente da República, pelos presidentes das
precisa do período de ausência intencional do servidor ao Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo
serviço superior a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de Procurador-Geral da República, no âmbito do respectivo Po-
10.12.97) der, órgão ou entidade, preservadas as competências para o
julgamento que se seguir à apuração. (Incluído pela Lei nº
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos 9.527, de 10.12.97)
dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período
igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão obje-
período de doze meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de to de apuração, desde que contenham a identificação e o
10.12.97) endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito,
confirmada a autenticidade.
II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará
relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar
do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será
indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de arquivada, por falta de objeto.
abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autori-
dade instauradora para julgamento. (Incluído pela Lei nº I - arquivamento do processo;
9.527, de 10.12.97)
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspen-
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: são de até 30 (trinta) dias;
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das III - instauração de processo disciplinar.
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo
Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão

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Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância § 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas
não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por que deverão detalhar as deliberações adotadas.
igual período, a critério da autoridade superior.
Seção I
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
Do Inquérito
ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de
30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princí-
disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será pio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa,
obrigatória a instauração de processo disciplinar. com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.
Capítulo II Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo
Do Afastamento Preventivo disciplinar, como peça informativa da instrução.

Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servi- Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicân-
dor não venha a influir na apuração da irregularidade, a cia concluir que a infração está capitulada como ilícito penal,
autoridade instauradora do processo disciplinar poderá de- a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao
terminar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo Ministério Público, independentemente da imediata instaura-
de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. ção do processo disciplinar.

Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a
por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligên-
que não concluído o processo. cias cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo,
quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a
Capítulo III completa elucidação dos fatos.
Do Processo Disciplinar Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompa-
nhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procura-
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destina- dor, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e con-
do a apurar responsabilidade de servidor por infração pratica- traprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova peri-
da no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação cial.
com as atribuições do cargo em que se encontre investido.
§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de
comissão composta de três servidores estáveis designados nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o do
art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que de- § 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando
verá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo a comprovação do fato independer de conhecimento especial
nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do de perito.
indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor me-
§ 1o A Comissão terá como secretário servidor designa- diante mandado expedido pelo presidente da comissão, de-
do pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de vendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser ane-
seus membros. xado aos autos.
§ 2o Não poderá participar de comissão de sindicância Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a
ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusa- expedição do mandado será imediatamente comunicada ao
do, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora
terceiro grau. marcados para inquirição.
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e redu-
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessá- zido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por es-
rio à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da adminis- crito.
tração.
§ 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente.
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das co-
missões terão caráter reservado. § 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que
se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas se-
guintes fases: Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a
comissão promoverá o interrogatório do acusado, observados
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
comissão;
§ 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em
defesa e relatório; suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promo-
vida a acareação entre eles.
III - julgamento.
§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao inter-
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo discipli- rogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe
nar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-
publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da
prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigi- comissão.
rem.
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade men-
§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tem- tal do acusado, a comissão proporá à autoridade competente
po integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispen- que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da
sados do ponto, até a entrega do relatório final. qual participe pelo menos um médico psiquiatra.

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Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será § 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassa-
processado em auto apartado e apenso ao processo principal, ção de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá
após a expedição do laudo pericial. às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada § 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servi-
a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele dor, a autoridade instauradora do processo determinará o seu
imputados e das respectivas provas. arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos
autos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo
presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão,
prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo salvo quando contrário às provas dos autos.
na repartição.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contra-
§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será riar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, moti-
comum e de 20 (vinte) dias. vadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou
isentar o servidor de responsabilidade.
§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo
dobro, para diligências reputadas indispensáveis. Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a
o autoridade que determinou a instauração do processo ou
§ 4 No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou
cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra
declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que comissão para instauração de novo processo. (Redação
fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas. dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obri- § 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nuli-
gado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encon- dade do processo.
trado.
§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma
sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da do Capítulo IV do Título IV.
União e em jornal de grande circulação na localidade do últi-
mo domicílio conhecido, para apresentar defesa. Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autori-
dade julgadora determinará o registro do fato nos assenta-
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para mentos individuais do servidor.
defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação
do edital. Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como
crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Pú-
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regular- blico para instauração da ação penal, ficando trasladado na
mente citado, não apresentar defesa no prazo legal. repartição.
§ 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do Art. 172. O servidor que responder a processo discipli-
processo e devolverá o prazo para a defesa. nar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado volun-
§ 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade ins- tariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento
tauradora do processo designará um servidor como defensor da penalidade, acaso aplicada.
dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o
de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em
ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de demissão, se for o caso.
10.12.97)
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará
relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora
autos e mencionará as provas em que se baseou para formar da sede de sua repartição, na condição de testemunha, de-
a sua convicção. nunciado ou indiciado;
§ 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à ino- II - aos membros da comissão e ao secretário, quando
cência ou à responsabilidade do servidor. obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a
realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
§ 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a
comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar trans- Seção III
gredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuan-
Da Revisão do Processo
tes.
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da co- Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a
missão, será remetido à autoridade que determinou a sua qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem
instauração, para julgamento. fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a ino-
cência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
Seção II
§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou desapareci-
Do Julgamento mento do servidor, qualquer pessoa da família poderá reque-
rer a revisão do processo.
§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a
§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da revisão será requerida pelo respectivo curador.
autoridade instauradora do processo, este será encaminhado
à autoridade competente, que decidirá em igual prazo. Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe
ao requerente.
§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de
sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para
a imposição da pena mais grave.

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Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade § 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetua-
não constitui fundamento para a revisão, que requer elemen- do até o segundo dia útil após a data do pagamento das re-
tos novos, ainda não apreciados no processo originário. munerações dos servidores públicos, aplicando-se os proce-
dimentos de cobrança e execução dos tributos federais quan-
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será do não recolhidas na data de vencimento. (Incluído pela
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do
órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar. Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cober-
tura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade com- compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam
petente providenciará a constituição de comissão, na forma às seguintes finalidades:
do art. 149.
I - garantir meios de subsistência nos eventos de doen-
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo ça, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, faleci-
originário. mento e reclusão;
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
dia e hora para a produção de provas e inquirição das teste-
munhas que arrolar. III - assistência à saúde.
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos
para a conclusão dos trabalhos. termos e condições definidos em regulamento, observadas as
disposições desta Lei.
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão reviso-
ra, no que couber, as normas e procedimentos próprios da Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social
comissão do processo disciplinar. do servidor compreendem:
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou I - quanto ao servidor:
a penalidade, nos termos do art. 141.
a) aposentadoria;
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20
(vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso b) auxílio-natalidade;
do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências. c) salário-família;
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada d) licença para tratamento de saúde;
sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os
direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
em comissão, que será convertida em exoneração. f) licença por acidente em serviço;
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá g) assistência à saúde;
resultar agravamento de penalidade.
h) garantia de condições individuais e ambientais de
Título VI trabalho satisfatórias;
Da Seguridade Social do Servidor II - quanto ao dependente:
Capítulo I a) pensão vitalícia e temporária;
Disposições Gerais b) auxílio-funeral;
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social c) auxílio-reclusão;
para o servidor e sua família.
d) assistência à saúde.
§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não
seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo § 1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e
na administração pública direta, autárquica e fundacional não mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram
terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, vinculados os servidores, observado o disposto nos arts. 189
com exceção da assistência à saúde. (Redação dada pela e 224.
Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
§ 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por
2o
§ O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total
sem direito à remuneração, inclusive para servir em organis- auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.
mo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo
Capítulo II
ou com o qual coopere, ainda que contribua para regime de
previdência social no exterior, terá suspenso o seu vínculo Dos Benefícios
com o regime do Plano de Seguridade Social do Servidor
Público enquanto durar o afastamento ou a licença, não lhes Seção I
assistindo, neste período, os benefícios do mencionado regi- Da Aposentadoria
me de previdência. (Incluído pela Lei nº 10.667, de
14.5.2003) Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da
Constituição)
§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado
sem remuneração a manutenção da vinculação ao regime do I - por invalidez permanente, sendo os proventos inte-
Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o grais quando decorrente de acidente em serviço, moléstia
recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especi-
percentual devido pelos servidores em atividade, incidente ficada em lei, e proporcionais nos demais casos;
sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
de suas atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusi- proventos proporcionais ao tempo de serviço;
ve, as vantagens pessoais. (Incluído pela Lei nº 10.667, de
14.5.2003) III - voluntariamente:
Ética no serviço público 36 A Opção Certa Para a Sua Realização
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a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e Art. 190. O servidor aposentado com provento proporci-
aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; onal ao tempo de serviço se acometido de qualquer das mo-
léstias especificadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, por esse
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções motivo, for considerado inválido por junta médica oficial pas-
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, sará a perceber provento integral, calculado com base no
com proventos integrais; fundamento legal de concessão da aposentadoria. (Reda-
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 ção dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
(vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o
tempo; provento não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e atividade.
aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratifica-
tempo de serviço. ção natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor
§ 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento
incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose recebido.
ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente
cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hansenía- participado de operações bélicas, durante a Segunda Guerra
se, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irrever- Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de
sível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropa- 1967, será concedida aposentadoria com provento integral,
tia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte defor- aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.
mante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e
outras que a lei indicar, com base na medicina especializada. Seção II
§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas Do Auxílio-Natalidade
insalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas
no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, "a" e "c", Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por
observará o disposto em lei específica. motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao
menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de
§ 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à natimorto.
junta médica oficial, que atestará a invalidez quando caracte-
rizada a incapacidade para o desempenho das atribuições do § 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acresci-
cargo ou a impossibilidade de se aplicar o disposto no art. do de 50% (cinqüenta por cento), por nascituro.
24. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro
Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, servidor público, quando a parturiente não for servidora.
e declarada por ato, com vigência a partir do dia imediato Seção III
àquele em que o servidor atingir a idade-limite de permanên-
cia no serviço ativo. Do Salário-Família

Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou
vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato. ao inativo, por dependente econômico.

§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômi-
licença para tratamento de saúde, por período não excedente cos para efeito de percepção do salário-família:
a 24 (vinte e quatro) meses. I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
§ 2o Expirado o período de licença e não estando em enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante,
condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o ser- até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer ida-
vidor será aposentado. de;

§ 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante auto-
licença e a publicação do ato da aposentadoria será conside- rização judicial, viver na companhia e às expensas do servi-
rado como de prorrogação da licença. dor, ou do inativo;

§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão III - a mãe e o pai sem economia própria.
consideradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade Art. 198. Não se configura a dependência econômica
ensejadora da invalidez ou doenças correlacionadas. (In- quando o beneficiário do salário-família perceber rendimento
cluído pela Lei nº 11.907, de 2009) do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou
§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença provento da aposentadoria, em valor igual ou superior ao
para tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá salário-mínimo.
ser convocado a qualquer momento, para avaliação das con- Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos
dições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. e viverem em comum, o salário-família será pago a um deles;
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado distribuição dos dependentes.
com observância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o pa-
mesma data e proporção, sempre que se modificar a remune- drasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes legais
ração dos servidores em atividade. dos incapazes.
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer
benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos ser- tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição,
vidores em atividade, inclusive quando decorrentes de trans- inclusive para a Previdência Social.
formação ou reclassificação do cargo ou função em que se
deu a aposentadoria.

Ética no serviço público 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remune- tão, que possuam autorização de funcionamento do órgão
ração, não acarreta a suspensão do pagamento do salário- regulador, na forma do art. 230; ou (Incluído pela Lei nº
família. 12.998, de 2014)
Seção IV IV - prestar os exames médicos periódicos mediante
contrato administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666,
Da Licença para Tratamento de Saúde
de 21 de junho de 1993, e demais normas pertinentes. (Inclu-
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para trata- ído pela Lei nº 12.998, de 2014)
mento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia Seção V
médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será Paternidade
concedida com base em perícia oficial. (Redação dada pela
Lei nº 11.907, de 2009) Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante
por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da
§1o Sempre que necessário, a inspeção médica será remuneração. (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)
realizada na residência do servidor ou no estabelecimento
hospitalar onde se encontrar internado. § 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono
mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
§ 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local
onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o § 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá
servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos início a partir do parto.
parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por
médico particular. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de § 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do
10.12.97) evento, a servidora será submetida a exame médico, e se
julgada apta, reassumirá o exercício.
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente
produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de § 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a
recursos humanos do órgão ou entidade. (Redação dada servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunera-
pela Lei nº 11.907, de 2009) do.

§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servi-
vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do primei- dor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias conse-
ro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por cutivos.
junta médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de
2009) seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parce-
trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos de lada em dois períodos de meia hora.
perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgi- Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judi-
ões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de cial de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90
atuação da odontologia. (Incluído pela Lei nº 11.907, de (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto nº
2009) 6.691, de 2008)
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial
15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensa- de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que
da de perícia oficial, na forma definida em regulamento. trata este artigo será de 30 (trinta) dias.
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Seção VI
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se
referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se Da Licença por Acidente em Serviço
tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o
profissional ou qualquer das doenças especificadas no art. servidor acidentado em serviço.
186, § 1o.
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou
orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica. imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médi- Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o
cos periódicos, nos termos e condições definidos em regula- dano:
mento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamen-
to). I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo
servidor no exercício do cargo;
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a
União e suas entidades autárquicas e fundacionais poderão: II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e
(Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) vice-versa.
I - prestar os exames médicos periódicos diretamente Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessi-
pelo órgão ou entidade à qual se encontra vinculado o servi- te de tratamento especializado poderá ser tratado em institui-
dor; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) ção privada, à conta de recursos públicos.
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta
parceria com os órgãos e entidades da administração direta, médica oficial constitui medida de exceção e somente será
suas autarquias e fundações; (Incluído pela Lei nº 12.998, de admissível quando inexistirem meios e recursos adequados
2014) em instituição pública.
III - celebrar convênios com operadoras de plano de Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10
assistência à saúde, organizadas na modalidade de autoges- (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.

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Seção VII § 1o Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão
vitalícia, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os
Da Pensão
beneficiários habilitados. (Vide Medida Provisória nº 664,
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem de 2014) (Vigência)
jus a uma pensão mensal de valor correspondente ao da § 2o Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e tempo-
respectiva remuneração ou provento, a partir da data do óbito, rária, metade do valor caberá ao titular ou titulares da pensão
observado o limite estabelecido no art. 42. (Vide Medida vitalícia, sendo a outra metade rateada em partes iguais,
Provisória nº 664, de 2014) (Vigência) entre os titulares da pensão temporária.
Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, § 3o Ocorrendo habilitação somente à pensão temporá-
em vitalícias e temporárias. (Vide Medida Provisória nº ria, o valor integral da pensão será rateado, em partes iguais,
664, de 2014) (Vigência) entre os que se habilitarem. (Vide Medida Provisória nº
§ 1o A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas 664, de 2014) (Vigência)
permanentes, que somente se extinguem ou revertem com a Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer
morte de seus beneficiários. tempo, prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis há
§ 2o A pensão temporária é composta de cota ou cotas mais de 5 (cinco) anos.
que podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, ces- Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova
sação de invalidez ou maioridade do beneficiário. posterior ou habilitação tardia que implique exclusão de bene-
Art. 217. São beneficiários das pensões: ficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir da
data em que for oferecida.
I - vitalícia: (Vide Medida Provisória nº 664, de
2014) (Vigência) Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado
pela prática de crime doloso de que tenha resultado a morte
a) o cônjuge; do servidor.
b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou di- Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte
vorciada, com percepção de pensão alimentícia; presumida do servidor, nos seguintes casos:
c) o companheiro ou companheira designado que com- I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária
prove união estável como entidade familiar; competente;
d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômi- II - desaparecimento em desabamento, inundação, in-
ca do servidor; cêndio ou acidente não caracterizado como em serviço;
e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a III - desaparecimento no desempenho das atribuições do
pessoa portadora de deficiência, que vivam sob a dependên- cargo ou em missão de segurança.
cia econômica do servidor;
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada
II - temporária: em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5
a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reapare-
idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; cimento do servidor, hipótese em que o benefício será auto-
maticamente cancelado.
b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos
de idade; Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiá-
rio: (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014) (Vigên-
c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, cia)
enquanto durar a invalidez, que comprovem dependência
econômica do servidor; I - o seu falecimento;

d) a pessoa designada que viva na dependência econô- II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer
mica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, após a concessão da pensão ao cônjuge;
enquanto durar a invalidez. III - a cessação de invalidez, em se tratando de benefici-
§ 1o A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários ário inválido;
de que tratam as alíneas "a" e "c" do inciso I deste artigo IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa desig-
exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas nada, aos 21 (vinte e um) anos de idade; (Vide Medida
alíneas "d" e "e". Provisória nº 664, de 2014) (Vigência)
§ 2o A concessão da pensão temporária aos beneficiá- V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
rios de que tratam as alíneas "a" e "b" do inciso II deste artigo
exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas VI - a renúncia expressa. (Vide Medida Provisória nº
alíneas "c" e "d". 664, de 2014) (Vigência)
§ 3o (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014) VII - (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014)
(Vigência) (Vigência)

§ 4o (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014) Parágrafo único. A critério da Administração, o benefici-
(Vigência) ário de pensão temporária motivada por invalidez poderá ser
convocado a qualquer momento para avaliação das condi-
§ 5o (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014) ções que ensejaram a concessão do benefício. (Incluído pela
(Vigência) Lei nº 11.907, de 2009) (Vide Medida Provisória nº 664,
Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao de 2014) (Vigência)
titular da pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários da Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiá-
pensão temporária. (Vide Medida Provisória nº 664, de rio, a respectiva cota reverterá: (Vide Medida Provisória nº
2014) (Vigência) 664, de 2014) (Vigência)

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I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta lecida em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de
pensão ou para os titulares da pensão temporária, se não 2006)
houver pensionista remanescente da pensão vitalícia;
§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja
II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência
falta destes, para o beneficiário da pensão vitalícia. de médico ou junta médica oficial, para a sua realização o
órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio
Art. 224. As pensões serão automaticamente atualiza- com unidades de atendimento do sistema público de saúde,
das na mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública,
vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no pará- ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. (Inclu-
grafo único do art. 189. ído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a § 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da
percepção cumulativa de mais de duas pensões. (Vide aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou enti-
Medida Provisória nº 664, de 2014) (Vigência) dade promoverá a contratação da prestação de serviços por
Seção VIII pessoa jurídica, que constituirá junta médica especificamente
para esses fins, indicando os nomes e especialidades dos
Do Auxílio-Funeral seus integrantes, com a comprovação de suas habilitações e
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor de que não estejam respondendo a processo disciplinar junto
falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a à entidade fiscalizadora da profissão. (Incluído pela Lei nº
um mês da remuneração ou provento. 9.527, de 10.12.97)

§ 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio § 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo,
será pago somente em razão do cargo de maior remunera- ficam a União e suas entidades autárquicas e fundacionais
ção. autorizadas a: (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

§ 2o (VETADO). I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação


de serviços de assistência à saúde para os seus servidores
§ 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e ou empregados ativos, aposentados, pensionistas, bem como
oito) horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa para seus respectivos grupos familiares definidos, com enti-
da família que houver custeado o funeral. dades de autogestão por elas patrocinadas por meio de ins-
trumentos jurídicos efetivamente celebrados e publicados até
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este
12 de fevereiro de 2006 e que possuam autorização de funci-
será indenizado, observado o disposto no artigo anterior.
onamento do órgão regulador, sendo certo que os convênios
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço celebrados depois dessa data somente poderão sê-lo na
fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de forma da regulamentação específica sobre patrocínio de au-
transporte do corpo correrão à conta de recursos da União, togestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no
autarquia ou fundação pública. prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei,
normas essas também aplicáveis aos convênios existentes
Seção IX até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei nº 11.302
Do Auxílio-Reclusão de 2006)

Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio- II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no
reclusão, nos seguintes valores: 8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e segu-
ros privados de assistência à saúde que possuam autorização
I - dois terços da remuneração, quando afastado por de funcionamento do órgão regulador; (Incluído pela Lei nº
motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada 11.302 de 2006)
pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;
III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em
virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena que § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
não determine a perda de cargo. § 5o
O valor do ressarcimento fica limitado ao total des-
§ 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o ser- pendido pelo servidor ou pensionista civil com plano ou segu-
vidor terá direito à integralização da remuneração, desde que ro privado de assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº
absolvido. 11.302 de 2006)

§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir Capítulo IV


do dia imediato àquele em que o servidor for posto em liber- Do Custeio
dade, ainda que condicional.
Título VIII
Capítulo III
Capítulo Único
Da Assistência à Saúde
Das Disposições Gerais
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
inativo, e de sua família compreende assistência médica, Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a
hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá vinte e oito de outubro.
como diretriz básica o implemento de ações preventivas vol-
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes
tadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Siste-
Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos
ma Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou enti-
funcionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos
dade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante con-
de carreira:
vênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante
ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou
ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos trabalhos que favoreçam o aumento de produtividade e a
ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabe- redução dos custos operacionais;

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II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao méri- nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela em extin-
to, condecoração e elogio. ção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo dos direi-
tos inerentes aos planos de carreira aos quais se encontrem
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados vinculados os empregos.
em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se
o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil § 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste
seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expedien- artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições
te. Constitucionais Transitórias, poderão, no interesse da Admi-
nistração e conforme critérios estabelecidos em regulamento,
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção ser exonerados mediante indenização de um mês de remune-
filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de ração por ano de efetivo exercício no serviço público fede-
quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida ral. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.
§ 8o Para fins de incidência do imposto de renda na
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos fonte e na declaração de rendimentos, serão considerados
termos da Constituição Federal, o direito à livre associação como indenizações isentas os pagamentos efetuados a título
sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorren- de indenização prevista no parágrafo anterior. (Incluído pela
tes: Lei nº 9.527, de 10.12.97)
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como § 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do
substituto processual; disposto no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executivo
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano quando considerados desnecessários. (Incluído pela Lei
após o final do mandato, exceto se a pedido; nº 9.527, de 10.12.97)
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já conce-
sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e contri- didos aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transfor-
buições definidas em assembléia geral da categoria. mados em anuênio.
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da
cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas ex- Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica
pensas e constem do seu assentamento individual. transformada em licença-prêmio por assiduidade, na forma
prevista nos arts. 87 a 90.
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira
ou companheiro, que comprove união estável como entidade Art. 246. (VETADO).
familiar. Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei,
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o haverá ajuste de contas com a Previdência Social, correspon-
município onde a repartição estiver instalada e onde o servi- dente ao período de contribuição por parte dos servidores
dor tiver exercício, em caráter permanente. celetistas abrangidos pelo art. 243. (Redação dada pela Lei
nº 8.162, de 8.1.91)
Título IX
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a
Capítulo Único vigência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou
Das Disposições Transitórias e Finais entidade de origem do servidor.

Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231,
por esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servido- os servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e
res dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, nos percentuais atualmente estabelecidos para o servidor civil
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas, da União conforme regulamento próprio.
regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a
dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolida- satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias
ção das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº para a aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do
5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os contratados por antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei
prazo determinado, cujos contratos não poderão ser prorro- n° 1.711, de 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a
gados após o vencimento do prazo de prorrogação. vantagem prevista naquele dispositivo. (Mantido pelo Con-
§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos gresso Nacional)
no regime instituído por esta Lei ficam transformados em Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
cargos, na data de sua publicação. ção, com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês
§ 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não subseqüente.
integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de
têm exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e outubro de 1952, e respectiva legislação complementar, bem
mantidas enquanto não for implantado o plano de cargos dos como as demais disposições em contrário.
órgãos ou entidades na forma da lei.
Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Independên-
§ 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS, cia e 102o da República.
exercidas por servidor integrante de quadro ou tabela de
pessoal, ficam extintas na data da vigência desta Lei. FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
§ 4o (VETADO).
§ 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serven- LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.
tuários da Justiça, remunerados com recursos da União, no
que couber.
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos
§ 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
estabilidade no serviço público, enquanto não adquirirem a

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cargo, emprego ou função na administração pública direta, to, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas
indireta ou fundacional e dá outras providências. no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que
possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decor-
CAPÍTULO I rente das atribuições do agente público;
Das Disposições Gerais II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades refe-
agente público, servidor ou não, contra a administração direta, ridas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público
de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferi-
para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou con- or ao valor de mercado;
corra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, má-
receita anual, serão punidos na forma desta lei. quinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades propriedade ou à disposição de qualquer das entidades men-
desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimô- cionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servido-
nio de entidade que receba subvenção, benefício ou incenti- res públicos, empregados ou terceiros contratados por essas
vo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas entidades;
para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou con- V - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
corra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de
receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimoni- jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando,
al à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar
públicos. promessa de tal vantagem;
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, con- ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou
tratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencio- de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
nadas no artigo anterior. mencionadas no art. 1º desta lei;
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qual-
ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se quer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. patrimônio ou à renda do agente público;
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierar- VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
quia são obrigados a velar pela estrita observância dos prin- consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica
cípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicida- que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado
de no trato dos assuntos que lhe são afetos. por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação público, durante a atividade;
ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar- IX - perceber vantagem econômica para intermediar a
se-á o integral ressarcimento do dano. liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agen- X - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
te público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acresci- direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência
dos ao seu patrimônio. ou declaração a que esteja obrigado;
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio
patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patri-
autoridade administrativa responsável pelo inquérito represen- monial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
tar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou
indiciado. valores integrantes do acervo patrimonial das entidades men-
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o cionadas no art. 1° desta lei.
caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o inte- Seção II
gral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam
resultante do enriquecimento ilícito. Prejuízo ao Erário
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimô- Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que
nio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às comi- causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou
nações desta lei até o limite do valor da herança. culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
CAPÍTULO II entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
Dos Atos de Improbidade Administrativa I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incor-
poração ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica,
de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
Seção I patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
Dos Atos de Improbidade Administrativa II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídi-
que Importam Enriquecimento Ilícito ca privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa impor- desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regu-
tando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem lamentares aplicáveis à espécie;
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, manda- III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistên-

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cias, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qual- I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores
quer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral
observância das formalidades legais e regulamentares aplicá- do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão
veis à espécie; dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proi-
de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades bição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
por parte delas, por preço inferior ao de mercado; ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do
VI - realizar operação financeira sem observância das dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficien- patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
te ou inidônea; pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e
observância das formalidades legais ou regulamentares apli- proibição de contratar com o Poder Público ou receber bene-
cáveis à espécie; fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indireta-
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispen- mente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
sá-lo indevidamente; seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do
autorizadas em lei ou regulamento; dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa
renda, bem como no que diz respeito à conservação do pa- civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo
trimônio público; agente e proibição de contratar com o Poder Público ou rece-
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das ber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
aplicação irregular; qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta
enriqueça ilicitamente; lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particu- como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
lar, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qual- CAPÍTULO IV
quer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer Da Declaração de Bens
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contra- condicionados à apresentação de declaração dos bens e
tados por essas entidades. valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha arquivada no serviço de pessoal competen-
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da ges- te. (Regulamento) (Regulamento)
tão associada sem observar as formalidades previstas na § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, se-
lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) moventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exte-
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem obser- rior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patri-
var as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº moniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras
11.107, de 2005) pessoas que vivam sob a dependência econômica do decla-
Seção III rante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso domés-
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam tico.
Contra os Princípios da Administração Pública § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que na data em que o agente público deixar o exercício do man-
atenta contra os princípios da administração pública qualquer dato, cargo, emprego ou função.
ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, impar- § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do
cialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamen- serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o
te: agente público que se recusar a prestar declaração dos bens,
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamen- dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
to ou diverso daquele previsto, na regra de competência; § 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da
ofício; Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as
razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no
IV - negar publicidade aos atos oficiais; caput e no § 2° deste artigo .
V - frustrar a licitude de concurso público; CAPÍTULO V
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
fazê-lo; Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autorida-
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de de administrativa competente para que seja instaurada inves-
terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida tigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a
bem ou serviço. termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as
CAPÍTULO III informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das
Das Penas provas de que tenha conhecimento.
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representa-
administrativas previstas na legislação específica, está o ção, em despacho fundamentado, se esta não contiver as
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulati- não impede a representação ao Ministério Público, nos ter-
vamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada mos do art. 22 desta lei.
pela Lei nº 12.120, de 2009).

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§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autori- cesso sem julgamento do mérito. (Incluído pela Medida Provi-
dade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se sória nº 2.225-45, de 2001)
tratando de servidores federais, será processada na forma § 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realiza-
prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezem- das nos processos regidos por esta Lei o disposto no art.
bro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.(Incluído
com os respectivos regulamentos disciplinares. pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos
existência de procedimento administrativo para apurar a práti- ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos
ca de ato de improbidade. bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudi-
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou cada pelo ilícito.
Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar repre- CAPÍTULO VI
sentante para acompanhar o procedimento administrativo. Das Disposições Penais
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, Art. 19. Constitui crime a representação por ato de im-
a comissão representará ao Ministério Público ou à procura- probidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
doria do órgão para que requeira ao juízo competente a de- quando o autor da denúncia o sabe inocente.
cretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante
público. está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo morais ou à imagem que houver provocado.
com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos
Civil. direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, sentença condenatória.
o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa
financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da competente poderá determinar o afastamento do agente pú-
lei e dos tratados internacionais. blico do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será da remuneração, quando a medida se fizer necessária à ins-
proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica inte- trução processual.
ressada, dentro de trinta dias da efetivação da medida caute- Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei in-
lar. depende:
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público,
ações de que trata o caput. salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá Lei nº 12.120, de 2009).
as ações necessárias à complementação do ressarcimento do II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
patrimônio público. controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o
Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade
3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de administrativa ou mediante representação formulada de acor-
1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996) do com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo de inquérito policial ou procedimento administrativo.
como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob CAPÍTULO VII
pena de nulidade. Da Prescrição
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções
juízo para todas as ações posteriormente intentadas que previstas nesta lei podem ser propostas:
possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo obje- I - até cinco anos após o término do exercício de manda-
to.(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001) to, de cargo em comissão ou de função de confiança;
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justifica- II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específi-
ção que contenham indícios suficientes da existência do ato ca para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do
de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibi- serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
lidade de apresentação de qualquer dessas provas, observa- emprego.
da a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas CAPÍTULO VIII
nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. (Incluído pela Das Disposições Finais
Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publica-
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará ção.
autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de
manifestação por escrito, que poderá ser instruída com do- junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais
cumentos e justificações, dentro do prazo de quinze di- disposições em contrário.
as. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Indepen-
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dência e 104° da República.
dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se conven- *
cido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência QUESTÕES DE ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO I
da ação ou da inadequação da via eleita. (Incluído pela Medi- http://www.crisagra.com/2011/12/questoes-de-etica-no-servico-
da Provisória nº 2.225-45, de 2001) publico.html
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para
apresentar contestação. (Incluído pela Medida Provisória nº 1) Assinale a alternativa que não apresenta fatores que afetam positiva-
2.225-45, de 2001) mente a ética administrativa.
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá a)Políticas organizacionais e códigos de conduta que dirigem a tomada de
agravo de instrumento. (Incluído pela Medida Provisória nº decisão.
2.225-45, de 2001) b)Experiências pessoais e modelo ético familiar coerentes com os padrões
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a da sociedade.
inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o pro- c)Normas e valores da sociedade.

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d)Proteção das pessoas com comportamentos não éticos, quando este 7. São deveres do servidor público a manutenção da limpeza e a organiza-
comportamento é justificado com benefícios reais para a organização. ção do local onde executa suas funções.

2) A respeito da ética nas organizações, assinale a alternativa correta. 8. A rapidez de resposta ao usuário pode ser caracterizada como uma
a) É uma questão pessoal e subjetiva, que atende aos valores e moral de atitude ética na administração pública.
cada um.
b) São regras regais de comportamento que pretendem ser imparciais. 9. Documentos encaminhados para providências podem ser alterados em
c) É uma necessidade específica dos níveis gerenciais de uma organiza- situações específicas.
ção.
d) É um conjunto de valores e regras que definem a conduta dos indivíduos 10. Informações privilegiadas obtidas no serviço, desde que não sejam
como certa e errada. utilizadas em benefício próprio, devem ser fornecidas pelo servidor quando
e) É um conjunto de regras que dizem como se comportar em todas as solicitadas por pessoas idôneas.
situações.
11. É desnecessária a autorização legal para a retirada de documentos que
3) São vedações ao servidor público, previstas no Código de Ética Profissi- pertençam ao local de trabalho do servidor no órgão público.
onal do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto n°.
1.171, 22.06.94), exceto: Considerando que a expectativa da sociedade com relação à conduta
a) Proceder a prática religiosa no recinto do serviço. daqueles que desempenham atividades no serviço e na gestão de bens
b) Exercer atividade profissional aética ou ligar seu nome a empreendimen- públicos é cada vez maior, julgue os itens que seguem, relativos à ética no
tos de cunho duvidoso. contexto do serviço público e à legislação permanente.
c) Desviar servidor público para atendimento a interesse particular.
d) Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em 12. A ética representa uma abordagem sobre as constantes morais, ou
serviços públicos. seja, refere-se àquele conjunto de valores e costumes mais ou menos
e) Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para permanente no tempo e no espaço.
providências.
13. A ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de
4) Pelo Código de Ética do Servidor Público Civil (Decreto 1.171 de desmoralização do serviço público e pode ser considerada uma atuação
22.06.94),a sanção aplicada pela comissão de ética é de: antiética.
a)Multa.
b)Advertência. 14. O êxito da opção por uma forma ética de prestação de serviços públicos
c)Suspensão. requer a procura contínua de padrões de excelência elaborados com base
d)Censura. em mecanismos de avaliação internos, correspondentes aos posicionamen-
e)Repreensão. tos daqueles servidores que ocupam posições elevadas na hierarquia da
administração. Nesse sentido, a avaliação dos usuários-cidadãos tem papel
5) Julgue os itens a seguir. secundário.
1. O respeito à hierarquia e à disciplina não impede que o servidor público
represente contra ato que caracterize omissão ou abuso de poder, ainda 15. Em caso de atraso no atendimento a cidadãos em órgão público, o
que esse ato tenha emanado de superior hierárquico. servidor deve com base nos princípios de ética no serviço público,
2. O servidor público deve abster-se de exercer sua função, poder ou a) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, buscando
autoridade por fim ao problema.
com finalidade estranha ao interesse público, mesmo não cometendo b) ter respeito à hierarquia, não se imiscuindo na situação, que não lhe diz
qualquer violação expressa à lei. respeito, e procurando fazer da melhor maneira suas atribuições.
3. É dever do servidor público guardar sigilo sobre assuntos da repartição c)ser apenas cortês com os cidadãos, caso lhe apresentem reclamações
que envolvam questões relativas à segurança da sociedade. quanto a situação de atraso.
4. O servidor público pode retirar da repartição documento pertencente ao d) informar aos cidadãos que, diante da situação, só deve fazer o que está
patrimônio público, sem prévia autorização da autoridade competente, se previsto em lei, em respeito ao princípio da estrita legalidade.
exercer cargo de confiança ou função a qual esse documento esteja relaci- e) atender ao princípio de isonomia, não se envolvendo na situação em
onado. tela, cumprindo suas obrigações, porque, caso aja de modo diferente,
incorrerá em crime de advocacia administrativa.
6) Julgue os itens abaixo, relativos à ética no serviço público e qualidade
no atendimento ao público. 16. Considere que um servidor público, membro de comissão de licitação,
I – Os valores fundamentais do serviço público decorrem exclusivamente do tenha recebido um presente valioso de um fornecedor contumaz do órgão a
seu caráter público. que é vinculado. Mesmo não existindo nenhum indício indicando que houve
II – O princípio da impessoalidade, na administração pública, vem acompa- favorecimento ilícito para que esse fornecedor ganhasse licitação promovi-
nhado dos valores da igualdade e da imparcialidade, ou seja, todos têm o da anteriormente, é correto afirmar, à luz das regras deontológicas do
mesmo valor como cidadãos e merecem o mesmo tratamento, exceto os Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
casos mais peculiares, que devem ser considerados de forma parcial. Federal, que
III – Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o a) o servidor deveria avaliar, antes de receber a oferta do presente, se esse
processo de comunicação e contato com o público é um dos principais ato viria ao encontro do bem comum.
deveres do b) a moralidade na administração pública se limita a distinguir se o ato do
servidor público. servidor é bom ou mau.
IV – Permitir a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de c) a moralidade na administração pública se atém, com exclusividade, à
atraso na prestação do serviço, é agir contra a ética. violação concreta de alguma lei quando da realização do ato administrativo
Estão certos apenas os itens. desenvolvido pelo servidor.
a. I e II. d)a moralidade na administração pública se atém, com prioridade, à finali-
b. II e III. dade do servidor quando recebeu o presente.
c. II e IV. e) o servidor público deve decidir apenas entre se é justo ou injusto receber
d. III e IV. o presente.

Julgue os itens que se seguem, acerca da ética no serviço público. 17. Assinale a opção correta acerca da comissão de ética prevista no
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal.

Ética no serviço público 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) As ações de ética não devem guardar correlação com outros procedi- ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excep-
mentos administrativos da organização, como, por exemplo, a promoção de cional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou
servidores. indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as
b) Para fins de apuração de comprometimento ético entende-se como fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as
servidor apenas o concursado, mesmo que ainda não estável. sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
c) A comissão de ética deve ser formada, preferencialmente, pelos dirigen- interesse do Estado. É vedado ao servidor público:
tes da organização. a) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam
d) À comissão de ética é vedado fornecer informações acerca dos registros atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses
da conduta ética dos servidores. dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos.
e) Qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo b) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autorida-
poder público deverá criar uma comissão de ética. de com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando
as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei.
18. Ao ter conhecimento de um ato administrativo ilegal, o servidor público c) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,
a)tem dever de dizer a verdade em primeiro lugar às chefias e aos demais, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou
quando autorizado, visando atentar ao princípio da hierarquia. vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
b) não pode omitir esse ato, ainda que contrário aos interesses da própria denunciá-las.
pessoa interessada ou da administração pública. d) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu
c) deverá sempre contar tudo que tiver conhecimento em qualquer situa- caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a
ção. melhor e a mais vantajosa para o bem comum.
d) poderá falsear a informação sobre o referido ato, visando preservar o e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do
interesse do governo vigente. seu conhecimento para atendimento do seu mister.
e) deverá atentar sempre ao princípio da publicidade, que é inerente à
moralidade pública. 23) Analise os itens que se seguem, relativos aos deveres fundamentais do
servidor público.
19. Ao exercer as prerrogativas funcionais inerentes ao seu cargo, o servi- I - Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o pro-
dor público deverá cesso de comunicação e contato com o público.
a) exercer, inclusive, aquelas estranhas ao seu cargo, desde que esteja II - Omitir a verdade sobre fato para beneficiar o cidadão.
atuando no atendimento ao público. III - Ser eficiente no cumprimento de suas tarefas sem ter que estar regu-
b) exercê-las em plenitude e com intensidade. larmente presente ao local de trabalho.
c) exercê-las com moderação. IV - Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito.
d) exercê-las enfaticamente quando estiver atuando no atendimento ao De acordo com o Decreto no 1.171/1994, correspondente ao Código de
público. Conduta do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, estão corre-
e) exercê-las ao seu bel-prazer. tos APENAS os itens:

20. Ao tomar ciência de que um subordinado seu praticou ato que contraria I e III.
o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo I e IV.
Federal, a despeito de não se tratar de uma ilegalidade propriamente dita, o II e III.
servidor deverá II e IV.
a) instaurar um inquérito administrativo visando apurar o desvio ético.
b) encaminhar as informações ao MP, que poderá oferecer, ou não, a 24) No que se refere à ética no serviço público e à qualidade no atendimen-
denúncia ao Poder Judiciário. to ao público, assinale a opção correta.
c) deverá, em função do espírito de solidariedade, chamar esse subordina- a) Para a qualidade do atendimento ao público, é fundamental tratar cuida-
do para conversar e dar-lhe uma nova oportunidade. dosamente os usuários dos serviços, o que torna dispensável o aperfeiço-
d) encaminhar a situação para o comitê de ética, que apreciará o caso amento do processo de comunicação.
concreto. b) O servidor deve ser cortês, ter urbanidade, sem, contudo, ter de estar
e) retirar o servidor da função que exerce e, a partir desse momento, acom- atento às limitações individuais de todos os usuários, diante do caráter
panhá-lo, evitando que exerça qualquer outra função. geral da prestação de serviços públicos
c) A manutenção da limpeza no local de trabalho e a observância de méto-
21. Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal dos adequados à sua organização não têm relação com a ética no serviço
direta, indireta, autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade público. e) O comparecimento ao trabalho com vestimentas adequadas ao
que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada exercício da função, embora recomendável, não tem relação com a conduta
uma Comissão de Ética encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética ética no serviço público.
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio d) O comparecimento ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício
público. À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarre- da função, embora recomendável, não tem relação com a conduta ética no
gados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros serviço público.
sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e) No exercício de suas atribuições, o servidor deve dar prioridade à resolu-
e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor ção de situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de
público. A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a qualquer outra forma de atraso na prestação de serviços pelo setor em que
de: exerce suas atribuições.
a) censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado
por dois terços dos seus integrantes, com ciência dos faltosos. 25) O servidor público quando instado pela legislação a atuar de forma
b) suspensão e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assi- ética, não tem que decidir somente entre o que é legal e ilegal, mas, acima
nado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. de tudo entre o que é
c) suspensão e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assi- a) oportuno e inoportuno
nado por todos os seus integrantes, sem ciência do faltoso. b) conveniente e inconveniente
d) censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado c) público e privado.
por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. d) honesto e desonesto
e) suspensão e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assi- e) bom e ruim.
nado por dois terços dos seus integrantes, com ciência dos faltosos.
26) De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
22. Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por do Poder Executivo Federal, é vedado ao servidor público:
servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer

Ética no serviço público 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I. solicitar a um servidor, que lhe é subordinado, que decida a pretensão injustiça de Angelina é procedente e eticamente justificável, pois sua con-
deduzida por um amigo seu, de acordo com o que foi por ele postulado. duta não trouxe prejuízo a ninguém.
II. ser sócio de empresa que explore jogos de azar não autorizados.
III. informar a um amigo o teor de um ato governamental, ainda não publi- b) Considere a seguinte situação hipotética. Albertino, servidor público, ao
cado, o qual afetará interesses de se comunicar com seu chefe, manipula as informações para que elas sejam
muitas pessoas, inclusive desse mesmo amigo. mais bem aceitas por ele. Nessa situação, Albertino está prejudicando sua
IV. fazer exigências desnecessárias que retardem o exercício regular de um comunicação com o chefe, pois está colocando uma barreira interpessoal
direito, pelo seu titular. no processo de comunicação com ele.

Estão corretas: c) Considere a seguinte situação hipotética. Irene, servidora pública de um


a) apenas as afirmativas I, II, III. TRT, atua na área de atendimento ao público. Irene procura conhecer bem
b) apenas as afirmativas II, III, IV. o funcionamento de seu setor, ser eficiente, interessada e atenciosa no
c) as afirmativas I, II, III, IV. trabalho. Ela faz de tudo para que os clientes fiquem satisfeitos com os
d) apenas as afirmativas III e IV. seus serviços, mesmo que tenha de ignorar algumas normas institucionais.
e) apenas as afirmativas II e IV. Nessa situação, mesmo tendo boas intenções, a atitude de Irene é contrá-
ria ao correto comportamento profissional.
27) Comissão de Ética do Servidor Público, nos termos do Decreto
1171/94, indaga qual a punição que pode ser aplicada, quando constatada a) C, C, C
conduta passível de punição no âmbito da Comissão? b) E, C, C
a) Suspensão até 30 dias. c) E, E, C
b) Suspensão até 90 dias. d) E, E, E
c) Demissão. e) E, C, E
d) Censura, com ciência do faltoso do ato da Comissão.
e) Censura com publicação no Diário Oficial, para ciência de todos 30) STJ, Cespe - Técnico Judiciário - 2008) No serviço público, o funcioná-
rio deve-se guiar pela conduta ética, que abrange aspectos da atuação e da
28) (TRT-MA, Cespe - Auxiliar Judiciário - 2005) Cada um dos itens subse- relação com os públicos externo e interno. Julgue os itens a seguir em (C)
quentes apresenta uma situação hipotética relativa à ética no serviço públi- CERTO ou (E) ERRADO, acerca do comportamento ético do servidor
co, seguida de uma afirmativa a ser julgada em (C) CERTO ou (E) ERRA- público e suas implicações.
DO.
a) Considere a seguinte situação hipotética. Paula, auxiliar judiciária, tem 1) O funcionário, ao atender o usuário de seu serviço, deve ser cortês e
entre suas atribuições as tarefas de proceder à entrega e ao recebimento interessado, mesmo que este usuário apresente comportamento irritado e
de documentos, retirar e devolver livros na biblioteca e providenciar fotocó- indelicado ou seja de classe socioeconômica inferior à sua ou, ainda,
pias. Paula atende a três setores de um tribunal regional do trabalho (TRT), ostente símbolos religiosos diferentes de sua religião.
sendo que, em um deles, a chefe é uma pessoa com quem Paula se relaci-
ona muito bem. Para esse setor, Paula é sempre mais ágil e atenciosa com 2) O funcionário que, no exercício de suas funções, deixa o usuário de seu
relação à execução das tarefas, recebendo, eventualmente, presentes da serviço à espera enquanto atende ligação telefônica particular por 20 minu-
chefia do setor em agradecimento a sua presteza e seu interesse ao reali- tos causa danos morais a esse usuário.
zar os serviços. Nessa situação, é correto afirmar que a conduta de Paula é
antiética, pois privilegia o atendimento de um setor específico e é benefici- 3) Caso o chefe de um órgão público determine a seu subordinado a exe-
ada com presentes por essa ação. cução de ato vetado pelo código de ética no serviço público, o servidor
b) Considere a seguinte situação hipotética. Carlos, servidor público há 6 deverá obedecer prontamente à determinação, pois é seu dever respeitar a
anos, tem sob sua guarda patrimonial todos os equipamentos eletrônicos hierarquia em todas as situações.
do seu setor. Por necessidade pessoal, Carlos pegou, sem consultar nin-
guém, um aparelho que teve baixa patrimonial por ter sido considerado 4) Caso ocorra uma tentativa de suborno por parte do usuário, compete ao
ultrapassado. Nessa situação, é correto afirmar que o comportamento de funcionário recusar a proposta e registrar a ocorrência, omitindo a identifi-
Carlos é cação do usuário porque, mesmo nessas condições, o funcionário tem o
c) Considere a seguinte situação hipotética. Marly, servidora pública de um compromisso ético de preservar a idoneidade moral do usuário.
tribunal, sabe executar bem suas tarefas. Ela tem consciência de que tem
um bom desempenho profissional e, por isso, muitas vezes deixa de cum- 5) Em situações únicas, se o servidor necessitar de mão-de-obra, equipa-
prir as orientações superiores, pois, de acordo com seu entendimento, o mento ou material do órgão público para atender necessidades de superio-
resultado de seu trabalho atende bem às necessidades do seu setor. Nessa res ou imprevistos pessoais, estará impedido pelo código de ética, mas
situação, é correto afirmar que a conduta autônoma de Marly é antiética, poderá pedir auxílio a colega prestador de serviço temporário e não-
pois desrespeita a hierarquia estabelecida no serviço público. remunerado,pois, nessa categoria, o trabalhador não é considerado servi-
dor público e não está submetido às mesmas restrições éticas.
a) C, C, C a)C - C - C - E – E
b) E, C, C b)C - C - E - E – E
c) E, E, C c)E - C - E - C – E
d) E, E, E d)E - C - E - E – E
e) C, E, C e)C - E - E - E - C

29) (TRT-MA, Cespe - Auxiliar Judiciário - 2005) Cada um dos próximos


itens apresenta uma situação hipotética acerca do comportamento profissi- GABARITO
onal, seguida de uma afirmativa a ser julgada em (C) CERTO ou (E) ER-
RADO. 1. D
2. D
a) Considere a seguinte situação hipotética. Angelina, auxiliar judiciária do 3. A
TRT, foi indiscreta no ambiente de trabalho ao comentar com seus colegas 4. D
o que ouviu na reunião de diretores em ocasião em que estava dando apoio 5. 1-C; 2-C; 3-C; 4-E
ao atendimento do serviço de copa do tribunal. Ao receber advertência de 6. D
seu chefe imediato, Angelina julgou-se injustiçada, pois sua conduta não 7. C
gerou nenhuma consequência ao tribunal. Nessa situação, o sentimento de 8. C
9. E

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10. E b) Com a reforma administrativa promovida por meio da
11. E Emenda Constitucional nº. 19/98, restou afastada a necessi-
12. C dade de instituição de comissão para que se dê a avaliação
13. C de desempenho do servidor, durante seu estágio probatório.
14. E c) Se restar declarada a desnecessidade do cargo, o servidor,
15. A mesmo que ainda não seja estável, poderá ficar em disponibi-
16. A lidade.
17. E d) Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
18. B estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga,
19. C se estável, reconduzido ao cargo de origem. Em tal hipótese,
20. D ambos os servidores (o reintegrado e o reconduzido) terão o
21. D direito à indenização, em vista da falha cometida pela Admi-
22. E nistração Pública.
23. B e) Na sistemática da Constituição Federal, está claro que há
24. E distinção entre estabilidade e efetividade.
25. D
26. C 5. (Técnico em Finanças e Controle SFC 2000) São requisitos
27. D simultâneos para a aquisição de estabilidade no serviço públi-
28. B co, exceto:
29. C a) declaração de idoneidade financeira
30. B b) três anos de efetivo exercício
c) aprovação em concurso público
d) nomeação para cargo de provimento efetivo
e) aprovação em avaliação especial de desempenho
LEI 8112/90 6. (Auditor Fiscal da Receita Federal SRF 2001) Em relação à
Trabalho elaborado pelo Prof. Elyesley Silva. posse do servidor público, é incorreto afirmar:
a) haverá posse em todos os casos de provimento de cargo
1. (Especialista ANA 2009) Sabendo-se que a prévia habilita- b) a posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publi-
ção em concurso público é condição necessária à nomeação cação do ato de provimento
para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efeti- c) a posse dependerá de prévia inspeção médica oficial
vo, e considerando o que dispõe a Lei n. 8.112/1990, é cor- d) a posse dar-se-á mediante procuração específica
reto afirmar sobre tal instituto que: e) no ato da posse o servidor declarará seus bens e os valo-
a) poderá ser aberto novo concurso ainda que haja candidato res de seu patrimônio
aprovado em concurso anterior com prazo de validade já
expirado. 7. (Especialista ANA 2009) De acordo com a Lei n.
b) será de provas, de títulos ou de provas e títulos. 8.112/1990, são formas de provimento de cargo público, ex-
c) poderá ter validade de um ano e ser prorrogado uma única ceto:
vez, por mais dois anos. a) Nomeação.
d) terá seu prazo de validade e condições de realização fixa- b) Promoção.
dos em Decreto Presidencial. c) Readaptação.
e) poderá ter validade de seis meses e ser prorrogado várias d) Recondução.
vezes, por mais seis meses em cada prorrogação, até o limite e) Remoção.
de quatro anos.
8. (Analista De Finanças e Controle CGU 2006) Não integra o
2. (Analista de Planejamento e Gestão MPOG 2003) Nos rol de requisitos básicos para investidura em cargo público:
termos do Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, o a) gozo dos direitos políticos.
estágio probatório será avaliado com base em alguns fatores. b) nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo.
Assinale, no rol abaixo, o fator que não está previsto na nor- c) aptidão física e mental.
ma positiva: d) comprovação de ausência de condenação penal.
a) disciplina e) idade mínima de dezoito anos.
b) capacidade de iniciativa
c) pontualidade 9. (Tecnico administrativo ANEEL 2004) Virgílio, servidor
d) assiduidade público federal, estável, foi reintegrado no cargo que ocupava
e) responsabilidade anteriormente. Porém, esse cargo estava provido por Sócra-
tes. Nesse caso, o servidor Sócrates, também estável, será
3. (Analista de Finanças e Controle STN 2002) O servidor reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou
nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibili-
concurso público adquire estabilidade dade.
a) após dois anos de exercício. b) exonerado do cargo de origem, com direito a indenização,
b) após três anos de exercício. ou transferido para outro cargo, ou, ainda, colocado à disposi-
c) após cinco anos de exercício. ção.
d) quando toma posse. c) revertido ao cargo de origem, com direito à indenização, ou
e) quando entra em exercício. redistribuído para outro cargo, ou, ainda, posto em disponibili-
dade.
4. (Procurador da Fazenda Nacional 2004) Em vista dos pre- d) removido para o cargo de origem, com direito a indeniza-
ceitos constitucionais que tratam da estabilidade do servidor ção, readaptado para outro cargo, ou, ainda, colocado
público, assinale a opção correta. à disposição.
a) Na atualidade, existem apenas duas formas de perda do e) reintegrado também ao cargo de origem, com direito a
cargo pelo servidor público estável: em virtude de sentença indenização, ou exonerado, com indenização, ou, ainda, pos-
judicial transitada em julgado, ou mediante processe adminis- to em disponibilidade.
trativo disciplinar em que lhe seja assegurada ampla defesa.

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10. (Advogado IRB 2006) Relativamente às formas de provi- União, com as alterações advindas das mutações constitucio-
mento do servidor público, assinale a opção em que o servi- nais pertinentes, assinale a afirmativa correta.
dor passa a exercer suas atribuições como excedente. a) O servidor será exonerado do cargo se não tomar posse no
a) Reintegração prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provi-
b) Readaptação mento.
c) Recondução b) A investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação.
d) Redistribuição c) O servidor não aprovado no estágio probatório será demiti-
e) Reversão, no interesse da Administração do ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocu-
pado.
11. (Analista De Finanças e Controle CGU 2006) O retorno à d) O servidor investido no mandato de Prefeito será afastado
atividade, do servidor público civil da União, regido pela Lei n. do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
8.112/90, para o cargo em que tenha sido colocado em dis- e) O servidor habilitado em concurso público e empossado
ponibilidade dar-se-á mediante em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no
a) aproveitamento. serviço
b) readmissão. público ao completar dois anos de efetivo exercício.
c) reintegração.
d) reversão. 17. (Analista de Finanças e Controle CGU 2006) Os ocupan-
e) recondução. tes de cargos em comissão, na Administração Pública Fede-
ral, sem
12. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) São formas nela deterem outro vínculo funcional efetivo são.
de provimento de cargo público, exceto: a) regidos pelo regime da CLT (legislação trabalhista).
a)aproveitamento. b) submetidos ao regime jurídico disciplinar, previstos na Lei
b) transferência. nº. 8.112/90, que estabeleceu o regime jurídico único dos
c) recondução. servidores civis federais.
d) promoção. c) filiados obrigatórios do Plano de Seguridade Social do
e) reversão. Servidor estabelecidos na Lei nº. 8.112/90.
d) destinatários dos mesmos direitos e das vantagens, que a
13. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Servidor Lei nº. 8.112/90 assegure aos servidores titulares de cargos
Público não estável responde a processo administrativo disci- efetivos, inclusive aposentadoria.
plinar, ao final do qual é demitido. Um ano após a demissão, o e) destinatários dos direitos e vantagens assegurados na Lei
ex-servidor consegue ver anulado o ato administrativo que o nº. 8.112/90, aos servidores efetivos, inclusive os relativos a
demitiu. Feitas tais considerações, assinale a opção correta. licenças.
a) A anulação da demissão gera para o servidor a reintegra-
ção imediata ao cargo ocupado. 18. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Determinado
b) O servidor não possui direito a retornar ao cargo antes concurso público, destinado a selecionar candidatos a cargos
ocupado por não ser estável quando foi demitido. públicos na Administração Federal, teve seu edital publicado
c) Em face dos efeitos produzidos pelo ato administrativo em 02/01/2006, com prazo de validade de um ano, prorrogá-
anulado, o servidor tem o direito de retornar ao cargo de ori- vel por igual período. O concurso foi homologado em
gem. 03/03/2006. Não houve prorrogação. Determinado candidato
d) Haverá reintegração desde que o servidor tenha completa- provado foi nomeado em 01/03/2007, respeitada a ordem de
do tempo suficiente para a aquisição da estabilidade sua classificação. A posse deu-se 30 (trinta ) dias depois da
quando a demissão foi anulada. nomeação. O exercício ocorreu 15 (quinze) dias depois da
e) A reintegração será possível desde que, embora ainda não posse. Baseado nos fatos acima narrados Baseado nos fatos
estável, o servidor já tenha cumprido o estágio probatório. acima narrados, assinale a única
opção correta.
14. (Especialista ANA 2009) Um servidor público federal está- a) A nomeação é válida.
vel foi demitido após processo administrativo disciplinar. b) A nomeação é nula, vez que realizada fora do prazo de
Inconformado com a decisão, ajuizou uma ação em que re- validade do concurso.
quereu a anulação da decisão administrativa. Ao final de seu c) A posse é nula, vez que ocorrida fora do prazo de validade
processamento, o servidor obteve decisão transitada em do concurso.
julgado favorável a seu pedido. Nos termos da Lei n. 8.112, d) A nomeação somente seria válida até 02/01/2007.
de 11 de dezembro de 1990, a fim de que o servidor retorne a e) A investidura não é válida, pois dois de seus atos ocorre-
seu cargo de origem, ainda existente, a decisão judicial deve- ram após o encerramento da validade do concurso.
rá ter determinado sua:
a) readaptação. 19. (Tecnico Administrativo MPU 2004) A Lei nº 8.112/90, que
b) reintegração. dispõe sobre o regime jurídico, do servidor público federal,
c) reversão. prevê várias formas de provimento e vacância de cargos
d) recondução. efetivos, algumas das quais, necessariamente, são comuns e
e) disponibilidade. simultâneas a ambas, como é o caso
a) do aproveitamento.
15. (Tecnico Judiciario-administrativa TRT 7º 2003) Para a b) da disponibilidade.
posse, em qualquer cargo público federal, pode-se considerar c) da reintegração
dispensável a d) da reversão.
a) apresentação da declaração de bens. e) da readaptação.
b) aptidão em inspeção médica.
c) observância de prazo. 20. (Técnico da Receita Federal SRF 2006) À luz da Lei n.
d) quitação eleitoral. 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores
e) aprovação em concurso público. públicos civis da União, não constitui forma de provimento
nem de vacância de cargo, a figura
16. (Especialista – Administração ANA 2009) Considerando o a) do aproveitamento.
que dispõe o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis b) da promoção.
da c) da readaptação.

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d) da recondução.
e) da redistribuição. 26. (Auditor Fiscal da Receita Federal 2005) No âmbito do
Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União (Lei
21. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) São hipóte- nº.
ses de vacância que importam provimento em novo cargo: 8.112/90), a vantagem que se caracteriza como indenização
a)promoção e readaptação. é.
b) exoneração e demissão. a) ajuda de custo,
c) aposentadoria e posse em outro cargo inacumulável. b) adicional de insalubridade
d) redistribuição e remoção. c) gratificação natalina
e) disponibilidade. d) abono pecuniário.
e) adicional noturno.
22. (Técnico Administrativo ANEEL 2006) Assinale a opção
que contemple uma forma de vacância comum aos cargos 27. (Analista de Finanças e Controle CGU 2006) A licença a
efetivos favor do servidor público para o exercício de atividade política
e em comissão. será
a) Promoção. a) não-remunerada, até o limite de três meses.
b) Demissão. b) remunerada, até o limite de três meses, entre o registro de
c) Exoneração. sua candidatura e o décimo dia seguinte ao da eleição.
d) Readaptação. c) remunerada, desde a escolha em convenção partidária, até
e) Redistribuição. o décimo dia seguinte ao da eleição.
d) não-remunerada, entre o dia da escolha em convenção
23. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Assinale o partidária até o décimo dia seguinte ao da eleição.
tipo de exoneração que se caracteriza por encerrar um juízo e) remunerada, até o limite de quatro meses, entre a escolha
de em convenção partidária e a data da eleição.
conveniência e oportunidade da Administração.
a)Exoneração ad nutum. 28. (Especialista – Administração ANA 2009) A Lei n.
b) Decorrente de não aprovação do servidor não estável em 8.112/1990, além de vencimento e vantagens, também defere
estágio probatório. aos servidores públicos federais alguns adicionais, retribui-
c) A pedido do servidor. ções e gratificações. Neste conjunto não se inclui:
d) Quando o servidor não toma posse no prazo legal. a) A gratificação natalina.
e) Em razão da não observância do limite gasto com pessoal b) O adicional por tempo de serviço.
previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. c) A gratificação por encargo de curso ou concurso.
d) O adicional pela prestação de serviço extraordinário.
24. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Correlacione e) A retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e
as colunas abaixo a respeito dos tipos de vantagens previstas assessoramento.
na Lei n. 8.112/90: (1) adicional (2) gratificação (3) indeniza-
ção 29. (Especialista em Regulação ANEEL 2006) O servidor
( ) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e ocupante de cargo público federal efetivo, regido pelo regime
assessoramento. jurídico da Lei nº8. 112 90, desde que regularmente nomea-
( ) Pagamentos que possuam relação com o local e a nature- do, após aprovação em concurso, tem direito a licença remu-
za do trabalho. nerada, pelo prazo de até
( ) Ajuda de custo. dois anos, a fim de acompanhar cônjuge, deslocado para
( ) Retribuição por encargo de curso ou concurso. servir em outro ponto, dê território nacional.
( ) Diárias. b) dois anos consecutivos, para trato de assuntos particu-
a) 2 - 1 - 3 - 2 - 3 lares.
b) 3 - 2 - 3 - 1 - 2 c) dois anos, para o desempenho de mandato, em asso-
c) 2 - 1 - 2 - 3 - 1 ciação
d) 3 - 1 - 2 - 3 - 3 de classe ou entidade sindical, da respectiva categoria.
e) 2 - 1 - 2 - 3 – 2 d) 10 dias, por motivo de seu casamento ou falecimento
de
25. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Leia aten- seus pais, avós, irmãos filhos, netos e outros parentes,
tamente as situações abaixo para classificá-las como enseja- e) 30 dias, por motivo de doença do seu cônjuge, dos
doras de uma das duas opções oferecidas. Após, identifique a pais ou
opção que traga a seqüência correta. dos filhos, quando indispensável for a sua assistência.
(1) Reposição ao Erário (2) Indenização ao Erário
( ) Motorista oficial, servidor público efetivo, infringe as leis de 30. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Assinale
trânsito fazendo com que a União seja multada. a opção que contempla licença em que há a possibilidade
( ) Servidor público efetivo recebe importância superior a que de sua concessão ao servidor, ora com, ora sem remune-
lhe era devida em razão de erro material por parte da Admi- ração.
nistração. a) Licença capacitação.
( ) Servidor público efetivo desatentamente liga equipamento b) Licença por motivo de doença em pessoa da família.
elétrico na tomada com cuja voltagem ele era incompatível, c) Licença para tratar de interesses particulares.
causando a destruição do aparelho. d) Licença para tratamento de saúde do próprio servidor.
( ) Servidor público efetivo recebe valores em decorrência do e) Licença adotante.
cumprimento de uma decisão judicial, que é posteriormente
modificada, tornando-os indevidos. 31. (Analista De Finanças e Controle CGU 2006) Se o
a) 1/2/1/2 servidor público civil, regido pelo regime da Lei n.
b) 2/1/1/2 8.112/90, receber
c) 1/1/2/2 penalidade administrativa de advertência e de suspensão,
d) 2/2/1/2 sem vir a cometer nova infração disciplinar, elas terão
e) 2/1/2/1 seus
registros cancelados, após o decurso de

Ética no serviço público 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) 3 anos, em ambos os casos. d) convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por
b) 5 anos, em ambos os casos. cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando a
c) 2 e 3 anos, respectivamente. servidora obrigada a permanecer em serviço.
d) 3 e 5 anos, respectivamente. e) reduzida pela metade, mas com fixação de uma multa,
e) 5 e 10 anos, respectivamente. também na base de 50% (cinqüenta por cento) da remu-
neração, podendo a servidora permanecer no serviço se
32. (Adminstrador ENAP 2006) O regime jurídico dos solicitada pela chefia.
servidores públicos federais, de que trata a Lei n.
8.112/90, prevê a 36. (CGU 2004) A destituição de cargo em comissão é
possibilidade de aplicação da penalidade de suspensão, prevista na Lei nº. 8.112/90, especificamente, para quan-
no caso de do o servidor
a) inassiduidade habitual. a) perde o fator confiança.
b) insubordinação grave em serviço. b) comete falta grave, no seu cargo efetivo.
c) ofensa física a servidor em serviço. c) comete falta grave, mas não detém cargo efetivo.
d) reincidência em falta punida com advertência. d) for demitido do seu cargo efetivo.
e) servidor primário na inobservância de violação da proi- e) renuncia ao exercício do seu comissionamento.
bição
de recusar fé a documento público. 37. (Especialista em Políticas Públicas MPOG 2002)
Tratando-se de acumulação de cargos e empregos públi-
33. (Auditor Fiscal da Previdencia Social INSS 2002) No cos, avalie a
Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, Lei nº seguinte situação: José, Auditor aposentado da Receita
8.112/90, a pena de demissão ou destituição de cargo em Federal, é Professor da autarquia Universidade Federal
comissão, não implica a indisponibilidade dos bens e o do Rio
ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal de Janeiro - UFRJ. Pretende, agora, submeter-se ao
cabível no caso de: concurso público para Gestor governamental. Uma vez
a) corrupção. aprovado, aponte
b) aplicação irregular de dinheiros públicos. a sua conduta lícita.
c) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio a) Pediria licença sem remuneração da UFRJ para tomar
nacional. posse como Gestor.
d) improbidade administrativa. b) Poderia assumir o novo cargo, sem qualquer alteração
e) crime contra a administração pública. em sua situação funcional.
c) Somente poderia assumir o novo cargo de Gestor se
34. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Consi- renunciasse à aposentadoria de Auditor.
derando as disposições relativas às proibições constantes d) Para assumir o novo cargo de Gestor, teria de deixar o
da Lei n. magistério na UFRJ e renunciai à aposentadoria de Audi-
8.112, de 11 de dezembro de 1990, assinale a opção tor.
correta. e) Pediria aposentadoria proporcional na UFRJ para to-
a)Servidor que preside e administra clube de futebol pro- mar posse como Gestor.
fissional, registrado como sociedade empresária, não
incide em hipóteses de proibição. 38. (Auditor Fiscal da Receita Federal 2005) A Emenda
b) A proibição de valer-se do cargo para lograr proveito Constitucional nº. 34/01 alterou uma regra relativa exce-
pessoal ou de outrem caracteriza-se mesmo que ausente ção ao princípio de não-acumulação remunerada de car-
a vantagem financeira. gos públicos. Essa alteração referiu-se à possibilidade da
c) Inexiste proibição inerente ao nepotismo no âmbito acumulação lícita de
desta Lei. a) um cargo de juiz e um de professor.
d) É permitido ao servidor público atuar como procurador b) um cargo técnico e outro de provimento em comissão.
ou intermediário junto a repartições públicas quando se c) um cargo de professor e outro de provimento em co-
tratar de missão.
parentes até o segundo grau civil, cônjuge ou companhei- d) um cargo de provimento em comissão, de recrutamen-
ro. to amplo, e os proventos do servidor aposentado.
e) É vedado ao servidor em geral o recebimento de propi- e) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
na, comissão, presente ou vantagem de qualquer espé- saúde, com profissões regulamentadas.
cie, em razão de suas atribuições, exceto se a vantagem
não ultrapassar o valor de R$ 100,00 (cem reais). 39. (Fiscal Trabalho 2003) Relativamente à responsabili-
dade do servidor público assinale a afirmativa falsa.
35. (Tecnico administrativo ANEEL 2004) Madalena, na a) A responsabilidade penal abrange exclusivamente os
qualidade de servidora pública federal, é reincidente de crimes imputados ao servidor, nessa qualidade.
duas faltas punidas com advertência. Diante disso, foi b) As sanções penais, civis e administrativas poderão
agora punida com suspensão pelo período de 45 (quaren- cumular-se, sendo independentes entre si.
ta e cinco) dias. Entretanto, sempre demonstrou eficiên- c) A obrigação de reparar o dano estende-se aos suces-
cia, prestando serviços com dedicação. Nesse caso, sores do servidor, até o limite do, valor da herança rece-
havendo conveniência para o serviço a pena de suspen- bida.
são poderá ser d) A responsabilidade administrativa não pode subsistir
a) interrompida por período não superior a 30 dias, consi- quando houver absolvição criminal que negue a existên-
derando que a pena de suspensão aplicada foi superior a cia do fato.
30 dias, e igual ou inferior a 60 dias. e) A responsabilidade civil-administrativa pode resultar de
b) interrompida pelo prazo máximo de 15 (quinze) dias, ato comissivo ou omissivo.
considerando que a pena de suspensão aplicada foi igual
ou inferior a 60 (sessenta) dias. 40. (Fiscal do Trabalho 2006) Sobre a responsabilidade
c) substituída pela multa correspondente a 30% (trinta do servidor público é correto afirmar que:
por cento), por dia de vencimento, ficando a servidora I. a responsabilidade administrativa resulta de atos ou
obrigada a cumprir metade da jornada de trabalho. omissões praticados nos desempenho do cargo ou fun-

Ética no serviço público 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ção.
II. A existência de dolo constitui condição necessária à 44(NCE/POLÍCIA CIVIL RJ/2002) Com relação ao processo
imputação de responsabilidade civil por ato que resulte administrativo disciplinar adotado no Estado do Rio de Janei-
prejuízo ao erário ou a terceiros. ro, no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis, analise as
III. Nos casos em que a Fazenda Pública for condenada a afirmativas a seguir:
indenizar terceiro, por ato de servidor público no exercício I. É possível a aplicação da punição suspensão por até trinta
da função, assiste-lhe o direito de regresso contra o res- dias nos autos de sindicância.
ponsável, desde que o mesmo tenha agido com dolo ou II. A exoneração será aplicada nas faltas graves superiores as
culpa. que ensejam a punição de suspensão.
IV. A obrigação de reparar o dano causado ao erário III. A aplicação da punição de advertência dispensa a instau-
estende-se aos sucessores do servidor e contra eles será ração formal de sindicância ou processo administrativo.
executada, A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente:
até o limite do valor da herança recebida. a) I
V. a absolvição criminal que negue a existência do fato b) II
afasta a responsabilidade administrativa. c) III
Estão corretas: d) I e II
a) as afirmativas I, II, III, IV e V. e) I e III
b) apenas as afirmativas I, III, IV e V.
c) apenas as afirmativas II, IV e V. 45(NCE/MPE RJ/2001) Com relação aos recursos administra-
d) apenas as afirmativas I, II e IV. tivos e de acordo com o posicionamento doutrinário de Hely
e) apenas as afirmativas I, III e IV. Lopes Meirelles, analise as afirmativas a seguir:
I Inexistindo previsão expressa na lei, presume-se que o re-
41(NCE/AGU/2006) O processo administrativo, em sentido curso administrativo não deve ser recebido no efeito suspen-
amplo, designa o conjunto de atos coordenados para a solu- sivo.
ção de controvérsia no âmbito administrativo. Existem alguns II A coisa julgada administrativa não retira do interessado a
princípios próprios do processo administrativo, dentre os possibilidade de provocar o controle judicial do ato impugna-
quais o que assegura a possibilidade de instauração do pro- do.
cesso por iniciativa da Administração Pública, independente- III O recurso administrativo que não é recebido no efeito sus-
mente de provocação do administrado e, ainda, a possibilida- pensivo não interfere no prazo de prescrição administrativa.
de de impulsionar o processo adotando todas as medidas São verdadeiras as afirmativas:
necessárias a sua adequada instrução. Trata-se a) I e II;
do seguinte princípio: b) I e III;
(A) publicidade; c) II e III;
(B) atipicidade; d) I, II e III;
(C) oficialidade; e) nenhuma.
(D) obediência à forma e aos procedimentos;
(E) gratuidade. 46(NCE/CEPEL/2005) No processo administrativo, admite-se
a interposição de recursos administrativos. Sobre a matéria,
42(NCE/AGE/2006) Sobre o processo administrativo, analise analise as afirmativas a seguir:
as afirmativas a seguir: I Os recursos administrativos, como regra, não têm efeito
I. Os recursos administrativos normalmente não são recebi- suspensivo.
dos com efeito suspensivo, sendo possível a execução da II A coisa julgada administrativa significa que uma decisão
decisão recorrida enquanto o recurso não for apreciado. administrativa se tornou definitiva no âmbito da Administração
II. Em razão do princípio da informalidade, o processo admi- Pública.
nistrativo não está sujeito às mesmas solenidades aplicadas III De acordo com a Constituição, a parte interessada em um
ao processo judicial. processo administrativo somente poderá acionar o Poder
III. O processo administrativo, como regra, é impulsionado por Judiciário após esgotar os recursos administrativos existentes
provocação da parte interessada, sendo vedada a atuação de na lei.
ofício da Administração Pública. É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s):
São verdadeiras somente as afirmativas: a) I e II;
(A) I e II; b) I e III;
(B) I e III; c) II e III;
(C) II e III; d) I, II e III;
(D) I, II e III; e) nenhuma.
(E) nenhuma.
47(NCE/CEPEL/2005) Sobre o processo administrativo, é
43(NCE/POLÍCIA CIVIL RJ/2002) Com relação aos princípios INCORRETO afirmar que:
aplicáveis à Administração Pública, analise as afirmativas a a) o processo administrativo obedece ao princípio do informa-
seguir: lismo que permite a simplificação dos atos processuais;
I. O princípio da motivação somente é exigido para as deci- b) a instauração de qualquer processo administrativo depende
sões administrativas dos tribunais. de requerimento fundamentado da parte interessada;
II. A lesão ao princípio da moralidade administrativa justifica a c) as decisões proferidas nos processos administrativos de-
propositura da ação popular. vem ser fundamentadas sob pena de nulidade;
III. Como regra, o princípio da segurança jurídica veda, nos d) as decisões proferidas nos processos administrativos po-
processos administrativos, a aplicação retroativa por parte da dem ser controladas pelo Poder Judiciário no aspecto da
Administração Pública de nova interpretação. legalidade;
A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente: e) o pedido de reconsideração será apreciado pela mesma
a) I e II autoridade que praticou o ato.
b) I e III
c) II e III 48(NCE/Advogado ELETRONORTE/2006) Sobre o processo
d) I, II e III administrativo, analise as seguintes afirmativas:

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I. Como regra, aplicam-se ao processo administrativo as
mesmas solenidades existentes no processo judicial. ___________________________________
II. As decisões proferidas no processo administrativo devem
ser motivadas. ___________________________________
III. Cada ente estatal deverá elaborar sua própria legislação
___________________________________
sobre processo administrativo disciplinar aplicável aos seus
servidores. ___________________________________
São verdadeiras somente as afirmativas:
(A) I e II; ___________________________________
(B) I e III; _______________________________________________________
(C) II e III;
(D) I, II, III ; _______________________________________________________
(E) nenhuma.
_______________________________________________________
49(NCE/Eletronorte/2006) Sobre o processo administrativo, _______________________________________________________
analise as seguintes afirmativas:
I. Como regra, aplicam-se ao processo administrativo as _______________________________________________________
mesmas solenidades existentes no processo judicial. _______________________________________________________
II. As decisões proferidas no processo administrativo devem
ser motivadas. _______________________________________________________
III. Cada ente estatal deverá elaborar sua própria legislação _______________________________________________________
sobre processo administrativo disciplinar aplicável aos seus
servidores. _______________________________________________________
São verdadeiras somente as afirmativas:
_______________________________________________________
a) I e II;
b) I e III; _______________________________________________________
c) II e III;
d) I, II, III ; _______________________________________________________
e) nenhuma. _______________________________________________________
50. .A respeito do recurso no processo administrativo, analise _______________________________________________________
a veracidade das frases. _______________________________________________________
I. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento
da sanção. _______________________________________________________
II. O órgão competente para decidir o recurso poderá confir-
mar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a
_______________________________________________________
decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. _______________________________________________________
III. O não conhecimento do recurso impede a Administração
de rever de ofício o ato administrativo, mesmo ilegal. _______________________________________________________
IV. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação _______________________________________________________
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-
se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente _______________________________________________________
para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futu-
_______________________________________________________
ras decisões administrativas em casos semelhantes, sob
pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, admi- _______________________________________________________
nistrativa e penal
Está(ão) correta(s): _______________________________________________________
a) I, II. e III _______________________________________________________
b) II e III.
c) I, III, IV _______________________________________________________
d) III e IV. _______________________________________________________
e) I, II e IV.
_______________________________________________________
Luís Gustavo
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Editora Ferreira
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GABARITO
_______________________________________________________
RESPOSTAS _______________________________________________________
01. D 11. A 21. A 31. D 41. C
02. C 12. B 22. C 32. D 42. A _______________________________________________________
03. B 13. C 23. A 33. E 43. C _______________________________________________________
04. E 14. B 24. A 34. B 44. A
05. A 15. E 25. E 35. D 45. D _______________________________________________________
06. A 16. D 26. A 36. C 46. A _______________________________________________________
07. E 17. B 27. B 37. C 47. B
08. D 18. A 28. B 38. E 48. C _______________________________________________________
09. A 19. E 29. E 39. A 49. C
10. B 20. E 30. B 40. B 50. E _______________________________________________________
_______________________________________________________
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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
(MPU)

TÉCNICO DO MPU
ÁREA DE ATIVIDADE: APOIO TÉCNICO ADMINISTRATIVO
ESPECIALIDADE: SEGURANÇA INSTITUCIONAL E TRANSPORTE

VOLUME 2

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
TRÂNSITO E MANUTENÇÃO VEICULAR:
1 Legislação de Trânsito:
Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997 e atualizações) e Resoluções do CONTRAN pertinentes à
condução de veículos. ....................................................................................................................................... 1
2 Conhecimento geral sobre o funcionamento de veículos automotores de passeio, ônibus e caminhões. .. 66
2.1 Noções de elétrica e de mecânica de veículos automotores a gasolina, álcool e diesel.
2.1.1 Sistema de freios.
2.1.2. Sistema de suspensão (vibrações e ruídos).
2.1.3 Sistema de direção (mecânica e hidráulica).
2.1.4 Sistema de transmissão.
2.1.5 Motor: sistema de alimentação de combustível (álcool, gasolina, diesel e GNV).
2.1.6 Sistema de arrefecimento (água e ar).
2.1.7 Sistema de distribuição.
2.1.8 Sistema elétrico.
2.1.9 Sistema de lubrificação.
2.1.10 Sistemas eletrônicos.
2.1.11 Sistema de ignição (convencional e eletrônica).
2.1.12 Injeção eletrônica (princípios básicos).
2.1.13 Pneumática.
2.1.14 Alinhamento e balanceamento.
3 Direção defensiva e preventiva. ...................................................................................................................91
4 Noções de meio ambiente. ..........................................................................................................................105

SEGURANÇA INSTITUCIONAL:
1 Técnicas operacionais. ................................................................................................................................... 1
2 Segurança física e patrimonial das instalações. ............................................................................................ 1
3 Prevenção e combate a incêndio. .................................................................................................................. 2
4 Identificação, emprego e utilização de equipamentos eletrônicos de segurança: sensores, sistemas de
alarme, cercas elétricas, CFTV (circuito fechado de televisão). ......................................................................15
5 Defesa pessoal. ............................................................................................................................................16
6 Armamento e tiro. .........................................................................................................................................18
7 Segurança de dignitários. .............................................................................................................................28
8 Crimes contra o patrimônio. .........................................................................................................................61
9 Noções de primeiros-socorros. .....................................................................................................................64
10 Estatuto do desarmamento (Lei nº 10.826/2003): capítulo II (arts. 4º e 5º) capítulo III (arts. 4º a 10º capítulo IV
(arts. 12 a 20) e capítulo V (art. 25). 11 Relações Humanas. .........................................................................89
11.1 Qualidade no atendimento ao público: comunicabilidade; apresentação; atenção; cortesia; interesse;
presteza; eficiência; tolerância; discrição; conduta; objetividade. 11.2 Trabalho em equipe. ........................97

TÓPICOS DE DIREITOS HUMANOS:


1 Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada e proclamada pela Resolução 217-A (III) – da As-
sembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948). ................................................................ 1
2 Os Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988 (artigos 5º ao 15º). .................................................. 5

1 Técnico do MPU – VOL.2

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PÚBLICO A QUE SE DESTINA, ASSIM COMO SUA AQUISIÇÃO NÃO GARANTE A INSCRIÇÃO DO
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NÃO IMPEDE QUE SE UTILIZE O MANUSEIO DE LIVROS, SITES, JORNAIS, REVISTAS, ENTRE OUTROS
MEIOS QUE AMPLIEM OS CONHECIMENTOS DO CANDIDATO, PARA SUA MELHOR PREPARAÇÃO.

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ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAL.

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pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de
TRÂNSITO E MANUTENÇÃO VEICULAR: acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias es-
peciais.
1 Legislação de Trânsito: Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consi-
Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997 e atualiza- deradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública
ções) e e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos
Resoluções do CONTRAN pertinentes à condução de veícu- por unidades autônomas.
los. Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qual-
2 Conhecimento geral sobre o funcionamento de veículos quer veículo, bem como aos proprietários, condutores dos
automotores de passeio, ônibus e caminhões. veículos nacionais ou estrangeiros e às pessoas nele expres-
2.1 Noções de elétrica e de mecânica de veículos automoto- samente mencionadas.
res a gasolina, álcool e diesel. Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os
2.1.1 Sistema de freios. efeitos deste Código são os constantes do Anexo I.
2.1.2. Sistema de suspensão (vibrações e ruídos). CAPÍTULO II
2.1.3 Sistema de direção (mecânica e hidráulica). DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
2.1.4 Sistema de transmissão.
Seção I
2.1.5 Motor: sistema de alimentação de combustível (álcool,
Disposições Gerais
gasolina, diesel e GNV).
2.1.6 Sistema de arrefecimento (água e ar). Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de ór-
2.1.7 Sistema de distribuição. gãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e
2.1.8 Sistema elétrico. dos Municípios que tem por finalidade o exercício das ativida-
2.1.9 Sistema de lubrificação. des de planejamento, administração, normatização, pesquisa,
2.1.10 Sistemas eletrônicos. registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e
2.1.11 Sistema de ignição (convencional e eletrônica). reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação
2.1.12 Injeção eletrônica (princípios básicos). do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de
2.1.13 Pneumática. infrações e de recursos e aplicação de penalidades.
2.1.14 Alinhamento e balanceamento. Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de
3 Direção defensiva e preventiva. Trânsito:
4 Noções de meio ambiente. I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito,
com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa am-
biental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumpri-
1 Legislação de Trânsito: mento;
Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997 e atuali- II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padroniza-
zações) e ção de critérios técnicos, financeiros e administrativos para a
Resoluções do CONTRAN pertinentes à condução de execução das atividades de trânsito;
veículos. III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de
informações entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997. de facilitar o processo decisório e a integração do Sistema.
Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Seção II
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- Da Composição e da Competência do Sistema Nacional
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: de Trânsito
CAPÍTULO I Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os se-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES guintes órgãos e entidades:
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coorde-
do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este nador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;
Código. II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pesso- Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE,
as, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou órgãos normativos, consultivos e coordenadores;
não, para fins de circulação, parada, estacionamento e opera- III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União,
ção de carga ou descarga. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de to- IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da Uni-
dos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema ão, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respec- V - a Polícia Rodoviária Federal;
tivas competências, adotar as medidas destinadas a assegu-
VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal;
rar esse direito.
e
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Na-
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações -
cional de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas JARI.
competências, objetivamente, por danos causados aos cida-
dãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e Art. 7o-A. A autoridade portuária ou a entidade concessio-
manutenção de programas, projetos e serviços que garantam nária de porto organizado poderá celebrar convênios com os
o exercício do direito do trânsito seguro. órgãos previstos no art. 7o, com a interveniência dos Municí-
pios e Estados, juridicamente interessados, para o fim especí-
§ 4º (VETADO)
fico de facilitar a autuação por descumprimento da legislação
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao de trânsito.(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações
§ 1o O convênio valerá para toda a área física do porto
à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do
organizado, inclusive, nas áreas dos terminais alfandegados,
meio-ambiente.
nas estações de transbordo, nas instalações portuárias públi-
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as cas de pequeno porte e nos respectivos estacionamentos ou
avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as vias de trânsito internas. (Incluído pela Lei nº 12.058, de
estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado 2009)

Trânsito 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas
§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) contidas neste Código e nas resoluções complementares;
Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios or- VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a
ganizarão os respectivos órgãos e entidades executivos de imposição, a arrecadação e a compensação das multas por
trânsito e executivos rodoviários, estabelecendo os limites infrações cometidas em unidade da Federação diferente da
circunscricionais de suas atuações. do licenciamento do veículo;
Art. 9º O Presidente da República designará o ministério IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, re-
ou órgão da Presidência responsável pela coordenação má- lativas à aplicação da legislação de trânsito;
xima do Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará vincula- X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem,
do o CONTRAN e subordinado o órgão máximo executivo de habilitação, expedição de documentos de condutores, e regis-
trânsito da União. tro e licenciamento de veículos;
Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de
sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigente do órgão sinalização e os dispositivos e equipamentos de trânsito;
máximo executivo de trânsito da União, tem a seguinte com- XII - apreciar os recursos interpostos contra as decisões
posição: (Redação dada pela Lei nº 12.865, de 2013) das instâncias inferiores, na forma deste Código;
I - (VETADO) XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre
II - (VETADO) conflitos de competência ou circunscrição, ou, quando neces-
III - um representante do Ministério da Ciência e Tecnolo- sário, unificar as decisões administrativas; e
gia; XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência
IV - um representante do Ministério da Educação e do de trânsito no âmbito da União, dos Estados e do Distrito
Desporto; Federal.
V - um representante do Ministério do Exército; Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vincula-
VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e dos ao CONTRAN, são integradas por especialistas e têm
da Amazônia Legal; como objetivo estudar e oferecer sugestões e embasamento
técnico sobre assuntos específicos para decisões daquele
VII - um representante do Ministério dos Transportes; colegiado.
VIII - (VETADO)
§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas repre-
IX - (VETADO) sentantes de órgãos e entidades executivos da União, dos
X - (VETADO) Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, em igual
XI - (VETADO) número, pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito, além
XII - (VETADO) de especialistas representantes dos diversos segmentos da
sociedade relacionados com o trânsito, todos indicados se-
XIII - (VETADO)
gundo regimento específico definido pelo CONTRAN e desig-
XIV - (VETADO) nados pelo ministro ou dirigente coordenador máximo do
XV - (VETADO) Sistema Nacional de Trânsito.
XVI - (VETADO) § 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no pará-
XVII - (VETADO) grafo anterior, serão representados por pessoa jurídica e
XVIII - (VETADO) devem atender aos requisitos estabelecidos pelo CONTRAN.
XIX - (VETADO) § 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão
eleitos pelos respectivos membros.
XX - um representante do ministério ou órgão coordenador
máximo do Sistema Nacional de Trânsito; § 4º (VETADO)
XXI - (VETADO) I - (VETADO)
XXII - um representante do Ministério da Saúde.(Incluído II - (VETADO)
pela Lei nº 9.602, de 1998) III - (VETADO)
XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justi- IV - (VETADO)
ça. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito -
XXIV - 1 (um) representante do Ministério do Desenvolvi- CETRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal -
mento, Indústria e Comércio Exterior; (Incluído pela Lei nº CONTRANDIFE:
12.865, de 2013) I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de trânsito, no âmbito das respectivas atribuições;
Transportes Terrestres (ANTT). (Incluído pela Lei nº II - elaborar normas no âmbito das respectivas competên-
12.865, de 2013) cias;
§ 1º (VETADO) III - responder a consultas relativas à aplicação da legisla-
§ 2º (VETADO) ção e dos procedimentos normativos de trânsito;
§ 3º (VETADO) IV - estimular e orientar a execução de campanhas educa-
Art. 11. (VETADO) tivas de trânsito;
Art. 12. Compete ao CONTRAN: V - julgar os recursos interpostos contra decisões:
I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste a) das JARI;
Código e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito; b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos ca-
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, sos de inaptidão permanente constatados nos exames de
objetivando a integração de suas atividades; aptidão física, mental ou psicológica;
III - (VETADO) VI - indicar um representante para compor a comissão
examinadora de candidatos portadores de deficiência física à
IV - criar Câmaras Temáticas;
habilitação para conduzir veículos automotores;
V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para
VII - (VETADO)
o funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE;
VIII - acompanhar e coordenar as atividades de adminis-
VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
tração, educação, engenharia, fiscalização, policiamento

Trânsito 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ostensivo de trânsito, formação de condutores, registro e VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional
licenciamento de veículos, articulando os órgãos do Sistema de Habilitação, os Certificados de Registro e o de Licencia-
no Estado, reportando-se ao CONTRAN; mento Anual mediante delegação aos órgãos executivos dos
IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de Estados e do Distrito Federal;
trânsito no âmbito dos Municípios; e VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras
X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exi- de Habilitação - RENACH;
gências definidas nos §§ 1º e 2º do art. 333. IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos
XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hipóte- Automotores - RENAVAM;
se de reavaliação dos exames, junta especial de saúde para X - organizar a estatística geral de trânsito no território na-
examinar os candidatos à habilitação para conduzir veículos cional, definindo os dados a serem fornecidos pelos demais
automotores. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) órgãos e promover sua divulgação;
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informações
pelo órgão, não cabe recurso na esfera administrativa. sobre as ocorrências de acidentes de trânsito e as estatísticas
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDI- do trânsito;
FE são nomeados pelos Governadores dos Estados e do XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à se-
Distrito Federal, respectivamente, e deverão ter reconhecida gurança e à educação de trânsito;
experiência em matéria de trânsito. XIII - coordenar a administração da arrecadação de multas
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são por infrações ocorridas em localidade diferente daquela da
nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito habilitação do condutor infrator e em unidade da Federação
Federal, respectivamente. diferente daquela do licenciamento do veículo;
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deve- XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacio-
rão ser pessoas de reconhecida experiência em trânsito. nal de Trânsito informações sobre registros de veículos e de
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CON- condutores, mantendo o fluxo permanente de informações
TRANDIFE é de dois anos, admitida a recondução. com os demais órgãos do Sistema;
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes
trânsito ou rodoviário funcionarão Juntas Administrativas de do Ministério da Educação e do Desporto, de acordo com as
Recursos de Infrações - JARI, órgãos colegiados responsá- diretrizes do CONTRAN, a elaboração e a implementação de
veis pelo julgamento dos recursos interpostos contra penali- programas de educação de trânsito nos estabelecimentos de
dades por eles impostas. ensino;
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observa- XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a
do o disposto no inciso VI do art. 12, e apoio administrativo e educação de trânsito;
financeiro do órgão ou entidade junto ao qual funcionem. XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre
Art. 17. Compete às JARI: o trânsito;
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e enti-
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito dades do Sistema Nacional de Trânsito, e submeter à aprova-
e executivos rodoviários informações complementares relati- ção do CONTRAN, a complementação ou alteração da sinali-
vas aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação zação e dos dispositivos e equipamentos de trânsito;
recorrida; XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os ma-
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de nuais e normas de projetos de implementação da sinalização,
trânsito e executivos rodoviários informações sobre proble- dos dispositivos e equipamentos de trânsito aprovados pelo
mas observados nas autuações e apontados em recursos, e CONTRAN;
que se repitam sistematicamente. XX - expedir a permissão internacional para conduzir veí-
Art. 18. (VETADO) culo e o certificado de passagem nas alfândegas, mediante
delegação aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito
Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito Federal;
da União:
XXI - promover a realização periódica de reuniões regio-
I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a exe- nais e congressos nacionais de trânsito, bem como propor a
cução das normas e diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN, representação do Brasil em congressos ou reuniões interna-
no âmbito de suas atribuições; cionais;
II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos XXII - propor acordos de cooperação com organismos in-
órgãos delegados, ao controle e à fiscalização da execução ternacionais, com vistas ao aperfeiçoamento das ações ine-
da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de rentes à segurança e educação de trânsito;
Trânsito;
XXIII - elaborar projetos e programas de formação, trei-
III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de namento e especialização do pessoal encarregado da execu-
Trânsito, de Transporte e de Segurança Pública, objetivando ção das atividades de engenharia, educação, policiamento
o combate à violência no trânsito, promovendo, coordenando ostensivo, fiscalização, operação e administração de trânsito,
e executando o controle de ações para a preservação do propondo medidas que estimulem a pesquisa científica e o
ordenamento e da segurança do trânsito; ensino técnico-profissional de interesse do trânsito, e promo-
IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de impro- vendo a sua realização;
bidade contra a fé pública, o patrimônio, ou a administração XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito inte-
pública ou privada, referentes à segurança do trânsito; restadual e internacional;
V - supervisionar a implantação de projetos e programas XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as
relacionados com a engenharia, educação, administração, normas e requisitos de segurança veicular para fabricação e
policiamento e fiscalização do trânsito e outros, visando à montagem de veículos, consoante sua destinação;
uniformidade de procedimento;
XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do
VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e código marca-modelo dos veículos para efeito de registro,
habilitação de condutores de veículos, a expedição de docu- emplacamento e licenciamento;
mentos de condutores, de registro e licenciamento de veícu-
los;

Trânsito 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodo-
CONTRAN, ao ministro ou dirigente coordenador máximo do viários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
Sistema Nacional de Trânsito; cípios, no âmbito de sua circunscrição:
XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trânsi- I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
to e submetê-los, com proposta de solução, ao Ministério ou trânsito, no âmbito de suas atribuições;
órgão coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito; II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e fi- veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvol-
nanceiro ao CONTRAN. vimento da circulação e da segurança de ciclistas;
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização,
técnica ou administrativa ou a prática constante de atos de os dispositivos e os equipamentos de controle viário;
improbidade contra a fé pública, contra o patrimônio ou contra IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes
a administração pública, o órgão executivo de trânsito da de trânsito e suas causas;
União, mediante aprovação do CONTRAN, assumirá direta- V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policia-
mente ou por delegação, a execução total ou parcial das mento ostensivo de trânsito, as respectivas diretrizes para o
atividades do órgão executivo de trânsito estadual que tenha policiamento ostensivo de trânsito;
motivado a investigação, até que as irregularidades sejam
sanadas. VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as
penalidades de advertência, por escrito, e ainda as multas e
§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito da medidas administrativas cabíveis, notificando os infratores e
União disporá sobre sua estrutura organizacional e seu funci- arrecadando as multas que aplicar;
onamento.
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e exe- de veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas super-
cutivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal dimensionadas ou perigosas;
e dos Municípios fornecerão, obrigatoriamente, mês a mês, os
dados estatísticos para os fins previstos no inciso X. VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medi-
das administrativas cabíveis, relativas a infrações por excesso
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notifi-
das rodovias e estradas federais: car e arrecadar as multas que aplicar;
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95,
trânsito, no âmbito de suas atribuições; aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele pre-
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando opera- vistas;
ções relacionadas com a segurança pública, com o objetivo X - implementar as medidas da Política Nacional de Trân-
de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimô- sito e do Programa Nacional de Trânsito;
nio da União e o de terceiros;
XI - promover e participar de projetos e programas de
III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações educação e segurança, de acordo com as diretrizes estabele-
de trânsito, as medidas administrativas decorrentes e os valo- cidas pelo CONTRAN;
res provenientes de estada e remoção de veículos, objetos,
animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema
ou perigosas; Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e compensa-
ção de multas impostas na área de sua competência, com
IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trân- vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à cele-
sito e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de ridade das transferências de veículos e de prontuários de
vítimas; condutores de uma para outra unidade da Federação;
V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de
veículos, escolta e transporte de carga indivisível; acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, po- ações específicas dos órgãos ambientais locais, quando soli-
dendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas citado;
emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização es-
relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de pecial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a
construções e instalações não autorizadas; serem observados para a circulação desses veículos.
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre Parágrafo único. (VETADO)
acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou indicando
medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de
órgão rodoviário federal; trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua
circunscrição:
VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Se-
gurança e Educação de Trânsito; I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
trânsito, no âmbito das respectivas atribuições;
IX - promover e participar de projetos e programas de
educação e segurança, de acordo com as diretrizes estabele- II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação,
cidas pelo CONTRAN; aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de condutores,
expedir e cassar Licença de Aprendizagem, Permissão para
X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação, mediante delegação
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e compensa- do órgão federal competente;
ção de multas impostas na área de sua competência, com
vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à cele- III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de seguran-
ridade das transferências de veículos e de prontuários de ça veicular, registrar, emplacar, selar a placa, e licenciar veí-
condutores de uma para outra unidade da Federação; culos, expedindo o Certificado de Registro e o Licenciamento
Anual, mediante delegação do órgão federal competente;
XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído pro-
duzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as
acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
quando solicitado, às ações específicas dos órgãos ambien- V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as
tais. medidas administrativas cabíveis pelas infrações previstas
neste Código, excetuadas aquelas relacionadas nos incisos

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VI e VIII do art. 24, no exercício regular do Poder de Polícia VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as
de Trânsito; medidas administrativas cabíveis, por infrações de circulação,
VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste estacionamento e parada previstas neste Código, no exercício
Código, com exceção daquelas relacionadas nos incisos VII e regular do Poder de Polícia de Trânsito;
VIII do art. 24, notificando os infratores e arrecadando as VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e
multas que aplicar; multa, por infrações de circulação, estacionamento e parada
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção previstas neste Código, notificando os infratores e arrecadan-
de veículos e objetos; do as multas que aplicar;
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas
suspensão e a cassação do direito de dirigir e o recolhimento administrativas cabíveis relativas a infrações por excesso de
da Carteira Nacional de Habilitação; peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre arrecadar as multas que aplicar;
acidentes de trânsito e suas causas; IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95,
X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele pre-
atividades previstas na legislação de trânsito, na forma esta- vistas;
belecida em norma do CONTRAN; X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento
XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trân- rotativo pago nas vias;
sito e do Programa Nacional de Trânsito; XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção
XII - promover e participar de projetos e programas de de veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas super-
educação e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes dimensionadas ou perigosas;
estabelecidas pelo CONTRAN; XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e compensa- veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
ção de multas impostas na área de sua competência, com XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema
vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à cele- Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e compensa-
ridade das transferências de veículos e de prontuários de ção de multas impostas na área de sua competência, com
condutores de uma para outra unidade da Federação; vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à cele-
XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trân- ridade das transferências de veículos e de prontuários dos
sito e executivos rodoviários municipais, os dados cadastrais condutores de uma para outra unidade da Federação;
dos veículos registrados e dos condutores habilitados, para XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsi-
fins de imposição e notificação de penalidades e de arrecada- to e do Programa Nacional de Trânsito;
ção de multas nas áreas de suas competências; XV - promover e participar de projetos e programas de
XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído educação e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes
produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de estabelecidas pelo CONTRAN;
acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, XVI - planejar e implantar medidas para redução da circu-
quando solicitado, às ações específicas dos órgãos ambien- lação de veículos e reorientação do tráfego, com o objetivo de
tais locais; diminuir a emissão global de poluentes;
XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema Naci- XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, ciclomo-
onal de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo tores, veículos de tração e propulsão humana e de tração
CETRAN. animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e arre-
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do cadando multas decorrentes de infrações;
Distrito Federal: XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de
I - (VETADO) propulsão humana e de tração animal;
II - (VETADO) XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Naci-
III - executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme onal de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo
convênio firmado, como agente do órgão ou entidade executi- CETRAN;
vos de trânsito ou executivos rodoviários, concomitantemente XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
com os demais agentes credenciados; produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de
IV - (VETADO) acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às
ações específicas de órgão ambiental local, quando solicita-
V - (VETADO) do;
VI - (VETADO)
XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização es-
VII - (VETADO) pecial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a
Parágrafo único. (VETADO) serem observados para a circulação desses veículos.
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de § 1º As competências relativas a órgão ou entidade muni-
trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição: cipal serão exercidas no Distrito Federal por seu órgão ou
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de entidade executivos de trânsito.
trânsito, no âmbito de suas atribuições; § 2º Para exercer as competências estabelecidas neste
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de artigo, os Municípios deverão integrar-se ao Sistema Nacional
veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvol- de Trânsito, conforme previsto no art. 333 deste Código.
vimento da circulação e da segurança de ciclistas; Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Na-
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, cional de Trânsito poderão celebrar convênio delegando as
os dispositivos e os equipamentos de controle viário; atividades previstas neste Código, com vistas à maior eficiên-
IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os cia e à segurança para os usuários da via.
acidentes de trânsito e suas causas; Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito pode-
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia os- rão prestar serviços de capacitação técnica, assessoria e
tensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento ostensivo monitoramento das atividades relativas ao trânsito durante
de trânsito;

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prazo a ser estabelecido entre as partes, com ressarcimento dos de segurança, obedecidas as demais normas deste Códi-
dos custos apropriados. go;
CAPÍTULO III VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pú-
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA blica, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e
Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem: estacionamento no local da prestação de serviço, desde que
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou devidamente sinalizados, devendo estar identificados na for-
obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de ani- ma estabelecida pelo CONTRAN;
mais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou pri- IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento de-
vadas; verá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regula-
II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, ati- mentar e as demais normas estabelecidas neste Código,
rando, depositando ou abandonando na via objetos ou subs- exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizan-
tâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo. do o propósito de entrar à esquerda;
Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapas-
públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas sagem, certificar-se de que:
condições de funcionamento dos equipamentos de uso obri- a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma
gatório, bem como assegurar-se da existência de combustível manobra para ultrapassá-lo;
suficiente para chegar ao local de destino. b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;
de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispen- c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa ex-
sáveis à segurança do trânsito. tensão suficiente para que sua manobra não ponha em perigo
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário;
circulação obedecerá às seguintes normas: XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo- a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acio-
se as exceções devidamente sinalizadas; nando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de
II - o condutor deverá guardar distância de segurança late- gesto convencional de braço;
ral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa,
relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a de tal forma que deixe livre uma distância lateral de seguran-
velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo ça;
e as condições climáticas; c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trân-
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cru- sito de origem, acionando a luz indicadora de direção do veí-
zem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência culo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os
de passagem: cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, trânsito dos veículos que ultrapassou;
aquele que estiver circulando por ela; XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão prefe-
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por rência de passagem sobre os demais, respeitadas as normas
ela; de circulação.
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor; § 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alí-
IV - quando uma pista de rolamento comportar várias fai- neas a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à trans-
xas de circulação no mesmo sentido, são as da direita desti- posição de faixas, que pode ser realizada tanto pela faixa da
nadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior esquerda como pela da direita.
porte, quando não houver faixa especial a eles destinada, e § 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta esta-
as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao desloca- belecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de
mento dos veículos de maior velocidade; maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos,
acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se pela incolumidade dos pedestres.
saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento; Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue
VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade tem o propósito de ultrapassá-lo, deverá:
de passagem, respeitadas as demais normas de circulação; I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e sal- se para a faixa da direita, sem acelerar a marcha;
vamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se
trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, naquela na qual está circulando, sem acelerar a marcha.
gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila,
em serviço de urgência e devidamente identificados por dis- deverão manter distância suficiente entre si para permitir que
positivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação ver- veículos que os ultrapassem possam se intercalar na fila com
melha intermitente, observadas as seguintes disposições: segurança.
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar
a proximidade dos veículos, todos os condutores deverão um veículo de transporte coletivo que esteja parado, efetuan-
deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a do embarque ou desembarque de passageiros, deverá reduzir
direita da via e parando, se necessário; a velocidade, dirigindo com atenção redobrada ou parar o
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguar- veículo com vistas à segurança dos pedestres.
dar no passeio, só atravessando a via quando o veículo já Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em
tiver passado pelo local; vias com duplo sentido de direção e pista única, nos trechos
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação em curvas e em aclives sem visibilidade suficiente, nas pas-
vermelha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva sagens de nível, nas pontes e viadutos e nas travessias de
prestação de serviço de urgência; pedestres, exceto quando houver sinalização permitindo a
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento de- ultrapassagem.
verá se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuida- Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor
não poderá efetuar ultrapassagem.

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Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra de- ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de
verá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os mercadorias.
demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo regular
cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua de passageiros, quando circularem em faixas próprias a eles
velocidade. destinadas, e os ciclos motorizados deverão utilizar-se de
Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique farol de luz baixa durante o dia e a noite.
um deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu pro- Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de bu-
pósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio zina, desde que em toque breve, nas seguintes situações:
da luz indicadora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar
convencional de braço. acidentes;
Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente adver-
transposição de faixas, movimentos de conversão à direita, à tir a um condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo.
esquerda e retornos.
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu
Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente veículo, salvo por razões de segurança.
de um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos
veículos e pedestres que por ela estejam transitando. Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá obser-
var constantemente as condições físicas da via, do veículo e
Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à da carga, as condições meteorológicas e a intensidade do
esquerda e a operação de retorno deverão ser feitas nos trânsito, obedecendo aos limites máximos de velocidade es-
locais apropriados e, onde estes não existirem, o condutor tabelecidos para a via, além de:
deverá aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista
com segurança. I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em
circulação sem causa justificada, transitando a uma velocida-
Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra de anormalmente reduzida;
via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo
I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem
possível do bordo direito da pista e executar sua manobra no inconvenientes para os outros condutores, a não ser que haja
menor espaço possível; perigo iminente;
II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o má- III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessá-
ximo possível de seu eixo ou da linha divisória da pista, quan- ria e a sinalização devida, a manobra de redução de veloci-
do houver, caso se trate de uma pista com circulação nos dois dade.
sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de
um só sentido. Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento,
o condutor do veículo deve demonstrar prudência especial,
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de dire- transitando em velocidade moderada, de forma que possa
ção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e deter seu veículo com segurança para dar passagem a pe-
ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela destre e a veículos que tenham o direito de preferência.
pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de prefe-
rência de passagem. Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe
seja favorável, nenhum condutor pode entrar em uma interse-
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ção se houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o
ser feita nos locais para isto determinados, quer por meio de veículo na área do cruzamento, obstruindo ou impedindo a
sinalização, quer pela existência de locais apropriados, ou, passagem do trânsito transversal.
ainda, em outros locais que ofereçam condições de seguran-
ça e fluidez, observadas as características da via, do veículo, Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização tempo-
das condições meteorológicas e da movimentação de pedes- rária de um veículo no leito viário, em situação de emergên-
tres e ciclistas. cia, deverá ser providenciada a imediata sinalização de adver-
tência, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguin-
tes determinações: Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a para-
da deverá restringir-se ao tempo indispensável para embar-
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utili- que ou desembarque de passageiros, desde que não inter-
zando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos túneis rompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a locomoção de
providos de iluminação pública; pedestres.
II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será
exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo; regulamentada pelo órgão ou entidade com circunscrição
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por sobre a via e é considerada estacionamento.
curto período de tempo, com o objetivo de advertir outros Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e
motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção de nos estacionamentos, o veículo deverá ser posicionado no
ultrapassar o veículo que segue à frente ou para indicar a sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e
existência de risco à segurança para os veículos que circulam junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas as exceções
no sentido contrário; devidamente sinalizadas.
IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de § 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos para-
posição do veículo quando sob chuva forte, neblina ou cerra- dos, estacionados ou em operação de carga ou descarga
ção; deverão estar situados fora da pista de rolamento.
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situa- § 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas
ções: rodas será feito em posição perpendicular à guia da calçada
a) em imobilizações ou situações de emergência; (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalização que
b) quando a regulamentação da via assim o determinar; determine outra condição.
VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá § 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do
acesa a luz de placa; condutor poderá ser feito somente nos locais previstos neste
VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posi- Código ou naqueles regulamentados por sinalização específi-
ção quando o veículo estiver parado para fins de embarque ca.

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Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado
porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será
antes se certificarem de que isso não constitui perigo para permitida a circulação de bicicletas nos passeios.
eles e para outros usuários da via. Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem utilização, classificam-se em:
ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o condutor. I - vias urbanas:
Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas a) via de trânsito rápido;
adjacentes às estradas e rodovias obedecerá às condições de b) via arterial;
segurança do trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidade
com circunscrição sobre a via. c) via coletora;
Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios d) via local;
constituídos por unidades autônomas, a sinalização de regu- II - vias rurais:
lamentação da via será implantada e mantida às expensas do a) rodovias;
condomínio, após aprovação dos projetos pelo órgão ou enti- b) estradas.
dade com circunscrição sobre a via. Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será in-
Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos dicada por meio de sinalização, obedecidas suas característi-
pela direita da pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou cas técnicas e as condições de trânsito.
acostamento, sempre que não houver faixa especial a eles § 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velo-
destinada, devendo seus condutores obedecer, no que cou- cidade máxima será de:
ber, às normas de circulação previstas neste Código e às que
I - nas vias urbanas:
vierem a ser fixadas pelo órgão ou entidade com circunscri-
ção sobre a via. a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem cir- b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
cular nas vias quando conduzidos por um guia, observado o c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
seguinte: d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão II - nas vias rurais:
ser divididos em grupos de tamanho moderado e separados a) nas rodovias:
uns dos outros por espaços suficientes para não obstruir o
1) 110 (cento e dez) quilômetros por hora para automó-
trânsito;
veis, camionetas e motocicletas; (Redação dada pela Lei
II - os animais que circularem pela pista de rolamento de- nº 10.830, de 2003)
verão ser mantidos junto ao bordo da pista.
2) noventa quilômetros por hora, para ônibus e microôni-
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ci- bus;
clomotores só poderão circular nas vias:
3) oitenta quilômetros por hora, para os demais veículos;
I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou ócu-
b) nas estradas, sessenta quilômetros por hora.
los protetores;
§ 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com
II - segurando o guidom com as duas mãos;
circunscrição sobre a via poderá regulamentar, por meio de
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as es- sinalização, velocidades superiores ou inferiores àquelas
pecificações do CONTRAN. estabelecidas no parágrafo anterior.
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ci- Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à me-
clomotores só poderão ser transportados: tade da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as
I - utilizando capacete de segurança; condições operacionais de trânsito e da via.
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento Art. 63. (VETADO)
suplementar atrás do condutor; Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as es- ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regu-
pecificações do CONTRAN. lamentadas pelo CONTRAN.
Art. 56. (VETADO) Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para
Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita condutor e passageiros em todas as vias do território nacio-
da pista de rolamento, preferencialmente no centro da faixa nal, salvo em situações regulamentadas pelo CONTRAN.
mais à direita ou no bordo direito da pista sempre que não Art. 66. (VETADO)
houver acostamento ou faixa própria a eles destinada, proibi- Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive
da a sua circulação nas vias de trânsito rápido e sobre as seus ensaios, em via aberta à circulação, só poderão ser
calçadas das vias urbanas. realizadas mediante prévia permissão da autoridade de trânsi-
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou mais to com circunscrição sobre a via e dependerão de:
faixas de trânsito e a da direita for destinada ao uso exclusivo I - autorização expressa da respectiva confederação des-
de outro tipo de veículo, os ciclomotores deverão circular pela portiva ou de entidades estaduais a ela filiadas;
faixa adjacente à da direita.
II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a à via;
circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver
III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor
ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possí-
de terceiros;
vel a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no
mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos cus-
preferência sobre os veículos automotores. tos operacionais em que o órgão ou entidade permissionária
incorrerá.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscri-
ção sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a
sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde via arbitrará os valores mínimos da caução ou fiança e do
que dotado o trecho com ciclofaixa. contrato de seguro.
CAPÍTULO III-A
(Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)

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DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos pas-
PROFISSIONAIS seios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos acos-
Art. 67-A. É vedado ao motorista profissional, no exercí- tamentos das vias rurais para circulação, podendo a autorida-
cio de sua profissão e na condução de veículo mencionado no de competente permitir a utilização de parte da calçada para
inciso II do art. 105 deste Código, dirigir por mais de 4 (qua- outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedes-
tro) horas ininterruptas. (Incluído Lei nº 12.619, de tres.
2012) (Vigência) § 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipa-
§ 1o Será observado intervalo mínimo de 30 (trinta) minu- ra-se ao pedestre em direitos e deveres.
tos para descanso a cada 4 (quatro) horas ininterruptas na § 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou
condução de veículo referido no caput, sendo facultado o quando não for possível a utilização destes, a circulação de
fracionamento do tempo de direção e do intervalo de descan- pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade
so, desde que não completadas 4 (quatro) horas contínuas no sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, exceto
exercício da condução. (Incluído Lei nº 12.619, de em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a
2012) (Vigência) segurança ficar comprometida.
§ 2o Em situações excepcionais de inobservância justifi- § 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou
cada do tempo de direção estabelecido no caput e desde que quando não for possível a utilização dele, a circulação de
não comprometa a segurança rodoviária, o tempo de direção pedestres, na pista de rolamento, será feita com prioridade
poderá ser prorrogado por até 1 (uma) hora, de modo a per- sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, em
mitir que o condutor, o veículo e sua carga cheguem a lugar sentido contrário ao deslocamento de veículos, exceto em
que ofereça a segurança e o atendimento demanda- locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a
dos. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) segurança ficar comprometida.
§ 3o O condutor é obrigado a, dentro do período de 24 § 4º (VETADO)
(vinte e quatro) horas, observar um intervalo de, no mínimo, § 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de ar-
11 (onze) horas de descanso, podendo ser fracionado em 9 te a serem construídas, deverá ser previsto passeio destinado
(nove) horas mais 2 (duas), no mesmo dia.(Incluído Lei nº à circulação dos pedestres, que não deverão, nessas condi-
12.619, de 2012) (Vigência) ções, usar o acostamento.
§ 4o Entende-se como tempo de direção ou de condução § 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem
de veículo apenas o período em que o condutor estiver efeti- para pedestres, o órgão ou entidade com circunscrição sobre
vamente ao volante de um veículo em curso entre a origem e a via deverá assegurar a devida sinalização e proteção para
o seu destino, respeitado o disposto no § 1o, sendo-lhe facul- circulação de pedestres.
tado descansar no interior do próprio veículo, desde que este Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre toma-
seja dotado de locais apropriados para a natureza e a dura- rá precauções de segurança, levando em conta, principalmen-
ção do descanso exigido. (Incluído Lei nº 12.619, de te, a visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos,
2012) (Vigência) utilizando sempre as faixas ou passagens a ele destinadas
§ 5o O condutor somente iniciará viagem com duração sempre que estas existirem numa distância de até cinqüenta
maior que 1 (um) dia, isto é, 24 (vinte e quatro) horas após o metros dele, observadas as seguintes disposições:
cumprimento integral do intervalo de descanso previsto no § I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da
3 o. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012)(Vigência) via deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu eixo;
§ 6o Entende-se como início de viagem, para os fins do II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedes-
disposto no § 5o, a partida do condutor logo após o carrega- tres ou delimitada por marcas sobre a pista:
mento do veículo, considerando-se como continuação da a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações
viagem as partidas nos dias subsequentes até o desti- das luzes;
no. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o
§ 7o Nenhum transportador de cargas ou de passageiros, semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de veícu-
embarcador, consignatário de cargas, operador de terminais los;
de carga, operador de transporte multimodal de cargas ou
agente de cargas permitirá ou ordenará a qualquer motorista III - nas interseções e em suas proximidades, onde não
a seu serviço, ainda que subcontratado, que conduza veículo existam faixas de travessia, os pedestres devem atravessar a
referido no caput sem a observância do disposto no § via na continuação da calçada, observadas as seguintes nor-
5o. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) mas:
§ 8o (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar
2012) (Vigência) de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;
Art 67-B. VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres
2012) (Vigência) não deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar
sobre ela sem necessidade.
Art. 67-C. O motorista profissional na condição de condu-
tor é responsável por controlar o tempo de condução estipu- Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via
lado no art. 67-A, com vistas na sua estrita observân- sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de
cia. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica,
onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código.
Parágrafo único. O condutor do veículo responderá pela
não observância dos períodos de descanso estabelecidos no Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização
art. 67-A, ficando sujeito às penalidades daí decorrentes, semafórica de controle de passagem será dada preferência
previstas neste Código. (Incluído Lei nº 12.619, de aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo
2012) (Vigência) em caso de mudança do semáforo liberando a passagem dos
veículos.
Art. 67-D. (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de
2012) (Vigência) Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via
manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedes-
CAPÍTULO IV tres em boas condições de visibilidade, higiene, segurança e
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO sinalização.
MOTORIZADOS

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CAPÍTULO V Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao
DO CIDADÃO Ministério da Saúde, mediante proposta do CONTRAN, esta-
Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de so- belecer campanha nacional esclarecendo condutas a serem
licitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema Naci- seguidas nos primeiros socorros em caso de acidente de
onal de Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação de trânsito.
equipamentos de segurança, bem como sugerir alterações Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente
em normas, legislação e outros assuntos pertinentes a este por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo
Código. intensificadas nos períodos e na forma estabelecidos no art.
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema 76.
Nacional de Trânsito têm o dever de analisar as solicitações e Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades
responder, por escrito, dentro de prazos mínimos, sobre a componentes do Sistema Nacional de Trânsito os mecanis-
possibilidade ou não de atendimento, esclarecendo ou justifi- mos instituídos nos arts. 77-B a 77-E para a veiculação de
cando a análise efetuada, e, se pertinente, informando ao mensagens educativas de trânsito em todo o território nacio-
solicitante quando tal evento ocorrerá. nal, em caráter suplementar às campanhas previstas nos arts.
Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem escla- 75 e 77. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
recer quais as atribuições dos órgãos e entidades pertencen- Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação
tes ao Sistema Nacional de Trânsito e como proceder a tais ou promoção, nos meios de comunicação social, de produto
solicitações. oriundo da indústria automobilística ou afim, incluirá, obrigato-
CAPÍTULO VI riamente, mensagem educativa de trânsito a ser conjunta-
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO mente veiculada. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e § 1o Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se
constitui dever prioritário para os componentes do Sistema produtos oriundos da indústria automobilística ou
Nacional de Trânsito. afins: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacio- I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espé-
nal em cada órgão ou entidade componente do Sistema Naci- cie, incluídos os de passageiros e os de carga; (Incluído
onal de Trânsito. pela Lei nº 12.006, de 2009).
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deve- II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados
rão promover, dentro de sua estrutura organizacional ou me- nos veículos mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei nº
diante convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de 12.006, de 2009).
Trânsito, nos moldes e padrões estabelecidos pelo CON- § 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se à propa-
TRAN. ganda de natureza comercial, veiculada por iniciativa do fabri-
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas cante do produto, em qualquer das seguintes modalida-
e os cronogramas das campanhas de âmbito nacional que des: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
deverão ser promovidas por todos os órgãos ou entidades do I – rádio; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Sistema Nacional de Trânsito, em especial nos períodos refe- II – televisão; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
rentes às férias escolares, feriados prolongados e à Semana III – jornal; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Nacional de Trânsito.
IV – revista; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de
V – outdoor. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Trânsito deverão promover outras campanhas no âmbito de
sua circunscrição e de acordo com as peculiaridades locais. § 3o Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao fa-
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter bricante o montador, o encarroçador, o importador e o reven-
permanente, e os serviços de rádio e difusão sonora de sons dedor autorizado dos veículos e demais produtos discrimina-
e imagens explorados pelo poder público são obrigados a dos no § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.006, de
difundi-las gratuitamente, com a freqüência recomendada 2009).
pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de Trânsito. Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada
em outdoor instalado à margem de rodovia, dentro ou fora da
Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-
escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de plane- respectiva faixa de domínio, a obrigação prevista no art. 77-B
jamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do estende-se à propaganda de qualquer tipo de produto e
Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos anunciante, inclusive àquela de caráter institucional ou eleito-
ral. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas
áreas de atuação. Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) es-
Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o pecificará o conteúdo e o padrão de apresentação das men-
Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do sagens, bem como os procedimentos envolvidos na respecti-
CONTRAN e do Conselho de Reitores das Universidades va veiculação, em conformidade com as diretrizes fixadas
Brasileiras, diretamente ou mediante convênio, promoverá: para as campanhas educativas de trânsito a que se refere o
art. 75. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currícu-
lo interdisciplinar com conteúdo programático sobre seguran- Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desacordo
ça de trânsito; com as condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D constitui
infração punível com as seguintes sanções: (Incluído pela
II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o Lei nº 12.006, de 2009).
trânsito nas escolas de formação para o magistério e o trei-
namento de professores e multiplicadores; I – advertência por escrito; (Incluído pela Lei nº
12.006, de 2009).
III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para le-
vantamento e análise de dados estatísticos relativos ao trânsi- II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade,
to; de qualquer outra propaganda do produto, pelo prazo de até
60 (sessenta) dias; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de
trânsito junto aos núcleos interdisciplinares universitários de III – multa de 1.000 (um mil) a 5.000 (cinco mil) vezes o
trânsito, com vistas à integração universidades-sociedade na valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou unidade que
área de trânsito. a substituir, cobrada do dobro até o quíntuplo, em caso de
reincidência. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

Trânsito 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 1o As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativa- VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
mente, conforme dispuser o regulamento. (Incluído pela Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue
Lei nº 12.006, de 2009). após sua construção, ou reaberta ao trânsito após a realiza-
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, ção de obras ou de manutenção, enquanto não estiver devi-
qualquer infração acarretará a imediata suspensão da veicu- damente sinalizada, vertical e horizontalmente, de forma a
lação da peça publicitária até que sejam cumpridas as exi- garantir as condições adequadas de segurança na circulação.
gências fixadas nos arts. 77-A a 77-D. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras
12.006, de 2009). deverá ser afixada sinalização específica e adequada.
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Des- Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalên-
porto, do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por inter- cia:
médio do CONTRAN, desenvolverão e implementarão pro- I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de
gramas destinados à prevenção de acidentes. circulação e outros sinais;
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;
dos valores arrecadados destinados à Previdência Social, do
Prêmio do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de
por Veículos Automotores de Via Terrestre - DPVAT, de que trânsito.
trata a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de 1974, serão re- Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste
passados mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacional Código por inobservância à sinalização quando esta for insu-
de Trânsito para aplicação exclusiva em programas de que ficiente ou incorreta.
trata este artigo. § 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição
Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito po- sobre a via é responsável pela implantação da sinalização,
derão firmar convênio com os órgãos de educação da União, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta coloca-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, objetivando ção.
o cumprimento das obrigações estabelecidas neste capítulo. § 2º O CONTRAN editará normas complementares no que
CAPÍTULO VII se refere à interpretação, colocação e uso da sinalização.
DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO CAPÍTULO VIII
Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA
da via, sinalização prevista neste Código e em legislação FISCALIZAÇÃO E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE
complementar, destinada a condutores e pedestres, vedada a TRÂNSITO
utilização de qualquer outra. Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regula-
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições mentos a serem adotados em todo o território nacional quan-
que a tornem perfeitamente visível e legível durante o dia e a do da implementação das soluções adotadas pela Engenharia
noite, em distância compatível com a segurança do trânsito, de Tráfego, assim como padrões a serem praticados por
conforme normas e especificações do CONTRAN. todos os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experi- Art. 92. (VETADO)
mental e por período prefixado, a utilização de sinalização Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa trans-
não prevista neste Código. formar-se em pólo atrativo de trânsito poderá ser aprovado
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar sem prévia anuência do órgão ou entidade com circunscrição
luzes, publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário que sobre a via e sem que do projeto conste área para estacio-
possam gerar confusão, interferir na visibilidade da sinaliza- namento e indicação das vias de acesso adequadas.
ção e comprometer a segurança do trânsito. Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à seguran-
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e ça de veículos e pedestres, tanto na via quanto na calçada,
respectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de caso não possa ser retirado, deve ser devida e imediatamente
publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se rela- sinalizado.
cionem com a mensagem da sinalização. Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações
Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legen- transversais e de sonorizadores como redutores de velocida-
das ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à prévia de, salvo em casos especiais definidos pelo órgão ou entida-
aprovação do órgão ou entidade com circunscrição sobre a de competente, nos padrões e critérios estabelecidos pelo
via. CONTRAN.
Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou
sobre a via poderá retirar ou determinar a imediata retirada de interromper a livre circulação de veículos e pedestres, ou
qualquer elemento que prejudique a visibilidade da sinaliza- colocar em risco sua segurança, será iniciada sem permissão
ção viária e a segurança do trânsito, com ônus para quem o prévia do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição
tenha colocado. sobre a via.
Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de § 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela exe-
trânsito com circunscrição sobre a via à travessia de pedes- cução ou manutenção da obra ou do evento.
tres deverão ser sinalizados com faixas pintadas ou demarca- § 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de trân-
das no leito da via. sito com circunscrição sobre a via avisará a comunidade, por
Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, ofici- intermédio dos meios de comunicação social, com quarenta e
nas, estacionamentos ou garagens de uso coletivo deverão oito horas de antecedência, de qualquer interdição da via,
ter suas entradas e saídas devidamente identificadas, na indicando-se os caminhos alternativos a serem utilizados.
forma regulamentada pelo CONTRAN. § 3º A inobservância do disposto neste artigo será punida
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em: com multa que varia entre cinqüenta e trezentas UFIR, inde-
I - verticais; pendentemente das cominações cíveis e penais cabíveis.
II - horizontais; § 4º Ao servidor público responsável pela inobservância
de qualquer das normas previstas neste e nos arts. 93 e 94, a
III - dispositivos de sinalização auxiliar; autoridade de trânsito aplicará multa diária na base de cin-
IV - luminosos; qüenta por cento do dia de vencimento ou remuneração devi-
V - sonoros; da enquanto permanecer a irregularidade.

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CAPÍTULO IX nar que sejam feitas no veículo modificações de suas caracte-
DOS VEÍCULOS rísticas de fábrica.
Seção I Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados
Disposições Gerais que sofrerem alterações ou conversões são obrigados a
Art. 96. Os veículos classificam-se em: atender aos mesmos limites e exigências de emissão de po-
I - quanto à tração: luentes e ruído previstos pelos órgãos ambientais competen-
tes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade executora das
a) automotor;
modificações e ao proprietário do veículo a responsabilidade
b) elétrico; pelo cumprimento das exigências.
c) de propulsão humana; Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o
d) de tração animal; veículo cujo peso e dimensões atenderem aos limites estabe-
e) reboque ou semi-reboque; lecidos pelo CONTRAN.
II - quanto à espécie: § 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de
a) de passageiros: pesagem ou pela verificação de documento fiscal, na forma
estabelecida pelo CONTRAN.
1 - bicicleta;
§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso
2 - ciclomotor;
bruto total e peso bruto transmitido por eixo de veículos à
3 - motoneta; superfície das vias, quando aferido por equipamento, na for-
4 - motocicleta; ma estabelecida pelo CONTRAN.
5 - triciclo; § 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesa-
6 - quadriciclo; gem de veículos serão aferidos de acordo com a metodologia
7 - automóvel; e na periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN, ouvido o
órgão ou entidade de metrologia legal.
8 - microônibus;
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos po-
9 - ônibus;
derá transitar com lotação de passageiros, com peso bruto
10 - bonde; total, ou com peso bruto total combinado com peso por eixo,
11 - reboque ou semi-reboque; superior ao fixado pelo fabricante, nem ultrapassar a capaci-
12 - charrete; dade máxima de tração da unidade tratora.
b) de carga: Parágrafo único. O CONTRAN regulamentará o uso de
1 - motoneta; pneus extralargos, definindo seus limites de peso.
2 - motocicleta; Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado
no transporte de carga indivisível, que não se enquadre nos
3 - triciclo;
limites de peso e dimensões estabelecidos pelo CONTRAN,
4 - quadriciclo; poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição
5 - caminhonete; sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo certo,
6 - caminhão; válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurança
7 - reboque ou semi-reboque; consideradas necessárias.
8 - carroça; § 1º A autorização será concedida mediante requerimento
9 - carro-de-mão; que especificará as características do veículo ou combinação
de veículos e de carga, o percurso, a data e o horário do
c) misto: deslocamento inicial.
1 - camioneta; § 2º A autorização não exime o beneficiário da responsa-
2 - utilitário; bilidade por eventuais danos que o veículo ou a combinação
3 - outros; de veículos causar à via ou a terceiros.
d) de competição; § 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões
e) de tração: poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição
1 - caminhão-trator; sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo de
seis meses, atendidas as medidas de segurança considera-
2 - trator de rodas; das necessárias.
3 - trator de esteiras; Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente
4 - trator misto; equipado quando transitar, de modo a evitar o derramamento
f) especial; da carga sobre a via.
g) de coleção; Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos míni-
III - quanto à categoria: mos e a forma de proteção das cargas de que trata este arti-
a) oficial; go, de acordo com a sua natureza.
b) de representação diplomática, de repartições consula- Seção II
res de carreira ou organismos internacionais acreditados junto Da Segurança dos Veículos
ao Governo brasileiro; Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando
c) particular; atendidos os requisitos e condições de segurança estabeleci-
dos neste Código e em normas do CONTRAN.
d) de aluguel;
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os
e) de aprendizagem.
encarroçadores de veículos deverão emitir certificado de
Art. 97. As características dos veículos, suas especifica- segurança, indispensável ao cadastramento no RENAVAM,
ções básicas, configuração e condições essenciais para regis- nas condições estabelecidas pelo CONTRAN.
tro, licenciamento e circulação serão estabelecidas pelo § 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e
CONTRAN, em função de suas aplicações.
a periodicidade para que os fabricantes, os importadores, os
Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem montadores e os encarroçadores comprovem o atendimento
prévia autorização da autoridade competente, fazer ou orde- aos requisitos de segurança veicular, devendo, para isso,
manter disponíveis a qualquer tempo os resultados dos testes

Trânsito 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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e ensaios dos sistemas e componentes abrangidos pela legis- ça expedido por instituição técnica credenciada por órgão ou
lação de segurança veicular. entidade de metrologia legal, conforme norma elaborada pelo
Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições CONTRAN.
de segurança, de controle de emissão de gases poluentes e Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte
de ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória, individual ou coletivo de passageiros, deverão satisfazer,
na forma e periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para além das exigências previstas neste Código, às condições
os itens de segurança e pelo CONAMA para emissão de técnicas e aos requisitos de segurança, higiene e conforto
gases poluentes e ruído. estabelecidos pelo poder competente para autorizar, permitir
§ 1º (VETADO) ou conceder a exploração dessa atividade.
§ 2º (VETADO) Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a auto-
§ 3º (VETADO) ridade com circunscrição sobre a via poderá autorizar, a título
precário, o transporte de passageiros em veículo de carga ou
§ 4º (VETADO)
misto, desde que obedecidas as condições de segurança
§ 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção estabelecidas neste Código e pelo CONTRAN.
aos veículos reprovados na inspeção de segurança e na de Parágrafo único. A autorização citada no caput não
emissão de gases poluentes e ruído. poderá exceder a doze meses, prazo a partir do qual a autori-
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, en- dade pública responsável deverá implantar o serviço regular
tre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN: de transporte coletivo de passageiros, em conformidade com
I - cinto de segurança, conforme regulamentação específi- a legislação pertinente e com os dispositivos deste Códi-
ca do CONTRAN, com exceção dos veículos destinados ao go.(Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
transporte de passageiros em percursos em que seja permiti- Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao
do viajar em pé; transporte de passageiros só pode ser realizado de acordo
II - para os veículos de transporte e de condução escolar, com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
os de transporte de passageiros com mais de dez lugares e Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas ca-
os de carga com peso bruto total superior a quatro mil, qui- racterísticas para competição ou finalidade análoga só poderá
nhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento registrador circular nas vias públicas com licença especial da autoridade
instantâneo inalterável de velocidade e tempo; de trânsito, em itinerário e horário fixados.
III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
automotores, segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN; I - (VETADO)
IV - (VETADO)
II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos
V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases veículos em movimento, salvo nos que possuam espelhos
poluentes e de ruído, segundo normas estabelecidas pelo retrovisores em ambos os lados.
CONTRAN. III - aposição de inscrições, películas refletivas ou
VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna não, painéis decorativos ou pinturas, quando comprometer a
dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do segurança do veículo, na forma de regulamentação do CON-
lado esquerdo. TRAN.(Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
VII - equipamento suplementar de retenção - air Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter
bag frontal para o condutor e o passageiro do banco diantei- publicitário ou qualquer outra que possa desviar a atenção
ro.(Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009) dos condutores em toda a extensão do pára-brisa e da trasei-
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos ra dos veículos, salvo se não colocar em risco a segurança do
obrigatórios dos veículos e determinará suas especificações trânsito.
técnicas. Art. 112. (Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999)
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroça-
ou acessório proibido, sendo o infrator sujeito às penalidades doras e fabricantes de veículos e autopeças são responsáveis
e medidas administrativas previstas neste Código. civil e criminalmente por danos causados aos usuários, a
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os terceiros, e ao meio ambiente, decorrentes de falhas oriundas
encarroçadores de veículos e os revendedores devem comer- de projetos e da qualidade dos materiais e equipamentos
cializar os seus veículos com os equipamentos obrigatórios utilizados na sua fabricação.
definidos neste artigo, e com os demais estabelecidos pelo Seção III
CONTRAN. Da Identificação do Veículo
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimen- Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por
to do disposto neste artigo. caracteres gravados no chassi ou no monobloco, reproduzi-
§ 5o A exigência estabelecida no inciso VII dos em outras partes, conforme dispuser o CONTRAN.
do caput deste artigo será progressivamente incorporada aos § 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou monta-
novos projetos de automóveis e dos veículos deles derivados, dor, de modo a identificar o veículo, seu fabricante e as suas
fabricados, importados, montados ou encarroçados, a partir características, além do ano de fabricação, que não poderá
do 1o (primeiro) ano após a definição pelo Contran das espe- ser alterado.
cificações técnicas pertinentes e do respectivo cronograma de § 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de
implantação e a partir do 5o (quinto) ano, após esta definição, prévia autorização da autoridade executiva de trânsito e so-
para os demais automóveis zero quilômetro de modelos ou mente serão processadas por estabelecimento por ela cre-
projetos já existentes e veículos deles derivados. (Incluído denciado, mediante a comprovação de propriedade do veícu-
pela Lei nº 11.910, de 2009) lo, mantida a mesma identificação anterior, inclusive o ano de
§ 6o A exigência estabelecida no inciso VII fabricação.
do caput deste artigo não se aplica aos veículos destinados à § 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão
exportação. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009) da autoridade executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se
Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modifica- faça, modificações da identificação de seu veículo.
ção de veículo ou, ainda, quando ocorrer substituição de Art. 115. O veículo será identificado externamente por
equipamento de segurança especificado pelo fabricante, será meio de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada em
exigido, para licenciamento e registro, certificado de seguran-

Trânsito 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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sua estrutura, obedecidas as especificações e modelos esta- CAPÍTULO XI
belecidos pelo CONTRAN. DO REGISTRO DE VEÍCULOS
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, re-
cada veículo e o acompanharão até a baixa do registro, sendo boque ou semi-reboque, deve ser registrado perante o órgão
vedado seu reaproveitamento. executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Município de domicílio ou residência de seu proprietário, na
Nacional serão usadas somente pelos veículos de represen- forma da lei.
tação pessoal do Presidente e do Vice-Presidente da Repú- § 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do
blica, dos Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Distrito Federal somente registrarão veículos oficiais de pro-
Deputados, do Presidente e dos Ministros do Supremo Tribu- priedade da administração direta, da União, dos Estados, do
nal Federal, dos Ministros de Estado, do Advogado-Geral da Distrito Federal e dos Municípios, de qualquer um dos pode-
União e do Procurador-Geral da República. res, com indicação expressa, por pintura nas portas, do nome,
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos sigla ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veícu-
Tribunais Federais, dos Governadores, Prefeitos, Secretários lo será registrado, excetuando-se os veículos de representa-
Estaduais e Municipais, dos Presidentes das Assembléias ção e os previstos no art. 116.
Legislativas, das Câmaras Municipais, dos Presidentes dos § 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de
Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e do respectivo uso bélico.
chefe do Ministério Público e ainda dos Oficiais Generais das Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado
Forças Armadas terão placas especiais, de acordo com os de Registro de Veículo - CRV de acordo com os modelos e
modelos estabelecidos pelo CONTRAN. especificações estabelecidos pelo CONTRAN, contendo as
§ 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou ar- características e condições de invulnerabilidade à falsificação
rastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar traba- e à adulteração.
lhos agrícolas e de construção ou de pavimentação são sujei- Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de
tos, desde que lhes seja facultado transitar nas vias, ao regis- Veículo o órgão executivo de trânsito consultará o cadastro do
tro e licenciamento da repartição competente, devendo rece- RENAVAM e exigirá do proprietário os seguintes documentos:
ber numeração especial. I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de documento equivalente expedido por autoridade competente;
uso bélico. II - documento fornecido pelo Ministério das Relações Ex-
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados teriores, quando se tratar de veículo importado por membro
da placa dianteira. de missões diplomáticas, de repartições consulares de carrei-
§ 7o Excepcionalmente, mediante autorização específica ra, de representações de organismos internacionais e de seus
e fundamentada das respectivas corregedorias e com a devi- integrantes.
da comunicação aos órgãos de trânsito competentes, os veí- Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado
culos utilizados por membros do Poder Judiciário e do Minis- de Registro de Veículo quando:
tério Público que exerçam competência ou atribuição criminal I - for transferida a propriedade;
poderão temporariamente ter placas especiais, de forma a
impedir a identificação de seus usuários específicos, na forma II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou resi-
de regulamento a ser emitido, conjuntamente, pelo Conselho dência;
Nacional de Justiça - CNJ, pelo Conselho Nacional do Minis- III - for alterada qualquer característica do veículo;
tério Público - CNMP e pelo Conselho Nacional de Trânsito - IV - houver mudança de categoria.
CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) § 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo pa-
Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Esta- ra o proprietário adotar as providências necessárias à efetiva-
dos e do Distrito Federal, devidamente registrados e licencia- ção da expedição do novo Certificado de Registro de Veículo
dos, somente quando estritamente usados em serviço reser- é de trinta dias, sendo que nos demais casos as providências
vado de caráter policial, poderão usar placas particulares, deverão ser imediatas.
obedecidos os critérios e limites estabelecidos pela legislação § 2º No caso de transferência de domicílio ou residência
que regulamenta o uso de veículo oficial. no mesmo Município, o proprietário comunicará o novo ende-
Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos reço num prazo de trinta dias e aguardará o novo licencia-
de passageiros deverão conter, em local facilmente visível, a mento para alterar o Certificado de Licenciamento Anual.
inscrição indicativa de sua tara, do peso bruto total (PBT), do § 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao
peso bruto total combinado (PBTC) ou capacidade máxima de órgão executivo de trânsito que expediu o anterior e ao RE-
tração (CMT) e de sua lotação, vedado o uso em desacordo NAVAM.
com sua classificação. Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro
CAPÍTULO X de Veículo serão exigidos os seguintes documentos:
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL I - Certificado de Registro de Veículo anterior;
Art. 118. A circulação de veículo no território nacional, in- II - Certificado de Licenciamento Anual;
dependentemente de sua origem, em trânsito entre o Brasil e
III - comprovante de transferência de propriedade, quando
os países com os quais exista acordo ou tratado internacional,
for o caso, conforme modelo e normas estabelecidas pelo
reger-se-á pelas disposições deste Código, pelas convenções
CONTRAN;
e acordos internacionais ratificados.
IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de
Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de contro-
poluentes e ruído, quando houver adaptação ou alteração de
le de fronteira comunicarão diretamente ao RENAVAM a
características do veículo;
entrada e saída temporária ou definitiva de veículos.
V - comprovante de procedência e justificativa da proprie-
Parágrafo único. Os veículos licenciados no exterior não
dade dos componentes e agregados adaptados ou montados
poderão sair do território nacional sem prévia quitação de
no veículo, quando houver alteração das características origi-
débitos de multa por infrações de trânsito e o ressarcimento
nais de fábrica;
de danos que tiverem causado a bens do patrimônio público,
respeitado o princípio da reciprocidade. VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no
caso de veículo da categoria de missões diplomáticas, de

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repartições consulares de carreira, de representações de § 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente
organismos internacionais e de seus integrantes; ao registro.
VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expe- § 2º O veículo somente será considerado licenciado es-
dida no Município do registro anterior, que poderá ser substi- tando quitados os débitos relativos a tributos, encargos e
tuída por informação do RENAVAM; multas de trânsito e ambientais, vinculados ao veículo, inde-
VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a tribu- pendentemente da responsabilidade pelas infrações cometi-
tos, encargos e multas de trânsito vinculados ao veículo, das.
independentemente da responsabilidade pelas infrações co- § 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá compro-
metidas; var sua aprovação nas inspeções de segurança veicular e de
IX - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998) controle de emissões de gases poluentes e de ruído, confor-
X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no me disposto no art. 104.
art. 98, quando houver alteração nas características originais Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licenci-
do veículo que afetem a emissão de poluentes e ruído; amento e terão sua circulação regulada pelo CONTRAN du-
XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de rante o trajeto entre a fábrica e o Município de destino.
poluentes e ruído, quando for o caso, conforme regulamenta- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, igual-
ções do CONTRAN e do CONAMA. mente, aos veículos importados, durante o trajeto entre a
Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os alfândega ou entreposto alfandegário e o Município de desti-
agregados e as características originais do veículo deverão no.
ser prestadas ao RENAVAM: Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licencia-
I - pelo fabricante ou montadora, antes da comercializa- mento Anual.
ção, no caso de veículo nacional; Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o pro-
II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado prietário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo de
por pessoa física; trânsito do Estado dentro de um prazo de trinta dias, cópia
autenticada do comprovante de transferência de propriedade,
III - pelo importador, no caso de veículo importado por devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se res-
pessoa jurídica. ponsabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENA- suas reincidências até a data da comunicação.
VAM serão repassadas ao órgão executivo de trânsito res- Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte
ponsável pelo registro, devendo este comunicar ao RENA- individual ou coletivo de passageiros de linhas regulares ou
VAM, tão logo seja o veículo registrado. empregados em qualquer serviço remunerado, para registro,
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou defini- licenciamento e respectivo emplacamento de característica
tivamente desmontado, deverá requerer a baixa do registro, comercial, deverão estar devidamente autorizados pelo poder
no prazo e forma estabelecidos pelo CONTRAN, sendo veda- público concedente.
da a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi, de forma CAPÍTULO XIII
a manter o registro anterior. (Vide Lei nº 12.977, de DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES
2014) (Vigência)
Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condu-
Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da ção coletiva de escolares somente poderão circular nas vias
companhia seguradora ou do adquirente do veículo destinado com autorização emitida pelo órgão ou entidade executivos
à desmontagem, quando estes sucederem ao proprietário.
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se,
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efe- para tanto:
tuará a baixa do registro após prévia consulta ao cadastro do I - registro como veículo de passageiros;
RENAVAM.
II - inspeção semestral para verificação dos equipamentos
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser obrigatórios e de segurança;
esta comunicada, de imediato, ao RENAVAM.
III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com qua-
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro renta centímetros de largura, à meia altura, em toda a exten-
de Veículo enquanto houver débitos fiscais e de multas de são das partes laterais e traseira da carroçaria, com o dístico
trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo, independente- ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veículo de car-
mente da responsabilidade pelas infrações cometidas.
roçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas de-
Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de pro- vem ser invertidas;
pulsão humana, dos ciclomotores e dos veículos de tração IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de ve-
animal obedecerão à regulamentação estabelecida em legis- locidade e tempo;
lação municipal do domicílio ou residência de seus proprietá-
rios. V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas
nas extremidades da parte superior dianteira e lanternas de
CAPÍTULO XII
luz vermelha dispostas na extremidade superior da parte
DO LICENCIAMENTO
traseira;
Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, re- VI - cintos de segurança em número igual à lotação;
boque ou semi-reboque, para transitar na via, deverá ser
licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito do VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabe-
Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver registrado o veí- lecidos pelo CONTRAN.
culo. Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso deverá ser afixada na parte interna do veículo, em local visí-
bélico. vel, com inscrição da lotação permitida, sendo vedada a con-
dução de escolares em número superior à capacidade esta-
§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é belecida pelo fabricante.
válido, durante o exercício, o licenciamento de origem.
Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de
Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expe- escolares deve satisfazer os seguintes requisitos:
dido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de Regis-
tro, no modelo e especificações estabelecidos pelo CON- I - ter idade superior a vinte e um anos;
TRAN. II - ser habilitado na categoria D;
III - (VETADO)

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IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravís- Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categori-
sima, ou ser reincidente em infrações médias durante os doze as de A a E, obedecida a seguinte gradação:
últimos meses; I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas
V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da ou três rodas, com ou sem carro lateral;
regulamentação do CONTRAN. II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não
Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a compe- abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda
tência municipal de aplicar as exigências previstas em seus a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda
regulamentos, para o transporte de escolares. a oito lugares, excluído o do motorista;
CAPÍTULO XIII-A III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado
DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a três
(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) mil e quinhentos quilogramas;
Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado
transporte remunerado de mercadorias – moto-frete – somen- no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito luga-
te poderão circular nas vias com autorização emitida pelo res, excluído o do motorista;
órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em
Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: (Incluído pela Lei que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e
nº 12.009, de 2009) cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou
I – registro como veículo da categoria de alu- articulada tenha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais de
guel; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito) luga-
II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado res.(Redação dada pela Lei nº 12.452, de 2011)
no chassi do veículo, destinado a proteger o motor e a perna § 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá
do condutor em caso de tombamento, nos termos de regula- estar habilitado no mínimo há um ano na categoria B e não ter
mentação do Conselho Nacional de Trânsito – Con- cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser rein-
tran; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) cidente em infrações médias, durante os últimos doze meses.
III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas, § 2o São os condutores da categoria B autorizados a con-
nos termos de regulamentação do Contran; (Incluído pela duzir veículo automotor da espécie motor-casa, definida nos
Lei nº 12.009, de 2009) termos do Anexo I deste Código, cujo peso não exceda a
IV – inspeção semestral para verificação dos equipamen- 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja lotação não exceda a
tos obrigatórios e de segurança. (Incluído pela Lei nº 8 (oito) lugares, excluído o do motorista.(Incluído pela Lei nº
12.009, de 2009) 12.452, de 2011)
§ 1o A instalação ou incorporação de dispositivos para § 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da com-
transporte de cargas deve estar de acordo com a regulamen- binação de veículos com mais de uma unidade tracionada,
tação do Contran. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) independentemente da capacidade de tração ou do peso
§ 2o É proibido o transporte de combustíveis, produtos in- bruto total. (Renumerado pela Lei nº 12.452, de 2011)
flamáveis ou tóxicos e de galões nos veículos de que trata Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto
este artigo, com exceção do gás de cozinha e de galões con- ou o equipamento automotor destinado à movimentação de
tendo água mineral, desde que com o auxílio de side-car, nos cargas ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem,
termos de regulamentação do Contran. (Incluído pela Lei de construção ou de pavimentação só podem ser conduzidos
nº 12.009, de 2009) na via pública por condutor habilitado nas categorias C, D ou
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a compe- E.
tência municipal ou estadual de aplicar as exigências previs- Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para
tas em seus regulamentos para as atividades de moto-frete conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros, de
no âmbito de suas circunscrições. (Incluído pela Lei nº escolares, de emergência ou de produto perigoso, o candida-
12.009, de 2009) to deverá preencher os seguintes requisitos:
CAPÍTULO XIV I - ser maior de vinte e um anos;
DA HABILITAÇÃO II - estar habilitado:
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo
elétrico será apurada por meio de exames que deverão ser há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na
realizados junto ao órgão ou entidade executivos do Estado categoria D; e
ou do Distrito Federal, do domicílio ou residência do candida- b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender
to, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão, devendo habilitar-se na categoria E;
o condutor preencher os seguintes requisitos: III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravís-
I - ser penalmente imputável; sima ou ser reincidente em infrações médias durante os últi-
II - saber ler e escrever; mos doze meses;
III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente. IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de
Parágrafo único. As informações do candidato à habilita- treinamento de prática veicular em situação de risco, nos
ção serão cadastradas no RENACH. termos da normatização do CONTRAN.
Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à Parágrafo único. A participação em curso especializado
aprendizagem para conduzir veículos automotores e elétricos previsto no inciso IV independe da observância do disposto
e à autorização para conduzir ciclomotores serão regulamen- no inciso III. (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012)(Vigência)
tados pelo CONTRAN. Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir
§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão ambulâncias, o candidato deverá comprovar treinamento
humana e de tração animal ficará a cargo dos Municípios. especializado e reciclagem em cursos específicos a cada 5
§ 2º (VETADO) (cinco) anos, nos termos da normatização do Con-
tran. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro
país está subordinado às condições estabelecidas em con- Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o con-
venções e acordos internacionais e às normas do CONTRAN. dutor deverá realizar exames complementares exigidos para
habilitação na categoria pretendida.

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Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre
exames realizados pelo órgão executivo de trânsito, na se- legislação de trânsito ou de direção veicular, o candidato só
guinte ordem: poderá repetir o exame depois de decorridos quinze dias da
I - de aptidão física e mental; divulgação do resultado.
II - (VETADO) Art. 152. O exame de direção veicular será realizado pe-
III - escrito, sobre legislação de trânsito; rante uma comissão integrada por três membros designados
pelo dirigente do órgão executivo local de trânsito, para o
IV - de noções de primeiros socorros, conforme regula- período de um ano, permitida a recondução por mais um
mentação do CONTRAN; período de igual duração.
V - de direção veicular, realizado na via pública, em veícu- § 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo me-
lo da categoria para a qual estiver habilitando-se. nos um membro deverá ser habilitado na categoria igual ou
§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos res- superior à pretendida pelo candidato.
pectivos examinadores serão registrados no RE- § 2º Os militares das Forças Armadas e Auxiliares que
NACH. (Renumerado do parágrafo único, pela Lei nº possuírem curso de formação de condutor, ministrado em
9.602, de 1998)
suas corporações, serão dispensados, para a concessão da
§ 2º O exame de aptidão física e mental será prelimi- Carteira Nacional de Habilitação, dos exames a que se hou-
nar e renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos para verem submetido com aprovação naquele curso, desde que
condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade, no neles sejam observadas as normas estabelecidas pelo CON-
local de residência ou domicílio do examinado.(Incluído pela TRAN.
Lei nº 9.602, de 1998)
§ 3º O militar interessado instruirá seu requerimento com
§ 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psi- ofício do Comandante, Chefe ou Diretor da organização mili-
cológica preliminar e complementar sempre que a ele se tar em que servir, do qual constarão: o número do registro de
submeter o condutor que exerce atividade remunerada ao identificação, naturalidade, nome, filiação, idade e categoria
veículo, incluindo-se esta avaliação para os demais candida- em que se habilitou a conduzir, acompanhado de cópias das
tos apenas no exame referente à primeira habilita- atas dos exames prestados.
ção. (Redação dada pela Lei nº 10.350, de 2001) § 4º (VETADO)
§ 4º Quando houver indícios de deficiência física,
Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a
mental, ou de progressividade de doença que possa diminuir identificação de seus instrutores e examinadores, que serão
a capacidade para conduzir o veículo, o prazo previsto no § 2º passíveis de punição conforme regulamentação a ser estabe-
poderá ser diminuído por proposta do perito examina- lecida pelo CONTRAN.
dor. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
o
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores
§ 5 O condutor que exerce atividade remunerada ao veí- e examinadores serão de advertência, suspensão e cancela-
culo terá essa informação incluída na sua Carteira Nacional mento da autorização para o exercício da atividade, conforme
de Habilitação, conforme especificações do Conselho Nacio- a falta cometida.
nal de Trânsito – Contran. (Incluído pela Lei nº 10.350, de
2001) Art. 154. Os veículos destinados à formação de conduto-
res serão identificados por uma faixa amarela, de vinte centí-
Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção metros de largura, pintada ao longo da carroçaria, à meia
veicular, poderão ser aplicados por entidades públicas ou altura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.
privadas credenciadas pelo órgão executivo de trânsito dos
Estados e do Distrito Federal, de acordo com as normas es- Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para
tabelecidas pelo CONTRAN. aprendizagem, quando autorizado para servir a esse fim,
deverá ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meia altura,
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoria- faixa branca removível, de vinte centímetros de largura, com a
mente, curso de direção defensiva e de conceitos básicos de inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.
proteção ao meio ambiente relacionados com o trânsito.
Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão pa- elétrico será realizada por instrutor autorizado pelo órgão
ra Dirigir, com validade de um ano. executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, per-
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao tencente ou não à entidade credenciada.
condutor no término de um ano, desde que o mesmo não Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização
tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gra- para aprendizagem, de acordo com a regulamentação do
víssima ou seja reincidente em infração média.
CONTRAN, após aprovação nos exames de aptidão física,
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, mental, de primeiros socorros e sobre legislação de trânsi-
tendo em vista a incapacidade de atendimento do disposto no to. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
parágrafo anterior, obriga o candidato a reiniciar todo o pro- Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento
cesso de habilitação. para prestação de serviço pelas auto-escolas e outras entida-
§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN des destinadas à formação de condutores e às exigências
poderá dispensar os tripulantes de aeronaves que apresenta- necessárias para o exercício das atividades de instrutor e
rem o cartão de saúde expedido pelas Forças Armadas ou examinador.
pelo Departamento de Aeronáutica Civil, respectivamente, da Art. 157. (VETADO)
prestação do exame de aptidão física e mental.(Incluído pela
Lei nº 9.602, de 1998) Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se: (Vide
Lei nº 12.217, de 2010) Vigência
Art. 149. (VETADO)
I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão
Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anteri- executivo de trânsito;
or, o condutor que não tenha curso de direção defensiva e
primeiros socorros deverá a eles ser submetido, conforme II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.
normatização do CONTRAN. § 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores contra- aprendizagem poderá conduzir apenas mais um acompa-
tados para operar a sua frota de veículos é obrigada a forne- nhante. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
cer curso de direção defensiva, primeiros socorros e outros 12.217, de 2010).
conforme normatização do CONTRAN.

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§ 2o Parte da aprendizagem será obrigatoriamente reali- Infração - gravíssima;
zada durante a noite, cabendo ao CONTRAN fixar-lhe a carga Penalidade - multa (cinco vezes) e apreensão do veículo;
horária mínima correspondente. (Incluído pela Lei nº III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão
12.217, de 2010). para Dirigir de categoria diferente da do veículo que esteja
Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em conduzindo:
modelo único e de acordo com as especificações do CON- Infração - gravíssima;
TRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos neste Códi-
Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo;
go, conterá fotografia, identificação e CPF do condutor, terá fé
pública e equivalerá a documento de identidade em todo o Medida administrativa - recolhimento do documento de
território nacional. habilitação;
§ 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da IV - (VETADO)
Carteira Nacional de Habilitação quando o condutor estiver à V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação ven-
direção do veículo. cida há mais de trinta dias:
§ 2º (VETADO) Infração - gravíssima;
§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habili- Penalidade - multa;
tação será regulamentada pelo CONTRAN. Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional
§ 4º (VETADO) de Habilitação e retenção do veículo até a apresentação de
§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão pa- condutor habilitado;
ra Dirigir somente terão validade para a condução de veículo VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar
quando apresentada em original. de audição, de prótese física ou as adaptações do veículo
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação impostas por ocasião da concessão ou da renovação da li-
expedida e a da autoridade expedidora serão registradas no cença para conduzir:
RENACH. Infração - gravíssima;
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro no Penalidade - multa;
RENACH, agregando-se neste todas as informações. Medida administrativa - retenção do veículo até o sanea-
§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Ha- mento da irregularidade ou apresentação de condutor habili-
bilitação ou a emissão de uma nova via somente será realiza- tado.
da após quitação de débitos constantes do prontuário do Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas con-
condutor. dições previstas no artigo anterior:
§ 9º (VETADO) Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
está condicionada ao prazo de vigência do exame de aptidão Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do
física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) artigo anterior.
§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na vi- Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos
gência do Código anterior, será substituída por ocasião do incisos do art. 162 tome posse do veículo automotor e passe
vencimento do prazo para revalidação do exame de aptidão a conduzi-lo na via:
física e mental, ressalvados os casos especiais previstos
Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito de-
verá ser submetido a novos exames para que possa voltar a Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do
dirigir, de acordo com as normas estabelecidas pelo CON- art. 162.
TRAN, independentemente do reconhecimento da prescrição, Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer
em face da pena concretizada na sentença. outra substância psicoativa que determine dependên-
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido cia: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
poderá ser submetido aos exames exigidos neste artigo, a Infração - gravíssima;(Redação dada pela Lei nº 11.705,
juízo da autoridade executiva estadual de trânsito, assegura- de 2008)
da ampla defesa ao condutor. Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva dirigir por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº
estadual de trânsito poderá apreender o documento de habili- 12.760, de 2012)
tação do condutor até a sua aprovação nos exames realiza- Medida administrativa - recolhimento do documento de
dos. habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no §
CAPÍTULO XV 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 -
DAS INFRAÇÕES do Código de Trânsito Brasileiro. (Redação dada pela Lei
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de nº 12.760, de 2012)
qualquer preceito deste Código, da legislação complementar Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze)
penalidades e medidas administrativas indicadas em cada meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX. Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pes-
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às soa que, mesmo habilitada, por seu estado físico ou psíquico,
resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e medidas não estiver em condições de dirigi-lo com segurança:
administrativas definidas nas próprias resoluções. Infração - gravíssima;
Art. 162. Dirigir veículo: Penalidade - multa.
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Per- Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto
missão para Dirigir: de segurança, conforme previsto no art. 65:
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo; Penalidade - multa;
II - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão pa-
ra Dirigir cassada ou com suspensão do direito de dirigir:
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Medida administrativa - retenção do veículo até colocação Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de
do cinto pelo infrator. dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº
Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem 12.971, de 2014) (Vigência)
observância das normas de segurança especiais estabeleci- Medida administrativa - recolhimento do documento de
das neste Código: habilitação e remoção do veículo.
Infração - gravíssima; Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
Penalidade - multa; no caput em caso de reincidência no período de 12 (doze)
Medida administrativa - retenção do veículo até que a irre- meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de
gularidade seja sanada. 2014) (Vigência)
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indis- Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com ví-
pensáveis à segurança: tima:
Infração - leve; I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo
fazê-lo;
Penalidade - multa.
II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam evitar perigo para o trânsito no local;
atravessando a via pública, ou os demais veículos:
III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos
Infração - gravíssima; da polícia e da perícia;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; IV - de adotar providências para remover o veículo do lo-
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimen- cal, quando determinadas por policial ou agente da autoridade
to do documento de habilitação. de trânsito;
Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedes- V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informa-
tres ou veículos, água ou detritos: ções necessárias à confecção do boletim de ocorrência:
Infração - média; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa. Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito
Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou de dirigir;
substâncias: Medida administrativa - recolhimento do documento de
Infração - média; habilitação.
Penalidade - multa. Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de
Art. 173. Disputar corrida: (Redação dada pela Lei nº acidente de trânsito quando solicitado pela autoridade e seus
12.971, de 2014) (Vigência) agentes:
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de Penalidade - multa.
dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem ví-
12.971, de 2014) (Vigência) tima, de adotar providências para remover o veículo do local,
Medida administrativa - recolhimento do documento de quando necessária tal medida para assegurar a segurança e
habilitação e remoção do veículo. a fluidez do trânsito:
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista Infração - média;
no caput em caso de reincidência no período de 12 (doze) Penalidade - multa.
meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na
2014) (Vigência) via pública, salvo nos casos de impedimento absoluto de sua
Art. 174. Promover, na via, competição, eventos remoção e em que o veículo esteja devidamente sinalizado:
organizados, exibição e demonstração de perícia em manobra I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rá-
de veículo, ou deles participar, como condutor, sem pido:
permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre Infração - grave;
a via: (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência) Penalidade - multa;
Infração - gravíssima; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de II - nas demais vias:
dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº Infração - leve;
12.971, de 2014) (Vigência) Penalidade - multa.
Medida administrativa - recolhimento do documento de Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de
habilitação e remoção do veículo. combustível:
§ 1o As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos Infração - média;
condutores participantes. (Incluído pela Lei nº 12.971, de Penalidade - multa;
2014) (Vigência) Medida administrativa - remoção do veículo.
§ 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em Art. 181. Estacionar o veículo:
caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da
infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do
2014) (Vigência) alinhamento da via transversal:
Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir Infração - média;
manobra perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem Penalidade - multa;
ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de Medida administrativa - remoção do veículo;
pneus: (Redação dada pela Lei nº 12.971, de II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta
2014) (Vigência) centímetros a um metro:
Infração - gravíssima; Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;

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III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um XV - na contramão de direção:
metro: Infração - média;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente frea-
Medida administrativa - remoção do veículo; do e sem calço de segurança, quando se tratar de veículo
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste com peso bruto total superior a três mil e quinhentos quilo-
Código: gramas:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das XVII - em desacordo com as condições regulamentadas
vias de trânsito rápido e das vias dotadas de acostamento: especificamente pela sinalização (placa - Estacionamento
Infração - gravíssima; Regulamentado):
Penalidade - multa; Infração - leve;
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água Medida administrativa - remoção do veículo;
ou tampas de poços de visita de galerias subterrâneas, desde XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela
que devidamente identificados, conforme especificação do sinalização (placa - Proibido Estacionar):
CONTRAN: Infração - média;
Infração - média; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; Medida administrativa - remoção do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo; XIX - em locais e horários de estacionamento e parada
VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior: proibidos pela sinalização (placa - Proibido Parar e Estacio-
Infração - leve; nar):
Penalidade - multa; Infração - grave;
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, so- Medida administrativa - remoção do veículo.
bre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao § 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de
lado ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de rola- trânsito aplicará a penalidade preferencialmente após a remo-
mento, marcas de canalização, gramados ou jardim público: ção do veículo.
Infração - grave; § 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar
Penalidade - multa; o calço de segurança na via.
Medida administrativa - remoção do veículo; Art. 182. Parar o veículo:
IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada des- I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do
tinada à entrada ou saída de veículos: alinhamento da via transversal:
Infração - média; Infração - média;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta
centímetros a um metro:
X - impedindo a movimentação de outro veículo:
Infração - leve;
Infração - média;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um
Medida administrativa - remoção do veículo; metro:
XI - ao lado de outro veículo em fila dupla: Infração - média;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste
Medida administrativa - remoção do veículo; Código:
XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circu- Infração - leve;
lação de veículos e pedestres: Penalidade - multa;
Infração - grave; V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das
Penalidade - multa; vias de trânsito rápido e das demais vias dotadas de acosta-
Medida administrativa - remoção do veículo; mento:
XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de Infração - grave;
ponto de embarque ou desembarque de passageiros de Penalidade - multa;
transporte coletivo ou, na inexistência desta sinalização, no VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas
intervalo compreendido entre dez metros antes e depois do ilhas, refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de rola-
marco do ponto: mento e marcas de canalização:
Infração - média; Infração - leve;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circu-
XIV - nos viadutos, pontes e túneis: lação de veículos e pedestres:
Infração - grave; Infração - média;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; VIII - nos viadutos, pontes e túneis:

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Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
IX - na contramão de direção: Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando
Infração - média; em sentidos opostos, estejam na iminência de passar um pelo
Penalidade - multa; outro ao realizar operação de ultrapassagem:
X - em local e horário proibidos especificamente pela sina- Infração - gravíssima;
lização (placa - Proibido Parar): Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de
Infração - média; dirigir. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)
Penalidade - multa.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze)
mudança de sinal luminoso: meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de
Infração - média; 2014) (Vigência)
Penalidade - multa. Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral
Art. 184. Transitar com o veículo: e frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em rela-
I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de cir- ção ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velo-
culação exclusiva para determinado tipo de veículo, exceto cidade, as condições climáticas do local da circulação e do
para acesso a imóveis lindeiros ou conversões à direita: veículo:
Infração - leve; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
circulação exclusiva para determinado tipo de veículo: no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze)
Infração - grave; meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)
Penalidade - multa.
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios,
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar
passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamen-
de conservá-lo:
tos, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acos-
I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamen- tamentos, marcas de canalização, gramados e jardins públi-
tação, exceto em situações de emergência; cos:
II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior por- Infração - gravíssima;
te:
Penalidade - multa (três vezes).
Infração - média;
Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância ne-
Penalidade - multa. cessária a pequenas manobras e de forma a não causar ris-
Art. 186. Transitar pela contramão de direção em: cos à segurança:
I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultra- Infração - grave;
passar outro veículo e apenas pelo tempo necessário, respei- Penalidade - multa.
tada a preferência do veículo que transitar em sentido contrá-
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade
rio:
competente de trânsito ou de seus agentes:
Infração - grave;
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa.
II - vias com sinalização de regulamentação de sentido
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante
único de circulação:
gesto regulamentar de braço ou luz indicadora de direção do
Infração - gravíssima; veículo, o início da marcha, a realização da manobra de parar
Penalidade - multa. o veículo, a mudança de direção ou de faixa de circulação:
Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pe- Infração - grave;
la regulamentação estabelecida pela autoridade competente: Penalidade - multa.
I - para todos os tipos de veículos: Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo
Infração - média; para a faixa mais à esquerda ou mais à direita, dentro da
Penalidade - multa; respectiva mão de direção, quando for manobrar para um
II - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998) desses lados:
Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo Infração - média;
ou perturbando o trânsito: Penalidade - multa.
Infração - média; Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando
Penalidade - multa. solicitado:
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos Infração - média;
de batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polí- Penalidade - multa.
cia, de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo
quando em serviço de urgência e devidamente identificados da frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal de
por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e ilumina- que vai entrar à esquerda:
ção vermelha intermitentes: Infração - média;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte co-
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando letivo ou de escolares, parado para embarque ou desembar-
este com prioridade de passagem devidamente identificada que de passageiros, salvo quando houver refúgio de seguran-
por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e ilumina- ça para o pedestre:
ção vermelha intermitentes: Infração - gravíssima;

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Penalidade - multa. trar às áreas destinadas à pesagem de veículos ou evadir-se
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro para não efetuar o pagamento do pedágio:
e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta: Infração - grave;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário polici-
Art. 202. Ultrapassar outro veículo: al:
I - pelo acostamento; Infração - gravíssima;
II - em interseções e passagens de nível; Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.971, direito de dirigir;
de 2014) (Vigência) Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimen-
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela to do documento de habilitação.
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo: de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer
outro obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados:
I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficien-
te; Infração - grave;
II - nas faixas de pedestre; Penalidade - multa.
III - nas pontes, viadutos ou túneis; Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha
férrea:
IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras,
cancelas, cruzamentos ou qualquer outro impedimento à livre Infração - gravíssima;
circulação; Penalidade - multa.
V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respecti-
fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contí- va marcha for interceptada:
nua amarela: I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, passea-
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.971, tas, desfiles e outros:
de 2014) (Vigência) Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei Penalidade - multa.
nº 12.971, de 2014) (Vigência) II - por agrupamento de veículos, como cortejos, forma-
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista ções militares e outros:
no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) Infração - grave;
meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de Penalidade - multa.
2014) (Vigência)
Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedes-
Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direi- tre e a veículo não motorizado:
ta, para aguardar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à
esquerda, onde não houver local apropriado para operação I - que se encontre na faixa a ele destinada;
de retorno: II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra
Infração - grave; sinal verde para o veículo;
Penalidade - multa. III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e
gestantes:
Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre
Infração - gravíssima;
cortejo, préstito, desfile e formações militares, salvo com
autorização da autoridade de trânsito ou de seus agentes: Penalidade - multa.
Infração - leve; IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não
Penalidade - multa. haja sinalização a ele destinada;
Art. 206. Executar operação de retorno: V - que esteja atravessando a via transversal para onde se
dirige o veículo:
I - em locais proibidos pela sinalização;
Infração - grave;
II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;
Penalidade - multa.
III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardi-
namento ou canteiros de divisões de pista de rolamento, refú- Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:
gios e faixas de pedestres e nas de veículos não motorizados; I - em interseção não sinalizada:
IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória;
via transversal; b) a veículo que vier da direita;
V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ain- II - nas interseções com sinalização de regulamentação de
da que em locais permitidos: Dê a Preferência:
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar ade-
esquerda em locais proibidos pela sinalização: quadamente posicionado para ingresso na via e sem as pre-
Infração - grave; cauções com a segurança de pedestres e de outros veículos:
Penalidade - multa. Infração - média;
Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de Penalidade - multa.
parada obrigatória: Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados
Infração - gravíssima; sem dar preferência de passagem a pedestres e a outros
Penalidade - multa. veículos:
Infração - média;
Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com
ou sem sinalização ou dispositivos auxiliares, deixar de aden- Penalidade - multa.

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Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima per- Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em de-
mitida para o local, medida por instrumento ou equipamento sacordo com as especificações e modelos estabelecidos pelo
hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e CONTRAN:
demais vias: (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) Infração - média;
I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% Penalidade - multa;
(vinte por cento): (Redação dada pela Lei nº 11.334, de Medida administrativa - retenção do veículo para regulari-
2006) zação e apreensão das placas irregulares.
Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que
2006) confecciona, distribui ou coloca, em veículo próprio ou de
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, terceiros, placas de identificação não autorizadas pela regu-
de 2006) lamentação.
II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de aten-
20% (vinte por cento) até 50% (cinqüenta por cen- dimento de emergência, o sistema de iluminação vermelha
to): (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de salvamento, de fiscalização de trânsito e das ambulâncias,
2006) ainda que parados:
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, Infração - média;
de 2006) Penalidade - multa.
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho
de 50% (cinqüenta por cento):(Incluído pela Lei nº 11.334, de de luz alta de forma a perturbar a visão de outro condutor:
2006) Infração - grave;
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 11.334, de Penalidade - multa;
2006)
Medida administrativa - retenção do veículo para regulari-
Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do zação.
direito de dirigir e apreensão do documento de habilita-
ção. (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006) Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias
providas de iluminação pública:
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à
Infração - leve;
metade da velocidade máxima estabelecida para a via, retar-
dando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições de Penalidade - multa.
tráfego e meteorológicas não o permitam, salvo se estiver na Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os
faixa da direita: demais condutores e, à noite, não manter acesas as luzes
Infração - média; externas ou omitir-se quanto a providências necessárias para
Penalidade - multa. tornar visível o local, quando:
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de for- I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou
ma compatível com a segurança do trânsito: permanecer no acostamento;
I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cor- II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser reti-
tejos, préstitos e desfiles: rada imediatamente:
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que te-
agente da autoridade de trânsito, mediante sinais sonoros ou nha sido utilizado para sinalização temporária da via:
gestos; Infração - média;
III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou Penalidade - multa.
acostamento; Art. 227. Usar buzina:
IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não sina- I - em situação que não a de simples toque breve como
lizada; advertência ao pedestre ou a condutores de outros veículos;
V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cerca- II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;
da; III - entre as vinte e duas e as seis horas;
VI - nos trechos em curva de pequeno raio; IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;
VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com advertên- V - em desacordo com os padrões e freqüências estabele-
cia de obras ou trabalhadores na pista; cidas pelo CONTRAN:
VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes; Infração - leve;
IX - quando houver má visibilidade; Penalidade - multa.
X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, defei- Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volu-
tuoso ou avariado; me ou freqüência que não sejam autorizados pelo CONTRAN:
XI - à aproximação de animais na pista; Infração - grave;
XII - em declive; Penalidade - multa;
XIII - ao ultrapassar ciclista: Medida administrativa - retenção do veículo para regulari-
Infração - grave; zação.
Penalidade - multa; Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alar-
XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de me ou que produza sons e ruído que perturbem o sossego
embarque e desembarque de passageiros ou onde haja in- público, em desacordo com normas fixadas pelo CONTRAN:
tensa movimentação de pedestres: Infração - média;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Penalidade - multa. Medida administrativa - remoção do veículo.

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Art. 230. Conduzir o veículo: Medida administrativa - retenção do veículo para cumpri-
I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou mento do tempo de descanso aplicável;(Incluído pela Lei nº
qualquer outro elemento de identificação do veículo violado 12.619, de 2012) (Vigência)
ou falsificado; XXIV- (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de
II - transportando passageiros em compartimento de car- 2012) (Vigência)
ga, salvo por motivo de força maior, com permissão da autori- Art. 231. Transitar com o veículo:
dade competente e na forma estabelecida pelo CONTRAN; I - danificando a via, suas instalações e equipamentos;
III - com dispositivo anti-radar; II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via:
IV - sem qualquer uma das placas de identificação; a) carga que esteja transportando;
V - que não esteja registrado e devidamente licenciado; b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
VI - com qualquer uma das placas de identificação sem c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:
condições de legibilidade e visibilidade: Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa;
Penalidade - multa e apreensão do veículo; Medida administrativa - retenção do veículo para regulari-
Medida administrativa - remoção do veículo; zação;
VII - com a cor ou característica alterada; III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis su-
VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança periores aos fixados pelo CONTRAN;
veicular, quando obrigatória; IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos
IX - sem equipamento obrigatório ou estando este inefici- limites estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem
ente ou inoperante; autorização:
X - com equipamento obrigatório em desacordo com o es- Infração - grave;
tabelecido pelo CONTRAN; Penalidade - multa;
XI - com descarga livre ou silenciador de motor de explo- Medida administrativa - retenção do veículo para regulari-
são defeituoso, deficiente ou inoperante; zação;
XII - com equipamento ou acessório proibido; V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerân-
XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de cia quando aferido por equipamento, na forma a ser estabele-
sinalização alterados; cida pelo CONTRAN:
XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocida- Infração - média;
de e tempo viciado ou defeituoso, quando houver exigência Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogra-
desse aparelho; mas ou fração de excesso de peso apurado, constante na
XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de ca- seguinte tabela:
ráter publicitário afixados ou pintados no pára-brisa e em toda a) até seiscentos quilogramas - 5 (cinco) UFIR;
a extensão da parte traseira do veículo, excetuadas as hipó- b) de seiscentos e um a oitocentos quilogramas - 10 (dez)
teses previstas neste Código; UFIR;
XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por pelícu- c) de oitocentos e um a um mil quilogramas - 20 (vinte)
las refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas; UFIR;
XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autoriza- d) de um mil e um a três mil quilogramas - 30 (trinta) UFIR;
das pela legislação;
e) de três mil e um a cinco mil quilogramas - 40 (quarenta)
XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a UFIR;
segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de segu-
rança e de emissão de poluentes e ruído, prevista no art. 104; f) acima de cinco mil e um quilogramas - 50 (cinqüenta)
UFIR;
XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:
Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo
Infração - grave; da carga excedente;
Penalidade - multa; VI - em desacordo com a autorização especial, expedida
Medida administrativa - retenção do veículo para regulari- pela autoridade competente para transitar com dimensões
zação; excedentes, ou quando a mesma estiver vencida:
XX - sem portar a autorização para condução de escola- Infração - grave;
res, na forma estabelecida no art. 136: Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Infração - grave; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa e apreensão do veículo; VII - com lotação excedente;
XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou
inscrições previstas neste Código; bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de
XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinaliza- força maior ou com permissão da autoridade competente:
ção ou com lâmpadas queimadas: Infração - média;
Infração - média; Penalidade - multa;
Penalidade - multa. Medida administrativa - retenção do veículo;
XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no IX - desligado ou desengrenado, em declive:
art. 67-A, relativamente ao tempo de permanência do condu-
tor ao volante e aos intervalos para descanso, quando se Infração - média;
tratar de veículo de transporte de carga ou de passagei- Penalidade - multa;
ros: (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) Medida administrativa - retenção do veículo;
Infração - grave; (Incluído pela Lei nº 12.619, de X - excedendo a capacidade máxima de tração:
2012) (Vigência) Infração - de média a gravíssima, a depender da relação
Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 12.619, de entre o excesso de peso apurado e a capacidade máxima de
2012) (Vigência) tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN;

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Penalidade - multa; Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de
Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo Registro e do Certificado de Licenciamento Anual.
de carga excedente. Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veí-
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos culo ou de habilitação do condutor:
incisos V e X, o veículo que transitar com excesso de peso ou Infração - leve;
excedendo à capacidade máxima de tração, não computado o Penalidade - multa.
percentual tolerado na forma do disposto na legislação, so- Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de
mente poderá continuar viagem após descarregar o que ex- registro, licenciamento ou habilitação:
ceder, segundo critérios estabelecidos na referida legislação
complementar. Infração - gravíssima;
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte Penalidade - multa.
obrigatório referidos neste Código: Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao
Infração - leve; órgão executivo de trânsito competente a ocorrência de perda
total do veículo e de lhe devolver as respectivas placas e
Penalidade - multa; documentos:
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresen- Infração - grave;
tação do documento.
Penalidade - multa;
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo
de trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos
as hipóteses previstas no art. 123: documentos.
Infração - grave; Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
Penalidade - multa; I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos
de proteção e vestuário de acordo com as normas e especifi-
Medida administrativa - retenção do veículo para regulari- cações aprovadas pelo CONTRAN;
zação.
II - transportando passageiro sem o capacete de seguran-
Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação ça, na forma estabelecida no inciso anterior, ou fora do assen-
e de identificação do veículo: to suplementar colocado atrás do condutor ou em carro late-
Infração - gravíssima; ral;
Penalidade - multa e apreensão do veículo; III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em
Medida administrativa - remoção do veículo. uma roda;
Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes IV - com os faróis apagados;
externas do veículo, salvo nos casos devidamente autoriza- V - transportando criança menor de sete anos ou que não
dos: tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria
Infração - grave; segurança:
Penalidade - multa; Infração - gravíssima;
Medida administrativa - retenção do veículo para transbor- Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
do. Medida administrativa - Recolhimento do documento de
Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou cor- habilitação;
da, salvo em casos de emergência: VI - rebocando outro veículo;
Infração - média; VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo
Penalidade - multa. eventualmente para indicação de manobras;
Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as VIII – transportando carga incompatível com suas especi-
especificações, e com falta de inscrição e simbologia neces- ficações ou em desacordo com o previsto no § 2o do art. 139-
sárias à sua identificação, quando exigidas pela legislação: A desta Lei;(Redação dada pela Lei nº 12.2009, de 2009)
Infração - grave; IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em
Penalidade - multa; desacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as
Medida administrativa - retenção do veículo para regulari- normas que regem a atividade profissional dos mototaxis-
zação. tas: (Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009)
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito Infração – grave;(Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009)
ou a seus agentes, mediante recibo, os documentos de habili- Penalidade – multa; (Incluído pela Lei nº 12.2009, de
tação, de registro, de licenciamento de veículo e outros exigi- 2009)
dos por lei, para averiguação de sua autenticidade: Medida administrativa – apreensão do veículo para regula-
Infração - gravíssima; rização. (Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009)
Penalidade - multa e apreensão do veículo; § 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e
Medida administrativa - remoção do veículo. VIII, além de:
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento es-
regularização, sem permissão da autoridade competente ou pecial a ele destinado;
de seus agentes: b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo
Infração - gravíssima; onde houver acostamento ou faixas de rolamento próprias;
Penalidade - multa e apreensão do veículo; c) transportar crianças que não tenham, nas circunstân-
cias, condições de cuidar de sua própria segurança.
Medida administrativa - remoção do veículo.
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do
Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do re- parágrafo anterior:
gistro de veículo irrecuperável ou definitivamente desmonta-
do: Infração - média;
Infração - grave; § 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste arti-
go não se aplica às motocicletas e motonetas que tracionem
Penalidade - multa; semi-reboques especialmente projetados para esse fim e

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devidamente homologados pelo órgão competente.(Incluído c) quando a sinalização de regulamentação da via deter-
pela Lei nº 10.517, de 2002) minar o uso do pisca-alerta:
Penalidade - multa. Infração - média;
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, mate- Penalidade - multa.
riais ou equipamentos, sem autorização do órgão ou entidade Art. 252. Dirigir o veículo:
de trânsito com circunscrição sobre a via: I - com o braço do lado de fora;
Infração - grave; II - transportando pessoas, animais ou volume à sua es-
Penalidade - multa; querda ou entre os braços e pernas;
Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do ma- III - com incapacidade física ou mental temporária que
terial. comprometa a segurança do trânsito;
Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que
incidirão sobre a pessoa física ou jurídica responsável. comprometa a utilização dos pedais;
Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre cir- V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer
culação, à segurança de veículo e pedestres, tanto no leito da sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo,
via terrestre como na calçada, ou obstaculizar a via indevida- ou acionar equipamentos e acessórios do veículo;
mente: VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a apa-
Infração - gravíssima; relhagem sonora ou de telefone celular;
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a crité- Infração - média;
rio da autoridade de trânsito, conforme o risco à segurança. Penalidade - multa.
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa físi- Art. 253. Bloquear a via com veículo:
ca ou jurídica responsável pela obstrução, devendo a autori-
dade com circunscrição sobre a via providenciar a sinalização Infração - gravíssima;
de emergência, às expensas do responsável, ou, se possível, Penalidade - multa e apreensão do veículo;
promover a desobstrução. Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rola- Art. 254. É proibido ao pedestre:
mento, em fila única, os veículos de tração ou propulsão hu- I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto
mana e os de tração animal, sempre que não houver acosta- para cruzá-las onde for permitido;
mento ou faixa a eles destinados: II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou tú-
Infração - média; neis, salvo onde exista permissão;
Penalidade - multa. III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, sal-
Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte vo quando houver sinalização para esse fim;
de passageiros carga excedente em desacordo com o estabe- IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de per-
lecido no art. 109: turbar o trânsito, ou para a prática de qualquer folguedo, es-
Infração - grave; porte, desfiles e similares, salvo em casos especiais e com a
Penalidade - multa; devida licença da autoridade competente;
Medida administrativa - retenção para o transbordo. V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aé-
Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de rea ou subterrânea;
posição, quando o veículo estiver parado, para fins de embar- VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;
que ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de Infração - leve;
mercadorias: Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do valor
Infração - média; da infração de natureza leve.
Penalidade - multa. Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento: permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em de-
I - deixar de manter acesa a luz baixa: sacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:
a) durante a noite; Infração - média;
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública; Penalidade - multa;
c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante re-
coletivo de passageiros, circulando em faixas ou pistas a eles cibo para o pagamento da multa.
destinadas; CAPÍTULO XVI
DAS PENALIDADES
d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;
II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posi- Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das compe-
ção sob chuva forte, neblina ou cerração; tências estabelecidas neste Código e dentro de sua circuns-
crição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as seguin-
III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite; tes penalidades:
Infração - média; I - advertência por escrito;
Penalidade - multa. II - multa;
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo: III - suspensão do direito de dirigir;
I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de IV - apreensão do veículo;
emergência;
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguin-
tes situações: VI - cassação da Permissão para Dirigir;
VII - freqüência obrigatória em curso de reciclagem.
a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a
outro condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo; § 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código
b) em imobilizações ou situação de emergência, como ad- não elide as punições originárias de ilícitos penais decorren-
vertência, utilizando pisca-alerta; tes de crimes de trânsito, conforme disposições de lei.
§ 2º (VETADO)

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§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos ór- Art. 259. A cada infração cometida são computados os
gãos ou entidades executivos de trânsito responsáveis pelo seguintes números de pontos:
licenciamento do veículo e habilitação do condutor. I - gravíssima - sete pontos;
Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao II - grave - cinco pontos;
proprietário do veículo, ao embarcador e ao transportador, III - média - quatro pontos;
salvo os casos de descumprimento de obrigações e deveres
impostos a pessoas físicas ou jurídicas expressamente men- IV - leve - três pontos.
cionados neste Código. § 1º (VETADO)
§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão im- § 2º (VETADO)
postas concomitantemente as penalidades de que trata este § 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de
Código toda vez que houver responsabilidade solidária em 2012) (Vigência)
infração dos preceitos que lhes couber observar, responden- Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo ór-
do cada um de per si pela falta em comum que lhes for atribu- gão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via
ída. onde haja ocorrido a infração, de acordo com a competência
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pe- estabelecida neste Código.
la infração referente à prévia regularização e preenchimento § 1º As multas decorrentes de infração cometida em uni-
das formalidades e condições exigidas para o trânsito do dade da Federação diversa da do licenciamento do veículo
veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de serão arrecadadas e compensadas na forma estabelecida
suas características, componentes, agregados, habilitação pelo CONTRAN.
legal e compatível de seus condutores, quando esta for exigi- § 2º As multas decorrentes de infração cometida em uni-
da, e outras disposições que deva observar. dade da Federação diversa daquela do licenciamento do
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infra- veículo poderão ser comunicadas ao órgão ou entidade res-
ções decorrentes de atos praticados na direção do veículo. ponsável pelo seu licenciamento, que providenciará a notifi-
§ 4º O embarcador é responsável pela infração relativa ao cação.
transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou no § 3º (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
peso bruto total, quando simultaneamente for o único reme- § 4º Quando a infração for cometida com veículo licencia-
tente da carga e o peso declarado na nota fiscal, fatura ou do no exterior, em trânsito no território nacional, a multa res-
manifesto for inferior àquele aferido. pectiva deverá ser paga antes de sua saída do País, respei-
§ 5º O transportador é o responsável pela infração relativa tado o princípio de reciprocidade.
ao transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir
quando a carga proveniente de mais de um embarcador ultra- será aplicada, nos casos previstos neste Código, pelo prazo
passar o peso bruto total. mínimo de um mês até o máximo de um ano e, no caso de
§ 6º O transportador e o embarcador são solidariamente reincidência no período de doze meses, pelo prazo mínimo de
responsáveis pela infração relativa ao excesso de peso bruto seis meses até o máximo de dois anos, segundo critérios
total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto estabelecidos pelo CONTRAN.
for superior ao limite legal. § 1o Além dos casos previstos em outros artigos deste
§ 7º Não sendo imediata a identificação do infrator, o pro- Código e excetuados aqueles especificados no art. 263, a
prietário do veículo terá quinze dias de prazo, após a notifica- suspensão do direito de dirigir será aplicada quando o infrator
ção da autuação, para apresentá-lo, na forma em que dispu- atingir, no período de 12 (doze) meses, a contagem de 20
ser o CONTRAN, ao fim do qual, não o fazendo, será consi- (vinte) pontos, conforme pontuação indicada no art.
derado responsável pela infração. 259. (Redação dada pela Lei nº 12.547, de 2011)
§ 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não ha- § 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a
vendo identificação do infrator e sendo o veículo de proprie- Carteira Nacional de Habilitação será devolvida a seu titular
dade de pessoa jurídica, será lavrada nova multa ao proprie- imediatamente após cumprida a penalidade e o curso de
tário do veículo, mantida a originada pela infração, cujo valor reciclagem.
é o da multa multiplicada pelo número de infrações iguais § 3o A imposição da penalidade de suspensão do direito
cometidas no período de doze meses. de dirigir elimina os 20 (vinte) pontos computados para fins de
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime contagem subsequente. (Incluído pela Lei nº 12.547, de 2011)
do disposto no § 3º do art. 258 e no art. 259. § 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de
Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, 2012)(Vigência)
de acordo com sua gravidade, em quatro categorias: Art. 262. O veículo apreendido em decorrência de penali-
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa de dade aplicada será recolhido ao depósito e nele permanecerá
valor correspondente a 180 (cento e oitenta) UFIR; sob custódia e responsabilidade do órgão ou entidade apre-
II - infração de natureza grave, punida com multa de valor endedora, com ônus para o seu proprietário, pelo prazo de
correspondente a 120 (cento e vinte) UFIR; até trinta dias, conforme critério a ser estabelecido pelo CON-
III - infração de natureza média, punida com multa de valor TRAN.
correspondente a 80 (oitenta) UFIR; § 1º No caso de infração em que seja aplicável a penali-
IV - infração de natureza leve, punida com multa de valor dade de apreensão do veículo, o agente de trânsito deverá,
correspondente a 50 (cinqüenta) UFIR. desde logo, adotar a medida administrativa de recolhimento
§ 1º Os valores das multas serão corrigidos no primeiro do Certificado de Licenciamento Anual.
dia útil de cada mês pela variação da UFIR ou outro índice § 2º A restituição dos veículos apreendidos só ocorrerá
legal de correção dos débitos fiscais. mediante o prévio pagamento das multas impostas, taxas e
§ 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator multipli- despesas com remoção e estada, além de outros encargos
cador ou índice adicional específico é o previsto neste Códi- previstos na legislação específica.
go. § 3º A retirada dos veículos apreendidos é condicionada,
§ 3º (VETADO) ainda, ao reparo de qualquer componente ou equipamento
obrigatório que não esteja em perfeito estado de funciona-
§ 4º (VETADO) mento.

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§ 4º Se o reparo referido no parágrafo anterior demandar III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
providência que não possa ser tomada no depósito, a autori- IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;
dade responsável pela apreensão liberará o veículo para V - recolhimento do Certificado de Registro;
reparo, mediante autorização, assinando prazo para a sua
reapresentação e vistoria. VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;
§ 5o O recolhimento ao depósito, bem como a sua manu- VII - (VETADO)
tenção, ocorrerá por serviço público executado diretamente VIII - transbordo do excesso de carga;
ou contratado por licitação pública pelo critério de menor IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou pe-
preço. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012) rícia de substância entorpecente ou que determine depen-
Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se- dência física ou psíquica;
á: X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir vias e na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-
qualquer veículo; os aos seus proprietários, após o pagamento de multas e
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das encargos devidos.
infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163, XI - realização de exames de aptidão física, mental,
164, 165, 173, 174 e 175; de legislação, de prática de primeiros socorros e de direção
veicular. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito,
observado o disposto no art. 160. § 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a irregulari- administrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de
dade na expedição do documento de habilitação, a autoridade trânsito e seus agentes terão por objetivo prioritário a prote-
expedidora promoverá o seu cancelamento. ção à vida e à incolumidade física da pessoa.
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacio- § 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não
nal de Habilitação, o infrator poderá requerer sua reabilitação, elidem a aplicação das penalidades impostas por infrações
submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação, estabelecidas neste Código, possuindo caráter complementar
na forma estabelecida pelo CONTRAN. a estas.
Art. 264. (VETADO) § 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional
de Habilitação e a Permissão para Dirigir.
Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de dirigir
e de cassação do documento de habilitação serão aplicadas § 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X
por decisão fundamentada da autoridade de trânsito compe- o disposto nos arts. 271 e 328, no que couber.
tente, em processo administrativo, assegurado ao infrator Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos
amplo direito de defesa. neste Código.
Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente, du- § 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da
as ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, infração, o veículo será liberado tão logo seja regularizada a
as respectivas penalidades. situação.
Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência § 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração,
por escrito à infração de natureza leve ou média, passível de o veículo poderá ser retirado por condutor regularmente habi-
ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na litado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento
mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autorida- Anual, contra recibo, assinalando-se ao condutor prazo para
de, considerando o prontuário do infrator, entender esta pro- sua regularização, para o que se considerará, desde logo,
vidência como mais educativa. notificado.
§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o § 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido
acréscimo do valor da multa prevista no § 3º do art. 258, im- ao condutor no órgão ou entidade aplicadores das medidas
posta por infração posteriormente cometida. administrativas, tão logo o veículo seja apresentado à autori-
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos pe- dade devidamente regularizado.
destres, podendo a multa ser transformada na participação do § 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da
infrator em cursos de segurança viária, a critério da autorida- infração, o veículo será recolhido ao depósito, aplicando-se
de de trânsito. neste caso o disposto nos parágrafos do art. 262.
Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, § 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata,
na forma estabelecida pelo CONTRAN: quando se tratar de veículo de transporte coletivo transpor-
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua reedu- tando passageiros ou veículo transportando produto perigoso
cação; ou perecível, desde que ofereça condições de segurança para
circulação em via pública.
II - quando suspenso do direito de dirigir;
Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos
III - quando se envolver em acidente grave para o qual ha- neste Código, para o depósito fixado pelo órgão ou entidade
ja contribuído, independentemente de processo judicial; competente, com circunscrição sobre a via.
IV - quando condenado judicialmente por delito de trânsito; Parágrafo único. A restituição dos veículos removidos só
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor ocorrerá mediante o pagamento das multas, taxas e despesas
está colocando em risco a segurança do trânsito; com remoção e estada, além de outros encargos previstos na
VI - em outras situações a serem definidas pelo CON- legislação específica.
TRAN. Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilita-
CAPÍTULO XVII ção e da Permissão para Dirigir dar-se-á mediante recibo,
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS além dos casos previstos neste Código, quando houver sus-
Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na es- peita de sua inautenticidade ou adulteração.
fera das competências estabelecidas neste Código e dentro Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-
de sua circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas á mediante recibo, além dos casos previstos neste Código,
administrativas: quando:
I - retenção do veículo; I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
II - remoção do veículo;

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II - se, alienado o veículo, não for transferida sua proprie- III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua
dade no prazo de trinta dias. marca e espécie, e outros elementos julgados necessários à
Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento sua identificação;
Anual dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
neste Código, quando: V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; agente autuador ou equipamento que comprovar a infração;
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido; VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade esta como notificação do cometimento da infração.
não puder ser sanada no local. § 1º (VETADO)
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é § 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da
condição para que o veículo possa prosseguir viagem e será autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por apare-
efetuado às expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo lho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações quí-
da multa aplicável. micas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível,
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender previamente regulamentado pelo CONTRAN.
ao disposto neste artigo, o veículo será recolhido ao depósito, § 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agen-
sendo liberado após sanada a irregularidade e pagas as des- te de trânsito relatará o fato à autoridade no próprio auto de
pesas de remoção e estada. infração, informando os dados a respeito do veículo, além dos
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de constantes nos incisos I, II e III, para o procedimento previsto
sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penali- no artigo seguinte.
dades previstas no art. 165.(Redação dada pela Lei nº § 4º O agente da autoridade de trânsito competente para
12.760, de 2012) lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil, estatutário
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de to- ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela autorida-
lerância quando a infração for apurada por meio de aparelho de de trânsito com jurisdição sobre a via no âmbito de sua
de medição, observada a legislação metrológica. (Redação competência.
dada pela Lei nº 12.760, de 2012) Seção II
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em Do Julgamento das Autuações e Penalidades
acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competên-
poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro cia estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição,
procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma julgará a consistência do auto de infração e aplicará a penali-
disciplinada pelo Contran, permita certificar influência de ál- dade cabível.
cool ou outra substância psicoativa que determine dependên- Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu
cia. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) registro julgado insubsistente:
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760, de I - se considerado inconsistente ou irregular;
2012) II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedi-
§ 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser da a notificação da autuação.(Redação dada pela Lei nº
caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais 9.602, de 1998)
que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação
da capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras ao proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal
provas em direito admitidas. (Redação dada pela Lei nº ou por qualquer outro meio tecnológico hábil, que assegure a
12.760, de 2012) ciência da imposição da penalidade.
§ 3o Serão aplicadas as penalidades e medidas adminis- § 1º A notificação devolvida por desatualização do ende-
trativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor reço do proprietário do veículo será considerada válida para
que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos todos os efeitos.
previstos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
11.705, de 2008) § 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de
repartições consulares de carreira e de representações de
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não organismos internacionais e de seus integrantes será remeti-
submetendo veículo à pesagem obrigatória nos pontos de da ao Ministério das Relações Exteriores para as providências
pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a penalidade previs- cabíveis e cobrança dos valores, no caso de multa.
ta no art. 209, além da obrigação de retornar ao ponto de
evasão para fim de pesagem obrigatória. § 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a con-
dutor, à exceção daquela de que trata o § 1º do art. 259, a
Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação poli- notificação será encaminhada ao proprietário do veículo,
cial, a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja localizado, responsável pelo seu pagamento.
aplicando-se, além das penalidades em que incorre, as esta-
belecidas no art. 210. § 4º Da notificação deverá constar a data do término do
prazo para apresentação de recurso pelo responsável pela
Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo ve- infração, que não será inferior a trinta dias contados da data
ículo equipado com registrador instantâneo de velocidade e da notificação da penalidade.(Incluído pela Lei nº 9.602, de
tempo, somente o perito oficial encarregado do levantamento 1998)
pericial poderá retirar o disco ou unidade armazenadora do
registro. § 5º No caso de penalidade de multa, a data estabe-
lecida no parágrafo anterior será a data para o recolhimento
CAPÍTULO XVIII de seu valor. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 283. (VETADO)
Seção I
Da Autuação Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a
data do vencimento expressa na notificação, por oitenta por
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de cento do seu valor.
trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:
Parágrafo único. Não ocorrendo o pagamento da multa no
I - tipificação da infração; prazo estabelecido, seu valor será atualizado à data do pa-
II - local, data e hora do cometimento da infração; gamento, pelo mesmo número de UFIR fixado no art. 258.

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Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto 26 de setembro de 1995, exceto se o agente esti-
perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual remetê- ver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de
lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias. 2008)
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo. I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o re- psicoativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº
curso ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis subseqüen- 11.705, de 2008)
tes à sua apresentação, e, se o entender intempestivo, assi- II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou
nalará o fato no despacho de encaminhamento. competição automobilística, de exibição ou demonstração de
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada
julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a autoridade pela autoridade competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de
que impôs a penalidade, de ofício, ou por solicitação do recor- 2008)
rente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo. III - transitando em velocidade superior à máxima permiti-
Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá da para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por ho-
ser interposto no prazo legal, sem o recolhimento do seu ra). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
valor. § 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá
§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o ser instaurado inquérito policial para a investigação da infra-
estabelecido no parágrafo único do art. 284. ção penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a
recurso, se julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-á permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode
devolvida a importância paga, atualizada em UFIR ou por ser imposta isolada ou cumulativamente com outras
índice legal de correção dos débitos fiscais. penalidades. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa 2014) (Vigência)
daquela do licenciamento do veículo, o recurso poderá ser Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de
apresentado junto ao órgão ou entidade de trânsito da resi- se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo
dência ou domicílio do infrator. automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu
recurso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade que impôs será intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta
a penalidade acompanhado das cópias dos prontuários ne- e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habili-
cessários ao julgamento. tação.
Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser inter- § 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se ob-
posto, na forma do artigo seguinte, no prazo de trinta dias ter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor
contado da publicação ou da notificação da decisão. não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condena-
§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não provi- ção penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.
mento, pelo responsável pela infração, e da decisão de pro- Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação
vimento, pela autoridade que impôs a penalidade. penal, havendo necessidade para a garantia da ordem públi-
Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será ca, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a re-
apreciado no prazo de trinta dias: querimento do Ministério Público ou ainda mediante represen-
tação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a
I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou enti- suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo
dade de trânsito da União: automotor, ou a proibição de sua obtenção.
a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou
seis meses, cassação do documento de habilitação ou pena- a medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do
lidade por infrações gravíssimas, pelo CONTRAN; Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem
b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pe- efeito suspensivo.
lo Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a
apreciou o recurso e por mais um Presidente de Junta;
proibição de se obter a permissão ou a habilitação será sem-
II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou enti- pre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Naci-
dade de trânsito estadual, municipal ou do Distrito Federal, onal de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Esta-
pelos CETRAN E CONTRANDIFE, respectivamente. do em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.
Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime pre-
houver apenas uma JARI, o recurso será julgado por seus visto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão
próprios membros. da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor,
Art. 290. A apreciação do recurso previsto no art. 288 en- sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. (Redação
cerra a instância administrativa de julgamento de infrações e dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
penalidades. Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no
Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou
aplicadas nos termos deste Código serão cadastradas no seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto
RENACH. no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver preju-
CAPÍTULO XIX ízo material resultante do crime.
DOS CRIMES DE TRÂNSITO § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor
Seção I do prejuízo demonstrado no processo.
Disposições Gerais § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos au- 52 do Código Penal.
tomotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa repara-
gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se tória será descontado.
este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as pe-
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber. nalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal cometido a infração:
culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de

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I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio
grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; da autoridade pública:
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o
adulteradas; fato não constituir elemento de crime mais grave.
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Ha- Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o
bilitação; condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea
de categoria diferente da do veículo; ou com ferimentos leves.
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do aci-
especiais com o transporte de passageiros ou de carga; dente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados possa ser atribuída:
equipamentos ou características que afetem a sua segurança Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
ou o seu funcionamento de acordo com os limites de veloci- Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade
dade prescritos nas especificações do fabricante; psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanente- outra substância psicoativa que determine dependên-
mente destinada a pedestres. cia: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
Art. 299. (VETADO) Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e
Art. 300. (VETADO) suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habili-
tação para dirigir veículo automotor.
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes
de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em § 1o As condutas previstas no caput serão constatadas
flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
socorro àquela. I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álco-
Seção II ol por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de
Dos Crimes em Espécie álcool por litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei nº 12.760,
de 2012)
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo
automotor: II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Con-
tran, alteração da capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou nº 12.760, de 2012)
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor. § 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser ob-
tida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de
automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, prova em direito admitidos, observado o direito à contrapro-
se o agente: (Incluído pela Lei nº 12.971, de va. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
2014) (Vigência)
§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os dis-
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de tintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de
Habilitação; (Incluído pela Lei nº 12.971, de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Redação
2014) (Vigência) dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calça- Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a
da; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem imposta com fundamento neste Código:
risco pessoal, à vítima do acidente; (Incluído pela Lei nº Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com
12.971, de 2014) (Vigência) nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver de proibição.
conduzindo veículo de transporte de passageiros. (Incluído Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art.
§ 2o Se o agente conduz veículo automotor com 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
capacidade psicomotora alterada em razão da influência de Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em
álcool ou de outra substância psicoativa que determine via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística
dependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou não autorizada pela autoridade competente, gerando situação
competição automobilística ou ainda de exibição ou de risco à incolumidade pública ou privada: (Redação dada
demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
não autorizada pela autoridade competente: (Incluído pela
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa
e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
Penas - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e habilitação para dirigir v e í c u l o automotor. (Redação dada
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído pela Lei nº
12.971, de 2014) (Vigência) § 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar
lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de ve- demonstrarem que o agente não quis o resultado nem
ículo automotor: assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº
dirigir veículo automotor. 12.971, de 2014) (Vigência)
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à § 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar
metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não
302. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena
2014) (Vigência) privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez)
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do aci- anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste arti-
dente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo go. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

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Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a
devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se metodologia de aferição de peso de veículos, estabelecendo
cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: percentuais de tolerância, sendo durante este período sus-
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. pensa a vigência das penalidades previstas no inciso V do art.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo 231, aplicando-se a penalidade de vinte UFIR por duzentos
automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada quilogramas ou fração de excesso.
ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere
seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, este artigo, até a sua fixação pelo CONTRAN, são aqueles
não esteja em condições de conduzi-lo com segurança: estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25 de novembro de 1985.
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Art. 324. (VETADO)
Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por cinco
2012) (Vigência) anos os documentos relativos à habilitação de condutores e
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a se- ao registro e licenciamento de veículos, podendo ser microfil-
gurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de mados ou armazenados em meio magnético ou óptico para
embarque e desembarque de passageiros, logradouros estrei- todos os efeitos legais.
tos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será comemora-
pessoas, gerando perigo de dano: da anualmente no período compreendido entre 18 e 25 de
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. setembro.
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente au- Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente
tomobilístico com vítima, na pendência do respectivo proce- poderão ser fabricados e licenciados veículos que obedeçam
dimento policial preparatório, inquérito policial ou processo aos limites de peso e dimensões fixados na forma desta Lei,
penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de ressalvados os que vierem a ser regulamentados pelo CON-
induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz: TRAN.
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Parágrafo único. (VETADO)
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda Art. 328. Os veículos apreendidos ou removidos a qual-
que não iniciados, quando da inovação, o procedimento pre- quer título e os animais não reclamados por seus proprietá-
paratório, o inquérito ou o processo aos quais se refere. rios, dentro do prazo de noventa dias, serão levados à hasta
pública, deduzindo-se, do valor arrecadado, o montante da
CAPÍTULO XX
dívida relativa a multas, tributos e encargos legais, e o restan-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
te, se houver, depositado à conta do ex-proprietário, na forma
Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação dos da lei.
membros do CONTRAN no prazo de sessenta dias da publi- Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os
cação deste Código. arts. 135 e 136, para exercerem suas atividades, deverão
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quaren- apresentar, previamente, certidão negativa do registro de
ta dias a partir da publicação deste Código para expedir as distribuição criminal relativamente aos crimes de homicídio,
resoluções necessárias à sua melhor execução, bem como roubo, estupro e corrupção de menores, renovável a cada
revisar todas as resoluções anteriores à sua publicação, dan- cinco anos, junto ao órgão responsável pela respectiva con-
do prioridade àquelas que visam a diminuir o número de aci- cessão ou autorização.
dentes e a assegurar a proteção de pedestres.
Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem reformas
Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existentes ou recuperação de veículos e os que comprem, vendam ou
até a data de publicação deste Código, continuam em vigor desmontem veículos, usados ou não, são obrigados a possuir
naquilo em que não conflitem com ele. livros de registro de seu movimento de entrada e saída e de
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, medi- uso de placas de experiência, conforme modelos aprovados e
ante proposta do CONTRAN, deverá, no prazo de duzentos e rubricados pelos órgãos de trânsito.
quarenta dias contado da publicação, estabelecer o currículo § 1º Os livros indicarão:
com conteúdo programático relativo à segurança e à educa- I - data de entrada do veículo no estabelecimento;
ção de trânsito, a fim de atender o disposto neste Código.
II - nome, endereço e identidade do proprietário ou vende-
Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do pa- dor;
rágrafo único do art. 281 só entrará em vigor após duzentos e
quarenta dias contados da publicação desta Lei. III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem;
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão IV - nome, endereço e identidade do comprador;
prazo de até um ano para a adaptação dos veículos de con- V - características do veículo constantes do seu certificado
dução de escolares e de aprendizagem às normas do inciso de registro;
III do art. 136 e art. 154, respectivamente. VI - número da placa de experiência.
Art. 318. (VETADO) § 2º Os livros terão suas páginas numeradas tipografica-
Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas pelo mente e serão encadernados ou em folhas soltas, sendo que,
CONTRAN, continua em vigor o disposto no art. 92 do Regu- no primeiro caso, conterão termo de abertura e encerramento
lamento do Código Nacional de Trânsito - Decreto nº 62.127, lavrados pelo proprietário e rubricados pela repartição de
de 16 de janeiro de 1968. trânsito, enquanto, no segundo, todas as folhas serão autenti-
Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas cadas pela repartição de trânsito.
de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, § 3º A entrada e a saída de veículos nos estabelecimentos
engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e referidos neste artigo registrar-se-ão no mesmo dia em que se
educação de trânsito. verificarem assinaladas, inclusive, as horas a elas correspon-
Parágrafo único. O percentual de cinco por cento do dentes, podendo os veículos irregulares lá encontrados ou
valor das multas de trânsito arrecadadas será depositado, suas sucatas ser apreendidos ou retidos para sua completa
mensalmente, na conta de fundo de âmbito nacional destina- regularização.
do à segurança e educação de trânsito. § 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais
Art. 321. (VETADO) terão acesso aos livros sempre que o solicitarem, não poden-
do, entretanto, retirá-los do estabelecimento.
Art. 322. (VETADO)

Trânsito 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude Brasília, 23 de setembro de 1997; 176º da Independência
ao realizá-lo e a recusa de sua exibição serão punidas com a e 109º da República.
multa prevista para as infrações gravíssimas, independente
das demais cominações legais cabíveis. ANEXO I
Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que pas- DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES
sarão a integrar os colegiados destinados ao julgamento dos Para efeito deste Código adotam-se as seguintes defini-
recursos administrativos previstos na Seção II do Capítulo ções:
XVIII deste Código, o julgamento dos recursos ficará a cargo
dos órgãos ora existentes. ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de
rolamento destinada à parada ou estacionamento de veículos,
Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicle-
Nacional de Trânsito proporcionarão aos membros do CON- tas, quando não houver local apropriado para esse fim.
TRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço, todas as
facilidades para o cumprimento de sua missão, fornecendo- AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil
lhes as informações que solicitarem, permitindo-lhes inspeci- ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito
onar a execução de quaisquer serviços e deverão atender para o exercício das atividades de fiscalização, operação,
prontamente suas requisições. policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo,
dias após a nomeação de seus membros, as disposições originário dos alvéolos pulmonares. (Incluído pela Lei nº
12.760, de 2012)
previstas nos arts. 91 e 92, que terão de ser atendidas pelos
órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodo- AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao transporte
viários para exercerem suas competências. de passageiros, com capacidade para até oito pessoas, ex-
§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão clusive o condutor.
prazo de um ano, após a edição das normas, para se adequa- AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de ór-
rem às novas disposições estabelecidas pelo CONTRAN, gão ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de
conforme disposto neste artigo. Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.
§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical
exercerão as competências previstas neste Código em cum- passando pelos centros das rodas traseiras extremas e o
primento às exigências estabelecidas pelo CONTRAN, con- ponto mais recuado do veículo, considerando-se todos os
forme disposto neste artigo, acompanhados pelo respectivo elementos rigidamente fixados ao mesmo.
CETRAN, se órgão ou entidade municipal, ou CONTRAN, se BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de du-
órgão ou entidade estadual, do Distrito Federal ou da União, as rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar à mo-
passando a integrar o Sistema Nacional de Trânsito. tocicleta, motoneta e ciclomotor.
Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao
ser homologadas pelo órgão ou entidade competente no pra- estacionamento de bicicletas.
zo de um ano, a partir da publicação deste Código, devendo BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move sobre
ser retiradas em caso contrário. trilhos.
Art. 335. (VETADO) BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser de-
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no marcada por linhas longitudinais de bordo que delineiam a
Anexo II até a aprovação pelo CONTRAN, no prazo de tre- parte da via destinada à circulação de veículos.
zentos e sessenta dias da publicação desta Lei, após a mani- CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em
festação da Câmara Temática de Engenharia, de Vias e Veí- nível diferente, não destinada à circulação de veículos, reser-
culos e obedecidos os padrões internacionais. vada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implanta-
Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro ção de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins.
dos Estados e Municípios que os compõem e, o CONTRAN- CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a tra-
DIFE, do Distrito Federal. cionar ou arrastar outro.
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importadores CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de car-
e fabricantes, ao comerciarem veículos automotores de qual- ga com peso bruto total de até três mil e quinhentos quilogra-
quer categoria e ciclos, são obrigados a fornecer, no ato da mas.
comercialização do respectivo veículo, manual contendo nor- CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de
mas de circulação, infrações, penalidades, direção defensiva, passageiros e carga no mesmo compartimento.
primeiros socorros e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro.
CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito separador de duas pistas de rolamento, eventualmente substi-
especial no valor de R$ 264.954,00 (duzentos e sessenta e tuído por marcas viárias (canteiro fictício).
quatro mil, novecentos e cinqüenta e quatro reais), em favor
CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que
do ministério ou órgão a que couber a coordenação máxima
a unidade de tração é capaz de tracionar, indicado pelo fabri-
do Sistema Nacional de Trânsito, para atender as despesas
cante, baseado em condições sobre suas limitações de gera-
decorrentes da implantação deste Código.
ção e multiplicação de momento de força e resistência dos
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias elementos que compõem a transmissão.
após a data de sua publicação.
CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos au-
Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de se- tomotores em sinal de regozijo, de reivindicação, de protesto
tembro de 1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, 5.820, de cívico ou de uma classe.
10 de novembro de 1972, 6.124, de 25 de outubro de
CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utilizado
1974, 6.308, de 15 de dezembro de 1975, 6.369, de 27 de
no transporte de pequenas cargas.
outubro de 1976, 6.731, de 4 de dezembro de 1979, 7.031, de
20 de setembro de 1982, 7.052, de 02 de dezembro de CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao trans-
1982, 8.102, de 10 de dezembro de 1990, os arts. 1º a 6º e 11 porte de carga.
do Decreto-lei nº 237, de 28 de fevereiro de 1967, e CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da
os Decretos-leis nºs 584, de 16 de maio de 1969, 912, de 2 luz utilizado na sinalização de vias e veículos (olho-de-gato).
de outubro de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.

Trânsito 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao do Conselho Nacional de Trânsito e a regulamentação esta-
transporte de pessoas. belecida pelo órgão ou entidade executiva do trânsito.
CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entroncamento
humana. ou bifurcação, incluindo as áreas formadas por tais cruzamen-
CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à tos, entroncamentos ou bifurcações.
circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo
específica. para atender circunstância momentânea do trânsito.
CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido de LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a obriga-
um motor de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a ções do proprietário de veículo, comprovado por meio de
cinqüenta centímetros cúbicos (3,05 polegadas cúbicas) e documento específico (Certificado de Licenciamento Anual).
cuja velocidade máxima de fabricação não exceda a cinqüen- LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela
ta quilômetros por hora. municipalidade à circulação, parada ou estacionamento de
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, veículos, ou à circulação de pedestres, tais como calçada,
separada fisicamente do tráfego comum. parques, áreas de lazer, calçadões.
CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e pas-
direita, de mudança da direção original do veículo. sageiros, que o veículo transporta, expressa em quilogramas
CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível. para os veículos de carga, ou número de pessoas, para os
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que veículos de passageiros.
tenha a função específica de proporcionar maior segurança LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias urba-
ao usuário da via, alertando-o sobre situações de perigo que nas ou rurais e que com elas se limita.
possam colocar em risco sua integridade física e dos demais LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar a
usuários da via, ou danificar seriamente o veículo. via até uma grande distância do veículo.
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a iluminar
superior ao necessário para embarque ou desembarque de a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incô-
passageiros. modo injustificáveis aos condutores e outros usuários da via
ESTRADA - via rural não pavimentada. que venham em sentido contrário.
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor al- LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos
coólico no ar alveolar. (Incluído pela Lei nº 12.760, de demais usuários da via, que se encontram atrás do veículo,
2012) que o condutor está aplicando o freio de serviço.
FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do ve-
delimitada por lei específica e sob responsabilidade do órgão ículo destinada a indicar aos demais usuários da via que o
ou entidade de trânsito competente com circunscrição sobre a condutor tem o propósito de mudar de direção para a direita
via. ou para a esquerda.
FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longitu- LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a ilumi-
dinais em que a pista pode ser subdividida, sinalizada ou não nar atrás do veículo e advertir aos demais usuários da via que
por marcas viárias longitudinais, que tenham uma largura o veículo está efetuando ou a ponto de efetuar uma manobra
suficiente para permitir a circulação de veículos automotores. de marcha à ré.
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumentar a
normas estabelecidas na legislação de trânsito, por meio do iluminação da via em caso de neblina, chuva forte ou nuvens
poder de polícia administrativa de trânsito, no âmbito de cir- de pó.
cunscrição dos órgãos e entidades executivos de trânsito e de LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a
acordo com as competências definidas neste Código. indicar a presença e a largura do veículo.
FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permis- MANOBRA - movimento executado pelo condutor para al-
são ou impedimento de locomoção na faixa apropriada. terar a posição em que o veículo está no momento em rela-
FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a ção à via.
manter o veículo imóvel na ausência do condutor ou, no caso MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de li-
de um reboque, se este se encontra desengatado. nhas, marcações, símbolos ou legendas, em tipos e cores
FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo desti- diversas, apostos ao pavimento da via.
nado a diminuir a marcha do veículo no caso de falha do freio MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo
de serviço. com capacidade para até vinte passageiros.
FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com
diminuição da marcha do veículo ou pará-lo. ou sem side-car, dirigido por condutor em posição montada.
GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido
braço, adotados exclusivamente pelos agentes de autorida- por condutor em posição sentada.
des de trânsito nas vias, para orientar, indicar o direito de MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor cuja
passagem dos veículos ou pedestres ou emitir ordens, sobre- carroçaria seja fechada e destinada a alojamento, escritório,
pondo-se ou completando outra sinalização ou norma cons- comércio ou finalidades análogas.
tante deste Código. NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-sol e
GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais o nascer do sol.
de braço, adotados exclusivamente pelos condutores, para ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com
orientar ou indicar que vão efetuar uma manobra de mudança capacidade para mais de vinte passageiros, ainda que, em
de direção, redução brusca de velocidade ou parada. virtude de adaptações com vista à maior comodidade destes,
ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, transporte número menor.
destinado à ordenação dos fluxos de trânsito em uma interse- OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do
ção. veículo, pelo tempo estritamente necessário ao carregamento
INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legisla- ou descarregamento de animais ou carga, na forma discipli-
ção de trânsito, às normas emanadas do Código de Trânsito, nada pelo órgão ou entidade executivo de trânsito competente
com circunscrição sobre a via.

Trânsito 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico ba- RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores.
seado nos conceitos de Engenharia de Tráfego, das condi- RETORNO - movimento de inversão total de sentido da di-
ções de fluidez, de estacionamento e parada na via, de forma reção original de veículos.
a reduzir as interferências tais como veículos quebrados, RODOVIA - via rural pavimentada.
acidentados, estacionados irregularmente atrapalhando o
trânsito, prestando socorros imediatos e informações aos SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se
pedestres e condutores. apóia na sua unidade tratora ou é a ela ligado por meio de
articulação.
PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo
tempo estritamente necessário para efetuar embarque ou SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária
desembarque de passageiros. que se utilizam de placas, marcas viárias, equipamentos de
controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e gestos,
PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir o trânsito dos
uma via e uma linha férrea ou trilho de bonde com pista pró- veículos e pedestres.
pria.
SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dispositi-
PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de vos de segurança colocados na via pública com o objetivo de
passagem à frente de outro veículo que se desloca no mesmo garantir sua utilização adequada, possibilitando melhor fluidez
sentido, em menor velocidade, mas em faixas distintas da via. no trânsito e maior segurança dos veículos e pedestres que
PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à nela circulam.
transposição de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso de SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusiva-
pedestres ou veículos. mente pelos agentes da autoridade de trânsito nas vias, para
PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de orientar ou indicar o direito de passagem dos veículos ou
vias, em desnível aéreo, e ao uso de pedestres. pedestres, sobrepondo-se ou completando sinalização exis-
PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, tente no local ou norma estabelecida neste Código.
neste último caso, separada por pintura ou elemento físico TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da
separador, livre de interferências, destinada à circulação ex- carroçaria e equipamento, do combustível, das ferramentas e
clusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas. acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e
PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Rodo- do fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas.
viária Federal com o objetivo de garantir obediência às nor- TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com duas,
mas de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando quatro, ou seis rodas, acoplado ou adaptado à traseira de
acidentes. automóvel ou camionete, utilizado em geral em atividades
PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área turísticas como alojamento, ou para atividades comerciais.
rural. TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos,
PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo pessoas e animais nas vias terrestres.
transmite ao pavimento, constituído da soma da tara mais a TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo
lotação. de uma faixa demarcada para outra.
PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo TRATOR - veículo automotor construído para realizar tra-
transmitido ao pavimento pela combinação de um caminhão- balho agrícola, de construção e pavimentação e tracionar
trator mais seu semi-reboque ou do caminhão mais o seu outros veículos e equipamentos.
reboque ou reboques. ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de ou-
PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada em tro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor
caráter de advertência, destinada a indicar aos demais usuá- velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitando sair e
rios da via que o veículo está imobilizado ou em situação de retornar à faixa de origem.
emergência. UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versatilida-
PISTA - parte da via normalmente utilizada para a circula- de do seu uso, inclusive fora de estrada.
ção de veículos, identificada por elementos separadores ou VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos aco-
por diferença de nível em relação às calçadas, ilhas ou aos plados, sendo um deles automotor.
canteiros centrais.
VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propul-
PLACAS - elementos colocados na posição vertical, fixa- são que circule por seus próprios meios, e que serve normal-
dos ao lado ou suspensos sobre a pista, transmitindo mensa- mente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a
gens de caráter permanente e, eventualmente, variáveis, tração viária de veículos utilizados para o transporte de pes-
mediante símbolo ou legendas pré-reconhecidas e legalmente soas e coisas. O termo compreende os veículos conectados a
instituídas como sinais de trânsito. uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função elétrico).
exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de prevenir e VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de
reprimir atos relacionados com a segurança pública e de carga, podendo transportar dois passageiros, exclusive o
garantir obediência às normas relativas à segurança de trânsi- condutor.
to, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.
VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido
PONTE - obra de construção civil destinada a ligar mar- fabricado há mais de trinta anos, conserva suas característi-
gens opostas de uma superfície líquida qualquer. cas originais de fabricação e possui valor histórico próprio.
REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sendo
um veículo automotor. o primeiro um veículo automotor e os demais reboques ou
REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinaliza- equipamentos de trabalho agrícola, construção, terraplena-
ção de regulamentação pelo órgão ou entidade competente gem ou pavimentação.
com circunscrição sobre a via, definindo, entre outros, sentido VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor desti-
de direção, tipo de estacionamento, horários e dias. nado ao transporte de carga com peso bruto total máximo
REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e prote- superior a dez mil quilogramas e de passageiros, superior a
gida, destinada ao uso de pedestres durante a travessia da vinte passageiros.
mesma. VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao
RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados. transporte de pessoas e suas bagagens.

Trânsito 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao trans- - Sinalização de Indicação.
porte simultâneo de carga e passageiro.
1.1. SINALIZAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e
animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, Tem por finalidade informar aos usuários as condições,
ilha e canteiro central. proibições, obrigações ou restrições no uso das vias. Suas
VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por mensagens são imperativas e o desrespeito a elas constitui
acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em infração.
nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem 1.1.1. Formas e Cores
travessia de pedestres em nível.
VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em A forma padrão do sinal de regulamentação é a circular, e
nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibilida- as cores são vermelha, preta e branca:
de aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibili- Características dos Sinais de Regulamentação
tando o trânsito entre as regiões da cidade.
VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir o Forma Cor
trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de Fundo Branca
trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito dentro das Símbolo Preta
regiões da cidade.
Tarja Vermelha
VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em ní-
vel não semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou Orla Vermelha
a áreas restritas. OBRIGAÇÃO PROIBIÇÃO
Letras Preta
VIA RURAL - estradas e rodovias. / RESTRIÇÃO
VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e simi-
lares abertos à circulação pública, situados na área urbana, Constituem exceção, quanto à forma, os sinais R-1 –
caracterizados principalmente por possuírem imóveis edifica- Parada Obrigatória e R-2 – Dê a Preferência, com as
dos ao longo de sua extensão. características:
VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vi-
as destinadas à circulação prioritária de pedestres. Sinal
Cor
VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor Forma Código
uma depressão de terreno ou servir de passagem superior. Fundo Vermelha
(Vide Resolução nº 160, de 2004 do CONTRAN)
R-1 Orla interna Branca
RESOLUÇÃO Nº 160, DE 22 DE ABRIL DE 2004.
Aprova o Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro. Orla externa Vermelha
O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO - CONTRAN, Letras Branca
usando da competência que lhe confere o art. 12, inciso VIII,
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que instituiu o Fundo Branca
Código de Trânsito Brasileiro - CTB e conforme Decreto nº R-2
4.711, de 29 de maio de 2003, que dispõe sobre a coordena-
Orla Vermelha
ção do Sistema Nacional de Trânsito - SNT, e
Considerando a aprovação na 5ª Reunião Ordinária da
Câmara Temática de Engenharia da Via.
1.1.2. Dimensões Mínimas
Considerando o que dispõe o Artigo 336 do Código de
Trânsito Brasileiro, resolve: Devem ser observadas as dimensões mínimas dos sinais,
Art. 1º. Fica aprovado o Anexo II do Código de Trânsito conforme o ambiente em que são implantados, considerando-
Brasileiro - CTB, anexo a esta Resolução. se que o aumento no tamanho dos sinais implica em aumento
Art. 2º Os órgãos e entidades de trânsito terão até 30 de nas dimensões de orlas, tarjas e símbolos.
junho de 2006 para se adequarem ao disposto nesta Resolu- a) sinais de forma circular
ção.
Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor 90 (noventa) dias Diâmetro Tarja mí- Orla míni-
após a data de sua publicação. Via mínimo nima ma
(m) (m) (m)
Urbana 0,40 0,040 0,040
Rural (estra-
0,50 0,050 0,050
da)
ANEXO II DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO - CTB Rural (rodo-
0,75 0,075 0,075
1. SINALIZAÇÃO VERTICAL via)
Áreas prote-
É um subsistema da sinalização viária cujo meio de co- gidas
municação está na posição vertical, normalmente em placa, 0,30 0,030 0,030
por legislação
fixado ao lado ou suspenso sobre a pista, transmitindo men- especial(*)
sagens de caráter permanente e, eventualmente, variáveis, (*) relativa a patrimônio histórico, artístico, cultural,
através de legendas e/ou símbolos pré-reconhecidos e legal- arquitetônico, arqueológico e natural
mente instituídos.
b) sinal de forma octogonal – R-1
A sinalização vertical é classificada de acordo com sua
função, compreendendo os seguintes tipos: Orla exter-
Orla interna
Lado míni- na
- Sinalização de Regulamentação; branca
Via mo vermelha
mínima
- Sinalização de Advertência; (m) mínima
(m)
(m)

Trânsito 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Urbana 0,25 0,020 0,010
Rural (estra-
0,35 0,028 0,014
da)
Rural (rodo-
0,40 0,032 0,016
via)
Áreas prote- R4a- R4b- R5a-
gidas Proibido virar à Proibido virar à Proibido retor-
0,18 0,015 0,008
por legislação esquerda direita nar à esquerda
especial(*)
(*) relativa a patrimônio histórico, artístico, cultural,
arquitetônico, arqueológico e natural
c) sinal de forma triangular – R-2
Lado mínimo Orla mínima
Via R5b- R6a- R6b-
(m) (m)
Urbana 0,75 0,10 Proibido retor- Proibido esta- Estacionamento
nar à direita cionar Regulamentado
Rural (estrada) 0,75 0,10
Rural (rodovia) 0,90 0,15
Áreas protegidas por
0,40 0,06
legislação especial(*)
(*) relativa a patrimônio histórico, artístico, cultural,
arquitetônico, arqueológico e natural As informações
complementares, cujas características são descritas R-6c R-7 R-8a
no item 1.1.5, possuem a forma retangular. Proibido parar Proibido ultra- Proibido mudar
e estacionar passar de faixa ou
1.1.3. Dimensões Recomendadas pista de trânsito
da esquerda
a) sinais de forma circular para a direita
Diâmetro
Via Tarja (m) Orla (m)
(m)
Urbana (de
trânsito rápi- 0,75 0,075 0,075
do)
Urbana
0,50 0,050 0,050 R-8b R-9 R-10
(demais vias)
Proibido mudar Proibido trânsi- Proibido trânsi-
Rural (estra-
0,75 0,075 0,075 de faixa ou to de caminhão to de veículos
da)
pista de trânsito automotores
Rural (rodo- da direita para
1,00 0,100 0,100
via) a esquerda
b) sinal de forma octogonal – R-1

R-11 R-12 R-13


Proibido Trânsi- Proibido trânsi- Proibido trânsi-
to de veículos to de bicicletas to de tratores e
de tração ani- máquinas de
c) sinal de forma triangular – R-2 mal obras

R-14 R-15 R-16


Peso bruto total Altura máxima Largura máxi-
máximo permi- permitida ma permitida
tido
1.1.4. Conjunto de Sinais de Regulamentação

R-17 R-18 R-19


Peso máximo Comprimento Velocidade
R1- R2- R3- permitido por máximo permi- máxima permi-
Parada Obriga- Dê a preferên- Sentido proibi- eixo tido tida
tória cia do

Trânsito 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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R-20 R-21 R-22 R-36a R-36b R-37


Proibido acio- Alfândega Uso obrigatório Pedestres à Pedestres à Proibido trânsi-
nar buzina ou de corrente direita, ciclistas esquerda, to de motocicle-
sinal sonoro à esquerda ciclistas à direi- tas, motonetas
ta e ciclomotores

R-23 R-24a R-24b


Conserve-se à Sentido de Passagem R-38 R-39 R-40
direita circulação de obrigatória Proibido trânsi- Circulação Trânsito proibi-
via/pista to de ônibus exclusiva de do a carros de
caminhão mão

1.1.5. Informações Complementares


Sendo necessário acrescentar informações para comple-
R-25a R-25b R-25c mentar os sinais de regulamentação, como período de valida-
Vire à direita Vire à direita Siga em frente de, características e uso do veículo, condições de estaciona-
ou à esquerda mento, além de outras, deve ser utilizada uma placa adicional
ou incorporada à placa principal, formando um só conjunto, na
forma retangular, com as mesmas cores do sinal de regula-
mentação.
Características das Informações Complementares

R-25d R-26 R-27 Cor


Siga em frente Siga em frente Ônibus, cami- Fundo Branca
ou à direita nhões e veícu- Orla interna (opcional) Vermelha
los de grande
porte mante- Orla externa Branca
nham-se à Tarja Vermelha
direita Legenda Preta
Não se admite acrescentar informação complementar para
os sinais R-1 - Parada Obrigatória e R-2 - Dê a Preferência.
Nos casos em que houver símbolos, estes devem ter a
forma e cores definidas em legislação específica.
R-28 R-29 R-30 Exemplos:
Duplo sentido Proibido trânsi- Pedestre, ande
de circulação to de pedestres pela esquerda

R-31 R-32 R-33


Pedestre, ande Circulação Sentido de
pela direita exclusiva de circulação na
ônibus rotatória

R-34 R-35a R-35b


Circulação Ciclista, transite Ciclista, transite
exclusiva de à esquerda à direita
bicicletas

Trânsito 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A-7b A-3 A-9


Via lateral à direi- Interseção em “T” Bifurcação em
ta “Y”

A-10a A-10b A-11a


Entroncamento Entroncamento Junções sucessi-
obliquo à esquer- obliquo à direita vas contrárias,
da primeira à es-
querda

A-11b A-12 A-13a


Junções sucessi- Interseção em Confluência à
vas contrárias, círculo esquerda
primeira à direita

A-1a A-1b A-2a


Curva acentuada Curva acentuada Curva à esquerda
à esquerda à direita

A-13b A-14 A-15


Confluência à Semáforo à fren- Parada obrigató-
direita te ria à frente

A-2b A-3a A-3b


Curva à direita Pista sinuosa à Pista sinuosa à
esquerda direita

A-16 A-17 A-18


Bonde Pista irregular Saliência ou
lombada

A-4a A-4b A-5a


Curva acentuada Curva acentuada Curva em “S” à
em “S” à esquer- em “S” à direita esquerda
da

A-19 A-20a A-20b


Depressão Declive acentua- Aclive acentuado
do

A-5b A-6 A-7a


Curva em “S” à Cruzamento de Via lateral à es-
direita vias querda

Trânsito 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A-21a A-21b A-21c A-32a A-32b A-33a


Estreitamento de Estreitamento de Estreitamento de Trânsito de pe- Passagem sinali- Área escolar
pista ao centro pista à esquerda pista à direita destres zada de pedes-
tres

A-21d A-21e A-22 A-33b A-34 A-35


Alargamento de Alargamento de Ponte estreita Passagem sinali- Crianças Animais
pista à esquerda pista à direita zada de escolares

A-23 A-24 A-25 A-36 A-37 A-38


Ponte móvel Obras Mão dupla adian- Animais selva- Altura limitada Largura limitada
te gens

A-26a A-26b A-27 A-39 A-40


Sentido único Sentido duplo Área com desmo- Passagem de Passagem de
ronamento nível sem barreira nível com barrei-
ra

A-28 A-29 A-30a


Pista escorrega- Projeção de Trânsito de ciclis-
dia cascalho tas

A-30b A-30c A-31


Passagem sinali- Trânsito compar- Trânsito de trato-
zada de ciclistas tilhado por ciclis- res ou maquiná-
tas e pedestres rio agrícola

Trânsito 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1.2. Sinalização de Advertência (*) relativa a patrimônio histórico, artístico, cultural,
arquitetônico, arqueológico e natural Obs.: Nos casos
Tem por finalidade alertar os usuários da via para condi-
de placas de advertência desenhadas numa placa
ções potencialmente perigosas, indicando sua natureza.
adicional, o lado mínimo pode ser de 0,300 m.
1.2.1. Formas e Cores
b) Sinais de forma retangular
A forma padrão dos sinais de advertência é quadrada, de-
Lado Lado Orla Orla
vendo uma das diagonais ficar na posição vertical. À sinaliza-
maior menor externa interna
ção de advertência estão associadas as cores amarela e Via
preta. mínimo mínimo mínima mínima
(m) (m) (m) (m)
Características dos Sinais de Advertência Urbana 0,50 0,25 0,010 0,020
Forma Cor Rural (estra-
0,80 0,40 0,010 0,020
da)
Fundo Amarela Rural (rodo-
Símbolo Preta 1,00 0,50 0,010 0,020
via)
Orla interna Preta Áreas prote-
Orla externa Amarela gidas
Por legisla- 0,40 0,20 0,006 0,012
Legenda Preta ção especi-
al(*)
Constituem exceções:
(*) relativa a patrimônio histórico, artístico, cultural,
• quanto à cor: arquitetônico, arqueológico e natural

- o sinal A-24 – Obras, que possui fundo e orla externa na c) Cruz de Santo André
cor laranja;
Parâmetro Variação
- o sinal A-14 – Semáforo à Frente, que possui símbolo nas Relação entre dimensões
cores preta, vermelha, amarela e verde; de largura e comprimento de 1:6 a 1:10
- todos os sinais que, quando utilizados na sinalização de dos braços
obras, possuem fundo na cor laranja. Ângulos menores forma-
entre 45º e 55º
dos entre os dois braços
• quanto à forma, os sinais A-26a – Sentido Único, A-26b –
Sentido Duplo e A-41 – Cruz de Santo André. 1.2.3. Conjunto de Sinais de Advertência
1.2.4. Sinalização Especial de Advertência
Sinal
Cor Estes sinais são empregados nas situações em que não é
Forma Código
A-26a Fundo Amarela possível a utilização dos sinais apresentados no item 1.2.3.
A-26b Orla interna Preta O formato adotado é retangular, de tamanho variável em
Orla externa Amarela função das informações nelas contidas, e suas cores são
amarela e preta:
Seta Preta
A-41 Fundo Amarela Características da Sinalização Especial de Advertência
Orla interna Preta Cor
Orla externa Amarela Fundo Amarela
Símbolo Preta
A Sinalização Especial de Advertência e as Informações Orla interna Preta
Complementares, cujas características são descritas nos itens Orla externa Amarela
1.2.4 e 1.2.5, possuem a forma retangular. Legenda Preta
1.2.2. Dimensões Mínimas Tarja Preta
Devem ser observadas as dimensões mínimas dos sinais, Na sinalização de obras, o fundo e a orla externa devem
conforme a via em que são implantados, considerando-se que ser na cor laranja.
o aumento no tamanho dos sinais implica em aumento nas
dimensões de orlas e símbolos. Exemplos:
a) Sinais de forma quadrada a) Sinalização Especial para Faixas ou Pistas Exclu-
sivas de Ônibus
Orla ex- Orla inter-
Lado
terna na
Via mínimo
mínima mínima
(m)
(m) (m)
Urbana 0,45 0,010 0,020

Rural (estrada) 0,50 0,010 0,020

Rural (rodovia) 0,60 0,010 0,020


Áreas protegidas
por
0,30 0,006 0,012
legislação especi-
al(*)

Trânsito 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


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b) Sinalização Especial para Pedestres As placas de indicação estão divididas nos seguintes gru-
pos:
1.3.1. Placas de Identificação
Posicionam o condutor ao longo do seu deslocamento, ou
com relação a distâncias ou ainda aos locais de destino.
c) Sinalização Especial de Advertência somente para
rodovias, estradas e vias de trânsito rápido a) Placas de Identificação de Rodovias e Estradas
Características das Placas de Identificação de Rodovias e
Estradas Pan-Americanas
Forma Cor
Fundo Branca
Orla interna Preta
Orla externa Branca
Legenda Preta
1.2.5. Informações Complementares
Dimensões mínimas (m)
Havendo necessidade de fornecer informações comple-
mentares aos sinais de advertência, estas devem ser inscritas Altura 0,45
em placa adicional ou incorporada à placa principal formando Chanfro Inclinado 0,14
um só conjunto, na forma retangular, admitida a exceção para Largura Superior 0,44
a placa adicional contendo o número de linhas férreas que
Largura Inferior 0,41
cruzam a pista. As cores da placa adicional devem ser as
mesmas dos sinais de advertência. Orla Interna 0,02
Características das Informações Complementares Orla Externa 0,01

Cor Características das Placas de Identificação de Rodovias e


Estradas Federais
Fundo Amarela
Orla interna Preta Forma Cor
Orla externa Amarela Fundo Branca
Legenda Preta Orla interna Preta
Tarja Preta Orla externa Branca

Exemplos: Tarja Preta


Legendas Preta

Dimensões mínimas (m)


Largura 0,40
Altura 0,45
Orla interna 0,02
Orla externa 0,01
Tarja 0,02

Exemplos:

Características das Placas de Identificação de Rodovias e


Estradas Estaduais

Na sinalização de obras, o fundo e a orla externa devem Forma Cor


ser na cor laranja. Fundo Branca
1.3. SINALIZAÇÃO DE INDICAÇÃO Orla interna Preta
Tem por finalidade identificar as vias e os locais de inte- Orla externa Branca
resse, bem como orientar condutores de veículos quanto aos Legendas Preta
percursos, os destinos, as distâncias e os serviços auxiliares,
podendo também ter como função a educação do usuário.
Suas mensagens possuem caráter informativo ou educativo. Dimensões mínimas (m)

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Largura 0,51
Altura 0,45
Orla interna 0,02
Orla externa 0,01

Exemplos:

d) Placas de Identificação Nominal de Pontes, Viadu-


tos, Túneis e Passarelas

b) Placas de Identificação de Municípios Características das Placas de Identificação Nominal de


Pontes, Viadutos, Túneis e Passarelas
Características das Placas de Identificação de Municípios
Forma Cor
Forma Cor
Fundo Azul
Fundo Azul
Retangular, com Orla interna Branca
Retangular, com lado Orla interna Branca
lado maior na Orla externa Azul
maior na horizontal Orla externa Azul horizontal Tarja Branca
Legenda Branca
Legendas Branca

Dimensões mínimas (m)


Dimensões mínimas (m)
Altura das letras 0,20 (*)
Altura das letras 0,10
Orla interna 0,02
Orla interna 0,02
Orla externa 0,01
Orla externa 0,01
(*) áreas protegidas por legislação especial (patrimô-
nio histórico, arquitetônico, etc.), podem apresentar Tarja 0,01
altura de letra inferior, desde que atenda os critérios
Exemplos:
de legibilidade
Exemplos:

c) Placas de Identificação de Regiões de Interesse de e) Placas de Identificação Quilométrica


Tráfego e Logradouros
Características das Placas de Identificação Quilométrica
A parte de cima da placa deve indicar o bairro ou aveni-
da/rua da cidade. A parte de baixo a região ou zona em que o Forma Cor
bairro ou avenida/rua estiver situado. Esta parte da placa é Fundo Azul
opcional.
Retangular, com Orla interna Branca
Características das Placas de Identificação de Regiões de lado maior na Orla externa Azul
Interesse de Tráfego e Logradouros vertical Tarja Branca
Forma Cor Legendas Branca
Fundo Azul
Orla interna Branca Dimensões mínimas (m)
Retangular Orla externa Azul Altura da letra 0,150
Tarja Branca Altura da letra (ponto
0,125
cardeal)
Legendas Branca
Altura do algarismo 0,150
Orla interna 0,020
Dimensões mínimas (m)
Altura das letras 0,10 Orla externa 0,010
Orla interna 0,02 Tarja(*) 0,010
(*) quando separar a informação adici-
Orla externa 0,01
onal do ponto cardeal
Tarja 0,01
Na utilização em vias urbanas as dimensões devem ser
Exemplos: determinadas em função do local e do objetivo da sinalização.
Exemplos:

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f) Placas de Identificação de Limite de Municípios /


Divisa de Estados / Fronteira / Perímetro Urbano
Características das Placas de Identificação de Limite de
Municípios / Divisa de Estados / Fronteira / Perímetro Urbano
Forma Cor
Fundo Azul
Orla interna Branca 1.3.2. Placas de Orientação de Destino
Retangular, com
lado maior na Orla externa Azul Indicam ao condutor a direção que o mesmo deve seguir
horizontal Tarja Branca para atingir determinados lugares, orientando seu percurso
e/ou distâncias.
Legendas Branca
a) Placas Indicativas de Sentido (Direção)
Dimensões mínimas (m) Características das Placas Indicativas de Sentido
Altura das letras 0,12 Mensagens de
Orla interna 0,02 Nomes de
Orla externa 0,01 Mensagens de Rodovi-
Forma Localidades as/Estradas ou
Tarja 0,01
Associadas aos
Exemplos: seus Símbolos
Cor Cor
Fundo Verde Fundo Azul
Orla Orla
Branca Branca
interna interna
Orla Orla
Retangular, Verde Azul
externa externa
com
Tarja Branca Tarja Branca
lado maior na
horizontal Legen- Legen-
Branca Branca
das das
g) Placas de Pedágio
Setas Branca Setas Branca
Características das Placas de Pedágio Símbo- De acordo com a
-
los rodovia / estrada
Forma Cor
Fundo Azul
Dimensões mínimas (m)
Orla interna Branca VIA URBANA 0,125(*)
Altura das
Retangular, com Orla externa Azul letras VIA RURAL 0,150(*)
lado maior na
horizontal Tarja Branca Orla interna 0,020
Legendas Branca Orla externa 0,010
Seta Branca Tarja 0,010
(*) áreas protegidas por legislação especial (patrimô-
Dimensões mínimas (m) nio histórico, arquitetônico, etc.) , podem apresentar
Altura das letras 0,20 altura de letra inferior, desde que atenda os critérios
de legibilidade
Orla interna 0,02
Orla externa 0,01 Exemplos:
Tarja 0,01

Exemplos:

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Orla externa 0,010
Tarja 0,010
(*) áreas protegidas por legislação especial (patrimô-
nio histórico, arquitetônico, etc. ) , podem apresentar
altura de letra inferior, desde que atenda os critérios
de legibilidade
Exemplos:

c) Placas Diagramadas
Características das Placas Diagramadas

Mensagens de No-
mes de
Mensagens de
Rodovias/Estradas
Forma Localidades
ou Associadas aos
seus Símbolos
Cor Cor
Fundo Verde Fundo Azul
Orla Bran- Bran-
Orla interna
interna ca ca
Orla
Verde Orla externa Azul
Retangu- externa
lar, com Bran- Bran-
b) Placas Indicativas de Distância Tarja Tarja
lado maior ca ca
Características das Placas Indicativas de Distância na horizon- Bran- Bran-
tal Legendas Legendas
ca ca
Mensagens de No-
Bran- Bran-
mes de Rodovi- Setas Setas
Mensagens de ca ca
as/Estradas ou As-
Forma Localidades De acordo com a
sociadas aos seus Símbolos -
rodovia / estrada
Símbolos
Cor Cor
Dimensões mínimas (m)
Fundo Verde Fundo Azul
Orla Bran- Bran- Altura das VIA URBANA 0,125(*)
Orla interna letras
interna ca ca VIA RURAL 0,150(*)
Retangu- Orla Orla interna 0,020
Verde Orla externa Azul
lar, com externa
Orla externa 0,010
lado maior Bran- Bran-
na horizon- Tarja Tarja Tarja 0,010
ca ca
tal Bran- Bran- (*) áreas protegidas por legislação especial (patri-
Legendas Legendas mônio histórico, arquitetônico , etc. ) , podem apre-
ca ca
De acordo com a sentar altura de letra inferior, desde que atenda os
Símbolos - critérios de legibilidade
rodovia / estrada
Exemplos:

Dimensões mínimas (m)


Altura das VIA URBANA 0,125(*)
letras VIA RURAL 0,150(*)
Orla interna 0,020

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1.3.4. Placas de Serviços Auxiliares


Indicam aos usuários da via os locais onde os mesmos
podem dispor dos serviços indicados, orientando sua direção
ou identificando estes serviços.
Quando num mesmo local encontra-se mais de um tipo de
serviço, os respectivos símbolos podem ser agrupados numa
única placa.
a) Placas para Condutores
1.3.3. Placas Educativas
Características das Placas de Serviços Auxiliares para
Tem a função de educar os usuários da via quanto ao seu Condutores
comportamento adequado e seguro no trânsito. Podem conter
Forma Cor
mensagens que reforcem normas gerais de circulação e con-
duta. Fundo Azul
Quadro interno Branca
Características das Placas Educativas
Placa: retangular Seta Branca
Forma Cor Quadro interno:
quadrada Legenda Branca
Fundo Branca
Fundo Branca
Orla interna Preta Pictograma
Figura Preta
Orla externa Branca
Retangular
Tarja Preta Constitui exceção a placa indicativa de “Pronto Socorro”
onde o Símbolo deve ser vermelho.
Legendas Preta
Pictograma Preta Dimensões mínimas (m)
Quadro inter- VIA URBANA 0,20 x 0,20
Dimensões mínimas (m) no VIA RURAL 0,40 x 0,40
Altura da letra VIA URBANA 0,125(*)
(placas para Exemplos de Pictogramas:
condutores) VIA RURAL 0,150(*)
Altura das letras (placas para pe-
0,050
destres)
Orla interna 0,020 S-1 S-2 S-3 S-4
Orla externa 0,010 Área de Serviço Serviço Abasteci
estaciona telefônico mecânico mento
Tarja 0,010 mento
Pictograma 0,200 x 0,200
(*) áreas protegidas por legislação especial (patrimô-
nio histórico, arquitetônico, etc. ), podem apresentar
altura de letra inferior, desde que atenda os critérios S-5 S-6 S-7 S-8
de legibilidade Pronto so- Terminal Restaurante Borracheiro
corro rodoviário
Exemplos:

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S-9 S-10 S-11 S-12
Hotel Área de Aeroporto Transporte
campismo sobre água

TNA-01 TNA-02 TNA-03 TNA-04


S-13 S-14 S-15 S-16 Praia Cachoeira e Patrimônio Estância
Terminal Ponto de Informação Pedágio Quedas d´ Natural Hidromine-
ferroviário parada turística água ral
Exemplos de Placas: Atrativos Históricos e Culturais

THC-01 THC-02 THC-03 THC-04


Templo Arquitetura Museu Espaço
Histórica cultural

Área Para a Prática de Esportes


Obs.: Os pictogramas podem ser utilizados opcionalmente
nas placas de orientação.
b) Placas para Pedestres
Características das Placas de Serviços Auxiliares para
Pedestres TDA-1 TDA-2 TDA-3
Aeroclube Marina Área para
Forma Cor
esportes
Fundo Azul náuticos
Orla interna Branca
Orla externa Azul Áreas de Recreação
Retangular, lado Tarja Branca
maior na horizon-
tal Legendas Branca
Seta Branca
Fundo Branca
Pictograma TAR-01 TAR-02 TAR-03
Figura Preta
Área de Barco de Parque
descanso passeio
Dimensões mínimas (m)
Altura das letras 0,05 Locais para Atividades de Interesse Turístico
Orla interna 0,02
Orla externa 0,01
Tarja 0,01
Pictograma 0,20 x 0,20
TIT-01 TIT-02 TIT-03
Festas Teatro Convenções
Exemplos: Populares

TIT-04 TIT-05 TIT-06


Artesanato Zoológico Planetário

1.3.5. Placas de Atrativos Turísticos


Indicam aos usuários da via os locais onde os mesmos
podem dispor dos atrativos turísticos existentes, orientando TIT-07 TIT-08 TIT-09
sobre sua direção ou identificando estes pontos de interesse. Feira Típica Exposição Rodeio
agropecuária
Exemplos de Pictogramas:
Atrativos Turísticos Naturais

TIT-10
Pavilhão de

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feiras
e exposições
a) Placas de Identificação de Atrativo Turístico
Características das Placas de Identificação de Atrativo Tu-
rístico
Forma Cor
Fundo Marrom
Orla interna Branca
Retangular Orla externa Marrom
Legendas Branca
Fundo Branca
Pictograma
Figura Preta
c) Placas Indicativas de Distância de Atrativos Turísti-
Dimensões mínimas (m) cos
Altura das letras 0,10 Características das Placas Indicativas de Distância de
Pictograma 0,40 x 0,40 Atrativos Turísticos
Orla interna 0,02 Forma Cor
Orla externa 0,01 Fundo Marrom
Orla interna Branca
Exemplos de Placas: Orla externa Marrom
Retangular
Legendas Branca
Fundo Branca
Pictograma
Figura Preta

Dimensões mínimas (m)


Altura da letra VIA URBANA 0,125(*)
b) Placas Indicativas de Sentido de Atrativo Turístico (placas para
condutores) VIA RURAL 0,150(*)
Características de Placas Indicativas de Sentido
Altura da letra (placas para pedes-
0,050
Forma Cor tres)
Fundo Marrom Pictograma 0,200 x 0,200
Orla interna Branca Orla interna 0,020
Orla externa Marrom Orla externa 0,010
Retangular Tarja Branca (*) áreas protegidas por legislação especial (patrimô-
Legendas Branca nio histórico, arquitetônico, etc), podem apresentar
Setas Branca altura de letra inferior, desde que atenda os critérios
Fundo Branca de legibilidade
Pictograma
Figura Preta
Exemplos:
Dimensões mínimas (m)
Altura da letra VIA URBANA 0,125(*)
(placas para
condutores) VIA RURAL 0,150(*)
Altura da letra (placas para pedes-
0,050
tres)
Pictograma 0,200 x 0,200
Orla interna 0,020
Orla externa 0,010
Tarja 0,010
(*) áreas protegidas por legislação especial (patrimô- 2. SINALIZAÇÃO HORIZONTAL
nio histórico, arquitetônico, etc), podem apresentar
altura de letra inferior, desde que atenda os critérios É um subsistema da sinalização viária que se utiliza de li-
de legibilidade nhas, marcações, símbolos e legendas, pintados ou apostos
sobre o pavimento das vias.
Exemplos:
Têm como função organizar o fluxo de veículos e pedes-
tres; controlar e orientar os deslocamentos em situações com
problemas de geometria, topografia ou frente a obstáculos;
complementar os sinais verticais de regulamentação, adver-
tência ou indicação. Em casos específicos, tem poder de
regulamentação.
2.1. CARACTERÍSTICAS

Trânsito 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A sinalização horizontal mantém alguns padrões cuja faixas de uso exclusivo de um tipo de veículo, reversíveis,
mescla e a forma de coloração na via definem os diversos além de estabelecer as regras de ultrapassagem e transposi-
tipos de sinais. ção.
2.1.1. Padrão de Traçado De acordo com a sua função, as marcas longitudinais são
subdivididas nos seguintes tipos:
Seu padrão de traçado pode ser:
a) Linhas de Divisão de Fluxos Opostos
- Contínuo: são linhas sem interrupção pelo trecho da via
onde estão demarcando; podem estar longitudinalmente Separam os movimentos veiculares de sentidos contrários
ou transversalmente apostas à via. e regulamentam a ultrapassagem e os deslocamentos late-
rais, exceto para acesso à imóvel lindeiro.
- Tracejado ou Seccionado: são linhas interrompidas, com
espaçamentos respectivamente de extensão igual ou mai- SÍMPLES CONTÍNUA
or que o traço.
- Símbolos e Legendas: são informações escritas ou de-
senhadas no pavimento, indicando uma situação ou com-
plementando sinalização vertical existente. SIMPLES SECCIONADA
2.1.2. Cores
A sinalização horizontal se apresenta em cinco cores:
- Amarela: utilizada na regulação de fluxos de sentidos
opostos; na delimitação de espaços proibidos para estaci- DUPLA CONTINUA
onamento e/ou parada e na marcação de obstáculos.
- Vermelha: utilizada para proporcionar contraste, quando
necessário, entre a marca viária e o pavimento das ci-
clofaixas e/ou ciclovias, na parte interna destas, associada DUPLA CONTINUA/SECCIONADA
à linha de bordo branca ou de linha de divisão de fluxo de
mesmo sentido e nos símbolos de hospitais e farmácias
(cruz).
- Branca: utilizada na regulação de fluxos de mesmo senti- DUPLA SECCIONADA
do; na delimitação de trechos de vias, destinados ao esta-
cionamento regulamentado de veículos em condições es-
peciais; na marcação de faixas de travessias de pedes-
tres, símbolos e legendas.
- Azul: utilizada nas pinturas de símbolos de pessoas por- - Largura das linhas: mínima 0,10 m
tadoras de deficiência física, em áreas especiais de esta- máxima 0,15 m
cionamento ou de parada para embarque e desembarque. - Distância entre as linhas: mínima 0,10 m
- Preta: utilizada para proporcionar contraste entre o pavi- máxima 0,15 m
mento e a pintura. - Relação entre A e B: mínima 1:2
máxima 1:3
Para identificação da cor, neste documento, é adotada a - Cor: amarela
seguinte convenção:
Exemplos de Aplicação:
ULTRAPASSAGEM PERMITIDA PARA OS DOIS SENTIDOS

ULTRAPASSAGEM PERMITIDA SOMENTE NO SENTIDO B

2.2. CLASSIFICAÇÃO
A sinalização horizontal é classificada em:
- marcas longitudinais;
- marcas transversais;
- marcas de canalização; ULTRAPASSAGEM PROIBIDA PARA OS DOIS SENTIDOS
- marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou
parada;
- inscrições no pavimento.
2.2.1. Marcas Longitudinais
Separam e ordenam as correntes de tráfego, definindo a
parte da pista destinada normalmente à circulação de veícu- b) Linhas de Divisão de Fluxo de Mesmo Sentido
los, a sua divisão em faixas, a separação de fluxos opostos,

Trânsito 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Separam os movimentos veiculares de mesmo sentido e
regulamentam a ultrapassagem e a transposição.
CONTÍNUA

SECCIONADA
d) Linha de Continuidade
Proporciona continuidade a outras marcações longitudi-
nais, quando há quebra no seu alinhamento visual.
- Largura da linha: mínima 0,10 m TRACEJADA
máxima 0,20 m
- Demarcação de faixa exclusiva no fluxo
Largura da linha: mínima 0,20 m
máxima 0,30 m
- Relação entre A e B: mínima 1:2
máxima 1:3
- Cor: branca
Exemplos de Aplicação: - Largura da linha: a mesma da linha à qual dá continuidade
- Relação entre A e B = 1:1
- Cor branca, quando dá continuidade a linhas brancas; cor
amarela, quando dá continuidade a linhas amarelas.
Exemplo de Aplicação:

Proibida a ultrapassagem e a transposição de faixa entre A-B-


C

Permitida a ultrapassagem e a transposição de faixa entre D-


E-F

c) Linha de Bordo
2.2.3. Marcas Transversais
Delimita a parte da pista destinada ao deslocamento de
Ordenam os deslocamentos frontais dos veículos e os
veículos.
harmonizam com os deslocamentos de outros veículos e dos
CONTÍNUA pedestres, assim como informam os condutores sobre a
necessidade de reduzir a velocidade e indicam travessia de
pedestres e posições de parada.
Em casos específicos têm poder de regulamentação.
- Largura da linha: mínima 0,10 m De acordo com a sua função, as marcas transversais são
máxima 0,30 m subdivididas nos seguintes tipos:
- Cor: branca
a) Linha de Retenção
Exemplos de Aplicação:
Indica ao condutor o local limite em que deve parar o veículo.
PISTA DUPLA

- Largura da linha: mínima 0,30 m


máxima 0,60 m
- Cor: branca
Exemplo de Aplicação:

PISTA ÚNICA – DUPLO SENTIDO DE CIRCULAÇÃO

Trânsito 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


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d) Faixas de Travessia de Pedestres


Regulamentam o local de travessia de pedestres.
TIPO ZEBRADA

b) Linhas de Estímulo à Redução de Velocidade


Conjunto de linhas paralelas que, pelo efeito visual, indu-
zem o condutor a reduzir a velocidade do veículo.

TIPO PARALELA

- Largura da linha: mínima 0,20 m - Largura da linha - A: mínima 0,30 m


máxima 0,40 m máxima 0,40 m
- Cor: branca - Distância entre as linhas - B: mínima 0,30 m
máxima 0,80 m
Exemplo de Aplicação Antecedendo um Obstáculo Trans- - Largura da faixa - C: em função do volume de pedestres e
versal da visibilidade
mínima 3,00 m
recomendada 4,00 m
- Largura da linha - D: mínima 0,40 m
máxima 0,60 m
- Largura da faixa - E: mínima 3,00 m
recomendada 4,00 m
Cor: branca
Exemplos de Aplicação:
c) Linha de “Dê a Preferência”
Indica ao condutor o local limite em que deve parar o veí-
culo, quando necessário, em locais sinalizados com a placa
R-2.

- Largura da linha: mínima 0,20 m


máxima 0,40 m
- Relação entre A e B: 1:1
- Dimensões recomendadas: A = 0,50 m
B = 0,50 m
- Cor: branca

Exemplo de Aplicação:

Trânsito 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


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e) Marcação de Cruzamentos Rodocicloviários


Regulamenta o local de travessia de ciclistas.
CRUZAMENTO EM ÂNGULO RETO

- Largura da linha de borda externa - A: mínima 0,15 m


- Largura das linhas internas - B: mínima 0,10 m
CRUZAMENTO OBLÍQUO - Espaçamento entre os eixos das linhas internas - C: mínimo
1,00 m
- Cor: amarela
Exemplo de Aplicação:

- Lado do quadrado ou losango: mínimo 0,40 m


máximo 0,60 m
- Relação: A = B = C
- Cor: branca
Exemplo de Aplicação:

g) Marcação de Área de Cruzamento com Faixa Exclu-


siva

f) Marcação de Área de Conflito Indica ao condutor a existência de faixa(s) exclusiva(s).

Assinala aos condutores a área da pista em que não de-


vem parar e estacionar os veículos, prejudicando a circulação.

- Lado do quadrado: mínimo 1,00 m


- Cor: amarela - para faixas exclusivas no contra-fluxo
branca - para faixas exclusivas no fluxo

Trânsito 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplo de Aplicação: ORDENAÇÃO DE MOVIMENTOS EM TREVOS COM ALÇAS
E FAIXAS DE ACELERAÇÃO / DESACELERAÇÃO

2.2.4. Marcas de Canalização


Orientam os fluxos de tráfego em uma via, direcionando a
circulação de veículos. Regulamentam as áreas de pavimento ORDENAÇÃO DE MOVIMENTO EM RETORNOS COM FAI-
não utilizáveis. XA ADICIONAL PARA O MOVIMENTO
Devem ser na cor branca quando direcionam fluxos de
mesmo sentido e na proteção de estacionamento e na cor
amarela quando direcionam fluxos de sentidos opostos.

SEPARAÇÃO DE FLUXO DE TRÁFEGO DE SENTIDOS


OPOSTOS

ILHAS DE CANALIZAÇÃO E REFÚGIO PARA PEDESTRES

SEPARAÇÃO DE FLUXO DE TRÁFEGO DO MESMO SEN-


TIDO

CANTEIRO CENTRAL FORMADO COM MARCAS DE CA-


NALIZAÇÃO COM CONVERSÃO À ESQUERDA

Dimensões CirculaçãoÁrea de prote-


ção de estacio-
namento
Largura da linha late- mínima 0,10 mínima 0,10 m
ral A m
Largura da linha late- mínima 0,30 mínima 0,10 m
ral B m
máxima 0,50 máxima 0,40 m MARCA DE ALTERNÂNCIA DO MOVIMENTO DE FAIXAS
m POR SENTIDO
Largura da linha late- mínima 1,10 mínima 0,30 m
ral C m
máxima 3,50 máxima 0,60 m
m

Exemplos de Aplicação:

Trânsito 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ILHAS DE CANALIZAÇÃO ENVOLVENDO OBSTÁCULOS mentação. Em casos específicos, tem poder de regulamenta-
NA PISTA ção. De acordo com sua função as marcas de delimitação e
controle de estacionamento e parada são subdivididas nos
SENTIDO ÚNICO seguintes tipos:
a) Linha de Indicação de Proibição de Estacionamento
e/ou Parada
Delimita a extensão da pista ao longo da qual aplica-se a
proibição de estacionamento ou de parada e estacionamento
estabelecida pela sinalização vertical correspondente.
SENTIDO DUPLO

ACOMODAÇÃO PARA INÍCIO DE CANTEIRO CENTRAL - Largura da linha: mínima 0,10 m


máxima 0,20 m
SENTIDO DUPLO - Cor: amarela
Exemplo de Aplicação:

SENTIDO ÚNICO
b) Marca Delimitadora de Parada de Veículos Específi-
cos
Delimita a extensão da pista destinada à operação exclusiva
de parada. Deve sempre estar associada ao sinal de regula-
mentação correspondente.
É opcional o uso destas sinalizações quando utilizadas junto
ao marco do ponto de parada de transporte coletivo.

PROTEÇÃO DE ÁREAS DE ESTACIONAMENTO

- Largura da linha: mínima 0,10 m


máxima 0,20 m
2.2.5 Marcas de Delimitação e Controle de Estaciona- - Cor: amarela
mento e/ou Parada
Exemplos de Aplicação:
Delimitam e propiciam melhor controle das áreas onde é proi-
bido ou regulamentado o estacionamento e a parada de veí- MARCA DELIMITADORA PARA PARADA DE ÔNIBUS EM
culos, quando associadas à sinalização vertical de regula- FAIXA DE TRÂNSITO

Trânsito 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) Marca Delimitadora de Estacionamento Regulamen-
tado
Delimita o trecho de pista no qual é permitido o estaciona-
mento estabelecido pelas normas gerais de circulação e con-
duta ou pelo sinal R-6b.
· Paralelo ao meio-fio:
- Linha simples contínua ou tracejada

MARCA DELIMITADORA PARA PARADE DE ÔNIBUS EM


FAIXA DE ESTACIONAMENTO

MARCA DELIMITADORA PARA PARADE DE ÔNIBUS FEITA


EM REENTRÂNCIA DE CALÇADA

MARCA DELIMITADORA PARA PARADA DE ÔNIBUS EM


FAIXA DE TRÂNSITO COM AVANÇO DE CALÇADA NA - Largura da linha: mínima 0,10 m
FAIXA DE ESTACIONAMENTO máxima 0,20 m
- Relação: 1:1
- Cor: branca
· Em ângulo:
- Linha contínua

MARCA DELIMITADORA PARA PARADA DE ÔNIBUS COM


SUPRESSÃO DE PARTE DA MARCAÇÃO

- Dimensões: A = mínima 0,10 m


máxima 0,20 m
B = largura efetiva da vaga
C = comprimento da vaga
D = mínima 0,20 m
máxima 0,30 m
B e C, estabelecidas em função das dimensões dos veículos
a utilizar as vagas.
- Cor: branca
Exemplos de Aplicação:
ESTACIONAMENTO PARALELO AO MEIO FIO

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2.2.6 Inscrições no Pavimento


Melhoram a percepção do condutor quanto às condições de
MARCA COM DELIMITAÇÃO DA VAGA operação da via, permitindo-lhe tomar a decisão adequada,
no tempo apropriado, para as situações que se lhe apresenta-
rem. São subdivididas nos seguintes tipos:
a) Setas Direcionais

MARCA SEM DELIMITAÇÃO DA VAGA

ESTACIONAMENTO EM ÂNGULO

- Comprimento da seta:
Fluxo veicular: mínimo 5,00 m
máximo 7,50 m
Fluxo pedestre (somente seta ”Siga em Frente” com parte da
haste suprimida):
mínimo 2,00 m
máximo 4,00 m
- Cor: branca
·
INDICATIVO DE MUDANÇA OBRIGATÓRIO DE FAIXA

- Comprimento da seta: mínimo 5,00 m


máximo 7,50 m
- Cor: branca
ESTACIONAMENTO EM ÁREAS ISOLADAS ·

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INDICATIVO DE MOVIMENTO EM CURVA (USO EM SITU-
AÇÃO DE CURVA ACENTUADA)

- Comprimento da seta: mínimo 4,50 m


- Cor: branca
Exemplos de Aplicação:

b) Símbolos
Indicam e alertam o condutor sobre situações específicas na
via
· "DÊ A PREFERÊNCIA"
INDICATIVO DE INTERSEÇÃO COM VIA QUE TEM PRE-
FERÊNCIA

- Dimensões: comprimento mínimo 3,60 m


máximo 6,00 m
- Cor: branca
· "CRUZ DE SANTO ANDRÉ"
INDICATIVO DE CRUZAMENTO RODOFERROVIÁRIO

- Comprimento: 6,00 m
- Cor: branca
· "BICICLETA"
INDICATIVO DE VIA, PISTA OU FAIXA DE TRÂNSITO DE
USO DE CICLISTAS

Cor: branca
· "SERVIÇOS DE SAÚDE"
INDICATIVO DE ÁREA OU LOCAL DE SERVIÇOS DE SAÚ-
DE

- Dimensão: diâmetro mínimo 1,20 m

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- Cor: conforme indicado
· “DEFICIENTE FÍSICO”
INDICATIVO DE LOCAL DE ESTACIONAMENTO DE VEÍ-
CULOS QUE TRANSPORTAM OU QUE SEJAM CONDUZI-
DOS POR PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIAS
FÍSICAS

- Dimensão: lado mínimo 1,20 m


- Cor: conforme indicado
Exemplos de Aplicação:

CRUZAMENTO RODOFERROVIÁRIO

CRUZAMENTO COM VIA PREFERENCIAL

3. DISPOSITIVOS AUXILIARES
Dispositivos Auxiliares são elementos aplicados ao pavimento
da via, junto a ela, ou nos obstáculos próximos, de forma a
tornar mais eficiente e segura a operação da via. São consti-
tuídos de materiais, formas e cores diversos, dotados ou não
de refletividade, com as funções de:
c) Legendas - incrementar a percepção da sinalização, do alinhamento da
Advertem acerca de condições particulares de operação da via ou de obstáculos à circulação;
via e complementam os sinais de regulamentação e adver- - reduzir a velocidade praticada;
tência. - oferecer proteção aos usuários;
- alertar os condutores quanto a situações de perigo potencial
ou que requeiram maior atenção.
Os Dispositivos Auxiliares são agrupados, de acordo com
suas funções, em:
- Dispositivos Delimitadores;
- Dispositivos de Canalização;
- Dispositivos de Sinalização de Alerta;
- Alterações nas Características do Pavimento;
- Dispositivos de Proteção Contínua;
- Dispositivos Luminosos;
- Dispositivos de Proteção a Áreas de Pedestres e/ou Ciclis-
tas;
- Dispositivos de Uso Temporário.
3.1. DISPOSITIVOS DELIMITADORES
São elementos utilizados para melhorar a percepção do con-
dutor quanto aos limites do espaço destinado ao rolamento e
a sua separação em faixas de circulação. São apostos em
série no pavimento ou em suportes, reforçando marcas viá-
rias, ou ao longo das áreas adjacentes a elas.
Podem ser mono ou bidirecionais em função de possuírem
uma ou duas unidades refletivas. O tipo e a(s) cor(es) das
faces refletivas são definidos em função dos sentidos de cir-
Obs: Para legendas curtas a largura das letras e algarismos culação na via, considerando como referencial um dos senti-
podem ser maiores. dos de circulação, ou seja, a face voltada para este sentido.
- Comprimento mínimo: Tipos de Dispositivos Delimitadores:
Para legenda transversal ao fluxo veicular: 1,60 m · Balizadores - unidades refletivas mono ou bidirecionais,
Para legenda longitudinal ao fluxo veicular: 0,25 m afixadas em suporte.
- Cor: branca - Cor do elemento refletivo:
Exemplos de Legendas: branca – para ordenar fluxos de mesmo sentido;
amarela – para ordenar fluxos de sentidos opostos;

Trânsito 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


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vermelha – em vias rurais, de pista simples, duplo sentido de - Cor do elemento refletivo:
circulação, podem ser utilizadas unidades refletivas na cor branca – para ordenar fluxos de mesmo sentido;
vermelha, junto ao bordo da pista ou acostamento do sentido amarela – para ordenar fluxos de sentidos opostos;
oposto. vermelha – em rodovias, de pista simples, duplo sentido de
Exemplo: circulação, podem ser utilizadas unidades refletivas na cor
vermelha, junto à linha de bordo do sentido oposto.
- Especificação mínima: Norma ABNT.
Exemplos:

· Balizadores de Pontes, Viadutos, Túneis, Barreiras e


Defensas – unidades refletivas afixadas ao longo do guarda-
corpo e/ou mureta de obras de arte, de barreiras e defensas.
- Cor do elemento refletivo:
branca – para ordenar fluxos de mesmo sentido;
amarela – para ordenar fluxos de sentidos opostos;
vermelha – em vias rurais, de pista simples, duplo sentido de
circulação, podem ser utilizadas unidades refletivas na cor
vermelha, afixados no guarda-corpo ou mureta de obras de
arte, barreiras e defensas do sentido oposto.
Exemplo:

· Cilindros Delimitadores
Exemplo:

· Tachas – elementos contendo unidades refletivas, aplicados


diretamente no pavimento.
- Cor do corpo: branca ou amarela, de acordo com a marca
viária que complementa.
- Cor do elemento refletivo:
branca – para ordenar fluxos de mesmo sentido;
amarela – para ordenar fluxos de sentidos opostos,
vermelha – em rodovias, de pista simples, duplo sentido de
circulação, podem ser utilizadas unidades refletivas na cor
vermelha, junto à linha de bordo do sentido oposto.

- Especificação mínima: Norma ABNT.


Exemplos:

- Cor do Corpo : preta


- Cor do Material Refletivo: amarela.
3.2. DISPOSITIVOS DE CANALIZAÇÃO
Os dispositivos de canalização são apostos em série sobre a
Exemplo de aplicação:
superfície pavimentada.
Tipos de Dispositivos de Canalização:
· Prismas – tem a função de substituir a guia da calçada
(meio-fio) quando não for possível sua construção imediata.
- Cor: branca ou amarela, de acordo com a marca viária que
complementa.
Exemplo:

· Tachões – elementos contendo unidades refletivas, aplica-


dos diretamente no pavimento.
- Cor do corpo: amarela

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· Marcadores de Perigo – unidades refletivas fixadas em
suporte destinadas a alertar o condutor doveículo quanto a
situação potencial de perigo.

Marcador de Marcador de Marcador de


Perigo indicando Perigo indicando perigo indicando
que a passagem que a passagem que a passagem
deverá ser feita poderá ser feita deverá ser feita
pela direita tanto pela direita pela esquerda
como pela es-
querda

· Segregadores – tem a função de segregar pistas para uso


exclusivo de determinado tipo de veículo ou pedestres.
- Cor: amarela.
Exemplo:

RELAÇÃO DE LADOS: 1:3

3.3. DISPOSITIVOS DE SINALIZAÇÃO DE ALERTA


São elementos que têm a função de melhorar a percepção do
condutor quanto aos obstáculos e situações geradoras de
perigo potencial à sua circulação, que estejam na via ou adja-
centes à mesma, ou quanto a mudanças bruscas no alinha- Marcador de Perigo indicando que a passa-
mento horizontal da via. gem poderá ser feita tanto pela direita como
Possuem as cores amarela e preta quando sinalizam situa- pela esquerda
ções permanentes e adquirem cores laranja e branca quando
sinalizam situações temporárias, como obras.
Tipos de Dispositivos de Sinalização de Alerta:
· Marcadores de Obstáculos – unidades refletivas apostas
no próprio obstáculo, destinadas a alertar o condutor quanto à
existência de obstáculo disposto na via ou adjacente a ela.

Obstáculos Obstáculos Obstáculos RELAÇÃO DE LADOS: 1:3


com passa- com passa- com passa-
gem só pela gem por am- gem só pela
direita bos os lados esquerda

· Marcadores de Alinhamento – unidades refletivas fixadas


em suporte, destinadas a alertar o condutor do veículo quan-
do houver alteração do alinhamento horizontal da via.

3.4. ALTERAÇÕES NAS CARACTERÍSTICAS DO PAVI-


MENTO
São recursos que alteram as condições normais da pista de
rolamento, quer pela sua elevação com a utilização de dispo-
sitivos físicos colocados sobre a mesma, quer pela mudança
Exemplo de aplicação: nítida de características do próprio pavimento. São utilizados
para:
- estimular a redução da velocidade;
- aumentar a aderência ou atrito do pavimento;
- alterar a percepção do usuário quanto a alterações de ambi-
ente e uso da via, induzido-o a adotar comportamento caute-
loso;

Trânsito 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


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- incrementar a segurança e/ou criar facilidades para a circu-
lação de pedestres e/ou ciclistas.
3.5. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTÍNUA
São elementos colocados de forma contínua e permanente ao
longo da via, confeccionados em material flexível, maleável
ou rígido, que têm como objetivo:
- evitar que veículos e/ou pedestres transponham determina-
do local;
- evitar ou dificultar a interferência de um fluxo de veículos
sobre o fluxo oposto.
Tipos de Dispositivos para Fluxo de Pedestres e Ciclis-
tas:
· Gradis de Canalização e Retenção
· Dispositivos Anti-ofuscamento
Devem ter altura máxima de 1,20 m e permitir intervisibilidade
Especificação mínima: Norma ABNT
entre veículos e pedestres.
Exemplo:
Exemplos:

3.6. DISPOSITIVOS LUMINOSOS


São dispositivos que se utilizam de recursos luminosos para
proporcionar melhores condições de visualização da sinaliza-
· Dispositivos de Contenção e Bloqueio ção, ou que, conjugados a elementos eletrônicos, permitem a
Exemplo: variação da sinalização ou de mensagens, como por exemplo:
- advertência de situação inesperada à frente;
- mensagens educativas visando o comportamento adequado
dos usuários da via;
- orientação em praças de pedágio e pátios públicos de esta-
cionamento;
- informação sobre condições operacionais das vias;
- orientação do trânsito para a utilização de vias alternativas;
- regulamentação de uso da via.
Tipos de Dispositivos Luminosos:
· Painéis Eletrônicos
Exemplos:

Tipos de Dispositivos para Fluxo Veicular:


· Defensas Metálicas
Especificação mínima: Norma ABNT
Exemplos:

· Painéis com Setas Luminosas


Exemplos:

· Barreiras de Concreto
Especificação mínima: Norma ABNT
Exemplos: 3.7. DISPOSITIVOS DE USO TEMPORÁRIO
São elementos fixos ou móveis diversos, utilizados em situa-
ções especiais e temporárias, como operações de trânsito,

Trânsito 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


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obras e situações de emergência ou perigo, com o objetivo de · Cavaletes
alertar os condutores, bloquear e/ou canalizar o trânsito, pro- Exemplos:
teger pedestres, trabalhadores, equipamentos, etc. ARTICULADOS
Aos dispositivos de uso temporário estão associadas as cores
laranja e branca. Vista Frontal
Tipos de Dispositivos de Uso Temporário:
· Cones
Especificação mínima: Norma ABNT
Exemplo:

Vista Lateral

Cilindro
Especificação mínima: Norma ABNT
DESMONTAVEIS
Exemplo:

· Balizador Móvel · Barreiras


Exemplo: Exemplos:
Fixas

MÓVEIS

· Tambores
Exemplos:

· Fita Zebrada
Exemplo:

Cancelas

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· Elementos Luminosos Complementares


Exemplos:

PLÁSTICAS

· Tapumes
Exemplos:

· Gradis
Exemplos: · Bandeiras
Exemplos:

· Faixas
Exemplos:

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O acendimento das indicações luminosas deve ser na se-


qüência verde, amarelo, vermelho, retornando ao verde.
Para efeito de segurança recomenda-se o uso de, no mínimo,
4. SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA
dois conjuntos de grupos focais por aproximação, ou a utili-
A sinalização semafórica é um subsistema da sinalização
zação de um conjunto de grupo focal composto de dois focos
viária que se compõe de indicações luminosas acionadas
vermelhos, um amarelo e um verde
alternada ou intermitentemente através de sistema elétri-
- Compostos de duas indicações luminosas, dispostas na
co/eletrônico, cuja função é controlar os deslocamentos.
seqüência preestabelecida abaixo. Para uso exclusivo em
Existem dois (2) grupos:
controles de acesso específico, tais como praças de pedágio
- a sinalização semafórica de regulamentação;
e balsa.
- a sinalização semafórica de advertência.
Formas e Dimensões
SEMÁFORO FORMA DO DIMENSÃO DA
DESTINADO A FOCO LENTE
Movimento Diâmetro: 200
Circular
Veicular mm ou 300 mm
Movimento de
Lado mínimo:
Pedestres e Quadrada
200 mm
Ciclistas

4.1. SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA DE REGULAMENTA-


ÇÃO - Com símbolos, que podem estar isolados ou integrando um
A sinalização semafórica de regulamentação tem a função de semáforo de três ou duas indicações luminosas.
efetuar o controle do trânsito num cruzamento ou seção de Exemplos:
via, através de indicações luminosas, alternando o direito de DIREÇÃO CONTROLADA
passagem dos vários fluxos de veículos e/ou pedestres.
4.1.1. Características
Compõe-se de indicações luminosas de cores preestabeleci-
das, agrupadas num único conjunto, dispostas verticalmente
ao lado da via ou suspensas sobre ela, podendo neste caso
ser fixadas horizontalmente.
4.1.2. Cores das Indicações Luminosas
As cores utilizadas são:
a) Para controle de fluxo de pedestres:
- Vermelha: indica que os pedestres não podem atravessar. CONTROLE OU FAIXA REVERSÍVEL
- Vermelha Intermitente: assinala que a fase durante a qual
os pedestres podem atravessar está a ponto de terminar. Isto
indica que os pedestres não podem começar a cruzar a via e
os que tenham iniciado a travessia na fase verde se deslo-
quem o mais breve possível para o local seguro mais próxi-
mo.
- Verde: assinala que os pedestres podem atravessar.
DIREÇÃO LIVRE
b) Para controle de fluxo de veículos:
- Vermelha: indica obrigatoriedade de parar.
- Amarela: indica “atenção”, devendo o condutor parar o veí-
culo, salvo se isto resultar em situação de perigo.
- Verde: indica permissão de prosseguir na marcha, podendo
o condutor efetuar as operações indicadas pelo sinal lumino-
so, respeitadas as normas gerais de circulação e conduta.
b) Para Pedestres
4.1.3. Tipos
a) Para Veículos:
- Compostos de três indicações luminosas, dispostas na
seqüência preestabelecida abaixo:

Trânsito 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


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4.2. SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA DE ADVERTÊNCIA


A sinalização semafórica de advertência tem a função de
advertir da existência de obstáculo ou situação perigosa,
devendo o condutor reduzir a velocidade e adotar as medidas
de precaução compatíveis com a segurança para seguir adi-
ante.
4.2.1. Características
Compõe-se de uma ou duas luzes de cor amarela, cujo funci- 6. GESTOS
onamento é intermitente ou piscante alternado, no caso de a) Gestos de Agentes da Autoridade de Trânsito
duas indicações luminosas.
As ordens emanadas por gestos de Agentes da Autoridade de
Trânsito prevalecem sobre as regras de circulação e as nor-
mas definidas por outros sinais de trânsito. Os gestos podem
ser:

Significado Sinal
Ordem de parada obri-
gatória para todos os
veículos. Quando exe-
No caso de grupo focal de regulamentação, admite-se o uso
cutada em interseções,
isolado da indicação luminosa em amarelo intermitente, em
os veículos que já se
determinados horários e situações específicas. Fica o condu-
encontrem nela não são
tor do veículo obrigado a reduzir a velocidade e respeitar o
obrigados a parar.
disposto no Artigo 29, inciso III, alínea C.
5. SINALIZAÇÃO DE OBRAS
A Sinalização de Obras tem como característica a utilização
dos sinais e elementos de Sinalização Vertical, Horizontal,
Semafórica e de Dispositivos e Sinalização Auxiliares combi-
nados de forma que:
- os usuários da via sejam advertidos sobre a intervenção
realizada e possam identificar seu caráter temporário; Braço levantado vertical-
- sejam preservadas as condições de segurança e fluidez do mente, com a palma da
trânsito e de acessibilidade; mão pra a frente.
- os usuário sejam orientados sobre caminhos alternativos; Ordem de parada para
- sejam isoladas as áreas de trabalho, de forma a evitar a todos os veículos que
deposição e/ou lançamento de materiais sobre a via. venham de direções
Na sinalização de obras, os elementos que compõem a sinali- que cortem ortogonal-
zação vertical de regulamentação, a sinalização horizontal e a mente a direção indica-
sinalização semafórica têm suas características preservadas. da pelos braços esten-
A sinalização vertical de advertência e as placas de orienta- didos, qualquer que
ção de destino adquirem características próprias de cor, sen- seja o sentido de seu
do adotadas as combinações das cores laranja e preta. Entre- deslocamento.
tanto, mantém as características de forma, dimensões, símbo-
los e padrões alfanuméricos: Braços estendidos horizon-
Sinalização vertical de Cor utilizada para Sinali- talmente com a palma da
Advertência ou de Indi- zação de Obras mão para a frente.
cação Ordem de parada para
Fundo Laranja todos os veículos que
venham de direções
Símbolo Preta que cortem ortogonal-
Orla Preta mente a direção indica-
Tarjas Preta da pelo braço estendi- Braço estendido horizon-
do, qualquer que seja o talmente, com a palma da
Setas Preta sentido de seu deslo-
mão para frente, do lado do
Letras Preta camento trânsito a que se destina.

Os dispositivos auxiliares obedecem as cores estabelecidas


no capítulo 3 deste Anexo, mantendo as características de
forma, dimensões, símbolos e padrões alfanuméricos.
São exemplos de sinalização de obras:

Ordem de diminuição
da velocidade

Braço estendido horizon-


talmente, com a palma da
mão para baixo, fazendo
movimentos verticais.

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Os sinais sonoros somente devem ser utilizados em conjunto
com os gestos dos agentes.

Ordem de parada para


os veículos aos quais a
luz é dirigida 2 Conhecimento geral sobre o funcionamento de veículos
automotores de passeio, ônibus e caminhões.

Braço estendido horizon-


talmente, agitando uma luz FUNCIONAMENTO BÁSICO DOS MOTORES;
vermelha para um determi- O MOTOR A QUATRO TEMPOS
nado veículo.
Pontos Mortos e Curso: Durante seu movimento no interior
do cilindro, o pistão atinge dois pontos extremos que são o
Ponto Morto Alto (PMA) e o Ponto Morto Baixo (PMB). A dis-
tância entre os dois pontos mortos chama-se Curso.

Ordem de seguir

1. Funcionamento do Motor a Quatro Tempos


Braço levantado, com mo- O motor a pistão não parte por si só. É preciso girá-lo al-
vimento de antebraço para gumas vezes até ocorrer a primeira combustão no cilindo. O
a retaguarda e a palma da funcionamento do motor ocorre através da repetição de ciclos.
mão voltada para trás. Um ciclo é formado pela seqüência de quatro etapas denomi-
nadas tempos, durante os quais ocorrem as chamadas seis
fases.
b) Gestos de Condutores
2. Primeiro Tempo: ADMISSÃO
Obs.: Válido para todos os tipos de veículos.
Significado Sinal O primeiro tempo chama-se "admissão" e corresponde ao
movimento do pistão do PMA (Ponto Morto Alto) para o PBM
(Ponto Morto Baixo) com a válvula de admissão aberta. Nes-
se tempo, ocorre a primeira fase, que chama-se também
Dobrar à esquerda "admissão", porque o pistão aspira a mistura de ar e combus-
tível para dentro do cilindro. Quando o pistão chega ao PMB,
a válvula de admissão fecha-se, e a mistura fica presa dentro
do cilindro.
O mecanismo que abre e fecha as válvulas chama-se sis-
tema de comando de válvulas!

Dobrar à direita

Diminuir a marcha ou
parar

7. SINAIS SONOROS
Sinais de apito Significado Emprego
liberar o trânsito em
um silvo breve siga direção / sentido indi-
cado pelo agente.
dois silvos bre- indicar parada obriga-
pare
ves tória
quando for necessário
diminuir a
um silvo longo fazer diminuir a mar-
marcha
cha dos veículos.

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3. Segundo Tempo: COMPRESSÃO


Notas: Tempo é o conjunto das fases que ocorrem quando
O segundo tempo chama-se "compressão", e corresponde
o pistão percorre um curso.
ao movimento do pistão do PMB para o PMA com as duas
válvulas fechadas. Neste tempo ocorre a segunda fase, que O MOTOR A DOIS TEMPOS
também chama-se "compressão", porque o pistão comprime a
mistura de ar e combustível que ficou presa dentro do cilindro. 1. O motor a dois tempos recebe esse nome porque seu
À primeira vista a compressão parece ser um desperdício de ciclo é constituído por apenas dois tempos, conforme vere-
trabalho, mas sem a mesma, a combustão produziria pouca mos no item seguinte.
potência mecânica e a energia do combustível perder-se-ia Mecanicamente ele é bastante simples e possui poucas
sob forma de calor. peças móveis. O próprio pistão funciona como válvula desli-
4. Terceiro Tempo: TEMPO MOTOR zante, abrindo e fechando janelas, por onde a mistura é admi-
tida e os gases queimados são expulsos.
Antes do 3º tempo, ocorre a terceira fase, denominada
"ignição", quando a vela produz uma faísca, dando início à
quarta fase, que é a "combustão". O 3º tempo (Tempo Motor)
corresponde à descida do pistão do PMA para o PMB, provo-
cada pela forte pressão dos gases queimados que se expan-
dem. Essa é a quinta fase de funcionamento do motor, e
chama-se "expansão". O motor pode agora funcionar sozinho,
pois o impulso dado é suficiente para mantê-lo girando até a
próxima combustão.

2. Primeiro Tempo: Admitindo que o motor já esteja em


funcionamento, o pistão sobe comprimindo a mistura no cilin-
dro e produzindo um rarefação no cárter. Aproximando-se do
ponto morto alto, dá-se a ignição e a combustão da mistura.
Ao mesmo tempo, dá-se a admissão da mistura nova no cár-
ter, devido à rarefação que se formou durante a subida do
pistão.
5. Quarto Tempo: EXAUSTÃO
O 4º tempo chama-se "escapamento", "escape" ou "exa-
ustão" e corresponde à subida do pistão do PMB para o PMA
com a válvula de escapamento aberta. Nesse tempo ocorre a
sexta fase, que chama-se também "exaustão", porque os
gases queimados são expulsos do cilindro pelo pistão. Quan-
do este chega ao PMA, a válvula de exaustão fecha-se, en-
cerrando o primeiro ciclo, e então tudo se repete, na mesma
seqüência.

Trânsito 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


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B. Durante o segundo estágio, a compressão, o pistão sobe
e comprime o ar dentro do cilindro, em proporção muito
mais elevada do que num motor a gasolina comum.
C. Na ignição, o combustível é injetado no ar comprimido a
alta temperatura, entrando em combustão espontânea e
forçando o movimento do pistão para baixo.
D. No último estágio, denominado exaustão, os gases que se
formaram na fase anterior são expelidos do interior do ci-
lindro pelo movimento ascendente do pistão.
No motor diesel a descida do pistão não aspira mistura
combustível; somente ar puro entra no cilindro. E, quando o
pistão se desloca para cima, apenas esse ar sofre compres-
são. A compressão interna no cilindro atinge um grau muito
mais elevado que nos motores a gasolina - suas taxas de
compressão vão de 14:1 a 25:1. Em conseqüência, a tempe-
ratura do ar comprimido eleva-se consideravelmente, che-
3. Segundo Tempo: Neste tempo, os gases da combustão
gando a ultrapassar os 700º. À medida que o pistão se apro-
se expandem, fazendo o pistão descer, comprimindo a mistu-
xima do limite máximo de seu curso, um fino jato de combus-
ra no cárter. Aproximando-se o ponto morto baixo, o pistão
tível é impulsionado para o interior do cilindro. Devido à alta
abre a janela de exaustão, permitindo a saída do gases
compressão, o ar fica tão quente que, ao receber o combustí-
queimados. A seguir abre-se a janela de transferência, e a
vel, faz este entrar em combustão espontânea, dispensando a
mistura comprimida no cárter invade o cilindro, expulsando os
presença da vela de ignição (ou ignição eletrônica). Fon-
gases queimados.
te.portal são Francisco.

Nota: Durante o ciclo de dois tempos ocorrem também


seis fases como no motor a quatro tempos, das quais quatro
(admissão, compressão, ignição e combustão) ocorrem no
primeiro tempo e duas (expansão e exaustão) no segundo
tempo.
4. Vantagens e desvantagens: O motor a dois tempos é
mais simples, mais leve e mais potente que o motor a quatro
tempos, porque produz um tempo motor em cada volta do
eixo de manivelas. Além disso, seu custo é menor, sendo por
isso muito utilizado em aviões ultra-leves e autogiros.
Contudo, não é usado nos aviões em geral, devido às se-
guintes desvantagens:
a) É pouco econômico, porque uma parte da mistura admiti-
da no cilindro foge juntamente com os gases queimados;
b) Após o escampamento, uma parte dos gases queimados
permanece no cilindro, contaminando a mistura nova ad-
mitida;
c) O motor a dois tempos se aquece mais, porque as com-
bustões ocorrem com maior freqüência;
d) A lubrificação é imperfeita, porque é preciso fazê-la atra-
vés do óleo diluído no combustível;
e) O motor é menos flexível do que o de quatro tempos, isto
é, a sua eficiência diminui mais acentuadamente quando
variam as condições de rotação, altitude, temperatura,
etc... fonte: www.rcmasters.com.br
CICLO DE UM MOTOR DIESEL
A. No primeiro estágio do ciclo de combustão, chamado
indução, o ar é aspirado para o interior do cilindro, pene-
trando nele através da válvula de entrada.

Trânsito 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Segurança
A manutenção preventiva do veículo garante a segurança
no trânsito. Estudo inédito realizado no Brasil revela que 27%
dos acidentes são causados por falta de manutenção do veí-
culo. Os itens de segurança (direção, freios, suspensão,
pneus e rodas) quando não estão em boas condições podem
colocar em risco a segurança do motorista, ocupantes e ter-
ceiros. É importante fazer manutenção regular desses itens
em uma oficina de sua confiança.
Economia
A manutenção preventiva do veículo é a forma mais eco-
nômica de mantê-lo em bom estado de conservação, fator
importante para a valorização na hora da revenda. Além dis-
so, levar o veículo periodicamente à oficina de sua confiança
permite que as revisões sejam programadas, evitando que-
bras inesperadas que podem afetar o seu orçamento. Assim
como a sua saúde, a do seu carro deve ser feita de forma
preventiva. Assim você e sua família estão em segurança.
Veículo que não está com o motor regulado e com peças
desgastadas consome mais combustível que o normal e per-
de desempenho. Por isso, se o consumo de combustível
aumentou acima da média pode ser um sinal de que está na
hora de levar o carro para revisão em uma oficina de sua
confiança.
Ecologia
A manutenção preventiva do veículo também garante a
melhoria da qualidade do ar que respiramos. Cuidar do carro
também é uma ação ecologicamente correta. Com o tempo
de uso, as peças sofrem desgaste natural e devem ser substi-
tuídas por outras de qualidade que estejam de acordo com as
especificações do fabricante e que sejam de procedência
conhecida. Veículo mal conservado polui mais e consome
mais combustível. Seja solidário com o meio ambiente, cui-
dando bem do seu carro.
Oficinas
Para garantir que o veículo esteja em bom estado de con-
servação, é importante levá-lo em uma oficina de sua confi-
O motor a diesel ou motor de ignição por compressão é ança. O motorista deve conversar com mecânico e explicar a
um motor de combustão interna inventado pelo engenheiro forma como conduz o veículo e em quais condições o mesmo
alemão Rudolf Diesel (1858-1913), em que a combustão do é submetido. Esses fatores são importantes para avaliação
combustível se faz pelo aumento da temperatura provocado personalizada do veículo. O mecânico deve ser um consultor,
pela compressão da mistura inflamável. As principais assim como a relação de médico e paciente. Quanto mais
diferenças entre o motor a gasolina e o motor diesel são as informações ele tiver, melhor será o diagnóstico do problema,
seguintes: enquanto o motor a gasolina funciona com a taxa além de prever possíveis falhas.
de compressão que varia de 8:1 a 12:1, no motor diesel esta
Peças de qualidade e de procedência conhecida
varia de 14:1 a 25:1. Dai a robustez de um relativamente a
outro. Quando o motorista precisa trocar uma peça do carro na
oficina de sua confiança, é importante que exija do mecânico
Enquanto o motor a gasolina aspira a mistura - ar +
o item que foi substituído e a embalagem do novo componen-
combustível - para a câmara de combustão e queima a partir
te.
de uma faísca elétrica fornecida pela vela de ignição no
momento de máxima compressão. No motor diesel não existe Só utilize peças de qualidade que estejam de acordo com
uma aspiração, mas sim uma injeção de óleo (combustível) as especificações do fabricante e de procedência conhecida.
no momento de máxima compressão, a alta taxa de oxigênio
faz com que o óleo entre em combustão, produzindo a Lojas
explosão sem a necessidade da ignição elétrica. O Em caso de comprar peças diretamente em lojas especia-
Engenheiro Rudolf Diesel, chegou a esse método quando lizadas, o motorista deve optar por estabelecimentos conheci-
aperfeiçoava máquinas a vapor. dos e sempre deve pedir a nota fiscal. Desconfie de preços
muito baixos que podem ser sinal de que o componente não é
de qualidade compatível com as especificações do fabricante
2.1 Noções de elétrica e de mecânica de veículos automo- do veículo.
tores a gasolina, álcool e diesel. Verifique se a embalagem está intacta e lacrada. A caixa
do produto deve identificar a peça, o nome, o telefone e o
NOÇÕES BÁSICAS DE CNPJ do fabricante.
MECÂNICA AUTOMOTIVA
Analise o componente e confira se ele realmente tem apa-
01 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA rência de novo.

Trânsito 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Peça um catálogo e veja se as especificações da peça d) Troque o filtro de combustível, se necessário: a cada
são compatíveis com o modelo do carro. Fonte: 20.000 km
www.carro100.com.br
e) Substitua o filtro de ar: a cada 20.000 km
Itens de Manutenção preventiva
Suspensão e rodas:
Pneus e Direção:
a) Verificar a existência de vazamentos ou batentes danifica-
a) Verificar o desgaste e se há avarias na estrutura (bolhas dos nos amortecedores: a cada 10.000 km
ou cortes): a cada 8.000 km
b) Calibrar todos os pneus periodicamente: a cada 1.000 km b) Checar estado dos calços e das molas helicoidais: a cada
c) Fazer o rodízio conforme o indicado no manual do proprie- 10.000 km
tário: a cada 8.000 km c) Checar estado e a existência de folgas nos pivôs, buchas
d) Fazer balanceamento de todas as rodas, inclusive do e terminais: a cada 40.000 km
estepe: a cada 10.000 km
e) Checar a geometria e verificar as torres: a cada 10.000 km d) Verificar ruídos e folgas nos rolamentos das rodas: a cada
f) Verificar o nível do fluido da direção hidráulica: a cada 10.000 km
10.000 km e) Verificar as juntas homocinéticas, substituindo-as quando
Freios: apresentarem vazamentos: a cada 10.000km

a) Verificar o nível do fluido de freio: a cada 10.000 km Sistema de arrefecimento:

b) Substituir o fluido de freio: conforme orientação do manual a) Verificar nível do líquido: semanalmente
do proprietário b) Verificar estado das mangueiras e possíveis vazamentos:
c) Verificar as pastilhas nos freios a disco, substituindo-as a cada 20.000 km
quando houver desgaste: a cada 10.000 km c) Verificar o funcionamento da ventoinha: a cada 30.000 km
d) Verificar o estado dos discos de freio, substituindo-os d) Drenar e limpar o sistema: a cada 30.000 km
quando necessário: a cada 10.000 km
e) Trocar o líquido e o aditivo do reservatório de expansão ou
e) Verificar o estado das lonas de freio e se há vazamentos radiador: a cada 30.000 km
nos cilindros de rodas: a cada 10.000 km
Correias:
f) Avaliar o servo-freio pelo acionamento do pedal: a cada
40.000 km Verificar o estado e ajustar a tensão se necessário das
correias:
g) Checar o freio de estacionamento e regular se necessário:
a cada 10.000 km a) bomba d'água: a cada 20.000 km
b) alternador: a cada 20.000 km
Motor: c) direção hidráulica: a cada 20.000 km
a) Reapertar tampa de válvulas e tampa do cárter para evitar Ar-condicionado:
vazamentos: a cada 10.000 km a) Verificar estado e tensão da correia do compressor: a
cada 20.000 km
b) Trocar correia dentada: a cada 40.000 km preventivamen- b) Verificar funcionamento e limpeza do sistema: a cada
te 20.000 km
c) Verificar nível do óleo: semanalmente Sistema elétrico:
d) Trocar óleo do motor: conforme orientação do manual do a) Regulagem dos faróis: a cada 10.000 km
proprietário
b) Verificar se há lâmpadas ou fusíveis queimados: mensal-
e) Substituir o filtro de óleo: a cada troca de óleo ou a cada mente
10.000 km
c) Testar o funcionamento de comandos e equipamentos
Sistema de transmissão: elétricos: a cada 30.000 km
a) Checar óleo do câmbio e trocar conforme orientações do d) Verificar nível d'água da bateria (se necessário) e avaliar
fabricante: a cada 10.000 km carga: a cada 10.000
b) Chegar o sistema e o acionamento da transmissão: a cada Outros itens:
40.000 km
a) Trocar as palhetas dos limpadores de pára-brisas: a cada
c) Verificar cabo, folga e funcionamento da embreagem: a 20.000 km
cada 20.000 km
b) Verificar nível de água dos limpadores, adicionar aditivo
Sistema de emissões de gases: de limpeza dos vidros: mensalmente
a) Verificar a integridade do sistema de escapamento: a cada c) Lubrificar fechaduras: a cada 20.000 km
20.000 km
Fonte: www.articlesbase.com
b) Avaliar integridade e eficiência do catalisador e da sonda
lambda: a cada 20.000 km
Sistema de alimentação de combustível: 2.1.1 Sistema de freios.
a) Limpar o bico ou bicos injetores: a cada 30.000 km FREIOS;
b) Limpar e regular carburador: a cada 20.000 km
Destinam-se os freios a reduzir a velocidade, parar ou
c) Checar estado das velas de ignição e substituir se neces- manter parados os veículos.
sário: a cada 20.000 km

Trânsito 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O de estacionamento é mecânico, usando alavancas e aumentariam em muito. E todos nós sabemos como é chato
excêntricos para forçar as sapatas contra os tambores trasei- esse barulho.
ros.
Para quem já andou num carrinho feito com rolamentos na
juventude sabe muito bem o que é um veículo sem suspen-
são.
Molas e amortecedores trabalham em conjunto. A mola
absorve os impactos sofridos pelas rodas e os amortecedores
seguram a sua distensão brusca, evitando oscilações no
veículo.
Nos veículos leves, a maioria das suspensões utilizam a
mola helicoidal, que é formada por uma barra de aço enrolado
em forma de espiral. Existem também outros tipos de molas,
como as barras de torção (utilizado nos veículos VW como o
Fusca, a Brasília, etc) e as semi-elípticas (utilizadas em veícu-
los de carga).
Os freios de serviço, porém, são hidráulicos, pois os me- A mola helicoidal pode trabalhar tanto na dianteira como
cânicos exigiam demasiado esforço do motorista e não eram na traseira do veículo. Seu posicionamento na suspensão
eficientes com o aumento da velocidade. depende da sua construção e estrutura. Entre os tipos de
suspensões mais utilizadas no Brasil estão as do tipo Mc
Um cilindro-mestre cheio de fluido para freios é ligado aos
Phearson e as de duplo triângulos, ambos suspensões inde-
cilindros das rodas por meio de tubulações. Ao se pressionar
pendentes. Fonte: www.mecanicadeautos.com.br
o pedal do freio, ele comprime o fluido do cilindro-mestre e,
pelos princípios da hidrostática, este esforço é transferido,
multiplicado, para os cilindros das rodas, os quais pressionam 2.1.3 Sistema de direção (mecânica e hidráulica).
as sapatas contra os tambores de freio.
O atrito das sapatas no tambor transforma a energia me- DIREÇÃO;
cânica em energia térmica, que se dissipa na atmosfera. Com
o progressivo aumento de velocidade, os freios a tambor se Chama-se direção o conjunto de órgãos que permite ao
mostraram deficientes por causa do aquecimento excessivo motorista conduzir o veículo na direção desejada. É composta
em caso de uso prolongado. em geral do volante, da coluna, da caixa, dos braços e das
barras de direção.
Assim, generalizaram-se os freios a disco, que são per-
manentemente refrigerados pela corrente de ar. A caixa de direção, composta de uma árvore sem-fim e
um setor dentado, é o mecanismo responsável pela mudança
na direção da rotação que se dá ao volante e pela redução da
força necessária a virar as rodas.
2.1.2. Sistema de suspensão (vibrações e ruídos).
Nos veículos mais pesados e nos automóveis mais caros
também podem ser encontradas direções hidráulicas que
SUSPENSÃO; reduzam em até quarenta por cento o esforço do motorista.
O sistema de suspensão tem uma função importantíssima
no automóvel. É ela que absorve por meio dos seus compo-
nentes todas as irregularidades do solo e não permite que 2.1.4 Sistema de transmissão.
trancos e solavancos cheguem até os usuários. Também é
responsável pela estabilidade do automóvel.
TRANSMISSÃO;
Os principais componentes do sistema de suspensão são:
A transmissão é um conjunto de dispositivos utilizados
• Molas; para transmitir a força produzida no motor às rodas mo-
• Amortecedores; trizes, para que o veículo entre movimento. O sistema é
• Barras estabilizadoras; composto pela embreagem, caixa de marchas, diferencial,
• Pinos esféricos (pivôs); semi-árvores, homocinéticas e rodas. Esses componentes
estão ligados e possuem interdependência de funcionamento.
• Bandejas de suspen-
são. Num automóvel com motor dianteiro, a transmissão passa
por todos estes componentes. Eles impõem às rodas a potên-
cia do motor transformada em energia mecânica.
Quando colocamos um carro em movimento, inicialmente,
Sem as molas e os amortecedores que permitem a movi-
pisamos na embreagem para engrenar uma marcha. O movi-
mentação controlado do sistema, o desconforto seria muito
mento é transmitido ao diferencial que movimentará as rodas
grande, principalmente em pisos irregulares. Isso sem falar na
através das semi-árvores.
vida útil do veículo, que diminuiria muito com os fortes impac-
tos sofridos. O conjunto de peças usadas para ligar e desligar o motor
do sistema de transmissão e efetuar a progressão do torque
Com os impactos transferidos para o veículo, há sofrimen-
do motor permitindo uma partida suave do veículo, chama-se
tos tanto do usuário como para o automóvel. embreagem, e localiza-se entre a caixa de mudanças e o
No automóvel podem vir a causar trincas na sua estrutura, volante do motor.
que praticamente comprometeria todo o veículo.
A embreagem é um dispositivo muito usado no veículo. A
Outro problema seria aqueles incômodos ruídos do painel cada mudança de marcha, ela é acionada. Seus componen-
do automóvel, que com a vibração e os impactos sofridos, tes são passíveis de desgaste e podem apresentar inconveni-

Trânsito 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


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entes que devem ser imediatamente solucionados para não
estendê-los a outras partes do motor, como o câmbio.
O câmbio permite as mudanças de marchas de forma su-
ave e segura. Na manutenção da caixa de câmbio, não es-
queça de verificar o nível de óleo e a data da troca do mesmo.
O óleo recomendado é o de base mineral, multiviscoso, e
deve conter aditivo de extrema pressão. Esses óleos são
indicados para engrenagens com alta solicitação de carga.
Fique atento para o sistema de transmissão do seu ve-
ículo
- Engates de marchas difíceis, dificuldade de subir ladeiras,
pedal de embreagem duro, alto consumo de combustível,
são alguns sinais de que a embreagem está no final de
sua vida útil.
- Se a embreagem estiver patinando não viaje com o veícu- Motor a álcool - É o tipo de motor que utiliza o álco-
lo e evite efetuar ultrapassagens. ol combustível (etanol hidratado) como combustível.
- A troca correta de marchas é importante para a conserva- Motor a álcool pré-vaporizado (MAPV) - É um tipo de
ção e desempenho do veículo, por isso o câmbio deve ser motor a álcool onde o combustível etanol é vaporizadopor um
movimentado com firmeza, sem forçar a penetração das dispositivo aquecedor denominado estequiômetro que apro-
marchas evitando assim danos ao mecanismo seletor. veita o calor gerado pelo escapamento ou pelo sistema de
- Ao reduzir a velocidade mantenha o veículo engrenado arrefecimento (perda parcial ou total do calor/temperatura) do
para aumentar a vida útil de pastilhas e lonas. veículo. O combustível só é injetado nos cilindros do motor e
queimado depois de ser totalmente vaporizado.
- Não descanse o pé no pedal da embreagem e não segure Vantagens
o carro nos aclives com a embreagem, evitando desgaste
prematuro de todo conjunto. *Redução nas emissões de poluentes. *Redução no
consumo.

2.1.5 Motor: sistema de alimentação de combustível (ál- *Aumento real de potência. *É produzido a partir da ca-
cool, gasolina, diesel e GNV). na-de-açúcar, uma fonte renovável, ao contrário do petróleo,
podendo ser obtido de muitos outros vegetais
*Quantidade de CO2 (dióxido de carbono, gás poluente
Diferenças entre motores à álcool, à gasolina e à diesel
que provoca o chamado 'efeito estufa') que o carro emite
Entre o alcool e a gasolina, a diferença é peque- quando queima o álcool vai ser reabsorvida quando a planta
na: Ambos trabalham no ciclo Otto e as difrenças básicas são cresce
a taxa de compressão e a quantidade de combustivel injeta-
*Em média, custa quase 50% menos que a gasolina
da. A explosão e provocada por faisca da vela. Tem carbura-
dores ou injeção eletrônica para injetar combustível. (O álcool *Produz menor volume de gases poluentes em compara-
é mais barato mas consome mais que a gasolina, que é mais ção com a gasolina
cara)
*Como não tem poder de solvente, prejudica menos a pe-
Já o motor Diesel, trabalha sob o ciclo diesel. Geralmente
lícula de óleo lubrificante no interior dos cilindros
não tem velas e a explosão é por compressão, por isso ne-
cessitam de taxas de compressão bem mais altas,e por isso Desvantagens
costumam ser bem maiores e mais pesados. Tem bicos inje- *Exige ficar atento ao nível do reservatório de partida a
tores para injetar combustíveis. (mais barato que a gasolina e frio.
consome menos)
*Tem maior poder corrosivo que a gasolina
Ciclo Otto O ciclo Otto divide-se em fases distintas, que
são denominadas tempos, e será descrito a seguir: quando a *Pelo menor poder calorífico que a gasolina, gera um con-
mistura chega ao cilindro, o êmbolo desce (1º tempo: admis- sumo maior
são); em seguida fecha-se a válvula de admissão e o êmbolo Sistemas
sobe e comprime a mistura (2º tempo: compressão). Nesse Existem dois sistemas de pré-vaporização do etanol com-
momento uma vela produz uma faísca provocando a ignição, bustível:
e a pressão dos gases aumenta ainda mais, deslocando o
êmbolo para baixo (3º tempo: combustão ou explosão). Vaporização pelo aproveitamento do calor gerado pelo es-
Quando o êmbolo chega ao ponto inferior, abre-se a válvula capamento do veículo desenvolvido pelo professor, cientista e
de escapamento; o êmbolo sobe e os gases resultantes da um dos pioneiros do pró-álcool Romeu Corsini.
queima são expulsos do interior do cilindro (4º tempo: expan- Vaporização pelo uso do calor produzido pelo sistema de
são), iniciando-se em seguida um novo ciclo. Observamos, arrefecimento desenvolvido pelos engenheiros Arthur Car-
portanto, que o ciclo Otto completa-se em quatro tempos los Zanetti e Marcos Serra Negra Camerini.
conforme mostra a figura.
Existe a possibilidade de aproveitar a elevada temperatu-
ra do óleo lubrificante, dando maior pressão ao vapor de ál-
cool, o que é vantajoso.

Trânsito 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Benefícios da conversão alcool
A conversão alcool de motores resulta em um ganho de
mais potência em torque, em função da maior octanagem
do álcool.
Benefícios ambientais diretos e indiretos, proporcionados
pela conversão alcool, pois diminui a emissão de poluentes,
o álcoolnão é derivado de petróleo, é extraído através da
cana-de-açúcar, um recurso renovável, que ajuda a diminuir o
aquecimento global.
A conversão alcool aumenta a vida útil do motor porque
a utilização do álcool combustível não apresenta depósitos
de carbono (carbonização) como à gasolina.
A conversão alcool proporciona uma economia financeira
na utilização do álcool combustível, tendo um custo de kilô-
metro rodado inferior ao da gasolina.
A evolução da conversão alcool
ESTE DODGE 1800 FOI O PRIMEIRO AUTOMÓVEL
EQUIPADO COM UM MOTOR À ÁLCOOL. A conversão alcool evoluir muito desde a época dos mo-
tores carburados, principalmente com a utilização da injeção
Desenvolvido no Brasil, este tipo de motor apresentou ini- eletrônica nos motores.
cialmente algumas falhas, as quais foram corrigidas com o
decorrer do tempo. Atualmente, os motores a álcool possuem Conversão alcool motores carburados (antigos):
ótimo desempenho, equipando todas as marcas e modelos Antigamente na época dos motores carburados,
das várias versões destinadas ao público consumidor. A cons- a conversão alcool consistia em uma adapta-
trução e montagem de um motor a álcool, não difere da cons- ção mecânica significativa de substituição de peças
trução e montagem de um motor à gasolina, apresentando, do motor e ajustes para fazer com que o motor original gaso-
entretanto, o motor a álcool algumas particularidades pró- lina rodasse com álcool:
prias, descritas a seguir.
Aumento da taxa de compressão para a conversão alco-
*Os pistões são exclusivos para este tipo de motor. Eles ol: no geral rebaixava-se o cabeçote do motor, podendo
têm superfície plana para aumentar a compressão. trocar pistão e/ou anéis.
*O tanque e as canalizações por onde o álcool passa re- Enriquecimento da mistura ar/combustível para
cebem um tratamento químico especial contra a corrosão, ou a conversão alcool: no carburador, trocava-se o Gecleur e
então são feitos de plástico. faziam-se ajustes para uma maior vazão de combustível
*O cabeçote é próprio. As câmaras de compressão têm Avanço do ponto de ignição para a conversão alcool: em
menor tamanho, para permitir maior taxa de compressão. geral feito no distribuidor do sistema de ignição (gerador de
*O carburador recebe tratamento especial contra a corro- faísca da vela).
são, e calibragens próprias. Conversão alcool motores com injeção eletrônica
*A bomba de combustível é especial( tem uma maior va- (atuais):
zão ) podendo ser bem utilizada em motores à gasolina. Os motores com injeção eletrônica evoluíram muito desde
*Possui um dispositivo para dar a partida quando o motor a época dos motores carburados, tornando a conversão
está frio, injetando gasolina alcool: rápida, segura e com resultados surpreendentes,
tanto de economia quanto de desempenho.
* A taxa de compressão é maior.
Graças a injeção eletrônica empregada nos motores, e
* As velas de ignição são próprias, tipo quente. que também veio evoluindo com o decorrer do tempo,
* A bateria possui maior amperagem. a conversão alcool se transformou em uma conversão basi-
camente eletrônica, feita por produtos ou processos eletrôni-
cos.
MOTOR A ÁLCOOL Conversão alcool injeção eletrônica com chip:
A história da conversão alcool Antes mesmo do lançamento do motor flex, em 2003, já
No final da década de 70, foi lançado pelo governo brasi- era feita aqui no Brasil a conversão alcool de motores atra-
leiro o Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool) como res- vés da reprogramação do chip original do veículo. Tal conver-
posta à crise internacional do petróleo, com o objetivo de são alcool consistia em alterar os parâmetros originais da
introduzir o álcool combustível de forma oficial, padronizada injeção, realizado através de um Software de Remapeamento,
e sistemática para duas aplicações: na mistura com a gasoli- serviço especializado realizado por profissionais treinados.
na sob forma de álcool anidro e no incentivo ao uso * A conversão alcool com chip, não a possibilidade de
em veículos movido a álcool hidratado puro. rodar com mistura de combustíveis, como os motores flex.
Com o objetivo de apoiar o programa, em 1979 a Associa- Conversão alcool injeção eletrônica com conversor
ção Nacional dos Fabricantes de veículos Automotores (An- flex
favea) assinou um Protocolo com o governo brasileiro, pelo
qual as montadoras se comprometiam a desenvolver e produ- Devido à popularidade dos veículos flex, agora também já
zir veículos a álcool. está disponível no mercado, conversor flex, que além
da conversão alcool, também permite que o veículo rode
Somente no início dos anos 80, foi que a indústria automobi- com gasolina, álcool ou mistura de ambos.
lística começou a fazer a conversão alcool, e surgiram os Principais vantagens:
motores que dispensavam totalmente a gasolina, utilizando
unicamente álcool hidratado.

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conversão alcool, rápida e segura, através da instalação MOTOR FLEX
do conversor kit flex, e flexibilidade total para abastecer.
Como Funciona
Mantém a originalidade sem corte de fios ou adaptações
O motor bicombustível possui regulagem intermediária pa-
Fonte: www.kitflexmasterflex.com.br ra queimar a gasolina e o álcool. Ao contrário do que muita
gente imagina, o veículo bicombustível tem apenas um tan-
A utilização do álcool como combustível foi uma inova-
que. Todo o sistema de alimentação é igual ao do carro a
ção brasileira para tentar diminuir a dependência frente ao
álcool. Os bicos injetores, que pulverizam o combustível para
petróleo. O álcoolcombustível, ou etanol, possui característi-
dentro do motor, são os mesmos do carro a álcool, que são
ca de biocombustível, uma vez que é extraído de vegetais,
30% maiores e possuem mais vazão.
tais como cana-de-açúcar, mandioca, milho ou beterraba.
Historia

Para a inserção no mercado do combustível e também


de veículos movidos a álcool, o governo implantou o Proál-
cool, projeto que visava motivar a produção desse alternativo
combustível, além da redução de tarifas fiscais na aquisição
de veículos movidos a etanol.
A taxa de compressão, índice que mede a quantidade de
O que determinou a criação do projeto citado foi a crise do vezes que a mistura de ar e combustível é comprimida antes
petróleo que se desenvolveu nos anos 70. de explodir, é intermediária entre os motores a gasolina e os a
Para a implantação do projeto, o governo direcionou es- álcool. Em geral, o derivado do petróleo trabalha com uma
forços para dinamizar e atingir uma produção em grande compressão de 9:1 (nove vezes o volume original), enquanto
escala docombustível com intuito de abastecer por completo o combustível de cana fica em 12:1. Os carros bicombustível
o mercado. usam uma taxa intermediária, ao redor de 11:1
Por outro lado, as indústrias de veículos instaladas na
época realizaram as devidas adaptações na engenha-
ria mecânica dos motores para funcionar com o álcool.
As indústrias automobilísticas da época eram basicamente
Volkswagen, Fiat, Ford e General Motors que produziam duas
versões de motorização: álcool e gasolina.
O Fiat 147 foi o primeiro modelo
de veículo com motor movido a álcool, isso em 1978, caindo
no gosto popular até 1986, ano em que praticamente todos os
carros fabricados eram movidos a esse combustível.
No entanto, a prosperidade desse biocombustível logo en- Após a explosão, os gases queimados são analisados pe-
trou em declínio, derivado pela ausência de subsidio gover- la sonda lambda (sensor de oxigênio que fica no escapamen-
namental, além disso os produtores rurais deixaram de pro- to) e o módulo de controle do motor leva de dois a quatro
duzir o álcool devido o alto preço do açúcar no mercado, milisegundos para corrigir o ponto de ignição e a injeção - ou
houve também a exportação de etanol para os Estados Uni- seja, os acertos são feitos depois da queima. Quando as
dos a partir de 1991, esses e outros fatores conduziram a indústrias começaram o desenvolvimento dos flex, tentou-se
extinção do projeto Proálcool. criar um sistema que reconhecesse o líquido antes de ser
queimado, mas não deu certo.
Outro fator determinante para o fim do projeto está ligado a
problemas técnicos nos veículos, que ao serem ligados ti-
nham que permanecer durante certo período aquecendo Os problemas dos Flexíveis
o motor, sempre com o afogador acionado. O problema se
agravava nos períodos do ano com temperaturas baixas.
Atualmente, os veículos não oferecem tais inconvenientes
ao seu dono, basta ligá-los e imediatamente sair sem nenhum
impedimento técnico, além disso, os carros modernos são
fabricados com duas opções de combustíveis em um mes-
mo motor, denominados de flex, tecnologia que aceita gaso-
lina e álcool ao mesmo tempo, em qualquer proporção de
ambos combustíveis.
Fonte: www.mundoeducacao.com.br

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Na mistura álcool + gasolina o álcool tende a formar uma "dispara" uma faísca que incendeia a mistura. A combus-
goma, que pode obstruir e até entupir o filtro de combustível. tão (explosão) da gasolina no seio do oxigénio contido no ar
Quando entra gasolina (que atua como solvente) no sistema provoca o arremesso violento do pistão para baixo novamente
de alimentação, ela costuma desgrudar essa goma, o filtro de (até ao seu ponto morto inferior) - EXPANSÃO. Finalmente,
combustível é a primeira vítima. Se ele é danificado, a bomba por impulso dos outros pistãos do motor (que estão a fazer as
de combustível é obrigada a trabalhar mais sem resultado já restantes fases do ciclo) sobe para expulsar os gases resul-
que o combustível não passa pelo filtro. A bomba queima. A tantes da combustão anterior (ESCAPE).
sujeira também pode impregnar os bicos injetores, reduzindo
Motor Diesel (Ciclo Diesel)
sua condição ideal de trabalho. Além disso o carro bicombus-
tível não pode ficar parado por muito tempo. A mistura se O ciclo de funcionamento do motor diesel processa-se do
separa devido a densidade variada dos elementos. Assim a seguinte modo:
água é o primeiro líquido a ir ao motor quando ele é ligado. O O pistão desce para fazer a ADMISSÃO do ar. Em segui-
módulo que controla o funcionamento flex não reconhece a da, volta a subir para comprimir o ar (COMPRESSÃO). Após
água. O motor falha. Portanto procure rodar apenas com um a compressão do ar dá-se a injeção do gasóleo. Como o
combustível. Quem roda pouco deve usar gasolina. Os flexí- gasóleo entra numa
veis que usam ou só álcool ou só gasolina têm menos pro-
blemas que os abastecidos com a mistura dos dois. fase em que o ar está muito quente devido à compressão,
dá-se uma combustão gradual (incendeia-se) que arremessa
Sempre que mudar de gasolina para álcool, rode com o carro o pistão para baixo (EXPANSÃO). Finalmente, por impulso
de 7 a 10 quilômetros para que a sonda lambda reconheça a dos outros pistãos do motor (que estão a fazer as restantes
troca e faça a reprogramação da injeção eletrônica. Assim, o fases do ciclo) sobe para expulsar os gases resultantes da
combustível acumulado entre o tanque e o motor será quei- combustão anterior (ESCAPE).
mado. Caso contrário, você pode ter problemas para ligar o
veículo no dia seguinte em temperaturas baixas.
Vale a pena converter um carro a gasolina para álcool?
Não é recomendável fazer a conversão. Além da calibra-
ção dos parâmetros de mistura ar-combustível e de ignição
específica para cada modelo de motor - um processo demo-
rado que dificilmente será cumprido pelas oficinas de conver-
são -, há a questão de a taxa de compressão dos motores a Perante isto, já deve ter concluído o seguinte:
gasolina ser bem mais baixa que aquela que proporciona - No sistema Otto é necessária intervenção exterior (vela)
pleno aproveitamento do etanol (álcool etílico). Desse fato para haver combustão (todos os órgãos do sistema que ga-
resultará consumo elevado, o que anularia a potencial vanta- rantem a ignição da vela serão tratados posteriormente quan-
gem. Além disso, certos componentes teriam de ser substituí- do falarmos do Sistema de Ignição).
dos para resistir ao etanol, casos da bomba de combustível e
da bóia do tanque. E as válvulas e as sedes de válvulas no
cabeçote poderiam se desgastar mais rápido. Fonte: carros-
naweb.com.br
Sistema de Alimentação - Motores Diesel
Nos primórdios da construção de motores de automóvel,
dois homens se notabilizaram : Os senhores Otto e Diesel. O
senhor Otto foi responsável pelo ciclo de funcionamento dos
motores a gasolina.
- No sistema Diesel o combustível (gasóleo) não precisa
de intervenção exterior para se ignitar (incendear). No sistema
Diesel o combustível só é injetado após a fase de compres-
são do ar enquanto no sistema Otto a gasolina entra durante
a fase de admissão.
Enquanto os motores a gasolina (ciclo Otto) sempre foram
abastecidos por um carburador (só há poucos anos a esta
parte passaram a ser de injeção), os motores Diesel tiveram
sempre injetores para pulverizar o combustível.
A razão para esta diferença reside no facto do gasóleo en-
O senhor Diesel pelo ciclo de funcionamento do que é há trar numa "fase de oposição" à sua própria entrada - devido
muitos anos conhecido pelo motor Diesel.Qual a grande dife- ao pistão já ter comprimido o ar. Para isso foi necessário,
rença entre as duas formas de funcionamento do "mesmo" além da bomba de combustível existente no depósito para
motor ? enviar o gasóleo, adoptar uma bomba de alta pressão que
conseguisse enviar o gasóleo para os injetores (um a um de
Motor a Gasolina (Ciclo Otto). acordo com a altura em que os êmbolos estão preparados
O ciclo de funcionamento do motor a gasolina processa-se para receber o combustível - após compressão do ar), de
do seguinte modo: modo a conseguirem entrar no motor.
O pistão desce para fazer a ADMISSÃO e, nesta fase, ar- Por esta mesma razão, pode dizer-se que os motores die-
rasta a gasolina (pulverizada pelo carburador ou injetada pelo sel sempre foram de injeção multiponto sequencial (um injetor
injetor nos casos de motores com sistema de injeção). Em por cada cilindro a injetar gasóleo apenas na fase em que o
seguida, volta a subir cilindro e respectivo êmbolo está preparado para receber o
combustível).
(COMPRESSÃO), comprime o ar e a gasolina (mistura) e,
logo após isto, uma vela acionada eletricamente Adicionalmente, para que o gasóleo possa ser "incendea-
do" é necessário obter muita pressão na fase de compressão
dos pistãos. Isto é conseguido à custa de uma taxa de com-

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pressão muito superior destes motores quando comparados Embora os turbos muito tenham feito pela progressão des-
com os motores a gasolina. tes motores no mercado automóvel, também aqui houve ne-
cessidade de apurar a tecnologia de modo a reduzir a emis-
são de poluentes (ainda hoje circulam veículos que na acele-
ração deitam autênticas nuvens negras de fumo e fuligem -
mais parecem polvos a deitar tinta).
A lógica é sempre a mesma - se fizermos motores que
consumam menos sem reduzir a performance, teremos tam-
bém motores menos poluentes. E assim começaram a aper-
feiçoar os sistemas de injecção diesel.
Os motores diesel convencionais tinham (têm ainda mui-
tos) pressões de injecção na ordem dos 7/8 Bar (+/- 7 a 8 Kg
por cm2).
Os construtores começaram a aumentar as pressões de
injecção. A razão é muito simples. Se injectarmos com mais
pressão, pulverizamos melhor o gasóleo dentro do motor,
consumimos menos, logo, poluímos menos e, melhor ainda,
temos mais preformance porque a queima do gasóleo é mui-
Agora urge perguntar. O que é a taxa de compressão ? to mais rápida e perfeita.
Ora taxa, imposto ...Não, não! Fique descansado que não vai Do pensar ao fazer foi um ápice. E assim começámos a
ter de pagar nada! ouvir falar de sistemas Common-Rail, Injector- Bomba, etc...
Bem, taxa é um ratio ... Umh?!
OK! Ratio é um quociente, divisão, relação entre dois valo- Sistema Common-Rail
res numéricos.
Vamos a mais um exemplo:
No caso, taxa de compressão é a divisão entre o volume
de ar aspirado pelo pistão para dentro do cilindro (todo o Imagine que tem um grande jardim para regar e que ne-
volume disponível quando o pistão está no ponto morto inferi- cessita de 4 mangueiras. Como normalmente acontece, liga
or) e o volume que sobra quando o pistão termina a fase de as 4 mangueiras à rede pública de água e rega com a pres-
compressão. são pública de abastecimento.

Quando se diz que a taxa de compressão de um motor é Um vizinho seu, entretanto, lembra-se de inventar um ou-
de nove (9) partes para uma (1), quer dizer que o pistão com- tro sistema de rega.
prime a mistura (sistema gasolina) ou o ar (sistema diesel) Coloca um bidão grande a 3 ou 4 metros do chão e liga-o,
num pequeno espaço que corresponde a 1/9 avos do espa- por um tubo apenas, à rede pública de água. Em seguida,
ço/volume disponível no cilindro. abre 4 furos paralelos no bidão e adapta neles as 4 manguei-
Imagine que dá um valente murro numa lata de refrigeran- ras de saída para regar.
te e ela fica encolhida até metade da sua altura inicial. Neste Pergunta: quem rega com mais pressão ?
caso, a "taxa de compressão" seria de 2 partes para 1.
Claro que o seu vizinho, não é verdade ?
Ora, se reparar em alguns catálogos de automóvel, con-
clui facilmente que a taxa de compressão da generalidade
dos motores diesel tem o dobro (20 a 22:1) da taxa de com-
pressão dos motores gasolina (8 a 10:1). Isto porque é ne-
cessário que haja uma grande compressão do ar para que ele
aqueça o suficiente e "incendeie" o gasóleo.
Como consequência, os motores Diesel têm de ser mais
robustos e pesados. Adicionalmente, o motor diesel tem reac-
ções mais lentas na condução pelo facto do seu tipo de com-
bustão ser gradual, ao invés de uma violenta e provocada
explosão (vela) como acontece nos motores gasolina.
Devido a estas características, o motor diesel sempre foi
mais lento, barulhento, etc... e era aplicado em veículos de
trabalho (baixo consumo e extraordinária longevidade) ou
para fins industriais. O baixo consumo dos motores diesel tem
dois aspectos: o preço inferior do gasóleo, mas também o
facto de 1Lt de gasóleo fazer sempre mais kilómetros do que
a sua "colega" gasolina.
No entanto, há muito poucos anos, esta imagem do diesel
começou a alterar-se. Hoje em dia, para quem viaja de auto-
móvel com frequência, torna-se muito mais interessante um
veículo diesel em detrimento de um a gasolina. Ora, o sistema Common-Rail é quase o resultado do
Será porque o gasóleo evoluiu muito ? Claro que não! exemplo anterior. A bomba de combustível (existente no de-
pósito de combustível) envia o gasóleo para a bomba de
Como os motores diesel eram lentos, rapidamente os gasóleo de alta pressão (até aqui, nada de novo, porque o
construtores perceberam que uma forma simples de lhes dar sistema diesel antigo já era assim).
"mais alma" seria a adopção de Turbo-Compressores.
A bomba de gasóleo de alta pressão envia (empurra) o
E assim, desde aí, que tudo se transformou em termos de gasóleo para um cilindro fino (espécie de mangueira metáli-
imagem e volume de vendas das motorizações diesel.

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ca). O gasóleo vai acumulando e ganhando muita pressão Gás natural veicular (GNV) é um combustível disponibili-
dentro desse cilindro (common- rail, isto é, rampa comum a zado na forma gasosa, a cada dia mais utilizado em automó-
todas as saídas para os injetores). Daqui seguem os tubos veis como alternativa à gasolina e ao álcool.
para os injetores.
O GNV diferencia-se do gás liquefeito de petróleo (GLP)
Os injetores são comandados eletronicamente. por ser constituído por hidrocarbonetos na faixa do metano e
do etano, enquanto o GLP é possui em sua forma-
Abrem mais ou menos tempo de acordo com as necessi-
ção hidrocarbonetos na faixa dopropano e do butano.
dades de alimentação do motor (ao ralenti, alta velocidade,
etc...). Como o gasóleo está sujeito a uma enorme pressão, O GNV trabalha com uma pressão de 220 bar, enquanto
cada vez que um injector abre para alimentar o respectivo que o GLP o faz a somente 8 bar. Além de ser mais leve que
cilindro, um jacto muito fino e poderoso entra no motor. o GLP, o GNV é armazenado em um cilindro sem costuras,
bifurcações ou soldas, sendo uma peça completa, já o GLP
possui uma costura em volta de seu cilindro. O cilindro para
GNV passa por um processo de tratamento chama-
do têmpera que consiste em aquecer o material até tempera-
turas elevadas e depois submergi-lo em um fluido com subs-
tâncias que quimicamente contribuirão para aumentar a resis-
tência do material.
No Brasil ocorreu uma corrida para a instalação de GNV
nos motores a gasolina e a álcool. No entanto, com a crise
na Bolívia, a partir do decreto de nacionalização da explora-
ção dehidrocarbonetos realizada por Evo Morales, houve
redução no crescimento.
A economia com a utilização do GNV chega a 66%, sendo
indicado para usuários que rodam acima de mil quilômetros
Sistema Injetor- por mês, devido ao custo da transformação do veículo.
Bomba
É um combustivel extremamente seguro se o veículo for
Este sistema, ao invés de ter uma única bomba de gasó- preparado em uma oficina credenciada; os acidentes registra-
leo de alta pressão, tem um componente constituído dos até hoje são em função de adaptações realizadas por
por uma pequena bomba e respectivo injetora acoplado. pessoas não habilitadas a realizá-las.
Cada conjunto é colocado para cada um dos cilindros que o Em 2006 a FIAT do Brasil anuncia o primeiro carro tetra-
motor tiver. Claro está que, tal como no exemplo anterior, as fuel que opera com até quatro tipos de combustiveis diferen-
pressões de injeção são avassaladoras. Neste caso, é a pró- tes. O FIAT Siena tetrafuel que opera com os seguindes com-
pria árvore de cames que aciona estes "injetores - bomba". bustiveis:
O "milagre" conseguido na performance dos motores die- • Gasolina pura
sel modernos está subjacente ao enorme aumento das pres-
sões de injeção. Estes modernos motores trabalham com • Gasolina brasileira (com até 25% de álcool)
pressões de injeção que podem variar (de acordo com o • Álcool
construtor) entre os 1.500/1.600 Bar a 2.000 Bar de pressão.
• GNV
fonte:http://pt.wikipedia.org
Como? o que é um Bar?
Mais ou menos um "gin tónico"! Claro que estou a brin-
car...! 2.1.6 Sistema de arrefecimento (água e ar).
Transformando isto em "gins tónicos" - 1.500 a 2.000
Kg/cm2.
ARREFECIMENTO;
Imagine o conforto que teria se um elefante se colocasse
ao seu colo (não sei quanto pesa um elefante, mas partamos Sistemas de arrefecimento
do princípio que são os tais 1.500/2.000 Kg), mas apenas Karim Nice
ocupando um pequeno quadrado (com 1cm de lado = 1cm2)
do seu corpo - por exemplo num bocadinho da sua mão - Introdução
resultando daqui os referidos 1.500 a 2.000 Kg/cm2 de pres-
são. Os motores a gasolina melhoraram um bocado em seus
mais de 100 anos de vida, mas ainda não são muito eficientes
Por aqui pode avaliar a pressão de que falo. na transformação de energia química em força mecânica. A
É por este novo poder dos motores diesel que se torna tão maior parte da energia na gasolina (talvez 70%) se converte
interessante conduzi-los e, por vezes, uma dôr de cabeça em calor, e o trabalho do sistema de arrefecimento é controlar
ultrapassá-los na estrada. esse calor. Para ter uma idéia, o sistema de arrefecimento de
um carro rodando numa estrada dissipa calor suficiente para
É que estas novas tecnologias associadas ao poder pro- aquecer duas casas de tamanho médio! A tarefa principal do
porcionado pelos turbos, produzem um binário elevadíssimo sistema de arrefecimento é transferir calor para o ar, impedin-
no motor e a rotações extremamente baixas. Logo a baixa do que o motor superaqueça, mas o sistema também tem
rotação o motor "dispara" devido à força brutal que produz. outras tarefas importantes.
Adicionalmente, um veículo com estas características, em 5ª
velocidade e à singela rotação de 3.000 rotações por minuto O motor em seu carro roda melhor numa temperatura mé-
(3.000 r.p.m.) quase voa na estrada consumindo muito pouco dia. Quando ele está frio, seus componentes se desgastam
quando comparado com os motores diesel antigos. Fonte: mais rapidamente, o motor é menos eficiente e emite mais
motorconsult.pt poluentes. Cabe aos sistemas de arrefecimento permitir que o
Gás Natural Veicular ( GNV )

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motor se aqueça com a maior velocidade possível e, então, Alguns carros mais antigos (o Fusca e seus derivados, por
mantê-lo numa temperatura constante. exemplo) e uns poucos contemporâneos usam motores refri-
gerados a ar. Em vez de haver um líquido circulando pelo
Fundamentos básicos motor, o bloco e o cabeçote são dotados de aletas que au-
O combustível é queimado constantemente no motor do mentam a área de absorção de calor e de contato com o ar,
seu carro. Muito do calor dessa combustão sai diretamente conduzindo o calor para longe do motor. Uma potente ventoi-
pelo sistema de escapamento, mas um pouco dele é absorvi- nha força o ar sobre essas aletas, que resfriam o motor ao
do pelo motor, aquecendo-o. O motor funciona melhor quando acelerar a transferência de calor para o ar. Quando o motor é
o seu líquido arrefecedor está a aproximadamente 90ºC exposto ao fluxo de ar, como nas motocicletas, a ventoinha
(200ºF). A esta temperatura: pode ser dispensada.

• a câmara de combustão está quente o suficiente para Como a maioria dos carros é arrefecida a líquido, neste ar-
vaporizar completamente o combustível, permitin- tigo daremos atenção a esse sistema.
do melhor combustão e reduzindo as emissões; Tubulação
• o óleo usado para lubrificar o motor fica menos viscoso Há muitos tubos, mas não só isso, no sistema de arrefe-
(mais fino), por isso as partes do motor se movem mais li- cimento de um carro. Vamos começar pela bomba d'água,
vremente e ele desperdiça menos força movendo seus nesta página, e seguir por todo o sistema nas próximas se-
próprios componentes; ções.
• as partes de metal se desgastam menos. A bomba d'água manda para o bloco do motor o fluido,
que passa ao redor dos cilindros e depois pelo cabeçote do
Há dois tipos de sistemas de arrefecimento encontrados motor, por passagens existentes para esse fim. Há uma vál-
em carros: arrefecimento a líquido e arrefecimento a ar. vula termostática (sensível à temperatura) no ponto de saída
Arrefecimento a líquido do fluido. Se a válvula termostática está fechada, o sistema
de mangueiras ao redor dela manda o fluido diretamente de
O sistema de arrefecimento a líquido faz circular um fluido volta à bomba d'água, para circular pelo bloco e cabeçote
por mangueiras e partes do motor. Ao passar pelo motor apenas; se aberta, o fluido passa pelo radiador primeiro e
quente o líquido absorve calor, resfriando o motor. Depois que então volta para a bomba d'água.
o fluido deixa o motor ele passa por um trocador de calor, ou
radiador, que transfere o calor do fluido para o ar que pas- Há também um circuito separado para o sistema de aque-
sa pelo radiador. cimento (popularmente chamado de ar quente). Esse circuito
pega o fluido do cabeçote e o faz passar pelo núcleo do
Arrefecimento a ar aquecedor antes de voltar à bomba d'água.

Em carros com câmbio automático também há um circuito muito baixo, um ponto de ebulição muito alto e deve ter a
separado, dentro do radiador, para resfriar o fluido do câmbio. capacidade de armazenar muito calor.
O óleo do câmbio é bombeado para um segundo trocador de
calor dentro do radiador. A água é um dos fluidos mais eficazes na conservação de
calor, mas ela congela numa temperatura muito alta para ser
Fluido usada em motores de automóveis. O fluido que a maioria dos
carros usa é uma mistura de água e etileno-glicol (C2H6O2),
Os carros rodam em regiões muito diversas – em alguns também conhecido como aditivo de radiador ou anticongelan-
lugares a temperatura pode ficar abaixo de 0; em outros, te. Adicionando-se etileno-glicol à água, os pontos de ebuli-
muito acima de 40º C. Por isso, qualquer fluido usado no ção e de congelamento melhoram significativamente.
arrefecimento do motor precisa ter um ponto de congelamento

Trânsito 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Água 50/50 70/30 Note que as paredes do cabeçote são finas e que o
pura C2H6O2/Água C2H6O2/Água bloco do motor é praticamente oco
Ponto de conge- As temperaturas na câmara de combustão do motor po-
0º C -37º C -55º C
lamento dem chegar a 2.500º C, o que torna vital resfriar a área ao
redor do cabeçote. As áreas ao redor das válvulas de esca-
Ponto de ebulição 100º C 106º C 113º C pamento são especialmente importantes, e quase todos os
espaços do cabeçote ao redor das válvulas que não têm fun-
A temperatura do líquido de arrefecimento pode chegar, ção estrutural são preenchidos com o líquido de arrefecimen-
às vezes, de 121º C a 135º C. Mesmo com a adição do etile- to. Se o motor ficar sem refrigeração por muito tempo, ele
no-glicol, essas temperaturas ferveriam o líquido de arrefeci- pode fundir. Quando isto acontece, é porque o metal se aque-
mento; logo, algo mais tem de ser feito para elevar o ponto de ceu tanto que o pistão se soldou ao cilindro – e geralmente o
ebulição. motor é destruído.
O sistema de arrefecimento usa pressão para elevar ainda
mais o ponto de ebulição do líquido de arrefecimento. Assim
como a temperatura de ebulição é mais alta numa panela de
pressão, a temperatura do líquido de arrefecimento ficará
mais alta se o sistema for pressurizado. A maioria dos carros
tem um limite de pressão de 14 a 15 libras por polegada qua-
drada (lb/pol²), ou 0,96 a 1,03 bar, o que aumenta o ponto de
ebulição outros 25º C, permitindo que o líquido de arrefeci-
mento suporte as altas temperaturas.
O anticongelante também contém aditivos para resistir à O cabeçote também tem grandes condutos para o
corrosão. líquido de arrefecimento passar

Bomba d'água Uma maneira interessante de reduzir as demandas para o


sistema de arrefecimento é reduzir a quantidade de calor que
A bomba d'água é uma simples bomba centrífuga aciona- é transferida da câmara de combustão para as partes metáli-
da por uma correia conectada ao virabrequim. A bomba faz o cas do motor. Por isso, alguns motores têm a parte interna do
fluido circular sempre que o motor está ligado. topo do cabeçote revestida com uma fina camada de cerâmi-
ca, que não conduz bem o calor. Dessa maneira menos calor
é transferido ao metal, e mais calor vai para fora pelo esca-
pamento.
Radiador
Um radiador é uma espécie de trocador de calor. Ele é
projetado para transferir calor do líquido de arrefecimento
quente que ali circula para o ar que é jogado nele por uma
ventoinha ou pelo ar que passa por ele estando veículo em
Enquanto gira, a bomba d'água usa força centrífuga para velocidade superior a 60 km/h em média.
mandar fluido para fora, fazendo o líquido ser puxado do Os carros mais modernos usam radiadores de alumínio,
centro continuamente. A entrada para a bomba está localiza- feitos pela soldagem de finas aletas de alumínio a tubos acha-
da perto do centro para que o fluido que retorna do radiador tados do mesmo metal. O líquido de arrefecimento flui da
bata nas pás da bomba, e essas lancem o fluido para fora da entrada até a saída por muitos tubos montados num arranjo
bomba, de onde pode seguir para o motor. paralelo. As aletas conduzem o calor dos tubos e o transfe-
O fluido que sai da bomba passa primeiro pelo bloco do rem para o ar que passa pelo radiador.
motor, pelo cabeçote, pelo radiador e finalmente volta para a Algumas vezes os tubos têm um tipo de palheta inserida
bomba Em alguns motores mais modernos o fluxo começa neles chamada de agitador, o que aumenta a turbulência do
pelo cabeçote, a parte mais quente, e só depois continua pelo fluido em circulação. Se o fluxo de fluido fosse muito suave,
bloco. somente o fluido tocando os tubos seria resfriado diretamente.
Motor A quantidade de calor transferida para os tubos pelo fluido
circulando através deles depende da diferença de temperatu-
O bloco e o cabeçote do motor têm muitas passagens, ra entre o tubo e o fluido que o toca. Se o fluido em contato
moldadas durante a fundição ou usinadas, para permitir que o com o tubo esfria rapidamente, menos calor será transferido.
fluido corra livremente, chegando às partes mais críticas do Criando uma turbulência dentro do tubo, todo o fluido se mis-
motor. tura, mantendo alta a temperatura do fluido que toca os tubos,
e assim mais calor pode ser extraído - e todo o fluido dentro
do tubo é usado de forma eficaz.

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Uma vez que a temperatura do líquido atinja de 80° C a
90° C, a válvula termostática começa a abrir, permitindo que o
líquido seja enviador para o radiador. Quando o líquido chega
a 93~103° C, a válvula está totalmente aberta.
Caso a combinação de baixa temperatura ambiente e
pouca ou nenhuma utilização de potência faça o líquido arre-
fecedor esfriar demais, a válvula termostática se fecha, man-
tendo o motor em temperatura normal.

Foto do radiador mostrando o tanque lateral com arre-


fecedor

Normalmente, os radiadores têm um tanque de cada lado


- e dentro do tanque pode haver um arrefecedor de câmbio. A
foto acima mostra a entrada e a saída do óleo do câmbio. O Uma válvula termostática fechada e aberta
arrefecedor de câmbio é como um radiador dentro do radia- Se você quiser, pode fazer uma experiência prática para
dor, mas em vez de trocar calor com o ar, o óleo troca calor ver uma válvula termostática em ação – parece mágica. É só
com o líquido de arrefecimento no radiador. colocar uma válvula numa panela com água fervente. Quando
Tampa do radiador a temperatura da válvula chegar ao ponto certo ela vai se
abrir uns 2 cm. Lojas de autopeças vendem válvulas termos-
A tampa do radiador aumenta o ponto de ebulição do lí- táticas bem baratas.
quido arrefecedor (que o povo chama de água do radiador)
em até 25º C (45º F). Como uma simples tampa faz isso? Do O segredo da válvula termostática está num pequeno ci-
mesmo jeito que uma panela de pressão aumenta a tempera- lindro localizado na parte da peça virada para o motor. O
tura de ebulição da água. A tampa é, na verdade, uma válvula cilindro é preenchido com uma cera que começa a derreter
de alívio de pressão (como o peso calibrado das panelas de em torno de 80º C (as válvulas podem se abrir a temperaturas
pressão). Em carros, essa tampa normalmente é regulada diferentes, mas a de 80º C é a mais comum). Uma haste
para 15 lb/pol² ou 1,03 bar . O ponto de ebulição da água conectada à válvula pressiona a cera. Quando a cera derrete,
aumenta quando colocada sob pressão. ela se expande significativamente, empurrando a haste para
fora do cilindro e abrindo a válvula. Se você leu Como funcio-
nam os termômetros e fez a experiência com a garrafa e a
palha, você viu este processo em ação. Porém, a cera se
expande um pouco mais porque está mudando de estado
sólido para líquido, além de se expandir por causa do calor.
Esta mesma técnica é usada na abertura au-
tomática de janelas em estufas de plantas e cla-
rabóia
Ventoinha
Assim como o termostato, a ventoinha precisa operar de
modo a permitir ao motor manter uma temperatura constante.
Carros com tração dianteira têm ventoinhas elétricas por-
Quando o fluido no sistema de arrefecimento esquenta, que normalmente o motor é montado transversalmente, o que
ele se expande e faz aumentar a pressão. A tampa é o único significa que a saída do motor é voltada para a lateral do
lugar por onde a pressão pode escapar. A mola na tampa carro. As ventoinhas são controladas por um interruptor ter-
determina a pressão máxima no sistema de arrefecimento. mostático ou pela central eletrônica do motor e são ligadas
Quando a pressão chega a 15 lb/pol²/1,03 bar, ela empurra e quando a temperatura do líquido de arrefecimento sobe acima
faz a válvula se abrir, permitindo que o líquido de arrefecimen- do ponto estabelecido, desligando quando a temperatura cai
to escorra pelo tubo do vaso de expansão para o fundo dele. abaixo desse ponto.
Isto mantém o ar fora do sistema. Quando o líquido do radia-
dor esfria, um vácuo é criado no sistema de arrefecimento,
abrindo outra válvula com mola e sugando de volta a água do
vaso de expansão para substituir a água que tinha sido expe-
lida.
Válvula termostática
O principal trabalho da válvula termostática é permitir que
o motor chegue rapidamente à temperatura ideal e então
mantê-la constante. Ele faz isto regulando a quantidade de
água que atravessa o radiador. Em temperaturas baixas, essa
passagem é completamente bloqueada, forçando todo o líqui-
do arrefecedor contido no motor a circular somente dentro
dele, com o que ele se aquece rapidamente. Ventoinha de arrefecimento com acoplamento viscoso

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Carros de tração traseira com motores longitudinais nor- de pequenos injetores, um para cada cilindro -, impulsionada
malmente têm ventoinhas de arrefecimento acionadas pelo por uma bomba mecânica ou elétrica.
motor. Essas ventoinhas costumam ter embreagem de aco-
Os injetores encontram-se nos dutos de admissão, muito
plamento tipo viscoso O sistema é posicionado no cubo da
próximo das válvulas de admissão. Embora a quantidade de
ventoinha, no fluxo de ar vindo através do radiador, e é seme-
combustível injetada e o tempo de injeção variem com o tipo
lhante ao acoplamento viscoso às vezes encontrado em car-
de sistema utilizado, a dosagem do combustível deve ser de
ros de tração nas quatro rodas.
grande precisão.
s. Só que nesses dispositivos a cera derrete a uma tempe- No sistema de injeção verifica-se uma perfeita atomização
ratura mais baixa. do combustível, que permite a sua distribuição ideal se o
Ar quente volume de ar que penetra em cada em cada cilindro for o
mesmo.
Diz a sabedoria popular (com razão) que se o carro está
superaquecendo todas as janelas devem ser abertas e o ar Neste sistema, o fluxo de ar encontra menos obstáculos
quente deve ser acionado na máxima temperatura. Isso pode do que no sistema de carburador, já que no primeiro não
ajudar porque o sistema de aquecimento é, na verdade, um existe difusor. O coletor de admissão, no sistema de injeção,
sistema de arrefecimento secundário que espelha o sistema apenas conduz o ar e não intervém na mistura da gasolina
principal do carro. podendo, portanto, ter um formato que lhe permita dificultar o
mínimo possível o fluxo de ar, sem necessidade de criar um
foco de calor.
A injeção do combustível aumenta a potência do motor e a
aceleração e pode reduzir o consumo de combustível, uma
vez que a distribuição da mistura se torna mais eficaz. O
motor responde mais rapidamente à aceleração devido ao
curto espaço de tempo que serve como mediador entre o
movimento do acelerador e a injeção do combustível.
As desvantagens do sistema de injeção residem no seu
elevado custo (maior que o do sistema de carburadores) e no
fato de sua assistência, embora raramente necessária, ter de
ser prestada por um especialista.
Injeção Eletrônica
A injeção eletrônica foi inventada em 1912 pela Robert
Bosch e colocada em linha de produção nos Estados Unidos
em 1957 pela Chevrolet mais precisamente no Corvette. Ape-
Tubulação do sistema de ar quente sar de oferecer mais performance e economia de combustí-
vel, foi deixada de lado pelos fabricantes por economia e
A parte central do ar quente, localizada no painel do car-
credibilidade. Quando o governo americano começou a esta-
ro, é na verdade um pequeno radiador. O ventilador do aque-
belecer limites de eficiência, níveis máximos de emissão de
cedor sopra ar por esse radiador em direção à cabine do
poluentes e a avançada tecnologia eletrônica, os fabricantes
carro.
de veículos começaram a olhar mais de perto a injeção ele-
trônica.
No Brasil ela apareceu em 1989 no Gol GTI e hoje equipa
todos os carros produzidos no Brasil. O carburador drena
combustível baseado na demanda do vácuo. Baixo vácuo -
mais combustível. Alto vácuo - menos combustível. A mistura
da razão ar/combustível muda conforme a mudança da borbo-
leta do carburador que regula o fluxo de ar. Ao se fechar a
borboleta do carburador, há uma diminuição da razão
ar/combustível pelo fato da queda do fluxo de ar e simultane-
amente do aumento de vácuo. Este sistema funcionou bem
por vários anos, mas a falta de um sistema de controle preci-
so de combustível para os motores modernos passou a ser
um probelma.
Os sistemas de injeção eletrônica de combustível possu-
O núcleo do sistema de ar quente se parece com um em um microprocessador eletrônico(módulo de injeção) que é
pequeno radiador responsável pelo controle de todo o sistema. O módulo anali-
O radiador do ar quente recebe líquido de arrefecimento sa as informações vindas dos vários sensores distribuídos
vindo do cabeçote e o devolve à bomba, o que permite ao pelo motor, processa e retorna ações de controle nos diversos
sistema funcionar esteja a válvula termostática aberta ou atuadores, de modo a manter o motor em boas condições de
fechada. consumo, desempenho, dirigibilidade e emissões de poluen-
tes. Fonte: fazerfacil.com.br

2.1.7 Sistema de distribuição.


2.1.8 Sistema elétrico.
Injeção eletrônica e / ou mecânica
Num sistema de carburador, o ar aspira a gasolina, sendo SISTEMA ELÉTRICO.
a mistura resultante distribuída pelos cilindros. Num sistema
de injeção, a gasolina é introduzida sob pressão – por meio O sistema elétrico é muito importante pois ele afeta dire-
tamente no bom funcionamento das luzes de sinalização dos

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faróis, da luz de freio e da luz de marcha ré e também afeta o cada dispositivo ou acessório elétrico daquele setor terá que
motor. ser examinado, para verificação da causa.
Além dos componentes citados acima, temos: Fiação - Ba- A falta ou mau funcionamento de luzes, limpador de pará-
teria - Alternador - Motor de Partida brisa e buzina afeta diretamente a segurança podendo causar
acidentes.
Bateria
E quando a luz acende no painel?
A bateria recebe a energia produzida pelo alternador, dei-
xando assim disponível para ligar o motor de partida quando Luzes de alerta do painel
acionado e os equipamentos elétrico. A bateria geralmente
está no compartimento do motor. As luzes indicadoras de alerta se acendem no painel todas
as vezes que é ligada a chave de ignição para um prevê di-
O mau funcionamento e o mau uso de algum destes itens agnóstico e logo após o funcionamento do veículo todas as
compromete a vida útil da bateria automotiva,podendo gerar lâmpadas de indicadores do painel devem se apagar indican-
sobrecarga, fuga de corrente e outros fatores que prejudicam do que está tudo correto.
diretamente a bateria.
Esse alarme visual alerta o condutor ao bom funcionamen-
Motor de Partida to ou aos possíveis danos nos componentes de segurança do
veículo.
É um componente que te a Função de iniciar a partida do
carro.Ao iniciar a chave para a posição da partida, estamos Luz do Freio
acionando-o e ele dará o giro inicial para o funcionamento do
motor principal do veículo. O motor de partida consome muita Esta luz acendo toda vez que o sistema de freio está com
energia. Então, se o motor do veículo não "pegar" logo, ficar baixo nível de fluído ou com desgastes excessivos nas pasti-
insistindo só irá descarregar a bateria. lhas e lonas de freio, o que pode resultar em perda parcial ou
total do freio. É recomendável fazer uma checagem das con-
Cada tentativa deve durar até 7 segundos, com intervalos dições do freio a cada 10 mil quilômetros, ou uma vez ao ano.
de 20 segundo entre uma tentativa e outra.
Luz da Bateria
Assim, você poderá proteger o veículo de uma possível
pane elétrica. A luz de alerta da bateria acende quando há algum pro-
blema no alternador (Recarregador da Bateria), aquele dispo-
Alternador sitivo responsável por produzir energia elétrica para a auto-
nomia do veículo;, lembra? Uma falha no alternador pode
O alternador é um componente gerador de eletricidade, provocar até uma parada do motor.
responsável em recarregar a bateria e alimentar os compo-
nentes, tais como: Luz do Óleo

• bobina A luz de pressão do óleo do motor tem uma importante


função: avisar o condutor do veículo que é necessário uma
• distribuidor
parada de emergência, pois a falta de pressão ou até mesmo
• velas a falta de óleo lubrificante do motor acarreta em superaquecer
• aparelhos de som e danificar irreversivelmente os componentes do motor, no
qual será necessário uma retificação completa.
• luz interna
• lâmpada. Evite este transtorno e verifique com frequência o nível do
óleo do motor.
Está diretamente ligado ao motor do veículo através de
uma correia que transmite o movimento do motor, fazendo Luz da Temperatura
gerar eletricidade do tipo alternada, daí a origem do seu no- No caso da temperatura, a luz serve para indicar um defei-
me. to no sistema de ventilação do motor. O problema pode ser
A correia do alternador deve estar em bom estado e esti- causado por diversos fatores, desde falta de água até um
cado com a tensão correta, conforme estabelece o fabricante. defeito no radiador (trocador de calor). Recomendo que você
cheque toda a semana o nível de água. além disso, é impor-
Motor "pesado", com ruí estranhos, requer pronta revisão tante verificar se a ventoinha do radiador está funcionando
de alternador bomba d'aguá, polias e correias. corretamente.
Fiação Elétrica Luz do Sistema de Injeção Eletrônica
Os fios e cabos elétricos (chicote) são; responsáveis pela Você deve verificar o funcionamento desta luz no momen-
condução da eletricidade para os diversos pontos do veículo. to da partida e logo após a mesma deverá apagar.
O contato de fios desencapados ou soltos com partes metáli- A lâmpada permanecendo acesa indica que o gerenciamento
cas do veículo gera curto-circuito, danifica acessórios, queima elétrico (Injeção Eletrônica) do motor está com alguma avaria.
fusí e pode até originar incêndios. Deve se evitar ligações
improvisadas e adaptações não originais de acessórios elétri- Neste caso é necessário usar um scanner "aparelho de
cos (as tais "gambiarras" ou "quebra galhos"). diagnóstico veicular". Faça uma visita a uma oficina de sua
confiança.
Fusíveis
Luz do Freio ABS
São elementos de proteção do sistema elétrico que só
permitem passagem de corrente elétrica até um valor pré- Esta lâmpada varia de acordo com o modelo do veículo.
estabelecido. Quando a mesma permanece acesa, após a partida, indica
que o sistema de gerenciamento eletrônico do freio está ino-
Quando a corrente elétrica que vai para equipamentos e perante, funcionando de uma forma convencional. Se isto
acessórios sofre uma descarga ou um curto-circuito, o fusível ocorre, você deve fazer uma visita à oficina, pois, corre o risco
queima e protehe os equipamentos. Se estiver queimado, de perda parcial ou total do freio.
devemos substituí-lo por outro igual. Se voltar a queimar,
Luz do Imobilizador

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O sistema de imobilização do motor tem como finalidade
bloquear o funcionamento do carro se a chave não for reco-
nhecida pelo sistema eletrônico. Se este sistema danificar, o
sintoma permite um breve funcionamento do motor de apro-
ximadamente 2 segundos e logo após o desligamento acon-
tecerá e ficará a luz do imobilizador piscando.
Recomenda-se que o veículo seja levado a uma concessi-
onária para uma nova codificação.
Um bom motorista deve ficar atento às indicações da lu-
zes de alerta no painel de seu carro!
Ajuste o Farol
Quando o farol apresenta regulagem baixa, ele não é ca-
paz de apresentar a luminosidade adequada. Por outro lado,
quando a regulagem é alta demais, os faróis ofuscam a visão
do motorista que vem em sentido contrário.
A regulagem correta deve ser feita a cada seis meses. Os
faróis tendem a ficar desregulados com as trepidações que o
veículo sofre no dia-a-dia ou, ainda, quando um serviço não é
realizado com cuidado, como a troca de pneus. Fonte:
http://designautomotivo.epbsantos.com.

2.1.9 Sistema de lubrificação.


SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO;
O sistema de lubrificação do motor garante que todas as
suas peças móveis - especialmente pistões, virabrequins, eixo
do comando de válvulas, bielas e tuchos - funcionem sem que
as superfícies de contato entre eles e demais componentes O óleo que circula dentro do motor fica depositado na par-
realizem muito atrito entre si, diminuindo assim os desgaste te baixa do bloco, conhecida como cárter, já que neste ponto
elevado e superaquecimento. - não apenas por razões físicas - ele mantém-se mais resfria-
do em relação ao que circula pelo motor. Do cárter, o óleo é
sugado pela bomba de óleo através de um tudo coletor - que
tem em sua extremidade um filtro de malha grossa (filtro de
sucção) para retenção das partículas maiores de metal e
outros possíveis fragmentos que possam danificar a bomba,
além de realizar uma filtragem preliminar.
A bomba, por pressão força o lubrificante através do filtro
de óleo, que tem por função reter as partículas menores que
estejam em suspensão no óleo e que poderiam interferir em
sua viscosidade adequada, bem como aumentariam o atrito e
até mesmo a abrasividade no contato das partes móveis.
O lubrificante que sai do filtro segue por diversas passa-
gens (pequenos canais perfurados ou criados na fundição do
bloco), atingindo todos os componentes que precisam lubrifi-
O sistema de lubrificação típico de um motor é composto cação. O primeiro fluxo chega à chamada galeria principal de
por diversos componentes que fazem circular óleo no siste- óleo, disposta longitudinalmente ao bloco, com o justo objeti-
ma, controlam a pressão do mesmo e fazem a sua filtragem vo de atingir assim toda a sua extensão. Desta galeria, deri-
de maneira que ocorra uma lubrificação adequada em todas vam outros canais ou orifícios (conforme o motor) que atin-
as áreas de atrito, sob todas as condições de funcionamento. gem primeiramente o virabrequim, atuando sobre os mancais
Os principais componentes que influem no funcionamento principais.
adequado do sistema são:
Aqui também podem haver variações de um motor para
• Filtro de sucção outro, mas em geral por meio de pequenos canais perfurados
no virabrequim, o óleo é conduzido aos casquilhos das bielas.
• Bomba de óleo Estas por sua vez, também através de canais que ligam a
cabeça ao pé da biela ou apenas uma passagem em sua
• Válvula aliviadora de pressão
cabeça, esguicham óleo dentro do corpo do pistão e nas
• Filtro de óleo paredes do cilindro. Seja qual for a forma de lubrificação do
cilindro, o anel inferior do pistão (anel de óleo) "raspa" a sua
• Galerias principais e tributárias parede no movimento de descida, com o objetivo de que o
lubrificante não seja queimado na combustão.
• Canais de lubrificação de mancais e bielas

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2.1.10 Sistemas eletrônicos.

Sistema Elétrico do carro - introdução


Da combustão de uma mistura de ar e gasolina nos cilin-
dros de um motor a gasolina resulta a energia necessária,
para mover um carro. O sistema elétrico produz a faísca elé-
trica que inflama a mistura.
Cada cilindro possui uma vela provida de dois elementos
metálicos – os eletrodos – que penetram na câmara de explo-
são. Quando a corrente elétrica é fornecida às velas a uma
voltagem suficientemente elevada, a corrente salta através do
intervalo entre os eletrodos sob a forma de uma faísca.
O sistema elétrico de um carro é constituído por quatro
partes principais: uma bateria, que fornece a corrente elétrica,
uma bobina, que eleva a tensão da corrente, de um distribui-
dor, que envia a corrente às velas no momento adequado e
finalmente as velas, que produzem as faíscas que inflamam a
Além de suprir algum óleo ao virabrequim, bielas e pis-
mistura contida nos cilindros.
tões, a galeria principal tem derivações (como efluentes de
um rio), chamadas de sangrias ou tributárias, que tem o papel
de distribuir fluido ao sistema de comando de válvulas. Uma
outra sangria também alimenta as corrente ou engrenagens
sincronizadoras do comando de válvulas, em motores que
utilizam este sistema de sincronização.
A pressão gerada pela bomba de óleo, geralmente varia
bastante durante os diversos regimes de funcionamento de
um motor, já que seu acionamento é feito pelo virabrequim ou
pelo comando, condicionando maiores pressões apenas
quando são mais elevadas as rotações do motor, justamente
quando aumenta a exigência de lubrificação.
Por estas razões que motores (carburados) que tem mar-
cha lenta irregular, apresentam indicações de baixa pressão
de óleo. Um motor frio por outro lado costuma registrar maior
pressão de óleo do que um quente, em função do aumento de
viscosidade, que faz com que a bomba encontre maior dificul-
dade para fazer o óleo passar pelas estreitas galerias e pelo
filtro, além de explicar porque o indicador de pressão de óleo Os sistemas de ignição por faísca são basicamente os
se acende toda vez que se dá partida em um motor frio. Para mesmos em todos os carros fabricados atualmente. O restan-
evitar danos a bomba nestas ou em outras situações em que te dos componentes do sistema elétrico fornece a eletricidade
a pressão suba demasiadamente, é que existe a válvula alivi- às velas de cada cilindro a uma voltagem suficiente no mo-
adora de pressão, que faz parte do óleo retornar ao cárter. mento preciso.

Apesar do sistema de vedação dos pistões, quando estes Não é fácil a produção da faísca entre os eletrodos de
não estão devidamente ajustados, estão gastos ou quebra- uma vela. Quanto maior for o intervalo entre os eletrodos,
dos, ou ainda em regimes extremos de funcionamento, parte maior deverá ser a voltagem.
dos gases escapa entre as paredes de cilindros e pistões, A corrente que chega às velas deve ser de alta tensão
aumentando a pressão do sistema. Para resolver este pro- (pelo menos 14000 volts). Porém, para compensar as quedas
blema, existe um sistema de emissão do cárter ou de respiro, de tensão no sistema, poderá ser necessário elevar esse
que consiste de uma mangueira que liga o sistema ao carbu- número para 30.000 volts. Como a energia fornecida pela
rador ou filtro de ar e retornando ao motor para queima. Esta bateria de um automóvel é normalmente de 12 volts, a bobina
mangueira conduz os gases liberados por uma válvula de terá de elevar em milhares de vezes esta tensão. Uma vez
uma via, que se abre toda vez que a pressão dos gases do obtida a alta tensão, esta deverá ser fornecida a cada vela no
motor aumenta demais. preciso momento do ciclo de 4 tempos.
Pressão do óleo muito baixa Indica que pode haver vaza- O distribuidor, como o seu nome indica, distribui a eletrici-
mento de óleo, problemas com a bomba ou insuficiência de dade a cada um dos cilindros segundo a sua ordem de infla-
óleo. Qualquer que seja a razão, pare o carro imediatamente mação. Os platinados contribuem, juntamente com a bobina,
e chame um mecânico. Prosseguir rodando nestas condições, para a obtenção da alta voltagem necessária. Fonte fazerfa-
pode acarretar danos sérioso por lubrificação inadequada ou cil.com.br/carros/sistema_eletrico_introducao
inexistente de diversas partes do motor!
Pressão do óleo muito alta Indica que o filtro de óleo pode
estar demasiadamente sujo ou até mesmo entupido, a válvula 2.1.11 Sistema de ignição (convencional e eletrônica).
de alívio pode ter problemas ou alguma galeria entupida.
Apesar ser um pouco menos grave, da mesma forma provi-
dencie reparo urgente, pois se for caso de entupimento de Como funciona o Sistema de Ignição
galerias, os riscos serão tão graves como na situação anteri- Para que a mistura de combustível+ar se queime no inte-
or. Fonte: www.envenenado.com.br. rior do cilindro do motor, produzindo assim a força mecânica
que o movimenta, é preciso um ponto de partida. Este ponto
de partida é uma faísca que inflama a mistura, e que é produ-

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zida por uma série de dispositivos que formam o sistema de Para que a corrente seja modificada e para que a bobina
ignição. só entre em funcionamento nos instantes em que precisamos
de faísca, entra em ação o platinado, que nada mais é do que
A finalidade do sistema de ignição é gerar uma faísca nas um contato elétrico controlado pela própria rotação do motor.
velas, para que o combustível seja inflamado. Os sistemas de
ignição utilizam diversos componentes que vêm passando por Numa bobina, só ocorre a indução de tensão no secundá-
alterações no decorrer dos tempos. Assim, o sistema tradicio- rio pelos breves instantes em que a corrente é estabelecida
nal tem a configuração mostrada na foto abaixo. ou desligada do primário. Quando a corrente é estabelecida, a
variação de sua intensidade de zero até o máximo é respon-
A bateria, neste sistema, é a fonte primária de energia, sável pelo aparecimento de linhas de força de um campo
fornecendo uma tensão em torno de 12V nos veículos moder- magnético que se expande. Este campo corta as espiras do
nos (nos tipos mais antigos podíamos encontrar também enrolamento secundário, provocando a indução de alta tensão
sistemas de 6V e nos mais modernos chegaremos aos 36V). no enrolamento secundário. Quando a corrente é desligada,
Esta tensão, muito baixa, não pode produzir faíscas. Para novamente teremos a indução, pois as linhas de força do
que ocorra uma faísca ou centelha é preciso que a eletricida- campo magnético vão se contrair até zero, cortando nova-
de rompa a rigidez dielétrica do ar. mente as espiras do enrolamento secundário.
Explicamos o que é isso: o ar, em condições normais é um Veja então que os processos de indução de alta tensão
isolante, mas se a tensão elétrica subir muito, ele não conse- para as faíscas nas velas é um processo dinâmico que exige
gue mais isolá-la e uma centelha é produzida. Esta centelha interrupção e o estabelecimento da corrente em momentos
consiste na passagem da eletricidade pelo próprio ar, que certos.
momentaneamente se torna condutor. Para um motor de quatro tempos, quatro cilindros portan-
Para o ar seco, em condições normais, a rigidez dielétrica to, como o de um carro comum, a cada volta do eixo devem
é da ordem de 10.000 volts por centímetros. Isso significa que ser produzidas 2 faíscas em posições bem determinadas de
para produzir uma faísca de um centímetro precisamos de cada pistão, para haver o funcionamento correto.
10.000v, e para 2 centímetros precisamos de 20 000v e assim O platinado é então acionado por um eixo excêntrico de
por diante. modo a ligar e desligar 4 vezes a corrente, produzindo assim
Para o caso das velas do automóvel uma faísca com me- 4 pulsos no enrolamento primário da bobina de ignição que
nos de 0,5 cm é suficiente para inflamar a mistura, de modo resultam em 4 pulsos de alta tensão no secundário e nas
que uma tensão da ordem de 4000 a 5000 volts é mais que velas.
suficiente. No sistema de ignição do carro encontramos, um outro
Ora, existe uma boa diferença entre os 12v da bateria e os elemento importante que é o distribuidor, onde está localizado
5000 volts que precisamos para produzir a faísca. Para elevar o platinado.
a tensão da bateria usamos então dois componentes básicos: A finalidade do distribuidor é levar a cada vela a alta ten-
o platinado e a bobina. são no momento em que ela deve entrar em ação. O distri-
A bobina de ignição é na realidade um transformador que buidor consiste num sistema de contatos móveis, que gira
possui dois enrolamentos de fio de cobre num núcleo de ferro. comandado pela própria rotação do motor, de modo a 'distri-
O primeiro enrolamento, denominado "primário", consiste em buir' a alta tensão entre as velas.
poucas voltas de fio grosso, já que nele vai circular uma cor- Outro item visto no interior do distribuidor também é o ro-
rente intensa sob o regime de baixa tensão (os 12v da bate- tor que serve de ponte de condução do cabo da bobina até o
ria). A corrente normal para um veículo de passeio está em cabo das velas.
torno de 3 ampères. Bobinas especiais para carros de corrida
ou "preparados" podem operar com correntes maiores. O O elo final da cadeia é formado por um conjunto de velas.
enrolamento secundário, por outro lado, consiste em milhares Como já vimos, a finalidade das velas é produzir as faíscas
de voltas de um fio muito fino, já que agora temos um regime que inflamam a mistura de ar com combustível no interior dos
de alta tensão e baixa corrente. cilindros.
A bobina possui como função elevar os 12 volts da bateria Limitações
para uma tensão em torno de 20.000 volts, que são transmiti-
dos para as velas. Este sistema de ignição é o convencional, sendo utilizado
na maioria dos veículos. Além de ter um desempenho razoá-
No funcionamento, quando por um breve instante circula vel dentro de certos limites, como utiliza poucos elementos é
uma corrente pelo primário, um forte campo magnético é bastante confiável.
criado no núcleo de metal ferroso onde está enrolada esta
bobina. Este campo tem suas linhas de força em expansão, o No entanto, alguns pequenos defeitos existem, e é justa-
que causa uma indução de alta tensão no secundário que mente na tentativa de eliminá-los que são criados sistemas
está enrolado no mesmo núcleo. mais avançados e sofisticados, principalmente com base em
dispositivos eletrônicos.
Num transformador, a tensão que obteremos no secundá-
rio depende da relação de espiras entre os dois enrolamen- Um primeiro problema a ser considerado é que a intensi-
tos. Isso significa, que no secundário tivermos 50 000 voltas dade da faísca depende do tempo de abertura do platinado.
de fio e no primário 100 voltas (uma relação de 500 para 1), e Entre o instante em que o platinado fecha (ou abre) existe um
se aplicarmos 12 volts, teremos na saída 12 x 500 = 6000 tempo mínimo para que as linhas de força do campo magnéti-
volts, o que é suficiente para produzir uma boa faísca. Por co se expandam totalmente (ou contraiam). Isso significa que
outro lado a corrente ficará reduzida na mesma proporção, de ele deve permanecer por um bom tempo mínimo fechado
modo que o produto tensão x corrente, que determina a po- para que haja possibilidade da corrente na bobina subir de
tência se mantém constante. zero até o seu valor máximo e assim o campo magnético se
expandir totalmente com a máxima transferência de energia
Importante no funcionamento de um transformador, como para o secundário na forma de alta tensão.
a bobina de ignição, é que ele só consegue operar com varia-
ção de corrente, o que significa que a corrente de uma bateria Nas baixas rotações do motor isto não é problema, pois o
que é contínua, não é apropriada para este dispositivo. platinado consegue o tempo de fechamento necessário para

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obter o máximo de energia para a faísca, mas nas altas rota- a tensão contínua na bateria "não passa" por uma bobina,
ções a indutância da bobina começa a fazer efeito. sendo por isso necessário fazer uma transformação em pul-
sos, o que o que é conseguido com transistores que ligam e
Esta indutância é a "oposição à variação da corrente" que desligam alternadamente em grandes velocidades(entre 500
justamente impede que ela cresça rapidamente até o valor e 5000 vezes por segundo).
máximo. Nas altas rotações, a energia da faísca tende a de-
crescer, e a principal consequência disso é a perda do rendi- Os 6000 volts obtidos são retificados e depois usados pa-
mento do motor, pois a mistura começa a não ser totalmente ra carregar um ou mais capacitores de grande valor. Uma
queimada. carga deste capacitor corresponde ao que precisamos para
uma boa faísca na vela do motor, independente da sua velo-
Com menor faísca temos uma combustão incompleta, ha- cidade.
vendo uma redução na potência do motor, além de manifestar
uma tendência a maior consumo de combustível (acelera-se A seguir, vem a segunda fase em que temos um elemento
mais para compensar a perda do rendimento). de disparo que permita a descarga muito rápida do capacitor
(ou capacitores) através do enrolamento primário da bobina
Outro problema vem do fato da corrente controlada pelo de ignição.
platinado num sistema convencional ser muito intensa, atuan-
do ainda sobre uma carga fortemente indutiva (a bobina). O dispositivo usado chama-se SCR (Silicon Controlled
Rectifier ou Diodo Controlado de Silício), e funciona como
Cada vez que o platinado abre seus contatos, a contração uma chave que "liga" a corrente entre seu ânodo e cátodo
do forte campo magnético da bobina gera uma alta tensão "de quando um impulso elétrico é aplicado à sua comporta ou
retorno" também no primário, e que "volta" ao platinado pro- "gate". A comporta (gate) é então ligada ao platinado.
duzindo uma pequena faísca. Mesmo com a presença de um
"condensador" (capacitor), cuja finalidade é amortecer esta Na comutação do platinado, uma fraca corrente é suficien-
alta tensão de retorno, ainda assim, a energia envolvida na te para provocar a condução do SRC e com isso a descarga
faísca é suficiente para queimar, com o tempo, os contatos do do capacitor através da bobina de ignição, produzindo então a
platinado. alta tensão que necessitamos para as faíscas.
Sistemas Modernos Veja que, neste sistema, o tempo de descarga não de-
pende do tempo de comutação do platinado, pois uma vez
O uso de dispositivos eletrônicos permite uma melhora disparado o SRC ele se mantém ligado até a descarga do
considerável no desempenho de um sistema de ignição. Exis- capacitor. Isso quer dizer que tanto nas baixas como nas altas
tem diversos sistemas de ignição "eletrônicos" que são am- rotações, a energia da faísca é a mesma e o rendimento do
plamente usados, com resultados sempre melhores que os motor se mantém.
sistemas tradicionais.
Além disso, temos que considerar que uma descarga de
Exemplos: 6000V na bobina, em lugar de apenas 12V, possibilita uma
a) Ignição assistida: faísca muito mais eficiente.
Este é o sistema mais simples que faz uso de componen- Só essas enormes vantagens em relação aos sistemas
tes eletrônicos melhorando muito o desempenho de qualquer convencionais já justificam o uso da ignição por descarga
veículo. Os transistores funcionam como "chaves eletrônicas", capacitativa. O circuito, é claro, deve ser muito dimensionado
controlando a corrente intensa da bobina a partir de uma no sentido de que, entre duas faíscas na mais alta rotação,
corrente de comando muito menor, que circula pelo platinado. haja tempo suficiente para que o capacitor se carregue com-
pletamente.
Podemos reduzir em até 100 vezes a corrente do platina-
do, o que significa , em princípio, uma durabilidade muito Outra vantagem é a baixíssima corrente de platinado, que
maior para este elemento já que não existem mais as faíscas além de prolongar a vida útil deste componente permite uma
que causam sua deterioração. operação com muito maior confiabilidade. De fato, nos siste-
mas comuns, o acúmulo de capas de óxido nos contatos
O transistor que controla praticamente toda corrente da reduzem a eficiência da comutação, provocando variações da
bobina deve ter características especiais; deve ser capaz de corrente da bobina que refletem na forma das faíscas com
ligar e desligar rapidamente, o que significa que deve ser um energias irregulares.
dispositivo de "comutação" rápida, e além disso, deve ser
capaz de suportar a alta tensão de "retorno" que a bobina O resultado da irregularidade é um menor rendimento para
produz. o motor, além de um consumo maior de combustível. Para
completar, este sistema também pode ser facilmente adapta-
Transistores de pelo menos 5 ampéres de corrente de co- do em veículos que tenham o sistema convencional de igni-
letor e tensões máximas da ordem de 500V ou mais são os ção.
recomendados para este tipo de sistema, devendo ainda ser
montados em bons radiadores de calor. C) Ignição sem platinado

Conforme podemos ver, sua adaptação aos veículos que A eliminação do platinado possibilita um desempenho ain-
possuem ignição tradicional é bastante simples. Apenas em da melhor do motor, além de maior confiabilidade para o sis-
alguns casos, em que existe resistência limitadora em série tema de ignição. Todo o sistema começa a partir de um mó-
com a bobina, é que temos um pouco mais de trabalho com dulo de comando, que é ligado à bobina e ao distribuidor. Não
sua eliminação. é preciso observar que a principal vantagem deste sistema
está na ausência total de contatos mecânicos, que podem
b) Ignição por descarga capacitativa: acumular sujeiras ou falhar.
Este é sem dúvida, o sistema mais moderno e mais utili- Ordem de Ignição
zado nos veículos, inclusive de linha, tanto pelo seu ótimo
desempenho como pela sua confiabilidade. O sistema de É a seqüência de combustão nos vários cilindros do mo-
ignição por descarga capacitativa tem um circuito básico. tor.
Numa primeira etapa temos um circuito inversor, em que Usualmente encontra-se a ordem 1342 para os motores
dois transistores oscilam em contrafase de modo a elevar a de quatro cilindros, pois o virabrequim tende a está em uma
bobina de 12V para aproximadamente 600v. Conforme vimos, posição mais adequada para receber o impacto daquele cilin-

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dro. Descreveremos mais adiante em lição única, o sistema Como atrás foi salientado apesar de uma vela poder durar
de ignição do veículo. várias dezenas de milhares de quilômetros, ela perde rapida-
mente eficácia. Assim é conveniente cada 5000 km retirá-las,
Problemas de ignição limpá-las com aguarrás e verificar a folga entre o elétrodo
O desenvolvimento tecnológico dos motores dos automó- central e a massa. Se a vela apresentar-se em mau estado:
veis, tornou-os de uma fiabilidade e durabilidade impensáveis com incrustações de carvão, fuligem, óleo ou tenham os elé-
há poucas décadas atrás. Existem, contudo, alguns pontos trodos demasiado gastos, é conveniente substituí-la. É óbvio
que se não borram esta pintura, são suficientes para dar al- que deverá substituir todas as velas do motor, não apenas as
gumas dores de cabeça. Estamos a falar do sistema de igni- que estão gastas, pois isso provocaria um funcionamento
ção, que continua a ser o calcanhar de Aquiles da mecânica caótico do motor. O ideal é mudar as velas cada 10 000 km.
automóvel. Como desmontar as velas
Quando se fala do sistema de ignição, está implícito que Desligar os cabos de alta tensão, colocar etiquetas nos
estamos a falar de motores a gasolina. Pois os motores a cabos para saber a que cilindro pertencem.
gasóleo não têm este sistema: a mistura ar/gasóleo é quei-
mada apenas com recurso à compressão dos gases. As velas Se a vela tiver sido bem montada, poderá desapertá-la
que estes motores têm, são apenas de pré-aquecimento das sem grande esforço. Para evitar que a sujidade penetre no
câmaras de combustão do motor. Nos motores a gasolina, motor, limpe com uma escova macia a superfície em torno da
para a mistura ar/combustível deflagrar é necessário uma vela. Utilize uma chave de caixa especial de velas. Certifique-
faísca. Essa faísca é produzida pelo sistema de ignição. Este se que a chave está bem encaixada, de modo a evitar estalar
é constituído entre outros, por bobina, interruptor, distribuidor o isolamento de porcelana, o que inutilizaria a vela. Depois da
e velas. vela limpa e a sua folga regulada, lubrifique a rosca com óleo
antes de a voltar a montar.
Interruptor e bobina
A partir da década de oitenta, com os avanços da eletrôni-
ca, estes dois componentes deixaram de dar grandes proble- SISTEMA DE IGNIÇÃO
mas. O interruptor necessário para produzir corrente no circui-
Como funciona o Sistema de Ignição
to de alta tensão da bobina, era dantes feito com recurso aos
conhecidos platinados. O seu nome deriva de ter os contactos Para que a mistura de combustível+ar se queime no inte-
de platina. Hoje em dia os automóveis têm interruptores ele- rior do cilindro do motor, produzindo assim a força mecânica
trônicos, dispensando pois os problemáticos platinados. Sen- que o movimenta, é preciso um ponto de partida. Este ponto
do apenas necessário garantir que nunca chegue umidade de partida é uma faísca que inflama a mistura, e que é produ-
aos circuitos eletrônicos. zida por uma série de dispositivos que formam o sistema de
ignição.
Pois se tal acontecer, apenas resta colocar uma ignição
nova. Normalmente este circuito vem protegido por uma capa
plástica. Se lhe parecer pouco impermeável, não hesite em
recorrer à fita isoladora e a sprays anti-umidade.
Distribuidor
Nos motores de quatro cilindros, o distribuidor consiste
num contato rotativo e quatro contatos fixos no interior de
uma tampa de material isolante. Esta tampa deverá estar
perfeitamente limpa e seca, tanto por fora como por dentro. O
contacto rotativo deverá ser controlado com regularidade, se A finalidade do sistema de ignição é gerar uma faísca nas
o seu desgaste for superior a meio milímetro, deverá ser velas, para que o combustível seja inflamado. Os sistemas de
substituído. Estes contatos estão sujeitos a corrosão e incrus- ignição utilizam diversos componentes que vêm passando por
tações. Com uma escova de cobre dê um pequeno polimento alterações no decorrer dos tempos. Assim, o sistema tradicio-
até o metal brilhar. Verifique também o estado das proteções nal tem a configuração mostrada na foto abaixo.
de borracha dos terminais dos cinco fios da tampa do distri-
buidor. Só borrachas em bom estado podem garantir um A bateria, neste sistema, é a fonte primária de energia,
correto isolamento e a não penetração da terrível umidade. fornecendo uma tensão em torno de 12V nos veículos moder-
nos (nos tipos mais antigos podíamos encontrar também
Quando comprar velas não se esqueça de ver bem se são sistemas de 6V e nos mais modernos chegaremos aos 36V).
as indicadas para a sua viatura
Esta tensão, muito baixa, não pode produzir faíscas. Para
Nos motores modernos de injeção, as velas podem que ocorra uma faísca ou centelha é preciso que a eletricida-
aguentar mais de 20 000 km. Com a atual tendência das de rompa a rigidez dielétrica do ar.
marcas em fazer espaçar ao máximo as revisões periódicas
dos carros, existem motores que fazem mais de 40 000 km Explicamos o que é isso: o ar, em condições normais é um
com as mesmas velas. Tudo isto dentro dos prazos previstos isolante, mas se a tensão elétrica subir muito, ele não conse-
pelos fabricantes. E se na maioria das vezes não acontecem gue mais isolá-la e uma centelha é produzida. Esta centelha
problemas, o que é um fato é que o motor está a perder até consiste na passagem da eletricidade pelo próprio ar, que
20% do seu rendimento, pelo fato das velas já não estarem momentaneamente se torna condutor.
em perfeitas condições. Se se fizer as contas: quanto gasta a
Para o ar seco, em condições normais, a rigidez dielétrica
mais com um aumento de 20% de consumo de gasolina, e
é da ordem de 10.000 volts por centímetros. Isso significa que
que uma vela custa pouco mais de quinhentos escudos. Ra-
para produzir uma faísca de um centímetro precisamos de
pidamente se conclui que o investimento nas velas é amorti-
10.000v, e para 2 centímetros precisamos de 20 000v e assim
zado em três vezes que encha o depósito de gasolina. Para
por diante.
além do fato de o motor trabalhar com uma combustão muito
mais eficaz, e ter um funcionamento mais regular principal- Para o caso das velas do automóvel uma faísca com me-
mente a frio. nos de 0,5 cm é suficiente para inflamar a mistura, de modo
Mudança de velas
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que uma tensão da ordem de 4000 a 5000 volts é mais que O transistor que controla praticamente toda corrente da
suficiente. bobina deve ter características especiais; deve ser capaz de
ligar e desligar rapidamente, o que significa que deve ser um
Ora, existe uma boa diferença entre os 12v da bateria e os dispositivo de "comutação" rápida, e além disso, deve ser
5000 volts que precisamos para produzir a faísca. Para elevar capaz de suportar a alta tensão de "retorno" que a bobina
a tensão da bateria usamos então dois componentes básicos: produz.
o platinado e a bobina.
Transistores de pelo menos 5 ampéres de corrente de co-
A bobina de ignição é na realidade um transformador que letor e tensões máximas da ordem de 500V ou mais são os
possui dois enrolamentos de fio de cobre num núcleo de ferro. recomendados para este tipo de sistema, devendo ainda ser
O primeiro enrolamento, denominado "primário", consiste em montados em bons radiadores de calor.
poucas voltas de fio grosso, já que nele vai circular uma cor-
rente intensa sob o regime de baixa tensão (os 12v da bate- Conforme podemos ver, sua adaptação aos veículos que
ria). possuem ignição tradicional é bastante simples. Apenas em
alguns casos, em que existe resistência limitadora em série
A corrente normal para um veículo de passeio está em com a bobina, é que temos um pouco mais de trabalho com
torno de 3 ampéres. Bobinas especiais para carros de corrida sua eliminação.
ou "preparados" podem operar com correntes maiores. O
enrolamento secundário, por outro lado, consiste em milhares b) Ignição por descarga capacitativa:
de voltas de um fio muito fino, já que agora temos um regime
de alta tensão e baixa corrente. Este é sem dúvida, o sistema mais moderno e mais utili-
zado nos veículos, inclusive de linha, tanto pelo seu ótimo
A bobina possui como função elevar os 12 volts da bateria desempenho como pela sua confiabilidade. O sistema de
para uma tensão em torno de 20.000 volts, que são transmiti- ignição por descarga capacitativa tem um circuito básico.
dos para as velas. Fonte: www .vtn.com.br/consertos-de-carro
No funcionamento, quando por um breve instante circula
uma corrente pelo primário, um forte campo magnético é 2.1.12 Injeção eletrônica (princípios básicos).
criado no núcleo de metal ferroso onde está enrolada esta
bobina. Este campo tem suas linhas de força em expansão, o
que causa uma indução de alta tensão no secundário que INJEÇÃO ELETRÔNICA
está enrolado no mesmo núcleo.
Injeção Eletrônica
Devido à rápida evolução dos motores dos automóveis,
além de fatores como controle de emissão de poluentes e
economia de combustível, o velho carburador que acompa-
nhou praticamente todo o processo de evolução automotiva,
já não supria as necessidades dos novos veículos. Foi então
que começaram a ser aprimorados os primeiros sistemas de
injeção eletrônica de combustível, uma vez que desde a dé-
cada de 50 já existiam sistemas "primitivos", para aplicações
específicas.

Sistemas Modernos
O uso de dispositivos eletrônicos permite uma melhora
considerável no desempenho de um sistema de ignição. Exis-
tem diversos sistemas de ignição "eletrônicos" que são am-
plamente usados, com resultados sempre melhores que os
sistemas tradicionais.
Exemplos: Para que o motor tenha um funcionamento suave, econô-
a) Ignição assistida: mico e não contamine o ambiente, ele necessita receber a
perfeita mistura ar/combustível em todas as faixas de rotação.
Este é o sistema mais simples que faz uso de componen- Um carburador, por melhor que seja e por melhor que esteja
tes eletrônicos melhorando muito o desempenho de qualquer sua regulagem, não consegue alimentar o motor na proporção
veículo. Os transistores funcionam como "chaves eletrônicas", ideal de mistura em qualquer regime de funcionamento. Os
controlando a corrente intensa da bobina a partir de uma sistemas de injeção eletrônica têm essa característica de
corrente de comando muito menor, que circula pelo platinado. permitir que o motor receba somente o volume de combustí-
vel que ele necessita.
Podemos reduzir em até 100 vezes a corrente do platina-
do, o que significa , em princípio, uma durabilidade muito
maior para este elemento já que não existem mais as faíscas
que causam sua deterioração.

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existe uma linha de alimentação única para fornecer combus-
tível para todos os injetores.
Seja no caso de sistemas single-point ou multi-point, os
bicos injetores dosam a quantidade de combustível liberada
para o motor pelo tempo em que permanecem abertos. As
válvulas de injeção são acionadas eletromagneticamente,
abrindo e fechando através de impulsos elétricos provenien-
tes da unidade de comando. Quando e por quanto tempo
devem ficar abertas estas válvulas, depende de uma série de
medições feitas por diversos sensores distribuídos pelo veícu-
lo. Assim, não são apenas o sensor no corpo da borboleta e a
sonda lambda que determinam o quanto de combustível deve
ser liberado a mais ou a menos, mas também os itens que se
seguem:

• UNIDADE CENTRAL DE INJEÇÃO - Também chamado


“corpo de borboleta” engloba vários componentes e sen-
sores. Montado no coletor de admissão, ele alimenta os ci-
Sistema single-point lindros do motor. Na unidade central de injeção encon-
tram-se a válvula de injeção, o potenciômetro da borbole-
ta, o atuador de marcha lenta, o regulador de pressão e o
sensor de temperatura do ar.
• SONDA LAMBDA - Funciona como um nariz eletrônico. A
sonda lambda vai montada no cano de escape do motor,
em um lugar onde se atinge uma temperatura necessária
para a sua atuação em todos os regimes de funcionamen-
to do motor. A sonda lambda fica em contato com os ga-
ses de escape, de modo que uma parte fica constante-
mente exposta aos gases provenientes da combustão e
outra parte da sonda lambda fica em contato com o ar ex-
terior. Se a quantidade de oxigênio não for ideal em am-
bas as partes, será gerada uma tensão que servirá de si-
nal para a unidade de comando. Através deste sinal envi-
ado pela sonda lambda, a unidade de comando pode vari-
ar a quantidade de combustível injetado.
• SENSOR DE PRESSÃO - Os sensores de pressão pos-
suem diferentes aplicações. Medem a pressão absoluta no
tubo de aspiração (coletor) e informam à unidade de co-
Sistema multi-point mando em que condições de aspiração e pressão o motor
está funcionando, para receber o volume exato de com-
Mais do que isto, os conversores catalíticos - ou simples- bustível.
mente catalizadores - tiveram papel decisivo no desenvolvi-
mento de sistemas de injeção eletrônicos. Para que sua efici- • POTENCIÔMETRO DA BORBOLETA - O potenciômetro
ência fosse plena, seria necessário medir a quantidade de da borboleta de aceleração está fixado no corpo da borbo-
oxigênio presente no sistema de exaustão e alimentar o sis- leta e é acionado através do eixo da borboleta de acelera-
tema com esta informação para corrigir a proporção da mistu- ção. Este dispositivo informa para a unidade de comando
ra. O primeiro passo neste sentido, foram os carburadores todas as posições da borboleta de aceleração. Desta ma-
eletrônicos, mas cuja difícil regulagem e problemas que apre- neira, a unidade de comando obtém informações mais
sentaram, levaram ao seu pouco uso. precisas sobre os diferentes regimes de funcionamento do
motor, utilizando-as para influenciar também na quantida-
Surgiram então os primeiros sistemas de injeção single- de de combustível pulverizado.
point ou monoponto, que basicamente consistiam de uma
válvula injetora ou bico, que fazia a pulverização do combus- • MEDIDOR DE MASSA DE AR - O medidor de massa de
tível junto ao corpo da borboleta do acelerador. Basicamente ar está instalado entre o filtro de ar e a borboleta de acele-
o processo consiste em que toda vez que o pedal do acelera- ração e tem a função de medir a corrente de ar aspirada.
dor é acionado, esta válvula (borboleta), se abre admitindo Através dessa informação, a unidade de comando calcula-
mais ar. Um sensor no eixo da borboleta, indica o quanto de rá o exato volume de combustível para as diferentes con-
ar está sendo admitido e a necessidade de maior quantidade dições de funcionamento do motor.
de combustível, que é reconhecida pela central de gerencia-
mento e fornece o combustível adicional. • MEDIDOR DE FLUXO DE AR - Tem como função infor-
mar à unidade de comando a quantidade e a temperatura
Para que o sistema possa suprir o motor com maiores do ar admitido, para que tais informações influenciem na
quantidades de combustível de acordo com a necessidade, a quantidade de combustível pulverizada. A medição da
linha de alimentação dos bicos (injetores) é pressurizada e quantidade de ar admitida se baseia na medição da força
alimentada por uma bomba de combustível elétrica, a qual produzida pelo fluxo de ar aspirado, que atua sobre a pa-
envia doses maiores que as necessárias para que sempre o lheta sensora do medidor, contra a força de uma mola. Um
sistema possa alimentar adequadamente o motor em qual- potenciômetro transforma as diversas posições da palheta
quer regime em que ele funcione. O excedente retorna ao sensora em uma tensão elétrica, que é enviada como sinal
tanque. Nos sistemas single point a alimentação é direta ao para a unidade de comando. Alojado na carcaça do medi-
bico único. No sistema multi-point, em que existe um bico dor de fluxo de ar encontra-se também um sensor de tem-
para cada cilindro, localizado antes da válvula de admissão, peratura do ar, que deve informar à unidade de comando

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a temperatura do ar admitido durante a aspiração, para descritas, como também propiciou a incorporação do sistema
que esta informação também influencie na quantidade de de ignição. Desta forma os modernos sistemas de injeção,
combustível a ser injetada. também são responsáveis pelo gerenciamento do ponto de
ignição. Alguns dos principais itens nesta tarefa, são:
• ATUADOR DA MARCHA LENTA - O atuador de marcha
lenta funciona tem a função de garantir uma marcha lenta • SENSOR DE ROTAÇÃO - Na polia do motor está monta-
estável, não só na fase de aquecimento, mas em todas as da uma roda dentada magnética com marca de referência.
possíveis condições de funcionamento do veículo no re- A unidade de comando calcula a posição do virabrequim e
gime de marcha lenta. O atuador de marcha lenta possui o número de rotações do motor, originando o momento
internamente duas bobinas (ímãs) e um induzido, onde es- correto da faísca e da injeção de combustível.
tá fixada uma palheta giratória que controla um “bypass”
de ar. Controlado pela unidade de comando, são as dife- • SENSOR DE DETONAÇÃO - Instalado no bloco do motor,
rentes posições do induzido, juntamente com a palheta gi- o sensor de detonação converte as vibrações do motor em
ratória, que permitem uma quantidade variável de ar na li- sinais elétricos. Estes sinais permitem que o motor funcio-
nha de aspiração. A variação da quantidade de ar é de- ne com o ponto de ignição o mais adiantado possível,
terminada pelas condições de funcionamento momentâ- conseguindo maior potência sem prejuízo para o motor.
neo do motor, onde a unidade de comando, através dos
• BOBINAS PLÁSTICAS - As bobinas plástica têm como
sensores do sistema, obtém tais informações de funcio-
função gerar a alta tensão necessária para produção de
namento, controlando assim o atuador de marcha lenta.
faíscas nas velas de ignição, como as tradicionais bobinas
• SENSOR DE TEMPERATURA - Determina o atingimento asfálticas. Dimensões mais compactas, menor peso, me-
da temperatura ideal de funcionamento e corrige a quanti- lhor resistência às vibrações, mais potência, são algumas
dade de mistura enviada ao motor. das vanta-gens oferecidas pelas bobinas plásticas. Além
disso, as bobinas plásticas possibilitaram o aparecimento
• SENSOR DE VELOCIDADE DO MOTOR - Este sensor dos sistemas de ignição direta, ou seja, sistemas com bo-
determina a que rotação o motor opera instantaneamente. binas para cada vela ou par de velas, eliminando dessa
Entre outras razões, geralmente esta leitura é cruzada forma a necessidade do distribuidor. Com suas caracterís-
com a dos aceleradores eletrônicos para determinar a ticas inovadoras, as bobinas plásticas garantem um perfei-
"vontade" do motorista e dosar as quantidades necessá- to funcionamento dos atuais sistemas de ignição, em fun-
rias de mistura, de acordo com as curvas de torque e po- ção da obtenção de tensões de saída mais elevadas.
tência ideais do motor.
A evolução dos sistemas de injeção de combustível,
possibilitou não apenas as características e vantagens acima

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Vale salientar que tanto para o sistema de injeção, como o rodas. “Aproveite para fazer verificar também a cambagem (o
de ignição, a lista de componentes (sensores e atuadores), ângulo de inclinação das rodas)”, reforça.
costuma ser um tanto mais extensa e que varia tanto de acor-
do com o fabricante como também de um modelo para outro.
Sistemas mais recentes e sofisticados podem conter mais de
uma centena de elementos e realizar outra centena de opera-
ções, interagindo com o sistema de ar-condicionado, direção
hidráulica, câmbio automático, controles de tração e de esta-
bilidade, entre outros.
O gerenciamento de todas as leituras efetuadas pelos di-
versos sensores, de forma a determinar basicamente quando
e em que quantidades o combustível deve ser fornecido ao
motor e, em que momento deve ocorrer a faísca (nos siste-
mas que incorporam a ignição), fica a cargo da ECU (Eletronic
Control Unit), ou Unidade de Controle Eletrônico. Para tanto,
utiliza-se de um programa que visa "decidir" o que fazer em
cada situação e de acordo com a "vontade" do motorista,
visando proporcionar o melhor rendimento possível, dentro de
parâmetros adequados de consumo e de poluição.Fonte: Segundo Falkenstein, essa é a oportunidade de observar
www. envenenado.com.br W.J. o pneu, principalmente para checar a existência de cortes ou
furos. É recomendável ainda examinar o estado dos pneus a
cada três meses, já que um desgaste irregular pode indicar
necessidade de alinhamento ou calibragem. “Dependendo
2.1.13 Pneumática. das condições do carro, pode-se perder o pneu muito antes
2.1.14 Alinhamento e balanceamento. dos dois anos”, diz o diretor da Pirelli.
Para verificar o desgaste, observe periodicamente o indi-
PNEUS; cador de desgaste da rodagem (TWI), que existe em todo
Toda a tecnologia implantada no desenvolvimento de um pneu e mostra o limite certo para se efetuar a troca.
pneu pode ser comprometida se ele não for calibrado. Se as Pneu novos na frente ou atrás?
condições de pressão não forem adequadas, além de com-
prometer a segurança do veículo — a estabilidade diminui e o No caso dos carros com tração dianteira, um erro muito
condutor perde a capacidade de manejo — o carro consumirá comum feito no Brasil é a colocação de pneus novos na fren-
mais combustível. Por isso, é muito importante a manutenção te, deixando os antido na parte de trás. Nesse caso, apesar
constante dos pneus. de ser maior o desgaste dos pneus dianteiros, segundo o
gerente da Michelin, o certo é deixar os pneus novos na parte
“Se o carro roda com 30 libras, e você deixa com 20% a traseira do carro, porque ela precisa mais de aderência, uma
menos, na cidade pode nem perceber, mas na estrada faz vez que não conta com a força motriz.
uma enorme diferença. Aqueles 3% de economia de combus-
tível que se consegue com o desenvolvimento de pneus com Apesar de a troca parcial dos pneus ser mais econômica,
baixa resistência ao rolamento se perdem. Além disso, o pneu o certo mesmo, segundo Renato Silva, é trocar todos os
perde até 30% de vida útil e a segurança fica comprometida”, pneus antigos por novos ao mesmo tempo. “Ao longo da vida
afirma o gerente de marketing de produto de pneus de pas- eles ficam com a mesma concentração de desgaste e com-
seio e caminhonete da Michelin América do Sul, Renato Silva. portamento similar”, afirma. “O sulco da borracha do pneu
movimenta, se os quatro pneus estão com a mesma profundi-
A recomendação dos especialistas é que a calibragem se- dade, os sulcos mexem por igual”, acrescenta. Fonte: http
ja feita a cada quinze dias, inclusive do estepe. O ideal é ://g1.globo.com/ Noticias/Carros/
calibrar o pneu quando ele estiver frio. “Pode parecer exage-
ro, mas é muito importante a manutenção da pressão. Vários
fatores podem causar a perda de pressão, como furos, um
prego que ficou no furo, uma válvula que não funciona direito, 3 Direção defensiva e preventiva.
uma roda amassada etc. Isso compromete a performance do
pneu”, destaca o diretor de pesquisa e desenvolvimento da DIREÇÃO DEFENSIVA
Pirelli, Roberto Falkenstein.
Trânsito seguro é um direito de todos
Sobre o nível de pressão, Falkenstein ressalta que se de- APRESENTAÇÃO
ve seguir as recomendações especificadas no manual do
carro. “Essa calibragem ideal é buscada em testes e é a que Em 23 de setembro de 1997 é promulgada pelo Congres-
permite obter o melhor equilíbrio”, afirma o diretor da Pirelli. so Nacional a Lei no 9.503 que instituiu o Código de Trânsito
Brasileiro, sancionada pela Presidência da República, entran-
O excesso de pressão também é prejudicial. De acordo do em vigor em 22 de janeiro de 1998, estabelecendo, logo
com o gerente de produtos e serviços técnicos da Continental em seu artigo primeiro, aquela que seria a maior de suas
Pneus, Gilberto Viviani, nesse caso, o pneu tem contato com diretrizes, qual seja, a de que o “trânsito seguro é um direito
o solo apenas por meio da parte central da banda de rodagem de todos e um dever dos órgãos e entidades do Sistema Na-
e se desgasta com muito mais rapidez. As distâncias de fre- cional de Trânsito”.
nagem também são maiores.
No intuito do aprimoramento da formação do condutor,
Na hora do rodízio dados os alarmantes índices de acidentalidade no trânsito,
que hoje representam 1,5 milhão de ocorrências, com 34 mil
O rodízio aumenta a vida útil do pneu. A operação deve
mortes e 400 mil feridos por ano, com um custo social estima-
ser feita a cada 10 mil quilômetros e os pneus devem ser
do em R$ 10 bilhões, o Código de Trânsito Brasileiro trouxe a
calibrados logo em seguida. Roberto Falkenstein, da Pirelli,
exigência de cursos teórico-técnicos e de prática de direção
recomenda que o proprietário faça também o alinhamento da
veicular, incluindo direção defensiva, proteção ao meio ambi-

Trânsito 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ente e primeiros socorros. Estendeu, ainda, essa exigência Riscos, perigos e acidentes
aos condutores já habilitados, por ocasião da renovação da
Carteira Nacional de Habilitação (art. 150), de modo a tam- Em tudo o que fazemos há uma dose de risco: seja no
bém atualizá-los e instrumentalizá-los na identificação de trabalho, quando consertamos alguma coisa em casa, brin-
situações de risco no trânsito, estimulando comportamentos cando, dançando, praticando um esporte ou mesmo transi-
seguros, tendo como meta a redução de acidentes de trânsito tando pelas ruas da cidade.
no Brasil. Quando uma situação de risco não é percebida, ou quan-
Como resultado de amplas discussões no âmbito do Sis- do uma pessoa não consegue visualizar o perigo, aumentam
tema Nacional de Trânsito, o processo de habilitação foi revis- as chances de acontecer um acidente.
to e consolidado na Resolução nº 168 do Conselho Nacional Os acidentes de trânsito resultam em danos aos veículos
de Trânsito – CONTRAN, que entrará em vigor em 19 de e suas cargas e geram lesões em pessoas. Nem é preciso
junho de 2005, em substituição à Resolução nº 50. dizer que eles são sempre ruins para todos. Mas você pode
Visando à melhora do processo de ensino-aprendizagem ajudar a evita-los e colaborar para diminuir:
nos cursos de habilitação de condutores, o Ministério das • o sofrimento de muitas pessoas, causados por mortes e
Cidades, por meio do Denatran, publica o presente material ferimentos, inclusive com seqüelas físicas e/ou mentais,
didático sobre Direção Defensiva. muitas vezes irreparáveis;
Esta iniciativa representa uma importante meta do Gover- • prejuízos financeiros, por perda de renda e afastamento
no Lula em relação à Política Nacional de Trânsito, divulgada do trabalho;
em setembro de 2004, tendo como foco o aprimoramento da
formação do condutor brasileiro. • constrangimentos legais, por inquéritos policiais e proces-
sos judiciais, que podem exigir o pagamento de indeniza-
OLÍVIO DE OLIVEIRA DUTRA AILTON BRASILIENSE ções e até mesmo prisão dos responsáveis.
PIRES Ministro de Estado das Cidades Presidente do CON-
TRAN Acidente não acontece por acaso, por obra do destino,
ou por azar.
INTRODUÇÃO
Educando com valores Custa caro para a sociedade brasileira pagar os prejuízos
dos acidentes: estima-se em 10 bilhões de reais, todos os
O trânsito é feito pelas pessoas. E, como nas outras ativi- anos, que poderiam ser aproveitados, por exemplo, na cons-
dades humanas, quatro princípios são importantes para o trução de milhares de casas populares para melhorar a vida
relacionamento e a convivência social no trânsito. de muitos brasileiros.
O primeiro deles é a dignidade da pessoa humana, do Por isso, é fundamental a capacitação dos motoristas para
qual derivam os Direitos Humanos e os valores e atitudes o comportamento seguro no trânsito, atendendo a diretriz da
fundamentais para o convívio social democrático, como o “preservação da vida, da saúde e do meio ambiente” da Polí-
respeito mútuo e o repúdio às discriminações de qualquer tica Nacional de Trânsito.
espécie, atitude necessária à promoção da justiça.
E esta ocasião é uma excelente oportunidade que você
O segundo princípio é a igualdade de direitos. Todos têm tem para ler com atenção este material didático e conhecer e
a possibilidade de exercer a cidadania plenamente e, para aprender como evitar situações de perigo no trânsito, dimi-
isso, é necessário ter eqüidade, isto é, a necessidade de nuindo as possibilidades de acidentes.
considerar as diferenças das pessoas para garantir a igualda-
de o que, por sua vez, fundamenta a solidariedade. Estude-a bem. Aprender os conceitos da Direção Defensi-
va vai ser bom para você, para seus familiares, para seus
Um outro é o da participação, que fundamenta a mobiliza- amigos e também para seu país.
ção da sociedade para organizar-se em torno dos problemas
de trânsito e de suas conseqüências. DIREÇÃO DEFENSIVA

Finalmente, o princípio da co-responsabilidade pela vida Direção defensiva, ou direção segura, é a melhor maneira
social, que diz respeito à formação de atitudes e ao aprender de dirigir e de se comportar no trânsito, porque ajuda a pre-
a valorizar comportamentos necessários à segurança no servar a vida, a saúde e o meio ambiente. Mas, o que é a
trânsito, à efetivação do direito de mobilidade a todos os cida- direção defensiva?
dãos e a exigir dos governantes ações de melhoria dos espa- É a forma de dirigir, que permite a você reconhecer ante-
ços públicos. cipadamente as situações de perigo e prever o que pode
Comportamentos expressam princípios e valores que a acontecer com você, com seus acompanhantes, com o seu
sociedade constrói e referenda e que cada pessoa toma para veículo e com os outros usuários da via.
si e leva para o trânsito. Os valores, por sua vez, expressam Para isso, você precisa aprender os conceitos da direção
as contradições e conflitos entre os segmentos sociais e defensiva e usar este conhecimento com eficiência. Dirigir
mesmo entre os papéis que cada pessoa desempenha. Ser sempre com atenção, para poder prever o que fazer com
“veloz”, “esperto”, “levar vantagem” ou “ter o automóvel como antecedência e tomar as decisões certas para evitar aciden-
status”, são valores presentes em parte da sociedade. Mas tes.
são insustentáveis do ponto de vista das necessidades da
vida coletiva, da saúde e do direito de todos. É preciso mudar. A primeira coisa a aprender é que acidente não acontece
por acaso, por obra do destino ou por azar. Na grande maioria
Mudar comportamentos para uma vida coletiva com quali- dos acidentes, o fator humano está presente, ou seja, cabe
dade e respeito exige uma tomada de consciência das ques- aos condutores e aos pedestres uma boa dose de responsabi-
tões em jogo no convívio social, portanto na convivência no lidade.
trânsito. É a escolha dos princípios e dos valores que irá levar
a um trânsito mais humano, harmonioso, mais seguro e mais Toda ocorrência trágica, quando previsível, é evitável.
justo.
Os riscos e os perigos a que estamos sujeitos no trânsito
estão relacionados com:
• Os Veículos;

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• Os Condutores; • Regulagem dos faróis: faça através de profissionais habili-
tados;
• As Vias de Trânsito;
• Lanternas dianteiras e traseiras, luzes indicativas de dire-
• O Ambiente; ção, luz de freio e luz de ré: inspeção visual.
• O Comportamento das pessoas. O hábito da manutenção preventiva e periódica Gera
Vamos examinar separadamente os principais riscos e pe- economia e evita acidentes de trânsito.
rigos. Pneus
Atravessar a rua na faixa é um direito do pedestre. Os pneus têm três funções importantes: impulsionar, frear
Respeite-o. e manter a dirigibilidade do veículo. Confira sempre:
Seu veículo dispõe de equipamentos e sistemas importan- • Calibragem: siga as recomendações do fabricante do
tes para evitar situações de perigo que possam levar a aci- veículo, observando a situação de carga (vazio e carga
dentes, como freios, suspensão, sistema de direção, ilumina- máxima). Pneus murchos têm sua vida útil diminuída, pre-
ção, pneus e outros. judicam a estabilidade, aumentam o consumo de combus-
Outros equipamentos são destinados a diminuir os impac- tível e reduzem a aderência em piso com água.
tos causados em casos de acidentes, como os cintos de se- • Desgaste: o pneu deverá ter sulcos de, no mínimo, 1,6
gurança, o “air-bag” e a carroçaria. milímetros de profundidade. A função dos sulcos é permitir
Manter esses equipamentos em boas condições é impor- o escoamento de água para garantir perfeita aderência ao
tante para que eles cumpram suas funções. piso e a segurança, em caso de piso molhado.
Manutenção Periódica e Preventiva • Deformações na carcaça: veja se os pneus não têm bo-
lhas ou cortes. Estas deformações podem causar um es-
Todos os sistemas e componentes do seu veículo se des- touro ou uma rápida perda de pressão.
gastam com o uso. O desgaste de um componente pode
prejudicar o funcionamento de outros e comprometer a sua • Dimensões irregulares: não use pneus de modelo ou di-
segurança. mensões diferentes das recomendadas pelo fabricante pa-
ra não reduzir a estabilidade e desgastar outros compo-
Isso pode ser evitado, observando a vida útil e a durabili- nentes da suspensão.
dade definida pelos fabricantes para os componentes, dentro
de certas condições de uso. Você pode identificar outros problemas de pneus com fa-
cilidade. Vibrações do volante indicam possíveis problemas
Para manter seu veículo em condições seguras, crie o há- com o balanceamento das rodas. O veículo puxando para um
bito de fazer periodicamente a manutenção preventiva. Ela é dos lados indica um possível problema com a calibragem dos
fundamental para minimizar o risco de acidentes de trânsito. pneus ou com o alinhamento da direção. Tudo isso pode
Respeite os prazos e as orientações do manual do propri- reduzir a estabilidade e a capacidade de frenagem do veículo.
etário e, sempre que necessário, use profissionais habilitados. O VEÍCULO
Uma manutenção feita em dia evita quebras, custos com A estabilidade do veículo também está relacionada
consertos e, principalmente, acidentes. com a Calibragem correta dos pneus.
O VEÍCULO Não se esqueça que todas estas recomendações também
Funcionamento do veículo se aplicam ao pneu sobressalente (estepe), nos veículos em
Você mesmo(a) pode observar o funcionamento de seu que ele é exigido.
veículo, seja pelas indicações do painel, ou por uma inspeção Cinto de segurança
visual simples:
O cinto de segurança existe para limitar a movimentação
• Combustível: veja se o indicado no painel é suficiente para dos ocupantes de um veículo, em casos de acidentes ou
chegar ao destino; numa freada brusca. Nestes casos, o cinto impede que as
pessoas se choquem com as partes internas do veículo ou
• Nível de óleo de freio, do motor e de direção hidráulica:
sejam lançados para fora dele, reduzindo assim a gravidade
observe os respectivos reservatórios, conforme manual do
das possíveis lesões.
proprietário;
Para isso, os cintos de segurança devem estar em boas
• Nível de óleo do sistema de transmissão (câmbio): para condições de conservação e todos os ocupantes devem usá-
veículos de transmissão automática, veja o nível do reser- los, inclusive os passageiros dos bancos traseiros, mesmo as
vatório. Nos demais veículos, procure vazamentos sob o gestantes e as crianças.
veículo;
Faça sempre uma inspeção dos cintos:
• Água do radiador: nos veículos refrigerados a água, veja o
nível do reservatório de água; • Veja se os cintos não têm cortes, para não se romperem
numa emergência;
• Água do sistema limpador de pára-brisa: verifique o reser-
vatório de água; • Confira se não existem dobras que impeçam a perfeita
elasticidade;
• Palhetas do limpador de pára-brisa: troque, se estiverem
ressecadas; • Teste o travamento para ver se está funcionando perfei-
tamente;
• Desembaçador dianteiro e traseiro (se existirem): verifique
se estão funcionando corretamente; • Verifique se os cintos dos bancos traseiros estão disponí-
veis para utilização dos ocupantes.
• Funcionamento dos faróis: verifique visualmente se todos
estão acendendo (luzes baixa e alta); Uso correto do cinto:

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• Ajuste firmemente ao corpo, sem deixar folgas; comprometem o reconhecimento do seu veículo pelos demais
usuários da via;
• A faixa inferior deverá ficar abaixo do abdome, sobretudo
para as gestantes. • Luzes de freio queimadas ou com mau funcionamento (à
noite ou de dia): você freia e isso não é sinalizado aos ou-
DIREÇÃO DEFENSIVA O VEÍCULO tros motoristas. Eles vão ter menos tempo e distância para
• A faixa transversal deve vir sobre o ombro, atravessando o frear com segurança;
peito, sem tocar o pescoço; • Luzes indicadoras de direção (pisca-pisca) queimadas ou
• Não use presilhas. Elas anulam os efeitos do cinto de com mau funcionamento: impedem que os outros motoris-
segurança. tas compreendam sua manobra e isso pode causar aci-
dentes.
Transporte as crianças com até dez anos de idade só no
banco traseiro do veículo, e acomodadas em dispositivo de Verifique periodicamente o estado e o funcionamento das
retenção afixado ao cinto de segurança do veículo, adequado luzes e lanternas.
à sua estatura, peso e idade. Freios
Alguns veículos não possuem banco traseiro. Excepcio- O sistema de freios desgasta-se com o uso do seu veículo
nalmente, e só nestes casos, você poderá transportar crian- e tem sua eficiência reduzida. Freios gastos exigem maiores
ças menores de 10 anos no banco dianteiro, utilizando o cinto distâncias para frear com segurança e podem causar aciden-
de segurança. Dependendo da idade, elas deverão ser colo- tes.
cadas em cadeiras apropriadas, com a utilização do cinto de
segurança. Os principais componentes do sistema de freios são: sis-
tema hidráulico, fluido, discos e pastilhas ou lonas, depen-
Se o veículo tiver “air bag” para o passageiro, é recomen- dendo do tipo de veículo.
dável que você o desligue, enquanto estiver transportando a
criança. Veja aqui as principais razões de perda de eficiência e
como inspecionar:
O cinto de segurança é de utilização individual. Transpor-
tar criança, no colo, ambos com o mesmo cinto, poderá acar- • Nível de fluido baixo: é só observar o nível do reservatório;
retar lesões graves e até a morte da criança.
• Vazamento de fluido: observe a existência de manchas no
As pessoas, em geral, não têm a noção exata do signifi- piso, sob o veículo;
cado do impacto de uma colisão no trânsito.
• Disco e pastilhas gastos: verifique com profissional habili-
Saiba que, segundo as leis da física, colidir com um poste, tado;
ou com um objeto fixo semelhante, a 80 quilômetros por hora,
é o mesmo que cair de um prédio de 9 andares. • Lonas gastas: verifique com profissional habilitado.

Suspensão Quando você atravessa locais encharcados ou com poças


de água, utilizando veículo com freios a lona, pode ocorrer a
A finalidade da suspensão e dos amortecedores é manter perda de eficiência momentânea do sistema de freios. Obser-
a estabilidade do veículo. Quando gastos, podem causar a vando as condições do trânsito no local, reduza a velocidade
perda de controle do veículo e seu capotamento, especial- e pise no pedal de freio algumas vezes para voltar à normali-
mente em curvas e nas frenagens. Verifique periodicamente o dade.
estado de conservação e o funcionamento deles, usando
como base o manual do fabricante e levando o veículo a pes- Nos veículos dotados de sistema ABS (central eletrônica
soal especializado. que recebe sinais provenientes das rodas e que gerencia a
pressão no cilindro e no comando dos freios, evitando o blo-
Direção queio das rodas) verifique, no painel, a luz indicativa de pro-
blemas no funcionamento.
A direção é um dos mais importantes componentes de se-
gurança do veículo, um dos responsáveis pela dirigibilidade. Ao dirigir, evite utilizar tanto as freadas bruscas, como as
Folgas no sistema de direção fazem o veículo “puxar’ para um desnecessárias, pois isto desgasta mais rapidamente os
dos lados, podendo levar o condutor a perder o seu controle. componentes do sistema de freios. É só dirigir com atenção,
Ao frear, estes defeitos são aumentados. Você deve verificar observando a sinalização, a legislação e as condições do
periodicamente o funcionamento correto da direção e fazer as trânsito.
revisões preventivas nos prazos previstos no manual do fabri-
cante, com pessoal especializado. Para frear com segurança é preciso estar atento.

Sistema de Iluminação Mantenha distância segura e freios em bom estado.

O sistema de iluminação de seu veículo é fundamental, O CONDUTOR


tanto para você enxergar bem o seu trajeto, como para ser Como evitar desgaste físico relacionado à maneira de
visto por todos os outros usuários da via e assim, garantir a sentar e dirigir
segurança no trânsito. Sem iluminação, ou com iluminação
A sua posição correta ao dirigir evita desgaste físico e
deficiente, você poderá ser causa de colisão e de outros aci-
contribui para evitar situações de perigo. Siga as orientações:
dentes. Confira e evite as principais ocorrências:
• Dirija com os braços e pernas ligeiramente dobrados,
• Faróis queimados, em mau estado de conservação ou
evitando tensões;
desalinhados: reduzem a visibilidade panorâmica e você
não consegue ver tudo o que deveria; • Apóie bem o corpo no assento e no encosto do banco, o
mais próximo possível de um ângulo de 90 graus;
Ver e ser visto por todos torna o trânsito mais seguro.
• Ajuste o encosto de cabeça de acordo com a altura dos
• Lanternas de posição queimadas ou com defeito, à noite
ocupantes do veículo, de preferência na altura dos olhos;
ou em ambientes escurecidos (chuva, penumbra):

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• Segure o volante com as duas mãos, como os ponteiros Concentração e reflexos diminuem muito com o uso
do relógio na posição de 9 horas e 15 minutos. Assim vo- de álcool e drogas.
cê enxerga melhor o painel, acessa melhor os comandos
Acontece o mesmo se você não dormir ou dormir mal.
do veículo e, nos veículos com “air bag”, não impede o
seu funcionamento; Se você estiver pouco concentrado ou não puder se con-
centrar totalmente na direção, seu tempo normal de reação
• Procure manter os calcanhares apoiados no assoalho do
vai aumentar, transformando os riscos do trânsito em perigos
veículo e evite apoiar os pés nos pedais, quando não os
no trânsito. Alguns dos fatores que diminuem a sua concen-
estiver usando;
tração e retardam os reflexos:
• Utilize calçados que fiquem bem fixos aos seus pés, para
• Consumir bebida alcóolica;
que você possa acionar os pedais rapidamente e com se-
gurança; • Usar drogas;
• Coloque o cinto de segurança, de maneira que ele se • Usar medicamento que modifica o comportamento, de
ajuste firmemente ao seu corpo. A faixa inferior deve pas- acordo com seu médico;
sar pela região do abdome e a faixa transversal passar
sobre o peito e não sobre o pescoço; • Ter participado, recentemente, de discussões fortes com
familiares, no trabalho, ou por qualquer outro motivo;
• Fique em posição que permita enxergar bem as informa-
ções do painel e verifique sempre o funcionamento de sis- • Ficar muito tempo sem dormir, dormir pouco ou dormir
temas importantes como, por exemplo, a temperatura do muito mal;
motor. • Ingerir alimentos muito pesados, que acarretam sonolên-
Uso correto dos retrovisores cia.

Quanto mais você enxerga o que acontece à sua volta en- Ingerir bebida alcoólica ou usar drogas, além de reduzir a
quanto dirige, maior a possibilidade de evitar situações de concentração, afeta a coordenação motora, muda o compor-
perigo. tamento e diminui o desempenho, limitando a percepção de
situações de perigo e reduzindo a capacidade de ação e rea-
Nos veículos com o retrovisor interno, sente-se na posição ção.
correta e ajuste-o numa posição que dê a você uma visão
ampla do vidro traseiro. Não coloque bagagens ou objetos Outros fatores que reduzem a concentração, apesar de
que impeçam sua visão através do retrovisor interno; muitos não perceberem isso:

A posição correta ao dirigir produz menos desgaste • Usar o telefone celular ao dirigir, mesmo que seja vivavoz;
físico e aumenta a sua segurança.
• Assistir televisão a bordo ao dirigir;
Os retrovisores externos, esquerdo e direito, devem ser
ajustados de maneira que você, sentado na posição de dire- • Ouvir aparelho de som em volume que não permita ouvir
ção, enxergue o limite traseiro do seu veículo e com isso os sons do seu próprio veículo e dos demais;
reduza a possibilidade de “pontos cegos” ou sem alcance • Transportar animais soltos e desacompanhados no interior
visual. Se não conseguir eliminar esses “pontos cegos”, antes do veículo;
de iniciar uma manobra, movimente a cabeça ou o corpo para
encontrar outros ângulos de visão pelos espelhos externos, • Transportar, no interior do veículo, objetos que possam se
ou através da visão lateral. Fique atento também aos ruídos deslocar durante o percurso.
dos motores dos outros veículos e só faça a manobra se
Nós não conseguimos manter nossa atenção concentrada
estiver seguro de que não vai causar acidentes.
durante o tempo todo enquanto dirigimos. Constantemente
O problema da concentração: telefones, rádios e outros meca- somos levados a pensar em outras coisas, sejam elas impor-
nismos que diminuem sua atenção ao dirigir tantes ou não.
Como tomamos decisões no trânsito? Force a sua concentração no ato de dirigir, acostumando-
se a observar sempre e alternadamente:
Muitas das coisas que fazemos no trânsito são automáti-
cas, feitas sem que pensemos nelas. Depois que aprendemos • As informações no painel do veículo, como velocidade,
a dirigir, não mais pensamos em todas as coisas que temos combustível, sinais luminosos;
que fazer ao volante. Este automatismo acontece após repe-
tirmos muitas vezes os mesmos movimentos ou procedimen- • Os espelhos retrovisores;
tos. • A movimentação de outros veículos à sua frente, à sua
Isso, no entanto, esconde um problema que está na base traseira ou nas laterais;
de muitos acidentes. Em condições normais, nosso cérebro • A movimentação dos pedestres, em especial nas proximi-
leva alguns décimos de segundo para registrar as imagens dades dos cruzamentos;
que enxergamos. Isso significa que, por mais atento que você
esteja ao dirigir um veículo, vão existir, num breve espaço de • A posição de suas mãos no volante.
tempo, situações que você não consegue observar.
O constante aperfeiçoamento
Os veículos em movimento mudam constantemente de
O ato de dirigir apresenta riscos e pode gerar grandes
posição.
conseqüências, tanto físicas, como financeiras. Por isso,
Por exemplo, a 80 quilômetros por hora, um carro per- dirigir exige aperfeiçoamento e atualização constantes, para a
corre 22 metros, em um único segundo. Se acontecer melhoria do desempenho e dos resultados.
uma emergência, entre perceber o problema, tomar a
Você dirige um veículo que exige conhecimento e habili-
decisão de frear, acionar o pedal e o veículo parar total-
dade, passa por lugares diversos e complexos, nem sempre
mente, vão ser necessários, pelo menos, 44 metros.
conhecidos, onde também circulam outros veículos, pessoas

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e animais. Por isso, você tem muita responsabilidade sobre acostamento, a ilha e o canteiro central. Podem ser urbanas
tudo o que faz no volante. ou rurais (estradas ou rodovias).
É muito importante para você, conhecer as regras de trân- Cada via tem suas características, que devem ser obser-
sito, a técnica de dirigir com segurança e saber como agir em vadas para diminuir os riscos de acidentes.
situações de risco. Procure sempre revisar e aperfeiçoar seus
Fixação da Velocidade
conhecimentos sobre tudo isso.
Todas as nossas atividades exigem aperfeiçoamento e Você tem a obrigação de dirigir numa velocidade compatí-
atualização. vel com as condições da via, respeitando os limites de veloci-
dade estabelecidos.
Viver é um eterno aprendizado.
Embora os limites de velocidade sejam os que estão nas
Dirigindo ciclomotores e motocicletas placas de sinalização, há determinadas circunstâncias mo-
mentâneas nas condições da via – tráfego, condições do
Um grande número de motociclistas precisa alterar urgen- tempo, obstáculos, aglomeração de pessoas – que exigem
temente sua forma de dirigir. Mudar constantemente de faixa, que você reduza a velocidade e redobre sua atenção, para
ultrapassar pela direita, circular em velocidades incompatíveis dirigir com segurança. Quanto maior a velocidade, maior é o
com a segurança, circular entre veículos em movimento e risco e mais graves são os acidentes e maior a possibilidade
sem guardar distância segura têm resultado num preocupante de morte no trânsito.
aumento no número de acidentes envolvendo motocicletas
em todo o país. São muitas mortes e ferimentos graves que O tempo que se ganha utilizando uma velocidade mais
causam invalidez permanente e que poderiam ser evitados, elevada não compensa os riscos e o estresse. Por exemplo, a
simplesmente com uma direção mais segura. Se você dirige 80 quilômetros por hora você percorre uma distância de 50
uma motocicleta ou um ciclomotor, pense nisso e não deixe quilômetros em 37 minutos e a 100 quilômetros por hora você
de seguir as orientações abaixo: vai demorar 30 minutos para percorrer a mesma distância.
Regras de segurança para condutores de motocicletas e Curvas
ciclomotores:
Ao fazermos uma curva, sentimos o efeito da força centrí-
• É obrigatório o uso de capacete de segurança para o fuga, a força que nos “joga” para fora da curva e exige um
condutor e o passageiro; certo esforço para não deixar o veículo sair da trajetória.
Quanto maior a velocidade, mais sentimos essa força. Ela
• É obrigatório o uso de viseiras ou óculos de proteção; pode chegar ao ponto de tirar o veículo de controle, provo-
• É proibido transportar crianças com menos de 7 anos de cando um capotamento ou a travessia na pista, com colisão
idade; com outros veículos ou atropelamento de pedestres e ciclis-
tas.
• É obrigatório manter o farol aceso quando em circulação,
de dia ou de noite; A velocidade máxima permitida numa curva leva em con-
sideração aspectos geométricos de construção da via. Para
• As ultrapassagens devem ser feitas sempre pela esquer- sua segurança e conforto, acredite na sinalização e adote os
da; seguintes procedimentos:
• A velocidade deve ser compatível com as condições e • Diminua a velocidade, com antecedência, usando o freio
circunstâncias do momento, respeitando os limites fixados e, se necessário, reduza a marcha, antes de entrar na
pela regulamentação da via; curva e de iniciar o movimento do volante;
• Não circule entre faixas de tráfego; • Comece a fazer a curva com movimentos suaves e contí-
nuos no volante, acelerando gradativamente e respeitando
• Utilize roupas claras, tanto o condutor quanto o passagei- a velocidade máxima permitida. À medida que a curva for
ro; terminando, retorne o volante à posição inicial, também
• Solicite ao “carona” que movimente o corpo da mesma com movimentos suaves;
maneira que o condutor para garantir a estabilidade nas • Procure fazer a curva, movimentando o menos que puder
curvas; o volante, evitando movimentos bruscos e oscilações na
• Segure o guidom com as duas mãos. direção.

Regras de segurança para ciclomotores: Declives

• O condutor de ciclomotor (veículo de duas rodas, motori- Você percebe que à frente tem um declive acentuado: an-
zados, de até 50 cilindradas) deve conduzir este tipo de tes que a descida comece, teste os freios e mantenha o câm-
veículo pela direita da pista de rolamento, preferencial- bio engatado numa marcha reduzida durante a descida.
mente no centro da faixa mais à direita ou no bordo direito Nunca desça com o veículo desengrenado. Porque, em
da pista sempre que não houver acostamento ou faixa caso de necessidade, você não vai ter a força do motor para
própria a ele destinada; ajudar a parar ou a reduzir a velocidade e os freios podem
não ser suficientes.
• É proibida a circulação de ciclomotores nas vias de trânsi-
to rápido e sobre as calçadas das vias urbanas. Não desligue o motor nas descidas. Com ele desligado, os
freios não funcionam adequadamente, e o veículo pode atingir
Motocicletas são como os demais veículos: devem respei-
velocidades descontroladas. Além disso, a direção poderá
tar os limites de velocidade, manter distância segura, ultra-
travar, se você desligar o motor.
passar apenas pela esquerda e não circular entre veículos.
Ultrapassagem
VIA DE TRÂNSITO
Onde há sinalização proibindo a ultrapassagem, não ultra-
Via pública é a superfície por onde transitam veículos,
passe. A sinalização é a representação da lei e foi implantada
pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o
por pessoal técnico que já calculou que naquele trecho não é
possível a ultrapassagem, porque há perigo de acidente.

Trânsito 96 A Opção Certa Para a Sua Realização


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VIA DE TRÂNSITO Passar por buracos, depressões ou lombadas pode cau-
sar desequilíbrio em seu veículo, danificar componentes ou
Nos trechos onde houver sinalização permitindo a ultra- ainda fazer você perder a dirigibilidade. Ainda você pode
passagem, ou onde não houver qualquer tipo de sinalização, agravar o problema se usar incorretamente os freios ou se
só ultrapasse se a faixa do sentido contrário de fluxo estiver fizer um movimento brusco com a direção.
livre e, mesmo assim, só tome a decisão considerando a
potência do seu veículo e a velocidade do veículo que vai à Ao perceber antecipadamente estas ocorrências na pista,
frente. reduza a velocidade, usando os freios. Mas, evite acioná-los
durante a passagem pelos buracos, depressões e lombadas,
Nas subidas só ultrapasse quando já estiver disponível a porque isso vai aumentar o desequilíbrio de todo o conjunto.
terceira faixa, destinada a veículos lentos. Não existindo esta
faixa, siga as mesmas orientações anteriores, mas considere É proibido e perigoso trafegar pelo acostamento. Ele se
que a potência exigida do seu veículo vai ser maior que na destina a paradas de emergência e ao tráfego de pedestres e
pista plana. ciclistas.
Para ultrapassar, acione a seta para esquerda, mude de Trechos escorregadios
faixa a uma distância segura do veículo à sua frente e só
retorne à faixa normal de tráfego quando puder enxergar o O atrito do pneu com o solo é reduzido pela presença de
veículo ultrapassado pelo retrovisor. água, óleo, barro, areia ou outros líquidos ou materiais na
pista e essa perda de aderência pode causar derrapagens e
Nos declives, as velocidades de todos os veículos são descontrole do veículo.
muito maiores. Para ultrapassar, tome cuidado adicional com
a velocidade necessária para a ultrapassagem. Lembre-se Fique sempre atento ao estado do pavimento da via e pro-
que você não pode exceder a velocidade máxima permitida cure adequar sua velocidade a essa situação. Evite mudanças
naquele trecho da via. abruptas de velocidade e frenagens bruscas, que tornam mais
difícil o controle do veículo nessas condições.
Outros veículos podem querer ultrapassá-lo. Não dificulte
Sinalização
a ultrapassagem, mantendo a velocidade do seu veículo ou
até mesmo reduzindo-a ligeiramente. A sinalização é um sistema de comunicação para ajudar
Não tenha pressa. Aguarde uma condição permitida e você a dirigir com segurança. As várias formas de sinalização
segura para fazer a ultrapassagem. mostram o que é permitido e o que é proibido fazer, advertem
sobre perigos na via e também indicam direções a seguir e
Estreitamento de pista pontos de interesse.
Qualquer estreitamento de pista aumenta riscos. Pontes A sinalização é projetada com base na engenharia e no
estreitas ou sem acostamento, obras, desmoronamento de comportamento humano, independentemente das habilidades
barreiras, presença de objetos na pista, por exemplo, provo- individuais do condutor e do estado particular de conservação
cam estreitamentos. Assim que você enxergar a sinalização do veículo. Por essa razão, você deve respeitar sempre a
ou perceber o estreitamento, redobre sua atenção, reduza a sinalização e adequar o seu comportamento aos limites de
velocidade e a marcha e, quando for possível a passagem de seu veículo.
apenas um veículo por vez, aguarde o momento oportuno,
Calçadas ou Passeios Públicos
alternando a passagem com os outros veículos que vêm em
sentido oposto. As calçadas são para o uso exclusivo de pedestres e só
VIA DE TRÂNSITO podem ser utilizadas pelos veículos para acesso a lotes ou
garagens.
Acostamento
Mesmo nestes casos, o tráfego de veículos sobre a calça-
É uma parte da via, mas diferenciada da pista de rolamen- da deve ser feito com muitos cuidados, para não ocasionar
to, destinada à parada ou estacionamento de veículos em atropelamento de pedestres.
situação de emergência, à circulação de pedestres e de bici-
cletas, neste último caso, quando não houver local apropria- A parada ou estacionamento de veículos sobre as calça-
do. É proibido trafegar com veículos automotores no acosta- das retira o espaço próprio do pedestre, levando-o a transitar
mento, pois isso pode causar acidentes com outros veículos na pista de rolamento, onde evidentemente corre o perigo de
parados ou atropelamentos de pedestres ou de ciclistas. ser atropelado.
Pode ocorrer em trechos da via um desnivelamento do Por essa razão, é proibida a circulação, parada ou estaci-
acostamento em relação à pista de rolamento, um “degrau” onamento de veículos automotores nas calçadas.
entre um e outro. Nestes casos, você deve redobrar sua
Você também deve ficar atento em vias sem calçadas, ou
atenção. Concentre-se no alinhamento da via e permaneça a
quando elas estiverem em construção ou deterioradas, for-
uma distância segura do seu limite, evitando que as rodas
çando o pedestre a caminhar na pista de rolamento.
caiam no acostamento e isso possa causar um descontrole do
veículo. As calçadas ou passeios públicos são espaços do pe-
destre.
Se precisar parar no acostamento, procure um local onde
não haja desnível ou ele esteja reduzido. Se for extremamen- Árvores/vegetação
te necessário parar, primeiro reduza a velocidade, o mais
suavemente possível para não causar acidente com os veícu- Árvores e vegetação nos canteiros centrais de avenidas
los que venham atrás e sinalize com a seta. Após parar o ou nas calçadas podem esconder placas de sinalização. Por
veículo, sinalize com o triângulo de segurança e o pisca- não ver essas placas, os motoristas podem ser induzidos a
alerta. fazer manobras que tragam perigo de colisões entre veículos
ou do atropelamento de pedestres e de ciclistas.
Condições do piso da pista de rolamento
Ao notar árvores ou vegetação que possam estar enco-
Ondulações, buracos, elevações, inclinações ou altera- brindo a sinalização, redobre sua atenção, até reduzindo a
ções do tipo de piso podem desestabilizar o veículo e provo- velocidade, para poder identificar restrições de circulação e
car a perda do controle. com isso evitar acidentes.

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Cruzamentos entre vias Ter os limpadores de pára-brisa sempre em bom estado, o
desembaçador e o sistema de sinalização do veículo funcio-
Em um cruzamento, a circulação de veículos e de pessoas nando perfeitamente aumentam as suas condições de segu-
se altera a todo instante. Quanto mais movimentado, mais rança e o seu conforto nestas ocasiões.
conflito haverá entre veículos, pedestres e ciclistas, aumen-
tando os riscos de colisões e atropelamentos. O estado de conservação dos pneus e a profundidade dos
seus sulcos são muito importantes para evitar a perda de
É muito comum, também, a presença de equipamentos aderência na chuva.
como “orelhões”, postes, lixeiras, banca de jornais e até
mesmo cavaletes com propagandas, junto às esquinas, redu- Aquaplanagem ou hidroplanagem
zindo ainda mais a percepção dos movimentos de pessoas e
veículos. Com água na pista, pode ocorrer a aquaplanagem, que é
a perda da aderência do pneu com o solo. É quando o veículo
Assim, ao se aproximar de um cruzamento, independen- flutua na água e você perde totalmente o controle sobre ele. A
temente de existir algum tipo de sinalização, você deve redo- aquaplanagem pode acontecer com qualquer tipo de veículo e
brar a atenção e reduzir a velocidade do veículo. em qualquer piso.
Lembre-se sempre de algumas regras básicas: Para evitar esta situação de perigo, você deve observar
com atenção a presença de poças de água sobre a pista,
• Se não houver sinalização, a preferência de passagem é mesmo não havendo chuva, e reduzir a velocidade utilizando
do veículo que se aproxima do cruzamento pela direita; os freios, antes de entrar na região empoçada. Na chuva,
• Se houver a placa PARE, no seu sentido de direção, você aumenta a possibilidade de perda de aderência. Neste caso,
deve parar, observar se é possível atravessar e só aí mo- reduza a velocidade e aumente a distância do veículo à sua
vimentar o veículo; frente.

• Numa rotatória, a preferência de passagem é do veículo Quando o veículo estiver sobre poças de água, não é re-
que já estiver circulando na mesma; comendável a utilização dos freios. Segure a direção com
força para manter o controle de seu veículo.
• Havendo sinalização por semáforo, o condutor deverá
fazer a passagem com a luz verde. Sob a luz amarela vo- O estado de conservação dos pneus e a profundidade de
cê deverá reduzir a marcha e parar. Com a luz amarela, seus sulcos são igualmente importantes para evitar a perda
você só deverá fazer a travessia se já tiver entrado no de aderência.
cruzamento ou se esta condição for a mais segura para Piso molhado reduz a aderência dos pneus. Velocidade
impedir que o veículo que vem atrás colida com o seu. reduzida e pneus em bom estado evitam acidentes.
Nos cruzamentos com semáforos, você deve observar Neblina ou cerração
apenas o foco de luz que controla o tráfego da via em que
você está e aguardar o sinal verde antes de movimentar seu Sob neblina ou cerração, você deve imediatamente acen-
veículo, mesmo que outros veículos, ao seu lado, se movi- der a luz baixa do farol (e o farol de neblina se tiver), aumen-
mentem. tar a distância do veículo à sua frente e reduzir a sua veloci-
dade, até sentir mais segurança e conforto. Não use o farol
Cruzamentos são áreas de risco no trânsito. Reduza a ve- alto porque ele reflete a luz nas partículas de água, e reduz
locidade e respeite a sinalização. ainda mais a visibilidade.
Algumas condições climáticas e naturais afetam as condi- Lembre-se que nestas condições o pavimento fica úmido e
ções de segurança do trânsito. Sob estas condições, você escorregadio, reduzindo a aderência dos pneus.
deverá adotar atitudes que garantam a sua segurança e a dos
demais usuários da via Caso sinta muita dificuldade em continuar trafegando, pa-
re em local seguro, como um posto de abastecimento. Em
Chuva virtude da pouca visibilidade, na neblina, geralmente não é
A chuva reduz a visibilidade de todos, deixa a pista mo- seguro parar no acostamento. Use o acostamento somente
lhada e escorregadia e pode criar poças de água se o piso da em caso extremo e de emergência e utilize, nestes casos, o
pista for irregular, não tiver inclinação favorável ao escoamen- pisca-alerta.
to de água, ou se estiver com buracos. Sob neblina, reduza a velocidade e use a luz baixa do
É bom ficar alerta desde o início da chuva, quando a pista, farol.
geralmente, fica mais escorregadia, devido à presença de Vento
óleo, areia ou impurezas.
Ventos muito fortes, ao atingir seu veículo em movimento,
E, tomar ainda mais cuidado, no caso de chuvas intensas, podem deslocá-lo ocasionando a perda de estabilidade e o
quando a visibilidade é ainda mais reduzida e a pista é reco- descontrole, que podem ser causa de colisões com outros
berta por uma lâmina de água podendo aparecer muito mais veículos ou mesmo capotamentos.
poças.
Há trechos de rodovias onde são freqüentes os ventos for-
Nesta situação, redobre sua atenção, acione a luz baixa tes. Acostume-se a observar o movimento da vegetação às
do farol, aumente a distância do veículo à sua frente e reduza margens da via. É uma boa orientação para identificar a força
a velocidade até sentir conforto e segurança. Evite pisar no do vento. Em alguns casos, estes trechos encontram- se
freio de maneira brusca, para não travar as rodas e não deixar sinalizados. Notando movimentos fortes da vegetação ou
o veículo derrapar, pela perda de aderência. Se o seu veículo vendo a sinalização correspondente, reduza a velocidade
tem freios ABS (que não deixa travar as rodas), aplique a para não ser surpreendido e para manter a estabilidade.
força no pedal mantendo-o pressionado até o seu controle
total. Os ventos também podem ser gerados pelo deslocamento
de ar de outros veículos maiores em velocidade, no mesmo
No caso de chuvas de granizo (chuva de pedra), o melhor sentido ou no sentido contrário de tráfego ou até mesmo na
a fazer é parar o veículo em local seguro e aguardar o seu saída de túneis. A velocidade deverá ser reduzida, adequan-
fim. Ela não dura muito nestas circunstâncias. do-se a marcha do motor para diminuir a probabilidade de
desestabilização do veículo.

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Fumaça proveniente de queimadas Em todas estas condições, reduza a velocidade do veícu-
lo, utilize o quebra-sol (pala de proteção interna) ou até mes-
A fumaça produzida pelas queimadas nos terrenos à mar- mo um óculos protetor (óculos de sol) e procure observar uma
gem da via provoca redução da visibilidade. Além disso, a referência do lado direito da pista.
fuligem proveniente da queimada pode reduzir a aderência do
piso. O ofuscamento também poderá acontecer com os motoris-
tas que vêm em sentido contrário, quando são eles que têm o
Nos casos de queimadas, redobre sua atenção e reduza a sol pela frente. Neste caso, redobre sua atenção, reduza a
velocidade. Ligue a luz baixa do farol e, depois que entrar na velocidade para seu maior conforto e segurança e acenda o
fumaça, não pare o veículo na pista, já que com a falta de farol baixo para garantir que você seja visto por eles.
visibilidade, os outros motoristas podem não vê-lo parado na
pista. Nos cruzamentos com semáforos, o sol, ao incidir contra
os focos luminosos, pode impedir que você identifique corre-
Condição de luz
tamente a sinalização. Nestes casos, reduza a velocidade e
A falta ou o excesso de luminosidade podem aumentar os redobre a atenção, até que tenha certeza da indicação do
riscos no trânsito. Ver e ser visto é uma regra básica para a semáforo.
direção segura. Confira como agir: Antes de colocar seu veículo em movimento, verifique as
• Farol Alto ou Farol Baixo Desregulado condições de funcionamento dos equipamentos de uso obri-
gatório, como cintos de segurança, encosto de cabeça, extin-
A luz baixa do farol deve ser utilizada obrigatoriamente à tor de incêndio, triângulo de segurança, pneu sobressalente,
noite, mesmo em vias com iluminação pública. A iluminação limpador de pára-brisa, sistema de iluminação e buzina, além
do veículo à noite, ou em situações de escuridão, por chuva de observar se o combustível é suficiente para chegar ao seu
ou em túneis, permite aos outros condutores, e especialmente local de destino.
aos pedestres e aos ciclistas, observarem com antecedência
o movimento dos veículos e com isso, se protegerem melhor. Tenha, a todo o momento, domínio de seu veículo, dirigin-
do-o com atenção e com os cuidados indispensáveis à segu-
Usar o farol alto ou o farol baixo desregulado ao cruzar rança do trânsito.
com outro veículo, pode ofuscar a visão do outro motorista.
Por isso, mantenha sempre os faróis regulados e, ao cruzar Dê preferência de passagem aos veículos que se deslo-
com outro veículo, acione com antecedência a luz baixa. cam sobre trilhos, respeitadas as normas de circulação.

Quando ficamos de frente a um farol alto ou um farol des- Ao dirigir um veículo de maior porte, tome todo o cuidado
regulado, perdemos momentaneamente a visão (ofuscamen- e seja responsável pela segurança dos veículos menores,
to). pelos não motorizados e pela segurança dos pedestres.

Nesta situação, procure desviar sua visão para uma refe- Reduza a velocidade quando for ultrapassar um veículo de
rência na faixa à direita da pista. transporte coletivo (ônibus) que esteja parado efetuando o
embarque ou desembarque de passageiros
Quando a luz do farol do veículo que vem atrás refletir no
retrovisor interno, ajuste-o para desviar o facho de luz. A OUTRAS REGRAS GERAIS E IMPORTANTES
maioria dos veículos tem este dispositivo. Verifique o manual Veículos de maior porte são responsáveis pela segurança
do proprietário. dos veículos menores.
Recomenda-se o uso da luz baixa do veículo, mesmo du- Aguarde uma oportunidade segura e permitida pela sinali-
rante o dia, nas rodovias. No caso das motocicletas, ciclomo- zação para fazer uma ultrapassagem, quando estiver dirigindo
tores e do transporte coletivo de passageiros, estes últimos em vias com duplo sentido de direção e pista única, nos tre-
quando trafegarem em faixa própria, o uso da luz baixa do chos em curvas e em aclives. Não ultrapasse veículos em
farol é obrigatória. pontes, viadutos e nas travessias de pedestres, exceto se
• Penumbra (ausência de luz) houver sinalização que permita.

A penumbra (lusco-fusco), é uma ocorrência freqüente na Numa rodovia, para fazer uma conversão à esquerda ou
passagem do final da tarde para o início da noite ou do final um retorno, aguarde uma oportunidade segura no acostamen-
da madrugada para o nascer do dia ou ainda, quando o céu to. Nas rodovias sem acostamento, siga a sinalização indicati-
está nublado ou se chove com intensidade. va de permissão.

Mantenha faróis regulados e utilize-os de forma correta. Não freie bruscamente o seu veículo, exceto por razões
de segurança.
Torne o trânsito seguro em qualquer lugar ou circuns-
tância. Não pare seu veículo nos cruzamentos, bloqueando a
passagem de outros veículos. Nem mesmo se você estiver na
Sob estas condições, tão importante quanto ver, é tam- via preferencial e com o semáforo verde para você.
bém ser visto. Ao menor sinal de iluminação precária acenda
o farol baixo. Aguarde , antes do cruzamento, o trânsito fluir e vagar um
espaço no trecho de via à frente.
• Inclinação da Luz Solar
OUTRAS REGRAS GERAIS E IMPORTANTES
No início da manhã ou no final da tarde, a luz do sol “bate
na cara”. O sol, devido à sua inclinação, pode causar ofusca- Use a sinalização de advertência (triângulo de segurança)
mento, reduzindo sua visão. Nem é preciso dizer que isso e o pisca-alerta quando precisar parar temporariamente o
representa perigo de acidentes. Procure programar sua via- veículo na pista de rolamento.
gem para evitar estas condições. Em locais onde o estacionamento é proibido, você deverá
O ofuscamento pode acontecer também pelo reflexo do parar apenas durante o tempo suficiente para o embarque ou
sol em alguns objetos polidos, como garrafas, latas ou pára- desembarque de passageiros. Isso, desde que a parada não
brisas. venha a interromper o fluxo de veículos ou a locomoção de
pedestres.

Trânsito 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Não abra a porta nem a deixe aberta, sem ter a certeza A presença desses gases na atmosfera não é só um pro-
que isso não vai trazer perigo para você ou para os outros blema para cada uma das pessoas, é um problema para toda
usuários da via. Cuide para que os seus passageiros não a coletividade de nosso planeta.
abram ou deixem abertas as portas do veículo.
O monóxido de carbono não tem cheiro, não tem gosto e é
O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do incolor, sendo difícil sua identificação pelas pessoas. Mas é
lado da calçada, exceto no caso do condutor. extremamente tóxico e causa tonturas, vertigens, alterações
no sistema nervoso central e pode ser fatal, em altas doses,
Mantenha a atenção ao dirigir, mesmo em vias com tráfe- em ambientes fechados.
go denso e com baixa velocidade, observando atentamente o
movimento de veículos, pedestres e ciclistas, devido à possi- O dióxido de enxofre, presente na combustão do diesel,
bilidade da travessia de pedestres fora da faixa e a aproxima- provoca coriza, catarro e danos irreversíveis aos pulmões e
ção excessiva de outros veículos, que podem acarretar aci- também pode ser fatal, em doses altas.
dentes.
Os hidrocarbonetos, produtos da queima incompleta dos
Estas situações ocorrem em horários pré-estabelecidos, combustíveis (álcool, gasolina ou diesel), são responsáveis
conhecidos como “horários de pico”. pelo aumento da incidência de câncer no pulmão, provocam
irritação nos olhos, no nariz, na pele e no aparelho respirató-
São os horários de entrada e saída de trabalhadores e rio.
acesso a escolas, sobretudo em pólos geradores de tráfego,
como “shopping centers”, supermercados, praças esportivas, A fuligem, que é composta por partículas sólidas e líqui-
etc. das, fica suspensa na atmosfera e pode atingir o pulmão das
pessoas e agravar quadros alérgicos de asma e bronquite,
Mantenha uma distância segura do veículo da frente. Uma irritação de nariz e garganta e facilitar a propagação de infec-
boa distância permite que você tenha tempo de reagir e acio- ções gripais.
nar os freios diante de uma situação de emergência e haja
tempo também para que o veículo, uma vez freado, pare A poluição sonora provoca muitos efeitos negativos. Os
antes de colidir. principais são: distúrbios do sono, estresse, perda da capaci-
dade auditiva, surdez, dores de cabeça, distúrbios digestivos,
Em condições normais da pista e do clima, o tempo ne- perda de concentração, aumento do batimento cardíaco e
cessário para manter a distância segura é de, aproximada- alergias.
mente, dois segundos.
Preservar o meio ambiente é uma necessidade de toda a
Existe uma regra simples – regra dos dois segundos – que sociedade, para a qual todos devem contribuir. Alguns proce-
pode ajudar você a manter a distância segura do veículo da dimentos contribuem para a redução da poluição atmosférica
frente: e da poluição sonora:
OUTRAS REGRAS GERAIS E IMPORTANTES
• Regule e faça a manutenção periódica do seu motor;
1. Escolha um ponto fixo à margem da via;
• Calibre periodicamente os pneus;
2. Quando o veículo que vai à sua frente passar pelo ponto
fixo, comece a contar; • Não carregue excesso de peso;

3. Conte dois segundos pausadamente. Uma maneira fácil é • Troque de marcha na rotação correta do motor;
contar seis palavras em seqüência “cinqüenta e um, cin- • Evite reduções constantes de marcha, acelerações brus-
qüenta e dois”. cas e freadas excessivas;
4. A distância entre o seu veículo e o que vai à frente vai ser • Desligue o motor numa parada prolongada;
segura se o seu veículo passar pelo ponto fixo após a con-
tagem de dois segundos. • Não acelere quando o veículo estiver em ponto morto ou
parado no trânsito;
5. Caso contrário, reduza a velocidade e faça nova conta-
gem. Repita até estabelecer a distância segura. • Mantenha o escapamento e o silencioso em boas condi-
ções;
Para veículos com mais de 6 metros de comprimento ou
sob chuva, aumente o tempo de contagem: “cinqüenta e um, • Faça a manutenção periódica do equipamento destinado a
cinqüenta e dois, cinqüenta e três”. reduzir os poluentes – catalizador (nos veículos em que é
Evite colisões, mantendo distância segura. previsto).

RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL
Você e o meio ambiente
Preservar o meio ambiente é um dever de toda a socieda-
de. A sujeira jogada na via pública ou nas margens das rodo-
vias estimula a proliferação de insetos e de roedores, o que
Poluição veicular e poluição sonora favorece a transmissão de doenças contagiosas. Outros ma-
A poluição do ar nas cidades é hoje uma das mais graves teriais jogados no meio ambiente, como latas e garrafas plás-
ameaças à nossa qualidade de vida. Os principais causadores ticas levam muito tempo para serem absorvidos pela nature-
da poluição do ar são os veículos automotores. Os gases que za. Custa muito caro para a sociedade manter limpos os es-
saem do escapamento contêm monóxido de carbono, óxidos paços públicos e recuperar a natureza afetada. Por isso:
de nitrogênio, hidrocarbonetos, óxidos de enxofre e material • Mantenha sempre sacos de lixo dentro do veículo. Não
particulado (fumaça preta). jogue lixo na via, nos terrenos baldios ou na vegetação à
A quantidade desses gases depende do tipo e da qualida- margem das rodovias;
de do combustível e do tipo e da regulagem do motor. Quanto • Entulhos devem ser transportados para locais próprios.
melhor é a queima do combustível, ou melhor dizendo, quanto Não jogue entulho nas vias e suas margens;
melhor regulado estiver seu veículo, menor será a poluição.

Trânsito 100 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• Em caso de acidente com transporte de produtos perigo- • Recolhimento do certificado de licenciamento;
sos (químicos, inflamáveis, tóxicos), procure isolar a área
e impedir que eles atinjam rios, mananciais e a flora; • Transbordo do excesso de carga.

• Faça a manutenção, conservação e limpeza do veículo em As penalidades são as seguintes:


local próprio. Não derrame óleo ou descarte materiais na • Advertência por escrito;
via e nos espaços públicos;
• Multa;
• Ao observar situações que agridam a natureza, sujem os
espaços públicos ou que também possam causar riscos • Suspensão do direito de dirigir;
para o trânsito, solicite ou colabore na sua remoção ou
• Apreensão do veículo;
limpeza.
• Cassação do documento de habilitação;
• O espaço público é de todos, faça a sua parte mantendo o
limpo e conservado. • Freqüência obrigatória em curso de reciclagem.
Você e sua relação com o outro Por exemplo, dirigir com velocidade superior à máxima
Na Introdução, falamos sobre o relacionamento das pes- permitida, em mais de 20%, em rodovias, tem como conse-
soas no trânsito. Para melhorar o convívio e a qualidade de qüência, além das penalidades (multa e suspensão do direito
vida, existem alguns princípios que devem ser a base das de dirigir), também o recolhimento do documento de habilita-
nossas relações no trânsito: ção (medida administrativa).
Valores e pontuação de multas
• Dignidade da pessoa humana: Princípio universal do qual
derivam os Direitos Humanos e os valores e atitudes fun- Gravidade Valor Pontos
damentais para o convívio social democrático. Leve R$ 53,20 3
• Igualdade de direitos Média R$ 85,13 4
Grave R$ 127,69 5
É a possibilidade de exercer a cidadania plenamente atra- Gravíssima R$ 191,54 7
vés da eqüidade, isto é, a necessidade de considerar as dife-
renças das pessoas para garantir a igualdade, fundamentan- Infringir as leis de trânsito também é um fator de risco de
do a solidariedade. acidente.

• Participação - É o princípio que fundamenta a mobilização INFRAÇÃO E PENALIDADE


das pessoas para organizar-se em torno dos problemas Se você atingir 20 pontos vai ter sua Carteira Nacional de
de trânsito e suas conseqüências para a sociedade. Habilitação suspensa, de um mês a um ano, a critério da
• Co-responsabilidade pela vida social - Valorizar compor- autoridade de trânsito. Para contagem dos pontos, é conside-
tamentos necessários à segurança no trânsito e à efetiva- rada a soma das infrações cometidas no último ano, a contar
ção do direito de mobilidade a todos os cidadãos. Tanto o regressivamente da data da última penalidade recebida.
Governo quanto a população têm sua parcela de contri- Para algumas infrações, em razão da sua gravidade e
buição para um trânsito melhor e mais seguro. Faça a sua conseqüências, a multa poderá ser multiplicada em 3 ou até
parte. mesmo 5 vezes.
O respeito à pessoa humana e a convivência solidária tor- Recursos
nam o trânsito mais seguro.
Após uma infração ser registrada pelo órgão de trânsito, a NO-
Quando um motorista não cumpre qualquer item da legis- TIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO será encaminhada ao endereço do
lação de trânsito ele está cometendo uma infração, e fica proprietário do veículo. A partir daí, o proprietário poderá indicar o
sujeito às penalidades previstas na Lei. condutor que dirigia o veículo e também encaminhar recurso da
As infrações de trânsito normalmente geram também ris- autuação ao órgão de trânsito.
cos de acidentes. Por exemplo: Não respeitar o sinal verme- A partir da NOTIFICAÇÃO DA PENALIDADE, o proprietá-
lho num cruzamento pode causar uma colisão entre veículos, rio do veículo poderá recorrer à Junta Administrativa de Re-
ou atropelamento de pedestres ou de ciclistas. cursos de Infrações – JARI. Caso o recurso seja indeferido,
As infrações de trânsito são classificadas, pela sua gravi- poderá, ainda, recorrer ao Conselho Estadual de Trânsito –
dade em LEVES, MÉDIAS, GRAVES e GRAVÍSSIMAS. CETRAN (no caso do Distrito Federal ao CONTRANDIFE) e
em alguns casos específicos ao CONTRAN, para avaliação
Penalidades e Medidas Administrativas do recurso em segunda e última instância.
Toda infração é passível de uma penalização. Uma multa, Crime de Trânsito
por exemplo. Algumas infrações, além da penalidade podem
ter uma conseqüência administrativa, ou seja, o agente de Classificam-se as infrações descritas no CTB, em adminis-
trânsito deverá adotar “medidas administrativas”, cujo objetivo trativas, civis e penais. As infrações penais, resultantes de
é impedir que o condutor continue dirigindo em condições ação delituosa, estão sujeitas às regras gerais do Código
irregulares. Penal e seu processamento pelo Código de Processo Penal.
O infrator, além das penalidades impostas administrativamen-
INFRAÇÃO E PENALIDADE te pela autoridade de trânsito, será submetido ao processo
judicial, que, julgado culpado, a pena poderá ser prestação de
As medidas administrativas são:
serviços à comunidade, multa, suspensão do direito de dirigir
• Retenção do veículo; e até detenção.

• Remoção do veículo; Casos mais freqüentes, compreendem o dirigir sem habili-


tação, alcoolizado ou trafegar em velocidade incompatível
• Recolhimento do documento de habilitação (CNH ou Per- com a segurança da via, nas proximidades de escolas, geran-
missão para Dirigir); do perigo de dano, cuja pena poderá ser de detenção de seis

Trânsito 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


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meses a um ano, além de eventual ajuizamento de ação civil Para que servem as técnicas de Primeiros Socorros?
para reparar prejuízos a terceiros.
A maioria das pessoas tem dúvidas sobre como e quan-
O artigo 150 do Código de Trânsito Brasileiro exige que do prestar os primeiros socorros: afinal, ajudar de qualquer
todo condutor que não tenha curso de direção defensiva e jeito prejudica a vítima, não ajudar, significa omissão. Por tudo
primeiros socorros, deverá a eles ser submetido, cabendo ao isso: é preciso aprender a prestar socorro corretamente, e
Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN a sua regula- a melhor maneira é fazer um curso de Primeiros Socor-
mentação. ros.
Por meio da Resolução CONTRAN nº 168, de 14 de de- Atendimento de emergência deve ser prestado sempre
zembro de 2004, em vigor a partir de 19 de junho de 2005, que uma vítima não estiver em condições de cuidar de si
são estabelecidos os currículos, a carga horária e a forma de própria, para evitar que fique em risco de morte enquanto
cumprimento ao disposto no referido artigo 150, existindo três não chega ajuda especializada. Vítimas de acidentes muitas
formas possíveis de cumprimento ao disposto na Lei: vezes ficam entre a vida e a morte, completamente indefesas,
incapazes de cuidar da própria sobrevivência. É nesse mo-
■ Realização do Curso com presença em sala de aula mento que elas necessitam de ajuda imediata, para mantê-
O condutor deverá participar de curso oferecido pelo ór- las vivas e evitar o agravamento da situação.
gão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal Por que aprender as técnicas de Primeiros Socorros
(Detran), ou por entidades por ele credenciadas, obrigando-se
a freqüentar de forma integral 15 horas de aula, sendo 10 O simples fato de notar que a vítima não está respirando,
horas relativas a direção defensiva e 5 horas relativas a pri- por exemplo, faz toda a diferença. Em algumas situações, se
meiros socorros. O fornecimento do certificado de participa- não forem tomadas todas as providências imediatas, a vítima
ção com a freqüência de comparecimento de 100% das aulas provavelmente morrerá antes mesmo do socorro chegar.
poderá ser suficiente para o cumprimento da exigência legal. Exemplos: a vítima não consegue respirar ou apresenta um
grave sangramento.
■ Realização de Curso à Distância – modalidade Ensino a
Distância (EAD) Omissão de Socorro é crime
Curso oferecido pelo órgão executivo de trânsito dos Es- O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro:
tados ou do Distrito Federal (Detran) ou por entidades especi- “Deixar de prestar socorro à vítima de acidente ou pessoa
alizadas por ele credenciadas, conforme regulamentação em perigo iminente, podendo fazê-lo é crime”. A pena é
específica, devidamente homologadas pelo Denatran, com os detenção de 1 a 6 meses ou multa, podendo ser aumentada
requisitos mínimos estabelecidos no Anexo IV da Resolução pela metade se a omissão resultar em lesão corporal grave e
168. até triplicada se resultar em morte.
RENOVAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITA- Importante: A solicitação de ajuda especializada é uma
ÇÃO maneira de prestar socorro à vítima. Mesmo que uma pes-
soa seja só testemunha, de um acidente com vítimas, se tiver
■ Validação de Estudo – forma autodidata condições de prestar auxílio e não o fizer, estará cometendo o
O condutor poderá estudar sozinho, por meio de material crime de omissão de socorro.
didático contendo os conteúdos de direção defensiva e de A omissão de socorro e a falta de pronto atendimento
primeiros socorros. eficiente às vítimas de acidentes de trânsito são as principais
Os condutores que participem de cursos a distância ou causas de mortes ou danos irreversíveis que poderiam ser
que estudem na forma autodidata deverão se submeter a um evitados. Os minutos imediatos após o acidente, são os mais
exame a ser realizado pelo órgão executivo de trânsito dos importantes para garantir recuperações e sobrevivência de
Estados ou do Distrito Federal (Detran), com prova de 30 feridos.
questões, sendo exigido o aproveitamento de no mínimo 70% Quem deve prestar socorro às vítimas
para aprovação.
O Conselho Federal de Medicina recomenda que o socor-
Os condutores que já tenham realizado cursos de direção ro deve ser prestado pela pessoa mais capacitada do momen-
defensiva e de primeiros socorros em órgãos ou instituições to e mais próxima do local do evento de emergência:
oficialmente reconhecidas, poderão aproveitar esses cursos,
desde que o condutor apresente a documentação comproba- 1. Socorrista – é a pessoa tecnicamente capacitada e habili-
tória. tada para, com segurança, avaliar e identificar problemas
que comprometem a vida. Cabe ao socorrista prestar o
adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do pacien-
Primeiros Socorros no trânsito te sem agravar as lesões já existentes. Geralmente é um
bombeiro que trabalha para os serviços de atendimento a
Acidentes acidentes como SAMU, SIATE, etc. O socorrista poderá
Em quaisquer situações ou atividades, as pessoas estão estar acompanhado de um médico treinado em “suporte
expostas a riscos e sujeitas a ferimentos e traumatismos avançado de vida”, capacitado para realizar procedimen-
causados por acidentes. tos avançados.

No trânsito, muitas pessoas morrem ou sofrem danos ir- 2. Médico ou outro profissional de saúde presente no
reversíveis por não receberem os devidos cuidados a tempo local – pode-se, a princípio, estranhar que o socorrista
ou por serem atendidas de forma incorreta. venha antes do médico. Ocorre que nem todos os profis-
sionais de saúde estão devidamente treinados para pres-
Para que se possa realmente ajudar às vítimas de aciden- tar atendimento pré-hospitalar, seja em suporte básico ou
tes, é preciso saber prestar socorro de forma correta e efi- avançado de vida.
caz. Para isso, precisa-se dominar técnicas de Primeiros
Socorros. 3. Pessoas leigas, mas que conheçam noções de Primei-
ros Socorros ou Suporte Básico de Vida – as noções de pri-
Primeiros Socorros são os procedimentos efetuados a meiros socorros são conhecimentos úteis a toda e qual-
uma pessoa cujo estado físico coloca em perigo a sua própria quer pessoa, e podem fazer toda diferença em uma situa-
vida.
Trânsito 102 A Opção Certa Para a Sua Realização
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ção de emergência, para manter a vítima viva enquanto • Enquanto aguarda o socorro, ou nos casos em que não
aguarda por socorro especializado. seja possível contatar uma equipe de resgate, deve-se
Exemplos: proceder à prestação dos primeiros socorros.

1. uma pessoa idosa escorrega no banheiro e, ao cair de • Comece sinalizando o local do acidente, para evitar o
costas, pára de respirar. Obviamente, não haverá tempo agravamento da situação e de modo a dar segurança a
sequer para acionar socorro especializado. O que fazer? quem presta o socorro.
O que não fazer?
• Acione o pisca-alerta dos veículos próximos ao local.
2. uma turma de colegiais adolescentes está fazendo um
passeio em uma trilha da Serra do Mar, fora do alcance do • Defina a melhor colocação do triângulo.
celular. Um dos jovens cai e quebra o braço. O que fazer? • Erga a tampa do capuz e porta-malas dos veículos próxi-
O que não fazer? mos do local.
Você pode estar se perguntando o que esses dois exem-
• Espalhe alguns arbustos ou folhas de árvores no leito da
plos têm a ver com acidentes de trânsito. Estamos muito
via.
habituados a relacionar trânsito com veículos. No entanto, nos
dois exemplos, apesar de estarem caminhando a pé, as pes- Respiração Artificial
soas estavam sem dúvida, transitando.
Pessoas leigas, mas que não tenham noções de Pri-
meiros Socorros – temos que ter em mente que o leigo, ao Chama-se respiração artificial ao processo mecânico
presenciar um acidente ou pessoas em sofrimento, provavel- empregado para restabelecer a respiração que deve ser
mente obedecerá seu instinto natural de solidariedade e tenta- ministrado imediatamente, em todos os casos de asfixia,
rá ajudar. Por não possuir os conhecimentos necessários, mesmo quando houver parada cardíaca. Os casos de asfixia
poderá prejudicar a vítima, mas naquela hora, naquele local, começam com uma parada respiratória e podem evoluir para
provavelmente não haverá ninguém para avisá-lo disso. Este uma parada cardíaca. Garantindo-se a oxigenação pulmonar,
é mais um motivo para disseminar os conhecimentos de Pri- há grande probabilidade de reativação do coração e da
meiros Socorros. respiração.

A Situação de emergência justifica as limitações A respiração artificial só obterá êxito se o paciente for
atendido o mais cedo possível. Não se deve esperar
Outro conceito que poucas pessoas sabem é que a situa- condução para levá-lo a um centro médico ou esperar que o
ção de emergência justifica o atendimento ou a ajuda, mesmo médico chegue. Se o paciente for atendido nos primeiros 2
que essa seja dada de forma limitada, quer seja pelo nível de minutos, a probabilidade de salvamento será de 90%.
conhecimento de quem está ajudando, como também pela portanto, o atendimento deve ser feito de imediato, no próprio
precariedade das condições locais. local do acidente e por qualquer pessoa presente.
Quem sabe o que fazer não perde tempo e poupa segun- Respiração Artificial Boca-a-Boca
dos preciosos, que salvam vidas.
Como o nome indica, trata-se de uma técnica simples em
http://www.portaldotransito.com.br/seguranca/texto13.asp que o socorrista procura apenas encher os pulmões do aci-
dentado, soprando fortemente em sua boca.
PRIMEIROS SOCORROS
Para garantir a livre entrada de ar nas vias respiratórias a
Os primeiros minutos depois de um acidente de trânsito
cabeça do acidentado tem que estar na Posição adequada.
podem ser determinantes no destino das vítimas. E preciso
Importante: o pescoço deve ser erguido e flexionado para
agir rápido, prestando de imediato os primeiros socorros aos
trás.
acidentados. Por outro lado, um atendimento de emergência
mal feito pode comprometer ainda mais a saúde das vítimas. Em seguida, com ajuda dos polegares, deve-se abrir a bo-
ca do socorrido. Feito isso, inicie o contato boca-a-boca, des-
Sempre que possível, deve-se deixar que o socorro seja
crito a seguir:
prestado por uma equipe especializada. Nas principais cida-
des brasileiras, um serviço ágil vem sendo prestado pela - Mantendo a cabeça da vítima para trás, aperte as narinas
Emergência do Corpo de Bombeiros, que atende através do para evitar que o ar escape.
telefone número 193. Em alguns casos, a equipe chega ao
local do acidente em 3 minutos. E composta por socorristas e - Coloque a boca aberta sobre a boca do paciente, e sopre
paramédicos bem preparados. O equipamento inclui ambu- com forca até notar a expansão do peito a vítima.
lâncias de UTI móvel e até helicópteros em alguns casos. - Afaste a boca para permitir a expulsão do ar e o esvazia-
Portanto, ao presenciar um acidente tome as seguin- mento dos pulmões do acidentado.
tes providências: - Repita a manobra quantas vezes for necessário, procu-
rando manter um ritmo de 12 respirações por minuto.
• Ligue para 193 de qualquer telefone, aparelho celular ou
orelhão (não é preciso ficha). - Em casos de asfixia por gases ou outros tóxicos, não é
aconselhável usar o método boca-a-boca, pelo perigo de
• Informe com precisão o local do acidente e os veículos envenenamento do próprio socorrista.
envolvidos. Informe sobre as condições de trânsito no lo-
cal. - Em casos de ferimento nos lábios, pratique o método
boca-a-nariz. Esse método é quase igual ao boca-a-boca,
• Tranqüilize as vítimas que estiverem conscientes infor- com a diferença de exigir o cuidado de fechar a boca do
mando que o socorro já está a caminho. acidentado enquanto se sopra por suas narinas.
• Preste os primeiros socorros que estiverem ao seu alcan- Hemorragia
ce até a chegada da equipe de resgate.
Hemorragia é a perda de sangue por rompimento de um
vaso que tanto pode ser uma veia quanto uma artéria. Qual-
quer hemorragia deve ser controlada imediatamente. Hemor-

Trânsito 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ragias abundantes podem levar a vítima à morte em 3 ou 5 Fraturas
minutos se não foram controladas. EM CASO DE HEMOR-
RAGIA NÃO PERCA TEMPO! Há dois tipos de fraturas:

Para estancar a hemorragia: • Fratura Fechada: quando o osso quebrado não aparece
na superfície.
- Aplique uma compressa limpa de pano, lenço, toalha ou
gaze sobre o ferimento e pressione com firmeza. • Fratura Aberta: o osso aparece na superfície corporal,
Use uma tira de pano, atadura, gravata ou cinta para man- pelo rompimento da carne e da pele.
ter a compressa firme no lugar; PARADA CARDÍACA
- Se o ferimento for pequeno estanque a hemorragia com o SINTOMAS MAIS COMUNS:
dedo, pressionando-o fortemente sobre o corte;
• Respiração extremamente curta, falta de ar
- Se o ferimento for em uma artéria, ou em um membro,
pressione a artéria acima do ferimento para interromper a • Agitação e expressão de agonia
circulação, de preferência apertando-a contra o osso;
• Dor na parte superior do abdome
- Se o ferimento for no antebraço, flexione o cotovelo da
vítima, e coloque junto à sua articulação um objeto duro • Dor no peito, às vezes estendendo-se pelos braços ou
para interromper a circulação; para o pescoço e a cabeça

- Quando o ferimento for nos membros inferiores, pressione • Suores, palidez e enjôo
a virilha ou a face interna das coxas, no trajeto da artéria • É possível que o paciente tussa, provocando a saída de
femural. Flexione o joelho da vítima antes colocando um um líquido espumante e rosado pela boca
objeto duro no ponto de flexão.
PROVIDÊNCIAS:
- Em caso de hemorragia abundante em braços ou pernas,
aplique um torniquete, sobretudo se houve amputação - Procure um profissional de saúde COM URGÊNCIA
parcial pelo acidente.
- Ajude o paciente a tomar a posição que lhe seja mais
O torniquete pode ser improvisado com um pano re- confortável (geralmente é uma posição entre sentado e
sistente, uma borracha ou um cinto. Aja da seguinte ma- deitado)
neira:
- Desaperte-lhe a roupa - cinto, colarinho, gravata etc.
1) Faça um nó e enfie um pedaço de madeira entre as pon-
tas, aplicando outros nós para fixá-lo. - Cubra-o para não sentir frio. Mas não exagere a ponto de
provocar suores
2) Faça uma torção do graveto de madeira até haver pressão
suficiente da atadura para interromper a circulação. - Mantenha o doente calmo

3) Fixe o torniquete com outra atadura e marque o tempo de - Sugira ao paciente respirar profunda e lentamente, exa-
interrupção da circulação. Atenção: não use arame ou fios lando pela boca
finos. - Indague do doente se já teve outros ataques ou está em
4) Deixe o torniquete exposto. Não o cubra. tratamento médico

Marque o tempo de interrupção da circulação. A cada 15 - Veja se o doente traz nos bolsos remédios de urgência
minutos, desaperte o torniquete com cuidado. Se a - Aplique-os, seguindo as instruções que acompanham os
hemorragia parar, deixa-se o torniquete no lugar, porem mesmos, desde que a vítima esteja consciente
frouxo, de forma que possa ser apertado no caso de o sangue
voltar. NÃO TENTE LEVANTAR OU CARREGAR A VÍTIMA SEM
AUXÍLIO DE OUTRAS PESSOAS OU SUPERVISÃO MÉDI-
Se o paciente tiver sede, deve-se dar-lhe de beber, exceto CA.
se houver lesão no ventre ou se estiver inconsciente. Se as
extremidades dos dedos da vítima começarem a ficar roxea- NÃO DÊ NADA DE BEBER AO PACIENTE SEM O CON-
das e frias , afrouxe um Pouco o torniquete. Mas apenas pelo SENTIMENTO MÉDICO.
tempo suficiente para restabelecer um pouco o fluxo sanguí- NÃO ENCONTRANDO UM PROFISSIONAL DE SAÚDE,
neo. Depois volte a apertar o torniquete. LEVE O DOENTE URGENTEMENTE AO HOSPITAL MAIS
Hemorragia Nasal PRÓXIMO TRANSPORTANDO-O COM OS DEVIDOS CUI-
DADOS.
Em acidentes de trânsito é comum que a cabeça do con-
dutor ou de um passageiro se choque contra o painel ou outro
obstáculo, sobretudo quando não se usa o cinto de seguran-
ça. 4 Noções de meio ambiente.
O resultado, frequentemente, é a hemorragia nasal. Se o Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social
sangue começa a jorrar pelo nariz, é preciso fazer alguma (Fonte: Denatran - Ministério das Cidades, maio de 2005)
coisa.
Poluição veicular e poluição sonora
Tome os seguintes cuidados:
A poluição do ar nas cidades é hoje uma das mais graves
Ponha o paciente sentado, com a cabeça voltada para trás ameaças à nossa qualidade de vida. Os principais causadores
e aperte-lhe as narinas durante uns 4 ou 5 minutos da poluição do ar são os veículos automotores. Os gases que
Se a hemorragia persistir, coloque um tampão com gaze saem do escapamento contêm monóxido de carbono, óxidos
ou algodão dentro das narinas. Além disso aplique um ano de nitrogênio, hidrocarbonetos, óxidos de enxofre e material
umedecido sobre o nariz particulado (fumaça preta).

Se houver gelo, uma compressa pode ajudar muito

Trânsito 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A quantidade desses gases depende do tipo e da qualida- • Faça a manutenção, conservação e limpeza do veículo
de do combustível e do tipo e da regulagem do motor. Quanto em local próprio. Não derrame óleo ou descarte materiais na
melhor é a queima do combustível, ou melhor dizendo, quanto via e nos espaços públicos;
melhor regulado estiver seu veículo, menor será a poluição.
• Ao observar situações que agridam a natureza, sujem os
A presença desses gases na atmosfera não é só um pro- espaços públicos ou que também possam causar riscos para o
blema para cada uma das pessoas, é um problema para toda trânsito, solicite ou colabore na sua remoção ou limpeza.
a coletividade de nosso planeta.
• O espaço público é de todos, faça a sua parte mantendo-
O monóxido de carbono não tem cheiro, não tem gosto e é o limpo e conservado.
incolor, sendo difícil sua identificação pelas pessoas. Mas é
Você e sua relação com o outro
extremamente tóxico e causa tonturas, vertigens, alterações
no sistema nervoso central e pode ser fatal, em altas doses, Na Introdução, falamos sobre o relacionamento das pesso-
em ambientes fechados. as no trânsito. Para melhorar o convívio e a qualidade de vida,
existem alguns princípios que devem ser a base das nossas
O dióxido de enxofre, presente na combustão do diesel,
relações no trânsito:
provoca coriza, catarro e danos irreversíveis aos pulmões e
também pode ser fatal, em doses altas. Os hidrocarbonetos, • Dignidade da pessoa humana Princípio universal do qual
produtos da queima incompleta dos combustíveis (álcool, ga- derivam os Direitos Humanos e os valores e atitudes funda-
solina ou diesel), são responsáveis pelo aumento da incidência mentais para o convívio social democrático.
de câncer no pulmão, provocam irritação nos olhos, no nariz, • Igualdade de direitos É a possibilidade de exercer a ci-
na pele e no aparelho respiratório. dadania plenamente através da eqüidade, isto é, a necessida-
A fuligem, que é composta por partículas sólidas e líquidas, de de considerar as diferenças das pessoas para garantir a
fica suspensa na atmosfera e pode atingir o pulmão das pes- igualdade, fundamentando a solidariedade.
soas e agravar quadros alérgicos de asma e bronquite, irrita- • Participação É o princípio que fundamenta a mobilização
ção de nariz e garganta e facilitar a propagação de infecções das pessoas para organizar-se em torno dos problemas de
gripais. trânsito e suas conseqüências para a sociedade.
A poluição sonora provoca muitos efeitos negativos. Os • Co-responsabilidade pela vida social Valorizar compor-
principais são: distúrbios do sono, estresse, perda da capaci- tamentos necessários à segurança no trânsito e à efetivação
dade auditiva, surdez, dores de cabeça, distúrbios digestivos, do direito de mobilidade a todos os cidadãos. Tanto o Governo
perda de concentração, aumento do batimento cardíaco e quanto a população têm sua parcela de contribuição para um
alergias. trânsito melhor e mais seguro. Faça a sua parte.
Preservar o meio ambiente é uma necessidade de toda a
sociedade, para a qual todos devem contribuir. Alguns proce- PROVA SIMULADA
dimentos contribuem para a redução da poluição atmosférica e
da poluição sonora: 01. (CRO/PI 2008) De acordo com resolução do CONTRAN,
• Regule e faça a manutenção periódica do seu motor; o Exame de Aptidão Física e Mental será exigido quando
da:
• Calibre periodicamente os pneus;
I. obtenção da ACC e da CNH;
• Não carregue excesso de peso; II. renovação da ACC e das categorias da CNH;
III. adição e mudança de categoria;
• Troque de marcha na rotação correta do motor;
IV. substituição do documento de habilitação obtido em
• Evite reduções constantes de marcha, acelerações brus- país estrangeiro.
cas e freadas excessivas; V. por solicitação do perito examinador.
• Desligue o motor numa parada prolongada; Assinale:
A) se apenas I, II e III são corretas
• Não acelere quando o veículo estiver em ponto morto ou B) se apenas I, II, III e V são corretas
parado no trânsito; C) se apenas I, II, III e IV são corretas.
• Mantenha o escapamento e o silencioso em boas condi- D) se apenas I, II e VI são corretas.
ções; E) se apenas I, III e V são corretas

• Faça a manutenção periódica do equipamento destinado 02. Julgue as proposições seguintes, marcando V, se Correta
a reduzir os poluentes – catalisador (nos veículos em que é e F, se incorreta:
previsto). ( ) No que trata da delimitação do comprimento da vaga
Você e o meio ambiente balizada para o Exame Prático de Direção Veicular, em
veículo de quatro ou mais rodas, se o veículo em que for
A sujeira jogada na via pública ou nas margens das rodovi- realizado o Exame tem comprimento L, a distância entre
as estimula a proliferação de insetos e de roedores, o que as duas balizas deve ser L + 40% (quarenta por cento) de
favorece a transmissão de doenças contagiosas. Outros mate- L.
riais jogados no meio ambiente, como latas e garrafas plásti- ( ) O candidato à obtenção da Autorização da Carteira Naci-
cas levam muito tempo para serem absorvidos pela natureza. onal de Habilitação – CNH deverá obrigatoriamente pos-
Custa muito caro para a sociedade manter limpos os espaços suir Cadastro de Pessoa Física – CPF.
públicos e recuperar a natureza afetada. Por isso: ( ) O candidato à adição ou à mudança de categoria na sua
• Mantenha sempre sacos de lixo dentro do veículo. Não CNH, somente poderá prestar exame de Prática de Dire-
jogue lixo na via, nos terrenos baldios ou na vegetação à mar- ção Veicular depois de cumprida carga horária de 15
gem das rodovias; (quinzE) horasaula de práticas, em veículo da categoria
na qual esteja sendo adicionada ou da categoria para a
• Entulhos devem ser transportados para locais próprios. qual esteja mudando.
Não jogue entulho nas vias e suas margens; ( ) O tempo máximo permitido para colocação de veículos
• Em caso de acidente com transporte de produtos perigo- em espaço delimitado por balizas, para as quatro tentati-
sos (químicos, inflamáveis, tóxicos), procure isolar a área e vas, será de 3 (três) a 6 (seis) minutos para categoria “C”
impedir que eles atinjam rios, mananciais e a flora; e “D”.

Trânsito 105 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
() O tempo máximo permitido para colocação de veículos B) se apenas as proposições I, II e IV são corretas.
em espaço delimitado por balizas, para as três tentativas, C) se apenas a proposição I é correta.
será de 6 (seis) a 9 (novE) minutos para categoria “E”. D) se apenas as proposições I, II e III são corretas.
De cima para baixo, a seqüência correta será: E) se todas as proposições são corretas
A) VVVFV
B) FVVVF 07. O automóvel de Astrobaldo Ferreira, conduzindo por ele
C) FVVFV mesmo, na BR-343, entre Amarante e Floriano, apresen-
D) VVVVF ta pane e é obrigado a parar ao longo da rodovia, ficando
E) FVVFF imobilizado Neste caso, o condutor deverá acionar de
imediato as luzes de advertência (pisca-alertA), providen-
03. Conforme determina a Resolução nº 205/2006- ciando a colocação do triângulo de sinalização ou equi-
CONTRAN, são documentos de porte obrigatório do con- pamento similar à distância mínima de:
dutor do veículo: A) 10 metros da parte traseira do veículo.
A) Certificado de Registro e Licenciamento Anual - CRLV, B) 40 metros da parte traseira do veículo.
no original, ou cópia autenticada pela repartição de trânsi- C) 20 metros da parte traseira do veículo.
to que o expediu D) 15 metros da parte traseira do veículo.
B) Autorização para Conduzir Ciclomotor - ACC, Permissão E) 30 metros da parte traseira do veículo.
para Dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação - CNH,
no original; 08. Sobre os critérios para aplicação de películas nas áreas
C) Carteira Nacional de Habilitação – CNH, no original, ou envidraçadas dos veículos automotores, de acordo com o
cópia autenticada pela repartição de trânsito que o expe- inciso III, do artigo 111 do Código de Trânsito Brasileiro –
diu; CTB, a transmissão luminosa não poderá ser inferior a
D) Comprovante de pagamento do Seguro Obrigatório de 75% para os vidros incolores dos pára-brisas e 70% para
Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de os pára-brisas coloridos e demais vidros indispensáveis à
Vias Terrestres- DPVAT, exclusivamente no original. dirigibilidade do veículo. Para os vidros que não interfe-
E) As alternativas B e D estão corretas rem nas áreas envidraçadas indispensáveis à dirigibilida-
de do veículo, a transparência não poderá ser inferior a
04. Assinale a alternativa INCORRETA: 28%.
Referente aos limites de pesos e dimensões para circula- Na ordem do texto, as lacunas devem ser preenchidas
ção de veículos em vias terrestres é imperativo observar: pelos valores:
A) As dimensões autorizadas para veículos, com ou sem A) 75%, 75%, 50%
carga, são: largura máxima de 2,60m e altura máxima de B) 75%, 70%, 50%
4,40m C) 75%, 70%, 28%
B) comprimento total máximo de veículos não-articulados é D) 75%, 75%, 28%
de 14,00 metros. E) 70%, 70%, 50%
C) o comprimento total máximo de veículos não-articulados
de transporte coletivo urbano de passageiros que possu- 09. A sinalização horizontal é classificada em, EXCETO:
am 3º eixo de apoio direcional é de 15,00 metros; A) marcas longitudinais;
D) o comprimento total máximo de veículos articulados de B) marcas transversais;
transporte coletivo de passageiros é 18,60 metros; C) marcas de canalização;
E) nas superfícies das vias públicas, o peso bruto total D) inscrições de delimitação de parada;
máximo para veículo não articulado é de 45 toneladas. E) inscrições no pavimento.

05. Considerando o que dispõe o §7º do ART. 257 que rege 10. De acordo com o anexo I da Resolução 168/04 do Con-
o trânsito no Brasil; não sendo imediata a identificação selho Nacional de Trânsito, para conduzir veículos auto-
do infrator, conforme dispõe Resolução do CONTRAN, o motores e elétricos utilizados em transporte de carga, cu-
proprietário do veículo terá o prazo máximo de quantos jo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilo-
dias, após a notificação da situação, para não ser consi- gramas [tratores, máquinas agrícolas e de movimentação
derado responsável pela infração? de cargas, motor–casa, combinação de veículos em que
A) 20 dias a unidade acoplada, reboque, semi-reboque ou articula-
B) 10 dias da, não exceda a 6 000 kg de PBT], um motorista deverá
C) 30 dias estar habilitado, no mínimo, na categoria
D) 15 dias A) “A”.
E) 05 dias B) “B”.
C) “C”.
06. Julgue as seguintes proposições, referentes ao que D) “D”.
estabelece o CTB. E) “E”.
I. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar
capacete de segurança com viseira ou óculos de prote- 11. Se transitar com o veículo em calçadas, passeios, passa-
ção e vestuário de acordo com as normas e especifica- relas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamen-
ções aprovadas pelo CONTRAN, implica infração gravís- tos, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento,
sima; acostamentos, marcas de canalização, gramados e jar-
II. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor transportan- dins públicos, um motorista comete uma infração gravís-
do passageiro sem o capacete de segurança implica a sima e poderá ter como penalidade multa (três vezes) no
penalidade de multa e suspensão do direito de dirigir. valor de R$ 574,62. Sendo assim, a anotação em seu
III. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor com os prontuário indicará:
faróis apagados implica em infração grave. A) 1 ponto.
IV. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor transportan- B) 2 pontos.
do carga incompatível com suas especificações implica C) 5 pontos.
infração média, cuja penalidade é multa. D) 7 pontos.
Assinale: E) 21 pontos.
A) se apenas as proposições I e II são corretas.

Trânsito 106 A Opção Certa Para a Sua Realização


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12. Assinale a alternativa que completa corretamente as B) o eixo piloto trabalhará com folga.
lacunas. C) não haverá controle de lubrificação.
Por permitir, confiar ou entregar a direção de veículo au- D) a compressão do motor ficará irregular.
tomotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada E) não terá alimentação de combustível.
ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, 17. O conjunto responsável por ligar o câmbio com o motor,
por seu estado de saúde, física ou mental, ou por proporcionando saídas suaves e que facilitam as trocas
_______________, não esteja em condições de conduzi- de marchas, é conhecido como
lo com segurança, o condutor poderá ser penalizado com A) árvore de manivela e mancal.
detenção de _________________, ou multa. B) platô e disco.
A) embriaguez … seis meses a um ano C) eixo homocinéticas e mancal.
B) surdez … um ano e cinco meses D) satélites e planetárias.
C) fadiga … dois meses E) carda e pinhão.
D) mal-estar … cinco meses
E) insônia … dois anos 18. Conjunto responsável por controlar a velocidade das
rodas em terrenos irregulares e nas curvas, não podendo
13. A figura mostra dois veículos trafegando por uma via receber trancos nas trocas de marchas, principalmente
devidamente sinalizada. Caso o condutor de um dos veí- nas curvas, é conhecido como:
culos passe pelo local a 100 km/h, sendo que a velocida- A) diferencial.
de máxima permitida é de 70 km/h, cometerá uma infra- B) embreagem.
ção C) carda.
D) bielas.
E) virabrequim.

19. A figura mostra um conjunto da suspensão que deverá


ser inspecionada periodicamente. Para analisar a situa-
ção do amortecedor, um motorista deverá verificar

A) levíssima.
B) leve.
C) média.
D) grave.
E) gravíssima.

14. Se estacionar veículo em aclive ou declive, não estando


devidamente freado e sem calço de segurança, quando A) a cor do lado externo da peça.
se tratar de veículo com peso bruto total superior a três B) a folga da manga de eixo e bandeja.
mil e quinhentos quilogramas, um condutor cometerá C) as oscilações irregulares da carroceria.
uma infração ________ e terá como medida administrati- D) os calços do disco de freio, se estão finos.
va a ______________. E) o excesso de folga do pivô.
A) média ... retenção do veículo
B) leve ... remoção do veículo 20. Em caso de fumaça na rodovia, dificultando a visibilidade,
C) grave ... remoção do veículo o condutor deve:
D) gravíssima ... retenção do veículo A) Conduzir o veículo com os vidros fechados.
E) média ... remoção do veículo B) Diminuir a velocidade antes de chegar a fumaça.
C) Nunca parar o veiculo.
15. De acordo com a Resolução 168/04, para conduzir veícu- D) Sinalizar com pisca - alerta.
lo de transporte Coletivo de Passageiros, um condutor E) Todas as alternativas estão corretas.
deverá participar de Curso de Especialização para Con-
dutores de Veículos, com carga horária de 21. Quais são os componentes do sistema de rodas:
A) 50 horas–aulas. A) Roda e aro.
B) 45 horas–aulas. B) Coletor e tubulação.
C) 40 horas–aulas. C) Colunas de reforços.
D) 35 horas–aulas. D) Aro, parafusos e roda.
E) 30 horas–aulas. E) Disco de freio e pastilhas.

16. A figura mostra um comando de válvulas instalado na 22. As infrações de Trânsito definem-se em:
maioria dos veículos automotores. Caso uma das válvu- A) Gravíssima, média, leve e levíssima.
las venha a trabalhar irregularmente, com folga, o moto- B) Gravíssima, média, mediana e leve.
rista poderá perceber que C) Gravíssima, grave, média e leve.
D) Grave, média, leve e suave.
E) Gravíssima, mediana, leve e levíssima.

23. Ultrapassagem forçada é considerada infração:


A) Média.
B) Grave.
C) Gravíssima.
D) Leve.
A) a ventilação do motor não funcionará.

Trânsito 107 A Opção Certa Para a Sua Realização


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E) Mediana. A) Apenas a utilização das vias por pessoas e veículos para
fins de circulação.
24. O monóxido e carbono, é um gás: B) A utilização das vias por pessoas e veículos em grupos,
A) Letal. para fins de operação de carga ou descarga.
B) Tóxico. C) A utilização das vias apenas por veículos em grupo, para
C) Não tóxico. fins de circulação.
D) Incolor e inodoro. D) A utilização das vias por qualquer tipo de veículos, ape-
E) Reagente com água nas para fins de circulação.
E) A utilização das vias por pessoas, veículos e animais,
25. Nas vias locais, onde não existe sinalização, a velocidade isolados ou em grupos conduzidos ou não, para fins de
máxima será de: circulação, parada, estacionamento e operação de carga
A) 60 km/h ou descarga.
B) 40 km/h
C) 80 km/h 33. Em relação aos procedimentos que devem ser adotados
D) 30 km/h aos veículos mais lentos quando em fila, assinale a alter-
E) 50 km/h nativa CORRETA.
A) Normal, igual aos demais veículos.
26. Nas vias que não tenham iluminação, o motorista deve: B) Mantendo-se a distância suficiente entre si, para permitir
A) Manter a luz alta sempre. que veículos que os ultrapassem possam se intercalar na
B) Manter a luz alta, trocando pra luz baixa ao cruzar com fila com segurança.
outro veículo ou quando estiver seguindo outro. C) Mantendo-se a distância de 50 metros entre os veículos.
C) Manter sempre a luz baixa. D) Mantendo-se a velocidade de 10 quilômetros.
D) Usar o pisca - alerta. E) Devem deslocar-se para a faixa direita, sem acelerar a
E) Todas as alternativas estão corretas. marcha.

27. Rodovia é uma via rural quando: 34. Em que situação, o condutor NÃO poderá ultrapassar
A) Não pavimentada. veículos?
B) Pavimentada. A) Em vias de sentido único.
C) Não totalmente pavimentada. B) Nos trechos em curvas.
D) Pavimentada com cascalho. C) Nas pontes, nos viadutos e nas travessias de pedestres,
E) Todas as alternativas estão corretas, pois uma rodovia exceto quando houver sinalização, permitindo a passa-
pode ser pavimentada ou não. gem.
28. O candidato a condutor de veículo motorizado para o D) Em aclives.
transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito lu- E) Em local de embarque ou de desembarque de passagei-
gares, excluído o motorista, deverá habilitar-se ros.
A) na categoria A.
B) na categoria E. 35. Assinale a alternativa CORRETA.
C) na categoria D. A) Nas vias não iluminadas, o condutor deve usar luz alta,
D) na categoria B. exceto, ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo.
E) na categoria C. B) O condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizan-
do luz alta durante a noite e durante o dia, nos túneis
29. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita para providos de iluminação pública.
aguardar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à es- C) A troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por
querda, onde não houver local apropriado para manobra curto período de tempo, tem como único objetivo a inten-
de retorno, constitui ção de cortar o veículo da frente.
A) Infração leve. D) Durante neblina ou chuva forte, o condutor manterá,
B) Infração média. obrigatoriamente, a luz alta do veículo.
C) Infração grave. E) O condutor utilizará luz alta em situações de imobilização
D) Infração gravíssima. e emergência.
E) Infração gravíssima com apreensão de carteira.
36. Nos termos da Resolução n º 205/2006, do Conselho
30. É considerada uma infração leve: Nacional de Trânsito - CONTRAN, é(são) documentos de
A) transitar com placas irregulares; porte obrigatório do condutor do veículo:
B) usar corda para rebocar veículo; A) apenas a Carteira de Habilitação, original.
C) dirigir falando ao celular ou com fone de ouvido; B) autorização para conduzir ciclomotor - ACC, Permissão
D) dirigir calçando chinelos; para Dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação, CNH, no
E) buzinar em local ou horário não permitido. original e o Certificado de Registro e Licenciamento Anu-
al, no original.
(Prefeitura Municipal De Arcoverde) C) permissão para Dirigir ou Carteira Nacional de Habilita-
ção (cópia autenticada ou original).
31. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, instituiu o D) o Certificado de Registro e Licenciamento Anual e a
Código Nacional de Trânsito, que rege o trânsito identidade do condutor, desde que autenticados.
A) de todas as vias privadas do território nacional. E) todos os que identifiquem o veículo e o condutor em
B) das vias aéreas, marítimas e terrestres brasileiras. cópias reprográficas.
C) apenas das vias urbanas do território nacional.
D) de qualquer natureza nas vias terrestres do território 37. Na inspeção de Segurança Veicular, um dos equipamen-
nacional. tos obrigatórios a ser inspecionado é(são)
E) de qualquer natureza nas vias públicas de cada cidade. A) pneu para chuva.
B) rádio toca-fitas.
32. Referente ao conceito de Trânsito, assinale a alternativa C) farol de milha.
CORRETA. D) buzina.
E) bancos dianteiros.

Trânsito 108 A Opção Certa Para a Sua Realização


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38. Ao deixar de usar o cinto de segurança, o condutor incor-


re numa infração
A) grave, passível de retenção do veículo até a colocação
do cinto pelo infrator, apenas.
B) grave, passível de multa e retenção do veículo até a 44. A placa que determina “Siga em Frente ou à Direita” é:
colocação do cinto pelo infrator.
C) gravíssima, passível de retenção do veículo, apenas.
D) gravíssima, passível de multa, apenas.
E) leve, passível de multa e retenção do veículo.

39. João Antônio, proprietário de um automóvel ano 2000, na


cor preta, modelo luxo, deseja realizar algumas altera-
ções no seu veículo. De acordo com o Código Nacional
de Trânsito, marque a alternativa, que, mediante prévia
autorização de autoridade competente, João Antônio po-
derá modificar. 45. Numa via arterial, onde não existir sinalização regulamen-
A) Cor e chassis. tadora, a velocidade máxima permitida é de:
B) Eixo suplementar e combustível. A) vinte quilômetros por hora (20 km/h).
C) Suspensão e modelo. B) trinta quilômetros por hora (30 km/h).
D) Chassis e carroçaria. C) oitenta quilômetros por hora (80 km/h).
E) Todo o veículo, a seu critério. D) sessenta quilômetros por hora (60 km/h).
40. No caso de rotatória, tem a preferência de passagem o 46. Quando o condutor perceber que outro veículo que o
veículo que segue pretende ultrapassá-lo deverá:
A) por ela estiver circulando. A) se estiver circulando pela faixa à direita da pista, deslo-
B) vier pela via da esquerda. car-se para a faixa à esquerda e acelerar a marcha, facili-
C) vier pela via da direita. tando a ultrapassagem.
D) for o demaior porte. B) se estiver circulando pela faixa à esquerda, sinalizar
E) comportar o maior número de passageiros. facilitando a ultrapassagem pela direita ou pelo acosta-
mento.
JUCEPA – Motorista 2008 C) se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se
41. Assinale a alternativa que corresponde à seqüência das para a faixa da direita, sem acelerar a marcha.
seguintes placas de advertência: D) se estiver circulando pela faixa da esquerda, reduzir a
marcha e sinalizar facilitando a ultrapassagem pela faixa
da direita.

47. O condutor habilitado na categoria “B” poderá conduzir


A) 1) pista sinuosa à direita; 2) curva em “S” à direita; 3) veículo motorizado:
confluência à esquerda. A) cujo peso bruto total seja igual ou inferior a três mil e
B) 1) pista escorregadia; 2) curva em “S” adiante; 3) entron- quinhentos quilogramas (3.500 kg), não abrangidopela
camento oblíquo à esquerda. categoria “A” e cuja lotação não exceda a oito (08) luga-
C) 1) curva em “S” à direita; 2) pista escorregadia ; 3) bifur- res, excluído o do condutor.
cação em “Y”. B) de duas(2), três (3) ou quatro (4) rodas, cujo peso bruto
D) 1) curva sinuosa; 2) curva acentuada em “S” à direita; 3) total não exceda a três mil e quinhentos quilogramas
confluência à esquerda. (3.500 kg) e cuja lotação não exceda a doze (12) lugares,
excluído o do condutor.
42. Assinale a alternativa que corresponde à seqüência das C) para transporte escolares, cujo peso bruto total não ex-
seguintes placas de regulamentação: ceda a três mil e quinhentos quilogramas (3.500 kg) e cu-
ja lotação seja igual ou inferior a doze (12) passageiros,
excluído o condutor.
D) de duas (2) ou três (3) rodas, com ou sem carro lateral,
cujo peso bruto total não exceda a mil quilogramas (1.000
A) 1) proibido estacionar; 2) mantenha-se no acostamento; kg).
3) sentido de circulação da via.
48. O condutor que, embora legalmente habilitado, dirigir o
B) 1) circulação exclusiva para ônibus; 2) sentido de circula-
ção da via; 3) mantenha-se à direita. veículo sem portar a Carteira Nacional de Habilitação ou
C) 1) proibido trânsito de veículos automotores; 2) conserve- Permissão para Dirigir:
se à direita; 3)passagem obrigatória. A) não será punido se apresentar comprovante de idade
igual ou acima de sessenta (60) anos, comprometendo-
D) 1) proibido ultrapassar; 2) proibido trânsito pelo acosta-
mento; 3) pedestre utiliza a lateral direita. se a apresentar ao Departamento de Trânsito – DETRAN
sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no prazo de
43. Qual a alternativa que contém a placa que indica “De- vinte e quatro (24) horas.
B) será advertido pelo agente de autoridade de trânsito e
pressão”?
multado por infração leve e desobediência ao Código de
Trânsito Brasileiro (CTB).
C) deverá apresentar, junto com a cédula de identidade, os
comprovantes de suspensão do direito de dirigir e reten-
ção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), evitando
a multa e possível apreensão do veículo.
D) estará cometendo infração gravíssima, passiva de multa
(3 vezes) e apreensão do veículo.

Trânsito 109 A Opção Certa Para a Sua Realização


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55. Os sinais sonoros são os apitos emitidos pelo policial de
49. O condutor do veículo que permanecer imobilizado na via trânsito. Dois (2) silvos breves significa:
por falta de combustível: A) Pare!
A) será punido por infração grave e, se obstruir ou dificultar B) Acione (acendA) a lanterna!
o trânsito na via, o veículo será apreendido. C) Atenção! Siga!
B) não será punido se comprovar defeito mecânico no painel D) Diminua a marcha!
do veículo.
C) será punido por infração média, multado e o veículo será Prefeitura Municipal de Cubati – PB 2007
removido do local. 56. A placa abaixo significa:
D) será apenas intimado pelo agente de autoridade de trân-
sito a retirar o veículo da via, pois não há punição previs-
ta no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para casos des-
ta natureza.
A) Sentido circular obrigatório
50. Dirigir o veículo utilizando fones de ouvido conectados a B) Sentido de rotação
aparelho sonoro ou telefone celular: C) Velocidade constante de circular
A) é considerada infração média, punida com multa. D) Circulação exclusiva para ônibus
B) não é considerada infração, portanto, não é passiva de E) Retorno à frente
multa.
C) é considerada infração grave, punida com recolhimento 57. Entre os aspectos a serem observados na inspeção
do documento de habilitação do condutor. veicular será vistoriado:
D) é infração leve, passiva de advertência pelo agente de A) Os pára-lamas
autoridade de trânsito. B) Os bancos
C) Os freios
51. As penalidades decorrentes de infrações cometidas por D) O cilindro
condutores de veículos de propriedades de pessoa jurídi- E) Bomba de óleo
ca serão impostas:
A) somente ao condutor infrator, cabendo-lhe, como pessoa 58. A exigência de ser maior de 21 anos para dirigir é feita
física, as multas e punições previstas no Código de Trân- aos condutores de:
sito Brasileiro (CTB). A) Transporte de carga animal.
B) ao condutor infrator e ao proprietário (Pessoa JurídicA). B) Somente a transporte de escolares.
C) somente ao proprietário (Pessoa JurídicA), único respon- C) Motocicletas com mais de 500cc.
sável pelo veículo e conseqüências de sua utilização. D) Somente a transporte de cargas perigosas.
D) ao proprietário, somente quando identificado como con- E) Transporte coletivo de passageiros, de escolares, de
dutor infrator. emergência e produtos perigosos.

52. Em caso de afastamento do local do acidente para fugir à 59. Em relação ao veiculo a frente, existem quatro tipos de
responsabilidade, penal ou civil, pelo acidente cometido, distância:
o condutor será punido: A) De reação, de parada, de aceleração e de frenagem.
A) somente com multa correspondente ao(s) prejuízo(s) B) De seguimento, de reação, de frenagem e de parada.
decorrente(s)do acidente. C) De parada, de aceleração, de percepção e de frenagem.
B) com multa e recolhimento da Carteira Nacional de Habili- D) De reação, de parada, de percepção e de impulso.
tação (CNH). E) De ação, de reação, de frenagem e de parada.
C) com detenção, de seis (6) meses a um (1) ano, ou multa.
D) com detenção de um (1) a dois (2) anos, caso seja preso 60. A aquaplanagem é o resultado da perda de contato dos
em flagrante. pneus com o solo, devido a uma camada de água exis-
tente entre os dois. Pode ocorrer quando houver:
53. O Amperímetro, um dos instrumentos do painel de con- A) Velocidade incompatível e calibragem correta.
trole do veículo, indica: B) Quando os sulcos dos pneus estiverem bons.
A) a rotação por minuto do motor. C) Calibragem incorreta e poça d’água.
B) se a bateria está sendo carregada. D) Quando o motorista passa muito lento sobre a água.
C) a pressão da bomba de óleo. E) Quando o motorista desvia de cascalhos na pista.
D) a temperatura da água de arrefecimento do motor.
61. Com vítimas em acidentes de trânsito o melhor local para
54. A vítima de acidente de trânsito encontra-se no interior do verificar a pulsação é:
veículo com o cinto de segurança ainda preso ao corpo e A) No pescoço
apresentando sinais de dificuldade de respiração. O pro- B) No pulso
cedimento correto para auxílio imediato à vítima é: C) Na nuca
A) soltar (desafivelar), cuidadosamente, o cinto de seguran- D) No coração
ça, sem movimentar o corpo da vítima, enquanto aguarda E) Nos membros superiores e inferiores
assistência especializada.
B) soltar (desafivelar) o cinto de segurança e, cuidadosa- 62. Na avaliação de vítimas de trauma, o socorrista deverá
mente, remover a vítima do interior do veículo, aguardan- observar primeiramente.
do a assistência especializada. A) Verificar se a vitima sofreu alguma fratura.
C) manter o cinto de segurança afivelado, independente dos B) Olhar as pupilas da vitima para ver se está em choque.
sintomas apresentados pela vítima e procurar reabilitá-la C) Olhar o tempo que chega o socorro.
de todas as formas possíveis. D) Verificar as vias aéreas.
D) reclinar o banco ao máximo e fazer compreensão no E) Retira-lá do local de acidente.
abdômen da vítima, sem retirar o cinto de segurança, até
a chegada do socorro especializado. 63. O código de trânsito brasileiro especifica como poluentes
do ar:
A) Carros

Trânsito 110 A Opção Certa Para a Sua Realização


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B) Motos 70. Nas vias arteriais onde não houver sinalização regula-
C) Combustíveis a álcool e gasolina mentadora, a velocidade máxima em quilômetros/hora
D) Combustível a diesel será:
E) Gases A) 40
B) 50
64. São meios que o condutor adota para evitar a poluição: C) 60
A) Observa a qualidade de vida dos sulcos dos pneus. D) 80
B) Observa a vida útil dos componentes importantes no E) 100
controle da poluição, como filtro de ar e óleo.
C) Verificar os cilindros dos motores. 71. Das placas abaixo, a placa de advertência, quer dizer:
D) Observa como o motor está funcionado.
E) Verifica o cabeçote periodicamente.

65. Você está em uma estrada e visualiza está placa :

ela significa:
A) Sonorizador
B) Lombada à frente
C) Saliência
D) Alfândega A) proibido mudar de faixa de Trânsito.
E) Fim de pista B) fiscalização eletrônica.
C) sentido obrigatório (pré-sinalização).
66. O instrumento do painel que indica a velocidade desen- D) curva acentuada em “S” à direita.
volvida pelo veiculo é:
A) Hodômetro 72. Toda infração é passível de penalização. Algumas infra-
B) Hectômetro ções, além da penalidade, podem ter como conseqüência
C) Velocímetro a aplicação de medidas administrativas cujo objetivo é
D) Barômetro impedir que o condutor continue dirigindo em condições
E) Escape irregulares.
Relacione as colunas identificando com:
67. A finalidade do filtro de combustível é: (1) as medidas administrativas.
A) Reter as impurezas do combustível. (2) as penalidades
B) Reter o excesso de combustível. ( ) retenção do veículo.
C) Filtrar o combustível que derrama pelo motor. ( ) apreensão do veículo.
D) Filtrar o combustível para que não haja explosão. ( ) cassação do documento de habilitação.
E) Reter o combustível em falta. ( ) recolhimento do documento de habilitação.
( ) remoção do veículo.
68. Não é um objetivo básico do Sistema Nacional de Trânsi- ( ) recolhimento do certificado de licenciamento.
to: ( ) multa
A) Estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, ( ) advertência por escrito.
com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto. ( ) suspensão do direito de dirigir.
B) Estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, ( ) transbordo do excesso de carga.
com vistas à defesa ambiental e à educação para o trân- ( ) freqüência obrigatória em curso de reciclagem.
sito, e fiscalizar seu cumprimento. A identificação correta se estabelece em:
C) Fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização A) 2 – 1 – 1 – 2 – 2 – 2 – 1 – 1 – 1 – 2 – 1.
de critérios técnicos, financeiros e administrativos para a B) 2 – 1 – 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 2 – 1 – 1 – 2.
execução das atividades de trânsito. C) 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 1 – 2 – 2 – 2 – 1 – 2.
D) Estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de D) 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 2 – 2 – 1 – 2 – 2 – 1.
informações entre os seus diversos órgãos e entidades, a
fim de facilitar o processo decisório e a integração do Sis- 73. Evite colisões. Mantenha sempre distância segura, pois
tema. isso permite que você tenha tempo de reagir e acionar os
E) Estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, freios diante de uma situação de emergência e haja tem-
com vistas contra o meio ambiente e à educação para o po para evitar uma colisão. Para veículos com menos de
trânsito, e não fiscalizar seu cumprimento mediante nor- seis metros de comprimento e em condições normais de
mas e procedimentos. pista e clima, o tempo necessário para se manter essa
distância segura é de, no mínimo:
69. Quando veículos, transitando por fluxos que se cruze, se A) dois segundos.
aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de B) um segundo.
passagem: C) dez segundos.
A) No caso de rotatória, aquele que não estiver circulando D) cinco segundos.
por ela.
B) No caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, 74. Analise as orientações abaixo e assinale a incorreta.
aquele que estiver circulando por ela. A) Em locais onde o estacionamento é proibido o condutor
C) Quando uma pista de rolamento comportar várias faixas não poderá sequer parar o tempo suficiente para o em-
de circulação no mesmo sentido, são as da esquerda barque ou desembarque de passageiros, pois esse ato
destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos. interrompe o fluxo de veículos e a locomoção de pedes-
D) Nos casos de ultrapassagem, pela direita. tres.
E) Nos demais casos, o que vier pela esquerda do condutor. B) Use a sinalização de advertência e o pisca-alerta quando
precisar parar temporariamente o veículo na pista de ro-
lamento.

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C) O embarque e o desembarque em um veículo devem
ocorrer sempre do lado da calçada, exceto no caso do 78. A fim de evitar desgaste físico e situações de perigo
condutor. deve-se dedicar especial atenção na maneira de sentar e
D) Numa rodovia, para fazer uma conversão à esquerda ou dirigir um veículo.
um retorno, aguarde a oportunidade segura no acosta- Leia as orientações abaixo.
mento e nas rodovias sem acostamento, siga a sinaliza- 1) Dirija com os braços e pernas bem esticados, mas sem
ção indicativa de permissão. tensão.
2) Apóie bem o corpo no assento e no encosto do banco
75. A chuva reduz a visibilidade de todos e deixa a pista num ângulo de 120°.
molhada, escorregadia e com poças d’água. É bom ficar 3) Segure o volante com as duas mãos como os ponteiros
alerta desde o início da chuva. de um relógio marcando 9 horas e 15 minutos.
Analise as afirmações abaixo para identificá-las como (V) 4) Coloque o cinto de segurança de maneira que a faixa
verdadeiras ou (F) falsas em relação ao problema de inferior passe pela região do abdome e a faixa transver-
chuva intensa e pista escorregadia. sal, que deve vir sobre o ombro, passe sobre o peito e
( ) Redobre sua atenção e acione a luz alta do farol. sobre o pescoço.
( ) Reduza a velocidade até sentir conforto e segurança. 5) Fique em posição que permita enxergar bem as informa-
( ) Aumente a distância do veículo à sua frente. ções do painel e verifique constantemente o funciona-
( ) Sentindo-se inseguro pise no freio de maneira brusca, mento de sistemas importantes.
segurando firmemente na direção. 6) Procure manter os calcanhares apoiados no assoalho do
( ) O estado de conservação dos pneus e a profundidade veículo e só apóie os pés nos pedais quando os estiver
dos seus sulcos são muito importantes para evitar a per- usando.
da de aderência. Estão corretos os itens:
( ) Os limpadores de pára-brisa em bom estado, o desem- A) 1, 2, 3 e 4, apenas.
baçador e o sistema de sinalização do veículo funcio- B) 2, 4, 5 e 6, apenas.
nando aumentam as condições de segurança nessas C) 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
ocasiões. D) 3, 5 e 6, apenas.
A seqüência correta da identificação é:
A) V – V – V – F – V – F. 79. O tempo normal de reação vai aumentar transformando
B) F – V – V – F – V – V. os riscos de trânsito em perigo no trânsito, se o condutor
C) F – V – V – V – F – V. não estiver concentrado ou não puder se concentrar na
D) V – V – V – V – V – V. direção.
São fatores que diminuem a concentração e retardam os
76. Ao aproximar-se de um cruzamento, independentemente reflexos:
de existir algum tipo de sinalização, o condutor deve re- 1) consumir bebidas alcoólicas ou drogas.
dobrar a atenção e reduzir a velocidade do veículo. 2) ingerir alimentos muito pesados antes da viagem.
Das regras abaixo, uma está incorreta. Identifique-a. 3) dormir pouco ou dormir muito mal.
A) Numa rotatória, a preferência de passagem é do veículo 4) ouvir aparelhos de som em volume que não permita ouvir
que já estiver circulando nela. os sons do próprio veículo e dos demais.
B) Nos cruzamentos com semáforos, o condutor deve ob- 5) usar celular ao dirigir, mesmo que com viva-voz.
servar apenas o foco de luz que controla o tráfego da via 6) ter participado, recentemente, de discussões fortes com
em que está e aguardar o sinal verde antes de movimen- familiares ou no trabalho.
tar seu veículo, mesmo que os demais veículos, ao seu 7) usar medicamentos que modificam o comportamento.
lado, movimentem -se. 8) transportar, no interior do veículo, animais soltos ou
C) Havendo sinalização por semáforo com a luz amarela, o objetos que possam se deslocar durante a viagem.
condutor só deverá fazer a travessia se já tiver entrado Atendem ao enunciado:
no cruzamento ou se esta condição for a mais segura pa- A) todos os itens.
ra impedir que o veículo que vem atrás colida com o seu. B) apenas 7 dos itens.
D) Se não houver sinalização, a preferência de passagem é C) apenas 6 dos itens.
do veículo que se aproxima do cruzamento, pela esquer- D) apenas 5 dos itens.
da.
80. O sistema de iluminação de um veículo é fundamental
77. Para segurança e conforto, o condutor, ao fazer uma tanto para o condutor enxergar bem o trajeto, como para
curva, deve obedecer a sinalização, pois a velocidade ser visto por todos os outros usuários da via, garantindo
máxima permitida numa curva leva em conta aspectos a segurança no trânsito.
geográficos de construção da via. São procedimentos a Relacione as colunas para identificar a conseqüência do
serem observados nessa situação. problema:
1) Diminuir a velocidade, com antecedência, usando o freio; 1) Luzes indicadoras de direção queimadas ou em mau
reduzir a marcha antes de entrar na curva e de iniciar o funcionamento.
movimento do volante. 2) Luzes de freio queimadas ou com mau funcionamento.
2) Iniciar a curva com movimentos suaves e constantes no 3) Lanternas de posições queimadas ou com defeito, à
volante, acelerando gradativamente e respeitando a ve- noite ou em ambientes escuros.
locidade máxima permitida. Retornar o volante à posição 4) Faróis queimados, em mau estado de conservação ou
inicial, com movimentos suaves, à medida que a curva desalinhados.
for terminando. (A) comprometem o reconhecimento do seu veículo pelos
3) Uma curva deve ser feita movimentando-se o menos demais usuários da via.
possível o volante, evitando movimentos bruscos e osci- (B) impedem que outros motoristas compreendam sua ma-
lação na direção. nobra e isso pode causar acidente.
Está correto o que se afirma em: (C) você executa o ato e ele não é sinalizado. Os outros
A) 1 e 2, apenas. veículos vão ter menos tempo e distância para frear com
B) 1 e 3, apenas. segurança.
C) 1, 2 e 3. (D) reduzem a visibilidade panorâmica.
D) 2 e 3, apenas. A relação correta se dá em:

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A) 1A – 2B – 3D – 4C. 09 D 29 C 49 C 69 B
B) 1D – 2A – 3C – 4B. 10 C 30 E 50 A 70 C
C) 1B – 2C – 3A – 4D. 11 D 31 D 51 B 71 D
D) 1C – 2D – 3B – 4A. 12 A 32 E 52 C 72 C
13 C 33 B 53 B 73 A
Gabarito 14 C 34 C 54 A 74 A
01 C 21 D 41 A 61 A 15 A 35 A 55 A 75 B
02 A 22 C 42 C 62 D 16 D 36 B 56 A 76 D
03 B 23 C 43 A 63 E 17 B 37 D 57 C 77 C
04 E 24 A 44 B 64 B 18 A 38 B 58 E 77 D
05 D 25 D 45 D 65 D 19 C 39 B 59 B 79 A
06 A 26 B 46 C 66 C 20 E 40 A 60 C 80 C
07 E 27 B 47 A 67 A
08 C 28 C 48 D 68 E

RESOLUÇÃO Nº 168, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2004 (*)


Estabelece Normas e Procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores e elétricos, a realização dos
exames, a expedição de documentos de habilitação, os cursos de formação, especializados, de reciclagem e dá outras providên-
cias.

O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO – CONTRAN usando da competência que lhe confere o artigo 12, inciso I e artigo
141, da Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro – CTB e, conforme o Decreto n°
4.711, de 29 de maio de 2003, que trata da coordenação do Sistema Nacional de Trânsito,

RESOLVE:

Art. 1º As normas regulamentares para o processo de formação, especialização e habilitação do condutor de veículo
automotor e elétrico, os procedimentos dos exames, cursos e avaliações para a habilitação, renovação, adição e
mudança de categoria, emissão de documentos de habilitação, bem como do reconhecimento do documento de ha-
bilitação obtido em país estrangeiro são estabelecidas nesta Resolução.

Do Processo de Habilitação do Condutor

Art. 2º O candidato à obtenção da Autorização para Conduzir Ciclomotor – ACC, da Carteira Nacional de Habilitação – CNH,
solicitará ao órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, do seu domicílio ou residência, ou na sede
estadual ou distrital do próprio órgão ou entidade, a abertura do processo de habilitação para o qual deverá preencher os seguin-
tes requisitos:

I – ser penalmente imputável;


II – saber ler e escrever;
III – possuir documento de identidade;
IV – possuir Cadastro de Pessoa Física – CPF.

§1º O processo de habilitação do condutor de que trata o caput deste artigo, após o devido cadastramento dos dados infor-
mativos do candidato no Registro Nacional de Condutores Habilitados – RENACH, deverá realizar Avaliação Psicológica, Exame
de Aptidão Física e Mental, Curso Teórico-técnico, Exame Teórico-técnico, Curso de Prática de Direção Veicular e Exame de
Pratica de Direção Veicular, nesta ordem.

§2° O candidato poderá requerer simultaneamente a ACC e habilitação na categoria “B”, bem como requerer habilitação em
“A” e “B” submetendo-se a um único Exame de Aptidão Física e Mental e Avaliação Psicológica, desde que considerado apto
para ambas.

§3º O processo do candidato à habilitação ficará ativo no órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
Federal, pelo prazo de 12 (doze) meses, contados da data do requerimento do candidato.

§4º A obtenção da ACC obedecerá aos termos e condições estabelecidos para a CNH nas categorias “A”, “B” e, “A” e “B”.

Art. 3º Para a obtenção da ACC e da CNH o candidato devera submeter-se a realização de:

I – Avaliação Psicológica;
II – Exame de Aptidão Física e Mental;
III – Exame escrito, sobre a integralidade do conteúdo programático, desenvolvido em Curso de Formação para Condutor;
IV – Exame de Direção Veicular, realizado na via pública, em veículo da categoria para a qual esteja se habilitando.

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Art. 4º O Exame de Aptidão Física e Mental será preliminar e renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos para condutores
com mais de sessenta e cinco anos de idade, no local de residência ou domicílio do examinado.

§1º O condutor que exerce atividade de transporte remunerado de pessoas ou bens terá que se submeter ao Exame de Ap-
tidão Física e Mental e a Avaliação Psicológica de acordo com os parágrafos 2º e 3º do Art. 147 do Código de Trânsito Brasileiro.

§2º Quando houver indícios de deficiência física, mental ou de progressividade de doença que possa diminuir a capacidade
para conduzir veículo, o prazo de validade do exame poderá ser diminuído a critério do perito examinador.

§3º O condutor que, por qualquer motivo, adquira algum tipo de deficiência física para a condução de veículo automotor, de-
verá apresentar-se ao órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal para submeter-se aos exames
necessários.

Art. 5º Os tripulantes de aeronaves titulares de cartão de saúde, devidamente atualizado, expedido pelas Forças Armadas ou
pelo Departamento de Aviação Civil – DAC, ficam dispensados do exame de aptidão física e mental necessário à obtenção ou à
renovação periódica da habilitação para conduzir veículo automotor, ressalvados os casos previstos no §4° do art. 147 e art. 160
do CTB.

Parágrafo único. O prazo de validade da habilitação, com base na regulamentação constante no caput deste artigo, contará
da data da obtenção ou renovação da CNH, pelo prazo previsto no §2° do artigo 147 do CTB.

Art. 6º O Exame de Aptidão Física e Mental será exigido quando da:

I – obtenção da ACC e da CNH;


II – renovação da ACC e das categorias da CNH;
III – adição e mudança de categoria;
IV – substituição do documento de habilitação obtido em país estrangeiro.

§1º Por ocasião da renovação da CNH o condutor que ainda não tenha freqüentado o curso de Direção Defensiva e de Pri-
meiros Socorros, deverá cumprir o previsto no item 4 do anexo II desta Resolução.

§2º A Avaliação Psicológica será exigida quando da:

a) obtenção da ACC e da CNH;


b) renovação caso o condutor exercer serviço remunerado de transporte de pessoas ou bens;
c) substituição do documento de habilitação obtido em país estrangeiro;
d) por solicitação do perito examinador.

§3° O condutor, com Exame de Aptidão Física e Mental vencido há mais de 5 (cinco) anos, contados a partir da data de vali-
dade, deverá submeter-se ao Curso de Atualização para a Renovação da CNH.

Da Formação do Condutor

Art. 7º A formação de condutor de veículo automotor e elétrico compreende a realização de Curso Teórico-técnico e de Prática
de Direção Veicular, cuja estrutura curricular, carga horária e especificações estão definidas no anexo II.

Art. 8º Para a Prática de Direção Veicular, o candidato deverá estar acompanhado por um Instrutor de Prática de Direção Veicu-
lar e portar a Licença para Aprendizagem de Direção Veicular – LADV expedida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do
Estado ou do Distrito Federal, contendo no mínimo, as seguintes informações:

I – identificação do órgão ou entidade executivo de trânsito expedidor;


II – nome completo, número do documento de identidade, do Cadastro de Pessoa Física - CPF e do formulário RENACH do
candidato;
III – categoria pretendida;
IV – nome do Centro de Formação de Condutores – CFC responsável pela instrução;
V – prazo de validade.

§1º A LADV será expedida em nome do candidato com a identificação do CFC responsável e/ou do Instrutor, depois de
aprovado nos exames previstos na legislação, com prazo de validade que permita que o processo esteja concluído de acordo
com o previsto no § 3º, do art 2º, desta Resolução.

§2º A LADV será expedida mediante a solicitação do candidato ou do CFC ao qual o mesmo esteja vinculado para a forma-
ção de prática de direção veicular e somente produzirá os seus efeitos legais quando apresentada no original, acompanhada de
um documento de identidade e na Unidade da Federação em que tenha sido expedida.

§3º Quando o candidato optar pela mudança de CFC será expedida nova LADV, considerando-se as aulas já ministradas.

§4º O candidato que for encontrado conduzindo em desacordo com o disposto nesta resolução terá a LADV suspensa pelo
prazo de seis meses.

Art. 9º A instrução de Prática de Direção Veicular será realizada na forma do disposto no art. 158 do CTB.

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Parágrafo único. Quando da mudança ou adição de categoria o condutor deverá cumprir as instruções previstas nos itens 2
ou 3 do Anexo II desta Resolução.

Dos Exames

Art. 10. O Exame de Aptidão Física e Mental e a Avaliação Psicológica, estabelecidos no art. 147 do CTB, seus procedimentos, e
critérios de credenciamento dos profissionais das áreas médica e psicológica, obedecerão ao disposto em Resolução específica.

Art. 11. O candidato à obtenção da ACC ou da CNH, após a conclusão do curso de formação, será submetido a Exame Teórico-
técnico, constituído de prova convencional ou eletrônica de no mínimo 30 (trinta) questões, incluindo todo o conteúdo programá-
tico, proporcional à carga horária de cada disciplina, organizado de forma individual, única e sigilosa, devendo obter aproveita-
mento de, no mínimo, 70% (setenta por cento) de acertos para aprovação.

Parágrafo único. O exame referido neste artigo será aplicado pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do
Distrito Federal, ou por entidade pública ou privada por ele credenciada.

Art. 12. O Exame de Direção Veicular previsto no art. 147 do CTB será realizado pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do
Estado ou do Distrito Federal, sendo a aplicação de responsabilidade exclusiva dos examinadores devidamente titulados no
curso previsto em Resolução específica.

Art. 13. O candidato à obtenção da ACC, da CNH, adição ou mudança de categoria, somente poderá prestar exame de Prática
de Direção Veicular depois de cumprida a seguinte carga horária de aulas práticas:

I – obtenção da ACC: mínimo de 15( quinze) horas/aula;


II – obtenção da CNH: mínimo de 15( quinze) horas/aula por categoria pretendida;
III – adição de categoria: mínimo de 15( quinze) horas/aula em veículo da categoria na qual esteja sendo adicionada;
IV – mudança de categoria: mínimo de 15( quinze) horas/aula em veículo da categoria para a qual esteja mudando.

Art. 14. O Exame de Direção Veicular será realizado perante uma comissão formada por três membros, designados pelo dirigen-
te do órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.

§1º A comissão de que trata o caput deste artigo poderá ser volante para atender às especificidades de cada Estado ou do
Distrito Federal, a critério do respectivo órgão ou entidade executivo de trânsito.

§2º No Exame de Direção Veicular, o candidato deverá estar acompanhado, durante toda a prova, por no mínimo, dois
membros da comissão, sendo pelo menos um deles habilitado na categoria igual ou superior à pretendida pelo candidato.

§3º O Exame de Direção Veicular para os candidatos à ACC e à categoria “A” deverá ser realizado em área especialmente
destinada a este fim, que apresente os obstáculos e as dificuldades da via pública, de forma que o examinado possa ser obser-
vado pelos examinadores durante todas as etapas do exame, sendo que pelo menos um dos membros deverá estar habilitado
na categoria “A”.

Art. 15. O Exame de Direção Veicular somente poderá ser realizado em locais e horários estabelecidos pelo órgão ou entidade
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal em veículo com transmissão mecânica, da categoria pretendida pelo can-
didato.

Parágrafo único. Para o exame referido no caput deste artigo o veículo de quatro rodas deverá possuir duplo comando de
freios, exceto veículo adaptado, a critério médico, devendo ainda ser identificado como “veiculo em exame” quando não for veí-
culo de aprendizagem.

Art. 16. O Exame de Direção Veicular, para veículo de quatro ou mais rodas, é composto de duas etapas:

I – estacionar em vaga delimitada por balizas removíveis;


II – conduzir o veículo em via pública, urbana ou rural.

§1º A delimitação da vaga balizada para o Exame Prático de Direção Veicular, em veículo de quatro ou mais rodas, deverá
atender as seguintes especificações, por tipo de veículo utilizado:

a) Comprimento total do veículo, acrescido de mais 40 (quarenta por cento) %;


b) Largura total do veículo, acrescida de mais 40 (quarenta por cento) %.

§2º O tempo máximo permitido para colocação de veículos em espaço delimitado por balizas, para as três tentativas, será:

a) para categoria “B”: de (dois a cinco minutos);


b) para categoria “C” e “D”: de (três a seis minutos);
c) para categoria “E”: de (seis a nove minutos).

Art. 17. O Exame de Direção Veicular, para veículo de duas rodas, será realizado em área especialmente destinada para tal fim
em pista com largura de 2m, e que deverá apresentar no mínimo os seguintes obstáculos:

I – ziguezague (slalow) com no mínimo quatro cones alinhados com distância entre eles de 3,5m (três e meio metros);

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II – prancha ou elevação com no mínimo oito metros de comprimento, com 30cm (trinta centímetros) de largura e 3cm (três
centímetros) de altura com entrada chanfrada;
III – sonorizadores com réguas de largura e espaçamento de 0,08m (oito centímetros) e altura de 0,025m (dois centímetros
e cinco milímetros), na largura da pista e com 2,5m (dois e meio metros) de comprimento;
IV – duas curvas seqüenciais de 90o (noventa graus) em “L” (ele);
V – duas rotatórias circulares que permitam manobra em formato de “8” (oito).

Art. 18. O candidato será avaliado, no Exame de Direção Veicular, em função da pontuação negativa por faltas cometidas duran-
te todas as etapas do exame, atribuindo-se a seguinte pontuação:

I – uma falta eliminatória: reprovação;


II – uma falta grave: 03 (três) pontos negativos;
III – uma falta média: 02 (dois) pontos negativos;
IV – uma falta leve: 01 (um) ponto negativo.

Parágrafo único. Será considerado reprovado na prova prática de direção veicular o candidato que cometer falta eliminatória
ou cuja soma dos pontos negativos ultrapasse a 3 (três).

Art. 19. Constituem faltas no Exame de Direção Veicular, para veículos das categorias “B”, “C”,
“D” e “E”:

I – Faltas Eliminatórias:

a) desobedecer à sinalização semafórica e de parada obrigatória;


b) avançar sobre o meio fio;
c) não colocar o veículo na área balizada, em no máximo três tentativas, no tempo estabelecido;
d) avançar sobre o balizamento demarcado quando do estacionamento do veículo na vaga;
e) transitar em contramão de direção;
f) não completar a realização de todas as etapas do exame;
g) avançar a via preferencial;

h) provocar acidente durante a realização do exame;


i) exceder a velocidade regulamentada para a via;
j) cometer qualquer outra infração de trânsito de natureza gravíssima.

II – Faltas Graves:

a) desobedecer a sinalização da via, ou ao agente da autoridade de trânsito;


b) não observar as regras de ultrapassagem ou de mudança de direção;
c) não dar preferência de passagem ao pedestre que estiver atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo,
ou ainda quando o pedestre não haja concluído a travessia, mesmo que ocorra sinal verde para o veículo ;
d) manter a porta do veículo aberta ou semi-aberta durante o percurso da prova ou parte dele;
e) não sinalizar com antecedência a manobra pretendida ou sinalizá-la incorretamente;
f) não usar devidamente o cinto de segurança;
g) perder o controle da direção do veículo em movimento;
h) cometer qualquer outra infração de trânsito de natureza grave.

III – Faltas Médias:

a) executar o percurso da prova, no todo ou parte dele, sem estar o freio de mão inteiramente livre;
b) trafegar em velocidade inadequada para as condições adversas do local, da circulação, do veículo e do clima;
c) interromper o funcionamento do motor, sem justa razão, após o início da prova;
d) fazer conversão incorretamente;
e) usar buzina sem necessidade ou em local proibido;
f) desengrenar o veículo nos declives;
g) colocar o veículo em movimento, sem observar as cautelas necessárias;
h) usar o pedal da embreagem, antes de usar o pedal de freio nas frenagens;
i) entrar nas curvas com a engrenagem de tração do veículo em ponto neutro;
j) engrenar ou utilizar as marchas de maneira incorreta, durante o percurso;
k) cometer qualquer outra infração de trânsito de natureza média.

IV – Faltas Leves:

a) provocar movimentos irregulares no veículo, sem motivo justificado;


b) ajustar incorretamente o banco de veículo destinado ao condutor;
c) não ajustar devidamente os espelhos retrovisores;
d) apoiar o pé no pedal da embreagem com o veículo engrenado e em movimento;
e) utilizar ou Interpretar incorretamente os instrumentos do painel do veículo;
f) dar partida ao veículo com a engrenagem de tração ligada;
g) tentar movimentar o veículo com a engrenagem de tração em ponto neutro;
h) cometer qualquer outra infração de natureza leve.

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Art. 20. Constituem faltas, no Exame de Direção Veicular, para obtenção da ACC ou para veículos da categoria “A”:

I – Faltas Eliminatórias:

a) iniciar a prova sem estar com o capacete devidamente ajustado à cabeça ou sem viseira ou óculos de proteção;
b) descumprir o percurso preestabelecido;
c) abalroar um ou mais cones de balizamento;
d) cair do veículo, durante a prova;
e) não manter equilíbrio na prancha, saindo lateralmente da mesma;
f) avançar sobre o meio fio ou parada obrigatória;
g) colocar o(s) pé(s) no chão, com o veículo em movimento;
h) provocar acidente durante a realização do exame.

II – Faltas Graves:

a) deixar de colocar um pé no chão e o outro no freio ao parar o veículo;


b) invadir qualquer faixa durante o percurso;
c) fazer incorretamente a sinalização ou deixar de fazê-la;
d) fazer o percurso com o farol apagado;
e) cometer qualquer outra infração de trânsito de natureza grave.

III – Faltas Médias:

a) utilizar incorretamente os equipamentos;


b) engrenar ou utilizar marchas inadequadas durante o percurso;
c) não recolher o pedal de partida ou o suporte do veículo, antes de iniciar o percurso;
d) interromper o funcionamento do motor sem justa razão, após o início da prova;
e) conduzir o veículo durante o exame sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente para indicação de
manobras;
f) cometer qualquer outra infração de trânsito de natureza média.

IV – Faltas Leves:

a) colocar o motor em funcionamento, quando já engrenado;


b) conduzir o veículo provocando movimento irregular no mesmo sem motivo justificado;
c) regular os espelhos retrovisores durante o percurso do exame;
d) cometer qualquer outra infração de trânsito de natureza leve.

Art. 21. O Exame de Direção Veicular para candidato portador de deficiência física será considerado prova especializada e deve-
rá ser avaliado por uma comissão especial, integrada por, no mínimo um examinador de trânsito, um médico perito examinador e
um membro indicado pelo Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN ou Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRADI-
FE, conforme dispõe o inciso VI do art. 14 do CTB.

Parágrafo único. O veículo destinado à instrução e ao exame de candidato portador de deficiência física deverá estar perfei-
tamente adaptado segundo a indicação da Junta Médica Examinadora podendo ser feito, inclusive, em veículo disponibilizado
pelo candidato.

Art. 22. No caso de reprovação no Exame Teórico-técnico ou Exame de Direção Veicular, o candidato só poderá repetir o exame
depois de decorridos 15 (quinze) dias da divulgação do resultado, sendo dispensado do exame no qual tenha sido aprovado.

Art. 23. Quando se tratar de candidato às categorias “C”, “D” e “E”, a Instrução e o Exame de Direção Veicular deverão ser reali-
zados em veículos que atendam aos seguintes requisitos:

I – Categoria “C” – veículo motorizado utilizado no transporte de carga, registrado com capacidade mínima de Peso Bruto
Total (PBT) de 6.000 Kg;
II – Categoria “D” – veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, registrado com capacidade mínima de 20 (vin-
te) lugares;
III – Categoria “E” – combinação de veículos onde o caminhão trator deverá ser acoplado a um reboque ou semi-reboque,
que esteja registrado com capacidade de PBT de no mínimo 6.000kg ou veículo articulado cuja lotação exceda a 20 (vinte) luga-
res.

Art. 24. Quando se tratar de candidato à categoria "A", o Exame de Direção Veicular deverá ser realizado em veículo com cilin-
drada acima de 120(cento e vinte)centímetros cúbicos.

Art. 25. A aprendizagem e o Exame de Direção Veicular, para a obtenção da ACC, deverão ser realizados em qualquer veículo
de duas rodas classificado como ciclomotor.

Art. 26. Os condutores de veículos automotores habilitados na categoria “B”, “C”, “D” ou “E”, que pretenderem obter a categoria
“A” e a ACC, deverão se submeter aos Exames de Aptidão Física e Mental e de Prática de Direção Veicular, comprovando a
realização de, no mínimo, 15( quinze) horas/aula de prática de direção veicular em veículo classificado como ciclomotor.

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Art. 27. Os examinadores, para o exercício de suas atividades, deverão ser designados pelo dirigente do órgão ou entidade exe-
cutivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal para o período de no máximo 01 (um) ano, permitida a recondução por mais
um período de igual duração, devendo comprovar na data da sua designação e da recondução:

I – possuir CNH no mínimo há 02 (dois) anos;


II – possuir certificado do curso específico, registrado junto ao órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Dis-
trito Federal;
III – não ter cometido nenhuma infração de trânsito de natureza gravíssima nos últimos 12 (doze) meses;
IV – não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir ou de cassação da CNH.

§1º São consideradas infrações do examinador, puníveis pelo dirigente do órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado
ou do Distrito Federal:

a) induzir o candidato a erro quanto às regras de circulação e conduta;


b) faltar com o devido respeito ao candidato;
c) praticar atos de improbidade contra a fé pública, contra o patrimônio ou contra a administração pública ou privada;

§2º As infrações constantes do §1º serão apuradas em procedimentos administrativos, sendo assegurado o direito constitu-
cional da ampla defesa e do contraditório que determinarão em função da sua gravidade e independentemente da ordem se-
qüencial, as seguintes penalidades:

a) advertência por escrito;


b) suspensão das atividades por até 30 (trinta) dias;
c) cancelamento da designação.

Art. 28. O candidato a ACC e a CNH, cadastrado no RENACH, que transferir seu domicilio ou residência para outra Unidade da
Federação, terá assegurado o seu direito de continuar o processo de habilitação na Unidade da Federação do seu novo domicílio
ou residência, sem prejuízo dos exames nos quais tenha sido aprovado.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se também, aos condutores que estiverem em processo de adição
ou mudança de categoria.

Do Candidato ou Condutor Estrangeiro

Art. 29. O condutor de veículo automotor, natural de país estrangeiro e nele habilitado, em estada regular, desde que penalmente
imputável no Brasil, poderá dirigir no Território Nacional quando amparado por convenções ou acordos internacionais, ratificados
e aprovados pela República Federativa do Brasil.

§1º Poderá ser aplicado o Princípio da Reciprocidade, em relação à habilitação estrangeira, não amparada por convenções
ou acordos internacionais.

§2º O órgão máximo executivo de trânsito da União informará aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e
do Distrito Federal a que países se aplica o disposto neste artigo.

§3º O condutor de que trata este artigo, após o registro do reconhecimento no órgão ou entidade executivo de trânsito do
Estado ou do Distrito Federal, deverá portar, obrigatoriamente, a carteira de habilitação estrangeira dentro do prazo de validade,
acompanhada de sua tradução juramentada e de documento de identificação.

§4º O condutor estrangeiro, após prazo de 180 (cento e oitenta) dias de estada regular no Brasil, deverá, se pretender con-
duzir veículo automotor, submeter-se aos Exames de Aptidão Física e Mental e Avaliação Psicológica, nos termos do artigo 147
do CTB, respeitada a sua categoria, com vistas à obtenção da CNH brasileira.

§5º Na hipótese de mudança de categoria deverá ser obedecido o disposto no artigo 146 do CTB.

§6º O disposto nos parágrafos anteriores não será aplicado aos diplomatas ou cônsules de carreira, e àqueles a eles equipa-
rados.

Art. 30. O estrangeiro não habilitado, com estada regular no Brasil, pretendendo habilitar-se para conduzir veículo automotor em
Território Nacional, deverá satisfazer todas as exigências previstas na legislação de trânsito.

Art. 31. Quando o condutor habilitado em país estrangeiro cometer infração de trânsito, cuja penalidade implique na proibição do
direito de dirigir, a autoridade competente de trânsito tomará as seguintes providências, com base no artigo 42 da Convenção
sobre Trânsito Viário, celebrada em Viena, promulgada pelo Decreto nº 86.714, de 10 de dezembro de 1981:

I – recolher e reter o documento de habilitação, até que expire o prazo da suspensão do direito de usá-la, ou até que o con-
dutor saia do território nacional, se a saída ocorrer antes de expirar o citado prazo;

II – comunicar à autoridade que expediu ou em cujo nome foi expedido o documento de habilitação, a suspensão do direito
de usá-lo, solicitando que notifique ao interessado da decisão tomada;

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III – indicar no documento de habilitação, que o mesmo não é válido no território nacional, quando se tratar de documento de
habilitação com validade internacional.

Parágrafo único. Quando se tratar de missão diplomática, consular ou a elas equiparadas, as medidas cabíveis deverão ser
tomadas pelo Ministério das Relações Exteriores.

Art. 32. O condutor com Habilitação Internacional para Dirigir, expedida no Brasil, que cometer infração de trânsito cuja penalida-
de implique na suspensão ou cassação do direito de dirigir, terá o recolhimento e apreensão desta, juntamente com o documento
de habilitação nacional, pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.

Parágrafo único. A Carteira Internacional expedida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado e do Distrito Fe-
deral não poderá substituir a CNH.

Dos Cursos Especializados

Art. 33. Os Cursos especializados serão destinados a condutores habilitados que pretendam conduzir veículo de transporte cole-
tivo de passageiros, de escolares, de produtos perigosos ou de emergência.

§1º Os cursos especializados serão ministrados:

a) pelos órgão ou entidade executivo de trânsito do Estados e do Distrito Federal;


b) por instituições vinculadas ao Sistema Nacional de Formação de Mão-de-Obra.

§2º As instituições em funcionamento, vinculadas ao Sistema Nacional de Formação de Mão-de-Obra credenciadas pelo
órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal deverão ser recadastradas em até 180 (cento e oitenta)
dias da data da publicação desta Resolução, com posterior renovação a cada dois anos.

§3º Os conteúdos e regulamentação dos cursos especializados constam dos anexos desta resolução.

§4º O órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal registrará no RENACH, em campo especí-
fico da CNH, a aprovação nos cursos especializados, conforme codificação a ser definida pelo órgão máximo executivo de trânsi-
to da União.

Da Expedição da Carteira Nacional de Habilitação e da Permissão Internacional para Dirigir Veículo

Art. 34. A CNH será expedida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, em nome do órgão
máximo executivo de trânsito da União, em modelo único e especificações técnicas definidas por esse órgão da União, no prazo
de 180 (cento e oitenta) dias a partir da publicação desta resolução.

§1° A CNH conterá a condição e especializações de cada condutor e terá validade em todo o Território Nacional, equivalen-
do ao documento de identidade, produzindo seus efeitos quando apresentada no original e dentro do prazo de validade.

§2° Na Permissão para Dirigir das categorias “A”, “B” ou “A” e “B”, constará a validade de 01(um) ano, e ao término desta, o
condutor poderá solicitar a definitiva, que lhe será concedida desde que tenha cumprido o disposto no §3° do art. 148 do CTB.

§3° A ACC, para efeito de simplificação e padronização em registro e documento único conforme § 7o do art.159 do CTB, se-
rá inserida em campo específico da CNH.

§4° Para efeito de fiscalização fica concedida a mesma tolerância estabelecida no art. 162, inciso V, do CTB, ao condutor
portador de Permissão para Dirigir, contada da data do vencimento do referido documento, aplicando-se a mesma penalidade e
medida administrativa.

§5° Até que o órgão máximo executivo de trânsito da União edite regulamentação suplementar especificando tecnicamente
o novo modelo único da CNH, fica valendo o modelo definido pelas Resoluções 765/93 e 71/98.

Art. 35. O documento de Habilitação terá 2 (dois) números de identificação nacional e 1 (um) número de identificação estadu-
al, que são:

I – o primeiro número de identificação nacional - Registro Nacional, será gerado pelo sistema informatizado da Base Índice
Nacional de Condutores - BINCO, composto de 9 (nove) caracteres mais 2 (dois) dígitos verificadores de segurança, sendo único
para cada condutor e o acompanhará durante toda a sua existência como condutor não sendo permitida a sua reutilização para
outro condutor.

II – o segundo número de identificação nacional - Número do Espelho da CNH) será formado por 8 (oito) caracteres mais 1
(um) dígito verificador de segurança, autorizado e controlado pelo órgão máximo executivo de trânsito da União, e identificará
cada espelho de CNH expedida;

III – o número de identificação estadual será o número do formulário RENACH, documento de coleta de dados do candida-
to/condutor gerado a cada serviço, composto, obrigatoriamente, por 11 (onze) caracteres, sendo as duas primeiras posições
formadas pela sigla da Unidade de Federação expedidora, facultada a utilização da última posição como dígito verificador de
segurança.

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§1º O número do formulário RENACH identificará a Unidade da Federação onde o condutor foi habilitado ou realizou altera-
ções de dados no seu prontuário pela última vez.
§2º O Formulário RENACH que dá origem às informações na BINCO e autorização para a impressão da CNH, deverá ficar
arquivado em segurança, no órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.

Art. 36. A expedição do documento único de habilitação dar-se-á:

I – na autorização para conduzir ciclomotores (ACC);


II – na primeira habilitação nas categorias “A”, “B” e “A” e “B”;
III – após o cumprimento do período permissionário, atendendo ao disposto no §3º do art. 148 do CTB;
IV – na adição ou alteração de categoria;

V – em caso de perda, dano ou extravio;


VI – na renovação dos exames, atendendo ao disposto no art. 150 do CTB;
VII – na aprovação dos exames do processo de reabilitação;
VIII – na alteração de dados do condutor, exceto mudança de endereço;
IX – no reconhecimento da Carteira de Habilitação estrangeira.

Art. 37. A CNH será expedida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal e confeccionada
por empresas especializadas, por ele contratada, inscritas no cadastro de fornecedores do órgão máximo executivo de trânsito
da União, com capacidade técnica comprovada para atender aos requisitos exigidos nesta Resolução e em normas complemen-
tares.

§1º As empresas de que trata o caput deste artigo, para homologarem suas inscrições junto ao órgão máximo executivo de
trânsito da União, devem:

a) comprovar sua capacidade industrial na fabricação e impressão de documentos de segurança, por meio de atestados
de capacidade técnica;
b) submeter à avaliação o seu parque industrial;
c) comprovar a capacidade técnica instalada para comunicação de dados, com o Sistema RENACH, para recebimento e
transmissão de informações e imagens em tempo real e armazenamento de dados e de imagens.

§2º A empresa homologada, ao ser contratada pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Fede-
ral, deverá atender as exigências relativas à segurança e infra-estrutura para comunicação de dados em local apropriado e defi-
nido pelo contratante.

Art. 38. Todos os dados constantes na CNH deverão ser armazenados em meios magnéticos ou óticos, sob a responsabili-
dade da empresa fornecedora dos referidos documentos, contratada pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou
do Distrito Federal, que devem ser disponibilizadas para o RENACH, na forma e condições definidas pelo contratante.

Parágrafo único. A propriedade dos dados a que se refere o caput deste artigo é do órgão máximo executivo de trânsito da
União e do órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, explicitada em cláusulas contratuais.

Art. 39. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União e ao órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou
do Distrito Federal, inspecionar o local de emissão da CNH.

Art. 40. A Permissão Internacional para Dirigir será expedida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou Distrito
Federal detentor do registro do condutor, conforme modelo definido no Anexo VII da Convenção de Viena, promulgada pelo
Decreto nº 86.714, de 10 de dezembro de 1981, contendo os dados cadastrais do RENACH.

Parágrafo único. A expedição do documento referido neste artigo dar-se-á após o cumprimento dos requisitos mínimos exi-
gidos em normas específicas, com prazo de validade igual ao do documento nacional.

Das Disposições Gerais

Art. 41. A Base Índice Nacional de Condutores – BINCO conterá um arquivo de dados onde será registrada toda e qualquer
restrição ao direito de dirigir e de obtenção da ACC e da CNH, que será atualizado pelos órgão ou entidade executivo de trânsito
do Estado e do Distrito Federal.

§1º O condutor, que for penalizado com a suspensão ou cassação do direito de dirigir, terá o seu registro bloqueado pelo
mesmo prazo da penalidade.
§2º O Registro Nacional do condutor de que trata o artigo 35, que teve cassado o direito de dirigir, será desbloqueado e
mantido, quando da sua reabilitação.
§3º A suspensão do direito de dirigir ou a proibição de se obter a habilitação, imputada pelo Poder Judiciário, será registrada
na BINCO.

Art. 42. O condutor que tiver a CNH cassada, após decorrido o prazo de 02 (dois) anos da cassação, poderá requerer sua re-
abilitação, submetendo-se ao curso de reciclagem e a todos os exames necessários à mesma categoria da que possuía ou em
categoria inferior, preservando a data da primeira habilitação.

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Parágrafo único. Para abertura do processo de reabilitação será necessário que o órgão ou entidade executivo de trânsito
do Estado ou do Distrito Federal certifique-se de que todos os débitos registrados tenham sido efetivamente quitados.

Art. 43. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de “A” à “E”, obedecida a gradação prevista no Art. 143 do CTB e
a no Anexo I desta resolução, bem como para a ACC.

Art. 44. Revogam-se as Resoluções Nos 412, de 21 de janeiro de 1969; 491, de 19 de março de 1975; 520 de 19 de julho de
1977; 605, de 25 de novembro de 1982; 789, de 13 de novembro de 1994; 800, de 27 de junho de 1995; 804, de 25 de setembro
de 1995; 07 de 23 de janeiro de 1998; 50, de 21 de maio de 1998; 55, de 21 de maio de 1998; 57, 21 de maio de 1998;58 de 21
de maio de 1998; 67, de 23 de setembro de 1998; 85, de 04 de maio de 1999; 90, de 04 de maio de 1999; 91, de 04 de maio de
1999; 93, de 04 de maio de 1999; 98, de 14 de julho de 1999 e 161, de 26 de maio de 2004 e artigo 3º da resolução 700, de 04
de outubro de 1988 e incisos VIII, IX, X, XI, XII do artigo 12 e artigo 13 da Resolução 74, de 19 de novembro de 1998.

Art. 45. Esta Resolução entrará em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.*

ANEXO I

TABELA DE CORRESPONDÊNCIA E PREVALÊNCIA DAS CATEGORIAS

CATEGORIA ESPECIFICAÇÃO

“A” Todos os veículos automotores e elétricos, de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral.

Veículos automotores e elétricos, de quatro rodas cujo peso bruto total não exceda a três mil e qui-
nhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a 08 (oito) lugares, excluído o do motorista, contem-
“B”
plando a combinação de unidade acoplada, reboque, semi-reboque ou articulada, desde que atenda a
lotação e capacidade de peso para a categoria.

Todos os veículos automotores e elétricos utilizados em transporte de carga, cujo peso bruto total
exceda a três mil e quinhentos quilogramas; tratores, máquinas agrícolas e de movimentação de car-
“C”
gas, motor-casa, combinação de veículos em que a unidade acoplada, reboque, semi-reboque ou
articulada, não exceda a 6.000 kg de PBT e, todos os veículos abrangidos pela categoria “B”.

Veículos automotores e elétricos utilizados no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a 08


“D”
(oito) lugares e, todos os veículos abrangidos nas categorias “B” e “C”.

Combinação de veículos automotores e elétricos, em que a unidade tratora se enquadre nas categori-
as “B”, “C” ou “D”; cuja unidade acoplada, reboque, semi-reboque, articulada, ou ainda com mais de
“E” uma unidade tracionada, tenha seis mil quilogramas ou mais, de peso bruto total, ou cuja lotação
exceda a oito lugares, enquadrados na categoria trailer, e, todos os veículos abrangidos pelas catego-
rias “B”, “C” e “D”.

ANEXO II

ESTRUTURA CURRICULAR BÁSICA, ABORDAGEM DIDÁTICO-PEDAGÓGICA E DISPOSIÇÕES GERAIS DOS CURSOS

1. Curso de formação de condutores para obtenção da Permissão para Dirigir e autorização para conduzir ciclomotores;
2. Curso de mudança de categoria;
3. Curso de adição de categoria;
4. Curso de atualização para renovação da CNH;
5. Curso de reciclagem para condutores infratores;
6. Cursos especializados;
7. Curso de atualização para cursos especializados.

1. CURSOS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES PARA OBTENÇÃO DA PERMISSÃO PARA DIRIGIR E DA AUTORIZAÇÃO


PARA CONDUZIR CICLOMOTORES

1.1 CURSO TEÓRICO-TÉCNICO

1.1.1 Carga Horária Total: 30 (trinta) horas aula

1.1.2 Estrutura curricular

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1.1.2.1 Legislação de Trânsito: 12 (doze) horas aula

Determinações do CTB quanto a:


- Formação do condutor;
- Exigências para categorias de habilitação em relação ao veículo conduzido;
- Documentos do condutor e do veículo: apresentação e validade;
- Sinalização viária;
- Penalidades e crimes de trânsito;
- Direitos e deveres do cidadão;
- Normas de circulação e conduta.

Infrações e penalidades referentes a:


- Documentação do condutor e do veículo;
- Estacionamento, parada e circulação;
- Segurança e atitudes do condutor, passageiro, pedestre e demais atores do processo de circulação;
- Meio ambiente.

1.1.2.2 Direção defensiva: 8 (oito) horas aula

- Conceito de direção defensiva – veículos de 2 e 4 rodas;


- Condições adversas;
- Como evitar acidentes;
- Cuidados com os demais usuários da via;
- Estado físico e mental do condutor;
- Situações de risco.

1.1.2.3 Noções de Primeiros Socorros: 4 (quatro) horas aula

- Sinalização do local do acidente;


- Acionamento de recursos em caso de acidentes;
- Verificação das condições gerais da vítima;
- Cuidados com a vítima (o que não fazer).

1.1.2.4 Noções de Proteção e Respeito ao Meio Ambiente e de Convívio Social no Trânsito: 4 (quatro) horas aula

- O veículo como agente poluidor do meio ambiente;


- Regulamentação do CONAMA sobre poluição ambiental causada por veículos;
- Emissão de gases;
- Emissão de partículas (fumaça);
- Emissão sonora;
- Manutenção preventiva do veículo para preservação do meio ambiente;
- O indivíduo, o grupo e a sociedade;
- Diferenças individuais;
- Relacionamento interpessoal;
- O indivíduo como cidadão.

1.1.2.5 Noções sobre Funcionamento do Veículo de 2 e 4 rodas: 2 (duas) horas aula

- Equipamentos de uso obrigatório do veículo e sua utilização;


- Noções de manuseio e do uso do extintor de incêndio;
- Responsabilidade com a manutenção do veículo;
- Alternativas de solução para eventualidades mais comuns.

1.2 CURSO DE PRÁTICA DE DIREÇÃO VEICULAR

1.2.1 Carga Horária Total: 15 (quinze) horas aula

1.2.2 Estrutura curricular

- O veículo: funcionamento, equipamentos obrigatórios e sistemas;


- Prática na via pública: direção defensiva, normas de circulação e conduta, parada e estacionamento, observação da sinalização
e comunicação;
- Os pedestres, os ciclistas e demais atores do processo de circulação.

1.3 DISPOSIÇÕES GERAIS

- Considera-se hora aula o período igual a 50 (cinqüenta) minutos.

1.4 ABORDAGEM DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

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- Todos os conteúdos devem ser desenvolvidos em aulas dinâmicas, procurando o instrutor fazer sempre a relação com o con-
texto do trânsito, possibilitando a reflexão e o desenvolvimento de valores de respeito ao outro, ao ambiente e à vida, de solidari-
edade e de controle das emoções;
- Nas aulas de prática de direção veicular, o instrutor deve realizar acompanhamento e avaliação direta, corrigindo possíveis
desvios, salientando a responsabilidade do condutor na segurança do trânsito.

2. CURSO PARA MUDANÇA DE CATEGORIA

2.1 CURSO DE PRÁTICA DE DIREÇÃO VEICULAR

2.1.1 Carga Horária Total: 15 (quinze) horas aula

2.1.2 Estrutura curricular

- O veículo: funcionamento e equipamentos obrigatórios e sistemas;


- Prática na via pública: direção defensiva, normas de circulação e conduta, parada e estacionamento, observação da
sinalização.

2.2 DISPOSIÇÕES GERAIS

- Considera-se hora aula o período igual a 50 (cinqüenta) minutos.

2.3 ABORDAGEM DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

- Os conteúdos, contemplando a realidade do trânsito, devem ser desenvolvidos procurando-se ressaltar os valores de respeito
ao outro, ao ambiente e à vida, de solidariedade e de controle das emoções;
- Nas aulas de prática de direção veicular, o instrutor deve realizar acompanhamento e avaliação direta, corrigindo possíveis
desvios, salientando a responsabilidade do condutor na segurança do trânsito.

3. CURSO PARA ADIÇÃO DE CATEGORIA

3.1 CURSO DE PRÁTICA DE DIREÇÃO VEICULAR

3.1.1 Carga Horária Total: 15 (quinze) horas aula

3.1.2 Estrutura curricular

- O veículo: funcionamento e equipamentos obrigatórios e sistemas;


- Prática na via pública: direção defensiva, normas de circulação e conduta, parada e estacionamento, observação da sinalização
ou prática de direção veicular em campo de treinamento para veículos de 2 rodas.

3.2 DISPOSIÇÕES GERAIS

- Considera-se hora aula o período igual a 50 (cinqüenta) minutos.

3.3 ABORDAGEM DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

- Os conteúdos, contemplando a realidade do trânsito, devem ser desenvolvidos procurando-se ressaltar os valores de respeito
ao outro, ao ambiente e à vida, de solidariedade e de controle das emoções;
- Nas aulas de prática de direção veicular, o instrutor deve realizar acompanhamento e avaliação direta, corrigindo possíveis
desvios, salientando a responsabilidade do condutor na segurança do trânsito.

4. CURSO DE ATUALIZAÇÃO PARA RENOVAÇÃO DA CNH

4.1 CURSO TEÓRICO

4.1.1 Carga Horária Total: 15 (quinze) horas aula

4.1.2 Estrutura curricular

4.1.2.1 Direção Defensiva - Abordagens do CTB – 10 (dez) horas aula

- Conceito
- Condições adversas;
- Como evitar acidentes;
- Cuidados na direção e manutenção de veículos;
- Cuidados com os demais usuários da via;
- Estado físico e mental do condutor;
- Normas gerais de circulação e conduta;

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- Infrações e penalidades;
- Noções de respeito ao meio ambiente e de convívio social no trânsito: relacionamento interpessoal e diferenças individuais.

4.1.2.2 Noções de Primeiros Socorros – 5 (cinco) horas aula

- Sinalização do local do acidente;


- Acionamento de recursos em caso de acidente;
- Verificação das condições gerais da vítima;
- Cuidados com a vítima.

4.2 DISPOSIÇÕES GERAIS

- Devem participar deste curso os condutores que não tenham o Curso de Direção Defensiva e de Primeiros Socorros em situa-
ção anterior e os condutores referidos no §3º do Artigo 6º;

- Este curso poderá ser realizado em duas modalidades:

I – Presencial – com freqüência integral comprovada em curso de 15 (quinze) horas aula, efetuado pelos órgãos execu-
tivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, ou por entidades por ele credenciadas, podendo ser ministrado de forma
intensiva com carga horária diária de, no máximo 10 horas aula;

II – Não Presencial
a) Curso à Distância – EAD: efetuado pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Fede-
ral ou por entidades especializadas por eles credenciadas, conforme regulamentação específica, devidamente homologadas pelo
órgão máximo executivo de trânsito da União, atendendo aos requisitos mínimos estabelecidos no anexo IV.
b) Validação de Estudos: estudos realizados pelo condutor de forma autodidata.

- Na modalidade NÃO PRESENCIAL, os condutores submeter-se-ão à prova de no mínimo 30 (trinta) questões de múltipla esco-
lha, realizada pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal ou entidades por eles creden-
ciadas, obtendo um aproveitamento mínimo de 70% de acertos.

- Aproveitamento de Cursos: Poderá ainda ser feito o aproveitamento de cursos de Primeiros Socorros e de Direção Defensiva
dos quais o candidato apresente documentação comprobatória da realização de tais cursos em órgãos ou instituições oficialmen-
te reconhecidos;

- A certificação será conferida ao condutor que:


a) Freqüentar o curso presencial de 15 (quinze) horas aula na sua totalidade, atendendo as exigências de cada órgão ou entida-
de executivo de transito dos Estados ou do Distrito Federal;
b) Obtiver aproveitamento mínimo de 70 % de acertos em prova teórica, convencional ou eletrônica, de no mínimo trinta questões
de múltipla escolha, validando os cursos na modalidade NÃO PRESENCIAL;
c) Validar o aproveitamento de cursos junto ao órgão executivo de transito dos Estados ou do Distrito Federal através de docu-
mentação comprobatória dos cursos realizados, em órgãos ou instituições oficialmente reconhecidos.

- O certificado de realização do curso terá validade em todo o território nacional, devendo ser registrado no RENACH pelo órgão
ou entidade executivo de transito dos Estados ou do Distrito Federal;

- Em caso de reprovação na prova teórica, o candidato só poderá repeti-la decorridos cinco dias da divulgação oficial do resulta-
do.

- Considera-se hora aula o período igual a cinqüenta minutos.

4.3 ABORDAGEM DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

- Os conteúdos devem ser tratados de forma dinâmica, participativa, buscando análise e reflexão sobre a responsabilidade de
cada um para um trânsito seguro;
- Todos os conteúdos devem ser desenvolvidos em aulas dinâmicas, utilizando-se técnicas que permitam a participação dos
condutores procurando, o instrutor fazer sempre a relação com o contexto do trânsito, possibilitando a reflexão e o desenvolvi-
mento de valores de respeito ao outro, ao ambiente e à vida, de solidariedade e de controle das emoções;
- A ênfase nestas aulas deve ser de atualização dos conhecimentos e análise do contexto atual do trânsito local e brasileiro.

5. CURSO DE RECICLAGEM PARA CONDUTORES INFRATORES

5.1 CURSO TEÓRICO

5.1.1 Carga Horária Total: 30 (trinta) horas aula

5.1.2 Estrutura curricular

5.1.2.1 Legislação de Trânsito: 12 (doze) horas aula

Determinações do CTB quanto a:

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- Formação do condutor;
- Exigências para categorias de habilitação em relação a veículo conduzido;
- Documentos do condutor e do veículo: apresentação e validade;
- Sinalização viária;
- Penalidades e crimes de trânsito;
- Direitos e deveres do cidadão;
- Normas de circulação e conduta.

Infrações e penalidades referentes a:


- Documentação do condutor e do veículo;
- Estacionamento, parada e circulação;
- Segurança e atitudes do condutor, passageiro, pedestre e demais atores do processo de circulação;
- Meio ambiente.

5.1.2.2 Direção defensiva: 8 (oito) horas aula

- Conceito de direção defensiva – veículos de 2, 4 ou mais rodas;


- Condições adversas;
- Como evitar acidentes;
- Cuidados com os demais usuários da via;
- Estado físico e mental do condutor;
- Situações de risco.

5.1.2.3 Noções de Primeiros Socorros: 4 (quatro) horas aula

- Sinalização do local do acidente;


- Acionamento de recursos em caso de acidentes;
- Verificação das condições gerais da vítima;
- Cuidados com a vítima (o que não fazer).

5.1.2.4 Relacionamento Interpessoal: 6 (seis) horas aula

- Comportamento solidário no trânsito;


- O indivíduo, o grupo e a sociedade;
- Responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação;
- Respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito;
- Papel dos agentes de fiscalização de trânsito.

5.2 DISPOSIÇÕES GERAIS

- O curso será ministrado pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal ou instituições/entidades
por eles credenciadas, para condutores penalizados nos termos do art. 261, § 2º, e art. 268 do CTB;

Este curso poderá ser realizado em duas modalidades:

I – Presencial – com freqüência integral comprovada em curso de 30 (trinta) horas aula, efetuado pelos órgãos executi-
vos de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, ou por entidades por ele credenciadas, podendo ser ministrado de forma in-
tensiva com carga horária diária de, no máximo 10 horas aula;

II – Não Presencial – Curso à Distância – EAD: efetuado pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados
ou do Distrito Federal ou por entidades especializadas por eles credenciadas, conforme regulamentação específica, devidamente
homologadas pelo órgão máximo executivo de trânsito da União, atendendo aos requisitos mínimos estabelecidos no anexo III.

- Em qualquer das modalidades, os condutores submeter-se-ão à prova de no mínimo 30 (trinta) questões de múltipla escolha,
realizada pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal ou entidades por eles credencia-
das, obtendo um aproveitamento mínimo de 70% de acertos.

- O candidato reprovado uma primeira vez poderá realizar nova avaliação e, se reprovado pela 2ª. vez deverá matricular-se para
um novo curso, freqüentando-o integralmente, antes de submeter-se a nova avaliação. Caso ainda não consiga resultado satisfa-
tório, deverá receber atendimento individualizado afim de superar suas dificuldades.

- O certificado de realização do curso terá validade em todo o território nacional, devendo ser registrado no RENACH pelo órgão
ou entidade executivo de transito dos Estados ou do Distrito Federal;

- Considera-se hora aula o período igual a cinqüenta minutos.

5.3 ABORDAGEM DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

- Por se tratar de condutores, que estão cumprindo penalidade por infrações de trânsito, os conteúdos devem ser tratados de
forma dinâmica, participativa, buscando análise e reflexão sobre a responsabilidade de cada um para um trânsito seguro;

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- Todos os conteúdos devem ser desenvolvidos em aulas dinâmicas, procurando o instrutor fazer sempre a relação com o con-
texto do trânsito, permitindo a reflexão e o desenvolvimento de valores de respeito ao outro, ao ambiente e à vida, de solidarie-
dade e de controle das emoções;
- A ênfase deve ser de revisão de conhecimentos e atitudes.

6 CURSOS ESPECIALIZADOS PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS

I – DOS FINS

Estes cursos têm a finalidade de aperfeiçoar, instruir, qualificar e atualizar condutores, habilitando-os à condução de veículos de:
a) transporte coletivo de passageiros;
b) transporte de escolares;
c) transporte de produtos perigosos;
d) transporte de veículos de emergência.

Para atingir seus fins, estes cursos devem dar condições ao condutor de:
- Permanecer atento ao que acontece dentro do veículo e fora dele;
- Agir de forma adequada e correta no caso de eventualidades, sabendo tomar iniciativas quando necessário;
- Relacionar-se harmoniosamente com usuários por ele transportados, pedestres e outros condutores;
- Proporcionar segurança aos usuários e a si próprio;
- Conhecer e aplicar preceitos de segurança e comportamentos preventivos, em conformidade com o tipo de transporte e/ou
veículo;
- Conhecer, observar e aplicar disposições contidas no CTB, na legislação de trânsito e legislação específica sobre o transporte
especializado para o qual está se habilitando;
- Transportar produtos perigosos com segurança de maneira a preservar a integridade física do condutor, da carga, do veículo e
do meio ambiente.
- Conhecer e aplicar os preceitos de segurança adquiridos durante os cursos ou atualização fazendo uso de comportamentos
preventivos e procedimentos em casos de emergência, desenvolvidos para cada tipo de transporte, e para cada uma das classes
de produtos perigosos.

II – DA ORGANIZAÇÃO

- A organização administrativo-pedagógica dos cursos para condutores especializados será estabelecida em consonância com a
presente Resolução, na forma do parágrafo 1º do Art. 33, desta Resolução, cadastrados pelos órgãos ou entidade executivo de
Trânsito dos Estados ou do Distrito Federal.

III – DA REGÊNCIA

- As disciplinas dos cursos para condutores especializados serão ministradas por pessoas habilitadas em cursos de instrutores
de trânsito, realizados por Instituições credenciadas pelos órgãos ou entidade executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito
Federal, e que tenham realizado, com aprovação, os cursos especiais que vierem a ministrar.

IV – DO REGIME DE FUNCIONAMENTO

- Cada curso especializado será constituído de 50 (cinqüenta) horas aula;


- Cada curso poderá desenvolver-se na modalidade de ensino à distância, através de apostilas atualizadas e outros recursos
tecnológicos, não podendo exceder a 20% do total da carga horária do curso;
- A carga horária presencial diária será organizada de forma a atender as peculiaridades e necessidades da clientela, não po-
dendo exceder, em regime intensivo, 10 horas aula por dia;
- O número máximo de alunos, por turma, deverá ser de 25 alunos;
- Considera-se hora aula o período igual a 50 (cinqüenta) minutos.

V – DO APROVEITAMENTO DE ESTUDOS

- Poderá ser feito o aproveitamento de conteúdos de estudos que o condutor tiver realizado em outro curso especializado, de-
vendo os órgãos entidades executivos de transito dos Estados ou do Distrito Federal e instituições oferecer um módulo, de no
mínimo 5 (cinco) horas aula, de adequação da abordagem dos conteúdos para a especificidade do novo curso pretendido.

VI – DA AVALIAÇÃO

- Ao final de cada módulo será realizada, pelas instituições que ministram os cursos, uma prova com 20 questões de múltipla
escolha sobre os assuntos trabalhados;
- Será considerado aprovado no curso, o condutor que acertar, no mínimo, 70% das questões da prova de cada módulo;
- O condutor reprovado ao final do módulo deverá realizar nova prova a qualquer momento, sem prejuízo da continuidade do
curso. Caso ainda não consiga resultado satisfatório deverá receber atendimento individualizado a fim de superar suas dificulda-
des;
- Nos cursos de atualização, a avaliação será feita através de observação direta e constante do desempenho dos condutores,
demonstrado durante as aulas, devendo o instrutor interagir com os mesmos reforçando e/ou corrigindo respostas e colocações;
- As instituições que ministrarem cursos especializados deverão manter em arquivo, durante 5 (cinco) anos, os registros dos
alunos com o resultado do seu desempenho.

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VII – DA CERTIFICAÇÃO

- Os condutores aprovados no curso especializado e os que realizarem a atualização exigida terão os dados correspondentes
registrados no cadastro RENACH pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, informan-
do-os em campo especifico da CNH;
- Os certificados deverão conter no mínimo os seguintes dados:
a) Nome completo do condutor,
b) Número do registro RENACH e categoria de habilitação do condutor;
c) Validade e data de conclusão do curso;
d) Assinatura do diretor da entidade ou instituição, e validação do órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Dis-
trito Federal quando for o caso;
e) No verso deverão constar as disciplinas, a carga horária, os instrutores e o aproveitamento do condutor.
- O modelo dos certificados será elaborado e divulgado em portaria pelo órgão máximo executivo de trânsito da União.

VIII– DA VALIDADE

- Os cursos especializados deverão ter validade de no máximo de 5 (cinco) anos, quando os condutores deverão realizar a atua-
lização dos respectivos cursos, devendo os mesmos coincidir com a validade do exame de Aptidão Física e Mental do condutor;
- Poderão as Autoridades dos órgãos ou entidades executivos de transito dos Estados e do Distrito Federal, estender a validade
dos cursos realizados anteriormente a publicação desta resolução, a fim que se possam compatibilizar os prazos dos atuais cur-
sos e exames de Aptidão Ffísica e Mental, sem que haja ônus para o cidadão;
- Na renovação do exame de Aptidão Física e Mental, o condutor especializado deverá apresentar comprovante de que realizou
o curso de atualização no qual está habilitado, registrando os dados no órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do
Distrito Federal;
- O condutor que não apresentar comprovante de que realizou o curso de atualização no qual está habilitado quando da renova-
ção da CNH, terá automaticamente suprimida a informação correspondente;
- Os cursos de atualização terão uma carga horária mínima de 16 (dezesseis) horas aula, sobre as disciplinas dos cursos especi-
alizados, abordando preferencialmente, as atualizações na legislação, a evolução tecnológica e estudos de casos, dos módulos
específicos de cada curso.

IX – DISPOSIÇÕES GERAIS

- Considera-se hora aula o período de 50 (cinqüenta) minutos.

6.1 CURSO PARA CONDUTORES DE VEÍCULO DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS

6.1.1 Carga horária: 50 (cinqüenta) horas aula

6.1.2 Requisitos para matrícula

- Ser maior de 21 anos;


- estar habilitado, no mínimo, na categoria “D”;
- não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos 12 (doze)
meses;
- não estar cumprindo pena de suspensão ou cassação do direito de dirigir.

6.1.3 Estrutura Curricular

6.1.3.1 Módulo I - Legislação de trânsito – 10 (dez) horas aula

Determinações do CTB quanto a:


- Categoria de habilitação e relação com veículos conduzidos;
- documentação exigida para condutor e veículo;
- sinalização viária;
- infrações, crimes de trânsito e penalidades;
- regras gerais de estacionamento, parada e circulação.

Legislação específica sobre transporte de passageiros:


- Responsabilidades do condutor do veículo de transporte de passageiros.

6.1.3.2 Módulo II – Direção Defensiva – 15 (quinze) horas aula

- Acidente evitável ou não evitável;


- como ultrapassar e ser ultrapassado;
- o acidente de difícil identificação da causa;
- como evitar acidentes com outros veículos;
- como evitar acidentes com pedestres e outros integrantes do trânsito (motociclista, ciclista, carroceiro, skatista);
- a importância de ver e ser visto (veículos, condutores e pedestres);
- a importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados;
- comportamento seguro e comportamento de risco (diferença que pode poupar vidas).

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6.1.3.3 Módulo III – Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social no Transito – 10 (dez) horas
aula

Primeiras providências:
- Sinalização do local do acidente;
- acionamento de recursos em casos de acidente;
- verificação das condições gerais da vítima;
- cuidados com a vítima (o que não fazer).

O veículo como agente poluidor do meio ambiente:


- Regulamentação do CONAMA sobre poluição ambiental causada por veículos;
- emissão de gases;
- emissão de partículas (fumaça);
- emissão sonora;
- manutenção preventiva do veículo para preservação do meio ambiente.

O indivíduo, o grupo e a sociedade:


- Relacionamento interpessoal;
- o indivíduo como cidadão;
- a responsabilidade civil e criminal do condutor perante o CTB.

6.1.3.4 Módulo IV – Relacionamento Interpessoal – 15 (quinze) horas aula

- Aspectos do comportamento e de segurança no transporte de passageiros;


- comportamento solidário no trânsito;
- responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação;
- respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito;
- papel dos agentes de fiscalização de trânsito;
- atendimento às diferenças e especificidades dos usuários (pessoas portadoras de necessidades especiais, faixas etárias diver-
sas, outras condições);
- características das faixas etárias dos usuários mais comuns de transporte coletivo de passageiros.

6.2 CURSO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE ESCOLAR

6.2.1 Carga horária: 50 (cinqüenta) horas aula

6.2.2 Requisitos para Matrícula:

- Ser maior de 21 anos;


- estar habilitado, no mínimo, na categoria “D”;
- não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos 12 (doze)
meses;
- não estar cumprindo pena de suspensão ou cassação do direito de dirigir.

6.2.3 Estrutura Curricular

6.2.3.1 Módulo I - Legislação de Trânsito – 10 (dez) horas aula

Determinações do CTB quanto a:


- Categoria de habilitação e relação com veículos conduzidos;
- documentação exigida para condutor e veículo;
- sinalização viária;
- infrações, crimes de trânsito e penalidades;
- regras gerais de estacionamento, parada e circulação.

Legislação específica sobre transporte de escolares:


- Normatização local para condução de veículos de transporte de escolares;
- responsabilidades do condutor do veículo de transporte de escolares.

6.2.3.2 Módulo II – Direção Defensiva – 15 (quinze) horas aula

- Acidente evitável ou não evitável;


- como ultrapassar e ser ultrapassado;
- o acidente de difícil identificação da causa;
- como evitar acidentes com outros veículos;
- como evitar acidentes com pedestres e outros integrantes do trânsito (motociclista, ciclista, carroceiro, skatista);
- a importância de ver e ser visto;
- a importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados;
- comportamento seguro e comportamento de risco (diferença que pode poupar vidas).

Trânsito 128 A Opção Certa Para a Sua Realização


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6.2.3.3 Módulo III – Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social NO Trânsito– 10 (dez) horas
aula

Primeiras providências:
- Sinalização do local do acidente;
- acionamento de recursos em casos de acidente;
- verificação das condições gerais da vítima;
- cuidados com a vítima (o que não fazer);

O veículo como agente poluidor do meio ambiente;

- Regulamentação do CONAMA sobre poluição ambiental causada por veículos:


- emissão de gases;
- emissão de partículas (fumaça);
- emissão sonora;
- manutenção preventiva do veículo para preservação do meio ambiente;

O indivíduo, o grupo e a sociedade:


- Relacionamento interpessoal;
- o indivíduo como cidadão;
- a responsabilidade civil e criminal do condutor perante o CTB.

6.2.3.4 Módulo IV – Relacionamento Interpessoal – 15 (quinze) horas aula

- Aspectos do comportamento e de segurança no transporte de escolares;


- comportamento solidário no trânsito;
- responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação;
- respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito;
- papel dos agentes de fiscalização de trânsito;
- atendimento às diferenças e especificidades dos usuários (pessoas portadoras de necessidades especiais, faixa etária, outras
condições);
- características da faixa etária dos usuários de transporte de escolares;
- cuidados especiais e atenção que devem ser dispensados aos escolares e seus responsáveis, quando for o caso.

6.3 CURSO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

6.3.1 Carga horária: 50 (cinqüenta) horas aula

6.3.2 Requisitos para matrícula

- Ser maior de 21 anos;


- estar habilitado em uma das categorias “B”, “C”, “D” ou “E”;
- não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos 12 (doze)
meses;
- não estar cumprindo pena de suspensão ou cassação do direito de dirigir.

6.3.3 Estrutura Curricular

6.3.3.1 Módulo I - Legislação de trânsito – 10 (dez) horas aula

Determinações do CTB quanto a:


- Categoria de habilitação e relação com veículos conduzidos;
- documentação exigida para condutor e veículo;
- sinalização viária;
- infrações, crimes de trânsito e penalidades;
- regras gerais de estacionamento, parada e circulação.

Legislação específica e normas sobre transporte de produtos perigosos:


- Cargas x produtos perigosos
- conceitos, considerações e exemplos.

Produtos Perigosos:
- Acondicionamento: verificação da integridade do acondicionamento (se há vazamentos ou contaminação externa); verificação
dos instrumentos de tanques (manômetros e assemelhados);
- proibição do transporte de animais e produtos para uso humano ou animal, juntamente com produtos perigosos;
- descontaminação do veiculo quando do transporte de produtos perigosos para outros fins.

Responsabilidade do condutor durante o transporte:


- Fatores de interrupção da viagem;
- participação do condutor no carregamento e descarregamento do veículo;
- trajes e equipamentos de proteção individual.

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Documentação e simbologia:
- Documentos fiscais e de trânsito;
- documentos e símbolos relativos aos produtos transportados:
- certificados de capacitação;
- ficha de emergência;
- envelope para o transporte;
- marcação e rótulos nas embalagens;
- rótulos de risco principal e subsidiário;
- painel de segurança;
- sinalização em veículos.

Registrador gráfico ou similar:


- Conceito;
- funcionamento;
- importância e obrigatoriedade do seu uso.

Das infrações e penalidades:


- Previstas no CTB e as legislações especificas.

6.3.3.2 Módulo II – Direção Defensiva – 15 (quinze) horas aula

- Acidente evitável ou não evitável;


- como ultrapassar e ser ultrapassado;
- o acidente de difícil identificação da causa;
- como evitar acidentes com outros veículos;
- como evitar acidentes com pedestres e outros integrantes do trânsito (motociclista, ciclista, carroceiro, skatista);
- a importância de ver e ser visto (veiculo, condutor e pedestre);
- a importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados;
- comportamento seguro e comportamento de risco (diferença que pode poupar vidas);
- ingestão e consumo de bebida alcoólica, medicamentos e drogas;
- comportamento pós-acidente.

6.3.3.3 Módulo III – Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao meio Ambiente e Prevenção de Incêndio - 10 (dez) horas aula

- Primeiros Socorros:

Primeiras providências:
- Sinalização do local do acidente;
- acionamento de recursos em caso de acidentes.;
- verificação das condições gerais da vítima;
- cuidados com a vítima em conformidade com a periculosidade da carga, e/ou produto transportado.

Meio ambiente:
- O veículo como agente poluidor do meio ambiente;
- regulamentação do CONAMA sobre poluição ambiental causada por veículos;
- emissão de gases;
- emissão de partículas (fumaça);
- emissão sonora;
- manutenção preventiva do veículo para preservação do meio ambiente.

O indivíduo, o grupo e a sociedade:


- Relacionamento interpessoal;
- o indivíduo como cidadão;
- a responsabilidade civil e criminal do condutor perante o CTB;
- conceitos de poluição: causas e conseqüências.

Prevenção de incêndio:
- Conceito de fogo;
- triângulo de fogo;
- fontes de ignição;
- classificação de incêndios;
- tipos de aparelhos extintores;
- agentes extintores;
- escolha, manuseio e aplicação dos agentes extintores.

6.3.3.4 Módulo IV – Movimentação de Produtos Perigosos – 15 horas aula

Produtos Perigosos:
- Classificação dos produtos perigosos;
- simbologia;
- reações químicas (conceituações);
- efeito de cada classe sobre o meio ambiente.

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Explosivos:
- Conceituação;
- divisão da classe;
- regulamentação específica do ministério do exército;
- comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência.

Gases:
- Inflamáveis, não-inflamáveis, tóxicos e não-tóxicos:
- comprimidos;
- liquefeitos;
- mistura de gases;
- refrigerados.
- em solução;
- comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência.
-
Líquidos inflamáveis e produtos transportados a temperaturas elevadas:
- Ponto de fulgor;
- comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência.

Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas a combustão espontânea; substâncias que, em contato com a água, emitem gases
inflamáveis:
- Comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência;
- produtos que necessitam de controle de temperatura.

Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos:


- Comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência;
- produtos que necessitam de controle de temperatura.

Substâncias tóxicas e substâncias Infectantes:


- Comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência.

Substâncias radioativas:
- Legislação específica pertinente;
- comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência.

Corrosivos:
- Comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência.

Substâncias perigosas diversas:


- Comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência.

Riscos múltiplos:
- Comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência.

Resíduos:
- Legislação específica pertinente;
- comportamento preventivo do condutor;
- procedimentos em casos de emergência.

6.4 CURSO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA

6.4.1 Carga horária: 50 (cinqüenta) horas aula

6.4.2 Requisitos para matrícula

- Ser maior de 21 anos;


- estar habilitado em uma das categorias “A”, “B”, “C”, “D” ou “E”;
- não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos 12 (doze)
meses;
- não estar cumprindo pena de suspensão ou cassação do direito de dirigir.

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6.4.3 Estrutura Curricular

6.4.3.1 Módulo I - Legislação de Trânsito – 10 (dez) horas aula

Determinações do CTB quanto a:


- Categoria de habilitação e relação com veículos conduzidos;
- documentação exigida para condutor e veículo;
- sinalização viária;
- infrações, crimes de trânsito e penalidades;
- regras gerais de estacionamento, parada e circulação.

Legislação específica para veículos de emergência:


- Responsabilidades do condutor de veículos de emergência.

6.4.3.2 Módulo II – Direção Defensiva – 15 (quinze) horas aula

- Acidente evitável ou não evitável;


- como ultrapassar e ser ultrapassado;
- o acidente de difícil identificação da causa;
- como evitar acidentes com outros veículos;
- como evitar acidentes com pedestres e outros integrantes do trânsito (motociclista, ciclista, carroceiro, skatista);
- a importância de ver e ser visto (veículo, condutor e pedestre);
- a importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados;
- comportamento seguro e comportamento de risco – diferença que pode poupar vidas.

6.4.3.3 Módulo III – Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social no Trânsito – 10 (dez) horas
aula.

Primeiras providências:
- Sinalização do local do acidente;
- acionamento de recursos em casos de acidentes;
- verificação das condições gerais da vítima;
- cuidados com a vítima (o que não fazer).

O veículo como agente poluidor do meio ambiente;


- Regulamentação do CONAMA sobre poluição ambiental causada por veículos;
- emissão de gases;
- emissão de partículas (fumaça);
- emissão sonora;
- manutenção preventiva do veículo para preservação do meio ambiente.

O indivíduo, o grupo e a sociedade;


- Relacionamento interpessoal;
- o indivíduo como cidadão;
- a responsabilidade civil e criminal do condutor perante o CTB.

6.4.3.4 Módulo IV – Relacionamento Interpessoal – 15 (quinze) horas aula

- Aspectos do comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência;


- comportamento solidário no trânsito;
- responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação;
- respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito;
- papel dos agentes de fiscalização de trânsito;
- atendimento às diferenças e especificidades dos usuários (pessoas portadoras de necessidades especiais, faixa etária, outras
condições);
- características dos usuários de veículos de emergência;
- cuidados especiais e atenção que devem ser dispensados aos passageiros e aos outros atores do trânsito, na condução de
veículos de emergência.

7 - ATUALIZAÇÃO DOS CURSOS ESPECIALIZADOS PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS

7.1 CURSO DE ATUALIZAÇÃO PARA CONDUTORES DE VEÍCULO DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS

7.1.1 Carga Horária: 16 (dezesseis) horas aula

7.1.2 - Estrutura Curricular

7.1.2.1 Módulo I - Legislação de trânsito – 3 (três) horas aula

- Retomada dos conteúdos do curso de especialização;


- atualização sobre resoluções, leis e outros documentos legais promulgados recentemente.

Trânsito 132 A Opção Certa Para a Sua Realização


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7.1.2.2 Módulo II – Direção defensiva – 5 (cinco) horas aula

- A direção defensiva como meio importante para a segurança do condutor, passageiros, pedestres e demais usuários do trânsi-
to;
- a responsabilidade do condutor de veículos especializados de dirigir defensivamente;
- atualização dos conteúdos trabalhados durante o curso relacionando teoria e prática.

7.1.2.3 Módulo III – Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao meio ambiente e Convívio Social no Trânsito – 3 (três) horas
aula.

- Retomada dos conteúdos trabalhados no curso de especialização, estabelecendo a relação com a prática vivenciada pelos
condutores no exercício da profissão;
- atualização de conhecimentos.

7.1.2.4 Módulo IV – Relacionamento Interpessoal – 5 (cinco) horas aula

- Atualização dos conhecimentos desenvolvidos no curso;


- retomada de conceitos;
- relacionamento da teoria e da prática;
- principais dificuldades vivenciadas e alternativas de solução.

7.2 CURSO DE ATUALIZAÇÃO PARA CONDUTORES DE VEÍCULO DE TRANSPORTE DE ESCOLARES

7.2.1 Carga Horária: 16 (dezesseis) horas aula

7.2.2 Estrutura Curricular

7.2.2.1 Módulo I - Legislação de trânsito – 3 (três) horas aula

- Retomada dos conteúdos do curso de especialização;


- atualização sobre resoluções, leis e outros documentos legais promulgados recentemente.

7.2.2.2 Módulo II – Direção defensiva – 5 (cinco) horas aula

- A direção defensiva como meio importante para a segurança do condutor, passageiros, pedestres e demais usuários do trânsi-
to;
- a responsabilidade do condutor de veículos especializados de dirigir defensivamente;
- atualização dos conteúdos trabalhados durante o curso relacionando teoria e prática.

7.2.2.3 Módulo III – Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao meio ambiente e Convívio Social no Trânsito – 3 (três) horas
aula.

- Retomada dos conteúdos trabalhados no curso de especialização, estabelecendo a relação com a prática vivenciada pelos
condutores no exercício da profissão;
- atualização de conhecimentos.

7.2.2.4 Módulo IV – Relacionamento Interpessoal – 5 (cinco) horas aula

- Atualização dos conhecimentos desenvolvidos no curso;


- retomada de conceitos;
- relação da teoria e da prática;
- principais dificuldades vivenciadas e alternativas de solução.

7.3 CURSO DE ATUALIZAÇÃO PARA CONDUTORES DE VEÍCULO DE TRANSPORTE DE CARGAS DE PRODUTOS PERI-
GOSOS

7.3.1 Carga Horária: 16 (dezesseis) horas aula

7.3.2 Estrutura Curricular

7.3.2.1 Módulo I - Legislação de trânsito – 3 (três) horas aula

- Retomada dos conteúdos do curso de especialização;


- atualização sobre resoluções, leis e outros documentos legais promulgados recentemente.

7.3.2.2 Módulo II – Direção defensiva – 5 (cinco) horas aula

- A direção defensiva como meio importante para a segurança do condutor, passageiros, pedestres e demais usuários do trânsi-
to;
- a responsabilidade do condutor de veículos especializados de dirigir defensivamente;

Trânsito 133 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- atualização dos conteúdos trabalhados durante o curso relacionando teoria e prática.

7.3.2.3 Módulo III – Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao meio ambiente e Convívio Social no Trânsito – 3 (três) horas aula

- Retomada dos conteúdos trabalhados no curso de especialização, estabelecendo a relação com a prática vivenciada pelos
condutores no exercício da profissão;
- atualização de conhecimentos.

7.3.2.4 Módulo IV – Prevenção de Incêndio, Movimentação de Produtos Perigosos – 5 (cinco) horas aula

- Retomada dos conteúdos trabalhados no curso de especialização, estabelecendo a relação com a prática vivenciada pelos
condutores no exercício da profissão;
- atualização de conhecimentos sobre novas tecnologias e procedimentos que tenham surgido no manejo e transporte de cargas
perigosas.

7.4 CURSO DE ATUALIZAÇÃO PARA CONDUTORES DE VEÍCULO DE TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA

7.4.1 Carga Horária: 16 (dezesseis) horas aula.

7.4.2 Estrutura Curricular

7.4.2.1 Módulo I - Legislação de trânsito – 3 (três) horas aula

- Retomada dos conteúdos do curso de especialização;


- atualização sobre resoluções, leis e outros documentos legais promulgados recentemente.

7.4.2.2 Módulo II – Direção defensiva – 5 (cinco) horas aula

- A direção defensiva como meio importante para a segurança do condutor, passageiros, pedestres e demais usuários do trânsi-
to;
- a responsabilidade do condutor de veículos especializados de dirigir defensivamente;
- atualização dos conteúdos trabalhados durante o curso relacionando teoria e prática.

7.4.2.3 Módulo III – Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao meio ambiente e Convívio Social no Trânsito – 3 (três) horas aula

- Retomada dos conteúdos trabalhados no curso de especialização, estabelecendo a relação com a prática vivenciada pelos
condutores no exercício da profissão;
- atualização de conhecimentos.

7.4.2.4 Módulo IV – Relacionamento Interpessoal – 5 (cinco) horas aula

- Atualização dos conhecimentos desenvolvidos no curso;


- retomada de conceitos;
- relacionamento da teoria e da prática;
- principais dificuldades vivenciadas e alternativas de solução.

ANEXO III

DOCUMENTAÇÃO PARA HOMOLOGAÇÃO DE CURSO A DISTANCIA PARA RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATO-


RES, JUNTO AO ORGÃO MÁXIMO EXECUTIVO DE TRÂNSITO DA UNIÃO

A solicitação de homologação para a oferta de curso a distância para reciclagem de condutores infratores deve ser feita
por meio de ofício próprio que disponha, em papel timbrado da entidade requerente, a razão social, endereço fiscal e eletrônico,
CNPJ e o respectivo projeto. A estes elementos deve-se, ainda, anexar a documentação comprobatória pertinente.

A requisição de homologação para a reciclagem de infratores do Código de Trânsito Brasileiro através da modalidade de
ensino a distância (EAD) está sujeita à avaliação de elementos obrigatórios [EO] e de elementos desejáveis [ED] facultativos que
são acrescidos de pontuação específica e representam pontos de enriquecimento para o credenciamento do projeto apresenta-
do. Este, ainda, deve estar em conformidade com as orientações desta resolução, para a reciclagem de infratores do Código de
Trânsito Brasileiro.

Durante o processo de homologação, a entidade requerente deve disponibilizar uma apresentação do curso concluído.

PROJETO
Pontuação
EO ED
Máxima
1 Proposta Pedagógica 
1.1 Compreensão da Problemática e Fundamentação Teórica 
1.2 Objetivos 

Trânsito 134 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1.3 Conteúdos 
1.4 Definição de Estrutura Modular do Curso 
1.5 Detalhamento da Análise de Tarefas  30
1.6 Competências e Habilidades Auferidas  25
1.7 Metodologia 
1.8 Justificativa das Mídias e Tecnologias Utilizadas 
1.9 Formas de Interação e de Interatividade 
1.10 Formas de Auto-Avaliação (Simulados)  25
1.11 Estrutura de Navegabilidade  20
1.12 Suporte Pedagógico (Tutoria On-line) 
2 Equipe Multidisciplinar (Capacitação dos profissionais envolvidos e descrição

das experiências que contribuem para o projeto)
2.1 Pedagogo 
2.1.1 Título de Especialista ou Mestre  10
2.1.2 Título de Doutor  15
2.1.3 Experiência em EAD  25
2.1.4 Atividade de Docência e Pesquisa e IES (Instituição de Ensino Su-
 20
perior)
2.2 Engenheiro 
2.2.1 Título de Especialista ou Mestre  10
2.2.2 Experiência Comprovada em Engenharia de Trânsito  25
2.3 Médico 
2.3.1 Título de Especialista ou Mestre  10
2.3.2 Experiência Comprovada em Primeiros-socorros relacionados a
 25
Questões decorrentes de acidentes de Trânsito
2.4 Advogado 
2.4.1 Título de Especialista ou Mestre  10
2.4.2 Experiência Comprovada na área de Legislação de Trânsito  25
2.5 Psicólogo  5
2.5.1 Título de Especialista ou Mestre  10
2.5.2 Experiência Comprovada em relação à situações de Stress em
 25
Grandes cidades e Aspectos Comportamentais de Condutores de veículos
3 Propriedade Intelectual 
3.1 Texto Base Utilizado para a Confecção do Curso é reconhecido pelo ór-
 25
gão máximo executivo de trânsito da União
4 Requisitos Técnicos e Tecnológicos 
4.1 Domínio Internet Registrado e Ativo 
4.2 Servidor dedicado com gerenciamento exclusivo para transmissão de tro-
ca de informações com o banco de dados do respectivo órgão ou entidade exe- 
cutivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal
4.3 Infra-estrutura e Banda IP 
4.4 Firewall 
4.5 Estrutura de Recuperação de Desastre 
4.6 Escalabilidade 
4.7 Monitoração 7x24x365 
4.8 Atestado de Capacitação Técnica em Soluções

de Internet e Desenvolvimento de Aplicações
4.9 Comprovação de certificação do corpo técnico nas plataformas escolhi-
 10
das
4.10 Desenho técnico da estrutura 
4.11 Criptografia para sigilo das senhas e dados dos usuários 
4.12 Infra-estrutura de Suporte Técnico  15
4.13 Ferramentas para identificação biométrica do condutor infrator para cap-

tura da foto e assinatura digitais
5 Website do Curso 
5.1 Informações sobre o Curso de Reciclagem 
5.2 Caracterização das ferramentas e equipamentos necessários para a rea-
 15
lização do curso
5.3 Descrição das Aplicações e Ferramentas disponibilizadas  15
5.4 Disponibilização de formas de contato com os Tutores do Curso e horá-

rios de Plantão de Atendimento
5.5 Ferramentas disponibilizadas para interação entre Tutores e Alunos 
5.6 Informação dos locais das provas eletrônicas presenciais 
5.7 Compatibilidade com os Navegadores mais utilizados (IE, Netscape, Mo-
 15
zilla, etc.)
5.8 Apresentação de estudo de navegabilidade, usabilidade e ergonomia  20
5.9 Guia de Orientação com informações sobre as características da EAD,
 20
Orientações para Estudo nesta Modalidade
5.10 Detalhamento dos objetivos, competências e habilidades a serem al-  20

Trânsito 135 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cançadas em cada um dos módulos previstos e sistemáticas de auto-avaliação e
tempo
6 Aplicação de prova eletrônica (teórica) 
6.1 Identificação positiva do condutor infrator por meio de ferramentas biomé-

tricas 1:N e 1:1
6.2 Utilização de um banco de questões fornecido pelo respectivo órgão ou
entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal para geração

aleatória das questões da prova, apenas no momento em que o condutor infrator
(aluno) é identificado
6.3 Tracking para acompanhamento da performance do condutor infrator
 15
(aluno)
6.4 Realização de avaliações modulares  15
6.5 Sistema de gerenciamento do tempo da prova 
6.6 Sistema de correção automática da prova e apresentação do respectivo

resultado ao condutor infrator (aluno) imediatamente final da prova
6.7 Geração aleatória da posição das alternativas de respostas da questão,
bem como da posição da questão na prova
6.8 Interface única através de Browser para cadastro de imagem e de im-

pressão digital do condutor infrator (aluno)
Total de Pontos Possível para Elementos Facultativos Desejáveis 500

1 No caso específico dos integrantes da equipe multidisciplinar é necessário anexar currículos e documentos pertinentes que

comprovem a qualificação dos profissionais responsáveis pela concepção, desenvolvimento, implementação, acompanhamento e
avaliação do curso, bem como a comprovação do tipo de vínculo contratual da equipe com a entidade requerente.

ANEXO IV

DOCUMENTAÇÃO PARA HOMOLOGAÇÃO DE CURSO A DISTANCIA DE ATUALIZAÇÃO PARA RENOVAÇÃO DE CNH,


JUNTO AO ORGÃO MÁXIMO EXECUTIVO DE TRÂNSITO DA UNIÃO

A solicitação de homologação para a oferta de curso a distancia de atualização para renovação de CNH deve ser feita por
meio de ofício próprio que disponha, em papel timbrado da entidade requerente, a razão social, endereço fiscal e eletrônico,
CNPJ e o respectivo projeto. A estes elementos deve-se, ainda, anexar a documentação comprobatória pertinente.

A requisição de homologação de curso para a atualização para a renovação de CNH através da modalidade de ensino a
distância (EAD) está sujeita à avaliação de elementos obrigatórios [EO] e de elementos desejáveis [ED] facultativos que são
acrescidos de pontuação específica e representam pontos de enriquecimento para o credenciamento do projeto apresentado.
Este, ainda, deve estar em conformidade com as orientações específicas desta resolução, para o curso de atualização para re-
novação de CNH.

Durante o processo de homologação, a entidade requerente deve disponibilizar uma apresentação do curso concluído.

PROJETO
Pontuação
EO ED
Máxima
1 Proposta Pedagógica 
1.1 Compreensão da Problemática e Fundamentação Teórica 
1.2 Objetivos 
1.3 Conteúdos 
1.4 Definição de Estrutura Modular do Curso 
1.5 Detalhamento da Análise de Tarefas  30
1.6 Competências e Habilidades Auferidas  25
1.7 Metodologia 
1.8 Justificativa das Mídias e Tecnologias Utilizadas 
1.9 Formas de Interação e de Interatividade 
1.10 Formas de Auto-Avaliação (Simulados)  25
1.11 Estrutura de Navegabilidade  20
1.12 Suporte Pedagógico (Tutoria On-line) 
2 Equipe Multidisciplinar
(Capacitação dos profissionais envolvidos e descrição das expe- 
riências que contribuem para o projeto)
2.1 Pedagogo 

Trânsito 136 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2.1.1 Título de Especialista ou Mestre  10
2.1.2 Título de Doutor  15
2.1.3 Experiência em EAD  25
2.1.4 Atividade de Docência e Pesquisa e IES (Instituição de
 20
Ensino Superior)
2.2 Engenheiro 
2.2.1 Título de Especialista ou Mestre  10
2.2.2 Experiência Comprovada em Engenharia de Trânsito  25
2.3 Médico 
2.3.1 Título de Especialista ou Mestre  10
2.3.2 Experiência Comprovada em Primeiros-socorros relaci-
 25
onados a Questões decorrentes de acidentes deTrânsito
2.4 Advogado 
2.4.1 Título de Especialista ou Mestre  10
2.4.2 Experiência Comprovada na área de Legislação de
 25
Trânsito
2.5 Psicólogo  5
2.5.1 Título de Especialista ou Mestre  10
2.5.2 Experiência Comprovada em relação àsituações de
Stress em Grandes cidades e Aspectos Comportamentais de Condu-  25
tores de veículos
3 Propriedade Intelectual 
3.1 Texto Base Utilizado para a Confecção do Curso é reconhe-
 25
cido pelo órgão máximo executivo de trânsito da União
4 Requisitos Técnicos e Tecnológicos 
4.1 Domínio Internet Registrado e Ativo 
4.2 Servidor dedicado com gerenciamento exclusivo para
transmissão de troca de informações com o banco de dados do res-

pectivo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do
Distrito Federal
4.3 Infra-estrutura e Banda IP 
4.4 Firewall 
4.5 Estrutura de Recuperação de Desastre 
4.6 Escalabilidade 
4.7 Monitoração 7x24x365 
4.8 Atestado de Capacitação Técnica em Soluções de Internet e

Desenvolvimento de Aplicações
4.9 Comprovação de certificação do corpo técnico nas plata-
 10
formas escolhidas
4.10 Desenho técnico da estrutura 
4.11 Criptografia para sigilo das senhas e dados dos usuários 
4.12 Infra-estrutura de Suporte Técnico  15
4.13 Ferramentas para identificação biométrica do condutor pa-

ra captura da foto e assinatura digitais
5 Website do Curso 
5.1 Informações sobre o Curso de Atualização 
5.2 Caracterização das ferramentas e equipamentos necessários
 15
para a realização do curso
5.3 Descrição das Aplicações e Ferramentas disponibilizadas  15
5.4 Disponibilização de formas de contato com os Tutores do

Curso e horários de Plantão de Atendimento
5.5 Ferramentas disponibilizadas para interação entre Tutores e 

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Alunos
5.6 Informação dos locais das provas eletrônicas presenciais 
5.7 Compatibilidade com os Navegadores mais utilizados (IE,
 15
Netscape, Mozilla, etc.)
5.8 Apresentação de estudo de navegabilidade, usabilidade e
 20
ergonomia
5.9 Guia de Orientação com informações sobre as Característi-
 20
cas da EAD, Orientações para Estudo nesta Modalidade
5.10 Detalhamento dos objetivos, competências e habilidades a
serem alcançadas em cada um dos módulos previstos e sistemáticas  20
de auto-avaliação e tempo
6 Aplicação de prova eletrônica (teórica) 
6.1 Identificação positiva do condutor por meio de ferramentas

biométricas
6.2 Utilização de um banco de questões fornecido pelo respec-
tivo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distri-

to Federal para geração aleatória das questões da prova, apenas no
momento em que o condutor (aluno) é identificado
6.3 Tracking para acompanhamento da performance do condu-
 15
tor (aluno)
6.4 Realização de avaliações modulares  15
6.5 Sistema de gerenciamento do tempo da prova 
6.6 Sistema de correção automática da prova e apresentação do
respectivo resultado ao condutor (aluno) imediatamente ao final da 
prova
6.7 Geração aleatória da posição das alternativas de respostas
da questão, bem como da posição da questão na prova
6.8 Interface única através de Browser para cadastro de ima-

gem e de impressão digital do condutor (aluno)
Total de Pontos Possível para Elementos Facultativos Desejáveis 500

2 No caso específico dos integrantes da equipe multidisciplinar é necessário anexar currículos e documen-
tos pertinentes que comprovem a qualificação dos profissionais responsáveis pela concepção, desenvolvi-
mento, implementação, acompanhamento e avaliação do curso, bem como a comprovação do tipo de víncu-
lo contratual da equipe com a entidade requerente.

Resolução CONTRAN Nº 413 DE 09/08/2012

Altera a Resolução nº 168, de 14 de dezembro de 2004-CONTRAN, que estabelece normas e procedimen-


tos para a formação de condutores de veículos automotores e elétricos, a realização dos exames, a expedi-
ção de documentos de habilitação, os cursos de formação, especializados, de reciclagem e dá outras provi-
dências.

O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, usando da competência que lhe confere o art. 12, inciso I e art. 141, da Lei 9.503,
de 23 de setembro de 1997, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro - CTB, conforme o Decreto nº 4.711, de 29 de maio de
2003, que trata da coordenação do Sistema Nacional de Trânsito,

Resolve:

Art. 1º. Alterar o caput do art. 33 da Resolução nº 168/2004, com alteração dada pela Resolução nº 409/2012, bem como dos
seus §§ 7º e 8º e, ainda, acrescenta o § 9º que passam a vigorar com a seguinte redação.

"Art. 33 Os cursos especializados serão destinados a condutores habilitados que pretendam conduzir veículo de transporte cole-
tivo de passageiros, de escolares, de produtos perigosos, de carga indivisível, de emergência e de transporte de passageiros
(mototaxista) e entrega de mercadorias (motofretista) que exerçam atividades remuneradas na condução de motocicletas e mo-
tonetas."

Trânsito 138 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 7º As instituições ou entidades públicas ou privadas e centros de formação de condutores que desejarem realizar o curso à
distância deverão ter seus cursos homologados pelo Denatran adotando-se os mesmos requisitos estabelecidos no anexo iii
desta resolução.

§ 8º São reconhecidos os cursos especializados ministrados pelos órgãos de segurança pública e forças armadas e auxiliares
para os seus integrantes, não se aplicando neste caso o previsto na Resolução CONTRAN nº 358/2010.

§ 9º As instituições ou entidades públicas ou privadas e os centros de formação de condutores que já tenham obtido anteriormen-
te junto ao Denatran suas respectivas homologações para os cursos de renovação e/ou reciclagem de condutores na forma do
anexo III e/ou IV da resolução 168/2004 deverão apenas atualizar os respectivos conteúdos à grade curricular específica para os
cursos especializados obrigatórios de que trata o caput deste artigo."

Art. 2º. O Anexo III da Resolução nº 168/2004-CONTRAN passa a vigorar com a seguinte redação:

ANEXO III

DOCUMENTAÇÃO PARA HOMOLOGAÇÃO DE CURSOS A DISTANCIA, JUNTO AO ÓRGÃO MÁXIMO EXECUTIVO DE


TRÂNSITO DA UNIÃO

A solicitação de homologação para a oferta de curso a distância deve ser feita por meio de ofício próprio que disponha, em papel
timbrado da entidade requerente, a razão social, endereço fiscal e eletrônico, CNPJ e o respectivo projeto. A estes elementos
deve-se, ainda, anexar a documentação comprobatória pertinente e oficio expedido pelo órgão executivo de trânsito do estado e
do distrito federal autorizando seu funcionamento em seu estado.

A requisição de homologação através da modalidade de ensino a distância (EAD) está sujeita à avaliação de elementos obrigató-
rios [EO] e de elementos desejáveis [ED] facultativos que são acrescidos de pontuação específica e representam pontos de enri-
quecimento para o credenciamento do projeto apresentado. Este, ainda, deve estar em conformidade com as orientações desta
resolução.

Durante o processo de homologação, a entidade requerente deve disponibilizar uma apresentação do curso concluído.

PROJETO
Pontuação
EO ED
Máxima
1 Proposta Pedagógica
1.1 Compreensão da Problemática e Fundamentação Teórica
1.2 Objetivos
1.3 Conteúdos
1.4 Definição de Estrutura Modular do Curso
1.5 Detalhamento da Análise de Tarefas 30
1.6 Competências e Habilidades Auferidas 25
1.7 Metodologia
1.8 Justificativa das Mídias e Tecnologias Utilizadas
1.9 Formas de Interação e de Interatividade
1.10 Formas de Auto-Avaliação (Simulados) 25
1.11 Estrutura de Navegabilidade 20
1.12 Suporte Pedagógico (Tutoria On-line)
2 Equipe Multidisciplinar (Capacitação dos profissionais envolvidos e descrição das experiências que con-
tribuem para o projeto)
2.1 Pedagogo
2.1.1 Título de Especialista ou Mestre 10
2.1.2 Título de Doutor 15
2.1.3 Experiência em EAD 25
2.1.4 Atividade de Docência e Pesquisa e IES (Instituição de Ensino Superior) 20
2.2 Engenheiro
2.2.1 Título de Especialista ou Mestre 10
2.2.2 Experiência Comprovada em Engenharia de Trânsito 25
2.3 Médico
2.3.1 Título de Especialista ou Mestre 10
2.3.2 Experiência Comprovada em Primeiros-socorros relacionados a Questões decorrentes de acidentes
25
de Trânsito
2.4 Advogado
2.4.1 Título de Especialista ou Mestre 10

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2.4.2 Experiência Comprovada na área de Legislação de Trânsito 25
2.5 Psicólogo 5
2.5.1 Título de Especialista ou Mestre 10
2.5.2 Experiência Comprovada em relação à situações de Stress em Grandes cidades e Aspectos Com-
25
portamentais de Condutores de veículos
3 Propriedade Intelectual
3.1 Texto Base Utilizado para a Confecção do Curso é reconhecido pelo órgão máximo executivo de trân-
25
sito da União
4 Requisitos Técnicos e Tecnológicos
4.1 Domínio Internet Registrado e Ativo
4.2 Servidor dedicado com gerenciamento exclusivo para transmissão de troca de informações com o
banco de dados do respectivo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal
4.3 Infra-estrutura e Banda IP
4.4 Firewall
4.5 Estrutura de Recuperação de Desastre
4.6 Escalabilidade
4.7 Monitoração 7x24x365
4.8 Atestado de Capacitação Técnica em Soluções de Internet e Desenvolvimento de Aplicações
4.9 Comprovação de certificação do corpo técnico nas plataformas escolhidas 10
4.10 Desenho técnico da estrutura
4.11 Criptografia para sigilo das senhas e dados dos usuários
4.12 Infra-estrutura de Suporte Técnico 15
4.13 Ferramentas para identificação biométrica do condutor infrator para captura da foto e assinatura digi-
tais
5 Website do Curso
5.1 Informações sobre o Curso de Reciclagem
5.2 Caracterização das ferramentas e equipamentos necessários para a realização do curso 15
5.3 Descrição das Aplicações e Ferramentas disponibilizadas 15
5.4 Disponibilização de formas de contato com os Tutores do Curso e horários de Plantão de Atendimento
5.5 Ferramentas disponibilizadas para interação entre Tutores e Alunos
5.6 Informação dos locais das provas eletrônicas presenciais
5.7 Compatibilidade com os Navegadores mais utilizados (IE, Netscape, Mozilla, etc.) 15
5.8 Apresentação de estudo de navegabilidade, usabilidade e ergonomia 20
5.9 Guia de Orientação com informações sobre as características da EAD, Orientações para Estudo nesta
20
Modalidade
5.10 Detalhamento dos objetivos, competências e habilidades a serem alcançadas em cada um dos módu-
20
los previstos e sistemáticas de auto-avaliação e tempo
6 Aplicação de prova eletrônica (teórica)
6.1 Identificação positiva do condutor infrator por meio de ferramentas biométricas 1:N e 1:1
6.2 Utilização de um banco de questões fornecido pelo respectivo órgão ou entidade executivo de trânsito
do Estado ou do Distrito Federal para geração aleatória das questões da prova, apenas no momento em
que o condutor infrator (aluno) é identificado
6.3 Tracking para acompanhamento da performance do condutor infrator (aluno) 15
6.4 Realização de avaliações modulares 15
6.5 Sistema de gerenciamento do tempo da prova
6.6 Sistema de correção automática da prova e apresentação do respectivo resultado ao condutor infrator
(aluno) imediatamente final da prova
6.7 Geração aleatória da posição das alternativas de respostas da questão, bem como da posição da
questão na prova
6.8 Interface única através de Browser para cadastro de imagem e de impressão digital do condutor infra-
tor (aluno)
Total de Pontos Possível para Elementos Facultativos Desejáveis 500

No caso específico dos integrantes da equipe multidisciplinar é necessário anexar currículos e documentos pertinentes que com-
provem a qualificação dos profissionais responsáveis pela concepção, desenvolvimento, implementação, acompanhamento e
avaliação do curso, bem como a comprovação do tipo de vínculo contratual da equipe com a entidade requerente.

Art. 3º. Fica revogado o Anexo IV da Resolução nº 168/2004.

Art. 4º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Trânsito 140 A Opção Certa Para a Sua Realização


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JULIO FERRAZ ARCOVERDE


Presidente do Conselho

PEDRO DE SOUZA DA SILVA


p/Ministério da Justiça

GUIOVALDO NUNES LAPORT FILHO


p/Ministério da Defesa

RONE EVALDO BARBOSA


p/Ministério dos Transportes

ESMERALDO MALHEIROS SANTOS


p/Ministério da Educação

LUIZ OTÁVIO MACIEL MIRANDA


p/Ministério da Saúde

JOSÉ ANTÔNIO SILVÉRIO


p/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

LUIZA GOMIDE DE FARIA VIANNA


p/Ministério das Cidades
_______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ ______________________________________________________
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SEGURANÇA INSTITUCIONAL:
1 Técnicas operacionais.
2 Segurança física e patrimonial das instalações.
3 Prevenção e combate a incêndio.
4 Identificação, emprego e utilização de equipamentos eletrônicos de segurança: sensores, sistemas de alarme,
cercas elétricas, CFTV (circuito fechado de televisão).
5 Defesa pessoal.
6 Armamento e tiro.
7 Segurança de dignitários.
8 Crimes contra o patrimônio.
9 Noções de primeiros-socorros.
10 Estatuto do desarmamento (Lei nº 10.826/2003): capítulo II (arts. 4º e 5º) capítulo III (arts. 4º a 10º), capítulo IV (arts. 12 a 20)
e capítulo V (art. 25).
11 Relações Humanas.
11.1 Qualidade no atendimento ao público: comunicabilidade; apresentação; atenção; cortesia; interesse; presteza; eficiência;
tolerância; discrição; conduta; objetividade.
11.2 Trabalho em equipe.

1 Técnicas operacionais.
Para execução da segurança pessoal a primeira coisa a se fazer é executar técnicas preventivas. Logo a segurança pessoal
age em torno de técnicas eminentemente preventivas e ostensivas; e eventualmente repressiva ou ofensiva.
As técnicas preventivas englobam todas as ações desencadeadas pela equipe de segurança, pelo dignitário e pela sua famí-
lia, objetivando evitar quaisquer tipos de hostilidades. Além dessas ações, englobas também as medidas de segurança física, as
quais tem a mesma finalidade: evitar crimes ou atentados.
Segurança física - a parte de segurança que se preocupa com as medidas físicas destinadas a salvaguardar o pessoal e pre-
venir acessos não autorizados a informações, materiais e instalações, contra a espionagem, sabotagem, danificação e roubo,
tanto nos locais de fabrico ou armazenagem como durante deslocações.
O Agente de Segurança que executa a proteção de dignitário deve ter três qualidades: conhecimento técnico; conhecimento
tático e controle emocional.
CONHECIMENTO TÉCNICO é o saber acerca das leis, normas, regulamentos e doutrinas de segurança, funcionamento de
todos os dispositivos de emergência e de proteção (alarmes, armas letais e não letais, extintores, hidrantes, viatura, etc.)
CONHECIMENTO TÁTICO é a forma em que a pessoa empregará o seu conhecimento técnico. Isto é: seu posicionamento,
postura, agilidade, rapidez, eficácia, observância das leis, normas, doutrinas de segurança, etc. É sua tática que definirá se o
agente vai viver ou morrer em um sinistro; se ele será absolvido ou condenado após sua ação.
CONTROLE EMOCIONAL é o mecanismo psicológico que traz a tona a verdade ou a mentira; o profissionalismo ou o ama-
dorismo; a sabedoria ou a ignorância, a razão ou a emoção; vitória ou a derrota. Como assim? Se a pessoa empregar todos os
preceitos dos conhecimentos Técnicos x Táticos evidenciará a profissionalismo, a verdade, a sabedoria, a razão e a vitória; toda-
via, se for precipitado em sua ação evidenciará o amadorismo, a ignorância, a emoção, a derrota e a vergonha do ser humano.
Os objetivos técnicos são:
Detectar os riscos;
Estabelecer os meios necessários (dispositivos, barreiras físicas e eletrônicas, equipamentos, alterações estruturais, enfim,
todos os recursos logísticos, humanos e materiais) para tornar o ambiente seguro;
Elaborar manuais, normas e procedimentos de segurança preventivos e contingenciais;
Elaborar: planejamento de segurança; planejamento de emergência ou contigencial; planejamento de manutenção do nível de
segurança e planos de auditoria.
2 Segurança física e patrimonial das instalações.

*Alexandre Moura de Oliveira


É uma noção das mais elementares na consciência do ser humano, no espírito das instituições e nas normas administrativas de
uma instituição, que a preservação do patrimônio constitui algo que lhes é essencial. Na verdade, todo ser vivo possui um instinto
de defesa que se prolonga no instinto de conservação da espécie, que passa, de geração a geração, como herança através dos
tempos.

A Segurança caracteriza-se pela sensação de sentir proteção seja física e/ou psicológica. É propiciada pelas ações da Vigilância
e medidas preventivas com o objetivo de manter a incolumidade física de pessoas e a integridade material de instalações.
Enquanto a Vigilância é exercida dentro dos limites dos estabelecimentos, urbanos ou rurais, públicos ou privados, com a
finalidade de proteger os bens patrimoniais (pessoas inclusive). Pode ser realizada ostensivamente ou através de outros meios
(CFTV - circuito fechado de televisão, sensores, alarmes monitorados...).
A Vigilância deixou de ser uma atividade relacionada à permanência estática em determinado local para ser ferramenta primordial
de apoio às atividades de Segurança (de pessoas físicas e instalações, informação e processos produtivos).
MEIOS DE PROTEÇÃO (Sistemas defensivos)

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Os meios de proteção podem ser classificados em:
- meios de proteção física: constituídos de forma permanente ou provisória, com a finalidade de dissuadir ou retardar a ação de
ameaça ao patrimônio. Exemplos: barreiras perimetrais (cercas, muros, guaritas, portões...); barreiras estruturais (paredes,
portas, caixas-forte...); barreiras provisórias (concertinas de arame farpado, cancelas, divisórias...); sistemas de iluminação de
proteção (holofotes com sensores de presença, holofotes...), sistemas de combate a incêndios.
- meios eletrônicos de proteção: propiciam proteção adicional e são empregados em locais vitais à instituição, onde pelos mais
variados motivos, a ação humana não vai ser empregada ou necessita de complemento para melhoria de seu desempenho.
Exemplos: Circuito Fechado de Televisão; sistemas de alarme; detectores de metais; acionadores eletroeletrônicos de portas,
portões; sistemas de rádio-comunicação.
- meios metodológicos de proteção: são as normas, diretrizes, determinações, sistemas e orientações adotadas pela
instituição visando diminuir as vulnerabilidades existentes que por necessidade de funcionamento, não podem ser totalmente
eliminadas. Exemplos de meios: sistemas de identificação de pessoal; controle de entrada e saída de pessoal, veículos e cargas;
levantamento de antecedentes de candidatos; controle de circulação interna; integração de novos empregados; controle, arquivo
e destruição de documentos sigilosos; controle de estoque e armazenamento de ferramentas, materiais, etc.; investigação de
incidentes de segurança; treinamentos de segurança patrimonial; busca e coleta de informações; sistema de supervisão.
- força de resposta: a força de resposta de uma instituição é o ser humano, que por sinal é o mais importante componente do
sistema de segurança. De nada adiantariam sofisticados equipamentos eletrônicos, se não haverem pessoas para aciona-los,
controla-los e reagirem, nos momentos em que esses equipamentos cumprissem suas finalidades (detectar, alarmar, filmar...),
portanto, os seres humanos, são os únicos dentro do sistema, capazes de interpretarem os sinais emitidos pelos equipamentos,
analisarem os riscos e planejarem as medidas apropriadas, para reagirem aos efeitos das ameaças. Pela sua importância, ao ser
constituída, deve-se ter cuidado com os seguintes itens: avaliação de riscos; análise do efetivo necessário; organização da
guarda, seleção, treinamento, qualificação e responsabilidades do efetivo; meios de supervisão e controle das atividades.
3 Prevenção e combate a incêndio.
Fogo e incêndio
O oxigênio presente na atmosfera é indispensável à vida. Em certas circunstâncias, porém, ocorrem processos em que a rea-
ção com o oxigênio não se produz de maneira controlada. Tal é o caso, por exemplo, das oxidações, das corrosões metálicas e
das combustões.
Entende-se por fogo o efeito da reação química de um material combustível com desprendimento de luz e calor em forma de
chama. Grande parte das substâncias que se encontram na atmosfera está em equilíbrio com o oxigênio do ar. Se ocorre, porém,
uma determinada liberação de energia (em alguns casos basta uma simples faísca, em outros é preciso atingir temperaturas
muito altas), os materiais podem entrar em combustão e produzir o fogo, que ao se expandir transforma-se em incêndio.
Origens. Acredita-se que o controle do fogo pelo homem lhe abriu o caminho da civilização. Com efeito, constatou-se que o
hominídeo conhecido como homem de Pequim, que viveu há cerca de 500.000 anos, já se valia do fogo, enquanto outros vestí-
gios levam a crer que essa utilização remonta a mais de um milhão de anos. Só por volta do neolítico (por volta de 7000 a.C.),
porém, o homem adquiriu meios seguros para obter e dominar o fogo.
Com o passar do tempo, o homem descobriu empregos muito diversificados para o fogo. Além de aquecer e cozinhar os ali-
mentos, o fogo facilitou a caça e a guerra, e começou também a ser utilizado na limpeza das matas e dos pastos. Posteriormente
as cinzas resultantes foram aproveitadas como fertilizantes do terreno, o que originou sua aplicação nas incipientes atividades da
agricultura.
Pela dificuldade inicial de obtenção e manutenção, em muitas culturas o fogo era um tesouro precioso e as fogueiras eram
mantidas acesas para uso e adoração pública. Algumas religiões passaram a venerar o fogo, e outras o adotaram como símbolo.
As repercussões no campo da especulação filosófica também foram notáveis. Os pensadores clássicos gregos, por exemplo,
chegaram a considerar que a vida e as coisas se constituíam de vários elementos básicos, um dos quais era sempre o fogo.
Também em várias religiões as teofanias, ou manifestações divinas, apresentam em alguns de seus aspectos relações com o
fogo e a luminosidade e, em outros, os fenômenos ígneos se vinculam à purificação e ao mistério ritual.
Materiais inflamáveis e incêndios. Ao ocorrer o aquecimento progressivo de um material combustível exposto ao ar, logo que
é alcançada certa temperatura produz-se brusca aceleração do incremento térmico. Esse fenômeno deve-se a um aumento da
velocidade de reação com o oxigênio, paralelo à elevação da temperatura. Em alguns casos, produz-se uma combustão espon-
tânea.
Considera-se inflamável a mistura de um comburente e de um combustível para os quais a energia liberada na reação quími-
ca é suficientemente alta para provocar a propagação da chama em áreas não queimadas. Assim, um incêndio é um fogo violen-
to, em que as chamas queimam qualquer tipo de mistura inflamável que encontrem em seu caminho. Os limites de inflamabilida-
de dos materiais são grandezas cuidadosamente estudadas por técnicos e cientistas, já que guardam estreita relação com os
processos de combustão das diferentes máquinas e motores.
O armazenamento de materiais que oferecem risco de incêndio obedece a normas oficiais. Entre os mais propensos ao peri-
go de combustão acidental encontram-se os explosivos, os produtos químicos que reagem à água, os ácidos, óleos orgânicos
etc. Os metais em pó também são potencialmente perigosos. Em geral, os metais são considerados não combustíveis, embora
todos possam arder em determinadas condições.
A madeira é um material com limite de inflamabilidade muito baixo, e por isso seu uso em construções é cuidadosamente re-
gulamentado. Esse índice reduzido faz com que os incêndios florestais, relativamente frequentes, causem graves prejuízos mate-
riais e perda de vidas, além de verdadeiras catástrofes ambientais.
Classificação dos incêndios. Os incêndios são comumente classificados de acordo com o tipo do material combustível. De
acordo com esse critério, estabelecem-se quatro grupos, A, B, C, D. Correspondem à classe A os incêndios de materiais com-

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bustíveis comuns, como madeira, papel, produtos têxteis etc., que geralmente se extinguem com água (que esfria o meio e forma
uma atmosfera de vapor).
Os incêndios de material muito combustível (óleos, gasolina, graxas etc.) enquadram-se na classe B. São combatidos com
extintores de espuma, de anidrido carbônico ou similares. A classe C compreende os incêndios de equipamentos elétricos, para
cujo combate são usados agentes não condutores. Por último, na classe D enquadram-se os de materiais muito específicos, que
exigem sistemas especiais de extinção. Os extintores mais empregados são os de água (que nunca devem ser utilizados para
líquidos nem para equipamentos elétricos), os de ácido, de espuma, de líquidos vaporizáveis e de gases inertes.
Prevenção. Nas propriedades privadas e públicas, definem-se estimativas dos possíveis riscos de incêndio. É comum consi-
derar três fatores principais: vidas humanas, situação estratégica e valor monetário. No caso das edificações, existem normas
quanto aos materiais utilizados e sua distribuição. Também são avaliadas as causas mais frequentes dos incêndios: calefação,
curtos-circuitos em instalações elétricas, áreas exteriores com possibilidade de incêndio originado por seca, ignição espontânea
de certos materiais, estocagem de produtos químicos etc.
São especialmente considerados os efeitos de faíscas e chamas abertas. Um exemplo são as faíscas produzidas pelo atrito
em oficinas. Segundo os tipos de substâncias manipuladas e de operações efetuadas, cumpre também avaliar cuidadosamente
os riscos de determinadas atividades e profissões. Estão expostas a perigo maior as pessoas que realizam atividades de solda-
dura ou corte de materiais e todas aquelas que envolvem materiais inflamáveis (aplicação de tintas e vernizes) ou substâncias
que atinjam temperaturas elevadas.
Combate aos incêndios. Em algumas ocupações os riscos de incêndio superam em muito os níveis habituais. É o caso, por
exemplo, do transporte de petróleo ou de derivados petroquímicos, especialmente por mar, ou da mineração, já que nas galerias
de minas a propagação do fogo - que pode ter origem na combustão espontânea de gás carbônico ou numa explosão de grisu (o
gás das minas) - é muito rápida, devido às correntes de ar que as atravessam. Em tais condições, o combate aos incêndios exige
sobretudo uma de ação preventiva.
Nos núcleos urbanos e no combate aos incêndios florestais, a eliminação do fogo compete aos corpos de bombeiros, atual-
mente dotados de múltiplas e aperfeiçoadas instalações e meios de transporte. Um dos veículos mais comuns é o caminhão-
tanque, que conduz simultaneamente mangueiras, equipamento e pessoal, e que permite manter em níveis adequados a pressão
da água ou do agente extintor apropriado a cada tipo de incêndio. Também são indispensáveis as escadas extensíveis, para
missões de salvamento.
A luta contra os incêndios se estende também ao mar, com poderosos navios-tanques dotados de múltiplas mangueiras ca-
pazes de lançar sobre o foco de fogo imensas massas de água, e ao céu, com hidraviões dotados de grandes depósitos e espe-
cialmente empregados nos incêndios florestais. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Prevenção de Acidentes

COM ELETRICIDADE

Manter as instalações em bom estado para evitar a sobrecarga, o mau contato e principalmente o curto-circuito.

Não usar tomadas e fios em mau estado ou de bitola inferior à recomendada.

Nunca substituir fusíveis ou disjuntores por ligações diretas com arames ou moedas.

Não sobrecarregar as instalações elétricas com vários utensílios ao mesmo tempo, pois os fios esquentam e podem ocasio-
nar um incêndio.

Nunca deixe o ferro elétrico ligado quando tiver que fazer alguma outra coisa, mesmo que seja por alguns minutos, pois isto
tem sido causa de grandes incêndios.

Observe se os orifícios e grades de ventilação dos eletrodomésticos (como T.V., vídeo e forno de microondas) não se encon-
tram vedados por panos decorativos, cobertas, etc.

Não deixe lâmpadas, velas acesas e aquecedores perto de cortinas, papéis e outros materiais combustíveis.

Se a casa ficar desocupada por um período prolongado, desligue a chave elétrica principal.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM GÁS

Manusear botijões de gás com cuidado, evitando que caiam ou sofram pancadas.

Os botijões devem ser guardados em locais bem limpos, bem ventilados, livres de óleo e graxa, protegidos contra chuva, sol,
e outras fontes de calor.

Botijões de gás domésticos não devem ficar juntos do fogão, mas fora da casa e conectados com tubulações metálicas.

Caso o gás esteja instalado dentro de casa e ele vier a vazar, não risque fósforo, não acenda ou apague luzes. Chame os
bombeiros e se possível retire o botijão da sua casa. Abra as portas e janelas, corte a energia no relógio e fique longe do local
onde o gás está vazando.

Ao instalar um novo botijão use espuma de sabão para testar se há vazamentos. Jamais use fogo para tal propósito, mas
lembre-se: o sabão não deve ser usado para vedar vazamentos.

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Ao acender um forno de fogão, risque primeiro o fósforo e abra o gás depois. Se a casa ficar desocupada por um período pro-
longado, feche o registro de gás.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA COZINHA

Não use aventais ou toalhas plásticas na cozinha.


Quando sair de casa, verifique se nada está aceso e nenhum perigo de incêndio colocará em perigo sua residência.
Não coloque panos ou papéis decorativos próximo do fogão.
Os cabos das panelas devem ficar voltados para o centro do fogão.

Cozinha não é lugar para crianças, não permita que elas permaneçam sozinhas lá.

Nunca deixe fósforos ou isqueiros ao alcance de crianças. É um atentado contra sua casa e à integridade física delas.

Ao pegar uma panela quente, tenha certeza que conseguirá transportá-la, evitando que caia de suas mãos.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM AUTOMÓVEIS

Use sempre o cinto de segurança.

Realize manutenções regulares em seu veículo.

Não fume nem permita que fumem perto de veículos acidentados, ou onde haja forte cheiro de gasolina ou álcool.

Fumar no automóvel com todas as janelas fechadas, cria concentrações perigosas de monóxido de carbono.

Forte cheiro de combustível no motor ou na cabine de um carro, ou aumento repentino de consumo são indícios de vazamen-
to. Cuidado, podem provocar um incêndio.
Evite deixar crianças sozinhas dentro de automóveis com as chaves na ignição ou mesmo sem as chaves, estando o veículo
em ladeira.
Respeite sempre e acredite nas placas sinalizadoras

PREVENÇÃO DE ACIDENTES GERAIS

Jamais deixe crianças trancadas ao sair de casa. Em caso de incêndio, ou outra emergência, elas não terão como fugir.
NÃO SOLTE BALÕES, eles podem provocar grandes incêndios.
Não solte fogos de artifício, podem explodir acidentalmente em suas mãos, mutilando-as ou queimando-as.
Grande quantidade de papéis, papelões e outros materiais de fácil combustão não devem ser estocados em locais abertos,
próximo a áreas de circulação de pessoas e sim guardados em recintos fechados.
Após utilizar uma fogueira na mata, camping, etc., jogue água na mesma e cubra com areia.
Tenha cuidado com bolas (balões) de gás para crianças, muitas vezes cheias com hidrogênio.
Não fume perto de bolas de gás, pode causar explosões e várias queimaduras.
Não fume na cama, pois o fumante pode adormecer e o cigarro provocar um incêndio.
Não jogue inflamáveis, gasolina, álcool, etc. nos ralos, podem causar acúmulo de gases provocando explosões.
Não avive chamas de churrasqueiras e braseiros jogando álcool ou outros inflamáveis.
Como abandonar área em caso de emergência:

Mantenha a calma.

Retire-se em ordem.

Não corra.

Não grite.

Não obstrua as passagens.

Não volte ao local sem autorização da Defesa Civil.

Além das recomendações básicas , é possível colocarmos em prática algumas ações que muito ajudarão no domínio e con-
trole da maioria das emergências, principalmente tratando-se de incêndio.

Antes de abandonar área, sem colocar você e quem te acompanha em risco, proceda de acordo com as instruções que se
seguem:

Desligue os equipamentos elétricos.

Se possível, apague a chama, pois ela pode aumentar ou agravar a emergência

Se, no local, existem válvulas de fluxo de combustíveis (gasolina, álcool, solvente , tinta etc), feche-as o mais rápido possível

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Se houver pânico ou congestionamento na saída principal, procure outra alternativa

Se você ficar preso em meio à fumaça, existem as seguintes opções:

Respire pelo nariz em rápidas inalações, procurando rastejar para a saída, pois, junto ao chão, o ar permanece respirável por
mais tempo.

Umedeça um lenço ou um pano e coloque sobre o nariz.

A prevenção a incêndios , em sua área de trabalho, é a melhor forma de evitar acidentes.

Instalação de combate a incêndios

O "hall" de cada escada é bloqueado por portas corta-fogo, cujo bom funcionamento depende diretamente das dobradiças;
por isso as portas não devem permanecer abertas com o risco de desregular o sistema. Zele para que ela esteja sempre desim-
pedida.

Os extintores de incêndio servem para um primeiro combate a pequenos incêndios. Leia com a atenção as instruções conti-
das no cilindro dos extintores e, principalmente, a classe de incêndio para a qual cada extintor é indicado e como utilizá-lo.

As caixas de hidrantes possuem mangueiras que permitem combater o fogo e manter a segurança em qualquer ponto do pa-
vimento. É importante a sua constante conservação e manutenção.

Os extintores e hidrantes estão dispostos em todos os pavimentos do prédio conforme projeto específico aprovado pelo Cor-
po de Bombeiros.

Apesar dos riscos de incêndio em edifícios residenciais serem pequenos, convém ressaltar que podem ser provocados por
descuidos, tais como: ferro de passar roupa ligado, panelas superaquecidas no fogão, curtos-circuitos, por sobrecarga ou mesmo
um cigarro mal apagado.

Em caso de incêndio nunca use os elevadores; para sua segurança use as escadas.

Instalação Elétrica

Cada unidade do prédio possui um quadro de distribuição de circuitos onde estão localizados os que protegem todos os cir-
cuitos do imóvel. Este quadro é projetado e executado dentro das normas de segurança e não pode ter suas chaves alteradas
por outras de capacidade diferente.

Em caso de sobrecarga momentânea o disjuntor do circuito atingido se desligará automaticamente. Basta religá-lo. Se tornar
a se desligar, significa que há sobrecarga contínua ou que algum aparelho está em curto. Neste caso, solicite os serviços de um
profissional habilitado. Não aceite sugestões de curiosos.

Sempre que for executar manutenção, limpeza, reaperto nas instalações elétricas ou uma simples troca de lâmpada, desligue
o disjuntor correspondente ao circuito.

Recomenda-se evitar furações próximas ao quadro de distribuição.

As instalações de chuveiros, aquecedor, lustres ou similares deverão ser executadas por técnico habilitado, observando-se,
em especial, aterramento, voltagem, bitola, qualidade dos fios, isolamento, tomadas e "plugs" a serem empregados na instalação
dos equipamentos.

Antes de adquirir aparelhos elétricos verifique se o local destinado é provido de instalação elétrica adequada para funcionar
nas condições especificadas pelo fabricante.

Verifique se a carga elétrica exigida pelo aparelho não sobrecarregará a capacidade da tomada da instalação (fiação do dis-
juntor).

Evite a utilização de "benjamins" (dispositivo com que se ligam vários aparelhos a uma só tomada), pois podem provocar so-
brecargas.

Os projetos das instalações foram dimensionados para a capacitar o imóvel ao uso dos aparelhos já instalados e daqueles
comumente usados em residências.

Quando da instalação de armários próximos às tomadas, é comum que o marceneiro recorte os armários para aproveitar es-
tas tomadas, fixando-as no próprio corpo do armário. Fique atento para que o isolamento e fio utilizado sejam compatíveis com a
instalação original.

Não utilize extensões para uso particular das tomadas dos "hall's", vez que são de uso exclusivo do condomínio.

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Em caso de incêndio desligue os disjuntores.

Instalação de gás

Nunca utilize fósforo ou qualquer outro material que provoque combustão para testar se um equipamento a gás está vazando.
Recomenda-se para isso espuma de sabão ou sabonete.
Ocorrendo vazamento, não acenda fósforos ou qualquer outro objeto que provoque chamas ou faíscas e nem acione interrup-
tores de luz. Feche todas as torneiras de gás, abra as janelas e comunique imediatamente a concessionária local.

Para a instalação de qualquer armário próximo ao fogão, é importante que o registro de gás fique com fácil acesso.

Verifique todas as noites antes de se deitar, se os registros e torneiras dos aparelhos a gás estão fechados.

Se for instalar uma esquadria divisória entre a área de serviço e a cozinha, atente para que a mesma tenha na parte superior
básculas fixas abertas para facilitar a ventilação do ambiente.

A manutenção de aparelhos à gás deve ser confiada somente a pessoas habilitadas pela empresa concessionária.

Instalação de Aquecedores de Passagem a gás

É recomendável que tenham a sua primeira queima efetuada pela empresa instaladora autorizada.
Ao acionar o registro correspondente dos aparelhos misturadores (torneiras e chuveiros) dos banheiros, automaticamente o
aquecedor (se a chama piloto estiver acesa) é acionado. Por medida de economia, regule a chama do aquecedor para que a
água não aqueça em demasia. Isso ocasionará desperdício de gás e acarretará a necessidade de temperar com água fria para
condições confortáveis de uso.

Recomenda-se desligar a chama piloto do aquecedor sempre que não houver utilização constante ou se verificar ausência
prolongada do imóvel. Se a chama piloto for mantida acesa e se apagar, o mecanismo de segurança do aparelho cortará auto-
maticamente a passagem de gás.

Deve-se ler com atenção as instruções do manual do proprietário.

OS AMBIENTES ONDE SE SITUAM OS APARELHOS A GÁS DEVEM SER VENTILADOS PARA QUE ESTE SE DISPER-
SE, POR ISSO, EM SUA ÁREA DE SERVIÇO, HÁ UMA GRELHA DE VENTILAÇÃO PERMANENTE, QUE NUNCA DEVE SER
TAMPADA.

Os aquecedores a gás (acumulação e passagem) necessitam de manutenção preventiva, a fim de mantê-los regulados e em
perfeito funcionamento. Recomenda-se que esta manutenção seja realizada anualmente.

TODO E QUALQUER SERVIÇO NOS APARELHOS OU NAS INSTALAÇÕES A GÁS SÓ DEVE SER EXECUTADO POR
PROFISSIONAIS HABILITADO.

Impermeabilizações e vedações

Pelas características técnicas específicas das impermeabilizações feitas nos prédios, deve-se evitar alterações que possam
influir nas condições de permeabilidade das superfícies tratadas. Consulte sempre que necessário a empresa responsável pelos
serviços ou a Construtora antes de efetuar qualquer modificação ou instalação de algum equipamento nas áreas impermeabiliza-
das.

Se surgirem manchas de umidade no teto, antes de contatar a Construtora, solicite ao proprietário do apartamento superior
para que faça uma verificação nos rejuntamentos dos pisos, ralos e peças.

Ao instalar a divisória de box nos banheiros, atente para que as mesmas não danifiquem a impermeabilização e a mureta de
granito.

Evite a limpeza nas áreas frias com ácidos ou soda cáustica. Pelo seu alto poder de corrosão, tendem a eliminar os rejunta-
mentos dos pisos e paredes e podem provocar infiltrações generalizadas.

Não utilize para a limpeza, vassouras ou vassourinhas de piaçava. Isso também poderá remover os rejuntamentos.

Partes de Uso Comum

Este item é destinado ao Síndico. Com o intuito de auxiliá-lo a administrar o prédio, estas providências devem ser de conhe-
cimento de todos os condôminos.

Para a preservação estética, as áreas externas aparentes do empreendimento não poderão ser modificadas sem autorização
específica do síndico e orientação. Se necessário, consulte a construtora responsável pelo empreendimento.

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As portas dos compartimentos de medidores de luz e gás devem ser mantidas permanentemente chaveadas, evitando o
acesso de crianças ou de pessoas sem a necessária habilitação. Não devem utilizar, sob qualquer hipótese, estas áreas, e bem
como o cômodo reservado ao Síndico, como depósitos de materiais de limpeza, escadas, equipamentos de jardim, etc .

Deve-se alternar, periodicamente, o uso das bombas de recalque para evitar o desgaste excessivo de alguma delas e manter
o conjunto em perfeito funcionamento. A instalação de duas bombas visa garantir a continuidade do funcionamento do sistema.
Se necessário, efetue reparos em uma delas.

Os reservatórios de água (superior e inferior) deverão ser limpos anualmente por empresas especializada e mantidos com as
tampas permanentemente fechadas. Os mesmos são entregues já limpos e tratados, conforme certificado passado ao condomí-
nio.

Para facilitar eventuais manutenções, o barrilete localizado na cobertura tem suas tubulações identificadas por meios de eti-
quetas.

Os poços dos elevadores devem ser mantidos permanentemente limpos para evitar o acúmulo de água e / ou sujeira.

A porta da casa de máquinas dos elevadores deve ser mantida permanentemente chaveada para garantir somente o acesso
dos técnicos de manutenção da empresa contratada.

Os poços de águas servidas e as caixas coletoras de esgoto e gordura devem ser limpos periodicamente por empresa espe-
cializada, a fim de prevenir possíveis entupimentos.

Não devem ser usados produtos químicos ácidos que possam atacar os pisos das garagens e escadarias.

Os jardins, por integrarem um conjunto de decoração agradável e por serem muito sensíveis, devem ser tratados com esmero
e atenção. Também para valorizar o condomínio, recomenda-se a contratação de empresa especializada para tratamento de
eventuais pragas, poda, renovação de plantas, enfim, sua manutenção e conservação.

Os jardins devem ser regados diariamente, de preferência sem a presença do sol, pela manhã, bem cedo, ou, à tarde, após o
por do sol.

Nas escadarias e circulações deve-se evitar a aplicação de produtos escorregadios (cera) e manter essas áreas sempre de-
simpedidas. Para a limpeza basta um pano umedecido com produto específico ou sabão neutro. Evite lavagens.

Os extintores devem sofrer recarga e revisão periódica e o estado geral das mangueiras dos hidrantes deve ser continuamen-
te verificado. O corpo de Bombeiros normalmente ministra cursos e treinamentos de combate a incêndio a funcionários de pré-
dios.

O prédio, em todas as suas dependências, deve ser dedetizado periodicamente por empresa especializada, inclusive contra
cupins.

Deve-se manter os ralos permanentemente cobertos com as grelhas que os acompanham. Maior atenção deve ser dispensa-
do aos ralos localizados próximos aos jardins, pois ficam mais expostos às folhas das plantas que se soltam com o vento.

Para limpeza das pedras que revestem os pisos da entrada social, de serviços e calçadas, deve-se utilizar água com deter-
gente específico ou sabão neutro, esfregando-se com vassoura de piaçava e tomando cuidado para não remover o rejuntamento.

A instalação do sistema de pára-raios deve estar sempre acima de qualquer instalação adicional (antenas, etc.) que se fizer
após a entrega do prédio. A lâmpada da sinaleira, que é acionada automaticamente por meio de uma foto-célula, deve ser objeto
de verificação constante e, quando queimada, trocada por profissional habilitado.

Recomenda-se uma lavagem periódica do revestimento cerâmico das fachadas, devendo ser feito somente por empresa es-
pecializada.

Todas as esquadrias de ferro (rufos, escadas, gradil, etc.) deverão ser pintadas periodicamente e tratados os eventuais pon-
tos de oxidação que eventualmente venham aparecer.

A piscina deve ser tratada conforme as instruções fixadas próximo às bombas e recomenda-se a contratação de uma empre-
sa especializada para a manutenção periódica do conjunto de bombas.

Alvenaria

Antes de perfurar paredes para a colocação de quadros, armários, prateleiras ou outros objetos, consulte os projetos para
evitar furo nas tubulações de água ou energia elétrica, ou ainda em pilares e vigas (mais difíceis de serem perfurados).

Não use pregos nem martelos na fixação de objetos ou quadros nas paredes e sim, furadeira e buchas com parafusos (KIT
FISHER FU6, FU8, FU10 OU SIMILAR, indicado para a fixação em paredes executadas em bloco cerâmico).

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Não execute demolição ou construção em alvenaria sem a prévia consulta à Construtora e ao Condomínio, independente-
mente de aprovação junto aos órgãos públicos competentes.

Suportes para aparelhos de TV, vídeo , forno de microondas, entre outros, não devem ser instalados na parede de tijolo fura-
do apenas com buchas, pois correm o risco de se desprenderem.

Combustão

Combustão é uma reação química de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases. Para que isso
ocorra é necessário a união de quatro elementos essenciais do fogo, que são:

CALOR – Forma de energia que eleva a temperatura.


Gerada da transformação de outra energia, através de processo físico ou químico.

COMBUSTIVEL – É toda a substancia capaz de queimar e alimentar a combustão.


Elemento que serve de campo de propagação ao fogo. Os combustíveis podem ser, sólidos, líquidos ou gasosos.

COMBURENTE – É o elemento que possibilita vida as chamas, e intensifica a combustão.


O mais comum é que o oxigênio desempenhe este papel, porem não é o único, existindo outros gases.

REAÇÃO EM CADEIA – É a queima auto-sustentável.


É a união dos três itens acima descritos, gerando uma reação química. Quando o calor irradiado das chamas atinge o com-
bustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra vez calor
para o combustível, formando um ciclo constante.

Extinção: É o resultado da retirada de um ou mais dos componentes acima citados.

FORMAS DE COMBUSTÃO

Combustão Completa
É aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambiente rico em comburente.

Combustão Incompleta
É aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente pobre em comburente.

Combustão Espontânea
É aquela gerada de maneira natural, podendo ser pela ação de bactérias que fermentam materiais orgânicos, produzindo ca-
lor e liberando gases, alguns materiais entram em combustão sem fonte externa de calor, ocorre também na mistura de determi-
nadas substancias químicas, quando a combinação gera calor e libera gases.

Explosão
É a queima de gases ou partículas sólidas em altíssima velocidade, em locais confinados.
FORMAS DE PROPAGAÇÃO

O calor pode-se propagar de três diferentes maneiras: Condução, Convecção e Irradiação. Como tudo na natureza tende ao
equilíbrio, o calor é transferido de objeto com temperatura mais alta para aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio de
dois objetos absorvera calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.

Condução – É a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula. Quando dois ou mais corpos es-
tão em contato, o calor é conduzindo através deles como se fosse um só corpo.

Convecção – É a transferência de calor pelo próprio movimento ascendente de massas de gases ou líquido.

Irradiação – É a transmissão de calor por ondas de energia caloríficas que se deslocam através do espaço.

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CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS

INCÊNDIO é combustão sem controle.

Essa Classificação foi elaborada pela NFPA - Associação Nacional de Proteção a Incêndios/EUA, e adotada pelas: IFSTA -
Associação Internacional para o Treinamento de Bombeiros/EUA, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR e Cor-
pos de Bombeiros/BR.
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação em que se encontram.
Essa classificação determina a necessidade do agente extintor adequado.

CLASSE “A”
Combustíveis sólidos, ex. madeiras, papel, tecido, borracha, etc., caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resí-
duos, sendo que a queima se da na superfície e em profundidade.

CLASSE “B”
Líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis, caracterizados por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície
exposta.

CLASSE “C”
o Material e equipamentos energizados, caracterizado pelo risco de vida que oferece.

CLASSE “D”
o Metais combustíveis, ex. magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio,
caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns principalmente se contem água.

MÉTÓDOS DE EXTINÇÃO

Retirada do material combustível, é o método mais simples de se extinguir um incêndio, baseia-se na retirada do material
combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo.

Resfriamento é o método mais utilizado, consiste em diminuir a temperatura do material combustível que esta queimando,
diminuindo, consequentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis.

Abafamento consiste em impedir ou diminuir o contato do comburente com o material combustível.

Extinção química consiste na utilização de certos componentes químicos, que lançados sobre o fogo, interrompem a reação
em cadeia.

AGENTES EXTINTORES

Água
Utilizado nos incêndios de classe: A
Espuma
Utilizado nos incêndios de classe: A e B
Gás Carbônico (CO2)
Utilizado nos incêndios de classe: A, B e C
Pó Químico seco
Utilizado nos incêndios de classe: B e C (na classe D é utilizado pó químico especial)
Gases Nobres limpos
Utilizado nos incêndios de classe: A, B e C
EXTINTORES

EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADO

Este é o extintor mais indicado para o combate a princípio de incêndio em materiais da classe “A” (sólidos); não deverá ser
usado em hipótese alguma em materiais da classe “C” (elétricos energizados), pois a água é excelente condutor de eletricidade,
o que acarretará no aumento do fogo; deve-se evitar também seu uso em produtos da classe “D” (materiais pirofóricos), como o
magnésio, pó de alumínio e o carbonato de potássio, pois em contato com a água eles reagem de forma violenta.
A água agirá por resfriamento e abafamento.
Procedimentos para uso:
- retirar o pino de segurança;
- empunhar a mangueira e o gatilho; e
- apertar o gatilho e dirigir o jato para a base do fogo.

EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZÁVEL (PRESSÃO INJETADA)

Seu uso é equivalente ao de água pressurizada, diferindo-se apenas externamente pelo pequeno cilindro contendo gás pro-
pelente, cuja válvula deve ser aberta no ato de sua utilização, a fim de pressurizar o ambiente interno do extintor, permitindo o
seu funcionamento. O agente propulsor (propulente) é o gás carbônico (CO2).
Procedimentos de uso:

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- abrir a válvula do cilindro de gás;
- empunhar a mangueira e o gatilho; e
- apertar o gatilho e dirigir o jato para a base do fogo.

EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

É o mais indicado para ação em materiais da classe “B” (líquidos inflamáveis), mas também pode ser usado em materiais
classe “A” e em último caso, na classe “C”. Age por abafamento, isolando o oxígênio e liberando gás carbônico assim que entra
em contato com o fogo.
Procedimentos para uso:
- retirar o pino de segurança;
- empunhar a pistola difusora; e
- atacar o fogo acionando o gatilho.

EXTINTOR DE PQS COM PRESSÃO INJETÁVEL

As mesmas características do PQS pressurizado, mas mantendo externamente uma ampola de gás para a pressurização no
instante do uso.
Procedimentos para uso:
- abrir a ampola de gás;
- empunhar a pistola difusora; e
- apertar o gatilho e dirigir a nuvem de pó para a base do fogo.

EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA PRESSURIZADO

A espuma é gerada pelo batimento da água com o líquido gerador de espuma e ar (a mistura da água e do líquido gerador de
espuma está sob pressão, sendo expelida ao acionamento do gatilho, juntando-se então ao arrastamento do ar atmosférico em
sua passagem pelo esguicho).
Será usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”.
Procedimentos de uso:
- retirar o pino de segurança;
- empunhar o gatilho e o esguicho; e
- apertar o gatilho, lançando a espuma contra o fogo.

EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA COM PRESSÃO INJETADA

As mesmas características do pressurizado, mas mantendo a ampola externa para a pressurização no instante do uso.
Procedimentos para uso:
- abrir a válvula do cilindro de gás;
- retirar o pino de segurança;
- empunhar o gatilho e o esguicho; e
- apertar o gatilho, lançando a espuma contra o fogo.

EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA

Embora esteja em desuso no mercado, ainda é possível encontrá-lo em edificações. Seu funcionamento é possível devido a
colocação do mesmo de “cabeça para baixo”, formando a reação de soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de
sódio. Depois de iniciado o funcionamento, não é possível a interrupção da descarga.
Deve ser usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”.
Procedimentos para uso:
- não deitar ou virar o extintor antes de chegar ao local do fogo;
- no local, inverter a posição do cilindro; e
- lançar a espuma contra o fogo.

EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO2)

É o mais indicado para a extinção de princípio de incêndio em materiais da classe “C” ( elétricos energizados ), podendo ser
usado também na classe “B”.
Procedimentos para uso:
- retirar o pino de segurança;
- empunhar o gatilho e o difusor; e
- apertar o gatilho, dirigindo o difusor por toda a extensão do fogo.

EXTINTOR DE HALOGENADO (HALON)

Composto por elementos halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo).


Atua por abafamento, quebrando a reação em cadeia que alimenta o fogo.
Ideal para o combate a princípios de incêndio em materiais da classe “C”.
Procedimentos para uso:
- retirar o pino de segurança;
- empunhar o gatilho e o difusor; e
- acionar o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo.

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EXTINTOR SOBRE RODAS (CARRETA)

A diferença dos extintores em geral é a sua capacidade. Devido ao seu tamanho, sua operação requer duas pessoas.
As carretas podem ser:
- de água;
- de espuma mecânica;
- de espuma química;
- de pó químico seco; e
- de gás carbônico.

GLOSSÁRIO DO INCÊNDIO

ABAFADOR: haste de madeira geralmente contendo tiras de mangueira ou até mesmo ramos vegetais verdes, usada para
apagar fogo em mato. É também conhecida como “vassoura-de-bruxa”.
ABAFAMENTO: ato de abafar o fogo; uma das três técnicas de extinção de incêndio.
ABALO: diz-se do tremor causado pela natureza ou por fadiga de estrutura.
ABASTECIMENTO: suprimento de água durante um incêndio, imprescindível para o extermínio do mesmo.
ABRAÇADEIRA: também conhecida como “tapa-furos”, é confeccionada em couro envolto por tiras, usada para tapar man-
gueiras furadas; chapa de ferro usada para segurar paredes ou vigas de madeiramento.
ABRASÃO: desgaste por fricção; raspagem.
ACEIRO: limpeza destinada a impedir acesso do fogo a cercas, árvores, casas, etc., mediante roçada, carpa, desobstrução.
ACERAR: afiar; aguçar; amolar.
ACETILENO: gás formado pela ação da água sobre a hulha; etino.
ACETONA: líquido inflamável e volátil, obtido por destilação seca.
ACHA: peça de madeira rachada para o fogo.
AÇO: liga de ferro com carbono que se torna extremamente dura quando, depois de aquecida, é esfriada repentinamente.
ACONDICIONAR: arranjar, arrumar; preservar contra deteriorização (cordas, cabos ou mangueiras).
ACOPLAR: unir, ligar, juntar.
AÇUDE: construção destinada a preservar águas pluviais.
ADAPTAÇÃO: qualquer peça usada para suprir dificuldades de encaixe; peça usada por bombeiros para ligar ou unir man-
gueiras com juntas de união diferentes.
ADUCHAR: ato de enrolar a mangueira de forma a permitir que a mesma permaneça bem acondicionada, e propiciando uma
forma fácil de transportá-la e prepará-la para uso com rapidez; diz-se de todo acondicionamento de material com o objetivo de
preservá-lo.
ADUTORA: canal, galeria ou encanamento que leva água de um manancial para um reservatório; diz-se da linha de manguei-
ra principal para o combate a um incêndio (a que leva água para as linhas de ataque direto).
AERODUTO: duto de ar nas instalações de ventilação.
AFFF: Aqueous Film Forming Foam - Espuma Formadora de filme Aquoso.
AFFF / ARC: Aqueous Film Forming Foam / Alcool Resistant Concentrate - Espuma Formadora de filme Aquoso e Concen-
trado Resistente a Alcool.
AFERIR: medir; conferir; calibrar.
AGENTE EXTINTOR: que age, que exerce, que produz efeito sobre o fogo, extinguindo-o.
ÁGUA: líquido formado de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, sem cor, cheiro ou sabor, transparente em seu esta-
do de pureza; agente extintor universal.
AGULHETA: tipo de esguicho de jato sólido e único, sem regulagem de proporções ou demanda.
ALAGAMENTO: enchente de água; inundação de terras.
ALARME: aviso de algum perigo; dispositivo usado para alertar ou acionar alguém sobre um perigo.
ALASTRAR: estender; espalhar (o fogo).
ALAVANCA: barra inflexível, reta ou curva, apoiada ou fixa num ponto de apoio fora de sua extensão, e destinada a mover,
levantar ou sustentar qualquer corpo.
ALAVANCA CYBORG: espécie de alavanca multi-uso, possuindo uma extremidade afilada e chata formando uma lâmina, cu-
ja lateral estende-se um punção, e em seu topo predomina uma superfície chata. Na outra extremidade há uma unha afiada com
entalhe em “V”. É também conhecida como “Quic-bar”.
ALCATRÃO: substância obtida pela destilação da madeira, turfa ou carvão mineral.
ALICATE: pequena ferramenta torquês, geralmente terminada em ponta mais ou menos estreita, com variadas utilidades co-
mo prender, segurar ou cortar objetos.
ALICERCE: maciço de alvenaria que serve de base às paredes de um edifício.
ALVARÁ: documento passado por uma autoridade judiciária ou administrativa, que contém ordem ou autorização para a prá-
tica de determinados atos.
ALVENARIA: obra feita de pedras e tijolos ligados por argamassa, cimento, etc.
AMIANTO: silicato refratário ao fogo e aos ácidos; asbesto.
AMÔNIA: solução aquosa do gás amoníaco.
AMONÍACO: gás incolor, de odor intenso e picante, muito solúvel em água, resultante de uma combinação de nitrogênio e hi-
drogênio, de fórmula NH2.
ANCORAGEM: ato ou efeito de se ancorar; amarra feita com o intuito de pendurar algo, ou manter a segurança de algo ou
alguém.
ANDAIME: estrado de madeira ou metal, provisório, de que se utilizam os pedreiros para erguerem um edifício.
ANEMÔMETRO: aparelho de medir a velocidade e a força dos ventos.
ANTEPARO: peça que se põe diante de alguma coisa ou de alguém para resguardar.

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
APARELHO DE HIDRANTE: artefato para expedição de água, geralmente em forma de “T”, usado sempre em hidrante do ti-
po subterrâneo, com rosca em sua extremidade de acoplamento, para fácil e rápido manuseio.
AQUEDUTO: canal, galeria ou encanamento destinado a conduzir água de um lugar para outro.
AR COMPRIMIDO: ar engarrafado em cilindro, sob pressão, usado por bombeiros para proteção respiratória em casos de in-
cêndio.
ARC: Alcool Resistant Concentrate - Concentrado Resistente a Alcool.
ARCO VOLTAICO: ocorre quando a energia elétrica procura um caminho para “terra” e “salta” de um ponto energizado para
um condutor em contato com o solo.
ARVORAR: ato de erguer, levantar ou elevar a escada de bombeiros.
ATAQUE: diz-se do ato do bombeiro que avança sobre o incêndio, com o intuito de exterminá-lo; denomina-se linhas de ata-
que as mangueiras que são usadas para o extermínio do incêndio.
BACKDRAFT: através de uma queima lenta e pobre em oxigênio, o fogo fica confinado por algum tempo, sem alimentação do
comburente. Quando o comburente entra no local, ocorre uma explosão, onde é dada esta denominação para o fenômeno.
BALACLAVA: gorro justo de malha de lã, em forma de elmo, que cobre a cabeça, o pescoço e os ombros.
BANDÓ: espécie de protetor posterior da nuca, usado junto ao capacete, de material refratário.
BANZO: cada uma das duas peças longitudinais principais da escada, onde de encaixam os degraus.
BARBARÁ: espécie de hidrante, também conhecido como “de coluna”, cuja abertura é feita por um registro tipo gaveta, pos-
suindo uma expedição de 100mm e duas de 63mm.
BLEVE: sigla de “Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion”, acerca de um fenômeno que ocorre em recipientes com líquidos
inflamáveis sob pressão, explodindo devido a queda de resistência das paredes do cilindro.
BLOCO CONTRA FRICÇÃO: peça destinada a eliminar o atrito das mangueiras com quinas ou cantos abrasivos.
BOIL OVER: fenômeno que ocorre devido ao armazenamento de água no fundo de um recipiente, sob combustíveis inflamá-
veis, sendo que a água empurra o combustível quente para cima, durante um incêndio, espalhando-o e arremessando-o a gran-
des distâncias.
BOLSÃO: tem por finalidade carregar escombros durante o rescaldo ou servir de recipiente para imersão de materiais em
brasa.
BOMBA DE INCÊNDIO: equipamento constituído de bomba d’água hidráulica acoplada a motor próprio (moto-bomba). Pode
ser fixa, transportável por veículo ou portátil.
BOMBA FLUTUANTE: motobomba utilizada para drenagem de água de pavimentos subterrâneos, alagamentos, etc.
BOTA: um dos itens do Equipamento de Proteção Individual do bombeiro, podendo ser de borracha ou couro.
CABEÇA: denominação dada a parte do incêndio florestal que se propaga com maior rapidez, caminhando no sentido do ven-
to. O fogo ali queima com maior facilidade.
CABO DA VIDA: cabo solteiro feito de material sintético, de 12mm de diâmetro e 6 metros de comprimento, destinado à pro-
teção individual do bombeiro.
CALOR: forma de energia que se transfere de um sistema para outro graças à diferença de temperatura entre eles. Um dos
quatro itens do tetraedro do fogo, indispensável para o incêndio.
CANHÃO: esguicho constituído de um corpo tronco de cone montado sobre uma base coletora por meio de junta móvel. É
empregado quando de necessita de jato contínuo de grande alcance e volume.
CAPA DE PINO: peça metálica em forma trapezoidal, com uma tomada quadrada, que tem por finalidade acoplar a chave “T”
no registro do hidrante, para que este não gire em falso.
CAPACETE: um dos itens do Equipamento de Proteção Individual do bombeiro.
CHAVE “T”: ferramenta que consiste em uma barra de ferro com munhões em forma de “T”, e em sua parte inferior, uma to-
mada quadrada para o acoplamento ao registro do hidrante.
CHUVEIRO: forma de jato d’água, ideal para resfriamento.
CHUVEIRO AUTOMÁTICO: também conhecido como “sprinkler”, é um sistema de proteção contra incêndio que, através de
uma rede de distribuição de água, por tubulação, é acionado por meio automático.
COLETOR: peça que se destina a conduzir, para uma só linha, água proveniente de duas ou mais linhas, ocasionando, en-
tão, mais pressão.
COLUNA D’ÁGUA: linha de mangueira que consiste em recalcar água até um esguicho na extremidade superior da edifica-
ção.
COMBATE: técnica de extinção do incêndio, formada por linhas de ataque.
COMBURENTE: um dos quatro itens do tetraedro do fogo, fundamental para se obtê-lo. É o elemento que possibilita vida às
chamas e intensifica a combustão. O exemplo mais comum é o oxigênio.
COMBUSTÃO: reação química de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases.
COMBUSTÍVEL: um dos quatro itens do tetraedro do fogo. É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão,
sendo o elemento que serve para a propagação do fogo.
CONDUÇÃO: forma de propagação de calor. É a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula.
CONFINAMENTO: cercar o fogo, delimitá-lo em ambiente fechado para esgotar a reserva de oxigênio, e, consequentemente,
extingui-lo.
CONVECÇÃO: forma de propagação de calor. É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de gases ou
de líquidos dentro de si próprios.
CORRETOR DE FIOS: conhecido também como “troca-fios”, é utilizado na correção de padrões de fios diferentes entre duas
juntas do tipo rosca, sendo empregado na rosca macho.
CORTA-A-FRIO: ferramenta para cortar telas, correntes, cadeados e outras peças metálicas.
COSTAS OU RETAGUARDA: parte do incêndio florestal que situa-se em posição oposta à cabeça. Queima com pouca inten-
sidade e pode se propagar contra o vento ou em declives.
CROQUE: ferramenta constituída de uma haste comprida, geralmente de madeira ou plástico rígido, tendo na sua extremida-
de uma peça metálica com ponta e fisga.
DEDO: parte do incêndio florestal, que se predomina por faixa longa e estreita que se propaga rapidamente a partir do foco
principal.
DERIVANTE: peça metálica destinada a dividir uma linha de mangueira em outras de igual diâmetro ou de diâmetro inferior.
DESABAMENTO: queda ou desmoronamento de estrutura sólida.

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EDUTOR: peça metálica com introdução de 38mm e expedição de 63mm, possuindo uma válvula de retenção que impede o
alagamento do compartimento, caso haja queda de pressão na introdução ou alguma obstrução no tubo de descarga.
EMPATAÇÃO: nome dado à fixação, sob pressão, da junta de união de engate rápido no duto da mangueira.
ENTRELINHAS: equipamento acoplado numa linha de mangueira para adicionar o líquido gerador de espuma à água para o
combate ao incêndio.
ENXADA: ferramenta de sapa que consiste em uma lâmina de metal, com um orifício em sua parte oposta em que se encaixa
um cabo de madeira no sentido perpendicular. Usada para revolver ou cavar a terra e rescaldos.
ENXADÃO: parente da enxada, com variação no tamanho.
EPI: sigla de “Equipamento de Proteção Individual”.
EPR: sigla de “Equipamento de Proteção Respiratória”.
ESCADA: os tipos de escadas que os bombeiros utilizam são: simples, de gancho, prolongável (constituída de dois corpos li-
gados entre si), crochê (dobrável) e de bombeiro (leve e com um único banzo).
ESCORA: peça geralmente de madeira ou de metal, utilizada para proteger estruturas em colapso.
ESCORAMENTO: operação emergencial para impedir o processo de desarticulação ou desabamento de uma construção.
ESGUICHO: peça metálica adaptada à extremidade da linha de mangueira, destinada a dar forma e controlar o jato d’água.
Os bombeiros utilizam os tipos agulheta, regulável, universal, canhão, monitor, pescoço de ganso, proporcionador de espuma e
lançador de espuma.
ESPUMA: agente extintor e uma das formas de aplicação de água, sendo constituída por um aglomerado de bolhas de ar ou
gás, formada por solução aquosa, apagando o fogo por abafamento e resfriamento.
ESTRANGULADOR: utilizado para permitir contenção do fluxo da água que passa por uma linha de mangueira, sem que haja
necessidade de parar o funcionamento da bomba de incêndio ou de fechar registros.
EXPLOSÃO: arrebentação súbita, violenta e ruidosa provocada pela libertação de um gás ou pela expansão repentina de um
corpo sólido que, no processo, se faz em pedaços.
EXTINÇÃO: fase do combate ao incêndio em que o fogo é completamente apagado, para posteriormente dar-se início ao res-
caldo.
EXTINTOR DE INCÊNDIO: aparelho portátil de fácil manuseio, destinado a combater princípios de incêndio.
FACÃO: ferramenta semelhante a faca, porém maior que esta, utilizada principalmente em vegetações.
FILTRO: peça metálica acoplada nas extremidades de admissões de bombas de incêndio, para evitar que nelas entrem cor-
pos estranhos.
FLANCO: a lateral do incêndio florestal que separa a cabeça das costas ou retaguarda. A partir do flanco, forma-se o dedo.
FLASHOVER: fenômeno apresentado quando, na fase de queima livre de um incêndio, o fogo aquece gradualmente todos os
combustíveis do ambiente. Quando determinados combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma
queima instantânea desses produtos, o que poderá acarretar uma explosão ambiental.
FOCO: ponto central de onde provém o fogo.
FOCO SECUNDÁRIO: provocado por fagulhas que o vento leva além da cabeça ou por materiais incandescentes, durante o
incêndio florestal.
FOGO: fenômeno que consiste no desprendimento de calor e luz produzidos pela combustão de um corpo.
FRANCALETE: cinto de couro estreito e de comprimento variado dotado de fivela e passador, utilizado na fixação de man-
gueiras e outros equipamentos.
FUMAÇA: porção de vapor resultante de um corpo em chamas.
GADANHO: espécie de “garfo” de sapa com dentes de ferro, utilizado no rescaldo para arrastar ou remover materiais.
GLP: sigla de “Gás Liquefeito de Petróleo”, mais conhecido como “gás de cozinha”.
GOLPE DE ARÍETE: força ocasionada quando o fluxo da água, através de uma tubulação ou mangueira, é interrompido de
súbito. A súbita interrupção do fluxo determina a mudança de sentido da pressão, sendo instantaneamente duplicada, acarretan-
do sérios danos aos equipamentos hidráulicos e à bomba de incêndio. Tal acidente pode ser evitado com o uso da válvula de
retenção.
HALON: agente extintor de compostos químicos formados por elementos halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo).
HIDRANTE: dispositivo colocado na rede de distribuição de água, permitindo sua captação pelos bombeiros para combate a
incêndio. Pode ser encontrado nas versões de coluna (barbará) e subterrâneo.
HT: sigla para “hand-talk”, rádio portátil com bateria recarregável usado pelo bombeiro.
INCÊNDIO: fogo de origem acidental, geralmente sem controle.
IRRADIAÇÃO: uma das formas de propagação de calor, transmitida por ondas de energia calorífica que se deslocam através
do espaço.
ISOLAMENTO: método cercar o fogo, impedindo sua propagação; manter a integridade de um local.
JATO: forma da água ao sair do esguicho. Pode ser sólido ou contínuo, chuveiro e neblina.
JUNTA DE UNIÃO: peça metálica utilizada para efetuar a conexão de mangueiras, mangotes e mangotinhos entre si e a ou-
tros equipamentos hidráulicos.
LANÇADOR DE ESPUMA: espécie de esguicho que tem por finalidade produzir espuma por baixa pressão, através de um
dispositivo que arrasta o ar para seu interior, adicionando-o à mistura por meio de batimento, que dará como resultado a espuma.
LANCE: fração de mangueira que vai de uma a outra junta de união.
LANÇO: corpo da escada, compreendido geralmente por dois banzos.
LGE: sigla de “Líquido Gerador de Espuma”.
LINGA: cabo curto de aço com alças em suas extremidades, que tem por objetivo laçar algum objeto para transporte, içamen-
to ou arrasto.
LINHA: conjunto de mangueiras acopladas, que formam um sistema para conduzir água. Subdivide-se em adutora, ataque e
siamesa.
LUVAS: item do “Equipamento de Proteção Individual” do bombeiro. Pode ser de raspa, PVC, nitrílica e de borracha. Também
há a luva de procedimentos, usadas em primeiros socorros, compostas de látex.
MACETE DE BORRACHA: martelo de borracha maciça e cabo de madeira, que tem por finalidade auxiliar o acoplamento de
peças com junta de união de rosca, através de batidas nos munhões, sem, contudo, danificá-las.
MACHADO: instrumento constituído de cunha de ferro em um dos lados, com cabo de madeira, destinado ao corte de árvores
ou arrombamento.

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MALHO: grande martelo, de cabeça pesada, sem unhas e sem orelhas, usado em arrombamentos.
MANANCIAL: lago, nascente ou fonte d’água.
MANGOTE: duto de borracha, reforçado com armação interna de arame de aço, para resistir, sem se fechar, quando utilizado
em sucção de água.
MANGOTINHO: tubo flexível de borracha, reforçado para resistir a pressões elevadas e dotado de esguicho próprio. Geral-
mente é pré-conectado à bomba de incêndio, e utilizado em pequenos focos.
MANGUEIRA: equipamento de combate a incêndio, constituído de um duto flexível dotado de juntas de união, destinado a
conduzir água sob pressão. Seu revestimento interno é um tubo de borracha, e o externo uma capa de lona confeccionada de
fibras naturais.
MANGUEIROTE: mangueira especial utilizada para o abastecimento de viaturas em hidrantes. Em suas extremidades obser-
va-se juntas de união de rosca fêmea, dotadas de munhões para fácil acoplamento.
MANILHA: peça de metal em forma de “U”, com furos em suas extremidades, por onde passa uma espécie de ferrolho, desti-
nada a prender amarras.
MARRETA: espécie de pequeno malho.
MARTELETE: ferramenta utilizada para cortar ou perfurar metais e alvenaria. É encontrado nas versões hidráulico e pneumá-
tico.
MÁSCARA AUTÔNOMA: equipamento constituído de máscara facial, válvula de demanda e traqueia, acoplados a um cilindro
de ar-comprimido respirável, utilizados em ambientes com alta concentração de fumaça.
MONITOR: esguicho de grande vazão, abastecido por duas ou mais linhas siamesas.
MOTO-ABRASIVO: aparelho com motor dois tempos que, mediante fricção, produz cortes em materiais metálicos e em alve-
narias.
MOTOBOMBA: equipamento constituído de bomba d’água hidráulica acoplada a motor próprio. Pode ser fixa, transportável
por veículo ou portátil.
MOTO-EXPANSOR: aparelho com motor próprio, constituído com uma tela onde é lançada a pré-mistura, e de uma hélice,
que funciona como ventilador, projetando uma corrente de ar também sobre a tela e a pré-mistura, formando a espuma.
MUNHÃO: haste que tem por objetivo facilitar a pegada manual para diversos fins.
NEBLINA: forma de jato d’água gerado por fragmentação da mesma em partículas finamente divididas, através do mecanis-
mo do esguicho.
OXIGÊNIO: elemento químico mais abundante na crosta terrestre, indispensável à vida dos animais e vegetais. É o combu-
rente mais comum.
PÁ: utensílio de sapa que consiste numa folha de metal larga ou grande colher, adaptado a um cabo comprido, utilizado para
escavar ou remover terra e rescaldo.
PÁ DE ESCOTA: pequena pá que pode se transformar em pequena enxada, destinada a trabalhos que exigem cuidado, co-
mo soterramento.
PASSADEIRA: lona de grande proporção destinada a proteger materiais durante a operação de rescaldo.
PASSAGEM DE NÍVEL: equipamento confeccionado de metal ou madeira que possui um canal central para a colocação de
mangueira, protegendo-a e permitindo o tráfego de veículos sobre as linhas de mangueiras dispostas no solo.
PÉ-DE-CABRA: espécie de alavanca que em uma de suas extremidades apresenta uma unha curva em forma de gancho, e à
outra extremidade uma unha chata.
PESCOÇO DE GANSO: espécie de esguicho longo em forma de “L”, com jato de chuveiro, que tem objetivo proteger a linha
de ataque durante o combate ao incêndio.
PICARETA: instrumento que consiste em uma peça de ferro com duas pontas aguçadas, da qual se estende um cabo de ma-
deira, que tem por objetivo cavar terra ou remover pedras.
PIROFÓRICO: metal combustível.
PIRÓLISE: transformação por aquecimento de uma mistura ou de um composto orgânico em outras substâncias.
PITOT: aparelho constituído de manômetro que serve para medir a pressão de cilindros.
PÓ QUÍMICO SECO: agente extintor formado por substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio
ou cloreto de potássio.
PORÃO: esguicho próprio para extinguir incêndios em pavimentos inferiores de difícil acesso, que produz jato chuveiro.
PRESSÃO: é a força que se aplica na água para esta fluir através de mangueiras, tubulações e esguichos, de uma extremi-
dade a outra.
PROPORCIONADOR DE ESPUMA: espécie de esguicho que reúne o lançador de espuma e o entrelinhas em uma única pe-
ça.
RALO: peça metálica que situa-se na introdução da bomba de incêndio para impedir a entrada de detritos em suspensão na
água.
REAÇÃO EM CADEIA: um dos itens do tetraedro do fogo, que torna a queima auto-sustentável.
REDUÇÃO: peça metálica utilizada para a conexão de juntas de união de diâmetros diferentes.
REGISTRO DE RECALQUE: extensão da rede hidráulica, constituído de uma conexão (introdução) e registro de paragem em
uma caixa de alvenaria fechada por tampa metálica, situando-se abaixo do nível do solo (no passeio), junto à entrada principal da
edificação.
REIGNIÇÃO: nova ignição de incêndio já combatido e extinto, que dá-se devido à brasas e focos escondidos não encontra-
dos no rescaldo.
RESCALDO: fase do seviço de combate a incêndio em que se localizam focos de fogo escondidos ou brasas que poderão
tornar-se novos focos.
RESFRIAMENTO: método de extinção de incêndio que consiste em diminuir a temperatura do material combustível que está
queimando, diminuindo, consequentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis.
SALVATAGEM: conjunto de ações que visa diminuir os danos causados pelo fogo, pela água e pela fumaça durante e após o
combate ao incêndio.
SAPA: conjunto de ferramentas usadas em escavações ou remoções (pá, enxada, gadanho, etc.).
SIAMESA: espécie de linha composta por duas ou mais mangueiras adutoras, destinadas a conduzir água da fonte de abas-
tecimento para um coletor, e deste, em uma única linha, aumentando o volume de água a ser utilizada.
SINISTRO: acontecimento que causa dano, perda, sofrimento ou morte; acidente; desastre; incêndio.

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SPRINKLER: também conhecido como chuveiro automático.
SUPLEMENTO DE UNIÃO: peça metálica utilizada na correção de acoplamentos de juntas de rosca, quando há encontro de
duas roscas macho ou duas roscas fêmea.
SUPORTE DE MANGUEIRA: peça metálica com uma tira de couro ou nylon, utilizada para fixar a linha de mangueira na es-
cada.
TAMPÃO: peça metálica que destina-se a vedar as expedições desprovidas de registro que estejam em uso, e a proteger as
extremidades das uniões contra eventuais golpes que possam danificá-las.
TETRAEDRO DO FOGO: esquema de quatro faces para exemplificar os quatro elementos essenciais do fogo: calor, combus-
tível, comburente e reação em cadeia.
TORRE D’ÁGUA: linha de mangueira ou tubulação que consiste em recalcar água até um esguicho na extremidade superior
da viatura aérea.
VÁLVULA DE RETENÇÃO: peça metálica utilizada para permitir uma única direção do fluxo da água, possibilitando que se
forme coluna d’água em operações de sucção e recalque. Impede o golpe de aríete.
VASSOURA-DE-BRUXA: denominação popular do “abafador”, utilizado em incêndio florestal.
VENTILAÇÃO: remoção e dispersão sistemática de fumaça, gases e vapores quentes de um local confinado, proporcionando
a troca dos produtos da combustão por ar fresco, facilitando, assim, a ação dos bombeiros durante o combate ao incêndio.

4 Identificação, emprego e utilização de equipamentos eletrônicos de segurança: sensores, sistemas de alarme, cercas
elétricas, CFTV (circuito fechado de televisão).

Sensores
Uso de Sensores para Segurança
Uma grande inovação quando o assunto é equipamentos de segurança é o surgimento e popularização dos sensores. Esses
componentes possibilitaram o desenvolvimento de sistemas de segurança muito mais sofisticados e eficientes e trouxeram mais
conforto e tranquilidade para quem os utiliza.
Entre as principais vantagens de usar um sensor, estão a precisão, visto que esses aparelhos captam invasões de forma exata,
ou seja, não se ativam equivocadamente, e o ótimo custo-benefício. Basicamente, o sensor funciona da seguinte maneira: após
ser ativado, o equipamento envia um sinal para o receptor que dispara o alarme sempre que identificar alguma presença dentro
da área de sensibilidade.
Entre os modelos, existe o sensor infravermelho, o qual monitora a presença dentro da área por meio de pulsos luminosos
invisíveis, e o sensor magnético, que executa a mesma função por meio de vibrações de um campo eletromagnético.
Independentemente da versão é escolhida, é importante que seja fabricada com materiais de qualidade e seja resistente à
passagem de veículos.
Central de Alarme
Segurança Total com a Central de Alarme
O alarme é um dos principais equipamentos de segurança para casas, veículos e imóveis comerciais, pois evita furtos e
invasões, protegendo o local por meio de sensores que detectam invasões e disparam sinais sonoros.
Quando o perímetro é violado, a Central de Alarme aciona uma ou mais sirenes e transmite para telefones cadastrados a
ocorrência. Assim, o responsável pelo local pode tomar providências mesmo estando a distância.
Casas e apartamentos que possuem alarmes ficam menos vulneráveis a arrombamentos e furtos. O alarme é um item essencial
na proteção da família e do patrimônio.
Entre os vários modelos disponíveis, a Central Alarme Informe Slim 3 é uma ótima alternativa, em razão da possibilidade de
monitorar setores mistos e independentes. Já a Central de 18 zonas, permite a identificação de cada usuário e ainda possui
acesso remoto via telefone.
Outra opção é a Central de 2 zonas, que pode ser habilitada ou desabilitada por controle, além de ser programada com um
temporizador de saída e de entrada. A Central 10 zonas é mais um modelo eficiente, que vem com teclado LCD para a inserção
de nomes.
Cercas Elétricas
As cercas elétricas estão entre os equipamentos de segurança mais procurados do mercado. Projetadas para serem instaladas
sobre muros, grades e mesmo ao redor de telhados, elas são um excelente instrumento de proteção para o patrimônio. O uso
desse método de segurança previne a ação de possíveis invasores, mantendo o perímetro seguro.
Embora a descarga elétrica não seja letal, causa um abalo físico nada agradável. O material empregado na constituição do
dispositivo são os seguintes: hastes de alumínio com isoladores em poliéster e fio de aço inox de alto brilho. Caso os fios
sejam cortados ou mesmo tocados, imediatamente uma sirene dispara. Alguns modelos de cerca ainda acionam centrais de
alarmes e holofotes.
Central Eletrificadora
Central Eletrificadora - Mais Segurança para sua Residência
A central eletrificadora é um recurso moderno de equipamentos de segurança. Ótima opção para quem procura segurança e
proteção ao seu patrimônio – seja ele comercial ou residencial. A central eletrificadora dispara choques de forma continua à

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cerca elétrica, impedindo que indivíduos se aproximem ao local. Os choques são de baixíssima amperagem, o que não provoca
prejuízo algum à saúde do invasor.
Uma das principais vantagens da cerca elétrica é que ela apresenta amplo poder de dissuasão, pelo grande susto que causa aos
invasores, o que os mantêm afastados da propriedade. Outro benefício é que, quando ocorre a violação dos fios, o alarme
imediatamente é acionado, e a cerca permanece eletrificada.
Há diversos modelos de central eletrificadora. Entre os mais utilizados, pode-se mencionar a Central Eletrificadora Impacto,
Central Eletrificadora Revolution Control e Central Eletrificadora Shock Premium – GENNO, todas certificadas pelo Inmetro e que
comportam os recursos mais modernos para os equipamentos de segurança do mercado.
Circuito fechado de televisão

Câmera de vigilância
Circuito fechado ou circuito interno de televisão (também conhecido pela sigla CFTV; do inglês: closed-circuit television,
CCTV) é um sistema de televisão que distribui sinais provenientes de câmeras localizadas em locais específicos, para um ou
mais pontos de visualização.
Funcionamento
O sistema do circuito interno é na sua versão mais simples constituido por câmera(s), meio de transmissão e monitor.
Inicialmente sendo um sistema analógico, o CFTV transmitia as imagens das câmeras por meio de cabo coaxial para monitores
CRT (analógicos). Esta transmissão era e é apenas destinada a algumas pessoas, pelo que se trata de um sistema fechado. O
facto de ser um sistema fechado e a captura e transmissão das imagens ser de acordo com os conceitos e formatos da televisão
analógica conduziu à sigla CFTV.
Evolução
Os circuitos internos encontram-se em estado de grande evolução, quer em termos de tecnologia quer em termos aplicacionais.
Em termos tecnológicos, é hoje possível ter o sistema todo em formato digital, usufruindo das mais valias da era digital. Em
termos aplicacionais o circuito interno de televisão já não é apenas um sistema simples de monitorização de segurança, tendo
evoluído para áreas como o reconhecimento facial, reconhecimento de matrículas, vigilância rodoviária etc...
O sistema de circuitos internos não é aplicado somente com propósitos de segurança e vigilância, também é utilizado em outras
áreas como laboratórios de pesquisa, em escolas, empresas privadas, na área médica, pesquisa e monitoramento de fauna e
flora, monitoramento de relevo, condições climáticas, controle de processos assim como nas linhas de produção de fábricas.
Algumas destas áreas não utilizam a designação CFTV.
Devido à sua larga possibilidade de utilização, o circuito interno acaba se tornando em um sistema promissor, com um amplo
mercado.

5 Defesa pessoal.
Defesa pessoal, ou autodefesa (do inglês self-defense), é um conjunto de vários métodos que têm como fim neutralizar um
ataque pessoal.
As técnicas de defesa pessoal têm sido derivadas das artes marciais tradicionais, adaptadas para uso por pessoas comuns, para
defender-se mesmo em sua vida normal.
Em defesa pessoal utilizam-se técnicas simples e evitam-se movimentos complexos.
Utilizam-se principalmente bloqueios, retenções e alavancas para dominar o adversário o mais rápidamente possível, encurtando
o tempo de combate com o objetivo de evitar riscos e deixar em segundo plano diferenças físicas.
A defesa com mãos nuas, pode completar se com armas próprias ou impróprias, que podem ser facas, armas de fogo ou
qualquer objeto que esteja acessível no momento do conflito.
Âmbito civil
No âmbito civil tenta-se dominar o adversário de maneira segura e sem provocar danos excessivos, devido à responsabilidade
civil da ação defensiva, quando ultrapassa os limites da legítima defesa. A defesa pessoal é baseada nos fundamentos de alguns
esportes e / ou artes marciais, como o judô, o aikido ou karate. O caráter principal da defesa pessoal é a evitação de força,
podendo ser aplicado a oponentes de maiores dimensões ou com força muscular. É por aquela razão que as técnicas básicas

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como os golpes únicos (que se executam contra o oponente com uma parte específica do nossos corpos) como o uso da palma
da mão, as articulações dos dedos e as partes macias ou golpes de joelho, passando as demais por técnicas mais profissionais
como vários tipos de chutes, e também mais avançadas como desequilíbrios ou imobilizações (que são usadas em defesa
pessoal de polícia ou em modalidades esportivas como o karate) são as aplicações compreendidas na defesa pessoal.
Âmbito militar
No âmbito militar utilizam-se técnicas com maior poder ofensivo e letal, valendo-se também de armas. Algumas artes, a exemplo
do systema (da Rússia) e do krav magá (de Israel), são de origem militar mas se espalharam também para uso civil.
Galeria


Técnicas de defesa pessoal descritos em um manual da marinha de guerra italiana


Defesa com a palma de mão contra uma prova de agarrar


Defesa com um galho de árvore contra uma prova de agarrar
Defesa activa
Em deportes de combate, diz-se de uma "actividade" que tem por objectivo evitar de suportar a ofensiva do adversário e utilizar a
acção ofensiva do adversário a seu próprio favor, ao invés a uma defesa chamada "clássica" que se satisfaz simplesmente de
defender. Segundo o provérbio: "a melhor defesa é o ataque". Por exemplo: "A" mira um golpe de parada quando seu adversário
se acerca.
"Defesa activa" é uma expressão utilizada por alguns experientes de desportos de combate para designar uma forma de defesa
diferente a ela telefonema "clássico" (Por exemplo: bloqueio ou evitación). Como seu qualificativo indica, ela se demostra por
uma "actividade" dirigida à ofensiva do adversário. Tem por objectivo a utilização da acção do adversário a seu próprio favor, em
lugar de satisfazer-se simplesmente de defender.
Qual é a diferença de uma "defesa clássica"? Sobretudo, trata-se de fazer que a ofensiva do adversário faça o menos de danos
possíveis e, de outra parte, de utilizar a actividade do adversário para cumprir um contraataque eficaz essencialmente um golpe
de contra.

• 1/ Lhe primeira intenção é tomar menos de danos possíveis durante a defesa. Assim as maneiras usadas são pouco
costosas em traumatismos: bloqueio "absorbente" (absorción de golpe) e desvio da arma de ataque.

• 2/ O segundo objectivo é sacar proveito do ataque do adversário. Distingue-se assim duas maneiras:
o A defesa tem de permitir de cumprir um contraataque. Por exemplo, absorver o golpe e contraatacar ou desviar
a arma e desequilibrar o adversário ao mesmo tempo para contraatacar vantajosamente,
o A defesa basearia sobre o atacar, isto é passar a ofensiva durante a iniciativa do adversário, ou em adianto-lhe
do oponente ou em seu ataque propriamente chamado. Há, aqui, uma estratégia próxima do golpe de contra.
Por exemplo, perturbar o adversário em acercar-se ou em desenvolver seu ataque, com ajuda de uma vez no
eixo directa.

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Ilustração em boxe


"A" é vindo a aderir-se contra o oponente para perturbar de se desenrollar


Absorción de uma chute baixo (low kick) juntada com uma contra ao vivo mergulhando


"A" tem rompido a distância para perturbar o desenvolvimento do gancho do adversário


golpe de parada durante o progresso do adversário

6 Armamento e tiro.

CARTILHA DE ARMAMENTO E TIRO

APRESENTAÇÃO

Esta cartilha foi elaborada pelo Serviço de Armamento e Tiro da Academia Nacional de Polícia e pelo Serviço Nacional
de Armas e tem como objetivo principal fornecer os ensinamentos que serão cobrados em exame para a comprovação de capa-
cidade técnica para o manuseio de arma de fogo.

O comprovante de capacitação técnica deverá atestar, necessariamente, que o pretendente demonstre ter conhecimen-
to da conceituação e normas de segurança pertinentes à arma de fogo, conhecimento básico dos componentes e partes da arma
de fogo e habilidade do uso da arma de fogo demonstrada, pelo interessado, em estande de tiro.

1. ARMA DE FOGO

1.1. CONCEITO

Dispositivo que impele um ou vários projéteis através de um cano pela pressão de gases em expansão produzidos por
uma carga propelente em combustão.

1.2. CLASSIFICAÇÃO

1.2.1. Quanto à alma do cano

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A alma é a parte oca do interior do cano de uma arma de fogo, que vai geralmente desde a culatra até a boca do cano,
destinada a resistir à pressão dos gases produzidos pela combustão da pólvora e outros explosivos e a orientar o projétil. Pode
ser lisa ou raiada, dependendo do tipo de munição para o qual a arma foi projetada.

Alma raiada

A alma é raiada quando o interior do cano tem sulcos helicoidais dispostos no eixo longitudinal, destinados a forçar o
projétil a um movimento de rotação.

Alma lisa

É aquela isenta de raiamentos, com superfície absolutamente polida, como, por exemplo, nas espingardas. As armas de
alma lisa têm um sistema redutor (choque), acoplado ao extremo do cano, que tem como finalidade controlar a dispersão dos
bagos de chumbo.

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1.2.2. Quanto ao tamanho

Armas Curtas:

Pistolas – Modernamente podemos conceituar pistola como arma curta, raiada, portátil, semi-automática ou automática,
de ação simples, ação dupla, dupla ação e híbrida, com câmara no cano, a qual utiliza o carregador como receptáculo de muni-
ção. Existem pistolas de repetição que não dispõem de carregador e cujo carregamento é feito manualmente pelo atirador. Seu
nome provém de Pistoia, um velho centro de armeiros italianos.

Revólveres – Arma curta de alma raiada ou lisa, portátil, de repetição, na qual os cartuchos são colocados em um cilin-
dro giratório (tambor) atrás do cano, podendo o mecanismo de disparo ser de ação simples ou dupla.

Armas Longas – Alma Raiada:

Rifles – Termo muito comum, de origem inglesa, que significa o mesmo que fuzil. Arma longa, portátil que pode ser de
uso militar/policial ou desportivo; de repetição, semi-automática ou automática.

Fuzil de Assalto – Fuzil Militar de fogo seletivo de tamanho intermediário entre um fuzil propriamente dito e uma carabi-
na.

Carabina (Carbine) – Geralmente uma versão mais curta de um fuzil de dimensões compactas, cujo cano é superior a
10 polegadas e inferior a 20 polegadas (geralmente entre 16 e 18 polegadas).

Submetralhadora – Também conhecida no meio Militar como metralhadora de mão, é classificada assim por possuir
cano de até 10 polegadas de comprimento e utilizar cartuchos de calibres equivalentes aos das pistolas semi-automáticas.

Metralhadora – Arma automática, que utiliza cartuchos de calibres equivalentes ou superiores aos dos fuzis; geralmente
necessita mais de uma pessoa para sua operação.

Armas Longas – Alma Lisa:

Espingardas - Arma longa, de alma lisa, que utiliza cartuchos de projéteis múltiplos ou de caça.

1.2.3. Quanto ao sistema de carregamento

Antecarga – Qualquer arma de fogo que deva ser carregada pela boca do cano.

Retrocarga – Arma de fogo carregada pela parte de trás ou extremidade da culatra.

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1.2.4. Quanto ao sistema de funcionamento

Repetição – Arma capaz de ser disparada mais de uma vez antes que seja necessário recarregá-la, as operações de
realimentação são feitas pela ação do atirador. Pode ser equipada com carregador, tambor ou receptáculo (tubo).

Semi-automático – Sistema pelo qual a execução do tiro se dá pela ação do atirador (um acionamento da tecla do gati-
lho para cada disparo); as operações de extração, ejeção e realimentação se darão pelo reaproveitamento dos gases oriundos
de cada disparo.

Automático – Sistema pelo qual a arma, mediante o acionamento da tecla do gatilho e enquanto esta estiver premida,
atira continuamente, extraindo, ejetando e realimentando a arma até que se esgote a munição de seu carregador ou cesse a
pressão sobre o gatilho.

1.2.5. Quanto ao sistema de acionamento

Ação simples – No acionamento do gatilho apenas uma operação ocorre, o disparo; sendo que a operação de armar o
conjunto de disparo já foi feita antes.

Ação dupla – No acionamento do gatilho ocorrem duas operações, a primeira é o armar do conjunto de disparo e a se-
gunda é o disparo propriamente dito.

Dupla ação – Sistema onde se faz possível a execução do tiro tanto em ação simples, como em ação dupla.

Ação híbrida – A operação de armar o conjunto de disparo ocorre em duas etapas, uma antes e outra depois do dispa-
ro.

2. PARTES DA ARMA DE FOGO

Revólver

Pistola

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ESPINGARDA PUMP

CANO

JANELA DE CARREGADOR
EJEÇÃO E TUBULAR
CABEÇA
DO FELHO
GUARDA-
MÃO

GUARDA-MATO
E GATILHO

CORONHA
COM SO-
LEIRA

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ESPINGARDA DOIS CANOS MOCHA

TRAVA DE
FECHAMENTO
TRAVA DE
SEGURANÇA

CANOS DUPLOS
PARALELOS

CANO CARREGADOR
TUBULAR

1. Somente aponte sua arma, carregada ou não, para onde pretenda atirar;

2. NUNCA engatilhe a arma se não for atirar;

3. A arma NUNCA deverá ser apontada em direção que não ofereça segurança;

4. Trate a arma de fogo como se ela SEMPRE estivesse carregada;

5. Antes de utilizar uma arma, obtenha informações sobre como manuseá-la com um instrutor credenciado;

6. Mantenha seu dedo estendido ao longo do corpo da arma até que você e esteja realmente apontando para o alvo e
pronto para o disparo;

7. Ao sacar ou coldrear uma arma, faça-o SEMPRE com o dedo estendido ao longo da arma;

8. SEMPRE se certifique de que a arma esteja descarregada antes de qualquer limpeza;

9. NUNCA deixe uma arma de forma descuidada;

10. Guarde armas e munições separadamente e em locais fora do alcance de crianças;

11. NUNCA teste as travas de segurança da arma, acionando a tecla do gatilho;

12. As travas de segurança da arma são apenas dispositivos mecânicos e não substitutos do bom senso;

13. Certifique-se de que o alvo e a zona que o circunda sejam capazes de receber os impactos de disparos com a máxima
segurança;

14. NUNCA atire em superfícies planas e duras ou em água, porque os projéteis podem ricochetear;

15. NUNCA pegue ou receba uma arma, com o cano apontado em sua direção;

16. SEMPRE que carregar ou descarregar uma arma, faça com o cano apontado para uma direção segura;

17. Caso a arma “negue fogo”, mantenha-a apontada para o alvo por alguns segundos. Em alguns casos, pode haver um
retardamento de ignição do cartucho;

Segurança Institucional 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


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18. SEMPRE que entregar uma arma a alguém, entregue-a descarregada;

19. SEMPRE que pegar uma arma, verifique se ela está realmente descarregada;

20. Verifique se a munição corresponde ao tamanho e ao calibre da arma;

21. Quando a arma estiver fora do coldre e empunhada, NUNCA a aponte para qualquer parte de seu corpo ou de outras
pessoas ao seu redor, só a aponte na direção do seu alvo;

22. Revólveres desprendem lateralmente gases e alguns resíduos de chumbo na folga existente entre o cano e o tambor.
Pistolas e Rifles ejetam estojos quentes lateralmente; quando estiver atirando, mantenha as mãos livres dessas zonas e
as pessoas afastadas;

23. Tome cuidado com possíveis obstruções do cano da arma quando estiver atirando. Caso perceba algo de anormal com
o recuo ou com o som da detonação, interrompa imediatamente os disparos, descarregue a arma e verifique cuidado-
samente a existência de obstruções no cano; um projétil ou qualquer outro objeto deve ser imediatamente removido,
mesmo em se tratando de lama, terra, graxa, etc., a fim de evitar danos à arma e/ou ao atirador;

24. SEMPRE utilize óculos protetores e abafadores de ruídos quando estiver atirando;

25. NUNCA modifique as características originais da arma, e nos casos onde houver a necessidade o faça através armeiro
profissional qualificado;

26. NUNCA porte sua arma quando estiver sob efeito de substâncias que diminuam sua capacidade de percepção (álcool,
drogas ilícitas, medicamentos);

27. NUNCA transporte ou coldreie sua arma com o cão armado;

28. Munição velha ou recarregada NÃO é confiável, podendo ser perigosa.

CONDUTA NO ESTANDE DE TIRO

1. O SILÊNCIO é fator preponderante para segurança e deverá ser observado rigorosamente na linha de tiro;

2. No estande de tiro a arma permanecerá SEMPRE DESMUNICIADA E GUARDADA salvo sob comando expresso do ins-
trutor;

3. Todo procedimento de carregar, sacar, descarregar, inspecionar e colocar a arma no coldre será SOB COMANDO DO
INSTRUTOR, sempre com o cano apontado para direção segura a critério do instrutor;

4. SEMPRE obedeça ao comando do instrutor, fazendo tudo o que for ordenado, NUNCA antecipe a execução de coman-
do ou faça qualquer coisa não comandada;

5. Em caso de qualquer incidente, permaneça DE FRENTE PARA O ALVO com a arma apontada SEMPRE em direção ao
alvo e levante o braço oposto para que o instrutor possa atendê-lo;

6. No caso de haver mais de um candidato realizando a prova ao mesmo tempo, mantenha SEMPRE o alinhamento com
os outros atiradores.

DOS REGULAMENTOS DAS PROVAS

PROVA TEÓRICA (para fins de registro e porte na categoria defesa pessoal em todas as espécies):

Composição: 20 (vinte) questões objetivas, englobando os seguintes temas:

a) Normas de segurança: 06 questões;

b) Nomenclatura e funcionamento de peças: 06 questões;

c) Conduta no estande: 03 questões e,

d) Legislação vigente sobre armas de fogo no Brasil (Lei 10.826/03 e Decreto 5.123/04): 05 questões.

Aprovação: mínimo de 60% (sessenta porcento) dos acertos possíveis.

5.1. Do Alvo: Silhueta humanóide, padrão DPF/ANP, com zonas de pontuação decrescente de 5 (cinco) à 0 (zero) pontos;

5.2. Distância do atirador ao alvo: 10 (dez) tiros a 5 metros e 10 (dez) tiros a 7 metros;

5.3. Quantidade total de tiros: 20 (vinte) tiros;

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5.4. Tempo de duração: 20 (vinte) segundos para cada sequência de 05 (cinco) tiros ou 40 (quarenta) segundos para cada
sequência de 10 (dez) tiros.

5.5. Quanto ao sistema de acionamento:

a) Para armas de ação simples: mecanismo de disparo armado e travado.

b) Para armas de ação dupla: disparos em ação dupla.

c) Para armas de dupla ação: nas pistolas o primeiro disparo em ação dupla e os demais em ação simples. Nos revólve-
res todos os disparos em ação dupla.

5.6. Da munição: Original de fábrica, PROIBIDO o uso de munição recarregada;

5.7. Da aprovação: Será aprovado o candidato que obtiver, no mínimo, 60 % da pontuação máxima do alvo, ou seja, 30
(trinta) pontos em cada distância, do total dos 50 (cinquenta) pontos possíveis; para a prova teórica se adotará o mesmo
percentual de acertos (60%).

5.8. Da reprovação: o Candidato dará ciência de sua reprovação em campo próprio do formulário de aferição de habilidade
de tiro real, podendo requerer nova avaliação após 30 dias.

Observações:

1) O avaliando iniciará a prova na posição de retenção. As armas que contenham travas de segurança deverão ficar travadas até
que seja dado o comando de início da prova pelo Instrutor do DPF ou credenciado;

2) Caso o avaliando venha a infringir as normas de segurança e/ou conduta no estande de tiro, a critério do Instrutor avaliador,
dada a gravidade do fato, o candidato poderá ser reprovado no exame, devendo ser observado o item 5.8 acima.

3. ARMA CURTA, ALMA LISA, PARA FINS DE REGISTRO DE ARMA DE FOGO

6.1. Do Alvo: Silhueta humanóide, padrão DPF/ANP, com zonas de pontuação decrescente de 5 (cinco) à 0 (zero) pontos;

6.2. Distância do atirador ao alvo: 2 séries de 02 tiros a 10 metros;

6.3. Quantidade total de tiros: 04 (quatro) tiros;

6.4. Tempo de duração: 4 segundos cada série.

6.5. Quanto ao sistema de acionamento:

a) Para armas de ação simples: mecanismo de disparo armado e travado.

b) Para armas de ação dupla: disparos em ação dupla.

c) Para armas de dupla ação: nas pistolas o primeiro disparo em ação dupla e os demais em ação simples. Nos revólve-
res todos os disparos em ação dupla.

6.6. Da munição: Original de fábrica, PROIBIDO o uso de munição recarregada;

6.7. Da aprovação: será aprovado o pretendente que obtiver aproveitamento mínimo de balins constantes em um cartucho;

6.8. Da reprovação: o Candidato dará ciência de sua reprovação em campo próprio do formulário de aferição de habilidade
de tiro real, podendo requerer nova avaliação após 30 dias.

7. ARMA DE FOGO LONGAS PARA REGISTRO DE ARMA DE FOGO CATEGORIA DEFESA PESSOAL

7.1. Silhueta humanóide, padrão DPF/ANP, com zonas de pontuação decrescente de 5 (cinco) à 0 (zero) pontos;

7.2. Distancia do atirador ao alvo:

a) Arma Longa de alma raiada: 20 (vinte) metros;


b) Arma Longa de alma lisa: 15 (quinze) metros;
c) Arma de alma lisa espécie Pistolão (até 300 mm de cano): 10 (dez)metros.

7.3. Quantidade de tiros: 02 (duas) séries de 05 (cinco) tiros em 30 (trinta) segundos para alma raiada; 02 (duas) séries de
02 (dois) tiros para alma lisa no tempo de 20 (vinte) segundos para cada série.

7.4. Da munição: Original de fábrica, PROIBIDO o uso de munição recarregada. As armas de alma lisa deverão utilizar car-

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tucho com chumbo de nº 5 a 7,5 (padrão CBC).

7.5. Sistema de acionamento: de acordo com a especificidade da arma.

7.6. Da aprovação:

a) Será aprovado o candidato em arma longa de alma raiada que obtiver, no mínimo 60% da pontuação máxima do alvo, ou
seja, 30 (trinta) pontos do total de 50 (cinquenta) pontos possíveis.

b) Será aprovado o candidato em arma longa de alma lisa que obtiver um bom desempenho em acertar o alvo.

7.7. Da reprovação: o Candidato dará ciência de sua reprovação em campo próprio do formulário de aferição de habilidade
de tiro real, podendo requerer nova avaliação após 30 dias.

OBSERVAÇÕES:

1) O avaliando iniciará a prova na posição de retenção. As armas que contenham travas de segurança deverão ficar travadas até
que seja dado o comando de início da prova pelo policial instrutor ou Instrutor credenciado;

2) Caso o avaliando venha a infringir as normas de segurança e/ou conduta no estande de tiro, a critério do Instrutor avaliador,
dada a gravidade do fato, o candidato poderá ser reprovado no exame, devendo ser observado o item 7.7 acima.

8. ARMA CURTA, ALMA RAIADA, PARA PORTE DE ARMA DE FOGO CATEGORIA DEFESA PESSOAL – com-
posta de duas avaliações

AVALIAÇÃO 1

8.1 Do Alvo Silhueta humanóide: padrão DPF/ANP, com zonas de pontuação decrescente de 5 (cinco) à 0 (zero) pontos;

8.2. Distância do atirador ao alvo: 10 (dez) tiros a 5 metros e 10 (dez) tiros a 7 metros;

8.3. Quantidade total de tiros: 20 (vinte) tiros;

8.4. Tempo de duração: 20 (vinte) segundos para cada sequência de 05 (cinco) tiros ou 40 (quarenta) segundos para cada
sequência de 10 (dez) tiros.

8.5. Quanto ao sistema de acionamento:

d) Para armas de ação simples: mecanismo de disparo armado e travado.

e) Para armas de ação dupla: disparos em ação dupla.

f) Para armas de dupla ação: nas pistolas o primeiro disparo em ação dupla e os demais em ação simples. Nos revólve-
res todos os disparos em ação dupla.

8.6. Da munição: Original de fábrica, PROIBIDO o uso de munição recarregada;

8.7. Da aprovação: Será aprovado o candidato que obtiver, no mínimo, 60 % da pontuação máxima do alvo, ou seja, 30
(trinta) pontos em cada distância, do total dos 50 (cinquenta) pontos possíveis; para a prova teórica se adotará o mesmo
percentual de acertos (60%).

8.8. Da reprovação: o Candidato dará ciência de sua reprovação em campo próprio do formulário de aferição de habilidade
de tiro real, podendo requerer nova avaliação após 30 dias.

Observações:

1) O avaliando iniciará a prova na posição de retenção. As armas que contenham travas de segurança deverão ficar travadas até
que seja dado o comando de início da prova pelo Instrutor do DPF;

2) Caso o avaliando venha a infringir as normas de segurança e/ou conduta no estande de tiro, a critério do Instrutor avaliador,
dada a gravidade do fato, o candidato poderá ser reprovado no exame, devendo ser observado o item 8.8 acima.

CONTINUAÇÃO DA AVALIAÇÃO PARA PORTE DE ARMA DE FOGO CATEGORIA DEFESA PESSOAL

AVALIAÇÃO 2

8.9. Do alvo de quatro cores: 24 (vinte e quatro) disparos, divididos em 6 (seis) séries de 4 (quatro) disparos cada, no tempo
máximo de 10’’ (dez segundos por série) a 7 metros, contra alvo do tipo fogo central, padrão SAT/ANP, medindo 46cm x
64cm, subdividido em quatro cores distintas, sendo 2 (dois) disparos em cada cor, conforme comando do aplicador da verifica-

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ção. Será considerado aprovado aquele que obtiver, no mínimo, 60% (sessenta por cento) dos pontos possíveis, ou seja, 72
(setenta e dois) pontos dos 120 (cento e vinte) pontos possíveis.

8.10. Para os 24 (vinte e quatro) disparos, a contagem de pontos será feita com base nos valores de 0 (zero), 3 (três), 4 (quatro)
e 5 (cinco), impressos no alvo tipo fogo central (Anexo II) e de acordo com os locais atingidos pelos projéteis. Caso o projétil corte
a linha que separa os valores, contar-se-á o maior valor, para os demais, conforme os impactos das cores comandadas.

8.11. Para os candidatos comprovadamente daltônicos, que forem aferidos para o Porte de Arma, as cores no alvo colorido rece-
berão números de 1 (um) a 4 (quatro), e receberá o comando do aplicador pelos números.

8.12. Durante a verificação, será eliminado o candidato que não observar as regras de segurança e/ou efetuar disparo acidental.

8.13. Haverá desconto de 05 (cinco) pontos para cada tiro:

- efetuado após o apito do término do tempo de 10 segundos estipulado;


- caso não acerte o alvo (conjunto das 4 cores) .

Obs. Caso acerte a cor não comandada, perderá aquele tiro sem sofrer penalidade.

8.14. Em caso de incidente de tiro (falha da arma e da munição) na verificação, o candidato executará novamente, após o final da
série, os disparos relativos aos cartuchos não deflagrados, no mesmo tempo e posições correspondentes. Persistindo a falha,
serão substituídos os cartuchos de forma que o candidato possa completar o número de disparos previstos.

8.15. O Instrutor de Armamento e Tiro formado pelo DPF, aplicador do teste para Porte de Arma de Fogo, deverá a cada série
verificar e demarcar os locais de perfuração nos alvos.

8.16. Da reprovação: o Candidato dará ciência de sua reprovação em campo próprio do formulário de aferição de habilidade de
tiro real, podendo requerer nova avaliação após 30 dias.

9. ARMA CURTA, ALMA RAIADA, PARA PORTE DE ARMA DE FOGO CATEGORIA INSTITUCIONAL – duas avaliações

9.1. Alvos:

Avaliação 1: Humanóide nos mesmos moldes do realizado para o registro de arma de fogo e;

Avaliação 2: Alvo de quatro cores: 24 (vinte e quatro) disparos, divididos em 6 (seis) séries de 4 (quatro) disparos cada, no
tempo máximo de 08’’ (oito segundos por série) a 7 metros, contra alvo do tipo fogo central, padrão SAT/ANP, medindo 46cm
x 64cm, subdividido em quatro cores distintas, sendo 2 (dois) disparos em cada cor, conforme comando do aplicador da verifica-
ção. Será considerado aprovado aquele que obtiver, no mínimo, 60% (sessenta por cento) dos pontos possíveis, ou seja, 72
(setenta e dois) pontos dos 120 (cento e vinte) pontos possíveis.

9.2. Para os 24 (vinte e quatro) disparos, a contagem de pontos será feita com base nos valores de 0 (zero), 3 (três), 4 (quatro) e
5 (cinco), impressos no alvo tipo fogo central (Anexo II) e de acordo com os locais atingidos pelos projéteis. Caso o projétil corte a
linha que separa os valores, contar-se-á o maior valor, para os demais, conforme os impactos das cores comandadas.

9.3. Para os candidatos comprovadamente daltônicos, que forem aferidos para o Porte de Arma, as cores no alvo colorido rece-
berão números de 1 (um) a 4 (quatro), e receberá o comando do aplicador pelos números.

9.4. Durante a verificação, será eliminado o candidato que não observar as regras de segurança e/ou efetuar disparo acidental.

9.5. Haverá desconto de 05 (cinco) pontos para cada tiro:


- efetuado após o apito do término do tempo de 08 segundos estipulado;
- caso não acerte o alvo (conjunto das 4 cores) .

Obs. Caso acerte a cor não comandada, perderá aquele tiro sem sofrer penalidade.

9.6. Em caso de incidente de tiro (falha da arma e da munição) na verificação, o candidato executará novamente, após o final da
série, os disparos relativos aos cartuchos não deflagrados, no mesmo tempo e posições correspondentes. Persistindo a falha,
serão substituídos os cartuchos de forma que o candidato possa completar o número de disparos previstos.

9.7. O Instrutor de Armamento e Tiro aplicador do teste para Porte de Arma de Fogo Categoria Institucional, deverá a cada série
verificar e demarcar os locais de perfuração nos alvos.

9.8. Da reprovação: o Candidato dará ciência de sua reprovação em campo próprio do formulário de aferição de habilidade de
tiro real, podendo requerer nova avaliação após 30 dias.

10. ARMA CURTA, ALMA LISA, PARA PORTE DE ARMA DE FOGO CATEGORIA DEFESA PESSOAL

8.1 Dos Alvos Silhueta humanóide (três alvos): padrão DPF/ANP, com zonas de pontuação decrescente de 5 (cinco) à 0
(zero) pontos, posicionados lateralmente sem intervalos entre si;

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8.2. Distância do atirador ao alvo: 7 metros;

8.3. Quantidade total de tiros: 4 (quatro) tiros;

8.4. Tempo de duração: 20 (vinte) segundos.

8.5. Quanto ao sistema de acionamento:

g) Para armas de ação simples: mecanismo de disparo armado e travado.

h) Para armas de ação dupla: disparos em ação dupla.

i) Para armas de dupla ação: nas pistolas o primeiro disparo em ação dupla e os demais em ação simples. Nos revólve-
res todos os disparos em ação dupla.

8.6. Da munição: Original de fábrica, PROIBIDO o uso de munição recarregada;

8.7. Da aprovação: Será aprovado o pretendente que obtiver, acertos nos alvos 01 e 03 exclusivamente, conforme a ordem
de disparos comandada pelo instrutor.

8.8. Da reprovação: o pretendente será reprovado caso conste perfuração(ões) na silhueta do alvo 02. O mesmo dará ciên-
cia de sua reprovação em campo próprio do formulário de aferição de habilidade de tiro real, podendo requerer nova avalia-
ção após 30 dias.

Observações:

1) O avaliando iniciará a prova na posição de retenção. As armas que contenham travas de segurança deverão ficar travadas até
que seja dado o comando de início da prova pelo Instrutor do DPF;

2) Caso o avaliando venha a infringir as normas de segurança e/ou conduta no estande de tiro, a critério do Instrutor avaliador,
dada a gravidade do fato, o candidato poderá ser reprovado no exame, devendo ser observado o item 8.8 acima.

SÃO CONSIDERADAS ARMAS DE USO PERMITIDO, CONFORME LEGISLAÇÃO EM VIGOR:

1. Armas de fogo curtas, de repetição ou semi-automáticas, cuja munição comum tenha, na saída de cano, energia de até
trezentas libras-pé ou quatrocentos e sete joules e suas munições, como por exemplo os calibres: 22 LR, 25 AUTO, 32
AUTO, 32 S&W, 38 SPL e 380 auto.

2. Armas de fogo longas raiadas, de repetição ou semi-automáticas, cuja munição comum tenha, na saída de cano energia
de até mil libras-pé ou mil trezentos e cinquenta e cinco joules e suas munições, como por exemplo os calibres: 22 LR,
32-22, 38-40 e 44-40;

3. Armas de fogo de alma lisa, de repetição ou semi-automática, calibre 12 ou inferior, com comprimento de cano igual ou
maior do que 24 polegadas ou seiscentos e de milímetros e suas munições de uso permitido;

4. Armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre igual ou inferior a 6 milímetros e suas
munições de uso permitido;

5. Armas que tenham por finalidade dar partida em competições desportivas, que utilizem cartuchos contendo exclusiva-
mente pólvora.

7 Segurança de dignitários.

SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS: TÉCNICAS, TÁTICAS E OPERACIONALIZAÇÃO; OBJETO E MODUS OPERANDI.


À Seção de Segurança de Dignitários compete:
I – realizar a segurança pessoal das autoridades em solenidades internas e externas, apoiando as atividades de segurança
nas viagens, deslocamentos, aeroportos, residências e outras localidades;
II - interagir com outros órgãos de Segurança, na execução de atividades comuns ou de interesse da Instituição;
III - destacar agentes para, em missão precursora, fazer levantamento de visitas e/ou missões oficiais das autoridades, to-
mando as providências necessárias;
IV - vistoriar, quando autorizado, veículos, gabinetes e equipamentos de uso das autoridades;

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V - planejar e implementar dispositivos de segurança em eventos de expressiva importância realizados pela instituição, cola-
borando, quando for o caso, com a Seção de Segurança de Operações, no desempenho de suas funções;
Cabe reforçar, que no que tange ao conhecimento técnico necessário ao “segurança de dignitários”, ele deve estar sintoniza-
do com todos os demais fatores que estão a sua volta, as notícias do que se passa pelo Brasil e pelo mundo, os elementos polí-
ticos e econômicos globais. Em suma, nesse tipo de atividade, quanto mais eclético forem os conhecimentos do “agente de se-
gurança” melhores condições de desempenhar com êxito as suas atividades, daí a importância do processo de seleção de pes-
soal especializado para o desempenho das atividades de segurança pessoal, treinamentos necessários, etc.
A execução de uma boa segurança, seja ela em que ambiente o for, deve ser precedida de um elaborado planejamento, no
curso do qual se avaliará todas as informações disponíveis sobre riscos (possibilidades de perigos, atentados, acidentes e con-
trariedades em geral), inimigos e adversários da autoridade, identificação (se possível com fotografias) de grupos ou de pessoas,
avaliação de recursos à disposição dos adversários que possam ser empregados em ações de atentado, histórico de ações ante-
riores perpetradas pelos referidos grupos ou indivíduos, seus "modus operandi", denúncias anônimas, informações da procedên-
cia mais diversa, informações sigilosas etc. É objetivo da segurança antecipar-se às ações de atentado, determinando os prová-
veis inimigos, seus meios de ação, apontando as deficiências de procedimentos, vulnerabilidades dos locais onde a autoridade
habita e por onde normalmente circula ou trabalha, de forma a poder estabelecer os cursos de ação adequados à equipe de
segurança. Todos aqueles que tem alguma responsabilidade no âmbito da segurança tem que estar cientes daquilo que deles se
espera: do simples porteiro ou vigilante, do motorista dos carros do comboio aos agentes de segurança do círculo aproximado.
Segurança de Autoridades
Vinícius Domingues Cavalcante
Desde os primórdios, atentados são ocorrências indesejáveis que caminham lado à lado com o exercício do Poder. Uma au-
toridade, qualquer que seja ela, exerce uma função de mando que normalmente angaria para si uma razoável dose de antago-
nismo. O exercício das funções da autoridade sempre desagradará aos interesses de pessoas, grupos e até mesmo de governos
estrangeiros, os quais podem tramar e executar as ações adversas, contra as quais a segurança de tais dignitários deverá estar
capacitada a se opor.

O cidadão comum que vez por outra toma conhecimento pela mídia de problemas envolvendo a segurança desta ou daquela
autoridade sempre vai questionar a competência dos profissionais envolvidos, se dispondo, ele próprio a exemplificar, em segui-
da, uma grande quantidade de fracassos das equipes encarregadas da segurança de personalidades. É fato que todo mundo se
crê um pouco "técnico na atividade de segurança" e nessas horas é comum pensar que de nada serve a segurança ou que, ao
exemplo de outras ridicularizadas instituições da América Latina, a nossa segurança também se destaque pelo primarismo ou
pela incompetência. No julgamento que se faz da "performance" dos elementos da segurança, quase nunca se avalia que, em se
tratando da proteção de autoridades, a segurança - à contra-gosto - quase sempre acaba fazendo aquilo que o dignitário deseja
que seja feito. Embora contrariando a boa técnica, em boa parte das vezes é a vontade do protegido que prepondera, e os segu-
ranças acabam se vendo às voltas com situações que bem se parecem com a materialização de seus piores pesadelos. Para
que se faça uma boa segurança, é necessário dispor de dados relativos às características pessoais, personalidade e hábitos da
autoridade a ser protegida; mas sua vontade pessoal não deveria ser levada em consideração, sempre que o seu atendimento
implicasse em risco para o esquema de segurança e consequentemente para a sua própria proteção como dignitário. Só para
que se tenha uma ideia da extensão dos problemas com os quais a segurança se defronta, em Outubro de 1999, um engarrafa-
mento em Londres fez com que o Primeiro-Ministro britânico, Tony Blair, saísse de seu veículo blindado e tomasse o metrô, nu-
ma decisão que surpreendeu tanto aos passageiros do trem quanto aos seus próprios guarda-costas!
Se pode listar uma extensa relação de autoridades assassinadas, feridas ou sequestradas, mas, na verdade, é impossível
apresentar estatísticas de ações desencorajadas pela existência de bons "esquemas de segurança". A própria atividade de segu-
rança pessoal de autoridades, por excelência, só vem a merecer comentários quando se vê sobrepujada pela ação dos crimino-
sos, loucos ou terroristas. Embora tais procedimentos costumem ser bastante negligenciados na América Latina - cuja adjetiva-
ção de pacífica e tranquila vem sendo à cada dia mais desmentida pelas estatísticas - torna-se de grande importância que Prefei-
tos, Secretários, Parlamentares, Promotores de Justiça, Procuradores, Magistrados, Governadores e Ministros possam, a exem-
plo dos Presidentes da República, contar com um grupamento estruturado de agentes para proporcionar-lhes a necessária prote-
ção em face de todo um conjunto de riscos cujo levantamento prévio é procedimento pré-operacional de caráter obrigatório em
toda boa segurança de dignitários.
Os seguranças de verdade são profissionais pagos para acreditar que a qualquer momento poderão ser exigidos a ganhar o
seu dinheiro da forma mais dura e arriscada possível. São sabedores de que em todo planejamento de segurança existe uma
possibilidade de falha impossível de ser eliminada, e tal constatação apenas justifica todo um redobrar de cuidados, o qual nem
sempre é compreendido, tanto pelos protegidos e pelo público em geral. O Líder Palestino Yasser Arafat, durante seus dias de

Segurança Institucional 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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clandestinidade como inimigo de Israel, dormia cada noite em uma das 20 casas diferentes da OLP em Túnis. Só esmero de
procedimento da sua segurança, auxiliado, ao que se disse à época, pelo uso de dublês, salvou-o de morrer num ousado e bem
planejado ataque aéreo israelense.
Em se tratando de segurança pessoal não existem "receitas de bolo" e todos os planejamentos devem ser particularizados,
especialmente dimensionados para fazer frente aos perigos a que um referido dignitário possa estar sujeito. Assim sendo, uma
determinada autoridade pode estar convenientemente protegida em sua casa térrea e sem muros, escoltada por dois agentes
desarmados (ou "apenas" portando pistolas ou revólveres), enquanto que, num outro extremo, a autoridade, potencial "alvo",
pode ser considerado extremamente vulnerável, ainda que cercado por uma verdadeira parede humana, armada com fuzis e
metralhadoras portáteis.
Numa abordagem de senso comum, quando se pensa em "Segurança de Autoridades" normalmente vem à mente dispendio-
sos "esquemas" de escoltas com agentes corpulentos, policiamento ostensivo, numerosos veículos, batedores, helicópteros, mas
nem sempre estes são os fatores chave numa segurança de pessoas importantes... Por maior que seja o desejo de manter o
protegido à salvo, não se pode simplesmente "esconder" o político ou a autoridade, ainda que sob a alegação de garantí-lo. Por
outro lado, a ostentação dos numerosos recursos de proteção, por sí só, não garante a incolumidade de quem quer que seja, da
mesma forma que a simples "seleção" de militares, policiais, ex-militares, lutadores ou de quaisquer outros "elementos de confi-
ança", ainda que "fortemente armados", não se constitui num dissuasor eficaz em se tratando de adversários inteligentes, capa-
zes de planejar, treinados e determinados. A proteção permanente de personalidades sob ameaça é uma missão delicada, que
vem a exigir qualificação dos efetivos empregados, meios e equipamentos adequados para fazer frente a cada risco específico,
de forma que se possa garantir a integridade dos segurados com um mínimo de contrariedades ou alterações no cumprimento de
suas agendas de trabalho.
A execução de uma boa segurança, seja ela em que ambiente o for, deve ser precedida de um elaborado planejamento, no
curso do qual se avaliará todas as informações disponíveis sobre riscos (possibilidades de perigos, atentados, acidentes e con-
trariedades em geral), inimigos e adversários da autoridade, identificação (se possível com fotografias) de grupos ou de pessoas,
avaliação de recursos à disposição dos adversários que possam ser empregados em ações de atentado, histórico de ações ante-
riores perpetradas pelos referidos grupos ou indivíduos, seus "modus operandi", denúncias anônimas, informações da procedên-
cia mais diversa, informações sigilosas etc. É objetivo da segurança antecipar-se às ações de atentado, determinando os prová-
veis inimigos, seus meios de ação, apontando as deficiências de procedimentos, vulnerabilidades dos locais onde a autoridade
habita e por onde normalmente circula ou trabalha, de forma a poder estabelecer os cursos de ação adequados à equipe de
segurança. Todos aqueles que tem alguma responsabilidade no âmbito da segurança tem que estar cientes daquilo que deles se
espera: do simples porteiro ou vigilante, do motorista dos carros do comboio aos agentes de segurança do círculo aproximado.
Todo encarregado de segurança pessoal deverá lembrar-se da velha máxima: "Onde quer que você tenha de atuar, que a
sua mente já tenha estado lá antes!...". Todos os cenários de atuação previsíveis devem ser objeto de estudo e os membros da
segurança deverão estar conscientes de seus papéis em face das contingências previstas. Como chegar e sair com a autoridade
na sua residência? Como proceder para garanti-la e aos seus enquanto na residência? Como chegar e sair com o mesmo de seu
local de trabalho? Como protegê-lo enquanto no local de trabalho? Quais cuidados devem ser adotados nos deslocamentos?
Quais as melhores rotas de acesso e fuga? Quais os hospitais, postos policiais ou aquartelamentos militares que possam propor-
cionar auxílio numa emergência? Poder-se-á contar com cobertura aérea? Como proceder no clube, restaurante ou casa de praia
ou ainda num evento público de grandes proporções?...
A segurança será disposta em círculos, os quais tem como centro a figura da autoridade protegida. Todas as ações de uma
equipe de segurança são prévias e as vezes até exaustivamente ensaiadas, de forma que cada integrante da equipe de segu-
rança conheça o seu papel no dispositivo de proteção e o cumpra de maneira rápida e eficaz. Não devemos esquecer que, onde
quer que o segurado possa ser esperado, lá o perigo poderá estarà espreita; e os agentes de segurança tem por obrigação -
extremamente difícil por sinal - não se deixarem apanhar de surpresa. Se planeja para evitar a materialização do perigo, e se
treina para conseguir uma reação sempre mais rápida, no caso de advirem situações críticas reais.
Ao contrário de um cidadão comum, o bom profissional de segurança não pode confundir a boa sorte com as boas táticas.
Em se tratando da proteção de dignitários, o fato de nenhuma adversidade ter ocorrido deverá estar associado ao bom planeja-
mento da segurança, à sua execução disciplinada e escrupulosa, ao emprego de armamento, equipamentos e recursos adequa-
dos, à excelência do treinamento dos agentes e não apenas ao fato de que atentados não são coisas que acontecem todo o dia!
Embora todo profissional de verdade devesse saber de antemão todas as implicações do seu trabalho, nunca é demais lem-
brar que agentes de segurança devem estar literalmente "preparados para tudo". Fidel Castro teria escapado à ingestão de sor-
vete envenenado e hoje até seus charutos, talheres e guardanapos são inspecionados cotidianamente pela segurança... Nos
idos dos anos 60, a Extrema-Direita francesa, após sucessivas e espetaculares tentativas frustradas, pretendeu eliminar o Presi-
dente De Gaulle envenenando as hóstias da igreja onde o chefe de estado costumava comungar... Não faz muito tempo, na ex-
União Soviética, um alto-executivo foi vitimado por uma elevada dose de exposição à radiação, resultante da colocação de uma
pequena quantidade de material contaminado no punho do telefone de seu escritório. Em Junho de 2000, cartas contendo uma
substância radioativa (tório em pó) foi enviada para o Primeiro-Ministro japonês, Yoshiro Mori e a diversas outras personalidades
públicas locais. Para nós, brasileiros, tais ações podem beirar à ficção "Jamesbondiana" mas não esqueçamos que, embora a
proteção de dignitários procure melhorar com o passar dos anos, o problema é que normalmente aprendemos com nossos pró-
prios erros: existe uma forte tendência natural (inclusive de parte das próprias autoridades protegidas) de se menosprezar aquilo
que não se vê, que "só muito raramente acontece" ou que "só ocorre em outros países", e são justamente estas falhas as maio-
res responsáveis pelos êxitos dos criminosos quando do cometimento de atentados. O lado preocupante da "Globalização" para
a segurança de uma forma geral é que, aquilo que hoje acontece com alguém no exterior, poderá ser repetido amanhã, contra
quem quer que estejamos protegendo no continente. Isso sem falar da integração entre os grupos terroristas ou revolucionários,
bastante bem representado pela prisão recente, na Colômbia, de militantes procurados do Exército Republicano Irlandês. Na
segurança, prioritariamente, procuramos aprender com os erros dos outros! A conscientização de que se trava uma batalha cons-
tante contra um inimigo que vai tentar surpreender sempre deve ser uma tônica; não só para os encarregados da segurança,
como também para aqueles a quem se destinam os dispendiosos esquemas de proteção.

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Estarão realmente bem protegidas as nossas autoridades?
Hoje, telefones são clandestinamente grampeados, conversas são gravadas sem a concordância dos interlocutores, gabine-
tes são arrombados e documentos importantes subtraídos ou copiados, sem que, em boa parte das vezes, os encarregados da
segurança sequer houvessem aventado a hipótese de tal fato acontecer... A experiência pessoal do autor demonstra que ainda
não são poucos os "profissionais" que erradamente imaginam que o seu trabalho de segurança envolve apenas a escolta e em
casos extremos, a "farta distribuição" de sopapos e de tiros.
Nos dias de hoje, assaltos se processam impunemente no interior de prédios públicos, invasões, depredações, alarmes de
bomba, explosões... e quem nos garante que incidentes razoavelmente recentes e de repercussão internacional como o do atira-
dor no shopping-center paulista ou ainda de uma tomada de reféns como a do "Ônibus 174" no Rio de Janeiro, não poderiam
reproduzir-se no interior de um edifício público, de forma a vitimar alguma autoridade política?
É inegável que o crime político vem crescendo em toda a América Latina. Nos últimos anos, o histórico de vereadores, prefei-
tos, deputados e até magistrados assassinados parece falar por si. Na Colômbia deparamo-nos com o sistemático sequestro de
políticos dos mais diversos níveis. O fato de que uma boa parte dessas ocorrências possam estar ligadas às disputas de poder
(entre facções políticas) ou mesmo ao tráfico de drogas, indica a necessidade de reforçar a segurança dos dignitários.
O "Crime Organizado" dispõe do dinheiro suficiente para assassinar quem quer que a eles se oponha. Exemplares de artefa-
tos explosivos, granadas, fuzis com miras telescópicas ou de raios infravermelhos e até lançadores de foguetes anti-tanque hoje
estão disponíveis para bandidos comuns e bem podem ser usados para propósitos terroristas. O know-how disponível para o
planejamento dessas ações (principalmente no que se refira à eliminação física) não deve ser menosprezado, ainda mais quando
é sabido que a criminalidade pode contar com a consultoria especializada de maus policiais e maus militares, os quais, conhe-
cendo intimamente as técnicas e táticas dos grupamentos de segurança, podem constituir-se em oponentes formidáveis.
Os Atentados
Muito antes de Maquiavel escrever seus tratados sobre a arte do exercício de poder já se sabia que, para alcançar seus obje-
tivos, alguns homens não hesitariam em lançar mãos de métodos violentos e até desumanos. Em se tratando de proteger autori-
dade nos dias de hoje, com toda a tecnologia posta à disposição dos criminosos e terroristas, deparamo-nos com uma tarefa
extremamente difícil, profissional, que requer estudo e treino para que possa ser levada a efeito com um mínimo de possibilidade
de dar certo.
Tudo pode ser motivo para um atentado: a necessidade de modificar a situação político-social através do uso do terrorismo e
violência; o fato de que a eliminação física de uma autoridade pode propiciar mudanças no regime político e instauração de uma
nova ordem; a motivação de que a vítima é responsável por eventual crise econômica ou pelas dificuldades financeiras enfrenta-
das pelos agressores; a busca vantagem financeira; o desequilíbrio mental dos seus autores ou ainda motivações de antagonis-
mo, o ódio, a vingança, o ciúme etc.
Um "Planejamento de Segurança de Dignitários" é especialmente pensado e existe para fazer frente a um conjunto de amea-
ças previsíveis pela segurança. É dimensionado em função direta das pessoas e grupos antagônicos, bem como dos recursos
(talentos técnicos, militantes e simpatizantes, meios bélicos, disponibilidade financeira etc) dos quais tais eventuais agressores
podem lançar mão no intento de desmoralizar, sequestrar, ferir ou matar aquela autoridade que é objeto da proteção. No geral,
uma segurança pessoal será condicionada pela necessidade de sobrepujar seus opositores potencialmente mais poderosos; e se
qualificando obstinadamente para fazer frente ao mais perigoso, a tendência (embora não a regra) é que consiga prevenir, dissu-
adir e atuar com sucesso, em face de ocorrências adversas de menor gravidade, risco e sofisticação.
"SE CONHECEMOS O INIMIGO E A NÓS MESMOS, NÃO PRECISAREMOS TEMER O RESULTADO DE UMA CENTENA
DE COMBATES" Sun Tzu
Quem pode pretender atentar contra a autoridade?
Antigos desafetos agindo pessoalmente
Um ex-correligionário ou ex-amigo pode tentar aproximar-se do segurado a fim de agredí-lo verbal ou fisicamente, valendo
das mãos nuas, de armas brancas, armas de fogo ou qualquer recurso que a sua qualificação pessoal ou profissional permita
empenhar contra nosso protegido. Em tal situação, que uma equipe de segurança bem estruturada poderá enfrentar com suces-
so, a segurança deverá ter conhecimento prévio da existência do referido desafeto, identificar-lhe as feições, e salvo em casos
especialíssimos (como se por exemplo o antagonista for um exímio atirador ou um especialista em explosivos), apenas lhe cabe-
rá impedir que o referido cidadão possa te acesso ao dignitário. Em Dezembro de 1993, o então Presidente da Alemanha Oci-
dental Richard Von Weizsaecker, ao caminhar para a entrada de um teatro em Hamburgo, foi atingido por um violento soco des-
ferido por um senhorde cerca de 50 anos. O homem, de aparência insuspeita, saiu repentinamente do meio de uma pequena
multidão que aguardava a chegada do presidente. Trata-se de um enorme "cochilo" da segurança, pois o referido elemento,
mesmo antes da agressão, já estava na área do evento distribuindo panfletos que acusavam o dignitário de ser simpatizante
nazista! Durante o desfile em carro aberto na posse do Presidente Lula em Brasília (Janeiro de 2003), a segurança presidencial
vivenciou momentos difíceis quando um professor lançou-se sobre o carro do dignitário abraçando-o de forma acalorada. A ima-
gem marcante foi mostrada por todos os órgãos de mídia e dá arrepios imaginar o que teria ocorrido se, aquele homem anônimo
e decidido, que tão rápida e inesperadamente saiu do meio da multidão e pulou no pescoço do presidente, acreditasse que tinha
um encontro com o destino e pretendesse matar Luiz Inácio Lula da Silva.
Criminosos comuns
Embora se possa estranhar a inclusão desse grupo adverso, vale lembrar que diversas autoridades, notadamente em horá-
rios de folga ou em seus deslocamentos, já foram alvo de roubos ou furtos e que tais ocorrências - que bem poderiam ser dissu-
adidas pela efetiva presença ostensiva dos agentes de segurança - acabam por desmoralizar, tanto a autoridade, quanto aqueles
que se dedicavam a protegê-la. Também são notórias algumas ocorrências no Brasil, nas quais, motoristas e agentes de segu-
rança relaxados em face dos riscos cotidianos, esperando por seus protegidos no interior de seus veículos, foram surpreendidos

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por criminosos comuns que sequer sabiam quem estavam abordando, chegando mesmo a perder suas armas de forma extre-
mamente humilhante.
Matadores profissionais, "pistoleiros" ou "assassinos de aluguel"
Profissionais do extermínio, normalmente agem de forma seletiva, focando apenas seus alvos especificamente. Estudam
pormenorizadamente seus alvos, anotam seus hábitos e rotinas, a segurança que os cerca, planejam suas ações de forma pode-
rem efetuar o atentado com êxito sem se exporem à possibilidade de captura. Variando em direta relação com a importância de
seus alvos (e também da segurança que os protege) podem empregar meios tecnologicamente caros e sofisticados como armas
longas com lunetas, miras infra-vermelhas, lançadores de foguetes, venenos, substâncias radioativas, artefatos explosivos disfar-
çados etc.
Crime Organizado
Tratam-se de organizações criminosas e como tal dispõe de recursos financeiros de grande monta, permitindo custear aten-
tados que podem ser elaborados e dispendiosos. Os “modus-operandi” variam desde as ações perpetradas por numerosos gru-
pos armados (no estilo “Bonde”, como são chamados os comboios do tráfico carioca), às ações com atiradores de longo alcance
da Máfia e as bombas dos cartéis colombianos. Vale lembrar a ação contra o Juiz Giovanne Falcone na Sicília, Itália em 1992,
quando a Máfia identificou diversas rotas empregadas nos deslocamentos do magistrado, minou (com cerca de uma tonelada de
explosivos) uma extensão de 50m de estrada, e detonou a carga com extrema precisão cronométrica, no momento que o com-
boio da autoridade passava pelo local a 100Km/h. Ressalte-se que, por extremo zêlo da segurança, os deslocamentos do Juiz
eram cercados de grande sigilo e somente um número muito restrito de pessoas sabia exatamente quando e por quais meios a
autoridade iria viajar. A explosão foi tão violenta que vitimou o juiz, sua esposa e os seguranças os quais empregavam normal-
mente veículos blindados. No Brasil, em Novembro de 1996 e Agosto de 1997 foi noticiado pela imprensa a descoberta de cartas
e outros indícios de que a criminalidade organizada (no caso, sequestradores e traficantes de tóxicos do Rio de Janeiro) planeja-
ria atentar contra deputados, juízes e procuradores de justiça. Em 2002, as escutas telefônicas da polícia num presídio de segu-
rança máxima apontavam que o narcotraficante brasileiro Fernando Beira-Mar estaria negociando a compra de um míssil anti-
aéreo Stinger!...
Loucos ou psicopatas
Embora as ações desses grupos variem desde a simples agressão física de mãos nuas às facadas e tiros à queima roupa, o
principal risco repousa na absoluta imprevisibilidade de suas ações. Não se pode estimar quem poderá atentar, onde agirá,
quando e por quais meios, gerando uma indefinição extremamente perigosa para a segurança. Embora alguns desequilibrados
mentais possam ser facilmente identificáveis (e por conseguinte previsíveis, como o inofensivo “Beijoqueiro”, que se notabilizou
por oscular personalidades como o cantor Frank Sinatra, o Papa João Paulo II e inúmeras outras celebridades) outros, dos quais
ninguém desconfiaria, “a priori”, já provaram ser capazes de disparar contra presidentes ou celebridades. Recentemente um
jovem de 25 anos, politicamente radical e visivelmente desequilibrado, sem muito planejamento disparou com seu rifle calibre
.22” contra o Presidente da França, Jacques Chirac, desfilando em carro aberto no feriado nacional do 14 de Julho; não acertou e
foi dominado por populares antes mesmo da chegada do policiamento ostensivo disposto no local. Extremamente famoso, o caso
do professoar americano Theodore Kaczynski, mais conhecido como “Unabomber”. Um desequilibrado mental que vivia isolado
numa casa nas montanhas, que enviou bombas para dezenas de vítimas, até ser capturado pelo F.B.I. em 1996. No Brasil fica-
ram famosos casos como o do motorista João Antônio Gomes, o qual, bêbado, em Maio de 1989, furtou um ônibus na Rodoviária
de Brasília e adentrou com mesmo no Palácio e em Agosto do mesmo ano, um vendedor desempregado que quase atingiu o
Presidente Sarney com tinta. Na ocasião, se dizia que a substância vermelha seria sangue do próprio autor do atentado, conta-
minhado com o vírus HIV. Em Junho de 1993, em Brasília, a decisão do presidente Itamar Franco de manter os seus seguranças
afastados, provocou um grande constrangimento, quando, ao assistir uma missa na Catedal de Brasília um homem aparentando
distúrbios mentais, beijou a mão do presidente atônito. Em Março de 2000, um homem armado com uma faca e uma suposta
bomba, que se fazia passar por membro da segurança, foi preso em Sydney, quando de uma visita da Rainha Elizabeth II da
Grã-Bretanha. A soberana britânica já teve outras experiências desagradáveis com desequilibrados mentais: em 1982, Michael
Fagan, um jovem desempregado burlou toda a segurança e adentrou à noite nos aposentos reais. Sentado na cama da rainha,
conversou respeitosamente com ela por mais de dez minutos, até que a ela conseguisse chamar seus guardas.
Partidos, agremiações ou grupos políticos de oposição
Na América Latina vem sendo extremamente comum o recurso do assassinato político de juízes, prefeitos, veradores, depu-
tados e até senadores. Para prevenir tais ações é extremamente importante avaliar as implicações da vida política do segurado,
buscando a identificação e conhecimento da personalidade de seus adversários, bem como de seu histórico de conduta e amiza-
des. Por mais que tal prática venha a encontrar opositores no âmbito da nossa romântica sociedade civil, se deve investigar a
ação de pessoas ou grupos de tendência política contrária, que possam intentar contra a autoridade protegida. As informações
oriundas dos levantamentos de inteligência são o alicerce do planejamento de uma segurança de dignitários. É extremamente
difícil proteger contra complôs, os quais normalmente contam com a colaboração de pessoas próximas ao protegido. No caso do
Presidente egípcio Anwar Sadat, assassinado por tropas durante um desfile militar em 1981, sabia-se da insatisfação político-
religiosa no seio das forças armadas e medidas foram tomadas para detenção de suspeitos de conspiração. A segurança, des-
confiada, teria buscado assegurar-se que as tropas desfilassem com armas descarregadas, porém foi burlada pelos militares
revoltosos. Eles simularam uma pane num dos veículos militares que desfilavam, de forma a posicionarem-se próximos ao pa-
lanque presidencial e quando a atenção todos se voltava para o sobrevôo das aeronaves, abriram fogo, contra o palanque e as
autoridades presentes. A Primeira-Ministra da Índia, Indira Gandhi foi assassinada em 1984 por membros de sua própria guarda
pessoal, pertencentes à etnia Sikh. Um dos assassinos, o inspetor Beni Singh, integrava em sua segurança pessoal há dez anos
e era seu guarda-costas de maior confiança. O crime fora motivado como represália à invasão, por ordem da Primeira-Ministra,
do Templo Dourado dos sikhs em Amristar, quando morreram oitocentos sikhs, seu líder máximo, Singh Bhindranwale e cem
soldados. Em 1994, o Presidente argelino Mohamed Boudiaf foi assassinado à tiros num atentado que deixou outros 41 feridos.
Herói da independência da Argélia, discursava numa sala de um centro cultural que estava sendo inaugurado quando uma pe-
quena bomba explodiu junto à sua tribuna.Tratava-se de um diversionismo, e naquele mesmo instante, um elemento com unifor-
me das forças de segurança posicionado à sua retaguarda, disparou repetidas vezes, à queima roupa, contra o presidente, ma-

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tando-o no local. Em 1995, logo após promulgar a primeira constituição independente da ex-república soviética da Geórgia, o
Presidente Eduard Schevardnadze quase morreu ao ser ter seu veículo colhido na explosão de um carro bomba estacionado há
poucos metros do portão de acesso do parlamento. Em Fevereiro de 1998 uma força de dezoito homens, armada com metralha-
doras e lançadores de foguetes anti-tanque, emboscou o comboio presidencial quando Schevardnadze se dirigia para casa ao
anoitecer, pela única estrada na qual sempre trafegavam. Os agressores se posicionaram ao longo da estrada, numa elevação e
estavam tão certos de seu êxito que se deram ao requinte de filmar toda a ação. A segurança aproximada não conseguiu reagir.
Todos os veículos do comboio foram atingidos por disparos das armas automáticas e dos foguetes, sendo que apenas o esmero
da blindagem da limousine presidencial assegurou que o presidente se mantivesse vivo, mesmo com sérios ferimentos.
Organizações Terroristas
No âmbito dos grupos realizadores de atentados, as organizações terroristas são adversários prioritários das equipes encar-
regadas da proteção de altas autoridades. Normalmente tais organizações são objeto da vigilância constante dos órgãos de inte-
ligência nacionais, os quais procuram munir os setores de segurança dos respectivos dignitários, de todos os indícios e informa-
ções disponíveis sobre possíveis ações adversas. Dispondo de recursos técnicos e de integrantes treinados e extremamente
motivados as organizações terroristas são uma ameaça que vem requerer da segurança planejamentos elaborados e esquemas
dispendiosíssimos para proporcionar mínimas garantias aos segurados. Em 1986, o ex-Coronel Oliver North, pivô do escândalo
Irã-Contras (esquema de venda secreta de armas para o Irã), ao ser questionado por uma comissão do senado americano sobre
a razão de possuir em sua casa um sistema de segurança eletrônico orçado em US$60.000,00 (sessenta mil dólares), respon-
deu: “É para me prevenir contra um ataque do terrorista Osama Bin Laden”. Naquela época alguém até poderia pensar que o
militar houvesse acabado de inventar aquele nome...
Ressalte-se que, em boa parte dos casos, terroristas não demonstram a mínima hesitação em sacrificar a própria vida em
prol da “causa”, se constituindo assim em adversários bastante temíveis. O “modus operandi” de suas ações compreende o em-
prego de pistoleiros disparando à queima-roupa (comum no ETA), atiradores com armas longas, emprego de lançadores de fo-
guetes anti-tanque (como no ataque do Bader Meinhof ao Comandante das Forças Americanas na Alemanha ou na morte do
Ditador nicaraguense, Anastasio Somoza no Paraguai em 1980), morteiros improvisados (como os que o IRA não conseguiu usar
contra a residência da Rainha em 1994 e que aparentemente foram empregados contra a posse do presidente Uribe da Colôm-
bia em Agosto de 2002), bombas, minas, carros e caminhões-bomba, mísseis anti-aéreos disparados do ombro (que quase der-
rubaram o avião que transportava o presidente do Afeganistão em Maio de 1992) e elementos suicidas conduzindo explosivos
em seu próprio corpo (como o empregado pela guerrilha do Tigres da Libertação Tamil no assassinato do presidente do Siri-
Lanka em 1993).
O ataque com gás venenoso, perpetrado por uma seita religiosa extremista no Japão em 1995, bem como o envio de antraz
pelo correio para diversos congressistas e personalidades americanas, em 2001, serve de alerta para equipes de segurança, que
- em consonância com o grau de risco de seus protegidos - devem também precaver-se contra ocorrências de atentados quími-
cos e biológicos.
Organizações não-Governamentais
Tratam-se de entidades legalmente estabelecidas, que contam com uma grande disponibilidade de recursos financeiros, bem
como uma grande militância transnacional. O fato de que, normalmente, não se envolveriam em ocorrências ilegais ou violentas,
não as exime de intentar ações de desmoralização contra dignitários que contrariem seus princípios. Ressalte-se que grupos de
proposta inicialmente pacífica como a “Animal Liberation Front”, do Reino Unido, também podem descambar para o radicalismo e
iniciar campanhas ativas de terrorismo, como, no caso em questão, através do envio de bombas postais.
Serviços Secretos ou agências de inteligência agindo a mando de um governo ou não (CIA, MI-6, KGB, SNI, etc.):
Certamente todo mundo já deve ter ouvido histórias sobre complôs de órgãos de inteligência para desmoralizar, destituir ou
eliminar este ou aquele dignitário. Não faltam histórias nesse sentido e muitas delas tem realmente um fundo de verdade, embora
as ações de órgãos de inteligência costumem ser cercadas de uma aura de sigilo. O falecido rei Hussein da Jordânia quando, em
suas memórias, citou nada menos que treze atentados contra sua vida, a maioria deles tramada pelo serviço secreto egípicio do
então presidente Nasser. Primeiro foi uma emboscada onde se disparou contra o carro real idêntico ao de Hussein, mas o rei não
estava nele e o ministro que o ocupava escapou com escoriações. A seguir, alguém dentre os empregados da casa real pôs nas
gotas nasais que o rei usava contra sinusite. A trama foi descoberta e o frasco foi esvaziado. “As gotas saíram sibilando como se
fossem vivas”, recorda o rei. Tempos depois a presença de diversos gatos mortos nos terrenos do palácio revelaram que um
cozinheiro estava experimentando venenos destinados à comida do rei. Em outra ocasião, só a perícia de Hussein como piloto
salvou-o quando, em novembro de 1958, dois MIG-17 soviéticos com as marcas da República Árabe Unida (efêmera união políti-
ca da Síria com o Egito) atacaram seu avião sobre a Síria quando ele se dirigia para a Europa. Hussein desceu até o nível do
solo e, enquanto os dois caças o acometiam em mergulho repetidas vezes, tentando colocá-lo nas respectivas linhas de mira, ele
voou rente ao chão efetuando repetidamente manobras evasivas até encontrar refúgio em sua fronteira. O Presidente de Cuba,
Fidel Castro sobreviveu a pelo menos duas tentativas de agências de inteligência americanas para eliminá-lo com venenos. Em
Maio de 1981, o Papa João Paulo II foi baleado à curta distância pelo terrorista turco Mehemet Ali Agca (procurado em seu país
de origem), ao desfilar em carro aberto no Vaticano. A ação foi orquestrada pelo serviço secreto da Bulgária, como uma represá-
lia ao apoio papal aos movimento de autonomia anti-soviética na Polônia. Em Burma, em 1983, o presidente da Coréia do Sul
apenas escapou da devido a um atraso em sua escolta motorizada. Comandos da Coréia do Norte explodiram um mausoléu
onde se encontravam as autoridades de Burma e da Coréia do Sul, deixando um total de 21 (vinte e um) dignitários mortos e 48
(quarenta e oito) feridos.
Como exemplo da sofisticação dos meios à disposição dessas agências governamentais, vale recordar a morte do líder sepa-
ratista da ex-república soviética da Chechênia, Djokar Dudayev, em 1996. O líder revolucionário foi alcançado por um míssil anti-
radiação, especialmente modificado para guiar-se pelas emissões do seu telefone celular conectado à satélite. Israel, em sua luta
contra os grupos extremistas islâmicos vem desenvolvendo técnicas de eliminação física seletiva dos altos escalões de grupos
como o Hammas e o Hizbollah, adversários, empregando uma rede de vigilância com "olheiros", agentes infiltrados munidos de
discretos designadores de alvo e mísseis lançados por helicópteros, com poderosas ogivas de alto explosivo, que se guiam pelas
emissões de laser projetados em pequenas superfícies como janelas e a lataria de veículos.

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A tarefa dos seguranças pessoais não se constitui em algo fácil: estar permanentemente a postos para um combate que não
tem dia e nem hora para acontecer vem a exigir profissionais técnicos, atentos e disciplinados, que jamais subestimem a capaci-
dade de seus adversários. Os agressores sempre tem a vantagem da escolha do local do atentado e o perfeito reconhecimento
desse local; tem todo tempo para o planejamento da ação, cabendo a eles a iniciativa de onde e quando atacar o dignitário. Hoje
dá para se aquilatar o grande desafio dos chefes e agentes de seguranças argentinos, encarregados de proteger autoridades
cada vez mais desacreditadas e odiadas pela população...
O treinamento dos agentes de segurança deve merecer muita atenção e ainda que sabidamente dispendioso, deverá ser
constante na medida que se espera dos homens uma atuação de fato! Planos e procedimentos para fazer frente à cada situação
de perigo devem ser estabelecidos, instruídos aos seguranças e seguidos à risca, sobretudo no que tange à segurança física de
instalações como os tribunais, as casas legislativas, gabinetes e residências dos protegidos. Os esquemas de segurança devem
ser cercados de sigilo. Os verdadeiros profissionais da segurança não devem demostrar propensão por dar entrevistas ou ver
sua foto exibida nos jornais e revistas. Da mesma forma, a autoridade deve escusar-se de falar sobre o seu próprio esquema de
proteção. O trabalho de criminosos ou terroristas, quando do planejamento de um atentado, não deve ser facilitado pela exposi-
ção, na mídia, de detalhes sobre a segurança que cerca a personalidade pública.
A verdadeira segurança não se improvisa! Prevenção é a chave do trabalho a ser desenvolvido e a segurança deve anteci-
par-se aos problemas. A segurança de dignitários existe para evitar problemas, contrariedades e atentados; e só travará combate
se tal contingência for inevitável. Na medida do possível tudo deve ser previsto... Num trabalho de segurança verdadeiramente
profissional, a improvisação é exceção, nunca a regra. As autoridades devem se conscientizar da necessidade de cooperarem
com os responsáveis pela sua proteção, confiar e valorizar seu trabalho, modificando seus hábitos e rotinas em função do acon-
selhamento de sua segurança.
Atentados se sucedem à cada dia e vale perguntar se todos os encarregados de segurança de dignitários já refletiram acerca
dos riscos que envolvem seu trabalho? Será que as instalações que eles também guarnecem tem bons “Planejamentos de Segu-
rança” que lhes norteie a atuação?.... Em muitas seguranças de dignitários, às vezes percebe-se que sobra boa vontade, mas -
por mais que isso venha a contrariar alguns “Egos” - ainda falta (e muito) profissionalismo. Quando presenciamos exemplos de
nossos seguranças carregando embrulhos, comendo, bebendo ou se divertindo com seus protegidos, deixando seus postos para
comprar cigarros ou “dando uma fugidinha no banco” a fim de pagar a conta do “Chefe”, esmerando-se em proteger os dignitários
em “arriscados coquetéis”, faculta imaginar se não estariam mais engajados na manutenção de seus cargos e gratificações do
que sinceramente empenhados em de fato garantir os dignitários a quem, na realidade, fingem proteger.
Lembremo-nos, de uma vez por todas, que segurança de dignitários é coisa séria e não se constitui em tarefa para profissio-
nais improvisados! Quem quer que planeje a execução de um atentado pode até tentar numa segunda chance... Nós, que prote-
gemos, ao menos teoricamente, não podemos errar uma única vez! © by Vinícius D. Cavalcante, 2004.
SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Abinael Alves Da Silva
SEGURANÇA
Este capítulo tem como objetivo apresentar definições acerca do termo segurança. Isto é necessário em virtude de que a aná-
lise do perfil do agente de segurança exige o conhecimento de termos específicos. Portanto, neste capítulo são apresentados
algumas concepções de segurança e os serviços de segurança.
CONCEPÇÕES DE SEGURANÇA
Nos dias atuais, uma das palavras mais citadas pelos meios de comunicação, e pessoas comuns é ‘segurança’. Em algumas
ocasiões, a palavra é utilizada sozinha, outras vezescaracteriza algum assunto específico. Contudo, muitas vezes, as pessoas a
citam sem saber oseu real significado no contexto da Gestão de Segurança, seja pública, ou seja, privada, confundindo o que é
segurança e o que é proteção. Isto se dá porque, a maioria das publicações a respeito é originária dos Estados Unidos da Améri-
ca ou da Espanha, já que a experiência brasileira no tocante a garantia e integridade dos processos industriais é relativamente
nova.
Dentre os significados do termo segurança podemos destacar a noção de segurança relacionada à proteção (Security), que
se refere a incidentes gerados de maneira intencional, não tendo relação a eventos gerados por falhas mecânicas ou humanas.
Por sua vez, a segurança (Safety) propriamente dita, está relacionada a eventos gerados por falhas mecânicas ou humanas, ou
seja, não intencionais.
Contudo, a fronteira entre ambos os significados é muito tênue e, em alguns momentos, teremos que abordar, além de assun-
tos ligados a security, outros relacionados com safety. Por isto, apesar da distinção dos significados em inglês, usaremos no
decorrer do trabalho a palavra segurança como tradução para ambos os significados.
No caso da segurança de dignitários, o termo segurança caracteriza-se como “uma série de medidas proporcionadas a uma
autoridade que garantam, no sentido mais amplo possível, a sua integridade física” (FERREIRA, 2008).
Existem outras concepções de segurança, conforme descrevemos a seguir.
Segundo Dantas Filho (2005) considera-se ‘ordem pública’ a situação de convivência pacífica e harmoniosa da população,
fundamentada nos princípios éticos vigentes na sociedade.
Segurança Pública: atividade exercida para a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos órgãos estatais dela incumbidos(CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988).
Segurança Privada: atividades desenvolvidas na prestação de serviços, com a finalidade de proceder à vigilância patrimonial
das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como à segurança de pessoas físicas, reali-
zar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer tipo de carga (Lei nº 7.102 - 1983, com a redação dada pela Lei
nº 8.863 – 1994). Ou ainda, o conjunto de estruturas (atividades) e de funções que deverão produzir atos e processos capazes

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de afastar ou eliminar riscos que possam afetar a vida, a incolumidade e a propriedade das pessoas, mediante o emprego de
organizações privadas, autorizadas pelo poder público (PORTELLA, 2004).
Poder de Polícia: é o uso legal da força, visando à manutenção ou restabelecimento da Ordem Pública. O uso da força é mo-
nopólio do Estado, sendo atributos do Poder de Policia:
a) Coercitivo – não há opção.
b) Auto-executável – não há consulta previa ao judiciário.
c) Discricionário – obedece ao previsto na lei.
Segundo Portella (2004), poder de polícia é a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, inte-
resse ou liberdade, regula a pratica de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higi-
ene, aos costumes, à ordem, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.
Instituição de Segurança: é o conjunto de pessoas ou grupo autorizado ao uso da forca física para regularizar as relações in-
terpessoais dentro de um grupo social, mediante autorização desse grupo (PORTELLA, 2004).
Segurança: é a situação em que haja isenção de riscos. Como a eliminação completa de todos os riscos é praticamente im-
possível, a segurança passa a ser um compromisso acerca de uma relativa proteção da exposição a riscos (PORTELLA, 2004).
RISCOS: uma ou mais condições com potencial para causar danos a pessoas, a equipamentos, ao meio-ambiente ou aos
processos (PORTELLA, 2004). Existe também outra definição: expressa uma probabilidade de possíveis danos, dentro de um
período específico de tempo ou número de ciclos operacionais, podendo ser indicado pela probabilidade de um acidente multipli-
cado pelo dano expresso em moeda, vidas ou unidades operacionais (PORTELLA, 2004).
Análise de Riscos: é a atividade dirigida à elaboração de uma estimativa (qualitativa e quantitativa) dos riscos, baseada em
engenharia de avaliação e técnicas estruturais para promover a combinação das frequências e consequências de cenários aci-
dentais. Seu objetivo é identificar, determinar e quantificar todos os perigos de um sistema de produção, associando ao risco a
atividade, através de metodologias e técnicas apropriadas (PORTELLA, 2004).
Avaliação de riscos: é o processo mediante o qual realizamos a valoração e ponderação dos fatores de risco, comparando
os resultados da análise de riscos com os critérios de tolerabilidade previamente estabelecidos (PORTELLA, 2004).
SERVIÇOS DE SEGURANÇA
Os serviços de segurança incluem instalações e barreiras físicas, recursos humanos e equipamentos para a defesa do patri-
mônio e dos interesses dos proprietários, seguindo as normas e os procedimentos por eles estabelecidos e dentro dos limites de
seu direito de propriedade.
Um sistema de segurança, organizado de forma privada, tem por objetivo restringir, controlar e monitorar acessos às pessoas
e patrimônios, em possível conexão com o sistema de segurança pública, que com legitimidade, pode empregar a força no apri-
sionamento e perseguição de agressores de propriedades e indivíduos.
As diversas demandas causadas pelo crime organizado ameaçam a sociedade e o Estado. Como se sabe, a atuação da polí-
cia não é eficiente, devido ao despreparo, falte de motivação, baixos salários, falta de equipamentos necessários à prevenção
dos crimes, contudo, o número de agentes da Força de Segurança Pública é superior ao número de oficiais das Forças Armadas
e muitos deles possuem desempenho marcante na segurança privada, até mesmo como segunda ocupação de trabalho autori-
zado.
Nesse sentido, Dantas Filho (2004, p. 10) argumenta que deve haver uma força militar, com técnicas e táticas baseadas em
uma doutrina, com poder de combate compatível com o do oponente, apta a cumprir a missão de conquistar, manter e pacificar
determinada área, com o apoio eficaz dos órgãos de segurança pública e de outros setores do campo social, e sempre com res-
paldo jurídico compatível.
No caso da segurança de dignitários, também podem ocorrer assaltos, sequestros, ameaças entre outros.
Para cada ação infratora é necessária uma legislação específica, que deve ser conhecida por aqueles que exercem a segu-
rança de um modo geral, privado ou público, e técnicas de prevenção devem ser adotadas. Os agentes de segurança patrimonial
e/ou pessoal, devem ser qualificados e reciclados conforme a necessidade de conhecimento de novos recursos tecnológicos
disponíveis.
De acordo com Oliveira (2004), os recursos humanos contratados direta ou indiretamente pelos sistemas privados envolvem-
se principalmente na prevenção e investigação de crimes contra patrimônios e pessoas. O policiamento público atuaria principal-
mente nas ocorrências em que o uso da força faz-se necessário, ou em situações em que o registro de crimes implica a atuação
policial.
Uma das características principais do sistema supracitado que merece destaque é o impedimento e controle de acesso às
propriedades. Neste contexto, as barreiras físicas geralmente são as principais responsáveis pelo impedimento de acesso às
propriedades, podendo ser aumentada sua efetividade com sistemas eletrônicos de detecção de invasões e com o emprego de
vigilantes. O impedimento ao acesso pode ser requerido tanto para a segurança de propriedades do Estado quanto da iniciativa
privada.
Entre as principais ações para o sucesso da segurança privada está a preparação do pessoal de segurança e a identificação
e controle desses procedimentos; a seguir apresentamos de maneira resumida as ações de preparação de pessoal e as medidas
de identificação e controle de acordo com Dantas Filho (2004, p. 136-147).

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Como se sabe, um dos principais objetivos da empresa é obter mentalidade de segurança. Todos devem participar desse
processo e para isso, é necessário um programa de instrução sobre segurança, que deve conter a doutrina de segurança, cam-
panha educativa, treinamento intensivo e simulado.
Para que, tudo o que foi relatado até aqui, seja possível é preciso uma estratégia de segurança, assim o capítulo a seguir
aborda os conceitos de estratégia e planejamento.
SEGURANÇA: ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO
Este capítulo tem como objetivo apresentar os conceitos de estratégia e planejamento, para que se possam abordar tais con-
ceitos no âmbito da segurança de dignitários. Assim, são apresentados os conceitos de estratégia militar e de estratégia e segu-
rança de dignitários.
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Planejar é o processo racional para definir prioridades e meios de atingi-los; para isso é preciso conhecer, inicialmente, a mis-
são e definir a finalidade e as condições de execução. No caso da segurança de dignitários, para cada tipo de autoridade ou
celebridade é preciso uma estratégia e um plano de ação diferente. Por exemplo, a estratégia de segurança de um Presidente
não é a mesma empregada na segurança de um astro de Rock. Apesar de algumas medidas serem semelhantes, o contexto é
diferente, portanto, a missão (tipo de segurança de dignitário), leva a definição da finalidade e caracteriza as condições de exe-
cução.
O planejamento procura proporcionar à segurança de dignitários uma situação de eficiência, eficácia e efetividade.
A eficiência é cumprir seu dever; resolver problemas; fazer as coisas de maneira adequada; salvaguardar os recursos aplica-
dos e reduzir os custos. A eficácia é fazer as coisas certas; produzir alternativas criativas; obter recursos; maximizar a utilização
de recursos e aumentar o lucro. A efetividade é manter-se no ambiente e apresentar resultados globais positivos, permanente-
mente, ao longo do tempo (DANTAS FILHO, 2004).
O planejamento pode e deve ser empregado em qualquer tipo de situação de segurança. Segundo Dantas Filho (2004), o
planejamento pode ser: estratégico (possibilita estabelecer metas para a tomada de decisão) ou tático (com conteúdo detalhado,
caracterizado como plano de ação). O planejamento tático visa cumprir as metas estabelecidas no planejamento estratégico.
No caso da segurança de dignitários, deve ser realizado um planejamento estratégico (medidas gerais para a tomada de de-
cisão e metas a serem alcançadas durante o trabalho de segurança de dignitário), e o planejamento tático (plano de ação para
cumprir o planejamento estratégico formulado para a segurança de dignitário).
Na segurança de dignitários, bem como em outras situações em que pode ser empregado, o planejamento estratégico consis-
te na avaliação da conjuntura; seguida pela determinação de uma política de ação (o que fazer, fixando os valores, metas e obje-
tivos a atingir); definição de uma estratégia; orçamento dos recursos disponíveis para apoiar as ações estratégicas; e a expedi-
ção de diretrizes para cada caso de segurança de dignitário.
Toda e qualquer ação de segurança de dignitário deve possuir um plano de segurança (plano estratégico e tático). Na segu-
rança de dignitários as ações não são realizadas de modo aleatório, antes do evento em que a segurança será realizada, é tra-
çado um plano de ação, cada agente possui uma missão específica e, também, deve conhecer os mecanismos para tomar uma
decisão de emergência, caso seja necessário. No caso da segurança diária, os agentes também têm planos estratégicos e táti-
cos, que é seguido nas ações de segurança de dignitários.
O plano de segurança de dignitários deve levar em consideração:
a) a deslealdade, atos de hostilidade e subversão, pois, qualquer indivíduo que desperte suspeita, deve ser investigado;
b) os descuidos e acidentes, podem interromper uma operação e causar baixas;
c) a sabotagem, espionagem, furto e roubo, já que estas ameaças envolvem tentativas deliberadas.
O plano de segurança de dignitários deve conter: plano de defesa (estratégico e tático).
Uma vez elaborados os referidos planejamentos o sistema de segurança está completo. Com referência no que foi apresen-
tado até momento, o capítulo a seguir passa a abordar a segurança de dignitários.
SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Este capítulo constitui o ponto central do presente estudo. Pretende-se caracterizar o perfil do agente de segurança de digni-
tários e os mecanismos e procedimentos empregados na segurança de dignitários.
Dignitário é aquele que exerce cargo elevado, com alta graduação honorífica e que foi elevado a alguma dignidade. Dentre os
dignitários estão as autoridades (presidentes, papas, etc.), as celebridades (astros do cinema, da música, etc.) e, também, pes-
soas que por motivos específicos se tornam potenciais alvos de hostilidade e necessitam utilizar este tipo de segurança.
A segurança pode ser compreendida como uma série de medidas proporcionadas ao dignitário, que visam garantir, de modo
mais amplo possível, a sua integridade física.
A segurança de dignitários é muito importante, entre os dignitários estão, além das autoridades relevantes do cenário mundi-
al, pessoas que são considerados alvos em potencial para uma hostilidade, como personalidades polêmicas, o pessoal integran-
te dos sistemas de informações, juntamente com seus familiares, pois estes são detentores do conhecimento, pretendido pelo
elemento adverso (FERREIRA, 2008).
GESTÃO DAS COMPETÊNCIAS NOS SERVIÇOS DE SEGURANÇA
Em qualquer trabalho de segurança, o material humano (agente) é de suma importância. Para atuar na segurança de dignitá-
rios, o agente deve possuir características específicas, como: resistência à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de

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armas; coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções de defesa pessoal; nível intelectual e cultural; experiência policial;
idade entre 26 e 45 anos. O conjunto de todas estas características forma as competências necessárias para o trabalho como
agente de segurança de dignitários.
Desta forma, o presente capítulo abarca a questão da competência no ambiente empresarial de modo geral, para que se pos-
sa compreender a importância da competência no âmbito da segurança de dignitários.
Com o passar do tempo, a Administração de Empresas assumiu uma nova postura, onde o foco passou a ser as pessoas.
Mas, as diversas mudanças ocorridas no cenário organizacional não ocorreram de forma fugaz, mas sim, de maneiras lentas,
arrastando-se a curtos passos até o século XIX, acelerando-se a partir do início do século XX, o que provocou mudanças acele-
radas no ambiente organizacional.
Segundo Ambioni (2006), a Administração sofreu diversas influências:
a) Dos filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles nos conceitos de Administração na Antiguidade. Com o advento da Filo-
sofia Moderna, destacam-se Bacon e Descartes.
b) A organização eclesiástica da Igreja Católica influenciou o pensamento administrativo.
c) A organização militar influenciou a Administração, contribuindo com alguns princípios que a teoria administrativa assimilaria
e incorporaria mais adiante.
d) A Revolução Industrial criou o contexto industrial, tecnológico, social, político e econômico que permitiu o surgimento da
teoria administrativa.
e) Os economistas liberais (como Adam Smith), proporcionaram razoável suporte para o aparecimento de alguns princípios
de Administração que teriam aceitação posteriormente. As ideias de Marx e Engels promoveram o surgimento do socialismo e do
sindicalismo.
f) A influência dos pioneiros e empreendedores foram fundamentais para a criação das condições básicas para o surgimento
da Teoria Administrativa.
Portanto, para que possa ser um bom agente de segurança, é preciso que o indivíduo tenha as competências necessárias pa-
ra desempenho de suas atividades, ou melhor, tenha o perfil adequado à sua profissão. Segundo Ferreira (2008) as competên-
cias necessárias ao trabalho de segurança de dignitários são: resistência à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de
armas; coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções de defesa pessoal; nível intelectual e cultural; experiência policial;
idade entre 26 e 45 anos.
Para que um agente de segurança de dignitários realize seu trabalho com efetividade, eficácia e eficiência, é fundamental que
o mesmo detenha:
a) Conhecimento = saber: por conhecimento não se entende apenas a quantidade de informação que a pessoa detêm (know-
how), mas também a disposição para aprender, para ampliar seus conhecimentos, transmitir e compartilhar esses conhecimentos
quando necessário.
b) Habilidade = saber fazer: não basta ter conhecimento, é preciso saber como colocá-lo em prática, saber trabalhar em equi-
pe, liderar, motivar e promover a comunicação.
c) Julgamento = saber analisar: é preciso saber avaliar uma situação, saber obter dados e informações precisas, ter discerni-
mento para a tomada de decisão adequada, no momento certo, ponderar com equilíbrio e definir prioridades.
d) Atitude = saber fazer acontecer: é preciso que o agente de segurança tenha atitude empreendedora, saiba tomar decisões
acertadas, saiba gerenciar os riscos, tendo em vista os resultados esperados.
Tendo em vista os argumentos supracitados, podemos afirmar que é imprescindível que o agente de segurança apresente as
seguintes competências individuais: conhecimento, habilidade, julgamento, atitude. Tais competências, aliadas às competências
como resistência à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de armas; coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções
de defesa pessoal; nível intelectual e cultural; experiência policial; idade entre 26 e 45 anos; formam o perfil do agente de segu-
rança de dignitários exigido pelo Batalhão de Operações Especiais (BOP).
Existe uma forte ligação entre as competências organizacionais e as individuais, assim, o estabelecimento das competências
individuais deve estar vinculado à reflexão sobre as competências organizacionais, uma vez que há uma influência mútua sobre
elas. Portanto, as gestões de pessoas baseadas em competências buscam talentos para transformá-los em capital humano. Isto
também deve ser um objetivo das empresas de serviços de segurança, sobretudo, no âmbito da segurança de dignitários.
As informações descritas abaixo se referem ao valor do conhecimento adquirido pelos profissionais da área de segurança du-
rante o desempenho de suas atividades dentro de uma determinada instituição:
De acordo com Santiago Jr. (1994), os ativos intangíveis que agregam valor à maioria dos produtos e serviços são baseados
em conhecimentos. Entre eles é possível citar: knowhow técnico, entendimento do cliente, criatividade pessoal e inovação. A
grande dificuldade se encontra exatamente na medição destes valores, pois ao contrário dos estoques financeiros e materiais, o
valor econômico do conhecimento não é facilmente compreendido, classificado e medido.
Neste contexto, podemos afirmar que o valor de uma organização está cada vez mais desvinculado daquele de mercado,
ainda mais devido à extrema dificuldade de mensuração do valor de seus ativos intangíveis.
Estas dificuldades levam o mercado a valorizar o capital humano no ambiente organizacional.
A inteligência é o novo tipo de ativo e este ativo é essencial para a segurança de dignitários. Não se comporta como os outros
tipos de ativos e nisso reside o paradoxo. Ao contrário dos outros bens, a inteligência não pode ser dada de presente e será
sempre conservada, mesmo que compartilhada. Também não é possível possuir a inteligência de outra pessoa, por mais que

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seja dono da empresa na qual essa pessoa trabalha. Se a pessoa sair da empresa e for para outra, levará consigo a inteligência
(HANDY, 1994, p. 31).
A inteligência concentrada, a capacidade de adquirir e aplicar o conhecimento e o know-how são as novas fontes de riqueza,
no entanto, impossível transmiti-los às demais pessoas por decreto. A boa notícia é que, por outro lado, não é possível impedir
que as pessoas consigam adquiri-los. Dai a importância do capital humano.
A partir do capital humano, a gestão de pessoas por competências busca a formação do capital intelectual. Segundo Chiave-
nato (2005, p. 28) “transformar capital humano em capital intelectual”.
Portanto, a partir das competências individuais dos agentes de segurança, a empresa de serviços de segurança deve promo-
ver a transformação do capital humano em capital intelectual, ou seja, deve promover o treinamento adequado de seus agentes,
a valorização de suas competências e a promoção do conhecimento no sentido de melhorar a qualidade do serviço prestado.
Transformar capital humano em capital intelectual pode ser um grande diferencial competitivo para a organização em seu
segmento de mercado (BROXADO, 2001).
A função da gestão do capital intelectual é então reverter à tendência normal. Sua tarefa é focalizar a empresa em oportuni-
dades e afastá-la de problemas, recriar a liderança e neutralizar a tendência à mediocridade, substituir a inércia por nova energia
e nova direção (DRUCKER, 2003).
A empresa de serviços de segurança, ou ainda, a escolha do agente de segurança de dignitários, deve compreender: compe-
tências individuais; desempenho da força de trabalho; compromisso; adaptabilidade e flexibilidade; cultura de excelência. Tais
valores promoverão maior produtividade; melhor qualidade dos serviços prestados; inovação; e, consequentemente, satisfação
do cliente. Tudo isto, implicará em maior valor econômico agregado; ampliação do negócio (crescimento) de forma organizada;
maior participação no mercado (mais competitividade); e, maior lucratividade. É importante notar que todo esse processo tem
início nas competências individuais, ou seja, é preciso que os agentes de segurança tenham o perfil adequado para a realização
de seu trabalho.
Numa empresa de serviços de segurança, para a seleção de um agente de segurança de dignitários, é preciso que a gestão
de talentos tenha processos específicos:
a) Processos de agregar pessoas – recrutamento e seleção – devem ser selecionados e recrutados agentes que tenham o
perfil adequado para a execução dos serviços prestados pela empresa.
b) Processos de aplicar pessoas – modelagem do trabalho e avaliação do desempenho – o trabalho deve seguir um planeja-
mento de segurança determinado pelas lideranças de acordo com cada situação, este planejamento, bem como as ações dos
agentes de segurança devem ser avaliadas para que possam ser, caso necessário, modificadas para melhor execução dos servi-
ços de segurança.
c) Processos de recompensar pessoas – remuneração, benefícios e incentivos – a empresa precisa ter um plano de remune-
ração, benefícios e incentivos, adequado ao seu segmento de mercado, para esperar o melhor do funcionário, é preciso que a
empresa ofereça o seu melhor.
d) Processos de desenvolver pessoas – treinamento, desenvolvimento e aprendizagem – uma empresa de serviços de segu-
rança deve investir, constantemente, no treinamento, desenvolvimento e aprendizagem dos agentes de segurança, para que
estes possam executar seus serviços com mais qualidade, eficácia, eficiência e efetividade.
e) Processos de manter pessoas – higiene e segurança, qualidade de vida, relações com empregados – a empresa precisa
investir, também, na motivação pessoal de seus empregados, para que estes permaneçam na empresa. No segmento de empre-
sas de serviços de segurança, a confiança e lealdade do agente de segurança é muito importante, além disso, ao permanecer na
empresa por um período maior, o agente de segurança tem maior conhecimento de suas tarefas e pode executá-las de forma
mais eficiente.
f) Processos de monitorar pessoas – banco de dados, sistemas de informação gerencial – a empresa precisa manter informa-
ção atualizada sobre todos os seus funcionários.
Uma empresa de serviços de segurança precisa ter como foco a COMPETÊNCIA NOS NEGÓCIOS + COMPETÊNCIA EM
CAPITAL HUMANO + COMPETÊNCIA EM MUDANÇA = CREDIBILIDADE.
A credibilidade é essencial para os serviços de segurança, como um cliente pode deixar a segurança de sua empresa, seu
patrimônio, ou de sua própria pessoa por conta de uma empresa na qual não tem confiança. Portanto, as empresas de serviços
de segurança devem investir nas competências para conquistar a credibilidade de seus clientes.
PERFIL DO AGENTE DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Este item implica na descrição do perfil do agente de segurança de dignitários, como foi visto no item anterior existe um con-
junto de competências necessárias para que um indivíduo possa se tornar agente de segurança.
A segurança de dignitários implica em um conjunto de medidas técnicas que visam salvaguardar a pessoa do dignitário.
De acordo com Cavalcante (2008), os seguranças de verdade são profissionais pagos para acreditar que a qualquer momen-
to poderão ser exigidos a ganhar o seu dinheiro da forma mais dura e arriscada possível. São sabedores de que em todo plane-
jamento de segurança existe uma possibilidade de falha impossível de ser eliminada, e tal constatação apenas justifica todo um
redobrar de cuidados, o qual nem sempre é compreendido, tanto pelos protegidos e pelo público em geral.
Em se tratando de segurança pessoal não existem ‘receitas de bolo’ e todos os planejamentos devem ser particularizados,
especialmente dimensionados para fazer frente aos perigos a que um referido dignitário possa estar sujeito. Assim sendo, uma
determinada autoridade pode estar convenientemente protegida em sua casa térrea e sem muros, escoltada por dois agentes
desarmados (ou ‘apenas’ portando pistolas ou revólveres), enquanto que, num outro extremo, a autoridade, potencial ‘alvo’, pode

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ser considerado extremamente vulnerável, ainda que cercado por uma verdadeira parede humana, armada com fuzis e metralha-
doras portáteis.
Numa abordagem de senso comum, quando se pensa em ‘Segurança de Autoridades’ normalmente vem à mente dispendio-
sos ‘esquemas’ de escoltas com agentes corpulentos, policiamento ostensivos, numerosos veículos, batedores, helicópteros,
mas nem sempre estes são os fatores chave para uma segurança de pessoas importantes. Por maior que seja o desejo de man-
ter o protegido a salvo, não se pode simplesmente ‘esconder’ o político ou a autoridade, ainda que sob a alegação de garanti-lo.
Por outro lado, a ostentação dos numerosos recursos de proteção, por si só, não garante a incolumidade de quem quer que
seja, da mesma forma que a simples ‘seleção’ de militares, policiais, ex-militares, lutadores ou de quaisquer outros ‘elementos de
confiança’, ainda que ‘fortemente armados’, não se constitui num convencimento eficaz em se tratando de adversários inteligen-
tes, capazes de planejar, treinados e determinados.
A proteção permanente de personalidades sob ameaça é uma missão delicada, que vem a exigir qualificação dos efetivos
empregados, meios e equipamentos adequados para fazer frente a cada risco específico, de forma que se possa garantir a inte-
gridade dos segurados com um mínimo de contrariedades ou alterações no cumprimento de suas agendas de trabalho.
Cavalcante (2008) argumenta que um bom serviço de segurança de dignitários deve ser precedido por um bom planejamento
estratégico das ações de segurança, onde podem ser avaliados os possíveis riscos e todas as ações a serem tomadas:
A execução de uma boa segurança seja ela em que ambiente o for, deve ser precedida de um elaborado planejamento, no
curso do qual se avaliará todas as informações disponíveis sobre riscos (possibilidades de perigos, atentados, acidentes e con-
trariedades em geral), inimigos e adversários da autoridade, identificação (se possível com fotografias) de grupos ou de pessoas,
avaliação de recursos à disposição dos adversários que possam ser empregados em ações de atentado, histórico de ações ante-
riores perpetradas pelos referidos grupos ou indivíduos, seus ‘modus operandi’, denúncias anônimas, informações da procedên-
cia mais diversa, informações sigilosas, etc. É objetivo da segurança antecipar-se às ações de atentado, determinando os prová-
veis inimigos, seus meios de ação, apontando as deficiências de procedimentos, vulnerabilidades do local onde a autoridade
habita e por onde normalmente circula ou trabalha, de forma a poder estabelecer os cursos de ação adequados à equipe de
segurança.
Todos aqueles que tem alguma responsabilidade no âmbito da segurança tem que estar cientes daquilo que deles se espera:
do simples porteiro ou vigilante, do motorista dos carros do comboio aos agentes de segurança do círculo aproximado.
Todo encarregado de segurança pessoal deverá lembrar-se da velha máxima: ‘Onde quer que você tenha de atuar, que a sua
mente já tenha estado lá antes!...’. Todos os cenários de atuação previsíveis devem ser objeto de estudo e os membros da segu-
rança deverão estar conscientes de seus papéis em face das contingências previstas. Como chegar e sair com a autoridade na
sua residência? Como proceder para garanti-la e aos seus enquanto na residência? Como chegar e sair com o mesmo de seu
local de trabalho? Como protegê-lo enquanto no local de trabalho? Quais cuidados devem ser adotados nos deslocamentos?
Quais as melhores rotas de acesso e fuga? Quais os hospitais, postos policiais ou aquartelamentos militares que possam propor-
cionar auxílio numa emergência? Poder-se-á contar com cobertura aérea? Como proceder no clube, restaurante ou casa de praia
ou ainda num evento público de grandes proporções?...
A segurança será disposta em círculos, os quais tem como centro a figura da autoridade protegida. Todas as ações de uma
equipe de segurança são prévias e às vezes até exaustivamente ensaiadas, de forma que cada integrante da equipe de segu-
rança conheça o seu papel no dispositivo de proteção e o cumpra de maneira rápida e eficaz. Não devemos esquecer que, onde
quer que o segurado possa ser esperado, lá o perigo poderá estar à espreita; e os agentes de segurança têm por obrigação -
extremamente difícil por sinal - não se deixarem apanhar de surpresa. Tem que planejar para evitar a materialização do perigo, e
se treina para conseguir uma reação sempre mais rápida, no caso de advirem situações críticas reais.
Segundo Batalhão de Operações Especiais do Distrito Federal, as principais vulnerabilidades no caso da segurança de digni-
tários são:
a) rotina;
b) trabalho de improviso;
c) falta de motivação na realização do trabalho de segurança;
d) despreparo do agente de segurança;
e) falta de informações para a realização do trabalho;
f) falta de interação do dignitário com o sistema de segurança.
De acordo com o Batalhão de Operações Especiais do Distrito Federal, a segurança de dignitários implica nos seguintes
princípios:
a) princípio da preservação;
b) princípio da iniciativa;
c) princípio da surpresa;
d) princípio da simplicidade;
e) princípio da coordenação;
f) princípio do comportamento de massa;
g) princípio do emprego da força; e,
h) princípio da maneabilidade.
As principais atribuições do serviço de segurança de dignitários são (BOP/DF, 2008):
a) controle e emprego dos agentes;
b) planejamento e execução de instrução;
c) inspeções em locais e itinerários diversos;
d) coordenação com as Polícias Civil e Militar e outros Órgãos;

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e) serviço de Guarda;
f) controle de bagagem;
g) controle de correspondência;
h) controle e verificação de alimentos;
i) controle de equipamentos;
j) códigos de comunicação;
k) levantamento de dados e acompanhamentos de empregados;
l) controle de investigações especiais;
m) arquivo de levantamentos.
O Batalhão de Operações Especiais do distrito Federal descreve em seu edital uma série de atributos (competências), exigi-
dos para que um indivíduo possa exercer a função de agente de segurança de dignitários, são eles:
a) resistência à fadiga;
b) lealdade;
c) honestidade;
d) discrição;
e) manejo de armas;
f) coragem;
g) dedicação;
h) inteligência;
i) decisão;
j) noções de defesa pessoal;
k) nível intelectual e cultural;
l) experiência policial;
m) idade entre 26 e 45 anos.
Nesse processo destacam-se os atributos do agente de segurança, a maioria dos atributos desejáveis é desenvolvida pela
instrução, treinamento e vivência, portanto, um agente deve possuir (DANTAS FILHO, 2004):
a) vivacidade, que é o estado de espírito de estar sempre alerta;
b) tato, que é a capacidade de agir com cuidado e discrição, visando a evitar ferir a suscetibilidade das pessoas;
c) autocontrole, que é a capacidade de controlar sentimentos, emoções e reações, demonstrando serenidade diante de situa-
ções anormais;
d) coragem, que é a capacidade de enfrentar, com energia e destemor, situações difíceis;
e) lealdade, que é a capacidade de ser fiel, sincero, franco e honesto com as instituições e seus integrantes;
f) compreensão e expressão verbal, que é a capacidade de entender e transmitir com clareza, precisão e correção os fatos
apresentados;
g) espírito de cooperação, que é a capacidade de colaborar, participando ativa e harmoniosamente de um trabalho ou situa-
ção, contribuindo para a sua concretização ou solução.
O agente de segurança deve dedicar especial atenção á sua apresentação individual, como uniforme, corte de cabelo e
barba. Além disso, para a atuação dos agentes de segurança ser eficaz, é necessário que exista fiscalização em todos os níveis.
Um outro ponto importante é a organização da equipe de agentes de segurança.
O normal é organizar a guarda em postos fixos. Entretanto, se a área onde o dignitário estiver for muito extenso é preciso
existir uma equipe responsável para ligar os postos e recobrir suas áreas. Um ou mais agentes de segurança devem estar junto
ao dignitário para realizar a sua segurança pessoal.
Quanto à instrução, treinamento e supervisão dos agentes de segurança, Dantas Filho (2004) afirma que a instrução para to-
dos os agentes envolvidos na segurança do dignitário deve ser ministrada no início da atividade, devendo ser reciclada periodi-
camente, visando a reavivar conceitos e atualizar conhecimentos.
Todo aquele que exerce função de chefia deverá elaborar procedimento operacional padrão, que deverá ser atualizado sem-
pre que necessário.
Dantas Filho (2004) observa que a supervisão visa a manter o pessoal de serviço alerta e bem apresentado. A avaliação cri-
teriosa do sistema de segurança permite a realização de mudanças e atualizações. As primeiras atividades devem ser acompa-
nhadas por pessoas experientes em segurança. O programa de instrução deve conter:
a) direitos e deveres dos agentes de segurança;
b) técnicas e métodos que auxiliam a identificar falhas na segurança;
c) confecção de livro registro de ocorrências (relatório), respondendo, sempre que possível, às perguntas: o quê, quem,
quando, como, onde, por quê;
d) utilização dos meios de comunicações;
e) táticas e técnicas de segurança individual, coletiva e patrimonial;
f) instrução de armamento e munição letais e não letais, e tiro com técnicas de emprego de armas e medidas de segurança;
g) prática de tiro individual;
h) técnicas de observação, memorização e descrição de fatos relevantes para registro imediato;
i) técnicas de infiltração em áreas de segurança e de neutralização da guarda ou escolta;
j) noções de primeiros socorros com utilização do material disponível;
k) noções de combate a incêndio, com utilização do material existente e conhecimento de sua localização;

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l) para realizar o teste de vulnerabilidade, deve-se criar um caso hipotético, com pessoal capaz de desempenhá-lo, o mais
próximo da realidade;
m) a troca de guarda deve, sempre que possível, procurar fugir da rotina.
O responsável pelo serviço deve ter autorização para realizá-la nas horas pares, ímpares ou fracionadas, podendo, também,
reduzir a permanência dos agentes de segurança nos postos.
De acordo com o Batalhão de Operações Especiais do Distrito Federal, a boa execução do esquema de segurança de digni-
tários depende do estudo minucioso e da aplicação correta dos aspectos a serem observados na Escolha de Itinerários, porém é
preciso que o agente de segurança esteja sempre preparado para qualquer eventualidade, até mesmo para improvisações, por-
que ao elemento adverso cabe a iniciativa com quase 100% (cem por cento) de probabilidade de êxito. (para maiores informa-
ções acerca do plano de segurança de dignitários executado pelo BOP).
Conforme informações obtidas no site da UNITED States Secret Service dos Estados Unidos da América, o perfil do agente
de segurança deve obedecer alguns requisitos:
a) cidadania americana;
b) deve ter idade mínima de 21 anos e máxima de 37 anos;
c) curso superior ou experiência de no mínimo 03 (três) anos de experiência na área de investigação criminal.
d) tem que ter uma ótima visão;
e) fazer teste escrito;
f) entrevista, exames médicos e exame poligrafo.
Os agentes de segurança passam por um treinamento intensivo de 11 (onze) semanas no Federal Law Enforcement training
Center (FLETC) em Glynco, na Geórgia (EUA). Após a conclusão com êxito na formação em FLETC, eles recebem cerca de 16
semanas de instrução especializada no Centro de Treinamento de James em Washington.
O agente de segurança de dignitários dos Estados Unidos ao desenvolver suas atividades em outros Estados ou Países na
proteção da autoridade, trabalham em equipe, onde membros do grupo viajam com antecedência para buscar informações sobre
o local a ser visitado, fazendo vistoria das instalações por onde a autoridade passará, buscando auxilio junto aos órgãos federais,
militares, estaduais, municipais e as organizações de segurança pública, no sentido de garantir o perfeito funcionamento do es-
quema de segurança. Após a visita antecipada os agentes analisam cada etapa da operação de proteção, para uma prevenção e
melhor qualidade na segurança da autoridade.
Em síntese conclusiva deste item, é importante observar que além do perfil adequado às necessidades de sua profissão, o
agente de segurança somente pode atuar na segurança de dignitários após estar devidamente treinado e obter as instruções
inerentes ao seu serviço.
Fazendo uma comparação entre os agentes de segurança do Brasil com os agentes dos Estados Unidos é possível observar
que a qualidade de treinamento dos agentes americanos é bem superior ao oferecido para os brasileiros, constando que o inves-
timento aplicado na área do segurança dos Estados Unido é bem alto e com nível de qualidade acima da média. Os americanos
estão sempre utilizando equipamentos modernos, de primeira qualidade e buscando aperfeiçoamento nos treinamentos de prote-
ção ás autoridades.
CONCLUSÃO
De acordo com o Batalhão de Operações Especiais, para ser um agente de segurança de dignitários é preciso ter: resistência
à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de armas; coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções de defesa pes-
soal; nível intelectual e cultural; experiência policial; idade entre 26 e 45 anos. Tendo por base o plano de segurança de dignitá-
rios utilizado pelo Batalhão de
Operações especiais, podemos resumir os seguintes pontos importantes para a referida função:
Os agentes de segurança devem seguir os seguintes mandamentos: agressividade controlada; disciplina consciente; controle
emocional; iniciativa; espírito de corpo; liderança; versatilidade; honestidade; lealdade; perseverança e flexibilidade.
A segurança de dignitários implica nos seguintes princípios: princípio da preservação;
princípio da iniciativa; princípio da surpresa; princípio da simplicidade; princípio da coordenação; princípio do comportamento
de massa; princípio do emprego da força; e, princípio da maneabilidade.
O trabalho de segurança de dignitários está sujeito as seguintes vulnerabilidades:
rotina; improvisação; falta de motivação; despreparo profissional; falta de informações; e, falta de interação da autoridade com
o sistema de segurança.
O serviço de segurança compreende os seguintes atributos: controle e emprego dos agentes; planejamento e execução de
instruções; inspeções em locais e itinerários diversos; coordenação com as polícias civil e militar e outros órgãos públicos de
defesa; serviço de guarda; controle de bagagem; controle de correspondência; controle e verificação de alimentos; controle de
equipamentos; códigos de comunicação; levantamento de dados e acompanhamentos de empregados; controle de investigações
especiais; e, arquivo de levantamentos.
Os fatores que condicionam o planejamento e execução de um trabalho de segurança de dignitários são os seguintes: grau
de risco; importância da autoridade; conjuntura atual; comportamento da autoridade; e a disponibilidade de recursos materiais e
humanos.
É importante observar que, em serviços de segurança, prevenir uma ocorrência é a chave do sucesso. Prevenir é antecipar,
preparar, evitar, impedir ou minimizar a ocorrência de um fato.

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Para cada tipo de ação é preciso ter o conhecimento da legislação específica e adotar medidas técnicas de prevenção que
devem ser, principalmente, dinâmicas, face ao ‘modus operandis’ do agente oponente.
O agente de segurança deve ser adequadamente treinado, uma vez que, a tomada de decisão sobre as medidas de seguran-
ça, em diversas situações, poderá oscilar conforme a importância da pessoa e a conjuntura atual.
Quanto ao perfil do agente de segurança de dignitários, entendemos que o profissional para exercer a função de agente de
segurança de dignitários precisa ter conhecimentos técnicos e especializados na área de segurança e, também, deverá passar
por uma série de testes e critérios para poder exercer sua função adequadamente.
ANEXO I: SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS – BATALHÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Autor: Maj PMDF Alexandre Sérgio Vicente Ferreira

Definições básicas:
Dignitário: É aquele que exerce cargo elevado, de alta graduação honorífica e que foi elevado a alguma dignidade. É o VIP.
Segurança: É uma série de medidas proporcionadas a uma autoridade que garantam, no sentido mais amplo possível, a sua
integridade física.

Princípios Básicos:
Princípio da objetividade
• Princípio da preservação
• Princípio da iniciativa
• Princípio da surpresa
• Princípio da simplicidade
• Princípio da coordenação
• Princípio do comportamento de massa
• Princípio do emprego da força
• Princípio da maneabilidade

Vulnerabilidades frequentes:
• Rotina
• Improvisação
• Desmotivação
• Despreparo profissional
• Falta de informações
• Falta de interação da autoridade com o sistema de Segurança

Atribuições do Serviço de Segurança:


• Controle e emprego dos agentes
• Planejamento e execução de instrução
• Inspeções em locais e itinerários diversos
• Coordenação com as Polícias Civil e Militar e outros Órgãos
• Serviço de Guarda
• Controle de bagagem
• Controle de correspondência
• Controle e verificação de alimentos
• Controle de equipamentos
• Códigos de comunicação
• Levantamento de dados e acompanhamentos de empregados
• Controle de investigações especiais
• Arquivo de levantamentos

ATRIBUTOS DO AGENTE DE SEGURANÇA


• Resistência à fadiga
• Lealdade
• Honestidade
• Discrição
• Manejo de armas
• Coragem
• Dedicação
• Inteligência
• Decisão
• Noções de defesa pessoal
• Nível intelectual e cultural
• Experiência policial
• Idade entre 26 e 45 anos

ATENTADOS
Introdução
• Hoje em dia, o noticiário de imprensa aborda frequentemente no cenário mundial, notícias sobre sequestros e atentados de
toda ordem a pessoas importantes ou público inocente, culminando na maioria das vezes com os piores desfechos, inclusive
assassinato.

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• No círculo das pessoas visadas, não são incluídas somente as altas autoridades, mas também são considerados alvos em
potencial para uma hostilização o pessoal integrante dos sistemas de informações, juntamente com seus familiares, porque são
detentores do conhecimento, pretendido pelo elemento adverso.
• A adoção das medidas de segurança, em situações diversas, naturalmente oscilará de acordo com a importância da pessoa
(função exercida) e a conjuntura atual.
Conceito de atentado
• "É uma ação criminosa, sobre determinada(s) pessoa(s), grupos ou instituição, executada por um indivíduo ou grupo, com
uma finalidade propósito ou razões específicas, utilizando para isso meios adequados.”

Fatores que condicionam o planejamento e execução de um trabalho de segurança de dignitários:


• Grau de risco
• Importância da autoridade
• Conjuntura atual
• Comportamento da autoridade
• Disponibilidade de recursos materiais e humanos

Vantagens para o executante do atentado:


• Conhecimento do local da ação;
• Disponibilidade de tempo para o planejamento;
• Possibilidade de ocultação entre o público, convidados ou imprensa;
• Despreparo do elemento de segurança;
• Rotina conhecida e vazamento de informações das atividades da autoridade;
• Meios de comunicações deficientes;
• Falta de cooperação da autoridade.
• Organizações de informações adversas;
• Organizações terroristas;
• Outros: Missões Diplomáticas hostis, Imprensa, Pessoas, etc.
• Propósito dos atentados
• DESMORALIZAÇÃO, causado através do escândalo, normalmente com ampla divulgação pela imprensa;
• SEQUESTRO, com a finalidade de auferir vantagem política ou lucro financeiro;
• EXTERMÍNIO da vítima, como propósito extremo, quando atingido o objetivo ou com a finalidade de encobrir a identidade e
fuga do elemento adverso.
• CAUSAR TERROR ou pânico entre a população.

APARIÇÃO EM PÚBLICO
Conceito:
Aparição em público é todo o comparecimento, de uma autoridade, a um lugar no qual se encontram presentes pessoas es-
tranhas ao seu convívio diário, a fim de cumprir um compromisso oficial ou particular.
Fatores Considerados nos Planejamentos:
Quanto ao público:
• Controlado: é aquele que foi selecionado previamente para a participação no evento;
• Não controlado: é aquele que não é selecionado ou previamente controlado Quanto ao tipo do evento:
• Comícios e carreatas
• Inaugurações, aberturas e encerramentos de eventos
• Palestras e reuniões
• Apresentações sociais
• Grandes cerimônias
Quanto à formalidade:
• Formal ou oficiais
• Informais ou particulares
Quanto ao tempo de preparação:
• Eventos previstos: São aqueles programados na agenda da autoridade com antecedência;
• Eventos inopinados: São aqueles cumpridos sem o conhecimento prévio da segurança e, por conseguinte, sem a devida
preparação;
Quanto ao local:
• Recinto fechado
• Recinto aberto
Quanto ao sigilo:
• Ostensiva
• Reservada
Locais de aparição em público: Os locais de aparição em público devem atender as seguintes características:
• Amplitude
• Acessos
• População
• Terreno favorável
• Meios de comunicação
Características dos itinerários:
Quanto ao meio físico:
• Terrestre
• Aéreo
• Aquático
Quanto à proteção:

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• Cobertos e abrigados
• Descobertos e desabrigados
Quanto à luminosidade:
• Diurno
• Noturno
Quanto à extensão:
• Curtos
• Longos
Quanto ao sigilo:
• Ostensivos
• Reservados
Quanto à missão:
• De rotina
• Eventuais
• Inopinados
Quanto à flexibilidade:
• Flexíveis
• Inflexíveis
Seleção do Itinerário:
• Planejamento inicial
• Reconhecimento
• Escolha
Medidas de segurança nos itinerários:
• Rotineiras
• Especiais
• Inopinadas

SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES


1) Tipos de Imóveis:
• HOTEL
Vantagens:
• A administração facilita os serviços de limpeza, arrumação, lavagem de roupas, alimentação, etc.
• Pode-se ocupar o último andar para facilitar o controle de acesso de pessoas.
Desvantagens:
• O acesso no Hotel é livre a todos, não se tendo o controle efetivo dos que entram e saem.
• A existência de escadas de incêndios facilita ao acesso de pessoas.
• APARTAMENTOS
Vantagens:
• O acesso ao imóvel geralmente é isolado;
• Os elementos que circulam no prédio geralmente são conhecidos (vizinhos);
• As entradas e saídas são em menor número, facilitam ao controle do acesso de pessoas. Também poderá ser considerado
como desvantagem (Vigilância do elemento adverso).
Desvantagens:
• O acesso é coletivo, no caso de ser a mesma entrada para salas comerciais;
• A existência de escadas de incêndio facilita ao acesso de pessoas.
- CASAS GEMINADAS
Desvantagens:
• As entradas sendo juntas dificultam a adoção de medidas de segurança, principalmente o controle do acesso de pessoas;
• Os telhados normalmente dão acesso de uma para outra casa;
• Podem-se ouvir conversas através das paredes;
• A casa vizinha pode ser utilizada como apoio para uma hostilização.
- CASAS ISOLADAS
Vantagens:
• É a situação ideal, facilita a Segurança;
• Permite em melhores condições, as diversas medidas de proteção (sistema da alarmes, comunicações, gerador reserva,
etc.),
• Facilita o controle do acesso de pessoas e veículos;
Desvantagens:
• A existência de pontos dominante nas proximidades dificulta a Segurança.
1) Segurança no Local de Trabalho
O local de trabalho poderá estar localizado em imóveis conforme as situações acima apresentadas e em consequência apre-
sentará as mesmas vantagens e desvantagens correspondentes.
• Seleção de Residências
Caso seja possível selecionar uma residência, antes da ocupação, devemos nos preocupar com os seguintes itens:
• Privacidade;
• Cercas e muros (com altura suficiente para proteção);
• Sem obstáculos entre a casa e o muro;
• Vários acessos ao local da residência;
• Distante de pontos dominantes.
3) Segurança da Residência
Os itens abaixo correspondem a uma série de medidas de segurança que deveremos utilizar na residência.
• Proteção para todas as aberturas;

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• Inspeções frequentes nas dependências;
• Dependências vazias (trancadas e verificadas regulamente);
• Escolha de empregados;
• Visitas identificadas;
• Utilização de alarmes;
• Emprego de cães.
4) Cuidados com a correspondência
No caso de recebimento de cartas ou pacotes suspeitos, verificar os itens abaixo:
• Remetente procedência;
• Selos, lacres e carimbos;
• Peso e espessura;
• Cheiro em manchas;
• Rigidez da embalagem;
• Envelope duplo.
5) Cuidado com o automóvel
A situação ideal é a de que carro permaneça (quando não utilizado) trancado numa garagem também fechada. Quando isto
não ocorrer, antes de abrir o automóvel devemos examinar:
O chão em torno do carro;
Os lados do carro;
Embaixo do carro (reflexo);
O seu interior.

ESCOLHA DE ITINERÁRIOS
Dentre as diversas situações vulneráveis em que se pode encontrar uma Autoridade, uma das mais críticas é durante um
deslocamento a pé ou transportado, quaisquer que sejam as precauções tomadas.
Por esta razão, o planejamento e a escolha de itinerários a serem percorridos por uma Autoridade, merecem especial atenção
por parte da Segurança com o objetivo de evitar, dificultar ou minimizar os efeitos de uma agressão.
a) Conceito
ESCOLHA DE ITINERÁRIOS: é a decisão decorrente de um reconhecimento e planejamento sobre o deslocamento a pé ou
transportado, a ser percorrido por uma Autoridade.
b) Aspecto a serem observados na escolha de itinerários
• Classificação dos tipos de deslocamentos;
• Exame na carta;
• Reconhecimento;
• Planejamento;
• Decisão;
• Execução.
1) Classificação dos tipos de deslocamentos:
a) Quanto a Missão
ROTINEIROS: deslocamentos efetuados da residência para o trabalho e vice-versa;
ESPECIAIS: são aqueles realizados para atender às solenidades oficiais e as de cunho social (inaugurações, concertos, da-
tas cívicas, jantares);
INOPINADOS: são os deslocamentos não programados.
b) Quanto ao Meio de Transporte
AÉREOS: quando é utilizado avião ou helicóptero;
AQUÁTICOS: no caso de utilização de navios, lanches, barcos pequenos, etc. Pode ser marítimo, fluvial ou lacustre;
TERRESTRES: realizado utilizando-se automóveis, ônibus e trens.
c) Quanto ao sigilo
OSTENSIVOS: quando realizado com o conhecimento do público em geral, seja através da divulgação do deslocamento, seja
pela fácil identificação pelos transeuntes da passagem da Autoridade;
SIGILOSOS: quando se procura furtar do conhecimento público este deslocamento, agindo com discrição e se possível, utili-
zando transportes que não denunciem o citado deslocamento.
d) Quanto ao horário
DIURNOS: realizado à luz do dia, com todas as implicações que um deslocamento nessas condições enfrenta (trânsito, pe-
destres, etc.). Para se diminuir o tempo de deslocamento, haverá necessidade de emprego de força policial (trânsito);
NOTURNOS: as condições são opostas às acima descrita. Não há necessidade de envolvimento de grandes efetivos policiais
na Segurança.
e) Quanto à Extensão
CURTOS: deslocamentos realizados dentro do perímetro urbano;
LONGOS: grandes deslocamentos fora do perímetro urbano ou mesmo fora da cidade (zona rural ou outras cidades).
f) Quanto à Flexibilidade
FLEXÍVEIS: quando há possibilidade de mudança no deslocamento (itinerários alternativos) para outras opções de acesso e
de retiradas dos locais a serem percorridos;
NÃO FLEXÍVEIS: quando não há esta possibilidade (ex.: todavia sem retorno).
g) Quanto aos Meios Empregados
SIMPLES: deslocamentos que não exigem grande emprego de meios (ex. deslocamentos inopinados e sigilosos);
COMPLEXOS: há necessidade de grande emprego de meios. A utilização de pessoal e meios em apoio fica condicionado
aos seguintes fatores:
• Importância da Autoridade;
• A disponibilidade de pessoal e material;
• A conjuntura atual.
h) Quanto às Comunicações

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Qualquer que seja o deslocamento há necessidade de uma rede de comunicações. O comando da operação será feito pelo
Chefe da Segurança, se necessário, o comando poderá ser feito através da Central.
2) Exame na Carta
O exame na carta é importante para as fases posteriores de reconhecimento no local e planejamento, por parte da Seguran-
ça.
Deverá seguir os seguintes itens:
• Seleção das estradas que poderão ser utilizados nos diversos itinerários;
• Escolha das estradas que permitam os deslocamentos sem problemas;
• Identificar os pontos críticos. É preferível evitá-los, porém se não for possível, reforçar a segurança nestes locais.
3) Reconhecimento
O reconhecimento é feito por etapas de acordo com a programação da Autoridade, levando-se em consideração o tipo de
deslocamento e os dados fornecidos pelo exame na carta;
Não devemos desprezar nunca a possibilidade de um atentado, por menor que seja;
Os itinerários deverão ser reconhecidos no mesmo sentido em que a Autoridade se deslocar;
Caso haja necessidade de mudar o itinerário, por vontade da Autoridade ou decisão do Chefe da Segurança, é necessário
que o esquema de Segurança (Segurança Velada, Policiamento Ostensivo e de Trânsito) tenha condições de se deslocar para o
outro itinerário;
Verificar nos lugares de embarque e desembarque da Autoridade, o tipo de entrada e saída do veículo (ortodoxo e não-
ortodoxo; mão e contramão).
4) Planejamento
Após o reconhecimento, é feita uma reunião para planejar o esquema de Segurança a ser empregado;
O planejamento deve ser o mais detalhado possível, distribuindo missões a todos os componentes do esquema de Seguran-
ça, de uma forma simples e com clareza;
Deverá haver bastante entrosamento em todos os setores envolvidos no esquema de Segurança, de modo a haver continui-
dade no desenvolvimento dos trabalhos.
5) Decisão
Baseado nos quatro itens anteriores (tipo de deslocamento, exame na carta, reconhecimento e planejamento), a decisão será
então limitada à escolha do itinerário Principal e dos itinerários Alternativos.
6) Execução
a) Montagem do Dispositivo
De acordo com o planejamento feito, cada chefe de setor deverá assumir a sua missão e distribuir o seu pessoal, que deverá
ter pleno conhecimento de sua atuação;
Especial atenção para o pessoal empenhado nos pontos críticos e pontos dominantes.
Infiltração na multidão, da Segurança Velada para sentir a reação do público em face de presença da Autoridade;
Manter sempre uma reserva em condições de reforçar os pontos necessários;
Verificar durante a montagem do dispositivo, o pleno conhecimento da missão do pessoal em apoio: hospital, bombeiros, tro-
pas de choque, helicóptero, etc.
b) Reconhecimento final
No dia do evento, após a montagem do dispositivo, com tempo suficiente antes da passagem da Autoridade, as equipes Pre-
cursora e Vistoria realizam uma última inspeção no dispositivo.
Etapas equipes deverão manter contato permanente com o Chefe da Segurança para a eventualidade de uma mudança de
itinerário (se necessário)
Conclusão
A boa execução do esquema de Segurança dependerá do estudo minucioso e aplicação correta dos aspectos a serem obser-
va na Escolha de Itinerários, porém devemos estar sempre preparados para qualquer eventualidade, até mesmo para improvisa-
ções, porque ao elemento adverso cabe a iniciativa com quase 100% (cem por cento) de probabilidade de êxito.
TÉCNICAS, TÁTICAS E OPERACIONALIZAÇÃO
Para execução da segurança pessoal a primeira coisa a se fazer é executar técnicas preventivas. Logo a segurança pessoal
age em torno de técnicaseminentemente preventivas e ostensivas; e eventualmente repressiva ou efensiva.
As técnicas preventivas englobam todas as ações desencadeadas pela equipe de segurança, pelo dignitário e pela sua famí-
lia, objetivando evitar quaisquer tipos de hostilidades. Além dessas ações, englobas também as medidas de segurança física, as
quais tem a mesma finalidade: evitar crimes ou atentados.
Segurança física - a parte de segurança que se preocupa com as medidas físicas destinadas a salvaguardar o pessoal e pre-
venir acessos não autorizados a informações, materiais e instalações, contra a espionagem, sabotagem, danificação e roubo,
tanto nos locais de fabrico ou armazenagem como durante deslocações.
O Agente de Segurança que executa a proteção de dignitário deve ter três qualidades: conhecimento técnico; conhecimento
tático e controle emocional.
CONHECIMENTO TÉCNICO é o saber acerca das leis, normas, regulamentos e doutrinas de segurança, funcionamento de
todos os dispositivos de emergência e de proteção (alarmes, armas letais e não letais, extintores, hidrantes, viatura, etc.)
CONHECIMENTO TÁTICO é a forma em que a pessoa empregará o seu conhecimento técnico. Isto é: seu posicionamento,
postura, agilidade, rapidez, eficácia, observância das leis, normas, doutrinas de segurança, etc. É sua tática que definirá se o
agente vai viver ou morrer em um sinistro; se ele será absolvido ou condenado após sua ação.
CONTROLE EMOCIONAL é o mecanismo psicológico que traz a tona a verdade ou a mentira; o profissionalismo ou o ama-
dorismo; a sabedoria ou a ignorância, a razão ou a emoção; vitória ou a derrota. Como assim? Se a pessoa empregar todos os
preceitos dos conhecimentos Técnicos x Táticos evidenciará a profissionalismo, a verdade, a sabedoria, a razão e a vitória; toda-
via, se for precipitado em sua ação evidenciará o amadorismo, a ignorância, a emoção, a derrota e a vergonha do ser humano.
Os objetivos técnicos são:

Segurança Institucional 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Detectar os riscos;
Estabelecer os meios necessários (dispositivos, barreiras físicas e eletrônicas, equipamentos, alterações estruturais, enfim,
todos os recursos logísticos, humanos e materiais) para tornar o ambiente seguro;
Elaborar manuais, normas e procedimentos de segurança preventivos e contingenciais;
Elaborar: planejamento de segurança; planejamento de emergência ou contigencial; planejamento de manutenção do nível de
segurança e planos de auditoria.
ANÁLISE DE RISCOS: RISCOS, AMEAÇAS, DANOS E PERDAS; DIAGNÓSTICO; APLICAÇÃO DE MÉTODOS.
ANÁLISE DE RISCOS
Em segurança, consideramos risco todo evento capaz de produzir perdas ou danos, seja de ordem humana (vidas/integridade
física) ou patrimonial (bens tangíveis e intangíveis).
A análise de risco visa detectar todos os riscos aos quais o dignitário, sua família e empresa estão sujeitos. Após a detecção,
os riscos precisam ser classificados de acordo com a probabilidade de acontecimento. Nesta classificação é necessário que
conste o grau de risco/gravidade e seus efeitos/consequências/danos humanos, materiais ou financeiros (valor do prejuízo, trans-
tornos e possibilidade de recuperação do patrimônio ou de contornar a situação).
Com estes dados em mãos, adotam-se as medidas preventivas necessárias (elaboração de normas, projetos e sistemas de
segurança, plano de contingência para cada risco, adoção de barreiras físicas e eletrônicas de segurança, equipe de vigilância,
monitoramento, etc.)...
Para cada risco haverá duas linhas táticas:
1. TÁTICAS PREVENTIVAS – são as medidas e normas preventivas estabelecidas neste programa, adotadas antes da con-
cretização do risco, que devem prevalecer e serem eficazes o suficiente para nunca ser necessário usar táticas contingenciais.
2. TÁTICAS CONTINGENCIAIS – são os procedimentos de segurança, previstos no plano de contingência, adotados durante
e após a ocorrência de um sinistro (o risco se concretizou). Resta ao agente de segurança agir para reduzir seus efeitos e conse-
quências.
APLICAÇÃO DE MÉTODOS VIA ANÉIS DE PROTEÇÃO
Tanto na segurança patrimonial como na pessoal, podemos aplicar o método de segurança estabelecendo três anéis de pro-
teção.

A análise dos riscos de segurança também é conhecida como avaliação dos riscos, é uma segurança de qualquer organiza-
ção. A análise dos riscos de segurança é essencial na asseguração controles e despesa com os riscos aos quais a organização
é exposta. A análise dos riscos de segurança é cada vez mais indefensável quanto a usabilidade, flexibilidade, e criticamente.
quanto a que eles produzem para o usuário. A análise dos riscos de segurança abraça o uso do mesmo produto para ajudar a
assegurar a complacência com políticas de segurança, padrões externos. A segurança no sistema deve ser proporcional aos
seus riscos. Contudo, o processo para determinar que controles de segurança são apropriados e preço eficaz é bastante muitas
vezes um complexo e às vezes uma matéria subjetiva.
Uma das funções da análise dos riscos de segurança deve processar a base mais objetiva. Há um número de aproximações
distintas de arriscar a análise. Contudo, há dois tipos: quantitativo e qualitativo. A aproximação de análise dos riscos de seguran-
ça emprega dois elementos fundamentais; a probabilidade de uma ocorrência de evento e a perda provável o deveria ocorrer.
Isto é calculado para um evento por simplesmente multiplicando a perda potencial pela probabilidade. É assim teoricamente
possível colocar eventos da ordem do risco e tomar decisões baseado sobre isto. Os problemas com este tipo da análise dos
riscos associam-se normalmente com a insegurança e a inexatidão dos dados. A probabilidade pode ser raramente exata e pro-
mover, em alguns casos, o desvanecimento. Além do mais, os controles e as medidas defensivas muitas vezes atacam um nú-
mero de eventos potenciais e os próprios eventos são frequentemente relacionados.
Apesar dos descontos, um número de organizações adotaram com sucesso a análise dos riscos quantitativa. Isto é muito a
aproximação o mais largamente usada de arriscar a análise. Os dados de probabilidade não são necessitados e só previram que
a perda potencial seja usada. As metodologias de análise dos riscos mais qualitativas fazem o uso de um número de elementos
relacionados: Esses são coisas que podem dar errado ou isto pode 'atacar' o sistema. Os exemplos poderiam incluir o fogo ou a
fraude. As ameaças estão alguma vez presentes para cada sistema. Esses fazem um sistema mais propenso para atacar por
uma ameaça ou fazer um ataque mais provavelmente para ter um pouco de êxito ou impacto. Por exemplo, para a vulnerabilida-
de de fogo seria a presença de materiais inflamáveis. Esses são as medidas defensivas da vulnerabilidade.
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Há quatro tipos: os controles impedientes reduzem a probabilidade de um ataque deliberado os controles Preventivos prote-
gem a vulnerabilidade e fazem um ataque mal sucedido ou reduzem o seu impacto os controles Corretivos reduzem o efeito de
uns controles de Detetive de ataque descobrem ataques e provocam controles preventivos ou corretivos. Uma compreensão
própria das limitações das infraestruturas existentes é um pré-requisito importante para projetar novos serviços com um grau de
satisfação da segurança.
Na nossa opinião, uma metodologia melhorada da análise dos riscos é um primeiro passo necessário em direção a verifica-
ção e/ou melhoria da segurança de tais sistemas. De maneira ideal, a gerência dos riscos deve ser aplicada através de todos os
aspectos da confiança. Contudo, a complexidade crescente de sistemas de informação incita a melhora de desenho existente e
métodos de análise para aumentar a probabilidade que todas as ameaças possíveis sejam tomadas em consideração. Mais em
particular há uma necessidade para combinar métodos de análise dos riscos de segurança complementares com respeito à ar-
quitetura de sistema. http://www.xbackup.net/portuguese/Analise-dos-Riscos-de-Seguranca.html
Medidas de Controle e Prevenção
APR (Análise Preliminar de Riscos) tem sua importância maior no que se refere à determinação de uma série de medidas de
controle e prevenção de riscos, desde o início operacional do sistema, permitindo revisões de projeto em tempo hábil, com maior
segurança, além de definir responsabilidades no que se refere ao controle de riscos.
a) Revisão de problemas conhecidos: consiste na busca de analogia ou similaridade com outros sistemas, para determinação
de riscos que poderão estar presentes no sistema que está sendo desenvolvido, tomando como base a experiência passada.
b) Revisão da missão a que se destina: atentar para os objetivos, exigências de desempenho, principais funções e
procedimentos, ambientes onde se darão as operações, etc. Enfim, consiste em estabelecer os limites de atuação e delimitar o
sistema que a missão irá abranger: a que se destina, o que e quem envolve e como será desenvolvida.
c) Determinação dos riscos principais: identificar os riscos potenciais com potencialidade para causar lesões diretas e
imediatas, perda de função (valor), danos à equipamentos e perda de materiais.
d) Determinação dos riscos iniciais e contribuintes: elaborar séries de riscos, determinando para cada risco principal
detectado, os riscos iniciais e contribuintes associados.
e) Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos: elaborar um "brainstorming" para levantamento dos meios
passíveis de eliminação e controle de riscos, a fim de estabelecer as melhores opções, desde que compatíveis com as
exigências do sistema.
f) Analisar os métodos de restrição de danos: pesquisar os métodos possíveis que sejam mais eficientes para restrição geral,
ou seja, para a limitação dos danos gerados caso ocorra perda de controle sobre os riscos.
g)Indicação de quem será responsável pela execução das ações corretivas e/ou preventivas: Indicar claramente os
responsáveis pela execução de ações preventivas e/ou corretivas, designando também, para cada unidade, as atividades a
desenvolver.
A APR tem grande utilidade no seu campo de atuação, porém, como já foi colocado, necessita as vezes de ser
complementada por técnicas mais detalhadas e apuradas. Em sistemas que sejam já bastante conhecidos, cuja experiência
acumulada conduz a um grande número de informações sobre riscos, esta técnica pode ser utilizada de modo auxiliar. Wikipédia

PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIAS: NECESSIDADE; PLANEJAMENTO; COMPONENTES DO PLANEJAMENTO; MA-


NEJO DE EMERGÊNCIA; GERENCIAMENTO DE CRISES; PROCEDIMENTOS EMERGENCIAIS.

PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIAS

Planejamento de contingência se resume em um documento normativo que descreve de forma clara, concisa e completa a
resposta ou ação que deverá ser desencadeada diante de adversidades ou em caso de acontecimento de um sinistro, perda ou
dano, seja ele de ordem pessoal (humana) ou patrimonial (bens tangíveis e intangíveis).

É neste plano que o homem buscará informações para desencadear suas atitudes diante de um sinistro. No plano, estarão
pré-estabelecidas todas as táticas contingenciais (o que deve ser feito e como será executado).
O
planejamento de contingência é uma segurança reserva (uma carta na manga); ele visa assegurar a continuidade operacio-
nal da empresa/residência reduzir ou anular as consequências do sinistro e evitar que outros sinistros aconteçam em decorrência
das condições especiais...

GERENCIAMENTO DE CRISES
CONCEITO DE CRISE
Um evento ou situação crucial que exige uma resposta especial da polícia, a fim de melhor assegurar um solução aceitável.
(FBI/NA)
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
1. Compressão de tempo ( urgência )
2. Ameaça de vida
3. Necessidade de:
a) Postura organizacional não-rotineira;
b) Planejamento analítico especial e capacidade de implementação; e
c) Considerações legais especiais.
OBJETIVOS
Preservar Vidas

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Reféns
Cidadãos
Policiais
Causadores da Crise
Uma maneira de tratar as consequências de determinados eventos críticos é através do planejamento e da prontidão para
contingências, para que a organização possa agir rapidamente e tirar vantagens de ganhos inesperados, ou possa impedir per-
das e prevenir ou limitar descontinuidades. Isso requer que os Planos (para Crises, Emergências, Continuidade de Negócios e
Recuperação) sejam embasados em bons princípios de Gestão de Riscos e sejam testados e atualizados.
Quando ocorre um evento, a direção da organização pode precisar agir rapidamente para mitigar o impacto do evento na
consecução dos objetivos do negócio, tais como fluxo de vendas, qualidade do produto, reputação corporativa e satisfação do
cliente.
Na maioria das circunstâncias, esses impactos podem ser gerenciados como parte dos processos normais de
gestão. Entretanto, quando a escala do evento superar a capacidade normal que a direção pode suportar, será ne-
cessária uma abordagem sistemática para a gestão de ocorrências críticas.
GERENCIAMENTO DE CRISES NA SEGURANÇA EMPRESARIAL
Um novo papel para os profissionais de segurança
Carlos Paiva

"Antecipação - Cenários - Inteligência", esse é o trinômio que vai diferenciar os profissionais de segurança nas corporações.
Uma mudança radical nos conceitos até então vigentes de prevenção reativa e de relatórios quase que sempre convertidos em
pedidos de materiais e serviços, e que deverão ser substituídos por um "processo" de segurança, com atores mais envolvidos e
responsabilizados diretamente por suas ações e/ou omissões.
Crises nos mais variados incidentes atingem as empresas, e quase sempre a "surpresa" com que se revestem , causam ex-
pansão dos danos e aumento dos prejuízos. Medidas de controle antecipativo, de planificação para as contingências, do estudo
de cenários de risco, e do uso da Inteligência em Segurança Empresarial, podem minimizar e em alguns casos, reverter situa-
ções indesejáveis, já que o conceito de previsão, pelo entendimento do processo de gerenciamento de riscos, torna apto o ambi-
ente a adequação e reconhecimentos dos perigos e emergências corporativas, bem como , das formas já desenhadas para seu
enfrentamento , contenção , minimização ou extinção.
O grande problema para a segurança está em situar a existência do risco. Numa cultura voltada para a ideia de que o "peri-
go, só na casa do vizinho", existe uma rejeição aos processos de segurança corporativa. Não é muita surpresa, pois basta obser-
var os riscos a que a maioria das pessoas teima em cometer nas grandes cidades, sendo vítimas das variadas modalidades de
crime, para entender o porquê de tanta reação nas empresas. Prova disso ? basta observar que alguns executivos não se deslo-
cam um metro siquer nas ruas, sem um agente de segurança, ou com motorista e carro blindado, no entanto, seus filhos e sua
familia estão com essa mesma cobertura ? Periodicamente, em algumas empresas, os dirigentes passam por palestras de segu-
rança pessoal, visando sensibiliza-los para os riscos e formas de auto proteção, mas para seus familiares nenhum cuidado é
dedicado ! Essa forma dispersa de segurança, acaba por ser observada inconscientemente por outros envolvidos, gerando des-
crédito e "pilhéria" a esses modelos. Em recente atividade de treinamento de segurança pessoal para executivos, numa simula-
ção, pedimos que fosse feita a operação de um extintor de incêndio. Para nossa surpresa, o indicado ( um Vice Presidente) não
sabia usar o equipamento e nunca havia sido treinado para tal, não tinha siquer a noção do uso do material para facilitar seu
roteiro de fuga, destruindo uma porta de vidro !!!
Gerenciar crises, é antes de tudo reconhecer o risco, buscar e avaliar situações que por sua natureza venham a cria-los ou
potencializa-los.Reconhecer que "emergências" existem , mas podem ser trabalhadas para ter seus efeitos minimizados.
Prever, antecipar e estar pronto para intervir e operar em situações de crise, a partir de nova concepção estratégica nos ne-
gócios é agora uma "missão" da segurança. Prova disso é que profissional que desconhecer o conteúdo e as implicações da "
Lei Sarbanes-Oxley ", certamente terá problemas para entender a importância da continuidade dos negócios e o gerenciamento
de crises nas empresas.
A " Sarbanes-Oxley " é um "Act" ("The U.S. Public Company Accounting Reform and Investor Protection Act of 2002"), uma
Lei decorrente das medidas governamentais adotadas pelos EUA , em razão das fraudes e dos riscos de gestão corporativa, que

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vieram a tona nos últimos cinco anos, a lei inclui a responsabilidade criminal da empresa em caso de inconsistência de informa-
ções econômicas e financeiras. Em outras palavras, diretores podem ser processados e presos sempre que se comprove o não
cumprimento das novas obrigações, dentre elas:
- conduzir os negócios seguindo as definições da GAAP (Generally Accepted Accounting Principles);
- fornecer os relatórios financeiros explicativos exigidos pela SEC (Securities and Exchange Commission);
- gerenciar e manter os registros corporativos.
Multas que chegam a milhões de dólares também são previstas no instrumento, o que mostra a importância de seu cumpri-
mento.A primeira vista, os desavisados e céticos, podem interrogar-se sobre o que uma Lei americana tem a ver com sua empre-
sa, mas somente seu conhecimento e as atividades econômicas e comerciais desenvolvidos por sua empresa diretamente ou
com parceiros de negócios é que poderá elucidar a importância do seu conteúdo e de suas implicações decorrentes.
O referencial principal é o de proteger os investidores, e no seu desdobramento a Lei mostra as obrigações que se impõe pa-
ra dirigentes, advogados, auditores e contadores, quanto a integridade dos negócios, criando a responsabilização pessoal e
direta quanto a registros e dados da empresa, vinculando-os a manutenção das condições de funcionamento e de recuperação
de dados, registros e informações operacionais, ou seja, uma função e obrigação diretamente vinculada a segurança.
Um "roubo de senhas" ou a sabotagem dos serviços de informações que devam estar disponíveis, indicarão a responsabiliza-
ção civel e criminal de seus responsáveis em decorrência de ações ou omissões. A falsificação, destruição e perda de documen-
tos e registros, é severamente controlada e reprimida pelo novo instrumento. Vale aqui, atentar p.ex. para as condições de segu-
rança contra incêndio, que podem por suas decorrências causar perdas , e responsabilização !
Assim, o sistema de " Prevenção & Gestão de Crises", torna-se prioritário nas organizações, visando a prevenção contra
ocorrências indesejáveis, a partir de uma postura mais proativa da segurança, não mais esperando que aconteça para que possa
agir, mas ficar atenta ao que pode acontecer...
Dessa forma, a segurança empresarial deve sinalizar para a empresa, os componentes necessários a um ambiente seguro,
no que tange a pessoas, bens e instalações, não sendo demasiado repetir que a maior parte dos riscos e comprometimento da
segurança deriva da ação/comportamento humano, o que exige um trabalho mais acurado a nível de treinamento contínuo em
segurança pessoal e coletiva nas organizações em variados aspectos ( prevenção e combate a incêndios, continuidade em T.I. ,
controle de acesso, segurança da informação, segurança física das instalações, proteção pessoal e coletiva etc.).
Da ameaça de bomba, passando por fraudes e furtos na empresa, e o risco de roubo ou danos ao patrimônio, tudo deve me-
recer um estudo analítico quanto ao sistema de prevenção, mas também, quais as ações e procedimentos indicados e qualifica-
dos para sua resposta em caso de ocorrência, visando ofertar à empresa, soluções adequadas as suas necessidades. Carlos
Paiva
Metodologias de liderança: Gerenciamento de crise
Qual a importância de se ter um gerenciamento de crise?
Mario Persona - Todas as empresas passam por momentos de crise, e o gerenciamento de crise é uma etapa avançada da
administração. Se as crises são às vezes inevitáveis, os danos que elas trazem a uma empresa, produto ou marca podem ser
minimizados com um bom planejamento e gerenciamento de crises.
Quando a gestão se preocupa com o problema em potencial, ela tem tempo para analisar as probabilidades e possibilidades,
precavendo-se e criando mecanismos de defesa. A velha máxima de que "prevenir é melhor do que remediar" tem tudo a ver
com o gerenciamento de crises.
As crises podem ser repentinas, como um incêndio, acidente ou vendaval, podem envolver pessoas dentro e fora da empre-
sa, ser causadas de dentro para fora ou de fora para dentro, acarretarem danos permanentes ou temporários, enfim, há inúmeras
causas e consequências. Quanto mais preparada uma empresa estiver para prevê-las e se preparar para elas, melhor será sua
blindagem e mais capacitada ela estará para se recuperar de seus efeitos.
Quais são as metodologias, como o administrador deve se preparar para uma eventual crise?
Mario Persona - As políticas de segurança pessoal e patrimonial já constituem uma parte de um gerenciamento de crises. Ao
prever tudo aquilo que pode acontecer de prejudicial no ambiente de trabalho e tentar evitar acidentes, o gestor já está dando um
passo na direção do gerenciamento de crises.
Essas políticas de segurança costumam ser mais focadas nos riscos apresentados aos seres humanos e ao patrimônio, mas
numa segunda etapa as empresas passam também a gerenciar os riscos apresentados aos seus sistemas e processos, envol-
vendo outras preocupações como segurança da informação, proteção de redes e blindagem da marca e da imagem.
Se no passado a falha em uma máquina, um acidente ou explosão podiam representar uma situação de crise, hoje o roubo
ou vazamento de uma informação também pode causar danos significativos. Uma falha ou sabotagem em algum produto tam-
bém pode comprometer a empresa, principalmente se esta não tiver um plano de gerenciamento de crise.
Um plano de gerenciamento de crise trabalha com situações reais e hipotéticas, além de tentar prever e medir os danos. Po-
demos resumir dizendo que o processo de gestão de crise utiliza técnicas e metodologias para prever, avaliar, entender e lidar
com as situações de crise, desde o momento de uma ocorrência até o processo de recuperação dos danos causados.
Como as empresas devem de adaptar às crises de mercado? Qual cuidado a empresa tem que ter para não entrar em
crise com o mercado?
Mario Persona - Embora um plano de gerenciamento de crise possa ter mecanismos para agir em situações de crise de
mercado, como aquelas causadas por reveses econômicos, guerras ou fenômenos naturais, seu papel está mais direcionado às

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crises pontuais. Uma crise do mercado é um evento amplo, que envolve toda a economia de um país ou região, portanto trata-se
de algo normalmente tratado pela gestão da empresa como um todo.
Como o gestor deve trabalhar a equipe para superar uma crise?
Mario Persona - Se estamos falando de crises pontuais que colocam em risco a empresa, sua marca ou algum produto, o
trabalho que acompanha o planejamento é o de comunicação. Uma vez traçado um plano, este deve ser levado ao conhecimento
da equipe, à qual devem ser distribuídas responsabilidades e informações quanto à maneira de agir.
Em linhas gerais tudo acontece de modo bastante semelhante ao que é normalmente feito nas questões de segurança pes-
soal e patrimonial, quando todos são treinados para utilizar equipamentos especiais e rotas de escape. Para as crises que afetam
a empresa, a marca ou o produto devem ser criados procedimentos que geralmente envolvem muito mais comunicação e ações
corretivas.
Quais são as medidas fundamentais para superar uma crise?
Mario Persona - Primeiro, é preciso que exista um plano de gerenciamento de crise e que ele esteja devidamente implemen-
tado. Isso inclui a consciência, da parte da equipe, do que cada um deve fazer e, o que é mais importante, não fazer, dependen-
do da situação. Imagine o caso de um produto contaminado que tenha causado danos à saúde. É uma crise bastante comum no
segmento de medicamentos e alimentos, e geralmente a maior ênfase de um plano de gerenciamento de crise recai sobre a
comunicação da empresa.
Em um momento assim a área de comunicação e a assessoria de imprensa têm um papel vital na recuperação da credibilida-
de da marca, e a equipe toda deve estar bem treinada para evitar depoimentos conflitantes, ou seja, enquanto alguns devem
falar, outros devem permanecer calados. Este é um dos aspectos abordados por um bom plano de gerenciamento de crise.
Um momento de crise pode ser revertido em melhorias para a empresa? Como?
Mario Persona - Toda crise deve ser aproveitada como oportunidade de melhoria, mesmo porque ela irá revelar as vulnerabi-
lidades em alguma área da empresa. Essas vulnerabilidades devem ser sanadas e suas possibilidades ampliadas para evitar
outras situações semelhantes. É importante que a experiência sirva para aprimorar os mecanismos de defesa e blindagem da
empresa.
Para que uma crise seja bem administrada, é necessária a existência prévia de um planejamento bem elaborado e factível.
Este plano possui diversas etapas, as quais destacamos:
Levantamento de riscos
Diagnóstico de ameaças
Planejamento de processos
Implementação
Manutenção
Todas estas etapas devem estar sinergicamente ligadas e a manutenção é de extrema importância para que o plano seja
executado imediatamente a sua ativação.
Gerenciamento de Crises
Carlos Paiva
Atentados, Ameaças, Incêndios, Explosões, Vazamentos de Produtos Químicos, Acidentes com produtos biológicos, Espio-
nagem, Paralisação de Redes ou sistemas internos de TI , Sequestro de Executivos, Furtos, Roubos, Fraudes, Chantagens,
intrusão nas edificações e outros tantos incidentes e riscos ameaçam as empresas diuturnamente.
Uma análise primária dos últimos incidentes na área de segurança corporativa e que foram divulgados pela mídia, levam-
nos invariavelmente a conclusão da causa, como falta de prevenção e reação adequada ao incidente. antecipadamente tra-
tada a partir de análise e gestão operativa de risco.
Na ocorrência das situações indesejáveis, quase sempre existe a função reativa, adotada , quase sempre, com forte impacto
emocional e com foros de "desespero", já que a situação adversa traz à sua frente o pânico e o descontrole. Isso ocorre, em
razão das estruturas e pessoas não estarem preparadas para o pior ! Prova disso, é o que observamos nas vias públicas quando
da ocorrência de um acidente veicular. Todos correm, todos querem ajudar, mas a enorme maioria não sabe como e o quê fazer.
Não raro, existe uma demora em alguém acionar o socorro especializado, ainda que com os meios de comunicação em suas
mãos, mas estático e curioso, alí permanece olhando, estático e surumbático com a cena a sua frente...
Em Segurança Corporativa, as coisas não se passam de forma diferente. Recentemente uma grande empresa de alimen-
tos teve sua fábrica atingida por um incêndio, e foi socorrida pelas brigadas de dez empresas em sua circunvizinhança, mas
anteriormente quando chamada a participar do grupo de auxílio mútuo, não quis fazer parte, certamente acreditando que por
ser uma das maiores empresas mundiais do segmento, nunca precisaria da ajuda de ninguém, ou que sua fábrica estaria
imune a sinistros. O custo da renovação de seu seguro, deve agora estar fazendo seus dirigentes repensar em prevenção.
Ainda abordando fatos curiosos, vale lembrar a empresa que com altos investimentos na área de segurança, e que por várias
vezes foi mostrada como exemplo de segurança empresarial, teve sua fábrica invadida de madrugada, com o roubo de algumas
carretas de produtos. o fato marcante, é que para entrar na fábrica, foram na residência do responsável pela segurança, e man-
tendo sua família como refém, o fizeram ir até a fábrica para assegurar o acesso e alí permanecer por cerca de duas horas ga-
rantindo a realização do roubo. A metodologia criminosa, em nada inovou já que há mais de duas décadas, é comum atacarem
bancários em suas casas para abrirem agências. O que se toma como grave, é que se existem alarmes nos estabelecimentos,
qual a razão de também não serem instalados nas residências de funcionários, que em razão de seus cargos ou funções pos-

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sam ser alvos de ataques criminosos em suas casas ? Os recursos de segurança eletrônica, quando acoplados a sistemas inte-
grados e multimeios de segurança física e patrimonial, podem dar resultados eficazes.

O recente ataque a um dos mais seguros condomínios em Curitiba, no Paraná, deve servir para o redesenho das estruturas
de segurança de instalações. Da mesma forma, o incremento de roubos a prédios comerciais e/ou residenciais, mostra que o
planejamento de segurança está sendo antecipado pelo crime, que consegue neutraliza-lo. Novas respostas antecipadas preci-
sam ser estudadas e pensadas para o enfrentamento ao crime, visando a supremacia da proteção contra a ação criminosa, e os
prejuízos daí decorrentes para as empresas. É fácil perceber que em alguns casos, a idéia de “ segurança “ escapa da técnica e
é trabalhada como algo infalível e quase teológico, ou seja, todos passam a acreditar que existe , negligenciando e não adotando
um redesenho de riscos, comportamentos e procedimentos reativos, o que facilita, quando não, até incentiva a ação criminosa.
Fato importante a destacar no atual contexto da segurança corporativa, é o segmento de “segurança da informação”.
Presentemente, o conceito, foi apropriado pela área de TI, e fica reservado ao conjunto de medidas que visa a proteção das
informações que circulam nas intranets e sistemas da empresa. Com uma visão centrada na retirada ou supressão de dados,
muitas vezes, é esquecido que o acesso a determinadas informações pode assegurar o resultado de um crime. Em uma
auditoria de segurança, na qual participamos recentemente em uma empresa, tivemos a oportunidade de verificar a facilida-
de de acesso a endereços e dados pessoais de empregados, através do sistema de RH da organização. Cerca de trinta
pessoas poderiam acessar a dados como endereços, telefones e documentação dos empregados, além de suas fotos, e
dados familiares, de diversas estações em vários pontos do país. Outras quase cem, poderiam obter parte desses dados. A
facilidade na obtenção de dados, pode ensejar a busca criminosa desses registros e que podem dar-se de formas variadas,
desde a chantagem contra um empregado, passando por ameaças ou até a “compra” desses dados. Num mundo conturbado
pelo crime em suas várias modalidades, não é preciso que se chegue a paranóia, mas é necessário que se repense alguns
modelos, que expõe a risco as empresas e seus colaboradores.
Ainda sobre fatos curiosos observados em nossa atividade profissional, pudemos observar o descuido com que se dá a
“entrada” de colaboradores e prestadores de serviços na empresa. Quase sempre a confirmação de endereço, é feita por um
documento apresentado pelo interessado(?), não existe uma pesquisa de avaliação quanto aos antecedentes comportamen-
tais e sociais do candidato, levando muitas vezes a organização a contratarem “problemas”, que mais a frente vão resvalar
para riscos à segurança interna. Nos casos de fraude, quase sempre é possível comprovar que o fraudador , já tinha sido
desligado de outras organizações pelo mesmo problema, mas que no sistema usual de consultas esse fato era omitido !
Sabe-se que nesses casos somente uma diligência feita por um investigador privado, com o uso de pesquisa encoberta e em
caráter discreto, poderia obter a positivação de uma contra-indicação quanto a admissão. Para confirmar a espécie, basta
lembrar o rumoroso caso de uma jovem assassinada no RJ, por um empregado do prédio, após sevicia-la, e que na investi-
gação policial, foi descoberto que o mesmo, havia sido desligado do emprego anterior, por tentativa de agressão sexual per-
petrada contra uma empregada doméstica. A administradora anterior, omitira esse dado, preocupada em não ter provas, e
com isso causou indiretamente uma morte, já que o psicopata conseguiu novamente entrar no círculo profissional que lhe
permitia ataques a mulheres em prédios residenciais.
Os exemplos acima, mostram de maneira inconteste a necessidade, do planejamento antecipado em segurança corporativa.
O uso dos modelos de gestão de crise, com o estudo, a análise e a avaliação dos cenários indicativos de risco, e as medidas
protetivas e/ou reativas, moldadas de sorte a atender tais situações e emergências devem ser a razão principal da segurança
corporativa no atual contexto estrutural e conjuntural de riscos.
Requisitos de um Plano de Atendimento de emergência - PAE
UM PLANO DEVE ...
_ Incluir previsões para toda e qualquer situação que puder ser, realisticamente, esperada, estratificada de acordo com o his-
tórico das ocorrências notáveis,
_ Especificar atribuições e Responsabilidade a todos aqueles que são designados para participar dos PAE´s,
_ Ser realista e prático às necessidades da situação emergencial,
_ Pré-determinar NÍVEIS DE ALERTA de monitoramento e atendimento para várias situações apresentadas;
_ Ser flexível nas situações inesperadas;
_ Proporcionar autonomia aos Líderes do Comando da Crise.
UM PLANO DEVE SER...
_ BREVE: Um plano excessivamente extenso se perderá em seu próprio conteúdo;
_ SIMPLES: Um plano complexo será muito difícil de ser entendido por aqueles que deverão aplicá-lo;
_ FLEXÍVEL: Um plano inflexível conduzirá a dificuldades no local do incidente;
_ EXECUTÁVEL: Deve ser realista ao levar em conta a disponibilidade das pessoas treinadas, equipamentos e especialistas;
UM PLANO DEVE CONSIDERAR...
_ A logística de transporte de recursos materiais e humanos;
_ A capacidade e as limitações de atendimento emergencial de todas as equipes envolvidas;
_ A disponibilidade e a capacitação de órgãos de apoio externos de ajuda mútua fora do perímetro abrangido pelo plano;
_ Identificação e controle das equipes envolvidas (interna e externa), equipamentos e materiais;
_ Suprimento de água, alimentação e energia;

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_ Disponibilidade de assessoramento técnico, de conhecimentos e de informações durante a emergência (ORGÃOS DO
MEIO AMBIENTE, AGUA E AR, SAMU, DEFESA CIVIL, CORPO DE BOMBEIRO, SEGURANÇA PÚBLICA, INSTITUTO DE
PESQUISA e outros);
_ Plano de Comunicação Eficaz.
Definir um Coordenador Local de Campo - CLC, estruturado numa uma cadeia de comando já pré-estabelecidos no plano. O
CLC pode ser um dos empregados nomeados pelo CCO, que esteja no local afetado, considerando sua experiência e tempo de
trabalho no referido local, assim como dependerá da situação do foco da crise. Lembrando que o empregado nomeado para o
comando, deve ser orientado, preparado e treinado para situações de emergência.
Responsabilidades auxiliares, tais como, energia, comunicações, procedimentos de proteção ambiental, descontaminação,
devem ser amplamente clarificadas e especificadas nas atribuições de seus papéis.
Um Sistema confiável de comunicações deve ser estabelecido, tanto quanto meios alternativos de comunicação. Todos os
equipamentos de comunicação na área devem ser testados (Vivo, Nextel, telefones fixos e celulares, radio e outros)
Proteção ao meio ambiente deve ser considerada em quaisquer plano e procedimentos traçados para a sua efetiva realiza-
ção.
Tudo isso é bom e ótimo, mas meramente planejar para o controle de situações de emergência não é suficiente.
MÁXIMA
“TENHA UM PLANO, SAIBA O QUE HÁ NO PLANO, SAIBA COMO APLICAR O PLANO E SIMULE O EMPREGO DO
PLANO.”
Etapa de Controle e Execução
O desempenho de cada pessoa envolvida no do atendimento na crise é fundamental para sucesso, ou seja, a atuação real
numa situação real. Implica na preparação adequada que a companhia proporciona através do planejamento e do treinamento,
resultando numa atuação efetiva e com grandes probabilidades de acerto, mitigando as conseqüências e proporcionando um
atendimento às vitimas de maneira ágil e mais segura.
O desempenho das equipes pode, de modo geral, ser dividida em três sub-fases:
_ A Ação Inicial – Resposta Imediata;
_ A Instalação da Coordenação Local de Campo – CLC;
_ O Controle da Crise – Gerenciamento e resolução da crise.
Ação Inicial (Contenção e Isolamento)
Esta fase compreende o período de tempo entre o recebimento da comunicação sobre o incidente / acidente até o estabele-
cimento da Coordenação Local de Campo - CLC. A linha divisória entre as três sub-fases, entretanto, não é bem definida, exis-
tindo pontos de sobreposição em alguns lugares e lacunas em outros, uma vez que a ação de controle pode ser necessária ime-
diatamente, antes que o CLC seja estabelecido. Entretanto, as respostas imediatas são realizadas em conjunto com Coordena-
dor Geral da Crise.
O Corpo Gerencial e os Supervisores do CCO devem ser treinados para situações de emergência tanto quanto os que vão
atender ao acidente. Deverão ser bem treinados, prontos para extrair toda e qualquer informação adicional possível, na primeira
comunicação do evento crítico. Os mesmos deverão repassar as informações de maneira qualificada, clarificada e precisa e não
“em código Morse” para a equipe de atendimento imediato e para o CGC, proporcionando informações seguras e completas,
aumentando a possibilidades de acertos e melhores condições de tomadas de decisões no planejamento das ações, aumentan-
do a probabilidade de mitigação rápida dos danos e prejuízos, reduzindo a repercussão e impacto do evento na mídia, tendo-se
um controle mais efetivo da crise.
Na fase de ação inicial, algumas informações são de extrema importância e devem ser obtidas de imediato.
Coordenação Local de Emergência - CLE
A Coordenação Local de Emergência é o centro de operações táticas no local do acidente. É fundamental que esta coorde-
nação seja estabelecido o mais rápido possível. Esta responsabilidade deve ser claramente definida no PAE especifico do even-
to. O Empregado que participou dos treinamentos e simulados, deve ser previamente designado a assumir temporariamente o
comando da situação, minimizando tumultos, duplicidade de esforços, erros e ineficiência de atuação, e principalmente liderança.
O Coordenador Local de Campo (CLC) deve ter controle absoluto da situação, não aceitar liderança de outros membros fora de
suas jurisdições. Órgãos de apoio de atendimento emergencial externos devem ser envolvidos no processo.
A localização da CLE deve ser contígua à área de risco, delimitada como perímetro de segurança. Se necessário e possível,
um veículo equipado com algum tipo de comunicação deve dar assistência ao CLC.
O CLC deve relatar a situação dos fatos ao CGC, em uma freqüência alta.
Solicitações de reforço de pessoal ou de equipamentos especializados e logísticos devem ser realizadas pelo CGC.
Após o estabelecimento da segurança na área (contenção e isolamento), o CLC ainda tem a responsabilidade de continuar o
assessoramento de medidas posteriores à emergência. Os serviços necessários na área afetada, após a emergência, devem ser
monitorados, tais como: controle de tráfego, integração e desmobilização dos órgãos externos, assistência médica, assistência
técnica, limpeza da área, remoção de resíduos e detritos e eliminação de riscos potenciais.

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Uma Coordenação bem estruturada, possibilita manter registros de todas as decisões tomadas e monitoramento das ativida-
des executadas. Todas as comunicações de rádio devem ser gravadas, e uma ficha de registro de telefonemas mantida atualiza-
da e repassada ao CGC . Em um evento de grande repercussão,demandando esforços prolongados, deverá ser alocado um
empregado para registrar os fluxos de atuação e tomadas de decisões, as quais serão importantes para subsidiar as investiga-
ções e apurações posteriores da ocorrência notável.
Todos estes registros serão de grande importância para estudos e simulados.
A responsabilidade do Coordenador Geral da Crise, apoiado pela Estrutura de Atendimento Emergencial - EAE é:
_ Assegurar o cumprimento do PAE;
_ Conhecer e avaliar o quadro geral da situação;
_ Conjugar esforços;
_ Acompanhar a evolução da situação;
_ Orientar as ações;
_ Organizar equipes de trabalho;
_ Conduzir reuniões.

Centro de Gerenciamento de Crises


O Centro de Gerenciamento de Crises (CGC) é o local estrategicamente localizado, dotado da infra-estrutura necessária para
o gerenciamento da crise no âmbito da Companhia.O dimensionamento de lugares deverá ser previsto para representantes de
órgãos de apoio mútuo.
O CGC estabelece as decisões que serão tomadas durante e após a crise, considerando os níveis estratégicos e táticos de
longo alcance, seguindo os PAE´s, necessários às ações imediatas. O CGC deverá ter perfil técnico e emocional devido sua
posição de Comando Geral, fortalecendo de maneira eficaz as atuações das equipes envolvidas. Deverá estar preparado para
uma eventual entrevista à mídia, procurando mitigar “o tamanho da Crise” diante da opinião pública, favorecendo uma repercus-
são positiva da imagem da companhia. Deverá desenvolver, se possível, aproximação quanto à comunicação aos órgãos de
apoio mútuo, tais como, Policia Militar, Corpo de Bombeiros, METRÔ, Empresas de Ônibus estadual e interestadual, Órgãos de
Controle do ar, água, e ambiental, Defesa Civil, Hospitais, Concessionárias de Energia e Telefonia, Associações Comunitárias,
Sindicatos, Imprensa e outros grupos de interesses especiais que possam contribuir para minimizar a crise institucional.
Controle da Crise
Após aplicação dos instrumentos normativos, a identificação de recursos aplicáveis, estabelecimento de táticas e obtenção e
aplicação dos recursos necessários (plano específico) á redução ou eliminação da crise (solução da crise), são elementos carac-
terísticos desta fase. Os esforços de estabilização usualmente se iniciam imediatamente após o atendimento emergencial, com a
chegada das equipes técnicas - operacionais ao local, devendo ser considerado como prioritário a segurança das referidas equi-
pes de atendimento.
Síntese da Etapa de Controle e Execução
_ O atendimento é executado em três fases: Fase Inicial, o Comando Local de Emergência e Controle da Crise;
_ Estabelecimento de níveis de alerta, para melhor avaliação e utilização dos recursos humanos, materiais e equipamentos.
_ Deve ser obtido o máximo de informações quanto possível, para se orientar um acesso mais seguro possível ao cenário
e/ou para uma evacuação eficaz;
_ O Comando Local de Emergência deve ser instalado a favor do vento (vazamento de produtos perigosos) e imediatamente
fora da área de risco;
_ A responsabilidade do Coordenador Geral é a de coordenar as atividades do contexto e prover liderança e direção;
_ A situação deve ser estabilizada através de procedimentos que atendam às características de riscos dos precursores - raiz;
_ Sempre relembre – SEGURANÇA É A MAIOR PREOCUPAÇÃO NO PROCESSO DE GERENCIAMENTO DA CRISE.
Prof. Quesada

NOÇÕES DE PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA: CONCEITO, PRINCÍPIOS, NÍVEIS, METODOLOGIA, MODULARIDADE E


FASEAMENTO, FASES DO PLANEJAMENTO.

NOÇÕES DE PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA


Um planejamento de segurança deve detectar os pontos fortes e fracos da empresa; os riscos ou ameaças que a empresa
está sujeita; a relação custo x benefício para investimento na segurança (até que ponto compensa); a probabilidade do aconteci-
mento de cada ameaça, bem como seu impacto negativo e finalmente a prioridade para fazer frente a cada ameaça apresentada.
O planejamento de segurança deve estar em sincronia com a política e objetivos da organização;
O administrador ou o executor do planejamento de segurança deve estar inserido na administração geral da empresa; ou ao
menos ter total apoio do primeiro escalão;

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O administrador ou o executor do planejamento de segurança deve ter poder e liberdade de ação
ERROS MAIS COMUNS NA GESTÃO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL
Embora cada pessoa, física ou jurídica seja única, há problemas que só mudam de endereço, pois, empresas e residências
colecionam os mesmos problemas. Demonstraremos abaixo as 10 principais falhas mais encontradas nas empresas e residên-
cias durante o processo de inspeção, consultoria ou auditoria de segurança.
Certifique-se de que sua residência ou empresa não esteja enquadrada em nenhuma destas falhas enumeradas abaixo cro-
nologicamente:
1. Cultura de segurança antiquada, ou seja, “cultura de segurança corretiva”. Neste caso somente após um sinistro são de-
sencadeadas medidas de segurança para evitar outro ou para diminuir o dano. Não existe antecipação de ações preventivas, as
quais só são incorporadas após a “porta arrombada”. Com essa cultura a empresa sempre perde tempo e dinheiro para resolver
situações simples que deveriam ter sido antecipadas por um bom programa baseado em uma cultura de segurança preventiva.
2. Inexistência de política de segurança. Falha que conduz os funcionários ou familiares a agirem conforme seus preceitos
ou pontos de vista, que geralmente, diferem das ações esperadas pela empresa, família ou pelos princípios técnicos primários de
segurança.
3. Falta de apoio, colaboração e comprometimento com a segurança por parte de todos, a começar pelo primeiro escalão
ou pelos filhos. A falta de união, integração, apoio ou comprometimento torna praticamente impossível um ambiente empresarial
ou residencial seguro. Em uma administração eficaz de segurança, este tipo de problemas é eliminado pela raiz...
CONCEITO
Conceito de Segurança Empresarial: Conceituar o que quer que seja é sempre uma tarefa difícil e as discordâncias são
inevitáveis. No entanto, profissionais de Segurança de todo mundo, concordam que uma boa definição de Segurança Empresari-
al pode ser a seguinte:
“Conjunto de Medidas, capazes de gerar um estado, no qual os interesses vitais de uma empresa, estejam livres de
danos, interferências e perturbações”.
O conceito acima, aparentemente simples, reveste-se, no entanto, de grande profundidade e complexidade. Vamos analisar
individualmente cada uma das designações grifadas em negrito.
Conjunto de Medidas: A segurança só é eficiente se for sustentada sobre um conjunto de medidas, onde umas possam in-
fluenciar outras. Assim, a segurança isolada ou localizada geralmente não é eficiente. Não adianta ter uma boa segurança na
portaria, por exemplo, se o sistema anti-furto simplesmente não existe. Não adianta muito ter uma vigilância de primeira qualida-
de se a instituição empresarial simplesmente não possui um bom sistema de prevenção e combate a incêndios. Assim, as cha-
mas podem queimar e consumir toda a empresa, incluindo aí, muitas vezes, o próprio vigilante. Por isso, a segurança só será
eficiente se for organizada dentro de um conjunto de medidas interrelacionadas e complementares.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE SEGURANÇA
O planejamento estratégico de segurança abrange uma série de fatores que irão nortear a implantação da política de segu-
rança a ser adotada. No caso em estudo, as principais características deste planejamento são o levantamento dos riscos reais,
as linhas de ação e prevenção de risco, e, principalmente, a definição das prioridades na implantação de soluções.
O planejamento estratégico não deve ser considerado apenas como uma afirmação das aspirações dos executores do Plano
Tático e sim a implantação de um planejamento científico visando à adoção de condutas ou metas que devam ser aplicadas para
que suas aspirações se tornem realidade.
As principais fases de um planejamento estratégico de segurança são:
1) Definição dos objetivos do plano de segurança.
2) Diagnosticar a situação atual.
3) Levantamento da análise do risco.
4) Planejamento tático (objeto deste estudo).
5) Relação custo benefício.
6) Implantação do planejamento.
7) Controle e avaliação.
Planejamento tático de segurança
São ações que irão dimensionar os meios técnicos organizacionais e humanos a serem utilizados no cumprimento do plane-
jamento já estabelecido. Para Fred Andrade, o planejamento tático deverá ser o mais operacional possível, visando alcançar os
objetivos propostos combinando a eficiente prevenção com a rapidez na resposta contra possíveis ameaças.
Evitar atentados e ações criminosas contra autoridades e promover ações de segurança preventiva para toda a população é
dever do Estado. A redução máxima do grau de risco da violência cotidiana só será possível, através da implantação de medidas
severas elaboradas pelo comando responsável pela segurança nacional.
Formação e atuação das equipes de segurança

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A execução das ações propostas no planejamento tático operacional começa com a divisão das equipes que atuaram na mis-
são. Esse procedimento ocorre com certa antecedência quando as equipes formadas se dividem em segurança aproximada,
velada e ostensiva, sendo que cada grupo terá o seu papel definido.
A equipe de segurança aproximada atuará próxima à autoridade formando círculos de segurança, ou seja, utilizando técnicas
de proteção conhecidas como formações em cunha ou losango, onde os agentes estabelecem uma barreira humana para prote-
ger e preservar a integridade física e a imagem do dignitário.
Nesse procedimento adotado pela equipe é fundamental estar atento contra possíveis emboscadas e a utilização de no míni-
mo um agente, atuando às costas da autoridade, papel conhecido como mosca.
Outro aspecto relevante no serviço de segurança aproximada refere-se ao controle de presentes e correspondências destina-
das à autoridade. Toda a correspondência endereçada ao dignitário deverá ser vistoriada por equipamentos de Raios-X, sob a
inspeção de agentes capacitados a operar esse tipo de máquina. O risco de bombas, elementos químicos de alto poder lesivo e
outras substâncias podem ser detectadas antes de ser entregues à autoridade.
A manutenção de contatos visuais entre a equipe ajuda a prevenir na identificação de comportamento destoante no meio do
público. Sinais de embriaguez, surtos e alterações comportamentais que manifestem a agressividade de pessoas são perceptí-
veis e devem ter o cuidado redobrado da equipe de segurança na proteção do dignitário.
Haverá agentes atuando de maneira fixa, ou seja, no local de repouso ou alojamento da autoridade, e móvel, fazendo os
constantes deslocamentos do dignitário. Essa equipe deverá atuar com no mínimo quatro integrantes e deverá estar sempre
preparada para neutralizar as ações do suspeito, como também retirar com segurança o alvo protegido da ação inimiga.
A equipe de segurança velada tem o seu trabalho caracterizado pela descrição, ou seja, faz o trabalho de inteligência, carac-
terizado pela prestação antecipada de informações privilegiadas e sigilosas que auxiliaram o chefe da segurança. A sua atuação
é imprescindível em qualquer trabalho de proteção a autoridades. A prestação do relato estratégico dos acontecimentos que
poderão intervir na segurança do evento será repassada ao chefe através de rádio, celular ou mensageiro, sendo fundamental
que haja a maior clareza possível no conteúdo transmitido. O trabalho da segurança velada diferencia daquele executado pela
percussora, já que informa detalhes relacionados a condições de segurança, enquanto a percussora cumpre o papel de identifi-
car apenas os itinerários, os pontos críticos e favoráveis ao deslocamento da autoridade.
A equipe de segurança ostensiva atua diretamente no apoio quanto à anulação ou intimidação de ações hostis, além da pre-
venção ou socorro nos casos de acidente que possam ocorrer na operação. Essa equipe será composta não só por agentes do
Órgão, como também por policiais, bombeiros e profissionais de saúde. Essa equipe tem papel fundamental na participação dos
comboios, equipes de segurança móvel motorizada que conduzem a autoridade nos seus deslocamentos. Qualquer alteração ou
bloqueio dos itinerários deve ser solucionado imediatamente pela equipe ostensiva que atuará sempre em ações integradas e
com o efetivo suficiente para agir.
Comboio
Comboio é a formação de certo número de veículos utilizados no deslocamento por itinerários previamente definidos. Partici-
parão no mínimo dois veículos, sendo um deles para a autoridade, mas esse número aumentará de acordo com a importância da
autoridade, o grau de risco, a disponibilidade de veículos e as características do evento.
A formação básica do comboio ideal deverá ter cinco veículos, sendo o primeiro posicionado intitulado carro-avançado que
atua fazendo a varredura, ou seja, buscando detectar e informar alguma irregularidade no itinerário. Em seguida aparece o carro-
piloto, que tem a missão de proteger como escudo o carro da autoridade. Aparece então o carro-executivo, o principal do com-
boio, já que conduz a autoridade, devendo preferencialmente ser blindado e possuir equipamentos de turbo compressor para
impor a velocidade desejada numa eventual fuga. Logo atrás, aparece o carro-comando, responsável pela retaguarda do carro-
executivo, devendo estar equipado com teto solar em forma de torre para auxiliar na utilização de armas pesadas pelos agentes
que ocupam o veículo. E finalmente o comboio termina sua formação com o carro-reserva, que pode substituir o carro-executivo
e também fazer a retaguarda do comboio.
A importância do comboio na proteção de dignitários é essencial para a proteção do dignitário, já que 80% das ações de se-
questro são realizadas nas ações de deslocamento motorizado. Todos os agentes envolvidos na formação do comboio deverão
proceder à constante comunicação via rádio e conhecer os itinerários e seus pontos vulneráveis. É importante destacar que o
comboio jamais deverá parar antes do local previsto, sob pena de por em risco a vida da autoridade. À distância entre o carro-
comando e executivo não pode ultrapassar três metros, evitando assim que algum veículo suspeito possa se colocar entre os
dois.
Alguns cuidados são fundamentais para a eficiência do comboio. A equipe deverá observar a entrada e saída de veículos
suspeitos para evitar abordagens, o posicionamento do veículo estacionado deverá estar sempre pronto para sair, não parar para
trocar pneu até o veículo chegar à local seguro, não parar em semáforos, jamais deixar o veículo sobre guarda de terceiros, não
permitir a aproximação de motocicletas e evitar deslocamentos atrás de veículos lentos como ônibus e caminhões.
Nas ações do comboio, o embarque e o desembarque da autoridade constituem o maior fator de risco desta operação, já que
90% dos atentados ocorrem nessas duas fases do deslocamento. Para evitar esse risco, as equipes envolvidas nesse tipo de
operação deverão estabelecer procedimentos básicos de segurança.
No procedimento de desembarque, a equipe deverá estar atenta a qualquer tipo de ameaça ao dignitário, avançando o carro-
comando a frente do carro da autoridade para facilitar aos agentes formarem a posição ideal para escolta do dignitário. Já no
embarque, os procedimentos se repetirão quanto ao posicionamento dos veículos, porém a formação dos agentes deverá exigir o
máximo de atenção para que o dignitário não corra nenhum risco ao adentrar no veículo escoltado.
Itinerários

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A escolha da rota a ser percorrida pelo comboio, denominada itinerário, deverá exigir um bom planejamento da equipe de se-
gurança. É preciso lembrar que os inimigos da autoridade, também possuem um eficiente serviço de inteligência pronto para
identificar a rotina da autoridade e monitorar os deslocamentos do comboio.
O principal objetivo da equipe de segurança que atuarão na operação do comboio é desorientar os inimigos da autoridade,
adotando estratégias que permitam a utilização de alternativas de horários, veículos, policiamento ostensivo ou não, sósias da
autoridade, deslocamentos sem a presença da autoridade, enfim, táticas que confundam os adversários.
A equipe deverá alternar os horários de saída do comboio, definindo se haverá atrasos, antecipações ou um momento esta-
belecido em escala da semana.
Esse fator deverá levar em conta a pontualidade da autoridade em cumprir seus compromissos, o fluxo de veículos na hora
do deslocamento e a velocidade empregada nos veículos.
O momento de alerta máximo da equipe de segurança deverá ocorrer quando o comboio se aproximar dos locais de desem-
barque mais previsíveis como residência ou trabalho do dignitário, já que nesse momento restarão poucas alternativas de itinerá-
rios. Nesse momento é importante verificar qualquer indício de aproximação suspeita, veículos estacionados ao longo do meio
fio, próximos ao local de desembarque.
Emboscadas
São ataques utilizados pelos oponentes da autoridade de uma maneira planejada, de forma a surpreender a equipe de segu-
rança e dificultar o máximo qualquer tipo de ação para socorrer o dignitário. Geralmente esse tipo de ação ataca o veículo da
autoridade em momento de embarque ou desembarque, ou durante o deslocamento do comboio pelo itinerário percorrido.
As emboscadas, geralmente ocorrem em vias com saídas laterais, que são ideais para a execução de uma fuga, já que facili-
tam o acesso a vias de mão dupla, onde o trânsito e o fluxo de veículos contribuem para o sucesso desse tipo de ação.
Para evitar essa situação, a equipe de segurança deverá estar atenta a alguns procedimentos, tais como ter uma viatura
sempre preparada para dar cobertura ao veículo da autoridade nos pontos mais críticos, dar especial atenção para os cruzamen-
tos e semáforos, dialogar somente o necessário, manter o armamento pronto para utilização, manter a velocidade adequada
comboio, evitar parar próximo a veículos fechados e outros.
Ao notar o bloqueio que caracteriza a emboscada, deverá o agente alertar e relatar o fato imediatamente ao restante do com-
boio, solicitar imediatamente reforços, cobrar o apoio do dignitário a colaborar com a equipe, tentar a todo custo retirar a autori-
dade do local enquanto o restante da equipe enfrenta os adversários, executar manobras emergenciais já previamente treinadas
para facilitar uma fuga do bloqueio e qualquer outro tipo de ação que permita preservar a integridade da autoridade.
Proteção do dignitário durante o evento
A partir desta etapa, as ações minuciosamente planejadas exigirão um maior grau de preparo de toda equipe envolvida, já
que nesse momento a autoridade começa a manter aproximação física com outras pessoas, e dependendo do local e do tipo de
evento, o risco envolvido aumentará significativamente. “É nesse momento que se torna imprescindível o trabalho da segurança
velada, ou seja, a inteligência, que deverá atuar mapeando os fatores de risco e informando ao chefe da operação” . O agente
deverá observar o local de embarque e desembarque, os locais de estacionamento dos veículos do comboio, manter contato
permanente com os responsáveis pelo evento, conhecer o programa de atividades do evento, conhecer os horários de início e
encerramento das atividades, saber o local destinado ao dignitário, conhecer a sequência do evento, obter a lista dos convida-
dos, garçons e demais participantes do evento, e fornecer ao chefe da segurança qualquer outra informação que julgar importan-
te.
Alguns aspectos precisam ser relevados pelo responsável da operação de segurança: Os locais de menor amplitude para
realização dos eventos, são considerados de auto risco para a segurança do dignitário, já que um pequeno incidente poderá
causar um tumulto incontrolável, permitindo que a autoridade possa ser atacada facilmente. Nesses locais, a triagem de convida-
dos fica comprometida e o aparecimento de penetras e elementos de alta periculosidade poderão se infiltrar, tornando a segu-
rança do dignitário ainda mais vulnerável. Também aqueles locais que não possuem área de estacionamento e heliportos, pode-
rão criar dificuldades para um plano de evacuação emergencial, o que frustraria o sucesso da operação. Locais próximos a pos-
tos de combustível surgem como uma grande ameaça a ataques terroristas, já que a explosão de uma bomba nesse local traria
consequências desastrosas para todos. É possível citar também outros locais que significam um auto risco para a segurança das
autoridades como aqueles que possuem apenas uma via de acesso, andares superiores de edifício, edificações sem saída de
emergência, terrenos desfavoráveis ao trânsito de veículos e outros.
Após a obtenção de todas essas informações, o chefe de segurança ordenará que a equipe faça uma varredura no local do
evento. A equipe deverá checar os elevadores, casa de força, instalações elétricas, centrais de ar condicionado, aquecimento,
exaustor, terminais telefônicos, garagens, vasos e arranjos florais, cozinha, banheiros, esgotos, lixeiras vias de acesso e escoa-
mento e qualquer outro ponto que seja identificado como suspeito.
Em seguida, o responsável pela operação determinará o número de agentes, seu posicionamento do local e as suas respon-
sabilidades na operação. Deverá também fazer o controle de acesso do público, estabelecendo os locais de entrada e saída das
autoridades, utilização de cordas de isolamento entre o público e autoridades, adoção de medidas emergenciais caso haja pane
elétrica, problemas de saúde da autoridade e principalmente a identificação das pessoas que manterão contato com a autorida-
de.
Em relação à segurança física da autoridade, a equipe deverá colocar a autoridade com as costas sempre voltadas para a pa-
rede visando facilitar a formação do escudo humano em caso de algum ataque. A autoridade jamais deverá ficar próxima de
portas e janelas ou de um plano de destaque para evitar uma exposição desnecessária às ações do inimigo.
As ameaças à integridade física do dignitário que poderão ser neutralizadas com eficiência pelos agentes são os ataques
verbais, através de ofensas e os ataques físicos, através de socos, pedradas e pauladas. Nesse momento a equipe deverá for-
mar uma barreira física sobre a autoridade e retirá-lo do local o mais rápido possível. Já nos ataques de bombas e armas o agen-

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te deverá, primeiramente, gritar a palavra alerta, como “BOMBA” ou “RIFLE” para alertar aos demais agentes e, em seguida,
deitar-se sobre a autoridade, criando uma espécie de escudo humano para proteção do dignitário.
Em eventos como coquetéis, jantares, audiências, entrevistas, assinatura de atos e almoços é necessário que a autoridade
permaneça no mesmo local, evite deixar suas costas desprotegidas, evite filas de cumprimentos, evite ocupar a mesa do centro
do salão e também observar a separação mínima entre o local do coquetel e do jantar. Tais fatores facilitam a execução de um
plano de retirada do dignitário em situações emergenciais.

SEGURANÇA CORPORATIVA ESTRATÉGICA: SEGURANÇA DA GESTÃO DAS ÁREAS E INSTALAÇÕES.

A palavra Corporativa está empregada no sentido de corporação, associação, empresa, instituição, organização, etc.
Já a palavra estratégica está no sentido de geral/global, institucional. Logo:
Qualquer planejamento de segurança que vise à proteção da empresa ou organização de forma globalizada (macro), recebe
o nome de planejamento estratégico.
A segurança estratégica passa por três etapas básicas: (Antonio C. R. Brasiliano)
1. Levantamento da cultura existente na organização;
2. Elaboração de política e filosofia de segurança;
3. Definição do Departamento de Segurança Empresarial.
SEGURANÇA DA GESTÃO DAS ÁREAS E INSTALAÇÕES
PROTEÇÃO PERIMETRAL
Tipos de Cercado: De uma forma geral, são utilizados numa Proteção Perimetral um dos seguintes materiais: Muros; Alam-
brados; Grades; Estrutura de madeira; Estacas de concreto e cercas de arame farpado Os materiais mais utilizados em Proteção
Perimetral são, no entanto, o muro, a grade e o alambrado.
Áreas de acesso proibido ou restrito. Podem ser consideradas áreas restritas: gabinetes da presidência/diretoria, tesoura-
ria, cofres, caixa forte, sala forte, casa de força, laboratórios, produção, etc. Para chegar até essas áreas, deve existir uma para-
fernália de obstáculos e barreiras de segurança, o suficiente para desestimular a ação criminosa.
As vias de acesso a essas áreas devem ser monitoradas e equipadas com dispositivos de alarmes;
O departamento não deve ser identificado por sinalização. Exemplo: Gabinete do Presidente; Diretor Geral; Casa de Força. A
sinalização deve se ater a placas indicando a proibição de circulação de pessoas. Se o acesso é proibido, a pessoa que utiliza o
departamento ou sala sabe muito bem o caminho e não precisa de sinalização;
Nenhuma das quatro paredes destas áreas/departamentos pode ser extremidade do imóvel, pois a área restrita deve ser no
centro da construção, ou seja: ao seu redor devem existir outros cômodos, cujo acesso também é de considerável controle e
vigilância;
A segurança é executada de fora para dentro;
A elevação do nível da segurança de áreas restritas é diretamente proporcional à proximidade, ou seja, quanto mais a pessoa
se aproximar destas áreas, mais obstáculos e procedimentos de segurança ela deve encontrar.
Sistemas de Identificação
A portaria ou recepção da empresa é de vital importância para a segurança, uma vez que é por ela que entram e saem diri-
gentes, funcionários, visitantes e fornecedores.
Também é por ela que tentam passar ladrões, assaltantes, sequestradores, terroristas, espiões e outros tipos de criminosos.
Daí a importância em treinar adequadamente os funcionários que nela trabalham.
É importante que existam funcionários da Segurança apoiando os porteiros e recepcionistas, sempre atentos a qualquer
anormalidade.
Além do apoio humano, é necessário que o local seja monitorado com câmeras de circuito interno de TV, controladas direta-
mente pela central de segurança.
O pessoal da Segurança, em serviço na recepção deve estar munido de equipamentos de comunicação, capazes de mantê-
los em contato permanente com a central de segurança.
O ingresso de qualquer pessoa, no interior da empresa, só deve ser permitido dentro de um processo de identificação e con-
trole de acesso eficiente.
O sistema mais prático e simples de identificação é através de crachás. Por isso, adote um sistema específico para cada tipo
de pessoa, como dirigentes, funcionários, estagiários fornecedores, serviços terceirizados e visitantes, entre outros.
Existem no mercado diversas empresas especializadas em criar sistemas de identificação, cabendo à empresa escolher o
sistema que melhor se adapte à sua situação particular.
Crachás:

Segurança Institucional 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os funcionários de empresas de serviços terceirizados, como empreiteiras, manutenção, jardinagem e outros, devem receber
crachás para circularem apenas nas áreas onde prestarão seus serviços, devendo ser vedado seu acesso a outras áreas.
Alguns modelos de catracas, que podem ser utilizados no controle de acesso de funcionários, visitantes e fornecedores.
Entrada e Saída de Funcionários
Para o público interno é recomendável crachás com fotos e códigos de barras. Já para o público externo, o recomendável é o
sistema que fotografa automaticamente o visitante, guardando a foto e seus dados em arquivo no computador.
Essas informações poderão ser úteis, posteriormente, em casos de furtos, assaltos e sequestros, ou mesmo para comprovar
a presença ou não de determinada pessoa na empresa, em determinado dia e horário.
Os funcionários de empresas de serviços terceirizados devem receber crachás para circularem apenas nas áreas onde pres-
tam seus serviços, devendo ser vedado seu acesso a outras áreas.
Crachás com múltiplas funções são os mais indicados para o controle de acesso de funcionários.
Entrada e Saída de Visitantes
Todo visitante deverá ser cadastrado na recepção, com os seguintes dados, que deverão ficar arquivados:
Nome completo do visitante;
Endereço;
Número do Documento de Identidade;
Nome da pessoa ou setor que veio visitar;
Assunto ou motivo da visita; Horário de entrada; e
Horário de saída...

Segurança patrimonial
É um conjunto de medidas, capazes de gerar um estado, no qual os interesses vitais de uma empresa estejam livres de inter-
ferências e perturbações.
Conjunto de medidas: A segurança patrimonial não depende apenas do departamento de segurança da empresa, mas en-
volve todos os seus setores e todo o seu pessoal.

Estado: significa uma coisa permanente. É diferente de uma situação, que é temporária.

Interesses vitais: Os interesses vitais de uma empresa não estão apenas em não ser roubada ou incendiada. O mercado, os
segredos, a estratégia de marketing, pesquisas de novos produtos devem igualmente ser protegidos.

Interferências e perturbações: Nada deve impedir o curso normal da empresa. Deve-se prevenir não apenas contra incên-
dios e assaltos, mas também contra espionagem, sequestros de empresários, greves, sabotagem, chantagem, etc.

"Não existe segurança perfeita, total ou absoluta. O que existe é a segurança satisfatória"

A segurança é satisfatória quando:

- É capaz de retardar ao máximo uma possibilidade de agressão;- É capaz de desencadear forças – no menor espaço de
tempo possível – capazes de neutralizar a agressão verificada.

Importância

As empresas não beneficiam apenas os seus proprietários, acionistas ou empregados que nelas trabalham diretamente. Em-
presas sadias e prósperas beneficiam toda uma região e um universo infindável de pessoas, entre outros, com os seguintes
benefícios: geração de impostos, comercialização de matérias primas; incremento dos transportes; expansão das redes de tele-
comunicações e do sistema financeiro; disputa de mão de obra qualificada; crescimento da construção civil; construção de esco-
las e hospitais; fortalecimento do comércio do comércio e da agricultura;

Os investimentos em hotelaria que o Brasil recebeu nos últimos anos possibilitou a construção de edificações modernas e se-
guras com equipamentos de última geração para garantir muito conforto e segurança aos hóspedes, mas a mão-de-obra neste
setor carece muito de especialização.

“Muitas organizações criminosas utilizam os apartamentos de alguns hotéis como escritórios do crime”

Segurança deve ser tratado como um negócio .Uma boa parte das redes hoteleiras e dos proprietários de hotéis no Brasil
ainda não perceberam a importância do departamento de segurança, não estão estruturados para atender a demanda e acredi-
tam que investir na profissionalização do departamento de segurança é bastante oneroso e desnecessário. Preferem a solução
caseira de instalar uma câmera num certo ponto da edificação sem critério algum, recorrer a dois ou três seguranças de porte
físico avantajado colocados em local bem visível de um suntuoso lobby, enfeitado por flores com belas e sorridentes recepcionis-
tas e mobiliário nobre. Somada a esta fórmula, muitas vezes mágicas na concepção de alguns hoteleiros, está o olho amigo, ou
seja, cada funcionário do hotel passa a ser um segurança e acreditam que está equacionada a solução. Isto pode até passar a
sensação de segurança e conforto para os hóspedes que chegam aos hotéis, mas segurança vai bem além e é muito mais com-
plexa do que muitos empresários e investidores da hotelaria imaginam. Uma regra básica na hotelaria é esquecida, a de garantir
a privacidade dos clientes e zelar pelo seu conforto. Na prática, muitas vezes a segurança não é tratada como um negócio e não
recebe a atenção devida como recebe os setores de hospedagem, alimentos e bebidas, eventos, entre outros. Isto certamente
ocorre pela formação dos gestores de hotéis que não concebem o fato de que segurança hoje é capaz de fazer a diferença para

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atrair clientes. Além disto, os gestores formados em segurança corporativa são detentores de conhecimentos técnicos que fazem
com que o departamento de segurança não seja considerado apenas como despesas e o jogar dinheiro fora, como muitos hote-
leiros consideram, mas sim, como investimento. Uma vez bem implementado é capaz de trazer vantagem competitiva e, segura-
mente, se terá muito retorno do que fora empregado.

Itens a serem observados num planejamento de segurança patrimonial:

Administração da Segurança – Proteção Perimetral – Serviços de Vigilância – Controle Interno – Prevenção e Combate a Incên-
dios – Espionagem – Proteção contra furtos – Prevenção de Assaltos – Segurança dos computadores – Possível Ação Terrorista
– Sistema de identificação – Greves e Paralisações – Iluminação – Abastecimento de energia elétrica –Combustíveis e materiais
perigosos – Segurança Pessoal – Segurança familiar e Residencial – Eventos Especiais – Pontos e questões críticas. Simone
Santiago.

8 Crimes contra o patrimônio.

TÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


CAPÍTULO I DO FURTO
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de deten-
ção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Furto de coisa comum
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
CAPÍTULO II DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de
havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a
fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela
Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta mor-
te, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de
25.7.90
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida
vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até meta-
de.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da
vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou mor-
te, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
Extorsão mediante sequestro
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do
resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (ses-
senta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741,
de 2003)

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Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestra-
do, terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a
procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
CAPÍTULO III DA USURPAÇÃO
Alteração de limites
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo
ou em parte, de coisa imóvel alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
Usurpação de águas
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;
Esbulho possessório
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício
alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
Supressão ou alteração de marca em animais
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
CAPÍTULO IV DO DANO
Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia
mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967)
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte
prejuízo:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológi-
co ou histórico:
Pena - detenção, deseis meses a dois anos, e multa.
Alteração de local especialmente protegido
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Ação penal
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa.
CAPÍTULO V DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou
convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de
pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda
de produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela
previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, im-
portâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do
início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons anteceden-
tes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previ-
denciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social,
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do pré-
dio;
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo pos-
suidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
CAPÍTULO VI DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, medi-
ante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, §
2º.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse
do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da
lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de
economia popular, assistência social ou beneficência.
Duplicata simulada
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade,
ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Dupli-
catas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968)
Abuso de incapazes
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debi-
lidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou
de terceiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Induzimento à especulação
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, indu-
zindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é
ruinosa:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Fraude no comércio
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadei-
ra por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
Outras fraudes

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Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para
efetuar o pagamento:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a
pena.
Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assem-
bleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia popular.
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951)
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao
público ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo
ou em parte, fato a elas relativo;
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da socie-
dade;
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres
sociais, sem prévia autorização da assembleia geral;
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permi-
te;
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou di-
videndos fictícios;
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta
ou parecer;
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos
ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou
para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia geral.
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Fraude à execução
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
CAPÍTULO VII DA RECEPTAÇÃO
Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de cri-
me, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Receptação qualificada(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda,
ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve
saber ser produto de crime: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandesti-
no, inclusive o exercício em residência. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de
quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. (Redação
dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar
a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços pú-
blicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. (Incluído pela Lei nº 9.426, de
1996)
CAPÍTULO VIII DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de
2003)
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº
10.741, de 2003)
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.

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III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de
2003)
TÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
Violação de direito autoral
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou pro-
cesso, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou
executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, in-
troduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do
direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou
cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represen-
te. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema
que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados
por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do
artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de
1º.7.2003)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe
são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou
fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. (Incluído pela Lei nº 10.695,
de 1º.7.2003)
Usurpação de nome ou pseudônimo alheio
Art. 186. Procede-se mediante: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
I - queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
II - ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1o e 2o do art. 184; (Incluído pela Lei nº 10.695, de
1º.7.2003)
III - ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
IV - ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3o do art. 184. (Incluído pela Lei nº 10.695,
de 1º.7.2003)

9 Noções de primeiros-socorros.

SISTEMAS DE ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA NO BRASIL E NO MUNDO

PRIMEIROS SOCORROS
Primeiros socorros são uma série de procedimentos simples com o intuito de manter vidas em situações de emergência,
feitos por pessoas comuns com esses conhecimentos, até a chegada de atendimento médico especializado.

O melhor é obter treino em primeiros socorros antes de se precisar usar os procedimentos em quaisquer situações de
emergência.

Diversas situações podem precisar de primeiros socorros. As situações mais comuns são para atender vítimas de acidentes
automobilísticos, atropelamentos, incêndios, tumultos, afogamentos, catástrofes naturais, acidentes industriais, tiroteios ou para
atender pessoas que passem mal: apoplexia (ataque cardíaco), ataques epilépticos, convulsões, etc.

Tão importante quanto os próprios primeiros socorros é providenciar o atendimento especializado. Ao informar as
autoridades, deve-se ser direto e preciso sobre as condições da(s) vítima(s) e o local da ocorrência.

Conhecer os principais aspectos do comportamento e da conduta de um profissional de saúde que presta um atendimento de
primeiros socorros, Conhecer os aspectos legais do socorro, conhecer as 4 fases do socorro e saber realizar um exame primário
e um secundário.

Toda pessoa que estiver realizando o atendimento de primeiros socorros deve, antes de tudo, atentar para a sua própria se-
gurança. O impulso de ajudar a outras pessoas não justifica a tomada de atitudes inconseqüentes, que acabem transformando-o
em mais uma vítima.

A seriedade e o respeito são premissas básicas para um bom atendimento de primeiros socorros. Para tanto, evite que a ví-
tima seja exposta desnecessariamente e mantenha o devido sigilo sobre as informações pessoais que ela lhe revele durante o
atendimento.
• Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa cujo estado físico coloca em perigo a sua vida
ou a sua saúde, com o fim de manter as suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, até que receba
assistência médica especializada.
• Socorrista: Atividade regulamentada pelo Ministério da Saúde, segundo a portaria n° 824 de 24 de junho de 1999. O so-
corrista possui um treinamento mais amplo e detalhado que uma pessoa prestadora de socorro.
• Urgência: Estado que necessita de encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto entre o momento em que a vítima

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é encontrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curto possível.
• Emergência: Estado grave, que necessita atendimento médico embora não seja necessariamente urgente.
• Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de atendimento.
• Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resultam pessoas mortas ou feridas, mas que pode oferecer risco futu-
ro.
• Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima.
• Sintoma: É informação a partir de uma relato da vítima.

OMISSÃO DE SOCORRO
Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em "Deixar de prestar assistência, quando possível fa-
zê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e imi-
nente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública."
Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se
resulta em morte.
Importante: O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui um treinamento específico ou
não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro.

DIREITOS DA PESSOA QUE ESTIVER SENDO ATENDIDA


O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de recusa do atendimento. No caso de adultos, esse
direito existe quando eles estiverem conscientes e com clareza de pensamento. Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais como
crenças religiosas ou falta de confiança no prestador de socorro que for realizar o atendimento. Nestes casos, a vítima não pode
ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar
monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança através do diálogo.

Caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do acidente, como um trauma na boca por exemplo, mas demonstre
através de sinais que não aceita o atendimento, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do prestador de
socorro, deve-se proceder da seguinte maneira:
• Não discuta com a vítima.
• Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças religiosas.
• Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos seus direitos.
• Converse com a vítima, informe a ela que você possui treinamento em primeiros socorros, que irá respeitar o direito dela
de recusar o atendimento, mas que está pronto para auxiliá-la no que for necessário.
• Arrole testemunhas de que o atendimento foi recusado por parte da vítima.
• No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe ou pelo responsável legal. Se a criança é
retirada do local do acidente antes da chegada do socorro especializado, o prestador de socorro deverá, se possível, arro-
lar testemunhas que comprovem o fato.
• O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode ser formal, quando a vítima verbaliza ou sinaliza que
concorda com o atendimento, após o prestador de socorro ter se identificado como tal e ter informado à vítima de que
possui treinamento em primeiros socorros, ou implícito, quando a vítima esteja inconsciente, confusa ou gravemente ferida
a ponto de não poder verbalizar ou sinalizar consentindo com o atendimento. Neste caso, a legislação infere que a vítima
daria o consentimento, caso tivesse condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socor-
ros.
• O consentimento implícito pode ser adotado também no caso de acidentes envolvendo menores desacompanhados dos
pais ou responsáveis legais. Do mesmo modo, a legislação infere que o consentimento seria dado pelos pais ou respon-
sáveis, caso estivessem presentes no local.

A importância dos primeiros socorros


A grande maioria dos acidentes poderia ser evitada, porém, quando eles ocorrem, alguns conhecimentos simples podem
diminuir o sofrimento, evitar complicações futuras e até mesmo salvar vidas.

O fundamental é saber que, em situações de emergência, deve se manter a calma e ter em mente que a prestação de
primeiros socorros não exclui a importância de um médico. Além disso, certifique-se de que há condições seguras o bastante
para a prestação do socorro sem riscos para você. Não se esqueça que um atendimento de emergência mal feito pode
comprometer ainda mais a saúde da vítima.

O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro: deixar de prestar socorro à vítima de acidentes ou pessoas em perigo
eminente, podendo fazê-lo, é crime.
Conceitos preliminares
Deixar de prestar socorro significa não dar nenhuma assistência à vítima. A pessoa que chama por socorro especializado, por
exemplo, já está prestando e providenciando socorro.

Qualquer pessoa que deixe de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo, estará cometendo o crime de
omissão de socorro, mesmo que não seja a causadora do evento.

A omissão de socorro e a falta de atendimento de primeiros socorros eficiente são os principais motivos de mortes e danos
irreversíveis nas vítimas de acidentes de trânsito.

Os momentos após um acidente, principalmente as duas primeiras horas são os mais importantes para se garantir a
recuperação ou a sobrevivência das pessoas feridas.

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Todos os seres humanos são possuidores de um forte espírito de solidariedade e é este sentimento que nos impulsiona para
tentar ajudar as pessoas em dificuldades. Nestes trágicos momentos, após os acidentes, muitas vezes entre a vida e a morte, as
vítimas são totalmente dependentes do auxílio de terceiros.

Acontece que somente o espírito de solidariedade não basta. Para que possamos prestar um socorro de emergência correto
e eficiente, precisamos dominar as técnicas de primeiros socorros.

Algumas pessoas pensam que na hora de emergência não terão coragem ou habilidade suficiente, mas isso não deve ser
motivo para deixar de aprender as técnicas, porque nunca sabemos quando teremos que utilizá-las.

Socorrista: É como chamamos o profissional em atendimento de emergência. Portanto, uma pessoa que possui apenas o
curso básico de Primeiros Socorros não deve ser chamado de Socorrista e sim de atendente de emergência.

Devemos, sempre que possível, preferir o atendimento destes socorristas e paramédicos, que contam com a formação e
equipamentos especiais.

Atendimento Especializado: Na maioria das cidades e rodovias importantes é possível acionar o atendimento especializado,
que chega ao local do acidente de trânsito em poucos minutos.

O que são primeiros socorros?


Como o próprio nome sugere, são os procedimentos de emergência que devem ser aplicados à uma pessoa em perigo de
vida, visando manter os sinais vitais e evitando o agravamento, até que ela receba assistência definitiva.

Quando devemos prestar socorro?


Sempre que a vítima não esteja em condições de cuidar de si própria.

Quais são as primeiras atitudes?


Geralmente os acidentes são formados de vários fatores e é comum quem os presencia, ou quem chega ao acidente logo
que este aconteceu, deparar com cenas de sofrimento, nervosismo, pânico, pessoas inconscientes e outras situações que
exigem providências imediatas.

Quando não estivermos sozinhos, devemos pedir e aceitar a colaboração de outras pessoas, sempre se deixando liderar pela
pessoa que apresentar maior conhecimento e experiência.

Se essa pessoa de maior experiência e conhecimento for você, solicite a ajuda das demais pessoas, com calma e firmeza,
demonstrando a cada uma o que deve ser feito, de forma rápida e precisa.

Apesar da gravidade da situação devemos agir com calma, evitando o pânico.


• Transmita confiança, tranqüilidade, alívio e segurança aos acidentados que estiverem conscientes, informando que o
auxílio já está a caminho.
• Aja rapidamente, porém dentro dos seus limites.
• Use os conhecimentos básicos de primeiros socorros.
• Às vezes, é preciso saber improvisar.

Resgate
No Corpo de Bombeiros, a conscientização de que haveria necessidade em se melhorar o atendimento pré-hospitalar surgiu
na prática do dia a dia, vivenciada pelos integrantes do Serviço de Salvamento.

Até então, sua atribuição específica era a de remover vítimas dos locais de acidente onde estavam presas ou com o acesso
dificultado. Porém, muitas vezes esta remoção era lenta, com a vítima necessitando de cuidados, e dificilmente existia a presen-
ça de um médico no local.

Também, mesmo após sua remoção, as ambulâncias sempre tardavam a chegar e as viaturas de bombeiros não possuíam
condições de acomodação para seu transporte a um hospital, restando apenas aguardar ou efetuar um transporte precário.

Em 1986, a Polícia Militar do Estado de São Paulo, em integração com a Associação de intercâmbio entre EUA e Brasil, de-
nominada "Companheiros das Américas", enviou um grupo de quatro oficiais dos Bombeiros e um da Defesa Civil à cidade de
Chicago, nos EUA, para a realização de um Curso de Técnicos em Emergências Médicas.

No seu regresso, os oficiais apresentaram um relatório ao Comandante Geral da Corporação, onde se propunha a reformula-
ção dos conceitos e da instrução de primeiros socorros ministrada ao seu efetivo, bem como a criação de um serviço no Corpo
de Bombeiros, com viaturas, equipamentos e pessoal específicos para o atendimento e transporte das vítimas de acidentes.

Em 1987, englobando todas as conclusões dos grupos de trabalho e selando a integração entre Saúde e Bombeiros, foi cria-
da a Comissão de Atendimento Médico às Emergências do Estado de São Paulo - CAMEESP, que apresentou proposta para a
criação de um projeto piloto de atendimento pré-hospitalar denominado PROJETO RESGATE.

Finalmente a proposta foi aprovada e, em 22 de maio de 1989 os Secretários Estaduais da Saúde e Segurança Pública assi-
naram a Resolução Conjunta SS/SSP no 42, que definia as formalidades de implantação do PROJETO RESGATE, sob a coor-
denação de uma comissão mista denominada GEPRO - EMERGÊNCIA e operacionalização do Corpo de Bombeiros e Grupa-
mento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

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O Serviço iniciou efetivamente no início de 1990, com atuação na Grande São Paulo e em 14 municípios do Estado, empre-
gando 36 Unidades de Resgate, 02 Unidades de Suporte Avançado e 01 helicóptero. Este projeto inicial foi se expandindo por
todo o Estado, aumentando o número de viaturas e de pessoal, até que em 10 de março de 1994, através do Decreto no 38432,
o Serviço de Resgate foi consolidado e sua operacionalização atribuída exclusivamente à Polícia Militar do Estado de São Paulo,
por intermédio do Corpo de Bombeiros e Grupamento de Radiopatrulha Aérea.

Na Capital o sistema operacional se desenvolve da seguinte forma:


a) os chamados são recebidos pelo Centro de Comunicações do Corpo de Bombeiros (COBOM);
b) nos casos de traumas, a Unidade de Resgate é enviada de imediato;
c) nos casos clínicos, há uma triagem prévia por um médico de plantão, que decide se é caso para uma Unidade de Resgate
ou se repassa para o Serviço Municipal de Ambulâncias;
d) num tempo médio de 08 minutos a equipe chega ao local da ocorrência e comunica ao COBOM as informações prelimina-
res da situação;
e) a equipe efetua o exame do acidentado e presta o suporte básico da vida, enquanto são transmitidos ao médico no CO-
BOM, as informações mais detalhadas quanto ao seu estado;
f) a vítima é estabilizada e em seguida removida para a Unidade de Resgate;
g) baseado nos sinais vitais e ferimentos da vítima, o médico do COBOM define e contata o hospital mais adequado, orien-
tando o deslocamento da Unidade de Resgate;
h) nos casos considerados mais graves , onde é necessário o emprego de suporte avançado da vida no local, é deslocada a
Unidade de Suporte Avançado, com a presença de um médico;
i) quando o caso é extremamente grave , exigindo um rápido transporte para o hospital, é deslocado para a ocorrência um
helicóptero com equipe médica; e
j) via de regra não são de competência do Serviço de Resgate atendimentos clínicos, atendimentos domiciliares ou remo-
ções inter-hospitalares, sendo, quando solicitados, repassados para outros órgãos.

No interior e na região metropolitana, ainda o sistema funciona apenas com o Suporte Básico da Vida prestado pelas Unida-
des de Resgate, sem a presença de médicos no Centro de Comunicações, muito embora a meta seja de termos gradualmente o
Serviço completo em todas as regiões do Estado."

ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRISMO


OMISSÃO DE SOCORRO (ART. 135º DO CÓDIGO PENAL.)

Todo cidadão é obrigado a prestar auxílio a quem esteja necessitando, tendo três formas para fazê-lo: atender, auxiliar quem
esteja atendendo ou solicitar auxílio.

Exceções da lei (em relação a atender e/ou auxiliar): menores de 16 anos, maiores de 65, gestantes a partir do terceiro mês,
deficientes visuais, mentais e físicos (incapacitados).
Telefones de emergência:
CB: 193
SAMU: 192
PM: 190

“A principal causa-morte pré-hospitalar é a falta de atendimento. A segunda é o socorro inadequado.”

ASPECTOS ÉTICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR DE URGÊNCIA


José Roberto Goldim
O atendimento pré-hospitalar é um tipo de assistência emergencial que merece destaque pelas suas peculiaridades. Este tipo
de assistência se caracteriza por ser realizado fora do ambiente tradicional da atenção à saúde. Os profissionais se deslocam
para o local onde o paciente necessita de cuidados considerados urgentes, isto é, que necessitam de atendimento em um breve
período de tempo. O serviço é acionado pelo próprio paciente, por um familiar ou por outras instituições sociais, como polícia ou
bombeiros. Uma central de atendimentos, onde existe sempre a figura de um médico responsável pela regulação do sistema.
Esta triagem à distância seleciona os casos onde existem indícios ou indicativos desta situação de urgência.

O atendimento pré-hospitalar de urgência, como o realizado pelo SAMU de Porto Alegre, tem interfaces múltiplas, pois relaci-
ona-se com o paciente, com seus familiares, com outras instituições da área da saúde, com instituições fora da saúde, em espe-
cial vinculadas à segurança pública e controle de trânsito, e por decorrência, com a sociedade como um todo.

Na relação com os pacientes ou com seus familiares a demanda fundamental se baseia no critério da necessidade. Os profis-
sionais deste serviço tem como objetivo nesta relação a busca do bem do paciente (beneficência). Os deveres associados são a
veracidade e o atendimento da necessidade real ou presumida. Nesta avaliação devem ser avaliadas a gravidade do quadro de
saúde apresentado e o risco iminente de morte.
A relação do atendimento pré-hospitalar com outras instituições da área da saúde nem sempre tem a contrapartida esperada.
Estas atividades não são adequadamente integradas e muitas vezes os profissionais das outras instituições reclamam por rece-
ber pacientes atendidos primeiro no domicílio ou na rua. A contrapartida esperada pelas instituições é a de que as demandas do
atendimento pré-hospitalar sejam realmente necessárias e baseadas em fatos e circunstâncias verdadeiras. O importante é bus-
car construir uma relação de efetiva parceria entre o atendimento pré-hospitalar e as instituições de saúde que são responsáveis
pela continuidade do atendimento.

As relações do atendimento pré-hospitalar com outras instituições não relacionadas com a área da saúde também são múlti-

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plas e complexas. Os profissionais do atendimento pré-hospitalar muitas vezes sentem-se utilizados para atribuições que não
lhes dizem respeito nem para as quais foram especificamente treinados. A expectativa dos profissionais em relação a estas ou-
tras instituições é a de que as informações que lhes são repassadas sejam verdadeiras, que não criem uma expectativa de aten-
dimento que depois não se comprove. Esperam, também, da parte dos órgãos de segurança uma contrapartida de garantia de
integridade física, pois muitas vezes têm que participar de atendimentos onde o risco de vida associado é muito grande, seja
pelas condições de trabalho, por exemplo, atendimento em vias públicas com tráfego intenso, ou por risco de agressão. Aqui
novamente o ideal a ser buscado é uma integração adequada e baseada no conhecimento recíproco das atribuições e compe-
tências de cada um dos parceiros envolvidos.

Nas relações entre o atendimento pré-hospitalar e a sociedade, esta tem como principal expectativa a proteção. Nesta carac-
terística inclui-se o reconhecimento da competência técnica dos profissionais e a expectativa de atendimento humanizado. Um
paradoxo que se estabelece é o de que este tipo de serviço recebe um grande número de solicitações de atendimento que são
fraudulentas. Corriqueiramente este tipo de solicitação é denominada de "trote", e uma "brincadeira". O custo social e pessoal
deste tipo de demanda inexistente é enorme. Este tipo de procedimento pode ser claramente enquadrado como sendo maleficen-
te, pois visa enganar deliberadamente o serviço de saúde, utilizando um recurso que pode ser momentaneamente escasso. Os
profissionais em contrapartida esperam que seu trabalho seja adequadamente reconhecido e que sejam fornecidas condições
aceitáveis de trabalho e segurança.

Estas breves reflexões tem como única finalidade estabelecer as diferentes formas de relacionamento que o atendimento pré-
hospitalar tem com os segmentos sociais com os quais se relaciona.

BIOSSEGURANÇA

Biossegurança é o conjunto de estudos e procedimentos que visam a evitar ou controlar os riscos provocados pelo uso de
agentes químicos, agentes físicos e agentes biológicos à biodiversidade.

Definição
Outra definição nessa linha diz que "a biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou
eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados" (Teixeira &
Valle, 1996). Este foco de atenção retorna ao ambiente ocupacional e amplia-se para a proteção ambiental e a qualidade. Não é
centrado em técnicas de DNA recombinante.

Uma definição centrada no ambiente ocupacional encontramos em Teixeira & Valle (1996), onde consta no prefácio
"segurança no manejo de produtos e técnicas biológicas".

Uma outra definição, baseada na cultura da engenharia de segurança e da medicina do trabalho é encontrada em Costa
(1996), onde aparece "conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para
prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos". Está centrada na prevenção de acidentes em ambientes ocupacionais.

Fontes et al. (1998) já apontam para "os procedimentos adotados para evitar os riscos das atividades da biologia". Embora
seja uma definição vaga, sub-entende-se que estejam incluídos a biologia clássica e a biologia do DNA recombinante.

Estas definições mostram que a biossegurança envolve as seguintes relações: tecnologia ---- risco -----homem.O risco
biológico será sempre uma resultante de diversos fatores e, portanto, seu controle depende de ações em várias áreas,
priorizando-se o desenvolvimento e divulgação de informações além da adoção de procedimentos correspondentes ás boas
práticas de segurança para profissionais, pacientes e meio ambiente. agente biológico -----risco -----homem tecnologia -----risco --
---sociedade biodiversidade ------risco -----economia

Conceitos usados
Muitos termos próprios da Biossegurança são usados como se fossem sinônimos ou um tanto quanto aleatoriamente. Por
exemplo, o termo estabilização é usado de uma forma prostituída. Vamos estabelecer isto melhor. De forma alguma trata de
academicismo. As palavras de uma língua são usadas para a comunicação e, aprendemos em programação neurolinguística
que, quando queremos ensinar um conceito, precisa haver uma harmonização entre a concepção de quem emite o ensinamento
e a de quem recebe o mesmo. Todos que trabalham numa instituição de saúde devem conhecer perfeitamente o significado
destes conceitos.

SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM TRAUMAS:

• Biomecânica do trauma,
• Avaliação e Atendimento do acidente e a vítima;
• Triagem (START),
• Controle das vias aéreas e ventilação,
• Hemorragias e técnicas de hemostasia,
• Estado de Choque,
• Ferimentos e curativos;
• Reanimação Cardio-pulmonar (AHA2005);
• Traumas: toráxicos, abdominal, cranioencefálico, raquimedular, músculo esquelético;
• Imobilizações e técnicas de transporte de vítimas;
• Resgate veicular.

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BIOMECÂNICA DO TRAUMA
Dr. Mauricio Vidal de Carvalho
A avaliação de um paciente traumatizado inicia-se ainda na fase pré-hospitalar do atendimento. Na avaliação da cena, a ob-
servação das circunstâncias nas quais ocorreu o evento, como o tipo de colisão automobilística (frontal, lateral, traseira), o grau
de deformidade do veículo, a altura da queda, a velocidade dos corpos, o tipo e calibre das armas, entre muitas outras, permite
que se estabeleça uma relação entre estes fatos e as possíveis lesões apresentadas pela vítima. A este estudo denomina-se
cinemática do trauma, biomecânica do trauma ou mecanismo do trauma.

A observação do local na cena do evento já faz parte da história do trauma. Os danos externos e internos constatados no ve-
ículo freqüentemente representam “pistas” para as lesões sofridas pelos seus ocupantes. Por exemplo, um volante deformado
sugere impacto sobre o tórax, uma “fratura” circular do pára-brisa indica o local de impacto da cabeça e sugere uma possível
lesão da coluna cervical. Uma deformidade na parte mais baixa do painel sugere o impacto e uma possível luxação de joelho,
coxo-femural ou até uma fratura de fêmur. A intrusão da porta no compartimento dos passageiros leva a suspeita de uma lesão
tóraco-abdomino-pélvica e/ou no pescoço da vítima.

A equipe que atende a um politraumatizado deve ter dois tipos de lesões em mente. O primeiro tipo são aquelas facilmente
identificáveis ao exame físico, permitindo tratamento precoce. Já o segundo tipo de lesões são aquelas ditas potenciais, ou seja,
não são óbvias ao exame mas podem estar presentes pelo mecanismo de trauma sofrido pelo paciente. Dependendo do grau de
suspeita destas lesões pela equipe, danos menos aparentes podem passar desapercebidos, sendo tratadas tardiamente.
Deste modo, ressalta-se a importância de se conhecer a história do acidente. No trauma, assim como em qualquer outra do-
ença, uma história clínica completa e precisa, desde que corretamente interpretada, pode levar à indicação ou suspeita de 90%
das lesões traumáticas apresentadas pela vítima.

Para que um objeto em movimento perca velocidade, é necessário que sua energia de movimento seja transmitida a outro
objeto. No trauma, esta transferência de energia ocorre quando os tecidos do corpo humano são violentamente deslocados para
longe do local de impacto, pela transmissão de energia. O movimento de fuga dos tecidos a partir da região de impacto causa
uma lesão local por compressão tecidual e também à distância, a medida que a cavidade se expande por estiramento.

Estes fatores também estão presentes quando a pele é penetrada. A avaliação da extensão da lesão tecidual é mais difícil
quando não existe penetração cutânea do que quando há uma lesão aberta. Traumatismos contusos que não deixam marcas
visíveis na pele são especialmente passíveis de passarem desapercebidos. Um soco desferido contra o abdome pode deformar
profundamente a parede sem deixar marcas. Por isso é de fundamental importância pesquisar a história do evento que ocasio-
nou a lesão.

A figura 02 ilustra estes fatos. Batendo com um taco de madeira, com a mesma intensidade, em uma lata de alumínio e em
um pedaço de espuma observa-se que a lata, após o impacto, mostra claramente que recebeu a transferência de energia devido
à aparente deformidade. De outro modo, o pedaço de espuma instantaneamente após o impacto retoma sua forma original.

Assim sendo, se não soubéssemos da “história”, não suspeitaríamos pela simples observação, que aquele material sofrera
uma intensa absorção de energia.

Uma cavidade (ou deformação) visível após um impacto é definida como permanente, enquanto aquela que não é visível é
definida como temporária. O tamanho da cavitação é determinado pela quantidade de energia transferida.

As cavidades temporárias são formadas no momento do impacto, sendo que os tecidos retornam a sua posição prévia após o
impacto. Este tipo de cavidade não é visto pela equipe de resgate e nem pelo médico ao exame físico.

O outro tipo de cavidade é denominado permanente. Elas são causadas pelo impacto e compressão dos tecidos e podem ser
vistas após o trauma. A diferença básica entre os dois tipos de cavidades é a elasticidade dos tecidos envolvidos.

Por exemplo, como na lata e na espuma, um chute no abdome pode deformar profundamente a parede sem deixar marcas
visíveis, pois após o golpe, a parede volta à sua posição original, gerando-se somente uma cavidade temporária. Já quando um
motoqueiro choca sua cabeça contra um obstáculo, geram-se múltiplas fraturas de crânio, não permitindo o retorno dos ossos às
suas posições originais (afundamento de crânio). Isto forma uma cavidade permanente que é facilmente identificável ao exame.

Tipos de trauma
As lesões traumáticas podem ser classificadas em contusões, lesões penetrantes e por explosão. Ao obter a história clínica
da fase do impacto algumas leis físicas devem ser consideradas:
1. A energia nunca é criada ou destruída; ela pode entretanto mudar de forma.
2. Um corpo em movimento ou em repouso tende a permanecer neste estado até que uma fonte de energia externa atue
sobre ele.

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3. A energia cinética é igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade, dividida por dois.
4. Uma força é igual à massa multiplicada pela desaceleração (ou aceleração).

Trauma fechado (contuso)


O Trauma fechado ou contuso geralmente é resultante do impacto do corpo contra uma superfície, ou de um processo de de-
saceleração intensa e rápida. Em sua grande maioria são provocados por acidentes automobilísticos, podendo ocorrer também
em quedas, agressões, traumas esportivos ou qualquer outra condição que possa produzir os mecanismos de força que se se-
guem:
• Força de constrição: produz lesão do órgão pelo impacto contra uma superfície óssea.
• Força tangencial: traciona o órgão além dos seus limites de mobilidade.
• Força de compressão súbita: Geralmente atinge vísceras ocas causando a explosão das mesmas.

LESÕES ORGÂNICAS
Lesões por compressão
As lesões por compressão ocorrem quando a parte anterior do tronco (tórax e abdome) deixa de deslocar-se para frente en-
quanto que a parte posterior continua a mover-se em direção anterior. A contusão miocárdica é um exemplo típico deste tipo de
mecanismo de lesão.
Lesões análogas podem ocorrem com os pulmões ou com vísceras abdominais. Os pulmões e a cavidade abdominal podem
estar sujeitos a uma variante peculiar deste tipo de lesão – o efeito do saco de papel. Se insuflamos um saco de papel, o fecha-
mos e o comprimirmos abruptamente, ele se romperá. Pois bem, em uma situação de colisão, é instintivo que a vítima puxe e
segure o fôlego, causando, portanto, o fechamento da glote. A compressão da caixa torácica produz ,então, a ruptura dos alvéo-
los e um pneumotórax simples ou hipertensivo (Fig. 03). Na cavidade abdominal e por mecanismo semelhante, a hiperpressão
leva a uma ruptura de diafragma resultando no deslocamento de conteúdo abdominal para a cavidade torácica. Lesões por com-
pressão do conteúdo craniano ocorrem pela ação de ossos fraturados que penetram na abóbada craniana e levam a lesão cere-
bral, ou pela compressão das porções anteriores do parênquima cerebral, ou ainda pela compressão das porções anteriores de
parênquima cerebral contra a parede do crânio pela porções posteriores do próprio cérebro.

Fig. 03

Lesão por desaceleração


As lesões por desaceleração ocorrem quando a parte responsável pela estabilização do órgão, por exemplo o pedículo renal,
o ligamento teres ou a aorta descendente cessam seu deslocamento anterior acompanhando o tronco, ao mesmo tempo em que
a parte móvel do corpo, por exemplo o baço, o rim, o coração com o aórtico, continua deslocando-se para frente.

Por exemplo, o coração e o arco aórtico continuam a rodar para frente enquanto a aorta descendente, acolada à coluna torá-
cica, desacelera rapidamente junto com o tronco. As forças de cisalhamento são mais intensas na interseção entre o arco aórti-
co, que é móvel, e a aorta descendente que é menos móvel, próximo ao ligamento arterioso. Este mesmo tipo de lesão pode
ocorrer com o baço e os rins, na junção com os pedículos, com o fígado, quando os lobos direito e esquerdo desaceleram ao
longo do ligamento teres e separam o fígado ao meio, e na caixa craniana, quando a parte posterior do cérebro se separa da
calota rompendo vasos e resultando em lesões expansivas.

Tórax: Impactos na região do tórax atingem inicialmente o esterno. Ele absorve grande parte da energia e pára abruptamente.
No entanto, a parede posterior do tórax e os órgãos na cavidade torácica continuam a se mover para a frente. O coração e a
aorta ascendente são relativamente “soltos” na cavidade torácica, mas a aorta descendente é firmemente fixada à parede poste-
rior. Com isto, quando se cria uma grande aceleração (ex.: impactos laterais) ou grandes desacelerações (ex.: colisões frontais),
produz-se um momento entre o complexo arco aórtico e a aorta descendente, levando a uma secção total ou parcial da aorta
nesta região (próximo ao ligamento arterioso). Quando total, há um grande sangramento e o paciente morre no local do acidente.
Já quando parcial forma-se um aneurisma traumático, que pode se romper minutos, horas ou dias após. Cerca de 80% dos paci-
entes morrem no local do acidente. Do restante, um terço morrem seis horas após, um terço morrem em 24 horas, e um terço
vivem por três dias ou mais. Portanto, pelo mecanismo de trauma, deve-se suspeitar do tipo de lesão, permitindo investigação e
tratamento em tempo hábil.

Compressões da parede torácica resultam freqüentemente em pneumotórax. Isto porque há um fechamento involuntário da
glote no momento do impacto, aumentando a pressão dos pulmões durante a compressão, levando à ruptura. Isso pode ser
comparado ao que ocorre quando estouramos um saco de papel cheio de ar entre as mãos. Por esse motivo esse efeito é deno-
minado “paper bag”. As compressões externas do tórax podem levar ainda à fratura de algumas costelas. Quando múltiplas,
existe a possibilidade de se desenvolver um quadro denominado tórax instável. Órgãos internos também podem ser atingidos,
como por exemplo o coração. Contusões cardíacas são muito graves pois podem levar à arritmias potencialmente fatais.

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Abdome: Como ocorre em outros locais, quando há uma desaceleração brusca as vísceras abdominais continuam a se mo-
vimentar para a frente. Com isso gera-se uma força de cisalhamento nos locais de fixação dos órgãos, geralmente localizados
nos seus pedículos. Isso ocorre por exemplo com os rins, baço, e intestinos delgado e grosso. O fígado também pode sofrer
lacerações na região do ligamento redondo. Isto porque é fixado principalmente no diafragma. Como esse músculo possui gran-
de mobilidade, permite a movimentação do fígado para a frente, forçando-o contra o ligamento redondo.

As paredes anterior, lateral, posterior e inferior do abdome são extremamente fortes. Mas a parede superior é composta pelo
diafragma, que é um músculo de aproximadamente 5mm de espessura, correspondendo a parede mais fraca. Com isto, o au-
mento da pressão abdominal pode levar à:
• perda do trabalho ventilatório do diafragma;
• ruptura do diafragma, ocorrendo a passagem das vísceras abdominais para a cavidade torácica, reduzindo a expansibili-
dade dos pulmões;
• isquemia de alguns órgãos pela compressão ou estiramento dos vasos devido ao deslocamento dos órgãos;

O aumento exagerado da pressão abdominal pode levar ainda à rupturas esofágicas ( Síndrome de Boerhave) ou ruptura da
valva aórtica pelo refluxo sangüíneo.

As principais causas de ferimentos contusos incluem:


• A - Colisão automobilística na qual a vítima encontra-se dentro do veículo
• B - Atropelamento de pedestre
• C - Colisão motociclística
• D - Quedas

Colisão automobilística
Uma colisão? Três colisões!
Um dos principais pontos para o bom entendimento do mecanismo produtor da lesão nas colisões automobilísticas é enten-
der que uma colisão na verdade representa três colisões.

A primeira colisão ocorre entre o veículo e o objeto. A segunda colisão se dá entre a vítima e o interior do veículo. Finalmen-
te, a terceira colisão ocorre entre os órgãos internos da vítima e estruturas de seu próprio corpo.

As interações entre a vítima e o veículo dependem do tipo de colisão, que pode ser: frontal, lateral, traseira, angular e capo-
tamento ou capotagem. A ejeção da vítima do interior do veículo também deve ser considerada separadamente.

Colisão frontal:
Um impacto frontal é definido como uma colisão contra um objeto que se encontra à frente do veículo reduzindo subitamente
sua velocidade. O ocupante do veículo que não se encontre devidamente contido continua a movimentar-se para frente (Primeira
Lei de Newton) até que alguma parte da cabine reduza sua velocidade, ou então seja ejetado do veículo.

No impacto, a vítima pode escorregar para baixo e seguir uma trajetória tal que as extremidades inferiores sejam o ponto ini-
cial de impacto, de modo que os joelhos ou os pés recebam a transferência inicial de energia. Nestas condições, a projeção
anterior do tronco em direção às extremidades podem causar as seguintes lesões:
1. Fratura-luxação do tornozelo
2. Luxação do joelho a medida que o fêmur passa por cima da tíbia e da fíbula
3. Fratura de fêmur
4. Luxação posterior do acetábulo a medida que a pelve ultrapassa a cabeça do fêmur

O segundo componente deste tipo de trajetória é a rotação anterior do tronco, contra a coluna da direção ou painel de instru-
mentos. Se a estrutura do assento e a posição da vítima são tais que a cabeça se torna a extremidade do “míssil humano”, o
crânio choca-se com o pára-brisa ou contra a moldura que o sustenta. A coluna cervical absorve parte da energia inicial enquan-
to que o tórax e o abdome batem contra a coluna da direção ou contra o painel.

Colisão lateral:
Define-se impacto lateral como uma colisão contra o lado de um veículo capaz de imprimir ao ocupante uma aceleração que
o afasta do ponto de impacto (aceleração oposta à desaceleração). Muitas lesões que ocorrem são semelhantes àquelas que
resultam de um impacto frontal. Além destas, podem ocorrer lesões de compressão do tronco e da pelve. A natureza das lesões
internas é definida pelo lado do impacto, pela posição do ocupante e pela força do impacto (intrusão na cabine). O motorista que
sofre um impacto de seu lado esquerdo (lado do motorista) tem risco maior de sofrer lesões à esquerda, por exemplo, fraturas de
arcos costais à esquerda, lesão esplênica, e lesões esqueléticas à esquerda, incluindo a pelve. Um passageiro que sofre um
impacto de seu lado terá um perfil semelhante de lesões, apenas que do lado direito, com destaque para possíveis lesões hepá-
ticas.

Nos impactos laterais, a cabeça comporta-se como uma grande massa que roda e inclina lateralmente o pescoço a medida
que o tronco é empurrado para longe do lado da colisão. Os princípios biomecânicos básicos são os mesmos tanto na colisão
frontal como na lateral. Entretanto, ao examinar o paciente deve-se levar consideração as forças de aceleração e desaceleração
assim como as peculiaridades anatômicas do lado acometido.

Impacto traseiro
Um impacto traseiro tem conotações biomecânicas diferentes. Habitualmente este tipo de impacto ocorre quando um veículo
está totalmente parado e é atingido por trás por outro veículo. O veículo atingido, incluindo seus ocupantes, é jogado para frente
a medida que absorve energia do veículo que o atingiu. O tronco dos ocupantes sofre uma aceleração para frente, juntamente
com o veículo. Já a cabeça, quando o encosto de cabeça não se encontra devidamente posicionado, não acompanha esta acele-

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ração fazendo com que o pescoço seja hiperextendido por cima do suporte. Esta hiperextensão estira as estruturas de sustenta-
ção do pescoço, produzindo uma lesão por mecanismo de chicote. Pode ocorrer também um impacto frontal, pois freqüentemen-
te existe um terceiro automóvel logo na frente do veículo que sofreu o impacto primário.

Impacto angular
Um impacto angular, seja dianteiro ou traseiro, produz lesões que obedecem a variantes dos padrões observados nas coli-
sões frontais e laterais ou posteriores e laterais.

Capotamento
Durante um capotamento, o ocupante do veículo que não esteja contido pode chocar-se contra qualquer parte do interior da
cabine. As lesões podem ser deduzidas a partir da observação dos pontos de impacto na pele do paciente. Como regra geral
admite-se que este tipo de colisão ocasiona lesões mais graves devido aos deslocamentos violentos e múltiplos que ocorrem
durante o capotamento.

Ejeção
Ao contrário do que muitos acreditam a probabilidade de lesões, quando ocorre este mecanismo, aumenta cerca de 300%.
Na avaliação da vítima de ejeção deve-se estar atento para a possibilidade de lesões ocultas.

Lesões devidas aos meios de contenção


A disponibilidade crescente do “air-bag” tende a reduzir de forma significativa, algumas lesões decorrentes de impactos fron-
tais. Tais dispositivos não devem ser encarados como substitutos dos cintos de segurança, mas apenas como dispositivos com-
plementares de proteção. Em colisões frontais, os ocupantes do veículo podem beneficiar-se do “air-bag”, mas apenas no primei-
ro impacto. No momento de um segundo impacto contra outro objeto, a bolsa já foi disparada e está desinsuflada. O “air-bag”
não oferece qualquer benefício em capotamentos, colisões subseqüentes, impactos laterais ou traseiros. O cinto de segurança
de três pontos deve sempre ser usado para obter-se uma proteção mais completa.

Em colisões laterais, o cinto de dois pontos é um dispositivo eficaz, desde que utilizado corretamente. À medida que o veículo
é deslocado lateralmente, o ocupante passa a movimentar-se para o mesmo lado pela ação do cinto de segurança, e não pelo
impacto em si, ou pela porta do veículo. Quando o ocupante começou a afastar-se do ponto de impacto, é menos provável que
ocorram lesões devidas à intrusão para dentro da cabine e através da porta.

Quando utilizado corretamente, o cinto de segurança pode reduzir as lesões. Usado incorretamente, pode ser responsável
por algumas lesões, embora reduza o dano global.

Para funcionar adequadamente, o cinto deve estar abaixo das espinhas ilíacas ântero-superiores e acima dos fêmures. Deve
estar tencionado suficientemente para continuar bem posicionado durante os deslocamentos implícitos à colisão. Se usado ina-
dequadamente, por exemplo, acima das cristas ilíacas ântero-superiores, o movimento de compressão da parede abdominal
contra a coluna lombar pode lesar gravemente órgãos como pâncreas, fígado, baço e duodeno, além da possibilidade de produ-
zir ruptura do parênquima pulmonar pelo súbito aumento da pressão intra-abdominal que é transferida para o espaço pleural,
produzindo um pneumotórax simples ou hipertensivo.

A hiperflexão contra um cinto mal posicionado pode ocasionar fraturas por compressão anterior da coluna lombar.

Atropelamento
O atropelamento é um dos principais tipos de acidente de trânsito, responsável por um enorme número de vítimas fatais e in-
capacitação física. O trauma conseqüente ao atropelamento é resultado de basicamente três fases de impacto. O primeiro impac-
to se dá contra o pára-choque do veículo, geralmente atingindo os membros inferiores e a pelve da vítima. Em seguida ocorre o
impacto contra o capo e o pára-brisa, atingindo o tronco e a cabeça. O terceiro impacto se dá contra o solo, geralmente afetando
cabeça, membros superiores, coluna vertebral e órgãos internos (Fig. 04).

Colisão/queda de motocicleta
O mecanismo do trauma em acidentes de motocicleta é em parte semelhante aos descritos anteriormente, porém, o moto-
queiro e seu eventual passageiro não são protegidos por dispositivos como o cinto de segurança e o air-bag, nem pela estrutura
do veículo. As quedas de motocicleta são importantes causas de lesões da medula e cérebro.

Podem ocorrer lesões por compressão, aceleração/desaceleração e cisalhamento. Porém, menor será o risco de ocorrerem,
quanto maior for o número de equipamentos de proteção utilizados no momento do impacto (ex. capacete, botas, luvas, roupas,
etc.)

Os mecanismos de lesão são:

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• Impacto frontal/ejeção: quando a roda dianteira se choca contra um anteparo, a motocicleta pára subitamente. Obedecen-
do a 1ª Lei de Newton, o motociclista continua seu movimento para frente, até bater contra um objeto ou contra o solo. Du-
rante esta projeção, sua cabeça, tórax ou abdome podem se chocar contra o guidom. Se for ejetado da motocicleta, seus
membros inferiores, batem no guidom podendo levar a fraturas bilaterais de fêmur. Posteriormente ao se chocar com o so-
lo, múltiplas lesões podem ocorrer.
• Impacto Lateral/ejeção: podem ocorrer as mesmas lesões do impacto lateral em um automóvel. Porém são muito freqüen-
tes as fraturas e esmagamentos dos membros inferiores. Se for ejetado da moto, pode sofrer múltiplas lesões.
• Derrapada Lateral: neste mecanismo, o motociclista pode sofrer graves abrasões e até mesmo avulsões dos tecidos.

Quedas
Vítimas de queda estão sujeitas a múltiplos impactos e lesões. Nestes casos, devem ser avaliados:
• Altura da queda: quanto maior a altura, maior a chance de lesões, visto que a velocidade em que a vítima atinge o antepa-
ro é proporcionalmente maior e conseqüentemente a desaceleração.
• Compressibilidade da superfície do solo: quanto maior a compressibilidade, maior a capacidade de deformação, aumen-
tando a distância de parada, diminuindo a desaceleração. Isto pode ser exemplificado quando se compara uma superfície
de concreto e uma de espuma.
• Parte do corpo que sofreu o primeiro impacto: este dado permite levantar a suspeita de algumas lesões. Quando ocorre o
primeiro impacto nos pés, ocorre uma fratura bilateral dos calcâneos (“Síndrome de Don Juan”). Após, as pernas
absorvem o impacto, levanto a fraturas de joelho, ossos longos e quadril. A seguir o corpo é flexionado, causando fraturas
por compressão da coluna lombar e torácica. Já quando a vítima bate primeiramente as mãos resulta em fraturas
bilaterais de rádio e ulna (fratura de Colles). Nos casos em que a cabeça recebe o primeiro impacto ocorre lesões de
crânio e coluna cervical.

Trauma Penetrante
No trauma penetrante é produzida uma cavidade permanente pela passagem de um objeto através do corpo. A cavitação é o
resultado da troca de energia entre o objeto em movimento e os tecidos. A extensão da cavitação, ou a troca de energia é pro-
porcional à superfície da área do ponto de impacto, à densidade dos tecidos atingidos e à velocidade do objeto no momento do
impacto.

As principais causas de trauma penetrante são as lesões por projéteis de arma de fogo (P.A.F.) ou arma branca, contabili-
zando cerca de 97% dos casos.

Como já discutido anteriormente, quando um objeto em movimento se depara com um obstáculo, ocorre uma permuta de
energia entre eles. Quando esta é concentrada em uma pequena área, ela pode exceder a tensão superficial do tecido e pene-
trá-lo.

A permuta de energia entre objeto em movimento e os tecidos resulta em cavitação. Ela depende da área e forma do míssil,
da densidade do tecido e velocidade do projétil no momento do impacto. Cabe ressaltar que a área e a forma podem variar a
medida em que sofrem desvios (desvio lateral em relação ao eixo vertical - efeito “yaw” ou derrapagem e rotação transversal -
efeito “tumble” ou cambalhota), além da possibilidade de sofrer fragmentações.

Níveis de Energia
• Baixa energia: correspondem à facas e outros objetos lançados manualmente. Eles causam lesões somente pela sua su-
perfície cortante, gerando poucas lesões secundárias. Portanto, seu trajeto dentro do corpo for conhecido, pode-se predi-
zer a maioria das lesões. O sexo do agressor é um dado para se predizer este trajeto. Geralmente os agressores produ-
zem lesões acima da lesão de entrada e as agressoras abaixo. Outros dados essenciais são: a posição da vítima e do
agressor, o tipo de arma utilizada e a movimentação do objeto dentro do corpo da vítima.
• Média energia: corresponde aos revólveres e alguns rifles.
• Alta energia: rifles militares ou de caça.

O que difere os de média e alta energia é o tamanho da cavitação (temporária e permanente). Algumas armas, além de cau-
sar lesões ao longo de seu trajeto, causam lesões ao redor. O vácuo criado pela cavitação, leva fragmentos de roupa, bactérias,
etc. para dentro da lesão. A distância também é importante. Quanto maior, menor será a velocidade do projétil, diminuindo as
lesões.

Lesões Regionais Específicas


• Cabeça: após o projétil penetrar no crânio, a energia é distribuída numa cavidade fechada. Isto leva a uma aceleração das
partículas contidas nesta cavidade (no caso o cérebro), forçando-as contra o crânio. Como este é inflexível, o cérebro se
choca contra a parede interna do crânio, produzindo muito mais lesões se comparada às cavidades expansíveis. Armas
de média energia (ex. calibre 22) podem seguir a curvatura interna do crânio. O projétil entra, mas não tem energia o sufi-
ciente para sair, fazendo com que siga tal trajeto. Este fenômeno normalmente causa graves lesões.
• Tórax: Nos pulmões, devido à sua baixa densidade, o projétil entra sem causar grandes lesões. Mas do ponto de vista clí-
nico, estas são muito importantes, principalmente pelas alterações do espaço pleural (ex. pneumotórax, hemotórax, etc.).
Pequenos vasos não são firmemente fixados à parede torácica, podendo ser afastados do objeto lesivo sem sofrerem
grandes danos. Já os grandes vasos (ex. aorta, cavas) não podem se mover facilmente, sendo mais suscetíveis à lesões.
O miocárdio quando atingido por armas potentes, sofre lesões que levam à exsangüinação imediata. Mas, quando atingi-
do por armas mais leves (ex. estiletes, facas, calibre 22), devido à sua contração, reduz o tamanho das lesões permitindo
que a vítima chegue viva ao hospital. A porção torácica do esôfago pode ser penetrada, derramando seu conteúdo na ca-
vidade torácica. Os sinais e sintomas desta lesão podem aparecer tardiamente (horas ou dias após). Portanto, mesmo
sem estes sinais, tais lesões devem ser suspeitadas e investigadas, permitindo tratamento precoce, o que previne muitas
complicações graves (ex. mediastinite).

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• Abdome: armas de baixa energia podem penetrar a cavidade abdominal sem causar danos significantes. Somente 30%
dos ferimentos por faca requerem reparação cirúrgica. As armas de média energia são mais lesivas, requerendo repara-
ção em 85 a 95% dos casos. Quando estas armas atingem estruturas sólidas ou vasculares, podem não produzir sangra-
mento imediato, permitindo a vítima chegar viva ao hospital.
• Extremidades: Quando um osso é atingido pode sofrer fragmentação. Estes fragmentos se transformam em “projéteis se-
cundários” lesando os tecidos ao redor. Os músculos são expandidos ao longo do trajeto, podendo causar hemorragias.
Os vasos sangüíneos podem ser penetrados pelo projétil ou sofrerem obstrução por danos de seu revestimento endotelial
(por lesão secundária).

Ferimentos de Entrada e Saída


A determinação se um orifício é de entrada ou saída é de suma importância para quem atende uma vítima de ferimento por
projétil de arma de fogo. Dois orifícios podem indicar dois ferimentos separados ou podem ser os ferimentos de entrada e saída
de um único projétil. Em ambos os casos as informações podem influenciar a identificação das estruturas anatômicas possivel-
mente lesadas e a conduta a ser tomada.

Geralmente, os orifícios de entrada são lesões ovais ou redondas, cercadas por uma área enegrecida (1 a 2 mm de extensão)
devido à queimadura e/ou abrasão do tecido. Dependendo da distância da arma, podemos ter aspectos diferentes. Se muito
próximo ou encostado à pele, gases são forçados para dentro do subcutâneo. A explosão deixa uma visível queimadura na pele.
Quando ocorre de 10 a 20 cm pode ser visto um pontilhado (tatuagem) devido às partículas de pólvora lançadas em ignição.
Estas características podem variar de acordo com a vestimenta da vítima. Já o ferimento de saída tem um aspecto estrelado,
sem as alterações mencionadas acima (Fig.05).

Fig.05: Exemplos de ferimentos por PAF de entrada (E) e


saída (D).

Explosões
As explosões podem ser consideradas em separado por terem a capacidade de causar tanto ferimentos contusos como pe-
netrantes, além dos danos causados pelo deslocamento da onda de pressão.

Explosões não são exclusivas dos tempos de guerra. Devido à violência civil, às atividades terroristas e ao transporte e arma-
zenamento de materiais explosivos, as explosões ocorrem de modo rotineiro. Elas resultam da transformação química, extrema-
mente rápida, de volumes relativamente pequenos de materiais sólidos, semi-sólidos, líquidos ou gasosos que rapidamente pro-
curam ocupar volumes maiores. Tais produtos, em rápida expansão, assumem a forma de uma esfera, a qual possui no seu
interior uma pressão muito mais alta que a atmosférica. Na sua periferia, se forma uma fina camada de ar comprimido que atua
como uma onda de pressão que faz oscilar o meio em que se propaga. A medida em que se afasta do local de detonação, a
pressão rapidamente diminui (à 3ª potência da distância). A fase positiva pode atingir várias atmosferas com duração extrema-
mente curta. A fase negativa é de duração mais longa.

As explosões podem causar três tipos de lesões:


• Lesões primárias: resultam diretamente da onda de pressão. Elas tem maior capacidade lesiva para os órgãos que con-
tém gás. As lesões mais comuns são as roturas do tímpano, contusão, edema e pneumotórax quando atinge os pulmões.
Em explosões subaquáticas, os órgãos mais acometidos são os olhos (hemorragias e descolamento de retina) e rupturas
intestinais.
• esões secundárias: resultam de objetos arremessados à distância, que atinge os indivíduos ao redor (ex. granadas).
• Lesões terciárias: neste tipo, o próprio indivíduo se transforma em um “míssil” e é arremessado contra um anteparo ou o
solo.
Fonte: Associassão dos Bondeiros do Rio Grande

Biomecânica do trauma
A biomecânica do trauma, mediante o estudo das energias envolvidas no evento, avalia os fatores e mecanismos que provo-
cam o trauma. Sendo útil para estabelecer o mecanismo de lesão, número de vítimas e uma idéia do tipo de lesão que o evento
proporcionou.

Energia
A energia está presente em tudo, está presente em nós e nos objetos que manipulamos, em geral, a energia existe em cinco
formas físicas: mecânica, química, térmica, radiação e elétrica.

No entanto, essas energias, quando fora de controle tornam-se nocivas, provocando grandes traumas ou até mesmo a morte.
O conhecimento das energias envolvidas no trauma pode nos ajudar a suspeitar de lesões graves e suas localizações.

Transferência de Energia
Transferência de energia refere-se à modificação do tipo de energia, por exemplo: Fricção (energia mecânica) contra algum
objeto gera calor (energia térmica), ou também apenas a transferência de energia para um corpo diferente. Através da primeira

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lei de Newton (inércia).

Para avaliarmos melhor a transferência de energia, temos que estudar dois fatores que influenciam em sua transferência, a
densidade e a área de superfície.

Densidade
Quanto mais denso o tecido, maior o número de partículas atingidas, portanto, poderemos encontrar lesões mais extensas.
Quanto menor a densidade do tecido, menor o número de partículas atingidas, mas isso não representa diretamente lesões me-
nos extensas, mas menos aparentes. Podemos encontrar tecidos poucos densos, mas com lesões graves, entretanto, com apre-
sentações diferentes.

Área de superfície
Quando há transferência de energia, tanto para um tecido muito denso quanto para um tecido pouco denso, a área de super-
fície de impacto é determinante para o tamanho da lesão, contudo, não existirá influência direta na gravidade da lesão. Por
exemplo, um ferimento proveniente de uma lâmina em que sua área de contato com a pele não é muito grande. No entanto, a
trajetória da lâmina pode lesionar grandes vasos, ocasionando ferimentos com risco de morte.

Formação de cavidades
Durante a transferência de energia para um tecido podemos observar a formação de dois tipos de cavidades: temporária e
permanente. De acordo com a cavidade formada podemos encontrar ferimentos com perfis diferentes.

Cavidade temporária
A cavidade temporária forma-se no momento do impacto. É comum observarmos este efeito em tecidos moles por serem
elásticos. Durante a transferência de energia as partículas do tecido atingido se afastam, mas, por sua elasticidade, elas retor-
nam a posição prévia (veja um exemplo aqui). Em contrapartida, todas as estruturas que sofreram o deslocamento, frequente-
mente, são lesionadas. A cavidade temporária pode ser encontrada em traumas fechados e em traumas penetrantes, por exem-
plo, ferimento por arma de fogo.

Por ser uma cavidade temporária, essa não está visível quando o socorrista examina a vítima, portanto, avaliar as energias
envolvidas no evento e correlacionar com possíveis lesões são passos fundamentais na avaliação da biomecânica.

Cavidade permanente
A cavidade permanente também forma-se no momento do impacto, podendo acometer tecidos elásticos ou não. Durante a
transferência de energia as partículas do tecido atingido se afastam, mas, por perda de substância, não retomam sua forma origi-
nal. Por ser lacerante, a cavidade permanente, na maioria das vezes, é facilmente identificada. Contudo, os ferimentos perfuran-
tes, pérfuro-cortantes ou pérfuros-contusos, por serem pequenos, podem dificultar a visualização. Além disso, podemos encon-
trar os dois tipos de cavidades provocados por um único mecanismo de trauma, por exemplo, um ferimento por PAF (projétil de
arma de fogo), o qual provoca perda de tecido na trajetória do PAF e cavidade temporária pela penetração em alta velocidade no
tecido (veja um exemplo aqui).(Por Paulo Pepulim)

AVALIAÇÃO DA VÍTIMA
A avaliação da vítima pode ser dividida em primária e secundária. É através dela que vamos identificar as condições da vítima
e poder eliminar ou minimizar os fatores causadores de risco de vida.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Atenção
• Durante o atendimento, deve-se reavaliar a vítima (avaliação primária e secundária) sempre que possível, pois o quadro
pode agravar-se. Ex.: a vítima parar de respirar ou entrar em estado de choque.
• Interrompe-se a avaliação e começa-se os procedimentos imediatamente, quando detectado que a vítima encontra-se em
parada respiratória ou parada cárdiorrespiratória

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
A avaliação primária deve ser cuidadosa e respeitar uma rotina, como podemos ver abaixo:
1. Respiração e manutenção da coluna cervical
2. Circulação / hemorragias
3. Avaliação neurológica

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Somente após completar todos os passos da avaliação primária é que se parte para a secundária, onde deve-se fazer a ins-
peção da cabeça aos pés, de forma a observar a presença de alterações:
• Estado de Choque
• Fraturas
• Objetos encravados
• Deslocamento de articulações, etc

AVALIAÇÃO E ATENDIMENTO DO ACIDENTE E DA VÍTIMA


MANOBRAS DE PRIMEIROS SOCORROS
Muitas das seqüelas e até mesmo mortes provocadas por acidentes, acabam sendo fruto não do acidente em si, mas da ma-
neira incorreta com que as vítimas acabam recebendo os primeiros socorros, principalmente, quando prestado por pessoas não
preparadas para tal. Entretanto existe situações em que o auxílio imediato pode determinar a diferença entre a vida e a morte do

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acidentado.

Veja agora como abordar a vítima e quais são as ações que podem ser praticadas até a chegada do socorro especializado.

Inicialmente deve-se ter em mente que quem presta socorro deve:


- Avalair a situação.
- Manter a segurança da área.
- Avaliar o estado da vítima e administrar socorro de emergência.
- Chamar por socorro.

Avaliar a situação - Neste momento o que deve ser observado são as condições em que se encontra a vítima, ou seja, deve-
se avaliar se ao prestar socorro a esta vítima, o socorrista não está correndo nenhum tipo de risco.

Manter a segurança da área - Uma das medidas de maior valor que podemos tomar no atendimento à acidentados é impedir
que aconteçam novos acidentes em decorrência do que já aconteceu. Para isto devemos tomar o cuidado de sinalizar e isolar
bem o local onde ocorreu o acidente.
Avaliar o estado da vítima e administrar socorro de emergência - Depois de avaliar os riscos e garantir a segurança do local
chega o momento de tratar a vítima propriamente dita. Para tal devemos seguir os passos que se seguem respeitando sempre
os príncipios da avaliação inicial (ABCDE do trauma).

Na avaliação de emergência deve-se ter preocupação com os três primeiros itens da avaliação inicial que são : A - Vias Áere-
as com controle da coluna cervical; B - Ventilação e C - Circulação.

Avaliação Inicial:

- Verifique se a vítima está consciente chamando por ela ou perguntando seu nome e sacudindo levemente seus ombros.

- Se estiver inconsciente desobstrua a passagem de ar retirando qualquer obstrução visível da boca da vítima e inclinando a
cabeça da vítima para trás como mostra o desenho.

- Verifique a respiração procurando ver os movimentos respiratórios, ouvir sua respiração e sentir o ar saindo por seu nariz e
boca. Aguarde 5 segundos antes de certificar-se de que não há respiração.
- Verifique o pulso colocando os dedos na região imediatamente lateral a traquéia no local onde se encontra a artéria carótida.

Após realizar a avaliação a vítima pode estar em dois estados que representam ameaça iminente à vida que são: parada res-
piratória ou parada cardiorespiratória.

Estando a vítima em parada respiratória deve-se iniciar imediatamente a respiração artificial e estando a vítima em parada
cardiorespiratória deve-se iniciar a manobra de ressucitação cardiopulmonar ( RCP) da maneira como segue:

Respiração Artificial e Ressucitação Cardiopulmonar:

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1º Passo: Desobstrua as vias áereas inclinando a cabeça da


vítima para trás.

2º Passo: Segure as narinas da vítima, aspire profundamente


e sopre dentro da boca da vítima até que seu peito se levante.

3º Passo: Ajoelhe-se ao lado da vítima, encontre o ponto cor-


reto da compressão cardíaca coloque suas mãos como indica o
desenho mantendo os braços estendidos e perpendiculares a
superfície e empurre o peito da vítima em direção ao solo com
um movimento firme abaixando o peito da vítima por aproxima-
damente 5 centímetros.

A RCP deve seguir o esquema 15 compressões para cada 2 respirações sendo feita com um ou dois socorristas. Inicia-se a
RCP com duas respirações seguindo uma compressão e daí por diante o esquema citado. O ponto onde devem ser realizadas as
compressões cardíacas está localizado dois dedos acima do final do osso esterno.

Uma observação importante neste procedimento é que a menos que a vítima seja alguém sabidamente saudável, a respira-
ção artificial deve ser realizada com a utilização de máscara ou de Ambú ( equipamento próprio para ventilação artificial ). Evitan-
do assim que o socorrista seja contaminado por uma eventual doença que a vítima possua.

A realização da RCP em bebês e crianças possui particularidades importantes. No bebê a respiração artificial é realizada com
o socorrista tampando com a boca tanto as narinas quanto a boca do bebê e as compressões cardíacas são realizadas apenas
colocando os dedos indicador e médio sobre o ponto de compressão. Já em crianças a principal diferença é que a massagem
cardíaca é realizada colocando-se a mão espalmada sobre o ponto de compressão. Veja como realizar estes procedimentos nos
desenhos abaixo:

Imobilização da Coluna Cervical:


Como foi dito no ínicio desta discussão um dos pontos importantes no atendimento de emergência é não provocar danos
maiores ao acidentado. Pensando nisto que um dos itens mais importantes citados no ABCDE do Trauma é o controle da coluna
cervical, ou seja, tratar a coluna cervical de tal forma que uma fratura da mesma não acompanhada de lesão medular venha a se
transformar em lesão medular devido falta de imobilização correta da mesma. Veja agora como realizar a imobilização da coluna
cervical da vítima:

Manobra de Heimlichi:

Uma manobra importante realizada em situações de obstrução das vias áereas superiores causada por objetos estranhos é a
manobra de Heimlich. Tal manobra deve ser realizada com o intuito de remover o objeto ou alimento que impede a passagem de
ar até os pulmões da vítima e deve ser realizada da seguinte forma:

- Em adultos conscientes deve-se dar palmadas firmes nas costas da vítima intercalando com compressões abdominais até
que o material de obstrução seja expelido.

- Em adultos inconscientes as compressões devem ser feitas da forma que se segue:

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- Em crianças as compressões abdominais não devem ser feitas a menos que possua treinamento para isto, porém as pal-
madas nas costa devem ser dadas e não resolvendo deve-se iniciar a respiração artificial.

HEMORRAGIAS EXTERNAS:
Em casos de hemorragias a melhor coisa a ser feita é comprimir o local com pano limpo, transportar a vítima o mais rápido
possível para um serviço de pronto-atendimento e lembrar que NUNCA DEVEMOS COLOCAR TORNIQUETE.

Chamar por socorro - O socorrista deve sempre ter em mente que qualquer das medidas aqui discutidas tem como principal
função tirar a vítima do risco iminente de morte, porém indubitavelmente esta vítima precisará de ajuda especializada o mais
rápido possível, portanto o ato decisivo que qualquer um de nós pode tomar e que dará a vítima uma maior chance de sair com
vida da situação que passa é ACIONAR O SOCORRO O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL e tomando o cuidado para passar aos socor-
ristas especializados o maior número de informações possíveis com relação ao acidente e a vítima.
Fonte: Associação dos Bombeiros do Rio Grande.

TRIAGEM (START)
Processo utilizado em situações onde a emergência ultrapassa a capacidade de resposta da equipe de socorro. Utilizado pa-
ra alocar recursos e hierarquizar o atendimento de vítimas de acordo com um sistema de prioridades, de forma a possibilitar o
atendimento e o transporte rápido do maior número possível de vítimas.

O primeiro socorrista que chega numa cena da emergência com múltiplas vítimas enfrenta um grande problema. A situação é
diferente e seus métodos usuais de resposta e operação não são aplicáveis. Este profissional deve modificar sua forma rotineira
de trabalho buscando um novo método de atuação que lhe permita responder adequadamente a situação.

Como poderão então esses socorristas prestar um socorro adequado? Obviamente, se eles voltarem sua atenção para a rea-
nimação de uma ou mais vítimas, as outras potencialmente recuperáveis poderão morrer.

Portanto, logo que chegam na cena, esses primeiros socorristas devem avaliá-la, pedir reforços adicionais e providenciar a
segurança do local para, só então, dedicarem-se a seleção das vítimas enquanto as novas unidades de socorro deslocam-se
para o local da emergência.

Esses socorristas aproveitam assim o seu tempo da melhor maneira iniciando um processo de triagem. Este é o primeiro
passo para a organização dos melhores recursos na cena da emergência.

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Triagem – Termo dado ao reconhecimento da situação e seleção das vítimas por prioridades na cena da emergência. Palavra
de origem francesa que significa “pegar, selecionar ou escolher”.

Podemos conceituar a triagem como sendo um processo utilizado em situações onde a emergência ultrapassa a capacidade
de resposta da equipe de socorro. Utilizado para alocar recursos e hierarquizar vítimas de acordo com um sistema de priorida-
des, de forma a possibilitar o atendimento e o transporte rápido do maior número possível de vítimas.

É de responsabilidade do socorrista que primeiro chegar ao local do acidente múltiplo, montar um esquema e separar as pe-
ças de um desastre de forma a propiciar o melhor cuidado possível a cada pessoa envolvida, solicitando recursos adicionais e
reforço para atender adequadamente a ocorrência.

Em resumo, o processo de triagem é usado quando a demanda de atenção supera nossa capacidade de resposta e, portanto,
devemos direcionar nossos esforços para salvar o maior número de vítimas possível, escolhendo aquelas que apresentam maio-
res possibilidades de sobrevivência. O primeiro a chegar na cena deve dedicar-se à seleção das vítimas, enquanto chegam as
unidades de apoio.

Obs.: Se a ocorrência supera a capacidade de resposta da guarnição do CB que primeiro chegar ao local, deveremos iniciar
um processo de triagem para avaliar e tratar a maior quantidade possível de vítimas com potencial de recuperação. Se a guarni-
ção se detém no atendimento de uma única vítima, todos os demais poderão não receber auxílio.

Atualmente é o modelo adotado pela Associação de Chefes de Bombeiros do Estado da Califórnia nos EUA. START é a
abreviatura de Simple Triage And Rapid Treatment (Triagem Simples e Tratamento Rápido) .
· Sistema de triagem simples.
· Permite triar uma vítima em menos de um minuto.

Esse método foi desenvolvido para o atendimento de ocorrências com múltiplas vítimas, pois permite a rápida identificação
daquelas vítimas que estão em grande risco de vida, seu pronto atendimento e a prioridade de transporte dos envolvidos mais
gravemente feridos.

CÓDIGO DE CORES NO PROCESSO DE TRIAGEM


Cor Vermelha
Significa primeira prioridade:
São as vítimas que apresentam sinais e sintomas que demonstram um estado crítico e necessitam tratamento e transporte
imediato.

Cor Amarela
Significa segunda prioridade:
São as vítimas que apresentam sinais e sintomas que permitem adiar a atenção e podem aguardar pelo transporte.

Cor Verde
Significa terceira prioridade:
São as vítimas que apresentam lesões menores ou sinais e sintomas que não requerem atenção imediata.

Cor Preta
Significa sem prioridade (morte clínica):
São as vítimas que apresentam lesões obviamente mortais ou para identificação de cadáveres.

CONTROLE DAS VIAS AÉREAS E VENTILAÇÃO,


Respiração. É muito importante observar a respiração dos traumatizados, sobretudo quando estão inconscientes. A respira-
ção barulhenta, entrecortada ou imperceptível deve despertar no observador a suspeita de dificuldade respiratória, com possibili-
dade de asfixia. Nesses casos, começa-se por limpar a boca do paciente de qualquer secreção, sangue ou matéria vomitada, o
que pode ser feito colocando-se entre suas arcadas dentárias um objeto firme e macio, como uma rolha, para proceder à limpe-
za. Depois, vira-se a cabeça para um dos lados, fecha-se a boca do paciente segurando-lhe a mandíbula e deslocando-lhe a
cabeça um pouco para trás, para facilitar a respiração.

Em caso de parada respiratória, é necessário iniciar imediatamente a respiração artificial boca-a-boca ou por compressão rit-
mada na base do tórax, à razão de 16 vezes por minuto. A ventilação do local é muito importante para qualquer paciente vítima
de choque, anemia ou asfixia.

Identificação das lesões. As lesões mais sérias que se podem detectar nos acidentados e vítimas de mal súbito são ferimen-
tos que sangram, fratura do crânio, choque, anemia aguda e asfixia, capazes de causar a morte se providências imediatas não
forem tomadas. Assim, é importante identificá-las para poder tomar imediatamente as medidas adequadas.

A hemorragia se denuncia nas próprias vestes, pelas manchas de sangue. Basta rasgar o tecido no local manchado para lo-
calizar o ferimento. Há suspeita de fratura de crânio quando a vítima de acidente permanece desacordada e, sobretudo, se san-
gra pelo ouvido ou pelo nariz. O choque e a anemia aguda apresentam quadros semelhantes: o paciente apresenta palidez,
pulso fraco, sede intensa, vista escura, suores frios, ansiedade e falta de ar. A asfixia, que pode ocorrer nos traumatismos de
tórax, de crânio, queimaduras generalizadas e traumatismos da face, identifica-se pela coloração arroxeada da face (cianose),
pela dificuldade de respirar e pela inconsciência, que logo se instala. O grau de consciência se testa fazendo perguntas ao aci-
dentado ou beliscando-o para provocar reação.

Outras lesões não causam morte imediata, mas podem ter graves conseqüências para a vítima se não forem atendidas corre-

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tamente num primeiro momento. Por essa razão é importante reconhecê-las. Diagnostica-se fratura de coluna vertebral quando o
paciente apresenta paralisia ou dormência nos membros inferiores. A fratura dos membros se evidencia pela deformação local,
dificuldade de movimentos e dor ao menor toque. A luxação faz com que o membro se apresente incapaz de executar movimen-
to, doloroso e deformado ao nível da junta. A entorse produz dificuldade de movimento na articulação afetada, que se apresenta
dolorida e inchada. O diagnóstico das queimaduras é imediato; no caso de queimadura generalizada, suspeitar de um possível
choque.

HEMORRAGIA.
A perda sangüínea através de um ferimento ou pelos orifícios naturais, como as narinas, quando ultrapassa 500g no adulto,
provoca anemia aguda, cujos sintomas se assemelham aos do choque: palidez, sede, escurecimento da vista, pulso fraco, des-
coramento dos lábios, falta de ar e desmaios. A hemorragia venosa caracteriza-se pelo sangue escuro, em jato lento e contínuo.
A hemorragia arterial se distingue pelo sangue vermelho rutilante, em jato forte e intermitente.

Quando a hemorragia é pequena ou venosa, é preferível fazer uma compressão sobre o ferimento, utilizando um pedaço de
gaze, um lenço bem limpo ou um pedaço de algodão. Sobre o curativo passa-se uma gaze ou uma tira de pano. Se a hemorragia
é abundante ou arterial, improvisa-se um garrote (tubo de borracha, gravata ou cinto) que será colocado uns quatro dedos trans-
versos acima do ferimento e apertado até que a hemorragia cesse. Caso o socorro médico demore, a cada meia hora afrouxa-se
o garrote por alguns segundos, apertando-o novamente. Na hemorragia pelas narinas, basta comprimir com o dedo, externamen-
te, a asa do nariz.
Na hemorragia pós-parto ou pós-aborto, coloca-se a paciente numa posição de declive, com o quadril e os membros inferio-
res em nível mais elevado. Se a localização do ferimento tornar impossível a utilização do garrote, usa-se o método da compres-
são ao nível da ferida, com a mão ou com o dedo, em caso de extrema emergência.

ESTADO DE CHOQUE
Choque. O estado depressivo decorrente de um traumatismo violento, hemorragia acentuada ou queimadura generalizada
denomina-se choque. Pode também ocorrer em pequenos ferimentos, como os que penetram o tórax. Diagnostica-se pelos se-
guintes sintomas: (1) palidez da face, com lábios arroxeados ou descorados, se houver hemorragia; (2) pele fria, principalmente
nas mãos e nos pés; (3) suores frios e viscosos na face e no tronco; (4) prostração acentuada e voz fraca; (5) falta de ar, respira-
ção rápida e ansiedade; (6) pulso fraco e rápido; (7) sede, sobretudo se houver hemorragia; (8) consciência presente, embora
diminuída.

Para combater o choque, removem-se todas as peças do vestuário que se encontrarem molhadas, para que não se agrave o
resfriamento do enfermo, e cobre-se seu corpo com cobertores ou roupas de que se disponha no momento, a fim de aquecê-lo.
A vítima pode ingerir chá ou café quente se estiver consciente e sem vômitos; ao mesmo tempo, deve-se tranqüilizá-la, prome-
tendo-lhe socorro médico imediato e instando-a a permanecer imóvel. Mesmo no caso dos queimados, observa-se um resfria-
mento das extremidades do paciente, o que leva à necessidade de cobri-lo. O aquecimento do doente, no entanto, não deve
provocar sudorese.

FERIMENTOS E CURATIVOS
Ferida. O traumatismo produzido por um corte sobre a superfície do corpo denomina-se ferida. Pode ser superficial, quando
afeta apenas a epiderme (escoriação ou arranhadura), ou profunda, quando provoca hemorragia às vezes mortal. Sendo o feri-
mento produzido por um punhal, canivete ou projétil, os órgãos profundos, como o coração, podem ser atingidos, o que pode
provocar a morte. As feridas podem ser ainda punctiformes (produzidas por prego), lineares (navalha) ou irregulares (ferida do
couro cabeludo, por queda). Um pequeno ferimento nos dedos ou na mão pode acarretar paralisia definitiva, pois nessas partes
do corpo são muito superficiais os tendões e os nervos.

Além disso, as feridas podem contaminar-se facilmente, o que dá lugar a infecções, com febre e formação de íngua. As feri-
das sujas de terra, fragmentos de roupa etc. estão sujeitas a infecção, inclusive tetânica. Os ferimentos que se apresentem inocu-
lados de fragmentos de roupa, pedaços de madeira etc., podem ser lavados com água fervida se o socorro médico vai tardar. Se
o corpo estranho for uma faca ou haste metálica, que se encontre encravada profundamente, é preferível não retirá-lo, pois pode-
rá ocorrer hemorragia mortal. Quando o corpo estranho estiver prejudicando a respiração, como no caso dos traumatismos da
boca e nariz, deve-se removê-lo. Os pequenos corpos estranhos (espinhos de roseira, farpas de madeira) podem servir de veícu-
lo para infecções e para o tétano.

Ferida venenosa. A lesão produzida por agente vulnerante envenenado (mordedura de cobra, picada de escorpião, flechas),
que inocula veneno ou peçonha nos tecidos, pode acarretar reação inflamatória local ou envenenamento mortal do indivíduo. O
tratamento resume-se em colocar um garrote ou torniquete acima da lesão, extrair o veneno por sucção, retirar o ferrão no caso
de inseto, aplicar soro antivenenoso quando indicado, soltar o garrote aos poucos e fazer um curativo local com anti-séptico e
gaze esterilizada.

Curativo
Curativo ou penso é um material aplicado diretamente sobre feridas com o objetivo de as tratar e proteger. A sua
constituição é variada, e abrange desde pensos-rápidos (band-aids) a compressas de gaze fixas com fita adesiva.

Finalidade
Os objetivos de um curativo podem ser variados, e dependem do tipo, severidade e localização da ferida onde são aplicados,
embora todos os curativos tenham como fim promover a recuperação e evitar mais danos à ferida. As principais funções dos
curativos são:

Estancar a hemorragia
Os curativos ajudam a fechar a ferida, acelerando o processo de cicatrização.

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Absorver exsudado
Afastam sangue, plasma e outros fluídos da ferida.

Aliviar a dor
Alguns curativos podem analgésicos, enquanto outros têm um efeito placebo.

Proteção contra infecções e dano mecânico


Evitam que micro-organismos oportunistas entrem através da ferida, e alguns curativos contêm substâncias antisépticas.
Também protegem contra dano adicional provocado por contacto da ferida com outras superfícies.

REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR
O guia mais recente de reanimação em pediatria da AHA tem como foco principal o atendimento básico pré-
hospitalar. Está baseado na melhor evidência científica disponível, porém futuras pesquisas são necessárias para
corroborar essas mudanças e trazer novas evidências para os futuros protocolos.

TRAUMAS: TORÁXICOS, ABDOMINAL, CRANIOENCEFÁLICO, RAQUIMEDULAR, MÚSCULO ESQUELÉTI-


CO
Trauma físico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O trauma (ou traumatismo) é um conjunto de um ou mais distúrbios físicos e/ou psíquicos, ocasionados por um agente
interno ou externo. Politraumatizado refere-se ao paciente que tem múltiplos traumas.

O ATLS (Advanced Trauma Life Support, ou Suporte Avançado de Vida no Trauma – SAVT) e o Committee on Trauma
sugerem que o trauma deve ser pensado como uma doença, não como um acidente, pois mais da metade das mortes e das
lesões por trauma são evitáveis. Pensando como doença procuramos tratá-la, já como acidente não podemos fazer nada. Com
esta mudança de pensamento iniciamos a prevenção do trauma, através da educação e leis que obrigam ao uso de capacetes,
cintos de segurança, air bag, proibição de álcool ao dirigir e de drogas. É a principal causa de morte entre adolescentes e adultos
jovens, e quando não mata deixa graves seqüelas para o resto da vida. O trauma reduz a expectativa de vida mais do que o
câncer ou as doenças cardíacas. O trauma mata mais do que matou a guerra do Vietnam. Apesar do trauma consumir grande
parte do dinheiro destinado à saúde pública e ao seguro social, a perda de um ente querido sempre prevalecerá sobre os gastos
atingidos.

Prioridades no Atendimento
O atendimento ao paciente com múltiplos ferimentos (politraumatizado) segue a regra mnemônica do ABCDE:
 A - Airway - Via Aérea: Proteção da via áerea contra obstrução (vômito, corpo estranho, desabamento da língua etc.) e
controle da coluna cervical (imobilização temporária, que pode ser realizado simplesmente segurando a cabeça do
paciente).
 B - Breathing - Respiração: Avaliação da expansibilidade pulmonar, que pode estar prejudicada por hemotórax,
pneumotórax, fraturas múltiplas de costelas (tórax instável) etc..
 C - Circulation - Circulação Sanguínea: Avaliação e (se possível) controle de perda sangüínea por hemorragias, lesões
cardíacas e outras causas de baixo débito cardíaco.
 D - Disability - Déficit Neurológico: Avaliar lesões de tecido nervoso (intracraniano prioritariamente). Nessa fase já pode se
avaliar a Escala de coma de Glasgow.
 E - Environment - Ambiente e exposição: Avaliar outras lesões que ainda não foram avaliadas e proteger o paciente contra
hipotermia (retirando roupas molhadas, aquecendo,...).

Traumas e Contusões
Dr. Paulo Luiz Farber

Entre os tipos de acidentes que mais acontecem durante trilhas, os traumatismos são os mais comuns - tanto para quem es-
tá dentro ou fora dos jipes. Embora o certo seja a prevenção, a curiosidade e o excesso de bebidas alcoólicas fazem dos partici-
pantes das trilhas vítimas potenciais. Abaixo relaciono as lesões mais comuns:

1. Contusão:
O que é:
É causada por uma batida em partes moles, sem fratura. Geralmente as partes lesadas constituem músculos, fáscias e li-
gamentos. Na trilha isso pode acontecer por atropelamento, ruptura de cabos e cintas, capotamento, batidas, etc. (aliás, essas
situações podem causar qualquer dos traumas descritos nesse tópico). Na região surge uma hiperemia (vermelhidão) e, se
houver rompimento de algum vaso (veia), ficará um hematoma (roxo).

O que fazer:
Coloque alguma coisa bem fria sobre o local afetado (gelo, lata de bebida gelada, etc.) e, se houver muita dor, tome um
analgésico/anti-inflamatório tipo diclofenaco (voltaren 50, cataflan 50). Após sair da trilha, se a dor persistir e/ou aumentar o he-
matoma, procure um serviço médico.

2. Entorse e Luxação
O que é:
É causada por uma "virada" numa articulação (junta). É comum no tornozelo e no ombro, mas pode ocorrer em qualquer
articulação. No local geralmente fica uma deformidade (quando há luxação - ou saída da posição da articulação), edema (incha-
ço), hiperemia (vermelhidão) e hematoma (roxo).

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O que fazer:
Imobilize a região com ataduras de crepe, procurando uma posição confortável. Se tiver muita dor, tome um analgési-
co/anti-inflamatório tipo diclofenaco (voltaren 50, cataflan 50). Após sair da trilha é imprescindível procurar um serviço médi-
co, seja para colocar na posição articulações luxadas ou verificar a ausência ou presença de fraturas. A princípio, todo entorse
deve ser tratado como uma fratura, pois quando torce, os ligamentos "arrancam" pequenos fragmentos de ossos, e muitas
vezes necessitam imobilizações com gesso.

3. Fratura:
O que é:
É quando há quebra do osso. Pode ser do tipo fechada (quando a pele permanece íntegra) ou exposta (quando há lesão
na pele, mesmo que seja um pequeno furo). Toda lesão que doer muito e formar hematoma (roxo) é uma fratura em potencial.

O que fazer:
Faça uma ou duas talas (que podem ser improvisadas com galhos de árvores retos, pranchas de madeira, etc. e utilize ata-
duras de crepe para manter os ossos quietos, sem movimento. Se houver ferida próxima (fratura exposta), lave com água e
sabão, retirando toda a sujeira do local. Se tiver muita dor, tomar um analgésico/anti-inflamatório tipo diclofenaco (voltaren 50,
cataflan 50). Nesse caso, deve-se interromper a trilha e levar imediatamente o ferido para o serviço médico mais próximo.

IMPORTANTE: No capotamento ou batida, cuidado ao remover o ferido de dentro do jipe. Há grandes chances de fra-
tura de vértebra (coluna), que se mal assistida pode levar à paralisias para o resto da vida. Preste atenção e siga correta-
mente o descrito abaixo:
1. Escolher um jipe em que o assento fique o mais horizontal possível. Reclinar o banco até a posição.
2. Imobilizar o pescoço do ferido, pegando uma peça de roupa e enrolando-a no local, de modo a permitir uma certa folga
mas que fique impossível de mexê-la sozinho.
3. Transferir o ferido para o jipe em questão com o máximo de pessoas possível, mantendo a coluna na posição horizontal.
4. Prender a pessoa no banco com ataduras de crepe ou panos, para que fique no máximo na mesma posição em que foi re-
tirada. Não esquecer de prender a cabeça e o ombro, para evitar a movimentação da vértebra do pescoço.
5. Sair da trilha devagar e ir para o atendimento médico mais próximo sem movimentos bruscos no jipe.

Trauma contuso
O trauma contuso ocorre quando há transferência de energia em uma superfície corporal extensa, não penetran-
do a pele. Existem dois tipos de forças envolvidas no trauma contuso: cisalhamento e compressão.

O cisalhamento acontece quando há uma mudança brusca de velocidade, deslocando uma estrutura ou parte de-
la, provocando sua laceração. É mais encontrado na desaceleração brusca do que na aceleração brusca.

A compressão é quando o impacto comprime uma estrutura ou parte dela sobre outra região provocando a lesão.
É freqüentemente associada a mecanismos que formam cavidade temporária.

Trauma penetrante
O trauma penetrante tem como característica a transferência de energia em uma área concentrada, com isso há
pouca dispersão de energia provocando laceração da pele.

Podemos encontrar objetos fixados no trauma penetrante, as lesões não incluem apenas os tecidos na trajetória
do objeto, deve-se suspeitar de movimentos circulares do objeto penetrante. As lesões provocadas por transferência
de alta energia, por exemplo, arma de fogo, não se resumem apenas na trajetória do PAF (projétil de arma de fogo),
mas também nas estruturas adjacentes que sofreram um deslocamento temporário.

Remoção da vítima.
Em princípio, o leigo não deve transportar um paciente em estado grave, mas às vezes isso terá de ser feito e, freqüentemen-
te, com meios improvisados. Será necessário então todo cuidado para não agravar as lesões já existentes, sobretudo nos casos
de fratura, e utilizar um meio de transporte que atenda à necessidade de conforto da vítima.

Se o acidentado estiver preso às ferragens de um veículo, a escombros de um desabamento, ou inconsciente pela fumaça de
um incêndio, sua remoção terá que ser imediata, pois embora até certo ponto perigosa, é indispensável para evitar a morte. Em
certas circunstâncias, será necessário recorrer ao corpo de bombeiros para libertar a vítima. Enquanto se aguarda o socorro,
deve-se favorecer a respiração do acidentado, tranqüilizá-lo e procurar estancar a hemorragia, se houver.

Posição correta.
O decúbito dorsal, com o corpo estendido em sentido horizontal, é a posição mais aconselhável para o acidentado, pois a po-
sição sentada favorece o desmaio e o choque. Quando a vítima está inconsciente, é preciso colocá-la de lado, ou apenas com a
cabeça inclinada para o lado, para que possa respirar melhor e não sofrer asfixia em caso de ter vômitos. No caso de fratura da
mandíbula ou lesões da boca, é preferível colocar o paciente em decúbito ventral (deitado de bruços). Somente os portadores de
lesões do tórax, dos membros superiores e da face poderão ficar sentados ou com a cabeça elevada, desde que não sofram
desmaios.

O resgate veicular é feito por carros especializados, como por exemplo, o do corpo de bombeiros.

SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM EMERGÊNCIAS


CLÍNICAS:

• Infarto agudo do miocárdio (IAM), angina do peito, insuficiência cardíaca congestiva, crise hipertensiva;

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• Acidente Vascular Cerebral (AVC);
• Vertigem, desmaio e crise convulsiva;
• Diabetes - crises de hiper ou hipoglicemia.

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO – ATAQUE DO CORAÇÃO


Introdução
Um infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco, ocorre quando as artérias que suprem de sangue a
parede do coração – as artérias coronárias – se entopem de repente, em geral por um pequeno trombo (coágulo sanguíneo).
Estes coágulos sanguíneos normalmente se formam dentro das artérias coronárias já estreitadas pela arteriosclerose, um pro-
blema no qual placas de gordura ficam aderidas ao longo das paredes internas dos vasos sanguíneos.

A partir do momento em que a região suprida por aquela artéria coronária deixa de receber sangue, as respectivas células (fi-
bras musculares) entram em sofrimento e começam a morrer. Esta situação interfere com a capacidade do coração em bom-
bear o sangue para os tecidos, em maior ou menor grau, de acordo com o tamanho e localização do infarto; ou ainda, compro-
mete áreas que controlam as batidas do coração, causando arritmias (às vezes, fatais). Quase 25 por cento dos infartos
levam à morte súbita, com a perda da vítima em questão de segundos ou minutos, sem que dê tempo de se obter socorro.

O padrão dos sintomas que irão se desenvolver após o infarto e as chances de sobrevivência dependem do local e da exten-
são do entupimento da artéria coronária.

Os fatores de risco associados ao Infarto do Miocárdio envolvem todos os fatores de risco para a arteriosclerose. São eles:
• História familiar de doença coronariana,
• Fumo,
• Obesidade,
• Pressão alta (hipertensão),
• Diabetes Mellitus,
• Sedentarismo (Inatividade física),
• Níveis elevados de colesterol total no sangue (hipercolesterolemia – às vezes de caráter familiar),
• Níveis baixos do HDL colesterol (colesterol “bom”).

Embora a maioria dos ataques do coração seja causado pela arteriosclerose, há casos mais raros nos quais os ataques do
coração resultam de outras doenças. Elas incluem:
• Problemas congênitos (de nascença) das artérias coronárias,
• Excesso de coagulação do sangue (hipercoagulabilidade),
• Doenças Clínicas como a Artrite Reumatóide ou o Lúpus Eritematoso Sistêmico,
• Abuso de drogas como a cocaína,
• Espasmos das artérias coronárias,
• Êmbolos – pequenos coágulos sanguíneos que se desprendem de outros locais - e migram em direção a uma artéria co-
ronária.

Quadro Clínico
• Dor no peito - É o sintoma mais comum de um infarto do coração. A dor é descrita como pontada, aperto, peso, facada ou
queimação.
• Irradiação da dor (esparrama) para os braços (principalmente o esquerdo), para o abdome, pescoço, queixo ou pescoço.
• Sudorese fria,
• Falta de ar,
• Fraqueza ou perda do equilíbrio súbitos,
• Náuseas e vômitos,
• Desmaios,
• Taquicardia e palpitações,
• Confusão mental,
• Agitação.

Diagnóstico
O cardiologista irá colher uma história rápida com o paciente ou seus familiares, incluindo o tempo de aparecimento da dor e
os outros sintomas. O familiar pode ajudar com informações sobre nomes e dosagens de medicamentos atualmente em uso e
outras doenças que o paciente tenha.

O médico irá suspeitar de um ataque do coração baseando-se nos sintomas, na história clínica e nos fatores de risco para a
doença coronariana. Para confirmar o diagnóstico ele fará:
• Eletrocardiograma (o ECG): mostra o ritmo e freqüência do coração, incluindo as alterações típicas do infarto,
• Exame físico detalhado, com atenção especial para seu coração e pressão sanguínea,
• Exames de sangue com dosagem das enzimas cardíacas, que são liberadas no sangue quando o músculo do coração é
lesado (CPK, CKmb, DHL, TGO e Troponina),
• Ecocardiograma: mostra as condições do músculo e das válvulas do coração.

Prevenção
Ajuda a prevenir um ataque do coração:
• Controlar os níveis de colesterol total no sangue com uma dieta saudável e de baixo teor de gorduras; tomando o medi-
camento para reduzir o colesterol se prescrito,

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• Controlar a pressão alta através da dieta com pouco sal e tomando o remédio anti-hipertensivo conforme a prescrição
médica,
• Se fumar, pare; se não fumar, não comece,
• Controlar o diabetes pelo freqüente monitoramento do nível de açúcar no sangue, seguindo a dieta orientada e tomando a
insulina ou medicamento oral conforme prescrito pelo médico.
• Praticar exercícios regularmente,
• Manter o peso ideal.
Fonte - http://www.policlin.com.br/drpoli/096/

DOR NO PEITO, ANGINA E INFARTO


O tórax, o peito, é formado por um bom número de órgãos e tecidos que podem se manifestar por sensações dolorosas. En-
tre as dores mais temidas, estão as chamadas dores do coração e, dentre as quais, a angina do peito e o infarto são as que
motivam maiores temores por serem as mais conhecidas e consideradas como as de maior probabilidade de serem fatais.

A angina pectoris é um tipo de dor que o paciente sente no peito, braço ou nuca e que aparece com a realização de esforços
ou emoções ou mesmo sem fator provocador aparente. A angina é uma dor que provoca medo, daí o nome angina, que significa
medo, angor em latim. É uma dor que costuma deixar o paciente imóvel, assustado e que dura poucos segundos.

A sensação de dor na angina é provocada pela diminuição do sangue que passa pelas artérias que irrigam o músculo cardía-
co. Este é um sinal de que pouco sangue está irrigando o coração durante aquele momento, geralmente, durante algum esforço.
Se o esforço diminuir ou cessar, a dor pode ceder. Se a pessoa continuar no esforço e a dor persistir pode significar que a angina
progrediu para um estágio mais grave da doença, qual seja o infarto do miocárdio.

A falta de sangue relativa para um órgão denomina-se isquemia. Ao chegar pouco sangue para manter uma parte do músculo
cardíaco suprido de oxigênio e nutrientes, esta parte pode funcionar menos bem, com menos força e provocar a dor denominada
angina. A falta total de sangue para um tecido ou órgão em poucos minutos pode significar a morte deste tecido com a perda
total da sua função. Caso uma porção maior do músculo cardíaco deixa de receber sangue, o coração pode tornar-se incapaz de
manter o sangue circulando e o paciente pode morrer. Se o paciente sentir dor é porque ainda existe músculo vivo, pois um mús-
culo morto não doe. Em torno de uma parte morta do músculo cardíaco, pode haver uma parte lesada e isquêmica viável, que
merece todos os esforços para ser conservada viva.

O infarto do miocárdio acontece quando uma parte do músculo cardíaco deixa de receber sangue pelas artérias coronárias
que a nutrem. Esta falta de sangue leva o músculo à morte. Nessa situação clínica, a dor pode ser de maior ou menor intensida-
de e costuma ser acompanhada de outras manifestações:
• piora e maior duração da dor,
• a pressão do paciente cai,
• ele sua muito, fica pálido, inquieto, tem a sensação de morte iminente;
• por fim, o paciente apresenta confusão mental até a perda total da consciência e morte, caso não houver um pronto aten-
dimento.

A maioria dos pacientes que morre do infarto não chega a ter atendimento médico. Existem infartos mais ou menos graves, a
gravidade depende da extensão, da localização, da idade do paciente, além de outras doenças concomitantes que podem agra-
var a doença.

Infartos pequenos, que lesam menos músculo cardíaco têm melhor prognóstico: quanto maior a lesão do coração maior
chance do paciente morrer.

Infartos que atingem regiões importantes do coração, como o local onde se geram os estímulos cardíacos e infartos que pro-
vocam arritmias, costumam ser mais graves.

Pacientes idosos de maneira geral toleram melhor um infarto do que as pessoas jovens que não desenvolveram uma circula-
ção colateral, como os idosos onde a doença isquêmica já existe há mais tempo.

Outras doenças concomitantes, como diabete, enfisema, hipertensão arterial, podem piorar um prognóstico.

A grande maioria dos casos de morte súbita é provocada pelo infarto do miocárdio.

Pequena digressão histórica


Seguidamente, os médicos escutam de seus pacientes que o pai ou avô ou alguma tia morreu de angina. Ora, a angina, nos
conceitos atuais, não costuma ser fatal. Há cerca de 50 anos era usual ouvirmos falar em falsa angina e verdadeira angina do
peito. O infarto era considerado a verdadeira angina, a que levava à morte. Já a falsa angina era a dor passageira no peito, que
poderia terminar ou não em angina verdadeira. Não se dispunha do eletrocardiograma para diferenciar as duas situações clíni-
cas.

Hoje em dia, a falsa angina é o que denominamos somente de angina e a verdadeira angina é denominada de infarto. Se al-
guém disser que o avô faleceu de angina, provavelmente, tratou-se de um infarto do miocárdio. É comum as pessoas confundi-
rem estes termos. Estas pessoas que ainda têm a angina como doença fatal podem entrar em pânico quando lhes dissermos
serem portadores de angina. Sempre é bom esclarecer esta dúvida antes de assustá-los mais do que necessário.

Dor no peito não é sinônimo de doença do coração. Existem no tórax diversas estruturas que podem doer. Citam-se doenças
do esôfago, do pulmão, das pleuras, da aorta, dos músculos, das costelas, das mamas e da pele. Alterações da coluna podem

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provocar dores no peito confundíveis com doenças do coração.

Existem dores de origem emocional, que podem ser observadas em pessoas que querem chamar a atenção. Mesmo em cri-
anças são relatadas dores no peito, simulando situações cardíacas. Isso pode acontecer quando imitam os pais ou avós que
tenham angina de peito ou tiveram infartos do miocárdio.

Sempre cabe aos médicos esclarecer as diferentes possibilidades de diagnóstico. São eles que devem orientar a investigação
complementar para tirar dúvidas, porque nem toda dor no peito é angina ou infarto, nem todo infarto é precedido de angina, nem
toda angina acaba em infarto do miocárdio. Para complicar, nem todo infarto doe. Não é raro um médico detectar num eletrocar-
diograma a cicatriz de um infarto que aconteceu e o paciente nem percebeu.

O infarto do miocárdio, uma doença, muitas vezes, fatal ou indicadora de uma vida mais breve, pode atingir as pessoas em
diferentes idades, que vão desde a infância, quando é mais raro acontecer, até a idade avançada, fase mais frequente.

HIPERTENSÃO ARTERIAL: Crise Hipertensiva


O que é?
Crise hipertensiva é a elevação, repentina, rápida, severa, inapropriada e sintomática da pressão arterial, em pessoa normo-
tensa ou hipertensa. Os órgãos alvo da crise hipertensiva são: os olhos, rins, coração e cérebro.

A crise hipertensiva apresenta sinais e sintomas agudos de intensidade severa e grave com possibilidades de deterioração
rápida dos órgãos alvo. Pode haver risco de vida potencial e imediato, pois os níveis tensionais estarão muito elevados, superio-
res a 110 mmHg de pressão arterial diastólica ou mínima.

Como se desenvolve?
A pressão arterial (PA) é igual ao volume de sangue (VS) que sai do coração vezes a resistência periférica que ele encontra
ao circular pelo nosso organismo (PA= VS x RP).

O volume de sangue que sai do coração não sofre grandes influências, a não ser em casos especiais de falência do órgão ou
excesso de volume sangüíneo circulante. Assim, a maioria dos casos de hipertensão ocorre por alteração da resistência periféri-
ca.

O aumento repentino da resistência periférica ocorre pela falta de regulação neurodinâmica dos mecanismos que regulam a
pressão arterial.

As situações patológicas que atuam sobre a resistência periférica podem ter inúmeras origens:
neurológicas,
vasculares,
medicamentosas,
drogas e
secreção excessiva ou inapropriada de hormônios.

O que se sente?
A crise hipertensiva inicia repentinamente e a pessoa pode apresentar:
sensação de mal-estar
ansiedade e agitação
cefaléia severa
tontura
borramento da visão
dor no peito
tosse e falta de ar

A crise é acompanhada de sinais e sintomas em outros órgãos.


No rim, surge hematúria, proteinúria e edema.
No sistema cardiovascular, falta de ar, dor no peito, angina, infarto, arritmias e edema agudo de pulmão.
No sistema nervoso, acidente vascular do tipo isquêmico ou hemorrágico, com convulsões, dificuldade da fala e da movi-
mentação.
Na visão, borramento, hemorragias e edema de fundo de olho.

Como se faz o diagnóstico?


O paciente normotenso ou hipertenso que apresente agudamente os sintomas descritos acima é interrogado e examinado pe-
lo médico, que verifica os níveis tensionais e os encontra muito elevados, acima de 110 mmHg de pressão arterial mínima, com
sinais e sintomas próprios da crise hipertensiva e sinais de deterioração rápida de vários órgãos.

Muitas vezes, os pacientes têm pseudocrises hipertensivas. Esses pacientes, apesar de níveis elevados de pressão arterial,
não têm evidências de deterioração rápida dos órgãos alvo e nem risco de vida. Na revisão clínica, eles compõem um grupo de
hipertensos que teve sua pressão arterial elevada por eventos extras, como crises dolorosas ou emocionais, pós-operatórios

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imediatos, pânico ou cefaléias severas. Quase sempre são hipertensos mal-tratados ou que abandonaram os medicamentos.
Tais pacientes não devem ser confundidos com aqueles que têm uma verdadeira crise hipertensiva.

Urgências
As principais urgências que podem redundar em crise hipertensiva são:
hipertensão arterial associada a aneurisma dissecante da aorta
encefalopatia hipertensiva
acidente vascular cerebral de qualquer origem isquêmica ou hemorrágica
nefrites agudas
trauma operatório de cirurgia cardíaca, vascular, neurológica ou de tumores de supra-renal
crise de rebote pela suspensão abrupta de certos medicamentos anti-hipertensivos de uso contínuo (clonidina)
na gestação complicada pré-eclâmptica ou eclâmptica
consumo excessivo de estimulantes, como anfetaminas, cocaína, medicamentos para resfriados que contenham vaso-
constritores (descongestionantes nasais)
uso excessivo de corticóides ou produção aumentada por tumores da supra-renal e excepcionalmente, em alguns casos,
pelo uso de anticoncepcionais
feocromocetoma
por alterações vasculares renais agudas em pacientes ateroscleróticos, com piora da hipertensão renovascular.

Tratamento
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) acompanhada de grande e repentina elevação da pressão arterial requer que os paci-
entes sejam protegidos de lesão dos órgãos alvo: olhos, rins, coração e cérebro.

Os níveis de pressão arterial devem ser imediatamente diminuídos com medicações especiais orais e intravenosas, usadas
pelos médicos sob controle rigoroso em unidades de tratamento intensivo.

A internação com sucesso evita danos severos e lesões irreversíveis que podem levar o paciente ao óbito, como infarto agu-
do, edema agudo de pulmão, encefalopatia hipertensiva e acidentes vasculares cerebrais isquêmicos ou hemorrágicos graves.

A intervenção deve ser de intensidade correspondente à gravidade da crise para evitar as complicações e também para im-
pedir que a hipertensão se torne acelerada ou "maligna".

Há alguns casos em que a pressão arterial elevada não é uma crise hipertensiva e, nesta situação, o tratamento pode ser fei-
to rotineiramente pelo médico.

Entretanto, a verdadeira crise hipertensiva requer hospitalização, atendimento intensivo e imediato com medicações e cuida-
dos especiais, quase sempre do gênero de vasodilatadores potentes que diminuam bastante a resistência periférica alterada.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico


O que é pressão alta?
Qual o nível da minha pressão?
Devo fazer verificação da minha pressão em casa?
O que pode me acontecer se eu não tratar a pressão alta?
Quais os efeitos colaterais do tratamento?
Fonte - http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?242

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL(AVC)


1-Comentários gerais
Define-se como um complexo sintomático com um déficit neurológico focal súbito ocasionado por uma lesão vascular. A lesão
¨vascular¨ inclui hemorragia, espasmo, embolia ou trombose dos vasos cerebrais. Existem outras sinonímias para AVC, como
derrame, doença cérebro-vascular, apoplexia e ictus cerebral.

2-Sinais e sintomas
A pessoa que sofreu AVC pode apresentar vários sinais e sintomas e dentre eles estão:
• Dores de cabeça (cefaléia) súbitas sem causa aparente, vômitos, convulsões e coma;
• Dificuldades de enxergar;
• Dificuldades de enxergar;
• A respiração torna-se irregular e ruidosa, o pulso pode apresentar-se com freqüência e amplitude normais, a temperatura
pode elevar-se e a pressão arterial está alterada ou dentro dos limites normais;
• Comprometimento da fala (disartria), movimentos e olhos incontroláveis, dificuldade de deglutir;
• Alterações no comportamento, distúrbios do equilíbrio e até mesmo paralisia da musculatura da face.

3-Primeiros socorros
A prevenção é a melhor maneira de evitar este déficit neurológico e existem vários fatores que contribuem para o seu apare-
cimento. Dentre eles estão: hipertensão arterial sistêmica (maior ou igual a 160 x90mmHg), tabagismo, diabetes, excesso de
peso, alterações nos níveis de colesterol, uso abusivo de álcool, idade avançada, sexo masculino e trauma na cabeça e pescoço
.

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Os primeiros socorros devem ser os seguintes:
• Acalmar e repousar a vítima;
• Afrouxar suas roupas;
• Checar sinais vitais;
• Abrir vias aéreas livres;
• Manter a cabeça e o tórax elevados a 30º;
• Pesquisar se há:
- Trauma craniano ou cervical
- Nível de consciência
- Atividade convulsiva
- Pupilas (simetria ou reatividade)
- Movimentos dos quatro membros
• Transportá-la em decúbito lateral;
• Nunca dar líquido à vítima;
- Transporte ao hospital no menor tempo possível.

VERTIGENS, DESMAIOS E CRISES CONVULSIVAS


Rosane Inez Barazetti Schiavo

VERTIGENS
Quando uma pessoa sente um mal estar e a impressão de girar ela pode estar tendo uma vertigem que pode ter varias cau-
sas dentre as quais:
• alturas elevadas;
• mudanças bruscas de pressão atmosférica;
• ambientes abafados;
• movimentos giratórios rápidos;
• mudanças bruscas de posição.

É freqüente a vertigem vir acompanhada de náuseas. A pessoa acometida de vertigem dificilmente perde os sentidos, man-
tendo-se consciente.

O socorrista deve colocar a vitima deitada em decúbito dorsal, ou seja, de barriga para cima, mantendo a cabeça baixa, sem
travesseiro.

Não deixar que a vitima faça qualquer movimento brusco, sobretudo com a cabeça.

Afrouxar toda a roupa da vitima para que a circulação sangüínea se restabeleça sem dificuldade.

Animar a vitima com palavras confortadoras.


obs: em alguns minutos a vitima pode, ela mesma, procurar um medico para o devido tratamento, se necessário.

DESMAIO
Caracteriza-se pela perda temporária e repentina da consciência, causada pela diminuição do sangue no cérebro.
A pessoa apresenta fraqueza, tontura, alem de palidez e suor frio.

Pode ocorrer ainda escurecimento da vista e falta de controle muscular.

Normalmente, o desmaio não passa de um acidente leve e passageiro.

Como proceder
Se a vitima estiver prestes a desmaiar, colocar sentada em uma cadeira, com a cabeça abaixada para frente.

Deve-se evitar aglomerações de pessoas.


Em seguida o socorrista coloca a mão sobre a nuca da vitima e pede que ela force a cabeça para cima.

CRISE CONVULSIVA OU EPILEPSIA


Perda da consciência acompanhada de contrações de toda musculatura corporal, salivação abundante e ate vômitos.

Pode ainda ocorrer o relaxamento dos esfíncteres com micção e evacuação involuntárias.

Ao despertar, a pessoa não se recorda de nada que aconteceu durante a crise e sente-se muito cansado, indisposto e sono-
lento afaste os curiosos.
• afastar tudo que esteja ao redor da vítima
• não impeça os movimentos da vitima.
• retire as próteses dentarias, os óculos, colares e outras coisas que posam quebrar e machucar ou sufocar
• sempre que possível coloque um pano ou lenço dobrado na boca da vitima, para evitar que ela morda a língua.
• no caso de a vitima já ter cerrado os dentes, não tente abrir sua boca.
• desaperte a roupa da vitima e deixe que ela se debata livremente; coloque um pano debaixo de sua cabeça virando-a de
lado para evitar que se machuque e se engasgue.

Cessada a convulsão, deixe a vitima repousar. É normal que durma após a crise.

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Obs: quando acordar não de a vitima nenhuma medicação ou liquido pela boca, pois ela poderá se sufocar e lembre-se: sua
saliva (baba) não é contagiosa.

DIABETES – CRISES DE HIPER E HIPOGLICEMIA


Hipoglicemia
é a queda exagerada do nível de açúcar no sangue: menor que 70 mg/dl

Pode ser causada por:


• Não comer o suficiente, ou demorar a comer;
• Usar medicações para o diabetes em excesso;
• Exercícios físicos em excesso;
• Consumo de bebidas alcoólicas;
• Vômitos ou diarréia.

Você pode apresentar:


• Fome súbita;
• Fraqueza, cansaço;
• Tremores, tontura;
• Sudorese, pele fria;
• Dor de cabeça;
• Mudança de comportamento;
• Desorientação, irritabilidade;
• Pesadelos (hipoglicemia noturna)
• Convulsões

O que fazer:
1. Comer algo doce, como uma colher de açúcar, ou dois bombons.
2. Verificar sua glicemia usando o glicosímetro. Se o nível continuar baixo, ingerir outra colher de açúcar.
3. Informar o médico ou a enfermeira para avaliar a necessidade de ajustes.
4. Se a pessoa estiver inconsciente, colocar o açúcar por dentro da bochecha e friccionar por fora.
5. procurar um pronto socorro imediatamente!

Hiperglicemia
é o aumento exagerado do nível de açúcar no sangue
Pode ser causada por:
• Comer demasiadamente;
• Usar medicação em doses insuficientes;
• Fazer pouco exercício físico;
• Tensão emocional;
• Doença aguda ou infecção.

Você pode apresentar:


• Muita fome;
• Muita sede e garganta seca;
• Urinar muitas vezes;
• Perda de peso;
• Visão turva;
• Muito cansaço e sonolência;
• Indigestão, vômitos, dor abdominal;
• Inconsciência nos casos graves

O que fazer:
1. Verifique sua glicemia usando o glicosímetro.
2. Tome seus remédios regularmente, como orientado por seu médico.
3. Siga rigorosamente seu programa alimentar e de exercícios físicos.
4. Informar o médico ou a enfermeira caso o nível de açúcar continue se mantendo em níveis acima dos indicados para o
seu caso.
5. Se a pessoa estiver com vômitos ou inconsciente,
6. procurar um pronto socorro imediatamente!
Fonte: Grupo de Doenças Metabólicas USP.

PRIMEIROS SOCORROS NO TRÂNSITO


Acidentes
Em quaisquer situações ou atividades, as pessoas estão expostas a riscos e sujeitas a ferimentos e traumatismos causados
por acidentes.

No trânsito, muitas pessoas morrem ou sofrem danos irreversíveis por não receberem os devidos cuidados a tempo ou por
serem atendidas de forma incorreta.

Para que se possa realmente ajudar às vítimas de acidentes, é preciso saber prestar socorro de forma correta e eficaz. Para
isso, precisa-se dominar técnicas de Primeiros Socorros.

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Primeiros Socorros são os procedimentos efetuados a uma pessoa cujo estado físico coloca em perigo a sua própria vida.

Para que servem as técnicas de Primeiros Socorros?


A maioria das pessoas tem dúvidas sobre como e quando prestar os primeiros socorros: afinal, ajudar de qualquer jeito pre-
judica a vítima, não ajudar, significa omissão. Por tudo isso: é preciso aprender a prestar socorro corretamente, e a melhor
maneira é fazer um curso de Primeiros Socorros.

Atendimento de emergência deve ser prestado sempre que uma vítima não estiver em condições de cuidar de si própria, para
evitar que fique em risco de morte enquanto não chega ajuda especializada. Vítimas de acidentes muitas vezes ficam entre a
vida e a morte, completamente indefesas, incapazes de cuidar da própria sobrevivência. É nesse momento que elas necessitam
de ajuda imediata, para mantê-las vivas e evitar o agravamento da situação.

Por que aprender as técnicas de Primeiros Socorros


O simples fato de notar que a vítima não está respirando, por exemplo, faz toda a diferença. Em algumas situações, se não
forem tomadas todas as providências imediatas, a vítima provavelmente morrerá antes mesmo do socorro chegar. Exemplos: a
vítima não consegue respirar ou apresenta um grave sangramento.

Omissão de Socorro é crime


O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro: “Deixar de prestar socorro à vítima de acidente ou pessoa em peri-
go iminente, podendo fazê-lo é crime”. A pena é detenção de 1 a 6 meses ou multa, podendo ser aumentada pela metade se a
omissão resultar em lesão corporal grave e até triplicada se resultar em morte.

Importante: A solicitação de ajuda especializada é uma maneira de prestar socorro à vítima. Mesmo que uma pessoa
seja só testemunha, de um acidente com vítimas, se tiver condições de prestar auxílio e não o fizer, estará cometendo o crime
de omissão de socorro.
A omissão de socorro e a falta de pronto atendimento eficiente às vítimas de acidentes de trânsito são as principais cau-
sas de mortes ou danos irreversíveis que poderiam ser evitados. Os minutos imediatos após o acidente, são os mais importantes
para garantir recuperações e sobrevivência de feridos.

Quem deve prestar socorro às vítimas


O Conselho Federal de Medicina recomenda que o socorro deve ser prestado pela pessoa mais capacitada do momento e
mais próxima do local do evento de emergência:
1. Socorrista – é a pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com segurança, avaliar e identificar problemas que
comprometem a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agra-
var as lesões já existentes. Geralmente é um bombeiro que trabalha para os serviços de atendimento a acidentes como
SAMU, SIATE, etc. O socorrista poderá estar acompanhado de um médico treinado em “suporte avançado de vida”, capa-
citado para realizar procedimentos avançados.
2. Médico ou outro profissional de saúde presente no local – pode-se, a princípio, estranhar que o socorrista venha an-
tes do médico. Ocorre que nem todos os profissionais de saúde estão devidamente treinados para prestar atendimento
pré-hospitalar, seja em suporte básico ou avançado de vida.
3. Pessoas leigas, mas que conheçam noções de Primeiros Socorros ou Suporte Básico de Vida – as noções de pri-
meiros socorros são conhecimentos úteis a toda e qualquer pessoa, e podem fazer toda diferença em uma situação de
emergência, para manter a vítima viva enquanto aguarda por socorro especializado.

Exemplos:
1. uma pessoa idosa escorrega no banheiro e, ao cair de costas, pára de respirar. Obviamente, não haverá tempo sequer
para acionar socorro especializado. O que fazer? O que não fazer?
2. uma turma de colegiais adolescentes está fazendo um passeio em uma trilha da Serra do Mar, fora do alcance do celular.
Um dos jovens cai e quebra o braço. O que fazer? O que não fazer?

Você pode estar se perguntando o que esses dois exemplos têm a ver com acidentes de trânsito. Estamos muito habituados
a relacionar trânsito com veículos. No entanto, nos dois exemplos, apesar de estarem caminhando a pé, as pessoas estavam
sem dúvida, transitando.

Pessoas leigas, mas que não tenham noções de Primeiros Socorros – temos que ter em mente que o leigo, ao presenci-
ar um acidente ou pessoas em sofrimento, provavelmente obedecerá seu instinto natural de solidariedade e tentará ajudar. Por
não possuir os conhecimentos necessários, poderá prejudicar a vítima, mas naquela hora, naquele local, provavelmente não
haverá ninguém para avisá-lo disso. Este é mais um motivo para disseminar os conhecimentos de Primeiros Socorros.

A Situação de emergência justifica as limitações


Outro conceito que poucas pessoas sabem é que a situação de emergência justifica o atendimento ou a ajuda, mesmo que
essa seja dada de forma limitada, quer seja pelo nível de conhecimento de quem está ajudando, como também pela precarieda-
de das condições locais.

Quem sabe o que fazer não perde tempo e poupa segundos preciosos, que salvam vidas.
http://www.portaldotransito.com.br/seguranca/texto13.asp

10 Estatuto do desarmamento (Lei nº 10.826/2003): capítulo III (arts. 4º a 10º), capítulo IV (arts. 12 a 20) e capítulo V (art.
25).

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LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm,
define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
1o
Art. O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem cir-
cunscrição em todo o território nacional.
Art. 2o Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados
cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas
de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de microestriamento de
projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de
armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como
as demais que constem dos seus registros próprios.
CAPÍTULO II
DO REGISTRO
o
Art. 3 É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento
desta Lei.
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender
aos seguintes requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justi-
ça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser
fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma
disposta no regulamento desta Lei.
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos,
em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade estabe-
lecida no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade compe-
tente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste
artigo.
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, fican-
do registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante
autorização do Sinarm.
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo
de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado.

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§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessa-
do em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas características da-
quela a ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a
manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local
de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº
10.884, de 2004)
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Si-
narm.
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em período não
inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro
de Arma de Fogo.
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido por órgão estadual ou do Distrito
Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo
mediante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação
pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências
constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departa-
mento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma do
regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar
como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
CAPÍTULO III
DO PORTE
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria
e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal;
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil)
habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei;
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (qui-
nhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete
de Segurança Institucional da Presidência da República;
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas
portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de
armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-
Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos
Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segu-
rança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de proprieda-
de particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta
Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
2008)
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade par-
ticular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei nº
12.993, de 2014)
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

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II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do
caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas
condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à formação funcional de seus
integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de controle inter-
no, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada pela
Lei nº 10.884, de 2004)
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos
Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos
incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de
fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria
caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre
igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser
anexados os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente de outras tipificações penais,
responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de
arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de transporte de valores, cons-
tituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utili-
zadas quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competen-
te, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de valores responderá pelo
crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação comprobatória do preenchimento
dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao Si-
narm.
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de proprieda-
de, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas
observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a auto-
rização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do pagamento de taxa. (Incluído pela
Lei nº 12.694, de 2012)
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus quadros pessoais no exer-
cício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do
número de servidores que exerçam funções de segurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica condicionado à apresentação de docu-
mentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em
estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condi-
ções estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal
eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda,
nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso
e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua
guarda na forma do regulamento desta Lei.

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Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos
estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a
concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros
em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da
Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de
atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade
física;
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador
dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do
Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades.
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I a
VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do credenciamento de profissionais pela Polícia Fede-
ral para comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos hono-
rários profissionais para realização de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$
80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do profissi-
onal pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com de-
terminação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde
que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de
deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte
de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de
extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de
ocorrido o fato.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar,
remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do
agente. (Vide Adin 3.112-1)
Disparo de arma de fogo
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção
a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, em-
prestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito
ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determi-
nação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identi-
ficação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou
adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
Comércio ilegal de arma de fogo
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar,
vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou indus-
trial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de
serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
Tráfico internacional de arma de fogo
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório
ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição
forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se forem praticados por integran-
te dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do dis-
posto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de
usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo
Federal, mediante proposta do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens com sistema de código de
barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas
pelo regulamento desta Lei.
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas autorizações de compra de munição com identificação do
lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.

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§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de
segurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos
no art. 6o.
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6o desta Lei e
no seu § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades,
mediante autorização concedida nos termos definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar
a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados,
inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais
interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48
(quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regu-
lamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer favorável à doação, obedecidos o
padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos
pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado
àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu
perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao seu
cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma
de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas característi-
cas e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de ar-
mas de fogo, que com estas se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à cole-
ção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades
constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta
Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a
Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para
o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro
até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência
fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em
direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispen-
sado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter,
no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à
Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presu-
mindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da
referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o
regulamento desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer
meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida autorização ou com inobservância das
normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda, estimulando o uso indiscrimi-
nado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.

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Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob
pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos
garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte internacional e interestadual de pas-
sageiros adotarão as providências necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades pre-
vistas no art. 6o desta Lei.
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro
de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu
resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

ANEXO
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

TABELA DE TAXAS

ATO ADMINISTRATIVO R$

I - Registro de arma de fogo:

- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito

(art. 30)

- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00

II - Renovação do certificado de registro de arma de fogo:

Gratuito

- até 31 de dezembro de 2008 (art. 5o, § 3o)

- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00

III - Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de transporte 60,00
de valores

IV - Renovação do certificado de registro de arma de fogo para empresa de

segurança privada e de transporte de valores:

- até 30 de junho de 2008 30,00

- de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00

- a partir de 1o de novembro de 2008 60,00

V - Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00

VI - Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00

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VII - Expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo 60,00

VIII - Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 60,00

11 Relações Humanas.
11.1 Qualidade no atendimento ao público: comunicabilidade; apresentação; atenção; cortesia; interesse; presteza;
eficiência; tolerância; discrição; conduta; objetividade.
11.2 Trabalho em equipe.

RELAÇÕES HUMANAS
PROF. JALBER – RELAÇÕES PÚBLICAS

1. Ética na Administração Pública: Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal:
Decreto n.º 1.171/94.

Introdução ao Código de ética Profissional dos Servidores Civis do Poder Executivo Federal

1.1 Introdução

Alguns editais de concurso público para cargos lotados na Administração Federal exigem conhecimento prévio do código de
Ética Profissional de seu pessoal administrativo civil (porque os militares têm seu próprio regimento interno nos códigos de con-
duta militar de cada ramo das armas – Exército, Marinha e Aeronáutica). Essas regras foram baixadas através do Decreto Nº
1.171, de 22 de junho 1994, que aprovou o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fe-
deral. Por iniciativa do Poder Executivo Federal foram instituídas as regras de disciplina ética e moral do funcionalismo e, para
que essas regras fossem aplicadas na administração, o próprio texto do decreto determina que se criem, imediatamente, em
todos os órgãos da administração federal, Comissões de Ética, formadas por funcionários designados para este fim. Essas co-
missões são integradas por três servidores (administração direta) ou empregados (administração indireta e empresas públicas
federais) titulares de cargo efetivo ou emprego permanente – vale dizer, somente funcionários efetivados por concurso público
podem integrar essas comissões.

O texto do decreto é curso e somente institui o Código de Ética Profissional, pois seu texto propriamente dito está contido no
Anexo do decreto. É dividido em dois capítulos e três seções. No primeiro capítulo, constam as seções sobre Regras Deontoló-
gicas (princípios de ética profissional); Deveres do Servidor Público e Vedações (proibições) ao Servidor Público. O segundo
capítulo versa especificamente sobre a constituição e funcionamento das Comissões de Ética.

1.2 Regras Deontológicas

No âmbito de interesse de nossa preparação, a Deontologia pode ser definida como o estudo das regras de disciplina ética que
regulamentam o exercício de uma determinada profissão. Várias categorias profissionais cujo exercício da profissão é regula-
mentado por lei federal (como os médicos, advogados, contadores, enfermeiros, engenheiros, etc.) têm o exercício de suas fun-
ções profissionais disciplinados quanto à ética de suas profissões. A ciência que estuda a aplicação dessas regras se chama
Deontologia. O poder Executivo Federal instituiu as regras a serem aplicadas no exercício da função pública, aplicando-se a
todos os servidores e empregados civis da União. Segundo o Código, os princípios deontológicos a serem protegidos e que fun-
damentam a ética profissional do servidor são:

Revelando aqui o respeito à digni-


A dignidade
dade humana
A noção de comportamento com-
patível com o exercício das fun-
O decoro
ções e do cargo que ocupa na
administração
O cuidado com a coisa e com a
O zelo
imagem da coisa pública
A busca pela eficiência de seus
A eficácia atos, tornando eficaz o ato admi-
nistrativo
E a consciência
Preservação dos princípios gerais
dos princípios
da moral e dos bons costumes.
morais

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Estes princípios devem ser respeitados pelo funcionário estando ou não no exercício da função pública, pois a sua conduta como
cidadão refletirá no seu papel social como servidor da administração pública. Segundo o Código em estudo “O servidor público
não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o
justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto”,
sempre de acordo com a Lei e com a Constituição Federal.

Como o fundamento e finalidade do serviço público é o bem comum, a moralidade da Administração Pública não se limita à dis-
tinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. Assim, ato administrativo so-
mente se convalida se respeitados esses princípios éticos.

Com exceção dos casos em que a lei determina sigilo administrativo (segurança nacional, investigação criminal, segredo de
justiça, por exemplo), os atos dos servidores, quando no exercício de suas funções, são eminentemente públicos e só se dão por
concluídos quando revestidos dessa publicidade (dar-se conhecimento ao público) constitui requisito de eficácia e moralidade,
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

É um princípio clássico constitucional que toda pessoa tenha direito à verdade. Assim, o servidor não pode omitir ou falsear,
mesmo que contrarie os interesses da pessoa interessada ou da Administração em que atua.

Por outro lado, a cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público devem caracterizar plenamente o
esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que precisa ser atendida (e que cumpre suas obrigações com o Estado) constitui
dano moral. Também contra o bem público, constitui dano a conduta que resulte em deterioração, por descuido ou má vontade.

A demora no atendimento ou na apresentação de solução a problemas que são de sua responsabilidade, permitindo a formação
de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, além de atitude contra a ética ou, também constitui
grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.

A assiduidade e o compromisso com sua produção individual na repartição em que presta serviço é obrigação ética, de acordo
como o Código em estudo. As ausências injustificadas do servidor de seu local de trabalho são fator de desmoralização do servi-
ço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

1.3 Principais deveres do servidor público

Além daqueles deveres contidos na legislação específica (Lei 8.112, Estatuto dos Servidores Civis), o código em estudo discrimi-
na o que chama de deveres fundamentais, ou seja, que servem como base dos princípios da ética e do comportamento deseja-
do. São eles:

Significa empenhar-se para


que cumpra as determinações
Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo... dentro dos prazos fixados e
com razoabilidade administra-
tiva
Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento... É o princípio da eficácia...
Ser honesto, sem desvio de
Ser probo, reto, leal e justo, condutas, de confiança e agir
com senso de justiça.
Zelar pela clareza e pontuali-
Jamais retardar qualquer prestação de contas dade na prestação de contas
do que é público
Ter o cuidado de preservar a
Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços dignidade e o respeito à pes-
soa humana
Agir sempre dentro dos prin-
Ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos cípios e fundamentos deste
Código
Atender sempre com gentile-
za, educação e boa vontade,
Ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção com atenção especial às
dificuldades e deficiências dos
assistidos
Obedecer a ordens, sem se
Ter respeito à hierarquia
vincular a subserviências

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pessoais ou oportunistas
Manter-se inerte a qualquer
Resistir a todas as pressões tipo de vinculação contrária ao
que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas interesse público e à probida-
de do cargo.
Zelar Mesmo em estado de greve
pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coleti- decretada, cuidar para que os
va serviços classificados como
essenciais sejam prestados
Comprometer-se com a pon-
Ser assíduo e frequente ao serviço
tualidade e frequência
Comunicar imediatamente Responsabilizar-se pela de-
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público núncia de irregularidades em
seu setor
Organização e asseio no
Manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho
ambiente de trabalho
Participar e interessar-se por
Participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melho- cursos de aperfeiçoamento e
ria do exercício de suas funções especialização no seu setor
de trabalho
Vestir-se de acordo com o
Vestimentas adequadas ao exercício da função ambiente e o cargo que exer-
ce
Procurar se informar perma-
nentemente quanto às instru-
Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a
ções de serviço, modificações
legislação
de regras, leis pertinentes,
etc.
Cumprir as tarefas de seu cargo ou função
É o mesmo princípio da eficá-
com critério, segurança e rapidez
cia e eficiência
É dever de todos os cidadãos
Facilitar a fiscalização e ao funcionário é princípio
ético profissional
Evitando exageros, desperdí-
Exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais
cios e “mordomias”
Não se valer do cargo ou
Abster-se
função para obter vantagens
de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha
pessoais ou pressionar as
ao interesse público
pessoas, etc.
Colaborar na divulgação des-
Divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a exis-
tes princípios éticos, tidos
tência deste Código de Ética
como deveres funcionais

1.4 Vedações ao servidor público

Em sentido jurídico, vedar significa proibir, impedir alguma prática inadequada ou indesejável. Segundo esses princípios éticos
estudados, “é vedado ao servidor público”:

1. Favorecer-se do cargo para obter vantagens ilícitas;


2. Prejudicar de qualquer forma a reputação de seus subordinados;
3. Ser solidário em conivências pessoais que constituam infração a este Código;
4. Fazer uso de artifícios para atrasar ou criar empecilhos ao exercício do direito de outras pessoas;
5. Não fazer uso de recursos técnicos e científicos no exercício da função que estejam ao seu alcance;
6. Viabilizar danos causados ao serviço público vinculados a interesses pessoais;
7. Vincular, de qualquer maneira, sua prestação funcional a pagamentos ou vantagens pessoais estranhos à administração
pública;
8. Alterar ou faltar com a verdade no conteúdo de documentos sob sua responsabilidade;
9. Faltar com a verdade ou dissimular o atendimento e a prestação de serviço público;
10. Determinar subordinados a atendimento de seus interesses pessoais;
11. Retirar, mesmo sem intenção de apropriar-se, objetos e documentos pertencentes à administração pública;
12. Revelar ou fazer uso de informações confiadas ao seu cargo ou função em seu benefício ou de outras pessoas;
13. Embriaguez habitual;
14. Colaborar com iniciativas que atentem contra a moral, honestidade, dignidade humana, etc.;
15. Exercer ou envolver-se com atividades antiéticas;

1.5 Comissões de ética

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para a investigação dos desvios de conduta moral e ética dos funcionários e a aplicação desses artigos, é criada, em cada órgão
da administração pública federal, uma Comissão de Ética, responsável pelo processo administrativo que se formará para tac
finalidade.

Também tem essa comissão a incumbência de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as
pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de
censura.

É ela também encarregada de providenciar os procedimentos de análise de merecimento de promoções verticais dos funcioná-
rios, quando baseados na conduta ética dos interessados: À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados
da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar
promoções.

Apesar da Comissão ser integrada impreterivelmente por funcionários de carreira (admitidos por concurso público), sua incum-
bência atinge a todos os servidores vinculados à administração, desde que prestem serviços de natureza permanente, temporária
ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, ligados direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as
autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou
ainda em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

1.6 A gestão da ética nas empresas públicas e privadas.

1.6.1 Comissões de ética

Para a investigação dos desvios de conduta moral e ética dos funcionários e a aplicação desses artigos, é criada, em cada órgão
da administração pública federal, uma Comissão de Ética, responsável pelo processo administrativo que se formará para tac
finalidade.

Também tem essa comissão a incumbência de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as
pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de
censura.

É ela também encarregada de providenciar os procedimentos de análise de merecimento de promoções verticais dos funcioná-
rios, quando baseados na conduta ética dos interessados: À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados
da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar
promoções.

Apesar da Comissão ser integrada impreterivelmente por funcionários de carreira (admitidos por concurso público), sua incum-
bência atinge a todos os servidores vinculados à administração, desde que prestem serviços de natureza permanente, temporária
ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, ligados direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as
autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou
ainda em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

1.7 Conflito de interesses


Aqui se fala do confronto do interesse coletivo (finalidade do serviço público) com os direitos dos particulares (cidadãos titulares
do direito ao atendimento). Como vimos, é dever ético da instituição a satisfação dos interesses dos atendidos. No caso do sis-
tema bancário nacional, foi instituída toda uma legislação específica para regulamentar esse relacionamento. Quanto à acessibi-
lidade de pessoas portadoras de necessidades especiais, idosos e demais casos semelhantes, há uma legislação especial, inclu-
ída no edital desse concurso como conteúdo a ser estudado. Assim, o conflito de interesses é regulamentado, bem como os
relacionamentos entre instituições bancárias e atendidos, primeiro, pelos princípios éticos instituídos pelo Decreto 1.171/94, de-
pois, pelos regulamentos internos de cada instituição ou órgão público. No caso da Caixa Econômica Federal, o banco tem seu
próprio regulamento ético.

1.8 Ética e responsabilidade social

A questão da responsabilidade na prestação de serviços públicos não pode ser vista apenas pelo seu aspecto social (de relevân-
cia para a sociedade como um todo), devido ao fato de que a prestabilidade se dá em dois âmbitos: um coletivo (e por isso soci-
al) e outro individual (particular, que diz respeito ao cidadão atendido). Os princípios da ética no serviço público são os mesmos
nos dois casos, mas o tratamento do problema e sua solução têm enfoques diferentes, devido ao seu alcance. Aqui, se deve
enfatizar o âmbito particular, devido às especificações do cargo a que se destina o edital. Mas, é necessário compreender-se
como um todo a questão da organização (do banco). Como instituição bancária do setor público e empresa, ao mesmo tempo, a
CEF têm sob sua égide de responsabilidade a boa imagem pública e privada. Assim, todos os fundamentos éticos já menciona-
dos norteiam a organização bancária, quais sejam aqueles voltados à satisfação do cliente, como atendido ou assistido no setor.

1.8.1 Responsabilidades dos servidores públicos


Enquanto setor público, a empresa pública se vale do serviço público que prestam seus funcionários. Então, está subordinada a
sua prestabilidade às determinações legais que regem a conduta ética dos servidores públicos em geral. Especificamente, no
que diz respeito aos danos (morais e materiais) causados tanto aos cofres públicos, quanto aos cidadãos que procuram o serviço

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bancário, o servidor de empresa pública (caso da CEF) responde individualmente pelos prejuízos causados a estas duas perso-
nalidades (patrimônio público e cidadãos). São os casos de improbidade administrativa, falta de urbanidade, nepotismo, peculato,
apropriação indevida de bens, etc. Vejamos os casos mais importantes para esse concurso.

1.8.2 Improbidade Administrativa


É o comportamento do servidor que implica em obter vantagens (valores, bens, créditos, favores de terceiros, etc.) devido ao
exercício do cargo ou função pública. Os atos de improbidade administrativa importarão na suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, SEM
PREJUÍZO DA AÇÃO PENAL CABÍVEL. A improbidade implica em responsabilidade do servidor envolvido e esta pode ser clas-
sificada de duas formas.

1.8.3 Responsabilidade objetiva


Nestes casos, as pessoas jurídicas de Direito Público (entidades e empresas públicas), assim como as empresas e sociedades
privadas prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

1.8.4 Responsabilidade subjetiva


Independentemente dos efeitos da responsabilidade objetiva, fica assegurado o direito a entidades e empresas públicas, assim
como as empresas e sociedades privadas prestadoras de serviços públicos, de ação indenizatória contra o responsável, nos
casos de dolo ou culpa. É que, se a administração pública (empresa ou órgão) for condenada a indenizar o terceiro prejudica-
do, custeará a reparação do dano, mas terá direito de exercer contra o funcionário faltoso, a exigência de reaver os valores gas-
tos na reparação.

1.9 Atendimento
Os princípios éticos que regem o atendimento ao público são os mesmos já mencionados. Mas quanto ao atendimento a portado-
res de necessidades especiais e idosos, a legislação determina tratamento diferenciado, fundamentado na Constituição Federal,
quando esta protege acessibilidade aos desiguais nos atendimentos públicos. Essa legislação está incluída no conteúdo deste
edital e merece atenção especial.

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
0 PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o
disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10,
11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,
DECRETA:
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providên-
cias necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, inte-
grada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da
República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.
ITAMAR FRANCO
Romildo Canhim
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.

ANEXO
Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal

CAPÍTULO I
Seção I
Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o
servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder esta-
tal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o hones-
to e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que
o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá conso-
lidar a moralidade do ato administrativo.
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e
por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-
estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.
Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito
na vida funcional.

Segurança Institucional 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


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VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a
serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a
quem a negar.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria
pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do
hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar
mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a
qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitin-
do a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude con-
tra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento,
e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de
corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase
sempre conduz à desordem nas relações humanas.
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabo-
ra e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandeci-
mento da Nação.

Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em
que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de
duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu
cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços
públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuá-
rios do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cu-
nho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em
que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favo-
res, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou antiéticas e denunciá-las;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
mente em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providên-
cias cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a
realização do bem comum;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinente ao órgão onde exerce suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto pos-
sível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos
legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mes-
mo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
cumprimento.

Seção III
Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;

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a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou
para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética
de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou
material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o
público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou
vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar
outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio
público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos
ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer
órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada
de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, com-
petindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.
XVII --. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores,
os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos
próprios da carreira do servidor público.
XIX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXI - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo
parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
XXIII (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, con-
trato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públi-
cas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça
o interesse do Estado.
XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

2. Qualidade no atendimento ao público


A qualidade no atendimento é pré-requisito de qualquer serviço prestado no mercado, tanto no setor público quanto no privado.
Aqui, interessa que essa qualidade esteja voltada também para os pré-requisitos constitucionais do ato administrativo e dos prin-
cípios gerais da administração pública, já comentados nos tópicos de Direito Administrativo e constitucional. Mas também estão
relacionados a:

2.1 Comunicabilidade
Tanto na sua divulgação (publicidade) quanto na entrega do serviço, o ato de atendimento público deve ser livre de embaraços e
complicações na sua prestabilidade. Deve chegar como informação completa e eficaz, capaz de realizar-se como atendimento às
necessidades a que se propõe satisfazer.
Mas também é pré-requisito ligado diretamente ao comportamento do servidor que entrega o serviço, que deverá portar-se de
maneira gentil, objetiva e eficaz, na mesma proporção e com os mesmos objetivos no atendimento.

2.2 Apresentação
A apresentação se refere ao servidor, que deverá estar sempre de acordo com a prestação a que se determinou. Assim, é impor-
tante que esteja adequadamente trajado, demonstrando higiene e organização pessoal.

2.4 Atenção
Refere-se à atenciosidade desprendida no ato do atendimento. É imprescindível para a conclusão de eficiência do atendimento.

2.5 Cortesia
Ser cortês e polido é obrigação que provém da urbanidade, requisito constitucional do ato de atendimento.

2.6 Interesse e presteza

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São importantíssimos para concluir o atendimento em eficiência. Estão expressos na boa vontade e determinação em atingir os
objetivos do atendimento, até fim.

2.7 Eficiência
Requisito já comentado, é o cerne da realização do ato de atendimento. É tão importante que está prescrito no texto da Consti-
tuição Federal como princípio da administração pública.

2.8 Tolerância
Leia-se aqui paciência, para não se confundir com favorecimento mediante benevolência. Deve o funcionário ser tolerante com o
público atendido ou assistido, no sentido de compreender suas dificuldades e viabilizar a melhor e mais adequada solução do
problema apresentado.

2.9 Discrição
Recomenda-se que seja o servidor discreto no atendimento, evitando situações de constrangimento para os atendidos, não
adentrando em situações particulares ou impertinentes. É comum o atendido expor certas situações pessoais (atendimento médi-
co, por exemplo) ou segredos de família (atendimento jurídico) que devem ser tratadas com a devida reserva e respeito.

2.10 Conduta
é o conjunto de todas essas recomendações e práticas, no ato do atendimento, dentro dos critérios de urbanidade já menciona-
dos. Mas também é a livre condução de sua vida privada, que deverá ser sempre condizente com o exercício do cargo que ocu-
pa. Ex.: as restrições de comportamento social inadequado por que passam os juízes e promotores, sob risco de comprometerem
a qualidade e credibilidade dos seus trabalhos.

2.11 Objetividade
Ligado à eficiência e à presteza. Devem ser os atendimentos feitos com loquacidade, tornando-se práticos e simplificados ao
máximo para o atendido. Alcançar o objetivo do atendimento, sem rodeios ou dificuldades adicionais.

3. Trabalho em equipe
É da essência do trabalho em órgãos públicos o inter-relacionamento de qualidade ímpar, devido ao alto grau de responsabilida-
de desejado. Como os órgãos obedecem a estruturas pré-determinadas por Lei, as repartições, seções, departamentos, etc. já
trazem pronta a sua funcionabilidade e todas elas, sem exceção, dependem de trabalho em equipe. É o perfil principal da admi-
nistração moderna, que se projeta na administração pública como solução inteligente (isso ocorre já há alguns anos).
Assim, o trabalho em equipe deixa de ser uma característica para ser uma determinante superior de funcionabilidade do setor
público. Ainda que funcione isoladamente, sozinho num posto de atendimento, o servidor terá vinculada a sua rotina a de outros
colegas, que recebem sua produção ou lhe enviam informações e procedimentos a serem cumpridos.

3.1 Personalidade e relacionamento no trabalho


Não há muito que se falar em personalidade do servidor e tampouco do setor em que funciona, pois as instruções que normati-
zam sua prestabilidade são determinadas em escala decrescente (vêm de cima para baixo, já prontas) e sua conduta profissional
está “amarrada” no código de ética do serviço público. Tanto com os colegas de trabalho quanto no atendimento ao público, sua
personalidade deve ser “moldada” segundo os princípios que regem o atendimento público, como vimos no texto sobre a ética no
serviço público. Comportando-se de acordo com aqueles princípios, o servidor estará atendendo perfeitamente ao perfil de per-
sonalidade desejado para o exercício da função pública.

3.2 Eficácia no comportamento inter-pessoal


Está ligada diretamente ao princípio de mesmo nome, que norteia o serviço público, a administração pública e demais atividades
em que o interesse público é alvo ou cliente. Significa que o servidor não pode se interpor, em atitude de cunho pessoal, ante os
interesses coletivos, sem risco de comprometer a eficácia, a segurança da realização do serviço, do atendimento, da prestação
pública.
Os funcionários públicos são treinados para atuarem segundo o que hoje se chama etiqueta profissional, uma espécie de código
de conduta convencional, nascido no próprio mercado, das relações modernas do mundo dos negócios e que permeou para a
qualidade de atendimento e inter-relacionamentos no setor público.
O saber se comportar e a aparência são questões cada vez mais exigidas para o funcionário público. As administrações desen-
volvem cursos e treinamento para prepararem seus funcionários. Quem faz o curso aprende ainda:
a) a criticar com resultados positivos;
b) transformar reclamações em resultados e lidar com colegas e clientes de temperamento difícil;
c) apresentar ideias e projetos com eficiência;
d) conduzir reuniões e até mesmo contornar situações mais graves,
e) Dentro de uma dinâmica atual, no setor público (e no privado também), estas seriam as práticas mais procuradas:
Ser bem-educado exige algumas atitudes funda-
mentais. Esmerar-se nas boas maneiras quando
tiver que:
Expressar-se
jamais fale palavrões
verbalmente
Redigir documen-
dê sempre um cunho elegante e
tos, memorandos
positivo nos textos
ou ofícios
lembre-se de sempre de ser
Manter amizades
gentil com os atendidos
Respeitar os pessoas elegantes não perdem
ausentes seu tempo com fofocas e comen-

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tários sobre a vida alheia
não desconsiderar os menos
Tratar com pes-
favorecidos, tratar a todos com
soas socialmente
respeito independentemente da
carentes
hierarquia
Ser sempre ético e essencialmente profissional
Conduzir os serviços conservan-
Agir dentro da do a ética e a honestidade em
ética profissional suas relações com atendidos,
funcionários, fornecedores, etc.
Pensar sempre Ceder espontaneamente o seu
primeiro nos lugar para idosos, gestantes ou
outros deficientes físicos;
Cumprimentar e agradecer os
Agir com urbani- atendidos e assistidos; agrade-
dade cer aos auxiliares, mesmo quan-
do cumpriram suas obrigações;
Cuidar da linguagem corporal
Estar atento aos gestos, expressão facial, postura
quando em pé ou sentado;
Saber sentar, levantar-se, comer, apresentar correta-
mente as pessoas, usar cartões de visita, cumprimen-
tar, presentear e ser presenteado, pedir licença, agra-
decer, dizer não, criticar sem ofender, ser pontual,
conversar de forma agradável, ser um bom ouvinte e,
principalmente, ter autocrítica e perceber quando
deve desculpar-se.

Segundo os estudiosos, alguns critérios servem de orientação ao cliente na hora de avaliar a qualidade do serviço ou produto.
Embora o nível de importância de cada critério varie de acordo com as características de cada serviço, pode-se listar nove princi-
pais critérios de avaliação da qualidade do serviço utilizados pelo cliente:

Refere-se à
qualidade (e/ou
aparência) de É um importan-
qualquer evi- te critério pela
Aspectos tangí- dência física do própria visuali-
veis serviço: bens zação e com-
facilitadores, preensão do
equipamentos, serviço.
instalações,
pessoal.
É a ausência da
variabilidade no
resultado ou no
processo. É importante
Consistência para clientes
influencia até que querem
Consistência
na propaganda saber o que
boca-a-boca esperar do
realizada por serviço
clientes fre-
quentes e po-
tenciais.
É importante
Refere-se à para serviços
habilidade e ao profissionais:
Competência conhecimento serviços médi-
para executar o cos, assistência
serviço jurídica, por
exemplo.
Critério impor-
tante para a Nem sempre a
maioria dos redução do
Velocidade de consumidores tempo real é a
Atendimento de serviços (na desejada no
ótica deles, tempo percebi-
sempre). O do.
tempo pode ter

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duas dimen-
sões: a real e a
percebida.
Refere-se à
experiência que
o cliente tem
durante o pro-
cesso de aten-
dimento: a Numa reparti-
capacidade de ção pública,
agradar (de além da corte-
exceder) as sia pessoal irá
expectativas. A contribuir para
Atendimento
capacidade de uma boa atmos-
reconhecimen- fera a música, a
to, o grau de luz, a tempera-
cortesia criando tura, a decora-
o prazer da ção, etc.
participação do
cliente no pro-
cesso de “pro-
dução do servi-
ço”.

3.3 Servidor e opinião pública (o órgão e a opinião pública)


Nos dias de hoje, um dos elementos de mensuração da qualidade é a opinião pública. Mas aqui, trata-se mais da imagem que
têm o servidor e o órgão público a que pertence. Tomemos como exemplo o INSS e a sua já clássica má fama no atendimento ao
público. Muitas vezes isso decorre, mas da desorganização dos serviços prestados, do mau planejamento, da inadequação de
práticas administrativas do que da real conduta de seus servidores. Isso torna a imagem do serviço e por consequência, do ór-
gão, associada à má qualidade, o que gera uma imagem pública ruim. Outro exemplo é o atendimento médico na saúde pública,
que dispensa maiores comentários. Essa imagem de descaso e ineficiência reflete na opinião que o público em geral tem desses
serviços.

3.4 Fatores positivos do relacionamento


Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num somatório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento.
Assim, desde que cumpridos ou atendidos todos os requisitos antes mencionados para o concurso de um bom atendimento,
estaremos falando de um bom relacionamento entre servidor e atendidos. Os níveis de relacionamento aqui devem ser elevados,
tendo em vista sempre o direito de cada assistido de receber com qualidade a supressão de suas necessidades.

3.4.1 Comportamento receptivo e defensivo


Receptivo, como o próprio nome já diz, é o comportamento que transcorre naturalmente aberto, solícito, prestativo, objetivo,
claro, sem rodeios, indo direto ao ponto da necessidade do atendido. Defensivo, ao contrário, é aquele em que o servidor cria
obstáculos e dificuldades para livrar-se do encargo, obstruindo a qualidade.

3.4.2 Empatia e compreensão mútua


E empatia é resultado de uma preparação do servidor em atender. De sua dedicação ao exercício da função. Deve ser natural e
quase pessoal. Pode estar resumido no aspecto daquele servidor que “gosta do que faz”. Será muito mais fácil transmitir empati-
as nesses casos. O resultado da empatia, mesmo que consciente e provocada com gentileza, é a compreensão mútua, que cer-
tamente facilitará o atendimento e a conclusão pela eficiência.
PROF. JALBER – RELAÇÕES PÚBLICAS

Trabalho em equipe

Todas as pessoas para terem sucesso nos locais onde trabalham precisam se esforçar e muito para conseguir alcançar os
seus objetivos, independente da área onde estejam atuando é necessário que haja o máximo de empenho afim de conquistar
todas as metas e ainda sobrar, quem aplica os conselhos dados por Jesus a milhares de anos atrás com certeza consegue ir
muito mais além do que o necessário, ele disse “se te mandarem dar mil passos dê dois mil e desta maneira ninguém vai falar
que você não fez o que era pra fazer”, ou seja esse conselho mesmo depois de milhares de anos ainda nos continua sendo vali-
do e pode nos ajudar no dia a dia principalmente em nosso trabalho.
O trabalho em equipe é uma das partes mais temerosas por todos porque é onde normalmente acontecem diversos desen-
tendimentos, o que todos precisam ter em mente que essa não é um momento para se temer e sim para agir em seu favor e de
seus companheiros, a partir do momento em que uma tarefa lhes foi dada para ser feita em grupo é porque o seu superior confia
em você e seus parceiros para realizá-la juntos.
A personalidade nessa hora conta e muito afinal você não pode mudar o seu jeito de ser apenas porque está participando de
um trabalho em grupo, é necessário que se mantenha focado em seu trabalho e suas principais características com certeza vão
te ajudar a alcançar as metas. Se mudar a sua personalidade vai estar sendo a pessoa que seu superior não queria na hora que
o mandou fazer aquele trabalho, afinal ele escolheu você como é normalmente nos dias de trabalho.
Se relacionar bem com seus companheiros na hora de um trabalho em equipe é fundamental, nunca deixe de ouvir a vontade
de outras pessoas e sempre dê apoio para a ideia deles, assim quando você tiver uma que eles gostarem com certeza será bem

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aceita. Não tenha medo de falar sobre os seus pensamentos procure criticar o mínimo possível às ideias de seus companheiros e
caso você note que pode melhorar alguma coisa diga a eles como fazer para isso acontecer.
Se mantendo dentro da linha e não errando nos momentos cruciais você vai ter muito sucesso dentro de sua empresa, e ain-
da conquistara o coração de seus companheiros de trabalho.
Saber se comportar no trabalho é muito importante, pois isso lhe dará a garantia de mais tempo em sua função. Sendo assim
é preciso ter bastante educação, e sempre se dirigir aos seus superiores utilizando a mesma, assim também como os seus su-
bordinados, afinal de contas, ter um bom relacionamento com empregados e também chefes é essencial para que o trabalho
sempre flua bem.
Tomando essa posição dentro de uma empresa, ou qualquer que seja o seu ambiente de trabalho, certamente você vai con-
seguir agradar a todos e se beneficiar com isso. Não precisa ser “puxa saco”, apenas mantenha o respeito em primeiro lugar e
com todos, sem exceções. http://www.blogers.com.br/trabalho-em-equipe-personalidade-e-relacionamento/
O nosso ambiente de trabalho é totalmente diferente da nossa casa, por isso devemos saber que há algumas restrições em
relação ao comportamento. É interessante que você procure ser educado com todas as pessoas, e também procure se simpati-
zar com os seus colegas de trabalho, até mesmo porque isso vai fazer com que o ambiente fique mais agradável.
Em especial devemos ter muito respeito com os nossos superiores, afinal de contas, são eles que pagam os nossos salários!
(risos) Mas não só por esse motivo também, manter a boa relação entre patrão e empregado é sempre muito importante!
Fatores positivos do relacionamento
Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num somatório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendi-
mento. Assim, desde que cumpridos ou atendidos todos os requisitos antes mencionados para o concurso de um bom atendi-
mento, estaremos falando de um bom relacionamento entre servidor e atendidos. Os níveis de relacionamento aqui devem ser
elevados, tendo em vista sempre o direito de cada assistido de receber com qualidade a supressão de suas necessidades.

Comportamento receptivo e defensivo


Receptivo, como o próprio nome já diz, é o comportamento que transcorre naturalmente aberto, solícito, prestativo, objetivo,
claro, sem rodeios, indo direto ao ponto da necessidade do atendido. Defensivo, ao contrário, é aquele em que o servidor cria
obstáculos e dificuldades para livrar-se do encargo, obstruindo a qualidade.

Empatia e compreensão mútua


E empatia é resultado de uma preparação do servidor em atender. De sua dedicação ao exercício da função. Deve ser natural
e quase pessoal. Pode estar resumido no aspecto daquele servidor que “gosta do que faz”. Será muito mais fácil transmitir empa-
tias nesses casos. O resultado da empatia, mesmo que consciente e provocada com gentileza, é a compreensão mútua, que
certamente facilitará o atendimento e a conclusão pela eficiência.

Trabalho em equipe
Dez ótimas dicas para o trabalho em equipe
Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado. Porque ativa a criatividade e quase sempre produz melhores resultados
do que o trabalho individual, já que "1+1= 3". Por tudo isto aqui ficam dez dicas para trabalhar bem em equipe.
1. Seja paciente
Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal "cada cabeça uma sentença". Por isso é importante que seja paciente.
Procure expor os seus pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os outros têm a dizer. Respeite sempre os outros,
mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.
2. Aceite as ideias dos outros
As vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão; mas é importante saber reconhecer que a ideia de um
colega pode ser melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso orgulho, é o objetivo comum que o
grupo pretende alcançar.
3. Não critique os colegas
As vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito importante não deixar que isso interfira no trabalho em
equipe. Avalie as ideias do colega, independentemente daquilo que achar dele. Critique as ideias, nunca a pessoa.
4. Saiba dividir
Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do princípio que é o único que pode e sabe realizar uma de-
terminada tarefa. Compartilhar responsabilidades e informação é fundamental.
5. Trabalhe
Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra
completamente diferente.
6. Seja participativo e solidário
Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que seja necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-
se constrangido quando necessitar pedir ajuda.
7. Dialogue

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha sido atribuída, é importante que explique o proble-
ma, para que seja possível alcançar uma solução de compromisso, que agrade a todos.
8. Planeje
Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja uma tendência para se dispersarem; o planejamento e a
organização são ferramentas importantes para que o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz. É importante fazer o balanço
entre as metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto.
9. Evite cair no "pensamento de grupo"
Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tor-
nar resistente a mudanças e a opiniões discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões externas e que aceite a ideia de
que pode errar.
Aproveite o trabalho em equipe
Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de conviver mais perto de seus colegas, e também de aprender
com eles.
Trabalho em equipe
É da essência do trabalho em órgãos públicos o inter-relacionamento de qualidade ímpar, devido ao alto grau de responsabi-
lidade desejado. Como os órgãos obedecem a estruturas pré-determinadas por Lei, as repartições, seções, departamentos, etc.
já trazem pronta a sua funcionabilidade e todas elas, sem exceção, dependem de trabalho em equipe. É o perfil principal da ad-
ministração moderna, que se projeta na administração pública como solução inteligente (isso ocorre já há alguns anos).
Assim, o trabalho em equipe deixa de ser uma característica para ser uma determinante superior de funcionabilidade do se-
tor público. Ainda que funcione isoladamente, sozinho num posto de atendimento, o servidor terá vinculada a sua rotina a de
outros colegas, que recebem sua produção ou lhe enviam informações e procedimentos a serem cumpridos.

Personalidade e relacionamento no trabalho


Não há muito que se falar em personalidade do servidor e tampouco do setor em que funciona, pois as instruções que nor-
matizam sua prestabilidade são determinadas em escala decrescente (vêm de cima para baixo, já prontas) e sua conduta profis-
sional está “amarrada” no código de ética do serviço público. Tanto com os colegas de trabalho quanto no atendimento ao públi-
co, sua personalidade deve ser “moldada” segundo os princípios que regem o atendimento público, como vimos no texto sobre a
ética no serviço público. Comportando-se de acordo com aqueles princípios, o servidor estará atendendo perfeitamente ao perfil
de personalidade desejado para o exercício da função pública.

Eficácia no comportamento inter-pessoal


Está ligada diretamente ao princípio de mesmo nome, que norteia o serviço público, a administração pública e demais ativi-
dades em que o interesse público é alvo ou cliente. Significa que o servidor não pode se interpor, em atitude de cunho pessoal,
ante os interesses coletivos, sem risco de comprometer a eficácia, a segurança da realização do serviço, do atendimento, da
prestação pública.
Os funcionários públicos são treinados para atuarem segundo o que hoje se chama etiqueta profissional, uma espécie de
código de conduta convencional, nascido no próprio mercado, das relações modernas do mundo dos negócios e que permeou
para a qualidade de atendimento e inter-relacionamentos no setor público.
O saber se comportar e a aparência são questões cada vez mais exigidas para o funcionário público. As administrações de-
senvolvem cursos e treinamento para prepararem seus funcionários. Quem faz o curso aprende ainda:
a criticar com resultados positivos;
transformar reclamações em resultados e lidar com colegas e clientes de temperamento difícil;
apresentar ideias e projetos com eficiência;
conduzir reuniões e até mesmo contornar situações mais graves, como o assédio sexual, por exemplo

Noções De Relações Humanas


1 - Introdução
Vivemos num tempo em que o avanço dos transportes, da urbanização, da comunicação de massa, da tecnologia e da infor-
mática coloca o ser humano em maior contato com o mundo, com a sua própria nação e consigo mesmo.
No entanto, toda essa evolução dificulta, de certa forma, o envolvimento entre os seres humanos, pois a atenção do homem
está voltada para a tecnologia, muito mais do que para as relações humanas. Este distanciamento do homem para com o próprio
homem gera insatisfações, angustias, vazios e ansiedade nos indivíduos.
Podemos ver um lado positivo em nossa época, que é a tendência de, ao nos isolarmos, sermos levados a tomar consciência
de nós mesmos. Quanto maior a nossa disponibilidade em relação a nós mesmos, maior abertura teremos para com os outros e
cada vez mais o nosso ser pessoal se tornará social. Isto porque já não teremos receio dos outros e/ou do ambiente, pois o ser
pessoal aprendeu a lidar consigo mesmo.
Durante toda a vida, somos afetados pôr nossa habilidade de nos relacionarmos com outras pessoas, quer com indivíduos
quer com grupos. É uma das habilidades mais importantes que o ser humano pode desenvolver e a comunicação interpessoal.
Podemos ajudar o indivíduo a abrir-se para uma experiência total de si mesmo, para um relacionamento humano eficaz e pa-
ra ser um comunicador mais eficiente, oferecendo-lhe a oportunidade de estabelecer bons relacionamentos dentro do grupo ao
qual pertence, seja este profissional, familiar, social, religioso, político, etc. Em tal grupo, o indivíduo deve ser respeitado como
uma pessoa específica, com suas inibições, frustrações, angustias, satisfações, ansiedades, enfim, pela sua individualidade
enquanto ser humano.
2 - Relações Humanas

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Comumente, entende-se a expressão "relações humanas" como sendo os contatos que se processam, em todas as situa-
ções, entre os seres humanos.
Muitas pessoas podem falar sobre relações humanas, discuti-las em conferências, discursos e mesmo em conversas infor-
mais, mas não são capazes de concretizar essas relações.
Efetuar "relações humanas", significa, portanto, muito mais do que estabelecermos e/ou mantermos contatos com outros indi-
víduos. Significa entender o relacionamento entre as pessoas, compreende-las, respeitando a sua personalidade, cuja estrutura
é, sem duvida, diferente da nossa.
Além de compreender os indivíduos, precisamos ter flexibilidade de ação (comportamento), ou seja, adequar o nosso compor-
tamento, apropriadamente, a uma situação dada, com determinadas pessoas.
Dentro de um sistema empresarial, existe a organização técnica e a organização humana. Estas organizações estão inter-
relacionadas e são interdependentes.
A organização humana de uma fabrica é muito mais do que um simples conjunto, um agrupamento de indivíduos, pois cada
um deles tem seus próprios sentimentos, interesses, desejos, frustrações, necessidades físicas e sociais, associados a sua pró-
pria história de vida. Tais indivíduos, dentro desse sistema empresarial, estabelecem frequentes inter-relações, cada qual com
uma forma particular de se comunicar.
É claro que uma grande parte dessas relações é criada pelas características do trabalho, como, por exemplo, os técnicos de
segurança que, por imposição de suas próprias tarefas, passam a maior parte do tempo estabelecendo e mantendo contatos
com todos os operários das varias seções da fábrica. Quase toda a atividade executada pelos técnicos de segurança envolve
relacionamento com outras pessoas. Por este motivo, ele deve estar atento a essas relações, deve procurar manter um ambien-
te, onde as comunicações possam se processar de forma aberta, confiante e adequada.
Um ponto importante, que devemos levar em consideração, são as diferenças entre as pessoas. Saber que cada pessoa é
especifica, original e possui reações próprias; que, em sua formação, cada uma foi marcada por realidades diferentes: meio fami-
liar, escolar, cultural, social profissional , etc, e que cada indivíduo atuará em função de sua própria experiência de vida.
Devemos saber, também que toda pessoa tem necessidades que dirigem o seu comportamento, as quais ela procura cons-
tantemente satisfazer. Não só as pessoas são diferentes entre si, mas também as necessidades variam de indivíduo para indiví-
duo.
Esta grande diversidade pode se constituir em uma imensa riqueza humana, mas, de início, pode ser fonte de oposições vio-
lentas entre os indivíduos.
Por estes motivos, devemos estar aberto para respeitar tais diferenças.
Outro fator relevante é o que se refere aos Juízos de Valor acerca das pessoas. Normalmente, temos tendência para julgar os
atos e as palavras dos outros em função da nossa própria experiência e de certos preconceitos. Este conformismo no julgamento
é muito grave, pois nos arriscamos a classificar as pessoas por categorias e de forma definitiva. Deixamos, pois, de perceber o
indivíduo tal como ele é, e de manter o diálogo, se não reagirmos rápida e eficazmente contra este tipo de atitude.
Outro ponto a ser considerado é o Uso da Linguagem. A nossa linguagem pode constituir um obstáculo a comunicação e
consequentemente afetar o relacionamento humano. E preciso, sempre, nos colocarmos no lugar da pessoa que esta nos ouvin-
do.
Devemos usar um vocabulário adaptado à realidade com a qual estamos trabalhando, um vocabulário compreensível para to-
dos.
Um outro aspecto a ser focalizado é a Falta de Abertura. Muitas vezes, temos uma ideia ou tomamos uma posição para a
qual tentamos, simplesmente, obter a aprovação dos outros, sem ouvi-los, sem dar atenção ao que eles pensam e dizem. Se nós
fecharmos sobre nós mesmos, ficaremos limitados ao monologo, deixando de receber e aprender muitas informações valiosas
para o nosso crescimento, e mesmo o aperfeiçoamento humano, em geral , estará sendo prejudicado.
Estar disponível em relação ao outro exige um esforço permanente, mas compensador, porque, só assim, poderemos manter
um autentico e profundo relacionamento, que invariavelmente gera satisfação.
Como podemos observar, se as verdadeiras relações humanas são proveitosas e importantes de se praticarem pois evitam
comportamentos desajustados que foram gerados por insatisfações; mantém o bem-estar individual e coletivo e, acima de tudo,
proporcionam segurança, paz e tranquilidade aos indivíduos e à empresa.
3 - Dinâmica de Grupo
Kurt Lewin, psicólogo alemão, e reconhecido por todos no campo da Psicologia de Grupo foi um dos primeiros teóricos e ex-
perimentadores das leis dinâmicas que regem o comportamento dos indivíduos em grupo.
Para este autor, todos os grupos devem ser compreendidos como totalidade dinâmicas que resultam das interações entre os
membros.
Estes grupos adotam formas de equilíbrio no seio de um campo de forças, tensões e pelo campo perceptivo dos indivíduos".
Estas forças, tais como: movimento, ação, interação, reação, etc., é que constituem o aspecto dinâmico do grupo e, consequen-
temente, afetam a sua conduta.
A Dinâmica de Grupo como disciplina moderna dentro do campo da Psicologia Social, estuda e analisa a conduta do grupo
como um todo, as variações da conduta individual de seus membros, as reações entre os grupos ao formular leis e princípios, e
ao introduzir técnicas que aumentem a eficácia dos grupos.
No campo da Psicologia Social, o grupo pode ser definido como uma reunião de duas ou mais pessoas que compartilham
normas, e cujos papeis sociais estão estritamente intervinculados.
No campo da Dinâmica de Grupo, os grupos são classificados em primários e secundários.

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O grupo primário é composto por um número reduzido de pessoas que se relacionam "face a face", ligadas por laços emocio-
nais com relações diretas, mantendo-se um processo de associação e cooperação íntima. Exemplo: grupo de amigos, grupo
familiar, grupo de estudo e o próprio grupo de trabalho.
O fato de um grupo ser pequeno, não significa sempre que é um grupo primário. Para que exista, é preciso que haja interação
entre os participantes, no qual cada membro deverá perceber cada um como pessoas individuais.
Nos grupos secundários as relações se mantém mais frias, impessoais e formais. Estas se estabelecem através de comuni-
cações indiretas, como é o caso das empresas, instituições, etc.
O comportamento do grupo depende em grande parte do número de participantes. Este é um fator importante, no que diz
respeito a produção e ao nível de desenvolvimento grupal.
A delimitação exata de um pequeno grupo e de um grande grupo, varia segundo os diferentes autores. Estudiosos no assunto
são unânimes em afirmar que o pequeno grupo não deve ultrapassar de 20 participantes, e que o ideal para a sua constituição é
de 5 a 12 elementos, possibilitando assim, maior coesão, interação e participação.
4 - Objetivos da dinâmica de grupo
a) ajudar o indivíduo a adquirir e desenvolver comportamentos mais funcionais que os utilizados até o momento;
b) colaborar com o indivíduo no sentido de descentra-lo de si mesmo e situa-lo em relação aos outros;
c) levar o membro do grupo a se perceber honestamente, em uma autocrítica objetiva e construtiva, onde o indivíduo terá
possibilidades de perceber e solucionar seus problemas;
d) ajudar o indivíduo a perceber o seu crescimento como algo positivo, dando ênfase ao potencial de cada um;
e) oferecer condições para que o indivíduo tenha noção do seu próprio valor;
f) levar o membro do grupo a um nível de responsabilidade individual pelos seus atos;
g) desenvolver no indivíduo tolerância consigo e com os outros;
h) levar o indivíduo a respeitar a variedade de opiniões e atos que existem nas pessoas;
i. levar o indivíduo a integração e ajustamento nos grupos em que participa para uma atuação cada vez mais satisfatória, e
uma participação cada vez maior.
5 - Desenvolvimento interpessoal - Treinamento em grupo
Todo grupo é composto por pessoas que diferem uma das outras em sua maneira de ser e de executar um trabalho.
Os indivíduos trazem para o grupo certas características que lhes são peculiares tais como: interesses, aptidões, desejos, ini-
bições, frustrações, em outras palavras, suas personalidades.
Todas essas características atuam como forças na dinâmica de grupo. Outras forças podem resultar da interação das pesso-
as. A integração e a transformação de todas essas forcas é a própria Dinâmica Interna do Grupo, e uma das forças internas mais
importantes é a participação, o empenho pessoal e psicológico dos indivíduos no grupo.
Quanto maior essa participação, mais favoráveis serão as atitudes dos indivíduos para com o grupo e tanto maior seu inte-
resse pelo grupo.
As pessoas que mais participam, são as que compreendem as finalidades e funções básicas do grupo, sentem-se seguras no
desempenho de suas funções, conhecem a importância delas para o objetivo final e o funcionamento do grupo.
A vida de um grupo passa por varias fases, e em cada uma delas, os membros atuam de formas diferentes, tanto em relação
à etapa de vida do grupo como em relação aos demais membros.
Dependendo do tipo de grupo (formal, informal, profissional, social, treinamento, etc.) e da fase em que se encontra, haverá
certas funções a serem executadas por seus componentes.
Algumas funções soam mais genéricas que outras, existindo em todos os grupos, e são desempenhadas pelos membros, pa-
ra que o grupo possa mover-se ou progredir em direção às suas metas.
O complexo processo de interação humana, exige de cada participante um determinado desempenho, o qual variará em fun-
ção da dinâmica de sua personalidade e da dinâmica grupal na situação, momento ou contexto.
Em todos os grupos em funcionamento, seus membros podem desempenhar eventualmente, alguns papeis nao-construtivos,
dificultando a tarefa do grupo, criando obstáculos e canalizando energias para atividades e comportamentos não condizentes
com os objetivos comuns do grupo. Estes papéis correspondem às necessidades individuais, às motivações de cunho pessoal , à
problemas de personalidade, ou, muitas vezes, decorrem de falhas de estruturação ou da dinâmica do próprio grupo.
Responsabilidades de um bom participante
Podem ser diversas as razões que motivam a nossa participação numa dinâmica de grupo, ou qualquer tipo de grupo, mas
devemos estar abertos e atentos para os seguintes pontos básicos:
ajudar a estabelecer um clima positivo no grupo, tentando, quando possível, auxiliar os outros, sendo cooperativo;
participar e contribuir para as discussões;
ter consciência das suas necessidades;
visar principalmente as necessidades grupais;
perceber como as interações individuais afetam o grupo;
auxiliar os participantes quando estes tiverem dificuldade em comunicar-se;
respeitar os membros do grupo como seres humanos;
manter o dialogo e não o monologo;

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discutir as dificuldades que você tem em relação ao grupo;
controlar as reações agressivas;
expor com clareza as sugestões e pontos de vista;
não permitir que você ou outros membros, assumam papeis de ajudante;
comunicar-se clara e objetivamente;
ouvir e atender o outro participante;
integrar-se totalmente a vida do grupo, sem perder a sua própria individualidade e originalidade.

7 - Papel do coordenador na Dinâmica de Grupo


O coordenador da Dinâmica de Grupo deve ser acima de tudo um educador. Sua tarefa prioritária é criar condições tais, que
os treinandos possam aprender e crescer como pessoas, confiando em si e nos outros, como recursos valiosos para a aprendi-
zagem.
Isto é possível quando o coordenador expressa expectativas positivas e incentiva a participação de cada treinando; quando e
capaz de aprender com os outros membros a fornecer e receber informações; quando respeita e aceita todos os membros do
grupo.
Deve ouvir atentamente, todas as pessoas do mesmo modo, mesmo que tenha ideias preconcebidas sobre este ou aquele
participante.
A vida do grupo será mais fecunda se cada membro do grupo e coordenador fornecer a sua contribuição, colocando a serviço
de todos a competência e as qualidades que possui.
A integração não se realizará no interior de um grupo e, em consequência, sua criatividade não poderá ser duradoura, se as
relações interpessoais entre todos os membros do grupo não estiverem baseadas em comunicações abertas, confiantes e ade-
quadas.
Grupo de interesse
A função geral de vincular governantes e governados é desempenhada por vários tipos de instituição, como partidos políticos,
movimentos sociais ou meios de comunicação de massa. Tal tarefa, no entanto, pode ser exercida por grupos de interesse, ex-
pressão que os cientistas políticos contemporâneos preferem à tradicional "grupos de pressão", por ser mais abrangente do que
aquela.
Grupo de interesse é o conjunto de indivíduos que procura defender determinada causa comum junto a órgãos oficiais, para o
que utiliza os meios legítimos ou tolerados que estiveram a seu alcance. Do ponto de vista do governo, essa é também uma
oportunidade de se manter informado das necessidades e reivindicações dos diferentes setores da sociedade.
O interesse em torno do qual o grupo se organiza deve ser entendido em sentido amplo. Seu conteúdo pode coincidir com
uma reivindicação de caráter estritamente econômico até a defesa de uma causa concernente ao bem-estar da sociedade, ou a
posições ideológicas que expressam o ponto de vista de uma camada da população. A expressão "grupo de interesse" pode ser
aplicada, portanto, a associações patronais, a sindicatos de empregados, a associações profissionais e aos diversos grupos que
se organizam para pleitear algo em favor dos moradores de um bairro, dos praticantes de uma religião, dos defensores de cau-
sas beneficentes, ideais, morais e outras.
É próprio do grupo de interesse não pretender ocupar o lugar do governo, mas apenas influir sobre as decisões oficiais. Des-
se modo, os grupos de interesse distinguem-se claramente dos partidos políticos.
Atuação. Os padrões de relacionamento entre os grupos e o governo podem ser formais ou informais. São exemplo dos pri-
meiros as relações institucionalizadas que têm lugar mediante canais legais de acesso ao governo, e compreendem o compare-
cimento perante comissões legislativas, órgãos ministeriais, departamentos ou agências do executivo.
Outro padrão consiste nos contatos informais, que incluem vasta gama de relações. Os grupos, ou seus representantes, po-
dem estabelecer relações informais com legisladores ou funcionários públicos, valendo-se da existência de pontos de aproxima-
ção, como é o caso de pessoas de mesma origem regional ou social, que frequentaram a mesma escola ou têm amigos ou pa-
rentes comuns. Além disso, são ainda usados como recursos para a criação e manutenção dessas relações informais a partici-
pação em reuniões, almoços, passeios e outras formas de entretenimento. Com base nos contatos assim estabelecidos, as rela-
ções podem assumir formas que vão da persuasão e troca de favores até o suborno.
A representação direta no governo é uma possibilidade facultada aos grupos que dispõem de meios para tanto. Assim, um
sindicato que conte com grande número de filiados e se disponha a articular-se com um partido político tem chances de pôr seus
próprios representantes nos órgãos legislativos. Já para os grupos pouco expressivos quanto ao número de associados, mas
economicamente poderosos, torna-se mais fácil influir na escolha de funcionários para as assessorias burocráticas ou técnicas, e
mesmo na nomeação de ministros, do que guindar seus próprios representantes ao nível das posições legislativas.
Legitimidade. Os métodos utilizados pelos grupos tendem a variar em cada sociedade, em função do grau de legitimidade
atribuído a suas atividades. No Reino Unido, por exemplo, a interação entre os administradores e os representantes dos grupos
tende a ser frequente, aberta e institucionalizada, uma vez que ambas as partes encaram como necessária e normal a adoção do
sistema de consulta mútua como método de tomada de decisões. Na Itália, a influência exercida pelos grupos tende a ser vista
com desconfiança e não se acredita que dela possam resultar reais benefícios para a coletividade. Em consequência disso, os
grupos tendem a adotar um estilo de atuação mais encoberto e menos formalizado.
Nos Estados Unidos, onde certas atividades dos grupos de interesse são regulamentadas por lei, existem escritórios de as-
sessoria dedicados a promover, em caráter profissional, os interesses de qualquer cliente que contrate seus serviços. O Federal
Regulation of Lobbying Act (regulamento federal da lei sobre grupos de interesse), de 1946, obriga todas as pessoas que preten-
dam influir no processo legislativo a se registrarem no Congresso, declarando a que projeto de lei se opõem ou qual defendem,
quem as está empregando e quais são as despesas envolvidas no caso, desde a remuneração que recebem até os gastos que
pretendem fazer para conquistar a colaboração de funcionários e políticos.

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No Brasil, a atividade dos grupos de interesse é mais conhecida pela palavra inglesa lobby. Reveste sentido pejorativo quan-
do se refere à prática tradicional dos representantes ("lobistas") de grandes empresas, especialmente empreiteiras interessadas
em contratar irregularmente obras públicas milionárias. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Dinâmica de Grupos
Os grupos humanos têm vida própria e peculiar, que ultrapassa as características dos indivíduos que os compõem e se mani-
festa não só na relação de um grupo com outro, mas também, e principalmente, nas relações que os membros de um grupo
mantêm entre si.
Do ponto de vista teórico, a dinâmica de grupos é uma área das ciências sociais, em particular da sociologia e da psicologia,
que procura aplicar métodos científicos ao estudo dos fenômenos grupais. Do ponto de vista aplicado ou técnico, a dinâmica de
grupos é o método de trabalho baseado nessa teoria.
O estudo da dinâmica de grupos iniciou-se em 1946, quando teve início a atividade de Kurt Lewin e alguns de seus colabora-
dores no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Em cada grupo, composto de aproximadamente dez membros, eram levadas
a termo discussões e dramatizações, cuja evolução era observada por um pesquisador. Não demorou a descobrir-se que aquele
era um poderoso método de educação e terapia.
O novo método recebeu o nome de T-Group, grupo de aprendizagem ativo no qual cada participante encontra seu papel, que
não é definido de antemão, e explicita sua capacidade ou sua resistência para executar a tarefa, bem como para submeter-se à
influência dos demais participantes. Nesse sentido, a dinâmica de grupos se configura como instrumento de adaptação e meio de
integração pessoal.
Terapia de grupos. Após a segunda guerra mundial, o grande número de soldados que necessitavam de tratamento psicoló-
gico incentivou os psiquiatras a experimentarem a terapia de grupo. Até então, embora reconhecessem a influência dos grupos
no comportamento das pessoas, os médicos defendiam a importância da privacidade da relação entre médico e paciente. Os
novos métodos se revelaram eficazes e, nos anos do pós-guerra, a terapia de grupo se desenvolveu rapidamente e acabou se
estendendo ao trabalho de psicologia clínica e de aconselhamento, bem como ao de assistentes sociais.
As técnicas de terapia de grupos são tão variadas quanto as de terapia individual, mas todas se assemelham na ênfase que
dão ao alívio das tensões mediante ações diretas ou na criação de uma atmosfera grupal favorável ao autoconhecimento e ao
amadurecimento pessoal.
Psicologia humanista. Antes mesmo de 1960, o psicólogo americano Carl Rogers passou a trabalhar com grupos mais orien-
tados para os aspectos emocionais do que para a aprendizagem de comportamentos. Rogers, junto com Fritz Perls, desenvolveu
uma prática que denominou psicologia humanista cuja aplicação grupal devia permitir o desenvolvimento das aptidões pessoais
num ambiente de equilíbrio e de integração pessoal, e favorecer o encontro profundo com o outro. Esse encontro, que pode ser
ou não pessoal, é favorecido quando existe uma transparência e disponibilidade, permitindo que se transcenda a individualidade
e se atinja um estado de paz e felicidade. Nesse caso, o grupo se transforma num ponto de encontro básico, com apoio de um
moderador que deve atuar como catalisador dos processos afetivos interpessoais.©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publica-
ções Ltda.
Empatia
Você pratica a empatia com alguém? Descubra
por Rosemeire Zago

Como você se sente quando está contando algo muito triste que te aconteceu e percebe que a pessoa que supostamente es-
tá te ouvindo demonstra um leve sorriso no rosto ou continua atenta ao que está passando na TV? Ou ainda, muda de assunto
com uma piada nada conveniente para o momento? Péssimo, não é mesmo? Sente-se como tivesse falando com uma parede ou
pedra, fria, insensível, dura!

Alguém que demonstra ser incapaz de sentir o que você está sentindo. Você se sente incompreendido, e muitas vezes até se
arrepende de ter contado aquilo para tal pessoa. Promete a si mesmo que não contará mais nada para ela devido a sua falta de
sensibilidade. Não é apenas o que a outra pessoa nos fala que faz com que nos sintamos compreendidos, mas principalmente
suas expressões faciais, seu corpo, se nos envolve, se nos toca com um profundo abraço, se nos compreende com seu olhar ou
se nos olha com indiferença ou com alguma expressão contrária aquilo que estamos sentindo.

Mas e aquelas pessoas que fazem com que nos sintamos à vontade e temos cada vez mais desejo de falar, falar? Elas têm o
que chamamos de empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa e tentar "ver com os olhos dela".

O que é empatia

O termo empatia foi utilizado pela primeira vez por E.B. Titchener, psicólogo, e o termo origina-se do termo grego empátheia,
que significa "entrar no sentimento". Para alcançarmos este estágio é necessário deixar de lado nossos próprios pontos de vista
e valores para poder entrar no mundo do outro sem julgamentos. E como isso é difícil de fazer!

Geralmente, nem acabamos de falar e já estamos sendo julgados. Isso, quando não tentam nos interromper com opiniões,
ainda que nem tenhamos pedido, só queríamos falar, desabafar. Sabemos que isso nem sempre é fácil de encontrarmos nas
relações, mas é o que esperamos quando contamos algo para alguém: sermos ouvido em todos os sentidos e mais importante,
sentir que o outro está nos compreendendo, seja com um gesto ou um simples olhar, mas que demonstra de alguma forma sentir
nossa dor.

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É preciso deixar claro que empatia não tem nada a ver com necessidade compulsiva de realizar desejo alheios, de ajudar e
de servir. E também é muito diferente da simpatia, que é algo que sentimos pelo que o outro está vivenciando, sem entretanto,
sentir o que ele está sentindo. E muito menos tem haver com alexitimia, que se refere a pessoas que não conseguem identificar e
nem descrever seus sentimentos.

A empatia também é a primeira condição para a prática da psicoterapia. É preciso ter uma percepção do mundo do outro co-
mo se fosse o seu próprio, o que leva a pessoa a desenvolver sua auto-estima, pois sente que é importante e que seus senti-
mentos são considerados. A empatia muitas vezes é tudo que uma pessoa precisa, pois geralmente não encontra isso dentro da
própria família. E é a falta dessa compreensão que faz com que muitos relacionamentos terminem.

Como desenvolver a empatia

Mas como alguém pode saber o que sentimos? Entrando em sintonia com nossa dor física ou emocional. É reconhecer as
emoções ou necessidades do outro. E para desenvolver essa capacidade é preciso que a pessoa saiba antes de tudo ouvir e
respeitar as próprias necessidades e dores. Tratar-se com empatia, ser compreensivo consigo mesmo como gostaria que fossem
com você é característica básica para o autoconhecimento.

Empatia começa com a capacidade de estar bem consigo mesmo, de perceber as coisas que não gosta dentro de você e as
coisas desagradáveis da sua personalidade. Pessoas com dificuldade de entender o outro muitas vezes demonstram que possi-
velmente não receberam compreensão em suas necessidade e sentimentos durante sua vida. Se suas próprias necessidades
não foram supridas como poderá entender as necessidades de alguém?

A base e a prática da empatia

A empatia se baseia na capacidade de se colocar no lugar do outro; na percepção daquilo que as pessoas estão sentindo ou
passando e na habilidade de ouvir com carinho e atenção aquilo que estão nos comunicando e isso deve ser feito não só através
de palavras, mas também nos gestos, o tom de voz, e especialmente, nas expressões faciais.

É preciso colocar o sentimento à frente das palavras. Conseguindo se colocar no lugar do outro, você se sensibiliza com as
dificuldades e o sofrimento, e é isso que nos torna mais humanos e nos possibilita realmente ajudar alguém. Entrar em contato
com os próprios sentimentos é a base para desenvolver a empatia. Como alguém que despreza as próprias necessidades e
sentimentos poderá compreender as necessidades do outro?

Para desenvolver a empatia procure ouvir com a intenção de entender e não de argumentar, como faz a maioria das pessoas,
sempre atentas para saberem onde podem discordar. Deixe as pedras de lado se deseja ter uma comunicação verdadeira com
alguém. A essência de escutar com empatia não é concordar, mas entender profundamente o que o outro quer dizer e principal-
mente, o que está sentindo.

Como é reconfortante ter alguém que nos compreenda e a sensibilidade é a principal característica para essa sintonia. Sensi-
bilidade não só com o outro, mas para consigo mesmo. As pessoas que têm empatia aprenderam desde cedo que os sentimen-
tos devem ser respeitados, começando pelos próprios. E se não receberam isso na infância, sempre é tempo de aprender. Um
bom exercício para isso é aprender a escutar a si mesmo, respeitando acima de tudo, os próprios sentimentos. Afinal, só conse-
guimos dar ao outro aquilo que temos por nós mesmos!

Importância das Relações Interpessoais na Empresa


As Relações Interpessoais desenvolvem-se em decorrência do processo de interação.
Em situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, há atividades predeterminadas a serem executadas,
bem como interações e sentimentos recomendados, tais como: comunicação, cooperação, respeito e amizade. Na medida em
que as atividades e interações prosseguem, os sentimentos podem ser diferentes dos indicados inicialmente e então, inevitavel-
mente, os sentimentos influenciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos de simpatia e atração
provocarão aumento de produtividade.
Esse ciclo "atividades-interações-sentimentos" não se relaciona diretamente com a competência técnica de cada pessoa e
sim com o equilíbrio emocional de cada indivíduo originando a harmonia do grupo. Quando uma pessoa começa a participar de
um grupo, há uma base interna de diferenças que englobam conhecimentos, informações, opiniões, preconceitos, atitudes, expe-
riências anteriores, gostos, heranças, valores e estilos comportamentais, o que traz inevitáveis diferenças de percepções e opini-
ões em relação a cada situação compartilhada pelo grupo.
Como essas diferenças são encaradas e tratadas determinará a modalidade de relacionamento entre o membro do grupo,
seus colegas de trabalho, superiores e camadas hierárquicas abaixo dele. A maneira de lidar com diferenças individuais cria um
certo clima entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de comunicação,
no relacionamento interpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade.
O relacionamento interpessoal pode tornar-se produtivo a partir do desenvolvimento pessoal e manter-se harmonioso e pra-
zeroso, permitindo o trabalho cooperativo em equipe, com integração de esforços, conjugando energias, conhecimentos e expe-
riências ou tornar-se muito tenso, conflitivo, levando à desintegração de esforços, à divisão de energias e crescente deterioração
do desempenho grupal quando por falta de visão, de consciência do ser humano em relação ao seu desenvolvimento pessoal,
emocional e profissional.

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A liderança e a participação eficaz em grupo dependem, essencialmente, da competência interpessoal do líder e dos seus
membros. O trabalho em equipe só terá expressão real se alcançar a tão desejada e propalada sinergia para obter muito mais do
que a simples soma das competências técnicas individuais como resultado conjunto do grupo. O caminho para essa convivência
salutar deve partir daquele que conhece, enfim, a natureza do seu papel na sociedade e tem consciência de sua responsabilida-
de perante seu grupo social e profissional. Yolanda Fernandes
Liderança
A ideia da liderança vinculada aos atributos pessoais do líder predominou até o início do século XX. Modernamente, entende-
se liderança como uma função organizacional, subordinada à dinâmica de grupo.
Liderança é o processo de estímulo pelo qual, mediante ações recíprocas bem-sucedidas, as diferenças individuais são con-
troladas e a energia humana que delas deriva se encaminha em benefício de uma causa comum. Esse conceito, decorrente das
contribuições do movimento gestaltista, apoiado nas obras dos psicólogos Kurt Lewin e Kurt Koffka, contraria o que predominava
no início do século XX, segundo o qual a liderança se vincula estritamente aos atributos pessoais do líder. Tal conceito se ex-
pressa, de forma radicalizada, na tese do líder nato.
Segundo a perspectiva que subordina a liderança à dinâmica de grupo, o estudo da matéria deve envolver não apenas a pes-
soa do líder como os demais integrantes do grupo; não apenas as pessoas, como também as relações que se estabelecem entre
elas; não apenas o meio, como os fatores históricos e culturais que sobre ele atuam. A liderança, portanto, não é condição passi-
va ou reunião de certos traços ou combinações de traços, mas se produz na interação dos membros do grupo como expressão
de ativa participação e demonstração de capacidade para conduzir cooperativamente à realização de metas. Dentro dessa pers-
pectiva, equiparou-se o líder a uma figura que emerge de um fundo ou contexto e a ele permanece vinculado por meio de contí-
nua troca de influências.
Formas de liderança. Distinguem-se várias formas de liderança, combinando diferentes critérios de classificação, fundados na
origem dessa capacidade, em sua extensão ou na técnica de exercitá-los.
Carismática. Assim denominada por Max Weber, a liderança carismática, supostamente de origem sobrenatural, é aceita pelo
grupo em períodos de pesadas frustrações e depressões coletivas.
Reformista. Os representantes da liderança reformista se caracterizam pela imensa carga de hostilidade e agressão de que
são portadores. Seus dotes oratórios e capacidade de persuasão são capazes de gerar notáveis efeitos de destruição no campo
das instituições e sistemas de organização social.
Executiva. Supostamente presente nas grandes organizações, a liderança executiva se caracteriza principalmente pela habi-
lidade organizadora e capacidade de orientação das forças coletivas.
Coercitiva. A liderança coercitiva, também chamada autoritária, caracteriza-se pela total absorção do poder de decisão e pe-
culiar distância social que separa a personalidade que a exerce da coletividade sobre a qual atua.
De tarefa e socioemocional. A liderança de tarefa tem como característica principal a estruturação de ideias e a iniciativa na
solução de problemas, enquanto a liderança socioemocional funciona como fator de escoamento de tensões e promoção do
moral.
Estatutária e espontânea. O poder de influência e as funções de direção do líder por delegação estatutária decorrem de im-
posições legais. A rigor, tais líderes não se revestem de autenticidade e em pouco tempo se deixam anular pela maior habilidade
de organização e iniciativa dos líderes espontâneos, ou passam a exercer formas autoritárias de ação.
Autoritária e democrática ou liberal. O conceito de liderança autoritária coincide com o da coercitiva. Define-se pela compe-
tência exclusiva do líder na determinação dos objetivos do grupo, em cuja discussão e fixação os liderados são totalmente exclu-
ídos. A liderança democrática se caracteriza pela preocupação de, tanto quanto possível, incorporar os liderados nas tarefas de
direção.
Funções desempenhadas pelos líderes. As funções de que se investem os líderes podem ser primárias, quando se mostram
essenciais ao desempenho da liderança, ou secundárias, quando decorrem da própria posição assumida pelo líder. São funções
primárias: (1) a de diretor ou coordenador das atividades do grupo, que pode ser distribuída e delegada; (2) a de planejador dos
meios capazes de possibilitar a total realização dos objetivos visados pelo grupo; (3) a de especialista e centro de informações;
(4) a de representante externo do grupo; (5) a de árbitro e mediador, com a decorrência natural de punir e distribuir recompensas.
São funções secundárias: (1) a de apresentar-se como símbolo do grupo; (2) a de ideólogo que, como a anterior, está muito
vinculada à liderança autoritária, mais que à liberal; (3) a de figura paternal; (4) a de bode expiatório ou vítima propiciatória, em
condições de crise ou consequente estado de depressão.
No que toca às expectativas em torno da conduta dos líderes, há que observar algumas: (1) o líder deve agir de maneira a ser
percebido pelos integrantes do grupo como um de seus membros; (2) os valores e as normas consagradas pela coletividade
devem ter sido incorporados no líder; (3) o grupo deve poder beneficiar-se da investidura do líder, destacado dos demais por
suas qualificações; (4) ao líder cabe a tarefa de corresponder às expectativas do grupo.
As sociedades modernas deram origem a vasto número de situações potenciais de liderança nos setores de política, econo-
mia, lazer, trabalho etc. Ante a complexidade dos grupos de interesses sociais, a autoridade subdividiu-se, de forma a suprir as
necessidades situacionais e atingir os objetivos específicos de cada grupo. A exigência de uma liderança eficiente e empreende-
dora no campo político decorre do crescimento do estado e da economia, particularmente no século XX, em face da rivalidade
internacional com vistas ao progresso econômico.
O líder moderno deve ser recrutado para cumprir objetivos sociais e políticos, com base no merecimento e no conhecimento
especializado. Seu campo de ação é regulado por leis e normas jurídicas. Essa conceituação moderna difere essencialmente da
tradicional, em que poderosos e rígidos sistemas autocráticos e de classes fechadas atribuíam aos líderes valores especiais de
dominação.©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

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Personalidade
De persona, "máscara" ou "personagem de teatro", veio a palavra personalidade, o conjunto de qualidades que definem uma
pessoa. A psicologia estuda as diferenças e semelhanças entre as pessoas e busca terapias para corrigir os transtornos de per-
sonalidade.
Personalidade é o termo utilizado para designar a organização dinâmica do conjunto de sistemas psicofísicos que determi-
nam os ajustamentos do indivíduo ao meio em que vive. Tem, pois, várias características: (1) é única, própria a um só indivíduo,
ainda que este tenha traços comuns a outros indivíduos; (2) é uma integração das diversas funções, e mesmo que esta integra-
ção ainda não esteja concretizada, existe uma tendência à integração que confere à personalidade o caráter de centro organiza-
dor; (3) é temporal, pois é sempre a de um indivíduo que vive historicamente; (4) não é estímulo nem resposta, mas uma variável
intermediária que se afirma, portanto, como um estilo pela conduta.
No estudo da personalidade registram-se duas teorias opostas: a caracterologia e a psicologia das personalidades, ou perso-
nologia, na terminologia de Henry Alexander Murray. Para a primeira, personalidade é um conjunto de traços mais ou menos
fundamentais que, agrupados, formam tipos em número limitado, aos quais podem ser reduzidos todos os indivíduos. A persona-
lidade será então uma estrutura fundamental estável, analisada em seu comportamento atual. Já a personologia busca os fatores
dinâmicos da conduta, as motivações, os complexos centrais que influem na integração da personalidade. No que tange à psico-
logia da personalidade, a teoria volta-se para sua função integrativa, considerando-a de um ponto de vista histórico, num esque-
ma evolutivo.
Aspectos. No estudo da personalidade devem ser observados quatro aspectos:
(1) Dados psicofisiológicos, provenientes da hereditariedade e maturação em relação constante com o adquirido. O ponto de
vista mais aceito quanto à relação entre hereditariedade e meio é o de uma interação. Os efeitos da hereditariedade e do ambi-
ente não são meramente somados, mas a extensão da influência de um fator depende da contribuição do outro. Os dados psico-
fisiológicos podem ser considerados como produto da hereditariedade e do meio. Assim, uma pequena diferença de hereditarie-
dade e uma ligeira modificação do ambiente podem produzir uma enorme diferença da personalidade.
(2) Transformações da conduta e fixação de tipos de comportamento. As transformações dependem de diversos fatores: (a)
tendências elementares ou adquiridas, inatas ou surgidas com a maturação, que suscitam e dirigem o comportamento; (b) opera-
ções já existentes, instintivas ou adquiridas, que formam o fundamento da transformação, seja por assimilação a um novo todo,
seja por dissociação; (c) obstáculos sociais ou modelos culturais, cuja influência foi valorizada pela psicanálise; (d) variabilidade
pessoal, a personalidade em formação, que proíbe ou facilita certas possibilidades, na qual se destaca o funcionamento da auto-
determinação. A fixação das condutas mais complexas que substituem as condutas inadequadas pode ser explicada pelo que a
psicologia experimental chama de lei do efeito, e a psicanálise de princípio da realidade: permanecem as condutas que levam a
um resultado favorável.
(3) Determinismo social e cultura. Observações de psicólogos e antropólogos dão exemplos de diversidade de comportamen-
to com referência à percepção, memória e julgamento estético, segundo o tipo de grupo social. As diferenças culturais também
interferem no conceito de comportamento normal e anormal, que exigem referência a um tipo determinado de norma social.
Mesmo comportamentos anteriormente considerados básicos da natureza humana são entendidos, na atualidade, como produtos
de determinado tipo de cultura.
(4) Condições de unidade do ego e de identidade pessoal. Tais condições são estudadas pela psicologia evolutiva e pela psi-
canálise. A tarefa principal do indivíduo será manter essa unidade, apesar das modificações do tempo e das situações dispersi-
vas. A história individual deve ser vista em seu quadro social, no âmbito do movimento evolutivo das sociedades.
Métodos experimentais. São estes os principais métodos experimentais empregados no estudo da personalidade: (1) escalas
de avaliação, nas quais os traços aparecem numa escala e o examinador deve classificar o examinado pela cotação dos diversos
traços: (2) questionários, série de perguntas ao examinado, sobre motivações, atitudes, interesses etc.; (3) técnicas projetivas,
com estímulos pouco estruturados, algumas mais sujeitas que outras a alguma correção.
De todos esses métodos, o mais utilizado é o da entrevista, raramente dispensada pelo avaliador da personalidade de um in-
divíduo. Existem vários tipos de entrevista e os dados obtidos por esse meio com frequência modificam a avaliação final da per-
sonalidade cujos dados haviam sido indicados anteriormente por outros métodos. Durante muito tempo, a psicologia atribuiu
grande importância aos métodos ditos morfológicos de descrição da personalidade, tais como os elaborados por especialistas
como William Herbert Sheldon e Ernst Kretschmer, ambos proponentes de tipologias em que determinadas características de
personalidade eram associadas a tipos físicos. A relação entre biótipo e tipo psicológico não é mais considerada tão importante
pelos especialistas, embora não deixe de fornecer subsídios ao estudo da personalidade humana.
Teorias psicanalíticas. Para Sigmund Freud, a estrutura da personalidade é formada por três instâncias: id, ego e superego. O
id é inato, e dele deriva a energia necessária à formação do ego e do superego. Tanto o que é herdado psicologicamente quanto
os instintos já existem no id no momento do nascimento. As necessidades do id são atendidas pelos processos primários e pelos
atos reflexos.
À medida que a criança entra em interação com o ambiente, atos reflexos e processos primários passam a ser insuficientes
para reduzir a tensão psicológica provocada por agentes internos e externos, e o ego se estrutura para estabelecer contato com
a realidade exterior. Por intermédio dos processos secundários, encontra então na realidade os objetos adequados à reestrutura-
ção do equilíbrio desestabilizado por tensões psíquicas. O prosseguimento das interações com o meio conduz à formação do
superego, ou seja, a internalização do julgamento moral, em que atuam o eu-ideal e a consciência. O eu-ideal se manifesta por
meio de injunções a respeito de como a pessoa deve agir em relação a suas aspirações e a consciência estabelece o que ela
não pode fazer.
Personalidade básica. O conceito de personalidade básica surgiu da colaboração entre o antropólogo Ralph Linton e o psica-
nalista Abraham Kardiner. Com base em trabalhos de Linton sobre populações de Madagascar e das ilhas Marquesas, Kardiner
realizou análises para verificar a existência de correlações entre as instituições da cultura e a personalidade. Desses primeiros

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estudos, base de trabalhos posteriores sobre cultura e personalidade, surgiu o conceito (mais produto de reflexão teórica que de
trabalho de campo) de personalidade-base, ou personalidade básica, para definir condutas e atitudes comuns à maioria dos
integrantes de um grupo.
Só após as primeiras ideias formuladas por Kardiner é que se fizeram experiências de campo, na década de 1940. Kardiner
compreendia a existência de certos padrões fixos de pensamento e ação, aceitos em geral por um grupo de indivíduos e que
podem causar distúrbios a estes, quando violados. As instituições primárias são formadas por certos desejos do indivíduo, inde-
pendentemente de seu controle (como apetite, sensualidade etc.), e vão compor a estrutura da personalidade-base. Esta estrutu-
ra dá origem a outras instituições, de caráter secundário, que atuam para aliviar tensões. É exemplo de uma instituição secundá-
ria a maneira pela qual os membros de uma cultura solicitam a proteção divina. Se bem que o conceito de divindade seja univer-
sal, o modo de solicitar sua proteção varia enormemente de povo para povo, em geral como decorrência de experiências criadas
na mentalidade da criança e dos objetivos definidos pela sociedade. Esta variação de experiências indica que a estrutura da
personalidade-base é formada de elementos comuns à personalidade da maioria dos membros individuais de uma cultura dada.
Surgida na década de 1930, a formulação do conceito de personalidade-base teve seu mais amplo desenvolvimento na dé-
cada seguinte, quando foi comprovado por experiências de campo. Cora Dubois estudou os nativos da ilha de Alor, na Melané-
sia, e encontrou três componentes da personalidade: uma estrutura básica que pode ser fisiológica e comum a toda a humanida-
de; tendências individuais da personalidade; e formas culturais que atuam sobre os dois primeiros componentes e ocasionam
certas tendências centrais, que podem ser denominadas personalidade modal. Nesse mesmo período, Linton realizou estudos
que comprovaram sua hipótese de que a estrutura básica da personalidade se refere mais a certos denominadores comuns da
personalidade de todos os membros de um grupo.
A teoria da personalidade-base trouxe considerável avanço para as relações entre antropologia e psicologia, e sua aplica-
ção por especialistas de uma ou de outra dessas disciplinas conduziu a uma soma de dados e de material científico valiosa para
o desenvolvimento das ciências sociais. Com a segunda guerra mundial, aumentaram os estudos sobre diferentes culturas, e o
conceito de personalidade-base tomou a denominação de caráter nacional. Os estudos sobre o caráter nacional desenvolveram-
se principalmente a partir de uma unidade psíquica da humanidade, diferenciando-se cada cultura como resultado de escolhas e
rejeições operadas sobre os dados culturais comuns a uma certa área geográfica. Foi este o método utilizado por Ruth Benedict
ao estudar o caráter nacional japonês, em seu livro The Chrysanthemum and the Sword (1946; O crisântemo e a espada). Além
de descrever a cultura japonesa, a autora conceituou o princípio da configuração única de cada cultura e de cada conjunto de
tradições históricas.
O comportamento de cada grupo nacional pode ser analisado em relação a situações particulares e a atitudes e comporta-
mentos de outros grupos nacionais. Este é o caráter nacional, que a rigor é o mesmo conceito de personalidade-base, ou seja,
uma configuração psicológica particular própria dos membros de uma sociedade dada, que se manifesta por um certo estilo de
vida sobre o qual os indivíduos limitam suas variantes singulares. Esta configuração é formada por um conjunto de traços. É a
personalidade-base não porque constitua exatamente uma personalidade, mas por ser a base da personalidade dos membros do
grupo, a matriz sobre a qual os traços de caráter se fixam e se desenvolvem. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações
Ltda.
Relacionamento
O relacionamento entre pessoas é a forma como eles se tratam e se comunicam.
Quando os indivíduos se comunicam bem, e o gostam de fazer, diz-se que há um bom relacionamento entre as partes.
Quando os indivíduos se tratam mal, e pelo menos um deles não gosta de entrar em contacto com os restantes, diz-se que há
um mau relacionamento.
Parceria
Parceria é o trabalho em conjunto que as pessoas fazem para alcançar um objetivo comum.
Para haver parceria entre os indivíduos, quase sempre eles devem possuir harmonia de interesses, ou seja, alguém sempre
vai ter que ceder (perder) em alguma vantagem para manter a cooperação funcionando.
De acordo com as moralidades, todas as pessoas que estiverem se encontrando propositalmente ou acidentalmente devem,
no mínimo, se respeitarem, ou seja, tratar uma à outra com educação, e se não poder ajudar o próximo, não o atrapalhar.
O problema é que essas regras morais não são exatas e podem ser burladas com certa facilidade, e quando um indivíduo se
sente injustamente denegrido por outro, há um início de problema de relacionamento entre as partes.
O problema maior é que na sociedade ocorre casos de pessoas que inventam estarem sendo injustiçadas, com o motivo
primário de fazer a sociedade culpar uma pessoa-alvo, assim como há pessoas que realmente estão sendo injustiçadas, mas ao
reclamarem, não recebe atenção maior das autoridades e dos companheiros.
Autoridade
A autoridade é o ser que tem maior poder em um ambiente (lugar) na sociedade, e por consequência, ganha função de
coordenar o relacionamento entre pessoas (trabalhadores, crianças, estudantes, pedestres), uma vez que os subordinados o
prestam obediência.
Há ocasiões em que pessoas tentam entrar em harmonia de interesses com a autoridade, com a finalidade de iniciar uma
parceria e tirar proveito do grau de poder do parceiro.
Para ser uma autoridade, o indivíduo não precisa necessariamente ter o consentimento dos outros (apesar de que este é um
fator que ajuda), ele precisa apenas de ter o direito de, pelas regras sociais, assumir determinado poder.
Assim, um indivíduo pode usar a violência para ser reconhecido como autoridade, e determinar o que é certo e o que é errado
pela ação do medo, assim como as novas relações sociais.

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Liderança
Liderança é a autoridade não imposta, mas, conquistada. O grupo consente em dar autoridade para um indivíduo, mesmo
que informalmente.O bom líder é aquele que consegue influenciar sem imposição, mas, pelo seu serviço e ideais. Quando um
indivíduo não é uma autoridade formal, mas informalmente exerce o poder , costuma-se dizer que ele ainda assim assume a
liderança.
Algumas formas de se chegar à liderança são através do carisma, da harmonia de interesses, do companheirismo, do
consentimento.
Alguns obstáculos preconceituosos que ajudam ou atrapalham um indivíduo a obter carisma e liderança são a beleza, o nível
acadêmico, a riqueza e a classe social.
Problemas de relacionamento
O problema de relacionamento começa quando um indivíduo se sente desmoralizado por outro, e procura evitá-lo. Pesquisas
recentes demonstram que a falta de sexo é o fator número um, dessa causa.
Quando dois indivíduos se antagonizam, por muitas vezes a sociedade não sabe quem é o responsável pela inimizade, uma
vez que não acompanha por completo a vida dos dois, e talvez não viu o incidente.
Por isso, a maioria dos infratores costumam ficar a sós com a vítima e pessoas de interesses comuns, evitando cometer um
incidente na frente da autoridade, e principalmente na frente de um líder ou amigo da vítima.
Quando o infrator agride a vítima repetitidamente com discriminação, com apoio de outros, e sem a sociedade dar atenção ou
assistência para a vítima, o caso passa a ser chamado de bullying. O bullying ocorre principalmente em lugares que a vítima é
obrigada a conviver com o autor (em casa, no trabalho ou na escola) e a autoridade não dá assistência para as reclamações da
vítima.
Relacionamento Interpessoal
O que é Relacionamento Interpessoal? O que são Relações Interpessoais? Definição para Relacionamento Interpes-
soal: Uma das perguntas que mais ouço atualmente em cursos e treinamentos é O que é Relacionamento Interpessoal? A pala-
vra interpessoal já nos dá uma dica para explicar o que é relacionamento interpessoal, ou o que são relações interpessoais, é o
conhecimento das relações internas entre sim próprio, ou com seu Eu interior. Nessa categoria podemos falar de autoconheci-
mento, autoreflexão a fim de estudar os sentimentos e emoções, analise do processo de pensamento. Quando uma pessoa co-
meça a conhecer seus pensamentos e sentimentos um novo universo se abre o que proporciona a compreenção do mundo ao
redor onde vivemos pois nosso estado interno reflete diretamente em nosso mundo externo.
Como o relacionamento interpessoal pode auxiliar no desenvolvimento pessoal e profissional? Quando uma pessoa
conhece seus sentimentos e emoções auxilia na produtividade pois sua atenção é direcionada ao que está fazendo não a seus
sentimentos ou problemas pessoais. Em uma empresa é muito importante desenvolver cursos e atividades que estimulem o
relacionamento interpessoal a fim de melhorar a produtividade através da eficácia. Pessoas focadas produzem mais, se cansam
menos e causam menos acidentes.
O conceito de Relacionamento Interpessoal vem sendo aplicado em dinâmicas de grupo para auxiliar a integração entre os
participantes, para resolver conflitos e proporcionar o autoconhecimento. A partir do momento que uma pessoa começa a
conhecer a si mesma muitas portas se abrem o que facilita a comunicação interpessoal com outros membros da equipe ou grupo
de trabalho onde surgem relacionamentos que proporcionam novas amizades, e até soluções para problemas antes não vistos
ou não percebidos pelo grupo.
É muito importante que as empresas invistam em profissionais que sabem explicar o que é relacionamento interpessoal e
como esse conhecimento pode auxiliar na carreira dos colaboradores. Estimulando as Relações Interpessoais todos saem ga-
nhando, a empresa em forma de produtividade e os colaboradores em forma de autoconhecimento o que agrega valor em sua
carreira e em sua relação com a família e a sociedade.
Relação interpessoal não existe sem trabalho em equipe
Um bom clima organizacional, que incentiva o relacionamento saudável entre os colaboradores, torna competição e concor-
rência benéficas à empresa
Cristina Bresser
Não basta ser competente, é preciso saber se relacionar no trabalho e fora dele. O que parece ser uma tarefa fácil, tem-se
tornado um desafio cada vez maior para os profissionais. A concorrência, as comunicações virtuais e as mudanças comporta-
mentais criaram obstáculos para a chamada relação interpessoal. A pergunta é: como superá-los para atingir equilíbrio nos rela-
cionamentos? Essa e outras respostas são apontadas pela coach e consultora em recursos humanos, Cristina Bresser. Confira a
entrevista:
A relação interpessoal abrange tanto a vida pessoal quanto a profissional de uma pessoa. No entanto, é na profissio-
nal que se sente mais dificuldades para colocá-la em prática. Por que isso ocorre?
Na vida pessoal, temos meses, anos para construir relacionamentos. Quando um profissional é contratado por uma empresa,
espera-se que ele desenvolva relacionamentos pessoais que envolvam troca de informações, de conhecimento e adquira a con-
fiança dos seus colegas quase que imediatamente, pois não há tempo a perder. Então, o profissional se vê obrigado a vencer
barreiras culturais, que são frequentes e até naturais num ambiente de trabalho em relação a um novato, num curto espaço de
tempo.
Quando se fala em relação interpessoal não se está falando em relação intrapessoal. Qual a diferença entre elas?

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Comunicação intrapessoal é a comunicação que uma pessoa tem consigo mesma – corresponde ao diálogo interior onde de-
batemos as nossas dúvidas, perplexidades, dilemas, orientações e escolhas. Está, de certa forma, relacionada com a reflexão.
Este é um tipo de comunicação em que o emissor e o receptor são a mesma pessoa, e pode ou não existir um meio por onde a
mensagem é transmitida. Um exemplo do primeiro tipo é a criação de diários. Já a comunicação interpessoal é um método de
comunicação que promove a troca de informações entre duas ou mais pessoas. Cada pessoa, que passamos a considerar como
interlocutor, troca informações baseadas em seu repertório cultural, sua formação educacional, vivências, emoções, toda a baga-
gem que traz consigo.
Concorrência e competição passaram a ser palavras citadas como empecilhos para a relação interpessoal no traba-
lho. Será que elas têm tanta culpa assim?
É mais fácil culpar terceiros ou culpar situações que estão fora da esfera de influência da empresa, do que fazer uma análise
critica do próprio desempenho e do clima da empresa em que se trabalha. As relações interpessoais dependem, sobretudo, de
pessoas. Se existe um bom relacionamento interpessoal dentro de uma empresa, é porque as pessoas que nela trabalham se
sentem confortáveis e possuem um bom clima organizacional, que incentiva o relacionamento saudável entre os colaboradores
dentro e fora da empresa. Já atuei em empresas que os happy hours e almoços em grupos – de até 30 colaboradores, às vezes
– eram organizados quase que semanalmente pelos próprios funcionários, de maneira espontânea, ou seja, sem planejamento
ou intervenção do RH, chefia, etc. Então, competição e concorrência são fatores de crescimento e desenvolvimento para profissi-
onais bem resolvidos, que atuam em equipe e sabem que a empresa só cresce se houver crescimento de todos que nela atuam,
como equipe. E ambas são benéficas, pois desafiam profissionais e empresas a buscar o seu melhor desempenho, a excelência
nas suas áreas de atuação.
Com relação às comunicações virtuais (Msn, Orkut, etc), no que elas mudaram as relações interpessoais?
Como ferramentas tecnológicas, elas podem ser benéficas ou não, dependendo do uso que se faz delas. Se o profissional
usá-las para aumentar e alimentar o seu networking, e para aumentar o poder de comunicação e visibilidade da sua empresa,
elas são ferramentas praticamente gratuitas de crescimento. Se usar durante seu horário de trabalho para trocar fofocas e ame-
nidades com os amigos, ele está enganando a empresa, usando recursos que não lhe pertencem no horário que a empresa lhe
paga para trabalhar.
Houve empresas que mudaram a relação com os empregados, permitindo que eles trabalhassem em casa, e depois,
a pedido dos próprios empregados, voltaram ao sistema tradicional? O que pode ter dado errado nesta mudança?
Neste caso, falta maturidade profissional do empregado e um sistema de aferição de carga horária e produtividade à distân-
cia, muito simples de se instalar na casa do colaborador. Em São Paulo, em razão do trânsito caótico, existem várias empresas
aéreas e de telefonia que mantêm seus funcionários trabalhando em casa (com telemarketing, atendimento online de clientes,
etc.) que funcionam muito bem, graças a um dispositivo acoplado ao PC do colaborador, onde através da sua digital ele registra o
horário de início e término de trabalho. Mas para que funcione, o colaborador não pode ter filhos pequenos em casa nem animais
de estimação ou qualquer outro motivo que distraia sua atenção. Ou seja, ele tem que ficar durante aquele período, centrado nas
suas atividades profissionais. É uma alternativa bastante viável em face aos engarrafamentos diários de até 4 horas que enfren-
tam todos os dias na capital paulista.
No que o ambiente de trabalho reflete nas relações interpessoais?
Se considerar que um adulto passa em média 8 horas dormindo e entre 8 e 10 horas trabalhando, o ambiente de trabalho re-
flete na grande maioria das relações interpessoais de um profissional. Se vai refletir de maneira positiva ou negativa, vai depen-
der de como esta pessoa se relaciona no trabalho.
Um bom relacionamento interpessoal no trabalho reflete na qualidade de vida do profissional, ou seja, ele tem mais
chances de se relacionar bem na vida pessoal?
Sem dúvida que sim. Não conheço uma pessoa que tenha um mau relacionamento no trabalho e chegue em casa contente,
tratando a esposa e os filhos de maneira afetuosa. Isso seria um antagonismo.
Muitas vezes, porém, o inverso não ocorre: o profissional tem bons relacionamentos interpessoais na vida privada,
mas não consegue isso no profissional. Por que isso não acontece?
Na maioria das vezes, isso acontece porque ele aceitou um emprego numa empresa que tem uma cultura completamente di-
versa da sua. Ou seja, ele é uma pessoa mais aberta, menos formal, e na empresa todos primam pelo formalismo. Ou vice-versa.
O importante, é que a cultura do profissional e da empresa sejam alinhadas.
Há casos em que o relacionamento interpessoal no trabalho entra na vida privada do profissional, ou seja, ele (ou ela) passa
a se relacionar afetivamente com um colega de trabalho. No que isso ajuda ou atrapalha?
Vai ajudar ou atrapalhar dependendo da maturidade e da postura profissional do casal. Atualmente, pelo fato de passarmos a
maior parte do nosso tempo (enquanto estamos acordados) dentro do trabalho, é natural que aconteçam relacionamentos afeti-
vos. Se o casal souber se portar de maneira adequada, sem ferir as normas de ética e conduta da empresa, não vai atrapalhar
em nada o desempenho dos dois. Pelo contrário, pode servir de incentivo, uma vez que ambos terão mais assuntos em comum
para discutir e poderão se apoiar mutuamente no trabalho. O problema maior é quando o casal se separa. Aí, então, ambos têm
que ter muito discernimento, postura profissional e discrição para não lavar roupa suja na frente dos colegas de trabalho.
No caso de comandantes e comandados, qual a relação interpessoal ideal?
A relação ideal é a mesma em todos os sentidos, quer seja entre subordinados e superiores ou entre pares: respeito, cordiali-
dade, admiração pela capacidade e reconhecimento do talento do outro, ética, empatia e um forte sentimento de equipe. Os
melhores resultados só são alcançados quando todos numa empresa trabalham como um time, focado nos resultados, buscando
um objetivo comum e o crescimento profissional de todos os membros do grupo.

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Atualmente muito se ouve falar em relacionamento interpessoal, seja em palestras, reuniões do trabalho ou na TV. Mas,
muita gente ainda desconhece o verdadeiro significado dessas duas palavras, para esclarecer tal dúvida vamos a uma breve
explicação.
O relacionamento interpessoal envolve o conhecimento de relações internas do próprio “eu”, como por exemplo, o autoco-
nhecimento de sentimentos, a série de respostas emocionais, a autoreflexão, o processo de pensamento e outros fatores.
Tudo isso favorece a formação de um modelo cuidadoso e real de si mesmo, mostrando elevado autoconhecimento, fazen-
do com que as pessoas ajam de maneira mais eficaz diante dos problemas e situações diversas da vida. O relacionamento
interpessoal ainda envolve a capacidade do ser humano de experimentar e discernir padrões, experimentar atrações do futuro
e de sonhar e também de realizar potenciais.
Essa qualidade tem sido bastante valorizada atualmente, pois pessoas que apresentam essa aptidão conseguem desen-
volver relacionamentos interpessoais mais produtivos, com isso conseguem trabalhar melhor em grupo, pois o pensamento
central é que “se me conheço, tenho capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis, já que conseguirei reconhecer o
outro também.”
Trabalho em equipe personalidade e relacionamento
Todas as pessoas para terem sucesso nos locais onde trabalham precisam se esforçar e muito para conseguir alcançar
os seus objetivos, independente da área onde estejam atuando é necessário que haja o máximo de empenho afim de con-
quistar todas as metas e ainda sobrar, quem aplica os conselhos dados por Jesus a milhares de anos atrás com certeza con-
segue ir muito mais além do que o necessário, ele disse “se te mandarem dar mil passos dê dois mil e desta maneira nin-
guém vai falar que você não fez o que era pra fazer”, ou seja esse conselho mesmo depois de milhares de anos ainda nos
continua sendo valido e pode nos ajudar no dia a dia principalmente em nosso trabalho.
O trabalho em equipe é uma das partes mais temerosas por todos porque é onde normalmente acontecem diversos de-
sentendimentos, o que todos precisam ter em mente que essa não é um momento para se temer e sim para agir em seu favor
e de seus companheiros, a partir do momento em que uma tarefa lhes foi dada para ser feita em grupo é porque o seu supe-
rior confia em você e seus parceiros para realizá-la juntos.
A personalidade nessa hora conta e muito afinal você não pode mudar o seu jeito de ser apenas porque es-
tá participando de um trabalho em grupo, é necessário que se mantenha focado em seu trabalho e suas principais caracte-
rísticas com certeza vão te ajudar a alcançar as metas. Se mudar a sua personalidade vai estar sendo a pessoa que seu su-
perior não queria na hora que o mandou fazer aquele trabalho, afinal ele escolheu você como é normalmente nos dias de tra-
balho.
Se relacionar bem com seus companheiros na hora de um trabalho em equipe é fundamental, nunca deixe de ouvir a von-
tade de outras pessoas e sempre dê apoio para a ideia deles, assim quando você tiver uma que eles gostarem com certeza
será bem aceita. Não tenha medo de falar sobre os seus pensamentos procure criticar o mínimo possível às ideias de seus
companheiros e caso você note que pode melhorar alguma coisa diga a eles como fazer para isso acontecer.
Se mantendo dentro da linha e não errando nos momentos cruciais você vai ter muito sucesso dentro de sua empresa, e
ainda conquistara o coração de seus companheiros de trabalho. http://www.blogers.com.br/
A qualidade e a importância das relações interpessoais
Viver hoje é uma tarefa árdua e difícil, levando-se em consideração as constantes mutações do mundo moderno e as pres-
sões intelectuais e emocionais que o ser humano vê-se obrigado a enfrentar.
O ser humano moderno se acha de tal modo envolvido nesse ritmo acelerado das descobertas científicas e das mudanças
tecnológicas que se aliena cada vez mais de si mesmo e de seus semelhantes.
É necessário resgatar a dimensão humana e até mesmo o nosso próprio significado. A maior parte dos esforços empresariais
é direcionada para o aumento e o aprimoramento da produção, deixando de perceber a importância do plano das relações inter-
pessoais e dentro dela a importância deste processo para a obtenção da qualidade.
É mais fácil treinar tecnicamente do que conseguir mudanças comportamentais. Aprender a aprender é uma aquisição de há-
bito muito importante em qualquer processo educativo. O desenvolvimento das relações interpessoais é a mola existencial que
os indivíduos possuem para alcançar uma integração real e um rendimento efetivo no ensino-aprendizagem.
Dois pontos tornam-se fundamentais para o sucesso de qualquer processo de educação permanente. São eles:
- desenvolvimento contínuo da relação interpessoal, ou seja, saber relacionar-se bem com as pessoas, de uma maneira sau-
dável;
- comunicação forte e positiva para haver interações satisfatórias entre instrutor e treinando.
Nos grupos em treinamento, o instrutor tem um papel muito importante além de ensinar. Ele é o responsável pela orientação
do grupo para que o mesmo alcance a aprendizagem, exercendo também um papel social de orientar indivíduos, não apenas
como instrumentos de produção, mas também para que se desenvolvam como pessoas.
Carl Rogers, Jean Paul Sartre, Erich Fromm e outros afirmam que o relacionamento humano é precioso demais em suas po-
tencialidades para ser reduzido ao nível de funcionamento de uma máquina.
Se tivermos sempre presentes em cada um de nós a preocupação e o cuidado de aprimorar nossas habilidades no relacio-
namento interpessoal, os resultados obtidos gerarão condições favoráveis para o trabalho de grupo e um clima de confiança
entre os participantes, permitindo que a qualidade das pessoas flua.
Myron R. Chartier nos apresenta cinco elementos críticos que contribuem para uma comunicação interpessoal eficaz. São
eles:
- auto-imagem;
- saber ouvir;

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- clareza de expressão;
- capacidade de lidar com sentimentos de contrariedade;
- auto-abertura.
Vamos destacar aqui dois desses elementos:
- Auto-imagem - É o centro do seu universo, seu quadro referencial, sua realidade pessoal. Funciona como um visor através
do qual o ser humano percebe, ouve, avalia e compreende as coisas; é seu filtro individual do mundo que o cerca.
- Auto-abertura - Todo indivíduo que possui capacidade de falar francamente sobre si mesmo estabelece uma comunicação
eficaz.
Powell coloca muito bem essa questão: “A capacidade de alguém para se auto-revelar é um sintoma de personalidade sadia”.
Sem esses dois elementos, torna-se impossível uma integração grupal, que é o que todo instrutor busca para que o treinamento
possa ocorrer num clima harmônico, onde os treinandos desenvolvam relações interpessoais abertas e confiantes.
A comunicação adequada com outra pessoa, ou seja, reencontrá-la psicologicamente e estabelecer um diálogo, não é um
dom inato, mas sim uma atitude adquirida por aprendizado.
O processo ensino-aprendizagem não pode ser encarado de maneira simplista, como se apenas dependesse dos objetivos
do educador, pois diversas variáveis agem como componentes externos, tais como psicomotora, cognitiva e humanística.
O desenvolvimento interpessoal pode ser planejado para atender a objetivos tanto individuais como grupais. Dar ajuda e ter
uma participação eficiente promove o crescimento de um grupo e, consequentemente, abrem caminho para que o objetivo, ou
seja a aprendizagem, seja alcançada.
A vivência e a carga de experiência que cada um carrega são muito importantes, pois uma experiência vivenciada e traduzida
para o grupo não só é sentida pelo grupo, como deve ser aproveitada pelo instrutor como motivação e ser transformada em um
pequeno debate. À medida que um treinamento evolui, a estrutura do grupo inicial vai se modificando gradativamente, depen-
dendo da maneira como o mesmo está sendo conduzido.
O importante é treinar sistematicamente. Somente através de repetições e análises é que adquirimos novos valores e hábi-
tos. Novos valores, novas aquisições de hábitos, novas ideias, novos conceitos vão, sem dúvida alguma, gerar novos comporta-
mentos que em muito contribuirão para uma aprendizagem plena, pois um grupo bem integrado alcança seu objetivo técnico e,
mais importante, sua verdadeira dimensão pessoal. FONTE: www.ogerente.com.br

Relacionamento Interpessoal: O Poder das Relações no Ambiente de Trabalho


Como está o seu relacionamento com os pares na empresa onde você trabalha?
Acredito que boa parte das pessoas ainda convive com esse tipo de problema na organização onde atua; seria injusto gene-
ralizar e falar que todas as empresas têm algum tipo de conflito interno, causado pelos indivíduos que interagem diariamente no
ambiente de trabalho, mas o fato é que no mundo empresarial eles existem e podem prejudicar o desempenho da equipe, assim
como os resultados esperados pelas empresas, impactando inclusive no clima organizacional. Às vezes, os problemas de relaci-
onamento não são visíveis, ficam mascarados e embutidos intrinsecamente em cada um, onde só podemos percebê-los por meio
de ações, do comportamento e no modo de agir com os outros membros da equipe.
A necessidade de trocar informações sobre o trabalho e de cooperar com a equipe permite o relacionamento entre os indiví-
duos, o que acaba sendo imprescindível para a organização, pois, as mesmas, valorizam cada vez mais tal capacidade; o relaci-
onamento interpessoal é, sem sombra de dúvida, um dos fatores que influenciam no dia-a-dia e no desempenho de um grupo,
cujo resultado depende de parcerias internas para obter melhores ganhos. No ambiente organizacional é importante saber convi-
ver com as pessoas, até mesmo por ser um cenário muito dinâmico e que obriga uma intensa interação com os outros, inclusive
com as mudanças que ocorrem no entorno, seja de processos, cultura ou até mesmo diante de troca de lideranças.
A contribuição dos pares e a forma que eles são tratados ajudam o colaborador atingir suas metas e desenvolver suas atri-
buições de maneira eficaz. Para isso, é necessário saber lidar com a diversidade existente na empresa, respeitando as diferen-
ças e as particularidades de cada um; com isso, é possível conquistar o apoio dos demais e fazer um bom trabalho, afinal, nin-
guém trabalha sozinho.
O papel do gerente nesse processo é de extrema importância, pois é de sua responsabilidade administrar os conflitos existen-
tes entre as pessoas do time, e fazer com que o clima interno seja agradável, permitindo um ambiente sinérgico e que prevaleça
a união e a cooperação entre todos. Essa forma de conduta está relacionada ao estilo de gestão que se aplica e suas ações, e
pode influenciar no desempenho dos liderados; este gestor terá que dar o exemplo para os demais, saber como falar com seus
colaboradores, pois a maneira com que irá tratá-los poderá refletir no relacionamento entre a gerência x colaborador e, conse-
quentemente, nas metas e objetivos da empresa.
No entanto, sabemos que tem gente que não consegue lidar com pessoas adversas e com opiniões diferentes da sua, e dei-
xam se levar por uma impressão negativa sem ao menos procurar compreendê-las e conhecê-las mais detalhadamente. Outro
vilão que pode prejudicar o relacionamento entre os membros de uma equipe é o mau humor; o que faz com que essas pessoas
(mal humoradas) criem uma espécie de escudo e fiquem isoladas das demais. Isso impede que seus colegas se aproximem para
pedir algum tipo de ajuda, ou até mesmo para bater um papo.
Essa dificuldade de relacionamento acaba impactando no desempenho de uma pessoa em relação às tarefas que desenvolve
na organização, pois ela irá evitar a sua exposição e nem sempre poderá contar com alguém para auxiliá-la, e devido a isso
acaba fazendo, na maioria das vezes, seu trabalho de maneira individualizada. Deixa-se, também, de ouvir opiniões diferentes e
de compartilhar escolhas e alternativas com os demais, o que pode causar certo risco dependendo da decisão tomada. Em ou-
tras palavras, o mau humor certamente causará prejuízos ao trabalho em equipe e, por tabela, aos resultados em geral.
Quando a empresa enfrenta problemas de relacionamento, a área de Recursos Humanos junto à gerência tem a missão de
sanar a dificuldade o quanto antes para não comprometer o clima de trabalho. É necessário identificar as causas para minimizar
o efeito que este fator pode gerar, assim como sensibilizar os colaboradores para que eles não deixem que essa variável prejudi-

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que o desenvolvimento das tarefas, pois os clientes interno e externo podem não ser atendidos com prontidão e eficácia, resul-
tando em queda na qualidade do atendimento e na produtividade.
As divergências e as “brigas” internas podem ser resolvidas com um bom treinamento e atividades grupais, procurando valo-
rizar a integração e focar a importância de se ter um excelente relacionamento com os membros da equipe. O gerente também
terá que fazer o seu papel, dando apoio, feedbacks e fazendo coaching com seus colaboradores, evitando, assim, qualquer tipo
de atrito que possa ocorrer futuramente no time. Contudo, isso não depende somente do gestor: todos terão que estar envolvidos
nesse processo. Os funcionários também têm um papel importante para a construção de uma ambiente saudável, pois depende
de suas condutas e atitudes para acabar com problemas desse tipo.
Para manter um clima agradável e sem manifestação de atritos, é necessário que as pessoas deixem de agir de forma indivi-
dualizada e passem a interagir como uma equipe, promovendo relações amigáveis e fazendo com que cada um procure cooperar
com o outro, mas, para isso, é preciso que cada um faça a sua parte, pois se todos não estiverem dispostos a contribuir, não
iremos chegar a lugar algum. Pense nisso! http://www.ogerente.com.br/
A importância do bom relacionamento no trabalho
Autor: Maiara Tortorette
Para ter um desempenho adequado e atingir bons resultados, os profissionais precisam estar motivados e felizes
com o trabalho que realizam. De acordo a nova Pesquisa dos Executivos, realizada pela Catho Online, com participação
de 46.067 respondentes, os profissionais apontaram o bom relacionamento com as pessoas do trabalho, como o princi-
pal fator de motivação, seguidos por reconhecimento como bom profissional e fazer o que gosta.
É importante destacar que outros fatores, como remuneração e benefícios, também são importantes. No entanto, no dia a dia,
não influenciam diretamente na harmonia e bem estar do ambiente corporativo. De acordo com a gerente de Recursos Humanos
da Nasajon Sistemas, Sheila Saubermann, trabalhar em um local agradável é fundamental. “Em primeiro lugar, a empresa
precisa acreditar que um bom ambiente de trabalho é importante e a partir daí começar a se preocupar com diversas questões,
como flexibilidade, respeito às pessoas e investimento nos funcionários”, afirma.
Trabalhar com pessoas que tornam a rotina das empresas mais agradável é sempre positivo. Como grande parte dos profis-
sionais passam de 8 a 10 horas dentro das organizações, nada mais adequado do que prezar o bom relacionamento, seja entre
os colaboradores, ou até mesmo entre profissional e gestor, tornando este período mais tranquilo.
Para Paula Alexandrisky, Coordenadora do curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, do Centro Universitá-
rio Plínio Leite, o bom clima organizacional depende diretamente do relacionamento interpessoal. “O que vemos muitas vezes
em organizações são pessoas desmotivadas não por conta do trabalho, mas pelo ambiente em que se encontram, reduzindo a
sua produtividade”, explica.
Ainda de acordo com a pesquisa, quando se trata dos níveis hierárquicos, os profissionais mais motivados com a carreira e
satisfeitos com o trabalho são diretores e gerentes, mesmo alegando sofrerem estresse. Com exceção dos estagiários, que apa-
recem como os menos estressados entre todos os níveis, estresse parece ter um impacto negativo maior no grau de satisfação
de níveis mais baixos, como analistas, assistentes e auxiliares, uma vez que estes aparecem como estressados e menos satisfei-
tos ao mesmo tempo.
Para Cíntia Bortotto, consultora de RH, existem pessoas que se sentem estimuladas ao trabalhar sob pressão. O estresse
constante pode acarretar em doenças, por isso é importante que os profissionais se atentem a isso. “Há pessoas que se moti-
vam, que se entregam mais quando pressionados. No entanto, há de se tomar certo cuidado, pois muita pressão e, consequen-
temente, muito estresse podem acarretar problemas de saúde, que em certo momento trará uma reflexão: ‘Até que ponto vale a
pena?’”, ressalta Cíntia.
Sheila, acredita que alguns picos de estresse são comuns, no entanto, muitos não conseguem conviver com ele por muito
tempo. “Existem profissionais que gostam de trabalhar sobre pressão e podem ficar assim a vida inteira, mas isso não é a regra.
Um ambiente tranquilo e saudável é sempre a melhor opção”, finaliza.
O bom relacionamento intrapessoal
Para se ter as qualidades necessárias e desejáveis, todo relacionamento deve começar num exercício interno, num relacio-
namento intrapessoal. A imagem que passamos aos outros é uma consequência do que somos, do que estamos buscando, do
que queremos para nós e para os outros à nossa volta.
Uma falha no relacionamento intrapessoal pode nos impedir de conhecermos, de fato, muitas de nossas principais caracterís-
ticas. Nossos medos, angústias, desesperos e impaciências podem ser visíveis a outros em momentos muito inoportunos e, para
não corrermos esse risco, um dos caminhos é encararmos o que gera em nós tais sentimentos.
Desejos não atendidos geram frustração, desconforto e mau humor, que podem se transformar em uma grande fonte de
grosserias e palavras ditas em momentos inadequados, gerando uma grande “bola de neve”.
Conhecer-nos é mais importante do que possa parecer à primeira vista, pois nosso externo é apenas um simples reflexo do
que somos internamente. Identificar as características de nossa personalidade é um caminho para um relacionamento saudável,
garantindo um pouco mais de tranquilidade ao colocarmos a cabeça sobre o travesseiro.
Para começarmos o exercício do intrapessoal, devemos começar não fugindo do que sentimos, mas entendendo que nem to-
das as nossas vontades poderão ser satisfeitas. Inclusive, isso é muito bom para compreendermos que temos limites e que para
uma vida realmente saudável, em todos os aspectos, e não apenas no corpo físico, precisamos aprender com os princípios de
Deus.
Quando nos iramos com algo ou alguém, por exemplo, é um bom momento para identificarmos o porquê dessa reação e, ain-
da, colocarmos em balanças fiéis, e não nas manipuladas pelas nossas tendências, tudo aquilo que fez com que agíssemos de
determinado modo.
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Colocar os nossos porquês em balanças fiéis é, entre outros, não nos apegarmos a modismos. Pode ser, também, encarar-
mos nossas falhas, nossas incapacidades de entender que nem tudo pode ser feito nos nossos moldes. Aqui falo, inclusive, da
escola, da sala de aula, local em que muitos se juntam para aprender e ensinar.
Muitas vezes, quando sentimos um desconforto, tendemos a mudar a direção de nossos olhos, atentando-nos a algo mais
confortável de se ver e pensar. Não, não deve ser assim nosso relacionamento intrapessoal. Aliás, para ele ser realmente eficaz
é preciso sermos corajosos o suficiente para entendermos que erramos, que falhamos com algo ou alguém, que agimos de um
modo que não somente prejudicou o outro como também, e às vezes principalmente, a nós mesmos.
Num processo de autoconhecimento, é possível que venha a tristeza com os resultados que podem, porventura, não ser exa-
tamente aqueles que desejávamos. Contudo, a tristeza deve gerar também em nós o desejo de “colocarmos a nossa casa interior
em ordem”.
É momento de levarmos nosso relacionamento intrapessoal mais a sério, não deixá-lo falando sozinho, não fazer pouco caso
dele. Quando compreendemos nossas razões, adequadas ou não em relação a algo, temos, enfim, a chance de nos relacionar-
mos com o outro de um modo mais maduro, mais ético e mais condizente com aquilo que buscamos, de fato, alcançar. Erika de
Souza Bueno
Comportamento receptivo e defensivo
Muitas vezes, diante de uma situação real ou imaginária de perigo, as pessoas normalmente mobilizam suas energias de au-
to-defesa para enfrentar tal situação. A pessoa passa então, a adotar um comportamento defensivo. Isto é, olhar as pessoas com
desconfiança, procurar ver no comportamento dos outros fatos, palavras ou situações que possam reforçar suas defesas.
Estas coisas a impedem a pessoa de se concentrar na mensagem que ela está de fato recebendo e faz com que ela distorça
o significado real da comunicação.
Quanto mais uma pessoa se mostra defensiva, menos capaz ela será de perceber os objetivos, valores e emoções que o
emissor está tentando transmitir. Por outro lado, quanto mais um clima for receptivo ou ausente de defesa, menos o receptor
distorcerá o conteúdo da comunicação. Isso é possível, porque o clima receptivo permite que o receptor da mensagem seja ca-
paz de se concentrar no conteúdo e no significado real da mensagem.
Comportamento defensivo: As pessoas defendem-se inconscientemente da ansiedade que sentem numa situação perturba-
dora. Podem fazê-lo distorcendo a realidade e enganando a si mesmo esses são dois processos subjacentes que Freud denomi-
nou mecanismos de defesa. Todos nós usamos desses mecanismos para proteger nossa auto-imagem, o que é bastante comum
em nossa vida diária. Temos necessidade de uma auto-imagem positiva, de aprovar nosso comportamento, e justificá-lo quando
necessário. Às vezes, a única maneira de conseguir isto é através de processos inconscientes, iludindo-nos e alterando os fatos
reais, de modo a preservar a nossa auto-imagem
Comportamento receptivo: significa perceber e aceitar possibilidades que a maioria das pessoas ignora ou rejeita prematura-
mente . É característica de pessoa de mente aberta e sem preconceitos à novas ideias. A curiosidade é inerente a este tipo de
comportamento.Uma pessoa reduz a defesa do ouvinte quando parece estar querendo experimentar e explorar novas situações.
Se a expressão, modo de falar, tom de voz ou conteúdo verbal do emissor parece estar avaliando ou julgando o ouvinte, ele
se coloca em guarda. Quando tentamos mudar a atitude de uma pessoa ou influenciar o seu comportamento isso pode ser senti-
do como uma desaprovação a sua conduta. Empatia transmite respeito aos problemas do ouvinte e confiança, sem qualquer
esforço para muda-la.
Tentar colaborar na solução de um problema permitindo ao receptor designar seus próprios objetivos, tomar suas próprias
decisões cria no ouvinte um clima receptivo. Tentar ocultar seus objetivos ou não deixa-los claro, pode deixar no receptor um
clima defensivo.
Se o emissor é visto tendo intenções claras, franco, honesto e se comportando espontaneamente em função da situação, es-
tá propenso a gerar uma defesa mínima.
Aqueles que se consideram sabedores de tudo, que não necessitam de informações adicionais tendem a colocar as pessoas
em estado de guarda.
Escute atenta e ativamente o outro.
Demonstre respeito e consideração.
Compreenda com empatia o seu interlocutor.
Formule perguntas sem exagerar no interrogatório.
Faça comentários descritivos e não avaliativos.
http://metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com.br/2010/04/comportamento-receptivo-e-defensivo.html

Viver na defensiva
Por: Maria Helena Brito Izzo
O comportamento defensivo se externa quando a pessoa, através de suas desconfianças, percebe perigo no grupo, desgas-
tando assim suas energias numa autodefesa - que pode ser inútil, se o perigo não for real e não passar de uma "encucação" da
pessoa. Nesta óptica, dividimos as pessoas em dois tipos. De um lado, temos as pessoas naturais, seguras, que enfrentam os
desafios e são mais sinceras. Sabem moldar-se às necessidades, porque acreditam em si próprias. Não que deixem de sentir as
injustiças, mas vão caminhando em meio a elas, vão caindo e se levantando, aprendendo, amadurecendo e trocando ideias. E
dessa forma que se realiza a troca afetiva.

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De outro lado, há pessoas inseguras ou medrosas, que nunca estão no seu natural. Colocam-se sempre na defensiva, preo-
cupadas consigo mesmas, num esforço desmedido em saber como estão sendo vistas pêlos outros, como devem fazer para
serem identificadas de forma mais favorável: como vencer, impressionar, manter-se impune ou, então, como reduzir ou evitar um
ataque por antecipação.
As pessoas soltas, menos preocupadas com o seu mundinho, mostram sempre o que são. Se agradam, ótimo. Se não agra-
dam, não se desesperam. O que não as impede de se questionarem sobre possíveis falhas em seu comportamento. Elas têm
capacidade de reconhecer o próprio erro e voltar atrás, pela consciência profunda de seus limites humanos.
Mas há o reverso da medalha. Determinadas pessoas são sempre "as tais". Como donas da verdade, não admitem nada que
contrarie seu modo de pensar e ser. Querem que os outros ajam pela cabeça delas, ao mesmo tempo que usam a defesa para
não serem atacadas. Só que a melhor atitude perante a vida é a sinceridade. Se alguém errou, por que não admitir o próprio
erro? Se ninguém é perfeito, por que justificar-se o tempo todo ou abusar das justificativas para mostrar-se diferente do que na
verdade é? Quem se justifica continuamente não tem fibra, responsabilidade, respeito pêlos outros. Desgasta de tal forma as
desculpas, que ninguém mais acredita nelas.
O defensivo sempre pensa que os outros são bobos. Não quer dar o braço a torcer em determinadas circunstâncias, para não
mostrar suas fraquezas. E, ao tentar enganar os outros, engana-se a si mesmo. Mas em pior situação está aquele que, além de
colocar-se na defensiva, é agressivo. Externa, com esse procedimento, as frustrações, angústias e mágoas que carrega dentro
de si. Esquece-se de que ninguém deve pagar pelo seu mau-humor. Essas pessoas costumam gritar primeiro para impressionar,
tentando encobrir a falta de regam em seu íntimo.
O esforço para ser verdadeiro sempre foi e é válido. Se todos parassem para refletir sobre a própria vida, descobririam as ra-
zões pelas quais andam tão agressivos, mau-humorados, chatos, fofoqueiros, "cutuquentos", tão do lado errado. É só parar para
pensar, e essas pessoas descobrirão as falhas dentro de si. Um bom parâmetro é este: se dez pessoas estão contra mim, im-
possível que só eu esteja certo. No momento em que ocorre essa constatação, é hora de fazer auto-análise e ver as razões dis-
so.
Inúmeras pessoas queixam-se de que tudo lhes sai errado na vida. Deve haver uma causa para esse azar todo. Há coisas
que não dão certo mesmo. Mas algumas saem erradas por culpa da própria pessoa. De quem quer que seja a culpa pelo fracas-
so, é importante que a pessoa malsucedida naquele momento não desconte seus infortúnios em cima de quem convive com ela,
usando parentes e amigos como bodes expiatórios. O que ela deve fazer é manter a serenidade, ter paciência e ir consertando
os desvios de rota que aconteceram.
No mundo dos defensivos, existem dois tipos de pessoas: a melosa e a agressiva. As duas assumem atitudes errôneas. A
melosa apela para a chantagem emocional, fazendo-se de vítima quando deseja esconder-se atrás de uma desculpa. Agindo
assim, pensa que impressiona ou comove seu interlocutor. Ledo engano. Ninguém é tão bobo a ponto de acreditar todos os dias
em desculpas esfarrapadas. Enganar algumas vezes é até possível. Mas sempre, não.
Os que se colocam na defensiva através da agressividade não querem se sentir expostos (e por isso criam uma barreira de
medo que afasta as pessoas) ou desejam impressionar de alguma forma aqueles que deles se aproximam. Esses ficarão sozi-
nhos na vida. No começo, acharão bom, mas depois concluirão que convivência não é isolamento.
Há outra forma de agredir: a daqueles que ficam sempre "em cima do muro", tentando levar vantagem e tirar partido dos dois
lados. Esses são uns coitados. Têm um trabalho insano para se equilibrar entre duas posições e, no final, desagradam a todos e
a si mesmos. Agradar a gregos e troianos é algo que ninguém nunca conseguiu.
Na vida há coisas boas e más, das quais gostamos ou não. Há sonhos frustrados, empenhos não gratificados. Essa é a con-
dição do ser humano. Em meio a tantas vicissitudes e divergências, o que vale é a vontade, o querer. O modo de viver em socie-
dade deveria brotar dessa vontade de querer ser sempre sincero, legal, sem artifícios nem "armações". Seria bem mais fácil
viver.
O poder da compreensão mútua
Na liberdade construtiva, o próprio homem é que fixa as normas valorativas, ativando a sua própria fonte de ser, que é a ori-
gem de sua competência. Somos respeitados pelo valor de nossas propostas abertas ao bem comum. Nesta prática nota-se a
ausência total de intimidação, sem as qualidades mágicas da admiração como também sem o respeito cheio de medo.
A presença desta socialização saudável permite constante exame e crítica. Ela apresenta-se sempre como transitória, porque
aceita as readequações exigidas pela constante renovação, que acelera a evolução civilizadora. Ela encoraja a capacidade do
homem para aprender o que é bom para si e para todos. A socialização saudável deseja transformar o mundo, promovendo o
seu aperfeiçoamento pessoal e efetuando mudanças no seu próprio interior.
Aristóteles emprega a palavra “virtude” para indicar a excelência da atividade por meio da qual se concretizam as potenciali-
dades peculiares ao homem. Ser virtuoso significa espírito de autorealização, aumento da individualidade na sua mais ampla
auto-exploração. O indivíduo tem escondido tantas experiências dentro de si, que deseja dar a sua contribuição ao mundo.
O homem é o centro maior da consideração ética, e os seus julgamentos de valores, interpretações e percepções estão en-
raizados nas particularidades de sua existência. O homem é, de fato, a presença maior de tudo o que existe. Não há nada de
mais digno do que a existência humana. ”Somos partícipes de uma natureza comum e as mesmas causas que contribuem para o
benefício de um contribuem para o benefício do outro”. (William Godwin).
A natureza da conduta ética conclui, que o egoísmo ou o isolamento não são bons para ele. Muitos defensores da ética hu-
manista percebem de longe, que ele só pode realizar-ser e ser feliz em união e solidariedade com os seus semelhantes. A identi-
ficação do homem com os seus pares acontece através de força superior, que espalha raios luminosos de motivação positiva,
gratificando a si mesmo e aos outros.

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A identificação construtiva é o seu próprio poder de ligar-se em amizades, relacionando-se saudavelmente com o mundo, tor-
nando-se um verdadeiro humanista. Todas as culturas devem dar oportunidades para que ele leve em conta seus próprios senti-
mentos. “Viver em si mesmo é uma arte”. (Aristóteles).
“Simplesmente tomo por concedido que outros homens também vivem neste meu mundo, e na verdade não só de maneira
corpórea como e entre outros objetos, mas antes como dotados de consciência que essencialmente é como a minha… É por si
evidente para mim não só que posso agir sobre meus companheiros de humanidade, mas também que eles podem agir sobre
mim… Eles, os meus companheiros de humanidade experimentam suas relações, que reciprocamente incluem a mim de alguma
maneira que é semelhante, para todos os fins práticos, à maneira como eu os experimento”. (Alfrd Shutz e Thomas Luckmann –
The structures of the life – world. Heinemann, Londres, 1974, pp. 4-5).
Quando caminhamos por esta vida conscientes da importância aos que estão a nossa volta, e unidos aos nossos semelhan-
tes é por uma identificação consciente. Viver é conhecer o Outro, é saber sobre o Outro, é ajudar o Outro, o que envolve a acei-
tação de que vivemos com os Outros. São teias entrelaçadas de passados encontros, intercâmbios, associações naturais das
grandes batalhas de crescimento pessoal. “Somos partícipes de uma natureza comum e as mesmas causas que contribuem para
o benefício de um contribuem para o benefício do outro”. (William Godwin).
Devido ao nosso entrelaçamento natural com todos os seres humanos, somos capazes de influenciá-los tanto como eles nos
influenciam. Nós nos entendemos um ao outro. Procuro desvendar “a reciprocidade de perspectivas”. Na interpretação profunda
das novas viabilidades sempre perguntei aos meus pares: – Interpretei corretamente esta ideia ou existem outras premissas?
Mentes pensando juntas, aceleram os processos de desenvolvimento de civilizações mais humanizadas.
“Se cada um de nós tivesse de confessar o seu mais íntimo desejo, escreve o ensaísta E. M.Cioran, aquele que inspira todos
os seus atos e projetos, ele diria “Eu quero ser elogiado”.Todavia nada o levará a confessar tal coisa, pois é menos desonroso
cometer um crime que anunciar uma fraqueza tão humilhante e deplorável, originária de uma sensação de solidão e insegurança,
um sentimento que aflige tanto os afortunados como os desafortunados, com igual intensidade”.
Quando nos sentimos extremamente solitários, extremamente abandonados e deprimidos, estes momentos servem para nos
avisar da unicidade do mundo e de nosso lugar, bem como de nossa missão dentro dele. A interação humana é uma fonte de
grande consolo e incentivo para nós. São muitos os motivos para nos tratar com delicadeza e consideração, porque só assim
conseguiremos investir acertadamente na delicada teia da vida.
Vivemos em contato com outras pessoas, às vezes não temos noção de que caminhamos juntos, unidos por um mesmo ide-
al, mas, quando entendemos, sentimos o conforto e o consolo de termos amigos e companheiros nesta longa viagem de cresci-
mento pessoal e espiritual. A evolução do mundo depende do efetivo trabalho de cada um de nós. Jamais estamos sozinhos e
essa unicidade é eterna. “Não existe nada tão comovente – nem mesmo atos de amor ou ódio – como a descoberta de que não
se está sozinho”. (Robert Ardrey). Lúcia Regina Diniz Trindade

Servidor e Opinião Pública

A opinião pública tem uma visão estereotipada do funcionário público. Nesta visão, são realçados os aspectos negativos: me-
nor empenho no trabalho, descaso na prestação de serviços e acomodação nas rotinas do emprego etc.

Esta é uma visão muito antiga. Hà uma música tocada nos bailes de Carnaval na década de 50 que fala de uma servidora públi-
ca:

"Maria Candelária, é alta funcionária.


Saltou de Para-quedas, caiu na letra "O".
Começa o dia, coitada da Maria,
Trabalha, trabalha, trabalha de fazer dó;
A uma vai ao dentista, às duas vai ao café, às três vai à modista,
às quatro assina o ponto e dá no pé.
Que grande vigarista que ela é."

Era assim, de pàra-quedas, que se caía num cargo público e nas classificações funcionais.
Barnabé é outro termo que consagrou na gíria a visão do funcionalismo público mediano, sem grandes aspirações ou conquistas
. O típico servidor cujo paletó vive na cadeira para dar a impressão de que ele está no ambiente de trabalho.

Desmistificar um estereótipo social é sabidamente uma tarefa de paciência e que demanda tempo. É necessária uma estratégia,
permanente e progressiva de esclarecimento da sociedade civil, a fim de mostrar o porquê da existência do servidor público e
sua necessidade. O porquê de sua necessária e constante valorização.

A Constituição de 1988 estabelece que a única maneira de provimento de cargos públicos efetivo é através de concurso. Atual-
mente, a maior parte do funcionalismo público de cargos efetivos é formada por servidores concursados, aprovados em certames
que exigem muito preparo.

Mas, uma boa parte dos cargos comissionados, a maioria cargos de gestão, são ocupados por servidores nomeados segundo
critérios de interresses políticos. Isso gera um quadro onde o servidor tem uma boa formação, mas os chefes são amadores.

Além disso, há uma gama de outros funcionários selecionados pelo critério "quem indica", contratados temporariamente, ou
terceirizados, ou para Consultoria e cujos contratos são renovados inúmeras vezes equivalendo na prática a quase um cargo
permanente. Infelizmente há ainda esses que caem de para-quedas no serviço público.

Entretanto, o que se percebe é que a cena da repartição cheia de máquinas de datilografia e cadeiras com paletós sobre elas

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repousando, hoje é tão pitoresca quanto rara. O Barnabé está em extinção.

É claro que exames rigorosos para admissão de novos servidores aumentam a qualidade do funcionalismo , mas não é só isso. É
preciso estruturar carreiras no serviço público com cursos obrigatórios e específicos para o setor público.

Os cidadãos estão cada vez mais conscientes de que o serviço público que lhe é prestado não é gratuito: é muito caro. Pagam-
se tributos de várias espécies, numa complexa configuração fiscal (cumulatividade, bi-tributação, efeito cascata, guerra fiscal,
etc...) que precisam arcar, inclusive, com os custos da burocracia excessiva e da provisão para fraudes.

A sociedade está ciente de que o serviço público deve ser eficiente e de que o servidor público está ali para servir a sociedade.

O emprego público deve explorar as habilidades que fizeram o candidato ser empossado. A remuneração, a depender da carrei-
ra, deve ser mantida em níveis competitivos ao da esfera privada. Mas, nada disso visa a efemeridade do "status" que alguns
servidores públicos apreciam.Tudo visa o fim público, objetiva a satisfação das necessidades coletivas.

Uma nova política de recursos humanos é necessária. Deverá ser permanente e estar em constante aperfeiçoamento, produzin-
do, na ponta, servidores mais críticos, competentes, inovadores e cientes de sua missão pública. Essa é a única forma de se
resgatar, perante a sociedade, a dignidade da função, e se ganhar do público, o reconhecimento devido.

Perante a sociedade, maus servidores não têm direitos - nem de grevar, porque são dispensáveis. Bons servidores, ao contrário,
competentes e atenciosos, tornam-se mais fortes e reconhecidos, porque imprescindíveis. Não adianta simplesmente lutar pelo
salário sem ter postura e ética na hora de servir.

A boa greve é aquela que é encampada por quem de fato trabalha , serve com competência e dá atendimento de qualidade ao
público. http://metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com.br/

Órgão e Opinião Pública

Desde 1991, o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – GESPÚBLICA, vêm se destacando como uma ação
efetiva na indução da melhoria da qualidade da gestão das organizações públicas brasileiras.

Ao mesmo tempo, vem continuamente acompanhando as transformações ocorridas na administração pública moderna, e com
isso, aperfeiçoando e incorporando ações para atender satisfatoriamente as demandas do Estado.

A partir de 1999, com a ênfase cada vez maior na transparência, controle social e participação cidadã, o GESPÚBLICA introduziu
em seu escopo de ação, a mobilização das organizações públicas para a melhoria da qualidade de atendimento direto ao cida-
dão.

Nesse sentido, um dos produtos que a área de Gestão do Atendimento oferece às organizações para incentivar a melhoria da
prestação de seus serviços é o Instrumento Padrão de Pesquisa de Satisfação – IPPS. É uma metodologia de pesquisa de opini-
ão padronizada que investiga o nível de satisfação dos usuários de um serviço público, e foi desenvolvido para se adequar a
qualquer organização pública prestadora de serviço direto ao cidadão, e também, gerar informações consolidadas entre essas
diferentes organizações.

Desde seu lançamento em 2002, o IPPS já foi utilizado repetidas vezes por mais de 100 organizações públicas de todo o país,
como INSS, Delegacias Regionais de Trabalho, Supertintendências de Agricultura, Delegacias da Receita Federal, hospitais
federais, hemocentros, órgãos estaduais, Centrais de Atendimento Integrado entre outros.

Com o IPPS é possível elaborar questionários, calcular amostras, tabular dados e emitir tabelas e gráficos de análise pré-
formatados.

Os objetivos do IPPS:

01. Gerar informações relevantes para a melhoria da gestão das organizações públicas.

Para tanto, o IPPS provê um conjunto de perguntas de avaliação de satisfação que possam interessar a uma organização públi-
ca.

Cada organização pode escolher, entre os itens disponíveis, aqueles que contemplem a natureza do seu serviço, os seus inte-
resses gerenciais e os recursos disponíveis para a pesquisa. Dessa forma, utilizando-se dos das baterias de avaliação e do mó-
dulo temático, cada organização poderá desenvolver um questionário que atenda a suas particularidades.

02. Gerar um diagnóstico permanente sobre a qualidade geral do serviço público brasileiro na ótica do cidadão.

Para tanto, o IPPS apresenta um módulo, denominado Módulo Geral, que apresenta perguntas que podem ser aplicadas a qual-
quer tipo de organização pública que presta serviço ao cidadão. Com o módulo geral será possível mensurar o Índice Nacional
de Satisfação das organizações públicas que utilizarem o IPPS.

A pesquisa de satisfação é perfeitamente aplicável a órgãos que prestam serviço diretamente ao cidadão.

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Benefícios do IPPS:
Permitir a organizações com poucos recursos implementarem uma avaliação de satisfação “caseira”, mas, mesmo assim, meto-
dologicamente rigorosa e, por isso, útil.

Com o IPPS poderá reduzir custos de pesquisa, gerar informações relevantes para tomada de decisão e gerar índices de satisfa-
ção consolidados entre órgãos diferentes.

Desse modo, organizações com poucos recursos não precisam desenvolver o seu próprio questionário, podem simplesmente
adaptar o IPPS para suas necessidades.

Com o IPPS é possível:desenvolver o questionário de acordo com as necessidades de cada organização;calcula a amostra ne-
cessária para alcançar um índice confiável dos resultados;facilita a entrada de dados;assisti a análise dos resultados, onde conta
com relatórios automatizados que exploram os principais dados de maneira a gerar gráficos, tabelas e índices de satisfação.

http://metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com.br/2010/04/orgao-e-opiniao-publica.html

Primeiros Socorros
01. A contaminação pelo vírus da AIDS ocorre de várias maneiras. NÃO corre risco de contaminação quem:
a) se alimenta bem tomando vitaminas.
b) executa respiração boca a boca na vítima, sem máscara.
c) socorre a vítima usando luvas.
d) está tomando antibióticos.
e) socorre a vítima fazendo higiene após atendimento.

02. Prestar auxílio à vítima, em caso de acidente:


a) sempre é obrigação de todos.
b) é obrigação de todos, desde que não corra risco pessoal.
c) é obrigação apenas pra quem causou o acidente.
d) não existe obrigação legal em socorrer.
e) é obrigação de todos, mesmo com risco pessoal.

03. Durante todo o procedimento de ressuscitação de um acidentado, com parada cardio-respiratória, uma mão do socorrista
deverá ficar situada sempre no queixo da vítima para:
a) Acelerar a respiração.
b) Regular os sinais vitais.’
c) Manter as vias aéreas livres.
d) Manter o batimento cardíaco.
e) Acelerar o batimento cardíaco.

04. Deverá ser evitada a compressão torácica fora do externo, pelo risco de complicações como:
a) Lesão muscular e lesões nos membros superiores.
b) Fratura dos membros, lesão abdominal e deslocamento nervoso.
c) Fratura dos membros, lesões musculares e intestinais.
d) Fratura de arcos costais, lesão pulmonar e cardíaca.
e) Lesão abdominal, lesão intestinal e ruptura nervosa.

05. Um acidente apresenta um pedaço de vidro encravado no olho, o que fazer no local, antes de remover a vítima?
a) Lavar com água gelada.
b) Retirar o vidro com os dedos.
c) Pingar colírio anestésico/desinfetante.Cobrir o ferimento e fechar o outro olho.
d) Cobrir o ferimento e fechar o outro olho.
e) Retirar o vidro com uma pinça.

06. Em um acidente, a vítima está dentro do veículo, que tem fumaça em seu interior. Nesta situação, o que fazer após chegar à
conclusão que não há risco pessoal?
a) Afastar-se rapidamente, chamando o resgate.
b) rejar a vítima ligando os circuladores de ar do veículo, aguardando a dissipação da fumaça.
c) Deixar a vítima sentada dentro do veículo e oferecer muito leite a ela, aguardando a dissipação da fumaça.
d) Retirar a pessoa de dentro do carro, após imobilizá-la da melhor forma possível.
e) Jogar água no veículo e até na vítima, para resfriar o local.

07. Devemos oferecer a vitima de trauma em acidente:


a) analgésico.
b) não devemos dar nenhum tipo de bebida à vitima de acidentes até que ela receba os cuidados especializados.
c) água com açúcar, para que se acalme.
d) só água, porque pode ser diabética.
e) bebida alcoólica, para animar.

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08. Em caso de acidente, a obrigação de prestar auxílio é:
a) de todos, mesmo que corra risco pessoal.
b) de todos.
c) de todos, desde que não corra risco pessoal.
d) não é obrigação de ninguém.
e) apenas para quem causou o acidente.

09. Sabe-se que o primeiro trauma é aquele que ocorre no acidente e que o segundo é aquele que ocorre quando não socorre-
mos com cuidado. É INCORRETO afirmar que:
a) quando desacordada, a vítima pode sufocar-se com restos de alimentos.
b) o uso de colar cervical ajuda a evitar o segundo trauma.
c) deve-se sempre evitar gestos bruscos no atendimento à vítima.
d) o cinto de segurança e o capacete evitam que o primeiro trauma seja mais grave.
e) deve-se sempre colocar a vítima sentada.

10. Um motociclista sofreu acidente e encontra-se caído, com capacete na cabeça. O que fazer?
a) Remover o capacete somente se este estiver inconsciente.
b) Remover imediatamente o capacete.
c) Remover o capacete somente se ele estiver consciente.
d) Ajuda-lo a erguer-se do chão.
e) Sinalizar o local, chamar o regate e verificar a respiração.

11. Sobre queimaduras, aponte a alternativa INCORRETA:


a) são causadas por fogo, ácidos, atrito e até pelo frio excessivo.
b) as de 2° grau apresentam bolhas e posterior descamação.
c) cada vítima pode apresentar apenas um tipo de queimadura.
d) as de 1° grau apresentam vermelhidão e dor, sem bolhas.
e) as de 3° grau apresentam todas as camadas da pele destruídas.

12. A vítima apresenta uma pupila dilatada, com tamanho diferente da outra. Isso é sintoma de:
a) convulsão.
b) miopia.
c) hemorragia.
d) fratura exposta.
e) provável fratura de crânio.

13. Uma pessoa bateu a cabeça, perdeu a consciência e depois acordou, dizendo estar bem. O que fazer?
a) Recomendar que a pessoa fique acordada durante 24 horas.
b) Levar ao hospital somente se tiver que fazer curativo.
c) Neste caso, não há necessidade de ir ao hospital.
d) Apenas fazer compressas com gelo no local.
e) Sempre levar a pessoa ao hospital.

14. Em caso de entorse (torcedura), o correto é:


a) colocar o membro na posição normal e imobilizar.
b) massagear a área dolorida.
c) sempre tratar como se fosse fratura.
d) tentar recolocar os ossos no lugar.
e) pedir para alguém ajudar a puxar o membro afetado.

15. Diante de uma vítima, em primeiro lugar, deve-se verificar se:


a) há muito sangramento.
b) consegue ficar em pé e andar sozinha.
c) há obstrução de vias aéreas.
d) há muitas fraturas.
e) a dor é muito forte.

16. É considerado procedimento INCORRETO para hemorragia externa:


a) deitar imediatamente a vítima.
b) aplicar compressa no local e pressionar, até parar de sangrar.
c) manter a parte ferida acima do nível do corpo, se possível.

17. Uma vítima de acidente de trânsito parou de respirar. Nesta situação, você:
a) avalia que a vítima ainda pode estar viva, se não estiver roxa.
b) fica impedido de prestar socorro se estiver sozinho.
c) aplica alguns tapas nas costas, pois ela pode estar engasgada.
d) avalia que a vítima morreu, não há mais nada a fazer.
e) avalia que pode estar viva e deve ser atendida imediatamente.

18. Em um acidente com vítimas, alguém lhe acena pedindo por socorro. Você sinaliza, estaciona e:
a) dá líquidos ao acidentado, tentando reanimá-lo.
b) movimenta a vítima para analisar a extensão do acidente.

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c) remove os veículos do local para desobstruir a via.
d) facilita a respiração do acidentado, afrouxando suas roupas, sem alterar sua posição, enquanto aguarda socorro.
e) coloca a vítima em seu veículo, conduzindo-a ao hospital.

19. Em caso de luxação (articulação deslocada), deve-se:


a) pedir para alguém ajudar a puxar o membro afetado.
b) massagear a área dolorida.
c) colocar o membro na posição normal e imobilizar.
d) tentar colocar os ossos no lugar.
e) sempre tratar como se fosse uma fratura.

20. É correto afirmar que:


a) uma criança tem mais resistência à perda de sangue.
b) manter a calma significa não ter nenhuma pressa.
c) uma pessoa idosa tem ossos mais resistentes aos impactos.
d) alguém sempre deverá assumir a liderança do socorro.
e) uma mulher grávida não deve usar cinto de segurança.

21. Veículo acidentado com o pára-brisa quebrado bem à frente do condutor, em forma de teia e aranha, indica:
a) hemorragia externa.
b) ferimento perfurante.
c) vítima com possíveis traumatismos no crânio, no peito e nas pernas, em conseqüência de colisão frontal do veículo.
d) convulsão.

22. No atendimento à vítima, dar prioridade ao desbloqueio das vias aéreas e às possíveis lesões da coluna cervical, são proce-
dimentos indispensáveis porque:
a) se não cuidarmos da oxigenação e não considerarmos que a medula foi atingida, os danos podem ser irreversíveis.
b) evitam processos judiciais por imperícia ou imprudência.
c) é mais fácil desbloquear as vias aéreas e estabilizar a coluna cervical do que estancar hemorragias.
d) tanto a coluna quanto a boca e o nariz estão mais visíveis e de fácil acesso pra uma primeira avaliação.
e) se não houver oxigenação, é obrigatório o procedimento de respiração boca a boca.

23. Qual entre os procedimentos abaixo NÃO é indicado antes de movimentar ou transportar a vítima?
a) Dar analgésico para aliviar a dor.
b) Manter os sinais vitais.
c) Imobilizar todos os pontos suspeitos de fratura.
d) Controlar os sinais vitais.
e) Controlar todas as hemorragias.

24. A vitima apresenta sangramento abundante. Qual o cuidado indicado?


a) Dar bastante líquido para a pessoa tomar.
b) Fazer compressão no local do sangramento.
c) Deixar o sangramento parar sozinho.
d) Garrotear (usar torniquete).
e) Dar bastante líquido para a pessoa tomar.

25. Ao solicitar socorro especializado, deve-se informar:


a) descrição das vítimas (sexo, idade).
b) gravidade dos ferimentos das vítimas mais atingidas.
c) todas as alternativas estão corretas.
d) se há vítimas inconscientes.
e) o local exato e o tipo de acidente.

26. Uma vítima apresenta fratura exposta (o osso quebrado está para fora). O que fazer?
a) Empurrar aquele osso para dentro.
b) Garrotear o membro, fazendo um torniquete.
c) Puxar o membro para que o osso volte para seu lugar.
d) Ir jogando água gelada até chegar o resgate.
e) Observar se ela está respirando, imobilizar o membro ferido e acalma-la.

27. Uma vítima de acidente de trânsito está gritando, com muita dor. O que fazer?
a) Fazer compressas quentes no local da dor.
b) Fazer compressas geladas no local da dor.
c) Esperar a chegada do resgate.
d) Levar imediatamente para o hospital.
e) Dar remédio para dor.

28. Ao observar uma pessoa tendo convulsões, deve-se:


a) pedir ajuda de outras pessoas e tentar imobiliza-la segurando-a firmemente contra o chão.
b) abrir as vestes para melhorar a respiração, sacudindo-a para tirá-la do transe.
c) proteger a cabeça da pessoa contra traumas e vira-la de lado em caso de vômitos.
d) abrir a boca da vítima e colocar um pano entre os dentes para evitar que ela morda a língua.

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e) não interferir porque isto passa espontaneamente.

29. Qual destas atitudes está INCORRETA porque oferece perigo para a vítima e pode causar maiores danos?
a) Leva-la imediatamente ao hospital, sem perder mais tempo.
b) Prestar auxílio e chamar o resgate.
c) Verificar sua respiração, pulsação e sangramento.
d) Imobilizar a vítima, caso seja necessário, evitando movimenta-la desnecessariamente.
e) Sinalizar o local para evitar outros acidentes.

30. Uma vítima de acidente pede água para beber. O que fazer?
a) Não forçar, deixar tomar apenas o que quiser.
b) Dar bastante líquido para hidratá-la.
c) Mantê-la em jejum.
d) Dar um copo, no máximo.
e) Dar leite ou líquidos adocicados, de preferência.

31. Qual das afirmações abaixo é INCORRETA?


a) Manter o veículo em boas condições de uso.
b) Encarar as advertências de segurança como sendo para nós mesmos, e não apenas para os outros.
c) Manter a calma em todas as situações, evitando ser agressivo.
d) Devemos fazer o curso básico de primeiros socorros para realmente aprender.
e) Dirigir bem devagar nas rodovias, caso tenha bebido.

32. Para socorrer corretamente uma pessoa que sofreu um trauma em acidente com veículo, deve-se, em primeiro lugar, levar
em consideração:
a) uma lesão cerebral.
b) uma possível parada cardíaca.
c) uma possível fratura de ossos.
d) a obstrução das vias aéreas.
e) o sangramento das feridas.

33. Para queimaduras causadas por corrente elétrica, mesmo que a pele aparente estar normal, recomenda-se:
a) lavar a região e cobrir com gaze.
b) observar a evolução, sem fazer nada.
c) dar um analgésico em caso de dor e leva-la para casa.
d) levar a vítima para o hospital.
e) umedecer a região com algum creme hidratante.

34. Prevenir-se ao prestar socorros a alguém significa:


a) evitar riscos pessoais e acidentes secundários.
b) somente socorrer se estiver acompanhado por alguém.
c) usar uma luva em cima da outra (dois pares)
d) socorrer somente durante o dia.
e) evitar ser chamado como testemunha.

35. Ao transporta uma vítima com fraturas expostas, deve-se, em primeiro lugar:
a) não mexer na fratura.
b) segurar o membro quebrado enquanto outros levantam a vítima.
c) prevenir a vítima que ela sentirá dor e em seguida puxar o membro machucado, colocando-o no lugar.
d) procurar algo rígido, enfaixando-o junto ao membro machucado, para imobilizá-lo.
e) enfaixar toda a região machucada para evitar contaminação.

36. Uma pessoa foi atropelada e está caída no meio da rua. O que fazer em primeiro lugar?
a) Remover a pessoa para a calçada.
b) Sinalizar o local para evitar outros acidentes.
c) Anotar a chapa ou correr atrás do carro que a atropelou.
d) Tentar chamar algum parente da vítima.
e) Iniciar imediatamente o atendimento, no local.

37. Qual entre os itens abaixo não é uma causa de estado de choque?
a) Hemorragias internas ou externas.
b) Emoções fortes.
c) Entorses.
d) Queimaduras.

38. O melhor local no corpo para se verificar a pulsação é:


a) no punho.
b) no pé.
c) em alguma veia saliente.
d) no pescoço.
e) atrás do joelho.

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39. Quando a vítima apresentar sinais claros de que não tem respiração ou pulsação e não há mais tempo a perder, o que fa-
zer?
a) Virar a vítima de bruços e tentar comprimir suas costas.
b) Remover a vítima imediatamente, sem se preocupar com mais nada, levando-a para o hospital.
c) Colocar a vítima de costas sobre uma superfície rígida ou no chão e iniciar manobras de reanimação.
d) Não adiante fazer mais nada.
e) Inicia imediatamente as manobras de reanimação, esteja como estiver a vítima.

40. Uma vítima de acidente apresenta corpo estranho (parte metálica) encravado em seu corpo. O que fazer?
a) Só retirar o corpo estranho se estiver causando dor.
b) Verificar a respiração e não tentar remover o corpo estanho.
c) Retirar o corpo estranho e comprimir o local com gazes.
d) Retirar imediatamente o corpo estranho.
e) Retirar o corpo estanho e esperar a coagulação do sangue.

41. Num acidente de trânsito, em primeiro lugar, deve-se avaliar as vias aéreas e imobilizar a coluna cervical da vítima. Esta
ação é muito importante porque :
a) segurando a vítima pelo pescoço, ela não se debate.
b) a cabeça despenca após o acidente.
c) evita que a pessoa fique paralítica.
d) evita que a vítima se vire para ver o que fazemos.
e) o pescoço é de fácil alcance, não tendo que tirar as roupas.

42. Se o acidente envolve cargas perigosas, com liberação de produtos químicos no meio ambiente, deve-se:
a) acionar um caminhão pipa para jogar água, limpar e liberar rapidamente a rodovia.
b) afastar-se o mais rapidamente possível do local, abandonando o veículo no acostamento.
c) isolar rapidamente o local, avaliar o perigo para si mesmo e depois tentar o socorro.
d) tentar liberar parte da rodovia, sinalizando o local.
e) se não houver risco de explosão, socorrer as vítimas sem outros receios.

43. Se alguém sofre um traumatismo e desmaia, o que é mais perigoso e que pode causar obstrução das vias aéreas?
a) Restos de alimentos.
b) Sangue do nariz que entope a garganta.
c) Dentes quebrados são engolidos.
d) Dentadura ou próteses dentárias.
e) Todas as alternativas.

44. Você está só e a vítima não tem movimentos respiratórios e nem pulsação. Nesta situação você:
a) verifica se a vítima está fria ou quente.
b) procurar um telefone e chama o resgate.
c) verifica os documentos da vítima e chama a família.
d) inicia imediatamente as manobras de reanimação cardiopulmonar.
e) verifica se a vítima está fria ou quente.

45. A manobra de ressuscitação é constituída de abertura de vias aéreas, ventilação boca-boca e:


a) Oxigenação pulmonar.
b) Compressão abdominal.
c) Compressão lateral.
d) Massagem cardíaca interna.
e) Massagem cardíaca externa.

46. Qual a ordem dos fatores, que representam a seqüência correta de atendimento?1. isolar e sinalizar a área; 2. avaliar o
estado das vítimas; 3. chamar o resgate;
a) 3-1-2.
b) 3-2-1.
c) 1-3-2.
d) 1-2-3.
e) 2-3-1.

47. O que fazer, no local, com o acidentado que sofreu queimaduras?


a) Passar pasta de dente na feria.
b) Lavar com água limpa, apenas.
c) Cobrir a ferida com um pano qualquer.
d) Passar desinfetante na ferida.
e) Dar leite para a pessoa tomar.

48. Para atender vítima de desmaio na via, é INCORRETO:


a) chacoalhar a vítima tentando acorda-la, para que se levante.
b) mexer na bolsa ou bolsos para achar os documentos da vítima.
c) sinalizar o local do acidente protegendo a vítima.
d) apenas avisar o resgate, anonimamente.
e) tentar ajuda de terceiros para chamar o resgate.

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49. Uma pessoa, ao fechar a porta do carro, teve seu dedo arrancado (amputado). O que fazer com o dedo?
a) Tentar colocar o dedo no lugar, enfaixando-o com esparadrapo.
b) Recolher o dedo e coloca-lo diretamente no gelo.
c) Desprezar o dedo arrancado e socorrer a vítima imediatamente.
d) Embrulhar em gaze e eleva-lo junto com a pessoa para o hospital.
e) Recolher o dedo e coloca-lo no álcool.

50. Ao transportar uma vítima, é INCORRETO:


a) manter, a qualquer custo, a vítima acordada.
b) manter a vítima em jejum.
c) manter as vias aéreas livres, desobstruídas.
d) comprimir os ferimentos que estejam sangrando.
e) transportar a vítima imobilizada.

Fontes:
FEPESE o Fundação de Estudos e Pesquisas Sócio-Econômicos
Servemplac Auto Escola

RESPOSTAS

1. C 11. C 21. C 31. E 41. C


2. B 12. E 22. A 32. D 42. C
3. C 13. E 23. A 33. D 43. E
4. D 14. C 24. B 34. A 44. D
5. D 15. C 25. C 35. D 45. E
6. D 16. C 26. E 36. B 46. D
7. B 17. E 27. C 37. C 47. B
8. C 18. D 28. C 38. D 48. A
9. E 19. E 29. A 39. C 49. D
10. E 20. D 30. C 40. B 50. A

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Segurança Institucional 132 A Opção Certa Para a Sua Realização


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los, através de uma discussão progressiva e com base no
DIREITOS HUMANOS projeto de uma filosofia dos direitos humanos.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. As teorias que defendem o universalismo dos direitos
humanos se contrapõem ao relativismo cultural, que afirma a
validez de todos os sistemas culturais e a impossibilidade de
qualquer valorização absoluta desde um marco externo, que,
neste caso, seriam os direitos humanos universais. Entre
essas duas posturas extremas situa-se uma gama de
posições intermediárias. Muitas declarações de direitos
humanos emitidas por organizações internacionais regionais
põem um acento maior ou menor no aspecto cultural e dão
mais importância a determinados direitos de acordo com sua
trajetória histórica. A Organização da Unidade
Africana proclamou em 1981 a Carta Africana de Direitos
Humanos e de Povos[4], que reconhecia princípios
da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e
adicionava outros que tradicionalmente se tinham negado na
África, como o direito de livre determinação ou o dever dos
Estados de eliminar todas as formas de exploração
econômica estrangeira. Mais tarde, os Estados africanos que
acordaram a Declaração de Túnez, em 6 de
novembro de 1992, afirmaram que não se pode prescrever
um modelo determinado a nível universal, já que não podem
se desvincular as realidades históricas e culturais de cada
nação e as tradições, normas e valores de cada povo. Em
uma linha similar se pronunciam a Declaração de Bangkok,
emitida por países asiáticos em 23 de abril de 1993, e
de Cairo, firmada pela Organização da Conferência Islâmica
em 5 de agosto de 1990.
Também a visão ocidental-capitalista dos direitos
Direitos do homem e da mulher - Pintura mural em
humanos, centrada nos direitos civis e políticos, se opôs um
Saint-Josse-ten-Noode (Bélgica). O texto resume os
pouco durante a Guerra Fria, destacando no seio dasNações
artigos 18 e 19 da Declaração Universal dos Direitos
Unidas, ao do bloco socialista, que privilegiava os direitos
Humanos.
econômicos, sociais e culturais e a satisfação das
Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos necessidades elementais.
de todos os seres humanos. Normalmente o conceito de
História
direitos humanos tem a ideia também de liberdade de
pensamento e de expressão, e a igualdade perante a lei. Os direitos humanos ou coletivos são aqueles adquiridos
em decorrência do resultado de uma longa história, foram
A Declaração Universal dos Direitos
debatidos ao longo dos séculos por filósofos e juristas .
Humanos da Organização das Nações Unidas afirma que :
O início desta caminhada, remete-nos para a área da
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em digni-
religião, quando o Cristianismo, durante a Idade Média, é a
dade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, de-
afirmação da defesa da igualdade todos os homens numa
vem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
mesma dignidade, foi também durante esta época que os
– Artigo1º 1)
matemáticos cristãos recolheram e desenvolveram a teoria do
As ideias de direitos humanos tem origem no direito natural, em que o indivíduo está no centro de uma
conceito filosófico de direitos naturais que seriam atribuídos ordem social e jurídica justa, mas a lei divina tem prevalência
por Deus; [2]alguns sustentam que não haveria nenhuma sobre o direito laico tal como é definido pelo imperador, o rei
diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e ou o príncipe. Logo foram criadas muitas coisas no decorrer
vêem na distinta nomenclatura etiquetas para uma mesma do tempo.
ideia. Outros argumentam ser necessário manter termos
Com a idade moderna, os racionalistas dos séculos XVII e
separados para eliminar a associação com características
XVIII, reformulam as teorias do direito natural, deixando de
normalmente relacionadas com os direitos
estar submetido a uma ordem divina. Para os racionalistas
naturais.,[3] sendo John Searl talvez o mais
todos os homens são por natureza livres e têm certos direitos
importante filósofo a desenvolver esta teoria.[2]
inatos de que não podem ser despojados quando entram em
Existe um importante debate sobre a origem cultural dos sociedade. Foi esta corrente de pensamento que acabou por
direitos humanos. Geralmente se considera que tenham sua inspirar o atual sistema internacional de proteção dos direitos
raiz na cultura ocidental moderna, mas existem ao menos do homem.
duas posturas principais mais. Alguns afirmam que todas as
A evolução destas correntes veio a dar frutos pela primeira
culturas possuem visões de dignidade que se são uma forma
vez em Inglaterra, e depois nos Estados Unidos. A Magna
de direitos humanos, e fazem referência a proclamações
Carta (1215) deu garantias contra a arbitrariedade da Coroa,
como a Carta de Mandén, de 1222, declaração fundacional do
e influenciou diversos documentos, como por exemplo o Ato
Império de Mali. Não obstante, nem em japonês nem
Habeas Corpus (1679), que foi a primeira tentativa para
em sânscrito clássico, por exemplo, existiu o termo "direito"
impedir as detenções ilegais. A Declaração Americana da
até que se produziram contatos com a cultura ocidental, já
Independência surgiu a 4 de Julho de 1776, onde constavam
que culturas orientais colocaram tradicionalmente um peso
os direitos naturais do ser humano que o poder político deve
nos deveres. Existe também quem considere que o Ocidente
respeitar, esta declaração teve como base a Declaração de
não criou a idéia nem o conceito do direitos humanos, ainda
Virgínia proclamada a 12 de Junho de 1776, onde estava
que tenha encontrado uma maneira concreta de sistematizá-
expressa a noção de direitos individuais.

Direitos Humanos 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, A existência dos direitos subjetivos, tal e como se pensam
proclamada na França em 1789, e as reivindicações ao longo na atualidade, será objeto de debate durante os séculos XVI,
dos séculos XIV e XV em prol das liberdades, alargou o XVII e XVIII, o que é relevante porque habitualmente se diz
campo dos direitos humanos e definiu os direitos econômicos que os direitos humanos são produto da afirmação
e sociais. progressiva da individualidade e que, de acordo com ele, a
idéia de direitos do homem apareceu pela primeira vez
Mas o momento mais importante, na história dos Direitos durante a luta burguesa contra o sistema do Antigo Regime.
do Homem, é durante 1945-1948. Em 1945, os Estados Sendo esta a consideração mais estendida, outros autores
tomam consciência das tragédias e atrocidades vividas consideram que os direitos humanos são uma constante na
durante a 2ª Guerra Mundial, o que os levou a criar História e tem suas raízes no mundo clássico; também sua
a Organização das Nações Unidas (ONU) em prol de origem se encontra na afirmação do cristianismo da dignidade
estabelecer e manter a paz no mundo. Foi através da Carta moral do homem enquanto pessoa.
das Nações Unidas, assinada a 20 de Junho de 1945, que os
povos exprimiram a sua determinação « em preservar as Antecedentes remotos
gerações futuras do flagelo da guerra; proclamar a fé nos
direitos fundamentais do Homem, na dignidade e valor da
pessoa humana, na igualdade de direitos entre homens e
mulheres, assim como das nações, grande e pequenas; em
promover o progresso social e instaurar melhores condições
de vida numa maior liberdade.». A criação das Nações Unidas
simboliza a necessidade de um mundo de tolerância, de paz,
de solidariedade entre as nações, que faça avançar o
progresso social e económico de todos os povos.
Os principais objetivos das Nações Unidas, passam por
manter a paz, a segurança internacional, desenvolver
relações amigáveis entre as nações, realizar a cooperação O Cilindro de Ciro hoje no British Museum, a primeira
internacional resolvendo problemas internacionais do cariz declaração dos direitos humanos.
econômico, social, intelectual e humanitário, desenvolver e
encorajar o respeito pelos direitos humanos e pelas Um dos documentos mais antigos que vinculou os direitos
liberdades fundamentais sem qualquer tipo de distinção. humanos é o Cilindro de Ciro, que contêm uma declaração do
rei persa (antigo Irã) Ciro II depois de sua conquista
Assim, a 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral da Babilônia em 539 aC. Foi descoberto em 1879 e a ONU o
das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos traduziu em 1971 a todos seus idiomas oficiais. Pode ser
Direitos Humanos. resultado de uma tradição mesopotâmica centrada na figura
do rei justo, cujo primeiro exemplo conhecido é o rei
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é
Urukagina, de Lagash, que reinou durante o século XXIV aC,
fundamental na nossa Sociedade, quase todos os
e de onde cabe destacar também Hammurabi da Babilônia e
documentos relativos aos direitos humanos tem como
seu famoso Código de Hammurabi, que data do século XVIII
referência esta Declaração, e alguns Estados fazem
aC. O Cilindro de Ciro apresentava características
referência direta nas suas constituições nacionais.
inovadoras, especialmente em relação à religião. Nele era
A Declaração Universal dos Direitos Humanos ganhou declarada a liberdade de religião e abolição da escravatura.
uma importância extraordinária, contudo não obriga Tem sido valorizado positivamente por seu sentido humanista
juridicamente que todos os Estados a respeitem e, devido a e inclusive foi descrito como a primeira declaração de direitos
isso, a partir do momento em que foi promulgada, foi humanos.
necessário a preparação de inúmeros documentos que
Documentos muito posteriores, como a Carta
especificassem os direitos presentes na declaração e assim
Magna da Inglaterra, de 1215, e a Carta de Mandén, de 1222,
força-se os Estados a cumpri-la. Foi nesse contexto que, no
se tem associado também aos direitos humanos. Na Roma
período entre 1945-1966 nasceram vários documentos.
antiga havia o conceito de direito na cidadania romana a
Assim, a junção da Declaração Universal dos Direitos todos romanos.
Humanos, os dois pactos efetuados em 1966, nomeadamente
Confirmação do conceito
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, A conquista da América no século XVI pelos espanhóis
bem como os dois protocolos facultativos do Pacto dos resultou em um debate pelos direitos humanos na Espanha.
Direitos Civis e Políticos ( que em 1989 aboliu a pena de Isto marcou a primeira vez que se discutiu o assunto
morte), constituem A Carta Internacional dos Direitos do na Europa.
Homem.
Durante a Revolução inglesa, a burguesia conseguiu
Evolução histórica satisfazer suas exigências de ter alguma classe de
seguridade contra os abusos da coroa e limitou o poder dos
Muitos filósofos e historiadores do Direito consideram que
reis sobre seus súditos, proclamando a Lei de Habeas
não se pode falar de direitos humanos até a modernidade no
corpus em 1679, em 1689 o Parlamento impôs a Guilhermo III
Ocidente. Até então, as normas da comunidade, concebidas
da Inglaterra na Carta de Direitos (ou Declaração de direitos)
na relação com a ordem cósmica, não deixavam espaço para
uma série de princípios sobre os quais os monarcas não
o ser humano como sujeito singular, concebendo-se o direito
podiam legislar ou decidir.
primariamente como a ordem objetiva da sociedade. A
sociedade estamental tem seu centro em grupos como a
família, a linhagem ou as corporações profissionais ou
laborais, o que implica que não se concebem faculdades
próprias do ser humano enquanto tal. Pelo contrário, se
entende que toda faculdade atribuível ao indivíduo deriva de
um duplo status: o do sujeito no seio da família e o desta na
sociedade."Fora do Estado não há direitos".

Direitos Humanos 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Classificação
Em 1979, em uma conferência do Instituto Internacional
de Direitos Humanos, Karel Vasak propôs uma classificação
dos direitos humanos em gerações,inspirado no lema
da Revolução Francesa (liberdade, igualdade,
fraternidade).[5]
Assim, os direitos humanos de primeira geração seriam os
direitos de liberdade, compreendendo os direitos civis,
políticos e as liberdades clássicas. Os direitos humanos de
segunda geração ou direitos de igualdade, constituiriam os
direitos econômicos, sociais e culturais. Já como direitos
humanos de terceira geração, chamados direitos de
fraternidade, estariam o direito ao meio ambiente equilibrado,
uma saudável qualidade de vida, progresso, paz,
autodeterminação dos povos e outros direitos difusos.[6]
Posteriormente, com os avanços da tecnologia e com a
Declaração dos Direitos do Homem e do Genoma Humano
feita pela UNESCO, a doutrina estabeleceu a quarta geração
de direitos como sendo os direitos tecnológicos, tais como o
direito de informação e biodireito.[7]
O jurista brasileiro Paulo Bonavides, defende que o direito
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de à paz, que segundo Karel Vasak seria um direito de terceira
1789 geração, merece uma maior visibilidade, motivo pelo qual
constituiria a quinta geração de direitos humanos.[8]
No século XVII e XVIII, filósofos europeus, destacando-
se John Locke, desenvolveram o conceito do direito natural. Dia Nacional dos Direitos Humanos (Portugal)
Os direitos naturais, para Locke, não dependiam da cidadania
A Assembleia da República de Portugal, reconhecendo a
nem das leis de um Estado, nem estavam necessariamente
importância da Declaração Universal dos Direitos do Homem,
limitadas a um grupo étnico, cultural ou religioso em
aprovou em 1998 uma Resolução na qual institui que o dia 10
particular. A teoria do contrato social, de acordo com seus
de Dezembro passa a ser considerado o Dia Nacional dos
três principais formuladores, o já citado Locke, Thomas
Direitos Humanos.
Hobbes e Jean-Jacques Rousseau, se baseia em que os
direitos do indivíduo são naturais e que, no estado de Referências
natureza, todos os homens são titulares de todos os direitos. 1. ↑ Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do
Homem, adoptada e proclamada pela Resolução 217A (III)
A primeira declaração dos direitos humanos da época
da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 10 de
moderna é a Declaração dos Direitos da Virgínia de 12 de
dezembro de 1948.
junho de 1776, escrita por George Mason e proclamada pela
2. ↑ a b Natural rights. The Columbia Electronic Encyclope-
Convenção da Virgínia. Esta grande medida
dia, 2005.
influenciou Thomas Jeffersonna declaração dos direitos
3. ↑ Peter Jones. Rights. Palgrave Macmillan, 1994, p. 73
humanos que se existe na Declaração da Independência dos
4. ↑ Carta Africana de Direitos Humanos e de Povos
Estados Unidos da América de 4 de julho de 1776, assim
5. ↑ Aproximaciones a los Derechos Humanos de Cuarta
como também influenciou a Assembléia Nacional francesa em
Generación
sua declaração, a Declaração dos Direitos do Homem e do
6. ↑ Os Direitos Humanos na Idade Moderna e
Cidadão de 1789 esta última definia o direito individual.
conteporânea
A noção de direitos humanos não experimentou grandes 7. ↑ Direitos Humanos de 4ª Geração
mudanças até o século seguinte com o início das lutas 8. ↑ A Quinta Geração de Direitos Fundamentais
operárias, surgiram novos direitos que pretendiam dar
solução a determinados problemas sociais através da
intervenção do Estado. Neste processo são importantes Declaração dos Direitos Humanos
a Revolução Russa e a Revolução Mexicana.
Desde o nascimento da Organização das Nações A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos
Unidas em 1945, o conceito de direitos humanos se tem documentos básicos das Nações Unidas e foi assinada em
universalizado, alcançando uma grande importância na 1948. Nela, são enumerados os direitos que todos os seres
cultura jurídica internacional. Em 10 de dezembro de 1948 a humanos possuem.
Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada e
Preâmbulo
proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em
sua Resolução 217 A (III), como resposta aos horrores Considerando que o reconhecimento da dignidade ine-
da Segunda Guerra Mundial e como intento de sentar as rente a todos os membros da família humana e de seus direi-
bases da nova ordem internacional que surgia atrás do tos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da
armistício. Coincidência ou não, foi proclamada no mesmo justiça e da paz no mundo,
ano da proclamação do estado de Israel.
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos di-
Posteriormente foram aprovados numerosos tratados reitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a
internacionais sobre a matéria, entre os quais se destacam os consciência da Humanidade e que o advento de um mundo
Pactos Internacionais de Direitos Humanos de1966, e foram em que os todos gozem de liberdade de palavra, de crença e
criados numerosos dispositivos para sua promoção e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade
garantia. hg foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano
comum,

Direitos Humanos 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Considerando ser essencial que os direitos humanos se- Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer
jam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual
não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
tirania e a opressão, Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento Artigo VIII.
de relações amistosas entre as nações,
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais naci-
Considerando que os povos das Nações Unidas reafir- onais competentes remédio efetivo para os atos que violem
maram, na Carta da ONU, sua fé nos direitos humanos fun- os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela
damentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igual- constituição ou pela lei.
dade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram
Artigo IX.
promover o progresso social e melhores condições de vida
em uma liberdade mais ampla, Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Considerando que os Estados-Membros se compromete- Artigo X.
ram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o
respeito universal aos direitos e liberdades humanas funda- Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma
mentais e a observância desses direitos e liberdades, justa e pública audiência por parte de um tribunal independen-
te e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou
Considerando que uma compreensão comum desses di- do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
reitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno
cumprimento desse compromisso, agora portanto, Artigo XI.

A Assembléia Geral proclama a presente Declaração 1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o
Universal dos Direitos Humanos direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade
tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento públi-
como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e co no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias
todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada necessárias à sua defesa.
órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declara-
ção, se esforce, através do ensino e da educação, por promo- 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou
ver o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de omissão que, no momento, não constituíam delito perante o
medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por direito nacional ou internacional. Também não será imposta
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância univer- pena mais forte do que aquela que, no momento da prática,
sal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados- era aplicável ao ato delituoso.
Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua juris- Artigo XII.
dição.
Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada,
Artigo I. em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem a
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em digni- ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito
dade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Artigo XIII.
Artigo II. 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direi- e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
tos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem 2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país,
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, inclusive o próprio, e a este regressar.
religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional
ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Artigo XIV.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito
condição política, jurídica ou internacional do país ou território de procurar e de gozar asilo em outros países.
a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perse-
independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a
guição legitimamente motivada por crimes de direito comum
qualquer outra limitação de soberania.
ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações
Artigo III. Unidas.
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segu- Artigo XV.
rança pessoal.
1. Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
Artigo IV.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionali-
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a es- dade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
cravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as
Artigo XVI.
suas formas.
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer
Artigo V.
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de
Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais
castigo cruel, desumano ou degradante. direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolu-
ção.
Artigo VI.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os luga- consentimento dos nubentes.
res, reconhecido como pessoa perante a lei.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade
Artigo VII. e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.

Direitos Humanos 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Artigo XVII. 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida ca-
paz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar,
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos
sociedade com outros. e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua proprie- caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou
dade. outros casos de perda dos meios de subsistência em circuns-
tâncias fora de seu controle.
Artigo XVIII.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e as-
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, sistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou
consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social.
de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião
ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela obser- Artigo XXVI.
vância, em público ou em particular. 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução
Artigo XIX. será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamen-
tais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técni-
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e ex- co-profissional será acessível a todos, bem como a instrução
pressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, superior, esta baseada no mérito.
ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e
idéias por quaisquer meios e independentemente de frontei- 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desen-
ras. volvimento da personalidade humana e do fortalecimento do
respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamen-
Artigo XX. tais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos,
associação pacífica. e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da
manutenção da paz.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma asso-
ciação. 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero
de instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXI.
Artigo XXVII.
1. Todo ser humano tem o direito de fazer parte no gover-
no de seu país diretamente ou por intermédio de representan- 1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente
tes livremente escolhidos. da vida cultural da comunidade, de fruir das artes e de partici-
par do progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço
público do seu país. 2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses
morais e materiais decorrentes de qualquer produção científi-
3. A vontade do povo será a base da autoridade do gover- ca literária ou artística da qual seja autor.
no; esta vontade será expressa em eleições periódicas e
legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo Artigo XXVIII.
equivalente que assegure a liberdade de voto. Todo ser humano tem direito a uma ordem social e inter-
Artigo XXII. nacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na
presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direi-
to à segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela Artigo XXIX.
cooperação internacional e de acordo com a organização e 1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade,
recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade
culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvol- é possível.
vimento da sua personalidade.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser hu-
Artigo XXIII. mano estará sujeito apenas às limitações determinadas pela
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhe-
de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à cimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de
proteção contra o desemprego. satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e
do bem-estar de uma sociedade democrática.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a
igual remuneração por igual trabalho. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese al-
guma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remu- das Nações Unidas.
neração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à
sua família, uma existência compatível com a dignidade hu- Artigo XXX.
mana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser in-
de proteção social. terpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou prati-
neles ingressar para proteção de seus interesses. car qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos
direitos e liberdades aqui estabelecidos.
Artigo XXIV.
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a
limitação razoável das horas de trabalho e a férias remunera- DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
das periódicas. CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Artigo XXV. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es-

Direitos Humanos 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


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trangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, priação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
nos termos seguintes: social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, res-
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- salvados os casos previstos nesta Constituição;
ções, nos termos desta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer al- competente poderá usar de propriedade particular, assegura-
guma coisa senão em virtude de lei; da ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
<p XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
desumano ou degradante; penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua ativi-
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado dade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o
o anonimato; seu desenvolvimento;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utili-
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à zação, publicação ou reprodução de suas obras, transmissí-
imagem; vel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e a) a proteção às participações individuais em obras cole-
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a tivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive
suas liturgias; nas atividades desportivas;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de as- b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
sistência religiosa nas entidades civis e militares de interna- das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
ção coletiva; aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de associativas;
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industri-
se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos im- ais privilégio temporário para sua utilização, bem como prote-
posta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em ção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
lei; nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
científica e de comunicação, independentemente de censura econômico do País;
ou licença; XXX - é garantido o direito de herança;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favo-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela rável a lei pessoal do "de cujus";
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, consumidor;
ou, durante o dia, por determinação judicial; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comu- informações de seu interesse particular, ou de interesse cole-
nicações telegráficas, de dados e das comunicações telefôni- tivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
cas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
na forma que a lei estabelecer para fins de investigação cri- imprescindível à segurança da sociedade e do Esta-
minal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de do; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
1996) XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou do pagamento de taxas:
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
estabelecer; de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e res- b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para
guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
profissional; pessoal;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judici-
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele ário lesão ou ameaça a direito;
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato ju-
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, rídico perfeito e a coisa julgada;
em locais abertos ao público, independentemente de autori- XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
zação, desde que não frustrem outra reunião anteriormente XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a orga-
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio nização que lhe der a lei, assegurados:
aviso à autoridade competente; a) a plenitude de defesa;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, b) o sigilo das votações;
vedada a de caráter paramilitar; c) a soberania dos veredictos;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a contra a vida;
interferência estatal em seu funcionamento; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente pena sem prévia cominação legal;
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; réu;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
permanecer associado; direitos e liberdades fundamentais;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
judicial ou extrajudicialmente; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí-
XXII - é garantido o direito de propriedade; veis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos

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como crimes hediondos, por eles respondendo os mandan- LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
tes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fian-
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação ça;
de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem consti- LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do res-
tucional e o Estado Democrático; ponsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que al-
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
patrimônio transferido; abuso de poder;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adota- LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para pro-
rá, entre outras, as seguintes: teger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-
a) privação ou restrição da liberdade; corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegali-
b) perda de bens; dade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
c) multa; pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
d) prestação social alternativa; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impe-
e) suspensão ou interdição de direitos; trado por:
XLVII - não haverá penas: a) partido político com representação no Congresso Na-
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos cional;
termos do art. 84, XIX; b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
b) de caráter perpétuo; ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo me-
c) de trabalhos forçados; nos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
d) de banimento; associados;
e) cruéis; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos dis- a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
do apenado; inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
física e moral; a) para assegurar o conhecimento de informações relati-
L - às presidiárias serão asseguradas condições para vas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou ban-
que possam permanecer com seus filhos durante o período cos de dados de entidades governamentais ou de caráter
de amamentação; público;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturali- b) para a retificação de dados, quando não se prefira fa-
zado, em caso de crime comum, praticado antes da naturali- zê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
zação, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio públi-
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por co ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
crime político ou de opinião; administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
pela autoridade competente; custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
sem o devido processo legal; gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrati- LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciá-
vo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório rio, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; sentença;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres,
por meios ilícitos; na forma da lei:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito a) o registro civil de nascimento;
em julgado de sentença penal condenatória; b) a certidão de óbito;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao
lei; (Regulamento). exercício da cidadania. (Regulamento)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pú- LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
blica, se esta não for intentada no prazo legal; assegurados a razoável duração do processo e os meios que
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos pro- garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela
cessuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
o exigirem; § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fun-
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou damentais têm aplicação imediata.
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constitui-
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime ção não excluem outros decorrentes do regime e dos princí-
propriamente militar, definidos em lei; pios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se en- a República Federativa do Brasil seja parte.
contre serão comunicados imediatamente ao juiz competente § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direi-
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; tos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Con-
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os gresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a as- dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
sistência da família e de advogado; constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsá- de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
veis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela Internacional a cuja criação tenha manifestado ade-
autoridade judiciária; são. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
</p

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CAPÍTULO II pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
DOS DIREITOS SOCIAIS 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coleti-
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali- vos de trabalho;
mentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
assistência aos desamparados, na forma desta Constitui- empregador, sem excluir a indenização a que este está obri-
ção. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de gado, quando incorrer em dolo ou culpa;
2010) XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das rela-
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, ções de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para
além de outros que visem à melhoria de sua condição social: os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
I - relação de emprego protegida contra despedida arbi- após a extinção do contrato de trabalho;(Redação dada pela
trária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
que preverá indenização compensatória, dentre outros direi- a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constituci-
tos; onal nº 28, de 25/05/2000)
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego invo- b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constituci-
luntário; onal nº 28, de 25/05/2000)
III - fundo de garantia do tempo de serviço; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unifica- funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
do, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às cor ou estado civil;
de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com salário e critérios de admissão do trabalhador portador de
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, deficiência;
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, téc-
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexida- nico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
de do trabalho; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insa-
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em con- lubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores
venção ou acordo coletivo; de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para quatorze anos;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
os que percebem remuneração variável; 20, de 1998)
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com
integral ou no valor da aposentadoria; vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diur- Parágrafo único. São assegurados à categoria dos traba-
no; lhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI,
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo cri- VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,
me sua retenção dolosa; XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabe-
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada lecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento
da remuneração, e, excepcionalmente, participação na ges- das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorren-
tão da empresa, conforme definido em lei; tes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
XII - salário-família pago em razão do dependente do nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;(Redação dada integração à previdência social. (Redação dada pela Emen-
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) da Constitucional nº 72, de 2013)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito ho- Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, ob-
ras diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a com- servado o seguinte:
pensação de horários e a redução da jornada, mediante I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão compe-
nº 5.452, de 1943) tente, vedadas ao Poder Público a interferência e a interven-
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em ção na organização sindical;
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coleti- II - é vedada a criação de mais de uma organização sin-
va; dical, em qualquer grau, representativa de categoria profissi-
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente onal ou econômica, na mesma base territorial, que será defi-
aos domingos; nida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no podendo ser inferior à área de um Município;
mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
art. 59 § 1º) coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo me- judiciais ou administrativas;
nos, um terço a mais do que o salário normal; IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do tratando de categoria profissional, será descontada em folha,
salário, com a duração de cento e vinte dias; para custeio do sistema confederativo da representação sin-
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; dical respectiva, independentemente da contribuição prevista
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, medi- em lei;
ante incentivos específicos, nos termos da lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filia-
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, do a sindicato;
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas nego-
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio ciações coletivas de trabalho;
de normas de saúde, higiene e segurança; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado
XXIII - adicional de remuneração para as atividades pe- nas organizações sindicais;
nosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
XXIV - aposentadoria; partir do registro da candidatura a cargo de direção ou repre-
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes des- sentação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano
de o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.

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Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se b) de imposição de naturalização, pela norma estrangei-
à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescado- ra, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como con-
res, atendidas as condições que a lei estabelecer. dição para permanência em seu território ou para o exercício
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos de direitos civis;(Incluído pela Emenda Constitucional de
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e Revisão nº 3, de 1994)
sobre os interesses que devam por meio dele defender. Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Repú-
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e blica Federativa do Brasil.
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da § 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a
comunidade. bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às § 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
penas da lei. derão ter símbolos próprios.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e CAPÍTULO IV
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que DOS DIREITOS POLÍTICOS
seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
de discussão e deliberação. universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, todos, e, nos termos da lei, mediante:
é assegurada a eleição de um representante destes com a I - plebiscito;
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto II - referendo;
com os empregadores. III - iniciativa popular.
CAPÍTULO III § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
DA NACIONALIDADE I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
Art. 12. São brasileiros: II - facultativos para:
I - natos: a) os analfabetos;
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda b) os maiores de setenta anos;
que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
serviço de seu país; § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangei-
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe ros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da Re- conscritos.
pública Federativa do Brasil; § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe I - a nacionalidade brasileira;
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasi- II - o pleno exercício dos direitos políticos;
leira competente ou venham a residir na República Federativa III - o alistamento eleitoral;
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada V - a filiação partidária; Regulamento
pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) VI - a idade mínima de:
II - naturalizados: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade bra- da República e Senador;
sileira, exigidas aos originários de países de língua portugue- b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Es-
sa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade tado e do Distrito Federal;
moral; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Es-
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes tadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos d) dezoito anos para Vereador.
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
a nacionalidade brasileira.(Redação dada pela Emenda Cons- § 5º O Presidente da República, os Governadores de Es-
titucional de Revisão nº 3, de 1994) tado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão reeleitos para um único período subseqüente.(Redação dada
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
previstos nesta Constituição.(Redação dada pela Emenda § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi- os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta seis meses antes do pleito.
Constituição. § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular,
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o se-
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; gundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
III - de Presidente do Senado Federal; Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis me-
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; ses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo
V - da carreira diplomática; e candidato à reeleição.
VI - de oficial das Forças Armadas. § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguin-
VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela tes condições:
Emenda Constitucional nº 23, de 1999) I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afas-
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasi- tar-se da atividade;
leiro que: II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judici- pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamen-
al, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; te, no ato da diplomação, para a inatividade.
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos ca- § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de ine-
sos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão legibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
nº 3, de 1994) probidade administrativa, a moralidade para exercício de
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei mandato considerada vida pregressa do candidato, e a nor-
estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão malidade e legitimidade das eleições contra a influência do
nº 3, de 1994) poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo

Direitos Humanos 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ou emprego na administração direta ou indireta.(Redação a) A recusa de oficial do registro civil de registrar também no
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) nome do companheiro filho de pessoa que não seja casada,
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a quando a mulher comparecer sozinha para fazer o registro da
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplo- criança, não viola a igualdade de homens e mulheres em
mação, instruída a ação com provas de abuso do poder eco- direitos e obrigações nos termos da Constituição.
nômico, corrupção ou fraude. b) É livre a expressão da atividade intelectual, artística,
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em científica e de comunicação, observados os limites estabele-
segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se cidos pela censura e obtenção de licença nos termos da lei.
temerária ou de manifesta má-fé. c) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja imagem das pessoas, assegurado o direito a pagamento pela
perda ou suspensão só se dará nos casos de: utilização devidamente autorizada e o direito a indenização
I - cancelamento da naturalização por sentença transita- pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
da em julgado; d) A prática do racismo constitui crime inafiançável e im-
II - incapacidade civil absoluta; prescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto
durarem seus efeitos; 05. Assinale a alternativa CORRETA:
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou a) O mandado de segurança se presta a tutelar direito líqui-
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; do e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data.
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § A liquidez e certeza é requisito indispensável para a ação,
4º. pelo que a controvérsia de direito impede a concessão do
mandado.
b) Os tratados e convenções, ratificados pelo Brasil, que
PROVA SIMULADA forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem-
01. Assinale a alternativa correta. bros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Na luta histórica entre a liberdade e o poder, entre o indivíduo c) Constitui garantia fundamental de preservação do direito
e o Estado, às declarações de direitos: à liberdade a impossibilidade de prisão, senão por ordem
a) representam o triunfo dos aliados contra os regimes tota- escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente,
litários na II Guerra Mundial; ressalvada unicamente a hipótese de prisão em flagrante
b) constituem o grande marco divisório entre a Antiguidade delito.
e a Idade Moderna; d) A Constituição Federal garante, expressamente, a gratui-
c) estão vinculadas ao triunfo do absolutismo; dade na ação de habeas corpus e habeas data, sem necessi-
d) são instrumentos jurídicos de limitação do poder estatal. dade da existência de norma regulamentar. Os atos necessá-
rios ao exercício da cidadania serão gratuitos, na forma que a
02. Conceder-se-á mandado de injunção: lei regulamentar prever.
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas
à pessoa do impetrante, constante de registros de entidades 06. A respeito do catálogo de direitos fundamentais da Consti-
governamentais ou de caráter público. tuição Federal de 1988, analise as afirmativa a seguir:
b) sempre que a falta de norma regulamentadora torne I. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à II. É plena a liberdade de associação para fins lícitos e veda-
cidadania. da a de caráter militar.
c) para proteger direito líquido e certo, quando o responsá- III. É livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública fica e de comunicação, podendo ser exigida autorização pré-
no exercício de atribuições do Poder Público. via do poder público, caso as manifestações expressivas
d) para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo atentem contra a ordem pública e os bons costumes.
por processo sigiloso, judicial ou administrativo. IV. É inviolável a liberdade de consciência e de crença. Con-
tudo, ninguém poderá se eximir de obrigação legal a todos
03. Com referência aos remédios constitucionais, nomeie a imposta, invocando impedimento decorrente de crença religi-
alternativa CORRETA, considerados, inclusive, o magistério osa ou de convicção política.
da doutrina e a jurisprudência dos tribunais: Assinale:
a) Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popu- a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
lar que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de b) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas.
entidade de que o Estado participe; c) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
b) O habeas corpus, posto que admita dilação probatória em d) se somente as afirmativas II, III, e IV estiverem corretas.
seu processamento, é instrumento idôneo de sorte a permitir,
em sede de processo penal, o exame aprofundado de matéria 07. O direito de propriedade:
fática e a análise valorativa e minuciosa de elementos de I. é assegurado pela Constituição, mas a propriedade deve
prova; atender à sua função social;
c) Conceder-se-á habeas data para assegurar a obtenção II. é garantido pela Constituição, podendo, no entanto ocorrer
de certidões em repartições públicas, visando a defesa de a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
direitos e esclarecimentos de situações de interesse do impe- interesse social, mediante prévia e justa indenização em di-
trante; nheiro em qualquer hipótese;
d) Admite-se a utilização, pelos organismos sindicais e pelas III. não permite, mesmo em caso de iminente perigo, que a
entidades de classe, do mandado de injunção coletivo, com a autoridade competente use de propriedade particular sem
finalidade de viabilizar, em favor dos membros ou associados indenização prévia, independentemente de eventual dano;
dessas instituições, o exercício de direitos assegurados pela IV. implica no cumprimento da função social daquela, sendo
Constituição. que no caso da propriedade urbana tal ocorre quando atende
às exigências fundamentais de ordenação da cidade expres-
04. Assinale a única opção que esteja em consonância com sas no plano diretor e na hipótese de propriedade rural quan-
os direitos e deveres individuais e coletivos assegurados pela do preencher os requisitos de aproveitamento racional e ade-
Constituição. quado; utilização adequada dos recursos naturais e preserva-

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ção do meio ambiente; observância das disposições que (B) a prática do racismo constitui crime inafiançável, impres-
regulam as relações de trabalho; e exploração que favoreça o critível e insuscetível de graça ou anistia.
bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. (C) não haverá penas, entre outras, de morte, de caráter
Em análise às assertivas acima, pode-se afirmar que: perpétuo, de interdição de direitos e de banimento.
a) todas estão corretas; (D) nenhuma pena passará da pessoa do condenado, mas a
b) estão corretas apenas as de números I e II; decretação do perdimento de bens poderá ser estendida aos
c) estão corretas apenas as de números I, II e IV; sucessores, até o limite do valor do patrimônio transferido.
d) estão corretas apenas as de números I e IV.
13. Assinale a alternativa que contempla corretamente um
08. O sigilo das comunicações telefônicas é inviolável, salvo direito ou garantia constitucional.
por ordem da autoridade (A) Garantia, na forma da lei, do direito de fiscalização do
a) judicial a fim de investigação para instrução de processos aproveitamento econômico das obras que criarem ou
referentes a atos de improbidade administrativa. de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às res-
b) judicial a fim de investigação criminal ou instrução pro- pectivas representações sindicais e associativas.
cessual penal. (B) Direito de não ser preso senão em flagrante delito ou por
c) policial a fim de investigação dos delitos de sequestro e ordem escrita da autoridade judiciária competente, mesmo no
tráfico de entorpecentes. caso de transgressão militar ou crime propriamente militar,
d) judicial a fim de investigação nos processos de separação definidos em lei.
judicial ou divórcio. (C) Garantia, na forma da lei, da gratuidade ao registro civil de
nascimento, à certidão de óbito e às ações de habeas corpus
09. Sobre os direitos e garantias fundamentais, analise as e habeas data, exclusivamente àqueles que forem reconheci-
afirmativas a seguir: damente pobres.
I. Na desapropriação, a indenização será justa, prévia e em (D) Garantia ao brasileiro, nato ou naturalizado, de que não
dinheiro. Na Constituição e na lei complementar poderão ser será extraditado por crime comum.
criadas exceções a essa regra, indenizando-se, por exemplo,
com títulos públicos. 14. Conceder-se-á mandado de injunção
II. A Constituição não permite a extradição do brasileiro nato. (A) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
III. Na sucessão de bens de estrangeiro, localizados no Brasil, pessoa do impetrante, constante de registros de entidades
poderá ser usada a lei pessoal do de cujus se for mais benéfi- governamentais ou de caráter público.
ca para o filho ou cônjuge que tenha a nacionalidade brasilei- (B) sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviá-
ra. vel o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
São verdadeiras somente as afirmativas: prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cida-
a) I e II dania.
b) I e III (C) para proteger direito líquido e certo, quando o responsável
c) II e III pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública no
d) I, II e III exercício de atribuições do Poder Público.
(D) para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
10. No momento em que a Constituição da República do por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
Brasil assegura ser “livre a locomoção no território nacional (E) sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”, por ilegalidade ou abuso de poder.
estabelece uma norma constitucional de eficácia:
a) plena e aplicabilidade direta, imediata e integral. 15. Assinale a alternativa incorreta:
b) contida e aplicabilidade direta, imediata, mas possivel- a) é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
mente não integral. assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
c) limitada, declaratória de princípios institutivos. na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgi-
d) limitada, declaratória de princípios programáticos. as;
b) a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden-
11. Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos e do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso
garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
(A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, e ninguém nela durante o dia, por determinação judicial;
pode penetrar, a não ser, unicamente, por ordem judicial. c) é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica-
(B) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas,
publicação ou reprodução de suas obras, direito que se extin- salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
gue com a sua morte, não sendo transmissível aos seus her- forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal
deiros. ou instrução processual penal;
(C) A lei não poderá restringir a publicidade dos atos proces- d) a prática do racismo constitui crime afiançável, sujeito à
suais, exceto para a defesa da intimidade ou do interesse pena de detenção.
social.
(D) A prática do racismo é crime imprescritível, mas que per- 16. Sobre os direitos fundamentais em matéria processual, é
mite a fiança. incorreto afirmar que
(E) A Constituição Federal admite, entre outras, as penas de a) aos litigantes são assegurados, em processo administrati-
privação da liberdade, perda de bens e de trabalhos forçados. vo, o contraditório e a ampla defesa, se a respectiva legisla-
ção de regência assim o dispuser.
12. Considerando as diversas formas de expressão da liber- b) ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
dade individual garantida pelo texto constitucional, é correto devido processo legal.
afirmar que c) ninguém será processado nem sentenciado senão pela
(A) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em autoridade competente.
locais abertos ao público, desde que não frustrem outra reu- d) são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
nião anteriormente convocada para o mesmo local, exigida meios ilícitos.
apenas a prévia autorização da autoridade competente.

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e) a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processu- (E) transitoriedade, já que a associação deverá ter caráter
ais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o transitório, pacífico e realizar-se em local público.
exigirem.
20. Assinale a alternativa correta.
17. Sobre o direito de acesso às informações mantidas pela a) O princípio da presunção da inocência determina que nin-
Administração Pública, reconhecido como direito fundamental guém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
inerente aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, sentença penal condenatória.
ou afirmado como parâmetro objetivo de atuação da Adminis- b) Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
tração Pública, é correto afirmar que pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
a) é dever da Administração Pública assegurar aos cidadãos alimentícia e a do depositário infiel.
o acesso às informações por ela mantidas mas, ao mesmo c) Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
tempo, é seu dever resguardar o sigilo da fonte. devido processo legal, exceto na hipótese de crimes contra a
b) a lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública.
administração pública direta e indireta, regulando especial- d) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
mente o acesso dos estrangeiros não residentes no País a em caso de crime comum, praticado antes da naturalização,
registros administrativos e a informações sobre atos de go- ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpe-
verno. centes e drogas afins mesmo que, no último caso, o país que
c) são a todos assegurados, independentemente do paga- solicita a extradição aplique a pena de morte.
mento de taxas, a obtenção de certidões em repartições pú-
blicas para defesa de direitos e esclarecimento de situações Nas questões que se seguem, assinale:
de interesse pessoal, coletivo ou geral. C – se a proposição estiver correta
d) se concederá habeas data para assegurar o conhecimento E- se a mesma estiver incorreta
de informações relativas à pessoa do impetrante ou de inte-
resse coletivo ou geral, constantes de registros ou bancos de 21. Direitos políticos são os que conferem participação no
dados de entidades governamentais ou de caráter público. poder estatal, através do direito de votar, de ser votado e de
e) todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa- ocupar funções de Estado. Tais direitos são dados apenas ao
ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou cidadão, considerando-se como cidadão o nacional no gozo
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de res- dos direitos políticos (cidadania nacionalidade + direitos
ponsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres- políticos). Nacionalidade e cidadania são termos distintos. A
cindível à segurança da sociedade e do Estado. nacionalidade adquire-se por fatores relacionados ao
nascimento ou pela naturalização. A qualidade de cidadão
18. Leia as seguintes afirmações: adquire-se formalmente pelo alistamento eleitoral, dentro dos
I. Segundo o caput do art. 5.o da Constituição Federal, é requisitos da lei.
assegurada a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade aos brasileiros e aos 22. Garantias civis - Consistem na obtenção, independente-
estrangeiros residentes no país. Isso significa que não há mente do pagamento de taxas, de certidões em repartições
qualquer diferenciação constitucional, em relação aos direitos públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situa-
individuais, coletivos, sociais e políticos, que os nacionais e ções pessoais (art. 5º, XXXIV, b). O direito à obtenção de
estrangeiros gozam sob a égide da Carta da República. certidão é limitado à situação pessoal, e o seu exercício inde-
II. As normas definidoras de direitos e garantias fundamentais pende de regulamentação. Relacionam-se ainda as garantias
têm aplicação imediata e não excluem outros decorrentes do civis com o mandado de segurança e o habeas data.
regime e dos princípios adotados pela Constituição, ou ainda,
dos tratados internacionais dos 23. Garantias processuais - Como garantias processuais,
quais nosso país fizer parte. destacam-se, na Constituição, a do devido processo legal,
III. De acordo com o art. 5.º, §3.o da Constituição Federal, os agora expressamente prevista no art. 5º, LIV (“ninguém será
tratados internacionais que versarem sobre direitos humanos privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
e forem aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em legal”), a do contraditório e a da ampla defesa, asseguradas
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem- no art. 5º, LV (“aos litigantes, em processo judicial ou adminis-
bros, serão equivalentes às emendas constitucionais. trativo, e aos acusados em geral são assegurados o contradi-
IV. O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os tório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela ineren-
maiores de dezoito anos. Porém, não podem se alistar como tes”). Note-se que a Constituição estende a garantia do con-
eleitores os estrangeiros, os clérigos e, durante o período de traditório e da ampla defesa aos processos administrativos.
serviço militar obrigatório, os conscritos.
São corretas apenas as afirmativas 24. Garantias jurisdicionais - A primeira garantia jurisdicional
(A) I e II. vem tratada no art. 50, XXXV: “a lei não excluirá da aprecia-
(B) I e III. ção do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito”. E a
(C) II e III. inafastabilidade ao acesso ao Judiciário, traduzida no mono-
(D) II e IV. pólio da jurisdição, ou seja, havendo ameaça ou lesão de
(E) III e IV. direito, não pode a lei impedir o acesso ao Poder Judiciário.
Anote-se que o preceito constitucional não reproduz cláusula
19. O direito à associação, previsto constitucionalmente como constante da Emenda Constitucional n. 1, de 1969 (art. 153, §
um direito fundamental, pode ser caracterizado pela 4º), a qual possibilitava que o ingresso em juízo poderia ser
(A) liberdade de associação, pois ninguém poderá ser compe- condicionado à prévia exaustão das vias administrativas,
lido a se associar ou a se manter associado. desde que não fosse exigida garantia de instância, sem ultra-
(B) não intervenção estatal no funcionamento das associa- passar o prazo de cento e oitenta dias para a decisão do
ções, sendo necessária autorização para a constituição de pedido. Assim, não existe mais o contencioso administrativo:
cooperativas. o acesso ao Poder Judiciário é assegurado, mesmo pendente
(C) possibilidade de dissolução de uma associação, por pro- recurso na esfera administrativa.
cedimento judicial ou administrativo.
(D) licitude do objeto da associação, admitindo-se a constitui- 25. Ao dispor que “a propriedade atenderá a sua função soci-
ção de associações que possuam caráter paramilitar. al”, o art. 5º, XXIII, da Constituição a desvincula da concepção
individualista do século XVIII. A propriedade, sem deixar de
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ser privada, se socializou, com isso significando que deve de segurança coletivo, em defesa dos interesses de seus
oferecer à coletividade uma maior utilidade, dentro da con- membros ou associados.
cepção de que o social orienta o individual. (B) O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter-
nacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Quanto aos remédios constitucionais: (C) O preso não tem direito à identificação dos responsáveis
por sua prisão ou por seu interrogatório policial, se for salutar
26. Ação popular é o meio processual a que tem direito para a manutenção da segurança.
qualquer cidadão que deseje questionar judicialmente a (D) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popu-
validade de atos que considera lesivos ao patrimônio público, lar que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público, ficando
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais,
patrimônio histórico e cultural. mas deverá suportar em qualquer hipótese o ônus da sucum-
bência.
27. O Mandado de Segurança é um instituto jurídico que (E) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença
serve para resguardar Direito líquido e certo, não amparado religiosa ou de convicção filosófica ou política, ainda que as
por Habeas Corpus ou Habeas Data, que seja negado, ou invoque para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
mesmo ameaçado, em face de ato de quaisquer dos órgãos recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
do Estado Brasileiro, seja da Administração direta, indireta,
bem com dos entes despersonalizados e dos agentes 33. Tendo em vista os remédios constitucionais:
particulares no exercício de atribuições do poder público. a) A ação popular pode ser ajuizada por pessoa física ou
Trata-se de um remédio constitucional posto à disposição de jurídica, nacional ou estrangeira.
toda Pessoa Física ou jurídica, ou mesmo órgão da b) Conceder-se-á "habeas corpus" sempre que alguém so-
administração pública com capacidade processual. frer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
28. O Mandado de Segurança coletivo é ação igualmente de poder.
rito especial que determinadas entidades, enumeradas c) O mandado de segurança pode ter o prazo de impetração
expressamente na Constituição, podem ajuizar para defesa, de cento e vinte dias interrompido em razão de oferecimento
não de direitos próprios inerentes a essas entidades, mas de de pedido de reconsideração.
direito líquido e certo de seus membros, ou associados, d) Conceder-se-à "habeas data" sempre que a falta de nor-
ocorrendo, no caso, o instituto da substituição processual. ma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
Pode ser impetrado por: a) partido político com representação das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de nacionalidade, à soberania e à cidadania.
classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 34. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
interesses de seus membros ou associados. assegurado:
a) o livre exercício dos cultos religiosos
29. O mandado de injunção, previsto no artigo 5º, inciso LXXI b) garantia e proteção aos locais de culto
da Constituição do Brasil de 1988, é um dos remédios- c) garantia a proteção as liturgias
garantias constitucionais, sendo, segundo o Supremo Tribunal d) todas as alternativas estão corretas
Federal (STF), uma ação constitucional usada em um caso
concreto, individualmente ou coletivamente, com a finalidade 35. Dos direitos e garantias fundamentais, marque a única
de o Poder Judiciário dar ciência ao Poder Legislativo sobre a opção correta.
omissão de norma regulamentadora que torne inviável o a) A redução da jornada de trabalho é vedada expressamente
exercício dos direitos e garantias constitucionais e das pela Constituição Federal.
prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e b) Não será concedida a extradição de estrangeiro por crime
cidadania. político, salvo se esse crime político tiver sido tipificado em
tratado internacional.
30. Habeas Corpus - Medida que visa proteger o direito de ir e c) Decorre da presunção de inocência, consagrada no art. 5º,
vir. É concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ame- da Constituição Federal, a impossibilidade de exigência de
açado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de produção, por parte da defesa, de provas referentes a fatos
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Quando há negativos.
apenas ameaça a direito, o habeas corpus é preventivo. d) A Constituição Federal assegura que são gratuitos para os
reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de
31. Constitui direito e dever individual e coletivo previsto na nascimento e casamento e a certidão de óbito.
Constituição brasileira, além de outros, o seguinte: e) Aos tratados sobre direitos humanos, em vigor no plano
(A) é crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos internacional e interno, a Constituição Federal assegura hie-
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o rarquia de norma constitucional
Estado Democrático.
(B) é violável a intimidade, a honra e a imagem das pessoas, 36 . Considere as seguintes assertivas a respeito dos direitos
salvo a sua vida privada. e deveres individuais:
(C) o cidadão poderá ser privado de direitos por motivo de I – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
crença religiosa, ainda que a invocar para eximir-se de obri- fi ca e de comunicação, independente de censura, observada
gação legal. a necessidade de licença.
(D) é limitada a liberdade de associação, permitida a de cará- II – todos podem reunir-se pacifi camente, sem armas, em
ter paramilitar, nos termos da lei. locais abertos ao público, desde que haja autorização da
(E) todo trabalhador será compelido a associar-se e a perma- autoridade pública competente e que não frustrem outra reu-
necer associado a sindicato de sua categoria profissional. nião anteriormente convocada para o mesmo local.
III– todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa-
32. No que concerne aos direitos e deveres individuais e ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
coletivos, nos termos preconizados pela Constituição Federal geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de res-
de 1988 é correto afirmar: ponsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres-
(A) A organização sindical, legalmente constituída e em funci- cindível à segurança da sociedade e do Estado.
onamento há pelo menos 6 meses poderá impetrar mandado

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IV– a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de 42. São condições de elegibilidade, na forma da lei, a idade
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apena- mínima de
do. (A) trinta anos para Vice-Presidente.
V– às presidiárias serão asseguradas condições para que (B) dezoito anos para Deputado Estadual.
possam permanecer com seus fi lhos durante o período de (C) vinte e um anos para Prefeito.
amamentação. (D) trinta anos para Senador.
Assinale a opção verdadeira. (E) vinte e um anos para Governador.
a) I, IV e V estão corretas.
b) III, IV e V estão corretas. 43. É correto afirmar que
c) II, III e IV estão corretas. (A) o prazo de validade do concurso público será de até cinco
d) I, II e III estão incorretas. anos, prorrogável uma vez, por igual período.
e) I, II e V estão incorretas. (B) os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
serão computados e acumulados para fim de concessão de
37. Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos e acréscimos ulteriores.
garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. (C) são estáveis após 2 anos de efetivo exercício os servido-
(A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, e ninguém nela res nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
pode penetrar, a não ser, unicamente, por ordem judicial. concurso público.
(B) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, (D) a lei poderá estabelecer qualquer forma de contagem de
publicação ou reprodução de suas obras, direito que se extin- tempo de contribuição fictício.
gue com a sua morte, não sendo transmissível aos seus her- (E) é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
deiros. exceto quando houver compatibilidade de horários, a de um
(C) A lei não poderá restringir a publicidade dos atos proces- cargo de professor com outro, técnico ou científico.
suais, exceto para a defesa da intimidade ou do interesse
social. 44. Segundo a Constituição Federal vigente, a República
(D) A prática do racismo é crime imprescritível, mas que per- Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de
mite a fiança. Direito e tem como um dos seus princípios fundamentais
(E) A Constituição Federal admite, entre outras, as penas de (A) o pluralismo político.
privação da liberdade, perda de bens e de trabalhos forçados. (B) a democracia liberal.
(C) a bicameralidade.
38. Quando a falta de norma regulamentadora impedir o exer- (D) a multiplicidade de legendas partidárias.
cício dos direitos e liberdades constitucionais do cidadão, este (E) a obrigatoriedade do voto.
poderá ajuizar
(A) o mandado de segurança. 45. Nos termos da Constituição Federal vigente,
(B) o mandado de injunção. (A) a proteção do trabalhador contra a despedida arbitrária há
(C) o habeas data. de ser estabelecida em lei ordinária.
(D) a ação direta de inconstitucionalidade. (B) é permitida a criação de mais de uma entidade sindical,
(E) a ação popular. representativa de categoria profissional ou econômica, na
mesma base territorial.
39. Assinale a alternativa incorreta: (C) admite-se a não equiparação dos direitos do trabalhador
a) é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo avulso e do trabalhador com vínculo empregatício.
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, (D) é obrigatória a participação dos sindicatos nas negocia-
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgi- ções coletivas de trabalho.
as; (E) é legítima a distinção entre trabalho manual, técnico e
b) a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden- intelectual.
do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 46. São brasileiros natos:
durante o dia, por determinação judicial; a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
c) é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica- de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, de seu país;
salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasi-
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal leira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República
ou instrução processual penal; Federativa do Brasil;
d) a prática do racismo constitui crime afiançável, sujeito à c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
pena de detenção. brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasilei-
ra competente ou venham a residir na República Federativa
40. Assinale a alternativa correta. do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
a) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem maioridade, pela nacionalidade brasileira.
prévia cominação legal, exceto nos casos de crimes contra a d) todas as alternativas estão corretas
administração pública.
b) A lei penal não retroagirá, ainda que para beneficiar o réu. 47. Com relação aos princípios constitucionais da Administra-
c) A pena de morte é absolutamente vedada pela Constituição ção Pública, considere:
Federal. I. A Constituição Federal proíbe expressamente que conste
d) Não será concedida extradição de estrangeiro por crime nome, símbolo ou imagens que caracterizem promoção pes-
político ou de opinião. soal de autoridade ou servidores públicos em publicidade de
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
41. Não é privativo de brasileiros natos o cargo públicos.
(A) de Presidente da República. II. Todo agente público deve realizar suas atribuições com
(B) de Presidente do Senado Federal. presteza, perfeição e rendimento funcional.
(C) de carreira diplomática. As afirmações citadas correspondem, respectivamente, aos
(D) de Governador do Estado. princípios da
(E) de Ministro do Supremo Tribunal Federal. (A) impessoalidade e eficiência.
(B) publicidade e moralidade.

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(C) legalidade e impessoalidade. blicas para defesa de direitos e esclarecimento de situações
(D) moralidade e legalidade. de interesse pessoal, coletivo ou geral.
(E) eficiência e publicidade. d) se concederá habeas data para assegurar o conhecimento
de informações relativas à pessoa do impetrante ou de inte-
48. A República Federativa do Brasil, formada pela união resse coletivo ou geral, constantes de registros ou bancos de
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, dados de entidades governamentais ou de caráter público.
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como e) todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa-
fundamentos: ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
I - a soberania; geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de res-
II - a cidadania; ponsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres-
III - a dignidade da pessoa humana; cindível à segurança da sociedade e do Estado.
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político. 53. Sobre os cargos, empregos e funções públicas, é consti-
Estão corretas: tucionalmente incorreto afirmar
a) todas estão corretas a) que, na União, compete ao Presidente da República dispor,
b) somente quatro delas estão corretas mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos
c) somente três estão corretas públicos.
d) somente duas estão corretas b) que a investidura em cargo ou emprego público depende
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
49. Constituem objetivos fundamentais da República Federa- provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
tiva do Brasil: do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
b) garantir o desenvolvimento nacional; livre nomeação e exoneração.
c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi- c) que eles são acessíveis aos estrangeiros, na forma da lei.
gualdades sociais e regionais; d) que, durante o prazo improrrogável, previsto no edital de
d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, convocação, aquele aprovado em concurso público de provas
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimi- ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre
nação. novos concursados para assumir cargo ou emprego, na car-
e) todos estão corretos reira.
e) que as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
50. Assinale a alternativa incorreta: servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comis-
a) São estáveis após dois anos de efetivo exercício os servi- são, a serem preenchidos por servidores de carreira nos ca-
dores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude sos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, desti-
de concurso público. nam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assesso-
b) Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ramento.
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aprovei- 54. É correto afirmar, sobre o regime de previdência constitu-
tamento em outro cargo. cionalmente assegurado aos servidores titulares de cargos
c) Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga- efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
tória a avaliação especial de desempenho por comissão insti- Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que
tuída para essa finalidade. a) ele terá caráter não contributivo, salvo quanto aos servido-
d) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas res ingressos no serviço público após 1º de janeiro de 2004.
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servido- b) os servidores abrangidos por esse regime de previdência
res públicos, constituindo-se a participação nos cursos um poderão aposentar-se voluntariamente, desde que cumprido,
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para entre outras condições, o tempo mínimo de dez anos de efeti-
isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes vo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo
federados. em que se dará a aposentadoria.
c) os servidores abrangidos por esse regime de previdência
51. A República Federativa do Brasil não tem como um dos serão aposentados compulsoriamente aos setenta anos de
seus fundamentos idade, se homem, ou aos setenta e cinco anos, se mulher,
a) a soberania. com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
b) a cidadania. d) os servidores abrangidos por esse regime de previdência
c) o monismo político. serão aposentados por invalidez permanente, sendo os pro-
d) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. ventos proporcionais ao tempo de contribuição.
e) a dignidade da pessoa humana. e) é vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados
para a concessão de aposentadoria aos servidores abrangi-
52. Sobre o direito de acesso às informações mantidas pela dos por esse regime de previdência, ressalvados, nos termos
Administração Pública, reconhecido como direito fundamental definidos pela legislação do regime geral da previdência soci-
inerente aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, al, os casos, entre outros, de servidores que exerçam ativida-
ou afirmado como parâmetro objetivo de atuação da Adminis- des de risco iminente.
tração Pública, é correto afirmar que
a) é dever da Administração Pública assegurar aos cidadãos 55. É órgão do Poder Judiciário o(a)
o acesso às informações por ela mantidas mas, ao mesmo a) Advocacia-Geral da União.
tempo, é seu dever resguardar o sigilo da fonte. b) Tribunal de Contas da União.
b) a lei disciplinará as formas de participação do usuário na c) Ministério Público do Estado do Espírito Santo.
administração pública direta e indireta, regulando especial- d) Superior Tribunal Militar.
mente o acesso dos estrangeiros não residentes no País a e) Polícia Militar, quando investida em atividades de investi-
registros administrativos e a informações sobre atos de go- gação criminal.
verno.
c) são a todos assegurados, independentemente do paga- 56. Com relação à acumulação de funções e vencimentos dos
mento de taxas, a obtenção de certidões em repartições pú- servidores públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, é correto afirmar que

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(A) a acumulação de cargos constitucionalmente é permitida, (E) a autonomia e a dependência nacional.
desde que se trate de acumulação de um cargo técnico ou
científico com um cargo de professor, sem cumulação de 61. Nos termos da Constituição Federal, a ação, quanto aos
vencimentos de cada função. créditos resultantes das relações de trabalho, prescrevem em
(B) a acumulação de cargos é excepcionalmente permitida, (A) dois anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
no caso de dois cargos ou empregos privativos de profissio- limite de cinco anos após a extinção do contrato de trabalho.
nais de saúde, com profissões regulamentadas, com a acu- (B) três anos para os trabalhadores urbanos e quatro anos
mulação dos vencimentos de cada função. para os rurais, até o limite de três anos, respectivamente,
(C) o servidor investido no mandato de Vereador, desde que após a extinção do contrato de trabalho.
haja compatibilidade de horários para o exercício de ambas (C) cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
atribuições, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. (D) três anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
(D) o servidor investido no mandato de Prefeito será afastado limite de dezoito meses após a extinção do contrato de traba-
do cargo, emprego ou função que antes desempenhava, lho.
sendo-lhe vedada a cumulação de remunerações, e percebe- (E) cinco anos para os trabalhadores urbanos e três anos
rá, compulsoriamente, os subsídios atribuídos ao Prefeito para os rurais, até o limite de cinco anos, respectivamente,
Municipal. após a extinção do contrato de trabalho.
(E) tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
tal, o servidor ficará afastado de seu cargo, emprego ou fun- 62. A representação de cada um dos Estados e do Distrito
ção, sem prejuízo da remuneração percebida no serviço pú- Federal, no Senado Federal, será renovada de
blico, cumulando-a com a do mandato eletivo. (A) quatro em quatro anos, sucessivamente, por dois e um
terço.
57. Considere as assertivas abaixo, relacionadas à Adminis- (B) quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois
tração Pública. terços.
I. É permitida, desde que estabelecida em lei, a contratação (C) quatro e oito anos, alternadamente, por dois e um terço.
por tempo determinado para atender a necessidade temporá- (D) oito em oito anos, sucessivamente, por um e dois terços.
ria de excepcional interesse público. (E) quatro e oito anos, respectivamente, por dois e um terço.
II. O direito à livre associação sindical é irrestritamente garan-
tido ao servidor público civil e ao militar. 63. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-
III. A administração fazendária goza, dentro de sua área de Presidente da República, ou vacância dos respectivos cargos,
competência e jurisdição, de precedência sobre os demais serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidên-
setores administrativos, na forma da lei. cia, o Presidente
IV. Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público (A) do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados e o do
civil ou militar serão computados para fins de concessão de Conselho de Defesa Nacional.
acréscimos ulteriores. (B) do Congresso Nacional, o do Supremo Tribunal Federal e
V. Os vencimentos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário o do Senado Federal.
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. (C) do Supremo Tribunal Federal, o do Senado Federal e o do
Estão corretas APENAS as que se encontram em Congresso Nacional.
(A) II e IV. (D) da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do
(B) I, II e IV. Supremo Tribunal Federal.
(C) III, IV e V. (E) do Conselho da República, o do Congresso Nacional e o
(D) I, III e V. do Senado Federal.
(E) III e IV.
64. Com relação ao Poder Judiciário, é INCORRETO afirmar
58. O servidor público abrangido pelo regime de previdência que
previsto na Constituição Federal, será aposentado compulso- (A) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes
riamente aos consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento.
(A) sessenta e cinco anos de idade, com proventos integrais. (B) o número de juízes na unidade jurisdicional será proporci-
(B) setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao onal à efetiva demanda e à respectiva população.
tempo de contribuição. (C) a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado
(C) sessenta e cinco anos de idade, com proventos proporci- férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funci-
onais ao tempo de serviço. onando, nos dias em que não houver expediente forense
(D) setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao normal, juízes em plantão permanente.
tempo de serviço. (D) as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas
(E) sessenta anos de idade, com proventos integrais. e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo
voto da maioria absoluta de seus membros.
59. Nos termos da Constituição Federal de 1988, os Poderes (E) a distribuição de processos será por cotas na primeira
Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão os valores dos instância e imediata na segunda.
subsídios e da remuneração dos cargos e empregos públicos:
(A) anualmente. 65. No que concerne ao Conselho Nacional de Justiça, pode-
(B) semestralmente. se afirmar que
(C) trimestralmente. (A) será presidido pelo Ministro do Superior Tribunal de Justi-
(D) bimensalmente. ça, que votará em caso de empate, ficando excluído da distri-
(E) mensalmente. buição de processos naquele tribunal.
(B) é composto por onze membros, com mais de trinta e cinco
60. Dentre as proposições abaixo, é INCORRETO afirmar que e menos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de
a República Federativa do Brasil tem como fundamentos, dois anos, admitida uma recondução.
dentre outros, (C) o Ministro do Supremo Tribunal Federal exercerá a função
(A) a cidadania e o pluralismo político. de Ministro-Corregedor.
(B) a soberania e a dignidade da pessoa humana. (D) os seus membros serão nomeados pelo Presidente da
(C) o pluralismo político e a valorização social do trabalho. República, depois de aprovada a escolha pela maioria absolu-
(D) a dignidade da pessoa humana e o valor da livre iniciativa. ta do Congresso Nacional.

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(E) junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da Repú- que, além de ser intencional, deve produzir um conjunto sis-
blica e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Ad- temático com unidade, coerência e força jurídica próprias,
vogados do Brasil. dentro do sistema jurídico do Estado.
e) A norma geral da União, elaborada no exercício de sua
66. O pluralismo político é um dos competência legislativa concorrente, é hierarquicamente su-
(A) princípios da administração pública direta e indireta. perior à norma suplementar estadual.
(B) objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
(C) fundamentos da República Federativa do Brasil. 70. Sobre a organização do Estado, marque a única opção
(D) princípios norteadores da República Federativa do Brasil correta.
nas suas relações internacionais. a) Tanto no caso do desmembramento, como no caso de
(E) direitos sociais assegurados pela Constituição Federal do subdivisão de um Estado, para formar novos Estados ou
Brasil. Territórios, a população diretamente interessada, que irá
participar do plebiscito convocado pelo Congresso Nacional, é
67. Sobre a estabilidade do servidor público, é correto afirmar toda a população do Estado.
que o servidor b) Embora seja competência da União exercer monopólio
(A) público perderá sua estabilidade por sentença judicial estatal sobre a industrialização e o comércio de minérios
transitada em julgado ou mediante processo administrativo no nucleares e seus derivados, são autorizadas, sob regime de
qual lhe tenham sido assegurados a ampla defesa e o contra- permissão, a produção, a comercialização e a utilização de
ditório. radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas.
(B) estável, demitido em razão de sentença judicial, que tenha c) A decretação de intervenção da União em um Estado que
logrado a invalidação desse título judicial, terá direito à reinte- suspendeu o pagamento da dívida fundada por mais de dois
gração ao cargo que ocupava. Caso o cargo tenha sido pre- anos consecutivos, sem motivo de força maior, depende de
enchido por outrem, esse servidor não será reintegrado de provimento, pelo Superior Tribunal de Justiça, de representa-
imediato, permanecendo em disponibilidade. ção proposta pelo Procurador-Geral da República.
(C) estável, tendo seu cargo extinto ou declarada a sua des- d) Nos termos da Constituição Federal, os aumentos pecuniá-
necessidade, ficará em disponibilidade, percebendo sua re- rios percebidos por servidor público não serão computados ou
muneração integralmente, até que seja possível seu aprovei- acumulados para fim de concessão de acréscimos ulteriores,
tamento em outro cargo. salvo expressa determinação legal.
(D) estável poderá perder seu cargo por insuficiência de de- e) Mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâ-
sempenho, apenas nos três primeiros anos de efetivo exercí- nica, é facultado aos Estados e ao Distrito Federal estabele-
cio, mediante procedimento de avaliação periódica,que deve- cer como limite único, para o subsídio dos Deputados Esta-
rá ser disciplinado por lei complementar. duais e Distritais, o subsídio mensal dos desembargadores do
(E) que tenha sido aprovado por concurso público para cargo respectivo Tribunal de Justiça.
de provimento efetivo, exercido sua função por três anos
efetivamente, e tenha sido favoravelmente avaliado em seu 71. Assinale a opção correta. São privativos de brasileiro nato
desempenho por comissão instituída para essa finalidade, os cargos, exceto:
adquire o direito à estabilidade. a) de Presidente e Vice-Presidente da República.
b) de Ministro do Supremo Tribunal Federal.
68. A Constituição Federal estabelece sanções políticas, c) de Deputados e Senadores.
administrativas e penais ao servidor público que não cumprir d) de Oficial das Forças Armadas.
com o dever de probidade. São elas: e) da carreira diplomática.
(A) ressarcimento de danos ao erário público, manutenção
dos direitos pessoais, alteração da função exercida; indispo- 72. São condições de elegibilidade, na forma da lei, a idade
nibilidade dos bens. mínima de
(B) manutenção dos direitos políticos e pessoais, perda da (A) trinta anos para Vice-Presidente.
função pública; ressarcimento de danos ao erário público; (B) dezoito anos para Deputado Estadual.
disponibilidade dos bens. (C) vinte e um anos para Prefeito.
(C) reposição dos bens materiais ao erário público; suspen- (D) trinta anos para Senador.
são dos direitos de locomoção e comunicação; proibição de (E) vinte e um anos para Governador.
investidura em outro cargo público.
(D) suspensão dos direitos políticos; proibição do exercício do 73. A respeito dos Deputados e Senadores, é correto afirmar:
cargo; exposição de verba pública; alienação dos bens pes- (A) são invioláveis, penalmente, por suas opiniões, palavras e
soais. votos, mas podem responder civilmente se acusarem alguém
(E) suspensão dos direitos políticos; perda da função pública; sem provas.
indisponibilidade dos bens; ressarcimento de danos ao erário (B) desde a expedição do diploma, serão submetidos a julga-
público. mento perante o Superior Tribunal de Justiça.
(C) não poderão ser presos, nem mesmo em caso de flagran-
69. Sobre os Poderes do Estado e respectivas funções, sobre te delito, a não ser com autorização da Presidência da res-
eficácia e significado da Constituição e sobre a análise do pectiva Casa.
princípio hierárquico das normas, marque a única opção cor- (D) perderão o mandato quando sofrerem condenação crimi-
reta. nal em sentença transitada em julgado.
a) Segundo a doutrina mais atualizada, nem todas as normas (E) terão sua imunidade automaticamente suspensa durante o
constitucionais têm natureza de norma jurídica, pois algumas estado de sítio.
não possuem eficácia positiva direta e imediata.
b) O exercício da função jurisdicional, uma das funções que 74. Compete privativamente à União legislar sobre
integram o poder político do Estado, não é exclusivo do Poder (A) organização da Defensoria Pública do Distrito Federal.
Judiciário. (B) proteção à infância e à juventude.
c) As normas de aplicabilidade limitada dependem sempre de (C) direito penitenciário.
uma lei que lhes complete a normatividade, de maneira que (D) procedimentos em matéria processual.
possam produzir seus efeitos essenciais.
d) Na concepção materialista de Constituição, é dada rele-
vância ao processo de formação das normas constitucionais,

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75. Tendo em vista o disposto no texto constitucional vigente, b) O seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntá-
assinale a alternativa correta a respeito dos Estados Federa- rio, é direito dos trabalhadores urbanos e rurais assegurado
dos. pela Constituição Federal.
(A) Os Estados podem, mediante lei ordinária, instituir regiões c) A Constituição Federal veda a remuneração do trabalho
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, cons- noturno superior à do diurno.
tituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte- d) A retenção dolosa de salário constitui crime, segundo a
grar a organização, o planejamento e a execução de funções Constituição.
públicas de interesse comum.
(B) Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante RESPOSTAS
concessão, os serviços de gás canalizado, na forma da lei, 01. D 11. C 21. C 31. A 41. D
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamen- 02. B 12. D 22. C 32. B 42. C
tação. 03. D 13. A 23. C 33. B 43. E
(C) O número de Deputados à Assembléia Legislativa corres- 04. D 14. B 24. C 34. D 44. A
ponderá ao dobro da representação do Estado na Câmara 05. D 15. D 25. C 35. C 45. D
dos Deputados, não podendo ultrapassar o total de 94 Depu- 06. A 16. A 26. C 36. B 46. D
tados. 07. D 17. E 27. C 37. C 47. A
(D) Pertencem aos Estados vinte por cento do produto da 08. B 18. C 28. C 38. B 48. A
arrecadação do imposto sobre produtos industrializados. 09. C 19. A 29. C 39. D 49. E
10. B 20. A 30. C 40. D 50. A
76. No que tange à organização constitucional do Poder Le-
gislativo, é correto afirmar que 51. C 61. C 71. C
(A) cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente 52. E 62. B 72. C
da República, resolver definitivamente sobre tratados, acor- 53. A 63. D 73. D
dos ou atos internacionais que acarretem encargos ou com- 54. B 64. E 74. A
promissos gravosos ao patrimônio nacional. 55. D 65. E 75. B
(B) compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presi- 56. C 66. C 76. C
dente da República, autorizar referendo e convocar plebiscito. 57. D 67. E 77. D
(C) compete privativamente ao Senado Federal aprovar pre- 58. B 68. E 78. B
viamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha 59. A 69. B 79. D
de Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo 60. E 70. B 80. C
Presidente da República.
(D) a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-
ão em sessão conjunta, exclusivamente, para inaugurar a ___________________________________
sessão legislativa, receber o compromisso do Presidente da ___________________________________
República e conhecer do veto e sobre ele deliberar.
___________________________________
77. O artigo primeiro da Constituição da República Federativa ___________________________________
do Brasil afirma que “A República Federativa do Brasil, for-
mada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do ___________________________________
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direi-
_______________________________________________________
to”. Diante desta proposição, assinale a alternativa correta.
a) A república é forma de estado; e a federação, sistema de _______________________________________________________
governo.
b) A república é forma de governo; e a federação, sistema de _______________________________________________________
governo. _______________________________________________________
c) A república é sistema de governo; a federação, sistema de
estado _______________________________________________________
d) A república é forma de governo; e a federação, forma de _______________________________________________________
estado.
_______________________________________________________
78. Conforme o texto da Constituição Federal, constituem
_______________________________________________________
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil,
EXCETO: _______________________________________________________
a) construir uma sociedade livre, justa e solidária.
b) a autodeterminação dos povos. _______________________________________________________
c) garantir o desenvolvimento nacional. _______________________________________________________
d) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
gualdades sociais e regionais. _______________________________________________________
_______________________________________________________
79. Assinale a alternativa correta.
a) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem _______________________________________________________
prévia cominação legal, exceto nos casos
de crimes contra a administração pública. _______________________________________________________
b) A lei penal não retroagirá, ainda que para beneficiar o réu. _______________________________________________________
c) A pena de morte é absolutamente vedada pela Constituição
Federal. _______________________________________________________
d) Não será concedida extradição de estrangeiro por crime _______________________________________________________
político ou de opinião.
_______________________________________________________
80. Assinale a alternativa INCORRETA.
_______________________________________________________
a) São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho.
_______________________________________________________

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