CHAMADOS PARA PROCLAMAR AS VIRTUDES DE DEUS

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para
a sua maravilhosa luz.” (1 Pe 2:9).

INTRODUÇÃO
Para que você foi salvo? Para ficar sentado o resto da minha minha vida sentado no
banco da igreja até Jesus voltar?

Perguntamos... Com que OBJETIVO Deus fez tantas coisas em nós? Temos alguma coisa
a fazer em contrapartida por tudo o que foi realizado em nós? Que tipo de atitude devemos
ter para com Deus e para com os homens, depois de passar por tão profunda transformação?

v.9
A 2a. parte do versículo responde claramente:
... a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz
Aqui está uma das frases mais importantes da Bíblia. Exagero? Não.

Esta afirmação contém O PROPÓSITO da nossa própria EXISTÊNCIA.

O tipo de pergunta que muito perturba o ser humano é: QUEM SOU EU? O QUE FAÇO AQUI?

QUAL O SENTIDO DA MINHA EXISTÊNCIA?

Os grupos de psicólogos e até os consultórios médicos estão cheios dessas perguntas.

Mas não sabem onde encontrar as respostas!

Por que não procura na Palavra de Deus? É Deus quem entende da existência humana. E lerá
na Bíblia que o homem foi feito para adorar, servir e GLORIFICAR o seu Criador.
Evidentemente muitos não fazem isso. Por isso se sentem inúteis e sem rumo.

Mas com o crente é exatamente o CONTRÁRIO! Através da Palavra de Deus, fica sabendo não
apenas QUEM É, mas compreende perfeitamente o PROPÓSITO pelo qual está vivo nesta
terra: PROCLAMAR AS VIRTUDES DE DEUS.

É um objetivo tão claro e simples que nos deixa até desconcertados.

Talvez muitos pensem que o objetivo aqui é ter vida correta, fazer o bem e ser respeitado,
estabelecer família, juntar algum patrimônio para uma velhice tranqüila e, finalmente, deixar
um nome respeitado quando morrer.

Essas coisas certamente são importantes, mas não estamos aqui PARA alcançá-las. Nenhuma
delas é para ser OBJETIVO de vida! “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a
esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” 1 Co 15.19

Um efeito prático de saber que o objetivo aqui é glorificar a Deus: evita frustração inútil.

Frustração maltrata muito, pois é exatamente não alcançar os objetivos.

Ora, se temos objetivo errado, vamos nos frustrar À TOA!

Exemplo: Um se frustra porque não conseguiu dar conforto que sonhou, para a
família. Outro se frustra porque não conseguiu ser o grande profissional que queria. Ora,
mas esses nunca deveriam ter sido grandes objetivos EM SI.

Se tivermos de nos frustrar, que seja pelo motivo correto! Ou seja: porque não vivemos de
tal forma que Deus foi glorificado em nossas vidas. Aí sim, podemos e devemos nos frustrar
à vontade, e até morrer frustrados.

Com estas palavras o apóstolo Pedro define o ministério do povo de Deus. Chamados
para proclamar as virtudes de Deus.

Proclamar é mais do que simplesmente falar de Deus. O apóstolo Pedro está

pensando em testemunho vivo, por meio de palavras e ações, basta lermos o que diz para os
cristãos que se encontravam como peregrinos e forasteiros: Amados, exorto-vos, como
peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais que fazem guerra contra
a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo
que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras,
glorifiquem a Deus no dia da visitação(...) Porque assim é a vontade de Deus, que pela prática
do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos (1 Pe 2:11,12,15).

O apóstolo Pedro chama a Igreja para a prática do bem, para um testemunho que
venha glorificar a Deus.

A Igreja está inserida em um mundo que se encontra rodeado, sufocado pelas trevas
(Ef 6:12; 1Jo 5:19), exatamente neste contexto que a Igreja precisa proclamar.

O mundo precisa ouvir e ver esta proclamação. Por meio da Igreja, Deus se faz conhecido
aos homens. A Igreja é o Corpo de Cristo (1 Co 12:27). Somos individualmente Corpo de
Cristo, portanto é por meio de nós que Deus se fará conhecido aos homens.

“O povo de Deus precisa sempre estar se auto-examinando e indagando se,

porventura, muitas vezes não está sendo uma fotografia às avessas, por causa do seu
testemunho equivocado.

Quando apregoa uma boa doutrina, mas não põe em prática em seus atos os valores
decorrentes desta doutrina, a Igreja compromete a revelação de Deus ao mundo. Foi, assim,
com Israel em vários momentos de sua história, não menos, tem sido deste modo com a
Igreja em muitas ocasiões”.

Nas boas obras refletimos a imagem do nosso Senhor, quando visitamos os

enfermos, os encarcerados; quando oramos pela nossa nação, família, amigos; quando
dividimos nosso pão com os pobres; quando lutamos pela justiça, paz; sim, quando agimos
proclamamos.
Portanto dizermos que temos fé em Cristo Jesus, mas não demonstrarmos, isto é,
não termos ações, obras que demonstrem essa fé, nos coloca como alvos das palavras de
Tiago: “Se um irmão ou uma irmã estiver carecido de roupa, e necessitados do alimento
cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos, e fartai-vos, sem,
contudo, lhes dardes o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim também a
fé, se não tiver obras, por si só está morta.” (Tg 2:15-17).

Somos chamados para proclamar as virtudes de Deus. Não somos chamados para
proclamar qualquer virtude ou as virtudes de qualquer pessoa.

Nisto se consiste o ministério do povo de Deus em manifestar as virtudes daquele

que nos chamou das trevas.

Não somos chamados para proclamarmos um Deus físico, para apresentar ao mundo
uma figura que possam adorar.

Pelo contrário, somos chamados para apresentar o caráter de Deus, suas virtudes,
seus desejos. É verdade que o homem tem um profundo desejo em conhecer a imagem de
Deus. Prova disso está no fato de que há anos estudam o santo sudário tentando responder
a seguinte pergunta: Será realmente o retrato de Jesus Cristo estampado no santo sudário?

Deveríamos fazer outras perguntas: em que isso mudará nossa fé? Provando que o
santo sudário seja realmente de Cristo, quais as conseqüências dessa descoberta? Muitos
não passariam a adorar o santo sudário em vez do próprio Cristo?

Deus manifestou suas virtudes em toda história da humanidade, e mais

especificamente na história do povo de Israel. Nas escrituras encontramos o caráter de
Deus, suas virtudes, seus desejos mais profundos para o homem, sua relação com o
homem, seu modo de se relacionar com o homem. Deus nos chama para revelarmos tudo
que conhecemos Dele.
A grande verdade do Deus encarnado não se encontra em seu aspecto físico, mas em
suas virtudes, em seu caráter e em seus ensinos.

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor, 14no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.
Cl 1.13-14
Mas PROCLAMAR as virtudes de Deus, como? Duas formas:

1. Diretamente: com a boca.

Exemplo magnífico: Sl 111.

Veja o quanto o salmista conseguiu dizer de Deus em 10 versos:

* Atributos: glorioso, tem majestade, justo, benigno, misericordioso, sustentador, fiel,
imutável, reto, redentor, santo, poderoso - 12 atributos!

*Obras:
-Criador de grandes e memoráveis obras, que servem de prazer a muitos
-Gosta de manifestar ao povo as suas obras
- Dá herança ao seu povo
- Tomou a iniciativa de fazer uma aliança redentora e eterna com o seu povo

Com um Deus desse ele não poderia deixar de ser sinceramente grato (v.1), temê-lo e louvá-
lo (v.10).

Acostume-se a falar das virtudes de Deus! Isso O agrada!

2. Indiretamente: vivendo (como disse o próprio Pedro em 1Pe 2.12)

O crente que dá um bom testemunho é uma VITRINE AMBULANTE das virtudes de Deus!

Voltando, observe que ao qualificar Aquele a Quem devemos proclamar, Pedro não disse
apenas “Deus”. Mas...

aquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz

Em vez de enfatizar a soberania universal de Deus ou o relacionamento dEle com tudo o que
existe, Pedro enfatiza um aspecto da RELAÇÃO PESSOAL de Deus com o crente.
Como se dissesse: “Você vai glorificar Alguém que fez algo FANTÁSTICO por você, que tomou
a iniciativa de lhe tirar de uma situação terrível e lhe deu coisas maravilhosas.”

Veja o contraste:

Antes: nas trevas. Trevas, na Bíblia, é símbolo de cegueira espiritual, típico de quem vive no
pecado, separado de Deus: Is 59.9-13

Agora: na maravilhosa luz de Deus. Luz, na Bíblia, é símbolo de visão espiritual, típico de
quem foi salvo e agora vive na presença de Deus: 2Co 4.6
Você tem falado de Deus? E quando fala, passa a idéia de que se refere a Alguém que conhece
intimamente? Mais: você mostra gratidão natural por esse Deus que lhe livrou de tão terrível
situação?

Ler v. 10

Antes de passar para outro assunto, Pedro faz mais dois CONTRASTES entre a situação antiga
e a atual dos leitores.

1. Antes: não éreis povo. Agora: sois povo de Deus

Já explicamos que igreja é nova raça, povo de pessoas salvas, nação santa.

2. Antes: não tinham alcançado misericórdia. Agora: ...alcançastes misericórdia

Observe: antes da salvação, éramos pessoas que não haviam alcançado misericórdia. Agora
alcançamos.

É comum pessoas sem Cristo dizerem: "Deus é muito bom para mim." Mas, conforme a Bíblia,
essas pessoas não alcançaram misericórdia de Deus. Ou seja, tudo o que já receberam de
Deus, não é NADA comparado ao que Ele está disposto a fazer caso se entreguem a Cristo.

A Bíblia diz que Deus faz chover sobre maus e bons. E, de fato, Ele faz coisas boas até a quem
O desobedece. Mas isso não significa que foram alvo da misericórdia PLENA dEle.

E que misericórdia é essa? Conjunto de fatores que culminam com a salvação: chamada,
convicção de pecado, perdão, fé.

Um dos grandes problemas da raça humana decaída é exatamente a frieza, o descaso, a

dureza, até mesmo a crueldade com que uns tratam os outros.

Misericórdia é produto raríssimo nesse mundo cujo príncipe é o próprio Diabo.

E todo crente é alvo de uma misericórdia INFINITA!

Encerro com dois desafios, sobre a conseqüência de você ser alvo dessa misericórdia:
1) Viver mais feliz, mais leve, menos angustiado, mesmo com problemas.
2) Ter mais misericórdia com outros. Deus fica particularmente irado com essa falta no
crente.