acaba apresentando sobreposição de raízes e canais. Isso, em si, já inviabiliza a interpretação radiográfica. Endodontistas
sabem do que eu estou falando . O método de Clark visa resolver esse e outros problemas.
Charles A. Clark em 1910 usou um princípio físico chamado paralaxe pra solucionar o problema da sobreposição
em tomadas radiográficas. É mais ou menos o seguinte: quando se olha alguma coisa, o que você enxerga depende do
ângulo pelo qual você está olhando. Em imagens radiográficas é a mesma coisa: a imagem obtida depende do ângulo de
incidência do feixe de Raios X sobre o filme. Clark observou o seguinte:
1. Quando 2 objetos, A e B, estão alinhados em relação ao observador, o objeto mais próximo vai encobrir o mais distante.
2. Se o observador se desloca pra qualquer lado:
a) O objeto mais próximo se desloca para o lado contrário ao do observador.
b) O objeto mais distante se desloca para o mesmo lado do observador.
Entenda os objetos como dentes (ou canais) e o observador como você mesmo, e voilà. O resultado da técnica é a obtenção
de 2 radiografias com incidências diferentes que, se comparadas, dissipam a dúvida que havia. A primeira radiografia é
tomada de forma convencional, em incidência ortorradial (o feixe central de Raios X incide paralelamente às faces
proximais dos dentes) e, a segunda radiografia, é feita alterando-se o ângulo horizontal de incidência para mesiorradial ou
distorradial.
Em resumo:
Se a incidência é distorradial e a imagem se desloca para distal, o dente está por P (L)
Se a incidência é mesiorradial e a imagem se desloca para mesial, o dentes está por P (L)
Método de Clark:
localização de dentes inclusos
Um método parecido, o método de Johnson, utiliza o conceito da paralaxe para localizar caninos inclusos em maxilas.
Porém usa-se uma única película para as 2 tomadas radiográficas, com metade do tempo de exposição recomendado para
cada tomada.
O forame incisivo pode aparecer como 2 imagens radiolúcidas, cada uma de um lado da sutura intermaxilar, ou como 1
imagem radiolúcida sobreposta à sutura. Principalmente no segundo caso, quando a imagem do forame incisivo se sobrepõe
ao ápice de um dos incisivos centrais, os menos atentos podem confundi-la com uma lesão periapical. Nesse caso uma
segunda radiografia com alteração do ângulo horizontal de incidência é capaz de sanar a dúvida.
Já o forame mentual pode ser confundido, pela sua localização, com lesão periapical em pré-molares inferiores. Nesse
caso uma segunda radiografia com alteração do ângulo vertical ou horizontal de incidência vai mostrar se a imagem
radiolúcida é o forame mentual sobreposto ao ápice do pré-molar ou uma lesão periapical.