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2/24/2018 Imprensa Amordaçada, de Novo

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Em defesa da democracia, contra a corrupção

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IMPRENSA AMORDAÇADA, DE NOVO


20 de Fevereiro de 2018 Maka Angola

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João Lourenço voltou a colocar a mordaça na imprensa angolana.

As últimas notícias relevantes em Angola sobre criminalidade denunciavam que o


filho de José Eduardo dos Santos, através de um esquema rocambolesco, se

tinha apoderado de meio bilião de dólares no estertor do mandato do pai, e que a


filha-princesa Isabel se tinha apropriado de outro meio bilião de dólares
pertencentes à Sonangol, provenientes dos lucros da portuguesa Galp. A
imprensa também reportou que a nova embaixadora dos Estados Unidos em
Angola, Nina Maria Fite, informou o presidente da República de que os dólares

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voltariam a fluir no país, desde que a luta contra a corrupção e a transparência se

tornassem uma realidade.

Seria de esperar, portanto, que o Ministério Público e as autoridades


responsáveis pela investigação criminal concentrassem os seus meios e esforços

para desvendar os possíveis desvios dos filhos do antigo presidente, para


combater a corrupção e para garantir a transparência nos negócios públicos.

Mas eis que tudo volta ao “normal”. Seguindo as pisadas do regime de José

Eduardo, as grandes notícias judiciais são os processos contra Rafael Marques e


Graça Campos.

No primeiro caso, está em causa o processo por injúrias que o antigo procurador-

geral da República, general João Maria de Sousa, interpôs contra Rafael


Marques. A queixa do general já foi amplamente divulgada e nunca deveria ter

chegado a julgamento. Agora, o juiz da 6.ª secção de crimes comuns do Tribunal


Provincial de Luanda marcou a audiência de julgamento para dia 5 de Março, às

9h00.

Estamos, obviamente, perante as tradicionais tácticas de intimidação e de


violação da liberdade de expressão e do espírito crítico. Não se duvide de que é

mais um atentado à liberdade de imprensa. O governo angolano está novamente


a condicionar as vozes lúcidas e críticas no espaço público, agora que perdeu a

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onda de apoio popular conquistada por escassos meses após a tomada de

posse.

Esta ideia é reforçada pelo novo processo-crime, agora conhecido, contra o


jornalista Graça Campos. Desta vez, é o antigo ministro da Justiça, Rui

Mangueira, quem, pela mão do procurador Manuel Eduardo Muenho Fungo, vem
acusar Graça Campos e Severino Carlos do crime de injúrias.

A suposta injúria resulta de um artigo escrito em Setembro de 2017, intitulado

“Ministro da Justiça cessante com 28 processos judiciais ‘nas costas’”. Neste


artigo, os jornalistas informavam que Rui Mangueira não seria reconduzido como

ministro da Justiça (ao contrário do que depois aconteceu) e que era alvo de
vários processos judiciais. Afirmava-se que “nesses processos judiciais [Rui

Mangueira] é acusado de inobservância de procedimentos legais e tomada de


posições unilaterais que em regra conformam atropelos à legislação em vigor,

principalmente em casos demissões e suspensões, vezes sem conta, sem


qualquer processo disciplinar. É acusado de demitir, suspender e exonerar com

base em ‘conversas de pé de orelha’”.

Mais uma vez, jornalistas no exercício das suas funções de informação e crítica

são indiciados por crimes.

Num caso e no outro, onde estão os crimes? Em lugar nenhum. Foram


simplesmente prestadas informações sobre factos concretos indisputáveis e

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emitidas opiniões sobre uma pessoa que desempenha cargos públicos.

A liberdade de expressão e de imprensa está claramente protegida pela


Constituição, e o Ministério Público deveria ser o primeiro a defender a ordem
constitucional e a liberdade, arquivando estas queixas descabidas. Contudo,

invariavelmente, a Procuradoria opta por acusar os jornalistas.

Não se duvida de que Rafael Marques e Graça Campos são espíritos críticos e
livres, que exercem – de forma profissional e à custa de muitos sacrifícios

pessoais – as suas funções jornalísticas.

Por isso, facilmente se percebe que estes processos judiciais por injúrias
atropelam por completo a garantia constitucional da liberdade de expressão. São

meras armas de arremesso para calar os jornalistas e a imprensa livre em


Angola.

Sejamos claros: a imprensa livre está mais uma vez a ser amordaçada. Em

menos de quatro meses, João Lourenço soltou os seus esbirros judiciais.

E o combate à corrupção? Irá o senhor presidente continuar a proteger os


corruptos enquanto se perseguem os jornalistas?

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15 Comentários

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Cari Ca Ri
Em Setembro último, João Lourenço apareceu a prometer aos angolanos uma
mesa farta, com combate à corrupção e com mudança, no sentido da defesa dos
direitos e liberdades ao povo de Angola.
Passados 5 meses, e face à protecção que dá aos seus camaradas
trambiqueiros, assim como aos ataques persecutórios que permite que a Justiça
Angolana faça aos jornalistas, temos que concluir que, como habitualmente, o
povo angolano foi mais uma vez crédulo, porque é descuidado e não respeita a
sabedoria dos mais velhos, como a que está implicita no seguinte antigo e sábio
provérbio de Apparicio Torelly (Barão de Itararé):

"Quando o queijo e a goiabada aparecem na mesa do pobre, devemos suspeitar


dos 3: Do queijo, da goiabada e do pobre"
Gosto · Responder · 4 · 2 dia(s) · Editado

Miguel Ângelo Oliveira Ganga · Faculdade de Direito da Universidade Nova de


Lisboa (FDUNL)
Eu penso que tal como se defende a necessidade imperiosa de separação de
poderes e a não interferência de um qualquer poder em outro, não se devia, até
por uma questão de ética, se olhar para estes factos como uma decisão que
emana directamente do PR. Aliás, são processos que advêm do passado, ou
seja, cuja tramitação tem início em outras circunstâncias e que, cuja decisão
sobre os mesmos, no momento em que nos encontramos, torna-se da estrita
competência dos órgãos afins, depois de analisadas todas as nuances jurídico-
legais para se dar provimento ou não de procedimento criminal.
Em meu ... Ver mais
Gosto · Responder · 5 · 3 dia(s)

Nelson Francisco Sul · Journalist na empresa DW Deutsche Welle


Plenamente de acordo, Miguel Ângelo! E não acrescento nenhum ponto.
De resto, o Rafael Marques é Graça Campos sabem perfeitamente que
têm o meu apoio de 'amigo e puto'.
G t R d 3 di ( )
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Gosto · Responder · 3 dia(s)

Cari Ca Ri
Então, de acordo com a sua tese, e para não serem incorentes, os
defensores de João Lourenço NUNCA deveriam apoiá-lo quando ele
confunde e faz coacção política contra poderes não judiciais de outro
Estado de Direito, visando que o poder político condicione o poder
judicial.
É tudo uma questão de (in)coerência.
Gosto · Responder · 3 · 2 dia(s)

António Conceição
Cari Ca Ri estou plenamemente de acordo contigo cari ca ri mas no
entanto triste porque essa gente incoerente julga-se no direito de falar em
nome de todos os angolanos.
Gosto · Responder · 2 · 2 dia(s)

Mostrar mais 10 respostas neste tópico

Tony Lemos · Uber UK na empresa Rexel UK Limited


Eu acho que è preciso um tempo para que o novo governo a a sua administraçao
obtem provas concretas para os todos serem trazidos a justiça. O melhor que o
povo poderia fazer è de apoiar as ideias a o governo para que ele nao falha no
combate contra todos esses fantoches do povo Angolano. Por que nos todos
soubemos que o Presidente J Lourenço fazia parte d'aquele governo entao logo è
ele que por uma corragem sùbita ven a denuciar as maldades, actos demòniacos
cometidos por collegas e familiares do seu antecessor ao pùblico! Isto è um
grande episodio que nao podia ser resolvido para ja ja como n... Ver mais
Gosto · Responder · 3 dia(s)

Pedro Henrique · Operator na empresa Business Phone Systems, Mitel


Panasonic London, Manchester Providers
Muitas das vezes a grande questão não é imprensa Amordaçada o que acontece
é que muitos jornalistas antes de editarem qualquer notícia se desvinculam do
principio jornalisticos e acabam de fazer noticias sem terem bases suficentes
acho que quando acontece é necessario sim terem esta oportunidade de
poderem se justificar.
https://www.makaangola.org/2018/02/imprensa-amordacada-de-novo/ 7/9
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Gosto · Responder · 3 dia(s)

António Conceição
estás a falar do jose ribeiro?
Gosto · Responder · 2 dia(s)

Jorge Simões · Aveiro


Mudem a " geneze ", castrem-na. JL não 'castrará' nada nem ninguém porque a
corrupção está na RAÍZ. E, de resto, ele também tem...'familia', que diabo!!!

Direitos Humanos Justiça

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