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Transformações de fases

Rui Vilar
Professor Catedrático

1
Bibliografia
Bibliografia:

•  Fundamentals of Materials Science and Engineering: An


Integrated Approach 4th Edition, William D. Callister, Jr.
and David G. Rethwisch, 2012, John Wiley & Sons,
Chapters 10 & 11

•  DA Porter, KE Easterling, MY Sherif, Phase


Transformations in Metals and Alloys, Third Edition, CRC
Press, 2009
Evolução vs. Equilíbrio

•  Diagramas de equilíbrio: descrevem sistemas em


equilíbrio termodinâmico. São fruto da evolução
espontânea do sistema mu, período em geral muito
prolongado
•  Os materiais correntes não são produzidos nem
utilizados em estado de equilíbrio; encontram-se em
evolução, perceptível ou não
•  A cinética de uma transformação é a velocidade com
que ela ocorre
•  Sendo as reações difusionais termicamente
ativadas, os factores principais que afectam a sua
cinética são a temperatura e o tempo

3
Processamento de metais
•  Elaboração do metal ou liga em fase líquida: mistura dos
componentes, refinação (purificação), etc.
•  Vazamento contínuo para um semiproduto
•  Vazamento para enformação (fundição)
•  Laminagem, trefilagem dos semiprodutos
•  Enformação por forjamento ou estampagem
•  União (soldadura, brasagem)
•  Maquinação
•  Acabamento
•  As tecnologias utilizadas determinam as propriedades do
material
4
Processamento de materiais: fabrico de aço

5
Processamento de materiais: fabrico de VLSIs

6
Processamento de materiais: o fabrico de pneus

7
Solidificação: fundição de metais

Vazamento de camisas de cilindro em ferro fundido


http://www.mse.mtu.edu/de fundição_ferro/de fundição_ferro.html
Um exemplo de tecnologia: moldação por cera
perdida
Microestrutura das peças fundidas

Estrutura colunar Estrutura equiaxial

Pele (equiaxial)

T. F. Brower and M.C. Flemings, Trans. AIME, 239, 1620 (1967)


Força motriz para as transformações de fase

•  Sistema instável: num estado de


alta energia livre

•  Sistema estável: em equilíbrio,


no estado de menor energia livre

•  Sistema em estado metaestável:


estados correspondentes a
mínimos relativos intermediários
de energia livre
12
Nucleação e crescimento
•  A maioria das transformações de fase são
processos de nucleação e crescimento.
•  A fim de optimizar as propriedades dos materiais
é necessário compreender conhecer a força
motriz, mecanismos e cinética das
transformações de fase e as propriedades
resultantes da microestrutura formada
13
Nucleação e crescimento

Nucleação Crescimento
Origem da força motriz de solidificação
•  Teoricamente, a pressão constante uma substância pura
solidifica a uma temperatura bem determinada, designada por
temperatura ou ponto de solidificação (o mesmo que o ponto
de fusão)
•  Na realidade as curvas de arrefecimento revelam um sobre-
arrefecimento que assinala a necessidade de uma energia de
ativação para inicial a transformação

ΔT
Força motriz para a transformação
•  A força motriz para a solidificação é o simétrico da
variação de energia livre associada à transformação
•  Para que haja uma força motriz não nula a temperatura
tem que ser inferior à temperatura de transformação em
conduções de equilibrio

Energia
livre
∆G
molar
GS

∆T GL
Temperatura
TFusão
Variação da força motriz com a temperatura

•  A força motriz é, em primeira aproximação, proporcional


ao sobre-arrefecimento

ΔG = ΔH − TΔS
Ls
ΔG = L s − T ⇐ T ≈ Tm
Tm
T ΔT
ΔG = L s (1 − ) = L s
Tm Tm

16
Mecanismo de solidificação
•  Nucleação
–  Nucleação homogénea
–  Nucleação heterogénea endógena
–  Nucleação heterogénea exógena

•  Crescimento
Nucleação homogénea
•  Não há locais preferenciais de nucleação
–  A nucleação é espontânea ...
–  ... e aleatória
•  Os núcleos formam-se por crescimento de germens
existentes no líquido, que crescem desde que haja
condições termodinâmicas para tal
•  Quando há locais preferenciais de nucleação esta é
heterogénea
Variação da energia livre local

1. Transf. líquido - sólido 2. Interface


Variação de energia livre na formação de um
núcleo

ΔG = G prod − Greag = V ( GS − GL ) + Aσ SL

Para um núcleo esférico:

4π 3
ΔG = − r (GL − GS ) + 4πr 2σ SL
3
Variação de energia livre na formação de um
núcleo

A energia livre total do sistema sólido-líquido depende do raio do


núcleo. O sólido é um embrião (inviável) se o seu raio for inferior ao raio
crítico e um núcleo (viável) se o seu raio for maior do que o raio crítico
Raio crítico e barreira energética à nucleação

dΔG / dr = 0
2σ SL 2σ SLTmV
r* = =−
(GL − GS ) ΔH m ΔT
3 2 2
16 πσ T V
ΔG* = 2
sl m
2
3 ΔH ΔT m
Sobrearrefecimento de nucleação nos metais
Calculation of the critical radius for the solidification
of copper
Mas… nucleação heterogénea
Núcleo heterogéneo

Liquid
σNL

h
Nucleus R σIL
θ
σIN
a

Inclusion r

θ
Nucleação heterogénea

σNL

σIL
σIN

Equilíbrio de tensões superficiais


σ IL = σ IN + σ NL cosθ
Em que σIL, σIN e σNL são as energias das interfaces inclusão -
liquido, inclusão - núcleo e núcleo - líquido, respectivamente. θ
é o ângulo de molhagem núcleo-inclusão. O núcleo é uma
calote esférica com raio r.
Variação de energia livre na nucleação
heterogénea

O volume do núcleo é dado por


Variação de energia livre na nucleação
heterogénea

Utilizando a equação: σ IL − σ IN = σ NL cosθ

É possível demonstrar que:

Com:
Barreira termodinâmica à nucleação

Barreira de nucleação
heterogénea

Barreira de nucleação
homogénea
Variação de f(θ) com o ângulo de molhagem
Cinética de nucleação homogénea

⎛ ( ΔG * +ΔGa ) ⎞
I = K exp ⎜ − ⎟⎠
⎝ kT
Cinética de nucleação homogénea
Cinética de nucleação homogénea
Gérmen com raio r* e i* átomos ΔG(i) = ivΔG v + Aσ

1
Núcleo esférico: 3V 4 ⎛ 3V ⎞ 3
A= ∧ V = πr 3 ⇒ r = ⎜ ⎟
r 3 ⎝ 4π ⎠
1 2
A = ( 36π) (iv)
3 3

1 2
ΔG(i) = ivΔG v + ( 36π) (iv) σ
3 3

32π ⎛ σ ⎞
3

i* = − ⎜ ⎟ ⇔ r* = −
3v ⎝ ΔG v ⎠ ΔG v

Modelo de Volmer-Becker-Döring
- Energia elástica desprezável
- Energia superficial isotrópica
- Pressão constante
- Os gérmenes crescem por adição de monómeros
- A adição de monómeros é um processo termicamente ativado com energia de
ativação ΔGa
- A concentração de gérmenes críticos é a concentração de equilíbrio termodinâmico
- A velocidade da reação inversa é desprezável
Cinética de nucleação homogénea
Fluxo de átomos para um germen com i átomos di 1 ΔG
= sν exp( a )
dt 6 kT
s: área superficial
kT
υ: frequência de vibração ν= (Equação de Eyring)
h

Número de gérmenes críticos que passam a supercríticos por unidade de


tempo é:

⎛ di ⎞
i* → i * +1 = N (i *) * ⎜ ⎟ = I
⎝ dt ⎠ i*
⎛ ΔG * ⎞ 1 ⎛ ΔGa ⎞
I = N v exp ⎜ − ν ⎜⎝ −
⎝ kT ⎟⎠ ⎟
* s * exp
6 kT ⎠
⎛ ( ΔG * +ΔGa ) ⎞
I = K exp ⎜ − ⎟⎠
⎝ kT
Velocidade de nucleação heterogénea

1.  Nucleação heterogénea, θ pequeno


2.  Nucleação heterogénea, θ grande
3.  Nucleação homogénea
Nucleação heterogénea

•  Locais de nucleação heterogénea


•  paredes dos moldes
•  inclusões
•  interfaces
•  superfícies livres
•  impurezas
Crescimento: estrutura dendrítica
Solidification of pure substances

In a pure substance, the columnar


region forms when the liquid is
superheated (Gs/l>0) and the
equiaxed region when the liquid is
undercooled (Gs/l<0)

Why?
Equiaxed growth simulation

Solved in ¼
Domain with
A 200x200 grid

Growth of solid seed in a liquid melt


Initial dimensionless undercooling T = -0.8
Resulting crystal has an 8 fold symmetry
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Equiaxed growth simulation
Formação da microestrutura de solidificação
Formação da pele

Quando o líquido entra em contacto com a parede fria sofre um rápido


sobrearrefecimento do qual resulta a formação de numerosos núcleos
Formação da microestrutura de solidificação
Formação da pele

Os núcleos desenvolvem-se até constituir uma camada contínua de


microcristais equiaxiais orientados aleatóriamente
Transporte convectivo dos núcleos

Os núcleos são
transportados pelo fluxo
convectivo para o seio
do líquido, fundindo se
este estiver
sobreaquecido ou
dando origem a cristais
se o líquido estiver
? sobrearrefecido
Características da pele dos lingotes

•  Pele
–  Grãos finos equiaxiais

–  Grão muito fino


–  Orientação aleatória: propriedades isotrópicas

–  Partículas arrastadas para o seio do liquido por


convecção
•  Líquido sobreaquecido: refundem

•  Líquido sobreaquecido: sobrevivem dando origem à


zona equiaxial
Formação da microestrutura de solidificação
Formação da região colunar

Alguns grãos crescem mais


rapidamente que os outros
Formação da microestrutura de solidificação
Formação da região colunar

A competição
entre grãos
adjacentes leva à
preponderância
das dendrites
alinhadas com o
gradiente de
temperatura
Características da zona colunar

•  Zona colunar
–  Grãos grandes e alongados

–  Estrutura dendrítica
–  Forte textura: anisotropia de propriedades

–  Coalescência dá origem a crescimento das dendrites


–  Crescimento colunar cessa com o aparecimento da
zona equiaxial, devida à diminuição do gradiente de
temperatura e ao sobre arrefecimento constitucional
(ligas)
Transição colunar/equiaxial

Os cristais equiaxiais formam-se no centro do lingote a partir de


fragmentos das dendrites colunares arrastados para o centro por
convecção
Características da zona equiaxial

Zona equiaxial
–  Forma-se devido à diminuição do gradiente de
temperatura e ao aumento do sobrearrefecimento
–  Nucleação:
•  Partículas da pele
•  Fragmentos das dendrites

–  Grãos grandes com estrutura dendrítica

–  Estrutura
–  Orientação aleatória: isotropia de propriedades

–  Coalescência dá origem a crescimento das


dendrites
Microestrutura dos lingotes

Três zonas
–  Pele
–  Zona colunar
–  Zona equiaxial
Microestrutura dos lingotes

Três zonas
–  Pele
–  Zona colunar
–  Zona equiaxial
Estrutura colunar dendrítica

Dendrites na região de
solidificação colunar. Os braços
das dendrites têm orientações
cristalográficas precisas, por
exemplo <100> nas fases que
cristalizam no sistema cúbico
What is a dendrite?

Dendrites in a Pyrolusite dendrite


neuron Snow dendrite
Dendrite has different
meanings in differentes
scientific areas

Dendritic flux discharge in a


superconductor Dendrites in
Dendritic electric
discharge in a dielectric brass
Qual é a origem destas microestruturas?
Redistribuição do soluto durante a solidificação 

Diagrama de solubilidade total

T(°C) L Microstructure

C = 35 %Ni
TA
1300 L: 35%Ni
A
L
35 B
46
32 C 43 TB L: 35 % Ni
a: 46 % Ni
D
24 36
1200 E TC L: 32 % Ni
a : 43 % Ni

α
(ss) TD L: 24 % Ni
a : 36 % Ni
1100
20 30 35 40 50
C % Ni TE
α: 35 %Ni
67
Redistribuição do soluto durante a solidificação 

Diagrama eutéctico

300
L
T(°C)
α L+ α
200 L+β β
TE

α+β
100

0 20 40 60 80 100 Co, % Sn Proeutectic phase


Hipoeutectic alloy : Co = 40 % Sn Eutectic Hipereutectic alloy: Co = 80 % Sn
61.9
Proeutectic phase Eutectic Comp.a: Co = 61.9 % Sn
β
α β
α β
α β

175 mm 160 mm

Eutectic 68
Unidirectional solidification of a binary alloy

T
C0

TL
C0/K0
dTl
m=
dC
Cross section: 1 unit area
TS

x
L
C x
fs =
Solidus and liquidus lines are assumed to be L
linear
Important relations and definitions

x
fs = T - Cooling rate
L G - temperature gradient at the interface
R - solidification rate (velocity of S/L interface)

T˙ = G * R

T
" CS %
€ K0 = $ '
# C L & T,eq.
TL

dTL ΔT0
m= TS
€ dC
ΔC 0
C0 C 0 (1− K 0 )
ΔC 0 = C L − C s = − C0 = €
K0 K0
ΔT0 = TS − TL = −mΔC 0 €
C0*K0 C0 C0/K0
C
Evolution of chemical composition: convective
homogenisation

Scheil Equation:

k ef −1
CS = k ef C 0 (1− fs )
CSi/K0
CSi/K0
Effective partition coefficient: C0
CSi
K0C0 CSi
k0
k ef =
k 0 + (1− k 0 )exp(−Vc δ )
DL
Dendritic structure in metals

Cu-10% Sn alloy
Solidification with stagnant liquid

1 − K0 # R &
C L ( x) = C 0 + C 0 exp% − x(
CSi/K0=C0/K0 K0 $ D '
# R &
CSi=C0
C L ( x) = C 0 + ΔC 0 exp% − x(
$ D '
C0
2D
dL =
K0C0 R

Initial Stationary regime Final


transient transient
€ Solidification occurs mostly in
stationary regime
Solute transport in the liquid
Effective partition coefficient

C S int
K eff =
CL
K 0 C0
K 0 C L int K0
K eff = =
C L (∞) C L (δ )
1− K 0 % R (
C L (δ ) = C 0 + C 0 exp'− δ *
K0 & D )
1
K eff =
1− K 0 % R (
1+ exp'− δ *
K0 & D )


Constitutional undercooling in stationary
solidification

2. dT/dx > 0, dT/dx < dTL/dx


3
C, T No thermal undercooling,
2 constitutional undercooling
C0/K0
1. dT/dx > 0, dTL/dx > dT/dx
ΔTconst
Thermal + constitutional
undercooling

C0 € C L ( x) 3. dT/dx > dTL/dx


x
Superheated liquid
1

Interface morphologies during directional alloy
solidification
Plane front solidification

Steady-state patterns formed at the crystal–


melt interface of a binary alloy of Cellular solidification
succinonitrile and coumarin 152 during
directional solidification.

Cellular solidification

Dendritic solidification

Losert W et al. PNAS 1998;95:431-438


©1998 by The National Academy of Sciences
Lamellar eutectic microstructure

Al 67, Cu 33 (wt%),
eutectic alloy
Rod-like eutectic microstructures

Eutectic microstructure of a Nb (81.8%) – Si (18.2%) (atom percent) alloy:


niobium (light phase) dispersed in Nb3Si (grey phase).
Flaky eutectic microstructures

Eutectic microstructure of a Al – Si (15%) (wt. percent) alloy


Mechanism of eutectic transformation

1.  The two phases grow cooperatively


2.  Atoms of both elements must diffuse in
opposite directions of a distance
equivalent to the interlamellar distance
3.  The maximum growth rate is achieve
when λ -> 0, but this would lead to a large
surface energy contribution
4.  The interlamellar distance results from a
balance between diffusion kinetics and
interface energy
Kinetics of eutectic transformation
Growth kinetics is diffusion controlled ⎛ dC ⎞
The growth rate is proportional to J = −D⎜ ⎟
⎝ dx ⎠
The following dependences are applicable

dC
∝ X LB /α − X LB /β = ΔX
dl
dC 1

dl λ
ΔX
v = k'D
λ
λ = λ* ⇒ ΔX = 0
∴λ = ∞ ⇒ ΔX = ΔX 0
∴λ ∝ ΔX
⎛ λ *⎞
⇒ ΔX = ΔX 0⎜1 − ⎟
⎝ λ⎠
1 ⎛ λ *⎞
v = k"DΔT0 ⎜1 − ⎟
λ⎝ λ⎠
Inoculantes

•  Têm como objectivo diminuir o tamanho de grão


•  Material em forma pulverulenta fina
•  Material susceptível de conduzir a um
–  Energia interfacial partícula – líquido interface tão grande
quanto possível
–  Energia interfacial partícula – núcleo interface tão pequena
quanto possível
Grain refinement by inoculation
Influência do refinamento de grão
•  A adição de inoculantes dá a origem à formação de
microestruturas de grão fino, o que, de acordo com a
equação de Hall – Petch, aumenta a resistência mecânica do
material
1

σ y = σ 0 + kd 2 → Equação de Hall-Petch

Em que, σy = tensão de cedência


d = tamanho médio de grão
k, σ0 = constantes
Transformações de fase

•  As transformações de fase no estado sólido ocorrem por nucleação e


crescimento
•  As transformações de fase podem envolver difusão ou não
•  A fracção transformada depende do tempo e da temperatura
•  A cinética de transformação rege-se por leis matemáticas conhecidas
•  As transformações de fase podem ser utilizadas para optimizar as
propriedades dos materiais: tratamentos térmicos
•  Frequentemente os tratamentos térmicos envolvem transformar
estruturas de equilíbrio em estruturas fora de equilíbrio com melhores
propriedades

Fe Transformação Fe3C
γ eutectóide (cementite)
(Austenite) +
α
C CFC (CCC)
(ferrite)

86
Transformações de fases
TRANSFORMAÇÕES DE FASES

Baseadas em Transformações militares Transformações


Transporte com difusão
de massa (ou sem difusão)

Com alteração Sem alteração


da composição da composição

TRANSFORMAÇÕES DE FASES

Transformações Transformações de Transformações de


ordem-desordem
primeira ordem segunda ordem
Tipos de transformações no estado sólido
•  As principais transformações de fase no fase sólido são
acompanhadas de difusão e, portanto, ativadas
termicamente
•  As transformações de fase com difusão podem ser
classificadas em 5 classes:
–  Reações de precipitação
–  Transformações polimórficas
–  Transformação eutectóide
–  Transformações ordem-desordem
–  Transformação maciça
•  As principais transformações de fase sem difusão são
–  Transformações martensíticas
Nucleação no estado sólido

•  Nucleação
–  Os núcleos formam-se a no seio da fase mãe (n. homogénea)
ou em defeitos (deslocações, interfaces - n. heterogénea)
–  Além dos termos de energia livre superficial e volúmica, no
estado sólido há que considerar um termo elástico, devido à
variação de volume na transformação
–  Para os germens evoluírem para núcleos viáveis a velocidade
de adição de átomos aos núcleos deve exceder a velocidade
de perda de átomos pelos núcleos

•  A força motriz de nucleação aumenta com o sobrearrefecimento


ΔT
–  Sobrearrefecimento pequeno à poucos núcleos - cristais
grandes
–  Sobrearrefecimento grande à nucleação rápida – muitos
núcleos, cristais pequenos
89
Cinética das transformações no estado sólido

Transformação completa
T constante
Fracção transformada, y

Taxa de transformação máxima – a fracção não


0.5 transformada começa a diminuir rapidamente e a
taxa de transformação diminui

A taxa de transformação aumenta quando a


t0.5 área interfacial aumenta

log t

Equação de Johnson-Mehl-Avrami => y = 1- exp (-ktn)

fracção transformada tempo

–  k e n dependem do material

por convenção r = 1 / t0.5

90
Cinética das transformações no estado sólido
135°C 119°C 113°C 102°C 88°C 43°C

y
10 102 104

•  Em geral, a velocidade de transformação aumenta com T

r = 1/t0.5 = A e -Q/RT Eq. de Arrhenius


–  R = constante dos gases perfeitos
–  T = temperatura (K)
–  A = factor pré-exponencial
–  Q = energia de activação
•  r é frequentemente pequeno: o equilíbrio não é atingido! 91
Diagramas TTT
(Tempo-Temperatura-Transformação)

•  Diagramas TTT-TI (Transformação Isotérmica):


–  Material monofásico (austenite)
–  Rapidamente arrefecido até uma dada temperatura
–  Mantido a essa temperatura constante durante o tempo
necessário a ocorrer a transformação, seguido de arrefecimento

•  Diagramas TTT-AC (Arrefecimento Contínuo):


-  Material monofásico (austenite)
-  Material é arrefecido continuamente
-  Mais adequado numa operação comercial, quando são
utilizadas peças grandes e de forma complexa

92
Diagrama TTT de transformação isotérmica (TI)

início de transformação

fim de transformação

93
Ligas ferrosas e sistema Fe – C metaestável
T(°C)
1600
(ferrite δ,) δ
CCC 1400 L
γ +L
1200 L+Fe3C

Fe3C (cementite)
1148°C
γ
(austenite) 1000
CFC γ +Fe3C
800 727°C = T eutectóide
(ferrite α) γ
CCC 600
α+Fe3C
400
0 1 2 3 4 5 6 6.7
(Fe) Co, % C

AÇOS FERROS FUNDIDOS

94
Microestrutura dos aços

Aço hipoeutectóide Aço eutectóide Aço hipereutectóide


(< 0,76%C) (0,76%C) (> 0,76%C)

Perlite
(Lamelas alternadas de
Ferrite α α e Fe3C) Cementite
proeutectóide proeutectóide

95
Microestrutura dos aços eutectóides
T(°C)
1600
δ
Reacção eutectóide 1400 L
γ γ +L
γ --> α + Fe3C 1200 1148°C L+Fe3C
(austenite)

Fe3C (cementite)
727 °C
1000 γ γ
Perlite γ +Fe3C
γ γ
800 C 727°C = T eutectóide
α
R S
600
α+Fe3C
400
0 1 2 3 4 5 6 6.7
(Fe) Co, % C
Fe3C (cementite)
6,7
120 µm
0,02 0.76 α (ferrite α)
Perlite = Lamelas alternadas de
α e Fe3C
96
Diagramas TTT-TI
• Composição eutectóide, Co = 0.76 wt% C
• Início a T > 727°C
• Arrefecimento rápido até 625°C e manutenção a essa temperatura

T(°C) Austenite (estável)


TE (727°C)
700 Austenite
(instável)

600 Perlite
γ γ
γ γ γ γ
500

400

1 10 10 2 10 3 10 4 10 5
tempo (s)
97
Mecanismo da reacção eutectoide
Crescimento de perlite a partir da austenite:
Fronteira de grão É necessária a
Cementite (Fe3C)
da austenite (γ) difusão de C
α Ferrite (α)
α
γ α
γ α
α
α Direcção de
γ
γ
α crescimento da perlite α

• A velocidade de transformação aumenta com ΔT. α

100
600°C

y (% perlite)
(ΔT grande)
650°C
50
675°C
(ΔT pequeno)
0

Perlite grosseira à formada a alta T – mais macia


Perlite fina à formada a baixa T - mais dura
98
Microestrutura e diagrama TTT-TI de um aço
eutectóide
Arrefecimento até T<727 °C, manutenção a esta temperatura,
seguido de arrefecimento

T=655 ºC 600 ºC 534 ºC 487 ºC


T diminui
Perlite grosseira Perlite fina
à  formada a T elevada à  formada a T baixa
à  macia à  dura
99
Microestrutura dos aços hipereutectóides

T(°C)
1600
δ
1400 L %C > 0,76%
γ γ γ +L
1200 1148°C L+Fe3C
γ γ γ

Fe3C (cementite)
1000
γ +Fe3C
Fe3C
γ 800 r s
γ γ α R S
600
%Fe3C =r/(r +s ) α +Fe3C
%γ =(1- % Fe3C )
400
0 1 Co 2 3 4 5 6 6.7
0.76

perlite(Fe) Co , %C
%perlite = %γ
%α =S /(R +S )
%Fe3C =(1- % α )
perlite Cementite proeutectóide
Fe3C 100
Aços hipereutectoides

CO = 1.13 %C

T(°C) T(°C)
900 1600
δ
A 1400 L
800
A TE (727°C)

Fe3C (cementite)
+ γ γ +L
1200 L+Fe3C
700 A C (austenite)
P 1000
A
+ P α γ +Fe3C
600
800
727°C
ΔT α +Fe3C
500 600

0.022
0.76
1 10 102 103 104 400
0 1 2 3 4 5 6 6.7

1.13
tempo (s) (Fe)
Co , %C

Aço hipereutectoide – cementite proeutectoide


101
Microestrutura dos aços hipoeutectóides

T(°C)
1600
δ
1400 L %C < 0,76%
γ γ γ γ +L
γ γ 1200 1148°C L+Fe3C
(austenite)

Fe3C (cementite)
γ γ 1000
γ γ γ + Fe3C
α 800
αγ γ ρσ 727°C
γ αγ αRS
%α =σ/(ρ+σ) 600
%γ =(1-%α )
α + Fe3C
400
α 0 1 2 3 4 5 6 6.7
(Fe) Co , % C
0.76

C0
perlite
%perlite = %γ
%α =S /(R +S ) 100 µm
%Fe3C =(1-% α ) Ferrite α proeutectóide
perlite 102
Diagramas TTT-TI
Aço hipoeutectóide Aço hipereutectóide

Aumento do teor de carbono:


•  Desloca as curvas para a direita
•  Diminui as temperaturas MS e MF
103
Transformação bainitica

• Bainite:
- plaquetas de α com varetas de Fe3C
- transformação controlada por difusão.
• Diagrama de transformação isotérmica.
Fe3C
α (ferrite)
800
Austenite (estável)
T(°C) TE
A
P
600 100% perlite
Limite perlite/bainite 5 µm
100% bainite
400 B
A

200

10 -1 10 10 3 10 5
tempo (s)

104
Transformações sem difusão
Transformação martensítica
• Martensite (TCC):
- forma-se por transformação fora de equilíbrio de γ
(CFC)
x

60 µm
x x
Posições Posições atómicas
x x
atómicas do Fe do C
x

• Diagrama de transformação isotérmica


Martensite agulhas
800 Austenite (estável) Austenite
T(°C) TE
A
P
600 • Transformação martensítica
•  não envolve difusão
400 A
B •  é rápida
•  % transformada depende só de T

200 0%
M+A
M+A 50%
90%
M+A
10 -1 10 10 3 10 5 tempo (s) 105
Fracção de martensite formada

Equação de Koistinen e Marburger

ymart = 1− exp ( −0.011( M s − T ))


Cristalografia da transformação martensítica

Martensite (TCC) se C > 0.2 wt%


(CCC) se C < 0.2 wt%
TCC à poucos planos de escorregamento
à dura, frágil

γ (austenite) CFC

-20 %

Martensite
+12%
(TCC)

107
Estrutura da martensite

C em interstício octaédrico

Estrutura tetragonal da
martensite. É como uma
C em interstício octaédrico rede CCC, com átomos de
carbono retidos nas arestas
com direcção |100|

C em interstício tetraédrico
108
Acomodação da deformação
Martensite maclada
Diagramas TTT-AC (Arrefecimento Contínuo)

TTT-TI
TTT-AC

110
Diagrama TTT-AC: aço eutectóide

111
Influência dos elementos de liga

Efeito da adição de outros


elementos de liga:
Mudar as temperaturas de
transformação

Cr, Ni, Mo, Si, Mn


atrasam a transformação
γ à α + Fe3C

112
Influência dos elementos de liga aos aços

• Teutectóide varia: • Ceutectóide varia:

C eutectóide (wt%C)
T Eutectóide (°C)

Ti Si
Mo W Ni
Cr
Cr
Si
Mn
Mn W
Ti Mo
Ni

wt. % elementos de liga wt. % elementos de liga

113
Aplicação das curvas TTT (0.45 % C)

42% ferrite proeutectoide e 58% perlite grosseira

(a) primeiro forma-se ferrite T (°C)

depois perlite 800 A+α


A

(b) Perlite grosseira: mais alta T P


A+P
600
B
A+B
A
400 50%
M (início)
M (50%)
M (90%)
200

0
0.1 10 103 105
tempo (s)
114
Aplicação das curvas TTT (0.45 % C)

Forma-se 50% fina perlite e 50% bainite

800 A+α
(a)  Primeiro forma-se A
T (°C)
perlite, depois bainite
A+P
600 P
B
perlite fina a T mais baixa A+B
A
400 50%
M (início)
M (50%)
M (90%)
200

0
0.1 10 103 105
tempo (s) 115
Aplicação das curvas TTT (0.45 % C)
100 % martensite – têmpera = arrefecimento rápido
50 % martensite e 50 % austenite

800 A+α
A
T (°C)
A+P
600 P
B
A+B
A
400 50%
M (início)
M (50%) d)
M (90%)
200

c)
0
0.1 10 103 105
tempo (s) 116
Tratamento térmicos
800
Austenite (estável)

T(°C) TE
A
1.  Recozimento (a) P
2.  Têmpera (b) 600
3.  Revenido da
martensite (c)
B
400 A

0%
200 M+A
50%
M+A
90%

b) a)
10
-1
10 10
3
10
5 c)
tempo (s) 117
Perlite esferoidizada
α
(ferrite)

(Fig. 10.19 copyright United States


Fe3C Steel Corporation, 1971.)

(cementite)

60 µm

• Ferrite esferoidizada:
- matriz de ferrite α com partículas esféricas de Fe3C
- a esferoidização é uma transformação microestrutural que envolve difusão e
tem como força motriz a diminuição da energia de superfície
- a esferoidização é uma manifestação do fenómeno mais geral de
coalescência de precipitados (Ostwald ripening)
Propriedades mecânicas dos aços
Influência da % C Perlite (med)
Perlite (med) Cementite
Ferrite (macio) (dura)
Co < 0.76 % C Co > 0.76 % C
hipoeutectoide hipereutectoide

RT (MPa) 1100 hipo hiper %Al hipo hiper 80


Y (MPa)

Resiliência (Izod, ft-lb)


100
900 dureza
40
700
50
500
0
300
1 0
0.5
0.76

0.76
0 0.5 1
%C %C
• A resistência à tracção, o limite elástico e a dureza aumentam
com o teor de carbono, a ductilidade e a resiliência diminui
119
Propriedades mecânicas dos aços

Influência da microestrutura (perlite e cementite)


hipo hiper hipo hiper
90

Coeficiente de estricção (%)


320
Perlite fina Cementite
60
esferoidizada
Dureza Brinell

240 Perlite
grosseira
Cementite Perlite grosseira
160 30
esferoidizada
Perlite fina
80
0
0 0.5 1 0 0.5 1
%C %C

• Resistência: P. fina > P. grosseira > cementite esferoidizada


•  % Estricção: P. fina < P. grosseira < cementite esferoidizada

120
Propriedades mecânicas dos aços

Perlite fina comparada com martensite

hipo hiper

600
Dureza Vickers Martensite

400

200
Perlite
fina
0
0 0.5 1
%C

Dureza perlite fina << dureza martensite

121
Têmpera martensítica e revenido

γ (CFC) Arrefecimento α (CCC) + Fe3C


lento
têmpera

revenido
M (TCC)

M = martensite é tetragonal de corpo centrada


transformação sem difusão
TCC se C > 0.15%
CCC se C < 0.15%
TCC à poucos planos de deslizamento à dura e frágil

122
Revenido da martensite
Reduz a fragilidade de martensite
Reduz as tensões internas causadas pela têmpera
RT (MPa)
Y (MPa)
1800

1600 RT

9 µm
1400

1200 60
1000 50
%A %A
40
800 30
200 400 600
T revenido (°C)

•  Produz partículas de Fe3C extremamente pequenas rodeadas por α


•  Diminui a RT e Y mas aumenta alongamento
123
Nomenclatura dos aços

Nomenclatura AISI & SAE


10xx Aços carbono
11xx Aços carbono (com enxofre para maquinabilidade)
15xx Mn (10 ~ 20%)
40xx Mo (0.20 ~ 0.30%)
43xx Ni (1.65 - 2.00%), Cr (0.4 - 0.90%), Mo (0.2 - 0.3%)
44xx Mo (0.5%)

Em que xx é % C x 100
exemplo: 1060 aço – aço carbono com 0.60 % C

Aços inoxidáveis -- %Cr > 11%

124
Nomenclatura dos aços

Baixa liga Alta liga


Baixo carbono Médio carbono Alto carbono
<0.25 % C 0.25-0.6 % C 0.6-1.4 % C

Tr.
Nome Macio Média liga Carbono Inoxidáveis
térmico Carbono Ferramentas austeníticos
Cr, V Cr, Ni Cr, V,
El. adição não não não Cr, Ni, Mo
Ni, Mo Mo Mo, W
Exemplo 1010 4310 1040 43 40 1095 4190 304
Temperabil. 0 + + ++ ++ +++ 0
RT - 0 + ++ + ++ 0
AL + + 0 - - -- ++
Aplicações auto pontes cambotas pistões desgaste cunhos alta T
estrut. c. civil veios engrenagens serras turbinas
chapa rec. pressão parafusos desgaste moldes fornos
caldeiras ferramentas Resistência
lâminas
à corrosão
Resistência e custo crescente, ductilidade decrescente
125
Possibilidades de transformação nos aços

Austenite (γ)

Arrefecimento Arrefecimento Arrefecimento


lento moderado rápido ou têmpera

Perlite Bainite Martensite


(α + Fe3C lamelas + (α + Fe3C lamelas/agulhas) (fase TCC,
fase proeutectoide) transf. s. difusão)

Martensite reaquecimento
Martensite revenida
resistência

ductilidade
Bainite martensite revenida
Perlite fina
(α + partículas muito
Perlite grosseira finas de Fe3C)
Cementite esferoidizada

Tendência gerai
126
Endurecimento por precipitação
• As partículas impedem o movimento das
deslocações 700
T(°C) L CuAl2
• Ex: sistema Al-Cu 600 a α+L
• Tratamento térmico: θ+L
A
500 q
-  Fase 1 – Solubilização
a+q
-  Fase 2 - Tempera C
400
-  Fase 3 – Precipitação ou
300
envelhecimento 0
B 10 20 30 40 50
(Al) wt% Cu
Gama de composição
para endurecimento por
•  Outros sistemas de precipitação: precipitação
• Cu-Be
Solubilização)
• Cu-Sn Temp.
• Mg-Al
Precipitação

Tempo
Têmpera
Precipitação no sistema Al-Cu
Envelhecimento no sistema Al-Cu
Envelhecimento no sistema Al-Cu

(a) By extending the reheat


step, precipitates coalesce
and become less effective in
hardening the alloy. The result
is referred to as overaging. (b)
The variation in hardness with
the length of the reheat step
(aging time).
Envelhecimento

Formação de uma fina dispersão de precipitados que constituem


obstáculos ao movimento das deslocações, tornando o material mais duro
e resistente
•  natural: precipitação à temperatura ambiente
•  artificial: precipitação por aquecimento a temperaturas mais elevadas

131
Sequência de Precipitação de liga Al-4%Cu

Zonas GP (Guinier-Preston): muito Precipitados θ’’: maiores, ainda


pequenos, coerentes com a matriz coerentes com a matriz

Precipitados θ’: maiores e incoerentes Precipitados θ: grandes, incoerentes com a


com a matriz (estrutura cristalina diferente) matriz, fase de equilíbrio CuAl2
132
Precipitação no sistema Al-Cu

(a) Schematic illustration of the crystalline geometry of a Guinier–Preston (G.P.) zone.


This structure is most effective for precipitation hardening and is the structure developed
at the hardness maximum. Note the coherent interfaces lengthwise along the
precipitate. The precipitate is approximately 15 nm × 150 nm.
Decomposição da solução sólida sobressaturada

134
Endurecimento por Precipitação

• Partículas de precipitados duros são difíceis de atravessar


(necessário maior tensão)

precipitado Elevada tensão de corte


necessária para mover a
deslocação através do
lateral precipitado e atravessá-lo.

Precipitados distantes de d
topo actuam como obstáculos à deslocação
d
Há “ancoragem” da deslocação
nos precipitados
Deslocação “avança” mas para
σ mais elevada
1
• Resultado: σ ced ~
d
135
Sequência de Precipitação de liga Al-4%Cu

136
Efeito da precipitação nas propriedades mecânicas

137

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