Ás vezes me parece que além de estarmos imersos num ciclo temporal, também estamos
aprisionados em algo que denomino como 'translado onírico'. Finalize-se um sonho e
acorda-se noutro sonho. Tal método é bem mais eficaz que a sedução no túnel de luz, pois trata-se de um processo autômato. Desencarne e reencarne instantâneos mergulhando o ser em alguma outra personalidade cujo o fragmento de alma se acopla ao fragmento de alma que já não mais faz parte de uma dada realidade, uma vez que findou sua simulação, e por intermédio desse mecanismo, a mesma efetua essa simbiose com a sua outra parte residindo em alguma outra dimensão, realidade, tempo, universo paralelo. Certas pessoas costumam mudar da água para o vinho da noite para o dia, é como se simplesmente houvesse o nascimento de outra pessoa dentro da mesma pessoa, ao meu ver, isso está estritamente relacionado com essa teoria do translado onírico. Um outro ser adentra o âmago do indivíduo de modo a interagir com o mesmo como se ambos fossem um só, e de fato são, pois são fragmentos do mesmo todo, ou eu superior, nomenclaturas pouco importam. Quando eu me vejo no passado, encontro sempre um profundo abismo no que diz respeito a semelhança do meu eu atual para com o meu eu antigo. Sem dúvidas é uma outra pessoa, porém, dotada da mesma essência. O translado onírico fornece as experiências da sua outra personalidade, então esse processo naturalmente acaba lhe transformando. Talvez isso pareça algo benéfico, mas se analisarmos, é somente umas das várias outras artimanhas para nos manter aprisionados em simulações. Gostaria de relatar um sonho interessante que alcancei na noite passada. Encontrei-me viajando num veículo semelhante a fusão navio-submarino. Ele não navegava na superfície e nem abaixo da superfície do mar, mas no intermédio entre ambos, algo realmente bastante inusitado. Foi uma viagem agradável, eu estava indo ao encontro de alguma pessoa. Essa pessoa havia recebido um livro meu e me convidou para conhece-lo. Sua cidade era banhada por rios e lagos por toda parte, mas era diferente, as águas não pareciam como as dessa realidade a qual estou no momento em que escrevo esse texto, algo difícil de transpor em palavras. Havia uma brisa agradável. A casa dessa pessoa lembrava uma espécie de bangalô exótico e da janela da sala era possível avistar o verde de indescritível tonalidade que banhava o mar. Lembro-me dessa pessoa falar algo sobre um livro de transcomunicação instrumental da Helena Blavatski, livro este que provavelmente não existe nessa realidade aqui, mas irei pesquisar sobre. Bom, conversamos um pouco, um dialogo bastante interessante, e depois fomos a uma espécie de teatro-igreja onde havia algumas pessoas contemplando um coral de crianças entoando cantos sacros. Algo bem bonito. Aquilo era uma espécie de entretenimento matinal daquela região. Depois indaguei aquela tal pessoa sobre como havia tido acesso ao meu livro. Ele respondeu 'Você me enviou ué', então retruquei 'Como assim enviei?' então respondeu 'Você colocou o livro em algum lugar e me enviaram' (algo como correio) 'Fisicamente?' perguntei, ele respondeu 'Claro', então falei 'Pensei que havia sido pela internet', então ele falou 'Quem é internet?'. Nesse momento a minha lucidez acendeu e comecei a observar atentamente o local, parecia algo antigo, então perguntei para a tal pessoa 'Em qual ano estamos?' e ele respondeu '1932'. Após isso foi inundado com várias perguntas e não me recordo qual foi o desfecho dessa intrigante experiência. Estou com preguiça de continuar escrevendo. Obviamente para algumas pessoas, tudo isso e nada é a mesma coisa, pois a paixão que possuem por essa ficção a qual consideram vida real, é algo simplesmente avassalador. Acredito que com o material acima seja possível encontrarmos algumas chaves