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“Focus Group: uma técnica para o estudo de usuários e a avaliação


da informação para o desenvolvimento de bibliotecas digitais”

RESUMO

O presente artigo apresenta características para estudar as necessidades


informacionais dos utilizadores de uma biblioteca com o objetivo de conceber uma
biblioteca digital. Contudo, a criação de uma biblioteca digital necessita do estudo
dos utilizadores/usuário, estudo este, normalmente realizado pela organização que a
desenvolvera a biblioteca, isso se traduz, em uma pesquisa sobre as necessidades
informacionais com o objetivo de disponibilizar novas fontes de informação na
biblioteca digital. Neste estudo, primeiramente, foi realizada uma revisão
bibliográfica para verificar o estado da arte sobre estudos de usuário, e necessidade
de informação. A metodologia de pesquisa indicada foi o “Grupo de Foco”, pois é um
método que está esta em crescimento na literatura e traz muitas caracteristicas
relevantes e proveitosas ao estudar “pessoas”.

Palavras Chave – necessidades informacionais, estudo de utilizadores/usuário,


biblioteca digital, grupo de foco

ABSTRACT

This article presents some characteristics to study the needs for information from the
people who visit a library in order to create a digital library. It is concerned with the
creation of a digital library, whose company will develop a study/research about the
need of information. This research has the objective of creating new sources of
information in the digital library. A bibliographic revision about the people who usually
use libraries was used as a source. This research method was first suggested by the
“Grupo de Foco”, because it is a method which is emerging and being developed in
Literature. It is also important because it brings different advantages in studying
people.

Keywords - information need, user study, digital library, focus group.

RESUMEN

El artículo presenta características para estudiar las necesidades informacionales de


los quienes usan una biblioteca, con el objetivo de crear una biblioteca digital.
Además, para la construcción de una biblioteca digital se necesita conocer los
usuários, estudio este, normalmente realizado por la organización que desenrollará
la biblioteca; eso se puede traducir en una investigación sobre las necesidades
2

informacionales con el objetivo de disponibilizar nuevas fuentes de información en la


biblioteca digital. En este estudio, primeramente, fué realizada una revisión de la
literatura para averiguar el estado del arte sobre estudios de usuários, y necesidades
informacionales. La metodología de investigación indicada fué la técnica “Grupos
Focales”, un abordage que está en crecimiento en la literatura y contiene muchas
características relevantes y provechosas para estudiar fenómenos que envuelven
“personas”.

Palabras clave: Necesidades informacionales; estudio de usuários; biblioteca


digital; grupos focales.
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1 INTRODUÇÂO

Estudos de usuário, mais diretamente sobre suas necessidades


informacionais em bibliotecas, não é novidade, sempre foram preocupações
daqueles que a disponibilizam.
O desenvolvimento de uma biblioteca digital tem como principal
objetivo disponibilizar mais informações de forma mais cómoda para aqueles que já
são utilizadores da biblioteca tradicional, pois, com a implantação de uma biblioteca
digital, os usuários não terão que se deslocar pessoalmente até uma biblioteca
(físico) para ter acesso as fontes de informação desejada, uma vez que
disponibilizará um serviço on-line para armazenamento e recuperação de
documentos, provendo acesso controlado e mecanismos eficientes de recuperação
de informação no momento da busca pelo que necessita.
Para viabilizar a criação de uma biblioteca digital é necessário
realizar um estudo com o objetivo de verificar quais são as reais necessidades
informacionais do grupo de usuários que utiliza uma biblioteca. Para tanto uma
forma de recolher tais informações é através do método de pesquisa denominado de
Focus Group, tendo como sujeito da pesquisa os usuários de uma biblioteca
tradicional.
Mas, ao se implantar um serviço dessa natureza, faz-se as seguintes
questões: Quais os tipos de documentos e publicações disponibilizar? Quais as reais
necessidades informacionais da comunidade usuária? O que digitalizar para
disponibilizar? Que fontes devem fazer parte deste acervo on-line?

2 INFORMAÇÃO

A sociedade industrial está se transformando em sociedade da


informação através do rápido avanço tecnologias de informação e comunicação –
TIC´s. Quando percebemos, já nos adaptamos e passamos a viver nesta nova era,
em que a informação cresce em quantidade e em uma velocidade que não
imaginávamos, modificando assim, fundamentais valores económicos e sociais.
A informação e o conhecimento são os bens mais preciosos que o
ser humano possui, são coisas que ninguém pode “tirar”, é a partir disso que os
4

humanos são capazes de viver em sociedade. Entretanto, a informação só tem seu


valor real quando se transforma em conhecimento.
Nos dias actuais o volume de informação produzida é gigantesco,
esse volume é muito maior do que aquele que realmente temos capacidade de
utilizar. As informações produzidas e publicadas por diversos meios de comunicação
compõe um universo caótico.
O ser humano tem habilidades de colher informações
aleatoriamente, sem haver um planeamento para isso, ou para que a mesma será
utilizada.
Pode-se dizer que um sistema de informação, seja este
informatizado ou não, é uma forma para organizar, estruturar e disponibilizar a
informação. As bibliotecas e centros de documentação são locais onde pode-se
observar de forma clara o que é um sistema de informação e como é utilizado.

3 BIBLIOTECA
3.1 Biblioteca Tradicional

Bibliotecas não existem de forma independente das sociedades e


das instituições as quais estão vinculadas. Elas acompanham a tendência que se
verifica na vida social em especial àquelas relacionadas ao campo de conhecimento
e educação. Em razão disso as bibliotecas foram se especializando à medida que as
instituições científicas e educacionais foram se diferenciando uma das outras em
torno de um objecto, de uma teoria e de uma prática (LEITÃO, 2003) 1.
Uma Biblioteca é o local onde os usuários, utilizam como fonte de
informação de pesquisas no âmbito de realizarem seus trabalhos, leituras, etc.,
então quanto maior for seu acervo e seus recursos informacionais, melhor resultado
e satisfação terão seus usuários.
Bibliotecas ou Centros de Informação/Documentação tem suas
características próprias de organizar e disponibilizar seus documentos e suas
informações, independente de serem públicas ou privadas. No entanto, quando se
fala sobre sistema de informação a premissa básica é que ela seja constituída de
ferramentas para recolha, organização, armazenamento, processamento e

1
Todas as traduções das citações de obras de autores não ingleses são da autoria da autora do presente trabalho.
5

disseminação de informação por meio de diferentes suportes, seja impresso ou


digital.

3.2 Biblioteca Digital

Um novo conceito de biblioteca está em questão nos últimos


tempos, a biblioteca digital, que alguns autores citam como biblioteca electrónica,
biblioteca virtual, biblioteca sem paredes ou biblioteca conectada na rede, são
formas de se referir a esse novo conceito.
Vários autores discutem uma definição exacta para o termo
“biblioteca digital”, dentre essas definições estão as seguintes características:
 Acesso remoto a biblioteca pelo usuário, por meio de um
computador conectado a rede;
 Utilização do mesmo documento por duas ou mais pessoas
ao mesmo tempo;
 Inclusão de produtos e serviços de uma biblioteca ou centro
de informação, com menos custo e de forma mais ágil do que um local físico;
 Existência de coleções de documentos correntes onde se
pode ter acesso a referência bibliográfica e o texto na integra;
 Existência de unidade de gestão do conhecimento, que inclui
sistema inteligente ou especialista para ajudar na recuperação de informações mais
relevantes.
Uma Biblioteca Digital caracteriza-se por ser constituída de
documentos primários que são digitalizados quer sob a forma material (disquetes,
CR-ROM, DVD), quer em linha através da Internet, permitindo o acesso à distância.
Este conceito de Biblioteca Digital inclui também a idéia de
organização composta por serviços e recursos cujo objectivo é seleccionar,
organizar e distribuir a informação, conservando a integridade dos documentos
digitalizados. Uma Biblioteca Digital permite o acesso remoto por meio de um
computador com ligação em rede e, ao mesmo tempo, o seu uso simultâneo por
diversos utilizadores onde estes podem encontrar em suporte digital os produtos e
serviços característicos de uma biblioteca física. Através dela é também possível
6

utilizar, de forma integrada, diferentes suportes de registro de informação (texto,


som, imagem) (BIBLIOTECA..., 2006).
Uma grande vantagem da Biblioteca Digital é a eliminação de um
espaço físico para guardar os documentos bem como a eliminação da distância
entre usuários e biblioteca.
O conceito de Biblioteca Digital aparenta algo revolucionário, mas,
na realidade, ele é resultado de um processo gradual e evolutivo. Para Cunha (apud
OHIRA; PRADO, 2002), “bibliotecas digitais são simplesmente um conjunto de
mecanismos electrónicos que facilitam a localização da demanda informacional,
interligando recursos e usuários.” Deixando bem claro a diferença entre biblioteca
digital e as bibliotecas tradicionais, observa-se em Marchiori (apud OHIRA; PRADO,
2002) que:

Biblioteca digital difere das tradicionais, porque a informação


que nela contém existe apenas na forma digital, podendo
residir em meios diferentes de armazenagem, como as
memórias eletrônicas (discos magnéticos e óticos). Desta
forma, a biblioteca digital não contém livros na forma
convencional, e a informação pode ser acessada, em locais
específicos e remotamente, por meio de computadores.

Muito se discute sobre o desenvolvimento de uma biblioteca digital,


verdades e mentiras são ditas e publicadas. A seguir apresenta-se alguns mitos e
desafios que repercutem sobre o conceito de Biblioteca Digital identificados por
Kuny e Cleveland (1998):
 A Internet é a biblioteca digital - É lugar comum entre os
vendedores de novos produtos digitais sugerir que os recursos de informação
espalhados pela Internet são uma biblioteca digital. Sabemos que a biblioteca digital
significa coisas diferentes para diferentes pessoas. Nela encontramos os mais
distintos tipos de informação – textos, imagens, vídeo, áudio e suas possíveis
combinações, aparentemente em todos os domínios de conhecimento possíveis, e
neste sentido a Internet pode parecer servir a alguns dos propósitos da biblioteca
digital.
 A realidade de uma única biblioteca digital - Mais
especificamente uma janela para as coleções da Biblioteca Digital onde o público
poderá ter acesso eletrônico às bibliotecas sem paredes, estando a informação
disponível em qualquer lugar e a qualquer momento através de uma conexão à
7

Internet. Esta visão traz em seu bojo o desafio de futuras regras de licenciamento e
de direito de cópia que afetarão fortemente os serviços e as coleções digitais, bem
como os custos proibitivos para digitalização, além do suporte para a infraestrutura
técnica. Já pode ser observada a realidade de inúmeros provedores de informação
competindo entre si, de modo anárquico e desorganizado, sendo a biblioteca
somente uma dentre inúmeras fontes de informação.
 Bibliotecas digitais serão mais baratas que bibliotecas
impressas - A suposição corrente veiculada na imprensa especializada de que a
biblioteca digital é mais econômica que a biblioteca impressa está distante de ser
estabelecida tanto em fatos quanto na prática, embora muitos projetos de bibliotecas
economizem recursos humanos e financeiros, particularmente quando estratégias de
substituição de coleções são usadas para reposição de títulos de periódicos pelos
serviços de comutação eletrônica. A análise de custo/benefício desta troca
permanece incerta, sendo que em alguns casos, a troca para periódicos eletrônicos
poderá economizar o recurso orçamentário da biblioteca, repassando o custo de
impressão para os usuários2.
 Bibliotecas digitais fornecerão acesso mais igualitário em
qualquer lugar e a qualquer tempo - O acesso universal está atualmente
comprometido pelo fato da Internet não ser tão onipresente quanto seria desejável.
Fora dos grandes centros há poucas conexões, muitas vezes lentas, onde o custo
de acesso permanece alto e, para a vasta maioria da população dos países em
desenvolvimento, o acesso à Internet é dificílimo ou as vezes inatingível. Sendo
assim, é imprescindível que haja disponibilidade de acesso universal às redes de
telefonia para que a Internet possa ser o mecanismo primordial para envio de
informações.
Se por um lado, o conceito de biblioteca digital levantou tantas
incertezas e discussões conceptuais entre os profissionais de informação, por outro
lado, expandiu-se a idéia de que a Internet era a grande biblioteca digital,
funcionando em termos globais, conjugando a nova tecnologia dos computadores
conectados na Internet, com a milenar tecnologia da escrita e possibilitando o
arquivo e a disponibilização do saber a todos os que a utilizem. A Internet tem ainda
a vantagem de funcionar vinte e quatro horas por dia e de alimentar-se das

2
Modificado pela autora do presente trabalho.
8

contribuições individuais de cada um dos seus utilizadores (CARDOSO apud


PEREIRA, 2006).

3.3 Processo de Desenvolvimento de uma Biblioteca Digital

Na busca por disponibilizar novas tecnologias, bem como novos


suportes de busca de informação aos usuários de uma biblioteca tradicional, tende-
se realizar um estudo de usuário.
Para realização do estudo de usuários, utilizando a metodologia de
pesquisa “Focus Group”, para colher informações sobre as necessidades
informacionais desse grupo de usuários.
Jordão (apud DI CHIARA, 2005, p.102) denomina esta técnica como
discussão em grupo e ressalta que seu objectivo é explorar as “possibilidades da
dinâmica da interacção das pessoas numa situação artificialmente criada que
permite verbalizações espontâneas”.
Neste caso, o estudo de usuário permite saber exactamente que tipo
de produtos e serviços, bem como quais fontes de informação são necessárias para
suprir suas necessidades, já que serão eles próprios a utilizarem a biblioteca digital.
Os produtos e serviços disponíveis em bibliotecas britânicas através
de interfaces digitais foram listados por Rusbridge (apud LUCAS, 2006); sendo que
a maior parte deles também é de uso corrente nas bibliotecas universitárias:
 Catálogos de acesso público, em linha;
 Catálogos coletivos em linha, através de consórcios
(Bibliodata, COMUT);
 Catálogos em linha regionais (UNIBIBLI);
 CD-ROMs e disquetes para consultas locais;
 CD-ROMs em rede;
 Serviços de texto completo: periódicos, teses;
 Sistemas eletrônicos de reserva de material bibliográfico;
 Conjuntos de bases de dados através de acesso remoto;
 Conjuntos de bases de dados comerciais através de acesso
remoto;
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 Conjuntos de bases de dados locais (ex: bibliografias,


coleções de folhetos);
 Documentos disponíveis em rede local;
 Portais para recursos locais através da Internet;
 Portais de Acesso remoto à Internet;
 Acesso remoto à recursos da Internet;
 Acesso remoto à periódicos eletrônicos;
 Acesso local e remoto à livros eletrônicos;
 Livros para empréstimo entre bibliotecas;
 Periódicos impressos;
 Coleções especiais, mapas, slides, vídeos, registros sonoros.

Considerando a situação da criação de uma biblioteca digital, se faz


necessário, inicialmente, identificar as necessidades de informação do grupo de
usuários que a biblioteca atende, para tanto, pode utilizar-se de diversas técnicas de
pesquisa. Será descrito a seguir, de forma simples e clara, o que se entende por
estudo de usuário bem como necessidade de informação.

3.3.1 Estudo de Usuário

A avaliação dos serviços bibliotecários vem sendo estudada desde a


década de trinta, principalmente nos Estados Unidos, quando houve um interesse
considerável por descobrir o que as pessoas liam. Os primeiros estudos de usuários
de bibliotecas públicas foram realizados por bibliotecários associados aos docentes
da Escola de Biblioteconomia da Universidade de Chicago (FIGUEIREDO, 1983).
Nessa época tais estudos não eram considerados como
planeamento para a construção de bibliotecas. Mas a importância do estudo de
usuário tem aumentado cada vez maism que hoje é fundamental a realização desse
tipo de estudo pela gestão de uma biblioteca de modo que a mesma seja criada
especialmente para seus usuários.
Inúmeras pesquisas foram feitas para descoberta de tipo de
informação que o usuário busca.
10

Os resultados de diversas investigações nestas áreas dos estudos


de usuários indicam que o tipo de necessidade de informação e de comportamento
de busca de informação entre os estudiosos depende de seu campo de
investigação, e varia de umas disciplinas para outras. Compreender tais condutas
nos ajudará a desenhar e conceber serviços e produtos que transmitam a
informação requerida da forma mais eficaz. A sua vez, essas necessidades
diferentes podem levar as bibliotecas universitárias disponibilizar serviços
especializados dependendo das disciplinas académicas das que provêm os
usuários. (UCAK; KURBANOGLU, 1998).
De forma geral o usuário não tem conhecimento de todos os
recursos que a biblioteca oferece, para tanto esses recursos devem ser
transformados em benefícios para os usuários que frequentam a biblioteca, até
porque se esses recursos não forem bem utilizados e aproveitados a biblioteca não
terá motivo para investir em novas TIC´s.
Como a biblioteca é uma organização voltada para atendimento ao
usuário e tem como objetivo suprir suas necessidades informacionais, devem ser
analisados os seguintes factores:
 Os usuários estão percebendo a mudança que está
ocorrendo nos serviços oferecidos pelas bibliotecas;
 Como a biblioteca vê os usuários a partir dessas mudanças.
Os estudos de usuários são investigações centradas em um
sistema, indivíduo, grupo ou comunidade, favorecido com os serviços oferecidos por
unidades de informação, neste caso a biblioteca digital.
De acordo com Moraes (1994), tais investigações objectivam:
determinar os documentos requeridos pelos usuários; descobrir os hábitos dos
usuários no momento da busca e obtenção da informação; estudar a utilização feita
dos documentos; e estudar a maneira de obtenção do acesso aos documentos.
Segundo Le Coadic (1996)

[...] as pesquisas sobre uso surgiram de perguntas sobre as


atividades dos usuários, imaginados como passivos e
disciplinados, para obter melhor conhecimento de suas
práticas, modos de agir, usos, modos de operação ou
esquemas de ação.
11

Já quanto aos estudos de necessidade de informação, o autor


esclarece que “o conhecimento das necessidades de informação permite
compreender porque as pessoas se envolvem num processo de busca de
informação”. A partir de tais esclarecimentos, evidencia-se que os estudos de uso
são característicos das abordagens tradicionais, ao passo que os estudos de
necessidades são empreendidos no âmbito das abordagens alternativas.
Como afirma Ferreira (1996), os estudos de usuários fundamentam-
se em dois tipos de abordagem: as abordagens convencionais ou conservadoras,
centradas no sistema e na observação de grupos de usuários, e as abordagens da
percepção ou abordagens alternativas, centradas no indivíduo e na análise das
características únicas de cada usuário como meio de chegar às características
cognitivas comuns à maioria deles.
As abordagens convencionais conservadoras se caracterizam,
principalmente, por: compreender a informação como algo objectivo, que existe
externa e independentemente do indivíduo; colocar as actividades técnicas dos
serviços de informação como ponto central de suas atenções e perceber o usuário
como um elemento secundário que deve se adequar às características do serviço de
informação. Distintamente, as características mais marcantes das abordagens da
percepção ou alternativas são: compreensão de que a informação, sem a atribuição
de sentido a partir da intervenção dos esquemas mentais de seu usuário, não está
completa colocação das questões “como as pessoas agem” e “como a informação
auxilia estas pessoas” no centro das atenções e entendimento de que o sistema de
informação tem em seu usuário sua “razão de ser”, devendo, pois, se adaptar às
necessidades informacionais e aos comportamentos de busca e uso de informação
dele.
Fundamentando-se nas abordagens alternativas, Emília Currás
(1988) afirma que “[...] cada indivíduo, por si só é um caso que requer atenção
especial. O certo é que em muitos casos não é possível estudar um a um todos os
indivíduos. Assim, tem-se que reunir pequenos grupos com características
similares.” Nessa perspectiva, vários autores têm proposto classificações ou
categorias de usuários utilizando com critério aglutinador a resposta à pergunta “a
informação interessa a quem?”, contudo, como esclarecem Guinchat e Menou
(1994), como um indivíduo pode incluir-se, ao mesmo tempo, em várias categorias,
12

é preferível agrupar os usuários a partir da resposta à pergunta “a que se destina a


informação?”.

4 NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO

Necessidade de informação é um conceito muito ambíguo e não é


fácil de se definir, e avaliar, pois implica em um processo cognitivo que pode
acontecer em diferentes níveis de consciência, e como afirma Crawford (apud PAIM;
NEHMY, 1998), pode inclusive não estar claro para o próprio indivíduo. Entretanto,
necessidade é uma parte importante do processo criativo, e, em algumas condições,
a necessidade de informação não pode ser especificada claramente porque não está
disponível ou simplesmente porque o indivíduo não tem consciência desta
necessidade e não é capaz de expressá-la.
Assim, entende-se por necessidade de informação a carência de
informação que o indivíduo deve suprir para realizar uma pesquisa, para uma
tomada de decisão em seu desempenho profissional ou para sua educação e
atualização pessoal.
A necessidade de informação muda de um indivíduo para outro e de
grupo para grupo e pode ser transformada, ou não, em demanda, isto é, na
formulação expressa de um desejo, ou na solicitação de uma informação, por parte
de um usuário, a uma Unidade de Informação, seja um arquivo, biblioteca, museu,
rede ou sistema de informação.
A necessidade de informação depende de inúmeras variáveis, e
pode ser satisfeita ou resultar na frustração do indivíduo, daí a importância dos
estudos que procuram conhecer o perfil dos usuários, suas reais necessidades,
formas de busca e uso da informação.
Os estudos de usuário, muitas vezes confundidos com os estudos
de uso, diferem destes, que se limitam a fazer estudos de uso de colecções, por um
grupo de usuários, prática esta constante nos estudos feitos até a década de 60. Só
a partir da década de 70 é que se começa a privilegiar o indivíduo, usuário ou
receptor da informação, como foco de pesquisa. E na década de 90, este foi
considerado como consumidor da informação. Usuário da informação, segundo
Cochen (1998), é o usuário concreto que obtém informação disponibilizada pelo
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Sistema Documentário, e consumidor da informação é aquele que se apropria e faz


uso, isto é, passa a consumir informação.
A Universidade, devido seu carácter universal múltiplo e
diversificado, é entendida como uma instância privilegiada de criação/produção de
saberes, formação de competências e de difusão da experiência cultural e científica
da sociedade. Por este motivo pode-se considerá-la o "[...] locus fundamental para a
construção da identidade sócio-cultural de um país" (MORAES, 1994).
A Biblioteca Universitária, por sua vez, pode ser entendida como a
instância que possibilita à universidade atender às necessidades de um grupo social
ou da sociedade em geral, por meio da administração do seu património
informacional e do exercício de uma função educativa, ao orientar os usuários na
utilização da informação.
É possível, então, afirmar que universidades e bibliotecas são
agências sociais organizadas com a missão de servir a sociedade enquanto
instâncias criadoras e propulsoras do conhecimento, estimuladoras e facilitadoras do
acesso a este conhecimento.
Portanto, não se pode ignorar que um dos traços marcantes do final
do século passado e início deste - "a transformação veloz da própria natureza do
conhecimento científico [e tecnológico] que tem seus reflexos cada vez mais visíveis
na composição da vida e da sociabilidade do mundo actual" (HENRIQUES, 1998).

5 GRUPO DE FOCO: DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS

O Focus Group traduzido para o Português como Grupo de Foco,


pode receber outras denominações como grupo focal e grupo de discussão.
Neste trabalho, optou-se por designar essa técnica como grupo de
foco por ser a mais utilizada na literatura.
Oliveira e Freitas (1988) definem grupo de foco como um tipo de
entrevista em profundidade, mas realizada em grupos. Para esses autores, o foco ou
o objeto de análise é a interação dentro do grupo.
Já para Fraser e Restrepo-Estrada (1988), grupo de foco é uma
técnica de pesquisa que consiste na formação de grupos pequenos e homogéneos,
com a participação de 6 a 12 pessoas, que sejam representativas de um grande
setor da sociedade ou da comunidade. Nessa técnica, é criada uma situação
14

informal, na qual os tópicos são discutidos pelo grupo de maneira espontânea e


cada membro expressa livremente as suas opiniões.
Existem autores que entendem essa técnica como uma conversa
monitorada. Rudasill (1999), por exemplo, define o grupo de foco como uma
conversa orientada entre sete e dez pessoas com interesses ou características
comuns. Para autora, o propósito do grupo de foco é testar hipóteses e revelar
crenças e atitudes de um grupo em relação a um serviço, produto, assunto, técnica,
etc.
Widdows, Hensler e Wyncott (1991) consideram grupo de foco como
entrevistas repetidas com pequenos grupos de oito a doze pessoas com o objetivo
de identificar os conceitos-chave ou percepções dos grupos em relação ao assunto
pesquisado.
Morgan (apud CARLINI-COTRIM, 1996) afirma que o grupo de foco
pode ser considerado uma espécie de entrevista de grupo, embora não naquela
sequência conhecida de pergunta e resposta.
O grupo de foco não busca dar consenso, o moderador é que deve
criar condições para que diferentes percepções e pontos de vista sejam colocados
durante as sessões. Dias (2000, p.5) diz que “diferentemente de outras técnicas de
reunião, seu objetivo é a sinergia entre as pessoas e não o consenso. Quanto mais
ideias surgirem melhor”. As discussões inerentes ao processo de adopção dessa
técnica devem acontecer em clima de tranquilidade, sem pressões, de maneira que
se possa garantir a troca de opiniões em relação ao objeto de estudo.
Neste sentido, Carlini-Cotrim (1996) recomenda alguns cuidados:
– Os participantes não devem se conhecer para evitar
respostas não verdadeiras e evasivas em decorrência do temor por represálias
diante da exposição de ideias consideradas prejudiciais ou ofensivas para alguns
participantes;
– Os participantes devem ser homogéneos no que se refere
às características que interferem na percepção do tema estudado, mas isso não
significa homogeneidade na visão do problema.
Grupos de Foco são pesquisas realizadas em grupo com número
pequeno de pessoas, de forma que as mesmas se interagem e discutem sobre um
determinado assunto, essa forma colher informações é segura e descontraída de
15

forma que os entrevistados têm total liberdade de discutir sobre o assunto em


questão.
Os dados fundamentais que o grupo de foco produz são trasnquitos
dos grupos de discussão. A marca registrada dessa ferramenta é o uso explícito da
interação do grupo para produzir dados e insightts cuja relevância seria relativizada
sem a interação encontrada em grupo. (LEITÃO, 2003).
Um grupo de foco normalmente é constituído entre 5 a 8 pessoas,
não mais do que isso, para não correr risco de haver desintegração entre os
membros do grupo, assim o pesquisador consegue perceber claramente o que
essas pessoas realmente pensam sobre um determinado assunto, serviço, produto
ou idéia.
Na realidade um grupo de foco é uma modalidade de entrevista,
onde se reúne uma quantidade pequena de pessoas (que represente uma parte do
grupo alvo que será estudado) que discutiram determinado assunto num período de
no máximo duas horas.
A utilização do grupo de foco para recolha de informações de
necessidades de informação de usuários de uma biblioteca é um método eficaz, pois
percebe-se realmente as necessidades informacionais daquele grupo.
Quando direcciona-se o grupo de foco directamente para bibliotecas
ressalta-se a definição de Hernon e Altman (apud LEITÃO, 2003, p. 52), onde diz
que:

Nas bibliotecas a ferramenta de pesquisa denominada grupo


de foco pode ser conceituada como uma forma de trazer as
pessoas em conjunto para discutir sobre um produto, um
serviço ou um assunto. As bibliotecas podem utilizá-las para
obter insights das expectativas dos consumidores, analisar as
disponibilidades dos funcionários em atender essas
expectativas e segui-las, e a habilidade de recuperar
consumidores perdidos, ou atrair aqueles de “primeira viagem”.
O grupo devera ser formado por seis a dez pessoas em
discussão interativas que devem ser bem focados em assuntos
ou problemas.

5.1 Pontos fortes e fracos do grupo de foco


16

Como todo método de pesquisa encontra-se pontos fortes e pontos


fracos, pois não existe um método perfeito de pesquisa sempre ira ter prós e contras
na utilização de qualquer método.
Vai então do investigador mediar quais serão os fatores importantes
e relevantes em relação ao problema em questão e optar pela metodologia mais
adequada.
Podemos estruturar os pontos fortes e fracos da metodologia em
questão da seguinte forma:
Pontos Fortes – os grupos são fáceis de conduzir. A técnica não
exige empenho de muitos recursos financeiros. Mesmo que o pesquisador seja
novato, poderá obter muitas informações, pois o grupo permite que se explorem
tópicos e hipóteses gerais, possibilitando a interação com os itens de interesse do
pesquisador.
Ponto Fracos – não é baseado em colocações naturais. O grupo e
foco não atinge o potêncial dos grupos de pesquisas individuais. Certas posições de
alguns participantes podem distorcer o estudo.

5.2 Estruturação dos grupos

Alguns fatores devem ser levados em consideração no momento da


seleção dos indivíduos no momento de formar o grupo que será entrevistado.
De acordo com Morgan (apud LEITÃO, 2003), destaca as seguintes
orientações para a formação e estruturação de um grupo de foco:
Grupos Pequenos – entre seis e oito integrantes, são
recomendados para pesquisa que envolvem emoções, permitindo que os
participantes tenham mais tempo para fazer suas exposições. Torna-se também
mais fácil para o moderador “controlar” os participantes do grupo no momento em
que a emoção comprometer a dinâmica. No entanto devemos lembrar que os grupos
menores despendem mais tempo, a apresentam maior dificuldade para a análise
dos resultados. Havendo a necessidade de repetir a experiência.
Grupos Maiores – entre dez e doze integrantes, devem ser
abordados para tópicos neutros, oferecem possibilidade de obtenção de maior
volume de resposta. Porém um conjunto maior de participantes, o moderar será
bastante exigido, por esse motivo o moderador deverá ter alguma experiência na
17

técnica, para lidar com a disciplina do grupo, sem, entretanto impor rigidez, já que a
finalidade do grupo de foco é exactamente permitir a flexibilidade na expressão das
idéias.
Grupos acima dos limites sugeridos de 12 integrantes – Dificulta
a intenção entre de todos os participantes, e muito, provavelmente, deixara alguém
sem opinar. Por outro lado grupo com menos de seis pessoas ficam limitados nas
discussões, principalmente quando houver um líder formador de opinião, que poderá
induzir os demais.
Para o investigador formar o grupo ideal, com o número de
integrantes necessário e que satisfaça suas necessidades, o mesmo tem que
observar quais são seus objetivos principais para que o número de pessoas que
integrarem tal grupo seja suficiente para a recolha de informação, bem como a
quantidade de vezes que o grupo ira se “reunir”.

5.3 Principais Vantagens e desvantagens do grupo de foco

Apesar de sua adequação à pesquisa qualitativa, como toda técnica,


o grupo de foco apresenta vantagens e desvantagens.

Vantagens
– Constitui uma maneira efetiva e relativamente fácil de obter informações
sobre comportamentos e experiência de um grupo em relação ao
problema investigado a um baixo custo, comparado a outras técnicas e em
curto espaço de tempo;
– Distingue-se de outras técnicas de pesquisa, como o questionário e a
entrevista individual, porque oferece aos indivíduos oportunidade de
constituir suas opiniões sobre o tema estudado na interação com outras
pessoas;
– A utilização dessa técnica revela o que o grupo pensa e sente em relação
a um assunto específico, mas sua grande vantagem é possibilitar a
descoberta do porquê, das razões que levam os membros do grupo a
defenderem determinadas posições em relação ao assunto investigado.

Desvantagens
18

– Os participantes podem fornecer informações falsas para agradar os


moderadores, desviar-se dos tópicos objetos de discussão, ser
influenciados pela pressão dos outros participantes e buscar consenso
mais do que explorar idéias, o que é prejudicial à pesquisa, já que o grupo
de foco não busca o consenso;
– Um participante pode dominar a discussão por ser mais falante e
extrovertido enquanto que outros, mais reservados, podem hesitar na
colocação de suas opinões, e essa situação pode comprometer de forma
negativa os resultados obtidos no uso desta técnica; limitação a
dependência da técnica aos moderadores e observadores, que não
conseguem ver e ouvir o que acontece no grupo.

5.4 Organização do grupo de foco

Para realização do grupo de foco são necessárias três etapas


apresentadas a seguir: planejamento, condução do grupo e análise dos dados.

Planejamento

Krueger (1994) recomenda que nesta fase se formulem questões


como: Por que o estudo? Que informações deverão ser obtidas? Para quem elas
serão úteis? Como localizar os participantes? Quais as categorias de participantes?
Uma questão que precisa ser esclarecida no planejamento do grupo
de foco é as características das pessoas que se pretende estudar e sua
variabilidade, se desejável. Onde realizar as discussões? Quais questões serão
feitas? Quem conduzirá as reuniões?
Segundo Di Chiara (2005, p. 107) “o início do planeamento deve
começar pela definição clara dos objetivos da reunião de pessoas no grupo de foco,
que devem ser coerentes com os objetivos da pesquisa”.
Definidos os objetivos, deve-se elaborar o cronograma, de acordo
com o tempo disponível, e calcular os recursos financeiros que serão necessários.
Antes do recrutamento dos participantes, é necessário pensar em
quantos grupos de foco serão realizados e o número de pessoas em cada grupo. A
literatura não registra uma proposta-padrão em relação ao tamanho dos grupos.
19

Fraser e Restrepo-Estrada (1988) propõem grupos de sete a doze enquanto que


Oliveira e Freitas (1988) propõem grupos de seis a doze.
Cada grupo de foco deve ser conduzido por um moderador auxiliado
por 1 ou 2 observadores. O desempenho do moderador é fundamental para o
sucesso do grupo de foco. Contudo, o moderador deve conhecer muito bem os
objetivos da pesquisa, ter flexibilidade, experiência com dinâmica de grupo para
conduzir as discussões, principalmente no sentido de evitar que os membros do
grupo se desviem do assunto e assegurar que todos participem das discussões. É
recomendável que o moderador não esteja diretamente envolvido no problema
investigado, de modo a manter-se numa posição de neutralidade durante as
discussões e não direcioná-la. (DI CHIARA, 2005).

Conteúdo das questões

Para elaboração do roteiro de tópicos para discussão, o pesquisador


deve ter por base os objetivos da pesquisa. Os itens não devem ser formulados
como questões para não prejudicar o clima de informalidade. A sugestão é que o
moderador use “este tópico”, “este item”, “este assunto”, entre outros. Com relação
ao local para realização das reuniões é aconselhável considerar: a acessibilidade, a
tranquilidade e a ausência de fatores que possam desviar a atenção do grupo, bem
como a adequada disposição física dos participantes, de modo a permitir o contato
visual entre todos.

Análise dos dados obtidos

A transcrição dos dados gravados ou anotados pelos observadores é


um processo lento, que demanda atenção e paciência e será maior ou menor,
dependendo do número de grupos realizados.
Devido o grupo de foco ser uma técnica usada na pesquisa
qualitativa, o que requer uma análise também qualitativa, onde não, portanto,
quantificação de respostas, e sim organização dos dados coletados de modo que
revelem como os grupos percebem o objecto de estudo e se sentem em relação a
ele.
Segundo Di Chiara (2005), existem dois procedimentos básicos para
analisar os resultados obtidos nos grupos de foco: o resumo etnográfico e a análise
20

de conteúdo. O primeiro procedimento utiliza as citações textuais das discussões do


grupo, já o segundo trabalha com descrição numérica de como determinadas
categorias aparecem ou estão ausentes nas discussões. Conforme a literatura, as
duas abordagens não são excludentes e sim complementares.
Quanto à redacção do relatório de pesquisa, é importante não fazer
considerações definitivas sobre o assunto. Di Chiara (2005) recomenda fazer
afirmativas como “nesses grupos a ideia predominante é...” ou “com relação ao
assunto, os grupos estudados apresentam diferentes pontos de vista”.

5.5 Porque o Grupo de Foco

São inúmeros os métodos de pesquisa para investigar necessidades


de informação de usuários.
O Grupo de Foco por si só, possibilita também a abordagem de
temas ou questões que as vezes não foram programadas pelos investigadores ou
condutores da pesquisa, muitas das vezes surge um assunto espontaneamente a
partir da discussão do grupo e que pode ser útil para o desenvolvimento e conclusão
da pesquisa.
De acordo com Leitão (2003), o grupo de foco pode ser usado
também como uma forma preliminar de pesquisa, permite que trabalhos sejam
realizados não apenas com usuários reais como ainda com usuários potências
(aqueles que não utilizam a biblioteca). Dessa forma é uma técnica cujos resultados
podem impactar inclusive na ampliação dos serviços pelo sistema de bibliotecas.
O grupo de foco é uma metodologia financeiramente acessível, pois
seu custo é baixo, até porque pode ser usado a infra-estrutura da própria instituição
que fará a pesquisa.
Leitão (2003) salienta ainda que,

[...] no momento da montagem dos grupos, a questão dos


voluntários deve ser cuidadosamente analisada, talvez
encontrando alguma forma atraente para que eles participem
[…] a literatura faz referência até mesmo a uma quantia
simbólica em dinheiro aos convidados […].
21

Como o grupo de foco é realizado de forma não-estruturada é


natural que os participantes tenham mais liberdade para responderem o que
realmente pensam de maneira descontraída junto a um pequeno grupo que não
interfere na sua resposta, podendo assim o entrevistador adquirir uma visão
aprofundada dos participantes.
O maior valor desse método de pesquisa, está nos resultados
inesperados que em geral se obtêm das pessoas entrevistadas.

6 Considerações Finais

A Biblioteca seja ela Pública, Privada, Universitária, etc.,


desempenha o papel de instituição de suporte das atividades exercidas pela
comunidade que a utiliza, considerando-se sua estrutura estrategicamente
direcionada à organização, armazenamento, recuperação e disseminação de
informações para suporte de atividades desenvolvidas, que a torna diferenciada dos
outros tipos de biblioteca. No entanto, para que a Biblioteca atenda satisfatoriamente
a seus usuários, deve planejar suas atividades com base no perfil de seus usuários.
A biblioteca é um local de estudo, pesquisa, dentre outras utilidades
e pode receber as seguintes características: aspirações educacionais, acesso à
informação organizada, informação técnica, preservação de tradições, culturas e
histórias.
O presente artigo apresentou algumas caracteriticas básicas para a
criação de uma biblioteca digital, o estudo de necessidades de informação que deve
ser realizado pela organização que desenvolvera uma biblioteca digital, para
compreender melhor os usuários e suas reais necessidades informacionais, bem
como investigar quais fontes de informação deverão a ser disponibilizadas e que
virão ao encontro das suas reias necessidades oferecendo, desta forma, subsídios
para implementar um serviço on-line para armazenamento e obtenção de
documentos.

REFERÊNCIAS

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22

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