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Universidade do Vale do Itajai – UNIVALI

Centro de Ciências Jurídicas, Políticas e Sociais – CEJURPS


Curso de Direito
Disciplina Direito Internacional dos Direitos Humanos
Prof. Roberto Wöhlke, Msc

APRESENTAÇÃO DA TESE

ALUNA: Evelin Cristiane V. Machado


REFERENCIA DO TEXTO: HOLZHACHER, Vivian. O Conceito de Refugiado no Direito
Internacional. IN: JUBILUT, Liliana Lyra (et al.) Refugiados Ambientais. Boa Vista: Editora da UFRR,
2018. (pág 42-68)

1. Questão / Tema

Há, ainda contemporaneamente, um grande debate sobre as políticas migratórias no campo dos
direitos humanos. Tendo isso em vista, o afluxo relativamente recente dos haitianos no Brasil trouxe à tona
a seguinte problemática: para além da instabilidade política, econômica e social que o Haiti sofreu, o
terremoto de 2010 eclodiu uma preocupação ainda maior, qual seja, o desabrigo de milhares de haitianos.
Assim, o desafio estava posto e o governo brasileiro não estava preparado.
Diante de toda a construção dos direitos dos refugiados, explicitado no texto em comento, a
legislação pátria, atenta às novas mudanças temporais, aderiu às considerações da Declaração de Cartagena,
internalizando-as “[...] ao reconhecer como refugiado a pessoa que foge de seu país de origem ou de
residência habitual em razão da grave e generalizada violação aos direitos humanos (p. 63)”.
Contribuindo para a necessidade de constantes mudanças no que tange aos direitos dos
refugiados, “[...] a Declaração de Cartagena adotou mecanismos de avaliação e revisão periódica. Assim, a
cada 10 anos os Estados da América Latina [s]e reúnem para avaliar e atualizar a política para refugiados
na região (p. 63)”.
Assim (p. 63):
Em dezembro de 2014 foi realizada, em Brasília, a celebração aos 30 anos da Declaração de
Cartagena, reunindo representantes dos Estados, funcionários do ACNUR e representantes da
sociedade civil. Na reunião, organizações da sociedade civil manifestaram a importância da
interpretação progressiva da Convenção de 51 e seu Protocolo de 67, bem como a incorporação em
legislações nacionais e aplicação da definição de refúgio estabelecida na Declaração de Cartagena.

Na ocasião, a sociedade civil chamou a atenção do Estado, para, dentre outros temas, o
deslocamento forçado regional ante os desastres naturais.
Em conclusão a legislação pátria se deparou com o seguinte percalço: a Convenção de 51, como
demonstrado no texto em análise, afirma que refugiados são pessoas que se encontram fora do seu país por
caso de fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou
participação em grupos sociais e que não possa ou queira voltar para casa. Com as adaptações
supramencionadas, principalmente considerando como marco a Convenção da OUA (em vigor desde 1969),
são, igualmente, considerados refugiados aqueles que fogem de seus países em razão de conflitos armados,
violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos.
Nesta toada, o haitiano não possui status de refugiado, porquanto não se enquadra em tais
requisitos. Como medida emergencial, o Estado emitiu vistos de residência temporária para os haitianos
por razões humanitárias, os quais foram ratificados e, por conseguinte, consolidados, através do decreto
que regulamenta a nova Lei de Migração (Lei 13.445/17).
A rigor, no plano interno, a própria Carta Magna já anuncia alguns prelúdios para o caso. De
início, destaca-se aqui o parágrafo único do art. 4º, que estabelece:
A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Embora beire ao clichê, é importante salientar o básico, qual seja, que todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, conforme preconiza a Constituição em seu art. 5º, sendo garantido
aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade.
Uma vez que a Carta Magna reconhece a dignidade da pessoa humana como princípio basilar
dos direitos fundamentais, sendo, por isto, o grande pilar para o Estado Democrático de Direito, o
tratamento conferido aos estrangeiros não poderia ser diverso.
Especificamente, o famigerado mínimo existencial, no caso dos refugiados, é garantido através
do Direito Internacional dos Direitos Humanos, que prevê os direitos fundamentais originários, – que
coincidem com o proposto pela Constituição Federal, – e os direitos fundamentais sociais. Como grande
máxima tem-se os princípios da proteção e da não devolução.
Não obstante, observa-se uma crise humanitária mundial acerca da questão de efetivação dos
direitos fundamentais dos imigrantes. A situação local não é tão diferente. Muito embora o Brasil seja
considerado um receptor de grande contingente de pessoas em situação de refúgio, há ainda muito a ser
feito/garantido.
Em conclusão, com grande influência do texto lido de Celso Lafer, “A reconstrução dos direitos
humanos”, os imigrantes haitianos encaixam-se dentro do conceito de displaced persons (pessoas
deslocadas), pois são grupos que se veem fora da trindade Estado-Povo-Território, portanto excluídos de
qualquer relação entre indivíduo e Estado.
O conceito de pessoas deslocadas é demasiadamente pertinente no caso em comento, tendo em
vista que, ressalvado o esforço da comunidade internacional e da legislação pátria, os imigrantes haitianos,
sem status de refugiados, não possuíam real nexo (em sentido jurídico) com o Estado-nação.

2. Referências Bibliográficas

LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São
Paulo: Companhia das Letras, 1988. Capítulo IV. Os direitos humanos e a ruptura (pág. 117-145); Capítulo V. Os
direitos humanos como construção da igualdade (pág. 146-166).

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