Conteúdo
CAPÍTULO 1 - O SOLO E O ECOSSISTEMA ..................................................................... 1
1.1. Introdução ................................................................................................................. 1
1.2. Os Solos nos Ecossistemas ..................................................................................... 4
CAPÍTULO 2 - ESPÉCIE MINERAL .................................................................................... 8
2.1. Introdução ................................................................................................................. 8
2.2. Noções de cristalografia ........................................................................................... 8
2.2.1. Cristalinidade e Cela Unitária ............................................................................ 8
2.2.2. Sistemas Cristalinos ........................................................................................ 11
2.3. Princípio da coordenação ....................................................................................... 14
2.4. Substituição Iônica .................................................................................................. 18
2.5. Espécie Mineral ...................................................................................................... 20
2.6. Classificação das espécies minerais ...................................................................... 21
2.7. Minerais das rochas e dos solos ............................................................................ 26
CAPÍTULO 3 - GRUPO DOS ÓXIDOS E HIDRÓXIDOS .................................................. 27
3.1. Generalidades ........................................................................................................ 27
3.2. Óxidos e Hidróxidos de Ferro ................................................................................. 28
3.3. Óxidos e Hidróxidos de Alumínio ............................................................................ 31
3.3.1. Propriedades Químicas e Físicas ........................................................................ 32
CAPíTULO 4 - GRUPO DOS SILlCATOS ......................................................................... 33
4.1. Generalidades ........................................................................................................ 33
4.2. Classificação........................................................................................................... 35
4.2.1. NESOSSILICATOS ......................................................................................... 40
4.2.2. SOROSSILICATO ........................................................................................... 41
4.2.3. CICLOSSILlCATOS ......................................................................................... 41
4.2.4. INOSSILlCATO ................................................................................................ 42
4.2.5. FILOSSILlCATO .............................................................................................. 44
4.2.6. TECTOSSILlCATOS ........................................................................................ 54
CAPÍTULO 5 - INTEMPERISMO ....................................................................................... 58
5.1. Considerações Gerais ............................................................................................ 58
5.1.1. Trabalho de Goldich (1938) ............................................................................. 59
5.1.2. Trabalho de Chesworth (1973) ........................................................................ 64
5.2. Mecanismos e Processos de Intemperismo ........................................................... 66
5.2.1. Intemperismo Físico......................................................................................... 67
5.2.2. Intemperismo Químico ..................................................................................... 69
5.3. Intemperismo Químico de Minerais e Rochas ........................................................ 78
5.3.1. Alguns exemplos.............................................................................................. 78
CAPÍTULO 6 - ROCHAS MAGMÁTICAS .......................................................................... 81
6.1. Introdução ............................................................................................................... 81
6.2 Origens e tipos fundamentais de magmas .............................................................. 82
6.3. Composição e classificação das Rochas Magmáticas ........................................... 86
6.4. Resfriamento do Magma ........................................................................................ 88
6.4.1. Estágios de Resfriamento ................................................................................ 89
6.4.1.1. Estágio Pneumatolítico (ou Pegmatítico) ...................................................... 89
6.4.1.2. Estágio Hidrotermal ...................................................................................... 89
6.4.2.Textura das rochas magmáticas ....................................................................... 89
6.5. Seqüência de Cristalização .................................................................................... 91
6.6. Principais Rochas Magmáticas ............................................................................... 93
6.6.1. Família Granito - Riólito ................................................................................... 93
6.6.2. Família Diorito - Andesito................................................................................. 94
6.6.3. Família Gabro-Basalto ..................................................................................... 94
CAPÍTULO 7 - ROCHAS SEDIMENTARES ...................................................................... 96
ii
temperatura (T), oxigênio (O) e erosão (E), mostram a rede de relações existente
(a) (b)
ORGANISMOS A T O
R E
NUTRIENTES
NUTRIENTES
SOLO CLIMA
Figura 1- Esquema mostrando nutrientes como dependendo (a) genericamente do solo, clima e
organismos, (b) das interações com outras qualidades do ambiente, como radiação
(R), água (A), temperatura (T), oxigênio (O) e erosão (E) (Resende, 1988)
Organismos
Solo Clima
Pedosfera
Figura 3. O solo (pedosfera) como “interface” entre litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera.
(Resende, 1988)
Além disso, uma variação relativamente pequena no relevo pela ação das
forças bioclimáticas que transformam a rocha em solo, determina grandes
variações no solo.
2.1. Introdução
Espécie mineral é qualquer fase cristalina de natureza inorgânica. Essa
definição impõe de imediato, as 3 condições necessárias e suficientes para definir
espécie mineral: a - caráter inorgânico; b - ocorrência natural; c - estrutura
cristalina. Qualquer parte do universo que preencha essas 3 condições é
espécie mineral.
As rochas e os solos são formados, na sua quase totalidade, de minerais
de diferentes espécies. Todos os minerais têm em comum o fato de possuírem
estrutura cristalina. As propriedades de cada mineral decorrem da sua
composição química e da natureza cristalina, ou seja, da sua condição de cristal.
Então, o conhecimento do estado cristalino é fundamental para o estudo de
mineralogia e, portanto, dos solos.
Figura 11 - Proporção dos comprimentos de eixos e ângulos formados nos sistemas: (A) cúbico ou
isométrico, (B) tetragonal, (C) hexagonal. (a), (b) e (c) correspondem aos comprimentos dos
ângulos. a, 13 e y correspondem aos ângulos formados entre os eixos. À direita estão
representadas as figuras geométricas correspondentes e a forma mais comum de um mineral
que se cristaliza segundo o sistema (Popp,1988).
14
Os cristais são referidos aos três eixos desiguais, que se cortam formando
ângulos oblíquos (Figura 12).
Figura 12 - Comprimentos dos eixos e ângulos formados nos sistemas: (O) ortorrômbico,
clínico, (F) triclínico (Popp, 1988).
Tabela 3. Número de coordenação dos prinicpais cátions em relação ao O2- (RO2- = 1,40 Å).
Tabela 4 - Capacidade de Troca de Cátions - CTC - permanente de alguns minerais comuns do solo.
Mineral CTC permanente (meq/100 g)
MONTMORILONITA (ESMECITA) 112
VERMICULlTA 85
ILITA 11
CAOLlNITA 1
GIBBSITA 0
GOETHITA 0
PROPRIEDADES ESSENCIAIS
A composição química e a natureza da estrutura cristalina são as
propriedades essenciais de uma espécie mineral, uma vez que é da interação que
resulta o conjunto de propriedades da espécie.
Decorrem, então, os princípios básicos da Mineralogia:
1) Cada espécie mineral possui um conjunto de propriedades que a
distingue das demais.
2) Cada cristal de uma mesma espécie mineral exibe o mesmo conjunto de
"propriedades, onde quer que se encontre e independentemente do seu tamanho.
Tabela 5 - Classificação dos principais minerais baseados na composição química (Popp, 1988).
ELEMENTOS
Metais nativos Semi metais nativos
Ouro Au Arsênio As
Prata Ag Bismuto Bi
Cobre Cu Não metais nativos
Platina Pt Enxofre S
Ferro Fe Diamante C
Grafita C
SULFETOS
Argentita Ag2S Covelina CuS
Calcocita Cu2S Cinábrio HgS
Borita CuSFeS4 Estibina Sb2S3
Galena PbS Pirita FeS2
Blenda ZnS Marcasita FeS2
Calcopirita CuFeS2 Arsenopirita FeAsS
Pirotita Fe1_XS Molibdenita MoS2
Niquelita NiAs
SULFOSSAIS
Polibasita (Ag, Cu)16Sb2S11
ÓXIDOS HIDRÓXIDOS
Óxidos anídricos Óxidos hidratados
Cuprita Cu2O Diásporio AIO(OH)
Gelo H2O Goethita FeO(OH)
Zincita ZnO Manganita MnO(OH)
Corimon AI2O3 Limonita FeO(OH)+nH2O
Hematita Fe2O3 Bauxita AI(OH)3
Ilmenita FeTiO3 Psilomelano (Ba,H20)4 Mn10 020
Espinélio MgAI2O3
Magnetita Fe3O4
Franclinita (Fe, Zn, Mn) (Fe,Mg)O3
Cromita FeCr2O4
Crisoberilo BeAI2O4
Cassiterira SnO2
Rutilo TiO2
Pirolusita MnO2
Columbita (Fe, Mn) (Cb, Ta)2O6
Uraninita UO2
23
SAIS HALÓGENOS
São compostos dos halógenos f1úor, cloro, bromo e iodo com metais
Halita NaCI
Silvita KCI
Fluorita CaF2
CARBONATOS
Grupo da Calcita Grupo da argonita
Calcita CaCO3 Aragonita CaCO3
Dolomita CaMg (CO3)2 Witherita BaCO3
Magnesita MgCO3 Estrontianita SrCO3
Siderita FeCO3 Cerussita PbCO3
Rodocrosita MnCO3
Smithsonita ZnCO3 Carbonatos básicos de cobre
Malaquita CU2CO3 (OH)2
Azurita CU3(CO3)2 (OH)2
NITRATOS
Nitrato de sódio NaNO3
Nitro KNO3
BORATOS
Boracita Mg3B7O13Cl
Bórax Na2B4O7.10H2O
SULFATOS E CROMATOS
Sulfatos anídricos Sulfatos básicos e hidratados
Glauberita Na2Ca (SO4)2 Gipsita CaSO4 . 2H2O
Barita BaSO4 Jarosita KFe(SO4)2(OH)6
Celestita SrSO4
Anglesita PbSO4
Anidrita CaSO4
Crocoíta PbCrSO4
FOSFATOS, ARSENIATOS E TUNGSTATOS E MOLlBDATOS
VANADATOS
Monazita (Ce, La, Y, Th) PO4 Wolframita (Fe, Mn) WO4
Apatita Ca (F, CI, OH) (PO4)3 Seheelita CaWO4
Piromorfita Pbs (PO4, AsO4)3 CI Wulfenita PbMoO4
Turquesa CuAI6 (PO4)4 (OH)8 . 2H2O
Vanadinita Pbs (VO4)3 CI
Mimetita Pbs (AsO4, PO4)3 CI
24
(Tectossilicatos)
Grupo do quartzo
Quartzo SiO2
Tridimita SiO2
Cristobalita SiO2
Opala SiO2 . nH2O
Grupo dos Feldspatos
Ortoclásio KAISisOa
Microclínio KAISisO8
Albita * NaAlSisO8
Oligoglásio * (Na, Ca) (AI, Si)4O8
Andesina * (Na, Ca) (AI, Si)4O8
Labrodorita * (Ca, Na) (AI, Si)4O8
Bytownita * (Ca, Na) (AI, Si)4O8
Anortita * CaAI2Si2O8
Grupo dos feldspatóides
Leucita KAISi2OS
Nefelina (Na, K) (AI,Si)2 O4
Sodalita Na4(AISiO4)3CI
Família das zeolitas
Heulandita (Ca,Na,K)s (AI,Si) Si29 O80 . 25 H2O
Estibita (Ca,Nah Ais (AI ,Si) Si'4O4O. 15
H2O
Natrolita Na2 (AI2SisO10) . 2 H2O
Analcima Na (AISi2O6) . H2O
Filossilicatos
Caulinita AI2Si2OS (OH)4
Talco MgsSi4OlO (OH)2
Serpentina MgsSi2OS (OH)4
Clorita ** (Mg,Fe,AI)8 (Si,AI)4O10 . (OH)8
Moscovita ** KAls Si3O10 (OH)2
Biotita ** K (Mg, Fe)3 AISi3O10 (OH)2
Lepidolita ** K2Li3AI4 Si7O21 (OH, F)3
Inossilicatos
Anfibólios
Tremolita Ca2Mg5Si8O22 (OH)2
Actinolita Ca2 (Mg, Fe)5Si8O22 (OH)2
Hornblenda CaNa (Mg, Fe)4 (AI, Fe, Ti)3 Si6O22 (O, OH)2
Piroxênios
25
-4
O-2
Si+4
Exercícios
1. Defina com suas palavras a Capacidade de Troca Catiônica (CTC). Em
que medida ela é expressa?
2. Citar (apenas citar) os seis sistemas cristalinos.
3. O que você entende por substituição iônica? Quais os fatores que
condicionam substituição iônica?
27
3.1. Generalidades
Os óxidos e hidróxidos constituem uma extensa classe de minerais em que
os cátions de um ou mais metais estão combinados com O2- ou OH-, sendo que
um dos cátions pode ser H+.
A maior parte dos óxidos e hidróxidos está localizada na parte superior da
litosfera, em contato com a atmosfera e, portanto, com oxigênio livre. Decorre daí
sua importância, porque é precisamente este o cenário em que se formam os
solos.
Os óxidos e hidróxidos são classificados de acordo com o número de íons
O ou agrupamentos OH- e quanto ao(s) cátion(s) acompanhante(s).
2-
A maioria dos óxidos de Al, Fe, Mn é uma parte dos Si e Ti, são
NEOFORMAÇÕES TÍPICAS DA PEDOGÊNESE. Sua extensão de formação
depende das condições de intemperismo - Iixiviação:
- Dessilicatização lenta = predomina formação de argilominerais
acompanhada de óxidos;
- Dessilicatização rápida = concentram-se principalmente os óxidos de AI e
Fe.
Estes minerais ocorrem na forma de cristais muito pequenos, unidos em
microagregados ou depositados na superfície de outros minerais, e assim
disseminados no solo; ou em acumulações localizadas (mosqueados, nódulos,
concreções, ferricretes, lateritas, placas, etc.) o que se destacam no solo ou na
paisagem.
magnesianos, na forma Fe2+. Nos solos, o teor médio de ferro é da ordem de 4%,
podendo chegar até 35% em solos derivados de basaltos e diabásios.
As duas formas de oxidação do Fe (Fe2- e Fe3-) e as condições ambientais
influem na formação, transformação e características dos diferentes minerais de
ferro.
Os óxidos de ferro são responsáveis, junto com a matéria orgânica pela cor
do solo, participam de uma série de reações químicas importantes relacionadas à
fertilidade do solo.
31
4.1. Generalidades
Os minerais podem ser divididos e agrupados de diversas formas, sendo
uma das mais empregadas, didaticamente, aquela que o faz em dois grandes
grupos: os minerais silicatados e os não-silicatados. Os minerais silicatados,
como seu próprio nome diz, são aqueles em cuja estrutura é fundamental o
elemento silício, que está presente em 93% dos minerais que constituem as
rochas da ta terrestre. Os minerais não silicatados não têm o silício como seu
constituinte, representam aproximadamente, 7% dos minerais da crosta terrestre,
uma presença bastante reduzida. Pode-se concluir, dessa maneira, a relevância
do grupo dos silicatos na constituição das rochas.
A interpretação dos silicatos ficou definitivamente elucidada através do
conhecimento da sua estrutura. O principal fator influente na composição da
estrutura é o raio iônico dos elementos que constituem essa estrutura, isto é, a
relação dos raios iônicos (raio do cátion/raio do ânion) é que determina a
configuração dos diferentes poliedros de coordenação (tetraedros, triângulo,
octaedros, cubo, etc). Essa configuração é fundamentada no número de
coordenação (2, 4, 6, 8, etc.), que é definido pelo número de ânions que
circundam o cátion central. Os ânions, com raio maior distribuem-se em torno do
cátion, sendo que certo cátion se combinará com certo arranjo de ânions se o seu
raio iônico não for superior ao espaço livre deixado por eles. Sendo RSi = 0,42 e
RO =1,40, tem-se RSi / RO = 0,30, e indica que o número de coordenação do
silício em relação é 4, ou seja, o silício está igualmente ligado à quatro oxigênios,
em coordenação tetraédrica. Esse tetraedro pode ser considerado a peça
fundamental das estruturas dos silicatos (Figura 17).
34
6-
4.2. Classificação
A polimerização resulta em cadeias estruturais com diferentes tipos de
grupamento. A classificação dos silicatos baseia-se no tipo de cadeia e, portanto,
no grau de polimerização. Essa classificação é a seguinte:
b.2.) Ciclossilicato:
Nesse grupo, os minerais têm suas unidades tetraédricas arranjadas em
forma de anéis ou cadeias fechadas, sendo que cada tetraedro compartilha dois
oxigênios com os tetraedros vizinhos (dois oxigênios comuns aos tetraedros
adjacentes). Os anéis ou cadeias fechadas podem ser formados por 3, 4 ou 6
unidades tetraédricas, geralmente. Os anéis que constituem as cadeias podem
ser:
c.2.) Filossilicato:
Na estrutura desses minerais, os tetraedros formam verdadeiras lâminas,
com a característica de que cada tetraedro compartilhe 3 oxigênios com os
tetraedros vizinhos, formando grupamentos (Si2O5)2- (Figura 26).
Exemplo: caulinita - AI2(OH)4 Si2O5
Os minerais desse grupo sofrem c1ivagem em folhas finas.
39
c.3.) Tectossilicato:
Nesses minerais, a estrutura se caracteriza por algo semelhante a um
engradamento de tetraedros. Os quatros oxigênios de um tetraedro são
compartilhados pelos tetraedros adjacentes, formando um verdadeiro retículo
tridimensional, formando grupamentos (SiO2)0
EXEMPLOS E IMPORTÂNCIA
4.2.1. NESOSSILICATOS
ZIRCONITA - ZrSiO4
Importante minério de zircônio é mineral de rochas magmáticas ricas em sílica.
Devido a sua alta resistência à decomposição, sua ocorrência na fração areia dos
solos é extremamente comum.
4.2.2. SOROSSILICATO
As estruturas mostram grupos independentes de dois tetraedros ligados
por um oxigênio comum. O grupamento é (Si2O7)6-. São poucos os minerais
pertencentes a este grupo, merecendo menção apenas a hemimorfita (ou
calamina), Zn4(OH)2Si2O7, importante minério de zinco.
4.2.3. CICLOSSILlCATOS
Nesse caso, três, quatro ou seis tetraedros se ligam através de oxigênios
para formar anéis triangulares, quadrados ou hexagonais. Restam, portanto, em
cada grupo (SiO4)4- apenas duas cargas elétricas, que são neutralizadas por
cátions independentes. Os ciclossilicatos de maior importância possuem
grupamento (Si6O18)12- e o mineral mais importante é a turmalina, (Na, Ca) (AI, Fe,
Li, Mg)3Al6(BO3)3(OH)4 Si6O18. É freqüente em rochas metamórficas que contém
42
4.2.4. INOSSILlCATO
Os tetraedros fundamentais ligam-se, através de oxigênios comuns, dando
formação a longas cadeias. Distinguem-se dois casos:
a) Cadeia simples
Possuem grupos (SiO4)4- ligados através de oxigênios comuns. Todos os
minerais do grupo dos piroxênios possuem esse tipo de estrutura (Figura 30).
b Cadeia dupla
4.2.5. FILOSSILlCATO
O nome filossilicato (do grego phyllon = folha) indica o tipo de estrutura que
os minerais desse grupo apresentam, ou seja, estrutura em folhas superpostas.
As folhas fundamentais, presentes em todos os filossilicatos, é a folha de
siloxana, constituída de tetraedros (SiO4)4-, onde cada tetraedro reparte com os
tetraedros vizinhos, três de seus oxigênios, deixando um oxigênio apical, com
uma valência livre (estrutura em folhas onde cada tetraedro compartilha 3
oxigênios, dando grupamentos (Si2O5)2- (Figura 26). Como os oxigênios apicais
estão voltados para um mesmo lado, a camada de tetraedros está disposta em
forma de uma lâmina ou folha, com todos os tetraedros em um mesmo plano
(Figura 33).
45
7.2 Å
I.i.4) Vermiculita
Apresenta estrutura 2:1, tendo as camadas separadas por lâminas
bimoleculares de água (Figura 40). A folha octaédrica é de brucita, ocorrendo
substituição de Mg2+ por Fe2+, em proporções variadas.
A vermiculita é incluída no grupo dos argilominerais quando ocorre em
solos, no tamanho de fração argila. Esta vermiculita é derivada de alteração
intempérica de outros filossilicatos, como micas e cloritas. Existe a
macrovermiculita, proveniente da alteração metassomática de minerais
ferromagnesianos, que ocorre em jazidas ao conceito de argilomineral.
É característica, nesse mineral, a expansão de sua estrutura, quando
aquecido a temperaturas entre 300 e 900°C.
I.i.5.) Clorita
Sua estrutura é semelhante à da vermiculita, contendo uma camada de
brucita entre as das 2:1, em lugar da camada de água que ocorre na vermiculita.
Essa estrutura é também considerada como 2:2 ou 2: 1: 1 (Figura 41).
Semelhante a vermiculita é considerada argilomineral quando ocorre em
solos e sedimentos, resultante de alteração intempérica. Quando resulta da
alteração metassomática, seu tamanho é maior que o dos argilominerais.
53
4.2.6. TECTOSSILlCATOS
Reúnem as espécies minerais mais abundantes na litosfera da qual
constituem cerca de 75%. Ocorrem em praticamente todas as rochas e em todos
os solos. São constituintes essenciais da fração areia dos sedimentos, aonde
chegam a constituir a sua quase totalidade. Representa o mais elevado grau de
polimerização. Os tetraedros (SiO4)4- ligam-se tridimensionalmente, onde cada
tetraedro tem seus íons oxigênio compartilhados com os adjacentes. Portanto, a
estrutura tem uma relação Si:O de 1:2 e conseqüentemente pertencem ao grupo
da sílica.
I.i.) Feldspatos
Os feldspatos são tectossilicatos que aparecem devido à substituição
isomórfica do Si pelo Al nos retículos dos tetraedros. Sendo assim, eles são, por
definição, aluminossilicatos que apresentam metais alcalinos ou alcalino terrosos
como Na, K e Ca, que aparecem para manter a neutralidade elétrica do sistema
após a substituição isomórfica. Nos feldspatos potássicos e sódicos,
aproximadamente 25 % do silício é substituído pelo alumínio; nos feldspatos
cálcicos, a substituição chega a 50% (Figura 44).
56
I.i.i.) Feldspatóides
Os feldspatóides possuem teor de silício mais baixo que o dos feldspatos
30 a 40 % conseqüentemente a substituição de Si por AI é maior. Forma-se em
ambientes pobres em silício e ricos em íons alcalinos.
A nefelina é mais comum nesse grupo, caracterizada pela composição (Na,
K)AISiO4. Está associada normalmente às rochas alcalinas, sendo comum em
fonolitos, sienitos e alguns basaltos. A leucita (KAISi2O6) é um feldspatóide rico
em potássio. A sodalita (Na4(AISiO4)3CI) é rica em sódio e cloro. Geralmente, este
grupo é pouco estável e muito sujeito à alteração por intemperismo.
I.v.) Zeólitas
De ocorrência restrita nos solos, as zeólitas formam-se na fase hidrotermal
de resfriamento magmático, sendo comumente encontrada preenchendo fendas,
cavidades ou fissuras de rochas magmáticas básicas. Possuem grande
capacidade de adsorção de água e capacidade de troca catiônica (CTC). São
tectossilicatos de estrutura aberta e sua origem é, normalmente, secundária.
CAPÍTULO 5 - INTEMPERISMO
Figura 47. Ganhos e perdas durante o intemperismo de algumas rocha básicas de GOLDICH (1938)
1
BOWEN (1922) apresentou uma série de cristalização ou solidificação das rochas magmáticas, a
partir do magma no estado fluído, em ordem decrescente de temperatura. Essa série é a mesma
encontrada por Goldich. Na Série de Bowen a olivina se solidifica nas temperaturas mais elevadas e o
quartzo nas temperaturas mais baixas
65
Tabela 11 - Média de análise parcial de granito e águas subterrâneas de regiões graníticas (% peso)
GRANITO ÁGUA MÉDIA SUBTERRÂNEAS
NORMALIZADO*
SiO2 70,2 27,6 65,7
Al2O3 14,5 0,4 1,0
Fe(total) Fe2O3 2,6 0,6 1,4
MgO 1,1 9,2 21,0
CaO 1,1 24,3 65,1
Na2O 3,3 13,0 31,0
K2O 4,0 4,8 11,4
* Normalizado com relação ao Al2O3. os valores expressos são relativos a uma taxa de lixiviação do
Al2O3 = 1,0
c) Variações Térmicas
Cada mineral possui um coeficiente de dilatação térmica diferente. Tome-
mos como exemplo o quartzo e o feldspato que sob mesma temperatura tem
diferença no aumento de volume. Em grandes amplitudes térmicas muito
repetitivas, pode ocorrer devido às dilatações diferenciadas, um enfraquecimento
dos pontos de união na periferia dos cristais isolados. Com isso, haverá o
desprendimento desses cristais.
Tal mecanismo atua na parte mais externa das rochas, principalmente em
partes angulosas, levando a um arredondamento das mesmas.
Um exemplo desse tipo de ação do intemperismo seriam os matacões de
esfoliações da era Pré-Cambriana no Estado de São Paulo, que são grandes
rochas graníticas arredondadas de ocorrência comum (Figura 53).
Em locais, onde a queima de vegetação é constante, a ação do fogo pode
acelerar sobremaneira a esfoliação das rochas.
69
O ácido mostrado aqui é o H2CO3, mas outros ácidos, tais como os ácidos
originados da decomposição da matéria orgânica, são também importantes fontes
de H.
Equações mais detalhadas sobre hidrólise são apresentadas a seguir:
2 KAlSi3O8 + 2H+ + 9H2O → H4Al2SiO4 + 4H4Si04 + 2K+
(ortoclásio) (caulinita)
a) Natureza da água
Experimentos afirmam que uma rocha em presença de água tende a se
intemperizar. Se a água saturada com sais não for removida e substituída por a
com concentração de sais menor, a hidrólise tende a paralisar. Nestas condições
o solo não se desenvolve. (Figura 55).
A remoção dos sais pode ser feita por precipitação intensa com uma
grande lixiviação. Nestas condições o intemperismo tende a aumentar
consideravelmente.
Figura 56 - Solubilidade da sílica, alumina e óxido de ferro em função do pH. A um pH 5 vai haver
no sistema presença de SiOz e Al2O3 (este em maior quantidade). Dependente do tipo
de cátion existente no meio (H+ neste caso) haverá formação de caulinita.
Grave bem ! - Suponha que uma rocha que está sofrendo hidrólise seja
banhada em água com pH 5 a 6 (valor comum de pH para água subterrânea). A
solubilidade, tanto do AI2O3 como o SiO2, derivados da rocha, será então
relativamente baixa, uma condição que pode conduzir a combinação deles para a
formação da caulinita.
das plantas, tais como milho, algodão, amendoim varia de 2,0 a 3,85 e a CTC
dessas raízes está em torno de 14 emg/100 g (Figura 57).
Figura 57 - Esquema ilustrando a ação das raízes na hidrólise. A raiz no caso fornece íons H+ ao
mineral de argila (troca com o I< ou outro íon) e este H+ entra na hidrólise atacando
um mineral rico em I< (feldspato) ou outro mineral qualquer.
d) Oxidação e Redução
A oxidação é o processo pelo qual o elemento perde elétrons. Essa perda
resulta num aumento da valência positiva. O ferro é o elemento que mais sofre
esse tipo de processo nos ambientes de intemperismo.
Nos minerais formadores de rochas o ferro se encontra
predominantemente na forma reduzida Fe2-. Quando esse ferro se oxida o Fe3+
dentro da estrutura cristalina dos minerais há distúrbios na neutralidade
eletrostática do mineral. Esse distúrbio leva normalmente à saída de outros
cátions da estrutura a fim de compensar o aumento de carga positiva. Surgem
dessa maneira falhas na rede cristalina que podem levar a um colapso total da
estrutura anterior ou deixar o mineral mais susceptível a outros processos
químicos como a hidrólise. A alteração de biotita para vermiculita é um exemplo
desse conjunto de processos.
Sempre que uma substância se oxida (perde elétrons) outra reduz (recebe
os elétrons perdidos). O receptor de elétrons no solo normalmente é o O2 gasoso.
A reação pode ser simplificada conforme equação abaixo:
Fe++ → Fe+++ + e
e) Hidratação e Desidratação
Hidratação e desidratação são os processos pelos quais moléculas de
água são adicionadas ou removidas do mineral. O resultado é a formação de um
novo mineral de estrutura bastante semelhante ao anterior. Esses processos não
são muito importantes no intemperismo químico uma vez que apenas alguns
poucos minerais são afetados por esses processos.
A reação mais comum é a que envolve óxido e hidróxido de ferro.
Essa reação pode se processar nas duas direções, mas em solos, bem
drenados a tendência é a estabilização da hematita. Em muitos casos a
hidratação precede as reações de hidrólise.
f) Quelação
Estudos têm demonstrado que agentes quelantes são responsáveis por
uma considerável quantidade de material intemperizado, e que algumas situações
77
pode exceder a própria hidrólise. Agentes quelantes são formados por processos
biológicos normalmente excretados por líquens que crescem nas superfícies das
rochas. A estrutura do agente quelante é variada e complexa. O EDTA (Ácido
Cetilenordiaminotetracetico) é um dos agentes quelantes mais conhecidos e sua
estrutura pode ser esquematizada da seguinte forma:
b) Piroxênios e Anfibólios
A formação de minerais de argila a partir de piroxênios e anfibólios
depende das condições de drenagem e da precipitação. Como tendência geral há
formação de esmectitas ou cloritas nas primeiras fases do intemperismo. O ferro
se oxida formando goethita ou hematita e o titânio origina anatase. Com o
aumento da intensidade de intemperismo formam-se minerais cauliníticos e o
meio se enriquece de ácidos de ferro e titânio.
c) Micas
79
d) Quartzo
A estrutura do quartzo não favorece as reações de hidrólise ou oxidação,
sendo seu intemperismo provocado por dissolução, um processo mais lento,
fazendo do quartzo um mineral resistente ao intemperismo. O quartzo não se
altera diretamente em outras fases cristalinas. Ele entra lentamente em solução, e
pela combinação com outros produtos origina novos silicatos. A energia de
ativação para romper as ligações Si-0-Si é bastante elevada. Dessa forma
catalisadores orgânicos como o ácido algínico e alguns aminoácidos têm papel
decisivo na solubilização do quartzo.
e) Feldspatos
Seu intemperismo é quantitativamente mais importante, pois há predomínio
dos feldspatos entre os minerais das rochas na litosfera.
O intemperismo do feldspato ocorre em 2 etapas: uma lenta e outra rápida.
Etapa rápida: há uma perda muito grande de potássio em relação a Si e AI.
Etapa lenta: as perdas de K, AI e Si tendem a se igualar.
A velocidade e o tipo de alteração são afetados sensivelmente pelas
condições do meio e pelo tamanho do mineral.
Os produtos de alteração dos feldspatos são argilas residuais e óxidos de
alumínio hidratados.
Em condições normais, os feldspatos gerarão a caulinita, mas pode ocorrer
a formação de minerais 2:1 ou micas como a sericita.
80
6.1. Introdução
As rochas magmáticas ou ígneas são aquelas formadas a partir do
resfriamento do magma e conseqüente consolidação do magma, no interior ou na
superfície da crosta terrestre. O magma é um fluido natural muito quente
predominantemente constituído por uma fusão de silicatos e mostrando
proporções variadas de água, elementos voláteis ou de cristais em processo de
crescimento. A composição do magma pode ser obtida pelo estudo das lavas, ou
seja, magma que extravasa pelos vulcões, embora se considere que uma grande
perda de elementos voláteis ocorra neste caso, pois no seu caminho até o local
de resfriamento, funde ou dissolve materiais pelo qual vai passando incorporando-
os à sua composição original e chegando ao seu destino com composição
distinta.
Do ponto de vista físico-químico, os componentes essenciais do magma
são:
a) fase líquida: mantida em fusão pela temperatura elevada, constituída
essencialmente por uma solução mútua e altamente complexa de um grande
número de componentes, a maior parte dos quais de natureza silicática;
b) fase gasosa: mantida em solução por pressão, constituída
predominantemente por H2O e quantidades menores de CO2, HCI, HF, SO2, etc.;
c) fase sólida: formada por cristais de decomposição essencialmente silicática,
em fase de crescimento ou de natureza residual, assim como de fragmentos de
rochas.
A composição química essencial dos magmas é, em termos de óxidos,
algo situado dentro das proporções da tabela a seguir:
SiO2....................................................... 30-80
Al2O3...................................................... 3-25
FeO-Fe2O3............................................ 0-13
MgO...................................................... 0-25
CaO....................................................... 0-16
Na2O...................................................... 0-11
K2O........................................................ 0-10
82
Figura 59. O granito observado ao microscópio. Os minerais claros são quartzos, os pretos
representam a biotita, e os intermediários são feldspatos (Extraído de Popp, 1998).
(A) (B)
Figura 61. Diques. (A) Massa magmática que preenche fendas ou falhas cortando
discordantemente os estratos. (8) Pequenos diques de diabásio cortando
migmatitos.
gradualmente à zona das rochas fundidas. Os batólitos formam grande parte dos
escudos ditos Escudo Nordestino e Escudo Brasileiro, entre outros.
Eles são, normalmente, de composição granítica, e sua origem é ainda
bastante discutível.
Deve-se notar, com respeito aos corpos acima referidos, sejam eles
concordantes ou discordantes, o seguinte:
(1) a classificação adotada diz respeito somente à forma geométrica do corpo, e
não à litologia formadora;
(2) normalmente, os corpos intrusivos são mais resistentes à erosão do que a
rocha encaixante, donde o fato de estes corpos sobressaírem-se na topografia
com respeito à rocha encaixante.
a) Grau de cristalinidade
a) rochas holocristalinas ou cristalinas: constituídas exclusivamente por
material cristalino. Ex: granitos, diabásio;
90
b) Grau de visibilidade
a) fanerítica, quando os minerais constituintes podem ser percebidos a olho
nu;
b) afanítica, quando os minerais formam partículas tão pequenas que não
podem ser percebidos a olho nu. Neste caso, a rocha apresenta um aspecto
maciço.
e) Índice de Coloração
É a porcentagem conjunta em volume de minerais fêmicos, opacos e acessórios
presentes em uma rocha magmática.
a) Leucocrática - (5 a 35 %) coloração claros com predominância de minerais
incolores e claros (predomina quartzo, feldspatos e muscovita). Ex: Granito,
Riolito
91
A cor clara dos granitos e dos riólitos deve-se a sua composição, ou seja,
são formados a partir de magmas ricos em potássio, silício e sódio e pobres em
ferro, magnésio e cálcio.
Riólito – formado na ou próximo à superfície, possui coloração típica
branca cinza ou rósea e normalmente apresenta alguns fenocristais de quartzo ou
94
Plagioclásio 55-70%
Anfibólio e Biotita 25-40%
O plagioclásio é normalmente, 50% cálcio e 50% sódio e possui em
pequenas quantidades feldspato potássico e quartzo.
Andesito - a variedade mais comum é o andesito pórfiro (fenocristais
formam mais de 10 % do volume da rocha) e, em geral, possuem coloração cinza,
esverdeada ou avermelhada. Os fenocristais são compostos de plagioclásio,
anfibólio ou biotita, inseridos numa matriz afanítica de plagioclásios e algum vidro.
Diorito - de textura igual ao granito, diferem apenas na composição, ou
seja, o diorito é composto por plagioclásio Ca-Na e minerais ferro-magnesianos.
Muitas vezes, o diorito aparece associado a granitos.
TONALIDADE ESCURECE
Ca, Fe, Mg
K, Na, Si
7.1. Introdução
As rochas sedimentares são originadas a partir dos detritos de outras
rochas e acumulam-se na superfície da terra em condições normais de
temperatura e pressão. Sua formação tem origem no momento em que
fragmentos dessas rochas primitivas são desalojados por algum processo de
desagregação, passando pelas seguintes fases: intemperismo - erosão -
transporte - deposição – diagênese (consolidação). Estas fases formam um
processo denominado ciclo sedimentar e a sucessão de eventos é contínua e
interdependente.
7.3. Composição
Sendo as rochas sedimentares são derivadas de um material preexistente,
poderíamos esperar que sua composição fosse extremamente variável e
complexa. Isso de fato ocorre quando o sedimento é depositado próximo à área
de origem, mas quando o intemperismo e a erosão são prolongados. A
diferenciação sedimentar vai concentrar materiais semelhantes em tamanho,
forma e composição em depósitos distintos (Figura 69).
2
O material clástico é aquele herdado de uma rocha pré-existente sem que tenha sofrido significativa alteração.
Um sedimento clástico é formado por fragmento ou detritos de uma rocha pré existente.
104
OUTROS MINERAIS
Depósitos de quartzo, calcita e argila isolados ou em várias combinações
representam o maior volume de rochas sedimentares, outros minerais, no
entanto, muitas vezes aparece em quantidade suficiente para formar estratos
isolados. A dolomita, CaMg (CO3)2 pode substituir a calcita nos calcários. O
feldspa o e a mica podem aparecer em grande quantidade em rochas arenosas
se o intemperismo químico for pouco intenso. A halita e o gipso precipitaram-se
por evaporação de águas marinhas e podem acumular grossas camadas em
certos ambientes. Os óxidos de ferro podem se precipitar de soluções formando
105
II Ambiente Desértico
Deserto é uma área onde a taxa de evaporação potencial excede a taxa de
precipitação pluviométrica e o vento é o agente geológico mais importante nos
processos de erosão e sedimentação. Nos ambientes desérticos predominam o
intemperismo físico das rochas envolvendo processos de fraturamento e
esfoliação.
Os arenitos da Formação Botucatu na Bacia do Paraná foram originados
de um ambiente com depósitos grosseiros de areia ou arenitos com estratificação
108
7.6. Classificação
As rochas sedimentares clásticas resultam de processos completamente
diferentes daquelas formadas por precipitação química ou sedimentação de
compostos orgânicos. Por isso, as rochas sedimentares são divididas em 2
grupos: rochas clásticas e de origem químico-orgânica. A subdivisão de cada um
dos grupos é feita com base na textura, composição ou outra característica
relevante. Cerca de 90 % das rochas sedimentares podem ser classificadas como
variedade de argilito, siltito ou arenito.
As rochas clásticas são classificadas de acordo com o tamanho das
partículas com posterior subdivisão por composição.
110
Evaporitos de atividade
QUÍMICAS
bioquímica
Caustobiolitos
ORGÂNICAS Carbonatadas
Acaustobiólitos Silicosas
Fosfatadas
I. Conglomerado
Consistem de fragmentos de rochas grandes (> 2 mm), os chamados
clastos. Quando os clastos são angulosos, a rocha denomina-se brecha, podendo
indicar pouco ou nenhum transporte. Quando os c1astos sofrem arredondamento,
em geral estão associados a uma matriz arenosa, e o depósito constitui um
ortoconglomerado.
Os fragmentos que formam o conglomerado são unidos por matriz
arenosa, argilosa e agentes cimentantes (sílica, óxidos de ferro, carbonatos). Os
seixos individuais são bem selecionados e arredondados. Os seixos do
conglomerado podem ser de qualquer mineral ou rocha, sendo mais comum
serem constituídos de materiais resistentes como o quartzo ou fragmentos de
quartzito. Fragmentos de calcários ou granitos podem predominar em alguns
casos.
Águas correntes muito fortes, gelo ou a gravidade são os únicos agentes
competentes para o transporte de seixos grandes. Os ambientes comuns de
ocorrência de conglomerados são terraços aluvionares, canais de rios ou praias.
II. Brecha
Brechas são rochas elásticas de granulação grosseira nas quais os
fragmentos são angulares e apresentam poucas evidências de abrasão. O
material normalmente é pouco selecionado e apresenta matriz fina. As brechas
mais comuns se originam da atividade glacial ou outros fenômenos de movimento
de massas.
113
FOTO – BRECHA
III. Arcósio
IV. Arenitos
Sedimentos clásticos nos quais a maioria das partículas tem diâmetro entre
1/6 a 2 mm. Os grãos individuais são geralmente arredondados e mostram
claramente os efeitos da abrasão. O quartzo normalmente é o mineral dominante,
mas, feldspatos, granadas, micas e outros minerais podem estar presentes em
quantidades variáveis.
Arenitos pouco selecionados e com grande quantidade de argila associada
(mais que 20%) são chamados de grauvacas.
Os agentes cimentantes comuns são carbonatos, sílica e óxidos de ferro.
Os arenitos normalmente são estratificados e de coloração variável dependendo
do cimentante. A sua distribuição é generalizada, sendo encontrados nos mais
diversos ambientes.
V. Siltitos
suas partículas com diâmetro entre 1/16 a 1/256 mm. A estratificação é bem
evidente e sua composição mineralógica comum é o quartzo associado em menor
quantidade com micas e minerais de argila.
Aparecem nos deltas ou planícies de inundação dos rios. Dificilmente
formam depósitos espessos, ocorrendo normalmente estratos intercalando
argilitos ou arenitos.
VI. Argilitos
II. Laterita
A laterita é formada pelo acúmulo secundário de óxidos de ferro como a
hematita e a goetita. Apresenta coloração vermelha ou bruna intensa, dureza
elevada e alta densidade. Forma-se normalmente na região de oscilação do
lençol freático próximo à superfície. A fase pouco endurecida da laterita é
chamada de plintita, que ora secando, ora umedecendo, sofre endurecimento
irreversível e transforma-se em laterita.
III. Evaporitos
117
I. Fosforitos
São rochas de origem orgânica resultante do acúmulo de detritos de
peixes, répteis e mamíferos. Também são conhecidos por fosfatos de rocha. Sua
constituição principal é fosfato e carbonato de cálcio. O aspecto e textura dessas
118
8.1. Introdução
As rochas sedimentares são formadas, de modo geral, pela desintegração
e/ou decomposição de rochas pré-existentes, com posterior transporte dos
detritos ou fragmentos, culminando o processo com a deposição ou sedimentação
dos produtos da erosão, perto ou longe da área fonte que forneceu o material.
Desse modo, as condições de pressão e temperatura em que se formam
as rochas sedimentares conseqüentemente aproximam-se ou são idênticas às da
superfície terrestre.
Por outro lado, as rochas ígneas derivam-se da solidificação de um magma
e se cristalizam a temperaturas no geral desde 1100º C até 600º C, sob condições
de pressão variando desde atmosféricas (caso das lavas) até alguns milhares de
bárias (condições de profundidades de até 20 km; caso das rochas plutônicas).
Figura 72. Metamorfismo regional em área da crosta instável sujeita a fortes compressões. A
intensidade do metamorfismo decresce nas rochas no sentido de (C) para (A);
(Extraído de Popp, 1998).
Figura 73. Metamorfismo de contato provocado pela intrusão de um batólito. As rochas sofrem
diferentes graus de metamorfismo, sendo muito alto em (C), médio em (B) e baixo em
(A).
122
Figura 75. Metamorfismo regional em área da costa instável, sujeita a fortes compressões.
123
8.3. Foliação
Foliação - habilidade da rocha de se separar ao longo de superfícies
aproximadamente paralelas, devido à distribuição paralela das camadas ou linhas
de uma ou vários minerais na rocha. Pode ser expressa por: fratura paralela de
pequena espessura (ardósias), arranjamento paralelo de minerais alongados
(xistosidade) ou por camadas alternadas de composição mineralógica distinta
(gnaisse).
A foliação desenvolve-se durante o metamorfismo por stress orientado e,
característica fundamental das rochas metamórficas, serve como critério de
classificação.
Rochas metamórficas que não apresentam foliação são, aparentemente,
desprovidas de estrutura e constituídas de apenas um mineral.
8.4.1. Ardósias
8.4.2. Filitos
São rochas xistosas, de granulação fina, apresentam um brilho sedoso
típico devido à presença de pequenos cristais de serecita. As cores são variadas,
sendo comuns os tons castanhos claro, esverdeado, cinza, esbranquiçado, etc.
são rochas com boa xistosidade e os planos de xistosidade metamórficos (fraco)
originados de argilito/siltito.
126
8.4.3. Xistos
São rochas de xistosidade bastante acentuada onde os cristais
constituintes são bem visíveis e apresenta-se em folhas ou placas delgadas. A
composição predominante é de biotita, moscovita, clorita, quartzo, etc. (Figura 62)
8.4.4. Gnaisses
Os gnaisses apresentam granulação mais grosseira e foliação resultando
camadas de constituição mineralógica distinta (minerais agrupam formando as ou
faixas alternadas em tons claros e escuros).(Figura 76)
8.4.5. Metaconglomerados
O metaconglomerado é um conglomerado que foi alterado pelo calor e
pressão de uma forma que os seixos estão deformados, quebrados e fundidos
uns aos outros. Os seixos podem apresentar certa orientação dentro da rocha.
São rochas normalmente muito endurecidas. A matriz areno-siltosa também
apresenta deformações estruturais.
8.4.6. Quartzito
Os quartzitos puros são originados de arenitos quartzíferos, os menos
puros normalmente apresentam micas associadas, compostas por mais de 80 %
de quartzo. Possuem em geral coloração clara, dureza muito elevada e aspecto
maciço. Não apresentam foliação.
128
8.4.7. Mármore
Rocha metamórfica sem foliação, o mármore é constituído principalmente
de calcita e dolomita. As cores variam do branco, róseo ao cinza, marrom e preto.
Apresentam dureza baixa, alta compacidade e efervescência com ácido clorídrico
a frio.
8.4.8 Anfibólios
Rochas compostas de anfibólios e feldspatos (plagioglásios). Apresentam
orientação de minerais e provem de rochas ígneas básicas.
129
8.4.9. Itabiritos
É um tipo essencial de quartizito, provavelmente de rocha sedimentar
química, que se caracteriza por uma alternância de bandas de quartzo e bandas
de hematita (geralemente especularita).
130
9.1. Introdução
As rochas são o substrato do qual se originam praticamente todos os solos.
É a partir da desagregação destas, que o clima, relevo, organismos e tempo
(fatores de formação) exercem sua influência no processo de evolução dos solos.
As características das rochas, principalmente a composição química e
mineralógica, sua resistência mecânica e a sua textura vão influir sobre o teor de
elementos químicos colocados em disponibilidade para as plantas, sobre as
reservas minerais do solo, sobre a coloração que o solo pode apresentar, sobre a
textura e também sobre a profundidade do perfil do solo.
Como as rochas são formadas de minerais, é indispensável o
conhecimento das propriedades dos minerais que entram na composição das
principais rochas. Na análise desses minerais obtêm-se muitas informações como
a capacidade potencial do solo de fornecer nutrientes às plantas, no entanto, a
simples presença do nutriente na composição do mineral não é indicativo da sua
presença no solo. Isso dependerá da maior ou menor facilidade com que esse
nutriente será liberado para o solo, o que é função da sua maior ou menor
susceptibilidade à decomposição química provocada pelo intemperismo.
Muitos minerais têm sua composição química definida. Outros têm uma
série de compostos onde elemento metálico pode ser total ou parcialmente
substituído por outro. Assim têm-se dois minerais muito similares quimicamente e
em muitas de suas propriedades físicas, mas diferem na cor e em outras
propriedades físicas. Raramente, uma propriedade física ou química identifica um
mineral, em geral necessita-se de muitas características como clivagem, fratura,
cor, etc.
Com essas observações conclui-se que é relevante o conhecimento básico
dos minerais dentro do estudo da origem e formação dos solos. Entretanto, o solo
não é apenas função do seu material de origem. Sendo assim, a análise da
influência dos fatores de formação do solo não poderá ser feita de maneira
isolada, mas de forma conjunta.
132
TEMPO
COMPOSIÇÃO DO SOLO
Figura 77. Composição volumétrica de um solo, quando apresenta boas condições para o
crescimento vegetal. O aumento de água no solo é extremamente variável e suas
proporções determinam em grau elevado sua adequabilidade para o crescimento
vegetal.
GRAVE BEM !
9.2.2. Silte
Na mineralogia, a fração silte é a menos definida que a areia e a argila,
pois se constitui de produto proveniente da desintegração física e da alteração
química. Encontra-se então no silte minerais primários, medianos a altamente
resistentes ao intemperismo e uma quantidade significativa de minerais
secundários, porém em menor proporção. Também encontramos freqüentemente
produtos intermediários de alteração dos minerais primários originais.
O fato de existir minerais primários, produtos intermediários e minerais
secundários na fração silte, demonstra a instabilidade destas partículas no solo e
seu caráter dinâmico no que tange à alteração dos minerais do solo.
Façamos uma analogia entre a fração silte e as prateleiras de um
supermercado. A fração silte seria o depósito do supermercado, de onde são
retirados os produtos para serem expostos na prateleira, sendo desenfardados e
individualizados. A retirada dos produtos nas prateleiras é responsabilidade do
intemperismo, e a parte dos produtos do intemperismo serão formados os
minerais da fração argila e serão liberados elementos nutrientes essenciais ao
desenvolvimento da vida vegetal, assim como outros elementos que em níveis
elevados na solução do solo, podem ser tóxicos às plantas como o AI e o Mn.
137
9.2.3. Argila
Na fração argila há um predomínio absoluto de minerais secundários
enquanto que nas frações mais grosseiros encontramos minerais primários
dominando. As partículas mais grossas da fração argila (2,0 a 0,2 mm.)
comumente apresentaram alguns minerais primários.
Alguns minerais contidos na fração argila poderão ser herdados
diretamente da rocha, como é o caso de solos desenvolvidos de rochas
sedimentares, havendo pequenas alterações apenas.
As partículas de argila têm alta "atividade" nas propriedades químicas,
físicas e também biológicas do solo. A areia e o silte possuem muito pouca
atividade de superfície e pouco contribuem no balanço total das propriedades do
solo. Havendo uma redução no tamanho das partículas, maior é a superfície
específica provocando na expressão das propriedades. A argila é muito mais ativa
que a areia e silte.
9.4.1.1. Lixiviação
POLYNOV (1937), em seu trabalho clássico sobre o ciclo do intemperismo,
determinou a mobilidade dos elementos. Suas conclusões se basearam no estudo
das águas de um rio em relação à composição das rochas de sua bacia
hidrográfica. O autor dividiu os elementos, em quatro fases, de acordo com sua
mobilidade relativa, tendo como base de referência o cloro (Cl-), o mais móvel e
que recebeu o índice 100.
Cl- 100
Fase I
SO4- 57
Ca++ 3,00
Mobilidade
Na+ 2,40
relativa dos
Fase II
Mg++ 1,30 elementos
+
K 1,25
Fase III SiO2 0,20
Fe2O3 0,04
Fase IV
AI2O3 0,02
139
Embaciamento
Minerais 2: 1
+++ minerais 2: 1
++ minerais 2:2 e outro minerais primários
+ óxidos de Fe e Al
Embaciamento
Minerais 2:1
+++ sesquióxidos Fe e AI
++ minerais 1:1
+ minerais 2:2 eventualmente
Embaciamento
Minerais 2: 1 e 1: 1
LEGENDA
+ presente
++ menos bundante
+++ abundante
Intensidade de dessilicatização
- Ca++
- Mg++
- H+ M = Na+, K+, NH4+
- Al+++
- M
MICELA
HÚMUS, ARGILA)
I. Quebra na Estrutura
A quebra no redor das arestas da unidade sílica-alumina normalmente
paralela ao eixo c poderá originar cargas elétricas que deverão ser satisfeitas por
cátions adsorvidos. O número de arestas quebradas aumentará à medida que
diminui o tamanho das partículas. As distorções na estrutura cristalina, também, e
tenderão a aumentar o número de arestas quebradas e, portanto, a CTC tende a
aumentar à medida que o grau de cristalinidade diminui.
A origem das cargas elétricas devido a quebra da estrutura se deve as
ligações não satisfeitas nas faces do mineral, entre Si-O ou AIOH ou então devido
a dissociação do radical OH de acordo com a equação abaixo:
CTC7 = S + Al + H
CTCe = S + Al
OS CÁTIONS TROCÁVEIS
Os principais cátions em colóides do solo, sob a forma trocável, são Ca+2,
Mg+2 , K+, Na+ (bases) e AI+3 . O hidrogênio trocável (H+) ocorre em solos ácidos
sendo necessária a presença de minerais de argila 2:1 por serem os principais
colóides do solo dotados de cargas permanentes. Por formar ligação covalente, o
154
Figura 89. Representação esquemática das ligações dos cátions ao colóide e da participação dos
mesmos na CTC efetiva (CTCe) e na CTC a pH 7,0 (CTC7).
b) Adsorção específica
Ocorre através de reação química entre certos ânions do solo e elementos
na superfície dos colóides. Este processo envolve apenas alguns ânions (H2PO4- -
fosfato, SO4-2 - sulfato, MoO4-2 - molibdato e H2BO-3 - borato), ou seja, há
especificidade de ânions.
As forças envolvidas, "neste tipo de adsorção, são muito superiores, sendo
comparáveis às que conduzem à formação de compostos químicos, portanto os
ânions são dificilmente deslocados concluindo-se que a adsorção específica é
praticamente irreversível.
Os colóides que mais respondem por esse fenômeno são os óxidos e
hidróxidos e ferro e alumínio. A reação de adsorção de fosfato por uma dessas
partículas pode ser assim representada.
O fosfato é o ânion mais fortemente retido aos colóides e devido à pouca
reversibilidade da adsorção é necessária a constante adubação, pois deixa de ser
disponível às plantas. Essa perda de disponibilidade é também conhecida por
fixação de fósforo.
158
- -
+
- H + H2O - H+ + H2O
- -
Mineral de argila
- -
- H+ + KCl - K+ + Cl- + H+
- -
+ -
+ OH- + H2O - OH- + H2O
+ -
Óxido (Fe, Al)
+ +
+ OH- + KCl + Cl+ + K+ OH-
+ +
Figura 91 - Balanço de cargas na superfície do colóide dos horizontes A e B de dois solos com
elevado teor de óxidos. (Obs: círculo (o) = pH de campo atual destes solos).
Recobrimento
de óxido
pH 2 pH 4 pH 8
Balanço positivo Balanço zero Balanço negativo
Física de Solos
Classificação de Solos
Biologia de Solos
Segmentos da Paisagem
Bioclima
a b c d
Bioclima de Solos com B
Litossolos Cambissolos Latossolos
referência textural
Minerais máficos são os minerais mais comuns nas rochas escuras como
basalto, diabásio etc., tais como: olivinas, anfibólios, piroxênios e biotita. Estes
minerais têm altos teores de Fe, Mg e elementos traços.
Assim, no Planalto de Viçosa e em outras regiões do Brasil, os solos
originados de intrusões máficas (anfibolitos e diabásios) são mais novos (Terra
Roxa Estruturada), apresentando até blocos de rocha, enquanto o gnaisse
encaixante apresenta um profundo manto de intemperismo com material
latossólico. A estrutura gnáissica aparentemente favorece a maior intemperização
do gnaisse, apesar de os teores de minerais máficos serem maiores nas rochas
máficas.
Outro exemplo, talvez, mais interessante, é o que envolve o basalto e
tufito. Ambas são rochas ricas em minerais máficos, mas o tufito (originado da
consolidação de cinzas vulcânicas) não apresenta o aspecto massivo do basalto.
O tufito intemperiza-se mais rapidamente. Para a mesma pedoforma, os solos de
tufito são mais intemperizados que os originados de basalto.
Tabela 29 - Rochas agrupadas para fins pedológicos gerais, assim como uma idéia de sua
composição química (Resende et aI., 1995)
Minerais
Rochas Fe P K Ca Mg Co Cu Zn B Mn Fonte
principais
Granítica Fp Qz, Bt 2,2 0,08 3,36 1,5 0,6 4 20 50 9 1,2 (a)(2)
Ca-Fp, Py,
Máfica 8,7 0,11 0,83 7,6 4,6 48 87 105 5 1,5 (a)
Mt
Pelílica Ms, Fp, Qz 4,4 0,07 2,66 2,2 1,5 19 45 95 100 2,6 (a)
(3)
Psamitica Qz+cimento 1,0 0,02 1,07 1 ,1 0,7 0,3 X 16 35 0,2 (a)
Ferruginosa Hm, Mt 49 0,05 0,01 299 24 24 (b)
Cc, Dm, Ms,
Calcária 0,4 0,04 0,27 30,2 4,7 0,1 4 20 20 0,4 (a)
Fp, Qz
Fp, Qz, Mi,
Gnássica 2,7 0,09 2,45 2,3 1,2 (c)
Hb
(1)
Símbolos: Fp - feldspato (K); Qz - quartzo (SiO2); Bt - biotita (K, Mg, Fe); Ca-Fp - feldspato
calcosódico (Ca, Na); Py - piroxênio (Ca, Mg); Mt - magnetita (Fe3+ Fe2+O4); Ms - muscovita, mica
branca ou malacacheta (K); o cimento das rochas psamiticas pode ser calcário; óxidos de Fe ou
argila; Hm - hematita (Fe2O3); Cc - calcita (CaCO3); Dm-dolomita (Mg, CaCO3); Mi - micas,
incluindo biotita e muscovita; Hb - hornblenda.
(2)
(a) TUREKIAN & WEDEPOHL (1962); (b) Concreções de solos originados de ltabirito, do
Quadrilátero Ferrifero (SOARES, 1980; FONTES et aI., 1985; (c) dados compilados por HUANG
(1962).
(3)
X = ordem de magnitude de 1 digito antes da virgula
Tendência à homogeneidade
Plagioclásio Ca
Quartzo
I- ROCHAS MAGMÁTlCAS
Figura 95 - A antiguidade, a perenidade e a importância dos artrópodes (que têm pés articulados)
sobressaem nitidamente tanto nos tempos passados como na época atual. Os principais grupos
existem desde o Câmbrico (-530 milhões de anos), e os mais tardios aparecem no Devônico, entre
-400 e -360 milhões de anos, bem como no Carbônico (-300 milhões de anos). Poucos grupos se
extinguem, à exceção dos trilobitóides, no Câmbrico, e das trilobites e artropleurides, no fim do
Primário ou Paleozóico. A largura dos ramos da árvore genealógica é proporcional à abundância
de representantes de cada grupo e mostra a importância e o lugar de cada um nas várias eras
geológicas até à atualidade.
A história da terra é subdividida em eons, que são subdivididos nas eras, que
são subdivididas em períodos ou sistemas, etc. As subdivisões sucedem-se até
180
Figura 96 - Este quadro mostra, de uma forma simplificada. a origem dos nomes (designações)
dos Períodos=Sistemas, pertencentes às respectivas Eras, e à Escala de tempo bioestratigráfica.
que está construída por ordem cronológica do mais antigo na base para o mais recente no topo.
Isótopo Pai Isótopo Filho Estável Valores atualmente aceitos da meia vida
Urânio – 238 Chumbo - 206 4,5 (giga –ano = Ga) bilhões de ano
Urânio – 235 Chumbo – 207 704 milhoes de ano
Tório – 232 Chumbo – 208 14 (Ga) bilhões de ano
Rubídio – 87 Estrôncio – 87 48 (Ga) bilhões de ano
Potássio – 40 Argônio - 40 1,25 (Ga) bilhões de ano
Samário – 147 Neodímio - 143 106 (Ga) bilhões de ano
Período Carbonífero
Período Permiano
Mezosóico - Cenozóico
Figura 100 – Perfil Geológico-Geomorfológico de E-W do Estado de São Paulo (Modificado do IPT, 1981 b)
191
Grupo Tubarão
As rochas dessa unidade assentam-se em discordância erosiva tanto sobre
os sedimentos da Formação Furnas como sobre as rochas cristalinas do
embasamento, atravessando o Estado em forma de arco com concavidade
voltada para E-SE. Sua sedimentação é predominantemente marinha ou glácio-
marinha, tem início no Carbonífero Superior e estende-se até o Permiano. No
Estado de São Paulo, a classificação litoestratigráfica mais prática para o
reconhecimento de campo, admite a divisão deste grupo em três formações, da
base para o topo: Aquidauana, Tatuí e Itararé. A Formação Itararé apresenta
litologias predominantemente psamíticas como: arenitos mal selecionados,
freqüentemente arcosianos, conglomerados e arenitos conglomeráticos. Siltitos
arenosos, siltitos e até argilitos e folhelhos com níveis de vários metros de
espessura podem aparecer nas camadas tipicamente marinhas. Os diamictitos,
de conotações genética glacial, são os termos mais característico desta formação.
Compõem-se de clastos em matriz arenosa a síltico-argilosa de diversas litologias
e apresentam espessuras variadas, de cor primária cinza. A litologia de clastos é
variada representando predominantemente, tipos de rochas do embasamento
cristalino e secundariamente, arenitos e siltitos. Os produtos de alteração destas
rochas originam predominantemente classes de: Latossolos e Argissolos, que
herdam muitas propriedades destas formações rochosas.
Grupo Bauru
Os sedimentos desse grupo, de idade Cretáceo Superior assentam-se em
visível discordância erosiva sobre as rochas do Grupo São Bento. Ocupam todo o
194
MONTEITH, J. L. The heat balance of soil beneath crops. In: Symposium zone
res. Climatology and microclimatology, 11° Camberra, UNESCO. Proceedings,
London, 11:123-128. 1985.
Sites:
http://www.rc.unesp.br/museudpm/rochas
http://unb.br/ig/glossario
http://www.geo.unimib.ib.it
http://www.ut.ee/BGGMminer
http://www.dct.uminho.pt/rpmic/mt4_maohtml
http://www.domingos.home.sapo.pt/temp_geol_1.html