Março | 2013
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA POLITÉCNICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA - LATO SENSU
MONOGRAFIA FINAL
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA POLITÉCNICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA - LATO SENSU
MONOGRAFIA FINAL
Monografia apresentada ao
Curso de Especialização em Engenharia
Urbana , para cumprir as
exigências da disciplina monografia final.
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12
Aos profissionais que buscam por cidades mais equilibradas e
sustentáveis.
13
AGRADECIMENTOS
conhecimento e superação.
confiança e incentivo.
14
“Olhar para a cidade pode dar um prazer especial, por mais
comum que possa ser o panorama. Como obra arquitetônica, a
cidade é uma construção no espaço, mas uma construção em
grande escala; uma coisa só percebida no decorrer de longos
períodos de tempo. O design de uma cidade é, portanto, uma
arte temporal, mas raramente pode usar as sequências
controladas e limitadas das outras artes temporais... Em
ocasiões diferentes e para pessoas diferentes, as
consequências são invertidas, interrompidas, abandonadas e
atravessadas. A cidade é vista sob todas as luzes e condições
atmosféricas possíveis.”
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ÍNDICE
AGRADECIMENTOS .................................................................... 14
ÍNDICE ................................................................................... 16
LISTA DE FIGURAS ..................................................................... 17
LISTA DE TABELAS .................................................................... 17
1 INTRODUÇÃO ..................................................................... 18
2 URBANISMO SUSTENTÁVEL ..................................................... 20
2.1 CONCEITO E DEFINIÇÕES................................................ 20
2.2 O MODELO DE SUSTENTABILIDADE : CIDADE DISPERSA VERSUS
CIDADE COMPACTA (SILVA E ROMERO, 2010) .................................... 23
2.3 URBANISMO SUSTENTÁVEL NO BRASIL ................................ 31
3 ESTUDOS DA MORFOLOGIA URBANA .......................................... 36
3.1 ORIGEM E CONCEITOS ................................................... 36
3.1.1 Temas e Elementos Morfológicos do Espaço Urbano ............... 36
3.1.2 Traçado e Parcelamento ............................................... 37
3.2 PRINCÍPIOS SUSTENTÁVEIS ASSOCIADOS À MORFOLOGIA URBANA 38
3.3 A IMAGEM DA CIDADE E SEUS ELEMENTOS ............................ 41
3.4 AS ESCALAS URBANAS ................................................... 45
4 PROBLEMÁTICAS URBANAS - CIDADES BRASILEIRAS ....................... 50
4.1 CRESCIMENTO E CONFLITOS NO MEIO URBANO ...................... 50
4.2 ANALISES DA DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA .... 51
5 REFORMAS URBANAS ............................................................ 56
5.1 POR UM URBANISMO SUSTENTÁVEL ................................... 56
5.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A MOBILIDADE ............................... 61
6 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ........................................ 63
6.1 MONITORAMENTO DAS CIDADES SUSTENTÁVEIS ..................... 63
6.2 ASPECTOS GERAIS........................................................ 64
6.3 INDICADORES PARA O MONITORAMENTO DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL ........................................................................ 67
6.4 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE CASOS DE INDICADORES DE
DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL ..................................... 69
6.4.1 Indicadores Comuns Europeus ( Europeans Commons Indicators) 70
6.4.2 Indicadores de Sustentabilidade Urbana da Cidade de Santa
Mônica, Califórnia ................................................................ 74
6.4.3 Índice de Sustentabilidade Urbana da Bacia do Piracicaba, Minas
Gerais 78
6.4.4 Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de Curitiba ........ 81
6.5 ANÁLISE CRÍTICA DOS CONJUNTOS DE INDICADORES ESTUDADOS 84
7 A CONSTRUÇÃO DE CIDADES SUSTENTÁVEIS ................................ 85
8 CONCLUSÃO ....................................................................... 90
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 93
16
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
17
1 INTRODUÇÃO
18
sistemas, as teorias dessas novas práticas de planejamento e o entendimento
aplicado nos conceitos de morfologia existentes.
19
2 URBANISMO SUSTENTÁVEL
20
Os projetistas do Novo Urbanismo, cujo estilo lhes conferiu também o
título de Neotradicionalismo, ou Urbanismo Sustentável, estão a favor de
comunidades menores e densas que os subúrbios tradicionais, com limites
definidos e onde exista uma adequada mescla de funções que incorporem
espaços de recreação, comerciais, institucionais e de serviço, em estreita
vinculação com residências de vários tipos. Estas habitações seriam
acessíveis a diversos grupos socioeconômicos, e seriam apropriadas de
maneira em que propiciem a diversidade também em termos de idade, sexo,
raça, etc. As viagens para fora da vizinhança são minimizadas, reduzindo a
dependência do carro e a contaminação e o consumo de energia que esta
gera. As distâncias de um lugar a outro poderiam ser percorridas a pé, e se
podia chegar caminhando até às estações de transporte público (ônibus,
trens, metrôs e outros, segundo o caso), que conectem com outras
comunidades similares. Todas estas características propiciariam o caráter
único do lugar e a sensação de pertencimento à comunidade do grupo de
habitantes que ali convivem. (IRAZÁBAL, 2001).
21
sistêmica ao desenho urbano com uma visão integrada e unificada, trazendo
como consequência, a superação da divisão clássica do urbanismo tradicional
e seus critérios formais e estilísticos. A partir desse novo paradigma deve-se
estabelecer uma relação dialética entre o planejamento urbano e o desenho
urbano.
22
desenvolveram para sustentar a teia da vida -a compreensão sistêmica da
vida.
23
Como movimento urbano alternativo a esse panorama, discussões são
postas sobre a realidade vigente das cidades, questionando e propondo
modelos urbanos que correspondam às novas necessidades ambientais e de
qualidade sustentável. Sobre essa lógica de compacidade, ROGERS (2001)
propõe a redução das distâncias urbanas como incentivo ao caminhar do
pedestre ou ao uso de bicicletas. ACSELRAD (2004) por sua vez, propõe,
além da compactação urbana, a descentralização dos serviços, partindo das
áreas centrais para as periferias, o que promoveria um espaço urbano menos
segregado e mais igualitário. Para o autor, é vital a inclusão das áreas
periféricas na cidade formal, estabelecendo a distribuição dos serviços e
equipamentos urbanos, integrando centro e periferia, bem como o público e o
privado. Porém, o autor toca na questão da necessidade de controle
demográfico paralela às mudanças no processo de gestão urbana.
Figura 1 - Diagramas representativos de um urbanismo disperso, focado no zoneamento rígido das funções
urbana e promoção de monofuncionalismo para uso do automóvel em grandes distâncias, e a alternativa
sustentável de urbanização compacta que encurta as distâncias para o pedestre e bicicleta, sobrepõe
funções e induz à diversidade. Fonte: ROGERS, 2001 por SILVA e ROMERO, 2010
24
complexidade dos sistemas e coesão social destacam a supremacia do
modelo compacto sobre o difuso na promoção da sustentabilidade urbana.
Tabela 1 - Comparação dos modelos de cidade difusa e compacta desde o marco da unidade sistema-
entorno: pressão sobre os sistemas de suporte por exploração. Fonte: RUEDA, 1991 por SILVA e
ROMERO, 2010.
Tabela 2 - Comparação dos modelos de cidade difusa e compacta: pressão sobre os sistemas de suporte
por impacto. Fonte: RUEDA, 1999 por SILVA e ROMERO, 2010.
25
Tabela 3 - Comparação dos modelos de cidade difusa e compacta: manutenção e aumento da organização
do sistema urbano. Fonte: RUEDA, 1999 por SILVA E ROMERO, 2010.
26
Figura 2 – Modelo de cidade dispersa (difusa). Fonte: RUEDA, 1999.
27
As conexões no sistema urbano das cidades difusas se realizam através
das redes viárias, as quais promovem a dispersão urbana, pois se
transformam em um verdadeiro estruturador do território. O produto desse
formato urbano é um espaço segregado que separa socialmente a população
no território disperso. Esta imposição de transporte e locomoção em grandes
distâncias implica em inúmeros transtornos: congestionamentos, emissão de
gases, ruídos, acidentes e aumento do tempo no transporte de pessoas,
serviços, materiais e mercadorias. As soluções para a crescente demanda
urbana consistem no aumento do sistema viário, agravando com isto a
dispersão territorial e o consumo de energia.
28
Figura 4 - Portadores de informação na urbanização, comparando-se a cidade difusa e monótona à
esquerda, e a cidade compacta e diversa à direita. Fonte: Rueda, 2002.
29
Por esta abordagem, Salvador Rueda trabalha os indicadores no marco
de análise em que se realiza, ou seja: Pressão-Estado-Resposta, conforme
proposta dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico), baseado no conceito de causalidade. A
pressão fica gerada como conseqüência das políticas ambientais, setoriais e
econômicas perante a alteração dos recursos naturais pelo impacto das
atividades humanas. Os sistemas urbanos exploram os sistemas de suporte
extraindo deles a matéria prima e, por sua vez, os materiais e energia
extraídas do entorno chegam às cidades transformadas em bens de
consumo. O modelo de gestão é que organiza os fluxos e o consumo,
aumentando ou diminuindo os impactos por antecipação.
Figura 5 - Esquema gráfico da unidade sistema-retorno. Fonte: Adaptado de RUEDA (1999) por SILVA E
ROMERO, 2010.
30
exploração exercerá maior ou menor impacto na organização dos sistemas de
suporte (complexidade do entorno), em função de sua intensidade e da
fragilidade do próprio entorno (sensibilidade); (2) Os materiais e a energia
extraídos do entorno chegam à cidade mais ou menos transformados e
elaborados (matérias primas e bens de consumo) de modo que permita a esta
manter e aumentar, caso necessário, sua organização (complexidade do
sistema); e (3) Os modelos de gestão (são os que podem aumentar ou
diminuir nossa capacidade de antecipação), organizam os fluxos e o consumo
de recursos. Os modelos determinam o grau de exploração do entorno e o
impacto antrópico que provocam sobre o próprio sistema urbano.
31
e defesa nacional), potencializam e possibilitam a industrialização e
urbanização das décadas seguintes.
Tabela 4 - Projeção demográfica do Brasil. Fonte: IBGE (2000, 2004, 2008, 2010); CNM (2010).
32
Tabela 5 - Dados demográficos referentes à população urbana nacional. Fonte: CNM, 2010.
33
Houve, essencialmente após a década de 1970, uma interiorização do
crescimento demográfico e desenvolvimento socioeconômico, o que Milton
Santos (2009) denominaria de fenômeno da desmetropolização brasileira (ou
a “dissolução da metrópole”). Dentre os diversos fatores que imperam nesse
processo, está a especulação do capital transnacional e o avanço da fronteira
capitalista sobre o interior do país – especialmente sobre as regiões Centro-
Oeste e Norte. A busca por regiões inexploradas, de recursos abundantes,
mão de obra e terra barata, conectadas cada vez mais por uma logística de
infraestrutura e configurada por redes, são as condicionantes decisivas para a
dinamização das economias do interior do Brasil, levando junto ao avanço da
agricultura, investimentos e capitais de toda a cadeia agroindustrial.
34
posteriormente, compreendam-se as meso e microestruturas urbanas e
regionais. A noção de escala do urbano se faz essencial na análise e
entendimento da qualidade das cidades contemporâneas, pois assim se
entende o enlace entre o global, o nacional, o regional e o local, bem como se
aceita a configuração das cidades a partir de um intrincado sistema de redes
ou nós.
35
3 ESTUDOS DA MORFOLOGIA URBANA
De acordo com REL RIO, ao se analisar uma cidade, esta pode ser
compreendida com três níveis de organização: o coletivo, o comunitário e o
individual, em torno aos quais se estruturam todos os significados e onde
acontecem as apropriações sociais. O nível ou dimensão coletiva é o que
possui uma lógica estruturadora percebida inconsciente e coletivamente;
36
envolve portanto o conjunto de elementos primários do tecido e se verifica
uma maior permanência no tempo. A dimensão comunitária traz aqueles
elementos e uma lógica com significados especiais apenas para uma parte da
população, é o caso dos bairros. Em terceiro, a dimensão individual, onde são
expressos os significados individuais, se resumem a residência e seu espaço
imediato.
2
Técnica desenvolvida pelo famoso topógrafo Giovan Battista NOLLI, em 1748, ao desenhar
um mapa preciso e completo de Roma.
37
Figura 6 - Mapa figura-fundo, ferramenta de identificação das relações entre domínios
público e privado. Fonte: Arquivo pessoal, 2007.
38
paisagem e, assim como nos ecossistemas, fazem parte de um sistema
integrado onde tudo é interligado e reaproveitado - como um ciclo. Tudo que
sai do sistema de produção deve ser reaproveitado, através de sistemas
circulares de água, esgoto, energia e alimentos, reduzindo o impacto sobre o
meio ambiente e aumentando o rendimento geral da comunidade.
39
O desenho das ruas, ou mais precisamente, a morfologia urbana é o
elemento estruturador dessa anatomia. Entretanto, se as ruas forem
projetadas visando o máximo de aproveitamento da mobilidade humana, a
morfologia torna-se menos importante, pois pedestres exigem menos
infraestrutura. Torna-se inevitável, porém, associar o layout às estratégias de
redução de impacto dos sistemas de infraestrutura, uma vez que esses
sistemas constituem um meio de ligação significativa (subterrânea) entre a
cidade e o meio natural. Cabe ao projetista então uma série de estratégias ou
princípios associados à morfologia para assegurar a sustentabilidade
ambiental.
No entanto, até chegar a forma ideal para essas “Eco cidades”, que
dependem essencialmente do local em que estão inseridas, é imprescindível
estabelecer alguns princípios norteadores para a sua construção.
40
transporte sustentável e moradias economicamente viáveis, comunidades
com sentido de vizinhança, tratamento de esgoto alternativo, drenagem
natural, gestão integrada da água, energias alternativas e finalmente as
políticas baseadas nos 3R’s (reduzir, reusar e reciclar).
41
Silva e Romero, definem a cidade como um sistema espacial complexo,
composto de ruas, praças, bairros, redes, limites, multiplicidades de lugares,
todos perceptíveis enquanto sistema isolado e enquanto elementos em
sequencia e conectados, mas que contém uma essência de uso, função,
vivência ou sentimentos, lugar onde o físico se conecta ao abstrato e
subjetivo. Esses fragmentos do urbano são carregados de mensagens,
símbolos e signos que podem trazer impressões e informações sobre a
sociedade que a criou, sobre sua história, sua cultura, suas relações
socioeconômicas, sua origem, seu desenvolvimento.
42
Podem ser junções no tecido urbano, locais de interrupções do
transporte, um cruzamento ou uma convergência de vias,
momentos de passagem de uma estrutura para outra. Ainda podem
ser o adensamento de construções com características e usos
específicos (como um centro antigo ou comercial), ou mesmo uma
esquina ou praça fechada. Dependendo da escala de percepção, um
ponto nodal pode ser mais amplo ou mais restrito.
43
No entanto, é importante salientar que a interpretação de Lynch está
focada na interpretação de objetos físicos perceptíveis (assim, morfológicos),
porém, que contém uma carga imaginária subjetiva. (SILVA e ROMERO,
2010). Existem outras influências atuantes sobre a “imaginabilidade”, como o
significado social de uma área, sua função, sua história, ou mesmo seu nome,
estes que não são elementos formais. Entretanto, a análise está focada na
premissa de que a forma deve ser usada para reforçar o significado, e não
para negá-lo, assim, o design urbano não deve ser vazio enquanto sentido
humano do lugar ao qual atende ou é aplicado. Decerto, o autor busca uma
nova escala de interpretação do urbano, pois atesta que o grande ambiente
urbano pode ter uma forma sensível, única, abrangente e mutante, e ainda
afirma que “(...) Hoje em dia, o desenho de tal forma é raramente tentado: o
problema inteiro é negligenciado ou relegado à aplicação esporádica de
princípios arquitetônicos ou de planejamento de espaços urbanos”.
44
urbano, salvo raros exemplos nos EUA (São Francisco, Dallas, Minneapolis),
Japão, Israel e Escandinávia.
45
dos espaços públicos, dos equipamentos urbanos, da diversidade morfológica
edificada, mobiliário qualitativo, etc. A apropriação desses critérios pelo
urbano produzem uma identidade locacional específica capaz de traduzir as
especificidades e adequações necessárias a cada parcela urbana, produzindo
lugares que correspondem à imensa diversidade sociocultural da população
urbana. O resultado desse entendimento conceitual está no reconhecimento
do cidadão ao seu lócus (habitação, lote, quadra, bairro, região, cidade,
estado, nação) e, consequentemente, o domínio da qualidade ambiental
sustentável para toda a cidade.
46
entendimento de espaço a partir de três grandes frentes do urbano:
aedificação (superfície de fronteira – planos verticais); as redes (elementos de
base, os fluxos – planos horizontais); e a massa (entorno, conjunto urbano –
vegetação, água, construção, solo).
47
Escala específica do edifício – corresponde à dimensão específica da unidade
do abrigo e do espaço social e individual: o edifício; ex.: proteção, otimização
microclimática, controle (grau de privacidade), afeto (sentido de abrigo ao
grupo social familiar).
3 O método cartesiano origina nas teorias de René Descartes (1596 – 1650), filósofo e
matemático francês, que fundamenta o Ceticismo Metodológico (do latim “cogito ergo sum”, “penso logo
existo”), cuja a pretenção foi a de fundamentar o conhecimento humano sobre bases metodológicas e
sólidas (contrariando as posições medievais apoiadas em crenças e mitologias). Assim, Descartes
questiona todo o conhecimento aceito como correto e verdadeiro através do ceticismo. Seu método se
constitui a partir de quatro tarefas básicas: verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca do
fenômeno ou coisa estudada; analisar, dividir ao máximo os objetos ou as coisas, em suas unidades de
composição, fundamentais, e estudar os elementos mais simples que aparecem; sintetizar, agrupar
novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro; e enumerar todas as conclusões e princípios
utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento. Ou seja, seu médodo consiste na separação das
partes através da verificação, de forma que estas sejam analisadas separadamente, sintetizadas e
enumeradas, o que dissocia, de certa forma, a visão do todo a partir das especificidades.
48
urbanísticos que apontem a espacialização urbana de forma eficaz (com seus
gargalos, segregações, impactos e contradições), vislumbrando o
planejamento urbano e regional integrado e sustentável que, por sua vez,
aperfeiçoaria a aplicação de recursos em médio e longo prazo, possibilitando
políticas urbanas mais sustentáveis e qualitativas para o cidadão.
49
4 PROBLEMÁTICAS URBANAS - CIDADES BRASILEIRAS
50
que prevaleceram até a primeira metade da década de 1980. (SILVA e
ROMERO, 2010)
51
atrás. Por outro lado, percebe-se que, embora ainda exista uma subordinação
da cidade ao estado central, existe também uma certa tendência à sua
valorização e ao seu fortalecimento como a célula principal na definição de
estratégias de gestão local, com um incremento nas atribuições e na
autonomia para lidar com a sua realidade.
52
quadro pode ser analisado sob duas óticas de considerações. Por um lado,
esta nova condição das cidades pode apontar para um fortalecimento
crescente das democracias participativas cuja concretização pode-se dar por
uma evolução do exercício da cidadania em torno de questões e problemas
da sua especificidade local ou mesmo regional. Mas por outro lado, um
período com tendências marcantes de globalização econômica e cultural pode
significar também um fortalecimento de uma perspectiva “neoliberal”, hoje
majoritária, que advoga um Estado mínimo submetido às leis máximas de
uma economia de mercado sem fronteiras. (SILVA, 2007.).
53
pautada prioritariamente nos objetivos econômicos e financeiros de grandes
grupos internacionais. E a segunda diz respeito àquelas considerações que
discutem as novas formas de poder que estão sendo gestadas. O cientista
político Marco
54
países. Ao discutir a dimensão política da descentralização administrativa no
Brasil, Marco Aurélio Nogueira, segundo SILVA (2007) aponta alguns desafios
para que tal descentralização conquiste viabilidade e coerência, mencionando
quatro requisitos fundamentais para sua consecução:
2. Buscar outro tipo de equilíbrio, só que desta vez no nível federativo. Seria
necessário um amplo entendimento político nacional que levasse à depuração
e à remodelação das instituições que embasam a federação. Esse processo
implicaria em mudança de valores capaz de eliminar os traços de clientelismo
e fisiologismo impregnados no setor público e na sociedade civil;
55
políticas claras de ação local e de preferência coordenadas a uma política
nacional, o risco de se permanecer à mercê dos interesses globais pode gerar
distorções nas implementações de políticas urbanas sustentáveis que
atendam às especificidades dos diferentes contextos locais. Desse modo, o
embate nutrido pelos aspectos decorrentes de interações nos diversos níveis
pode apontar para novos arranjos possíveis na conjunção de diferentes
instâncias, de onde se permite extrair os elementos que delinearão novas
modalidades de implementação de políticas urbanas.
5 REFORMAS URBANAS
56
que determinaria, assim, uma nova cultura urbana encenada pelo ser humano
moderno.
57
O traçado urbano medieval é, sob a ótica do urbanismo modernista,
considerado ultrapassado, com suas vias sinuosas e irregulares denominadas
outrora de “traçados das mulas” por Le Corbusier (2000). De acordo com
Geovany Jessé (2011), tal modelo já nasce sob o estereótipo de “moderno”,
industrial, pertencente aos dias atuais. Sob a égide desse repertório urbano,
assistiu-se ao espetáculo da expansão urbana, seja de novas cidades (ou
mesmo estados e países auto-intitulados como modernos e progressistas), ou
bairros, loteamentos ou intervenções urbanas (em áreas não ocupadas ou já
consolidadas).
58
ponto de ônibus, ou deste até um edifício ou local desejado. Além disso, o
tráfego intenso influencia drasticamente as atividades dos pedestres, pois
impõe desconforto e insegurança em seu trajeto. Romero (2009) define e
exemplifica com exatidão o que seria a “tirania da geometria regular”:
59
considerados hoje, o pior dos problemas urbanos (CARMONA & TIESDELL,
2003 por SILVA, 2011).
60
2 - Da elaboração de uma compreensão das teorias
subjacentes à concepção do espaço urbano; e,
61
- na qual, de uma forma sustentável, diferentes modos de deslocamento,
diferentes intensidades de uso e ocupação do solo, diferentes atividades – a
multiplicidade da vida citadina - se ancoram e prosperam.
62
6 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
63
instrumentos de controle do planejamento urbano. Através das suas
informações se prevê o direcionamento e a eficácia das ações em direção à
meta pré-estabelecida. Indicadores são muito úteis em duas formas na busca
da sustentabilidade: identificando áreas onde ações são necessárias, quando
sistematicamente alimentados, e monitorando o caminho no qual o sistema se
comporta, provendo importantes informações para inovações e estratégias
(HALLSMITH, 2003). Entretanto, indicadores são apenas informações, um
instrumento de controle, eles não nos dizem qual a melhor ação ou estratégia
a ser tomada. Para tanto, é necessário ter uma compreensão dos sistemas e
suas relações no planejamento de qualquer política ou ação de intervenção
urbana, tirando vantagens do momento presente e evitando consequências
futuras indesejadas. É através dessa compreensão que os indicadores devem
ser buscados e lidos, dando uma visão clara de aproximação ou não de um
padrão de sustentabilidade de acordo com o que é entendido por
sustentabilidade urbana (FLORISSI, 2009).
64
estratégias e prioridades, seja para a avaliação do desempenho de políticas e
programas, medindo o alcance dos objetivos (eficácia), o uso dos recursos
(eficiência) e as mudanças operadas (impacto), FLORISSI (2009). A
construção dos indicadores dependerá, assim, do uso específico a que devam
servir, ou seja, devem se adequar àquilo que pretendem medir‖. Essa
definição do padrão dos indicadores é um primeiro momento para sua
construção.
65
três vertentes principais na definição das dimensões utilizadas, como exposto
por Braga et al (2004), sendo estas: a ―biocêntrica, na qual se busca
principalmente indicadores biológicos, físico-químicos ou energéticos de
equilíbrio ecológico de ecossistemas; a ―econômica, no qual se busca
avaliações monetárias do capital natural e do uso dos recursos naturais; e
uma terceira vertente que busca indicadores que combinem aspectos do
sistema econômico e da qualidade de vida humana, bem como aspectos dos
sistemas político, cultural e institucional.
66
6.3 INDICADORES PARA O MONITORAMENTO DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
67
Para saber se uma sociedade está rumando para o seu desenvolvimento
sustentável, apropriados sistemas de indicadores de desenvolvimento tornam-
se fundamentais ferramentas no suporte e/ou avaliação de programas e
políticas, dando evidências empíricas de um determinado recorte da
realidade. Esses recortes, quando analisados em conjunto e dentro do
contexto em que se encontram, são como fotografias que mostram uma
imagem congelada de um momento no tempo. Ao olhar para essa imagem se
tem uma determinada situação e, ao compará-la com uma imagem de um
momento distinto, podemos acompanhar, medir e monitorar qual o caminho
seguido. Contribuem, assim, para municiar os gestores de políticas de
desenvolvimento, permitindo avaliar os avanços ou entraves encontrados na
asseguração do desenvolvimento de uma relação urbano-ambiental mais
sustentável. Os indicadores devem formar uma imagem condizente com a
imagem idealizada no discurso-base, e o desafio encontra-se nessa ponte
entre a fundamentação teórico-conceitual e quais os atributos que melhor
caracterizam a realidade analisada.
68
Alguns autores consideram necessária a construção de indicadores que
inter-relacionem informações de sistemas diferentes, ao invés de analisá-los
isoladamente, dando uma fotografia do todo e não somente das partes.
Segundo Dahl (1997 apud BELLEN, 2005), o indicador deve medir a função
dentro do sistema que melhor represente sua capacidade de continuar no
futuro. No momento presente, a consolidação de conjuntos de indicadores
cada vez mais compreensíveis, cobrindo o estado e as tendências dos fatores
econômicos, sociais e ambientais relevantes à sustentabilidade, provém uma
primeira aproximação de onde estamos e para onde estamos indo (idem).
69
(Orbis), no Paraná. É integrado à Rede Mundial de Observatórios do Habitat,
Programa das Nações Unidas, e representa a primeira experiência mundial de
observatório urbano com apoio de entidades empresariais a buscar condições
dignas de vida para todos.
4
Fundada em 1986, é uma rede formada por mais de 120 cidades europeias, agrupando mais de
30 países. Provê uma plataforma em que são compartilhados conhecimentos e idéias, experiências,
análise de problemas comuns e o desenvolvimento de soluções inovadoras através de Fórum, Grupos de
Trabalho, Projetos, atividades e eventos (EUROCITIES, 2006. Website).
5
É uma das associações ambientalistas mais difundidas na Itália, sendo reconhecida pelo
Ministério do Meio Ambiente como uma associação de interesse ambiental, fazendo parte do Bureau
Européen de l'Environnement e da International Union for Conservation of Nature.
70
i. Igualdade e inclusão social (acesso a serviços de qualidade e
disponíveis a todos como, por exemplo, educação, emprego, energia,
saúde, habitação, treinamento, transporte);
71
Tabela 6- INDICADORES COMUNS EUROPEUS – TEMAS E INDICADORES. Fonte: European Common Indicator
Project Report (AMBIENTE ITALIA, 2003, tradução FLORISSI,2009.)
72
com o bem-estar social. Através de um recorte local de análise e posterior
comparação entre diferentes cidades européias, os indicadores são
assumidos como instrumentos e ferramentas para o gerenciamento urbano
direcionado à sustentabilidade.
73
6.4.2 Indicadores de Sustentabilidade Urbana da Cidade de Santa
Mônica, Califórnia
74
v. Consciência comunitária, responsabilidade, participação e educação são
elementos-chave de uma comunidade sustentável;
Para cada uma das áreas foram estipulados dois ou mais objetivos,
metas a serem alcançadas e formulados indicadores de monitoramento. As
metas são representadas como alvos numéricos a serem atingidos no ano de
2010, tendo como base o ano de 2000 ou, em casos de dificuldade de acesso
ou limitação das informações, as metas numéricas foram substituídas por
tendências na direção do indicador. Utilizam dois tipos de indicadores assim
por eles classificados: os de Sistema, no qual são medidos o estado, a
condição e a pressão da comunidade para cada objetivo; e os indicadores de
Programa, que medem a performance ou efetividade de ações, políticas e
programas específicos adotados pela Prefeitura, ou algum outro stakeholder
(City of Santa Monica, 2003, website). Possui uma matriz que relaciona os
objetivos com os indicadores, demonstrando o uso de um mesmo indicador
para diferentes metas, sendo ao todo, 18 objetivos e 66 indicadores.
75
indicadores encontram-se listados no Quadro 03 que segue. Através dessa
estrutura de indicadores e metas, as oito áreas temáticas são monitoradas e
acompanhadas as tomadas de decisão em direção à sustentabilidade.
Informações completas e detalhadas de cada área, objetivo, meta e indicador,
bem como tendências e estados da sustentabilidade, podem ser acessados
no site da Prefeitura de Santa Mônica6.
6
Disponível em http://santa-monica.org/epd/scp/index.htm
76
Tabela 7-INDICADORES POR GRUPO - PLANO DE SUSTENTABILIDADE DE SANTA MÔNICA (Continuação)
77
que esta deve possuir e que precisam ser alcançados. Essa objetividade
permite um monitoramento direcionado a um fim previamente estipulado,
garantindo o conhecimento de quais aspectos estão melhorando ou não, se
estão estáveis ou com informações insuficientes, possibilitando estratégias de
longo prazo. A gestão é compartilhada e o acesso às informações é de
domínio público.
78
compreende a saúde do sistema ambiental local medida através da qualidade da
água e biota do rio, uma vez que serve de registro das alterações e agressões
ocorridas em sua bacia de drenagem – indicador de estado. Por qualidade de
vida compreende a qualidade da vida humana, medida através de indicadores de
nutrição, abrigo e saúde; e a qualidade do ambiente construído no momento
atual, medida através de indicadores de conforto ambiental urbano e qualidade
da habitação – indicador de estado.
79
seleção, foram assumidos como critérios de escolha a relevância das
variáveis em traduzir os fenômenos; a aderência local, isto é, a capacidade do
dado em captar o fenômeno produzido ou passível de transformação no plano
local; a disponibilidade (cobertura e atualidade dos dados); a capacidade de
permitir comparações temporais; e a possibilidade de cálculo em outras
localidades (BRAGA, 2004). Na medida do possível, utilizaram informações já
consolidadas ou existentes (por exemplo, o uso do IDH) ou, então, proxies (o
índice de qualidade das águas é tomado como proxy para a qualidade do
sistema ambiental local).
7
Trabalho desenvolvido pelas Universidades de Yale e Columbia. Propõe um ranking de países
através de um conjunto de indicadores relativos a desenvolvimento e meio ambiente.
80
A iniciativa traz uma válida experiência metodológica na triagem de
estatísticas e no uso das mesmas na produção de indicadores que, em conjunto,
fornecerão uma leitura do grau de sustentabilidade urbana, podendo ser aplicado
em distintas localidades. Contudo, apesar do trabalho não ter apenas um
enfoque ambiental, dando destaque às questões sociais e institucionais como
importantes no processo do desenvolvimento sustentável, nenhuma menção é
feita sobre a sustentabilidade do patrimônio cultural, ou da importância da cultura.
8
Disponível em http://www.ipd.org.br/.
81
adequá-los à realidade da Região Metropolitana de Curitiba, para serem
aplicados na formulação de políticas e planejamento estratégico dos
municípios. Em 2005, o mapeamento se estendeu para o restante do Estado
e teve como objetivo apontar as áreas mais carentes ou críticas que
mereciam receber a intervenção imediata de organismos públicos. Neste
sentido, a equipe do Orbis realizou o levantamento do perfil das localidades
de sua área de abrangência, utilizando dados disponibilizados por institutos
de pesquisa que sinalizam as condições dos municípios e de vida da
população, utilizando indicadores (FLORISSI, 2009).
82
Tabela 9-OBJETIVOS DO MILÊNIO, REGIÃO METROPOLITANA CURITIBA – ORBIS. (Continuação). Fonte:
Objetivos do Milênio, Região Metropolitana de Curitiba, ORBIS, 2007.
83
6.5 ANÁLISE CRÍTICA DOS CONJUNTOS DE INDICADORES
ESTUDADOS
84
7 A CONSTRUÇÃO DE CIDADES SUSTENTÁVEIS
85
de projetos de equidade social, econômica e ambiental. A percepção de
índices e indicadores deve ponderar os diversos atores sobre o urbano e suas
escalas de atuação na sustentabilidade local, regional e nacional. SILVA,
(2011). Assim, exemplificam-se a Figura 7 e Figura 8.
Figura 7 - Organograma representativo dos Sistemas Urbanos a partir das escalas de análise, os contextos e subcontextos
interligados na promoção da sustentabilidade urbana. Fonte: SILVA, (2011).
* Os “Nós”, aqui, substituem a ideia de Redes, já que o primeiro induz à coesão e união dos segmentos, enquanto
que o segundo subentende à lógica de comércio e circulação acelerada de sistemas e mercadorias.
86
Figura 8 - Avaliação das características dos Sistemas Urbanos Sustentáveis, suas conexões urbanas regionais e nós de
sistemas integrados conforme os temas, subtemas e principais parâmetros elencados.Fonte: SILVA, 2009.
87
transporte coletivo); porém, o nível de compacidade deve respeitar as
condicionantes locais (clima, topografia, patrimônio cultural e ambiental, etc.),
e assim, determinado por meio de pesquisas urbanísticas específicas, e não
padronizadas como são as ferramentas legais aplicadas nas cidades e sob a
conivência do Ministério das Cidades.
88
lugar, de forma igualitária e imparcial, reforçando e potencializando seus
aspectos históricos, culturais e ambientais, minimizando os entraves
socioeconômicos e tecnológicos e potencializando a qualidade de vida.
89
8 CONCLUSÃO
90
aceitação dos diferentes, segundo alguns estudos. Pesquisas sobre a
psicologia urbana e a relação da morfologia das cidades sobre os indivíduos e
a psique, individual ou coletiva, são temáticas importantes para serem
estudadas no Brasil.
91
Para tanto, é necessário investir em pólos de ciência, tecnologia e
inovação nessa área, o que pode reverberar em maiores oportunidades de
negócios, empregos e marketing urbano para as cidades. O futuro urbano das
cidades no mundo está condicionado às adequações e aplicações
tecnológicas que surgirão, otimizando recursos, minimizando desperdícios,
reciclando matéria e energias (renováveis), reduzindo consumo e resíduos.
Entretanto, essas mudanças não são simples, pois requerem alterações
profundas no sistema produtivo atual, bem como nos hábitos já impregnados
nesta sociedade desde os primórdios da era industrial.
92
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
93
12. FLORISSI, Elena.Desenvolvimento Urbano Sustentável: um estudo sobre
sistemas de indicadores de sustentabilidade urbana / Elena Florissi.
Recife: O Autor, 2009.
17. LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo, Martins Fontes, 2006,
18. LYNCH, Kevin. “Reconsidering the image of the city”, In: CARMONA,
Matthew; TIESDELL, Steve. Urban design reader. UK, Publish by Elsevier
Ltda., 2003, p. 108-113;
19. LYNCH, Kevin. City sense and city design: writings and projects of Kevin
Lynch. Edited by Tridib Banerjee and Michael Southworth. 3ª
Edição. Cambridge, The MIT Press, 1996, p. 247-255.
94
25. PANERAI, Philippe. Análise urbana. Brasília, Editora Universidade de
Brasília, 2006
95
Barcelona: Fundación Forum Ambiental / Departament de Medi Ambient
de la Generalitat de Catalunya, 1999.
37. SACHS, I. (1993). Estratégias de transição para o século XXI. Para pensar
o desenvolvimento sustentável. São Paulo, Studio Nobel.
41. Silva, Geovany Jessé Alexandre da. Cidades sustentáveis : uma nova
condição urbana : estudo de caso : Cuiabá-MT / Geovany Jessé
Alexandre da Silva. -- 2011.
96