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A política e a economia latino-americana nos anos 1980

Celso Assis

Dezembro de 2014

Na década de 1980 os países da América Latina atravessaram a pior crise de


sua história, e como solução renegociaram a dívida externa para se reestruturarem e
colocaram em prática ajustes fiscais com o objetivo de saldar a dívida com os países
credores.

Para que essa renegociação acontecesse esses países foram obrigados a


concordarem com as condições impostas pelas instituições financeiras multilaterais, como
FMI e Banco Mundial, tanto para conseguirem um novo empréstimo, quanto para
conseguirem maiores prazos para o pagamento da dívida. Como consequência disto
ficavam mais dependentes, houve estagnação econômica e crise em todos os setores da
economia, um aumento significativo de desemprego e a diminuição do poder de compra do
salário.

Um dos fatores agravantes que contribuíram para essa estagnação foi o


aumento da taxa de juros dos EUA entre 1978 e 1982, que resultou numa crise da dívida
externa e uma situação de insolvência nos países latino-americanos e uma baixa muito
grande da taxa média anual do PIB. Já entre 1980-1985 numa fase de recessão, a taxa
média anual do PIB desses países crescia em média 0,6%. Entre 1985 e 1990 numa fase
de recuperação o PIB não cresceu mais que 1,9%, mesmo com a liberação comercial e
renegociação da dívida externa citado no início, as importações continuavam a subir
chegando à 9,7% anual.

A inflação no Brasil nessa época chegou a 100% ao ano, época na qual o


Cruzeiro desvalorizou 30% (1979). Em uma tentativa de mudar esse cenário, em fevereiro
de 1986 criou-se o Plano Cruzado, que congelava os preços e o salário. Sem sucesso, os
governos continuaram a criar outros planos governamentais para diminuir a inflação, como
o Cruzado II ou Cruzado Novo, o Plano Bresser e o Plano Verão no início de 1989. Todos
fracassaram. A década de 1980 encerra-se com uma hiperinflação média de 80% ao mês,
onde a inflação só veio a ser controlada na década seguinte com o Plano Real.

Esta foi uma das piores crises econômicas latino-americanas e ficou


denominada como a "década perdida", segundo Simiqueli (2008). Ele escreveu que

esta posição de subdesenvolvimento, no contexto mundial, pode se


perpetuar, caso não seja tomada alguma medida. (…) tal dependência
atingiria níveis crônicos, se levada adiante. Conforme os meios de produção
evoluem, maior torna-se a desigualdade entre os países centrais
(fornecedores de tecnologia) e os periféricos (usuários/consumidores, sem o
domínio das técnicas de produção).

A dialética da crise

Apesar da grande crise econômica, houveram sim alguns ganhos. Sob o ponto
de vista político, ocorreram o fim da ditadura, a redemocratização e a promulgação da
constituição de 1988. Em "Os ganhos da década perdida" a autora Maria Izabel Mallmann
deixa claro esta conquista:

Pode-se dizer que a democracia foi um dos ganhos políticos da década


economicamente perdida. (...) Outro ganho foi o surgimento e consolidação
de um espaço regional de coordenação de políticas, cujos desdobramentos
positivos ainda fazem-se presentes. Apesar das dificuldades, a década de
1980 foi marcada por acontecimentos relevantes no que diz respeito à
aproximação dos governos latino-americanos.
Sob o ponto de vista econômico, pode-se dizer que a grande crise financeira, a
hiperinflação e a dívida externa (que poderia vir a ser crônica), levaram o Brasil a buscar
soluções, estas que vieram a surtir efeito somente na década de 1990.

Referências

MALLMANN, Maria Izabel. Os ganhos da década perdida: Porto Alegre, EDIPUCRS, 2008.

PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. A crise da América Latina: consenso de Washington ou


crise fiscal? In: Pesquisa e Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, 1991, pp 3-24.
Acesso: http://ppe.ipea.gov.br/index.php/ppe/article/viewFile/883/820

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