Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE................................................................... 9
CAPÍTULO 1
CIRURGIA SEGURA.................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
TEORIA DO ERRO E OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE.................................................................... 23
CAPÍTULO 3
PREVENÇÃO DOS ERROS DE MEDICAÇÃO.............................................................................. 34
UNIDADE II
PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES........................................................................................ 49
CAPÍTULO 1
CULTURA DE SEGURANÇA CENTRADA NO PACIENTE, FAMÍLIA E A SEGURANÇA DO PACIENTE... 49
CAPÍTULO 2
SEGURANÇA NUTRICIONAL..................................................................................................... 74
CAPÍTULO 3
AVALIAÇÃO SEGURA – CRITICIDADE DO PACIENTE................................................................... 83
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 89
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Em 2013, foi instituído no país através da Portaria GM/MS no 529/2013 institui o
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) com o objetivo de contribuir para
a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território
nacional e Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) no 36, de 25 de julho de 2013, que
institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde. A RDC estabelece
a obrigatoriedade de implantação do NSP em serviços de saúde. O desenvolvimento
das ações e das estratégias previstas no PNSP cabe ao NSP, o qual desempenha papel
fundamental em todo processo de implantação do PSP, um marco importante na atenção
à saúde foi a instituição do Programa Nacional de Segurança do Paciente, cujo objetivo
é prevenir e reduzir a incidência de eventos adversos relacionados à assistência nos
serviços de saúde, que apresentava um grande número de eventos que podem causar
danos aos paciente e apresentam o potencial de causar danos aos pacientes e prejuízos
associados aos cuidados à saúde, decorrentes de processos ou estruturas da assistência.
Segundo Brasil (2013) a alta complexidade dos sistemas de serviços de saúde e das novas
tecnologias e técnicas elaboradas, acompanhados de riscos adicionais na prestação de
assistência aos pacientes. Entretanto, medidas simples e efetivas podem prevenir e
reduzir riscos e danos nestes serviços, tais como: mecanismos de dupla identificação do
paciente; melhoria da comunicação entre profissionais de saúde; uso e administração
segura de medicamentos; realização de cirurgia em local de intervenção, procedimento
e paciente corretos; higiene das mãos para a prevenção de infecções e prevenção de
quedas e úlceras por pressão.
Segundo Brasil (2013), cabe ressaltar que o desafio para o enfrentamento da redução
dos riscos e dos danos na assistência à saúde dependerá da necessária mudança de
cultura dos profissionais para a segurança, nos próximos anos, alinhada à política de
segurança do paciente, instituída nacionalmente. Desta forma, investir na mudança
de sistema, no aperfeiçoamento da equipe de saúde, na utilização de boas práticas e
no aprimoramento das tecnologias e melhoria dos ambientes de trabalho constitui
questões primordiais para o alcance dos melhores resultados para os usuários dos
serviços de saúde, família e comunidade.
7
Nesta disciplina abordaremos como prestar uma Assistência segura contribuindo
para a aprendizagem da segurança dos pacientes e a melhora da qualidade do cuidado
prestado nos estabelecimentos de saúde e tem como objetivos específicos:
Objetivos
»» Entender o objetivo da cirurgia segura.
8
PREVENÇÃO E
PROMOÇÃO DA UNIDADE I
SEGURANÇA DO
PACIENTE
CAPÍTULO 1
Cirurgia segura
Travassos (2013) afirma que, a Segurança é uma das dimensões da Qualidade dos
serviços de saúde. Qualidade e segurança são atributos indissociáveis. Os sistemas de
saúde que diminuem a um mínimo possível os riscos de dano ao paciente (promovendo
a segurança) estão irremediavelmente aumentando a qualidade dos seus serviços. Cabe
destacar que o campo da segurança do paciente também envolve as falhas da atenção
que não causaram dano, mas que poderiam ter causado (near misses).
10
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
Metas
Objetivos
Foram traçados dez objetivos essenciais para a cirurgia segura, nos quais a equipe
cirúrgica deve:
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UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
Definições
12
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
É essencial que uma única pessoa lidere o processo da Lista de Verificação, sendo
designada como coordenadora e responsável por marcar os boxes da lista.
13
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
Neste momento a equipe faz uma pausa imediatamente antes da incisão cutânea para
preenchimento do painel (placa ) de identificação e confirmar em voz alta os seguintes
passos:
»» A revisão verbal, uns com os outros, dos elementos críticos de seus planos
para a cirurgia, usando as questões da Lista de Verificação como guia.
A equipe deverá revisar em conjunto a cirurgia realizada por meio dos seguintes passos:
Procedimento operacional
14
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
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PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
Antes da incisão cirúrgica: a Pausa Cirúrgica é uma pausa momentânea feita pela equipe
imediatamente antes da incisão cutânea, para confirmar as verificações essenciais para
a segurança cirúrgica, envolvendo toda equipe.
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UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
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PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
Indicadores
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UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
⃝ ALERGIAS:
_____________________
20
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
REGISTRO DO TRANS-OPERATÓRIO
Sítio cirúrgico correto demarcado? Sim Não NA Confirmação do procedimento cirúrgico Sim Não
Paciente possui risco de perda sanguínea >500ml? Não Sim, e há acesso venoso e planejamento para fluidos
Paciente possui via aérea difícil ou riscos de aspiração? Não Sim, e há equipamentos disponíveis
Checagem Equipamento Sala Cirúrgica: ( ) Foco; ( ) Mesa; ( ) Bisturi Elétrico; ( ) Aspirador; ( ) Outros: ___________________
Nome Anestesista:
2. Confirmação – Antes da incisão cirúrgica (na presença equipe de enfermagem, anestesiologista e do cirurgião)
Confirmar se todos os membros da equipe se apresentaram, indicando nome e função Sim Não, qual categoria? _____________
Os exames de imagens essenciais estão disponíveis na sala? Sim Não Não se aplica
Cirurgião comunica quais são os riscos graves, duração e perda de sangue prevista? Sim Não
Enfermagem comunica os resultados dos indicadores confirmando a esterilização do material Sim Não
Circulante comunica se há alguma preocupação em relação as condições dos equipamentos e da infraestrutura Sim Não
Nome Cirurgiões:
3. Registro – Antes de o paciente sair da sala cirúrgica (na presença da equipe de enfermagem, anestesiologista e do cirurgião)
Enfermagem:
Confirmação verbal da contagem final de instrumentais e agulhas Sim Não Não se aplica
Equipe: Quais são as principais preocupações para a recuperação pós-operatória e manejo do paciente? Sim Não
21
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
22
CAPÍTULO 2
Teoria do erro e os profissionais de
saúde
Segundo Cohen (2007) o cuidado em saúde tem sido caracterizado como resultante
de um complexo sistema sócio técnico, no qual papéis e responsabilidades geralmente
desafiam definições formais tais como descrições das atividades do trabalho.
Reason (2003) propôs várias teorias na intenção de aprendermos a lidar com os erros
buscando a compreensão do comportamento do homem na ocorrência do erro.
Runciman, Merry e Walter (2007): com a teoria de Reason, tentando entender como o
erro ocorre na área de saúde, tendo em vista a especificidade e complexidade a que as
pessoas estão sujeitas. Para Reason (2003) as noções de intenção e erro são inseparáveis,
ou seja, o termo erro só pode ser aplicado às ações intencionais, já que os tipos de erros
dependem da espécie de falha a que ocorre.
Falhas na execução:
Ocorrem nas ações que caminham de acordo com a intenção pretendida ─ desvio de
conduta ou erro.
Falhas no planejamento:
23
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
Com isso Reason (2003), criou o sistema de modelos gerais de erros que descreve
os mecanismos e os processos que ocasionam recorrentes formas de uma variada
quantidade de erros conforme quadro 1 abaixo:
Delimita as origens dos erros básicos como erros humanos, através desse modelo
consegue-se identificar os três tipos ou mecanismos básicos de erros:
ENGANO CONHECIMENTO
Segundo Nascimento e Travassos (2010), para Reason (2003), o descrição dos três
tipos e mecanismos básicos de erros é assim entendidas:
Esse modelo apresenta uma hierarquia de falha, a adição de normas cada vez mais
específica aumenta à complexidade e adaptabilidade do modelo como um todo e a
possibilidade do surgimento de erro na sua aplicação.
Ainda segundo Runciman, Merry e Walter (2007): propõe uma ampliação do sistema de
modelos gerais de erros, descrito por Reason (2003) que tem como objetivo de ampliar
operacionalmente a capacidade de planejamento e execução de estratégias corretivas
para lidar com o erro. Segundo eles, o mesmo tipo de erro pode provir de bases cognitivas
diferentes. Os tipos de erros propostos são: erro informação, erros na aquisição de
conhecimentos, erros de percepção, erros de combinação, erros de armazenamento do
conhecimento como esquema, erros de armazenamento do conhecimento como norma,
erros baseados em habilidades ─ descuido e lapso, erro de escolha nas regras, erros
técnicos, erros deliberados.
Reason (2003), por sua vez, apresenta duas diferentes definições que podem ser
conjugadas. A primeira delas diz que “violação é um desvio deliberado, mas não
necessariamente repreensível, de procedimentos operacionais seguros, padrões ou
normas” .
25
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
parte dos profissionais de saúde ─ falha na lavagem de mãos entre o contato sucessivo
com os pacientes, entre outros ─ é trazido como um exemplo paradigmático, e que não
tem sua incidência reduzida apesar de as evidências apontarem que a utilização deste
procedimento reduz significativamente o risco de infecção hospitalar.
Reason (2003) como assinalado anteriormente tem uma genuína preocupação com a
aplicação prática da teoria e conceitos por ele formulados no que diz respeito à detecção
e à correção do erro. Apesar da insuficiente compreensão a respeito desses mecanismos,
o autor sustenta que há um vasto campo para argumentação e aprofundamento sobre o
tema e aponta algumas hipóteses: o processo da atenção envolvido no monitoramento
da execução de um plano de ação é razoavelmente bem-sucedido na detecção de desvios
não intencionais, mas quando a construção deste plano é de um nível mais elaborado,
há uma relativa insensibilidade ao real ou potencial extravio de algumas etapas
adequadas em direção ao objetivo desejado; a relativa eficiência dos mecanismos de
detecção de erro depende decisivamente da mediação e adequação da retroalimentação
de informação e a qualidade desta última sofre crescente degradação à medida que o
plano de ação alcança níveis mais elaborados de controle.
26
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
Reason (2003) os conceitos de erro ativo e erro latente são utilizados pelo autor para
justificar a forma de manejo de erro por ele defendida, a abordagem do sistema. Os
erros ativos são atos inseguros cometidos por uma pessoa que está em direto contato
com o sistema e pode assumir variadas formas – deslize e lapso com base na habilidade,
enganos com base nas normas, enganos com base no conhecimento ou violações. O erro
latente é um ato ou ação evitável existente dentro do sistema e surge a partir de decisões
feitas por analistas, gerentes e pelo alto nível gerencial.
Para James Reason (2000) propõe o “modelo do queijo suíço no sistema de acidentes”,
que se adequa especialmente aos sistemas de alta tecnologia por eles terem várias
camadas defensivas: algumas são construídas como alarmes, umas são focadas nos
indivíduos que trabalham nas ações finalistas ou de ponta (cirurgiões, pilotos etc.)
e outras dependem de procedimentos e dos controles administrativos. Suas funções
são proteger potenciais vítimas e situações do risco casual. Na prática, as barreiras
defensivas são como fatias de queijo suíço, com muitos furos. Somente quando os furos,
nas várias camadas defensivas, estão momentaneamente dispostos em uma mesma
linha, permite-se que a trajetória do acidente venha a ocorrer. Os “orifícios” nas camadas
de defesa acontecem em função de erros ativos e de erros latentes. A distinção entre
erros ativos e latentes permite a distinção da contribuição humana na ocorrência dos
acidentes. “Os erros latentes são “patógenos residentes” inevitáveis dentro do sistema”
(REASON, 2000, p. 769) e são gerados por decisões tomadas pelos responsáveis
pelo desenho de seu funcionamento e que possibilita a ocorrência de dois tipos de
efeitos adversos: efeitos que podem provocar condições que se traduzem em erro no
ambiente de trabalho (equipamento inadequado, fadiga, inexperiência) e que podem
criar fragilidades e lacunas no sistema que se mantêm por longos períodos (alarmes
e indicadores que não são fidedignos, desenho e construção de processos de trabalho
deficientes etc.). Condições latentes podem permanecer imperceptíveis por anos a fio
até que se combinem com um erro ativo no sistema de modo a criar uma oportunidade
de acidente. Nesse caso, são acidentes de grande monta, tais como: acidentes aéreos,
27
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
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PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
Real
Ato Eficácia
Segundo Dejours (2007) o triângulo tecnológico do trabalho cujos vértices são o real,
o ego e o outro, criado por ele, descrevem as interações entre o sujeito que trabalha
e aqueles que compartilham do mesmo contexto laboral ─ o ego e o outro. Essas
interações estão submetidas às exigências da coordenação das atividades, que por sua
vez remetem à tradição. A tradição nesse contexto é uma condição sobre a possibilidade
de coordenação, não estando assegurada unicamente pelo cognitivo-instrumental, mas
supõe também relações e interações no registro da compreensão e do sentido, bem
como relações sociais de trabalho. O triângulo tecnológico, portanto, é atravessado
pelo ato na relação entre o ego e o real, pela tradição na relação entre o ego e o outro
e pela eficácia na relação o real e o outro. O ato, seja qual for o instrumento de que
faz uso, se propõe a uma mudança no mundo real. Para um ato ser considerado um
ato técnico, necessita da homologação de um grupo de sujeitos capacitados para julgar
se há continuidade ou ruptura do mesmo em relação à tradição, que é uma forma de
sedimentação das rotinas praticadas até então. O ato técnico, após ser considerado
como tal, e consequentemente, passar a fazer parte da tradição, contribui para que a
própria tradição se torne renovada. A eficácia, neste sentido, é a capacidade que o ato
técnico tem de transformar o mundo real. A eficácia não existe em si, ela passa por um
julgamento. E esse julgamento tem como fundamento ser uma atribuição do outro ao
qual o ego está ligado pela tradição. A complexidade desse processo faz-nos entrever
que é impossível prever-se tudo e ter-se o domínio sobre tudo de forma antecipada no
trabalho, portanto a falha humana frente à tarefa, no trabalho real, é inevitável.
29
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
fazendo com que esses mesmos sujeitos temam ser surpreendidos cometendo erros.
É comum que esses dois processos, tanto de liberdade criadora como de restrição à
tarefa de liberdade criadora e de restrição frente à tarefa, ocorram concomitantemente.
Esse espaço de manobra entre a organização do trabalho prescrito e o trabalho real
possibilita, por meio da inteligência astuciosa, que seja possível ao trabalhador lidar
com os reveses do real de forma criativa e transformá-los, incluindo-os no repertório das
ações prescritas. Processos, caso sejamos astuciosos, que se realizarão infinitamente.
Para Dejours (2007), o segredo confere poder a quem o detém, pois o coloca em
posição vantajosa de negociação na esfera social e econômica em relação aos colegas e
superiores, mas há reveses nesta questão. Primeiramente, o segredo é visto como desvio
da disciplina. O outro aspecto é o fato de lançar o sujeito na solidão e, consequentemente,
na dissimulação em relação à execução da tarefa. O quebra-galho no coletivo do trabalho
arrisca criar incoerência e desorganizar a coordenação das atividades e dos indivíduos,
isto é, desordenar aquilo que geralmente todos têm uma consciência clara. Para vencer
os inconvenientes do segredo, deve-se recorrer à visibilidade.
30
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
Para Lancman, Sznelwar (2004), a confiança, que diz respeito à promessa de equidade
nos julgamentos proferidos pelo outro sobre a conduta do ego, é o requisito da
visibilidade e também condição precípua à coordenação e cooperação. A confiança
possui também papel determinante no processo apontado por Dejours (2007). Como
o triângulo dinâmico do trabalho onde se dão as dinâmicas e inter-relações entre o
trabalho, o sofrimento e o reconhecimento inerentes à execução da tarefa no real (do
trabalho).
TRABALHO
Tra
SOFRIMENTO RECONHECIMENTO
Fonte: Lancman, Sznelwar, 2004.
Segundo Lancman, Sznelwar (2004) os julgamentos, nos quais a confiança tem sua
base de sustentação, dizem respeito às dificuldades práticas encontradas face ao real,
como resistência e revés à tarefa a ser executada e a qualidade dos arranjos produzidos
graças à engenhosidade. Esses julgamentos se dão sob duas óticas: utilidade e beleza.
O primeiro está relacionado à utilidade técnica ou econômica da atividade singular do
ego e confere ao ato técnico sua inscrição na esfera do trabalho. O segundo possui duas
faces. A primeira está relacionada à conformidade do trabalho ou serviço com as artes
do ofício e confere ao ego, no sentido qualitativo, o pertencimento ao coletivo ou à
comunidade de pertença. O segundo, mais comum, mas mais importante, consiste em
apreciar o que faz a distinção, especificidade ou até mesmo o estilo de trabalho. Tal
julgamento confere ao ego o reconhecimento de sua identidade singular dentro de um
coletivo de iguais e o julgamento é essencialmente proferido pelos pares.
31
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
Para Dejours (2007) as defesas cumprem um papel paradoxal, porém capital. Necessárias
à proteção da saúde mental contra os efeitos deletérios do sofrimento, as estratégias
defensivas também podem funcionar como armadilha que insensibiliza contra aquilo
que faz sofrer. Permite às vezes tornar tolerável o sofrimento ético, aquele que pode
experimentar ao cometer, por causa do seu trabalho, atos que condena moralmente.
Ou seja, infligir a outrem um “sofrimento indevido”, que pode causar sofrimento àquele
que assim age, mas também serem construídas defesas contra este sofrimento para
manter o equilíbrio psíquico.
33
CAPÍTULO 3
Prevenção dos erros de medicação
Através do sistema de medicação que cada dia é mais complexo, visto que para sua
realização se faz necessário o cumprimento correto de vários processos, como os de
prescrição do regime terapêutico, de dispensação e de preparo e administração do
medicamento, vários fatores, desde que não observados, tornam os erros frequentes nos
serviços de saúde e com serias consequências para pacientes, organizações hospitalares
e sociedade, podendo acontecer em qualquer fase e tendo como classificação em: erros
de prescrição, erros de dispensação, erros de administração e erros de monitoração das
reações.
34
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
De acordo com pesquisas das mais variadas descrevem que vários fatores podem
predispor à ocorrência dos erros de medicação, como excesso de trabalho, falta de atenção
durante os processos de prescrever, dispensar e de administrar os medicamentos,
falhas na comunicação entre as equipes e entre setores, falta de informação sobre o
paciente, dificuldade de acesso às informações sobre os medicamentos, além de fatores
ambientais e individuais.
35
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
36
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
esta lacuna que Pelliciotti e Kimura (2010) verificaram que os profissionais de unidades
de terapia intensiva de hospital privado que já relataram um erro tinham pior estado de
saúde quando comparados aos que nunca relataram.
Devido os pacientes estar mais susceptíveis aos erros de medicação devido à severidade
e à instabilidade de sua doença e porque necessitam, frequentemente, de intervenções
e de medicamentos de alto risco. Somando a este problema, estão aos altos índices de
medicamentos intravenosos geralmente prescritos para os pacientes nos hospitais, os
quais também estão associados aos erros de medicação.
De acordo com pesquisas que afirmam que os custos adicionais voltados para o tratamento
de danos decorrentes dos erros de medicação nos hospitais são responsáveis por $3,5
bilhões de dólares ao ano, o que torna estes incidentes políticas e financeiramente
intoleráveis, em decorrência de suas consequências para o paciente e do aumento dos
custos para as instituições de saúde e para a sociedade.
Diversos estudos informam que os índices de erros de medicação variam de acordo com
os estudos. Um a investigação conduzida em um hospital universitário nos EUA analisou
um total de 321 relatórios de erros de medicação, dos quais 72,5% foram atribuídos ao
processo de prescrição, 14,6% ao processo de administração, 6,6% ao de dispensação e
6,3% ao de transcrição. Outro estudo no mesmo país, conduzido durante um período
de dois anos, revelou um total de 1.010 erros de medicação notificados, sendo os mais
comuns os de prescrição (30%), os de dispensação (24%) e os de administração (41%),
não esquecendo os erros de prescrição, estudo realizado em um hospital de referencia
em Minas Gerais revelou que, dos 7.148 medicamentos potencialmente perigoso
identificados em 4.026 prescrições de 456 pacientes, houve erro em 44,5%, Isto é,
uma media de 3,3 erros por prescrição. Dentre os erros identificados, destacaram-se
erros de concentração do medicamento, omissão de forma farmacêutica e de via de
administração de medicamentos.
37
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
Segundo o art. 39 do código de ética Medica Brasileira afirma que as prescrições deve,
ser apresentadas de forma clara e legível. Além disso, a Lei no 5.991/1973 estabelece
requisitos que devem ser adotados durante a sua elaboração como: nome genérico do
medicamento, posologia, forma farmacêutica, duração do tratamento, quantidade,
identificação do prescritor, assinatura e data.
Entretanto vários, estudos mundialmente informam que nem sempre estes requisitos
são considerados pelos profissionais no momento de prescrever o tratamento
medicamento, favorecendo os erros de medicação.
38
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
39
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
40
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
Esse sistema deve acontecer de forma organizada, segura e tranquila para que assim os
profissionais consigam assegurar que os medicamentos serão devidamente dispensados
de acordo com as prescrições e consequentemente evitar possíveis falhas.
James (2009) a partir de uma analise de sessenta artigos, que investigaram erros de
dispensação em países como Estados Unidos, Austrália, Espanha e Brasil, concluíram
que, em geral, esses erros estão relacionados à dosagem, à rotulagem da droga e ao uso
de medicamentos errados, ou seja, que não foram prescritos.
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UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
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UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
Segundo Brasil (2013) pesquisas publicadas em 2003, demonstra que 79% das
consequências adversas para os pacientes foram atribuídas a desvios de procedimentos
durante a administração de medicamentos. De acordo com pesquisadores de Londres
as causas frequentes de erros na administração de medicamentos são prescrições
ilegíveis, ordens verbais, erros de transcrição e de rotulagem inadequada, além de
fatores pessoais como a falta de conhecimento, fadiga, estresse, doença e distrações.
44
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
Segundo Brasil (2013) algumas estratégias são apontadas, a seguir, com a finalidade de
prevenir os erros relacionados ao preparo e à administração dos medicamentos:
45
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
46
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE I
Segundo Brasil (2013) para prevenção dos erros de medicação e do risco de dano em
função da sua ocorrência é importante:
»» padronização de processos;
»» educação permanente;
›› paciente certo;
›› medicamento certo;
47
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE
›› via certa;
›› hora certa;
›› dose certa;
›› forma farmacêutica;
»» A prescrição verbal deve ser validada pelo prescritor assim que possível.
»» Quem recebeu a ordem verbal deve repetir de volta o que foi dito e ser
confirmado pelo prescritor antes de administrar o medicamento.
48
PACIENTE PELA
SEGURANÇA DOS UNIDADE II
PACIENTES
CAPÍTULO 1
Cultura de segurança centrada no
paciente, família e a segurança do
paciente
Segundo St. Pierre (2013) a cultura de segurança, por sua vez, é mais complexa e descreve
propriedades que estão presentes há um longo tempo e que não podem ser facilmente
mudadas. Envolve a análise profunda da organização, incluindo como os membros da
equipe interagem entre si, a fim de encontrar percepções comuns de segurança.
49
UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
De acordo com Leape (2009), a cultura de segurança deve estar alicerçada nos pilares:
»» cultura justa: as pessoas não são punidas por seus erros e falhas, mas as
violações não são toleradas;
50
PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
3. Ação: desenvolver a ação do plano, rever o plano com base nos indicadores
e corrigir sempre que necessário.
51
UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
Conforme Sorra (2004) trata-se de uma avaliação que permite diagnosticar a cultura
de segurança da organização e conscientizar os funcionários acerca do tema. Ainda,
essa ferramenta possibilita a realização de análises das intervenções realizadas na
organização e o acompanhamento de mudanças ao longo do tempo.
Por meio dessas abordagens podemos chegar a dois grandes métodos de mensuração:
os quantitativos e os qualitativos.
52
PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
Métodos quantitativos
53
UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
Outra questão abordada por alguns autores diz respeito à coleta e análise dos dados.
Considerando a existência de subculturas dentro das organizações, especulam-se quais
grupos devem ser abordadas na avaliação do clima e cultura de segurança, tais como
unidades de serviço, equipes de trabalho ou categoria profissional. Pronovost e Sexton
(2005) sugerem que a análise deve ser realizada na unidade de trabalho, enquanto Gaba
(2000) afirma que é importante explorar todos os níveis de análise, pois as informações
trazidas de diferentes grupos são complementares.
Apesar das limitações relatadas por alguns autores sobre a utilização de questionários
como instrumento de coleta de dados, este método ainda é considerado eficiente, sendo
o mais utilizado para avaliação da cultura de segurança por ser anônimo e possuir custos
reduzidos se comparado às abordagens qualitativas.
Métodos qualitativos
54
PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
No ano 2010, a Anvisa publica uma resolução voltada para a prevenção e controle das
infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), visando à segurança do paciente.
O regulamento possui o objetivo de instituir e promover a higiene das mãos nos
serviços de saúde do país, por meio da disponibilização de preparação alcoólica para
fricção antisséptica das mãos, de acordo com as diretrizes da OMS previstas na Aliança
Mundial para a Segurança do Paciente.
55
UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
56
PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
»» identificação do paciente;
»» segurança na prescrição,
»» prevenção de quedas.
Cabe ressaltar que, a contínua capacitação dos profissionais que atuam na Vigilância
Sanitária de Serviços de Saúde voltada para a Segurança do Paciente e Qualidade
pode permitir o reconhecimento de uma inteligência sanitária que considere seu
conhecimento para além da elaboração e inspeção de normas oficiais e de licenciamento
dos estabelecimentos, valorizando, especialmente, a orientação educativa e a aplicação
de medidas preventivas e de redução de Eventos Adversos em serviços de saúde.
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
Os EUA fez uma chamada estimulando a mudança na qualidade dos serviços de saúde e
com foco centrado no paciente como um fundamento essencial na melhoria da qualidade
na assistência à saúde, onde encontra-se registrado na publicação “Cruzando o abismo
da qualidade: um novo sistema de saúde para o século 21” do Instituto de Medicina.
58
PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
O grande desafio a ser conquistado e sustentado a longo tempo é prestar uma assistência
centrada nas necessidades dos pacientes pode parecer simples é um sistema complexo
para os serviços de saúde, o cuidado centrado no paciente engloba as qualidades de
empatia, compaixão e capacidade de resposta às necessidades, valores e preferências
expressas por cada paciente. Aplica-se a pacientes de todas as idades, e pode ser
praticado em qualquer ambiente de cuidados à saúde. É fundamentado em parcerias
mutuamente benéficas entre profissionais de saúde, pacientes e familiares.
O paciente tem o direito de determinar qual o familiar que vai representá-lo conforme
sua confiança e não determinado pelo profissional de saúde e o mesmo tem o direito de
ter o envolvimento dos familiares como parceiros críticos e ativos em todo o processo
do cuidar é um componente essencial no cuidado centrado no paciente, os familiares
são essenciais para tranquilizar o paciente nos momentos difíceis, oferecer informações
importantes sobre a história e a rotina, bem como atuar de forma crítica nos cuidados
prestados pelos profissionais da saúde e em situações onde o paciente não tem condições
de participar dos cuidados que lhe são prestados, como os pacientes pediátricos, aqueles
sob anestesia ou inconscientes, a responsabilidade pode ser passada para um membro
da família.
59
UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
Segundo Knoerl et al. (2011), os familiares podem ser envolvidos nos processos de
tomada de decisão, com potencial de tornarem-se peças-chave, ajudando o paciente a
adaptar-se a um novo comportamento. Existem diversas abordagens para conceituar o
cuidado centrado no paciente e família, que são descritas nos artigos, entretanto todas
contêm elementos comuns.
Segundo o Institute for Patient and Family Centered Care, os elementos fundamentais
do cuidado centro no paciente e família são:
De acordo com Picker Institute (2012) descreve oito dimensões primárias para o
cuidado centrado no paciente, são elas:
»» artes e entretenimento;
»» espiritualidade;
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
A implementação de uma cultura de segurança parece simples, porém pode não ser em
instituições de saúde em que o profissional de saúde é o foco deve-se agregar a atenção
para as necessidades dos pacientes e familiares e reavaliar e reestruturar por parte dos
administradores e profissionais responsáveis pela assistência ao paciente.
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PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
Empoderamento do paciente
»» habilidades do paciente;
Literacia em saúde
Ainda conforme Brasil (2013) a baixa literacia em saúde pode afetar qualquer pessoa de
qualquer idade, etnia, origem ou nível de educação. Uma pessoa pode ser alfabetizada
em geral, mas ter literacia em saúde baixa.
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
»» são feitos pedidos para levar os documentos escritos para casa, para
discutir com um cônjuge ou um filho;
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PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
Para Coulter e Ellis (2007) uma estratégia que combina informação oral e escrita pode
melhorar a experiência do paciente, ou seja, pode melhorar a sua compreensão sobre o
assunto.
Ainda segundo Brasil (2013), grande parte das pesquisas, iniciativas e estratégias de
envolvimento de pacientes e familiares como parceiros críticos e ativos no processo
do cuidado, estão relacionadas à higiene das mãos, visando uma melhor adesão a
essa prática pelos profissionais de saúde. Entretanto, as organizações de saúde devem
adaptar estratégias de sucesso existentes na literatura ou desenvolver novas, de acordo
com as necessidades de seu serviço. As estratégias de envolvimento de pacientes e
familiares podem e devem ser trabalhadas em diversas frentes, fortalecendo a cultura
de segurança centrada no paciente e família. A seguir, estão descritos alguns exemplos
de estratégias e iniciativas de envolvimento de pacientes e familiares.
Programa Ask Me
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
Conforme FNSP (2012) os pacientes devem ser encorajados a pedir para que os
profissionais de saúde realizem essas três perguntas a cada internação. Da mesma
forma, que os profissionais devem sempre incentivar seus pacientes a compreendam
as respostas.
Campanha Speak Up
»» prevenção de infecção;
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
VM, quando após serem orientados sobre a importância da cabeceira elevada, cumprem
essa medida e cobram dos profissionais de saúde para a sua manutenção.
Conforme Bittle e Lamarche (2009), onde o paciente foi auditor em uma unidade
ambulatorial. Na admissão o paciente era questionado se estaria disposto a observar
e registrar a adesão à HM dos PS. Quando o paciente aceitava era fornecido a ele uma
cartão amarelo com instruções de preenchimento no verso e um lápis, além de um frasco
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PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
de uso único contendo antibacteriano para higienizar as mãos, onde se lia “Seja um
parceiro na sua saúde”. Ao deixar a clínica, o paciente colocava o cartão de observação
em uma caixa amarelo brilhante. Um observador independente validou a precisão das
observações dos pacientes e em 65 encontros ocorreram 100% de concordância entre
as observações.
O resultado obtido com o paciente como observador foi uma adesão média à higiene
das mãos dos profissionais de saúde de 88%. O mesmo estudo apresentou a adesão
média à HM de 67,8% no ambiente hospitalar por meio de auditoria de observação
direta convencional realizada por profissionais de saúde treinados, demonstrando que
o envolvimento do paciente como o observador é uma solução viável. Além disso, os
pacientes relataram que eram gratos à instituição por estarem preocupados com seu
bem estar, o que mostra que a estratégia utilizada teve uma influência positiva.
Segundo Brasil (2013) uma das medidas mais importantes na prevenção e controle das
infecções relacionadas à assistência à saúde é a utilização das precauções padrão, bem
como das precauções específicas baseadas no modo de transmissão dos microrganismos
(contato, gotículas e aerossóis).
Para Brasil (2013) educar pacientes e familiares sobre as precauções faz com que eles
respeitem os protocolos e também fornece segurança em relação à prática que está
sendo executada e é fundamental que pacientes e familiares entendam o porquê das
precauções, quais são os equipamentos de proteção individual (EPI) que os profissionais
de saúde utilizam, e sejam encorajados a participar para garantir a sua segurança,
cobrando do profissional da saúde que ele utilize o EPI apropriado no momento em
que presta o cuidado. Além disso, os pacientes devem ser informados sobre porque eles
precisam usar uma máscara cirúrgica quando são transportados para outras áreas ou
unidades, garantindo a aderência a essa medida.
Anvisa (2013) o objetivo da tosse com etiqueta é prevenir que microrganismos sejam
transmitidos através da fala, espirro ou tosse. Os pacientes e seus familiares devem ser
ensinados a sempre usar um lenço de papel para cobrir sua boca e nariz quando for
tossir ou espirrar, higienizando as mãos em seguida, os pacientes também pode ser
orientado para reconhecerem sintomas como: tosse, espirro, coriza, dor de garganta,
manchas pelo corpo, e além de praticarem a tosse com etiqueta, colocarem máscaras
enquanto aguardam em uma recepção por exemplo.
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
Processos assistenciais
Segundo Brasil (2013), o paciente e sua família devem compreender que determinados
procedimentos e práticas visam prevenir a ocorrência de erros (por exemplo:
identificação do paciente antes da administração de medicamento, da coleta de exames
laboratoriais, na instalação de hemocomponentes, na realização de procedimentos
invasivos; medidas de redução do risco de queda etc.). Eles devem ser bem orientados
sobre a importância dessas medidas, e encorajados a alertar caso ocorra alguma não
conformidade no processo.
Eventos adversos
Segundo Brasil (2013), os serviços de saúde devem aprender com os eventos adversos, de
forma que o relato do evento e sua análise contribuam para que a situação não se repita
e os pacientes e seus familiares podem suspeitar que ocorreu um evento adverso antes
que os profissionais de saúde percebam. Envolver e orientar os pacientes e familiares
é fundamental, incentivando que comuniquem suas percepções e dessa forma possam
ajudar a diminuir o tempo entre a ocorrência e as medidas de ação.
Segundo Brasil (2013), pacientes com doenças crônicas devem ser parceiros ativos
no seu cuidado, no ambiente hospitalar, bem como na continuidade no domicílio. Os
profissionais de saúde devem educar os pacientes durante a internação e prepará-los
para alta é necessário que eles conheçam os medicamentos de uso diário; saibam
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PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
A comunidade deve ser envolvida como um todo, como uma forma estratégica em longo
prazo e estimular o engajamento do paciente na assistência, utilizando as seguintes
abordagens, conforme Coulter e Ellis (2007):
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CAPÍTULO 2
Segurança nutricional
Aplica-se aos colaboradores dos setores na prevenção e controle dos riscos referentes á
terapia nutricional para o paciente.
Responsabilidades
Compete ao Núcleo de Segurança do Paciente (NSP): elaboração, implantação
e capacitação de todos os colaboradores referente à segurança na terapia nutricional.
Receber e controlar as Notificações dos Eventos relacionados à terapia nutricional e
acompanhar o Plano de Ação corretivo.
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PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
Frequência/condições
Este procedimento operacional padrão deverá ser aplicado sempre antes de realizar
administração de dietas.
Condutas/passos
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
»» VRG maior ou igual a 150 ml, não instalar a NE, observar se há distensão
abdominal, avaliar a necessidade de abrir a sonda para drenagem.
Administrar medicação gastro cinética conforme prescrição médica;
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PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
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PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
Antes de Instalar a NP
»» conferir o rótulo;
»» o equipo deve ser trocado a cada troca de bolsa que não pode exceder a
24 horas de sua instalação.
»» iniciar a infusão;
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
Observações
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PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
»» Avalia o paciente.
Prevenção de broncoaspiração
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CAPÍTULO 3
Avaliação segura – criticidade do
paciente
»» temperatura (temp.).
Definições
MEWS: Modified Early Warning Score.
Aplicação
Unidades de Internação
Procedimento operacional
O MEWS é uma escala de alerta precoce que deve ser realizada pelo Enfermeiro na
admissão do paciente e a cada 24 horas, seguindo as ações do algoritmo (frequência de
aferição de SSVV e avaliação do escore MEWS, solicitação de avaliação médica,...) do
escore MEWS conforme a criticidade do paciente identificada.
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
Escala mews
SCORE 3 2 1 0 1 2 3
Frequência Respiratória ≤8 9-14 15-20 21-29 > 29
(irpm)
Frequência Cardíaca ≤ 40 41-50 51-100 111-129 > 129
(bpm)
Pressão Sistólica ≤ 70 71-80 81-100 101-199 ≥ 200
(mmHg)
Temperatura ≤35 35.1-36 36.1-38 38.1-38.5 ≥ 38.6
(C)
SNC ALERTA RESPONSIVO RESPONSIVO NÃO
AO A ESTIMULO RESPONSIVO
COMANDO DOLOROSO
VERBAL
Fonte disponível em : <https://www.google.com.br/search?espv=2&rlz=1C1WPZB_enBR698BR698&biw=1350&bih=611&tbm=
isch&sa=1&q=escala++DO+MEWS&oq=escala++DO+MEWS&gs_l=img.3...60594.64162.0.65382.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0....0...
1c.1.64.img..0.0.0.aikTCS7rnS0#imgrc=sVo0tFeRHprN5M%3A>
Algoritmo do mews
Admissão do
paciente
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PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
O PEWS é calculado para cada paciente, usando três parâmetros de avaliação (sinais
vitais e sinais de alerta/comportamento):
Definições
Aplicação
O PEWS é uma escala de alerta precoce que deve ser realizada pelo profissional de saúde,
na admissão do paciente e a cada 24 horas, bem como nas intercorrências clínicas com
crianças e neonatos, seguindo as ações do ALGORITMO do escore PEWS conforme
criticidade do paciente identificada.
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
Descrição
Aplicação
»» Aferição de SSVV.
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PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES │ UNIDADE II
SCORE 3 2 1 0
FR de 5irpm abaixo do FR > 20irpm acima do FR > 10irpm acima do FR dentro dos parâmetros
limite para a idade + limite para a idade OU limite para a idade OU normais para a idade
retração de fúrcula, tiragem
tiragem uso de musculatura +
ou roncos.
acessória
OU Ausência de tiragens ou
SISTEMA OU
OU retração de fúrcula.
RESPIRATÓRIO retração de fúrcula OU
50% FiO2.
30% FiO2
40% FiO2.
OU
OU
OU
Oxigenioterapia ≥ 8L/min.
Oxigenioterapia > 4L/min
Oxigenioterapia >6L/min.
SCORE ≥ 7: avaliar a cada 30min / SCORE 6: avaliar a cada 1h / SCORE 5: avaliar a cada 2 horas / SCORE 0-4: avaliar a cada 4h
Fonte: Royanne Lichliter, Jodi Thrasher. PEWS:Pediatric Early Warning Signs, Rapid Response Team, Code Blue. 2009.
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UNIDADE II │ PACIENTE PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES
Algoritmo do pews
Admissão do
paciente
Fonte: Adaptado do NHS Institute for Innovation and Improvement- UK, 2012.
88
Referências
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