Vídeo 1
A filosofia da linguagem apesar de se uma discussão contemporânea, remota a
filosofia antiga com Platão e Aristóteles.
Contra os sofistas Platão e Aristóteles buscaram, por meio da linguagem, a
busca do ser verdadeiro como finalidade da filosofia. Motivados pela polêmica
contra os sofistas tanto Platão quanto Aristóteles quando investigam a lógica da
linguagem se ocupam do discurso ontológico, da realidade. Só o discurso que
enuncia o ser pode ser considerado verdadeiro ou falso.
Aristóteles afirma que uma proposição afirma algo de algo ou nega algo de algo.
Para que haja uma proposição deve haver um entrelaçamento entre um ser e
um verbo. Por exemplo, Pedro anda. Pedro é o ser que realiza uma determinada
ação: andar. Para que haja uma proposição deve haver uma articulação entre
os termos sujeito e verbo. Essa articulação vai dar o sentido a proposição, logo
o sentido está no entrelaçamento dos termos. Quando dizemos: Pedro anda,
afirmamos o entrelaçamento entre o indivíduo e ação. O indivíduo e a ação
podem existirem separados. Quando enunciamos já fazemos uma escolha, nós
escolhemos seja pela afirmação ou negação do entrelaçamento. Desta forma,
determinamos um modo de representação da realidade. O discurso será
verdadeiro quando disser o que as coisas realmente são, e falso quando
disser o que as coisas realmente não são. Por exemplo, Sócrates é filósofo,
proposição verdadeira. Sócrates é músico, proposição falsa. Desta forma,
essa lógica da linguagem coloca os sofistas como produtores de discursos
falsos, falaciosos. Somente demonstrando a falsidade dos sofistas é que
se pode revelar a verdade do ser, pois os sofistas negavam a existência do
ser.
A proposição tem que ter um sentido e seu sentido é anterior a sua verdade ou
falsidade. O sentido da proposição Maria anda, independe se ela é verdadeira
ou falsa.
Os fundamentos ontológicos da linguagem remontam a Platão e Aristóteles.
2º Vídeo
A lógica ou a arte de pensar.
Lógica de Port-Royal não trouxe nada de novo, mas exerceu grande influência
sobre diversos filósofos. As concepções de Locke e Kant são exemplos dessa
influência.
Lógica de Port-Royal se dedica a problemas da teoria do conhecimento.
As operações lógicas são frutos de um espírito, de um ser pensante. Para Kant
define a lógica como a ciência das leis do entendimento, pois para ele a
faculdade do entendimento é subjetiva e não psicológica. Só será psicológica, à
medida que ela toma as operações ou atos do pensamento como ponto de
partida do estudo da lógica.
Os filósofos de Port-Royal definem a lógica como a arte de bem conduzir a razão
no conhecimento das coisas. Esta arte consiste no estudo e nas reflexões
que podemos fazer sobre as quatro principais operações: conceber, julgar,
raciocinar e de ordenar.
Esta lógica ao invés de se preocupar com a linguagem e a realidade, preocupa-
se com Linguagem-Pensamento-Realidade. Isso pode ser visto pela
concepção que Locke tem das palavras. Ao invés de tomar as palavras como
sinal das coisas na realidade, para ele as palavras são sinais das ideias da
mente. O que as palavras significam de imediato são ideias e não as coisas da
realidade, ou seja, as palavras indicam ideias e estas as coisas da realidade.
A quarta parte da Lógica de Port-Royal apresenta uma novidade, o discurso do
método de Descartes. Desta forma, Lógica de Port-Royal passa para a história
pela confusão entre lógica e epistemologia.
3º Vídeo
O Tractatus Logico-Philosophicus de Ludwig Wittgenstein é uma obra
fundamental para qualquer discussão da filosofia da linguagem contemporânea.
É um projeto crítico no sentido kantiano da palavra. Wittgenstein pretende nessa
obra estabelecer as condições e os limites da linguagem possível. O Tratactus
só investiga o uso representativo da linguagem, ou seja, é a linguagem como
representação do mundo que interessa ao Tractatus.
Wittgenstein partindo da nova lógica de Frege voltará a defender
radicalmente a lógica da linguagem de Platão e Aristóteles. Para
Wittgenstein não importa a representação do mundo como uma faculdade
mental dos sujeitos pensantes. Portanto, só o pensamento expresso pela
linguagem é dizível. O que a linguagem e o mundo possuem em comum é a
forma lógica. A forma lógica da linguagem espelha a forma lógica do mundo.
Desta forma, a representação do mundo pela linguagem se torna possível. A
estrutura da linguagem implica na estrutura essencial do mundo. Como a
linguagem é dos fatos, então a realidade é a totalidade dos fatos. A
linguagem dos fatos é a única que pode descrever as coisas tais como elas são
ou tais como elas não são.
O conceito de proposição é fundamental no Tractatus, proposições com
sentidos são figurações lógicas dos fatos. A proposição enquanto
figuração representa um estado de coisas possíveis no mundo. Se as
coisas do mundo são tais como a proposição figura, será verdadeira, o
contrário será falsa. O sentido proposicional é articulado e bipolar. O sentido
da proposição é logicamente anterior independentemente a sua verdade ou
falsidade. Se chegarmos a todas as proposições factuais verdadeiras, teremos
a ciência do mundo, mas a linguagem é a totalidade das proposições com
sentido e não a totalidade das proposições verdadeiras. A linguagem em sua
totalidade pode representar os mundos possíveis.
As proposições da física trata de fatos que podem empiricamente serem
verificados. Todas as proposições que não tratam de fatos contingentes do
mundo são tratadas pelo Tractatus de preposições sem sentido. Assim, as
proposições da filosofia, da ética, da religião, por não representarem fatos, são
consideradas sem sentido. Além do Tractatus afirmar que a linguagem é a
representação da realidade, ela faz uma separação dos fatos e dos valores.
Os valores valem, eles não são fatos, não são como as coisas são. Os valores
pertencem, então, ao que não pode ser dito. Wittgenstein com isso não nega a
ética, a religião, os valores, mas sua estratégia é protege-los do discurso
positivista da ciência. É por estar além dos fatos que os valores não se deixam
exprimir pela linguagem contingente.
4º Vídeo
Wittgenstein ficou insatisfeito com o Tractatus, depois de duas décadas depois
entrega à humanidade acadêmica sua obra “Investigações Filosóficas”, de
algumas rupturas que fez com o Tractatus, duas são significativas.
A Primeira, ao invés de falar de linguagem fala de jogos de linguagens.
Rompe com uma unidade da lógica, falará agora de diferentes gramaticas, de
multiplicidades de lógicas. Segunda ruptura, ao invés de conceber a
linguagem como ligadas as formas do mundo, o segundo Wittgenstein vai
ligar às formas de vida. Imaginar uma linguagem, é imaginar uma forma de
vida. No lugar dos fundamentos ontológicos encontra-se agora
fundamentos antropológicos, culturais, sociais e comportamental na
produção e do entendimento do sentido da linguagem. A concepção antiga
é pobre e não dá conta dos jogos complexos da linguagem. Por exemplo, a
referência que afirma que existe uma palavra, um pensamento para coisa no
mundo é pobre. Como um jogo de xadrez aprendemos o que fazer com as
palavras. As palavras são como ferramentas com diferentes funções.
Descrever jogos de linguagens implica descrever formas de vida, e não formas
do mundo, do pensamento e da mente.
Texto 1
No texto “Lógica e gramática em Aristóteles”, nos é apresentado o
tradado da interpretação feito por Aristóteles e transita na multiplicidade
das línguas e escritas de diferentes povos, para a unidade e identidade do
pensamento. Neste sentido de interpretar, os sons na fala são símbolos da
alma, e os escritos são símbolos da fala. Este tratado afirma a
complexidade do pensamento, e assim o da linguagem, para que se possa
atribuir o sentido de verdadeiro ou falso às proposições.
Produção Conceitual