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Universidade Federal da Paraíba

Centro de Tecnologia

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

- Mestrado - Doutorado

ANÁLISE DE UM COMPENSADOR ESTÁTICO PARALELO


MONOFÁSICO VISANDO A MELHORIA DO FATOR DE
POTÊNCIA

por

Adson Íkaro Silva Leite de Andrade

Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal da

Paraíba para obtenção do grau de Mestre

João Pessoa – Paraíba Novembro, 2011


ii

ADSON ÍKARO SILVA LEITE DE ANDRADE

ANÁLISE DE UM COMPENSADOR ESTÁTICO PARALELO


MONOFÁSICO VISANDO A MELHORIA DO FATOR DE
POTÊNCIA

Dissertação de mestrado apresentada ao


curso de Pós-Graduação em engenharia
mecânica da Universidade Federal da
Paraíba, em cumprimento às exigências
para obtenção do Grau de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Isaac Soares de Freitas

João Pessoa - Paraíba Novembro, 2011


iii

A553a Andrade, Adson Íkaro Silva Leite de.

Análise de um compensador estático paralelo monofásico


visando a melhoria do fator de potência / Adson Íkaro Silva Leite de
Andrade.--João Pessoa, 2011.

94f. : il.

Orientador: Isaac Soares de Freitas

Dissertação (Mestrado) - UFPB/CT

1. Engenharia Mecânica. 2. Filtro ativo paralelo. 3. Sistema de


controle. 4. Reativos e harmônicos – Compensação. 5.
Energia elétrica – qualidade.

UFPB/BC CDU: 621(043)


iv

ANÁLISE DE UM COMPENSADOR ESTÁTICO PARALELO


MONOFÁSICO VISANDO A MELHORIA DO FATOR DE
POTÊNCIA

por

Adson Íkaro Silva Leite de Andrade

Dissertação aprovada em 17 de novembro de 2011

Período letivo 2011.2

___________________________________________________

Prof. Dr. DARLAN ALEXANDRIA FERNANDES - UFPB

Examinador Externo

___________________________________________________

Prof. Dr. SIMPLÍCIO ARNAUD DA SILVA – UFPB

Examinador Interno

___________________________________________________

Prof. Dr. ISAAC SOARES DE FREITAS – UFPB

Orientador
v

João Pessoa - Paraíba 2011

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu pai Erivaldo e principalmente a minha mãe Márcia Jocélia,
pelo incentivo e apoio incondicional.

A minha tia Maria Jocilda e ao meu tio José Jocerlan que muitas vezes foram os meus
pais, e assim como eles me deram o incentivo e apoio necessário.
Aos meus irmãos Alexandre, Aline, Anderson e Ingrid, que sempre acreditaram e mim.
Dedico também ao amor da minha vida, Roselany Bernardino pelo apoio, carinho e
motivação dados.
vi

AGRADECIMENTOS

Ao Deus todo poderoso por ter me dado essa oportunidade de estudar e de seguir
os seus caminhos e por ter colocados pessoas maravilhosas na minha caminhada.
Ao meu orientador professor Isaac Soares de Freitas, que mesmo sem me conhecer
me aceitou para ser seu aluno, pela atenção, apoio e amizade.
Aos professores do PPGEM, pela atenção e cuidado dispensado a mim e aos
demais alunos, durante todo o curso de pós-graduação.
Aos meus companheiros de laboratório Alexander, Altemir, Pedro, Amanda e Átila
pela união, dedicação e disposição em sempre ajudar.
A minha namorada Roselany Bernardino da Silva que sempre me deu apoio e
atenção fundamentais para execução deste trabalho. Além da sua compreensão e
paciência durante todo esse período.
Aos meus pais Erivaldo e Márcia Jocélia, e os meus tios José Jocerlan e Maria
Jocilda pelos exemplos de honradez e pela preocupação em disponibilizar a mim e aos
meus irmãos a melhor educação possível.
Aos meus queridos irmãos Alexandre, Aline, Anderson e Ingrid e ao meu grande
amigo Silvano Bernardino e a sua esposa Josineuma Bernardino e aos seus filhos
Joicyane, Suellen Bruna e Silvano Filho pelas mensagens de apoio e presença nos
momentos de dificuldade ao longo desta caminhada.
Aos meus amigos Fernando da Silva Dias e família, Raphael W. M. Peixoto,
Petrov C. Lobo e a família da minha namorada, Roseane Gomes, Marcilio Bernardino
Mayara, Emanuel e Eliziany, pois, todos estiveram perto quando eu precisei.
Aos demais amigos que tiveram uma contribuição direta ou indireta para execução
deste trabalho.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) pelo
suporte financeiro.
vii

ANÁLISE DE UM COMPENSADOR ESTÁTICO PARALELO


MONOFÁSICO VISANDO A MELHORIA DO FATOR DE
POTÊNCIA

RESUMO
Este trabalho consiste no desenvolvimento de um sistema de controle do fator de
potência através da utilização de um filtro ativo paralelo. Para tal, o sistema de controle
do filtro é composto por uma malha externa de tensão e uma malha interna de corrente,
baseadas em controladores PI. Para o desenvolvimento do mesmo, observaram-se as
aplicações dos filtros ativos paralelos oferecidos pela literatura, onde se percebeu que
esse tipo de filtro é bastante utilizado para a correção do fator de potência, para o
desenvolvimento da técnica de controle foram feitas as modelagens do sistema e as suas
respectivas análises em regime permanente, após, modelado o sistema, os controladores
foram implementados via simulação numérica e validados através de uma bancada de
teste comandada via DSP onde foi implementado o algoritmo de controle e a técnica
PWM para o comando das chaves de potência.

Palavras chave: Filtro ativo paralelo, compensação de reativos e harmônicos, qualidade


de energia elétrica
viii

ANALYSIS OF A PARALLEL PHASE STATIC COMPENSATOR

ABSTRACT
This work consists of developing a control system power factor through the use of a
parallel active filter. To this end, the control system of the filter is composed of an outer
voltage loop and an inner current loop, based on PI controllers. For its development, it
was observed that the application of parallel active filters offered by the literature, where
it was realized that this type of filter is often used to correct the power factor for the
development of control technique were made in modeling system and their analysis in
steady state, after, the modeled system, the controllers were implemented and validated
by numerical simulation using a test bench where he was led via DSP algorithm
implemented PWM technique to control and command keys potency.

Keywords: parallel filter active, reactive compensation and harmonic power quality.
ix

SUMÁRIO

CAPÍTULO I .................................................................................................................... 1

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1

1.1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1


1.2 – PROBLEMAS NA QUALIDADE DE ENERGIA ................................................. 5
1.2.1 – Efeito dos harmônicos na qualidade de energia ............................................ 7

1.3 – INFLUÊNCIA DOS FILTROS ATIVOS PARA MELHORAR A QUALIDADE


DE ENERGIA ................................................................................................................ 11
1.3.1 – Classificação quanto à topologia ................................................................. 11

1.3.2 – Classificação quanto à técnica de controle e método de detecção de


componentes harmônicas ........................................................................................ 16

1.4 – HISTÓRICO DO DESNVOLVIMENTO DAS TÉCNICAS DE MELHORIA DA


QUALIDADE DE ENERGIA ........................................................................................ 18
1.5 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 20
1.6 – OBJETIVOS .......................................................................................................... 21
1.7 – ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................................... 21
CAPÍTULO II ................................................................................................................. 23

FILTRO ATIVO PARALELO ....................................................................................... 23

2.1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 23


2.2 – MODELAGEM DO FILTRO PARALELO.......................................................... 23
2.3 – ANÁLISE DE REGIME PERMANENTE............................................................ 25
2.3.1 – Análise de regime permanente senoidal ...................................................... 25
x

2.3.2 – Análise de regime permanente com a presença de componentes harmônicas


................................................................................................................................. 29

2.4 – CONCLUSÕES ..................................................................................................... 32


CAPÍTULO III ............................................................................................................... 33

SISTEMA DE CONTROLE .......................................................................................... 33

3.1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 33


3.2 – ESTRATÉGIA DE CONTROLE .......................................................................... 33
3.2.1 – Controle de corrente do filtro ativo paralelo ............................................... 34

3.2.2 – Controle de tensão do filtro ativo paralelo .................................................. 41

3.3 – CONCLUSÕES ..................................................................................................... 45


CAPÍTULO IV ............................................................................................................... 46

RESULTADOS DE SIMULAÇÃO ............................................................................... 46

4.1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 46


4.2.2 – Malha de controle da simulação. ................................................................. 47

4.2.3 – Resultados ................................................................................................... 48

4.3 – CONCLUSÃO ....................................................................................................... 51


CAPÍTULO V................................................................................................................. 53

RESULTADOS EXPERIMENTAIS ............................................................................. 53

5.1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 53


5.2 DESCRIÇÃO DO HARDWARE ............................................................................. 53
5.2.1 Processador Digital de Sinais (DSP) embarcado ........................................... 55

5.3 – MONTAGEM DO EXPERIMENTO .................................................................... 58


5.5 – EXPERIMENTOS QUANTIFICADOS ............................................................... 69
5.6 – CONCLUSÃO ....................................................................................................... 70
CAPÍTULO VI ............................................................................................................... 71

CONCLUSÃO E SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS............................... 71

6.1 – CONCLUSÕES ..................................................................................................... 71


6.2 – SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS .................................................. 72
APÊNDICE A – RESOLUÇÕES DAS EQUAÇÕES DE DEDUÇÃO E REGIME
PERMANENTE ............................................................................................................. 73
xi

A1 – MODELAGEM DO SISTEMA ............................................................................ 73


A2 – ANÁLISE EM REGIME PERMANENTE SENOIDAL ...................................... 75
A3 – ANÁLISE EM REGIME PERMANENTE COM PRESENÇA DE
COMPONENTES HARMÔNICAS ............................................................................... 81
REFERENCIAS ............................................................................................................. 90
xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1: Tensão e corrente em um sistema elétrico com cargas lineares ..................... 2
Figura 1.2: Tensão e corrente em um sistema elétrico com cargas não-lineares.............. 3
Figura 1.3: Problemas de qualidade de energia elétrica ................................................... 6
Figura 1.4: Esquema básico de um filtro ativo paralelo ................................................. 12
Figura 1.5: Esquema básico de um filtro ativo série ...................................................... 13
Figura 1.6: Configurações de filtros híbridos: (a) AS + PP, (b) AS em série com PP, (c)
AP + PP .......................................................................................................................... 14
Figura 2.1: Modelo do filtro ativo paralelo monofásico ................................................. 24
Figura 2.2 – Circuito equivalente a expressão (2.5) ....................................................... 25
Figura 3.1 – Diagrama de blocos da malha de controle ................................................. 33
Figura 4.1 – Planta da simulação .................................................................................... 47
Figura 4.2 – Sistema alimentando uma carga linear ....................................................... 49
Figura 4.4 – Formas de onda de tensão e corrente da rede monofásica alimentando uma
carga RL com fator de potência de aproximadamente 0,71 ........................................... 49
Figura 4.5 – Formas de onda tensão e corrente da rede monofásica alimentando uma
carga RL com o filtro operando, correção do fator de potência para aproximadamente 1
........................................................................................................................................ 50
Figura 4.6 – Sistema alimentando uma carga não-linear................................................ 50
Figura 4.7 – Tensão e corrente da rede monofásica alimentando uma carga não linear
sem filtro ......................................................................................................................... 51
Figura 4.8 – Tensão e corrente da rede monofásica alimentando uma carga não linear
com filtro ........................................................................................................................ 51
Figura 5.1 – Hardware montado para o acionamento do motor ..................................... 54
Figura 5.2 – Inversor montado com módulos da Semikron® ........................................ 54
xiii

Figura 5.3 – Foto do driver SKHI 23/12 (R) da Semikron® .......................................... 55


Figura 5.4 – Kit de desenvolvimento eZdspTM F28335com placa de proteção ............ 56
Figura 5.5 – Imagem do Osciloscópio do 1º experimento sem o filtro .......................... 59
Figura 5.6 – 1º experimento sem o filtro ........................................................................ 59
Figura 5.7 – Imagem do Osciloscópio do 1º experimento com o filtro.......................... 60
Figura 5.8 – 1º experimento controlada com o filtro ...................................................... 60
Figura 5.9 – Imagem do Osciloscópio da 2º experimento sem o filtro .......................... 61
Figura 5.10 – 2º experimento sem o filtro ...................................................................... 62
Figura 5.11 – Imagem do Osciloscópio do 2º experimento com o filtro........................ 62
Figura 5.12 – 2º experimento com o filtro ...................................................................... 63
Figura 5.13 – Imagem do Osciloscópio da 3º experimento sem o filtro ........................ 64
Figura 5.14 – 3º experimento sem o filtro ...................................................................... 64
Figura 5.15 – Imagem do Osciloscópio do 3º experimento com o filtro ........................ 65
Figura 5.16 – 3º experimento com o filtro ...................................................................... 65
Figura 5.17 – Imagem do Osciloscópio da 4º experimento sem o filtro ........................ 66
Figura 5.18 – 4º experimento sem o filtro ...................................................................... 67
Figura 5.19 – Imagem do Osciloscópio do 4º experimento com o filtro ........................ 67
Figura 5.20 – 4º experimento com o filtro...................................................................... 68
Figura 5.21 – Imagem do Osciloscópio do 4º experimento com o filtro ........................ 68
Figura 5.22 – 4º experimento com o filtro ...................................................................... 69
xiv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.3: Comparação entre filtro passivo e ativo ------------------------------------------ 14


Tabela 1.4: Técnicas de melhoria na qualidade de energia ---------------------------------- 20
Tabela 4.1 – Parâmetros da simulação ----------------------------------------------------------- 47
Tabela 4.2 – Ganhos dos controladores ---------------------------------------------------------- 48
Tabela 5.1 – Resultados dos fatores de potência ----------------------------------------------- 69
Tabela 5.2 – Resultados dos THD da Tensão --------------------------------------------------- 70
Tabela 5.3 – Resultados dos THD da Corrente ------------------------------------------------- 70
xv

LISTA DE ABREVIATURAS

C.C. corrente continua

DSP processador digital de sinais

tensão de entrada (V)

FD fator de deslocamento,

FP fator de potência

THD distorção harmônica total

h ordem das componentes harmônicas, h=1,2,..., h=1 componente fundamental

corrente do filtro (A)

corrente da fonte (A)

corrente com componentes harmônicas (A)

corrente da carga(A)

corrente eficaz (A)

corrente da fonte (A)

indutância do filtro (mH)

indutância de entrada (mH)

indutância de entrada + indutância do filtro (mH)


xvi

potência ativa (W)

potência média fornecida

PWM modulação por largura de pulso

resistência de entrada (Ω)

potência aparente (VA)

período da corrente e tensão (s)

tensão do filtro (V)

tensão do filtro paralelo (V)

tensão com componentes harmônicas (V)

tensão da carga (V)

tensão eficaz (V)

tensão da fonte de alimentação (V)

impedância de entrada

ângulo da fase de

ângulo da fase

ângulo de fator de potência da carga.


1

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1 – INTRODUÇÃO

Segundo Baliga, B. J. (1996) e Bose, B. K. (1998) antes da década de 90, a


principal preocupação com relação à qualidade de energia era se haveria continuidade
dos serviços, ou seja, os estudos eram voltados para o controle das interrupções de
energia e o controle dos níveis de tensões e freqüências com a finalidade de que eles
fossem mantidos em limites aceitáveis. Esses estudos eram realizados pelo fato da
grande maioria dos elementos ligados a rede consistia em cargas lineares e por essa
razão, uma vez que as tensões da alimentação são senoidais, as correntes consumidas
também eram senoidais e de mesma freqüência, podendo apenas se encontrar defasada
relativamente com a tensão conforme ilustrado na figura 1.1:
2

Figura 1.1: Tensão e corrente em um sistema elétrico com cargas lineares


Fonte: Revista o Electricista, nº 9, 3º trimestre de 2004, ano 3

Ainda segundo Baliga, B. J. (1996) e Bose, B. K. (1998) na década de 1990


que pode ser definida como a década do desenvolvimento dos sistemas de informação e
da eletrônica de potência. Segundo Thomas Wilson (2000) eletrônica de potência é: “A
tecnologia associada com uma conversão eficiente, controle e condicionamento de
fontes de potência por meios estáticos através de uma forma de entrada disponível e
uma forma de saída desejada, e o objetivo é controlar o fluxo provindo de uma fonte
elétrica para uma carga elétrica, com alta eficiência, alta disponibilidade, alta
confiabilidade, com pouco espaço, peso e baixo custo.” Com ela permitiu-se a execução
de tarefas que não eram possíveis anteriormente. Contudo, esses equipamentos têm a
desvantagem de funcionarem como cargas não-lineares tais como: fontes chaveadas,
conversores de tensão e corrente, lâmpadas fluorescentes, computadores, televisores,
sistemas de acionamento nas indústrias, fornos elétricos, entre outros. Esses
equipamentos consomem correntes não-senoidais, e dessa forma “poluem” a rede
elétrica com harmônicas como pode ser observada na figura 1.2:
3

Figura 1.2: Tensão e corrente em um sistema elétrico com cargas não-lineares


Fonte: Revista o Electricista, nº 9, 3º trimestre de 2004, ano 3

Ou seja, a preocupação passa a ser a presença de distúrbios na tensão como: queda de


tensão, sobretensão, faltas, entre outros. Esses distúrbios afetam diretamente a qualidade
de produção da indústria, devido ao aquecimento que provoca nos motores, fazendo – se
necessário uma maior manutenção, aumenta o risco do isolamento nos condutores
devido ao aquecimento e as sobretensões, perdas de capacitores, falhas em equipamentos
eletrônicos, interferência eletrônica, ruído, entre outros. Essa preocupação se deve pelo
fato do aumento considerável do uso da eletrônica de potência, pois, segundo Lamarre,
L. (1991) em documento para o (EPRI) “Electronic Power Research Institute”, em 1994
cerca de 35 – 40% da energia já fluía através de dispositivos eletrônicos e segundo Bose,
B. K. (2000) a estimativa no ano de 2000 era de que 60 – 65% de toda a energia
produzida nos Estados Unidos eram gastas com acionamento de motores.
A fim de minimizar os problemas existentes, foram criadas algumas normas
para reduzir os níveis de distorção harmônica e o controlar o fator de potencia mínimo.
Atualmente a regulamentação brasileira do fator de potência (FP) das unidades
consumidoras alimentadas a baixa tensão é de 0,92. A Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), em seu documento “Procedimentos de distribuição de energia elétrica
no sistema elétrico nacional – Prodist módulo 8 – qualidade da energia elétrica”, de 01
de janeiro de 2010 traz o seguinte texto:
4

“Para unidade consumidora ou conexão entre distribuidoras com tensão


inferior a 230 kV, o fator de potência no ponto de conexão deve estar compreendido
entre 0,92 (noventa e dois centésimos) e 1,00 (um) indutivo ou 1,00 (um) e 0,92 (noventa
e dois centésimos) capacitivo, de acordo com regulamentação vigente. Para unidade
consumidora com tensão igual ou superior a 230 kV os padrões deverão seguir o
determinado no Procedimento de Rede. Para unidade produtora de energia, o fator de
potência deve estar compreendido entre os valores estabelecidos nos Procedimentos de
Rede.”
.Conforme foi visto, as componentes harmônicas da corrente também
contribuem para o aumento da corrente eficaz, de modo que contribuem para o aumento
da potência aparente sem produzir potência ativa (supondo uma tensão senoidal). Assim,
uma correta medição do FP deve levar em conta a distorção da corrente, e não apenas a
componente reativa (na freqüência fundamental).
Para o controle da distorção harmônica enviadas para a rede foram criadas
as normas IEC 61000-3-2 e IEC 61000-3-4 pelo International Electrotechnical
Commission (IEC). A norma IEC 61000-3-2 foi criada em 2001, refere-se às limitações
das harmônicas de corrente injetadas na rede pública de alimentação. Aplica-se a
equipamentos elétricos e eletrônicos que tenham uma corrente de entrada de até 16 A por
fase, conectado a uma rede pública de baixa tensão alternada, de 50 ou 60 Hz, com
tensão fase–neutro entre 220 e 240 V. Já a norma IEC 61000-3-4 foi criada 1998 e pode
ser aplicado a qualquer equipamento elétrico ou eletrônico, cuja corrente de entrada seja
maior que 16 A. Sua tensão de alimentação deve ser menor que 240 V para
equipamentos monofásicos ou menor que 600 V para equipamentos trifásicos. A
freqüência nominal da rede pode ser 50 Hz ou 60 Hz.
A forma mais adequada de reduzir ou até mesmo eliminar esses problemas no
sistema elétrico é o uso de um sistema que compense este comportamento indesejável,
um sistema que seja capaz de manter o perfil senoidal da tensão e da corrente o mais fiel
possível. Esses sistemas atuam diretamente compensando os harmônicos oriundos do
sistema elétrico, a circulação de potência reativa, de forma que a fonte forneça apenas a
potência ativa necessária.
Esses sistemas são acoplados diretamente ao sistema elétrico, entre a
alimentação e a carga, atuando de forma a não permitir que distorções vindas da
alimentação passem para a carga, e eles também trabalham absorvendo as perturbações
provocadas pelas cargas. Dentre eles podemos citar: STATCOM, DVRs, UPS, filtros
5

passivos e filtros ativos que é o nosso objeto de estudo. Esse último se subdivide em
série, paralelo, híbrido e universal. Cada um desses sistemas atende a finalidades
distintas cuja aplicabilidade é levada em conta na hora de se optar em que sistema usar.

1.2 – PROBLEMAS NA QUALIDADE DE ENERGIA

Diz-se que há problemas na qualidade de energia quando há um desvio no


comportamento senoidal da tensão e corrente, seja ele na amplitude ou na freqüência,
vale salientar que um sistema ideal de transmissão de energia só há a componente
fundamental de freqüência. Existem vários fatores que contribuem para a deterioração
do perfil senoidal tais como:
 Distorção harmônica: quando existem cargas não lineares ligadas à rede
elétrica a corrente que circula nas linhas contém harmônicos e a queda de tensão
provocada pelos harmônicos nas impedâncias das linhas faz com que as tensões de
alimentação fiquem também distorcidas.
 Ruído (interferência eletromagnética): corresponde ao ruído
eletromagnético de alta-frequência, que pode, por exemplo, ser produzido pelas
comutações rápidas dos conversores eletrônico de potência.
 Inter-harmônicos: surgem quando há componentes de corrente que não
estão relacionadas com a componente fundamental (50 Hz); essas componentes de
corrente podem ser produzidas por fornos a arco ou por ciclo conversores (equipamentos
que, alimentados a 50 Hz, permitem sintetizar tensões e correntes de saída com uma
freqüência inferior).
 Interrupção momentânea: ocorre, por exemplo, quando o sistema elétrico
dispõe de disjuntores com religador, que abrem na ocorrência de um curto-circuito,
fechando-se automaticamente após alguns milissegundos (e mantendo-se ligados caso o
curto-circuito já se tenha extinguido).
 Afundamento de tensão (voltage sag): também conhecido por “cava de
tensão”, pode ser provocado, por exemplo, por um curto-circuito momentâneo num outro
alimentador do mesmo sistema elétrico, que é eliminado após alguns milissegundos pela
abertura do disjuntor do ramal em curto.
6

 Elevação de tensão (voltage swell): pode ser provocada, entre outros


casos, por situações de defeito ou operações de comutação de equipamentos ligados à
rede elétrica.
 Flutuação da tensão (flicker): acontece devido a variações intermitentes de
certas cargas, causando flutuações nas tensões de alimentação (que se traduz, por
exemplo, em oscilações na intensidade da iluminação elétrica).
 Micro-cortes de tensão (notches): consistem em pequenos cortes
periódicos na forma de onda da tensão, que resultam de quedas de tensão nas indutâncias
do sistema elétrico, ocorridas devido a cargas que consomem correntes com variações
bruscas periódicas (caso dos retificadores com filtro capacitivo ou indutivo).
 Transitórios: ocorrem como resultado de fenômenos transitórios, tais
como a comutação de bancos de condensadores ou descargas atmosféricas.
A figura 1.3 ilustra os perfis senoidais deteriorados conforme mencionamos
anteriormente.

Figura 1.3: Problemas de qualidade de energia elétrica


Fonte: Revista o Electricista, nº 9, 3º trimestre de 2004, ano 3
7

1.2.1 – Efeito dos harmônicos na qualidade de energia

Dos problemas citados na seção anterior, iremos nos deter principalmente,


na distorção na forma de onda provocada pelas componentes harmônicas, pois, esse é o
problema que mais contribui para a deterioração do perfil senoidal de tensão e corrente,
sabe-se também que esse é um problema que já vem sendo detectado desde meados da
década de 20 e 30 (Harmonic, W. G., 1983). Nesta época, a principal fonte de
harmônicos eram os transformadores, devido à saturação do núcleo magnético. Os
efeitos encontrados além da distorção da forma de onda eram:
 Aumento das perdas (aquecimento), saturação, ressonâncias, vibrações
nos enrolamentos e redução da vida útil de transformadores;
 Aquecimento, binários pulsantes, ruído audível e redução da vida útil das
máquinas elétricas rotativas;
 Disparo indevido dos semicondutores de potência em retificadores
controlados e reguladores de tensão;
 Problemas na operação de relés de proteção, disjuntores e fusíveis;
 Aumento nas perdas dos condutores elétricos;
 Aumento considerável na dissipação térmica dos condensadores, levando
à deterioração do dielétrico;
 Redução da vida útil das lâmpadas e flutuação da intensidade luminosa
(flicker – para o caso de ocorrência de subharmônicos);
 Erros nos medidores de energia elétrica e instrumentos de medida;
 Interferência eletromagnética em equipamentos de comunicação;
 Mau funcionamento ou falhas de operação em equipamentos eletrônicos
ligados à rede elétrica, tais como computadores, controladores lógicos programáveis
(PLCs), sistemas de controle comandados por microcontroladores, etc. (salientando que
estes equipamentos controlam freqüentemente processos fabris).
Resumindo as fontes de componentes harmônicas é qualquer dispositivo cuja
relação tensão/corrente não seja linear.
Segundo (Matias R. R., 2007) considerando o comportamento das componentes
harmônicas da tensão e da corrente, pode-se reescrever a expressão da potência
instantânea, contendo a presença de componentes harmônicos como:
8

onde h=1, é a componente fundamental.


Substituindo as equações (1.2) e (1.3) na equação (1.1), temos:

Onde é a fase de e é a fase de . Os valores rms de (1.2) e (1.3) são dados


por:

onde é o período de e , conseqüentemente a potência aparente é dada por:


9

a taxa de distorção harmônica total (DHT, ou THD em inglês) é definida como sendo:

Este índice reflete o nível de componentes harmônicos em relação à


componente fundamental. Para um bom funcionamento dos sistemas elétricos é
necessário que este índice tenha valores baixos ou toleráveis às normas que regem a
quantidade de harmônicos que podem ser emitidas para a instalação no ponto de
acoplamento comum tais como as normas IEC 61000-3-2 e IEC 61000-3-4 que já foram
mencionadas anteriormente. Pela substituição da equação (1.5) e (1.6) nas equações (1.8)
e (1.9), escrevendo-se e em função de THD temos:

Pode-se relacionar o fator de potência com o THD. Sabendo-se que quando há


apenas a componente fundamental em um sistema elétrico, o fator de potência é igual ao
fator de deslocamento , mas de forma geral o fator de
potência é definido como sendo a relação entre a potência ativa e potência aparente.
10

e pode-se escrever o fator de deslocamento como sendo:

para o fator de potência, levando-se em consideração a distorção harmônica, que é dado


por (Grady, W. M, Gilleskie R. J., 1993) temos:

como as potências produzidas pelas componentes harmônicas são muito pequenas em


relação à potência da componente fundamental , pode-se desprezar
a potência harmônica da equação anterior, com isso temos:

analisando a equação (1.15) percebe-se que a presença da distorção harmônica diminui o


fator de potência, ou seja, a presença de componentes harmônicas induz uma maior
circulação de potência reativa, e pode-se observar que quando a THD é zero, o fator de
potência é igual ao fator de deslocamento.
Sistemas para a compensação de harmônicos são desenvolvidos a fim de
dar outro caminho à circulação de harmônicos de forma que apenas a componente
fundamental circule entre a fonte e a carga. Várias técnicas vêm sendo desenvolvidas ao
11

longo do tempo e na próxima seção será apresentada uma revisão sobre as técnicas
empregadas para a compensação de harmônicos.

1.3 – INFLUÊNCIA DOS FILTROS ATIVOS PARA MELHORAR A


QUALIDADE DE ENERGIA

Neste tópico realizar-se-á uma introdução sobre o uso de filtros ativos para a
melhoria da qualidade de energia, pois, eles assumem diversas funções, tais como:
 Filtragem de componentes harmônicas;
 Compensação de potência reativa;
 Compensação de corrente de neutro;
 Regulação de tensão;
Os filtros ativos podem ser implementados por meio de conversor tipo fonte de
tensão (barramento capacitivo) ou conversor tipo corrente (barramento indutivo) e
elementos passivos para a filtragem de harmônicos provindos do chaveamento do
conversor.

1.3.1 – Classificação quanto à topologia

Quanto à topologia os filtros ativos se subdividem em:


 Filtro ativo paralelo;
 Filtro ativo série;
 Filtro ativo híbrido;
 Filtro universal (série + paralelo);

1.3.1.1 – Filtro Ativo Paralelo – Segundo (Akagi, H., 1994) essa subclasse dos filtros
constitui a mais importante e a mais amplamente utilizada na indústria. Eles injetam
uma corrente no nó do acoplamento entre a fonte de alimentação e a carga, conforme
mostrado na figura abaixo:
12

Figura 1.4: Esquema básico de um filtro ativo paralelo


Fonte: Dissertação de Rafael Rocha Matias

A finalidade do filtro é gerar uma corrente de filtro a partir da corrente da


carga de forma que quando se subtrair as correntes de resulte numa corrente
com apenas a componente fundamental. Além da compensação harmônica, o filtro
também contribui para compensação da potência reativa, ou seja, ele torna a corrente
em fase com a tensão de alimentação, elevando o fator de potência próximo do unitário.
Atualmente o filtro ativo paralelo é implementado utilizando-se um inversor, um
capacitor cc para armazenamento de energia e fornecimento de uma tensão cc e
elementos passivos, necessários para a redução das componentes harmônicas
provenientes do conversor. Ele opera sem consumir potência ativa, a menos das perdas
nos elementos passivos e no chaveamento dos semicondutores, realizando tanto a
compensação dos harmônicos quanto da potência reativa. Pelo fato desse tipo de filtro
utilizar apenas a potência reativa, não há necessidade de uma alimentação independente.

1.3.1.2 – Filtro Ativo Série – A finalidade desse filtro é aplicar uma tensão em série
com a fonte de alimentação, de modo que esta tensão seja somada ou subtraída da fonte
de alimentação, a fim de se manter o perfil senoidal de tensão para a carga, ou seja, a
carga não conteria harmônica e perturbações. O princípio do filtro série é ilustrado na
figura 1.5.
13

Figura 1.5: Esquema básico de um filtro ativo série


Fonte: Dissertação de Rafael Rocha Matias

Pode-se observar que a tensão da fonte de alimentação está


ocasionalmente distorcida, daí a tensão de filtro é gerada a partir da medição de
de forma que a soma, mediante o transformador conectado em série, resulte numa
tensão de carga puramente senoidal. Pelo fato da conexão do filtro série ser feita por
um transformador, a corrente da carga é a mesma que circula no filtro, essa talvez seja a
principal desvantagem dessa topologia, pois devido a esse fato tem-se que manipular
correntes da ordem da corrente de carga, resultando em maiores perdas de chaveamento.
Para reduzir a corrente que circula nos conversores se faz o uso da relação de
transformação do transformador, e nesse caso, a corrente diminui na mesma proporção
que a tensão aumenta.

1.3.1.3 – Filtros Híbridos – Esse tipo de filtro é uma combinação do filtro ativo com o
filtro passivo. A finalidade dessa configuração é reduzir as perdas do filtro ativo e
neutralizar as desvantagens do filtro passivo. Esse tipo de filtro possui várias
configurações, porém, daremos ênfase a três tipos:

 Filtro ativo paralelo com paralelo passivo (AP + PP);


 Filtro ativo série com paralelo passivo (AS + PP);
 Filtro ativo série em série com o filtro passivo paralelo (AS em série com PP);
14

Essas estruturas podem ser vistas na figura 1.6:

Figura 1.6: Configurações de filtros híbridos: (a) AS + PP, (b) AS em série com PP, (c)
AP + PP
Fonte: Dissertação de Rafael Rocha Matias

O uso desse filtro é mais adequado em aplicações de alta potência. Na


tabela abaixo é possível comparar o filtro passivo com o ativo, evidenciando algumas
desvantagens do filtro passivo.

Tabela 1.3: Comparação entre filtro passivo e ativo


Fonte: Dissertação de Rafael Rocha Matias

Filtros Passivos Filtros Ativos

Influência de um aumento Risco de sobrecarga e Sem risco de sobrecarga,


na corrente danos ao sistema mas perda de eficiência

Controle harmônico pela Muito difícil Possível via parâmetros


ordem

Controle de corrente Requer filtro para cada Monitoramento simultâneo


harmônica freqüência para varias freqüências
15

Influência da variação de Redução de eficiência Sem grandes efeitos


freqüência

Influência de uma Risco de ressonância Sem grandes efeitos


modificação de
impedâncias

Modificação da freqüência Não pode ser modificado Possível via reconfiguração


fundamental

Dimensões Grande Pequeno

Peso Elevado Baixo

A configuração mais usada desse tipo de filtro segundo, (Peng, F. P.; Akagi,
H.; Nabae, A., 1988) é o (AS + PP), essa configuração é utilizada onde se deseja
compensar a tensão da fonte e diminuir os harmônicos de corrente da carga, nesse caso,
o filtro passivo pode também ser sintonizado para altas freqüências. A configuração (AS
em série com PP) faz com que as características de filtragem fiquem independentes da
impedância da fonte e diminui a potência do filtro ativo usado isoladamente, tal estrutura
foi estudada pela (IEEE, 1991). A estrutura (AP + PP) é utilizada em aplicações onde é
indicado o uso de um filtro paralelo, tal estrutura geralmente é projetada para que o filtro
passivo compense os harmônicos de baixa ordem e o filtro ativo compense os
harmônicos de ordem mais elevada e a potência reativa. Existem outras configurações
que são apresentadas por (Singh, B., 2005).

1.3.1.4 – Filtros Ativos Universais – Esse tipo de filtro é originado da junção dos filtros
ativos série e paralelo. Essa estrutura possui as vantagens de cada filtro separadamente,
sua estrutura é composta de conversores, um para a compensação de tensão e outro para
a compensação de corrente, usualmente alimentados por um mesmo barramento
(capacitivo no caso mais comum, podendo também ser indutivo). Contudo, o seu sistema
de controle é mais complexo, devido ao maior número de sensores, maiores perdas de
chaveamento pelo fato de conter maior número de chaves e, como conseqüência de
possuir mais elementos o seu custo é maior do que os outros filtros ativos.
16

1.3.2 – Classificação quanto à técnica de controle e método de detecção de


componentes harmônicas

Essa é a parte mais importante do filtro ativo, pelo fato do controle ser
responsável pelo comando das chaves. O bloco de controle é o que envolve a medição e
condicionamento de sinais. No outro lado, tem-se a parte de comando das chaves onde é
feito um novo condicionamento do sinal de saída, já resultante da estratégia de controle,
para os drivers das chaves. Dentre as estratégias de controle que podem ser utilizadas,
podemos citar: controle por histerese, lógica fuzzy, redes neurais, entre outros. O
controle pode ser realizado tanto analogicamente que é menos comum, quanto
digitalmente, onde se tem o destaque do uso dos processadores digitais de sinais (DSP),
que são bastante utilizados para a implementação da estratégia de controle, ficando
responsável por todo tratamento matemático dos sinais.

1.3.2.1 – Controle em malha aberta – Segundo (Mehta, P.; Dahwish, M. K.; Thomson,
T., 1989) o controle em malha aberta é o tipo de controle que é menos comum e
raramente utilizado, porém, é uma estratégia de controle simples e pode ser empregada
onde se queira a eliminação de harmônicos pela injeção do terceiro harmônico e
dispositivos de cancelamento harmônico.

1.3.2.2 – Controle em malha fechada – É um tipo de controle que é comumente


utilizado por possuir uma ampla variedade de aplicações, com ele é possível ter um
controle dinâmico de atuação do filtro. Essa dinâmica provém da comparação da variável
de controle empregada com a referência desejada, de modo que essa diferença é
perceptível ao sistema de controle quando ocorrem variações no comportamento das
tensões e/ou correntes.

1.3.2.3 – Detecção no domínio do tempo – Nesse método os sinais são lidos e tratados
no próprio domínio do tempo. A teoria “p-q” desenvolvida por (Akagi, H.; Kanazawa,
Y.; Nabae, A., 1984 e Akagi, H.; Nabae, A., 1993) é amplamente utilizada. Ela se baseia
na transformação “α-β” de tensão e corrente para a obtenção dos sinais de controle. A
partir das correntes e tensões obtidas pela transformação, são calculadas as potências
ativas e reativas instantâneas, e as componentes harmônicas são separadas utilizando-se
filtros passa-baixa e passa-alta. Ao se utilizar a transformação inversa “α-β” os sinais de
17

compensação de tensão ou corrente são obtidos. No referencial “d-q” as variáveis são


transformadas sincronamente para um referencial girante com freqüência da componente
fundamental, desse modo, as variáveis tornam-se cc e os sinais de comando baseado no
conteúdo harmônico são retirados.

1.3.2.4 – Detecção no domínio da freqüência – Esse método se baseia na teoria de


Fourier, por meio da qual os sinais de tensão ou corrente são extraídos para o comando
de compensação. A sua forma de implementação é normalmente encontrada conforme a
subdivisão mostrada a seguir:

 Transformação Rápida de Fourier (FFT) – Neste método é empregado o


algoritmo FFT para a resolução da série de Fourier. Esse método consiste na geração dos
sinais de compensação no domínio do tempo pela transformação inversa da FFT após a
separação dos sinais harmônicos, após isso os sinais são enviados para a determinação
dos comandos de abertura e fechamento das chaves de cada braço do conversor. Esse
método não é indicado para sistemas de dinâmicas rápidas.
 Multiplicação dos senos – Neste método ocorre uma multiplicação do sinal de
corrente por um seno de freqüência fundamental e o resultado é integrado. Este resultado
é equivalente a uma filtragem passa-baixa. Esta técnica é semelhante a anterior.
 Fourier recursivo – Segundo (El-Habrouk, M. A., 1998) este método utiliza o
conceito de janelas deslizantes, que se move a cada instante de amostragem. Para a
utilização dessa técnica é feita uma modificação na resolução da série de Fourier, de
forma que a componente fundamental é calculada e esta é utilizada para separar todas as
componentes harmônicas presentes no sinal amostrado. São criados dois arranjos para
armazenamento dos componentes do seno e cosseno e os novos valores calculados a
cada subciclo de amostragem são atualizados continuamente. Esta técnica apresenta uma
velocidade de resposta superior que as mencionadas anteriormente e é perfeitamente
aplicável a sistemas monofásicos.
18

1.4 – HISTÓRICO DO DESNVOLVIMENTO DAS TÉCNICAS DE MELHORIA


DA QUALIDADE DE ENERGIA

Aproximadamente entre 1910 até 1960, as cargas não-lineares eram


produzidas por grandes usuários industriais eletroquímicos ou eletrometalúrgicos. Estes
desenvolveram um meio de limitar as correntes harmônicas produzidas no seu processo.
A primeira forma de retificação elétrica foi realizada por meios mecânicos. Uma peça do
acionamento de um motor elétrico fisicamente fecha e abre uma chave no instante
preciso da onda de tensão senoidal para fornecer tensões e correntes continuas para a
carga. Porém, os retificadores mecânicos foram rapidamente substituídos por
equipamentos estáticos, incluindo diodos de mercúrio, selênio e silício, tiristores (SCRs)
e finalmente GTOs. Porém, a primeira forma de compensação das componentes
harmônicas empregados na engenharia elétrica foi o uso de elementos passivos tais
como: indutores, resistores e capacitores, atuando como filtro. O uso desses filtros
começou no inicio do século XX e resolvia bem o problema das componentes
harmônicas encontradas, mas na medida em que os níveis de distorção harmônica foram
aumentando, foi necessário o desenvolvimento de novas técnicas de compensação.
Entre outras técnicas utilizadas pode-se citar: injeção do terceiro
harmônico desenvolvida por Bird, B. M.; Marsh, L. F.; Mclellan, P. R. (1969), podemos
citar também a técnica de refinamento da injeção de corrente (que é um desenvolvimento
da técnica anterior) feita por Ametani, A. (1972). Wilson, T. G. (200) cita o amplificador
magnético, desenvolvido por E. F. W. Alexanderson da General Eletric Company em
1912, como sendo o primeiro dispositivo a atender os objetivos da eletrônica de
potência.
Em 1971 Sasaki e Machida introduziram o conceito de compensação
ativa, que segundo (Clark, S. L.; Famouri, P.; Cooley, W. L., 1994) este método se
apresenta de uma forma geral, como um método que se baseia em retirar uma amostra da
corrente da carga que se deseja eliminar do ponto de vista da fonte, amplificá-la e inseri-
la em um tap extra do transformador entre a carga e a fonte, de forma que esta corrente
provoque um fluxo contrário ao fluxo provocado pelos harmônicos.
Em 1976 Gyugyi e Strycula propuseram uma família de sistemas de filtros
ativos baseados no inversor da fonte de corrente com modulação PWM e no inversor
fonte de tensão também com modulação PWM. Eles apresentaram um sistema que
consistia no chaveamento de uma simples ponte de transistores aos pares, para produzir
19

uma forma de onda de corrente de dois níveis, este trabalho foi pioneiro na compensação
ativa de harmônicos. Com a publicação de (Mohan, N. et al, 1977), os princípios básicos
dos filtros ativos foram finalmente estabelecidos.
O desempenho do filtro ativo está fortemente relacionado aos dispositivos
semicondutores empregados, e na estratégia de controle empregada. Somente com
desenvolvimento de chaves tipo disparo e bloqueio controlado é que foi possível
implementar os filtros paralelos de forma mais fácil e pratica, o que aconteceu por volta
de 1980. Em 1984 houve um salto na estratégia de controle, pois, Akage et al
propuseram a teoria “p-q” e desenvolveram uma topologia de conversor tipo PWM-VSC
para a compensação da potência reativa instantânea. O avanço trazido por esta estratégia
de controle foi à eliminação de uma fonte de alimentação dedicada para o filtro ativo,
pois se mostrou que a compensação, tanto harmônica quanto reativa, pode ser realizada
sem o uso de potência ativa.
Outras técnicas surgiram no decorrer do tempo e na tabela abaixo contém
de forma resumida a evolução dessas técnicas:

Métodos Autores Características

Compensação de Sasaki e Machida Produz um fluxo magnético oposto ao fluxo


Fluxo Magnético produzido pelos harmônicos.
(1971)

Injeção de Bird, et al Injeta o terceiro harmônico de corrente


harmônicos
(1969)
específicos
A.Ametani Generalização do método de Bird.

(1972)

Filtragem ativa Gyugyi e Strycula Injeção de correntes usando PWM VSC e


de harmônicas CSC.
(1976)
usando inversores
PWM Akagi, et al Introdução da teoria “p-q” e
desenvolvimento de um PWM-VSC para a
(1984)
compensação de potência reativa.
20

Hayashi, et al Injeção de uma corrente usando o PWM-


CSC, o filtro é controlado pelo domínio da
(1988)
freqüência.

Kim, et al Injeção de corrente usando PWM

(2004)

Fisher e Hoft Condicionamento trifásico

Shashani Compensador estático VAR com GTOs

Morán. et al Compensador de fator de potência e


harmônicos usando PWM-VSC.
(2000)

Enjeti, et al Técnicas programadas de PWM

(1988)

Chow, et al PWM +Filtro Ativo

Williams e Hoft Condicionamento de linha: Uma ponte a


GTO + PWM.

Tabela 1.4: Técnicas de melhoria na qualidade de energia


Fonte: Dissertação de Rafael Rocha Matias

1.5 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Entre as utilizações do filtro ativo paralelo podemos citar que Alexandre


Rodrigues Vaz (2006) utiliza o filtro ativo paralelo como pré-regulador boost trifásico e
como interface entre uma fonte alternada de energia C.C. e o sistema de potência. Já
Dirk Lindeke (2003) utilizou dois filtros ativos paralelos de 1kVA para controlar a
corrente por valores médios instantâneos, onde ele utilizou o controle analógico em um
dos filtros e um controle digital por DSP no outro. Por outro lado Murilo De Pieri Fenili
(2007) utilizou o filtro ativo paralelo monofásico para corrigir o fator de potência de
cargas com elevado conteúdo de componentes harmônicas e para esse controle ele
utilizou a técnica de controle por monitoramento da corrente da carga e o controle por
21

monitoramento da corrente de rede. Já Angelo Feracini Neto (2009) apresentou um


estudo de três topologias de Filtros Ativos Paralelos de Potência aplicados a sistemas
elétricos trifásicos a quatro fios: Split-Capacitor, Four-Legs e Three Full-Bridge, onde
ele utilizou um método de compensação para sistemas trifásicos a quatro fios, o qual é
baseado num método de compensação para sistemas monofásicos no referencial síncrono
(SRF –Synchronous Reference Frame). Por outro lado Rodrigo Augusto Modesto (2007)
apresenta um método de compensação ativa de potência, aplicado a um filtro ativo
paralelo (FAP) monofásico, onde a estratégia proposta para gerar a corrente de referência
de compensação para o filtro ativo paralelo é baseado no sistema de eixos de referência
síncrona (SRF – Synchronous Reference Frame). Já Paulo Vitor Silva (2010) utilizou o
filtro ativo paralelo aplicado a um gerador de indução trifásico, onde a sua estratégia de
controle voltou-se para o controle de excitação da máquina e para a minimização das
componentes harmônicas na corrente de saída do gerador.

1.6 – OBJETIVOS

Este trabalho tem a finalidade de mostrar a utilização dos filtros ativos


paralelos monofásicos para a correção do fator de potência e o filtro de componentes
harmônicas, conforme visto anteriormente. Os filtros ativos paralelos possuem diversas
aplicações e dentre elas podemos perceber que a utilização para correção do fator de
potência e para eliminação de componentes harmônicas são bastante utilizadas, o que irá
diferenciar o nosso trabalho dos demais oferecidos pela literatura é a técnica de controle
a ser utilizada que para o nosso caso, foi utilizada para o controle do filtro um
controlador de malha externa de tensão e um controlador de malha interna de corrente,
que tem por objetivo controlar a tensão no barramento C.C. e a corrente de entrada, de
modo que com o controle dessas duas variáveis o fator de potência seja corrigido.

1.7 – ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

A estrutura geral desse trabalho é descrita nos parágrafos a seguir:


No primeiro capítulo a uma revisão bibliográfica sobre os motivos que levaram
ao nosso estudo, bem como, as diversas estratégias de soluções, nele também se encontra
o objetivo pelo qual foi feito este trabalho.
22

No segundo capítulo nós analisaremos de fato o filtro ativo paralelo, nele irá
conter uma introdução sobre esse tipo de filtro, como foi feita a modelagem do mesmo e
também foram feitas as analises do filtro em regime permanente.
No terceiro capítulo, abordar-se-á o sistema de controle do filtro, nele irá conter
uma introdução sobre o sistema de controle, as modelagens dos controladores que irão
ser utilizados e também irá se falar do controle do chaveamento (PWM).
No quarto capítulo foram iniciados os testes da utilização do filtro ativo
paralelo, em nível de simulação e foram feitas as devidas analises.
No quinto capítulo foram feitas toda a parte experimental de modo que irá
conter varias montagens, sendo analisadas caso a caso.
No sexto e último capítulo irá conter a parte de conclusão da obra, bem como,
sugestões para trabalhos futuros.
23

CAPÍTULO II

FILTRO ATIVO PARALELO

2.1 – INTRODUÇÃO

Neste capítulo é desenvolvida a modelagem e analise de regime permanente do


filtro ativo paralelo. Como mencionado anteriormente, o filtro ativo paralelo é utilizado
para a compensação da corrente da carga, fazendo com que a corrente da fonte só possua
a componente fundamental e esta esteja em fase com a tensão, porém, este mesmo filtro
pode também ser utilizado para a compensação da tensão de carga.
Pela modelagem do sistema podem-se obter as equações que regem o sistema a
ser estudado e a partir destas equações poderemos fazer o projeto dos controladores. Pela
análise do regime permanente do sistema, podemos conhecer os valores de tensões e
correntes do mesmo, assim podendo observar os efeitos do fator de potência da fonte na
tensão de carga.

2.2 – MODELAGEM DO FILTRO PARALELO

Neste presente caso, utilizou-se o modelo do filtro ativo paralelo monofásico


que pode ser observado na figura 2.1:
24

Figura 2.1: Modelo do filtro ativo paralelo monofásico

Neste modelo representa a tensão de entrada, representa a tensão do filtro


paralelo. , , representam respectivamente, as correntes da fonte, do filtro e da
carga. Pela analise do modelo monofásico, desprezaremos a resistência das indutâncias,
chegando às seguintes equações:

Manipulando as equações (2.1), (2.2), (2.3) e (2.4) conforme mostrado no apêndice A1,
obtém-se:

O circuito equivalente para expressão obtida pode ser observado na figura 2.2:
25

Figura 2.2 – Circuito equivalente a expressão (2.5)

2.3 – ANÁLISE DE REGIME PERMANENTE

2.3.1 – Análise de regime permanente senoidal

Nessa seção serão feitas as análises de regime permanente do filtro ativo


paralelo, desprezando as resistências das indutâncias e aplicando uma entrada senoidal
com fator de potência unitário. Para as condições apresentadas utilizaremos expressões a
seguir:

Sabendo-se que se utiliza o sinal + para potência positiva na fonte e o sinal –


para potência negativa na fonte.

Sabe-se que:
26

Sabe-se que é a potência média fornecida (ou absorvida) pela fonte e


entregue (ou recebida) a fonte .
Quando o circuito alimentar uma carga linear passiva com , tem-se:

Onde é o ângulo de fator de potência da carga. Logo a potência na carga é:

Manipulando a expressão (2.13), chegaremos à expressão:

Portanto a potência média na fonte é idêntica a potência na carga, logo, obtém-


se a seguinte expressão:

Portanto:

Manipulando as equações conforme o apêndice A2, tem-se:


27

Percebeu-se, que se o , então ,

portanto, tem-se:

Percebeu-se também, que se o , então o

, portanto, tem-se:

A tensão agora será dada por:

Sabendo-se que e são definidos no apêndice A2, sabe-se que a derivada de


para é:

Logo:
28

Seja,

Logo:

Como:

De modo análogo a condição de sabemos que quando o


teremos as seguintes expressões:

Logo:

Como foi definida pela expressão (2.23), substituir-se-á a expressão (2.23)


na expressão (2.27). Logo:

Utilizando-se , logo, percebe-se que a tensão é:


29

Logo, pode-se observar que a potência na fonte será:

Manipulando a expressão (2.30), obtém-se:

Percebeu-se que a potência na fonte é a mesma tanto para o


quanto para o . Ou seja, não há potência média fornecida por devido
a esse fator percebeu-se que o filtro não precisa de fonte de potência ativa.

2.3.2 – Análise de regime permanente com a presença de componentes


harmônicas

Nessa seção serão feitas as análises de regime permanente do filtro ativo


paralelo, para uma carga que possui a presença de componentes harmônicas, para essa
análise irão se desprezar as resistências das indutâncias.
Para a análise do regime permanente, iremos utilizar as expressões (2.6), (2.7),
(2.8), (2.9), (2.10), (2.11) e (2.23).
De modo análogo a expressão (2.23), percebe-se que a expressão da
indutância da fonte é:

Com a presença das componentes harmônicas na carga, tem-se:

Fazendo as manipulações conforme mostrado no apêndice A3, tem-se:


30

Com isso percebemos que é puramente AC. Já o termo :

Manipulando (2.35) tem-se:

Com isso percebemos que é puramente AC. Logo:

Manipulando (2.37) tem-se:

Com isso percebemos que é puramente AC. Logo:

Manipulando a expressão (2.39) tem-se:


31

Manipulando a expressão (2.40) tem-se:

Manipulando a expressão (2.41) tem-se:

Manipulando a expressão (2.42) tem-se:

Manipulando a expressão (2.43) tem-se:

Manipulando a expressão (2.44) tem-se:


32

Manipulando a expressão (2.45) tem-se:

Podemos observar que para , teremos termos de potência puramente AC


em . Por outro lado quando , teremos o termo AC e o termo
será zero. Ou seja, o valor médio de também é zero. Ou seja,
é puramente AC.

2.4 – CONCLUSÕES

Neste capítulo foi analisado o filtro ativo paralelo. Nele foi realizada a
modelagem do sistema, onde foi possível analisar o efeito do controle do fator de
potência (FP=1) em regime permanente para cargas lineares, onde se pode perceber que
não há potência média fornecida pela fonte já que ela é a mesma tanto para o
, quanto para o . Está analise também foi feita para
cargas que possuem componentes harmônicas e podemos observar que o comportamento
fundamental se dá conforme feito para a carga linear e devido a esse comportamento
percebeu-se que não se precisou de potência na fonte .
33

CAPÍTULO III

SISTEMA DE CONTROLE

3.1 – INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentado o sistema de controle para o filtro ativo paralelo.


O sistema de controle aqui descrito envolve a modelagem dos controladores utilizados
bem como o diagrama de blocos do sistema.
Para um filtro ativo, o sistema de controle é o maior responsável pelo seu
desempenho, assim, ele deve atuar, de forma que, se comporte como um regulador do
fator de potência.

3.2 – ESTRATÉGIA DE CONTROLE

Na figura 3.1 pode-se observar a malha de controle:

Figura 3.1 – Diagrama de blocos da malha de controle


34

3.2.1 – Controle de corrente do filtro ativo paralelo

Pela analise da figura (2.1) pode-se observar:

Sabendo que:

Substituindo a expressão (3.2) na expressão (3.1), tem-se:

Expandindo a expressão (3.3), obtém-se:

Sendo:

Substituindo as expressões (3.5) e (3.6) na expressão (3.4), obtém-se:

Sendo:
35

Sendo:

Logo, substituindo a expressão (3.9) na expressão (3.8) tem-se:

Substituindo a expressão (3.10) na expressão (3.7), obtém-se:

Aplicando a transformada de Laplace na expressão (3.11), obtém-se:

Onde:

Logo, a função de transferência da planta será:


36

Manipulando a expressão (3.14), tem-se:

Manipulando a expressão (3.15), tem-se:

Sendo:

Substituindo as expressões (3.17) e (3.18) na expressão (3.16), obtém-se:

Sabemos que:

Logo:

Assim a função de transferência será dada por:


37

Substituindo a expressão (3.20) na expressão (3.19), tem-se:

Logo:

Assim:

Logo:

Logo a função de transferência em malha aberta será:

Como a expressão do controlador é dada por:

Aplicando a transformada de Laplace nas expressões do controlador tem-se:


38

Logo,

Assim:

Portanto:

Substituindo a expressão (3.32) na expressão (3.33), obtém-se:

Logo:

Assim:
39

Manipulando a expressão (3.36), tem-se:

Sendo:

Logo:

Voltando para a função de transferência em malha aberta, expressão (3.25),


tem-se:

Manipulando a expressão (2.42), obtém-se:


40

Substituindo as expressões (2.39) e (2.40) na expressão (3.43), obtém-se:

Manipulando a expressão (3.44) tem-se:

Substituindo as expressões (3.17) e (3.18) na expressão (3.45), obtém-se:

Logo:

Sendo:

Substituindo a expressão na expressão , obtém-se:

Manipulando a expressão (3.49) tem-se:


41

3.2.2 – Controle de tensão do filtro ativo paralelo

Ainda pela análise da figura (2.1) tem-se:

Com isso temos que a expressão (3.51) é a potência do gerador. Logo, as


expressões (3.52) e (3.53) são as potências recebidas.

Então:

Utilizando as expressões (2.14), (2.15), (2.16) e (2.20), substituindo nas


expressões (3.51) e (3.52) tem-se:

Manipulando a expressão (3.54) tem-se:


42

Substituindo as expressões (3.53), (3.55) e (3.56), na expressão (3.57) tem-se:

Seja uma perturbação e definida segundo a expressão abaixo, tem-se:

Logo,

Se assumirmos que o fator de potência é unitário e , tem-se:

Como é definido como:

Logo,

Substituindo a expressão (3.61) na expressão (3.63) tem-se:

Sendo:
43

Logo,

Aplicando Laplace, obtém-se:

Assim:

Adicionando um controlador PI , logo a malha fechada da entrada

será:

Com isso teremos um erro nulo para entrada degrau.


Pela análise da equação (3.69) podemos observar que para o nosso caso a
melhor situação seria se tivéssemos os pólos reais e para obtermos os pólos reais teremos
que ter o ganho proporcional maior que o ganho integral . Como o controlador
foi projetado através de uma simplificação do sistema real o ajusto do controle PI será
feita empiricamente.

3.2.3 – Modulação PWM

Existem formas diferentes de comando das chaves do inversor, sendo utilizada


neste trabalho a técnica de modulação por largura de pulso, do inglês Pulse-Width
44

Modulation (PWM), cujo objetivo é alimentar a máquina com tensões trifásicas variáveis
a partir de um inversor trifásico de tensão.
O processo consiste na comparação de dois sinais de tensão, um de baixa
frequência (referência) e outro de alta frequência (portadora), resultando um sinal
alternado com frequência fixa e largura de pulso variável. Podendo ser explicado em
duas fases: modulação do sinal de tensão fundamental de referência segundo a alta
frequência da portadora, obtida pelo chaveamento do inversor; demodulação ou
recuperação do sinal fundamental da tensão através da corrente da máquina.
Segundo (J. Holtz, 1994; A.M. Trzynadlowski, R. L. Kirlin e S. F. Legowski,
1997; O. Ojo e P. M. Kshirsagar, 2004) a modulação PWM pode ser usado para gerar a
propagação de sinais para o sistema.
Considerando que vg* e vl* são as tensões de referência desejada, as
tensões de pólo de referência pode ser expressa como:

As relações (3.70) pode ser reformulada como:

O problema a ser resolvido é como determinar vg10*, vg20*, uma vez que a
tensão desejada vg* foi especificados. As tensões vμg* pode ser calculado com base no
fator de aproximação μS que determina:

onde vsmax* = max (Vs) e vsmin* = min (Vs), e Vs = {vs* , 0}, para s = g. A
equação (3.74) foi derivada usando o mesma abordagem usada para obter o equivalente
para o modulador PWM trifásica ( C. B. Jacobina, A.M. N. Lima, E. R. C. da Silva, R.
N. C. Alves e P. F. Seixas, 2001; V. Blasko, 1996 )
45

Os sinais de propagação poderam ser gerados por meio da comparação da


modulando dos sinais vg10*, vg20* com um alto sinal de frequência da portadora
triangular.

3.3 – CONCLUSÕES

Neste capítulo foi analisado o sistema de controle do filtro ativo paralelo. Nele
foi realizada a modelagem dos controladores tanto o de tensão como de corrente. Com
base nas funções de transferências adquiridas através das modelagens foram possíveis as
definições dos ganhos de ambos os controladores que posteriormente seriam mais bem
dimensionados através de modos empíricos, falamos também de como foi feito o
chaveamento para o controle que ocorre através da modulação por largura de pulso
(PWM).
46

CAPÍTULO IV

RESULTADOS DE SIMULAÇÃO

4.1 – INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentada a simulação do sistema de controle de tensão e


corrente que foi projetado, de forma a avaliar o funcionamento do mesmo. Para a
simulação foi necessário obter os dados da máquina.
Para homologar a estimação, faz-se necessário realizar uma simulação do
sistema em operação a fim de observar o funcionamento dinâmico e verificar possíveis
erros, nos permitindo aperfeiçoar o algoritmo antes de serem feitos os testes reais na
bancada experimental. Os resultados e o algoritmo de simulação foram desenvolvidos no
programa PSIM™.

4.2 – SIMULAÇÃO

4.2.1 – Parâmetros utilizados na simulação

A planta a ser controlada é ilustrada conforme a figura 4.1:


47

Figura 4.1 – Planta da simulação

Inicialmente foram medidos os valores das tensões, resistências e indutâncias


da bancada experimental, para tornar a simulação o mais próximo possível dos testes
reais. Esses valores podem ser observados na tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Parâmetros da simulação


Tensão de Indutância Resistência Indutância
entrada de entrada da carga da carga

60 V 10 mH 16.66Ω 100 mH

4.2.2 – Malha de controle da simulação.

O diagrama de blocos da malha de controle é ilustrado na figura 3.1.


No controle pode-se observar que a tensão de referência do barramento C.C.
( ) é subtraída da tensão medida do barramento C.C ( ) onde o erro gerado pela
subtração de e em regime permanente será zero, o produto do erro entrará no bloco
PI, cuja parte proporcional é zero, porém a sua parte integral é 30, o sinal resultante do
bloco PI irá passar em um saturador que irá limitar a amplitude do sinal e em seguida o
sinal resultante entrará no bloco multiplicador, onde será feita a multiplicação do sinal
48

proveniente do saturador com um sinal senoidal unitário, devido à senoide passa por
um divisor com a finalidade de deixar a senoide com um valor unitário, após a
multiplicação, o sinal resultante será uma corrente de referência , ela irá ser comparada
com a corrente medida . O produto do erro das correntes em regime permanente será
zero, o sinal resultante passará por um bloco PI modificado (PIMOD), posteriormente o
sinal resultante do bloco PIMOD passará por outro saturador, o sinal resultante da saída
do saturador será comparado com a tensão de entrada , de modo que o sinal resultante
da comparação seja uma tensão de referencia desejada.
Os ganhos utilizados na malha de controle serão mostrados na tabela 4.2:

Tabela 4.2 – Ganhos dos controladores


Ganho Ganho Ganho Ganho
Proporcional Integral do Proporcional Integral do
do controlador do controlador controlador de
controlador de Tensão de Corrente Corrente
de Tensão

Kpvc = 0,08 Kivc = 0,05 Kpg = 30 Kig = 11,322

4.2.3 – Resultados

A seguir são mostrados os resultados provenientes da simulação. As figuras 4.3


e 4.4 mostram a planta sem e com o filtro, respectivamente. Nelas pode-se observar que
quando a planta possui o filtro, a corrente de entrada fica defasada em relação à tensão
entrada. Isto é resultante de um fator de potência diferente do unitário que para carga RL
é de aproximadamente 0,71, pode-se observar que quando o filtro é implementado ao
sistema conseguimos a correção do fator de potência, conseguindo deixá-lo bem
próximo do unitário. Esse primeiro experimento foi realizado para um sistema
alimentando uma carga linear conforme pode ser observado na figura 4.2:
49

Figura 4.2 – Sistema alimentando uma carga linear

Figura 4.3 – Formas de onda de tensão e corrente da rede monofásica alimentando uma
carga RL com fator de potência de aproximadamente 0,71
50

Figura 4.4 – Formas de onda tensão e corrente da rede monofásica alimentando uma
carga RL com o filtro operando, correção do fator de potência para aproximadamente 1

Nas figuras 4.6 e 4.7 foi inserida uma ponte a diodo com o propósito de se
adicionar uma carga não-linear. O objetivo dessa adição é de mostrar que mesmo com a
presença de componentes harmônicas, provenientes da carga não-linear o filtro continua
a controlar o fator de potência de modo satisfatório. Para esse segundo experimentos
adicionamos uma ponte retificadora no sistema conforme ilustrado na figura 4.5.

Figura 4.5 – Sistema alimentando uma carga não-linear.


51

Figura 4.6 – Tensão e corrente da rede monofásica alimentando uma carga não linear
sem filtro

Figura 4.7 – Tensão e corrente da rede monofásica alimentando uma carga não linear
com filtro

4.3 – CONCLUSÃO

Por meio de simulações foi possível concluir que o controle do fator de


potência atendeu às expectativas. Uma vez que os testes simulados comprovaram a
52

eficácia do controle, este foi aprovado para os testes na bancada experimental, onde será
comprovada a eficiência do controlador.
53

CAPÍTULO V

RESULTADOS EXPERIMENTAIS

5.1 – INTRODUÇÃO

Neste capítulo são apresentadas as descrições dos equipamentos utilizados para


montagem da bancada experimental e, em seguida, serão apresentados os resultados
experimentais obtidos com a implementação do algoritmo de controle do fator de
potência no DSP alimentado através de um inversor de frequência. O experimento segue
os seguintes procedimentos: Inicialmente a carga é acionada, após o acionamento,
verifica-se o fator de potência, após a verificação é feito o controle do mesmo e por fim,
faremos a aquisição dos dados, com a finalidade de fazer um tratamento do sinal via
programas computacionais de modo a tornar mais fácil a visualização das formas de
onda. Os resultados experimentais serão apresentados no decorrer do capitulo e o sistema
estudado pode ser observado na figura 4.3 para cargas lineares e na figura 4.6 para
cargas não-lineares.

5.2 DESCRIÇÃO DO HARDWARE

Na Figura. 5.1 é ilustrado o hardware utilizado para no experimento.


O protótipo construído para o estudo experimental contém dois inversores
trifásicos, implementados através do módulo Three Phase Inverter SKS 25F B6U +
B6CI 09 V12 do fabricante Semikron®. A alimentação do módulo foi realizada através
54

de um variador de tensão trifásico conectado a rede elétrica, com uma tensão de 380 V
de linha. Na Figura 5.2 são mostradas as diversas partes constituintes do inversor de
frequência implementado.

Figura 5.1 – Hardware montado para o acionamento do motor

Figura 5.2 – Inversor montado com módulos da Semikron®

Para o acionamento dos interruptores IGBTs foram especificados os circuitos


de comando (drivers) SKHI 23/12 (R), fabricados pela Semikron®. O funcionamento do
drivers é o seguinte: pares de pulsos de controle são aplicados em pinos dos conectores
de entrada e eles são repassados aos terminais das portas e dos emissores dos IGBTs.
55

Geralmente os circuitos dos drivers possuem proteção no caso de aplicação de


dois pulsos ao mesmo tempo em nível alto nas entradas de comando de dois IGBTs na
mesma fase da ponte. Os pulsos são bloqueados e é gerada uma sinalização de erro.
Os drivers também possuem uma configuração para inserir tempos de retardo
(tempo morto) entre o início de um pulso de ativação de um IGBT e o bloqueio do outro
da mesma fase.
As características de destaque dos drivers SKHI 23/12 (R) são: o módulo
comanda dois transistores de forma independente; prevê o intertravamento para a
operação em um único braço; comanda IGBTs com tensões (VCE) até 1200V; gera o
tempo morto desejado dentre um número de opções, compatível com tensões de entrada
de 5V e 15V; proteção de curto circuito por meio do monitoramento de VCE; possui
isolação através de transformadores e monitora tensões para que o valor permaneça
acima de 13V.
Os drivers foram ajustados para operar com um tempo morto de 2,5μs, que
representa 2,5% do tempo de comutação. Na Figura 5.3 é ilustrado o driver utilizado.

Figura 5.3 – Foto do driver SKHI 23/12 (R) da Semikron®

5.2.1 Processador Digital de Sinais (DSP) embarcado

Neste trabalho foi utilizado um kit de aplicação chamado “eZdspTM F28335


Starter Kit” fabricado pela empresa Spectrum Digital contendo o DSP TMS320F28335
da Texas Instruments®, com interface pela porta USB para comunicação com o
computador.
56

A eZdspTM F28335 é uma placa stand alone que permite ao desenvolvedor


testar e utilizar o DSP TMS320F28335. Diversas portas de expansão estão presentes na
placa permitindo assim a sua integração ao resto do sistema.
A placa conta ainda com interface USB para conexão com computador e
conector JTAG para interface com emuladores para Debug rápido.
Na Figura 5.4 está mostrada uma vista geral da placa de desenvolvimento
utilizada, onde no centro, em maior tamanho pode-se observar o soquete do DSP.

Figura 5.4 – Kit de desenvolvimento eZdspTM F28335com placa de proteção

A placa será utilizada de forma independente do computador (stand-alone


code), o qual deve ser utilizado para instalação do ambiente de programação e
compilação.
57

O software Code Composer StudioTM IDE, versão 3.3, foi utilizado para
edição do programa, compilação, gravação do software na memória RAM, verificação
de erros e aquisição dos dados com os resultados das simulações e implementações.
Para escrita do programa de simulação e posterior implementação, a linguagem
escolhida foi C/C++, pois existem bibliotecas fornecidas pelo fabricante para realização
de operações em ponto flutuante, agilizando o processo de programação.
A eZdspTM F28335 está montada sobre uma placa que apresenta um circuito
de proteção para cada porta do conversor analógico-digital (ADC) limitando a tensão de
entrada às especificações do DSP. Nesta mesma placa são disponibilizados conectores
para testes e conectores de comunicação de I/O.
O DSP TMS320F28335 possui tecnologia CMOS estática de alta performance,
com 150MHz (tempo de ciclo: 6,67ns), tensão do núcleo de 1,9V/1,8V, tensão das I/O
de 3,3V.
Abaixo são descritas as características mais relevantes para a aplicação deste
trabalho:
 CPU 32 bits de alta performance: unidade de ponto flutuante (FPU);
arquitetura
Harvard de barramento; resposta rápida de interrupções e processamento;
modelo unificado de programação da memória.
 Seis canais de controlador para ADC, ePWM, XINTF, McBSP e
SARAM.
 Interface externa de 16 ou 32 bits.
 Memória interna ao chip (256K x 16 Flash, 34K x 16 SARAM).
 64 pinos que podem ser conectados em uma das seis interrupções de
externas.
 Periféricos: até 6 módulos de PWM; até 6 entradas de captura de eventos;
módulo ADC; até dois módulos de controle de rede; até três módulos de comunicação
serial.
 Três timers de CPU de 32 bits.
 Comunicação serial e/ou USB.
 16 canais ADC (12 bits): entrada analógica de 0 a 3,3V; velocidade de
conversão de 80ns, 12,5 MSPS; 2x8 canais de multiplexador de entrada; dois sample-
andhold; conversões únicas ou simultâneas; referência interna ou externa.
58

 O PWM possui contador dedicado de 16 bits com controle de período e


frequência. Cada canal completo de PWM é composto por duas saídas EPWMxA e
EPWMxB: estas podem ser utilizadas nas seguintes configurações: duas saídas
independentes com operação de borda única, duas saídas com borda dupla e operação
simétrica ou uma saída independente com borda dupla e operação assimétrica; controle
de fase programável para atraso ou avanço da operação relativa a outros módulos de
ePWM; geração de tempo morto com controle de atraso da borda de subida ou descida
independentes; todos os eventos podem provocar interrupções de CPU e inicio de
conversão do ADC (SOC) .
 Até 88 pinos programáveis individualmente de I/O com filtragem de
entrada. Como descrito anteriormente, as entradas dos conversores do DSP são
projetadas para uma faixa de tensão específica, requerendo, portanto, o condicionamento
dos sinais de saída dos transdutores das correntes e tensões de fase para esta faixa. Estes
transdutores introduzem um nível CC, que podem prejudicar a estratégia de estimação
proposta.

5.3 – MONTAGEM DO EXPERIMENTO

Para as montagens experimentais foram utilizados inicialmente os valores de


simulação que foram mostrados na tabela 4.1, posteriormente foram feitas alterações nas
cargas, afim, de demonstrar a aplicação do controlador. O controle projetado e testado
por meio de simulação, foi implementado no DSP em linguagem C++ utilizando
programação com ponto flutuante, possibilitando testes experimentais, que foram
repetidos até que os valores fossem ajustados adequadamente à bancada experimental.
Seus resultados foram coletados através de pontos armazenados em arquivos de dados
para cada variável analisada, para então através do programa computacional Matlab™
serem gerados os gráficos apresentados a seguir.

1º Experimento

No primeiro experimento foi utilizada uma carga resistiva. Podem-se observar


nas figuras 5.5 e 5.6 as formas de onda da corrente de entrada (Ig), da tensão de entrada
(Eg), da tensão no barramento C.C. (Vc) e a corrente na carga (Il).
59

Figura 5.5 – Imagem do Osciloscópio do 1º experimento sem o filtro

Figura 5.6 – 1º experimento sem o filtro

Podemos observar nas figuras 5.5 (obtida diretamente do osciloscópio) e 5.6


(obtida através do tratamento do sinal), que a corrente de entrada (Ig) está defasada da
tensão de entrada (Eg) e devido essa defasagem percebe-se que o fator de potência é
diferente de 1, cuja o resultado já era esperado. Nas figuras 5.7 e 5.8 são mostradas as
formas de onda com o controlador atuando.
60

Figura 5.7 – Imagem do Osciloscópio do 1º experimento com o filtro

Figura 5.8 – 1º experimento controlada com o filtro

Pode-se observar na figura 5.7 (obtida diretamente do osciloscópio) e 5.8


(obtida através do tratamento do sinal), que o controlador conseguiu corrigir o fator de
potência, pois, a corrente de entrada (Ig) está em fase com a tensão de entrada (Eg)
61

resultando em um fator de potência unitário. Pode-se observar, também, que houve uma
diminuição da corrente (Ig), uma elevação na tensão do barramento C.C. (Vc) e a
corrente na carga (Il) não se alterou.

2º Experimento

No segundo experimento foi utilizado um motor monofásico C.C. Podem-


se observar nas figuras 5.9 e 5.10 as formas de onda da corrente de entrada (Ig), da
tensão de entrada (Eg), da tensão no barramento CC (Vc) e a corrente na carga (Il).
Podemos observar que essa experiência possui uma corrente de carga (Il) e uma corrente
de entrada (Ig) maiores do que a experiência anterior e devido a isso foi alterada a escala
no osciloscópio.

Figura 5.9 – Imagem do Osciloscópio da 2º experimento sem o filtro


62

Figura 5.10 – 2º experimento sem o filtro

Pode-se observar nas figuras 5.9 (obtida diretamente do osciloscópio) e 5.10


(obtida através do tratamento do sinal), que a corrente de entrada (Ig) está defasada da
tensão de entrada (Eg) e devido essa defasagem percebe-se que o fator de potência é
diferente de 1, cuja o resultado já era esperado. Nas figuras 5.11 e 5.12 são mostradas as
formas de onda com o controlador atuando.

Figura 5.11 – Imagem do Osciloscópio do 2º experimento com o filtro


63

Figura 5.12 – 2º experimento com o filtro

Pode-se observar na figura 5.11 (obtida diretamente do osciloscópio) e 5.12


(obtida através do tratamento do sinal), que o controlador conseguiu corrigir o fator de
potência, pois, a corrente de entrada (Ig) está em fase com a tensão de entrada (Eg)
resultando em um fator de potência próximo ao unitário. Pode-se observar também que
houve uma diminuição da corrente (Ig), uma elevação na tensão do barramento C.C.
(Vc) e que a corrente na carga (Il) não se alterou.

3º Experimento

No terceiro experimento foi utilizado um motor monofásico C.C. e foi


adicionada uma carga resistiva em paralelo. Podem-se observar nas figuras 5.13 e 5.14
as formas de onda da corrente de entrada (Ig), da tensão de entrada (Eg), da tensão no
barramento CC (Vc) e a corrente na carga (Il).
64

Figura 5.13 – Imagem do Osciloscópio da 3º experimento sem o filtro

Figura 5.14 – 3º experimento sem o filtro

Podemos observar nas figuras 5.13 (obtida diretamente do osciloscópio) e 5.14


(obtida através do tratamento do sinal), que a corrente de entrada (Ig) está defasada da
tensão de entrada (Eg) e devido essa defasagem percebe-se que o fator de potência é
diferente de 1, cuja o resultado já era esperado. Nas figuras 5.15 e 5.16 são mostradas as
formas de onda com o controlador atuando.
65

Figura 5.15 – Imagem do Osciloscópio do 3º experimento com o filtro

Figura 5.16 – 3º experimento com o filtro

Pode-se observar na figura 5.15 (obtida diretamente do osciloscópio) e 5.16


(obtida através do tratamento do sinal), que o controlador conseguiu corrigir o fator de
potência, pois, a corrente de entrada (Ig) está em fase com a tensão de entrada (Eg)
resultando em um fator de potência próximo ao unitário. Pode-se observar também que
66

houve uma diminuição da corrente (Ig), uma elevação na tensão do barramento C.C.
(Vc) e que a corrente na carga (Il) não se alterou.

4º Experimento

No quarto experimento foi utilizada uma ponte retificadora na saída com uma
carga resistiva em paralelo, o objetivo de introduzir a ponte retificadora é observar o
comportamento do filtro na presença de uma carga não-linear, isto é, devido a não
linearidade da carga o sistema irá conter a presença de componentes harmônicas. Podem-
se observar nas figuras 5.17 e 5.18 as formas de onda da corrente de entrada (Ig), da
tensão de entrada (Eg), da tensão no barramento CC (Vc) e a corrente na carga (Il).
Pode-se observar que as formas de onda das correntes de entrada (Ig) e da carga (Il)
estão como ondas quadradas devido à presença das componentes harmônicas.

Figura 5.17 – Imagem do Osciloscópio da 4º experimento sem o filtro


67

Figura 5.18 – 4º experimento sem o filtro

Podemos observar nas figuras 5.17 (obtida diretamente do osciloscópio) e 5.18


(obtida através do tratamento do sinal), que a corrente de entrada (Ig) esta defasada da
tensão de entrada (Eg), pois a forma de onda da corrente de entrada (Ig) é uma onda
quadrada e devido a isso percebemos a presença das componentes harmônicas, como já
era esperado, aplicando os controladores projetados para obtermos o filtro das
componentes harmônicas, observa-se as figuras 5.19 e 5.20.

Figura 5.19 – Imagem do Osciloscópio do 4º experimento com o filtro


68

Figura 5.20 – 4º experimento com o filtro

Pode-se observar na figura 5.19 (obtida diretamente do osciloscópio) e 5.20


(obtida através do tratamento do sinal), que o controlador, conseguiu eliminar parte das
componentes harmônicas que deixavam a forma de onda quadrada, além de corrigir o
fator de potência, pois, pode se observar a corrente de entrada (Ig) está em fase com a
tensão de entrada (Eg), como também a corrente (Ig) possui uma forma de onda senoidal
que acompanha a tensão (Eg). Pode-se observar também que houve uma diminuição da
corrente (Ig), houve uma elevação na tensão do barramento CC (Vc) e que a corrente na
carga (Il) não se alterou. Pode-se observar nas figuras 5.21 e 5.22 a corrente de filtro (If).

Figura 5.21 – Imagem do Osciloscópio do 4º experimento com o filtro


69

Figura 5.22 – 4º experimento com o filtro

5.5 – EXPERIMENTOS QUANTIFICADOS

Para um melhor entendimento dos experimentos realizados se quantificou o


quanto houve de melhora nos experimentos realizados, inicialmente calculamos os
fatores de potência de todos os experimentos, conforme pode ser observado na tabela
5.1. Já na tabela 5.2 e 5.3 pode se observar o índice de distorção harmônica (THD) das
tensões e das correntes dos experimentos
.
Tabela 5.1 – Resultados dos fatores de potência
EXPERIMENTO SEM O FILTRO COM O FILTRO

1º EXPERIMENTO 0.8031 0.9616

2º EXPERIMENTO 0.2459 0.8922

3º EXPERIMENTO 0.8793 0.9901

4º EXPERIMENTO 0.9026 0.9414


70

Tabela 5.2 – Resultados dos THD da Tensão


EXPERIMENTO SEM O FILTRO COM O FILTRO

1º EXPERIMENTO 2.5432% 2.0836%

2º EXPERIMENTO 2.6980% 1.7341%

3º EXPERIMENTO 2.5265% 6.7260%

4º EXPERIMENTO 8.6398% 10.3079%

Tabela 5.3 – Resultados dos THD da Corrente


EXPERIMENTO SEM O FILTRO COM O FILTRO

1º EXPERIMENTO 4.1999% 19.4358%

2º EXPERIMENTO 5.9008% 23.4423%

3º EXPERIMENTO 5.0449% 6.7260%

4º EXPERIMENTO 38.6397% 27.8683%

5.6 – CONCLUSÃO

Através dos testes experimentais realizados na bancada de teste e da utilização


de um processador digital de sinais (DSP), foi possível avaliar o controle em diversas
situações, com diversos valores de cargas. O controlador comportou-se conforme o
desejado, corrigindo o fator de potência de forma satisfatória, apenas apresentando
alguns ruídos devido a utilização de um auto-transformador e provenientes do
chaveamento.
71

CAPÍTULO VI

CONCLUSÃO E SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

6.1 – CONCLUSÕES

Este trabalho teve por objetivo principal o projeto e desenvolvimento


experimental do controle do fator de potência utilizando um filtro ativo paralelo
monofásico, alimentado por inversor com modulação por largura de pulso (PWM),
utilizando um processador digital de sinais (DSP).
As vantagens da utilização do filtro ativo paralelo monofásico, para a correção
do fator de potência, foram apresentadas inicialmente justificando o estudo feito neste
trabalho.
Uma bancada de testes experimental para a correção do fator de potência para
diversas cargas foi montada contendo o DSP com entradas de sensores de corrente e
tensão, um inversor de frequência e um computador para programação e análise das
respostas.
Após o estudo do modelo matemático do filtro ativo paralelo e dos tipos
existentes de controle foi definido o controle, feita a elaboração da modulação do
inversor, estimação de parâmetros e por fim, projeto dos controladores utilizados na
malha.
Um diagrama de controle foi desenvolvido sendo o controle de tensão feito em
um controlador do tipo PI e aplicado ao controle de corrente um controlador PI
modificado.
72

Testes simulados permitiram a análise do controle de forma a escolher os


parâmetros ideais para os controladores, corrigir erros de programação além de validar o
projeto para a aplicação prática e análise das respostas, para posteriormente ser testado
na bancada experimental.
Os experimentos realizados na bancada apresentaram bons resultados para
diversos tipos de carga, pois, como pode ser observado na tabela 5.1 os fatores de
potência foram corrigidos de modo bastante satisfatório apesar do fator de potência do 2º
experimento não ter atingido o limite estabelecido peal ANEEL. Alguns ruídos podem
ser observados devido a presença de componentes harmônicas como pode ser observado
nas tabelas 5.2 e 5.3, porém, quando a quantidade de componentes harmônicas estavam
muito altas como no 4º experimento tivemos uma boa filtragem dessas componente.
Apesar disso, os resultados foram considerados aceitáveis e o controlador considerado
eficiente.

6.2 – SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

 Melhor dimensionamento das impedâncias


 Fazer um modelamento mais detalhado do sistema
 Melhorar o modelamento dos controladores
73

APÊNDICE A – RESOLUÇÕES DAS EQUAÇÕES DE DEDUÇÃO E


REGIME PERMANENTE

Neste apêndice serão mostradas as deduções das equações que foram utilizadas tanto
para a modelagem do sistema, como também serão mostradas as deduções das equações
que foram utilizadas tanto para as análises de regime permanente senoidal quanto para as
análises do regime permanente para o sistema com a presença de componentes
harmônicas.

A1 – MODELAGEM DO SISTEMA

As equações a seguir mostram a modelagem a partir da figura 2.1


Pela analise do modelo do filtro ativo paralelo monofásico, desprezaremos a
resistência das indutâncias, chegando às seguintes equações:

Reorganizando as equações (A.1), (A.2), (A.3) e (A.4) tem-se as equações (A.5), (A.6),
(A.7) e (A.8) respectivamente:
74

Sabendo-se que pela lei de Kirchhoff , substituiremos a equação (A.8) nas


equações (A.5), (A.6) e (A.7):

Isolando tem-se:

Substituindo a equação (A.7) na equação (A.11), obtém-se:

Seja e então:
75

A2 – ANÁLISE EM REGIME PERMANENTE SENOIDAL

Fazendo-se as análises de regime permanente do filtro ativo paralelo,


desprezando as resistências das indutâncias e aplicando uma entrada senoidal com fator
de potência unitário

Sabendo-se que se utiliza o sinal + para potência positiva na fonte e o sinal –


para potência negativa na fonte.

Sabe-se que:

Sabe-se que é a potência média fornecida (ou absorvida) pela fonte e


entregue (ou recebida) a fonte .
76

Quando o circuito alimentar uma carga linear passiva com , tem-se:

Onde é o ângulo de fator de potência da carga. Logo a potência na carga é:

Manipulando a expressão (A.21), chegaremos à expressão:

Portanto a potência média na fonte é idêntica a potência na carga, logo, obtém-


se a seguinte expressão:

Portanto:

De modo análogo ao procedimento feito na expressão (A.8), repetir-se-á o


procedimento para as expressões a seguir, onde, elas estarão em função da corrente de
filtro , com isso, tem-se:

Manipulando a expressão (A.25), obtém-se:


77

Seja , tem-se:

Manipulando a expressão (A.27), obtém-se:

Manipulando a expressão (A.28), obtém-se:

Agora manipulando a expressão (A.29), tem-se:

Substituindo o por , tem-se:

Manipulando a expressão (A.31), obtém-se:


78

Como podemos observar na expressão (A.24), substituir-se-á a expressão


(A.24) na expressão (A.32), com isso, tem-se:

Manipulando a expressão (A.33), obtém-se:

Manipulando a expressão (A.34), obtém-se:

Manipulando a expressão (A.35), obtém-se:

Portanto:
79

Percebeu-se, que se o , então ,

portanto, tem-se:

Percebeu-se também, que se o , então o

, portanto, tem-se:

A tensão agora será dada por:

Sabendo-se que é definido pela expressão (A.16) e que é definido pela


expressão (A.38), sabemos que a derivada de é para :

Logo:
80

Seja,

Logo:

Como:

De modo análogo a condição de sabemos que quando o


teremos as seguintes expressões:

Logo:

Como foi definida pela expressão (A.43), substituir-se-á a expressão (A.43)


na expressão (A.47). Logo:

Utilizando-se , logo, percebe-se que a tensão é:


81

Logo, pode-se observar que a potência na fonte será:

Manipulando a expressão (A.50), obtém-se:

A3 – ANÁLISE EM REGIME PERMANENTE COM PRESENÇA DE


COMPONENTES HARMÔNICAS

Fazendo-se as análises de regime permanente do filtro ativo paralelo, para uma


carga que possui a presença de componentes harmônicas, para essa análise irão se
desprezar as resistências das indutâncias.
Para a análise do regime permanente, iremos utilizar as expressões (A.14),
(A.15), (A.16), (A.17), (A.18), (A.19) e (A.43).
De modo análogo a expressão (A.43), percebe-se que a expressão da
indutância da fonte é:

Com a presença das componentes harmônicas na carga, tem-se:

Manipulando a expressão (A.53), obtém-se:

Portanto, a potência na carga é:


82

Manipulando a expressão (A.55), tem-se:

Logo,

Manipulando a expressão (A.57), obtém-se:

Manipulando a expressão (A.58), obtém-se:


83

Manipulando a expressão (A.59), tem-se:

Manipulando a expressão (A.60), temos:

Assim,

Assim, a potência média de é devida apenas à componente fundamental, e a


potência na fonte é a mesma na carga, e é expressa nas equações (A.23) e (A.24).
Portanto, a componente fundamental da corrente é dada por:
84

Onde é o valor rms da componente fundamental da corrente. A corrente


será definida pela expressão (A.8), logo:

Manipulando a expressão (A.64), tem-se:

Logo,

Portanto, percebemos que a componente fundamental de e as componentes


harmônicas de são as mesmas da carga.
Agora, a tensão será dada pela expressão (A.40), pela expressão
(A.16) e pela expressão (A.65), logo a derivada de é:

Logo , é:
85

Sabendo-se que é definido pela expressão (A.43), e substituindo a expressão


(A.43) na expressão (A.68) obtém-se:

Sabe-se que:

Substituindo a expressão (A.70) na expressão (A.69), obtém-se:

Agora podemos observar que a potência é dada pelas expressões (A.65) e


(A.71), já que , portanto:

Manipulando a expressão (A.72) tem-se:


86

Manipulando a expressão (A.73), tem-se:

Manipulando a expressão (A.74), obtém-se:


87

Logo, sabemos que:

Onde:

Manipulando (A.77) tem-se:

Com isso percebemos que é puramente AC. Já o termo :

Manipulando (A.79) tem-se:


88

Com isso percebemos que é puramente AC. Logo:

Manipulando (A.81) tem-se:

Com isso percebemos que é puramente AC. Logo:

Manipulando a expressão (A.83) tem-se:

Manipulando a expressão (A.84) tem-se:

Manipulando a expressão (A.85) tem-se:


89

Manipulando a expressão (A.86) tem-se:

Manipulando a expressão (A.87) tem-se:

Manipulando a expressão (A.88) tem-se:

Manipulando a expressão (A.89) tem-se:


90

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