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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE FEIRA DE SANTANA – ESTADO DA BAHIA

TAIARA AILA MARQUES GUSMÃO, brasileira, maior, casada, estudante,


RG 08439472-25, CPF 022.912.035-09, residente e domiciliada na Rua Nova Esperança, 95, SIM,
Feira de Santana, Bahia, vem respeitosamente, por seu advogado in fine assinado, perante Vossa
Excelência, com fulcro no art. 5º, X, da CF/1988 c/c art. 39 da Lei 8.078/90 propor

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO MATERIAL POR LUCROS CESSANTES -


SUBSIDIARIAMENTE, INDENIZAÇÃO MATERIAL PELA PERDA DE UMA CHANCE C/C PEDIDO
DE CONDENAÇÃO EM DANOS MORAIS C/C TUTELA ANTECIPADA

em face de ANHANGUERA EDUCACIONAL LTDA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ


05.808.792/0001-49, com endereço na Alameda Maria Tereza, 2000, Dois Córregos, Valinhos-São
Paulo, CEP: 13.278-181, e UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP – Centro de Ensino
Superior Campo Grande SS Ltda, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ n. 03.500.923/0016-87,
com endereço na Rua Ceará, 333, Campo Grande, MS, CEP: 79.002-010, e UNIVERSIDADE
ANHANGUERA - Polo de Apoio Presencial Feira de Santana, com endereço na Rua Comandante
Almiro, 379, Centro, Feira de Santana, Bahia, na pessoa de seu representante legal, pelas razões de
fato e de direito que passa a expor.

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PRELIRMINARMENTE:
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:

Destaca-se aqui que a autora busca a ajuda da justiça para obter seu
histórico escolar para conseguir concluir seu curso de graduação em administração de
empresas e, finalmente, entrar no mercado de trabalho para possuir uma renda.

Portanto, requer a Autora o benefício da gratuidade de justiça, nos termos da


Legislação Pátria, inclusive para efeito de possível recurso, tendo em vista estar impossibilitado de
arcar com as despesas processuais sem prejuízo próprio sustento e de sua família, conforme
afirmação de hipossuficiência em anexo e artigo 4º e seguintes da lei 1.060/50 e artigo 5º LXXIV da
Constituição Federal, conforme declaração de pobreza em anexo.

II – DA TUTELA ANTECIPADA

Primeiramente, destaca-se o fundamento do pedido de antecipação da tutela


Jurisdicional, disposta na Lei nº 8.078/90 Código de Defesa do Consumidor:

“Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer
ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao
do adimplemento...”

Destaca-se ainda a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de


Processo Civil – com alterações posteriores:

“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou


parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,
existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: I
– haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou II – fique
caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu.(...)”

São requisitos para a concessão da tutela antecipada o fundamento da


demanda e o justificado receio de ineficácia do provimento final, em síntese o “fumus boni iuris” e o
“periculum in mora”.

A autora roga pela liminar unicamente para que a requerida cumpra o


dispositivo legal e lhe forneça o Histórico Escolar para que possa concluir seu curso Superior em

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Administração de Empresas, principalmente por nos encontrar no período de matrículas do segundo
semestre nas universidades.

Salienta-se aqui que a própria instituição de ensino, em resposta às


reclamações anexas aos autos reconhece o direito da parte autora, o que acontece na verdade é a
falta de organização, a perda de suas informações e a completa CONSFUSÃO de sua histporia
acadêmica que estão impossibilitando seu fornecimento.

Assim, temos que o “fumus boni iuris” se encontra mais do que evidenciado,
pois o que a autora alega e, em momento nenhum, a parte ré impugna suas alegações em sede
administrativa.

O “periculum in mora” se encontra presente nesta demanda uma vez que a


parte autora já perdeu inúmeras oportunidades de estágio e, se tivesse atendido sua solicitação em
maio de 2014, já teria concluído o curso em questão, o que não foi possível devido a ausência do
seu histórico e da perda das informações acadêmicas para a conclusão de curso.

Destaca-se ainda que, a parte autora, tendo concluído seu Curso Superior,
haveria candidatado-se em diversos concursos públicos os quais, em sua maioria, só exigem
formação em Curso Superior, bem como ingresso durante o curso em estágios que jpa garantiria a
Autora alguma renda, pois, conta com um filho menor para criar, e sua gravidez foi um dos motivos
pelo qual foi obrigada a trancar o curso.

A Autora que já sofre impactos econômicos negativos, assim como a maioria


dos cidadãos deste país, conta com diploma para que possa evoluir profissionalmente.

Pelo exposto é relevante e urgente que a requerida cumpra a lei e não


retenha o Histórico Escolar ao qual a Autora tem direito, como vem fazendo, inclusive, com outros
alunos.

Mais que demonstrado o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”, temos que
a tutela se faz estritamente necessária para que a instituição ré promova a imediata entrega do
Histórico Escolar onde conste até a conclusão do 7º Semestre.

Abaixo decisão liminar recente contra a UNIVERSIDADE ANHANGUERA –


UNIDERP, por falta de entrega de Diploma, o que pode perfeitamente ser aplicado à presente
demanda vez que a perda de seus dados acadêmicos, com a consequente falta de entrega do

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histórico, geram os mesmos prejuízos, principalmente ao considerar que a Autora estaria formada
neste momento:

PROCESSO Nº 0046509-45.2014.8.10.0001 (497752014)


AÇÃO: PROCEDIMENTO DE CONHECIMENTO | PROCEDIMENTO
ORDINÁRIO
AUTOR: LUCIANA OBREGON ALMEIDA
ADVOGADO: RAFAEL MOREIRA LIMA SAUAIA ( OAB 10014-MA )
REU: UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP
ADVOGADO: PATRIK CAMARGO NEVES (OAB/SP 156541)
Processo nº 497752014 AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO
DE LIMINAR DE TUTELA ANTECIPADA C/C INDENIZAÇÃO MATERIAL
POR LUCROS CESSANTES - SUBSIDIARIAMENTE, INDENIZAÇÃO
MATERIAL PELA PERDA DE UMA CHANCE - E INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL DECISÃO Concedo o beneficio da assistência judiciária
gratuita, nos termos do art. 4º da lei 1.060/50, tendo em vista a afirmação do
requerente de não possuir condições de arcar com os ônus do processo, tal
como previsto na referida lei. Trata-se de ação de obrigação de fazer com
pedido de liminar de tutela antecipada c/c indenização material por lucros
cessantes - subsidiariamente, indenização material pela perda de uma
chance - e indenização por dano moral que LUCIANA OBREGON ALMEIDA,
já devidamente qualificada nos autos, move contra UNIVERSIDADE
ANHANGUERA-UNIDERP, também qualificada nos autos, conforme fatos
narrados na inicial.Com a inicial, alega a autora que concluiu no ano de 2011
em São Borja/RS o curso superior de Administração de Empresas na
UNIVERSIDADE ANHANGUERAUNIDERP; que em maio de 2012 solicitou
seu diploma de graduação, tendo recebido uma declaração de conclusão de
curso na qual se estabeleceu o prazo de 120 dias para a entrega do diploma,
o que não foi cumprido.Afirma ainda que, em 2013, residindo em São
Luis/MA, foi selecionada para o cargo comissionado de Assessor Especial do
gabinete do Vereador Francisco Carvalho, necessitando apresentar, entre
outros documentos, o diploma de conclusão de curso superior, e mesmo
entrando em contato com a requerida a respeito, não obteve êxito. A autora
foi informada que precisaria assinar nova Ata de Colação de Grau, referente a
outra turma de formandos, datada de 27/09/2013, a qual assinou. Em
22/08/2014, ainda não tendo recebido o diploma, solicitou-o mais uma vez à
requerida, que pediu que a requerente enviasse copias de documentos,
atendida a solicitação pela requerente, não logrou êxito, não tendo até a
presente data recebido o diploma. Despacho inicial fls. 52Com a contestação,
fls. 55/77, a requerida alega, em síntese, ser improcedente o pedido pugnado
pela autora, esclarecendo que: a autora colou grau no dia 27/09/2013, e que
na colação de grau do dia 31/05/2012, a autora esteve ausente, apesar de
devidamente informada da data, de maneira que o atraso da colação de grau
e expedição do diploma teria sido culpa exclusiva da autora. Esclarece que o
diploma da requerente está em fase de emissão, alegando não existir prazo
estipulado em lei para a confecção e entrega do mesmo.É o sucinto relatório.
Decido.Tendo sido adiada a análise da antecipação de tutela para depois da

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contestação, e com base no que foi exposto, afigura-se cabível, na espécie
dos autos, a concessão da tutela antecipada para determinar que
UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP mantida pela ANHANGUERA
EDUCACIONAL LTDA. promova a expedição e entrega do diploma a que
faz jus a autora.Com efeito, vejo que a pretensão aduzida pelo demandante
encontra arrimo no inciso I do artigo 273, razão pela qual, em não sendo
concedida a antecipação nessa oportunidade, estar-se-á diante de fundado
receio de dano irreparável ou de difícil reparação, em uma relação jurídica na
qual a parte demandante possui legítimo interesse a ser resguardado pela via
jurisdicional, frente à demora na expedição e entrega do diploma.Elenca-se
que, apesar de não existir lei que determine um prazo específico para a
expedição de diploma por parte das instituições de ensino, após o
cumprimento das exigências pelos estudantes e alunos destas instituições,
considera-se, no caso em tela, que não pode a autora ficar em uma espera
indeterminada pelo recebimento do mesmo, há de se haver uma
razoabilidade no prazo de expedição do documento. Salienta-se ainda que o
diploma é documento hábil para que a autora possa exercer sua
profissão em caráter especializado, consubstanciando significativa
majoração na possibilidade de que a autora possa adentrar no mercado
de trabalho concorrendo a cargos dignos de sua graduação. Analisando
a inicial e os documentos que a instruem, entendo que existe verossimilhança
do direito alegado pela parte autora, que diante da situação fática narrada
bem como dos documentos anexados à inicial, fls. 25 a 50.Além da
verossimilhança, entendo haver perigo na demora do provimento jurisdicional
final, tendo em vista que o transcurso da ação pode demorar até que se
obtenha decisão a cerca da obrigação, de forma que a não entrega do
referido diploma pode vir a causar prejuízos, inclusive de ordem financeira, à
requerente.Além disso, não há perigo de irreversibilidade do provimento,
tendo em vista que tão logo reste demonstrada nos autos, através da
instrução adequada, documento hábil que comprove que a autora não faz jus
ao referido (...)”

III - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Inicialmente verificamos que o presente caso trata-se de relação de consumo,


sendo amparada pela lei 8.078/90, que trata especificamente das questões em que fornecedores e
consumidores integram a relação jurídica, principalmente no que concerne a matéria probatória.

Tal legislação, faculta ao magistrado determinar a inversão do ônus da prova


em favor do consumidor conforme seu artigo 06º, VIII:

"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


[...] VIII- A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for

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verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiência"

Assim, presentes a verossimilhança do direito alegado e a hipossuficiência da


parte autora para o deferimento da inversão do ônus da prova no presente caso, dá-se como certo
seu deferimento.

IV - DOS FATOS E FUNDAMENTOS

No ano de 2009, a Autora matriculou-se no Curso de Administração de


Empresas da Instituição de Ensino denominada UNIVERSIDADE ANHANGUERA - Polo de Apoio
Presencial Feira de Santana, ora 3ª Ré, a qual é filial da UNIVERSIDADE ANHANGUERA
UNIDERP – Centro de Ensino Superior Campo Grande SS Ltda (2ª Ré) e esta mantida pela
ANHANGUERA EDUCACIONAL LTDA (1ª Ré).

Acontece que, no ano de 2012, a Autora ficou grávida e, por orientação


médica, precisou trancar o curso, o que solicitou em agosto de 2012 (doc. Anexo) quando foi
informada que teria 2 (dois) anos para retornar e fazer a rematrícula.

Em maio de 2014, necessitando obter alguma renda, pois conta agora com
um filho para sustentar, a Autora resolveu retornar seus estudos. Então, fez o Requerimento de
Matrícula no 8º Semestre e, para sua surpresa, foi informada de que não poderiam atender a sua
solicitação vez que a Autora constava no sistema como estudante do 3º Semestre Do curso de
Administração. Aí então iniciou-se todo seu tormento!

Incontáveis foram as visitas da estudante, ora Autora, à Sede presencial da


unidade, ora 3ª Ré, com a solicitação de regularização das informações acadêmicas para que
pudesse ser rematriculada e inúmeras foram as respostas de que não poderiam atender à sua
demanda em virtude de não constar nos arquivos alguma informação da estudante na Univeridade
como cursado até o 7º Semestre. Algumas das solicitações constam anexo a essa peça. Observa-se
o nome HELP DESK, que eles chamam HD, as quais constituem “abertura” de “chamadas” para a
Sede da Universidade Anhanguera, ora 2ª Ré, onde informam as solicitações da Aluna, ora Autora.

As respostas às Reclamações variavam desde que não poderia ser atendida,


de ter cursado apenas o 2º Semestre até estar cadastrada como aluna JÁ FORMADA. Todo esse
contexto pode ser evidenciado com as respostas de e-mail e “HDs” acostados aos autos.

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Não mais satisfeita com a DESORGANIZAÇÃO e DESCASO por parte das
Rés que empurravam de uma para outra o problema em questão, a Autora resolveu requisitar logo o
histórico escolar para matricular-se em outra Universidade por não haver mais relação de confiança,
mas não obteve êxito por que até hoje não localizaram suas provas e notas, nem ao menos lista de
presença nas aulas; ABSOLUTAMENTE NADA pode ser fornecido. E, apesar de toda essa situação
vexatória e descabida para uma Universidade, todas as vezes que a Autora compareceu ou
comparece na filial nesta cidade, já foi/é tratada como motivo de comédia e recepcionada com
risadas e piadas do tipo “ – você! de novo?” pelos funcionários e até mesmo pela Coordenadora da
Instituição.

NÃO BASTASSE TODO NARRADO, em virtude do pedido do


Destrancamento Matrícula, foi gerado em seu nome um débito de R$ 7,50 (sete reais e cinquenta
centavos) referente a este pedido que NUNCA OCORREU! Quando a Autora teve informação desse
débito, já se deu ao receber um e-mail de um Escritório de Advocacia (doc. Anexo) fazendo a
cobrança antes que se chegasse ao judiciário, INCLUSIVE informando que seu nome havia sido
negativado. Observe V. Exa. que os absurdos praticados por essa instituição NÃO PARAM!!!

Saliente-se que a Autora sempre cumpriu com suas obrigações financeiras


junto à Universidade (docs. anexos).

A Autora, diante de tantas informações e diante da difícil situação de criar um


filho e sem condições financeiras para sustentar-se, nem pensou em efetivar logo o pagamento e de
se ver livre de MAIS UM PROBLEMA, no que pagou com juros R$ 8,36 (oito reais e trinta e seis
centavos) para ver sua questão resolvida e ATÉ HOJE NÃO CONSEGUIU!!!!

Quão absurda cobrança indevida e ser perseguida com cobranças até chegar
a pronto de ser Cobrada por Escritório de Advocacia e nem ter seu Histórico disponível e nem a
rematrícula na Universidade. Mais de 1 ano de perdas, só perdas! Perdas de chance, de
oportunidades, de dinheiro, de saúde, pois conta com o emocional amplamente abalado. Não existe
cálculo perfeito sobre o que a Autora poderia ter usufruído ou conquistado. Poderia estar estagiando
e ser aproveitada no quadro de funcionários. Como estaria formada, poderia ter conseguido um bom
emprego. Esse prejuízo deve ser ressarcido pelas Rés!

Cansada, decepcionada, frustrada e sem direção do que poderia fazer, de


tanto tempo gasto, de tantas oportunidades perdidas, a Autora fez uma Reclamação junto ao
“RECLAME AQUI”, onde clientes desabafam suas insatisfações junto a empresas prestadoras de
serviços ou bens, anexo, e percebeu a quantidade de Reclamações existentes no mundo virtual

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acerca da UNIVERSIDADE ANHANGUERA, no que junta um gráfico de um único site de
reclamações e pasme, V. Exa., 449 em menos de 2 meses!

Tem-se aqui evidente o dano material e moral sofrido pela Autora que não
teve OUTRA ALTERNATIVA senão propor a presente ação.

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA


COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. ENSINO PARTICULAR.
ATRASO NA ENTREGA DE TÍTULO. CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO. DANO MORAL E LUCROS
CESSANTES. CONFIGURADOS. SENTENÇA MODIFICADA.

1. Trata-se de ação ordinária com pedido de tutela antecipada


decorrente de demora na entrega de título de especialização, julgada
improcedente na origem.
2. DEVER DE INDENIZAR - A desídia da demandada para com o
seu ex-aluno restou evidente nos autos e, por certo, causou angústia e
sofrimento além do razoável ao autor, pois mesmo após a
complementação da especialização teve que suportar a possibilidade
de ver frustrada a sua expectativa de ascensão profissional e o
recebimento das vantagens almejadas, sendo que até o presente
momento não conseguiu obter o diploma.
3. Embora a entrega do diploma devesse ocorrer logo que findo o
curso, o que, de regra, é possível, pois existem universidades em que a
entrega do referido certificado ocorre no momento da formatura. No
caso dos autos, a necessidade do autor deveria ter sido mais um
motivo para a demandada entregar de imediato o documento, quando
solicitado. Contudo, o autor foi tratado com descaso pela Universidade
na qual estudou e se especializou.
4. Não há como afastar o dano moral decorrente da conduta
negligente da Universidade ré, o qual dispensa prova concreta do
prejuízo sofrido, pois se tratada de dano moral in re ipsa, tampouco tal
fato pode ser considerado meros aborrecimentos ou transtornos do
diaadia, pois atinge à honra subjetiva do indivíduo.
5. Destarte, presentes estão os elementos ensejadores do dever de
indenizar, quais sejam, a negligência da instituição de ensino, o dano
sofrido e o nexo causal entre a conduta e o abalo experimentado,
impondo-se a reforma da sentença.
6. QUANTUM INDENIZATÓRIO - Valorando-se as peculiaridades
da hipótese concreta e os parâmetros adotados normalmente pela
jurisprudência para a fixação de indenização, em hipóteses símiles,
arbitro a indenização por danos morais em R$ 11.000,00.
7. LUCROS CESSANTES - A declaração fornecida pela Escola de
Ensino Médio Mario Quintana, é documento suficiente para comprovar
o prejuízo material sofrido pelo autor em razão da desídia da
demandada em lhe fornecer o certificado do curso de especialização

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que cursou regularmente e foi devidamente aprovado, pois deixou de
receber remuneração pelo período de duração do contrato que não se
perfectibilizou, ou seja, pelo período de um ano. Aliás, é possível
constatar dos elementos dos autos, que se o autor tivesse sido
contratado para ministrar 20 horas-aulas por semana, durante um ano
(março de 2009 a março de 2010), pelo valor de R$ 15,00 a hora-aula,
teria auferido remuneração, ao final do contrato, o montante de R$
14.400,00.
8. Dessa feita, tenho como possível e imperiosa a condenação da
universidade demandada ao pagamento dos lucros cessantes
postulados, cujo valor efetivamente devido deverá ser apurado em
liquidação de sentença, tendo em vista a necessidade de correção
mensal da remuneração que deixou de ser auferida pelo autor.

Apelação Cível Nº 70038429825 Sexta Câmara Cível - Serviço de


Apoio à Jurisdição Comarca de Porto Alegre

APELANTE: ANTONIO VINICIUS ROSA SINOTT

APELADO: FUNDACAO UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA


CATARINA - UNISUL

Ementa: AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE


OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA. INSTITUIÇÃO DE
ENSINO. SUPLETIVO PARA CONCLUSÃO DE ENSINO MÉDIO.
DEMORA NA ENTREGA DO DIPLOMA. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO
DE DEFESA DO CONSUMIDO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO. Ré que imputa à autora a culpa exclusiva na omissão da
entrega do diploma, alegando que a mesma não apresentou cópia dos
documentos exigidos pela Secretaria de Estado e Educação - SEE/RJ,
tais como certidão de nascimento, de casamento e a averbação do
divórcio no Registro de Pessoas Naturais. Instituição de ensino que não
comprovou a exigência da referida formalidade por parte da SEE/RJ,
como condicionante à expedição do diploma, não se desincumbindo do
ônus previsto no art. 333, II, do CPC, tampouco comprovou a existência
de excludentes de responsabilidade, nos moldes do art. 14, do CDC.
Configuração do nexo causal entre a má prestação do serviço e o
prejuízo ocasionado à autora em razão da demora na expedição do
diploma. Responsabilidade civil objetiva. Teoria do risco do
empreendimento. Dano moral fixado de forma escorreita. Dano moral
caracterizado. Verba reparatória arbitrada em consonância com os
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Recurso
desprovido. Decisão mantida.

(TJ-RJ - APELACAO APL 00115489520118190207 RJ 0011548-


95.2011.8.19.0207 (TJ-RJ) Data de publicação: 11/03/2014 )

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Assim, se faz estritamente necessária a intervenção judicial no
presente caso, uma vez que parte autora já esgotou os recursos
administrativos que lhe cabiam para a obtenção de seu certificado de
conclusão de ensino médio, não restando artifícios, se não a
movimentação do judiciário para a obtenção de nada mais do que um
direito seu, que lhe é negado pela empresa Ré.

V - DO DANO MORAL e MATERIAL

SAVATIER define o dano moral como:

“Qualquer sofrimento humano que não é causado por uma perda


pecuniária, abrangendo todo o atentado à reputação da vítima, à sua
autoridade legitima, ao seu pudor, a sua segurança e tranquilidade, ao
seu amor próprio estético, à integridade de sua inteligência, as suas
afeições, etc...” (Traité de La Responsabilité Civile, vol. II, nº 525, in
Caio Mario da Silva Pereira, Responsabilidade Civil, Editora Forense,
RJ, 1989).

Quando se pleiteia uma ação visando uma indenização pelos danos


morais sofridos, não se busca um valor pecuniário pela dor sofrida, mais sim um lenitivo que atenue,
em parte, as consequências do prejuízo sofrido. Visa-se, também, com a reparação pecuniária de um
dano moral imposta ao culpado representar uma sanção justa para o causador do dano moral.

A ilustre civilista Maria Helena Diniz, preceitua:

“Não se trata, como vimos, de uma indenização de sua dor, da perda


sua tranquilidade ou prazer de viver, mas de uma compensação pelo
dano e injustiça que sofreu, suscetível de proporcionar uma vantagem
ao ofendido, pois ele poderá, com a soma de dinheiro recebida,
procurar atender às satisfações materiais ou ideais que repute
convenientes, atenuando assim, em parte seu sofrimento.

A reparação do dano moral cumpre, portanto, uma função de justiça


corretiva ou sinalagmática, por conjugar, de uma só vez, a natureza
satisfatória da indenização do dano moral para o lesado, tendo em vista
o bem jurídico danificado, sua posição social, a repercussão do agravo
em sua vida privada e social e a natureza penal da reparação para o
causador do dano, atendendo a sua situação econômica, a sua
intenção de lesar, a sua imputabilidade etc...”

(DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 13. Ed. São
Paulo: Saraiva, 1999, v.2)

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A tormenta maior que cerca o dano moral, diz respeito a sua quantificação,
pois o dano moral atinge o intimo da pessoa, de forma que o seu arbitramento não depende de prova
de prejuízo de ordem material.

Evidentemente o resultado final também leva em consideração as


possibilidades e necessidades das partes de modo que não seja insignificante, a estimular a prática
do ato ilícito, nem tão elevado que cause o enriquecimento indevido da vítima.

O dano moral sofrido pela Autora ficou claramente demonstrado, vez que há
um ano vem sofrendo inúmeros constrangimentos em razão da DESORGANIZAÇÃO da
Universidade com a PERDA de suas informações acadêmicas, desencadeando do não fornecimento
do Histórico Escolar, o que IMPOSSIBILITOU a Autora de REMATRICULAR-SE na referida
Instituição ou MATRICULAR-SE em outra.

Além do mais perdeu 2 semestres de estágios remunerados e hoje estaria


FORMADA, pois já haveria concluído o curso e entrando no mercado de trabalho. Só que, com essa
situação, a Autora vê-se obrigada a esperar no mínimo mais um ano para ter seu diploma, sem levar
em consideração o tempo que as Rés AINDA irão demorar para resolver sua questão.

Saliente-se que as viagens até a Universidade, Campo Feira de Santana,


foram mais 30, a fim de solucionar o problema, gastando combustível e tempo!

VI - DO PEDIDO

ANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:

1º. A procedência do pedido quanto à gratuidade de justiça, inclusive para


efeito de possível recurso;

2º. O acolhimento dos argumentos consignados na presente petição inicial e o


deferimento da concessão da tutela liminar, INAUDITA ALTERA PARS, ao amparo das normas
citadas, determinando a Instituição Ré para que processe a expedição do Histórico Escolar a que faz
jus a requerente e que, após, seja entregue incontinenti e incondicionalmente à Autora;

3º. Que seja determinado a expedição do mandado para cumprimento da


concessão da Tutela Antecipada;

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4º. Que seja estipulada multa cominatória diária à ré, consoante prescrição
legal, no caso de descumprimento da medida, se concedida, nos termos da lei;

5º. A inversão do ônus da prova;

6º. A citação da empresa Ré para comparecer a audiência de conciliação a


ser marcada, podendo esta ser convolada em audiência de instrução e julgamento;

7º. Que a empresa RÉ seja condenada ao pagamento a título de DANOS


MORAIS e MATERIAIS a ser arbitrado por este MM Juízo, pelos motivos narrados na nesta peça;

8º. E que, ao final, torne-se definitiva a liminar para que se confirme a


condenação na obrigação de fazer configurada na entrega do Histórico Escolar.

9º. Que a Ré seja condenada ao pagamento das custas processuais;

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos.

Dá à causa o valor de R$ 20.000,00 (Vinte mil reais).

Nesses Termos, pede Deferimento.

Feira de Santana (BA), 20 de junho de 2015.

Jacqueline Martins Andrade Moraes


OAB/BA 37.520

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