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Notas de Aula

Carlos Eduardo I. Drumond

Teoria Econômica - Universidade Estadual de Santa Cruz

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1 Linguagem Matemática e Economia
Pelo menos a partir da metade do século XX, a linguagem matemática se tornou a linguagem
padrão de boa parte da teoria econômica. O uso da linguagem matemática é uma forma pode-
rosa de expressar as ideias de maneira compreensível evitando, ao mesmo tempo, contradições
lógicas, sendo útil não só no âmbito das ciências econômicas, mas, também, em outras ciências
sociais.
Através dessas notas, pretendo apresentar de maneira bastante breve um pouco sobre o
uso de funções e seus grácos assim como de derivadas1 . Existem muitos livros disponíveis
no mercado que apresentam de forma competente e didática tanto o cálculo quanto o que
se convencionou chamar de matemática para economia2 . Longe de ser um substituto para
o vasto material já disponível para os estudantes, este texto deve servir como auxílio para
aqueles pouco familiarizados com o uso da linguagem matemática, especialmente para os que
não zeram cursos de cálculo ou matemática aplicada na graduação.

2 Funções
Imagine que se deseje expressar uma relação entre duas variáveis, por exemplo, o consumo das
famílias e a renda da economia. Como poderíamos fazer isso de maneira clara? Usar uma
função é a forma mais intuitiva e simples de fazer isso, antes, contudo, vamos pensar sem usar
uma função, tentando expressar a mesma ideia só usando palavras.
Keynes, na sua conhecida Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda, descreve a relação
entre renda e consumo da seguinte forma: "A psicologia da comunidade é tal que, quando a
renda real agregada aumenta, o consumo agregado também aumenta, porém, não tanto quanto
a renda".
Usando a sentença anterior como referência, podemos pensar em um exemplo. Imagine que
a renda de um país tenha aumentado 10 milhões de reais em um certo período. Valendo a
teoria acima, o consumo agregado deveria aumentar também, mas não em 10 milhões de reais
e sim em uma magnitude menor, por exemplo 7,5 milhões de reais. Temos então um rudimento
de teoria; toda vez que a renda agregada aumenta 1 milhão, o consumo agregado aumenta 0,75
milhões de reais. Vamos acrescentar um outro detalhe para tornar nossa função mais parecida
com o usual. Imaginemos que mesmo quando a renda é zero há ainda algum consumo, que não
depende da renda, igual à 100 milhões no nosso exemplo simples. Assim temos que quando a
renda agregada é zero, ainda há 100 milhões de reais de consumo agregado. Para expressar
essas ideias em termos de uma função vamos chamar a renda agregada de Y e o consumo
agregado de C . Feito isto, podemos reescrever as propriedades descritas até aqui em termos de
uma equação:
1 Outra ferramenta do cálculo bastante útil são as integrais, cujo o estudo está bastante relacionado com as
derivadas. Nessas notas não trataremos sobre elas.
2 Alguns exemplos de livros de matemática para economia são os já clássicos Matemática para Economistas
de Alpha Chiang e Kevin Wainwright e o Matemática para Economias de Carl Simon e Lawrence Blume. Nesses
livros se irá encontrar não só uma breve introdução ao cálculo mas, também, ferramentas de otimização, álgebra
vetorial, matrizes dentre outras coisas.

2
Figura 1: Função Consumo

C = 100 + 0, 75Y (1)


Essa equação descreve o consumo agregado C como função da renda agregada Y , de modo
que podemos deduzir o valor do consumo agregado atribuindo valores para Y . Por exemplo,
quando Y é igual à 100 o consumo será igual à 175, quando Y for igual à 200 o consumo será
igual 250. Note que, quando a renda aumentou em 100 milhões o consumo aumentou menos
que 100 milhões, saindo de 175 para 250, de maneira análoga ao que prescreve a teoria descrita
no início do texto. Ao atribuirmos vários valores à Y conseguimos facilmente traçar um gráco
bidimensional com C no eixo vertical e Y no eixo horizontal.
Em um primeiro momento, atribuir valores à função pode ser uma maneira bastante didática
de entender como o gráco dessa função se parece. Com o tempo, contudo, isso passa a não ser
mais necessário e a compreensão dos formatos dos grácos (para a maioria das funções) passa
a ser bastante intuitiva.
Note que no nosso exemplo descrevemos uma função consumo bastante especíca. Dito
de outro modo, não sabíamos apenas as características gerais da função mas também que o
consumo aumentava exatamente 0,75 por real a mais na renda e quando a renda era zero
o consumo seria igual à 100. Na maioria das vezes é útil tornar as coisas mais gerais, sem
ser preciso conhecer esses valores diretamente. No caso da nossa função consumo o número
100 pode ser substituído por uma letra qualquer que denote uma constante, A, por exemplo.
Sabemos que esse A é positivo e não muda conforme Y muda, isto é, trata-se de uma constante
positiva. Por outro lado, o valor 0,75 também pode ser substituído por uma letra, c, por
exemplo, também uma constante positiva. No caso da constante c faz sentido impor mais uma
condição à ela, que c seja maior que zero e menor que 1. Para essa função descrita de maneira
mais generalista temos variáveis que são Y e C e constantes ou parâmetros que são A e c.

C = A + cY (2)
Como sabemos que c é um número positivo, toda vez que pensarmos num gráco para a
função consumo, saberemos que deve-se traçar uma reta positiva relacionando C e Y e que essa
reta vai começar a ser traçada no ponto A do eixo vertical do nosso gráco.
Nem todas as funções são lineares como a descrita anteriormente, vários fenômenos econô-
micos podem ser expressos como relações não lineares. Vamos pensar em um exemplo um
pouco menos usual que o da função consumo. Seria possível relacionar felicidade e renda?

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Figura 2: Função Felicidade

Essa é uma questão interessante que tem mobilizado pesquisadores motivados à compreender
se as pessoas realmente se tornam mais felizes na medida em que se tornam mais ricas. Sem
entrar em maiores detalhes sobre essa literatura, parece uma hipótese interessante supor que
as pessoas realmente cam mais felizes conforme cam mais ricas, mas, não de maneira linear.
Parece razoável imaginar que as primeiras unidades de riqueza que alguém adquire impactem
de maneira mais forte sua sensação de felicidade que as últimas. Dito de outro modo, alguém
já muito rico cará menos feliz ao ganhar um milhão de reais do que a maioria das pessoas ao
ganhar um milhão de reais, isso não signica que essa pessoa bastante rica não sinta felicidade
alguma com essa renda extra.
Vamos supor uma função simples pra nossa teoria bastante rudimentar. Supondo que a
felicidade possa ser medida por algum índice, vamos chamar nosso índice de felicidade de F
e relacionar ele com o nível de riqueza do individuo que chamaremos de W . A nossa função
felicidade não linear segue abaixo:

F = W 1/2 (3)
Usamos o mesmo articio que usamos antes para traçar o gráco dessa função. Supondo
apenas valores positivos para W , uma vez que não faz sentido pensar em riqueza negativa (ao
menos no contexto do nosso exemplo), assim como não fazia sentido pensar em renda negativa
na função consumo.
Ao invés de usarmos o valor 1/2 na função felicidade, poderíamos simplesmente utilizar um
parâmetro constante, a, por exemplo. Nesse caso, para termos um gráco similar e as mesmas
características descritas na nossa teoria de felicidade, precisaríamos impor alguma condição para
essa constante. Qualquer valor de a maior que 0 e menor que 1 geraria um gráco bastante
similar ao que temos. Note que, podemos fazer exercícios para diferentes valores de a sem que
esse parâmetro dependa de W ou de F , ou seja, sem que a deixe de ser uma constate.

F = Wa (4)
Parece óbvio que se supormos que a é maior que 1 essa função já não poderia descrever a
teoria que desejávamos, porque, ao invés da felicidade responder cada vez menos à mudanças
na riqueza ela iria responder cada vez mais.
Quando temos uma variável respondendo à uma única outra, como nos exemplos descritos
até aqui, chamamos essa função de função de uma variável. Em muitos casos a nossa variável

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dependente responde à várias outras variáveis. No caso do consumo, por exemplo, poderíamos
desenvolver uma teoria na qual não só a renda agregado explicasse o consumo agregado mas
também as expectativas dos agentes. Supondo que tenhamos um índice de expectativas que
chamaremos de E e que o consumo responde à mudanças na expectativa na magnitude e e que
esse e é um valor entre 0 e 1, teríamos uma segunda função consumo.

C = A + cY + eE (5)
Nesta função, C é a variável dependente, Y e E são as variáveis explicativas e A, c e e são
parâmetros constantes. Uma função que relaciona uma variável dependente com duas variáveis
explicativas ainda pode ser projetada em um gráco tridimensional, mas, funções com mais de
duas variáveis explicativas não podem ser plotadas em um gráco, a não ser que algum artifício
seja utilizado para tornar a função analisável em duas ou três dimensões.
Obviamente, omiti muitos detalhes sobre o estudo de funções que são ensinados nos cursos
de ensino médio. Aos interessados em aprender um pouco mais sobre o assunto, o volume 1
da coleção Fundamentos da Matemática Elementar de Gelson Iezzi e Carlos Murakami é uma
excelente leitura, contendo não só o estudo de funções, mas, também, o conteúdo fundamental
sobre conjuntos.
Na próxima seção estudaremos alguns rudimentos sobre derivadas de funções de uma variá-
vel. Mais uma vez, trata-se de uma apresentação bastante introdutória que omite uma série de
questões técnicas presentes nos livros de cálculo.

3 Derivadas de Funções de uma Variável


Há algumas maneiras de se deduzir a intuição básica do que é uma derivada. Uma delas é
pensar nas derivadas como uma forma de entender o impacto que uma variável tem sobre outra
em uma função. Lembremos do nosso exemplo de função consumo, como poderíamos estudar
o impacto de uma mudança na renda sobre o consumo de maneira mais geral, sem recorrer à
exemplos numéricos? Em outras palavras, o que queremos saber é a magnitude de ∆Y ∆C
, que é
variação do consumo agregado em relação à uma variação da renda, onde a letra grega ∆ indica
variação.
Muitas vezes é preciso tornas as coisas ainda mais genéricas do que apresentamos até aqui.
Suponhamos que nós saibamos que existe uma relação entre as variáveis y e x, de modo que x
seja a variável explicativa e y a variável dependente. Por outro lado não sabemos se a variável x
irá aparecer do lado direito da equação elevada à uma constante positiva, multiplicada por um
número, ou qualquer coisa similar. Nesse caso podemos escrever simplesmente que y = f (x)
sendo que o f nesse caso não está multiplicando a variável x e sim indicando a existência de
uma função. Embora a letra f seja muito utilizada nesses casos, nada impede que outras letras
apareçam com uso similar e isto será feito toda vez que for conveniente. Poderíamos ao invés
de usar a expressão f (x) usar u(x), por exemplo, se fosse didático por alguma razão ligada ao
problema que desejamos modelar.
Voltemos ao nosso problema do impacto da variação de uma variável sobre outra. Agora
supondo a função y = f (x), queremos saber qual a magnitude de ∆x ∆y
. Vamos tentar pensar
nisso passo a passo. O que sabemos é que quando ocorre alguma mudança em x deve ocorrer
alguma mudança em y , ou seja à um certo ∆y corresponde um certo ∆x. Antes de prosseguir é
bom lembrar o que queremos dizer com a expressão variação, se eu tenho 100,00 Reais e depois
de um certo período incide uma taxa de juros de 10 porcento sobre o meu dinheiro, ao nal do
período eu terei 110 Reais, mas, a variação dos meus recursos será igual à somente 10 Reais.
Ou seja, a variação é igual ao montante nal que eu possuo menos o montante inicial que eu
possuía, 110-100=10.

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No caso da nossa função y = f (x) temos o seguinte, a variação ∆y será igual à f (x + ∆x) −
f (x). Em palavras, a variação de y será igual à função de x mais a variação de x, menos o valor
inicial da função que era f (x).

∆y = f (x + ∆x) − f (x) (6)


Na equação acima, os dois termos do lado direito são análogos aos números 110 e 100 no
exemplo numérico de variação que zemos. Para que a nossa pergunta inicial seja respondida,
basta dividir os dois lados da equação por ∆x, já que nossa preocupação sempre foi saber qual
a magnitude de ∆x∆y
.
∆y f (x + ∆x) − f (x)
= (7)
∆x ∆x
Ocorre que desde o inicio gostaríamos de ter uma resposta generalizada para este problema,
sem precisar recorrer à exemplos numéricos. Para funções bastante simples, certamente pode-
ríamos estudar as coisas nos termos da expressão (7), no entanto, tentando abarcar um número
maior de problemas e dando ainda mais generalidade à nossa pergunta inicial, vale a pena
acrescentar um pequeno detalhe ao nosso questionamento. Não só queremos saber qual a mag-
nitude de uma variação em y com relação à uma variação em x, mas, queremos saber qual é
essa variação quando a variação de x é bastante pequena. Em linguagem mais técnica queremos
saber a magnitude de ∆x
∆y
quando ∆x tende à zero. Na verdade a variação ∆x∆y
quando ∆x à zero
é exatamente a derivada de uma função, uma ferramenta essencial do cálculo utilizada larga-
mente na matemática aplicada. Há várias formas de se expressar uma derivada, ao longo das
aulas vamos nos familiarizado com elas, no entanto, todas elas são apenas notações alternativas
para o mesmo problema. Aqui, vou utilizar a notação f 0 (x) como sendo a derivada da função
y = f (x) em relação à x.
Reescrevendo o nosso problema em termos de derivadas temos:
f (x + ∆x) − f (x)
f 0 (x) = lim (8)
∆x→0 ∆x
Não vou entrar em detalhes sobre o uso de limites, basta dizer aqui que a expressão lim
indica na equação (8) que desejamos calcular a função f (x+∆x)−f
∆x
(x)
quando ∆x se aproxima
muito de zero, ao ponto de ser virtualmente igual à zero.
Um exemplo certamente deverá tornar as coisas mais compreensíveis. Vamos calcular a
derivada da função y = x2 em relação à x. O nosso f (x) é igual à x2 , logo podemos repetir a
expressão (8) usando x2 nos locais convenientes. Quando desejamos calcular nosso f (x) para
um valor especíco de x o que fazemos é substituir esse valor na função, logo para f (x + ∆x)
podemos fazer o mesmo. No caso da função x2 temos que:

f (x + ∆x) = (x + ∆x)2 (9)

f (x) = x2 (10)
A expressão à direita da equação (9) é um produto notável, como é fácil de perceber3 .
Resolvendo esse produto notável:

f (x + ∆x) = x2 + 2(∆x)x + (∆x)2 (11)


Podemos substituir as equações (10) e (11) na expressão (8):
3 Algumas pessoas vão rapidamente se lembrar da expressão "quadrado do primeiro mais duas vezes o primeiro
pelo segundo mais o quadrado do segundo"

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x2 + 2(∆x)x + (∆x)2 − x2
f 0 (x) = lim (12)
∆x→0 ∆x
Simplicando um pouco mais a equação:
2(∆x)x + (∆x)(∆x)
f 0 (x) = lim (13)
∆x→0 ∆x
Simplicando novamente ao realizar a divisão por ∆x:

f 0 (x) = lim 2x + ∆x (14)


∆x→0

Sem discutir mais detalhadamente o conceito de limite, para resolver o limite na expressão
(14) basta considerar ∆x igual à zero. Sendo assim, retirando a expressão lim, temos que
f 0 (x) = 2x. Ou seja, a derivada da função y = x2 com relação à x é igual à 2x.
Felizmente não é preciso repetir todos esses passos para calcular uma derivada. O exercício
que zemos até aqui tem a intenção de xar a intuição do que é uma derivada, mas na grande
maioria dos casos vamos lançar mão de regrinhas de bolso que nos permitem calcular a derivada
sem todos esses passos.

3.1 Regras de Bolso para as Derivadas

A primeira regra de bolso diz respeito à função linear. Se temos uma constante multiplicando
uma variável, a derivada será sempre apenas a constante que está multiplicando a variável. Por
exemplo, se temos a função y = 32x sua derivada f 0 (x) será simplesmente igual à 32. Lembre-
se que gostamos de usar de generalidade, então ao invés de escrevermos uma função com um
número podemos simplesmente usar um parâmetro, fazendo, por exemplo, y = ax onde a é
uma constante 4 . Nesse caso a derivada da função é simplesmente a.
Outra regra muito útil diz respeito à função exponencial, quando temos y = xa . Um exemplo
de função exponencial para o qual já calculamos a derivada é a função y = x2 cuja a derivada,
sabemos, é igual à 2. A regrinha para a função exponencial xa é a seguinte:

f 0 (x) = a(x)a−1 (15)


Usando essa regra temos como calcular, por exemplo, a derivada da função y = x3 :

f 0 (x) = 3(x)3−1 = 3x2 (16)


Mais uma vez é bom lembrar que em muitos casos não será preciso usar números para
calcular a derivada, já que podemos manter as coisas de maneira geral como na expressão (15)
apenas tentando compreender as características qualitativas de uma função a partir do que for
imposto pela teoria à ela.
A regra da função exponencial pode ser reescrita de maneira ainda mais genérica, fazendo
y = cxa sendo c e a constantes. Para esse tipo de função a regra de bolso é a seguinte:

f 0 (x) = ac(x)a−1 (17)


Podemos calcular a derivada de y = 4x3 usando a regra acima:

f 0 (x) = ac(x)a−1 = 4(3)x3−1 = 12x2 (18)


4 Obviamente todas as vezes que se constrói um modelo é importante denir o que são variáveis e o que são
parâmetros no modelo, caso contrário não será possível estudar com precisão as funções que compõe um dado
modelo

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O que ocorre quando temos uma função composta por várias funções de x, por exemplo?5
Um exemplo de função assim é a função y = 32x + 4x2 . Para funções assim, basta se derivar
cada expressão de x individualmente e somar essas derivadas. De maneira um pouco mais
formal, temos o seguinte. Se y = f (x) + g(x) sua derivada será igual a soma das derivadas
f 0 (x) + g 0 (x). Essa regra é conhecida como derivada da soma.
No caso do exemplo acima, temos que a derivada da função será igual à 32 + 8x.
O que ocorre quando uma parte da função é uma constante, como no caso da função consumo
que estudamos? Quando a constante aparece somando ou sendo subtraída basta lembrar que
a derivada de uma constante é zero (se é constante não varia obviamente).
Logo no caso da função consumo C = A + cY a derivada de C com relação à Y será igual
à c já que a derivada de A é zero.
Clicando aqui o leitor encontrará uma série de regras de derivação que ajudarão nos exercí-
cios. Além das regras que apresentamos até agora, a regra do produto, a regra do quociente, a
regra da cadeia e a regra da derivada do logaritmo serão muito úteis para os nossos propósitos.

4 Derivadas Parciais
Como já foi dito em outros momentos do texto, em muitas situações uma função com uma
única variável não é suciente para descrever uma teoria. No caso da função consumo propus
uma teoria alternativa incluindo as expectativas dos agentes como explicação adicional para o
consumo. O que ocorre quando estamos tentando estudar funções assim através de derivadas?
Há formas diferentes de fazer isso, mas uma bastante usual é através das derivadas parciais.
Nas derivadas parciais o que fazemos é considerar apenas uma das variáveis da função e
tomar todas as outras como constantes. Por exemplo, se temos a seguinte função y = x2 + 32z
sendo tanto x quanto z variáveis explicativas (lembre das denições sobre variáveis e constantes
que temos sempre que respeitar). Nesse caso eu posso estar interessado em estudar os impactos
de mudanças em x sobre y ou de mudanças em z sobre y . Se o interesse é estudar os efeitos de y
sobre x calculamos a derivada parcial de y com relação à x tomando z como uma constante6 . A
notação usual pra expressar essa operação é ∂x∂y
que se lê "derron y derron x". Se você decorou
a regrinha da função exponencial e também se lembrar que a derivada de uma constante é zero,
chegará rapidamente ao valor dessa derivada parcial:
∂y
= 2x (19)
∂x
Se ao invés de tomarmos z como constante zermos isso com x teremos:
∂y
= 32 (20)
∂z
No caso anterior nossa função era composta por uma soma de funções de diferentes variáveis.
O que ocorreria se ao invés disso fosse uma uma multiplicação como no caso de y = 10x2 z ?
Mais uma vez é só considerar uma das variáveis como constantes e fazer a derivada usando
as regras que foram aprendidas. Se tomamos z como constante temos:
∂y
= (2)(10)x(2−1) z = 20xz (21)
∂x
E, tomando x como constante, temos que:
5 Lembramos que ainda assim se trata de uma função com uma única variável explicativa que é x
6 Se
você se sentir confortável com uma expressão nada formal, pode usar "fazendo de conta que z é uma
constante

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∂y
= 10x2 (22)
∂z
O procedimento feito até aqui pode facilmente ser reproduzido para funções que não tenham
números denidos, mas, parâmetros, desde que saibamos desde o início o que são variáveis e
o que são constantes. Suponhamos a seguinte função y = axb z c onde x e z são variáveis
explicativas e a, b e c são parâmetros. Como carão as derivadas parciais dessa função? Basta
aplicar as regras que aprendemos na seção anterior tomando uma das duas variáveis como
constante:
∂y
= a(b)x(b−1) z c (23)
∂z
O cálculo da derivada parcial de y em relação à z pode ser feito como exercício de xação.

Tudo o que zemos até agora com funções com duas variáveis explicativas pode ser feito com
funções com n variáveis explicativas. Para se calcular uma derivada parcial bastará, sempre,
tomar todas as outras variáveis (sendo elas uma ou várias) como constantes.

5 Comentários
A intenção em escrever essas notas é fornecer uma transição suave para o estudante com pouco
ou nenhum treinamento em cálculo. Evitei, dentro do possível, usar de linguagem mais técnica
e, portanto, mais desconhecida. Espero, contudo, que o leitor tenha motivação para ir além do
que foi apresentado aqui. Só assim o intuito inicial desse texto será completamente cumprido.

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