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 Atenção e suas alterações:

Fonte: Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais - Dalgalarrondo - 2 ed

Definição de atenção: Conjunto de processos psicológicos que torna o ser humano capaz de
selecionar, filtrar e organizar as informações em unidades controláveis e significativas. A
atenção pode ser definida como a direção da consciência, o estado de concentração da
atividade mental sobre determinado objeto. A determinação do nível de consciência é
fundamental para a avaliação da atenção.

Conceitos da psicologia e da psicopatologia clássicas da atenção:


Quando à natureza da atenção:
1. Atenção voluntária: exprime concentração ativa e intencional da consciência sobre um
objeto.
2. Atenção espontânea: tipo de atenção suscitado pelo interesse momentâneo,
incidental, que desperta este ou aquele objeto. Geralmente fica aumentada nos
estados mentais em que o indivíduo tem pouco controle voluntário sobre sua
atividade mental.
Quanto à direção da atenção:
1. Atenção externa: projetada para fora do mundo subjetivo do sujeito, voltada para o
mundo exterior ou para o corpo, geralmente de natureza mais sensorial, utilizando os
órgãos dos sentidos.
2. Atenção interna: aquela que se volta para os processos mentais do próprio indivíduo.
É mais reflexiva, introspectiva e meditativa.
Quanto à amplitude da atenção:
1. Atenção focal: aquela que se mantém concentrada sobre um campo determinado e
relativamente delimitado e restrito da consciência.
2. Atenção dispersa: que se concentra em um campo determinado, espalhando-se de
modo menos delimitado.
Tenacidade: capacidade de fixar a atenção sobre determinada área ou objeto. Nela a atenção
se prende a certo estímulo, fixando-se sobre ele.
Vigilância: qualidade da atenção que permite ao indivíduo mudar seu foco de um objeto para
outro.
Atenção flutuante: estado de como deve funcionar a atenção do psicanalista durante uma
sessão analítica. É um estado articifial da atenção - a atenção do psicanalista não deve
privilegiar a priori qualquer elemento do discurso ou comportamento do paciente, o que
implica deixar funcionar livremente sua própria atividade mental, consciente e inconsciente,
deixando livre a atenção e suspendendo ao máximo as motivações, os desejos e os planos
próprios. O analista deve manter-se aberto à experiência imediata, esquecendo-se do passado
e do futuro, da memória e do desejo, para que sua atenção permaneça livre.

Psicologia contemporânea da atenção:


Capacidade e foco de atenção: referem-se à focalização da atenção e estão associados à
experiência subjetiva de concentração. A capacidade de atenção não é constante com o passar
do tempo, flutuando em função de fatores extrínsecos e de fatores intrínsecos. A capacidade
de focalizar a atenção relaciona-se diretamente com o número de operações mentais que
precisam ser realizadas ao mesmo tempo e com a dificuldade das tarefas.
Atenção seletiva: relacionada a processos que permitem ou facilitam a seleção de informações
relevantes para o sujeito e seu processamento cognitivo. A atenção seletiva limita todas as
informações externas ou internas que chegam ao sistema cerebral. Além disso, aumenta a
capacidade de processar e dar conta dos estímulos e das informações mais relevantes,
fundamentais para o desempenho cognitivo e comportamental – quando a atenção elege
certos estímulos, a capacidade de responder a outros diminui proporcionalmente.
Seleção de reposta e controle seletivo: a atenção está sempre envolvida na seleção não
apenas dos estímulos e das informações, mas também das respostas e do controle destas. A
atenção vincula-se a processos cognitivos complexos que envolvem a intenção, o
planejamento e a tomada de decisões. Esses processos estão na sabe da ação volitiva (dos atos
de vontade), são denominadas funções executivas e dependem intensamente de sistemas
cerebrais pré-frontais, sobretudo em circuitos subcorticais. O controle executivo possibilita
que se mude com eficácia de uma resposta possível para outra conforme as demandas
cambiantes do ambiente.
Atenção constante ou sustentada: capacidade de manter atenção ao longo do tempo; varia
com o passar do tempo (normalmente diminui). Como função psíquica, a atenção é mais
variável ao longo do tempo do que a percepção e a memória. O limites para manter a atenção
por longo tempo dependem da relação entre os estímulos-alvo e os estímulos distrativos, do
nível de consciência (vigilância), da motivação (incluindo aqui a excitação com a tarefa e seu
oposto, o tédio) e da fadiga.
Nota: Hábito e sensibilização: hábito é quando um estímulo constante diminui o estado de
alerta, de prontidão inicial; sensibilização é o oposto.

Neuropsicologia da atenção:
Estruturas do SN relacionadas à atenção: sistema reticular ativador ascendente (SRAA) no
tronco cerebral, tálamo e o corpo estriado em nível subcortical, e em nível cortical, o córtex
parietal posterior direito (não-dominante), o córtex pré-frontal, o giro cingulado anterior
(região frontal), estruturas do lobo temporal medial do sistema límbico.
SRAA – possibilita nível de consciência básico para manter a vigilância necessária para os
processos de atenção. Fornece a preparação inespecífica à atenção.
Núcleos intralaminares do tálamo – filtram sinais enviados pelo SRAA e os projetam para o
núcleo caudado (no corpo estriado) e para o córtex pré-frontal e para outras áreas corticais
(exceto para áreas sensoriais primárias).
Núcleo reticular do tálamo – possui associações recíprocas como o córtex pré-frontal e com
núcleos sensoriais do tálamo. Age como um filtro, permitindo que apenas algumas
informações prossigam em direção ao córtex cerebral.
Córtex parietal – envolvido com a seleção sensorial (atenção seletiva visual e atenção dirigida
ao espaço extrapessoal).
Córtex frontal do cíngulo – vincula-se à intensidade do foco de atenção e à motivação.
Córtex pré-frontal – mais revelante para atenção. Área pré-frontais dorsolaterais: seleção de
resposta e controle seletivo; além de desempenharem um papel na manutenção da
flexibilidade da resposta e na geração de alternativas de respostas, assim como na memória de
trabalho e no sequenciamento de informação temporal. Lesões nessas áreas dorsolaterais
levam a alterações da atenção (distraibilidade, impersistência e perseveração – repetição
automática de respostas); Áreas pré-frontais orbitomediais: modulação dos impulsos, humor e
memória de trabalho. Lesões nessas áreas levam a alterações da atenção relacionadas a
impulsividade, desinibição e labilidade afetiva.
Lobos temporais (estruturas límbicas) – envolvidas no interesse afetivo (atração, motivação,
importância do estímulo e carga emocional que este ou aquele objeto desperta na mente).
Nesse sentido, há o consenso de que os aspectos motivacionais e afetivos da atenção,
mobilizados em áreas límbicas, devem interagir com os aspectos de seleção e hierarquização
da atividade consciente, elaborados em áreas pré-frontais e parietais, produzindo um vetor
final, a saber, a atividade atencional do indivíduo.

Anormalidades da atenção:
1. Hipoprosexia: Diminuição global da atenção. Perda básica da capacidade de concentração,
com fatigabilidade aumentada, dificultando a percepção dos estímulos ambientais e a
compreensão. Lembranças ficam mais difíceis e imprecisas, há dificuldade crescente em todas
as atividades psíquicas complexas (pensar, raciocinar, integração de informações etc).
2. Aprosexia: total abolição da capacidade de atenção.
3. Hiperprosexia: estado de atenção exacerbada.
4. Distração: sinal de superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou
objetos, com a inibição de tudo o mais. Há certa hipertenacidade e hipovigilância. Ex: cientista.
5. Distraibilidade: ao contrário da distração, é um estado patológico que se exprime por
instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária, com dificuldade ou
incapacidade para fixar-se ou deter-se em qualquer coisa que implique esforço produtivo. A
atenção é muito facilmente desviada de um objeto para outro.

Valor diagnóstico das alterações da atenção:


As alterações da atenção podem ocorrer tanto em distúrbios neurológicos e neuropsicológicos
como em transtornos mentais.

Distúrbios neurológicos e neuropsicológicos:


Os distúrbios neurológicos e neuropsicológicos nos quais se verificam alterações da atenção
são, principalmente, aquelas condições em que ocorre diminuição do nível de consciência.
Pode-se mencionar aqui as encefalopatias metabólicas (por alteração de níveis de oxigênio,
glicose e do equilíbrio eletrolítico, acúmulo de catabólitos, etc.), meningoencefalites, acidentes
vasculares cerebrais, esclerose múltipla e quadros tumorais. Nas demências, as alterações de
atenção podem estar relacionadas a quadros episódicos com rebaixamento do nível de
consciência (delirium que se sobrepõe ao quadro demencial) ou deterioração cognitiva
progressiva. Na demência de Alzheimer, os pacientes têm dificuldades em tarefas que
requerem concentração e foco, assim como em atividades de controle executivo (funções
frontais).

Transtornos mentais:
A atenção quase sempre está alterada nos transtornos mentais graves.
Frequentes alterações da atenção: Transtornos do humor (depressão e transtorno bipolar),
transtorno obsessivo compulsivo (TOC), esquizofrenia e transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade (TDAH).
1. Transtornos do humor: importantes dificuldades de concentração e atenção constante. São
típicas certas alterações da atenção dos estados depressivos e dos estados maníacos.
Quadros maníacos: diminuição da atenção voluntária e aumento da atenção espontânea, com
hipervigilância e hipotenacidade.
Quadros depressivos: hipoprosexia. Em alguns casos graves, ocorre a fixação da atenção em
certos temas depressivos (hipertenacidade), com rigidez e alguma diminuição da capacidade
de mudar o foco da atenção (hipovigilância). Isso acontece pelo fato de o indivíduo estar em
depressão grave, muitas vezes voltado totalmente para si, concentrado em conteúdos de
fracasso, doença, culpa, pecado, ruína, etc. Em pacientes deprimidos, o desempenho
prejudicado em tarefas de atenção constante é, de modo geral, proporcional à gravidade do
estado depressivo. A atenção seletiva sensorial é geralmente menos afetada.

2. Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): atenção ou vigilância excessiva e desregulada. O


paciente demonstra alterações no controle executivo (funções frontais), na memória de
trabalho (intimamente relacionada à atenção) e na seleção de respostas.

3. Esquizofrenia: o déficit de atenção é central. A filtragem de informação irrelevante


geralmente consiste em uma dificuldade importante. Pacientes esquizofrênicos costumam ter
dificuldade em anular adequadamente estímulos sensoriais irrelevantes enquanto realizam
determinada tarefa; são muito suscetíveis de distrair-se com estímulos visuais e auditivos
externos. Sob testagem neuropsicológica, eles revelam lentificação no tempo de reação em
consequência da distraibilidade, não conseguem suprimir informações interferentes e têm
grande dificuldade com a atenção constante, talvez por essa forte tendência à distraibilidade

4. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH): há dificuldade marcante de


prestar atenção a estímulos internos e externos, pois o paciente, geralmente criança ou
adolescente, tem a capacidade prejudicada em organizar e completar tarefas, assim como
relutância em controlar seus comportamentos e impulsos. Pacientes com TDAH revelam, em
estudos de imagem cerebral, alterações no sistema frontal. A atenção constante prejudicada
parece ser um aspecto primário e central dessa condição. A dificuldade é maior quando se faz
necessário um estado de vigilância para detectar informação infrequente, sobretudo quanto
tal informação não é motivacionalmente importante para o sujeito. Crianças com TDAH têm
prejuízo relacionado à filtragem de estímulos irrelevantes à tarefa (embora seja questionável
se a filtragem atencional é ou não o principal problema das pessoas com TDAH).

Semiotécnica simplificada da atenção:


Perguntar ao paciente e à pessoa que o acompanha (em especial a ela): Tem dificuldade para
se concentrar? Distrai-se com facilidade? Não escuta quando lhe falam? Tem problemas para
terminar tarefas? Não consegue organizar as tarefas? Perde coisas necessárias para a
realização de tarefas?
A avaliação mais simples e prática da atenção é pedir ao paciente que olhe os objetos que
estão na sala da entrevista e que logo em seguida cite o que viu.
Prova de repetição de dígitos (dígito span): Pedir ao paciente que repita uma série de dígitos
pronunciados em voz alta, de forma pausada, evitando tudo o que possa distraí-lo: 2-7/4-9/5-
8-2/6-9-4/6-4-3-9/7-2-8-6/4-2-7-3-1/7-5-8-3-6/6-1-9-4-7-3/3-9-2-4-8-7/5-9-1-7-4-2-8/4-1-7-9-
3-8-6.
(O adulto normal repete corretamente 6 ou 7 dígitos.)

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