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A DINÂMICA FAMILIAR ALIADA AO SERVIÇO SOCIAL CONTEMPORÂNEO

Débora Hesse Machado1

RESUMO
Este artigo tem a finalidade de situar o leitor sobre as mudanças ocorridas nas estruturas
familiares dos anos 90, além de analisar e refletir a prática do Serviço Social no âmbito familiar.
Palavras-chaves: Relações Familiares, Serviço Social, Prática Profissional, Políticas Sociais.

INTRODUÇÃO
Para o Serviço Social, o tema família não é nenhuma novidade. Intervimos nesta dinâmica a todo
instante porém na graduação somos pouco preparados para trabalhar as relações familiares e com
as mudanças na estrutura familiar que vem ocorrendo na história.
A análise das relações na família, sobretudo a partir da mudança nos papéis familiares é
inevitável diante da crescente incorporação da mulher no mercado de trabalho e da possibilidade
de contracepção cada vez mais assegurada.

A Dinâmica Familiar dos anos 90


A família brasileira hoje apresenta mudanças em todos os segmentos da população que são
decorrentes do processo de modernização da sociedade na segunda metade do século XX. Tal
processo gerou um novo padrão demográfico na realidade brasileira.
De acordo com a análise da PNAD(Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios-IBGE), a
família dos anos 90 tem uma configuração marcada pelas seguintes características populacionais:
1. Número reduzido de filhos. A família brasileira entra nos anos 90 com uma média de 2,5
filhos, em contraposição aos anos 60, cuja média era 6,3 filhos . Este dado indica queda
acentuada da taxa de fecundidade das mulheres brasileiras.

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Aluna do 7º Semestre do curso de Serviço Social.
Para o Serviço Social, a baixa taxa de fecundidade já é notória pois há uma maior preocupação
por parte das famílias em relação a contracepção além disso a rede de atendimento ( postos de
saúde) está articulada para disponibilizar alternativas para esta prevenção. Não esquecendo dos
agentes de saúde que realizam um trabalho integrado com a rede de atendimento.
Porém, as famílias mais vulneráveis precisam de um acompanhamento de maior qualidade, onde
o profissional trabalhe a autonomia da mulher e o resgate de sua auto estima e não somente um
trabalho preventivo. Estas mulheres precisam fortalecer a sua identidade para assim optarem por
um projeto de vida que tenha objetivos e que beneficie todo grupo familiar. Assim, aos poucos a
família começa a planejar e entender o significado da vida.

2. O aumento da concepção em idade precoce. Isto implica o aumento da gravidez entre


adolescentes.
Atualmente o número de adolescentes grávidas vem preocupando as políticas públicas
brasileiras. Em relação a este fato podemos dizer que em muitas famílias onde ocorrem a
gravidez na adolescência é visto a falta de diálogo e de convívio familiar. Faltam projetos para
trabalhar com adolescentes em conjunto com a família, geralmente os projetos que existem
focalizam a atenção na famílias como a tentativa de ampliar sua renda esquecendo-se de incluir
os adolescentes nas reuniões que poderia ser uma proposta inovadora tratando desta relação
adulto-adolescente na perspectiva de fortalecer estes laços inter-familiares além de questionar o
senso de responsabilidade dos adolescentes e o seu papel na família.
Esses dados permitem observar as mudanças ocorridas na configuração brasileira, dentre as quais
se destacam:

* a transformação e a liberalização dos hábitos e dos costumes, especialmente relacionados à


sexualidade e à nova posição da mulher na sociedade.

* O desenvolvimento técnico-científco, que proporcionou, entre tantas invenções, os


anticoncepcionais e o avanço dos meios de comunicação em massa.
* O modelo de desenvolvimento econômico adotado pelo Estado brasileiro que teve como
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consequência o empobrecimento acelerado das famílias na década de 80, a migração do campo
para a cidade e um contingente muito grande de crianças e mulheres no mercado de trabalho. "O
Estado brasileiro foi perdendo gradativamente a eficiência do setor público na prestação de
serviços que contribuiu ainda mais para deterioração das condições de vida da
população"(Goldani, apud Mioto,1997,p.119)

As mudanças acarretaram a fragilização dos vínculos familiares e uma maior vulnerabilidade da


família no contexto social. Esta vulnerabilidade esta relacionada ao enxugamento da família
brasileira (separações e divórcios) e a sua nova composição (famílias nucleares, aumento
crescente das famílias monoparentais e especialmente de mulheres chefiando famílias, aumento
das pessoas sozinhas).

A família pode ser definida como um núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar,
durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou não) por laços
cosanguíneos. Ele tem como tarefa primordial o cuidado e a proteção de seus membros, e se
encontra dialeticamente articulado com a estrutura social na qual está inserido.(Mioto, 1997,
p.120)

Ao adotarmos uma definição como esta abandonamos a idéa dos modelos familiares, o discurso
do "deve ser" e a pensamos como um lugar privilegiado de preservação da vida. Já que é dentro
dela que se explicita o cuidado de geração com outra geração. É no contexto familiar que se
expressam os sentimentos (amor, ódio, inveja, gratidão), que a criança aprende a reconhecer-se
como única (identidade) e como parte do grupo (sentido de pertencer, o sentido do nós). "Até
hoje não foi descoberta outra forma de ensinar gente a ser gente".(Mioto, 1997,p.120)
É importante destacar que a capacidade de cuidado e proteção dos grupos familiares depende
diretamente da qualidade de vida que eles têm no contexto social nos quais estão inseridos.
Atualmente em vez da política econômica assegurar condições mínimas(renda, emprego,
segurança, serviços públicos de qualidade) de sustentação das famílias, ela vem desencadeando
situações (migrações,desemprego,ausência de serviços públicos) que são fontes geradoras de
estresse familiar.

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Outro aspecto a ser discutido relaciona-se aos membros da família em uma perspectiva
individualista. A crescente autonomia dos membros tem colocado em pauta os projetos de vida
individuais nem sempre compatíveis com os projetos familiares."A família não é mais uma única
definição". (Fachin,1999,p.16)

Levando em conta todas estas questões, a família contemporânea pode ser vista como um
desafio, que envolve problemas de ordem ética, econômica, política e social. Nesse sentido, tem
sido um espaço de conflitos onde são enfrentadas diariamente situações contraditórias, como:
* o cumprimento de tarefas básicas (proteção e cuidado da criança) sem que se tenha condições
objetivas para tanto;

* o embate entre o projeto pessoal dos pais e o projeto familiar de cuidado do outro;
* a convivência de um modelo familiar ideal calcado no passado com a diversidade dos arranjos
familiares atuais.

Podemos dizer, que a qualidade de vida das famílias dependem da articulação que cada uma
consegue fazer entre as demandas internas e as demandas do seu espaço social além das formas
de lidar com as transformações ocorridas no âmbito das relações familiares.
Essa articulação se constitui num processo muito difícil, diante das respostas que vem sendo
dadas pelas famílias e seus membros. Hoje visualizamos atitudes destrutivas no contexto das
relações familiares( a violência contra a mulher e a criança) além do aumento de problemas na
infância e na juventude. Este conflitos podem ser entendidos como uma luta pela sobrevivência,
já que a cada dia aumenta o número de famílias em condições de miséria.
Precisamos, apreender a lidar com as dramáticas respostas que as famílias vêm apresentado
enquanto grupo (relações conflituosas e destrutivas ) e por intermédio de seus membros
individualmente (drogadição, problemas de comportamento, suicídio, delinquência) e assim
estabelecer processos de atenção a família, que as auxiliem a enfrentar desafios e que proponham
novas articulações visando uma condição humana melhor.

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A Prática Profissional e os Processos Familiares

Segundo Silva "a prática profissional, volta-se para orientações e prestação de serviço ou
implantação de programas que beneficiam o grupo familiar"(Silva, 1987,p.145).
A organização institucional trabalha com o modelo assistencial cuja a preocupação central na
resolução de problemas do indivíduo fragilizado(ex:criança violentada ou portadora de
necessidades especiais,etc.)e não na perspectiva da intervenção familiar. Sabemos que este
modelo, embora tenha cada vez mais recursos disponíveis tem uma leitura limitada das
demandas que lhe são colocadas.

Assim, os profissionais trabalham com as famílias no sentido de atender o objetivo da instituição


tentando resolver o caso do usuário. Sem contar que muitas vezes são as mesma famílias que
circulam por diferentes instituições, levando para elas o mesmo usuário. E a trajetória se repete, a
instituição se preocupa em dar um atendimento específico não conseguindo perceber que é a
família como um todo e não apenas um membro dela que necessita de atenção.
Se tornarmos o usuário fragilizado como expressão de um contexto familiar comprometido, o
eixo da atenção profissional estará sendo alterado. Esta alteração se dará tanto no nível da
compreensão do problema como no nível da ação profissional. Assim desenvolve-se o sentido de
ajudar a família a identificar as duas dificuldades e realizar mudanças para que possam alterar
esta situação. "Assim torna-se prioritário que a família perceba que a mudança de sua vida
depende muito da sua participação em movimentos reivindicatórios organizados, em busca de
melhores condições de vida" ( Mioto, 1997, p.125)

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Precisamos rever as formas de atenção as famílias pois quando elas procuram projetos ou
atendimento já tem os seus processos relacionais comprometidos. A partir desta demanda temos
que incluir ações direcionadas a formulação e implantação de políticas sociais que dê no mínimo
condições de sobrevivência do grupo familiar.

É necessário uma prática profissional competente perante as famílas, não só no sentido de


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atender dentro de suas especificidades mas de transformar o cotidiano profissional em uma
prática investigativa. E é através desta investigação que o profissional consegue visualizar e
propor mudanças que contemplem desde a avaliação das políticas socias e programas instituidos
até a implementação de uma nova geração de políticas sociais para dar conta desta situação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 SILVA, Lídia Maria M.R. Serviço Social e Família: legitimação de uma ideologia.3.ed. São
Paulo:Cortez, 1987.
2 REVISTA DO DIRETO. Santa Cruz do Sul:Fachin, Luiz Edson.,n.12, jul.1999.p.13-28.
3 SERVIÇO SOCIAL E SOCIEDADE. São Paulo: Mioto, Célia Tamaso.,v.18,n.55,
nov.1997.p.114-130.

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