Galileu e a
nova Física
Autores
aula
09
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CDD 520
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Apresentação
N
esta aula, estudaremos as grandes mudanças ocorridas na Ciência, particularmente
na Física e na Astronomia, durante os séculos XVI e XVII. Com a divulgação do
sistema heliocêntrico de Copérnico e a revisão das idéias e conceitos aristotélicos,
astrônomos e matemáticos como Tycho Brahe, Johannes Kepler, Galileu Galilei e Isaac Newton
puderam desenvolver uma teoria do universo baseada não apenas em hipóteses, mas em
observações e experimentos. Assim, nasce a Ciência Moderna e o método científico como
o conhecemos hoje. Veremos a revisão dos conceitos de Aristóteles sobre o movimento
dos corpos e as conseqüências disso nas novas idéias introduzidas por Galileu e suas
grandes descobertas.
Objetivos
Entender as idéias de Aristóteles sobre a constituição do
1 universo e sobre o movimento dos corpos no ambiente
terrestre e no mundo dos objetos celestes.
V
ocê deve estar lembrado que, como mencionamos na aula anterior, Aristóteles
(Figura 1) acreditava que o mundo terreno ou sublunar (a Terra e todos os objetos
que nela existem) era formado pelos quatro elementos fundamentais: terra, água, ar
e fogo. Esses elementos possuíam lugares bem definidos no Universo que seriam o “lugar
natural” de cada um. Por outro lado, o cosmos e os objetos celestes eram compostos por
um quinto elemento chamado “quintessência”, o qual conferiria um caráter de perfeição aos
corpos celestes e ao cosmos ou mundo supralunar, em contraposição ao caráter imperfeito
do mundo sublunar.
Ele acreditava que o movimento dos objetos era determinado pela natureza da substância
da qual era feito. Por exemplo, uma pedra caía no chão porque a pedra e o chão eram feitos
de uma substância similar, no caso, “terra”. Ou, ainda, a pedra caía porque o lugar natural dos
corpos pesados era o centro do Universo e era por essa razão que ali estava a Terra (Figura
2). Quanto mais pesado um corpo, mais terra ele continha e mais rápido caía no chão.
FONTE: <http://web.hao.ucar.edu/public/education/sp/images/
aristotle.html> Acesso em: 18 jun. 2007.
No caso da água, ela se espalhava pelo chão porque seu lugar natural é a superfície da
Terra. As gotas de chuva que estão no ar caem em direção à Terra sobre a qual está a água,
seu lugar natural. As bolhas de ar na água subiam à procura da camada de ar que fica mais
alta. A fumaça subia porque, sendo feita de ar e fogo, procuraria estar junto do ar e longe da
terra e da água. Por sua vez, como o fogo fica na esfera mais alta acima de nós, as chamas
queimam para cima.
É importante também notar que, para Aristóteles, os objetos mais pesados teriam uma
tendência maior de atingir o seu lugar próprio original. Dessa forma, o corpo mais pesado
cairia mais rapidamente que o mais leve. Como veremos mais adiante, essa idéia, juntamente
com outros conceitos da Física aristotélica, foi contestada experimentalmente por Galileu.
Por outro lado, no seu modelo geocêntrico, Aristóteles propunha que, para além de
todas as esferas celestes, para além da esfera das estrelas fixas, havia o que ele chamava
de Primeiro Motor. Este era o motor imóvel que impulsionava todas as coisas sem que ele
mesmo se movesse. Os corpos celestes eram impulsionados em suas esferas de fora para
dentro pelo Primeiro Motor, o qual os fazia moverem-se numa trajetória circular perfeita com
velocidade constante.
Como você pode ver, na cosmologia aristotélica, cada coisa tem seu lugar, e ali deve
permanecer. Se você desloca um objeto de sua posição própria ou natural, ele tende a voltar
imediatamente para a mesma, por meio de um “movimento natural”. Por essa razão, um
objeto pesado quando elevado do chão cai de volta, pois o chão é o seu lugar “próprio”.
Essa lei aplica-se tanto aos objetos inanimados como às coisas vivas, de maneira que, por
exemplo, os pássaros voam e os peixes nadam porque essa é a sua natureza.
Note que a Física de Aristóteles está muito próxima do senso comum e da nossa
experiência quotidiana. É bastante freqüente pensar que não pode haver movimento sem força
e que força e velocidade são proporcionais. Contudo, para a Física Moderna, essas noções não
são corretas e as idéias de Aristóteles significaram um entrave ao desenvolvimento científico
durante toda a Idade Média. Como veremos a seguir, coube a Galileu demonstrar suas falhas
e erros e estabelecer um novo método de investigação da natureza e uma nova Física.
A revolução de Galileu -
contexto histórico
A
s mudanças na visão de mundo predominante durante toda a Idade Média
tiveram lugar no período compreendido entre os séculos XVI e XVII. Profundas
transformações sociais ocorreram a partir do século XIV na Itália e aprofundaram-
se durante o Renascimento na literatura, artes plásticas, música, ciências, tecnologia,
cosmologia e filosofia. Uma verdadeira revolução científica acontece em tal período, fruto
de uma grande efervescência intelectual que propunha uma nova maneira de conhecer e
explicar o mundo. A humanidade redescobria o conhecimento greco-romano e rompia com
a tradição cristã medieval.
Nesse contexto, surge a figura de Galileu Galilei que, com suas idéias e pesquisas,
principalmente no campo da Astronomia e da Mecânica, formulou o método experimental e
estabeleceu os fundamentos da Ciência Moderna. No entanto, por sua audácia e determinação,
pagaria um preço bem alto. A reação da Igreja Católica ao movimento separatista da Reforma
Protestante, o qual questionou seus dogmas e práticas, veio com a Contra-Reforma,
intensificando a perseguição àqueles que desafiavam suas crenças. A Inquisição seria agora
implacável, não somente com feiticeiros e bruxas, mas também com os sábios e cientistas
cujas idéias fossem consideradas heréticas. Quem se atrevesse a propagar opiniões opostas
aos dogmas religiosos da Igreja era banido, torturado ou executado.
O homem medieval estava limitado às verdades contidas na Bíblia e não cabia a ele
questioná-las. O seu conhecimento tinha como fronteira a fé e a teologia. Segundo São
Tomás de Aquino, todas as coisas que, nas ciências, iam contra a verdade da teologia eram
condenadas como falsas. Com o Renascimento, abriram-se novos horizontes: separava-se a
“ordem divina”, a “ordem humana” e a “ordem natural”, de maneira que se podia investigar e
explorar a Natureza através da razão. O homem não mais contempla a Natureza para a glória
de Deus, mas pode agora intervir sobre ela e dominá-la.
G
alileu Galilei (Figura 3) nasceu em Pisa, Itália, no dia 15 de fevereiro de 1564. O pai
dele, Vincenzo Galilei, era músico e mercador e a mãe chamava-se Julia Ammanati
di Pescia. Galileu foi o primeiro dos seis filhos do casal. Apesar de ser descendente
de nobres florentinos, sua família não possuía muitos recursos. No início do anos 1570,
a família se mudou para Florença onde Galileu completou seus estudos. Seu pai era um
homem de cultura e desejava uma boa posição social para o filho. Assim, aos dezessete
anos, ele ingressou na Universidade de Pisa como estudante de Medicina. Contudo, após
dois anos Galileu abandonou o curso e descobriu a paixão pela Física e pela Matemática.
FONTE: <http://br.geocities.com/saladefisica9/biografias/
galileu.htm> Acesso em: 22 jul. 2007.
Figura 3 - Galileu Galilei
Ao contrário de muitos dos cientistas contemporâneos de Galileu, ele não era apenas
um teórico, mas possuía também um senso prático. Um bom exemplo disso foi a invenção
da balança hidrostática, concebida quando ele tinha apenas 22 anos (Figura 4). Possuía um
grande interesse pela mecânica e costumava ir ao porto de Veneza, onde aprendeu muito
sobre a tecnologia da construção naval. Em 1594, o Senado de Veneza concedeu-lhe a
patente de uma bomba capaz de puxar água com o uso da tração de cavalos (Figura 5). Já
mencionamos anteriormente seus estudos sobre o isocronismo do pêndulo que levariam
à construção de relógio de pêndulo, cuja precisão era muito maior que a dos relógios
usados na época.
FONTE: <http://www.galileo.org.br/instrumentos.
htm> Acesso em: 23 jul. 2007.
FONTE: <http://brunelleschi.imss.fi.it/esplora/
compasso/dswmedia/storia/estoria1.html>
Acesso em: 23 jul. 2007.
Figura 7 - O setor desenvolvido por Galileu e seu emprego no apontamento de canhões
O mais importante instrumento do século XVII, que se constituiu num fator decisivo
para a revolução científica ocorrida naquele período, é sem dúvida alguma o telescópio. Ele
teve uma grande influência na controvérsia entre os defensores do modelo geocêntrico de
Ptolomeu e os defensores das idéias propostas por Copérnico no seu modelo heliocêntrico.
Pela primeira vez na história, o Homem estendia seus sentidos, o que permitia a qualquer um
observar e investigar os fenômenos naturais.
Pode-se dizer que o telescópio foi o protótipo dos instrumentos científicos modernos.
Contudo, o seu desenvolvimento não foi apenas obra de cientistas, mas, principalmente,
de artesãos, o que torna difícil a determinação exata da sua origem. As lentes já tinham
FONTE: <http://galileo.rice.edu/images/things/g_telescope.gif>
Acesso em: 23 jul. 2007.
Figura 8 - O telescópio de Galileu
Com esse instrumento, Galileu observou a Lua (Figura 9), Júpiter e milhares de estrelas
não visíveis a olho nu. Em março de 1610, publicou um pequeno livro de 24 páginas sob
o título Sidereus nuntius (Mensageiro das Estrelas), no qual descrevia suas observações.
Constatou que a superfície da Lua não era perfeitamente lisa como se pensava até então,
mas cheia de montanhas, vales e crateras. Revelou também a descoberta das quatro luas de
Júpiter. Posteriormente, também observou as fases de Vênus, confirmando que este girava
em torno do Sol, as manchas solares e os anéis de Saturno que ele não conseguiu identificar
devido às limitações do seu telescópio.
Nessa época, Galileu escreveu uma carta na qual argumentava que as passagens bíblicas
eram irrelevantes no contexto científico, e que a posição da Ciência não deveria depender
da fé religiosa. Em 1616, Galileu foi, pela primeira vez, proibido pela Inquisição, na pessoa
do Cardeal Bellarmino, de divulgar as idéias heliocêntricas de Copérnico. Ele ficou um longo
período em silêncio até publicar, em 1623, o livro Il Saggiatore (O Experimentador). Nesse
livro, expunha os princípios do raciocínio científico e do processo experimental.
Também em 1623, o Cardeal Barberini, amigo e patrono de Galileu, é eleito papa sob o
nome de Urbano VIII. No ano seguinte, Galileu vai a Roma e tem seis audiências com o papa.
Nessas conversas, Urbano VIII assegura que ele pode escrever sobre o sistema de Copérnico
desde que o considere apenas como uma hipótese matemática.
Mas, em 1632, seu livro intitulado Diálogos sobre os Dois Grandes Sistemas do Mundo
despertou a ira da Inquisição. O livro confronta os sistemas geocêntrico e heliocêntrico e
constitui-se numa defesa inconteste do sistema copernicano. Um longo processo tem então
início para apurar as acusações feitas contra ele. Uma comissão de Cardeais é encarregada
de examinar as acusações e Galileu, com quase setenta anos e muito doente, é preso e
ameaçado com torturas para que se retratasse das suas idéias. Chegou-se então a um acordo
pelo qual foi obrigado a negar suas idéias para escapar de ser queimado vivo como herege.
Finalmente, Galileu é condenado e colocado sob prisão domiciliar para o resto de sua vida.
Dizem que, após renegar sua convicção sobre o movimento da Terra, afirmando que ela não
se movia, teria murmurado em voz baixa: “Eppur si muove!” (“no entanto, ela se move!”).
Em meados de 1633, começa a trabalhar na sua segunda grande obra: Diálogos sobre
as Duas Novas Ciências, na qual lança as bases da Mecânica moderna. Nessa obra, analisa a
queda dos corpos e estabelece o princípio da inércia que seria depois usado por Newton na
concepção de sua teoria (ver próxima aula).
Galileu cultivou uma estreita relação de amizade com sua filha Maria Celeste. Eles
mantiveram uma extensa correspondência que demonstra o cuidado e carinho
que a filha tinha com o pai. Sua morte em 1634 deixou Galileu muito abalado.
Atividade 2
Liste as principais invenções de Galileu.
A
forma de pensar e ver o mundo passava por uma crise na Europa nos séculos XVI e
XVII. A visão medieval de Deus no centro do universo (visão teocêntrica) aos poucos
dava lugar a uma visão centrada no homem (antropocêntrica). O conhecimento e a fé
começavam a se separar e tinha início uma discussão entre os filósofos sobre a possibilidade
de um novo método baseado na experimentação.
Para melhor entender a diferença entre a nova Física que nasceu com Galileu, é importante
primeiramente notar que a Física aristotélica medieval é essencialmente qualitativa. Ou seja,
devemos conhecer a natureza das coisas, pois é isso que determina o seu comportamento.
No mundo terreno ou sublunar, o movimento de um corpo é determinado pela sua natureza
– uma pedra cai para baixo à procura de seu lugar natural junto ao elemento do qual é
constituída, ou seja, terra. Um corpo leve sobe porque, se composto de ar e fogo, procura o
seu lugar próprio, o qual está no alto.
Por outro lado, podemos explicar o movimento dos astros, um movimento circular
uniforme, devido à natureza perfeita dos mesmos. Os corpos celestes possuem movimentos
que são próprios da sua natureza perfeita e imutável. Daí eles se moverem eternamente
seguindo trajetórias circulares numa taxa uniforme. Giram eternamente em torno de um
centro comum fixo, ou seja, o centro do Universo, a Terra.
Além do mais, essas leis deveriam ter um caráter universal e quantitativo, em oposição ao
caráter qualitativo da Física aristotélica. O movimento deveria ser descrito matematicamente
a partir das medidas do espaço, tempo, massa e velocidade dos objetos estudados.
Galileu lançou as bases para o nascimento de uma nova Física que se constituiria num
“golpe mortal” para a Física e cosmologia aristotélica. Como veremos na aula 10 (Leis de
Kepler e a gravitação universal), coube a Isaac Newton fazer uma grande síntese e demonstrar
que as mesmas leis que regem o movimento dos corpos celestes se aplicam ao movimento
dos objetos na superfície da Terra.
Agora, amasse bem a folha de papel até ela tomar uma forma
2 aproximadamente esférica. Repita a experiência e escreva o resultado
observado.
1.
sua resposta
2.
3.
Vemos aqui o triunfo do método científico introduzido na Ciência por Galileu, a forma
mais correta de estudar o mundo em nossa volta. Segundo esse método, o cientista deve
primeiro observar o fenômeno na sua complexidade e reduzir essa complexidade em elementos
mais simples capazes de serem traduzidos quantitativamente em linguagem matemática. Em
seguida, deve formular uma hipótese para sua explicação. Na etapa subsequüente, deve
fazer experimentos para testar a validade da sua hipótese e, finalmente, formular a sua teoria
sobre o fenômeno em questão.
Atividade 5
Comente os resultados que você obteve na atividade 4, considerando as
experiências e resultados obtidos por Galileu sobre a queda dos corpos.
Atividade 6
Nesta atividade, vamos reproduzir os experimentos de Galileu com o plano
inclinado. Tome uma tábua de aproximadamente 2 metros de comprimento,
coloque-a sobre uma superfície horizontal e numa de suas extremidades deixe
ela apoiada sobre um objeto de mais ou menos 5 cm de altura (uma pilha de
livros, por exemplo). Este é seu “plano inclinado”. Consiga uma esfera (uma
bola de gude), prenda uma fita métrica sobre a tábua e use um relógio para
fazer algumas medidas. Solte a esfera na parte mais elevada da tábua, deixe-a
rolar e tome nota de quantos centímetros ela se desloca no primeiro segundo
de tempo transcorrido desde que foi largada. Repita a medida para um tempo
transcorrido de 2 s, 3 s e 4 s. Escreva os resultados no quadro a seguir.
Tempo 1s 2s 3s 4s
Distância (cm)
Tempo 1s 2s 3s 4s
Distância 12 cm 4 x 12 cm 9 x 12 cm 16 x12 cm
Fator 22 32 42
Galileu usou o método experimental para demonstrar que um corpo mantém seu
estado de movimento retilíneo uniforme sem a necessidade da ação contínua de uma força,
contrariamente ao que defendia a Física aristotélica. Para tanto, largava uma esfera no
topo de um plano inclinado, deixava-a rolar através de uma superfície horizontal, para em
seguida subir por um segundo plano inclinado. As superfícies deveriam estar bem polidas
para minimizar o efeito do atrito. Ele notou que, à medida que diminuía a inclinação do
segundo plano, a esfera quase sempre atingia a mesma altura. Concluiu então que, na
ausência de atrito, se o declive do segundo plano fosse nulo e, portanto, horizontal, a esfera
rolaria indefinidamente.
Essas experiências com o plano inclinado levaram Galileu a concluir que existe uma
propriedade chamada inércia, tal que a tendência natural de um corpo é manter seu estado
de repouso ou seu estado de movimento retilíneo uniforme.
Auto-avaliação
1 O que pensava Aristóteles sobre o movimento dos corpos?
Faça uma breve descrição do contexto histórico que caracteriza o período das
2 mudanças no pensamento humano para as quais Galileu tanto contribuiu.
LAGEMANN, R.T. Ciência física: orígenes y princípios. México: Centro Regional de Ayuda
Técnica / Agencia para el desarollo Internacional, 1968.
STEINER, João E. A origem do universo. Estudos Avançados, São Paulo, v. 20, n. 58, 2006.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142006000300022&script=
sci_arttext>. Acesso em: 22 jul. 2007.