EDUCAÇÃO PERMANENTE DOS PROFISSIONAIS DO SUAS (SISTEMA
ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL)
Nome do aluno
2. MARCO TEÓRICO
2.1 ORIGEM DO SUAS
Como já ressaltado por historiadores contemporâneos, a história da
ingerência do Estado na regulação das relações sociais no Brasil não se diferencia dos padrões revelados pela experiência de outros países no que tange o predomínio do capitalismo mercantil e o seu poder ideológico, mas no Brasil temos peculiaridades conforme veremos no recorrer deste capítulo. Como destaca Santos (1987, p.68), a primeira Constituição Brasileira, de 1824, não apresenta nenhuma originalidade em relação às demais constituições da época, no que diz respeito à problemática social. Constituição esta que centrava seu passo com a modernidade do início do século XIX, revelando-se reacionária e omissa quanto ao sistema de proteção social, principalmente no problema do trabalho escravo. Mostrava-se a inexistência de uma legislação que assegurasse a responsabilidade por parte do Estado, provocando, de forma ainda embrionária, como uma resposta as inovações das regras do jogo do processo de acumulação, o surgimento das associações privadas, restritas a ofícios, tais como: 1834 - Sociedade Musical Beneficente e 1838 - Sociedade Animadora da Corporação de Obras. Posteriormente, o poder público reconhece que a problemática social não era de caráter privado e se mobiliza no sentido de organizar as primeiras tentativas de proteção social em termos de categoria profissional, com base na lógica do processo de acumulação. Surge então neste período (1888) a tradicional Caixa de Socorro, promovendo pequenas ajudas durante o período da doença, garantindo o auxílio funeral, amparando os empregados da estrada de ferro do Estado. Uma vez iniciado o processo de proteção social, a política republicana amplia este sistema disseminando por extratos cada vez mais amplos da sociedade e cobrindo incidentes cada vez mais diversos. As categorias beneficiadas eram, a princípio, talvez, as “ocupações estratégicas do Estado”. Desde o século XVIII, a filantropia e a Assistência Social associavam- se intimamente às práticas de caridade no Brasil, pois dependiam de iniciativas voluntárias e isoladas de auxílio aos pobres e desvalidos da “sorte”. Essas iniciativas partiam das instituições religiosas que, sob o prisma da herança moral cristã, dispensavam seus cuidados, oferecendo abrigos, roupas e alimentos, em especial às crianças abandonadas, aos velhos e doentes em geral. Analisando o assunto, Sposati (2006) assevera que a presença de formas laicas no campo da Assistência Social no Brasil se deu após a Proclamação da República, tendo em vista a separação oficial da igreja com o Estado, porém o conservadorismo de uma sociedade elitista foi mantido como característica na formação sócio histórica brasileira. Somente em 1988 é que a Assistência Social ganha um novo significado e emerge no campo político e social. A pedra fundamental de sua nova roupagem se deu com o advendo da Constituição, com a posterior regulamentação de tais finalidades direcionadas aos setores mais vulneráveis da população, foi editada a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) em 1993. Juntos, ambos os diplomas enfatizam a assistência como política pública de direitos de cidadania e dever do Estado. Todavia, a assistência é a política que mais vem sofrendo restrições: morosidade na sua regulamentação como direito (a Lei Orgânica só foi sancionada em 1993 e efetivada a partir de 1995); baixa cobertura; redução de recursos em vários projetos; e, finalmente, reforço do caráter filantrópico e clientelista na condução da política, em detrimento de seu fortalecimento como direito social e política integrante da seguridade social (BOSCHETTI, 2003). Diante dessas reflexões, analisam-se as especificidades e a importância da implementação de uma política pública de Assistência Social no Brasil, uma vez que o percurso foi diferente dos países centrais, no que concerne à consolidação do Welfare State em suas modalidades, a partir da discussão teórica de Titmus e de Esping-Andersen. Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que se consolidou de forma heterogênea nos países desenvolvidos o Estado de Bem-Estar Social que no enfrentamento da questão social vai aliar a política de pleno emprego ao salário justo, a criação de serviços sociais extensivos a toda população. No Brasil, no período anterior a 1930, denominado por Pereira (2002) de período laissefariano, no conjunto das políticas sociais, as áreas que tiveram maior atenção do Estado foram o trabalho e a previdência, mas de forma precária e limitada. Dentre as medidas adotadas destaca-se a criação da Lei Elói Chaves – referente à previdência social, e as áreas da saúde, da educação e da habitação que tiveram um tratamento residual. Com relação à política social, ficou marcada a famosa frase do então presidente da República Washington Luiz: “A questão social é questão de polícia”. As ações do Estado objetivavam reparação de problemas emergenciais. O Estado brasileiro, a partir da década de 1930, assume uma intervenção reguladora frente à emergência da questão social, a qual passa a exigir do Estado medidas de proteção necessárias para atender às demandas decorrentes da industrialização nascente, do processo de urbanização, da emergência de uma classe operária (YASBEK, 2006). Nesse período, são criadas as primeiras medidas de proteção social, como a consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o salário mínimo, entre outras com características controladoras, assistencialistas e paternalistas. A intervenção reguladora do Estado representou, por conseguinte, um avanço em relação às práticas filantrópicas que configuravam a assistência social até então (YASBEK, 2006). A regulamentação da Assistência Social iniciou-se com Vargas em 1938, com a criação do Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS), com a função de repassar subsídios às instituições privadas de amparo social. O CNSS foi o primeiro órgão de Assistência Social regulamentado no país (MESTRINER, 2001). O Estado, pautado pelo princípio da subsidiariedade4, enquanto cria legislação e organização de proteção social aos trabalhadores das categorias mais reivindicativas, transfere à sociedade civil e à filantropia, as atenções à grande massa de trabalhadores sem carteira assinada, inseridos no mercado informal e desempregados, desenvolvendo diretamente para os mais pobres, apenas ações emergenciais (MESTRINER, 2001). Em 1942, em virtude da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro cria a Legião Brasileira de Assistência (LBA) com a finalidade de prestar assistência e apoio às famílias dos soldados convocados para a Guerra. Nesse período, torna-se visível a política de convênio com as instituições de prestação de serviços assistenciais (YASBEK, 2006). Esse período, denominado por Pereira (2002) de populista- desenvolvimentista, retrata que:
A subordinação dos valores da equidade e da justiça social aos
interesses da maximização econômica impediu que o envolvimento estatal na regulação e na provisão sociais viesse a significar ponderável mudança no padrão da política social herdado do período anterior. (PEREIRA, 2002, p. 130)
A partir de 1946, a LBA passa a atuar na assistência à infância e à
maternidade, distribuindo benefícios sociais, com caráter assistencialista, visando à legitimação do Estado junto às classes mais pobres. A criação da LBA caracterizou-se por ações paternalistas e de prestação de auxílios emergenciais e paliativos à miséria, interferindo na sociedade e mobilizando o trabalho voluntário, feminino, e a profissionalização dos assistentes sociais (SPOSATI, 2006). Com o processo da industrialização, houve um adensamento da questão social e ao mesmo tempo um progresso da consciência sócio-política dos trabalhadores, os quais começaram a pressionar por solução dos problemas sociais. No período de 1945- 1964, o Estado, necessitando obter o consenso e a hegemonia, estabelece uma política de colaboração entre as classes, e medidas de antecipação das demandas sociais com finalidade de controle social (SILVA, 2000). A nascente industrialização no país favorece a uma organização de sociedade em que a força de trabalho exige uma remuneração – o salário. Inicialmente, a relação salarial estabelecida foi o que Castel (1995) denominou de condição proletária, na qual o trabalhador estava submetido a condições de trabalho com salário apenas suficiente para sua reprodução e de sua família. Para Mestriner (2001, p.16): [...] a assistência social vai se estruturando nas relações com a sociedade civil e no interior do Estado, pois se constitui em práticas passíveis de serem tratadas com 'sobras' de recursos, diferentemente da política, que exige responsabilidade, compromisso e orçamento próprio. Assim, o Estado vai persistentemente resistir em fazê-la emergir de forma clara como política, o que só virá a acontecer no Brasil com a Constituição Federal de 1988.
É no contexto de regime militar que a política social se constituiu em
ferramenta para o desenvolvimentismo. Com o golpe militar de 64, a política social se tornou uma estratégia do governo, pois o Estado passou a estimular a produção elevando o crescimento econômico. Mas, em compensação, houve um empobrecimento absoluto da classe operária em todo o país, consolidando a estrutura da desigualdade social. No período compreendido entre 1964 e 1985, o Estado torna-se tecnocrático e centralizado, e a política social integra o conjunto de estratégias de governo. “De um lado, o estímulo à produção e a concentração de riquezas e, de outro lado, a legitimação de um modelo de desenvolvimento considerado como o melhor para a nação [...]” (SILVA, 2000, p.68). Prado (2006) destaca que tal período tecnocrático militar apresenta um modelo econômico concentrador e excludente, com destaque para a valorização do capital estrangeiro e para o autoritarismo. Diante disso, o que se analisa no país é o menosprezo pelas massas, valorização do capital e a concepção de política social como uma decorrência do desenvolvimento econômico. Faz-se importante sinalizar que os programas sociais tinham como principal objetivo atender aos interesses da economia de empresa, embora integrados na ação do Estado. Foi um período de repressão aos direitos civis e políticos (PEREIRA, 2002). Data de 1966 a criação do Instituto Nacional de Previdência social (INPS), que unificou os Institutos de Previdência num único organismo, ficando a administração nas mãos da tecnocracia. Em 1974, os idosos pobres com mais de 70 anos foram contemplados com uma renda mensal vitalícia no valor de um salário mínimo, para os que houvessem contribuído pelo menos um ano com a Previdência Social. Data deste ano também a criação do Ministério da Previdência Social com a incorporação da LBA; Fundação para o Bem-Estar do Menor (FUNABEM); Central de medicamentos (CEME) (FALEIROS, 2000). Para Soares (apud MONTAÑO, 2002), no período compreendido entre 1964 e 1970, foi consolidado o esboço político-institucional das políticas sociais brasileiras, transformando suas bases institucionais e financeiras, no intuito de exceder a fragmentação existente. A partir daí puderam ser desenvolvidas políticas de massa de cobertura significativa. No final da década de 1970, conforme destaca Soares (apud MONTAÑO, 2002) há indícios de esgotamento e crise desse padrão de intervenção estatal, nos aspectos organizacional, social e, sobretudo, financeiro. A partir de 1985 e 1988, as importantes modificações introduzidas nas políticas sociais brasileiras foram determinadas por todo um complexo quadro de transformações políticas, sociais e econômicas. Entretanto, tais mudanças sinalizadas acima por Soares, podem indicar um movimento de reação, mas não são respostas suficientes para alterar a trágica totalidade da realidade brasileira, concebida historicamente ao longo dos últimos quinhentos anos. Nessa perspectiva dialética, outros autores enriquecem o debate, confrontando as idéias. Estudos destacam que, tradicionalmente, prevaleceram no Brasil políticas sociais com características clientelistas, populistas e paternalistas, marcando a particularidade do caso brasileiro, que não constituiu um sistema de proteção com pleno emprego, ampliação da cidadania e da democracia. Segundo Silva (2000), no Brasil as políticas sociais se desenvolveram de forma lenta e gradual. Os problemas derivados da relação entre o capital e o trabalho foram inicialmente tratados como questão de polícia. Nesse sentido, a concepção da política social era vista como desestimuladora do trabalho e incentivadora de um conformismo social. Draibe (1995, p.18) mostra que na entrada dos anos 80 os sistemas de proteção social dos países da América Latina 8 caracterizavam-se por sua baixa equidade e pelo alto grau de exclusão social. Os principais problemas apresentados pela autora dizem respeito à “[...] ineficácia do gasto; má focalização dos objetivos; baixa efetividade social [...]”. Além disso, algumas características organizacionais contribuíram na formação de imperfeitos sistemas de Bem-Estar Social, ou seja algumas dimensões como: [...] forte centralização, fragmentação institucional e corporativismo, e fracas capacidades estatais e participativas – concorrem para tornar os sistemas de políticas pouco transparentes, e para inibir ou restringir a força dos mecanismos de correção, modernização ou inovação institucionais [...] (DRAIBE, 1995, p. 18)
Outro componente significativo que tem contribuído para as inúmeras
distorções dos sistemas de proteção é a utilização do sistema político na garantia de “interesses categoriais” (DRAIBE, 1995), ou seja, a existência de práticas como o clientelismo e o patrimonialismo, que, segundo a autora, são próprias do padrão conservador dos sistemas de seguridade social dos países da América Latina. No entanto, é só a partir da Constituição Brasileira de 1988 que se materializa a concepção de Seguridade Social no Brasil. A Assistência Social é então inscrita como responsabilidade do Estado, compondo o tripé da seguridade social; saúde, previdência e assistência, integrando o campo dos direitos e da universalização dos acessos, ganhando a partir daí o status de direito social que deverá ser concretizado por uma política pública correspondente – A Política de Assistência Social. Logo a expressão seguridade social, inscrita na constituição, implica uma visão sistêmica da política social, como conjunto integrado de ações, como dever do Estado e direito do cidadão. Em especial a Assistência Social teve um avanço substancial com a promulgação da LOAS em 1993, principalmente se comparado às visões e práticas anteriores. A partir de então, “[...] colocava-se o arcabouço jurídico-político para implantar, na sociedade brasileira, uma política social compatível com as exigências de justiça social, equidade e universalidade” (NETTO, 1999, p. 77). Neste ordenamento, a Assistência Social é colocada como parte dos direitos sociais, edificando junto à previdência social e a saúde o arcabouço da seguridade social brasileira (MOTA, 2008, p.186). A IV Conferência Nacional de Assistência Social de 2003, após 10 anos de aprovação da LOAS, é considerada um marco para a assistência social, pois nela foi definida a realização de uma agenda de discussões para o ano de 2004 que, sob a coordenação do MDS, pensasse e construísse o Sistema Único de Assistência Social. Segundo Colin e Silveira (2007) a primeira ação para regular o SUAS foi o Decreto 5.085, aprovado em 19 de maio de 2004, que estabeleceu o caráter continuado das ações financiadas pelo FNAS, assegurando atendimento sistemático aos usuários. Nesse mesmo ano foi aprovada a Política Nacional de Assistência Social (PNAS/04), requisito essencial para dar efetividade à assistência social como política pública. A PNAS/04 fundamenta e define funções para a implantação do SUAS, que foi regulado pela Norma Operacional Básica (NOB/SUAS). O sistema unificado é um modelo de gestão para todo território nacional, que articula ações dos três entes federativos para a assistência social. Na V Conferência Nacional de Assistência Social, em 2005, foi deliberada a agenda SUAS – Plano Decenal, na qual foram concretizados compromissos e ações para a garantia da assistência social como política pública. No período de 1993 a 2004, sob influência dos princípios da contra-reforma do Estado, como já vimos, foram realizadas poucas ações que firmassem a assistência enquanto política de seguridade social. Para essa mesma Conferência Nacional, o CNAS fez uma pesquisa com os municípios intitulada “Fotografia da assistência social no Brasil na perspectiva do SUAS”, que tinha o objetivo de analisar a política de assistência social presente nos municípios brasileiros. A pesquisa ratificou a fragilidade presente na gestão da assistência social, como o fato de haver um número grande de gestoras primeira- dama, cerca de 40% em 2005, e o mais grave é quando essas assumem a presidência do Conselho Municipal. O Estado não fica atrás desta realidade, pois alguns também eram geridos por primeiras-damas. O número explicitado acima diminuiu, mas ainda é considerável se analisarmos as mudanças pelas quais a política de assistência social vem passando nos últimos anos. Segundo dados do Munic 2009 17, 24,3% das Secretarias Municipais de Assistência Social são geridas por primeira-dama. Recentemente, em 2012, a NOB/SUAS 19 passou por uma reformulação nos níveis de gestão em s Municípios serão classificados a partir do Índice de Desenvolvimento do SUAS – ID SUAS, que será composto por um conjunto de indicadores de gestão, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais apurados a partir do Censo SUAS 20 e outros sistemas do Ministérios de Desenvolvimento Social. Com a aprovação da Lei 12.435 em 06 de julho de 2011, que altera a LOAS, o SUAS é garantido enquanto sistema descentralizado e participativo. Segue fragmento da lei que demonstra tal fato. Art. 6º: A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (Suas), com os seguintes objetivos: I. consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a proteção social não contributiva; II. integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social, na forma do art. 6º-C; III. estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organização, regulação, manutenção e expansão das ações de assistência social; IV. definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades regionais e municipais; V. implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na assistência social; VI. estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; e VII. afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos. (BRASIL, 2011b, p. 03)
Entre as inovações na política de assistência social estão à incorporação
das ações de educação infantil, as antigas creches, pela política de educação, e do atendimento às pessoas com deficiência pela política de saúde; a habilitação dos municípios em gestão inicial, básica ou plena, a integração do Programa de Atenção Integral à Família (PAIF) ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e Programa Bolsa Família, a realização de conferências para discussão da política e o investimento em serviços e ações de inclusão produtiva.
2.2 EDUCAÇÃO PERMANENTE – COMPETÊNCIAS DAS ESFERAS
MUNICIPAIS, ESTADUAIS E FEDERAL
A Educação Permanente possui competecências nas três esferas:
municipais, estaduais e federais. Dentro da gestão dos municipios cabe a preocupação em três percursos fomativos, dentre eles: de capacitação e de formação, a saber:
a) Em relação aos três Percursos Formativos compreendidos no
âmbito desta Política, cabe realizar os seguintes tipos de ação: o De capacitação: I. Capacitações Introdutórias; II. Capacitações de Atualização; III. Supervisão Técnica. o De formação: I. Cursos de Aperfeiçoamento. b) Em relação ao planejamento e oferta das ações de formação e capacitação compreendidas no âmbito desta Política, cabe: I. Elaborar diagnósticos de necessidades de formação e capacitação; II. Desenhar planos de cursos e matrizes pedagógicas; III. Pactuar e validar conteúdos; IV. Disseminar conteúdos produzidos e sistematizados; V. Capacitar os integrantes da rede socioassistencial do SUAS. c) Em relação à estrutura e à configuração organizacional de implementação desta Política, se for o caso, cabe: I. Instituir e coordenar o Núcleo Municipal de Educação permanente do SUAS; II. Instituir e coordenar em cooperação com outro(s) município(s), o Núcleo Loco-Regional de Educação Permanente do SUAS.
Nas esfera estadual e federal as obrigações em relação a Educação
Permanente confere:
a) Em relação aos três Percursos Formativos compreendidos no
âmbito desta Política, cabe realizar os seguintes tipos de ação: o De capacitação: I. Capacitações Introdutórias; II. Capacitações de Atualização; III. Supervisão Técnica. o De formação: I. Cursos de Aperfeiçoamento; II. Cursos de Especialização; b) Em relação ao planejamento das ações de formação e capacitação compreendidas no âmbito desta Política cabe: I. Elaborar diagnósticos de necessidades de formação e capacitação; II. Desenhar planos de cursos e matrizes pedagógicas; III. Pactuar e validar conteúdos; IV. Disseminar conteúdos produzidos e sistematizados; V. Capacitar os integrantes da rede socioassistencial do SUAS. c) Em relação à estrutura e à configuração organizacional de implementação desta Política, se for o caso, cabe: I. Instituir e coordenar os Núcleos Estaduais e do Distrito Federal de Educação Permanente do SUAS; II. Instituir e coordenar, em cooperação com outro(s) estado(s), o Núcleo Regional de Educação Permanente do SUAS.
2.3 A EDUCAÇÃO PERMANENTE X CAPACITAÇÃO NO SUAS
A situação do processo de educação permanente dos trabalhadores,
em âmbito nacional, o MDS tem procurado, desde o ano de 2005, desenvolver programas de capacitação junto aos municípios, porém não de forma complementar aos planos de capacitação dos estados, fato este que tem interferido negativamente, haja vista que coincidem os mesmos temas e público e, algumas vezes, até as datas. Dessa maneira, com vistas ao equacionamento desta problemática ficou acordado em reunião entre o Fórum Nacional de Secretários de Estado de Assistência Social – Fonseas e o MDS que os programas de capacitação da União seriam planejados juntamente com o ente federado estadual. Assim, no ano de 2012, foi pactuado na CIT o Programa Nacional de Capacitação do Suas – CapacitaSuas. O CapacitaSuas, ainda em processo inicial, é financiado pela União e executado pelos estados junto aos trabalhadores de âmbito municipal e estadual, por meio das Instituições de Ensino Superior (IES). Nesta perspectiva, foi instituída a Rede Nacional de Capacitação e Educação Permanente do Suas, mediante seleção pública, na qual foram credenciadas 101 IES no Brasil. Em março de 2012 foi deliberado pelo CNAS a Política Nacional de Educação Permanente no Suas, resultado de um amplo processo de debate nacional, iniciado e pactuado na CIT no ano de 2011. Dentre os pontos importantes do processo de educação permanente no Suas, a política nacional estabelece cinco patamares de educação permanente tais como: cursos introdutórios para nivelamento de informações; cursos para atender agendas pactuadas; cursos de atualização; especialização e mestrado. Em relação à forma continuada, os trabalhadores do Suas encontram um cenário favorável ao processo de construção da identidade enquanto trabalhadores da política de assistência social e de uma prática socioassistencial interdisciplinar, com vistas a contribuir na garantia dos direitos dos usuários, com a finalidade da superação das vulnerabilidades e riscos pessoal e social. Neste sentido, esses profissionais, em expansão no país, necessitam participar de um amplo processo de educação e formação permanente e continuada em torno das diretrizes e eixos estruturantes do Suas, objetivando unificar o trabalho necessário e construir vínculos entre as categorias. É preciso considerar que muitos deles, atingidos pela precariedade do trabalho, inserem-se na assistência social, sem possuir a identidade com essa política pública. Portanto, não têm o conhecimento e a compreensão necessários em relação ao significado da natureza da assistência social na sociedade brasileira. De acordo com Carvalho e Moroni (2011, p.163 a 167), a formação profissional com vistas à valorização dos trabalhadores no contexto da qualificação do trabalho, circunscreve três dimensões fundamentais para que, de fato, a assistência social seja exercida na perspectiva emancipatória, favorecendo a construção da identidade profissional: a dimensão política, a dimensão ética e a dimensão técnica. A dimensão política traduz-se na capacidade de compreender e interpretar a realidade brasileira em suas dimensões estruturais e expressões conjunturais. Fato que fortalecerá o efetivo apoio às expressões de resistência e de lutas nas diferentes configurações. Haja vista que no “contexto de destituição de direitos e reconfigurações neoliberais do Estado, a formação política é indispensável na luta pela universalização das políticas sociais visando à ampliação dos direitos sociais e à cidadania plena” (CARVALHO e MORONI, 2011, p.163 a 167). A dimensão ética está entrelaçada com a técnica. As diversas profissões do Suas são normatizadas por um conjunto de princípios éticos e técnicos, que “impõe aos profissionais o dever de perseguir a autonomia do trabalho, assegurando a liberdade de pesquisar, planejar, executar e avaliar” (CARVALHO e MORONI, 2011, p.163 a 167). A rigor, isto significa que o trabalhador do Suas deve exercer sua prática profissional visando a qualidade dos serviços prestados, pautada no respeito à cultura, aos valores da sociedade e dos territórios, na perspectiva de afirmação dos direitos humanos e, particularmente, de garantia dos direitos socioassistenciais. Concluem as duas autoras:
A valorização dos trabalhadores como um imperativo do presente que
precisa encarnar- se na afirmação e reconhecimento de direitos e conquistas a viabilizarem condições efetivas para o exercício do trabalho qualificado na perspectiva do projeto ideo-político, consubstanciado na assistência social, como campo de direitos a assegurar cidadania nessa civilização do capital. (CARVALHO E MORONI, 2011, p.163-167).
Desta maneira, no cenário da construção da assistência social, como
um campo de disputa em processo, no trânsito do clientelismo, assistencialismo para o campo dos direitos, é fundamental a gestão do trabalho, com vistas à materialidade da NOBRH/ Suas, na busca do reconhecimento e valorização do trabalhador em todas as suas dimensões, materializando e qualificando a rede de proteção e promoção social.
2.4 PROFISSIONAIS QUE COMPÕE O SUAS
As mutações no mundo do trabalho no capitalismo contemporâneo,
iniciadas no Brasil, a partir da década de 1990 e ampliada no início do século XXI, não se restringiram ao setor privado, atingindo gradativamente o setor público. Assim, no âmbito do Estado, sob a égide do neoliberalismo, delineiam- se as diversas tendências de precarização do trabalho em curso, tornando-se assim, a gestão do trabalho uma questão a desafiar a administração pública brasileira, especialmente no que se refere ao desenvolvimento das políticas públicas. Para Silveira (2011), na política pública de assistência social, os desafios adquirem dimensões próprias em decorrência de suas características socioculturais específicas, adquiridas ao longo de sua trajetória, marcada, principalmente, por determinados elementos cujos resquícios ainda são visíveis em meio aos avanços e conquistas: histórico de desprofissionalização; patrimonialismo; estruturas institucionais improvisadas; paralelismo e duplo comando das ações e primeiro damismo. A rigor, o trabalho no Suas é, prioritariamente, de responsabilidade pública estatal, podendo ser realizado, de forma complementar, em parceria com as entidades sem fins econômicos. Neste caso, torna-se necessário que essas entidades realizem o vínculo Suas, ou seja: estejam inscritas nos conselhos de assistência social; estejam cadastradas no órgão gestor da política de assistência social e componham o Cadastro Nacional de Entidades e Organizações de Assistência Social (Cneas). Nesse sentido, o trabalho do Suas, desenvolvido por entidades e organizações não governamentais, torna-se, também, de responsabilidade pública estatal, à medida que tais entidades e organizações são acompanhadas, fiscalizadas, monitoradas e orientadas pelos órgãos de controle social e gestor da assistência social, com vistas a assegurar a qualidade da oferta dos serviços socioassistenciais nacionalmente tipificados. Desta forma, o processo de trabalho no Suas, na relação entre trabalhador e usuário, vai desde a identificação até a promoção social dos usuários, visando à superação das situações de vulnerabilidade e/ou riscos pessoal e social. Dessa maneira, os processos do trabalho no Suas na gestão e na prestação de serviços pressupõem preferencialmente:
a) identificação do usuário que pode ocorrer por meio da demanda
espontânea, busca ativa do trabalhador ou encaminhamentos das diversas políticas públicas ou de outros órgãos do sistema de garantia dos direitos; b) realização de estudo social com a finalidade de elaboração do diagnóstico sociofamiliar para o planejamento da intervenção profissional; c) elaboração, junto com as famílias, do plano de acompanhamento e atendimento familiar interdisciplinar e intersetorial; d) execução do plano e avaliação sistemática do processo de evolução sociofamiliar; e) desligamento da família que deve acontecer quando se efetivar a segurança de autonomia que deve ser afiançada pela assistência social.
No que se refere ao trabalho do Suas na gestão da política de
assistência social, identificamos alguns eixos estratégicos essenciais para qualificar e fortalecer a proteção social:
a) realização da vigilância socioassistencial para elaboração de
diagnóstico socioterritorial no que se refere à identificação das vulnerabilidades, riscos pessoal e social e das potencialidades; b) gestão financeira e gerenciamento do Fundo de Assistência Social, com elaboração de instrumentos orçamentários e financeiros; c) organização, reordenamento e articulação de ações e processos institucionais no acesso aos direitos; d) elaboração de instrumentos de gestão da assistência social, tais como: planos, relatórios e pactos de aprimoramento do Suas; e) gestão da informação, monitoramento e avaliação de serviços, programas, projetos e benefícios da rede socioassistencial; f) apoio às instâncias de pactuação e controle social do Suas; g) gestão do trabalho no Suas, abrangendo o quadro de pessoal da rede socioassistencial pública estatal e privada; h) regulação do Suas com a elaboração dos instrumentos legais, como leis, decretos, portarias e resoluções; i) apoio e orientação técnica da União aos estados, dos estados aos municípios e dos municípios às entidades e organizações de assistência social; j) coordenação dos níveis de proteção básica e especial, dos equipamentos e dos serviços e programas e benefícios ofertados, na perspectiva intersetorial e interdisciplinar.
Esse processo do trabalho no Suas é, desta forma, realizado,
exclusivamente, pelos profissionais que dependem de conhecimentos técnicos e científicos, das expertises adquiridas dos campos empíricos. Assim, de acordo com Silveira (2011, p.30):
O trabalho social aqui tratado, portanto, não se fundamenta na lógica
mecanicista do mercado, nem das práticas corporativistas que disputam espaços e poder simbólico, sem muitas vezes garantir a centralidade do próprio usuário e dos processos democráticos. As práxis se complementam, explicitam suas especificidades e são construídas no processo de democratização do acesso aos direitos e de participação, preconizados pelo Suas. Sobressai a produção coletiva de saberes críticos e competentes, que materializem o compromisso político com os usuários.
Nesta perspectiva, esses profissionais, denominados “os trabalhadores
do Suas” constituem uma nova categoria de trabalhadores emergentes no Brasil. Reconhecidos pelo CNAS, por meio da Resolução de Nº 17/2011, após um amplo processo de debate nacional com as diferentes entidades representantes das diversas profissões de nível superior, realizado por meio de encontros regionais nas cinco regiões brasileiras, cujasdefinições e resoluções foram discutidas e sistematizadas em um Encontro Nacional dos Trabalhadores do Suas. Os trabalhadores de nível superior apontados como necessários ao trabalho na gestão e prestação dos serviços, programas e benefícios socioassistenciais, por ordem alfabética são:
a) administrador responsável pelos aspectos administrativos da gestão
e do planejamento; b) advogado para subsidiar o amplo aspecto jurídico-político da defesa de direitos; c) antropólogo com a finalidade de contribuir na decodificação das representações simbólicas da diversidade cultural das etnias e grupos populacionais tradicionais, orientando as ações relativas à diversidade; d) assistente social distribuído na gestão e nas unidades de referência que ofertam os serviços e benefícios da proteção social e dos direitos sociais; e) contador com a tarefa de contribuir na gestão orçamentária e execução financeira; f) economista com vistas a ancorar as ações de inclusão produtiva; g) pedagogo responsável para orientar as ações socioeducativas; h) psicólogo distribuído nas unidades diversas de oferta de serviços, âncora de referência no acolhimento e no resgate de liames e outros aspectos das relações interpessoais; i) sociólogo como suporte indispensável nas análises situacionais e contextos sociais; j) além destes, foram apontados em alguns estados, o terapeuta ocupacional, economista doméstico e musicoterapeuta. Assim, a indicação destes profissionais não foi resultado de consenso nacional, como os demais, mas foi deliberado pelo CNAS como trabalhadores do Suas.
O trabalho na assistência social, realizado por esses profissionais, foi
entendido nesses encontros regionais, conforme Barata (2011, p.130), como a “fonte de energia criadora do Suas e da materialização do Sistema” que deve ser acessado por meio de concurso público e não por indicações e legitimado com garantias de reconhecimento, remuneração e permanência. Este trabalho profissional, decisivo na viabilização da política de assistência social, deve atender a determinadas exigências: ser um trabalho com perspectiva de carreira e de ascensão, com base em qualificações, formação continuada e critérios de desempenho; aberto à integração, à interdisciplinaridade, à intersetorialidade com vistas ao diálogo de saberes e de setores; ser um trabalho pautado nas éticas profissional, pública e política; e, por fim, ser um trabalho com condições objetivas de realização. Em verdade, o crescimento significativo dos trabalhadores do Suas representa uma consequência da rápida expansão do Suas por todo o território nacional, o que vem ampliando o seu quadro de recursos humanos entre profissionais de diversas áreas profissionais. No que se refere ao vínculo empregatício, o censo Suas do ano de 2012 revelou, com nitidez, a precarização do trabalho no âmbito do sistema. No universo de 260 mil trabalhadores, 128,4 mil não têm vínculo permanente, o que representa um total de 49% de trabalhadores somente com cargos comissionados e outros vínculos precarizados; 38% são estatutários, ou seja, 97,4 mil trabalhadores; 13%, significando 33,9 mil são celetistas. Desta forma, juntando-se os estatutários e os celetistas, vê-se que esses dois contingentes representam pouco mais da metade, ou seja, 51% dos trabalhadores, enquanto os outros 49%, fazem parte da camada social do precariado brasileiro, através de diferentes estratégias: contratos temporários; terceirizados via empresas; terceirizados via ONGs; terceirizados via cooperativas, isto é, com vínculo provisório. Em se tratando dos trabalhadores de nível superior, identificamos no Censo Suas que 40% são estatutários, ou seja, 34,4 mil. Apenas 14% são celetistas, o que corresponde a 11,7 mil. Enquanto 46%, ou seja, 38,8 mil estão inseridos em outros vínculos ou somente cargos comissionados, que representam vínculos não permanentes e precarizados. Raichelis (2011, p.41 a 49) analisando a precarização do trabalhador no Suas afirmando:
[...] é expressa na perda de direitos duramente conquistados pela luta
coletiva dos trabalhadores e nesse cenário neoliberal a condição “provisória” de precarização se torna permanente. A fragmentação de coletivos, com diferentes formas de contrato e níveis salariais, muitas vezes na mesma equipe, geram dificuldades para a luta reivindicatória e uma diferenciação interna da própria classe trabalhadora: divisão entre contratados e terceirizados, estáveis e não estáveis, trabalhadores de primeira e segunda categoria. Como consequência de tal fragmentação é a fragilização das entidades, dos processos de organização, de construção das identidades individual e coletivas dos trabalhadores, produzindo desvalorização e descartabilidade das pessoas, aprofundando o processo de alienação do trabalho, da organização política e da representação sindical enfraquecendo a representação da classe trabalhadora. Por outro lado, em decorrência dos vínculos precários e baixo nível salarial se tem observado a alta rotatividade dos profissionais entre municípios no âmbito dos estados e uma forte tendência de intensificação do trabalho no Suas, materializado em diferentes estratégias: extensas jornadas de trabalho para além do horário de expediente; o profissional da gestão, não raro, é o mesmo das unidades de prestação de serviços; o trabalho extensivo ao domicílio via tecnologias informacionais, tais como internet, telefones celulares; e o vínculo de prestação de serviços em mais de um município, para complementação salarial, como estratégia de sobrevivência. A intensificação do trabalho é considerada por Raichelis (2011, p.51), mais do que esforço físico, haja vista que envolve o conjunto de capacidades do trabalhador a mobilizarem seu corpo, sua mente, suas emoções e afetividade, os conhecimentos e saberes adquiridos pela formação especializada e pela experiência acumulada e, também, as relações estabelecidas com outros trabalhadores, chefias e demais sujeitos que participam do trabalho coletivo e cooperado. Nesse sentido, adota-se a conceituação de Dal Rosso (2008, p.23), que define intensificação como: “os processos de quaisquer naturezas que resultam em maior dispêndio das capacidades físicas, cognitivas e emotivas do trabalhador com o objetivo de elevar quantitativamente ou melhorar qualitativamente os resultados. Em síntese, mais trabalho.” Em relação à terceirização, Raichelis (2011, p.233) recorre às análises de Franco, Druck e Seligman-Silva (2010) que afirmam:
A terceirização dos vínculos de trabalho é uma das mais danosas
consequências da flexibilização das relações de trabalho, pois lança um manto de invisibilidade sobre o trabalho real – ocultando a relação capital/trabalho e descaracterizando o vínculo empregado/empregador que pauta o direito trabalhista – mediante a transferência de responsabilidades de gestão e de custos para um terceiro. Os efeitos da terceirização para o trabalho social com as famílias e populações nos territórios são profundos, pois ela: a) desconfigura o significado e a amplitude do trabalho técnico realizado pelos trabalhadores sociais; b) desloca as relações entre a população, suas formas de representação e a gestão governamental, pela intermediação de empresas e organizações contratadas; c) subordina as ações desenvolvidas a prazos contratuais e aos recursos financeiros definidos, implicando em descontinuidades, rompimento de vínculos com usuários, descrédito da população para com as ações públicas; d) realiza uma cisão entre prestação de serviço e direito, pois o que preside o trabalho não é a lógica pública, obscurecendo-se a responsabilidade do Estado perante seus cidadãos, comprimindo ainda mais as possibilidades de inscrever as ações públicas no campo do direito.
No tocante à forma de acesso a serviços públicos, PCCSs e mesas de
negociação, o censo Suas 2011 constatou que 80% dos municípios brasileiros não realizaram concurso público, 97% não instalaram mesas de negociação e 90% não implementaram os PCCSs, contrariando o que estabelece a NOB/RH- Suas.
CONCLUSÃO
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