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FACULDADE CASTRO ALVES

CURSO DE PSICOLOGIA

LUCIA MARIA DA SILVA BARBOSA

O IMAGINÁRIO COLETIVO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE


SAÚDE (ACS) SOBRE A TRANSGENERIDADE

SALVADOR
2017
LUCIA MARIA DA SILVA BARBOSA

O IMAGINÁRIO COLETIVO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE


SAÚDE (ACS) SOBRE A TRANSGENERIDADE

Projeto de Pesquisa de Trabalho de


Conclusão de Curso submetido ao Comitê
de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos para aprovação
Orientador: Prof. Me. Gilmaro Nogueira
SALVADOR
2017
RESUMO

No projeto que se segue busca-se analisar o imaginário coletivo dos Agentes


Comunitários de Saúde (ACS) sobre a transgeneridade e a influência desse
imaginário na assistência as transexuais e travestis. O local escolhido para a
realização da pesquisa foi a Unidade Básica com Estratégia de Saúde da Família
(ESF) Prof. Dr. Carlos Santana Doron, localizada no bairro Doron, em Salvador-Ba.
A análise será realizada com 12 Agentes Comunitários de Saúde, mediante
entrevistas semi-estruturadas, com o modelo aprovado previamente pelo Comitê de
Ética. Tomando como base uma fundamentação teórica relacionada à
transgeneridade, tais como a teoria queer, através de autoras como Judith Butler, e
o imaginário social e coletivo, seguindo as leituras realizadas por Michel Maffesoli, e,
paralelamente, as diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral LGBT, inserida
no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), ampara-se a reflexão sobre
a transgeneridade e o acesso das pessoas trans à saúde pública. Espera-se
contribuir para a discussão sobre o tema no que diz respeito à efetividade da Política
Nacional de Saúde Integral LGBT, com vistas a perceber de que maneira ela pode
ser implantada, de fato, nas Unidades Básicas de Saúde.

Palavras-chave: transgeneridade, agentes comunitários de saúde, teoria queer,


imaginário coletivo.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

2 JUSTIFICATIVA 8

3 OBJETIVOS 9

3.1 OBJETIVO GERAL 9


3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 9
4 HIPÓTESE 10
5 METODOLOGIA 10
6 REVISÃO TEÓRICA 12
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO 17
ORÇAMENTO 18
RISCOS E BENEFÍCIOS 18
REFERÊNCIAS 19
APÊNDICES 22
4

1 INTRODUÇÃO

Relatórios de diversos países indicam que a saúde de travestis e transexuais 1


tem recebido crescente atenção mundial. Dados do projeto TransPULSE (2012)
(www.transpulseproject.ca), realizado em Ontario, no Canadá, motivaram uma
pesquisa na PUCRS sobre a saúde de pessoas trans, demonstrando que os
profissionais de saúde, em geral, não têm experiência para lidar com esse público.
Isso, somado às barreiras institucionais, faz com que essa parcela da população não
acesse aos serviços de saúde com receio de sofrerem discriminação.

No Brasil, configura-se um cenário de exclusão em relação ao atendimento


integral à saúde no SUS para pessoas trans. O primeiro passo para modificar esse
quadro é reconhecer que transexuais e travestis vivenciam situações de extrema
vulnerabilidade social para prestar-lhes a assistência de que necessitam. Sobre isso
Lionço (2009) acrescenta que:

Os agravos decorrentes das precárias soluções encontradas para


lidar com o sofrimento relativo ao estranhamento em relação a seus
corpos biológicos ou de nascimento dizem respeito,
fundamentalmente, à omissão ou restrição da ajuda médica,
atualmente possível em termos bio-tecno-científicos (LIONÇO, 2009,
p. 56).

Algumas conquistas do movimento trans, contudo, precisam ser registradas,


tais como, em 2006, a inserção na Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde o
direito ao uso do nome social, tanto nos serviços destinados às pessoas trans
quanto nos serviços disponíveis para a população em geral na rede pública
(BRASIL, 2006). Ainda que tal documento preveja “o direito básico ao ingresso digno
nos sistemas de saúde”, o que se pode notar no dia-a-dia dessas pessoas é o
preconceito e o constrangimento, que faz com que muitos deixem de procurar os
serviços de saúde que têm direito.

Assim, apesar dos direitos que vão sendo aos poucos conquistados, e do
esforço dos movimentos sociais nesse sentido, registra-se, segundo Rocha et al
(2009), a discriminação sofrida por travestis, transexuais e transgêneros nos

1
A definição para pessoas trans que utilizaremos parte do entendimento proposto por Berenice Bento,
que utiliza as expressões “pessoas trans” e “existências trans” como um guarda-chuva para as
múltiplas vivências de gênero (BENTO, 2014).
5

serviços de saúde. Os autores registraram, mediante estudo de caso, com base nos
relatos das informantes, o fato de os profissionais de saúde não utilizarem, como
seria de direito, o nome social quando se reportam a essas pessoas durante o
atendimento. Isso pode causar, além do desconforto por parte desses usuários, um
problema identitário, além de contribuir para problemas relacionados à saúde mental
das mesmas.

A violência contra a população trans atinge níveis alarmantes em todas as


áreas, e é considerada “extremamente alta”, segundo dados publicados no relatório
produzido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
(ACNUDH). No Brasil, a violência contra pessoas trans provocou 604 mortes, entre
janeiro de 2008 e março de 2014 2.

Esses dados, contudo, embora sejam preocupantes, não fazem referência


aos outros tipos de violência e restrições que sofre, rotineiramente, a população
trans. O direito básico aos serviços essenciais, bem como a garantia de acesso a
programas do governo, são dificultados por questões burocráticas, como, por
exemplo, a alteração do registro civil para mudança de nome e gênero, sendo
necessário impetrar ação judicial para terem garantidos os seus direitos.

Esse cenário revela uma triste realidade sobre o Brasil: apesar da diversidade
ética e cultural histórica de que se constituiu o país, o preconceito e a falta de
conhecimento ainda se impõem como obstáculos à convivência pacífica entre os
indivíduos na sociedade.

A discriminação que impera nos diversos núcleos sociais faz com que essa
população sofra com a falta de acesso à educação, à saúde, ao mercado de
trabalho, dentre outros. Assim, muitos desses indivíduos sentem-se desamparados
pelo governo, e, sobretudo, pela sociedade em que vivem 3.

No caso específico do acesso à saúde, a situação torna-se ainda mais


complexa. Segundo Rocon (et al, 2016), são inúmeros os desafios enfrentados pela

2
Informação veiculada pelo site de notícias das Nações Unidas no Brasil. Disponível em:
https://nacoesunidas.org/violencia-contra-pessoas-trans-e-extremamente-alta-nas-americas-apontam-
onu-e-parceiros/. Acesso em 08/11/2016.
3
Idem
6

população trans no que diz respeito aos tratamentos de patologias gerais e


específicas. Assim:

As pessoas travestis e transexuais são as que mais enfrentam


dificuldades ao buscarem atendimentos nos serviços públicos de
saúde – não só quando reivindicam serviços especializados, como o
processo transexualizador, mas em diversas outras ocasiões nas
quais buscam atendimento – pela enérgica trans/travestifobia que
sofrem atrelada à discriminação por outros marcadores sociais.
(ROCON, et al., 2016. p 2518)

A luta pela garantia desses direitos, no entanto, não cessa. A cartilha da


“Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais”, publicada pelo Ministério da Saúde apresenta não apenas as Leis e
Políticas adotadas em defesa dessa população, como também reafirma o
compromisso do Sistema Único de Saúde com a “eqüidade, universalidade,
integralidade e efetiva participação dos diversos setores da sociedade”. Ressalta,
ainda, a importância da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais, que “tem como marca o reconhecimento dos
efeitos da discriminação e da exclusão no processo saúde-doença da população
LGBT” (BRASIL, 2012, p. 4).

O que ocorre, no entanto, é que a efetiva aplicação dessas políticas tem


esbarrado em incontáveis fases burocráticas e preconceito por parte das pessoas
que deveriam garantir seu funcionamento (ROCON, et al., 2016).

O modo de pensar e agir dos profissionais de saúde mantém relação direta


com as transformações das redes de saúde para o melhor atendimento das pessoas
trans. O atendimento dos profissionais de saúde a essa população, portanto, é
influenciado de modo subjetivo, pelas questões culturais oriundas de um
sistema heteronormativo que impõe o binarismo de gênero.

Colling e Nogueira (2015) ressaltam que o conceito de heteronormatividade é


importante para os estudos queer. A fim de diferenciar essa de outras definições, tais
como a homofobia e a heterossexualidade compulsória, os autores localizam
historicamente o termo:

(...) o conceito de heteronormatividade, segundo Miskolci (2012), foi


criado em 1991, por Michel Warner, que busca dar conta de uma
7

nova ordem social. Isto é, se antes essa ordem exigia que todos
fossem heterossexuais, hoje a ordem natural exige que todos,
heterossexuais ou não, organizem suas vidas conforme o modelo
“supostamente coerente” da heterossexualidade. [...] na
heteronormatividade todas [as pessoas] devem organizar suas vidas
conforme o modelo heterossexual, tenham elas práticas
heterossexuais ou não (COLLING E NOGUEIRA, 2015. p 181-182).

A imposição do sistema heteronormativo, que rejeita outras vivências, reforça


a exclusão e marginalização dos indivíduos que não se sentem enquadrados nessa
premissa sexo-gênero-sexualidade, cuja representação é instituída culturalmente e
naturalizada nas sociedades.

Diante desse cenário, questiona-se: qual o imaginário coletivo dos Agentes


Comunitários de Saúde em relação aos indivíduos transgêneros? Importante
ressaltar que os agentes comunitários de saúde têm um papel fundamental na
implementação das políticas públicas de saúde para a população LGBT, haja vista
lidarem, diariamente, com essas pessoas e representarem a ligação entre a
comunidade e o serviço de saúde.

Assim, a forma como esses agentes imaginam as pessoas trans constitui-se


como objeto desse estudo, que pretende abordar essas questões à luz de teorias
que norteiem essa discussão, tais como o imaginário coletivo, de Michel Maffesoli,
ou, ainda, a Teoria Queer, que parte da premissa que as identidades são constructos
e devem ser desmitificados (JESUS, 2010).

O conceito de imaginário proposto por Mafessoli contraria ao que geralmente


se opõe: o imaginário seria o contrário de real, verdadeiro. O autor ressalta que
Bachelard recuperou a noção de imaginário relembrando procedimentos que
estavam esquecidos, demonstrando que construções mentais podiam ser eficazes
em relação ao concreto. Com isso, Mafessoli viu a possibilidade de pensar o
imaginário como “uma força social de ordem espiritual, uma construção mental, que
se mantém ambígua, perceptível, mas não quantificável” (MAFESSOLI, 2001. p 75).

Enquanto elemento do imponderável, mas elemento social perceptível através


da manifestação das suas forças, o imaginário pode ser também construído
coletivamente, como resquício e componente da cultura, segundo Mafessoli (2001).
8

Quanto a Teoria Queer, utilizada pela primeira vez no final dos anos 1980 nos
Estados Unidos, ganhou destaque nas pesquisas sobre identidades trans e, aos
poucos, estabeleceu seu objeto de estudo a dinâmica da sexualidade e do desejo
nas organizações sociais (MISKOLCI, 2009).

Uma das grandes referências sobre o assunto é a filósofa pós-estruturalista


estadunidense Judith Butler, que desenvolveu pesquisas questionando os
pressupostos do feminismo da maneira como eram visto até então, propondo uma
forma mais ampla de se compreender o tema. Com a publicação de Problemas de
Gênero, nos anos 90, Butler discute as noções de essência do feminino ou do
masculino, propondo um empoderamento dos corpos subalternos (VIEIRA, 2016).

Atualmente, a Teoria Queer é amplamente discutida por outros


pesquisadores, inclusive no Brasil, tais como Berenice Bento (2006; 2008; 20012;
20014), e está fundada no desconforto em relação à sociologia, à época, que tratava
a ordem social como sinônimo de heterossexualidade (MISKOLCI, 2009). Com o
tempo, os estudos relacionados à Teoria Queer revelaram-se produtivos e legítimos
para a discussão a respeito da exclusão social vivenciada pelas pessoas trans.

2 JUSTIFICATIVA

Inúmeras pesquisas fazem referência às dificuldades de acesso e


permanência das pessoas trans nas unidades de saúde vinculadas ao Sistema
Único de Saúde. Além dos relatos de abandono do tratamento devido à
trans/travestifobia e o desrespeito ao nome social, o que tem causado sofrimento
psíquico e agravamento do quadro clínico de algumas patologias (SANTOS, 2013;
ROCON, 2016).

Dessa maneira, torna-se relevante pesquisar o imaginário coletivo dos


Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no que diz respeito à compreensão sobre a
transgeneridade, bem como a relação que estabelecem com as pessoas trans nos
seus atendimentos. Como integrantes da comunidade, os ACS tornam-se
mediadores e facilitadores dessa relação. O fato de estarem inseridos na realidade
9

dos moradores faz com que eles se identifiquem e desenvolvam uma comunicação
interpessoal por conhecerem as necessidades desta população.

Além disso, trata-se de um tema com poucos trabalhos desenvolvidos, e que


requer atenção, haja vista o crescente nível de violência para com essa parcela da
população.

É urgente, portanto, trazer essa discussão para a ordem do dia. As


identidades trans precisam ser protegidas e assistidas. É preciso questionar a
contribuição do seu diagnóstico para invisibilizar e fortalecer a marginalização social,
a transfobia, a violência, e todas as dificuldades que vivenciam as pessoas trans,
que colocam nos indivíduos as origens dos seus problemas.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Analisar o imaginário coletivo dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre a


transgeneridade e a influência desse imaginário na assistência as transexuais e
travestis da Unidade Básica com Estratégia de Saúde da Família (ESF) Prof. Dr.
Carlos Santana Doron, localizada no bairro Doron, em Salvador – Ba.

3.2 Objetivos Específicos

 Identificar e descrever aspectos do imaginário coletivo dos ACS relacionados


à transexualidade e travestilidade, buscando os fatores que podem levar à
dificuldade de atendimento desses usuários nas Unidades Básicas com
Estratégia de Saúde da Família;
 Descrever os desafios enfrentados pelos usuários transgêneros para o
acesso aos serviços de saúde de acordo com a literatura referente ao tema;
 Avaliar a efetividade da Política Nacional de Saúde Integral LGBT nas
Unidades Básicas de Saúde, com ênfase nas identidades trans.
10

4 HIPÓTESE

Considerando a problemática que envolve o acesso à saúde por parte da


pessoa trans, questiona-se a construção do imaginário coletivo dos ACS em relação
aos usuários transgêneros.

Uma hipótese é a possibilidade de o imaginário coletivo dos agentes


comunitários de saúde interferir na assistência prestada aos usuários transgêneros,
proposta que poderá ser confirmada a partir da análise dos dados obtidos nas
entrevistas.

Além disso, acredita-se na possibilidade de fomentar a discussão a respeito


do tema no tocante especificamente à efetividade da Política Nacional de Saúde
Integral LGBT, com vistas a perceber de que maneira ela pode ser implantada, de
fato, na Atenção Primária à Saúde.

5 METODOLOGIA

O trabalho será desenvolvido mediante um estudo de caso na Unidade Básica


com Estratégia de Saúde da Família (ESF) Prof. Dr. Carlos Santana Doron,
localizada no bairro Doron, em Salvador-Ba. Para tanto serão seguidos os seguintes
passos:
 Levantamento de dados a respeito dos participantes – Agentes Comunitários
de Saúde (ACS) que atuam na referida Unidade Básica;
 Realização de entrevistas semi-estruturadas com o modelo aprovado
previamente pelo Comitê de Ética (APÊNDICE A);
 Catalogação dos dados para posterior análise;
 Articulação dos dados com o referencial teórico selecionado para o estudo.

As entrevistas serão realizadas com 12 Agentes Comunitários de Saúde, no


seu local de trabalho, em horário combinado antecipadamente. Os critérios exigidos
para participação das entrevistas é exercer a função de agente comunitário de
saúde na ESF Prof. Dr. Carlos Santana Doron. Aos participantes será informado o
funcionamento da pesquisa, o caráter voluntário e a possibilidade de desistência a
qualquer momento.
11

Os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) devidamente


assinados serão necessários para a participação nessa pesquisa (APÊNDICE B).
Todos os textos e relatórios produzidos a partir das entrevistas também protegerão o
anonimato dos participantes, utilizando-se nomes fictícios.

Através da pesquisa qualitativa, será possível tratar os dados de maneira


particular, adequada ao objeto de análise deste trabalho. Segundo Milles e
Huberman (1994, apud GIL, 2008), a análise pode ser feita em três passos: redução
– que simplifica e reduz os dados; apresentação – que se refere a organização dos
dados selecionados; conclusão e verificação – que diz respeito à revisão de dados a
fim de validá-los para que sejam dignos de crédito.

Para interpretação dos dados, será utilizada a técnica de Análise de Conteúdo


na perspectiva de Bardin (2009). Essa técnica parte da análise de conteúdo pela
leitura das falas, que será realizada por meio das transcrições das entrevistas e
depoimentos. Segundo Bardin, esses procedimentos poderão levar o pesquisador a
relacionar estruturas semânticas com estruturas sociológicas, sendo possível
identificar variáveis psicossociais, contexto cultural e processos de produção de
mensagem.

A opção por esse objeto de estudo, bem como local para recolhimento de
dados deve-se ao fato de que essa é uma unidade de fácil acesso, onde não foi
realizada nenhuma capacitação anterior com os profissionais que ali atuam sobre a
Política de Saúde Integral LGBT, o que poderia trazer resultados múltiplos para essa
pesquisa. Por outro lado, essa unidade possui um número relativamente pequeno de
agentes comunitários de saúde, o que viabiliza a pesquisa, considerando o tempo
restrito para sua realização.

Quanto aos resultados desta pesquisa, eles serão divulgados, após sua
aprovação, no banco de monografias e biblioteca da Faculdade Castro Alves,
localizada na Rua Rubem Berta, nº 128, bairro Pituba, na cidade de Salvador-Ba.

Além disso, serão também disponibilizados para os gestores das Unidades


Básicas de Saúde, para que possam servir de material para possíveis intervenções
que visem a melhoria do atendimento às pessoas trans em Salvador-Ba.
12

6 REVISÃO TEÓRICA

A discussão em torno das identidades trans ressignificam antigos conceitos e


percepções sobre o masculino e o feminino, que se baseavam nas diferenças entre
sexos. Na contemporaneidade, tal conceituação foi superada pelo conceito de
gênero, mais apropriado no que diz respeito à compreensão das diversas
identidades de que o sujeito se compõe (JESUS, ALVES, 2010).

Essas distinções, segundo Jesus e Alves (2010), têm a finalidade de marcar


as diferenças de cunho social entre homens e mulheres, que têm a tendência a
subalternizar as mulheres. Para fundamentar essa discussão, as autoras buscam a
precisão de conceitos como gênero, desde as primeiras tentativas de definição
realizada por John Money (1955 apud JESUS; ALVES, 2010) até Berenice Bento
(2006,2008 apud JESUS; ALVES, 2010), destacando a importância dos movimentos
trans no Brasil, que ainda sofrem preconceito, apesar do inegável avanço no que se
refere à conquista de políticas públicas para essa parcela da população tão
marginalizada. As autoras apontam, ainda, a violência – seja física ou psicológica,
além do aumento expressivo do número de assassinatos.

A população transgênero sofre, além disso, com as dificuldades que o sistema


lhes impõe no que diz respeito à adoção do nome social e a garantia legal que
advém dessa medida. Jesus e Alves (2010) destacam, a esse respeito, que as
travestis ou transexuais se submetem a arriscadas cirurgias de redesignação genital
para que possam adquirir legalmente o direito de adequar seu registro civil ao nome
e ao gênero com o qual se identificam. Além disso, as autoras comparam a situação
jurídica brasileira à Argentina. Enquanto no Brasil muitos recorrem a medidas
liminares para ter direito ao uso do nome social, naquele país a legislação é
avançada neste sentido, pois as pessoas trans podem retificar seus registros civis
sem o aval da justiça e sem a necessidade de cirurgias. Para as autoras:

Além de configurar uma violência institucional, essa é uma prática


eugenista de esterilização forçada contra um grupo populacional, em
pleno século XXI, considerando que há pessoas transexuais e
travestis que por diversas razões não desejam ou não podem se
submeter a essas cirurgias, e nem por isso deixam de vivenciar suas
identidades de gênero (JESUS; ALVES, 2010. p 10).
13

No tocante ao feminismo transgênero ou transfeminismo, as autoras


estabelecem as diferenças entre o tratamento oferecido a essas mulheres em
relação às mulheres cisgêneras e trazem exemplos da discriminação cissexista.
Sobre as mulheres cisgêneras, afirmam que se trata de um conceito que está
relacionado às pessoas que se identificam com o gênero que lhes foi determinado
no momento em que nasceram, podem ser também chamadas de pessoas não-
transgêneros (JESUS; ALVES, 2010).

Defendem, por fim, o empoderamento das pessoas transexuais mediante


inclusão em processos sociais em todas as suas esferas: seja relacionado a
políticas públicas quanto ao próprio discurso sexista.

O objetivo da descentralização do poder, prevista nos Estudos Pós-Coloniais,


é garantir acesso àqueles que estão à margem. Partindo da Teoria Queer e dos
Estudos Pós-Coloniais, Simakawa (2012) trata das identidades e vivências
transgêneras e não-cisgêneras por um viés descentralizador, já que defende que
cisgeneridade é um valor idealizado e dominante.

Segundo a autora, é preciso descentralizar os gêneros, pois a cisgeneridade


é apenas uma possibilidade de interpretação de gênero. Não se pode afirmar que
ser cis é a condição normal, visto que, ao utilizar esse discurso, exclui-se qualquer
compreensão do que significa a compreensão crítica dos sistemas de poder que
atuam nas relações de gênero.

A imposição de gênero dualista é, portanto, vista pela autora como uma forma
de opressão que atinge as pessoas transexuais. Sobre a identidade trans, reforça a
ideia de que se trata de um reconhecimento quanto à natureza de serem quem
acreditam ser. Além disso, a autora admite que esse reconhecimento contribuiu para
os Estudos Queer, sobretudo no que diz respeito à luta política em relação às
sexualidades e aos gêneros e urgente conscientização social em torno do tema.

Sampaio e Coelho (2013) abordam a transexualidade por três aspectos: o


discurso científico, o político, e através das histórias de vida das pessoas trans.
Apresentam, desde o início, uma questão que parece percorrer os estudos a
respeito desse tema: a falta de coincidência entre o sexo biológico e o sexo
14

psicológico. Destaca que há heterogeneidade, inclusive, entre as pessoas


transexuais, embora mantenham, por vezes, a vontade de praticar mudanças
corporais.

No que diz respeito aos profissionais de saúde, as autoras avaliam que a


transexualidade vai ser entendida de diferentes formas, considerando variantes
como o referencial teórico-profissional e vivencial. No caso da medicina, qualquer
desvio pode ser tratado como um transtorno; no caso das ciências sociais, a
discussão gira em torno das normas e valores do universo cultural, numa
perspectiva crítica em relação à biomedicina (SAMPAIO; COELHO, 2013).

Trata-se de uma revisão sobre o assunto por diversos campos do


conhecimento, ressaltando o biopoder exercido pelo discurso médico. Propõem, as
autoras, que a despatologização da transexualidade é dificultada pela permanência
do termo disforia de gênero no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM V).

Nos diferentes pontos de observação propostos pelos autores aqui citados,


percebe-se o desamparo e vulnerabilidade a que essa parcela da população está
sujeitada, inclusive com o assentimento do próprio Estado.

Rogers (et al., 2015) baseiam sua discussão a respeito das pessoas trans em
um estudo de caso realizado em um Centro de Saúde na cidade de Florianópolis-
SC, e defendem que a saúde dessa parcela da população está no centro do debate
no que diz respeito à Atenção Primária à Saúde.

Os autores analisam as experiências da população transgêneros no acesso à


Atenção Primária à Saúde (APS), considerando o contexto de vulnerabilidade social
a que estão submetidas. Com os resultados da pesquisa, que destaca, dentre
outros, a patologização da transgeneridade e seu impacto no acesso ao serviço de
saúde, concluem que é preciso garantir o direito ao reconhecimento das identidades
de gênero pelo Estado, sob pena de perpetuar a exclusão e o preconceito,
dificultando o acesso à saúde por esses indivíduos.

Outra pesquisa realizada com dados secundários empíricos foi realizada por
Souza e Helal (2015), que discutem a formulação da Política Nacional de Saúde
15

Integral LGBT, inserida no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3).


Segundo os autores, essa política pública evidencia a urgência em se adotar outros
procedimentos para viabilizar o atendimento de saúde a essas pessoas, sobretudo
com formação profissional focada em competências. Dessa maneira, é preciso
investir na qualidade dos serviços prestados e no respeito aos direitos desses
usuários para dirimir as diferenças e promover a igualdade.

Bento e Pelúcio (2012) advogam em defesa do fim do diagnóstico de gênero,


desmitificando argumentos clínicos, psicossociais e científicos. A despatologização,
segundo as autoras, é a via possível através da qual será possível vencer a
exclusão e preconceito históricos que atingem essas pessoas.

Bento (2014) parte da Teoria Queer para discutir as perspectivas teóricas


adotadas em relação a esse tema. A autora destaca que os estudos transviados,
tradução que a autora faz do termo “estudos queer”, foram um verdadeiro marco
para que novas discussões surgissem, já que passou a incluir a ideia de gênero
como forma de se identificar a constituição dos processos identitários.

Defende, ainda, que a desnaturalização das identidades foi iniciada pelos


estudos e pelas políticas feministas, que passaram a defender que a
heteronormatividade é responsável pelas correspondências feitas entre o corpo e as
expressões de gênero, as sexualidades e as subjetividades.

Assim, na tentativa de problematizar a questão sobre os estereótipos de


gênero como construção preconcebida, a autora reafirma a necessidade de
reconhecer a multiplicidade de performances de gênero e da relação que essa
discussão mantém com o modelo de mulher submissa e homem viril (BENTO, 2014).

A verdade dos gêneros não está nos corpos. É preciso combater a verdade
única sobre os gêneros que, segundo Bento (2014), é uma forma de patologização.
A determinação das identidades é diversa, portanto, bem como a construção das
subjetividades que elas produzem e que são produzidas por elas.

A fim de discutir o estereótipo de gênero desde a exclusão até a resistência,


Caminha e Ferreira (2015) propõem considerar os diversos aspectos que compõem
as representações sociais de gênero. Defendem, ainda, que o imaginário coletivo
16

organiza a prática e a categorização de estereótipos. Os papeis sociais, marcam a


imagem que se cria sobre gênero e sexo e fazem com que o imaginário social
hegemônico perdure.

Para discutir a questão do imaginário social e coletivo, os autores recorrem às


ideias desenvolvidas por Michel Maffesoli (1998 apud CAMINHA; FERREIRA, 2015),
que sustenta que o imaginário coletivo é construído por uma razão sensível que
advém do senso comum. A falocracia, por sua vez, é definida com o objetivo de
provar a hipótese do poder designativo da linguagem e as relações de poder, que
historicamente contribuiu para a formação de estereotipias. A falocracia é entendida,
pelos autores, como o conjunto de atitudes que buscam colocar a superioridade
masculina em lugar de destaque (CAMINHA; FERREIRA, 2015).

A estereotipia de gênero, portanto, é resultado do conhecimento falocrático,


ou da tradição, mas se diferencia do clichê, pressupõem uma aprendizagem ou
assimilação, que faz com que as representações sejam naturalizadas. Sobre a
muldimensionalidade de gênero, os autores remetem à noção de différance, de
Jacques Derrida, que ressalta as características heterogêneas que dizem respeito à
produção de significados, além da Teoria Queer e sua perspectiva de sujeito à deriva
no contexto da pós-modernidade (CAMINHA; FERREIRA, 2015).

Partindo desse direcionamento teórico, foi possível estabelecer o caminho


que vai da representação à exclusão no que diz respeito à criação do estereótipo de
gênero, cuja manutenção pode ser verificada na construção do imaginário coletivo,
que surge a partir de imagens cristalizadas no senso comum.

O conceito de imaginário proposto por Maffesoli é discutido por Barros (2014),


que fala do romantismo e misticismo presentes na sociologia desse autor. Maffesoli
afirma que o imaginário é realidade, já que o ser humano vive na busca de um
equilíbrio, entre as imposições do meio e sua própria subjetividade. Mas esse
equilíbrio, segundo Barros (2014), é caracterizado pelo nomadismo, e a sociedade
não é uma, mas várias. Sobre o nomadismo, Maffesoli, segundo o autor, mantém
relação com a impermanência das coisas. O instituído, por sua vez, é o poder, a
ordem, o governo.
17

O pensamento de Maffesoli se aproxima das teorias desenvolvidas por


Bauman, embora de uma forma mais romântica. Daí o fundamento poético do
imaginário concebido por Maffesoli. O indivíduo, enfim, não se reconhece uno, mas
plural, pois se pensa como resultado da relação com o outro (BARROS, 2014).

Essa diversidade de que se compõe o indivíduo interfere diretamente na


constituição das variadas identidades de gêneros com as quais lidam os
profissionais de saúde na contemporaneidade e lidar com a aceitação dessa
diversidade é essencial para o combate ao preconceito e à discriminação.

Ainda em relação à proposta teórica de Maffesoli, Barros (2014) destaca a


ampla utilização do termo imaginário e os debates referentes a esse tema na pós-
modernidade, passando por Lacan, Durand, Freud, Bachelard e Nietzsche.
Colocando Maffesoli ao lado de Baudrillard e Edgar Morin como os principais
teóricos de uma sociologia da suspeita, Barros (2014) destaca o valor atribuído por
esses autores ao imaginário e suas mais diversas aplicações.

A construção do imaginário coletivo será utilizada, nesse trabalho, para


perceber de que forma os agentes comunitários de saúde estabelecem comunicação
e prestam atendimento às pessoas trans, ressaltando as dificuldades encontradas
no acesso aos serviços de saúde.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO

Etapas
2016/2017 Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul.
Revisão Bibliográfica X X X X
Submissão ao Comitê de Ética X X
Coleta dos dados X
Análise dos dados coletados X
Discussão dos resultados X
Redação Final e entrega do
Projeto X
Apresentação à Banca
Examinadora X
ORÇAMENTO
18

Despesas Valor estimado


Internet 120,00
Tinta para impressora 80,00
Papel A4 15,00
Encadernação com cópia 8,00
Gravador digital 105,00
Deslocamentos (transporte) 72,00
Alimentação p/ pesquisador 80,00
Total 480,00

RISCOS E BENEFÍCIOS

Entre os benefícios para os participantes, encontra-se a possibilidade de


produzir relatos que gerem reflexões sobre sua atuação profissional e
ressignificação de suas práticas. Os gestores, por sua vez, poderão se beneficiar
desse material de pesquisa para qualificar o atendimento às pessoas trans, pois
terão a oportunidade de identificar aspectos relacionados à compreensão dos
Agentes Comunitários de Saúde sobre a transgeneridade; refletir sobre suas
posturas, e de posse desse conhecimento promover grupos de educação
para capacitação desses trabalhadores, o que pode ser ampliado para os
demais profissionais envolvidos.

Para as pessoas trans, os benefícios surgem no sentido de fomentar a


discussão sobre o acesso integral aos serviços de saúde pública e viabilizar formas
de implementar uma assistência humanizada, livre de preconceitos, conforme Carta
dos direitos dos usuários do SUS, publicada em 2006, pelo Ministério da Saúde.

Não há riscos conhecidos envolvendo a pesquisa. Os participantes, contudo,


poderão se recusar a participar do estudo em qualquer das fases de realização das
entrevistas, por qualquer motivo. Poderão, ainda, se recusar a responder quaisquer
perguntas que lhe causem, por algum motivo, algum desconforto.
REFERÊNCIAS

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19

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http://paradasp.org.br/o-que-e-a-teoria-queer-de-judith-butler/. Acesso em: 17 de jan.
2017.

APÊNDICE A - ROTEIRO PARA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA


22

Pesquisa: o Imaginário Coletivo dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) Sobre a


Transgeneridade

Dados de identificação Data:____/____/____

Iniciais do nome: Idade: Religião:

Estado civil: Escolaridade:

Cor autodeclarada: ( ) Amarela ( ) Branca ( ) Indígena ( ) Parda ( ) Preta

Sexo: ( ) Homem ( ) Mulher ( ) Outro________________________

Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino Outro __________________________

Orientação Sexual: ( ) Bissexual ( ) Gay ( ) Lésbica ( ) Heterossexual ( ) Outro_________

1 – O que você entende por transgeneridade?

2 – O que você sente quando vê ou ouve uma pessoa trans?

3 – Descreva uma situação no seu trabalho onde atendeu uma pessoa trans.

Obrigada pela colaboração!

Pesquisador Responsável: Lucia Maria da Silva Barbosa

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)


23

Título da Pesquisa: O imaginário coletivo dos Agentes Comunitários de Saúde


(ACS) sobre a transgeneridade.

Nome do Pesquisador Principal/Orientador: Gilmaro Nogueira


Nome do Pesquisador Assistente/Aluno: Lúcia Maria da Silva Barbosa

1. Natureza da pesquisa: a sra (sr.) está sendo convidada (o) a participar desta
pesquisa que tem como finalidade, mediante entrevistas, analisar o imaginário
coletivo dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre a transgeneridade e a
influência desse imaginário na assistência às pessoas trans nesta Unidade
Básica com Estratégia de Saúde da Família.
2. Participantes da pesquisa: a pesquisa será realizada com 12 ACS da
Unidade Básica com Estratégia de Saúde da Família – USF Prof. Dr. Carlos
Santana Doron, localizada no bairro Doron, em Salvador – Ba.
3. Envolvimento na pesquisa: ao participar deste estudo a sra (sr) permitirá
que o (a) pesquisador (a) Lúcia Maria da Silva Barbosa realize uma entrevista
com perguntas previamente estabelecidas para fins científicos. A sra (sr.) tem
liberdade de se recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando
em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo para a sra (sr.) (...).
Sempre que quiser poderá pedir mais informações sobre a pesquisa através do
telefone do (a) pesquisador (a) do projeto e, se necessário através do telefone do
Comitê de Ética em Pesquisa.
4. Sobre as entrevistas: As entrevistas serão realizadas no seu ambiente de
trabalho em horário combinado antecipadamente. As perguntas refletem o
interesse dos pesquisadores a respeito do seu entendimento sobre a
transgeneridade.
5. Riscos e desconforto: a participação nesta pesquisa não traz complicações
legais. As perguntas dizem respeito ao que você pensa sobre o tema abordado.
Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos Critérios da Ética em
Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução no. 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à sua
dignidade. Para tanto, estamos empenhados em manter a pesquisa dentro dos
parâmetros solicitados pelo Comitê de ética, a fim de resguardar os participantes.
24

Além disso, estaremos disponíveis para esclarecer quaisquer dúvidas e


solucionar qualquer tipo de problema relacionado a realização dessas
entrevistas.
6. Confidencialidade: todas as informações coletadas neste estudo são
estritamente confidenciais. Somente o (a) pesquisador (a) e o (a) orientador (a)
terão conhecimento dos dados. Solicitamos a autorização para que a entrevista
realizada seja gravada para uso exclusivo desta pesquisa.
7. Benefícios: ao participar desta pesquisa a sra (sr.) não terá nenhum benefício
direto. Entretanto, esperamos que este estudo traga informações importantes
sobre o tema referido acima, de forma que o conhecimento que será construído a
partir desta pesquisa possa ampliar o estudo sobre transgeneridade no que diz
respeito a utilização do serviço público de saúde pelas pessoas trans. O
pesquisador se compromete a divulgar os resultados obtidos.
8. Pagamento: a sra (sr.) não terá nenhum tipo de despesa para participar desta
pesquisa, bem como nada será pago por sua participação.
Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre
para participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se
seguem.

Obs: Não assine esse termo se ainda tiver dúvida a respeito.

Consentimento Livre e Esclarecido

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e


esclarecida, manifesto meu consentimento em participar da pesquisa. Declaro que
recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a realização da pesquisa e a
divulgação dos dados obtidos neste estudo.

____________________________________________
Nome/Assinatura do Participante da Pesquisa

____________________________
Pesquisador Responsável
Lucia Maria da Silva Barbosa
(71) 992680557
Email: lu.nutri@yahoo.com.br

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