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A CLÍNICA PSICOMOTORA DO AUTISMO

DISCIPLINA: PSICOMOTRICIDADE
PROFESSOR LUÍS MASSILON
1. INTRODUÇÃO
• Torna-se cada vez mais frequente a busca pelos pais à clínica psicomotora
de crianças diagnosticadas de autistas pela clínica médica.
• As queixas constantes variam de passividade, ausência de fala e de
movimentos “desgovernados”.
• A pergunta que marca, de maneira significativa, nas entrevistas com pais
de crianças autistas é:

“Por que meu filho tem um corpo que parece que não tem vida?”
1. INTRODUÇÃO
• A indagação do Psicomotricista tem outra conotação:

“O que fazer com esta criança para que seu corpo deixe de
permanecer ‘mudo’, pobre de qualquer gestualidade, fechado,
coisificado nessa única posição de mutismo e onde há um tônus
muscular carente da possibilidade de dialogar?”
2. REVISÃO DE ESTUDOS:
• Foi a partir da década de 30, que Kanner começou a observar a incidência
desse quadro clínico em crianças, o que possibilitou, pela continuidade de
seus estudos nas décadas seguintes, avaliações e reflexões sobre os
prognósticos.
2. REVISÃO DE ESTUDOS:
• Os dois primeiros aspectos a permitirem o diagnóstico são:
1. Dificuldade de socialização (com total desconhecimento do ambiente);
2. Perturbação de Linguagem (desenvolve-se de maneira anômala/irregular
ou não se desenvolve).
• No entanto, muitas crianças gozam de boa saúde física, raramente ficam
doentes, têm aspecto bom e saudável e um desenvolvimento motor
satisfatório, porém com grande dificuldade de contato.
• A conduta inteira é guiada pelo desejo obsessivo de manter seu ambiente
idêntico: os objetos nos mesmos lugares, o mesmo aspecto, a mesma
ordenação.
2. REVISÃO DE ESTUDOS:
• Na clínica Psicomotora, Kanner observa que, devido ao bom nível dos pais,
as crianças eram levadas precocemente à consulta, mas eram prontamente
retiradas do tratamento devido à ansiedade e ao sentimento de culpa dos
mesmos.
• E não havia rejeição por parte dos pais, mas “frieza” afetiva, quer
consciente, quer inconsciente.
3. OUTROS AUTISMOS PRECOCES:
• Ocorrem após um período de desenvolvimento aparentemente normal. O
início situa-se entre 2 anos e meio, 3 anos e 5/6 anos. Observa-se as
seguintes condutas:
➢ Crises de angústia;
➢ Perturbações motoras (instabilidade ou inibição);
➢ Distúrbios da linguagem e da voz;
➢ Distúrbios psicossomáticos;
➢ Frequente labilidade afetiva (instabilidade emocional);
➢ Existência de um investimento deficitário das funções cognitivas.
3. OUTROS AUTISMOS PRECOCES:
• Tustin (1977) descreve 03 tipos de autismo:
1. Autismo primário normal: encontrado em particular nos casos de
carência afetiva grave.
2. Autismo secundário em carapaça (ASC): A criança parece construir uma
carapaça em torno do seu ego à maneira das tartarugas. Se aproxima do
autismo infantil de Kanner.
3. Autismo secundário regressivo (ASR): Caracteriza-se por uma
regressão protetora em face ao terror experimentado diante do
desconhecido (não-eu).
3. OUTROS AUTISMOS PRECOCES:
• Em relação ao desenvolvimento verifica-se dois cursos:
1. Os sintomas se manifestam desde o nascimento (raramente chora, não
demonstra gostar de companhia, torna-se flácido ou rígido quando
levantado e é descrito como “bebê muito bonzinho”;
2. Ou ocorre o contrário, isto é, mostra-se muito irritado e reage de
maneira exacerbada a qualquer forma de estímulo, o tônus muscular
pode parecer flácido.
4. O OLHAR TERAPÊUTICO PSICOMOTOR:
• O profissional deve ter conhecimento de como evolui o autismo em curso
clínico e além disso, ter de conhecer e reconhecer os sintomas:
1. Distúrbios de Relacionamento;
2. Distúrbios de fala e de linguagem;
3. Distúrbios do ritmo do desenvolvimento;
4. Defasagens da motilidade e da percepção.
4.1. DISTÚRBIOS DE RELACIONAMENTO:
• Inclui falta de desenvolvimento de uma relação interpessoal e de contato
visual.
• Verifica-se a ausência do sorriso social, atraso ou falta da resposta
antecipatória de ser apanhado, aparente aversão ao contato físico,
tendência a se interessar apenas por um segmento corporal da outra
pessoa (como o pé, a mão, nariz, boca, ...).
• Existe a falta de interesse de participar de jogos ou de brincadeiras,
preferindo permanecer só.
• O relacionamento com os objetos também encontra-se prejudicado. São
usados para rodá-los, jogá-los, cheirá-los ou sacudi-los.
4.2. DISTÚRBIOS DO RITMO DO DESENVOLVIMENTO:
• As crianças mostram irregularidades na idade em que desenvolvem as
sequências motoras e de linguagem. Algumas mostram-se normais ou
precoces no seu desenvolvimento, a maioria mostra retardo motor.
• Observa-se que o ritmo mais comum é a descontinuidade na sequência
normal do desenvolvimento.
4.3. DEFASAGENS DA MOTILIDADE:
• Os maneirismos ( É A GESTICULAÇÃO ARTIFICIAL, EXAGERADA OU RITUALÍSTICA DE MOVIMENTOS
CORPORAIS) são ritualísticos, complexos e não têm características de
movimentos involuntários ou do tipo convulsivo, variando sua gravidade e
intensidade, de criança para criança.
• Essa desordem da motilidade pode manifestar-se de maneira
intermitente, raramente em algumas crianças e de forma contínua em
outras.
4.3. DEFASAGENS DA MOTILIDADE:
• A mais significativa característica dos comprometimentos motores
ocorrem nas mãos (segura as mãos diante dos olhos e torce, remexe e as
examina, ao mesmo tempo que movimenta os dedos como se estivessem
tocando piano) de maneira repetitiva e estereotipada.
• Executa também o movimento rápido e sucessivo de supinação e pronação
da mão (flapping) ou bate as mãos como asas de uma ave, preparando-se
para levantar voo.
4.3. DEFASAGENS DA MOTILIDADE:
• Verifica-se nos membros inferiores o caminhar na ponta dos pés; em
relação ao tronco e todo o corpo observa-se movimentos de jogar-se para
a frente ou parada súbita.
• Movimento de se ninar, balançar a cabeça no ar, ou no chão, ou bater a
cabeça contra a parede, também são movimentos presentes.
• Observa-se comportamento de automutilação (morder-se, beliscar-se...),
fases de movimentação e de imobilização.
4.4. DISTÚRBIOS DA • Ocorre no autismo um erro de
PERCEPÇÃO: seletividade, ou seja, incapacidade de
modular ou sintonizar entradas
sensoriais.
• Todas as modalidades sensoriais
estão comprometidas, tanto as de
entrada ou saída, tendo como
consequência, reações atípicas a
estímulos sensoriais ou falta de
respostas.
• Em oposto a essa baixa reação a estímulos
4.4. DISTÚRBIOS DA sensoriais, pode haver uma reação
PERCEPÇÃO: exagerada aos mesmos. Essa alternância
(procura ou fuga) a estímulos é marcante
como uma das características do autista.
• A criança autista responde
preferencialmente a um estímulo visual
sobre um auditivo, como também só
responde a um componente de estímulo (seja
auditivo, visual ou tátil).
• Precisa do feedback de suas próprias
respostas motoras em relação a um
estímulo, para conseguir lidar com essa
percepção.
5. A CLÍNICA PSICOMOTORA:
• O profissional tem de fazer a ligação da teoria com a prática para que
aconteça o processo terapêutico, e este link é o grande desafio dos
terapeutas.
• O elo da teoria com a clínica pode ser feito por meio da sintomatologia
psicomotora – a inibição psicomotora.
• As crianças autistas possuem uma inibição psicomotora, o corpo e os
movimentos encontram-se comprometidos e limitados pela relação ao
outro e aos objetos, bloqueando de tal forma o corpo, que este passa a
não servir para explorar o mundo nem relacionar-se com os outros.
5. A CLÍNICA PSICOMOTORA:
• A criança autista é cuidada, transportada, tocada e falada como uma
“coisa”, que não dá respostas.
• A intervenção psicomotora deverá favorecer a quebra dessas posturas
viciosas e inadequadas que reforçam o isolamento, a autoestimulação e a
passividade da criança autista que possui um corpo sem ligação
representacional.
5. A CLÍNICA PSICOMOTORA:
• A clínica psicomotora pode interferir no corpo encapsulado, sem ação e
sem representação do autista, facilitando o florescer da ação por meio de
várias vias, entre elas os movimentos estereotipados que ao se dirigirem a
nada bloqueiam o contato, fortificam a interiorização e impedem a relação
da criança com o mundo exterior.
5. A CLÍNICA PSICOMOTORA:
• Não existe trabalho centrado somente na criança.
• Os pais devem ter seu próprio espaço terapêutico, para saber lidar no dia
a dia com a frustração de ter de conviver com a ausência dos sons, dos
movimentos, das reações tônicas e gesticulações de seu filho.
5. A CLÍNICA PSICOMOTORA:
• O profissional observa e decodifica. Sua atitude deve ser de escuta, de
permissividade e de respeito. Sua presença não deve ser diretiva, nem
invasora.
• Na prática clínica usa-se todos os mediadores não verbais da
comunicação: o olhar, o gesto, os sons vocais e/ou instrumentais, a
distância corporal, o contato se o sujeito deseja e/ou aceita.
• O brincar (que Desobeau chama em terapia psicomotora de atividade
espontânea da criança) é um modo de intervenção, uma técnica de
aproximação essencial à Psicomotricidade.
5. A CLÍNICA PSICOMOTORA:

A Terapia Psicomotora Relacional não


possui sucessão cronológica e coloca o
terapeuta diante do fato de que a criança é
quem mostra quando e por onde o
terapeuta pode abordá-la.
É função do Psicomotricista perceber e
compreender o que a criança quer
expressar em seu “agir” mais singelo e
responder por meio do seu próprio corpo
para possibilitar a saída da situação
“passiva” para “ativa”.
5. A CLÍNICA PSICOMOTORA:
• O processo terapêutico só acontece se a criança e o terapeuta estiverem
envolvidos na linguagem corporal.

“A meta de uma psicoterapia psicomotora não é a de transformar


uma criança em um recitador, e sim em ator; o corpo tem uma
posição ou, caso contrário, está ausente. E, para fazer isto, o
terapeuta deve manter sua posição e não se colocar no lugar da
criança”.
(Jean BERGÈS, 1982).

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