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Fechamento de Balanço © - 1

FECHAMENTO DE BALANÇO©

Autor: Paulo Henrique Teixeira

Distribuição: www.PORTALDECONTABILIDADE.com.br

Atenção: esta obra é atualizável. Recomendamos baixá-la periodicamente em seu computador,


utilizando a mesma senha, no endereço www.portaltributario.com.br/downloads

SOBRE O AUTOR E A OBRA

Paulo Henrique Teixeira é Contador e reside em Curitiba - PR. Auditor e Consultor


Tributário e Trabalhista em empresas no Estado do Paraná e Santa Catarina, autor de
várias obras, entre as quais: Auditoria Tributária, Defesa do Contribuinte, Auditoria
Contábil, Auditoria Gerencial, Controladoria Empresarial, Contabilidade Introdutória,
Auditoria Trabalhista, Prevenção de Riscos Trabalhistas, Terceirização com Segurança,
Contabilidade Tributária e Gestão Tributária (as duas últimas, em co-autoria com Júlio
César Zanluca).

Todos os exemplos desta obra são meramente ilustrativos. Em situações reais, verificar
a adequacidade dos elementos expostos à efetiva situação apresentada.

Direitos autorais REGISTRADOS. A cópia, reprodução, distribuição ou


comercialização por qualquer meio somente será permitida mediante autorização POR
ESCRITO do detentor de direitos autorais. Permitida a reprodução de apenas 1 (uma)
cópia para uso exclusivo e pessoal do adquirente.

SUMÁRIO

PARTE I – LUCRO REAL

1. APURAÇÃO DO LUCRO REAL


1.1 Momento de opção pelo regime de tributação
1.2 Obrigatoriedade da apuração pelo lucro real anual ou trimestral
1.3 Limitação da compensação do prejuízo fiscal e da base negativa da CSSL
1.4 Lucro Real Trimestral
1.5 Lucro Real Anual
1.5.1 Com base no faturamento, acrescido das demais receitas.
1.5.2 Com base em Balancetes de Suspensão ou Redução do Imposto.
1.5.3 Alíquotas e adicional do Imposto de Renda
1.6 Lucro Real Anual – Contribuição social sobre o lucro
1.6.1 Apuração Anual da CSLL, com recolhimentos mensais sobre a base de cálculo
estimada
1.6.2 Balanços de Suspensão ou Redução no Pagamento da CSLL
1.6.3 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - alíquotas
1.6. 4 Informações na DCTF

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2. REVISÃO NAS CONTAS DO DISPONÍVEL


2.1 Documentos e lançamentos que influenciam no pagamento do Imposto de Renda,
relativos às contas Caixa e Bancos
2.2 Diferença entre a contabilização dos rendimentos da Renda Fixa e Renda Variável e
o reflexo tributário

3. REVISÃO NAS CONTAS DO REALIZÁVEL A CURTO PRAZO


3.1 Duplicatas a Receber - Clientes
3.1.1 Revisões nas contas de duplicatas a receber para evitar a contabilização a maior de
receitas
3.1.2 Duplicatas que podem ser baixadas como perdas e reduzir o lucro tributável
3.1.3 Comissões dedutíveis na venda com cartões de crédito e encargos financeiros de
bancos sobre duplicatas a receber
3.2 Adiantamentos e outros créditos
3.2.1 Adiantamento a fornecedor pendente de nota fiscal – efeitos fiscais
3.2.2 Acerto de adiantamento de viagens até 31.12.2005 – efeitos tributários
3.2.3 Adiantamento a Funcionários
3.2.4 Outros créditos – redução do lucro tributável
3.2.5 Despesas antecipadas
3.3 VARIAÇÕES CAMBIAIS E ATUALIZAÇÕES DE CRÉDITOS
3.3.1Variação Cambial – aspectos tributários
3.3.2 Contabilização da atualização de créditos de anos anteriores -evitando a tributação
3.4 IMPOSTOS A RECUPERAR
3.4.1 Revisão das contas de retenção de Imposto de Renda e de outros tributos
3.4.2Compensação de tributos federais de espécies diferentes
3.4.3 Atualização dos Tributos pagos a maior ou indevidamente pela Selic
3.4.4 Saldo credor do ICMs, IPI

4. ESTOQUES
4.1 Análise nas contas de estoque
4.2 AVALIAÇÃO DAS MERCADORIAS P/ REVENDA E MATÉRIAS-PRIMAS
4.2.1 Custo Médio
4.2.2 PEPS
4.2.3 Custo arbitrado de Mercadorias e Matérias Primas
4.3 AVALIAÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS
4.3.1 Custo integrado e coordenado com o restante da escrituração contábil
4.3.2 Custo Padrão
4.3.3 Custo Arbitrado

5. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO


5.1 Créditos Realizáveis
5.2 Depósitos judiciais e outros créditos realizáveis – não atualização
5.3 Contabilização de incentivos fiscais
5.4 Baixa de ativos fictícios
5.5 Empréstimos de mútuo

6. ATIVO PERMANENTE - INVESTIMENTOS


6.1 Investimentos relevantes em Coligadas/Controladas
6.2 Investimentos não relevantes

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7. ATIVO PERMANENTE - IMOBILIZADO


7.1 Considerações gerais e taxas de depreciação
7.2 Bens usados – à taxa maior de depreciação
7.3 Depreciação acelerada contábil (em função dos turnos)
7.4 Depreciação acelerada – 100% - para benfeitorias e máquinas que aumentem a
produtividade da empresa
7.5 Diferimento da tributação na alienação de bens do ativo permanente
7.6 Bens de pequenos valores

8. ATIVO PERMANENTE - DIFERIDO


8.1 Considerações Gerais

9. PASSIVO CIRCULANTE
9.1 FORNECEDORES
9.1.1 Revisão nas contas de fornecedores
9.1.2 Notas fiscais não contabilizadas - dedução do IRPJ e CSSL
9.1.3 Notas fiscais emitidas no exercício seguinte e a sua dedutibilidade no Balanço de
31.12.2005
9.1.4 Encargos financeiros lançados indevidamente nas contas de fornecedores -
dedutibilidade
9.2 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
9.2.1 Juros e atualização monetária – dedutibilidade pelo regime de competência
9.2.2 IOF
9.2.3 Contabilização de variações monetárias passivas – redução do lucro tributável
9.3 TRIBUTOS NÃO RECOLHIDOS ATÉ A DATA DO BALANÇO
9.3.1 Tributos não contabilizados – dedução do lucro tributável
9.3.2 Juros e multas de mora sobre tributos não pagos – redução do IRPJ e CSSL
9.3.3 Dedutibilidade das Multas e juros de mora por atraso do IRPJ e CSSL
9.4 PARCELAMENTOS DE TRIBUTOS
9.4.1 Juros sobre parcelamentos - regime de competência
9.4.2 Dedutibilidade dos tributos, multas e juros parcelados e não contabilizados
9.5 CONTAS A PAGAR
9.5.1 Obrigações contabilizadas pelo regime de caixa no exercício de 2006, e dedutíveis
pelo regime de competência no balanço de 31.12.2005
1.Água, luz, telefone
2. Seguros de vida, acidentes e outros pagos mensalmente
3. Seguros de cargas e transportes de mercadorias
4. Despesas de Leasing
5. Aluguel a pagar
6. Notas fiscais emitidas no início de 2006, mas referentes a serviços do ano do
encerramento do balanço
7. Notas fiscais referentes ao encerramento do balanço, mas pagas e contabilizadas no
mês seguinte ao encerramento do balanço
8. Outras despesas referentes ao exercício que devem ser apropriadas pelo regime de
competência e pagas no exercício seguinte
9. Comissão a pagar a representantes comerciais, desde que líquida e certa
10. Comissões a pagar sobre vendas com cartão de crédito (taxa cartão de crédito e juros
antecipação cartão de créditos).
9.5.2 Consórcios Contemplados a pagar – dedução dos valores ativados e variações
monetárias

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9.6 JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO


9.7 PROVISÕES TRABALHISTAS E ENCARGOS DEDUTÍVEIS
9.7.1 Provisão de férias e encargos
9.7.2 Provisão de 13º salário e encargos sociais
9.7.3 Participação dos trabalhadores nos lucros
9.7.4 Reclamatórias trabalhistas

10. PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO


10.1 Regras gerais
10.2 Contratos e parcelamentos a longo prazo – dedutibilidade das variações
monetárias, juros, multas e encargos.

11. RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS


11.1 Considerações
11.2 Diferença entre faturamento antecipado e entrega futura

12. PATRIMÔNIO LÍQUIDO


12.1 Revisão das contas do Patrimônio Líquido

13. RECEITAS
13.1 Receita Operacional Bruta
13.2 Conferência das Receitas com os livros fiscais
13.3 Vale pedágio
13.4 Receitas de contratos com entidades governamentais - diferimento do lucro
13.5 Receitas de contratos a longo prazo

14.CUSTOS E DESPESAS
14.1 CUSTOS
14.1.1Custo de produção = (MP + MO + GGF)
14.1.2 Diferença entre custos e despesas
14.1.3 Análise nas contas de Custos
14.1.4 Revisão nas contas de Custos
14.2 DESPESAS
14.2.1 Classificação das despesas
14.2.2 Revisão nas contas de despesas

15. DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS


15.1 Lucros distribuídos aos sócios após o encerramento do exercício
15.2 Lucros distribuídos aos sócios antes do encerramento do exercício
15.3 A distribuição de lucros apurados não sofre a incidência do INSS de 20%.
15.4 Distribuição de lucros ou dividendos por pessoa jurídica em débito para com a
Fazenda Nacional

16.COMPENSAÇÕES AO LUCRO REAL - PREJUÍZOS FISCAIS


16.1 Prejuízo fiscal x prejuízo contábil
16.2 Compensação de prejuízos não operacionais
16.3 Compensação de prejuízos: incorporação, fusão e cisão
16.4 Compensação de prejuízos – tributação pelo lucro presumido e retorno ao Lucro
Real
16.5 Compensação contábil de prejuízos

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17. ADIÇÕES E EXCLUSÕES AO LUCRO REAL


17.1 Livro LALUR
17.2 Adições ao Lucro Real - parte “A” do LALUR
17.3 Exclusões ao Lucro Real – parte “A” do LALUR

18. ADIÇÕES E EXCLUSÕES À BASE DE CÁLCULO DA CSLL


18.1 Adições
18.2 Exclusões

19. LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA FINS DO LUCRO REAL


19.1 Livros Obrigatórios
19.2 Sistema Escritural Eletrônico
19.3 Hipóteses de arbitramento do lucro por falta de escrituração contábil
19.4 Livros fiscais obrigatórios em função da Legislação do ISS, ICMS e IPI

20. OMISSÃO DE RECEITA


20.1 Saldo Credor de Caixa, Falta de Escrituração de Pagamento, Manutenção no
Passivo de Obrigações Pagas e Falta de Comprovação do Passivo
20.2 Suprimentos de Caixa
20.3 Falta de Emissão de Nota Fiscal
20.4 Arbitramento da Receita por Indícios de Omissão
20.5 Levantamento Quantitativo por Espécie
20.6 Depósitos Bancários
20.7 Tratamento Tributário

21. PAT – PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR

22. DEPRECIAÇÃO ACELERADA INCENTIVADA - CRÉDITO DA CSLL, PIS E


COFINS

PARTE II – LUCRO PRESUMIDO

23. ASPECTOS GERAIS DO LUCRO PRESUMIDO


23.1 Momento de opção pelo regime de tributação
23.2 Opção pelo Lucro Presumido
23.3 Cálculo do PIS e COFINS influenciam na escolha da tributação mais favorável à
empresa
23.4 Base de cálculo do imposto
23.5 Valores acrescidos à Base de Cálculo
23.6 Alíquota e adicional
23.7 Contribuição social sobre o Lucro Presumido – base de cálculo e alíquotas

24. PROCEDIMENTOS PARA A APURAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO


24.1 Conferência das Receitas com os livros fiscais
24.2 Deduções da Receita Bruta que reduzem cálculo do Lucro Presumido
24.3 Demais Receitas que não compõem a base de cálculo do Lucro Presumido

25. LUCRO PRESUMIDO - REGIME DE CAIXA


25.1 Regime de Caixa – tributação por ocasião do recebimento

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25.2 Vantagem da tributação do lucro presumido pelo regime de caixa


25.3 O que é o regime de caixa?
25.4 Qual é a base legal para este procedimento?
25.5 Como fica a Contabilidade pelo Regime de Caixa? Não bagunça?
25.6 E a base legal?
25.7 Em qual conta contábil serão controlados os recebimentos?
25.8 E a duplicata não recebida? Como fica a tributação?

26. LUCRO PRESUMIDO - DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS


26.1 Qual a diferença entre distribuir o Lucro Presumido com base na Contabilidade
Regular e no Livro Caixa?
a) Regra pelo livro caixa
b) Regra pela escrituração contábil
26.2 Qual é a base legal para distribuir o lucro presumido com base no Balanço
Contábil?
26.3 Pode ser distribuído o lucro presumido antes do encerramento do balanço?
26.4 Incide o INSS sobre a distribuição antecipada de lucros?
26.5 Distribuição de lucros ou dividendos por pessoa jurídica em débito para com a
Fazenda Nacional

27. ENQUADRAMENTO DAS ATIVIDADES NAS ALÍQUOTAS


27.1 Percentuais de presunção
27.2 Agências de propaganda
27.3 Construção com fornecimento de material – CSLL e IRPJ
27.4 Prestação de serviços por empreitada
27.5 Software – percentual reduzido
27.6 Hemodiálise
27.7 Serviços médicos prestados por clínicas de ortopedia, traumatologia e radiológicas
27.8 Construção civil
27.9 Depreciação Acelerada Incentivada
27.10 Reavaliação de bens no lucro presumido
27.11 Aplicação de mão-de-obra e material nos serviços
27.12 Cursos de idiomas
27.13 Corretoras de seguros
27.14 Exportação de bens e serviços

28. LIVROS OBRIGATÓRIOS - LUCRO PRESUMIDO

III – SIMPLES FEDERAL

29. SIMPLES FEDERAL


29.1 Lucro distribuído
29.2 Escrituração, no livro caixa, da retirada dos lucros
29.3 Incentivos fiscais, crédito de IPI E ICMS

IV – LUCRO ARBITRADO

30. LUCRO ARBITRADO


30.1 Qual é a diferença entre o fisco arbitrar o lucro da empresa e a própria empresa
arbitrar o seu lucro?

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30.2 Auto-arbitramento do lucro quando a empresa é optante pelo lucro real e o lucro
arbitrado é opção mais econômica
30.3 Percentuais de arbitramento sobre o faturamento

V – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

31. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (FINANCEIRAS) OBRIGATÓRIAS


31.1 Balanço Patrimonial - BP
31.2 Demonstração de Resultado do Exercício - DRE
31.3 Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados – DLPA
31.4 Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos - DOAR
31.5 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL
31.6 Notas Explicativas
31.6.1 Modelo de notas explicativas

PARTE I - LUCRO REAL

1. APURAÇÃO DO LUCRO REAL ANUAL OU TRIMESTRAL

1.1 Momento de opção pelo regime de tributação

A opção pelo lucro real anual, lucro real trimestral ou lucro presumido será manifestado
pelo pagamento da 1ª quota de qualquer um dos regimes, mediante DARF, sendo que a
legislação não permite mudar a forma de tributação durante o ano-calendário (art.13,
Lei 9.718/98).

Por isso, é fundamental uma análise detalhada de qual é a melhor forma de tributação,
antes do pagamento da 1ª quota do Imposto, pois se a empresa optou pelo lucro real
(anual ou trimestral) não poderá modificar no ano-calendário para o lucro presumido e
vice-versa. Lembrando que a opção de tributação feita para o Imposto de Renda deve
ser a mesma para a Contribuição Social sobre o Lucro.

1.2 Obrigatoriedade da apuração pelo lucro real anual ou trimestral

Estão obrigadas a apurar o lucro real, conforme art. 14 da Lei 9.718/98, as seguintes
empresas:

a) cuja receita total, no ano calendário anterior, seja superior a R$ 48.000.000,00, ou


proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses;
b) cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas;
c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganho de capital oriundos do exterior;
d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à
isenção ou redução do imposto;
e) que, no decorrer do ano calendário, tenha efetuado pagamento mensal pelo regime de
estimativa, inclusive mediante balanço ou balancete de suspensão ou redução do
imposto;
f) cuja atividade seja de “factoring”.

As demais empresas que não se enquadrarem em nenhuma das situações acima previstas
podem optar pelo lucro presumido, caso for a melhor alternativa.

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1.3 Limitação da compensação do prejuízo fiscal e da base negativa da CSSL –


Lucro Real Trimestral ou Anual

A partir de 01/janeiro/1996, a compensação do prejuízo fiscal (IRPJ) e da base negativa


da contribuição social sobre o lucro está limitada a 30% do lucro do exercício após
adições e exclusões do lucro real. Assim se a empresa teve prejuízos em anos anteriores
de R$ 150.000,00 e no ano apurou lucro de R$ 110.000,00, poderá compensar apenas
30% do lucro, deste ano, ou seja compensa apenas R$ 33.000,00 do prejuízo fiscal
anterior, devendo pagar IRPJ e CSSL sobre R$ 77.000,00 (110.000,00 - 33.000,00).

1.4 Lucro Real Trimestral

A empresa que optar por esse regime de lucro real deverá a cada trimestre do ano
(31/mar., 30/jun., 30/set. e 31/dez.) levantar balanço acumulado no período trimestral e
definitivamente apurar o Imposto de Renda e a Contribuição Social.

Estatisticamente a opção pelo lucro real trimestral é a menos vantajosa devido ao fato de
que empresa fica limitada em compensar os prejuízos fiscais dentro do próprio ano em
30% do seu lucro. Exemplo:

No 1º Trimestre Prejuízo Fiscal de R$ 300.000,00


No 2º Trimestre Prejuízo Fiscal de R$ 50.000,00
No 3º Trimestre Prejuízo Fiscal de R$ 50.000,00
No 4º Trimestre Lucro Fiscal de R$ 400.000,00

No 4º Trimestre a empresa poderá compensar somente R$ 120.000,00 (30% de


R$400.000,00), ficando, assim, um lucro tributável de R$ 280.000,00 (400.000,00 –
120.000,00), incidindo sobre esse valor o Imposto de Renda + Adicional e a
Contribuição Social sobre o Lucro, totalizando um desembolso R$ 89.200,00 (9% CSSL
+ 25% IRPJ –6.000,00 (limite isenção adicional IRPJ)).

Porém, se a opção fosse pelo lucro real ANUAL a compensação do prejuízo dentro do
próprio ano seria automática, pois pelo lucro real anual o resultado é apurado
acumuladamente dentro do exercício (janeiro a dezembro), sendo o resultado tributável
do ano calendário igual a zero, inexistindo o pagamento de IRPJ e CSSL.

O único benefício que o Lucro Real Trimestral em relação ao Lucro Real Anual
proporciona é quando a empresa tem lucro em todos os trimestres do ano, assim paga o
imposto de renda e a contribuição social a cada trimestre e tem a opção em dividi-los
em 03 quotas iguais, sendo cada quota superior a R$ 1.000,00, acrescidas pela variação
da SELIC (art. 5º da Lei 9.430/96). Porém é muito arriscado prever que a empresa terá
lucro fiscal em todos os trimestres do exercício.

1.5 Lucro Real Anual – Imposto de Renda

O lucro Real Anual será apurado no período compreendido de janeiro a dezembro de


cada ano, sendo que a empresa, MENSALMENTE, terá que pagar ou demonstrar que
não há imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro calculado por estimativa,
optando pelas seguintes alternativas:

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1.5.1 Com base no faturamento, acrescido das demais receitas.

Com base no resultado do somatório de um percentual aplicado sobre a receita bruta do


mês, acrescidos do ganho de capital e demais receitas. Os percentuais aplicáveis sobre a
receita bruta variam de acordo com a atividade da pessoa jurídica e constam no artigo
15 da Lei nº 9.249/95:

 8% na venda de mercadorias e produtos;


 1,6% na revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo,
álcool etílico carburante e gás natural;
 16% na prestação de serviços de transporte, exceto o de cargas que é 8%;
 16% para as Instituições Financeiras e equiparadas;
 16% na prestação de serviços em geral pelas pessoas jurídicas com
receita bruta anual até R$ 120.000,00, exceto serviços hospitalares, de
transporte e de profissões regulamentadas (art. 40, Lei nº 9.250/95);
 32% na prestação de serviços.

Observação: As demais receitas (juros auferidos, descontos obtidos, etc.) e ganhos de


capital comporão a base de cálculo sem qualquer redução (100% do valor apurado).

Para fins de cálculo da contribuição social s/ o lucro por estimativa deverá somar o
percentual sobre a receita bruta do mês, acrescidos do ganho de capital e demais
receitas, variando os percentuais de acordo com as seguintes atividades:

I- 12% na venda de mercadorias, produtos (art. 29 e 30 da Lei nº 9.430/96);


II- 32% na prestação de serviços em geral, a partir de 01/09/2003 (Por força
da Lei 10.684/2003, art. 22).

Observação: As demais receitas (juros auferidos, descontos obtidos, etc.) e ganhos de


capital comporão a base de cálculo sem qualquer redução (100% do valor apurado). A
Instrução Normativa SRF 390 de 30/01/2004, trata sobre as disposições gerais sobre a
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

1.5.2 Com base em Balancetes de Suspensão ou Redução do Imposto.

A empresa poderá também reduzir ou suspender o pagamento do Imposto de Renda e da


Contribuição Social de cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou
balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive
adicional (art. 2º da Lei 9430/96) da seguinte forma:

b.1) Redução

A redução ocorre quando a empresa, em um determinado mês, demonstra que o valor


apurado do imposto menos o valor já pago durante o período acumulado é inferior ao
cálculo pela estimativa como base na receita, como citado no item “a”.

Exemplo:

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-Valor do Imposto devido com base nos percentuais aplicado sobre a Receita no mês de
junho= R$ 30.000,00
-Valor do Imposto apurado com base no balancete acumulado de jan a jun. = R$
40.000,00
-Valor do imposto pago, retido ou compensado de jan a jun. = R$ 25.000,00
-Saldo a pagar no mês de junho (40.000,00- 25.000,00) = R$ 15.000,00
-Se a optar pelo balancete de redução haverá um desembolso de apenas R$ 15.000,00,
ao invés de R$ 30.000,00.

No mês de junho, a forma mais viável é a opção pelo pagamento com base no balancete
de redução de janeiro a junho, apesar de apurar 40.000,00 de imposto, serão deduzidos
os impostos já pagos, retidos ou compensados nos respectivos meses (25.000,00),
restando saldo a pagar de apenas R$ 15.000,00. Sendo que o recolhimento com base na
receita bruta custaria para a empresa R$ 30.000,00, pois os valores pagos nos meses
anteriores não podem ser deduzidos, por não comporem a base de cálculo do mês. Esse
estudo deve ser feito a cada mês do ano, levando em conta também a possibilidade de
suspensão do imposto que será visto no item seguinte.

Observação:
 O mesmo critério adotado para o cálculo do Imposto de Renda deverá ser
também adotado para a Contribuição Social sobre o Lucro, por isso deve ser
analisada a melhor alternativa calculando os dois tributos.
 O balancete utilizado para suspender ou reduzir deverá ser transcrito no Livro
Diário (art. 12,§ 5º, da IN SRF 93/97) e no Livro LALUR transcrever a apuração do
resultado (art. 13 IN SRF 93/97).
Base legal: artigos 10 a 16 da IN SRF 93/97

b.2) Suspensão

A suspensão do recolhimento do imposto ocorre quando a empresa demonstra através de


balancete que em um determinado mês, o resultado acumulado de janeiro até esse mês,
resultou em prejuízo fiscal, inexistindo imposto a pagar, como exemplo:

1. Prejuízo contábil de R$ 150.320,00, conforme balancete contábil


levantado em 30/jun. (resultado acumulado de janeiro a junho)
2. Adições ao lucro real - R$ 30.150,00
3. Prejuízo fiscal ->150.320,00 – 30.150,00 = 120.170,00
4. Como houve prejuízo fiscal no mês de junho (resultado acumulado de
janeiro a junho), não há IRPJ nem CSSL a recolher neste mês, sendo necessário
apenas a transcrição do Prejuízo no LALUR e manter balancete no Diário
Contábil, comprovante o resultado.

A outra forma de suspensão do recolhimento do imposto e da contribuição social ocorre


quando a empresa demonstra através de balancete, com resultado acumulado, que os
valores pagos nos meses anteriores são superiores ao valor do imposto apurado nesse
mês, como exemplo:

1. No Balancete do mês julho, que contempla o resultado acumulado de


janeiro a julho, apurou-se um imposto a pagar de R$ 35.000,00, porém nos
meses de janeiro a junho a empresa já recolheu imposto no valor de R$

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40.000,00, ou seja, R$ 5.000,00 a mais do que o devido, com isso poderá


suspender o pagamento em julho.

Observação:
 O mesmo critério adotado para o cálculo do Imposto de Renda deverá ser
adotado para a Contribuição Social sobre o Lucro, por isso deve ser analisada a
melhor alternativa calculando os dois tributos.
 O balancete utilizado para suspender ou reduzir deverá ser transcrito no Livro
Diário (art. 12, § 5º, da IN SRF 93/97) e no Livro LALUR transcrever a apuração do
resultado (art. 13 IN SRF 93/97).
Base legal artigos 10 a 16 da IN SRF 93/97.

A apuração pelo Lucro Real Anual, apesar de ter mais detalhes e ser mais trabalhosa,
compensa pela vantagem tributária em relação ao Lucro Real Trimestral.

1.5.3 Alíquotas e adicional do Imposto de Renda

A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à alíquota de
15% (quinze por cento) sobre o lucro real, presumido ou arbitrado, apurado de
conformidade com o Regulamento.

A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que exceder ao valor resultante da


multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo
período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10%
(dez por cento).

O adicional de que trata este item será pago juntamente com o imposto de renda
apurado pela aplicação da alíquota geral de 15%.

Exemplo:

Lucro Real de R$ 110.000 no 1º trimestre de 2.003:

a) IRPJ á alíquota normal = R$ 110.000 x 15% = R$ 16.500


b) IRPJ Adicional = R$ 110.000 do Lucro Real menos R$ 60.000 (R$ 20.000 x período
de apuração de 3 meses) x 10% = R$ 5.000,00

Valor a Recolher (a + b) = R$ 16.500 + R$ 5.000 = R$ 21.500

1.6 Lucro Real Anual – Contribuição social sobre o lucro

Em janeiro de 2004, a Receita Federal editou a IN SRF 390/2004, que dispõe sobre a
apuração e o pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, não trazendo
alterações, mas consolidando as normas. Trouxe relação de adições e exclusões, bem
como no art. 42, a pessoa jurídica deve utilizar livro específico para apuração da CSLL,
para transcrever a demonstração do resultado ajustado e manter os registros de controle
dos valores que devam influenciar a determinação do resultado ajustado dos períodos
subseqüentes.

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Fechamento de Balanço © - 12

A contribuição social sobre o lucro, apurada pelo lucro real anual se dá por duas opções:
a) com base no faturamento mensal da empresa acrescidas das demais receitas; b) com
base em balanços/balancetes de suspensão ou redução acumulados mensalmente,
devendo a opção ser a mesma opção do IRPJ.

1.6.1 Apuração Anual da CSLL, com recolhimentos mensais sobre a base de


cálculo estimada

Nas atividades desenvolvidas por pessoas jurídicas de natureza comercial, industrial ou


de prestação de serviços, a base de CSLL apurada por estimativa será a soma dos
seguintes valores:

a) o valor correspondente aos percentuais abaixo da receita bruta auferida, excluídas as


vendas canceladas, as devoluções de vendas, os descontos incondicionais concedidos e
os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador dos quais o
vendedor dos bens ou prestador de serviços seja mero depositário:

12% na venda de mercadorias, produtos (art. 29 e 30 da Lei nº 9.430/96);


32% na prestação de serviços em geral, a partir de 01/09/2003 (Por força da Lei
10684/2003, art. 22;) intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de
bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.

Exemplos:

Faturamento venda de MERCADORIAS E PRODUTOS: R$ 400.000,00:


R$ 400.000,00 x 12% = 48.000,00 -> base de cálculo

Faturamento venda de SERVIÇOS até 31/08/2003: R$ 300.000,00


- R$ 300.000,00 x 12% = 36.000,00 -> base de cálculo

Faturamento a partir de 01/09/2003 venda de SERVIÇOS: R$ 400.000,00


- R$ 200.000,00 x 32% = 64.000,00 -> base de cálculo

O percentual acima será acrescido pela totalidade (100%), das demais receitas:
1. Ganhos de capital (lucros) obtidos na alienação de bens do ativo
permanente e de aplicações em ouro não caracterizado como ativo financeiro.
2. Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de
operações financeiras de renda variável (ações, swap, etc.).
3. Demais receitas e resultados positivos não abrangidos anteriormente
(como juros e descontos obtidos, aluguéis, etc.), inclusive juros remuneratórios
do capital próprio, recebido pela empresa da qual seja sócia ou acionista.

Exemplo:
Descrição Dados Base de cálculo

Faturamento 2.000.000,00 x 12% 240.000,00


Juros aplicação financeira 2.500,00
Ganho de capital 25.000,00
Juros Selic 3.000,00
Total Base de Cálculo 270.500,00

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Alíquota 9%
Valor da CSLL a pagar 24.345,00

1.6.2 Balanços de Suspensão ou Redução no Pagamento da CSLL

A mesma forma de tributação adotada, pela pessoa jurídica, para fins de apuração do
imposto de renda, deve ser adotada para fins de apuração da CSLL.

Assim, a pessoa jurídica que levantou balanço ou balancete para suspender ou reduzir o
pagamento do imposto de renda, em determinado mês do ano-calendário, deve apurar a
base de cálculo da CSLL sobre o resultado do período apurado nesse mesmo balanço,
ajustado pelas adições determinadas, pelas exclusões permitidas e pelas compensações
de base de cálculo negativa da CSLL, observados os limites definidos na legislação
pertinente.

1.6.3 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - alíquotas


9% (nove por cento) a partir de 01.02.2000.
Observação: Com a edição da IN SRF 390/2004 de 30.01.2004, a base de cálculo da
CSLL deverá ser demonstrada numa espécie de Lalur da CSLL.

1.6. 4 Informações na DCTF

Os valores das estimativas mensais deverão ser informados na Declaração de Débitos e


Créditos Tributários - DCTF, observados os Códigos respectivos.

Da mesma forma, eventual saldo de imposto de renda a pagar apurado no ajuste anual
em 31 de dezembro de cada ano deverá ser informado na DCTF.

SEÇÃO - ATIVO CIRCULANTE

Composto pelos bens e direitos que irão ser convertidos em dinheiro, no prazo de até 12
(doze) meses. Divide-se nos subgrupos: disponível, realizável a curto prazo, estoques e
despesas antecipadas.

Disponível: composto pelas exigibilidades imediatas, representadas pelas contas de


caixa, bancos conta movimento, cheques para cobrança e aplicações financeiras.

2. REVISÃO NAS CONTAS DO DISPONÍVEL

Composto pelas exigibilidades imediatas, representadas pelas contas de caixa, bancos


conta movimento, cheques para cobrança e aplicações financeiras.

2.1 Documentos e lançamentos que influenciam no pagamento do Imposto de


Renda, relativos às contas Caixa e Bancos

Os saldos contábeis devem ser conciliados com os boletins de caixa. Sendo que as
divergências apuradas deverão ser conciliadas. Analisar todos os documentos constantes

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dos boletins de caixa referente ao mês de dezembro ou de alguns dias do mês, conforme
a necessidade;

Os saldos dos bancos constantes no balancete contábil deverão estar em conformidade


com os extratos bancários e/ou conciliações apresentadas pela empresa.

Os cheques e depósitos, constantes na conciliação bancária, devem ser checados se


realmente constam no extrato bancário do período subseqüente. Exemplo: O cheque que
consta pendente de desconto, na conciliação bancária de dezembro/2005, o mesmo deve
estar compensado nos meses de janeiro ou fevereiro de 2006.

As pendências de longa data nas conciliações bancárias precisam confrontadas com


relatórios de outros setores;

Constatar se nos meses seguintes, ao do encerramento do balancete e balanço existem


despesas pagas de meses ou ano anteriores e que estão sendo contabilizadas pelo
pagamento, mas devem ser contabilizadas pelo Regime de Competência, tais como:

1. Notas fiscais de despesas, acertos de viagens funcionários e sócios.


2. Água, luz, telefone.
3. Pagamento de despesas de dezembro com cheques compensados apenas
no mês seguinte.
4. CPMF da última semana do mês e debitada no mês seguinte.
5. Juros e Encargos financeiros da conta corrente e conta garantida, bem
como despesas bancárias.
6. IOF cobrado sobre empréstimos e financiamentos.
7. Outras despesas pagas em 2006, ano seguinte ao encerramento do
balanço, as quais se referem aos meses de novembro e dezembro de 2005, as
quais devem ser contabilizadas no mês de sua competência
( novembro/dezembro-2005).

Proceder o ajuste, de modo que a empresa observe o regime de competência. Esse


procedimento fará com que a empresa pague menos IRPJ e CSSL.

Exemplo da Contabilização das despesas de água de dezembro/2005, paga em


janeiro/2006:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização da fatura pela Competência


31/12/2005 Despesas/custos - Valor fatura Sanepar –ref. Água do mês 2.310,25
Resultado de dezembro/2005
31/12/2005 Contas a Pagar - Valor fatura Sanepar –ref. Água do mês 2.310,25
Passivo de dezembro/2005

2.2 Diferença entre a contabilização dos rendimentos da Renda Fixa e Renda


Variável e o reflexo tributário

Os saldos contábeis das aplicações financeiras deverão estar conferidos com os


referidos extratos de aplicações financeiras.

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Se não houver o extrato atualizado, com o documento da efetiva aplicação, apropriando


os rendimentos proporcionalmente até a data do encerramento do balanço, nos casos de
renda fixa . IMPORTANTE: verificar comentários, neste item, sobre renda fixa e
variável.

Conciliar com os respectivos extratos, se está sendo contabilizado o IRRF sobre


rendimentos das aplicações financeiras, na conta de Impostos a Recuperar, o qual será
reduzido do IRPJ. Como se trata de imposto de renda retido que será deduzido do IRPJ.
É comum a falta da contabilização da retenção do I.R. das aplicações financeiras,
trazendo prejuízo tributário, o que deve ser evitado.

Lembrete: A Instituição Financeira deverá enviar à empresa, até 28.02.2006, o


Comprovante de Retenção de I.R.

1. Renda Fixa

Os rendimentos das aplicações financeiras de Renda Fixa devem ser apropriados até
31/12/2005, pois seus rendimentos são considerados líquidos e certos.

Esses rendimentos devem ser apropriados “pro-rata tempore“, segundo o regime de


competência, ou seja conforme o número de dias até a data do término do Balanço.Um
exemplo: juros pré-fixados (CDB), com vencimento em 28.01.2003. Se o CDB foi
aplicado em 29.12.2005, somente 2/30 da receita deve ser apropriada ao resultado de
2.005.

Exemplo:

Aplicação CDB em 29/12/2005, no valor de R$ 1.000.000,00, a ser resgatável em


28/01/2006, pelo valor de R$ 1.030.000,00.

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização dos Rendimentos em 31/12/2002


31/12/2005 Aplicação CDB - Ativo Valor rendimentos aplic. CDB ref 02 dias
Circulante 2.000,00
31/12/2005 Rendimento Aplic. Valor rendimentos aplic. CDB ref 02 dias
Financ- Resultado 2.000,00

A apropriação restante, R$ 28.000,00, deve ser contabilizada no mês de janeiro de 2006.

2. Renda variável

Os rendimentos de aplicações financeiras de renda variável (indexadas à Bolsa, ao


Ouro, ao Dólar, etc.) devem ser registrados na data do respectivo resgate, pelo fato de
serem consideradas aplicações de risco, não sendo garantido o rendimento.

Na data do balanço, 31.12.2005, não é considerado líquido nem certo o ganho, pois a
qualquer momento pode ocorrer desvalorização da aplicação em função da indexação a
um título de rendimento variável. O rendimento deve apenas ser mensurado por ocasião
do resgate. Assim, se difere da renda fixa, pois naquela o rendimento já é
definitivamente estipulado.

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Exemplo:
1. Aplicação em Fundos de Investimentos indexada à variação da Bolsa de
Valores, Dólar e Ouro.
2. Aplicação em Fundos de Investimentos administrados pelos Bancos, na
qual a empresa corre risco. Aplicações em fundos de investimentos que não têm
garantido os seus rendimentos, o cliente participa do risco.

O registro contábil de um rendimento incerto fere o Princípio Contábil do


Conservadorismo, pois a empresa registrando tal valor estará avaliando a maior seus
ativos sem que se tenha certeza da sua realização. Outro efeito tributário negativo é o
de que a empresa apropriaria o suposto rendimento num período sem o aproveitamento
do IRRF, o qual é retido por ocasião do resgate.

Pelo exposto, as aplicações em renda variável, constantes no balanço de 31.12.2006,


não devem ter seus rendimentos contabilizados até àquela data, e sim, na data do efetivo
resgate.

3. REVISÃO NAS CONTAS DO REALIZÁVEL A CURTO PRAZO

No Ativo Realizável a Curto Prazo registra-se os direitos a receber no prazo de até 12


(doze) meses, representados pelas seguintes contas Duplicatas a receber, Impostos a
recuperar e outros Créditos.

3.1 DUPLICATAS A RECEBER

3.1.1 Revisões nas contas de duplicatas a receber para evitar a contabilização a


maior de receitas

A conta de duplicatas a receber deve estar conciliada com o relatório de contas a


receber. A cada período ou fechamento de balanço é imprescindível solicitar ao
financeiro da empresa a posição das duplicatas a receber naquela data (31.12.2005),
esse procedimento evita erros contábeis, por exemplo, o lançamento a maior de Receitas
que proporciona o pagamento a maior de tributos (PIS, COFINS, IRPJ, CSSL, ICMS,
Simples e outros).

A falta de conferência dos saldos consignados na Contabilidade com os saldos do


Relatório de Contas a Receber, torna a Contabilidade sem consistência, inexata, sem
merecer confiança. Na maioria das vezes, o setor de Contas a Receber não emite a cada
final de mês o referido relatório e passando a data citada o sistema não retroage. É
necessário haver comunicação entre os dois setores para combinarem os assuntos
comuns, por mais que o relatório não do financeiro não “feche” com o Contábil, a
Contabilidade fará a conciliação contábil e as diferenças conciliadas serão anotadas num
formulário de Composição de Saldo.

Normalmente esta conta é representativa e se não houver um relatório paralelo a


Contabilidade que confirme os saldos nela constantes, as contas desse grupo ficam sem
confiança.

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Conferir se o saldo da conta de Duplicatas a Receber (ou Clientes) constante no


balancete contábil está em conformidade com o Relatório de Duplicatas a Receber do
setor financeiro:
 Por amostragem, selecionar clientes;
 Efetuar testes de recebimento subseqüente (nos meses seguintes a data
base do balancete, verificar se o crédito ou depósito em conta corrente referente
o recebimento das duplicatas analisadas);
 As duplicatas selecionadas para os testes, e ainda não recebidas até a data
da realização dos trabalhos, também, conferir o valor e data de vencimento com
a efetiva nota fiscal;
 Investigar as diferenças existentes entre o balancete e o Relatório de
Duplicatas a receber;

Alternativamente, inexistindo Relatório de Duplicatas a Receber do setor financeiro, por


amostragem, selecionar os clientes mais representativos e efetuar o teste de
recebimentos subseqüentes ou verificar a emissão da nota fiscal;

A grande dificuldade na análise desta conta ocorre quando a empresa não emite a cada
final de mês o Relatório de Contas a Receber e ainda é feito o registro apenas em uma
conta contábil. A chance de ocorrer erros é enorme (receita contabilizada a maior,
recebimento ou fatura não contabilizada, etc.), não há possibilidade de efetuar qualquer
análise. Para dirimir a dúvida sobre a contabilização a maior ou a menor das Receitas
pode-se confrontar a Receita constante no balancete com os Livros de saída de
Mercadorias ou Produtos (ICMS/IPI) e de Serviços (ISS),atendo-se aos grupos:
 5.101 a 5.125; 5.35; 5.401 a 5.405; (no estado)
 6.101 a 6.125; 6.35; 6.401 a 6.405; (interestadual)
 7.101 a 7.125; 7.35; 7.401 a 7.405; (exportação)

Observar que muitos códigos de saídas não são receitas, ex: simples remessa, devolução
de compras, transferências, simples remessa, venda do imobilizado, retorno, doação,
amostra, etc.

De certa forma, não há a certeza de que a conta cliente esteja correta, porém, pelo
procedimento acima, pode-se dizer que não foram contabilizadas receitas a maior.

3.1.2 Duplicatas que podem ser baixadas como perdas e reduzir o lucro tributável

Outra análise importante, resume-se em que os Créditos (duplicatas) não recebidos


podem ser baixados como perda (despesa dedutível) para efeito de apuração do lucro
real e da base de cálculo da CSLL. Os quais poderão ser registrados como perda os
créditos decorrentes de operações com pessoas ou empresas não ligadas, conforme
artigos 9º a 12 da Lei 9.430/96 (artigos. 340 a 434 RIR/99). Esse procedimento é
facultativo, ou seja não obrigatório, o registro da referida despesa, somente no caso em
que a empresa possua lucro tributável. Abaixo estão descritos nos artigos 9º a 12:
I - em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em
sentença emanada do Poder Judiciário;
II - sem garantia, de valor:
1) Até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais
de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos
judiciais para o seu recebimento.

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2) Acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 (trinta


mil reais), por operação, vencidos há mais de um ano,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento, porém mantida a cobrança administrativa.
3) Superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de
um ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para
o seu recebimento;
III - com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das
garantias;
IV - contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária,
relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a
pagar, observado o seguinte:
1) A dedução da perda será admitida a partir da data da decretação
da falência ou da concessão da concordata, desde que a credora tenha
adotado os procedimentos judiciais necessários para o recebimento do
crédito.
2) A parcela do crédito cujo compromisso de pagar não houver sido
honrado pela empresa concordatária poderá também ser deduzida como
perda, nas condições tratadas neste item.
Os limites de R$ 5.000,00 e R$ 30.000,00 estão fixados por operação e não por
devedor, observando-se que, para esse efeito:
1) Considera-se operação a venda de bens, a prestação de serviços, a
cessão de direitos, a aplicação de recursos financeiros em operações com
títulos e valores mobiliários, constante de um único contrato no qual
esteja prevista a forma de pagamento do preço pactuado, ainda que a
transação seja realizada para pagamento em mais de uma parcela.
2) No caso de empresas mercantis, a operação será caracterizada
pela emissão da fatura, mesmo que englobe mais de uma nota fiscal.

Os créditos com garantia, qualquer que seja o seu valor, somente poderão ser deduzidos
como perdas depois de decorridos dois anos do seu vencimento e desde que tenham sido
iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou a execução
das garantias.

Para esse efeito, considera-se crédito garantido o proveniente de vendas com reserva de
domínio, de alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais,
tais como (artigo 1.419 do Novo Código Civil): o penhor de bens móveis, a hipoteca de
bens imóveis ou a anticrese (garantia representada pelo direito aos frutos ou
rendimentos de um imóvel).

Exemplo:

a) Registro das duplicatas vencidas há mais de 180 dias, sem garantia e de valor até R$
5.000,00:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

31/12/05 Perdas no Recbto Dupl - Vlr dupl. 1010, vcto 28/06/05 não
Despesas recebida do cliente XY 4.950,00

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31/12/05 Duplicatas a Receber- Vlr baixa dupl. 1010, vcto 28/06/05 não
Ativo Circulante recebida do cliente XY 4.950,00

b) Registro nas demais hipóteses:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

31/12/05 Perdas no Recebimento Vlr dupl. 521, vcto 29/11/04 não recebida
Dupl- Despesas do cliente YZ 25.000,00
31/12/05 (-) Provisão Perdas Dupl Vlr baixa dupl. 521, vcto 29/11/04 não
Redutora Duplicatas a recebida do cliente YZ 25.000,00
Receber

Nas duas formas de contabilização é importante individualizar, duplicata por duplicata,


no lançamento da perda, para ficar evidenciado qual a duplicata que está sendo baixada
como perda, pois em uma fiscalização a mesma será identificada facilmente.

Os valores registrados na conta redutora dos créditos poderão ser baixados


definitivamente da escrituração contábil, a partir em que se completar cinco anos do
vencimento do crédito sem que o mesmo tenha sido liquidado pelo devedor

3.1.3 Comissões dedutíveis na venda com cartões de crédito e encargos financeiros


de bancos sobre duplicatas a receber

Apropriar as comissões sobre vendas por cartões de crédito e outras despesas. Tais taxas
devem ser contabilizadas, por ocasião da venda, e não somente por ocasião da liberação
(crédito) do valor na conta corrente da empresa.

O registro contábil a ser feito assim:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

31/12/05 Despesas Financeiras Vlr encargos financeiros até 31/12/05 s/


Despesas /Comissões de duplicatas descontadas B.Brasil 1.200,00
venda
31/12/05 Encargos Fin. a pagar Vlr encargos financeiros s/ desconto
duplicatas B. Brasil 1.200,00

Lançar em débito na conta de despesas financeiras e a crédito na conta de Contas a


pagar (Passivo Circulante) , no mês em que incorrer os encargos e comissões. Sendo
que no mês do referido pagamento debita a conta de Contas a pagar e credita a conta do
Banco ou Caixa.

3.2 ADIANTAMENTOS E OUTROS CRÉDITOS

As contas de Adiantamentos e Outros Créditos devem ser conciliadas no sentido de


verificar pendências existentes de longa data, as quais não refletem a posição
consignada no balancete, bem como atentar para a documentação suporte dos
lançamentos contábeis, tais como: contratos, recibos, notas fiscais e outros.

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A conciliação é procedida com suporte em relatórios do Setor Financeiro, se o


Financeiro não souber o motivo e a destinação dos valores, algo está errado nos saldos
(ou no setor financeiro), no que tange a adiantamentos e as respectivas prestações de
contas. Os adiantamentos salariais e empréstimos a empregados devem ser conciliados
com os relatórios do Setor de Pessoal.

Os empréstimos e outras transações devem estar suportados por contratos e outros


documentos hábeis.

3.2.1 Adiantamento a fornecedor pendente de nota fiscal – efeitos fiscais

Realizada conciliação da conta de adiantamentos, pode-se verificar se há adiantamentos


pendentes de fornecedores que ainda não emitiram nota fiscal. Normalmente o
fornecedor segura a emissão da nota fiscal para postergar o seu imposto, prejudicando a
empresa. Solicitar ao fornecedor a emissão da nota fiscal no período de competência do
gasto. Ou seja, O fornecedor emite a nota fiscal, por exemplo, com data de 03.01.2006,
porém, no corpo da nota fiscal, mencionar que o serviço prestado se refere ao mês de
dezembro de 2005.

O setor de Financeiro e o de Contabilidade devem cobrar dos setores envolvidos a


emissão das notas fiscais no exercício e não no exercício seguinte. Ou imediatamente no
mês seguinte do fechamento do balanço, desde que conste na nota fiscal que o serviço
ou despesa se refere ao mês e ano anterior. Exemplo: 200 almoços referentes ao mês de
dez/05 (data de emissão da nota fiscal: 10/01/2006).

Conseqüentemente a nota fiscal pode ser contabilizada no mês de dezembro de 2005,


mês de competência do serviço prestado. Assim, ocasionando economia de IRPJ e
CSSL.

3.2.2 Acerto de adiantamento de viagens até 31.12.2005 – efeitos tributários

Também, ocorre situação em que o funcionário não prestou contas, até o final de
dezembro/2005, do dinheiro adiantado referente aos gastos das viagens.

É aconselhável, além de acertos periódicos, que a gerência adote o procedimento em


que todos os adiantamentos deverão ser prestados contas até a data de 31.12.2005, para
que não fique pendência alguma no encerramento do exercício. A pendência significa
despesa não apropriada no exercício e por esse motivo há desembolso tributário.

3.2.3 Adiantamento a Funcionários

Confirmar os saldos constantes na Contabilidade com posição do Setor de Pessoal.

3.2.4 Outros créditos – redução do lucro tributável

Verificar relação de cheques pré-datados, examiná-los e verificar os recebimentos


subseqüentes. Os cheques e as notas promissórias seguem a mesma regra de
dedutibilidade das duplicatas a receber, quando não recebidos.

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As empresas recebem muitos cheques, para pagamento à vista ou pré-datados, os quais


não podem ser descontados por falta de fundos. Esses cheques podem ser baixados
como perda, obedecendo os prazos e critérios de dedutibilidade das duplicatas a receber,
constante no item 3.1.2. O mesmo ocorre com notas promissórias vencidas e não
recebidas.

Para a consistência contábil do lançamento é recomendado fazer relação dos cheques,


fotocopia-los (pela fotocópia é possível identificar a data de emissão do cheque e o
carimbo bancário que o mesmo foi para a compensação, porém foi devolvido), bem
como efetuar o lançamento individualizado dos cheques na Contabilidade. Para fins de
contagem do prazo para dedução como perda, deve-se verificar a data de emissão do
cheque.

Conciliar o saldo contábil com os documentos suportes.

3.2.5 Despesas antecipadas


Conferir os cálculos constantes nas planilhas de apropriação das despesas antecipadas,
no sentido de validar os saldos em função do valor da contratação e do prazo de
vigência da cobertura:
 Prêmios de seguro;
 Aluguel pago antecipadamente;
 Assinaturas e anuidades;
 Antecipação de comissões e prêmios;
As despesas do exercício seguinte (ou despesas antecipadas) serão apresentadas no
balanço pelas importâncias aplicadas, diminuídas das apropriações efetuadas no
período, de forma a obedecer ao regime de competência. A apropriação das despesas
relacionadas neste grupo deve ser feita ao resultado do período a que corresponderem e
não ao período em que foram pagas, mediante controles auxiliares, com as informações
relativas aos valores pagos e às parcelas a serem apropriadas.

3.3 VARIAÇÕES CAMBIAIS E ATUALIZAÇÕES DE CRÉDITOS

Vale lembrar que, a partir de 02.08.2004, por força do Decreto 5.164/2004, ficam
reduzidas a zero as alíquotas do PIS e COFINS incidentes sobre as receitas financeiras
auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de incidência não-cumulativa das
referidas contribuições. Isto significa que as receitas de variação cambial, atualização de
créditos, descontos concedidos, receitas de aplicação financeira, etc. não têm incidência
de PIS e COFINS, para as empresas que optaram pelo regime não-cumulativo (na
maioria delas pelo lucro real).

3.3.1Variação Cambial – aspectos tributários

Á opção do contribuinte, as variações cambiais ocorridas serão tributáveis, para fins de


apuração do PIS, COFINS, IR e CSLL, a partir de sua realização, retroativamente a
01.01.1999.

Poderá ser excluída a parcela das receitas financeiras decorrentes da variação monetária
dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio,
submetida à tributação, segundo o regime de competência, relativa a períodos

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Fechamento de Balanço © - 22

compreendidos no ano-calendário de 1999 em diante, excedente ao valor da variação


monetária efetivamente realizada, ainda que a operação correspondente já tenha sido
liquidada.

Assim, se o contribuinte recolheu valores a maior, pela observância do regime de


competência, em 2004, poderá compensar tais valores, devidamente corrigidos pela
SELIC, com recolhimentos futuros do mesmo tributo.

Bases: artigos 30 e 31 – Medida Provisória 2158-35/2001

Contabilização:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Rendimentos variação cambial


31/10/2005 Créditos a Receber em Valor variação cambial Créditos a receber
moeda estrangeira – Ativo em moeda estrangeira 50.000,00
Circulante
31/10/2005 Receita – Variação Valor variação cambial Créditos a receber
Cambial Ativa em moeda estrangeira 50.000,00

Exclusão no Lalur:

Exclusão no Lalur referente parcela da variação cambial ativa no valor d R$ 50.000,00


contabilizada como receita no mês de outubro/2005 e não recebida. Obs.: a empresa
optante pelo lucro real, através de balancete, suspendeu o pagamento de IRPJ e CSSL.

PARTE A – REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

DATA HISTÓRICO ADIÇÕES EXCLUSÕES


31/10/05 Demonstração do Lucro Real
1. Lucro contábil antes IRPJ e CSSL 40.000,00
2. Adições - -
3. Exclusões (50.000,00 50.000,00
)
3.1 Parcela dos rendimentos de variação
cambial não recebida em 31/10/04. 50.000,00
4. Prejuízo Real em 31/10/05 (10.000,00
)

Além de diminuir o IRPJ e a CSSL, o valor não recebido deverá ser excluído também
da base de cálculo do PIS e da Cofins.

No final do exercício, em 31/12/2005, além da exclusão no Lalur na parte A, deve-se


preencher também a parte B, pois esta exclusão influenciará resultados futuros, isto é, o
valor deve ser adicionado ao lucro real, na data o recebimento:

PARTE B- CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO


LUCRO LÍQUIDO DE EXERCÍCIOS
FUTUROS

CONTA VARIAÇÃO CAMBIAL ATIVA

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Fechamento de Balanço © - 23

DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO


31/10/2005 Vlr parcela rendimento variação cambial
ativa não recebida 50.000,00 50.000,00

No exercício, em que o valor for efetuado o pagamento, a variação cambial ativa deve
ser adicionada ao lucro real.

3.3.2 Contabilização da atualização de créditos de anos anteriores evitando a


tributação

Quando um crédito não é atualização por vários anos, pode gerar Imposto de Renda e
CSSL no período em que foi atualizado. Isso ocorre por exemplo com a taxa Selic, que
atualiza os tributos Federais. A empresa tem um crédito de Imposto de Renda a
recuperar referente ao ano de 2.003, e no ano de 2005 precisa atualizá-lo para
compensar, não tendo sido atualizado nos anos anteriores. No entanto, no ano-
calendário de 2005, está com lucro contábil e qualquer lançamento nas contas de
resultados a título de receita gera IRPJ e CSSL.

Porém se no ano de 2004 houve prejuízo fiscal, poderão ser feitos os seguintes
lançamentos:

1) Atualização 2004

Contabilidade:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

30/12/05 IRPJ a recuperar 2002 - Valor atualização IRPJ-2002 a


Ativo Circulante compensar pela taxa SELIC ref ao
período de jan a dez/2004 7.520,00
30/12/05 Lucros/Prejuízos Valor atualização IRPJ-2002 a
Acumulado – Patrimônio compensar pela taxa SELIC ref ao
Líquido período de jan a dez/2004 7.520,00

Através destes lançamentos contábeis não haverá a incidência de Imposto de Renda e


nem CSSL, devendo apenas ajustar prejuízo fiscal de cada ano no Livro LALUR (Livro
de Apuração do Lucro Real). Os valores são ajustados pelo regime de competência, em
cada período a que se referem, utilizando-se o LALUR, não é necessário alterar os
registros contábeis dos referidos períodos.

Lalur:

PARTE B- CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO


LUCRO LÍQUIDO DE EXERCÍCIOS FUTUROS

CONTA PREJUÍZO FISCAL DO ANO DE 2004

DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO

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Fechamento de Balanço © - 24

31/12/2004 Valor prejuízo fiscal do ano de 2004 100.000,00 100.000,00


31/12/2005 Valor atualização Selic s/ IRPJ a recuperar
ref ao ano de 2004 7.520,00 92.480,00

2) Atualização de 2005:

Contabilidade:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

30/12/05 IRPJ a recuperar –2003 Valor atualização IRPJ-2003 a


Ativo Circulante compensar pela taxa SELIC ref ao
período de jan a dez/2005 8.000,00
30/12/05 Variação Monetária Ativa- Valor atualização IRPJ-2003 a
Receitas Financeiras compensar pela taxa SELIC ref ao
período de jan a dez/2005 8.000,00

Apenas sobre o valor da atualização pela SELIC relativo ao ano de 2005 haverá a
incidência do Imposto de Renda e da CSSL.

3.4 IMPOSTOS A RECUPERAR

3.4.1 Revisão das contas de retenção de Imposto de Renda e de outros tributos

Conciliar, através da nota fiscal ou extrato de aplicação financeira, os valores


contabilizados como Imposto de Renda retido na fonte. Essa conferência deve ser
minuciosa, valor por valor, pois esses valores serão deduzidos do Imposto a Pagar, e não
existindo o referido crédito a empresa será autuada;

Conferir se o imposto de renda retido está devidamente contabilizado na conta de


Impostos a Recuperar. Ocorrem situações em que o IRRF não é contabilizado e nem
deduzido do Imposto a pagar, também, em outros casos o IRRF é indevidamente
contabilizado como despesa da empresa.

As observações acima também são válidas para o Pis, a Cofins e a CSSL retida na
fonte.

Conferir o cálculo da atualização pela SELIC dos tributos federais de anos anteriores ou
pagos a maior.

Solicitar o comprovante de rendimentos pagos ou creditados, das empresas que


efetuaram a retenção, o qual deve ser fornecido até 28.02.2006, pelas empresas que
realizaram a retenção. O citado comprovante é indispensável para comprovar as
retenções e será solicitado em eventual fiscalização ou comprovação dos créditos
perante a Receita Federal.

3.4.2Compensação de tributos federais de espécies diferentes

Além de analisar se os tributos federais estão sendo atualizados pela SELIC, deve ser
verificado se os tributos federais pagos a maior ou crédito de anos anteriores estão

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Fechamento de Balanço © - 25

sendo compensados, independentemente de sua espécie, bem como conferir se as


compensações estão corretas, através do preenchimento adequado da PERDCOMP,
observando o seguinte:

O saldo negativo do IRPJ e CSSL (valores pagos a maior que o devido) bem como o
PIS, COFINS, IPI, ITR, SIMPLES, CPMF, a partir de 01/10/2002, conforme Instrução
Normativa SRF 210/2002, poderão ser compensados com tributos federais de diferentes
espécies, mediante Declaração de Compensação (PERDCOMP), via internet,como
prevê a Instrução Normativa SRF 320/2003. Essa compensação é automática, cabendo a
Receita Federal posterior verificação para constatar a existência do crédito compensado.
Em 18.10.2004, foi editada a IN SRF 460/2004, que revogou a IN SRF 210/2002, no
entanto permaneceram as regras anteriores de compensação, sendo implementados
alguns itens. A IN SRF 460/2004, foi posteriormente alterada pela IN SRF534/2005 e a
IN RFB 563/2005.

O saldo negativo do IRPJ e CSSL, pagos a maior por ocasião da suspensão ou redução
do balanço/balancete referente ao ano de 2005, podem ser compensados com os
mesmos ou com outros tributos a partir do mês de janeiro de 2006, mediante Perdcomp.
(Ato Declaratório SRF 3/2000)

Os tributos pagos indevidamente podem ser compensados a partir do dia do pagamento


indevido. Exemplo: o valor da DARF a pagar é de R$ 1.000,00 e vencimento
31.10.2005, conforme informado DCTF, no entanto, por engano foi pago R$ 1.800,00.
Os R$ 800,00 excedentes podem ser compensados a partir de 31.10.2005, com tributos
administrados pela Receita Federal, mediante Perdcomp, a compensação tem com base
a data do envio da Perdcomp – via internet – à Receita Federal.

Exemplo:

O IRPJ e CSSL pagos a maior com base na estimativa mensal em 31/12/2005 poderão
ser compensados com o PIS, COFINS e o IRRF a pagar a partir de 01/01/2006.

O saldo credor do IPI poderá ser compensado com IRPJ, CSSL, PIS e COFINS a pagar.

3.4.3 Atualização dos Tributos pagos a maior ou indevidamente pela Selic

A atualização pela SELIC dos tributos pagos a maior ou indevidamente é calculada a


partir da data em que o tributo foi pago a maior (PIS, COFINS, IRRF, IPI, ITR). A
atualização do IRPJ e da CSSL pagos a maior deverá ser efetuado a partir do dia
seguinte ao do encerramento do trimestre (31/mar., 30/jun./, 30/set. e 31/dez.) quando a
opção for pelo lucro real trimestral ou a partir do dia seguinte ao encerramento anual
(31/dez.) quando a opção for pelo Lucro Real Anual.

Contabilidade:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

30/12/05 IRPJ a recuperar – Ativo Valor atualização IRPJ a compensar pela


Circulante taxa SELIC ref ao período de jan a
dez/2005 7.000,00

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30/12/05 Variação Monetária Ativa- Valor atualização IRPJ a compensar pela


Receitas Financeiras taxa SELIC ref ao período de jan a
dez/2005 7.000,00

3.4.4 Saldo credor do ICMs, IPI

Confrontar o saldo credor do ICMS constante na contabilidade, com a Gia de ICMS ou


Livro de apuração do ICMS e respectivas conciliações.

Confrontar o saldo contábil do IPI com o Livro de Apuração do IPI e respectivas


conciliações.

4. ESTOQUES

Representam os bens destinados à venda e que variam de acordo com a atividade da


entidade. Ex: produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas e
mercadorias.

4.1 Análise nas contas de estoque

A conta de estoque deve estar conferindo obrigatoriamente com o total da posição do


Inventário a cada trimestre (Lucro Real Trimestral) ou fechamento anual do balanço
(Lucro Real Anual, Lucro Presumido e Simples), se e a empresa apura o Imposto de
Renda anual com suspensão ou redução, mês a mês deve manter um relatório de estoque
não sendo necessário o registro no Livro de Inventário (art.12, § 3º, IN SRF 93/97),
porém ao final do exercício – 31.12, deverá manter registrado o Livro de Inventário, o
qual deve estar em conformidade com a Contabilidade (art. 260 RIR/99).

A empresa deve atentar para o preço unitário de cada mercadoria ou produto, podendo
avaliar as mercadorias compradas para revenda pelo valor das últimas aquisições menos
o ICMS. No caso de fabricação de produtos a matéria-prima pode ser avaliada pelo
preço das últimas aquisições menos o ICMS e IPI, os produtos acabados avaliados por
70% do maior preço de venda (sem deduzir o ICMS) e os produtos em elaboração
avaliados por 56% do maior preço de venda (sem deduzir o ICMS). Também, o estoque
pode ser avaliado com base em registros contábeis, o chamado preço médio das últimas
aquisições menos os impostos recuperáveis (PEPS e Custo Padrão). Conforme
determinam os artigos 289, 290, 293, 294, 295 e 296 do RIR/99.

As contas de estoque estão ligadas diretamente como Custo de Mercadoria Vendidas,


Custo de Produtos Produzidos e de Serviços Prestados. Assim, quanto maior o valor
registrado no estoque (superavaliação) maior será o lucro, conseqüentemente maior será
o IRPJ e CSSL a pagar; e quanto menor o valor registrado no estoque (subavaliação)
menor será o lucro e por conseqüência menor o IRPJ e CSSL, os quais são calculados
em função do lucro.

4.2 AVALIAÇÃO DAS MERCADORIAS PARA REVENDA E DAS MATÉRIAS-


PRIMAS

4.2.1 Custo Médio

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Fechamento de Balanço © - 27

O Custo médio, para as mercadorias revendidas e matérias primas, o qual será


determinado pelo registro permanente de estoques, sendo que não fazem parte do custo
de aquisição os impostos recuperáveis, os quais a empresa tem o direito ao crédito
(ICMS, IPI, PIS, COFINS), sendo acrescido o seguro e o transporte (art. 289 RIR/99).
Obs.: na indústria o IPI é recuperável, porém em uma empresa que revende mercadoria
o IPI não é recuperável, devendo ser parte integrante do custo da empresa.

O PN CST 6/1979, dispõe que as saídas podem registradas unicamente no fim de cada
mês, desde que avaliadas ao preço médio que, sem considerar o lançamento de baixa, se
verificar naquele mês.
Exemplo :

Adotando-se a baixa (saída), somente ao final do mês, em um único lote:

DATA ENTRADA SAÍDA SALDO


QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$
30/11/2004 1.000 5,0000 5.000,00
01/12/2004 150 6,00 900,00 1.150 5,1304 5.900,00
05/12/2004 200 8,00 1.600,00 1.350 5,5556 7.500,00
10/12/2004 50 9,00 450,00 1.400 5,6786 7.950,00
20/12/2004 100 7,00 700,00 1.500 5,7667 8.650,00
28/12/2004 150 5,00 750,00 1.650 5,6970 9.400,00
31/12/2004 1.350 5,6970 7.690,91 300 5,6970 1.709,09

Observe-se que, a cada entrada, o custo médio variou, mas a baixa (saída) foi efetivada
num único lote, alterando desta forma o Custo da Mercadoria Vendida. Porém, pode ser
adotado o sistema que calcule diariamente o custo da baixa.

4.2.2 PEPS

Se a empresa não mantiver o registro permanente de estoque poderá avaliar o estoque


das mercadorias e matérias-primas pelo preço das últimas aquisições menos os impostos
recuperáveis - ICMS, IPI, PIS e COFINS-, também chamado de PEPS (art. 293
RIR/99).

PEPS - o primeiro que entra é o primeiro que sai. Também conhecido como FIFO (sigla,
em inglês, de “first in, first out”).

Este método é admitido pela legislação fiscal (item 2.2 do PN CST 6/1979).

Vamos exemplificar, utilizando a mesma movimentação que apresentamos no custo


médio. Pelo PEPS, a avaliação do CMV ficaria:

DATA ENTRADA SAÍDA SALDO


QTDE UN.R$ TOTAL R$ QTDE UN.R$ TOTAL R$ QTDE UN.R$ TOTAL R$
5.000,0
30/11/2003 1.000 5,00 0
900,0
150 6,00 0
01/12/2003 150 6,00 900,00 5.000,0
1.000 5,00 0
03/12/2003 300 5,00 1.500,00 150 6,00 900,0
0

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Fechamento de Balanço © - 28

3.500,0
700 5,00 0
1.600,0
200 8,00 0
900,0
05/12/2003 150 6,00 0
200 8,00 1.600,00 3.500,0
700 5,00 0
1.600,0
200 8,00 0
900,0
08/12/2003 150 6,00 0
500 5,00 2.500,00 1.000,0
200 5,00 0
450,0
50 9,00 0
1.600,0
200 8,00 0
10/12/2003 900,0
150 6,00 0
50 9,00 450,00 1.000,0
200 5,00 0
450,0
50 9,00 0
1.600,0
15/12/2003 200 8,00 0
200 5,00 1.000,00 900,0
150 6,00 0
700,0
100 7,00 0
450,0
50 9,00 0
20/12/2003 1.600,0
200 8,00 0
100 7,00 700,00 900,0
150 6,00 0
700,0
150 6,00 900,00 100 7,00 0
450,0
26/12/2002 100 8,00 800,00 50 9,00 0
800,0
100 8,00 0
750,0
150 5,00 0
700,0
100 7,00 0
28/12/2003 450,0
50 9,00 0
150 5,00 750,00 800,0
100 8,00 0
750,0
150 5,00 0
700,0
31/12/2003 100 7,00 0
100 8,00 800,00 450,0
50 9,00 0

SOMAS 650 4.400,00 1.350 7.500,00 300 1.900,00

Como se observa na movimentação acima, os estoques finais pelo método PEPS foram
de R$ 1.900,00 (se fosse pelo custo médio o estoque final seria de R$ 1.709,09).

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4.2.3 Custo arbitrado de Mercadorias e Matérias Primas

A empresa poderá também avaliar o estoque pelo custo arbitrado, no qual as


mercadorias serão avaliados em 70% do maior preço de vendas desse produto no
período-base (art. 295 e 296 RIR/99), não sendo permitida a exclusão do ICMS.

Exemplo:

Valor do maior preço de venda – conforme nota fiscal - R$ 88,00, por unidade.
Em 31.12.2005, fez-se o inventário e constatou-se a existência de 780 unidades desse
produto.
Cálculo:
88,00 x 70% = R$ 62,000
Avaliação do estoque: 780 unidades x R$ 62,00 = R$ 48.360,00

4.3 AVALIAÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS

4.3.1 Custo integrado e coordenado com o restante da escrituração contábil

Definição do custo de produção dos bens ou serviços vendidos constante no


Regulamento do Imposto de Renda (art. 290 do RIR/99):

O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente:


I – o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços
aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto no artigo anterior;
II – o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta,
manutenção e guarda das instalações de produção;
III – os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens
aplicados na produção;
IV – os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
V – os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.

A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda a cinco por cento do
custo total dos produtos vendidos no período de apuração anterior, poderá ser registrada
diretamente como custo (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 2º).

Nota: para fins contábeis, é necessário separar, por contas distintas, os respectivos
gastos, a fim de determinar a composição dos custos de produção. A contabilização de
gastos em contas de despesas operacionais, por exemplo, irá se refletir na composição
dos custos dos produtos vendidos e dos estoques de produtos em elaboração e acabados.

A Matéria-Prima (MP), também chamada de Material Direto, representa todo o material


incorporado ao produto que está sendo fabricado, inclusive a embalagem. Neste custo,
computam-se o frete e o transporte, quando pagos pelo adquirente.

A Mão-de-Obra Direta (MO) é representada pelos salários devidos ao pessoal que


trabalha diretamente no produto.

Os Gastos Gerais de Fabricação (GCF), também denominados de Despesas Indiretas de


Fabricação, representam todos os custos relacionados com a produção, necessários à

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Fechamento de Balanço © - 30

fabricação, porém, não identificáveis diretamente com a unidade produzida. Como


exemplo, podemos citar os materiais indiretos, a mão de obra de supervisão, aluguéis e
arrendamento mercantil dos bens de produção, o seguro do estabelecimento industrial,
as depreciações das máquinas industriais, energia elétrica, manutenção dos bens,
vigilância, limpeza, etc.

Uma equação bastante simples que visualiza o custo de produção unitário, poderia ser
assim obtida:

Custo unitário de produção = (MP + MO + GGF) : número de unidades


produzidas.

Evidentemente que, para situações reais, haverá necessidade de cálculos e rateios


relativos ás linhas de produção e aos diversos produtos fabricados, acrescido dos
estoques em elaboração anteriores e descontados os estoques em elaboração atual, etc.

O art. 294, do RIR/99, dispõe que os produtos em fabricação e acabados serão avaliados
pelo custo de produção, sendo observado o seguinte:

O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado


com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos
estoques de produtos em fabricação e acabados.
Considera-se sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante
da escrituração aquele:
I – apoiado em valores originados da escrituração contábil (matéria-prima, mão-de-obra
direta, custos gerais de fabricação);
II – que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos estoques de
matérias-primas e outros materiais, produtos em elaboração e produtos acabados;
III – apoiado em livros auxiliares, fichas, folhas contínuas, ou mapas de apropriação ou
rateio, tidos em boa guarda e de registros coincidentes com aqueles constantes da
escrituração principal;
IV – que permite avaliar os estoques existentes na data de encerramento do período de
apropriação de resultados segundo os custos efetivamente incorridos.

Depois de apurado o Custo integrado e coordenado com o restante da escrituração


contábil, para fins de avaliação e movimentação de estoque poderá ser adotado o Custo
Médio ou o PEPS.

4.3.2 Custo Padrão

O custo-padrão é um custo pré-atribuído, tomado como base para o registro da produção


antes da determinação do custo efetivo.

Algumas características essenciais do método de custeio padrão são:

1. Pré-fixação de seu valor, com base no histórico ou em metas a serem perseguidas pela
empresa;
2. Pode ser utilizado pela contabilidade, desde que se ajuste, periodicamente, suas
variações para acompanhar seu valor efetivo real (pelo método do custo por absorção).

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3. Permite maior facilidade de apuração de balancetes, sendo muito utilizado nas


empresas que precisam grande agilidade de dados contábeis.

O item 37 da NPC 2 – Pronunciamento do Instituto dos Auditores Independentes do


Brasil - IBRACON nº 2 de 30/04/1999, admite o custo-padrão, desde que ajustado
periodicamente, nos seguintes termos:

“Custos-padrão são também aceitáveis se revisados e reajustados periodicamente,


sempre que ocorrerem alterações significativas nos custos dos materiais, dos salários, ou
no próprio processo de fabricação, de forma a refletir as condições correntes. Na data do
balanço, o custo-padrão deve ser ajustado ao real.”

Também o Parecer Normativo CST nº 6/79, exige que se faça o ajuste periódico na
contabilidade entre o método de custeio padrão e custeio integral, como descrito no item
3.5:

“3.5. No caso em que a empresa apure custos com base em padrões pré-estabelecidos
(custo-padrão), como instrumento de controle de gestão, deverá cuidar no sentido de
que o padrão incorpore todos os elementos constitutivos atrás referidos, e que a
avaliação final dos estoques (imputações dos padrões mais ou menos as variações de
custos) não discrepe da que seria obtida com o emprego do custo real. Particularmente,
a distribuição das variações entre os produtos (em processo e acabados) em estoque e o
custo dos produtos vendidos deve ser feito a intervalos não superiores a três meses
ou em intervalo de maior duração, desde que não expedido qualquer um dos prazos
seguintes: (1) o exercício social; (2) o ciclo usual de produção, entendido como tal o
tempo normalmente despendido no processo industrial do produto avaliado. Essas
variações, aliás, haverão que ser identificadas a nível de item final de estoque, para
permitir verificação do critério de neutralidade do sistema adotado de custos sobre a
valoração dos inventários.”

Exemplo: cálculo do Custo Padrão:

Produto: Placa de concreto pré-fabricado 1,5m x 2,0m

Custo
Materiais Quant. Unid. Unitário Custo
cimento 0,5 sc 18,00 9,00
areia 0,2 m3 7,00 1,40
ferro 4,2mm 1,0 barra 10,00 10,00
ferro 6,0 mm 1,0 barra 20,00 20,00
pedra 0,2 m3 7,00 1,40
Subtotal 41,80

Mão -de Obra direta


horas/homem 2 horas 4,50 9,00
Subtotal 9,00

Gastos Gerais rateio


Energia Elétrica 3 rateio 1 3,00
Água 2 rateio 1 2,00
Depreciação 4 rateio 1 4,00
Manutenção 5 rateio 1 5,00

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Fechamento de Balanço © - 32

outros 7 rateio 1 7,00


Subtotal 21,00

Total Custo Padrão de Fabricação 71,80

Os cálculos deverão ser feitos, no caso da fabricação de pré-moldados, pelo Engenheiro


Civil, demonstrados em forma de laudos (planilhas demonstrativas), assinados e
revisados trimestralmente. Atualmente não haverá significativa modificação de um
trimestre para o outro, podendo ser feita nova avaliação no máximo a cada término de
exercício social, conforme item 3.5, do Parecer Normativo CST nº 6/79.

Depois de apurado o Custo Padrão, para fins de avaliação e movimentação do estoque


poderá ser adotado o Custo Médio ou o PEPS.

4.3.3 Custo arbitrado

Conforme artigo 296, do RIR/99, se a escrituração do contribuinte não satisfizer às


condições dos §§ 1º e 2º do art. 294, os estoques deverão ser avaliados:

Os de materiais em processamento, por uma vez e meia o maior custo das matérias-
primas adquiridas no período de apuração, ou em oitenta por cento do valor dos
produtos acabados, determinado de acordo com o inciso II;

Os dos produtos acabados, em setenta por cento do maior preço de venda no período de
apuração.

Para aplicação do disposto no inciso II, o valor dos produtos acabados deverá ser
determinado tomando por base o preço de venda, sem exclusão de qualquer parcela a
título de Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações
– ICMS.

O disposto neste artigo deverá ser reconhecido na escrituração comercial.

Exemplo:

A Placa de concreto pré-fabricado 1,5m x 2,0m é vendida por R$ 150,00 a unidade,


estando inserido nesse preço 10% do IPI, no valor de R$ 15,00. O cálculo do estoque
pelo arbitramento do custo será:

Valor do preço de venda 150,00


(-) IPI 15,00
Base de cálculo 135,00
Percentual de arbitramento 70%
Valor do custo arbitrado 94,50

Observação: somente o IPI será deduzido do preço praticado do produto. Os demais


impostos, como o ICMS, serão mantidos na base de cálculo do custo arbitrado

Os materiais em processamento (também chamados de “produtos em elaboração”) serão


avaliados por uma vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no período-

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Fechamento de Balanço © - 33

base, ou em 80% do valor dos produtos acabados (o que equivale dizer a 56% do maior
preço de venda).

Exemplo:

Produto em elaboração
Valor do preço de venda 150,00
(-) IPI 15,00
Base de cálculo 135,00
Percentual de arbitramento 70%
Valor do custo arbitrado 94,50
Percentual do arbitramento
Produto em elaboração 80%
Valor custo arbitrado 75,60

O produto em elaboração equivale dizer 80% do valor do produto elaborado ou 56 % do


preço de venda do produto. (R$ 135,00 x 56% = 75,60).

SEÇÃO - ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

5. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Ativo Realizável a Longo Prazo: composto pelos direitos que serão recebidos após o
término do exercício seguinte, isto é, após 12 (doze) meses. Exemplo: duplicatas a
receber (+ 12 meses), empréstimos a sócios.

5.1 Créditos Realizáveis

Independentemente do prazo, ainda, são classificadas neste grupo, de acordo com a Lei
nº 6.404/76, as seguintes contas: adiantamentos a sócios, adiantamentos a acionistas,
empréstimos às coligadas, empréstimos à controladas, etc.

Nas contas do Realizável a Longo Prazo,deve-se verificar se os saldos estão suportados


por documentos hábeis e planilhas de controle dos créditos. Exemplo: se o pagamento
do contrato de mútuo está suportado por recibo, contrato etc., bem assim, em planilhas
de apropriação de encargos financeiros.

5.2 Depósitos judiciais e outros créditos realizáveis – não atualização

Pela convenção do conservadorismo (ou da prudência) as contingências ativas ou os


ganhos contingentes não devem ser registrados. Somente quando estiver efetivamente
assegurada a sua obtenção ou recuperação é que devem ser reconhecidos. Contingência
é uma condição ou situação cujo resultado final, favorável ou desfavorável, somente
será confirmado caso ocorram, ou não ocorram, um ou mais eventos futuros incertos
(Resolução CFC 750-93).

Para fins tributários, esta mesma situação viabiliza que as receitas futuras que dependem
de resultado incerto somente venham a ser reconhecidas por ocasião de sua efetiva
disponibilização econômica ou jurídica (art. 43 do CTN). Como exemplo, citamos:

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Fechamento de Balanço © - 34

A obtenção de juros sobre depósitos judiciais em garantia de instância, enquanto não


definitiva a lide em favor do depositante os valores não deverão ser contabilizados
como receita, evitando assim, o recolhimento do PIS, Cofins, IRPJ e CSSL.

5.3 Contabilização de incentivos fiscais

A correta contabilização de incentivos fiscais permite que se obtenha economia fiscal


(além do benefício já utilizado).

O Art. 182, § 1º, alínea d, da Lei 6404 (Lei das S/A) define que serão classificadas
como reservas de capital as contas que registrarem: as doações e as subvenções para
investimento. Portanto estes valores não integrarão resultado do exercício.

Assim, por exemplo, um incentivo na área do ISS, originado de implantação de


programa de geração de empregos, em que haja redução da base de cálculo do imposto
em decorrência do programa de investimento, aprovado pela Prefeitura Municipal que
concedeu o beneficio, pode ser contabilizado da seguinte maneira:

D. ISS a Pagar - Passivo Circulante


C. Reserva de Incentivos Fiscais - Patrimônio Líquido
Histórico: pela formação de Reserva de Incentivo ISS no mês, conforme Lei Municipal
número ......., projeto específico aprovado em ..../..../.....

5.4 Baixa de ativos fictícios

Muitas empresas detêm, em sua contabilidade, contas que geram despesas tributárias.

Uma das mais conhecidas são os "empréstimos compulsórios" de combustíveis, que


mensalmente geram receita financeira (variação monetária e juros) de sua atualização.
Uma receita/ano de R$ 10.000,00 pode ter um custo tributário de até R$ 3.865,00/ano
(IRPJ, CSL, PIS de 1,65% a partir de 01.12.2002 e COFINS) – considerando-se uma
empresa tributada pelo lucro real.

Muitas destas contas são heranças de balanços anteriores. A maioria delas não tem
respaldo (documentação) contábil. Provavelmente mais de 90% das empresas que tem
saldo na conta "compulsório sobre combustíveis" (oriunda dos idos anos 1986), não
mantém mais a documentação (notas fiscais de aquisição) para comprovar o reembolso
da quantia devida.

Nesta hipótese, é cabível a baixa, por inexistência de documentação suporte. Inexistindo


o ativo, inexiste a receita financeira, e também o custo tributário. Recomenda-se
documentar a baixa com laudo de perito contábil, indicando a inexistência da
documentação pertinente.

Contabilidade:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

30/12/05 Lucros/Prejuízos Vlr baixa empréstimo compulsório por


Acumulados- Patrimônio inexistência do referido ativo conforme

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Fechamento de Balanço © - 35

Líquido Laudo 45.000,00


30/12/05 Empréstimos Vlr baixa empréstimo compulsório por
compulsórios - Ativo inexistência do referido ativo conforme
Realizável Longo Prazo Laudo 45.000,00

5.5 Empréstimos de mútuo

Verificar se há contrato relativo aos empréstimos de mútuo entre a empresa e seus


sócios. Alertar que a empresa poderá ser questionada pelo fisco, devido ao fato de que a
operação não está acobertada por documento hábil e que, se a empresa não efetua a
cobrança de encargos sobre os empréstimos, os referidos valores deverão ser considerados
na base de cálculo do imposto de renda, mensalmente, adicionados ao pró-labore pago no
mês, conforme item 14.2.2, da Instrução Normativa nº 49, de 10/mai./89, do Secretário da
Receita Federal.

Observar que os rendimentos auferidos nas operações de mútuo de recursos financeiros


entre pessoa física e pessoa jurídica e entre pessoas jurídicas, inclusive controladoras,
controladas, coligadas e interligadas sujeitam-se à incidência do imposto de renda na
fonte à alíquota de 20%, e aplicam-se as normas referentes aos rendimentos de
aplicações financeiras de renda fixa, inclusive quanto ao informe a ser fornecido pela
pessoa jurídica. (art. 730, 731 RIR/99)

SEÇÃO - ATIVO PERMANENTE

Ativo Permanente: compreende os investimentos e bens fixos necessários para que a


entidade alcance seus objetivos. Divide-se nos subgrupos: Investimentos (participação
em empresas), Imobilizado (construções e benfeitorias, máquinas, equipamentos,
veículos, computadores, etc.) e Diferido (gastos de implantação e pré-operacionais) .

6. INVESTIMENTOS

Investimentos: são todas as aplicações de recursos que não tem por finalidade o objetivo
principal da entidade. Ex: imóveis para aluguel, terrenos para expansão, ações em outras
empresas, participação em empresas coligadas, participação em empresas controladas e
obras de arte.

6.1 Investimentos em Coligadas/Controladas

Os Investimentos relevantes em coligadas ou controladas estão avaliados pelo método


da equivalência patrimonial; quando houver a obrigação solicitar o Balanço Patrimonial
às empresas investidas para efetuar os lançamentos contábeis, lembrando que sobre o
resultado positivo da equivalência patrimonial não incide tributação (IRPJ, CSSL, PIS,
Cofins) e no caso de resultado negativo são indedutíveis para fins de IRPJ e CSSL.

Estão obrigadas a proceder à avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio


líquido as sociedades anônimas ou não que tenham participações societárias relevantes
em (art. 384 do RIR/99):
a) sociedades controladas;
b) sociedades coligadas sobre cuja administração a sociedade investidora tenha
influência; ou

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Fechamento de Balanço © - 36

c) sociedades coligadas de que a sociedade investidora participe com 20% (vinte


por cento) ou mais do capital social.

O investimento em sociedades coligadas e controladas é considerado relevante quando


(§ 3º do art. 384 do RIR/99):

a) o valor contábil do investimento em cada sociedade coligada ou controlada


for igual ou superior a 10% (dez por cento), do patrimônio líquido da sociedade
investidora;
b) o valor contábil no conjunto do investimento em sociedades coligadas ou
controladas for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimônio líquido
da sociedade investidora ou controladora.

Exemplo da equivalência patrimonial:

1. A empresa “A” tem 80% do capital social da empresa “B”, sendo um


investimento relevante;
2. No Balanço da empresa “A” deve constar o resultado da participação na
empresa “B”, a chamada equivalência Patrimonial;
3. O cálculo é efetuado sobre o valor do Patrimônio Líquido da empresa
“B” (patrimônio líquido = Capital Social + Reservas + Lucros/prejuízos
acumulados);
4. Após apurado o Resultado do ano na empresa “B”, o Patrimônio Líquido
é de R$ 1.000.000,00;
5. Calcula-se 80% de 1.000.000,00 = 800.000,00. Esse é o valor da
participação na empresa “B”;
6. Então, se na empresa “A”, havia um saldo de R$ 600.000,00, deverá ser
feito um ajuste de R$ 200.000,00, para que o saldo feche com os R$ 800.000,00;
7. O valor de R$ 200.000,00 é chamado de resultado da equivalência
patrimonial, sobre o qual não haverá incidência de IRPJ nem CSSL, será
excluído do lucro real, através do LALUR;

Se o resultado da equivalência patrimonial for negativo, do mesmo modo, o valor será


adicionado ao lucro real, ou seja, o resultado não tem efeito na apuração do Lucro Real,
Presumido ou Arbitrado.

O resultado não deverá ser refletido no Balanço se o Investimento não for relevante ou
se o valor do Patrimônio Líquido da empresa investida (em nosso exemplo a empresa
“B”) apresentar o Patrimônio Líquido Negativo.

Em síntese, havendo relevância no investimento em outra empresa, o Patrimônio


Líquido da investida deve constar no Balanço da empresa investidora,
proporcionalmente à participação no capital social.

6.2 Investimentos não relevantes

Os investimentos não são relevantes quando:


 O Valor contábil do investimento em coligada ou controlada for
INFERIOR a 10% (dez por cento), do patrimônio líquido da sociedade
investidora;

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Fechamento de Balanço © - 37

 O valor contábil no conjunto do investimento em sociedades coligadas ou


controladas for INFERIOR a 15% (quinze por cento) do patrimônio líquido da
sociedade investidora ou controladora.

Esses valores deverão permanecer com os saldos originais dos investimentos, quaisquer
lançamentos de ajuste, por ocasião de equivalência patrimonial, serão tributados pelo
IRPJ e pela CSSL.

7. ATIVO IMOBILIZADO

Imobilizado: representam as aplicações de recursos em bens instrumentais que servem


de meios para que a entidade alcance seus objetivos. Os bens materiais sofrem
depreciação, os bens imateriais (programas de computador) sofrem amortização e
jazidas e minas sofrem exaustão. Ex: Imóveis, máquinas e equipamentos, veículos,
móveis e utensílios, computadores, software, etc.

7.1 Considerações gerais e taxas de depreciação

1. Conciliar a conta do Ativo Imobilizado, no sentido de verificar se as


contas contábeis estão de acordo com o Relatório de Controle do Ativo
Imobilizado.
2. Conciliar a conta de vendas do ativo imobilizado, verificando se foram
baixados o valor contábil corrigido e a depreciação acumulada dos bens
vendidos no ano.
3. Analisar o razão contábil de todo o ano, objetivando identificar
lançamentos que chamam a atenção e certificar-se quanto a existência ou não do
mesmo.
4. O contador deverá conferir as taxas de depreciação utilizadas que
constam no sistema de controle do Ativo Imobilizado ou planilhas alternativas
do cálculo da depreciação acumulada, verificando se as mesmas estão em
conformidade com a Instrução Normativa 162/98 e 130/99. O RIR/99 trata das
depreciações nos seus artigos 305 a 323. Em muitos casos, utiliza-se uma taxa
menor que a legislação permite, pagando-se mais tributos. Exemplo:
normalmente utiliza-se a taxa de 20% ao ano para caminhões, no entanto a taxa
de depreciação da maioria dos caminhões é de 25% .
5. A depreciação calculada a menor em um ano, não poderá ser compensada
no ano seguinte, isto porque, a empresa deve observar as taxas anuais máximas
de depreciação, conforme a legislação. Exemplificando: No ano de 2004, um
automóvel é depreciado a taxa de 10% ao ano, em 2005 poderá ser depreciado
no máximo à taxa de 20% ao ano, a qual é permitida pela legislação, não
podendo ser depreciado a 30% ao ano. Caso utilize a taxa 30% ao ano, em uma
fiscalização o fisco considerará indedutível a depreciação superior à taxa de
20%.
6. Se a empresa não possuir Controle do Ativo fixo, no mínimo deverá
manter planilhas alternativas para comprovar as despesas com depreciação,
senão as depreciações poderão ser glosadas pelo fisco.
7. Verificar se a empresa está aproveitando o crédito de ICMS sobre as
aquisições do Imobilizado, na proporção mensal de 1/48, e lançando o valor
líquido no Ativo Imobilizado (valor do produto menos o ICMS).

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Fechamento de Balanço © - 38

As contas do Imobilizado devem estar de acordo com os controles patrimoniais da


empresa. Caso tais controles sejam inexistentes deve-se manter planilha comprovando
as despesas de depreciação e amortização contabilizadas, bem como, através de
visualização do Razão Contábil, verificar se estão corretos os lançamentos de aquisição
do imobilizado e se nas vendas foram baixadas as depreciações e o custo contábil dos
bens vendidos.

As taxas de depreciação utilizadas que constam no sistema de controle do Ativo


Imobilizado ou planilhas alternativas do cálculo da depreciação acumulada, devem estar
em conformidade com a Instrução Normativa - IN SRF 162/1998 e IN SRF 130/99. O
RIR/99 trata das depreciações nos seus artigos 305 a 323. Em muitos casos, utiliza-se
uma taxa menor que a legislação permite, pagando-se mais tributos.

Exemplo: normalmente utiliza-se a taxa de 20% ao ano para caminhões, no entanto a


taxa de depreciação da maioria dos caminhões é de 25% (neste caso reflete também no
recolhimento do Pis e da Cofins, que, a partir de 01.02.04, há o crédito sobre
depreciação dos bens do ativo imobilizado).

Desta forma, as principais taxas praticadas são as seguintes:

Edificações – 4% ao ano
Instalações – 10% ao ano
Móveis e Utensílios – 10% ao ano
Máquinas e Equipamentos – 10% ao ano
Ferramentas – 15% ao ano
Veículos – 20% ao ano
Caminhões – de 20% a 25%
Equipamentos de Informática – 20% ao ano
Equipamentos de Comunicação – 20% ao ano

Sendo a Contabilidade uma ciência que controla o Patrimônio das empresas, faz-se
necessário, no mínimo, uma relação com todos os bens da empresa (em forma de
planilha), com o valor original de aquisição, sua depreciação e saldo residual, bem
como, uma cópia dos respectivos documentos de aquisição.

7.2 Bens usados – à taxa maior de depreciação

A taxa de depreciação de bens usados, para fins de apuração do custo ou despesa


operacional das empresas tributadas pelo lucro real, tem parâmetros fixados pelo art.
311 do Regulamento do IR (Decreto 3000/99), podendo a mesma ser calculada
considerando como prazo de vida útil o maior dentre:

1. metade do prazo de vida útil admissível para o bem adquirido novo;


2. restante da vida útil do bem, considerada esta em relação á primeira instalação
para utilização.

A depreciação na compra de bens usados (normalmente o dobro da comum, conforme


critérios citado acima), para ser utilizada, necessariamente precisa ser lançada na
Contabilidade.
Exemplo:

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Fechamento de Balanço © - 39

Caminhão de carga, cuja vida útil é de 4 anos, se adquirido após 3 anos de fabricação,
poderá ser depreciado em 2 anos, aplicando-se a taxa de 50% ao ano.

A diferença de tributação é significativa. Tomando o exemplo do caminhão, de valor R$


100.000,00, a depreciação/ano pelo critério do RIR/99 é de R$ 50.000,00. Se adotado o
critério geral, ficaria em R$ 25.000,00.

Como exemplo, a diferença pode gerar um menor pagamento de IRPJ e CSLL,

A contabilização da depreciação dos bens adquiridos usados é feita juntamente com a


depreciação normal dos outros bens, a única diferença é a de que no controle do Ativo
Imobilizado ou nas planilhas de cálculo da depreciação os bens usados são depreciados
mediante uma taxa maior de depreciação, ou seja, enquanto um veículo adquirido novo
deprecia-se à taxa de 20% ao ano, um veículo adquirido com 04 anos de uso será
depreciado à taxa de 40% ao ano, o dobro da taxa normal, conforme artigo 311, RIR/99.

7.3 Depreciação acelerada contábil (em função dos turnos)

Em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em função do número de horas
diárias de operação, os seguintes coeficientes de depreciação acelerada (Lei 3.470/58,
art. 69):

I – um turno de oito horas................................1,0;


II – dois turnos de oito horas............................1,5;
III – três turnos de oito horas............................2,0.

Portanto, a utilização da aceleração da depreciação contábil, quando há mais de um


turno diário de operação, poderá permitir uma contabilização maior de encargos
dedutíveis na apuração do resultado tributável. É muito comum, em industrias e
empresas que trabalham mais de 08 horas até 24 horas diárias.

Base: art. 312 do Regulamento do IR.

7.4 Depreciação acelerada – 100% - para benfeitorias e máquinas que aumentem a


produtividade da empresa

A partir de 01.01.2003 até 31.12.2005, as pessoas jurídicas poderão deduzir do lucro


líquido, na determinação do lucro real, as despesas operacionais relativas aos dispêndios
realizados com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica de
produtos.

Nota: os benefícios tratados neste item foram revogados, a partir de 01.01.2006, pelo
art. 133 da Lei 11.196/2005

A exclusão do saldo não depreciado não se aplica para efeito de apuração da base de
cálculo da CSLL. Com relação aos valores relativos aos dispêndios incorridos em
instalações fixas e na aquisição de aparelhos, máquinas e equipamentos.

Base: art. 39 da Lei 10.637/2002.

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Fechamento de Balanço © - 40

Observe-se que, a partir de 01.01.2006, referida depreciação acelerada incentivada


consta novamente nos artigos 17 a 16 da 11.196/2005, sendo que o art. 39 da Lei
10.637/2002, foi revogado pelo artigo 133, da mesma Lei 11.196/20005.

Inovação Tecnológica - Conceito

Considera-se inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo de


fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao
produto ou processo que implique melhorias incrementais e no efetivo ganho de
qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado.

Forma de utilização do incentivo

Os valores relativos aos dispêndios incorridos em instalações fixas e na aquisição de


aparelhos, máquinas e equipamentos, destinados à utilização em projetos de pesquisa e
desenvolvimentos tecnológicos, metrologia, normalização técnica e avaliação da
conformidade, aplicáveis a produtos, processos, sistemas e pessoal, procedimentos de
autorização de registros, licenças, homologações e suas formas correlatas, bem como
relativos a procedimentos de proteção de propriedade intelectual, poderão ser
depreciados na forma da legislação vigente, podendo o saldo não depreciado ser
excluído na determinação do lucro real, no período de apuração em que concluída sua
utilização.

Exemplo:

- Gastos incorridos em instalações fixas: R$ 1.000.000,00, em dezembro/2003;


- Valor depreciado no período de apuração: R$ 3.333,33 (taxa de 4% ao ano
proporcional ao número de meses no ano) = (1.000.000 x 4%) : 12 x 1;
- Saldo não depreciado: (R$ 1.000.000,00 - R$ 3.333,33) = R$ 996.666,67
- Valor a ser excluído do lucro real = R$ 996.666,67

Contabilidade:

O lançamento contábil da depreciação deve ser feito juntamente com os outros bens,
conforme sistema de depreciação ou planilhas alternativas, abaixo apenas está se
exemplificando a contabilização:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

30/12/05 Depreciação – Valor depreciação de bens no mês,


Custo/Despesas conforme relatório 3.333,33
30/12/05 (-) Depreciação Valor depreciação de bens no mês,
Acumulada - conforme relatório 3.333,33
Ativo Imobilizado

Lalur 2005: Exclusão

PARTE A – REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

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Fechamento de Balanço © - 41

DATA HISTÓRICO ADIÇÕES EXCLUSÕE


S
31/12/05 Demonstração do Lucro Real
1. Lucro contábil antes IRPJ e CSSL 1.035.000,00
2. Adições 0,00 0,00
3. Exclusões (996.666,67) 996.666,67
3.1 Valor gastos aplicados no incentivo à
pesquisa e inovação Tecnológica, cfe art.
29 da Lei 10.637/2002
996.666,67
4. Lucro Real em 31/12/05 38.333,33

Como verificamos acima, o lucro foi reduzido de R$ 1.035.000,00, para R$ 38.333,33,


uma economia no ano de 2003 de aproximadamente R$ 249.166,66 de IRPJ
(996.666,67 x 25%). Esse valor será adicionado ao IRPJ à medida que os bens forem
sendo depreciados, a empresa tem até 25 anos para devolver os tributos ao governo (no
caso de benfeitorias 4% ao ano, em 25 anos está totalmente depreciada, no caso de
máquinas a taxa é de 10% ao ano, em 10 anos está totalmente depreciada e assim por
diante). Porém cada ano o Contador poderá estudar novas formas de economia
tributária.

Lalur em 2006: Adição

Mês a mês deverá ser adicionada ao IRPJ e à CSSL a parcela contabilizada como
despesa de depreciação referente ao bem já utilizado integralmente incentivo fiscal, ou
seja, a contabilidade da empresa não sofre alterações, o incentivo é aproveitado
(excluído do Lucro Real) via Lalur e as adições referente a depreciação são adicionadas
à medida que vão incorrendo.

O cálculo é o seguinte:
Valor total do bem R$ 1.000.000,00 x 4% (taxa de depreciação anual) = 40.000,00

PARTE A – REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

DATA HISTÓRICO ADIÇÕES EXCLUSÕE


S
31/12/06 Demonstração do Lucro Real
1. Lucro contábil antes IRPJ e CSSL 352.510,00
2. Adições 40.000,00 40.000,00
2.1 Parcela relativa à depreciação benfeitorias
utilizadas como incentivo Pesquisa e
Inovação tecnológica art. 39, Lei
10.637/2002 40.000,00
3. Exclusões 0,00 0,00
4. Lucro Real em 31/12/06 392.510,00

Controle do Incentivo na Parte B do Lalur

O valor do saldo excluído deverá ser controlado na parte B do Livro de Apuração do


Lucro Real (LALUR) e será adicionado, na determinação do lucro real, em cada período

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Fechamento de Balanço © - 42

de apuração posterior, pelo valor da depreciação normal que venha a ser contabilizada
como despesa operacional.

Exemplo:

Valor excluído na Parte A do LALUR em 2.005: R$ 996.666,67


Depreciação dos gastos incorridos incentivados em 2.006: R$ 40.000,00
Valor a ser adicionado na Parte B do LALUR em 2.006: R$ 40.000,00
Controle do Saldo na Parte B do LALUR:
Saldo final em 2.005: R$ 996.666,67
Valor adicionado em 2.006 na Parte A: R$ 40.000,00
Saldo final em 2.006: R$ 996.666,67 – R$ 40.000,00 = R$ 956.666,67, como
verificamos abaixo:

Lalur – parte B - 2005

PARTE B- CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO


LUCRO LÍQUIDO DE EXERCÍCIOS
FUTUROS

CONTA Depreciação Acelerada Incentivada


Benfeitoria XY, cfe art. 39 da Lei 10.637/2002

DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO


31/12/2003 Valor incentivo Pesquisa/Inovação
Tecnológica ref benfeitoria 996.666,67 996.666,67

Lalur – parte B 2006

PARTE B- CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO


LUCRO LÍQUIDO DE EXERCÍCIOS
FUTUROS

CONTA Depreciação Acelerada Incentivada


Benfeitoria XY, cfe art. 39 da Lei 10.637/2002

DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO


31/12/2003 Valor incentivo Pesquisa/Inovação
Tecnológica ref. benfeitoria 996.666,67 996.666,67
31/12/2004 Valor depreciação anual Benfeitoria XY 40.000,00 956.666,67

Controle Contábil dos Gastos

Para fins da dedução, os gastos deverão ser controlados contabilmente em contas


específicas, individualizadas por projeto realizado.

Exemplo:

Projeto de inovação tecnológica do Produto XYZ:


Aquisição de 1 máquina no valor de R$ 250.000,00:

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Fechamento de Balanço © - 43

D. Máquinas e Equipamentos - Projeto Inovação Produto XYZ (Ativo Imobilizado)


C. Fornecedores

7.5 Diferimento da tributação na alienação de bens do ativo permanente

O artigo 421 do RIR/99 determina que nas vendas do ativo permanente para
recebimento do preço, todo ou e parte, após o término do ano-calendário seguinte ao da
contratação, o contribuinte poderá, para efeito de determinar o lucro real, reconhecer o
lucro na proporção da parcela do preço recebida em cada período de apuração. Caso o
contribuinte tenha reconhecido o lucro na escrituração comercial no período-base da
vendas, os ajustes e controle serão efetuados no LALUR.

O lucro é diferido proporcionalmente ao recebimento das parcelas.

Para o diferimento da tributação a empresa deverá se enquadrar nas duas situações


seguintes:
 Vender bem do ativo permanente.
 Pelo menos parte do preço da venda deve ter recebimento previsto para
após o término do ano-calendário seguinte ao da negociação. (venda em
30/09/05, parte do recebimento deve estar previsto para período posterior a
31/12/06).

7.6 Bens de pequenos valores

O Regulamento do Imposto de Renda (artigo 301) permite que se deduza como despesa
operacional, o custo unitário de bem imobilizado no valor de até R$ 326,61 – desde que
para sua utilização não se exija um conjunto desses bens.

Assim, ao invés de imobilizar o bem (Débito a Ativo Imobilizado), efetua-se o


lançamento a uma conta de resultado, reduzindo o montante tributável, no caso de
empresa tributada pelo Lucro Real, com redução do IRPJ e CSL devidos.

Contabilidade:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização bens de pequeno valor


30/10/05 Bens de pequeno valor Vlr nf. 1010 Casas Bahia, aquisição mesa
- Despesas de centro 300,00

30/10/05 Fornecedor Vlr nf. 1010 Casas Bahia, vcto 30/11/05


300,00

8. ATIVO PERMANENTE - DIFERIDO

8.1 Considerações Gerais

Diferido: representa as aplicações de recursos em despesas que irão influenciar o


resultado de mais de um exercício. Ex: gastos de implantação, gastos pré-operacionais,
gastos com modernização e reorganização.

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Fechamento de Balanço © - 44

O Ativo Diferido caracteriza-se por evidenciar os recursos aplicados na realização de


despesas que, por contribuírem para a formação do resultado de mais de um exercício
social futuro, somente são apropriadas às contas de resultado à medida e na proporção
em que essa contribuição influencia a geração do resultado de cada exercício.

O Ativo Diferido deverá ser avaliado, pelo valor do capital aplicado, ou seja, o valor dos
gastos realizados, deduzido do saldo das contas que registrem a sua amortização (art.
183 da Lei nº 6.404/76).

O grupo Ativo Diferido, classificado no Ativo Permanente, apresenta, em geral, as


seguintes contas:
1. Gastos de implantação e pré-operacionais
2. Gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos
3. Gastos de implantação de sistemas e métodos
4. Gastos de reorganização ou reestruturação.
De acordo com a Lei nº 6.404/76 e o art. 327 do RIR/99, a amortização dos valores
registrados no Ativo Diferido deverá ser feita em prazo não inferior a cinco anos e
não superior a dez anos, (taxa de amortização mínima de 20% a .a. e máxima de 10%
a.a) a partir do início da operação normal ou do exercício em que passem a ser
usufruídos os benefícios delas decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital
aplicado quando abandonados os empreendimentos ou atividades a que se destinavam,
ou comprovado que essas atividades não poderão produzir resultados suficientes para
amortizá-los.
A contrapartida da amortização do Ativo Diferido deve ser lançada em Despesas ou
Custos Operacionais.

Quando a empresa locadora de um imóvel executa benfeitorias ou construções no


respectivo bem, tais desembolsos devem ser contabilizados de forma específica, como
veremos a seguir.

De acordo com o artigo 179 da Lei 6.404/76, as contas do ativo imobilizado e do ativo
diferido são classificadas:
 Imobilizado - os direitos que tenham por objeto bens destinados à
manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial;
 Diferido - as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a
formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos
ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das
operações sociais.

SEÇÃO - PASSIVO

9. PASSIVO CIRCULANTE

Passivo Circulante: composto por todas as obrigações com prazo de vencimento em até
12 (doze) meses. Ex. fornecedores, empréstimos e financiamentos salários a pagar,
provisão para férias, Obrigações Sociais, Obrigações Fiscais e Tributárias.

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9.1 FORNECEDORES

9.1.1 Revisão nas contas de fornecedores

As contas de Fornecedores devem fechar com o relatório das contas a pagar emitido
pelo setor financeiro. Possíveis divergências serão apontadas em formulário de
conciliação de contas. Dessa forma, o setor financeiro deverá emitir, a cada final de
mês, relatório constando os fornecedores em aberto (não pagos), para que,
posteriormente, seja confrontado com os saldos constantes na Contabilidade.

Inexistindo o confronto entre a Contabilidade e o relatório de contas a pagar, existe um


forte indício de descontrole, tanto contábil como financeiro, podendo acarretar
desembolsos a maior de tributos ou desnecessário de multas e juros, por atraso no
pagamento dos fornecedores.

Até mesmo, as aquisições a prazo, que envolvem fornecedores, se não contabilizadas


pelo regime de competência, acarretarão no pagamento a maior ou antecipado de IRPJ,
CSSL, PIS, COFINS, IPI e ICMS. Principalmente IRPJ e CSSL, pois pode ocorrer que,
em um exercício, a empresa tenha lucro e no seguinte prejuízo. De nada adiantará o
lançamento de despesas no período em que houver prejuízo.

Para que a empresa tenha convicção que os saldos contábeis dos fornecedores estejam
corretos, sendo que inexiste o relatório do setor de contas a pagar, naquela data,
alternativamente podem ser feitos os seguintes procedimentos:
 Por amostragem, selecionar os fornecedores mais
representativos:verificar a liquidação subseqüente, isto é, se as duplicatas
constantes no Balanço de 31.12.2005, estão sendo pagas nos meses subseqüentes
ao encerramento do Balanço.
 Verificar se os saldos contábeis estão respaldados pelas respectivas notas
fiscais dos fornecedores. Atentar aos fornecedores pendentes de pagamento de
longa data, questionar o motivo da pendência e se realmente existe a dívida.

9.1.2 Notas fiscais não contabilizadas

A análise nesta conta deve ser efetuada no sentido de verificar se nos meses de janeiro e
fevereiro de 2006, constam notas fiscais de fornecedores pagas nesses meses, mas
emitidas em novembro ou dezembro de 2005. Essa verificação pode ser feita nos
documentos de pagamentos bancários, o movimento de caixa e livros fiscais.

As notas fiscais emitidas em novembro e dezembro de 2005, mesmo que pagas em


janeiro ou fevereiro de 2006, deverão ser apropriadas pela data que foram incorridas,
neste caso, na data de emissão da nota fiscal. Além de adequar as demonstrações
financeiras, há uma economia tributária, pois não se paga IRPJ e nem CSSL sobre os
valores contabilizados no período devido (competência).

Essa situação é comum nas empresas e sempre dá ganho tributário para a empresa.

Contabilidade:

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-Notas fiscais de combustível e outras despesas pagas em jan/06, sendo a data de


emissão em dez/05:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização de despesas de dez-nov/05, pagas em jan-fev-02


31/12/05 Combustíveis – Vlr nfs. 100/103/110/111/115 Posto Shell
Despesas Ltda ref aquis. Combustível 3.910,00
31/12/05 Fornecedor Vlr nfs. 100/103/110/111/115 Posto Shell
Ltda ref aquis. Combustível 3.910,00

Normalmente são notas fiscais de pequenos valores, mas somadas representam valores
consideráveis. A empresa apresenta lucro fiscal e deve pagar IRPJ e CSSL, qualquer
valor contabilizado pelo regime de competência trará economia tributária.

São pequenos detalhes em uma ou outra conta, que somados, evitarão o desembolso
desnecessário de tributos. A Contabilidade Tributária deve ter a visão e a direção de
pagar a quantia correta de tributos, evitando o desperdício: pagamentos a maior ou
pagamentos a menor.

9.1.3 Notas fiscais emitidas no exercício seguinte e a sua dedutibilidade no Balanço


de 31.12.2005

Na maioria das vezes as prestadoras de serviços, emitem notas fiscais no início do mês
seguinte referente serviços realizados no mês anterior.

Exemplo: empreiteiras, serviços profissionais outros serviços mensais contratados.

Essas notas fiscais emitidas no mês seguinte ao da realização dos serviços podem ser
contabilizadas pelo regime de competência, no período em que foi incorrida ou
realizada a despesa, prova disso é o contrato firmado entre as partes, bem como a
descrição que a nota fiscal se refere ao trabalho executado no mês contratado:
dezembro/2005, mesmo que as notas sejam emitidas no mês de janeiro ou fevereiro de
2006.

Contabilidade:

Serviços executados em dez/05 no valor de R$ 30.000,00, no entanto a empresa


fornecedora do serviço emitiu a nota fiscal apenas no início de jan/06.

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

31/12/05 Serviços de Terceiros – Valor ref. Prestação de serviço realizada no


Despesas mês de dez/05, pela empresa XYZ, 30.000,00
conforme contrato, c/ vcto em jan/06
31/12/05 Fornecedor Valor ref. Prestação de serviço realizada no
mês de dez/05, pela empresa XYZ, 30.000,00
conforme contrato, c/ vcto em jan/06

A contabilização deve ser efetuada no mês em que foi realizado o serviço apesar da nota
fiscal ter sido emitida no mês seguinte pelos seguintes fundamentos:

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Fechamento de Balanço © - 47

1. Contrato de prestação de serviço estipula o período da realização do


serviço, é uma prova contábil e fiscal.
2. No corpo da nota fiscal consta o período em que foi realizado o serviço.
3. A nota fiscal foi emitida no início do ano de 2006, referente a um
trabalho que consome dias ou o mês inteiro para sua execução, pericialmente
prova-se que o serviço foi realizado no mês anterior.

A empresa, além de registrar os atos e fatos da empresa pelo Regime de Competência,


economiza tributos para a empresa.

Surge a seguinte situação: esta despesa não será “aproveitada” no ano seguinte¨? Cada
ano é uma história a parte, pode ser que no ano seguinte a empresa tenha prejuízo e
assim por diante. O Contador deve se concentrar no fechamento do Balanço corrente
com o objetivo de economizar tributo deste ano. Pode ocorrer, também, o fato de que
neste ano a empresa esteja com prejuízo fiscal, sendo mais prudente contabilizar as
referidas despesas conforme a emissão da nota fiscal, pois não terá a limitação de
compensação do prejuízo em 30% no ano seguinte. E a competência ?, a competência é
relativa e não absoluta, para fins de pagamentos de Tributos ( tratamos nesta obra a
contabilidade tributária mais benéfica à empresa, cabe ao Contador analisar também a
relevância; e relevância varia de empresa para empresa). Pode haver mais de uma
competência e quem define isso é a contabilidade (mediante o registro ou não), neste
caso há a competência da realização do serviço e a competência da emissão da nota
fiscal, as duas situações estão corretas cabe ao Contador interpretar e ficar atento para
não prejudicar a empresa.

A empresa deve ficar atenta às situações e solicitar ao fornecedor que emita a nota fiscal
no mês da realização dos serviços.

9.1.4 Encargos financeiros lançados indevidamente nas contas de fornecedores

A contabilidade deve ficar atenta para contabilizar os encargos financeiros de


pagamentos de duplicatas em atraso nas contas de despesas financeiras. Em muitos
casos, principalmente quando a conta de fornecedores não é conciliada, são lançados
pagamentos de juros e outras despesas contra a conta de fornecedores, sendo que o
correto é a apropriação como despesa financeira.

9.2 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

Empréstimos e financiamentos devem ser conciliados com os respectivos contratos


objetivando a contabilização dos juros e das atualizações pelo período de competência.
O setor Financeiro ou a Contabilidade devem manter uma planilha de controle dos
encargos cobrados, a qual servirá com suporte na contabilização dos encargos
financeiros pelo regime de competência.

A incorreção mais comum nestas contas se refere aos juros e atualizações monetárias de
empréstimos que são contabilizados quando pagos e não proporcional aos dias
transcorridos no mês. Para isso, verificar se os empréstimos e financiamentos estão
atualizados pelos índices de juros e atualizações constante dos contratos, normalmente
empresas pagam tributos por não corrigirem adequadamente seus saldos (os juros e
atualizações)

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Fechamento de Balanço © - 48

9.2.1 Juros e atualização monetária – dedutibilidade pelo regime de competência

Mediante uma análise nas contas de empréstimos e financiamentos na contabilidade e


comparando com as planilhas de financeiras de acompanhamento dos empréstimos a
empresa deverá verificar se as suas obrigações financeiras estão atualizadas até a data
do Balanço. Exemplo: juros + TJLP.

Normalmente ocorre que as empresas não calculam a variação da TJLP (ou outro
índice) e os juros sobre suas obrigações, contabilizando os mesmos somente por ocasião
do pagamento, pelo fato de acharem o cálculo complicado, no entanto basta manter uma
planilha em Excel e alimentar a taxa de juros e a variação mensal do índice de
atualização.

O simples fato de manter os empréstimos financeiros atualizados gera uma economia


tributária de IRPJ, CSSL.

Base legal artigo 377 do Regulamento do Imposto de Renda

Planilha Financiamento B.Brasil com vencimento final em 15.03.2010


Data histórico Débito crédito Saldo
15.04.2005 liberação 111.310,00 111.310,00
15.04.2005 IOF 1.500,00* 112.810,00
15.05.2005 juros 1,5% a.m. 1.692,15 114.502,15
15.06.2005 juros 1,5% a.m. 1.717,53 116.219,68
15.07.2005 juros 1,5% a.m. 1.743,30 117.962,98
15.08.2005 juros 1,5% a.m. 1.769,44 119.732,42
15.09.2005 juros 1,5% a.m. 1.795,99 121.528,41
15.10.2005 juros 1,5% a.m. 1.822,93 123.351,33
15.11.2005 juros 1,5% a.m. 1.850,27 125.201,60
15.12.2005 juros 1,5% a.m. 1.878,02 127.079,63
31.12.2005 juros 1,5% a.m. 953,10 128.032,73
Pagamento 1ª
15.01.2006 parcela 22.310,00 105.722,73
Total de juros em 2005 15.222,73
* O IOF será contabilizado no item seguinte.
Os juros e atualizações referentes 2005 deverão ser contabilizados no regime de
competência, isto é, em cada mês em que vão incorrendo, mesmo que o contrato tenha
seu vencimento final em 2.010 e em 2005 não tenha sido feito nenhum pagamento.

Contabilidade:
Como exemplo, contabilizamos de uma só vez em dez/05, porém deve ser contabilizado
mês a mês, até para evitar o pagamento a maior do IR e CSLL estimativa mensal.
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Juros/atualizações sobre empréstimos


31/12/05 Juros s/empréstimos – Valor juros s/empréstimo ctr. 1510 B.Brasil
Despesas ref 2005 15.222,73
31/12/05 Empréstimos a pagar Valor juros s/empréstimo ctr. 1510 B.Brasil
-Passivo Circulante ou ref 2005 15.222,73
Exigível a Longo P.

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Fechamento de Balanço © - 49

Documentos que comprovam o lançamento: contrato do empréstimo e planilha de


apropriação de encargos financeiros.

9.2.2 IOF

Na contratação de qualquer empréstimo bancário, por lei é cobrado o IOF – Imposto s/


Operações Financeiras. Na maioria das vezes o IOF é financiado pela Instituição
Financeira no mesmo prazo de duração do contrato.

O IOF deve ser contabilizado como despesa financeira na data da assinatura do contrato,
pois mesmo que a empresa antecipe o pagamento do contrato não haverá o desconto
respectivo na dívida. O IOF é definitivo, sendo que a Instituição Financeira deverá
recolhê-lo no terceiro dia útil da semana seguinte da liberação.
O mesmo raciocínio é aplicado com relação às taxas de confecção de contratos e de
cadastros que são despesas incorridas, mas são inseridas nos empréstimos e
financiamentos bancários.

Os valores não são muito representativos, mas para quem vai desembolsar 34% de IRPJ
e CSSL, faz diferença.

Contabilidade:
Como no exemplo acima, a empresa teve uma despesa de R$ 1.510,00, referente IOF,
mesmo que diluído entre as parcelas, a contabilização é na data da liberação do contrato.

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

IOF sobre empréstimos


15/04/05 IOF – Despesas Valor IOF s/empréstimo ctr. 1510 B.Brasil,
liberado n/data 1.510,00
15/04/05 Empréstimos a pagar Valor IOF s/empréstimo ctr. 1510 B.Brasil,
-Passivo Circulante ou liberado n/data 1.510,00
Exigível a Longo P.

9.2.3 Contabilização de variações monetárias passivas – redução do lucro


tributável

Na determinação do lucro operacional poderão ser deduzidas as contrapartidas de


variações monetárias de obrigações e perdas cambiais e monetárias na realização de
créditos, segundo o regime de competência (artigo 377 do Regulamento do Imposto de
Renda).

Assim, se o contribuinte mantém obrigação sujeita periodicamente a ajustes, como é o


caso de parcelas a pagar de Consórcios contemplados, por exemplo, poderá aproveitar-
se das variações ocorridas e reduzir o IRPJ e a CSLL no Lucro Real, independentemente
da data do seu efetivo pagamento.

Exemplificamos alguns casos em que este aproveitamento pode ser possível:


 Ajustes do saldo devedor de financiamentos vinculados a taxas flutuantes
de juros ou correção monetária (BNDES, Finame, etc.).
 Variações cambiais nos contratos a pagar (importações já concretizadas,
etc.).

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Fechamento de Balanço © - 50

 Variações do valor das quotas a pagar (consórcios na aquisição de bens já


contemplados).

Por exemplo: se um contrato de pagamento de bem já entregue preveja a correção


monetária do saldo devedor pelo IGPM a cada 12 meses, e se, no período de 8 meses, o
IGPM-M foi de 7,5%, então seria possível deduzir como despesa financeira, segundo o
regime de competência, o seguinte:

Valor do saldo devedor sujeito à variação contratual: R$ 1.000.000,00


Índice IGP-M de 8 meses: 7,5%
Valor da Variação Monetária Passiva a Contabilizar como Despesa Financeira: R$
1.000.000 x 7,5% = R$ 75.000,00

A contabilização da Variação Monetária somente "ano a ano" ou ao final do contrato,


deixando de aplicar o cálculo "pró-rata" (mês a mês), onera o contribuinte. A legislação
aceita a dedutibilidade pró-rata (proporcional) das variações monetárias.

9.3 TRIBUTOS NÃO RECOLHIDOS ATÉ A DATA DO BALANÇO

Os tributos até 31.12.2005 devem ser registrados na contabilidade, mesmo que não
pagos. O registro deve ter como base o faturamento, o lucro da empresa e os tributos
retidos de terceiros e não recolhidos. Exemplo: PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, IRPJ,
CSSL, IOF.

Essas obrigações deverão ser contabilizadas no mês a que se referem, mesmo que pagas
no mês seguinte. Exemplo: O PIS referente ao mês de julho/2005, deve ser
contabilizado no mês de julho/2005 (regime de competência) e não no mês de
agosto/2005, quando do seu pagamento.

Mesmo os tributos não pagos devem ser contabilizados pelo seu valor original, pelo
regime de competência, bem assim os juros e multas, à medida que forem incorrendo.
Exemplo: No mês de julho/2005, contabiliza-se R$ 1.000,00, referente o PIS. No
entanto não é pago no dia de seu vencimento (15.08.2005). Em 31.08.2005, contabilizar
os juros de 1% e a multa de 0,33% ao proporcional aos dias de atraso até no limite de
20%. E assim, mensalmente contabilizar os juros pela variação da taxa Selic.

Esses valores, mesmo que não pagos, são dedutíveis para fins de IRPJ e CSSL, porém
se não contabilizados, a empresa acaba arcando carga tributária indevida.

Lembrando que os tributos cuja exigibilidade esteja suspensa, conforme art. 151 do
CTN, pelo motivo de discussão judicial ou administrativa com relação ao pagamento ou
não do tributo, seja por depósito judicial, medida liminar em mandado de segurança e
em recurso administrativo (1ª, 2ª ou 3ª Instâncias), serão indedutíveis para fins de
apuração do IRPJ e da CSSL, devendo ser adicionador ao Lucro Real e à Contribuição
Social (Lei nº 8.981, de 1995, art. 41, § 1º).

Os tributos a pagar, em dia, devem conferir com os pagamentos no mês seguinte, os


tributos a pagar, em atraso, devem ser relacionados em planilhas a parte para
contabilização dos juros e multas e posterior conferência com os saldos contábeis.

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Fechamento de Balanço © - 51

Lembrando, ainda, que os tributos em atraso deverão estar em conformidade com os


declarados na DCTF ou respectivas declarações (DIPJ, DACON, DIRF, etc.):
 Verificar se o PIS, a Cofins estão sendo contabilizados mensalmente em
função das receitas, mesmo que não pagos;
 Verificar se o ISS, o ICMS e IPI estão sendo contabilizados mensalmente
em conformidade com os respectivos livros de apuração, mesmo que não pagos;
 Verificar se o INSS patronal, bem como o FGTS está sendo contabilizado
mensalmente em conformidade com a folha de pagamento, mesmo que não
pagos;

Os saldos devem estar conciliados, mediante composição de saldos, bem assim verificar
o pagamento subseqüente dos tributos consignados no Balanço.

9.3.1 Tributos não contabilizados – dedução do lucro tributável

De acordo com o art. 41, da Lei 8.981, de 20/01/1995 e artigo 344 do RIR/99. os
tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação do lucro real, segundo o regime
de competência.

O ISS, ICMS, PIS, COFINS, IPI, INSS, FGTS, IPTU, dentre outros devem ser
contabilizados segundo o regime de competência, mesmo que não pagos, sendo
dedutíveis para fins de apuração do IRPJ e da CSSL.

Somente o IRPJ e a CSSL, não é dedutível, para efeito da determinação do lucro real e
base de cálculo da CSSL. (Parágrafo 2º, artigo 41 da Lei nº 8981/95 e Artigo 1º da Lei
nº 9.316/96), no entanto devem ser contabilizados.

Também não é permitida por Lei (Parágrafo 1º, do artigo 41 da Lei nº 8981/95) a
dedução da base de cálculo da CSSL e IRPJ os tributos com exigibilidade suspensa, ou
seja, aqueles que estão sendo questionados administrativamente (impugnação do auto de
infração) ou judicialmente.

Os tributos acima citados e devidos pela empresa devem ser contabilizados para
deduzirem o lucro real e a base de cálculo da Contribuição Social pelo Regime de
Competência.

Contabilidade:

Contabilização da COFINS não recolhida, até 31.12.2005, referente competência


jan./05.

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

31/01/05 Cofins – Dedução de Valor Cofins referente competência jan./05


Receitas 22.400,00
31/01/05 Cofins a Recolher – Valor Cofins referente competência jan./05
Passivo Circulante 22.400,00

9.3.2 Juros e multas de mora sobre tributos não pagos – redução do IRPJ e CSSL

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Fechamento de Balanço © - 52

Além de contabilizar o tributo não recolhido, conforme descrito acima, a empresa


deverá ainda contabilizar os respectivos juros e multas de mora.

O 1º C.C. decidiu que a multa de mora é dedutível na apuração do lucro real do


exercício em que foi incorrida, mesmo paga no exercício subseqüente (Ac. nº 103-
18.787/97 no DOU de 29/10/97 e que os juros incidentes sobre tributos não recolhidos
no prazo legal são dedutíveis no período em que foram incorridos e não no período de
seu efetivo pagamento, prevalecendo o regime de competência ( Ac. nº 103-20.263/00,
no DOU de 20/06/00).

Essas decisões estão em conformidade com a legislação que manda apurar o lucro real
pelo regime de competência, bem como com a legislação tributária que exige o
pagamento do tributo em atraso com juros e multa de mora.

Na maioria das vezes, a empresa confunde MULTAS POR INFRAÇÃO FISCAL (multa
de ofício punitiva, aplicada pela fiscalização, através de auto de infração) a qual
indedutível para fins de IRPJ e CSSL (art. 344, parágrafo 5º, do RIR/99), com MULTAS
DE MORA (multa pelo pagamento em atraso de tributos) a qual é perfeitamente
dedutível, como citado nos parágrafos anteriores.

Assim, os juros SELIC e a multa de mora sobre tributos ainda não pagos podem ser
contabilizadas mês a mês conforme vão incorrendo. Esse procedimento traz economia
sobre o pagamento do IRPJ e CSSL.

Contabilidade:

O Cofins não recolhido na competência jan./05 no valor de R$ 22.400,00, em dez/05


terá 20% de multa mais juros Selic de 15,71% (soma da Selic de fev./05 a nov./05 + 1%
relativo ao mês de dez/05, apenas como exemplo):

Multa: 22.400,00 x 20% = 4.480,00


Selic : 22.400,00 x 15,71%= 3.519,04

Taxa Selic
2005
Fev. 1,22%
Mar. 1,53%
Abr. 1,41%
Mai. 1,50%
Jun. 1,59%
Jul. 1,51%
Ago. 1,66%
Set. 1,50%
Out. 1,41%
Nov. 1,38%
Dez. 1,00%
total 15,71%

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

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Multas
31/12/05 Despesas Tributárias – Valor multa sobre Cofins referente
Multas competência jan./05 4.480,00
31/12/05 Cofins a Recolher – Valor multa sobre Cofins referente
Passivo Circulante competência jan./05 4.480,00

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Juros
31/12/05 Despesas Tributárias – Valor juros sobre Cofins referente
Juros competência jan/05 – fev. a dez/05 3.519,04
31/12/05 Cofins a Recolher – Valor juros sobre Cofins referente
Passivo Circulante competência jan/05 – fev. a dez/05 3.519,04

Assim, sucessivamente, contabilizar os juros e as multas pelo regime de competência de


todos os tributos em atraso, os quais são legalmente dedutíveis.

Documentos que comprovam o lançamento: planilha contendo as bases de cálculo, as


multas e os juros aplicados.

9.3.3 Dedutibilidade das multas e juros de mora por atraso do IRPJ e CSSL

A provisão do IRPJ e a provisão CSSL não são dedutíveis para efeito da determinação
do lucro real e base de cálculo da CSSL. (Parágrafo 2º, artigo 41 da Lei nº 8981/95 e
Artigo 1º da Lei nº 9.316/96),

Porém os juros e a multa de mora incorridos ou pagos por atraso são dedutíveis. Isto
significa mesmo que o IRPJ e CSSL não estejam pagos, a multa de até 20% e os juros
Selic deverão ser contabilizados conforme incorridos, sendo dedutíveis para fins de
apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro, conforme
exposição nos itens 9.3.1 e 9.3.2.

Contabilidade:

IRPJ a pagar em 31/01/05, no valor de R$ 100.000,00, porém ainda não pago até a data
de 31/12/05, terá 20% de multa mais juros Selic de 15,71% (soma da Selic de fev./05 a
nov./05 + 1% referente o mês de dez/05, apenas como exemplo), sendo:
-Multa – 100.000,00 x 20% = 20.000,00
-Juros – 100,000,00 x 15,71% = 15.710,00

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Multas
31/12/05 Despesas Tributárias – Valor multa sobre IRPJ referente vcto em
Multas 31/01/05 20.000,00
31/12/05 IRPJ a recolher – Valor multa sobre IRPJ referente vcto em
Passivo Circulante 31/01/05 20.000,00

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Juros
31/12/05 Despesas Tributárias – Valor juros sobre IRPJ referente vcto em

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Juros 31/01/05 15.710,00


31/12/05 IRPJ a Recolher – Valor juros sobre IRPJ referente vcto em
Passivo Circulante 31/01/05 15.710,00

Assim, contabilizam-se os juros e as multas pelo regime de competência do IRPJ e da


CSSL, os quais são legalmente dedutíveis.

9.4 PARCELAMENTOS DE TRIBUTOS

9.4.1 Juros sobre parcelamentos – regime de competência

A empresa deve manter o controle e a contabilização mensal dos juros incidentes sobre
o parcelamento de tributos, pois os mesmos são dedutíveis pelo regime de competência.
A atualização trará a empresa economia de IRPJ e CSSL.

Contabilidade:

A empresa efetuou parcelamento de tributos no valor de R$ 240.000,00, poderá


mensalmente contabilizar a variação da Selic sobre o parcelamento.

- Variação da Selic no mês 1,66% x 240.000,00 = 3.984,00

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Juros
31/08/05 Despesas Tributárias – Valor juros Selic sobre Parcelamento de
Juros Tributos. 3.984,00
31/08/05 Parcelamento Tributos – Valor juros Selic sobre Parcelamento de
Passivo Circulante/ Tributos. 3.984,00
Exigível a Longo Prazo

A contabilização é realizada na conta de despesas tributárias e não na conta de dedução


da receita, pois o parcelamento confessado no exercício é despesa tributária do exercício
e não cabe o registro contábil na conta dedução de Receita por não estar relacionada
com a receita.

Documentos comprobatórios: Extrato do Parcelamento emitido pela Receita Federal,


Estadual, Municipal ou Planilha de cálculo Selic.

9.4.2 Dedutibilidade dos tributos, multas e juros parcelados e não contabilizados

Outro ponto a ser observado, a empresa poderá contabilizar o parcelamento fiscal como
despesa dedutível na data em que realizou o parcelamento, ou seja, a empresa que por
qualquer motivo não contabilizou os tributos, multas e juros parcelados no período em
que os mesmos incorreram , para fins tributários, pode contabilizá-los como despesas no
mês em que oficializou o parcelamento junto ao órgão público competente. Sendo o
próprio parcelamento comprovante hábil da despesa contabilizada, por ser o
parcelamento de tributos uma confissão de dívida de determinado tributo ainda não
declarado ou declarado e não pago. Neste caso o Regime de Competência passa a ser a
data da emissão do Parcelamento, o qual é caracterizado como Confissão de
Dívidas.

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Observar que as MULTAS POR INFRAÇÃO FISCAL (oriundas de multa de ofício, por
autuação fiscal, aplicadas pelo fiscal) são indedutíveis para o IRPJ e CSSL. Já a
MULTA de MORA (por atraso do tributo) é perfeitamente dedutível.

Contabilidade:

Exemplo 01:

Em 10/07/05, a empresa efetuou parcelamento de Cofins, referente a anos anteriores, no


valor de R$ 239.315,12, os quais não estão contabilizado no seu Passivo. Esse valor
poderá ser contabilizado como despesa dedutível em 10/07/05, motivo pelo qual o
parcelamento é uma confissão de dívidas, sendo a data da aprovação do requerimento de
parcelamento a data hábil para contabilização.

Exemplo:
Valor original: 112.355,00
Valor da multa de mora: 44.471,00
Valor dos juros: 82.489,12

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

10/07/05 Despesas Tributárias – Valor juros Selic sobre Parcelamento


Juros Cofins nº 16477979 82.489,12
10/07/05 Despesas Tributárias – Valor multas sobre Parcelamento Cofins
Multas nº 16477979 44.471,00
10/07/05 Despesas Tributárias – Valor parcelamento Cofins cfe processo
Cofins nº 16477979 112.355,00
10/07/05 Parcelamento Cofins - Valor parcelamento Cofins cfe processo
Passivo Circulante / nº 16477979 239.315,12
Exigível Longo Prazo

Exemplo 02:

Em 10/07/05, a empresa efetuou parcelamento de Cofins, referente aos anos anteriores,


no valor de R$ 239.315,12, porém está contabilizado no Passivo apenas o valor de R$
84.355,00, referente os débitos originais. A diferença entre o valor já contabilizado e o
total do parcelamento poderá ser contabilizada como despesa dedutível em 10/07/05,
motivo pelo qual o parcelamento é uma confissão de dívidas, sendo a data do
requerimento aprovado a data hábil para contabilização.

Valor original: 112.355,00 – 84.355,00 = 28.000,00


Valor da multa de mora : 44.471,00
Valor dos juros: 82.489,12
Total a contabilizar 154.960,12

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

10/07/05 Despesas Tributárias – Valor juros Selic sobre Parcelamento


Juros Cofins nº 16477979 82.489,12
10/07/05 Despesas Tributárias – Valor multas sobre Parcelamento Cofins
Multas nº 16477979 44.471,00
10/07/05 Despesas Tributárias – Valor parcelamento Cofins cfe processo

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Cofins nº 16477979 28.000,00


10/07/05 Parcelamento Cofins - Valor parcelamento Cofins cfe processo
Passivo Circulante / nº 16477979 154.960,12
Exigível Longo Prazo

Exemplo 03:

Em 10/07/x1, a empresa foi autuada pela Receita Federal e efetuou parcelamento de


Cofins, referente aos anos anteriores, no valor de R$ 279.110,37, o qual não está
contabilizado no seu Passivo. Esse valor poderá ser contabilizado como despesa
dedutível em 10/07/x1, motivo pelo qual o parcelamento é uma confissão de dívidas,
sendo a data do requerimento aprovado a data hábil para contabilização, EXCETO AS
MULTAS DE OFICIO, APLICADAS PELA FISCALIZAÇÃO, QUE SÃO
INDEDUTÍVEIS.

Valor original: 112.355,00


Valor da MULTA DE OFÍCIO 75% 84.266,25
Valor dos juros: 82.489,12
Total a contabilizar 279.110,37

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

10/07/05 Despesas Tributárias – Valor juros Selic sobre Parcelamento


Juros Cofins nº 16477979 82.489,12
10/07/05 Despesas Tributárias – Valor multas sobre Parcelamento Cofins
Multa INDEDUTÍVEL nº 16477979 84.266,25
10/07/05 Despesas Tributárias – Valor parcelamento Cofins cfe processo
Cofins nº 16477979 112.355,00
10/07/05 Parcelamento Cofins - Valor parcelamento Cofins cfe processo
Passivo Circulante / nº 16477979 279.110,37
Exigível Longo Prazo

Neste exemplo, cabe adição na parte A do LALUR, pela mula multa de ofício, por
autuação fiscal, aplicadas pelo fisco, no valor de R$ 84.266,25:

Lalur:

PARTE A – REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

DATA HISTÓRICO ADIÇÕES EXCLUSÕES


31/12/x1 Demonstração do Lucro Real
1. Prejuízo contábil antes IRPJ e CSSL (25.880,00)
2. Adições 84.266,25 84.266,25
2.1 Valor multa de ofício autuação fiscal
Processo nº 16477979 Cofins 84.266,25
3. Exclusões - -
4. Lucro Real em 31/12/x1 58.386,25

Obs.: não preenche a parte B do Lalur.

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9.5 CONTAS A PAGAR

9.5.1 Obrigações contabilizadas pelo regime de caixa no exercício de 2006, e


dedutíveis pelo regime de competência no balanço de 31.12.2005

Neste grupo de contas são analisadas as despesas incorridas no mês, que devem ser
contabilizadas pelo Regime e Competência, devendo ser registradas, no mês ou ano
seguinte, pelo Regime de Caixa (pagamento). São contas, que isoladamente não são
expressivas, mas somadas podem representar uma boa economia de IRPJ e CSSL. Por
exemplo, se a empresa estiver apurando lucro, cada R$ 1,00 contabilizado como
despesa gera uma economia de R$ 0,25 a R$ 0,34, sem considerar o efeito do Pis e da
Cofins não cumulativos, por isso a importância do Contador verificar conta por conta.
Abaixo citamos alguns exemplos:

1. Água, Luz e Telefone

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Energia elétrica paga em 10/jan./06, referente dez/x05, devendo ser contabilizada em


31/dez/05
31/12/05 Energia Elétrica – Valor fatura de Energia Elétrica – Copel
Custo/Despesas ref o mês de dez/05 3.570,20
31/12/05 Energia Elétrica a Pagar Valor fatura de Energia Elétrica – Copel
-Contas a Pagar - PC ref o mês de dez/05 3.570,20

2. Seguros de vida, acidentes e outros pagos mensalmente

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Seguro de vida pago em 15/jan./06, referente dez./05, devendo ser contabilizado em


31/dez/05
31/12/05 Seguros – Valor apólice Seguro de vida
Custo/Despesas funcionários/diretores – B. Brasil ref o
mês de dez/05 1.715,19
31/12/05 Energia Elétrica a Pagar Valor apólice Seguro de vida B. Brasil, c/
-Contas a Pagar - PC vcto em 15/01/06 1.715,19

3. Seguros de cargas e transportes de mercadorias

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Seguro de cargas pago em 15/jan/06, referente nov./05, devendo ser contabilizado


em 30/11/05
30/11/05 Seguros de Cargas– Valor apólice Seguro de cargas – HSBC
Custo/Despesas ref o mês de nov./05 9.318,17
30/11/05 Energia Elétrica a Pagar Valor apólice Seguro de vida B. Brasil, c/
-Contas a Pagar - PC vcto em 15/01/06 9.318,17

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Seguro de cargas pago em 12/fev./06, referente dez/05, devendo ser contabilizado


em 31/12/05
31/12/05 Seguros de Cargas– Valor apólice Seguro de cargas – HSBC
Custo/Despesas ref o mês de dez/05 10.151,12
31/12/05 Energia Elétrica a Pagar Valor apólice Seguro de vida B. Brasil, c/
-Contas a Pagar - PC vcto em 12/02/06 10.151,12

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4. Despesas de Leasing

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Leasing pago em 08/jan/06, referente dez/05, devendo ser contabilizado em 31/12/05


31/12/05 Leasing– Valor Leasing ctr. 102556- Bco Real ref o
Custo/Despesas mês de dez/05 3.712,33
31/12/05 Leasing a Pagar Valor Leasing ctr. 102556- Bco Real ref o
-Contas a Pagar - PC mês de dez/05 – vcto 08/01/06 3.712,33

Obs.: o exemplo da contabilização refere-se apenas a despesa do Leasing, sendo que o


residual pago para a aquisição do bem deve ser contabilizado na conta do Ativo
Permanente.

5. Aluguel a pagar
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Aluguel pago em 16/jan/06, referente dez/05, devendo ser contabilizado em 31/12/05


31/12/05 Aluguel– Custo/Despesas Valor ref aluguel do mês de dez/05 cfe
contrato Imobiliária Gaspar Ltda 5.315,00
31/12/05 Aluguel a Pagar Valor Aluguel ref o mês de dez/05 – vcto
-Contas a Pagar - PC 16/01/06, cfe ctr. Imob. Gaspar L 5.315,00

6. Notas fiscais emitidas no início de 2006, mas referentes a serviços do ano do


encerramento do balanço

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Nota Fiscal Serv. Profissionais (Auditoria/Advogados, referente dez/05,


emitida e paga em 10/01/06,devendo ser contabilizado em 31/12/05)
31/12/05 Serviços de Terceiros– Valor de honorários advocatícios
Custo/Despesas Teixeira & Advog.Associados, ref
dez/05, cfe contrato 2.500,00
31/12/05 Serviços Prof.a Pagar Valor de honorários advocatícios
-Contas a Pagar - PC Teixeira & Advog.Associados, ref
dez/05, cfe contrato 2.500,00

Essas notas fiscais emitidas no mês seguinte ao da realização dos serviços podem ser
contabilizadas pelo regime de competência, no período em que foi incorrida ou
realizada a despesa, prova disso é o contrato firmado entre as partes, bem como a
descrição que a nota fiscal se refere ao trabalho executado no mês contratado:
dezembro/2005, mesmo que as notas sejam emitidas no mês de janeiro ou fevereiro de
2006.

7. Notas fiscais referentes ao encerramento do balanço, mas pagas e contabilizadas


no mês seguinte ao encerramento do balanço

Normalmente são pequenas despesas feitas no final do ano de 2005 e pagas no início de
2006, são contabilizadas incorretamente no ano de 2006.

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Esses valores, mesmo de monta pequena devem ser contabilizados no balanço encerrado
em 31.12.2005, com conseqüente economia tributária.

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Nota Fiscal de material de consumo emitida em 28/12/2005, sendo paga em


2006.
31/12/05 Material consumo – Valor nota 1115 Armarinhos São José
Despesas Ltda – material de consumo/limpeza
235,00
31/12/05 Outras Contas a Pagar - Valor nota 1115 Armarinhos São José
PC Ltda
235,00

Como são valores menores, a contabilização desses valores pode ser feita em uma única
conta, pois em janeiro de 2006 serão baixados.

8. Outras despesas referentes ao exercício que devem ser apropriadas pelo regime
de competência e pagas no exercício seguinte

Neste item podem ser considerados os acertos de viagens, combustíveis, despesas de


veículos e outros, pagos no ano seguinte ao do encerramento do balanço (2006), porém
a nota fiscal foi emitida em dezembro/05

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Notas fiscais ref despesas de viagens pagas em jan/06, mas as mesmas foram
emitidas em dez/05
31/12/05 Despesas de viagens Vlr nfs. Combustível/ hospedagem/
-Despesas restaurante a pagar cfe relatório de
viagens nº 100/2005 1.350,00
31/12/05 Outras Contas a Pagar Vlr nfs. Combustível/ hospedagem/
-Contas a Pagar – PC restaurante a pagar cfe relatório de
viagens nº 100/2005 1.350,00

9. Comissão a pagar a representantes comerciais, desde que líquida e certa

O art. 32 da Lei nº 4.886/65, estabelece que o representante comercial adquire o direito


às comissões quando do pagamento dos pedidos e das propostas, ou seja, quando a
empresa recebe do cliente. A contabilização das despesas de comissões pode ser
realizada em função da comissão a pagar a representantes comerciais na ocasião do
recebimento do título, momento no qual gera a obrigação de pagar ao representante.

Dessa forma, em 31/12/2005, a empresa pode contabilizar as comissões a representantes


comerciais ainda não faturadas pela empresa de representação comercial, com base nos
títulos recebidos dos clientes, desde que mantenha relação individualizada dos títulos
recebidos que geraram a comissão.

Atenção: São indedutíveis as comissões contabilizadas sem amparo em relatório


auxiliar individualizado. Por exemplo, se for feito um lançamento contábil sem origem
dos valores, trata-se de uma provisão (ato incerto), devendo ser adicionada para fins de
apuração do IRPJ e da CSSL.

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Pela legislação, existe a obrigação do pagamento da comissão ao representante


comercial a partir do recebimento da duplicata do cliente. São essas comissões que
devem ser contabilizadas, pois elas são líquidas e certas de pagamento ao representante
comercial.

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização das comissões a representantes comerciais, mediante relatório


auxiliar, proveniente aos títulos recebidos cuja comissão é líquida e certa, ou
com base na nota fiscal emitida em jan/06, referente comissões dez/05
31/12/05 Representantes Vlr. Comissões ref dez/05, cfe
Comerciais -Despesas relatório – XY Representação Comer- 13.510,21
Cia Ltda
31/12/05 Comissões a pagar Vlr. Comissões ref dez/x05, cfe
-Contas a Pagar – PC relatório – XY Representação Comer-
Cia Ltda – vcto 15/01/06 13.510,21

10. Comissões a pagar sobre vendas com cartão de crédito (taxa cartão de crédito e
juros antecipação cartão de créditos).

Em geral, os cartões de crédito cobram de 3% a 6% referente comissões na venda de


mercadorias se o cliente utiliza o cartão de crédito como forma de pagamento. Ocorre
que as empresas contabilizam essas despesas apenas na ocasião do repasse do dinheiro
pelas Operadoras dos Cartões. Essas taxas podem ser contabilizadas na data da venda
das mercadorias, mediante o relatório das vendas por cartão de crédito,
independentemente da data do repasse, pois a comissão do cartão de crédito é devida em
função da venda independente do prazo do repasse do numerário.

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização das comissões referente às vendas o cartão de crédito


Mastercard no mês dez/05, sendo que os valores serão descontados em jan/06
e fev./06
31/12/05 Comissão Cartão de Vlr. Comissões Cartão de Crédito
Crédito -Despesas Mastercard ref vendas do mês de
dez/05, cfe relatório – 9.794,67
31/12/05 Comissões Mastercard Vlr. Comissões Cartão de Crédito
-Contas a Pagar – PC Mastercard ref vendas do mês de
dez/05, cfe relatório 9.794,67

Comentários:

O objetivo do exposto até aqui é construir um raciocínio tributário de forma a escolher a


melhor e mais segura opção de economia de tributos para a empresa.

Isto posto, nos permite comentar que o Contador deve julgar se é necessário ou não
adotar certos procedimentos citados neste trabalho. Por exemplo: se a empresa estiver
com prejuízo fiscal no exercício não é interessante (do ponto de vista tributário) realizar
os lançamentos contábeis descritos, pois aumentará o prejuízo fiscal, e este está limitado
sua compensação a 30% do lucro do exercício. Assim, ao contabilizar o gasto no ano
seguinte estará aproveitando a totalidade da despesa, sem criar problemas com o fisco
federal, pois o fisco não poderá desconsiderar (glosar) uma fatura de energia elétrica,
emitida em 05/01/06, referente dez/05 e contabilizada em 2006, devido à existência da

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Fechamento de Balanço © - 61

fatura com data de emissão no ano de 2006, tão pouco poderá tornar a despesa
indedutível se for contabilizada pelo Regime de Competência em 2005.

Outro fator importante, é o de que cada lançamento contábil necessita ter consistência
documental, seja contratual ou legal.

Exemplos:
 A contabilização das comissões de cartão de crédito deve estar suportada
por relatório individualizado das vendas, sobre o qual é aplicado o índice de
comissão contratado com a Administradora do Cartão de Crédito, comprovando
que o valor é devido na competência contabilizada. O lançamento contábil pode
ser global por administradora de cartão, com base em relatório discriminativo.
Qualquer valor contabilizado no Passivo sem que se possa mensurar que o valor
é devido na data, torna-se uma provisão: um valor que depende de efeitos
futuros para ser realizar, incerto; e deverá ser adicionado ao IRPJ e à CSSL,
conforme art. 13, da Lei 9.249/95.
 O valor dos tributos, multas e juros devem estar discriminados em uma
planilha, compondo competência por competência em atraso, suas respectivas
multas e juros, para comprovar, a qualquer tempo, à uma fiscalização que os
valores são devidos conforme a lei determina e que as bases estão compostas e
declaradas na DCTF, DIPJ, Gia, Gfip, etc.
 O valor da fatura de energia elétrica contabilizada em dez/x1 deve estar
em conformidade com o valor pago, nada impede que sejam feitos ajustes no
mês seguinte para adequar o saldo contábil, desde que não representativos. Por
exemplo, o valor da fatura é de R$ 1.000,00, no entanto foi contabilizado R$
1.100,00, realiza-se um ajuste de R$ 100,00. Diferentemente quando contabiliza
R$ 10.000,00, no ano anterior e o valor correto é R$ 2.000,00, certamente em
uma fiscalização o valor será glosado.

9.5.2 Consórcios Contemplados a pagar – dedução dos valores ativados e variações


monetárias

a) Registros por ocasião da aquisição do bem:

Por ocasião da aquisição do bem adquirido por Consórcio, há necessidade de registrar o


custo total na conta própria desse bem, no subgrupo ativo imobilizado, bem como os
ajustes decorrentes do (a):
 Total dos pagamentos realizados (inclusive lance, se for o caso), dando-se
baixa na conta transitória em que foram registrados inicialmente.
 Dívida assumida, calculada pela multiplicação do valor atual da parcela
mensal pelo número de parcelas restantes, a qual será registrada em conta (s) do
passivo circulante e exigível a longo prazo, se for o caso.

Portanto, para fins de apuração do resultado contábil, é interessante que estes registros
sejam feitos imediatamente por ocasião do recebimento do bem, para permitir a dedução
como despesa financeira do ajuste de valor das parcelas vincendas.

Exemplo:
Valor de veículo adquirido mediante consórcio: R$ 50.000,00
Valor das quotas já pagas (registradas no ativo) R$ 20.000,00

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D – Veículos (Imobilizado) R$ 50.000,00


C – Adiantamentos de Consórcio R$ 20.000,00
C – Consórcios a Pagar (Passivo) R$ 30.000,00

Valor de cada parcela: R$ 1.000,00


Número de parcelas a pagar: 40
Saldo devedor na data do recebimento do bem: R$ 40.000,00 (40 x R$ 1.000,00)
Valor do ajuste: R$ 40.000 – R$ 30.000 (valor já existente na conta) = R$ 10.000

Ajuste contábil:

D – Variações de Consórcios a Pagar (Despesas Financeiras)


C – Consórcios a Pagar (Passivo) R$ 10.000,00

b) Acréscimos da dívida a partir do recebimento do bem

Os acréscimos no saldo a pagar que ocorrerem no futuro por mudanças no preço do


bem, serão considerados como despesas de variações monetárias, visto que se referem à
atualização monetária de obrigações em função de índices contratados.

c) Efeitos fiscais

A contabilização da forma apresentada é respaldada pelo PN CST 1/83, e poderá


representar menor pagamento de IRPJ e CSL sobre o Lucro Real de até 34% sobre o
valor da despesa financeira contabilizada.

9.6 JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO

As empresas poderão deduzir, para efeitos de apuração do lucro real e da base de


cálculo da contribuição social sobre o lucro, os juros pagos ou creditados
individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital
próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro
rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP (Lei 9.249/95, art. 9º e art. 347 do
Regulamento do IR) e condicionado à existência de lucros, computados antes da
dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou
superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados

Há retenção na fonte de 15% sobre o valor respectivo.

Dessa forma, há ganho com o seguinte planejamento:

Imposto de Renda: retêm-se 15% dos sócios mas deduz-se integralmente como
despesa financeira (dentro dos limites e condições fixados pelo artigo 347 do
Regulamento do IR), podendo reduzir até 25% de IRPJ. A diferença pode resultar em
menor IRPJ de até 10% sobre o valor pago/creditado dos juros.

Nota: a tributação, para os sócios (pessoas físicas) é exclusiva na fonte (§ 3 o art. 9


da Lei 9249/95).

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Contribuição Social: pode deduzir-se até 100% do valor pago/creditado, dentro dos
limites e condições fixados, podendo economizar até 9% do valor.

Em síntese: a utilização deste planejamento poderá resultar numa economia de até 19%
do valor pago/creditado.

Exemplo de Cálculo:

Patrimônio Líquido
Capital Social 3.000.000,00
Reserva de Reavaliação 500.000,00
Outras Reservas 350.000,00
Lucros Acumulados 1.000.000,00
Total Patrimônio Líquido 4.850.000,00

Lucro do Exercício antes dos juros s/capital 600.000,00


próprio

Taxa anual – TJLP 12%

Demonstrativo do Cálculo
(+ )Total Patrimônio Líquido 4.850.000,00
( - )Reserva de Reavaliação (500.000,00
)
= Base de Cálculo 4.350.000,00

Alíquota 12%
Valor dos Juros 522.000,00

Limite de Dedutibilidade

Maior valor de:


50% Lucro do Exercício (500.000 x 50%) 250.000,00
Ou
50% Lucros Acumulados (1.000.000,00 x 500.000,00
50%)

Valor Dedutível a ser contabilizado 500.000,00

IRRF - 15% a recolher 75.000,00

Como verificamos no exemplo, a base de cálculo dos Juros s/ Capital Próprio é o


Patrimônio Líquido da empresa menos as Reservas de Reavaliação ainda não realizadas
(não tributadas).

Para fins de dedutibilidade existem dois critérios que devem ser observados: a) limitado
pela multiplicação do Patrimônio Líquido pela taxa da TJLP anual ou trimestral (lucro
trimestral); b) limitado a 50% lucros acumulados de exercícios anteriores ou 50% dos
lucros do exercício (qual for o maior).

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A empresa recolhe 15% IRRF sobre o valor dos juros e pode deduzir como despesa do
lucro real (observados os critérios de dedutibilidade comentados). No exemplo a
empresa tinha um lucro de R$ 600.000,00, com a contabilização dos juros passou a ter
um lucro de apenas R$ 100.000,00, a economia foi de aproximadamente R$ 100.000,00
de IRPJ [175.000,00 (500.000,00 x 34%) - 75.000,00 (IRRF)].

O Contador deve observar que há uma tributação reflexa para as pessoas jurídicas sócias
que percebem o rendimento. A empresa que recebe os juros sobre capital próprio deverá
contabilizar o valor destinado (recebido ou não) como receita financeira e se recuperar
do Imposto de Renda Retido na Fonte. Já, se o sócio for pessoa física o rendimento será
consideração como exclusivo na fonte, não sendo tributado novamente. Antes da opção
pelos juros sobre capital próprio deve-se estudar a viabilidade tributária considerando a
tributação reflexa do sócio (pessoa jurídica).

Contabilização:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização dos Juros


31/12/05 Despesas Financeiras – Valor juros s/ capital próprio ref o
Juros s/ capital próprio exercício de 2005 500.000,00
31/12/05 Juros Cap. Prop a Pagar Vlr juros s/ capital próprio ref exerc.
– sócio A – Passivo De 2005 a pagar p/ sócio A 250.000,00
Circulante
31/12/05 Juros Cap. Prop a Pagar Vlr juros s/ capital próprio ref exerc.
– sócio B – Passivo De 2005 a pagar p/ sócio B 250.000,00
Circulante

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização do IRRF s/ juros s/ capital próprio


31/12/05 Juros Cap. Prop a Pagar Valor IRRF s/juros s/ capital próprio
– sócio A – Passivo ref o exercício de 2005, do sócio A 37.500,00
Circulante
31/12/05 Juros Cap. Prop a Pagar Valor IRRF s/juros s/ capital próprio
– sócio B – Passivo ref o exercício de 2005, do sócio B 37.500,00
Circulante
31/12/05 IRRF a recolher – Vlr IRRF s/juros s/ capital próprio
Passivo Circulante ref exercício de 2005 75.000,00

9.7 PROVISÕES TRABALHISTAS E ENCARGOS - DEDUTÍVEIS

As contas devem estar conciliadas com o relatório de provisão de férias e 13º salários. B

Caso a empresa não possua o relatório da provisão de férias, a provisão certamente


diminuirá o IRPJ e a CSSL a pagar, o Contador deverá solicitar que o Setor de Pessoal
elabore uma planilha contendo os dados e requisitos da provisão de férias a ser
contabilizada.

9.7.1 Provisão de férias e encargos

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A provisão de férias é dedutível como custo ou despesa operacional, na apuração do


Lucro Real (tanto para o IRPJ como para a CSL), conforme artigo 337 do RIR/99.
Também são dedutíveis os encargos calculados sobre a provisão do 13 º Salário, tais
como: FGTS (8,5%), INSS ( empresa (20% +SAT (3%) + terceiros ( 5,8%) + percentual
de aposentadoria especial caso houver).

Relatório de Provisão de Férias em 30/09/2005


Salário base Total da
Funcionário Admissão + Variáveis Nº Férias 1/3 Férias INSS FGTS Provisão
meses (28,8%) (8,5%)
Celso Ramos 02/01/04 588, 21 1.030,3 343,4 1.373,7 395,6 116,7 1.886,1
76 3 4 7 5 7 9

Cláudio Correa 01/06/05 994, 4 331,3 110,45 441,8 127,2 37,5 606,5
05 5 0 4 5 9

Dias Gomes 15/10/04 1.809, 12 1.809,8 603,2 2.413,0 694,9 205,1 3.313,1
81 1 7 8 7 1 6

Edson Souza 02/01/05 1.781, 9 1.336,3 445,4 1.781,7 513,1 151,4 2.446,3
78 4 5 8 5 5 8

Francisco Zeno 01/09/05 2.331, 1 194,2 64,7 259,0 74,5 22,0 355,6
00 5 5 0 9 2 1

Total 4.702, 1.567,3 6.269, 1.805, 532, 8.607,


08 6 43 60 90 93

Contabilização:

Neste exemplo, foi considerado que a empresa não havia efetuada a provisão de férias
anteriormente.

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Provisão de férias e encargos


30/09/05 Férias – custos/despesas Valor provisão de férias ref ao mês de
set/05, cfe relatório 6.269,43
30/09/05 INSS – custos/despesas Valor INSS s/ provisão de férias ref ao
mês de set/05, cfe relatório 1.805,60
30/09/05 FGTS – custos/despesas Valor FGTS s/ provisão de férias ref ao
mês de set/05, cfe relatório 532,90
30/09/05 Provisão de Férias – Valor provisão de férias ref ao mês de
Passivo Circulante set/05, cfe relatório 6.269,43
30/09/05 INSS s/ Provisão Férias – Valor INSS s/ provisão de férias ref ao
Passivo Circulante mês de set/05, cfe relatório 1.805,60
30/09/05 INSS s/ Provisão Férias – Valor FGTS s/ provisão de férias ref ao
Passivo Circulante mês de set/05, cfe relatório 532,90

Relatório de Provisão de Férias em 31/12/05

Salário base + total


Nome Admissão Variáveis Nº meses Férias 1/3 férias INSS FGTS Total
(28,8%) (8,5%)
Celso Ramos 02/01/x1 5 392, 1. 45 2.

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88,76 24 1.177,52 51 570,03 2,17 133,45 155,65


Cláudio Correa 01/06/x2 9 579, 193, 22 1.
94,05 7 86 29 773,15 2,67 65,72 061,53
Dias Gomes 15/10/x1 1.80 754, 3. 86 4.
9,81 15 2.262,26 09 016,35 8,71 256,39 141,45
Edson Souza 02/01/x2 1.78 593, 2. 68 3.
1,78 12 1.781,78 93 375,71 4,20 201,94 261,85
Francisco Zeno 01/09/x2 2.33 777, 259, 1. 29 1.
1,00 4 00 00 036,00 8,37 88,06 422,43
Total 8. 2.52 12.
6.578,43 2.192,81 771,23 6,12 745,55 042,90

Contabilização:

A Provisão de férias deve ser contabilizada mês a mês, sempre ajustando o saldo do mês
em relação ao saldo do mês anterior. Neste exemplo, estamos demonstrando a
contabilização de dez/05, considerando que o saldo anterior é o de 30/09/05.

Descrição Saldo Anterior Saldo atual Ajuste Contábil


FÉRIAS 6.269,43 8.771,23 2.501,80
INSS 1.805,60 2.526,12 720,52
FGTS 532,90 745,55 212,65

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Provisão de férias e encargos


31/12/05 Férias – custos/despesas Valor provisão de férias ref ao mês de
dez/05, cfe relatório 2.501,80
31/12/05 INSS – custos/despesas Valor INSS s/ provisão de férias ref ao
mês de dez/05, cfe relatório 750,52
31/12/05 FGTS – custos/despesas Valor FGTS s/ provisão de férias ref ao
mês de dez/05, cfe relatório 212,65
31/12/05 Provisão de Férias – Valor provisão de férias ref ao mês de
Passivo Circulante dez/05, cfe relatório 2.501,80
31/12/05 INSS s/ Provisão Férias – Valor INSS s/ provisão de férias ref ao
Passivo Circulante mês de dez/05, cfe relatório 750,52
31/12/x05 INSS s/ Provisão Férias – Valor FGTS s/ provisão de férias ref ao
Passivo Circulante mês de dez/x05, cfe relatório 212,65

Observação: o saldo contábil deve ser o mesmo valor constante no relatório de férias a
pagar, caso o setor de Pessoal não forneça o relatório da provisão de férias,
alternativamente o Contador poderá elaborar planilha de provisão de férias com base no
salário de cada funcionário e o número de meses a que tem direito, considerando os
encargos de INSS e FGTS.

9.7.2 Provisão de 13º salário e encargos sociais

A provisão de 13º Salário é dedutível como custo ou despesa operacional, na apuração


do Lucro Real (tanto para o IRPJ como para a CSL), conforme artigo 338 do RIR/99.
Também são dedutíveis os encargos calculados sobre a provisão de 13 º Salário, tais
como: FGTS (8,5%), INSS (empresa: 20% + SAT (3%) + terceiros (5,8%) + percentual
de aposentadoria especial caso houver).

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Por lei o 13º salário deve ser pago até o dia 20 de dezembro de cada ano, então
dificilmente estará provisionado nos saldos do balanço de 31 de dezembro de 2005,
exceto quando não pago no período determinado pela Lei. No entanto, o lançamento
contábil, mês a mês, da provisão do 13º Salário e dos encargos evitará que a empresa
antecipe IRPJ e CSSL indevidamente, podendo a empresa reduzir e suspender o
pagamento dos tributos em um determinado mês, pelo balancete de redução ou
suspensão. O mesmo ocorre com a empresa que optou pelo lucro real trimestral, e em
cada trimestre contabilizou a provisão do 13º salário.

Relatório de Provisão de 13º Salário


Salário base
Nome Admissão + Variáveis Nº 13º salário INSS FGTS total
meses (28,8%) (8,5%)
Celso Ramos 02/01/2004 58 44 127 37, 60
8,76 9 1,57 ,17 53 6,28
Cláudio Correa 01/06/2005 99 33 95 28, 45
4,05 4 1,35 ,43 16 4,94
Dias Gomes 15/10/2004 1.809 1.35 390 115, 1.863
,81 9 7,36 ,92 38 ,65
Edson Souza 02/01/2005 1.781 1.33 384 113, 1.834
,78 9 6,34 ,86 59 ,79
Francisco Zeno 01/09/2005 2.331 19 55 16, 26
,00 1 4,25 ,94 51 6,71
Total 3.66 1.054, 311, 5.026
0,86 33 17 ,36

Contabilização:

Neste exemplo, foi considerado que a empresa não havia efetuada a provisão de 13º
salário anteriormente.

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Provisão de férias e encargos


30/09/05 13ºSalário- Valor provisão de 13º salário ref ao mês
custos/despesas de set/05, cfe relatório 3.660,86
30/09/05 INSS – custos/despesas Valor INSS s/ provisão de 13º sal., ref ao
mês de set/05, cfe relatório 1.054,33
30/09/05 FGTS – custos/despesas Valor FGTS s/ provisão de 13ºsal., ref ao
mês de set/05, cfe relatório 311,17
30/09/05 Provisão de 13º Salário – Valor provisão de 13º sal., ref ao mês de
Passivo Circulante set/05, cfe relatório 3.660,86
30/09/05 INSS s/ Provisão 13º sal Valor INSS s/ provisão 13º sal., ref ao
–Passivo Circulante mês de set/05, cfe relatório 1.054,33
30/09/05 INSS s/ Provisão 13º sal Valor FGTS s/ provisão de 13º sal., ref ao
–Passivo Circulante mês de set/05, cfe relatório 311,17

Para fins de provisão de 13º salário devem ser observadas as mesmas considerações
mencionadas no item da Provisão de férias, lembrando que em 31/12 não haverá saldo
de provisão de 13º salário, devido ao fato que o 13º salário deve ser pago até 20/12 de
cada ano, conforme determina a legislação trabalhista.

9.7.3 Participação dos trabalhadores nos lucros

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A empresa que adota a participação dos trabalhadores nos lucros, quando distribuída de
acordo com a Lei 10.101/2000, não se sujeita á incidência de INSS e FGTS ou qualquer
outra verba trabalhista.
Outro detalhe é que a pessoa jurídica poderá deduzir como despesa operacional as
participações atribuídas aos empregados nos lucros ou resultados, dentro do próprio
exercício de sua constituição.
Assim, não há necessidade que a participação esteja “paga” para que seja dedutível,
podendo ser contabilizada nos balancetes ou balanço, segundo o regime de
competência.
Exemplo:
Balancete de 31.12.2005
Lucro Líquido do Período: R$ 1.200.000,00
Participação dos Trabalhadores no Lucro Líquido: 9%
Valor contabilizável como despesa operacional: R$ 108.000,00
Lançamento:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Participação dos Funcionários no lucro da empresa


31/12/05 Participação dos Valor participação dos funcionários no
Trabalhadores nos lucros lucro da empresa 108.000,00
- Despesas
31/12/05 Participações de Valor participação dos funcionários no
Trabalhadores a pagar – lucro da empresa
Passivo Circulante 108.000,00
Obs.: Manter relatório com o nome dos funcionários e valor que cada um vai receber
relativo à distribuição de lucros.

9.7.4 Reclamatórias trabalhistas


As reclamatórias trabalhistas julgadas e os acordos trabalhistas podem ser
contabilizados integralmente como despesas dedutíveis na data da homologação da
sentença ou do acordo, independentemente do pagamento, bem como o INSS devido
sobre a reclamatória trabalhista.
Exemplo:
Sentença proferida pelo juiz no dia 17/12/2005, que a empresa pagará o montante de R$
10.000,00 ao funcionário, em 10 parcelas mensais de R$ 1.000,00. O valor de R$
10.000,00 será contabilizado em 17/12/2005, na conta de despesas com pessoal no
grupo de contas de resultado, tendo como contrapartida a conta de Reclamatórias
Trabalhistas a Pagar no grupo do Passivo Circulante.

Contabilização:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Reclamatórias Trabalhistas em 10 parcelas


17/12/05 Reclamatórias Vlr reclamatória trabalhista João dos
Trabalhistas – Despesas Santos- processo nº 15979 10.000,00
17/12/05 Reclamatórias - Vlr reclamatória trabalhista João dos

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Trabalhistas a Pagar – Santos- processo nº 15979, em 10


Passivo Circulante parcelas 10.000,00

10. PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

10.1 Regras gerais

Passivo Exigível a Longo Prazo: representa as obrigações com prazo de vencimento


após 12 (doze) meses, vencíveis a partir de 01.01.2007 Ex: empréstimos bancários e
financiamentos. Neste grupo também são classificadas as seguintes contas:
adiantamentos de sócios, adiantamentos de acionistas, empréstimos de coligadas e
empréstimos de controladas.

As contas do Exigível a Longo Prazo devem ser verificadas com relação aos
documentos suportes de movimentação no ano, a classificação superior a 12 meses após
encerramento do balanço e planilhas subsidiárias.

Nos contratos com vencimento a longo prazo, devem ser reclassificadas para o Passivo
Circulante as parcelas a vencer no período de 12 meses após o encerramento do balanço
de 31.12.2005. Dessa forma, um contrato com saldo de R$ 360.000,00, em
31.12.20025, restando 36 parcelas a vencer, nos próximos 36 meses, será classificado da
seguinte forma:
 12 parcelas*¹ x 10.000,00 = 120.000,00 -> serão reclassificadas para o
Passivo Circulante.
 24 parcelas*² x 10.000,00 = 240.000,00 -> estarão registradas no Passivo
Exigível a Longo Prazo.
*¹com vencimento nos meses de janeiro de 2006 a dezembro de 2006.
*²parcelas com vencimentos a partir de 01.01.2007 (12 meses após o encerramento do balanço
– 31.12.2005)

Tratamento idêntico deve ser adotado para as demais contas, como exemplo os
parcelamentos de tributos a longo prazo, os empréstimos a terceiros a longo prazo. De
forma a cumprir o disposto no art. 180 da Lei 6.404/76. Bem assim, para manter
consistentes os índices financeiros, gerenciais e econômicos que serão extraídos das
Demonstrações Financeiras.

Porém os adiantamentos de sócios, adiantamentos de acionistas, empréstimos de


coligadas e controladas, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto
da companhia, serão classificados integralmente no Passivo Exigível a Longo prazo, por
analogia ao inciso II, artigo 179 da Lei 6.404/76.

Por opção da empresa, a reclassificação pode ser feita no último dia do balanço e
revertida no primeiro dia do ano seguinte, desde que no Balanço encerrado em
31.12.2005, constem as reclassificações para o Passivo Circulante.

10.2 Contratos e parcelamentos a longo prazo – dedutibilidade das variações


monetárias, juros, multas e encargos.

Os contratos, consórcios e parcelamentos de tributos registrados no Passivo Exigível a


Longo Prazo têm as mesmas regras de dedutibilidade explanadas no Passivo Circulante.
A classificação no Exigível a Longo Prazo ou Circulante é realizada em função da

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norma Contábil. Para fins da norma tributária independe se a classificação for a curto ou
longo prazo.

Dessa forma, os juros e variações monetárias dos contratos a longo prazo são dedutíveis
conforme forem incorrendo. Da mesma forma os juros e variações sobre parcelamentos
tributários.

11. RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS

11.1 Considerações

Resultado de Exercícios Futuros: compreende as receitas faturadas antecipadamente que


de acordo com o regime de competência pertence a exercícios futuros. Ex: receita
antecipada e custos atribuídos à receita antecipada.

O artigo 181 da Lei 6406/76, dispõe que serão classificadas como resultados de
exercício futuro as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a
elas correspondentes.

A tributação das receitas será efetuada de acordo com o regime a que competirem,
gerando menor desencaixe de tributos por ocasião do faturamento, de acordo com a
correta apropriação contábil.

Exemplo:

Faturamento de serviços de consultoria, realizado em 01.09.2005, cujo contrato prevê


execução dos mesmos no período de 01.09.2005 a 31.08.2006, no valor de R$
120.000,00, teríamos:

Período de execução dos serviços: 12 meses


Valor da receita mensal: R$ 120.000,00 dividido por 12 = R$ 10.000/mês

Contabilização:

D. Clientes - Contas a Receber


C. Resultado de Exercícios Futuros - Serviços R$ 120.000,00

Apropriação mensal da receita:

D. Resultado de Exercícios Futuros - Serviços


C. Venda de Serviços R$ 10.000,00

11.2 Diferença entre faturamento antecipado e entrega futura

A legislação do Imposto de Renda, incorporando norma da legislação comercial, elege,


como regra geral, o regime de competência para apuração do resultado das empresas,
segundo o qual as receitas e as despesas devem ser reconhecidas contabilmente quando
auferidas e incorridas, respectivamente, independentemente do efetivo recebimento ou
pagamento (art. 177 da Lei 6.404/76 e artigos 247, 248 e 274 do RIR/99).

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a) faturamento antecipado

O faturamento antecipado ocorre quando uma empresa vendedora emite nota fiscal e
fatura de uma mercadoria (ou serviços) que ainda não produziu ou não adquiriu de seu
fornecedor (para revenda).

A contabilização, no caso de faturamento antecipado, entendido como tal a emissão de


nota fiscal e fatura, antes que o vendedor esteja de posse da mercadoria ou serviço a ser
entregue (caso em que a empresa vai produzir ou adquirir a mercadoria) não se pode
cogitar do reconhecimento de receita, até porque não existe ainda o custo a ser com ela
confrontado; neste caso, a receita somente será reconhecida quando ocorrerá a entrega
da mercadoria ou serviço e, se antes da ocorrência desse evento houver recebimento por
conta da operação, contabilmente, o valor recebido deve ser classificado em conta do
passivo circulante, pois reflete a obrigação da empresa para com o seu cliente.

O faturamento antecipado existe porque, para fins de cobrança bancária (duplicata), a


empresa fornecedora é obrigada a emitir a fatura (nota fiscal).

Fornecimento de uma torre com faturamento antecipado, para fins de cobrança bancária,
no valor de R$ 300.000,00. Faturamento em novembro/2005. Os materiais serão
adquiridos e entregues somente em janeiro/2006. Momento da apropriação da receita:
janeiro/2006.

Contabilização:

Em nov./2005
D. Clientes - Contas a Receber
C. Resultado de Exercícios Futuros – Vendas de mercadorias R$ 300.000,00

Em jan/2006

D. Resultado de Exercícios Futuros – Vendas de mercadorias


C. Venda de Mercadorias R$ 300.000,00

b) Venda futura

A venda futura ocorre quando a empresa vende mercadoria já produzida ou adquirida,


mas que, por conveniência ou interesse do comprador, continua em poder da vendedora,
transformando-se esta em mera depositária da mercadoria vendida.

No caso de venda para entrega futura, isto é, quando a mercadoria vendida é colocada à
disposição do comprador, mas, por conveniência deste, permanece em poder do
vendedor, aí sim, cabe o reconhecimento da receita da venda e do respectivo custo no
momento em que foi emitida a nota fiscal.

Fornecimento materiais, para entrega futura, , no valor de R$ 100.000,00. Faturamento


em novembro/2005. Os materiais estão prontos para serem entregues, no entanto o
cliente solicitou que a entrega sena realizada somente em janeiro/2006. Momento da
apropriação da receita: novembro/2005.

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Contabilização:

Em nov./2005
D. Clientes - Contas a Receber
C. Venda de Mercadorias – Vendas de mercadorias R$ 300.000,00

Portanto, a distinção básica que se faz entre essas duas operações reside no fato de a
empresa vendedora possuir ou não a mercadoria (ou serviços) objeto da compra e venda
em seu ativo (estoques) ou a comando executório (serviços em andamento).

12. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

12.1 Revisão das contas do Patrimônio Líquido

Patrimônio Líquido: representa o capital que pertence aos proprietários. Exemplo:


capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros (legal,
estatutária, contingência, investimentos e lucros a realizar), lucros acumulados ou
prejuízos acumulados.

As contas do Patrimônio Líquido devem refletir o capital social de acordo com o


contrato social e alterações, as realizações das reservas de reavaliação motivadas por
vendas e depreciações de bens reavaliados e se as movimentações das demais contas,
inclusive lucros/prejuízos acumulados estão corretos.
Examinar as movimentações ocorridas nas contas do Patrimônio Líquido, para isso
emitir o razão contábil do início até o final do ano;
Verificar se os ajustes de exercícios anteriores terão conseqüência tributária no exercício
em curso ou em outro exercício, os quais deverão ser adicionados ao Lucro Real e à
CSSL, pelo período de competência.
Verificar a realização da reserva de reavaliação, quanto são contabilizadas em contas de
resultados as depreciações calculadas sobre a reavaliação de bens, devem ser
transferidas da conta de lucros/prejuízos acumulados (PL) para a conta de Reserva de
Reavaliação (PL) e adicionado ao Lucro Real e a CSSL;
Verificar se o Capital Social da empresa está em conformidade com a última alteração
contratual do exercício.
Verificar a existência de Subvenções para Investimento e as Doações e registra-las
conforme dispõe o art.443 RIR/99, nas contas de reserva de capital, do patrimônio
líquido.

13. RECEITAS

13.1 Receita Operacional Bruta

Compreende a receita bruta das vendas de bens e serviços prestados em operações


realizadas pela empresa.

Na receita bruta não se incluem (Lei 8.981/95, art. 31, parágrafo único):

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1. as vendas canceladas; (devoluções)


2. os descontos incondicionais concedidos (constantes na nota fiscal de venda dos bens
ou da fatura de serviços e não dependentes de evento posterior á emissão desses
documentos)
3. os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante
dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário.
Os impostos não cumulativos citados no item “3” correspondem ao IPI e ao ICMS
quando cobrado como substituição tributária.

Desta forma, para que se possa aplicar o conceito legal de Receita Operacional Bruta, é
recomendável que a empresa que contabiliza o IPI e o ICMS como Receita de Vendas, o
faça em conta de “Faturamento Bruto” e não em “Receita de Venda de Produtos”,
ficando assim o plano de contas da empresa:

Faturamento Bruto
(-) IPI Faturado
(-) ICMS Substituição Tributária
(=) Receita Bruta de Vendas e Serviços

A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela
incidentes (exceto IPI e ICMS substituição tributária), que são registrados em contas
devedoras. Desta forma, os valores dos impostos incidentes sobre as vendas, tais como:
ISS, ICMS, PIS, COFINS, serão diminuídos da receita bruta.

13.2 Conferência das Receitas com os livros fiscais

As receitas devem ser conciliadas com o livro de apuração do Icms, IPI ou do ISS, para
evitar lançamentos a maior ou a menor, com conseqüências tributárias. Até porque em
uma fiscalização a empresa deve apresentar os livros, os quais não podem divergir da
contabilidade.

Para confirmar se os saldos das contas de Receitas estão corretas, deve-se confrontar a
Receita constante no balancete com os Livros de saída de Mercadorias ou Produtos
(ICMS/IPI) e de Serviços (ISS),atendo-se aos grupos:
 5.101 a 5.125; 5.35; 5.401 a 5.405; (no estado)
 6.101 a 6.125; 6.35; 6.401 a 6.405; (interestadual)
 7.101 a 7.125; 7.35; 7.401 a 7.405; (exportação)

Observar que muitos códigos de saídas não são receitas, ex: simples remessa, devolução
de compras, transferências, simples remessa, venda do imobilizado, retorno, doação,
amostra, etc.

Esse é o principal exame, nesse grupo de contas, que deve ser efetuado para não deixar
dúvidas sobre os saldos das contas de receitas.

As contas de devoluções de vendas e vendas canceladas devem ser conferidas com o


Livro de Entrada de Mercadorias, no qual consta código específico.

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Lembrar que o IPI destacado e faturado nas notas fiscais não é computado na base de
cálculo para recolhimento de tributos.

O ICMS, o Pis e a Cofins substituição tributária não são computados na base de cálculo
para recolhimento de tributos;

13.3 Vale pedágio

A correta contabilização do Vale Pedágio, instituído pela Lei 10209/2001, pode permitir
uma redução de custos tributários no frete, tanto para a empresa contratante como para o
transportador da carga.

Isto porque o valor do Vale Pedágio:

1. Não é considerado receita operacional ou rendimento tributável (art. 2 da


Lei 10209/2001).
2. Não constitui base de incidência de contribuições sociais ou
previdenciárias (idem).
3. É despesa dedutível, para fins de apuração do Lucro Real, respeitadas as
normas gerais de dedutibilidade.

Contabilizando-se a despesa ou custo da entrega do Vale Pedágio em conta de resultado,


a empresa contratante deduzirá o mesmo, obtendo economia de até 34% do valor
entregue com o IRPJ e a CSL.

Já o transportador deve contabilizar a recepção em conta redutora de custos ou


despesas operacionais (e não de conta de receitas operacionais, para não pagar PIS,
COFINS, IRPJ e CSL s/Lucro Presumido ou Estimado). Assim, poderá obter uma
economia de até 6,74% sobre o valor recebido, considerando-se como tributada pelo
Lucro Presumido.

Desta forma, a correta contabilização de Vale Pedágio no valor de R$ 100.000,00 em


um ano pode representar menor tributação de até R$ 6.740,00 para o transportador.

13.4 Receitas de contratos com entidades governamentais - diferimento do lucro


Nos contratos de prazo de vigência superior a 12 (doze) meses, qualquer que seja o
prazo de execução de cada unidade, em empreitada ou fornecimento contratado com
pessoa jurídica de direito público, ou empresa sob seu controle, empresa pública,
sociedade de economia mista ou sua subsidiária, o contribuinte poderá diferir a
tributação do lucro, até sua realização, observadas as seguintes normas (Decreto-lei
1.598/77, art. 10, § 3) e IN SRF 21/79:
I – poderá ser excluída do lucro líquido do período de apuração, para efeito de
determinar o lucro real, parcela do lucro da empreitada ou fornecimento computado no
resultado do período de apuração, proporcional à receita dessas operações consideradas
nesse resultado e não recebida até a data do balanço de encerramento do mesmo período
de apuração;
II – a parcela excluída nos termos do inciso I deverá ser computada na determinação do
lucro real do período de apuração em que a receita for recebida.

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Se o contribuinte subcontratar parte da empreitada ou fornecimento, o direito ao


diferimento de que trata este item caberá a ambos, na proporção da sua participação na
receita a receber (Decreto-lei 1.598/77, art. 10, § 4°).
Em síntese, a aplicação desta legislação permite o diferimento do lucro, via LALUR, até
o recebimento da correspondente receita (tributação por “regime de caixa”).
Exemplo:
Valores a receber em 31.12.x2 de entidades governamentais: R$ 950.000,00
Custos e despesas correspondentes ás parcelas de valores a receber em 31.12.x2 das
respectivas entidades governamentais: R$ 450.000,00
Parcela do Lucro a diferir de valores a receber em 31.12.2002: R$ 950.0000,00 menos
R$ 450.000,00 = R$ 500.000,00
Lucro Líquido apurado no Exercício: R$ 1.200.000,00
Resultado tributável pelo IRPJ: R$ 1.200.000,00 – R$ 500.000,00 = R$ 700.000,00
Nota: o valor de R$ 500.000,00, excluído da tributação, deverá ser adicionado (via
LALUR) no período em que a receita for recebida, proporcionalmente á mesma.

13.5 Receitas de contratos a longo prazo

Na apuração do resultado de contratos, com prazo de execução superior a um ano, de


construção por empreitada ou de fornecimento, a preço pré-determinado, de bens ou
serviços a serem produzidos, serão computados em cada período de apuração (Decreto-
lei 1.598/77, art. 10):

I – o custo de construção ou de produção dos bens ou serviços incorridos durante o


período de apuração;
II – parte do preço total da empreitada, ou dos bens ou serviços a serem fornecidos,
determinada mediante aplicação, sobre esse preço total, da percentagem do contrato ou
da produção executada no período de apuração.

A percentagem do contrato ou da produção executada durante o período de apuração


poderá ser determinada (Decreto-lei 1.598/77, art. 10, § 1°):

a) com base na relação entre os custos incorridos no período de apuração e o custo total
estimado da execução da empreitada ou da produção; ou
b) com base em laudo técnico de profissional habilitado, segundo a natureza da
empreitada ou dos bens ou serviços, que certifique a percentagem executada em função
do progresso físico da empreitada ou produção.

Portanto, observe-se que o contribuinte poderá optar por um dos dois critérios.
Naturalmente, fará a adoção do critério que resultar menor valor tributável, para fins de
IRPJ, CSL, PIS, COFINS e ISS.

A receita do período-base deve ser reconhecida de acordo com o andamento da obra,


pela aplicação, sobre o preço pré-fixado, do percentual que indica o estágio em que se
encontra a produção do bem ou serviço na data do balanço.

Exemplificando:

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Determinada empreiteira é contratada para uma obra. O preço pactuado é de R$


10.000.000,00 e o custo estimado de R$ 8.000.000,00. A execução da obra terá a
duração de 26 meses, com início em abril/2002. A empresa é tributada pelo lucro real
trimestral e optou em utilizar como parâmetro para medição o custo incorrido, indicado
na letra “a”.

Desta forma, a receita trimestral será obtida pela seguinte fórmula:

CI/CT x RT, onde:


CI = Custo Incorrido no Trimestre (dado);
CT = Custo Total estimado (8.000.000,00);
RT = Preço Total contratado (10.000.000,00).

O lucro bruto contábil é obtido diminuindo-se da receita contabilizada o custo incorrido.

Trimestre Custo Incorrido Receita Lucro Bruto


Contabilizada Contábil
2.tri/2002 300.000,00 375.000,00 75.000,00
3.tri/2002 650.000,00 812.500,00 162.500,00
4.tri/2002 1.000.000,00 1.250.000,00 250.000,00
1.tri/2003 1.200.000,00 1.500.000,00 300.000,00
2.tri/2003 850.000,00 1.062.500,00 212.500,00
3.tri/2003 1.500.000,00 1.875.000,00 375.000,00
4.tri/2003 500.000,00 625.000,00 125.000,00
1.tri/2004 500.000,00 625.000,00 125.000,00
2.tri/2004 1.400.000,00 1.750.000,00 350.000,00
3.tri/2004 100.000,00 125.000,00 25.000,00
Total 8.000.000,00 10.000.000,00 2.000.000,00

O sistema de contabilização exposto é aplicável para qualquer empresa,


independentemente do contratante ser entidade governamental ou não. Caso o
contratante seja entidade governamental, poderá ainda diferir a tributação até sua
realização (recebimento).

14.CUSTOS E DESPESAS

14.1 CUSTOS

A contabilidade de custos pode ser definida como um conjunto de registros específicos,


baseados em escrituração regular (contábil) e apoiada por elementos de suporte
(planilhas, rateios, cálculos, controles) utilizados para identificar, mensurar e informar
os custos das vendas de produtos, mercadorias e serviços.

Os principais objetivos da Contabilidade de Custos poderiam ser assim resumidos:

1. Permitir a avaliação dos estoques, para atendimento das legislações


comercial e fiscal;

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2. Apurar o custo dos produtos/serviços vendidos (no caso das empresas


comerciais, o custo das mercadorias vendidas);
3. Dar suporte á tomada de decisões gerenciais no tocante a fixação do
preço de venda;
4. Atender a necessidade de controles e informações específicas (como para
o atendimento à legislação fiscal).
5. Embasar orçamentos e projeções financeiras.

14.1.1Custo de produção = (MP + MO + GGF)

A Matéria-Prima (MP), também chamada de Material Direto, representa todo o material


incorporado ao produto que está sendo fabricado, inclusive a embalagem. Neste custo,
computam-se o frete e o transporte, quando pagos pelo adquirente.

A Mão-de-Obra Direta (MO) é representada pelos salários devidos ao pessoal que


trabalha diretamente no produto.

Os Gastos Gerais de Fabricação (GCF), também denominados de Despesas Indiretas de


Fabricação, representam todos os custos relacionados com a produção, necessários à
fabricação, porém, não identificáveis diretamente com a unidade produzida. Como
exemplo, podemos citar os materiais indiretos, a mão de obra de supervisão, aluguéis e
arrendamento mercantil dos bens de produção, o seguro do estabelecimento industrial,
as depreciações das máquinas industriais, energia elétrica, manutenção dos bens,
vigilância, limpeza, etc.

De acordo com a NPC 2 do IBRACON, “Custo é a soma dos gastos incorridos e


necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para trazer
os estoques à sua condição e localização atuais, e compreende todos os gastos incorridos
na sua aquisição ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem vendidos,
transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de serviços que
façam parte do objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma.”

14.1.2 Diferença entre custos e despesas


Custo é um gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou
serviços.
Exemplos:
 Matéria prima utilizada na formação do produto.
 Mão de obra utilizada na execução de serviços, numa empresa do ramo
serviços.
 Gastos gerais de manutenção de equipamentos utilizados na produção.
Despesa: são todos os bens ou serviços consumidos na manutenção de atividades
operacionais e na obtenção de receitas, não vinculadas à produção de bens e serviços.
Exemplos:
 Comissão de representante sobre as vendas efetuadas.
 Folha de pagamento do pessoal administrativo (contabilidade, finanças,
vendas)

14.1.3 Análise nas contas de Custos

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Estas contas registram os custos de bens, serviços ou mercadorias vendidos. Para


maiores detalhamentos sobre a composição dos Custos das Vendas.

As contas de custos estão ligadas diretamente com as contas de estoques, conforme o


critério utilizado para avaliar os estoques aumenta ou diminui o CPV, CSP ou o CMV.

O balancete contábil apresenta os seguintes saldos de contas de custos em 31.12.2005:

Código
Conta Conta
Saldos
Débito Crédito

4.2 Custo de Produção


4.2.1 Departamento Fabril
4.2.1.01 Produtos
4.2.1.01.001 Salários 4.200,00
4.2.1.01.002 13º Salário 477,00
4.2.1.01.003 Férias 634,00
4.2.1.01.004 INSS Salários 1.184,00
4.2.1.01.005 FGTS Salários 357,00
4.2.1.01.006 PAT 1.200,00
4.2.1.01.007 (-) Reembolso PAT 0,00
4.2.1.01.008 Vale Transporte 1.500,00
4.2.1.01.009 (-) Reembolso Vale Transporte 0,00
4.2.1.01.010 Pró labore 2.900,00
4.2.1.01.011 INSS sobre Pró-Labore 580,00
4.2.1.01.012 Matéria-Prima 15.000,00
4.2.1.01.013 Energia elétrica 850,00
4.2.1.01.014 Água 190,00
4.2.1.01.015 Aluguel e Arrendamento 700,00
4.2.1.01.016 Material de consumo 520,00
4.2.1.01.017 Limpeza e conservação 295,00
4.2.1.01.018 Seguros 388,00
4.2.1.01.019 Depreciação 852,00
4.2.1.01.020 Assistência Médica 280,00
4.2.1.01.021 Treinamento 293,00
4.2.1.01.997 Transf. Manutenção

4.2.1.01.998 Transf. Almoxarifado e Expedição


4.2.1.01.999 (-)Transf p/ Estoques

4.2.1.01
TOTAL 32.400,00 0,00

1) 1ª hipótese

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A apuração do custo é coordenada e integrada com a contabilidade, e foram produzidas


no período 1.000 unidades e no estoque encontram-se 85 unidades. Não há estoque de
matérias-primas nem produtos em processo.

Cálculo:
Custo unitário =32.400,00 : 1000 = 32,40
Estoque = 32,40 x 85 unidades = 2.754,00

Então, na conta de estoque deve constar em 31.12.2005, o saldo de R$ 2.754,00,


mediante o seguinte lançamento:

D- Estoque de produtos
C- Custos – ((-)transf. p/ estoques) 2.754,00

O CPV -Custo de produtos vendidos permanece com o saldo de R$ 29.646,00. Igual a


915 unidades x 32,40 = 29.646,00. Também, é o saldo da conta depois da transferência
para o estoque = 32.400,00 – 2.754,00.

2) 2ª hipótese

A empresa, apesar de contabilizar todos os custos, não apura o custo integrado e


coordenado com a contabilidade e apresentou estoque dos seguintes itens:
 100 unidades de produtos acabados;
 30 unidades de produto em processo;
 17 unidades de matéria–prima.
Preço de venda do produto R$ 112,00 por unidade;
Preço de aquisição por unidade da matéria-prima: R$ 15,00 (já deduzida o ICMS e
demais impostos não cumulativos)
Cálculos:

a) Produto acabado

Produtos acabados: 100 x (112,00 x 70%)*


Produtos acabados: 100 x 78,40
Produtos acabados: 7.840,00
*custo arbitrado do produto acabado = 70% do maior valor de venda do produto

Contabilização:
D – Estoque de Produtos acabados
C – Custos – ((-)transf. p/ estoques) 7.840,00

b)Produto em processo ( elaboração)

Produtos em processo: 30 x (112,00 x 70% x 80%)*


Produtos em processo: 30 x (112,00 x 56%)
Produtos em processo: 30 x 62,72
Produtos em processo: 1.881,60
* custo arbitrado do produto em processo é igual 80% de 70% do maior preço de venda = 56%

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Contabilização:
D – Estoque de Produtos em elaboração
C – Custos – ((-)transf. p/ estoques) 1.881,60

c) Matéria- Prima

Matéria-prima: 17 x 15,00*
Matéria-prima: 255,00
* matéria-prima pode ser calcula pelo preço das últimas aquisições menos os impostos não cumulativos.

Contabilização:
D – Estoque de Matérias-primas
C – Custos – ((-)transf. p/ estoques) 255,00

Então, após as transferências para o grupo de Estoque, o Custo dos Produtos que era de
R$ 32.400,00, conforme o balancete acima, ficou com o custo de 22.423,40 (32.400,00
– 7.840,00 -1.881,60 – 255,00).

14.1.4 Revisão nas contas de Custos

Mensalmente, os custos devem manter-se em equilíbrio e coerência com as Receitas.

 somar em cada mês o CPV e o CVM;


 somar mensalmente as receitas com vendas de produtos e mercadorias;
 somar mês a mês os impostos incidentes sobre as vendas (IPI, ICMS,
PIS, Cofins) vendas canceladas e devoluções de vendas;

Aplicar em cada mês a seguinte fórmula

Índice= ( CPV + CMV )


(Receita – Deduções)

Exemplo:

Receitas
Receita de Produtos 3.500.000,00
Receita de Mercadorias 500.000,00
Receita de Exportações Produtos 1.000.000,00
Total das Receitas 5.000.000,00

Deduções da Receita
(-) IPI 400.000,00
(-) ICMS 500.000,00
(-) PIS 26.000,00
(-) Cofins 110.000,00
(-) Devoluções 100.000,00
(-) Vendas canceladas 15.000,00
Total das Deduções 1.151.000,00

Custos

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CPV 1.735.000,00
CMV 245.000,00
Total 1.980.000,00

Fórmula:
Índice= (CPV + CMV )
(Receita – Deduções)
Calculando:

Índice = 1.735.000,00 + 245.000,00


5.000.000,00 - 1.151.000,00
Índice = 1.980.000,00
3.849.000,00
Índice = 51,44%

Ao calcular esse índice, pode-se comparar mês a mês a variação do custo em função da
Receita Líquida (Receita Bruta - impostos - devoluções). No mês em que houver
divergências significativas, deve ser averiguado o motivo da distorção. Por exemplo, em
um determinado mês o CPV/CMV aumenta para 80% da Receita Líquida, sendo que a
média é em torno de 52%, deve ser investigada a situação.

Se a empresa pretende diminuir o lucro ou diminuir o prejuízo, usualmente altera a


valorização do estoque, com a análise pode ser detectado erro ou manipulação relevante
realizada na contabilidade.

14.2 DESPESAS

14.2.1 Classificação das despesas

a)Despesas de vendas e administrativas

As despesas de vendas representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos


produtos da empresa, bem como os riscos assumidos pela venda, tais como:
a) despesas com folha de pagamento da área de vendas;
b) comissões sobre vendas;
c) propaganda e publicidade;
d) gastos com garantia de produtos;
e) utilidades e serviços: transporte, depreciação e manutenção de bens,
energia elétrica, telefone, água.

As despesas administrativas representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou


gestão da empresa, tais como:

a) despesas com o pessoal: salários, gratificações, férias, encargos, assistência


médica, transporte;
b) utilidades e serviços: energia elétrica, água, telefone, fax, correio, seguros;
c) despesas gerais: material de escritório, material de limpeza, viagens,
alimentação, jornais e revistas, despesas legais e judiciais, serviços profissionais
contratados, depreciação e manutenção de bens;
d) impostos e taxas: IPTU, IPVA, ITR, Contribuição Sindical.

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As despesas devem ser consistentes com relação à documentação suporte e à atividade


da empresa, é importante que o Contador visualize, através do Razão Contábil, se não
há distorções nos lançamentos contábeis das despesas ou classificação indevida.

b) Despesas receitas financeiras – resultado financeiro líquido

Nesse grupo são incluídos os juros, os descontos e a atualização monetária pré-fixada,


além de outros tipos de receitas ou despesas, bem como aquelas decorrentes de
aplicações financeiras.

As atualizações monetárias ou variações cambiais de empréstimos são registradas


separadamente no grupo variações monetárias.

b.1) As Despesas Financeiras compreendem:

- descontos concedidos aos clientes pelo pagamento antecipado ou pontual de


duplicatas;
- juros de empréstimos, financiamentos, desconto de títulos e outras operações;
- comissões e despesas bancárias cobradas pelos bancos nas operações de desconto, de
concessão de crédito, etc.
- correção monetária prefixada de empréstimos.

b.2) As Variações Monetárias de Obrigações e Créditos compreendem:

- variação cambial incorrida pela atualização periódica de obrigações ou créditos a


serem pagos ou recebidos em moeda estrangeira;
- atualização monetária que registra as atualizações sobre obrigações ou créditos
sujeitos à cláusula de atualização monetária.

b.3) As Receitas Financeiras compreendem:


 descontos obtidos, decorrentes de pagamentos antecipados de duplicatas
de fornecedores ou outros títulos;
 juros recebidos referentes aos juros cobrados pela empresa de seus
clientes, por atraso de pagamento e outras operações similares;
 receitas de aplicações financeiras que englobam as receitas decorrentes
de aplicações financeiras, correspondentes à diferença entre o valor aplicado e o
valor resgatado, do tipo Certificado de Depósito Bancário (CDB), etc.;
 outras receitas de investimentos temporários.

c) Outras receitas e despesas operacionais

Abrange outras receitas e despesas operacionais decorrentes de atividades acessórias do


objeto da empresa, tais como:

a) lucros e prejuízos em participações societárias;


b) vendas de sucatas ou sobras de estoques.

d) Resultados não operacionais

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Fechamento de Balanço © - 83

Nesse grupo são segregados os resultados não operacionais, ou seja, aqueles decorrentes
de outras operações não ligadas às atividades principais ou acessórias da empresa, tais
como:

a) ganhos e perdas na alienação de investimentos permanentes;


b) ganhos e perdas na alienação de bens e direitos do ativo permanente;
c) ganhos e perdas por desapropriação, baixa por perecimento, extinção, desgaste,
obsolescência de bens do ativo permanente.

e) Provisão de p/Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro

Nessas contas devem ser registrados os valores relativos à Contribuição Social Sobre o
Lucro e do Imposto de Renda devido sobre o resultado ajustado de adições e exclusões
ao Lucro Real:
- a título de Imposto de Renda sobre o lucro calcular uma alíquota de 15% sobre o
resultado e ajustes, acrescido de um adicional de Imposto de Renda de 10%, quando o
lucro tributário ultrapassar a R$ 240.000,00;
- a título de Contribuição Social, calcular a uma alíquota de 9% sobre o resultado
contábil ajustado.

14.2.2 Revisão nas contas de despesas

Selecionar as contas mais relevantes de despesas e pelo razão contábil (o qual pode ser
visualizada na tela do computador) para analisar alguns documentos que julgar
necessário;

Alternativamente, selecionar os documentos de determinado mês para exame quanto a


consistência, verificando também:
 retém NSS das empresas tomadoras de serviço;
 retém o IRRF dos serviços temporários, vigilância, engenharia,
contabilidade, auditoria, etc.;
 retém o IRRF das pessoas físicas;
 retém 11%, referente INSS das pessoas físicas;
 recolhe o INSS patronal sobre pagamentos às pessoas físicas
(autônomos);
 consta nas notas fiscais de despesas o nome da empresa, endereço, CNPJ
e a descrição das despesas

Mediante o balancete de verificação, visualizar contas como despesas diversas, multas


de trânsitos, doações, brindes outras contas que deverão ser adicionadas ao IRPJ e à
CSSL, solicitando o razão contábil e documentação para análise.

Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o
lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções:
1. de qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias
de empregados e de 13º salário, e as provisões técnicas das companhias de
seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja
constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável.

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Fechamento de Balanço © - 84

2. das contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens


móveis ou imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção
ou comercialização dos bens e serviços;
3. de despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo,
conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens
móveis ou imóveis, exceto se intrinsecamente relacionados com a produção ou
comercialização dos bens e serviços;
4. das despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores;
5. das contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear
seguros e planos de saúde, e benefícios complementares assemelhados aos da
previdência social, instituído em favor dos empregados e dirigentes da pessoa
jurídica;
6. das doações;
7. das despesas com brindes.

(Base: art. 13 da Lei 9.249/95)

Outras Despesas indedutíveis

- multas de trânsito;
- pagamentos por mera liberalidade;
- multas de ofício cobradas na autuações fiscais

15. DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS

15.1 Lucros distribuídos aos sócios após o encerramento do exercício

O artigo 10 da Lei nº 9.249/95 dispõe que os lucros ou dividendos calculados com base
nos resultados apurados a partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, não ficarão
sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do
imposto de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliada no País ou no
exterior.

15.2 Lucros distribuídos aos sócios antes do encerramento do exercício

A pessoa jurídica poderá distribuir lucros antecipadamente aos seus sócios antes do
encerramento do exercício social. Para isto deverá levantar balanços intermediários,
semestrais ou em períodos menores, com previsão contratual (para as sociedades
limitadas) ou estatutária (para as sociedades anônimas), observado o disposto no art.
204 da Lei 6.404/1976.

Assim, entendemos que a pessoa jurídica optante pelo lucro real poderá distribuir lucros
aos seus sócios antes do encerramento do exercício com isenção do Imposto de Renda
na Fonte, devendo, no entanto, levantar balanço intermediário com previsão contratual
ou estatutária e desde que tenha apurado lucro contábil suficiente para a distribuição.
Não cumprindo estas condições, será tributado pelo IR Fonte, mediante aplicação da
tabela progressiva vigente no mês do pagamento (art. 620 do RIR/99).

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Fechamento de Balanço © - 85

Resumo: Para a empresa distribuir antecipadamente o lucro deverá constar previsão de


distribuição antecipada de lucros aos sócios no seu contrato social, e manter balancetes
mensais transcritos no Livro Diário, que comprovem que realmente foi apurado lucro.

15.3 A distribuição de lucros apurados não sofre a incidência do INSS de 20%.

Pela redação do Regulamento, referente o inciso II, § 5º do artigo 201, do Decreto


3.048/1999, dada pelo Decreto 4729/2003, são tributáveis os valores totais pagos ou
creditados aos sócios, ainda que a título de antecipação de lucro da pessoa jurídica,
quando não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a
proveniente do capital social ou tratar-se de adiantamento de resultado ainda não
apurado por meio de demonstração de resultado do exercício.

Desta forma, as empresas devem adotar o cuidado de prever, em seus respectivos


contratos sociais, que a sociedade vai apurar a demonstração de resultado do exercício
contábil mensalmente (ou trimestralmente, ou em períodos menores que 12 meses).

Bem como os Balanços/Balancetes Contábeis, com a respectiva demonstração de


resultado, devem ser transcritos no Livro Diário, para comprovar a existência dos lucros
distribuídos. Na prática, para a empresa antecipar o lucro do exercício corrente, o
Contador deverá demonstrar que a empresa obteve o lucro mediante balancete constante
no livro Diário, sendo necessário ainda constar no contrato social previsão de
distribuição de lucro mensal ou período menor que 01 ano.

Em resumo:

Para não incidir INSS sobre O lucro distribuído pelas empresas em geral aos respectivos
sócios, a título de lucros do próprio exercício, não integra a remuneração para efeito de
contribuição previdenciária (20%), desde que seja com base na escrituração contábil e
que conste no contrato social cláusula que fixe a apuração e distribuição de lucros em
períodos menores que 12 meses, sendo tais demonstrações (balanço e resultado)
transcritas no livro diário.

15.4 Distribuição de lucros ou dividendos por pessoa jurídica em débito para com a
Fazenda Nacional

O art. 17 da Lei 11.051/2004, procedeu a alteração no art. 32 da lei nº 4.357/64, dispõe


que as pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, para com a
União e suas autarquias de Previdência e Assistência Social, por falta de recolhimento
de imposto, taxa ou contribuição, no prazo legal, não poderão:
a) distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas; ou
b) dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotista, bem como a seus
diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos;
Multa
A inobservância desta regra importa em multa que será imposta:
a) às pessoas jurídicas que distribuírem ou pagarem bonificações ou remunerações, em
montante igual a 50% (cinqüenta por cento) das quantias distribuídas ou pagas
indevidamente; e

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Fechamento de Balanço © - 86

b) aos diretores e demais membros da administração superior que receberem as


importâncias indevidas, em montante igual a 50% (cinqüenta por cento) dessas
importâncias.
De qualquer forma a multa fica limitada, respectivamente, a 50% (cinqüenta por cento)
do valor total do débito não garantido da pessoa jurídica.

16.COMPENSAÇÕES AO LUCRO REAL - PREJUÍZOS FISCAIS

16.1 Prejuízo fiscal x prejuízo contábil

Quando a legislação refere-se a “prejuízos fiscais”, não se refere ao prejuízo contábil.

Prejuízo Fiscal é aquele apurado no Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR.

Lucro real é o lucro líquido do período de apuração (apurado contabilmente) ajustado


pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo Regulamento
(Decreto-lei 1.598/77, art. 6).

Já o prejuízo contábil é o apurado na escrituração comercial.

Nem sempre, portanto, o prejuízo fiscal será igual ao prejuízo contábil.

Exemplo de prejuízo fiscal, apurado a partir do prejuízo contábil:

Descrição Valor R$
1. Prejuízo Contábil apurado na escrituração (100.000,00)
2. Adições ao Lucro Real – Despesas Não Dedutíveis 10.000,00
3. Exclusões ao Lucro Real – Equivalência Patrimonial Credora 50.000,00
4. Prejuízo Fiscal no Período (1 + 2 – 3) (140.000,00)

Compensações

As compensações referem-se a prejuízos fiscais (lucro real negativo) apurados em


períodos anteriores.

Desta forma, quando a pessoa jurídica obtiver lucro real, este poderá ser “abatido” com
eventuais prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores.

Entretanto, a compensação de tais prejuízos é limitada a 30% (trinta por cento) do lucro
real antes da compensação.

Exemplo:

Descrição Valor R$
1. Lucro Real em 31.12.2004, antes da Compensação de Prejuízos 100.000,00
2. Prejuízos Fiscais Compensáveis 80.000,00
3. Prejuízos Fiscais que poderão ser utilizados, para compensação com o 30.000,00
Lucro Real de 31.12.2004 (1 x 30%)

16.2 Compensação de prejuízos não operacionais

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Fechamento de Balanço © - 87

Para efeito de compensação dos prejuízos não operacionais em períodos-base futuros, a


pessoa jurídica que apurar prejuízo fiscal em algum período-base iniciado a partir de
1996, deverá verificar se ele provém, no todo ou em parte, de resultados negativos não
operacionais.

Considera-se resultado não operacional a diferença, positiva ou negativa, entre o valor


pelo qual o bem ou direito do ativo permanente houver sido alienado e o seu valor
contábil.

Caso sejam apurados, cumulativamente, resultados não operacionais negativos e


prejuízo fiscal, proceder-se-á à seguinte segregação:

a) se o prejuízo fiscal for maior, todo o resultado não operacional negativo será
considerado prejuízo fiscal não operacional e a parcela excedente será considerada
prejuízo fiscal das atividades operacionais;

b) se todo o resultado não operacional negativo for maior ou igual ao prejuízo fiscal,
todo o prejuízo fiscal será considerado não operacional.

Exemplos:

No quadro abaixo são apresentadas as possíveis combinações de resultados operacionais


e não operacionais (valores contábeis), com lucro real, no objetivo de mostrar a
necessidade ou não de separação do prejuízo fiscal, e a correspondente quantificação
deste, na parte “B” do LALUR, de acordo com as instruções das letras “a” e “b” do
parágrafo precedente.

Os valores entre parênteses ( ), correspondem a valores negativos:

Descrição/Valores R$ Hipótese Hipótese 2 Hipótese Hipótese Hipótese 5


1 3 4
Resultado Operacional 100.000 (100.000) (80.00 400.000 (150.000)
0)
Resultado Não (50.00 110.000 10.000 (300.00 (60.000
Operacional 0) 0) )
Lucro/Prejuízo Real * 80.000 10.000 (20.00 (100.00 (200.000
0) 0) )
Parte B do LALUR:
Prejuízo Não Operacional - - - (100.00 (60.000
0) )
Prejuízo Demais - - (20.00 - (140.000
Atividades 0) )

* O Lucro/Prejuízo Real não corresponde, no exemplo, à soma algébrica dos resultados


operacionais e não operacionais. O valor é hipotético, pois omitimos informações sobre
as adições e exclusões.

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O prejuízo não operacional assim apurado deverá ser controlado em folha específica na
parte “B” do LALUR e só poderá ser compensado em período-base subseqüente onde
for apurado resultado não operacional positivo, até o valor deste.

Exemplo 1:

Saldo de prejuízos não operacionais na Parte “B” do LALUR: R$ 100.000


Resultado não operacional positivo, no período-base subseqüente: R$ 30.000
Lucro Real: R$ 80.000
Limite de compensação (30% de R$ 80.000) = R$ 24.000
Lucro Real após a compensação dos prejuízos = R$ 80.000 - R$ 24.000 = R$ 56.000

Exemplo 2:

Saldo de prejuízos não operacionais na Parte “B” do LALUR: R$ 100.000


Saldo de prejuízos operacionais na Parte “B” do LALUR: ZERO
Resultado não operacional negativo, no período-base subseqüente: R$ 20.000
Lucro Real: R$ 80.000
Compensação (não haverá, porque somente é admissível a compensação dos prejuízos
não operacionais quando houver lucro não operacional no período base de
compensação).

Exemplo 3:

Saldo de prejuízos não operacionais na Parte “B” do LALUR: R$ 100.000


Saldo de prejuízos operacionais na Parte “B” do LALUR: ZERO
Resultado não operacional positivo, no período-base subseqüente: R$ 20.000
Lucro Real: R$ 80.000
Limite de compensação (30% de R$ 80.000) = R$ 24.000; entretanto, este valor é
superior ao resultado não operacional positivo, de R$ 20.000, de forma que só poderá
ser compensado este último valor.
Lucro Real após a compensação dos prejuízos = R$ 80.000 - R$ 20.000 = R$ 60.000

O prejuízo referente às atividades operacionais, que será controlado na parte “B” do


LALUR sem a inclusão do prejuízo não operacional, pode ser compensado sem a
análise quanto à composição do lucro. A soma de ambos os prejuízos (operacionais e
não operacionais), a ser compensada, não poderá exceder ao limite de 30% (trinta por
cento) do lucro real antes das compensações, exceto quanto às atividades que não se
sujeitam a tal limite (atividade rural e empresas titulares de programas BEFIEX
aprovados até 03.06.1993).

Contribuição Social sobre o Lucro – não aplicabilidade da segregação de prejuízos


operacionais e não operacionais

Na apuração da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) não se


aplica a segregação dos prejuízos operacionais e não operacionais.

16.3 Compensação de prejuízos: incorporação, fusão e cisão

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Fechamento de Balanço © - 89

A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar
prejuízos fiscais da sucedida (Decreto-Lei 2.341/87, art. 33).

No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus próprios
prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido (Decreto-
Lei 2.341/87, art. 33, parágrafo único).

Nestes casos, em hipótese alguma, a sucessora pode levar para o seu LALUR prejuízos
fiscais apurados na empresa sucedida.

Assim, os prejuízos fiscais que não puderem ser compensados na apuração do lucro real
relativo ao evento, não mais poderão ser aproveitados, exceto no caso de cisão parcial.
Nessa forma de reestruturação de empresas, a pessoa jurídica cindida parcialmente pode
continuar a compensar seus próprios prejuízos, proporcionalmente à parte remanescente
do patrimônio líquido.

16.4 Compensação de prejuízos – tributação pelo lucro presumido e retorno ao


Lucro Real

A pessoa jurídica tributada pelo lucro real, com prejuízo fiscal a compensar, que venha a
optar pelo lucro presumido em período (s) posterior (es), poderá efetuar a compensação
desse prejuízo caso retorne ao lucro real.

16.5 Compensação contábil de prejuízos

A absorção na escrituração comercial de prejuízos contábeis apurados mediante débito à


conta de lucros acumulados, de reservas de lucros ou de capital, ao capital social, ou à
conta de sócios, matriz ou titular de empresa individual, não impede a compensação dos
prejuízos fiscais (PN CST nº 4, de 1981).

17. ADIÇÕES E EXCLUSÕES AO LUCRO REAL

17.1 Livro LALUR

Na determinação do lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do período de


apuração (Decreto-lei 1.598/77, art. 6, § 2):
 Os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e
quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo
com o Regulamento, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real;
 Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não
incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o Regulamento,
devam ser computados na determinação do lucro real.

A determinação da base real exige demonstrações financeiras, ajustando-se o lucro


líquido apurado no Demonstrativo de Resultados, após a CSLL e antes do IR, pelas
adições, exclusões e compensações previstas na legislação.

Livro de apuração do Lucro Real - LALUR

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Os controles de adições, exclusões e compensações do Lucro Real são efetuados em


Livro próprio para isto, chamado "Livro de Apuração do Lucro Real" (LALUR).
Este Livro contém 2 partes:

17.1.1 PARTE "A" - é a parte onde irão discriminados os ajustes, por data, ao Lucro
Real, como: despesas indedutíveis, valores excluídos, e a respectiva Demonstração do
Lucro Real.
Exemplo:
PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO Pág. 15
EXERCÍCIO
DATA H I S T Ó R I C O ADIÇÕES EXCLUSÕES
NATUREZA DOS AJUSTES
05.03.05 Multas registradas Livro Diário, fl. 108 6.438,47
31.05.05 Multas registradas Livro Diário, fl. 115 612,39
29.06.05 Multas registradas Livro Diário, fl. 129 510,68
18.09.05 Multas registradas Livro Diário, fl. 137 5.938,92 13.500,46
30.12..05 Dividendos recebidos registrados Livro Diário, fl. 130 1.744,00

TOTAL ADIÇÕES E EXCLUSÕES 1.744,00


13.500,46

31.12..05 DEMONSTRATIVO DO LUCRO REAL


Período de 01.01.2005 a 31.12..2005
R E S U LTAD O D O P E R Í O D O 15.001,00
ADIÇÕES:
MULTAS
13.500,46

TOTAL DAS ADIÇÕES


13.500,46

EXCLUSÕES:
DIVIDENDOS 1.744,00

TOTAL DAS EXCLUSÕES 1.744,00

LUCRO REAL ANTES DA COMPENSAÇÃO DE 26.757,46


PREJUÍZOS

COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS:

Período base de 2003 (8.027,23)

LUCRO REAL APÓS A COMPENSAÇÃO DE 18.730,23


PREJUÍZOS

31 de Dezembro de 2005,

____________________________(assinatura) ______________________ (assinatura)


Paulo Henrique - Sócio Gerente Daniela Teixeira- Contador CRC .............

Nos casos de redução/suspensão mensal do lucro real através de balanços/balancetes, a


parte A do Lalur deve ser preenchida mensalmente. A parte B do Lalur deve ser
preenchida apenas no último mês do ano.

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Fechamento de Balanço © - 91

17.1.2. PARTE "B" - incluem-se os valores que afetarão o Lucro Real de períodos-base
futuros, como, por exemplo: Prejuízos a Compensar, Depreciação Acelerada
Incentivada, Lucro Inflacionário Acumulado até 31.12.1995, etc.
Exemplo:
PARTE B - CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTES DO Pág. 35
LUCRO LÍQUIDO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
CONTA: PREJUÍZO FISCAL ANO CALENDÁRIO 2003
DATA HISTÓRICO Para efeitos de Correção Controle de Valores
Monetária
Mês de Valor a Coef Débito Crédito Valor D/
Ref. Corrigir . Corrigido C

31.12..03 Prejuízo Fiscal n/ano, cfe. 12..03 * * 23.310,20 23.310,20 C


Página 05 - Parte A, d/livro
31.12..05 Compensação Prejuízo 12..05
com lucro de 2005 8.027,23 15.282,97 C
Nota: os campos com asterisco (*) não são mais preenchidos a partir de 31.12.1995, data da extinção da
correção monetária.

Os valores controlados na parte "B" do Livro de Apuração do Lucro Real, existentes em


31 de dezembro de 1995, somente serão atualizados monetariamente até essa data,
observada a legislação então vigente, ainda que venham a ser adicionados, excluídos ou
compensados em períodos de apuração posteriores (Lei 9.249/95, art. 6).
A atualização dos valores referidos até 31.12.1995 será efetuada tomando-se por base o
valor da UFIR vigente em 1° de janeiro de 1996 – R$ 0.8287 (Lei 9249/95, art. 6,
parágrafo único).

17.2 Adições ao Lucro Real - parte “A” do LALUR

As adições, fundamentalmente, são representadas por despesas contabilizadas e


indedutíveis para a apuração do Lucro Real, como multas indedutíveis, doações,
brindes, etc. No mês em que a empresa suspender ou reduzir o IRPJ, através de
balancetes de suspensão/redução, deverá preencher a parte “A” do LALUR.

Assim, uma empresa que apurou um lucro contábil de R$ 100.000,00, mas contabilizou
despesas não aceitas como redutoras para fins fiscais, de R$ 20.000,00, deverá ajustar o
lucro contábil, via Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), uma vez que este lucro
não pode e não deve ser alterado contabilmente.

Desta forma procede-se a adição ao lucro contábil de R$ 20.000,00, na Parte "A" do


LALUR, o que produz, na prática, um efeito de anulação da despesa contabilizada. Este
ajuste mantém o lucro contábil em R$ 100.000,00, porém, para fins fiscais o aumentará
para R$ 120.000,00, valor equivalente ao que representaria o lucro contábil, caso não
tivessem sido contabilizadas as despesas não dedutíveis.

É de notar que não há, neste caso, nenhuma necessidade de controle a ser efetuado na
Parte "B" do LALUR, pois a despesa é indedutível. O controle na Parte "B" far-se-ia
necessário se a dedutibilidade fosse vinculada a um evento futuro, como por exemplo,
de despesas com a constituição de provisões, que são dedutíveis apenas quando o fato
provisionado ocorrer. Nesta última hipótese, a despesa seria adicionada e anotada na
Parte "B" do LALUR, para ser excluída, quando efetivamente a perda provisionada se
materializasse.

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Fechamento de Balanço © - 92

Algumas adições ao Lucro Real:

1. Os lucros auferidos no exterior, por intermédio de filiais, sucursais,


controladas ou coligadas, referente ao ano-calendário em que tiverem sido
disponibilizados para a pessoa jurídica domiciliada no Brasil (Art. 1, Lei
9.532/97).
2. Os pagamentos efetuados à sociedade civil quando esta for controlada,
direta ou indiretamente, por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes,
controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos, (Decreto-
lei 2.397/87, art. 4).
3. Encargos de depreciação, apropriados contabilmente, correspondentes ao
bem já integralmente depreciado em virtude de gozo de incentivos fiscais
previstos no Regulamento do Imposto de Renda; Exemplo: Parcela da
depreciação acelerada incentivada.
4. Perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas no mesmo dia
(day-trade), realizadas em mercado de renda fixa ou variável (Lei 8.981/95, art.
76, § 3°).
5. Despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores,
ressalvado a hipótese em que são considerados salários indiretos (Lei 9.249/95,
art. 13, inciso IV).
6. Contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e
planos de saúde, e benefícios complementares assemelhados aos da previdência
social, instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica (Lei
9.249/95, art. 13, inciso V).
7. Doações, exceto as expressamente admissíveis como dedutíveis (Lei
9.249/95, art. 13, inciso VI).
8. Despesas com brindes (Lei 9 249/95, art. 13, inciso VII).
9. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (a partir de 1997),
registrado como custo ou despesa operacional (Lei 9.316/96, art. 1 e parágrafo
único).
10. Perdas apuradas nas operações realizadas nos mercados de renda variável
e de swap, que excederem os ganhos auferidos nas mesmas operações (Lei
8.981/95, art. 76, § 4°).
11. Provisões, exceto a provisão de férias, 13º salário e as provisões técnicas
obrigatórias das companhias de seguro e de capitalização e a perda no
recebimento de créditos que estiverem em conformidade com os artigos 9º a 12
da Lei 9.430/96.
12. A parcela realizada da reserva de reavaliação, quando computada no
resultado do exercício e ainda não tributada. Exemplo: a empresa faz a
reavaliação de uma construção e todo o mês contabiliza como despesa a
depreciação sobre o valor reavaliado; assim, a depreciação sobre a reavaliação
do imóvel deve ser adicionada ao lucro.
13. As participações nos lucros atribuídas a administradores e partes
beneficiárias de sua emissão (art. 463 do Regulamento do IR).
14. Saldos do lucro inflacionário acumulado, realizado no período-base.
15. Perda apurada na alienação ou baixa de investimento adquirido mediante
dedução do IRPJ (exemplo: quotas do Finor, Finam). (art.429 RIR/99).
16. Resultado negativo da equivalência patrimonial no capital social de
coligada ou controlada.

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Fechamento de Balanço © - 93

17. Prejuízos de alienação de ações, títulos ou quotas de capital, com deságio


superior a 10% (dez por cento) dos respectivos valores de aquisição, salvo se a
venda houver sido realizada em bolsa de valores ou decorrer de participações
permanentes.
18. Multas por infração a norma legal, tais como multas de trânsito, multas
de ofício (aplicadas na autuação pelo fiscal, não confundir com a multa de mora
pelo pagamento em atraso do tributo, a qual é plenamente dedutível), outra
multas pelo não cumprimento da lei.
19. Valor da variação cambial passiva, amortizada no ativo diferido, que tiver
sido excluída em 2.001 do lucro real (art.2, parágrafo único da Lei 10305/01).
20. Tributos com exigibilidade suspensa (§1º do art.41 da Lei nº 8.981/95).
Devem ser adicionados para fins do Lucro Real os tributos contabilizados em
contas de resultado do período e que foram suspensos por processo
administrativo ou judicial de defesa, com o sem depósito judicial. A lei 8981/95
dispõe as seguintes situações de exigibilidade suspensa do crédito tributário que
devem ser adicionadas ao Lucro Real (Art. 151.-incisos I a IV do CTN);I -
moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os
recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo
;IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
21. Observar que o Imposto de Renda Pessoa Jurídica é indedutível para a
própria base de cálculo.
22. Depreciação de carros de luxo, barcos, apartamentos e outros bens
utilizados pela Diretoria da empresa e que não estejam ligados intrinsecamente
com a atividade da empresa (inciso III art. 13. 9.249/96).
23. Na venda de bens do ativo permanente que foram reavaliados, deve ser
adicionado ao Lucro Real o valor da reserva de reavaliação constante no
Patrimônio Líquido (sendo capitalizada ou não referente ao bem).
24. Perda no recebimento de créditos que NÃO estiverem em conformidade
com os artigos 9º a 12 da Lei 9.430/96.
25. Valores controlados na parte B de Lalur que anteriormente foram
excluídos por previsão legal e que deverão ser adicionados ao lucro real em
função da sua realização. Exemplo: Receitas auferidas de órgãos públicos
superior a 12 meses que foram anteriormente excluídas e devem ser adicionados
por ocasião do recebimento. Para isso, é importante que, antes de concluir as
adições ao lucro real, verificar se no Lalur de anos anteriores consta valores que
devem ser adicionados no exercício.

17.3 Exclusões ao Lucro Real – parte “A” do LALUR

Na determinação do lucro real, poderão ser excluídos do lucro líquido do período de


apuração (Decreto-Lei 1.598/77, art. 6, § 3º):
 Os valores cuja dedução seja autorizada pelo Regulamento e que não
tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração;
 Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos
na apuração do lucro líquido que, de acordo com o Regulamento, não sejam
computados no lucro real;
 O prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitado a
30% (trinta por cento) do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões
previstas no Regulamento, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e

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documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal


utilizado para compensação (Lei 9.065/95, art. 15 e parágrafo único).

Adiante uma lista dos principais valores a serem excluídos, desde que atendido as
particularidades da legislação que regem cada assunto:

1. Parcela de lucro de empreitada ou fornecimento contratado com pessoa jurídica


de direito público, proporcional ao valor da receita não recebida, para contratos
superiores a 12 meses.
2. Ganho de capital auferido na venda de bens do Ativo Permanente para
recebimento do preço após o término do ano-calendário subseqüente ao da
contratação.
3. Lucros e dividendos recebidos de participações societárias.
4. Resultado positivo da avaliação pela equivalência patrimonial.
5. Variações Cambiais Ativas (MP 2158-35, art. 30).
6. Variações Cambiais Passivas – Operações Liquidadas (MP 2158-35, art. 30).
7. Amortização do deságio obtido na aquisição de participações societárias
avaliadas pela equivalência patrimonial, enquanto não baixado o investimento.
8. Encargos financeiros auferidos após 2 meses do vencimento, relativos a créditos
vencidos e não recebidos.
9. Parcelas das perdas apuradas nos mercados de renda variável que excederam os
ganhos auferidos nas mesmas operações, adicionadas ao lucro líquido em período-
base anterior, até o limite dos ganhos e perdas de operações da espécie computados
no período-base.
10. Resultados positivos auferidos pelas sociedades cooperativas que obedecerem ao
disposto na legislação específica.
11. Reversão de Provisões não dedutíveis, adicionadas ao lucro líquido em período
base anterior que tenham sido revertidas a credito do resultado do exercício ou
utilizadas para débito de despesas dedutíveis. Exemplo: Em 31/12/2004, a empresa
provisiona um valor indedutível no Passivo e adiciona ao lucro real, porém no ano
seguinte (2005) estorna a referida provisão, contabilizando um resultado positivo
que gerará IRPJ e CSSL se não for excluído via Lalur.
12. Depreciação acelerada incentivada.
13. Amortização de ágio na aquisição de investimentos relevantes sujeitos á
avaliação pela equivalência patrimonial e baixados no período-base.
14. Aplicações na aquisição de Certificados de Investimentos em projetos de
produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras.
15. Propaganda Eleitoral Gratuita, Lei 9.504, de 30/09/97, exclusão para emissoras
de rádio e televisão que transmitem programa eleitoral gratuito.
16. A partir de 01.01.2003, as pessoas jurídicas poderão deduzir do lucro líquido, na
determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, as despesas operacionais
relativas aos dispêndios realizados com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de
inovação tecnológica de produtos. Base: art. 39 da Lei 10.637/2002. Considera-se
inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem
como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou
processo que implique melhorias incrementais e no efetivo ganho de qualidade ou
produtividade, resultando maior competitividade no mercado.

Para o controle das despesas consideradas indedutíveis, podem ser criadas contas
contábeis específicas, exemplo: multas de trânsito, provisões indedutíveis, etc. Esse

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procedimento facilitará o trabalho das adições e exclusões no final do exercício, até


porque se as despesas não estiverem agrupadas por contas é necessário individualizar e
identificá-las no Lalur, ao invés de apenas citar o nome contábil e o código da conta.

18. ADIÇÕES E EXCLUSÕES À BASE DE CÁLCULO DA CSLL

18.1 ADIÇÕES à apuração da Contribuição Social sobre o Lucro

Na determinação do resultado ajustado, serão adicionados ao lucro líquido do período


de apuração antes da provisão para o IRPJ, conforme artigo 38, IN SRF 390/2004:

1. Os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e


quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo
com a legislação da CSLL, não sejam dedutíveis na determinação do resultado
ajustado;
2. Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não
incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com essa mesma
legislação, devam ser computados na determinação do resultado ajustado;
3. O resultado negativo da avaliação de investimentos pelo valor de
patrimônio líquido;
4. O valor da contrapartida da reavaliação de quaisquer bens, no montante
do aumento do valor dos bens reavaliados que tenha sido efetivamente realizado
no período, se não computado em conta de resultado contábil;
5. O valor de qualquer provisão, exceto as provisões:
a. de férias e 13º salário dos funcionários,
b. técnicas das companhias de seguro e capitalização, entidades de
previdência privada complementar a planos de assistência à saúde;
c. para perda de estoque de livros – art. 8º da Lei 10.753/2003;
6. O valor das seguintes despesas:
a. das contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de
bens móveis ou imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente
com a produção ou comercialização dos bens e serviços;
b. de despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo,
conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com
bens móveis ou imóveis, exceto se intrinsecamente relacionados com a
produção ou comercialização dos bens e serviços;
7. Os ajustes decorrentes da aplicação de métodos de preços de
transferência;
8. A parcela dos lucros, anteriormente excluídos, de contratos de construção
por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou
serviços, celebrados com pessoa jurídica de direito público ou empresa sob o seu
controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, no
período de apuração em que a receita for recebida, ou quando houver o resgate
ou alienação sob qualquer forma de títulos públicos ou Certificados de
Securitização, emitidos especificamente para quitação desses créditos,
observado o disposto em normas específicas;
9. Os prejuízos e perdas incorridos no exterior e computados no resultado;
10. Os lucros disponibilizados no exterior e os rendimentos e ganhos de
capital auferidos no exterior, observado o seguinte:

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a. Os lucros disponibilizados no exterior e os rendimentos e ganhos


de capital auferidos no exterior, excluídos dos resultados dos três
primeiros trimestres, serão adicionados ao lucro contábil para fins de
apuração do resultado ajustado do último trimestre do ano-calendário;
11. O valor dos lucros distribuídos disfarçadamente, de que tratam os arts. 60
a 62 do Decreto-lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, com as alterações do
art. 20 do Decreto-lei nº 2.065, de 26 de outubro de 1983, observadas as mesmas
normas relativas ao IRPJ;
12. As despesas com brindes;
13. O ganho de capital relativo à diferença entre o valor de mercado dos bens
ou direitos e o valor contábil da participação extinta, em razão da devolução da
participação no capital social;
14. O valor relativo às doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente, de que trata o art. 260 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, com
as alterações introduzidas pelo art. 10 da Lei nº 8.242, de 12 de outubro de 1991;
15. O valor relativo às doações e patrocínios a projetos culturais, previstos no
art. 18 da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, com as alterações
introduzidas pelo art. 1º da Lei nº 9.874, de 23 de novembro de 1999 e pelo art.
53 da Medida Provisória nº 2.228-1, de 06 de setembro de 2001;
16. O valor dos juros sobre o capital próprio, pago ou creditado, que exceder
o limite estipulado pela legislação do Imposto de Renda, para sua dedutibilidade;
17. O valor das variações monetárias passivas das obrigações e direitos de
crédito, em função das taxas de câmbio, relativas a operações não liquidadas no
período, salvo na hipótese de opção pelo regime de competência;
18. O valor das variações monetárias ativas das obrigações e direitos de
crédito, em função das taxas de câmbio, que foram excluídas anteriormente em
função do regime caixa, quando da correspondente liquidação da operação.
19. Tributos e contribuições indedutíveis para fins de apuração da CSLL
1. Os tributos e contribuições cuja exigibilidade estejam suspensas em
virtude de:
 depósito, ainda que judicial, do montante integral do crédito
tributário;
 impugnação, reclamação ou recurso, nos termos das leis
reguladoras do processo tributário administrativo;
 concessão de medida liminar em mandado de segurança;
 concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em outras
espécies de ação judicial.
2. Na determinação do resultado ajustado, a pessoa jurídica não poderá
deduzir, como custo ou despesa, o imposto sobre a renda de que for sujeito
passivo como contribuinte ou como responsável. Ou seja, o Imposto de
Renda da empresa é indedutível.
3. O valor da CSLL não poderá ser deduzido na determinação de sua
própria base de cálculo.
4. Não são dedutíveis, como custo ou despesas operacionais, as multas por
infrações fiscais (aplicadas na autuação pelo fiscal, não confundir com a
multa de mora pelo pagamento em atraso do tributo, a qual é plenamente
dedutível), salvo as de natureza compensatória e as impostas por
descumprimento de obrigações tributárias meramente acessórias de que não
resultem falta ou insuficiência de pagamento de tributo.

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5. As multas impostas por transgressões de leis de natureza não tributária


são indedutíveis como custo ou despesas operacionais.

Base: artigos 50, 51, 53 e 57 – IN SRF 390/2004

Também, é vedada a dedução de despesas com a alimentação de sócios, acionistas e


administradores, conforme artigo 13, inciso IV, da Lei 9.249/96.

Com a edição da IN SRF 390/2004 de 30.01.2004, as mesmas regras aplicadas às


adições ao Imposto de Renda são aplicadas à CSLL, com poucas exceções, as quais
estão previstas em lei.

18.2 EXCLUSÕES à base de cálculo da CSLL

Na determinação do resultado ajustado, poderão ser excluídos do lucro líquido do


período de apuração:

1 - os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação da CSLL e que não tenham
sido deduzidos na apuração do lucro líquido.

Como exemplo de tais exclusões: a depreciação incentivada na atividade rural.

2 - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração


do lucro líquido que, de acordo com essa mesma legislação, não devam ser computados
na determinação do resultado ajustado.

Como exemplo de tais exclusões:


a - o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio
líquido;
b - os lucros e dividendos derivados de investimentos no Brasil avaliados pelo
custo de aquisição;
c - o valor da reversão das provisões indedutíveis, anteriormente adicionados na
base de cálculo da CSLL;
d - a parcela dos lucros de contratos de construção por empreitada ou de
fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços, celebrados com
pessoa jurídica de direito público ou empresa sob o seu controle, empresa
pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, computada no lucro
líquido, proporcional à receita dessas operações considerada nesse resultado e
não recebida até a data do balanço de encerramento do período de apuração,
inclusive quando quitados mediante recebimento de títulos públicos ou
Certificados de Securitização, emitidos especificamente para essa finalidade,
observado o disposto em normas específicas;
e - o valor das variações monetárias ativas das obrigações e direitos de crédito,
em função das taxas de câmbio, não liquidadas no período, salvo na hipótese de
opção pelo regime de competência;
f - o valor das variações monetárias passivas das obrigações e direitos de crédito,
em função das taxas de câmbio, que foram adicionadas á CSLL, quando da
correspondente liquidação da operação.

19. LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA FINS DO LUCRO REAL

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19.1 Livros Obrigatórios

1. Livro Diário – art. 258 do RIR/99

Admite-se a escrituração resumida no Diário, por totais que não excedam ao período de
um mês, desde que utilizados livros auxiliares para registro individuado e conservados
os documentos que permitam sua perfeita verificação.

Deverão conter termos de abertura e de encerramento, e ser submetidos à autenticação


no órgão competente do Registro do Comércio, e, quando se tratar de sociedade civil,
no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou no Cartório de Registro de Títulos e
Documentos.

2. Livro Razão – art. 259 do RIR/99

 A escrituração deverá ser individualizada, obedecendo à ordem


cronológica das operações.
 A não manutenção do livro de que trata este artigo, nas condições
determinadas, implicará o arbitramento do lucro da pessoa jurídica.
 Estão dispensados de registro ou autenticação o Livro Razão.

3. Livro de Apuração do Lucro Real (art. 262 e 263 RIR/99)

No LALUR, a pessoa jurídica deverá:


 Lançar os ajustes do lucro líquido do período de apuração;
 Transcrever a demonstração do lucro real;
 Manter os registros de controle de prejuízos fiscais a compensar em
períodos de apuração subseqüentes, do lucro inflacionário a realizar, da
depreciação acelerada incentivada, da exaustão mineral, com base na receita
bruta, bem como dos demais valores que devam influenciar a determinação do
lucro real de períodos de apuração futuros e não constem da escrituração
comercial;
 Manter os registros de controle dos valores excedentes a serem utilizados
no cálculo das deduções nos períodos de apuração subseqüentes, dos dispêndios
com programa de alimentação ao trabalhador, vale-transporte e outros previstos
neste Decreto.

4.Outros Livros Fiscais - art. 260 do RIR/99

A pessoa jurídica, além dos livros de contabilidade previstos em leis e regulamentos,


deverá possuir os seguintes livros:
 Livro Registro de Inventário, registrado na Junta Comercial ou
substituí-lo por outro meio de controle previsto na legislação estadual.
 Livro registro de entradas (compras), registrado na Junta Comercial ou
substituí-lo por outro meio de controle previsto na legislação estadual.
 Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR, não é necessário o
registro deste livro (acima comentado).

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 Livro registro permanente de estoque, para as pessoas jurídicas que


exercerem atividades de compra, venda, incorporação e construção de imóveis,
loteamento ou desmembramento de terrenos para venda;
 Livro Movimentação de Combustíveis, a ser escriturado diariamente
pelo posto revendedor.

19.2 Sistema Escritural Eletrônico (art. 265 e 266 RIR/99)

As pessoas jurídicas que, de acordo com o balanço encerrado no período de apuração


imediatamente anterior, possuírem patrimônio líquido superior a R$ 1.633.072,04 e
utilizarem sistema de processamento eletrônico de dados para registrar negócios e
atividades econômicas, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou
fiscal ficarão obrigadas a manter, em meio magnético ou assemelhado, à disposição da
Secretaria da Receita Federal, os respectivos arquivos e sistemas durante o prazo de
cinco anos.

Por força do art. 72 da Medida Provisória 2158-35/2001, o limite de Patrimônio Líquido


foi eliminado. Isto quer dizer que, independentemente do valor, os arquivos magnéticos
contendo as informações deverão ser mantidos. Assim, mesmo as empresas de diminuto
porte deverão cumprir esta formalidade, a partir da data da publicação da MP
(27.08.2001), exceto as empresas optantes pelo SIMPLES.

A partir de 01.01.2002, as normas de apresentação e especificações técnicas dos arquivos a serem


apresentados foram definidas pelo Ato Declaratório Executivo 5, de 23.10.2001, do Coordenador Geral
de Fiscalização (DOU 1 de 25.10.2001).

O prazo de apresentação dos arquivos de que trata o artigo anterior será de, no mínimo,
vinte dias, podendo ser prorrogado por igual período pela autoridade solicitante.

Penalidade quanto à não apresentação das informações:

Serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de


tributo ou contribuição:
 de 112,5% (cento e doze inteiros e cinco décimos por cento);
 de 225% (duzentos e vinte e cinco por cento), nos casos de evidente
intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 1964,
independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis.

Conforme o disposto no art. 70 da Lei no 9.532, de 1997.

19.3 Hipóteses de arbitramento do lucro por falta de escrituração contábil

O contribuinte que optar pelo lucro Real deverá manter escriturado o Livro Diário com
as respectivas demonstrações financeiras, Livro Razão, Livro de Inventário, Livro de
Apuração do Lucro Real – Lalur, arquivo magnético da Contabilidade dos últimos 05
anos, senão poderá ter seu lucro arbitrado, conforme artigo 530 do RIR/99.

Multas de lançamento de ofício sobre o arbitramento

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Fechamento de Balanço © - 100

Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas


sobre a totalidade ou diferença de imposto (Lei nº 9.430, de 1996, art. 44):

 75% nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou


recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória,
de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do
inciso seguinte;
 150%, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos artigos. 71,
72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964, independentemente de outras penalidades
administrativas ou criminais cabíveis.

19.4 Livros fiscais obrigatórios em função da Legislação do ISS, ICMS e IPI

a) ICMS e IPI

Livro Modelo Usuário

Entradas 1 Contribuinte do IPI e do ICMS


Entradas 1-A Contribuinte do ICMS
Saídas 2 Contribuinte do IPI e do ICMS
Saída 2-A Contribuinte do ICMS
Controle de Produção e estoque 3 Estabelecimentos industriais
Selo especial de controle 4 Produtores – cigarro, bebidas, relógio dentre
outros
Impressão de Documentos 5 Estabelecimentos que confeccionam
Fiscais documentos fiscais para terceiros e uso
próprio
Utilização de documentos e 6 Estabelecimentos comerciais e industriais
Termo de ocorrência
Inventário 7 Estabelecimentos comerciais e industriais
Apuração do IPI 8 Estabelecimentos industriais e equiparados
Apuração do ICMS 9 Estabelecimentos industriais e comerciais
Controle de crédito do ICMS do Estabelecimentos industriais e comerciais
Ativo Permanente – CIAP

b)ISS

- Livro de Registro de notas fiscais de serviços prestados


- Livro de Registro de notas fiscais-faturas de serviços prestados
- Livro de Registro de Movimento diário de ingressos em diversões públicas
- Livro de Registro de recebimento de impressos fiscais e termos de ocorrências
- Livro de Registro de documentos fiscais

20. OMISSÃO DE RECEITA

20.1 Saldo Credor de Caixa, Falta de Escrituração de Pagamento, Manutenção no


Passivo de Obrigações Pagas e Falta de Comprovação do Passivo

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Fechamento de Balanço © - 101

Caracteriza-se como omissão no registro de receita, ressalvada ao contribuinte a prova


da improcedência da presunção, a ocorrência das seguintes hipóteses:
 A indicação na escrituração de saldo credor de caixa;
 A falta de escrituração de pagamentos efetuados;
 A manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade
não seja comprovada.
Notas:

O saldo credor de caixa (caixa negativo) é indício lógico de falta de escrituração de


receitas.
A falta do registro de custos, despesas, pagamentos pela aquisição de bens permanentes ou de direitos de
qualquer natureza, admite a presunção de omissão de receitas, pois a ausência do registro faz pressupor
que este foi efetuado com dinheiro á margem da contabilidade.
O chamado "passivo fictício" tem seu fundamento na seguinte lógica: pagam-se, por
exemplo, duplicatas a fornecedores com dinheiro do "caixa dois". Como não há saldo
de caixa (contábil) suficiente, não se procede a baixa porque ocorreria o “estouro do
caixa” contábil (saldo credor de caixa). Desta forma, mantém-se o passivo pendente de
registro, embora pago, baixando-o quando o caixa contábil apresenta condições. A
forma de identificar o passivo fictício mais comumente encontrado nas empresas é
comparar o saldo da conta fornecedores, existente na data do balanço, com as
duplicatas representativas deste saldo. Pela análise da data da quitação verifica-se a
ocorrência ou não de passivo fictício, ou seja, as duplicatas quitadas antes do balanço,
ainda pendentes contabilmente, representam passivo fictício.

20.2 Suprimentos de Caixa

Provada a omissão de receita, por indícios na escrituração do contribuinte ou qualquer


outro elemento de prova, a autoridade tributária poderá arbitrá-la com base no valor dos
recursos de caixa fornecidos à empresa por administradores, sócios da sociedade não
anônima, titular da empresa individual, ou pelo acionista controlador da companhia, se a
efetividade da entrega e a origem dos recursos não forem comprovadamente
demonstradas (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 12, § 3º, e Decreto-Lei nº 1.648, de
18 de dezembro de 1978, art. 1º, inciso II).

Nota: a presunção de omissão de receita, neste caso, tem seu fundamento na idéia de que o “caixa dois”,
suprido por receita omitida da contabilidade, vem abastecer o caixa contábil, quando este necessita de
recursos. Assim, simula-se um suprimento do caixa, cuja origem estaria na pessoa do sócio. Quando
algum sócio assim proceder, é importante que estes recursos sejam perfeitamente identificáveis,
especialmente quanto à origem. Recomenda-se repassar o dinheiro emprestado para a empresa por cheque
ou transferência eletrônica de fundos. Assim, fica inquestionável a origem e a efetividade do suprimento
de caixa, via operação bancária.

20.3 Falta de Emissão de Nota Fiscal

Caracteriza omissão de receita ou de rendimentos, inclusive ganhos de capital, a falta de


emissão de nota fiscal, recibo ou documento equivalente, no momento da efetivação das
operações de venda de mercadorias, prestação de serviços, operações de alienação de
bens móveis, locação de bens móveis e imóveis ou quaisquer outras transações
realizadas com bens ou serviços, bem como a sua emissão com valor inferior ao da
operação.

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Fechamento de Balanço © - 102

Nota: pede-se identificar a falta de emissão de documentos fiscais através do seguinte procedimento:
contagem dos valores disponíveis no caixa, em moeda, cheques ou depósitos efetuados no dia; na
seqüência compara-se tais valores com as Notas Fiscais ou documentos equivalentes emitidos no dia,
identificando, assim a falta de emissão destes. Evidentemente, devem ser considerados os saldos de caixa
de dias anteriores. Outra forma de comprovar é mediante o exame de duplicatas cobradas, em carteira ou
em cobrança bancária sem respaldo equivalente em notas fiscais.

20.4 Arbitramento da Receita por Indícios de Omissão

Verificada por indícios a omissão de receita, a autoridade tributária poderá, para efeito
de determinação da base de cálculo sujeita à incidência do imposto, arbitrar a receita do
contribuinte, tomando por base as receitas, apuradas em procedimento fiscal,
correspondentes ao movimento diário das vendas, da prestação de serviços e de
quaisquer outras operações .

É facultado à autoridade tributária utilizar, para efeito de arbitramento, outros métodos


de determinação da receita quando constatado qualquer artifício utilizado pelo
contribuinte visando a frustrar a apuração da receita efetiva do seu estabelecimento.

Nota: entendemos que as disposições são muito frágeis para sustentar um lançamento em razão da grande
quantidade de fatores que podem deturpar a amostragem colhida no curto espaço de tempo previsto no
parágrafo 1° do art. 284. Por exemplo, se a amostragem for utilizada no comércio, ás vésperas do Natal,
dia das mães, etc. em que o movimento comercial é significativamente maior do que nos demais dias.

20.5 Levantamento Quantitativo por Espécie

A omissão de receita poderá, também, ser determinada a partir de levantamento por


espécie de quantidade de matérias-primas e produtos intermediários utilizados no
processo produtivo da pessoa jurídica .

Nota: a diferença de controle quantitativo ocorre quando o controle de estoques (se houver) acusar
diferenças. Por exemplo: comprou-se 100 unidades da mercadoria Y, vendeu-se 40, mas no estoque estão
apenas 10. A diferença tributável é de 100 - 40 - 10 = 50.

Mas é importante frisar que, nos estabelecimentos industriais, sempre há alguma perda de material ou
refugo, que poderá distorcer esta análise (vide artigo 291 deste Regulamento).

20.6 Depósitos Bancários

Caracterizam-se também como omissão de receita os valores creditados em conta de


depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais
o titular, pessoa jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante
documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.

Nota: a situação mais comum é a existência de contas bancárias não contabilizadas, em nome da pessoa
jurídica. Como não estão registrados, os valores de depósitos ou créditos nas respectivas contas
dificilmente podem ter sua origem comprovada. Daí a presunção de omissão de receita.

20.7 Tratamento Tributário


Verificada a omissão de receita, a autoridade determinará o valor do imposto e do
adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver
submetida a pessoa jurídica no período de apuração a que corresponder a omissão.

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Base Legal: artigos 281 a 288 do RIR/99

21. PAT – PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR

As empresas que firmarem o termo de adesão a partir de 2.000 não precisam renovar o
formulário, no entanto, aquelas que o fizeram antes, devem renovar o mesmo, que a
partir dessa renovação será válido por prazo indeterminado, conforme art. 10 da Lei
9.532/97 e art. 2 da Portaria SIT 3/2002.

a) Limite em função do Imposto devido

A dedução direta no imposto, relativa ao incentivo ao PAT, fica limitada a 4%


(QUATRO POR CENTO), do Imposto de Renda (sem a inclusão do adicional).

Exemplo:
Valor do IRPJ (sem adicional*) devido: R$ 120.000,00
Limite de dedução do PAT: 4% de R$ 120.000,00 = R$ 4.800,00
*O cálculo deve ser feito sem considerar o adicional do imposto de renda de 10%

Além disso, a dedução fica limitada a 4% do imposto devido (também sem a inclusão
do adicional), se for pleiteada em conjunto com o incentivo relativo a Programas de
Desenvolvimento Tecnológico Industrial/Agropecuário (PDTI/PDTA).

b) Limite em função das Refeições servidas

Para efeito de utilização do incentivo fiscal a Programas de Alimentação do Trabalhador


(PAT), o custo máximo por refeição é de R$ 1,99.

Aplicando-se sobre a base do incentivo (R$ 1,99) a alíquota do Imposto de Renda


(15%), encontra-se o limite dedutível por refeição (R$ 0,2985).

Base: artigo 2, parágrafo 2 da IN SRF 267/2002.

Para calcular o valor a ser deduzido do imposto de renda, verifica-se os dois limites
acima citados e utilizar o de menor valor.

Exemplo 1:
Mês de janeiro/2005
Valor do imposto de renda: 40.000,00* x 4% (limite PAT) = 1.600,00
Refeições servidas no mês: 2.500 x 1,99 (valor por refeição) x 15%
Refeições servidas no mês: 4.975,00 x 15% = 746,25
No mês de janeiro/2005, é permitida a dedução do I.R., a título de PAT, o menor valor
dos limites acima, ou seja, R$ 746,25
* sem considerar o adicional de I.R. de 10%

Exemplo 2:
Mês de janeiro/2005
Valor do imposto de renda: 40.000,00* x 4% (limite PAT) = 1.600,00
Refeições servidas no mês: 6.000 x 1,99 (valor por refeição) x 15%
Refeições servidas no mês: 11.940.00 x 15% = 1.791,00

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Fechamento de Balanço © - 104

No mês de janeiro/2005, é permitida a dedução do I.R., a título de PAT, o menor valor


dos limites acima, ou seja, 1.600,00. O excedente poderá ser aproveitado nos meses
seguintes, desde que observado
* sem considerar o adicional de I.R. de 10%

Serão consideradas refeições diárias:


 As refeições principais (almoço, jantar, ceia) deverão conter 1.400
calorias cada uma, admitindo-se uma redução para 1.200 calorias, no caso de
atividade leve, ou acréscimo para 1.600 calorias, no caso de atividade intensa.
 Desjejum e merenda deverão conter um mínimo de trezentas calorias e
6% de percentual protéico-calórico (NDpCal), cada um;

Independentemente da modalidade adotada. a pessoa jurídica poderá oferecer aos seus


trabalhadores uma ou mais refeições diárias.

Nota:
Importante salientar que o desjejum (lanche), também poderá ser considerado como
refeição, para fins do cálculo do número de refeições do PAT.

Base: art. 5 Portaria SIT 3/2002.

O número de refeições vão se acumulando durante o exercício. Exemplo: a empresa


levanta um balancete de suspensão/redução em 31.10.2005, para fins de dedução do
PAT, deverão ser somadas todas as refeições fornecidas no período de 01.01 a
31.10.2005 e computadas para fins de dedução do Imposto de Renda.

22. DEPRECIAÇÃO ACELERADA INCENTIVADA - CRÉDITO DA CSLL, PIS


E COFINS

A Lei 11.051/2004 criou o desconto de crédito na apuração da Contribuição Social


sobre o Lucro Líquido - CSLL e da Contribuição para o PIS e COFINS não-
cumulativas.

Os referidos benefícios aplicam-se tão somente às pessoas jurídicas tributadas com base
no lucro real.

a) Desconto na CSLL
As pessoas jurídicas, tributadas com base no lucro real, poderão utilizar crédito relativo
à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à razão de 25% por cento sobre a
depreciação contábil de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos,
relacionados em ato do Poder Executivo, adquiridos entre 1o de outubro de 2004 e 31
de dezembro de 2006 (data fixada pelo art. 35 da Lei 11.196/2005), destinados ao ativo
imobilizado e empregados em processo industrial do adquirente.

Os bens alvo do referido incentivo são aqueles relacionados nos Decretos 4.955/2004, e
5.173/2004, conforme Decreto 5.222/2004.
O crédito será deduzido do valor da CSLL apurada, no regime trimestral ou anual.

Exemplo:
Depreciação de máquinas – valor contabilizado R$ 1.000,00

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Crédito da CSLL = R$ 1.000,00 x 25% = R$ 250,00


CSLL apurada: R$ 2.000,00
CSLL a recolher: R$ 2.000,00 – R$ 250,00 = R$ 1.750,00

b) Limite
A utilização do crédito está limitada ao saldo da CSLL a pagar não gerando a parcela
excedente, em qualquer hipótese, direito à restituição, compensação, ressarcimento ou
aproveitamento em períodos de apuração posteriores.
Exemplo:
a) Crédito da CSLL R$ 500,00
b) CSLL apurada no mesmo período do crédito da CSLL acima: R$ 300,00
Neste exemplo, o crédito da CSLL será de R$ 300,00, pois é o menor valor entre o
crédito (a) e a CSLL apurada (b).

c) Estimativa mensal
Será admitida a utilização do crédito no pagamento mensal por estimativa.
O crédito a ser efetivamente utilizado está limitado à CSLL apurada no encerramento do
período de apuração.

d) Vedação
É vedada a utilização do crédito da CSLL, tanto na apuração anual ou trimestral quanto
no pagamento por estimativa, na hipótese de a pessoa jurídica não compensar base de
cálculo negativa de períodos anteriores existente ou o fizer em valor inferior ao
admitido na legislação.

e) Período de vigência do crédito


As pessoas jurídicas poderão se beneficiar do crédito a partir do mês em que o bem
entrar em operação até o final do quarto ano-calendário subseqüente àquele a que se
referir o mencionado mês.

f) Reversão
A partir do ano-calendário subseqüente ao término do período de gozo do benefício,
deverá ser adicionado à CSLL devida o valor utilizado a título de crédito em função dos
anos-calendário de gozo do benefício e do regime de apuração da CSLL.
A parcela a ser adicionada será devida pelo seu valor integral, ainda que a pessoa
jurídica apure, no período, base de cálculo negativa da CSLL.

Exemplo 1:
Dedução de créditos da CSLL de 2004 a 2008, relativo a máquina incentivada: R$
25.000,00.
Número de anos de gozo do benefício: 5 (considerando-se que houve fruição do
desconto em todos os anos)
Valor da reversão: R$ 25.000,00 : 5 = R$ 5.000,00/ano.
Por ocasião da apuração da CSLL devida no primeiro período do ano de 2009, apurou-
se CSLL devida de R$ 1.000,00.
Então, a CSLL a pagar será de:
R$ 5.000,00 (adição da CSLL no período) mais R$ 1.000,00 (CSLL devida no período
de apuração) = R$ 6.000,00.

Exemplo 2:

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Dedução de créditos da CSLL de 2004 a 2008, relativo a máquina incentivada: R$


10.000,00
Número de anos de gozo do benefício: 5 (considerando-se que houve fruição do
desconto em todos os anos)
Valor da reversão: R$ 10.000,00 : 5 = R$ 2.000,00/ano.
Por ocasião da apuração da CSLL devida no primeiro período do ano de 2009, apurou-
se base de cálculo negativa da CSLL.
Então, a CSLL a pagar será de:
R$ 2.000,00 (adição da CSLL no período) mais R$ 0 - zero (CSLL devida no período de
apuração, por existência de base de cálculo negativa) = R$ 2.000,00.

g) Mudança de regime de tributação


A pessoa jurídica que deixar de ser tributada com base no lucro real deverá adicionar os
créditos da CSLL, aproveitados anteriormente, à CSLL devida relativa ao primeiro
período de apuração do novo regime de tributação adotado.
Na hipótese de a pessoa jurídica vir a optar pelo Sistema Integrado de Pagamento de
Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(SIMPLES), o crédito, aproveitado anteriormente, deverá ser recolhido em separado, em
quota única, até o último dia útil de janeiro do ano-calendário a que corresponderem os
efeitos dessa opção.

h) Desconto no PIS e Cofins não cumulativos


As pessoas jurídicas que adquirirem bens incentivados poderão utilizar desconto, pelo
prazo de 2 anos, no PIS e COFINS, apurados de forma não cumulativa (Leis
10.637/2002 e 10.833/2003).
Os créditos serão apurados mediante a aplicação, a cada mês, das alíquotas do PIS e
COFINS, sobre o valor correspondente a um 1/24 (um vinte e quatro avos) do custo de
aquisição do bem.
O disposto aplica-se às aquisições efetuadas após 1o de outubro de 2004.
Exemplo:
Custo de aquisição do bem incentivado, adquirido em 04.10.2004: R$ 100.000,00
Cálculo da parcela mensal:
Para o PIS: R$ 100.000,00 x 1/24 x 1,65% = R$ 68,75
Para a COFINS: R$ 100.000,00 x 1/24 x 7,6% = R$ 316,67.

PARTE II – LUCRO PRESUMIDO

LUCRO PRESUMIDO

23. ASPECTOS GERAIS LUCRO PRESUMIDO

23.1 Momento de opção pelo regime de tributação

A opção pelo Lucro Real Anual, Lucro Real Trimestral ou Lucro Presumido será
manifestado pelo pagamento da 1ª quota de qualquer um dos regimes, mediante DARF,
sendo que a legislação não permite mudar a forma de tributação durante o ano-
calendário (art.13, Lei 9.718/98).

Por isso, é de extrema importância fazer uma análise detalhada de qual é a melhor forma
de tributação, antes do pagamento da 1ª quota do Imposto, pois se a empresa optou pelo

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Lucro Real (anual ou trimestral) não poderá modificar no ano-calendário para o Lucro
Presumido e vice-versa. Lembrando que a opção feita para o Imposto de Renda deve ser
a mesma para a Contribuição Social sobre o Lucro.

23.2 Opção pelo Lucro Presumido

Para realizar a opção pelo lucro presumido deve ser feito um estudo detalhado sobre a
lucratividade, sendo que o lucro da atividade da empresa deve ser seguramente maior
que o Lucro Presumido pela legislação.

A empresa deve ficar atenta que os ganhos de capital, receita financeira, descontos
obtidos e demais receitas não tem redução do percentual da base de cálculo, devendo ser
calculado o Imposto de Renda sobre a totalidade.

A opção pelo Lucro Presumido se dá mediante o pagamento da DARF, código Lucro


Presumido, sendo que durante o ano-calendário não pode alterar a opção para o Lucro
Real (art.13, Lei 9.718/98).Assim, mesmo que a empresa tenha prejuízo na sua
atividade deve pagar o IRPJ e a CSSL nos quatro trimestres do ano em que optou pelo
presumido.

Não poderão optar pelo Lucro Presumido, por serem obrigadas a apurar o Lucro Real,
conforme art. 14 da Lei 9.718/98, as seguintes empresas:

a) cuja receita total, no ano calendário anterior, seja superior a R$ 48.000.000,00, ou


proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses;
b) cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas;
c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à
isenção ou redução do imposto;
e) que, no decorrer do ano calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime
de estimativa, inclusive mediante balanço ou balancete de suspensão ou redução do
imposto;
f) cuja atividade seja de “factoring”.

23.3 Cálculo do PIS e COFINS influenciam na escolha da tributação mais


favorável à empresa

Outro fator importante para discernir qual a melhor opção de tributação, se é pelo lucro
real ou pelo presumido, é o pagamento das contribuições para o PIS e a COFINS.

Se a pessoa jurídica optar pelo lucro presumido, permanece recolhendo os percentuais


de 0,65% -PIS e 3,0% - COFINS, conforme art. 8º da lei 10.637/20002 e art. 10 da lei
10.833/2003.

Se, no entanto, a pessoa jurídica optar pelo lucro real, deverá recolher o PIS e a
COFINS, às alíquotas de 1,65% e 7,60%, destarte aproveitam os créditos na aquisição
das mercadorias e serviços, o chamado de PIS e COFINS não cumulativos, conforme
determinam as leis 10.637/2002 e 10.833/2003.

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Ocorre, na maioria das vezes, devido a restrição de créditos imposta pela Receita
Federal, houve aumento na tributação dos respectivos tributos, elevando
significativamente o recolhimento pelo regime não cumulativo.

Conforme a atividade empresarial, mesmo sendo mais vantajosa a opção pelo lucro real,
esta opção fica inviabilizada pelo aumento do PIS e COFINS. Entretanto não é regra, e
sim mais um fator a ser estudado para verificar a melhor forma de economizar tributos.

23.4 Base de cálculo do imposto

A base de cálculo do Imposto de Renda das empresas tributadas pelo Lucro Presumido,
em cada trimestre (31/mar.,30/jun., 30/set. e 31/dez.), será determinada mediante a
aplicação dos percentuais fixados no art. 15 da Lei 9.249/95, de acordo com a atividade
da pessoa jurídica, sobre a receita bruta auferida no trimestre, sendo o resultado
acrescido de outras receitas, rendimentos e ganho de capital (art.25, Lei 4.930/96). O
Imposto retido na fonte será considerado como antecipação do devido no trimestre.

Os coeficientes fixados pelo art.15, da Lei nº 9,249/95 para a aplicação sobre a receita
bruta da atividade são:

I- 8% na venda de mercadorias e produtos;


II- 1,6% na revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo,
álcool etílico carburante e gás natural;
III-16% na prestação de serviços de transporte, exceto o de cargas que é 8%;
IV- 16% na prestação de serviços em geral pelas pessoas jurídicas com
receita bruta anual até R$ 120.000,00, exceto serviços hospitalares, de
transporte e de profissões regulamentadas (art. 40, Lei nº 9.250/95);
V- 32% na prestação de serviços;
VI-8% na venda de imóveis de empresas cm esse objeto social (art.32,
parágrafo 7º, da IN SRF 93/97)

Observação: As demais receitas (juros aplicações financeiras, descontos obtidos, etc.) e


ganhos de capital comporão a base de cálculo sem qualquer redução (100% do valor).

Exemplo 1:

Uma empresa comercial teve as seguintes receitas com a revenda de mercadorias e


rendimentos de juros e descontos obtidos:

Mês/ano Valor R$
Janeiro/2.003 30.000,00
Fevereiro/2.003 80.000,00
Março/2.003 90.000,00
TOTAL RECEITA BRUTA 1o TRIMESTRE 200.000,00
Março/2003 – Juros recebidos 2.000,00
TOTAL: OUTRAS RECEITAS NO TRIMESTRE 2.000,00

A base de cálculo do trimestre será de R$ 200.000,00 x 8% (percentual aplicável para


revenda de mercadorias) = R$ 16.000,00 + 2.000,00 (juros recebidos)= R$ 18.000,00.

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23.5 Valores acrescidos à Base de Cálculo

Os valores correspondentes aos demais resultados e ganhos de capital, assim


considerados (os itens abaixo serão acrescidos em 100% ao valor da base de cálculo do
lucro presumido):
1. Os ganhos de capital, nas alienações de bens e direitos, inclusive de
aplicações em ouro não caracterizado como ativo financeiro. O ganho
corresponde à diferença positiva verificada, no mês, entre o valor da alienação e
o respectivo custo de aquisição, diminuído dos encargos de depreciação,
amortização ou exaustão acumulada, ainda que a empresa não mantenha
escrituração contábil.
2. Os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias
permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações
calendário seguinte ao de suas aquisições.
3. Os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens ou
direitos.
4. Os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre
pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas.
5. Os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em
bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão.
Exemplo Apuração de Ganho de Capital:
Venda de um Veículo = R$ 40.000,00
Custo de Aquisição = R$ 50.000,00
Depreciação = R$ 25.000,00
Ganho de Capital = 40.000,00 – (50.000,00 –25.000)
Ganho de Capital = 40.000,00 – 25.000,00 =
Ganho de Capital = 15.000,00 -> acrescido à base de cálculo

6. A receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da


pessoa jurídica.
7. Os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente,
relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados;
8. As variações monetárias ativas.
9. Dos rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras
de renda fixa e de renda variável.
10. Dos juros sobre o capital próprio auferidos.
11. Dos valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive
com perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar
não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime
de tributação com base no lucro real, ou que se refiram ao período no qual não
tenha se submetido a esse regime de tributação.
12. As multas ou qualquer outra vantagem recebida ou creditada, ainda que a
título de indenização, em virtude de rescisão de contrato.
13. O saldo dos valores cuja tributação tenha sido diferida de períodos de
apuração anteriores (Lei nº 9.430 de 1996, art. 54).

Exemplo de Cálculo Lucro Presumido com as demais receitas:


Faturamento do trimestre: R$ 2.000.000,00

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Juros aplicação financeira R$ 2.500,00


Ganho de Capital R$ 25.000,00
Juros Selic R$ 3.000,00
Atividade Comércio

Descrição Dados Base de cálculo

Faturamento 2.000.000,00 x 8% 160.000,00


Juros aplicação financeira 2.500,00
Ganho de capital 25.000,00
Juros Selic 3.000,00
Total Base de Cálculo 190.500,00

23.6 Alíquota e adicional

A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à alíquota de
15% (quinze por cento) sobre o Lucro Real, Presumido ou Arbitrado, apurado de
conformidade com o Regulamento.

Adicional

A parcela do Lucro Real, Presumido ou Arbitrado que exceder ao valor resultante da


multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo
período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10%.

O adicional de que trata este item será pago juntamente com o imposto de renda
apurado pela aplicação da alíquota geral de 15%.

Exemplo:

Descrição Dados Base de cálculo

Cálculo Imposto de Renda


Base de cálculo Mesma do exemplo anterior 190.500,00
Alíquota 15%
Imposto de Renda 28.575,00

Cálculo do Adicional I.R. 190.500,00


Redução 20.000,00 mensal x 3 meses* (60.000,00)
Base cálculo Adicional I.R. 130.500,00
Alíquota 10%
Adicional I.R. 13.050,00

Total imposto a pagar:


Imposto de Renda 28.575,00
Adicional IR 13.050,00
Total Imposto Renda a Pagar 41.625,00
* o cálculo está sendo feito em função de um trimestre

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23.7 Contribuição social sobre o Lucro Presumido – base de cálculo e alíquotas

23.7.1 Base de cálculo

As empresas que optarem pelo pagamento do IRPJ – Lucro Presumido deverão também
pagar a CSLL pelo mesmo critério (art. 28 Lei 9430/96). A Receita Federal editou
normas sobre a CSLL constantes na IN SRF nº 390 de 30/01/2004.
A base de cálculo corresponderá ao somatório trimestral dos seguintes valores:

4. 12% da receita bruta da venda de mercadorias e/ou prestação de serviços


(art.20 lei nº 9.249/95), exceto em relação aos fatos geradores ocorridos a partir
de 01.09.2003 para empresas de serviços (veja tópico mais adiante).
5. Ganhos de capital (lucros) obtidos na alienação de bens do ativo
permanente e de aplicações em ouro não caracterizado como ativo financeiro.
6. Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de
operações financeiras de renda variável (ações, swap, etc.).
7. Demais receitas e resultados positivos não abrangidos anteriormente
(como juros e descontos obtidos, aluguéis, etc.), inclusive juros remuneratórios
do capital próprio, recebido pela empresa da qual seja sócia ou acionista.

Base de cálculo da CSLL – a partir de 01.09.2003

A partir de 01.09.2003, por força do art. 22 da Lei 10684/2003, a base de cálculo da


CSLL, devida pelas pessoas jurídicas optantes pela sistemática de recolhimento mensal
(estimativa) corresponderá a:
1. 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços
hospitalares e de transporte;
2. 32% para:
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de
transporte;
b) intermediação de negócios;
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de
qualquer natureza;
d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis
a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

23.7.2 Alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro


 a partir de 01.02.2000 a alíquota é de 9% (nove por cento).

Exemplo:

Exemplo de Cálculo Lucro Presumido com as demais receitas:


Faturamento do trimestre: R$ 2.000.000,00
Juros aplicação financeira R$ 2.500,00
Ganho de Capital R$ 25.000,00
Juros Selic R$ 3.000,00
Atividade Comércio

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Descrição Dados Base de cálculo

Faturamento 2.000.000,00 x 12% 240.000,00


Juros aplicação financeira 2.500,00
Ganho de capital 25.000,00
Juros Selic 3.000,00
Total Base de Cálculo 270.500,00
Alíquota 9%
Valor da CSLL a pagar 24.345,00

24. PROCEDIMENTOS PARA A APURAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO

24.1 Conferência das Receitas com os livros fiscais

Para confirmar se os saldos das contas de Receitas estão corretas, deve-se confrontar a
Receita constante no balancete com os Livros de saída de Mercadorias ou Produtos
(ICMS/IPI) e de Serviços (ISS),atendo-se aos grupos:
 5.101 a 5.125; 5.35; 5.401 a 5.405; (no estado)
 6.101 a 6.125; 6.35; 6.401 a 6.405; (interestadual)
 7.101 a 7.125; 7.35; 7.401 a 7.405; (exportação)

Observar que muitos códigos de saídas não são receitas, ex: simples remessa, devolução
de compras, transferências, simples remessa, venda do imobilizado, retorno, doação,
amostra, etc.

Esse é o principal exame, nesse grupo de contas, que deve ser efetuado para não deixar
dúvidas sobre os saldos das contas de receitas.

As contas de devoluções de vendas e vendas canceladas devem ser conferidas com o


Livro de Entrada de Mercadorias, no qual consta código específico.

Lembrar que o IPI destacado e faturado nas notas fiscais não é computado na base de
cálculo para recolhimento de tributos.

O ICMS, o Pis e a Cofins substituição tributária não são computados na base de cálculo
para recolhimento de tributos;

24.2 Deduções da Receita Bruta que reduzem cálculo do Lucro Presumido

Não integram a receita bruta para fins da base de cálculo do Lucro Presumido, conforme
Lei n° 8.541/92, art. 14, § 4°; Lei 8.981/95, art. 31; Lei 9.718/98, art. 3º) os seguintes
itens:
1. IPI destacado. (constante na NF da empresa industrial)
2. ICMS cobrado por Substituição Tributária.
3. Vendas Canceladas.
4. Devoluções de vendas.
5. Descontos concedidos incondicionalmente.
6. As variações cambiais ativas não realizadas.

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Exemplo:
Uma empresa industrial faturou R$ 1.000.000,00
IPI destacado em Nota Fiscal. (R$ 100.000,00)
Devolução de Vendas (R$ 10.000,00)
Receita para cálculo Lucro Presumido R$ 890.000,00

24.3 Demais Receitas que não compõem a base de cálculo do Lucro Presumido

Reversões de Provisões

As reversões de provisões e recuperações de créditos, conforme artigo 53 da lei


9.430/96, se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual
tenha se submetido ao regime de tributação com base no Lucro Presumido.

Equivalência Patrimonial

Entendemos, também, que sobre resultado positivo, na avaliação de investimentos,


lucros e dividendos recebidos, não têm incidência do Lucro Presumido por inexistir lei
exigindo a adição à base de cálculo, também porque esses resultados já foram tributados
na sociedade investida, bem como o artigo 10 da Lei nº 9.249/95 dispõe que os lucros
ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de janeiro
de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Real,
Presumido ou Arbitrado, não ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte,
nem integrarão a base de cálculo do Imposto de Renda do beneficiário, pessoa física ou
jurídica, domiciliada no país ou no exterior.

Valores recuperados

O art. 53 da Lei nº 9.430/96, dispõe que os valores recuperados, correspondentes a


custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão ser
adicionados ao lucro presumido para determinação do imposto de renda, salvo se o
contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se
submetido ao regime de tributação com base no Lucro Presumido.

Assim por exemplo, o tributo pago a maior ou indevidamente no período em que a


empresa optou Lucro Presumido, não é computado na base de cálculo do Imposto de
Renda e da Contribuição Social, calculados pelo presumido, por ocasião a recuperação
do crédito.

Vale pedágio

Também, o vale pedágio não é considerado receita operacional ou rendimento tributável


(art. 2 da Lei 10209/2001).

Receitas e Rendimentos não Tributáveis

Consideram-se não tributáveis as receitas e rendimentos relacionados abaixo:


a) recuperações de créditos que não representem ingressos de novas receitas, e cujas
perdas não tenham sido deduzidas na apuração do lucro real em períodos anteriores;

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b) a reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas, desde que o valor


provisionado não tenha sido deduzido na apuração do lucro real dos períodos anteriores,
ou que se refiram ao período no qual a pessoa jurídica não tenha se submetido a esse
regime de tributação (Lei nº 9.430, de 1996, art. 53);
c) os lucros e dividendos recebidos decorrentes de participações societárias, caso
refiram-se a períodos em que os mesmos sejam isentos de imposto de renda.

25. LUCRO PRESUMIDO - REGIME DE CAIXA

25.1 Regime de Caixa – tributação por ocasião do recebimento

A receita bruta era considerada pelo regime de competência, ou seja, quando a receita
era auferida, independentemente da data de seu pagamento.

Porém, a partir da publicação da Instrução Normativa 104/98 (DOU 26.08.1998),


passou-se a admitir o regime de caixa para a tributação da receita bruta. Ou seja, é
admissível a tributação da receita bruta somente por ocasião do recebimento da mesma.

A tributação somente por ocasião do recebimento da receita está sujeita às seguintes


condições:

1) emissão da nota fiscal por ocasião da entrega do bem ou da conclusão do


serviço;
2) caso seja mantida escrituração somente do Livro Caixa, neste deverá ser
indicada, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder a cada
recebimento;
3) caso seja mantida escrituração contábil, os recebimentos das receitas deverão ser
controlados em conta específica, na qual, em cada lançamento, deverá ser indicada a
nota fiscal a que corresponder o recebimento.

25.2 Vantagem da tributação do lucro presumido pelo regime de caixa

As empresas optantes pela sistemática do Lucro Presumido podem pagar o Imposto de


Renda, Contribuição Social sobre o Lucro, PIS e COFINS, reconhecendo as receitas
pelo regime de caixa. Estas orientações também são válidas para empresas optantes pelo
SIMPLES Federal.

Isto significa, uma empresa comercial, em 20.12.2005, conforme nota fiscal 1.245,
vendeu uma mercadoria de R$ 10.000,00 em 10 parcelas mensais, com vencimento da
1ª parcela em 20.01.2006 e a última em 20.10.2006, calculará da seguinte forma os
impostos federais:

Data de Valor
Recebimento Recebido PIS COFINS IRPJ IRPJ

20.01.06 1.000,00 6,50 30,00 12,00 10,80


Vencimento 15.02.06 15.02.06 30.04.06 30.04.06
20.02.06 1.000,00 6,50 30,00 12,00 10,80
Vencimento 15.03.06 15.03.06 30.04.06 30.04.06
20.03.06 1.000,00 6,50 30,00 12,00 10,80
Vencimento 15.04.06 15.04.06 30.04.06 30.04.06

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20.04.06 1.000,00 6,50 30,00 12,00 10,80


Vencimento 15.05.06 15.05.06 31.07.06 31.07.06
20.05.06 1.000,00 6,50 30,00 12,00 10,80
Vencimento 15.06.06 15.06.06 31.07.06 31.07.06
20.06.06 1.000,00 6,50 30,00 12,00 10,80
Vencimento 15.07.06 15.07.06 31.07.06 31.07.06
20.07.06 1.000,00 6,50 30,00 12,00 10,80
Vencimento 15.08.06 15.08.06 31.10.05 31.10.05
20.08.06 1.000,00 6,50 30,00 12,00 10,80
Vencimento 15.09.06 15.09.06 31.10.05 31.10.05
20.09.06 1.000,00 6,50 30,00 12,00 10,80
Vencimento 15.10.06 15.10.06 31.10.05 31.10.05
20.10.06 1.000,00 6,50 30,00 12,00 10,80
Vencimento 15.11.06 15.11.06 31.01.07 31.01.07

Para a empresa que iria desembolsar R$ 593,00* até janeiro/2006, mesmo antes de
receber a primeira parcela de seu cliente, se optar pelo lucro presumido- regime de caixa
terá até 31.01.2007, para pagar os tributos.
* 0,65% (PIS) + 3,0% (COFINS) + 1,20% (IRPJ) + 1,08% (CSLL) = 5,93% sobre o total do faturamento:
10.000,00 X 5,93% = 593,00

25.3 O que é o regime de caixa?

É a sistemática onde se apura a base de cálculo dos impostos pelas receitas


efetivamente recebidas. Então, por exemplo, se uma Nota Fiscal ou Duplicata está em
cobrança bancária em 30.09.2003, com vencimento para 05.10.2003, o respectivo valor
não será computado como receita, na apuração do IR, CSL, PIS e COFINS,
relativamente ao período encerrado em 30.09.2003.

25.4 Qual é a base legal para este procedimento?

É a Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal (IN SRF) 104/98 e


artigo 13 da Lei 9.718/98

Condições:

1. A emissão da nota fiscal seja feita por ocasião da entrega do bem ou da


conclusão do serviço;
2. Registrar no Livro Caixa, a nota fiscal individualmente a cada recebimento;
3. Na contabilidade, registrar em conta específica os recebimentos, a cada nota
fiscal.

25.5 Como fica a Contabilidade pelo Regime de Caixa? Não bagunça?


Não, os registros contábeis permanecem sendo feitos como se fosse o lucro real,
lançamentos, ajustes, etc., tudo em conformidade aos Princípios e Postulados Contábeis.
Regime de Competência de Receitas e Despesas e assim por diante.

25.6 E a base legal?

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O parágrafo 1°, da Instrução Normativa 104/98 dispõe que a pessoa jurídica que adotar
o regime de caixa pelo lucro presumido e mantiver escrituração contábil, na forma da
legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta
específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder
o recebimento.

25.7 Em qual conta contábil serão controlados os recebimentos?

Os recebimentos deverão ser controlados na conta duplicatas a receber ou clientes.


Dessa forma, a base para a tributação serão os recebimentos constantes nessas contas e
não nas contas de Receitas.

Conforme a IN 104/98, os recebimentos deverão ser discriminados indicando a nota


fiscal a que se refere. Exemplo: constar no razão contábil: a) em 20.01.2006,
recebimento da 1ª parcela da nota fiscal 1.245 – R$ 1.000,00; b) em 20.02.2006,
recebimento da 2ª da nota fiscal 1.245 – R$ 1.000,00 e assim sucessivamente.

O PIS, a COFINS, a CSLL e o IRPJ serão apurados com base no recebimento constante
na conta de clientes ou duplicatas a receber, independentemente do faturamento.

25.8 E a duplicata não recebida? Como fica a tributação?

A duplicata não recebida não sofre tributação. Serão calculados os respectivos tributos
apenas por ocasião da data do recebimento da respectiva duplicata.
A tributação da duplicata não recebida ocorrerá, somente se a empresa, no exercício
seguinte, resolve optar pelo Lucro Real, deverá oferecer à tributação no mês de
dezembro do exercício anterior todas as receitas ainda não recebidas e iniciar o Lucro
Real com a tributação pelo regime de competência, conforme Instrução Normativa SRF
345/2003.
26. LUCRO PRESUMIDO - DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS

O artigo 10 da Lei nº 9.249/95 dispõe que os lucros ou dividendos calculados com base
nos resultados apurados à partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas
pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Real, Presumido ou Arbitrado, não
ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de
cálculo do imposto de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliada no
País ou no exterior.

O Parágrafo 3º do artigo 48 da IN nº 93, de 24-12-97, autoriza a pessoa jurídica


tributada com base no Lucro Presumido a distribuir lucros ou dividendos de resultados
apurados através de escrituração contábil, ainda que por conta de período-base não
encerrado. Com isso, a pessoa jurídica poderá, por exemplo, levantar balanços mensais,
trimestrais e anuais e distribuir o resultado, mesmo sendo maior que o índice de
presunção menos os impostos.

26.1 Qual a diferença entre distribuir o Lucro Presumido com base na


Contabilidade Regular e no Livro Caixa?

a) Regra pelo livro caixa

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A regra geral para distribuição do lucro aos sócios ou acionais, quando a empresa
mantém apenas a escrituração do livro caixa, é o próprio lucro presumido, porém
deduzidos dos impostos federais. Como exemplo:
Faturamento do período : 10.000.000,00
Percentual de presunção 8%
Base de cálculo Lucro presumido 800.000,00
(-) PIS e COFINS – 3,65% - s/ faturamento (365.000,00)
(-) IRPJ – 15% s/ o lucro (120.000,00)
(-) CSSL – 9% s/ o lucro (108.000,00)
Líquido a distribuir aos sócios 207.000,00

b) Regra pela escrituração contábil

Porém, se a empresa mantiver a escrita regular (Contabilidade conforme as leis


comerciais) poderá distribuir o lucro constate no Balanço encerrado em 31.12.2005, sem
a incidência de imposto.
Vamos supor que, pela Contabilidade, a empresa apurou um lucro líquido, após a
provisão do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro, de R$
1.210.000,00. Esse valor poderá distribuir integralmente aos seus sócios, sem a
incidência de imposto de renda na fonte.
É uma enorme vantagem optar pelo lucro presumido pelo regime de caixa (com base
nos recebimentos das vendas), mantendo em dia a Contabilidade. A empresa pode
distribuir o lucro aos sócios, com base no lucro apurado pelo Balanço Contábil, sem a
incidência de impostos. Em tese, poderá haver a distribuição do lucro de uma fatura
ainda não tributada.

Lucro a ser distribuído com base na escrituração contábil R$ 1.210.000,00


Lucro a ser distribuído com base no Livro Caixa: R$ 207.000,00
Diferença R$ 1.003.000,00

26.2 Qual é a base legal para distribuir o lucro presumido com base no Balanço
Contábil?
A base legal é o artigo 48, da Instrução Normativa 93/97, que dispõe:

Art. 48. Não estão sujeitos ao imposto de renda os lucros e dividendos pagos ou creditados a
sócios, acionistas ou titular de empresa individual.
§ 1º O disposto neste artigo abrange inclusive os lucros e dividendos atribuídos a sócios ou
acionistas residentes ou domiciliados no exterior.
§ 2º No caso de pessoa jurídica tributada com base no Lucro Presumido ou Arbitrado, poderá
ser distribuído, sem incidência de imposto:
I - o valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a
que estiver sujeita a pessoa jurídica;
II - a parcela de lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado no item I, desde que a
empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com observância da lei comercial,
que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para apuração da base de
cálculo do imposto pela qual houver optado, ou seja, o Lucro Presumido ou Arbitrado.

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26.3 Pode ser distribuído o lucro presumido antes do encerramento do balanço?

Conforme parágrafo 3º, do artigo 48 da Instrução Normativa 93/97, pode ser distribuído
o lucro por conta de período-base não encerrado, desde que não exceda ao valor
apurado com base na escrituração.

A parcela distribuída a maior do que o apurado na escrituração fica sujeito à incidência


do imposto de renda, com acréscimos legais.

A distribuição antecipada do lucro, com base no lucro presumido, deve estar amparada
em balanços ou balancetes levantados com base na Contabilidade. Dessa forma,
sugerimos que o balancete utilizado para a distribuição de lucros seja transcrito no Livro
Diário. Ou melhor, transcrever o balanço ou balancete mês a mês no Livro Diário, o
qual salvaguardará a empresa em futuras fiscalizações.

26.4 Incide o INSS sobre a distribuição antecipada de lucros?

Pela redação do Regulamento, referente o inciso II, § 5º do artigo 201, do Decreto


3.048/1999, dada pelo Decreto 4729/2003, são tributáveis os valores totais pagos ou
creditados aos sócios, ainda que a título de antecipação de lucro da pessoa jurídica,
quando não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a
proveniente do capital social ou tratar-se de adiantamento de resultado ainda não
apurado por meio de demonstração de resultado do exercício.

Desta forma, as empresas devem adotar o cuidado de prever, em seus respectivos


contratos sociais, que a sociedade vai apurar a demonstração de resultado do exercício
contábil mensalmente (ou trimestralmente, ou em períodos menores que 12 meses).

Bem como os Balanços/Balancetes Contábeis, com a respectiva demonstração de


resultado, devem ser transcritos no Livro Diário, para comprovar a existência dos lucros
distribuídos. Na prática, para a empresa antecipar o lucro do exercício corrente, o
Contador deverá demonstrar que a empresa obteve o lucro mediante balancete constante
no livro Diário, sendo necessário ainda constar no contrato social previsão de
distribuição de lucro mensal ou período menor que 01 ano.

Em resumo:

Para não incidir INSS sobre O lucro distribuído pelas empresas em geral aos respectivos
sócios, a título de lucros do próprio exercício, não integra a remuneração para efeito de
contribuição previdenciária (20%), desde que seja com base na escrituração contábil e
que conste no contrato social cláusula que fixe a apuração e distribuição de lucros em
períodos menores que 12 meses, sendo tais demonstrações (balanço e resultado)
transcritas no livro diário.

26.5 Distribuição de lucros ou dividendos por pessoa jurídica em débito para com a
Fazenda Nacional

O art. 17 da Lei 11.051/2004, procedeu alteração no art. 32 da lei nº 4.357/64, dispõe


que as pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, para com a

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União e suas autarquias de Previdência e Assistência Social, por falta de recolhimento


de imposto, taxa ou contribuição, no prazo legal, não poderão:
a) distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas; ou
b) dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus
diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos;

A inobservância desta regra importa em multa que será imposta:


a) às pessoas jurídicas que distribuírem ou pagarem bonificações ou remunerações, em
montante igual a 50% (cinqüenta por cento) das quantias distribuídas ou pagas
indevidamente; e
b) aos diretores e demais membros da administração superior que receberem as
importâncias indevidas, em montante igual a 50% (cinqüenta por cento) dessas
importâncias.
De qualquer forma a multa fica limitada, respectivamente, a 50% (cinqüenta por cento)
do valor total do débito não garantido da pessoa jurídica.

27. ENQUADRAMENTO DAS ATIVIDADES NAS ALÍQUOTAS

27.1 Percentuais de presunção

O Lucro Presumido tem base de cálculo diferenciada, para fins de tributação pelo IR. A
diferença é grande: pode ir de 1,6% a 32% sobre a receita.

Um enquadramento correto pode poupar muito imposto, pois acima de R$


20.000,00/mês de Lucro Presumido, há ainda um adicional de Imposto de Renda de
10%

Exemplo:

Uma empresa que efetua serviços de acabamento industrial, que estava tributando sobre
uma base presumida de 32% da receita, poderá viabilizar as operações de modo a
enquadrá-las como industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante (base
do IRPJ de apenas 8%). Neste caso poderá economizar até R$ 6.000,00 em cada R$
100.000,00 faturados.

Como saber qual o enquadramento correto para sua empresa? Como poderei pagar pela
menor enquadramento possível?

Basta você analisar as espécies de suas atividades, enquadrando-os com a seguinte


tabela:

1. Espécies de atividades e % sobre receita:


2. Revenda a varejo de combustíveis e gás natural: 1,6%
3. Venda de mercadorias ou produtos: 8%
4. Transporte de cargas: 8%
5. Atividades imobiliárias (compra e venda): 8%
6. Serviços hospitalares: 8%
7. Atividade Rural: 8%
8. Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante: 8%
9. Outras atividades não especificadas: 8%

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10. Serviços gráficos de natureza comercial ou industrial (ADN 18/2000): 8


%
11. Construção Civil com emprego de materiais, atividades de
incorporação, construção e venda de imóveis, obras de engenharia civil com o
emprego de materiais de construção civil: 8% (CSLL : 12%)
12. Serviços de transporte (exceto o de cargas): 16%
13. Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano(art. 40, da Lei
9.250/95), exceto serviços profissionais: 16%
14. Serviços profissionais (S/C, médicos, dentistas, advogados, contadores,
auditores, etc.): 32%
15. Intermediação de negócios: 32%
16. Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos:
32%
17. Serviços gráficos sob encomenda (ADN 18/2000): 32%
18. Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais
de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra: 32%
19. Concessionárias públicas de água ou pedágio de rodovias (ADN
16/2000): 32%

No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta


de cada atividade o respectivo percentual.

Observação:

A partir de 01.01.2006, a base de cálculo do imposto será determinada mediante a


aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a RECEITA FINANCEIRA da
pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos,
incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda
de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, quando decorrente de
comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos
em contrato (art. 34, da Lei 11.196/2005, que acresceu o § 4º, ao artigo 15, da Lei nº
9.249/95).

DECISÕES DE CONSULTA – PERCENTUAIS LUCRO PRESUMIDO

27.2 Agências de propaganda

Importâncias pagas diretamente ou repassadas a empresas de rádio, televisão,


jornais e revistas
A partir de 26.07.2004, excluem-se da base de cálculo do PIS e COFINS das agências
de publicidade e propaganda as importâncias pagas diretamente ou repassadas por esta a
empresas de rádio, televisão, jornais e revistas, sendo vedado o aproveitamento do
crédito em relação às parcelas excluídas.

Base: artigo 13 da Lei 10.925/2004.

Propaganda e Publicidade
Decisão nº 43, de 22 de agosto de 2000 (DOU de 13.09.2000)

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Na determinação da base de cálculo do Lucro Presumido das agências de propaganda e


publicidade considera-se apenas o valor dos honorários e serviços da própria agência,
não sendo computado o valor dos serviços repassados a terceiros.

27.3 Construção com fornecimento de material – CSLL e IRPJ


Pessoa Jurídica prestadora de serviços de construção com o fornecimento dos materiais
empregados na obra, quando tributada pelo Lucro Presumido, utilizará o percentual de
12% (doze por cento) sobre a receita bruta para compor a base de cálculo da CSLL.
Pessoa Jurídica prestadora de serviços de construção com o fornecimento dos materiais
empregados na obra, quando tributada pelo Lucro Presumido, utilizará o percentual de
8% (oito por cento) sobre a receita bruta para compor a base de cálculo do IRPJ.
Solução de Consulta nº 37, de 08 de setembro de 2003, 2ª RF – DOU 03/09/2003.

27.4 Prestação de serviços por empreitada


O percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para apuração da base de cálculo do
Lucro Presumido na atividade de prestação de serviço de construção civil é de 32%
quando houver emprego unicamente de mão-de-obra, ou de 8% (oito por cento) quando
houver emprego de materiais, em qualquer quantidade. Como emprego de materiais,
entende-se o uso de materiais que serão incorporados à obra, perdendo a qualidade de
bens móveis.
Solução de consulta nº 16, de 29 de janeiro de 2003 – 9ª RF – DOU de 10.03.2003

27.5 Software – percentual reduzido


Solução de consulta nº 32, de 06 de março de 2003 (DOU de 14.03.2003).
Poderá ser aplicado na determinação do Lucro Presumido o percentual reduzido de
dezesseis por cento sobre a receita bruta relativa aos serviços de desenvolvimento e
consultoria na área de informática (com exceção dos serviços de projeto e produção,
instalação e suporte de softwares aplicativos tecnológicos de engenharia, arquitetura e
agronomia), por não se tratar de prestação de serviços de profissão legalmente
regulamentada., desde que a pessoa jurídica seja exclusivamente prestadora de serviços
e sua receita bruta anual seja inferior a R$120.000,00. DISPOSITIVOS LEGAIS:
Decreto nº 3000, de 1999, artigos. 518 e 519, parágrafos 4º e 5º; IN SRF nº 93/97, art.
36, parágrafo 3º.

27.6 Hemodiálise
Solução de Consulta nº 128, de 29.08.2003 0 10ª RF – (DOU de 19.09.2003)
Para fins de determinação da base de cálculo do imposto sobre a renda, apurado com
base no Lucro Presumido, pode ser aplicado o percentual de 8% (oito por cento) sobre a
receita bruta relativa à atividade de prestação de serviços de hemodiálise e diálise
peritonial.

27.7 Serviços médicos prestados por clínicas de ortopedia, traumatologia e


radiológicas
A prestação de serviços de clínica médica de ortopedia e traumatologia, bem assim, a
prestação de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica (exames
radiológicos), por se enquadrarem dentre as atividades compreendidas nas atribuições
de atendimento a pacientes internos e externos em ações de apoio direto ao
reconhecimento e recuperação do estado da saúde, poderão ser enquadradas como
serviços hospitalares, podendo ser aplicado às referidas atividades o percentual de 8%
(oito por cento), para fins de determinação do Lucro Presumido.

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Base Legal: Solução de Divergência COSIT nº 11 de 21/07/2003 – DOU de 22/07/2003


DISPOSITIVOS LEGAIS: RIR/99, artigos. 518, "caput", 519 § 2º; Lei nº9.249, de
1995, § 2º, art. 15; PN/CST nº36/77; Portaria GM do Ministério da Saúde nº1.884, de
1994; Nota Técnica CGPI/ DP/SIS/MS nº020, de 18 de fevereiro de 2002 e IN SRF
nº306, de 12 de março de 2003, art. 23, inciso V.

27.8 Construção civil


O percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para apuração da base de cálculo do
lucro presumido na atividade de prestação de serviços de construção civil é de 32%
quando houver emprego unicamente de mão de obra, ou de 8% quando houver
emprego de materiais, em qualquer quantidade. O percentual de 32% poderá ser
reduzido para 16% quando o valor da receita bruta anual não ultrapassar R$
120.000,00.Nos casos de pagamento indevido ou maior de imposto de renda, o
contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância
correspondente a período subseqüente.
Solução de consulta nº 84, de 07 de maio de 2002 – 7ª RF – DOU de 09/08/2002

27.9 Depreciação Acelerada Incentivada


Ementa: Lucro presumido. Base de cálculo. Depreciação acelerada incentivada dos
valores controlados na parte "B" do LALUR, a serem adicionados à base de cálculo do
imposto de renda, correspondente ao primeiro período de opção pelo regime de Lucro
Presumido, excluem-se os de depreciação acelerada incentivada.
Decisão nº 9E97R024, de 31 de Dezembro de 1996 – DOU de 02/04/97
Dispositivos Legais: Lei nº 9.430/96, art. 54; Lei nº 8.643/93, art. 2º; Lei nº 8383/91,
art.46 e PN-CST nº 19/82.

27.10 Reavaliação de bens no lucro presumido


A revalidação de bens, utilizada para aumento de capital da pessoa jurídica optante pelo
regime de tributação com base no Lucro Presumido, não será acrescida à base de
cálculo, para efeito de incidência do imposto e do adicional.
Decisão nº 281 de 30 de Novembro de 2000 – DOU de 12/02/2001
Dispositivos Legais: Decreto nº 3000, de 1999 (RIR/99), artigos. 434 e 435

27.11 Aplicação de mão-de-obra e material nos serviços


Como vimos, nas Decisões de Consultas acima citadas, o percentual a ser empregado
sobre a receita bruta, para apuração da base de cálculo do imposto de renda, que
envolve o emprego de matérias + mão-de-obra é de 8% (oito por cento).
Os Contadores devem prestar a atenção se em atividades que há o emprego de material
e mão-de-obra não é aplicando indevidamente o percentual de 32%. Para isto, basta
analisar o contrato, existindo o emprego de materiais na prestação, em qualquer
percentual, na prestação de serviços pode ser aplicada a alíquota de 8%, para fins de
cálculo do IRPJ.
Vale também lembrar, que com a aplicação do material e da mão-de-obra o percentual
da Contribuição Social sobre o Lucro cai para 12%. Como se verifica é uma tendência
em que a própria Receita Federal está criando Jurisprudência, devido as empresas
atingidas não contemplarem lucro tão alto de 32% sobre o faturamento. Como no
exemplo, por muito tempo a Receita Federal insistiu que a presunção do lucro para as
empresas de hemodiálise era de 32%, porém através da SOLUÇÃO DE CONSULTA
Nº 128, DE 29 DE AGOSTO DE 2003 - 10ª RF - DOU DE 19.09.2003, acima
mencionada estabeleceu em 8%.

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Fechamento de Balanço © - 123

No entanto, os casos devem ser criteriosamente estudados com da Direção de cada


empresa.

27.12 Cursos de idiomas


Solução de divergência nº 14, de 07 de agosto de 2003 (dou de 17.10.2003)
A pessoa jurídica que presta serviços relativos a cursos de idiomas, por não se tratar
da prestação de serviços de profissão regulamentada, pode utilizar o percentual de 16%
sobre a receita bruta, para fins de apuração da base de cálculo do lucro presumido.

27.13 Corretoras de seguros


Solução de Consulta nº 222, de 22 de novembro de 2001 (6º RF) DOU DE 17.05.2002)
As corretoras de seguros não se confundem com as empresas de seguros privados, e
podem optar pela apuração do imposto de renda com base no lucro presumido e utilizar
o percentual de 16% (dezesseis por cento) para determinação de sua base de cálculo,
desde que sua receita bruta não ultrapasse o limite anual de R$120.000,00 (cento
e vinte mil reais).

27.14 Exportação de bens e serviços

Pela atual Legislação, sobre as exportações de bens e serviços, basicamente há a


tributação sobre o lucro da empresa: IRPJ e CSSL. Quando a empresa adota o Lucro
Presumido por considerar a melhor forma de tributação se depara com dois problemas
nas exportações:
 Variação cambial positiva : quando contabilizada pelo regime de
competência compõe em sua totalidade a base de cálculo do imposto de
renda e da contribuição social, calculados pelo Lucro Presumido, não sendo
permitido dedução da base.
 Variação cambial negativa: quando contabilizada pelo regime de
competência é considerada uma despesa financeira, não podendo ser
deduzida da base de cálculo do Lucro Presumido, isto é, a empresa perde
com o câmbio e ainda tributa imposto sobre o prejuízo.

Esses problemas podem ser minimizados, se o contribuinte adotar regime de caixa para
apuração das receitas tributáveis pelo Lucro Presumido na forma do artigo 13 da Lei nº
9.718/98. Nesse regime, as receitas são tributáveis somente quando recebidas, de modo
que o valor da receita tributável corresponderá sempre ao valor que ingressa de forma
definitiva ao patrimônio da empresa, não mais sujeito aos efeitos decorrentes da
flutuação da taxa de câmbio. Dessa forma, para o contribuinte do Imposto de Renda e
da contribuição social com base no Lucro Presumido a data do embarque das
mercadorias passa a ser irrelevante. O valor recebido, esse sim, é o valor da receita
tributável sobre o qual serão aplicados os percentuais previstos na legislação.

28. LIVROS OBRIGATÓRIOS - LUCRO PRESUMIDO

A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido deverá (RIR/1999, art. 527):
a) Manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial. Para
efeitos fiscais, é dispensável a escrituração quando a pessoa jurídica mantiver
Livro Caixa, devidamente escriturado, contendo toda a movimentação
financeira, inclusive bancária;

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Fechamento de Balanço © - 124

b) Manter o Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar


registrados os estoques existentes no término do ano-calendário abrangido pela
tributação simplificada;
c) Manter em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo
decadencial e prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os
livros de escrituração obrigatórios determinados pela legislação fiscal específica,
bem assim os documentos e demais papéis que servirem de base para
escrituração comercial e fiscal (Decreto-lei nº 486, de 1969, art. 4º);
d) Lalur, quando tiver lucros diferidos de períodos de apuração anteriores
(saldo de lucro inflacionário a tributar na situação específica de ser optante pelo
lucro presumido no ano-calendário 1996, conforme IN SRF nº 93, de 1997, art.
36, inciso V, §§ 7º e 8º) e/ou prejuízos a compensar.

A falta de escrituração dos livros referidos sujeitará a pessoa jurídica ao arbitramento do


lucro (art. 529 do RIR e seguintes).
Nota:
Mesmo que a empresa esteja desobrigada a apresentação da Escrituração e do Balanço
em função de legislação tributária, esta deve elaborá-los conforme determina o art.
1.179 da Lei 10.406/2002 (Código Civil Brasileiro). É o caso do lucro presumido, no
qual a legislação faculta o contribuinte a escriturar Livro Caixa.

PARTE III - SIMPLES

29. SIMPLES FEDERAL

29.1 LUCRO DISTRIBUÍDO

A empresa poderá distribuir lucro sem incidência de Imposto de Renda na Fonte,


devendo, porém, registrar o pagamento como saída de caixa sob a rubrica de "lucros
distribuídos". Na declaração de rendimentos da Pessoa Física beneficiária estes lucros
também serão considerados isentos.

O limite desta retirada isenta é o montante da receita bruta do período, e, obviamente,


deve ser suportado pelo saldo de caixa existente.

Desta forma, é interessante, sob a ótica de planejamento tributário, que as retiradas dos
sócios da empresa optante pelo Simples sejam prioritariamente efetuadas como lucros,
dada sua característica de isenção.

29.2 ESCRITURAÇÃO, NO LIVRO CAIXA, DA RETIRADA DOS LUCROS

Quanto ao aspecto de escrituração, conforme as "Perguntas e Respostas DIPJ",


divulgadas no site da Receita Federal, não há necessidade que haja balanço/balancete
comprovando a existência de lucros acumulados. Leia adiante a íntegra da orientação:

Como se dá a tributação dos rendimentos distribuídos pelas ME e EPP optantes pelo


Simples aos seus sócios ou ao titular?

A opção pelo Simples não obriga a pessoa jurídica a manter escrituração comercial
completa. Assim, os valores efetivamente pagos e devidamente escriturados em Livro

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Fechamento de Balanço © - 125

Caixa (saldo do Livro Caixa no final de cada período, após a dedução do valor de
Simples devido e até o limite da receita bruta) são isentos de imposto de renda na fonte
e na declaração de ajuste do beneficiário.

Os valores decorrentes de pró-labore, aluguéis ou serviços prestados serão tributados


na fonte segundo a tabela progressiva e na declaração de ajuste do beneficiário.

Os valores efetivamente pagos, contidos no saldo do livro caixa, que extrapolarem o


montante da receita bruta do período, excluídas aquelas com tributação definitiva
(ganhos de capital) e aquelas de tributação exclusiva na fonte (aplicações financeiras),
deverão ser tributados na fonte e na declaração de ajuste do beneficiário (Lei n o 9.317,
de 1996, art. 25; e IN SRF no 355, de 2003, art. 38).

Entende-se que, no caso de existência de escrituração contábil, a distribuição de lucros


não terá tributação (conforme art. 10 da Lei 9.249/1995), desde que, obviamente, tais
lucros estejam suportados por balanços ou balancetes, apurados contabilmente.

29.3 INCENTIVOS FISCAIS, CRÉDITO DE IPI E ICMS

A inscrição no Simples importa em vedação à utilização ou à destinação de qualquer


valor a título de incentivo fiscal, bem como à tomada de créditos de IPI e ICMS (se
houver adesão do Estado ao Simples Federal) relativo a entradas, não sendo possível a
transferência de créditos destes impostos.

PARTE IV - LUCRO ARBITRADO

30. LUCRO ARBITRADO

A opção pelo lucro arbitrado, pode ser utilizada para regularizar a escrita contábil e
fiscal da empresa. Por exemplo, em um determinado ano a contabilidade da empresa
está inconsistente, com saldos incorretos, passivos inexistentes, ativos irreais, bem como
a documentação suporte é imprestável. Seria viável no ano corrente optar pelo Lucro
Arbitrado (auto-arbitramento) e no ano seguinte proceder ao balanço de abertura, com
os saldos corretos e a empresa poderá tomar todos os cuidados possíveis com a
Contabilidade.
O auto-arbitramento se caracteriza no fato da empresa, por exemplo, não
apresentar a escrituração fiscal e nem o Livro Caixa do período à fiscalização (art. 530
RIR/99), é uma opção do contribuinte (art.531 RIR/99). O único encargo tributário que
terá a maior do que o Lucro Presumido é o de que a base de cálculo do Imposto de
Renda terá um acréscimo de 20% (art. 532 RIR/99). No cálculo da contribuição social
sobre o lucro não haverá alteração.
Exemplo:
Venda de Mercadoria no trimestre de 600.000,00, a base de cálculo do imposto será:
- No Lucro Presumido: 600.000,00 x 8 %= 48.000,00
- No Lucro Arbitrado: (600.0000,00 x 8%) + 20% = 48.000 + 9.600,00 = 57.600,00

30.1 Qual é a diferença entre o fisco arbitrar o lucro da empresa e a própria


empresa arbitrar o seu lucro?

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Fechamento de Balanço © - 126

A base de cálculo e a aplicação dos percentuais sobre a receita são os mesmos. O


arbitramento da receita aplicado pela fiscalização incide a multa de 75% a 150%, sobre
a totalidade ou diferença do imposto, conforme art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996.
Enquanto que o arbitramento da receita efetuado, pela própria empresa, não tem a
incidência das respectivas multas, apenas a multa de mora de até 20%, por ocasião do
pagamento em atraso do tributo.

30.2 Auto-arbitramento do lucro quando a empresa é optante pelo lucro real e o


lucro arbitrado é opção mais econômica

O lucro arbitrado é aplicável quando o contribuinte, obrigado a manter escrituração pelo


lucro real, não o faz, sujeitando-se ás regras de tributação previstas nos artigos 530 e
531 do Regulamento do IR.

Importa ressaltar que o contribuinte pode optar pelo arbitramento, nos trimestres que
não manteve escrituração regular (artigo 531, I, do Regulamento do IR).

Esta possibilidade poderá ser interessante para fins de planejamento fiscal, no (s)
trimestre (s) em que o contribuinte tiver um lucro operacional que justifique a opção.

Exemplo:

Um contribuinte, sujeito á apuração do lucro real, apurou no trimestre janeiro-


março/2003 um lucro real de R$ 1.000.000,00 sobre uma receita total da atividade de
R$ 8.000.000,00. Considera-se que não houve ganho de capital (venda de bens do
imobilizado, etc.) no período ou deduções de incentivos fiscais. Sua atividade é
comercial. A tributação será:

Tributação pelo Lucro Real: Valor R$


IRPJ (15% + adicional de 10% sobre o que exceder R$ 60.000) 244.000,00
CSL 90.000,00
Total da Tributação 334.000,00

Se, no trimestre respectivo, o contribuinte optasse pelo arbitramento, conforme artigo


531, I, do Regulamento do IR, tributaria o IRPJ pelas regras contidas no art. 41 da
Instrução Normativa SRF 93/1997, equivalente, para atividade comercial, a 9,6% sobre
a receita auferida, ou seja:

R$ 8.000.000,00 (receita total da atividade comercial) x 9,6% = Base de cálculo do


IRPJ R$ 768.000,00
R$ 8.000.000,00 x 12% (conforme art. 56 da IN 93/1997) = Base de cálculo da CSL R$
960.000,00

Tributação pelo Lucro Arbitrado: Valor R$


IRPJ (15% + adicional de 10% sobre o que exceder R$ 60.000) 186.000,00
CSL 86.400,00
Total da Tributação 272.400,00

Diferença de tributação entre o Lucro Real e Arbitrado: R$ 334.000,00 – R$ 272.400,00


= R$ 61.600,00.

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Fechamento de Balanço © - 127

Há de se considerar, também, que no lucro arbitrado o PIS terá alíquota de 0,65%,


conforme art. 8, II, da Lei 10.637/2002, ao invés de 1,65%., bem como a COFINS é
calculada à alíquota de 3,00%, conforme art. 10, II, da Lei 10.833/2003. Ambas as
contribuições não têm direito ao crédito nas aquisições.

30.3 Percentuais de arbitramento sobre o faturamento

O arbitramento do lucro é calculado com base no faturamento da empresa, sendo


aplicado os seguintes coeficientes para fins de IRPJ:

Espécies de atividades % sobre


receita

Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,92%


Venda de mercadorias ou produtos 9,6%
Transporte de cargas 9,6%
Atividades imobiliárias (compra e venda) 9,6%
Serviços hospitalares 9,6%
Atividade Rural 9,6%
Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante 9,6%
Outras atividades não especificadas 9,6%
Serviços gráficos de natureza comercial ou industrial 9,6%
Construção Civil com emprego de materiais, atividades de incorporação, construção e
venda de imóveis, obras de engenharia civil com o emprego de materiais de construção
civil 9,6%
Serviços de transporte (exceto o de cargas) 19,2%
Serviços profissionais (S/C, médicos, dentistas, advogados, contadores,
auditores, etc.) 38,4%
Intermediação de negócios 38,4%
Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos 38,4%
Serviços gráficos sob encomenda 38,4%
Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar
materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da
obra 38,4%
Concessionárias públicas de água ou pedágio de rodovias 38,4%
Factoring 38,4%
Receitas Financeiras, Ganho de Capital outras receitas 100,0%

No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta


de cada atividade o respectivo percentual.

Para o cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, do percentual sobre a receita,


aplica-se a alíquota de 15% + adicional de 10% sobre o lucro superior a R$ 240.000,00
anuais ou R$ 20.000,00 mensais.

Exemplo:

Dados Valores
Atividade – Serviços

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Fechamento de Balanço © - 128

Faturamento anual 1.000.000,00


Alíquota do Arbitramento 38,4%
Valor do lucro arbitrado 384.000,00
Alíquota IRPJ 15%
Valor IRPJ 57.600,00
Adicional (384.000,00- 240.000,00) x 10% 14.400,00
Total IRPJ 71.000,00

O arbitramento do lucro é calculado com base no faturamento da empresa, sendo


aplicado os seguintes coeficientes para fins de Contribuição Social sobre o Lucro:

Espécies de atividades % sobre receita

Receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços


hospitalares e de transporte; 12%
Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e
de transporte; 32%
Intermediação de negócios; 32%
Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e 32%
direitos de qualquer natureza
Factoring 32%
Receitas Financeiras, Ganho de Capital outras receitas 100%

Para o cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, do percentual sobre a


receita, aplica-se a alíquota de 9%.

Exemplo:

Dados Valores
Atividade – Serviços
Faturamento anual 1.000.000,00
Alíquota do Arbitramento 32,00%
Valor da base de Cálculo da CSLL 320.000,00
Alíquota CSLL 9%
Valor CSLL 28.800,00

PARTE V – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

31. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (FINANCEIRAS) OBRIGATÓRIAS

Conforme artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações financeiras obrigatórias pelas


Leis das S.A. são:
1. Balanço Patrimonial - BP
2. Demonstração de Resultado do Exercício - DRE
3. Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados - DLPA
4. Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos - DOAR

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Fechamento de Balanço © - 129

5. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL - é


facultativa (art. 186, §2º) e poderá ser incluída na Demonstração de Lucros
ou Prejuízos Acumulados
6. Notas Explicativas deverão fazer parte das Demonstrações Contábeis,
conforme § 4º e §5º, do artigo acima citado.
Além dos aprimoramentos no método de avaliação dos investimentos, a lei exige que,
complementarmente às demonstrações financeiras normais, sejam apresentadas
demonstrações financeiras consolidadas da investidora com suas controladas.
Essa exigência é requerida somente para as Companhias Abertas e para os Grupos de
Sociedades. Assim sendo, as Companhias Fechadas ou os conjuntos de empresas que
não se formalizarem como Grupos de Sociedades não terão essa obrigatoriedade.
A consolidação será compulsória para as Companhias Abertas que tiverem mais de 30%
do seu patrimônio liquido representado pelos investimentos em controladas. A lei define
as normas básicas doe consolidação que incluem a necessidade de eliminação dos saldos
e transações intercompanhias, dos lucros ou prejuízos remanescentes nos ativos, a
exclusão das partes minoritárias e outros.
A consolidação foi uma das principais inovações da lei atual, já que não era obrigatória
até então e apenas algumas raras empresas a publicavam.

31.1 BALANÇO PATRIMONIAL

No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da
situação financeira da empresa.

De acordo com o artigo 176, § 1º da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada exercício


serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do
exercício anterior.

Lançamentos de encerramento do exercício

Para apuração do resultado do exercício, faz-se os lançamentos de encerramento,


debitando-se as contas de receitas e creditando-se uma conta transitória, chamada de
“apuração do resultado do exercício”.

O inverso é efetuado nas contas de despesas e custos, debitando-se a conta “apuração do


resultado do exercício” e creditando-se as contas de custos ou despesas.

Exemplo:

Conta Débito Crédito

Receitas de Vendas de 1.500.000,0


Mercadorias 0

Receitas Financeiras 50.000,00


Resultado não-Operacional

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Fechamento de Balanço © - 130

15.000,00

Apuração do Resultado do 1.565.000,0


Exercício 0

Débito Crédito
Apuração do Resultado do 1.406.122,
Exercício 00

ICMS sobre Vendas 120.000,00

PIS e COFINS sobre Vendas 54.750,00


Custo das Mercadorias
Vendidas 720.000,00

Folha de Pagamento 155.000,00


Encargos Sociais e
Trabalhistas 60.450,00

Despesas Financeiras 79.000,00

Despesas Tributárias 54.000,00

Aluguel e Manutenção 50.000,00

Despesas de Veículos 40.000,00

Despesas de Escritório 19.000,00


Provisão para Imposto de
Renda 34.770,00
Provisão para Contribuição
Social 19.152,00

O saldo da conta “Apuração do Resultado do Exercício” será então transferida para a


conta de “Lucros ou Prejuízos Acumulados”. No exemplo acima, o lançamento seria:

D. Apuração do Resultado do Exercício (conta transitória de Resultado)


C. Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido)
R$ 158.878,00

Após essas operações, estão encerradas as contas de resultado, restando somente as


contas patrimoniais.

Destinação do resultado

Observe-se, ainda, que por determinação contratual, legal ou estatutária, podem ser
necessárias a formação de reservas de lucros específicas, como para as Sociedades
Anônimas, que devem constituir a Reserva Legal (5% sobre o lucro líquido do exercício
– nas condições do art. 193 da Lei das S/A). Neste caso, o lançamento seria:

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Fechamento de Balanço © - 131

D - Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido)


C - Reserva Legal (Patrimônio Líquido)

Na hipótese de ocorrer prejuízo no exercício, tal valor deve ser transferido para reservas
de lucros existentes. Se tais não existirem, ou forem insuficientes, o valor não
compensado deverá ser mantido em conta de “Prejuízos Acumulados”, até sua futura
absorção por lucros ou mesmo pela redução do Capital Social.

Exemplo:

Absorção de R$ 20.000,00 de prejuízo do exercício pela Reserva Legal:

D – Reserva Legal (Patrimônio Líquido)


C – Prejuízos Acumulados (Patrimônio Líquido)
R$ 20.000,00

Transcrição do balanço patrimonial e da demonstração de resultados

Após ter efetuado todos os lançamentos de encerramento do exercício, no livro diário,


devem ser transcritos também o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do
exercício, além da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, com a data e
assinatura dos administradores e do responsável pela contabilidade, com respectivo
CRC.

Observar que, no caso de S/A, há necessidade de publicação das respectivas


demonstrações, conforme Lei 6.404/76, além da demonstração de lucros ou prejuízos
acumulados e das origens e aplicações de recursos. Consulte os tópicos respectivos para
obter maiores detalhamentos.

31.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE

Conforme art. 187, da Lei 6.404/76, a demonstração do resultado do exercício


discriminará:
1. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
2. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto;
3. as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
4. o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais;
5. o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão
para o imposto;
6. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou
previdência de empregados;
7. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do
capital social.
Na determinação do resultado do exercício serão computados:

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Fechamento de Balanço © - 132

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua


realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a
essas receitas e rendimentos.

O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, registrados


como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º), somente depois de realizado poderá ser
computado como lucro para efeito de distribuição de dividendos ou participações.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA OPERACIONAL BRUTA


Venda de Mercadorias e/ou Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES E ABATIMENTOS
 Vendas Canceladas
 Incondicionais Concedidos
 ICMS sobre Vendas
 Descontos PIS s/ Faturamento
 COFINS
=RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(–) CUSTOS OPERACIONAIS
 Custo das Mercadorias Vendidas e/ou Custo dos Serviços
Prestados
(=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO
(–) DESPESAS OPERACIONAIS
 Despesas com Vendas
 Despesas Financeiras
 ( - ) Receitas Financeiras
 Despesas Administrativas
 Outras Despesas Operacionais
(+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
(=) LUCRO (PREJUÍZO) OPERACIONAL
(+) RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS
( -) DESPESAS NÃO-OPERACIONAIS
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DAS PROVISÕES
( -) PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
( -) PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO

31.3 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)

A DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos


acumulados, no Patrimônio Líquido.

De acordo com o artigo 186, § 2º da Lei nº 6.404/76, adiante transcrito, a companhia


poderá, à sua opção, incluir a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados nas
demonstrações das mutações do patrimônio líquido.

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Fechamento de Balanço © - 133

"A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do


dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das
mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia."

Deve-se lembrar que a referida demonstração é também obrigatória para as sociedades


limitadas e outros tipos de empresas, conforme a legislação do Imposto de Renda (art.
274 do RIR/99).

A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá discriminar:

1. o saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores;


2. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; e
3. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao
capital e o saldo ao fim do período.

Ajustes de exercícios anteriores

Para obter detalhamentos sobre tais ajustes, acesse o tópico “Ajustes de Exercícios
Anteriores”, nesta obra.

Reversões de reservas

Correspondem às alterações ocorridas nas contas que registram as reservas, mediante a


reversão de valores para a conta Lucros Acumulados, em virtude daqueles valores não
serem mais utilizados.

Lucro ou prejuízo líquido do exercício

É o resultado líquido do ano apurado na Demonstração do Resultado do Exercício, cujo


valor é transferido para a conta de Lucros Acumulados.

Transferências para reservas

São as apropriações do lucro feitas para a constituição das reservas patrimoniais, tais
como: reserva legal, reserva estatutária, reserva de lucros a realizar, reserva para
contingências.

Substituição pela demonstração das mutações do patrimônio líquido

De acordo com o § 2º do artigo 186 da Lei nº 6.404/76 a Demonstração de Lucros ou


Prejuízos Acumulados poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio
líquido, se elaborada e divulgada pela companhia, pois não inclui somente o movimento
da conta de lucros ou prejuízos acumulados, mas também o de todas as demais contas
do patrimônio líquido.

31.4 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS -


(DOAR)

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A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) é obrigatória para as


companhias abertas e para as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do
balanço patrimonial, superior a R$ 1.000.000,00 (limite este atualizado pela Lei nº
9.457/97), e indica as modificações na posição financeira da companhia.

Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os investimentos


pelas aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos aqui não é
simplesmente o de dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um conceito mais
amplo; representa capital de giro líquido que, na denominação dada pela lei, é Capital
Circulante Líquido.

FORMA DE APRESENTAÇÃO

A DOAR indicará as modificações na posição financeira da companhia, discriminando:

1 - as origens dos recursos, agrupadas em:


a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela
variação nos resultados de exercícios futuros;
b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da
redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do
ativo imobilizado;

2 - as aplicações de recursos agrupadas em:


a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo;

3 - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações,


representando aumento ou redução do capital circulante líquido;

4 - os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante


do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício.

31.5 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO


(DMPL)

A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é


facultativa e, de acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S/A, a demonstração
de lucros ou prejuízos acumulados poderá ser incluída nesta demonstração.

A DMPL uma demonstração mais completa e abrangente, já que evidencia a


movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social,
inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro.

A maioria das companhias opta pela sua elaboração.

MUTAÇÕES NAS CONTAS PATRIMONIAIS

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As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros
motivos, tais como:

1 - Itens que afetam o patrimônio total:


a) acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;
b) redução por dividendos;
c) acréscimo por reavaliação de ativos;
d) acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos;
e) acréscimo por subscrição e integralização de capital;
f) acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações
integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal;
g) acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
h) acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures;
i) redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;
j) acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores.

2 - Itens que não afetam o total do patrimônio:


a) aumento de capital com utilização de lucros e reservas;
b) apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros Acumulados
para formação de reservas, como Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar, Reserva
para Contingência e outras;
c) reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos acumulados;
d) compensação de Prejuízos com Reservas.

PROCEDIMENTOS A SEREM SEGUIDOS

A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é relativamente


simples, pois basta representar, de forma sumária e coordenada, a movimentação
ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, isto é, Capital,
Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação, Ações em
Tesouraria e Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Deve-se utilizar um papel de trabalho, utilizando uma coluna para cada uma das contas
do patrimônio da empresa e abrindo uma conta total, que representa a soma dos saldos
ou transações de todas as contas individuais. Essa movimentação deve ser extraída das
fichas de razão dessas contas.

As transações e seus valores são transcritos nas colunas respectivas, mas de forma
coordenada. Por exemplo, se temos um aumento de capital com lucros e reservas, na
linha correspondente a essa transação, transcreve-se o acréscimo na coluna de capital
pelo valor do aumento e, na mesma linha, as reduções nas contas de reservas e lucros
utilizadas no aumento de capital pelos valores correspondentes.

31.6 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A publicação de Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras está prevista no § 4º


do artigo 176 da Lei 6404/1976 (Lei das S/A), adiante transcrito:

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"As demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros


analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação
patrimonial e dos resultados do exercício".

As Notas Explicativas visam fornecer as informações necessárias para esclarecimento


da situação patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo ou transação, ou de valores
relativos aos resultados do exercício, ou para menção de fatos que podem alterar
futuramente tal situação patrimonial, ou ainda, poderá estar relacionada a qualquer outra
das Demonstrações Financeiras, seja a Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos, seja a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.

NOTAS PREVISTAS PELA LEI

O § 5º do mesmo artigo da Lei das S/A menciona, sem esgotar o assunto, as bases gerais
e as normas a serem inclusas nas demonstrações financeiras, as quais deverão indicar:

a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente


estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de
provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na
realização dos elementos do ativo;
b) os investimentos, em outra sociedade, quando relevantes;
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações;
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros
e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores;
i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam
vir a ter, efeitos relevantes sobre a situação financeira e os resultados futuros da
companhia.

A Lei das S/A estabeleceu os casos que deverão ser mencionados em Notas
Explicativas; no entanto, essa menção representa o conceito básico a ser seguido pelas
empresas, podendo haver situações em que sejam necessárias Notas Explicativas
adicionais, além das já previstas pela Lei das S/A.

NOTA SOBRE OPERAÇÕES OU CONTEXTO OPERACIONAL

Apesar de não prevista pela Lei Societária, pela CVM ou qualquer outro órgão
profissional, as empresas têm divulgado de forma usual, como a primeira das Notas
Explicativas com o título "Operações" ou "Contexto Operacional" cujo conteúdo faz
menção ao ramo de atividade explorado, base de operação e mercado que atua e qual o
estágio do empreendimento se estiver em implantação ou se estiver em expansão.

Tais informações são importantes para que os analistas e demais usuários das
demonstrações financeiras possam melhor avaliar a situação da empresa e os seus
resultados, bem como julgar da razoabilidade de índices de rentabilidade e liquidez.

MODELO DE NOTAS EXPLICATIVAS

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EMPRESA DE TAL E TAL

CURITIBA – PR

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


DE 31 DE DEZEMBRO DE 2005 (Valores em R$ 1)

NOTA 1. CONTEXTO OPERACIONAL


A empresa tem por objeto social (relatar a descrição do objeto social
contida no contrato social)

NOTA 2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


As demonstrações contábeis foram elaboradas em observância aos Princípios Fundamentais
de Contabilidade e em conformidade com as diretrizes da Lei n.º6.404/76, Lei das
Sociedades por Ações, e estão sendo apresentadas em milhares de reais de forma
comparativa com as demonstrações do exercício anterior.
Os efeitos inflacionários são reconhecidos através da atualização monetária dos ativos e
passivos, sujeitos à indexação ou variação cambial, e estão refletidos no resultado do exercício.

NOTA 3. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS


Dentre os principais procedimentos adotados para a preparação das demonstrações
contábeis ressaltamos:

a) Apuração do Resultado
As receitas, despesas e provisões são escrituradas pelo regime de competência,
observando-se o critério “pró-rata-dia”.
As operações com taxas prefixadas são registradas pelo valor de resgate. As operações
com taxas pós-fixadas estão atualizadas até a data do balanço.
b) Aplicações de liquidez não imediata
Estão demonstradas pelo custo de aplicação, acrescidas dos rendimentos
correspondentes, apropriados até a data do balanço.
c) Adiantamento a fornecedores
Estão demonstrados pelo valor nominal do desembolso.
d) Despesas antecipadas
Referem-se, basicamente, a prêmios de seguros a apropriar e estão demonstradas pelos
valores despendidos, deduzidas das parcelas apropriadas até a data do balanço pelo
critério “pro-rata-temporis”.
e) Imobilizado
Está demonstrado ao custo de aquisição, ajustado por depreciações acumuladas,
calculadas pelo método linear, às taxas estabelecidas em função do tempo de vida útil,
fixado por espécie de bens, conforme segue:

Móveis e Utensílios 10 % a.a.


Sistema de Comunicação 10 % a.a.
Equipamentos de Processamento de Dados 20 % a.a.
Veículos 20 % a.a.
f) Diferido
Está demonstrado aos valores de custo, ajustado por amortizações acumuladas,
calculadas a partir do início em que começaram a ser usufruídos os benefícios
respectivos, em períodos que não ultrapassam o prazo máximo estabelecido na Lei nº
6404/76.
g) Passivo Circulante
As obrigações e encargos são apresentados pelos valores conhecidos ou calculáveis,
acrescidos, quando aplicáveis, das correspondentes atualizações incorridas.
h) Provisão para Imposto de Renda

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Não foi constituída devido à apuração de prejuízo contábil e fiscal no exercício.


i) Provisão de férias
Está constituída em montante suficiente para fazer frente às obrigações com
funcionários, por conta de férias vencidas e proporcionais, acrescida dos
correspondentes encargos sociais.
NOTA 4. IMOBILIZADO
A seguir, demonstramos as contas que compõem esta rubrica:

Descrição 2005
Móveis/Utensílios/Equipamentos 15.000
Sistema de Comunicação 26.000
Equipamentos de Processamento de Dados 60.000
Veículos 1.000
Depreciação acumulada ( 28.000)
Totais 75.000

NOTA 5. DIFERIDO
A seguir, demonstramos as contas que compõem esta rubrica:

Descrição 2005
Projeto XYZ 40.000
Projeto XVC 100.000
Amortização Acumulada (12.000)
Totais 128.000

NOTA 6. OBRIGAÇÕES A LONGO PRAZO


Referem-se às obrigações vincendas após o término do exercício seguinte ao balanço e
estão demonstradas pelos seus valores originais contratados, incluindo, quando aplicável,
correção, variação monetária e juros. Os detalhes identificativos destas aplicações,
incluindo as garantias prestadas, discriminam-se como segue:

I – OBRIGAÇÕES:

a) instituições financeiras
Valor do principal: R$ 1.000.000
Juros de: 6% a.a. acima da TJLP
Vencimento inicial: 15/out./2002
Vencimento final: 15/jul./2010
b) Tributos e Contribuições Sub-judice
Referem-se aos créditos tributários do COFINS, compensados com as contribuições
devidas, os quais estão sendo discutidos judicialmente.

II – GARANTIAS

- Avais dos diretores


- Hipoteca de Imóvel – R$ 1.500.000,00

NOTA 7. TRANSAÇÕES ENTRE PARTES RELACIONADAS


Síntese das principais operações:

Descrição 2005

Obrigações por contratos de mútuos 150.000

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Despesas Financeiras 13.000

Os mútuos foram pactuados em condições e taxas compatíveis com o mercado financeiro.

NOTA 8. CAPITAL SOCIAL

Pertence inteiramente a acionistas domiciliados no País, está composto por 1.000.000 (um
milhão) ações ordinárias e 2.000.000 (dois milhões) ações preferenciais, todas nominativas
e no valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma.

As ações preferenciais, que não tem direito ao voto na Assembléia Geral, gozam de
prioridade no reembolso de capital, sem prêmio, outrossim, é assegurado às ações
preferenciais o pagamento de um percentual de 10% (dez por cento) acima dos dividendos
pagos às ações ordinárias.

Aos acionistas é assegurado um dividendo mínimo correspondente a 20% do lucro líquido


ajustado, nos termos da Lei das Sociedades por Ações e do Estatuto Social.

NOTA 9. AJUSTE DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Registra o lançamento de despesa operacional imputável ao exercício anterior e não


atribuível a fatos subseqüentes, nos termos do artigo 186, parágrafo 1º, da Lei 6404/76, os
quais descrevemos a seguir:

Especificação dos Ajustes 2002

Complemento de notas fiscais de fornecedores 35.000


Ajustes de despesas com adiantamentos a fornecedores (15.000)
Ajustes de Contingência Tributária (100.000)
Duplicatas a Receber (30.000)
TOTAL (110.000)

NOTA 10. GARANTIAS E SEGUROS

Destacamos, a seguir, a posição dos principais seguros mantidos pela empresa na data de encerramento do
exercício social:

Objeto Modalidade Importância


Segurada

Garantia do contrato de concessão Seguro Garantia 100.00


Obras civis em construção Riscos Civis 80.000
Danos materiais e pessoais Automóvel 50.000

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