que é própria do nosso tempo, é a inocência que se vê intimada a apresentar suas justificativas. A
ambição deste ensaio seria a de aceitar e examinar este estranho desafio". (Camus, o homem
generoso)
UM RACIOCÍNIO ABSURDO
O ABSURDO E O SUICÍDIO
OS MUROS ABSURDOS
Os grandes sentimentos e os hábitos
o “há um universo do ciúme, da ambição... um universo, isto é, uma metafísica e um
estado de espírito”.
o Para ter contato com esses estados de espírito, Camus observa que não há como se
ter um conhecimento definitivo; no máximo, uma aproximação. Desse modo, “o
método aqui definido confessa a percepção de que todo verdadeiro conhecimento
é impossível. Só se podem enumerar as aparências e se fazer sentir o clima”.
Fazemos inferências a partir dos atos falhos dos seres humanos: “Dá-se o mesmo,
um tom abaixo, com sentimentos inacessíveis no coração mas parcialmente traídos
pelos atos que os animam e os estados de espírito que pressupõem”. O sentimento
da absurdidade, nesse sentido, pode ser atingido.
o Camus apresenta uma espécie de clima no qual o sentimento de absurdidade vai se
formando:
“Em certas situações, responder "nada" a uma questão sobre a natureza de
seus pensamentos pode ser uma dissimulação para com um homem. Os
entes queridos sabem disso. Mas se essa resposta é sincera; se representa
esse estado d'alma em que o vazio se torna e eloquente, em que a cadeia
dos gestos cotidianos é rompida, e em que o coração inutilmente procura
o anel que a restabeleça, então ela é como que o primeiro sinal da
absurdidade”.