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COMANDO - GERAL

DIRETRIZ PARA A PRODUÇÃO DE SERVIÇOS DE


SEGURANÇA PÚBLICA Nº 3.01.06/2011 - CG

REGULA A APLICAÇÃO DA FILOSOFIA DE POLÍCIA


COMUNITÁRIA PELA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

Março/2011
GOVERNADOR DO ESTADO
ANTONIO AUGUSTO JUNHO ANASTASIA

SECRETÁRIO DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL


LAFAYETTE LUIZ DOORGAL DE ANDRADA

COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM RENATO VIEIRA DE SOUZA

CHEFE DO ESTADO-MAIOR
CEL PM MÁRCIO MARTINS SANT’ANA

SUPERVISÃO TÉCNICA
Cel PM Eduardo de Oliveira Chiari Campolina
Diretor de Apoio Operacional

Ten Cel PM Armando Leonardo L.A. F. da Silva


Chefe da Seção de Emprego Operacional da PMMG

REDAÇÃO
Maj. PM Alexandre Nocelli
Maj. PM Cláudio José Dias
Maj PM Edgard Antonio de Souza
Cap. PM Alexandre Magno de Oliveira
Cap. PM Vanderlan Hudson Rolim
1º Ten. PM Marcelo Ribeiro Vilas Boas
2º Ten. PM Ricardo Pereira de Araújo Gomes

REVISÃO DOUTRINÁRIA E EQUIPE DE APOIO


Cap PM Edivaldo Onofre Salazar
2° Sgt PM Aricélio Santos
2º Sgt PM Luiz Henrique de Moraes Firmino

REVISÃO FINAL
Maj. PM Alexandre Nocelli
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG)
Reprodução proibida – circulação restrita.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS. Diretriz para a Produção de Serviços


de Segurança Pública nº 3.01.06/2011 - CG – Regula a Aplicação da
Filosofia de Polícia Comunitária pela Polícia Militar de Minas Gerias. – Belo
Horizonte: Seção de Emprego Operacional – EMPM/3, 2011.
XX.; Il.

1. Polícia Comunitária-Filosofia. 2. Comunidade-organização.


I. Título.
CDU 355.43

ADMINISTRAÇÃO
Estado-Maior da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa/Edifício Minas, Rodovia Prefeito Américo Gianetti, s/n – 6º Andar -
Bairro Serra Verde – Belo Horizonte – MG – Brasil
CEP 31.630-900
Telefone: (31) 3915-7806.

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO


Seção de Planejamento do Emprego Operacional (EMPM/3)
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa/Edifício Minas, Rodovia Prefeito Américo Gianetti, s/n – 6º Andar -
Bairro Serra Verde – Belo Horizonte – MG – Brasil
CEP 31.630-900
Telefone: (31) 3915-7799.

3
DIRETRIZ PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SEGURANÇA PÚBLICA Nº
3.01.06/2011-CG

Elaborada a partir:

do princípio constitucional da eficiência, regente dos atos da Administração Pública,


contido no art. 37, caput, da Constituição Federal, e art. 13, caput, da Constituição do
Estado de Minas Gerais;

das competências atribuídas à Polícia Militar de Minas Gerais pela Constituição


Estadual;

da estratégia de longo prazo do Governo do Estado contida no Plano Mineiro de


Desenvolvimento Integrado (PMDI), de “melhorar a segurança pública e o sentimento de
segurança dos mineiros”;

dos “eixos essenciais da segurança pública”, definidos pela SENASP/MJ em 2003: a


“reorganização institucional dos órgãos de segurança pública e sua integração sistêmica”; a
“formação e valorização de seus profissionais”; o “aperfeiçoamento das práticas de
produção e gestão do conhecimento”; o “desenvolvimento de ações preventivas planejadas
e focalizadas” e o “desenvolvimento de políticas de redução da violência especificamente
voltadas para o enfrentamento de problemas e situações estratégicos”;

do pressuposto básico da gestão operacional orientada por resultados, contido na


Diretriz Geral para Emprego Operacional da PMMG (DGEOp);

do pressuposto básico de polícia comunitária, contido na Diretriz Geral para Emprego


Operacional da PMMG (DGEOp);

do conceito de governo preventivo, relacionado na Diretriz para a Produção de Serviços


de Segurança Pública (DPSSP) n° 06/2003-CG, que dispõe sobre o papel do
administrador da polícia ostensiva de preservação da ordem pública, sob os efeitos
sociais, políticos e econômicos da nova ordem mundial (globalização);

dos objetivos estratégicos da PMMG no tocante a redução da violência, da criminalidade,


da desordem e da sensação de insegurança, em áreas urbanas, rurais e em rodovias,
orientados pelo atendimento qualificado às necessidades do cidadão e da sociedade
mineira, com ênfase na prevenção criminal, garantia das liberdades e direitos fundamentais;

das políticas institucionais de operações da PMMG com “ênfase na prevenção à


ocorrência do delito”, de “acompanhamento da mutabilidade e mobilidade do crime, como
instrumento de percepção das demandas operacionais”, e de “apoio e incentivo à
mobilização, organização e participação comunitárias, nas questões locais afetas ao
conceito de operações das unidades operacionais”;

da Estratégia 8.3.4 do Plano Estratégico – PMMG, 2009-2011, “Consolidar a filosofia de


polícia comunitária como serviço de policiamento de prevenção criminal e de mobilização
da comunidade para a solução de problemas na municipalidade”.

4
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
QUADRO Nº 1 CARACTERÍSTICAS DAS ERAS DO POLICIAMENTO..................................................12

QUADRO Nº 2 DIFERENÇAS ENTRE POLÍCIA TRADICONAL E POLICIA COMUNITÁRIA..........23

QUADRO Nº 3 (2.2: DIAGRAMA-CLASSIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS) ............................................. 33

QUADRO Nº 4 (2.3: MANEIRA DE LIDAR COM O PROBLEMA POLICIAL).......................................36

QUADRO Nº 5 (2.4 DIAGRAMA 5W2H OU 4Q1POC)..................................................................................36

QUADRO Nº 6 (2.5 PLANO DE AÇÃO DE POLICIAMENTO)....................................................................37

QUADRO Nº 7 (2.6 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DO PLANO DE AÇÃO DE POLICIAMENTO)..38

QUADRO Nº 8 (3.4 CARACTERÍSTICAS DOS INDICADORES DE QUALIDADE)...............................41

QUADRO Nº 9 (4.1 CLASSIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DO


POLICIAMENTO COMUNITÁRIO)................................................................................................................42

FIGURA Nº 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA: ERAS DO POLICIAMENTO X ORIGEM ESTATÉGIA....14

FIGURA Nº 2 DILATAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS NO CAMPO DE ATUAÇÃO.....................................18

FIGURA Nº 3 MÉTODO IARA NO POLICIAMENTO ORIENTADO PARA O PROBLEMA................30

FIGURA Nº 4 DIAGRAMA FONTES DE DADOS PARA IDENTIFICAR O PROBLEMA......................32

FIGURA Nº 5 (2.6 TRIÂNGULO DE ANÁLISE DO PROBLEMA TAB).....................................................34

FIGURA Nº 6 (2.7 DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO)...............................................................................35

FIGURA Nº 7 (3.4 NÍVEIS DE GESTÃO DE QUALIDADE E INSTRUMENTOS DE IMPLEMENTA


ÇÃO)...................................................................................................................................................................... 39

FIGURA Nº 8 (A FORMAÇÃO DOS INDICADORES DE QUALIDADE)...................................................43

FIGURA Nº 9 (3.7 TIPOS DE INDICADORES DE QUALIDADE E OBJETIVOS NA MEDIAÇÃO).....43

5
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

4Q1POC O Que? Quando? Quem? Quanto? Por quê? Onde? Como?

5W2H Acrônimo em inglês para as palavras What? Who? When? Where?


Why? How? How Much?

BC Base Comunitária

BCM Base Comunitária Móvel

CAD Controle de Atendimento e Despacho

CG Comando-Geral

Ch Chefe

Cia PM Companhia de Polícia Militar

CICOp Centro Integrado de Comunicações Operacionais

Cmt Comandante

CMAD Conselho Municipal Antidrogas

CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

CMDI Conselho Municipal dos Direitos do Idoso

CMDM Conselho Municipal dos Direitos da Mulher

CODEMA Conselho Municipal do Desenvolvimento Ambiental

CONSEP Conselho Comunitário de Segurança Pública

COPOM Centro de Operações Políciais Militares

CPCia Coordenador do Policiamento de Companhia

DAOp Diretoria de Apoio Operacional

DMAT Diretoria de Meio Ambiente e Trânsito

DPO Diretriz de Planejamento Operacional

DPSSP Diretriz para Produção de Serviço de Segurança Pública

EMPM Estado-Maior da Polícia Militar

EUA Estados Unidos da América

GEACAR Grupo Especializado no Atendimento à Criança e Adolescente em Situação de Risco

GEPAR Grupo Especializado em Áreas de Risco

IAPE Indicador de Ações Preventivas nas Escolas

IARA Identificar, Analisar, Responder e Avaliar

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

6
ISPA Indicador de Serviço de Prevenção Ativa

JCC Jovens Construindo a Cidadania

JICA Japan Internation Cooperation Agency

IAPE Indicador de Ações Preventivas nas Escolas

ICM Índice de Cumprimento de Meta

IMS Índice de Mobilização Social

ISPA Indicador de Serviço de Prevenção Ativa

ONG Organização Não Governamental

PE Ponto de Estacionamento

PMMG Polícia Militar de Minas Gerais

POV Posto de Observação e Vigilância

POP Policiamento Orientado para o Problema

PPC Posto de Policiamento Comunitário

PPMAmb Patrulha de Prevenção a Degradação do Meio Ambiente

PPO Posto de Policiamento Ostensivo

PROERD Programa Nacional de Resistência as Drogas e a Violência

PRONASCI Programa Nacional de Segurança com Cidadania

ReCoD Relatório de Constatação de Desordem Física ou Moral

REDS Registro de Evento de Defesa Social

RPM Região de Polícia Militar

SARA Scanning, Analysis, Response, Assessment

SCI Sistema de Comando de Incidentes

SENASP Secretaria Nacional de Segurança Pública

SIDS Sistema Integrado de Defesa Social

SOFI Seção de Orçamento e Finanças

SOU Sala de Operações da Unidade

Subcmt Subcomandante

TAP Triângulo para Análise do Problema

UEOp Unidade de Execução Operacional

UDI Unidade de Direção Intermediária

ZQC Zona Quente de Criminalidade

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................10

2 OBJETIVOS..................................................................................................................................11
2.1 GERAL ......................................................................................................................................11
2.2 ESPECÍFICOS.............................................................................................................................11
3 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................................11
3.1 ERAS DO POLICIAMENTO MODERNO .............................................................................11
3.2 ESTRATÉGIAS INSTITUCIONAIS, O QUE ELAS REPRESENTAM? ..............................14
3.3 ESTRATÉGIAS DE POLICIAMENTO: DO POLICIAMENTO PROFISSIONAL AO
POLICIAMENTO COMUNITÁRIO .................................................................................................15
3.3.1 Policiamento profissional .................................................................................................15
3.3.2 Policiamento estratégico ..................................................................................................15
3.3.3 Policiamento orientado para o problema ........................................................................16
3.3.4 Polícia comunitária ..........................................................................................................17
4 POLÍCIA COMUNITÁRIA: CONCEITOS E PRINCÍPIOS (ANALISADOS) ....................18
4.1 CONCEITO ................................................................................................................................18
4. 2 OS PRINCÍPIOS DA POLÍCIA COMUNITÁRIA .............................................................................20
5 COMPARAÇÕES ENTRE POLÍCIA TRADICIONAL E POLÍCIA COMUNITÁRIA......23

6 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO .........................................................................................25


6.1 BASE COMUNITÁRIA ................................................................................................................25
6.2 BASE COMUNITÁRIA MÓVEL ...................................................................................................26
6.3 GEACAR .................................................................................................................................26
6.4 GEPAR ....................................................................................................................................26
6.5 JCC ..........................................................................................................................................26
6.6 PATRULHA RURAL ...................................................................................................................26
6.7 PATRULHA DE PREVENÇÃO À DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE (PPMAMB) .....................27
6.8 PROGRAMA EDUCACIONAL DE RESISTÊNCIA ÀS DROGAS E VIOLÊNCIA (PROERD) .............27
6.9 REDE DE VIZINHOS PROTEGIDOS ...................................................................................27
7 TEORIA DA PREVENÇÃO AO CRIME ..................................................................................28

8 METODOLOGIAS DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS ...........................................................29


8.1 POLICIAMENTO ORIENTADO PARA O PROBLEMA .....................................................................29
8.2 IDENTIFICAÇÃO – 1ª FASE .......................................................................................................31
8.3 ANÁLISE – 2ª FASE ..................................................................................................................33
8.4 RESPOSTA - 3ª FASE .................................................................................................................35
8.5 AVALIAÇÃO - 4ª FASE .............................................................................................................37
9 GESTÃO DA QUALIDADE ........................................................................................................39
9.1 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ....................................................................................................40
9.2 INDICADORES DE QUALIDADE (PROCESSO, DESEMPENHO E QUALIDADE – PROPRIAMENTE
DITO) NO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO ............................................................................................40
9.3 EXEMPLOS DE INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO NA
PMMG ................................................................................................................................................44
9.3.1 Indicador de Serviço de Prevenção Ativa (ISPA) ............................................................44
9.3.2 Indicador de Ações Preventivas nas Escolas (IAPE) .......................................................45
9.3.3 Indicador de Mobilização Social (IMS) ...........................................................................45
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................46

8
ANEXO “A” (CONCEITOS BÁSICOS) À DPSSP N° 3.01.06/11- CG...........................................47

ANEXO “B” (PROCEDIMENTOS DE OPERACIONALIZAÇÃO DA POLÍCIA


COMUNITÁRIA) À DPSSP N° 3.01.06/2011 - CG...........................................................................50

ANEXO “C” (QUESTIONÁRIOS DE IMPLANTAÇÃO DA POLÍCIA COMUNITÁRIA) À


DPSSP N° 3.01.06/2011 – CG ..............................................................................................................57

ANEXO “D” (MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO POLICIAL COMUNITÁRIO) À DPSSP


N° 3.01.06/2011 - CG ............................................................................................................................65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................81

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DIRETRIZ PARA A PRODUÇÃO DE SERVIÇOS DE
SEGURANÇA PÚBLICA Nº 3.01.06/2011-CG

Regula a aplicação da filosofia de


Polícia Comunitária pela Polícia Militar
de Minas Gerias.

1 INTRODUÇÃO
Para alcançar seus objetivos institucionais, fundamentados na atual
Administração Pública Gerencial, a PMMG busca, por meio de decisões, ações e
operações orientadas por resultado, servir e proteger os cidadãos e a sociedade,
bem como, garantir a segurança dos bens públicos e privados, prevenir e coibir os
ilícitos penais e as infrações administrativas.
Além disso, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) tem como principais
linhas de ação: ênfase nas pessoas, liderança participativa, inovação na solução de
problemas, foco na sociedade e no cidadão, polícia orientada para a solução de
problemas e melhoria contínua da qualidade de vida das comunidades.
Nesse sentido, a filosofia da Polícia Comunitária tem se firmado, tema
central da presente Diretriz, cuja estratégia básica é melhorar a qualidade da gestão
operacional da PMMG, com ênfase nas metodologias de mobilização social,
resolução de problemas, integração, parceria e conscientização comunitária no que
diz respeito à solução de problemas de segurança pública e análise dos fatores
intervenientes para a sua execução.
Ainda convém lembrar, que a filosofia de Polícia Comunitária representa
progresso, inovação e mudanças fundamentais na estrutura e na administração das
organizações policiais, gera segurança pública, diminui as taxas de criminalidade,
reduz o medo do crime, faz o público se sentir menos desamparado, refaz a conexão
da polícia com a sociedade e reconhece que esta não pode ter sucesso em atingir
seus objetivos básicos sem o apoio, tanto operacional quanto político, da sua própria
comunidade.
Trata-se, portando, de uma polícia moderna, proativa, que estabelece laços
da confiança, do respeito aos Direitos Humanos, da Democracia, da Idoneidade, da
Ética e Consciência Policial tão indispensável a qualquer pessoa, profissional, grupo
ou Instituição.
Sendo assim, a atual Diretriz vem estabelecer novos princípios
direcionadores para a implantação, implementação e institucionalização da filosofia
de Polícia Comunitária pela Polícia Militar de Minas Gerais, através do policiamento
comunitário na consecução dos objetivos e metas estabelecidas para o alcance das
chances de sucesso na arte de fazer uma polícia moderna, mais eficiente, científica
e sustentada pelos pilares da parceria da governança e polícia democrática-
comunitária-humanitária, promotora dos direitos humanos na busca da (re) solução
conjunta dos problemas comunitários e da segurança pública.

10
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Sedimentar a Filosofia de Polícia Comunitária, alinhada a missão, visão e
valores da PMMG, com ênfase na prevenção situacional da violência, do crime, da
criminalidade e na resolução de problemas.

2.2 Específicos
2.2.1 Orientar aos integrantes da PMMG, nos diversos níveis, quanto ao conceito,
parâmetros e as ações necessárias para a consolidação da filosofia de polícia
comunitária;
2.2.2 Interagir com órgãos públicos e privados, em âmbito Internacional, Nacional,
Estadual e Municipal;
2.2.3 Investir de autoridade decisória, de fato e de direito, dos profissionais de
segurança pública que atuam em interface direta com a comunidade;
2.2.4 Referenciar a produção doutrinária a cerca da implantação dos serviços do
policiamento comunitário.

3 CONTEXTUALIZAÇÃO
Parece complexo compreender o que é polícia comunitária, embora,
essencialmente, esta filosofia represente apenas uma estratégia organizacional.
Compreender este conceito é mais fácil quando primeiramente analisamos a história
da evolução social das instituições policiais. Assim, como forma de melhor
compreensão desta história e consequente surgimento da filosofia de polícia
comunitária será apresentado um breve relato sobre os períodos pelo qual o
policiamento moderno passou até que chegasse a este novo conceito de estratégia
organizacional. Também, muito importante, é entender o que representa uma
estratégia organizacional e quais são seus objetivos e o porquê dela existir.
De forma institucionalizada, a implantação da filosofia de polícia comunitária
na PMMG iniciou-se na década de 90 com a elaboração da Diretriz de Planejamento
Operacional (DPO) 3008/93 e ainda é muito nova se comparada com a história
bicentenária da instituição. Como toda mudança, enfrenta muita resistência interna e
também na própria comunidade. Como fator agravante desta resistência destaca-se
as constantes interpretações equivocadas desta filosofia de polícia e a falta de
conhecimento de sua origem e real objetivo.

3.1 ERAS DO POLICIAMENTO MODERNO


Para compreender o surgimento do policiamento moderno, hoje executado
pelas instituições policiais no Brasil, é necessário relembrar a história de como
surgiu o policiamento moderno nos Estados Unidos, que muito nos influenciou com a
sua cultura e estilo administrativo.
Historicamente, o policiamento nos EUA foi dividido em três períodos
fundamentais, denominados “eras”. O 1º período, “era política”, foi caracterizado

11
por um policiamento que desempenhava diversas funções sociais e sem
profissionalização. O 2º período, “Era da Reforma ou Profissional”, foi o momento
em que surgiram as Academias de Polícia com o objetivo de formar profissionais
com foco no combate ao crime, e 3º Período, “Era de resolução de problemas da
comunidade”, orienta-se na construção de um relacionamento de cooperação entre
a polícia e a sociedade. Este último tem como base a participação dos agentes
comunitários.
A seguir é apresentado um quadro com as principais características destas
três eras:
QUADRO 1 - Características das Eras do Policiamento

Fonte adaptada de: KELLING, George L.; MOORE, Mark Harrinson. A evolução da estratégia de
policiamento, perspectivas em policiamento. Cadernos de Polícia, n. 10. Rio de Janeiro: Polícia Militar
do Estado do Rio de Janeiro, 1993.

MOORE, Mark Harrinson; Trojanowicz, Robert C... Estratégias Institucionais para o Policiamento.

DIAS NETO, Theodomiro. Policiamento Comunitário e Controle sobre a Polícia: A Experiência Norte-
Americana. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.

A era política foi caracterizada pelo sistema de aplicação da lei, com


funcionários dedicados em tempo integral ao patrulhamento contínuo visando à
prevenção do crime. Neste contexto, a polícia desenvolve um serviço social amplo,
pois não está bem definida sua função social. Certamente suas ações eram muito
influenciadas pelas instituições político-partidárias locais, o que gera uma enorme
flexibilidade na atuação do policial. Destaca-se que a principal tática de policiamento
é o deslocamento a pé ou a cavalo, o que possibilita um maior contato com as
pessoas.

12
As maiores críticas à era política foram à violência e a corrupção policial.
Outro grave problema era a forma de ingresso na carreira, resumida a uma
oportunidade de emprego para protegidos políticos. Os únicos requisitos necessários
para a indicação de um policial eram a influências política e a força física. Não havia
necessidade de treinamento preliminar. Os policiais eram considerados
suficientemente preparados para o exercício de suas funções se portassem um
revólver, cassetete, algemas e vestissem um uniforme. Tratava-se de uma era de
incivilidade, ignorância, brutalidade e corrupção.
Baseando-se nestas contradições várias críticas surgiram, principalmente
dentro da própria polícia. Para aprimorar este serviço os defensores das reformas
defendiam a incorporação dos métodos gerenciais e operacionais da iniciativa
privada, o objetivo era criar um departamento policial “perfeito” – afora comumente
chamado de modelo profissional. Portanto, havia um consenso que era preciso
blindar a polícia de interferências da política externa, centralizar as estruturas
internas de comando e controle, delimitar a função do policial para prender os
infratores da lei e formar o profissional de polícia.
Este modelo profissional dá ênfase à eficiência operacional, conquistada a
partir de um controle centralizado, linhas nítidas de organização, melhor e mais
efetiva utilização dos agentes policiais, maior mobilidade, intensificação dos
treinamentos e crescente uso de equipamentos e tecnologia.
Com a reforma surge um novo policiamento onde o policial tem um mandato
fixo, estabilidade e autonomia no emprego.
As características desta era policial são um serviço profissional, distante da
comunidade, focado no combate repressivo do crime e que utiliza principalmente o
automóvel e o telefone para implementar o radiopatrulhamento. É inegável que
surge uma máquina burocrática eficiente e um corpo profissional treinado com as
melhores tecnologias para o momento, mas os policiais não conseguem ainda
identificar os problemas cotidianos dos cidadãos.
As atuais reformas na área policial estão fundadas na premissa de que deve
haver uma relação sólida e consistente entre a polícia e a sociedade para que ocorra
eficácia na política de prevenção criminal e na produção de segurança pública.
Assim, o policiamento comunitário fomenta um ambiente organizacional e cultural
voltado ao alinhamento da conduta policial às características locais.
As eras do policiamento moderno americano são apresentadas para uma
análise temporal. Nesta síntese é possível perceber quais são as principais
características de cada período e como ocorreu esta transformação que influenciou
as principais estratégias de policiamento que surgiram na Era da Reforma e na Era
de Solução de Problemas com a Comunidade. Deve-se ter o cuidado para não
simplificar a análise de uma era policial somente em algumas características, sob o
risco de distorcer todo um contexto histórico-social. Uma característica, total ou
parcial, de um período pode repetir em outro, por exemplo: o relacionamento íntimo
entre a polícia e a comunidade, presente na era política e na era da comunidade.
Também é importante destacar que estas são características comuns entre
a maioria dos órgãos policiais naquele período, portanto, as datas são parâmetros.
Por exemplo, segundo Goldstein (2003), as características da era política
permaneceram em alguns órgãos policiais até 1965.

13
3.2 ESTRATÉGIAS INSTITUCIONAIS, O QUE ELAS REPRESENTAM?
Definir uma estratégia organizacional ajuda a instituição, os seus
funcionários e os seus executivos a produzirem com maior eficiência e qualidade.
Uma estratégia institucional explícita diz às pessoas de fora, que investe na
instituição, o quê a organização pretende fazer e de que maneira pretende fazê-lo?
Ela explica para os funcionários o que é considerado como contribuição importante
para a instituição; auxilia os gerentes a manter dentro de um foco consistente todo o
material que lhes chega; direciona atenção desses gerentes para aqueles poucos
programas, atividades e investimentos que são críticos para implantação da
estratégia proposta.
Para qualquer instituição, existem numerosas estratégias. O
desenvolvimento de uma estratégia institucional é uma questão complexa.
Entretanto, muitas vezes, estratégias institucionais complexas podem ser descritas
em frases ou “slogans” relativamente simples. Voltando a atenção para o
policiamento, pode-se dizer que a estratégia direciona, entre outros tópicos, os
objetivos da polícia, seu foco de atuação, a orientação de como se relacionar com a
comunidade e as principais táticas a serem utilizadas.
É importante destacar que a segurança pública acumulou experiências
policiais diversas na tentativa de atingir seus objetivos organizacionais, estabelecer
seu profissionalismo e, em alguns locais, alcançar legitimação na própria
comunidade. Para Goldstein (2003) não é um hábito registrar estas estratégias no
meio acadêmico e principalmente discuti-las nos órgão policiais. Para correlacionar a
origem das estratégias de policiamento com as respectivas eras de policiamento
recorre-se a seguinte evolução histórica, apresentada por Kelling e Moore (1993),
ilustrada na figura a seguir:
FIGURA 1 – Evolução Histórica: eras do policiamento x origens das estratégias

Fonte adaptada de: KELLING, George L.; MOORE, Mark Harrinson. A evolução da estratégia de
policiamento, perspectivas em policiamento. Cadernos de Polícia, n. 10. Rio de Janeiro: Polícia Militar
do Estado do Rio de Janeiro, 1993.

MOORE, Mark Harrinson; Trojanowicz, Robert C. Estratégias Institucionais para o Policiamento.


Cadernos de Polícia, n. 10. Rio de Janeiro: Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, 1993.

DIAS NETO, Theodomiro. Policiamento Comunitário e Controle sobre a Polícia: A Experiência Norte-
Americana. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.

14
3.3 ESTRATÉGIAS DE POLICIAMENTO: DO POLICIAMENTO
PROFISSIONAL AO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
3.3.1 Policiamento profissional
A estratégia de policiamento que orientou mundialmente o policiamento
moderno a partir de 1930, e até hoje direciona a grande maioria das instituições
policiais, é o policiamento profissional. É também denominado como policiamento
tradicional ou de combate profissional do crime. Ela foi concebida num contexto
histórico que buscava dirimir os conflitos urbanos que eclodiam, diante da ausência
de estratégias policiais eficientes na Era Política (1830-1930).
Ela tem como principal característica foco direto sobre o controle do crime.
Portanto, aumenta-se o status e autonomia dos órgãos policias. Para isto a
instituição policial se organiza em unidades centralizadas, com profissionais que têm
o aporte de orçamento público para pessoal, logística, tecnologia e treinamento. O
objetivo da estratégia de combate profissional do crime é criar uma força de combate
do tipo militar, disciplinada e tecnicamente sofisticada; que não pratique a
truculência no seu cotidiano. As principais tecnologias operacionais dessa estratégia
incluem a utilização de patrulhas motorizadas (de preferência automóveis),
suplementadas com rádio, atuando de modo a criar uma sensação de onipresença e
respondendo rapidamente aos chamados, principalmente aqueles originados na
rede de rádio via tele-atendimentos das centrais de comunicações policiais.
As contradições e inconsistências da estratégia profissional foram revelando-
se ao longo do tempo, ou mesmo resultantes do seu próprio estilo. O caráter reativo
da tática policial, de atuar somente quando é acionada, falha na prevenção criminal,
pois não consegue identificar os problemas nas suas causas. Outra limitação é o
grande isolamento entre a polícia e a comunidade, tornando-a inacessível para as
demandas políticas inerentes ao contexto democrático. Na verdade, o
distanciamento é incentivado pelos altos escalões, pois quem entende de polícia é a
própria polícia. O isolamento policial, o estilo impessoal e a própria burocracia
centralizada é uma tentativa institucional de evitar a corrupção, a truculência e
principalmente limitar a discricionariedade do exercício policial.
Todas estas características alimentam uma estratégia de policiamento
menos eficiente na prevenção criminal, no combate da criminalidade e na
preservação da ordem pública.

3.3.2 Policiamento estratégico


O policiamento estratégico tenta resolver os pontos fracos do policiamento
profissional no combate ao crime, acrescentando reflexão e energia. Segundo Souza
(2003), essa estratégia representou um novo esforço das instituições policiais na
definição de um escopo competitivo para as suas ações, direcionando-as para
determinados tipos de delitos. Desta forma, enfatiza uma maior capacidade para
lidar com os crimes que não estão bem controlados pelo modelo tradicional.
O objetivo básico da polícia permanece o mesmo que é o controle efetivo do
crime. O estilo administrativo continua centralizado. Através de pesquisas e estudos
a patrulha nas ruas é direcionada, melhorando a forma de emprego. O policiamento
estratégico reconhece que a comunidade pode ser um importante instrumento de
auxílio para a polícia. Recebem ênfase os crimes praticados por delinquentes

15
individuais ou associações criminosas sofisticadas, que geram grande repercussão
devido ao grau elevado de violência ou ao método intricado, por exemplo: crimes de
homicídio em série, terrorismo, narcotráfico, pedofilia, xenofobia, homofobia,
descaminho ou contrabando, entre outros.
Esta estratégia de policiamento carece de uma alta capacidade investigativa,
por isso incrementou unidades especializadas de investigação. Entretanto, o
policiamento estratégico trouxe poucas melhorias à prevenção dos delitos comuns
dos bairros e ruas, apesar de haver introduzido a tática do lançamento das patrulhas
direcionadas.
O policiamento estratégico demonstra um aprimoramento da ação policial na
prevenção, no enfrentamento e na contenção do crime, superando-se as bases do
policiamento tradicional. As tecnologias disponíveis são direcionadas e utilizadas
como importantes instrumentos de investigação científica, aumentando a
independência e diminuindo a influência da política local, estabelecendo-se laços
com outras agências policiais e com o poder judiciário, principalmente atuando com
patrulhas de repressão qualificada.

3.3.3 Policiamento orientado para o problema


O policiamento para resolução de problemas, também conhecido como
policiamento orientado para o problema (POP) é uma estratégia que tem como
objetivo principal melhorar o policiamento profissional, acrescentando reflexão e
prevenção criminal. O POP foi detalhado por Goldstein em 1979 com a seguinte
definição “[...] a resolução de problemas constituía o verdadeiro propósito do
policiamento e propugnava por uma polícia que identificasse e buscasse as causas
dos problemas subjacentes às repetidas chamadas policiais” (CERQUEIRA, 2001).
Desta forma, Goldstein busca através de um estudo metodológico, demonstrar que a
polícia deve agir nas causas e não apenas nos efeitos.
O POP pressupõe que os crimes podem estar sendo causados por
problemas específicos e talvez contínuos na mesma localidade. Conclui-se que o
crime pode ser minimizado, ou até mesmo extinto, através de ações preventivas,
para evitar que seja rompida a ordem pública. Essa estratégia determina o aumento
das tarefas da polícia ao reagir contra o crime na sua causa, muito além do
patrulhamento preventivo, investigação ou ações repressivas.
O policiamento orientado para o problema sustenta que o comportamento
individual é resultado da interação entre o indivíduo e o ambiente. Assim, assegura
que a oportunidade pode ser considerada a principal causa do crime. Embora a
teoria das oportunidades venha sendo frequentemente utilizada para estudo das
causas do crime, sua aplicação tem sido maior nos crimes contra o patrimônio.
Entretanto, por sua versatilidade, pode ser também utilizada para o entendimento de
todos os tipos de crimes, inclusive os crimes contra a pessoa. A teoria pode ser
resumida considerando que a ocorrência de um crime depende de que os fatores
tempo e espaço convirjam nos seguintes elementos: um agressor motivado (1), um
alvo adequado e disponível (2) e a ausência de um guardião que impeça a
ocorrência do crime (3). (CLARKE; FELSON, 1998; MOREIRA, 2005).
Essa estratégia de policiamento implica em mudanças estruturais da polícia,
aumentando a discricionariedade do policial, aumento de sua capacidade de
decisão, iniciativa e de resolução de problemas. O POP desafia a polícia a lidar com

16
a desordem e situações que causem medo, visando um maior controle do crime. Os
meios utilizados são diferentes dos anteriores e inclui um diagnóstico das causas
subjacentes do crime, a mobilização da comunidade e de instituições
governamentais e não-governamentais. Encoraja uma descentralização geográfica e
a existência de policiais generalistas e capacitados.
A solução de problemas pode ser parte da rotina de trabalho policial e seu
emprego regular pode contribuir para a redução, ou solução, dos crimes, melhorar a
sensação de segurança e até mesmo diminuir a desordem física e moral vivenciada
nos bairros. Solucionar problemas no policiamento não é novidade, a diferença é
que o policiamento orientado para o problema apresenta um método analítico que
mais a frente será analisado.

3.3.4 Polícia comunitária


A polícia comunitária é o final de um movimento contínuo de reformas
operacionais, que começaram nos anos 60 com o team policing (policiamento de
grupo) e o neighborhood watch (vigilantes de bairro). A premissa é que a polícia não
pode lidar sozinha com o problema do crime. Para construção de uma estratégia de
polícia comunitária devem ser buscados como objetivos: parceria, fortalecimento,
solução de problemas, prestação de contas e orientação para o cliente. A polícia
deve trabalhar em parceria com a comunidade, com o governo, outras agências de
serviço e com o sistema de justiça criminal. A palavra de ordem deve ser: “Como
podemos trabalhar juntos para resolver este problema?” Portanto, as lideranças da
comunidade devem estar envolvidas em todas as fases do planejamento do
policiamento comunitário.
Basicamente, existem dois tipos de fortalecimento os dos policiais e o da
própria comunidade. O policiamento comunitário valoriza a capacidade dos cidadãos
em participar das decisões sobre o policiamento e de outras agências de serviço
para prover maior impacto nos problemas de segurança. Poder de decisão,
criatividade e inovação são atitudes que devem ser encorajadas em todos os níveis
da polícia. É uma estratégia que representa um renascimento da abordagem do
policiamento pela solução de problemas. A meta da solução de problemas é realçar
a participação da comunidade através de abordagens para reduzir as taxas de
ocorrências e o medo do crime com planejamentos a curto, médio e longo prazo.
A polícia comunitária como estratégia institucional muda os fins, os meios, o
estilo administrativo e o relacionamento da polícia com a comunidade. O objetivo é
para além do combate ao crime, pois permite a inclusão da redução do medo do
crime, da manutenção da ordem e de alguns tipos de serviços sociais de
emergência. Os meios englobam toda a sabedoria acumulada pela resolução de
problemas (método IARA). O estilo administrativo muda de concentrado para
desconcentrado, de policiais especialistas para generalistas.. O papel da
comunidade evolui de meramente informar ou alertar a polícia, para participante do
controle do crime e na criação de comunidades ordeiras. Nas próximas seções esta
estratégia será mais explorada e detalhada.
As estratégias de policiamento, apesar de terem características distintas,
não são concorrentes, elas têm um sentido de complementação ao longo do tempo.
Cada estratégia é um trabalho desenvolvido para o seu contexto histórico e busca
suprir uma lacuna que ainda não era abordada ou desenvolvida na tarefa policial da
estratégia anterior, conforme ilustra a figura adiante:
17
FIGURA 2 – Dilatação das Estratégias no Campo de Atuação

Fonte: MOORE, Mark H.; TROJANOWICZ, Robert C..Estratégias Institucionais para o Policiamento.
Trad. Mina Seinfeld de Carakushansky. Publicação do Instituto Nacional de Justiça, do Departamento
Nacional de Justiça e do Programa de Políticas em Justiça Criminal e Administração. Escola de
Governo John F. Kennedy, Universidade de Harward. Novembro de 1988 – Nº 6.

As características isoladas de cada estratégia de policiamento (comunitário,


orientado para o problema, estratégico e profissional), são por si só, insuficientes
para promover a segurança pública. Todos esses modelos dependem da
capacidade de enxergar por trás da superfície de um problema, simples ou
complexo. Desta forma, é importante haver um equilíbrio entre as táticas policiais
reativas e preventivas, isto é, qualquer estratégia de policiamento deve estar
alinhada com uma política de segurança que contemple o combate profissional
contra o crime e ter a capacidade de envolver a comunidade na solução dos
problemas rotineiros da comunidade local.

4 POLÍCIA COMUNITÁRIA: CONCEITOS E PRINCÍPIOS (ANALISADOS)


4.1 Conceito
De acordo com Robert Pell1, cidadão inglês aceito como o autor das bases
para a estruturação da polícia moderna em 1829, “a polícia é o povo e o povo é a
polícia”. Tal definição leva à compreensão de que uma pessoa que faz parte de um

1
Sir Robert Peel foi primeiro-ministro britânico de 1834 a 1835 e novamente de 1841 a 1846. É mais conhecido
pela criação do Departamento Policial de Londres quanto ele ocupava a função de "Home Secretary", dando
origem a alcunha de "Bobbies" para os policiais londrinos.

18
organismo policial é, antes de tudo, um integrante do povo, ou seja, quem faz parte
da “polícia” não deixa de ser povo.
Dessa forma, torna-se necessário entender que Polícia Comunitária é um
termo que se refere exatamente à atividade policial por excelência, cujos objetivos
se dirigem à comunidade. Conforme Rosembaum (2002) e Skolnick e Bayley (2002)
o termo polícia comunitária representa um marco na mudança da forma de fazer
polícia na sociedade contemporânea, e não somente isso, mas um retorno àquilo
que sempre deveria ter sido a atividade de polícia.
Segundo Cerqueira (2001), não existe um conceito exclusivo de polícia
comunitária no Brasil, embora o mais presente entre as instituições policiais é o
seguinte:

Polícia Comunitária é uma filosofia e uma estratégia


organizacional que proporciona uma nova parceria entre a
população e a polícia. Tal parceria se baseia na premissa de
que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar
juntas para identificar, priorizar e resolver problemas
contemporâneos tais como crime, drogas, medo do crime,
desordens físicas e morais, e em geral a decadência do
bairro, com o objetivo de melhorar a qualidade geral de vida
da área. (TROJANOWICZ e BUCQUEROUX, 1994, p.4-5).

Para a compreensão deste conceito de Polícia Comunitária, será necessária


ainda uma análise de seus “componentes”:
a) Filosofia
Pode ser definida como o estudo geral sobre a natureza das coisas e suas
relações entre si, ou ainda, como uma forma de compreender e pensar sobre
determinado assunto.
b) Estratégia
É a arte de usar os meios disponíveis ou as condições que se apresentam
para atingir determinados objetivos, ou também, forma de fazer, de utilizar recursos
para atingir certa finalidade.
c) Organizacional
Da organização, no caso específico, da Polícia Militar, no entanto, como
visto acima, pode se aplicar a qualquer estrutura que possua uma função policial, de
fiscalização ou de atendimento à comunidade.
d) Parceria
É a reunião de uma ou mais pessoas para um fim de interesse comum, ou
ação de mais de um ator para alcançar um objetivo comum a todos os atores
sociais.

19
e) Problema
Definido basicamente como uma questão levantada para consideração,
discussão, decisão ou busca de solução.
f) Qualidade de vida
Conjunto de condições ou situações que delineiam o viver e o conviver do
cidadão na comunidade.
Ainda de acordo com Cerqueira (2001), qualquer organismo com uma
função policial faz parte, na realidade, da sociedade. A estratégia comunitária vê o
controle e a prevenção do crime como resultado da parceria com outras atividades.
Isto significa dizer que os recursos do policiamento, articulados com os novos
recursos comunitários, são agora os instrumentos essenciais para a prevenção do
crime; em outras palavras, os membros da comunidade assumem seu real papel de
cidadãos que atuam junto da polícia para o bem comum.
Entende-se, assim, que a premissa central da polícia comunitária é que o
público deve exercer um papel mais ativo e coordenado na obtenção da segurança.
[...] Desse modo, impõe-se uma responsabilidade nova para a polícia, ou seja, criar
maneiras apropriadas de associar o público ao policiamento e à manutenção da lei e
da ordem [...] (SKOLNICK; BAYLEY, 2002, p.18).
A filosofia de Polícia Comunitária oferece então meios para o fortalecimento
do processo de empoderamento dos cidadãos, no sentido de compartilharem entre
si e a polícia a tarefa de planejar práticas para enfrentar o crime.
Conclui-se que a ideia central de Polícia Comunitária reside na possibilidade
de propiciar uma aproximação dos profissionais de segurança junto à comunidade
onde atuam, de modo a dar característica humana ao profissional de polícia, e não
apenas um número de telefone ou uma instalação física referencial. Para isto realiza
um amplo trabalho sistemático, planejado e detalhado.
Cabe ressaltar também que Polícia Comunitária não é uma atividade
especializada, particularizada, para servir somente a algumas comunidades de
cidadãos ordeiros sem obedecer aos critérios técnicos ou científicos. Da mesma
forma, Polícia Comunitária também não é uma troca de favores, nem é a
comunidade fornecer apoio financeiro ou logístico para uma determinada
corporação.

4. 2 Os Princípios da Polícia Comunitária


O conceito de Polícia Comunitária inclui mais que o exercício de novas
funções, uma moderna visão da gestão da segurança pública, segundo a qual a
cultura organizacional é transformada. Tal visão é trazida à existência pelo exercício
concomitante de dez princípios abaixo elencados, conforme propõem Trojanowicz,
Robert & Bucqueroux, Bonnie (1990) e Mendonça (2009):
a) Filosofia e estratégia organizacional
Como a filosofia e a estratégia são da organização, compreende-se que toda
a Corporação pensa e age de uma mesma forma: com base na comunidade. No
lugar de buscar ideias pré-concebidas, a Polícia deve buscar, junto às comunidades,

20
os anseios e as preocupações destas, a fim de traduzi-los em procedimentos de
segurança, em processos de decisão compartilhados.
Com base em uma compreensão sistêmica da defesa social e da segurança
pública e na gestão compartilhada das políticas públicas, a Polícia Militar aumenta a
sua capacidade de responsabilização pela segurança pública e o policial militar
passa a atuar como planejador, solucionador de problemas e coordenador de
reuniões para troca de informações com a população.
Esse exercício de responsabilidade depende ainda de um estilo de
administração baseado em valores prévia e claramente estabelecidos,
fundamentados na responsabilidade social do estado. Da mesma forma, é
necessário o estabelecimento de um estilo de processo decisório fundamentado em
estreita parceria dos órgãos da segurança pública com a comunidade, na
identificação dos problemas que lhes afetam, na sua discussão compartilhada e na
busca de soluções conjuntas.
b) Comprometimento da organização com a concessão de poder à
comunidade
Uma vez compreendido o funcionamento do Estado Democrático de Direito
em funcionamento no Brasil, fica claro que o país vive numa situação em que as
normas que regulam o convívio são definidas pela maioria da população por meio de
representantes eleitos.
Como a Constituição Federal prevê, no art. 144, que “a segurança pública é
dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”, e é a própria Constituição
Federal, vontade do povo brasileiro, que define as funções da Polícia Militar, é
inequívoco o raciocínio de que, na realidade, o povo é que outorga autoridade à
Polícia Militar.
Logo, dentro da comunidade, os cidadãos têm o direito e a responsabilidade
de participarem, como plenos parceiros da polícia, na identificação, priorização e
solução dos problemas afetos à mesma comunidade.
c) Policiamento descentralizado e personalizado
Para que a Polícia Comunitária exista e funcione adequadamente, é
fundamental uma descentralização da estrutura dos órgãos de segurança pública,
de forma a possibilitar a integração e interação entre eles e a comunidade.
É necessário ainda um policial plenamente envolvido com a comunidade,
presente e conhecido pela mesma e conhecedor de suas realidades, o que se
traduzirá também na agilidade nas respostas de qualidade às necessidades de
proteção e socorro da comunidade. Evidente ainda que esta atuação seja
beneficiada pelo emprego do policiamento no processo a pé, mais próximo e em
contato mais estreito com as pessoas.
d) Resolução preventiva de problemas a curto e em longo prazo
Entende-se como prioritária a atuação preventiva da Polícia Militar como
atenuante de seu emprego repressivo, fortalecendo a ideia de que o policial não
precise ser acionado pelo rádio, mas que se antecipe à ocorrência. Com isso, o
número de chamadas das centrais de emergência tende diminuir, facilitando a
resposta ao maior número possível de acionamentos, tendentes à sua totalidade.

21
e) Ética, legalidade, responsabilidade e confiança
A prática da Polícia Comunitária pressupõe um novo contrato entre a polícia
e os cidadãos aos quais ela atende, com base no rigor do respeito à ética policial, da
legalidade dos procedimentos, da responsabilidade e da confiança mútua que
devem existir. Esta sensação é fortalecida sobremaneira pela transparência das
atividades desempenhadas pela polícia, de forma a permitir um maior controle pela
população, o que é seu direito por definição.
f) Extensão do mandato policial
O policial militar passa a ampliar sua atuação, auxiliando a comunidade a
solucionar problemas que afligem a qualidade de vida local e que, numa visão
tradicional, não seriam “problema de polícia”.Cada policial passa então a atuar como
um chefe de polícia local, com autonomia e liberdade para tomar iniciativa, dentro de
parâmetros rígidos de responsabilidade.
Para que o policial militar assuma tal responsabilidade é preciso perguntar-
se:
- Isto está correto para a comunidade?
- Isto está correto para a segurança da minha região?
- Isto é ético e legal?
- Isto é algo que estou disposto a me responsabilizar?
- Isto é condizente com os valores da Corporação?
Se a resposta for Sim a todas essas perguntas, a possibilidade de êxito
cresce de forma expressiva.
g) Ajuda às pessoas com necessidades específicas
Valorização da vida de pessoas mais vulneráveis: jovens, idosos, minorias,
pobres, deficientes, entre outros. Esse deve ser um compromisso inalienável do
policial militar.
O ponto de partida é o conceito de justiça e de segurança como sinônimo de
equidade: é justa a sociedade em que todos os membros desfrutem de modo pleno
e igual, de um conjunto de liberdades fundamentais claramente especificadas - os
direitos humanos sem discriminação e no grau máximo compatível com as
liberdades alheias.
h) Criatividade e apoio básico por parte dos diversos níveis de
Comando
Os Comandantes, nos diversos níveis hierárquicos da Corporação devem
exercitar a confiança nos profissionais que estão na linha de frente da atuação
policial, acreditar no seu discernimento, sabedoria, experiência e, sobretudo na
formação que recebeu.
Tal ambiente propiciará abordagens mais criativas para os problemas
contemporâneos da comunidade por meio da investidura de autoridade decisória, de
fato e de direito, nos profissionais de segurança pública que atuam em interface
direta com a comunidade.

22
i) Mudança interna
O exercício da Polícia Comunitária exige uma abordagem plenamente
integrada, envolvendo toda a organização. É fundamental a atualização e o
aprimoramento de seus cursos e respectivos currículos, bem como de todos os seus
quadros de pessoal, materializando um projeto de mudanças para 10 ou 15 anos.
j) Construção do futuro
Deve-se oferecer à comunidade um serviço policial descentralizado e
personalizado, com endereço certo. A ordem não deve ser imposta de fora para
dentro, mas as pessoas devem ser encorajadas a pensar na polícia como um
serviço a ser utilizado para ajudá-las a resolver problemas atuais de sua
comunidade, criando um ambiente propício para o exercício pleno da cidadania.
Quando a comunidade é composta por verdadeiros cidadãos, o equilíbrio
entre os direitos e deveres é natural e o funcionamento desta comunidade tende a
se aproximar do ideal.

5 COMPARAÇÕES ENTRE POLÍCIA TRADICIONAL E POLÍCIA


COMUNITÁRIA
O novo modelo difere do modelo tradicional de se “fazer polícia”. Importante
ressaltar que não se tratam de entendimentos diametralmente opostos, mas sim de
uma complementação. Basicamente, a Polícia Comunitária ultrapassa a Polícia
Tradicional nos seguintes aspectos básicos explicitados no quadro 2:
QUADRO 2 – Diferenças entre Polícia Tradicional e Polícia Comunitária

POLÍCIA TRADICIONAL POLÍCIA COMUNITÁRIA


a) A polícia é apenas uma agência a) A polícia é o público e o público é a
governamental responsável, polícia: os policiais são aqueles
principalmente, pelo cumprimento da lei; membros da população que são pagos
para dar atenção em tempo integral aos
cidadãos;
b) Na relação entre a polícia e as demais b) Na relação com as demais instituições
instituições de serviço público, as de serviço público, a polícia é apenas
prioridades são muitas vezes uma das instituições governamentais
conflitantes; responsáveis pela qualidade de vida da
comunidade, dentro a visão do sistema;
c) O papel da polícia é se preocupar com c) O papel da polícia assume um
a resolução do crime; enfoque mais amplo, buscando a
resolução de problemas, principalmente
por meio da prevenção;
d) As prioridades são, por exemplo, d) As prioridades são quaisquer
roubo a banco, homicídios e todos problemas que aflijam a comunidade;
aqueles envolvendo violência;
e) A polícia se ocupa mais com os e) A polícia se ocupa mais com os
incidentes; problemas e as preocupações dos
cidadãos;

23
f) O que determina a eficiência da polícia f) A eficácia da polícia é medida pela
é tão somente o tempo de resposta às ausência de crime e de desordem, pela
solicitações; sensação de segurança e pela confiança
da comunidade, mais que o tempo de
resposta;
g) O profissionalismo policial se g) O profissionalismo policial se
caracteriza apenas pelas respostas caracteriza principalmente pelo estreito
rápidas aos crimes sérios; relacionamento com a comunidade, além
da rapidez nas respostas;
h) A função do comando é prover os h) A função do comando é incutir e
regulamentos e as determinações que desenvolver os valores institucionais;
devam ser cumpridas pelos policiais;
i) As informações mais importantes são i) As informações mais importantes são
aquelas relacionadas a certos crimes em aquelas relacionadas com as atividades
particular; delituosas de indivíduos ou grupos, o
que facilita a identificação das melhores
estratégias para tratamento do
problema;
j) O policial trabalha voltado unicamente j) O policial trabalha voltado para os 98%
para a marginalidade de sua área, que da população de sua área, que são
representa, no máximo 2% da população pessoas de bem, trabalhadoras,
ali residente; cidadãos e clientes da organização
policial;
k) O policial é o do turno de serviço; k) O policial é da área, conhecido, que
auxilia a comunidade;
l) A força é empregada como técnica de l) A resolução dos problemas é
resolução de problemas; construída por meio do apoio e da
cooperação do público;
m) Presta contas somente ao seu m) O policial presta contas de seu
superior; trabalho ao superior e à comunidade;
n) As patrulhas são distribuídas somente n) As patrulhas são distribuídas
conforme o pico de ocorrências. conforme a necessidade de segurança
da comunidade, ou seja, 24 horas por
dia, além da observância dos dados
estatísticos.
Fonte: PMMG

Resumidamente, estas mudanças surgiram em decorrência da evolução da


polícia tradicional (reativa) para uma filosofia de polícia comunitária (proativa) que
redefine a estrutura organizacional das instituições policiais e também modifica o
perfil do policial que passa a trabalhar mais próximo da comunidade, agindo numa
parceria preventiva com os cidadãos, para identificar e resolver problemas.

24
6 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
Enquanto Polícia Comunitária é a filosofia de trabalho indistinta a todos os
órgãos com função de polícia, o Policiamento Comunitário é a ação de policiar, de
desenvolver ações efetivas junto à comunidade.
“A ideia central por trás do policiamento comunitário [...] é a de que o
trabalho conjunto e efetivo entre a polícia e a comunidade pode ter um papel
importante na redução do crime e na promoção da segurança. O policiamento
comunitário enfatiza que os próprios cidadãos é a primeira linha de defesa na luta
contra o crime” (SKOLNICK; BAYLEY, 1986; SPARROW, MOORE; KENNEDY, 1990
apud MOORE, 2003, p.139).
O policiamento comunitário se traduz assim em ações iniciadas pelas
polícias para utilizar um potencial não aproveitado na comunidade para lidar com
mais eficácia e eficiência com os problemas do crime, principalmente na sua
prevenção.
A prevenção comunitária do crime está incorporada na noção de que os
meios mais eficazes de evitar o crime devem envolver os moradores na intervenção
proativa e na participação em projeto cujo objetivo seja reduzir ou prevenir a
oportunidade para que o crime não ocorra em seus bairros. (ROSENBAUM apud
MOORE, 2003, p.153).
Tal raciocínio é apoiado pelas palavras de Wadman (1994), que define o
policiamento comunitário como uma maneira inovadora e mais poderosa de
concentrar as energias e os talentos da polícia na direção das condições que
frequentemente dão origem ao crime e a repetidas chamadas por auxílio local, o que
deve passar, obrigatoriamente, pelo comprometimento do policial militar.
Com base nos ensinamentos de diversos autores, tanto a níveis nacionais
quanto internacionais, em experiências práticas de sucesso, a Polícia Militar de
Minas Gerais tem implementado e executado serviços moldados nos ensinamentos
preconizados pela filosofia de Polícia Comunitária, com grande aceitabilidade social,
por meio de projetos e programas, cujas experiências de sucesso vêm sendo
adaptadas nas diversas unidades de execução operacional da Corporação em todo
o Estado de Minas Gerais.
De forma sucinta e genérica serão demonstradas algumas experiências já
executadas. Estas poderão servir como referência para a criação e desenvolvimento
de novos serviços de acordo com a realidade operacional e cultural de cada
unidade:

6.1 Base Comunitária


Estabelecido pela 3.03.07/2010-CG. É um serviço policial preventivo,
prestado por uma equipe de policiais militares, que utilizam como referência uma
edificação policial militar e, com o apoio da comunidade, desenvolvem o
policiamento orientado para o problema com o objetivo de reduzir o crime, medo do
crime e a desordem pública em áreas com alta densidade populacional.

25
6.2 Base Comunitária Móvel
Estabelecido pela 3.03.07/2010-CG. É um serviço policial preventivo,
prestado por uma equipe de policiais militares, que utilizam como referência uma
viatura (tipo trailler ou Van) e, com o apoio da comunidade, desenvolvem o
policiamento orientado para o problema com o objetivo de reduzir o crime, medo do
crime e a desordem pública em áreas com alta densidade populacional sazonal.

6.3 GEACAR
Grupo Especializado no Atendimento à Criança e Adolescente em Situação
de Risco. Esse grupo atua como protagonista da Polícia Militar nos eventos de
defesa social que envolva crianças e adolescentes sejam autores ou vítimas de ato
infracional e/ou crime. Sua atuação se baseia nos princípios de Direitos Humanos,
principalmente no que tange à proteção dos grupos vulneráveis, e também na
filosofia de Polícia Comunitária. Os princípios e valores preconizados pelo Estatuto
da Criança e do Adolescente são norteadores da atuação do GEACAR, de forma a
garantir os direitos da infância e juventude.

6.4 GEPAR
Grupamento Especializado em Áreas de Risco, regulada pela Instrução nº
02/2005-CG: implementado para atuar preventivamente em favelas de BH onde o
tráfico de drogas e o crime de homicídios foram identificados com sendo problemas
crônicos. Atualmente tem sido criado também no interior; conjugam estratégias de
Polícia Comunitária, Policiamento Orientado para a Resolução de Problemas e a
Repressão Qualificada como ferramentas essenciais para o controle e prevenção da
criminalidade, restituição da paz e qualidade de vida em comunidades carentes. As
ações devem ser pautadas num diagnóstico prévio da criminalidade local,
constantemente atualizado a partir do uso, troca e análise sistemática de informação
entre os policiais integrantes do grupo, dos policiais de inteligência e das seções de
análise criminal e estatística das Companhias PM, a qual cada GEPAR faz parte. Os
resultados devem ser avaliados e monitorados de forma constante.

6.5 JCC
Jovens Construindo a Cidadania: de forma geral, o objetivo é aprimorar e
reforçar atitude proativa, preventiva e educativa nas comunidades escolares da rede
pública e privada, atuando junto aos adolescentes e jovens, ensinando valores
positivos e princípios de cidadania. O JCC, de forma mais específica, visa criar um
ambiente livre de crimes e drogas, através de um movimento liderado pelos próprios
jovens, sendo eles os principais responsáveis pela prevenção, na busca de
estabelecer uma cultura de paz em um ambiente de aprendizado.

6.6 Patrulha Rural


A Patrulha Rural, regulada na PMMG pela Instrução nº 03/2006-CG, está
voltada principalmente para prevenir crimes como roubos de gado, residências,
veículos, máquinas e defensivos agrícolas Os policiais militares empenhados nesse

26
tipo de policiamento, devem participar de treinamento específico, com didática
voltada especialmente para a abordagem típica junto ao público presente na zona
rural, de forma diferenciada e adequada. Objetiva oferecer maior segurança aos
moradores e fazendeiros, interagindo a população rural com a Polícia Militar, de
forma preventiva, criando laços de confiança. Geralmente utiliza-se veículo com
tração 4x4, equipada com rádio móvel, com armamento adequado para o bom
desenvolvimento das ações e operações. Pode adaptar o serviço utilizado
motocicleta como o caso do projeto Moto Patrulha Preventiva Rural, que consiste
no lançamento de Patrulheiro Rural em viatura de duas rodas com a finalidade de
desenvolver atividade preventiva de orientação aos moradores das comunidades
rurais.

6.7 Patrulha de Prevenção à Degradação do Meio Ambiente (PPMAmb)


Este serviço de polícia comunitária, regulado na PMMG, pela Instrução nº
3.03.01/2009-CG, visa executar o policiamento ostensivo e preventivo de meio
ambiente com ênfase na educação formal e não formal, utilizando preferencialmente
das técnicas de mobilização social e de solução de problemas.Sua atuação está
baseada na filosofia de promover a educação, esclarecendo e sensibilizando o
cidadão como forma de evitar as ocorrências dos delitos ambientais, visando ainda
melhorar a imagem institucional da PMMG, garantir os direitos e garantias
individuais, em busca da paz social e o desenvolvimento sustentável.

6.8 Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência (PROERD)


Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência, regulado na
PMMG pela DPSSP nº 3.01.04/2010-CG: é um programa com caráter social
preventivo, que é alicerçado no Programa D.A.R.E (Drug Abuse Resistance
Education), Norte Americano, que tem como objetivo dotar jovens estudantes com
ferramentas que lhes permitam evitar influências negativas em questão afetas às
drogas e violência, inserindo neles a necessidade de desenvolver as suas
potencialidades para que alcancem de maneira concreta e plena seus sonhos de
uma sociedade mais justa e segura.

6.9 Rede de Vizinhos Protegidos


Objetiva a seguridade social e preventiva entre vizinhos, visa a parceria
entre a comunidade de um determinado bairro e a PMMG. É desenvolvido através
da formação de grupos de vizinhos entre 05 e 06, com a intenção de se auto
protegerem contra furtos em residências. Os componentes da rede são responsáveis
pela vigilância das residências, como nos casos de viagens ausência, etc. Cada
família que pertence à rede terá informações de todas as famílias componentes da
rede, tais como: nomes completos, telefone residencial e pessoal (celulares). As
famílias que participam do Projeto terão fixado na parte externa de suas casas,
placas indicando que estão sendo monitoradas pela rede de vizinhos protegidos.

27
7 TEORIA DA PREVENÇÃO AO CRIME
A Polícia Militar de Minas Gerais no que tange ao conceito de Prevenção
elencado nesta diretriz, tem como parâmetro de atuação a Prevenção secundária e
eventualmente, atua como potencializadora na Prevenção primária.
Vale ressaltar que a Instituição tem como matriz fundamental de atuação a
atividade de prevenção com ênfase na resolutividade que deverá ser o foco de todos
os comandantes nos diversos níveis da Organização (institucional, tático e
operacional).
Neste contexto, apresentaremos três tipos de prevenção que podem
produzir bons resultados em relação ao crime e à violência com a possibilidade de
serem utilizados conjuntamente ou isoladamente, dependendo do problema com o
qual se vai trabalhar. São eles:
a) Prevenção primária
No meio ambiente urbano onde em tese ocorre maior incidência da
criminalidade e violência, esta é composta por ações dirigidas ao meio ambiente
físico e/ou social, com foco prioritário nos fatores de risco e de proteção.
Poderá também incluir ações que implicam mudanças mais abrangentes na
estrutura da sociedade ou comunidade, que visa reduzir a pré-disposição para a
prática de crimes e violências na sociedade (prevenção social).
E, ainda, permitir a inclusão de ações que implicam mudanças mais restritas
e pontuais em áreas ou situações que ocorrem os crimes e violências, com o fito de
reduzir as oportunidades para a prática de crimes e violências na sociedade
(prevenção situacional).
As definições dos três tipos de prevenção, primária, secundária e terciária,
trazidas aqui, são totalmente baseadas na pesquisa da Arquitetura Institucional do
Sistema Único de Segurança Pública, elaborada em 2004, pelo Ministério da Justiça,
Secretaria Nacional de Segurança Pública, por intermédio do convênio entre a
Federação das Indústrias do Rio de Janeiro e Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento.
A ampliação dos serviços de saúde direcionados a famílias com filhos recém
nascidos, ampliação das oportunidades de educação e trabalho na comunidade são
exemplos de ações típicas de prevenção social.
O controle e a limitação do uso de armas, modificação de horários e locais
de atividades econômicas, sociais e culturais e o aumento da vigilância, são modelos
de ações típicas de prevenção situacional.
b) Prevenção secundária
É composta por ações dirigidas às pessoas e grupos mais suscetíveis de
praticar ou sofrer crimes e violências, bem como dos fatores que contribuem para
sua vulnerabilidade e/ou resiliência, a fim de evitar o seu envolvimento com o crime
e a violência ou limitar os danos causados por este envolvimento.
Abrange ainda as pessoas e grupos mais suscetíveis de serem vítimas de
crimes e violências para prevenir ou limitar os danos causados pela sua vitimização.

28
As ações de prevenção secundária são frequentemente dirigidas aos jovens
e adolescentes, membros de grupos vulneráveis, em situação de risco, inclusive
crianças, mulheres e idosos em casos de violência doméstica, intra-familiar,
mulheres em casos de violência de gênero, e afro descendentes em casos de
violência contra minorias.
c) Prevenção terciária
É composta de ações dirigidas às pessoas que já praticaram crimes e
violências, cujo objetivo é evitar a reincidência e promover o seu tratamento, a
reabilitação e reintegração familiar, profissional e social.
Nestas ações, incluem também, as pessoas que já foram vítimas de crimes
e violências, para impossibilitar a repetição da vitimização e promover o seu
tratamento, reabilitação e reintegração familiar.
A prevenção do crime e da violência pode ser realizada por distribuição de
ações em algumas áreas temáticas específicas, como comunidade, família, escola,
trabalho e geração de renda, polícia, justiça criminal, sistema prisional e saúde.

8 METODOLOGIAS DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS


8.1 Policiamento orientado para o problema
O policiamento para (re) solução de problemas, também conhecido como
policiamento orientado para o problema (POP); é uma estratégia que tem como
objetivo principal melhorar o policiamento profissional, acrescentando reflexão e
prevenção criminal. O POP foi detalhado por Goldstein em 1979 com a seguinte
definição “[...] a resolução de problemas constituía o verdadeiro propósito do
policiamento e propugnava por uma polícia que identificasse e buscasse as causas
dos problemas subjacentes às repetidas chamadas policiais” (CERQUEIRA, 2001).
Desta forma, Goldstein busca através de um estudo metodológico, demonstrar que a
polícia deve agir nas causas e não apenas nos efeitos.
Para diversos autores “[...] o policiamento orientado para a solução de
problemas conota mais do que uma orientação e o empenho em uma tarefa
particular. Ele implica em um programa, com sugestões sobre o que a polícia precisa
fazer”, segundo Skolnik; Bayley (2002, p. 39). O POP pressupõe que os crimes
podem estar sendo causados por problemas específicos e talvez contínuos na
mesma localidade. Conclui-se que o crime pode ser minimizado (ou até mesmo
extinto) através de ações preventivas, para evitar que seja rompida a ordem pública.
Essa estratégia determina o aumento das tarefas da polícia ao reagir contra o crime
na sua causa, muito além do patrulhamento preventivo, investigação ou ações
repressivas.
O policiamento orientado para o problema encontra sustentação teórica com
a colocação de Clarke e Felson (1998), pois argumenta que o comportamento
individual é resultado da interação entre o indivíduo e o ambiente. Desta forma,
assegura que a oportunidade pode ser considerada a principal causa do crime.
Embora a teoria das oportunidades venha sendo frequentemente utilizada para
estudo das causas do crime, sua aplicação tem sido maior nos crimes contra o
patrimônio. Entretanto, por sua versatilidade, pode ser também utilizada para o
entendimento de todos os tipos de crimes, inclusive os crimes contra a pessoa. Da
mesma forma, por acreditar que o medo do crime favorece o aumento das taxas de

29
crime e a decadência dos bairros, inúmero programas de redução do medo foram
desenvolvidos, alguns em parceria com a comunidade (MOREIRA, 2005).
A abordagem das atividades rotineiras teve início a partir das explicações
utilizadas para os crimes predatórios em um artigo escrito por Cohen e Felson em
1979. A teoria pode ser resumida considerando que “para que um crime ocorra deve
haver convergência de tempo e espaço em pelo menos três elementos: um provável
agressor, um alvo adequado, na ausência de um guardião capaz de impedir o crime”.
(CLARKE; FELSON, 1998; MOREIRA, 2005).
Essa estratégia de policiamento implica em mudanças estruturais da polícia,
aumentando a discricionariedade do policial (aumento de sua capacidade de decisão,
iniciativa e de resolução de problemas). O POP desafia a polícia a lidar com a
desordem e situações que causem medo, visando um maior controle do crime. Os
meios utilizados são diferentes dos anteriores e inclui um diagnóstico das causas
subjacentes do crime, a mobilização da comunidade e de instituições governamentais
e não-governamentais. Encoraja uma descentralização geográfica e a existência de
policiais generalistas e capacitados.
No contexto de descentralização, Silva (2000, p. 32-34) discorre sobre este
processo e faz uma importante distinção com o termo desconcentração, baseando-se
em sua pesquisa, realizada sobre Comandante de Policiamento da Companhia
(CPCia), realizado na 1ª RPM, Belo Horizonte. Naquela ocasião estava em fase de
implementação o projeto de Policiamento por Resultados, descrito por Beato (1999).
Depois de aguçada revisão literária o autor conclui que desconcentração e
descentralização têm entendimentos diferentes entre Pereira, Silva e Bayley (apud
SILVA 2000, p.36). Entretanto, nota-se que a desconcentração e a descentralização
têm um consenso em torno da tendência de contribuir para a melhoria da prestação
de serviços de segurança pública (SILVA, 2000).
A solução de problemas pode ser parte da rotina de trabalho policial e seu
emprego regular pode contribuir para a redução, ou solução, dos crimes, melhorar a
sensação de segurança e até mesmo diminuir a desordem física e moral, vivenciada
nos bairros. Solucionar problemas no policiamento não é novidade, a diferença é que
o policiamento orientado para o problema apresenta um método analítico. O model
SARA (modelo IARA), é formado pelo acróstico de cada fase, foi formulado por John
Eck e Bill Spelman, (fig. 3):

FIGURA 3: Método IARA no policiamento orientado para o problema

Fonte: GOLDSTEIN, Herman. Policiando uma Sociedade Livre. Trad. Marcello Rollemberg. São
Paulo: Universidade de São Paulo, 2003 (Série Polícia e Sociedade, n.6).

30
O funcionamento deste ciclo é de fácil compreensão, o primeiro passo é
reconhecer que as ocorrências (que possuem um mesmo padrão de repetição) são
“incidentes” de um problema maior; que precisam ter suas origens (causas) bem
compreendidas para ser solucionado. No policiamento profissional (rádio-
atendimento) a ação do policial é atuar de forma reativa. Traz alívio temporário, mas
não resolve o problema, a origem do problema permanece e a solução é provisória e
limitada. Como a polícia não solucionou as causas ocultas que gerou o problema,
ele, muito provavelmente, voltará a ocorrer.
Por sua vez, no policiamento orientado para o problema, o ideal é analisar
como que este problema está ocorrendo e neste caso atingir o ciclo de vida do
problema, para minimizá-lo ou até mesmo extinguir. Para criar uma resposta
adequada, os policiais utilizam as informações obtidas a partir do atendimento das
ocorrências, de outras fontes da própria comunidade, de pesquisas, etc., para terem
uma visão clara do problema. Após isso, podem lidar com as condições subjacentes
ao problema.
O serviço policial, no contexto do policiamento orientado para o problema, é
muito semelhante ao serviço médico preventivo. A ciência médica já conseguiu
construir um objeto de estudo, mais delineado, sob a ótica positivista da
modernidade, as doenças são classificadas em especialidades, programas
preventivos são experimentados (dentro de um sistema lógico). Em contraste, na
segurança pública a criminalidade ainda é tratada com muito empirismo pelos
operadores do sistema de segurança pública; apesar de ser um tema recorrente nas
agendas de qualquer programa de políticas públicas.
A polícia tem sido tradicionalmente ligada ao crime, assim como os médicos
têm sido relacionados à doença. Mas no campo médico, a relação é muito
mais específica: as doenças têm sido classificadas, os fatores que as
causam têm sido isolados, programas preventivos têm sido desenvolvidos e
testados, e a real capacidade do pessoal médico em prevenir e controlar
males específicos tem sido demonstrada. Em contraste, no que toca à
polícia e à comunidade, muito do que se fala em relação à criminalidade
permanece em um nível muito geral, [...]. O problema é agravado porque a
palavra é utilizada livremente – seja por políticos, pelos policiais e pela
população em geral – como se tivesse um significado uniforme
(GOLDSTEIN, 2003, p. 48-49).

De acordo com Goldstein (1979); Eck; Spelman (1987); Sparrow; Moore;


Kennedy (1990) apud Moore, 2003, p. (137), POP é a atividade de pensamento e
análise necessários para compreender as informações indispensáveis ao perfeito
entendimento das situações que dão origem, direta ou indiretamente aos incidentes
que a polícia ostensiva atende no cotidiano operacional. De acordo com Bittner
(2003, p. 212), "(...) o interesse em situações, em circunstâncias, no cenário, na
relatividade, ou falando mais amplo, no sócio-cultural (em oposição à preocupação
com os casos individuais e isolados)", que o fenômeno do crime vai ocorrer.

8.2 Identificação – 1ª FASE


A quantidade e qualidade das informações obtidas têm impacto decisivo na
solução do problema, por isto todas as possíveis informações sobre o problema
devem ser obtidas. Observe o diagrama a seguir sobre as fontes de dados para
substanciar a 1ª fase. (fig. 4)

31
FIGURA 4: Diagrama fontes de dados para identificar o problema

Fonte: MOREIRA, Cícero Nunes; OLIVEIRA, Alexandre Magno de. Gestão pela qualidade na
segurança pública. In: BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública
(AD/BRA/98/D32). Apostila do curso nacional l de multiplicador de polícia comunitária. Rio de Janeiro,
mar. 2004. p. 137 - 166

Deve ficar claro que a comunidade não faz parte da área de inteligência das
instituições policiais, por isso os líderes comunitários não devem ser cobrados para
fazer investigação criminal. A comunidade pode e deve participar desta coleta de
dados, através da denúncia anônima, ou outra forma que preserve sua segurança.
Outra importante fonte interna de informações são os estudos acadêmicos
(monografias, dissertações, teses) desenvolvidos pelas instituições policiais e as
próprias universidades/ faculdades. (MOREIRA; OLIVEIRA, 2004)
É muito comum nas primeiras reuniões com a comunidade os policiais
ficarem “perdidos”, diante de tantos problemas que são expostos, muitos deles
(inclusive), de ordem pessoal. Segundo Moreira; Oliveira (2004), o policial deve ficar
atento e ouvir as exclamações, é importante salientar que este é um momento de
auscultar as necessidades dos moradores, pois está nascendo (ou fortalecendo) um
elo de confiança entre a comunidade e o policial.
Entretanto, o policial deve propor uma maneira mais “criativa” para lidar com
estes problemas. Ou seja, se todos ficarem reclamando nada acontecerá. Portanto
deve ser exposto o formulário para classificar os problemas ao grupo. A própria
comunidade (dividida em mini-grupos de cinco pessoas – no máximo), deve discutir,
e preencher este formulário, para depois cada grupo apresentar o seu trabalho para
os demais participantes. Esta é uma metodologia simples, mas que direciona os
trabalhos de forma construtiva e lógica. O importante é ter uma visão de todos os
problemas, hierarquizá-los, e no final (de forma democrática), a própria comunidade e
a instituição policial escolherá um problema para ser solucionado (somente um
problema por vez).
A condução da reunião é facilitar quando se utiliza um formulário para
ordenar os problemas, aqui classificado em três categorias:

32
QUADRO 3 (2.2: Diagrama Classificação dos Problemas-exemplos fictícios)

a) Crime / Contravenção – são os fatos típicos antijurídicos, definidos em lei.


Geralmente estão tipificados no Código Penal, ou outra legislação específica como a
Lei de Crimes Ambientais, por exemplo;
b) Medo do Crime – são os atos referentes à sensação de insegurança,
como o medo de sair de casa, a desconfiança de denunciar um delito a instituição
policial, medo de ir para a escola, entre outros;
c) Desordem física ou social – são fatos que se referem à aparência das
coisas ou dos comportamentos das pessoas, que não constituem um crime /
contravenção (propriamente dito); mas facilita e estimula a sua ocorrência. Exemplo:
praticar a prostituição na porta de um condomínio, pichação de muros e imóveis
numa rua deserta ou de grande circulação, manter um lote vago com a vegetação
elevada e sem estar devidamente cercado ou murado.

8.3 Análise – 2ª FASE


O segundo estágio – ANÁLISE – é o coração do processo e por isso tem
grande importância no esforço para a solução do problema. Uma resposta adequada
não será possível a menos que se conheça, perfeitamente, a causa do problema. O
propósito da análise é aprender, o máximo possível, sobre o problema para poder
identificar suas causas.
Uma análise completa envolve a seriedade do problema, todas as pessoas e

33
grupos envolvidos e afetados e todas as causas possíveis do problema, avaliando
todas as atuais respostas e sua efetividade. Muitas pessoas simplesmente saltam à
fase da análise do IARA, acreditando ser óbvia a natureza do problema, sucumbindo
ante a pressa para obter a solução.
Solucionadores de problema devem resistir a esta tentação ou então se
arriscam a lidar com um problema irreal, implementando soluções inadequadas.
Para facilitar o incidente é analisado sob a ótica de um triângulo, cada lado
corresponde: (1) a um agressor, ou infrator; (2) uma vítima em potencial; e (3) um
local, ou ambiente favorável. O TAP (Triângulo de Análise do Problema) ajuda os
envolvidos a visualizar o problema e entender o relacionamento entre os três
elementos:

FIGURA 5 (2.6: Triângulo de Análise do Problema - TAP)

O relacionamento entre esses três elementos pode ser explicado da seguinte


forma: se existe uma vítima e ela não está em um local onde ocorram crimes, não
haverá crime; se existe um agressor e ele está em um local onde os crimes ocorrem,
mas não há nada ou ninguém para ser vitimizado, então não haverá crime. Se um
agressor e uma vítima não estão juntos em um local onde ocorrem crimes, não
haverá crime. Parte do trabalho de análise do crime consiste em descobrir, o máximo
possível, sobre vítimas, agressores e locais onde existem problemas para que haja
entendimento sobre o que está provocando o problema e o que deve ser feito a
respeito disso.
Quando os policiais e o restante do grupo de lideranças comunitárias
chegarem nesta fase, o problema escolhido será devidamente analisado, agora o
formulário proposto para facilitar o desencadeamento lógico das ideias é o diagrama
de Ishikawa (causa-efeito), adaptado para o contexto policial (MOREIRA; OLIVEIRA,
2004).
A essência do POP se traduz numa "[...] abordagem que leve a sério a noção
de que situações podem dar origem ao crime e que esse pode ser evitado pela
mudança nas situações que parecem estar originando os chamados de serviço",

34
(CLARKE 1983 apud MOORE, 2003, p. 137). A Teoria das Oportunidades defendidas
por Clarke e Felson, propõe uma “lógica” para a prevenção do crime situacional, e
encontra aceitação no contexto da segurança pública na atualidade, principalmente
por substanciar teoricamente a estratégia de policiamento orientado para o problema.
A metodologia é a mesma, deixar que a própria comunidade, acompanhada
pelos policiais, descreva as causas deste problema, baseados nas informações que
possuem. Às vezes é necessário fazer várias reuniões para preencher todo o
formulário (Figura 6). É importante ter cuidado com a divulgação do conteúdo destas
informações (pessoais) para não ferir a ética das pessoas, principalmente das vítimas
ou dos próprios infratores analisados, pois o diagrama é muito objetivo (MOREIRA;
OLIVEIRA, 2004):
FIGURA 6 (2.7: Diagrama causa-efeito-espinha de peixe no policiamento (exemplo
fictício)

8.4 Resposta - 3ª Fase


Após o problema ter sido claramente definido e analisado, a polícia enfrenta
outro desafio: procurar o meio mais efetivo de lidar com ele, desenvolver ações
adequadas ao custo / benefício. Antes de entrar nesta etapa a polícia precisa
superar a tentação de programar respostas prematuras e certificar-se de que já tenha
analisado o problema. Tentativas de resolver rapidamente o problema são raramente
efetivas em longo prazo (MOREIRA; OLIVEIRA, 2004).
Para desenvolver respostas adequadas, solucionadores de problema devem
rever suas descobertas sobre os três lados do TAP (vítima, agressor e local) e
desenvolver soluções criativas que irão lidar com, pelo menos, dois lados deste
triângulo. Policiais solucionadores de problema frequentemente buscam ajuda da
comunidade, outros departamentos da cidade, comerciantes, agências de serviço
social e de qualquer um que possa ajudar. Conforme quadro a seguir as respostas
abrangentes podem, frequentemente, requerer prisões, mudanças nas leis, etc. Mas,
as prisões nem sempre são as respostas mais efetivas:

35
QUADRO 4 (2.3: Maneiras de lidar com o problema policial)

É importante lembrar também que a chave para desenvolver respostas


adequadas é certificar-se de que as respostas são bem focalizadas e diretamente
ligadas com as descobertas feitas na fase de análise do problema.
Essa orienta que os policiais escapem da lógica do policiamento dirigido para
ocorrências (incidentes) e busquem uma solução proativa e criativa, para equacionar
o crime, minimizar o medo crime e a desordem. Observe como que o diagrama
5W2H pode ajudar na gerencia do serviço policial. Esta metodologia, também
conhecida nos países de língua portuguesa como 4Q1POC (após a tradução), é
muito utilizada na administração de empresas para gerenciar um Plano de Ação para
elaborar um serviço ou produto:

QUADRO 5 (2.4: Diagrama 5W2H ou 4Q1POC)

36
Outro formulário (Plano de Ação) pode ser utilizado com a própria
metodologia 5W2H, ou 4 Q1POC. Ele direciona o trabalho do policial e da
comunidade, pois facilita a execução das tarefas, e principalmente, estabelece com
objetividade as metas a cumprir. Por ser um formulário bem objetivo; as informações
devem ser descritas de maneira mais específica possível, para não haver dúvida na
hora de executar (MOREIRA; OLIVEIRA, 2004):

QUADRO 6 (2.5: Plano de Ação de Policiamento – 5W2H – exemplos fictícios)

8.5 Avaliação - 4ª FASE


Finalmente, na etapa de avaliação, os policiais verificam a efetividade de
suas respostas. Um número de medidas tem sido tradicionalmente usado pela
polícia e comunidade para avaliar o trabalho da polícia. Isso inclui o número de
prisões, nível de crime relatado, tempo de resposta, redução de taxas, queixas dos
cidadãos e outros indicadores.
Várias dessas medidas podem ser úteis na avaliação do esforço para
solução de problemas, entretanto, as medidas não-tradicionais facilitam a avaliação
onde o problema tem sido reduzido ou eliminado. Moreira; Oliveira (2004) destaca
alguns exemplos da literatura:
a) redução da quantidade de vítimas repetidas;
b) redução da quantidade de relatos de crimes ou ocorrências;

37
c) indicadores de qualidade de vida nos bairros, que podem incluir: salários
para comerciários em uma área-alvo aumentam de utilização da área, aumento do
valor venal das propriedades, diminuição da vadiagem, menos carros abandonados,
menos lotes sujos, entre outros;
d) aumento da satisfação do cidadão com respeito à maneira com que a
polícia está lidando com o problema (determinado através de pesquisas, entrevistas,
etc.);
e) redução do medo dos cidadãos relativo ao problema; entre outros.
A avaliação é a chave para o método IARA. Se as respostas não são efetivas
(eficazes e eficientes), as informações reunidas durante a etapa de análise devem
ser revistas. Nova informação pode ser necessária ser coletada antes que nova
solução possa ser desenvolvida e testada. Quando o Plano de Ação é bem objetivo,
facilita muito o trabalho de avaliação (cumprimento de metas) por todos envolvidos no
processo.
O policiamento orientado para o problema é uma estratégia “silenciosa”, pois
geralmente as ações alcançadas não são divulgadas na mídia de massa. Por isso, a
importância dos chefes policiais e lideranças comunitárias terem os objetivos bem
claros para não haver dificuldade de avaliar (diariamente, semanalmente e
mensalmente), a tarefa de cada policial. O ideal é fazer a avaliação durante todo o
processo, para justamente realinhar algum desvio. Pois, é muito comum iniciar o
cumprimento de um objetivo e surgirem outras demandas. Conforme exemplifica o
quadro a seguir uma maneira fácil é através do acompanhamento de cada objetivo,
segundo o seu cumprimento de forma percentual (%):
Quadro 7 (2.6: Avaliação quantitativa do plano de ação de policiamento – exemplos fictícios)

38
9 GESTÃO DA QUALIDADE
O termo qualidade nos serviços públicos tem sido muito utilizado nos dias
atuais. Um dos fatores para esse acontecimento se deve ao fato de a sociedade
brasileira compreender que é necessário exigir desses serviços um melhor
atendimento público e ações positivas que satisfaçam a coletividade. Segundo
Paladini (2007, p. 20), a Gestão da Qualidade Total envolve estratégias para
acompanhar as ações propostas pela instituição, com métodos quantitativos e
necessários para o futuro da organização.
Nesta seção serão apresentadas as classificações da gestão da qualidade,
segundo o nível da organização (estratégico, tático e operacional). Percebe-se na
figura a seguir que para cada nível tem um instrumento específico para desenvolver
a gestão da qualidade:

FIGURA 7 (3.4: Níveis de Gestão de Qualidade e Instrumentos de Implementação)

Estudos como de Deming (1990), Juran (1994) e Miguel (2005) consideram


que trabalhar com qualidade é aperfeiçoar custos (financeiros, humanos, logísticos)
colocar a satisfação do cliente em primeiro lugar, avaliar o desempenho operacional
e ser o elemento fundamental para o gerenciamento das organizações.
Além disso, a gestão da qualidade envolve um monitoramento e avaliação
para alcançar os objetivos propostos.
Possui, portanto, metodologia que facilita a medição da melhoria do serviço
prestado (BOHAN, BECKER, 1994 apud PALADINI 2007, p. 20), cujo foco principal
é o cliente.
Na PMMG, o Caderno de Gestão para Resultados nº 02/2010 faz
abordagem sobre o acordo de resultados e também apresenta uma preocupação de
enumerar elementos que favoreçam a avaliação da qualidade dos serviços, sendo
necessário criar alguns indicadores que facilitem essa mensuração. Sobre este
assunto, é oportuno salientar o seguinte:

39
9.1 Avaliação da qualidade
A avaliação da qualidade, como um produto da Gestão da Qualidade, ocupa
lugar de destaque no gerenciamento das organizações, assim como da Polícia
Militar de Minas Gerais. Avaliar é a ação de apreciar se os objetivos propostos pela
organização foram alcançados. O ato de avaliar também possibilita verificar se
houve algum elemento novo no ambiente interno e externo que provoquem uma
mudança dos hábitos da organização.
Conforme aponta Paladini (2007, p. 33) a avaliação da qualidade deve ser
abrangente, contínua, fácil de ser feita, útil e válida a fim de servir de aprendizagem
e motivação para a Instituição e ajudá-la a melhorar sua prestação de serviços.
Para uma eficiente avaliação da qualidade é necessário:
a) metodologia clara e de fácil entendimento ao usuário;
b) um procedimento eficiente;
c) medir como a Instituição se relaciona com o seu usuário, sua satisfação;
d) qualquer outro meio é uma fase intermediária para se chegar a esta.
Algumas ações podem prejudicar uma eficiente avaliação da qualidade
(PALADINI, 2007, p. 34):
a) ausência de um rigor teórico e claro;
b) avaliações complexas ao invés de iniciar com mecanismos mais simples;
c) informações que apresentem pouca representatividade no processo de
avaliação;
d) ser subjetivo ao invés de mensurável;
e) propor avaliações na atividade em si, em detrimento ao efeito e impacto
que as ações poderão resultar no ambiente externo.
A prática da avaliação da qualidade nos serviços prestados pela PMMG
deve ser perene, com foco no público externo, nos resultados, bem como na forma
como ela será executada. Para isso, o policiamento comunitário possui
características que favorecem a avaliação dos serviços prestados pela PMMG por
meio de indicadores para a avaliação.

9.2 Indicadores de qualidade (processo, desempenho e qualidade –


propriamente dito) no policiamento comunitário
Os indicadores para a avaliação da qualidade no policiamento comunitário
ainda tem sido usados com pouca frequência, mas muito discutidos, como mostra
alguns trabalhos que fazem uma reflexão sobre a necessidade de implementá-los
(BENNETT, 2002; CERQUEIRA 2001; GOLDSTEIN 2003; GOMES, 2001; GIANESI
E CORRÊA 1994; OLIVEIRA 2008; ROSENBAUM 2002; SAPORI 2007; SILVA,
2004; SLOLNICK, BAYLEY 2002; TROJANOWICZ, BUCQUEROUX 2003). Eles são
elementos básicos da avaliação dos serviços prestados pela Instituição e
determinam o que deverá ser avaliado. Por meio deles se deseja saber se esta
havendo melhorias na prestação dos serviços. Estabelecer indicadores é uma forma

40
de mensurar e avaliar o policiamento comunitário e aperfeiçoar a qualidade deste
trabalho.
Conforme Paladini (2007, p. 38), todo indicador precisa ter condições de ser
mensurável, quantitativo, com ações claramente estruturadas e definidas. Nestes
termos, não há possibilidade de considerar como indicador o nível de sabedoria de
um indivíduo, a redução do número de acidentes em uma rodovia, a motivação da
comunidade em participar com a polícia sobre segurança pública, pois estes fatores
não possibilitam criar uma estrutura clara e precisa, bem como existem fatores que
não dependem, unicamente da ação da organização, mas do próprio indivíduo.
Na visão de Paladini (2007), Tironi et. al. (1991) e Oliveira (2008) os
indicadores apresentam características importantes: devem ser simples,
mensuráveis, compreensíveis, confiáveis, atingir as principais etapas do processo e
ter estabilidade ao longo do tempo; objetividade; clareza; precisão, viabilidade;
representatividade; visualização; ajuste; unicidade; alcance e resultados, descritos
no quadro a seguir:

QUADRO 8 (Características do Indicador de Qualidade)

Mediante estudo realizado por Silva (2004) e Oliveira (2008), a fim de


identificar quais são os indicadores possíveis para mensurar os serviços prestados
pelo policiamento comunitário percebeu-se que nesta atividade existem tanto
indicadores objetivos quanto subjetivos, sendo que ambos devem ser levados em
consideração para a escolha.
Para atendê-la Silva (2004) apresenta um quadro contendo a classificação e
análise dos indicadores para a avaliação do policiamento comunitário conforme
adiante se vê:

41
Quadro 9 (4.1: Classificação e Análise dos Indicadores para Avaliação do
Policiamento Comunitário)

A estrutura da organização pode ter ações direcionadas para a qualidade, se


for dividida em três ambientes fictícios (PALADINI, 2007):
a) Primeiro o ambiente in line (o processo produtivo em si): busca
exatamente a excelência das formas de produção, desenvolve a eficiência com o
objetivo de aumentar a produtividade;
b) Segundo o ambiente off line (suporte ao processo produtivo): volta-se
para a ação de pessoas que não atuam propriamente no processo produtivo, mas
tem papel importante na função indireta da produção;
c) Terceiro ambiente on line (enfatiza a relação organização –
consumidor): está atenta para direcionar com eficácia a organização para o cliente,
no sentido de captar os hábitos, comportamentos dos consumidores e repassar
estas informações ao processo produtivo para adaptar-se ao mercado.
A qualidade in line busca exatamente a excelência das formas de produção,
desenvolve a eficiência com o objetivo de aumentar a produtividade. A qualidade off
line volta-se para a ação de pessoas que não atuam propriamente no processo
produtivo, mas tem papel importante na função indireta da produção. A qualidade on
line está atenta para direcionar com eficácia a organização para o cliente, no sentido
de captar os hábitos, comportamentos dos consumidores e repassar estas
informações ao processo produtivo para adaptar-se ao mercado. Baseado nos
ambientes de produção os indicadores podem ser classificados em três tipos básicos
(fig. 3.6).

42
Figura 8 (A Formação do Indicador de Qualidade)

Fonte adaptado de: PALADINI, Edson Pacheco. Avaliação Estratégica da


Qualidade. 2 reimpr. São Paulo: Atlas, 2007.

Diante do destacado na figura acima, o indicador de qualidade depois de


formado, é o mais relevante, pois engloba todos os demais (suporte, desempenho,
qualidade – propriamente dito). Portanto, os indicadores devem ser equilibrados,
para direcionar as tarefas da organização nos três ambientes, conforme a figura
abaixo:

Figura 9 (3.7- Os tipos de indicadores e seus objetivos na medição)

É importante destacar, que todos os indicadores têm sua função para a


organização, por isso a administração deve ter cuidado e equilíbrio no momento de
sua escolha. Por exemplo, uma empresa com mais indicadores de desempenho será
mais focada no processo produtivo e não estará atenta para a eficácia da
organização. Portanto, o indicador de qualidade avalia o impacto do processo e do
suporte e os correlacionam com o desempenho estratégico da empresa.

43
Conforme sugere Paladini (2007), quando uma organização está em
processo de transição de avaliação baseada em mecanismos estatísticos para
avaliação utilizando indicadores é necessário o envolvimento de pessoas no esforço
pela qualidade.

9.3 Exemplos de indicadores de desempenho para o policiamento


comunitário na PMMG
O uso de indicadores é algo inovador no policiamento comunitário, portanto
serão descritos somente “indicadores de desempenho”, por serem de fácil
compreensão. Em momento oportuno o Comando-Geral da PMMG poderá
apresentar outros indicadores de desempenho, indicadores de suporte e indicadores
de qualidade – propriamente ditos.

9.3.1 Indicador de Serviço de Prevenção Ativa (ISPA)

Descrição: Este indicador tem como finalidade mensurar a prestação dos


serviços preventivos focados para reduzir o crime, medo do crime e desordem
pública.

Fórmula de Cálculo: Soma do nº de PM empregados, diariamente, em


serviços preventivos durante o mês / (efetivo existente * nº de dias do mês) x 100.

Polaridade: Maior Melhor.

Periodicidade: Mensal. Para iniciar o processo é necessário um período de


4 meses para alimentar o sistema do Controle de Atendimento e Despacho (CAD),
COPOM ou similar, para depois estabelecer as metas e indicadores para as UEOp /
RPM.

Fonte de dados: Os dados terão origem no módulo de escala de serviço do


CAD no SIDS, COPOM ou similar.

Premissas: Para ser considerado um serviço preventivo prestado pela


PMMG deve existir uma norma APROVADA pelo Comando-Geral da PMMG.
- De acordo com as Diretrizes e Instruções da PMMG os serviços de
prevenção ativa são: PROERD, JCC, Base Comunitária, Base Comunitária Móvel,
Patrulha de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica, Patrulha Rural, GEPAR e
GEACAR.
Cálculo de desempenho: O ICM (índice de cumprimento da meta) é
percentual e deve seguir o seguinte farol:
Real / Meta > 50% - VERDE
Real / Meta entre 25 e 50% - AMARELO
Real / Meta menor que 25% - VERMELHO

44
9.3.2 Indicador de Ações Preventivas nas Escolas (IAPE)

Descrição: Este indicador tem como finalidade mensurar, no ambiente


escolar, a quantidade das pessoas (crianças, jovens e pais) mobilizadas e assistidas
com o Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD), Programa
Jovens Construindo à Cidadania (JCC), Programas de Educação Ambiental e
Programas de Educação para o Trânsito.

Fórmula de Cálculo: Soma do nº de pessoas assistidas e mobilizadas, por


semestre, com (JCC + PROERD + Programa de Educação Ambiental + Programa
de Educação para o Trânsito) / alunos matriculados * 100

Polaridade: Maior Melhor.

Periodicidade: Semestral, após o semestre letivo escolar. Para iniciar o


processo é necessário um período de 6 meses para alimentar o sistema, para depois
estabelecer as metas e indicadores para as UEOp / RPM.

Fonte de dados: Os dados terão origem nos registros dos REDS/BO/BOS no


SIDS/COPOM e confrontados com os dados da Secretaria de Estado de Educação.

Premissas: O programa deve ser desenvolvido, exclusivamente, na


comunidade escolar, estar normatizado no nível estratégico da PMMG e ter
abrangência estadual.

Cálculo de desempenho: O ICM (índice de cumprimento da meta) é


percental deve seguir o seguinte farol:
Real / Meta > 100% - VERDE
Real / Meta entre 70 e 99,9% - AMARELO
Real / Meta menor que 69,99% - VERMELHO

9.3.3 Indicador de Mobilização Social (IMS)


Descrição: Este indicador tem como finalidade mensurar a assiduidade da
PMMG nas reuniões dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública (CONSEP),
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Conselho
Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), Conselho Municipal dos Direitos do Idoso
(CMDI), Conselho Municipal Antidrogas (CMAD), Conselho Municipal de
Desenvolvimento Ambiental (CODEMA), Conselhos Municipais de Trânsito,
Conselhos de Segurança Escolar, Associações Comunitárias e Associações de
Bairros, entre outros que têm como objetivo promover a redução do crime, medo do
crime e desordem pública.

Fórmula de Cálculo: Nº total de reuniões dos Conselhos com participação da


PMMG, por Cia PM / população da subárea * 100.000.

Polaridade: Maior Melhor.

45
Periodicidade: Mensal. Para iniciar o processo é necessário um período de
04 (quatro) meses para alimentar o sistema, para depois estabelecer as metas e
indicadores para as UEOp/RPM.

Fonte de dados: Os dados terão origem no sistema de registro do


REDS/BO/BOS no SIDS/COPOM e confrontados com o censo demográfico do
IBGE.

Premissas: O Conselho ou Associação devem ser registrados em cartório. A


PMMG deverá participar das reuniões seguindo a legislação em vigor,
especificamente a diretriz que regula o assunto na PMMG. O controle será até no
nível de Cia PM.

Cálculo de desempenho: O ICM (índice de cumprimento da meta) deve


seguir o seguinte farol:
Real / Meta > 100% - VERDE
Real / Meta entre 70 e 99,9% - AMARELO
Real / Meta menor que 69,99% - VERMELHO

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além disso, a gestão da qualidade envolve um monitoramento e avaliação
para alcançar os objetivos propostos.
10.1 Esta Diretriz deverá ser desdobrada pelas RPM, servindo como referencial em
treinamentos, planos e ordens para as frações subordinadas, devendo ser
exaustivamente difundida.
10.2 Esta diretriz entrara em vigor na data de sua publicação, revogando a DPSSP
nº 04/2002 – CG, de 16 de dezembro de 2.002.

QCG, em Belo Horizonte, 18 de março de 2011.

(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CEL PM


COMANDANTE GERAL

ANEXO “A” - CONCEITOS BÁSICOS


ANEXO “B” - PROCEDIMENTOS DE OPERACIONALIZAÇÃO DA POLÍCIA
COMUNITÁRIA
ANEXO “C” - MODELO DE QUESTIONÁRIOS DE IMPLANTAÇÃO DA
POLÍCIA COMUNITÁRIA
ANEXO “D” - MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO POLICIAL COMUNITÁRIO

DISTRIBUIÇÃO: Todas as Unidades da PMMG, até nível de Subdestacamento PM.

46
ANEXO “A” (CONCEITOS BÁSICOS) À DPSSP N° 3.01.06/11- CG

1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES
1.1 Comunidade
Para não correr o risco de definições ou conceitos unilaterais, preferimos
apresentar alguns traços que caracterizam uma comunidade:
a) forte solidariedade social;
b) aproximação dos homens e mulheres em frequentes relacionamentos
interpessoais;
c) a discussão e soluções de problemas comuns;
d) o sentido de organização possibilitando uma vida social durável.
Durkheim (1989) observa que a solidariedade forte aproxima os homens.
1.2 Segurança
Jorge Wilheim (1982) diz que a segurança do indivíduo envolve:
a) o reconhecimento do seu papel na sociedade;
b) a auto-estima e a auto-sustentação;
c) clareza dos valores morais que lhe permitam distinguir o bem do mal;
d) o sentimento de que não será perseguido por preconceito racial, religioso ou
de outra natureza;
e) a expectativa de que não será vítima de agressão física, moral ou de seu
patrimônio;
f) a possibilidade de viver num clima de solidariedade e de esperança.
1.3 Áreas degradadas
Regiões cronicamente desassistidas por setores do poder público,
notadamente as áreas urbanas periféricas dos grandes centros.
1.4 Associações comunitárias
Conjunto de pessoas reunidas em torno de objetivos diferentes de sindicatos,
mas cuja concretização também os beneficie coletivamente, e que se valem da
representatividade proporcionada por sua organização, para obter, junto ao Poder
Público, melhor e mais ágil encaminhamento da solução de problemas de caráter
comum; geralmente essas entidades são registradas, possuem regimento interno e
são geridas mediante eleições periódicas de seus representantes, pelos moradores
do(s) bairro(s) em que residem. Suas atividades são fiscalizadas pelo Ministério
Público.
1.5 Cidadão
Indivíduo no pleno exercício de direitos civis e políticos, ou no desempenho de
seus deveres em relação do Estado, e que está consciente dos deveres de seus
representantes políticos e dos órgãos públicos sediados ou representados no

47
Município em que reside.
1.6 CONSEP
Sigla designativa de Conselho Comunitário de Segurança Pública.

1.7 Habilidades básicas aos executores do Polícia Comunitária


a) Habilidade humana
Capacidade de discernimento para transmitir e receber ideias, compreender,
motivar, liderar, entender e perceber as intenções de pessoas de níveis culturais
diversos, temperamentos variados e concepções de vida distintas, mas cujo apoio
pode representar muito no desenvolvimento de trabalhos para o alcance dos
objetivos da comunidade.
b) Habilidade técnica
Capacidade de lidar com métodos que auxiliem na condução de reuniões,
organização de eventos, solução mais ágil de problemas administrativos e operação
de equipamentos e maquinário, cujo emprego possa facilitar o desempenho das
missões da PMMG junto à comunidade.
c) Habilidade conceitual
Capacidade de enxergar a comunidade como um conjunto de pessoas e de
realidades cujas características podem ser aproveitadas em benefício da
concretização de anseios de interesse da coletividade; habilidade em agir
percebendo o todo, o conjunto, o grupo, agindo de acordo com os objetivos gerais da
entidade comunitária e da Corporação, enquanto órgão incumbido de planejar, em
conjunto com outros segmentos da sociedade, meios para, senão evitar
completamente, ao menos reduzir a incidência de delitos e aumentar a sensação de
segurança na comunidade.

1.8 Organizações Não-Governamentais (ONGs)


São entidades cujo funcionamento pode ou não contar com apoio financeiro do
governo federal, estadual ou municipal. Seus objetivos normalmente estão ligados à
assistência social, meio ambiente ou pesquisa.
1.9 Parceria
Reunião de pessoas físicas e/ou jurídicas, essencialmente em torno de ideias
cuja concretização resulte em benefícios lícitos e recíprocos.
1.10 Polícia Comunitária
É uma filosofia e uma estratégia organizacional que proporciona uma nova
parceria entre a população e a polícia. Baseia-se na premissa de que tanto a polícia
quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver
problemas contemporâneos com o objetivo de melhorar a qualidade geral de vida
local.

48
1.11 Poder Público
Denominação genérica atribuída a órgão ou conjunto de órgãos integrantes da
estrutura do Estado, neste consideradas todas as formas de representação do poder
que, mediante o pagamento de impostos pelos cidadãos, tem deveres de satisfazer
necessidades coletivas.
1.12 Zonas Quentes de Criminalidade (ZQC)
Áreas com alta incidência de criminalidade, a partir das quais são planejadas
operações e estruturadas, nos CONSEP, políticas de gestão dos problemas
detectados. Quando registradas em arquivos de computador, denominados
geoarquivos, os quais unem informações espaciais de um determinado município ou
região, as ZQC apresentam coloração mais intensa, indicativa da predominância do
registro de delitos numa determinada localização do mapa da localidade considerada.
1.13 Defesa Social
Defesa Social é o conjunto de ações desenvolvidas por órgãos, autoridades e
agentes públicos, cuja finalidade exclusiva ou parcial seja a proteção e o socorro
públicos, através de prevenção, ou repressão de ilícitos penais ou infrações
administrativas. A Defesa Social visa, antes de tudo, a atingir um elenco de soluções
que levem à harmonia social. A Defesa Social consiste, então, num conjunto de
ações adotadas para proteger os cidadãos contra os riscos decorrentes da própria
sociedade. A Defesa Social é exercida pelos poderes constituídos, instituições,
órgãos e entidades públicos ou privados, que tenham por fim proteger o cidadão e a
sociedade, através de mecanismos que assegurem a ordem pública.
Os órgãos da Defesa Social que guardam mais estreita relação com a Polícia
Militar são os Corpos de Bombeiros, a Polícia Civil, o Ministério Público, o Judiciário e
o Sistema Prisional. Integram-na, ainda, os organismos que cuidam da saúde pública,
da educação e do trabalho e ação social, além de outras instituições públicas e
também privadas.

(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CEL PM


COMANDANTE-GERAL

Distribuição: a mesma da presente Diretriz.

49
ANEXO “B” (PROCEDIMENTOS DE OPERACIONALIZAÇÃO DA POLÍCIA
COMUNITÁRIA) À DPSSP N° 3.01.06/2011 - CG

1 PROCEDIMENTOS DE OPERACIONALIZAÇÃO
1.1 Primeira Etapa: Identificação das lideranças locais
Verificação da existência de Sociedade Amigos de Bairro, Entidades
Religiosas, Conselhos Escolares, outras Entidades governamentais e não
governamentais.
Através de contato com a Polícia (Militar e Civil) da área e Administração
Regional.
Anotações de todos os endereços e telefones para contato e agendamento de
visita.

1.2 Segunda Etapa: Contato com as lideranças locais


Nesta etapa é importante identificar os “atores” e parceiros favoráveis dentre
os grupos de relevância, quais sejam:
a) Órgãos integrantes dos sistemas de defesa social e de segurança pública;
b) Organizações não governamentais;
c) Imprensa;
d) Líderes políticos;
e) Clubes de serviço e associações filantrópicas;
f) Entidades assistenciais;
g) Entidades desportivas, artísticas e culturais;
h) Universidades e Faculdades em geral;
i) Entidades de classe em geral;
j) Associações comunitárias;
k) Líderes religiosos;
l) Síndicos de condomínios residenciais;
m) outros líderes comunitários;
n) vizinhança de locais de risco identificados;
o) imprensa nos diversos níveis.
Em seguida:
a) explicar o objetivo do projeto;
b) entregar um esboço do projeto;

50
c) convidar para posterior reunião, se necessário;
d) palestra sobre Polícia Comunitária.
Após terem sido identificados os líderes dos grupos relevantes, o próximo
passo é congregá-los, convocando-os para reuniões com os seguintes objetivos:
a) facilitar a expressão de sentimentos quanto aos problemas aparentes;
b) encorajar grupos relevantes a trocar pontos de vista sobre cada um deles.
(Muitas instituições têm receios em relação às outras e, da mesma forma, os
cidadãos);
c) criar um clima favorável ao diálogo, a fim de que os mal entendidos ou as
falsas opiniões possam ser identificados e discutidos quaisquer fatores causadores
do problema;
d) identificar os grupos de auto-interesse, e mostrar de que maneira cada um
dos grupos se beneficiará do processo cooperativo de resolução de problemas para
prevenir o crime e a desordem.

1.3 Terceira etapa: palestra sobre polícia comunitária


a) esclarecimento sobre o que é a polícia comunitária;
b) divulgação de material sobre polícia comunitária;
c) apresentação da proposta de trabalho junto à comunidade.

1.4 Quarta Etapa: Identificação dos problemas do bairro


Em um primeiro momento é necessário estabelecer as características
específicas do local a ser trabalhado, determinando-se, dentre outros aspectos, os
seguintes itens:
a) crimes não relatados;
b) características do ambiente onde se concentram os crimes (Zonas Quentes
de Criminalidade - ZQC), tais como iluminação, limpeza, excesso de pichação,
terrenos vagos, densidade populacional, presença de vendedores ambulantes não
autorizados, “flanelinhas” e pedintes;
c) população jovem;
d) número de jovens desempregados;
e) reunião com representantes da comunidade para identificar os problemas
do bairro;
f) priorização de problemas do bairro;
g) indicação de representantes que formarão um comitê (ou conselho) de
sedimentação dos trabalhos de Polícia Comunitária;
h) discutir estas questões com as polícias do bairro.

51
1.5 Quinta Etapa: Coleta de informações (características sócio-econômicas,
características geográficas e ambientais)
a) informações: perfil da área (mapa preciso, número de residências, número e
tipo de comércio, escolas, igrejas, associações, postos de saúde, área de lazer etc.);
perfil dos habitantes (idade, sexo, grau de instrução, profissão, estado civil, se
empregado etc.);
b) verificação de responsáveis pela coleta de informações e locais a serem
coletadas. Estas informações podem ser fornecidas pela própria polícia, órgãos
públicos, ONGs, entidades existentes no bairro, tais como hospitais, instituições
religiosas, etc.;
c) tabulação e análise das informações. Sociabilizar as informações à
comunidade.

1.6 Sexta Etapa: Indicativos dos problemas locais


1.6.1 Base econômica
Verificar em que base a economia local se estabelece, quais os planos de
extensão, atitudes da comunidade em relação a esta expansão e que crise existe
entre empregados e gerência, estabelecendo, ainda, o mercado atual de trabalho e
as tendências futuras.

1.6.2 Aspectos culturais


É importante determinar o número e a natureza das organizações de natureza
social, fraternal ou religiosa.

1.6.3 Organizações sociais


a) conflito, cooperação ou coalizão, se houver, em relação à causa comum;
b) organizações que reagem contra, se houver;
c) filiações políticas das organizações e ligações a movimentos sociais
específicos;
d) projetos e programas sociais já existentes;
e) potencial para a criação de novas organizações.

1.6.4 Funções oficiais


a) instituições punitivas de justiça formal;
b) abordagens não-punitivas criadas ou apoiadas pelas instituições formais;
c) histórico de tentativas de criação ou de apoio de programas oficiais de
prevenção do crime;

52
d) coordenação e planejamento atuais que estão fragmentados ou dirigidos de
maneira centralizada;
e) conflito ou cooperação, no âmbito interno ou entre as instituições; relações
entre as instituições de justiça formal e as instituições sociais.

1.6.5 Manejo de crises


a) desastres naturais e crises sociais que têm influído na formação de atitudes;
b) disputas de grupos rivais e sua solução ou ausência de solução;
c) crimes sensacionais, no bairro ou na área;
d) presença do crime organizado se houver;
e) opiniões do público sobre a adequação das respostas dadas pelas
autoridades em crises passadas, em especial as relacionadas com o crime, a
desordem e o medo do crime;
f) após traçado o perfil da comunidade local, verificar quais as dificuldades que
se enfrentam para o exercício dos direitos e garantias individuais e coletivas e o grau
de segurança;
g) registrar e analisar os resultados que implicam nas dificuldades de se ter
uma qualidade de vida melhor;
h) identificar os órgãos envolvidos nas questões;
i) desenvolver um plano inicial (esboço) contemplando os problemas locais, os
pontos de participação de cada órgão e da comunidade.

1.7 Sétima Etapa: Fixação de metas


a) após a avaliação das necessidades deverão ser fixadas as metas;
b) Para quem? Onde? Quando? Como? E Para Quê? Fixar-se-ão essas
metas?
c) não basta fixar metas apenas para serem cumpridas;
d) as metas deverão ter significados e que sejam interessantes à comunidade;
e) identificação das áreas de aceitação comum (criação ou melhoria de áreas
de lazer, programas de requalificação profissional etc.);
f) fechamento do projeto, com a participação de todos os segmentos,
estabelecendo responsabilidades, cronogramas e metas;
g) eventos que consolidem a sistematização do trabalho de Polícia
Comunitária e que uma vez compreendido não será mais esquecido.

1.8 Oitava Etapa: Estratégia de Sedimentação


Primeiramente, como já foi citado, é necessária a identificação de
53
responsáveis capazes de auxiliar na resolução dos problemas apontados,
possibilitando que se atinjam as metas fixadas.
Neste ponto passa-se à sedimentação do programa mais apropriado, com a
participação efetiva de todos os envolvidos no processo, buscando-se sempre o
caminho pelas áreas de concordância.
Seja qual for o plano de policiamento comunitário, sempre será viável conter
as seguintes atividades, dentre outras que sejam pertinentes:
a) palestras sobre variados temas conforme as necessidades locais;
b) cursos de preparação de lideranças comunitárias;
c) debates em escolas envolvendo o corpo docente, (Participação da
comunidade na escola);
d) evento com apresentações de música dança e de grupos locais;
e) encontros de moradores de uma rua para atividades comuns e sociais (um
chá da tarde, um bingo, etc.);
f) educação para o trânsito nas Escolas (Polícia de Trânsito);
g) campanhas de prevenção e orientação ao pedestre e ao motorista;
h) semana de prevenção à saúde (Secretaria da Saúde).
Atividades que poderão ser desenvolvidas na comunidade:
a) semanas cívicas, de meio ambiente e de mutirões no bairro e finais de
semana de lazer e recreação;
b) reuniões de trabalho com as lideranças locais, com os poderes públicos
locais e com a iniciativa privada;
c) orientação com relação à medida que devem ser adotadas quanto a:
- segurança pessoal de seus bens;
- segurança residencial;
- segurança em relação às crianças;
- segurança escolar etc.;
d) programa de restauração do bairro (ruas limpas, árvores cortadas, calçadas
arrumadas, muros pintados, etc.);
e) adotar medidas para a fixação dos policiais comunitários conforme preceitua
as normas internas, para ser realizada uma melhor avaliação de desempenho;
f) aplicar questionários de avaliação de desempenho dos policiais comunitários
e do programa;
g) supervisionar e fiscalizar as atividades das unidades operacionais no que
tange a sedimentação do policiamento comunitário, de forma a subsidiar o
aperfeiçoamento do Programa de sedimentação;
h) conhecer a diretriz do Comando e definir estratégias de implementação da

54
Polícia Comunitária dentro da filosofia de trabalho proposta e abrir os quarteis para a
Comunidade e mostrar o que é a Polícia Militar;
i) preparação e sensibilização do público interno para a nova filosofia de
trabalho;
j) quebrar a resistência quanto à Polícia Comunitária;
k) promover cursos de Polícia Comunitária para levar ao PM um conhecimento
sobre a sua responsabilidade na execução;
l) promover maior participação da tropa nas questões de Segurança Pública e
seu maior envolvimento com a comunidade na solução destes problemas;
m) estabelecer contato com o representante da comunidade;
n) traçar perfil da comunidade para estabelecer parâmetros de trabalho;
o) levantamento sócio-cultural e geográfico local;
p) levantamento dos locais de risco e repasse das informações à comunidade;
q) proceder levantamentos junto à comunidade dos problemas na área de
atuação;
r) fazer pesquisa junto à comunidade a respeito do seu anseio quanto à
Segurança Pública;
s) promover uma maior interação com a comunidade buscando sua
organização e formação de associações comunitárias;
t) pesquisar e analisar o fenômeno criminal na área de atuação para se definir
estratégias de solução dos problemas;
u) analisar a articulação operacional da fração e proporcionar sua adaptação
aos anseios da comunidade;
v) avaliação da necessidade logística e de pessoal para uma eficaz
implementação da Polícia Comunitária;
w) promover reunião com os diversos segmentos sociais propondo trabalho a
ser realizado com a cooperação deles;
x) discutir com os demais órgãos dos poderes constituídos melhores forma de
atuação no campo da Segurança Pública;
y) sensibilização da imprensa e sua participação nas atividades de Polícia
Comunitária;
z) desenvolver marketing de divulgação das atividades de Polícia Comunitária.

1.9 Nona Etapa: Controle de qualidade, desenvolvimento contínuo e


atualização dos trabalhos.
O comitê de sedimentação se reunirá no mínimo uma vez por mês ou sempre
que necessário e será responsável pelo controle de qualidade, desenvolvimento
contínuo e atualização.

55
As ações e operações serão concebidas através da prevenção e da resolução
conjunta de problemas, tendo como alvo principal a população, o cidadão e a
melhoria da qualidade de vida.

(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CEL PM


COMANDANTE-GERAL

Distribuição: a mesma da presente Diretriz.

56
ANEXO “C” (QUESTIONÁRIOS DE IMPLANTAÇÃO DA POLÍCIA COMUNITÁRIA)
À DPSSP N° 3.01.06/2011 – CG

APÊNDICE I
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO POLICIAMENTO
COMUNITÁRIO JUNTO A COM UNIDADE
Você deve ter consciência da importância de sua participação na segurança
do seu bairro. Fornecer informações à Polícia é uma das melhores formas, seja
sugerindo ou até mesmo criticando. Agradecemos o seu empenho em colaborar com
a Polícia Militar ao preencher este questionário.
SEXO: ( ) MASC ( ) FEM IDADE: _____________________
Nível de Instrução: ( ) 1º GRAU ( ) 2º GRA U ( ) SUPERIOR
Situação Civil: ( ) CASADO ( ) SOLTEIRO ( ) SEPARADO ( ) OUTROS
Situação na Comunidade: ( ) Residente ( ) Trabalhador ( ) Em trânsito
Há quantos anos reside (trabalha) no bairro?_____________

1) Você está sabendo da iniciativa do policiamento comunitário do seu bairro?


( ) Sim ( ) Não
2) Como você tomou conhecimento disto?
( ) Imprensa ( ) Pessoalmente ( ) Por ouvir falar
3) Você sabe o que a instituição policial deseja de seu policial comunitário?
( ) Sim ( ) Não
4) A iniciativa do policiamento comunitário trouxe mais segurança para o seu bairro?
( ) Sim ( ) Não ( ) Permaneceu inalterado
5) Você tem conversado com seus vizinhos sobre o policiamento comunitário?
( ) Sim ( ) Não
6) Você acha que esta experiência deve continuar?
( ) Sim ( ) Não
7) Você conhece o seu policial comunitário?
( ) Sim ( ) Não
8) Você viu ou falou pessoalmente com o seu policial comunitário?
( ) Sim ( ) Não
9) Você sabe como localizá-lo?
( ) Sim ( ) Não

57
10) Você está pessoalmente satisfeito com o seu policial comunitário?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
11) Você já divulgou alguma vez um bom serviço prestado pelo seu policial
comunitário?
( ) Sim ( ) Não
12) Que sugestões você daria para melhorar a segurança da sua comunidade?
a. _______________________________________________________________
b. _______________________________________________________________
c. _______________________________________________________________

58
APENDICE 2
QUESTIONÁRIO PARA OS CHEFES DE POLÍCIA
O presente questionário destina-se à avaliação do Projeto Piloto de
Implantação do Policiamento Comunitário.
Nome:______________________________________________________________
Tempo de serviço:___________________ Tempo na Cia / Btl:__________________
Área (Km²) da Cia PM / Btl:_________________
População residente:____________ População flutuante (estimativa):___________
Efetivo existente ( fixado, menos os claros):____ Efetivo real ( existentes, menos os
afastados):____
Nº de Vtr operacionais existentes:___________ Nº de PM Comunitários:__________
Nº de Postos Policiais:_______________________________ __________________
Nº de bairros patrulhados por PM Comunitários:______________________________
População estimada atingida pelo Policiamento Comunitário: ___________________
Nº de HT:_____________ Nº de computadores em funcionamento:_______________
1) O prédio é próprio ou alugado?
( ) Próprio ( ) Alugado ( ) Outros
2) Quais as suas condições?
( ) Ótimas ( ) Boas ( ) ( ) Razoáveis ( ) Ruins ( ) Péssimas
3) Você conhece profundamente a filosofia do Policiamento Comunitário?
( ) Sim ( ) Não ( ) Superficialmente
4) Onde e como você aprendeu sobre a filosofia e os princípios do Policiamento
Comunitário?
( ) IESP ( )CESP( ) CEGESP ( ) Estágio ( )Curso
( ) Viagem ( ) Leituras
5) Você se julga preparado para empreender o policiamento comunitário na sua
área?
( ) Totalmente ( ) Parcialmente ( ) Não
6) As comunidades de sua área estão preparadas para receber o policiamento
comunitário?
( ) Totalmente ( ) Parcialmente ( )Não
7) De quem depende a iniciativa da implantação?
( ) da Polícia ( ) das Comunidades ( ) de Todos
( ) dos Cmt ( ) dos Líderes Comunitários

59
8) Sua Unidade / Subunidade está preparada materialmente para o Policiamento
comunitário?
( ) Sim ( ) Não
9) O que falta? Cite os três itens principais.
a. _________________________________________________________________
b._________________________________________________________________
c._________________________________________________________________
10) Seu efetivo está preparado para realizar o policiamento comunitário?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
11) O que falta? Cite três fatores.
a._________________________________________________________________
b._________________________________________________________________
c._________________________________________________________________
12) Você tem sido apoiado por seu Cmt para realizar o Pol. Comunitário?
Em efetivo ( ) Sim ( ) Não
Materialmente ( ) Sim ( ) Não
Em treinamento ( ) Sim ( ) Não
Em palavras ( ) Sim ( ) Não
Em iniciativas ( ) Sim ( ) Não
Ouros incentivos ( ) Sim ( ) Não
13) Você consegue ver, com a adoção do Policiamento Comunitário, um futuro
melhor para a Instituição Policial Militar e para você como Cmt?
Para a Instituição ( ) sim ( ) não
Para mim como Cmt ( ) sim ( ) não
14) Do que você mais necessita para implementar o policiamento comunitário em sua
Unidade / Subunidade?
( ) Recursos de materiais
( ) Salários para si e para os PM
( ) Recursos humanos
( ) Instrução
( ) Horário melhor
15) Críticas e Sugestões ( máximo de cinco linhas):
__________________________________________________________________

60
APENDICE 3
QUESTIONÁRIO PARA O POLICIAL COMUNITÁRIO

Policial Comunitário, suas respostas são importantes para a avaliação do


programa de implantação do policiamento comunitário, sua valorização pessoal e a
valorização da própria Instituição Policial Militar.
Tempo de serviço: ____________________
Tempo de serviço na Cia: ______________
Graduação: __________________________
1) Quais as condições das instalações do seu Destacamento / Pelotão / Cia?
( ) Ótima ( ) Boa ( ) Aceitável ( ) Ruim ( ) Péssima
2) Quais as suas condições materiais de trabalho em termos de Vtr, rádio,
armamento, uniforme e outros equipamentos?
( ) Ótima ( ) Boa ( ) Aceitável ( ) Ruim ( ) Péssima
3) E quanto ao apoio recebido de seus superiores?
( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Aceitável ( ) Ruim ( ) Péssima
4) Você já recebeu algum tipo de instrução sobre o Policiamento Comunitário?
( ) Sim ( ) Não
5) Se sim, de que forma? ( pode ser mais de uma)
( ) Estágio ( ) Curso ( ) Palestra ( ) Vídeo ()Apostila
( ) Preleção antes do serviço ( ) Cartilha
6) Você conhece a filosofia do Policiamento Comunitário e seus princípios?
( ) Sim ( ) Não
7) Você se identifica, dá seu endereço e telefone para as pessoas onde você
desenvolve o seu policiamento?
( ) Sim ( ) Não ( ) Para todos ( ) Para alguns
8) Você já buscou apoio de outros órgãos, além da PM, para realizar o seu serviço?
( ) Às vezes ( ) Sim ( ) Não
9) Você já buscou apoio na própria comunidade para desenvolver o seu serviço?
( ) Às vezes ( ) Sim ( ) Não
10) Se afirmativo, houve o apoio solicitado?
( ) Sim ( ) Não
11) Você se sente preparado para desenvolver o Policiamento Comunitário?

61
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
12) Você se sente apoiado por seus superiores para fazer o policiamento
comunitário?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
13) O que está faltando em termos de apoio? Cite três fatores principais.
a._________________________________________________________________
b. _________________________________________________________________
c._________________________________________________________________
14) A comunidade para quem você trabalha está preparada para receber o
Policiamento Comunitário?
( ) Totalmente ( ) Parcialmente ( ) Não
15) Você vê futuro no Policiamento Comunitário?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe
16) Você se sente valorizado como Policial Militar?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe
17) O que está faltando para isso? Cite três fatores principais.
a. ________________________________________________________________
b._________________________________________________________________
c._________________________________________________________________

Não há necessidade de se identificar.

62
APENDICE 4
AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DA COMUNIDADE
QUESTIONÁRIO – SERVIÇOS

MUITO SATISFEITO NEM INSATISFEITO MUITO


SATISFEITO SATISFEITO SATISFEITO
NEM
INSATISFEITO
5 3 1
4 2

Você já precisou dos serviços da Polícia Militar? ( ) Sim ( ) Não


GRAU DE SATISFAÇÃO
1- ATENDIMENTO DA POLÍCIA MILITAR
5 4 3 2 1
Cortesia: demonstrou educação e cordialidade
Presteza: demonstrou interesse no atendimento
Eficiência: resolveu o problema no primeiro
contato

GRAU DE SATISFAÇÃO
2 - SERVIÇOS
5 4 3 2 1
Presença: é constante a presença da PM na sua
região
Rapidez: a chegada do Policial-Militar está dentro
dos 10 minutos quando solicitada
Eficiência: o policiamento desenvolve seu papel
preventivo

O acesso à Polícia Militar é fácil? (localização) ( ) Sim ( ) Não

63
GRAU DE SATISFAÇÃO
3 - COMPETÊNCIA
5 4 3 2 1
Capacitação do pessoal demonstra conhecimento
dos serviços
Atualização e inovação: a Polícia Militar inova e
aperfeiçoa constantemente os serviços oferecidos

GRAU DE SATISFAÇÃO
4 - IMAGEM
5 4 3 2 1

Qual o seu conceito da Polícia Militar


Divulgação: Conhece os serviços da Polícia
Militar?

Você já ouviu falar do policiamento comunitário? ( ) Sim ( ) Não

Sugestões para melhorar a Polícia Comunitária em seu bairro:

1.Melhorar o convívio entre a Polícia e Comunidade..............................................( )


2.Melhorar o treinamento dos Policiais-Militares do bairro.......................................( )
3.Melhorar o trabalho da Polícia Civil no bairro.......................................................( )
4.Manter o policial fixo na área para agir mais próximo ao cidadão........................( )
5.Outros....................................................................................................................( )

(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CEL PM


COMANDANTE-GERAL

Distribuição: a mesma da presente Diretriz.

64
ANEXO “D” (MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO POLICIAL COMUNITÁRIO) À
DPSSP N° 3.01.06/2011 - CG

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO POLICIAL COMUNITÁRIO

1 DA POLÍCIA COMUNITÁRIA
Art. 1º - Para os efeitos deste manual, Polícia Comunitária é entendida como a
conjugação de todas as forças vivas da comunidade, sob a coordenação de policiais
especialmente designados, no sentido de preservar a segurança pública, prevenindo
e inibindo os delitos ou adotando as providências para a repressão imediata. Deve
ser entendida também como uma nova filosofia de atuação da Polícia Militar,
marcada pela intensa participação da comunidade na resolução dos problemas
afetos à Segurança Pública.
Art. 2º - O policial comunitário não excluirá as ações de policiamento tradicional
realizadas normalmente pelo Policial. Aos enfoques da atuação tradicional serão
acrescidos procedimentos comunitários, visando adequar convenientemente o
Policial à nova filosofia.
Art. 3º - A Polícia Comunitária desempenhará suas atividades aproveitando todos os
recursos disponíveis na comunidade, desenvolvendo o sentimento de que a
segurança envolve esforço permanente e solidário.
Art. 4º - No esforço de segurança da comunidade, serão analisadas todas as
variáveis públicas: estacionamentos, diversões públicas, condições de ruas,
avenidas, praças, terrenos baldios, elevações ou depressões do terreno, rios, lagos,
plantações, número de veículos, arquitetura de segurança e outras que possam influir
direta ou indiretamente.
Art. 5º - Será organizado um banco de dados com registro de todas as informações
úteis para a segurança, participando como fonte todas as pessoas e policiais da
comunidade.
Art. 6º - O policiamento deverá ser distribuído no sentido de ocupar o espaço
territorial, atuar em pontos estratégicos, acoplando - se a um sistema de auto defesa
da própria população.
Art. 7º - O Policial Comunitário deverá responder à comunidade em três pontos
básicos: ser visível; de fácil acesso pela população; e com capacidade de resposta
imediata e adequada.
Art. 8º - Para alcançar o previsto no artigo anterior serão desenvolvidos esforços no
sentido de que homens, viaturas e equipamentos apresentem estimulação visual
atraente e agradável.
Art. 9º - O relacionamento interpessoal policial - cidadão se dará em um clima de
receptividade, boa vontade, sem tensões e conflitos.

2 DOS PROCEDIMENTOS COMUNS AOS POLICIAIS


Art. 10 - O Policial deve conhecer, respeitar, fazer respeitar e difundir os direitos de

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cidadania para o pleno êxito do policial comunitário.
Art. 11 - O policial comunitário é um serviço que exige do Policial urbanidade e
civilidade, impondo o conhecimento e aplicação dos preceitos da boa educação,
regras de boas maneiras e cortesia no relacionamento com o público.
Art. 12 - O Policial é um profissional de segurança pública e, como tal, deve colocar
em prática, nas mais diversas situações, os princípios, normas e ensinamentos
técnicos e táticos de policiamento, bem como os de relacionamento com o público,
sempre embasados no ordenamento jurídico e nos preceitos ético - morais e
religiosos da comunidade onde atua.

3 DO POLICIAL COMUNITÁRIO
Art. 13 - O policiamento é a atividade de polícia em que o homem a pé, a cavalo, em
bicicleta, motocicleta, ou viatura, movimenta-se num itinerário constante ou variável,
visando prevenir e inibir a prática criminosa pela presença ostensiva, bem como
adotar as providências repressivas imediatas.
Art. 14 - Para o êxito de sua missão, o policial deve portar agenda com anotações,
como: endereços de hospitais, correios, repartições públicas, postos de atendimentos
assistenciais, telefones úteis e outros registros necessários para melhor servir e
informar a população.
Art. 15 - O policiamento deve ser executado conforme modelo operacional que deve
se orientar por:
a) recebimento do serviço com informações das últimas ocorrências, locais e
horários e possibilidades futuras;
b) estacionamento ou movimentação em locais onde possa ser visto e
identificado pela população, evitando conversas e ajuntamentos desnecessários com
os demais policiais de serviço;
c) atendimento à população quando solicitado ou buscando relacionamento
por sua auto-iniciativa, no sentido de integrar-se à comunidade;
d) atenção especial a crianças, mulheres, idosos e deficientes físicos,
buscando protegê-los e facilitar sua locomoção, no trânsito, nas calçadas e entradas
em veículos;
e) deslocamento da viatura em baixa velocidade quando do policiamento
normal, ficando atento ao que ocorre por onde passar, observando a circulação de
pessoas e veículos;
f) execução do policiamento e relacionamento com a população de forma
educada, polida, atenciosa, cor sabendo dosar o uso de energia quando necessário o
seu emprego;
g) conhecimento das leis, manuais e regulamentos que fundamentam o
trabalho policial, conhecendo e distinguindo as diversas infrações penais;
h) uso de linguagem comedida evitando conflitos e situações humilhantes às
pessoas envolvidas em ocorrências;
i ) arrolamento de testemunhas, esclarecendo as pessoas da necessidade dos

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depoimentos como prova de inocência ou de culpabilidade e de sua importância para
a ação da justiça; e
j) atuação no sentido de não tomar partido na ocorrência, tratando a todos de
mesmo modo, evitando familiaridades, mesmo que se trate de conhecidos, amigos ou
parentes.

3.1 DO QUE SABER QUANTO AOS LOCAIS DE POLICIAMENTO


Art. 16 - O conhecimento dos locais a serem patrulhados deve envolver:
a) localização dos pontos críticos;
b) possíveis pontos de venda de drogas e de produtos de furto e/ou roubos;
c) praças, ruas, vielas, locais de desovas e abandono de veículos roubados;
d) esconderijos e residências de criminosos ou pessoas ligadas ao crime;
e) casas comerciais, repartições públicas, estações de rádios, estações de
eletricidade e outros pontos, considerados sensíveis para a vida da cidade;
f) conhecimento das indústrias, entradas e saídas de todos os
estabelecimentos importantes;
g) terrenos baldios, locais com falta de iluminação ou dificuldade de acesso;
h) a existência de vigias particulares, guardas noturnos e sistemas de alarmes;
i ) orientação a comerciantes e industriais procurando conhecer os horários de
expediente, problemas ocasionados nas entradas e saídas de funcionários;
j) comércio ambulante e suas repercussões com aglomerações, receptação e
relacionamento com atividades ilícitas;
l) forma de ação e do chamamento de proprietários ou responsáveis em caso
de alarmes;
m) preparação e cuidados nos locais de acidentes e de crimes,
principalmente\quanto ao socorro às vítimas;
n) estacionar nos locais preestabelecidos ou naqueles que entender
necessário\durante o policiamento e, se indispensável, o deslocamento a pé, não se
afastar da viatura\por mais de 50 (cinquenta) metros; e
o) conhecimento de todos os eventos como shows, bailes, espetáculos ao ar
livre, festas de aniversário, casamentos etc., notadamente nos finais de semana.

3.2 DO DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE DE OBSERVAR


Art. 17 - O sentido de observação do policial deve levar em consideração:
a) todos os estímulos pessoais e físicos do ambiente que se correlacionam
com a atividade policial de modo genérico ou em missões específicas;
b) o comportamento das pessoas de aparência suspeita, levando em conta as

67
circunstâncias locais e o fato de a grande maioria das pessoas não serem
criminosas, mas cumpridoras das leis;
c) que as pessoas presas têm direitos e que devem ser respeitadas na sua
integridade física;
d) situações circunstanciais, como pessoas carregando sacos ou objetos
pesados; indivíduos aflitos ou nervosos sem motivo aparente; grupo de pessoas
paradas em locais ermos ou mal iluminados; alterações de comportamento em
presença da polícia; abandono de objetos na presença de policiais; pessoas sujas de
sangue ou com aparência de uso de drogas ou alcoolizadas, sem confundi-las com
pessoas doentes;
e) cuidados especiais devem ser observados com:
- pessoas que, ao verem o Policial, alteram o comportamento, disfarçando,
ou mudando de rumo, ou largando algum objeto, demonstrando de alguma forma
preocupação com a chegada do Policial;
- indivíduo cansado, suado por correr, sujo de lama ou sangue;
- indivíduo parado ou veículo parado por muito tempo, próximo a
estabelecimento de ensino;
- pessoas com odor característico de tóxico;
- indivíduo parado por muito tempo nas proximidades de estabelecimentos
comerciais ou bancários;
- indivíduo agachado, dentro ou ao lado de veículo parado ou estacionado;
- pessoa ou veículo que passa várias vezes pelo mesmo local;
- estabelecimento comercial com a porta entreaberta;
- janelas ou portas abertas em residências ou estabelecimento comercial,
especialmente no período noturno;
- ocupantes de veículo cujas aparências estão em desacordo com o tipo de
veículo;
- veículo que passa em alta velocidade, com ocupantes apavorados ou
empunhando arma;
- carro estacionado, com motorista no volante, parado há muito tempo no
mesmo local;
- veículo parado, mal estacionado, luzes acesas, portas abertas, chaves no
contato;
- veículo em movimento que procure chamar atenção do policial através de
sinais, como luzes, buzinas, freadas, etc.;
- ruídos que quebram a rotina, como gritos, explosões, disparos de arma de
fogo, etc.;
- veículo velho com placa nova, veículo com placa dianteira diferente da
traseira, veículo com lataria amassada ou vidros estilhaçados, veículos com marcas
de balas na lataria; e

68
- indivíduo estranho, muito atencioso e carinhoso com crianças nas ruas.

3.3 DO CONHECIMENTO DAS PESSOAS QUE VIVEM NA ÁREA A SER


POLICIADA
Art. 18 - As ações ou omissões ilegais são praticadas por pessoas, e essas vivem
numa cidade, onde residem, trabalham, estudam, divertem-se, alimentam-se,
compram e vendem. Conhecer essas pessoas é dever do policial, que para isso
deve:
a) conhecer os acessos aos prédios e residências;
b) estar familiarizado com os locais onde as pessoas conversam, seu modo de
locomoção ao trabalho, roupas, lazer etc.;
c) reconhecer os residentes e os estranhos, seus itinerários e horários para
ransportes coletivos;
d) transmitir às pessoas regras básicas de prevenção contra assaltos, furtos,
quanto à utilização de códigos de senhas em situações de perigo;
e) buscar aproximação com pessoas que iniciam muito cedo suas atividades
profissionais, como pedreiros, verdureiros, entregadores, açougueiros, motoristas e
outros profissionais da madrugada;
f) conhecer os serviços com plantões noturnos, como farmácias, hospitais,
pronto-socorro, telefonistas, cujos profissionais podem servir de apoio ao trabalho
policial à noite e aos fins de semana;
g) procurar identificar aqueles que trabalham até mais tarde na noite como
donos de bares, garçons, porteiros de hotel, casas noturnas e outros
estabelecimentos congêneres;
h) conhecer os trabalhadores de postos de gasolina e outros serviços
mecânicos, funileiros, eletricistas, borracheiros, que sempre são fontes de
informações quanto aos fregueses noturnos e suas possíveis práticas criminosas;
i) dar especial atenção aos motoristas de táxi, de transportes coletivos e
pessoas que costumam permanecer andando à noite ou permanecer em varandas,
coretos e praças públicas;
j) procurar liberar as pessoas do medo de serem envolvidas em processo; do
receio de que suas informações serão usadas sem discriminação; da falta de
confiança no policial; da suposição de estarem sujeitas ao ridículo, caso suas
informações não se confirmarem; e
Criar oportunidades e condições para estabelecimento de confiança mútua e
desenvolver o sentimento de que todas as pessoas podem ser úteis para a polícia,
em benefício de sua própria segurança.

3.4 DAS INFORMAÇÕES AO PÚBLICO


Art. 19 - O policial fardado é facilmente identificado pela população, daí serprocurado
para dar informações. Ao prestar informações, o policial deve:

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a) ser solícito, demonstrando paciência e boa vontade;
b) ter sempre consigo um guia da cidade com os principais serviços públicos,
telefones, linhas de ônibus, horários (se possível itinerário), estações rodo-
ferroviárias, aeroporto, pontos de táxi, etc.;
c) entre as informações mais frequentes encontram-se:
- hospitais;
- agências bancárias;
- distritos policiais;
- repartições públicas federais, estaduais e municipais;
- terminais rodoviário e ferroviário;
- estações de metrô;
- agências de correios;
- pontos de táxi;
- telefones públicos;
- igrejas;
- monumentos;
- escolas;
- teatros;
- cinemas;
- hotéis;
- praças de esportes;
- bancas de jornal;
- shopping center; e
- magazines famosos.
d) caso não conheça o teor de uma solicitação de informação, recorrer via
rádio ou a um colega ou pessoas que possam atender ao solicitante, que não deve
ficar sem uma resposta do policial;
e) usar linguagem acessível, principalmente com crianças e idosos. Ter
cuidados especiais com os estrangeiros, turistas e pessoas em trânsito pela cidade; e
f) usar na informação o tempo estritamente necessário para se fazer entender.

3.5 DAS AMIZADES E DAS PESSOAS QUE PODEM AUXILIAR O TRABALHO


POLICIAL
Art. 20 - O policial deve ter a expectativa de que, para realizar um bom trabalho, é
fundamental o bom conhecimento das pessoas que têm participação na vida das
70
demais ou na de muitas delas. Nesse sentido sua preocupação com as pessoas
envolve:
a) visita aos recém-chegados à comunidade;
b) o estabelecimento de relações cordiais e amizade, demonstrando prontidão
para auxiliar e para qualquer informação útil;
c) reconhecer e chamar as pessoas pelo nome, buscando atenção e
confiança, principalmente aquelas que poderão ser úteis e auxiliar no trabalho
policial;
d) aproximação com as pessoas honestas ao mesmo tempo em que deve
evitar más companhias;
e) retribuição das atenções que recebeu;
f) a conquista da amizade de pessoas formadoras de opinião; e
g) demonstração de que o policial é amigo e protetor, estando sempre disposto
a conhecer novas pessoas e a estabelecer e consolidar amizades.

3.6 DA COMUNICAÇÃO SOCIAL


Art. 21 - Manter com a imprensa um relacionamento isento e profissional,
fundamentado na transparência e na verdade dos fatos. As reportagens procuram
detectar fatos e traduzi-los para leitores, ouvintes e telespectadores. A notícia é
interessante quando significa a quebra da rotina; por isso, ao tratar com
representante da imprensa, o policial deve adotar os procedimentos a seguir
relacionados:
a) a conversa com o repórter deve ser clara, precisa, concisa e sempre
verdadeira;
b) atender com agilidade e rapidez para evitar o argumento de que a
Polícia se recusou a falar;
c) todo Policial pode fornecer informações sobre a ocorrência em que estiver
envolvido;
d) nas entrevistas, as opiniões devem cingir-se ao limite da competência de
cada Chefes;
e) aspectos contraditórios sobre a Polícia Militar como um todo são conduzidos
pela Assessoria de Comunicação Social;
f) os realeases devem ser usados como texto de apoio, de atração ou pauta e,
sempre que possível serem substituídos por entrevista;
g) as notas oficiais devem ser restritas às situações em que se pretende
resumir aposição da Polícia Militar ao que está escrito.

71
3.7 DO RELACIONAMENTO COM POLÍTICOS E OUTROS REPRESENTANTES
DA POPULAÇÃO
Art. 22 - A área de policiamento poderá ser endereço de residência ou de circulação
de políticos locais ou regionais. O policial deverá:
a) conhecer os vereadores, deputados e demais políticos, mantendo-se a
partidário em suas missões;
b) reconhecer os vereadores como políticos de contato mais direto com a
população local e por isso são procurados diariamente; e
c) no relacionamento com vereadores, apresentar os problemas da
comunidade que repercutem na segurança, como iluminação pública, terrenos
baldios, serviços públicos e outros fatores ambientais.

3.8 DO RELACIONAMENTO COM MEMBROS DE ASSOCIAÇÕES DE BAIRROS


Art. 23 - Os representantes de associações de bairros são pessoas escolhidas por
exercerem liderança local e às vezes regional. Normalmente são pessoas com
grande disposição de ajudar e prestar serviços comunitários. Nesse relacionamento
o policial deverá:
a) procurá-los, criando um canal de contato para solução de problemas ligados
à segurança ou de assistência à população;
b) reconhecer que, normalmente, esses representantes são antigos moradores
do bairro e que por sua situação poderão facilitar o trabalho do policial;
c) conhecer o endereço das associações e buscar aproveitá-las, quando
possível, para palestras, cursos e outras atividades necessárias para o processo de
segurança solidária; e
d) estimular a participação da comunidade através de seus representantes,
visando à orientação para a segurança de crianças, adolescentes e idosos.

3.9 DO DESENVOLVIMENTO DE COMPORTAMENTOS (HÁBITOS) ÚTEIS AO


POLICIAL
Art. 24 - A atividade do policial não deve ser rotineira, mas certos condicionamentos
são necessários para manter uma expectativa de modo de trabalho tanto na
população como no policial. Para atender a essas expectativas o policial deverá:
a) deslocar-se com a viatura em baixa velocidade;
b) manter o maior contato possível com a população;
c) seguir um roteiro de policiamento priorizando a eficiência do trabalho e não
a facilidade da sua realização;
d) não fumar durante o serviço;
e) assumir uma postura respeitosa, mas receptiva;

72
f) manter a serenidade e seriedade no atendimento;
g) evitar gestos inconvenientes, exagerados ou desnecessários;
h) ser comedido no trato com senhoras ou senhoritas;
i) carregar na viatura, como carga pessoal, bolsa de nylon, contendo código
penal, guias, mapas do setor e legislação de trânsito, para consulta e informações ao
público;
j) ter no bolso da farda pequeno bloco para anotação e apito;
l) não conversar com o companheiro da viatura, quando estiver patrulhando
locais de concentração de pessoas ou ruas movimentadas;
m) não permanecer dentro da viatura, conversando com pessoas; saia e fique
de pé ao lado do veículo;
n) colaborar com os oficiais e praças da ativa, não só prestando serviços
profissionais, bem como se solidarizando em dificuldades particulares que estejam ao
seu alcance minimizar;
o) respeitar os oficiais e praças da reserva ou reformados, não só para
cumprimento das normas regulamentares, mas pelo apreço que merecem; e,
p) ao tratar com idosos e crianças, fazê-lo de maneira carinhosa, por
representarem a futura e passada gerações, tratando-os de maneira especial.

4 PROCEDIMENTOS NO DESEMPENHO DO POLICIAL COMUNITÁRIO


Art. 25 - O policial comunitário deve assumir comportamento e adotar procedimentos
adequados segundo os locais de trabalho. Deve associar nessa função suas
qualidades inatas com os conteúdos desenvolvidos na instrução quanto ao
relacionamento com as pessoas na comunidade.
Art. 26 - Nas escolas, os procedimentos devem-se realizar obedecendo aos
seguintes critérios:
a) nos contatos com a direção, certificar-se das novidades diárias ou
semanais, procurando solucionar os problemas existentes;
b) nos contatos com professores, alunos, funcionários e pais de alunos, usar
de cortesia e civilidade, visando obter estima e confiança;
c) proceder visitas constantes à escola durante o turno de serviço;
d) proceder à travessia de alunos, sempre que o local exigir;
e) nos finais de semana e feriados, contatar os vizinhos das escolas,
orientando e divulgando o telefone emergencial 190; e
f) sempre que possível, participar dos eventos cívicos da unidade escolar.
Art. 27 - Nas praças públicas, obedecer aos critérios a seguir relacionados:
a) estacionar a viatura em local de destaque, se possível e se houver
condições, na parte central, principalmente em horários de concentração de pessoas;

73
b) se a praça for defronte a uma igreja, estacionar a viatura antes do início e
no final das missas;
c) orientar os frequentadores para a preservação do patrimônio público, como
telefones, bancos, monumentos, jardins etc.;
d) orientar os frequentadores para o uso correto dos recipientes coletores de
lixo;
e) contatar, conhecer e se fazer conhecer pelos comerciantes que exercem
suas atividades no local;
f) observar e analisar os hábitos dos frequentadores, orientando-os em casos
de excessos;
g) organizar o trânsito nas vias próximas com o fim de proporcionar segurança
aos transeuntes e frequentadores do local; e
h) controlar o uso de bicicletas por parte das crianças e adolescentes,
orientando-as.
Art. 28 - Nas áreas residenciais:
a) contatar, conhecer e se fazer conhecer pelos moradores;
b) orientá-los nos variados aspectos de segurança pública;
c) conhecer os empregados e pessoas que frequentam as residências;
d) procurar conhecer os veículos de propriedade dos moradores;
e) ao deparar com veículos estacionados com os faróis ligados ou vidros e
portas abertas, procurar o proprietário para avisá-lo e orienta-lo;
f) ao constatar uma porta ou portão aberto, fazer contato com o morador,
orientando-o;
g) conhecer e se fazer conhecer pelos proprietários de estabelecimentos
comerciais do setor; e
h) identificar os indivíduos considerados criminosos e vândalos residentes no
setor.
Art. 29 - Nas áreas bancárias e comerciais, devem ser adotados os seguintes
procedimentos:
a) contatar, conhecer e se fazer conhecer por todos os proprietários, gerentes
e funcionários dos estabelecimentos comerciais e bancários;
b) orientar individual ou coletivamente os integrantes de cada empresa no que
tange à segurança do respectivo estabelecimento;
c) procurar identificar e dar proteção a pessoas idosas, mulheres, crianças e
adolescentes nas saídas ou chegadas aos bancos, especialmente quando portarem
valores;
d) ajudar pessoas idosas e senhoras a embarcar compras quando for o caso;
e
e) controlar o trânsito, orientando os motoristas quanto aos locais apropriados
74
para paradas e estacionamentos de veículos.
Art. 30 - O Policial, ao assumir o serviço em terminais rodos-ferroviários e aéreos,
deverá:
a) conhecer todos os compartimentos, áreas de circulação e recursos
oferecidos pelo terminal ao usuário;
b) conhecer os administradores e se fazer conhecer, mantendo com eles
contatos diários;
c) procurar identificar os hábitos dos usuários de maneira a melhor detectar as
anormalidades;
d) se houver sistema de som, procurar utilizá-lo para orientar constantemente
os usuários;
e) auxiliar e orientar os usuários quando solicitado, devendo conhecer os
principais horários de embarque e desembarque de passageiros, empresas
prestadoras de serviços, localização de telefones públicos, sanitários, bares, pontos
de táxi, vias de acesso, principalmente de deficientes físicos;
f) atentar para os pontos de ação dos marginais, reforçando o policiamento e
orientando os usuários, especialmente em:
- áreas com telefones públicos;
- áreas próximas aos sanitários e no seu interior;
- ponto de embarque e desembarque.
g) atentar para os taxistas não credenciados ao terminal, procurando identificá-
los e evitar a atuação no local; e
h) orientar as famílias que desembarcam com excesso de bagagem ou com
muitas crianças.
Art. 31 - Em salões de bailes, cinemas, circos, teatros e outras casas de espetáculos,
o Policial deverá:
a) fazer contato com os responsáveis pelo evento para saber das
peculiaridades do local e do evento;
b) estacionar a viatura em ponto estratégico, deixando-a bem visível,
principalmente antes do início e ao término do evento;
c) conhecer a localização de extintores de incêndio e saídas de emergência,
verificando se estão desobstruídas;
d) controlar e fiscalizar a entrada e saída dos frequentadores;
e) fiscalizar a ação dos guardadores de veículos;
f) dar especial atenção às bilheterias e aos locais de estacionamento,
prevenindo os delitos contra o patrimônio;
g) organizar as filas em dias de grande frequência;
h) quando houver procedimento impróprio que não configure ilícito penal por
parte de frequentadores, admoestarem os inconvenientes, agindo com rigor se não
75
for atendido; e
i) em caso de pânico, procurar acalmar as pessoas, liberando todas as saídas
e orientando a evacuação.
Art. 32 - Nas feiras livres, observar-se-ão os seguintes procedimentos:
a) estacionar a viatura nas ruas de entrada e, a pé, executar o policiamento,
procurando conhecer os feirantes;
b) de madrugada, período em que são armadas as barracas, passar pelo local,
estacionando a viatura temporariamente;
c) durante a feira, dar especial atenção a pessoas idosas, crianças e
adolescentes;
d) verificar crianças perdidas, conduzindo-as para a viatura, criando
procedimento com os feirantes para a localização de seus pais; e
e) controlar e fiscalizar a ação dos carregadores de sacolas.
Art. 33 - Nos eventos esportivos, o Policial deverá obedecer aos seguintes princípios:
a) conhecer os locais de circulação e os recursos que o local proporciona ao
público;
b) delegar, através de contatos informais com os líderes de torcidas, a
responsabilidade pelo controle e manutenção da ordem pública;
c) manter a ostensividade, postura e compostura;
d) dedicar especial atenção aos idosos, crianças e adolescentes; e
e) não criticar a ação dos envolvidos na contenda desportiva, pois poderá
estar sendo antipático.

5 DOS PROCEDIMENTOS DURANTE O ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS


POLICIAIS
Art. 34 - Além dos procedimentos tradicionais de polícia, preceituados na legislação e
nos manuais em vigência, o Policial deverá observar outros, de Polícia Comunitária,
no atendimento de ocorrências policiais.
Art. 35 - Os procedimentos de Polícia Comunitária durante o atendimento de
Ocorrências policiais visam esclarecer, ajudar e orientar a população em geral e os
usuários em particular.

5.1 DAS OCORRÊNCIAS CONTRA A PESSOA


5.1.1 DO HOMICÍDIO
Art. 36 - Nos casos de homicídios, o Policial deverá:
a) procurar dar ciência do ocorrido a familiares da vítima, informando-lhes o
local onde se encontra o corpo;

76
b) conhecer e orientar os familiares quanto ao procedimento para a liberação
do corpo;
c) indicar a funerária municipal e a repartição pública responsável nos casos
de pessoas humildes;
d) respeitar a privacidade e os direitos das pessoas da família quanto à
divulgação da ocorrência; e
e) utilizar o centro de operações para avisar familiares com dificuldade de
localização.

5.1.2 DAS LESÕES CORPORAIS


Art. 37 - Nos casos de lesões corporais, serão observados os seguintes princípios:
a) providenciar socorro imediato à vítima, utilizando, se for o caso, a maleta de
pronto-socorrismo da viatura;
b) nos casos de maior gravidade, através do Centro de Operações, avisar o
Hospital para que se prepare para receber adequadamente a vítima;
c) acionar ambulância ou unidade de resgate nos casos de maior gravidade;
d) procurar cientificar os familiares da vítima; e
e) orientar a vítima e seus familiares quanto à importância do exame de corpo
de delito para a caracterização da lesão.

5.1.3 DO ABANDONO DE INCAPAZ


Art. 38 - No atendimento de ocorrências de abandono de incapaz, adotar as
providências a seguir relacionadas:
a) procurar descobrir os responsáveis, através de informações de testemunhas
no local;
b) encaminhar o incapaz à instituição que lhe possa dar guarida provisória;
c) se necessário, alimentá-lo e agasalhá-lo até que receba outros cuidados; e
d) procurar divulgar o fato através dos órgãos de imprensa, objetivando
sensibilizar as pessoas para a localização dos responsáveis ou órgãos que possam
acolher o incapaz.

5.1.4 DO SEQUESTRO
Ar t. 39 - Ao atender ocorrência de sequestro, o Policial deverá:
a) procurar tranquilizar os familiares da vítima, explicando que grupos
especializados estão preparados para esse tipo de ocorrência;
b) respeitar a privacidade e os direitos da pessoa; e
c) ao localizar o sequestrado, abrigá-lo em local seguro e confortável, avisando
77
os familiares com informações precisas.

5.1.5 DAS OCORRÊNCIAS DE MAUS TRATOS


Art. 40 - Durante o atendimento de ocorrências de maus tratos, observar-se-ão os
seguintes princípios:
a) retirar a vítima do poder de seu algoz;
b) socorrer a vítima ao pronto-socorro e encaminhá-la a outros familiares que
possam ajudá-la;
c) se não for possível, encaminhar a vítima às instituições de proteção à vida.
d) nos casos de indícios de violência doméstica, solicitar também apoio da
patrulha de atendimento à vítima da violência doméstica.

5.2 DAS OCORRÊNCIAS CONTRA O PATRIMÔNIO


5.2.1 DO FURTO E DO ROUBO
Art. 41 - Nas ocorrências de furto ou de roubo, adotar as seguintes providências:
a) demonstrar interesse no atendimento do fato, pois a vítima está
traumatizada e sem esperanças de reaver seus pertences;
b) no caso de roubo, avaliar a extensão da violência e prestar os primeiros
socorros e atendimento médico;
c) solicitar o concurso da vítima se for possível, para em policiamento, tentar
identificar os autores;
d) no caso de patrimônio segurado, orientar a vítima sobre as providências que
devem ser tomadas e documentos que serão necessários e o local de sua obtenção;
e) no caso de furto a estabelecimento no período noturno, contatar o
proprietário cientificando-o do ocorrido;
f) agilizar a confecção da ocorrência; e
g) orientar a vítima sobre as medidas preventivas que pode tomar para evitar
que tal fato ocorra novamente.

5.2.2 DO AUTO LOCALIZADO


Art. 42 - Quando localizar um auto furtado ou roubado deverá ser observado os
seguintes princípios:
a) comunicar o proprietário através do Centro de Operações, cientificando-o do
local onde o veículo foi recolhido e sobre a documentação que deverá portar para a
sua liberação;
b) orientar as vítimas se for possível, sobre a utilização de dispositivos de
segurança e precauções que deve ter com seu veículo; e

78
c) orientá-las sobre o serviço de guincho, evitando a ação dos aproveitadores.

5.3 DAS OCORRÊNCIAS CONTRA A PAZ PÚBLICA


5.3.1 DA PERTURBAÇÃO DO SOSSEGO
Art. 43 - No atendimento de ocorrências de perturbação do sossego, o Policial
deverá:
a) solicitar, com a educação necessária, que cesse a perturbação, fazendo
com que os perturbadores compreendam a situação dos reclamantes;
b) procurar o diálogo pacífico e moderado, antes das providências policiais; e
c) orientar os solicitantes sobre os alvarás para a utilização de equipamentos
sonoros.
5.3.2 EMBRIAGUEZ
Art. 44 - Nas ocorrências dessa natureza o essencial é preservar a integridade física
do ébrio, que deve ser colocado em lugar seguro. Além disso, o Policial ainda deverá:
a) não permitir que seja submetido a situações vexatórias;
b) conduzi-lo ao pronto socorro, se for o caso, solicitando o concurso de
amigos e familiares; e
c) orientar os familiares quanto ao possível tratamento médico especializado
que objetiva a recuperação.

5.3.3 DESINTELIGÊNCIA
Art. 45 - O Policial deverá:
a) não tomar partido, principalmente se os contendores forem marido e mulher
(seguir o que prescreve a lei “Maria da Penha” nr 11.340 de 07 de agosto de 2006);
b) procurar saber as razões do impasse, orientando quanto às consequências
de um processo judicial; ( ver a possibilidade da aplicabilidade da Mediação de
Conflito) e
c) solicitar se possível, o concurso de familiares e amigos dos envolvidos,
objetivando a solução do impasse.

5.4 OCORRÊNCIAS CONTRA OS COSTUM ES


5.4.1 ESTUPRO E ATENTAD O VIOLENTO AO PUDOR
Art. 46 - No atendimento de ocorrências de estupro ou de atentado violento ao pudor,
observar-se-ão os seguintes preceitos:
a) não submeter à vítima a situação constrangedora, procurando ampará-la
moralmente, afastando-a dos curiosos;
b) obter os dados possíveis com discrição;
79
c) orientá-la quanto aos órgãos de amparo às vítimas; e
d) orientar quanto ao procedimento judicial (prazo de seis meses para a
interposição de queixa).
5.4.2 MENDICÂNCIA
Art. 47 - Nas ocorrências de mendicância, observar os critérios a seguir indicados:
a) tratar os mendigos na condição de ser humano, socorrendo-os nos casos
de embriaguez, fome ou frio;
b) encaminhar o mendigo aos órgãos assistenciais; e
c) procurar saber de seus familiares e tentar a sua localização, colocando-se à
disposição para apoio e orientação.

5.5 DAS OCORRÊNCIAS COM ENTORPECENTES


Art. 48 - No atendimento de ocorrências que envolvam uso de substância
entorpecente, o Policial deverá orientar os pais e responsáveis, indicando locais de
tratamento e recuperação.

5.6 DAS DEMAIS OCORRÊNCIAS


Art. 49 - O atendimento de outras ocorrências policiais não relacionadas neste
manual deverão sempre obedecer aos critérios que se seguem:
a) procurar amparar e orientar as vítimas, sem envolver-se na ocorrência;
b) procurar orientar vítimas e seus familiares sobre seus direitos e deveres,
preservando sua privacidade; e
c) agir com cautela e bom senso, adequando o seu procedimento aos exigidos
pela ocorrência policial; e
d) ser o mais atencioso e prestativo possível, dando um tratamento humano,
respeitoso, educado e eficaz ao solicitante, jamais o deixando sem resposta ou
auxílio diante do problema apresentado.

6 DOS PROGRAMAS DE ORIENTAÇÃO À COMUNIDADE


Art. 50 - As Organizações Policiais deverão, através da seção de Comunicação
Social, desenvolver programas de orientação à comunidade, promovendo palestras,
aulas, visitas, exposições e outros meios possíveis, visando divulgar medidas
práticas de segurança individual e coletiva, o trabalho da Corporação e a importância
do envolvimento do cidadão nas atividades comunitárias da polícia.

(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CEL PM


COMANDANTE-GERAL
Distribuição: a mesma da presente Diretriz.

80
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