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4º ATO

Todos estão parados na montanha, num terreno localizado diante das moradias dos “Gigantes”.
Os atores, cansados da caminhada, trazem a carreta na companhia de alguns Scalognati: todos guiados
pelos três Magos. Postam-se a frente do local onde será realizado o Casamento. A chegada desses
estranhos e inesperados visitantes suscitaria a curiosidade dos servos dos Gigantes. Os Gigantes, nem
aparecem em cena ou se aparecem no fundo do palco não verbalizam nada, nenhuma fala.
Os três magos, após a chegada de todos e um silêncio fúnebre de olhares cortantes, tomam a
frente da Companhia da Condessa e se manifestam a um autorizado Mordomo:

COTRONE – Olá! Eu e meus companheiros aqui gostaríamos de propor uma representação para
acrescentar ainda mais brilho aos festejos que estão realizando.

COTROLA – Este é nosso desejo, este é nosso dever. Coroar com festa e alegria as conquistas e o
patrimônio alheio.

COTRELA – Este é o desejo de meus companheiros: que são atores e têm tudo pronto para oferecer
um espetáculo artístico de primeira classe aos senhores, por ocasião das núpcias!

Os gigantes, caso forem representados por atores, apenas se olham. Os servos se olham por alguns
instantes e todos caem em gargalhadas que ardem as espinhas da Companhia da Condessa.

MORDOMO – Meus senhores, olhem para o nosso banquete, para as nossas danças, para as fontes de
vinho que nos alegram nesta noite. Vocês tem certeza de que sabem quais são as diversões que de que
nós apreciamos?

Essa fala do Mordomo deixa os atores da Companhia mortificados.

MORDOMO – O que vieram fazer aqui se não foram convidados a dividir este banquete conosco?
Acaso foram elegidos Gigantes por conveniência própria ou destino?

OS TRÊS MAGOS – Viemos trazer a vocês o Teatro! A arte milenar!

Mais risadas.

MORDOMO – O nosso povo bem se vê, não faz a mínima noção do que estejam falando. Milenar para
nós são nossas glórias. E elas não se conquistam com representações.

UM SERVO (Possui um aspecto terrível) – O teatro é uma piada que só!

OUTRO SERVO – Pegadinha! Palhaçada! Tombos! E risadas!

UM SERVO – Vamos ver, chamem os outros!

OUTRO SERVO – Eu gosto quando arrancam as cabeças dos bonecos!

UM SERVO – Quando um ou outro entra em chamas brincando com o fogo!


OUTRO SERVO – A luta com leões! Os Rugidos! O som e a fúria!

UM SERVO – Eu quero participar também! (Quebra um pedaço de pau e põe-se a golpear o ar, como
quem se prepara para a batalha). Chamem os outros!

OUTRO SERVO – Eu gosto quando as senhoritas despudoradas se põem a dançar!

MORDOMO – Bem se vê... Bem se vê! Que me dizem senhores?

OS TRÊS MAGOS – Deixem-nos falar com os Gigantes, serão eles quem saberão de fato apreciar o que
temos para oferecer. (Os três magos saem com o Mordomo, por alguns instantes e voltam a seguir com a
resposta).

MORDOMO – Isso não será necessário, pois terei eu mesmo a resposta para o que vós quereis aqui.
(Aos poucos, os servos vão montando um espaço para a representação em volta de uma Oliveira
Sarracena, enquanto o Mordomo responde envolvendo a todos da Companhia:) Nós os "Gigantes",
aceitamos que representem para nós e estamos dispostos a pagá-los generosamente. Mas nossos
senhores não tem tempo a perder com essas coisas, pois seus empenhos são muitos, mesmo que
estando todo seu povo em festa. Principalmente quando estão em festa. Nossas condições são as
seguintes: que a representação seja feita para o povo, a quem é bom oferecer, de vez em quando,
algum meio de elevação espiritual.

TODOS OS SERVOS (aclamando freneticamente a nova diversão que lhe será servida. Gritos. Assovios) –
Isso! Vamos! Façam-me rir! Façam-me rir!

CROMO 02 – Agora sim, morreremos todos!

DIAMANTE 02 – Jogados às feras! As feras como se fosse pasto.

BATALHA 02 – Mas não há nada que representar para estes ignorantes, é melhor irmos embora!

DIAMANTE 02 – Eu não estou me sentindo muito bem. É como se algo de muito ruim fosse acontecer.

BATALHA 02 – Eu vou embora, de velha! Se vocês quiserem, que fiquem! (Para os servos) Canalhas!

ILSE – Vocês não veem nada de grandioso nesse levante do povo?

CROMO 02 – Grandioso, Condessa? Grandiosa será a nossa humilhação. Já não basta tudo quanto
aconteceu até aqui. Todos que deixamos para trás, os gastos, os cenários, o nosso tempo andando e
nos perdendo em nossas discussões?

ILSE – Pois se a arte é sublime e tem poder de transformar as trevas em luz é que devemos justamente
representar diante deles. A Fábula tocará vossos corações assim como tocou o meu. Subjugará suas
almas ainda virgens de poesia. Tenho certeza! Foi criada para representar entre os homens e não em
meio a fantasmas, viver em nós, somente.
SPIZZI (Tocado com as palavras da Condessa, se prepara com seu figurino com força extraordinária
como se fosse uma empresa digna de um antigo cavaleiro e, dessa maneira, arrasta os indecisos,
envergonhados diante de sua atitude exemplar) – Vamos, o que estamos esperando? É chegada a hora.

CONDE – Querida, você tem certeza...

ILSE – Está será nossa prova maior, Querido. A última delas... Eu não disse que o fim estava próximo?
Será agora, vem comigo!

CONDE – Eu só queria te proteger Ilse...

OS TRÊS MAGOS (que observam a tudo e a todos neste momento) – A que triste provação para o poeta
que todos estes miseráveis haverão de passar.

ATORES (se desfazendo dos seus figurinos):


– Há uma distância que não se mede.
Há uma buraco que nos divide.
Há uma distância que não se mede,
Aqui.

Há uma distância que não se mede.


Há uma buraco que nos divide.
Há uma distância que não se mede,
Aqui.

E não há ponte que possamos construir.


E não há ponte que possamos construir.
E não há ponte que possamos construir.
Senão, aqui...

NARRADOR/ O POETA – De um lado, o mundo dos atores para os quais a voz do poeta não é apenas a
expressão mais alta da vida, mas a única realidade certa na qual e da qual podem viver. Do outro lado,
o mundo do povo, totalmente voltado, sob a direção dos “Gigantes”, para obras grandiosas, para o
domínio das forças e das riquezas da Terra e que, nesse incessante e vasto trabalho coral, encontra
sua norma. Sua rotina. Sua vida. Sua estação do metrô. Sua fila no bando. Na fila do pão. Cada
conquista sobre a matéria, atinge um novo objetivo de sua própria vida, pelo qual cada indivíduo se
glorifica, junto a todos os outros, mas também dentro de si mesmo.

Restam ainda dentro da representação as atrizes que interpretam Ilse e os três magos Cotrone,
Cotrola e Cotrela. Ilse está muito feliz e propensa à prova.

OS TRÊS MAGOS – Tudo é possível. Deixem que ela vá... Deixem que represente... Que dê vida à obra...
Dê a vida eterna ao seu poeta.

ATORES (cantam):
– Ela está magnifica,
é a menina dos olhos do poeta.
É a flor que canta e encanta o mundo.
Deixa ela ir...

ILSEs (todas elas):


– Rápido, rápido.
– Onde será a apresentação?
– Aqui mesmo, diante do povo!
– Na frente da mesa para o banquete.
– Basta um pano, um pano basta.
– Vistam-se para o espetáculo, vamos.
– Vai começar!
– Estou tão ansiosa...
– Frio na barriga...

As Ilse's todas ficam como que congeladas e prontas para a representação em cima da carreta de
Feno enquanto acontecerá o Epílogo. Após, todas elas são levadas em cima da carreta, deixando o palco
vazio. Termina-se a representação.

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