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DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE DE MEDICAMENTOS

Gabriel Beggiato CORRÊA1


Marta M Gontijo AGUIAR2

RESUMO: Este artigo apresenta uma análise dos processos de distribuição/armazenamento e transporte de medicamentos. A qualidade, segurança e eficácia
dos medicamentos estão diretamente relacionadas com o cumprimento das boas práticas de distribuição e transporte. Todavia, podem-se destacar o im-
portante papel do farmacêutico no gerenciamento desses processos, as normas e legislações que regem essas etapas e os pontos críticos do transporte de
medicamentos. Por fim, a validação do processo de transporte é essencial para garantir que os medicamentos não sofram alterações nas suas propriedades
farmacotécnicas e farmacodinâmicas, mantendo a qualidade até o consumidor final.

PALAVRAS-CHAVE: Armazenagem, distribuição, transporte, validação, logística.

1. INTRODUÇÃO ção e transporte influenciam diretamente na segurança e eficá-


Segundo a Farmacopéia Brasileira 5ª edição, “medicamen- cia dos medicamentos, porém não são bem desempenhadas,
to é um produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado em relação à garantia da qualidade dos medicamentos, pelas
com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diag- distribuidoras e transportadoras, pois as legislações brasileiras
nóstico” (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 2010). que referenciam essas etapas são muito deficitárias, tornando
A cadeia de produtos farmacêuticos abrange as etapas de a fiscalização, pelos órgãos reguladores, ineficientes. (BRASIL,
produção, distribuição, transporte e dispensação. Todas as eta- 1998a; CRF-SP, 2009).
pas envolvidas possuem uma responsabilidade solidária pela A Portaria 802 de 8 de Outubro de 1998, (BRASIL, 1998a)
identidade, eficácia, qualidade e segurança dos produtos far- institui o sistema de controle e fiscalização em toda cadeia de
macêuticos (BRASIL, 1998a). produtos farmacêuticos e determina as BPD, as Portarias 1051
No que se refere à qualidade, BRASIL (2010) e a Wold Heal- e 1052 de 29 de Dezembro de 1998, (BRASIL, 1998 b e c) insti-
th Organization (WHO, 2011) estabelecem que: os medicamen- tuem o regulamento técnico para autorização/habilitação de em-
tos devem ser planejados e desenvolvidos de forma a serem presas transportadoras de produtos farmacêuticos e determinas
consideradas as exigências das boas práticas de fabricação as BPT.
(BPF); que o fabricante seja responsável pela qualidade dos Em 1999, com a criação da Agência Nacional de Vigilância
medicamentos produzidos e assegure que estes sejam adequa- Sanitária (Anvisa) pela promulgação da Lei 9782/99, a atuação
dos ao fim que se destinam e não coloquem os pacientes em do farmacêutico nas áreas de distribuição e transporte de medi-
riscos; e que o armazenamento, distribuição e o transporte dos camentos foi efetivada (CRF-SP, 2009).
medicamentos sejam adequados, minimizando qualquer risco à As Resoluções 365 de 2 de outubro de 2001 e a 433 de 26
sua qualidade. de abril de 2005, ambas do Conselho Federal de Farmácia (CFF)
Segundo WHO (2010), para manter a qualidade dos me- regulamentam a atuação do farmacêutico nas áreas de distri-
dicamentos, todas as etapas da cadeia de distribuição devem buição e transporte de produtos farmacêuticos, aumentando a
cumprir com as legislações e regulamentações. Todas as ativi- segurança e integridade dos produtos.
dades de distribuição de medicamentos devem ser realizadas Os processos de armazenamento, distribuição e transporte
de acordo com os princípios das BPF, boas práticas de armaze- de produtos farmacêuticos estão presentes desde o fornecimen-
nagem (BPA), boas práticas de distribuição (BPD) e boas práti- to de matéria-prima ou insumos farmacêuticos até a dispensa-
cas de transporte (BPT). ção do produto acabado, todas as empresas envolvidas nestas
Distribuição é qualquer atividade de posse, abastecimen- etapas devem satisfazer as condições necessárias, entregando
to, armazenamento e expedição de produtos farmacêuticos, ao consumidor final o produto com qualidade (CRF-SP, 2009).
excluindo o fornecimento público. Já o transporte é a parte da Assim este artigo tem como objetivo analisar por meio de refe-
logística responsável pelo deslocamento de produtos farmacêu- renciais teóricos as etapas de distribuição/armazenamento e o
ticos através de vários modais existentes. As Etapas de distribui- transporte de produtos farmacêuticos.

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2. METODOLOGIA portadora de medicamentos, e a Portaria 344 de 12 de maio de
Este artigo é baseado em revisões bibliográficas de artigos 1998 (BRASIL, 1998d) que especifica a distribuição e transporte
científicos, livros, periódicos e em legislações nacionais e inter- de medicamentos sujeitos a controle especial (FLEURY, 2010;
nacionais que regem o tema. MACEDO e GARCIA, 2007).
Essas regulamentações foram implantadas decorrentes da
3. DESENVOLVIMENTO necessidade de incrementar novos controles no processo de
distribuição, armazenamento e transporte de medicamentos,
3.1 QUALIDADE DOS MEDICAMENTOS uma vez que grande parte dos medicamentos falsificados era
A fabricação de produtos farmacêuticos segue a tendên- proveniente de cargas roubadas, fabricações clandestinas e re-
cia de evolução do século atual, cada vez mais, os processos aproveitamento de amostras grátis. Vieram a estabelecer crité-
utilizados apresentam uma complexidade crescente até obten- rios para compra e venda, de forma que possibilitasse a rastrea-
ção do produto terminado. Sendo fundamental que a qualidade bilidade em todo seu trajeto (MELO, 2012).
destes seja mantida desde a fabricação até a comercialização Com o objetivo de intensificar a fiscalização na cadeia de
(PINTO et al., 2010). produtos farmacêuticos, aumentando a rastreabilidade dos me-
A garantia da qualidade, eficácia e segurança dos produtos dicamentos e a qualidade dos produtos, novas regulamentações
farmacêuticos são baseadas nas diretrizes das BPF da indús- foram surgindo: a Resolução nº 329/MS/ANVS, de 22 de julho de
tria farmacêutica, entretanto o controle sanitário só é eficaz se 1999, que institui o roteiro de inspeção para transportadoras de
abranger toda cadeia de medicamentos. A não observância nas medicamentos; a Resolução nº 49/GMC, de 28 de novembro de
condições adequadas para conservação, armazenagem e trans- 2002 e a Portaria nº 12/GMC, de 5 de janeiro de 2005, que regu-
porte podem produzir deterioração física ou decomposição quí- lamentam as BPD e as BPT de produtos farmacêuticos do Mer-
mica do produto, resultando na alteração no período de validade cosul, respectivamente; a Resolução nº 1/MS/ANVS de 29 de
do produto pela diminuição de sua atividade ou pela formação julho de 2005, que estabelece o guia para realização de estudo
de produtos de degradação nocivos à saúde (BRASIL, 1998b). de estabilidade; Resolução nº 204/MS/ANVS, de 14 de novem-
De acordo com WHO (2011): bro de 2006, que regulamenta as boas práticas de distribuição
“para garantir a qualidade dos produtos farmacêuticos, as e fracionamento de produtos farmacêuticos; Resolução nº 27/
distribuidoras e transportadoras devem estabelecer, do- MS/ANVS, de 30 de março de 2007, que estabelece o Sistema
cumentar e manter uma estrutura organizacional para as Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC)
operações de armazenagem, transporte e distribuição”. e a Resolução nº 17/MS/ANVS, de 17 de abril 2010, que regula-
menta as boas práticas de fabricação.
As distribuidoras e transportadoras devem assegurar que a
qualidade e integridade dos produtos farmacêuticos sejam man-
3.2 PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE DE
tidas durante toda cadeia de distribuição e que as etapas críti-
MEDICAMENTOS
cas nos processos deverão ser validadas. As empresas devem
A atuação do farmacêutico na área da distribuição e trans-
transportar e armazenar os produtos em conformidade com as
porte de medicamentos foi efetivada apenas no final da década
informações do fabricante, proteger contra adulterações, que-
de 90 com a criação da Anvisa e o surgimento de normas sani-
bras ou roubos (EUROPEAN COMMISSION, 2011).
tárias específicas. Desde então ocorreram vários avanços nos
O armazenamento, distribuição e transporte de medicamen-
aspectos sanitários e de regulamentação da profissão farma-
tos no Brasil são referenciados ainda por legislações muito an-
cêutica para controlar fatores como conservação e segurança
tigas. As normas que citam essas etapas datam de 1973 com a
dos medicamentos (CRF-SP, 2009).
Lei 5991/73 (BRASIL, 1973) de 1976 com a Lei 6360/76 (BRASIL,
Em 2001, o CFF publicou a resolução 365 de 2 de outubro
1976), somente em 1998 foram criadas normas mais específi-
que regulamenta a assistência técnica farmacêutica em distri-
cas para distribuição e transporte de medicamentos, as Porta-
buidoras. Ressalta a necessidade da presença do farmacêutico
rias 802 de 8 de outubro de 1998 (BRASIL, 1998a), que define
durante todo horário de funcionamento e descreve algumas atri-
as BPD, as Portarias 1051 e 1052 de 29 de dezembro de 1998
buições do farmacêutico, como:
(BRASIL, 1998b e BRASIL, 1998c), que estabelecem as BPT e
l Cumprir e fazer cumprir a legislação sanitária;
determinam quais documentos necessários para obtenção da
l Liberar produtos somente aos estabelecimentos autori-
Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) para trans-

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zados/licenciados pelos órgãos sanitários; março de 2007, respectivamente.
l Manter o manual de boas práticas de distribuição e Para reduzir custos de distribuição, as indústrias estão in-
armazenagem; vestindo em centros de distribuição (CD), próprios ou terceiri-
l Organizar, supervisionar e orientar as etapas de recebi- zados. Essas unidades contribuem para um maior controle das
mento, armazenagem e expedição de produtos farmacêuticos. operações logísticas e permite a obtenção de melhores serviços
Já a atuação do farmacêutico em empresas de transportes aos clientes (RODRIGUES e PIZZOLATO, 2003).
só foi regulada pelo CFF através da Resolução 433 de 26 de A decisão de terceirizar parte do estoque permite que a
abril de 2005. São atribuições do farmacêutico em empresa de indústria farmacêutica otimize o uso do espaço da planta para
transporte de medicamentos: produção. Essa prática vem ampliando a importância do opera-
l Zelar pelo cumprimento da legislação sanitária; dor logístico, que de forma resumida possui a função de receber
l Permitir somente o transporte de produtos registrados os medicamentos, estoca-los e de acordo com os pedidos de
no órgão sanitário competente; faturamento, expedi-los. Esses agentes estão investindo em mo-
l Implantar o manual de boas práticas de transporte; dernos CD próprios, para dedicar as operações de um ou mais
l Elaborar procedimentos de limpeza dos veículos, de clientes (FLEURY, 2010; RODRIGUES e PIZZOLATO, 2003).
registro e controle de temperatura e umidade, registro de ocor- As funções básicas de um CD são: recebimento, estoca-
rência, avarias, extravios e devoluções, sobre controle de desin- gem/ armazenagem, separação, expedição e transporte, sendo
setização e desratização. esse último terceirizado ou próprio.
A documentação perante Anvisa e ao Conselho Regional de A logística de transporte constitui um grande problema por
Farmácia (CRF) é de responsabilidade do farmacêutico e todos apresentar um sistema complexo que demanda tempo, treina-
os trâmites documentais que envolverem outros profissionais, mento de pessoal, roteirização, dimensionamento de frota de
devem ser supervisionados pelo farmacêutico que deverá ter veículos e localização (SILVA e PANIS, 2009).
conhecimento das legislações em vigor. De acordo com o Ministério do Transporte (2012), o trans-
porte rodoviário é o modal mais utilizado no Brasil, porém possui
grandes desvantagens em relação aos transportes ferroviários
3.3 LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE DE MEDICAMENTOS
e hidroviários. Alto custo de manutenção; muito poluente com
O conceito de logística foi introduzido durante a Segunda
forte impacto ambiental; segurança comprometida devido a rou-
Guerra Mundial, devido às atividades de aquisição, estoque e
bos de cargas; altos custos para grandes distâncias e baixa ca-
transporte exercidos pela logística militar. A partir daí o geren-
pacidade de carga com limitação de volume e peso.
ciamento logístico nas empresas engloba o conceito de fluxo de
No transporte de medicamentos a malha rodoviária gera
compras de matérias-primas, operações de produção e trans-
ainda mais transtornos. Para atender grandes distâncias o
formação, controle de materiais e processos, compreendendo
custo da operação encarece para o consumidor final e coloca
também o gerenciamento do transporte e distribuição dos pro-
em risco a qualidade do produto devido à demora desse pro-
dutos destinados à venda até o consumidor final (CAVANHA-
cesso. Fatores como temperatura, tempo de armazenagem,
-FILHO, 20011; CHING, 20062, apud SILVA e PANIS, 2009).
forma de acondicionamento, umidade, luz, oxigênio, se não
Como aumento da competitividade do mercado, as em-
muito bem controlados podem gerar instabilidade aos produ-
presas foram percebendo muitas atividades importantes que
tos diminuindo a eficácia, segurança e qualidades, podendo
poderiam garantir uma lucratividade adicional. As atividades lo-
gerar graves problemas de saúde (REI, LIMA e SOUSA, 2010;
gísticas eram executadas puramente de forma funcional e não
SILVA e PANIS, 2009).
existia nenhum conceito de integração. Na direção de se obter
uma melhor qualidade, a terceirização de algumas atividades
3.4 PONTOS CRÍTICOS DE TRANSPORTE DE MEDICAMENTOS
do processo logístico foi considerada um fator de sucesso para
No transporte de produtos farmacêuticos, um dos itens mais
os negócios empresariais e a atividade terceirizada com mais
importantes é a temperatura. A condição do baú do veículo, a
freqüência é o transporte (BOWERSOX e CLOSS, 20013, apud
quantidade de volumes, distância do trajeto, duração da viagem
AZEITUNO et al., 2011).
e o carregamento e descarregamento, podem influenciar dire-
A terceirização de transporte e de armazenamento de me-
tamente na perda da eficácia do produto, em virtude da oscila-
dicamentos no Brasil é regulamentada pela Portaria 1051 de 29
ção de temperatura (DUBOC, 20064; MACEDO, 20045; ROJAS &
de dezembro de 1998 e Resolução nº 25/MS/ANVS, de 29 de
DATZ 20036, apud MACEDO e GARCIA, 2007).

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Segundo Duboc (2006), as dificuldades no transporte de A conseqüência da não regulamentação e o controle por
medicamentos que podem gerar perda de qualidade e eficácia, parte dos órgãos reguladores, promovem falta de disciplina no
não são restritas apenas às transportadoras. Representantes ou transporte rodoviário de cargas no Brasil, permitindo o funcio-
propagandistas dos laboratórios transportam as amostras de namento de transportadoras sem condições econômicas para
medicamento na maioria das vezes em automóveis convencio- exercício da atividade, a circulação de caminhões em más con-
nais e essas ficam expostas a altas temperaturas e dessa forma dições de conservação e sobrepeso e a existência de jornadas
se torna muito difícil estabelecer quais são os limites seguros de trabalhos adequadas (VILELA et al., 2010).
para o tempo e a temperatura máxima de exposição o qual o
medicamento pode ser submetido sem que suas propriedades
3.5 VALIDAÇÃO DE TRANSPORTE
farmacotécnicas e farmacodinâmicas sejam alteradas.
Validação é “ato documentado que atesta que qualquer
Outro exemplo citado por Duboc (2006) é o transporte do
procedimento, processo, equipamento, material, atividade ou
medicamento pelo próprio usuário que muitas vezes os expões
sistema realmente leva ao resultado esperado”. É parte essen-
as altas temperaturas e choques térmicos. Nesse caso a perda
cial das Boas Práticas de Fabricação, consequentemente das
de eficiência do medicamento não é responsabilidade do fabri-
Boas Práticas de Distribuição e Boas Práticas de Transporte de
cante ou transportadora e sim do próprio usuário, mas isso pode
medicamentos (BRASIL, 2010).
gerar uma reclamação de mercado e pode causar certo impacto
A validação de transporte é fundamental para detecção de
negativo para o fabricante, distribuidor ou transportador.
falhas no sistema, reduzir atrasos e prejuízos, além de garantir
Fleury (2010) aponta como fonte de problemas que prejudi-
a qualidade e estabilidade dos medicamentos (GABRIEL et al.,
cam o que seria a condição ideal de transporte, a dificuldade de
2007 7apud GORGULHO, GRASSO e MOURA, 2010).
se ter um real controle do que ocorre a partir do momento em
A validação do processo de transporte é a principal ferra-
que o medicamento deixa a indústria. No transporte rodoviário,
menta da qualidade para controle e monitoramento do tráfego de
o caminhão que retira a mercadoria da indústria e que é devida-
produtos para sua conservação. Têm como objetivo a compro-
mente inspecionado não é o mesmo que entregará os produ-
vação que uma determinada operação foi conduzida ao resul-
tos a todos os pontos do Brasil, portanto é impossível saber se
tado esperado dentro dos critérios de aceitação pré-definidos,
a legislação está sendo seguida corretamente. Já no aéreo, a
além de fornecer informações importantes para estabilidade dos
mercadoria vai para a pista de embarque, se chover, fizer calor
produtos, pontos críticos de controle e desvio da qualidade (GO-
ou o avião atrasar, a mercadoria ficará exposta. No marítimo é
DOY, 20088 apud GORGULHO, GRASSO e MOURA, 2010).
ainda mais problemático, como não há contêineres dedicados a
A segurança e eficácia, no que tange a qualidade, serão
transporte de medicamentos são transportados em contêineres
garantidas desde que respeitadas às recomendações das au-
de produtos perecíveis como alimento.
toridades sanitárias para produtos conservados entre 2ºC a 8ºC
“O transporte é uma das áreas que eu acredito, hoje
e entre 15ºC a 30ºC (BRASIL, 2005; GORGULHO, GRASSO e
está mais frágil porque a circulação de mercadorias au-
MOURA, 2010).
mentou muito no mundo todo e isso agora é um proble-
A validação de transporte de medicamentos é um processo
ma global. Este é o momento que todo mundo está dis-
extremamente importante, principalmente para produtos sensí-
cutindo, porque o prejuízo é para todos, para quem vai
veis à temperatura e umidade, pois os medicamentos podem ter
usar o medicamento, para indústria, para quem vendeu,
suas propriedades farmacotécnicas e farmacodinâmicas altera-
para própria transportadora e para seguradora” (FLEU-
das (DUBOC, 2005).
RY, 2010,).
Para garantir que os produtos termolábeis sejam transpor-
tados de forma segura deve definir o intervalo de temperatura e
Outro ponto crítico no transporte de medicamentos no Brasil
umidade adequado para cada produto. Os equipamentos e os
é o roubo de cargas que consome grande parte do faturamento
sensores utilizados para medir e registrar as temperaturas e umi-
bruto das transportadoras. Para minimizar esse tipo de contra-
dades devem ser calibrados e qualificados frequentemente. Os
tempo, as empresas de transporte estão investindo em sistema
equipamentos devem fornecer o registro de temperatura e umi-
de rastreamento de veículos via satélite, contratação de escolta
dade dos sensores no mínimo seis vezes ao dia (WHO, 2011).
armada, serviços de seguradoras e gerenciadoras de risco, para
De acordo com European Commission (2011), deve-se ca-
preservar a integridade física do motorista, do veículo e da carga
librar, em intervalos regulares ou pelo menos uma vez ao ano,
transportada (SILVA e PANIS, 2009).

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o equipamento de refrigeração dos veículos e validar o sistema habilitado para promover os gerenciamentos da logística de
de controle de temperatura a fim de garantir que as condições transporte e de distribuição de medicamentos, pois é ele que irá
corretas de transporte sejam mantidas entre a distribuidora e/ou garantir a qualidade do medicamento quando esse estiver dis-
transportadora e o cliente. ponível para o consumo pela população (CRF-SP, 2009; SILVA
Para executar a validação de transporte deve-se utilizar e PANIS, 2009).
a mesma diretriz de uma validação de processo, elaborar um O conhecimento e o cumprimento das normas que tratam
protocolo contendo as especificações e os tipos de testes, as as boas práticas de fabricação, armazenagem, distribuição e
metodologias e os critérios de aceitação. Após a realização dos transporte devem-se traduzir em atos seguros e em um esfor-
testes, deve ser elaborado o relatório de validação, mostrando ço coletivo de todas as empresas que integram a cadeia de
todos os resultados e concluindo o processo (DUBOC, 2005). medicamentos e atuem para o bem da saúde da população
Portanto, para garantir que a qualidade, eficácia e seguran- (ZARDO, 2012).
ça não seja afetada durante o transporte, a validação deve ser
executada em todo o percurso: da indústria para distribuidora e/
5. REFERÊNCIAS
ou transportadora e dessa para farmácias e drogarias. Devem
AZEITUNO, Andresa Aparecida et al. Armazenagem e distribuição na
também ser avaliadas, na validação de transporte, a temperatu- cadeia de suprimentos do setor farmacêutico. Revista Jovens Pesqui-
ra e umidade durante os transportes em todas as estações do sadores, v.8, n.2, jul/dez, 2001.
ano, o tempo do trajeto, qualificar as embalagens térmicas e os
compartimentos térmicos dos veículos (CARVALHO e MACEDO, BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 5991, de 17 de dezembro de 1973.
Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamen-
2010; DUBOC, 2005).
tos, insumos farmacêuticos e correlatos. Brasília, DF. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/legis/consolidada/lei_5991_73.htm. Acesso
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
em : 24 nov. 2011.
O cumprimento das Boas Práticas por parte das empresas
responsáveis pela cadeia de produtos farmacêuticos são requi- BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 6360, de 23 de setembro de 1976.
sitos essenciais para garantir o controle, eficácia e segurança, Dispõe sobre vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamen-
desde a aquisição das matérias-primas e/ou insumos farmacêu- tos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos e
saneantes. Brasília, DF. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/
ticos, materiais de embalagem e a armazenagem desses e do
consolidada/lei_6360_76.pdf. Acesso em : 24 nov. 2011.
produto final, a fim de garantir que os medicamentos produzidos
estão de acordo com as normas da BPF. BRASILd. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Por-
Além desse controle por parte da indústria é necessário taria n.344, de 12 de maio de 1998. Aprova o regulamento técni-
que todas as partes envolvidas no processo da cadeia de me- co sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.
dicamentos, como por exemplo, a empresas de transportes, as Disponível em: http:// bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/
prt0344_12_05_1998_.html. Acesso em : 10 set. 2010.
distribuidoras e as farmácias e drogarias, cumpram com os re-
quisitos de Boas Práticas e das legislações em vigor para que
BRASILa. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria
possam garantir a qualidade dos produtos farmacêuticos até o n.802, de 8 de outubro de 1998. Institui o Sistema de Controle e Fiscali-
consumidor final. zação em toda cadeia de produtos farmacêuticos. Diário Oficial, n.194-
O uso terapêutico dos medicamentos é baseado na seguran- -E, seção 1, p.36-38. Brasília, DF, 9 de out. 1998. Disponível em: http://
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rep.html. Acesso em : 10 set. 2010.
todo o tempo de uso ou até a data de expiração da validade. A
qualidade deve ser mantida nas várias condições que os medica-
BRASILb. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Porta-
mentos se encontram, durante a produção; estocagem em almo- ria n.1051, de 29 de dezembro de 1998. Autoriza o regulamento técnico
xarifados, transporte, estocagem em hospitais, farmácias/droga- para autorização/habilitação de empresas transportadoras de produtos
rias, bem como nas residências dos usuários (OLIVEIRA, 2005). farmacêuticos e farmoquímicos. Disponível em: http:// bvsms.saude.
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em : 10 set. 2010.
são no Brasil e é primordial para garantir a eficácia e a integrida-
de dos produtos farmacêuticos comercializados no país (MACE-
BRASILc. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Porta-
DO e GARCIA, 2007).
ria n.1052, de 29 de dezembro de 1998. Aprova a relação de documen-
O farmacêutico, portanto destaca-se como o profissional

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