O que é filosofia?
Universal – Cuja a resposta deveria valer para todas as
Philos = Amor
Sophia = Sabedoria
Filosofia = “Alguém que ama e procura a sabedoria.”
“A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as
coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os
comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais
aceitá-los sem antes havê-los investigado e
compreendido.” Marilena Chauí
A experiência filosófica sempre começa com o
estranhamento:
Estranhamento/Surpresa – Sempre que uma pessoa
vive uma situação nova, experimenta um
estranhamento na sua vida cotidiana, essa pessoa tende
a pensar e refletir.
Quando estranhamos algo passamos a perceber coisas
que antes nunca tínhamos percebidos.
O segundo passo da experiência filosófica é o
questionamento:
Questionamento – Sempre que uma pessoa passa pelo
estranhamento ela tende questionar a situação. O
questionamento atua em duas partes:
Individual – Cuja a resposta apenas corresponde ao
indivíduo.
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SUBJETIVOS – Reflete um sentimento de UM grupo
pessoas.
O terceiro passo da experiência filosófica é a resposta:
Resposta – A resposta filosófica sempre passa por um
processo de reflexão profunda.
Discurso – Toda a resposta filosófica é ordenado em um
discurso que deve ser lógico e coerente na explicação
da situação problema.
Caráter universal – Toda resposta filosófica busca ser
universal, ou seja, aplicável em todos os casos ou
pessoas.
Senso comum – São as respostas cotidianas que damos
as coisas que não conhecemos.
Normalmente, é uma opinião passada de geração em
geração, mais ou menos coerentes e espontânea,
podendo ser falsa ou verdadeira.
O senso comum seria as nossas opiniões sem
embasamento, que em grego se chama “Doxa”.
Exemplos de senso comum ou de preconceito:
 O homem que é homem não chora;
 Filho de peixe, peixinho é;
 Manga com leite faz mal;
 O sol é menor que a terra;
 O sol gira em torno da terra;
Sociedade do silêncio? – É muito comum que em
ambientes sociais o questionamento não seja feito,
Característica do Senso Comum:
ou de UM indivíduo e não de todos. Dessa forma, é
apenas um ponto de vista.
QUALITATIVOS – Ele é produzido com o objetivo de
julgar e qualificar a ação a partir da perspectiva
defendida.
GENERALIZANTES – O senso comum tende a pegar
uma pequena amostra da sociedade e a partir dela
são feitas afirmações para toda a sociedade.
CAUSA E EFEITO – Sempre o resultado da ação terá
a mesma consequência, não levando em conta suas
variáveis.
AMBÍGUO – Por ser incerto muitas vezes pode
trazer vários significados.
Afirmações baseados no senso comum tende a ser
preconceituosas e dogmáticas, sem possibilitar a
reflexão, questionamento ou debate.
O senso comum, portanto, produz respostas
sociais a situação que não foram previamente
indagadas.
A sociedade atual gira em torno de dois extremos:
- Resposta para tudo sem reflexão.
- Aceitação em silêncio sem reflexão.
mesmo quando as pessoas tem dúvidas quanto a algo.
Isso ocorre por alguns motivos:
- Dificuldade de expressão.
- Medo de falar em público.
- Crença que a dúvida é uma fragilidade.
Questionar passou a ser visto historicamente como
uma fragilidade. O silêncio é a melhor forma de
PARECER inteligente.
A valorização do questionamento – Na Filosofia a
indagação/questionamento é visto como forma de
avançar no conhecimento.
Lembrando, que indagar significa escutar, analisar,
questionar e somente depois concordar ou discordar.
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Consciência Mítica
Etimologia – Mitos vem da palavra grega “mythos” que
significa “palavra, o que se diz”.
A função dos mitos – Os mitos buscam explicar uma
situação ou advento.
Normalmente, o mito traz uma situação que a
humanidade deve enfrentar.
O mito como verdade – Dentro da história da
humanidade o mito foi (e ainda é) a expressão da
verdade.
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O mito é a expressão daquilo que desejamos ou
tememos.
Definição de mistério – O mistério é algo que não
podemos compreender e nem comprovar. Por ser
misterioso ele não é pautado na razão e sim na fé.
O mistério do desconhecido – Os homens de acordo
com que existiam se depararam com a necessidade de
enfrentar o desconhecido, que gerava medo e
angústia.
A importância do sagrado – Dada a dificuldade de lidar
com o medo e com o desconhecido, o homem se
apegou ao sagrado ou fé e expressou ela através das
mitologias.
A organização das mitologias:
Todas as mitologias são criadas e difundidas através
da oralidade.
Elas se mantêm na história através dos rituais.
Os rituais é a forma de manter a existência do sagrado
por meio da memória.
O tempo do sagrado – Nas mitologias, o tempo não é
cronológico e sim sagrado, que tem as seguintes
características:
 Reversível – A cerimônia não imita o fato e sim
permite que ocorra novamente.
 Necessário – Os rituais são importantes para que o
tempo natural ocorra de maneira correta.
A necessidade dos ritos – Os ritos são cerimônias de
passagem presentes nos mitos e que também existem
dentro da sociedade atual.
Os ritos de passagem na sociedade tribal – Dentro da
sociedade tribal, os ritos de passagem ocorrem para
que o indivíduo seja aceito em uma situação nova.
Ex: A criança que passa a ser reconhecida como adulto.
Os ritos de passagem na sociedade atual – A sociedade
capitalista ocidental ainda é marcada por vários ritos de
passagem como:
Nascimento;
Passagem da infância para a vida adulta;
Casamento;
Funeral
A importância do herói grego – O herói grego na
mitologia é visto como o sujeito que exalta a vida.
É o indivíduo que enfrenta o destino mesmo sabendo
impossível vencê-lo.
O rompimento com a dependência – O herói grego não
é aquele sujeito que espera a vontade dos deuses, mas
sim aquele que cria a sua própria existência.
 O herói grego toma a responsabilidade pelo seu
próprio destino e aceita as consequências.
 O herói grego é apresentado como a razão, e os
monstros gregos é aqueles corrompidos pelos desejos.
A fundamentação do maniqueísmo – Até hoje, o senso
comum utiliza como critério a existência apenas da
perspectiva do bem e do mal.
A heroicização das pessoas comuns – As pessoas
comuns passam a ser heroicizadas e colocadas a
patamares exclusivos.
A aceitação do destino e enfraquecimento do
indivíduo – As mitologias geraram o sentimento e
aceitação que existe um destino e que nós somos
reféns, criando pessoas acomodadas e omissas.
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Contextualização da Grécia
A História da Grécia – A filosofia ocidental surge na
Grécia, mais precisamente no chamado período clássico
(V – IV) em Atenas.
Isso não quer dizer que os outros povos não faziam
filosofia, mas que a reconhecida surgiu na Grécia.
Períodos da Grécia:
 Período Pré-Homérico (XVII – XII a.C) – Chegada dos
Eólios e Jônios e formação de Micenas e Creta;
 Período Homérico (XII – VIII a.C) – Invasão dos
Dórios e formação dos genos;
 Período Arcaico (VIII – V a.C) – Crise dos genos e
formação da pólis;
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 Período Clássico (V – IV a.C) – Auge da pólis e vitória
sobre os Persas.
Nascimento de Sócrates (469 – 399 a.C)
O clima e o solo em Atenas - Ática é a região onde
estava situada a cidade estado Atenas. Essa região tem
um clima amena, um solo bastante acidentado e infértil.
A importância dos mares – Por estar próxima do mar e
em uma região infértil, os atenienses desenvolveram:
 Uma sociedade baseada no comércio marítimo;
Por estar nas montanhas, os atenienses
desenvolveram postos de observação e técnicas de
guerra defensiva.
A noção da Pólis como criação humana – Pólis ou
cidade-estado sempre foi vista como uma criação
humana.
Cabia ao indivíduo desenvolver mecanismos para
melhor gerenciar a sua cidade.
O debate em praça pública (ágora) – A melhor forma
de gerenciar a pólis era através do convencimento.
A função dos debates – Os debates tinham dupla
função:
 Apresentação das propostas dos cidadãos;
Escolha pela população da proposta que fosse mais
convincente através da maioria.
Esse modelo é conhecido como Democracia Direta,
onde a violência não é mais suficiente, o importante é
a capacidade do convencimento, ou seja, a razão.
A importância da escrita – Na Grécia a escrita é tão
importante quanto os debates. Por alguns motivos:
 A escrita fixa a palavra e obriga seu cumprimento –
Ela obriga o comprometimento com a fala. Uma vez
escrito é necessário cumprir.
 A escrita exige uma maior clareza e rigor – A escrita
é abstrata, dessa forma, é necessários ser claro para ser
entendido.
 A escrita pode ser retomada após um tempo – Nem
sempre o que era escrito era de fato cumprido. No
entanto, quase sempre era utilizado de modelo.
A escrita obrigava o cumprimento daquilo que era
prometido nos debates.
Surgimento da lei escrita – A lei escrita surge do
conflito entre Eupátridas e os Demiurgos. Para a
filosofia é um marco muito importante.
A lei escrita acaba com a arbitrariedade e
interpretação dos detentores da lei para com a
população – No caso da Grécia dos eupátridas para
com os demiurgos.
A lei escrita fundou dois princípios importantes gregos:
Isonomia (Igualdade de direitos) –
Concepção onde as leis passam a ser para todos.
 Isegoria (Igualdade de participação política)
– Igualdade de direito da palavra na Assembléia.

Toda lei pode ser criada, modificada ou mesmo

abolida, cabe a capacidade de convencimento do
orador.

Democracia direta – Em Atenas, havia uma democracia

direta, uma vez que os próprios cidadãos podiam
propor leis e aprovar inicialmente essas leis.

Cidadania limitada – Apenas alguns eram considerados

cidadãos, pois a cidadania ateniense é:

 Patriarcal - As mulheres são

excluídas por serem
consideradas inferiores.

 Escravista – Os escravos não

participam e são através do seu
trabalho que Atenas
desenvolve.

 Xenófoba – Os estrangeiros não

são aceitam, por mais que eles
são importante
economicamente.

 Censitária – Menores de 21
anos não são aceitos como
cidadãos.

Os cidadãos somente eram os homens nascidos em

Atenas, maiores de 21 anos e livres.