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DERIVAÇÕES DA ARTE

PÚBLICA CONTEMPORÂNEA
LILIAN DO AMARAL NUNES

Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Artes Visuais, Área de


Concentração Artes Visuais. Linha de Pesquisa Teoria, Ensino e Aprendizagem
da Arte, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo,
como requisito para obtenção do Título de Doutora em Artes.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Mae Barbosa.


“Os processos são os devires, e estes não se
julgam pelo resultado que os findaria, mas pela
qualidade de seus cursos e pela potência de sua
continuação (...).”
Giles Deleuze, Conversações.
Alguns termos que permeiam o trabalho
Arte comunitária - práticas que buscam envolvimento com o contexto social e, para além
das qualidades estéticas, busca, sobretudo, um benefício ou melhora social que engaja a
colaboração e a participação das comunidades envolvidas na realização da obra.

Site specific - obras criadas de acordo com o ambiente e com um espaço determinado.
Elementos esculturais dialogam com o meio circundante, para o qual a obra é elaborada.

Estética relacional - arte que toma como horizonte teórico a esfera das relações humanas
e seu contexto social mais do que a afirmação de um espaço simbólico autônomo e privado.

Residência Artística - espaços específicos de criação artística, que se convertem em lugares


de trocas e reconhecimento, nos quais os artistas/criadores, com seus trabalhos/intervenções
recuperam a complexidade e a diversidade, o significado e o valor das relações arte e vida.

Transdisciplinaridade - abordagem científica que visa a unidade do conhecimento. Desta


forma, procura estimular uma nova compreensão da realidade articulando elementos que
passam entre, além e através das disciplinas, numa busca de compreensão da complexidade.

Interterritorialidade - ultrapassa o conceito de mera interdisciplinaridade e lança a idéia de


territórios expandidos e hibridizados, físicos ou não, que se tornam novas referências e novas
possibilidades cognitivas, expressivas, culturais.
Projeto de investigação transdiciplinar com ênfase
nas atuais abordagens dialógicas estabelecidas
entre arte e esfera pública. Com a intenção de
alcançar uma melhoria social através de práticas
artísticas colaborativas, as quais se estruturam a
partir da estética relacional, da arte comunitária e
da interterritorialidade.
DEFINIÇÃO DE ESPAÇO PÚBLICO

o que é público implica em “abertura”, “acessibilidade”,


“participação”, “inclusão” e, definitivamente, leva em
consideração as pessoas, não somente como espectadores
ou visitantes, mas como usuários e construtores do espaço
público e que podem ser parte ativa em sua configuração.
ARTE Pública

Neste contexto, devemos considerar que a arte vem


perdendo aspectos de monumentalização, decoração,
embelezamento do espaço público.

A arte pública tem modificado sua função política, e o


que poderíamos chamar de “nova arte pública”
converte-se em elemento-chave para interferir na
esfera pública, surgindo como ferramenta de
participação democrática
Em resumo, a arte passa a trabalhar no espaço da
transformação ao invés da representação.
Categorias como autor/estilo/obra são
esmaecidos.

O "lugar" é agora estruturado conceitualmente


mais do que espacialmente; diluição da ideia de
espaço físico para as intervenções e site especific.
Raizes da arte pública
Arte comunitária(60/70)
a ideia de que o significado da arte deve encontrar-se no contexto físico ou
social, e não no do objeto autônomo e o novo interesse pelo público e
pelas formas de envolvê-lo na obra. Uma linha artística marcada pela
evolução das práticas conceituais, performativas e do ativismo sociopolítico.

“individualismo, autoexpressão e arte pela arte, começam a ser


recolocadas por colaboração, relevância social, processo e contexto.

Novas formas de conceber a arte fora do mundo das galerias e dos


museus, artistas e suas obras em contextos cotidianos, em situações não
artísticas.
Raizes da arte pública
EUA
Os trabalhos se realizaram normalmente nos guetos de comunidades
latinas e afroamericanas. Obra/pintura que reflita os problemas, histórias
ou desejos de sua comunidade e cuja realização implica uma
participação das pessoas do bairro.
UK
New Towns * - A integração dos artistas na criação dos
novos espaços públicos, trabalhando em consonância com os
arquitetos, urbanistas e engenheiros e a própria comunidade.

* Por este nome se conhecem as novas cidades desenvolvidas após a II Guerra


Mundial para descongestionar a população das grandes cidades e atender às
necessidades de novas zonas residenciais para a classe trabalhadora.
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Estabelecendo relações entre os trabalhos do artista


britânico e os muralistas americanos, pode-se dizer que
entre os principais objetivos subjacentes às práticas
colaborativas a ambos os processos estava a melhoria
dos espaços públicos onde vivia a classe trabalhadora
Helio Oiticica - o Museu é o Mundo
Estética relacional participatória

Investiga-se a ideia de cartografias do afeto: a arte e o


cotidiano como formas de compartilhar e desenvolver
experiências[…] incidir na cidade contemporânea
como um museu mutante e nômade, aberto a
experiências criativas e a processos colaborativos,
tendo as micro-histórias locais como componentes de
narrativas anônimas[…] aproximações entre arte
contemporânea e a vida cotidiana.
Estudo de caso- Museu Aberto
Esta tese tomou como principal campo de pesquisa
e experimentação o processo colaborativo de
criação e implantação da Casa da Memória –
Núcleo da Memória Audiovisual da Paisagem
Humana da cidade de Paranapiacaba-SP
Paranapiacaba
Foi a primeira vila ferroviária do Brasil, construída pelos ingleses em meados
do século XIX. Constituiu-se como um dos cem sítios de maior relevância
mundial de caráter histórico, ambiental e humano, candidatando-se a
Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2008.

Museu aberto
Com o intuito de criar espaços
integrados à realidade local com
intensa interdisciplinaridade e sendo
geridos com grande participação
social local foi concebida a proposta
do museu a céu aberto.
Museu Aberto - Casa da Memória: Núcleo da
memória audiovisual da paisagem humana de
Paranapiacaba
Define-se como Núcleo da Memória Audiovisual da Paisagem Humana em
sua interface direta com o território, configurando- se como espaço
experimental, intermidiático e interdisciplinar contemporâneo, expositivo,
educativo e local de encontro para mostras, cursos, palestras, oficinas,
apresentações, audições, projeções, assim como um Centro de
Documentação e Referência da Paisagem Humana da Vila de Paranapiacaba.
Casa da Memória: Núcleo da memória audiovisual da paisagem humana de Paranapiacaba
Metodologia - Investigação processual como
modalidade de práxis aberta
Percurso Imersivo:
Pesquisa-ação / Estudo-intervenção / Projeto-processo

O processo de formação, mediação e construção coletiva do Projeto da Casa


da Memória - Núcleo da Memória Audiovisual da Paisagem Humana de
Paranapiacaba foi composto por uma série de workshops e experiências
compartilhadas com a comunidade
Envolve a comunidade de moradores no processo
curatorial compartilhado, tem os monitores ambientais
e culturais de Paranapiacaba como agentes da
memória e mediadores por excelência.

O foco atual da pesquisa em processo é o estatuto


contemporâneo do documentário como lugar para a
prática artístico-crítica, tendo nas memórias individuais
e coletivas, nos imaginários urbanos e na arte
relacional colaborativa sua estrutura e corpo poético.
workshops/vivências
- Formação de Agentes da Memória
- Documentário: texto-imagem. Oralidade, memória, fragmentos.
- Memória Ambulante - Mediações entre Arte Contemporânea, Espaço
Público e Imagem Fotográfica
- Percursos, Territórios.
- Arte/Cidade/Percepção/Deslocamento/Espaço

Revelando Limites da Percepção


Monitores culturais e ambientais conviveram com especialistas de


áreas confluentes no campo da arte e esfera pública, entre as quais
artes visuais, arquitetura e urbanismo, fotografia, história oral,
cinema e documentário, arte/educação, cultura visual, antropologia,
arte tecnológica, turismo, educação patrimonial e meio ambiente.
PAISAGEM REVELADA: a observação e o
caminhar como prática estética
Estimular a percepção crítica e criativa acerca da paisagem urbana cotidiana
para a qual lançamos olhares indiferentes, sem percebermos que é desta
ambiência (ou falta de horizontes) que resultam certas características da
experiência contemporânea (sentido de isolamento na multidão, perda da
subjetividade, transitoriedade e superficialidade).
Metodologia

Atividades desenvolvidas

- Soundscape/tour. Coleta/deslocamento individual pelo entorno ao ar livre, focado na
captação de paisagens sonoras. Estímulo à percepção, a estados de atenção, seleção.

- História Oral - Incentivou o desenvolvimento de projetos de história oral pelos


habitantes de Paranapiacaba buscando a reconstrução da memória do lugar e a constituição
de acervo em processo para a Casa da Memória, tendo como meios os recursos
audiovisuais.

-Documentário - Imaginários Urbanos: Mediações Entre Imagens Privadas e História Pública



O DOCUMENTÁRIO COMO PLATAFORMA
PARA CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS
COLETIVAS
Ceder a câmera ao outro - A ausência do “autor" no ato da filmagem é outra
condição que valoriza e intensifica o processo. O vídeo não é a obra quando
não abarca toda a complexidade da experiência gerada pelo acontecimento.

Ativar e estreitar o sentido de pertencimento e apropriação.


CONSIDERAÇÕES FINAIS EM PROCESSO

Os percursos sobre os quais nos detivemos caracterizam-se por ativar


espaços e resultam em escrituras coletivas, possivelmente incompletas, mas
que pretendem dar margem a discussões profundas a respeito do futuro das
cidades e, sobretudo, do lugar que os homens devem nelas ocupar.

Tais processos fundam-se na concepção expandida da Arte como Experiência,


tendo o território como contexto para criações coletivas que envolvem
artistas e não-artistas, estimulando a pesquisa, criação, documentação, difusão
e apropriação crítica e criativa.

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