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EXMO SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA X VARA CÍVEL DA COMARCA DA


CAPITAL

UNIMED, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º


42.163.881/0001-01 , com sede na Rua do Ouvidor, n.º 161, Centro/RJ, CEP
00000000, representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). .....,
brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CPF nº .....
e do CPF n.º ....., por intermédio de seu advogado e bastante procurador
(procuração em anexo), com escritório profissional sito à Av. Chile, nº00,
Centro/RJ, onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à
presença de Vossa Excelência apresentar

CONTESTAÇÃO

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C COM RESSARCIMENTO DE DANOS E


DANO MORAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA interposta por JOÃO
DA SILVA, brasileiro, casado, motorista, RG nº... , inscrito no CPF/MF sob o nº...,
residente e domiciliado na Rua Maria Eugênia, nº 00, bairro Pavuna, cidade de Rio
de Janeiro/RJ, CEP nº 00.000-000, pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos.
PRELIMINARMENTE
DA CARÊNCIA DA AÇÃO

A alegação consiste na existência de obrigação proveniente de contrato


firmado entre as partes, para prestação de serviços e cobertura do Plano de
Saúde mantido pela Requerente. Tal exigência decorre do princípio do
contraditório e da ampla defesa e deve constar do documento de forma
especificada o valor devido, o número de prestações, além das demais
informações a respeito do contrato, sob pena de não ser considerada válida.

No caso presente o Requerente pretende demonstrar a necessidade de


indenização por despesas efetuadas com medicação e enfermeiro particular e
por dano moral, pois alegou que houve negação ao pedido de cirurgia.

Nos contratos bilaterais, é vedado a um dos contratantes exigir


implemento do outro, sem antes cumprir sua parte. Apesar das informações
esclarecidas pelo advogado do autor JOÃO DA SILVA, houve a omissão do fato de
que as mensalidades do plano de saúde não estavam em dia ao tempo do
requerimento da cirurgia. Ademais, o estado de saúde do autor, apesar das
consequências do trauma, não lhe acarretam perigo de vida, ou seja, não sendo
considerada situação de emergência. Nesses termos, segue jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE


AUTORIZAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE. PRINCÍPIO DA
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
OBJETIVA. QUEBRA DA CONFIANÇA DEPOSITADA. RECURSO
PROVIDO. 1. Inspirado no princípio da dignidade da pessoa
humana e concretizando o emprego dos direitos e garantias
fundamentais no setor do direito privado, editou-se a Lei nº
9.656/98, que dispõe acerca dos planos e seguros privados
de assistência à saúde. Dentre outras determinações, a
mencionada lei impõe a obrigatoriedade da cobertura do
atendimento no caso de emergência. 2. Em observância ao
princípio da boa-fé objetiva, em consonância com o art. 4º,
inciso III e art. 51, inciso IV, do Código de Defesa do
Consumidor e ainda em harmonia com o art. 170 da
Constituição Federal, deve haver equilíbrio nas relações
entre consumidores e fornecedores, extirpando do
ordenamento contratual qualquer obrigação que seja
abusiva ou desproporcional. 3. Configura quebra da
confiança depositada, portanto, a negativa de autorização
do serviço médico recomendado ou até mesmo a demora
desarrazoada em autorizá-lo, pois privilegia o caráter
patrimonial em detrimento da dignidade da pessoa. 4. A
conduta da operadora do plano de saúde transgrediu o
princípio da boa-fé objetiva, porque não observados os
deveres anexos, especialmente o de agir conforme a
confiança depositada. Com efeito, o contratante de planos
de assistência à saúde despende, mensalmente, quantia
considerável com o fito de – em situações de emergência,
como no caso dos autos – receber atendimento médico
imediato e de qualidade. 5. Recurso Provido.

(TJ-DF - AGI: 20150020230054, Relator: SILVA LEMOS, Data de


Julgamento: 25/11/2015, 5ª Turma Cível, Data de
Publicação:

Publicado no DJE : 11/12/2015 . Pág.: 196)

Nesse contexto probatório, preconiza o caput do art. 474 do Código Civil:


“A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende
de interpelação judicial”.
De outro turno, o Art. 475 do mesmo diploma legal dispõe: “A parte
lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos,
indenização por perdas e danos”.

A FALTA DE NEXO CAUSAL

O autor, sabendo de sua inadimplência frente ao plano de saúde, decidiu


agir de má-fé para com o Juízo. Sendo esta a única maneira de descrever a
atitude de entrar com uma ação para indenização de despesas decorrente de sua
cirurgia, medicação e acompanhamento, ante a uma falsa alegação de negativa
para a sua cirurgia.

Pois, em se tratando de um contrato, haverá de prevalecer as condições do


ajuste, dando atendimento a autonomia de vontade expressada pelas partes,
esclarecendo que há previsão contratual de suspensão dos serviços quando da
inadimplência, conforme contrato em anexo.
Daí a feliz lição de Waldomiro Bugarelli, in Contratos Mercantis, Ed. Atlas,
7ª Ed., p. 62, ao discorrer sobre a Autonomia de Vontade, ponto nodal para
estabelecer-se o contrato, ensina que:

"... reflete-se na liberdade de contratar e na liberdade


contratual, ou seja, no poder de contratar, de escolher o tipo
e o objeto do contrato a dispor o conteúdo contratual, de
acordo com os interesses a serem auto-regulados."

E, ao dissertar sobre o consentimento, arremata o eminente jurista na pág.


65, que:

"A obrigatoriedade do cumprimento das obrigações


assumidas pelos contratantes é a conseqüência fulgurante
do contrato. Se o contrato decorre da manifestação de
vontade livremente expressa (autonomia de vontade) e se
afirma tão-somente pelo consenso (sollus consensus
obligat), torna-se obrigatório, ficando as partes submissas ao
contratado (pacta sunt servanda), obrigadas a cumprir a
prestação ajustada."

Observe-se ademais, a Requerente se funda na motivação de que a


interpretação do contrato deveria ser favorável ao consumidor, entretanto, o CDC
também é instrumento de proteção dos interesses dos fornecedores, prezando
pela boa-fé na prestação dos serviços.
Como é sabido, o Código de Defesa do Consumidor veio para evitar abusos
e não para cometê-los, como pretende a Requerente, pois não se desconheciam
as condições do contrato, ao contrário, tendo conhecimento aceitaram as normas
ali estabelecidas, não podem agora pretender a inaplicabilidade de suas
cláusulas, só porque não lhes é interessante.

Do exposto, denota-se que a negativa de liberação do procedimento


solicitado em favor do Requerente se deu com base no contrato e, assim, falta
nexo causal para que viesse exigir o reembolso que pretende, uma vez que a
Requerida agiu dentro dos limites do contrato, o que afasta a possibilidade de ter
ocorrido inadimplemento, por isso mesmo, desautoriza a procedência da ação,
sem prejuízo do argumento de que pede por reembolso de evento realizado após
a extinção do contrato entre as partes.

QUANTO ÀS DESPESAS
Não fosse só pela ausência de nexo causal para que pudesse a Autora
alcançar sucesso na demanda que patrocina, e pudesse ser formado
entendimento contrário, o que se admite só para argumentar, enseja a
oportunidade que se rebata o valor das despesas apresentadas.

Ademais, as notas de despesas que não estão devidamente descriminadas,


posto que, pedido o ressarcimento, é preciso que se saiba a que título foram
pagas, para se saber se tinham ou não cobertura e, assim, se são ou não de
responsabilidade da contratada.

Por derradeiro, exige que se considere que, na eventualidade de


procedência da ação, a correção monetária deva incidir somente a partir do
ajuizamento da ação, conforme disposição expressa em norma escrita, prevista
pelo § 2º do artigo 1º da Lei nº 6.899/81.

DOS DANOS MORAIS

Ao formular o pedido de indenização, a autora requereu a condenação do


requerido ao pagamento de R$. 20.000,00 (vinte mil reais) pelos supostos danos
morais sofridos. Que danos?
Como já é de conhecimento, até mesmo em casos que o dano versado pela
vítima seja de natureza moral, esta não está dispensada da produção necessária
da prova quanto à sua ocorrência.

Portanto, na teoria de responsabilidade por danos morais, deve preponderar o


princípio de que ao autor incumbe provar suas alegações.

“Para a prova dos danos morais, valeriam todos os meios em direito permitidos,
inclusive as presunções estabelecidas, segundo se verá, para determinadas
pessoas da família da vítima. Aqui o ônus ”probandi incumbit et qui dixité” da
norma. Se o que pede a reparação por danos morais, não tem, a seu favor, a
presunção, sempre vencível, “jures tantum” desses mesmos danos, terá que
prová-los”. (SILVA, Wilson Melo da. O dano moral e sua reparação. 2. Ed. São
Paulo: Forense. P. 510).

De acordo com Paulo Roberto Roque Antônio Khouri:

“Se se pleiteia dano moral, é preciso que o ofendido indique, rigorosamente, qual
dos seus direitos da personalidade terá sido atingido”. (KHOURI, Paulo Roberto
Roque Antônio. Direito do consumidor. 2. Ed. São Paulo: Atlas. 2005, p. 149-150).

Tendo a necessidade da comprovação do dano moral, a jurisprudência compactua


deste entendimento:

“A reparabilidade por dano moral pressupõe um ataque à honra, capaz de


provocar um desgaste social do ofendido ou então que a ofensa provoque dor,
vexame, sofrimento ou humilhação, não sendo razoável confundir honra com
amor próprio, mágoa ou irritação não configuram dano moral. Não se devem
caracterizar como dano moral meros aborrecimentos que não deslustram as
pessoas, de molde a evitar a vulgarização de pedidos indenizatórios com
estímulo à propagação de ações infundadas”. (RIO DE JANEIRO. Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Apelação Cível nº 1.577/97. Relator:
Desembargador Marden Gomes).

Ora, não ocorreu lesão do direito, embora a necessidade do exercício de


raciocínio para justificar a inaplicabilidade de reparação por danos morais.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, espera a Requerida seja, preliminarmente,


julgada extinta a ação pelo acolhimento das razões apontadas nas preliminares
consistentemente arguidas, ou, casos ultrapassados, o que se admite para efeito
de argumentação no mérito. De acordo com o exposto requer:

1. O reconhecimento da prejudicial de mérito que exige a extinção da ação por


decadência;
2. Que a presente demanda seja julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE;
3. A condenação da autora ao pagamento das custas e honorários sucumbências,
de acordo com o artigo 85, §2° do Código de Processo Civil, em no mínimo 10% e
no máximo 20% sobre o valor da condenação;
4. Protesta por todos os tipos de prova, em especial, depoimento pessoal,
juntada de documentos e oitiva de testemunhas;
5. Caso Vossa Excelência entenda ser procedente o pedido da autora, que seja
minorada a quantia relativa aos danos morais, pelo anteriormente exposto, para
um valor não superior a R$ 2.000,00 (dois mil reais);

Nestes termos,
pede deferimento.
Rio de Janeiro, 23 de janeiro de 2016.

JOSÉ CARLOS ALMEIDA


(OAB/RJ n° 0000000)

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