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A cooperação é um processo fundamental para a sobrevivência e o convívio

de espécies animais. Pode ser definida como uma interação entre indivíduos que
beneficia o receptor da ação, mas não necessariamente o agente dela, e pode ser
tanto intraespecífica como interespecífica (Sachs et al., 2004).
Em animais não-humanos, a cooperação pode se expressar como uma
medida de proteção (como o comportamento de sentinela em suricatos) ou mesmo
na construção de um ambiente propício para a reprodução e continuidade da
população (como em formigas e abelhas). Para o Homo sapiens, esse processo está
sempre presente devido ao alto nível de complexidade da sociedade em que
estamos inseridos, e realizamos atos cooperativos até mesmo quando não
receberemos nada material em troca, vide ações de caridade (Melis & Semmann,
2010).
Ações primárias de cooperação são perceptíveis já em crianças bastante
novas, de cerca de três anos de idade (Olson & Spelke, 2008). Tal comportamento
solidário seria estimulado inicialmente pelos pais e, posteriormente, por outras
crianças de seu convívio; enfim, a criança moldaria seu código moral pessoal,
julgando autonomamente o que considera certo e errado, por volta dos sete anos
(Piaget, 1932/1994). Essas normas de conduta afetariam o nível de cooperação da
criança pelo resto de sua vida, podendo variar de um comportamento muito bondoso
até mesmo a um free-rider (ou trapaceiro).
A religião é um fenômeno social, característico de populações humanas e
presente em basicamente todas as culturas existentes. Envolve um número
expressivo de processos cognitivos avançados, tais como a Teoria da Mente
(inferindo tanto emoções quanto intenções alheias), a imaginação e o
processamento linguístico (Kapogiannis et al., 2009).
Fazer parte de uma religião requer que o sujeito, além de aderir a linhas
específicas de crenças, siga uma série de padrões de comportamento. Isso é eficaz
no afastamento de possíveis free-riders, já que seguir tais padrões demanda tempo
e energia consideráveis (Sosis, 2006). Pesquisadores sugerem que a religião
influencie positivamente no altruísmo entre integrantes de um mesmo grupo, e que
comunidades com religiosidade sejam mais longevas que comunidades laicas. Isso
se deve ao fato de as comunidades religiosas possuírem regras mais bem definidas,
bem como maiores restrições aos seus membros, o que resultaria em uma coesão
maior entre o grupo (Sosis & Bressler, 2003).
Objetivos

As crianças, durante seu desenvolvimento, sofrem muitas influências


ambientais com o objetivo de se adaptarem ao meio social. Dentre estas influências,
a religião, presente antes mesmo da criança compreender a linguagem da fala, se
mostra como uma daquelas de maior peso, uma vez que consiste num grande
conjunto de regras e ideologias de comportamento.
Baseando-se nisso, bem como na história evolutiva da cooperação em
humanos, este trabalho procura investigar o nível de influência da religião no
comportamento cooperativo de crianças, com o objetivo de estimar a intensidade
com que os fatores ontogenéticos podem atuar na cooperação.
Para isso, será observado o comportamento de cooperação de crianças entre
7 e 12 anos que estudam em escolas laicas e escolas com o ensino baseado nos
valores da religião católica, de modo a analisar se um convívio diário com os
ensinamentos religiosos alteram de forma significativa os níveis de cooperação.
Pelas características da religião católica, e por ser uma religião bem
estabelecida, pode-se estimar uma menor quantidade de free-riders e um maior
nível de cooperação dos estudantes de escolas católicas, uma vez que estes serão
submetidos constantemente a uma ideologia altruísta.

Referências bibliográficas

Kapogiannis, D., Barbey, A. K., Su, M., Zamboni, G., Krueger, F., & Grafman, J.
(2009). Cognitive and neural foundations of religious belief. Proceedings of the
National Academy of Sciences of the United States of America, 106(12), 4876-4881.
Melis, A. P., & Semmann, D. (2010). How is human cooperation different?
Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, 365(1553),
2663–2674.
Olson, K. R., & Spelke, E. S. (2008). Foundations of Cooperation in Young Children.
Cognition, 108(1), 222–231.
Piaget, J. O Juízo Moral Na Criança. São Paulo: Summus, 1994 (originalmente
publicado em 1932).
Sachs, J. L., Mueller, U. G., Wilcox, T. P., & Bull, J. J. (2004). The evolution of
cooperation. The Quarterly Review of Biology, 79(2), 135-160.
Sosis, R. (2006). Religious behaviors, badges, and bans: Signaling theory and the
evolution of religion. In P. McNamara (Ed.), Where God and science meet, Vol. 1 (pp.
61-86). Westport, CT: Praeger.
Sosis, R., & Bressler, E. (2003). Cooperation and commune longevity: A test of the
costly signaling theory of religion. Cross-Cultural Research, 37, 211239.

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