Além das condições para sua validade o contrato possui, ainda, três
princípios básicos : que a vontade seja autônoma, significando, aí, a liberdade
das partes na estipulação do que melhor lhes convenha; ainda, o princípio da
supremacia da ordem pública ou seja a vontade das partes tem como limite os
termos da legislação pertinente à matéria, aos princípios da moral e da ordem
pública e, finalmente o da obrigatoriedade, donde o velho axioma de a avença
fazer lei entre as partes (pacta sunt servanda).
A legislação relativa aos contratos está contida nos artigos 1079 a 1504
do Código Civil. E é interessante ressaltar que a lei pátria não conceitua contrato,
como faz, por exemplo, o Código Francês, no artigo 1101 e o Argentino, no
artigo 1137.
Vejamos a classificação:
Bibliografia:
3. Curso de Direito Civil, Volume IV, Miguel Maria de Serpa Lopes, Editora
Freitas Bastos, 4ª edição, 1993.
Requisitos subjetivos: existência de duas ou mais pessoas; capacidade genérica das partes contratantes
para pratica atos da vida civil; aptidão específica para contratar; consentimento das partes contratantes.
Requisitos objetivos: dizem respeito ao objeto do contrato; a validade e eficácia do contrato, como um
direito creditório, dependem da: a) licitude de seu objeto; b) possibilidade física ou jurídica do objeto; c)
determinação de seu objeto, pois este deve ser certo ou, pelo menos, determinável; d) economicidade
de seu objeto, que deverá versar sobre interesse economicamente apreciável, capaz de se converter,
direta ou indiretamente, em dinheiro.
Requisitos formais: são atinentes à forma do contrato; a regra é a liberdade de forma, celebrando-se o
contrato pelo livre consentimento das partes contratantes (CC, arts. 129 e 1079).
Princípio da autonomia da vontade: nele se funda a liberdade contratual dos contratantes, consistindo
no poder de estipular livremente, como melhor lhes convier, mediante acordo de vontades, a disciplina
de seus interesses, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica.
Princípio do consensualismo: segundo o qual o simples acordo de 2 ou mais vontades basta para gerar o
contrato válido.
Princípio da obrigatoriedade da convenção: pelo qual as estipulações feitas no contrato deverão ser
fielmente cumpridas (pacta sunt servanda), sob pena de execução patrimonial contra o inadimplente.
Princípio da relatividade dos efeitos do negócio jurídico contratual: visto que não aproveita nem
prejudica terceiros, vinculando exclusivamente as partes que nele intervierem.
Princípio da boa fé: segundo ele, o sentido literal da linguagem não deverá prevalecer sobre a intenção
inferida da declaração de vontade das partes.