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Christian Godoi

Bibliografia Comentada:
“O Brasil Antenado: a
sociedade da Novela”
Em um texto por vezes elíptico na utilização de metodologias antropo­
graças à maleabilidade do objeto lógicas para entender como “ver
telenovela, a autora de O Brasil televisão está entre as múltiplas
Antenado1, Esther Hamburger, renova atividades que constituem a vida
o enfoque teórico dos estudos de cotidiana dos telespectadores” (p. 16).
recepção e faz de seu trabalho Nessa perspectiva as pesquisas não
referência atualizada acessível dentro devem “se limitar a questionários e
e fora do universo acadêmico, da outras técnicas quantificáveis, devendo
mesma forma como são, entre tantos, envolver observação de campo e a
Lins da Silva2 e Nilda Jacks3. Enquanto imersão do pesquisador no universo
tese de doutorado em antropologia, a pesquisado” (p. 17). As escolas de
obra apresenta um percurso comunicação abrigam, a partir daí, as
bibliográfico culturalista bem “etnografias de recepção” para
fundamentado, através de expoentes efetivarem a leitura dos pioneiros em
dos estudos culturais. estudos televisivos.
Baseado nesse eixo paradig­ Mostra-se então que um elemen­
mático a introdução apresenta—tendo to complexo como os produtos
como pano de fundo o homicídio da televisivos, dependente de inúmeros
atriz Daniela Perez (filha da autora de processos para que se efetive, não se
telenovelas Glória Perez) — não resume na emissão e suas intenções.
somente a participação das telenovelas “A diversidade de significados está
na formação do imaginário popular, situada no pólo da recepção”, ou seja,
bem como a mobilização de autori­ ainda que se construam mensagens Christian Godoi é Pós-Graduando do
dades e sociedade civil frente aos seus condicionantes, o condicionamento Programa de Pós Graduação em
efeitos junto à opinião pública. somente se daria se as interpretações Comunicação da Universidade Católica
A leitura do texto surpreende ao dessas mensagens fossem idênticas. de Santos, e professor de Jornalismo e
apontar a tensão entre paradigmas Ignorar-se-ia então toda a carga Publicidade na UNISANTA.
distintos, como os utilizados até a cultural através da qual se formam as
década de 80 no Brasil (modelos audiências, até mesmo da cultura
funcionalistas ou frankfurtianos) e televisiva, donde se extraem matrizes (01) Hamburger, Esther. O Brasil
seus resultados confrontados com de representação para apropriação e antenado: a sociedade da novela.
pesquisas fundadas sob novas reapropriação de informações Rio de Janeiro: Jorge Zahar
perspectivas teóricas. Os primeiros pertencentes ao mundo vivido. Editores, 2005.
restringem-se ao empirismo clássico Não demoraram criticas aos (02) Lins da Silva, Carlos
ou à crítica marxista por vezes mal modos operacionais e epistemoló- Eduardo. Muito além do jardim
interpretada, analisando a recepção a gicos através dos quais se exprimiram botânico. São Paulo: Summus,
produtos mediáticos televisivos os resultados, afinal através dessa nova 1985.
através de números ou alçando-a à perspectiva dos estudos culturais os (03) Jacks, Nilda. Querência:
categoria de dominada ideologica­ programas televisivos podem adquirir cultura regional como mediação
mente. inúmeros significados, reduzindo simbólica - um estudo de
O Brasil Antenado perfaz uma assim a relevância do texto ou da obra recepção. Porto Alegre: UFRGS,
trajetória desde os primeiros passos audiovisual. Os estudos culturais, no 1999.
entanto, se fortalecem na possibilidade hollywodianos) ao universo de
dialética com textos críticos, donde construção de sentidos4, alguns ainda
forma seu conjunto teórico- observam a crítica ao regime militar
metodológico (ainda que impreciso registrada pelos folhetins.
para alguns). É exatamente sobre o Contrariando o discurso
estudo dessa tensão entre o produto acadêmico brasileiro, de dominação
mediático telenovela e o significado cultural através do poderio televisivo,
dele para o receptor através de suas o que se pôde perceber é a
construções cotidianas, observadas por possibilidade de ampliação de
Hamburger, que versa a presente horizontes dos habitantes que, até o
resenha. início da década de 80 vivem à parte
das inovações tecnológicas, e das
1. Revendo a história e as teorias transformações sociais e políticas do
O primeiro capítulo se concentra mundo e que a ele se conectam,
na retrospectiva da contribuição naquele momento, graças aos produtos
acadêmica sobre telenovelas e na televisivos quando estes passam a
movimentação sócio-cultural que se participar efetivamente de seu dia a
dá a partir da integração da TV ao dia5, ainda que isso acarrete a redução
cotidiano da população brasileira. da sociabilidade local. Revendo
Nessa parte apresenta-se o histórico discursos ultrapassados (graças em
dos folhetins e a importância dos parte à observação desses fenômenos
profissionais que deles se ocupam, brasileiros), os Mattelart, por
bem como a gênese da convivência exemplo, encontram na telenovela um
mediática com os conflitos morais do caminho para “problematizar modelos
período da ditadura. de articulação entre economia e
O livro mostra como a ideologia, sociedade civil e setor
reconfiguração de alguns gêneros privado” (p. 24), em suma: concluem
televisivos, para servir a propósitos a possibilidade de fazer produtos de
políticos durante o regime militar qualidade em emissoras privadas. A
brasileiro, acaba criando a máquina observação desses fatores, em
mais eficiente de produção de especial por pesquisadores externos
folhetins televisivos da América ao universo brasileiro, possibilita o
Latina: a Rede Globo de Televisão. O questionamento do radicalismo
mais surpreendente é que ao contrário instituído no cenário acadêmico
do que sugere o senso comum, as nacional, no qual as telenovelas teriam
telenovelas não carregam em si, na se constituído em mecanismos
década de 70 (quando se consolidam eficientes de alienação e legitimação
junto a audiência), discursos de uma ordem social injusta, como se
(04) Rowe, William e Vivian reacionários da então direita política; esse processo fosse possível graças ao
Schelling. Memory and modernity: pelo contrário, a resistência presente simples reflexo do universo diegético
popular culture in Latin América. no texto de alguns autores ligados à (o mundo criado dentro das tele­
Londres: Verso, 1991. Vale a esquerda faz com que novelas sejam novelas, vivido pelas personagens).
citação de outro autor censuradas e proibidas de ser Aspectos morais são outro
preocupado com essas veiculadas, mesmo estando com elemento de fundamental importância
observações: Vink, Nico. The inúmeros capítulos gravados. Dessa para a observação das relações
telenovela and emancipation: a forma os folhetins se tornam público/folhetins. Enquanto o mundo
study on television and social referenciais junto a pesquisadores sofre transformações econômicas e
change in Brazil. Amsterdã: Royal (europeus e norte-americanos) da culturais gigantescas, o Brasil,
tropical Institute, 1988. In indústria cultural na América Latina, encerrado no milagre econômico dos
Hamburger, p.23 que passam a observar “elementos anos 70, fechado à importação de bens
(05) Kottak, Conrad. Prime time autenticamente locais, produzidos na de consumo e sob o ufanismo
society: na anthropological base da sociedade”, bem como a desenvolvimentista militar, enfrenta
analysis of televison and culture. ausência (ou minimização) da conflitos de uma sociedade católica
Belmont: Wadsworth, 1990. pasteurização de repertórios com moralista, bem como a reivindicação
Idem, p.24 conteúdos externos (como os por emancipação das minorias, que se
chocam com temáticas sexuais, de estrangeiros e brasileiros. Para
reestruturação familiar, de posiciona­ Hamburger, “Michele e Armand
mentos de raça, apresentadas pela TV. Mattelart, por exemplo, caracterizam
Paralelamente a isso é possível os autores de novelas como
constatar o nascimento de novos intelectuais orgânicos”(p.41), em
modos de relacionamento de consumo oposição aos estudiosos brasileiros,
tendo como vitrine, não mais as que negam a possibilidade de
galerias do flaneur parisiense de transferência da visão crítica dos
Benjamin, nem tão somente as vitrines autores dos folhetins para a audiência.
das lojas debruçadas nas calçadas (em Donde pode-se observar uma contra­
um período pré-shoppings), mas as dição relevante, pois se um medium
telas coloridas que possibilitam a como a TV tem tanto poder de
reconstituição dos imaginários ao abrir influência por que ela não se
a possibilidade se inserção de algumas concretizaria também como forma de
classes sociais em universos antagô­ conscientização?
nicas aos seus. O despertar de desejos A autora apresenta como a
de liberdades (político/sociais, do indústria televisiva aprimorou
divórcio, do aborto etc.) conflita com metodologias eficientes de obser­
o mundo familiar vivido/idealizado, ou vação do receptor, antes dos pioneiros
mesmo recalcado. A TV se mostra da pesquisa dos media tupiniquins. O
então como espaço de debate sobre principal responsável por esse avanço
assuntos de reposicionamento moral. nos meios de comunicação é Homero
E isso não acontece de forma espon­ Sanches. “El Brujo”, como ficou
tânea, a censura à programação conhecido, fundou o Departamento de
televisiva por parte do governo militar Pesquisa da G lobo, em 1971 e o dirigiu
obriga à uma auto-censura dos até 1982, sempre deixou claro que a
próprios veículos de comunicação, sociologia é o fundamento de seu
que, em parte aprimoram-se para evitar trabalho. A atualização bibliográfica
problemas junto ao Estado. externa, participação em associações
A responsabilidade por essa fase internacionais da área e o conhe­
em que as telenovelas (e as emissoras) cimento de produtos de inúmeros
não só se desenvolvem, mas na qual países foram a garantia de seu sucesso
também passam a tomar-se um produto junto à emissora.
extremamente rentável pode ser Os índices de audiência
creditada a dois fatores, segundo apresentados pelos institutos de
Hamburger: o nível dos profissionais pesquisa como o IBOPE (Instituto
que nelas se debruçam para garantira a Brasileiro de Opinião Pública e
qualidade e o investimento em Estatística) são um referencial para o
metodologias de pesquisa. departamento comercial, entretanto as
pesquisas qualitativas, quantitativas e
2. Pesquisa e desenvolvimento grupos de discussão, por exemplo,
A necessidade da manutenção da somados à constante redefinição das
audiência, para fins comerciais, gera classes sociais de acordo com a
processos originais, como mostra a mobilidade da estrutura econômica
autora, de investigação do comporta­ nacional, tornam-se instrumentos
mento do público frente às produções infinitamente mais eficientes para a
televisivas. definição dos caminhos a serem
Se se olhar a partir da produção, seguidos pelos autores das teleno­
e mais profundamente, da idealização velas. O Brasil Antenado mostra,
dos folhetins, perceber-se-á a através desse conjunto, por exemplo,
militância de inúmeros autores em que os folhetins são elaborados para a
partidos políticos avessos ao regime classe C, mas a audiência flutua em
ditatorial. Essa postura revela uma todas as camadas sociais em maior ou
tensão conceitual entre pesquisadores menor escala, dependendo da
da recepção, em especial entre identificação com determinado núcleo
dos personagens apresentados pela idealização não acontece pode gerar
novela. antipatia do público).
A mensuração precisa da Os números de audiência foram
audiência é praticamente inviável, pois diminuindo ao longo das duas últimas
algumas categorias, ou mesmo o décadas, isso contudo, não representa
gênero masculino (que já foi respon­ queda de popularidade dos folhetins,
sável por 40% do público e hoje se mas deve-se sim ao aumento do
mantém na casa dos 30%), não número de televisores espalhados pelo
assumem assistir os programas. Vale país, somado à variedade de produtos
observar que a participação de cada concorrentes (TV a cabo, por assina­
núcleo (ricos, pobres, jovens etc.) é, tura, novos canais de TV aberta). Uma
em geral, proporcional à sua leitura mais atenta, contudo, vai
representatividade na audiência. É sugerir “dificuldades na criação de
certo, no entanto, que ao menos duas representações adequadas à diver­
classes (A e D - não são fiéis à novela sidade da sociedade brasileira que
por priorizarem outras possibilidades emerge no fim do século XX.” (p.76)
de entretenimento) deixam de se tomar É curioso observar como a
referenciais como consumidores exclusão de classes mais baixas nas
desse tipo de programa, que dessa pesquisas torna-se elemento para­
forma toma-se em parte excludente. doxal: a telenovelas são construídas -
É ainda necessário levar em conta o a partir dos resultados das pesquisas
local onde são efetuadas as pesquisas: — para classes BC, consideradas
Rio de Janeiro e São Paulo são os exigentes; no entanto são assistidas
grandes moduladores do perfil da também pelas D e E, que devem
audiência (seja enquanto público, seja aprimorar-se ao menos gramatical­
enquanto fontes de informação para as mente para participar da trama. Os
articulações na trama), mantendo-se folhetins geram assim uma relação
como referência junto as outras praças pedagógica junto à audiência6. Cada
de abrangência da emissora que público relê a trama à sua maneira e
tomam as duas cidades para atualização aproxima o universo diegético de seu
de moda, música ou linguagem. universo real como mostram duas
entrevistas, realizadas pela autora, com
3. Do imaginado ao real donas de casa que reconhecem
Se de um lado O Brasil Antenado, elementos (no caso, objetos e
no capítulo 3, complementa os lembranças) semelhantes aos
problemas metodológicos dos constituintes em seus cotidianos.
modelos de pesquisa adotados no “Nessa busca, o mundo do espetáculo
capítulo anterior, que vão desde a aparece como uma via de realização
exclusão do papel do homem na social-profissional possível”, comple­
audiência, até a importância das menta a autora.
telenovelas para classes mais baixas
(que através desses programas aumen­ 4. Para ler novelas
tam o repertório de conhecimento); Historicizar novelas (tomando-as
por outro lado explicita que “a novela objetos históricos) torna-se uma
é dos raros textos consumidos por tarefa extremamente descritiva,
cidadãos pertencentes às mais diversas principalmente pela necessidade de
classes sociais, um repertório manter também sua existência dentro
privilegiado para mediar as de um universo próprio (ou seja, têm-
diferenças”(p. 73), é o momento em se inúmeros tempos e espaços). Ao
(06) Herzog, Clarice e Lea Chagas que o sujeito/receptor se inclui num executar essa tarefa, fazendo a leitura
Cruz. A novela na família X a universo compartilhado com milhares textual, por vezes mesclando o
família na novela. 1993. Mimeo. de outros espectadores e que, discurso culturalista com modos de
Ver ainda Ondina Fachel Leal. A curiosamente, toma-se espaço onde se interpretação através da semiótica, o
leitura social da novela das oito. reforçam os valores morais de um capítulo 4 demonstra, num primeiro
Petrópolis: Vozes, 1986. mundo idealizado (quando essa momento, o contexto onde se inserem
Irmãos Coragem e Selva de Pedra (em problematização da nação” (p. 116).
suas duas versões): os anos de chumbo Isso faz com que o próprio autor
de um Brasil dominado pelas forças (Gilberto Braga) manifeste o temor de
armadas, na década de 70; e em uma que a novela estivesse “‘desviando’ a
segunda versão Selva de Pedra, já na atenção da vida pública”.
década de 80, têm-se a mudança do
panorama sócio-econômico, dado o 5. Novos olhares
início da abertura política. As O Brasil Antenado deixa claro que
transformações culturais agora a novela “das oito” torna-se palco de
vinculadas escancaradamente ao manifestação dos problemas
mercado fazem das telenovelas o nacionais, valorando ainda mais seu
espaço de pertença de algumas espaço e movimentando outras
camadas, em especial das que se emissoras que criam novas formas de
colocam enquanto “moderninhos” - combater a Rede Globo no horário
nesse período novas tecnologias nobre: na década de 90 a Rede
passam a possibilitar inovação das Manchete com a novela Pantanal, e o
linguagens visuais, da estética na SBT que se assume definitivamente
composição das vinhetas, da edição, da como uma emissora popularesca com
velocidade das imagens de cada o Aqui Agora (jornalístico que
programa. modificou o conceito de telejornais
Enquanto caubóis e coronéis em todas as emissoras, inclusive da
compõem o embate no universo de Globo). A era Collor, do luxo ao lixo,
Irmãos Coragem, o conflito entre dois passa pelos media tendo como pano de
irmãos (um, rico e poderoso, o outro, fundo a minissérie Anos Rebeldes,
um pregador fanático) é o foco de considerada por alguns o motivo do
Selva de Pedra, que ainda apresenta um engajamento de jovens “caras
segundo casamento de um personagem pintadas”. Na década de 90, Explode
supostamente viúvo (que não estava), Coração problematiza as crianças
com isso suscitando a interferência da desaparecidas; De Corpo e Alma
censura graças a configuração de encoraja a doação de órgãos; O clone
bigamia, ainda que sem intenção traz à tona o problema com drogas; O
(donde percebe-se a operação de Rei do Gado, em 97, garante
intervenção do poder público no visibilidade para o Movimento dos
universo diegético, como se o crime Sem Terra e leva a discussão sobre a
fosse real). A vitória da moral é o reforma agrária para a esfera do debate
elemento que vai caracterizar o final em âmbito federal, através da oposição
de ambos os folhetins. à temática do folhetim pela UDR
A seguir, já em Roque Santeiro e (União Democrática Ruralista). Essa
Vale Tudo, apesar da já maturidade revisão histórica enriquece a pesquisa
televisiva, inúmeras fórmulas de de recepção, não somente pelo resgate
sucesso folhetinesco se repetem, mas dessas obras que compõem o cenário
com alguns acréscimos que as cotidiano nacional, como também
enriquecem. Coronéis disfarçados de representam um pouco do imaginário
políticos e moralismo contraposto ao de um povo que, diferentemente dos
cinismo e à ironia em uma; a ambição europeus ou norte-americanos, criou
de um personagem e o suspense de um um ambiente no qual pode
assassinato (que acaba gerando compartilhar da experiência de
manchete da Folha de São Paulo: “O pertencimento, o debate de temas
país descobre hoje à noite quem matou privilegiados e recorrentes.
Odete Roitman”), somam-se à No sexto e último capítulo têm-
desesperança nacional em outra. se a síntese dos resultados das
Assim, em pleno dezembro de 1988, inúmeras metodologias aplicadas nos
os próprios media são enredados na estudos de recepção de telenovelas,
trama do universo diegético, este cada incluindo a revisão dos postulados
vez mais configurando-se em “arena de frankfurtianos de Adorno a Benjamin,
funcionalistas lazarsfeldianos, que se do livro, no que se refere ao público
mostram eficientes também como receptor de produtos televisivos o país
postos de observação e reflexão sobre formou “antes o consumidor que o
o universo denso do receptor, bem cidadão”.
como, através de sua atualização, É bom lembrar, como o faz
possibilitam a manutenção da postura Hamburger, que “a disputa entre
crítica de autores e produtores em emissoras e entre veículos de
contraste com o mecanismo capitalista informação e entretenimento faz da
da indústria cultural. busca de audiência um motor da atividade
Cabe ressaltar, inclusive como televisiva” (p. 158). E a essa conclusão
um dos principais resultados de O soma-se toda possibilidade do encontro
Brasil Antenado, “a disjunção entre o de mediações, ainda que a telenovela,
universo de consumidores definidos objeto desse estudo, seja vista pelo
pela indústria como alvo privilegiado público menos favorecido como um
de sua programação principal, em produto elitista, como vista pelo homem
função de seu poder aquisitivo, e o como um produto feminino, é fato que
universo de pessoas que assiste aos para muitos ela representa à sua maneira,
programas”(p. 159). O Brasil imagi­ um espaço de inclusão social, ou fonte
nado pelas pesquisas de mercado de informação privilegiada. O título de
difere consideravelmente do Brasil um trabalho de Sousa7 encerra em si o
apresentado pelo IBGE; não por acaso, sentido da busca de O Brasil Antenado:
pode-se confirmar, através da leitura o sujeito, o lado oculto do receptor.

(07) Sousa, Mauro Wilton de.


Sujeito, o lado oculto do receptor.
São Paulo: Brasiliense, 1995.

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