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10/03/2018 Acordos de Bretton Woods – Wikipédia, a enciclopédia livre

Acordos de Bretton Woods


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
As conferências de Bretton Woods,
definindo o Sistema Bretton Woods de
gerenciamento econômico internacional,
estabeleceram em julho de 1944 as regras para
as relações comerciais e financeiras entre os
países mais industrializados do mundo. O
sistema Bretton Woods foi o primeiro exemplo,
na história mundial, de uma ordem monetária
totalmente negociada, tendo como objetivo
governar as relações monetárias entre Nações-
Estado independentes.
O Hotel Mount Washington, em Bretton Woods, New Hampshire,
Preparando-se para reconstruir o capitalismo local da histórica Conferência de 1944.
mundial enquanto a Segunda Guerra Mundial
ainda se espalhava, 730 delegados de todas as 44 nações aliadas encontraram-se no Mount Washington Hotel, em Bretton
Woods, New Hampshire, para a Conferência monetária e financeira das Nações Unidas. Os delegados
deliberaram e finalmente assinaram o Acordo de Bretton Woods (Bretton Woods Agreement) durante as primeiras
três semanas de julho de 1944.

O Acordo de Bretton Woods durou até 15 de agosto de 1971, quando os Estados Unidos, unilateralmente, acabaram com a
conversibilidade do dólar em ouro, o que efetivamente levou o sistema de Bretton Woods ao colapso e tornou o dólar uma
moeda fiduciária.[1] Essa decisão, referida como choque Nixon (Nixon Shock), criou uma situação em que o dólar
americano se tornou moeda de reserva, usada por muitos Estados. Ao mesmo tempo, outras moedas, que até então eram
fixas (como a libra esterlina, por exemplo), passaram a ser flutuantes.[2]

Índice
Os acordos
As origens do sistema Bretton Woods
As experiências da Grande Depressão
Segurança econômica
O surgimento do intervencionismo governamental
A carta do Atlântico

Referências
Ver também
Bibliografia

Os acordos
Definindo um sistema de regras, instituições e procedimentos para regular a política econômica internacional, os
planificadores de Bretton Woods estabeleceram o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento
(International Bank for Reconstruction and Development, ou BIRD) (mais tarde dividido entre o Banco Mundial e o

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"Banco para investimentos internacionais") e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Essas organizações tornaram-se
operacionais em 1946, depois que um número suficiente de países ratificou o acordo.

As principais disposições do sistema Bretton Woods foram, primeiramente, a obrigação de cada país adotar uma política
monetária que mantivesse a taxa de câmbio de suas moedas dentro de um determinado valor indexado ao dólar —mais ou
menos um por cento— cujo valor, por sua vez, estaria ligado ao ouro numa base fixa de 35 dólares por onça Troy, e em
segundo lugar, a provisão, pelo FMI, de financiamento para suportar dificuldades temporárias de pagamento. Em 1971,
diante de pressões crescentes na demanda global por ouro, Richard Nixon, então presidente dos Estados Unidos,
suspendeu unilateralmente o sistema de Bretton Woods, cancelando a conversibilidade direta do dólar em ouro.

As origens do sistema Bretton Woods


As bases políticas do sistema Bretton Woods podem ser encontradas na confluência de várias condições principais: as
experiências comuns da Grande Depressão, a concentração de poder em um pequeno número de Estados e a presença de
uma potência dominante querendo (e supostamente capaz de) assumir um papel de liderança.

As experiências da Grande Depressão


Um alto nível de concordância entre os países sobre as metas e meios do gerenciamento econômico internacional facilitou
em muito as decisões tomadas pela Conferência de Bretton Woods. A fundação daquele acordo foi uma crença comum no
intervencionismo. Apesar de os países desenvolvidos diferirem quanto ao tipo de intervenções que preferiam para suas
economias nacionais (a França, por exemplo, preferia um maior planejamento e intervenção estatal, enquanto os Estados
Unidos eram favoráveis a uma intervenção estatal mais limitada), todos, no entanto, baseavam-se predominantemente em
mecanismos de mercado e na noção de propriedade privada.

Assim, foram as semelhanças, mais do que as diferenças, que foram postas em evidência. Todos os governos participantes
de Bretton Woods concordavam que o caos monetário do período entreguerras forneceu valiosas lições.

A experiência da Grande Depressão, quando a proliferação de controles e barreiras de comércio levaram ao desastre
econômico, estava fresca na memória dos participantes. Os conferencistas esperavam evitar a repetição da debandada dos
anos 30, quando os controles das trocas minaram o sistema internacional de pagamentos, base do comércio mundial. A
política de "beggar-thy-neighbor" ("empobrece teu vizinho") dos governos dos anos 30—usando tarifas alfandegárias a
fim de aumentar a competitividade de seus produtos de exportação e, assim, reduzir os déficits da balança de pagamentos
—ocasionaram espirais deflacionárias que resultaram na diminuição da produção, desemprego em massa e declínio
generalizado do comércio mundial. O comércio nos anos 30 ficou restrito a blocos monetários (grupos de nações que
empregavam uma moeda equivalente, como o bloco da "Libra esterlina" do Império Britânico). Esses blocos retardaram o
fluxo internacional de capitais e as oportunidades de investimentos estrangeiros. Apesar de esta estratégia tender a
aumentar o dinheiro arrecadado pelo governo a curto prazo, ela piorou drasticamente a situação a médio e longo prazo.

Assim, para a economia internacional, todos os planificadores de Bretton Woods favoreceram um sistema relativamente
liberal, o qual se baseava primeiramente no mercado, com um mínimo de barreiras ao fluxo de comércio e capital
privados. Apesar de não estarem inteiramente de acordo sobre a maneira de pôr em prática esse sistema liberal, todos
concordaram com um sistema aberto.

Segurança econômica
Também com base nas experiências do período entreguerras, os planificadores estadunidenses desenvolveram um
conceito de segurança econômica—entendendo que um sistema econômico liberal internacional aumentaria as
possibilidades de paz no pós-guerra. Um dos que viram tal segurança foi Cordell Hull, o secretário de Estado dos Estados
Unidos de 1933 a 1944.[3] Hull acreditava que as causas fundamentais das duas guerras mundiais estavam na
discriminação econômica e nas guerras comerciais. Especificamente, tinha em mente acordos bilaterais de controle de
comércio e trocas da Alemanha Nazi e o sistema de preferência imperial praticado pelo Reino Unido (pelo qual membros
ou antigos membros do Império britânico beneficiavam de um status comercial especial). Hull argumentava que:

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Comércio sem obstáculos associado com paz; altas tarifas, barreiras comerciais e competição econômica
injusta, com guerra... se conseguíssemos tornar o comércio mais livre... mais livre no sentido de menos
discriminações e obstruções... de tal modo que um país não ficaria mortalmente invejoso de outro e os
padrões de vida de todos os países pudessem crescer, eliminando com isso a insatisfação econômica que
alimenta a guerra, teríamos uma chance razoável de paz durável.[4]

O surgimento do intervencionismo governamental


Os países desenvolvidos também concordaram que o sistema econômico liberal
internacional requeria intervencionismo do governo. Após a Grande Depressão, a
administração pública da economia emergiu como uma atividade primeira dos
governos de Estados desenvolvidos: emprego, estabilidade e crescimento eram
então assuntos importantes da política pública. Com isso, o papel do governo na
economia nacional ficou associado com a apropriação, pelo Estado, da
responsabilidade de garantir a seus cidadãos um certo grau de bem-estar
econômico. O welfare state (estado de bem-estar social) nasceu a partir do
impacto da Grande Depressão, que criou uma necessidade popular de
intervencionismo estatal na economia, e das contribuições teóricas da escola
econômica Keynesiana, que defendia a necessidade de intervenção estatal a fim de
manter níveis adequados de emprego.

Em âmbito internacional, essas ideias também surgiram da experiência dos anos Harry Dexter White, do Tesouro
americano, e John Maynard Keynes,
30. A prioridade dos objetivos nacionais, a ação independente nacional no período
na conferência inaugural dos
entreguerras e o fracasso em perceber que esses objetivos nacionais não poderiam
governadores do Fundo Monetário
ser atingidos sem uma certa forma de colaboração internacional resultaram em Internacional, em 1946.
políticas do estilo "empobrece teu vizinho" como alta tarifação e desvalorizações
competitivas, que contribuíram para a queda da economia, instabilidade política
doméstica e guerra internacional. A lição foi, como explica Harry Dexter White, adepto do New Deal e principal arquiteto
do sistema Bretton Woods:

a falta de um alto grau de colaboração econômica entre as nações industrializadas... resultará,


inevitavelmente, em guerra econômica que será o prelúdio e instigador de guerra militar em uma escala
ainda maior.[5]

Para garantir a estabilidade econômica e a paz política, os Estados concordaram em cooperar para regular o sistema
econômico internacional. O pilar da visão americana do mundo pós-guerra era o comércio livre. Liberdade de comércio
implicava tarifas baixas e, entre outras coisas, uma balança comercial favorável ao sistema capitalista.

Assim, as economias de mercado mais desenvolvidas aceitaram a visão dos Estados Unidos de gerenciamento econômico
internacional do pós-guerra, que foi concebido para criar e manter um sistema monetário internacional efetivo e encorajar
a redução de barreiras ao comércio e ao fluxo de capital .

O surgimento da hegemonia dos Estados Unidos da América. O gerenciamento econômico internacional baseava-se na
potência dominante para dirigir o sistema. A concentração de poder facilitou o gerenciamento na medida em que reduziu
o número de atores cujo acordo era necessário para o estabelecimento de regras, instituições e procedimentos e para levar
a cabo o gerenciamento dentro dos sistemas em acordo. Esse líder foi os Estados Unidos da América. Como a potência
com a economia e política mais avançadas do mundo, os EUA estavam claramente em uma posição ideal para assumir
essa liderança.

Os EUA emergiram da Segunda Guerra Mundial como a mais forte economia do mundo, vivendo um rápido crescimento
industrial e uma forte acumulação de capital. Os EUA não haviam sofrido as destruições da Segunda Guerra Mundial,
tinham construído uma indústria manufatureira poderosa e enriqueceram vendendo armas e emprestando dinheiro aos

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outros combatentes; na verdade, a produção industrial dos EUA em 1945 foi mais do que o dobro da produção anual dos
anos entre 1935 e 1939. Em comparação, a Europa e o Japão estavam dizimados militar e economicamente.

Quando a Conferência de Bretton Woods aconteceu, as vantagens econômicas dos Estados Unidos eram indiscutíveis e
esmagadoras. Os EUA tinham a maioria dos investimentos mundiais, da produção manufaturada e das exportações. Em
1945, os EUA produziam a metade de todo o carvão mundial, dois-terços do petróleo e mais do que a metade da
eletricidade. Os EUA eram capazes de produzir imensas quantidades de navios, aviões, automóveis, armamentos,
máquinas, produtos químicos, etc. Reforçando a vantagem inicial—e assegurando a liderança dos EUA no mundo
capitalista—os EUA detinham 80% das reservas mundiais de ouro e tinham não somente poderosas Forças Armadas, mas
também a bomba atômica.

Na condição de maior potência mundial e uma das poucas nações não afetadas pela guerra, os EUA estavam em posição de
ganhar mais do que qualquer outro país com a liberação do comércio mundial. Os EUA teriam com isso um mercado
mundial para suas exportações, e teriam acesso irrestrito a matérias-primas vitais.

Os EUA não eram somente capazes de, mas também queriam, assumir essa liderança. Apesar de os EUA terem mais ouro,
mais capacidade produtora e mais poder militar do que todo o resto do mundo junto, o capitalismo dos EUA não poderia
sobreviver sem mercados e aliados. William Clayton, o Secretário de Estado assistente para Assuntos Econômicos, foi uma
das várias personalidades influentes na política estado-unidense que colocaram em evidência esse ponto: "Precisamos de
mercados—grandes mercados—por todo o mundo, onde poderemos comprar e vender."

Houve várias previsões de que a paz traria de volta a depressão e o desemprego devido ao término da produção bélica e ao
retorno dos soldados ao mercado de trabalho. Entre as dificuldades econômicas estava um aumento abrupto da inquietude
trabalhista. Determinado a evitar uma catástrofe econômica equivalente à da década de 1930, o presidente Franklin D.
Roosevelt viu a criação de uma ordem pós-guerra como uma maneira de garantir a prosperidade dos EUA.

A carta do Atlântico
Durante a guerra, os Estados Unidos imaginaram uma ordem econômica
mundial pós-guerra na qual pudessem penetrar em mercados que
estivessem anteriormente fechados a outros blocos, bem como abrir
novas oportunidades a investimentos estrangeiros para as empresas
estado-unidenses, removendo restrições de fluxo de capital internacional.

A Carta do Atlântico, esboçada em agosto de 1941 durante o encontro do


presidente Roosevelt com o primeiro-ministro britânico Winston
Churchill em um navio no Atlântico Norte, foi o mais notável precursor à
Conferência de Bretton Woods. Assim como Woodrow Wilson antes dele,
Roosevelt e Churchill durante a cujos "Quatorze pontos" (Fourteen Points) delinearam os objetivos dos
conferência secreta de 9 a 12 de agosto
Estados Unidos para o pós-guerra da Primeira Guerra Mundial, Roosevelt
de 1941 no Atlântico Norte, que resultou
lançou uma série de objetivos ambiciosos para o mundo pós-guerra antes
na Carta do Atlântico, anunciada dois
dias depois pelos Estados Unidos e pela mesmo de os EUA entrarem na Segunda Guerra Mundial. A carta do
Grã-Bretanha. Atlântico afirmou o direito de todas as nações a igual acesso ao comércio e
à matéria-prima. Além disso, a carta apelou pela liberdade dos mares (um
objetivo principal da política estrangeira americana desde que a França e
o Reino Unido ameaçaram navios americanos nos anos 1790), o desarmamento dos agressores e o "estabelecimento de um
amplo e permanente sistema de segurança geral."

Quando a guerra aproximava-se do fim, a Conferência de Bretton Woods foi o ápice de dois anos e meio de planejamento
da reconstrução pós-guerra pelos Tesouros dos EUA e Reino Unido. Representantes estado-unidenses estudaram com os
colegas britânicos a reconstituição do que tinha estado faltando entre as duas guerras mundiais: um sistema internacional

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de pagamentos que permitisse que o comércio fosse efetuado sem o medo de desvalorizações monetárias repentinas ou
flutuações selvagens das taxas de câmbio — problemas que praticamente paralisaram o capitalismo mundial durante a
Grande Depressão.

Na ausência de um mercado europeu forte para os bens e serviços estado-unidenses, pensava a maior parte dos políticos, a
economia dos EUA seria incapaz de sustentar a prosperidade que ela alcançara durante a guerra. Além disso, os sindicatos
de trabalhadores tinham aceitado a contragosto as restrições impostas pelo governo aos seus pedidos durante a guerra, e
eles não queriam esperar mais tempo por mudanças, principalmente depois que a inflação afetara as escalas de salários de
maneira violenta (no final de 1945, já havia acontecido greves importantes nas indústrias de automóvel, eletricidade e
aço).

Financiador e conselheiro autoindicado de presidentes e congressistas, Bernard Baruch resumiu o espírito de Bretton
Wood no início de 1945: se pudermos "eliminar o subsídio ao trabalho e à competição acirrada nos mercados
exportadores," bem como prevenir a reconstrução de máquinas de guerra, "oh boy, oh boy, que prosperidade a longo
termo nós teremos."[6] Assim, os Estados Unidos vão usar sua posição predominante para restaurar uma economia
mundial aberta, unificada sob controle dos EUA, que deu aos EUA acesso ilimitado a mercados e matéria-prima.

Referências
1. Annie Lowrey (9 de fevereiro de 2011) End the Fed? Actually, Maybe Not. (http://www.slate.com/articles/business/mon
eybox/2011/02/end_the_fed_actually_maybe_not.html). Slate.com.
2. Veja como o dólar se tornou a moeda de referência mundial (http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,veja-como
-o-dolar-se-tornou-a-moeda-de-referencia-mundial,400908). Por Giuliana Vallone. Estadão, 10 de julho de 2009.
3. Kenneth Waltz, Man, the State and War (New York: Columbia University Press, 1969). David P. Calleo e Benjamin M.
Rowland, American and World Political Economy (Bloomington, Indiana: University of Indiana Press, 1973).
4. Cordell Hull, The Memoirs of Cordell Hull, vol. 1 (New York: Macmillan, 1948), p. 81.
5. Robert A. Pollard, Economic Security and the Origins of the Cold War, 1945-1950 (New York: Columbia University
Press, 1985), p.8.
6. Baruch to E. Coblentz, 23 de março de 1945, Papers of Bernard Baruch, Princeton University Library, Princeton, N.J
quoted in Walter LaFeber, Russia, America, and the Cold War (New York, 2002), p.12.

Ver também
Padrão-ouro

Bibliografia
MAGNOLI, Demetrio. História da Paz. São Paulo: Editora Contexto, 2008. 448p. ISBN 85-7244-396-7

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