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“Psicologia e Trânsito: Reflexões para

pais, educadores e (futuros) condutores”
Por que muitos pais discutem com seus filhos sobre sexo e drogas, mas
não sobre trânsito enquanto tema relevante à…

Por que muitos pais discutem com seus filhos sobre sexo e drogas, mas não sobre trânsito
enquanto tema relevante à saúde? Por que as razões para burlar o código de trânsito
parecem ser mais fortes do que para agir corretamente? Saber como se comportar
adequadamente é suficiente para que o ato de transitar seja seguro? A forma como
transmitimos as informações para o jovem sobre dirigir um automóvel é a mais adequada
para educá­lo?

Essas e outras perguntas desafiam autoridades, pais e instrutores na difícil tarefa de educar
para o trânsito. O livro “Psicologia e Trânsito: Reflexões para pais, educadores e (futuros)
condutores” apresenta reflexões que instigarão a agir em prol da boa convivência e
segurança neste espaço social. E, será lançado em Natal na próxima terça­feira, dia 29, às
18h, na Potylivros da Salgado Filho.

O autor da publicação é o psicólogo potiguar Fabio de Cristo, especialista em Gestão de
Pessoas, mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
doutorando em psicologia pela Universidade de Brasília, sendo membro do Laboratório de
Psicologia Ambiental, onde desenvolve pesquisas sobre as relações pessoa­ambiente,
especificamente no contexto do trânsito.

“Na área de trânsito, meu foco atualmente, trabalho como professor de cursos de
capacitação para psicólogo perito examinador de trânsito e especializações em psicologia do
trânsito e medicina do tráfego. Coordenei a comissão de psicologia do trânsito do Conselho
Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte (2007­2008). Escrevi capítulos de livro,
artigos científicos e tenho proferido conferencias em instituições e eventos promovidos por
empresas do setor de transportes, associações profissionais e científicas. Um dos textos do
livro foi solicitado pelo representante do sindicato dos instrutores de trânsito para compor as
justificativas ao projeto que visava a regulamentar a profissão de instrutor no Brasil
(atualmente aprovado).

Confira a entrevista que o psicólogo Fabio de Cristo concedeu para O JORNAL DE HOJE
onde falou sobre o livro, a realidade do trânsito nacional e potiguar, soluções, entre outros.
 

O JORNAL DE HOJE – Como surgiu a ideia deste livro?
Fabio de Cristo – O primeiro passo foi em 2006 com o blog Psicologia e Trânsito, que pode
ser lido atualmente em: www.portalpsitran.com.br. Naquele momento, eu não pensava em
publicar um livro; queria apenas divulgar à sociedade alguns dos meus escritos que
relacionavam psicologia, minha área de formação, com um objeto de estudo bastante
problemático e pouco investigado pelos psicólogos em geral: o trânsito. Eu me perguntava: “–
Será que as pessoas acharão isto interessante?”.
Para minha surpresa, muitos internautas deixaram comentários e mandaram e­mails (como
ainda hoje o fazem) elogiando, agradecendo, incentivando ou criticando os textos, o que me
deixava bastante feliz, porque, em alguma medida, eles respondiam às minhas
“provocações”. Os textos mais antigos continuaram sendo bastante acessados, indicando
que seus conteúdos oferecem conhecimentos e reflexões sem “prazo de validade”, isto é,
não são “conteúdos descartáveis” com o passar do tempo.
Devido ao fato de várias pessoas utilizarem os textos como fonte de informação e pesquisa,
os escritos acabaram por despertar o interesse da mídia e da sociedade, não só potiguar. Em
função disso e do estímulo dos amigos, mestres e familiares, passei a acreditar que os
conteúdos dos textos poderiam ser interessantes para a “realidade nacional”.
Na perspectiva de tentar atingir um público maior e, ainda, estando tão ou mais motivado
para compartilhar o que tenho estudado sobre psicologia do trânsito, organizei este livro
cujos textos foram divulgados anteriormente no blog. Naturalmente, os “manuscritos”
sofreram alterações e adaptações, compondo uma obra inédita.

O JORNAL DE HOJE – Qual a importância desta obra?
Fabio de Cristo – O livro Psicologia e trânsito: Reflexões para pais, educadores e (futuros)
condutores se propõe a informar, esclarecer e despertar o senso crítico dos usuários do
trânsito, possibilitando a reflexão e a mudança de comportamento neste espaço de
convivência social.
Os textos focam no conteúdo educativo e reflexivo da mensagem, não se detendo aos
aspectos sensacionalistas do trânsito. Busquei uma abordagem psicológica dos problemas, o
que considero um modo interessante para tentar estimular o leitor a pensar e a decidir por si
mesmo.
Optei por escrever textos curtos, pois a escassez de tempo na atualidade tem dificultado a
leitura de material extenso. Os textos curtos também ajudam o professor e instrutor em sala
de aula, estimulando as discussões. Tentei usar uma linguagem não técnica, interativa e
acessível ao público adolescente, aos pais e educadores, uma tarefa nada fácil para quem
escreve, isto é, ser acessível a leitores com características distintas simultaneamente.
Espero que esta obra seja útil para o pai que queira conversar com seu filho sobre como se
comportar no trânsito; que seja interessante como leitura complementar para professores e
instrutores de trânsito ou mesmo para estimular o debate dos temas aqui abordados durante
as aulas. Ao mesmo tempo, espero poder atrair a atenção dos jovens que ainda não dirigem
e/ou que estão perto de adquirir a habilitação, contribuindo com a sua formação cidadã.

O JORNAL DE HOJE – Na sua opinião, o transito brasileiro tem solução?
Fabio de Cristo – Para um problema complexo, as soluções também são complexas. As
autoridades de trânsito têm um grande trabalho pela frente. O Brasil faz parte do grupo de
países que aderiu ao convite da Organização das Nações Unidas para participar da década
mundial de redução de acidentes, cuja meta é reduzir as mortes no trânsito em 50% nos
próximos anos (2011­2020). Até o momento, algumas ações concretas são a elaboração e
divulgação de campanhas educativas permanentes, o aumento do rigor da lei relativa ao
consumo de álcool nas estradas e a adoção de simuladores pelas autoescolas para ajudar os
alunos a treinar a condução veicular. Mas, para chegar à meta proposta, o Brasil deverá fazer
mais. Um estudo recente indica que as mortes no trânsito aumentaram 32,3% de 2000 a
2010. De acordo com este estudo, os acidentes com motociclistas têm aumentado a cada
ano, sendo uma das maiores preocupações, especialmente nas cidades de pequeno porte
(até 20 mil habitantes). Os usuários da via também são responsáveis pelo trânsito, e um dos
desafios é fazer a população incorporar a cultura de segurança no trânsito. Os psicólogos do
trânsito, notadamente os que trabalham nos Departamentos Estaduais e Municipais de
Trânsito, devem estar atentos a este cenário e desenvolver estudos para entender o
fenômeno e intervir para minimizar tais ocorrências. Temos muito trabalho pela frente.

O JORNAL DE HOJE – E, o potiguar?
Fabio de Cristo – Sim, claro. Alguns de curto prazo, como fechar os buracos das nossas ruas
e avenidas. Temos visto um movimento do atual governo neste sentido. Mas é preciso fazer
mais. De longo e médio prazo, precisa­se investir em transporte público de qualidade e na
infraestrutura cicloviária, uma vez que, nos últimos anos, o volume de veículos na cidade
aumentou. Como consequência, aumentaram os congestionamentos, a poluição sonora e
atmosférica e os acidentes de trânsito. Reverter este quadro requer esforço político e dos
usuários também.

O JORNAL DE HOJE – Quais são os maiores problemas do trânsito de Natal?
Fabio de Cristo – Além dos acidentes de trânsito, comum as cidades brasileiras, penso que a
infraestrutura viária está bastante precária e sem planejamento e informação ao usuário. Os
buracos prejudicam o motorista e contribuem para aumentar o estresse da atividade de
conduzir. Os pedestre e ciclistas também carecem de uma boa estrutura de calçadas e
ciclovias. Acredito que um dos maiores problemas é o da mobilidade. Com o transporte
público precário e sem qualidade, muitos usuários estão comprando veículos, especialmente
motocicletas. Ao que me parece, as propostas de mobilidade para a Copa do Mundo são
mais relativas à ampliação e construções de vias. O transporte público ficou em segundo
plano, e assim perdemos uma oportunidade de benefício à população geral.

O JORNAL DE HOJE – O que pode se feito para reverter esse quadro tão preocupante?
Fabio de Cristo – As campanhas educativas são uma das estratégias para dar conta dos
problemas do trânsito. Existem situações que a fiscalização é mais eficiente. No caso do uso
de álcool nas estradas, ele não pode ser resolvido apenas com educação ou informação.
Muitos motoristas já sabiam que beber e dirigir é uma combinação perigosa. Com o rigor da
lei, o comportamento no trânsito nestas férias foi afetado. Uma das razões foi a intensificação
da fiscalização, além da mudança na legislação. Mas, em qualquer intervenção a dimensão
psicológica está presente tanto para facilitar o trabalho de prevenção quanto para dificultá­lo,
e aí a psicologia ganha relevância.
O comportamento humano é uma dimensão igualmente importante para a harmonia no
trânsito, que é um espaço de interação social. Trânsito não é só um lugar de passagem, de ir
e vir. Muitas relações sociais são estabelecidas durante os deslocamentos e, muito
frequentemente, a violência que nele acontece decorre dessas relações sociais
insatisfatórias. Todos nós temos nossos interesses, os mais variados possíveis. No trânsito,
esses interesses estão em jogo e precisam ser negociados. Uma pessoa quer ir ao trabalho,
a outra quer mostrar a cidade para alguém, o outro quer ganhar um trocado no sinal, a outra
quer atravessar a rua etc., e tudo isso ocorre ao mesmo tempo. Assim, a psicologia tem
muito a contribuir, embora, o seu papel ainda seja subestimado, tanto pelos tomadores de
decisão quanto pelos próprios psicólogos, como forma de intervenção e solução dos
problemas. Quase 80% dos psicólogos trabalham no campo da avaliação psicológica,
concentrando­se em uma parte das demandas: o motorista. E quantos aos comportamentos
dos demais usuários do trânsito? Temos de ampliar nosso foco. Neste livro que estou
lançando, nas pesquisas e cursos que tenho oferecido, seguimos em uma direção mais
inovadora da psicologia do trânsito que acredito ser eficiente para promover a segurança no
trânsito.

O JORNAL DE HOJE – Conte pra gente, quais são seus próximos projetos?
Fabio de Cristo – Em termos acadêmicos, é terminar o meu doutorado na Universidade de
Brasília (UnB) com estudos sobre o hábito de dirigir e os aspectos que o determinam. Além
disso, já estamos elaborando com outros colegas do Laboratório de Psicologia Ambiental da
UnB outro livro sobre comportamento no trânsito, desta vez um livro mais técnico direcionado
aos diversos profissionais do trânsito. A expectativa é que seja publicado ainda no primeiro
semestre de 2013, com o nome provisório “Pesquisas sobre comportamento no trânsito”. Em
termos profissionais, tenho ministrando workshops e palestras sobre psicologia do trânsito
(inclusive sobre o livro) em diversas empresas e instituições de trânsito e transporte (públicas
e privadas). Esperamos intensificar este trabalho neste ano, uma vez que tem sido bastante
gratificante, além de eficiente, pelas avaliações que temos feito como no caso do Detran de
Roraima, na última semana nacional de trânsito. Estamos na década mundial de ações para
a segurança no trânsito, e a psicologia é uma ferramenta que pode ajudar a fazer a diferença.

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