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Apoio às aulas MAT II 18-05-2016

INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

DE LISBOA

LICENCIATURA EM GESTÃO

MATEMÁTICA II

APOIO ÀS AULAS DE
SUCESSÕES

2015/2016

Manuel Martins Carla Martinho Ana Jorge 1

Definições

Define-se sucessão de números reais a toda a aplicação de IN em ℝ.

Aos elementos do contradomínio chamam-se termos da sucessão.


SUCESSÕES

Uma sucessão pode ser descrita pelos seus termos (descrição


impossível pela infinidade de termos) ou por um termo genérico  a
que se dá o nome de termo geral da sucessão.

Exemplo:

1 1 1 1
un = → u1 = 1,u 2 = ,...,u n = ,u n +1 = ,...
n 2 n n +1

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2015/2016 1
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Sucessões Limitadas
Uma sucessão diz-se limitada quando:

∀ ∈ ℝ, ∃ ∈ ℝ:  <
M designa-se como majorante dos termos da sucessão;
SUCESSÕES

Se M é um termo da sucessão, designa-se máximo dos termos da


sucessão.

Exemplo:

 
A sucessão −1 × é limitada pois



+2 2
−1 × = 1 + ≤ 3, ∀ ∈ℕ
 

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Monotonia

• Uma sucessão diz-se monótona crescente se

    ∀ ∈ ℕ
SUCESSÕES

• Uma sucessão diz-se monótona decrescente se

    ∀ ∈ ℕ

• Uma sucessão diz-se estritamente crescente se

   ∀ ∈ ℕ

• Uma sucessão diz-se estritamente decrescente se

  !  ∀ ∈ ℕ

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FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL


Monotonia

Exemplo 1: Verifique que é monótona a sucessão

un = 2 n +1
n

2n + 1 2 ( n + 1) + 1 2n + 3
un = u n +1 = =
n ( n + 1) n +1
2 n + 3 2 n + 1 ( 2 n + 3 ) n − ( 2 n + 1)( n + 1)
u n +1 − u n = − = =
n +1 n ( n + 1) n
2 n 2 + 3n − 2 n 2 − 2 n − n − 1 −1
= = < 0 ⇒ u n +1 < u n
( n + 1) n ( n + 1) n
Logo sucessão é estritamente decrescente

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Monotonia

Exemplo 2- A sucessão

( −1)
n

un = 2
n
SUCESSÕES

Não é monótona porque:

−# # −#
"# = = −#; "% = ; "' =
# & (

"# < "% )*+ "% > "'

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Limites
Diz-se que a é limite da sucessão quando n tende para infinito, se

a = Lim un se ∀δ > 0,∃p ∈ IN : n ≥ p ⇒ un − a < δ


n → +∞

Exemplo: Mostre por definição que


n 1
Lim =
SUCESSÕES

n 2n + 1 2
n 1 n 1
Lim = ⇒ ∀ δ > 0 , ∃ p ∈ IN : n ≥ p ⇒ − <δ
n 2n + 1 2 2n + 1 2
n 1 2 n − (2 n + 1 ) 1
− <δ ⇔ <δ ⇔ <δ ⇔
2n + 1 2 2 (2 n + 1 ) 4n + 2
1 1 1 − 2δ
⇔ 4n + 2 > ⇔ 4n > −2⇔ n>
δ δ 4δ
-
ou seja, para todo o d existe uma ordem, maior ou igual a a partir do
.-

qual se verifica a condição, ou seja, todos os termos da sucessão estão


próximo de ½.

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Limites
A sucessão designa-se como um infinitésimo ou quantidade
evanescente quando o limite da sucessão é 0

0 = Lim un se ∀δ > 0,∃p ∈ IN : n ≥ p ⇒ un < δ


n
SUCESSÕES

Exemplo: Mostre que


1
=0
Lim
n n
1
∀ δ > 0 , ∃ p ∈ IN : n ≥ p ⇒ <δ
n
1 1 1
<δ ⇔ <δ ⇔ n >
n n δ
ou seja, para todo o / existe uma ordem a partir do qual todos os termos
da sucessão estão próximo de 0.

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Limites

A sucessão designa-se como um infinitamente grande quando


o limite da sucessão é ∞, ou seja,
SUCESSÕES

1
∞ = Lim un se ∀δ > 0, ∃p ∈ IN : n ≥ p ⇒ un >
n δ

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Limites
Alguns limites conhecidos (ditos limites notáveis):

 k 
Un
 eU n − 1   ln(U n + 1) 
Lim 1 +  = ek Lim
U n →0
 = 1 Lim  = 1
U n →+∞
 Un   Un  U n →0
 Un 
SUCESSÕES

2n
Exemplo: Calcule  n +1 
Lim 
n
 n−3

2
 n +1
2n
n−3+ 4
2n
 n − 3 4  
n

Lim   = Lim   = Lim   +  =


n  
n
n−3 n
 n−3   n − 3 n − 3  
n −3+ 3 2 n −3 2
 4    3

= Lim   1 +   = Lim   1 + 4   1 + 4   =
n   n 
 n − 3    n − 3   n − 3  
2
  4  
3

=  e 4 1 +
  ∞
 
= e4 ( ) 2
= e8
  
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Limites
Teorema da unicidade do limite
O limite de uma sucessão, quando existe, é único.

Demostração:
Fazendo a demonstração por redução ao absurdo, admita-se que sucessão  tem
dois limites diferentes a e b
SUCESSÕES

Seja |a – b| > / e seja e = //2 . Por definição, existe uma ordem p a partir da qual:

(u n − a < ε ) ∧ ( un − b < ε )
Então,
δ δ
δ = a − b = a − un + un − b ≤ a − un + un − b < ε + ε < + =δ
2 2
logo / < /, absurdo, permitindo concluir que a premissa inicial não é válida, ou
seja, a sucessão não pode ter dois limites diferentes.

Seja Un uma sucessão de termos de IR. Diz-se que uma sucessão vm é uma

subsucessão de elementos de un quando todos os elementos de vm são também

elementos de un. Uma sucessão pode ter diferentes subsucessões com limites
diferentes
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Limites

Uma sucessão diz-se convergente se tem limite finito (nestas


condições, todos os limites das diversas subsucessões são iguais).
SUCESSÕES

Uma sucessão diz-se divergente se não tem limite ou tem limite


infinito.

Teorema: Toda a sucessão monótona e limitada é convergente

Teorema: Toda a sucessão convergente é limitada.

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Álgebra de Limites
Sejam  e 0 sucessões convergentes, então:

1) Lim (u n + v n ) = Lim (u n ) + Lim (v n )


n n n
SUCESSÕES

2) Lim (u n × v n ) = Lim (u n ) × Lim (v n )


n n n

u  L i m (u n )
3) L im  n  = n
, s e v n ≠ 0 e lim v n ≠ 0
n v
 n  L i m (v n )
n

( )
Lim( vn )
4)
n
( )
Lim un vn = Lim ( un )
n
n
,
se un > 0 e limun e lim vn não são ambos nulos
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Cálculo de Limites

Exemplo: Calcule Lim n +1 − n


n
SUCESSÕES

Lim n + 1 − n = Lim n + 1 − Lim n = ∞ − ∞ , indeterminação


n n n

[
Lim n + 1 − n = Lim ] (
n +1 − n n +1 + n
=
)( )
n n n +1 + n ( )
= Lim
(n + 1) − n = Lim 1 1
= =0
n n +1 + n ( n n +1 + n ∞ ) ( )

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Teorema das sucessões enquadradas


Seja  , 0 e 1 sucessões tais que:
i. Lim v6 = lim w6 = a
ii. Existe uma ordem p a partir da qual, 0 ≤  ≤ 1
SUCESSÕES

Então,  diz-se sucessão enquadrada e lim  = :.

3 + 5 + 7 + ... + (2n − 1)
Exemplo: Calcule Lim
n n3
Para enquadrar a expressão é necessário contar o número de parcelas
no numerador. Como as parcelas andam de 2 em dois, a contagem faz-
se do seguinte modo:

3 + 5 + 7 + ... + (2n − 1) =
(2n − 1) − 3 + 1 = 2n − 4 + 1 = n − 2 + 1 = n − 1
2 2

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Teorema das sucessões enquadradas

Exemplo (continuação):

agora é possível enquadrar entre o menor e o maior valor vezes o número


de parcelas, calculando depois o limite de cada uma

(n − 1)× 3 ≤ 3 + 5 + 7 + ... + (2n − 1) ≤ (n − 1)× (2n − 1)


SUCESSÕES

n3 n3 n3

Lim
(n − 1)× 3 = Lim 3n − 3 = Lim 3n
n3
− 3
n3
= Lim
3
n2
− 3
n3
=
0
=0
3 3 3
n
n n n n n
n3
n 1 1

Lim
(n − 1)(2 n − 1) = Lim 2 n 2 − 3n + 1 = Lim 2
n − 3
n2
+ 1
n3
=
0
=0
3 3
n n n n n 1 1

Pelo Teorema das Sucessões enquadradas o limite é igual a

3 + 5 + 7 + ... + (2n − 1)
Lim =0
n n3

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Teoremas de Apoio ao Cálculo de Limites


Teorema 1 Se  −  → : então → :.


1 + 12 + 13 + ... + 1n
Lim
SUCESSÕES

Exemplo 1 : Calcule
n n

un = 1 + 12 + 31 + ... + 1n → un +1 = 1 + 21 + 13 + ... + 1n + n1+1

un +1 − un = (1 + 12 + ... + n1 + n1+1 ) − (1 + 12 + ... + 1n ) = 1


n +1

1 + 12 + 31 + ... + 1n
Lim ( un+1 − un ) = Lim n1+1 = 0 ⇒ Lim =0
n n n n

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Teoremas de Apoio ao Cálculo de Limites


n
Exemplo 2 – Calcule Lim
n ln[(3n + 2)!]

un = ln[(3n + 2 )!] ⇒ un = ln[(3(n + 1) + 2 )!] = ln[(3n + 5)!]


 (3n + 5)! 
SUCESSÕES

Lim [un +1 − un ] = Lim [ln (3n + 5)!− ln (3n + 2 )!] = Lim ln   =


n n n
 (3n + 2 )! 

 (3n + 5)!   (3n + 5)(3n + 4 )(3n + 3)(3n + 2)! 


= Lim ln  = Lim ln  =
n
 (3n + 2)!  n
 (3n + 2)! 
= Lim ln((3n + 5)(3n + 4 )(3n + 3)) = +∞
n

ln[(3n + 2)!]
Como Lim = +∞ , então
n n
n 1 1
Lim = Lim = =0
n ln[(3n + 2 )!] n ln[(3n + 2 )!] +∞
n
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Teoremas de Apoio ao Cálculo de Limites

Teorema 2:
< = ,,, 
Se  → : então 
→ :.
SUCESSÕES

1 + 12 + 13 + ... + 1n
Exemplo : Calcule Lim
n n
u1 = 1,u2 = 12 ,...,un = 1n então
1
Lim ( un ) = Lim = 0, logo
n n n

1 + 1 + 1 + ... + 1n
Lim 2 3 =0
n n

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Teoremas de Apoio ao Cálculo de Limites

Teorema 3:
@< 
Se ∀  ∈ ℕ,  > 0 ? → : ?AãC  → :

SUCESSÕES

n3
Exemplo : Calcule Lim n
n 3n

un =
n3
⇒ u =
(n + 1)3
n +1
3n 3n +1
( n +1)3
3n (n + 1)
3
3n  n + 1  1
3
u 3n+1
Lim n +1 = Lim = Lim n +1 3 = Lim   =
n3 n 3 × 3n
n un n
3n
n 3 n  n  3

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Teoremas de Apoio ao Cálculo de Limites


Teorema 4:

Se ∀ D ∈ ℕ, "D > E F "D → * FDGãH D "# × "% × ⋯ × "D → *


SUCESSÕES

1 2 3 n
Exemplo : Calcule Lim n × × × ...×
n 2 3 4 n +1

u1 = 12 , u2 = 23 ,..., un = n
n +1 ⇒
n  1 
⇒ Lim(un ) = Lim = Lim 1 −  = 1 ⇒ Lim
n 1 × 2 × ... × n = 1
n +1
n n n +1 n
 n + 1 n
2 3

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Teoremas de Apoio ao Cálculo de Limites


Teorema 5:
@<  
Se ∀  ∈ ℕ, 0 → ∞ ? é LM?NL?A? ? → : ?AãC →:
O@< O O

n2
Exemplo : Calcule Lim
n 2n
SUCESSÕES

2n → ∞ e é crescente
u n = n 2 ⇒ un +1 = (n + 1) ; v n = 2 n ⇒ vn +1 = 2 n +1
2

Lim
u n +1 − u n
= Lim
(n + 1) − n 2 = Lim n 2 + 2 n + 1 − n 2 = Lim 2 n + 1
2

n v n +1 − v n n 2 n +1 − 2 n n 2 n (2 − 1) n 2n
Aplicando novamente o teorema
u n = 2 n + 1 ⇒ un +1 = 2 n + 3; vn = 2 n ⇒ vn +1 = 2 n +1
u n +1 − u n 2 n + 3 − (2 n + 1) 2 2
Lim = Lim = Lim n = Lim n = 0
n v n +1 − v n n 2 n +1 − 2 n n 2 (2 − 1) n 2
2n + 1 n2
Então o limite Lim = 0 e Lim =0
n 2n n 2n

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Teoremas de Apoio ao Cálculo de Limites


Critério Geral de Convergência de Sucessões
Teorema de Bolzano Cauchy:
É condição necessária e suficiente para que uma sucessão seja
convergente, ou seja,  tenha limite finito, que
SUCESSÕES

∀δ > 0, ∃p ∈ IN ,∀k ∈ IN : n > p ⇒ un + k − un < δ


Demonstração: Condição necessária (⇒)
Se un tem limite finito, seja L esse limite; por definição,

δ
∀δ > 0,∃p ∈ IN : n > p ⇒ un − L <
2
Então
δ δ
u n + k − u n = un + k − L + L − u n ≤ u n + k − L + L − u n < + =δ
2 2

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Teoremas de Apoio ao Cálculo de Limites

Demonstração: Condição suficiente (⇐)


δ
Por hipótese, ∃p ∈ IN : n > p ⇒ un + k − un < ε <
2
Ou seja, ln = un+ k − ε ≤ un ≤ un+ k + ε = Ln
SUCESSÕES

Desta forma, ln ≤ un ≤ Ln ; ln +1 ≤ un +1 ≤ Ln +1 ; ln + 2 ≤ un + 2 ≤ Ln + 2 ;...

A sucessão ln, ln+1, ln+2, … é monótona e limitada, ou seja, é


convergente;

A sucessão Ln, Ln+1, Ln+2, … também é monótona e limitada, ou seja, é


convergente;

Como Ln + ln = un + k + ε − (un + k − ε ) = ε + ε < δ

Então Ln e ln têm o mesmo limite L e, pelo teorema das sucessões


enquadradas, este é também o limite da sucessão un
c.q.d

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