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7.1.1.

6 Caracterização Oceanográfica

A caracterização oceanográfica da Área de Influência Indireta visa fornecer um diagnóstico dos


principais agentes no meio marítimo. Os tópicos estudados foram os seguintes, (1) Regime de
Ondas, (2) Circulação das Águas, (3) Marés, (4) Morfologia Costeira e Batimetria, conforme
encontram-se descritos a seguir.

• Regime de Ondas

Por se consistirem em praias oceânicas, isto é, desabrigadas da atuação de ondas do mar aberto
(swell), as praias definidas pela área de influência deste estudo, que se prolonga desde a Barra da
Tijuca até Grumari, têm as ondas como principal agente na dinâmica costeira da região. Portanto o
conhecimento das suas características torna-se fundamental para qualquer estudo ou obra que
envolva este trecho de litoral.

Uma fonte de informação a respeito de ondas encontra-se no estudo realizado pela Coppe intitulado
“Solução Conjunta dos Problemas de Erosão na Praia de Ipanema-Leblon e Qualidade de Água na
Lagoa Rodrigo de Freitas” (Coppetec, 1992), no qual é apresentado um quadro das situações
meteorológicas que dão origem às condições de mar possíveis na costa do Rio de Janeiro, baseada
em informações do “Global Waves Statistics” (Hogben, 1986). Apesar do objeto do estudo acima
mencionado ser a unidade delimitada pelas praias de Ipanema, Leblon e do Arpoador, a análise se
refere às ondas ao largo que são as mesmas que chegam nas praias que se encontram inseridas no
âmbito da Área de Influência Indireta das intervenções atualmente em pauta: praias da Barra da
Tijuca, do Recreio dos Bandeirantes, Macumba, Prainha e Grumari.

As unidades fisiográficas definidas pelas praias da Barra da Tijuca – Recreio dos Bandeirantes, do
Pontal, da Macumba e de Grumari conferem um alinhamento de costa com orientação basicamente
E-W e, portanto abrigada de ondas provenientes de NE. A orientação da linha de costa muda
novamente na altura da divisa com São Paulo, a partir de onde a orientação predominante é NE-SW.
Este fato restringe significativamente a existência de ondas vindas de W no litoral do Rio, pois,
mesmo que haja ventos fortes dessa direção, a pista disponível é pequena e, portanto não é possível
haver uma geração eficiente. O setor de direções que realmente interessa sob o ponto de vista da
geração de ondas é aquele compreendido entre E e SW onde o vento tem à sua disposição pistas de
milhares de quilômetros. Em se tratando do trecho de costa entre as praias do Pontal até Grumari,
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até mesmo as ondas oriundas de E podem ser desconsideradas, devido ao alinhamento deste trecho
do litoral carioca. É importante notar que ondulações geradas nas altas latitudes do Atlântico Sul
também não encontram obstáculo na sua propagação até a costa do Rio.

Cabe ressaltar também para as situações meteorológicas que dão origem às condições de mar
possíveis na costa do Rio de Janeiro, frente às características climáticas e meteorológicas já
descritas no item 7.1.1.1. Assim, deve-se considerar as seguintes situações:

1. Circulação dominada pelo anti-ciclone do Atlântico Sul

Situação típica de “bom tempo“ que prevalece nos meses de verão, mas que pode ocorrer em
qualquer época do ano no intervalo entre frentes frias. O vento e as ondas são de NE o que
normalmente caracteriza uma situação de mar calmo no Rio já que ondas dessa direção não
são possíveis no litoral da cidade. É fundamental observar, entretanto, que esta situação
meteorológica, não implica necessariamente em condições de calmaria no Rio. Devido a sua
total exposição para o quadrante sul, é relativamente comum haver ondulações geradas
longe da costa chegando ao litoral da cidade, mesmo em condições de bom tempo. Tais
ondulações não têm correlação com o vento local.

2. Passagem de frente fria

A passagem de uma frente pode provocar intensificação de ventos do quadrante sul no


oceano. Como não há nenhuma barreira física para limitar a pista, esta situação
meteorológica pode dar lugar a ondas com as seguintes características típicas: Hs=1 a 2,5 m;
Tp=9 a 12 s; dir=SW rondando da SE com a passagem da frente.É importante notar que nem
todas as frentes provocam intensificação significativa de ventos no oceano e mesmo as que
provocam essa intensificação, nem sempre o fazem no rumo necessário para gerar ondas na
direção do Rio.

3. Passagem de frente com formação de depressão no oceano

A circulação atmosférica induzida pela passagem de um frente fria é propensa a


instabilidades. Tais instabilidades manifestam-se pela formação de centros de baixa

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pressão, em torno dos quais se desenvolvem regiões de ventos fortes. Em alguns casos, uma
instabilidade de frente pode evoluir para a formação de um ciclone extra-tropical maduro,
um grande vórtice atmosférico com diâmetro de centenas de quilômetros e ventos
extremamente fortes. Esta seria a situação mais perigosa no que concerne à geração de onda,
pois um ciclone desse tipo no oceano ocasionaria com certeza uma forte ressaca no Rio. As
características das ondas geradas por esse tipo de sistema meteorológico vão depender da
intensidade, da posição e do deslocamento das depressões. Basicamente três situações
podem ocorrer:

• Tempestade local

Centro de depressão próximo do litoral do Rio de Janeiro, com região costeira da cidade
ainda dentro da zona de geração. Ondas com características de vaga e ventos fortes locais de
SW devem acontecer. Valores típicos nesse caso seriam: HS=2,0 a 3,0m. TP=8 a 11s. Dir:
SW a S.

• Depressão ao sul do Rio


Depressão formada no oceano na altura do Rio Grande do Sul ou Uruguai (30 a 40 graus
sul). Ondulação pesada chegará ao Rio de Janeiro, vinda de S ou SSW. É perfeitamente
possível que não haja vento significativo no litoral da cidade, pois os ventos responsáveis
pela geração dessa ondulação aconteceram a centenas de km do local. Características típicas
dessa ondulação na costa do Rio seriam: HS=3,0 a 4,0m. TP=12 a 15s. Dir: SSW a S.

• Depressão a sudeste do Rio

Nessa situação, a depressão se intensificaria a SE do Rio, dando lugar a uma ondulação que
se aproximaria do litoral da cidade vinda de SE. Essa situação é menos freqüente que as
anteriores, porém é de especial interesse uma vez que ondas de SE podem atingir locais da
costa normalmente abrigados de ondas de SW. Características típicas de um vento desse tipo
seriam: HS=2,0 a 3,5m. TP=10 a 14s. Dir: S a SE.

Outra possibilidade seria a de um ciclone de grandes dimensões semi-estacionário ou


movendo-se lentamente a sul do Rio de Janeiro. Esta situação, embora relativamente

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rara, é de grande importância, pois, como no caso anterior, geraria condições extremas de
ressaca no Rio de Janeiro. Este foi, por exemplo, o caso ocorrido na ressaca de 12 a 14 de
agosto de 1988, que foi uma das mais intensas dos últimos anos no Rio de Janeiro
provocando devastação em todo o litoral do Estado. Nesse caso, poder-se-ia esperar ondas
com características típicas da ordem de: HS=5,0 a 7,0m. TP= 12 a 16s. Dir: SW a SE.

• Situação de mar de leste

Nesta situação as ondas que chegam ao Rio são provenientes de um centro de alta pressão
(anti-ciclone) com centro situado a SE da costa da cidade. O vento local e a corrente costeira
seriam do quadrante leste. Características típicas nesse caso seriam: HS= 1,0 a 1,5m. TP= 6 a
8s. Dir: E. Devido às suas grandes dimensões, vórtices anti-ciclônicos usualmente não são
capazes de produzir ventos muito intensos e, conseqüentemente, ondas muito altas. Em
alguns casos raros, porém, o gradiente de pressão associado ao anti-ciclone pode alcançar
valores excessivamente altos causando uma intensificação da circulação. Tal situação daria
origem às chamadas “tempestades de leste” gerando ondas com as seguintes características
típicas no litoral do Rio: HS=2,0 a 3,0m. TP= 8 a 10s. Dir: E a ESE.

• Ondulações longínquas

A última possibilidade a ser discutida diz respeito à chegada no litoral do Rio de ondulações
de longo período geradas à grande distância da costa. Ondulações desse tipo seriam
provenientes de grandes tempestades (ciclones) nas altas latitudes do Hemisfério Sul. Melo,
E (in COPPETEC, 1992) observou um evento desse tipo ocorrido no mês de maio de 1990,
quando uma ondulação de longo período gerada por ventos intensos ao largo da ilhas
Malvinas (50 sul) alcançou o litoral carioca. Ondulações desse gênero teriam provavelmente
as seguintes características: HS=0,5m a 2,5m. TP= 15 a 20s. Dir: S.
As condições de mar possíveis na costa do Rio (ao largo das praias) acima descritas, referem-se a
condições oceânicas de agitação, isto é, às ondas em “águas profundas” e portanto ainda não se
prestam a descrever as características das ondas próximas as praias.

A “energia” existente no oceano em forma de ondas superficiais ainda tem que se propagar sobre a
plataforma continental até atingir a praia. Na sua passagem sobre a plataforma, uma série de efeitos
como empinamento, refração, difração, reflexão, etc., acontecem modificando significativamente
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algumas características que as ondas tinham em águas profundas. Ainda hoje, infelizmente, não
existem medições de onda consistentes e de longo período nas proximidades das referidas praias.
Uma maneira de se contornar o problema é a utilização de modelagem computacional de ondas, que
simula a de propagação de ondas geradas em águas profundas até a costa ou o local de interesse.

Sobre a ocorrência de ressacas, encontra-se um levantamento bastante interessante em COPPETEC


(1988). Tal levantamento consistiu na localização de registros de ressacas nos grandes jornais do
Rio de Janeiro durante 30 anos (1956-1987). Evidentemente que as ressacas noticiadas pelos jornais
são apenas aquelas de maior intensidade e que causam algum impacto. Assim sendo, deve-se
considerar que os dados que foram levantados através de registros de jornais (vide Quadro abaixo)
referem-se à ocorrência das grandes ressacas. Essas ressacas são muito mais freqüentes nos meses
de inverno devido às condições meteorológicas que são capazes de gerar, nessa época do ano,
tempestades mais fortes. Ressacas com menor intensidade podem ocorrer em qualquer época do ano
mas no inverno, sem dúvida, ocorrem com maior freqüência.

65
Dias de Ressaca Registradas em jornais da Cidade do Rio de Janeiro entre 1956 e 1987.
Ano/Mês jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
1956 6
1957 6 20 22
1958 10 2
1959 22 6
1960 9
1961 31
1962 9
1963 20
1964
1965
1966 5 #
1967 13
1968
1969
1970 # #
1971 23
1972 8
1973 8 e 18 6 13 24 30 26
1974 8 23 22 20 6
1975 19 9 e 30 6 e 29
1976 22 27 30 1 10 e 18 10
1977 10 17
1978 3 # 7 27
1979 11 28 31 1 12 12
1980 3 # #
1981 #
1982 4 e 15 15 e 21 9 e 20
1983 4
1984 25 30 28 12 21 24
1985 8 e 17
1986 # 16 24
1987 11 # 12 6 # 28 22 6

Fonte: Coppetec, 1988.

Outra fonte mais recente de registros de ressacas encontra-se nos estudos realizados pela Greenlink
(2004), onde se relata que a mídia impressa do Município do Rio de Janeiro noticiou, no período de
1993 a 2003 a ocorrência de 47 ressacas, perfazendo uma média anual de aproximadamente 5
ressacas.

As Figuras a seguir apresentam, respectivamente, a distribuição sazonal da ocorrência de ressacas


em números relativos, em números absolutos, e a distribuição ao longo dos meses do ano. De
acordo com os dados apresentados, verifica-se que a maior parte das ressacas (83%) ocorreu no
período de outono-inverno, estando de acordo com o estudo realizado pela COPPETEC (1988).

66
Em relação à distribuição mensal da ocorrência das ressacas verifica-se que nos meses de junho,
maio e abril ocorreram os maiores números de ressacas (14, 10 e 8, respectivamente). Nos meses de
fevereiro, outubro e novembro o número de ressacas é mais reduzido, alcançando no máximo 3
eventos.

Distribuição Relativa da Ocorrência de Ressacas no Município do Rio de Janeiro


1993 a 2003.

6% 11%

Verão

Outono

Inverno
40% Primavera

43%

Fonte: Greenlink, 2004.

67
Distribuição da Ocorrência de Ressacas no Município do Rio de Janeiro_ 1993 a 2003

Fonte: Greenlink, 2004.

Distribuição Mensal da Ocorrência de Ressacas no Município do Rio de Janeiro


1993 a 2003.

Fonte: Greenlink, 2004.

Outra fonte de informação de ondas oceânicas consiste no “Estudo de Estabilização da Barra do


Canal de Sernambetiba e Recuperação da Paria da Macumba” realizado pela Coppe e no “Projeto
Básico dos Guias-Correntes da Barra do Canal de Sernambetiba” (Aquamodelo, 2003). A analise do
clima de ondas ao largo se baseou nas tabelas do “Global Waves Statistics” (Hogben, 1986), que

68
consiste em um Atlas de ondas com dados de altura, período e direção de propagação obtidos
visualmente a bordo de navios. Os dados são organizados por áreas numeradas que cobrem os
oceanos do planeta, no caso em questão a área em interesse é a de número 74, que engloba o litoral
sul e sudeste do Brasil. Para cada área os dados são apresentados em forma de tabelas contendo as
ocorrências alturas e períodos para as direções de propagação N, NE, E, SE, S, SW, W, NW além
de todas as direções.

Essas tabelas são separadas pelos seguintes conjuntos de trimestres: setembro-outubro-novembro,


dezembro-janeiro-fevereiro, março-abril-maio, junho-julho-agosto, além de uma tabela
correspondente ao ano todo. Os trimestres descritos correspondem a primavera, verão, outono e
inverno. As tabelas também incluem a ocorrência de calmarias. As alturas são representadas na
forma de alturas significativas (Hs) com classes de 0,5 m até 9,5 m a intervalos de 1m. A altura
significativa representa a média do terço das maiores ondas de um registro, sendo muito utilizada
em engenharia costeira, pois seria a altura de onda que representa a energia de um espectro. Os
períodos de onda são representados em termos de período de zero ascendente (Tz), sendo, contudo,
transformados para período de pico (Tp) através do multiplicador 1,4 -parâmetro muito utilizado em
trabalhos de engenharia costeira.

A partir dos dados do GWS foram selecionadas as direções SE, S e SW -aquelas possíveis de atingir
o trecho de costa considerado - para cálculo das percentagens de observações de alturas e períodos
de ondas e das calmarias. No tocante à sazonalidade do mar do Rio de Janeiro a Figura 7.1.1.6-4
mostra que a maioria das ondas é oriunda de SE, independentemente da estação do ano. No outono
e no inverno as ondas provenientes de S e SW são mais freqüentes que durante a primavera e o
verão, estas últimas contendo as maiores ocorrências de calmarias.

69
Distribuição Sazonal das Direções de Ondas ao Largo do Rio de Janeiro

40% 100%

79,2%
30% 75%

Porcentagem de Calmarias
70,1%
Porcentagem de Ondas

60,0%
56,3%
20% 50%

10% 25%

0% 0%
Primavera (SON) Verão (DJF) Outono (MAM) Inverno (JJA)
Estações

SW S SE Calmarias

Fonte: Coppe, 2000.

Quanto às alturas das ondas, cujos resultados encontram-se na tabela a seguir , foi elaborado a curva
do percentual de observações de ondas ao largo, por classe de alturas e permanência de alturas de
ondas, apresentado pela Figura na seqüência. Assim. do Quadro abaixo apresentado, verifica-se
que a classe de alturas de 1 a 2m é a mais observada, detendo cerca 40% dos dados de freqüência de
ondas; sendo seguida pelas ondas de 2 a 3 m, correspondentes a mais de 26% das observações; as
alturas de onda entre 5 e 6 m, somente respondem por menos de 1% das observações. Em termos de
distribuição de altura por direção de propagação (vide Figura mais adiante) ainda se verifica que a
moda se encontra na classe de 1 a 2 m para todas as direções, sendo SE a direção mais freqüente.
Quanto à sazonalidade, a Figura apresentada na seqüência demonstra que os meses de outono e
inverno apresentam os maiores índices de agitação enquanto que no verão as alturas de onda são
mais baixas.

70
Percentual de Observações de Hs.
Hs (m) 0a1 1a2 2a3 3a4 4a5 5a6 6a7 7a8 8a9 9 a 10

% obs 17,01 40,95 26,50 10,72 3,47 0,95 0,34 0,04 0,02 0,00

Fonte: Aquamodelo, 2003.

Distribuição Anual de Alturas de Ondas ao Largo do Rio de Janeiro.

Porcentagem Anual de observações de Altura Significativa ao Largo do Rio de Janeiro


(fonte: GWS - Área 74 - anual)

100%

90%

80%

70%
Porcentagem

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Altura Significativa (m)

por classe de Hs acumulada

Fonte: Aquamodelo, 2003.

Distribuição Anual de Alturas de Ondas ao Largo do Rio de Janeiro - por Direção.

71
10% 25%

21,3%

8% 20%
Porcentagem de Ocorrência

SW S SE

Porcentagem Acumulada
17,6%
SW S SE
6% 15%

4% 10%
8,5%

A ocorrência de ondas ao largo


maiores que 4m é inferior a 1%.
2% 5%

2,9%
0,8%

0% 0%
0a1 1a2 2a3 3a4 4a5 5a6 6a7 7a8 8a9 9 a 10
Altura Significativa (m)

Fonte: Coppe, 2000.

Distribuição Sazonal de Alturas de Ondas ao Largo do Rio de Janeiro - por Direção.

Fonte: Coppe, 2000.

72
O manuseio dos períodos de ondas do GWS é resumido no Quadro abaixo que mostra o percentual
de observações de ondas distribuídas por períodos de pico (Tp) para as direções SE, S e SW. Da
referida tabela verifica-se que o Tp mais freqüente é o de 9,1 s, que corresponde a 29% dos dados;
Tp de 7,7 e 10,5 s contém similar percentual de observação: de 22%. A visualização do exposto
pode ser feita pela Figura inserida mais adiante, que ilustra a distribuição dos períodos de pico Tp
para todas as direções, e pela Figura na sequencia que apresenta a distribuição por direção de
propagação de onda. No tocante a sazonalidade outra Figura evidencia que, durante os meses de
outono e inverno, as ondas possuem períodos mais longos especialmente para as direções S e SW.

Percentual de Observações de Tp
Tp (s) 4,9 6,3 7,7 9,1 10,5 11,9 13,3 14,7 16,1 17,5 18,9

% obs 0,8 7,35 21,74 28,76 22,36 11,93 4,89 1,56 0,48 0,11 0,00

Fonte: Aquamodelo, 2003.

Distribuição Anual de Períodos de Onda ao Largo do Rio de Janeiro.

Porcentagem Anual de Período de Ondas ao Largo do Rio de Janeiro


(fonte: GWS - Área 74 - anual)

30%

25%

20%
Porcentagem

15%

10%

5%

0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Período de Pico (s)

SW

Fonte: Aquamodelo, 2003.

73
Distribuição Anual de Períodos de Ondas ao Largo do Rio de Janeiro - por Direção.

ocorrência inferior a 1%

Fonte: Coppe, 2000.

Distribuição Sazonal de Períodos de Ondas ao Largo do Rio de Janeiro - por Direção.

Fonte: Coppe, 2000.

74
• Circulação das Águas

As correntes observadas nas proximidades da Barra da Tijuca são resultantes da combinação de


tipos de correntes com diferentes forças geradoras, onde as mais energéticas são: correntes de
deriva e declive; correntes de marés; e correntes permanentes. As correntes de deriva são
produzidas pelo vento e o seu momentum é transmitido através do atrito para as camadas inferiores.
Quando encontram a costa, podem produzir a corrente de declive, que é caracterizada por uma
variação do nível do mar. Assim, o vento sudoeste (SW) provoca um acúmulo de água junto à costa,
cuja corrente de declive será no rumo geral leste (E). O vento nordeste (NE) provoca o afastamento
de águas junto à costa, com uma diminuição do nível, e um declive cuja corrente será no rumo geral
oeste (W) (Multiservice Engenharia Ltda, 1988).

As correntes de marés são produzidas pela maré astronômica e variam com o local e a
profundidade, podendo ser rotativas ou alternativas, e para um determinado ponto, variam com a
fase e a amplitude da maré astronômica. Já a circulação permanente se desenvolve basicamente
paralela à costa e está associada aos ventos zonais e ao campo de densidade.

A Corrente do Brasil, existente na área, ocorre no rumo geral sul (S), ao longo do início do talude
continental, aproximando-se da costa quando sopram ventos do quadrante sul (S) (Multiservice
Engenharia Ltda, 1988).

Existem interações entre as forças envolvidas como, por exemplo, a influência do vento, capaz de
produzir uma circulação local, com reflexos na corrente de declive e, além disso, deslocar a própria
circulação permanente. Segundo a Multiservice Engenharia, a circulação encontrada nas
proximidades da Barra da Tijuca é predominantemente para oeste (W), quando tem-se ventos na
direção nordeste (NE), invertendo-se para leste (E), quando tem-se o sudoeste (SW) com
componente em direção à costa. Soma-se a essa circulação a corrente produzida pela maré,
oscilando aproximadamente a cada treze horas. Em relação às intensidades o relatório aponta para a
ocorrência de velocidades máximas inferiores a 0,7 m/s, ocorrendo a uma distância de 3 km da praia
da Barra da Tijuca.

75
• Marés

Chamamos de maré astronômica, ou simplesmente “maré”, a variação do nível médio do mar que
ocorre em resposta à atração gravitacional exercida pelo Sol e pela Lua e à força centrífuga
originada do movimento do sistema Terra-Lua-Sol. A oscilação de nível médio do mar (ζ(t)) pode
ser interpretada num determinado ponto do oceano, como uma superposição de ondas periódicas,
com períodos (fixos) determinados a partir de fatores astronômicos, que podem ser obtidos através
da expressão:

N
⎛ 2π ⎞
η (t ) = ∑ζ j
sen ⎜ t − Φj ⎟
j =1 ⎝ Tj ⎠

onde: ζj, Tj e Φj são respectivamente a amplitude, o período e a fase em graus de cada uma das
componentes da série, que são denominadas componentes harmônicas da maré astronômica. Pelo
seu caráter determinístico, a maré astronômica num determinado ponto do oceano pode ser prevista
se as amplitudes e fase das componentes (válidas para aquele local apenas) forem determinadas. As
componentes da maré se propagam pelos oceanos como ondas longas, passando por modificações
de amplitude e fase de um local para outro, em função da latitude, da topografia do fundo, etc.

As marés astronômicas têm duas fases: sizígia e quadratura. A maré de sizígia (ou maré viva)
acontece nas luas cheia e nova. Nesta fase, as forças gravitacionais da lua são maiores, causando
uma elevação da altura da maré maior, ou seja, uma maior diferença entre preamar e baixamar. A
maré de quadratura (ou maré morta) ocorre nas luas crescente e minguante, e causa uma menor
oscilação do nível do mar.

Chamamos de maré meteorológica as variações de nível médio do mar que ocorrem devido a dois
principais agentes meteorológicos: a incidência do vento sobre a superfície livre, que pode
proporcionar o empilhamento de água na costa ou o rebaixamento do nível d’água; e as variações de
pressão atmosférica, que podem resultar em aumento ou diminuição do nível médio do mar.
Geralmente, os dois efeitos ocorrem simultaneamente (astronômico e meteorológico) e não é uma
tarefa trivial identificar a contribuição de cada um deles nas variações de nível d’água.

76
A maré meteorológica pode ser o resultado de um forçante local, ou seja, ela pode estar associada
diretamente ao vento local ou às variações locais de pressão atmosférica, mas pode estar também
associada a efeitos remotos. Isso se deve ao fato das variações de nível médio, geradas pelo vento
ou pelas variações de pressão atmosférica, poderem se propagar pela plataforma continental por
milhares de quilômetros. No hemisfério sul, essa propagação tem sentido de sul para norte e é muito
comum a maré meteorológica que se verifica no costa do Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, ter
sido originada na costa de Santa Catarina ou do Rio Grande do Sul. Por todas essas razões e devido
aos processos meteorológicos terem caráter aleatório, a análise das causas da maré meteorológica e
a sua previsão são uma tarefa muito difícil e exige a análise de longas séries de dados de vento,
nível d’água e pressão atmosférica em diferentes pontos.

Enquanto os principais períodos de oscilação da maré astronômica são da ordem de 12 e 24 horas,


os principais períodos de oscilação da maré meteorológica são usualmente maiores do que 72 horas.
Desta forma, uma maneira de se identificar a maré meteorológica em uma medição de nível d’água,
é através de uma filtragem da série temporal que elimine os períodos menores do que 72 horas.

As Tábuas de Maré publicadas pela Marinha do Brasil consideram apenas o efeito astronômico da
maré. Esta publicação apresenta as alturas e instantes das preamares e baixa-mares para quase todos
os portos da costa brasileira. Para o ano de 2005 as marés máximas alcançam até 1,4 m de altura,
em sizígia. Em quadratura, essas alturas são da ordem de 0,4 m.

A maré meteorológica pode causar a elevação ou o abaixamento do nível do mar e o atraso ou o


adiantamento dos instantes de ocorrência das preamares ou baixa-mares. Nestas condições, as
preamares ou baixa-mares podem ser mais altas ou mais baixas do que as alturas previstas nas
Tábuas de Maré.

Dados de maré para a região:

A maré da região é ilustrada pela Figura a seguir e esta obtida através dos dados da campanha de
medição de maré realizada no período de 23/07/85 a 09/08/85, pela Sondotécnica, no posto Ponta
da Joatinga. Os resultados foram apresentados em relação ao zero DHN. Para a execução desses
serviços foi instalado um marégrafo IH, modelo EN 34-S, junto à saída do canal que liga a lagoa da
Tijuca ao mar, na Ponta da Joatinga, em local da agitação marítima. O equipamento operou

77
ininterruptamente durante o período de campanha, com velocidade de avanço do papel de
1,5mm/dia, em registro semanal, com escala de 1:20.

Evolução da Maré – Marés Medidas no Posto Ponta da Joatinga.

120

100
Elevação em relação ao zero DHN (cm)

80

60

40

20

0
22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

1/

2/

3/

4/

5/

6/

7/

8/

9/

10

11
8/

8/

8/

8/

8/

8/

8/

8/

8/
/7

/7

/7

/7

/7

/7

/7

/7

/7

/7

/8

/8
85

85

85

85

85

85

85

85

85
/8

/8

/8

/8

/8

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Data das medições 00

No período de observação foram determinados: o nível médio do mar, os níveis médios de preamar
e baixa-mar das marés de sizígia e de quadratura, as amplitudes extremas e as cotas extremas
atingidas.

De acordo com os resultados obtidos na campanha, verificou-se o nível médio do mar esteve em
0,59 m; sendo os níveis extremos em 1,09 m (máximo) e 0,11 m (mínimo). Os níveis médios de
preamar e baixa-mar de sizígia foram, respectivamente, de 0,79 m e 0,27 m. Na quadratura esses
níveis médios foram de 0,73 m e 0,49 m, respectivamente. A altura de maré máxima registrada foi
de 0,73 m.

78
• Morfologia Costeira e Batimetria

O litoral do Rio de Janeiro na região em estudo contempla as unidades fisiográficas definidas pelas
praias da Barra da Tijuca-Recreio dos Bandeirantes, do Pontal, da Macumba, Prainha e Grumari.
Neste setor a costa possui alinhamento basicamente E-W sendo, como exibe a próxima Figura.

No extremo leste a feição geográfica em destaque é a ponta do Marisco, que consiste em um trecho
rochoso responsável pela definição da embocadura do canal de Joatinga (vide Figura na sequencia).
No mar destacam-se, em ordem de distância à costa, as ilhas do Meio (a 1,7 km), da Alfavaca (a 1,6
km) e Pontuda (a 2,3 km). A oeste da embocadura do canal de Joatinga se estende a praia da Barra
da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes, uma restinga de 18 km e orientação E-W, que separa a
lagoa de Marapendi do mar aberto. Voltando-se para o mar nenhuma ilha se encontra à vista. Este
segmento praial Barra da Tijuca – Recreio dos Bandeirantes, termina no Morro do Pontal de
Sernambetiba, cuja presença originou um tômbolo, separando-a da praia do Pontal; esta praia por
sua vez, é contígua à praia da Macumba, sendo o par normalmente conhecido como praia de
Sernambetiba. A orientação geral desta praia também é E-W e sua extensão é de aproximadamente
2,5 km.

Devido à presença do Morro do Pontal de Sernambetiba e a conseqüente de formação do tômbolo, a


praia do Pontal tem conformação côncava em relação ao mar, tornando-se retilínea conforme se
afasta daquela feição geográfica. Antes de se alcançar o centro do arco praial, encontra-se a pedra
de Tapuã, que marca a divisão para a praia da Macumba; há de se ressaltar, porém, que esta não
representa uma divisão de unidade fisiográfica, pois a pedra de Tapuã pouco adentra o mar devido à
sua pequena extensão e, muito provavelmente, não impede por completo o transporte de sedimentos
ao longo deste arco praial. Na extremidade oeste da praia de Sernambetiba encontra-se o canal de
mesmo nome, sendo definido em sua margem oeste pela pedra do Roncador, a partir da qual a costa
passa a ser rochosa. A morfologia deste trecho é apresentada pela fotografia aérea em Figura mais
adiante na seqüência desta caracterização.

Prosseguindo para a direção oeste encontra-se a Prainha, como o próprio nome acusa, um pequeno
trecho de praia arenosa encaixada entre rochas, que se prolonga por somente 500 m. Nesta
longitude as ilhas mais próximas são a das Peças (a 400 m) e Urupira ou das Palmas (a 1,3 km). De
acordo com a carta náutica DHN-1620 este trecho de litoral tem alinhamento SW-NE, voltando

79
para o alinhamento E-W na altura da praia de Abricó e de Grumari. Este último conjunto de praias é
arenoso e tem cerca de 2,8 km de extensão. A partir de Grumari há presença de promontório
rochoso denominado costão de Grumari, sendo seguido de uma seqüência de praias arenosas a
listar: do Inferno, Funda, do Meio e do Perigoso. A orientação geral deste trecho é SW-NE,
terminando em Barra de Guaratiba aonde se posiciona a ilha de mesmo nome.
Alinhamento do Litoral do Rio de Janeiro –

Nota: Cópia parcial carta náutica DHN 1500.

Praias da Região em Estudo das Proximidades

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Nota: (1 - Barra da Tijuca, 2 - Recreio dos Bandeirantes, 3 – do Pontal, 4 – Macumba, 5 – Prainha, 6 –


Abricó, 7 – Grumari, 8 – Inferno e Funda, 9 – do Meio, 10 – Perigoso) - Cópia parcial da Carta Náutica
DHN 1620.

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Praia de Sernambetiba (Pontal e Macumba) apresentado o tômbolo a leste e o canal de
Sernambetiba a oeste.

Fonte: Fundação Rio Águas, 2000.

A batimetria desta área é descrita pela carta náutica DHN-1620, a que se encontra disponível em
melhor resolução para a região.Em linhas gerais, a batimetria separa a região em estudo em duas
áreas distintas, demonstrando uma área mais íngreme no lado leste (na Barra da Tijuca) e uma outra
caracterizada por uma declividade mais suave, no lado oeste, principalmente na área da praia de
Sernambetiba, onde as isóbatas estão mais afastadas do contorno litorâneo.

Conforme a carta náutica, a isóbata que define a profundidade de 5 m se confunde com o contorno
litorâneo ao longo da praia da Barra da Tijuca, somente se destacando a partir do Recreio dos
Bandeirantes e do Pontal de Sernambetiba, quando esta dista cerca de 1 km da costa.
Comportamento parecido apresenta a isóbata de 10 m, que se confunde com a de 20 m na praia da
Barra, demonstrando uma declividade de fundo acentuada; e que também tem seu afastamento
maior (1,2 km) defronte à praia de Sernambetiba.

Tanto as isóbatas de 5, 10 e 20 m apresentam – na escala da carta náutica em questão- contornos


suaves, característica diferente da isóbata de 30 m de profundidade, que exibe reentrâncias e que
dista cerca de 1,2 km da costa no extremo leste da praia Barra da Tijuca, tendo seu afastamento
maior a 5 km da praia de Sernambetiba. Para a profundidade de 50 m as distâncias variam entre 9 e
13 km do contorno litorâneo.

A partir da carta náutica DHN-1620, das folhas de bordo da Diretoria de Hidrografia e Navegação
(DHN) e demais cartas náuticas em maior escala do litoral do Rio de Janeiro, foi elaborada a

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digitalização da batimetria litorânea e da plataforma continental do litoral do Rio de Janeiro,
apresenta pela Figura abaixo

Batimetria Litorânea e da Plataforma Continental do Litoral do Rio de Janeiro.

Fonte: Coppe, 2000.

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