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Michel Cahen é historiador no centro

“Les Afriques dans le monde” (Sciences


No Brasil e na França, reina a
mais completa confusão entre o que Para além do A s análises póscoloniais partiram
de boas perguntas para avançarem

Para além do pós(-)colonial


Po Bordeaux/CNRS). Foi pesquisador no

pós(-)colonial
é “pós-colonial” (com hífen), ou seja, respostas enviesadas. Mas, não
Departamento de Sociologia da USP em se pode negar suas contribuições
2012-2013. Atualmente (2015-2018), é uma condição históricamente her-
para o conhecimento da alteridade,
pesquisador-associado da Casa de Veláz- deira da situação colonial e o que é
da hibridação, do racismo e da
quez (Madrid) e do Instituto de Ciências “póscolonial” (sem hífen), isto é, não Michel Cahen & Ruy Braga subalternidade. Longe de análises anti-
Sociais (Lisboa). É especialista em colo- uma situação, mas uma análise que (organizadores) póscoloniais, este livro apresenta análises
nização portuguesa na África e estudioso consegue supostamente ir além das “pós-póscoloniais”.
dos países africanos de língua oficial por- heranças epistemológicas coloniais. O póscolonial já não está na moda. Nos
tuguesa. Interessa-se pelas problemáticas Assim, países como o Brasil e a países onde nasceu (Austrália, Inglaterra
relacionadas ao colonialismo, ao nacio-
França seriam “atrasados” por não e Estados-Unidos), assistimos a novas
nalismo, à etnicidade, à subalternidade guinadas acadêmicas. Partha Chatterjee,
terem acolhido e, em seguida, de-
e à colonialidade de uma perspectiva um dos pais dos Subaltern Studies,
senvolvido de forma sistemática um
marxista. Seu próximo livro  intitula-se chegou a proclamar o fim desta corrente
“Nós não somos bandidos” - A vida diária
campo nacional próprio de análise

Michel Cahen & Ruy Braga (organizadores)


de pensamento. Na América Latina,
de uma guerrilha de direita: a Renamo póscolonial?
porém, com pouco reflexo no Brasil,
na época do Acordo de Incomati (1983- Esta é a pergunta que pretendemos
a corrente da colonialidade, também
1985), Lisboa, ICS, 2018. responder com este livro a partir de chamada de decolonial, mantêm-se viva,
uma reflexão conjunta enlaçando ainda que com tendências culturalistas.
Ruy Braga é chefe do Departamento
estudos de caso e problematizações No entanto, seria um erro “abandonar”
de Sociologia da USP e livre-docente
teóricas “pós-póscoloniais”. essas análises sem superar os problemas
pela  USP (2012) com tese intitulada
levantados por elas a fim de compreender
A política do precariado: do  populismo
as transformações sociais.
à  hegemonia  lulista). Realizou pesqui-
A problematização póscolonial tendeu
sas de pós-doutorado na Universidade
Programa de Pós-Graduação em a se afastar da crítica política para se re-
da Califórnia em Berkeley (2010-2011 Sociologia da USP
fugiar na crítica epistemológica. Uma
e 2015-2016). Atualmente, coordena o
consequência disso é que muitos estudos
Centro de Estudos dos Direitos da Ci-
inspirados pela análise póscolonial apre-
dadania (Cenedic-USP). Seu livro mais
sentam um centro de gravidade despro-
recente é A rebeldia do precariado: tra-
porcionalmente voltado para a reflexão
balho e neoliberalismo no Sul global, São
epistemológica, com pouco, ou nenhum,
Paulo, Boitempo, 2017.
diálogo com os dados empíricos e sempre
super-representando os escritos em lín-
gua inglesa. Com este livro, abordamos
ISBN 978-85-7939-529-1 situações históricas concretas a partir de
,!7II5H9-djfcjb! casos diversificados, sem no entanto, ne-
gligenciar o necessário esforço teórico.

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