Anda di halaman 1dari 36

Unidade II – Limites

II Laterais, Limites no Infinito


e Limites Infinitos

Objetivos da Unidade

Ao final desta unidade, o aluno será capaz de interpretar e resolver


problemas diversos envolvendo os limites laterais, limites no infinito e
limites infinitos.

1
Cálculo Diferencial Integral I
Unidade II

2.1. Interpretando os Limites Laterais

Vimos na primeira unidade do nosso material a descrição intuitiva e formal


sobre o conceito de limite de uma função y = f(x). Lá mesmo, de forma rápida
comentamos em um exemplo sobre os limites laterais. De maneira natural, a
definição formal de limite leva em consideração o que chamamos de limite bilateral,
cuja existência depende diretamente, dos chamados limites laterais que estaremos
discutindo na sequência.
Ou seja, nesse instante vamos definir de maneira formal o que falamos
anteriormente superficialmente sobre a noção de limites laterais, bem como,
caracterizar um resultado importante que associa a existência do limite bilateral em
termos dos limites laterais.
É interessante observamos que algumas situações problemas da Matemática,
Física e Engenharia demandam de condições específicas que fazem uso da
interpretação direta dos limites laterais.

Figura 1: Aplicações envolvendo o contexto sobre limites.

Fonte: Design EaD.

Grosso modo, aqui iremos averiguar que para o limite bilateral lim f ( x)
x a

existir, devemos ter a existência dos limites laterais além é claro da igualdade dos
mesmos.

2
Cálculo Diferencial Integral I
Conceito (Limite Lateral à Direita): Seja a função
definida em um intervalo aberto (a, c). Dizemos que
um número L é o limite à direita da função f quando
x tende para a, e escrevemos lim f ( x ) = L se para
x a 

todo  > 0, existe um  > 0, tal que | f(x) – L | <


 sempre que tivermos a < x < a +  .

Desta forma, falarmos que lim f ( x) = L, significa falarmos que f(x) tende
x a 

a L quando x tende para a pela direita. Usamos o símbolo x  a  para indicar que
os valores de x são sempre maiores do que a. Analogamente, o limite lateral à
esquerda é definido como segue.

Conceito (Limite Lateral à Esquerda): Seja a função


definida em um intervalo aberto (d, a). Dizemos que um
número L é o limite à esquerda da função f quando x
tende para a, e escrevemos lim f ( x) = L se para todo
x a 

 > 0, existe um  > 0, tal que | f(x) – L | < 


sempre que tivermos a –  < x < a.

Assim sendo, dizer que lim f ( x) = L, significa dizemos que f(x) tende a
x a 

L quando x tende para a pela esquerda. Usamos o símbolo x  a  para indicar que
os valores de x são sempre menores do que a.
Devemos salientar que as propriedades operatórias envolvendo os limites
que listamos anteriormente, continuam válidas se substituirmos x  a por x  a 
ou
x  a .

3
Cálculo Diferencial Integral I
Vejamos alguns exemplos ilustrativos envolvendo a determinação de limites
laterais de uma função f(x).

Exemplo 1: Consideremos a função f(x) = 1 + x  3 , pede-se para determinar se


existir: lim f ( x) e lim f ( x) .
x  3 x  3

Solução: Neste caso, notemos inicialmente que o domínio da função f(x) definida no
exemplo é dado por D f = {x   / x ≥ 0}. Desta maneira, concluímos diante mão
que não existe o limite de f(x) quando x tende a 3 pela esquerda, ou seja, neste caso
temos que não existe lim f ( x) .
x  3

De outra forma, para calcularmos o limite de f(x) quando x tende a 3 pela


direita, ou seja, para determinarmos lim f ( x) , podemos aplicar as propriedades
x  3

operatórias descritas anteriormente como segue.

lim f ( x)  lim (1  x  3 )  lim 1  lim x  3  1  lim( x  3)  1  0  1


x  3 x 3 x 3 x 3 x  3

Ou seja, concluímos que lim f ( x) = 1.


x 3

Exemplo 2: Consideremos a função definida por dupla sentença:


 | x |
 , se x  0.
f(x) =  x ,
1, se x  0.
Pede-se para determinar se existir: lim f ( x) e lim f ( x) .
x 0 x 0

Solução: Notemos inicialmente, que se x > 0, então | x | = x e, portanto a função


f(x) é dada por:
x
f(x) = = – 1,
x

4
Cálculo Diferencial Integral I
Daí:

lim f ( x)  lim  1  1
x 0 x 0

Por outro lado, se x < 0, então | x | = – x e, portanto a função f(x) é dada por:

 ( x)
f(x) = = 1,
x

Logo:

lim f ( x)  lim 1  1
x 0 x 0

 | x |
 , se x  0.
O gráfico da função f(x) =  x é mostrado na Figura 02 abaixo.
1, se x  0.

 | x |
 , se x  0.
Figura 2: O gráfico da função f(x) =  x

1, se x  0.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

5
Cálculo Diferencial Integral I
Exemplo 3: Consideremos a função modular f(x) = | x |, Pede-se para determinar se
existir: lim f ( x) e lim f ( x) .
x 0 x 0

Solução: Neste caso, temos que se x ≥ 0, então f(x) = x. Logo, lim f ( x)  lim x =
x 0 x 0

0. De outra forma, se x < 0 então f(x) = – x e, portanto, lim f ( x)  lim ( x) =


x 0
x 0

0. A Figura 3 abaixo nos mostra o gráfico da função f(x) = | x |.

Figura 3: O gráfico da função f(x) = | x |.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Teorema 1 (Existência do Limite Bilateral) (Adaptado de Guidorizzi 2003) Se a


função f é definida em um intervalo aberto contendo a, exceto possivelmente no
ponto a, então lim f ( x) = L se e somente se lim f ( x) = L e lim f ( x) = L . Ou
x a x a  x a 

seja, em outras palavras, percebemos que o limite bilateral da função f existe se e


somente se, os limites laterais existem e são iguais.

Exemplo 4: Considerando a função definida por dupla sentença:

6
Cálculo Diferencial Integral I
 | x |
 , se x  0.
f(x) =  x ,

1, se x  0.

Percebemos a partir do Teorema 1 anterior e com os cálculos realizados


anteriormente, temos que:

lim f ( x)  lim  1  1
x 0 x 0

lim f ( x)  lim 1  1
x 0 x 0

Que o limite bilateral de f(x), representado por , não existe.

Exemplo 5: Considerando a função modular f(x) = | x |, podemos notar a partir do


Teorema 1 que o limite de lim f ( x) existe, já que lim f ( x) = lim f ( x) =
x 0 x 0 x 0

0.

Exemplo 6: Consideremos a função definida por tripla sentença:

 x 2  1, para x  2

f(x) = 2, para x  2
9  x 2 , para x  2

Vamos determinar se existirem os seguintes limites: lim f ( x) , lim f ( x) ,


x 2 x 2

lim f ( x) .
x 2

Solução: Neste caso, temos que:

7
Cálculo Diferencial Integral I
o x > 2: Se x > 2 então f(x) = 9 – x² , logo:

lim f ( x)  lim (9  x 2 )  lim 9  lim x 2  9  4  5


x 2 x 2 x 2 x 2

o x < 2: Se x < 2 então f(x) = x² + 1, logo:

Portanto, como lim f ( x)  lim f ( x)  5 , segue que existe o limite de lim f ( x) e,


x 2 x 2 x 2

neste caso, temos que lim f ( x) = 5.


x 2

Observe a disposição geométrica da função na Figura 4 a seguir.

Figura 5: O gráfico da função f(x) do exemplo em questão.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

2.2. Limites e Indeterminações: Como Proceder?

Antes de trabalharmos a todo vapor com o cálculo envolvendo alguns limites,


vamos comentar um pouco sobre alguns problemas que comparecem na

8
Cálculo Diferencial Integral I
determinação de alguns tipos de limites, o que chamamos de indeterminações. Ou
seja, usualmente, falamos que as expressões abaixo:
0 
, ,    , 0 x  , 00 ,  0 , 1
0 

São denominadas indeterminações. Desta maneira, como podemos


interpretar as mesmas? O que isso significa para os nossos propósitos? Para
0
analisarmos tais situações, vamos considerar a situação . Para tal, vamos considerar
0
duas funções f e g tais que lim f ( x)  lim g ( x) = 0.
x a x a

Logo, inicialmente, podemos dizer que nada se pode afirmar com relação ao
limite do quociente f . Sendo assim, de acordo com a caracterização de cada uma
g
das funções f e g este limite pode assumir qualquer valor real ou não existir.
0
Descrevemos isso, falando que é um símbolo de indeterminação. Para ilustrarmos,
0
o que acabamos de comentar, vejamos dois exemplos que ilustram tal fato:

o Consideremos f(x) = x³ e g(x) = x² , neste caso temos que


lim f ( x)  0 e lim g ( x)  0 , daí:
x 0 x 0

f ( x) x3
lim  lim 2  lim x  0
x  0 g ( x) x 0 x x 0

o Consideremos f(x) = x² e g(x) = 2x² , neste caso temos que


lim f ( x)  0 e lim g ( x)  0 , daí:
x 0 x 0

f ( x) x2 1 1
lim  lim 2  lim 
x 0 g ( x) x  0 2 x x 0 2 2

Ou seja, podemos visualizar que o limite do quociente ( f ) assume mais de


g
um valor de acordo com a caracterização das funções f e g envolvidas no quociente
analisado. Vamos ilustrar agora através dos cálculos de limites, onde são necessários

9
Cálculo Diferencial Integral I
0
artifícios algébricas para fugirmos da indeterminação do tipo . São os casos em que
0
temos funções racionais em que o limite no denominador é zero para um
determinado ponto (raiz do polinômio que comparece no mesmo) e o limite do
numerador também é zero para este ponto (raiz do polinômio que comparece no
0
numerador). Em símbolos, estamos diante de uma indeterminação do tipo .
0

Exemplo 7: Vamos determinar lim x 2 3x  2 .


3

x 2 x 4

Solução: Neste caso, inicialmente devemos observar que se tentarmos substituir a


0
variável independente x por – 2, vamos encontrar um indeterminação do tipo .
0
Assim sendo, será necessário desenvolvermos algum procedimento algébrico com o
intuito de fugirmos de tal indeterminação. Desta maneira, devemos a priori fatorar o
polinômio de grau 3 que comparece no numerador. Assim, vem que:

x 3  3x  2 = lim ( x  2 x  1).(x  2) = lim ( x  2 x  1) =  9


2 2

lim
x 2 x2  4 x 2 ( x  2).(x  2) x 2 ( x  2) 4

x2 2
Exemplo 8: Vamos determinar lim .
x 0 x
Solução: Neste caso, para este problema estaremos utilizando o artifício da
racionalização do numerador da função, desta forma temos que:

x2 2 ( x  2  2) ( x  2  2) ( x  2)2  ( 2)2


lim = lim . = lim =
x 0 x x 0 x ( x  2  2 ) x 0 x.( x  2  2 )
x22 1
lim = lim = 1
x 0
x.( x  2  2 ) x 0
( x  2  2) 2 2

10
Cálculo Diferencial Integral I
3
x 1
Exemplo 9: Vamos determinar lim .
x 1 x1

Solução: Neste caso, para facilitar o cálculo estaremos realizando uma troca de
variáveis, em verdade, faremos a substituição de variáveis:

x = t6 , t ≥ 0

Além disso, podemos perceber claramente que se x  1 então t  1


também. Logo:

3
x 1
3
t 6 1 (t  1).(t  1) (t  1)
= lim t 3  1 = lim
2
lim 2
lim = = lim 2 =
x1
x 1 t 1
t 6 1 t 1 t 1 t 1 (t  1).(t  t  1)
2 t  1 (t  t  1) 3

Exemplo 10: Vamos determinar lim ( x  h)  x .


2 2

h 0 h

Solução: Neste caso, podemos diretamente desenvolver o numerador para


realizarmos as devidas simplificações possíveis, ou seja, neste caso, temos que:

( x  h) 2  x 2 = ( x 2  2.x.h  h 2 )  x 2 = 2.x.h  h 2 = h.(2 x  h)


lim lim lim lim =
h 0 h h  0 h h  0 h h  0 h
lim (2 x  h) = 2x.
h 0

Salientamos, que quando trabalhamos com a parte de fatoração de frações,


envolvendo expressões indeterminadas é sempre interessante termos em mente
algumas fórmulas básicas de fatoração da Matemática Elementar, que listamos abaixo.

11
Cálculo Diferencial Integral I
Fórmulas básicas de fatoração da matemática
elementar
i) (a² – b² ) = (a + b).(a – b)
ii) a² + 2ab + b² = (a + b)²
iii) a² – 2ab + b² = (a – b)²
iv) a.x² + bx + c = a.(x – x 1 ).(x – x 2 ), onde
x 1 e x 2 são as raízes da equação a.x² +
bx + c.
v) (a + b ) = (a + b).(a – ab + b )
vi) (a – b ) = (a – b).(a + ab + b )

2.3. Interpretando os Limites no Infinito

Em um dos nossos exemplos discutidos anteriormente na primeira unidade,


1
analisamos o comportamento da função f(x) =1 – para valores de x muito
x
grandes. Intuitivamente, vimos que podemos tornar o valor de f(x) tão próximo de
1 quanto desejarmos , tomando para x valores suficientemente grandes. A
1
representação geométrica do gráfico de f(x) = 1 – mais uma vez é mostrado
x
abaixo.

12
Cálculo Diferencial Integral I
1
Figura 5: O gráfico da função f(x) = 1 – : gerado no programa Winplot.
x

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Analogamente, olhando mais uma vez para o gráfico acima, se fizermos x


decrescer de maneira ilimitada (i.e., assumir valores muito pequenos) vemos que a
1
função f(x) = 1 – se aproxima do mesmo valor 1.
x
Deste modo, será de nosso interesse aqui definir a noção de limites no infinito,
em verdade, temos dois tipos: quando x tende a mais infinito ( x    ) e quando
x tende a menos infinito ( x    ), ambos definidos logo abaixo.

(Limite no Infinito: x    ): Consideremos f uma


função definida num intervalo aberto (a,   ).
Dizemos que, quando x cresce ilimitadamente, f(x)
tem um limite L se, para todo  > 0, existe um N >
0, tal que se x > N então | f(x) – L | <  , e
escrevemos: lim f ( x) = L
x  

13
Cálculo Diferencial Integral I
Analogamente, definimos:

(Limite no Infinito: x    ): Consideremos f uma função


definida num intervalo aberto (   , b). Dizemos que,
quando x decresce ilimitadamente, f(x) tem um limite L se,
para todo  > 0, existe um N < 0, tal que se x < N então
| f(x) – L | <  , e escrevemos: lim f ( x) = L.
x  

Estas duas definições acima, que levam a nomenclatura de limites no infinito, isto é, a
variável x tende a mais ou a menos infinito.

Figura 6: Limites no Infinito.

x tende a mais
infinito
Limites no Infinito
x tende a menos
infinito

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Salientamos ainda, que quando estivermos interessados no cálculo de limites


no infinito, o resultado abaixo nos auxiliará de forma efetiva no cálculo de tais limites.

14
Cálculo Diferencial Integral I
Teorema 2 (Adaptado de Guidorizzi 2003) Se n é um número inteiro positivo, então:
1
a) lim 0
x   xn
1
b) lim 0
x   xn
Vejamos alguns exemplos ilustrativos que nos mostram o cálculo envolvendo
limites no infinito.

2x  5
Exemplo 11: Vamos determinar lim .
x   x8


Solução: Neste caso, temos uma indeterminação do tipo . Vamos dividir o

numerador e o denominador por x e depois aplicarmos as propriedades de limites
juntamente com o Teorema 03 anterior. Temos que:

5 5
2 lim 2  lim
2x  5 x x   x   x
lim = lim = = 2  5.(0) = 2
x   x  8 x   8 8 1  8.(0)
1 lim 1  lim
x x   x   x

Exemplo 12: Vamos determinar lim 2.x 5 3x  5 ..


3

x   4.x  2

Solução: Neste caso, mais uma vez temos uma indeterminação do tipo . Vamos

dividir o numerador e o denominador pela maior potência de x, que neste caso é x
5
.E depois aplicarmos as propriedades de limites juntamente com o Teorema 03
anterior, se for o caso. Sendo assim, temos que:

15
Cálculo Diferencial Integral I
2 3 5 2 3 5
2
 4 5 lim ( 2  4  5 )
x   x
2.x 3  3x  5 = lim x x x
=
x x
=
lim
x   4.x  2
5 x   2 2
4 5 lim (4  5 )
x x   x
1 1 1
2. lim ( 2 )  3. lim ( 4 )  5. lim ( 5 )
x   x x   x x   x
= 2.(0)  3.(0)  5.(0) = 0
1 4  2.(0)
lim (4)  2. lim ( 5 )
x   x   x

2x  5
Exemplo 13: Vamos determinar lim .
x  
2x 2  5
Solução: Neste caso, dividimos o numerador e denominador por x. Além disso,
salientamos que no denominado tomamos x = x 2 , já que os valores de x podem
ser considerados positivos (x    ). Desta maneira, temos que:

5 1
2x  5 2
5
2 lim (2)  5. lim ( )
x = x    x    x =
lim = lim x = lim
x  
2x 2  5 x  
2x  5
2 x  
2x  5
2 5
lim ( 2  2 )
2 x   x
x2 x
1
lim (2)  5. lim ( ) 2  5.(0)
x   x   x
= = 2 = 2
5 2  5 .(0 ) 2
lim (2  2 )
x   x
2x  5
Exemplo 14: Vamos determinar lim .
x  
2x 2  5
Solução: Neste caso, dividimos o numerador e denominador por x. Além disso, aqui
contrariamente ao que tomamos no exemplo anterior, no denominador tomamos x
= – x 2 , já que os valores de x podem ser considerados negativos (x    ). Desta
maneira, temos que:

16
Cálculo Diferencial Integral I
5 5 1
2 2 lim (2)  5. lim ( )
2x  5 x = x x   x   x
lim = lim lim = =
x  
2x 2  5 x  
2x  5
2 x  
2x  5
2
5
 lim ( 2  2 )
x  
( x 2 ) x2 x
1
lim (2)  5. lim ( )
x   x   x 2  5.(0) 2
= = =– 2
5  2  5.(0)  2
 lim (2  2 )
x   x

Vejamos algumas ponderações importantes sobre o contexto de limites no


infinito no Quadro 1 a seguir.
Quadro 1: Algumas ponderações envolvendo limites no infinito.

Quadro Resumo
o Os limites nos extremos (x tendendo a mais ou menos infinito) podem ser um
número real, ou ainda podem resultar em mais ou menos infinito, conforme
mostramos nos dois últimos exemplos.
o Existem funções cujos limites nos extremos não existem, como a função f(x) =
senx, pois f(x) oscila entre – 1 e 1 à medida que x tende para mais ou menos
infinito.
o O limite nos extremos de uma função polinomial é igual ao limite de seu termo de
maior expoente, pois, colocando-se esse termo em evidência, todos os outros
termos tendem a zero.
lim (2.x 3  4.x 2  5.x  9) 2 5 9
x  = lim 2.x 3 .(1    )=
x  x 2.x 2 2.x 3
lim (2.x 3 )
x  =∞
o Como consequência da observação anterior, quando tivermos o limite nos
extremos de um quociente de dois polinômios, ele será igual ao limite do quociente
dos termos do maior expoente do numerador e denominador. Desta forma, por
exemplo:
4 x 3  5.x 2  7 x  9 = 4x3 =
lim lim lim (2.x) = ∞
x  2.x 2  8 x  17 x  2.x 2 x 

17
Cálculo Diferencial Integral I
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

2.4. Limites Infinitos

Analisamos anteriormente o comportamento da função f(x) dada por f(x) =


1
quando x está próximo de – 1. De modo intuitivo, vemos na Figura 7
( x  1) 2
abaixo, que quando x se aproxima cada vez mais do valor –1, f(x) cresce
ilimitadamente. De outra forma, podemos tornar o valor de f(x) tão grande quanto
desejarmos, tomando para x valores bastante próximos de –1.

1
Figura 7: O gráfico da função y = : gerado no programa Winplot.
( x  1) 2

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

18
Cálculo Diferencial Integral I
Sendo assim, temos duas definições associadas a limites infinitos, que são
descritas a seguir.

(f(x) cresce ilimitadamente): Consideremos f(x) uma


função definida num intervalo aberto I – {a}. Dizemos
que quando x se aproxima de a, f(x) cresce
ilimitadamente se, para qualquer número positivo M >
0, existir  > 0 tal que se | x – a| <  então f(x) >
M e escrevemos: lim f ( x) = + ∞.
x a

Similarmente, definimos:

(f(x) decresce ilimitadamente): Consideremos f(x) uma


função definida num intervalo aberto I – {a}. Dizemos
que quando x se aproxima de a, f(x) decresce
ilimitadamente se, para qualquer número positivo M <
0, existir  > 0 tal que se | x – a| <  então f(x) <
M e escrevemos: lim f ( x) = – ∞.
x a

Devemos ter em mente que os símbolos ± ∞ não são


números.

Teorema 3 (Adaptado de Guidorizzi 2003) Se n é um número inteiro positivo


qualquer, então:
1
a) lim  
x 0 
xn

1  , se n é par
b) lim 
x 0 x n  , se n é ímpar

19
Cálculo Diferencial Integral I
Vejamos dois exemplos introdutórios ilustrativos envolvendo limites infinitos.

x 1
Exemplo 15: Consideremos f(x) = . Vamos analisar o limite de f(x) quando x
x2
tende a 2 pela direita e quando x tende a 2 pela esquerda, ou seja, queremos
x 1 x 1
encontrar lim e lim .
x 2 
x2 x 2 x  2

Solução: Neste caso, notemos inicialmente que quando x tende a 2 pela direita (x
 2  ) a função f(x) cresce infinitamente, ou seja, em outras palavras podemos
escrever que:
x 1
lim =∞
x 2 x2

Similarmente, quando x tende a 2 pela esquerda (x  2  ) a função f(x)


decresce infinitamente, ou seja, em outras palavras podemos escrever que:
x 1
lim =–∞
x 2 x2

A Figura 8 abaixo nos mostra a representação geométrica da função f(x) =


x 1
, onde podemos observar que a reta x = 2 é uma assíntota vertical de f(x). O
x2
conceito de assíntota mais a frente.

20
Cálculo Diferencial Integral I
x 1
Figura 8: O gráfico da função y= : gerado no programa Winplot.
x2

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

1
Exemplo 16: Vamos determinar lim ( x 3  x  ).
x 0 x2
Solução: Neste caso, temos que:
1 1
lim ( x 3  x 2
) = lim ( x 3 )  lim ( x )  lim ( 2 ) = 0 + 0 + ∞ = ∞
x 0 x x  0 x  0 x  0 x

2.5. Propriedades dos Limites Infinitos

Quando trabalhamos com o objetivo de determinar algebricamente limites


infinitos relacionando funções diversas, devemos tomar um cuidado especial. Isto se
deve ao fato que dependendo da combinação em questão, podemos ter resultados
diversos: ± ∞, + ∞, – ∞, zero (0), ? (Indeterminação).
Abaixo, listamos no Quadro 2, uma listagem envolvendo as principais
combinações de funções envolvendo limites infinitos, onde podemos ter x  a, x 

21
Cálculo Diferencial Integral I
a  , x  a  , x  +∞, x  – ∞. Salientamos ainda, que no Quadro 08 abaixo, 0 
indica que o limite é zero e a função se aproxima de zero por valores positivos e 0 
indica que o limite é zero e a função se aproxima de zero por valores negativos.

Quadro 2: Principais combinações de operações algébricas envolvendo limites infinitos.

lim f(x) lim g(x) h(x) = lim h(x) Simbolicamente

01 ±∞ ±∞ f(x) + g(x) ±∞ ± ∞± ∞ = ± ∞

02 +∞ +∞ f(x) – g(x) ? (+ ∞) – (+ ∞)

é indeterminação

03 +∞ k f(x) + g(x) +∞ +∞+k=+∞

04 –∞ k f(x) + g(x) –∞ –∞+k=–∞

05 +∞ +∞ f(x) . g(x) +∞ (+ ∞).(+ ∞) = +


06 +∞ –∞ f(x) . g(x) –∞ (+ ∞).(– ∞) = – ∞

07 +∞ k>0 f(x) . g(x) +∞ + ∞ . k = + ∞, k >


0

08 +∞ k<0 f(x) . g(x) –∞ + ∞ . k = – ∞, k <


0

09 ±∞ 0 f(x) . g(x) ? ± ∞.0

é indeterminação

22
Cálculo Diferencial Integral I
10 k ±∞ f(x) / g(x) 0 k/±∞=0

11 ±∞ ±∞ f(x) / g(x) ? ±∞/±∞

é indeterminação

12 k>0 0

f(x) / g(x) +∞ 
k / 0 = + ∞, k >
0

13 +∞ 0

f(x) / g(x) +∞ +∞/0 =+∞

14 k>0 0 f(x) / g(x) –∞ k / 0  = – ∞, k >


0

15 +∞ 0 f(x) / g(x) –∞ + ∞ / 0= – ∞

16 0 0 f(x) / g(x) ? 0/0

é indeterminação

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

De outra maneira, quando falamos especificamente de operações envolvendo


polinômios, podemos descrever dois resultados associados, descritos abaixo.

Teorema 05: Consideremos a função polinomial:

f(x) = a 0 + a 1 .x + a 2 .x 2 + ...+ a n .x n , com a n ≠ 0

Então:
a) lim f ( x )  lim a n . x n
x  x 

23
Cálculo Diferencial Integral I
b) lim f ( x)  lim a n .x n
x   x  

Teorema 06: Se:

f(x) = a 0 + a 1 .x + a 2 .x 2 + ...+ a n .x n , com a n ≠ 0

g(x) = b 0 + b 1 .x + b 2 .x 2 + ...+ b n .x m , com b m ≠ 0

Então:

 , se n  m

f ( x) a a
lim  lim n .x n  m   n , se n  m
x   g ( x)    bm  bm
x


0, se n  m

Exemplo 17: Vamos calcular os seguintes limites abaixo:


a) lim (3x 2  4 x  8)
x 

b) lim (5 x 3  4 x 2  8 x  4)
x 

5x  4
c) lim
x  4 x  2 x  8
2

Solução: Neste caso, temos que:

a) lim (3x 2  4 x  8)  lim (3 x 2 ) = ∞


x  Teorema 4 x  

24
Cálculo Diferencial Integral I
lim (5 x 3  4 x 2  8 x  4)  lim (5 x 3 )
b) x  Teorema 4 x   
=–∞

5x  4 5x 5
lim lim lim
x  4 x  2 x  8 x  4 x 2
  x  4 x
2
c) =0
Teorema 5 Teorema 5

2.6. Infinitamente Pequeno: O que é?

Agora nós estaremos definindo a noção de infinitamente pequeno, que leva


em consideração na definição a noção de limites no infinito.

(Infinitamente Pequeno): Dizemos que α = α(x) é um


infinitamente pequeno x  a ou x  ∞ se
lim  ( x)  0 ou lim  ( x)  0 .
x a x 

Exemplo 18: A função α = (x – 2)² é um infinitamente pequeno quando x  2, já


que lim  ( x)  lim ( x  2) 2 = 0.
x 2 x 2

Exemplo 19: A função α =


3
é um infinitamente pequeno quando x  ∞, já que
x
3
lim  ( x)  lim  0.
x 2 x 2 x Teorema 5

Notemos que a partir da definição de limite, resulta que para α(x) ser um
infinitamente pequeno devemos ter: para todo  > 0, existe um número  > 0, tal
que para todos os valores de x satisfazendo a desigualdade |x – a |<  se tem |α
(x) | <  .
Aqui, vamos listar duas propriedades referentes ao conceito de
Infinitamente Pequeno.

25
Cálculo Diferencial Integral I
Propriedade 1 (P1): A soma algébrica de dois infinitamente pequenos é um
infinitamente pequeno.
Propriedade 2 (P2): O produto de um infinitamente pequeno α = α(x) por uma
função limitada f = f(α) é um infinitamente pequeno quando x  a (ou x  ∞ ).

2.7. O que são Assíntotas?

Salientamos que ao longo do estudo do Cálculo Diferencial e Integral, em


diversas aplicações práticas, encontramos frequentemente gráficos que se aproximam
de uma reta à medida que x cresce ou decresce. Tais retas recebem a nomenclatura
de assíntotas. Por exemplo, no caso das funções trigonométricas você se lembra do
gráfico representativo da função f(x) = tgx? Aqui, temos o aparecimento das
assíntotas verticais. Tal aparato será apresentado agora. Vamos lá?
Vejamos as Figuras 09 e 10 a seguir, que nos mostram geometricamente
alguns exemplos de assíntotas verticais.

Figura 09: Exemplo de assíntota vertical: reta x = x 0 .

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

26
Cálculo Diferencial Integral I
Figura 10: Exemplo de assíntota vertical: reta x = x 0 .

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Similarmente, as Figuras 11 e 12 abaixo nos mostram geometricamente


alguns exemplos de assíntotas horizontais.

Figura 11: Exemplo de assíntota vertical: reta y = y 0 .

27
Cálculo Diferencial Integral I
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Figura 12: Exemplo de assíntota vertical: reta y = y 0 .

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

O nosso objetivo aqui é a análise com maiores detalhes dos três tipos de
assíntotas, que são as assíntotas verticais, as assíntotas horizontais e as assíntotas
inclinadas.

28
Cálculo Diferencial Integral I
Figura 13: Os três tipos de Assíntotas.

Assíntotas
Verticais

Assíntotas
Assíntotas
Horizontais

Assíntotas
Inclinadas
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

(Assíntota Vertical): Dizemos que a reta x = a é uma


assíntota vertical do gráfico de y = f(x), se pelo menos
uma das seguintes afirmações for verdadeira:
(i) lim f ( x)   
x a 

(ii) lim f ( x)   
x a 

(iii) lim f ( x)   
x a 

(iv) lim f ( x)   
x a 

1
Exemplo 20: A reta x = 2 é uma assíntota vertical do gráfico de f(x) = .
( x  2) 2
1 1 1 1
De fato, lim      , ou também, lim     . A
x 2 ( x  2) 2
0 x  2 ( x  2) 2
0

29
Cálculo Diferencial Integral I
Figura 14 a seguir nos mostra o gráfico da função do exemplo, apresentando a
assíntota vertical x = 2.

1
Figura 14: O gráfico da função f(x) = .
( x  2) 2

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

(Assíntota Horizontal): Dizemos que a reta y = b é uma


assíntota horizontal do gráfico de y = f(x), se pelo
menos uma das seguintes afirmações for verdadeira:

(v) lim f ( x)  b
x  

(vi) lim f ( x)  b
x  

Exemplo 21: As retas y = 1 e y = – 1 são assíntotas horizontais do gráfico de y =


x x x
, pois lim  1 e lim  1 . A Figura 15 abaixo nos mostra
x  x  
x2  2 x2  2 x2  2
o gráfico da função do exemplo, apresentando as assíntotas verticais y = 1 e y = – 1.

30
Cálculo Diferencial Integral I
x
Figura 15: O gráfico da função f(x) = .
x2  2

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Para obter o gráfico da função em questão proceda


como segue: Abra o Programa Winplot  Janela  2-
dim  Equação  Explícita  f(x) = x/sqr(x^2 + 2)

(Assíntota Inclinada): Dizemos que a reta y = ax + b é


uma assíntota inclinada do gráfico de y = f(x), se pelo
menos uma das seguintes afirmações for verdadeira:

(i) lim [ f ( x)  (ax  b)]  0


x  

(ii) lim [ f ( x)  (ax  b)]  0


x  

31
Cálculo Diferencial Integral I
Exemplo 22: A reta y = 2x é uma assíntota do gráfico de f(x) = 2 x 3 . De fato,
x2  4
2x 3  8x
basta notarmos que lim [ 2  2 x]  lim [ 2 ]  0 . Vejamos a Figura 16 a
x   x  4 x   x  4

seguir.

Figura 16: O gráfico da função f(x) = 2x3 .


x2  4

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Para obter o gráfico da função em questão proceda


como segue: Abra o Programa Winplot→ Janela → 2-
dim → Equação→ Explícita → f(x) = 2.x^3/(x^2+4).

Ressaltamos ainda, que devemos ter um cuidado especial quando trabalhamos


com a caracterização de assíntotas de determinadas funções, já que podemos ter em

32
Cálculo Diferencial Integral I
um mesmo contexto mais de um tipo de assíntota, ou seja, temos algumas funções
elementares da Matemática, em que podemos caracterizar mais de um tipo de
assíntotas.

x
Exemplo 23: Consideremos a função f(x) = , neste caso, temos que:
x 9
2

o As retas x = 3 e x = – 3 são assíntotas verticais do gráfico da função dada


x x x
f(x) = , pois: lim 2    e lim 2  .
x 92 x  3 x 9 x  3 x 9
x
o A reta y = 0 é uma assíntota do gráfico da função dada f(x) = , pois:
x 9
2

x x
lim  0 e lim 2  0.
x   x 9
2 x    x 9
A Figura 17 abaixo nos mostra a representação do gráfico da função e as
assíntotas verticais e horizontal caracterizadas acima.

33
Cálculo Diferencial Integral I
x
Figura 17: O gráfico da função f(x) = .
x 9
2

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Para obter o gráfico da função em questão proceda


como segue: Abra o Programa Winplot→ Janela → 2-
dim → Equação→ Explícita → f(x) = x/(x^2-9).

34
Cálculo Diferencial Integral I
Nesta segunda unidade, trabalhamos de forma
específica com as definições e propriedades relacionadas
com os limites laterais, limites infinitos e limites no infinito.

Assim sendo, vimos que o limite bilateral está


intimamente ligado com os limites laterais (a direita e a
esquerda), no sentido de que ele existe se, e somente se,
os limites laterais existem e são iguais e, por conseguinte,
o limite bilateral será exatamente esse valor. Tal justificativa
foi formalizada através de um teorema específico.

Na sequência vimos que no cálculo de limites


aparecem comumente as conhecidas indeterminações,
0 
que são expressões com forma característica , ,
0 

  , 0x , 0 , 
0 0
, 1 . Aqui é interessante ressaltar
que os procedimentos algébricos (fatoração, simplificação,
relações algébricas) devem ser diretamente utilizadas para
a fuga de tais expressões.

Para os limites no infinito, inicialmente deve-se


ressaltar que o termo “infinito” não é um número e sim
uma tendência que uma determinada variável ou função
tem. Particularmente falando, neste contexto temos que a
variável x tende a mais ou menos infinito. A seguir,
trabalhamos com os limites infinitos, que são os casos
específicos em que a descrição do limite se dá por mais ou
menos infinito.

35
Cálculo Diferencial Integral I
Desta forma, a partir do momento em que
discutirmos a fundo os limites laterais, limites infinitos e
limites no infinito, na próxima unidade estaremos
interessados na apresentação dos limites fundamentais e
da relação direta entre o conceito de limite e a noção de
continuidade.

36
Cálculo Diferencial Integral I

Anda mungkin juga menyukai