Beijei

De tudo ao meu coração serei sincero, antes e sempre e com tal zelo.

Beijei ele

Aquele

Ela

Aquelas

Eles

Aqueles

Aquela

Elas

Beijei na chuva

Beijei na sombra de uma árvore qualquer

Beijei no meio do nada

Beijei na roda

Beijei em pé encostada na escada

Beijei dançando

Beijei no chão depois de levar um tombo

Beijei

Fui beijada

Porém de todos os beijos...

Não senti nada.

Minto,

Um beijo tirou meu fôlego

Deixou-me molhada

Foi o beijo que beijei na escada.

Meu corpo era tateado

Meu pescoço também foi beijado

E eu sentia meu corpo pulsante... ofegante

Estava entregue ao desejo do corpo, mas não da alma.

Por isso interrompi, parei, retrocedi

Não queria meu corpo entregue aquela pessoa

Quando meu coração pertencia à outra

Pessoa.

Não tive medo

Disse apenas: pare!

E saí

Andei como se soubesse pra onde ir

Voltei mais tarde praquela mesma escada

E foi como se naquela tarde não tivesse acontecido nada.

A verdade é que

Se a pessoa da escada

Fosse à pessoa que me faz

Estremecer só com um olhar

Que faz meu coração acelerar só de andar

Distante de mim, mas ao alcance da minha visão.

Se a pessoa da escada

Fosse à pessoa que pulsa meu corpo

Só com um simples piscar,

Se a pessoa da escada fosse essa pessoa

Eu sentiria mais que um gozar

Mais que o pulsar do corpo

Eu sentiria o pulsar da alma

O gozar do coração.

Eu não diria apenas: pare!

Eu não diria nada,

Palavras não precisariam ser ditas...

Apenas sentidas!

13 de novembro de 2016

Ruth d. santos