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Sugestão de Esquematização do Episódio

est. 37 e 38
"Porém já cinco sois eram passados" localização das naus
est. 39 e 40
Caracterização da figura do Adamastor
est. 41 a 48
Discurso do Adamastor:
 referência à ousadia dos portugueses;
 profecias do gigante sobre o futuro dos
Portugueses
est. 49
Interrupção do discurso por Vasco da Gama "Quem és tu?"
est. 50 a 59
 O Gigante explica a sua génese;
 Referência ao drama amoroso do Gigante;
 Metaformose do Adamastor.

est. 60
Desaparecimento do Gigante
Pedido do Gama a Deus para que as profecias do Gigante não se
realizassem.

As naus portuguesas navegavam há cinco dias, estando junto do Cabo das


Tormentas (futuro Cabo da Boa Esperança) quando subitamente aparece, perante o
espanto dos marinheiros uma nuvem escura e imensa, que escondia o céu; o mar bramia
e agitava-se, pressagiando uma ameaça terrível.
Desenha-se a imensa figura do Adamastor, gigante de aspecto horrendo e irado. O
Poeta compara-o ao colosso de Rodes, não se poupando a adjectivos para a sua
descrição. O monstro interpela os marinheiros aterrorizados, reduzidos pela sua
presença avassaladora à dimensão de seres frágeis e indefesos. Censura-lhes a ambição,
a constante procura do novo, a ousadia de invadirem domínios que jamais tinham sido
atravessados.
Vasco da Gama enfrentando o próprio medo, ergue-se e frente àquela grandíssima
estatura (59.5), ousa perguntar: Quem és tu? (49.3).O poeta mostra, com estes efeitos
cenográficos e intensamente dramáticos, a sua concepção de valentia: herói não é aquele
que não teme, mas o que supera o temor.
O gigante, irritado, profetiza a sua terrível vingança para os portugueses que
ousarem por ali passar no futuro. Os segredos do mar nunca tinham sido a nenhum
grande humano concedidos (42.3), e nem a coragem reconhecida do povo luso poderá
alterar essa lei. Vasco da Gama fica a saber quais serão os destinos fatais de Pedro
Álvares Cabral, Bartolomeu Dias, D. Francisco de Almeida e Manuel de Sousa
Sepúlveda, com sua mulher e filhos, que irão morrer naquele local, a que D. João II dá o
nome de Cabo da Boa Esperança.
Mas, diante da pergunta de Vasco da Gama, o Gigante muda o seu discurso. Explica
que ele é o próprio Cabo Tormentoso, castigo que os deuses lhe deram pela sua paixão
por Tétis, que o despreza. A cólera das suas primeiras palavras termina em lágrimas de
dor. A nuvem negra desfaz-se, depois desta confidência.
O Adamastor condensa em si todos os medos que suscitava o Mar Tenebroso, com o
imaginário domínio de forças sobrenaturais e maléficas. Mais um obstáculo vencido, à
custa da coragem e inteligência de alguns Portugueses.

Paráfrase do episódio do Adamastor (Canto


V)
37
Tinham passado cinco dias de navegação com ventos favoráveis quando, numa noite em
que estavam de vigia à proa, viram formar-se sobre as suas cabeças uma nuvem que
escurecia os céus.
38
A nuvem era tão escura e carregada que inspirava um grande medo. Ouvia-se ao longe o
estrondo das vagas contra os rochedos.
"Meu Deus - exclamei eu - que ameaça ou que segredo este mar nos mostra, que parece
ser coisa pior que um temporal?"
39
Ainda eu não tinha acabado de dizer isto e já um vulto gigantesco se erguia diante de
nós.
O rosto era sombrio, a barba desgrenhada, os olhos encovados, a expressão medonha e
má, os cabelos cheios de terra, a boca negra e os dentes amarelos.
40
Era tão grande que, posso assegurar-te, era um segundo colosso de Rodes, que foi uma
das sete maravilhas do mundo.
Falava com uma voz cavernosa, que parecia vir do fundo do mar. Arrepiavam-se as
carnes e os cabelos só de o ouvir e ver.
41
E disse: "Ó gente mais audaz que qualquer outra que tenha praticado grandes feitos! Tu,
que nunca repousas dos trabalhos e das guerras, pois te atreves a romper os limites e a
navegar nos mares que eu guardo, e nos quais nunca ninguém navegou:
42
pois vens desvendar os segredos da natureza e do mar que nunca nenhum mortal
conheceu, ouve e fica sabendo os males que eu tenho preparado para castigar o teu
atrevimento quer no mar, quer na terra que, com dura guerra, virás a dominar.
43
Fica a saber que todas as naus que fizerem esta viagem terão como inimigo este lugar,
com ventos e tempestades terríveis.
Na primeira armada que aqui passar eu farei subitamente um castigo inesperado, mas
destruidor.
44
Aqui espero vingar-me do primeiro que me descobriu.
E não será esse o único castigo da vossa temeridade; todos os anos vereis naufrágios,
perdições e o menos doloroso dos males será ainda a morte.
45
Do primeiro fidalgo que teve o título de Vice-rei, serei eterna sepultura.
Aqui deixará os troféus das suas vitórias sobre os turcos; aqui se vingarão dele as
cidades de Quíola e Mombaça.
46
Também um outro homem ilustre, na companhia da formosa dama que o Amor lhe deu,
escapará ali vivo de um naufrágio, para encontrar em terra morte com maior sofrimento.
47
Depois de terem caminhado muito tempo pela areia ardente, verão morrer os filhos de
fome, verão os Cafres roubar à esposa os vestidos que a cobriam, até a deixarem
exposta ao calor, ao frio, ao vento, inteiramente nua.
48
E, os que escaparem, verão os míseros amantes morrer abraçados na mesma sepultura,
depois de lágrimas e lamentos que comoveriam as próprias pedras."
49
O monstro horrendo continuava a vociferar os nossos destinos quando eu lhe perguntei:
"Quem és tu?"
Retorceu os olhos, deu um espantoso brado como se a pergunta lhe tivesse doído, e
respondeu:
50
"Eu sou aquele oculto e grande cabo que se estende em direcção ao Polo Sul, onde
termina a costa africana.
Os grandes geógrafos da antiguidade não me conheceram, e a vossa ousadia muito me
ofende!
51
Fui um filho da Terra, do mesmo modo que o foram os Gigantes revoltados.
Chamo-me Adamastor, e estive na guerra contra Júpiter; não fui dos que colocaram
monte sobre monte para chegar ao céu, mas andei no mar, em guerra contra Neptuno.
52
Foram os amores da esposa de Peleu que me fizeram tomar tão grande empresa.
Desprezei outras deusas do céu para amar só a princesa das águas. vi-a um vez, na
companhia da Nereides, sair nua das águas, e logo senti um desejo que ainda agora dura.

Como me não era possível consegui-la, por ser tão feio de figura, resolvi conquistá-la, e
exponho o assunto a Dóris. esta fala-lhe por mim, mas ela respondeu com um sorriso:
"Qual será o amor da deusa que aguente o dum gigante(?)...
54
...mas, para evitar a guerra do Oceano, procurarei uma forma de, respeitando a honra,
evitar prejuízos", respondeu-me Dóris. Eu não consegui compreender este engano.
como são cegos os amores! Fiquei cheio de desejo e de esperanças.
55
Já sem saber o que fazia, numa noite prometida por Dóris, vejo de longe o vulto de
Thétis, sé desejada.
Corro para ela como louco, abraço-a e beijo-lhe os olhos, as faces, os cabelos.
56
Ó! Tenho até vergonha de o contar: julgando ter nos braços quem amava, encontrei-me
abraçado a um duro monte, e em vez de apertar um rosto angélico, tinha um penedo nas
mãos. Eu próprio me senti de pedra: era um penedo junto a outro penedo.
57
Ó formosa ninfa! Já que a minha presença te não agradava, que te custaria manter-me
nesta ilusão, fosse ela monte, nuvem, sonho ou nada?
E fujo, quase louco, do desgosto e do vexame ali sofridos, a procurar outro mundo onde
ninguém da minha dor se risse.
58
Já então meus irmãos tinham sido vencidos na sua guerra, para que deuses vãos se
sentissem mais seguros, alguns estavam sepultados sob vários montes. E como contra o
céu não há defesa, comecei a sentir o castigo dos meus atrevimentos.
59
A carne é agora terra dura; os ossos fizeram-se penedos. Estes membros que aqui vês, e
esta figura estendem-se pelo mar. Enfim, transformei-me neste cabo. E, para ainda mais
me magoar, cerca-me Thétis nestas águas.
60
E, dizendo isto, com um medonho choro o Adamastor desapareceu dante os nossos
olhos. Desfez-se a nuvem negra e o mar soou até longe. Eu pedi a Deus que removesse s
trágicas profecias do Adamastor.

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