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15/03/2018 Brasil | A história da primeira “serial killer” de animais brasileira | PÚBLICO

BRASIL

A história da primeira serial


killer de animais brasileira
Vários animais entravam em casa de Dalva, mas nenhum
saía. Juliana desconfiou e decidiu contratar um detective
privado. Descobriram mais tarde que os animais só de lá
saíam mortos, em sacos do lixo, o que levou a Justiça
brasileira a condenar Dalva por agir com “deliberada
intenção”.

CLAUDIA CARVALHO SILVA • 15 de Março de 2018, 13:07

Dalva da Silva foi condenada por matar 33 gatos e quatro


cães em 2012, mas não se sabe quantos animais poderá ter
matado antes PAULO PIMENTA/ARQUIVO

A brasileira Dalva Lina da Silva, de 48


anos, era vista por muitos como uma
guardiã dos animais – sozinha, recebia
dezenas deles por dia em casa, dizia dá-
los para a adopção e admitia gostar
muito deles. A capacidade que tinha
para tratar de tantos animais começou a
levantar suspeitas que, para tristeza de
quem nela confiou, acabaram por se

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confirmar: Dalva recebia cães e gatos em


casa e matava-os. Desde Fevereiro
que Dalva cumpre 16 anos e meio de
pena de prisão por ter matado pelo
menos 37 animais (33 gatos e quatro
cães) – mas o número pode ser bem
mais elevado. Juliana Bussab, uma das
fundadoras da organização não
governamental Adopte Um Gatinho,
contou nesta semana ao site Universa
como ajudou a desmascarar Dalva, “a
primeira serial killer de animais presa
no Brasil”.

Os animais encontrados mortos


apresentavam todos “lesões
perfurantes” e hematomas subcutâneos,
lê-se no relatório do Tribunal de Justiça
de São Paulo, escrito pela relatora
Rachid Vaz de Almeida e consultado
pelo PÚBLICO. Como relatado no
documento judicial, a mulher amarrava
os animais, injectava-lhes cetamina
(“uma substância perigosa e nociva à
saúde humana e ao ambiente”) e
perfurava-os, fazendo com que
perdessem sangue e acabassem por
morrer.

Ouvido pelo tribunal, o veterinário que


analisou os cadáveres dos animais disse
que eles tinham sido “mortos de forma
lenta, dolorosa e cruel” e que tinham
antes sido submetidos a maus tratos,

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sendo visível que passavam fome. “Os


animais sentiram a dor e estavam
conscientes no momento da execução”,
reconheceu o médico veterinário Paulo
César Maiorka, que foi ouvido pelo
tribunal. Diz que nunca tinha visto coisa
semelhante, “tanto pelo número,
quanto pela forma com que os animais
foram tratados”.

Em 2012, Dalva foi considerada pela


Justiça como uma assassina em série de
animais e foi condenada em primeira
instância, mas recorreu da decisão e
ficou em liberdade até 2016. Foi
novamente condenada em 2017, altura
em que aumentaram a sua pena para 16
anos e seis meses de prisão. Esteve
desaparecida desde então, mas foi
encontrada em Fevereiro, cumprindo
agora a sua pena em regime semiaberto
numa instituição prisional de São Paulo.
Como explica a revista brasileira Exame,
o regime semiaberto permite que a
pessoa condenada trabalhe e faça cursos
fora da prisão durante o dia, devendo
retornar à unidade penitenciária
durante a noite.

Como surgiu a suspeita?


A desconfiança começou em 2011 –
Dalva era a pessoa aconselhada a quem
precisasse de entregar animais para
adopção, mas Juliana questionava-se
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como é que uma só pessoa conseguia


ajudar mais animais do que uma
organização. Dalva, confrontada por
Juliana Bussab, dizia que conseguia
suportar os custos, porque tinha “uma
pensão boa” e também fabricava
sabonetes artesanais.

“Eu sei quanto custa manter um abrigo,


e ela nunca foi ligada a nenhuma
organização, nada”, conta Bussab. Foi
isso que a levou a dar o alerta: “Cuidado
com a Dalva.” Uma conhecida de
Juliana não recebeu o seu aviso e
entregou 16 gatinhos que tinha
resgatado a Dalva da Silva no início de
2012. Assim que soube, Juliana
telefonou a Dalva e pediu a devolução
dos animais, mas ela recusou, dizendo
que já os tinha enviado de São Paulo
para uma residência que tinha no
Paraná. A voluntária, incrédula,
perguntou-lhe como é que o fizera em
menos de 24 horas, já que as duas
cidades distam cerca de 800
quilómetros. Dalva ameaçou-a e Juliana
decidiu contratar um detective privado.

Inicialmente, pensavam que ela os


abandonava ou vendia ilegalmente.
Quando passaram a vigiar a sua casa, o
detective Edson Criado apercebeu-se de
que muitos animais entravam, mas
nenhum saía.

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O que saía de sua casa em abundância


eram sacos do lixo. O detective
contratado diz que abriu alguns desses
sacos que Dalva trazia para fora,
enquanto olhava atentamente em redor,
e encontrou gatos mortos, enrolados em
jornal. Mais tarde, o detective e a
organização de resgate de animais
aperceberam-se que uma das pequenas
cadelas que tinha sido entregue a Dalva
durante a tarde, com um laço rosa, era a
mesma que estava num dos sacos, ainda
com o lacinho ao pescoço – tanto o
momento da entrega como o da cadela
embrulhada no saco ficaram registados
em fotografias.

Juliana sentiu-se destroçada e sabe que


não foi a única a sentir-se assim: “Não
se esquece aquilo.” Nos 22 dias em que
Dalva foi vigiada, o detective viu que a
mulher tinha recebido em sua casa cerca
de 300 animais.

No parecer jurídico do Tribunal de


Justiça de São Paulo, emitido no final do
ano passado, é ainda referido que a
arguida utilizou cetamina, uma
substância nociva tanto à saúde
humana como ao ambiente, nos
animais, sem que tivesse licença de
compra, suspeitando-se que a tenha
conseguido de forma clandestina — o
que agravou a sua condenação. Ainda

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que o fármaco fosse usado, a morte era


resultante das várias “perfurações nos
grandes vasos e no coração”. Uma das
cadelas apresentava 18 perfurações por
todo o corpo.

A arguida referiu que os animais se


encontravam em fase terminal e que os
matava para acabar com o seu
sofrimento – mas as autoridades
apuraram que se tratava de animais
saudáveis. O tribunal decretou que a
arguida “agiu com deliberada intenção”
de magoar os animais.

“Quando o caso se tornou público, as


pessoas comentavam: ‘Deve ser uma
velhinha louca.’ Mas não era. Dalva
tinha 42 anos, era viúva de um médico,
morava num bairro nobre, numa casa
grande, tinha uma filha na
universidade. Era uma pessoa que,
teoricamente, tinha uma vida
confortável e regrada. Ninguém
imaginava que, por trás disso, ela
cometia aqueles actos”, disse à Universa
o advogado e voluntário na associação
Adopte Um Gatinho Rodrigo Carneiro,
que acompanhou as declarações de
Dalva em tribunal. “Acredito que ela
matava por prazer”, concluiu.

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