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€ (ou) @ morte que, a pouco e pouco, o progresso removeu do lugar central que ocupara nas nossas crencas e ritos, trivializou e acabou quase por esconder como se de coisa obscena se tratasse. Porque é que isto aconteceu e de que maneiras 0 assunto tem sido estudado so temas do prefacio de Herminio Martins aos sete ensaios que constituem 0 resto do volume (...)> José Cutileiro Colaboradores: Augusto Santos Silva Brian Juan O'Neill Herminio Martins Joao de Pina Cabral Margarida Duraes Maria de Fatima Brandao Patricia Goldey Rui G. Feiié T. F. Earle Conhecer Portugal 4 * Guero. | Ealefio apolada pelo Instituto Portugués do Livro Prego 400890 A Morte no Portugal Contemporaneo Conhecer Rui G. Fetjo Portugal Herminio Martins Joao de Pina Cabral A Morte no Portugal Contemporaneo Aproximacées Sociolégicas, Literatias e Hist6ricas OS CULTOS DA MORTE NO NOROESTE DE PORTUGAL * Joao de Pina Cabrat Pois ndo deizareis minha alma no Injerno; nem permitireis que os Yossos Santos sofram a corruped Salmos 16: 10 Pouco tempo depois de ter iniclado o meu trabalho de campo no Noroeste de Portugal apercebine de uma série de cultos cujo significado, a principio, nio entendi intel ramente. SO mais tarde compreendi que estavam associa- dos por um modelo unificador. Estes cultos tinham a ver ‘com a oposicéo entre a vida e a morte fisicas e a vida € ‘2 morte espirituais. O presente ensaio constitul uma ten- tativa de abordar esses mesmos cultos como um grupo, de modo a chegar © conclusées gerais sobre o seu signifi- cado'. ‘0 termo «cultos da morte» é susceptivel de induzir em erro. Refiro-me sobretudo a trés cultos locais, dos quais nem todos esto especificamente relacionados com a morte fisica. Contudo, uma vez que se centram em torno da opo- sigdo vida/morte e 6 nesse contexto podem ser entendi- Gos, utilizo essa expresso para os referir. A oposi¢ao vida/morte talvez seja a unidade simbéica mats impor- tante na cultura camponesa do Noroeste de Portugal, po- dendo ser observada em praticamente todos os campos de facgao e pensamento; €, pois, a este factor que atribuo & grande importincia de que estes cultos se revestem local- mente, Por outro lado, o termo «culto» pode ser mal inter pretado. O povo néo os considera como entidades de acco + Traduglo de Ana FalcSo Bastos, revista pelo autor. Este artigo foi publicado pela primeira ver em 1980: «Cults of Death in Nowthwestern Portugals. i JAS0, vol. XI, Oxford, 1980,” pp. 1-12 ‘Beeejo agradecer ao De. J. K. Campbell © 20 Prof, Rodney Needham os pestle aaatision @ crlticas, assim como a meus Pais, Dr, Daniel de Pina (OREPE Rha anvclina de Pina Cabral, pela sua colsboragio na recolhe de Gatorials. Delss opiniges expressas, porém, sou o ico responséve. etSaoe os dados a que recor para a elaboragio deste trabalho refe reme to Noroeste de Portugal e em particular a0’ Alto Minbo onde Jevei Teabo 0 trabalho de campo entre 1978 ¢ 1960 65 Cultural independentes, mas como uma parte integrante € indistinta do seu confronto com o mundo em geral © com 0 sobrenatural em particular *. © primeiro culto sobre 0 qual nos vamos debrucar é © das Almas do Purgatério, ou seja as almas das pessoas gue morreram hé pouco tempo e que ardom no Purgaté. Tio & espera do dia em que o fogo as purifique dos peca. dos que cometeram na terra, © segundo € 0 culto dos corpos incorruptos. Trata-se de corpos de pessoas que, depois de sepultadas, no sofrem corrupcao, sendo a carne preservada e permanecendo o vestuario em per- feito estado de conservacio. Finalmente, trataremos do gulto de pessoas de quem se diz no comerem nem bebe. Tem, nfo tendo, portanto, funges fisicas normais. Estas Pessoas so consideradas’ santas e referilas-el como «je. Juadoras». Estes cultos néo so exclusivamente especiticos de Portugal, podendo ser encontrados em. todo o mundo catélico, e mesmo cristo, Mas, como é evidente, no Posso pretender que as minhas teses sejam auitomatica. mente validas para um campo t&o vasto, pelo que me Ii. mitel intencionalmente a0 Noroeste do Portugal. Em Celebrations of Death: The Anthropology of Mor- fuary Ritual, Huntington e Metcalf afirmam que os ritos funerérios cexpressam a ordem social pela diferenciagéo que estabelecem entre pessoas de diferentes condig6es. Este tipo de afirmacdo presta-se a ser ampliado em muitas direccOes. O proprio Hertz relaciona-o com @ pratica de preservar as reliquias de individuos altamente considerados, 0 que teria dado origem a0 culto dos antepassados ‘», 2 A dlstinedo entre a eligifo etritamene catia e a sligito popular local, tio valgsrizada , na minha opinio, tio nocive, elas om eet easleimperatinin de gue as opaeges Bho vim gungur de renga etre a erengas quo a Igreja opooe as que a Tgreja fominne gh, Sy de Pina Cabral Eiroco furl eo Confito cote Vone in Stade in Etudes Contempordneos 2/3, Porto 1981. pp. S119 2 Batretanto chamo a atengio do leitr para a roclha de artigos tobro o tema da morte © da regenerasdo da vida ongastssds por Maree Boek ¢ Jonathan Parry (Death and the Regeneration of Life! Camboige: roe. beldge University Press, 1963) em quo‘os autores eeetadotes ¢ seeeaotn gies deste artigo (p. 32), situam tate andlie Mam contexte coment +R. Huntington « P. Metcalt, Celebrations of Death: The Anthro ology of Mortuary Ritual, Cami: Cambridge Univenicy Peas ae P. 66 Em minha opinido, esta tese, que nfo deixa de ter 0 seu valor, nfo consegue explicar a coeréncia interna des- tes cultos, pelo que, na sua abordagem, tenho de it mais além desta explicaco. E esta tentativa que constitui o tema principal do presente trabalho. I Antes de analisar cada culto separadamente, fare uma breve referéncia aos ritos do enterro na regifio em que teve lugar o meu trabalho de campo, dando particular atengio as praticas e concepeses especifieas que irdo cla- rificar a andlise dos trés cultos. No Noroeste de Portugal hé trés tipos muito distintos de morte perante os quais a reaccao das pessoas também varia de forma correspondente °. Uma pessoa pode morrer Por ser velha. Neste caso, teve tempo de se preparar para ‘a morte: recebeu a Extrema Uncio que, como Van Gen- nep tio justamente salienta, é um «rito'de incorporacéo no outro mundo"», pelo que a sua morte nao constitul problema, pois a passagem do mundo dos vivos para o mundo dos mortos foi bem delineada e ritualmente com- pleta. Por outro lado, uma pessoa ainda relativamente nova pode morrer de doenca, sendo este o segundo tipo de morte. Embora neste caso'se possa ter recebido a Ex- trema Unedo e tido direito aos Tituais de separacio do mundo dos vivos e incorporagéo no mundo dos mortos, este tipo de morte cria maiores problemas pois subtrai de. comunidade dos vivos membros anteriormente aptos, ameagando deste modo a ordem social. A reaccfo a este tipo de morte é mais violent, as manifestagdes de luto so mais fortes e os perigos que rodeiam o perfodo que precede 0 enterro sio mais sérios. Finalmente, hé a morte violenta, a md morte. Trata-se do tipo de morte que pro- voca a maior reacciio na comunidade local. As manifesta- # Nio considero aqui um quarto tipo de morte, a das crlangas, pots rio desempenba qualquer papel em teligio a estes cultos. Ay criangis eo ‘¢ pare 0. conquistarem® séo os chamacios «anjinhoss. E bastante significative nanca ee me. ter Aeparado 0 culto de um corpo incorrapta de erianga, Cf, Patricia Goldey., ‘ — cltado em D. Stone, sthe Tneoeation ot the Saints» in Church Quarterly Review, Janeiro, 1890, p. 286° " Cf, Jolio de Pina Cabral ¢ Rui Reljé, Um Conflito do Atitudes porante e Hforte: A questa dos Gemitérin: to Portugal Contemportacs, neste volume. 3 Douro Litoral III/IV. 48 série, Porta, 1981, p. 8. A aseociagko de Almas do Pargatério com almas penadas, referida pelos autoroe, mais Juma ver reforsa a natureza assisteradtica, ambigua e° pouco.conrstente dag erengas sobre a morte, ef, nota 11. CI. Jonge e Margot Dias, A Eucomen esdo das dima, Porto: TEAigho de autor, 1968 74 © texto que me foi dado provavelmente nfo est com- pleto: Alerta, Alerta Que a vida é curta Ea morte 6 certa. Quem puder, Serd por amor de Deus. Rezavam entéo acompanhados pelos vizinhos, cada um. em sua casa, um Pai Nosso, uma Avé Maria ¢ uma Gl6ria Pater pelas Almas. ‘Mas se 0 culto ptiblico desaparsceu, 0 mesmo nio é verdade do culto privado que rodela as imagens das Al- mas do Purgatorio espalhadas pelas bermas das estra- das. Nestes retébulos os seres divinos estéo dispostos de forma a elucidar as suas relagdes hierérquicas e funcionais. Uma disposicéo comum ainda nos painéis pintados na dé- cada de cinquenta ¢ a seguinte: em cima, o Cristo cruci- ficado; debaixo dele, a Virgem; & esquerda desta, St. An- t6nio;’um pouco mais abaixo, e & direita da Virgem, 0 Arcanjo S. Miguel retirando as Almas das chames com a balanga numa méo e a espada na outra. Apesar de jé serem extremamente raros consegui ainda encontrar um ou outro exemplo de painéis em que o Diabo é represen- tado tentando impedir o trabalho abengoado de S. Miguel. Finalmente, os painéis tém uma legenda dizendo: «6 vés que indes passando,/Lembrai-vos de nés, que estamos pe- nando./P.N., A.M Nos tltimos vinte anos, os retébulos que so renova- dos sao substituidos por painéis de azulejos com uma iconografia predominantemente mariana em que as Al- mas tendem a ocupar menos e menos espaco, chegando mesmo a desaparecer, e em que 0 tnico ser divino repre- sentado é a Virgem. Até os que representam 0 Senhor dos Passos jé comegam a ser pouco aceitavels para a sensibilidade burguesa dos padres. A hierarqula religiosa est a actuar em Telacto ao culto das Almas do Purgatd- rio da mesma maneira que em relagSo aos cultos locais dos Santos: dirigllo, tentando substitutlo, dissolvendo-o, no culto mariano **. 18 Cf, William A. Christian, «De los Santos 2 Maria in Temas de Antropologia Social Espafiola, Carmelo Lisén-Tolosana (org), Madi ‘Akal, 1976, 75 Os retabulos presentemente existentes na regifio mi- nhota so quase todos resultado de ofertas votivas as Al- mas por parte de um individuo ou de um grupo de vizi- ‘nhos que querem agradecer algum favor recebido. Em geral, hé uma casa cuja responsabilidade é «olhar pelas alminhas». As pessoas que passam deitam dinheiro na caixa de coiecias ou deixam pequenas ofertas (velas, flo- res, milho, feliéo, ete.). Estas ofertas so geralmente pro- piciatérias, isto é, feitas com o designio de interessar as ‘Almas pelos problemas do doador. As ofertas votivas pro- priamente ditas—as que pretendem agradecer ou pagar ao santo um favor — sao frequentemente de maior monta. ‘A situago escolhida para os nichos das alminhas 6 em si cheia de significado. Hles so construidos nas ber- mas das estradas — lugares de passagem — mas sempre nas frontelras das zonas habitadas (lugar, freguesia, vila, bairro, aldela) ou nos cruzamentos — lugares de passa- gem por exceléncia. Frequentemente, quando hoje encon- tramos nichos no meio de zonas habitadas, 6 facil perce- ‘ber que isto se deve ao crescimento da aldeia, posterior a instituigdo do retébulo. A iminaridade das Almas —o facto de se encontrarem na fronteira entre a vida e a morte— é @ propria esséncia do oulto que thes é dedi cado. Mas elas sio também mediadoras entre a Vida e a Morte—no sentido espiritual desta oposigao. Como tal, elas sto postas como guardiéo nos pontos de passagem entre as zonas habitadas (e porianto consagradas pela presenga humana) e as zonas desabitadas (e portanto perigosas para o ser humano). O facto da wencomendagso das almas» s2 fazer ao fim do dia, por volta do creptis- culo, deve ser interpretado da mesma forma, mm Passemos agora 20 culto dos corpos que nfo sofre- ram corrupgio. Como vimos, depois da morte deixase 0 cadaver em repouso durante trés a cinco anos. Em geral, decorrido este periodo de tempo, tudo o que resta do morto € 0 esqueleto. Em certos casos, porém, e por razbes que néo vamos aqui referir, alguns corpos ndo sofrem corrupgio *. As descrigées que ouvi da descoberta destes 1A explicardo cientifica. para a incoreupyio deve ser procurada na natureza da termi ou na qualidade do caixio, Na regiio de que estamos 16 corpos so de tipo muito semelhante: o caixiio é aberto © vestudrio e 0 corpo da pessoa esto perfeitamente in- tactos, Esta inesperada visio de perfeigio é acompanhada por um odor de santidade que, nos varios relatos que It e ouvi, 6 sempre descrito como o odor de uma flor, seja ela rosa, violeta ou jasmim'. A maior parte dos corpos reaje muito mal ao contacto com o ar e muitos desinte- gram-se logo a seguir, No entanto, nem sempre é este 0 caso. Quando se descobre um corpo incorrupto, de uma ma- neira geral 0 povo afirma que se trata de um santo. AS au- toridades e os padres tém interesse em enterré-lo imedia- tamente, uma vez que se recusam a aceitar e incorrupti- bilidade’ como sinal necessério de santidade. # habitual serem impedidos de o fazer pelo povo. Este modelo re- pete-se em todos os casos recentes que estudel. Enquanto © corpo esa fora da terra, o padre pratica um ritual de «levantar a excomunhJo», que consiste sobretudo em ver- gastar o cadaver, Este pormenor surpreendeume muito até encontrar uma passagem no Rituale Romanum (tit, III. cap. 4° Ritus absolvendi excommonicatium jam mor: tuum) em que o padre ¢ aconselhado a vergaster 0 cadé- ver de uma pessoa excomungada, ao mesmo tempo que vai dizendo oragées de modo a unificé-la com 0 corpo da Igreja permitindo assim que a alma va pare o Céu. O que fazem estes padres talvez seja muito semelhante a todos 4 tratar & frequente op calxSes serem revestidos de chumbo ( (p18) 22) john Latouche, Travels in Portugal, 2.* edivio, Londre: Word, Lock @ Tylor, 1876, pp. 216-216. Agradego a Maria de Fitima Brando cata rolertacla, 81 © caso mais conhecido, porém, foi um que a Igreja abragou e cujo proceso de canonizagdo esta instituido no Vaticano desde 1979— Alexandrina de Balasar”. Trata-se de uma rapariga que, aos catorze anos, foi perse- guida por varios homens que a queriam violar. Para os evitar, saltou de ume janela, do que resultou ficar alei- Jada para toda a vida. Durante o tempo que passou de cama tudo o que ingeria era a héstia aos Domingos. Consta que «reviviay a experiéncia da Paixio de Cristo todas as Sextasfeiras & noite e, em consequéncia disto, diz-se que teve «uma resignagSo quase sobrenatural face a0 sofrimento». Esta mulher morreu aos 51 anos. Encon- tramos aqui caracteristicas semelhantes As das santinhas incorruptas anteriormente referidas. Esta mulher era vir- gem e escolheu esta vida de santidade e de grande sofri- mento a fim de permanecer upura». & digno de nota 0 facto de em todos os casos de jejuadores de que tive conhecimento se tratar de mulheres e de haver referén- clas ao facto de elas serem sextalmente «purasy. © caso de Therese Newmann, na Baviera, referido por Vita Sackville-West na sua obra The Eagle and the Dove assemelha-se em muitos aspectos a0 que acabémos de re- ferir. Mas por que motivo devem estas mulheres ser con- sideradas santas ¢ 0 que existe nelas que explique que as ‘pessoas fiquem prontas a acreditar no seu poder de curar doengas? Mais uma vez, verno-nos aqui confrontados com uma ambiguidade de definicko que leva a uma situacio de lminaridade, Estas mulheres esto vivas, mas todas as Sextasfeiras «morrem com Criston, pois delas se afirma enfaticamente que todas as Sextasfeiras sofrem fisica- mente a Paixio de Cristo—a levitaclio da Beata de Ari- tana posterior & Sagrada Comunhao pode ser considerada como uma variacéo no mesmo tema. Ao mesmo tempo, niio estfio sujeitas ks fung6es fisicas que caracterizam as necessidades humanas neste mundo: néo comem nem be- bem e so sexualmente «purasn e é evidente que nfio tem fung6es intestinalis. Estas pessoas esto vivas, mas com- portam-se realmente como se estivessem mortas. Penso que € nesta ambiguidade que se deve procurar o signifi- cado simbdllco deste culto. 25 CE, entre outros, P* Humberto M, Pasquale SD. B., Alexandrina 48 edigio (trad. P. Tsmael de Mates), Porto: Hdigdee Salesianse, 1980 (Geta Obeeat, 1867) 82 v Em todos os casos referidos a relacéo entre os santos e 0 povo é muito estreita. Uma freguesia ou um con- celho sentem-se unificados por possuirem um santo ‘comum. As pessoas sentem-se orgulhosas dos «seus» san- tos e as oferendas que thes fazem so a page da eratidio pelo éxito que tiveram devido a «favores» e «milagres» que pediram aos santos para Teelizar. Se as colheitas nfo a0 prometedoras, se hd alguém doente, se o filho esta na tropa, eto,, todas estas sittagées correspondem a neces- sidades directas que o santo ajuda a resolver. Por conse- guinte, os santos tem um enorme significado econémico, significado este que tem por base uma estrutura simb6- Vica_que precisa ser explicada. ‘Os trés cultos a que me referi tém a ver com entida- des que se situam entre dois mundos, encontrandose, portanto, numa situag&o liminar. Mas agui pde-se outro problema: vida e morte so usados em dois sentidos dife- Tentes, o fisico e o espiritual, Esta interacgio de signifi- cado no emprego dos dois conceitos é fundamental para © Cristianismo. O tedlogo Cobb afirmou o seguinte: «Tor- nase evidente que a antitese do Novo Testamento e do Cristianismo no é a do Antigo Testamento e do Judaismo, entre este mundo e o mundo extraterreno, mas entre dois tipos de vida neste mundo e no Além *.n O corpo, como centro da vida fisica, 6, simulteneamente, devido as suas necessidades © exigéncias, o centro da morte espiritual, sendo com a corrupgéo do corzo fisico que @ purificacio espiritual pode ter lugar no Purgatério. A morte fisica pode conduzir o homem & vide espiritual. ‘Vida fisica e vida espiritual sio, por conseguinte, use- das como metéforas uma da outra em determinadas cir- cunstfncias, enquanto em outras so consideradas opos- tas. Esta complexa inter-relagio entre ambos os significa- dos é salientada por BethuneBaker na sua anélise do pensamento teologico dos cristios primitivos quando man- tém que, para estes, o pecado era «um estado ou condi- ‘¢40, ums forma de vida, que 6 descrita como uma doenca, ou mesmo, por oposiglo & verdadeira vida, como morte. Os que vive debaixo de tais condigdes esto ‘morto: © oposto desse estado ¢ a vida, ou vida eterna—uma fasting (org.) = ‘Life and Death (Christian)> io J. # W. F. Cobb, «Lite (Christian) Hasing (org). Bnoyciopedia’ of Religion end Ethics, Edimbur 71990, vol. 8, Pp. 1618, esp. p- 19 83 I e

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