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MICROECONOMIA

AUTOR: ANTÔNIO CARLOS PORTO GONÇALVES

ROTEIRO DE CURSO
2010.1
Sumário
Garantias de Cumprimento

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 3

2. PLANO DE AULA .............................................................................................................................................. 7


Bloco I: A lei da oferta e da demanda ............................................................................................. 7
Bloco 2: Economia do bem-estar ................................................................................................. 12
Bloco 3: Comportamento da empresa e organização da indústria ...............................................16
Bloco 4: A economia do setor público .......................................................................................... 23
3. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................................. 26
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1. INTRODUÇÃO

1.1. VISÃO GERAL

O panorama social de qualquer grupo de seres humanos é composto por


uma imensa quantidade de dados e informações, os quais interagem de forma
muito complexa e não evidente à primeira análise. As diversas ciências sociais
procuram ordenar e estudar esta multiplicidade de dados e informações. As-
sim, a História usa, em geral, um critério de organização temporal e de perio-
dização para o entendimento dos fenômenos sociais, na expectativa de que as
causas e os efeitos se ordenem de maneira temporal, ou que pelo menos isto
ocorra na maioria das vezes.
A Ciência Política tenta classificar, ordenar, entender os dados sociais a
partir da perspectiva do poder – isto é, de seres humanos interagindo e ob-
tendo resultados melhores para um grupo e piores para o outro, conforme o
poder que cada grupamento consiga amealhar. A Sociologia busca achar con-
figurações de interdependência entre os grupos humanos, isto é, a formação
de coalizões chamadas classes, estados, nações, raças, sindicatos, familias etc,
as quais interagem entre si, tudo isto com o objetivo de interpretar os fenô-
menos sociais a partir destas configurações e de sua dinâmica. A Antropolo-
gia faz essencialmente o mesmo que a Sociologia, mas seu foco é, em geral, no
passado ou em sociedades do presente fora do “main-stream” geográfico. Há
também abordagens institucionais, éticas e jurídicas, que se concentram em
considerar as instituições e as regras desenvolvidas pelos seres humanos para
conseguir uma convivência mutuamente benéfica ou que analisam o porquê
de não conseguirem tal convivência.
A Economia, por sua vez, adota dois pontos de vista diferentes. Na Ma-
croeconomia, se considera a evolução dos chamados grandes agregados eco-
nômicos – PIB, inflação, desemprego, exportações etc. – e este ramo do
conhecimento é de natureza similar à Sociologia, isto é, busca configurações
de interdependência, dividindo a sociedade em grupos amplos – empre-
sários, banqueiros, trabalhadores, governo – e analisando a sua dinâmica
interativa. Mas isso será visto com mais detalhes na parte referente ao curso
de Macroeconomia.
A Microeconomia, por sua vez, adota como princípio organizador dos
dados sociais que observa o comportamento racional das pessoas, definido de
forma restrita como sendo a otimização das escolhas, feita por cada indiví-
duo, para alcançar seus objetivos, supostamente muito claros e indubitáveis
para cada um.
Estes objetivos são considerados também relativamente imutáveis. O
“homo economicus” não tem dúvidas e é constante. A pessoa sabe o que

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quer e não muda, mudando apenas as suas circunstâncias. As modificações


nos dados sociais são então explicadas como decorrentes de mudanças nas
circunstâncias das pessoas, dos indivíduos, induzindo a mudanças nas suas
escolhas, e então na sociedade como um todo. Os modelos modernos ma-
croeconômicos, buscando fundamentos microeconômicos e a unificação da
economia, construídos a partir da otimização individual, em geral acrescen-
tam ainda mais hipóteses simplificadoras, talvez simplórias, a esta construção
– por exemplo, todas as pessoas são iguais, e assim por diante.
O ponto de vista metodológico microeconômico é reducionista, a redução
chegando ao nível do indivíduo. E a agregação, soma simples dos compor-
tamentos dos indivíduos, é que explicaria os movimentos sociais como um
todo. Apenas recentemente a teoria dos jogos tem construído modelos envol-
vendo coalizões supra-individuais. E, como dito acima, é também um ponto
de vista metodológico racionalista estrito, ou seja, não é o simples projeto
grego de entender o mundo à luz da razão. É o racionalismo utilitário, do
comportamento individual maximizador.
Apesar de suas restrições, este ponto de vista da Microeconomia é bem in-
teressante, até para servir como balizador, quando se trata de explicar o com-
portamento de pequenas unidades econômicas, como os consumidores ou as
empresas, sujeitas a mudanças freqüentes nas suas circunstâncias. Para tanto,
desenvolve conceitos, como a escassez refletida nos vários tipos de custos, a
regularidade das preferências e da técnica refletida na classificação geral dos
bens e dos fatores de produção (em substitutos e complementares), as leis da
demanda e da oferta, descritivas de uma ampla gama de fenômenos de troca,
o comportamento dos mercados competitivos, o poder de mercado monopó-
lico e oligopólico, os custos e os benefícios externos, isto é, as externalidades,
e assim por diante. Todos esses conceitos são muito usados, inclusive na le-
gislação econômica referente a controles, regulação, determinação de preços,
proteção do meio ambiente, e outros campos similares. O entendimento de
tais conceitos é, portanto, importante para os profissionais da área jurídica.
Em síntese, cada uma das ciências sociais não tem um grupo de fenôme-
nos específicos aos quais se dedica como se fosse seu território. Na verdade,
elas adotam estratégias próprias para obter o conhecimento, através do uso
de princípios diferentes de organização dos dados e das informações, como
se fossem diversos pontos de vista, mutuamente não exclusivos, ordenando o
mesmo conjunto de observações, movimentos e reações sociais.
No entanto, é evidente que por usarem princípios diversos para a organi-
zação do conhecimento, cada uma das ciências sociais se presta mais à análise
de certos fenômenos nos quais a eficiência explicativa ou interpretativa do
princípio que a caracteriza é maior. Daí a aparente especialização “territorial”
de cada uma das ciências sociais, quando na verdade qualquer fenômeno so-
cial pode ser olhado a partir de vários pontos de vista.

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No caso da Microeconomia, este aparente “território” existe e é o seu cam-


po de estudo clássico, que se compõe de conceitos ligados à produção das
empresas – custos, formação de preços em várias configurações de mercado
– e também o comportamento do consumidor e outros assuntos correlatos.
Não obstante, o princípio de comportamento racional estrito, claro e imutá-
vel para cada pessoa, ordenador dos dados sociais pela Microeconomia, pode
ser aplicado em outras áreas menos convencionais. Foi aplicado ao casamen-
to, ao divórcio, à divisão de tarefas dentro da família, dentro das cidades, e
assim por diante. E, em particular, na análise econômica das leis e do direito,
ou seja, as normas jurídicas vistas sob a ótica de sistemas de incentivos e de
eficiência econômica. Idem para a ética, interpretável como uma solução de
um jogo interativo entre os seres humanos, suas coalizões etc.
Assim, o curso de Microeconomia ora proposto objetiva a apresentação do
material clássico e do menos convencional. A idéia é explorar os principais
conceitos microeconômicos, provendo os futuros profissionais com as ferra-
mentas necessárias para que entendam e possam prever o comportamento
dos consumidores, das empresas, dos governos e dos mercados. Também será
dada ênfase aos conceitos mais modernos (menos convencionais) de Micro-
economia, sobretudo os ligados à Teoria dos Jogos, mostrando sua impor-
tância na definição das estratégias dos consumidores e das organizações em
geral. Aulas e leituras na área de análise econômica das leis também deverão
ser apresentadas.

1.2. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

O objetivo do curso de Microeconomia será explorar os principais concei-


tos microeconômicos, tornando possível explicar e talvez prever o comporta-
mento das empresas, dos consumidores e dos mercados. Dentre os conceitos
clássicos focados no curso estão os ligados à produção e empresas, custos,
formação de preços em vários tipos de mercado e comportamento do consu-
midor. Também será dada ênfase aos conceitos mais modernos, sobretudo os
ligados à Teoria dos Jogos, mostrando sua importância na definição das estra-
tégias dos consumidores e das organizações em geral. O objetivo será mostrar
ao futuro profissional que o conhecimento da Microeconomia é fundamental
para entender e prever comportamentos, decisões e estratégias.

1.3. METODOLOGIA

O curso será conduzido através de aulas expositivas, de aulas para debates


e de aulas para a resolução de exercícios. Teremos então:

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• 18 Aulas expositivas; ao final de cada aula expositiva serão sugeridos


exercícios sobre os temas discutidos.
• 5 Aulas exclusivas para o debate de Questões para Discussão, os quais
serão analisados a partir dos conceitos microeconômicos.
• 5 Aulas exclusivas para a resolução de exercícios e esclarecimento de
dúvidas.
• 2 Aulas para a realização das provas.

1.4. MÉTODO DE AVALIAÇÃO

A média final dos alunos consistirá na média simples entre duas provas e
mais uma nota de participação, que envolve exercícios em sala, trabalhos para
casa, freqüência, participação em aula etc.
Cada prova terá como matéria os Blocos descritos no Plano de Aula.
Matéria da 1ª prova – Blocos I e II
Matéria da 2ª prova – Bloco III e IV

Caso não alcance a média mínima de 7,0, o aluno fará uma Prova Final,
que englobará a matéria de todo o curso.

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2. PLANO DE AULA

BLOCO I: A LEI DA OFERTA E DA DEMANDA

DURAÇÃO PREVISTA: 11 AULAS

6 aulas expositivas
2 aulas para a discussão de Casos
2 aulas para a resolução de exercícios
1 aula para a realização da 1ª Prova

PARTE 1: PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ECONOMIA

Referência bibliográfica: Mankiw, caps. 1 e 2; Krugman e Wells, caps. 1 e 2.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 1, Problemas e Aplicações 1 a 5; cap.
2, Questões para Revisão 3, 4 e 6; Problemas e Aplicações 4 e 7. Krugman e
Wells, cap. 1, Problemas 4, 5 e 6; cap. 2, Problemas 1 a 5.

PARTE 2: INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS COMERCIAIS

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 3; Stiglitz, cap. 3.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 3, Problemas e Aplicações 1 a 5.

PARTE 3: AS FORÇAS DE MERCADO DA OFERTA E DA DEMANDA

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 4; Stiglitz, cap. 4.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 4, Problemas e Aplicações 1, 2, 5, 7 e 9.

PARTE 4: ELASTICIDADE E SUA APLICAÇÃO

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 5; Stiglitz, cap. 5.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 5, Problemas e Aplicações 1, 2, 4, 6 e 8.

PARTE 5: OFERTA, DEMANDA E POLÍTICAS DO GOVERNO

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 6.

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Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 6, Questão para Revisão 4; Problemas


e Aplicações 1, 4, 6 e 7.

CASO PARA DISCUSSÃO 1:

XHOSAS E ZULUS

Xhosa é o nome de um grupo étnico sul-africano de onde veio o grande


líder Nelson Mandela, o qual lutou vitoriosamente contra o Apartheid. No
grupo dos Xhosa, um homem deveria pagar 26 cabeças de gado de dote para
a família de sua futura esposa. Assim, um homem rico, com muitas cabeças
de gado, poderia ter várias esposas. Havia também “trocas secundárias”, ou
seja, um homem poderia adquirir a esposa de outro em troca das tais 26
cabeças de gado.
Entre os Zulus, outro grupo étnico sul-africano, o dote pago para a família
da futura esposa era de 11 cabeças de gado. Os Zulus eram grandes guerreiros
(mais que os Xhosas) de maneira que muitos homens morriam e mulheres
normalmente faziam parte do botim de guerra.

QUESTÕES:

a) Dê uma explicação em termos da lei da oferta e da demanda, para


a menor “cotação” das esposas entre os Zulus.
b) O fato de que 26 e 11 eram cotações estabelecidas e tradicionais
sugerem o quê a respeito da estabilidade da oferta e da demanda e
do progresso técnico nessas sociedades?
c) A “globalização” tenderia a homogeneizar as cotações. Explique o
que seria a globalização neste contexto e destaque as vantagens e
desvantagens desta tendência. O que os Xhosas exportariam para os
Zulus e estes para os Xhosas?
d) Pouco antes da abertura dos contatos entre os dois grupos qual
seria o típico comportamento de um especulador Zulu, dada a
possibilidade de “trocas secundárias”? É justo uma pessoa se bene-
ficiar porque interpreta melhor os eventos no mundo? E se tiver
meramente sorte?
e) Seria justo permitir o contato social e comercial entre os Xhosas e
os Zulus?

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CASO PARA DISCUSSÃO 2:

Manifesto Comunista

Marx e Engels, no Manifesto Comunista (1848), falaram que a história do


Homem sempre foi marcada pelo conflito entre o capital e o trabalho, isto é,
entre o capitalista (o dono dos meios de produção) e o trabalhador. Conside-
re essa questão e responda: não há cooperação entre capital e trabalho?

CASO PARA DISCUSSÃO 3:

PLANO DE COMBATE À GUERRILHA NO LUGAR DA GUERRA


ÀS DROGAS (PLANO COLÔMBIA)

Por WFM-CARTACAPITAL
REVISTA CARTA CAPITAL- 11 Maio de 2005 – Ano XI – Número 341.

No seu primeiro périplo funcional e geoestratégico por países da América do


Sul, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, ficou pou-
cas horas em Bogotá. Tempo suficiente, no entanto, para anunciar o fim do
Plano Colômbia – que completará os cinco anos estabelecidos em julho – e
transmitir a decisão de Bush de continuar a ajuda militar para combater o
terrorismo. Numa correta chave de leitura, faliu o Plano Colômbia. O novo
foco prioritário será o combate aos insurgentes, considerados por Bush, quer
no Iraque, quer na Colômbia, como terroristas.
Com tudo adrede preparado para evitar surpresas e reações verbais no
funeral do Plano Colombia, o presidente Álvaro Uribe cumpriu silêncio ob-
sequioso. No dia seguinte, já cogitava da nova estratégia antidrogas, em ce-
rimônia no Parque Nacional Sierra Nevada de Santa Marta, onde foi encon-
trada coca transgênica por um oficial da polícia colombiana, desmentido pelo
czar antidrogas do governo norte-americano, John Walthers.
O dispendioso e militarizado Plano Colombia teve como carro-chefe a
erradicação das áreas de cultivo de folhas de coca, matéria-prima para a ela-
boração do cloridrato de cocaína. As áreas objeto das erradicações foram es-
colhidas com base em identificação por fotografias de satélite, ou seja, em
Putumayo, Caqueta, Meta, Vichada e Vaupes. O forte das erradicações con-
sistiu no despejo de toneladas do potente herbicida à base de glifosato, desen-
volvido pela multinacional Monsanto.
Esse ingrediente ativo é comercializado com o nome Roundup, sendo
fartamente encontrável nas prateleiras dos supermercados e casas de pro-
dutos agrícolas brasileiros. As perigosas erradicações manuais em campos

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sob proteção de guerrilheiros e paramilitares, como se percebeu, não ti-


nham a velocidade dos ágeis camponeses incumbidos de replantar e ex-
pandir as culturas.
Como se sabe, o Plano Colômbia foi elaborado pelo então czar an-
tidrogas do governo Bill Clinton, general Barry MacCaffrey. O ob-
jetivo estratégico-militar era arrasar os plantios de coca colombia-
nos para conseguir, no mercado internacional, escassear a oferta da
droga e, por conseqüência, reduzir o lucro vultoso dos narcotrafican-
tes. A falta da cocaína elevaria os preços, tornando proibitiva a compra
do banalizado “papelote do pó”. Entretanto, não foi o que aconteceu.
Na Colômbia, houve efetiva erradicação de áreas de plantio da coca, a par-
tir do derrame de herbicidas. Segundo Bush declarou na última estada na
cidade de Cartagena, em 2004 foram fumigados cerca de 130 mil hectares,
tendo sobrado apenas 65 mil hectares. Só não contou que as áreas migraram
interna e externamente, ocorrendo triplicação da produção no Peru e dupli-
cação na Bolívia.
Para Condoleezza Rice, o Plano Colômbia foi um sucesso, conforme decla-
rou em entrevista ao jornal El Tiempo. Apenas não conseguiu explicar o por-
quê do encerramento de um plano “eficiente” e que fazia tanto sucesso. Mais
uma vez, porém, convém lembrar que, nos últimos 20 anos, a área de cultivo
de coca na região andina continua a mesma, ou seja, de 200 mil hectares.
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, anunciou o
fim do Plano Colombia, plano americano de combate ao narcotráfico na Co-
lômbia. Segundo o artigo apresentado, as caríssimas operações militares dos
EUA na Colômbia, de combate à produção de drogas, não surtiram o efeito
de reduzir a produção.

QUESTÕES:

a) Usando conceitos de elasticidade (ou inelasticidade) da demanda e


da oferta, no curto e no longo prazo, explique porque o Plano não
deu certo.
b) Ainda usando a tradicional análise de oferta e demanda, teria sido
possível que o resultado da operação fosse um aumento de outros
crimes? Explique o porquê usando o conceito de crimes comple-
mentares e substitutos.
c) Seria mais conveniente, economicamente, os americanos reduzirem
(via educação, por exemplo) a demanda por drogas nos EUA? Ou
mesmo reprimirem a demanda com punições? Por que não fizeram
isto? É justo descriminalizar o consumo de drogas?
d) Que analogia pode ser feita entre este caso e a decisão do governo bra-
sileiro nos anos de 1930 de destruir os estoques de café excedentes?

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TENHA CERTEZA QUE ENTENDEU OS SEGUINTES CONCEITOS:

• Trade-offs
• Análises normativas e positivas
• Custo de oportunidade
• Especialização
• Interdependência e ganhos comerciais: vantagem absoluta e vantagem
comparativa
• Curva de demanda
• Preço X quantidade demandada
• Curva de Oferta
• Preço X quantidade ofertada
• Equilíbrio oferta X demanda
• Elasticidade da demanda
• Elasticidade da oferta
• Controle de preços (preços máximos e preços mínimos)

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BLOCO 2: ECONOMIA DO BEM-ESTAR

DURAÇÃO PREVISTA: 7 AULAS

6 aulas expositivas
1 aula para a discussão de Casos
1 aula para a resolução de exercícios
1 aula para a realização da 2ª Prova

PARTE 1: CONSUMIDORES, PRODUTORES E EFICIÊNCIA DOS MERCADOS

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 7; Stiglitz, cap. 10.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 7, Problemas e Aplicações 1 a 5.

PARTE 2: APLICAÇÃO: OS CUSTOS DA TRIBUTAÇÃO

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 8.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 8, Questões para Revisão 1 e 2; Pro-
blemas e Aplicações 1, 3 e 7.

PARTE 3: APLICAÇÃO: COMÉRCIO INTERNACIONAL

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 9.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 9, Questões para Revisão 1, 2 e 3;
Problemas e Aplicações 1 e 6.

CASO PARA DISCUSSÃO 1:

Brasil derrota EUA na OMC


O Globo, 04/03/2005

Mônica Tavares
BRASÍLIA, GENEBRA e RIO

A Organização Mundial do Comércio (OMC) deu ontem ganho de causa


definitivo ao Brasil ao considerar indevidos os subsídios concedidos pelos
Estados Unidos aos seus produtores de algodão. É a segunda vitória brasileira

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em um ano na disputa com os países ricos – a primeira foi contra a ajuda da


União Européia (UE) à produção de açúcar – numa ação que vai beneficiar
outros 13 países. A decisão abre espaço ainda para novas batalhas no ringue
do comércio internacional. No relatório, a OMC reconheceu que também
são distorcidos os subsídios embutidos no financiamento aos produtores
americanos de soja, milho e arroz.
– A decisão da OMC é um marco na negociação agrícola internacional.
Ela está deixando claro que não admitirá práticas comerciais predatórias –
comemorou o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
– Os países em desenvolvimento têm agora um poder de barganha muito
maior – afirmou o especialista Richard Steinberg, professor da Universidade
da Califórnia.
O Brasil é o quinto maior produtor e o quarto maior exportador de algo-
dão do mundo. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Algodão
(Abrapa), com a decisão da OMC a atual produção pode dobrar em cinco
anos. Em 2004, foram produzidas no país 3,612 milhões de toneladas, das
quais 371 mil foram exportadas gerando US$ 1,080 bilhão. Os empresários
estimam que o forte subsídio à produção causa prejuízo anual ao produtor
brasileiro de US$ 480 milhões.

Amorim: para o país, ‘OMC é insubstituível’

Executivos do setor agroexportador do Brasil comemoraram a decisão


da OMC. Segundo o vice-presidente da Associação de Comércio Exte-
rior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a posição da OMC não
dá mais chances de recurso aos EUA. Já o vice-presidente da Confedera-
ção da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gilman Viana Rodri-
gues, disse que a decisão permitirá de imediato uma recuperação dos
preços internacionais do algodão. No início do ano, estavam em tor-
no de US$ 1.966 a tonelada, contra US$ 2.816 em janeiro de 2004.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, embarcou on-
tem para o Quênia, na África, onde participará de uma mini-reunião minis-
terial da OMC. A reunião no Quênia é uma preliminar do encontro de Hong
Kong, em dezembro, quando os membros da OMC pretendem retomar as
negociações da Rodada de Doha, suspensas desde 2003.
– A OMC para nós é muito importante, insubstituível. As batalhas do
algodão e do açúcar, e agora a do frango salgado, nunca teriam sido ganhas
num contexto de acordo bilateral, seja com a União Européia seja com os
EUA – disse Amorim, antes da divulgação do resultado da OMC no painel
sobre algodão.
A organização não-governamental de combate à pobreza Oxfam Interna-
tional, de origem inglesa, também elogiou a decisão da OMC.

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– Só entre 2001 e 2003, os pequenos algodoeiros africanos perderam


US$ 400 milhões por isso – disse Guilherme Brady, membro do escritório
da Oxfam em Brasília.
Na África, a cultura algodoeira sustenta 10 milhões de pessoas. De acordo
com a Oxfam, os subsídios do governo americano para o algodão, equivalem
a toda a ajuda humanitária dos EUA para o continente africano.
(extraído do site do Ministério das Relações Exteriores – Noticiário
20/07/05)

O Brasil, segundo os jornais, ganhou na OMC a questão do algodão e


também do açúcar: os subsídios americanos e europeus devem ser retirados.

QUESTÕES:

Mostre com um gráfico de oferta e demanda o que acontece com o preço


mundial de algodão com a retirada dos subsídios.
No Brasil há consumidores e produtores de algodão. Mostre com um grá-
fico de oferta e demanda o efeito da retirada dos subsídios sobre o compor-
tamento das exportações brasileiras, o ganho dos produtores brasileiros e as
perdas dos consumidores brasileiros. É possível estimar o valor, por exemplo,
dos ganhos dos produtores usando o conceito de excedente? O Brasil, como
um todo (consumidores e produtores) perde ou ganha com a nova política?
Se os produtores brasileiros vão ganhar, quanto ganhariam os empresários
e os trabalhadores, fatores que se combinam para produzir? Use o conceito
de elasticidades relativas na sua resposta.
O ganho brasileiro com a decisão da OMC, em termos distributivos, é re-
gressivo dentro do Brasil? Qual seria o seu efeito alocativo dentro do Brasil?

CASO PARA DISCUSSÃO 2

Deputados aprovam restrição à cobrança por estacionamento no Rio


15/02/2005 – 20h55, da Folha Online

A Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro) aprovou nesta terça-feira,


por aclamação, um projeto de lei que restringe a cobrança pelo estacionamen-
to em shoppings. A medida deve isentar clientes que efetuarem compras cujo
valor equivalha a mais de dez vezes o preço cobrado pelo estacionamento.
Segundo o deputado Gilberto Palmares (PT), autor do projeto, além dos
consumidores, a medida deve beneficiar “os lojistas, que vão vender mais, e o
governo do Estado, que poderá aumentar sua arrecadação com as notas fiscais
que serão recolhidas para garantir a gratuidade”.

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O projeto prevê ainda que a medida seja divulgada, por cartazes, nas de-
pendências do estabelecimento.

QUESTÕES:

a) A proibição de cobrança de estacionamento nos shoppings vai ser


paga pelos donos dos shoppings? Vai beneficiar os lojistas? O custo
pode ser repassado aos consumidores? Em que condições?
b) Há o potencial de tal proibição ter efeito distributivo regressivo
(use conceitos de elasticidade para responder sobre a incidência da
proibição)? Qual seria seu efeito alocativo dentro do Brasil?

TENHA CERTEZA QUE ENTENDEU OS SEGUINTES CONCEITOS:

• Economia do bem-estar
• Excedente do consumidor
• Excedente do produtor
• Eficiência X equidade
• Peso morto e custos sociais dos tributos
• Preço mundial
• Tarifas

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BLOCO 3: COMPORTAMENTO DA EMPRESA E ORGANIZAÇÃO DA


INDÚSTRIA

DURAÇÃO PREVISTA: 7 AULAS

4 aulas expositivas
1 aula para a discussão de Casos
1 aula para a resolução de exercícios
1 aula para a realização da 3ª Prova

PARTE 1: OS CUSTOS DE PRODUÇÃO

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 13; Stiglitz, caps. 7 e 8.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 13, Teste Rápido p. 270; Questão para
Revisão 5; Problemas e Aplicações 1, 2 e 3.

PARTE 1: EMPRESAS EM MERCADOS COMPETITIVOS

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 14; Stiglitz, cap. 8.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 14, Questões para Revisão, 1 e 3; Pro-
blemas e Aplicações 3, 4 e 11.

PARTE 2: MONOPÓLIO

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 15; Stiglitz, cap. 12.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 15, Problemas e Aplicações 1, 2, 6, 7 e 9.

PARTE 3: OLIGOPÓLIO

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 16; Stiglitz, cap. 12.


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 16, Problemas e Aplicações 1, 2, 5 e 10.

QUESTÃO PARA DISCUSSÃO 1:

William Blackstone, famoso jurista inglês, escreveu Comentaries on the


Laws of England (1765-1769), em cujo volume 4 se encontra a seguinte afir-

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mação: “Thus in France the punishment of robbery, either or without murder,


is the same: hence it is, that though perhaps they are therefore subject to fewer
robberies, yet they never rob but they also murder. In China, murderers are cut to
pieces, and robbers not: hence in that country they never murder on the highway,
though they often rob.”
Em vista do texto acima, comente a seguinte afirmação: “Uma lei penal
que estabelece punições iguais para o assalto e para o assalto com homicídio,
incentiva os homicídios devido ao custo marginal zero destes e ao benefício
marginal positivo para os assaltantes”.

QUESTÃO PARA DISCUSSÃO 2:

Uma autoridade policial do Rio de Janeiro declarou recentemente que o


maior cerceamento aos traficantes de drogas leva ao aumento dos seqüestros.
Analise a questão em termos de racionalidade, do conceito de elasticidade
e de custos de punir o criminoso. Seria eficiente punir o criminoso que faz
parte de um crime organizado de modo similar ao criminoso impulsivo?

CASO PARA DISCUSSÃO 1:

Justiça suspende venda da Varig para Tanure


Folha de S. Paulo – 15/12/2005

A Justiça suspendeu a venda da FRB Participações, controladora da Varig,


para a Docas Investimentos, do empresário Nelson Tanure, arrendatário do
“Jornal do Brasil” e da “Gazeta Mercantil”. O negócio, de US$ 112 milhões
em dez parcelas anuais, havia sido fechado na segunda. A comissão de juízes
que cuida da recuperação da companhia aérea tomou a decisão com base
em petição do Ministério Público do Estado do Rio, por entender que os
credores da Varig deveriam ter aprovado a negociação em assembléia, o que
não ocorreu.
O negócio fechado por Tanure envolvia a compra de 25% das ações ordi-
nárias e mais usufruto por dez anos de 42% das ações da FRB Participações.
Apesar de a FRB Participações não estar em processo de recuperação judicial,
mas, sim, a Varig e outras empresas do grupo, o Ministério Público concluiu
que a operação, indiretamente, “importou na mudança do controle societá-
rio” dessas companhias e, por isso, pediu a nulidade da negociação.
Os juízes, porém, em vez de “anular” o negócio, optaram por “torná-lo
ineficaz”. Isso porque, na próxima segunda, em assembléia já marcada, os
credores poderão aceitar o negócio proposto por Tanure. “O ato está inefi-

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caz até uma futura decisão dos credores, no dia 19, em sentido contrário”,
disse o juiz Paulo Roberto Fragoso, da 8ª Vara Empresarial do Rio. Segundo
Fragoso, são os credores os que serão mais afetados em caso de falência ou
troca de controle da Varig. Além de Fragoso, cuidam do caso a juíza Márcia
Cunha, da 2ª Vara Empresarial, e o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara. A
Docas pode recorrer, mas, ainda que isso aconteça, a assembléia dos credores
está mantida, segundo os juízes. Até o fechamento desta edição, a empresa
não havia decidido o que fazer.
A Justiça também determinou que a empresa Docas “se abstenha da prá-
tica de qualquer ato que implique o exercício do status de acionista contro-
lador, até eventual deliberação assemblear em sentido contrário”. Apesar da
complexidade do assunto, os juízes acreditam que na semana que vem haverá
desfecho para o caso Varig. Na assembléia, após decidirem se aceitam ou não
a venda para Tanure, os credores vão votar planos de recuperação. O primeiro
é o que será apresentado pela Varig. Podem também ser apresentados planos
de outros credores e até de Nelson Tanure, caso o negócio com a FRB Parti-
cipações seja aceito.
Há ainda a possibilidade de que sejam aprovadas modificações para que
os planos de recuperação tenham aceitação. Por fim, mesmo em caso de re-
jeição parcial dos planos, a Justiça pode impor uma das soluções propostas,
se considerar que será a melhor saída para a Varig. Se todas essas hipóteses de
“salvar” a companhia forem rejeitadas pelos credores, o caminho é a falência.
Caso contrário, a empresa ficará dois anos em processo de recuperação, sob
fiscalização judicial. A Varig reconhece ter passivo superior a R$ 7 bilhões.

QUESTÕES:

a) Quando uma empresa tem prejuízo, ela sempre tem que fechar as
portas?
b) Quando os credores devem, racionalmente, concordar com a con-
tinuação do seu funcionamento, apesar do prejuízo? Use o conceito
de custo histórico ou irrecuperável para responder.
c) E se alguns poucos credores do grupo resolver não concordar com a
proposta aceita pela maioria?

CASO PARA DISCUSSÃO 2:

O caso Nestlé – Chocolates Garoto na ótica dos consumidores


27 de Fevereiro de 2004
Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor

FGV DIREITO RIO 18


MICROECONOMIA

Quem tem medo de monopólio? Todos nós, que somos consumidores,


podemos ser prejudicados pelo excessivo poder de mercado de uma única
empresa, ou mesmo de um pequeno conjunto de empresas que domina o
mercado de um produto.
Quanto mais concorrencial é um mercado, maior a possibilidade de haver
disputa de preço. Isso favorece o consumidor que tem maior diversidade na
oferta e pode ter à disposição preços mais baixos.
“Quanto mais pulverizado, mais competitivo é o setor; quanto mais
oligopolizado, menos competitivo”, (Heron do Carmo, ex-coordenador
da pesquisa de custo de vida, da FIPE – Gazeta Mercantil). Os preços
sobem menos nos setores em que mais fornecedores disputam a preferên-
cia dos consumidores. E resistem mais onde os fornecedores são poucos
e poderosos.
Para os consumidores é importante que haja equilíbrio não só entre os
produtores, mas também entre produtores e varejistas. A capacidade de ne-
gociação das redes de varejo contribui para moderar a alta dos preços. Nélson
Sendas, vice-presidente comercial do grupo Sendas, afirma que, nas nego-
ciações de preços, a barganha se torna mais complicada quando há menor
número de fornecedores. “Indústrias como a de biscoitos, com muitos con-
correntes, não podem impor preços” (Gazeta Mercantil).
Quando uma empresa detém poder econômico tal que lhe permita a
atuação no mercado de forma independente e indiferente aos outros agen-
tes econômicos, ela poderá assumir comportamentos prejudiciais aos con-
sumidores. Isso significa ausência de ambiente concorrencial. A empresa
em posição dominante tende a adotar comportamento típico de monopo-
lista, aumentando preços e adotando práticas que não adotaria caso hou-
vesse concorrência.
Fica claro que a excessiva concentração do mercado, quando acontece,
pode prejudicar o consumidor. Existe um organismo que tem a missão de
proteger o consumidor contra essas situações, é o CADE – Conselho Ad-
ministrativo de Defesa Econômica – vinculado ao Ministério da Justiça. O
CADE utiliza critérios técnicos para evitar situações de excessiva concentra-
ção do poder de mercado em apenas uma, ou poucas empresas.
A análise do CADE e da Secretaria de Direito Econômico – SDE con-
cluiu que a compra da Garoto pela Nestlé gera elevadas concentrações nos
mercados de bombons avulsos e tabletes pequenos de chocolates, de caixas de
bombons, de ovos de páscoa e de tabletes grandes.
Seria criado um monopólio no mercado de coberturas de chocolate lí-
quidas, pois apenas Nestlé e Garoto ofertam esse produto no mercado. A
concentração também seria grande no mercado de coberturas de chocolate
sólidas. Essas coberturas são utilizadas como insumo básico para as empresas
fabricantes de chocolates artesanais e outras. Dessa forma, esses fabricantes,

FGV DIREITO RIO 19


MICROECONOMIA

que necessitam adquirir seus insumos da Nestlé, não teriam fornecedor alter-
nativo e caso o insumo venha a subir, terão que repassar o preço ao consumi-
dor ou encerrar as atividades.
A análise revelou a existência de altas barreiras à entrada nesses mercados
(necessidade de montagem de uma rede de distribuição capilar, fidelidade à
marca, investimentos iniciais elevados para construção de unidade fabril).
Isto quer dizer que seria praticamente impossível alguma empresa entrar nes-
se mercado para concorrer com a Nestlé, no curto prazo.

QUESTÕES:

a) Como a Nestlé/Chocolates Garoto escolheria a quantidade produ-


zida e o preço a ser cobrado pelo produto?
b) Como a quantidade produzida pela Nestlé/Chocolates Garoto se
compara à quantidade que maximizaria o excedente total, gerando
o máximo de bem-estar aos consumidores?

CASO PARA DISCUSSÃO 3:

O mundo pós-Kyoto
Apesar da oposição dos EUA, os 157 países reunidos no Canadá decidi-
ram continuar combatendo as emissões de gases-estufa após 2012

JB Online
06/01/2006
Maya Santana

“Os americanos e os australianos queriam, praticamente, extinguir o


Protocolo de Kyoto, que já foi ratificado e está em vigor desde fevereiro
de 2005. Mas, os países participantes não deixaram. Sob este ponto de
vista, considero a 11a conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas
da ONU um avanço, já que foram neutralizadas as forças poderosas que
trabalhavam contra o protocolo”. A avaliação é de Ronaldo Vasconcellos,
vice-prefeito de Belo Horizonte e ambientalista histórico, que participou
da conferência, no mês passado. Os 157 países signatários do tratado in-
ternacional, que não teve a adesão dos Estados Unidos, o maior poluidor
do planeta, se reuniram durante três dias, na cidade canadense de Mon-
treal para discutir o que deve ser feito quando expirar, em 2012, o tratado
que estabelece quotas de emissões dos gases causadores do aquecimento
do planeta. A elevação da temperatura da terra é considerada o problema
ambiental mais grave do século XXI, por ser responsável pelas mudanças

FGV DIREITO RIO 20


MICROECONOMIA

climáticas, que têm provocado furacões mais violentos, como o Katrina, e


fenômenos como a seca na Amazônia.
As perdas ocasionadas em 2005 por desastres naturais relacionados ao cli-
ma, como furacões e tempestades tropicais, chegaram a US$ 200 bilhões,
segundo estudo da Fundação Re de Munique, na Alemanha. Os dados foram
divulgados na própria conferência. As perdas cobertas apenas por seguros, de
acordo com o estudo, foram de mais de US$ 70 bilhões. Segundo a Funda-
ção, as perdas em 2004 foram de US$ 145 bilhões.
Posição irredutível – Não é só o vice-prefeito da capital mineira que consi-
dera os resultados do encontro no Canadá positivos, embora nada de concre-
to tenha sido anunciado, apenas que a questão do pós-Kyoto será discutida
novamente este ano. Mas os analistas consideram que, só a disposição mos-
trada de querer discutir o assunto já é alvissareiro.
“O Protocolo de Kyoto hoje está mais forte hoje. A histórica primeira
Reunião das Partes, que ratificou o protocolo, reconheceu a urgência da ame-
aça que as mudanças climáticas representam para as populações mais pobres
do mundo e, eventualmente, para todos nós”, afirmou Carlos Rittl, coorde-
nador da Campanha de Clima da ONG ambientalista Greenpeace.
Os Estados Unidos, que despejam na atmosfera o equivalente a mais de 25%
dos gases que agravam o efeito estufa, mais uma vez, se recusaram a dar a sua con-
tribuição para tornar o planeta mais seguro, em termos climáticos. Não só isso.
O presidente George Bush alega a adoção do Protocolo de Kyoto prejudicaria a
indústria americana, provocando, inclusive, desemprego. Bush também acha que
países como o Brasil, Índia e China, também deveriam ter obrigações em relação ao
protocolo, já que estão entre as 10 nações que mais poluem o mundo. No caso bra-
sileiro, por causa da fumaça proveniente dos incêndios e queimadas na Amazônia.
Na nota que divulgou logo após o encerramento da conferência, a Gre-
enpeace disse que “como já era esperado, a administração Bush tentou obs-
truir o processo de negociações em Montreal, chegando até, em determina-
do ponto, a abandonar a reunião em protesto. Mas, todos os outros países
mostraram uma forte determinação em avançar, indiferentes à atitude dos
representantes dos Estados Unidos”.

QUESTÃO:

O Tratado de Kyoto cria para os países desenvolvidos a obrigação de redu-


zir as emissões de gases do efeito estufa, evitando graves alterações climáticas.
Ele estabelece metas para a grande maioria dos países desenvolvidos, que de-
verão reduzir suas emissões entre 2008 e 2012, em média, em 5% em relação
às emissões registradas em 1990.
Embora esse Tratado possa significar, no futuro, a salvação do planeta, os
EUA se recusam a assinar o acordo. Por quê?

FGV DIREITO RIO 21


MICROECONOMIA

TENHA CERTEZA QUE ENTENDEU OS SEGUINTES CONCEITOS:

• Custo total e custo médio


• Custo fixo e custo variável
• Custo incremental ou marginal
• Custos de oportunidade
• Custo histórico ou inevitável
• Lucro econômico x Lucro contábil
• Economias de escala
• Mercados competitivos
• Monopólio
• Oligopólio
• Teoria dos jogos e poder de mercado
• Equilíbrio de Nash

FGV DIREITO RIO 22


MICROECONOMIA

BLOCO 4: A ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO

DURAÇÃO PREVISTA: 5 AULAS

2 aulas expositivas
1 aula para a discussão de Casos
1 aula para a resolução de exercícios
1 aula para a realização da 4ª Prova

PARTE 1: EXTERNALIDADES

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 10; Stiglitz, cap.11 (p. 194).


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 10, Teste Rápido p. 209; Questões
para Revisão 3; Problemas e Aplicações 1, 2 e 3.

PARTE 2: BENS PÚBLICOS E RECURSOS COMUNS

Referência bibliográfica: Mankiw, cap. 11; Stiglitz, cap.11 (p. 195).


Exercícios sugeridos: Mankiw, cap. 11, Teste Rápido p. 230; Problemas e
Aplicações 1, 3, 5 e 7.

CASO PARA DISCUSSÃO 1:

Moradores se queixam de barulho do aeroporto


Jornal do Brasil, 17/03/2005

O barulho vindo do Aeroporto de Brasília há muito tempo irrita mora-


dores do Lago Sul. O incômodo é tanto que a Associação Amigos da Colina
Dom Bosco, formada por habitantes de várias quadras, encaminhou uma
representação ao Ministério Público buscando soluções para o problema. Se-
gundo Antônio Carlos Osório Filho, um dos principais ativistas do grupo, a
primeira representação foi encaminhada ao MP há mais de um ano, expondo
os transtornos sofridos pelos moradores. Como o processo foi arquivado,
os moradores entraram com um recurso na terça-feira, reivindicando mais
atenção do MP.
As queixas listadas nos documentos incluem a ausência de licença am-
biental e o descumprimento da lei do Distrito Federal que estabelece o nível
máximo de ruídos. Segundo Osório, a principal causa do barulho seria a cir-

FGV DIREITO RIO 23


MICROECONOMIA

culação de aviões antigos, usados no transporte de cargas. Por não possuírem


tecnologia de redução de ruídos, esses aviões sofrem uma série de restrições
na maior parte dos aeroportos. Em Brasília, no entanto, continuam circu-
lando livremente durante a noite. Morador da QI 19 há dois meses, Osório
acredita que o barulho vindo do aeroporto prejudica a vida de quem vive nas
áreas próximas e cobra maior sensibilidade do MP diante da questão:
– As pessoas aqui não têm paz para dormir. Esperamos que o MP tome as
medidas necessárias. Nosso objetivo é que o aeroporto providencie o licen-
ciamento ambiental e que o Departamento de Aviação Civil pare de adiar a
desativação das aeronaves antigas – afirmou o morador.

QUESTÃO:

Num aeroporto os aviões causam externalidades negativas (ruído) para os que


moram próximo à pista. Qual seria a solução? “Deixa para lá”, “Os incomodados
que se mudem”, “Os mais ricos (companhias aéreas e/ou aeroporto) devem pagar”,
“Quem chegou primeiro tem o direito”, “Os mais fortes prevalecem” ou outras?
Enfim, encarando o problema como se fosse estritamente de eficiência econômica:

a) Coloque valores numéricos nos diversos custos envolvidos nas ações


alternativas, e determine a solução de eficiência econômica.
b) É possível que a solução de eficiência econômica leve num certo
aeroporto à opção “Deixa para lá”, e em outro aeroporto à solução
“Os incomodados que se mudem”? Explique.
c) Descreva como o teorema de Coase pode levar a se alcançar a solu-
ção eficiente.
d) Descreva também qual é o problema que tipicamente pode levar a
não funcionar a idéia de Coase.

CASO PARA DISCUSSÃO 2:

O REFERENDO DO DESARMAMENTO

Um revólver só pode provocar externalidades negativas: a sua única fun-


ção é ferir ou matar (exceto nos casos de uso esportivo). No entanto, em
outubro de 2005, o governo promoveu um referendo popular para saber se a
população concordava com a proibição da venda de armas de fogo e munição
em todo o território nacional, e prevaleceu a parcela da população contra o
desarmamento, isto é, que achava que cada cidadão deveria ter preservado o
seu direito de possuir uma arma.

FGV DIREITO RIO 24


MICROECONOMIA

a) Por que o resultado final do referendo foi contra o desarmamento, a


despeito das armas de fogo representarem externalidades negativas?
b) Seria interessante que cada um providenciasse sua própria segurança
ou seria mais eficiente ter um sistema de segurança pública? Por quê?

TENHA CERTEZA QUE ENTENDEU OS SEGUINTES CONCEITOS:

• Externalidades
• Solução do problema: teorema de Coase
• Custos de transação
• Imposto de Pigou
• Exclusão e rivalidade
• Bens privados
• Bens públicos
• Recursos comuns
• O problema do “carona”

FGV DIREITO RIO 25


MICROECONOMIA

3. BIBLIOGRAFIA

OBRIGATÓRIA:

MANKIW, N. Gregory, Introdução à Economia. São Paulo: Pioneira Thom-


son Learning, 2005.

COMPLEMENTAR:

KRUGMAN, Paul e WELLS, Robin. Introdução à economia. Rio de janei-


ro: Elsevier, 2007.
STIGLITZ, Joseph E. & Walsh, Carl E. Introdução à Microeconomia, Rio
de Janeiro: Campus, 2003.

FGV DIREITO RIO 26


MICROECONOMIA

TRANSPARÊNCIAS

FGV DIREITO RIO 27


Aula 1 Conteúdo da Seção

ƒ Princípios de Economia
– As escolhas (decisões) das pessoas
– O custo de oportunidade de uma decisão.
– Como as circunstâncias afetam as decisões.
– As interações das pessoas.
– O papel do governo.

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Seção 1 1
MICROECONOMIA

28
Escolhas e Objetivos

ƒ Hipótese Básica: os objetivos das pessoas e suas


circunstâncias orientam as escolhas que fazem
(racionalidade).
- Assim, o comportamento das pessoas (as ações,
decorrentes de suas escolhas) pode ser entendido
considerando seus objetivos e as circunstâncias em que
se encontram:
– Há objetivos de longo prazo, que se decompõem em
objetivos de médio ou de curto prazo.
– Os objetivos das pessoas não são necessariamente
egoístas, desconsiderando o bem estar dos outros.

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Seção 1 2
MICROECONOMIA

29
Exemplos

ƒ Uma dona de casa no supermercado deseja comprar


frutas para a família e aproveita a circunstância de que
as frutas da estação estão mais baratas: compra caquis e
não cerejas. Em outra ocasião compra cerejas e não
caquis. Porque comportou-se diferentemente? Mudou
seu objetivo de comprar frutas?

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Seção 1 3
MICROECONOMIA

30
Exemplos

ƒ Uma pessoa perde o emprego e resolve fazer um curso


intensivo de pós-graduação. Porque não fez enquanto
estava empregado? Quais são os custos de fazer um
curso?

ƒ Um casal resolve esticar sua viagem de férias a Salvador


visitando Aracaju, explicando que querem aproveitar a
oportunidade. Que oportunidade? Poderiam ir a Aracaju
em outra ocasião?

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Seção 1 4
MICROECONOMIA

31
Custos de Oportunidade

ƒ Uma decisão é uma escolha entre várias opções. E


decidir implica em desistir das demais opões em favor
de uma delas. A opção que seria a melhor alternativa à
escolhida traria um certo benefício a quem decidiu.
Este benefício é chamado custo de oportunidade da
opção efetivamente escolhida.

ƒ Exemplo: Qual é o seu custo de oportunidade de


estudar domingo pela manhã, num dia de sol?

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Seção 1 5
MICROECONOMIA

32
Exercícios Propostos

1) Do ponto de vista da sociedade como um todo,


existe educação gratuita?

2) Um avião comercial vai decolar com um assento


vazio. Qual é o custo adicional para a companhia
aérea, caso ela permita a entrada de mais um
passageiro? As companhias aéreas costumam
cobrar mais ou menos dos passageiros de última
hora, em relação ao preço normal da passagem?

FGV DIREITO RIO


Seção 1 6
MICROECONOMIA

33
Exercícios Propostos

3) “Comprei uma ação por R$10 e em um mês se valorizou


muito. A Sua cotação hoje é de R$20. Eu acho que a sua
cotação vai cair, mas mesmo assim vou mantê-la no meu
portfólio; afinal tenho uma boa gordura”. Você acha que
este investidor está maximizando seus ganhos? Qual é o
custo de oportunidade, hoje, de manter a ação no
portfólio?

4) Uma pessoa abre um negócio por conta própria e ganha


R$ 10.000,00/mês. Poderia arranjar um emprego e ganhar
R$15.000,00/mês, mas se declara satisfeita com a
situação. Quanto ela valoriza não ter patrão (no mínimo)?

FGV DIREITO RIO


Seção 1 7
MICROECONOMIA

34
Exercícios Propostos

5) Porque um casal jovem decidiria não ter filhos (embora


possa)? Examine o custo de oportunidade desta decisão.

6) A análise criteriosa dos dados sobre casais sugere que o


nível de educação está correlacionado negativamente
com o número de filhos. Explique porque.

7) O estudo do projeto de uma determinada obra pública


sugere que não deveria ser feita: seu custo é maior do
que o valor do benefício que traria à população. Mas, diz
o prefeito, “já está feita pela metade e vamos terminá-la”.
Esta decisão poderia ser justificável?

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Seção 1 8
MICROECONOMIA

35
Exercícios Propostos

8) Para criar empregos e distribuir renda um economista


sugere que se pague a cem trabalhadores para que façam
o seguinte: cinquenta cavam um buraco durante o dia e os
demais cinquenta o preenchem a noite, deixando-o bem
preparado para a turma do dia cavá-lo novamente. E
assim por diante, dia após noite após dia. Há alguma
maneira de redistribuir renda mais eficientemente (menor
custo)? Dê exemplos.

9) Uma empresa produz pregos. Qual é o custo de


oportunidade da produção de um prego? Se a empresa
poluir o meio ambiente, os custos totais para a sociedade
são maiores do que os custos para a empresa?

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Seção 1 9
MICROECONOMIA

36
Mudanças de Circunstâncias

ƒ Os objetivos das pessoas não precisam necessariamente


ter mudado se seu comportamento mudou. As
circunstâncias podem ser outras.
ƒ Se sua renda aumentar, um consumidor pode reduzir
suas compras de fubá (efeito renda).
ƒ Se o preço de pêra aumentar, um consumidor pode
aumentar suas compras de maçãs (pêras e maçãs são
substitutos para o consumidor)
ƒ Se o preço da soja aumentar um fazendeiro pode reduzir
sua produção de milho, para produzir mais soja (soja e
milho são substitutos para o produtor).

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Seção 1 10
MICROECONOMIA

37
Mudanças de Circunstâncias

– A hospedagem em hotéis em Manaus e as


passagens aéreas para Manaus são bens
complementares para os consumidores; estes
costumam comprar um pacote completo de viagem.

– O queijo e o leite são substitutos para o produtor (e


provavelmente também para o consumidor).

– A carne e o couro são bens complementares para os


produtores; quando se produz mais carne, aumenta a
produção de couro e vice versa. A carne e o couro
são bens complementares para os consumidores?

FGV DIREITO RIO


Seção 1 11
MICROECONOMIA

38
Exercícios Propostos

10) Dê outros exemplos de:


ƒ bens substitutos para os consumidores.
ƒ bens complementares para os consumidores.
ƒ bens substitutos para os produtores.
ƒ bens complementares para os produtores.
ƒ bens que seriam mais demandados pelo consumidor, se a
sua renda aumentasse.

11) Certo ou errado? Justifique.


a) Móveis e serragem são bens substitutos para o
consumidor.
b) Álcool e açúcar são bens substitutos para os usineiros
de cana.

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Seção 1 12
MICROECONOMIA

39
Exercícios Propostos

12) Um aumento no auxílio desemprego tenderia aumentar


ou diminuir a taxa de desemprego na economia?
13) Um aumento nas pensões pagas pelo governo tenderia
a aumentar ou a diminuir a poupança das famílias?
14) O preço da entrada de cinema dobra. O que acontece
com as compras de entrada de cinema por parte dos
consumidores? E as compras de entrada de teatro?
15) O preço do único remédio contra a doença X dobra. O
que acontece com as compras do remédio feitas pelos
consumidores com a doença X? Diminuem muito ou
pouco?

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Seção 1 13
MICROECONOMIA

40
As Interações: ganhos de comércio

ƒ Um produtor pode fabricar cerveja ao custo de 2 R$/litro.


Se houver pessoas dispostas a pagar até 5 R$/litro pela
cerveja, surge a possibilidade de produtores e
consumidores interagirem favoravelmente para ambas as
partes. Se a cerveja fosse negociada entre eles por R$
3/litro, por exemplo, os produtores ganhariam R$ 1/litro e
os consumidores R$ 2/litro. Haveria um ganho conjunto
(social) total de R$ 3/litro, chamado ganho de comércio.

ƒ As transações (comércio) voluntárias entre duas ou mais


partes são, em geral, um jogo de soma positiva.

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Seção 1 14
MICROECONOMIA

41
Exercícios Propostos

16) Dê exemplos de jogos de soma positiva que


envolvam transações comerciais explícitas, com
pagamentos em dinheiro, e outros que não
envolvam pagamentos monetários. Explique
suas respostas.

17) Dê exemplos de jogos de soma negativa.


Deveriam ser coibidos?

18) O jogo de damas é um jogo de soma nula?


Explique sua resposta.

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Seção 1 15
MICROECONOMIA

42
A Divisão Internacional do Trabalho

ƒ O Brasil exporta carne “in natura” para a Alemanha onde é


beneficiada, enlatada e exportada, inclusive para o Brasil. Alguns
comentaristas brasileiros dizem que deveríamos beneficiar a carne
domesticamente, já que temos a matéria prima barata, de modo a
agregar valor no país, criar empregos e assim por diante.

A Alemanha importa a carne brasileira “in natura” e a beneficia.


Alguns comentaristas alemães dizem que deveriam produzir a matéria
prima na Alemanha mesmo, já que podem beneficiá-la com custos
bem baixos, de modo a agregar valor na Alemanha, criar empregos e
assim por diante.

ƒ Qual é a sua opinião (isenta, se possível) sobre o assunto?

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Seção 1 16
MICROECONOMIA

43
Exercícios Propostos

19) Sua opinião sobre o assunto carne, Alemanha x Brasil,


dependeria de informações sobre quem produz carne “in
natura” mais barato, quem a beneficia mais barato etc.? A
especialização na produção (no Brasil se produziria carne
“in natura” e na Alemanha ela seria beneficiada) poderia
trazer ganhos globais, a serem divididos entre as partes
(Brasil e Alemanha)?

20) As matérias primas dos estados brasileiros deveriam ser


beneficiadas nos estados industrializados do país? Não
seria também o caso de se pensar em agregar valor no
local de produção? E porque os estados mais
industrializados não produziriam sua própria matéria
prima, agregando valor no próprio estado?

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Seção 1 17
MICROECONOMIA

44
O Papel do Governo

ƒ As interações das pessoas, que propiciam ganhos sociais,


só são possíveis se houver:
– Interações voluntárias (ausência de coerção, de “poder
de mercado”);
– Interações adequadamente informadas (ausência de
desinformação deliberada, de indução a erros);
– Internalização de todos os benefícios e custos das
decisões (quem aufere os benefícios e arca com os
custos de cada decisão seria o agente decisor,
exclusivamente);
– Cumprimento dos contratos formais e informais
decorrentes das interações, sobretudo no caso de
ações separadas no tempo.

FGV DIREITO RIO


Seção 1 18
MICROECONOMIA

45
Exemplos

ƒ Quando tais condições não valem, ocorrem as chamadas


“falhas de mercado”, exemplificadas abaixo. E a ação
corretiva governamental se justifica.
- Um monopolista exerce seu poder de vendedor único
reduzindo deliberadamente a produção para um nível que
maximiza seus lucros, e não os ganhos sociais. (Qual
seria o nível de produção que maximizaria os ganhos
sociais?)
- Uma empresa, ao lançar novas ações no mercado,
esconde ou camufla um potencial prejuízo que possa ter.

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Seção 1 19
MICROECONOMIA

46
Exemplos

– Um fumante causa danos à saúde das pessoas


próximas, com sua decisão de fumar.

– Uma pessoa toma dinheiro emprestado,


prometendo repagar o que recebe, e depois
“escolhe” a inadimplência.

FGV DIREITO RIO


Seção 1 20
MICROECONOMIA

47
Exercícios Propostos

21) Dê quatro outros exemplos de “falhas de


mercado” correspondendo aos itens listados na
transparência sobre o Papel do Governo.

22) Há a possibilidade de “falhas de governo” ao


tentar corrigir as “falhas de mercado”?

23) Você veria outras justificativas para ação


governamental, além de corrigir as “falhas de
mercado”? Discuta o tema.

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Seção 1 21
MICROECONOMIA

48
Exercícios Propostos

ƒ Livro Texto 1 (Mankiw).

Exercícios 1, 2, 5 e 9 de Problemas de
Aplicações, pp.17.

ƒ Livro Texto 2 (Krugman & Wells).

Exercícios 4, 5 e 6 de Problemas, pp. 15.

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Seção 1 22
MICROECONOMIA

49
Bibliografia

ƒ Básica
– Livro texto 1
. Cap. 1, pp 3 a 18.

– Livro texto 2
. Cap. 1, pp. 4 a 16.

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Seção 1 23
MICROECONOMIA

50
Aula 2 Conteúdo da Seção

ƒ Modelos Econômicos e Políticas Econômicas


– O economista como cientista.
– Modelos econômicos e exemplos.
– Análise positiva versus análise normativa.
– Causas do debate entre os economistas.
– Micro e Macroeconomia.

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Seção 2 1
MICROECONOMIA

51
Modelos

ƒ Modelos são utilizados para descrever aspectos


do mundo de interesse para o usuário.
ƒ Podem ser representados por:
– Desenhos
– Gráficos
– Esquemas
– Expressões matemáticas
– Linguagem comum

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Seção 2 2
MICROECONOMIA

52
Modelos
Exemplos

ƒ Mapas
ƒ Gráfico de oferta e demanda
ƒ Diagrama do fluxo circular
ƒ Na Física
– Leis de Newton
ƒ Reações Químicas
– Ácido + Básico ĺ Sal + Água

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Seção 2 3
MICROECONOMIA

53
Modelos
Exemplos
ƒ Diagrama do Fluxo Circular da economia como um todo (versão sem
governo)
Famílias
Donas dos Fatores de Produção

Fatores de Pagamentos
Produção pelos Bens
e Serviços

Setor Produtivo
Renda paga (Empresas) Produção
aos Fatores de Bens
de Produção Renda = Salários + Aluguéis + Juros + Lucros e Serviços

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Seção 2 4
MICROECONOMIA

54
Modelos
Exemplos
ƒ A Fronteira de
Possibilidades de
Produção – FPP Biscoito
(versão com dois A
bens) D
B

C
Hipótese: estoque de
recursos produtivos
considerado fixo. Leite

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Seção 2 5
MICROECONOMIA

55
Modelos
Exemplos
ƒ A sociedade pode A Fronteira de Possibilidades
escolher entre os de Produção -FPP
pontos A, B, C, D ou (versão com dois bens)
outros, sobre e sob a
fronteira. Biscoito
A
Escolher quanto de D
B
leite e biscoito deseja,
gera discussões
C
normativas, de
política econômica.
Leite

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Seção 2 6
MICROECONOMIA

56
Análise Positiva versus Normativa

ƒ Análise Positiva
– Determinar onde está a Fronteira de Possibilidades de
Produção.
– A Fronteira só vai expandir se houver mais fatores de
produção ou mais eficiência no seu uso.

ƒ Análise Normativa
– Determinar qual dos pontos A, B, C, D etc. é o melhor,
de acordo com algum critério.

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Seção 2 7
MICROECONOMIA

57
Exercícios Propostos

1) No gráfico da FPP como se representaria um aumento


da eficiência:
a) Só na produção de biscoitos
b) Só na produção de leite
c) Em ambas as indústrias

2) No gráfico da FPP como se representaria as


conseqüências de um aumento do estoque de fatores
de produção específicos para fazer biscoitos.

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Seção 2 8
MICROECONOMIA

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Exercícios Propostos

3) No gráfico da FPP, como se representaria uma economia


funcionando ineficientemente? E eficientemente?

4) Analisando um gráfico da FPP entre bens de consumo e


bens de investimento, pode-se concluir que, para
aumentar a produção de bens de investimento, seria
preciso reduzir a produção de bens de consumo?

Por que a resposta a esta pergunta é importante para o


recente debate sobre como fazer a economia brasileira
crescer mais?

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Seção 2 9
MICROECONOMIA

59
Exercícios Propostos

5) Um cidadão argumenta energicamente que na FPP o


ponto A é melhor que o ponto B. Isto seria uma discussão
de economia normativa ou de economia positiva?

6) A localização exata da FPP é uma discussão de economia


normativa ou positiva?

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Seção 2 10
MICROECONOMIA

60
Hipóteses Simplificadoras
na Construção de Modelos
ƒ Na construção de modelos é preciso representar
o que é essencial para o objetivo em questão e
omitir o que é secundário.
– Mapas rodoviários (enfatizam as rodovias)
– Mapas hidrológicos (enfatizam as massas
d’água)
– “Mapas na escala 1:1 são inúteis”, são a
própria realidade complexa.
– As hipóteses podem ser alteradas e
completadas, mas em geral aumenta a
complexidade do modelo.

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Seção 2 11
MICROECONOMIA

61
Verificação Empírica dos Modelos e
Seu Aperfeiçoamento
ƒ Experiências controladas, de laboratório, típicas
das ciências exatas.

ƒ Experiências históricas (não controladas).


– “ O laboratório básico da economia é a história,
pois é uma ciência social”.

ƒ As experiências históricas geram discussões de


economia positiva (interpretação dos dados
históricos).

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Seção 2 12
MICROECONOMIA

62
Macroeconomia versus
Microeconomia
ƒ Estudo de fenômenos que englobam a economia como
um todo: Macroeconomia

ƒ Estudo de fenômenos diretamente ligados ao


comportamento das famílias e das empresas:
Microeconomia

ƒ Mas, por coerência e completude, modernamente busca-


se explicar fenômenos macro através da composição
(agregação) do comportamento micro das famílias e das
empresas; quando possível.

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Seção 2 13
MICROECONOMIA

63
Exercícios Propostos

7) A globalização, evento social que decorre da enorme


redução do custo de transporte de bens e serviços, e do
custo de comunicação à distância entre as pessoas, é
uma evolução marcante no mundo moderno.
– Para antecipar suas conseqüências, a curto e a longo
prazo, é possível fazer experiências em laboratório?
– Deve-se usar a história como referência?
– Como estudá-la?

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Seção 2 14
MICROECONOMIA

64
Exercícios Propostos

ƒ Mankiw, exercícios 2, 6, 7 e 10 de Problemas e


Aplicações, pp. 34 e 35.

ƒ Krugman e Wells, exercícios 1 a 5 , pp.32 e 33.

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Seção 2 15
MICROECONOMIA

65
Bibliografia

ƒ Básica
– Livro texto 1
. Cap. 2, pp 19 a 44.

– Livro texto 2
. Cap. 2, pp. 17 a 47.

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Seção 2 16
MICROECONOMIA

66
MICROECONOMIA

ANTÔNIO CARLOS PORTO GONÇALVES


é Diretor Executivo de Cursos Corporativos do IDE (FGV), Professor titular
da Escola de Direito do Rio de Janeiro (FGV), da Escola de Pós Graduação
em Economia da Fundação Getulio Vargas (EPGE/FGV) e da Universida-
de Federal Fluminense (UFF); PhD em Economia pela Universidade de
Chicago; M.A. em Economia pela Universidade de Chicago; Engenheiro
Industrial e Metalúrgico pelo Instituto Militar de Engenharia (IME).

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MICROECONOMIA

FICHA TÉCNICA

Fundação Getulio Vargas

Carlos Ivan Simonsen Leal


PRESIDENTE

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Joaquim Falcão
DIRETOR
Fernando Penteado
VICE-DIRETOR DA GRADUAÇÃO
Sérgio Guerra
VICE-DIRETOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Luiz Roberto Ayoub
PROFESSOR COORDENADOR DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO EM PODER JUDICIÁRIO
Ronaldo Lemos
COORDENADOR CENTRO DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE
Evandro Menezes de Carvalho
COORDENADOR DA GRADUAÇÃO
Rogério Barcelos Alves
COORDENADOR DE METODOLOGIA E MATERIAL DIDÁTICO
Lígia Fabris e Thiago Bottino do Amaral
COORDENADORES DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
Wania Torres
COORDENADORA DE SECRETARIA DE GRADUAÇÃO
Diogo Pinheiro
COORDENADOR DE FINANÇAS
Milena Brant
COORDENADORA DE MARKETING ESTRATÉGICO E PLANEJAMENTO

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