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Texto dramático

· Assente nas falas das personagens


· Poucas descrições
· Suporta-se na 2ª pessoa
· Tem como objectivo ser representado

· Plano textual (texto principal–falas; texto secundário–didascálias,


indicações cénicas)
Destinatário: leitor (individual)
Espaço físico, tempo, personagens, acção

· Plano cénico
Destinatário: espectador (colectivo)
Cenário (espaço), tempo representativo a partir de elementos figurativos,
actores que dão corpo e voz às personagens, representação (acção)

· Espaço no texto dramático:


Pouco elaborado (decorado) – rarefeito (elementos mínimos)
Pouco amplo
Concentração de espaço (de acordo com o palco)
Espaço único para cada acto

· “Narradores” – personagens que se encarregam de fazer referências de


tempo/espaço e que contam aspectos que não foram representados.

Espaço

· Acto 1º
Palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada.
Câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa
dos princípios do século XII. É, pois, um espaço sem grades, amplamente
aberto para o exterior, onde as personagens ainda gozam a liberdade de se
movimentarem guiadas pela sua vontade própria. Através das grandes
janelas rasgadas domina-se uma paisagem vasta. – É o fim da tarde.

· Acto 2º
Palácio que fora de D. João de Portugal, em Almada, que agora pertença a D.
Madalena.
Salão antigo de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família,
muitos de corpo inteiro; estão em lugar de destaque o de el-rei D. Sebastião, o
de Camões e o de D. João de Portugal. Portas do lado direito para o exterior,
do esquerdo para o interior, cobertas de reposteiros com as armas dos
Condes de Vimioso. Deixa de haver janelas e as portas, ainda no plural, são já
mais destinadas a cercar as personagens que a deixá-las escapar.

· Acto 3º
Parte baixa do Palácio de D. João de Portugal, comunicando pela porta à
esquerda do espectador, com a capela da Senhora da Piedade na Igreja de S.
Paulo dos Domínicos de Almada: é um casarão sem ornato algum.
Arrumadas às paredes, em diversos pontos, escadas, tocheiras, cruzes e
outros objectos próprios para uso religioso. É alta noite.

· Qual é o tratamento dado ao espaço no Frei Luís de Sousa?


Progressão em termos negativos. Há um afunilamento quer a nível de luz,
decoração ou amplitude. Ou seja, vai evoluindo no sentido da acção: vão
surgindo acontecimentos que afectam a vida normal familiar e que culmina
com a morte de Maria. A acção caminha no sentido da destruição, a par do
tratamento que vai sendo dado ao espaço.

· Espaço social (costumes e mentalidades que definem uma época)


§ Características do palácio de D. Manuelà família da
aristocracia
§ Madalena lendoà Sendo mulher, usufrui de educação
§ A existência de Telmo, Doroteia, Miranda
§ Maria lendo “Menina e Moça” de Bernardim Ribeiro
§ D. João servia ao lado de D. Sebastião
§ Pesteà população com más condições; a Almada não
chega a peste devido à falta de comunicação
§ Os casamentos não eram feitos por amorà D. Madalena
casa com D. João por obrigação
§ D. Madalena fica com tudo o que era de D. Joãoà os
casamentos eram feitos com base na partilha
§ Maria é uma filha ilegítima por ser filha de um segundo
casamento
§ Más comunicações: um cativo na terra santa não
consegue fazer saber-se que está vivo e a família também não o encontra
§ O marido funciona, muitas vezes, com pai da esposa,
pois esta é muito mais nova que ele.

Tempo

· Informações temporais dadas através das falas das personagens


· Período vasto de tempo (21 anos) mas a acção representada tem apenas
uma semana
· Batalha de Alcácer Quibir (1578) + 7 anos + 14 anos
ò
Primeira sexta-feira (27 de Julho de 1599) à + 8 dias à Segunda sexta-feira
(4 de Agosto de 1599) – HOJE (2º acto)
ò
5 de Agosto (consequências do hoje) - madrugada
· Em cena temos apenas duas partes de dois dias
· Tempo histórico (o desenrolar da acção está dependente da batalha)
Tempo da acção
· Ao afunilamento do espaço corresponde uma concentração do tempo
dum dia especial da semana: 6ª feira
· As principais cenas passam-se durante a noite.

Personagens

· Classificação de personagens:
· Relevo/desempenho à Personagem principal (impulsiona
directamente o avanço da acção)
à Personagens secundárias
à Figurantes (não participam na acção mas estão directamente relacionados
com o espaço social) (Doroteia, Prior de Benfica, Miranda, Arcebispo)

· Formação da personagem à Personagem modelada (a que se


aproxima do modelo humano)
à Personagem plana (tem características que obedecem a um padrão)
à Personagem tipo (representativo de uma classe social)

· Todos os figurantes no Frei Luís de Sousa são tipo.


· No texto dramático predomina a caracterização indirecta (com base na
actuação)

· Manuel de Sousa Coutinho (personagem principal e plana)


§ Nobre, cavaleiro de Malta
§ Construído segundo os parâmetros do ideal da época
clássica
§ Racional
§ Bom marido e pai terno
§ Corajoso, audaz, decidido, patriota, nacionalista
§ Valores: pátria, família e honra
§ Excepções ao equilíbrio (momentos em que Manuel foge
ao modelo clássico e tende para o romântico): cena do lenço de
sangue/espectáculo excessivo do incêndio

· D. João de Portugal (personagem principal, plana e central)


§ Nobre (família dos Vimiosos)
§ Cavaleiro
§ Ama a pátria e o seu rei
§ Imagem da pátria cativa
§ Ligado à lenda de D. Sebastião
§ Nunca assume a sua identidade
§ Exemplo de paradoxo/contradição: personagem
ausente mas que, no desenrolar da acção, está sempre presente.

· Telmo Pais (personagem secundária)


§ Escudeiro e aio de Maria
§ Tem dois amos: D. João e Maria
§ Confidente de D. Madalena
§ Chama viva do passado (alimenta os terrores de D.
Madalena)
§ Provoca a confidência das três personagens principais
§ Considerado personagem modelada num momento:
durante anos, Telmo rezou para que D. João regressasse mas quando este
voltou quase que desejou que se fosse embora.

· Frei Jorge Coutinho (personagem secundária e plana)


§ Irmão de Manuel de Sousa
§ Ordem dos Dominicanos
§ Amigo da família
§ Confidente nas horas de angústia
§ É quem presencia as fraquezas de Manuel de Sousa

· D. Madalena de Vilhena (personagem principal e plana)


§ Nobre e culta
§ Sentimental
§ Complexo de culpa (nunca gostou de D. João, mas sim
de D. Manuel)
§ Torturada pelo remorso do passado
§ Ligada à lenda dos amores infelizes de Inês de Castro
§ Apaixonada, supersticiosa, pessimista, romântica (em
termos de época), sensível, frágil

· D. Maria de Noronha (personagem principal e plana)


§ Nobre: sangue dos Vilhenas e dos Sousas
§ Precocemente desenvolvida, física e psicologicamente
§ Doente de tuberculose
§ Poderosa intuição e dotada do dom da profecia
§ Encarnação da Menina e Moça de Bernardim Ribeiro
§ Modelo da mulher romântica: a mulher-anjo
§ A única vítima inocente

Etapas em Frei Luís de Sousa

· 1ª Etapa: D. João existe apenas no domínio psicológico das personagens


(1º acto)
· 2ª Etapa: D. João torna-se visível no retrato (início do segundo acto)
· 3ª Etapa: D. João chega na forma de Romeiro (final do 2º acto)
· 4ª Etapa: Embora não esteja presente é D. João que provoca a morte das
3 personagens (3º acto)
· Em nenhuma altura temos D. João assumido como tal.

Características trágicas em Frei Luís de Sousa

· Existência de personagens com o papel de confidentes (personagens


que existem para que as outras personagens digam o que sentem) e coro
(conjunto de pessoas que cantava um cântico pesado que ia interrompendo a
acção para comentar o desenrolar da mesma e profetizar
· Existência da regra das três unidades: tempo, espaço e acção
· A tragédia tem como objectivo provocar a piedade (pelas vítimas) e
terror (por alguém que há-de vir dos mortos) nos espectadores
· Estrutura do desfecho:

1 – Peripécia (momento em que o


decorrer da acção é
Presságios irremediavelmente invertido)à a
chegada de alguém que trás notícias
de D. João de Portugal
(vários elementos, situações ou
ditos das personagens que vão ð 2 – Revelação (segredo/identidade
que se revela)à o revelar da
aumentando a tragédia identidade do romeiro
3 – Catástrofe (morte violenta/final
que vitima as personagens
envolvidas)à morte figurada no caso
de Manuel e Madalena e morte
violenta de Maria.
· No desfecho temos a presença do destino como castigo do amor de D.
Madalena por D. Manuel
· Destino: força superior que transcende a vontade das personagens e
perante a qual as personagens se tornam indefesas
· Presságios: Fogo( destrói a família e destrói o retrato); Leituras
( Lusíadas e Menina e Moça)
· Phatos: crescente de aflição e de angústia que conduz ao clímax da
acção através de uma precipitação de acontecimentos através dos presságios.
· Hybris: desafio lançado aos deuses ou às autoridades (atitude de D.
Madalena ao casar com D. Manuel)
· Clímax: auge do sofrimento
· Peripécias: mutação repentina da situação
· Anagnorisis: reconhecimento ou constatação dos motivos trágicos
· Moira ou fatum: força do destino
· Catástrofe: desfecho trágico
· Leitura simbólica de Frei Luís de Sousa:
§ Tragédia – sexta-feira (dia de azar); a noite (parte do dia
propícia a sentimentos de terror e parte escura do dia); os números:
ü 7 à nº de anos de busca
ü 14 à tempo de casamento (7 reforçado, 14=2x7)
ü 21 à tempo da acção
ü 13 à nº de azar, idade de Maria
ü 3 à nº de elementos da família sujeitos à destruição,
3 retratos na sala dos retratos.
§ Pátria – atitudes de Manuel de Sousa que se podem
resumir num protesto à tirania, defesa dos valores da pátria.
ü Incêndio à símbolo patriótico
ü A família pode ser vista como a unidade da pátria, a
destruição da família é a destruição da pátria governada pelos estrangeiros.
ü Oposição entre D. Manuel e D. João à entre Portugal
velho e ultrapassado e o novo e actual que se pretende (Manuel)

Características românticas em Frei Luís de Sousa

· Narcisismo/ hipertrofia do eu: as personagens dão construídas a partir


de uma projecção. Almeida Garrte transporta o seu problema de amor para
D. Madalena e transporta o problema da filha ilegítima para Maria
· Preferência pelas horas sombrias: o desenrolar da acção passa-se
essencialmente à noite ou de madrugada.
· Culto da mulher-anjo: na personagem de Maria
· Nacionalismo/ patriotismo: nas atitudes de Manuel de Sousa
· Preferência por personagens imperfeitas: D. Madalena que se
apaixonou ainda casada
· Religiosidade
· Mitos/superstição
· Infracção e pecado
· Individualismo versus sociedade: Manuel de Sousa Coutinho decide o
que há-de fazer porque a sociedade aponta Maria como filha do pecado, o 1º
casamento seria inválido
· Liberdade versus destino: Ao escolher o amor, D. Madalena comete uma
infracção à religião e costumes e o destino castiga essa acção. Será então o
homem livre ou será dominado pelo destino? Tudo o que fará por escolha
própria estará sujeito a castigo por parte do destino?

De que forma o tempo e o espaço se relacionam com o


desenrolar trágico da acção?

O tempo vai caminhando para uma concentração no momento do clímax. É


como que uma preparação para aquele momento.
O espaço é cada vez mais escuro e tem relação directa com o desfecho da
acção que será no altar. Caminha-se de um espaço amplo para um espaço
reduzido. Caminha-se de objectos confortáveis para objectos que são alusões
cada vez mais nítidas à catástrofe. Do profano ao religioso/ da vida à morte.
Telmo cada vez faz mais agoiros. As personagens vão anunciando o
aparecimento de um terror qualquer. Terrores e medos de D. Madalena que
contribuem para um ambiente mais tenso; Maria que conta o que lê, o que
sonha, o que pensa. Vão surgindo previsões do que se irá passar.

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